Vestibular Impacto - Geografia

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GE030308 A Transição da Bipolaridade para a Multipolaridade FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!! PROFº: CARVALHO/S. RIBEIRO Fale conosco www.portalimpacto.com.br VESTIBULAR – 2009 CONTEÚDO A Certeza de Vencer 03 1 ORDEM BIPOLAR CAPITALISMO X SOCIALISMO. A VELHA ORDEM MUNDIAL OU ORDEM BIPOLAR: As constantes alterações que tem ocorridos no mapa da Europa nos últimos anos são o sinal de que vivemos um período de transição. É a estruturação da chamada nova ordem mundial, que vem substituir a velha ordem, marcada pela oposição entre Estados Unidos e União soviética, em um período conhecido como guerra fria. A guerra fria começou a se desenhar logo após a Segunda Guerra Mundial. Mais precisamente durante a Conferência de Potsdam, realizada em julho de 1945, quando as potências vencedoras decidiram dividir o território alemão em quatro zonas de ocupação controladas, de leste a oeste, respectivamente, por União Soviética, Inglaterra, Estados Unidos e França. A capital alemã, Berlim, também foi ocupada, ficando dividida entre russos a leste, e franceses, ingleses e americanos a oeste. A partir de então, a bipolaridade que marcou o cenário geopolítico internacional no pós-guerra já estava configurada. Isso porque as duas grandes potências vencedoras – a capitalista, representada pelos Estados Unidos, e a Socialista, representada pela União Soviética – tinham projetos antagônicos, não só para a Alemanha como também para toda a Europa e o mundo. O antagonismo ficou claramente expresso a partir de 1947, quando o presidente americano Harry Truman declarou a necessidade de conter os desejos expansionistas soviéticos no território europeu e, posteriormente, no território asiático. Devido ao importante papel da União Soviética na derrota do exército nazista pelo front oriental, desde fevereiro de 1945 os soviéticos transformaram todo o Leste europeu em uma grande área ocupada, alegando a necessidade de manter a segurança junto a suas fronteiras. Desde esse momento já estava estabelecida a chamada “cortina de ferro”, com a divisão da Europa em duas regiões geopolíticas: a Europa ocidental, sob a influência dos Estados Unidos, e a Europa oriental, sob a influência da União Soviética. Após a segunda guerra mundial o sistema produtivo Europeu ficou praticamente destruído. Não podendo mais suprir a necessidade de mercadoria que o continente necessitava. Os EUA, por sua vez, não haviam sofrido nenhum dano no seu sistema produtivo, já que a guerra havia se desenrolado dentro da Europa. O governo americano visando conquistar e dominar o mercado europeu, formulou o plano MarshalL. Plano estratégico de ajuda econômica para conter o avanço do socialismo e financiar a “recuperação” da Europa. Assim como no bloco capitalista foram desenvolvidas estratégias políticas para conter o avanço do bloco capitalista sobre a área de influência do socialista. No plano econômico foi criado o Comecom, um plano de ajuda econômica aos países alinhados ao bloco socialista, principalmente, países do leste europeu, pois era necessário um desenvolvimento social e econômico desses países para que o ideal capitalista não viesse a atormentar os sonhos dos comunistas do leste e da própria população. VEJA OS CENTROS DE PODER DA GUERRA FRIA ABAIXO: O jogo geopolítico das potências no período da guerra fria Do lado capitalista: 1. O EUA desenvolveu uma estratégia para barrar o avanço do socialismo no mundo, por isso ele lançou os planos Marshall E Colombo, que tinha como finalidade o fortalecimento das economias capitalista na Ásia e Europa. 2. O surgimento de um eixo geopolítico Franco Alemão que serviu de base para a CECA 3. Surgimento do Mercado Comum Europeu (MCE), que após vários avanços estruturais (políticos e econômicos) originou o bloco conhecido como união européia (EU), cujo à finalidade seria o soerguimento econômico da Europa e conseqüentemente o fortalecimento do capitalismo no continente e no mundo, até porque após a década de 80 países dos demais continente seguiram o mesmo caminho, no que tange a formação de blocos econômicos. 4. A formação da aliança militar do bloco capitalista: OTAN (organização do tratado do atlântico norte) Truma Stalin

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A Transição da Bipolaridade para a Multipolaridade

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ORDEM BIPOLAR CAPITALISMO X SOCIALISMO.

A VELHA ORDEM MUNDIAL OU ORDEM BIPOLAR: As constantes alterações que tem ocorridos no mapa da Europa nos últimos anos são o sinal de que vivemos um período de transição. É a estruturação da chamada nova ordem mundial, que vem substituir a velha ordem, marcada pela oposição entre Estados Unidos e União soviética, em um período conhecido como guerra fria.

A guerra fria começou a se desenhar logo após a Segunda Guerra Mundial. Mais precisamente durante a Conferência de Potsdam, realizada em julho de 1945, quando as potências vencedoras decidiram dividir o território alemão em quatro zonas de ocupação controladas, de leste a oeste, respectivamente, por União Soviética, Inglaterra, Estados Unidos e França. A capital alemã, Berlim, também foi ocupada, ficando dividida entre russos a leste, e franceses, ingleses e americanos a oeste.

A partir de então, a bipolaridade que marcou o cenário geopolítico internacional no pós-guerra já estava configurada. Isso porque as duas grandes potências vencedoras – a capitalista, representada pelos Estados Unidos, e a Socialista, representada pela União Soviética – tinham projetos antagônicos, não só para a Alemanha como também para toda a Europa e o mundo.

O antagonismo ficou claramente expresso a partir de 1947,

quando o presidente americano Harry Truman declarou a necessidade de conter os desejos expansionistas soviéticos no território europeu e, posteriormente, no território asiático. Devido ao importante papel da União Soviética na derrota do exército nazista pelo front oriental, desde fevereiro de 1945 os soviéticos transformaram todo o Leste europeu em uma grande área ocupada, alegando a necessidade de manter a segurança junto a suas fronteiras. Desde esse momento já estava estabelecida a

chamada “cortina de ferro”, com a divisão da Europa em duas regiões geopolíticas: a Europa ocidental, sob a influência dos Estados Unidos, e a Europa oriental, sob a influência da União Soviética.

Após a segunda guerra mundial o sistema produtivo Europeu ficou praticamente destruído. Não podendo mais suprir a necessidade de mercadoria que o continente necessitava. Os EUA, por sua vez, não haviam sofrido nenhum dano no seu sistema produtivo, já que a guerra havia se desenrolado dentro da Europa. O governo americano visando conquistar e dominar o mercado europeu, formulou o plano MarshalL. Plano estratégico de ajuda econômica para conter o avanço do socialismo e financiar a “recuperação” da Europa.

Assim como no bloco capitalista foram desenvolvidas estratégias políticas para conter o avanço do bloco capitalista sobre a área de influência do socialista.

No plano econômico foi criado o Comecom, um plano de ajuda econômica aos países alinhados ao bloco socialista, principalmente, países do leste europeu, pois era necessário um desenvolvimento social e econômico desses países para que o ideal capitalista não viesse a atormentar os sonhos dos comunistas do leste e da própria população.

VEJA OS CENTROS DE PODER DA GUERRA FRIA ABAIXO:

O jogo geopolítico das potências no período da guerra fria

Do lado capitalista: 1. O EUA desenvolveu uma estratégia para barrar o avanço do socialismo no mundo, por isso ele lançou os planos Marshall E Colombo, que tinha como finalidade o fortalecimento das economias capitalista na Ásia e Europa. 2. O surgimento de um eixo geopolítico Franco Alemão que serviu de base para a CECA 3. Surgimento do Mercado Comum Europeu (MCE), que após vários avanços estruturais (políticos e econômicos) originou o bloco conhecido como união européia (EU), cujo à finalidade seria o soerguimento econômico da Europa e conseqüentemente o fortalecimento do capitalismo no continente e no mundo, até porque após a década de 80 países dos demais continente seguiram o mesmo caminho, no que tange a formação de blocos econômicos. 4. A formação da aliança militar do bloco capitalista: OTAN (organização do tratado do atlântico norte)

Truma Stalin

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5. A criação da ONU em 1945 6. Surgimento do FMI e BIRD, organismos financeiros internacionais que atuam na economia dos países do bloco capitalista, porém com grandes reflexos nas políticas internas desses países. 7. 1947 A criação do estado de Israel 8. Intervenção militar dos EUA na guerra das Coréia e do Vietnã, o que acabou gerando uma grande tensão no mundo, pois as duas potências financiavam os seus aliados de forma muito incisiva, chegando a alguns casos como foi o dos EUA a se envolver no conflito de maneira direta, isto é, não mais apenas dando logística. 9. Crise que envolveu a tensão nuclear na baia dos porcos em cuba. Onde se verificou a tentativa de armar a ilha de cuba com mísseis nucleares soviéticos.

Do lado socialista: 1. Revolução Chinesa de 1949, que provocou uma reação dos EUA na bacia do pacifico. e a instalação de um governo nacionalista na ilha de formosa, o que gerou um “conflito” com a china continental. E o aparecimento do cordão sanitário no oriente.

2. Revolução cubana em 1959, implantando o primeiro governo socialista na América, sob a liderança de Fidel castro. 3. A primavera de praga em 1968, demonstração ao mundo dos poderes militares da URRS. 4. A criação do

COMECOM (conselho de assistência econômica mutua), órgão criado com a finalidade de organizar o intercambio comercial dentro do bloco socialista. 5. Criação do pacto de Varsóvia que se caracteriza pelo tratado de proteção militar, no qual a união soviética responderia a qualquer ataque sofrido pelos países socialistas, que viessem dos EUA ou de qualquer outro país do sistema capitalista. 6. 1975-1990 Guerra de Angola e Moçambique Os governos socialistas locais apoiados pelo bloco "comunista" enfrentaram a guerrilha respaldada pelos EUA e pela África do Sul; 7. 1948-1990 Conflito Árabe-Israelense: Local de interesse estratégico econômico (petróleo) que atraiu apoio direto dos Estados Unidos e da União Soviética o que aprofundou as crises regionais. Permeada por períodos de paz e agravamento, a questão constitui um dos principais pólos de conflito do pós-guerra; 8. 1979-1990 Nicarágua: Os sandinistas derrubaram Somoza (pró Estados Unidos) assumindo o poder e ganhando a hostilidade dos contras, guerrilheiros apoiados pelos Estados Unidos. Em 1990, Violeta Chamorro venceu as eleições diretas para a presidência, substituindo Daniel Ortega. 9. Dentro do contexto da Guerra Fria, teve início um rápido processo de descolonização afro-asiático, que deu origem a mais de quarenta novos países na década de 50.

As Alianças Militares da Guerra Fria • A OTAN (organização do tratado do atlântico norte): Caracteriza-se como um pacto de proteção militar multilateral a possíveis ataques “vermelhos” a países aliados dos EUA, logo do sistema capitalista. • O PACTO DE VARSOVIA: Caracteriza-se pelo tratado de proteção militar, no qual a união soviética responderia a qualquer ataque sofrido pelos países socialistas, oriundo de qualquer país capitalista,

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO MUNDO BIPOLAR:

a) O mundo apresenta-se dividido entre os ideais socialistas e os ideais capitalistas, é por esse motivo que verificasse uma grande disputa ideológica entre socialismo e capitalismo no espaço mundial. b) No período dipolar ou período da guerra fria temos o aparecimento de uma disputa por áreas de influência no cenário internacional, pois cada bloco existente queria manter sob seu comando o maior numero possível de países, sejam eles, localizados na áfrica na Ásia, na Europa ou na América, pois o que de fato interessava era o seu alinhamento a um dos dois blocos de poder. c) Os governos das duas superpotências do período da bipolaridade investiam maciçamente em equipamentos militares, esse fato ficou conhecido como corrida armamentista, pois foram feitos vultosos investimentos em pesquisas cientificas de cunho militar. d) Existe uma constante tensão nuclear no mundo permeada pelo antagonismo socialismo e capitalismo, sendo marcado por grandes crises políticas e um dos principais focos dessa tensão foi o acontecimento ocorrido na ilha de cuba na década de 60. e) Nesse período mediasse o poder de um país pela sua capacidade militar (bélica) de cada país, era por isso que nenhum país queria se meter na disputa direta com as duas potências EUA e URSS. f) Outra grande característica desse momento foi à corrida aeroespacial que fez surgir novas tecnologias, que posteriormente passou a ter utilidade para a sociedade civil no mundo capitalista. A grande marca desse momento é sem dúvida a chagada do homem ao espaço (URSS) e posteriormente a chegada do homem a lua (EUA). g) O muro de Berlim foi construído em uma só noite – em 13 de agosto de 1961 – pelos alemães orientais. Representou nos seus 162 quilômetros de extensão um impedimento e controle regido sobre a movimentação dos cidadãos berlinenses. Por isso, era chamado de Muro da Vergonha. A data 9 de novembro de 1989 marcou a queda do Muro de Berlim, fato que simbolizou o início do desmantelamento do sistema socialista no leste europeu. Com a queda no do Muro de Berlim, essa velha ordem mundial começava a ruir.

A queda do muro de Berlim no final da década de 1980 caracterizou-se por um marco temporal do que diz respeito ao fim do socialismo no leste Europeu, pois a partir de então verificou-se uma forte tendência a fragmentação do mundo socialista.

Em 19901 ocorre a desagregação da URS. O fato simboliza o fim do socialismo no mundo é esse acontecimento.

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A integração econômica mundial não é uma tendência pós-Guerra Fria, mas si uma característica do capitalismo que Karl Marx, o pai do Socialismo científico, já havia identificado, entre outras tendências, no século XIX. O que realmente mudou com o fim da Guerra Fria, da corrida armamentista, da divisão bipolar do mundo entre Estados Unidos e União Soviética, foi que essa integração ganhou dimensões nunca antes experimentadas. O processo de globalização capitalista ou globalização, com assim convencionou-se denominar essa integração, não exclusiva da esfera macroeconômica, mas é, sem dúvida, no âmbito da macroeconomia regida pelo grande capital, na submetido aos anseios da população, sendo, portanto, muitas vezes, impermeável à democracia, que essa integração se afirma de forma mais contundente. Quando a Guerra Fria acabou, com a dissolução da URSS no inicio dos anos 90, os neoliberais, apregoando a vitória do capitalismo, da economia de mercado sobre o socialismo real, anunciaram o inicio de uma Nova Ordem. Esta Nova Ordem, contrapondo-se à Ordem até então estabelecida, caracterizar-se-ia não mais pela bipolaridade, pela divisão política e ideológica do globo entre duas superpotências – EUA e URSS, ou pela manutenção dos pactos e das alianças militares que garantissem a essas potências suas áreas de influencia geopolítica-estratégica. A Nova Ordem Internacional, que começava a se configurar nos anos 90, seria a ordem da globalização capitalista. Ao invés de duas superpotências, e de um mundo bipolar, um novo arranjo começava a se esboçar. A evolução deste novo arranjo desde o inicio foi bastante controversa. Se por um lado, sobre a desmantelada ordem a nova logicamente tenderia a se estruturar, por outro não havia ainda e ainda não há consenso quanto a esse novo arranjo. Para os neoliberais, a falência do mundo bipolar cederia lugar a um mundo multipolar, com os Estados Unidos, Japão e a União Européia como seus pólos principais. As alianças militares, gradativamente, dariam lugar aos blocos econômicos, cujo objetivo seria o da otimização da integração em escala global, e que, consequentemente, possibilitaria um maior desenvolvimento econômico mundial com base na cooperação. Para os realistas, no entanto, sobre a Nova Ordem que está se configurando, paira uma série de duvidas e incertezas, que dão subsídios à reflexão e às discussões. Se for um fato que com o fim da Guerra Fria houve grandes mudanças nas relações internacionais, e também verdade que essas relações mudaram fundamentalmente quanto à forma, mas seus objetivos permaneceram inalterados, ou praticamente inalterados. Por exemplo: com o fim da Guerra Fria, vários conflitos locais perderam sua razão de ser e extinguiram-se por falta de apoio externo, contudo, outros, em diferentes escalas, eclodiram, e isso se observa do Oriente Médio à Europa. Outro exemplo é que no âmbito político internacional, não há praticamente mais lugar para a oposição política e

ideológica que outrora dividia os países do globo, mas estão longe os dias do desalinhamento econômico, principalmente o dos países pobres.

ACONTECIMENTO QUE MARCAM A PASSAGEM DA ORDEM BIPOLAR PARA ORDEM MULTIPOLAR:

Do lado Socialista: • A grande Crise econômica por que passava a URSS, sendo a um dos motivos dessa crise a permanência do modelo econômico conhecido como planificação econômica, que já não mais dava contar de desenvolver país. • A Extrema concentração de poder nas mãos dos burocratas, que acabou por gera uma classe privilegiada, onde se verificava a presença de grande concentração de poder nas suas mão, e o surgimento de uma grande rede de corrupção. • O bloco socialista não conseguiu repassar para a sociedade os avanços tecnológicos surgidos com os grandes investimento na industria bélica, além que o partido comunista pensava somente em investir em equipamentos militares o que acabou gerando um atraso tecnológico no campo civil, é por isso que alguns autores afirmam que a URSS conseguia mandar o homem a lua mas, no entanto, com conseguia produzir um liquidificador. • Dentro da UNIÃO SOVIÉTICA existiam várias etnias, foi por isso que na metade da década de 80 quando Gorbatchev desenvolve a glasnost e a Perestroika surge com grande veemência a questão relacionada a crise de nacionalidade, onde verificou-se que as minorias passaram a reivindicar uma maior autonomia.

Do lado Capitalista: • Avanço do capitalismo, representado pela sua fase atual conhecida como globalização, na qual, aparece uma maior dependências entre os países, ou melhor, aparece uma interdependência entre os países do mundo: • Revolução tecno- científico -informacional, que mudou o modo de produção do mundo capitalista, pois aliou de fato as inovações tecnológicas com a produção industrial, além de aumentar a circulação de pessoas e mercadorias no espaço mundial. Essa aliança gerou o surgimento de uma nova relação tempo-espaço vivenciado a partir das inovações nos transportes e nas telecomunicações. • Aumento da competitividade fez com que aparecesse uma nova forma de organização do espaço mundial no campo econômico e político, pois a partir de então verificaremos que uma potencia mundial terá que ter grandes empresas, e grandes investimentos em ciência e tecnologia. • Na década de 1980 aparecem no cenário mundial, duas novas potências econômicas: Japão e Alemanha, que polarizam com os EUA o mercado consumidor mundial. A NOVA ORDEM MUNDIAL OU MULITPOLARIDADE:

Apresenta basicamente duas facetas: uma geopolítica e outra econômica.

GEOPOLITICA: • Fim da Guerra Fria e da Bipolarização, ou seja, fim do antagonismo existente entre socialismo e capitalismo. • Desaparecimento do PACTO DE VARSÓVIA, a partir de então some a aliança militar do bloco socialista, até porque estamos vivendo a derrocada do socialismo. • Mudanças de perfil da OTAN, esse organismo passa a desenvolver novas funções, devido o fim da guerra fria e da bipolaridade.

ECONÔMICA: • Aprofundamento do desenvolvimento do capitalismo, pois estamos diante de uma nova fase do capitalismo, que apresenta novas característica produtiva. • Globalização que é a fase atual o capitalismo onde se verifica uma interdependência entre os estados nações. • Aparecimento de organizações entre países que ficaram conhecidas como blocos de poder, como é o caso a união européia (EU) e do NAFTA.

Características da nova ordem mundial:

O Unilateralismo (militar) do EUA

O mundo passou a ver uma nova forma de poder exercida pela maior potencia econômica militar e política do final do século XX. Os EUA passaram a ditar as regras do jogo político, através do seu unilateralismo, que acabou dando ao mundo, uma nova ordenação política, pois a partir

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da desintegração da URSS, ele (EUA) demonstrou quem realmente iria tomar conta do mundo.

Nos anos 90, os EUA interviram em varias regiões do mundo, principalmente no oriente médio e na região dos Bálcãs na Europa. Porém, essas intervenções não poderiam se fazer caso eles não detivessem o maior poderio bélico do mundo.

O unilateralismo dos EUA ocasionou a intervenção nos Bálcãs, e no,oriente médio, no Iraque, a ONU através do seu conselho de segurança vetou uma eventual intervenção militar, no entanto, os EUA passaram por cima da ONU, e através da OTAN lideraram uma intervenção militar, que para muitos se tratou apenas de uma demonstração de poder dos EUA ao mundo e em especial ao continente europeu.

Pax Americana: A corresponde a forma como o EUA ver os outros países do mundo,

pois a partir da utilização da Pax americana verificamos que o governo americano deixa de respeitar a soberania dos demais estados nações, por achar que são superiores a qualquer outra civilização inclusive a européia. Um exemplo dessa Pax americana foi a Guerra do Golfo no início da década de 1990.

O papel OTAN na nova ordem mundial

NA NOVA ORDEM MUNDIAL:

• Manter a ordem política dentro do continente europeu, Proteger os interesses econômicos das potências ocidentais; • Manter vivo os interesses da indústria armamentista norte americana e européia; • Reafirmar o poder militar dos estados unidos no mundo multipolar • Conter de forma incisiva os avanços do terrorismo no continente europeu; • Resguardar os países membros das instabilidades políticos existente no leste europeu. • Proteger os países do continente europeu de uma possível ameaça russa

Obs: Esta organização comporta hoje países que no passado eram seus inimigos, como por exemplo: Letônia, lituânia, Romênia, Bulgária etc.

Disputa pelo mercado: Com o fim do comunismo, os antigos países socialistas abriram

suas fronteiras e seus mercados. No ocidente, os países detentores de tecnologias avançadas, como Alemanha e Japão, já não precisavam se submeter à lógica da Guerra Fria e à liderança dos Estados Unidos. O resultado foi o início de uma feroz disputa pelo mercado mundial. Em junho de 91, os Estados Unidos lançaram uma ofensiva em seu comércio exterior com a "Iniciativa Para as Américas", um plano que pretendia criar um mercado unificado do Alasca à Terra do Fogo.

A REGIONALIZAÇÃO:

Surge em decorrência do avanço do sistema capitalista, que no final do século XX apresenta-se em um estagio nunca antes visto. Este estágio de desenvolvimento capitalista provocou uma mudança estrutural no comércio mundial, e para acompanhar, tais mudanças, os estados-nações tiveram que se adequar à nova forma de interação existente no mercado mundial.

Aparece um novo paradigma de produção, consumo e comercialização. Isso fez com que os países passassem a se organizar em blocos econômicos de poder, para que a partir de então conseguissem ingressar com sucesso na nova configuração econômica mundial.

O RETORNO AO LOCALISMO:

Durante a guerra fria os conflitos, mesmo de dimensão regional, como as guerras tribais na África, tinham uma conotação mundial, já que havia direta ou indiretamente influência das duas superpotências em busca de ampliar ou defender suas áreas de influência.

Hoje, como os objetivos estão mais voltados a conquista de mercados, os conflitos regionais deixam de ter uma conotação mundial, pois as potências não mais se interessam, senão por conflitos que coloquem em perigo seus interesses econômicos, a exemplo da reação imperialista contra o Iraque por ocasião da anexação do Kuwait.

“A mundialização paradoxalmente tem alimentado a retomadas dos localismos, regionalismos e nacionalismos, muitas vezes retrógrados e especialmente segregadores. Como ocorreu na segregação da Iugoslávia e na ex-união soviética”.

GLOBALIZAÇÃO MIGRAÇÃO E XENOFOBIA:

A globalização provoca varias reações contrárias, e um caso que se tornou muito divulgado na mídia mundial nos anos 90 foi a reação tomada pela população européia, em especial a população alemã e francesa, que se viram ameaçada pelo grande contingente populacional, que adentraram em seu território em virtude do processo de globalização.

Com a interligação dos mercados e uma maior circulação de pessoas, ficou mais fácil migrar de países periféricos para os países centrais do capitalismo. No caso da Europa, Alemanha e França, foram os dois países que mais sentiram o fluxo migratório, porém a população local não aceita essa entrada de imigrantes, muitos ilegais, em seu país, o que ocasiona o aparecimento de uma crescente xenofobia a esses imigrantes. GLOBALIZAÇÃO:

O atual estágio do capitalismo originou uma nova maneira de conceber o mundo (globalização) que nada mais é do que uma fase de desenvolvimento do capital. Ou seja, trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, portanto, os lucros que é o que de fato move os capitais produtivos ou especulativos na arena do mercado.

A globalização representa a tendência da maior integração/ou interdependência entre os países, mesmos que distantes ou diferentes

uns dos outros; onde o que acontece em uma região vai influenciar nas outras, ou seja, a cada dia os países vão deixando de ser autônomos. Esse processo é comprovado pelo aumento do fluxo de mercadorias, capitais, serviços e pessoas entre as nações do globo terrestre.

Neste momento da história, o mundo está

marcado pela universalização da produção, do Marketing, do capital e seu mercado, pela universalização do trabalho, das finanças, e dos modelos de utilização dos recursos, bem como da cultura e dos modelos da vida social, universalizando o espaço e a sociedade tornada mundial e do homem ameaçado por uma alienação total. A nova ordem da nova ordem mundial! 11 de setembro de 2001

O dia 11 de setembro marcou o início de uma nova era no pensamento estratégico norte-americano. Os ataques terroristas daquela manhã tiveram impacto comparável ao ataque a Pearl Harbor em sete de dezembro de 1941, que lançou os Estados Unidos para a Segunda Guerra Mundial. Antes de 11 de setembro, o governo Bush encontrava-se na fase de desenvolvimento de uma nova estratégia de segurança nacional. Isso estava sendo feito com a Análise Quadrienal da Defesa, bem como em outros cenários. Em um momento, entretanto, os ataques de 11 de setembro transformaram o ambiente de segurança internacional. Uma ameaça totalmente nova e perniciosa subitamente tornou-se realidade e ditou uma nova e importante estratégia para os Estados Unidos. Esta nova política, agora cognominada "Doutrina Bush", concentra-se na ameaça do terrorismo e das armas de destruição em massa. O Fim da Era Pós-Guerra Fria

O dia 11 de setembro impôs final súbito à era pós-Guerra Fria que havia começado quase exatamente 12 anos antes. Aquele período originou-se da queda dramática do Muro de Berlim na noite de 9 de novembro de 1989, acompanhada em rápida sucessão pelo colapso do comunismo na Europa Oriental, pelo final da Guerra Fria e, em dezembro de 1991, pela dissolução da União Soviética. Pela primeira vez em mais de meio século, os Estados Unidos pareciam não mais enfrentar uma grande ameaça isolada à sua segurança nacional e ao seu modo de vida. No final da década de 1930 e na Segunda Guerra Mundial, essa ameaça veio do fascismo. Durante a Guerra Fria, era a União Soviética e o comunismo soviético. Nos dois casos, o perigo era expressivo e sem ambigüidades. Como resultado, nos Estados Unidos e entre seus aliados, havia amplo consenso sobre a existência de uma importante ameaça, muito embora às vezes surgissem diferenças (como no caso do Vietnã) sobre cursos específicos de ação.

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A Transição do Brasil Agrário - Exportador para o Urbano -Industrial

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Industrialização Brasileira A industrialização Brasileira de 1964 a década de 80 • Governos militares (1964-1985) dão continuidade a política econômica iniciada no governo JK, reforçando a idéia de “Brasil potência”. • Crescimento econômico acelerado no período do “milagre econômico” (1969-1972) respaldando em grandes empréstimos (disponibilidade de petrodoláres) • Maior internacionalização da econômica, assim como forte atuação do Estado na economia através de investimento de infra-estrutura (setor energético, comunicação, insumos básicos as indústrias) • Modernização conservadora, o Brasil consegue status de 8a PIB, seu parque industrial atingiu alto grau de complexidade e diversificação e dinamismo, e uma extensa rede de serviços interligou a quase totalidade do território nacional, contudo, a maioria da população não participou diretamente das benesses do crescimento econômico. • Criação de política territorial como: o P.I.N, política energética, a criação de tecnopolos.

Anos 80: “A Década Perdida” • A década de 80 assinala o esgotamento do modelo econômico baseado na aliança entre os capitais estatais, transnacionais e nacionais. • A crise do petróleo (1973/1979) que trouxe como conseqüência o aumento dos juros internacional, refletiu no Brasil, em crises gêmeas: divida externa e superinflação. • O Estado perde a capacidade de dar continuidade ao crescimento, o “milagre” vira “miragem” nos anos 80, dando fim ao processo de industrialização por substituição de importações. • Nesta década a classe média perdeu a capacidade de consumir e o Brasil deixou de ser o mercado promissor, capaz de atrair novas empresas transnacionais como no passado recente.

Políticas públicas criadas nos anos 80 com o objetivo de conseguir divisas para o pagamento dos juros da divida externa: • Incentivo a exportação de produtos como soja, café, laranja, etc;/ conseqüências: aumento da concentração fundiária(conflitos de terra), diminuição de cultivos para o consumo interno; • Contenção das importações com o objetivo de superar déficit na balança comercial/ conseqüências: sucateamento das indústrias nacionais que deixam de receber novas tecnologias; • Redução de gastos sociais em educação, saúde, habitação, etc./ conseqüências: precarização das condições de vida da sociedade brasileira; • Criação do PGC (Programa Grande Carajás - 1980) conseqüências: aumento da divida externa, problemas sócio-ambientais.

Anos 90: O neoliberalismo • Crise da divida externa herdada dos anos 80; • Redirecionamento do papel do Estado, tornando-se um agente mais regulador e menos empresário; • O Estado corta ainda mais gastos sociais, precarizando os serviços públicos básicos, que passaram a ser controlados pela iniciativa privada; • Criação do Mercosul (1991), redução da proteção aduaneira e maior integração econômica com o exterior; • A abertura do mercado brasileiro aos produtos importados gerou um enorme processo de falência de empresas nacionais fragilizadas diante da concorrência estrangeira (como por

exemplo, a indústria de brinquedos), repercutindo em milhares de demissões de trabalhadores. Por outro lado às empresas que sobreviveram à concorrência se tornaram mais competitivas e mais modernas; • Flexibilização nas relações de trabalho (declínio do Estado do Bem-Estar Social), com os trabalhadores perdendo direitos trabalhistas, assim como, enxugamento da maquina estatal com ampla demissão de funcionários públicos. • Processo de privatização de empresas estatais, a exemplo da: CVRD, CSN, distribuidoras de energia, etc.; • Criação do Plano Real (1994); • O Brasil esta “encoleirado” junto ao FMI e busca de qualquer forma a redução do “custo Brasil” para o estimulo as exportações.

Estratégias para a redução do “Custo Brasil” para o estimulo as exportações e a aquisição de divisas para o pagamento dos juros da Dívida Externa: • Renuncia Fiscal como elemento de redução de custos, que está contida na Lei Kandir (1996) que isenta do recolhimento do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) os produtos primários ou semibeneficiados voltados a exportação. / Conseqüência: A Lei Kandir compromete as finanças particularmente de Estados exportadores de matéria-prima, como é o caso do Pará. • Redução do custo de transporte (investimentos em transporte multimodal) que reflete sobre os custos das exportações ou importações de mercadorias, colaborando assim, na visão do FMI e dos planejadores brasileiros, para a capacidade competitiva brasileira.

EXERCÍCIO 01. Observe a tabela seguinte:

Crescimento da economia brasileira: 1900-98 (Taxa média anual de crescimento real)

Período PIB (%)

1900-10 4,2 1910-20 4,2 1920-30 4,5 1930-40 4,4 1940-50 5,9 1950-60 7,4 1960-70 6,2 1970-80 8,6 1980-90 1,6 1990-96 2,8

(Fonte: Reinaldo Gonçalves, Globalização e desnacionalização.) A partir dos dados da tabela e com os conhecimentos sobre o processo de industrialização brasileira, analise as afirmativas a seguir: I. As maiores taxas de crescimento do PIB ocorreram entre as décadas de 1950 e 1970, período em que vieram para o Brasil as transnacionais, produtoras de bens de consumo duráveis; II. A sensível redução do PIB durante a década de 1980 é justificada por um conjunto de problemas, como a enorme dívida externa, a inflação galopante e o atraso nas técnicas de produção; III. A ligeira retomada do PIB na década de 1990 é reflexo da modernização da produção e do trabalho nas indústrias e da redução dos níveis de desemprego no pais, o que significou um fortalecimento do mercado consumidor interno. Estão corretas, SOMENTE:

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02. Sobre a industrialização brasileira, é correto afirmar: a) O processo de industrialização no Brasil foi desencadeado a partir da formação de uma política de substituição de importações impelida pela economia mundial, quando o país ingressou numa nova fase da divisão internacional do trabalho. b) O processo de industrialização no Brasil foi desencadeado a partir da formação de uma política de substituição de exportações impelida pela economia nacional, quando o país ingressou numa nova fase da divisão internacional do trabalho. c) O processo de industrialização iniciou no final do século XIX. Inicialmente com a indústria pesada, de bens de produção, e, posteriormente, no início do século XX, com bens de consumo. d) O processo de industrialização iniciou na segunda metade da década de 1950 do século XX. Inicialmente com a indústria pesada, de bens de produção, principalmente automobilística, e, posteriormente, no final do século XX, com bens de consumo. e) O processo de industrialização começou com a crise do café nos anos de 1920. A política de substituição das exportações de produtos agropecuários foi substituída por uma política industrial eletro – intensiva, com forte intervenção do estado.

03. Em que período foram criadas as empresas estatais de produção de aço, extração de ferro e produção e processamento de petróleo? a) Na década de 30. b) Nas décadas de 40 e 50. c) Nos governos Jânio Quadros e Juscelino Kubitschek. d) Nos governos militares pós-64.

04. No período compreendido entre os anos JK e o final do governo Geisel, o Brasil apresentou, entre outras características econômicas: a) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e a redução das disparidades regionais. b) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e maior intervenção do Estado na economia. c) grande expansão das empresas industriais de capitais nacionais, privados e estatais e declínio da dívida externa. d) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e menor intervenção do Estado na economia. e) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e a redução das disparidades regionais.

05. As duas Guerras Mundiais e a depressão econômica dos anos 30 beneficiaram a indústria brasileira, porque: a) provocaram a substituição das importações pela produção interna. b) dispensaram maior especialização da mão-de-obra. c) aceleraram a internacionalização da economia. d) aumentaram o poder aquisitivo da população. e) eliminaram a escassez de recursos energéticos. 06. No governo de Juscelino Kubitschek foi posto em prática no Brasil o Programa de Metas, que: a) desenvolveu a agricultura de subsistência em detrimento da produção de soja e de cacau. b) levou o país à inflação zero, visto que houve grande competência na gerência administrativa. c) possibilitou o desenvolvimento agropecuário da Região Norte com vultosas aplicações de capital estrangeiro. d) valorizou o capital nacional em detrimento do estrangeiro, que foi impedido de ser aplicado no Brasil. e) possibilitou a entrada no país de grandes quantidades de capital estrangeiro para o incentivo à indústria de bens de consumo duráveis.

07. No contexto das políticas governamentais para o território brasileiro, a cidade de Brasília expressa:

a) Um modelo de cidade planejada, no qual o controle de crescimento demográfico é uma forma de evitar a queda do padrão de vida da população. b) O interesse em localizar a capital político-administrativa do país, próxima às áreas onde se concentram os principais problemas econômicos e sociais vivenciados pela sociedade brasileira. c) A intenção geoestratégica de integração das diversas regiões do país e de controle do território nacional. d) A necessidade fundamental em acabar com os desníveis regionais existentes, através de um centro polarizador e dinamizador da economia das diversas regiões do país. e) A necessidade em ocupar e povoar o Centro-Oeste brasileiro, uma região de pouca expressão nacional e de pouco interesse econômico.

08. (UNIFAP) Frase do pára-choque de um caminhão: “Sem caminhão o Brasil pára”. Esta frase se justifica porque: a) O desenvolvimento econômico de um país se processa mais rapidamente a medida que suas diversas regiões se integrem e isso, no Brasil, aconteceu través de rodovias. b) As rodovias têm grande importância, importância, embora, no Brasil, o meio de transporte mais utilizado seja ferroviário, com cerca de 90% de transporte de mercadorias e 99% do transporte de passageiros. c) O transporte rodoviário sempre foi o mais importante do país inclusive as primeiras rodovias foram construídas a partir da metade do século XIX, devido ás necessidades de transportes da produção cafeeira. d) O transporte rodoviário é bem mais econômico do que os demais principalmente do que o ferroviário e hidroviário. e) O transporte ferroviário não atende às necessidades em virtude da carência de mão de obra especialmente para tal fim, daí a maior importância do transporte rodoviário.

09. No 2o pós-guerra, grandes conglomeradas dispersaram suas indústrias por paises subdesenvolvidas, inclusive a Brasil. Nestes países. a) elevaram-se as dificuldades para o desenvolvimento de vida à exploração imperialista. b) retraiu-se o mercado consumidor. c) as indústrias locais — públicas e privadas — se enfraqueceram em face da concorrência. d) implantaram-se novas Intra-estruturas — energia, estradas, comunicação etc. — e as cidades se ampliaram

10. Quais das características enumeradas abaixo aplicam-se à atividade industrial do Brasil na década de 70?

I. Hegemonia do capital privado nacional. II. Crescente participação do Estado na economia industrial.

III. Inauguração do processo de substituição de importações de manufaturados.

IV. Acentuada internacionalização da economia. a) I e II c) I e IV e) II e IV b) I e III d) II e III

11. “O conceito de modernização assumiu formas e ideologias muito diferenciadas em dois momentos distintos da História do Brasil. Na era Vargas, modernizar era sinônimo de estatizar. No período que se iniciou com o governo Collor, passou a ser sinônimo de privatizar.”

(Adaptado de Revista Ciência Hoje, vol. 19, nº 14, outubro/95) O texto acima apresentado refere-se a dois modelos distintos do desenvolvimento do capitalismo no Brasil, quando o país foi governado, em um momento, por Getúlio Vargas e, em outro, por Fernando Collor de Mello. a) Que modelos de desenvolvimento são esses?

b) Por que, num dos momentos, modernizar foi sinônimo de estatizar e, no outro, de privatizar?

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A Transição do Brasil Agrário-Exportador para o Urbano-Industrial

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1. Classificação das Indústrias

As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido: a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço. b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas. c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em: c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis. c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos. Se levarmos em consideração outros critérios como, por exemplo: 1 - Maneira de produzir: a) Indústrias extrativas; b) Indústrias de processamento ou beneficiamento; c) Indústria de construção; d) Indústria de transformação ou manufatureira. 2 - Quantidade de matéria prima e energia utilizadas: a) Indústrias leves; b) Indústrias pesadas. 3 - Tecnologia empregada: a) Indústrias tradicionais; b) Indústrias dinâmicas. 2. Os fatores Locacionais

Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria. Podem ser eles:

- Matéria prima abundante e barata; - Mão de obra abundante e barata; - Energia abundante e barata; - Mercados consumidores; - Infra-estrutura; - Vias de transporte e comunicações; - Incentivos fiscais; - Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas.

Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais.

No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras localidades. 3. O Arquipélago Econômico (isolamento regional)

A configuração em arquipélago econômico (ilhas econômicas) refletia o papel do Brasil como produtor de mercadorias para o mercado mundial e como as atividades produtivas nesse longo período foram ocupando espacialmente várias áreas do território. As culturas como açúcar, fumo, cacau, borracha ou café; desenvolveu-se em áreas diferentes de acordo as vantagens comparativas naturais e históricas de cada porção do espaço brasileiro. Esse arquipélago mercantil configura-se como “bacias de drenagens” integradas ao centro em grandes cidades portuárias, que escoavam a produção ao mercado externo. Essa organização do território produziu as grandes cidades portuárias do Brasil rural-agrário, centros modernos com laços intensos aos centros urbanos europeus. Pode-se citar as cidades: Belém, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís, etc. As relações econômicas ou demográficas entre essas áreas ou as ilhas eram inexpressivas ou precárias, chegando em vários períodos há serem inexistentes, pois o crescimento e dinamismo econômico eram diretamente resultado do comércio voltado ao mercado mundial.

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3.1. O fim da economia de arquipélago A relação assalariada de trabalho deu o início a um

considerável mercado interno de consumo que conseqüentemente, gerou as bases para um maior crescimento industrial no final do século XIX; abrindo dessa forma a possibilidade de circuitos inter-regionais de mercadorias, pois as necessidades dos trabalhadores, de alimentos, tecidos e calçados, passaram a ser parcialmente atendidas pela indústria nascente. Ao poucos foi se intensificando a articulação entre as regiões, acabando, dessa forma, reduzindo o isolamento anterior. 4. A industrialização e o novo espaço geográfico

O desenvolvimento industrial da região do sudeste, principalmente do Estado de São Paulo, se beneficiou de capitais, infra-estrutura de transporte energia, da mão-de-obra, da urbanização e do mercado consumidor criado pela economia cafeeira.

A concentração industrial nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro transformou a região sudeste no principal pólo econômico do país. A indústria, centro dinâmico da economia brasileira a partir da década de 30, criou um novo espaço geográfico, que em poucas décadas passou a concentrar a maior parcela da população e da produção do país: o espaço urbano-industrial.

A firme disposição do governo federal em estimular a

industrialização do país e a expansão rodoviária desempenhou importante papel no processo de integração nacional, que se afirmou em definitivo a partir da década de 50 com a construção de Brasília.

A necessidade de ligar a nova capital ao restante do país possibilitou a complementação de várias rodovias e a incorporação de novas áreas no cenário nacional (Centro-Oeste e Amazônia).

A crescente integração da economia do Sudeste as demais regiões do país teve conseqüências muitas profundas; de um lado criou um mercado interno nacional e integrou economicamente o país, de outro lado, limitou e até subordinou o desenvolvimento industrial das outras regiões, transformando-as em fornecedoras de alimentos, matérias-primas e mão- de- obra.

A indústria integrou o território nacional, porem causou também profundas desigualdades sociais e regionais. 5. O Desenvolvimento Industrial

Entre 1880 e 1930, foram implantados os principais setores da indústria de bens de consumo não duráveis (alimentos, calçados, tecidos e etc.), esses setores exigiam pouco investimento de capitais e tecnologia simples, e

destinavam-se a atender as necessidades imediatas da população. Como não houve a implantação de indústria de bens de produção, tínhamos de importar maquinas para o incremento de nossa indústria, o que estabelecera uma dependência tecnológica em relação aos países mais industrializados.

Reconhecendo a importância da indústria de base, o governo de Getúlio Vargas criou algumas empresas estatais no setor de bens de produção como, por exemplo, a CSN e a CVRD. Na década de 50, perante a escassez de energia elétrica, a baixa produção de petróleo e a rede de transporte e comunicação deficientes, trazendo sérios obstáculos ao desenvolvimento industrial no Brasil, o novo governo de Vargas inaugurou em 1951 a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, e em 1953 a Petrobrás, tentando dessa forma resolver alguns desses problemas.

O desenvolvimento industrial de 1956-1960 (JK) foi baseado na forte participação do capital estrangeiro, que entrou no país atraído pelos incentivos cambiais, tarifários, fiscais e creditícios oferecidos pelo Estado. Foi nesse período, conhecido como desenvolvimentista que ocorreu em maior escala a internacionalização da economia com a entrada das indústrias de bens de consumo duráveis (automobilística e eletrodomésticos) e o desenvolvimento do chamado tripé econômico (associação do capital privado nacional, do capital estrangeiro e do capital estatal na economia, uma vez que Estado continuou a investir em setores de energia e transporte), o famoso tripé.

Após 1964 o Estado assumiu a função de órgão supervisor das relações econômicas e colocou em práticas políticas econômicas dirigidas ao avanço da industrialização e da modernização de forma conservadora, ou seja, sem incluir nos projetos de desenvolvimento econômico os avanços na área social. Para implementar esse crescimento o governo utilizou a poupança externa, ou seja, realizou um endividamento crescente no exterior.

A partir desse período nota-se uma dispersão industrial em relação a outras regiões do Brasil. A ação do Estado através das superintendências de desenvolvimento teve uma atuação voltada para promover o “desenvolvimento econômico” capaz de corrigir os desequilíbrios regionais, atenuar as tensões sociais, a manter a estrutura tradicional de propriedade de terras e de ocupação dos “espaços vazios”.

Nas décadas de 1980 e 1990, depois da grande expansão da economia brasileira ocorrida na primeira metade dos anos 70 - o chamado milagre econômico - o processo de desconcentração espacial das atividades produtivas acelerou-se. Na década de 90 as cidades médias passaram a atrair cada vez mais o capital produtivo.

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AULA DE NIVELAMENTO

Frente: 01 Aula: 01

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EXERCÍCIO O1. (Ufc) Ocorrências de fenômenos e fatos de caráter catastrófico, de origem natural ou social, têm acontecido ao longo da história da humanidade, em momentos diversos e com intensidades diferentes. Sobre os fenômenos, suas origens, áreas de ocorrências e seus efeitos é possível afirmar, de modo correto, que: a) quando originados das forças de natureza, a sua intensidade e a extensão das áreas atingidas são determinadas pela organização social e econômica dos espaços geográficos. b) quando frutos do terrorismo, que mobiliza, na atualidade, as atenções e as ações preventivas dos governos e das sociedades, ocorrem em áreas de baixa concentração demográfica. c) quando originados de conflitos armados, atingem mais intensamente as áreas rurais, provocando elevada mortalidade das populações camponesas e a desestruturação das atividades agrárias. d) quando ocasionados por acidentes em refinarias de petróleo ou usinas nucleares, localizadas em áreas restritas, os seus efeitos se limitam ao entorno das áreas atingidas. e) quando ocasionados pelo uso de agrotóxicos, atingem os recursos naturais, como solos, águas, animais e, através destes, toda a cadeia alimentar da qual o homem faz parte. 02. (Ufc) O desenvolvimento tecnológico, o aumento da produção industrial e o intenso processo de urbanização mundiais contribuem para o crescimento do consumo, mesmo que de forma heterogênea entre continentes, países ou regiões. Sobre o consumo e os seus efeitos nas atividades econômicas e o uso dos recursos naturais, assinale a alternativa correta. a) A redução do consumo de bens não duráveis e de produtos descartáveis está ocorrendo em países pobres e ricos, pois os recursos empregados em sua produção e os resíduos sólidos gerados no seu uso comprometem irreversivelmente o meio ambiente. b) A produção industrial e o alto consumo de bens duráveis asseguram altas taxas de empregos urbanos e baixa utilização de recursos naturais, reduzindo os riscos de extinção destes recursos enquanto garantem o desenvolvimento social e econômico das cidades. c) Os maiores consumidores mundiais são os países densamente povoados ou populosos, que representam grandes riscos para o esgotamento dos recursos naturais, pela elevada utilização de matérias-primas. d) O crescimento do consumo eleva os índices de emprego e a qualidade de vida das populações e a reciclagem reduz os efeitos negativos da produção de resíduos sólidos, além de gerar novas oportunidades de trabalho no artesanato, na indústria e no comércio. e) Os países que têm altas taxas de natalidade apresentam elevado consumo per capita e grande crescimento na indústria e no comércio e expõem a natureza a riscos de esgotamento, inviabilizando a exploração sustentável dos recursos naturais.

03. (Ufscar) O lixo é um dos problemas ambientais mais preocupantes no âmbito das cidades, não só brasileiras, mas de todo o mundo. Sobre esta questão, assinale a opção correta. a) A produção de lixo cresce na razão inversa do poder aquisitivo das populações. Isso ocorre porque os segmentos de alto poder aquisitivo adotam posturas mais conscientes em relação ao destino do lixo. b) A participação do lixo orgânico em relação ao total de lixo produzido é menor nos bairros de baixo poder aquisitivo e maior nos bairros de classes média e alta. Isso decorre das diferenças na qualidade de nutrição entre os estratos populacionais. c) O Brasil figura entre os países do mundo que mais reciclam latas de alumínio e papelão. Esse resultado decorre da conscientização da população e da implantação de programas de coleta de lixo seletiva nas principais cidades brasileiras. d) O lixo representa uma fonte de trabalho e renda para uma população cada vez mais numerosa, sobretudo nos grandes centros urbanos do Brasil. Assim, muitas pessoas retiram do lixo coletado nas ruas e nos lixões a principal fonte de sua sobrevivência. e) O lixo produzido nas cidades brasileiras tem um destino apropriado. Verifica-se que, na grande maioria dos casos, ele é depositado em aterros sanitários tecnicamente adequados ou é incinerado. 04. (Puccamp) A queima do petróleo acarreta danos ambientais diretos, dentre os quais: a) a erosão dos solos e a chuva ácida. b) a chuva ácida e o efeito estufa. c) o empobrecimento do solo e as inversões térmicas. d) a destruição da camada de ozônio e o efeito estufa. e) as inversões térmicas e a destruição da camada de ozônio. 05. (Pucrio) Os graves processos de degradação do meio ambiente observados no Brasil são fruto de um crescimento econômico freqüentemente irracional e desordenado. Assinale a alternativa que NÃO descreve corretamente um desses processos. a) A contaminação dos rios em áreas onde a garimpagem de ouro é feita com o uso de mercúrio; b) A erosão dos solos ligados a um modelo agrícola extensivo que pratica monoculturas em ecossistemas frágeis; c) A formação de células de calor em áreas urbanas ligadas às construções urbanas que impedem a absorção da irradiação solar; d) O consumo de vastas superfícies de vegetação como conseqüência da expansão das cidades e da infra-estrutura de transportes; e) O comprometimento dos escoamentos hidrográficos devido ao lançamento de dejetos industriais e esgotamentos sanitários.

06. (Ufpa) Dados do Protocolo de Kyoto indicam que em 1990 países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos da América, Federação Russa, Reino Unido da Grã-

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Bretanha e Irlanda do Norte, França, Itália, Japão e Polônia eram responsáveis por cerca de 87% das emissões de CO2 na atmosfera. Em relação a esse Protocolo é correto afirmar: a) O Protocolo de Kyoto representa uma grande inovação nas políticas globais para o meio ambiente, pois, além de fixar uma meta de redução sobre os níveis de emissão de gases na atmosfera, cria um sistema de créditos de emissões entre países. b) O Protocolo de Kyoto determina a todos os países que, em curto prazo, estes reduzam os níveis de emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa no planeta. c) O Protocolo de Kyoto estabelece os mesmo níveis de emissão de gases (CO2) conforme os padrões de industrialização, bem como o modelo energético adotado pelas economias nacionais. d) O Protocolo de Kyoto tem como meta reduzir a industrialização no mundo. Países como China, Brasil, Índia e México, que experimentam forte crescimento econômico, vivenciam sérios problemas gerados por serem obrigados a reduzir seu crescimento. e) O Protocolo de Kyoto resultou de negociações da Convenção sobre Mudanças Climáticas Globais, que foram fruto de um acordo liderado pelos Estados Unidos, tendo em oposição a União Européia. 07. (Urca) A ECO-92 vinculou meio ambiente e desenvolvimento, politizando definitivamente o debate. Dela surgiu o conceito de “desenvolvimento sustentável”. Assinale a opção correta: a) “desenvolvimento sustentável” é a implantação de estratégias de recursos humanos destinadas a promover o aumento da riqueza e a melhoria das comunicações através de modelos capazes de evitar o desgaste econômico e político das empresas responsáveis; b) “desenvolvimento sustentável” é a condição necessária para que cada país possa desenvolver estratégias políticas destinadas a viabilizar o aumento da população e a melhoria das condições de vida através de modelos econômicos que também possam evitar a exploração irracional da natureza; c) “desenvolvimento sustentável” é a identificação dos aspectos culturais de cada localidade destinadas a divulgar a arte e a melhoria das condições de vida através de projetos sociais voltados para a população de baixa renda em bairros da periferia; d) “desenvolvimento sustentável” é a expressão de estratégias econômicas destinadas a promover o crescimento da riqueza e a melhoria das condições de vida através de modelos capazes de evitar a degradação ambiental e a exaustão dos recursos naturais; e) “desenvolvimento sustentável” é a ação governamental destinada a promover o acesso às informações implantando o uso da informática em escolas capazes de preparar os alunos para o mercado de trabalho mais competitivo. 08. (Uepg) Observe o quadro abaixo

Com base nos dados apresentados, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I – A exploração de recursos naturais e a poluição poderão provocar desequilíbrios no meio ambiente. II – A queima de combustíveis fósseis contribui para a poluição do ar. III – Os gases emitidos por automóveis, pela indústria, pela decomposição do lixo e pelo desmatamento de florestas contribuem para acelerar o aquecimento global. IV – A solução para o problema é barrar o desenvolvimento econômico, principalmente dos países mais populosos, como no caso da índia e China. a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. b) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas. c) Somente as afirmativas I e II estão corretas. d) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. e) Somente a afirmativa IV está correta.

09. (Upe) “Já está emergindo, em grande parte do planeta, uma nova consciência sobre a necessidade de um novo modelo e o estilo de desenvolvimento. Apesar das práticas aparentemente antagônicas em relação à conservação da biodiversidade, há uma preocupação internacional crescente sobre o papel importante que a interface conservação/desenvolvimento possui em quase todos os níveis da sociedade atual”.

(GOMES, Enoque. Criise Econômiica X Criise de Ciidadaniia no Brasiill. Recife: Ed. Universitária, 1992).

O autor está se referindo à (ao) a) Economia de Mercado. b) Modelo de Desenvolvimento Sustentável. c) Redução da biodiversidade no mundo. d) Modelo Econômico de Desenvolvimento Socialista. e) Diminuição das práticas conservacionistas.

10. (Pucsp) “Depois de cinco anos sem realizar pregões, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro [...] vai voltar a respirar o ar dos negócios. No próximo dia 15, a instituição dará início ao seu mercado de créditos de carbono, tornando-se a primeira do planeta a comercializar este tipo de título [...] A instituição vai listar projetos que já foram validados por órgãos de certificação [...] que são uma promessa de boa geração de créditos por meio de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDLs) [...]”. (Daniele Carvalho. “Rio inicia pregão de carbono”. In: Jornal do Brasil.

24 ago. 2005, p. A20). Esses créditos vão contribuir para o “resgate de carbono” da atmosfera. Assinale a alternativa que se refere ao tratado internacional que deu origem aos MDLs e aponta os fundamentos que os justificam. a) Protocolo de Montreal, no qual os países membros se comprometeram com a redução gradual do uso do gás clorofluorcarbono. b) Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, em que foi emitido relatório afirmando que a ação do homem poderia estar causando o efeito estufa. c) ECO 92, no Rio de Janeiro, na qual os países se comprometeram a reduzir voluntariamente a emissão de gases causadores do efeito estufa. d) Protocolo de Kyoto, no qual foram criadas alternativas e estabelecidas metas globais para que os países pudessem alcançar as metas de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. e) Convenção da Basiléia, na qual foram discutidos a comercialização e o depósito de substâncias tóxicas que podem poluir a atmosfera.

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MA17038

EXERCÍCIO

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01- (Uel) Leia os textos a seguir. “Estando com apenas quatorze anos, em Paris, onde nasci, eu já tinha visto o surgimento do telefone, do aeroplano, do automóvel, da eletricidade doméstica, do fonógrafo, do cinema, do rádio, dos elevadores, dos refrigeradores, do raio-x, da radioatividade e, ademais, da moderna anestesia.”

(Raymond Loewy apud SEVCENKO, Nicolau. História da vida privada no 1Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. v. 3, p. 10.)

“[...] A economia capitalista era, e só podia ser, mundial. Esta feição global acentuou-se continuamente no decorrer do século XIX, à medida que estendia suas operações a partes cada vez mais remotas do planeta e transformava todas as regiões cada vez mais profundamente. Ademais, essa economia não reconhecia fronteiras, pois funcionava melhor quando nada interferia no livre movimento dos fatores de produção.”

(HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 66.)

Comparando os diferentes olhares, do narrador Raymond Loewy e do historiador Eric Hobsbawm, é correto afirmar: a) Na condição de testemunha das transformações tecnológicas, o narrador acentua o seu caráter inovador, enquanto o historiador enfatiza o caráter expansionista e internacionalista do capitalismo. b) As citações revelam a preocupação dos autores com os impactos maléficos das indústrias químicas, com o desenvolvimento da medicina e com o controle da natalidade e das moléstias. c) O olhar do narrador é determinado pelo distanciamento em relação às mudanças, enquanto o historiador percebe as transformações ao seu redor de forma mocional e alheia aos desdobramentos econômicos, políticos e sociais. d) Para ambos, o progresso decorrente das transformações tecnológicas iguala as economias mundiais e preserva o modo de vida das sociedades tradicionais. e) Para o historiador, as transformações tecnológicas representam uma barreira ao fortalecimento da economia capitalista, enquanto para o narrador, contribuem para manter inalteradas as formas de intimidade e lazer. 02- (UFC) A Primeira Revolução Industrial provocou uma grande transformação no espaço geográfico. A esse respeito, leia as afirmações abaixo. I. Aconteceu um intenso processo de urbanização, e as cidades passaram a comandar as atividades econômicas e a organização do espaço geográfico. II. Com a ampliação da divisão internacional do trabalho, alguns países europeus especializaram-se na produção industrial, controlando o mercado mundial de produtos industrializados. III. Aconteceram grandes mudanças no modo de produção, sem implicações na organização política e territorial da Europa. Assinale a alternativa correta. (a) Apenas I é verdadeira. (b) Apenas III é verdadeira. (c) Apenas I e II são verdadeiras. (d) Apenas II e III são verdadeiras. (e) I, II e III são verdadeiras. 03- A expressão New Deal nomeia, na história dos EUA: a) Política de recuperação econômica após a crise de 1929, expandindo a intervenção do Estado na economia. b) Plano de desenvolvimento econômico sob o governo Truman, inclinado à expansão de dispêndios estatais em bem-estar social. c) Plano de recuperação adotado após a crise que se seguiu à Guerra da Coréia.

d) Política de recuperação econômica após a crise de 1929, retraindo a intervenção do estado na economia. e) Plano de distribuição de renda por intermédio da tributação maciça de lucros e renda da propriedade, sob o governo L. B. Johnson. 04- (Ufjf) De acordo com Schumpeter, a economia industrial evoluiu por meio da destruição criadora. Quando um conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias tradicionais são "destruídas", isto é, deixam de criar produtos, de competir no mercado e acabam sendo abandonadas. Marque a alternativa CORRETA:

a) Na fase da estabilização, as pequenas empresas conseguem vencer a concorrência e dominam o mercado. b) É na fase descendente que ocorre a destruição criadora e não há excesso de oferta. c) Na fase inicial de cada onda, os mercados estão saturados e as grandes empresas desaparecem. d) Em todas as ondas do século XX, a energia foi o principal fator de localização das indústrias transnacionais. e) A introdução de novas tecnologias implica em novas formas de organização do espaço geográfico. 05- O mercado consumidor interno que teve momentos de grande crescimento no passado, tem crescido lentamente na atualidade. Observe a charge para responder à questão.

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a) A crise socioeconômica provocada pela robotização afeta, principalmente, os países ricos, mas tem se aproximado do Brasil, provocando redução do consumo de supérfluos. b) Embora tardiamente, o Brasil tem procurado imitar os Tigres Asiáticos tanto no sentido de modernizar a produção como na criação de uma poupança interna às custas do mercado de consumo. c) A necessidade de aumentar a produtividade e a competitividade diminui os postos de trabalho, gerando desemprego e redução do poder de compra. d) A preferência das grandes corporações por novas áreas industriais tem levado ao fechamento de inúmeras empresas que partem para países onde a robotização já é uma realidade. e) Apesar do atraso, o Brasil começa a fazer parte do processo de modernização industrial, o que tem aumentado o aparecimento do mercado informal de trabalho, principal alavanca do mercado consumidor. 06- (PUC RS) Responder à questão considere o desenho e as afirmativas.

I. O desenho representa a entrada acentuada de multinacionais em países pobres, com conseqüente diminuição da arrecadação, extinção do desemprego e elevação do PIB per capita desses países. II. A representação compreende um dos processos marcantes da globalização: empresas cada vez mais competentes tecnologicamente, buscando mercados consumidores. III. O desenho apresenta evidências da Terceira Revolução Industrial, que teve como foco a investida de multinacionais no mundo através de transformações técnico-científicas. IV. O desenho manifesta o caráter sócio-econômico atribuído aos países periféricos a partir da entrada de multinacionais que exercem práticas exploratórias, como a utilização de mão-de-obra barata. Pela análise das afirmativas, conclui-se que somente estão corretas a) I e II b) I e III c) I, II e IV d) II, III e IV e) III e IV 07- No momento atual, uma das mais famosas marcas de tênis do mundo, que vende alguns dos seus disputados modelos por US$ 140, utiliza empresas de países distantes para fabricar seus produtos. É o caso do Paquistão e da Indonésia. No Paquistão, crianças com 6 anos de idade fabricam bolas de futebol, ganhando US$ 0,14 por hora. Na Indonésia, mais de um terço dos produtos desasa empresa são fabricados e os trabalhadores ganham US$ 2,20 por dia. Essa imensa rede mundial de produção vinculada ao custo da força de trabalho reflete: a) A dinâmica neoliberal no chamado Terceiro Mundo, que direciona os investimentos para as pequenas e médias empresas visando a estimular a competitividade e a redução do subemprego, com a transformação de trabalhadores autônomos

em trabalhadores assalariados, que podem assim usufruir da legislação trabalhista. b) O processo de deslocamento das bases produtivas das empresas transnacionais para países periféricos, graças às novas tecnologias de transporte e informação, e à terceirização da economia, com a subcontratação de empresas menores, o que isenta as grandes corporações de responsabilidades trabalhistas. c) A facilidade dos transportes no mundo contemporâneo e o barateamento da mão-de-obra, que pode ser paga por hora e com contratos temporários, o que agiliza a rotatividade dos trabalhadores e faz com que as empresas dos países centrais possam modernizar o setor terciário dos países periféricos. d) A força das grandes corporações em seus acordos com os governos nacionais do "Terceiro Mundo", onde empresas ilegais podem ser contratadas com a proteção do Estado e a cumplicidade das máfias locais, permitindo, em contrapartida, a "lavagem" do dinheiro "sujo" através de agentes financeiros das empresas transnacionais. e) A função dos países periféricos como fornecedores de mão-de-obra não qualificada e de serviços, num processo conhecido como terceirização da economia, que reforça o setor terciário e submete a maior parte da população ao jogo dos interesses do Estado. 08- (UFPB) A informática, a robótica, a química fina, a biotecnologia, a internet via cabo, dentre outros, fazem parte da Terceira Revolução Industrial. Essa revolução integra a ampliação das atividades do mundo desenvolvido capitalista (países do norte ou centrais) e tem como conseqüência espacial um maior distanciamento ou dependência dos países do sul (periféricos). Em termos sociais, a principal conseqüência dessa revolução, nos países periféricos, teve, como resultado, um(a) maior: (a) seletividade no processo de produção e na velocidade da circulação do capital, no avanço das pesquisas e das informações, aprofundando a exclusão social. (b) fechamento das fronteiras nacionais, levando à redução das trocas internacionais e provocando a desaceleração da produção. (c) mobilidade de empresas multinacionais, limitando o processo de globalização, devido à dificuldade de inserção dos estados nacionais nessa Revolução. (d) crescimento do poder do Estado Nacional, uma vez que essa revolução tecnológica leva ao fortalecimento de sua estrutura produtiva e burocrática. (e) redução do capitalismo monopolista, aprofundando a concorrência entre as empresas, cuja conseqüência é a popularização do sistema de produção e de comunicação, devido ao acesso da população mundial a todos os produtos industrializados. 09- (Pucrs) Responder à questão com base no fenômeno das "ondas" neoliberais que aportaram no Brasil com maior intensidade em 1989, causando modificações políticas, sociais e econômicas. Apontam-se como fatos relacionados a esta situação: I. As eleições elevam Fernando Collor de Mello, que defendia a "entrada do Brasil no Primeiro Mundo", à presidência da república em 1989. II. A diminuição da inflação efetiva-se através do encarecimento do dinheiro, restringindo a circulação e diminuindo investimentos em verbas sociais. III. A redução do poder de compra provoca o desemprego e o aumento da "economia informal". IV. Investidores estrangeiros afluem ao país, atraídos por uma economia estável e uma boa infra-estrutura. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas as da alternativa a) I e II b) I, II e III c) I, III e IV d) I e IV e) II, III e IV

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CAPITALISMO: DEFINIÇÃO/ORIGEM/EVOLUÇÃO/CAPITALISMO COMERCIAL E INDUSTRIAL

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: WELLIGTON/GEORGINA

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SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA 1- Define-se o Capitalismo como um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção (terras, máquinas e infra-estrutura) e propriedade intelectual, objetivando o lucro através do risco de investimento, nas decisões quanto ao investimento de capital feitas pela iniciativa privada, e com a produção, distribuição e preços dos bens, serviços e recursos-humanos afetados pelas forças da oferta e da procura. 2- HISTÓRICO: 2.1) ANTECEDENTES:

O surgimento dos primeiros comerciantes e artesãos livres nas pequenas cidades medievais e nas feiras em torno dos burgos, oi o germe de uma nova sociedade, que no decorrer de alguns séculos, substituiria o sistema feudal.

O feudalismo foi o modo de produção que antecedeu ao capitalismo, dominou parte do mundo, em especial o ocidental entre os séculos V e XV. Esse modo de produção determinava uma organização espacial muito específica em que predominavam as atividades rurais, o poder político era descentralizado, havia uma tendência nos lugares pela auto-suficiência, as classes sociais se relacionavam pelo vínculo da servidão e os feudos eram quase sempre isolados daí a ordenação espacial fragmentada. A partir do século XI, ocorreram grandes transformações sócio-políticas que culminaram com o declínio do feudalismo. 2.2) EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Capitalismo Comercial – considerada como a primeira etapa do capitalismo, teve início com a expansão marítima no final do XV e se estendeu até o século XVIII. Nesse período, ocorreram as Grandes Navegações, o seu desenvolvimento está relacionado busca de caminhos alternativos para as Índias, que pudessem escapar das áreas conquistadas pelos turcos otomanos e da hegemonia das cidades italianas no comércio mundial naquela época.

No Capitalismo Comercial as relações Europa - mundo assumem o padrão dominação-subordinação, isso ocorre pelas conquistas territoriais e pelos mecanismos para mantê-las tais como: escravização de índios e negros na América e África.

Durante esse período, o grande acúmulo de capitais se dava na esfera do comércio, portanto, no espaço da circulação. A doutrina vigente era a mercantilista, que defendia a intervenção dos Estados na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e

aumentar o poder do Estado. Nesse sentido, defendia a acumulação de riquezas no interior dos Estados, sendo assim a riqueza e o poder de um Estado eram medidos pela quantidade de metais preciosos que possuía (metalismo).

O Estado era protecionista em relação as manufaturas existentes, restringindo a importação de manufaturados.

Uma característica deste período, o Estado forte (Absolutismo Monárquico), para sustentar e dar apoio à expansão marítima e comercial, pois dessa forma se estabeleceria o pacto colonial, uma vez que, as colônias tinham que obrigatoriamente manter relações comerciais com as metrópoles, sendo essas relações marcadas pela dominação, em que a colônia tinha que vender seus produtos a preços baixos e comprar produtos a preços altos.

O processo de evolução do capitalismo é considerado lento, pela maioria dos estudiosos, isso porque ele vai ocorrer dentro das classes sociais e na política dos Estados, é importante observar, o quanto o papel da cidade foi fundamental na etapa de transição, pois, durante a Idade Média na vigência do feudalismo, observa-se que nos burgos é que viviam os comerciantes e estava aí a riqueza por eles acumulada ao mesmo tempo em que se concentravam os artesãos, que produziam o necessário a atividade comercial.

Portanto, o capitalismo surge na cidade, no centro da economia urbana, ainda no seio da sociedade feudal. A etapa acima descrita é conhecida como acumulação primitiva de capital, é exatamente ela, que prepara, com uma conjugação de fatores, a próxima etapa do capitalismo, que é a industrial. Capitalismo Industrial - É a etapa de consolidação do modo de produção capitalista, uma vez que consagra o trabalho assalariado e desvenda a essência do sistema que é o lucro, é exatamente nesta etapa, que a transformação fica mais evidente, com as mudanças definitivas nas relações econômicas, políticas, sociais e culturais. a) 1ª Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII até meados do século XIX.

Ocorreu na Inglaterra A mecanização se estendeu do setor têxtil para a

metalurgia b) 2ª Revolução Industrial ocorreu no século XIX e promoveu a reconfiguração da Europa e de parte do mundo sob sua influência. A 2ª revolução industrial implicou na expansão do fenômeno por outros países europeus e ainda EUA e Japão. Foi um período marcado pela intensificação da rivalidade política e econômica nos

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chamados países centrais do sistema gerando uma era conhecida como IMPERIALISMO. Aspectos importantes:

Consolidação do Sistema Capitalista Grande impulso a urbanização Período de grandes inovações tecnológicas como trens a

vapor, automóveis revolucionaram os transportes. Surgimento das formas de concentração econômica

como trustes, cartéis e oligopólios. Partilha Afro-asiática ou Conferência de Berlim

TEXTO COMPLEMENTAR

Com a revolução industrial, o trabalho assalariado torna-se consolidado, pois os salários são as formas pelas quais os trabalhadores além de se tornarem mais produtivos, serão também os consumidores.

Portanto, nessa etapa do capitalismo, a escravidão vai desaparecendo, dando lugar ao trabalho assalariado posto que, começa a se tornar bem clara a necessidade de se ampliar mercados consumidores, a outra alteração significativa, diz respeito ao Estado Absolutista, que na fase anterior do capitalismo, foi útil a burguesia comercial, mas dentro dos novos princípios da burguesia industrial houve uma grande alteração, que é a formação de uma nova ideologia econômica, onde o Estado não deveria intervir, é o liberalismo econômico (as bases do liberalismo econômico foram difundidas no livro As Riquezas das Nações de Adam Smith), se contrapondo ao Estado forte do capitalismo comercial.

“Essas novas idéias interessavam principalmente à Inglaterra, “oficina do mundo” – devido ao seu avanço industrial – e “rainha dos mares”-devido ao seu poderio naval. O país vendia os seus produtos nos quatro cantos do planeta. Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam velozmente; aprofundava-se a divisão de trabalho e crescia a produção em série. Nessa época, segunda metade do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Pela primeira vez tendo como pioneiros os Estados Unidos e a Alemanha, a ciência era apropriada pelo capital, ou seja, era posta a serviço da técnica, não mais como na Primeira Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, quando os avanços tecnológicos eram resultados de pesquisas espontâneas e autônomas. Agora havia uma verdadeira canalização de esforços por parte das empresas e do Estado para a pesquisa científica com o objetivo de desenvolver novas técnicas de produção”.

( SENE, Eustáquio de & MOREIRA, João Carlos. Espaço Geográfico e Globalização. p.21-2)

O crescimento da indústria, levou a expansão da atividade econômica para outras nações européias, era o processo de industrialização avançando e como conseqüência ampliou-se a concorrência entre as potências européias, que buscavam cada vez mais áreas de matérias-primas, bem como, regiões que pudessem se transformar em mercados consumidores e novas áreas de investimentos, é dentro desse contexto, que se configura a expansão imperialista na Ásia e na África, inclusive, em 1885 o continente africano foi dividido entre as potências européias, sem o menor respeito pelas populações nativas, o que até hoje se traduz em graves conseqüências, como os conflitos de territorialidades, que marcam aquele espaço.

A definição de áreas de influência das potências européias foi de grande vantagem para as potências maiores, na época a França e o Reino Unido, os demais países industrializados da Europa, contentaram-se com porções menores do território, ou apenas conservaram alguns domínios anteriores.

Assim, a ordem mundial vigente naquela época, definia a Divisão Internacional do Trabalho, bem como as áreas de influência das potências européias.

Dentro da divisão, ficou claro que os países industrializados, exerciam controle econômico e político sobre as regiões coloniais, onde uma economia complementar estava subordinada a eles.

Além das potências européias, os Estados Unidos da América, se definia como potência industrial e por isso também, dentro de uma política imperialista passa a influenciar de sobremaneira a América Latina (América para os americanos). Na Ásia, o Japão reestruturado na era Meiji, emergiu como potência e adotou uma política imperialista no extremo-oriente, disputando a China, com os britânicos e com os russos.

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EXERCÍCIO 01

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01. As características abaixo, referem-se ao Capitalismo, exceto: a) Predomínio de propriedade privada. b) Socialização dos meios de produção. c) Reprodução do capital. d) Lógica do mercado: lei da oferta e da procura. e) Trabalho assalariado. 02. No plano político, deu-se o declínio do poder feudal e a centralização do poder nas mãos dos reis, surgindo as monarquias absolutistas com caráter nacional, que por sua vez deram origem às nações e aos Estados centralizados a partir do século XV. Estamos referindo-nos ao: a) Capitalismo mercantilista. b) Capitalismo liberal. c) Capitalismo keynesiano. d) Capitalismo neoliberal. e) Capitalismo industrial. 03. Podemos assinalar como característica do Mercantilismo: a) O mercado é quem dirige a economia. b) Lei da oferta e da procura. c) Livre iniciativa. d) Livre concorrência. e) Intervenção estatal na vida econômica. 04. No início do século XX, o estrondoso aumento da produção propiciado pela tecnologia não encontrou mercado consumidor correspondente, e não havia uma política de exportações favorável. Ocorreu também grande especulação financeira que, somados, resultou em vertiginosa queda nos preços. O acontecimento ligado a estas características, no âmbito do Capitalismo, foi: a) A guerra Franco-Prussiana. b) A Primeira Guerra Mundial. c) A Segunda Guerra Mundial. d) A Revolução Russa. e) A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. 05. "Foi uma reação teórica e veemente contra o Estado do bem-estar. Seu texto de origem é "O caminho da servidão", de Friedrich Hayek, escrito em 1944. Trata-se de um ataque apaixonado contra qualquer limitação dos mecanismos de mercado por parte do Estado [...]".

(ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo). O neoliberalismo é uma doutrina econômica que se opõe ao: a) Liberalismo. b) Xintoísmo. c) Keynesianismo. d) Monopolismo. e) Livre cambismo. 06. A partir do final do século XIX, período conhecido como Segunda Revolução Industrial e Tecnológica, a fase da livre-concorrência ficava para trás e o Capitalismo tornava-se cada vez menos competitivo e mais monopolista. Podemo-nos referir a essa fase como: a) Capitalismo mercantilista. b) Capitalismo comercial. c) Capitalismo liberal. d) Capitalismo financeiro. e) Capitalismo neoliberal.

07. Nos séculos XVIII e XIX, o capitalismo florescia na forma de pequenas e numerosas empresas que competiam por uma fatia de mercado. Sobre as características do liberalismo, todas as alternativas estão corretas, exceto: a) O mercado deve ser regido por livre concorrência. b) Baseia-se na lei da oferta e da procura. c) O Estado não deveria intervir na economia. d) O Estado era o grande gestor da economia. e) Predominava a doutrina de Adam Smith (1723-1790). 08. (UFPA) “A globalização não tem quatro ou cinco anos, mas quatrocentos ou quinhentos. A geografia política do mundo no qual vivemos é fruto desse processo. A globalização é o processo pelo qual o espaço mundial adquire unidade”.

MAGNÓLIO, Demétrio. Globalização: Estado Nacional e espaço mundial. Moderna, SP, 1997.

Com base nas afirmações do autor e em seus conhecimentos sobre o desenvolvimento da globalização no espaço mundial, podemos afirmar:

I - O processo de globalização teve início nos séculos XV e XVI, durante as Grandes Navegações européias, como as circunavegações de Bartolomeu Dias e Vasco da Gama, as conquistas territoriais e comerciais de Cristóvão Colombo (Espanha) e Pedro Álvares Cabral (Portugal), e as comprovações científicas da esfericidade da terra, feitas por Fernão de Magalhães. II - Os investimentos no exterior, impulsionados pela Revolução Industrial do século XIX, deflagraram um segundo estágio do processo de globalização. A condição prévia desse novo estágio foi a transformação dos sistemas de produção, forjada no trabalho escravo ou servil, pela introdução do trabalho assalariado. III - As décadas do pós-guerra configuraram um terceiro estágio do movimento de globalização. A Guerra Fria e a constituição de um bloco de Estados-satélites da União Soviética, na Europa Oriental, isolaram essa parte do mundo do processo de integração internacional dos mercados, estabelecendo uma fronteira geopolítica para a globalização. IV - A dimensão geopolítica dessa etapa da globalização, no século XIX, consistiu na colonização européia da África e da Ásia e na grande expansão colonial japonesa no Extremo Oriente. V - A terceira Revolução Industrial, ou revolução tecnocientífica, começou a alterar o panorama produtivo mundial na década de 1970. Os fundamentos dessa nova era industrial repousam sobre a emergência das tecnologias da microeletrônica e da transmissão de informações, de um lado, e sobre a automatização e a robotização dos processos produtivos, de outro. São corretas somente as afirmações: a) I, II e III. b) I, II, III e V. c) II, IV e V. d) IV e V. e) III e IV.

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09. (Cesgranrio-RJ) “A rigor, a história do capitalismo pode ser vista como a história da mundialização, da globalização do mundo. Um processo histórico de larga duração, com ciclos de expansão e retração, ruptura e reorientação. Alguns dos seus centros históricos e geográficos assinalam épocas importantes: Veneza, Amsterdã, Madri, Lisboa, Londres, Paris, Berlim, Nova Iorque, Tóquio e outros. Assim se caminha do século XVI ao XX, passando pelo mercantilismo, a acumulação originária, o despotismo esclarecido, as revoluções burguesas, os imperialismos, as revoluções de independência, as revoluções socialistas, o terceiromundismo e a globalização em marcha nessa altura da história.”

(Ianni. O. A sociedade global 1992. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. p. 55-56.)

Como podemos observar a mídia freqüentemente faz referência ao tema globalização. Como mostra o texto, trata-se de um novo momento do capitalismo. Este processo de surgimento e expansão das grandes empresas favoreceu o(a): a) fim das soberanias nacionais. b) fortalecimento das economias periféricas. c) diminuição da exclusão social. d) limitação da intermediação do Estado. e) distribuição igualitária de renda. 10. (UNI-RIO) Algumas empresas de países capitalistas buscam acordo entre si visando a controlar a produção e, principalmente, os preços no mercado. A esse tipo de integração denominamos: a) truste. b) cartel. c) "holding". d) "pool". e) Conglomerados 11. (PUC-SP) É comum afirmar-se que, no século XX, o planeta teria diminuído de tamanho. Nada mais verdadeiro, pois as distâncias geográficas foram relativizadas e diminuídas por uma extraordinária revolução técnicocientífica que incorporou ao espaço geográfico um impressionante sistema técnico de circulação de informações, permitindo que as diversas sociedades nacionais intensificassem suas relações entre si. E essa revolução continua em andamento, como demonstram o mapa e as informações que apresentamos.

Refletindo sobre as conseqüências dessas inovações técnicas que mudam a geografia mundial, assinale a afirmação incorreta. a) Como o mapa da rede de fibras ópticas submarinas ilustra, o maior intercâmbio de informações se dá entre as regiões onde há mais poderio econômico. b) A revolução nas telecomunicações favorece a gestão a distância, com grande eficiência, das unidades das empresas transnacionais, que podem se localizar em muitos pontos do planeta. c) A multiplicação das redes de fibras ópticas e dos satélites se deve à união do transporte de dados com o computador (telemática), o que possibilitou o surgimento e a difusão da lnternet.

d) Países com poucos meios de comunicação têm suas capitais comunicando-se melhor com o resto do planeta do que com o seu território, como no caso dos países africanos. e) Apesar das imensas possibilidades de circulação de in-formações que as inovações técnicas propiciam, não se pode afirmar que isso tenha contribuído para o avanço da globalização. 12. (UFRS) Vivemos uma nova revolução tecnológica, que une os diversos lugares do mundo num processo acelerado de globalização. A esse respeito, assinale a afirmação INCORRETA. a) Esse processo caracteriza-se pelo desenvolvimento de ramos fundamentais da tecnologia, como a informática e a mecatrônica. b) Uma das características da globalização da economia é a formação de megablocos regionais, como a União Européia, o Mercosul e o Nafta. c) Os investimentos em Ciência e Tecnologia são fundamentais neste processo. Os EUA, Japão e África do Sul lideram os investimentos em Ciência e Tecnologia no mundo. d) Empresas transnacionais como a IBM, SONY e MICROSOFT atuam no setor da informática. e) A comunicação por redes tem possibilitado o armazenamento e a transmissão de informações, acelerando e ampliando o conhecimento científico. 13. (UFGO-Modificada) Um anúncio da empresa Alcatel, publicado em 1987, mostrou a ilustração abaixo, que enfatiza uma imagem popular do globo encolhendo.

Sobre esse assunto, e com base nos conhecimentos geográficos, é correto afirmar-se que o mundo ficou menor” devido: I) à utilização de meios de comunicação on-line. II) à instantaneidade da divulgação dos eventos, como foi o caso da queda da bolsa de valores de Hong Kong. III) à mudança de inclinação do eixo terrestre. IV) ao desenvolvimento e difusão da lnternet. V) à aproximação dos continentes em 2 cm/ano, em conseqüência da deriva continental. Estão corretos os itens pertencentes a segiunte alternativa: a) I,II e IV d) I, II e III b) II, III e V e) II, III e IV c) III, IV, e V

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A TERCEIRA ETAPA DO CAPITALISMO –CAPITALISMO FINANCEIRO

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: Azulay / Cláudio Pinho

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O CAPITALISMO FINANCEIRO Uma das conseqüências mais importantes do crescimento

acelerado da economia capitalista no final do século XIX foi marcante processo de concentração e centralização de capitais. Empresas foram criadas e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais etc. a acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram na formação de monopólios e oligopólios em muitos setores da economia. É bom lembrar que, por ser intrínseco à economia capitalista, esse processo continua acontecendo. Também é importante destacar que grandes corporações da atualidade foram fundadas nessa época. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Pela primeira vez, tendo como pioneiros os Estados Unidos e Alemanha, a ciência era apropriada pelo capital, ou seja, o serviço da produção, não mais como na Primeira Revolução Industrial, no século XVIII, quando os avanços tecnológicos eram resultantes de pesquisas espontâneas e autônomas. Passou a haver um esforço das grandes empresas, como as destacadas acima, e dos Estados para a pesquisa científica visando desenvolver novas técnicas de produção. O resultado desse esforço conjunto foram os primeiros laboratórios de pesquisa das atuais grandes corporações multinacionais.

EMPRESA (PAÍS) ANO DE FUNDAÇÃO

British petroleum (Reino Unido) 1909 Coca-Cola (Estados Unidos) 1886

Exxon (Estados Unidos) 1882 Fiat (Itália) 1899

General Electric (Estados Unidos) 1892 General Motors (Estados Unidos) 1916

Mitsubishi Bank (Japão) 1880 Nestlé (Suíça) 1866

Siemens (Alemanha) 1847 IBM (Estados Unidos) 1911

A siderurgia avançou significativamente, assim como na indústria mecânica, graças ao aperfeiçoamento da fabricação do aço. Na indústria química, com a descoberta de novos elementos e materiais, ampliaram-se as possibilidades para novos setores, como o petroquímico. A descoberta de eletricidade beneficiou as indústrias e a sociedade, pois proporcionou melhora na qualidade de vida. O desenvolvimento do motor a combustão interna e a conseqüente utilização de combustíveis derivados de petróleo abriram novos horizontes para as indústrias automobilísticas e aeronáuticas, possibilitando a expansão e a dinamização dos transportes. Com o crescente aumento da produção e a industrialização expandindo-se para outros países, acirrou-se a concorrência. Era cada vez maior a necessidade de garantir novos mercados consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para investimentos lucrativos.

Foi nesse contexto do capitalismo que ocorreu a expansão imperialista européia na África e na Ásia. Na Conferência de Berlim (1884-1885) as potências da Europa retalharam o continente africano, partindo-o entre elas.

A partilha imperialista estabelecia pelas potências

industriais consolidou a divisão internacional do trabalho, pela qual as colônias se especializaram em fornecer matérias-primas baratas para

os países que então se industrializaram. Essa divisão,

inicialmente delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na fase capitalismo industrial. Estruturou-se nas colônias uma economia complementar e subordinada à das potências imperialistas. No final do século XIX também surgia uma potência

industrial fora da Europa: os Estados Unidos da América. O imperialismo americano sobre a América Latina foi um pouco diferente do europeu sobre a Ásia e a África. Enquanto as colônias desses continentes eram, na prática, uma continuidade dos territórios das potências européias, havendo sobre eles um controle político e militar direto, os norte-americanos exerciam um controle exercido sobre Cuba de 1899 a 1902. A partir de então se torna cada vez mais difícil distinguir o capital industrial (também o agrícola, comercial e de serviços) do capital bancário. Uma melhor dominação passa a ser, então, capital financeiro. Os bancos assumem um papel mais importante como financiadores da produção. Afinal, bancos incorporam indústrias, que por sua vez, incorporam ou criam bancos para lhes suporte financeiro. Ao mesmo tempo vai se consolidando, particularmente nos Estados Unidos, um vigoroso mercado de capitais. As empresas vão deixando de ser familiares e se transformam em sociedades anônimas de capital aberto, ou seja, em empresas que negociam suas ações em bolsas de valores. Isso permitiu a formação das corporações da atualidade, cujas ações estão, em parte, distribuídas entre milhares de acionistas. Em geral, essas grandes empresas têm uma acionista majoritário, que pode ser uma pessoa, uma família, uma fundação, um banco ou uma holding, ao passo que o restante (muitas vezes milhões de ações) está nas mãos de pequenos investidores. No Brasil, uma empresa de capital aberto leva em sua razão social a sigla S. A., de Sociedade Anônima. O liberalismo permanece apenas como ideologia capitalista, pois o mercado passa a ser dominado por grandes

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corporações em substituição à livre concorrência e ao livre mercado, característicos da fase industrial, na qual predominavam empresas menores. O estado, por sua vez, intervém na economia, sobretudo como agente planejador, coordenador, produtor ou empresário. Essa situação intensificou-se após a crise de 1929, que provocou acentuada queda da produção industrial e do comércio no mundo e aumento do desemprego.

Em 1933, foi posto em prática, pelo então presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, um plano de combate á crise. Chamado de New Deal (“novo plano” ou “novo acordo”,em inglês), foi um clássico exemplo de intervenção do Estado na economia. Baseado em um audaciosos plano de reconstrução de obras publicas e de estímulos à produção, visando reduzir o desemprego, o New deal foi fundamental para a recuperação da economia norte-americana e, posteriormente, do restante do mundo. Essa política de intervenção estatal numa economia em que predominava o oligopólio ficou conhecida como keynesianismo, por ter sido o economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) seu principal teórico e defensor. Nesse momento do capitalismo, em cada setor da economia – petrolífero, elétrico, siderúrgico, têxtil, naval, ferroviário etc. – passam a predominar alguns grandes grupos. São os trustes, que controlam as etapas da produção, desde a retirada da matéria prima da natureza e a transformação em produtos até a distribuição das mercadorias, quando os trustes, ou empresas de menor porte, fazem acordos entre si estabelecendo um preço comum, dividindo mercadorias. Quando os trustes, ou empresas de menor porte, fazem acordo entre si estabelecendo um preço comum, dividindo os mercados potenciais e, portanto, inviabilizando a livre concorrência num determinado setor de economia, criam um cartel.

Diferentemente do que acontece no truste, no cartel não há a perda de autonomia das empresas envolvidas. O truste é resultado de processos tipicamente capitalistas (concentração e centralização de capitais), que levam as fusões e corporações de empresas de uma mesma cadeia produtiva em determinado setor da atividade. Já o cartel é a conseqüência de acordos entre grandes empresas com o intuito de compartilhar determinados mercados ou setores da economia.

Muitos trustes, constituídos no final do século XIX e início do século XX, transformaram-se em conglomerados. Resultantes de um amplo processo de concentração e centralização de capitais, de uma crescente ampliação e diversificação dos negócios, com o intuito de dominar a oferta de determinados produtos ou serviços no mercado, os conglomerados, também chamados grupos ou corporações, são o exemplo mais bem acabado de empresas do capitalismo monopolista.controlado por uma holding, eles atuam em diferentes setores da economia. O objetivo básico é a manutenção da estabilidade dos conglomerados, garantindo

uma lucratividades média, já que há rentabilidades diferentes em cada setor. Os maiores conglomerados são norte-americanos e japoneses. Por exemplo, a General Electric, uma das maiores e mais internacionalizada empresa do mundo, atual em diversos setores e fabrica uma grande variedade de produtos: lâmpada, fogões, geladeiras, equipamentos médicos, motores de avião, turbinas para hidrelétricas etc. há vários exemplos de conglomerados que atuam em diversos setores e têm interesses globais: General Motors (Estados Unidos), Sony (Japão), Fiat (Itália), Nestlé (Suíça), Unilever (Reino Unido/ Países Baixos), Hyundai Motor (Coréia do Sul) etc.

No Brasil também há conglomerados importantes como a Petrobras, a Companhia do Vale do Rio Doce, a Votorantin, a Ambev, a Gerdau etc. Embora muitos grupos nacionais, como os citados, já tenham iniciado um processo de internacionalização, é sobretudo na América Latina ainda não se encontram no estágio de mundialização das cooperações estrangeiras mencionadas. O desfecho da Segunda Guerra Mundial agravou o processo de decadência das antigas potências européias, que já vinha ocorrendo desde o final da Primeira Guerra. Aos poucos, elas foram perdendo os seus domínios coloniais na Ásia e na África e, com a destruição provocada pela guerra, houve o deslocamento do centro de podre mundial com a emergência de duas super potências: os Estados Unidos e a União Soviética.

Do ponto de vista econômico o período pós-Segunda Guerra foi marcado por acentuada mundialização da economia capitalista, sob o comando dos grandes conglomerados, agora chamados multinacionais. Foi a época de gestação das profundas transformações econômicas pelas quais o mundo iria passar, sobretudo a partir do final dos anos 1970, com a Terceira Revolução Industrial e o processo de globalização da economia.

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A TERCEIRA ETAPA DO CAPITALISMO – CAPITALISMO FINANCEIRO – CONT.

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REVOLUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICO INFORMACIONAL

A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Na década de 1970, a crise do petróleo fez com que emergisse para o mundo algo que já vinha sendo gerado no decorrer do século XX, a 3ª Revolução Industrial, também chamada de Revolução tecnocientífica informacional.

Esta por sua vez correspondia aos avanços tecnológicos em especial da informação e dos transportes, representado por invenções como, por exemplo, Internet, e os aviões supersônicos. Os avanços nesses setores tornaram o mundo menor, encurtaram as distâncias e em alguns casos aniquilaram o espaço em relação ao tempo, como o que vemos com a telefonia, dentre tantos outros exemplos.

Tudo isso gerou e tem gerado transformações colossais no espaço geográfico mundial, as indústrias buscam a inovação, investem em novas tecnologias, em especial naquelas que poupem mão de obra como a robótica, o desemprego estrutural se expande. Antigas regiões industriais entram em decadência com o processo de desconcentração industrial, surgem novas regiões industriais. Surge a fábrica global, que se constitui na estratégia utilizada pelas grandes empresas internacionais de produzir se utilizando das vantagens comparativas que oferecem os variados países do mundo. A terceirização, também se torna algo comum, como o que ocorre com empresas de calçados como a NIKE, que não tem um único operário em linhas de produção, pois não produz apenas compra de empresas menores.

Fruto também da revolução tecnocientífica informacional, surgem os chamados Técnopolos, locais, que podem ser cidades ou até mesmo bairros onde se instalam empresas de alta tecnologia como uma Microsoft, em geral associadas a instituições de pesquisa como universidades. É o caso do Vale do Silício nos EUA (figura a seguir), Tsukuba no Japão, e cidades como Campinas e São Carlos no Brasil.

Uma das realidades mais extraordinárias do mundo atual é a velocidade com que são transmitidas informações entre diferentes lugares, quer estejam próximos quer distantes, fazendo deles lugares mundiais. A comunicação e a circulação de informações – dados, idéias ou decisões – ocorrem instantaneamente e podem chegar, ao mesmo tempo, em vários lugares. Velocidade, instantaneidade e simultaneidade são características do que chamamos de meio técnico-científico informacional. A ciência, a tecnologia e a informação, hoje, são a base técnica da vida social, ou, em outras palavras, o meio técnico-científico informacional é um meio geográfico no qual o território inclui obrigatoriamente ciência, tecnologia e informação. Trata-se de um espaço tecnologizado, um depósito de conhecimento ou ainda espaços inteligentes, como afirma Milton Santos. A economia capitalista, dominante hoje no mundo, estimula a competição econômica e força as empresas a buscarem a eficácia, gerando com isso uma sucessiva revolução do trabalho, da técnica e dos produtos. Sistemas cada vez mais aperfeiçoados de comunicação e de fluxos de informações, junto com técnicas mais racionais de distribuição permitem a aceleração das atividades e da circulação de mercadorias. Bancos eletrônicos e dinheiro “de plástico”, por exemplo, são inovações que agilizam os fluxos de capitais e permitem a aceleração dos negócios nos mercados financeiros e de serviços.

Os avanços operados, especialmente nos séculos XIX e XX, buscavam a remoção das barreiras espaciais.

Foi isso que aconteceu quando surgiram as estradas de ferro, o cabo submarino, o telégrafo sem fio, o automóvel, o telefone, o rádio, o avião a jato e a televisão que, ao formarem redes técnicas de circulação e comunicação, permitiram realizar integrações territoriais, quebrando as barreiras físicas para o transporte e para a circulação de matérias-primas, de bens produzidos, de pessoas, de idéias, de decisões e de capital. Mas nenhuma dessas inovações comprimiu tanto o espaço, acelerando o processo de integração, como as novas tecnologias da informação. Hoje ocorre um aumento significativo na densidade das redes de circulação e de comunicação. E essas redes podem se superpor uma às outras, permitindo simultaneamente a aceleração nos processos de integração produtiva, integração de mercados, integração financeira, integração de informações. Mas, ao mesmo tempo e perversamente, geram um processo de desintegração, pelo qual países e nações são excluídos das vantagens propiciadas pela alta tecnologia da informática, como ocorre, notadamente, com as nações africanas. No entanto, a exclusão não se dá apenas em relação ás nações mais pobres. Tal exclusão atinge também milhões de trabalhadores nas economias de tecnologia mais avançada. Em países desenvolvidos, “máquinas inteligentes” estão substituindo trabalhadores de escritório e operários que, a cada dia, engrossam as filas dos desempregados. Estamos diante do chamado

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desemprego estrutural. Por outro lado, as tecnologias modernas que compõem um único padrão técnico sob domínio das grandes corporações econômicas também são empregadas em escala mundial. Significa que para grande parte da humanidade as tecnologias são importadas, não se relacionando necessariamente com as particularidades culturais de cada povo, nem com os recursos naturais de cada lugar. O mesmo padrão tecnológico usado mundialmente e o desenvolvimento das telecomunicações permitem às empresas organizarem seus esquemas produtivos tendo a totalidade do planeta como seu horizonte. Dai decorre uma nova organização do espaço geográfico. No que se refere ao sistema produtivo, podemos apontar as seguintes transformações: a) a superação do modelo fordista-taylorista e a adoção significativa do modelo sistêmico-flexível; b) a implantação de Zonas de Processamentos de Exportações – ZPEs – nos países subdesenvolvidos; c) a dispersão controlada das atividades econômicas; d) o surgimento de cidades científicas ou pólos tecnológicos (tecnopolos); e) a terceirização da produção.

IMPORTANTE:

Ciclos tecnológicos da Revolução Industrial

A Revolução Industrial divide a história das civilizações em duas épocas nitidamente diferentes. Antes dela, a economia repousava sobre uma base técnica que evoluía apenas muito lentamente. Depois dela, a transformação tecnológica transformou-se no fundamento da vida econômica. Do ponto de vista social e cultural, as civilizações pré-industriais norteavam-se pela tradição, enquanto a civilização industrial orienta-se pela mudança.

A economia industrial desenvolve-se, desde o nascimento das primeiras fábricas, através de ciclos longos que começam com uma fase de rápido crescimento e acumulação de capital, atravessam uma fase de estabilização e, em seguida, conhecem uma fase descendente caracterizada pela redução do crescimento e dos lucros empresariais. O economista russo Nikolai Krondatieff, pesquisando na década de 1920 as estatísticas de produção industrial, consumo, preços, juros e salários da Grã-Bretanha, Estados Unidos e França, foi o primeiro a registrar esses ciclos longos. Mais

tarde, o economista austríaco Joseph Schumpeter estudou-os em profundidade, conseguindo associá-los à marcha da inovação tecnológica.

A "DESTRUIÇÃO CRIADORA"

De acordo com Schumpeter, a economia industrial evolui por meio da "destruição criadora".

Quando um conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias tradicionais são "destruídas", isto é, deixam de criar produtos capazes de competir no mercado e acabam sendo abandonadas.

Na fase inicial, ascendente, do ciclo, as novas tecnologias distinguem os empresários inovadores dos que continuam utilizando as tecnologias tradicionais. Observe a figura a seguir.

Os inovadores são "premiados" com elevadas taxas de lucros e erguem verdadeiros impérios empresariais. Na fase de estabilização, os lucros caem para patamares menores, pois a maior parte das empresas adotou o novo conjunto de tecnologias e a competição tornou-se mais acirrada. Finalmente, a fase descendente caracteriza-se por um excesso de oferta em relação à demanda. As tecnologias que inauguraram o ciclo tornaram-se, a essa altura, tradicionais. A queda acentuada dos lucros prenuncia mais uma ruptura na base técnica, que deflagrará novo ciclo. As idéias de Schumpeter permitem identificar os cinco ciclos - ou ondas - de inovação, das fábricas têxteis do século XVIII até a "era dos computadores" (veja a figura).

Ondas de inovação tecnológica da economia industrial Fonte: Magnoli, Demétrio e Araújo, Regina, Projeto de Ensino de Geografia: natureza, tecnologia, sociedades. São Paulo, Moderna, prelo.

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A TERCEIRA ETAPA DO CAPITALISMO – CAPITALISMO FINANCEIRO

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Nos séculos XVIII e XIX, o capitalismo florescia na forma de pequenas e numerosas empresas, que competiam por uma fatia do mercado, sem que o Estado interferisse na economia. Nessa fase (liberal), predominava a doutrina de Adam Smith, segundo a qual o mercado deve ser regido pela livre concorrência, baseada na lei da oferta e da procura. Dentro das fábricas, mudanças importantes aconteceram: a produtividade e a capacidade de produzir aumentaram velozmente; aprofundou-se a divisão do trabalho e cresceu a produção em série. Nessa época, segunda metade do séc. xix, ocorreu o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial.

Uma das características mais importantes desse período foi à introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo.

Observe a figura. Ela mostra uma refinaria de petróleo e uma industria de automóveis, os grandes símbolos da Segunda Revolução Industrial.

A) Refinaria de Petróleo em Houston, Texas, Estados Unidos. B) sede de uma indústria automobilística em Detroit, Estados Unidos. O petróleo e os veículos automotores foram os grandes símbolos da chamada Segunda Revolução Industrial, que se iniciou no fim do século XIX e se prolongou até as últimas décadas do século XX.

Havia uma verdadeira canalização de esforços por parte das empresas e do estado para a pesquisa científica, com o objetivo de desenvolver novas técnicas de produção. A descoberta da eletricidade beneficiou as indústrias e a sociedade em geral, pois promoveu grande melhoria na qualidade de vida. O desenvolvimento do motor a combustão interna, e a conseqüente utilização de combustíveis derivados do petróleo abriu novos horizontes para os transportes, que se dinamizaram imensamente, em virtude da expansão das indústrias automobilísticas e aeronáutica.

Pela primeira vez, tendo como pioneiros a Alemanha e os Estados Unidos, a ciência era apropriada pelo capital, sendo posta a serviço da técnica, ao contrário da primeira revolução industrial onde as tecnologias eram resultado de pesquisas espontâneas e autônomas. Agora empresas eram criadas com o fim de descobrirem novas técnicas de produção.

Com o brutal aumento da produção, acirrou-se cada vez mais a concorrência. Era cada vez maior a necessidade de se garantirem novos mercados consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para investimentos lucrativos. Foi dentro desse quadro que ocorreu a expansão imperialista na Ásia e na África, o que consolidou de vez a Divisão Internacional do Trabalho. Em 1885 na Conferência de Berlim, retalhou-se o continente africano, partilhando entre as potências européias. Essa partilha imperialista das potências industriais consolidou a divisão internacional do trabalho pela quais as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que então se industrializavam.

Nessa época também surgia uma potência industrial fora da Europa: os Estados Unidos da América. Em 1823, o então presidente Norte-Americano James Monroe decretou a Doutrina Monroe, que tinha como lema "A América para os americanos". Na Ásia também em fins do século XIX, o Japão emergiu como potência, sobretudo após a ascensão do Imperador Mitsuhito, que deu início a chamada Era Meiji.

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Durante a Segunda fase da Revolução Industrial, o desenvolvimento da industrialização em outros países e a aplicação de novas tecnologias à produção e ao transporte modificaram profundamente a orientação liberal. As novas tecnologias foram empregadas nas indústrias metalúrgica, siderúrgica, no transporte ferroviário entre outros. Esses setores industriais dependiam de investimentos maiores que aqueles realizados na primeira fase da Revolução Industrial. Era necessário a união de vários empreendedores para a produção das novas mercadorias. Boa parte da indústria passou a contar com o capital bancário ou financeiro.

No final do séc. XIX, a fusão entre o capital industrial e o financeiro e, mesmo a fusão entre indústrias, levou ao

aparecimento de empresas gigantescas, os monopólios e oligopólios (empresas de grande porte que se associam para controlar o mercado), ocorrendo, com isso, um enfraquecimento da livre concorrência. Pela baixa competitividade, as pequenas empresas, que não acompanharam essa nova tendência do desenvolvimento econômico capitalista, faliram ou foram absorvidas pelas grandes.

Nesse período, o estrondoso aumento da produção através da tecnologia, não encontrou mercado consumidor

correspondente, o que ocasionou uma queda brutal nos preços, abalando a bolsa de valores de Nova York. Esse período ficou conhecido como a Crise de 1929. Essa crise gerou uma acumulação maior de capital pelos monopólios e oligopólios remanescentes.

Para contornar a crise, o Estado passou a interferir diretamente na economia (Keynesianismo), elaborando planos econômicos, construindo grandes obras públicas, controlando preços, definindo regras para o mercado, etc. O impacto da crise obrigou o Estado a definir políticas específicas para a satisfação das necessidades sociais da população. Estrutura-se o chamado Estado do bem-estar Social (Welfare State). Segundo essas novas determinações, o Estado nacional assumiu o papel de mediador nas relações estabelecidas entre a sociedade e as empresas, defendendo os interesses dos trabalhadores, consumidores e apoiando as atividades sindicais. Desenvolveu-se um sólido sistema previdenciário. Essa política de intervenção estatal numa economia oligopolizada, que acaba favorecendo o grande capital, ficou conhecida como, keynesianismo.

Em cada setor da economia - petrolífero, elétrico, siderúrgico, têxtil, etc - Passam a dominar alguns grandes grupos. São os trustes. Quando esses trustes fazem acordos entre si, estabelecendo um preço comum, dividindo os mercados potenciais e, portanto inviabilizando a livre concorrência criam um cartel. Muitos trustes surgidos no final do século XIX e início do século XX transformaram-se em conglomerados, resultantes de um processo mais amplo de concentração e centralização de capitais, de uma brutal ampliação e diversificação nos negócios, visando dominar a oferta de determinados produtos ou serviços no mercado, os conglomerados, são o exemplo mais perfeito de empresas que atuam no capitalismo monopolista. Dentro da Segunda Revolução Indústria dois aspectos ou processos se destacam ambos típicos do século XX: o Taylorismo e, em especial, o Fordismo.

O Taylorismo, organização do trabalho sistematiza¬da pelo engenheiro norte-americano Frederich W. Taylor por volta de 1900, consiste na rígida separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos (executivos e operários). Existe um controle sobre o tempo gasto em cada tarefa e um constante esforço de racionalização, para que a tarefa seja executada num tempo mínimo. O tempo de cada trabalhador passa a ser vigiado e cronometrado, e aqueles que produzem mais em menos tempo recebem prêmios como incentivo; com o tempo, todos serão obrigados a produzir num tempo mínimo certa quantidade de peças ou produtos. O taylorismo aumenta a produtividade da fábrica, mas também a exploração do trabalhador, que passa a produzir mais em menos tempo.

Como um complemento do taylorismo, surgiu na década de 1920 o Fordismo, termo que vem do nome do

industrial norte-americano Ford, um pioneiro da indústria automobilística no início do século. Esse processo consiste num conjunto de métodos voltados para produzir em massa, em quantidades nunca vistas anteriormente. Ele absorve algumas técnicas do taylorismo, mas vai além: trata de organizar a linha de montagem de cada fábrica para produzir mais, controlando melhor as fontes de matérias-primas e de energia, a formação da mão-de-obra, os transportes, o aperfeiçoamento das máquinas para ampliar a produção, etc. O fordismo buscava ampliar a produção e o consumo. O grande lema do fordismo era “produção em massa e consumo em massa”.

Do ponto de vista econômico, o período pós-guerra foi marcado por acentuada mundialização da economia capitalista, sob o comando dos grandes conglomerados, agora chamados de multinacionais ou transnacionais. Esse período preparou a base das profundas transformações econômicas pelas quais o mundo iria passar, principalmente a partir dos anos 80, ou seja, o atual processo de Globalização Da Economia.

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CAPITALISMO: DEFINIÇÃO/ ORIGEM EVOLUÇÃO/ CAPITALISMO COMERCIAL E INDÚSTRIAL

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PROFº: Azulay / Cláudio Pinho

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Capitalismo é o sistema econômico que se caracteriza pela propriedade privada dos meios de produção e pela liberdade de iniciativa dos próprios cidadãos.

No sistema capitalista, as padarias, as fábricas, confecções, gráficas, papelarias etc., pertencem a empresários e não ao Estado. Nesse sistema, a produção e a distribuição das riquezas são regidas pelo mercado, no qual, em tese, os preços são determinados pelo livre jogo da oferta e da procura. O capitalista, proprietário de empresa, compra a força de trabalho de terceiros para produzir bens que, após serem vendidos, lhe permitem recuperar o capital investido e obter um excedente denominado lucro. No capitalismo, as classes não mais se relacionam pelo vínculo da servidão (período Feudal da Idade Média), mas pela posse ou carência de meios de produção e pela livre contratação do trabalho e/ou trabalhadores.

O capitalismo, como sistema econômico e social, constitui-se com o declínio do feudalismo e passou a se expandir no mundo ocidental no século XVI. A transição do feudalismo para o capitalismo, porem, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: mais rápida na parte ocidental da Europa e muito mais lenta em porções central e oriental, para, então, disseminar-se pelo mundo. O Reino Unido foi, por varias razões, o país no qual essa transição foi mais acelerada.

O sistema capitalista apresentou grande dinamismo ao longo de sua historia, durante a qual evoluiu gradativamente, durante a qual evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que os desafios surgiam. Com o tempo, sobrepôs-se a outras formas de produção, até se tornar hegemônico, que ocorreu em sua fase industrial. Considerando seu processo de desenvolvimento, costuma-se dividir o capitalismo em quatro fases: Comercial, Industrial, Financeiro e Informacional.

O Capitalismo comercial

A primeira etapa do capitalismo estendeu-se do fim do século XV ate o século XVIII e foi marcada pela expansão marítima das potencias da Europa Ocidental na época (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Países Baixos), em busca de novas rotas de comercio, sobretudo para as Índias. O objetivo dessas nações era acabar com a hegemonia das cidades italianas no comercio com o Oriente pelo Mediterrâneo. Foi o período das Grandes Navegações e descobrimentos, das conquistas territoriais e também da escravização e genocídio de milhões de nativos da America e da África.

Durante o Capitalismo Comercial, período em que a produção de mercadorias era essencialmente artesanal, que realmente interessava era o comercio. Tudo que pudesse ser vendido com lucro, como perfumes, sedas, tapetes, especiarias e ate seres humanos (escravos), transforma-se em mercadorias nas mãos dos comerciantes europeus.

O acumulo de capitais era resultado da troca de mercadorias, ou seja, do comercio, por isso o termo Capitalismo Comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a doutrina mercantilista, que pregava a intervenção governamental nas relações comerciais, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder dos Estados Nacionais, que nessa época estavam se constituindo como resultado da centralização do poder político nas mãos dos monarcas. A riqueza e o poder de um país era medido pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse principio ficou conhecido como Metalismo.

O mercantilismo foi importante para o desenvolvimento do Capitalismo, pois, permitiu como resultado, um comercio altamente lucrativo, obtido pela exploração das colônias, grande acumulo de capitais nas mãos da burguesia européia, Essa acumulação inicial de capitais foi fundamental para a eclosão da Revolução Industrial, que marcou o inicio de uma nova fase do Capitalismo.

Até o final do século XV, as terras conhecidas e exploradas pelos europeus eram aquelas que compreendiam o chamado Velho Mundo, abrangendo a própria Europa, parte da Ásia e o norte da África.

A maior parte da África, todo o continente americano e a Oceania, bem como os povos que habitavam essas áreas, eram desconhecidas dos europeus.

Os habitantes do continente europeu viviam em zonas rurais e em cidades. Os centros comerciais eram as cidades onde eram vendidos vários produtos orientais e europeus.

Os europeus compravam cravo, canela, gengibre, noz-moscada, jóias, perfumes, tapetes, tecidos etc. Esses produtos eram transportados pelas mulas, pelos cavalos ou camelos, por terra, e, por mar, pelas caravelas.

Grandes centros comerciais, como Gênova, Florença e Veneza, localizavam-se na Itália. Os italianos dominavam o comércio com as Índias, compravam os produtos por preços baixos e os vendiam aos portugueses, espanhóis e a outros países europeus por preços muito altos. Assim, obtinham bons lucros.

O aumento do consumo na Europa provocou a necessidade de exploração de outros espaços fornecedores desses produtos, forçando a abertura de novos caminhos, chamados rotas, para a ampliação desse comércio.

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Capitalismo Industrial

A segunda fase do Capitalismo foi marcada principalmente pelos fatos que, em conjunto ficaram conhecidos como Revolução Industrial. Um de seus aspectos mais importantes foi o aumento da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização da maquinas movidas pela queima de carvão mineral, o que tornou possível o aumento da produção de diversos bens, multiplicando os lucros de muitos países. Houve também uma crescente aceleração da circulação de pessoas, de fatores de produção e de mercadorias. Isso foi possível com a expansão das redes de transporte terrestre – com o trem a vapor – e marítimo – com o barco a vapor.

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, com enormes concentrações urbanas. A produção em larga escala e dividida em etapas irá distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores irá dominar apenas uma etapa da produção. Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi o surgimento do proletariado urbano (classe operária), como classe social definida. Vivendo em condições deploráveis, tendo o cortiço como moradia e submetido a salários irrisórios com longas jornadas de trabalho, a operariado nascente era facilmente explorado, devido também, à inexistência de leis trabalhistas.

Os trabalhadores reagiam das mais diferentes formas, destacando-se o movimento “ludista” (o nome vem de Ned Ludlan), caracterizado pela destruição das máquinas por operários, e o movimento “cartista”, organizado pela “Associação dos Operários”, que exigia melhores condições de trabalho e o fim do voto censitário. Destaca-se ainda a formação de associações denominadas “trade-unions”, que evoluíram lentamente em suas reivindicações, originando os primeiros sindicatos modernos.

O comercio não era mais a essência do sistema. Nessa nova fase, o lucro provinha basicamente da produção de mercadorias. Mas de que modo se lucrava com a produção em serie de tecidos, máquinas, ferramentas e armas? Ou com os rápidos avanços nos transportes, graças ao surgimento dos trens e barcos a vapor?

Foi Karl Marx (1818-1883) um dos mais influentes pensadores do século XIX, quem desvendou o mecanismo da exploração capitalista, definindo o conceito de mais-valia. A toda jornada de trabalho corresponde uma remuneração, que permitirá a substancia do trabalhador. No entanto, o trabalho produz um valor a mais do que recebe na forma de salário, e a quantidade de trabalho não pago permanece em poder dos proprietários dos meios de produção.

O regime assalariado é, portanto, a relação de trabalho mais adequada ao capitalismo. É uma relação tipicamente capitalista, pois se disseminou a medida à medida que o capital se acumulava em grande escala, provocando uma crescente necessidade de expansão dos mercados consumidores.

Com o aumento da produção industrial, a partir de meados do século XIX, as fábricas passaram a necessitar de matérias-primas, de energia, de mão-de-obra e de mercados para seus produtos. A industrialização não mais se restringia ao Reino Unido, mas se expandira para outros países europeus, como a Bélgica, a França, a Alemanha, a Itália, e ate para fora da Europa como: Estados Unidos, Canadá e Japão.

Ao contrario do período mercantilista, nessa nova etapa do capitalismo o Estado não mais intervinha na economia, que passou a funcionar segundo a lógica do mercado, guiado pela livre concorrência. Consolidava-se assim uma nova doutrina econômica; o liberalismo. Essa nova visão foi sintetizada por dois economistas britânicos: Adam Smith (1723-1790) e David Ricardo (1772-1823). Adam Smith defendia o individuo contra o poder do Estado e acreditava que cada um, ao buscar seu próprio interesse econômico, contribuiria para o interesse coletivo de modo mais eficiente. Por isso era contrario a intervenção do Estado na economia e defendia a “mão invisível” do mercado, idéia que foi expressa pelas palavras francesas laissez-faire, laissez-passer (“deixar fazer, deixar passar” – ou seja, a eliminação das interferências do Estado em assuntos econômicos).

Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam rapidamente; aprofundava-se a divisão do trabalho e crescia a fabricação em serie. Nessa época, final do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial, quando o capitalismo entrou em sua fase financeira e monopolista, marcada pela origem de muitas grandes corporações e pela expansão imperialista.

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A DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (DIT)

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A DIVISÃO DO TRABALHO CLÁSSICA: No final do século XV inicio do século XVI o ciclo de reprodução do capital

estava assentado principalmente na circulação e distribuição mercadorias realizadas entre as metrópoles e as colônias., isto é, na divisão internacional do trabalho, no qual as diversas regiões do mundo passaram a desenvolver funções diferenciadas, pois cada uma das regiões especializaram-se em fornecer produtos manufaturados, industriais matérias primas etc.

Os papéis diferentes que assumiram a Europa, de um lado, e de outro, a Ásia e as terras recém descobertas do além-mar, inauguraram a divisão internacional do trabalho, genericamente caracterizada pela exportação de manufaturas pelas metrópoles e pela produção de matérias-primas pelas colônias. A conquista de novas terras se inseriu como sabemos, na necessidade européia de expansão e ampliação do capital mercantil. A partir desse momento todos os cantos do mundo foram submetidos a uma dinâmica de produção, circulação e de idéias ditadas pelos europeus.

A análise da dinâmica que se iniciou nesse período nos fornecera parte dos elementos explicativos para o entendimento dos caminhos de riqueza, ou de pobreza, que os vários países hoje constituídos na América, Ásia e áfrica trilham. A partir da Europa, e pela primeira vez em escala mundial, foram impostas funções econômicas aos cantos do globo. Assim, estabeleceu-se aquilo que chamamos de divisão internacional do trabalho (DIT).

DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO Geograficamente falando essa distribuição de tarefas é de muita importância,

pois é isso que em grande parte nos explica muitas das nossas paisagens que até hoje podemos observar nas chamadas áreas “subdesenvolvidas” do globo.

À África e a América latina, por exemplo, foram impostas funções como as de fornecimento de mão-de-obra escrava e matérias primas, tais funções se traduziram nesses locais em paisagens bastante diferentes daquela que observamos nos países da Europa.

Neste sentido os europeus desenvolveram um intenso processo de colonização, marcados pela desorganização nas formas de produzir, circular e pensar dos povos nativos das áreas colonizadas, onde ação genócida e etnocida, além da desterritorialização foi pontos importantes no sentido de consolidar o poder do colonizador e abrir caminho para reorganizar o espaço dessas áreas com a perspectiva de atender o desejo de acumulação de riquezas da burguesia européia.

No entanto, o sistema capitalista só iria se consolidar definitivamente no século XVIII, cuja a intensa transformação do processo produtivo ficou conhecida historicamente como Revolução industrial dividindo-a em três etapas: Primeira a Segunda e a Terceira Revolução Industrial.

Nesse período a divisão internacional do trabalho (DIT) iria sofre modificações devido o surgimento de um novo modelo de produção, já que não era mais suficiente aquele modelo em que o trabalhador se agrupava em vilas de aldeões para que a partir das oficinas de ofício desenvolvesse o seu trabalho. Por advento da revolução industrial esse sistema foi sendo deixado de lado, pois era bem mais lucrativo para os capitalistas produzirem em fábricas do que ficar dependente dos artesões. Por este motivo iniciou-se uma nova fase na DIT (divisão internacional do trabalho) que vai da revolução industrial até a segunda guerra mundial.

Nesse momento o mudo está dividido em países que se especializaram em fornecer matérias primas e países que se especializaram em fornecer produtos industrializados. É interessante perceber todos os países que se especializaram no fornecimento de matérias primas sofreram um fenômeno conhecido como descapitalização, e o seu futuro ficou fadado ao subdesenvolvimento, como exemplo podemos citar: BRASIL, ARGENTINA e o restante da AMÉRICA LATINA.

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Por outro lado todos aqueles países que se especializaram em produzir produtos de valor, isto é, produtos manufaturados ou industrializados tornaram-se países desenvolvidos e lideres do sistema capitalista.

A fase de desenvolvimento do capitalismo após a segunda guerra mundial ficou conhecida com capitalismo financeiro, e novamente acarretou varias modificações na divisão internacional do trabalho (DIT). Foi nessa época que os paises desenvolvidos trataram de consolidar a dependências dos países subdesenvolvidos principalmente através de empréstimos, financiados pelos países detentores de capital, a partir deste momento vários países passaram a desenvolver indústrias dentro do seu território como foi o caso do Brasil Argentina e países do sudeste asiático.

Outro fato a ser destacado é a mudança ocorrida no mundo do trabalho, já que o modelo de produção estava sendo substituído, pois o fordismo já não mais dava conta da demanda e não atendia mais as exigências do mercado internacional. O Japão foi um dos países pioneiro na passagem do fordismo para a fase pós-fordismo, para acumulação flexível.

A NOVA DIVISÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO.

Terceira Divisão Internacional do Trabalho - Desde a década de 1970 verificou-se o surgimento de uma modificação substancial na Divisão Internacional do Trabalho ocasionada principalmente por dois vetores estruturais no centro do capitalismo mundial. O primeiro vetor está associado ao processo de reestruturação empresarial, acompanhado da maturação de uma nova Revolução Tecnológica.

O PAPEL DA INFRA-ESTRUTURA NO MUNDO DO TRABALHO.

Para se atrair uma grande empresa, é necessário que se ofereça uma rede complexa e interligada de infra-estrutura, onde o principal agente montador de tal rede é o estado, mais para que a empresa vem há a se instalar em um local é necessário que haja uma parceria entre o poder público e a iniciativa privada, mesmo dentro do estado neoliberal tal aliança acontece, pois o estado mínimo serve aos interesses do sistema capitalista. Ele torna-se o maior agente modificador do espaço, pois através dele notamos as viabilizações estruturais desenvolvidas para receber as indústrias em mobilidade pelo mundo, já que uma das exigências feita pelo grande capital é que no mínimo o lugar que queira receber uma grande empresa ofereça condições de reprodução do capital, condições como: infra-estrutura adequada, rede de transporte eficiente e rapidez no escoamento da produção, sistemas de telecomunicações bastante eficazes, para facilitar a comunicação entre a linha de produção e o comando da empresa etc. devido a relocação das empresas pelo mundo, notamos a relocação do trabalho, já que junto com as empresa vão se fechando e abrindo novos posto de trabalhos pelo mundo afora.

De acordo com Schumpeter, a economia industrial evolui por meio da "destruição criadora". Quando um conjunto de novas tecnologias encontra aplicação produtiva, as tecnologias tradicionais são "destruídas", isto é, deixam de criar produtos capazes de competir no mercado e acabam sendo abandonadas. Na fase inicial, ascendente, do ciclo, as novas tecnologias distinguem os empresários inovadores dos que continuam utilizando as tecnologias tradicionais.

Os inovadores são "premiados" com elevadas taxas de lucros e erguem verdadeiros impérios empresariais. Na fase de estabilização, os lucros caem para patamares menores, pois a maior parte das empresas adotou o novo conjunto de tecnologias e a competição tornou-se mais acirrada. Finalmente, a fase descendente caracteriza-se por um excesso de oferta em relação à demanda. As tecnologias que inauguraram o ciclo tornaram-se, a essa altura, tradicionais. A queda acentuada dos lucros prenuncia mais uma ruptura na base técnica, que deflagrará novo ciclo.

No mundo atual, passamos pela era informacional, das infovias. E o controle dessas infovias é utilizado como instrumento de poder e de dominação, porém com o avanço da biotecnologia e da engenharia genética o controle desse conhecimento científico também será instrumento de poder, o que tem gerado diversa polêmica de conteúdo ético e até religioso. Em relação à forma com esse setor de conhecimento pode ser manuseado, a exemplo da clonagem humana e a utilização de células troncas extraídas de embriões humanos pela medicina que possuem vários defensores e oponentes.

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ESPAÇO AGRÁRIO MUNDIAL

Frente: 01 Aula: 02

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Definição:

Local ou região onde são realizadas atividades vinculadas ao setor primário das atividades econônicas, como: agricultura, pecuária e extrativismo (mineral, animal e veagetal).

Setores das Atividades Econômicas:

Primário:

Secundário:

Terciário: Agricultura é a arte ou processo de usar o solo para cultivar plantas com o objetivo de obter alimentos, fibras, energia e matéria-prima para roupas, construções, medicamentos, ferramentas e contemplação estética. A quem trabalha na agricultura chama-se agricultor. O termo fazendeiro se aplica ao proprietário de terras rurais onde, normalmente, é praticada a agricultura ou pecuária ou ambos.

Fonte: Wikipédia

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PASSADO:

PRESENTE:

IMPLICAÇÕES: SEGREGAÇÃO SÓCIO-ESPACIAL:

EXERCÍCIO: (Uepb)

A leitura da paisagem confirma que:

I. O espaço geográfico é um produto social, portanto, reflexo da sociedade de classes com todas as suas contradições. II. As contradições entre a acumulação de riquezas e a reprodução da miséria são mais evidentes no espaço urbano, principalmente, dos países subdesenvolvidos. III. O espaço urbano de uma grande cidade é, hoje, a soma de várias outras cidades, que apresentam realidades diversas e sem articulação entre si. IV. A segregação residencial, no espaço urbano, é conseqüência de um espaço/mercadoria cujos valores de uso e de troca definem as formas de apropriação e de luta pelo direito de morar na cidade.

Estão corretas apenas as proposições:

a) I, II e IV b) II, III e IV c) III e IV d) II e III e) I e IV

OBSERVAÇÃO:

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ESPAÇO AGRÁRIO MUNDIAL

Frente: 01 Aula: 03

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AGROPECUÁRIA MUNDIAL

1. Tipos de agricultura

Até o século XVII, a agricultura era uma atividade rudimentar, instável e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial (século XVIII), o desenvolvimento da agricultura foi espetacular.

Do ponto de vista técnico e científico podemos considerar três etapas principais no desenvolvimento da agricultura: a arcaica, a moderna e a contemporânea.

Agricultura arcaica. Corresponde a agricultura mais antiga, de subsistência e de baixa produtividade, que emprega técnicas, recursos e instrumentos rudimentares de cultivo (figura 1).

Figura 1

Arado manual em Cambará do Sul (RS, 1995). A agricultura arcaica ainda é praticada em diversas partes do mundo, em especial nos países subdesenvolvidos. É o caso da agricultura itinerante ou sistema de roça (de herança indígena) no Brasil; da milpa, na América Central; e da chilemenê, na África.

Agricultura moderna. Produto da Revolução Industrial, originou-se na Inglaterra e data da segunda metade do século XVIII. Caracteriza-se pelo aperfeiçoamento de instrumentos agrícolas como o arado de aço, pelo uso de adubos e corretivos para o solo. A aplicação de ciência e de tecnologia foi crescente, principalmente a partir de meados do século XX, acarretando aumento da produção e da produtividade agrícola. Por isso esse período da agricultura ficou conhecido como o da Revolução Verde. Muitos países subdesenvolvidos ainda estão nessa fase.

Agricultura contemporânea. É a fase mais evoluída da agricultura e da pecuária, apresentando elevado grau de integração com a indústria (figura 2), com os capitais ou investimentos e com a ciência. Emprega-se pouca mão-de-obra, normalmente assalariada. O emprego cada vez maior de máquinas e produtos industriais levou a industrialização das atividades agropecuárias. Leia o texto do boxe “Agricultura e indústria”.

Figura 2

Exemplo de integração entre agricultura e indústria. Vinhedos e vinícola em Napa Vallery, Califórnia (EUA, 1989). O local é conhecido como maior produtor estadunidense de vinhos para exportação.

A agricultura contemporânea é praticada tanto nos países desenvolvidos quanto nos subdesenvolvidos industrializados, como o Brasil e a Argentina.

Produção agrícola é o total produzido em uma área; produtividade agrícola é a relação entre a produção e a área, ou seja, quanto foi produzido em determinada área.

Agricultura e indústria

Da integração entre os setores agropecuário e industrial surgiram os tipos de indústria descritos a seguir.

Indústria da agricultura ou agroindústria. Transforma produtos agropecuários em produtos industrializados no próprio local da produção, por exemplo, a indústria de laticínios e de óleos vegetais.

Indústria para a agricultura. Fornece bens de produção (máquinas, equipamentos e produtos químicos, como fertilizantes e pesticidas) para a agricultura.

Complexo agroindustrial. Articulação ou junção da agropecuária com as chamadas indústrias para o agricultura e agroindústrias. É dominado por grandes empresas transnacionais.

2. Mudanças na agricultura mundo tecnológico

A agricultura contemporânea tem passado por grandes mudanças. Observe algumas delas.

Mudanças técnicas: grande utilização de energia, água e agrotóxicos (pesticidas etc.), industrialização do processo agrícola, aplicação de adubos químicos, intensificação das pesquisas.

Submissão ao grande capital: interferência e

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domínio das grandes empresas e das multinacionais na comercialização e na industrialização dos produtos agropecuários.

Aumento da produção e de produtores especializados, evolução para a agroindústria e para os complexos agroindustriais.

Aperfeiçoamento dos mecanismos de comercialização e de escoamento da produção.

Mudanças nas relações de trabalho com especialização de funções nas agroindústrias (diferente do trabalho rural tradicional) e aumento do trabalho assalariado e diarista.

A agricultura contemporânea também acarreta o abandono das lavouras de subsistência e o crescente aumento da concentração fundiária. Seus impactos sociais são visíveis: êxodo rural, aumento do número de trabalhadores rurais sem-terra e sua exclusão social e econômica, ocupação de novas terras, conflitos pela posse da terra, pressão populacional nas cidades e, em alguns países, expulsão de populações nativas ou indígenas etc.

Novas tecnologias agropecuárias

O elevado grau de mecanização da agropecuária requer, além da aplicação de capitais e de investimentos, conhecimentos nas áreas de agronomia, química, biologia, engenharia, entre outras.

Nunca si investiu tanto em pesquisas na área agropecuária quanto nas últimas décadas. Tecnologias incorporadas aos implementos agrícolas informatizaram colheitadeiras, ordenhadeiras mecânicas e automatizaram a adubação e o plantio. Na área de pesquisas biológicas (vegetal e animal), podemos citar mudanças nos ciclos vegetativo e animal, aumento da produtividade e da concentração de plantas por área, controle de pragas e de doenças. As pesquisas no ambiente físico e químico levaram a grandes progressos, como estufas, irrigações programadas, amadurecedores e aceleradores químicos. calagem, correção dos solos etc.

A união entre indústria e agricultura, desde a década de 1970, passou a ter como importante aliada a tecnologia de ponta, beneficiando-se da biotecnologia (uso integrado da bioquímica, da microbiologia e da engenharia química), da engenharia genética (que trabalha com organismos vegetais e animais geneticamente modificados) e da zootecnia (técnicas de criação e aperfeiçoamento de animais domesticados). A bioindústria nasceu dos resultados dessas atividades aplicados a alimentação, a manufatura, ao ramo têxtil etc.

Se a mecanização da agricultura já deixou desempregadas grandes massas de trabalhadores, as novas tecnologias economizam ainda mais mão-de-obra, fazendo crescer o desemprego rural.

A história de Dolly

“Em 1997 nasceu uma ovelha. O nome dela era Dolly, e nada em sua aparência indicava que tivesse algo de especial. Mas tinha. Dolly carregava no núcleo de cada célula um código genético roubado de outra

ovelha. Ela era um clone. [...]. Daí para a frente, grupos ao redor do mundo anunciaram o sucesso da experiência com vacas, ratos, porcos, cabras. [...] Pior: e quando clonarem pessoas? Alguém vai querer copiar gente de QI alto para aumentar a inteligência da humanidade. Qualquer um poderá se autoclonar ou copiar algum ente querido morto, fazendo uma espécie de temporão artificial. O que você acha disso? Seja qual for sua resposta, a clonagem e uma realidade. Não se volta atrás quando a assunto e avanço do conhecimento.”

Superinteressante. São Paulo, Abril, set. 2001. p. 57.

Figura 3

Acometida por uma doença degenerativa, a ovelha Dolly foi sacrificada em fevereiro de 2003. Na foto, o animal em março de 2001, no Instituto Roslin (Escócia, Reino Unido).

Sistemas ou modos de produção agrícolas

A agricultura e a pecuária são atividades milenares e universais. Apesar da tendência de urbanização do mundo, elas são praticadas na grande maioria dos países, uma vez que o desenvolvimento tecnológico atual permite superar condições adversas de clima e solo.

Algumas práticas são consideradas globais: tanto a agricultura quanto a pecuária podem ser praticadas de forma extensiva ou intensiva. A agropecuária extensiva é praticada em grandes áreas (a terra e o fator decisivo), com pouco capital, geralmente utilizando mão-de-obra reduzida ou pouco especializada. A agropecuária intensiva utiliza grande mecanização e mão-de-obra qualificada (predomínio de capital). Entretanto, o modo ou a forma de se praticar a agricultura, ou seja, o sistema agrícola difere muito de um lugar para outro em função das condições socioeconômicas, culturais e técnicas das diferentes coletividades humanas, bem como das influências do meio físico ou natural. Vejamos os principais sistemas agrícolas do mundo.

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EXERCÍCIO DE REVISÃO

Frente: 01 Aula: 01

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01. (UFSM-RS) “ Essa é a dança do desemprego

Quem ainda não dançou ta na hora de aprender AS nova dança do desempregado

Amanhã o dançarino pode ser você.” Esses versos remetem a reflexão sobre o desemprego. Com relação a esse assunto, é incorreto afirmar: a) Com a globalização da economia, intensifica-se a transferência de empresas e tecnologias para os países onde os salários são mais baixos e as normas mais rígidas, o que garante a estabilidade econômica das corporações transnacionais. b) Não paises em que as empresas investem em informatização e robótica, verifica-se o desemprego estrutural, que ocorre independente do crescimento ou da crise da economia. c) as empresas perderam a bandeira da pátria e ignoram fronteiras, instalando suas fábricas onde a mão-de-obra é mais barata e passando a extrair a mais valia em escala mundial. d) Nos países subdesenvolvidos, a diminuição da taxa de emprego na industria é parcialmente compensada por um aumento da taxa de ocupação no setor terciário e informal. e) A crescente informatização de setor elimina cada vez mais a possibilidade de absorção de mão-de-obra, fator que explica, em parte, o número crescente de desempregos no mundo dos paises ricos. 02. (UEPA) “Globalização refere-se ao encurtamento de distância logrado pelo aperfeiçoamento dos meios de transportes e comunicação.”

(Adaptado de: STRAZZACAPPA & MONTANARI. GLOBALIZAÇÃO: Que é isso afinal?) (SP: Moderna. 1998, p. 11)

Como conseqüência sócio-espacial do processo acima identificado, tem-se a (o): a) Ampliação das redes viárias e da infra-estrutura dos países fornecedores de matéria-prima, para melhoria de seu escoamento aos países desenvolvidos, processo essencial na DIT (Divisão Internacional do Trabalho) que caracteriza a economia global. b) investimento tecnológico no setor produtivo e de comunicação das multinacionais, fato que resultou no chamado desemprego conjuntural, que afasta o trabalhador de sua função de origem e o submete à especialização para aquisição de novas funções. c) Aumento da ação de empresas multinacionais em diversas áreas do espaço mundial devido a investimentos tecnológicos no setor produtivo e nas vias de comunicação, que proporcionam diversidade na oferta de serviços e aumento do consumo e da produção. d) Implantação de nos paises subdesenvolvidos, a procura de rede de escoamento da produção e de mão-de-obra barata e pouco qualificada fundamentais ao desenvolvimento industrial atual.

e) Efetivação da aldeia global, alcançando-se a mundialização dos costumes através de ofertas de produtos de diversos espaços ao mesmo tempo, graças à melhoria das vias de transportes e comunicação globais. 03. A ciências e a tecnologia têm sido sobre tudo revolucionarias este final de século. No âmbito da geografia, a revolução cientifica e tecnológica (R C&T) tem ensejado a reestruturação do espaço econômico e política mundial uma vez que: a) os avanços científicos e tecnológicos estão criando uma nova geografia industrial, apoiada na miniaturização, na montagem das economias de escala e na possibilidade de se conectar os processos produtivos em fases e em lugares restritos do espaço mundial, sem perder a rentabilidade nem a eficiência. b) os avanços científicos e tecnológicos têm produzido mudanças importantes no plano dos transportes, representam uma notável ampliação do curso de transportes ou nas limitações impostas pelo espaço e pela distancia. c) os avanços científicos e tecnológicos, tem proporcionado uma drástica ampliação nos custos de transmissão de imagens que faz com que o contato face a face, seja agora mediatizado por aparelhos eletrônicos d) os avanços científicos estão criando um novo padrão de distribuição do capital e trabalho a nível mundial. As possibilidades de alocação de investimentos e empregos ligam-se diretamente as vantagens locacionais (comparativas e competitivas) oferecidas pelos lugares e) os avanços científicos e tecnológicos tem possibilitado a transnacionalização das relações econômicas. A desconcentração espacial dos investimentos e empregos esta sendo substituída pela concentração espacial dos movimentos e empregos esta sendo substituída pela concentração espacial ou geográficas da produção em nível mundial. 04. Após a segunda guerra mundial o mundo viveu um avanço tecnológico muito grande principalmente nos meios de telecomunicação e transporte, o que ocasionou o surgimento nos anos 70 do chamado meio técnico-científico-informacional. a) não apresenta grande desenvolvimento nas técnicas de comunicações. b) apresenta grande desenvolvimento no setor de transporte, e pouco desenvolvimento no setor de telecomunicações. c) apresenta um grande desenvolvimento no setor de telecomunicações, e nenhum desenvolvimento do setor de transporte. d) apresenta grande desenvolvimento tanto no setor de transporte quanto no setor de telecomunicações e ainda no setor de biotecnologia. e) o indivíduo vive isoladamente pois o atraso tecnológico da sociedade capitalista não permite que ele viva o chamado tempo real.

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05. O que significa estudar geograficamente o mundo ou parte do mundo? A geografia se propõe a algo mais que descrever paisagens, pois a simples descrição não nos fornece elementos global daquilo que pretendemos conhecer geograficamente. As paisagens que vemos são apenas manifestações aparentes de relação estabelecidas(...)

(Pereira, santos e carvalho – Geografia – Ciências do Espaço) Sobre o conceito geográfico de paisagem é INCORRETO afirmar que: a) As paisagens que vemos são as manifestações físicas dos movimentos da natureza; e o elemento determinante das paisagens de hoje é a sociedade humana. b) As paisagens resultam da complexa relação dos homens entre si e desses com todos os elementos da natureza. c) O estudo da geografia deve responder por que a paisagem que vemos é tal qual se apresenta. d) A geografia tem na paisagem a mera aparência: descrição da paisagem não é suficiente para o entendimento do espaço. e) Paisagens, em diferentes lugares, nunca fazem parte de um mesmo espaço, mesmo que sejam integradas no mesmo processo. 06. “Enquanto se esgotava o padrão tecnológico do pós-guerra, uma nova onda de inovações estava a caminho. Os seus fundamentos repousam sobre a emergência das tecnologias da microeletrônica e da transmissão de informações, de um lado, e sobre a automatização e a robotização dos processos produtivos, de outro lado. Essa onda de inovações, que continua a se desenvolver, ficou conhecida como revolução Tecnocientífica”.

(MAGNOLI, Demetro, Araújo) Com base no texto e na charge acima apresentados é correto afirmar que: a) O período técnico-científico-informacional tende a estabelecer novas formas de trabalho, a exemplo do tele trabalho, em que o uso da tecnologia informacional e o espaço residencial tendem a compor importantes ambientes de trabalho. b) Diferentemente das economias desenvolvidas, a revolução técnico-científico-informacional nas economias subdesenvolvidas, reforça o quadro de desemprego estrutural e de problemas sócio-espaciais. c) O impacto das inovações tecnológicas no mundo do trabalho é característico de espaços urbano-industriais, haja vista que nos espaços agrários a escassez de mão-de-obra é um fato marcante na economia globalizada. d) A pouca importância da mão-de-obra especializada nos chamados tecnopólos, justifica-se, em grande parte, pela

robotização da indústria, definindo ambientes urbanos altamente informatizados e de grande modernização tecnológica. 07. A globalização, em todas as suas expressões, tem induzido a uma crise dos Estados Nacionais. Visando a supera-la os estados têm construído estratégias, contribuindo para o reordenamento do espaço geopolítico mundial. Assinale a alternativa correta referente a uma dessas estratégias: a) A formação dos blocos econômicos, entidades supranacionais de poder b) O fechamento e a desintegração dos territórios nacionais. c) A adoção de políticas nacionais de desenvolvimento visando a integrar os espaços nacionais. d) A superação dos nacionalismos e a conseqüente integração do poder a escala mundial. e) A adoção de políticas de intercâmbio unilaterais.

ANOTAÇÕES! ____________________________________________________

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A RELAÇÃO SOCIEDADE * NATUREZA: DO MEIO NATURAL AO MEIO TÉCNICO – CIENTÍFICO INFORMACIONAL.

Frente: 01 Aula: 02

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1- INTRODUÇÃO: A partir do momento em que o homem começou a modificar a natureza, plantando e colhendo, criando animais, erguendo construções, o planeta deixou de ser apenas um Espaço Natural para se transformar em um Espaço Geográfico, ou seja, um espaço humanizado, construído através da elaboração de idéias, construção e aprimoramento de técnicas, para a realização de trabalho.

À medida que mudam os instrumentos de trabalho, a sociedade também vai se modificando: surgem assim, novas formas de pensar, de morar, de se relacionar e conceber a natureza. Desenham-se espaços geográficos típicos de cada sociedade e de cada época. Por isso, ao olhar uma paisagem não podemos deixar de refletir sobre o modo como vive, e talvez, como viveu a sociedade que a construiu, e assim, discutir as novas formas de organização social que surgem com o avanço tecnológico.

2- A PAISAGEM GEOGRÁFICA: Quando observamos uma paisagem, seja ela de um local cujas condições naturais estão preservadas, ou do centro de uma grande cidade, podemos assumir uma postura meramente contemplativa, considerá-la feia ou bonita, tranqüila ou agitada. A forma como as paisagens se apresentam aos nossos olhos nos permite interpretar heranças do passado, tentar entender o presente e propor ações com vistas a melhorar o futuro.

Ao compararmos paisagens de lugares diferentes rios e

praias limpas ou poluídas, matas preservadas e áreas desmatadas, impactos ambientais provocados por diferentes tipos de indústrias e práticas agrícolas, etc., podemos avaliar e criticar o resultado da ação humana sobre o espaço, pois ela está impressa na paisagem. Leia no quadro a baixo, um trecho da obra do geógrafo Milton Santos, sobre a distinção entre paisagem e espaço.

3- COMO O HOMEM VIA E VÊ A NATUREZA O homem, assim como os outros animais, age sobre a natureza no intuito de obter dela, alimento, proteção e moradia para si e para seu grupo, ou melhor, para satisfazer suas necessidades. Com isso, cria conhecimentos e desenvolve cultura, pois ele é o único que pode pensar e refletir sobre seus resultados. No início de nossa existência, o homem pouco modificava a natureza. Esse homem, vivia da caça, pesca e coleta. Era muito subordinado às condições naturais, a tal ponto que era nômade, andava de um lugar para outro em busca de meios para sobreviver. A relação do homem com a natureza era tão forte que ele não se sentia separado dela. Nessas condições o trabalho era concebido com total naturalidade: nada exaustivo e em certos casos até mesmo prazeroso. A idéia de que a única relação homem-natureza é aquela intermediada pela realização do trabalho, e que este representa transformações na natureza, tem origens históricas. Isso se deve pela universalização de valores ocidentais, impostos à vários séculos. Entretanto, não devemos desconsiderar as culturas que apresentam uma concepção de natureza diferente da nossa. Para determinadas sociedades antigas, ou mesmo para algumas contemporâneas, a natureza é fonte de vida, mas não somente no sentido de fornecer recursos direitamente para a subsistência humana. Para elas, a natureza apresenta-se sacralizada, ou seja, elas fundamentam suas religiões em elementos da natureza. A natureza é um bem comum a toda humanidade, pois é fonte de vida para todos. Mas, dependendo da sociedade, a natureza e o próprio trabalho, podem ser encarados de maneiras diversas. Ao observarmos por exemplo, uma tribo indígena, cujos membros trabalhavam seis horas por dia para obter o necessário para sua sobrevivência, com a utilização do machado, passaram a trabalhar apenas três, as demais horas eram ou são gastas na realização de jogos, religião e de outras atividades de recreação. Isso acontece porque os índios concebem o trabalho apenas como um meio de satisfazer apenas suas necessidades básicas. Além disso, suas atividades, na maioria das vezes, são realizadas de maneira lúdica, não como uma imposição ou obrigação da vida em sociedade. Em nossa sociedade, o uso de novo instrumento garantiria a subsistência com três horas de trabalho, as outras três seriam utilizadas para aumentar a produção, com o objetivo de obter um excedente para a venda. Afinal, a concepção de trabalho que está por trás da busca pelo excedente é justamente aquela do trabalho produtivo.

UMA NECESSIDADE EPISTEMOTÓGICA: A DISTINÇÃO ENTRE PAISAGEM E ESPAÇO ( Milton Santos )

“Paisagens e espaço não são sinônimos. A paisagem é o conjunto das formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. Os espaços são essas formas mais a vida que as anima. Durante a Guerra Fria, os laboratórios do Pentágono chegaram a cogitar da produção de um engenho, a bomba de nêutrons, capaz de aniquilar a vida humana em uma dada área, mais preservando todas as construções. O presidente Kennedy afinal renunciou a levar a cabo esse projeto. Senão, o que na véspera seria ainda o espaço, após a temida explosão seria apenas paisagem. Não temos melhor imagem para mostrar a diferença entre esses dois conceitos”.

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Percebemos assim uma grande diferença entre as sociedades referidas: enquanto os índios pouco modificam a natureza, nossa sociedade a transforma cada vez mais, chegando ao ponto de destruí-la em alguns aspectos. A construção de uma hidrelétrica, implica na inundação de grandes áreas, que na maioria dos casos, ficarão submersas para sempre. Entretanto, é bom lembrar que, as atividades dos grupos humanos, por mais transformadoras que sejam, não chega a eliminar a ação das forças da natureza. Em várias aspectos, a natureza se apresenta como um fator limitante às atividades humanas. Por exemplo, ao prever um maremoto, a atuação devastadora de um furacão ou terremoto, pode-se tomar diversas medidas para tentar neutralizar ou reduzir seus resultados; porém, o homem não pode impedir que o fenômeno deixe de acontecer. As estações do ano ainda são importantes para o ciclo das lavouras. A construção de pontes e túneis, nada mais são do que adequação ás condições naturais do terreno. Nesse sentido, o estudo da natureza permite desvendar muitos aspectos da realidade social. 4- AS TRANSFORMAÇÕES QUE OCORRERAM NA TÉCNICA E NA CIÊNCIA:

As Intervenções na natureza, e as conseqüentes modificações nela introduzidas, dependem diretamente das técnicas empregadas pelo homem. Por sua vez, a técnica, isto é, o modo de fazer algo, envolve instrumentos de trabalho a serem utilizadas no processo. Instrumentos simples, como o machado e o arado, provocam alterações modestas na natureza. Instrumentos mais sofisticados como a moto-serra e o trator causam alterações mais expressivas no ambiente natural. Na economia capitalista, no intuito de aumentar seu rendimento, o homem usa sua capacidade de raciocínio para conceber novas técnicas e construir novos instrumentos. Geralmente, as inovações técnicas trazem novos problemas ao homem, representando novos desafios e a necessidade de resolvê-los. Daí a evolução da técnica, ou seja, descobrem-se novas formas do fazer humano. A invenção do automóvel, por exemplo, em 1887, trouxe a necessidade de um rodo compatível ao novo meio de transporte: o pneu foi inventado no ano seguinte. Portanto, as inovações técnicas e o consequente aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho imprimem progressos aos mecanismos de apropriação à natureza o que significa maiores modificações e domínio mais intensos ao meio natural. Assim ocorreu com a invenção da máquina a vapor, em 1803; do motor a combustão, em 1880; e, sobretudo do computador em 1946. A concepção de domínio do homem sobre a natureza, bem como a aceleração e difusão das inovações técnicas, teve como marco fundamental o surgimento do capitalismo, nos séculos XV e XVI. Antes do capitalismo, a economia era basicamente de subsistência. As atividades de compra e venda eram pouco desenvolvidas. Os produtos, artesanalmente fabricados, destinavam-se ao uso direto do homem. Na maioria dos casos não possuíam valor de troca, mas sim valor de uso. Ao desenvolver-se, o capitalismo foi aos poucos se incorporando as atividades até então de subsistência. Sua primeira grande inovação foi promover a divisão do trabalho, a fim de melhorar a produtividade e aumentar a produção de bens, só que agora entendidas como mercadorias, uma vez que se destinavam ao mercado. Ao contrário do que ocorria no artesanato, quando o homem realizava todas as atividades e conhecia todo o processo produtivo, na divisão do trabalho há uma decomposição do processo de produção, de modo que cada trabalhador seja preparado para realizar uma ou no máximo duas tarefas do processo produtivo. Ao ser introduzida, a divisão do trabalho provocou um aumento na produtividade devido: - Pouco tempo desperdiçado pelo trabalhado ao passar de uma atividade paras outra;

- Possibilitou a especialização do trabalhador, agora dedicado a uma só tarefa; - E, finalmente, estimulou a inovação de ferramentas especialmente adaptadas a cada tipo de trabalho:

5- O MEIO TÉCNICO CIENTÍFICO INFORMACIONAL: A economia capitalista mundial conheceu um período de intensa vitalidade após a Segunda Guerra Mundial. Esse ciclo de prosperidade, que correspondeu à segunda onda de inovação tecnológica, entrou em declínio na década de 1970. Os primeiros sinais do seu esgotamento revelaram se em 1973, quando o padrão monetário baseado na equivalência entre o dólar e o ouro foi abandonado pêlos Estados Unidos e a flutuação cambial tomou o lugar do sistema estável criado em Bretton Woods. Naquele momento, a "economia do dólar", baseada na hegemonia norte- americana, esmaecia-se diante da emergência da Europa Ocidental e do Japão, que completavam a sua reconstrução. O fim do ciclo foi caracterizado pela redução das taxas de crescimento das economias nacionais e pelo ressurgimento do fantasma do desemprego na Europa e na América do Norte. Em 1973 e 1979, a Organiza cão dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou brutalmente os preços do barril, atingindo de frente as economias desenvolvidas. Os dois "choques do" petróleo" contribuíram para detonar a longa estabilidade de preços vigente no pós-guerra, provocando surtos inflacionários nos países ricos. Ao mesmo tempo a concorrência das transnacionais japonesas assustou as corporações norte-americana e inúmeros observadores profetizaram o fim da liderança econômica dos Estados Unidos. Quando se esgotava o padrão tecnológico do pós-guerra, uma nova onda de inovações estava a caminho. Os seus fundamentos repousam sobre a emergência das tecnologias da microeletrônica e da transmissão de informações, de um lado, e sobre a automatização e a robotização dos processos produtivos, de outro. Essa onda de inovações, que continua a se desenvolver, ficou conhecida como revolução tecnocientífica. A revolução tecnocientífica tem seu núcleo no entrelaçamento da indústria de computadores e softwares com a das telecomunicações. Os extraordinários avanços nas técnicas de armazenamento e processamento de informações foram potencializados pelas redes digitais, cabos de fibras ópticas e satélites de comunicações. As mercadorias derivadas dessas técnicas colonizaram as indústrias tradicionais, que reinventaram seus produtos e processos de produção. A informática invadiu o setor financeiro, os sistemas de administração pública e privada, os serviços de transportes, saúde e educação. Os novos bens de consumo - computadores pessoais, telefones celulares, produtos de multimídia - reorganizaram mercados e geraram uma imensa demanda. A onda de inovações envolveu outros campos, assentada sobre a aplicação da ciência às tecnologias de produção. A química fina abriu caminho para a criação de uma série de novos remédios. A biotecnologia encontrou aplicações na medicina e na agricultura. A robótica intensificou a automação industrial. Mas as grandes empresas que nasceram com a revolução tecnocientífica são, principalmente, aquelas ligadas à informática e às telecomunicações. A revolução tecnocientífica confirmou a liderança econômica dos Estados Unidos. As empresas-símbolo da nova era são, em geral, norte-americana. A mais conhecida - a Microsoft - definiu os padrões de software utilizados pêlos computadores pessoais e por boa parte das redes de computadores empresariais. Inúmeras outras - como a Intel, a Çompaq, a Cisco, a Hewlett-Packard, a IBM, a Sun Microsystems – adquiriram a hegemonia em diferentes áreas da informática. Além delas, as empresas de tecnologia telefônica assumiram lugares de ponta no campo da transmissão de informações. Fora dos Estados Unidos,, a onda de inovações desenvolveu-se, em ritmo menos acelerado, a partir de algumas grandes empresas japonesas e européias.

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JACKY18/04/08

EXERCÍCIOS DE REVISÃO 01

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01. Após a Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos e União Soviética, países aliados durante o conflito, passaram a desenvolver um relacionamento político tenso e cheio de atritos. Esse período caracterizou-se pela:

a) Rápida contenção do socialimso na Europa Oriental, graças a formação da cortina de ferro, e a implantação do Plano Marshall nessas áreas. b) Unificação do território alemão, dividido em dois países (RDA e RFA) e crescente corrida armamentista. c) Elevação do bloqueio de Berlim, imposta por Stalin e posterior construção do Muro de Berlim. d) Desmontagem das organizações militares, em ambos os lados da cortina de terra, retirando o poder das superpotências na região. e) Todas as alternativas estão corretas e criam um panorama de Guerra Fria.

02. (FMU-SP) O Pacto de Varsóvia, criado em 1955 e extinto em 1991, teve como principal objetivo:

a) Reunir os países socialistas como Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental contra a OTAN. b) Consolidar a influência soviética sobre os países da Europa Oriental. c) Conter a influência soviética sobre os países da Europa Oriental. d) Consolidar a influência socialista na Europa Ocidental. e) Consolidar a influência capitalista na Europa Oriental.

03. A ordem internacional que se estabeleceu após a Segunda Guerra Mundial, caracterizou-se pela bipolaridade entre Estados unidos e União Soviética. Essa divisão, que perdurou até o início desta década, foi chamado de período da Guerra Fria. Fatos significativos tem marcado a Nova Ordem Mundial recém surgida, merecendo destaque...

I. Reunificação da Alemanha em 1992, com a marcante queda do Muro de Berlim. II. A decadência do "Socialismo Real" e de sua ideologia, apontando o capitalismo e o neoliberalismo como os vitoriosos na batalha final da Guerra Fria. Ill. Fim do Pacto de Varsóvia e gestões sobre a remodelação da OTAN, em julho de 91, é assinado em moscou, o Tratado de Redução de Armas Estratégicas. IV. Imunidade da Roménia, que atualmente e o único país europeu que permanece com as estruturas socialistas.

a) l e II. c) l, II e III. b) II e III. d) l e IV. e) II e IV.

04. (CESUPA-2004) As transformações na ordem econômica e geopolítica do pós-guerra, no final dos anos 80 — queda do muro de Berlim, fragmentação e extinção da URSS e abertura econômica e reordenamento territorial do Leste Europeu — foram fundamentais para o reordenamento geopolítico do espaço mundial. A esse respeito, assinale a alternativa correta:

a) A atual ordem geopolítica mundial se caracteriza por uma configuração multipolar de base múltipla não somente em termos da multiplicação de centros de poder econômico, mas igualmente de natureza político — militar étnica e cultural.

b) A existência de conflitos por áreas de influência entre as grandes potências e as emergentes no atual contexto histórico, cuja base é puramente econômica, constitui a principal característica do mundo atual. c) O mundo atual se caracteriza pela bipolaridade. A nova ordem econômica e geopolítica está pautada no conflito entre as duas grandes potências — USA e Rússia - por áreas de influência. d) O mundo atual se caracteriza pela multipolaridade. A fragmentação da ex-URSS e as transformações no Leste europeu apontam para uma configuração geopolítica de base mais ideológica que econômica.

05. “Voltou à moda profetizar a morte do Estado nacional. Analistas políticos e econômicos, historiadores, sociólogo e geógrafos tem se dedicado, nos últimos anos, a construir cenários do futuro nos quais o Estado ocupa um determinado lugar na política internacional”. Com base em seus conhecimentos, identifique entre as alternativas abaixo aquela que demonstre o papel do Estado nação na economia globalizada.

a) De fato o Estado tende a perder poder, ao ponto de se extinto em função do processo de globalização intensificado no pós-guerra fria. b) A formação dos megablocos supranacionais tem feito com que paulatinamente o Estado nação perca força e ceda lugar a mundialização da economia, na qual deixa de existi as fronteiras, o Estado e a região. c) Ao contrário do que se pensa o Estado tem um papel fundamental no processo de globalização econômica, visto que ele é quem toma as decisões políticas de integração decorrentes dessa mundialização. d) Com o fim da guerra fria passou a haver uma reorganização do espaço geográfico mundial, na qual Estado não tem muita significância. e) A reorganização dos blocos regionais de poder (especialmente o projeto da União Européia) demonstra claramente a derrocada do Estado União.

06. (Prise-2006) Com o fim da bipolaridade e a partir da nova ordem, a mundialização do capitalismo passa a viver uma nova etapa em que as economias nacionais enfraquecem diante da maior importância do mercado global. Com base em seus conhecimentos sobre reordenação do espaço mundial, assinale a alternativa correta.

a) Na atual período marcado pela multipolarização, há a intensificação do processo de globalização e simultaneamente ocorrem a formação de blocos regionais. b) A partir da multipolarização, os Estados Unidos têm seu poderio econômico e tecnológico enfraquecido. c) Com a crise do socialismo e a maior presença da economia de mercado, há um menor desenvolvimento do comércio externo e do turismo no mundo. d) A formação dos mercados regionais ou megablocos é uma das principais características do período bipolar. e) E correto afirmar que o período bipolar afetou diretamente a economia norte-americana, ao substituir o dólar, moeda norte-americana, pela libra esterlina, moeda inglesa.

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07. Os atentados terroristas ocorridos nos Estados Unidos, em setembro de 2001, provocaram novas ordenações geopolíticas no mundo contemporâneo, a exemplo do (a): a) Aproximação geopolítica entre a Rússia e Estados Unidos, nações que, no período da Guerra Fria, lideravam diferentes blocos opostos ideologicamente. b) Retorno à bipolaridade, uma vez que os Estados Unidos voltaram a comandar o bloco oriental em oposição ao bloco ocidental, liderado pela Rússia, ex-república da URSS. c) Implantação da multipolar idade, uma vez que, desde a queda do Muro de Berlim, o mundo apresentava-se geopoliticamente bipolar. d) Aproximação de ingleses e franceses, povos que mantêm rivalidades históricas, em oposição aos russos, que lideraram este ataque aos Estados Unidos.

08. Todas as afirmativas apresentam informações correta sobre o cenário geográfico da nova ordem mundial pós-comunismo da Europa oriental e da ex-URSS, exceto:

a) A estabilidade política tem sido dificultada pelos grupos étnicos distintos, mantidos no mesmo território após o estabelecimento de novas fronteiras, ao fim da segunda guerra mundial. b) A dissolução do poder totalitário comunista e do estado partido tem sido acompanhada pelo estabelecimento de novas fronteiras geográficas com a constituição de novos países. c) A transição da economia estatal e planificada para a economia de mercado tem fortalecido as estruturas produtivas, provocando aumento de emprego e controle da inflação. d) O desaparecimento de laços que mantinha a Europa oriental no espaço de influência da ex-URSS têm levado a formação de uma nova área de influência, á da Alemanha reunificada.

09. É fato presente na nova estrutura geopolítica e econômica do mundo a pós anos 80 (o): a) Multipolar idade econômica, apoiada no tripé formado pelos estados unidos china e CEI (comunidade dos estados independentes). b) exacerbação dos movimentos nacionalistas como a guerra civil da ex-Tchecoslováquia, que após anos de lutas sangrentas culminou com a criação de seis republicas. c) sobrevivência do socialismo real, com uma economia essencialmente planificada, que, mesmo com a desagregação da ex-URSS, ainda persiste em países do leste europeu, na china, no Vietnã e em cuba. d) Multipolar idade econômica, centrada em pólos considerados irradiadores de prosperidade: EUA, Japão e Europa centro-oriental (Alemanha), onde prevalece a disputa por espaço de poder econômico. e) aumento da divergência sino-soviética, como conseqüências das transformações econômicas na China.

10. (ufpa) A regionalização do espaço mundial, após a Segunda Guerra Mundial, no século XX, esteve marcada pela bipolarização; mas, a partir da década de 90, desse mesmo século, a ordem passa a ser marcada pela multipolarização. Sobre essa mudança é correto afirmar: a) A bipolaridade existente entre Estados Unidos e Japão era fundamentada em razões ideológicas, de disputa pelo poder político do espaço mundial. b) A ordem bipolar, considerada dicotômica ou dualista, representava a oposição entre duas alternativas,

capitalismo e socialismo, e a nova ordem, a multipolarização, apresenta apenas uma opção, o capitalismo. c) Na ordem multipolar, o poder é medido, entre outros fatores, pela capacidade econômica de disponibilidade de capitais, qualificação de mão de obra, índices de competitividade, avanço tecnológico e níveis de produtividade. d) Na ordem multipolar, o poder ainda é medido pela divisão capitalismo e socialismo, o que caracteriza a permanência dos Estados Unidos e a emergência na nova ordem de países, como o Japão e a Alemanha. e) A disputa leste x oeste, que caracterizava a ordem bipolar, é agora representada pela disputa norte x sul, em que os países do norte são capitalistas (ricos e industrializados) e os do sul são socialistas (pobres e agrários).

11. “Não há nada mais difícil de realizar nem mais perigoso de controlar do que o início de uma nova ordem de coisas” Niccolo Machiavelll (1469-1527), filosofo italiano

Fonte: “O GLOBO”- 01/06/95 - p. 33. Se transposto para a atualidade, o raciocínio acima nos permite entender porque a estrutura de uma nova ordem internacional requer alterações nas formas e objetivos de atuação dos grandes organismos políticos e econômicos mundiais fundados no pós-guerra, a exemplo do FMI e da ONU, no caso da ONU sua reformulação se justifica pela necessidade de:

a) Elaborar novos acordos diplomáticos que permitam a inclusão dos países socialistas, agora comandados pela China. b) Reduzir o excessivo poder dos países do Terceiro Mundo através do fim do seu direito a veto na Assembléia Geral. c) Ampliar seu poder militar com a definitiva incorporação à Força de Paz dos exércitos do COMECON. d) Fortalece a atuação de organizações de não governamentais (ONG'S) de modo a enfraquecer os países do Primeiro Mundo. e) Incluir, entre os membros permanentes do Conselho de Segurança, O Japão e a Alemanha, além de potências regionais como o Brasil e a Índia.

12. Vários países assinaram acordos que proíbem testes atômicos. Esse é mais um dos reflexos do fim da guerra fria, ocorrida no final da década de 1980.

A respeito desse novo cenário geopolítico mundial, apenas uma das alternativas a seguir está incorreta. Assinale-a:

a) Diferentemente do pacto de Varsóvia, a OTAN não desapareceu e redireciona seus objetivos atraindo, inclusive, interesse de adesão por parte de países ex-socialistas. b) Do ponto de vista militar e também econômico, os EUA se sobre saem como única potência na medida em que seu antigo “rival”, a URSS, desmembrou-se e os países resultantes passam por profundas crises. c) Com o fim da guerra fria, a principal contradição que explicava grande parte dos conflitos mundiais se desfaz, mas outras tensões continuam a provocar inúmeros conflitos espalhados pelo mundo. d) Nos dias de hoje, a questão do poder entre os países desloca-se do plano militar para o plano econômico, dando destaque às “guerras comerciais”. e) A ONU passa por um processo de reestruturação em que se questiona a estrutura do conselho de segurança, e países subdesenvolvidos como o Brasil pleiteiam sua participação nesse órgão.

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EXERCÍCIO DE REVISÃO - 02

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OLIVA, Jaime; GIANSANTI, Roberto, Espaço e modernidade: temas da Geografia mundial. São Paulo: Atual, 1998, p.83

01. O processo industrial, ao longo do tempo, passou por diversas transformações, como as ironizada no filme Tempos Modernos, do genial Charles Chaplin, em que criticava a implantação do Fordismo no sistema produtivo. A análise da imagem do filme nos sugere que o sistema Fordista .

a) Substituiu totalmente o homem pela máquina, devido ao emprego de moderna linha de montagem, com a utilização de robôs nas diversas etapas do processo produtivo. b) Utilizava uma linha de montagem que especializava os operários na utilização de operações simples e repetitivas, eliminando, desta forma, a necessidade de habilidades especiais. c) Tinha como condição essencial, para seu desenvolvimento, a presença de centros de pesquisas tecnológicas e o emprego de mão-de-obra altamente qualificada. d) Estimulava a diversificação da produção industrial, como forma de garantir maior mercado para os produtos industrializados.

02. (Ufpa) Sobre o processo de reordenação ocorrido na economia-mundo, no qual uma ordenação bipolar passa a uma ordenação multipolar, a afirmativa correta é: a) Com a nova ordem multipolar ocorreu um aprofundamento da tendência de globalização com o fortalecimento dos blocos econômicos supranacionais. b) Assim como na Guerra Fria, os atuais padrões de poder e influência são medidos pela capacidade econômica. c) No pós-guerra torna-se mais forte a rivalidade geopolítica entre os EUA e a Alemanha, fato que provocou a bipartição da Europa em blocos antagônicos. d) Com o fim da ordenação bipolar, várias áreas periféricas do capitalismo passaram por um processo de sucateamento de seu parque industrial. e) Só foi possível o aparecimento de grandes conglomerados econômicos devido ao processo de desconcentração de capitais característico da ordem multipolar.

03. Por divisão internacional do trabalho entende-se: a) Produção de tudo que um país necessita para seu desenvolvimento, isso em virtude de sua intensa industrialização. b) Organização dos países do terceiro mundo, responsável pela integração cada vez maior de suas economias. c) Autonomia entre países exportadores de matérias-primas e os exportadores de produtos industrializados. d) Especializações dos países em produção de determinadas mercadorias destinadas ao mercado internacional. e) Necessidade de circulação de mercadorias, isto é, o comércio nos diferentes graus de desenvolvimento.

04. “Neste período, os objetos técnicos tendem a ser ao mesmo tempo técnicos e informacionais, já que, graças à extrema intencionalidade de sua produção e de sua localização, eles já

surgem como informação; e, na verdade, a energia principal de seu funcionamento é também a informação”.

(SANTOS, Milton.A natureza do espaço:técnica e tempo,razão e emoção.S. Paulo.Edusp,2002.p 238)

Com o período acima descrito, chamado Terceira Revolução Industrial, surge uma nova Divisão do Trabalho, que configura uma classificação dos países, segundo o que cada um deles domina, sobre:

a) As fontes de energia que possuem especialmente aquelas que utilizam os recursos renováveis, como as águas dos rios, usadas para o fornecimento de energia para as indústrias tecnológicas. b) As reservas de matéria prima, principalmente as minerais, como o petróleo e o ferro, considerados essenciais para o avanço das indústrias do referido período. c) O conhecimento técnico-científico, cujo aprofundamento irá possibilitar o desenvolvimento de novas tecnologias que constituem a base desta revolução. d) As estratégias de produção e comercialização dos produtos industrializados, que são consideradas propulsoras deste avanço científico-tecnológico e informacional.

05 “O colonialismo e a divisão internacional da produção ditada pelo capitalismo desestruturam as formas originais de produção agrícola na Ásia, África e América Latina. A agricultura de produtos alimentares de subsistência foi substituída pela agricultura comercial de exportação. Isso para atender, fundamentalmente, aos interesses das metrópoles. Para as colônias delineou-se, entre outras coisas, o espectro da fome.” (ADAS, Melhem. A fome, crise ou escândalo? Col Polêmica. Editora Moderna. São

Paulo, 2004. Pág.85) Com base no que diz o texto sobre desestruturação das formas originais de produção agrícola na Ásia, África e América Latina e com base nos seus conhecimentos sobre a dinâmica da produção do espaço agrário mundial hoje, é correto afirmar:

a) Essa desestruturação está relacionada ao fato de que os colonizadores europeus se apropriaram das terras e dos recursos naturais dos colonizados, impondo-lhes, nos moldes do capitalismo comercial, uma estrutura produtiva agrária marcada pela Divisão Internacional do Trabalho – DIT, como colônias agrícolas voltadas à produção de alimentos destinados às metrópoles. b) As raízes desta desestruturação estão relacionadas aos fatores étnicos e religiosos locais de cada país ou região, que marcam, até hoje, uma dinâmica agrária fortemente fragilizada e improdutiva no combate à fome, decorrentes dos constantes conflitos tribais. c) Hoje, são visíveis as contradições socioeconômicas nesses continentes, decorrentes dessa desestruturação. E elas estão relacionadas não só a fatores externos, como o neo-colonialismo, mas também a fatores internos, como as grandes oligarquias rurais de origem étnica e religiosa, que controlam o comércio dos produtos agrícolas. d) Essa desestruturação foi necessária em virtude da baixa produtividade desse modelo agrícola caracterizado pelo uso de técnicas rudimentares no plantio, o que tornou necessária sua substituição por um modelo implantado pelo colonizador europeu, mais eficaz no combate à fome. e) A causa principal dessa desestruturação está na antiga inserção desses continentes no capitalismo industrial, que, dentro da Divisão Internacional do Trabalho – DIT, os coloca como grandes exportadores de produtos agrícolas, que usam novas tecnologias para o mercado mundial e local, visando, acima de tudo, ao combate à fome.

06. O colonialismo alimentado pela revolução comercial, entrou em extinção no inicio do século XIX, devido a fatores com a decadência do mercantilismo e o interesse pelo

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desenvolvimento interno, que acompanharam as primeiras fases da revolução industrial. No entanto, após a segunda revolução industrial, ressurge um novo imperialismo, que se alastrará principalmente para África e Ásia.

Na base desse novo imperialismo encontramos: a) O alastramento da industrialização para outros países além da Inglaterra, o que gerou excedente de produtos manufaturados e de capitais, a competição por novos mercados, além de campos de investimentos e novas fontes de matérias-primas. b) A busca de poder e riqueza do estado através da acumulação do ouro nos cofres públicos, para que o governo pudesse manter exercito e equipar armadas e, ao mesmo tempo, garantir o suprimento de produtos tropicais. c) A necessidade de encontrar novos mercados para que se pudessem gerar excedentes de produtos manufaturados nos países industrializados que, ao exportá-los, acumulariam ouro internamente, sinônimo de poder e riqueza. d) O livre-câmbio internacional, base para a maior eficiência produtiva e distribuição ótima de recursos, condição indispensável para venda dos excedentes de produção da metrópole e compra das matérias-primas das colônias. e) O aproveitamento de mão-de-obra barata e dos recursos naturais abundantes das colônias para a produção de mercadorias manufaturadas a custos mais baixos que os conseguidos na metrópole.

Utilize o quadro abaixo para responder as questões de número 7 e 8:

Modelos produtivos (da segunda revolução industrial à revolução técnico-científica)

Taylorismo - separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos - Racionalização da produção - Controle do tempo - Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade. Fordismo - Produção e consumo em massa - Extrema especialização do trabalho - Rígida padronização da produção - Linha de montagem Pós-fordismo - Estratégia de produção e consumo em escala planetária. - Valorização da pesquisa científica. - Desenvolvimento de novas tecnologias - Flexibilização dos contratos de trabalho

07. Pelas características dos modelos produtivos do momento da segunda revolução industrial, é possível afirmar que o fordismo absorveu certos aspectos do taylorismo, incorporando novas características. Essa afirmação se justifica, dentre outras razões, porque os objetivos do fordismo, principalmente, pressupunham: a) Elevada qualificação intelectual do trabalhador ligada ao controle de tarefas sofisticadas. b) Altos ganhos de produtividade vinculada a estratégias flexíveis de divisão do trabalho na linha de montagem. c) Redução do custo de produção associadas às potencialidades de consumo dos próprios das fábricas. d) Máxima utilização do tempo de trabalho do operário relacionada à despreocupação com os contratos de trabalhos. e) Crescente terceirização das atividades de apoio à produção e distribuição; elevados níveis de concentração de capitais com formação de conglomerados.

08. A posição central ocupada pela técnica é fundamental para explicar atual fase do capitalismo em que se insere o pós-fordismo. Esta nova forma de organização da produção promove o seguinte conjunto de conseqüências: a) Retração do setor de comércio e serviços; ampliação de um mercado consumidor seletivo, diversificado e sofisticado. b) Intensificação das estratégias de produção e consumo a nível internacional; redução do fluxo de informação e dos veículos de propaganda. c) Redução da distancia dos estabelecimentos industriais e comerciais; acelerado ritmos de inovações do produto com mercados pouco especializados. d) Crescente terceirização das atividades de apoio à produção e distribuição; elevados níveis de concentração de capitais com formação de conglomerados.

09. A passagem da economia centralmente planificada para a economia de mercado, na Rússia, criou uma situação de fragilidade que se manifesta:

I - na fragmentação do espaço russo resultante da vitória dos movimentos separatistas.

II - na incapacidade de controle, por parte do governo, das ações dos diferentes agentes econômicos.

III - no retrocesso da capacidade de produção demonstrada pela redução do PIB russo.

Está(ão) correta(s):

(A) apenas a afirmativa I (B) apenas a afirmativa II. (C) apenas a afirmativa III. (D) as afirmativas I e II. (E) as afirmativas II e III.

10. O quadro de paz e estabilidade que se previa ao final da Guerra Fria parece, ainda, longe de ser alcançado nestes primeiros anos do século XXI.

Considerando-se essa situação, é INCORRETO afirmar que a) a vitalidade expressiva do crescimento de algumas economias não-ocidentais, em face às atuais potências mundiais, tem interferido nas relações de força que imperam na política internacional. b) o desarmamento mundial, que ultrapassou as propostas originais para esse processo, tornou vulneráveis os países considerados esteios da segurança internacional. c) o fim de uma ameaça global, representada pela disputa entre capitalismo e socialismo, abriu espaço para múltiplos conflitos de motivação étnico-religiosa e de nacionalidades. d) o notável crescimento demográfico de populações muçulmanas vem constituindo um contingente numeroso, geograficamente disperso, que abriga valores divergentes da civilização ocidental.

11. (ufpa) Com a transformação de um mundo bipolarizado para um mundo multipolarizado, duas faces são apresentadas nessa nova ordem internacional: uma de caráter geopolítico e outra de caráter econômico. Sobre este quadro de transformação, é correto afirmar: a) O grande potencial bélico nuclear herdado pela Rússia, com o fim da Guerra Fria, conferiu-lhe um parque industrial altamente produtivo e avançado. b) No presente quadro de um mundo multipolar, configura-se um abrandamento das desigualdades sociais entre indivíduos, regiões e nações. c) A disponibilidade de capitais, a qualificação da mão-de-obra, o avanço tecnológico do parque industrial são características da capacidade econômica do Japão e da Alemanha. Tal capacidade confere a esses países a posição de grandes potências neste mundo multipolar. d) Com o fim da Guerra Fria, os conflitos e tensões que existiam foram extintos, e, com essa nova ordem internacional, emerge um quadro mundial mais estável. e) O mundo bipolar era caracterizado por um conflito norte x sul de natureza econômica. Já o mundo multipolar caracteriza-se pelo conflito leste x oeste, de natureza fundamentalmente geopolítica.

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FORMAÇÃO DAS REGIÕES DO MUNDO

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FORMAÇÕES DAS REGIÕES MUNDIAIS A PARTIR DO CAPITALISMO COMO FUNCIONA CAPITALISMO

Tem como principal o lucro Baseia-se na propriedade privada dos meios de produção. Tem o dinheiro ou seus similares (cartões de

crédito,cheques) o eu principal meio de troca. Funciona conforme a lei da oferta e da procura – econômica

de mercado. Nas relações de trabalho predomina o trabalho assalariado.

O trabalhador “vende” seu trabalho para os donos dos meios de produção.

No sistema capitalista, a sociedade é baseada na divisão declasses.

Capitalismo comercial ou fase mercantilista do século XV até XVIII: Pontos Fundamentais da Política Mercantilista

Balança Comercial Favorável. Todo país deveria exportar mais do que importar.

Protecionismo. Conjunto de medidas que visavam proteger a produção nacional da produção de outros países.

Metalismo. A riqueza e a importância de um país eram avaliadas pela quantidade de metais (moedas) que conseguisse acumular.

Monopólio. A metrópole tinha a exclusividade no comercio com a colônia As potências coloniais dos séculos XVI e XVII (Portugal, Espanha, e outras) se enriqueceram e se fortaleceram com a atividade comercial e o colonialismo.

• A EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO: O Sistema capitalista nasceu das transformações por que passou a Europa feudal a partir do século XIII. O fundamento da riqueza deixou paulatinamente de ser a terra, e a economia de mercado começou a estruturar-se com base no trabalho artesanal. O crescimento e o aumento do número de cidades favoreceram o desenvolvimento de relações mercantis e propiciaram a diversificação e a mobilidade social até então praticamente inexistentes. As trocas comerciais entre diversas regiões estimularam as transformações no mundo do trabalho, com o surgimento do trabalho assalariado e de uma incipiente divisão técnica das atividades. A partir do século XV, as relações mercantis ampliaram-se geograficamente com as Grandes Navegações e a inserção de novas terras no sistema capitalista de produção. Desenvolveu-se então a fase do chamado capitalismo comercial;

o ciclo de reprodução do capital estava assentado principalmente na circulação e distribuição de mercadorias realizadas entre as metrópoles e as colônias. Mas o sistema capitalista só iria se consolidar definitivamente no século XVIII, cuja a intensa transformação do processo produtivo ficou conhecida historicamente como Revolução industrial dividindo-a em três etapas: a Primeira a Segunda e a Terceira Revolução Industrial. A chamada Primeira Revolução Industrial inicio-se nas últimas décadas do séc. XVIII e estendeu-se até meados do séc. XIX. Originada na Inglaterra, essa revolução ocorreu logo depois em outros países europeus, como França, Bélgica, Holanda, Rússia, Alemanha e também nos Estados Unidos. Esse período ficou marcado por invenções e descobertas cientificas revolucionárias, que tiveram aplicações diretas as atividades industriais e nos meios de transportes. São exemplos a criação da máquina a vapor, a utilização do carvão como fonte energia e a invenção da locomotiva que possibilitou o desenvolvimento do transporte ferroviário. Segunda metade do séc. XIX estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das características mais

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importantes desse período foi a introdução de novas fontes de energia no processo produtivo. Esse salto foi marcado sobretudo pelo uso do petróleo como fonte de energia e do aço de alta resistência na metalurgia, pela invenção de motores a combustão a óleo diesel e, ainda, pelo aproveitamento em grande escala da força hidráulica da água paras geração de energia elétrica. Foi dentro desse quadro que ocorreu a expansão imperialista na África e na Ásia. Em 1885, na conferência de Berlim, retalhou-se o continente africano partilhado entre as potências européias. Essa partilha imperialista consolidou a nova divisão internacional do trabalho pela qual as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que então se industrializavam. Neste contexto países como os Estados Unidos e o Japão também entraram na corrida imperialista. As principais potencias econômicas da época deixaram a áfrica totalmente sobre seu domínio, sendo que as potencias européia foram as que mais se aproveitaram do poderio econômico militar de que detinham para dominar este continente . Na verdade, esses países se transformaram em colônias ou semi-colônias ou como dizem os historiadores, trata-se do neo-colonialismo.

AS NOVAS POTENCIAS DO FINAL DOSECULO XIX: Antes do final o século XIX, ainda assistiu ao surgimento de três novas potências industriais: a Alemanha , o Japão e os estados unidos da América. É preciso destacar que na segunda metade do século XIX o capitalismo passa por certas mudanças importantes. De uma primeira fase onde varias empresas disputavam mercado, passa se a uma segunda fase onde algumas empresas passam o monopoliza-lo, com o surgimento dos grandes trustes e cartéis. A Alemanha e o Japão são dois paises que se formaram muito tardiamente. A Alemanha só se

unificou em 1871 com Bismark e o Japão em 1868 co restauração Meiji A luta do Japão e da Alemanha para se impor no mercado internacional foi grande, pois o mundo já se achava partilhado entre Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda e Bélgica. A tentativa de partilhar o mundo pelas potencias capitalistas, saiu do plano diplomático e acabaram indo para o plano militar, culminando com a primeira guerra mundial e suas feridas foram arrastadas até o final da segunda guerra mundial., essas guerras foram nada mais nada menos do que guerra por mercados consumidores.

A ORGANIZAÇÃO DO MUNDO DE 1900 ATÉ 1945:

Na segunda metade do século XIX surgem novas potências industriais no espaço mundial: EUA, Alemanha e Japão. - Afloramento das rivalidades dentro do continente europeu; entre ingleses e alemães, franceses e alemães etc. - primeira guerra mundial, causada pela expansão do sistema capitalista no mundo.

CARACTERÍSTICAS DO PERÍODO ENTRE GUERRAS: • Surgimento do socialismo na Rússia (revolução de 1917) • Pior crise econômica da historia do capitalismo, quebra da bolsa de new York. (crise de superprodução) • Decadência do liberalismo econômico. • Aparecimento do keynesianismo e do estado do bem estar social. • Aparecimento do EUA como a potência hegemônica do sistema capitalista. • Difusão do ideal socialista pela Europa. • Surgimento do nazismo e fascismo no continente europeu. • Revanchismo alemão, devido o tratado de Versalhes. • Este período termina com à segunda guerra mundial.

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JACKY30/01/08

FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO

Frente: 02 Aula: 02

PROFº: WELLIGTON A Certeza de Vencer

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Considerações Gerais:

O Brasil, enquanto País e com essa dimensão territorial, nem sempre existiu, pois suas atuais fronteiras são resultantes da Geopolítica Portuguesa e das Frentes de Expansão como: A Atividade Pecuária (extensiva) ocorrida a partir do Nordeste (séc. XVI...), as Drogas do Sertão na Amazônia (séc. XVI...) e as Bandeiras e Entradas a partir do Sudeste Brasileiro (séc. XVI e XVIII).

Observe os mapas a seguir:

Conceitos Básicos:

Território refere-se a superfície terrestre de um Estado, delimitado por fronteiras, seja ele soberano ou não. De acordo com as teorias gerais de Estado, diplomacia, relações internacionais e nacionalidade, o território é uma das condições para a existência e o reconhecimento de um país (sendo os outros dois a nação e o Estado).

Região pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de determinadas características. Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que um país

Estado é uma instituição organizada politica,social e juridicamente ocupando um território definido, normalmente onde a lei máxima é uma Constituição escrita, e dirigida por um governo, também possuindo soberania reconhecida internamente e externamente.

País de uma forma geral, é um território social, política, cultural e geograficamente delimitado.

Lugar ou local, de forma geral, é uma porção do espaço qualquer ou um ponto imaginário numa coordenada espacial percebida e definida pelo homem através de seus sentidos.

Nação é o termo que defini um grupo de indivíduos, ou comunidade humana, que comunga das tradições culturais comuns (onde se inclui a etnia, língua, religião, mentalidade predominante, educação.

Estados-nação é tipo de organização política a que aspiram inúmeras comunidades humanas, para se diferenciarem entre si, alcançarem segurança e prosperidade e serem afores internacionais soberanos.

Pecuária: Drogas do sertão:

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Bandeiras:

Seguindo o raciocínio de Diamantino Pereira pode-

se dividir geograficamente a "montagem" do espaço brasileiro em três momentos: o espaço dos índios, o espaço colonial e o espaço brasileiro.

ESPAÇO PRÉ-COLONIAL: A importância dessas sociedades reside no fato de que:

foram as primeiras a habitar o território brasileiro; participaram consideravelmente da formação da

população brasileira atual; possuem um conhecimento valioso do meio-

ambiente e de sua flora e fauna, de sua ecologia e ecossistema, acumulado através de séculos de ocupação das terras;

possuem uma cultura que, em muitos aspectos pode nos ensinar a conviver mais harmoniosamente com o meio-ambiente, sofrem, historicamente o extermínio impiedoso de sua comunidade, que sepulta não somente sua gente como também conhecimentos culturais e ambientais importantes:

enfrentam cada vez mais intensamente conflitos com

outros protagonistas da vida nacional (garimpeiros, posseiros, grileiros, fazendeiros e industriais).

A geografia do espaço nativo pode ser organizada considerando os vários grupos que se espalham por esse espaço. Apesar das múltiplas dinâmicas sociais protagonizadas pelas diversas comunidades que aqui existiam, os grupos majoritários, Tupis e Jê apresentam muitas semelhanças constituindo um espaço geográfico considerado predominante na época.

ESPAÇO COLONIAL:

A expansão marítimo comercial (século XV e XVI) inaugurou uma nova geografia para o mundo. A chamada geopolítica portuguesa adotada na colônia será marcada por uma série de fatores que ao final de toda a dinâmica de expansão será revelada como positiva, considerando a dimensão que irá apresentar o Brasil com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados.

A introdução de um projeto colonial-mercantil estabelecendo o que se convencionou chamar (Antiga) Divisão Internacional do Trabalho colocava a colônia

na condição de fornecedora de produtos primários que promoviam o enriquecimento da metrópole e geograficamente falando, essa "distribuição" de tarefas é de suma importância, pois é isso que em grande parte nos explica muitas das paisagens que hoje podemos observar nas chamadas áreas "subdesenvolvidas" do globo.

A África e a América Latina, por exemplo, foram impostas funções domo de fornecimento de mão-de-obra escrava e de matérias-primas, agrícolas ou minerais, para o comércio europeu. Tais funções se traduziriam, nesses locais, em paisagens bastante diferentes daquelas que observamos nos países da Europa. A explicação é simples: as riquezas que se extraiam de algum lugar acumulavam-se em outros.

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BRASIL – Formação Territorial

Frente: 02 Aula: 03

PROFº: WELLIGTON A Certeza de Vencer

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O controle da navegação nos cursos dos rios significava

garantir a exploração do rico “negócio” da

borracha

A CONQUISTA DA AMAZÔNIA (SÉC. XVI-XVII)

AS DROGAS DO SERTÃO A região do vale do rio Amazonas teria passado ao largo dos

interesses dos colonizadores se a coroa portuguesa não tivesse perdido suas feitorias orientais, fornecedoras de especiarias valorizadas no mercado europeu — a canela, o cravo e o gengibre.

As primeiras tentativas de ocupação do vale do rio Amazonas foram empreendidas por expedições militares, que estabeleceram postos de defesa para impedir a penetração de estrangeiros (ingleses, franceses, holandeses) na região.

Seguiram-se novas expedições para a conquista do território. A descoberta de especiarias, chamadas de drogas do sertão, animaram os colonizadores a ocupar o vale do Amazonas.

A imensa rede de rios navegáveis formada, pelo Amazonas e seus afluentes transformou-se em verdadeiras “estradas naturais” para a penetração. Utilizando as vias fluviais, os colonizadores imprimiram sua marca por onde passaram, erguendo acampamentos e pequenos povoados ribeirinhos —seguiam as pistas dos primeiros colonizadores, os missionários. Para colonizar as terras e extrair a riqueza da floresta, era necessário colonizar os indígenas. De um lado apareceram os que submetiam os indígenas através da espada e do arcabuz; de outro, os que subjugavam os indígenas através da religião.

Os primeiros faziam parte das tropas de resgate, colonizadores interessados na escravização dos índios para utilizá-los na coleta de especiarias e nas lavouras em torno dos povoados. Os outros, os missionários, mantinham os indígenas sob o seu controle com a prática da catequese.

A expansão dos missionários foi, sem nenhuma dúvida, de importância especial para a dominação colonial na Amazônia. Jesuítas, franciscanos e carmelitas promoveram expedições, penetrando nas matas e organizando diversas missões.

Entretanto, a colonização através da catequese não estava separada dos interesses econômicos. Os indígenas catequizados e reunidos nas missões trabalhavam na lavoura, produzindo alimentos para o sustento das atividades missionárias. Além do trabalho nas lavouras, os indígenas coletavam na floresta a canela, a castanha-do-pará, o cacau, a salsaparrilha e as essências para perfume. As drogas do sertão eram um negocio lucrativo e enriqueceram as ordens religiosas, especialmente a dos jesuítas.

O ciclo das drogas do sertão nos século s XVI e XVII inicia um capítulo dramático e brutal na história da Amazônia, onde a exploração e a destruição das tribos indígenas se fez com indisfarçável violência.

A PRODUÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR (SÉC. XVI-XVII)

"O Ser Senhor de Engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o Ser Servido, obedecido e espreitado de muitos." (Antonil).

Para montar engenhos, além das terras para o plantio, era necessário contar com escravos, adquirir bois, cavalos, barcos, ferro e cobre etc. Em suma, o engenho exigia muitos investimentos, sendo, portanto, uma atividade que não era para qualquer um.

Os colonos que não podiam arcar com os gastos da preparação do açúcar tornavam-se fornecedores de cana aos senhores de engenho. Assim, os senhores de engenho trabalhavam com a cana de suas próprias plantações e com aquela fornecida por colonos de menores posses.

Nos engenhos existiam as áreas de cultivo, divididas em partidos, que eram as faixas lineares onde se plantava cana. Em alguns casos os grandes senhores de engenho preferiam alugar os partidos para a exploração dos colonos plantadores de cana.

Parte da fazenda era destinada a criação do gado necessário ao transporte da cana dos partidos até a casa do engenho, e do açúcar até o porto de embarque. Os carros de boi foram muito utilizados como meio de transporte, principalmente quando não havia trechos navegáveis dos rios.

Completando a paisagem geográfica e social, havia a casa grande (moradia dos senhores), a casa do engenho (conjunto de construções destinadas a fabricação do açúcar) e a senzala (onde os escravos viviam amontoados).

Muitas fazendas, com seus engenhos, pomares e criação de

gado, eram praticamente auto-suficientes. A exploração do trabalho escravo permitia aos senhores de engenho contratar homens com algum conhecimento técnico para tarefas especializadas, como os mestres de açúcar, os purgadores e os caldeireiros.

O trabalho dos escravos fornecia a cana e o açúcar, permitia o assalariamento de trabalhadores especializados e, também, a

A ECONOMIA NO SÉCULO XVI E A PRODUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

Fonte: Folha de S. Paulo, 21 abr. 1996, cad. 5. P 16

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compra de novos escravos para a expansão da lavoura. De fato, a exploração dos escravos fazia do senhor de engenho "Ser Servido, obedecido e respeitado de muitos."

COMO SOBREVIVIA A AGROINDUSTRIA CANAVIEIRA

O objetivo da. produção açucareira era o mercado externo. Seu funcionamento envolvia muita gente. Por isso, no interior da agricultura colonial-escravista tínhamos dois setores:

• setor de exportação; • o setor de produção de alimentos;

O setor exportador era a atividade principal, ocupava os melhores solos dos imensos latifúndios, empregava o trabalho escravo e avançava sempre sobre as terras férteis da floresta (plantation).

A margem da atividade principal aparecia o setor de subsistência. Assim, os escravos cuidavam de sua própria alimentação diminuindo os gastos dos senhores com importação de gêneros alimentícios.

A ECONOMIA COLÔNIAL NO SÉCULO XVII

Fonte: MAGNOLI, Demétrio, A Nova Geografia.

A produção de alimentos era subordinada a atividade principal do latifúndio e variava de acordo com os preços do açúcar no mercado mundial. Quando os preços do açúcar subiam no mercado, todas as terras e os escravos eram utilizados para expandir a produção, sobrando pouca terra para a agricultura de subsistência.

A queda dos preços do açúcar implicava a redução das rendas, obrigando os senhores a reduzirem as despesas com a manutenção dos escravos.

Quanto mais "doce" (de cana-de-açúcar) a paisagem, mais amarga era a vida dos escravos.

A alta dos preços do açúcar era acompanhada da expansão dos canaviais, que invadiam não só as áreas da mata, mas também as terras dos lavradores, restringindo a produção de alimentos. Quando os preços entravam em declínio, os latifundiários alugavam pedaços de terra aos lavradores que podiam aumentar o cultivo para abastecimento de suas famílias, dos próprios latifúndios, das vilas e das cidades próximas.

Como se vê, o poder dos senhores de engenho repousava, no fundo, nas imensas terras que possuíam. A vida dos demais habitantes ficava à mercê dos interesses desses grandes latifundiários e dos preços do açúcar no mercado mundial.

Na segunda metade do século XIX, com a diminuição da importação de escravos, a Zona da Mata nordestina sofreu uma modernização nas suas técnicas com a introdução das usinas no lugar dos engenhos e da ferrovia no lugar dos carros de bois.

A organização do espaço geográfico modificou-se, pois aqueles que se transformavam em usineiros aumentavam seu poder de influência por poderem transformar mais cana que os antigos engenhos. Estes se transformaram em fornecedores de cana das usinas, e muitos deles entraram em decadência. No entanto, a grande

usina sofria dos mesmos males dos antigos engenhos: a oscilação dos preços do açúcar no mercado externo.

Além disso, o poder dos latifundiários da cana já não era o mesmo na segunda metade do século XIX, pois o café se desenvolvia no Sudeste brasileiro, e o Brasil se destacava como o mais importante produtor mundial. Sem falar que, mesmo na região Nordeste, o século XIX verá o prestígio econômico e político comoçar a deslocar-se da Zona da Mata para o sertão. Com o, algodão.

A ATIVIDADE PECUARISTA: O GADO (SÉC. XVI-XVII)

Uma atividade que Viveu para outras Nem só de açúcar vivia o Nordeste. A pecuária, desde o

início, esteve vinculada a lavoura canavieira. Nos engenhos nordestinos o gado era necessário para o transporte da cana no interior das fazendas e à geração da força motriz nas moendas de cana. Sem falar do consumo de sua carne e de seu couro.

Os donos de engenho costumavam destinar as áreas mais distantes a criação de animais, evitando ocupar as terras das plantações.

Criados soltos em parcelas dos imensos latifúndios, os rebanhos se multiplicavam acompanhando às necessidades da lavoura canavieira.

Mas o gado exigia cada vez mais pastos e começou a disputar terras com a lavoura canavieira. Ora, essa lavoura era a atividade lucrativa mais importante da colônia no seu início, e a coroa portuguesa não tardou a agir. Em 1701 a metrópole proibiu a prática da pecuária no litoral nordestino. Entre a cana-de-açúcar e o gado, a preferência só podia ser da primeira. Como se vê, decisões políticas acabam definindo o uso e a organização do espaço geográfico (Geopolítica – Estratégicas).

Assim, o gado teve que pastar em outro lugar, indo ocupar as terras menos úmidas e menos férteis do agreste e do sertão nordestino.

INTERIORIZAÇÃO DO GADO A PARTIR DO NORDESTE

A EXPANSÃO DA PECUÁRIA

O agreste, com seu relevo suavemente ondulado, oferecia amplas extensões facilmente aproveitáveis como pastos. A vegetação natural, por sua vez, não exigia outro cuidado, além da queimada dos arbustos de maior porte, fornecendo diferentes tipos de forragens para o gado.

Nas manchas úmidas do agreste, os chamados brejos, praticava-se uma agricultura de subsistência para o abastecimento das fazendas. Assim, foi-se formando a paisagem do agreste.

O gado, no entanto, expandiu-se pelo sertão. A escassez de água é um problema nesta área — daí as fazendas de gado terem-se estabelecido junto aos rios. Não é a toa que o rio São Francisco era conhecido como rio dos Currais.

A caatinga (vegetação do nordeste) nem sempre garantia a subsistência dos rebanhos. O gado resistia as difíceis condições do clima e da vegetação, tendo de ocupar grandes extensões de terras para conseguir a alimentação necessária. O gado pastava solto — as cercas eram raras — e vivia sob a vigilância dos vaqueiros. Do rio São Francisco até o rio Parnaíba, a criação de gado foi ocupando as chapadas cobertas pela caatinga.

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Formação e desagregação da URSS

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PROFº: CARVALHO/S. RIBEIRO

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CONTEÚDO

A Certeza de Vencer

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A Desintegração do Mundo Soviético e a Formação da CEI O Socialismo Soviético Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa foi uma série de eventos políticos na Rússia, durante os quais os operários e camponeses sucessivamente derrubaram a autocracia russa. o governo provisório expropriaram campos, fábricas e demais locais de trabalho. Estes eventos aconteceram durante o ano de 1917 e início de 1918, e resultaram numa guerra civil que durou de 1918 a 1921. Durante este processo, o Partido Bolchevique, liderado por Vladimir Lenin e Leon Trotski, se transformou na única força política capaz de restabelecer a ordem. Ele criou um poderoso exército, que submeteu igualmente a classe operária e os demais partidos, ao mesmo tempo que adotou o discurso comunista, o qual utilizou como justificativa para a imposição de uma ditadura do proletariado. Características: • Poder centralizado. • Modos de produção estatais. • Desigualdades sociais. • Monopólio do Partido Comunista

A RÚSSIA NA ÉPOCA DA REVOLUÇÃO O movimento revolucionário comandado pelos bolcheviques em

1917 teve grande expressão na região central da Rússia, onde havia maior organização operária e sindical, como Moscou e outras cidades da região. A Revolução foi seguida de uma Guerra Civil, que estendeu-se até 1921e durante a qual várias regiões obtiveram sua independência, como a Polônia e a Finlândia. Também a Ucrania tornou-se independente, porém passaria a integrar a URSS quando de sua formação em 1922.

Oficialmente a URSS foi formada em 30 de dezembro de 1922, como uma Federação de Estados Socialistas, porém com um poder centralizado. Essa centralização consolidou-se durante o período que se seguiu a morte de Lênin, quando Stálin assumiu o poder e implantou um regime de força, expurgando e perseguindo todos os opositores de seu governo.

Durante a existência da URSS o governo de Moscou reprimiu com muita veemência os seus opositores, e esse fato ficou conhecido na história como sendo o autoritarismo do socialismo real.

Ainda durante os seus últimos anos de vida, Lenin empreendeu uma vigorosa luta contra a burocratização do Partido e a concentração de poder nas mãos de Stalin, sugerindo que Trotsky, "o mais capaz do Comitê Central", assumisse o comando do partido. Além de ter exercido papel decisivo como reorganizador do Exército Vermelho, Trotsky havia proposto a teoria chamada de "Revolução Permanente", e que fora adotada por Lenin em suas Teses de Abril - quando este admitiu que a Revolução Russa colocaria em curso o transcrescimento ininterrupto entre revolução burguesa (fevereiro) e proletária (outubro).

Os governos socialistas da URSS não pensaram em desenvolver as suas bases produtivas, assim como estava acontecendo com o mundo capitalista, que estava repassando a tecnologia engendrada na indústria bélica e aeroespacial para a sua linha produtiva, ou seja, para seu parque industrial.

A URSS existiu de 1922 a 1991 e, no decorrer deste período, foi constituída por 15 repúblicas e 126 nacionalidades, formando um verdadeiro mosaico de etnias e religiões.

O desmembramento da URSS, ocorrido em 1991, está diretamente ligado a má administração das políticas reformistas de Gorbatchev e a ação da elite burocrata tradicional contrária à implantação das reformas políticas e econômicas (perda de privilégios).

Durante o governo de Leonid Brejnev (1964-1982), o modelo econômico soviético começou a dar sinais de esgotamento, devido aos elevados investimentos direcionados ao avanço e acúmulo de armas para

competir com os EUA, pois as altas taxas de crescimento obtidas nas primeiras décadas do pós-guerra passavam a regredir nos anos 80.

Em 1985 Mikhail Gorbatchev assumiu o poder da URSS, visando recuperar a atraso econômico-industrial que se encontrava em relação aos EUA e criar a Casa Comum Européia, implantou as políticas reformistas, materializada nos projetos da GLASNOST “transparência em russo” ocasionando abertura política e da PERESTRÓICA, “reestruturação” ocasionando abertura econômica. Tais políticas financiaram a Queda do Muro de Berlim (1989) e a Reunificação Alemã (1990).

Entre 1989 e 1991, como conseqüência do fim do regime de partido único no Leste Europeu, o Pacto de Varsóvia e o Comecom – organização políticos-militar e econômica soviética – deixaram de existir.

A revogação da Doutrina Brejnev, por Gorbatchev ocasionou o desmembramento do edifício do império soviético. O desenvolvimento das reformas políticas na URSS desencadeou tensões e conflitos crescentes entre as exigências populares por liberdade e democracia e os regimes da Europa Oriental, conduzindo a derrocada de todo o bloco soviético, começando pelas Repúblicas Bálticas – Letônia, Estônia e Lituânia – ocasionando o “efeito dominó”, originando 15 novos Estados Independentes, modificando as fronteiras geopolíticas do leste europeu.

Em 1991, a Rússia, a Bielarus e a Ucrânia assinaram o acordo de Minsk originando a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), acordo político-militar constituído atualmente por 12 repúblicas, sob a “liderança” da enfraquecida Rússia (país coadjuvante no G-8).

A partir de 1991, a Rússia passou a ser administrada por Bóris Yeltsin, político que impediu a realização do golpe de estado (1991), acelerando o processo de transição político-econômico no leste europeu.

A CEI (Comunidade dos Estados Independentes) organização econômica e geopolítica criada em 1991 pelo acordo de Minsk, formada por 12 Repúblicas, sob a liderança da Rússia.

Em 1991, quando começou o “efeito dominó”,. Os regimes comunistas, país após país, começaram a cair. A Polônia e a Hungria negociaram eleições livres (com destaque para a vitória do partido Solidariedade na Polônia), Atualmente estas repúblicas pertencem a União Européia. 1 - As contradições do socialismo real • Extrema concentração de poder nas mãos dos burocratas • Atraso tecnológico, • Grandes investimentos na indústria armamentista. • Crise econômica resultantes da planificação econômica. • Crise de nacionalidade, devido, coexistir várias etnias em um mesmo país com 126 nacionalidades. 2 - A Última tentativa de salvar a URSS: A) Abertura econômica: (A Perestroika) “reestruturação” • Abertura da economia ao capital estrangeiro e aproximação com os países ocidentais. • Inversão de prioridades, com ênfase às indústrias de bens-de-consumo. • Instituição da propriedade privada. • Privatização de empresas estatais problemáticas. • Redução da ajuda econômica aos países aliados do bloco socialista, sobretudo do leste europeu. • Redução no Padrão de Renda B) A abertura política (A Glasnost): “transparência em russo” • Maior liberdade de expressão, com tolerância às críticas e liberdade para o funcionamento de órgãos de comunicação críticos do governo.

Obs: As reformas políticas e econômicas objetivavam a democratização das relações social e econômica dentro do espaço da URSS, e deste modo impedir a derrubada do socialismo. No plano econômico tentou-se modernizar a economia do país, buscando assim uma superação do atraso tecnológico em que se encontrava o país.

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• Liberdade religiosa para o funcionamento de seitas e religiões. • Anistia política para os expurgados durante o stalinismo. • Autonomia para as minorias étnicas que lutassem pelos seus direitos, • Pluripartidarismo, quebrando o monopólio do partido comunista. • Direito ao Voto

3 - As transformações do mundo soviético após o esgotamento do socialismo real: • A proliferação de conflitos étnicos e o fim da URSS: • A liberdade de expressão com a glasnost trouxe a tona rivalidades histórica entre as etnias de várias repúblicas • As etnias que habitavam as repúblicas soviéticas aproveitaram-se do fracasso da perestroika e da glasnot para declararem a independência. • O responsável por esses acontecimentos foi o líder russo Boris Ieltsin.

O Desmembramento da URSS:

A sua desagregação originou 15 novos países, que mesmo após a separação política mantiveram relações econômicas bastante acentuadas, originando-se assim a CEI- (Comunidade dos Estados Independentes), que corresponde a uma Confederação de repúblicas, com fortes vínculos entre si, porém elas preservam suas soberania políticas, até porque não possuem um governo central, e sim um conselho de Chefes de Estados (embora a Rússia exerça certa liderança política, econômica e cultural). A busca por fontes de identidade distintas da decadente ideologia comunista provocou o esfacelamento da ainda frágil identidade soviética, enfraquecendo o Estado soviético de forma decisiva. O nacionalismo, inclusive o russo, tomou-se a expressão máxima dos conflitos entre sociedade e Estado, sendo o fator político imediato que culminou no processo de desintegração da “União Soviética.” (Castels, 1999).

4- CEI do leste socialista ao mundo globalizado capitalista:

O fim do socialismo no Leste Europeu significou um atrativo para a economia de mercado, isto é capitalista. Os países dessa região, e principalmente a Rússia, começaram a adotar políticas neoliberais aceleradamente, com maior visibilidade a privatização de empresas estatais, liberação de preços e corte dos investimentos sociais.

Em conseqüências à essas medidas ocorreu aumento de preços com a elevação da inflação e conseqüentemente instabilidade financeira.

O governo de alguns países como a Rússia viram-se obrigados a desvalorizar suas moedas, agravando ainda mais a crise, que atinge seu apogeu com a quebra da bolsa de valores do país “crise da vodka”. A instabilidade econômica tem reduzido às perspectivas de inserção de todos os países da CEI na economia global em função dos seguintes fatores:

Características: • A diminuição dos investimentos estrangeiros na região: • A dependência da Rússia em relação a exportação de recursos

naturais:

O AUMENTO DOS PROBLEMAS SOCIAIS NOS PAÍSES DA CEI: • Políticas neoliberais. • Ingerência dos organismos internacionais, FMI e BANCO MUNDIAL, • Fim dos subsidio estatais • Instabilidade econômica. • Aumento de desemprego. • Diminuição da expectativa de vida • Deteriorização do sistema de saúde.

• Proliferação das redes ilegais. • Aumento de prostituição. • Forte onda de emigração.

A EXPANSÃO DO CRIME ORGANIZADO NOS PAÍSES DA CEI: Características: • Migração do antigo mercado negro para todos os setores da economia • Controla todos os setores do mercado desde a produção até a comercialização • Proliferação na CEI das atividades criminosas originada na Rússia. • Redes de prostituição altamente sofisticadas. • Contrabando de tecnologia militar para países que possam pagar. • Tráfico ilegal de armas • Contrabando de materiais radiativos, ou seja, nucleares,

AS IMPLICAÇÕES DA DESINTEGRAÇÃO DA URSS SOBRE O LESTE EUROPEU:

A “reunificação” Alemã: A crise econômica do socialismo da união soviética fez surgir movimentos de contestação ao regime socialista do leste europeu altamente reprimidos durante o regime totalitário. Esse processo culminou com grandes transformações em países da antiga cortina de ferro, a exemplo da Alemanha Oriental a partir de 1989:

Características: • A deposição do regime socialista • Derrubada do muro de Berlim,

Conseqüências: • A unificação tão falada foi na verdade A anexação da Alemanha socialista pela capitalista, que passou a utilizar a mão-de-obra mais barata da sua irmã pobre. • Reorientação da porção oriental à lógica capitalista • Modernização econômica • Fechamento de indústrias obsoletas, • Maior poderio econômico Alemão que se consagrou como a maior potência da Europa a partir da ampliação do território e do mercado consumidor. • Aumento do desemprego e da xenofobia em decorrência da forte migração da Alemanha oriental para a ocidental.

A Tcheco - Eslováquia: e a revolução de veludo: Nesse país a transição foi pacífica, pois o regime socialista após

o fim do apoio soviético entregou o poder aos reformistas evitando assim o desencadeamento de conflitos violentos como aconteceu na Romênia.

Existiam divergências entre dois modelos de desenvolvimento nesse país, pois os tchecos queriam uma economia de mercado enquanto que os eslovacos queriam manter uma maior intervenção do estado da economia.

A Transição violenta na Romênia: A Romênia possuía o regime mais feroz do leste europeu em

virtude disso existiam grandes aversões por parte da sociedade aos membros da burocracia comunista. No entanto por advento do esfacelamento soviético, ocorreram movimentos de insurreição popular na cidade de Timissoara que se generalizou por todo o país chegando até a capital Bucareste. Esses movimentos acabaram por culmina com a derrubada o fuzilamento do ditador Nicolae Ceauscescu e de sua família.

O espaço da Rússia e a CEI na nova ordem mundial O fim do socialismo no Leste Europeu significou um atrativo para a

economia de mercado, ou seja, capitalista. Que passou a atuar nesse espaço que outrora era impossível de atuar, no entanto, verificaremos uma grande crise econômica e social nesse espaço nos anos 90, essa crise econômica reduziu as expectativas de inclusão de todos os países da CEI na economia global nos anos 90, no entanto, passado 17 anos da derrocada do socialismo alguns países que fazem Parte da CEI já se apresentam no cenário internacional como alguns possíveis parceiros comerciais das grandes potencias econômica mundiais, e o maior exemplo disso é o que está acontecendo com a Rússia (Putin) e a Ucrânia que a partir do novo milênio passaram a apresentar um novo dinamismo econômico em função dos seguintes fatores: • Grandes investimentos feitos pelos países da Europa ocidental com destaque para empresas francesas. • A volta de milhares de cientista que haviam deixado esse espaço nos anos 90 devido a crise econômica e social. • A utilização de mão-de-obra qualificada, pois os antigos cientistas da era bipolar agora estão produzindo para o mercado.

Obs: essas reformas políticas e econômicas tinham como objetivos a democratização e assim tentar impedir a derrubada do socialismo. No plano econômico tentava modernizar a economia, buscando superar o atraso tecnológico do país, e assim preparando este para o processo de globalização.

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Formação Histórico Territorial Brasileira - Exercícios

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Heranças deixadas na espacialidade brasileira decorrente

do processo de colonização:

a) A extrema concentração fundiária (monopolização das terras – a Lei de Terras de 1850 contribuiu para perpetua o latifúndio); assim como a utilização das melhores terras para o cultivo de exportação, em detrimento às necessidades do mercado interno;

b) A concentração da população próxima ao litoral, bem como das principais metrópoles;

TTrraannssffoorrmmaaççõõeess ddeeccoorrrreenntteess ddaa aapprroopprriiaaççããoo ddoo tteerrrriittóórriioo

- A inserção definitiva do Brasil na DIT. - A desterritorialização das populações indígenas.

1. As Frentes de Expansão Econômicas do Século XIX:

- Borracha: Amazônia - Desenvolvimento da indústria automobilística e pneumática; Surgimento de centros comerciais como Belém e Manaus; Sistema de aviamento. – fluxo imigratório – anexação do Acre através do Tratado de Petrópolis, 1903. - Café: sudeste – modernidade espacial – infra-estrutura – trabalho assalariado – sistema de transporte (ferroviário) – melhorias urbanas e modernização dos portos

2. Ocupação do sul do Brasil no final do século XIX:

A ocupação do sul do Brasil no final do século XIX por colonos de vários paises europeus, deu-se em moldes diferentes dos que ocorriam no restante do Brasil apresentando as seguintes características:

- Organização de pequena propriedade de base familiar, contrastando com os latifúndios monocultor do Nordeste;

- Policultura(plantio de diversos gêneros) de subsistência/ trabalho familiar em lugar da monocultura;

- Combinação de agricultura com pecuária, com introdução de técnicas agrícolas européias e de novos gêneros na agricultura;

- Imigrantes europeus não portugueses: alemães, italianos, eslavos e poloneses.

- Formação de números núcleos urbanos Características Gerais do Brasil agrário-exportador: - A desarticulação entre as regiões fortaleceu a economia de

arquipélago (ilhas econômicas); - A expansão das atividades primárias fortaleceu o modelo

agrário-exportador; - A população brasileira em grande parte tem um modo de

vida relacionado a atividades rurais (70%); - O espaço da circulação se constituem em meios para

escoar a produção do interior (ex: ferrovia); - Fraca intervenção do estado na economia; - Ausência de um amplo mercado interno. As Transformações decorrentes da cafeicultura e as condições para a industrialização. - Acumulação de capital. - A montagem de uma infra–estrutura facilitando a

concentração industrial na região sudeste. - A existência de uma mão-de-obra especializada, composta

por imigrantes italianos. - O crescimento do mercado consumidor.

Exercício 1. Sobre a constituição do território brasileiro, é errado afirmar

que: a) A formação do território brasileiro, da conquista européia

até nossos dias, expressa uma história de concentração fundiária e de baixa remuneração da produção agrícola de alimentos, baixo aproveitamento das áreas com potencial agricultável, embora com algumas boas safras, no geral.

b) As monoculturas predominaram no Brasil, como as culturas de cana, soja, café, em detrimento dos cultivas de alimentos que seriam imediatamente consumidos por contingentes de pessoas famintas no País.

c) As legislações sobre o acesso a terra no Brasil tiveram um caráter essencialmente popular, buscando melhorar a condição de vida do trabalhador que não tinha recursos para adquirir seu quinhão, a exemplo das diversas nações indígenas.

d) A abolição da escravidão em 1888 foi precedida pela Lei de Terras, de 1850, que significava a coação de obstáculos legais à ocupação da terra no Brasil por parte das pessoas recém libertas que passavam a estar aptas e disponíveis ao deslocamento e ocupação de terras devolutas, sem donos particulares.

2. (UFPA) No processo de ocupação e organização do espaço

geográfico da Região Sul do Brasil ressalta-se:

a) A grande participação de imigrantes europeus, que dotaram a região de aspectos peculiares como uma harmoniosa estrutura fundiária onde predominam pequenas e médias propriedades.

b) Foi a triticultura, que introduzida na região pelos espanhóis, proporcionou a ocupação de importantes áreas como o Vale do Itajaí.

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c) As missões jesuíticas estabelecidas na região, desempenharam um papel de reduzida importância devido ao pouco tempo que aí permaneceram.

d) Em decorrência das condições de clima e solo, estabeleceu-se na região o cultivo de produtos tipicamente tropicais, como a cana-de-açúcar e o cacau.

e) Para atrair povoadores para a região, durante o período colonial o governo ofereceu algumas vantagens como o direito de posse a terra em grandes extensões originando os atuais latifúndios.

3. A organização espacial, assim como a sociedade brasileira, refletem marcas profundas decorrentes do processo de colonização, daí observar-se que:

a) s densidades demográficas, no litoral, são tão grandes quanto à do interior.

b) A maioria das regiões metropolitanas se localizam na fachada atlântica.

c) A economia brasileira sempre se manteve independente dos centros mundiais do capitalismo.

d) Os solos mais férteis são utilizados para a produção de alimentos para a população e não de gêneros para exportação.

e) O surgimento de “ilhas” de povoamento foi verificado no litoral, em função da ocorrência dos recursos minerais que lá estavam alocados.

4. (UEPA) “A organização do espaço está intimamente ligada

ao tempo histórico e ao tipo de sociedade que a constitui”.

Analisando a relação entre os fatores acima expostos, identifique a alternativa que melhor expressa a organização espacial do nordeste brasileiro no período colonial.

a) para desenvolver a agroindústria da cana-de-açúcar nesta

região, os colonizadores portugueses, espanhóis e ingleses introduziram os minifúndios dominados pelos senhores de engenho.

b) além da produção de cana-de-açúcar, realizada na Zona da Mata, no interior nordestino, desenvolveram-se médias e grandes propriedades destinadas à produção de subsistência.

c) a produção canavieira, sustentada na mão-de-obra escrava, constituía-se no principal fator de organização do espaço nordestino, cuja produção era voltada ao abastecimento do mercado interno brasileiro.

d) no interior da agricultura colonial-escravista, o que mais se destacava era a organização dos latifúndios pecuaristas, os quais propiciaram a expansão e o Povoamento do espaço brasileiro.

e) a organização espacial da Zona da Mata nordestina, voltava-se aos interesses da exploração colonial caracterizada pelo latifúndio açucareiro, cuja base de sustenção era a produção escravista destinada à exportação.

5. (UEPA) Fazendo a relação entre as atividades e a

organização do espaço brasileiro no século XIX, é correto afirmar :

a) a região amazônica, marcada pelo extrativismo da

borracha, representava a tendência natural da economia brasileira, que se pautava sobretudo na atividade extrativa.

b) a escassa malha ferroviária existente em nosso país tinha como função principal a ligação entre as zonas produtivas e as áreas portuárias, garantindo o escoamento da produção e refletindo na organização espacial a dependência de nossa economia ao mercado internacional.

c) a cana-de-açúcar constituía-se na atividade primordial da economia nordestina, tendo sua produção concentrada exclusivamente na faixa litorânea da região.

d) a região centro-oeste do Brasil era marcada pela presença de atividades do setor primário da economia, o que gerou a concentração urbana na região.

e) a pecuária e a mineração, pela sua pequena expressão na ocupação de nosso território, tinha sua concentração na região sul do país.

6. O esquema a baixo mostra a gênese do território brasileiro.

A partir do esquema, responda: a) Identifique os “focos econômicos” assinalados com as letras

A, B e C.

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b) Explique as principais transformações espaciais promovidas por estas atividades econômicas, identificando o espaço geográfico da produção e circulação.

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FORMAÇÃO HISTÓRICO TERRITORIAL BRASILEIRA - EXERCICÍOS

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AA TTrraannssiiççããoo ddoo BBrraassiill AAggrráárriioo--EExxppoorrttaaddoorr aaoo UUrrbbaannoo ee IInndduussttrriiaall Características espacias do Brasil anteriores à industrialização: economia agro-exportadora/ organização espacial em “arquipélagos”, com economias isoladas umas das outras se articulavam diretamente com o mercado consumidor de além-mar e encerravam mercados regionais de consumo de mercadorias importadas. O isolamento dessas economias, cada qual com seu sistema de transporte fluvial e seu porto autônomo voltados para o exterior e sem articulação entre si, configurou uma estrutura espacial em “ilhas econômicas”/ a industria se constituía em uma atividade secundária/ população de maioria rural (70%)/ no espaço da circulação as ferrovias e os rios se destacavam/ pouca atuação do Estado na economia/ mercado interno pouco expressivo. Características mais gerais da indústria brasileira: Trata-se de um modelo de industrialização baseada no mercado interno. Processou-se através da produção de manufaturados tradicionalmente importados (modelo de substituição de importações), demandando freqüentemente a proteção do mercado interno, com forte participação estatal no processo produtivo. Este gerava infra-estrutura necessária ao funcionamento do parque industrial (energia, transporte, comunicações e etc.) e atuava como produtor de bens intermediários, matéria prima industrializada que alimentavam o setor de bens de consumo (modelo tripé). Industrialização Tardia (NIP- novos paises industrializados- país emergente), pois, ocorre muito depois da industrialização dos paises desenvolvidos, dependendo de tecnologia e capital estrangeiro. IInndduussttrriiaalliizzaaççããoo BBrraassiilleeiirraa FFaasseess ddaa IInndduussttrriiaalliizzaaççããoo BBrraassiilleeiirraa II FFaassee:: FFiinnaall ddoo ssééccuulloo XXIIXX aattéé 11992299 • Subordinação da industria em relação ao café (capital, infra-estrutura e mão-de-obra assalariada urbana - imigrantes) • As primeira industrias que nascem no Brasil são de bens não duráveis • Surgimento de uma nova classe social: a burguesia industrial. • O poder se encontra na mão de uma elite agrária (conflitos no bloco de poder) IIII FFaassee:: 11993300 aa 11995555 • Corresponde em grande parte ao governo de Getúlio Vargas (nacionalista e protecionista) representante dos setores urbano-industrial. • Forte intervencionismo do Estado na economia (“Estado Keynesiano”), com o surgimento de empresas estatais de base, a exemplo da: CSN (1941), CVRD (1942), Petrobrás (1953), Usiminas, etc. • Auge do “modelo de substituição de importações” – com as crises que ocorriam no mercado mundial, a exemplo da crise de 1929 ou a Segunda Guerra Mundial (1939-45), ao diminuir o dinamismo dos grandes centros da economia mundial, facilitava o crescimento da produção industrial nacional uma vez que o Brasil ficava impossibilitado de exportar produtos agrícolas e de importar produtos industrializados, e, logo poderia produzir internamente o que antes importava, num ambiente razoavelmente protegido da concorrência estrangeira. • Maior centralização do poder na mão do Estado (Estado Novo) com o objetivo de facilitar o avanço da industrialização

brasileira e reduzir o poder das elites locais que procuravam dificultar o processo de industrialização. • Consolidação do Estado de São Paulo como palco da concentração industrial • Políticas territoriais criadas no governo Vargas que buscam maior controle do Estado sobre o espaço: Criação do IBGE (1934); Criação da SPEVEA (1953). IIIIII FFaassee:: 11995566--11996611 • Governo JK (Plano de Metas): a ênfase protecionista (contra a estrada de empresas estrangeiras) e substituída pela a internacionalização da economia. • Abertura do Brasil ao capital estrangeiro (industria de bens duráveis - industria automotiva). • Formação do modelo tripé da industrialização brasileira: O Estado encarregado de infra-estrutura e industria de base, o capital nacional criando industriais de bens não duráveis e o capital internacional encarregado das industrias de bens duráveis. • Contração de vultosos empréstimos (conjuntura favorável a empréstimos devido ao dinamismo econômico dos EUA) para a criação das condições gerais de produção (ampliação da malha técnica - rodoviário, energia de telecomunicações, etc.) • A opção pelo modelo rodoviário que se constitui no mais caro (a criação e a manutenção, assim como volume de cargas transportadas por rodovias é bem menor - o que aumenta o gasto com combustível – tornando-se o modelo mais caro em relação aos demais para o transporte de carga). • A energia produzida com um litro de óleo diesel transporta, numa rodovia, uma carga de 30 toneladas. Essa mesma energia, se for consumida numa ferrovia, transporta 125 toneladas e, numa hidrovia, 525 toneladas. Em resumo, o transporte rodoviário consome quatro vezes mais energia que o ferroviário e quinze vezes mais energia que o hidroviário (marítimo, fluvial e lacustre) para percorrer o mesmo percurso levando a mesma carga ou o mesmo número de passageiros. Outra vantagem é que um trem ou um navio transportam a carga que exigiria a utilização de dezenas ou centenas de caminhões. • Segundo o Ministério dos Transportes, em 2000 o Brasil possuía 1 724 929 km de rodovias, dos quais somente 164 988 km eram pavimentados, contra 29 283 km de ferrovias espalhadas em seus 8 547 403,5 km2. Como o país possui dimensões continentais, nosso modelo de transporte de cargas seria mais econômico se tivesse priorizado os sistemas ferroviário e hidroviário-marítimo, que consomem menor quantidade de energia. Entretanto, é freqüente o transporte em caminhão de mercadorias fabricadas em São Paulo, ao lado do porto de Santos, a cidades portuárias, como Recife ou Porto Alegre, o que aumenta o custo final dessas mercadorias. • Em países com uma malha de transportes mais eficiente, ocorre uma associação entre os tipos de transportes utilizados para deslocar as cargas a longas distâncias, conhecida como sistema multimodal. Nesse sistema, a carga é transportada por caminhões em viagens de curta distância até a estação ou o porto e passa a ser transportada por trens ou navios em viagens de grandes distâncias. • A opção pelo transporte rodoviário se justifica pela necessidade de criar um amplo mercado consumidor para as empresas automobilísticas, que se instalavam no Brasil. Assim como garantir lucro às empreiteiras responsáveis pela criação da malha rodoviária. Desprezando desta forma os rios navegáveis existentes no Brasil e as ferrovias já construídas na fase agrário-exportadora, além do imenso litoral brasileiro que poderia ter sido utilizado para a navegação de cabotagem.

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• A partir da construção dos grandes eixos rodoviários, o Brasil das “economia em arquipélagos” vai dando lugar a um país de economia nacional integrada. • Durante o governo JK houve a criação de políticas regionais, a exemplo das Superintendências de Desenvolvimento do Nordeste (1959), que surgiam segundo o governo federal para tentar reduzir as disparidades regionais, resultado do processo de integração nacional e do desenvolvimento desigual e combinado do capitalismo no espaço nacional. Brasília: A Capital da Geopolítica Argumento utilizado para transferência da capital político-administrativa do Brasil: • Integrar o Brasil central as demais regiões brasileiras. • Simbolizava modernidade (o país do futuro) de um país que deixava para traz as características de agrário-exportador. • Segundo os estrategistas da época havia uma vulnerabilidade muito grande da capital pelo fato desta está próximo ao litoral. Geopolítica: Segundo o J.W. Vesentini, Brasília foi criada estrategicamente com objetivo de separar o poder político, a gestão do território, das manifestações populares que estavam concentradas na região de maior concentração populacional o eixo São Paulo – Rio de Janeiro. Exercício – Formação Histórica Territorial Brasileira 01. Quanto a organização do espaço brasileiro durante o período do café, é correto afirmar: a) Por ter sido o Estado onde se iniciou a produção cafeeira, o Rio de janeiro foi o que mais se urbanizou, devido aos recursos gerados pela exportação do café. b) A partir de 1950, a cultura cafeeira passou por um processo de reestruturação marcado pela expansão da área produtiva, atingindo o norte do Paraná e o sul de Minas Gerais. c) Em São Paulo, na primeira metade do século XX, ocorreu a maior expansão da cultura cafeeira, cujo acúmulo de capital permitiu a consolidação da industrialização e a estruturação da urbanização brasileira. d) O oeste paulista, durante o período de 1900-1950, se consolidou como principal área produtora de café, provocando a decadência das demais áreas produtivas, fato que causou a crise da cafeicultura brasileira. 02. “A industrialização de São Paulo dependeu, desde o principio, na procura provocada pelo crescente mercado estrangeiro do café. O cultivo do café começou nesse Estado muito depois das plantações levadas a cabo nas montanhas acima do Rio de Janeiro, no inicio do século XIX. Nos 50 anos seguintes, o comércio firmou-se na Europa e estimulou o surto de novas plantações, que avançavam cada vez mais para o Oeste. Por volta de 1850, a onda de cafezais penetrara o lado paulista do Vale do Paraíba e estendera-se até a região de Campinas, além da capital da Província.” Considerando o texto acima, pode-se afirmar que: a) À medida que se localizavam solos mais férteis em SP, aumentava a demanda pelo café no mercado internacional. b) A plantação do café deslocou-se do RJ para SP via Campinas. c) O fato de a plantação de o café ter avançado cada vez mais para o Oeste se deve à presença do massapé. d) A lavoura cafeeira foi apenas um dos elementos secundário que participou do processo de industrialização de SP. e) A acumulação de capital decorrente da exportação do café é um dos principais elementos para a explicação da industrialização de SP.

03. As ferrovias formam uma rede que se irradia a partir do eixo São Paulo-Santos em todas as direções, com poucas interligações. As rodovias formam uma malha mais completa, pois além das estradas radiais existem muitas transversais de interligação. Essas duas formas de rede são características, respectivamente das seguintes fases da economia paulista: a) Pastoril e agroexportadora. b) Urbano-industrial e agropastoril. c) Agroexportadora e urbano-industrial. d) Agroexportadora e mercantil. e) Urbano-industrial e exportadora. GGrraaddee ddee RReessppoossttaa ddooss EExxeerrccíícciiooss ddaa AAuullaa 0022 ee 0033 AAuullaa 0022 - Questão 06 a) Os focos econômicos os “focos econômicos” assinalados são: com a letra A é atividade açucareira, B é atividade mineradora e a C é atividade cafeeira. b)As principais transformações espaciais: Açúcar: Introdução do latifúndio monocultor no Brasil, com os melhores solos destinados a exportação/ Destruição da Mata Atlântica no litoral nordestino/Surgimento e crescimento de núcleos urbanos, a exemplo da antiga capital do Brasil, Salvador. Mineração: Interiorização da ocupação com a ampliação e conformação do território(Tratado de Madri - 1750)/ Urbanização para além do litoral, com o surgimento de novas cidades(Ex:Vila Rica- atual Ouro Preto- MG, Cuiabá - MT)/ Dinamismo econômico no interior da colônia em razão das atividades complementares(pecuária), a colônia como um todo trabalhava para a região mineradora/ Transferência da capital política do Brasil para o Rio de Janeiro/ aumento da mobilidade interna da população. Café: Grande crescimento da capital paulista, com o surgimento de obras importantes na arquitetura da cidade/ Ampliação da malha ferroviária que permitiu a ligação do interior do estado ao litoral/ Surgimento de novas cidades ao torno do eixo ferroviário. O espaço geográfico da produção: da cana de açúcar - litoral nordestino, os canaviais/ da mineração - o interior do Brasil, as minas/ do café - inicialmente o Vale do Paraíba até 1850 e após 1850 o Oeste Paulista, norte do Paraná e sul de Minas Gerais, os cafezais. O espaço geográfico da circulação esta vinculado a caminhos, os rios, trapiches, portos, com destaque para a cafeicultura que promoveu o surgimento de uma importante malha ferroviária e criou o porto de Santos, uma dos maiores portos do Brasil. AAuullaa 0033 - Questão 03 : A principal atividade econômica são as “drogas do sertão”. As estratégias de controle territorial foram: a construção de fortes para controlar o espaço da circulação, assim como as missões religiosas, que representavam a presença portuguesa em território amazônico. Os espaço geográfico da circulação são os rios e os pequenos trapiches. Já o espaço geográfico da produção se constituía na própria floresta amazônica.

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01. "Quem me dera, ao menos uma vez, provar que quem tem mais do que precisa ter Quase sempre se convence que não tem o bastante E fala demais por não ter nada a dizer"

(índios - Legião Urbana) O trecho faz referência a dinâmica de relação vivenciada pelo nativo com o colonizador, dessa relação é possível afirmar que: a) Proporcionou o aparecimento da Xenofobia do colonizador em relação ao nativo. b) produziu a valorização da cultura do povo local. c) Deu margem para uma relação permeada de estereótipos, onde se verifica a discriminação e exploração do índio, principalmente durante a segunda metade da atividade cafeeira. d) A utilização do índio enquanto mão-de-obra foi um processo marcado pelo genocídio e etnocídïo práticas que já não se verificam mais nos dias atuais. e) A exploração econômica do Brasil foi pontuada pela utilização "do povo nativo como mão-de-obra na retirada das riquezas da terra conquistada, resultando em genocídio e etnocídio. 02. Quanto á organização espacial a partir do "ciclo" da mineração: I. A atividade mineral, em termos econômicos, passa a ser no século XVIII mais importante que a agricultura da cana-de-açucar no Brasil. II. Promove uma organização espacial nos seguintes aspectos: exploração (degradação ambiental) povoamento (colonização) e expansão do território colonial brasileiro. III. Altera a geografia brasileira do interior para o litoral. Marque: a) Se somente l for correta b) Se somente l e II forem corretas. c) Se somente III for correta. d) Se somente l e III forem corretas e) Se l, II e III forem corretas. 03. (UEPA – 94) No processo de povoamento do Brasil, as migrações internas tiveram um papel de destaque, uma vez que existe grande mobilidade na população do Brasil. Destaca-se como resultado desses movimentos migratórios: a) O povoamento da região sul no início do século por trabalhadores oriundos das regiões norte e nordeste. b) A ocupação das áreas marginais à zona açucareira nordestina, no período de expansão do produto, ao final do século XVI.

c) O deslocamento de levas sucessivas de nordestinos para a construção de Brasília no centro oeste no final do século XIX. d) A penetração do gado bovino seguindo em direção oeste paulista. e) A ocupação do planalto meridional no século XVIII, principalmente pela população da Amazônia durante a fase áurea da mineração. 04. (Unicamp – 96) Examinando o mapa abaixo, identifique, entre as alternativas que se seguem, aquelas que destacam corretamente a relação entre a ocupação do território e as atividades econômicas respectivas do período colonial: 1. Na região 1 houve o plantio da cana-de-açúcar e do café. Utilizando-se escravos negros e índios, estes últimos oriundos das Missões organizadoras pelas ordens religiosas. 2. Na região 2 o povoamento foi basicamente rural, assentando-se a colonização na grande lavoura açucareira, que utilizou principalmente a mão-de-obra escrava trazida da África. 3. Nas regiões assinaladas pelo nº 3 predominou a criação de gado, em grande parte, ao abastecimento de diversas regiões da própria colônia. 4. Na região 4 o desenvolvimento da mineração levou à criação de diversos núcleos urbanos ao longo do século XVIII, com a acentuada presença de contingente lusitanos. 5. Na região 5, correspondente ao Estados do Maranhão, a atividade econômica básica era o cultivo do arroz e do algodão pela mão-de-obra indígena reduzida à escravidão. As únicas afirmativas corretas são: a) 1 e 3. b) 2 e 5. c) 2, 3 e 4. d) 1, 2 e 5. e) 1, 3 e 4.

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05. “Uma explicação convincente das transformações que permitiam a atual configuração geográfica do território brasileiro deve passar pelo processo da produção econômica, cultural e das relações sociais de trabalho. A maneira como ocorreu a valorização do território brasileiro pelo trabalho social é resultado de processos que de diferenciam através dos tempos. Cada momento, ao invés de desaparecer por completo, acabou deixando sua marca nos períodos posteriores, inserindo-se, assim, na reprodução das novas relações sociais e no novo espaço construído”. (SCARLATO, Francisco Capuano. O espaço industrial brasileiro. In.

ROSS, Jurandy L. Sanches (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1996.P.338)

Dentre essas marcas, registradas pelo tempo, que ainda persistem na atual configuração do espaço brasileiro, temos como exemplo a(s)...

a) Predominância do setor primário da economia, responsável por definir uma paisagem agrária peculiar e por manter a condição de subdesenvolvimento brasileiro. b) Presença da casa-grande, do engenho e da grande usina como principais elementos da organização espacial agrária da região Centro-Sul. c) Altas densidades demográficas no interior do território nacional decorrente da política de integração interna herdada do período colonial. d) Importância da região Nordeste no processo de organização do espaço brasileiro e no direcionamento da atual Divisão Territorial do Trabalho, devido à organização espacial de capitais, que culminou com a industrialização do país. e) Presença do latifúndio na organização espacial do país, expressando a concentração da propriedade rural nas mãos de poucos e a distorção na estrutura agrária brasileira.

06. (UFPA) No processo de ocupação e organização do espaço geográfico da Região Sul do Brasil ressalta-se:

a) A grande participação de imigrantes europeus, que dotaram a região de aspectos peculiares como uma harmoniosa estrutura fundiária onde predominam pequenas e médias propriedades. b) Foi a tritlcultura, que introduzida na região pelos espanhóis, proporcionou a ocupação de importantes áreas como o Vale do Itajaí. c) As missões jesuíticas estabelecidas na região, desempenharam um papel de reduzida importância devido ao pouco tempo que aí permaneceram. d) Em decorrência das condições de clima e solo, estabeleceu-se na região o cultivo de produtos tipicamente tropicais, como a cana-de-açúcar e o cacau. e) Para atrair povoadores para a região, durante o período colonial o governo ofereceu algumas vantagens como o direito de posse a terra em grandes extensões originando os atuais latifúndios.

07. (UFPA) Com referência ao texto abaixo:

“A abolição da escravatura ampliou a massa formada pelos pobres do campo, uma vez que, nas terras apropriadas e povoadas do Nordeste, os ex-escravos por não disporem de áreas para onde se transferir, tornaram-se moradores de engenhos e fazendas”.

(Manoel Correia de Andrade – Em lutas caponesas no Nordeste – Série principio, pág. 16)

Constata-se que:

a) A abolição da escravatura na realidade trouxe graves problemas de ordem social ao negro: o que não ocorria quando ainda estavam no sistema escravocrata. b) A tão famosa “libertação” apresenta inúmeras contradições: o negro não tinha terra para cultivar, estava totalmente afastado dos meios de produção. c) Trabalhando como assalariados os ex-escravos tinham mais possibilidades de vencer economicamente e ter condições de acesso aos extratos mais elevados da população. d) Como moradores das fazendas e engenhos, os ex-escravos podiam ter seus buracos, plantar, colher, construir família, sem qualquer pagamento aos proprietários rurais. e) Aos poucos os negros, antes escravos, tornaram-se pequenos proprietários e comerciantes.

08. (Fuvest – SP – 95) No século XVIII a produção do ouro provocou muitas transformações na colônia. Entre elas podemos destacar:

a) A urbanização da Amazônia, o início da produção do tabaco, a introdução do trabalho livre com os imigrantes. b) A introdução do tráfico africano, a integração do índio, a desarticulação das relações com a Inglaterra. c) A industrialização de São Paulo, a produção de café no Vale do Paraíba, a expansão da criação de ovinos em Minas Gerais. d) A preservação da população indígena, a decadência da produção algodoeira, a introdução de operários europeus. e) O aumento da produção de alimentos, a integração de novas áreas por meio da pecuária e do comércio, a mudança do eixo econômico para o sudeste.

09. (Fuvest-SP) As ferrovias formam uma rede que se irradia a partir do eixo São Paulo-Santos em todas as direções, com poucas interligações. As rodovias formam uma malha mais completa, pois além das estradas radiais existem muitas transversais de interligação. Essas duas formas de rede são características, respectivamente das seguintes fases da economia paulista:

a) Pastoril e agroexportadora. b) Urbano-industrial e agropastoril. c) Agroexportadora e urbano-industrial. d) Agroexportadora e mercantil. e) Urbano-industrial e exportadora. 10. (Cesgranrio) A expansão da produção cafeeira no final do século XIX transformou o Sudeste na região mais dinâmica do desenvolvimento capitalista no Brasil. Assinale a única opção que não justifica a afirmativa acima. a) A eficiência da infra-estrutura instalada garantia o rápido retorno dos investimentos no setor industrial. b) A maior inversão de capital em atividades urbanas ampliava o mercado de trabalho. c) A expansão da rede bancária e financeira permitia uma maior circulação de capitais. d) A ampliação da circulação monetária diversificava as atividades econômicas e ampliava os mercados consumidores. e) A forte concentração de escravos permitia uma grande margem de lucros e de acumulação de capitais.

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FORMAÇÃO HISTÓRICA TERRITORIAL BRASILEIRA

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O Brasil foi descoberto ou formado?

01. Porque a idéia de descobrimento é um mito? Para a existência de um País é necessário no mínimo o seguinte elemento:

a) Fronteira Política (limites políticos que as sociedades vão construindo ao longo do tempo e que tem um caráter sempre provisório); b) Estado (espaço geográfico unificado por leis próprias e submetido a um poder político central – as fronteiras definem a extensão geográfica da soberania do Estado); c) Nação uma comunidade ampla de cidadãos, organizada em Estado, isto é, o Estado-nação. É uma construção cultural. Historicamente é um empreendimento das elites nacionalistas que, a partir do século XIX unificaram povos entorno de conjunto de valores, crenças, costumes e símbolos. Esse empreendimento conferiu uma identidade comum à população.

02. A Formação Histórica Territorial Brasileira é resultado da (o)-:

- A inserção do Brasil na D.I.T. (fase do capitalismo comercial - estrutura) que estabeleceu uma função para o que hoje corresponde ao território brasileiro, e que através das frentes de expansão econômicas (pau-brasil, cana-de-açúcar, drogas do sertão, etc) vai adquirindo está sua atual forma territorial; - O Processo de colonização lusa pela qual os portugueses vão se territorializando e desterritorialização as nações indígena.

03. Características gerais do espaço Pré-colonial: - Espaço pouco modificado (Meio Natural) - Relação de reciprocidade entre homem e a natureza (concepção de natureza como fonte de vida) - Ausência de noção de propriedade privada da terra. A posse de um determinado território é considerada valida a partir do uso. A terra não tem valor de troca, constituía apenas um meio de sobrevivência e um local sagrado. - Para o índio, nada acontecia por acaso, e os ritos religiosos refletiam a relação mágica que se estabelece entre o homem e a natureza. Os deuses e as explicações

obedeciam a essa relação na qual tudo é considerado sagrado. - A geometria da aldeia não refletia apenas uma concepção teórica de mundo, mas uma prática cotidiana de vida igual e comunitária, na qual não existiam exploradores ou explorados, dominantes ou dominados.

04-. As Frentes de Expansão Econômicas:

- Pau-Brasil: fachada litorânea - representou o início da devastação da Mata Atlântica– escambo – feitorias (vilas → cidades); - Cana-de-açúcar: litoral do nordeste – latifúndio monocultor e escravocrata (plantation); Cultivo que se adequou às condições naturais do território (clima tropical úmido e solo argiloso e fértil –massapé).O desenvolvimento da economia açucareira permitiu ao nordeste manter-se como região hegemônica dentro do território brasileiro. - Pecuária: litoral (engenho) e interior (sertão) – interiorização – mercado interno;

ECONOMIA COLONIAL DO SÉCULO XVI

- Drogas do Sertão: Amazônia – jesuítas, fortificações e bandeirantismo– ocupação da calha dos rios ( surgimento de cidades); - As entradas e bandeiras: Ocorreram no Séc. XVII e XVIII e foram movimentos de penetração para o interior motivado pela busca de metais preciosos ou Captura de índio.

ECONOMIA COLONIAL DO SÉCULO XVII

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- Mineração: parte do sudeste e centro-oeste (GO, MT e MG) – transferência do eixo econômico – surgimento e crescimento de núcleos urbanos – mobilidade interna da população colonial - grande dinamismo econômico no interior da colônia - Desenvolvimento de várias atividades econômicas complementares à mineração - Aumento da população colonial devido à migração de portugueses que vinham em busca de riquezas - Expansão do território devido à incorporação de terras do interior, ultrapassando inclusive o limite de Tordesilhas - O povoamento do interior trouxe consigo dizimação de inúmeros povos indígenas.

ECONOMIA COLONIAL DO SÉCULO XVIII

- O Tratado de Madri (1750) serviu para redefinir os limites fronteiriços do país. O critério para a definição foi “uti possidetis” (se possui vai permanecer possuindo).

EXERCÍCIO 01. Associe as categorias geográficas descritas na coluna 1 aos conceitos que melhor as definem, relacionados na coluna 2. Coluna1 Coluna 2 ( ) Pedaço da configuração territorial que pode ser delimitada pelo alcance da visão

(1) Espaço

( ) Categoria mais geral da geografia, definida pelo meio construído mais as relações sociais que o anima.

(2) Território

( ) Porção do espaço delimitado pelo exercício do poder.

(3) Paisagem

( ) Espaço das práticas cotidia-nas onde há familiaridade com as linguagens e códigos. Portanto, relacionada à afetividade e ao sentimento de pertencimento.

(4) Lugar

A sequência correta é: a) 2 3 1 b) 2 3 1 4 c)3 1 2 4

d)3 2 4 1 e)4 1 2 3

02. Os mapas (Séc. XVI e XV) retratam vários momentos do processo de ocupação do território brasileiro; analisando-os de acordo com o contexto histórico, podemos afirmar que: a) A coroa portuguesa nos séculos XVI e XVII procurou respeitar a linha de Tordesilhas (1494) instalando povoados e vilas somente no litoral brasileiro. b) As fortificações militares e as missões religiosas constituíram-se na base da ocupação do extremo norte brasileiro que foi anexado ao território nacional a partir do uso de suas vias fluviais. c) O Tratado de Madri (1750) assegurou a Portugal o domínio sobre as terras brasileiras através do acordo “utipossidetis” sendo portanto fixadas as fronteiras externas do Brasil, que até hoje mantêm-se inalteradas. d) A representação cartográfica utilizados nesta questão apresentam um grave equivoco, uma vez que de modo anacrônico, as fronteiras políticas atuais do Brasil, que só se fixaram no início do século XX, são “transportadas” para os territórios coloniais portugueses na América, gerando a falsa impressão da existência de um território brasileiro prévio, anterior à colonização, à independência e à política de fronteiras que se desenvolveu durante o século XIX, completando-se no início do século XX.

02. (UFPA) "Os povos indígenas com sua cultura e seus territórios tentam resistir à extinção não só física, mas também cultural... Até porque a vida é, mas que biológica: é um determinado modo de ser, pensar e sentir. Cada vez mais os povos indígenas afirmam a sua diferença, enfim, a sua cultura". Pode-se inferir do texto acima que: a) os índios não têm nada a contribuir para um repensar sobre nossa ação no espaço em que vivemos, nossa organização social e nossa relação com a natureza. b) o reconhecimento da importância dos índios não está só na valorização de sua cultura ou modo de vida, mas deve ser acompanhado de uma reflexão sobre as ações que ainda hoje são empreendidas contra eles em nome da expansão do desenvolvimento. c) devemos promover uma maior integração entre a cultura indígena e a cultura pertencente a sociedade nacional, envolvente e promovendo também uma maior integração espacial entre as duas organizações sociais. d) os órgãos oficiais de planejamento tem papel fundamental no processo de integração cultural dos índios à cultura nacional, promovendo políticas territoriais que favoreçam o desenvolvimento econômico desses grupos sociais, como é o caso do projeto Calha Norte. e) devemos preservar a cultura indígena pois ela é importante para a sobrevivência deles; desde que isso não represente um obstáculo ao desenvolvimento econômico de nossa sociedade.

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JACKY06/03/08

Formação Histórico Territorial Brasileira

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AAss FFrreenntteess ddee EExxppaannssããoo EEccoonnôômmiiccaass

AAss ““DDrrooggaass ddoo SSeerrttããoo”” ((ssééccuulloo XXVVIIII ee XXVVIIII)) No vale do rio Amazonas, as constantes incursões

estrangeiras estimularam a intervenção da coroa portuguesa, através da implantação de fortes a princípio na embocadura do rio Amazonas (Belém/Macapá) e do incentivo à ação de missões católicas, estas penetraram nos confins da região, viabilizando a exploração dos produtos da floresta (“drogas do sertão” - canela , cravo, salsa-parrilha, cacau nativo) e ao mesmo tempo domesticavam a mão-de-obra nativa, facilitando a hegemonia lusa na região. Essa expansão foi possibilitada graças à União Ibérica (1580/1640) que veio a facilitar a ação no interior da região sem nenhum impedimento fronteiriço e, realizada a separação, fez-se necessária uma nova divisão política em que se reconheceu o uti possidetis.

Ao longo do curso do Amazonas e partindo das fortificações de Belém, os portugueses lançaram expedições oficiais destinadas a estabelecer a presença colonial por todo o vale do grande rio. Entre as inúmeras expedições, destacam-se a bandeira fluvial de Pedro Teixeira (1637/1639), marco das explorações amazônicas oficiais e da epopéia do bandeirante Antônio Raposo Tavares (1648/1651).

No plano da construção espacial brasileira, as bandeiras ampliaram o limite do território conhecido, e funcionavam, ao menos objetivamente, como vanguarda do poder colonial. A coroa portuguesa, manobrando persistentemente e meticulosamente para a expansão geográfica da sua soberania, ordenou a construção de fortificações ao longo do perímetro exterior das expedições. Assim surgiram os fortes de São Joaquim(RR), São José das Marabitanas (Alto Rio Negro), São Gabriel(Rio Negro), Tabatinga (Rio Solimões) e Príncipe da Beira (Rio Guaporé), balizando o contorno das nossas fronteiras terrestres.

AA AAmmaazzôônniiaa nnoo ssééccuulloo XXIIXX –– AA EEccoonnoommiiaa ddaa BBoorrrraacchhaa Paralelo a expansão cafeeira, ocorria na Amazônia o boom

da borracha (fim do século XIX e início do XX). A produção de látex foi transformada num dos elementos mais importantes do espaço amazônico. O seringal se constituía em grandes propriedades no interior da floresta, controladas pelos seringalistas. O responsável pela extração do látex era o seringueiro.

A borracha atraiu para a região amazônica muitos migrantes nordestinos (arigós) que se transformaram na mão-de-obra. Estes trabalhavam através do Sistema de Aviamento no interior dos seringais. Houve um deslocamento de nordestinos muito intensa para o extremo oeste da Amazônia, garantindo com isso a posterior anexação de mais um Estado ao território nacional, que foi o Acre, através do Tratado de Petrópolis(1903).

Segundo MONTEIRO 1997, alguns migrantes nordestinos, entretanto, se estabeleceram nas proximidades de Belém, onde deram início a uma importante agricultura praticadas em pequenas propriedades familiares. A maioria das cidades existentes no nordeste paraense (região bragantina – área que vai de Belém a Bragança) teve sua origem nas colônias agrícolas implantadas por nordestinos. Em outras áreas da Amazônia também foram implantadas colônias agrícolas semelhantes como foi o caso de Santarém e Monte Alegre, ambas no Pará.

AA BBoorrrraacchhaa mmuuddoouu oo EEssppaaççoo

A borracha teve uma importância econômica muito grande para a nossa região nos fins do século XIX e início do século XX, pois, com a invenção da vulcanização, ela passou a ser uma importante matéria-prima para as indústrias. O espaço geográfico amazônico, em conseqüência, passou por grandes transformações, como veremos a seguir.

O seringal foi transformado num dos elementos mais importantes do espaço da produção regional(...)

O crescimento econômico e populacional atraiu também a indústria para a Amazônia. Variadas fábricas, ligadas sobretudo ao setor de bens de consumo, se estabeleceram nas principais cidades, destacadamente em Belém e Manaus.(...) as atividades produtivas mais tradicionais: a roça, a coleta, a pesca e a caça não deixaram de existir. Se a borracha e a indústria eram fonte de riqueza da elite, as atividades tradicionais permaneceram, sobretudo, como fonte de sobrevivência de uma grande parcela populacional.

O comércio gerado pela exportação da borracha intensificou a circulação de pessoas e de produtos. Para facilitar o escoamento da produção e receber as mercadorias compradas no estrangeiro, foram construídos os portos de Belém e Manaus. Nas cidades menores, pequenos portos e os famosos trapiches passavam a ter a mesma finalidade.

Neste período, até ferrovias foram implantadas para agilizar o escoamento da produção regional: a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré- escoava a borracha de Guajará-Mirim até Porto Velho, cidades localizadas no Estado de Rondônia; a Estrada de Ferro Bragantina -escoava a produção agrícola na rota Bragança - Belém, no Estado do Pará; a Estrada de Ferro do Tocantins -escoava a produção extrativa, principalmente a castanha, existente no sudeste do Pará, até a cidade de Marabá (PA).

O período de intensa exploração da borracha foi marcado por grandes transformações nas cidades amazônicas. A rede urbana passou por uma grande expansão. À medida que novas áreas iam sendo ocupadas, como os vales dos rios Madeira, Purus e Juruá, surgiam novos núcleos urbanos, que, na sua maioria, eram sedes de seringais. É o caso de Xapuri e Brasiléia, ambas no Estado do Acre. Eram os seringais virando cidades.

Nas grandes cidades da região, a elite, formada pelos barões da borracha, impõe um novo modo de vida baseado em idéias trazidas da Europa. Vive-se a Belle Époque, termo francês que se refere a um período marcado por construções urbanas de grande beleza (palacetes, igrejas, praças e parques públicos, bosques, etc.), assim como de espaços culturais (teatros, cinemas, escolas, bibliotecas e arquivos públicos, jornais, etc.). As idéias européias se tornaram presentes no espaço amazônico, para atender aos caprichos e gostos da elite. Por isso mesmo, apenas uma pequena camada da sociedade amazônica pôde beneficiar-se das inovações. (...) esse período de crescimento econômico e intensa reorganização do espaço entra em crise devido à concorrência feita pela borracha produzida na Ásia.

A crise freou o crescimento da maioria das cidades. Entretanto, algumas não sofreram tanto com essa queda devido à existência de outras atividades econômicas, como o plantio de juta nas várzeas do Médio-Amazonas e o extrativismo da castanha-do-pará, no sudeste paraense.

MONTEIRO. Alcidema et. al. O Espaço Amazônico: sociedade & meio ambiente. Belém : UFPA/NPI,1997.

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OO BBrraassiill ddoo SSééccuulloo XXIIXX:: AA eeccoonnoommiiaa CCaaffeeeeiirraa

O contexto em que ocorreu esta atividade foi a primeira metade do século XIX até meados do século XX. Iniciando seu cultivo no Vale do Rio Paraíba do sul (começando na porção do Rio de Janeiro) e depois expandindo-se para o oeste Paulista chegando até o norte do Paraná e sul de Minas Gerais (frentes pioneiras), aproveitando-se condições naturais favoráveis, como: a descoberta de terrenos menos acidentados e o solo de terra roxa.

A economia cafeeira foi obra do capital mercantil nacional que vinha se desenvolvendo aos poucos e ganhou notável impulso com a abertura dos portos, e a transferência da corte portuguesa para o Brasil (1808) e, mais tarde, com a independência.

Houve neste momento a grande participação do capital britânico, que financiou a infra-estrutura para o abastecimento do café, através de empréstimos financeiros, visando incorporar o Brasil como grande mercado consumidor e fonte de matérias-primas para a economia inglesa.

A migração em massa (principalmente de italianos) foi a solução encontrada pela burguesia cafeeira para o grave problema da mão-de-obra. Depois da proibição do tráfico negreiro, a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenário (1885) sinalizavam a definitiva abolição da escravatura, o que ocorreu em 1888. Os cafeicultores tiveram um longo tempo para organizar a substituição da força de trabalho. Além do que em 1850 foi instituída a Lei de Terras, que acabou com o sistema de simples doação e estabelecendo que a propriedade territorial só poderia ser adquirida mediante procedimento de compra e venda. A terra, de simples recurso natural passou a ser mercadoria. Na verdade, a Lei de terras marca a transição de um regime em que os homens eram cativos para um regime em que os homens são livres, mas a terra é cativa.

A economia cafeeira modificou o espaço geográfico da região (principalmente de São Paulo), ou seja, houve grandes transformações no espaço da produção, da circulação e das idéias regionais, havendo, assim, as condições para a transição de uma economia agro-exportadora para uma economia urbano-industrial.

EExxeerrccíícciioo 01.

O trecho do poema acima, revela uma face do problema fundiário do Brasil. Analisando as afirmações abaixo, sobre esta situação ao longo da formação espacial brasileira, pode-se dizer que:

I. A formação de latifúndios em nosso país data do período colonial, quando grandes extensões de terras foram doadas aos sesmeiros, sendo requisito básico para a concessão, a posse de escravos II. Os conflitos de terra são resultantes da política de concentração fundiária, que não garante ao pequeno produtor acesso à terra e assistência técnica III. O Nordeste, por ser a primeira região ocupada pelos colonizadores possui atualmente um quadro equilibrado de distribuição de terras IV. O Movimento dos Sem-Terra (MST) é uma organização que luta pela desapropriação de áreas improdutivas, como forma de dar acesso à terra aos pequenos produtores a) II e III estão corretas d) I, II e IV estão corretas b) I, II, III e IV estão corretas e) I e III estão corretas. c) II e IV estão corretas

02. O mapa ao lado reproduz os limites do Brasil tais como foram fixados pelo Tratado de Madri, em 1750. Portugal e Espanha buscavam então atualizar os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, já ultrapassados em função do processo de ocupação territorial durante os séculos XVI, XVII e XVIII.

Neste sentido, são corretas as afirmações abaixo, com exceção de uma. Assinale-a: a) A ocupação da região 1 deveu-se, sobretudo, à atividade de coleta de drogas, que, por suas características, permitiu a utilização de mão-de-obra dos indígenas aldeados nas missões religiosas. b) A ocupação da região 2 deveu-se, sobretudo, à expansão da pecuária, quando a criação de gado deixou de ser uma atividade limitada ao interior da grande propriedade. c) A ocupação da região 3 deveu-se, sobretudo, à ação dos bandeirantes, que, buscando índios para escravizar, combatendo negros aquilombados e procurando metais, foram responsáveis pela fundação dos primeiros núcleos urbanos nessa região. d) A ocupação da região 4 pelas missões jesuíticas que fundaram os Sete Povos das Missões Orientais, no Uruguai, constituiu o "ponto de discórdia" entre as Coroas Ibéricas, sendo a disputa resolvida pelo Tratado de Madri.

03. O mapa abaixo faz referência ao processo de ocupação da Amazônia nos séculos XVI e XVII. A partir do mapa e dos seus

conhecimentos responda:

a) Identifique a principal atividade econômica desenvolvida no século XVII na região amazônica que tenha contribuído para a expansão territorial portuguesa e explique duas estratégias utilizadas pelos portugueses para ampliar seu domínio sobre o território no que hoje corresponde a chamada Amazônia brasileira . b) Identifique os espaços geográficos da produção, circulação e idéia que compuseram esta organização espacial. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

" Esta cova em que estás Com palmos medidos É a conta maior Que tiraste em vida É de bom tamanho Nem largo, nem fundo

É a parte que te cabe deste latifúndio Não é cova grande É cova medida É a terra que querias ver dividida... João Cabral de Melo Neto,

Morte e Vida Severina (fragmentos)

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O TERRITÓRIO BRASILEIRO E SEU POVOAMENTO:

O Brasil, possuindo um território de 8.547.403 Km2, costuma ser considerado um "país continental". De fato, com uma das maiores extensões territoriais do mundo (quinto lugar), inclui-se entre seis países que têm mais de 7 milhões de Km2. Fala-se em "país continental" numa alusão ao fato de a área da Austrália, que praticamente engloba o menor de todos os continentes, a Oceania, ser de aproximadamente 7,6 milhões de Km2, para ter uma idéia da imensidão do nosso país, podemos lembrar também que toda a Europa, a ocidental e a oriental (excluindo a parte européia da Rússia), onde existem atualmente 39 estados independentes, possui apenas cerca de 5,2 milhões de Km2, alguns estados do Brasil - como o Amazonas, o Pará, Mato Grosso ou Minas Gerais - têm cada qual uma área territorial superior a de inúmeros países europeus reunidos. A regra geral é a concentração litorânea, principalmente próximo ao litoral do Nordeste oriental (Zona da Mata nordestina) e no Sudeste do país (entre São Paulo e Rio de Janeiro). A parte ocidental do país, principalmente a Amazônia, permanece ainda com baixas densidades demográficas, embora esse fato venha ser alterado nas últimas décadas com o deslocamento de contingentes populacionais do Sudeste, do Nordeste e do Sul do Brasil para Amazonas, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Roraima.

COMO O BRASIL EXPANDIU SEU TERRITÓRIO?

O território brasileiro, com seus 8.5 milhões de Km2, aproximadamente, corresponde a uma parcela de mais ou menos 1,66% da superfície terrestre (cerca de 6% das terras emersas do globo). Como esse território foi construído? Nosso país começou a se formar com a vinda de europeus, principalmente portugueses, que trouxeram africanos para servir de mão-de-obra escrava. Antes da vinda dos colonizadores europeus, ou seja, antes de 1500, o Brasil não existia, mas o continente americano s»m, assim como existia a parte onde fica o Brasil – a América do Sul, limitada a leste pelo oceano Atlântico e a oeste pelo Pacífico. Os inúmeros povos indígenas que ocupavam o continente sul-americano não conheciam o Brasil, nem a Argentina, nem o Paraguai. Para eles, só existiam as tribos ou sociedades que conheciam e com quem conviviam: os tupinambás, os Caraíbas, os jês, os tucanos, os tupis-guaranis e outros. Ninguém era "brasileiro", por que esse conceito nem sequer existia, assim como não existiam as fronteiras do Brasil com a Argentina, com o Uruguai, com a Bolívia. Elas foram construídas bem mais tarde. No início (século XVI), o território brasileiro pertencia a Portugal e era bem menor do que é hoje. O restante do território pertencia à Espanha, país que colonizou as outras áreas da América do Sul, onde hoje ficam o Chile, o Peru, a Argentina, o Paraguai, etc. Conquistando terras indígenas, trazendo escravos negros da África e conseguindo expandir-se para oeste, em direção ás terras pertencentes á Espanha, mas pouco habitadas pelos espanhóis, os portugueses e seus descendentes foram aumentando o território brasileiro.

Compare os dois mapas ao lado. Um mostra as terras brasileiras pertencentes a Portugal e as terras dominadas pelos espanhóis no século XVI. O outro mostra o território brasileiro em 1822, ano da independência. Veja como o espaço brasileiro se expandiu até então.

CONSTRUÇÃO DO BRASIL:

A idéia de descobrimento do Brasil foi muito comum, se ainda não o é. Era como se o país já estivesse "pronto" e faltasse somente alguém, um navegador português, que o encontrasse. Mas, se o Brasil somos nos, o povo - ou melhor, a sociedade brasileira, com sua cultura, seu território e suas instituições " , então é lógico que ele ainda não existia em 1500.0 que havia era um espaço físico habitado por inúmeras sociedades indígenas, cada uma com um território diferente. Os colonizadores portugueses se apropriaram de certas áreas, normalmente expulsando ou exterminando (ou, às vezes, escravizando) os índios que as ocupavam, e, com o tempo, expandiram o seu território e criaram neste novo mundo uma sociedade diferente, que um dia se tornou um Estado-Nação independente. A construção do Brasil, que durou vários séculos, teve dois aspectos principais: a criação de uma sociedade com cultura (valores e hábitos) e instituições próprias (especialmente o Estado ou poder publico em todos os níveis e esferas); e a formação territorial, isto é, a forma de ocupação da terra e a sua delimitação por meio de fronteiras.

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POVOAMENTO E EXPANSÃO TERRITORIAL:

O povoamento atual do território brasileiro resultou de um processo histórico em que o elemento fundamental foi o fato de o Brasil ter sido colônia de Portugal até o início da terceira década do século XIX. A concentração populacional na área litorânea vem desde a época colonial e liga-se à dependência econômica em relação aos centros mundiais do capitalismo. Também a extensão territorial de hoje é fruto de expansões sucessivas das áreas coloniais portuguesas na América e, posteriormente, do país independente, com destaque para a ação de parcelas da população que migraram para oeste em busca de melhores condições de sobrevivência Comparando o território atual do país com área de colonização portuguesa no século XVI, delimitada pelo Tratado de Tordesilhas, percebe-se que aquela área praticamente triplicou, pois mal chegam a um terço dos atuais 8,5 milhões de km2. Essa expansão do território da colônia e do país independente em detrimento das áreas de colonização espanhola ou de países sul-americanos (Paraguai, Peru, Bolívia, etc.), ocorreu em virtude não só dos deslocamentos de portugueses ou brasileiros para essas áreas, mas também da implantação de habitações e atividades econômicas e da anexação dessas terras pelo princípio do uti possidetis. O uti possidetis foi uma solução diplomática que conferia a um Estado o direito de apropriar-se de um novo território com base na ocupação, na posse efetiva da área, e não em títulos anteriores de propriedade. É , evidente que esse princípio foi utilizado apenas entre Portugal e Espanha ou entre o Brasil e países da América do Sul, sem nunca levar em conta a posse das diversas tribos indígenas. Isso porque o indígena nunca foi considerado pelos colonizado rés um ser humano de pleno direito, mas apenas um empecilho a ser removido ou a ser domesticado e disciplinado para o trabalho. Só muito recentemente, nos últimas décadas, é que as sociedades indígenas passaram a ter o seu direito sobre terras reconhecido, embora de forma ainda parcial e problemática. Até por volta dos anos 1940, era usual os livros escolares do Brasil mencionarem os índios somente quando abordavam o tema, como um exemplo da fauna primitiva encontrada no país. A própria idéia de "descobrimento do Brasil" também ignora os aborígines ou indígenas, os habitantes originais da terra. Afinal, além de o Brasil ser também parte do continente americano (já conhecido antes de 1500), viviam aqui cerca de 5 milhões de indígenas, seres humanos que ocupavam este imenso espaço físico havia milhares de anos. Diante disso, você acha que, do ponto de vista dos indígenas, seria possível falar em descobrimento do Brasil?

ASPECTOS DA COLONIZAÇÃO:

A colonização do continente americano, a partir do século XVI, foi uma importante etapa na expansão comercial européia e no desenvolvimento do sistema capitalista. Essa expansão comercial tem as suas origens por volta do século XI, marcada então pelo renascimento do comércio e pelo crescimento urbano. Foi uma etapa fundamental na transição do feudalismo para o capitalismo, que só foi definitivamente implantado a partir de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial. A transição do feudalismo para o capitalismo representou uma passagem da economia natural, que tinha por base a agricultura e em que cada feudo produzia quase

tudo aquilo de que necessitava, havendo então pouco comércio, para uma economia de mercado, de trocas, em que o comércio desempenha papel decisivo. Nos séculos XV e XVI, a expansão comercial européia e o intenso crescimento das cidades e da população estimularam a busca de novos produtos capazes de incrementar a atividade comercial (ouro, prata, açúcar, tabaco, algodão, certos tipos de madeira, frutos diversos, etc.) e de novas áreas a serem incorporadas ao raio de ação dos comerciantes europeus. Foi essa a principal motivação da expansão marítimo-comercial da Europa e da colonização do continente americano. O traço marcante da colonização de todo o continente americano - e, por extensão, o Brasil - , com exceção apenas de partes da América do Norte, foi servir para o enriquecimento das metrópoles (as nações européias). De fato, o que alguns historiadores chamam de "sentido" da nossa colonização está nisto: ela foi organizada para fornecer ao comércio europeu açúcar, tabaco e alguns outros gêneros; mais tarde, ouro e diamantes; depois, algodão e, em seguida, café. E isso acarretaria algumas marcas à economia e à sociedade brasileiras que, em alguns casos, permanecem até hoje, como: • povoamento mais intenso na faixa atlântica, onde se focalizam os portos; • utilização dos melhores solos para a produção de gêneros destinados à exportação, e não de alimentos para a população; • formação de uma sociedade constituída principalmente por uma minoria de altíssimas rendas (que mantém ligações econômicas com o exterior) e uma maioria com baixas rendas, que serve como força de trabalho barata; • dependência econômica em relação aos centros mundiais do capitalismo. Assim, a colonização do Brasil teve um caráter de colônia de exploração, o que significa que ela foi inserida na política mercantilista da época, servindo como uma das condições indispensáveis para que ocorresse a Primeira Revolução Industrial, de meados do século XVIII até o final do século XIX. Esse acontecimento marcou a passagem do capitalismo comercial, típico da época moderna (séculos XVI a XVIII), em que o comércio era o setor-chave da economia, para o capitalismo industrial.

CONCLUSÃO:

Hoje o Brasil é um dos inúmeros países que ocupam a superfície terrestre. Isto significa que a sociedade brasileira é parte da sociedade moderna ou industrial, que dividiu o mundo em países e que modificou como nunca a natureza original, transformando-a em segunda natureza, em natureza humanizada Mas ainda resta muito da natureza original no planeta. Em virtude de a colonização européia e o povoamento do Brasil terem começado no litoral e se expandido para o interior, encontramos mais vegetação original a oeste e no norte do território brasileiro, principalmente na Amazônia. Nessas regiões ainda existem enormes áreas pouco habitadas. A vegetação original do litoral - a chamada mata Atlântica - praticamente não existe mais (hoje há somente 1% do que havia em 1500), enquanto ainda restam no mínimo 80% da floresta Amazônica.

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HISTÓRICO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO BRASIL De 1500 a 1822, todas as terras brasileiras pertenciam à Coroa portuguesa, que as doava ou cedia seu direito de uso de sua confiança ou conveniência, visando à ocupação do território e á exploração agrícola. Durante um longo período, a Coroa portuguesa controlou a posse da terra, através da criação das capitanias hereditárias e das sesmarias, que atendiam às suas necessidades de obtenção de lucro a partir da exportação de produtos agrícolas cultivados no sistema de plantation, ou seja em grandes propriedades monocultoras, escravistas e cuja produção era voltada à exportação. Entre 1822, ano da independência política, e 1850, vigorou no Brasil o sistema de posse livre em terras devolutas, já que o império não criou leis que regulamentassem o acesso à propriedade e não tinha cartórios ou registros de imóveis. Ao longo desses período, a terra não tinha valor de troca (compra e venda), possuía apenas valor de uso a quem quisesse cultivar e vender sua produção. A possibilidade legal de obtenção livre da posse da terra nos leva a imaginar que esse período tenha se caracterizado por um grande surgimento de médias e pequenas propriedades, mas a realidade é outra. Ainda vigorava a escravidão, a utilização da mão-de-obra servil, trazida forçadamente da África, e os escravos negros eram prisioneiros dos latifúndios, o que os impedia de ter acesso às terras devolutas no imenso território brasileiro. A entrada de imigrantes livres nesse período foi muito pequena e restrita às cidades.

Em 1850, com o aumento da área cultivada com o café e a Lei Eusébio de Queirós, esse quadro sofreu profundas mudança. A partir de então, dada a proibição do tráfico negreiro, a mão-de-obra que entrava no Brasil para trabalhar nas lavouras era constituída por imigrantes livres europeus, atraídos pelo governo brasileiro. Se esses imigrantes encontrassem um regime de posse em terras devolutas, cercariam um pedaço de terra para produzir alimentos de forma independente. Se a posse da terra continuasse livre, eles se instalariam ao redor das cidades, em vez de trabalhar como assalariados semi-escravizados nas lavouras de café.

Com o claro intuito de garantir o fornecimento de mão-de-obra barata aos latifúndios, o governo impediu o acesso dos imigrantes à propriedade através da criação, também em 1850, da Lei de Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las através de leilões, beneficiando quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América justamente por não ter posses em seu país de origem. Ainda de acordo com a Lei de Terras, o dinheiro arrecadado nos leilões deveria ser utilizado no financiamento da viagem de novos imigrantes que se dispusessem a vir trabalhar no Brasil. Tudo isso nos leva a concluir que essa lei, além de garantir o fornecimento de mão-de-obra para os latifúndios, servia também para financiar o aumento do volume de imigrantes que ingressava e, ao chegar ao Brasil, eram obrigados a se dirigir às fazendas, praticamente o único lugar onde se podia encontrar emprego. Nessa época, a posse da terra, e não de escravos, era considerada reserva de valor e símbolo de poder.

Nesse período se iniciou no Brasil um processo altamente perverso e violento de relação de trabalho existente até hoje em diversos estados do país: a "escravidão por dívida'; que antigamente vitimava os imigrantes estrangeiros e atualmente vitima a população de baixa renda ou desempregada da periferia das grandes cidades, além dos próprios trabalhadores rurais. Os "gatos" (pessoas que contratam mão-de-obra para as fazendas) aliciam pessoas desempregadas para trabalhar nos latifúndios, prometendo-lhes transporte, moradia, alimentação e salário. Ao entrar na fazenda, porém, os trabalhadores recrutados percebem que foram enganados, já que no dia em que deveriam receber o salário são informados de que todas as despesas com transporte, moradia e alimentação, ao contrário do prometido, serão cobradas e descontadas do salário, que nunca é suficiente para a quitação da dívida. Policiados por capangas fortemente armados, esses trabalhadores são proibidos de sair da fazenda enquanto não pagarem uma dívida impossível de ser quitada com seu salário.

No início da década de 30, em consequência da crise econômica mundial que se iniciou com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, a economia brasileira, basicamente agroexportadora, também entrou em crise. A região Sudeste, onde se desenvolvia a cafeicultura, foi a que

enfrentou o maior colapso. Na região Nordeste, ocorreram novas crises do açúcar e do cacau, enquanto a região Sul, com produção direcionada para o mercado interno, sofreu efeitos menores. A crise de 30 foi uma crise de mercado externo, de produção voltada para a exportação. Como vimos na unidade 2, foi nesse período que ocorreu o início efetivo do processo de industrialização brasileira, concentrada na região Sudeste. Outro desdobramento da crise foi um maior incentivo à policultura, voltada para o abastecimento interno, e uma significativa fragmentação das grandes propriedades, cujos donos venderam suas terras para se dedicar a atividades econômicas

urbanas, sobretudo a indústria e o comércio. Foi um dos raros momentos da história do Brasil em que houve um aumento, embora involuntário, do número de pequenos e médios proprietários rurais.

Em 1964, o presidente João Goulart tentou desviar o papel do Estado brasileiro do setor produtivo (investimentos governamentais em energia, transportes, etc.) para o setor social (educação, saúde, habitação, etc.). Pretendia também promover uma reforma agrária, que tinha como princípio distribuir terras à população rural de baixa renda. Em oposição à política de Goulart, houve a intervenção militar e a implantação da ditadura. Ganhou incentivo o grande capital agrícola, geralmente estruturado no sistema de plantatíon. A concentração de terras ao longo da ditadura militar (1964-1985) assumiu proporções assustadoras, e o consequente êxodo rural em direção às grandes cidades deteriorou a qualidade de vida de imensas parcelas da população, tanto rural quanto urbana. A partir da década de 70, foi incentivada a ocupação territorial das regiões Centro-Oeste e Norte, através da expansão das fronteiras agrícolas, assentadas em enormes latifúndios pecuaristas ou monocultores.

A lei de terras impediu que estes agricultores (de orige italiana) se tornassem produtores independentes.

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O ESTATUTO DA TERRA E A ESTRUTURA FUNDIÁRIA

O Estatuto da Terra é um conjunto de leis criado em novembro de 1964 e que possibilitou a realização de um censo agropecuário. Procurava-se estabelecer uma política de reforma agrária que, na prática, foi implantada com muita timidez em áreas de conflito, com o claro intuito de abafar focos de pressão popular.

Para a sua realização, surgiu a necessidade de classificar os imóveis rurais por categorias, da mesma forma que, para realizar um censo demográfico, as pessoas são classificadas por idade, sexo, etnia e renda. Logo surgiu a primeira dificuldade: como as condições físico-geográficas do imenso território brasileiro são extremamente diversas, uma unidade fixa de medida (por exemplo, l hectare — 10 mil m2) não poderia ser utilizada na classificação dos imóveis rurais. Um hectare no oeste paulista corresponde a uma realidade agrícola totalmente diferente de um hectare no solo ácido do cerrado ou no Sertão nordestino.

Para resolver a questão, foi criada uma unidade de medida de imóveis rurais — o módulo rural — assim definida: "Área explora vel que, em determinada porção do país, direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a quatro pessoas adultas, correspondendo a l 000 jornadas anuais, lhe absorva toda força de trabalho em face do nível tecnológico adotado naquela posição geográfica e, conforme o tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e econômico" Em outras palavras, módulo rural é a propriedade que deve proporcionar condições dignas de vida a uma família de quatro pessoas adultas. Assim, ele possui área de dimensão variável, levando em consideração basicamente três fatores que, ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização, diminuem a área do módulo:

localização da propriedade — se o imóvel rural se localiza próximo a um grande centro urbano, em região bem-atendida pelo sistema de transportes, ele proporciona rendimentos maiores que um imóvel mal localizado e, portanto, terá uma área menor;

fertilidade do solo e clima da região — quanto mais propícias as condições naturais da região, menor a área do módulo;

tipo de produto cultivado — em uma região do país onde se cultiva, por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas, o módulo rural deve ser maior que em uma região que produz morango com emprego de tecnologia moderna.

Depois de acertada a unidade de medida, foram criadas as categorias de imóveis rurais:

minifúndio — "Todo imóvel com área explorável inferior ao

módulo fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes" Na prática, esses são os grandes responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua produção é, individualmente, obtida em pequenos volumes, o que inviabiliza economicamente a exportação;

latifúndio por dimensão — "Todo imóvel com área superior a seiscentas vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes" São as enormes propriedades agroindustriais, com produção quase sempre voltada à exportação;

latifúndio por exploração — "Todo imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural (600 vezes o módulo rural), tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou que seja deficiente ou inadequadamente explorada, de modo a vedar-lhe a classificação como empresa rural" Tratam-se dos imóveis rurais improdutivos, voltados à especulação imobiliária. O proprietário não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir gerar emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua valorização imobiliária, vendê-la e ganhar muito dinheiro sem trabalhar;

empresa rural — propriedade com área de um a seiscentos módulos, adequadamente explorada em relação às possibilidades da região. Nessa categoria, temos as médias propriedades, geralmente com produção de matéria-prima para abastecer a agroindústria da laranja, da cana, etc.

Embora o Estatuto da Terra permaneça válido do ponto de vista legal, essa classificação foi utilizada pelo IBGE somente na realização dos censos agropecuários de 1965, 1975 e 1985.

A partir da década de 1990, esses critérios foram abandonados e passou-se a utilizar uma classificação regulamentada em lei após a Constituição de 1988. Assim, são consideradas pequenas as propriedades de até 4 módulos; médias, as de 4 a 15 módulos; e grandes, as maiores do que 15 módulos.

Essa mudança foi necessária porque o artigo 185 do capítulo sobre reforma agrária proíbe a desapropriação de pequenas e médias propriedades, assim como das grandes propriedades produtivas, para fins de assentamentos rurais.

O gráfico nos revela a grande concentração de terras em mãos de alguns poucos proprietários enquanto a maioria dos

produtores rurais detém uma parcela muito pequena da área agrícola. Há, ainda centenas de milhares de trabalhadores rurais sem terra. Essa realidade é extremamente perversa, à medida que cerca de 32% da área agrícola nacional é constituida por propriedades onde a terra está parada, improdutiva.

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1. A economia Cafeeira

O Brasil independente (1822) inaugurou um novo desenvolvimento econômico baseado na borracha, no algodão, no cacau e principalmente na cafeicultura.

No final do século XIX e início do século XX deu-se a fase da borracha na Amazônia (1870-1910), a qual ocasionou novo impulso à ocupação dessa região; promovendo várias modificações-verificadas em um maior fluxo populacional na região ligadas a coleta do látex (nordestinos), nas novas áreas que produziam produtos alimentares responsáveis pelo abastecimento regional e nas várias modificações urbanas em Belém e Manaus.

Com o declínio das exportações, devido à concorrência da produção asiática, a prosperidade dessas cidades estagnou.

Na mesma época o sertão nordestino teve uma maior

ocupação com o desenvolvimento do algodão alcançou preços altos devido ao pouca oferta no mercado internacional. Diante da importância do mesmo na balança comercial, o governo passou a dar mais atenção à região, diante da estiagem que afetava as plantações dando, desde essa época, verbas para amenizar o problema na área, gerado pela seca.

Ao mesmo tempo, no sul da Bahia, ocorria a ocupação do solo com o desenvolvimento do cacau, produto exótico que cada vez mais era consumido na Europa. No entanto, era a produção do café que liderava nossas exportações. Até a primeira metade do séc. XIX, a economia cafeeira ainda conservava as características básicas do período colonial (economia agroexportadora, baseada na monocultura latifundiária, apoiada na mão-de-obra escrava). Na segunda metade do século XIX, sobretudo a partir de 1860-1870, a cafeicultura passou por profundas transformações, tais como: substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra assalariada do imigrante, a ocupação de novas áreas (oeste paulista) e a expansão das ferrovias ligando a produção aos portos exportadores. A Lei Eusébio de Queiroz pôs fim ao tráfico de negros. A partir desse fato, a escravidão oficial caminhava para o seu esgotamento e os desdobramentos gerados no rumo de uma economia capitalista. Devido as crescentes exportações

do café, a expansão de fazendas transformara o Vale do Paraíba do Sul. Os cafezais causaram rápido esgotamento dos solos. Daí a rápida incorporação das terras do Oeste Paulista. A produção cafeeira seguiu uma trajetória de sucessivas e crescentes safras. Já no final do séc. XIX o Brasil passou a conhecer crises de superprodução de café. Em 1882, a produção mundial de café foi maior do que o consumo.O resultado foi à queda do preço do produto no mercado mundial.

________________________________________________ 1.1. As ferrovias do café e seu papel na ocupação, na produção e na organização do espaço geográfico. A maior parte das ferrovias no estado de São Paulo foi construída somente após o avanço do desmatamento e do estabelecimento das fazendas, quando a população dos povoados se tornou numerosa e o volume da produção compensava o investimento no transporte ferroviário. Nos EUA e no Canadá , ao contrário, as linhas férreas foram fatores básicos para a fundação de cidades e seu povoamento. Não podemos, entretanto, subestimar o papel das ferrovias do café. Muitas cidades do Planalto Ocidental Paulista tiveram como embrião as estações de trens, as pontas de trilhos e, ainda, as paradas ao longo do trajeto:Bauru, Tupã, Votuporanga, Pompéia, São Jose do Rio Preto, Penápolis, Lucélia, Lins, Adamantina e Araçatuba. Para os habitantes do Estado de São Paulo, as vias férreas assumiram tamanha importância que se tornaram um referencial para se situar ou se deslocar no espaço paulista. Por exemplo, quem ia para acidade de Tupã, no oeste do estado, servida pela Companhia Paulista de Estrada de Ferro dizia “Eu vou para a Alta Paulista “, referindo-se, desse modo , mais especificamente ao final da linha, pois esta dividia-se em Baixa, Média e Alta Paulista. Isso ocorria também em relação ao espaço geográfico cortado pelas demais ferrovias. Falava-se em Araraquarense, Mojiana, Sorocabana, para referir-se à região “atravessada” por essas ferrovias. A paisagem ou o relevo nunca foram referenciais do espaço para os paulistas, como ocorre, por exemplo, com os gaúchos e nordestinos.

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O gaúcho tem a apreensão de seu espaço calcado na natureza ou, mais propriamente, no relevo. Sempre faz referência ao litoral, a serra, ao planalto e à campanha, mostrando não ter perdido essa compreensão do território que, sem dúvida, o torna mais ligado afetivamente a seu espaço e aos aspectos naturais da paisagem. Hoje, no Estado de São Paulo, não há mais nem mesmo o referencial dado pelas ferrovias, a não ser para gerações passadas. Com o desenvolvimento rodoviário iniciado em 1956, as ferrovias perderam a importância e também o papel de estimuladoras do povoamento e da criação de cidades, bem como de referenciais do espaço. O traçado das ferrovias do café mostra a ligação das áreas produtoras ao porto de Santos, construídas que foram para escoar a produção cafeeira do Vale do Paraíba, da Depressão Periférica Paulista e do Planalto Ocidental Paulista. A primeira delas, a Sociedade de Estradas de Ferro D. Pedro II que mais tarde deu origem à Estrada de Ferro Central do Brasil), ligando o Vale do Paraíba ao porto do Rio de Janeiro, entrou em operação em 1855. Em seguida, em 1867, entrou em operação a São PauloRailway Co Ltd, ligando São Paulo à Santos, cujos trilhos foram depois estendidos até a cidade de Jundiaí, dando origem à Estrada de Ferro Santos----Jundiaí . Em 1872, foi inaugurada a Companhia Paulista de Estrada de Ferro, fruto da união de capitais de grandes fazendeiros de Campinas, Araras, Limeira e Rio Claro. Uma associação de produtores da região de Moji-Mirim fez o mesmo, dando origem a Companhia Mogiana em 1875, mesmo ano da inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana. Em 1901 foi a vez da Araraquense . Em 1971, o governo do Estado de São Pulo organizou a Fepasa--- Ferrovia Paulista S.A. ----que englobou as ferrovias citadas, com exceção da Santos---Jundiaí e da Estrada de Ferro Central do Brasil, que pertencem a RFFSA – Rede Ferroviária Federal S.A. Embora tenham avançado no interior do Estado de São Paulo, essas ferrovias não penetraram mais fundo no território nacional (com exceção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, inaugurada em 1905, que liga Bauru a Corumbá, no Mato Grosso do Sul, fronteira com a Bolívia ). O mesmo ocorreu nas demais regiões do Brasil. Ao analisarmos o traçado das ferrovias no Brasil podemos concluir que: --as ferrovias não realizaram efetivamente as integrações nacional e inter-regional, como ocorreu, por exemplo, nos EUA, no Canadá e na Rússia ; -- no nordeste brasileiro, elas não realizaram nem mesmo a integração intra-regional; --na Amazônia a densidade ferroviária é bastante baixa, contando com a Estrada de Ferro do Amapá, que escoa o minério de manganês até o porto de Santana, de onde é exportado, e com a Estrada de Ferro Carajás, construída recentemente para escoar o minério de ferro da Serra dos Carajás até o porto de Itaqui, no Maranhão, de onde também é exportado; -- particularmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, as ferrovias constituíram uma infra-estrutura importante para assegurar o desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Podemos, então, afirmar que o traçado das ferrovias no Brasil é periférico, portanto não integrador do espaço. Sua função foi a de inserir-nos na economia mundial como país de economia primário-exportadora, no contexto da divisão internacional do trabalho. Sobre os interesses subjacentes ao desenvolvimento da malha ferroviária no Estado de São Paulo, lembramos as palavras do geógrafo francês Pierre Monbeig: No norte do Paraná, após a implantação de ramais ferroviários, a partir do inicio da década de 20, para escoar a produção de café, ocorreu a revitalização de povoados e a fundação de muitas cidades: Cornélio Procópio (1924), Londrina (1929), Arapongas (1938), Maringá(1947) e muitas outras.

2. O Arquipélago Econômico (isolamento regional)

A configuração em arquipélago econômico (ilhas econômicas) refletia o papel do Brasil como produtor de mercadorias para o mercado mundial e como as atividades produtivas nesse longo período foram ocupando espacialmente várias áreas do território. As culturas como açúcar, fumo, cacau, borracha ou café; desenvolveu-se em áreas diferentes de acordo as vantagens comparativas naturais e históricas de cada porção do espaço brasileiro. Esse arquipélago mercantil configura-se como “bacias de drenagens” integradas ao centro em grandes cidades portuárias, que escoavam a produção ao mercado externo. Essa organização do território produziu as grandes cidades portuárias do Brasil rural-agrário, centros modernos com laços intensos aos centros urbanos europeus. Pode-se citar as cidades: Belém, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, São Luís, etc. As relações econômicas ou demográficas entre essas áreas ou as ilhas eram inexpressivas ou precárias, chegando em vários períodos há serem inexistentes, pois o crescimento e dinamismo econômico eram diretamente resultado do comércio voltado ao mercado mundial.

2.1. O fim da economia de arquipélago

A relação assalariada de trabalho deu o início a um considerável mercado interno de consumo que conseqüentemente, gerou as bases para um maior crescimento industrial no final do século XIX; abrindo dessa forma a possibilidade de circuitos inter-regionais de mercadorias, pois as necessidades dos trabalhadores, de alimentos, tecidos e calçados, passaram a ser parcialmente atendidas pela indústria nascente. Ao poucos foi se intensificando a articulação entre as regiões, acabando, dessa forma, reduzindo o isolamento anterior.

3. A industrialização e o novo espaço geográfico

O desenvolvimento industrial da região do sudeste,

principalmente do Estado de São Paulo, se beneficiou de capitais, infra-estrutura de transporte energia, da mão-de-obra, da urbanização e do mercado consumidor criado pela economia cafeeira.

A concentração industrial nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro transformou a região sudeste no principal pólo econômico do país. A indústria, centro dinâmico da economia brasileira a partir da década de 30, criou um novo espaço geográfico, que em poucas décadas passou a concentrar a maior parcela da população e da produção do país: o espaço urbano-industrial.

A firme disposição do governo federal em estimular a industrialização do país e a expansão rodoviária desempenhou importante papel no processo de integração nacional, que se afirmou em definitivo a partir da década de 50 com a construção de Brasília.

A necessidade de ligar a nova capital ao restante do país possibilitou a complementação de várias rodovias e a incorporação de novas áreas no cenário nacional (Centro-Oeste e Amazônia).

A crescente integração da economia do Sudeste as demais regiões do país teve conseqüências muitas profundas; de um lado criou um mercado interno nacional e integrou economicamente o país, de outro lado, limitou e até subordinou o desenvolvimento industrial das outras regiões, transformando-as em fornecedoras de alimentos, matérias-primas e mão- de- obra.

A indústria integrou o território nacional, porem causou também profundas desigualdades sociais e regionais.

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Globalização e fragmentação

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O processo de Globalização trouxe grandes transformações em escala mundial.

Segundo os cientistas o momento que vivemos hoje não encontra paralelo na história da humanidade, o principal eixo do mundo atual emerge exatamente dos avanços tecnológicos especialmente nos setores de comunicação e de transporte eis porque a globalização está fortemente relacionada à noção de espaço-tempo.

Paralelamente ao processo de globalização estabelece-se o processo de fragmentação.

“No passado, a prioridade do Estado era o bem-estar

social, no entanto há décadas esta prioridade se modificou e as economias nacionais passaram a se adaptar às exigências da economia mundial.

O mundo transformou-se ao longo dos séculos. Não se possui apenas uma coleção de Nações agrárias ou industrializadas, ricas ou pobres, colônias ou metrópoles, submissas ou dominantes, arcaicas ou modernas. A partir da Segunda Guerra Mundial se desenvolveu um amplo processo de mundialização, assim como de relações, de processos e de estruturas, tanto de dominação e apropriação como de antagonismo e integração. Aos poucos, todos os problemas e dilemas da globalização atingem todas as esferas da vida social, coletiva e individual.

Neste contexto, os movimentos do capital, da tecnologia, da força de trabalho, em escala mundial, passaram a transformar as sociedades nacionais em dependências da sociedade global. Estas forças produtivas engajadas no desenvolvimento extensivo e intensivo do capital passaram a produzir tanto a integração como a fragmentação. Em conseqüência, a globalização jamais pode ser considerada como um processo histórico social de homogeneização, embora sempre estejam presentes forças que estão à busca desta finalidade.”

Edison Antonio Alberti Janete Teresinha Reis

Meri Lourdes Bezzi

http://www.geo.uel.br/revista acesso em 09/04/08 às 22:30 h

O processo de fragmentação surge paralelamente ao

processo de globalização, da mesma forma que a globalização se manifesta de várias maneiras a fragmentação se revela especialmente nos lugares e quase sempre é lida como conseqüência do próprio modo de produção capitalista.

A natureza excludente do capitalismo foi acentuada a partir da globalização, pois o movimento é delineado especialmente pelo avanço dos fluxos de capitais dentro desse quadro financeiro e tecnológico nações inteiras são excluídas desse processo.

A marginalização socioeconômica desses povos desencadeia impressionantes movimentos migratórios no sentido sul-norte esses fluxos tendem a acentuar a fragmentação cultural, ou seja, o rompimento com o lugar de origem, com a sua paisagem, a família, os amigos.

A vida no outro país é quase sempre muito difícil, pois a sensação de viver no desconhecido, no estranho é quase sempre traumática gerando insegurança para os milhões de refugiados no mundo.

No início da década de 90, os processos de fragmentação de territórios se intensificaram especialmente no leste da Europa, foram surgindo países, as fronteiras tiveram uma significativa alteração tanto em resposta as mudanças econômicas quanto por questões políticas e étnicas.O fim da URSS por exemplo, gerou o surgimento de 15 novos países euro-asiáticos.

Além das mudanças na ex-URSS, outros territórios foram alterados como, por exemplo, a ex-Iugoslávia e a ex - Tchecoslováquia, cujo fim da era socialista foi marcado também pelo processo de desintegração em resposta a reivindicações de etnias.

“O nacionalismo no final do século XX (...) suponhamos, como finalidade do argumento, que

uma nova ‘Europa das nações’ no sentido wilsoniano1 fosse emergir, ou uma ásia ou África das nações. (...). A Espanha seria reduzida pela separação de Euzkadi2 e Catalunha; a Grã Bretanha pela cisão da Escócia e País de Gales; a França pela separação da Córsega; a Bélgica se dividiria em dois países; enquanto mais para o leste os Estados da atual esfera de influência soviética seguiriam seu próprio caminho, talvez com os eslovacos separando-se dos tchecos, e os Bálcãs sendo redivididos entre os eslovenos, croatas e sérvios, e os Estados albaneses aumentados, com uma Estônia, uma Letônia e uma Lituânia, independentes reemergindo ao longo do Báltico. Poderíamos seriamente supor que tal balcanização ampliada para a escala mundial proporcionaria um sistema estável? De fato a primeira e mais provável coisa que os novos Estados europeus fariam, com toda certeza, seria solicitar a admissão na

1 Woodrow Wikson (1856-1924), presidente dos Estados Unidos durante a 1ª Guerra Mundial defendia a idéia de que cada nação européia tivesse eu Estado. 2 País Basco

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Comunidade Econômica Européia, que iria mais uma vez limitar seus direitos soberanos, todavia de uma maneira diferente da situação anterior”.

HOBSBAWN, Eric. Nações e Nacionalismo desde 1870: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

p.209. ENTENDENDO O TEXTO 01. Quais as previsões feitas pelo autor se concretizaram nos anos 1990 e quais não se concretizaram? Ainda há movimentos nacionalistas atuantes nos países citados? ____________________________________________________

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02. Como o texto é datado que outras reparações você faria nele? ____________________________________________________

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03. Que unificação foi importante na década de 90? ____________________________________________________

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ANALISE O MAPA ABAIXO E EM SEGUIDA LEIA O TEXTO.

TEXTO 2 O PROCESSO DE FRAGMENTAÇÃO

Pensar a fragmentação como vimos anteriormente nos remete a uma outra situação que é a de globalização, não há como entendê-los em separado.

Quando a globalização se instala ela nada mais é do que um resultado do avanço do modo de produção capitalista, por isso é necessário que nos voltemos para observar que seus desdobramentos de alguma forma representarão as mudanças e que essas se traduziram em avanço e agravamento das diferenças.

Enquanto o processo de globalização nos remete a certa homogeneização, a fragmentação é exatamente o resultado da diferença produzida pela própria aceleração do capital.

A ameaça da globalização se transforma em resistência NOS LUGARES, por isso tantos movimentos sociais e o recrudescimento dos movimentos separatistas.

A ciência reconhece, a globalização tende a uma homogeneização do comportamento e como tal de aumento do consumo, dentro desse processo é comum que as empresas transnacionais interfiram nos países pressionando por mercados consumidores.

A exclusão social se amplia a resistência dos grupos sociais também, com isso torna-se mais comum os movimentos de retorno as raízes, o sentido de lugar uma das mais importantes categorias de análise da geografia ganha espaço.

A fragmentação da cultura e dos territórios está entre os principais processos dessa natureza existentes no mundo.

ANOTAÇÕES: ____________________________________________________

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AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO CONTEMPORÂNEO – A GLOBALIZAÇÃO E SUAS ESPECIFICIDADES

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: GEORGINA

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ASSUNTO: AS TRANSFORMAÇÕES DO MUNDO CONTEMPORÂNEO – A GLOBALIZAÇÃO E SUAS ESPECIFICIDADES.

Os últimos trinta anos vêm sendo marcados por inúmeras transformações em escala global, que tem tido rebatimento em território nacional e em escala local.

Parte dessas transformações está relacionada à Terceira Revolução Industrial ou como ficou conhecida a Revolução Tecnocientífica Informacional, mas não foram apenas transformações econômicas, muitas mudanças de caráter sócio-econômico e político, também estavam claramente relacionadas com o esgotamento do modelo imposto pela Guerra Fria, associado a crises econômicas oriundas dos choques do petróleo e os gastos com a corrida armamentista, que colocaram em xeque tanto as economias ocidentais de países centrais e periféricos, quanto as orientais. 1- PRINCIPAIS MUDANÇAS EVIDENCIADAS:

Crise do Estado Keynesiano, que se torna oneroso em função do aumento da longevidade da população, do índice de desemprego.

Crise no Estado Soviético que em função de suas características estruturais não consegue acompanhar as mudanças em curso.

Revolução Islâmica no Irã, que redesenhou o jogo de poder no Oriente Médio.

Aumento do desemprego resultado da aplicação de

novas tecnologias, reduzindo mercados consumidores. A América Latina vive um período de endividamento e

na década de 80 perde investimentos entrando em recessão, o período é identificado como a década perdida.

O ano de 89 é marcado pelo Consenso de Washington, o evento traz à tona a discussão das relações norte-sul dentro da Nova Ordem àquela época já

claramente delineada e como seriam as novas políticas definidas pelos países centrais aos países periféricos.

Em 1991, a URSS é extinta e a Alemanha reunificada, uma dança de fronteiras marca o surgimento de uma nova ordem espacial na Europa, paralelamente o Mercado Comum Europeu se lança a um desafio secular no continente, a criação do Megaestado Europeu a partir da criação da União Européia.

A partir da década de 90, consolida-se uma Nova Ordem Mundial baseada na Multipolaridade e marcada pela Globalização.

A Nova Ordem, entretanto é multipolar com a

liderança de EUA, União Européia e Japão. O modelo Keynesiano é substituído pelo

Neoliberalismo, que institui o Estado Regulador. Os EUA consolidam a liderança como potência militar,

com várias ações de guerra especialmente após os atentados de 2001.

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1.1-A Revolução Tecnocientífica Informacional ou a 3ª Revolução Industrial. O final da década de 60 foi marcado por uma série de transformações, que mudaram o curso da história da humanidade, tratava-se da 3ª Revolução Industrial ou como é reconhecida a Revolução Tecnocientífica Informacional.

“No fim do século XX e graças aos avanços da ciência, produziu-se um sistema de técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema técnico uma presença planetária.”

(SANTOS, M. Por uma outra Globalização,2000, p.23)

A chegada da terceira revolução industrial, redesenhou as relações entre os homens destes com a natureza e as relações internacionais. a) As relações homem-homem A revolução tecnocientífica informacional criou uma nova configuração nas relações sociais, merecendo destaque:

a comunicação em tempo real. o surgimento das redes de relacionamento como o

orkut. a tirania da informação. o crescimento dos movimentos populares.

b) As relações homem-natureza

Os avanços tecnocientíficos informacionais foram responsáveis pelo desenvolvimento de um dos ramos da ciência de maior avanço nos dias atuais, a biotecnologia, este por sua vez, está desenvolvendo várias frentes de pesquisa e parte dessas pesquisas está voltada para a exploração da natureza, é o conhecimento dos mares, das florestas e dos demais biomas.

Nesse contexto, tem ganho força a manifestação das Organizações não Governamentais (ONG's) em defesa da natureza, essas organizações podem ser de escala global ou local.

Apesar dos avanços ainda temos muito que conquistar até porque um outro tipo de crime foi desencadeado a partir dessas conquistas que é a biopirataria.

c) A relação do homem com as coisas.

Os avanços tecnológicos e a expansão dos mercados a partir do aumento da interdependência dos lugares definiram uma intensificação do consumo.

As transnacionais definem a criação de valores universais, as mais diversas gerações são incluídas, as crianças através dos brinquedos e jogos eletrônicos, os jovens pelos ditames das marcas e modos de vida, entranhando a idéia de cidadão do mundo, os adultos pelo estilo de vida, e até os idosos pelos novos padrões os famosos produtos light e os comportamentos de melhoria da vida na velhice.

Além desses padrões, os produtos considerados ícones de bem estar, de beleza, a idéia é a de globalização do consumo, dentro desse quadro não escapam nem os paises muçulmanos. d) A relação entre os Estados Nacionais

A partir da Revolução Tecnocientífica Informacional houve uma transformação significativa na

Divisão Internacional do Trabalho, pois as nações centrais do Capitalismo passaram a desenvolver tecnologias cada vez mais avançadas, iniciando uma nova etapa na era do Capital.

Essa nova etapa é marcada pela desconcentração industrial, pela emergência de novos países industrializados no extremo-oriente e sudeste asiático e pela presença dos países pertencentes ao antigo leste europeu.

As zonas de montagem e as indústrias gastadoras de energia, mão-de-obra e poluidoras são transferidas para os países mais pobres (do sul).

Dessa forma os países centrais tornam-se detentores de patentes, enquanto que os países periféricos transformam-se em exportadores de produtos e importadores de tecnologia, nesse novo mapa incluem-se países asiáticos, leste europeu, latinos e africanos.

Uma outra característica dessa nova era é o aumento de importância de instituições supranacionais como o BIRD ( Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento), FMI (Fundo Monetário Internacional) e a OMC (Organização Mundial de Comércio). De maneira geral as posições dessas instituições tendem a beneficiar as nações desenvolvidas.

e) A relação entre o Capital e o Trabalho

Historicamente desde o surgimento do modo de produção capitalista uma das expressões de relações mais conflituosas é a do capital e do trabalho.

A revolução tecnológica tornou mais grave ainda um dos maiores dilemas da sociedade capitalista o desemprego.

O desemprego que assusta o mundo de hoje é definido como desemprego estrutural e ocorre na verdade em todos os segmentos da economia seja no setor primário, secundário e terciário.

As tecnologias permitem as empresas estabelecerem a chamada reengenharia e a partir daí é feita a redução dos quadros de mão-de-obra, nesse contexto todos são atingidos do motorista do trem ao projetista de automóveis, do garçom ao financista.

O aumento do índice de desemprego desestabiliza o mercado consumidor e alimenta o capital especulativo, em direção às nações pobres, estas por sua vez embaladas pelo capital especulativo têm moeda falsamente estável, mantendo taxas de juros altas, a área produtiva da economia não cresce isso facilita um outro lado, abre-se o mercado para importação, executando-se a expansão e compensação dos mercados perdidos nos países desenvolvidos.

O aumento do desemprego abre espaço para a flexibilização das relações de trabalho mudando as regras da legislação tornando-a claramente favorável ao capital deve-se observar que historicamente a legislação trabalhista na maioria dos países ocidentais tem caráter corporativista.

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As Transformações do Mundo Contemporâneo – A Globalização a suas Especificidades

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PROFº: CLÁUDIO / AZULAY

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A globalização é o atual momento da expansão capitalista. Pode-se afirmar que ela está para o capitalismo informacional assim como o colonialismo esteve para a sua etapa comercial ou o imperialismo para o final da fase industrial e início da financeira. Trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados e, portanto, o lucro, o que de fato ela move os capitais, tanto produtivos quanto especulativos, no mercado mundial. Esta é a razão de, com o processo de globalização, haver disseminado, com base no governo norte-americano (além do britânico) e em suas instituições por ele controladas, como FMI e o Banco Mundial, o neoliberalismo – que se contrapõe ao keynesianismo. O neoliberalismo tem objetivo de reduzir as barreiras aos fluxos globais, o que beneficia notadamente os países desenvolvidos e suas corporações multinacionais, embora alguns países emergentes, como a China, os Tigres Asiáticos, o México e o Brasil, tenham recebido investimentos produtivos e ampliando seu comércio mundial. Por esse motivo, os países em desenvolvimento têm sido pressionados, até para poderem obter novos empréstimos internacionais do FMI, adotar medidas como redução no papel do Estado na produção com a privatização de empresas estatais, abertura do mercado a produtos importados e flexibilização da legislação trabalhista. Deve ser mencionado, no entanto, que, mesmo em países desenvolvidos, as políticas neoliberais têm imposto perdas aos trabalhadores, com reformas previdenciárias e cortes nos gastos sócias, por exemplo.

A guerra no Iraque, na era da globalização a expansão capitalista é silenciosa, sutil e eficaz. Trata-se de uma “invasão” de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas. As novas “armas” são a agilidade e a eficiência das comunicações, dos transportes e do processamento de informações, graças aos satélites de comunicação, a informática, aos telefones fixos e celulares, aos aparelhos de fax, aos enormes e rápidos aviões, aos super navios petroleiros e graneleiros e aos trens de alta velocidade. Primeira fase – Data 1450-1850: Expansionismo mercantilista

A primeira globalização, resultado da procura de uma rota marítima para as Índias, assegurou o estabelecimento das primeiras feitorias comerciais européias na Índia, China e Japão, e abriu aos conquistadores europeus as terras do Novo Mundo. Enquanto as especiarias eram embarcadas para os portos, milhares de imigrantes iberos, ingleses e holandeses, e, um número bem menor de franceses, atravessaram o Atlântico para vir ocupar a América. Formaram colônias de exploração, no sul da América do Norte, no Caribe e no Brasil, baseadas geralmente num só produto (açúcar, tabaco, café, minério, etc.) utilizando-se de mão-de-obra escrava vinda da África ou mesmo indígena. Para atender as primeiras, as colônias de exploração, é que o brutal tráfico negreiro tornou-se rotina. Igualmente não se deve omitir que ela promoveu uma espantosa expropriação

das terras indígenas e ou na destruição da sua cultura. Nesta primeira fase estrutura-se um sólido comércio triangular entre a Europa (fornecedora de manufaturas) África (que vende seus escravos) e América (que exporta produtos coloniais). Politicamente, a primeira fase da globalização se fez quase toda ela sob a proteção das monarquias absolutistas que concentram enorme poder e mobilizam os recursos econômicos, militares e burocráticos, para manterem e expandirem seus impérios coloniais. A doutrina econômica da 1ª fase foi o mercantilismo, adotado pela maioria das monarquias européias para estimular o desenvolvimento da economia dos reinos.. Esta política levou cada reino europeu a terminarem se transformando num império comercial, tendo colônias e feitorias espalhadas pelo mundo.

Segunda fase – 1850-1950: Industrial-imperialista.

A segunda fase da globalização se caracteriza pelo processo de expansão da atividade industrial clássica. Nesse período, ocorre em alguns um forte processo de industrialização baseado na primeira Revolução Industrial que teve início no século XVIII, na Inglaterra, com a mecanização dos sistemas de produção. As burguesias industriais, em busca de maiores lucros, menores custos e produção acelerada, buscaram alternativas para melhorar a produção de mercadorias. Também podemos apontar o crescimento populacional que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias. Avanços da Tecnologia. O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. A máquina a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionou o modo de produzir. Se por um lado à máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção. Na área de transportes, podemos destacar a invenção das locomotivas a vapor e os navios a vapor. Com estes meios de transportes, foi possível transportar mais mercadorias e pessoas, num tempo mais curto e com custos mais baixos. A Revolução tornou os métodos de produção mais eficientes. Os produtos passaram a ser produzido mais rapidamente, barateando o preço e estimulando o consumo. Por outro lado, aumentou as desigualdades entre os países do mundo todo, ampliando a disputa entre os países industrializados por áreas fornecedoras de matéria-prima e mercados consumidores (Divisão Internacional do Trabalho). Enraíza-se a visão imperialista-colonialista que no início do século XX levará o mundo a duas grandes guerras.

Globalização Recente – Pós 1989: Cibernética - tecnológica. A globalização recente é caracterizada pela revolução

tecnocientífica e a integração do mundo. A rápida evolução e a popularização das tecnologias da

informação (computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para agilizar a produção industrial, o comércio e as transações financeiras entre os países. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para l,5 milhão. As ligações telefônicas internacionais de 3 minutos, que custavam cerca de U$ 200,00 (cada uma) em 1930, hoje em dia não ultrapassam os US$ 2,00. O número de usuários da Internet, rede mundial de computadores, é de cerca de 50 milhões e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satélites de comunicação permite que alguns canais de televisão – como as redes de notícias CNN, BBC e MTV – realizem transmissões instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração mundial sem precedentes. Vale destacar como forte novidade na área de tecnologia, e instrumento de integração entre as nações, a Internet. Está que já está presente nos

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principais países do mundo e que representa um novo ramo de mercado, o mercado virtual. Este é caracterizado por ser de alto risco e de certa forma abstrata, sendo valorizado por seu valor virtual. Como fonte de divulgação de cultura e informações diversas, a Internet é a maravilha do século XXI, pois nunca a humanidade foi tão capaz e bem servida de informações como hoje em dia. Para nós já é simples fazer uma pesquisa para a escola em sites dos Estados Unidos, teclar com estudantes franceses, discutir com os ingleses e ainda pedir auxílio a um técnico do Canadá. Isso, com certeza, foi a grande revolução tecnocientífica.

Fluxos de informações A Internet aumentou as possibilidades de acesso aos serviços (como troca de e-mails, pesquisas em bancos de dados e compra de produtos) e às informações, mudando até mesmo as concepções de tempo e espaço. Um espaço virtual se abre aos internautas (pessoas conectadas a rede) em tempo real. De um computador no México é possível pesquisar os arquivos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, no Banco Mundial, em Washignton, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de Janeiro, ou a mais atualizada edição da Enciclopédia Britânica; pode-se conhecer o acervo do Museu do Louvre, de Paris, do Museu Britânico, de Londres, ou do Museu de Arte de São Paulo (Masp); comprar livros na Amazon Book ou na Livraria Cultura; copiar livros virtuais ou músicas em MP3 e se comunicar com diversas pessoas pelo ICQ. Entretanto ainda são poucos os que têm acesso às informações disponíveis na rede. Segundo o Relatório World development indicators 2006, do Banco Mundial, em 2004 cerca de 890 milhões de pessoas estavam conectadas à Internet. É uma quantidade enorme de usuários, mas esse número corresponde apenas a 14% da população mundial e, como mostram as tabelas a seguir, a maioria dos internautas está fortemente concentrada em países desenvolvidos e em alguns países emergentes. Os Estados Unidos é o país que possui mais pessoas conectadas à Internet em termos absolutos, com 185 milhões de internautas, mas também é um dos países mais representativos em termos relativos: 63% de sua população são usuários da rede. A Nova Zelândia é o país possui mais pessoas conectadas em termos relativos: 79% de sua população são usuários da Internet. A China e a Índia, apesar do índice relativo de conexão, têm um grande número de internautas devido às suas enormes populações. Em menor escala, isso também acontece com o Brasil. Fluxos de capitais especulativos Outra invasão típica da globalização é a dos capitais especulativos de curto prazo, conhecidos como smart money (“dinheiro esperto”) ou hot money (“dinheiro quente”), que, ávidos por lucratividade, movimentam-se com grande rapidez pelo sistema financeiro on-line. Não se sabe ao certo o montante, mas estima-se que o fluxo mundial de capitais especulativos seja 1,5 trilhões de dólares por dia, investidos nas várias modalidades de especulação financeira. Essa vultosa soma – que, em geral, pertence a milhões de pequenos poupadores espalhados pelos países desenvolvidos, os quais deixam seus recursos num banco ou os investem num fundo de pensão, para garantir suas aposentadorias – é transferida de um mercado para outro, de um país para outro, sempre em busca das mais altas taxas de juros ou de maior segurança. Os administradores desses capitais – como bancos de investimentos, corretoras, fundo de pensão etc. – em sua maioria não estão interessados em investir na produção, cujo retorno é demorado, mas em especular: realizar investimentos de curto prazo nos mercados mais rentáveis. Os fundos de pensão, entretanto, também investem na produção. Quando algum mercado se torna instável ou menos atraente aos investidores, como aconteceu com o México em meados da década de 1990, com países do Sudeste Asiático em 1997, com o Brasil no início de 1999, ou com a Argentina em 21,

esses capitais são rapidamente transferidos, e os países entram em crise financeira. Fluxos de capitais produtivos

A entrada dos capitais produtivos é a mais demorada porque são investimentos de longo prazo, por isso menos suscetíveis às oscilações repentinas do mercado. Esses capitais são aplicados num território em busca de lucros, que podem ser resultantes de custo menores de produção, baixos custos dos transportes ou dos fretes, proximidade dos mercados consumidores e facilidades em driblar barreiras protecionistas. Todos esses fatores permitem a expansão dos mercados para capitais, gerando, portanto, maiores lucros. Veja a seguir os países que mais receberam investimentos produtivos em 2005. Perceba que já há sinais de esgotamento da globalização, evidenciando pela repentina queda dos investimentos produtivos no início do século XXI, sobretudo nos Estados Unidos, o principal comandante desse processo.

Há outra faceta, mais visível e mais antiga da globalização, que é a “invasão” de mercadorias em quase todos os países. Com a intensificação dos fluxos comerciais no mundo, produtos são transportados por enormes navios, trens, caminhões e aviões, que circulam por uma moderna e intrincada rede que cobre as grandes extensões da superfície terrestre, sobretudo nos países desenvolvidos e emergentes. Há, assim, uma globalização do consumo, com a intensificação do comércio, resultante da globalização da produção. A expansão de multinacionais Superada a destruição provocada pela Segunda Guerra, a economia mundial voltou a crescer num ritmo mais acelerado. Dentro desse quadro de grande prosperidade, as empresas dos países industrializados assumiram proporções ainda maiores que na época dos trustes. Tornaram-se industrializados assumiram proporções ainda maiores do que na época dos trustes. Tornaram-se grandes conglomerados e se expandiram pelo mundo, ultrapassando as fronteiras dos países em que se desenvolveram, nos quais estão as matrizes. Transformaram-se em empresas multinacionais e se encarregaram de globalizar, gradativamente, não somente a produção, mas também o consumo. Construíram filiais em vários países, principalmente nos subdesenvolvidos, que, ao se industrializarem, passaram a serem chamados países emergentes, modificando a tradicional divisão do trabalho. Essas empresas desenvolveram-se no final do século XIX e no início do século XX nos países industrializados. Hoje, dado seu elevado grau de internacionalização, são conhecidas como multinacionais e são as principais responsáveis pela mundialização dos capitais produtivos. Embora não se conheça exatamente o volume dos capitais especulativos que circulam diariamente pelo sistema financeiro mundial, sabe-se o montante de capitais produtivos. Contudo tanto estes quanto aqueles concentravam-se em poucos lugares no mundo – mais uma evidência de que os fluxos da globalização atingem desigualmente o espaço geográfico mundial. A maior parte dos capitais é investida em apenas alguns países. Paralelamente a globalização da produção e do consumo, ocorre a intensificação do fluxo de viajantes pelo mundo (a negocio, a turismo ou imigrando) acompanhada de uma “invasão” cultural, constituída pelo menos em sua forma hegemônica, de uma cultura de massas que se originam, sobretudo nos Estados Unidos, a nação mais poderosa e influente no planeta. O American way of life (o “modo norte-americano de vida”) é difundido, por exemplo, pelos filmes de Hollywood e pelas séries produzidas por estúdios cinematográficos ou canais de televisão pelas notícias da CNN (Cable News Network, principal rede de notícias norte-americana sediada em Atlanta), pelas cadeias de fast food, como a McDonald’s.

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INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

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PROFº: Marcondes

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Desconcentração industrial no espaço brasileiro - Os anos 90 apontam para uma guerra de investimentos

estatais a nível regional e municipal em busca de capitais produtivos: a chamada “guerra fiscal”, onde se nota imensos esforços no intuito de atrair novas instalações industriais. As vantagens oferecidas vão desde isenção de impostos até mão-de-obra barata e infra-estrutura espacial.

- Essa realidade caracteriza as mudanças espaciais do setor industrial desde os anos 70, quando São Paulo começa perder parte de suas indústrias para outros municípios mais afastados, em busca de maiores possibilidades de lucros.

- A atual desconcentração industrial é relativa, pois, os novos pólos industriais pertencem ao Centro Sul, contudo, fora da clássica economia de aglomeração que é o ABCD paulista. O interior de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do sul, Santa Catarina e Paraná são os estados mais atraentes para os novos investimentos.

- O centro-sul continua concentrando a maioria das indústrias de bens duráveis (a exemplo das indústrias automobilísticas), pelo fato de possuir: o maior mercado consumidor (proximidade com o Mercosul), a maior densidade de redes técnicas, além da maior concentração de mão-de-obra qualificada, o que faz com que está não perca a posição de região mais industrial do país.

- Os principais fatores que explicam a desconcentração industrial de São Paulo são: a forte organização e atuação dos sindicatos na defesa de salários e condições de trabalho, limitando a ação do capital; a elevada densidade demográfica e a intensa disputa pelos terrenos provocam um crescimento considerável dos preços da terra; a metropolização que trouxe uma ampliação dos impostos municipais e dos custos dos serviços públicos de transporte, comunicações e energia; congestionamentos de tráfego, poluição do ar, roubos e assaltos começaram a afugentar executivos e assalariados de alto nível; a chamada “guerra fiscal”, etc;

- Paralelo a esse processo, os setores industriais mais modernos procuraram formar os tecnopólos ou pólos tecnológicos, que consistem em concentrações espacial as proximidades das grandes metrópoles que congregam o centro de pesquisa de ponta, indústrias inovadoras (presença de capital de risco) e mão-de-obra qualificada (ex: São José dos Campos – ITA / EMBRAER; Campinas - UNICAMP,PUCCAMP/ empresas de telecomunicações, etc).

- Uma tendência recente no que diz respeito às indústrias de bens não duráveis (vestuário, calçados, etc.) é a instalação deste segmento industrial na região nordeste em função da: mão-de-obra mais barata em relação ao centro-sul do Brasil, a infra-estrutura (que a região vem recebendo), os incentivos fiscais, etc.

Algumas conseqüências no espaço urbano paulista decorrente da desconcentração industrial: - O deslocamento dos estabelecimentos comerciais

potencializa a concentração na medida em que muitas sedes industriais permanece na metrópole, sinalizando o fenômeno da desconcentração (do setor produtivo) e centralização do capital;

- As modificações do processo produtivo traz como conseqüência a extinção de postos de trabalho, o aumento da taxa de desemprego, diminuição da participação do setor industrial de São Paulo no PIB brasileiro, o que leva o

capital-dinheiro para os ativos financeiros, sem, necessariamente, distanciar-se da metrópole, ao contrario, nela se realizando.

- Maior importância do setor terciário (atividades financeiras, a prestação de serviços, o comércio, o centro de pesquisas, etc.) com uma mudança significativa na paisagem paulista. Saem as chaminés e aparecem edifícios coorporativos de escritórios, rede hoteleira e flats, etc.. São Paulo está se tornando uma cidade pós-industrial.

- São Paulo passa hoje por um processo de desmetropolização, ou seja, a metrópole cresce em ritmo lento em relação as cidades de porte médio do interior.

- Inversão do destino das correntes migratórias que antes de 80 se dirigiam para a metrópole e agora se voltam para o interior do estado. Assim como, a migração de retorno de nordestinos para sua terra natal.

Exercício –Industrialização 1. Relacione e justifique dois fatores relevantes que favoreceram o processo de industrialização na cidade São Paulo ___________________________________________________

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2. Explique o significado de industrialização por substituição de importações, destacando o papel do Estado no processo de industrialização do país? ___________________________________________________

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3. Por que podemos afirmar que o Brasil passou por uma modernização conservadora? ___________________________________________________

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4. Justifique a caracterização dos anos 80 como “década perdida” para a economia brasileira. ___________________________________________________

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5. Relacione a “crise da dívida externa” com a política exportadora que caracterizou o país ao longo da década de 80 e suas conseqüências à sociedade brasileira. ___________________________________________________

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6. Coloque V ou F ( ) a crise na cafeicultura, provocou o desenvolvimento da região sudeste, marcado pela associação da atividade industrial à agrária, já em vias de modernização. ( ) O desenvolvimento industrial realizado a partir do governo de Getulio Vargas, propiciou o processo de integração regional em nosso país ( ) A crise econômica de 1929, foi fator facilitador para o setor industrial, pois o mesmo aproveitou-se de estrutura do café, principalmente transporte e mão-de-obra para instalar as bases do desenvolvimento urbano industrial do país ( ) até meados da década de 60, a industrialização foi impossibilitada pelo choque de interesses entre o capital estatal e internacional, fato que contribuiu para a retomada do modo de agir e pensar herdado da sociedade agro-exportadora. ( ) no pós 50 a industria passou a ser o fator dinamizador da sociedade brasileira, ocasionando o crescimento do poder econômico do capital industrial e alterando a organização espacial do país, face a consolidação de uma nova classe social, a burguesia industrial. ( ) no período do governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil atingiu um estagio de desenvolvimento e independência econômica que possibilitou a consolidação do seu parque industrial. ( ) o período do “milagre econômico” caracterizou-se pela concentração industrial, pela produção de bens de consumo duráveis e pelo aprofundamento dos desníveis regionais. ( ) nas décadas de 50 e 60, as empresas estatais estão voltadas para as atividades de infra-estrutura como: telecomunicações, eletricidades, ferrovias, serviço de água e esgotos, portos e industrias pesadas como a petroquímica e siderúrgica. ( ) os setores alimentícios e têxtil são os mais tradicionais do país, além de serem também os mais dispersos geograficamente, embora mais concentradas no Centro-Sul.

( ) a industrialização transformou significativamente o espaço brasileiro, já que foi responsável pelas intensas migrações no sentido campo-cidade. ( ) a industrialização pós 1956 não rompeu a dependência brasileira dos centros da economia mundial capitalista, mas alterou o significado, já que o país passou a depender de capitais transnacionais. ( ) o atual modelo econômica caracteriza-se pela redução de antigos papeis cumpridos pelo Estado e se atribui ao capital privado a função de alavanca do crescimento socioeconômico do país, tendo como forma de viabilização a desestabilização e a flexibilidade das relações de trabalho ( ) a política governamental brasileira que passou a adotar as teses do fundo monetário internacional FMI e com elas a recessão econômica, o desemprego, o aroxo salarial passando a implantar uma política de privatização para as empresas estatais. 7. UNAMA

NÚMERO DE EMPREGOS EM INDÚSTRIAS (em milhares de postos de trabalho, por região)

FONTE: INTERIOR TEM 66 NOVAS ÁREAS INDUSTRIAIS. Folha de SãoPaulo, 19/09/99, Cad.2, p.4 A partir da análise do mapa acima apresentado e dos seus conhecimentos sobre o assunto abordado, pede-se: a) Identificar o principal fenômeno revelado através da leitura

do mapa. b) Identificar a região que apresenta a maior expressão desse

fenômeno e a justificativa para que isso ocorra. ___________________________________________________

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Exercício - Desconcentração Industrial 1. A presença de tecnologia moderna no sistema produtivo

tem promovido alterações na lógica de localização atividades econômicas. Segundo o geógrafo Luiz Cruz Lima: “a nova forma de organização empresarial tem agregado os centros de formação de pessoal de alto nível às unidades de produção e de serviços utilizando os mais modernos recursos da microeletrônica: são cidades científicas ou pólos tecnológico. Ou ainda tecnopólos.

(Lima, L.C. Tecnopólo: Uma forma de produzir modernidade atual.. In Geografia, Território e Geografia. Terra Livre n0 9. Marco Zero/AGB. São Paulo.1992). Analisando as informações contidas no texto acima, sobre a estrutura Industrial do Centro-Sul, pode-se afirmar que: a) Está ocorrendo mudanças na estrutura produtiva urbana

das grandes metrópoles, pois juntamente com a redução industrial, o setor de serviços vem experimentando uma redução, sobretudo das atividades financeiras, prestação de serviços e centros de pesquisas.

b) Apesar da saída de alguns setores industriais e da desconcentração produtiva, a região Centro-Sul vem perdendo a sua grande dinamicidade, visto que, o poder de decisão e os setores mais avançados vêm se transferindo para o interior ou para outros estados.

c) Vem ganhando importância o surgimento de novos distritos industriais, com ênfase em indústrias baseadas em tecnologia obsoletas, como é o caso das cidades de Campinas. São Carlos e São José dos Campos que se destacam como aglomerados industriais.

d) Ocorre o surgimento dos chamados pólos tecnológicos, ou tecnopólos, que consistem em cidades às proximidades das grandes metrópoles que congregam centros de pesquisas de ponta, indústrias inovadoras e mão de obra qualificada.

e) A presença de sindicatos organizados, capazes de impor padrões e normas trabalhistas que limitam a liberdade econômica dos empresários, a ampliação dos custos de serviços não podem ser considerados fatores de dispersão industrial.

2. (UEPA-2003) Algumas áreas industriais no Brasil tendem a

apresentar características que conferem certas particularidades às mesmas, como aquelas elencadas abaixo:

1. “ligam-se às inovações tecnológicas, não só resultantes de suas pesquisas como também às provenientes de outros centros;

2. estreitas vinculações das empresas inovadoras com as instituições de pesquisa ou de transferência de tecnologia; apoio do capital de risco, seja de agências de fomento do governo, seja do setor privado, para criação e difusão de empresas de base tecnológica, e

3. um conjunto de externalidades locais e regionais que possibilitam serviços adequados à dinâmica das trocas e da vida tecnopolitana, tais como sistema de telecomunicações, instalações para empresas nascentes (incubadoras), agências governamentais dos vários níveis de governo, serviços de apoio, firmas comerciais etc” (Luiz Cruz Lima. In: SANTOS, M. Fim de século e globalização. São Paulo: Hucitec, 1993. p. 285).

Tais características identificam a(o)s:

a) “company towns”, criadas para atender à instalação e ao funcionamento de grandes projetos econômicos em espaços pouco urbanizados.

b) “tecnopólos”, espaços industrias de alto avanço científico e tecnológico e com mão-de-obra bastante especializada.

c) “joint ventures”, empreendimentos industriais que envolvem a articulação e o investimento conjunto de duas ou mais firmas.

d) “cidades-empresa”, onde a linha de produção se confunde com a vida cotidiana de seus moradores.

e) “redes de distritos”, empreendimentos econômicos que incluem várias cidades como partes complementares de um mesmo processo produtivo.

3. (UERJ) “Em 1989, quase todos os 407 operários da cidade

de Pacajus (Ceará) estavam na fábrica de suco e castanha-de-caju Jandala. Hoje, a cidade abriga a fábrica de jeans da Vicunha, a Rigesa, produtora de papel, e uma cadeia de fornecedores. O número de empregos chegou a 5.188, um salto de 1.147%. ‘São Paulo já foi o Eldorado de todo cearense’, diz o mecânico de tecelagem Genival Soares da Silva, que morou nove anos na capital paulista. ‘Mas hoje o futuro está aqui’, completa o operário, que ganha R$ 550,00, metade do que recebia em São Paulo.” (Adaptado de Folha de S.Paulo, 19 set. 1999.)

A partir do texto, as mudanças na relação entre a economia paulista e algumas áreas do Nordeste, no que tange ao emprego, podem ser traduzidas pela seguinte afirmação: a) as mudanças econômica no Centro-Sul estimula as

migrações de retorno e a criação de empregos mais baratos no Nordeste.

b) a política de incentivos fiscais do governo paulista expulsa empresas e impulsiona o trabalho mais qualificado no Nordeste.

c) a saturação da cidade de São Paulo força a desconcentração industrial e estimula a absorção de empresas paulistas por nordestinas.

d) a ação do governo nordestino abre novas possibilidades de investimentos e dificulta a solução dos problemas de poluição industrial no Sudeste.

4. (Cesgranrio-RJ) Primeiro foi a Chrysler, depois, a Renault e,

por último, a Volkswagen/Audi. Os grandes investimentos na área automotiva que estão sendo feitos no estado do Paraná fazem parte de uma estratégia de:

a) descarte de equipamentos obsoletos da indústria automobilística internacional, que passa por um processo de renovação de suas matrizes.

b) formação de mão-de-obra superqualificada, que permita a transferência dos centros de pesquisa automotivos dessas empresas para o interior do Paraná.

c) aumento do número de empregos no ABC paulista, que vai ter sua participação fortalecida no cenário nacional com a instalação dessas empresas no sul do país.

d) desenvolvimento de veículos automotivos agrícolas para serem utilizados na sofisticada agricultura do estado do Paraná, o celeiro nacional.

e) produção de veículos globais para serem vendidos no mercado brasileiro, no Mercosul e também na Europa e nos Estados Unidos.

5. (Unama-PA) O processo de aceleração industrial no centro-

sul brasileiro originou uma configuração diferenciada no seu espaço econômico. O contexto deste processo nos permite afirmar que...

a) ocorreu, na região, uma regressão da atividade industrial, em virtude de um maior crescimento do setor em outras regiões, especialmente do Nordeste, onde a abundância de mão-de-obra especializada é fator de atração à instalação de grandes indústrias.

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b) a desconcentração industrial que ora acontece na cidade de São Paulo e seus arredores é uma deseconomia de escala”, que ocorre quando uma aglomeração torna-se desfavorável a novas instalações, em face dos elevados custos decorrentes, por exemplo, de imposto e da aquisição de terrenos.

c) algumas áreas, que apresentavam fraco dinamismo industrial, hoje caracterizam-se pela intensa urbanização e industrialização, como é o caso, no sul de Goiás, das áreas vizinhas a Goiânia, considerado o centro econômico do Brasil.

d) a existência de reservas minerais é que define a presença e a dinâmica dos principais centros siderúrgicos da região, a exemplo de Garibaldi e Blumenau, no vale do Rio Itajaí, em Santa Catarina, que possuem significativa produção de carvão mineral.

e) mesmo apresentando grande desenvolvimento industrial, a região ainda tem, na exploração mineral e atividades agropastoris, o centro de seu dinamismo econômico.

6. (UFF-RJ) Em agosto de 1999, a Volkswagen anunciou que

desativaria a linha de produção do Gol (carro-chefe da montadora de São Bernardo) e a levaria, com os carros da “família” (Parati e Saveiro), para a unidade de Taubaté, no Vale do Paraíba.

Dentre os fatores que vêm promovendo a tendência de fuga de indústrias da região do ABC paulista, pode-se destacar: a) o aumento da poluição ambiental da região do ABC, os

conflitos político-sociais e o crescimento da violência urbana;

b) a estrutura arcaica das empresas da região, a rigorosa legislação ambiental e os altos impostos;

c) a carência de mão-de-obra qualificada, a falta de incentivo do governo e a elevada urbanização dessa região paulistana;

d) a maior facilidade de transportes em outras regiões do Estado de São Paulo, a terceirização das empresas e o aumento da pressão demográfica local;

e) o esgotamento da região industrial com elevada concentração de indústrias, a forte sindicalização dos trabalhadores e o alto custo da força de trabalho.

7. (UFMS) O Brasil tem passado, nos últimos anos, por um

processo de desconcentração industrial que tem refletido no crescimento de investimentos em áreas fora do tradicional eixo Rio de Janeiro—São Paulo. Sobre o processo de desconcentração industrial, é correto afirmar que:

I. a migração de investimentos produtivos ocorre em função das condições que os lugares oferecem para a reprodução do capital, como: condições de transporte e comunicação, disponibilidade de energia e custo reduzido da força de trabalho.

II. a tendência de crescimento, em função de novos investimentos, é observada em cidades médias que se localizam próximas de regiões metropolitanas que são importantes centros industriais e de serviços.

III. entre os casos de desconcentração, podemos citar os novos Investimentos do pólo automotivo nacional no Estado do Paraná, na região metropolitana de Curitiba.

IV. alguns Estados têm procurado seduzir indústrias valendo-se da estratégia de redução de impostos, na disputa entre os diversos estados para atrair investimentos cria-se um verdadeira “Guerra Fiscal” ou “Guerra entre os lugares”.

V. a melhoria da infra-estrutura referente a rodovias, ferrovias, portos e telecomunicações é fator essencial para a realização de novos investimentos.

a) I e II b) I, II e III c) I, II, III, IV d) I, II, III, IV, V e) II, III, IV, V

Grade de Resposta dos Exercícios - Aula 06 1. As condições criadas com atividade cafeeira como: o capital

gerado com as exportações de café que, sobretudo em momentos de crise era convertido, em certa medida, na atividade industrial; a infra-estrutura criada com capital inglês (portos, ferrovias, energia, bancos, etc) e a mão-de-obra imigrante, que em parte, além de já possuir certa experiência com a atividade industrial poderia se constituir em mercado consumidor para os novos produtos industriais.

2. Trata-se de um modelo de industrialização baseada no

mercado interno. Processa-se através da produção de manufaturados tradicionalmente importados, demandando freqüentemente a proteção do mercado interno, com forte participação estatal no processo produtivo. Este gerava infra-estrutura necessária ao funcionamento do parque industrial (energia, transporte, comunicações e etc.) e atuava como produtor de bens intermediários, matéria prima industrializada que alimentavam o setor de bens de consumo.

3. O Brasil ingressou na modernidade pela via autoritária,

economia brasileira alcançou a posição de oitavo PIB do mundo (“milagre econômico” - 1969-1972), seu parque industrial atingiu elevado grau de complexidade e diversificação, a agricultura apresentou indicadores flagrantes de tecnificação e dinamismo, e uma extensa rede de serviços interligou a quase totalidade do território nacional. No entanto, a maioria da população brasileira não participou diretamente das benesses do crescimento econômico, conservando os péssimos indicadores sociais. O Brasil inaugurava a modernidade da pobreza. A modernização gerou uma pobreza específica, associada à modernidade. A problemática social do Brasil se manifesta em um grande descompasso entre expansão das redes de serviços e de equipamentos coletivos e o precário estado social da nação.

4. A década de 80 assinala o esgotamento do modelo econômico

baseado na aliança entre os capitais estatais, transnacionais e nacionais. A crise da dívida externa está na raiz desse esgotamento: o Estado perdeu a capacidade de investir, a classe média perdeu a capacidade de consumir e o Brasil deixou de ser o mercado promissor, capaz de atrair novas empresas transnacionais. A economia entrou em colapso, e os ciclos recessivos se sucederam durante toda a década.

5. A chamada “crise da dívida externa” obrigou o país a elevados

desembolso de divisas (dinheiro) para o pagamento do juro e serviços devidos aos credores internacionais. Em uma longa conjuntura de redução dos investimentos de capitais internacionais no Brasil, honra tais compromissos implicava obter saldos comercias positivos considerados na balança comercial a fim de acumular divisas. Para isso, sucessivos governos desenvolveram políticas de estímulos fiscais e cambiais às exportações e impuseram barreiras alfandegárias com a intenção de manter as importações em níveis reduzidos. A conseqüência dessa política exportadora foi a precarização ainda maior das condições de vida da população brasileira com o Estado cortado gastos sociais e induzindo a concentração fundiária e os conflitos fundiários através do estimulo de cultivos como da soja, café, laranja e a redução de cultivos de alimentos para o mercado interno como o feijão, arroz, mandioca, etc.

7. a) O fenômeno evidenciado é o desemprego industrial b) A região Sudeste.

Razões:

a) A descontração industrial (custos mais elevados de produção na região sudeste)

b) A automação da produção para a redução de custos (desemprego estrutural)

c) A terceirização da produção (repasse de determinadas funções para empresas especializadas, prestadoras de serviços).

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Industrialização Brasileira

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O papel da industrialização na reestruturação do espaço geográfico brasileiro e na configuração de uma nova regionalização

Com o processo de industrialização do Brasil e sua concentração geográfica no Centro-Sul, especialmente em São Paulo, surgiu uma nova forma de organização do espaço. A partir do momento em que a indústria se converte no setor-chave da economia do país, fato esse que só ocorreu em meados do século XX, o espaço geográfico brasileiro torna-se cada vez mais integrado, com uma maior interdependência entre toda as suas áreas.

No período pré-industrial o território nacional, do ponto de vista da organização espacial, se apresenta essencialmente desarticulado, pois, como demonstramos em aulas anteriores, caracterizava uma “economia em arquipélagos”. Não existia, de fato, uma divisão regional do trabalho (D.R.T.) em dimensão nacional. As diversas regiões se ligavam diretamente ao centro do capitalismo mundial. Tinham em comum a valorização do setor externo, realizando um “crescimento para fora”. As próprias redes de transporte (espaço da circulação) que existiam serviam principalmente para ligar essas áreas ao litoral, aos portos de exportação, mas não para fazer a integração dessas diversas áreas, a exemplo da malha ferroviária.

BRASIL - FERROVIAS

A acelerada industrialização no período pós-30 concorreu para uma integração cada vez maior do espaço geográfico do país. A formação do mercado nacional, o processo de unificação econômica e sua efetiva regionalização interna é resultado, portanto, do processo de industrialização que rompeu o isolamento dos mercados regionais. Esse processo começou na década de 30, quando o governo Vargas eliminou os impostos interestaduais que protegiam os mercado regionais. Nas décadas seguintes, rodovias começaram a interligar os estados de São Paulo e Rio de Janeiro ao Sul e ao Nordeste, gerando uma expansão inédita do comércio interno e a intensificação dos fluxos migratórios em direção ao Sudeste nos 50, 60 e 70.

Na medida em que, através da política do governo federal, desapareciam as restrições impostas pelos estados e até municípios à circulação das mercadorias, na medida em que a abertura de rodovias e a ligação com o Sul do país rompiam as barreiras físicas que, pelos custos de transportes protegiam os

mercados regionais, as mercadorias da indústria e da agricultura do Sudeste começaram a competir decisivamente com as produzidas pelas demais regiões e, em razão de suas vantagens comparativas (escala e tecnologia de produção), provocaram uma crise mais ou menos geral nessas indústrias regionais, debilitando e mesmo encerrando as atividades de muitas.

Com isso, o que ocorre é um processo de integração (incorporação) das economias regionais à dinâmica econômica polarizada pelo Sudeste (consolidando uma economia nacional) a partir de seu desenvolvimento industrial. Essa realidade vai gerar uma transformação das economias regionais, como foi dito no caso da estagnação das indústrias não pertencentes ao Sudeste, em função das necessidades e interesses do novo centro irradiador: o Centro-Sul.

Assim, tínhamos no período das “ilhas” econômicas as economias regionais ligadas ao capitalismo central (economia-mundo), porém, desarticuladas entre si. Elas eram, portanto, desiguais (no sentido de se organizarem diferentemente, destacando-se determinados produtos de exportação, como o café no Sudeste, o algodão no Nordeste e a borracha na Amazônia), porém combinadas com o processo geral de acumulação capitalista (mercado mundial). Essa era a tradução para a “Lei do Desenvolvimento Desigual e Combinado” na realidade brasileira no período das “ilhas”.

Com a integração nacional, tais economias regionais transformam-se, havendo uma reorganização do espaço nacional. Assim, aumenta o caráter desigual de cada região (Amazônia, Nordeste e Centro-sul) que, por sua vez, combinam-se ainda mais com a economia-mundo, porém, através de sua articulação com a economia nacional.

BRASIL - RODOVIAS

A lei do desenvolvimento desigual e combinado traduz-se, assim, no processo de regionalização que diferencia não só países entre si, como em cada um deles, suas partes componentes, originando regiões desigualmente desenvolvidas, mas articuladas.

A Região pode ser vista como um resultado dessa lei caracterizando-se pela sua inserção na divisão territorial (nacional e internacional) do trabalho e pela associação de relações de produção distintas.

A partir da integração nacional as disparidades nacionais passam a ser mais nítidas, uma vez que, com a exposição à concorrência dos produtos industrializados e agropecuários do

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Centro-Sul, alguns setores econômicos vulneráveis das outras regiões são levados à falência e, ao mesmo tempo, outros setores transformam-se para atender às demandas da região Central.

Vejamos algumas mudanças pelas quais passaram essas regiões a partir da integração nacional:

a) Nordeste perdeu posição relativa na indústria, havendo crescimento no setor agrícola que adquire um caráter mais comercial. A competição com o Sudeste agravou fortemente as condições de vida dos assalariados e semi-assalariados livres, parceiros, foreiros, moradores de condições do agreste e do sertão. De um lado, a falta de modernização da indústria agro-açucareira e têxtil aumentou a exploração dos seus próprios assalariados, de outro, a entrada de produtos agrícolas do Centro-Sul a menores preços pressionou para baixo o padrão de vida dos semi-camponeses, levando-os ao aumento das áreas cultivadas e, conseqüentemente, ao aguçamento dos problemas relacionados com a propriedade da terra (conflitos fundiários).

A criação da SUDENE (Superintendência no Desenvolvimento no Nordeste) originou-se como resposta aos conflitos regionais intensificados com a concorrência do Centro-Sul. A finalidade inicial do órgão era de atuar no planejamento regional do Nordeste. A SUDENE vem consolidar a singularidade regional nordestina, cujos limites de sua atuação ultrapassam as fronteiras dos estados que compõem oficialmente a Região, passando a sobredeterminar politicamente a própria existência da Região.

A SUDENE surgiu também como um meio de facilitar a entrada dos interesses centro-sulistas na região através basicamente do mecanismo de incentivos fiscais, principalmente no período do Estado autoritário. Assim, houve a transformação da estrutura industrial do Nordeste em favor dos ramos de bens de capital e intermediários, através da abertura de filiais e subsidiárias das grandes empresas monopolísticas de capital estrangeiro e/ou nacional situados no Sudeste. Esse mecanismo proporcionou um barateamento do custo de produção e elevação da taxa de lucro. Logo, a lógica de implantação dessas indústrias diz respeito não a uma complementaridade territorial nacional mas, às condições de manutenção das taxas gerais de acumulação monopolística em escala nacional. Essa produção industrial nordestina visava em grande parte o mercado do Centro-Sul, não atendendo os interesses do mercado consumidor nordestino.

b) A Amazônia, até o final da década de 60, manteve-se praticamente isolada do mercado interno, não tendo participado da redivisão do trabalho que estava em andamento, que teve como centro o Sudeste industrializado, como periferia o Nordeste e o Sul como semi-periferia, cujos papéis eram cada vez mais impostos pela reestruturação econômica do Sudeste. Esse isolamento da Amazônia e a falta de estímulo do mercado internacional explicam a queda na participação relativa da economia agrícola e industrial da região até 1970. A realidade amazônica sofre transformações significativas a partir das políticas públicas estatais de valorização dessa região através da incorporação do estado do Mato Grosso e do norte de Goiás (atual Tocantins) à área de atuação da SUDAM, criada em 1966 em substituição a SPVEA (Superintendência para Valorização Econômica da Amazônia - 1953). Surge, assim, o conceito de Amazônia Legal, ratificando uma nova dinâmica regional, a partir desses investimentos. Essa Região criada passa a participar da divisão territorial do trabalho através, num primeiro momento, da redistribuição populacional (fluxos migratórios), com a vinda de nordestinos e sulistas em busca de terras públicas e, num segundo momento, através dos projetos agrominerais dos anos 70 e 80.

c) Centro-Oeste, após a 2ª Guerra, começa a configurar-se como extensão da agricultura e pecuária do Sudeste nas áreas que lhe são mais próximas geograficamente, ou seja, Mato Grosso do Sul e Sul de Goiás, transformando-se, dessa forma, em área de expansão do Sudeste. Exemplo disso é que empresários paulistas compravam terras nos cerrados do Centro-Oeste, exportando a agropecuária moderna para as novas fronteiras econômicas do Oeste. O Centro-Sul surgia como expressão

da integração econômica dessa parte do território nacional.

d) Sul despontou como grande “celeiro agrícola” do país, exportando para o Sudeste industrial. A complementaridade entre as duas regiões torna-se mais forte, inclusive em alguns ramos industriais tradicionais (têxteis e alimentícias) e também novos setores de ponta, recentemente instalados ou modernizados e concentrados. A indústria do sul (sobretudo Rio Grande do Sul e Vale do Itajaí em Santa Catarina, onde situam-se Blumenau e Joinville) acompanha o ritmo da industrialização brasileira. Primeiro, porque parte dessa indústria, em particular a do Vale do Itajaí, consegue vantagens comparativas ligadas à qualificação da mão-de-obra, à capacidade precoce de formação regional do empresariado nas áreas coloniais e também à precoce acumulação local de capital. Segundo, no caso do Rio Grande do Sul, porque havia um mercado regional extenso e variado, representado pelas áreas coloniais em geral, o que, dadas às relativas dificuldades de acesso terrestre ao sudeste, sustentou suas indústrias “regionais”.

EExxeerrccíícciioo 1. Entre 1930 e 1980, foram adotadas, no Brasil, políticas

territoriais que procuravam unir as diferentes "ilhas" que formavam a economia brasileira, em um território integrado e articulado por redes técnicas - a rodoviária, a de energia e a de telecomunicações. Com EXCEÇÃO DE UMA, as alternativas abaixo apresentam as ações destas políticas. Assinale-a.

a) A construção da rodovia Belém-Brasília, no período 56 / 61. b) A abertura da Transamazônica, na década de 70. c) O uso de tecnologia digital unificando as transmissões de voz,

após 70. d) A organização do setor energético em torno da Eletrobrás, a

partir dos anos 60. e) O uso de satélites para os serviços de telecomunicações, nos

anos 70. 2. (UFPI) O processo de industrialização no Brasil provocou

mudanças na organização do espaço regional. Sobre essas mudanças, marque a alternativa correta.

a) A região Nordeste apresentou um crescimento industrial avançado, ocupando a maior parte da população ativa.

b) O crescimento industrial do país possibilitou o desenvolvimento social e o fim das desigualdades regionais.

c) O mercado interno foi ampliado, favorecendo uma maior integração entre as regiões.

d) A concentração industrial no Sudeste teve pouca influência na produção das desigualdades regionais no país.

e) A ampliação da divisão regional do trabalho contribuiu para um crescimento industrial igualitário em todas as regiões.

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AULA DE NIVELAMENTO

Frente: 02 Aula: 01

PROFº: WELLIGTON A Certeza de Vencer

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01. (Puccamp) Observe a charge e as afirmações abaixo. I. Atualmente, os habitantes dos países situados no hemisfério Norte têm condições de existência muito superiores àqueles que vivem no hemisfério Sul. II. A revolução técnico-científica-informacional realizada nos países ricos aprofundou o abismo socioeconômico existente entre o Norte desenvolvido e o Sul subdesenvolvido. III. A pobreza e a desigualdade social têm origem no sistema capitalista que possibilita a alguns concentrar riqueza. IV. As pressões exercidas pelas populações do Sul permitirão que, já na próxima década, ocorra um equilíbrio entre o consumo de bens pelos habitantes do Norte e do Sul. A charge e seus conhecimentos sobre a economia mundial permitem concluir que estão corretas SOMENTE a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) III e IV 02. (Ufpr) As alternativas a seguir trazem conjuntos de países classificados a partir de algum dos conceitos mais utilizados em geografia econômica. Assinale a afirmativa na qual TODOS os países listados NÃO condizem com a classificação sugerida. a) Brasil, Coréia do Sul e Argentina são países periféricos emergentes. b) EUA, Alemanha e Japão são países detentores de tecnologia de ponta. c) Bolívia, Cuba e Angola são países cujas economias apóiam-se principalmente no setor secundário. d) Iraque, Egito e Guatemala são países considerados dependentes tecnológicos. e) Hungria, Polônia e Coréia do Norte industrializaram-se durante o período em que adotaram o sistema de economia planificada.

03. (Ufal) Desde o final da década de 1980 se utiliza uma nova expressão: Nova ordem mundial na tentativa de esclarecer mudanças que estão ocorrendo no mundo. Observe a charge e analise o teor dessas mudanças. ( ) A divisão bipolar da Guerra Fria foi substituída por uma nova lógica que é eminentemente econômica; assim o mundo passou a ser dividido em dois conjuntos de países: os desenvolvidos, liderados pelo G7, concentrados sobretudo no hemisfério norte e a periferia, formada por países subdesenvolvidos, localizados, principalmente no hemisfério sul. ( ) A multipolaridade que revela ao mundo três grandes núcleos de decisão foi substituída pela unipolaridade: Japão e União Européia, em crise econômica desde os anos de 1990, perderam força e poder econômico e geopolítico, enquanto os Estados Unidos, com crescimento econômico acelerado tornou-se líder absoluto, assumindo mais de 50% do comércio mundial. ( ) Na nova ordem mundial surgiram blocos econômicos, que a exemplo do Mercado Comum Europeu, reúnem países para desenvolver atividades econômicas e financeiras em conjunto. O Nafta, na América do Norte, a Apec, na Ásia, reúnem países desenvolvidos que passaram a apresentar intensa atividade que permite a livre circulação de mercadorias, capitais e pessoas entre as fronteiras do bloco. ( ) Dentre os países do Sul, alguns deles começaram a assumir posições de destaque, seja pelo parque industrial, seja pelo volume de exportações; esse grupo passou a ser chamado de emergente. China, Índia, África do Sul e Brasil, embora com níveis de crescimento diferentes, estão nesse grupo. ( ) A nova ordem mundial não foi capaz de alterar as relações econômicas existentes durante a Guerra Fria. Ainda persistem relações de troca desiguais entre os novos conjuntos Norte e Sul, pois os países mais pobres da periferia continuam exportando matérias-primas de baixo valor para os países ricos do Norte.

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04. (Urca) Assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as afirmativas falsas, e indique a opção que as apresenta na ordem correta: (...) globalização consiste em uma crescente interdependência das economias de todas as nações; ( ) revolução técnico-científica representa uma nova fase do processo de modernização industrial e tecnológica, baseada na informática, na biotecnologia, na robótica e na microeletrônica; (...) costumava-se dividir o espaço mundial em: Primeiro Mundo ou países periféricos; Segundo Mundo ou países capitalistas e Terceiro Mundo ou países socialistas; (...) pode-se dizer que a Guerra Fria intermediava e obscurecia a oposição Norte-Sul, pois os países periféricos eram vistos apenas como um campo de disputas entre o capitalismo e o socialismo; ( ) por ser um país de dimensões continentais e distante do continente asiático, o Brasil não foi afetado pelas mudanças econômicas ocorridas com a globalização econômica. a) V; V; F; V; F; b) V; F; V; V; V; c) F; V; F; F; V; d) V; F; F; F; V; e) F; F; V; V; F. 05. (Unaerp) O processo de globalização, iniciado com as grandes navegações, atravessa os séculos e apresenta-se hoje, em todo o mundo, sob a égide do neoliberalismo, que não se caracteriza corretamente: a) pela predominância de interesses eminentemente financeiros. b) por uma política estatizante e centralizadora. c) por uma política de privatizações. d) pelo abandono do estado de bem-estar social. e) pela desregulamentação dos mercados. 06. (Ufrrj) A Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai formam o Mercosul (Mercado Comum do Sul), o organismo que estabelece as regras e os procedimentos para a integração econômica entre os quatro países. Sobre este bloco econômico, é correto afirmar que a) integra países com povoamento, dinâmica econômica e nível de renda muito diferentes. b)estabelece “fronteiras abertas” para o livre deslocamento de pessoas, produtos e capitais. c) permite a livre circulação dos bens industriais sem restrições e barreiras alfandegárias. d) restringe os fluxos migratórios devido às rivalidades históricas existentes dentro do bloco. e) amplia a competitividade do setor agropecuário devido à diferença no valor da terra. 07. (Ufmg) É INCORRETO afirmar que a atual política externa brasileira e o papel geopolítico do País, hoje, no mundo, representam a) uma aproximação do NAFTA, em razão da necessidade de se concretizarem os tratados comerciais entre esse bloco e o Mercosul, tendo-se em vista a implementação da ALCA.

b) um reforço em sua posição econômica e, possivelmente, um novo papel geopolítico no mundo, graças à qualidade de potência regional do Brasil na América do Sul. c) um repúdio à ocupação do Iraque e, por outro lado, um apoio à criação do Estado da Palestina, posições formalmente defendidas nos foros internacionais de que o Brasil participa. d) uma defesa da idéia do perdão, tanto pelo Brasil quanto pelos países centrais, da dívida dos países mais pobres do mundo . especialmente os africanos. 08. (Unesp) O bloco de países pertencentes à União Européia foi ampliado em 2004 com a entrada de países do leste e do centro europeu, os quais adotaram o euro como moeda comum. Inglaterra, Suécia e Dinamarca, entretanto, não participam da unificação da moeda. Analise os gráficos e assinale a alternativa que exprime o comportamento desses três países no período considerado. a) Desempenho econômico e taxas de desemprego superiores às dos países que adotaram o euro. b) Melhor desempenho econômico e maiores taxas de desemprego em todo o período. c) Pior desempenho econômico e elevadas taxas de desemprego em todo o período. d) Melhor desempenho econômico principalmente a partir de 2003 e menores taxas de desemprego em todo o período. e) Melhor desempenho econômico apenas a partir de 2003 e, historicamente, maiores taxas de desemprego. 09. (Ufg) Em janeiro de 1994, passou a vigorar o Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), entre os Estados Unidos, o Canadá e o México, que formaram um bloco econômico, eliminando barreiras alfandegárias no comércio recíproco. Esse acordo foi contestado na América Latina e também nos Estados Unidos, sobretudo em relação ao México. No que se refere ao aspecto econômico, apresente duas críticas norte-americanas ao acordo com o México.

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MODO DE PRODUÇÃO SOCIALISTA: DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

FAÇO IMPACTO - A CERTEZA DE VENCER!!!

PROFº: AZULAY/CLAUDIO PINHO

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A revolução industrial iniciada na Grã-Bretanha, no século XVIII, e em seguida no restante da Europa Ocidental e outras áreas do mundo, estabeleceu um tipo de sociedade dividida em duas classes sobre as quais se sustentava o sistema capitalista: a burguesia (empresariado), e o proletariado (trabalhadores assalariados). A burguesia, formada pelos proprietários dos meios de produção, conquistou o poder político na França, com a revolução de 1789, e depois em vários países. Nessa ocasião o modelo capitalista se afirmou ideologicamente com base nos princípios do liberalismo: liberdade econômica, propriedade privada e igualdade perante a lei.

A grande massa da população proletária, no entanto,

permaneceu inicialmente excluída do cenário político. Logo ficou claro que a igualdade jurídica não era suficiente para equilibrar uma situação de desigualdade econômica e social, na qual uma classe reduzida, a burguesia, possuía os meios de produção enquanto a maioria da população não conseguia prosperar Anarquismo

O anarquismo foi um movimento que surgiu na mesma época em que emergiu o socialismo de Marx e Engels, tendo em Pierre-Joseph Proudhon um de seus primeiros teóricos, autor do livro “Que é a propriedade?”, de 1840. A primeira base da teoria anarquista é o fim da propriedade privada, pois segundo o próprio Proudhon, a propriedade era o suicídio da sociedade. O segundo termo fundamental da teoria é o fim do Estado, já que existe a crença de que o Estado é nocivo e desnecessário para a sociedade, favorecendo exclusivamente as classes dominantes – no caso da época, a burguesia. A terceira característica do anarquismo é a crença na liberdade e ordem obtida de forma espontânea, sem a intervenção do Estado através de leis.

Para os anarquistas, deveria haver uma sociedade sem Estado, equilibrada na ordem, na liberdade de forma voluntária e na autodisciplina. No caso, o Estado seria uma abstração, uma ficção, uma mentira, que defendia apenas as classes mais altas e deveria ser extinto. Entretanto, os anarquistas são a favor de uma forma de organização voluntária, sendo que os seres humanos deveriam ter a liberdade espontânea sem ter que seguir diretrizes partidárias.

Assim, a própria comunidade deveria se reunir para tomar decisões de seu interesse, desenvolvendo a responsabilidade pelo seu grupo social, independentemente do Estado e das leis, pois as instituições sociais de caráter autoritário impediam que o ser humano desenvolvesse uma perspectiva cooperativa. O Socialismo Utópico

A necessidade de modificações profundas na sociedade foi expressa, inicialmente, pelos chamados socialistas utópicos. Suas idéias, desenvolvidas na primeira metade do século XIX, de uma maneira geral, se distinguiram por propor certas mudanças desejáveis, visando alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, sem, no entanto, apresentar de maneira concreta os meios pelos quais essa sociedade se estabeleceria, pois não fizeram uma análise crítica da evolução da própria sociedade capitalista. Tais considerações seriam desenvolvidas mais tarde por Karl Marx e Friedrich Engels.

O "socialismo utópico" pode ser definido como um conjunto de idéias que se caracterizaram pela crítica ao capitalismo, muitas vezes ingênua e inconsistente, buscando, ao mesmo tempo, a igualdade entre os indivíduos. Em linhas gerais, combate-se a propriedade privada dos meios de produção como única alternativa para se atingir tal fim. A ausência de fundamentação científica é o traço determinante dessas idéias. Pode-se dizer que seus autores, preocupados com os problemas de justiça social e igualdade, deixavam-se levar por sonhos. Não foi por acaso que Karl Marx denominou os socialistas utópicos de "românticos".

O Socialismo Científico ou Marxista

Reagindo contra as idéias espiritualistas, românticas, superficiais e ingênuas dos utópicos, Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1820 - 1895) desenvolveram a teoria socialista, partindo da análise crítica e científica do próprio capitalismo. Ao contrário dos utópicos, Marx e Engels não se preocuparam em pensar como seria uma sociedade ideal. Preocuparam-se, em primeiro lugar, em compreender a dinâmica do capitalismo e para tal estudaram a fundo suas origens, a acumulação prévia de capital, a consolidação da produção capitalista e, mais importante, suas contradições.

Perceberam que o capitalismo seria, inevitavelmente, superado e destruído. E, para eles, isso ocorreria na medida em que, na sua dinâmica evolutiva, o capitalismo, necessariamente, geraria os elementos que acabariam por destruí-lo e que determinariam sua superação. Entenderam, ainda, que a classe trabalhadora agora completamente expropriada dos meios de subsistência, ao desenvolver sua consciência histórica e entender-se como uma classe revolucionária, teria um papel decisivo na destruição da ordem capitalista e burguesa.

Marx e Engels afirmaram, também, que o Socialismo seria apenas uma etapa intermediária, porém, necessária, para se alcançar a sociedade comunista. Esta representaria o momento máximo da evolução histórica do homem, momento em que a sociedade já não mais estaria dividida em classes, não haveria a propriedade privada e o Estado, entendido como um instrumento da classe dominante, uma vez que no comunismo não existiriam classes sociais.

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Chegaria, portanto, à mais completa igualdade entre os homens. Para eles isso não era um sonho, mas, uma realidade concreta e inevitável. Para se alcançar tais objetivos o primeiro passo seria a organização da classe trabalhadora.

Os princípios básicos que fundamentam o socialismo marxista podem ser sintetizados em quatro teorias centrais: a teoria da mais-valia, onde se demonstra a maneira pela qual o trabalhador é explorado na produção capitalista; a teoria do materialismo histórico, onde se evidencia que os acontecimentos históricos são determinados pelas condições materiais (econômicas) da sociedade; a teoria da luta de classes, onde se afirma que a história da sociedade humana é a história da luta de classes, ou do conflito permanente entre exploradores e explorados; a teoria do materialismo dialético, onde se pode perceber o método utilizado por Marx e Engels para compreender a dinâmica das transformações históricas.

Segundo Marx a infraestrutura, é o modo como trata a base econômica da sociedade, determina a superestrutura que é dividida em ideológica (idéias políticas, religiosas, morais, filosóficas) e política (Estado, polícia, exército, leis, tribunais). Portanto a visão que temos do mundo e a nossa psicologia são reflexo da base econômica de nossa sociedade. As idéias que surgiram ao longo da história se explicam pelas sociedades nas quais seus mentores estão inseridos.

Na visão do pensador e idealizador do socialismo Cientifico, Karl Marx, este sistema visa a queda da classe burguesa que lucra com o proletariado desde o momento em que o contrata para trabalhar em suas empresas até a hora de receber o retorno do dinheiro que lhe pagou por seu trabalho. Segundo ele é somente com a queda da burguesia que será possível a ascensão dos trabalhadores.

OBS.: Após o socialismo uma fase superior se desenvolveria: o comunismo. O Estado desapareceria definitivamente, pois seu único papel é manter o proletariado passivo e perpetuar sua exploração. A distinção de classes também deixaria de existir, todos seriam socialmente iguais e homens não mais subordinariam-se a homens. A sociedade seria baseada no bem coletivo dos meios de produção, com todas as pessoas sendo absolutamente livres e finalmente podendo viver pacificamente e com prosperidade. Mais Valia:

A produção da mais-valia absoluta se realiza com o prolongamento da jornada de trabalho além do ponto em que o trabalhador produz apenas um equivalente ao valor de sua força de trabalho e com a apropriação pelo capital desse trabalho excedente. Ela constitui o fundamento do

sistema capitalista e o ponto de partida da produção da mais-valia relativa. Esta pressupõe que a jornada de trabalho já esteja dividida em duas partes: trabalho necessário e trabalho excedente. Para prolongar o trabalho excedente, encurta-se o trabalho necessário com métodos que permitem produzir-se em menos tempo o equivalente ao salário.

A produção da mais-valia absoluta gira

exclusivamente em torno da duração da jornada de trabalho; a produção da mais-valia relativa revoluciona totalmente os processos técnicos de trabalho e as combinações sociais. A produção da mais-valia relativa pressupõe, portanto, um modo de produção especificamen-te capitalista, que. com seus métodos, meios e condições, surge e se desenvolve. de início. na base da subordinação formal do trabalho ao capital. No curso desse desenvolvimento, essa subordinação formal é substituída pela sujeição real do trabalho ao capital.

Trabalho alienado: separa o Trabalhador de seu trabalho, devido a exploração desse e a divisão da produção industrial. Para o qual Marx reserva o termo alienação, seria aquele em que o homem, principalmente no capitalismo, após transferir suas potencialidades para os seus produtos, não os identifica como obra sua. Os produtos “não pertencem” a quem os produziu. Com isso, são “estranhos” a quem os produziu, seja no plano econômico, psicológico ou social. Marx está se referindo ao processo de perda de si mesmo que o trabalhador experimenta em relação ao produto de seu trabalho.

Socialismo Real: é aquele que ainda existe em alguns países (o que de fato existiu em vários países e foi iniciado com a Revolução Socialista Russa em 1917). Os quais aplicam o socialismo com a intenção de promover a igualdade entre as nações, em oposição ao capitalismo que se apóia na produção de desigualdades econômicas e sociais. Porém esse socialismo não promoveu de fato as mudanças pensadas no Socialismo Cientifico.

Socialismo de Mercado: é o socialismo característico na China, pois essa possui uma grande economia aberta para o mercado Capitalista mundial, porem continua com uma grande força na área política centralizado no Partido Comunista Chinês. Com isso a economia chinesa, que seguia uma orientação de planejamento burocrático altamente centralizado, tornou-se, passo a passo, uma economia de mercado socialista descentralizada e desburocratizada, através do processo de Reforma e Abertura para o Exterior.

Karl Marx & Frederich Engels, em O Manifesto Comunista

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JACKY31/01/08

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO INDIGENA II.

Frente: 01 Aula: 02

PROFº: FRANCO A Certeza de Vencer

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1. O espaço geográfico indígena: reciprocidade entre o ser humano e o meio

Com o mercantilismo e os capitalismos comercial e industrial, iniciou-se um processo de agressão e destruição da natureza nunca vistos no decorrer da história. Esse modo de produção, que implicou o aniquilamento de ecossistemas, provocou grandes desequilíbrios ecológicost gerando mudanças climáticas, extinção de espécies animais e vegetais e uma profunda desarmonia entre o ser humano e a natureza.

Já a relação dos grupos indígenas com seu espaço em geral foi sempre tão harmoniosa que permitiu a eles conhecê-lo profundamente. Isso lhes forneceu, ao longo de milénios, os conhecimentos necessários para a preservação não só das plantas e animais de que se alimentam como também dos elos da cadeia de um ecossistema, conseguindo assim manter seu equilíbrio e sua integridade.

Alguns estudos realizados sobre os Caiapó, tribo do sul do Pará pertencente ao tronco linguístico Jê, e os Kuikuru, do alto Xingu, mostram o conhecimento que possuem, por exemplo, do uso do solo e do clima. ELes cultivam a terra sem prejuízo do ecossistema, cxa-tamente o contrário do que fazem os brancos.

No modo de vida das diversas culturas indígenas, não ocorre degradação do meio ambiente de forma irreversível, a exemplo do que ocorre nas sociedades industrializadas. Como poderíamos explicar tal falo?

Pelo menos três razões contribuem para esclarecer a questão: a ausência da noção de propriedade privada da terra, o conhecimento da diversidade biológica e ecológica, e a concepção de natureza como fonte de vida.

1.1. A ausência da noção de propriedade privada da terra

A "posse" de um determinado território é considerada válida pelos indígenas a partir do uso que dele fazem, sem perder de vista a dimensão coletiva dessa utilização, ou seja, a terra é considerada um bem coletivo, pertencente a toda a comunidade, sem necessidade de demarcação de fronteiras ou limites rígidos. Em última análise, os diversos grupos indígenas fazem uma apropriação simbólica da terra, o que faz com que a posse não seja meramente material, orientada por objetivos ou interesses tão somente pragmáticos ou técnicos, como considerada pela sociedade nacional pautada em valores ocidentais. 1.2. O conhecimento da diversidade biológica e ecológica

O conhecimento da diversidade biológica ou biodiversidade {variedade de espécies da fauna e da flora) e da diversidade ecológica (variedade de ecos-sistemas) resulta de séculos de uma história de convivencia harmoniosa desenvolvida entre os indígenas e o meio físico circundante.

Subjacente a seus métodos de agricultura, caça e coleta, além das práticas de cura, encontra-se a noção implícita da preservação da natureza enquanto provedora das necessidades de sobrevida da coletividade.

Essas sociedades podem contribuir para a ampliação e manutenção da diversidade de espécies animais e vegetais, estendendo a atual discussão acerca da biodiversidade para a da sócio diversidade.

Hoje a medicina volta-se aos conhecimentos dos in-dígenas sobre as propriedades preventivas e curativas de múltiplas espécies vegetais e derivados animais. Trata-se de um patrimônio de inestimável valor, o que torna a preservação da integridade física e cultural dos indígenas uma necessidade, muito ao contrário da atitude que se teve para com eles ao longo da história. 1.3. A concepção de natureza como fonte de vida

Antes de mais nada, cabe esclarecer que as relações entre as sociedades indígenas e a natureza não se pautam exclusivamente pelo conhecimento da biodiversidade ou por técnicas de manejo florestal. Tão importante quanto isso é o envolvimento que os indígenas têm com o meio ambiente, tornando-o parte integrante de suas vidas e de sua dinâmica social. Nas relações homem-meio que estabelecem, prevalece a reciprocidade, na qual se descarta a possibilidade de o primeiro dominar o segundo, como se dá nas relações baseadas na ótica "civilizada".

Na dinâmica social desses grupos, o objetívo do uso da terra é obter do meio apenas os recursos necessários para sua subsistência (produção de valor de uso) sem visar a geração de excedentes de produção para serem comercializados {produção de valor de troca}. Em sua relação com o território que habitam, a natureza constitui fonte de vida, e não fonte de lucro.

"Há quem elabore um raciocínio simplista e pérfido de hectares por índios viventes em reservas, comparando o seu pedaço percentual de terras com a parcela que caberia a cada brasileiro caso se dividisse o território total do Brasil pela população total do país, sem levar em conta que a maior parte das terras rurais estão nas mãos de poucos privilegiadas brasileiros e que mais de 70% da nossa população encontram-se em cidades de todos os portes [...]. A ideia vitoriosa das reservas indígenas destina-se à proteção de comunidades herdeiras da pré-história, vivendo uma proto-história incômoda, devido aos assédios de grupos humanos rústicos, empurrados por capitalistas vorazes para dentro da territorialidade indígena."

Aziz Nacib Ab'Saber A Amazónia: da discurso à práxis. p. 171 e 177,

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Eles criam, assim, espaços geográficos pelo fato de serem presença humana no meio natural e nele interferirem, muito embora num grau muito menor do que as sociedades portadoras de uma dinâmica social mercantil (colonização portuguesa) ou industrial (sociedade brasileira atual). Esses espaços geográficos, na medida em que se constituem em guardadores da história da evolução dos grupos que os criaram e mantém com ele laços afetivos, são, portanto portadores da identidade destes.

TEXTO COMPLEMENTAR I Organização espacial comum presente na grande maioria dos

territórios indígenas do Brasil Frequentemente, as famílias indígenas brasileiras en-contram-se associadas aos espaços das aldeias, for-mando aldeamentos pequenos, que abrigam entre 30 e 100 pessoas, embora possam ser encontradas aldeias maiores, com 400 ou 500 indivíduos. Circundando as aldeias, geralmente são encontradas as roças familiares, produzidas segundo o sistema de "coivara"*, ou seja, pequenos lotes onde a vegetação é derrubada e queimada para o plantio de um produto principal que fornece o suprimento de carboidratos* ao grupo (milho, mandioca, batata-doce ou inhame), assim como alimentos que incrementam a dieta. Entre os indígenas a terra é um bem comum, mas a roça pertence sempre à família que a trabalhou, o que desmístífica o ideia de que vigora entre todos os grupos indígenas a propriedade coletiva de uma roça, desiludin-do os que pretendiam encontrar entre eles exemplos de "sociedades comunistas". O espaço que circunda as aldeias é entrecortado por roças de maior ou menor produtividade e por terrenos de mata de densidade variado, as chamadas capoeiras, formadas pela vegefação nativa que brota após as roças. Por último, para além das roças e capoeiras, há um território de mata densa utilizado para caça e coleta. Percorrido continuamente, esse espaço guarda "marcas" significativas para o grupo, tanto de sua história coletiva como da história pessoal de cada integrante.

TEXTO COMPLEMENTAR II A Mandioca

"A mandioca é uma das mais importantes plantas alimentícias descobertas pelos índios. Acredita-se que ela tenha sido domesticada há quatro ou cinco mil anos passados, na Amazônia. Hoje, além da América do Sul, a mandioca é cultivada na Ásia, África, Oceania, América Central e do Norte. • Ela nasce em solos pobres, apresenta grande resistência às pragas, pode permanecer guardada na própria terra por longos períodos e apresenta grande valor proteico (...) uma vez retirada da roça, a mandioca brava é descascada e ralada. Depois deve ser prensada num tipiti* para extrair o suco venenoso que ela contém. Esse suco é armazenado e dele se faz o tucupi*. A massa que daí resulta é peneirada e torrada em fornos de cerâmica ou de ferro. Com essa massa faz-se a farinha ou bolo de beiju. A massa é também utilizada na preparação de bebidas fermentadas e não-fermentadas." (Joana A. F. Silva. Economia de subsistência e projetos de desenvolvimento econômico em áreas indígenas. In: Aracy Lopes da Silva & Luís Donisete Benzi (irupioni, or^s, A temática iriíttgeiia nu fscoín. p. 362.)

IMAGENS PARA ANÁLISE

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO INDÍGENA

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Paradigmas Tecnológicos e R.T.C.&.I

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PROFº: CARVALHO/S. RIBEIRO

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Paradigmas tecnológicos: Por advento da segunda revolução industrial dois aspectos

ou processos se destacam ambos típicos do século XX; o taylorismo e o Fordismo.

TAYLORISMO: É a organização do trabalho a partir da sua sistematização,

desenvolvida pelo engenheiro norte-americano frederich W. Taylor (Por volta de 1900), e corresponde a rígida separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos (executivos e operários).

Segundo, Taylor, deveria existir um controle sobre o tempo gasto em cada tarefa e um constante esforço de racionalização, para que a tarefa seja executada num tempo mínimo. O tempo de cada trabalhador passa a ser vigiado e cronometrado, e aqueles que produzem mais em menos tempo recebem prêmios como incentivo. Com o tempo, todos os trabalhadores serão obrigados a produzir em um tempo mínimo, certas quantidades de peças ou produtos.

O taylorismo aumenta a produtividade da fábrica, mas também a exploração do trabalhador, que passa a produzir mais em menos tempo.

FORDISMO: Termo que engendrado do nome do industrial norte-

americano Henry Ford, um pioneiro da indústria automobilística no inicio do século XX. Ford absolver algumas técnicas do taylorismo como a disciplina na produção ou racionalização, otimização da produção com a redução do tempo de produção, porém ele vai além, pois acrescenta como fator fundamental de diferenciação do taylorismo o aumento do consumo, coisa que Taylor não teorizou.

Ao absolver algumas técnicas do taylorismo Ford transpassa-a, pois organiza a linha de montagem de cada fábrica para produzir mais, controlando melhor as fontes de matérias-primas e de energia, a formação de mão-de-obra e transportes, o aperfeiçoamento das máquinas para ampliar a produção e o consumo.

O grande lema do fordismo era produção em massa e consumo em massa. A lógica do fordismo consiste na seguinte idéia: para se produzir em massa é necessário que exista consumidores para comprar toda essa produção, ora para isso torna-se necessário formar um imenso mercado consumidor, e a maioria da população de qualquer país tem que ser composta por trabalhadores ativos, por isso é necessário pagar bem aos trabalhadores, para que eles possam exercer o seu papel de consumidores. O que aumenta a produção e os lucros dos grandes industriais. Obs: A generalização do fordismo foi um dos fatores que ajudaram na melhoria dos padrões de vida dos países desenvolvidos no século XX

Característica do fordismo: • Produção em massa de um mesmo produto. Para Henry Ford (fundador da indústria automobilística), criador do fordismo,

era preciso que as empresas concentrassem esforços na produção de um só produto, • Divisão do trabalho com a utilização da linha de montagem acoplada à esteira rolante que evita o deslocamento do trabalhador e mantém um fluxo contínuo e progressivo de peças. • Especialização dos trabalhadores em uma só função, pois realizam apenas uma tarefa de cada vez e não necessitam de muita qualificação (são apenas técnicos). • Os operários deveriam ganhar um bom salário, para que a partir de então, houvesse um aumento do consumo e consequentemente da produção industrial. • Produzir em grande quantidade para fazer estoque, pois o preço da matéria-prima poderia sofre aumento, e ai os grandes industriais poderiam ganhar ou perder dinheiro, dependendo de como o seu estoque estivesse.

DO FORDISMO A ACUMULAÇÃO FLEXIVEL:

Nascimento do Toyotismo O fundador da Toyota, Sr. Eiji Toyoda no anos 50 visitou as fábricas da Ford e quando retornou ao Japão tinha uma modesta convicção consigo : "havia algumas possibilidades de melhorar a produção". Junto da aplicação das idéias de Toyoda e outros fatos possibilitaram o nascimento do novo modelo de produção, bem como : mercado doméstico pequeno e exigência do mercado de uma gama variada de produtos; força de trabalho local não adaptável ao Taylorismo

O TOYOTISMO: Originou-se no Japão, mais precisamente na fábrica de

automóveis da Toyota. Ele consiste na produção em larga escala, mas, no entanto, com a otimização da produção, do mercado e do trabalho, pois ocorreram mudanças significativas no mundo do trabalho, o trabalhador passa e ser polivalente, e não desenvolve apenas uma única função, quando da época do fordismo.

A flexibilização do trabalho vai levar a uma flexibilização da

produção, e está a uma flexibilização do modo de produção, haja vista que as relações de produção passam a ter novos valores.

Características: • Trabalhador polivalente; (exerce varias funções na produção); • Leis trabalhistas menos rígidas; (contrato de trabalho) • Enfraquecimento do sindicato (aumento da individualidade em detrimento da coletividade) • Aumento da disciplina (disciplina mais acentuada que no fordismo)

A ACUMULAÇÃO FLEXÍVEL: Na década de 60 do século XX, o mundo desenvolvido

passou por uma mudança mais acentuada na produção, e a partir de então passaram e pensaram em outro sistema que poderia substituí-lo sem que houvesse uma perda ou diminuição do lucro das empresas.

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Esse processo de passagem do fordismo para o pós-fordismo ficou conhecido como acumulação flexível:

Característica:

• Flexibilidade do trabalho e do trabalhador. • Enfraquecimento dos sindicatos. • Diversificação produtiva. • Produção em escala. (De acordo com o mercado) • Proliferação do contrato de trabalho

JUST-IN-TIME A aplicação de algumas técnicas na produção japonesa permitiu reduzir estoques, em todos os níveis, incrementar a capacidade disponível em grandes investimentos adicionais, diminuir tempos de fabricação, melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos fabricados, etc. E uma destas técnicas foi o JIT- Just-In-Time que tem o objetivo de dispor da peça necessária, na quantidade necessária e no momento necessário, pois para lucrar necessita-se dispor do inventário para satisfazer as demandas imediatas da linha de produção.

Principais características:

a) A produção torna-se seletiva e controlada seguindo as necessidades do consumidor de cada lugar e/ ou país. é controlada de acordo com as oscilações do mercado. O objetivo é evitar o desperdiço de capital em forma de grandes estoques de matérias-primas e produtos acabados. b) A fabricação torna-se controlada na qualidade e quantidade com a utilização da robótica e da informática, o que diminui a necessidade de muitos operários na linha de produção, verificasse ainda a utilização de um trabalhador de alta qualificação. c) Ocorre também à redução no custo de produção, com o aperfeiçoamento tecnológico, a transferência da produção dos bens mais simples para regiões do mundo, devido às vantagens locacionais, e aos avanços nos meio de comunicação e transporte e ao processo de terceirização. d) Por outro lado, ocorre uma importância crescente do conhecimento cientifico, ou seja, aplicação do conhecimento da microfísica, da ecologia, da biotecnologia, da informática etc. Daí o papel fundamental da escolaridade; nesse sentido, o processo produtivo exige um conhecimento mais elevado (terceiro grau).

As conseqüências do novo paradigma ao mercado de trabalho:

a) Aumento do chamado desemprego estrutural ou tecnológico, devido à introdução de novas tecnologias (informática e robótica) que eliminam muitas profissões de baixa qualificação e reduzem a necessidade de mão-de-obra. A transferência da produção (fabricas) dos países desenvolvidos para os países periféricos, ou das grandes para pequenas cidades. b) Flexibilização das relações de trabalho, devido às alterações sofridas nas leis trabalhista dos países, em decorrência tem o aumento da terceirização o que acaba gerando certa facilidade de controle do excedente de mão-de-obra, é o que alguns autores denominam de controle da sociedade ou sociedade de controle. c) Aumento do desemprego provoca o retorno do trabalho familiar,já que muitas pessoas que perdem empregos nas grandes empresas ou no aparato estatal (privatização), criam pequenas empresas com laços familiares que realizam etapas da produção menos sofisticadas para as grandes empresas, é a chamada prestação de serviços ou terceirização. d) Redução dos empregos permanentes, devido, às flexibilidades das relações trabalhistas, com a expansão do trabalho temporário e a subcontratação. e) Enfraquecimento dos sindicatos devido à redução dos números de filiados (aumento do desemprego e aumento da informalidade). f) Redução do emprego e dos salários no setor primário e secundário da economia, devido à mecanização do campo e da robotização da industria. g) Crescimento dos números de empregos no setor terciário, pois esse se tornou o mais importante setor da economia mundial,

devido apresentar a maior rentabilidade e a maior geração de emprego. h) Agravamento da hipertrofia do setor terciário nas grandes cidades dos países subdesenvolvidos. Em função da desqualificação da mão-de-obra, provocadas pelas inovações tecnológicas, como as profissões do setor bancário e automobilístico.

Exercício 01. Ao longo das historia recentes das sociedades modernas capitalista, a competição econômica entre empresas transnacionais entre países que disputam a hegemonia mundial vem revolucionando as formas de trabalho, a tecnologia, os produtos... a esse respeito,

Assinale a alternativa correta:

a) o aumento da produtividade, a partir do novo paradigma tecnológico, está resultando em desemprego aberto e estrutural, inclusive alguma chance, no fim do século XX, são praticamente atingíveis para a maioria das empresas. c) o novo paradigma tecnológico não tem proporcionado desemprego nos países desenvolvidos, e sim uma inclusão se cerca de 10% da população economicamente ativa que estava desempregada nesses países. d) o desemprego aberto e estrutural constitui uma característica dos países que não se modernizaram, como o Brasil. e) o desemprego no primeiro mundo deixou de ser um fenômeno permanente, ligado ao ciclo econômico, para tornar-se um dado temporário.

02.

MODERNIDADE FORDISTA PÓS-MODERNIDADE FLEXÍVEL

Poder de estado/sindicatos Poder financeiro/individualismo

Estado de bem estar social Neo-conservadorismo Centralização/ negociação

coletiva Descentralização/contratos locais

Produção em massa Produção em pequenos lotes Concentração/trabalho

especializado Dispersão/trabalho flexível

O quadro acima aponta mudanças ocorridas no mundo do trabalho durante o século XX. Um indicador correto da passagem do modelo fordista para o de acumulação flexível é:

a) Os trabalhadores tornaram-se mais conservadores. b) Os sindicatos ganharam maior poder de intervenção. c) A produção em larga escala declinou em importância. d) O estado intensificou sua forma de controle sobre o trabalho. e) A diminuição da produção de mercado. 03. Analise as afirmações a seguir: I - O fordismo combina o sistema de fábrica com linha de montagem, e seu desenvolvimento fundamentou-se na difusão do uso da eletricidade na produção industrial. II - A revolução técnico-científica contemporânea caracteriza-se por uma organização flexível da produção que contrasta com o fordismo. III - Os espaços produtivos da revolução técnico-científico organizam-se em torno de reservas de minérios e jazidas carboníferas, e impulsionam o crescimento das aglomeraçãos urbanas. IV - O meio técnico-científico-informacional tende a desestruturar as organizações sindicais que surgiram e se fortaleceram a partir das últimas décadas do século XIX. V - A revolução da informação contribuiu para reduzir a importância do poder financeiro, das corporações transnacionais em função da implantação de redes virtuais públicas. ASSINALE: a) se todas as alternativas são verdadeiras. b) se são verdadeiras comentes as afirmativas I, II e III. c) se são verdadeiras comentes as afirmativas I, II, IV e V. d) se são verdadeiras comentes as afirmativas I, II e IV. e) se são verdadeiras comentes as afirmativas II, III e V.

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REGIÃO AMAZÔNICA

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I - FORMAÇÃO TERRITORIAL DA AMAZÔNIA ATÉ A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX a) RELAÇÃO ENTRE A OCUPAÇÃO DO NORDESTE E A AMAZÔNIA NORDESTE

Séc. XVI Cana-de-Açúcar Litoral (Zona da Mata) Produção Concentrada Organização da Produção: Plantation

AMAZÔNIA

Séc. XVII Drogas do Sertão Interior Produção Dispersa Maior Dificuldade de Exploração

b) Contexto da ocupação Amazônica nos Séc. XVII e XVIII

Implantação de Fortes (Defesa do Território) Grande Importância do Rio:

Penetração Circulação Povoamento

Missões Religiosas Coleta das Drogas do Sertão

c) Processo de Ocupação e Organização do espaço Amazônico no Séc. XIX até meados do Séc XX (déc. 50)

FASES DA BORRACHA 1ª fase: 1870 à 1910 - Decadência devido a concorrência da borracha asiática. 2ª fase: 1939 à 1945 (Proj. da Fordlândia) -Decadência: Quebra do ecossistema (pragas), Termino da 2ª GM e Carência de mão de obra.

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CONCLUSÃO: Organização Espacial da Amazônia Anterior a Déc. De 50 (XX)

O Espaço é organizado segundo os Interesses Externos Implantação de um padrão de organização espacial: Rio-Várzea-Floresta Formação inicial de uma Rede Urbana Dendrítica Formação de uma Identidade Cultural Amazônica ligada aos principais elementos do espaço: Rio e Floresta.

II - O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO AMAZÔNICO POSTERIOR A DÉCADA DE 50 (DÉCADAS DE 50 E 60) a) O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA NA DÉCADA DE 50 A SPVEA

Superintendência do Plano de Valorização da Amazônia (1953) Atuação na Amazônia Legal Elaboração de planos econômicos Concepção da Amazônia como “celeiro agrícola” - Incentivos à agricultura em grande escala Construção das rodovias Belém-Brasília (BR-010) e Cuiabá - Porto Velho (BR-364) Quebra do isolamento

rodoviário da Amazônia e início de uma frágil integração da Amazônia a outras regiões do país. b) O PROCESSO DE OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA NA DÉCADA DE 60 A SUDAM

Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. Criada em 1966 → Regime Militar. Atuação na Amazônia Legal. Controle sobre a distribuição de incentivos fiscais e créditos para projetos agropecuários e agrominerais na Amazônia

Legal. Extinção em 2001 → governo FHC - Golpes fiscais, desvio de recursos, tráfico de influência, etc. Criação da ADA – Agência de Desenvolvimentos da Amazônia.

1966: OPERAÇÃO AMAZÔNICA OPERAÇÃO AMAZÔNICA

1966

ANTES DEPOIS

VALORIZAR ● SPVEA ● BANCO DE CRÉDITO DA AMAZONIA (BCA)

DESENVOLVER ● SUDAM ● BASA INCENTIVOS FISCAIS

OBS 1: Durante a existência da SPVEA destacamos a construção das rodovias Cuiabá-Porto Velho e Belém-Brasília que iniciaram a quebra do isolamento rodoviário da Amazônia perante as outras regiões do país. Nesse momento se inicia um frágil processo de integração da Amazônia. OBS 2: Em 1966, o governo militar implantou a Operação Amazônia que se constituiu em uma nova política do governo para a Amazônia, baseada em um processo desenvolvimentista. Essa nova política culminou com a extinção dos órgãos de valorização, no caso, SPVEA e BCA ao mesmo tempo em que proporcionou a criação dos órgãos de desenvolvimento, no caso, SUDAM e BASA. Esses novos órgãos passaram a ser os responsáveis pelo desenvolvimento da região com a atração de investimentos para a Amazônia através da oferta de incentivos fiscais. Essa nova política também passou a exigir uma maior ação e participação do Estado, na Amazônia, principalmente na montagem de uma infra-estrutura capaz de sustentar esse suposto desenvolvimento.

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REGIÃO NORDESTE: A NOVA SOLUÇÃO HIDRÁULICA (TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO)

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A Nova Solução Hidráulica – A Transposição do Rio São Francisco

Pós- 90 - Retomada da solução hidráulica. - Transposição do rio São Francisco.

A TRANSPOSIÇÃO NÃO É UNANIMIDADE ARGUMENTO FAVORÁVEL

- A água da transposição seria utilizada para combater a seca e consequentemente a pobreza.

ARGUMENTOS CONTRÁRIOS

- Projeto caro para resultados duvidosos. - Problemas ambientais (evaporação e infiltração). - Menor produção de energia. - Desaparecimento do rio (desmatamento e assoreamento).

SOLUÇÃO - REVITALIZAÇÃO DE TODA A BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO.

ETAPAS

- Reflorestamento. - Inclusão social e econômica. - Dragagem.

A idealização do projeto de transposição da águas do rio São Francisco teve origem na época do império e até hoje esse projeto não foi implantado concretamente por questões acima de tudo políticas. Atualmente o projeto prevê a transposição de aproximadamente 5% do volume de água do rio São Francisco baiano, através de extensos canais, para os Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, sabendo-se que esses três últimos Estados não são dotados plenamente pos bacias hidrográficas perenes (rios permanentes) e sim por bacias hidrográficas intermitentes (rios temporários).

A transposição não é uma unanimidade. A elite política a favor do projeto afirma que a

água seria utilizada para combater a seca e consequentemente a pobreza, pois com a água a população mais necessitada poderia utilizá-la para projetos agrícolas familiares, gerando empregos e melhorando a qualidade de vida da população. *Porém questiona-se até que ponto a seca é fator responsável pela pobreza regional?

A elite política contrária se utiliza dos seguintes argumentos: projeto caro para resultados duvidosos, pois a sociedade não tem reais garantias de que a população mais necessitada seja a que vai se apropriar da água, ou será, como no passado a própria elite; as questões ambientais relacionadas a evaporação e infiltração, conseqüentemente perda de grande volume de água e a perda de 5% do volume de água poderia comprometer a produção de energia além de favorecer o provável desaparecimento do rio haja vista que atualmente em decorrência de um intenso processo de assoreamento favorecido pelo intenso desmatamento as suas margens, o rio esta passado por um sério problema.

SOLUÇÃO PROVÁVEL

A revitalização de toda a bacia do rio São

Francisco através de um reflorestamento para melhor fixar o solo estancando o processo de assoreamento e que o mesmo também possa gerar renda as comunidades locais. Após esse processo a dragagem para que ocorra a retirada dos sedimentos que foram acumulados com o passar do tempo no leito (fundo) do rio.

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO: SALVAÇÃO OU EQUÍVOCO?

É comum ouvir dizer que o Brasil é privilegiado

por estar livre de desastres naturais. Mas, muito antes da ocorrência de furacões e ciclones extra tropicais nos estados do Sul, o país já vive o inferno da seca no Nordeste. Desde o tempo do Império, discute-se a possibilidade da transposição das águas do Rio São Francisco para o chamado Polígono da Seca como forma de solucionar o problema. Esse assunto volta agora às

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manchetes de jornal graças a um projeto do Ministério da Integração que está prestes a sair do papel.

Mas a idéia da transposição está longe de ser unanimidade. Se, para o governo, a obra é inadiável, por outro lado não faltam opiniões contrárias. O principal nome da oposição é o bispo Luiz Flávio Cappio, que esteve em greve de fome entre os dias 26 de setembro e 6 de outubro, como forma de protesto à realização da obra.

Entenda, a seguir, o porquê de tanta polêmica.

Entre as alternativas apontadas para a transposição, está o melhor gerenciamento dos recursos hídricos do semi-árido, o investimento em obras não acabadas, a construção de uma cultura de convivência com a problemática da seca e a busca de alternativas simples e viáveis.

Essa temática está em discussão no governo federal, e a obra deve ser iniciada o mais breve possível.

Esperamos ao menos que criteriosos estudos sobre os impactos ambientais sejam realizados e que as resoluções retiradas deles sejam respeitadas, pensando-se no melhor para essa população, que é castigada pelos longos períodos de seca, e na manutenção do São Francisco, o maior rio totalmente brasileiro.

EXERCÍCIOS 01. (UEPB/2005) A polêmica em torno da transposição das águas do São Francisco tem colocado este rio em evidência nas discussões. Porém, ao tratarmos desta questão em sala de aula, independente de qual seja nosso posicionamento, é nosso papel como educadores esclarecer que, em cinco séculos de exploração inconseqüente I. A redenção da população ribeirinha pobre só ocorreu com a implantação dos perímetros irrigados, que possibilitou ao camponês produzir frutas tropicais para exportação. II. O rio perdeu suas matas ciliares resultando na intermitência de alguns de seus afluentes e no assoreamento de seu leito. III. As cheias passaram e ser controladas pelas barragens ao longo do seu curso, que, se por um lado mantém uma vazão regular durante todo o ano, por outro lado elimina o processo de fertilização natural das suas várzeas, perdeu força em sua desembocadura no mar, além de dificultar a reprodução dos peixes pela piracema. IV. A qualidade das águas do rio tem sido comprometida tanto pela emissão de detritos urbano quanto dos resíduos químicos provenientes da agricultura que se pratica não só nas suas margens mas em toda sua bacia hidrográfica. Estão corretas apenas as proposições: a) I, II e III b) II, III e IV c) III e IV d) I e II e) II e IV

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REGIÃO NORDESTE: A SECA E O PROCESSO DA DESERTIFICAÇÃO

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Ao se fazer uma análise da problemática nordestina se constata a

pobreza da maioria de sua população, se é levado a fazer perguntas: por que uma região rica está sendo habitada por uma população tão pobre? Quais as causas fundamentais desta pobreza: a tirania de condições naturais desfavoráveis ou a inércia e incapacidade de suas elites? Por que a Sudene, após quase trinta anos de atuação, não corrigiu os desníveis existentes entre esta região e o Centro-Sul? Finalmente, o que fazer? Como fazer? E para que fazer?

Acreditamos que a pobreza que domina a região é o resultado de uma série de fatores que confluem para dificultar e entravar um processo natural de desenvolvimento, e que estes fatores são mais de origem social do que física, no caso a seca. Ela é comandada por um sistema que beneficia os grupos dominantes que se opõem a qualquer transformação estrutural que possa tocar nos seus interesses e que até se beneficia do

flagelo das secas, captando verbas que dinamizam os seus negócios e consolidam o seu poder político. Daí o apoio que dão a toda e qualquer ação que vise modernizar as relações econômicas e sociais até o ponto em que esta ação não transforme as estruturas sociais, mas ao contrário, que as dinamize e as torne mais resistentes as mudanças. A pobreza é útil ao grupo dominante para obter mais recursos e favores oficiais, em uma federação em que as regiões mais ricas se beneficiem do crescimento econômico das mais pobres. Estes grupos dominantes têm interesses que coincidem com os das regiões hegemônicas do país, de vez que atuam intermediários e como prepostos dos grupos nacionais mais fortes e dos transnacionais e que empregam os seus capitais, nas áreas mais ricas onde obtém um retorno do capital empregado mais rápido e seguro. Há, assim, no plano nacional, uma semelhança com o que ocorre no plano internacional, com os grupos dominantes das áreas dominadoras, que se beneficiam da exploração das áreas mais pobres.

O sistema “desenvolvimentista” implantado provoca naturalmente, uma acentuação da pobreza e da dominação que se exterioriza em uma série de aspectos que procuraremos analisar, ou seja: o esvaziamento do campo, o crescimento patológico das cidades e o desrespeito ao meio ambiente.

Um fato que chama atenção no interior do Nordeste é o esvaziamento populacional do campo e a expansão cada vez maior das culturas feitas por grandes proprietários e por empresas. Há algumas décadas observa-se, no interior do Nordeste, a existência de áreas de culturas principais, mas, intercaladas às mesmas, havia os “sítios’ de pequenos produtores sempre arrendatários, parceiros ou trabalhadores de cambão e de condição, com as suas casas humildes, construídas de “taipa” e cercadas de árvores frutíferas ou de culturas alimentícias.

Hoje a paisagem está uniformizada na sua maior extensão; viaja-se horas seguidas no meio de canaviais, cacauais, de pastagens, de culturas de soja etc. Os pequenos sítios persistem apenas nas áreas mais distantes da rodovia ou nos lugares altos, de difícil acesso. E que com a intensificação da penetração do capitalismo no campo e com o desenvolvimento da tecnologia agrícola e industrial, os proprietários passaram a dispensar os seus moradores e a explorar diretamente suas terras. O processo de expulsão é muitas vezes feito de forma violenta, com a tomada da terra e a destruição das lavouras, com espancamento e ameaça a vida dos mesmos ou de seus familiares, outras vezes é feito de forma sutil, oferecendo uma indenização pelos bens que o morador possui, alegando que na cidade ou vila próxima ele pode desfrutar de uma vida melhor, com mais liberdade e com oportunidade ao lazer, ao ensino e as instituições de saúde, para a família. O morador, seduzido pela vida urbana e pela liberdade de prestar serviços ao patrão que escolher, recebe alegremente estas sugestões e se instala na cidade. Só depois é que ele sentirá a incerteza do trabalho, a instabilidade na necessidade de braços nas várias estações do ano, os problemas de desagregação da família e a falta dos alimentos que produzia no “sítio” quando vivia no latifúndio.

Os proprietários também sentem, em algumas ocasiões, o problema da falta de braços e, embora se opondo as leis como a do “sítio”, eles advogam junto ao governo a implantação de agrovilas onde os trabalhadores têm direitos a uma casa e a uma área de dois ou três hectares para as suas culturas. Como isto os proprietários transferem para o Poder Público o custo do assentamento dos trabalhadores, têm os mesmos fixados nas proximidades do seu latifúndio, passando a dispor de mão-de-obra barata nas ocasiões de maior necessidade de trabalho.

Utilizam, assim, a questão social, para transferir para o Poder Público os custos de manutenção da mão-de-obra de que necessitam, tendo o cuidado de fazer com que as áreas disponíveis a cada família não sejam suficientes para a sua manutenção, a fim de que necessitem complementar a renda ven-dendo a força de trabalho aos proprietários.

Tal política tem grande repercussão tanto no campo como na cidade, provocando a queda da produção de alguns alimentos e estimulando a importação de frutas e legumes do Sudeste, o que acarreta, naturalmente, no encarecimento dos produtos alimentícios.

A POBREZA NORDESTINA NÃO É UMA QUESTÃO DE SECA MAIS DE CERCA

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DESERTIFICAÇÃO: A MAIOR CONSEQÜÊNCIA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

As formas de exploração dos recursos naturais têm desencadeado uma forte degradação ambiental decorrente dos desmatamentos, queimadas, poluição das águas, salinização dos solos e água, assoreamento dos rios e riachos, extinção de espécies animais e vegetais, culminando no processo de desertificação. Isso tem agravado os efeitos do clima na região, interferindo nos níveis de produção e na qualidade de vida das populações.

DESERTIFICAÇÃO DIFERENCIA-SE DE DESERTIZAÇÃO.

Desertização é um processo natural que independe da ação antrópica sendo ecologicamente um fato acabado. Desertificação, todavia, é um fenômeno que tem um componente muito forte que desencadeia seu processo que é o homem. No caso brasileiro, o que existem são processos de desertificação e não ainda desertos.

A Agenda 21, o principal documento gerado pela Conferência do Rio em 1992, definiu desertificação como sendo ã degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas, sub-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas.

Em relação ao Nordeste, além da seca em pelo menos oito Estados, o processo de desertificação já atingiu mais de 55% do território, ou seja, uma mancha quase do tamanho do Estado do Sergipe. A área corresponde a 18.000' quilômetros quadrados completamente esturricados. Uma terra pobre e arenosa, onde o cultivo tomou-se inviável mesmo com a irrigação e estima-se que outros 180 000 quilômetros quadrados estão seguindo o mesmo caminho.

Os processos de desertificação são muitos complexos e envolve dimensões não apenas de conhecimento técnico, mas, econômicas, sociais e culturais. Os impactos ambientais da desertificação resultam na eliminação da biodiversidade (fauna e flora), da redução da disponibilidade de recursos hídricos mediante o assoreamento de rios e reservatórios, e da perda física e química dos solos, favorecendo a redução da produtividade da agricu1tura.

O semi-árido brasileiro que durante séculos resistiu aos longos períodos de estiagem, não está suportando ao avanço da desertificação. Aliás, comparativamente com a terrível seca, o fenômeno da desertificação é muito mais cruel. A criação da pecuária extensiva (bois e bodes) como atualmente é praticada tem arrasado o solo nordestino. Os animais quando comem a vegetação que sobrevive à estiagem, pisoteiam mudas e gramíneas, compactando o solo.

O desmatamento indiscriminado da caatinga contribui fortemente para o desequilíbrio ambiental, inexistindo qualquer fiscalização na retirada da lenha que vão parar nos fogões das famílias e nos formos de cerâmica e padarias. As queimadas impedem a germinação espontânea das plantas nativas, maior escoamento superficial dos recursos hídricos, dificultando uma maior infiltração no lençol freático. Todos estes fatores reduzem a capacidade produtiva da terra, diminuindo a produtividade agrícola e, portanto, impactando as populações, diminuindo a qualidade de vida, elevando a mortalidade infantil e reduzindo a expectativa de vida da população.

Os prejuízos sociais refletem nas unidades familiares. As migrações desestruturam as famílias e impactam as zonas urbanas, que quase sempre não estão em condições de oferecer serviços ao elevado contingente populacional que para lá se deslocam. A população afetada apresenta alta vulnerabilidade, já que estão entre os mais pobres da região, e com índices de qualidade de vida muito abaixo da média nacional.

OS ESTUDOS SOBRE DESERTIFICAÇÃO NO BRASIL: O CASO DO NORDESTE.

Os estudos sobre desertificação e arenização feitos no Brasil se concentram em áreas do nordeste brasileiro e no extremo sul do Brasil. Entre os estudos realizados, destaca-se: “Problemas da desertificação e da savanização no Brasil intertropical" de Aziz Nacib Ab’Sáber, publicado em 1977. Neste trabalho, Ab’Sáber estabelece alguns fatores que podem desencadear processos de desertificação no Brasil. (...), entendemos como processos parciais de desertificação, todos os fatos pontuais ou aureolares, suficientemente radicais para criar degradações irreversíveis da paisagem e dos tecidos ecológicos naturais.

(Ab’Sáber, 1997: 01)

Neste estudo, Ab’Sáber identifica no semi-árido brasileiro, mesmo que não relacionados diretamente às condições climáticas, alguns aspectos de desertificação relacionados à atividade humana.

(...) três séculos de atividades agrárias rústicas, centradas no pastoreio extensivo, e algumas décadas de ações deliberadas de intervenção antrópica, com acentuado crescimento demográfico paralelo, terminaram por acrescentar feições de degradação pontuais, de fácil reconhecimento nas paisagens sertanejas, sob a forma de ulceração dos tecidos ecológicos regionais. Ainda uma vez, sem que tenham ocorrido mudanças climáticas recentes, processaram-se efetivos quadros locais ou subregionais de desertificação antrópica.

( Ab’Sáber, 1977: 2-3).

Para Ab’Sáber, alguns fatores, enumerados no seu trabalho, contribuem para uma predisposição ao surgimento de áreas com características de desertificação. O que se pode inferir pela descrição do autor é que tais fatores exercem mais efeitos sobre o que ele define de savanização do que de desertificação. E o próprio autor reconhece que é difícil fazer generalizações sobre desertificações nos cerrados. “A idéia de um domínio do cerrado em processo generalizado de desertificação em prolongamento à semi-aridez das caatingas é um esforço de generalização inconsistente”

(Ab’Sáber,1977:6- 13).

Em estudos mais recentes sobre o processo de desertificação no Nordeste, Conti (1998) chama atenção para o fato de que, mesmo tendo diversos estudos apontando locais com o princípio de desertificação ou ‘aviltamento ambiental’, não consta nenhum lugar em que o processo seja irreversível. “A ação antrópica e os mecanismos naturais podem atuar de forma solidária e intercambiar influências. Contudo, a degradação que se manifesta nessa região e em outras do território brasileiro não conduz necessariamente a um processo sem retorno”.

(Conti, 1998: 73)

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ESTRUTURA FUNDIÁRIA BRASILEIRA E AS SUBREGIÕES DO NORDESTE (CONDEN.)

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Pequenas Propriedades de Subsistência e Exploração Familiar.

MST INVASÃO X OCUPAÇÃO

AÇÃO VIOLENTA SEM VIOLÊNCIA

MST X TERRA DEVOLUTA X SEM CONFLITOS

PRINCIPAL OBJETIVO DO MST NÃO É A TERRA E SIM A REFORMA AGRÁRIA.

ESTRUTURA FUNDIÁRIA E REFORMA AGRÁRIA O que é estrutura fundiária?

É a forma como se organiza o espaço rural, ou seja, é a forma de distribuição das propriedades agropecuárias no meio rural. Tipos de Propriedades Agropecuárias MINIFÚNDIO LATIFÚNDIO EMPRESA RURAL

Terra Improdutiva: A terra é utilizada de forma inadequada, ou seja, menos de 50% da área é aproveitada.

Especulação Fundiária: A terra não é utilizada ou utilizada de forma inadequada a espera de sua valorização econômica.

Não esqueça que a terra tem um valor social, ou seja, deve produzir para atender as necessidades básicas da sociedade. Por esse motivo é ilegal o proprietário manter a terra improdutiva é nesse caso a mesma é passível de Reforma Agrária. O que predomina na estrutura fundiária brasileira?

Em Número X Em Área Ocupada - Minifúndios - Latifúndios

Qual o tipo de mão de obra que predomina na estrutura fundiária? - Ainda é a mão de obra familiar. Obs: Dessa forma a estrutura fundiária brasileira como se caracteriza se constitui em um grande problema, pois grande parte das terras é mantida improdutiva, além do mais está concentrada em mãos de uma minoria. Devido essas características a estrutura fundiária do Brasil contribui para a problemática da fome e para os conflitos fundiários.

PRINCIPAIS EATAPAS DE UMA REFORMA AGRÁRIA

Desapropriação da terra improdutiva. Redistribuição da terra e assentamento dos Sem Terra. Infra-estrutura (todas as condições necessárias para o

homem trabalhar adequadamente a terra). Obs: No Brasil temos a implantação da Reforma Agrária, no entanto a mesma ocorre em áreas isoladas. É necessário que a Reforma ocorra de forma ampla e irrestrita. AS SUB-REGIÕES DO NORDESTE

MEIO NORTE

SERTÃO

AGRESTE

ZONA DA MATA

As Sub-Regiões foram definidas pelo IBGE. São partes menores da região que apresentam características próprias tanto sócio-econômicas como naturais. 1- MEIO NORTE

Área de Transição entre o Sertão e a Amazônia Corresponde a MA e PI. Clima Semi-Úmido e Vegetação da Mata dos Cocais

(homogênea). Decadência do Extrativismo Vegetal. Projetos agrominerais (soja e siderúrgicas).

2. SERTÃO

Clima Semi-Árido Vegetação de Caatinga (heterogênea) Rios Temporários (Intermitentes), exceto o rio São

Francisco. Grandes Propriedades (Pecuária extensiva e

Agricultura nos brejos). Brejos: áreas de maior umidade próximas de rios ou

pés de serras. Em decorrência da maior umidade são utilizados para a prática da agricultura. Obs: A seca é um fenômeno de origem natural cauda por fatores como: A disposição do relevo (chapada da Borborema que dificulta a passagem de nuvens

Grandes Propriedades Improdutivas e Especulativas

Grandes Propriedades Produtivas (em geral atendem ao mercado externo)

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carregadas de umidade vindas do oceano para o interior da região), o mecanismo das massas de ar e a pequena espessura do solo do sertão que retém pouca umidade e consequentemente influenciando no processo da evapotranspiração e das chuvas. Obs: Em decorrência da seca o sertanejo não consegue plantar para garantir a sua subsistência devido a escassez da água (chuvas irregulares e rios intermitentes). Além do mais a água de poços e açudes, em geral está em propriedades privadas pertencentes a uma elite. Por isso, na época da seca o sertanejo abandona o Sertão se deslocando para a Zona da Mata, indo trabalhar, na maioria das vezes, no corte da cana de açúcar (Corumbás). No período de chuva esse sertanejo retorna para o Sertão, caracterizando um fluxo migratório denominado de transumância.

3. AGRESTE

Área de transição entre Sertão e Zona da Mata. Clima Semi-Úmido. Pequenas Propriedades (policultura de gêneros

alimentícios e pecuária leiteira). Conflitos agrários.

Obs: Os conflitos agrários no Agreste estão aumentando, pois está ocorrendo à expansão de atividades como o cultivo da soja e da pecuária extensiva de corte. Essas atividades exigem muita terra e pouca mão-de-obra. 4. ZONA DA MATA

Área mais ocupada Povoamento mais antigo Maiores contrastes Grandes centros urbanos Concentração de atividades industriais

Obs: Embora a Zona da Mata seja a Sub-Região mais desenvolvida economicamente ao mesmo tempo é a que apresenta os mais graves problemas sócio-econômicos, pois grande parte da população que migra para essa área em busca de melhores condições de vida não é absorvida pelo mercado de trabalho, contribuindo para aumentar a taxa de desemprego, marginalidade, favelização, violência urbana, etc.

Zona da Mata Açucareira

Recôncavo Baiano

Sul da Bahia

ANOTAÇÕES!__________________________________________________________

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Exercício de Revisão 01

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01. (Mackenzie/2006) Comparando-se as duas tabelas, concluir-se que:

a) Gradativamente o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) vem realizando uma ampla reforma agrária no país, minimizando a diferença entre o número de pequenas e o de grandes propriedades rurais. b) A concentração de terras persiste; portanto, os assentamentos rurais não significam que no Brasil está sendo implantada a reforma agrária ideal. c) Vem ocorrendo uma relativa democratização na estrutura fundiária no país. d) A política de assentamento rural corresponde a uma ampla reforma agrária, pois o aumento significativo desses assentamentos vem se verificando nos últimos anos. e) Vem ocorrendo uma transformação no meio rural, onde se observa a desconcentração das terras.

02. (UFPA) A partir do século XVI, com a ocupação européia, o espaço geográfico brasileiro passou por intensas transformações. No processo histórico de ocupação e organização regional, destaca-se: a) A mineração no Brasil durante o período colonial, considerada a atividade responsável pelo início da ocupação na Amazônia. b) A cafeicultura que se expandiu pela região Sul do país, a partir do século XVI, foi fator decisivo na ocupação da parte setentrional da região. c) As culturas do arroz e da soja proporcionaram o início do povoamento do Centro-Oeste. d) As primeiras formas de organização do espaço, após a chegada dos colonizadores, resultaram da exploração do açúcar em terras no Nordeste. e) Ao contrário das demais regiões do país, a colonização européia no Sudeste, se fez à base das pequenas propriedades.

03. (CEFET_PA/2006) “O projeto de transposição das águas do rio São Francisco vem reforçar a infra-estrutura hídrica de combate à seca no semiárido nordestino. A captação de água envolve uma modesta vazão que não representa nenhum perigo para o Velho Chico, mas poderá beneficiar milhões de

pessoas e abrir espaço para a dinamização da economia do semi-árido”.

(MAGALHÃES, P.C. A transposição das águas do rio São Francisco. In: Hidrologia. Ciência Hoje. 2005. Vol. 37. nº.217).

A respeito da geografia do rio São Francisco é correto afirmar. a) O rio São Francisco nasce na serra da Canastra (MG), percorrendo um total de 2.760 km até desaguar no litoral da Bahia junto ao Oceano Atlântico. b) Ao longo do vale do rio São Francisco, podemos encontrar importantes barragens como a de Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingu. c) O clima semi-árido ao longo de toda a bacia hidrográfica do rio São Francisco é caracterizado por poucas chuvas e elevada evaporação. d) A transposição das águas do rio São Francisco visa atender regiões semi-áridas dos Estados do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. e) Desde a época colonial vem sendo construídos açudes no semi-árido que beneficiam principalmente a população mais pobre.

04. (UEPB/2005) A polêmica em torno da transposição das águas do São Francisco tem colocado este rio em evidência nas discussões. Porém, ao tratarmos desta questão em sala de aula, independente de qual seja nosso posicionamento, é nosso papel como educadores esclarecer que, em cinco séculos de exploração inconseqüente. I - A redenção da população ribeirinha pobre só ocorreu com a implantação dos perímetros irrigados, que possibilitou ao camponês produzir frutas tropicais para exportação. II - O rio perdeu suas matas ciliares resultando na intermitência de alguns de seus afluentes e no assoreamento de seu leito. III - As cheias passaram e ser controladas pelas barragens ao longo do seu curso, que, se por um lado mantém uma vazão regular durante todo o ano, por outro lado elimina o processo de fertilização natural das suas várzeas, perdeu força em sua desembocadura no mar, além de dificultar a reprodução dos peixes pela piracema. IV - A qualidade das águas do rio tem sido comprometida tanto pela emissão de detritos urbano quanto dos resíduos químicos provenientes da agricultura que se pratica não só nas suas margens, mas em toda sua bacia hidrográfica. Estão corretas apenas as proposições: a) I, II e III d) I e II b) II, III e IV e) II e IV c) III e IV

05. (PUC_PR/2006) A respeito da bacia do rio São Francisco, cujo objeto de estudo tem sido motivo de amplos debates no cenário político e econômico nacional, é correto afirmar que: I. Sua área está inteiramente compreendida na região Nordeste do país. II. O rio São Francisco, cujas nascentes se situam no interior do Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, e cuja foz está localizada no litoral nordestino, entre os estados de Sergipe e Alagoas, é o mais extenso rio totalmente brasileiro.

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III. O projeto de transposição das águas do rio São Francisco, no intuito de diminuir o problema da seca na região da Caatinga, não é a única forma de aproveitamento desse rio para o desenvolvimento da região, uma vez que tanto a navegação como a hidreletricidade também tem dado a sua contribuição. IV. Nos tempos coloniais, o curso do rio São Francisco significou o eixo de ligação entre as principais áreas produtoras de açúcar, no nordeste, e a região aurífera de Minas Gerais, além de permitir que em suas margens se estabelecesse uma importante área criatória de gado. V. A afirmativa “descer o rio São Francisco, seguindo de sua nascente à sua foz, é subir o mapa do Brasil” se refere à direção seguida pelo rio, na maior parte de seu percurso: de sul para norte. As afirmativas corretas são: a) I, II, III e V. b) I e IV. c) II, III e V. d) I, II e IV. e) II, III, IV e V. 06) (UFPA) É uma área de transição dentro do território nordestino, misturando-se uma vegetação exuberante com plantas xerófilas. Seus primeiros povoadores foram criadores de gado. Durante muito tempo destacou-se enquanto área produtora de cereais da região Nordeste, hoje a pecuária volta a ocupar grande parte das terras, levando a derrubada das matas remanescentes para o plantio de pastagens. As características acima identificam uma sub-região do Nordeste brasileiro denominada: a) Nordeste ocidental. b) Agreste. c) Sertão. d) Zona da Mata. e) Meio Norte. 07. (Unama) A complexidade do espaço nordestino se manifesta tanto em relação aos elementos da natureza, quanto à organização do espaço pelas atividades econômicas, a exemplo da indústria. Sobre a presença desta atividade na região Nordeste, constata-se que. a) Os pólos petroquímicos definiram a dinâmica econômica das principais cidades no interior da região, a exemplo de Juazeiro e Petrolina. b) Apesar das inovações tecnológicas de setores industriais importantes, ainda predomina a produção industrial tradicional, a exemplo da indústria têxtil no pólo industrial de Camaçari, na Bahia. c) O mecanismo dos subsídios, implementado através da SUDENE, foi um dos responsáveis por atrair empresas para a região e por redefinir o papel da região na Divisão Territorial do Trabalho no contexto brasileiro, a partir da década de sessenta. d) Das regiões brasileiras, o Nordeste é a que apresenta uma melhor distribuição das indústrias no contexto regional, evitando, com isso, a concentração da mão-de-obra em determinados centros urbanos, a exemplo do que acontece com as demais regiões. e) A implantação de grandes indústrias, hoje, na região nordestina, está mais relacionada com a existência de mão-de-obra barata e qualificada do que propriamente com a competitividade estimulada por incentivos locais.

08. (Unama) A "questão nordestina" há muito tempo é discutida em todo o país, e sempre gira em torno de um assunto; A SECA. Sobre o mesmo é importante ressaltar que: a) Muito mais que a seca e o clima, a preocupação maior deve ser com a estrutura fundiária. Na região dominam as pequenas propriedades rurais. b) As áreas drenadas pelos rios intermitentes não apresentam problemas de seca, possuindo, junto às suas margens, a agricultura de vazante. c) Na realidade, a seca não é um problema sem solução. O que há é o monopólio da terra, que está em poder dos latifundiários. d) O grande problema enfrentado pelas populações sertanejas é o total isolamento, em virtude da precária rede de transportes da região. e) As chuvas ácidas, que ocorrem periodicamente na região, dificultam as tentativas de solucionar o problema. 09. (UEPA) "Se fosse um país independente, o nordeste (brasileiro) estaria hoje na rabeira da lista dos países mais pobres do mundo”.

(Ver. Veja, nº44, 30/06/96. pag.61) A afirmação acima resume a realidade nordestina, sobre a qual se pode afirmar: a) O pouco desenvolvimento apresentado pelo nordeste brasileiro é causado pela característica morfoclimática da região, que impede a produção de gêneros alimentícios em 2/3 de sua área. b) A superação da produção canavieira nordestina pela sulista é um fator de agravamento da pobreza nordestina, principalmente nas sub-regiões do meio-norte e zona da mata c) A mortalidade infantil e o alto índice de analfabetismo são fatores que evidenciam a pobreza regional, os quais refletem a realidade específica da sub-região do sertão nordestino. d) O inchaço urbano e a concentração fundiária estão no cerne dos problemas nordestinos, que, ao longo dos anos, vêm expulsando a população da região e lhe negando o direito à cidadania. e) O grau de pobreza nordestina deve-se a sua pouca participação na economia nacional, desde o período colonial brasileiro. 10. (Unama) A Região Nordeste apresenta aspectos bem diferenciados no seu espaço geográfico, como... a) Agreste, zona localizada entre a Zona da Mata e o meio-norte que é uma área de transição com elevada densidade demográfica e grande urbanização. b) A Zona da Mata que apresenta devastação florestal, entretanto o intenso reflorestamento impede a degradação da floresta original. c) O sertão, área pobre, seca, tem baixas densidades demográficas, mas com intensa mecanização na agricultura que é sua principal atividade. d) A faixa litorânea, área mais importante da região, onde estão os principais centros urbanos, aglomerados industriais e zonas portuárias. e) Meio-norte que engloba Maranhão e Piauí, área de latifúndios, pastagens naturais e intensa atividade agrícola.

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REGIÃO NORDESTE: HISTÓRICO DOS FLUXOS MIGRATÓRIOS

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MIGRAÇÃO O QUE É? Corresponde a qualquer movimento de uma população. TIPOS DE MIGRAÇÃO

a) EXTERNA OU INTERNACIONAL: deslocamento da população de um país para outro.

b) INTERNA OU NACIONAL: deslocamento da população no interior do mesmo país. MIGRAÇÃO INTERNA

a) INTRA-REGIONAL: deslocamento no interior da mesma região.

b) INTER-REGIONAL: deslocamento da população de uma região para outra.

MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS ESPECIAIS

TRANSUMÂMCIA: deslocamento da população causado por fatores físicos, como por exemplo a seca. É um movimento periódico, reversível e sazonal.

ÊXODO RURAL: deslocamento da população do meio rural para o meio urbano em busca de melhores condições de vida, em geral não alcançadas.

MOVIMENTO PENDULAR: deslocamento diário da população quando a mesma deixa o local de residência e se direciona para o local de estudo, trabalho ou diversão.

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Texto 01

"Hoje longe muitas léguas Numa triste solidão Espero a chuva cair de novo, Pra mim voltar pro meu sertão".* *Trecho da música Asa Branca (Luiz Gonzaga)

Texto 02

“Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam.[...] Fugiam do sol, e o sol guiava-os nesse forçado nomadismo.[...] Não tinham sexo, nem idade, nem condição nenhuma. Eram os retirantes. Nada mais”. Conclusão: A fome é uma das manifestações mais cruéis da realidade nordestina. É a região que carrega as marcas mais profundas do período colonial. A pobreza nordestina está freqüentemente associada à existência de uma estrutura social arcaica, caracterizada pela concentração de renda e da terra e por um sistema político ainda baseado em oligarquias, que geram políticas “clientelistas”, incapazes de eliminar os problemas sociais.

ANOTAÇÕES: ___________________________________________________________________________________________________________

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REGIÃO NORDESTE (I).

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A Seca e o Processo da Desertificação

Ao se fazer uma análise da problemática

nordestina se constata a pobreza da maioria de sua população, se é levado a fazer perguntas: por que uma região rica está sendo habitada por uma população tão pobre? Quais as causas fundamentais desta pobreza: a tirania de condições naturais desfavoráveis ou a inércia e incapacidade de suas elites? Por que a Sudene, após quase trinta anos de atuação, não corrigiu os desníveis existentes entre esta região e o Centro-Sul? Finalmente, o que fazer? Como fazer? E para que fazer?

Acreditamos que a pobreza que domina a região é o resultado de uma série de fatores que confluem para dificultar e entravar um processo natural de desenvolvimento, e que estes fatores são mais de origem social do que física, no caso a seca. Ela é comandada por um sistema que beneficia os grupos dominantes que se opõem a qualquer transformação estrutural que possa tocar nos seus interesses e que até se beneficia do flagelo das secas, captando verbas que dinamizam os seus negócios e consolidam o seu poder político. Daí o apoio que dão a toda e qualquer ação que vise modernizar as relações econômicas e sociais até o ponto em que esta ação não transforme as estruturas sociais, mas ao contrário, que as dinamize e as torne mais resistentes as mudanças. A pobreza é útil ao grupo dominante para obter mais recursos e favores oficiais, em uma federação em que as regiões mais ricas se beneficiem do crescimento econômico das mais pobres. Estes grupos dominantes têm interesses que coincidem com os das regiões hegemônicas do país, de vez que atuam intermediários e como prepostos dos grupos nacionais mais fortes e dos transnacionais e que empregam os seus capitais, nas áreas mais ricas onde obtém um retorno do capital empregado mais rápido e seguro. Há, assim, no plano nacional, uma semelhança com o que ocorre no plano internacional, com os grupos dominantes das áreas dominadoras, que se beneficiam da exploração das áreas mais pobres.

O sistema “desenvolvimentista” implantado provoca naturalmente, uma acentuação da pobreza e da dominação que se exterioriza em uma série de aspectos que procuraremos analisar, ou seja: o esvaziamento do campo, o crescimento patológico das cidades e o desrespeito ao meio ambiente.

Um fato que chama atenção no interior do Nordeste é o esvaziamento populacional do campo e a expansão cada vez maior das culturas feitas por grandes proprietários e por empresas. Há algumas décadas observa-se, no interior do Nordeste, a existência de áreas de culturas principais, mas, intercaladas às mesmas, havia os “sítios’ de pequenos produtores sempre arrendatários, parceiros ou trabalhadores de cambão e de condição, com as suas casas humildes, construídas de

“taipa” e cercadas de árvores frutíferas ou de culturas alimentícias.

Hoje a paisagem está uniformizada na sua maior extensão; viaja-se horas seguidas no meio de canaviais, cacauais, de pastagens, de culturas de soja etc. Os pequenos sítios persistem apenas nas áreas mais distantes da rodovia ou nos lugares altos, de difícil acesso. E que com a intensificação da penetração do capitalismo no campo e com o desenvolvimento da tecnologia agrícola e industrial, os proprietários passaram a dispensar os seus moradores e a explorar diretamente suas terras. O processo de expulsão é muitas vezes feito de forma violenta, com a tomada da terra e a destruição das lavouras, com espancamento e ameaça a vida dos mesmos ou de seus familiares, outras vezes é feito de forma sutil, oferecendo uma indenização pelos bens que o morador possui, alegando que na cidade ou vila próxima ele pode desfrutar de uma vida melhor, com mais liberdade e com oportunidade ao lazer, ao ensino e as instituições de saúde, para a família. O morador, seduzido pela vida urbana e pela liberdade de prestar serviços ao patrão que escolher, recebe alegremente estas sugestões e se instala na cidade. Só depois é que ele sentirá a incerteza do trabalho, a instabilidade na necessidade de braços nas várias estações do ano, os problemas de desagregação da família e a falta dos alimentos que produzia no “sítio” quando vivia no latifúndio.

Os proprietários também sentem, em algumas ocasiões, o problema da falta de braços e, embora se opondo as leis como a do “sítio”, eles advogam junto ao governo a implantação de agrovilas onde os trabalhadores têm direitos a uma casa e a uma área de dois ou três hectares para as suas culturas. Como isto os proprietários transferem para o Poder Público o custo do assentamento dos trabalhadores, têm os mesmos fixados nas proximidades do seu latifúndio, passando a dispor de mão-de-obra barata nas ocasiões de maior necessidade de trabalho.

Utilizam, assim, a questão social, para transferir para o Poder Público os custos de manutenção da mão-de-obra de que necessitam, tendo o cuidado de fazer com que as áreas disponíveis a cada família não sejam suficientes para a sua manutenção, a fim de que necessitem complementar a renda ven-dendo a força de trabalho aos proprietários.

Tal política tem grande repercussão tanto no campo como na cidade, provocando a queda da produção de alguns alimentos e estimulando a importação de frutas e legumes do Sudeste, o que acarreta, naturalmente, no encarecimento dos produtos alimentícios. DESERTIFICAÇÃO: A MAIOR CONSEQÜÊNCIA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

As formas de exploração dos recursos naturais têm desencadeado uma forte degradação ambiental decorrente dos desmatamentos, queimadas, poluição das águas, salinização dos solos e água, assoreamento dos rios e riachos, extinção de espécies animais e vegetais, culminando no processo de desertificação. Isso tem

A POBREZA NORDESTINA NÃO É UMA QUESTÃO DE SECA MAIS DE CERCA

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agravado os efeitos do clima na região, interferindo nos níveis de produção e na qualidade de vida das populações.

Desertificação diferencia-se de desertização.

Desertização é um processo natural que independe da ação antrópica sendo ecologicámente um fato acabado. Desertificação, todavia, é um fenômeno que tem um componente muito forte que desencadeia seu processo que é o homem. No caso brasileiro, o que existem são processos de desertificação e não ainda desertos.

A Agenda 21, o principal documento gerado pela Conferência do Rio em 1992, definiu desertificação como sendo ã degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas, sub-áridas e sub-úmidas secas, resultantes de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas.

Em relação ao Nordeste, além da seca em pelo menos oito Estados, o processo de desertificação já atingiu mais de 55% do território, ou seja, uma mancha quase do tamanho do Estado do Sergipe. A área corresponde a 18.000' quilômetros quadrados completamente esturricados. Uma terra pobre e arenosa, onde o cultivo tomou-se inviável mesmo com a irrigação e estima-se que outros 180 000 quilômetros quadrados estão seguindo o mesmo caminho.

Os processos de desertificação são muitos complexos e envolve dimensões não apenas de conhecimento técnico, mas, econômicas, sociais e culturais. Os impactos ambientais da desertificação resultam na eliminação da biodiversidade (fauna e flora), da redução da disponibilidade de recursos hídricos mediante o assoreamento de rios e reservatórios, e da perda fisica e química dos solos, favorecendo a redução da produtividade da agricu1.tura.

O semi-árido brasileiro que durante séculos resistiu aos longos períodos de estiagem, não está suportando ao avanço da desertificação. Aliás, comparativamente com a terrível seca, o fenômeno da desertificação é muito mais cruel. A criação da pecuária extensiva (bois e bodes) como atualmente é praticada tem arrasado o solo nordestino. Os animais quando comem a vegetação que sobrevive à estiagem, pisoteiam mudas e gramíneas, compactando o solo.

O desmatamento indiscriminado da caatinga contribui fortemente para o desequilíbrio ambiental, inexistindo qualquer fiscalização na retirada da lenha que vão parar nos fogões das famílias e nos formos de cerâmica e padarias. As queimadas impedem a germinação espontânea das plantas nativas, maior escoamento superficial dos recursos hídricos, dificultando uma maior infiltração no lençol freático.

Todos estes fatores reduzem a capacidade produtiva da terra, diminuindo a produtividade agrícola e, portanto, impactando as populações, diminuindo a qualidade de vida, elevando a mortalidade infantil e reduzindo a expectativa de vida da população.

Os prejuízos sociais refletem nas unidades familiares. As migrações desestruturam as famílias e impactam as zonas urbanas, que quase sempre não estão em condições de oferecer serviços ao elevado contingente populacional que para lá se deslocam. A população afetada apresenta alta vulnerabilidade, já que estão entre

os mais pobres da região, e com índices de qualidade de vida muito abaixo da média nacional. Os estudos sobre desertificação no Brasil: o caso do Nordeste.

Os estudos sobre desertificação e arenização feitos no Brasil se concentram em áreas do nordeste brasileiro e no extremo sul do Brasil. Entre os estudos realizados, destaca-se: “Problemas da desertificação e da savanização no Brasil intertropical" de Aziz Nacib Ab’Sáber, publicado em 1977. Neste trabalho, Ab’Sáber estabelece alguns fatores que podem desencadear processos de desertificação no Brasil.

(...) , entendemos como processos parciais desertificação, todos os fatos pontuais ou aureolares, suficientemente radicais para criar degradações irreversíveis da paisagem e dos tecidos ecológicos naturais. ( Ab’Sáber, 1997: 01).Neste estudo, Ab’Sáber identifica no semi-árido brasileiro, mesmo que não relacionados diretamente às condições climáticas, alguns aspectos de desertificação relacionados à atividade humana.

(...) três séculos de atividades agrárias rústicas, centradas no pastoreio extensivo, e algumas décadas de ações deliberadas de intervenção antrópica, com acentuado crescimento demográfico paralelo, terminaram por acrescentar feições de degradação pontuais, de fácil reconhecimento nas paisagens sertanejas, sob a forma de ulceração dos tecidos ecológicos regionais. Ainda uma vez, sem que tenham ocorrido mudanças climáticas recentes, processaram-se efetivos quadros locais ou subregionais de desertificação antrópica ( Ab’Sáber, 1977: 2-3).

Para Ab’Sáber, alguns fatores, enumerados no seu trabalho, contribuem para uma predisposição ao surgimento de áreas com características de desertificação.

O que se pode inferir pela descrição do autor é que tais fatores exercem mais efeitos sobre o que ele define de savanização do que de desertificação. E o próprio autor reconhece que é difícil fazer generalizações sobre desertificações nos cerrados. “A idéia de um domínio do cerrado em processo generalizado de desertificação em prolongamento à semi-aridez das caatingas é um esforço de generalização inconsistente” ( Ab’Sáber,1977:6- 13).

Em estudos mais recentes sobre o processo de desertificação no Nordeste, Conti (1998) chama atenção para o fato de que, mesmo tendo diversos estudos apontando locais com o princípio de desertificação ou ‘aviltamento ambiental’, não consta nenhum lugar em que o processo seja irreversível. “A ação antrópica e os mecanismos naturais podem atuar de forma solidária e intercambiar influências. Contudo, a degradação que se manifesta nessa região e em outras do território brasileiro não conduz necessariamente a um processo sem retorno”(Conti, 1998: 73).

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Analise Histórica da Pobreza Nordestina – A questão da seca e do atraso industrial.

a) Nos séculos XVI e XVII: Neste período histórico a região nordeste poderia ser considerada uma área de atração populacional em

decorrência da ascensão da atividade canavieira. b) Na transição do século XVII para o XVIII:

A partir desse período o Nordeste passa a ser considerado uma área de repulsão populacional em decorrência da decadência da atividade canavieira. Essa decadência deveu-se a concorrência do açúcar que passou a ser produzido nas Antilhas pelos holandeses.

c) Do século XIX até meados do século XX (déc50): Nesse período a elite política passou a relacionar a pobreza com a seca. Dessa forma segundo a elite a única

maneira de minimizar a pobreza era combatendo a seca e para isso adotou a solução hidráulica que consistiu na construção e inúmeros poços e açudes. Essa suposta solução ganhou força a partir da década de 30 com o governo Vargas com a criação do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca). Porém essa medida não minimizou o problema, haja vista, que a maioria dos poços e açudes foi construída em propriedades da própria elite caracterizando a Indústria da Seca.

*Indústria da Seca: maneira pela qual a elite formada por políticos, usineiros, industriais, fazendeiros e coronéis tiram proveito da seca enquanto que a população realmente afetada pela seca fica cada vez mais flagelada. Uma das formas de caracterizar a indústria da seca é através do desvio de verbas públicas que deveriam ser aplicadas no combate aos efeitos da seca. Outra forma de caracterizar a indústria da seca é através do contexto político no qual a elite se utiliza de mecanismos objetivando obter votos para se fortalecer ou se perpetuar no poder.

d) Da década de 60 até início da década de 90

- Elite: Pobreza X Atraso Industrial. - Solução Industrial e Energética. - Solução Industrial: Sudene (incentivos fiscais). - Solução Energética: CHESF (energia barata e abundante). - Década de 80: Foi inegável o crescimento industrial nordestino. - Não minimizou a pobreza devido fatores, tais como: - Não absorveu adequadamente a mão de obra regional. - A produção visa outros mercados. - Crescimento industrial heterogêneo.

A partir dessa década a elite política passou a relacionar a pobreza com o atraso industrial da região. Dessa forma segundo a elite a única maneira de minimizar a pobreza era tirando o atraso industrial da região e para isso a elite política adotou a solução industrial e energética. A solução industrial ficou sob a direção da SUDENE (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) que através de incentivos fiscais passaria a atrair atividades industriais para a região. A solução energética ficou sob a direção da CHESF (Companhia Hidrelétrica do São Francisco) com o objetivo de fornecer energia barata e abundante para a atividade industrial que passaria a se instalar na região.

Foi inegável o crescimento industrial da região nordeste, principalmente na década de 80, porém esse crescimento pouco contribuiu para minimizar a situação de pobreza na região em decorrência de alguns fatores, tais como: - Grande parte das indústrias que se estabeleceu na região não absorveu adequadamente a mão de obra regional. - Essas indústrias em parte não produzem para atender as necessidades do mercado consumidor da região. - A concentração industrial não foi homogênea e acabou por se concentrar em determinados Estados como Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão em detrimentos de outros Estados.

Nesses Estados algumas áreas se destacaram, tais como:

- A parte oeste do Maranhão devido o pólo siderúrgico de Carajás. - O sul do Maranhão e Oeste da Bahia devido o cultivo mecanizado da soja. - As regiões metropolitanas de Recife, Salvador e Fortaleza devido respectivamente as indústrias eletro-eletrônica, petroquímica (pólo petroquímico de Camaçari) e têxtil. - O sul da Bahia devido a atividade exportadora do cacau. - As principais capitais litorâneas devido o turismo. - O vale do rio São Francisco entre as cidades de Juazeiro, na Bahia e Petrolina, em Pernambuco devido o cultivo irrigado para a exportação de uvas e frutas tropicais

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EXERCÍCIO 01. (UEPB/2005) À Moda do Umbuzeiro – Socorro Lira [...] Mais um sertanejo forte Do Nordeste brasileiro Da extinção e má sorte, Salve o herói umbuzeiro. Do sertão ao cariri Se boa chuva não vem O pobre fica ali Se vale só do que tem: [...] [...] Na caatinga do Nordeste Salve o valente umbuzeiro Seu fruto verde azedinho [...] [...] O matuto alimentou [...] Só não resiste a maldade Do arado capitalista. A partir do fragmento da composição, o professor de Geografia pode levantar questões sobre: I. A biodiversidade do bioma caatinga e a importância da sua preservação II. A relação homem/natureza e a reprodução do espaço no modo de produção capitalista. III. O problema da seca como determinante do flagelo e pobreza do povo nordestino. Estão corretas apenas as proposições: a) I e II b) II. c) I e III d) I, II e III. e) II e III. 02. Com relação às características geográficas das sub-regiões do Nordeste brasileiro, assinale a opção correta: a) O Meio Norte, caracterizado por clima úmido, foi ocupado em função de uma pecuária intensiva. b) O Sertão, marcado pela semi-aridez, foi inicialmente ocupado graças à agricultura de subsistência. c) A Zona da Mata foi a zona de ocupação inicial do Nordeste brasileiro. d) O Agreste corresponde à zona de transição entre o Sertão e o Meio Norte. e) Cerrado tem como atividade predominante o extrativismo vegetal de babaçu e carnaúba. 03. (UFPA) É uma área de transição dentro do território nordestino, misturando-se uma vegetação exuberante com plantas xerófilas. Seus primeiros povoadores foram criadores de gado. Durante muito tempo destacou-se enquanto área produtora de cereais da região Nordeste, hoje a pecuária volta a ocupar grande parte das terras, levando a derrubada das matas remanescentes para o plantio de pastagens. As características acima identificam uma sub-região do Nordeste brasileiro denominada: a) Nordeste ocidental. b) Agreste. c) Sertão. d) Zona da Mata. e) Meio Norte. ANOTAÇÕES:

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01. (CEFET-ADAPTADA) Considere as seguintes afirmações:

I - O processo migratório que marca a mobilidade sul-norte tem basicamente um caráter político. II - Em lugar de buscarem soluções para a questão da migração os europeus insistem em tratar o assunto reprimindo o fluxo migratório. III - Diante da mão-de-obra barata e indesejada a Migração das populações africanas tem se constituído em uma importante reserva de mão de obra barata.

Estão corretos os itens:

( ) 02. (GEORGINA-2008) Considerando a evolução do modo de produção capitalista:

I - O feudalismo foi o modo de produção que antecedeu ao capitalismo. II - A geografia do feudalismo desenhava um espaço europeu diferente do espaço do capitalismo, especialmente porque no primeiro o espaço rural era mais importante enquanto que o segundo tem uma expansão mais significativa nos espaços urbanos. III - Pelas suas características o capitalismo está associado a espaços desarticulados e com tendência a auto-suficiência.

Estão corretos os itens:

( ) 03. (GEORGINA-2008) Analise o texto, a seguir responda as questões abaixo:

“O capitalismo, enquanto modo de produção encontra terreno firme para a sua formação a nível político, através da aliança estabelecida entre o capital comercial e a realeza, e a nível do ideológico, através das doutrinas mercantilistas. É o processo da acumulação primitivista”.

(SPOSITO, M,1989, p.38) a) Quais são os dois pilares do modo de produção capitalista? ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

b) Que tipo de Estado deu amparo ao Capitalismo Comercial? ___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

___________________________________________________

04. (GEORGINA-2008) Analise a figura e o texto, a seguir escolha a alternativa correta: “Dentre as múltiplas denominações aplicadas ao nosso tempo, nenhuma é mais expressiva que a de período tecnológico. A técnica, esse intermediário entre a natureza e o homem desde os tempos mais inocentes da história, converteu-se em objeto de uma elaboração científica sofisticada que acabou por subverter as relações do homem com o meio, do homem com o homem, do homem com as coisas, bem como as relações entre as nações. A brutalidade das transformações ocorridas na totalidade do mundo, no curso dos últimos trinta anos, impede-nos de pensar que o passado, embora próximo, seja ainda dominante. Trata-se de uma fase inteiramente nova da história da humanidade”.

(SANTOS, M. 2007, p.16) a) As setas demonstram uma interdependência entre as esferas deixando claro, entretanto que o comando é das esferas da natureza. b) As transformações a que o texto se refere estão sintetizadas no gráfico no posicionamento das esferas. c) O texto faz referência ao atual período tecnológico enquanto que o gráfico pode representar qualquer etapa da história da humanidade, uma vez que a técnica existe desde antes da ciência. d) Não há relação entre o texto que evidencia a terceira revolução industrial e o gráfico que mostra um mundo presidido pela natureza. 05. (GEORGINA-2008) Analise o mapa abaixo:

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A configuração espacial do continente africano evidenciada no mapa está relacionada:

a) Ao processo de descolonização que ocorreu após a guerra fria. b) A terceira revolução industrial quando q União Européia executou várias intervenções no continente como objetivo de reduzir os conflitos civis. c) Ao resultado da ação imperialista da Europa no século XIX, em função da Conferência de Berlim. d) Apesar da gravidade da intervenção européia as conseqüências atualmente desse evento são pouco perceptíveis. e) A partilha redesenhou as fronteiras internas do continente sendo essa a única causa até os dias atuais dos conflitos, que assolam a região. 06. (GEORGINA -2008) As alternativas abaixo trazem conjuntos que devem estar relacionados entre si, assinale a que não apresenta coerência entre os termos. a) Estado interventor/ Keynesianismo/ pós-crise de 29. b) Estado Absolutista Monárquico/ Expansão marítima e comercial. c) Estado não interventor/ liberalismo econômico/ Estado forte. d) Estado regulador/Neoliberal/pós Guerra fria e) Estado do bem estar social/ interventor/ melhor qualidade de vida. 07. (UERJ – ADAPTADA) A partir da análise do gráfico, pode-se concluir que:

a) A tendência de concentração econômica desapareceu na atual fase do capitalismo. b) Existe uma tendência de descentralização industrial planetária. c) As grandes empresas estão localizadas nos países desenvolvidos. d) Evidencia-se a formação de vários trustes e cartéis. e) Existem claramente oligopólios na representação do gráfico.

08. Analise o quadro abaixo: A atual Divisão Internacional do Trabalho é bem mais complexa do que aquela encontrada ao longo da Segunda Revolução Industrial . Hoje há maior variedade de formas de integração dos países às redes globais de produção e circulação de riquezas. As representações gráficas acima foram feitas usando a técnica da anamorfose, a qual altera a área dos territórios de modo proporcional à informação que se quer apresentar. A diferença de participação dos Estados Unidos, no primeiro e no segundo gráficos, pode ser explicada em função dos seguintes fatores: a) Declínio das empresas e crise das multinacionais asiáticas. b) Participação do país no NAFTA e desenvolvimento acentuado da indústria bélica. c) Sucessão de crises no setor da informática e grande número de bancos globais. d) Elevação do custo de produção no território nacional e liderança no setor de informática. 09. Forma de concentração econômica em que a OPEP se enquadra: a) Trustes b) Cartéis c) Corners d) Dumping e) Holding 10. Quando o preço de venda da mercadoria está abaixo do custo de produção podemos dizer que: a) Ocorre um cartel b) Está formado um monopólio c) Criou-se um truste d) A empresa ou país estão fazendo dumping e) É apenas uma promoção.

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SISTEMA ECONÔMICO CAPITALISTA 1- Define-se o Capitalismo como um sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção (terras, máquinas e infra-estrutura) e propriedade intelectual, objetivando o lucro através do risco de investimento, nas decisões quanto ao investimento de capital feitas pela iniciativa privada, e com a produção, distribuição e preços dos bens, serviços e recursos-humanos afetados pelas forças da oferta e da procura. 2- HISTÓRICO: 2.1) ANTECEDENTES:

O surgimento dos primeiros comerciantes e artesãos livres nas pequenas cidades medievais e nas feiras em torno dos burgos, oi o germe de uma nova sociedade, que no decorrer de alguns séculos, substituiria o sistema feudal.

O feudalismo foi o modo de produção que antecedeu ao capitalismo, dominou parte do mundo, em especial o ocidental entre os séculos V e XV. Esse modo de produção determinava uma organização espacial muito específica em que predominavam as atividades rurais, o poder político era descentralizado, havia uma tendência nos lugares pela auto-suficiência, as classes sociais se relacionavam pelo vínculo da servidão e os feudos eram quase sempre isolados daí a ordenação espacial fragmentada. A partir do século XI, ocorreram grandes transformações sócio-políticas que culminaram com o declínio do feudalismo. 2.2) EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Capitalismo Comercial – considerada como a primeira etapa do capitalismo, teve início com a expansão marítima no final do XV e se estendeu até o século XVIII. Nesse período, ocorreram as Grandes Navegações, o seu desenvolvimento está relacionado busca de caminhos alternativos para as Índias, que pudessem escapar das áreas conquistadas pelos turcos otomanos e da hegemonia das cidades italianas no comércio mundial naquela época.

No Capitalismo Comercial as relações Europa - mundo assumem o padrão dominação-subordinação, isso ocorre pelas conquistas territoriais e pelos mecanismos para mantê-las tais como: escravização de índios e negros na América e África.

Durante esse período, o grande acúmulo de capitais se dava na esfera do comércio, portanto, no espaço da circulação. A doutrina vigente era a mercantilista, que defendia a intervenção dos Estados na economia, a fim de promover a prosperidade nacional e

aumentar o poder do Estado. Nesse sentido, defendia a acumulação de riquezas no interior dos Estados, sendo assim a riqueza e o poder de um Estado eram medidos pela quantidade de metais preciosos que possuía (metalismo).

O Estado era protecionista em relação as manufaturas existentes, restringindo a importação de manufaturados.

Uma característica deste período, o Estado forte (Absolutismo Monárquico), para sustentar e dar apoio à expansão marítima e comercial, pois dessa forma se estabeleceria o pacto colonial, uma vez que, as colônias tinham que obrigatoriamente manter relações comerciais com as metrópoles, sendo essas relações marcadas pela dominação, em que a colônia tinha que vender seus produtos a preços baixos e comprar produtos a preços altos.

O processo de evolução do capitalismo é considerado lento, pela maioria dos estudiosos, isso porque ele vai ocorrer dentro das classes sociais e na política dos Estados, é importante observar, o quanto o papel da cidade foi fundamental na etapa de transição, pois, durante a Idade Média na vigência do feudalismo, observa-se que nos burgos é que viviam os comerciantes e estava aí a riqueza por eles acumulada ao mesmo tempo em que se concentravam os artesãos, que produziam o necessário a atividade comercial.

Portanto, o capitalismo surge na cidade, no centro da economia urbana, ainda no seio da sociedade feudal. A etapa acima descrita é conhecida como acumulação primitiva de capital, é exatamente ela, que prepara, com uma conjugação de fatores, a próxima etapa do capitalismo, que é a industrial. Capitalismo Industrial - É a etapa de consolidação do modo de produção capitalista, uma vez que consagra o trabalho assalariado e desvenda a essência do sistema que é o lucro, é exatamente nesta etapa, que a transformação fica mais evidente, com as mudanças definitivas nas relações econômicas, políticas, sociais e culturais. a) 1ª Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII até meados do século XIX.

Ocorreu na Inglaterra A mecanização se estendeu do setor têxtil para a

metalurgia b) 2ª Revolução Industrial ocorreu no século XIX e promoveu a reconfiguração da Europa e de parte do mundo sob sua influência. A 2ª revolução industrial implicou na expansão do fenômeno por outros países europeus e ainda EUA e Japão. Foi um período marcado pela intensificação da rivalidade política e econômica nos

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chamados países centrais do sistema gerando uma era conhecida como IMPERIALISMO. Aspectos importantes:

Consolidação do Sistema Capitalista Grande impulso a urbanização Período de grandes inovações tecnológicas como trens a

vapor, automóveis revolucionaram os transportes. Surgimento das formas de concentração econômica

como trustes, cartéis e oligopólios. Partilha Afro-asiática ou Conferência de Berlim

TEXTO COMPLEMENTAR

Com a revolução industrial, o trabalho assalariado torna-se consolidado, pois os salários são as formas pelas quais os trabalhadores além de se tornarem mais produtivos, serão também os consumidores.

Portanto, nessa etapa do capitalismo, a escravidão vai desaparecendo, dando lugar ao trabalho assalariado posto que, começa a se tornar bem clara a necessidade de se ampliar mercados consumidores, a outra alteração significativa, diz respeito ao Estado Absolutista, que na fase anterior do capitalismo, foi útil a burguesia comercial, mas dentro dos novos princípios da burguesia industrial houve uma grande alteração, que é a formação de uma nova ideologia econômica, onde o Estado não deveria intervir, é o liberalismo econômico (as bases do liberalismo econômico foram difundidas no livro As Riquezas das Nações de Adam Smith), se contrapondo ao Estado forte do capitalismo comercial.

“Essas novas idéias interessavam principalmente à Inglaterra, “oficina do mundo” – devido ao seu avanço industrial – e “rainha dos mares”-devido ao seu poderio naval. O país vendia os seus produtos nos quatro cantos do planeta. Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam velozmente; aprofundava-se a divisão de trabalho e crescia a produção em série. Nessa época, segunda metade do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das características mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Pela primeira vez tendo como pioneiros os Estados Unidos e a Alemanha, a ciência era apropriada pelo capital, ou seja, era posta a serviço da técnica, não mais como na Primeira Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, quando os avanços tecnológicos eram resultados de pesquisas espontâneas e autônomas. Agora havia uma verdadeira canalização de esforços por parte das empresas e do Estado para a pesquisa científica com o objetivo de desenvolver novas técnicas de produção”.

( SENE, Eustáquio de & MOREIRA, João Carlos. Espaço Geográfico e Globalização. p.21-2)

O crescimento da indústria, levou a expansão da atividade econômica para outras nações européias, era o processo de industrialização avançando e como conseqüência ampliou-se a concorrência entre as potências européias, que buscavam cada vez mais áreas de matérias-primas, bem como, regiões que pudessem se transformar em mercados consumidores e novas áreas de investimentos, é dentro desse contexto, que se configura a expansão imperialista na Ásia e na África, inclusive, em 1885 o continente africano foi dividido entre as potências européias, sem o menor respeito pelas populações nativas, o que até hoje se traduz em graves conseqüências, como os conflitos de territorialidades, que marcam aquele espaço.

A definição de áreas de influência das potências européias foi de grande vantagem para as potências maiores, na época a França e o Reino Unido, os demais países industrializados da Europa, contentaram-se com porções menores do território, ou apenas conservaram alguns domínios anteriores.

Assim, a ordem mundial vigente naquela época, definia a Divisão Internacional do Trabalho, bem como as áreas de influência das potências européias.

Dentro da divisão, ficou claro que os países industrializados, exerciam controle econômico e político sobre as regiões coloniais, onde uma economia complementar estava subordinada a eles.

Além das potências européias, os Estados Unidos da América, se definia como potência industrial e por isso também, dentro de uma política imperialista passa a influenciar de sobremaneira a América Latina (América para os americanos). Na Ásia, o Japão reestruturado na era Meiji, emergiu como potência e adotou uma política imperialista no extremo-oriente, disputando a China, com os britânicos e com os russos.

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CAPITALISMO FINANCEIRO Desde o final do século XIX, o crescimento das

empresas gerou uma forte concorrência entre elas, que promoveu fusões e incorporações, isso resultou então no surgimento do monopólio e do oligopólio.

A partir daí surge o Capitalismo Financeiro, que apesar de suas raízes estarem fincadas no final do século XIX, só após a 1ª Guerra Mundial é que essa etapa se consolidou, pois aí surgem grandes empresas, que estão presentes até os dias atuais.

Estava se delineando a nova realidade do mercado internacional, onde as empresas para poderem se expandir abriam seus capitais, tornando atraente o mercado de ações e esse mecanismo tornou também o banco poderoso, pois representará o próprio investidor. Apesar de ter vários sócios a empresa tem um controlador, que é o sócio majoritário, que pode ser uma pessoa, um grupo de pessoas, uma empresa ou um banco.

O contexto tornou o liberalismo econômico um plano ideológico, uma vez que a cada momento o monopólio tornava-se cada vez mais presente, substituindo a livre concorrência e o livre mercado.

A disputa entre as potências econômicas européias acabou por acirrar as disputas internas o que desencadeou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), cujas conseqüências foram importantes mudanças geopolíticas no continente europeu. Nesse período, vale destacar que ocorreu em 1917 a Revolução Russa, que implantou pela primeira vez o modo de produção socialista, cuja estrutura é oposta a do capitalismo.

Além da reordenação política percebem-se pós-1ª Guerra à tentativa clara americana de ampliar a presença no território europeu, o que só acontece parcialmente, pois a crise de 1929 abalou as estruturas do capitalismo, levando a profundas modificações no sistema, que buscou novas formas de proteção, uma outra alteração significativa é a troca do modelo liberal pelo modelo Keynesiano (cujo principal teórico foi John Maynard Keynes).

Neste período as conquistas tecnológicas continuaram marcando a economia tanto quanto a instabilidade política, tornava-se cada vez mais acentuada com o crescimento de ideologias extremistas, caminhou-se assim para a 2ª Guerra Mundial (1939-1945).

É durante a etapa do Capitalismo Financeiro, que os trustes e cartéis tornam-se cada vez mais presentes.

O capitalismo financeiro revela um modo de produção onde os bancos assumem gradativamente o controle de outras empresas, dessa forma funde-se o banco com a indústria e até mesmo com as demais atividades como agricultura, pecuária e mineração.

“No início do século XX surgiram nos EUA duas importantes revoluções no processo produtivo, com a adoção de dois métodos de organização de trabalho: o taylorismo e o fordismo”. O objetivo do taylorismo era

atingir a máxima eficiência no processo produtivo com maior economia de tempo. O Taylorismo consistia na sistematização e padronização do trabalho, por meio de uma definição precisa do modo como cada uma das etapas da produção deveria ser realizada e do tempo que deveria ser despendido em cada uma delas.

Henry Ford criou o processo de fabricação por meio da linha de montagem. O fordismo levou ao extremo a especialização do trabalho. Cada operário passou a executar uma ou duas operações sem sair de seu setor. Esse método também foi estendido e generalizado aos outros setores de produção. O fordismo e o taylorismo adaptaram o trabalho humano ao da máquina, transformando-o em uma engrenagem a mais e complementar à linha de montagem. A permanência do operário na fábrica foi substituída pela rotatividade freqüente. O modelo de produção implantado por Henry Ford foi fundamental à instalação de unidades de produção em outras regiões do mundo, onde a fabricação de mercadorias baseada na montagem em etapas não exigia, em princípio, qualificação de boa parte da mão-de-obra. “O aumento da produtividade com a racionalização do trabalho, advinda do taylorismo e do fordismo, mostrou-se surpreendente, indo de encontro às necessidades das empresas capitalistas de aumentarem também os seus lucros.”

Atualmente vive-se a principal etapa do capitalismo financeiro que é a globalização.

ETAPA ATUAL DO CAPITALISMO: A GLOBALIZAÇÃO

A atual etapa do capitalismo é a globalização, o fato está relacionado a própria evolução do modo de produção capitalista, que traz na sua essência o caráter expansionista, do mesmo modo que o colonialismo se relacionou com a etapa comercial e o imperialismo com a fase industrial, a globalização também traz o caráter expansionista típico do sistema, uma vez que, visa aumentar mercados consumidores e conseqüentemente ampliar os lucros, para isso os capitais produtivos e especulativos circulam pelo planeta, mas dentro da nova ordem mundial, a expansão traz um dado novo que é a forma como ela acontece, pois afinal agora a invasão é sutil e não necessita de armas, muito menos de violência física explícita. Entretanto, a invasão high-tech é eficaz, pois, trata-se de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas.

Atualmente, as grandes batalhas são travadas nas bolsas de valores e os generais são na verdade os executivos, os especialistas financeiros, uma outra face deste momento é a transversalidade, isso é

BOLSA DE NOVA IORQUE

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possível graças ao aparato tecnológico, que sustenta a globalização, ele criou também os valores dos cidadãos globalizados, aqueles que podem perfeitamente se integrar, nas mais diferentes regiões do planeta.

Hoje, o maior desafio das empresas, é a eficiência, pois isso, as coloca no mercado de uma maneira mais competitiva, para tal, o grande aliado tem sido o avanço tecnológico das comunicações, através de satélites, rede de computadores, telefones fixos e móveis, pode manter informação atualizada, em tempo real sobre os mais diversos assuntos, outro importante vetor da globalização é o transporte, que avançou muito nos últimos anos e reduziu o tempo para se cobrir distâncias, favorecendo a relação comercial.

O processo de globalização alterou as políticas empresariais do mundo, que passam por uma reordenação, com a ocorrência das mega fusões, os grupos financeiros e industriais, preparam-se para enfrentar as novas determinações do mercado, que tem caráter essencialmente econômico. Nestes campos de batalha, entra em jogo a tecnologia usada pela informação. É como se o mundo tivesse encolhido.

Devemos observar que do ponto de vista histórico, a globalização está sendo construída ao longo dos últimos 500 anos, porém devido a determinada especificidade do mundo atual, ela se concretiza hoje com uma velocidade que nos surpreende.

Outra face da globalização é a invasão de mercadorias e consequentemente uma pressão por novos modelos de consumo e alteração de hábitos e valores.

E finalmente, a chegada do capital produtivo, essa geralmente é uma etapa muito mais lenta, mesmo assim somos capazes de perceber a sua ação, uma vez que busca a mão-de-obra barata, os incentivos fiscais e os subsídios.

Mas, a globalização não se processa da mesma forma, nem com a mesma intensidade em todos os lugares do mundo. Ao mesmo tempo em que determinadas coisas se globalizam, outras se tornam mais locais, é o caso das administrações municipais, que buscam o conceito de orçamento participativo, isto significa uma atenção específica para determinado local, outro indicativo desta complexidade, é o fato de que existe uma tendência de descentralizar a saúde e a educação, é o atendimento local como prioridade sobre o global.

Outro fator é a velocidade dos fatos e das ações,

que varia de lugar para lugar, por exemplo: executamos uma operação financeira em uma bolsa de valores localizada no oriente, mais rápido do que atravessamos dois bairros da cidade grande em horários de “rush”.

A relação tempo – espaço foi profundamente alterada, com a criação das redes de computação, pois a partir do momento que estamos interligados, não existe nem espaço nem tempo separando os que nela estão conectados.

Um dos desafios, da globalização e do avanço tecnológico que a acompanha, são as invasões, que tanto podem ser para se efetuar negócios nas bolsas ou para privilegiar o capital especulativo, que é conhecido como capital vodu, esse capital é originário em sua maior parte de pequenos poupadores, principalmente de países ricos, que procuram investir em fundos de pensão, com o objetivo de ter uma velhice mais tranqüila, esse montante é transferido para mercados emergentes, onde as taxas de juros elevadas funcionam como atrativo para o mesmo. Esse mecanismo, por outro lado, favorece governos desses países, que passam a utilizar esses montantes para encobrir muitas vezes a realidade da economia nacional.

CONCEITOS BÁSICOS 1- LIBERALISMO ECONÔMICO - O Estado não intervém na economia. 2- KEYNESIANISMO – Estado interventor 3- REVOLUÇÃO TECNOCIENTÍFICA INFORMACIONAL – 3ª Revolução Industrial. 4- CAPITAL PRODUTIVO – É aquele obtido pela atividade de produção, geração de mercadorias. 5- CAPITAL ESPECULATIVO – É resultado de aplicações financeiras dos fundos de pensão, geração de recursos financeiros.

EXERCÍCIO

01. Historicamente, que modo de produção antecedeu o capitalismo? 02. Qual a principal característica do modo de produção capitalista? 03. O que são cartéis? 04. Qual a relação do Imperialismo europeu com os conflitos da África? 05. Qual a diferença entre Liberalismo e Keynesianismo? 06. Cite 2 importantes acontecimentos do período conhecido como Capitalismo Comercial? 07. O que é mais-valia absoluta? 08. O que significa tempo real? 09. O que é dumping? 10. O que são trustes?