Veja e as Revistas que fizeram história

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HISTÓRIA Conheça a história das revistas que marcaram época no Brasil ESPECIAL Tudo sobre a história da Veja, revista mais vendida no Brasil CAPAS Entenda como as capas chegaram ao que são hoje E AS REVISTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA Fechô www.veja.com.br História das Técnicas Vitória - ES 22 de Junho de 2010 E X E M P L A R DE PROFESSOR VENDA PROIBIDA R$ 8,40 E MAIS: BÁRBARA FONSECA, KARINE NELY, MURILO RAVANI, WILLI PISKE JR

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Relatório elaborado para a matéria "História dasTécnicas e do Desenho Industrial", pelos alunos: Bárbara Lima, Karine Nelly, Murilo Ravani e Willi Piske

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HISTÓRIAConheça a história das revistas que marcaram época no Brasil

ESPECIALTudo sobre a história da Veja, revista mais vendida no Brasil

CAPASEntenda como as capas chegaram ao que são hoje

veja

E AS REVISTAS QUE FIZERAM

HISTÓRIA

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História das TécnicasVitória - ES22 de Junho de 2010

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E MAIS: BÁRBARA FONSECA, KARINE NELY, MURILO RAVANI, WILLI PISKE JR

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vejaTrabalho Final 22 de junho de 2010

Carta ao leitor....................................................................4Afinal o que é revista........................................................5Um Pouco de História.........................................................7As Capas.....................................................................9Algumas revistas que fizeram história......................................11

ESPECIAL “Veja: Origem e transformação”.................................15

Veja Recomenda Referências................................................19

S E Ç Õ E SS E Ç Õ E S

E M V E J A . C O ME M V E J A . C O M V E J A . C O M . B RV E J A . C O M . B R

E S P E C I A LE S P E C I A L saiba mais sobre as transformações da VEJA através de 4 décadas de existência Pág. 15

Na seção Acervo Digital, você pode acessar todas as edições da Veja, completas, desde sua origem em 1968 até a mais atual. Uma ótima forma de conhecer melhor uma das maiores e mais antigas revistas brasileiras.

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C a r t a a o L e i t o r

As Revistas e um pouco de história

A Veja e as Revistas que fizeram História é um trabalho final para a matéria História das Técnicas e do De-senho Industrial. Escolhido pelo grupo de alunos do

5°período de Desenho Industrial, o tema principal do tra-balho é o projeto da Revista Veja e suas modificações nos últimos 42 anos. Para situar o querido leitor, o trabalho tam-bém apresenta um breve histórico sobre as revistas no Brasil, começando com a primeira edição Brasileira, passando por algumas revistas que marcaram época e alcançando o lança-mento da Veja, em 1968.

A fim de ilustrar melhor o trabalho, toda a parte gráfica do relatório se inspira no projeto atual da Veja, excetuando-se apenas o índice, que é baseado no projeto da revista que era adotado até o primeiro semestre de 2008. Essa escolha se deu porque àquela época, a revista era menor e conseqüentemente o índice também, comportando bem uma pequena quantidade de informações. Já a versão atual, é diagramada para uma extensa quantidade de informações, e tentar utilizá-la poderia gerar espaços em branco, e falta de harmonia.

Ainda trabalhando com o contexto, os cartazes produzidos para a exposição, representam capas de revistas, inspiradas em quatro publicações, sendo três escolhidas pelo grupo para rep-resentar a história das revistas, e a quarta sendo a própria Veja.

Os cartazes também fazem parte de um “quebra-cabeça”, cuja imagem final é de um leitor, considerado o personagem mais importante dessa história, já que sem ele, as revistas provavel-mente não existiriam.Agora, você é esse personagem, então lhe desejamos uma boa leitura!

Capa da 1ª edição de VEJA, lançada em 11 de Setembro de 1968

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Introdução BÁRBARA FONSECA

Afinal, o que é revista?Inspirada em renomados autores, a estudante de Design Gráfico Bárbara Fonseca explica o conceito de “Revista”

D e acordo com o dicionário Le Ro-bert, a expressão revista deriva da palavra inglesa review, cujo primei-

ro uso é datado de 1705, e hoje é utilizado no sentido de publicação. (MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 45)

Ainda sobre sua origem, na língua por-tuguesa, a gênese da palavra revista situa-se no final do século XIX, quando ela deixa de significar apenas “passar a tropa em revista” e ganha status de pub-licação, adquirindo a definição de “título de certas publicações periódicas, em que são divulgados artigos originais de crítica ou análise de determinados assuntos” [FREIRE, Laudelino. Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, A Noite Editora. 1943] (MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 45)

Um pouco mais atual, o dicionário da lín-gua portuguesa Michaelis conceitua re-vista como uma “publicação periódica na forma de uma brochura mais ou menos extensa, com escritos dedicados a uma só matéria: Revista de Biologia, Revista de Fi-losofia; ou de formato maior, com escritos variados e geralmente ilustrada; revista de atualidade, magazine.” (MICHAELIS, Hen-riette. 1989. p.217)

Conceito que pode ser complementado com a definição de Rabaça e Barbosa, em seu Dicionário de Comunicação, que dizem ainda, que a revista se diferencia do jornal por possuir um formato menor, maior número de páginas, capa colorida e ser impressa em papel mais encorpado. Além de classificá-la como um veículo im-presso de comunicação e propaganda, utilizado para atingir um público determi-nado. (RABAÇA; BARBOSA. 1995. p.646) A Revista também se diferencia do livro, no sentido em que, geralmente, é produ-zida por uma série de autores, enquanto é mais usual que um livro possua apenas um. (MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 45)

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Histórico

No Brasil, a primeira re-vista impressa surgiu em 1812, e se chamava “As Variedades”.“A primeira revista conhecida é datada de 1663, publicada na Alemanha, ela se chamava Erbauli-che Monaths-Unterredungen (ou Edificantes Dis-cussões Mensais). Por suas características, quase foi considerada como livro, mas por trazer vários artigos sobre um mesmo assunto - no caso teologia -, ser voltada para um público específico e se pro-por a sair periodicamente, acabou classificada como revista. Serviu de inspiração para diversas publica-ções internacionais, entre as quais a Weekly Review of Affairs of France, lançada em 1704, pelo escritor Daniel Defoe (criador das Aventuras de Robinson Crusoe) que foi a primeira a utilizar o termo “re-vista”. (SCALZO, Marília. 2003. p.19; A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.16)

No Brasil, a primeira revista impressa surgiu em 1812, e chamava-se As Variedades. Bem diferente da que conhecemos hoje, foi chamada por seu próprio editor – Antônio da Silva Serva – de “folhe-to”. Ela trazia ensaios de literatura, e era um maço de 30 folhas de papel - considerado mal encaderna-do – recobertas de texto, e sem nenhuma ilustração. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.16)

O nome Revista, só foi adotado por aqui em 1828, após o lançamento, no Rio de Janeiro, da Revista Semanário dos Trabalhos Legislativos da Câmara dos Senhores Deputados. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.18)

O tema das primeiras revistas também não lem-brava muito ao que conhecemos hoje, elas pouco refletiam a sociedade e passavam longe da função de noticiar, na verdade tratavam-se apenas de publi-cações eruditas. Fatos como a proclamação da Inde-pendência, chegaram a demorar 13 dias para serem noticiados, e ainda assim por jornal. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.18)

Mas, esse quadro começou a mudar por volta de 1860, quando ilustrações e fotografias tomaram espaço nas publicações, quebraram a monotonia, e trouxeram consigo os textos legendas. Ainda não eram artigos, ou reportagens, no entanto já se começava a retratar um pouco da realidade, mesmo que sem o uso de muita criatividade. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.21)

Nessa mesma época, a impressão em cores tornava-se mais freqüente nas revistas. A cromolitografia avançava e tornava viável a impressão de uma ima-gem ou uma página colorida, mesmo que com apli-cação limitada. Mas, por ter um custo elevado, esse processo foi aos poucos abandonado pela maioria das revistas que haviam se disposto a utilizá-lo. O que não significou o fim da impressão em cores, pelo contrário, em alguns casos ela chegou a ser feita manualmente, exemplar por exemplar, em ti-ragens expressivas. (CARDOSO, Rafael. 2009. p. 118)

Em 1930 as reportagens tomaram peso real, o jornalista saiu às ruas e as publicações ganharam

novos temas: esporte, política, artes e espetáculo, consumo, modos de vida, etc. As revistas acabaram por se segmentar, identificando um público espe-cífico (homens, mulheres, adolescentes, etc) e se voltando para ele. Criando um vínculo mais forte com o leitor e chegando ao que são hoje. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.22)

UM POUCO DE HISTÓRIA

EDIÇÃO N° 1 a capa da primeira revista surgida no Brasil.

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WILLI PISKE JR

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Histórico

“O valor da chamada de capa foi descoberto em 1940, pela revista O Cruzeiro, que passou a buscar

o furo de reporta-gem e a seduzir o

leitor.”

Mas, sem nunca se esquecer da necessidade do público de identificar a publicação a primeira vis-ta, ou seja, sempre mantendo uma identidade vi-sual. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.24)

O valor da chamada de capa foi descoberto em 1940, pela revista O Cruzeiro, que passou a bus-car o furo de reportagem e a seduzir o leitor com suas chamadas breves, precisas e irresistíveis. Esse método acabou se mostrando tão eficiente que alcançou a atualidade de maneira bastante expressiva. Porém, as vendagens provam que não existe receita infalível para fazer capas, afinal de contas, leitores são imprevisíveis, e o processo de criação é sempre um grande desafio. Dessa forma, acaba restando ao editor manter um con-stante processo de experimentação. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.24)

“Reportagem de capa”, essa é uma expressão muito utilizada no jornalismo, e em geral suben-tende uma grande responsabilidade, pois equivale a matéria principal da revista. Todavia, nem sem-pre foi assim. As primeiras capas nada tinham a ver com o conteúdo da publicação, tratavam-se apenas de desenhos ou reproduções de pinturas, que deviam ser belas. Mas isso não significa que a capa não era importante, o conceito era diferente, no entanto já se sabia que era ela que seduziria o leitor e o induziria à compra da revista. Com isso, já em 1905, as capas ganhavam cor, arabes-cos, motivos brasileiros e logotipos muito de-senhados. Além de experimentar desde o relevo tipográfico à ilustração pictorialista, com a foto trabalhada para parecer pintura.Tudo com um ob-jetivo: chamar a atenção do leitor. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.24, 26 e 28)

UM POUCO SOBRE AS CAPAS

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REVISTAS QUE FIZERAM HISTÓRIASão tantas [revistas importantes] que, se tentássemos fa-lar de todas, certa-mente cometeríamos injustiças, portanto foram escolhidas ape-nas dez representantes.

A história do início da Revista no Brasil, e de como ela chegou ao que é hoje, conta com diversos personagens, que são revistas que marcaram época, e à sua maneira influenciaram e foram influenciadas pelos momentos histó-

ricos. São tantas que, se tentássemos falar de todas, certamente cometeríamos injustiças, portanto foram escolhidas dez representantes para falar um pouco dos mais de 150 anos que separaram a produção da primeira revista no Brasil do lançamento de Veja, pu-blicação que é nossa reportagem de capa.Como prin-cipais foram selecionadas: A Maçã, O Cruzeiro, Se-nhor e Realidade. Mas, sem desconsiderar as demais.Como as revistas estão apresentadas sem seguir uma seqüência cronológica, abaixo o leitor encon-tra uma linha do tempo, com as publicações citadas.KARINE NELLY

Museo Universal ~ 1837 Revista Ilustrada ~ 1876 Dom Quixote ~ 1896 Kosmos ~ 1904 Fon-Fon ~ 1907

Lançada em 11 de fevereiro de 1922, a revista ilus-trada A Maçã tornou-se rapidamente um sucesso, seu primeiro número teve as edições esgotadas e ela chegou a se tornar o semanário mais vendido no Rio de Janeiro, até então, capital federal. Di-rigida ao público masculino, foi classificada como publicação “galante” e espirituosa. Apesar de ser na época percebida como transgressiva, e ter sido alvo constante de censura, seu idealizador alegava que ela apenas “Se propõe à dizer com graça, com arte, com literatura, o que se costumava a dizer por toda parte sem literatura, sem arte e muitas vezes sem graça”. (SCALZO, Marília. 2003. p.19; CAR-DOSO, Rafael. 2005. p. 96; MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 132;)

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A Maçã

Histórico

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Histórico

CARICATURA de Ivan, feita pelo desenhista para-guaio Andrés Guevara.

O MIOLO da revista trazia a integração entre texto e imagem.

ARTE DA CAPA K.listo mostra seu traço incon-fundível nesta capa de 1925.

Nas edições d’ A Maçã, os contos em tom satírico publicados pelo diretor da revista, Humberto Cam-pos – sob o pseudônimo de Conselheiro xx – foram de grande sucesso, fazendo o autor se tornar muito conhecido, contudo também lhe renderam duras críticas. O personagem assumiu tamanha importân-cia que passou a assinar semanalmente as edições da revista. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 96) A revista manteve um projeto gráfico diferenciado até a saída do de Humberto de Campos de sua di-reção, em 1928. Desde seus primeiros números, podia se notar o uso de uma diagramação inco-mum, a presença de muitas ilustrações empregadas com liberdade e a grande utilização de elementos tipográficos, como fios e pontos, sua característica mais marcante era a integração ilustrações com uma boa utilização da tipografia. O texto envolvia a ima-gem. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 100; A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.124).

O semanário apresentava seções sobre cinema e teatro de revista, além das seções satíricas, sem-pre marcadas pela presença constante de Eva e a maçã. Levantava assuntos considerados tabus como: relacionamentos extraconjugais, emancipa-ção feminina, ascensão social de prostitutas, de-sejo e traição. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 100) Durante toda a trajetória, sua redação contou com vários artistas ligados as artes visuais, dentre eles, o primeiro a ser responsável pelo projeto gráfico foi Ivan – pseudônimo de Manlius Mello - que possuía um traço leve de delicado e um desenho firme e se-guro, seus trabalhos ornamentais reuniam firmeza do lápis de riqueza da imaginação. Comparado à J.

Carlos pela graça e espiritualidade de suas figuras femininas. A Maçã também pôde contar com o dono de um traço inconfundível: Calixto Cordeiro, ou K.lixto, que dominava todas as técnicas gráfico-editoriais, inclusive a litografia. (CARDOSO, Ra-fael. 2005. p. 100) Graças a seus talentosos colaborados, diversos re-cursos gráficos utilizados hoje já eram empregados na revista. A experiência em gravura e impressão desses gerava ilustrações com um primoroso acabamento, além da estreita relação entre o con-teúdo visual e o texto, característica quase inexplo-rada na época. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 101) No ano de surgimento da revista, a estrutura grá-fica consistia em capa e quarta-capa com 2 ou até 3 cores em edições especiais, 22 páginas em preto e seis em duas cores, as mesmas da capa. Na capa, o logotipo, o número e a data de publicação e o nome do editor (Conselheiro xx) ocupava a parte superior, logo abaixo vinha a ilustração com título e legenda, ocupando a maior área da capa, sendo os principais elementos na ilustração: as figuras de mulheres, maçãs, casais, cupidos, serpentes e o diabo. Foram exploradas as relações entre os sexos e as represen-tações das prostitutas de luxo, ou cocottes, sempre em posições provocantes e com roupas ousadas. Em suma, o seu primeiro ano foi importante para a afirmação da revista entre o público. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 104) Ao contrário das revistas da época que possuíam capas vistosas, porém miolos sem grandes inova-ções, em A Maçã além da capa, a diagramação in-terna foi se tornando mais arrojada e criativa a cada número. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 108)

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Em dezembro de 1923, A Maçã sofre mudanças em seu projeto gráfico, tendo como responsável pela sua reformulação visual, o ilustrador para-guaio Andrés Guevara. Os traços se tornaram mais geométricos, o logotipo foi alterado, as formas e ornamentação foram simplificadas, com uma visível influência art déco. E em 1924, quando Guevara entra definitivamente em cena, a capa tem sua estrutura reformulada: o logotipo muda de posição para o canto superior esquerdo e o nome do Conselheiro xx é extinto. Além das modificações gráficas, um tema novo é abordado: a política, o que indica que a reformulação do projeto gráfico coincide com uma tentativa de re-direcionamento de público. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 112) Em 1925, as capas se tornam mais impactantes, há mais vibração nas cores e tridimensionali-dade, as ilustrações aparecem em zoom, amplia-das e recortadas. E em 26, a influência art déco é mais acentuada nas cores e diagramação, com menos uso de ilustrações e uso mais freqüente da fotografia. As capas se tornam mais explicitas em relação ao sexo. Entre 27 e 28, Humberto Cam-pos começa a se desligar da revista o que a torna cada vez mais explicita e menos criativa, perden-do as sutilezas dos trocadilhos e ambiguidades. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 117)

A Maçã ~ 1922 O Cruzeiro ~ 1928 Manchete ~ 1952 O Senhor ~ 1959 Realidade ~ 1966

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Histórico

SENHOR possuía em quase todas as suas capas a ilustração, abusando de variadas técnicas como: cola-

gem, gravura, pintura e tipografia.

REALIDADE abria suas reportagens com sequências fotográficas e pro fim blocos autônomos traziam o texto da matéria.

O CRUZEIRO também foi muito importante no aspecto cultural.

A revista de 1959 teve grande responsabilidade no crescente uso de ilustrações. Sua principal contri-buição foi a preocupação em trabalhar integral-mente o projeto gráfico. Para seus idealizadores a ilustração deveria manter o equilíbrio conceitual e estético da revista, desde a capa à última página. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.71, 72)

Senhor foi uma revista de cultura, apoiada na litera-tura, tendo os mais importantes autores nacionais em suas páginas, como: Graciliano Ramos, Gui-marães Rosa, Clarice Linspector e Jorge Amado. O texto requintado correspondia à uma visualidade igualmente requintada, que unia artes plásticas com design, dando atenção também para o acabamento: papel e impressão. Para completar, a revista era mais cara do que as demais, o que definia seu públi-co como de bom poder aquisitivo. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 107, 108, 137)

A revista teve seu período áureo nos três primeiros anos. Nessa fase em quase todas as capas, estava presente a ilustração, sendo exploradas diversas técnicas, como o desenho, pintura, colagem e tipo-grafia, quase sempre misturad as umas as outras. Somado a isso, as capas não eram neces-sariamente vinculadas ao assunto tratado na edição. Todos esses fatores geravam uma liberdade expres-siva que garantia um interesse renovado a cada capa. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 108)

O projeto do miolo se propõe em conciliar varie-dade com unidade visual. Cada página trás uma surpresa sem perder coerência à página precedente. A aparência estimulante da revista se dá pela au- sência de uma estrutura diagramática normatiza-dora, como o grid. Contudo existiam padrões que eram respeitados, mas ao mesmo tempo as pelicu-liaridades de cada matéria eram levadas em conta. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 120, 121) As ilustrações andavam de mãos dadas com o de-sign do miolo. As imagens não eram simplesmente transplantadas para o interior da revista, elas sem-pre estavam profundamente relacionadas ao de-senho das páginas, mais do que ocorria nas capas. A tipografia também era tratada como imagem, explorando todas suas possibilidades expressivas nos títulos das matérias. Vale ressaltar que apesar de Senhor abusar do uso da ilustração, isso não implica em dizer que a fotografia esteja totalmente ausente, entretanto ela é usada com manipulações de laboratório, transformando-a em informação pictórica. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 121, 129, 132)

É perceptível que a revista carioca marcou época pelo texto irreverente e a ousada apresentação grá-fica, sendo sua participação tão marcante, que sua retirada do mercado, em 1964 (apenas 5 anos de-pois), deixou um vazio no mercado editorial, que só começou a ser suprido 15 anos depois pela Playboy, revista masculina da Abril que, na década de 1980, notou que os desenhos poderiam enriquecer suas páginas. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.71, 72; CARDOSO, Rafael. 2005. p. 236)

Criada em 1928, por Assis Chateaubriand, O Cru-zeiro ficou conhecida por consagrar a reportagem, e por sua considerável participação no início do foto-jornalismo, e chegou a ser considerada a revista mais importante do país nos anos de 1930 à 1950. Ainda nessa época, uniu a ilustração à literatura e realizou uma revolução no visual das revistas ao integrar completamente a fotografia à estrutura edi-torial. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.44, 65, 71)

Apesar de tudo isso, ela também ficou marcada por uma fotomontagem utilizada para divulgar como real um “desfile de discos voadores no céu do Rio de Janeiro”, episódio que, entre outros, a fez perder um pouco do espaço jornalístico, primeiro para a Diretrizes e mais tarde para a Manchete. Na segunda disputa, concorria contra uma caprichada impressão em cores, utilizando apenas papel de má qualidade, tinta sépia e uma aparência envelhecida. Mas, nada disso a impediu de cravar recordes de venda e chegar a sua tiragem recorde de 720 mil exemplares na ocasião da morte de Getúlio Vargas. Sua própria “morte” ocorreu na década de 1970. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.44, 50, 53, 65; SCALZO, Marília. 2003. p.30; CARDOSO, Rafael, 2005. p. 92)

O Senhor

O Cruzeiro

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REALIDADE transformou ator em Tio Sam para ilustrar a matéria sobre o anti-americanismo.

Considerada uma das mais conceituadas revistas brasileiras de todos os tempos, Realidade surge em 1966 oferecendo um padrão de reportagem ainda desconhecido no país. Somava temas ousados, in-vestigações profundas, textos elaborados e ensaios fotográficos antológicos. Tais características a le-varam a inúmeros problemas com o regime militar - sistema vigente na época -, entre os quais a apre-ensão de parte de uma de suas edições. (SCALZO, Marília. 2003. p.31; A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.58, 59)

Adepta ao new jornalism, então a grande novidade da imprensa americana, Realidade aposta suas fi-chas no jornalismo em primeira pessoa, o que se tornou a marca indelével da revista. Vale ressaltar que o tom pessoal não se limita apenas ao texto, mas inclui também as imagens. O fotógrafo passa a dividir com o jornalista a responsabilidade de construção do discurso, ou seja, ele passa a ser foto-jornalista. Todos esses fatores somados era o que gerava reportagens dramáticas edição após edição. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 147, 148, 149, 150)

Como a maioria das revistas dirigidas ao grande público, Realidade, explorava uso do rosto de pes-soas em suas capas. Mesmo tendo figura humana representada na quase totalidade dessas, foi bus-cado um viés interpretativo a partir dela. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 151, 152)

Lançada em 1952, Manchete valorizava os aspectos gráficos e fotográficos, pois se con-siderava “a serviço da beleza do Brasil”. Com isso, se diferenciava das outras por circular com uma excelente impressão em cores. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p. 53)

A Revista Ilustrada, “a maior de todas as revis-tas brasileiras de imagens do século passado” [Costa Ferreira, 1994: 400], foi lançada em 1° de janeiro de 1876 por Angelo Agostini. Como boa parte da produção da época, inspirava-se no modelo europeu, e apesar de não conseguir alcançar o padrão estrangeiro – como no papel e número de páginas - era considerada o que havia de mais atraente no gênero à época. E segundo seu criador, foi o primeiro periódico ilustrado, em toda a América do Sul, a alcançar a tiragem de 4.000 exemplares. (CARDOSO, Rafael. 2005. p.69; MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 42, 43)

Criada por Jules Villeneuve, a Museo Univer-sal foi uma das primeiras revistas brasileiras a apostar no desenho. Ela trazia as novidades da moda, relatos de viajantes, paisagens de metrópoles e lugares exóticos. Seus textos eram leves e acessíveis, a fim de alcançar a população recém-alfabetizada. E ela seguia a riscas o modelo Europeu. (A Revista no Bra-sil, Ed. Abril, 2000. p.67; SCALZO, Marília. 2003. p.28)

Inspirada no personagem de Cervantes, Don Quixote foi criada por Agostini (mesmo cria-dor da Revista Ilustrada), que abusou da graça e da irreverência brincando com o logotipo e o redesenhando em mais de vinte edições. Ela ironizava o momento histórico e durou de 1895 à 1903. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.82 e 84)

A Kosmos surgiu em 1904, época em que o jornalismo fotográfico se modernizava. Aper-feiçoou a qualidade de impressão, e foi con-siderada uma das revistas mais sofisticadas que já apareceram no país. Seu acabamento gráfico, chamado de requintado, combinava perfeitamente com o primor de seu texto. Seus ornamentos e tipografia eram elegantes e ela chegou a utilizar aplicação de tinta metálica e impressão colorida de fotos. Apesar de tudo isso, não durou mais de cinco anos. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.95; CARDOSO, Rafael, 2009. p. 144)

Surgida na primeira década do século XX, Fon-Fon! costumava retratar histórias ex-traordinárias. Foi pioneira na foto-reportagem e na integração de texto e imagem. Arrojada, alcançou meio século de sobrevivência. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.44 e 45; CARDOSO, Rafael, 2009. p. 142)

As capas não sendo o ponto forte da revista, seus melhores momentos estavam mais presentes nos miolos. Onde o diagrama era sóbrio. O foco do tra-balho de design recaia sobre a relação do texto com a imagem fotográfica. A abertura da reportagem é comandada por fotos cuidadosamente diagramadas, e o texto funciona como um balizamento sutil para as imagens alcançarem o significado pretendido, em seguida, é apresentado, em um bloco autônomo, os textos da matéria. No conjunto cada matéria acaba sendo composta por dois discursos paralelos. O primeiro, na abertura, a sequência fotográfica pontuada por textos breves; e o segundo o bloco de texto ocupando as páginas finais. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 153, 154)

Um exame nas páginas de Realidade e pode-se ver em seus ensaios visuais a influência da linguagem cinematográfica. As fotografias traziam caracte-rísticas que podem se facilmente identificadas como influenciadas pelo cinema. Cortes, aproxima-ções, afastamento, mudanças de ângulo mostravam o percorrer da câmera na cena retratada. Até mesmo o tempo é inserido no discurso gráfico por meio das sequências, criando uma narrativa verbo-visual im-pressa. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 164, 165)

No fotojornalismo a fotografia sempre carrega o fardo da verossimilhança, visto que a imagem fotográfica supostamente garantia que os fatos “realmente aconteceram”, contudo, na revista, a fotografia rompe ao padrão convencional e em suas páginas assistimos o uso sistemático e continuado de imagens menos comprometidas com a repre-sentação realista, fruto das manipulações permiti-das pelos recursos digitais. A revista apresentou ao público essas novas possibilidades: ângulos sur-preendentes, imagens de baixa definição, borrões produzidos pela captação de movimento e fusões de várias tomadas numa única imagem. Todas elas apresentando ao leitor uma imagem fotográfica jamais vista pela maioria deles. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 171)

Realidade teve em seus três primeiros anos seu período mais efervescente, imediatamente após o AI-5, um numeroso contingente de profissionais foi demitido e a partir daí a revista entro em um lento declínio, fechando suas portas em 1976. Ape-sar das dificuldades com o regime militar, a revista conseguiu fazer capas notáveis e alcançar tiragens de até 500 mil exemplares. Mas, o advento da tele-visão acabou por levá-la a decadência, não em sen-tido de vendas, mas por falta de anunciantes, que preferiam divulgar seus produtos na telinha. Ela desapareceu por completo em 1976. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.58, 59; SCALZO, Marí-lia. 2003. p.31; MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 182)

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Manchete

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Especial

A primeira edição de Veja foi lançada em 11 de setembro de 1968, em pleno regime militar. Aquela edição trazia impressos na capa símbolos do co-munismo e uma chamada para uma

matéria que tratava do enfraquecimento deste movimento ao redor do mundo. Com uma tira-gem de 700.000 exemplares, o que para a época era algo estrondoso, a primeira edição não agra-dou os leitores, apesar de ter as vendas esgotadas. A edição inaugural trazia muito texto e poucas fotografias, de forma que nas semanas seguintes as vendas caíram vertiginosamente. Entretanto, passados cerca de sete anos buscando acertar sua fórmula e apostando suas fichas na fideliza-ção de seu público, Veja mostrou sinais de que tinha vindo para ficar, obtendo um lugar cativo na mente do cidadão brasileiro e chegando ao ano 2000 como a quarta maior revista semanal de notícias do mundo, atingindo picos de tiragem de 1,7 milhões de exemplares semanais, atrás apenas das americanas Times, Newsweek e U.S News. (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 62; SCALZO, Marília. 2003. Pg. 31 ).

A Editora Abril formou sua primeira equipe de re-dação da Veja selecionando e treinando 50 jovens de todo o país, ministrando o primeiro curso de jornalismo de empresa no Brasil. Parte do sucesso da revista deve-se à disposição que a Veja apre-sentou desde seu começo de “ir além da mera re-senha da semana, servindo ao leitor coberturas exclusivas e, sobretudo, interpretação: o contexto em que o fato se deu, seus possíveis desdobramen-tos e conseqüências. Outra novidade naqueles começos era o texto impessoal, capaz de dar a impressão de que a publicação fora escrita, de ponta a ponta, por um mesmo redator.” (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 60; SCALZO, Marília. 2003. Pg. 31).

Desde o início, a Veja chamou atenção pelo seu conteúdo

político. Sua primeira edição foi lançada poucas semanas antes que o AI-5 inaugurasse a fase mais violenta da censura à imprensa, mutilando e apreen-dendo várias edições e dificultando os trabalhos da revista até meados dos anos 1970. “A década que viu nascer o Estúdio Abril foi também a do surgimento de revistas que valorizavam o texto (...) mas, ironica-mente, foi uma foto – a do presidente Costa e Silva no plenário vazio da Câmara dos Deputados – que levou a Censura a apreender a edição número 15 de Veja, o indispensável papel de dizer com imagens, eventualmente de forma subliminar, aquilo que não podia ser dito com palavras.” (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 105).

Um caso relativamente recente em que a Veja teve influência direta nos acontecimentos políticos ocor-reu com as denuncias de corrupção em torno do presidente Fernando Collor, no início da década de 90, feitas pela revista. Dados levantados pela Veja conduziram o Congresso Nacional no processo de impeachment que, pela primeira vez na história do Brasil, afastou do poder um presidente da República. Entretanto, apesar de a política estar entre suas prio-ridades, Veja também se consagrou com reportagens de interesse geral. (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 60, 62, 105). O êxito da revista acabou estimulando o surgimento de outras revistas que seguiram uma fórmula semel-hante à utilizada pela Veja. Afinal, por exemplo, teve

vida breve sendo publicada de meados ao fim da década de 80. IstoÉ, publicada pela primeira vez em 1976, perdura até hoje, sendo uma das concorrentes diretas e mais fortes da Veja.(A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 60).

Tendo acompanhado a socie-dade brasileira, seus sofrimen-tos, alegrias, derrotas e êxitos durante mais de quatro décadas, a revista Veja faz parte do cotidi-ano do povo de nosso país. Ape-sar de fortes concorrentes como IstoÉ e Época e de acusações de imparcialidade e manipulação de

“Passados cerca de sete anos buscando acertar sua fórmula e apostando suas fichas na fidelização de seu público, Veja mostrou sinais de que tinha vindo para ficar.”

Veja: Origem e Transformação

MURILO RAVANI

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informações, Veja é de longe a revista de infor-mação semanal mais lida, citada e lembrada entre os leitores desse gênero. Com seus 1,7 milhões de exemplares publicados semanalmente, e 80% desse número correspondendo a assinantes, a re-vista mostra que cumpriu suas metas e acertou sua fórmula de forma louvável. E o futuro ace-na positivamente... Espere e veja você mesmo. (SCALZO, Marília. 2003. Pg. 31)

1968 - O logotipo da revista, que sempre se apresenta no canto superior direito, permanece o mesmo desde a primeira edição até os dias de hoje, com algumas pequenas modificações com o passar dos anos. O logotipo é baseado na família tipográfica Franklin Gothic e no início era monocromático, sem nenhum tipo de adorno, e variava sua cor em algumas e-dições. Além disso, era sempre acompanhado da expressão “e leia” logo acima, em corpo reduzido e em certas edições apresentava um leve contorno para facilitar sua leitura quando a cor do logotipo apresentava baixo contraste em relação ao fundo.

Década de 70 - Em sua edição 352, publica-da em 04/06/1975, o logotipo apresenta sua primeira modificação, perdendo os dizeres “e leia” que o acompanhava desde a primeira ed-ição.

Década de 80 - Durante a década de 80, a Veja passa a adotar o contorno no logotipo não mais apenas como recurso gráfico para facilitar a legibilidade, utilizando-o como adorno, em cores variadas.

Anos 2000 - No início dos anos 2000, a revista adicionou um sombreado interno no seu logo-tipo, dando volume e mais peso ao mesmo. Nos dias de hoje, ocasionalmente adiciona um gradiente às letras, o que confere ainda mais volume e presença ao logotipo.

1968 - Desde de seu início, a revista Veja apresenta uma única ilustração ou foto em sua capa, com no máximo uma ou duas chamadas. E como não poderia ser diferente, a aparência das ilustrações e fotografias mudaram com o tempo, devido principalmente à evolução dos métodos de produção. Vale destacar que desde a primeira edição a capa da Veja sempre se apresentou em policromia.

Anos 2000 - Nos dias de hoje, a Veja passou a inserir sub-chamadas de outras matérias em sua capa, mantendo, entretanto, uma hierar-quia bem clara entre a matéria de capa e de-mais reportagens.

LOGOTIPO

ILUSTRAÇÃO

EVOLUÇÃO GRÁFICA DA REVISTA

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Especial

1968 - Em suas primeiras edições, a Veja seguia um padrão de aproximadamente 70 páginas por edição, abordando sempre os mesmos temas: política, economia, ciência, esporte, lazer, tecnologia, cultura, entre outros. Até o fim da década de 70, a Veja já contava com uma média de 100 páginas por edição, sempre tratando dos mesmos temas.

Década de 80 - Até o final da década de oitenta Veja já contava com a média de 120 páginas que ela apresenta até hoje. Vale ressaltar que a quantidade de páginas varia bastante de edição para edição, tanto para mais quanto para me-nos. Edições especiais de Veja chegam a contar com 250 páginas.

1968 - Desde seu início, e por muitos anos, Veja apresentou seu miolo - textos e imagens - inteiramente em preto e branco, com es-porádicas excessões. Os anúncios do interior da revista, por sua vez, eram quase que em sua totalidade policromáticos.

Década de 80 - Em meados da década de oi-tenta, reportagens com fotos e ilustrações colo-ridas começaram a aparecer com mais frequên-cia na Veja. Alguns títulos também ganharam coloração.

Década de 90 - Até o início da década de no-venta a Veja já contava com edições inteira-mente coloridas, e um volume de imagens e gráficos bem superior ao apresentado em suas primeiras edições.

Analisando os anos de 84 e 94, vemos que as imagens costumam aparecer dentro de en-quadramento, apresentando fotos em contorno apenas em 2004. Contudo, em meados dos anos 80 as fotos passam a utilizar recursos cri-ativos fazendo com que a imagem ultrapasse os limites da página, sendo cortada além das margens.

A arte gráfica começa a aparecer já em 94, e apesar de possuir foto enquadrada já consegue fornecer à página uma sensação de dinâmica e modernidade. Ainda no mesmo ano, podemos notar a presença de caricaturas.

Década de 80 - As fotos são panorâmicas, apre-sentam pouco dinamismo e enquadramento pa-drão, conferindo características formais à pá-gina. O efeito de “sangramento” (que poderia ser superior, inferior ou externo), começa a ser utilizado já nessa década, popularizando-se em meados de 2004. Num aspecto geral, as foto-grafias desse período se apresentam enquadra-das e com imagens distantes. Vale destacar que as fotos policromáticas competem com fotos monocromáticas. Nesse mesmo período, cerca de 40% da revista era composta por fotos preto e branco.

Década de 90 - Aqui, as fotografias começam a se mostrar mais dinâmicas e menos distan-tes. Num aspecto geral, possuem um pequeno contorno preto. A técnica de “sangramento” continua sendo utlizada, aparecendo também com a união dos três tipos (inferior, superior e externo). Dessa forma, a foto pode ultrapassar ao mesmo tempo todas as margens da página. As fotos, agora coloridas e dinâmicas, podem apresentar suas legendas até mesmo dentro da própria imagem.

Anos 2000 - As fotos começam a se apresentar fora do enquadramento padrão, dando à revista um aspecto mais moderno. Fotos espontâneas passam a ser mais exploradas deixando as fotos “posadas” um pouco mais de lado. Até mesmo a legenda, em alguns casos, passa a fazer par-

te da composição da página, deixando para trás sua clássica posição, sempre abaixo da ima-gem. A tecnologia empregada no setor fotográ-fico, confere às imagens atuais muito mais vigor, expressão e sentimento, provocando muito mais os instintos do leitor no momento do contato visual. A possibilidade efetiva de se trabalhar e imprimir imagens manipuladas, também contribuiu bastante para a evolução das imagens, trazendo inclusive a possibili-dade de uma novidade: Os infográficos.

N° DE PÁGINAS

CORES

IMAGENS

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Recomenda

vejaReferências

RAFAEL CARDOSO

organizador de O de-sign brasileiro antes do design e Impresso

no Brasil

DESTAQUE

CARDOSO, Rafael (Org.). O Design brasileiro antes do design: aspectos da história gráfica, 1870-1960. São Paulo: Cosac & Naïf, 2005. 358 p.

LIVROSIMPRESSO NO BRASIL

CARDOSO, Rafael (Org.). Impresso no Brasil: Destaques da hisótia gráfica no acervo da Biblioteca Nacional (1808-1930). Ed. Verso Brasil, 2009. 180 p.

DESIGN GRÁFICO BRASILEIRO: ANOS 60

MELO, Chico Homem de (Org). O Design gráfico brasileiro: anos 60. São Paulo: Cosac Naify, 2006. 302 p.

JORNALISMO DE REVISTA

SCALZO, Maria. Jornalismo de Revista. São Paulo: Ed. Contexto, 2003.

REVISTAS EM REVISTA

MARTINS, Ana Luiza. Revistas em Revista: Imprensa e Práticas Culturais em Tempos de República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, 2008.

A REVISTA NO BRASIL

A Revista no Brasil. São Paulo: Editora Abril, 2000

DICIONÁRIO DE COMUNICAÇÃORABAÇA, Carlos Alberto e BARBOSA, Gustavo Guimarães. Dicionário de Comunicação. 2ª edição. São Paulo: Ática, 1995.

MICHAELIS

NOVO michaelis: dicionario ilustrado. 41. ed. - São Paulo: Melhoramentos, 1986.

SITES

ACERVO VEJA

Acervo veja. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/acervodigital>. Acesso em: 10 junho 2010.

SITE ABRIL

Site da abril. Disponínel em: <http://www.abril.com.br>. Acesso em: 10 junho 2010.

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