Versatil Magazine Edição 23

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Educação Progressão continuada Bem-estar Yoga por André De Rose Esporte O que é definição? Meio Ambiente Contribuindo para a diminuição da poluição Gastronomia Arquiteta das massas e Ode ao Panetone Turismo Para viajantes de primeira viagem Negócios Décimo terceiro salário

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Revista Versátil Magazine edição 23

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EducaçãoProgressão continuada

Bem-estar Yoga por André De Rose

EsporteO que é definição?

Meio AmbienteContribuindo para a diminuição da poluição

Gastronomia Arquiteta das massas e Ode ao Panetone

TurismoPara viajantes de primeira viagem

NegóciosDécimo terceiro salário

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GRANJA VIANA 205x265 RECH.FH11 Fri Dec 03 10:35:39 2010 Page 1

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SUMáRIO

8 EducaçãoProgressão continuada

12 Bem-estar Yoga por André De Rose

16 EsportesO que é “definição”?

18 Meio AmbienteContribuindo para a diminuição da poluição

20 Entrevista Exclusiva com Creedence

24 Gastronomia Arquiteta das massas e Ode ao Panetone

28 TurismoPara viajantes de primeira viagem

34 NegóciosDécimo terceiro salário

36 Mix cultural

42 Diversatilidade

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Publieditorial

Nos dias 27 e 28 de novembro, a ACR Criare participou do Vira Cultura, onde montou uma cozinha gourmet no Espaço Gastrono-

mia. Organizado pela NEXTEL no Conjunto Nacio-nal, o evento reuniu durante 35 horas ininterruptas diversas manifestações artísticas contemporâneas, ma-peando o futuro da literatura, das artes e do entreteni-mento. Dos sete renomados experts em gastronomia que � zeram parte da programação, seis se apresentaram na cozinha planejada da ACR Criare. Quem inaugurou o espaço com um bate-papo sobre o tema “O produto antes da Receita” foi Raphael Des-pirite, que discorreu sobre a importância de conhecer as propriedades e características dos ingredientes, para assim poder empregá-los na cozinha da melhor forma possível.Já a renomada cozinheira Heloisa Bacellar utilizou o forno da cozinha Criare para preparar um “Crumble de Espinafre”. Enquanto cozinhava, Helo falava sobre as relações afetivas envolvendo a comida no dia-a-dia e a importância da mesa na vida das pessoas. Mostrou aos participantes que é possível encantar com receitas e pratos nada complicados e que uma simples “marmita” preparada com carinho pode ser muito especial.Já Márcio Silva, consultor de coquetéis do SubAstor, contou sobre a evolução histórica dos grandes coquetéis nos dias de hoje. Para ele, preparar um drink é levar às pessoas sabor, textura, perfume e visual.Tatá Cury possibilitou ao público do Vira Cultura aprender as diversas possibilidades de servir as comidi-

nhas que encantam e surpreendem as pessoas. Para de-gustação, ela preparou na Cozinha Gourmet um baião de dois e bolo de maçã e canela; o aroma das receitas invadiu o espaço e o público pode vivenciar diferentes sensações.Sabrina e Sílvia Jeha falaram sobre a identi� cação de ma-tos comestíveis e medicinais. Além do reconhecimento dos principais condimentos e temperos frescos utiliza-dos na culinária, elas também deram dicas do uso dos condimentos e ervas no dia a dia. Silvia Jeha é nutricio-nista, herborista e especialista no cultivo de ervas medi-cinais e aromáticas. Sabrina Jeha é geógrafa, herborista e consultora em � toterapia.Para fechar com chave de ouro a programação gastro-nômica, o ator e cineasta Paulo Tiefenthaler cozinhou e conversou com o público num mix de personagens, abordando temas como culinária amadora e novos for-matos de TV e internet.A cozinha planejada pela ACR Criare especialmen-te para o evento era de um amadeirado lançamento de fábrica, o Athena, que será exclusivo da Criare por 02 anos, em composição com o acabamento branco dia-mante. Com espaço otimizado, os palestrantes enquan-to cozinhavam, interagiam com o público.Desde a primeira edição, em 2009, o Vira Cultura con-sagrou-se como um pólo agregador de talentos das mais diversas áreas (artes, bem estar, cinema, gastronomia, infantil, literatura, música e performance), apresentados ao público através de sua extensa programação.Dormiu, perdeu!

Pensou em móveis planejados, conte com a ACR Criare

Criare Granja VianaRua dos Manacás, 228Km 25,5 da Raposo TavaresJd. da Glória | Fone: (11) 4702-1149

Criare InterlagosAv. Interlagos, 2225, Lj. Arco 167Shopping Interlar | Fone: (11) 5679-6006

ACR Criare monta Espaço Gourmet no Vira Cultura e recebe nomes importantes durante as 35 horas de evento

Quem dormiu, perdeu.

O Crumble de Espinafre foi preparado na cozinha planejada ACR Criare.

Heloisa Bacellar cozinha enquanto interage com o público participante.

Todos degustaram e aprovaram o prato preparado pela renomada cozinheira.

An Rev Versátil dezembro.indd 1 12/3/10 2:49 PM

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Publieditorial

Nos dias 27 e 28 de novembro, a ACR Criare participou do Vira Cultura, onde montou uma cozinha gourmet no Espaço Gastrono-

mia. Organizado pela NEXTEL no Conjunto Nacio-nal, o evento reuniu durante 35 horas ininterruptas diversas manifestações artísticas contemporâneas, ma-peando o futuro da literatura, das artes e do entreteni-mento. Dos sete renomados experts em gastronomia que � zeram parte da programação, seis se apresentaram na cozinha planejada da ACR Criare. Quem inaugurou o espaço com um bate-papo sobre o tema “O produto antes da Receita” foi Raphael Des-pirite, que discorreu sobre a importância de conhecer as propriedades e características dos ingredientes, para assim poder empregá-los na cozinha da melhor forma possível.Já a renomada cozinheira Heloisa Bacellar utilizou o forno da cozinha Criare para preparar um “Crumble de Espinafre”. Enquanto cozinhava, Helo falava sobre as relações afetivas envolvendo a comida no dia-a-dia e a importância da mesa na vida das pessoas. Mostrou aos participantes que é possível encantar com receitas e pratos nada complicados e que uma simples “marmita” preparada com carinho pode ser muito especial.Já Márcio Silva, consultor de coquetéis do SubAstor, contou sobre a evolução histórica dos grandes coquetéis nos dias de hoje. Para ele, preparar um drink é levar às pessoas sabor, textura, perfume e visual.Tatá Cury possibilitou ao público do Vira Cultura aprender as diversas possibilidades de servir as comidi-

nhas que encantam e surpreendem as pessoas. Para de-gustação, ela preparou na Cozinha Gourmet um baião de dois e bolo de maçã e canela; o aroma das receitas invadiu o espaço e o público pode vivenciar diferentes sensações.Sabrina e Sílvia Jeha falaram sobre a identi� cação de ma-tos comestíveis e medicinais. Além do reconhecimento dos principais condimentos e temperos frescos utiliza-dos na culinária, elas também deram dicas do uso dos condimentos e ervas no dia a dia. Silvia Jeha é nutricio-nista, herborista e especialista no cultivo de ervas medi-cinais e aromáticas. Sabrina Jeha é geógrafa, herborista e consultora em � toterapia.Para fechar com chave de ouro a programação gastro-nômica, o ator e cineasta Paulo Tiefenthaler cozinhou e conversou com o público num mix de personagens, abordando temas como culinária amadora e novos for-matos de TV e internet.A cozinha planejada pela ACR Criare especialmen-te para o evento era de um amadeirado lançamento de fábrica, o Athena, que será exclusivo da Criare por 02 anos, em composição com o acabamento branco dia-mante. Com espaço otimizado, os palestrantes enquan-to cozinhavam, interagiam com o público.Desde a primeira edição, em 2009, o Vira Cultura con-sagrou-se como um pólo agregador de talentos das mais diversas áreas (artes, bem estar, cinema, gastronomia, infantil, literatura, música e performance), apresentados ao público através de sua extensa programação.Dormiu, perdeu!

Pensou em móveis planejados, conte com a ACR Criare

Criare Granja VianaRua dos Manacás, 228Km 25,5 da Raposo TavaresJd. da Glória | Fone: (11) 4702-1149

Criare InterlagosAv. Interlagos, 2225, Lj. Arco 167Shopping Interlar | Fone: (11) 5679-6006

ACR Criare monta Espaço Gourmet no Vira Cultura e recebe nomes importantes durante as 35 horas de evento

Quem dormiu, perdeu.

O Crumble de Espinafre foi preparado na cozinha planejada ACR Criare.

Heloisa Bacellar cozinha enquanto interage com o público participante.

Todos degustaram e aprovaram o prato preparado pela renomada cozinheira.

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EdItORIal ExpEdIEntE

Cá EntRE nóS

Versátil Magazine é uma publicação mensal, distribuída gratuitamente e não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação fornecida, bem como pelas opiniões emitidas nesta edição. Todos os preços e informações apresentados em anúncios publicitários são de total responsabilidade de seus respectivos anunciantes, e estão sujeitos a alterações sem prévio aviso. É proibida a reprodução parcial ou total de textos e imagens publicados sem prévia autorização.

Muitas lutas, conquistas e realizações. A Versátil faz três anos e estamos muito gratos. Com muita batalha chegamos até aqui e, hoje, temos a certeza da con-tinuidade de um projeto que vem, aos poucos, recebendo novos colaboradores, profissionais e leitores.Em dezembro de 2007, nossa primeira edição mostrava a intenção de trabalhar com temas que significam, para nós, valores que podem transformar a vida das pessoas para me-lhor: educação, cultura, meio ambiente e entretenimento. E pretendíamos imprimir qualidade a um veículo regio-nal. Eis a nossa inovação: transformar o popular “guia de bairro” ou “revista de bairro”, em uma revista de qualidade superior. Atingimos esta meta, pois os anunciantes e leitores vêm elogiando nosso trabalho a cada edição, o que nos motiva ainda mais a continuar. Tínhamos, também, a meta de firmar a marca da Versátil como veículo de qualidade editorial e gráfica, mantendo o perfil de distribuição gratuita. E, com o apoio imprescin-dível de nossos anunciantes, tornar a revista mais acessível a todos os empresários da região que desejassem um produ-to diferenciado, que relacionasse a sua marca a importantes marcas. Assim fizemos e, hoje, na 23ª edição, com periodicidade mensal, trouxemos anunciantes que agregaram mais valor ao nosso produto.Temos gratidão imensa ao apoio dos empresários que vis-lumbraram em nossa revista uma possibilidade de divulgar suas marcas e produtos aos melhores leitores. Porque a Versátil é isto: a melhor revista, para os melhores leitores.Que em 2011 possamos entregar a vocês um veículo ainda melhor!

MUITO OBRIGADA!

FALE COM A GENTE [email protected]

PublisherClaudia Liba

Redação: [email protected] Liba Valéria Diniz

Jornalista ResponsávelBruno PedroniMTB 42 231

ArteTiffani Hollack Gyatso [email protected]

Edição de Texto e RevisãoValéria Diniz [email protected]

Departamento comercialLourdes Penteado [email protected]

Pré-impressão, impressão e acabamentoW Gráfica

ColaboradoresDiversatilidade – Alexandre LourençoBem-Estar – André De RoseCharge – Fernando BalãoGastronomia – Gabriel LeicandEducação – Jefferson Baptista MacedoNegócios – Paulo Roberto Silva dos Santos Esporte – Marilia CoutinhoMeio Ambiente – Rubens BorgesEntrevista de Capa – Razael JuniorTurismo – Silvo Soares Macedo

Distribuição Butantã, Vila Indiana, Jd. Bonfiglioli, Jd. Esther, Jd. Guedala, Vl. Sonia, Vl. São Francisco, Pq. dos Príncipes, Granja Viana.

Publicação da ED + Comunicação Visual LTDA MECaixa Postal 53 862 CEP 05576 970São Paulo SP

Olá, escrevo para parabenizar a Revista Versátil Magazine pela edição que, muito especialmente, dedicou à questão da Consciência Negra. Uma ótima iniciativa!Edvaldo Coutinho – Vila São Francisco

Tudo de bom as seções Reverência e Irreverência! Adorei! Joana Maria de Carvalho - Parque dos Príncipes

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Job: 244691 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 244691-15846-13512-004DOAnEtna205x275_pag001.pdfRegistro: 10689 -- Data: 11:53:34 06/12/2010

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Diane Ravitch é uma das mais importantes pesquisa-doras na área de Educação da Universidade de Nova York. Foi secretária-adjunta de Educação e Conselheira do Secre-tário da Educação no governo de George Bush. Participou do National Assessment Governing Board, órgão responsável pela aplicação dos testes educacionais americanos, no governo de Bill Clinton. Ela também aju-dou a implantar os programas No Child Left Behind e Accountability, que seguem práticas corporativas para mel-horar a educação.Em entrevista recente ao jornal O Estado de São Paulo, Diane afirmou que o sistema americano em vigor forma alunos treinados apenas “para fazer uma avaliação”. Segun-do sua análise, um dos objetivos não cumpridos é ter 100% dos estudantes com proficiência até 2014. O país diminuiu exigências para atingir a meta e o resultado foi catastrófico: escolas fechadas por não a atingirem! Para a pesquisadora, “as melhores escolas têm alunos que nasceram em famílias que apóiam e estimulam a educação. Isso já ajuda muito a escola e o estudante”. No Brasil temos a Progressão Continuada, o Sistema de Co-tas e o ProUni tentando sanar os problemas educacionais. Nós acreditamos que a escola só pode melhorar com a in-tervenção da família na vida escolar. Exigindo qualidade e valorizando o conhecimento acima do poder aquisitivo, construiremos um país mais justo para todos.Para compreender melhor a situação educacional em nossa realidade, entrevistamos o Pedagogo e Professor Universi-tário Jefferson Baptista Macedo.

Versátil Magazine: A Universidade trabalha com sistema seriado e possibilidade de reprovação, mas, no Ensino Fun-damental da Rede Pública, o aluno é aprovado devido à Progressão Continuada. Como você analisa esta realidade? Jefferson: Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a progressão continuada acontece só para a Educação Básica. Veja só as contradições! O profes-sor, hoje, vive a sua prática como aluno, vive um paradoxo. Como aluno é de uma forma, mas, enquanto pedagogo, outra! Somam aí outros: muitos alunos na sala de aula, baixos salários, precisar trabalhar em vários lugares, o deslo-camento, a falta de condições. Não há acompanhamento do aluno como deveria, por não ter vínculo único com a escola onde leciona. Na prática, não tem funcionado.

Versátil Magazine: Por que você acha que acontece desta forma?Jefferson: Sem dúvida, o programa era para melhorar os índices perante outros países. Pra se ter uma ideia, a gente diminuiu drasticamente os números de crianças fora da es-cola nos últimos 10 anos. Só que estes alunos têm sido aprovados, mas estão completamente despreparados. Che-gam à Universidade sem conteúdos mínimos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. O aluno que não sabe interpretar textos, não sabe escrever, não tem raciocínio lógico. Veja como este ciclo é perigoso: eles serão os futuros professores! E o que a gente faz? Lamenta e tenta salvar algo. Hoje, há cursos de formação a distância para professores numa realidade de alunos que nunca foram reprovados, que “foram passados”. Este aluno vai fazer curso de Pedagogia a distância. Dá pra imaginá-lo como professor?

Educaçãopor Claudia Liba

Educ

ação

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Versátil Magazine: Como o professor da rede de ensino público pode intervir neste problema?Jefferson: Pode reprovar o aluno. Mas a questão é tão buro-crática, são tantas justificativas aos órgãos administrativos... Em vários casos, questionam até a didática do professor! Diante disto, o professor continua aprovando.

Versátil Magazine: Você pode relatar algum caso do seu trabalho com deficiências de aprendizagem? Jefferson: Tive um caso, como muitos outros, de uma cri-ança de 13 anos que chegou sem saber ler nem o próprio nome. Cursava já o 3º ano. Isso é fruto de um mecanismo que a excluiu socialmente. Porque o discurso não foi co-locado em prática, não deram “condições ao professor” de colocar em prática.

Versátil Magazine: De que maneira seria possível reverter o problema nas escolas? Jefferson: Favorecendo a permanência do professor na es-cola, diminuindo o número de alunos nas classes. Quando falamos de escola privada, ainda hoje é diferente a realidade quando comparamos com a escola pública. Na escola pri-vada, há uma postura diferente do professor, comprometi-mento diferente. Na escola pública, há muitos professores temporários que chegam para cumprir faltas, licenças. E muitos substitutos que são, inclusive, instruídos para que não tenham vínculo com o aluno. Então, na escola privada, ainda se poderia trabalhar com a progressão continuada, com a tutela de um professor que leve o aluno ao resul-tado positivo, à aprendizagem. Na pública, não se criaram condições para 20 crianças em sala de aula, o que seria ideal. Não é uma realidade que atende a demanda.

Versátil Magazine: Então, novamente, há a questão da ex-clusão social?Jefferson: Exatamente. Seria possível para quem tivesse condições de pagar. De novo, quem teria acesso a esta reali-dade é aquele que poderia pagar um valor em média 3 a 4 vezes a mensalidade de uma faculdade!

Versátil Magazine: Por que ainda se mantém esta reali-dade?Jefferson: Numa sociedade em que não se quer que haja igualdade, repartir a riqueza do país, diminuição e poder aquisitivo e aumento de outros, são muitos os aspectos. Não é interessante que o povo seja crítico, questionador. Nossos políticos são os mesmos desde a ditadura! Os novos são filhos deles. Precisam de uma massa manipulada para gerar riqueza para as elites. Precisamos de uma sociedade que pense e critique.

Versátil Magazine: O que você vislumbra para o profis-sional da educação? Jefferson: Minha visão não é otimista. Num curto prazo, não vejo melhora. Mas acredito, e por isso bato cartão aqui. A pessoa chega aqui com uma leitura de mundo limitada, comprometida, com valores éticos e morais distorcidos.

Versátil Magazine: Acha que é função do Estado “ensiná-los”? Jefferson: Primeiro é da família, que deve cobrar da escola. Mas os pais trabalham e transferem a educação para a esco-la. A escola não dá cota e este aluno chega à Universidade, sem saber dizer “obrigado”, “por favor”.

Versátil Magazine: Como se fosse sempre aprovado o que a criança faz? Jefferson: Sim. Daí a banalização da função do profes-sor. Há pessoas que gritam a favor de ensino de qualidade. Acredito que é possível reverter a situação. Por isto, conti-nuo, para uma “escola para todos”. Mas só com diminuição da desigualdade social.

E você, tem participado ativamente das atividades esco-lares de seu filho? Nossa equipe valoriza o profissional mais importante de todos: o professor. Ele ensina o médico, o advogado, o jornalista, o biólogo e todos os outros profis-sionais. Ele pode fazer de seu filho um grande homem.

A Versátil magazine apóia a campanha Todos Pela Educa-ção, movimento que envolve a participação da sociedade civil, gestores públicos de Educação (MEC, Consed e Un-dime), iniciativa privada e especialistas. O programa tem as seguintes metas:

Meta 1: Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola.Meta 2: Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos.Meta 3: Todo aluno com aprendizado adequado à sua série.Meta 4: Todo jovem com o Ensino Médio concluído até os 19 anos.Meta 5: Investimento em Educação ampliado e bem gerido.

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Apresentamos a vocês, nesta Edição de Aniversário, nosso novo colunista, André de Rose, que, a partir da próxima edição escreverá sobre yoga, meditação e temas afins. Sem dúvida, mais um grande colaborador para a revista Versátil. Afinal, para os melhores leitores, os melhores profissionais.

No horário combinado, andando pelos morros da Pompeia, chegamos ao espaço Yoga Pequena Índia, onde nos esperava o casal Carolina (Nina) e André De Rose.

André pratica Yoga, como aluno e como professor, há quase 30 anos. A esposa, Nina, também é pro-fessora. Ele é filho do famoso mestre de Yoga Luiz Sergio De Rose, cuja rede de espaços para prática e formação leva seu sobrenome. André iniciou a prática com o pai, mas resolveu seguir um caminho diferente.

Yogapor Claudia Liba e Karina Starikoff

Bem-e

star

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O casal nos recebeu tão bem, que a entrevista to-mou outro rumo. Sem seguir o roteiro de perguntas normalmente elaborado, fizemos uma aula com André. Karina, minha professora de Yoga e “repórter de plantão”, fazia as posturas e deliciava-se com a prática do “mestre”. Eu, de calça jeans, consegui fazer algumas posturas que ele, literalmente, faz “com os pés nas costas”.

André não gosta de ser chamado de “mestre”. Mas, ensinando com tanto carisma e conheci-mento, fica complicado atribuir-lhe simplesmente o título “instrutor”.

A aula transcorria de forma descontraída. Para a prática do múla bandha (contração do assoalho pélvico), ele nos pede, com ares sérios: “Por favor, não me façam conferir se estão fazendo direito”. Impossível não morrer de rir.

Para quem pensa que Yoga é algo muito parado e prefere academia, pilates, aeróbica e outras atividades, recomendo experimentar o Yoga e ver o quão difícil pode ser uma simples posição de equilíbrio! Eu arreguei! Confesso. Mas a entrevista tinha que acontecer.

Quando subimos para a sala de aula, um aroma incrível despertou nossa fome. Era a Nina que pre-parava um almoço vegetariano divino. Convida-das para almoçar, pensei: “É hoje que não saio mais daqui... E essa entrevista nada de aconte-cer...” Sorte nossa: a massa com molho de shitake e o tempero da salada preparados por André são indescritíveis.

Yoga e Vida

“Comecei a dar aula com 16 anos, em 1983. Na época, quem praticava era da faixa etária média de 50 anos de idade. Precisava parecer sério e não sorria. Depois de 6 anos, percebi que não sabia mais rir. Dava aula de manhã até de noite e perdi a maleabilidade do sorriso. “É melhor cumprir o seu Dharma mesmo imperfeitamente, do que cumprir o Dharma do outro perfeitamente”, diz o professor citando a Bhagavad Gitá.

“Há muitas pessoas que tentam seguir a vida de acordo com as ideias do outro. Querem ter a vida do outro, pensam que a vida do outro é melhor que a sua. Passam muito tempo buscando viver de acordo com alguns padrões que, ao alcançarem, se percebem vazias, porque não é a vida delas. Em outras palavras: importe-se mais com a sua vida do que com a vida do outro. Não tente viver a vida dos outros. Veja o que você veio fazer aqui. A pro-posta do Yoga é saber o que VOCÊ veio fazer aqui, quem é VOCÊ afinal de contas”.

Aqui, houve uma pausa para temperar a salada.Uma delícia!

Receita de molho para saladas: gengibre ralado, pimenta preta, alho, azeite extravirgem, shoyu e curry. Bater tudo no liquidificador.

Relacionamento

“Hoje, as pessoas preferem trocar de relaciona-mento. O novo vem cheio de oportunidades, o an-tigo dá trabalho. Começar uma coisa nova, cheia de amor, paixão, carinho... Mas isto passa! E as pessoas querem ficar nesta fase. Não querem lutar para continuar. A gente é responsável pelo relacio-namento.” Ele, que está no 6º e último casamento, pára e mostra a fotos dos filhos.

O Pai

“Conheci meu pai aos 14 anos. Comecei a praticar Yoga com ele. Comecei a fazer aulas e, por volta dos 16 anos, comecei a dar aula. Logo no início, uns 6 meses depois que comecei, a professora disse: ‘André, você não tem jeito pra isso!’ Perguntou se não seria melhor eu fazer nata-ção ou outra coisa, porque eu não levava jeito. Eu era duro, era muito difícil fazer exercícios corporais.” (André tem estatura alta e não é magro!)“Até 1989, eu via que as regras do meu pai muda-vam muito. Saí de lá 2 vezes. Em 1994, voltei com a promessa que as coisas iriam mudar. Não vi me-lhorar. As pessoas começavam a tratar meu pai, e por tabela eu, como “semideuses”. Elas me viam praticando e comentavam: ‘Ai, que boa energia você tem, você é iluminado como seu pai. ’ E me chamavam “mestre”. Isto me irritava profunda-mente, eu sabia que não éramos iluminados. Eu não queria enganar as pessoas. Continuei até 2000, quando viajei à Índia. Todo mundo, ainda hoje, me pergunta por que saí, pois poderia estar muito bem financeiramente.”

Na Índia

“Posso dizer que não há nada especial. Não vi nada que já não tivesse visto no Brasil. Pelo contrário. In-clusive, houve quem oferecesse um esquema as-sim: se você vier à Índia da próxima vez, temos um amigo, indiano, que pode lhe ajudar a ser um mestre, é só trazer seus alunos aqui que podemos nos ajudar mutuamente. Inclusive é você quem diz o que quer’. Fiquei chocado com a proposta, mas soube pelo meu professor de sânscrito, Carlos Eduardo, que esta forma de comércio espiritual é comum. Mas não culpem os indianos. As pessoas, o

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mundo é assim mesmo.Rompi com meu pai e fui procurar outras pessoas, contudo, nada mudava muito. Vi que ao menos o De Rose fala mais abertamente sobre o que quer de verdade. Outros usam de subterfúgios misterio-sos para se dizerem espiritualizados, mas, no fundo, o que a esmagadora maioria, mesmo, é dinheiro.”

Livros Vida

André De Rose tem 2 livros publicados e 2 no prelo. Um deles prefaciado pelo professor José Hermó-genes de Carvalho Filho, mais conhecido como pro-fessor Hermógenes. Muitas vezes, a autoria dos livros de André é atribuída ao pai por engano, porque as pessoas confundem os sobrenomes. “Muitos falam em tom de admiração: ‘nossa! O De Rose e o Hermógenes juntos... quem diria’?”

Exposição

“Por causa desta e de outras que resolvi passar um tempo low profile, sem dar entrevistas nem viajar para dar cursos. Foi então que eu percebi que isto não era solução, então, voltei, recentemente, a fazer o que acredito ser certo.Eu achava que as pessoas já tinham uma ideia pré-concebida e que nada que eu fizesse mudaria o que havia na cabeça delas. Então, de nada adi-antaria explicar que eu não faço o mesmo trabalho que o meu pai, pois ninguém escutaria. Mas isto são outros tempos, acho que uma década de re-colhimento é o suficiente, minha paciência de Yogi acabou...” (risos)

Ideias e Experiências

“Normalmente, não tenho dado entrevistas para nenhuma revista, mas vou acabar com o silêncio agora: sei que, se abrir a boca pra falar todas as coisas que descobri nesta última década, primeiro as pessoas vão comentar: ‘Viu? Mais um De Rose falando a verdade!’ Dois: as pessoas não vão escu-tar. Porque elas não gostam de perder suas referên-cias, não querem ouvir, pois estão todos muito pre-sos às suas crenças. Mas, para mim, foi libertador. No início, foi complicado, eu não queria aceitar, pensei em deixar de dar aulas.Muitos não querem ver as pontes que cruzei para adquirir informações que tenho agora, adquiridas durante mais de 10 anos de estudos. Hoje, me in-teresso em passar este conhecimento para as pes-soas. Me contento em não ter o papel principal, posso ser tranquilamente o coadjuvante. Eu digo às pessoas que Gandhi, sem os seus ajudantes, não seria ninguém, seria apenas mais uma voz na multi-dão. Não preciso aparecer. O importante é a men-sagem. Penso que, se houver esta experiência com apenas uma pessoa em minha aula, já é o suficiente. Não é quantidade que interessa, pois, se apenas uma dessas pessoas ajudar a tornar o mundo melhor, já terei cumprido o meu dharma.Muitos amigos criticam minha postura e dizem que devo mudar, divulgar minhas ideias, como a Regi-na Shakti me disse: ‘isso é um desserviço a humani-dade, André’.”

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Mestre

André nos conta um episódio que aconteceu em Portugal. As pessoas que o receberam começaram a tratá-lo como mestre, dizendo que sua energia era boa. Queriam sentar ao seu lado, tocar na sua pele e se emocionavam na sua presença.

Então, resolveu fazer o seguinte: “Sem falar direta-mente o que eu ia fazer, disse: Levantem os braços, e eles prontamente levantaram. Em seguida, eu disse ‘levantem uma perna’, e o mesmo ocorreu. Logo em seguida, recomendei que segurassem a respiração, pensassem em alguma coisa, e assim por diante.

Depois de um tempo, completei a experiência di-zendo: perceberam o que eu acabei de fazer? Eu dei uma serie de instruções que vocês cumpriram cegamente e, em nenhum momento, se pergun-taram o porquê de estarem fazendo isto. Percebe-ram o tipo de controle que eu tenho sobre cada um de vocês? Depois de um tempo, eu mandan-do e vocês fazendo, estabeleço, sem nenhum de vocês perceberem, uma linha de comando onde eu mando e vocês obedecem. Juntando isto tudo às expectativas e fantasias que cada um tem a meu respeito, de forma simples faço vocês ficarem nas minhas mãos. Não acham que é muito poder para uma só pessoa?

Dei um tempo de reflexão e, depois de olhar a cara de cada um deles e ver que perceberam o que eu disse e como estavam aliviados por tê-los feito perceberem o que acontecia, conclui: Agora, se-nhoras e senhores, vocês acabam de me dar ainda mais poder.

Neste momento, vi expressões de dúvida. Expliquei: assim que eu disse como uma pessoa pode fazer para, facilmente, controlar os outros, a maioria pen-sou: ‘que bom o professor André não quer nos con-trolar!’ Com isto, vocês passaram a acreditar ainda mais em mim e me tornei ainda mais persuasivo, pois pessoas ‘espertas’ sempre encontram uma for-ma de se utilizarem deste mecanismo para parecer que não estão controlando o outro. Tomem cuida-do com quem tem carisma, elas podem, através de um discurso simples, fazer vocês acreditarem em qualquer coisa.

Infelizmente, ao terminar o curso, cerca de 10 pes-soas perguntaram: ‘Professor, o senhor pode ser meu Mestre?’ Me deu uma tristeza... Havia acabado de falar para 200 pessoas que não queria controlar suas vidas e que cada pessoa deve responsabilizar-se pelos seus atos, e elas simplesmente vieram se entregar nas minhas mãos. Percebi, neste momen-to, que a maior parte das pessoas quer alguém que lhes diga o que fazer, para que não tenham que se responsabilizar caso algo aconteça. Se algo ruim acontecer, sempre poderão dizer a velha frase: ‘eu estava apenas cumprindo ordens’.”

No final da entrevista, comecei a entender o signifi-cado de “Eis-me aqui!”, tão difícil de aplicar.

Andre De Rose é professor de Yoga para iniciantes e professores, palestrante, personal. Realiza forma-ção de instrutores de Yoga.Carolina Carvalho De Rose é professora de Yoga, realiza Yogaterapia especializada em Síndrome do pânico, depressão e fobias.

Yoga Pequena ÍndiaRua Livreiro Tisi, 114, Vila Madalena (próximo ao Metrô Vila Madalena).Fone: (11) 3812-7371www.yogapequenaindia.com

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“Definição” é uma espécie de palavrinha mágica: todo mundo quer ficar “definidaço”. Mas, afinal, o que é definição? Vamos aos conceitos.

Definição é a visibilidade das formas muscu-lares. Um músculo está bem “definido” quan-do seu contorno e formato são bem eviden-tes. Está extremamente definido quando as ondulações e irregularidades formadas pelos feixes de fibras ficam visíveis (na gíria, “trinca-do”, ou, em inglês, “shreaded”).

Um músculo será tão mais definido quanto menor for a quantidade de gordura sub-cutânea, que arredonda e suaviza as for-mas. No entanto, para definir um músculo é preciso que ele tenha algum volume. Em primeiro lugar, porque o processo pelo qual se alcança definição é a perda de gordura corporal. É quase impossível perder apenas gordura em qualquer programa de redução. Alguma massa magra tristemente se vai na brincadeira.

Em segundo lugar, porque ninguém define o que não tem: se um sujeito sedentário e gor-do perder peso (e predominantemente gor-dura, se o programa for bem-feito), ele não ficará definido: ficará magro.

Assim, não adianta o garoto chegar com um braço de 30 cm e pedir ao professor um programa para “definir” - qualquer coisa que não seja ganhar massa, terá como resultado, um varapau.

AFINAL, O QUE É “DEFINIÇÃO”?

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Existe treino para definição? Não! O que existe é dieta! Apenas o balanço energético negativo vai levar à perda de gordura sub-cutânea, e, portanto, à definição!

Existem treinos que maximizam coisas dese-jáveis e minimizam as indesejáveis: treinos que ajudam a conservar a massa muscular ganha no período anterior, durante a dieta, que oti-mizam a perda de gordura e que minimizam a perda de massa magra.

Não existe fórmula mágica, esteirinha e in-finitas horas de spinning, pois não definem sozinhas. O melhor é você seguir o programa prescrito pelo seu professor. Este programa sempre tem um bom componente de treina-mento resistido (musculação), que conservará sua massa magra, ao qual ele vai associar o que for mais conveniente a você.

“DEFINIÇÃO”?

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Em um momento no qual a mídia fala quase que diariamente em redução de gases de efeito estufa e pede para que cada um faça a sua parte, muitas pessoas se perguntam: O que eu posso fazer para contribuir com a redução da poluição?São Paulo possui cerca de 12 milhões de habitantes e 6,5 mi-lhões de veículos. Em média, 3,5 milhões de veículos saem para as ruas todos os dias. Diante deste panorama, parece que deixar o carro na garagem não fará muita diferença. No en-tanto, se observarmos os veículos quando estamos indo para o trabalho, podemos verificar que a maioria dos carros pos-sui apenas um, ou no máximo, dois ocupantes, salvo algumas exceções. Se pararmos para pensar, se cada veículo que leva uma pes-soa levasse mais três, estaríamos tirando das ruas três veícu-los, o que reduziria consideravelmente o trânsito. Com esta redução, automaticamente teríamos uma queda na emissão de CO2, principal gás emitido pela queima de combustível fóssil.Pensando nisto, iniciativas têm sido adotadas por empresas visando à redução da emissão de CO2, como o uso de bici-cletas e o incentivo dado aos funcionários para utilizarem a “carona solidária”, que nada mais é do que pessoas que moram próximas e trabalham na mesma empresa darem carona umas para as outras.Durante uma palestra da 4ª Mostra de Responsabilidade Socioambiental, ocorrida em agosto na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), foram citadas iniciativas bem-sucedidas adotadas em Berlim (Alemanha) e Washington (EUA). Na cidade norte-americana, a redução nos congestionamen-tos foi conseguida com uma parceria público-privada que in-centiva a carona solidária, reduzindo a quantidade de viagens em 16%.No Brasil, algumas empresas implantaram bicicletários ou ce-dem vagas no estacionamento para quem dá carona ou, ainda, promovem descontos em estacionamentos; outras geram pro-gramas específicos nos quais o funcionário pode cadastrar-se e encontrar pessoas que moram perto de sua casa.Mas, se sua empresa não possui um programa deste tipo, você pode participar de cadastros diversos e gratuitos em que os membros cadastrados podem oferecer ou procurar caronas.

O cadastro elaborado por alunos da Unicamp já possui mais de 4 mil cadastrados e permite que você encontre caronas para diversas cidades do interior de São Paulo e até mesmo para outros Estados.Mas, se servir de incentivo, temos uma boa notícia para o seu bolso. Em média, cada veículo roda 18 mil quilômetros por ano. Considerando um carro 1.6 consumindo 1 litro de gaso-lina a cada 10 quilômetros, o gasto será de, aproximadamente, R$ 5 mil em um ano. Aderindo à carona solidária, pode-se economizar cerca de R$3,5 mil, o que já é uma redução bastante significativa. Desta forma, todos saem ganhando: quem dá carona ou vai de carona, as empresas e todo o resto do mundo - que ganha mais qualidade de vida.

Cadastre-se! www.caronasolidaria.com www.caronasunicamp.com

Rubens Borges é Administrador, Especialista em Educação Ambiental e Secretário Executivo do Fundo Especial do Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável (FEMA).

Se pararmos para pensar, se cada veículo que leva uma pessoa levasse mais três, estaríamos tirando das ruas três veículos, o que reduziria

consideravelmente o trânsito.

CONTRIBUINDO PARA A DIMINUIÇÃO DA POLUIÇÃO

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CREEDENCEpor Claudia Liba e Razael JuniorRealizada em Santiago do Chile – Último local da Turnê Latino-americana 2010.

O Creedence Clearwater Revisited apresentou-se recentemente em São Paulo, trazendo o baixista Stu Cook, o baterista Doug “Cosmo” Clifford, John Tristao (vocal, guitarra, violão), Steve Gunner (bateria) e Elliot Easton (guitarra).

Da banda original, Stuart Cook e Douglas Clifford são os responsáveis por recriar o som inesquecível da banda de 1959, inicialmente denominada como “Blue Velvets”. Era o início de um trabalho que só cresceu e produziu hits inconfundíveis. Quem não vibra ao som de “Have You Ever Seen The Rain?”, “Hey Tonight” e “Susie Q.”?

Em 1968, o lançamento do primeiro álbum levou o Creedence ao topo das paradas, uma das primeiras bandas inglesas a conquistar tal façanha. E, em 1971, conseguiram superar os Beatles como grupo de rock mais “popular”!

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CREEDENCE“Have You Ever Seen The Rain?”, do álbum Pendulum, é considerada a que mais ganhou covers até o momento, talvez, pela facilidade do refrão. Ou pelo carisma da banda. Mas, após o lançamento do álbum Mardi Grass, que decepcionou o público, o grupo acabou em 1972.

Stu Cook e Doug Clifford montaram a banda Creedence Clearwater REVISITED, apresentando os hits antigos. No entanto, do grupo original, 7 álbuns não chegaram ao público.Em 1990, morreu Tom Forgety, compositor, vocalista e fundador do grupo. Parecia impossível, sem ele, a continuidade do trabalho. Porém, com o Creedence Clearwater REVISITED, as coisas mudaram.

Hoje, a dupla de “sexagenários” arrasa: o show em São Paulo mostrou um impecável “Classic Rock”, deixaram os fãs loucos, incluindo o público mais jovem.

Nós aqui da Versátil, nascidas por volta dos anos 70, mas, misteriosamente, ainda com 25 anos de idade (sic), estamos super felizes por ter, na Edição de Aniversário, uma entrevista exclusiva com Doug “Cosmo” Clifford, realizada em Santiago do Chile, último local da Turnê Latino-americana 2010, por Razael Junior.

Para todos nós, Creedence!

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Versátil Magazine - Vocês ainda mantêm dois componentes da formação original. Como foi a escolha dos novos integrantes?

Doug Clifford – É muito bom, após tantos anos de estrada, ainda continuar fazendo tantos shows, tanto eu como o Stu (o baixista Stuart Cook). Temos o privilégio de ter ao nosso lado artistas competentes. O John Tristao, nosso vo-calista, encontramos através de amigos em um bar onde costumávamos fazer apresen-tações em Washington. Quando o vimos, tive-mos a imediata certeza de que ele era o nosso cara, quem estávamos buscando. E isso fica claro em nossos shows, pois, além de ser uma pessoa incrível, é um artista com um talento maravilhoso.

Versátil Magazine - O Creedence é atemporal, a turnê pelos vários países tem sido um suces-so. A que deve a atemporalidade das músicas da banda?

Doug Clifford – Atemporal é uma palavra forte, mas que realmente expressa o Creedence. Es-tivemos com muitos artistas em todo o local do mundo. Estamos cantando músicas que fize-ram sucesso nos anos 60 e continuam vivas até hoje. Nesta turnê, pudemos viver um momento incrível. Na frente do palco, lado a lado, esta-vam duas gerações cantando nossas músicas, um garoto de 12 anos e um cara de mais ou menos a minha idade. Agora, é só você fazer os cálculos... (risos)

Versátil Magazine - Como foram as apresen-tações no Brasil? Quais foram as impressões do país?

Doug Clifford - É sempre bom vir ao Brasil, so-mos recebidos com muito carinho. Estes cinco shows que fizemos desta vez, com o Paulo Ba-ron, da Top Link Music, foram inesquecíveis. O de Brasília vai ficar marcado em nossa história, pois a promotora local, a Simone, ficou o

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tempo todo na frente do palco cantando e aproveitando o show. Ficamos sabendo que, além de trazer o nosso show para Brasília para dar uma oportunidade para muitos fãs, ela também realizou um desejo pessoal. Ela ti-nha uma banda formada por cinco amigas, quando eram moças, e quatro delas estavam presentes. Foi fantástico ver aquelas mulheres bonitas aproveitando nosso show como ado-lescentes.

Versátil Magazine - Como é cantar as velhas canções?

Doug Clifford - A sensação é de que elas não são tão velhas assim. Eu me sinto com a mes-ma energia e o mesmo potencial de quando iniciamos, muito tempo atrás. Acredito que as coisas ficam velhas quando ficam para trás, e isso não aconteceu nem com a nossa banda e nem com as nossas músicas. Como eu disse, ver uma nova geração curtindo o nosso show faz com que a gente se sinta com a mesma idade de quando começamos e com muita energia para seguir adiante.

Versátil Magazine - Para finalizar, o que você tem para dizer aos brasileiros?

Doug Clifford - Obrigado, Brasil, Argentina e Chile e aproveito para agradecer a compa-nhia de dois novos amigos, pessoas incríveis e profissionais de talento, o Razael Junior e o Re-nato Carvalho. Estiveram ao nosso lado em to-dos estes shows e fazem parte da nossa história agora.

E obrigado, Revista Versátil, pelo carinho. Espe-ramos voltar em breve!

Doug Cllifford (Cosmo) é baterista e integrante da banda Creedence desde o início da sua fantástica trajetória.

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Ana Soares é arquiteta de formação e teve uma trajetória de linhas não muito retas até final-mente chegar à cozinha: atuou na área de plane-jamento urbano, morou na França e chegou a ter uma confecção de roupas. Mas, sempre, desde a infância, teve a influência da cozinha vinda de casa, da família. Certa vez, recebeu um convite de uma amiga para trabalhar na cozinha de um hotel, algo que não se-ria permanente, podendo conciliar outras tarefas e trabalhos. Mas a paixão foi maior e a chef se en-controu. Cada vez foi ficando mais tempo onde, hoje, faz fama. Foi para o Nabuco, depois para o antigo Badaró, que tinham o mesmo grupo de idealizadores e do-nos, e lá fazia as massas. Com espaço e tempo apertados, teve a ideia de fazê-las em outro lu-gar e levá-las prontas. Assim, teria também um lu-gar para fazer testes e poderia fazer massas para outros lugares. Era uma terceirização. Daí o nome “Mesa III”.

Passou a fazer, também, consultoria e criação de massas personalizadas para cada restaurante, chef e necessidade. Ana encanta-se com o cheiro de massa e descobriu que o pai já teve um pastifício!

Enquanto ela conta toda a história e sua ligação com fogões e panelas, surge animação, a paixão é visível. Mas não à toa: quando visitei a produção, é apaixonante. Tudo feito artesanalmente, uma explosão de cores, de corantes naturais, espinafre, ervas, beterraba, açafrão, pimentas, canela. Mas-sas feitas à mão, como antigamente.

Ana explica que, com máquinas, seria obrigada a padronizar texturas, fazer pastas para que reche-assem por igual. Com a mão, consegue a textura perfeita que cada massa e cada recheio pedem, de picadinho, de rasgadinho, não importa o que seja necessário. Embaladas uma a uma, depen-dendo da necessidade.

E o ritmo da atividade não muda. Mesmo com vo-lume grande, vendo o trabalho acontecer é como se fizesse apenas um pouquinho de massa. Ela diz que é difícil aumentar o volume porque lá “se tra-balha sempre do mesmo jeito”. Deve ser por isto que mantém todas as qualidades. Sabores, cores e formas não acabam. Cada vez que um restaurante a chama para montar um novo cardápio, uma nova “arquitetura” pode surgir, em grandes e harmônicos planejamentos.

Ana não é mais arquiteta, mas, talvez, nunca tenha deixado de ser, trazendo muitas qualidades para a cozinha.

Gabriel [email protected]

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A ARQUITETA DAS

MASSAS

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A ARQUITETA DAS

MASSASQuem nunca se perguntou de onde veio esse deli-cioso pão natalino e seu nome? Bom, claro que da Itália, isto é certo. Mas há uma história muito saborosa que explica sua origem, vinda de Milão. Conta que, no século XV, um jovem de família nobre apaixonou-se pela filha do padeiro. O amor não foi muito bem-visto, então, ele se vestiu como padeiro e começou a trabalhar para o futuro sogro. Na jornada, fez um pão com frutas cristalizadas, no for-mato de um domo de igreja, e presenteou o pai da ama-da. O pão fez sucesso e ganhou o nome do rapaz: Pão de Toni. Pane di Toni. Panetoni. Existem outras versões, mais plausíveis e com me-lhores registros, mas esta é a mais divertida, sem dúvida. Todo ano, este pão com frutas cristalizadas, uvas passas e massa úmida que traz a lembrança desta época do ano, inevitavelmente, nos acompanha no Natal. Mas que tal, neste ano, fazer diferente? Não estou dizen-do para abandoná-lo, não. Pelo contrário. Buscar, sim, formas para melhorar a apreciação do panettone, com uma boa taça de vinho, quem sabe.Panettones são aromáticos e têm as notas das frutas cristalizadas, secas e passas. Vão muito bem com o fa-moso Vinho Santo (Vin Santo) da região da Toscana, ou o Passito di Pantelleria, feito com uvas passificadas, com a moscatel, na Sicília.

E para quem gosta de espumantes, os espumantes moscatéis são levemente doces, muito frutados e têm baixa dosagem alcoólica, casam perfeitamente. Pode ser desde um Italiano de Asti, até um da Serra Gaúcha.Na época do Natal, também costumamos ter frutas se-cas, nozes e castanhas, que podem ser valorizadas com um Vino de Málaga de Pedro Ximen, ou um Porto Towny, com notas de frutas mais passas e nozes, com mais peso. Gostoso é não ficar só nisto. Os feriados de fim de ano são marcados por reencontros e comilanças, mas, nor-malmente, as comidas são muito repetitivas. Provar novas combinações vai mudar os ares da ceia de Natal.

Gabriel [email protected]

ODE AO PANETTONE

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De um Turista Experiente para

Viajantes de Primeira Viagem

Viajar, seja a trabalho ou em férias, é sempre oportunidade para aprender, conhecer gente e valorizar o nosso país. Quanto mais conheço países, mais gosto do Brasil, dos nossos hábitos e modos, da identidade nacional e da liberdade de comportamento que temos. Depois de tantas viagens, tenho certeza: aqui é o lugar onde gosto de morar, apesar das agruras do cotidiano, incertezas e dificuldades dos nossos.

Quando fazemos nossa primeira viagem, queremos trazer tudo, ainda mais se tiver artesanato bom e barato, lojas e outlets que oferecem roupas por preços irrisórios. Este impulso é, para a maioria, incontro-lável. As compras pesam, as malas ficam insuportáveis de carregar e, se a viagem incluir uma mochila, esta pesará como chumbo. Malas práticas são as que têm rodinhas: evitam trajetos tortuosos e inter-mináveis e danos à coluna. Bolsas e mochilas pesadas também não colaboram para a saúde das nossas costas.

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mo

28 Os Himalayas, Ladak, ÍndiaImagem: Tiffani H. Gyatso

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Viajar requer cuidados, planejamento, espírito de aventura, disposição para

conhecer coisas novas e prudência para não se meter em ‘frias’.”

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Muita gente tem vergonha de pechinchar e procurar liquidações, mas, em certos países, na Ásia e África (em especial nos muçulmanos), não barganhar significa fugir às tradições e perder dinheiro, pagando muito mais do que o preço decente do produto. Na China, paga-se até dez vezes menos em relação ao preço pedido. No Egito, cheguei a pagar vinte vezes menos por uma pulseira e, nos Estados Unidos, as liquidações realmente existem.

Ao chegar pela primeira vez em qualquer país estrangeiro ou cidade grande, temos a impressão de que todos nos querem rou-bar e que somos diferentes da população. Na realidade, somos diferentes, sim, mas nem todo turista é roubado. Quando fui pela primeira vez ao Rio de Janeiro com minha mulher, andando pelo centro, insisti para que ficasse com a bolsa junto ao corpo, mas ela observou que todas as cariocas estavam com a bolsa pendurada nos ombros e usar uma bolsa agarrada ao corpo poderia significar ter muito dinheiro e ser estrangeiro. De fato, ela tinha razão: andou como as cariocas e nada aconteceu.

Demoramos em aprender que viagem significa poucas e necessárias roupas, fáceis de lavar e que não pesem muito, sapatos e sandálias confortáveis, um kit de primeiros socorros pequeno, mas diversificado, pois, no exterior, é impossível comprar remédios com a facilidade que temos no Brasil. Sem-pre é bom levar um impermeável (casaco ou jaqueta à prova d’água), pois pode chover e guarda-chuva é um transtorno. Levar também protetor solar, boné ou chapéu, pois, mesmo em dias frios, podemos queimar-nos.

Viajar requer cuidados, planejamento, es-pírito de aventura, disposição para conhecer coisas novas e prudência para não se meter em “frias”. Evitar conversa fiada com estra-

“Muita gente tem vergonha de pechinchar e procurar liquidações, mas, em certos

países, na Ásia e África (em especial nos muçulmanos), não barganhar significa fugir às tradições e perder dinheiro, pagando muito mais do que o preço

decente do produto.”

Mar Vermelho, ÁfricaImagem: Silvio Soares Macedo

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Istambul, TurquiaImagem: Silvio Soares Macedo

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nhos e não demonstrar que tem dinheiro são medidas prudentes. Ideal é não ter medo de andar em bairros modestos ou aparentemente perigosos - podem ser oportunidades de conhecer lugares in-críveis. Basta ver como todos se com-portam, respeitar o hábito local e evitar beber e comer qualquer coisa estranha. Em certas cidades brasileiras e de outros países, é bom só beber água engarra-fada ou refrigerantes. É interessante ter um guia em mãos e estudar a história do lugar antes de chegar, mesmo que seja no avião ou ônibus.

Curiosidades

As fotos de livros nos enganam e as surpresas são várias. Os locais, muitas vezes, são menores ou maiores do que imaginamos. Por exemplo, para mim to-dos os prédios de Londres são menores do que nas fotos e a igreja de Santa So-fia, em Istambul, não tem o brilho e a cor dos livros. Para Jô, minha mulher, a pirâmide de Quéops, no Cairo, pareceu pequena apesar dos seus mais de 140 m.

Ao contrário do que imaginava, a tem-peratura no Quênia em julho é fria, quase como em São Paulo, apesar de fazer calor de dia. É um passeio imperdível ver a mi-gração de milhares de zebras e gnus da Tanzânia para o Quênia no parque nacio-nal de Massai Mara.

A Roma dos tempos dos césares não existe mais e, mesmo em Roma, o que sobraram foram colunas partidas e muitos muros descascados. Só o Coliseu está muito conservado. Podemos encon-trar a Roma Antiga apenas em Pompeia e

“Depois de tantas viagens, tenho certeza: aqui é o lugar onde gosto de morar, apesar das agruras do

cotidiano, incertezas e dificuldades dos nossos.”

New Times Square, Nova Iorque, Estados UnidosImagem: Silvio Soares Macedo

Budapeste, HungriaImagem: Stock.xchng

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Herculano, perto de Nápoles, cidades soter-radas por lava e cinzas em 79 D.C e magnifi-camente conservadas e restauradas. Pode-se ver o interior das casas, com pinturas, murais e mosaicos, os jardins e paredes restaurados e as ruas calçadas como há 2.000 anos.

Muitos são os lugares imperdíveis: os jar-dins do Alhambra em Granada, a Catedral de São Pedro, o Rio de Janeiro, as paisagens do Chile, o Vietnã do Norte e seus arrozais, as pirâmides e túmulos do Egito, o mergulho em Cozumel e no Mar Vermelho, andar pe-las ruas de Edimburgo, Estocolmo e Paris no verão, os jardins de Versalhes, Trancoso e Abrolhos na Bahia, as dunas em Natal, Flori-anópolis e suas praias, as luzes noturnas de Hong Kong e Nova York, o litoral norte de São Paulo e muitos outros locais. Um lugar espe-cial, um paraíso para mim, é o arquipélago de Fernando de Noronha.

New Times Square, Nova Iorque, Estados UnidosImagem: Silvio Soares Macedo

Mesquita Dourada,Jerusalém

Silvio Soares Macedo, 60 anos, é Arqui-teto e Paisagista, professor da FAUUSP. Casado com Jô Capitani, não tem filhos e seu hobby é colecionar miniaturas da Disney, viajar ao menos uma vez ao ano para algum lugar do mundo e cantar em coral. É autor de livros sobre a história e o projeto do paisagismo brasileiro e adora MPB, musicais e animais.

Kyoto, JapãoImagem: Stock.xchng

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Fim de ano. A cidade se agita ainda mais. Parece mais repleta de gente, de gente que parece mais apressada do que sempre. Luzes co- loridas piscam nas janelas, Papais Noéis por todos os lados, vitrines chamativas, lojas apinhadas, férias à vista e o 13º, finalmente, no bolso. O que fazer? Ceder às tentações da época? Economizar para o novo ano? Controlar as próprias finanças é fundamental, mas nem sem-pre nos preparamos para isto da melhor forma. A Versátil conversou com o Economista, Consultor de Finanças Pessoais e Professor Universitário Paulo Roberto dos Santos para pensar sobre a questão.

Versátil Magazine: O que você aconselha para as pessoas em relação ao 13º salário? Paulo Roberto: Chegamos a mais um final de ano, momento impor-tante para sinalizar qual será o destino do nosso dinheiro extra. Isto é fundamental. O 13º salário é o dinheiro mais esperado pela grande maioria dos trabalhadores, dinheiro que pode realizar sonhos e desejos alimentados durante 12 meses. Sugiro fazer uma lista das dívidas com as respectivas taxas de juros. Coloque as dívidas referentes a cartão de crédito, cheque especial e agiotas em primeiro lugar. Com o dinheiro na mão, negocie com os credores para que você possa obter um bom desconto. Sugiro usar 60% do 13º salário para negociar estas dívidas e, caso este valor não seja suficiente, faça um CDC (Crédito Direto ao Consumidor) ou Empréstimo Consignado - com taxas quase 7 vezes menores que as do cartão de crédito ou do cheque especial. A grande vantagem é que você terá parcelas fixas e prazo definido, ou seja, sua dívida terá um fim e, de quebra, você poderá utilizar uma parte do dinheiro para realizar a festa do final do ano. Procure reservar uma de-terminada quantia, dentro das possibilidades, para os meses de janeiro e fevereiro, pois, neles, sempre temos surpresas desagradáveis: IPVA, material e mensalidade escolar, IPTU, seguro do carro, Conselho Re-gional. Começar o ano novo endividado é complicado e o reflexo pode ser traumático para o novo ano. A importância de reservar certa quantia é fundamental.

COM VOCÊS, O 13º SALÁRIO!

por Claudia Liba

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Versátil Magazine: Como você administraria o caso de quem deve em relação ao cheque especial e ao cartão de crédito e ainda terá que efetuar a matrícula da escola, um compromisso inadiável? Quais são as contas que as pessoas devem quitar em primeiro lugar?

Paulo Roberto: Antes de mais nada, é pre-ciso saber o tamanho da dívida, colocar no pa-pel tudo o que a pessoa tem de dívida e gastos mensais, ou seja, um planejamento simples e eficaz, com ajuda do extrato bancário, do cartão de crédito. Classifique em contas de “despesas” e de “custos”. Custos são aquelas contas que, infelizmente, não poderei cortar, pois mantêm minha subsistência, não posso ficar sem elas: aluguel, prestação da casa própria, alimentação, vestuário necessário, saúde, educação, transporte, combustível, tarifas (luz, gás, telefone, Internet, TV a cabo, água). As despesas são desembolsos desnecessários, posso ficar sem elas: lazer (ci-nema, teatro, restaurantes, passeios, viagens), ves-tuário desnecessário (por impulso), alimentação fora de casa. Pense bem toda vez que for comprar algo. Pergunte a si mesmo: “Será que eu preciso disto agora?” É fundamental separar o que são custos e despesas. Custos são desembolsos essen-ciais para nos mantermos. Bem, um ótimo final de ano a todos! Bons controles: “Confiar é bom, Controlar é melhor.”

Paulo Roberto Silva dos Santos [email protected]

“Procure reservar uma determinada quantia, dentro das possibilidades, para os meses de janeiro e fevereiro, pois, neles, sempre temos surpresas desagradáveis: IPVA, material e mensalidade escolar, IPTU, seguro do

carro, Conselho Regional.”

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CUIDAR DA TERRA, PROTEGER A VIDA: COMO EVITAR O FIM DO MUNDO. Leonardo Boff. FILOSO-FIA. O teólogo alerta para o fato de que as crises que assolam a humanidade levam à crise do modo de viver e conviver com os outros e a natureza, explorando-a ilimitadamente em função de benefícios materiais. Editora Record.

CYBERBULLYING – Difamação na Velocidade da Luz. Aloma Ribeiro Felizardo. EDUCAÇÃO. A pedagoga investiga o “bullying virtual”, agressão repetitiva através do celular e da internet. A nova onda de violência escolar vai além dos muros da escola. Um auxílio para pais e educadores lidarem com o pro-blema. Willëm Books.

O DELÍRIO - Capítulo VII de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Machado de Assis. INFANTIL. Uma viagem pela imaginação do autor. Há várias imagens lúdicas que mistu-ram bichos, homens e objetos. Com as ilustrações de Marilda Castanha tornou-se uma ótima oportunidade de conhecer o escritor. Companhia das Letrinhas.

O Delírio:“Que me conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; fa-ço-o eu, e a ciência mo agradecerá. Se o leitor não é dado à contem-plação destes fenômenos mentais, pode saltar o capítulo; vá direto à narração. Mas, por menos curioso que seja, sempre lhe digo que é interessante saber o que se passou na minha cabeça durante uns vinte a trinta minutos.”

A DISCIPLINA DO AMOR. Lygia Fagundes Telles. A autora despreza as fronteiras entre invenção e memória, conto e relato autobiográfico. Um olhar atento, ora desencantado, compreen-sivo, terno, buscando “controlar essa loucura razoável” com o exemplo da “disciplina indisciplinada” dos apaixonados. Companhia das Letras.

O FILÓSOFO E O IMPERADOR. Annabel Lyon. ROMANCE. Trad.: Edmundo Barreiros. A vida de Aristóteles no momento em que é intimado a educar Alexandre, o grande, surgindo uma relação de pai e filho. Através do olhar inteligente e apaixonante do filósofo, presenciamos alianças, guerras, des-pedidas. Editora Leya.

HISTÓRIA E MÚSICA NO BRASIL. Org: José Geraldo Vinci de Moraes / Elias Thomé Saliba. MÚSICA. Análise de diferentes épocas e lugares, desde o período colonial. Convida-nos a escutar melodias que marcaram época e participar do novo horizonte de pesquisas da área. Com CD encartado. Alameda Casa Editorial.

JERUSALÉM. William Blake. POESIA. Um dos principais poetas do Romantismo inglês e seu poema épico iconográfico (100 chapas ilustradas gravadas em relevo). Esta edição traz só o texto, com a história de Albion, representação alegórica do Homem Universal, e Jerusalém, sua correspondente feminina. Editora Hedra.

JORGE AMADO - UMA CORTINA QUE SE ABRE. Rui Nascimento. BIOGRAFIA. Fatos da efervescência política dos anos 30, o confinamento numa pequena cidade pela polícia do Governo Vargas, a participação no Movimento pós-Modernis-ta, o contato com autores nordestinos, como Graciliano Ramos e Raquel de Queiroz. Casa Jorge Amado.

MANDACARU. Raquel de Queiroz. POESIA. Primeira mulher na Academia Brasileira de Letras e primeira mulher vencedora do Prêmio Camões (um dos mais importantes para a língua portuguesa), Raquel também escrevia poemas. O livro traz poemas inéditos e fac-símiles dos manuscritos. Instituto Moreira Salles.

L i v ros Por Valéria DinizMix C

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MILAGRÁRIO PESSOAL. José Eduardo Agualusa. RO-MANCE. Uma linguista portuguesa dicionariza neologis-mos. Muitos, ingleses, têm pouco interesse. Mas ela descobre algo subvertendo a língua portuguesa e vem ao Brasil com um professor em busca de palavras supostamente roubadas da “língua dos pássaros”. Editora Língua Geral.

A MORTE DA PORTA-ESTANDARTE TATI, A GAROTA E OUTRAS HISTÓRIAS. Aníbal Machado. CONTOS. Aníbal é um dos mais importantes escritores do Modernismo brasileiro, pela qualidade literária e pelo estilo extremamente único de contar histórias, como na obra-prima “Viagem aos Seios de Duília”. Editora José Olympio.

MULHERES SEM HOMENS. Shahrnush Parsipur. RO-MANCE. Ficção a favor de relações mais harmônicas entre homens e mulheres. Narra a história de 5 mulheres que buscam escapar de mazelas cotidianas na época do golpe de Estado no Irã. Virgindade, estupro, prostituição e casamento permeiam a obra. Editora Martins Fontes.

NÃO VÁ SE PERDER POR AÍ: A TRAJETÓRIA DOS MUTANTES. Daniela Vieira dos Santos. MÚSICA. Um exame da produção musical dos Mutantes para compreender o experimentalismo na trajetória do grupo no fim da década de 60 e meados de 70 - época da reorganização da Indústria Cultural Brasileira. Editora Annablume.

SOB O SOL DE SATÃ. Georges Bernanos. ROMANCE. A história de um jovem padre incapaz de pronunciar um sermão sem atrapalhar-se com as palavras. Vive psicologicamente tor-turado diante dos dilemas morais que surgem ao deparar-se com instintos, vontades e pensamentos humanos. Mas conseg-ue a santidade. É Realizações.

SUSTENTABILIDADE - A Legitimação de um Novo Valor. José Eli da Veiga. GESTÃO AMBIENTAL. Como definir sus-tentabilidade e prevenir crimes ambientais? Há muitas variáveis em jogo e brechas para cometê-los. Eli afirma que a não definição clara do termo não deve impedir medidas restritivas pelo poder público. Editora Senac.

TECNOLOGIAS QUE EDUCAM. Fábio Câmara Araújo de Carvalho / Gregorio Bittar Ivanoff. COMUNICAÇÃO. Os autores apresentam ferramentas tecnológicas capazes de apoiar o aprendizado colaborativo e orientações sobre como estabele-cer estratégias de ensino modernas que, realmente, façam a diferença. Pearson Prentice Hall.

TODOS OS HOMENS SÃO MENTIROSOS. Alberto Manguel. ROMANCE. Um jornalista francês escreve sobre Alejandro Bevilacqua, autor de um só livro, que se matou no exílio em Madri. Quatro pessoas que conviveram com ele pro-metem revelar segredos. A primeira é uma espécie de alter ego de Alberto Manguel. Companhia das Letras.

AS TRÊS VIDAS. João Tordo. ROMANCE. Um rapaz busca desvendar os segredos de António Pascal, que lhe ofereceu em-prego e vive num casarão com 3 netos insolentes, um jardineiro soturno, clientes abastados e influentes (também perigosos e loucos?). A busca torna-se uma obsessão que consome sua vida. Editora Língua Geral.

LULA LÁ. PARTE 2: A (SU) CESSÃO. Chico Caruso. HQ. A história do Brasil entre 2006 e 2010 contada com humor e ironia: desde o início do segundo mandato de Lula, passando pelo pré-sal, as incontáveis viagens, a fusão dos grandes bancos, o fracasso na copa do mundo, a eleição de Dilma Roussef. Edi-tora Devir.

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MúSICA

TEATRO

Mix C

ultu

ral

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GUIA. António Zambujo. Interpretando fado, o cantor mostra estilo único, comovendo o públi-co de maneira especial. Mas, neste trabalho, Zambujo vai além deste estilo típico de Portugal. Originais de compositores portugueses e brasi-leiros mesclam MPB, jazz e tudo o que há de contemporâneo ao fado, com direito a Vinicius de Moraes, Marcio Faraco, Pierre Ademe, Rodri-go Maranhão, Ricardo Cruz, o próprio Zambujo, João Gil, João Monge.

EL HUECO. Juliana R. Ela pertence à cena atual folk e lança seu primeiro trabalho em grande estilo, com participação de Edgar Scandurra. As referências da cantora são a Bossa Nova, a Tropicália, a banda The Velvet Underground e a Jamaica dos anos 60 e 70. A banda traz De-métrius Carvalho (baixo), Dustan Gallas (guitar-ra e piano), Felipe Maia (bateria), Adair Ramos (trombone) e Daniel Gralha (trompete).

LIVE AND EXCLUSIVE FROM THE GRAMMY MUSEUM. Jeff Beck. ROCK. Depois de “Emotion and Commotion”, lançado no começo do ano, Jeff lança novo trabalho. Em abril passado, venceu

A DÓCIL. Adaptação da novela homônima de Dostoiévski. A história da morte violenta da es-posa de um agiota. As cenas revelam os bas-tidores de um relacionamento solitário e a tira-nia de atitudes justificadas como atitudes de amor. Com brilhante atuação de Dagoberto Feliz. Destaque para a música, por Demian Pinto. Direção de Pedro Mantovani. Com Patrí-cia Gifford. Galpão do Folias. Rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília, (11) 3361 2233. Até 19/12.

O AMANTE. De Harold Pinter. Sarah e Richard são casados há 10 anos e deparam-se com a rotina e o tédio. O texto leva à reflexão sobre

a existência ou não de “máscaras” nos relacio-namentos. Pinter tratou sobre o tema, ainda atual, em 1963. Direção de Francisco Medeiros. Com Paula Burlamaqui e Daniel Alvim. Teatro Alfa. Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, (11) 5693 4000. Até 19/12.

mais um Grammy e, na cerimônia, fez show ex-clusivo no Grammy Museum, Los Angeles, que resultou neste CD. São 8 canções (4 do CD an-terior), com acompanhamento de orquestra em faixas como “Symphony N. 5,” de Gustav Mahler, e “Nessun Dorma,” de Puccini.

A MÚSICA DE GILBERTO MENDES. Oportunidade de ouvir um dos compositores mais importantes da van-guarda, pelo Manifesto Música Nova (com Rogério Duprat, Willy Correa de Oliveira e Júlio Medaglia) e pela criação do Festival Música Nova. Gilberto mu-sicou poemas dos escritores Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos. O CD traz composições recentes, como a “Sinfonia dos Navios Andantes”, encomendada pelo Fes-tival de Campos de Jordão em 2009. Hoje, com 88 anos, o compositor se renova com propostas questionadoras. Direção e produção musical de Jack Fortner. Participações de Ensemble Música Nova, Martha Herr, Andrea Kaiser, Beatriz Alessio e Fabio Zanon.

EMOÇÕES BARATAS. Bailarinos, cantoras, músicos, jazz e sensualidade compõem o espetáculo que lançou a banda Heartbreakers no Brasil em 1988. José Possi Neto montou-o em 1977, quando visi-tou um clube de jazz em Boston. O show aconte-cia num porão em que a plateia ficava sentada. Foi aí que percebeu o potencial de dança para aquele tipo de música. Direção e roteiro de José Possi Neto. Direção musical de Guga Stroeter. Com Ana Luisa Seelaender, Ivi Mesquita. Estúdio M. Avenida Pedroso de Morais, 1.036, Pinheiros, (11) 2626 5835. Até 18/12.

BLACKBIRD. De David Harrower. Escrita em 2005 e vencedora do Prêmio Olivier. Há 20 anos, num quarto de hotel, Una e Ray se viram pela última vez, um encontro que transformou suas vidas. Desde então, tentam se reerguer. Ela procura Ray para tentar compreender o passado. A peça mostra como antigas atitudes afetam o pre-sente irreversivelmente, questionando ideias so-bre amor, culpa, moral. Direção e tradução de Alexandre Tenório. Com Cristina Cavalcanti e Nelson Baskerville. Viga Espaço Cênico. Rua Capote Valente, 1.323, Pinheiros.(11) 3801 1843. Até 19/12.

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SHOW

EXPOSIÇãO

CINEMA

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SHOW DE NATAL DA TURMA DA MÔNICA. CADÊ O PAPAI NOEL? Mauricio de Souza, criador da Turma da Mônica, assina o novo espetáculo de Natal da Turma. A peça conta a história do sumiço do Papai Noel e dos presentes, um mis-tério que Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali terão que desvendar com a ajuda de um su-per-herói. Música, dança, números circenses, efeitos especiais e interatividade com o públi-co. Teatro Bradesco. Bourbon Shopping São Paulo. Rua Turiassú, 2.100, Pompeia. (11) 3670 4100. De 20 a 23/12.

ARTE E VIDA EM EROS OGGI. Mostra inédita com 26 telas do italiano naturalizado brasi-leiro de 90 anos, que se tornou artista aos 50. Universitário na Itália, soldado e prisioneiro na II Guerra Mundial, imigrante, empresário, chef, executivo de restaurantes industriais, pintor, es-critor, historiador, arquiteto e construtor empíri-co. Esta é a história de Eros, que, perto dos 50 anos, resolveu aprender a pintar (Escola Pana-mericana de Arte). O filho, de 13 anos, ia junto, pois não tinha com quem deixá-lo. Nos horári-os livres, desenhava e pintava até a exaustão, até encontrar o seu jeito de fazer arte. Grátis. Espaço Cultural Citi. Avenida Paulista, 1.111, Bela Vista. (11) 4009 3000. Até 14/01.

ARTE E VIDA EM EROS OGGI. CAÇA ÀS BRUXAS. Peter Goddard / Dominic Sena. DRAMA. A Europa sofre com a Peste Negra e o cavaleiro Behmen recebe do Cardeal a mis-são de levar uma jovem suspeita de bruxaria para o mosteiro. A Igreja acredita ser ela a causa da peste. Behmen exige um julgamen-to justo. Com Nicolas Cage. Estreia em 31/12.

INCONTROLÁVEL. Tony Scott. AÇÃO. Com-panhia luta contra o tempo tentando parar um trem descarrilhado com combustível e gás venenosos. O engenheiro responsável e o condutor comandam uma locomotiva que o persegue em outra linha, antes que destrua uma cidade. Com Denzel Washington. Estreia em 07/01/11.

AS AVENTURAS DE SAMMY. Ben Stassen. ANIMAÇÃO. Nesta produção belga, Sammy, uma simpática e divertida tartaruga marinha, nascida em 1959, decidi passar os próximos 50 anos viajando pelo mundo. Durante a viagem, é afetada pelo aquecimento global. Com Melanie Griffith, Isabelle Fuhrman, Anthony Anderson Estreia: 24/12.

AMOR POR CONTRATO. Derrick Borte. COMÉDIA. Steve e Kate são um casal perfeito, feliz, realiza-do com os filhos. Ela anda sempre na moda e ele é admirado por tudo o que tem. Esta perfeição é invejada pelos vizinhos, trazendo dúvidas so-bre a verdade por trás da família. Com David Duchovny, Demi Moore. Estreia em 24/12.

MOSTRA LABMIS. Exibição de obras que dialo-gam com linguagens atuais de viés tecnológi-co. O LABMIS é considerado um espaço para a reflexão e trocas de experiências e experimen-tações entre arte e tecnologia. Os trabalhos desdobram as relações entre espaço, som e tecnologia, utilizando vídeos, internet e ou-tros recursos. MIS. Avenida Europa, 158, Jardim Europa. (11) 2117 4777 Grátis aos domingos. Até 09/01/2011.

SUMMER SOUL FESTIVAL. O evento trará a can-tora Amy Winehouse em sua primeira vez no Brasil, acompanhada da cantora e composi-tora norte-americana Janelle Monae e do can-tor, compositor, DJ e multi-instrumentista Mayer Hawthorne. Miranda Kassim, Instituto e convida-dos, e André Frateschi serão as atrações brasi-leiras. Arena Anhembi. Avenida Olavo Fontoura, 1.209, Santana. Venda de Ingressos: Morumbi Shopping, Shopping Anália Franco e Turismo Ex-press (Bar Brahma). 15/01/11.Vendas online: www.livepass.com.br Vendas pelo telefone: 4003-1527.

Claudia Liba e Valeria Diniz

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Ao se despedirem, ele pensou em beijar-lhe a boca, mas teve uma pequena hesitação. Ousadia e receio se mesclavam, e, num curto espaço de tempo, nem uma coisa nem outra preva-leceu. No fim, os lábios se encontraram. Seguiram-se quatro ou cinco beijos, um olhar apaixonado que enterneceu Jordão e o conselho ministrado docemente:— Vá logo embora que aqui é perigoso.Ele acolheu a orientação; o local era escuro e deserto.A noite terminou como que embalada por um encantamento. Cheio de entusiasmo, Jordão custou a dormir, perdendo-se em tecer mil de fantasias. Sua inocência incendiava sua imagina-ção. Era o amor!No sábado, ansioso, ligou para ela e propôs o cinema tão en-saiado.— Sabe o que é? — respondeu ela com a gíria costumeira — eu embacei muito no começo da semana e agora preciso termi-nar um trabalho para Literatura Portuguesa II.— Que trabalho? — disse Jordão, decepcionado.— É sobre o livro A Ilustre Casa de Ramirez. Você já leu? É do Eça de Queiroz.— Não.E nunca iria ler.Ela, então, descreveu quais eram suas ideias e projetos, fazendo apologia do livro e da forma como resolvera abordá-lo. Genuí-na reflexão interior ou mero verniz afetado? Jordão não sabia. Despediram-se gentilmente. Voltou a convidá-la na quinta, re-cebendo a mesma resposta:— Ainda não acabei o trabalho e... sabe? Quero fazer o melhor possível. Estou achando demais esse livro! Quero me dedicar ao máximo!Os dias passavam e a cada vez que Jordão voltava a convidá-la, ressurgia a desculpa do trabalho. Ele não entendia. Clareza, apenas num ponto: desejava-a. E isso era sua vontade mais vis-ceral.Os encontros que no início eram deliciosas poesias sobre a co-munhão perfeita de almas gêmeas, agora se perdiam no labir-into das especulações. Saber o que se passava na cabeça dela era sua obsessão diária.— Ainda estou fazendo o trabalho, cara. Tenho seis laudas para bater e acho que vou ficar até de madrugada... Eu termino esse trabalho de qualquer jeito.A justificativa repetia o repetido e ia se tornando um mantra para os ouvidos de Jordão.— Estou cheia de trabalhos e preciso terminar o d’A Ilustre Casa de Ramirez. Esse eu faço questão de me empenhar. Você sabe, o professor não é lá essas coisas, mas decidi fazer um negócio decente...Jordão matutava, mas não via indício que explicasse aquele comportamento. Tão doce e solícita no começo... tão evasiva depois. Seria apenas um ordinário capricho volátil?— Até estava com vontade de ir ao cinema, mas não vai dar não. Preciso corrigir umas passagens do meu texto; e ainda falta a datilografia.Tentou convidá-la várias vezes, mas as semanas corriam e sem-pre ouvia o mesmo mote:— Vou me dedicar ao trabalho hoje. Assim fico livre no fim de semana.Mas no fim de semana a história se repetia:— Olha, não vou sair hoje porque ainda tenho que terminar o trabalho d’A Ilustre Casa. Eu me coloquei uma meta... não que-ro me desviar, senão depois do trabalho pronto, olho pra ele e vejo uma porcaria. Não quero fazer um trabalho ruim.Um dia, finalmente, Jordão abandonou as frustradas tentativas. Não foi fácil e nem planejado. Desconfiava que tudo aquilo fosse um jogo cínico e dissimulado de fazer cócegas no próprio ego à custa do desejo alheio. Cansado de tudo isso, teve ódio dela, e depois de si mesmo, por ter se deixado fazer de tolo. Numa segunda-feira, mais centrado, porém ainda magoado, leu uma pequena notícia no jornal que o deixou estupefato:

ESTUDANTE DESENVOLVE OBSESSÃO POR TRABALHO ESCOLARA obsessão da estudante F.G. por um trabalho de faculdade a tornou conhecida nesta semana. Há quase dez dias ela não sai

do quarto, alegando estar fazendo um trabalho sobre o livro A ILUS-TRE CASA DE RAMIREZ. Sua mãe, preocupada com o isolamento da filha, apelou para um médico da família que, apesar da insistência, não conseguiu convencer a moça a sair do quarto nem por um in-stante. “O que no início parecia ser apenas um excesso de dedica-ção, acabou transformando-se numa obsessão” afirmou ele. A mãe está desconsolada. A estudante só se alimenta esporadicamente e nunca toma sol. De acordo com o Dr. Sábado “Ela deve ter sido submetida a um estresse muito grande, que acabou por provocar um surto psicótico”. Para ele não é nada grave, sendo necessário apenas um acompanhamento psicológico e muita paciência. “O que mais me preocupa é o fato de ela não se alimentar, o que pode causar alguma deficiência nutricional”.Jordão arregalou os olhos. Sentiu um verdadeiro exorcismo, uma expulsão dos restos das emoções que ainda o atormentavam. Sus-pirou como quem é curado misteriosamente. E a história não se encerraria aí.Sete dias depois, ela voltava a ser notícia de jornal, não como uma nota de rodapé de um caderno, mas como notícia de primeira pá-gina do caderno principal. Assombrado com essa promoção jor-nalística, ele devorou a notícia:

ATÉ PROFESSOR AUXILIA NO CASO DA ESTUDANTE OBCECADAOntem o professor Evaristo Evandro, responsável pela disciplina Lit-eratura Brasileira II da qual o trabalho de F.G. faz parte, ao tomar ciência da situação de sua aluna, decidiu ele mesmo interferir e dispensá-la da confecção do trabalho. Infelizmente, não logrou êxito. Embora insistisse que o trabalho era dispensável e que ela estava de antemão aprovada em sua disciplina, nada conseguiu. A aluna recusou-se a parar o trabalho, alegando possuir “um ter-rível senso crítico que me impede de desleixar agora”. E comple-tou: “Não faço o trabalho para passar de ano, mas porque o considero importante para mim. Por isso não posso conceber que ele seja feito de qualquer forma ou permaneça incompleto. Sim-plesmente não consigo”. A situação parece estar crítica, uma vez que a estudante praticamente não se alimenta e não dorme, já apresentando sinais de esgotamento físico, observou o Dr. Sábado: “Além de uma palidez cadavérica, creio que ela esteja com escor-buto, pois, enquanto falava, reparei que suas gengivas sangravam, e um dente canino despencou de sua boca”. A mãe foi medicada com tranquilizantes, pois estava prestes a entrar em crise nervosa. Para completar a tragédia, a história virou caso de polícia, pois os vizinhos começaram a reclamar do mau cheiro. “É um absurdo! O que tenho a ver com essa maluquice toda?” — reclama, elo-quente, seu José, vizinho do lado. “Se ela quer ficar trancada estu-dando dia e noite, é problema dela, desde que use o banheiro. O cheiro de fezes e urina já se espalhou pelo bairro todo!”. Sua janela é contígua ao muro que separa as duas casas. O Dr. Sábado con-firmou que a estudante não sai nem para ir ao banheiro: “Parece estar defecando e urinando no próprio quarto, o que, sem dúvida, é um considerável sinal de agravamento, embora eu seja obrigado a considerar isso tranquilizador do ponto de vista da saúde física da paciente. Antes ela estava retendo fezes com medo de perder tempo no ato da defecação” — esclareceu ele. Com um ar ago-niado, o Dr. Sábado desabafou com exclusividade para o nosso repórter: “Isso já não pode ser tratado como uma simples obsessão. Sinto-me impotente”.Jordão não acreditou.A posterior internação de F.G. soou como uma melodia melancóli-ca para ele. Embora já totalmente distanciado dela e de todo o entusiasmo que ela provocara, ainda assim lastimava o curso do destino. Ainda se lembrava dos beijos miúdos e suaves, do sorriso imensamente doce, dos olhos arregalados que pareciam irradiar um estranho brilho. Tudo parecia indicar uma harmoniosa conjun-ção. Mas A Ilustre Casa de Ramirez se interpôs entre eles. Agora era apenas o cheiro de urina e fezes que sua memória resgatava, e dois dentes incisivos que serviam de objeto de lembrança.

Alexandre Lourenço é Veterinário, microbiologista, professor, bípede, mamífero e, agora, escritor. Não necessariamente nesta [email protected]

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