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Agosto de 2018 Edição: 383 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva Páginas 12 e 13 Página 5 Página 9 Página 11 1.º TRIMESTRE DE 2018 DAFUNDO HÁ 30 ANOS FEDERAÇÃO DO DISTRITO DE COIMBRA Economista rendido à causa dos bombeiros Chiado marca mudanças Atribuído meio milhão de euros pelo FPSB INEM renova mais 75 ambulâncias Foto: Marques Valentim V. N. Milfontes Páginas 26 e 27

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A g o s t o   d e   2 0 1 8   Edição:  383  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

Páginas 12 e 13

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1.º TRIMESTRE DE 2018

DAFUNDO

HÁ 30 ANOSFEDERAÇÃO DO DISTRITO DE COIMBRA

Economista rendidoà causa dos bombeiros

Chiadomarca mudanças

Atribuído meio milhão de euros pelo FPSB

INEM renova mais 75 ambulâncias

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V. N. Milfontes Páginas 26 e 27

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2 AGOSTO 2018

Há quem não a sinta nem tenhaQuando escrevo estas li-

nhas decorre ainda o maior incêndio da histó-

ria do estado norte-americano da Califórnia, 11 dias após o seu início e depois de queima-das centenas de casas e 118 mil hectares de floresta, e que os bombeiros estimam só em Se-tembro poder dar como extinto. Já ardeu qualquer coisa como a área da cidade de Los Angeles.

E, mais uma vez, não consigo perceber esse fenómeno, que se repete a cada ano apesar dos meios e recursos envolvidos, e tudo o que ouvi recentemente na Faculdade de Agronomia, em Lisboa, da boca de um antigo responsável pelo combate aos fogos florestais na Califórnia so-bre a realidade portuguesa. Realidade, que nós não conhe-cêssemos já, descrita e anun-ciada pelos bombeiros portu-gueses há muitos anos, mas que acabou por ser atendida por seu outrem a dizer? Trata--se da forma bacoca como tan-tas outras coisas também são atendidas em Portugal.

Escrevo ainda no dia em que é dado como dominado o recen-te incêndio de Monchique, após 8 dias, 27 mil hectares, milha-res de bombeiros entre os ope-racionais presentes, mais de 4 centenas de viaturas, 41 feri-dos, 22 dos quais bombeiros.

Não quero estabelecer qual-quer paralelismo entre as duas situações ocorridas em simultâ-neo nos EUA e em Monchique, outros o farão, nem com as ocorridas na vizinha Espanha na

mesma altura, nomeadamente, em Huelva, Badajoz e Valência.

Procurei acompanhar o evo-luir das situações ocorridas no estrangeiro nas respectivas re-des e comunicação sociais. Mas, em tudo o que li não encontro paralelo com a forma com no nosso país vejo tratadas, ou mal tratadas, essas situações em termos comunicacionais e de opinião pública.

Sei que estamos em plena sealy season, as pessoas abran-dam a actividade, aderem ao “dolce far niente”, dito de outra forma, o fazer nada, num vazio que nem as notícias das ditas revistas cor-de-rosa conse-guem preencher. Contudo, julgo que é profundamente injusto ouvir as habituais generalida-

des, aleivosias também, profe-ridas pelo grupo humano dos tempos modernos, que se des-taca até no espaço internacio-nal, dos chamados treinadores de bancada portugueses. É tema frequente de esplanadas ou de grupos de praia, entre dois mergulhos ou uma sando-cha, opinar sobre a actualidade e, por que não, sobre os incên-dios, inclusive o recente de Monchique.

O debate e o direito de opi-nião são bens e direitos irrever-síveis. Mas incluir nesse pacote o disparate é coisa bem diferen-te.

Em muitos casos, a questão não estará, apenas, no que se diz, mas também na forma como se diz, ou seja, por exem-

plo, tomando a parte pelo todo, generalizando a tudo e a todos eventuais episódios ou casos lo-cais. Essa postura, cuja ampli-tude chega a atingir de facto o disparate, funciona como gera-dora de “fake news”, “posverda-des” e outros fenómenos de in-toxicação ou embuste sobre o que se passa.

Desta vez, a opinião pública, fazendo jus à época estival e à tentação do momento, voltou a fazer circular vários ditos sobre o comandamento, a coordena-ção ou falta dela, a hipotética incapacidade e desorientação no terreno. Todos têm opinião sobre o que deveria ser feito e todos sabem apontar o dedo seja a quem ou ao que for.

Esta atitude típica, para já,

constitui uma clara demonstra-ção de desrespeito e desconsi-deração para com aqueles que no terreno, em condições extre-mas físicas e emocionais ten-tam fazer o seu melhor para a solução do problema. Depois, também lamentável, parece ali-mentar-se nas dificuldades sen-tidas, parecendo tirar prazer do eventual insucesso pontual ou de algo localizado que possa correr mal.

Se esteve tudo bem, pode duvidar-se. Aliás, como sabe-mos, situações em que tudo corre bem só existirão nos ma-nuais. Mas, à partida, será pro-fundamente injusto considerar situações porventura nem sem-pre bem conseguidas ou resol-vidas quando, na verdade, tan-

tas vezes resultam de forçosos reajustes na estratégia ditados por mudanças das muitas variá-veis com que há que contar para estruturar a acção.

Diz-se que houve possíveis quebras no combate directo motivadas, também, para a de-fesa de pessoas e casas.

Irá agora fazer-se o balanço pormenorizado de tudo o que se passou, não esquecendo o que possa não ter corrido bem, mas, também, valorizando o que correu bem. Há sempre li-ções e conclusões a tirar de tudo o que se passa. E, mal será que tudo isso não se reper-cuta em próximas intervenções e estratégias.

Tirar conclusões apressadas e antecipadas é que não é sério nem justo fazer.

A opinião pública desempe-nha um papel importante na nossa sociedade, critica por di-reito e dever sem dúvida, mas também séria e justa. Porque, quando não se sabe mais vale estar calado.

Para se sentir vergonha é ne-cessário tê-la, mas há muita gente que, não a sentindo, tam-bém não a pode ter. Estão nes-se grupo os ditos treinadores de bancada, conhecedores de tudo, opinadores mas falhos de vergonha.

Os muitos bombeiros e os restantes agentes da protecção civil que estiveram no terreno, no mínimo, mereceriam o seu respeito.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia

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E Portugal voltou a estar nas paran-gonas, uma vez mais em “época

de incêndios”, naturalmente pelos piores motivos. Durante uma sema-na, as chamas lavraram em Monchi-que reduzindo a cinza 27 mil hectares de floresta e mato, destruindo casas e estruturas agrícolas. Ainda que sem registo de mortes, este fogo não dei-xou de ganhar o estatuto de maior da Europa, uma distinção dispensável, mas (quase) inevitável.

Alegadamente, nem todo correu bem e sendo certo que meios não fal-taram a um megadispositivo, ganha forma a teoria da descoordenação, várias vezes denunciadas pelas popu-lações, sobretudo pelas pessoas que foram forçadas a deixar tudo para trás, sem certezas de que os opera-cionais no terreno seriam suficientes para defender os seus bens, afinal património de uma vida de trabalho.

Os relatos de quem tudo perdeu fun-cionam como um murro no estôma-go, porque em Monchique tal como, o ano passado, em Pedrógão Grande ou Oliveira do Hospital já não haverá tempo, nem condições para recons-truir uma vida.

Mais uma vez, pecou por defeito o reconhecimento dado ao trabalho dos

bombeiros, muitas centenas de mu-lheres e homens de todo o País, a maioria voluntários, que arriscaram as suas vidas para salvar as de ou-tros. No teatro de operações, outros ganharam protagonismo, com a cer-teza, porém, que nem mesmo a in-justiça pode beliscar a entrega e o profissionalismo dos bombeiros de

Portugal que são aliás o principal agente de proteção civil, em muitas frentes e não apenas no combate aos incêndios florestais ou rurais que se resumem a cerca de sete por cento da sua atividade durante os 365 ou 366 dias por ano, setes dias por se-mana, 24 horas por dia.

É tentador, porque fácil, romantizar a figura do bombeiro. Uma meia dú-zia de frases feitas, adornadas com clichés, chavões ou lugares comuns servem para não mais que para rou-bar humanidade ao herói, porque na verdade, sublinhe-se, estas mulheres e homens não procuram notoriedade, afirmam-se, naturalmente, pela dife-rença.

Ainda assim, – e porque, nestas colunas, procuramos sempre huma-nizar a figura do bombeiro – não re-sistimos à publicação de uma ima-gem, daquelas que valem bem mais

que mil palavras e que certificam a generosidade dos efetivos deste exército de paz. Na fotografia, Sónia de Jesus, nossa colega de trabalho aqui na Liga dos Bombeiros Portu-gueses e voluntária nos Bombeiros de Oeiras esteve em Monchique deste a primeira hora integrada num dos Grupos de Reforço de Ataque Amplia-do de Lisboa (GRUATA-02). Das mui-tas histórias de dias difíceis, de uma ou outra queimadura mais ligeira e do normal cansaço fica, contudo, esta fotografia que testemunha a “ado-ção” de um burrito, que em pleno teatro de operações recebeu todos cuidados, alimentação e água.

Por esta imagem, que de alguma forma ilustra bem o lema dos bombei-ros – todas as vidam contam – e por todas as outras que ficam por revelar, obrigada Bombeiros de Portugal!

Sofia Ribeiro

[email protected]

Obrigada Bombeiros de Portugal

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3AGOSTO 2018

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) co-memorou no passado

dia 18 de agosto, 88 anos de existência enquanto confede-ração das Associações e Cor-pos de Bombeiros de qual-quer natureza, sejam volun-tários, sapadores, municipais ou privativos.

No momento em que se lembra o desafio a que um punhado de dirigentes e co-mandos dos bombeiros se lançaram no longínquo 18 de agosto de 1930, importa tes-temunhar que a LBP se man-tém fiel a si própria e a todos os que representa, atenta e reivindicativa na sua defesa, sublinhe-se, interpretando sempre a vontade do coleti-vo.

Em face de todos os esco-lhos e dificuldades que a LBP tem encontrado ao longo dos anos, importa aqui destacar a sua capacidade para os ultra-passar, mantendo-se firme e intransigente na defesa dos Bombeiros Portugueses. O acréscimo de responsabilida-des e a intensificação da sua presença nas estratégias de reforma do sector dos bom-beiros, levam a LBP a defen-der a existência de uma Dire-ção Nacional de Bombeiros Autónoma, Independente e com Orçamento Próprio, bem como um Comando Autóno-mo, à semelhança dos res-tantes agentes da proteção civil.

Uma história rica de 88

anos, como atestam os regis-tos da LBP, conheceu muitas etapas, atravessou dois sé-culos e assinala tudo o que se passou ao longo desse tempo na vida e obra dos bombeiros portugueses em prol das suas comunidades, na pres-tação do socorro e na pre-venção em prol de pessoas e bens.

A LBP, além de uma longa história, teve a particularida-de de, sendo uma organiza-ção dinâmica e pró-activa, surgir em diferentes momen-tos com posições, porventura polémicas e desassombradas, mas também sempre marca-das pelo civismo, pelo respei-to pelas restantes instituições e pelo próprio Estado e Go-vernos, independentemente das razões de queixa ou dis-cordância que liderou.

A história da LBP está tam-bém marcada por inúmeros momentos da nossa memória coletiva nacional que ficaram assinalados pela bravura, ab-negação e coragem dos bom-beiros portugueses em dife-rentes combates. Onde mui-tos deles, inclusive, se liber-taram da lei da morte levando ao extremo do sacrifício das suas próprias vidas o apego e a dedicação ao bem comum.

Essa é uma história lavrada a ouro, tarjada também de negro pelo luto é certo, mas que constitui um exemplo vivo e permanente do exercí-cio da cidadania levado ao ex-tremo.

O aniversário da LBP é um momento de excelência para lembrar todos os que tomba-ram no cumprimento do de-ver e também aqueles que vítimas das sequelas da sua abnegação ficaram feridos.

A sociedade portuguesa será para sempre credora, para uns e outros, do respeito e da admiração. Esse respeito e admiração, contudo, como a LBP tem defendido, para que sejam efetivos, têm que ter expressão prática, seja no apoio em geral às próprias associações de bombeiros, seja na criação de condições para que o exercício da ativi-dade de bombeiro, inclusive na sua expressão voluntária, tenha o devido e merecido enquadramento social.

Curvamo-nos também pe-rante a memória de todos os que nos antecederam nos ór-gãos sociais da LBP certos que, seja em que época ou contexto social o tenha sido, deram o seu melhor pela ins-tituição Bombeiros.

Aliás, ao comemorar a efe-méride, a Liga dos Bombeiros Portugueses reafirma a sua confiança e o seu orgulho nos Bombeiros Portugueses, nas suas Associações e Coman-dos, bem como nas Federa-ções Distritais, pois em con-junto e unidos continuaremos a assumir plenamente o nos-so lema “Vida por Vida”.

Bem hajam todos os que tem contribuído para o êxito da nossa tão Nobre Missão.

AO COMEMORAR 88 ANOS DE EXISTÊNCIA

LBP atenta e reivindicativana defesa do seu lema “Vida por Vida”

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4 AGOSTO 2018

As formaturas que receberam em Monchique o presidente da República, Marcelo Rebelo de

Sousa, o primeiro-ministro, António Costa e respetiva e vasta comitiva, foram combustível para o fogo da po-lémica, ateado pela Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) que, ainda quente, leia-se no imediato, conside-rou “uma afronta aos milhares de mulheres e homens bombeiros” ti-vessem ficado de fora na receção às entidades.

Em comunicado, a confederação começa por defender que “a visita de Suas Excelências para tomar contac-to com a situação nos concelhos atin-gidos, logo de carácter operacional, não devia requerer uma formatura, mas a verificar-se, esta, obrigatoria-mente, teria de integrar as diferentes forças no terreno, com especial ênfa-se para os bombeiros, o principal agente de proteção civil”.

Nessa mesma comunicação à im-prensa, a Liga dos Bombeiros Portu-gueses alegou “não poder ficar indi-ferente a esta manifesta desconside-ração” e exigiu explicações do Minis-

tério da Administração Interna “sobre tão grave desrespeito”.

Na “volta do correio”, Eduardo Ca-brita afirmou-se alheio á organização da receção algarvia e optou antes por “saudar todos os corpos de bombeiros, de norte a sul do país, que participa-ram no combate ao incêndio de Mon-chique”.

“Tal como sempre foi afirmado, os bombeiros são a “coluna vertebral” do sistema de Proteção Civil em Portugal e demonstraram, mais uma vez, toda a sua coragem, entrega e capacidade de superação para defender pessoas e bens” pode ler-se num comunicado da-tado de 12 de agosto, no qual é ainda sublinhada “a sua plena integração no vasto dispositivo de combate que foi mobilizado para o teatro de operações e a forma abnegada e altruísta como combateram o incêndio, sob condições muito adversas”.

O ministro vai mais longe e defende que os bombeiros “são um exemplo para o País que o Ministro da Adminis-tração Interna, em nome dos portu-gueses, agradece”.

Na sequência desta polémica Jaime

Marta Soares foi à Praça do Comércio para ouvir da Eduardo Cabrita palavras de “apreço, respeito, admiração e agradecimento aos bombeiros”. Em declarações à comunicação social, o presidente da LBP, sublinhou que o mi-nistro “fez questão em afirmar peren-toriamente e olhos nos olhos o respei-to e admiração pelo trabalho dos bom-beiros”.

Este encontro serviu, ainda, para a abordagem a outros temas, como as reformas que se impõem para o sector,

nomeadamente a lei organização da proteção civil, na qual os bombeiros exigem ter participação ativa.

Eduardo Cabrita endereçou, ainda, uma carta aos presidentes das asso-ciações humanitárias e aos comandan-tes dos corpos bombeiros na qual sa-lienta o “papel insubstituível” destes operacionais num combate exigente e difícil no incêndio que lavrou nos con-celhos de Monchique, Silves, Portimão e Odemira.

“Transmito, por isso, às centenas de

bombeiras e bombeiros que combate-ram este incêndio, o meu reconheci-mento e a minha gratidão”, pode ler-se na missiva.

O titular da pasta da Administração Interna saudou “de modo especial” os bombeiros voluntários, que classificou como “principal estrutura de suporte do dispositivo especial de combate a incêndios - pela abnegação, altruísmo e entrega sem limites, na defesa de pessoas e bens”.

SR

DEPOIS DA POLÉMICA

Ministro sublinha “papel decisivo” dos bombeiros

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Manuel Salvador Rebelo de Carvalho cessou funções como comandante do

Batalhão dos Sapadores Bombeiros do Por-to (BSB), após cerca de sete anos no cargo que, agora, vai ser ocupado por Carlos Eduardo Saraiva Marques, até agora se-gundo comandante daquele corpo de bom-beiros

Rebelo de Carvalho, entretanto, deverá permanecer como dirigente da Câmara Municipal do Porto tendo sido já solicitada autorização ao Exército para o desempe-nho do novo cargo, ainda não especificado.

O BSB foi comandado por Rebelo de Car-valho desde 2011. Este militar ficará associado a pro-fundas alterações introduzidas naquele corpo de bom-beiros.

Agradecemos toda a colaboração que o BSB, sob o

seu comando, facultou sempre a este jornal na divulga-ção das atividades do corpo de bombeiros e das ações de sensibilização e prevenção realizadas na cidade do Porto.

PORTO

Comandante dos Sapadores cessa funções

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5AGOSTO 2018

No primeiro semestre do corrente ano, o Fundo de Proteção Social do Bom-

beiro (FPSB) atribuiu mais de meio milhão de euros a bom-beiros e familiares. Esse valor foi distribuído durante esse pe-ríodo através de 4658 proces-samentos feitos a 1629 benefi-ciários, no cumprimento do novo regulamento do FPSB, aprovado no Congresso Ex-traordinário da Liga dos Bom-beiros Portugueses realizado em 28 de janeiro de 2017 na Figueira da Foz, que entrou em vigor em 1 de agosto do mesmo ano.

Esses apoios dizem respeito a subsídios mensais ou trimes-trais de estudo, alimentação, creche, vestuário, lar, funeral, amparo, recuperação funcional, medicamentos, e comparticipa-ções, de emergência, de com-

plemento compensatório de re-forma, incluindo viúvas, solida-riedade, invalidez, salarial, doenças crónicas, propinas e pensão de preço de sangue, en-tre outras.

Os 4658 processamentos fei-tos entre janeiro e junho últi-mos perfizeram exatamente 511.673,51 euros.

Nos últimos cinco anos, no mesmo âmbito, o FPSB (2013/2017) atribuiu 4,6 mi-lhões de euros, detalhados no quadro que se anexa.

O FPSB foi criado, no âmbito da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), com o objetivo de promover e complementar a proteção social dos bombeiros e seus familiares prevista no Es-tatuto Social do Bombeiro, com base nos princípios gerais esta-belecidos na Portaria do Minis-tério do Interior de 4 de junho

NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2018

FPSB atribui meio milhão de euros

de 1932, bem como na Portaria n.º 233/87 de 28 de março do Ministério da Administração In-terna, com as alterações intro-duzidas pelo DL nº 241/2007, de 21 de junho, alterado pelo DL n.º 249/2012, de 21 de no-vembro.

Em síntese, o FPSB promove o apoio social, a saúde, a con-cessão de regalias, subsídios e comparticipações aos familiares de bombeiros falecidos em ser-viço, aos bombeiros acidenta-dos em serviço e seus familia-res, aos bombeiros com fracos recursos económicos e seus fa-miliares, aos bombeiros com doenças contraídas ou agrava-das em serviço, a todos os bombeiros e familiares diretos que por infortúnio da vida atra-vessem uma situação sócio económica degradada.

Nos casos específicos de aci-dentes em serviço, a interven-ção do FPSB é de complemen-taridade às responsabilidades das companhias seguradoras, sendo a sua ação e intervenção,

nestes e em todos os restantes casos, sempre orientada e pau-tada pelas disposições do seu Regulamento em vigor à data dos pedidos apresentados.

A gestão do FPSB compete ao conselho executivo da LBP, nos termos do disposto no nº 2 do Artigo 45º da Lei nº 30/2007 de 13 de agosto, coadjuvado por uma Comissão Social, cuja composição é aprovada em

Conselho Nacional por proposta do conselho executivo.

Junto se reproduz em anexo um quadro que identifica os be-nefícios de que os bombeiros e familiares podem usufruir nos termos regulamentares.

Nos termos legais cabe à Au-toridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a transferência anual das verbas necessárias à prossecução dos fins do FPSB

verificando-se que, contudo, entre 2013 e 2017, os montan-tes atribuídos pela ANPC fica-ram aquém das despesas su-portadas pelo FPSB conforme quadro que se anexa. Esse sal-do negativo de transferências saldou-se em, 13,55 por cento em 2013, 57,18 por cento em 2014, 42 por cento em 2015, 18,89 por cento em 2016 e 12,34 por cento em 2017.

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6 AGOSTO 2018

EM MENSAGEM Á LBP

MAI saúda presençados bombeiros na primeira linhaO ministro da Administração Interna (MAI), Eduardo Cabrita, em mensagem dirigida

ao presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, salienta que o fim-de-semana de 18 e 19 de agosto, “foi muito exigente

pelas condições meteorológicas e pela multiplicação de festas e romarias” em que “os bombeiros portugueses estiveram na primeira linha da grande resposta dada pelo siste-ma de proteção civil”.

Recorde-se que depois da onda calor do início do mês, as temperaturas voltaram a subir e impuseram alerta vermelho em sete distritos do Pais e cuidados redobrados e prontidão geral em todo o território nacional.

O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, associou-se também à sau-dação dando conta, mais concretamente, que 19 de agosto “foi um grande dia de todos os agentes da proteção civil, em particular dos bombeiros portugueses”. Na mesma men-sagem dirigida à LBP, o secretário de Estado lembra que nesse domingo “registaram-se 111 incêndios envolvendo um total de 2574 operacionais, 653 viaturas, 56 meios aéreos, no momento sem incêndios significativos ativos”.

Na sequência deste público reconhecimento governamental do serviço prestado à na-ção pelos bombeiros portugueses, Jaime Marta Soares reiterou “a disponibilidade de sem-pre para o cumprimento da sua missão que, mais uma vez, ficou demonstrada nesse fim de semana, quer no combate, quer na prevenção”.

Em comunicado enviado à comunicação social, a confederação considera que ainda que “naturalmente sensibilizados pelas mensagens recebidas, os Bombeiros Portugueses afir-mam-se – hoje, como sempre – pelo cumprimento da missão que abraçaram na defesa intransigente das vidas e dos haveres de todos os portugueses e na sua total fidelidade ao princípio de “Vida por Vida”.

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O conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reuniu, na passada se-

mana, para proceder “a uma análise do Dispo-sitivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)”, o que permitiu “saudar os agentes da proteção civil em geral pelo desempenho” e ressaltar “a qualidade, a competência e o profissionalismo demonstrados pelos bombei-ros.

Em comunicado, a confederação “enaltece o papel especial dos bombeiros, enquanto prin-cipal agente da proteção civil, sempre disponí-veis e atuantes ao longo de todo o ano para a prestação do socorro aos portugueses”..

A LBP sublinha ainda que, “no âmbito do

DECIR a participação dos bombeiros é de 95 por cento”, esclarecendo, contudo, que “desde o início do corrente ano, foram registadas 8.869 ignições em Portugal sendo que mais de metade dessas ignições, 56%, ocorreram até maio, antes da entrada em vigor do dispositi-vo, ou seja, o combate coube apenas aos bombeiros, sem o apoio de quaisquer outros agentes.

Assim, a LBP “faz uma avaliação muito po-sitiva do papel dos bombeiros, quer antes, quer no âmbito do DECIR, saudando todas as mulheres e homens bombeiros que mais uma vez se disponibilizam para prevenir e socorrer os portugueses e o seu património”.

LBP

DECIR 2018 em análise

A Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP) lamenta que a Assembleia da Re-

pública (AR) tenha esquecido os bombeiros ao copiar a sua pro-posta para a criação de um Ob-servatório Nacional para os In-cêndios Florestais apresentada em dezembro de 2013 e apro-vada em Conselho Nacional realizado no mesmo mês em Vila de Rei.

Esta proposta, recorde-se, foi feita pela LBP na sequência do Relatório sobre o DECIF 2013 por ela realizado e entregue ao Governo.

A LBP lamenta o facto em missiva enviada ao Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, rea-gindo assim à publicação da Lei nº 56/2018 de 20 de agosto, em que é a própria AR a criar um “Observatório Técnico Inde-pendente para Análise Acompa-nhamento e Avaliação dos In-

cêndios Florestais e Rurais que Ocorram no Território Nacional”.

Na missiva, o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares, lembra ao presidente da AR que “a Liga dos Bombei-ros Portugueses, Confederação Nacional dos Bombeiros de Por-tugal na prossecução do seu es-copo principal, ou seja, a defesa dos Bombeiros Portugueses, enquanto principal agente de Proteção Civil, apresenta regu-larmente ao Governo e à As-sembleia da República propos-tas para a criação de legislação que sirva os legítimos anseios dos Bombeiros Portugueses”.

Nesse sentido, prossegue a missiva, “e ciente da responsa-bilidade que sempre assumimos e na esteira do que sempre fize-mos em 2012 e 2013, apresen-támos ao Governo através do Ministério da Administração In-terna e do Ministério da Agricul-tura, que vieram mais tarde a

aprovar, a criação do Observa-tório técnico para os incêndios florestais, com a representação de técnicos e peritos em incên-dios florestais, consoante nova abordagem, e participação de várias entidades”.

“Essa nova estrutura propos-ta pela LBP e aceite pelos Minis-térios da Administração Interna e da Agricultura, pretendia fa-zer o levantamento e o acom-panhamento da problemática dos incêndios florestais/rurais em Portugal” sublinha o presi-dente da LBP.

“Senhor Presidente, a pro-posta da criação do Observató-rio, proposta pela LBP não ex-cluía ninguém, o seu objetivo era o de procurar soluções para a melhoria de um sistema que, à vista de todos, precisava e precisa de permanente atuali-zação” lembra o comandante Jaime Marta Soares ao presi-dente da AR apontando que,

OBSERVATÓRIO NACIONAL PARA OS INCÊNDIOS FLORESTAIS

LBP acusa AR de copiara sua proposta de 2013

“por isso, não percebemos o porquê da criação quer de uma comissão independente, quer da criação deste Observatório, também composto por peritos propostos pelos Grupos Parla-mentares e Professores Univer-sitários, todos independentes, ou pretensamente independen-tes, vedando categoricamente a presença de técnicos, de gran-de experiência e conhecimentos adquiridos no terreno quotidia-namente”.

A LBP adianta ainda na missi-va que, “não entendemos fran-camente esta fobia de peritos independentes, mas o que ve-mos é que muitos são oriundos de estruturas atuais do Gover-no, outros já foram elementos de Comissões Especializadas, ou seja, de facto não são inde-pendentes” e reforça que, “cre-mos mesmo, que antes e pelo contrário deveria incluir peritos no combate aos incêndios, como é o caso dos bombeiros e das suas estruturas representa-tivas” justificando que, “enten-demos mesmo, que os universi-tários sabem da sua especiali-dade, mas no terreno quem combate o fogo florestal tem uma experiência acrescida, que não pode, nem deve ser des-perdiçada”.

Na missiva assinada pelo seu presidente a LBP sublinha que “sem querer ser desagradável para o Órgão Legislativo da As-sembleia da República, e muito menos o Senhor Presidente que pessoalmente e institucional-mente respeitamos, não pode-mos no entanto, deixar de la-mentar que a Assembleia da República e os Senhores Depu-tados tenham feito um “plágio” de um projeto há muito propos-to pela Liga dos Bombeiros Por-

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PENALVA DO CASTELO

tugueses, desenvolvendo um outro que fica muito aquém do conceito e objetivo da nossa proposta. Afasta completamen-te quem sabe do que fala, como é o caso dos Bombeiros Portu-gueses, criando um Observató-rio dito Independente para os fogos florestais/rurais, excluin-do estes. Lamentável!”

A LBP lembra que “o País, precisa sem dúvida de conti-nuar a melhorar a sua estrutura organizativa, acima de tudo precisa de ordenamento do ter-ritório e de estruturas de pre-venção, mas, não pode, nem deve ignorar o principal agente de Proteção Civil, ou seja, uma organização de mais de 30.000 Bombeiros no Quadro Ativo e mais de 30.000 nos Quadros de

Reserva e de Honra” e sublinha que, “desperdiçar a experiên-cia, a capacidade de quem tem dado provas de conhecimento com competência e abnegação na defesa das nossas popula-ções é ignorar aqueles que a população portuguesa reconhe-ce e em quem confia: os Bom-beiros de Portugal”.

“Esta expressão de confian-ça, - lembra o presidente da LBP -, é que nos dá a coragem de questionar respeitosamente V. Exa. e os Senhores Deputa-dos no sentido de nos darem uma justificação das razões de tal atitude”.

Por fim, a LBP questiona so-bre “o que pretende a Assem-bleia da República dos Bombei-ros Portugueses”.

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7AGOSTO 2018

A Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP), foi recebida, no passado dia 16 de agos-

to, pelo secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Tavares Ne-ves, para uma reunião de traba-lho, que permitiu “a análise deta-lhada e calendarização de assun-tos pendentes”.

A confederação teve, assim, a oportunidade de lembrar ao se-cretário de Estado a promessa da tutela de lançar o concurso que permita garantir três equipa-

mentos de proteção individual (EPI) a todos os elementos dos corpos de bombeiros.

Esta reunião, que permitiu pas-sar em revista um conjunto signi-ficativo de temas, surge na se-quência do encontro recente en-tre a LBP e o ministro da Adminis-tração Interna, Eduardo Cabrita.

A revisão da Lei de Financia-mento das associações humani-tárias e corpos de bombeiros foi outra das matérias abordadas com a Artur Tavares Neves, ten-

do Jaime Marta Soares sublinha-do que “as verbas disponibiliza-das em 2018 estão aquém do acordado e que em 2019 esse valor deverá ser atualizado”.

A constituição de mais 41 equipas de intervenção perma-nente (EIP) a instalar nos quar-téis até final do ano foi outros dos assuntos tratados, bem como a revisão do protocolo que, presentemente, viabiliza e regu-lamenta estes grupos.

Neste encontro ficou ainda

REIVINDICAÇÕES DO SETOR

SEPC (re)assume compromissos

vincada a urgência de “profundas alterações ao nível dos apoios a obras em quartéis e à aquisição de viaturas, com a introdução de novas regras que respondam às necessidades sentidas em ambos os domínios” bem como da “reto-ma de planos de reequipamento há muito reivindicada pela LBP”.

Em nome do Governo, o se-cretário de Estado comprome-teu-se, ainda, a apresentar à confederação, em setembro, a proposta de Lei Orgânica da Au-toridade Nacional de Proteção Ci-vil.

Refira-se que a isenção de ta-xação das verbas recebidas pelos

voluntários, bem como a bonifi-cação do tempo de serviço para a reforma, medidas há muito de-fendidas pela LBP, continuam em análise, estando, contudo, pre-vistas “reuniões de grupos de trabalho, no sentido de que as propostas possam estar discuti-das até ao final do próximo mês.”

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), em nome de todos os bombeiros, manifestou a

sua solidariedade para com os elementos do Gru-po de Intervenção e Proteção e Socorro da Guar-da Nacional Republicana (GIPS/GNR) gravemente feridos quando participavam no combate a um incêndio rural em Mourão, Évora, desejando o seu mais rápido e pronto restabelecimento.

A LBP dirigiu também uma mensagem idêntica ao comando do GIPS/GNR, extensível a todos os restantes elementos daquela unidade e aos fami-liares dos feridos.

A LBP, em nome de todos os bombeiros, não pode ficar indiferente ao sucedido, certa de que todos os elementos que integram os restantes parceiros de proteção civil merecem da sua parte um enorme respeito, tendo em conta os riscos comuns e as missões conjuntas que executam na defesa dos portugueses e dos seus bens.

O estado de saúde dos cinco elementos do GIPS/GNR tem vindo a evoluir favoravelmente. Dois deles apenas foram vítimas de ferimentos ligeiros enquanto o restante três mantém-se in-ternados nas unidades de queimados, respetiva-mente, do Hospital de S. José, em Lisboa, do Hospital de S. João, no Porto, e dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Após o socorro prestado pelos bombeiros e pela viatura médica do INEM de Évora foram eva-cuados por helicóptero do INEM para os estabele-cimentos hospitalares.

Os três elementos apresentam queimaduras de

2.º e 3.º graus e também problemas respirató-rios.

O acidente ocorreu durante o combate a um incêndio rural em Mourão quando os cinco ele-mentos, que fazem parte da brigada helitrans-portada sediada no Centro de Meio Aéreos (CMA) de Moura, iniciaram a sua missão no terreno.

LBP

Solidariedadecom GNR feridos

Foto

: LUS

A

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8 AGOSTO 2018

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Os clichés da “Ilustração Portuguesa”…

Redigido e impresso na cidade do Porto, “O Bombeiro Portuguez” foi dado à estampa pela primeira vez no dia 2 de Abril de 1877. No respectivo cabeçalho não consta quem foram os seus responsá-

veis. Por exemplo, em consulta à colecção existente na Hemeroteca Municipal de Lisboa, reportada ao período de 1879-1884, detectámos apenas uma referência a J. R. da Cruz, na qualidade de redactor prin-cipal.

O célebre Guilherme Gomes Fernandes, expoente máximo do bom-beiro português, esteve ligado a este periódico, integrando a redac-ção e merecendo referências elogiosas, no âmbito da sua vasta ac-ção, tal como a que se segue:

“(...) Guilherme Gomes Fernandes tem-nos prestado valiosos ser-viços e na parte que tomou a seu cargo contestará a sua competên-cia.”

Pelo que se sabe da sua personalidade visionária e ao analisar-se “O Bombeiro Portuguez”, tudo faz supor que foi um dos mentores, ou talvez o principal, da profundidade do conteúdo da publicação. Além da forte atenção dispensada aos aspectos técnicos, são muitas as referências a serviços de incêndios do estrangeiro, de onde, inclusive, provinham as ilustrações dos artigos técnicos. Tudo aspectos que se relacionam com Guilherme Gomes Fernandes, pois era ele que, em Portugal, mantinha relações privilegiadas ao nível internacional dos bombeiros, concorrendo para o efeito o facto de dominar, fluente-mente, vários idiomas.

“O Bombeiro Portuguez” esteve suspenso, ao que tudo indica, en-tre 1 de Março de 1883 e 15 de Junho de 1887, data do seu reapare-cimento.

O “Boletim da Liga dos Bombeiros Portugueses” (Março de 1951), num trabalho intitulado “Os bombeiros e a sua Imprensa”, atribui a suspensão do jornal ao suposto facto de Guilherme Gomes Fernandes ter sido nomeado, em 1885, inspector-geral de Incêndios do Porto.

Consta que o reaparecimento de “O Bombeiro Portuguez”, em

1887, se deveu à acção de tão importante vulto, que dele se tornou proprietário no ano de 1890, mais precisamente a casa comercial Guilherme Gomes Fernandes & C.ª.

…e “O Bombeiro Portuguez”

“Um dos mais impor-tantes repositórios de informação sobre

a sociedade portuguesa”, as-sim se refere fonte da Hemero-teca Municipal de Lisboa à “Ilustração Portuguesa”, opi-nião da qual comungamos e transcrevemos para contex-tualizar as imagens do presen-te apontamento.

Na verdade e no que diz res-peito aos bombeiros portugue-ses, encontramos nas páginas de tal publicação periódica muita e útil informação à pro-dução historiográfica.

Saliente-se, portanto, os cli-chés alusivos a grandes sinis-tros, a actos festivos dos cor-pos de bombeiros voluntários e/ou municipais da cidade de Lisboa, bem como à sua inte-gração em manifestações pú-blicas nacionais.

Na primeira página aqui pu-blicada, que se reporta a 14 de Outubro de 1912, identifica-mos, numa parada, realizada em Lisboa, decerto, de home-nagem à República Portugue-sa, a participação de um veícu-lo pronto-socorro dos Bombei-ros Voluntários Lisbonenses, seguido de pessoal do Corpo Activo, e ainda, noutro registo,

de vários elementos a puxa-rem dois carros de tracção bra-çal. Quanto a estes, e pese embora a legenda da fotografia refira “material dos bombeiros voluntários na Avenida”, pare-ce-nos não estar correcta a in-formação, a avaliar pelas ca-racterísticas do fardamento dos intervenientes. Supõe-se, antes, estarmos na presença de condutores dos Bombeiros Municipais de Lisboa, que ti-nham a seu cargo o transporte e manuseamento do material de combate a incêndios.

Relativamente à segunda página, datada de 8 de Julho de 1912, que documenta a in-tervenção dos Bombeiros Mu-nicipais de Lisboa e de popula-res num incêndio, chamamos a atenção para o requinte gráfico da mesma, nomeadamente o pormenor da ilustração utiliza-da como cercadura alusiva à temática dos bombeiros, cons-tituída por mangueiras e agu-lhetas. Mas também para o trabalho penoso dos bombei-ros, a começar pela escassez de água como agente extintor, conforme faz presumir o redu-zido número de agulhetas em-pregues no combate ao fogo, o que motivou, cremos bem, o recurso a operações de maior envergadura e concertação.

Registe-se ainda a impor-

tância da “Ilustração Portugue-sa” num tempo em que a foto-grafia não se encontrava gene-ralizada entre os demais ór-gãos de imprensa, oferecendo por isso uma dimensão dife-

rente e mais completa dos acontecimentos. Este aspecto, que então se revestiu de novi-dade na cobertura noticiosa e junto do público, permite-nos, actualmente, do ponto de vista

da interpretação histórica, fa-zer uma análise mais realista dos factos em estudo e, por consequência, obter um levan-tamento iconográfico de maior pormenor.

Artigo escritode acordo

com a antiga ortografiaSite do NHPM da LBP:

www.lbpmemoria.wix.com/nucleomuseologico

Os Bombeiros Voluntários de Beja acabam de per-

der um dos seus elementos de referência e porta-estan-darte do corpo de bombei-ros.

Vítima de doença faleceu no passado dia 30 de agosto o chefe do quadro ativo José Cândido Trombinhas Matias, com 60 anos de idade.

O chefe Trombinhas alistou-se no CB Beja em 1 de janeiro de 1976 como aspirante, seguiu todos os postos até ser pro-movido ao de chefe em 13 de fevereiro de 1999, sendo até agora o chefe mais antigo.

O falecido desempenhava a função de chefe de serviço como profissional da Associação. “Homem respeitado e res-peitador, com várias condecorações e louvores da LBP, Muni-cípio de Beja, SNB e da Associação, foi sempre uma referen-cia deste CB, quer a nível distrital, quer nacional” conforme nos referiu o comandante do corpo de bombeiros, Pedro Ba-rahona

O corpo ficou em câmara ardente no salão nobre da Asso-ciação, tendo-se realizado o funeral no dia 1 de setembro com todas as honras, em desfile apeado pelas artérias da cidade para o talhão dos bombeiros no cemitério local.

Aos órgãos sociais da instituição, ao comando, ao corpo de bombeiros e familiares do chefe José Cândido Trombinhas Matias endereçamos sentidos pêsames.

BEJA

Associação perdeporta-estandarte

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9AGOSTO 2018

A Liga dos Bombeiros Por-tugueses não dá ainda por fechado o processo

negocial com o Instituto de Emergência Médica (INEM) para renovação das ambulân-cias de socorro, até porque Jai-me Marta Soares reclama um aumento no valor atribuído às viaturas, bem como a revisão em alta da verba concedida para seguro e manutenção, pois os protocolados “dois mil euros não chegam, não chegam mes-mo” para fazer face às despe-sas, assegurou o presidente da confederação, na cerimónia de assinatura do protocolo que viabiliza o processo de substi-tuição de mais 75 viaturas que ao serviço INEM operam nos corpos de bombeiros. A sessão, que se realizou no dia 27 de agosto, no quartel dos Bombei-ros Voluntários do Dafundo, foi presidida pela secretária de Es-tado da Saúde, Rosa Valente de Matos.

Sem poupar críticas aos cor-tes infligidos pelo ministério das Finanças, mesmo em áreas mais sensíveis, Jaime Marta

Soares alertou que “por vezes estraga-se a farinha para pou-par no farelo”, exigindo justiça para associações e corpos e bombeiros que “fazem um es-forço tremendo e não podem continuar a pagar para socor-rer”.

Jaime Marta Soares não este-ve sozinho nestes “reparos”, até porque também Luís Meira, presidente do conselho diretivo do INEM considerou que “no ce-nário atual que é colocado aos gestores públicos, em que cada cêntimo é arrancado a ferros, e as decisões estão muitas vezes subjugadas a ficheiros Excel que não conseguem distinguir uma fotocopiadora de uma am-bulância”, considerando mesmo que “conseguir realizar um in-vestimento deste montante é verdadeiramente assinalável”, e, sublinhou “arrancado a fer-ros”.

Numa inequívoca resposta ás reivindicações dos bombeiros de Portugal, Jaime Marta Soa-res fez questão de esclarecer que “já está em negociação a atualização dos protocolos refe-

rentes às taxas de trimestrali-dade, taxas de saída e consu-míveis”, exigindo, contudo, ce-leridade no processo que envol-ve a Liga, o INEM e a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

O presidente da confedera-ção pediu uma revisão da lei para que a “qualificação dos bombeiros portugueses seja a mesma que a dos tripulantes do INEM”, no fundo uma equipara-ção de títulos que não distinga o TAS (tripulante de ambulân-cias de socorro) do TEPH (Téc-nico de Emergência Pré-hospi-talar).

Em relação à renovação da frota que envolve uma verba de 3,7 milhões de euros, o presi-dente do conselho diretivo do INEM, Luís Meira, garante ser “um investimento na melhoria da capacidade de resposta do Sistema Integrado de Emergên-cia Médica”. Registe-se que este processo teve início em 2017, com a renovação de 41 ambu-lâncias, estabelecendo, desde logo, que entre 2018 e 2021 se-rão substituídas 75 por ano.

No âmbito deste acordo, o INEM pagará uma verba de 50 mil euros para a aquisição, ma-nutenção e seguro da ambu-lância. E a partir do primeiro ano de vida comparticipa, igualmente, nas despesas com manutenção, reparações e se-guro.

As vantagens desta nova me-todologia, que resulta da nego-ciação com a Liga dos Bombei-ros Portugueses e com a Autori-dade Nacional de Proteção Civil, assentam na agilização da aqui-sição das ambulâncias e, conse-quentemente da renovação da frota, mas também na raciona-lização de custos, pois segundo defende o INEM “as entidades parceiras podem adquirir am-bulâncias por um custo menor, seja porque têm um regime de IVA mais baixo, seja porque é expectável que tenham acesso a condições negociais mais fa-voráveis pois conseguirão de-senvolver o processo de aquisi-ção mais rapidamente”.

Atualmente, o INEM conta com 326 ambulâncias em fun-cionamento em Postos de

Emergência Médica (PEM) em corpos de bombeiros de todos os 278 concelhos de Portugal continental, mas também em Delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.

Assinaram este protocolo os bombeiros voluntários de Évo-ra, Queluz, Soure, Faro, Cha-musca, Cacilhas (Costa da Ca-parica), Estoril, Braga (1 e 2), Alcochete, Vila Flor, Esposende, Cabeceiras de Basto, Vila Velha de Rodão, Carrazeda de An-siães, Alfândega da Fé, Figueira de Castelo Rodrigo, Oleiros, Peso da Régua, Estarreja, Albu-feira (1), Valadares, Portuen-ses, Ermesinde, Lagoa, Areosa--Rio Tinto, Lagos, Gondomar, Odivelas, Sacavém, Abrantes, Portimão (1), Castelo Branco, Cacilhas, Torres Vedras, Pena-fiel, Marinha Grande, Figueira da Foz, Sesimbra, Seixal, Al-meirim, Nazaré, Palmela, Pom-bal, Vila Verde, Carnaxide, Lixa, Carvalhos, Mangualde, Póvoa do Varzim, Viseu, Agu-da, Vila Real de Santo António, Moita, Alcabideche, Valongo, Loures, Coimbrões, Vila do

Conde, Fafe, Salvaterra de Ma-gos, Arcos de Valdevez, Leiria (1), Messines, Covilhã (1), Faro, Vila Real - Cruz Branca, Vila Real - Cruz Verde, Amado-ra (1 e 2) e Dafundo e ainda corpos municipais do Cartaxo, Santarém e Tomar e a Compa-nhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra. Refira-se que, por razões diversas, os bombeiros de Alijó, Albergaria-a-Velha, Guimarães e Valpaços optaram por não assinar este protocolo.

Marcaram presença na ceri-mónia, que teve como anfi-triões Armando Soares, presi-dente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Vo-luntários do Dafundo e o co-mandante Carlos Jaime, entre outras entidades, o presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, o diretor nacio-nal de bombeiros, Pedro Lopes, o comandante operacional dis-trital de Lisboa, André Fernan-des e representantes de deze-nas de associações humanitá-rias e corpos de bombeiros de norte a sul do País.

Sofia Ribeiro

POSTOS DE EMERGÊNCIA MÉDICA

INEM renova mais 75 ambulânciasFo

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10 AGOSTO 2018

A NFPA (National Fire Protecion Association) publicou em Junho de 2018, o relatório “Firefighter Fatalities in the

United States – 2017” Bombeiros Falecidos nos Estados Uni-dos da América – 2017, que apresenta dados relevantes em termos estatítiscos e efetua uma análise preliminar sobre este tema.

Mesmo tendo em conta as especificidades do serviço de bombeiros nos Estados Unidos, a sua diferente organização, e os diferentes procedimentos e modos de actuação, existem lições e aprendizagens que podem ser retiradas destas fatali-dades, para a realidade dos bombeiros portugueses. Só co-nhecendo em profundidade a causa dessas mortes se podem criar as condições para evitar que as mesmas se repitam.

É importante salientar que o relatório se refere a situações que ocorreram durante o serviço operacional. No entanto, é referido que seria importante acrescentar a este relatório as mortes associadas a doenças crónicas e exposição a agentes e substâncias nocivas, ainda que seja dificil atribuir uma cau-sa-efeito a determinadas doenças profissionais, especialmen-te no caso dos bombeiros voluntários.

Segundo a NFPA, ocorreram em 2017, 60 mortes de bom-beiros em serviço, das quais 32 eram bombeiros voluntários, 21 bombeiros profissionais e 7 prestadores de serviços, distri-buídos pelas seguintes tipologias:

• 17 no combate a incêndios, 9 em fogos urbanos e indus-triais e 8 em fogos rurais;

• 11 bombeiros noutro tipo de ocorrencias;• 10 bombeiros em actividades de treino e formação;• 9 bombeiros na deslocação para as ocorrencias;

• 13 bombeiros em actividades administrativas ou nas ativida-des regulares no Corpo de Bombeiros.

Tendo em consideração a causa de morte: • 32 bombeiros morreram por questões médicas, sendo 29

por PCR (paragem cardiorrespiratória);• 10 bombeiros por atropelamento;• 8 bombeiros em acidentes de viação;• 5 bombeiros atingidos por objetos;• 3 bombeiros em fogos de rápida progressão;• 2 bombeiros por queda de Veículos Escada.Neste relatório são apresentadas as circunstâncias pormenori-

zadas em que algumas destas mortes ocorreram, por exemplo: queda de uma árvore num incêndio rural, paragem cardiorrespi-ratória derivada de exaustão física, atropelamento por veículo numa ocorrência de acidente de viação, cercado pelo fogo e de-sorientação num incêndio rural, traumatismo crânio-encefálico

ao ser atingido por uma linha de mangueira em carga, queima-duras num incêndio urbano e industrial, queda de um veículo escada, acidente de viação com veículo de bombeiros e laceração com uma motosserra. Estes são exemplos de acidentes para os quais temos que estar atentos, evitando a sua ocorrência.

O relatório completo está disponível, em língua inglesa, on-li-ne: https://www.nfpa.org/News-and-Research/Fire-statistics--and-reports/Fire-statistics/The-fire-service/Fatalities-and-inju-ries/Firefighter-fatalities-in-the-United-States.

Além do destaque dado à segurança, é reforçada a importância da saúde ocupacional neste relatório, sendo referido que em 2017, 91 bombeiros e 17 técnicos de emergência médica comete-ram suicidio, assim como se estima que, nos ultimos anos, te-nham falecido 120 bombeiros por doenças cancerigenas. Estando cientes destes numeros, nos próximos artigos iremos apresentar alguns procedimentos, que podem ser realizados pelos bombeiros e corpos de bombeiros, para prevenção e proteção à exposição aos tóxicos que podem potenciar este tipo de patologias.

A apresentação deste relatório de bombeiros falecidos em ser-viço, além da vertente pedagógica para o futuro, tem também como objetivo a sensibilização para a adoção de medidas mita-gadoras destes riscos. Um dos tributos que é possivel prestar a um bombeiro falecido, é retirar lições aprendidas que permitiam evitar acidentes como o que originou a sua morte, salvando des-te modo vidas de outros bombeiros.

Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do ende-reço eletrónico [email protected].

Bombeiros falecidos nos Estados Unidos da América

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

A Câmara Municipal de Palmela aprovou recentemente uma moção em que deli-

bera “apelar ao Governo para que concreti-ze a reabertura dos avisos para acesso aos apoios do POSEUR, que permitam às asso-ciações de bombeiros do concelho de Pal-mela a aquisição de veículos operacionais de combate a incêndios”.

Aquela autarquia deliberou também “apelar igualmente ao Governo a abertura de linhas de financiamento para aquisição de equipamentos de proteção individual”.

Em agosto de 2016, a Câmara Municipal de Palmela aprovou, em reunião pública, os princípios gerais de cofinanciamento muni-cipal na aquisição de veículos operacionais de combate a incêndios por parte das Asso-ciações de Bombeiros do concelho. A autar-quia comprometeu-se, então, a atribuir uma comparticipação de 15% do valor total do custo dos veículos a adquirir pelas cor-porações de Águas de Moura e de Pinhal Novo, através do Programa de Apoio aos Equipamentos, no âmbito do Portugal 2020 (POSEUR – Programa Operacional Susten-tabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), tendo ambas as duas candidaturas mereci-do avaliação positiva por parte da Autorida-de Nacional de Proteção Civil.

O compromisso estendeu-se, também, à corporação de Palmela, garantindo-se a comparticipação municipal em caso de apresentação e validação de nova candida-tura. Assumindo o POSEUR um cofinancia-mento de 85%, os 15% a atribuir pela au-tarquia completariam o remanescente, per-mitindo aos bombeiros do concelho reforçar a sua frota sem custos.

No entanto, apesar da aprovação das candidaturas, a atribuição de fundos comu-nitários ficou sem efeito, por falta de provi-mento do POSEUR. A tutela garantiu, na

altura, a abertura de novos avisos para bre-ve, mas considerando as necessidades im-perativas das associações de bombeiros do concelho, o Município aprovou, em maio de 2017, a atribuição de um apoio financeiro ao investimento, no valor de 15 mil euros, a cada uma das três associações. Foi enten-dimento da autarquia ir além dos apoios já protocolados e reforçar a capacidade de in-vestimento das associações, nomeadamen-te, para a aquisição de viaturas.

Dois anos passados, e não obstante as diversas tomadas de posição e contactos institucionais, a Câmara de Palmela lembra que continuam por publicar novos avisos, que permitam dar a devida resposta ao conjunto de candidaturas já apresentadas, avaliadas e aprovadas por reunirem todos os critérios definidos. Continuam, também, por abrir linhas de financiamento que per-

mitam a aquisição de equipamento de pro-teção individual de qualidade, tão necessá-rio para apetrechar condignamente as nos-sas corporações e garantir a efetiva prote-ção dos/as nossos/as bombeiros/as. Também neste domínio o Município de Pal-mela “estará disponível, como sempre fez, para comparticipar na aquisição desse equipamento essencial”.

“Num momento em que a Proteção Civil está no topo das prioridades, bem como do escrutínio da opinião pública, e as Associa-ções de Bombeiros multiplicam os seus es-forços para, abnegadamente, garantir a se-gurança de pessoas e bens, considera-se que esse esforço deve encontrar resposta na tutela, com mais e melhores apoios para a prossecução do seu trabalho”, sublinha a Câmara de Palmela na moção agora apro-vada.

PALMELA

Autarquia lança apelo ao governo

O Secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, este-ve, recentemente, em Olhão, a propósito de um projeto

pioneiro que ocupou sete reclusos na limpeza e desmatação da estrada que liga Moncarapacho ao Cerro de S. Miguel.

Esta ação, que decorreu entre 9 de julho e 31 de agosto, surge no âmbito de um protocolo mais abrangente celebrado entre o município e o estabelecimento prisional, que já le-vou, em maio, reclusos a procederem a uma ação de limpe-za na Ilha da Armona.

Desta feita, e conforme estabelecido no Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Olhão, mereceu intervenção uma das zonas mais críticas do concelho em termos de risco de fogo florestal, conforme explicou o comandante dos Bom-beiros Municipais, Luís Gomes: “de acordo com o nosso pla-no, este era o troço que tinha de ser intervencionado em 2018, o que fizemos com a colaboração deste grupo de re-clusos”.

Uma verdadeira experiência de aprendizagem para os sete prisioneiros que integraram esta brigada em regime aberto, e que passaram, num primeiro momento, por uma formação inicial de manuseamento de maquinaria e regras de segurança no trabalho, ministrada pelos próprios bombei-ros municipais.

Uma possibilidade de alargamento a todo o território con-firmada pelo diretor-geral dos Serviços Prisionais, Celso Ma-nata, que deseja ver reclusos integrados logo que deixem a prisão, adiantando que “àqueles que assim desejem, será dada a possibilidade de prosseguirem a carreira de sapado-res florestais”.

Em Olhão, terminada esta experiência-piloto, serão anali-sados os resultados e estudada a hipótese de extensão do projeto a outros áreas do concelho.

OLHÃO

Município aposta na prevenção

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11AGOSTO 2018

Em 25 de Agosto de 1988, há precisamente três décadas, o Chiado acordou em chamas, que viriam a atingir uma área de cerca de 8

mil metros quadrados de edifícios antigos. O fogo destruiu uma zona emblemática da cidade de Lis-boa que, únicos dados positivos após a tragédia, viria a merecer uma profunda operação de requa-lificação urbana e que estaria na origem de uma mudança mais efetiva nos meios ao dispor dos bombeiros.

Essa mudança, perante as grandes fragilidades ali demonstradas, refletiu-se a pouco e pouco na dotação de equipamentos de proteção individual, quase inexistentes à data, salvo os capacetes, e na obtenção de novas viaturas para combate a incêndios urbanos.

Mesmo assim, como ficou bem patente, e ape-sar das insuficiências de meios que as próprias fotos da época testemunham, os bombeiros de-ram luta às chamas e, após o combate esforçado de muitas horas, conseguiram travar o perímetro da área atingida.

Desta intervenção houve a lamentar a morte do sapador bombeiro Joaquim Diogo Catana Ra-mos e do idoso Mário Ramires Vidal. Este acaba-ria por ser vítima de queda mortal no saguão de um prédio apesar da tentativa de salvamento pe-los bombeiros.

O grande incêndio do Chiado, poderá dizer-se, fica associado a uma profunda mudança verifica-da nos bombeiros portugueses, desde logo, no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, nos corpos de bombeiros voluntários da cidade e do distrito de Lisboa e, em geral, do país. Porven-tura, essa mudança não se terá logo feito sentir mas, sem dúvida, as fragilidades ali demonstra-das na proteção individual dos bombeiros e nas viaturas envolvidas.

Há muitos anos que noutros países, nomeada-mente europeus, os bombeiros já se encontra-vam equipados com os chamados casacos “No-mex”. Da consulta às fotos da época obtidas no teatro de operações do Chiado verifica-se que uma percentagem ínfima de elementos dispunha

desse equipamento. Todos os restantes, larguís-sima maioria, apresentavam-se com fato de tra-balho, fato macaco e, nalguns casos, protegidos por simples impermeáveis.

Com as mudanças foi possível ter vários gan-hos de causa, seja na segurança dos próprios bombeiros, seja na utilização de novas viaturas.

Salvo no tocante ao Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, e por decisão da Câmara Municipal de Lisboa, esse processo de reequipa-mento tem mantido o ritmo, mas, no tocante ao país em geral, ganhou celeridade no momento, mas pouco a pouco foi perdendo força, reduzin-do-se, nos tempos que correm, a uma velocidade de cruzeiro e há casos em que se assinala com um simples ralenti.

Para dar continuidade e substância a esse pro-cesso de reequipamento, a Liga dos Bombeiros Portugueses há muito que reivindica a retoma dos planos de reequipamento e, inclusive, a re-criação das comissões distritais de reequipamen-to.

HÁ 30 ANOS

Chiado marca mudanças nos bombeiros

Fotos: Marques Valentim

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12 AGOSTO 2018

Representantes da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) acompanharam a deslocação a Monchique do Grupo de Tra-

balho para Acompanhamento da Temática da Floresta Portugue-sa e dos Incêndios da Comissão de Agricultura e Mar da Assem-bleia da República (AR), que integrou também o presidente des-te órgão de soberania, Eduardo Ferro Rodrigues.

A confederação fez-se representar nesta visita de trabalho às áreas ardidas dos concelhos de Monchique, Portimão e Silves, por dois elementos do conselho executivo, o comandante José Morais e o dirigente Álvaro Bila.

Registe-se que, de acordo com o Sistema Europeu de Infor-mação de Incêndios Florestais, as chamas consumiram cerca de 27 mil hectares, colocando Portugal na liderança europeia em área ardida em 2018.

No balanço de mais este desastre ambiental, contabilizam-se ainda mais de quatro dezenas de feridos e 74 casas completa ou parcialmente destruídas, das quais 30 de primeira habitação.

O incêndio deflagrou na sexta-feira, 3 de agosto, à tarde em Monchique, foi dado como dominado uma semana depois.

MONCHIQUE

LBP esteve no teatro de operações

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O incêndio rural que nas-ceu em Monchique e che-gou a Silves, Portimão e

Odemira, lavrou durante uma semana, serviu de combustível para os fogos de várias polémi-cas, entre elas o alegado exces-so de zelo da Guarda Nacional Republicana na salvaguarda de vidas humanas, mas também a aparente descoordenação de meios e a consequente falta de apoio aos núcleos residenciais, com as populações, uma vez mais, a denunciarem a ausência de meios e operacionais, quan-do na realidade um dispositivo mais que musculado foi instala-do a sul do País.

Durante uma semana foram

muitas as críticas das popula-ções sobretudo dos muitos le-sados que não conseguiram ou não puderam proteger os seus haveres. Segundo informações avançadas pelo presidente da autarquia de Monchique, Rui André, 74 casas foram afetadas sendo “mais de 30 de primeira habitação”, a que se juntam muitos outros estragos em in-fraestruturas municipais e em mais de 150 explorações rurais. Barracões, armazéns e todo o tipo de edificações e estruturas de apoio ás atividades rurais, não resistiram à fúria das cha-mas que ceifaram, também, a vida de muitos animais.

Embora as contas não este-segundo o sistema EFFIS/Co-pernicus devastou 27020 hec-tares, mobilizou 855 meios ter-restres e 28 meios aéreos.

O Governo apressou-se a congratular-se, a falar de “grande vitória” relativamente à inexistência de vítimas mortais, contudo as chamas, que lavra-ram não apenas no distrito de Faro, mas também no de Beja, fizeram 43 feridos, sendo um grave e 42 leves – 15 civis e 27 operacionais, dos quais 23 bombeiros. Ainda de acordo com a informações do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) 166 pessoas tiveram de ser assistidas, 45 civis e 121 agentes de proteção civil.

Refira-se que Portugal regis-ta, até ao momento a maior área ardida na europa, seguido da Suécia e do Reino Unido, os países onde as chamas queima-ram 21 mil e 18 mil hectares, respetivamente.

Os 27 mil hectares perdidos no Algarve no inicio de agosto equivalem, ainda assim, a me-tade da área afetada há um ano em Pedrógão Grande. Refira-se que em Monchique, no ano de 2003 um grande incêndio redu-ziu a cinzes 41 mil hectares cor-respondentes a 78 por cento da área do concelho.

Apesar do extenso território queimado e dos avultados da-nos ambientais provocados pelo

MONCHIQUE

Ainda que sem vítimas, Portugal regista maior incêndio da EuropaSó com um incêndio, o de Monchique,

Portugal voltou a encabeçar o negro ranking de área ardida na Europa. Durante

uma semana as chamas devoraram mais de 27 mil hectares de mato e florestas, fizeram

mais de quatro dezenas de feridos, obrigaram a evacuação de muitas dezenas de pessoas e destruíram 70 casas, 30 das

quais de habitação permanente.Texto: Sofia Ribeiro

jam, ainda, fechadas os primei-ros balanços antecipavam pre-

juízos na ordem dos 10 milhões de euros.

Segundo dados, ainda provi-sórios, do Sistema de Apoio à Decisão Operacional (SADO) – pois até ao passado dia 22 de agosto “a ocorrência não estava ainda fechada” leia-se perma-neciam em Monchique meios e recursos humanos em ações de vigilância ativa – este incêndio mobilizou um total 3005 opera-cionais, um número que inclui todos os elementos que guar-necem os meios que em algum momento estiveram na ocor-rência, dos quais 1689 bombei-ros de 183 quartéis de Norte a Sul do País.

O fogo que deflagrou no dia 3 à tarde e foi considerado domi-nado no dia 10 de agosto, e que

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13AGOSTO 2018

MONCHIQUE

Ainda que sem vítimas, Portugal regista maior incêndio da Europa

fogo de 2018, a área ardida em Portugal este ano está muito longe, cerca de metade, da mé-dia da última década.

Segundo o Relatório Provisó-rio de Incêndios Rurais, dispo-nibilizado pelo Instituto de Con-servação da Natureza e da Flo-resta (ICNF), de 1 de janeiro e 20 de agosto de 2018, regista-ram-se 8127 incêndios rurais que resultaram em 34792 hec-tares de área ardida a segunda menor da última década, logo depois de 2014 com um registo de 6400 fogos que dizimaram 12158 hectares. Na realidade, em matéria de incêndios rurais os valores de 2018 estão ainda distantes da média dos últimos dez anos que se cifra em 13658 ocorrências e 72605 hectares de território queimado. Registe--se a título de curiosidade, que 2017 o número de incêndios também é inferior à média do decénio, contudo a área ardida

(2115849 ha) foi a maior desde 2007, representando quase o triplo da verificada durante a década.

Ainda segundo o relatório do ICNF, em 2018 os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes, representam 87 por cento do total de incêndios rurais. No que se refere a ocorrências de maior dimensão – superior ou igual a 1000 hectares – assina-la-se, até à data, só se regista uma, a de Monchique. Valores semelhantes verificaram-se em 2008 e 2014, quando, em igual período, nenhum incêndio maior se tinha verificado e em 2009 apenas dois.

Consideram-se grandes in-cêndios sempre que a área ar-dida total seja igual ou superior a 100 hectares. Até 20 de agos-to deste ano registaram-se nove incêndios enquadrados nesta categoria, que resultaram

em 28378 hectares de área ar-dida, cerca de 82 por cento do total. Monchique ocupa o topo da lista seguido a longa distân-cia de Benavente, no distrito de Santarém, (465 ha) e Crato, no distrito de Portalegre, (262 ha).

Do total de 8127 incêndios rurais verificados nos primeiros oito meses deste ano, 5061, responsáveis por 17 por cento da área total ardida, foram in-vestigados e têm o processo de averiguação concluído, sendo que destes 3529 têm causa atribuída, sendo as mais ex-pressivas (65 por cento) asso-ciadas ao uso do fogo ou a quei-madas.

No corrente ano, o mês de maio é aquele que apresenta maior número de ocorrências (2121) e o de agosto bate o re-corde em área ardida (29230 ha), sendo, ainda assim uma das menores da média do decé-nio.

O estado de saúde do bombeiro dos Voluntá-

rios da Nazaré queimado no combate ao incêndio ocorri-do em Seia, no Parque Natu-ral da Serra da Estrela, está a evoluir favoravelmente, segundo informação que nos foi prestada pelo comandan-te daquele corpo de bombei-ros, João Estrelinha.

Abílio Rogério Estêvão Ne-ves é bombeiro de 3.ª, tem 46 anos de idade, e continua internado no Centro Hospi-talar da Universidade de Coimbra (CHUC) desde 25 de agosto.

“A sua situação clínica é estável e o prognóstico favo-rável” adiantou-nos o co-mandante, adiantando que o bombeiro apresenta “um es-tado de espírito positivo”.

Abílio Neves tem estado a ser sujeito a diversas idas ao bloco para tratamento das áreas queimadas, nos mem-bros inferiores superiores e na própria face. A sua per-manência no hospital deverá prolongar, para já, por mais duas semanas findas as quais será sujeito a nova avaliação no sentido da sua permanência na mesma uni-

dade hospitalar ou, admite--se, a transferência para ou-tra onde possa prosseguir a convalescença.

O acidente ocorreu no dia 25 de agosto de manhã quando os Bombeiros da Na-zaré combatiam o incêndio numa encosta de difícil aces-so. Atingido pelas chamas, Abílio Neves foi prontamente socorrido pelos bombeiros e pelo INEM e depois evacua-do para o CHUC por helicóp-tero a partir do campo de futebol de Loriga.

Ao Abílio Neves bem como a todos os restantes bom-beiros acidentados no com-bate aos incêndios endere-çamos um forte abraço com o desejo de rápidas melho-ras.

NAZARÉ

Bombeiro ferido recupera bem

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“As associações e corpos de bombeiros es-tão à beira da rutura financeira devido aos

atrasos dos pagamentos do Ministério da Saúde (MS), a rondar os 30 milhões de euros”, denun-cia a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), anunciando que Jaime Marta Soares, teve já não só expôs “esta grave situação” ao primeiro-mi-nistro, como lhe solicitou uma audiência.

A LBP lamentando que, “no fundo, as associa-ções de bombeiros, mais uma vez, estejam a subsidiar o Ministério da Saúde, adiantando que “esta situação se tem repetido nos últimos anos, pelo que a LBP não tem deixado de vir a terreiro denunciar esse estado de coisas”.

“Este sufoco financeiro, provocado pelo in-cumprimento do MS nos pagamentos dos mui-tos serviços prestados no transporte de doen-

tes, está a fragilizar a atividade dos bombeiros, em muitos casos sujeitos a recorrer a financia-mento bancário ou a protelar pagamentos aos seus fornecedores desequilibrando ainda mais a gestão das associações, já de si habitualmente precária”, denuncia a confederação em comuni-cado.

A LBP sublinha ainda que “os bombeiros nun-ca deixarão de procurar responder a todas as solicitações de socorro, mas, é fácil concluir que esta situação grave não deixa de poder fragilizar a sua atividade operacional”.

A LBP recorda ainda que “os bombeiros pode-rão ver-se obrigados a recorrer a medidas que não desejam, mas que terão como intenção, a exigência dos pagamentos que lhe são devidos para a sustentabilidade das suas associações”.

LBP DENUNCIA

Ministério da Saúde estrangula bombeiros

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14 AGOSTO 2018

Apesar do vasto e amplo trabalho em prol dos bombeiros o economista

e ex-autarca Fernando Carvalho estreia-se nas funções de presi-dente da Federação dos Bom-beiros do Distrito de Coimbra, uma espécie de missão que, em poucos meses, já lhe mudou a vida ou pelo menos lhe acres-centou valor.

Conhece de perto a realidade do concelho da Lousã onde para além de edil, e, por isso, res-ponsável máximo pelo corpo de bombeiros municipal, integrou, ainda, em 1993, o núcleo de fundadores da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-tários de Serpins a que hoje, ainda, preside.

O conhecimento do seu con-celho e afinidade com as congé-neres vizinhas, não foi, propria-mente, sinónimo de um desafio facilitado, até porque, por maior que seja a proximidade, todas estas instituições têm especifi-cidades que dificultam o traba-lho de quem promove a salva-guardada de um todo, ou seja dos interesses do setor. Ainda assim em apenas três meses, faz questão de assinalar, já ti-nha cumprido o programa su-fragado pela maioria de asso-ciações e corpos de bombeiros, em fevereiro de 2018.

Fernando Carvalho nasceu Lisboa e por lá viveu até aos 25 anos. Na capital fez o curso co-mercial e depois a licenciatura em Economia no Instituto Su-perior de Economia e Gestão (ISEG), enquanto já trabalhava numa multinacional do ramo gráfico, onde aliás começou com 17 anos.

Faz uma viagem às raízes, para falar da mãe atural de Ser-pins e do pai lisboeta “da fre-guesia de Socorro”, que “foi vi-ver ainda pequeno” para o con-celho da Lousã. O jovem casal decidiu radicar-se em Lisboa, onde nasceram os filhos. Em 1979, o então jovem Fernando, o mais velho de dois irmãos, sa-turado do bulício da grande ci-dade decide aceitar um convite de trabalho e “para grande tris-teza da família” em janeiro des-

se final da década de 70 ruma à Lousã.

“Era compreensível essa tris-teza tremenda, os meus pais não conseguiam entender a mi-nha decisão… Eles tinham feito a viagem para lá e o filho fazia o percurso inverso. Achavam que não tinha lógica nenhuma, até porque eu estava bem, ti-nha um bom emprego e muito bem pago. Não entendiam como era possível trocar a esta-bilidade e a proximidade da fa-mília para iniciar uma nova vida sozinho.” confidencia-nos.

Sem medo do desconhecido, rumou à Lousã para ingressar no setor das madeiras, foi “à experiência por meio ano” e no final desse período decidiu, por contra própria, voltar para Lis-boa, para semanas para abra-çar um novo projeto em Sines.

“Andava com os bolsos cheios de notas, mas, não tinha onde dormir”

“Ganhava montes de dinhei-ro, mas naquela altura era mui-to difícil encontrar alojamento em Sines, não havia nada. Para dizer a verdade, andava com os bolsos cheios de notas, mas, não tinha onde dormir”, conta--nos, declarando mesmo que durante algum tempo viveu num improvisado albergue “sem quaisquer condições”. Ao fim de três longos e penosos meses, Fernando decide mudar de vida, e regressar “à base”, ou seja, à Lousã, depois ainda trabalhou como auditor numa fábrica de tintas no Porto e aca-bou por se fixar no grupo Alves Bandeira, até que a política se atravessa no seu percurso.

No final da década de 80 do século passado o economista é desafiado a candidatar-se à presidência da junta de fregue-sia de Serpins, que acabou por assumir durante uma dúzia de anos.

“Tinha as minhas opiniões”, revela, mas assegura nunca lhe “ter passado pela cabeça fazer carreira na política”, contudo

Encetamos nesta edição uma

espécie de ronda pelas federações de bombeiros, o

que equivale a uma viagem por

todos os 18 distritos do

continente e, naturalmente,

pelos arquipélagos da Madeira e dos

Açores.Mais do que

mostrar realidades territoriais,

pretendemos dar a conhecer os

rostos da liderança, homens das mais variadas

proveniências, com experiências

de vida e formação

dispares, visões diversificadas e até estratégias

distintas, contudo, todos, sem

exceção, norteados pela

defesa intransigente da

causa, assumidos arautos do

associativismo e do voluntariado.Começamos esta viagem no centro

de País, mais concretamente em

Coimbra, onde o economicista

Fernando Santos Carvalho assume a presidência dos

bombeiros do distrito há

escassos meses, apesar de contar

já com mais de três décadas de ligação à causa

encetada na então 4.ª seção dos Bombeiros de

Serpins, que em 1993, conquistou autonomia e deu

lugar aos Voluntários de

Serpins.

FEDERAÇÃO DOS BOMBEIROS

Presidente lamenta O jornal Bombeiros de Portugal inicia, este

número, um conjunto de entrevistas em Coimbra, com o presidente de uma

federação com os pergaminhos reivindicativos e um vasto currículo na

defesa das questões e debate dos temas que ao setor importam, património que

Fernando Carvalho herdou no início deste ano com o compromisso de o aumentar e

enriquecer.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

acabou por ingressar na lista do Partido Socialista, na qual figu-rava em segundo lugar. Nesse mesmo ato eleitoral, Horácio Antunes, candidato à Câmara Municipal da Lousã, convida-o para número dois da lista da as-sembleia municipal, e dias de-pois para integrar, também, a equipa candidata à autarquia.

“Entrei na política sem saber ler nem escrever”

Ainda que sem grandes ex-pectativas, Fernando Carvalho entra na campanha eleitoral para a junta de freguesia “mes-mo sem saber muito bem como isso se fazia” e no contacto com os votantes percebeu que havia vontade de mudança, mas uma enorme resistência ao candida-to. Assinala que a hegemonia de direita vigente não foi que-brada “por escassos 40 votos”, o que considera ter sido “um feito extraordinário”. Assumiu funções de deputado nas as-sembleias municipal e de fre-guesia e ficou com a porta en-treaberta da câmara. Passado pouco mais de um ano, uma di-vergência entre o edil e um dos seus vereadores levam Fernan-do Carvalho aos paços do con-celho.

“Entrei na política sem saber ler nem escrever”, ironiza, sen-do certo que nas autárquicas seguintes e porque “candidatos não apareciam” o economista avança como cabeça de lista à

presidência da Junta de Fregue-sia. Em tom divertido diz aos jornalistas que por imposição de alguns amigos saiu em cam-panha apenas durante uma tar-de e “não é que ainda assim ga-nha essas eleições por 53 vo-tos?”.

Hoje, à distância, reconhece que muita da obra feita, em três mandatos ainda perdura e da qual destaca a modernização do sistema de abastecimento

de água e a requalificação de estradas. Mas mais importante que tudo isto, sublinha, “foi de-volver identidade a um lugar que já tinha sido concelho”.

“Os mais novos passaram a sentir orgulho em serem de Serpins, deixaram de dizer que eram da Lousã”, diz-nos, com natural satisfação, da mesma forma que, com frontalidade, reconhece que os “87 por cento alcançados no segundo manda-

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15AGOSTO 2018

DO DISTRITO DE COIMBRA

falta de disponibilidadeto”, só podem refletir reconhe-cimento pelo bom trabalho de-senvolvido pela equipa que en-cabeçou”.

Depois de 12 anos de intenso trabalho, Fernando Carvalho decide largar a vida autárquica para “fazer exame de revisor oficial de contas”, um objetivo sucessivamente adiado e que viria, mesmo por ficar por cum-prir.

Um novo convite para inte-grar as listas do PS à Câmara Municipal da Lousã, deitam por terra planos pessoais e profis-sionais. Durante um ano e meio assumiu o Pelouro de Obras Particulares, numa época em que o concelho era ensombrado pela especulação imobiliária. “Foram tempos difíceis”, tanto, que em 1999 pede a suspensão de mandato e quando se prepa-ra para fazer o tal exame tantas vezes protelado a saída do pre-sidente de câmara para o Go-verno Civil de Coimbra, obriga--o não apenas a regressar aos paços do concelho, como a as-sumir a presidência.

Até ao final desse mandato manteve o emprego, “traba-lhando a desoras”, e passou muitos dias sem dormir, deixou de saber o que eram fins de se-mana e feriados e férias. Fala de dois anos muito difíceis a que se seguiram outros tantos, pois no ato eleitoral seguinte, Fernando Carvalho era o candi-dato natural.

“Eu até prometi três mil con-tos para apoiar a campanha de quem quisesse o lugar, mas, mesmo assim, não apareceu ninguém”, assinala.

Feitas as contas ocupou a ca-deira da presidência na Lousã mais uma dúzia de anos.

“Ao fim de 12 anos, garanto, tinha menos do que quando en-trei. De facto, como disse um dia Mário Soares só andava na política, honestamente, quem tem tivesse possibilidades eco-nómicas”, confidencia, subli-nhando, contudo, que no balan-ço essa foi uma experiência muito gratificante mesmo que ao fim de mais de duas décadas destas lides insista em distan-ciar-se dos partidos e dos políti-cos.

Em novembro de 2011, já no terceiro mandato, acabou por bater com a porta, em rota de colisão com o governo de José Sócrates, que segundo o então autarca não honrou a palavra dada e travou uma vez mais o projeto do metro da Lousã, que era afinal a marca que Fernan-do Carvalho queria deixar no município e o que levaria a pro-telar uma saída anunciada e tantas vezes planeada.

Contudo, garante que deixou a política com sentido de dever cumprido, destacando como marcas da sua passagem pelo município da Lousã “uma escola

e um centro de saúde novos, duas estações de tratamento de águas residuais (ETAR), a pou-sada de juventude, um hotel, a Variante da Foz do Arouce, a Estrada Nacional 342, sistema de abastecimento de água de qualidade, entre muitas outras intervenções” que permitiram o desenvolvimento do concelho e a melhoria da qualidade de vida da população”.

“Não tenho saudades absolu-tamente nenhumas e prometi a mim mesmo que esse ciclo se fechava quando deixei a câma-ra”, sustenta.

Aos 65 anos, a uma vida cheia, Fernando Carvalho acrescenta ainda dois casamen-tos e dois filhos um de 35 outro de apenas 12 anos.

“Os comandantes têm uma missão demasiado importante para andarem a perder tempo com questões administrativas”

Paralelamente, o economista e autarca ainda encontrou tem-po para se dedicar à causa e às coisas dos bombeiros, que hoje o ocupam quase cem por cento. Os dias são passados entre o quartel de Serpins e a sede da

federação de bombeiros, na ci-dade de Coimbra.

Revela que chega a presiden-te da estrutura em fevereiro de 2018, “meio por acidente”, mas com vontade de trabalhar nor-teado por ideias que há muito defende.

Desassombrado garante o “presidente de federação, não é presidente dos presidentes”, muito embora defenda que es-tas funções devem ser desem-penhadas por dirigentes asso-ciativos, pois “os comandantes têm uma missão demasiado im-portante para andarem a per-der tempo com questões admi-nistrativas”.

Assumiu a (re)organização da casa como base programáti-ca, e esse trabalho está a ser desenvolvido a bom ritmo, tan-to que o programa sufragado pelas federadas no início do ano está “mais de meio executado”. A equipa trabalha agora na re-gularização do pagamento de quotas e na renovação de esta-tutos.

No balanço dos primeiros meses de trabalho o presidente da federação não esconde um certo desalento, até porque “gostava que as pessoas esti-vessem mais disponíveis”, dan-do conta que alguma morosida-de das respostas a comunica-ções importantes, bem como da ainda tímida participação nas iniciativas promovidas pela fe-deração, mesmo em reuniões

que visam a análise de ques-tões importantes para o setor, para o futuro dos Bombeiros de Portugal.

Traçar um perfil para 21 cor-pos de bombeiros voluntários, os dois municipais e uma com-panhia de bombeiros sapadores

é uma missão complexa, por-que na verdade, em Coimbra, como em todos os outros distri-tos do País, estas estruturas afirmam-se pela unicidade, não existindo por isso um padrão distrital: cada casa é um caso. Na verdade, conforme sublinha,

as associações e corpos de bombeiros são todos diferen-tes, os apoios concedidos pelas autarquias e pela comunidade não são comparáveis, sendo as-sim este um desafio único a que Fernando Carvalho não quis, nem poderia fugir.

| O DISTRITO EM NÚMEROS |Corpos de Bombeiros

Voluntários 21Municipais 2

Companhia de Bombeiros Sapadores 1

TOTAL 24

Meios HumanosBombeiros Quadro Ativo 1851Elementos Quadro Comando 66

TOTAL 1917

Equipas de intervenção permanente (EIP)Constituídas 10Em processo de constituição 8

Emergência MédicaPostos de Emergência Médica (PEM) 17

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16 AGOSTO 2018

No período compreendido entre 18 e 22 de agosto os corpos de bombeiros do

distrito do Porto responderam a 3363 ocorrências com 6602 bombeiros e 4049 meios. As ocorrências dividiram-se entre o socorro no âmbito do DIOPS, 941 situações com 3490 bom-beiros e 1283 meios, do pré--hospitalar (SIEM), com 2272 ocorrências, envolvendo 4955 bombeiros e 2356 ambulâncias, e no âmbito biológico e químico (NRBQ) com 5 ocorrências, 26 bombeiros e 8 meios.

A par das ocorrências referi-das, conforme refere a Federa-ção dos Bombeiros do Distrito do Porto, “com a conjugação destas sinergias e a capacidade de entrega das mulheres e ho-mens Bombeiros, no referido período, no distrito e ao nível do DECIR ocorreram 145 ocorrên-cias prontamente anuladas,

com o empenhamento de 1621 bombeiros e 402 meios e totali-zando uma área ardida de 34 hectares.

Em comunicado, esta entida-de, a propósito das graves con-dições meteorológicas que mo-tivaram a passagem ao estado de alertas especial no período já referido, faz um balanço do es-forço desenvolvido pelos bom-beiros, atrás referido, e também do trabalho desenvolvido no dis-trito “que originou a exceção ao histórico dos últimos anos”.

A federação considera que “não pode deixar passar em cla-ro, sem publicamente, se con-gratular pela ocorrência de um conjunto de condições que ao interagir entre si constituíram a janela de oportunidade que ori-ginou a exceção”.

Essa exceção, segundo mes-ma fonte, contou com campa-nhas de sensibilização desen-

volvidas pelos bombeiros e por outros agentes da proteção ci-vil, o dimensionamento e articu-lação do DECIR, “cuja articula-ção e versatilidade agiliza e muscula a primeira interven-ção”.

A Federação de Bombeiros do Porto precisa que, no período em causa, o distrito contou com 57 equipas ECIN e 18 ELAC, num to-tal de 321 operacionais e 75 via-turas, a que se juntou, no mes-mo período, mais 45 equipas de combate em permanência nos corpos de bombeiros com 225 bombeiros e 45 viaturas.

No mesmo documento é ain-da elogiado o comportamento exemplar de muitos cidadãos “pela forma responsável e cívica como assumiram as suas res-ponsabilidades e de um mo-mento para o outro fizeram de um distrito que historicamente era responsável por um terço

das ignições a nível nacional a ter 10 por cento das mesmas”.

A concluir o comunicado a fe-deração assinala que “não pode

deixar de dar ênfase à excelên-cia do trabalho das mulheres e homens bombeiros que assim continuam a pugnar pelos valo-

res que sustentam a cultura que caracteriza os bombeiros de Portugal e em especial os do distrito do Porto”.

PORTO

Resposta a mais de três mil ocorrências

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O presidente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa, fez questão de dar boas á

Equipa de Combates a Incêndios de Camarate que até ao final do mês de setembro reforça o contingente minhoto.

O edil, que foi recebido no quartel dos Voluntá-

rios de Monção pelo presidente da direção, Paulo Rocha, e pelo comandante, José Passos, saudou todos os bombeiros, desejando aos operacionais do concelho de Loures “uma boa estadia”.

O grupo de Camarate é constituída por cinco elementos, que são rendidos quinzenalmente.

MONÇÃO

Camarate assegura reforço no Minho

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António Soares da Fonseca é o novo adjunto de comando

dos Bombeiros de Areosa Rio Tinto. Este chefe de carreira abraçou a causa a 7 de abril de 1992 e, desde então, muito tem investido em conhecimen-to e em preparação para os mais distintos desafios opera-cionais, sendo mesmo forma-dor externo da Escola Nacional de Bombeiros em incêndios ur-banos contando no currículo com cursos e certificações em várias áreas, nomeadamente em Equipas de Reconhecimen-to e Avaliação da Situação (ERAS).

Registe-se que após este re-forço está preenchido o quadro de comando que, recorde-se, é encabeçado por Virgílio Pereira, coadjuvado por João Nunes, empossados no passado mês

de abril, aos quais se junta agora António da Fonseca.

Ainda na cerimónia de tomada de posse do novo adjunto, que se realizou no dia 22 julho, os Voluntários de Areosa Rio Tinto deram as boas vindas aos bom-beiros de 3.ª Maria Costa e Sil-va, Márcio Bastos Ribeiro, Patrí-cia Beserra Aureliano, Joaquim

Barbosa Gomes e Margarida Go-mes Moreira, da mesma forma que testemunharam a entrega de divisas de bombeiro de 1.ª a Raul Silva, Fernando Augusto Teixeira, Carlos Alves Ferreira, Helena Alves Monteiro, Fernando Guedes Silva, Rui Magalhães Oli-veira, Pedro de Amorim Monteiro e Sílvio Soares Cerqueira.

Os Bombeiros de Condeixa deram, no passado dia 24 de julho, a 17 novos bombeiros. Inte-

gram este importante reforço do corpo ativo Adriana Ferreira, Alexandra Ventura, Alexandre Palaio, Ana Carolina Tenente, Ana Leonor Miran-da, Ana Lúcia Alves Ferreira, André Ribeiro, An-dréa Rato, Bárbara Coimbra, Cristiana Mendes, Elisabete Carreira, Gil Martins, João Gabriel Ben-to, Joaquim José Silva, Miguel Gomes, Salomé Rito e Vera Ramos

Na mesma ocasião, receberam as divisas de bombeiro de 1.ª João Caetano, Jorge Picão, Maria do Céu Cruz e Sofia Marques Ferreira.

CONDEIXA A NOVA

Quartel recebe 17 novos bombeirosAREOSA RIO TINTO

Comando ganha adjunto

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17AGOSTO 2018

A autarquia dá um importante apoio à associação que contempla um subsídio mensal fixo reforçado sempre que necessário para fazer face a uma outra situação extraordinária

Cláudio Ribeiro, vice-presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros

Voluntários de Vila Nova de Mil Fontes

palavra de PRESIDENTE Fundada a 20 de junho de 2008 a Associação Humanitária de Bom-

beiros Voluntários de Vila Nova de Mil-fontes, nasceu numa seção destacada dos Bombeiros de Odemira, mas que, hoje, em nome próprio, com um efe-tivo de 34 operacionais – entre os quais 16 mulheres –, assegura a se-gurança e socorro nesta freguesia do litoral, inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicenti-na, onde residem cerca de cinco mil pessoas, mas que durante o Verão é local de paragem obrigatória de um número crescente de forasteiros.

Para completar o trabalho dos voluntários a

instituição conta atualmente com cerca de uma dezena de funcionários.

Cartão de visita

Neste meio as mulheres têm que provar todos os dias que merecem estar onde estão, mais ainda em meios mais pequenos, onde todos se conhecem

Maria João Guerreiro,comandante do corpo de Bombeiros

de Vila Nova de Milfontes

voz de COMANDO

Em Vila Nova de Milfontes a equipa do jornal Bombei-ros de Portugal é recebida

pela comandante do corpo de bombeiros, Maria João Guerrei-ro e pelo vice-presidente da instituição, Cláudio Ribeiro, que fazem questão de apresentar aos jornalistas uma casa arru-mada e estabilizada depois de ter atravessado um período conturbado.

Com a entrada da comandan-te na estrutura muito mudou, ainda que os responsáveis reco-nheçam que o processo não foi fácil, mercê de uma peculiar re-sistência à mudança, porque, na verdade, neste mundo, ain-da que em pleno século XXI, os

comandos no feminino ainda causam alguma “estranheza”:

“Neste meio as mulheres têm que provar todos os dias que merecem estar onde estão, mais ainda em meios mais pe-quenos, onde todos se conhe-cem”, revela.

Quatro anos depois de ter se desafiado em funções a que nunca aspirou, o balanço é cla-ramente positivo, mesmo quan-do olha para trás e vislumbra um penoso caminho e algumas contrariedades. Dinâmica e muito expressiva, a comandan-te faz questão de apresentar um corpo ativo empenhado e em prontidão para responder às solicitações dos locais, mas

VILA NOVA DE MILFONTES

Faltam voluntários no AlentejoDepois de anos a funcionar como seção

destacada dos Bombeiros de Odemira, em junho de 2008, o quartel de Vila Nova de

Milfontes ganhou autonomia, apresentando-se, hoje, como um efetivo

devidamente equipado, habilitado e preparado para garantir profissionalismo e prontidão ao serviço prestado, não apenas a esta comunidade alentejana, mas ao País

nas mais diversas missões.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

também dos muitos visitantes deste importante ponto turísti-co do distrito de Beja.

“A autarquia dá um impor-tante apoio à associação que contempla um subsídio mensal fixo reforçado sempre que ne-cessário para fazer face a uma outra situação extraordinária”, faz questão de sublinhar o vice--presidente da associação. Cláudio Ramos regista ainda que neste momento dos dois

corpos de bombeiros do conce-lho estão em negociações com a Câmara Municipal de Odemi-ra, tendo em vista a necessária revisão de protocolos, até por-que estão previstas alterações em matéria de proteção civil, conforme acrescenta a coman-dante, considerando ainda as-sim que “a autarquia é muito generosa para os bombeiros”.

Num território onde o tecido empresarial é pouco expressivo

ou de pequena dimensão, dire-ção e comando fazem questão de salientar a estreita relação com a Caixa de Crédito Agrícola que em poucos anos já ofere-ceu duas ambulâncias ao corpo de bombeiros.

Sem grandes necessidades e com uma estrutura organizada, a grande preocupação surge com o voluntariado, “cada vez mais difícil de recrutar”, como destaca a comandante, reve-

lando que “não obstante todo o investimento”, os resultados são pouco animadores, ainda assim, afiança que não desiste, anunciando como “nova estra-tégia”, levar os jovens da fre-guesia ao quartel para tomarem contacto com a realidade, com o trabalho dos bombeiros, o que acredita permitirá desper-tar vocações para a causa e desta forma assegurar a reno-vação e até o reforço do efetivo.

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18 AGOSTO 2018

Os Bombeiros Municipais de Olhão foram equipados pela

autarquia com um novo veículo para o socorro na Ilha da Armo-na, que correspondeu a um in-vestimento superior a 52 mil euros.

O veículo, de tração 6x6, é dotado de um kit independente e amovível, com sistema de su-pressão de incêndios com capa-cidade para 200 litros de água e 12 litros de espumífero e 50 me-tros de mangueira semirrígida.

Dispõe, ainda, de capacidade de intervenção em emergência pré-hospitalar, estando equipa-do com uma maca e equipa-mento de primeiros-socorros.

Equipada com o sistema de ilu-minação e sinalização previsto para os veículos de emergência, a viatura possui comunicações

com as redes Siresp e Rob e está equipada com um guincho elétrico e sistemas frontal e tra-seiro de reboque.

OLHÃO

Socorro reforçado na Armona

Um Veículo Florestal de Com-bate a Incêndios (VFCI) e,

também, um Veículo Tanque Veículo Tanque Tático Florestal (VTTF) adquiridos pelos Bom-beiros Voluntários de Cascais no âmbito do Orçamento Parti-cipativo (OP) de 2017 promovi-do pela Câmara Municipal de Cascais estão neste momento em fase de carroçamento.

Estava previsto que nesta al-tura já estivessem ao serviço, mas tal não aconteceu devido a atrasos na importação dos dois chassis, prevendo-se que ainda este mês de agosto possam chegar ao quartel dos bombei-ros cascalenses, para substituir viaturas com mais de 30 anos.

Refira-se que a associação tentou uma candidatura a fun-dos comunitários que não foi aceite, num dos casos a Autori-dade Nacional de Proteção Civil, deu até parecer desfavorável.

Para ultrapassar a situação, o “grande parceiro da associação foi mais uma vez a Câmara Municipal de Cascais” que, no âmbito OP, garantiu os 300 mil euros necessários. Recor-de-se que este mecanismo já permitiu aos Bom-beiros de Cascais adquirir uma nova ambulância de socorro, um módulo de comando móvel e equipamentos de proteção individual (EPI) urba-nos para todos os elementos.

Realce ainda para o apoio concedido pela União

de Freguesias de Cascais e Estoril, que, ainda re-centemente, viabilizou a compra de um um novo veículo de comando, a renovação da central de comunicações e a substituição dos armários indi-viduais dos bombeiros.

“É justo dizer, mais uma vez, que a câmara e a junta de Freguesia deram aquilo que o Estado não deu, não quis viabilizar e a que até negou o acesso”, assinala fonte da instituição.

CASCAIS

Viaturas em carroçamento

Os Bombeiros Voluntários de Pampilhosa da Serra recebe-

ram, no dia 13 de agosto, um importante reforço de meios, com a chegada ao quartel de um Veículo Florestal de Combate a Incêndios (VFCI), no âmbito de uma candidatura a fundos euro-peus e um Veículo de Apoio Ali-mentar (VAPA), adquirido com o apoio do grupo Jerónimo Mar-tins, complementado pelo movi-mento Todas Pelas Aldeias, cria-do em junho do ano passado após os incêndios.

Na cerimónia de entrega das novas viaturas o presidente da câmara Municipal, José Brito, re-feriu que “para defender o me-lhor possível as gentes e os seus bens são precisos equipamen-tos, mas para haver equipamen-tos é também necessário haver

pessoas com esta disponibilida-de para ajudar”, saudando assim uma feliz “conjugação de esfor-ços e vontades”. O autarca enal-teceu de forma especial, o dona-tivo de 35 mil euros do grupo Jerónimo Martins da mesma for-ma que o presidente da direção da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Pam-pilhosa da Serra, João Ramos, sublinhou o gesto solidário, o “exemplo” do movimento “Todas Pelas Aldeias”.

Se é verdade que os incêndios do ano transato deixaram uma marca pesada, não é menos ver-dade que todos os esforços es-tão a ser efetuados no sentido de “reerguer o território e ter uma atitude forte no sentido de fazer coisas que demonstrem que se vive aqui com seguran-

ça”, como frisou o líder do exe-cutivo pampilhosense. José Bri-to, dando conta que “todas” as habitações afetadas pelos incên-dios de junho e outubro do ano transato, “vão ser reconstruídas, algumas com a ajuda do Estado, outras com a da autarquia”.

“São momentos como este que conferem o merecido reco-nhecimento da sociedade a todo sacrifício dos bombeiros. De fac-to, a entrega das viaturas cons-tituiu-se, também, como uma oportunidade para homenagear a corporação 0621, não só pelo trabalho nos incêndios do ano passado, mas acima de tudo pela coragem e profissionalismo com que têm defendido o terri-tório e as suas gentes, desde a sua fundação em 1969”, assina-lou João Ramos.

PAMPILHOSA DA SERRA

Quartel com mais meios

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O presidente da Câmara Municipal de Monção, António Barbosa, entregou, recentemente,

ao corpo de bombeiros local cinquenta novos equipamentos de proteção individual para com-bate a incêndios florestais, numa cerimónia reali-zada no salão nobre do quartel dos voluntários monçanenses, na presença dos elementos do corpo ativo, comandante e dirigentes da institui-ção e representantes de várias entidades do mu-nicípio.

Em declarações à imprensa, o edil prometeu ainda, que durante o ano de 2019, iria “fazer to-dos os possíveis para adquirir um veículo cisterna com capacidade para cerca de 30 000 litros de água”, e prontificou-se a continuar a investir na proteção e segurança dos operacionais que ser-vem o concelho.

A meia centena de casacos, calças e botas foi custeada “na íntegra”, pelo município, que, no passado dia 7 de agosto, aprovou para o efeito “um subsidio extraordinário, no valor de 16.464,45 euros”.

“O apoio do município de Monção aos bombei-ros não deve ser entendido como despesa, pelo contrário, como um investimento, coerente e res-ponsável, na defesa do nosso território e na sal-vaguarda de todos os monçanenses”, assinala o autarca António Barbosa.

O comandante dos Voluntários de Monção,

José Passos, sublinha a importância do equipa-mento individual para os bombeiros e enalte o trabalho do atual executivo tem vindo a desen-volver “na área da proteção civil e no apoio à atividade operacional da corporação.

“A proteção civil é um dos pilares da nossa sociedade e o nosso presidente, desde o primei-ro momento, tem-lhe dado o devido valor, mos-trando-se presente e sensível às nossas preocu-pações e necessidades. Estamos agradecidos pelo apoio”, afirma o responsável operacional.

“Um momento de grande alegria”, comple-menta o presidente da direção da associação, Paulo Rocha, que realça, também, “o extraordi-nário relacionamento entre a autarquia e os bombeiros”, bem como “o apoio incondicional” à causa.

MONÇÃO

Município investeem segurança e proteção

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ção

A Associação Humanitária dos Bombeiros Vo-luntários do Entroncamento, com a aquisição

recente de uma nova ambulância de socorro au-mentou para quatro o número de viaturas de so-corro pré-hospitalar ao serviço do concelho. As-sim, passa a dispor de três ambulâncias de so-corro próprias e uma do INEM, associada ao pos-to de emergência médica (PEM).

A ambulância foi adquirida através de uma an-gariação de fundos na qual participaram, a pró-pria Câmara Municipal do Entroncamento, as juntas de freguesia, empresas e outras entida-

des locais. Essa campanha já rendeu 16 mil eu-ros mas esse montante poderá ainda aumentar, uma vez que essa campanha ainda não termi-nou.

O custo final da viatura é de cerca de 52 mil euros. A diferença entre os valores recolhido e o final foi assegurado por empréstimo contraído pela associação.

Entretanto, mantém-se aberta a campanha de angariação de fundos, podendo os donativos se-rem feitos para a conta PT50 00455 4314 0270 4841 5223.

ENTRONCAMENTO

Nova ambulância de socorro

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19AGOSTO 2018

A Real Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntá-

rios de Sesimbra comemorou o 115.º aniversário e integrou no programa a promoção e conde-corações de bombeiros e, ain-da, a inauguração de quatro no-vos veículos de socorro.

O novo grupo de viaturas, cuja inauguração antecedeu a sessão solene, é composto, por uma ambulância de socorro, apoiada pela Junta de Freguesia da Quin-ta do Conde, uma ambulância de transporte múltiplo, apoiada pela Caixa de Crédito Agrícola da Cos-ta Azul, e dois veículos destina-dos ao transporte de doentes, apoiados por Luísa Emília Pereira Reis Neves e pela Artesanal Pes-cas – Organização de Produtores de Pescado CRL.

A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Mu-nicipal de Sesimbra, Francisco Jesus, e contou com as presen-ças, do vereador da proteção civil, Francisco Luís, do repre-sentante da Assembleia Munici-pal, João Narciso, do vogal do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Eduardo Correia, do presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Ludo-vico, do segundo comandante distrital da ANPC, Marcelo Lima, acolhidos, pelo presiden-te da associação, António Fide-lino, pelo vice-presidente, Ma-nuel Adelino, pelo comandante Luís Saraiva, segundo coman-dante Joaquim Paulo Chagas, e restantes órgãos sociais.

Durante a sessão decorreram várias promoções. A bombeiro de 2.ª foram promovidos, Ana Patrícia Costa, Paulo Jorge Ro-drigues, Ricardo Barreiros, José Manuel Almeida, André Mar-ques, Nádia Pereira e Tiago Santos. A 1.ª foram promovidos também três elementos, Marco Cristóvão, Flávio Morais e Car-los Machado, e ao posto de sub-chefe outros quatro, José Antó-nio Alegre, Francisco Braz, José Ferreira e Pedro Santos.

O corpo ativo passa a dispor ainda de um novo oficial bom-beiro de 2.ª Diogo Manuel Ven-cá, promovido de bombeiro de 2.ª àquele posto.

No âmbito das condecora-ções, foi distinguida com a me-dalha de dedicação, 25 anos, da

LBP a chefe Lúcia Oliveira, e com a medalha de assiduidade, grau ouro, por 20 anos, os bombeiros Pedro Pereira (1.ª) e Isaura Clímaco (3ª).

Por 15 anos de serviço foi atribuída a respetiva medalha de assiduidade da LBP aos bom-beiros de 2.ª José Almeida e Ná-dia Pereira, por 10 anos, aos bombeiros de 2.ª, André Mar-ques e Tiago Santos, e de 3.ª,

Ricardo Santos e Aníbal Dioní-sio, e, por último, de cinco anos de assiduidade, aos bombeiros de 3.ª, Nuno Canelas, Rute As-sembleia, Patrícia Amigo, Cláu-dia Alegre, Francisco Salgueiro, Luis Ribeiro e Joana Braz.

SESIMBRA

Promoções e novas viaturas

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de

Torre de Moncorvo comemorou recentemente o seu 85.º ani-versário com um programa co-memorativo que pretendeu, desde logo, envolver a popula-ção nessa efeméride.

Assim, o programa arrancou com um passeio pedestre soli-dário de 11 quilómetros de ex-tensão que envolveu cerca de 200 pessoas e contou com o apoio da Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo.

Depois, o programa incluiu atividades do corpo de bombei-ros na Praça Francisco Meireles – Portas Abertas – 24 horas em contacto com a população, um Simulacro de acidente de via-ção no Largo da Corredoura e a inauguração do espaço refeitó-rio no quartel, obra essencial ao apoio às atividades dos bom-beiros, nomeadamente na con-feção de refeições no período de fogos florestais.

Esta obra foi custeada na to-talidade pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.

Na véspera do dia principal das comemorações decorreu ainda uma sessão de fados, nas instalações da associação, abri-lhantada por fadistas da terra e com a atuação de uma equipa liderada pelo amigo da institui-ção e conterrâneo Mário Mar-tins.

O dia principal das comemo-rações começou cedo, com a romagem ao cemitério, seguida da formatura para imposição de medalhas, condecorações e promoções dos bombeiros.

Esta cerimónia contou com a presença do presidente da Câ-mara Municipal e do vogal do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante José Fernandes. Na oportunidade, este viria a li-derar a entrega do crachá de ouro da LBP ao presidente da direção da Associação, António Salema, bem como de várias medalhas de serviços distintos da LBP a diversos dirigentes e bombeiros.

Com a medalha de serviços distintos, ouro, da LBP foram

distinguidos, Maria do Rosário Pires, tesoureira da direção, Nuno Gonçalves, presidente da Câmara Municipal, Favorino José Carvalho, presidente da assembleia-geral, António Sota, ex presidente da assembleia geral, e António Alberto Mene-zes, vice-presidente do conse-lho fiscal.

A medalha de serviços distin-tos, prata, da LBP foi entregue ao adjunto de comando, João Eurico Paixão, e a de cobre, aos bombeiros, Artur Gouveia (sub-chefe), Joaquim Pires e Óscar Barreiro (1.ª), José Agostinho Rodrigues (2.ª) e Eduardo Fer-raz (3.ª) e aos dirigentes, Eduardo Brás dos Santos (ex--secretário da assembleia ge-ral), Maria do Rosário Patrício (ex-secretária da direção) e a Armando Colaço (secretário re-lator).

Concluída esta cerimónia de-correu a celebração da missa solene na igreja matriz e a bên-ção de duas novas viaturas no final, o desfile de viaturas Bom-beiros Voluntários de Torre de

Moncorvo e um almoço que reuniu convidados, dirigentes, bombeiros e familiares na can-tina da Escola Dr. Ramiro Salga-do, em Moncorvo.

Destaque-se a presença nas cerimónias de seis elementos do corpo de bombeiros de Marly Le Roi, Paris, França, que assim deu sequência ao intercâmbio

de-

senvolvido entre as duas insti-tuições ao longo de uma déca-da.

TORRE DE MONCORVO

Associação assinala o 85.º aniversário

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20 AGOSTO 2018

A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Almada comemorou,

no dia 26 de agosto, o 105.º aniversário, data que ficou marcada pela apresentação de quatro viaturas: duas novas ambulâncias uma de socorro e uma outra destinada ao trans-porte de doentes não urgentes, uma viatura de comando, um recuperado e renovado veiculo ligeiro de combate a incêndios e uma motorizada oferecida por um amigo da instituição que foi, devidamente, apetre-chada permitindo ainda am-pliar e agilizar a resposta à po-pulação da cidade.

O reconhecimento público às mulheres e homens que ser-vem a causa foi pedra de toque e mote para as várias interven-ções, nomeadamente da presi-dente da direção, Ana Almeida Neves e do comandante João Carlos Santos que salientaram o empenho dos bombeiros no esforço de desenvolvimento da instituição, apoiando as mais diversas iniciativas e projetos e deram como exemplo a recente recuperação de viaturas, com mão de obra caseira. Os pro-blemas do setor não foram es-quecidos nomeadamente no que toca ao financiamento e ao esforço que estas instituições dispensam para que apesar de todas as lacunas entre as quais a crescente falta de disponibili-dade do voluntariado, que as-sociação tenta contrariar com iniciativas como “Bombeiros por 5 dias” ou a recém-criada escola de infantes e cadetes, que constituem bem-sucedidas apostas de futuro que impõe a renovação e o reforço do qua-dro ativo.

E enquanto a lei de financia-mento falhar pelo financiamen-to da lei, as autarquias surgem como um parceiro natural e inevitável até porque, registe--se, a nível local os responsá-veis máximos pela proteção ci-vil, disso mesmo fez eco Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, reforçando que “decorrem negociações muito duras, mui-to importantes com o Governo e ainda com a Autoridade Na-cional de Proteção Civil, impor-ta que, também, a Associação Nacional de Municípios Portu-gueses (ANMP) se sente à mesa, porque é um parceiro essencial em todo o processo”.

O líder da confederação, pe-rante uma plateia de bombei-ros, passou em revista as rei-vindicações do sector nomea-damente uma “direção de bom-beiros independente com orçamento próprio”, bem como o “comando autónomo, tal como têm o Exército, a Mari-nha, a Guarda Nacional Repu-blicana ou a Polícia de Segu-rança Pública”, porque só os “bombeiros não têm, mesmo sendo o principal agente da es-trutura, garantindo 98 por cen-to do socorro, em Portugal e 85 por cento da atividade do Insti-tuto Nacional de Emergência Médica”, sublinhando que “mesmo nos incêndios flores-tais que representam apenas sete por cento da sua ativida-de, em equipamentos, viaturas e recursos humanos eles no teatro de operações estão sem-pre acima dos 95 por cento”.

“Não nos chega ter a razão, queremos ter as contrapartidas e, na verdade, não queremos nada mais do que as ferramen-

tas que permitam alavancar uma melhor prestação de ser-viços, queremos saber mais para sermos melhores na defe-sa da vida e dos haveres de to-dos os portugueses. Não será isto suficiente para atentem às nossas soluções ás propostas de reforma apresentadas pela Liga dos Bombeiros Portugue-ses?”, indagou Jaime Marta Soares para de seguida deixar claro, porque “chega basta de avisos”, em “2019 o panorama tem de ser completamente di-ferente”.

Em dia de festa foram ainda distinguidos com medalhas de assiduidade o adjunto de co-mando - Ricardo Paulo da Silva, os bombeiros de 1.ª Bruno Mi-guel Cabral e Luis Carlos Ger-mano e os bombeiros de 2.ª David Miguel Marques e Sónia Alexandra Dinis (20 anos), igualmente os bombeiros de 2.ª Hugo Oliveira Matos, Pedro Emanuel Tavares, Elson David Rodrigues e os bombeiros de 3. ª Marco Alexandre Isidoro e Marco Paulo Flores (15 Anos), também o bombeiro de 2.ª Paulo Sérgio Correia e os bom-beiros de 3.ª Odete Sofia Ro-drigues, José Carlos de Castro e Victor Álvaro da Silveira (10 anos) e, ainda, os bombeiros de 3.ª Tânia Marisa Lopes, Iara Alexandre Silva, Pedro Catarino Gonçalves, Daniel Duarte Ca-nelo, Joana Raquel Coelho, Telma Maria Marrafa, Orlando Rosa Dias, Rafael Alexandre de Castro e Andreia Sofia Tavares (5 anos).

Foram entregue placas de reconhecimento do trabalho de vários bombeiros na operacio-nalização da viatura ao serviço do Posto de Emergência Médi-

ca – distinguidos “Pelo Volun-tariado, Dedicação, Profissio-nalismo e Colaboração de-monstrado, durante vários me-ses, na função de tripulante e/ou motorista da Equipa PEM” – nomeadamente, o coman-dante José Santos, o adjunto Ricardo Silva, o subchefe Car-los Castro, os bombeiros de 1.ª Bruno Cabral e Luís Germano, os bombeiros de 2.ª João Vi-cente, Sónia Dinis e Paulo Cor-reia, os bombeiros de 3.ª Sofia Rodrigues, Paulo Gama, Joana Coelho, Pedro Barroso, o oficial bombeiro estagiário Tiago Mar-celino e os estagiários Tomás Cadima e Gonçalo Castro. Di-reção e comando distinguiram ainda os elementos que assu-miram a requalificação de um veículo ligeiro de combate a in-cêndios – “Reconhecimento pelo Brio, Dedicação, Empenho e Colaboração demonstrado na reestruturação do VLCI 01 –: chefe Luís Silvestre, subchefe

Carlos Castro, os bombeiros de 2.ª João Vicente, Hugo Matos e Elson Rodrigues e ainda o bombeiro de 2.ª João Almeida, dos Voluntários de Cacilhas que, no espírito de solidarieda-de que tão bem caracteriza os bombeiros, deu o seu contribu-to nesta missão.

Registe-se que em dia de aniversário os Voluntários Al-mada foram presentados pela câmara municipal com quatro equipamentos de proteção in-dividual (EPI) para combate a incêndios urbanos; pela Miseri-córdia de Almada com 10 pa-res de luvas, pelas empresas Print 2008 com 50 t-shirts e TouchFire com 30 lanternas.

Associaram-se às comemo-rações do 105.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Al-mada, entre muitos outros re-presentantes de entidades ci-vis miliares e religiosas, diri-gentes e operacionais de con-

géneres do concelho mas também de outros pontos e do País, familiares e amigos dos bombeiros, o vice-presidente da Câmara Municipal de Alma-da João Couvaneiro; Ana Paula Silva, da Assembleia Municipal de Almada; João Marques, da União de Freguesias de Alma-da, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas; João Ludovico, presi-dente da Federação dos Bom-beiros do Distrito de Setúbal; Elísio Oliveira, comandante operacional distrital (CODIS) de Setúbal, da Autoridade Na-cional de Proteção Civil, (ANPC) e o comandante Aníbal Reis Luís, Fénix de Honra da LBP, acolhidos no quartel por Anabela Serra, vice-presidente da assembleia da geral da ins-tituição aniversariante; Ana Al-meida Neves, presidente da di-reção e José Carlos Santos, co-mandante do corpo de bom-beiros.

Sofia Ribeiro

ALMADA

Presidente da LBP quer municípios nas negociações

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21AGOSTO 2018

“Nós precisamos de dois anos para for-mar um bombeiro, já

outros em dois meses e meio estão prontos para apagar fo-gos. Isto é algo de extraordiná-rio.”, ironizou Jaime Marta Soa-res perante a vasta plateia que lotava o Salão Álvaro Guerreiro que, no dia 5 de agosto, aco-lheu a sessão solene comemo-rativa do 142.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Egita-nienses. Sem meias palavras, mas nunca aludindo, direta-mente, o Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana (GNR), o presidente da confe-deração sublinhou ainda que “para uns houve, no imediato, equipamentos de proteção indi-vidual de primeira qualidade, enquanto os bombeiros espe-ram há três anos por um pro-grama de reequipamento”.

Num discurso transversal, que passou em revista todos os temas que ao setor importam, Jaime Marta Soares reafirmou o compromisso da confederação na defesa dos bombeiros de Portugal. Uma vez mais refor-çou a responsabilidades das au-tarquias em matéria de prote-ção civil, lembrando que “se não existissem estas associa-ções como sustentáculo de cor-po voluntários” os municípios “teriam, certamente, custos muito maiores, com a certeza que não aumentavam a eficá-cia”.

O programa comemorativo do 142.º aniversário dos Bom-beiros da Guarda ficou ainda marcado pelo ingresso de 17 novos bombeiros, o agracia-mento de várias empresas e entidades, entre as quais o Agrupamento de Escuteiros da Lageosa do Mondego, a distin-ção e promoção de elementos do corpo ativo, a inauguração de uma viatura de combate a incêndios florestais e ainda uma ambulância de socorro e a ou-torga do crachá de Ouro a Joa-quim Leão Mingacho, o tesou-reiro da instituição que, com genuína surpresa e grande co-moção, viu desta forma reco-nhecido um quarto de século de entrega à causa pautado por “trabalho, persistência, meticu-losidade, humildade, rigor e au-toexigência” conforme assinala proposta da instituição ratifica-da pela Liga dos Bombeiros Por-tugueses.

Quando são conhecidas as di-ficuldades na mobilização de

voluntários para os quartéis de bombeiros, o ingresso de 17 elementos constitui um reforço de peso que permite encarar o futuro com otimismo, como aliás assinalou o comandante Paulo Sequeira. Integram este grupo de recém promovidos os bombeiros de 3.ª Igor Cardoso, José Sanches, Pedro Cabral, Andriy Pidkovych, Eva Carras-queira, João Santos, Rodrigo Gabriel, David, Rafaela Oliveira, Daniela Santos, Tiago Maria, Andreia Pinto, Beatriz Pereira, Soraia Lourenço, Barbara Este-ves, Ricardo Matos e Pedro Pa-trício.

Das várias intervenções des-taca-se o profundo reconheci-mento às mulheres e homens que abnegadamente cumprem a missão de salvar vidas num território exigente com várias “particularidades” com “riscos únicos que não comparáveis” com os de outras regiões, con-forme assinalou Paulo Sequeira, e, assim sendo todos os recur-

sos parecem ser poucos. Desta forma, o comandante assumiu como “grave necessidade” a constituição de uma segunda Equipa de Intervenção Perma-nente (EIP) para que os bom-beiros da Guarda possam res-ponder com a prontidão que “a população merece”.

“As associações humanitárias através dos corpos de bombei-ros prestam um serviço aos munícipes na área da proteção civil, cuja competência legal é não só do Estado como das câ-maras municipais e é também neste âmbito que deve ser en-quadrado o seu financiamento” considerou o presidente da di-reção a associação egitaniense para depois questionar:

“Para quando a alteração da lei de financiamento, com a in-clusão da contribuição que ga-ranta a sustentabilidade finan-ceira destas associações públi-co?”.

Na senda de um orçamento ajustado e justo e porque “os bombeiros estão cansados de andar de mão estendida” o diri-gente defende a criação de uma taxa municipal especificando que se “na Guarda são emiti-das, mensalmente, 24 mil fatu-ras de água” um acréscimo de apenas 50 cêntimos, assegura-ria uma verba de 12 mil euros a cada um dos três corpos de bombeiros do concelho.

Marcaram presença na ses-são, entre outras entidades, o

vereador da proteção civil da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa; o deputado da Assembleia da Republica, San-tinho Pacheco; o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, Paulo Ama-ral; o diretor nacional de bom-beiros, Pedro Lopes, que tive-ram como anfitriões os presi-dentes da assembleia geral e da direção da associação, respeti-vamente, Álvaro Guerreiro e Carlos Gonçalves e o coman-dante do corpo de Bombeiros Paulo Sequeira.

A sessão terminou como o desfile dos meios colocados ao serviço desta capital de distrito pelos Voluntários Egitanienses.

Sofia Ribeiro

GUARDA

Egitanienses pedem mais uma EIP

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22 AGOSTO 2018

A direção da Associação Humanitária de Bombei-ros Voluntários Torreja-

nos reuniu-se, no passado dia 30 de julho, com o presidente da Câmara Municipal de Torres Novas, Pedro Ferreira, e com o vereador, Carlos Ramos com o intuito de analisar “um conjunto de questões importantes para o concelho, em matérias tão sen-síveis como a segurança e de socorro”.

Nesse encontro de trabalho, os Voluntários Torrejanos de-fenderam a “importância de se equacionar a criação de uma segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP)”, que o co-mandante considera, mesmo, ser “uma necessidade evidente, dado o número de ocorrências registado diariamente”.

“Uma segunda EIP permitirá uma maior segurança, alargan-do o horário de permanência”, sustenta José Carlos Pereira.

No que respeita a investi-mentos os responsáveis da ins-tituição apresentaram como ne-cessidades, “a curto prazo”, duas ambulâncias, um veículo escada e um veículo urbano de combate a incêndios (VUCI), até porque, como salientaram

“o atual veículo escada que ser-ve o concelho já tem cerca de meio século – 50 anos – e, o VUCI, 25”.

Os dirigentes bateram-se, igualmente, por uma revisão e consequente atualização da comparticipação fixa mensal concedida à associação huma-nitária, da mesma forma que se mostraram favoráveis e com-pletamente disponíveis para alargar o âmbito da parceria entre a autarquia e os bombei-ros do concelho.

No que concerne às “dívidas nos termos dos compromissos assumidos pela autarquia” e que “já ultrapassam os 100 mil euros”, os Voluntários Torreja-

nos obtiveram garantias de uma “liquidação a curto prazo”.

Em cima da mesa de nego-ciações, esteve também a obra do novo quartel, tendo a asso-ciação informado a autarquia que os trabalhos decorrem den-tro da normalidade, alertando, contudo, para a eventual ne-cessidade de completar o proje-to que peca por algumas “insu-ficiências”.

No balanço desta reunião de trabalho, a associação garante terem surgido “pistas para o es-treitamento” de uma parceria, que a bem da segurança e bem--estar do concelho e das suas gentes, “permitirá ultrapassar qualquer obstáculo”.

TORRES NOVAS

Parceria reforçada

A Câmara Municipal de São João da Madeira tem em

consulta pública até finais de setembro um regulamento que prevê atribuir benefícios sociais aos bombeiros do concelho, no-meadamente, a isenção de pa-gamento das refeições escola-res dos seus filhos.

O programa de apoios sociais foi criado em 2013 e voltou ago-ra a ser aprovado com altera-ções por unanimidade em reunião da autarquia, introduzindo a gratuitidade das refeições escola-res nos jardins-de-infância e EB1 da rede pública do concelho, a oferta de vales de 50 euros em compras de Natal nas lojas da cidade, descontos de 30 a 50 por cento nas faturas da água até 15 euros mensais e reduções até 80 euros por ano no Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI).

O presidente do executivo sanjoanense, Jorge Vultos Sequeira, sublinha “grande confiança e or-gulho nos Bombeiros Voluntários de São João da Madeira, que nunca falharam à sua comunidade, mantendo-se vigilantes e prontos a intervir 24 horas por dia, 365 dias por ano”, defendendo que “é, portanto, de inteira justiça a concessão destes benefícios a quem, com grande sacrifício pessoal e familiar, assegura em permanência a proteção civil e o socorro às populações”.

Entre os apoios previstos no regulamento in-clui-se também 50 a 100 por cento de desconto no custo de utilização dos equipamentos despor-tivos municipais, bem como uma redução de 50 por cento na aquisição de dois bilhetes para ini-ciativas culturais promovidas pela autarquia.

O acesso à rede de transportes urbanos gerida pelo município será também gratuito, bem como a entrada nos espaços museológicos e artísticos

do município, a emissão do Cartão Jovem nos ca-sos em que a idade do beneficiário se adeque e “apoio jurídico e administrativo ao bombeiro e respetivo agregado familiar em processos decor-rentes de acidente em serviço”.

O regulamento prevê também prioridade no acesso à habitação social municipal, ao programa de apoio a arrendamento social e às bolsas de estudo para uso próprio ou dos seus filhos - des-de que, nos três casos, o bombeiro ou os seus descendentes se encontrem “em igualdade de condições sociais e de candidatura com outros concorrentes”.

Esta “diferenciação positiva” aplicar-se-á ape-nas aos bombeiros efetivamente voluntários, isto é, aos que tenham cumprido “um mínimo obriga-tório de 500 horas de serviço operacional por ano”, o que terá que incluir “pelo menos 160 ho-ras de serviço de socorro, piquete ou simulacro e 45 de atividade de instrução”.

Além dos operacionais “com mais de um ano de serviço efetivo de voluntariado”, também se poderão candidatar os que se encontrem no qua-dro de inatividade da corporação, desde que a causa do seu afastamento tenha sido “conse-quência de acidente ocorrido ou doença contraída no exercício das suas funções de bombeiro”.

SÃO JOÃO DA MADEIRA

Filhos de bombeiroscom refeições gratuitas

Foto

: Sofi

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beiro

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Golegã no cumprimento de uma antiga tradi-ção assumiu a organização da Festa em Honra da Nossa Senhora da Guia, que animaram a vila de 10

a 15 de agosto. O êxito desde evento, que visa a angariação de fundos para a instituição, resulta sempre do particular

empenho dos bombeiros e dirigentes e o inequívoco apoio de beneméritos, amigos e da população em geral.

GOLEGÃ

Bombeiros cumprem tradição

Uma dupla de DJ austríacos Kruder & Dorfmeister vai dar um concerto no próximo dia 13 de setembro em Odeceixe, con-

celho de Aljezur, distrito de Faro, a favor dos bombeiros locais.Soenke Lohse, é o agente dos dois DJ, reside em Odeceixe,

e foi o mentor da iniciativa, que considera ser “uma oportunida-de única” para as pessoas poderem ver um dos principais no-mes da música eletrónica mundial num ambiente mais intimis-ta, ajudando ao mesmo tempo os bombeiros de Aljezur.

O espaço escolhido para o concerto é o Clube Desportivo de Odeceixe com capacidade para cerca de 500 pessoas. Os bilhe-tes custam 20 euros e a verba angariada deverá chegar aos dez mil euros.

ODECEIXE

DJ austríacos apoiam os bombeiros

O edifício municipal da antiga escola do primei-ro ciclo da Lombo d´Égua, na freguesia de

Fátima, vai centralizar todos os projetos formati-vos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fátima.

Após pequenas obras de readaptação dos es-paços interiores e exteriores, o centro de forma-ção entrará em funcionamento em outubro próxi-mo para receber os infantes (entre os 6 e os 14 anos de idade), cadetes (15 e 16 anos) e estagiá-rios (a partir dos 17 anos).

As pré-inscrições estão abertas e devem ser enviadas para a Associação Humanitária dos BV de Fátima: [email protected]. A Associação rei-tera que qualquer cidadão dos 17 aos 45 anos de idade que pretenda ser bombeiro voluntário pode fazer a sua inscrição.

O presidente da direção e o comandante, Amo-rim Gonçalves e Gaspar dos Reis, respetivamen-te, concordam que este projeto será uma mais--valia para a corporação e também para a comu-nidade fatimense ao ser criada mais uma área de

ocupação e aprendizagem para as crianças e os jovens.

O projeto visa de igual modo melhorar a cultu-ra de segurança “Os Bombeiros de Fátima pre-tendem, a par das instituições de ensino locais, com os seus clubes de proteção civil e socorris-mo, contribuir para a construção de um futuro melhor na prevenção e segurança contra incên-dios e outras emergências, para que possamos ter uma sociedade civil mais prevenida e resilien-te”, afirmam Amorim Gonçalves e Gaspar dos Reis.

“Sempre apostamos na área formativa – no momento atual temos doze (12) estagiários e dois (2) cadetes em formação – mas, com a Es-cola de Formação teremos um espaço mais adap-tado às exigências formativas, que possibilitará evoluir na formação ministrada e nas ações de treino. A consequência será a prestação de um socorro de qualidade e um melhor serviço à co-munidade”, referem.

(Agradecemos a colaboração de Dina Simões)

FÁTIMA

Formação em antiga escola

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23AGOSTO 2018

em agosto de 1998

ANIVERSÁRIOS1 de setembroBombeiros Voluntários de Carnaxide#1064 de setembroBombeiros Voluntários da Ericeira#875 de setembroBombeiros Voluntários de Póvoa de Lanhoso#1147 de setembroBombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato#838 de setembroBombeiros Voluntários de Folgosinho#8110 de setembroBombeiros Voluntários de Alter do Chão#70Bombeiros Voluntários de Castro Verde#3612 de setembroBombeiros Voluntários da Lixa#129Bombeiros Voluntários de Areosa-Rio Tinto#96Bombeiros Voluntários de Vimioso#8614 de SetembroBombeiros Voluntários de Caldas da Rainha#123Bombeiros Voluntários de Sacavém#121Bombeiros Voluntários de Góis#6215 de setembroBombeiros Voluntários de Gondomar#105Bombeiros Voluntários de Vagos#90Bombeiros Voluntários de Vidago#5116 de setembroBombeiros Voluntários de Tondela#95

Bombeiros Voluntários de Vila Franca das Naves#2218 de setembroBombeiros Voluntários de Favaios#103Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande#7019 de setembroBombeiros Voluntários de Almoçageme#123Bombeiros Voluntários Figueirenses - Figueira de Castelo Rodrigo#81Bombeiros Voluntários de Cabo Ruivo#41Bombeiros Voluntários de Penela#3820 de setembroBombeiros Voluntários de Leça do Balio#8722 de setembroBombeiros Voluntários de Algés#116Bombeiros Voluntários de São João da Pesqueira#11123 de setembroBombeiros Voluntários de Carregal do Sal#7924 de setembroBombeiros Municipais do Funchal#13025 de setembroBombeiros Voluntários de Ponte de Lima#13127 de setembroBombeiros Voluntários da Nazaré#9130 de setembroBombeiros Voluntários da Malveira#74Bombeiros Voluntários da Trofa#42Bombeiros Voluntários de Santana#33

Fonte: Base de Dados LBP

José Costa, de cinco anos, Francisca Quintal, de seis, Diana Santos, de oito, Lexi Rafaela Cata-

rino, de nove e Duarte Nogueira, de dez anos, são os grandes vencedores do I Concurso de De-senho Infantil dos Bombeiros Voluntários de Can-tanhede. Os cinco trabalhos ilustram ímanes magnéticos que foram apresentados na Expofa-cic.

A entrega dos prémios do concurso, deverá acontecer no decorrer das comemorações do 116.º aniversário da instituição, agendadas para 28 de outubro.

Refira-se que a título de agradecimento pelo trabalho das crianças todos os desenhos estive-ram em exposição stand institucional da associa-ção, na Expofacic.

Os ímanes magnéticos ilustrados encontram--se à venda no quartel dos Bombeiros de Canta-nhede, pelo valor simbólico de dois euros.

“Seja qual for o resultado da comercialização destes ímanes”, para o presidente da direção, Adérito Machado, esta iniciativa “já é um suces-so”, pois a adesão ao concurso, “superou todas as expetativas”.

Dirigido a todas as crianças entre os quatro e os 11 anos, inclusive, o concurso teve como júris o artista plástico Juan Daniel Domingues, a escri-tora e ilustradora de livros infantis Sofia de Souto Moniz e Maria de Fátima Negrão, Carlos Martins Lopes e Adérito Machado, em representação dos três órgãos sociais da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cantanhede.

CANTANHEDE

Desenhos infantis apoiam causa

O nosso colega de redação Marques Valentim, tem patente no Hospital

Garcia de Orta, até ao dia 3 de setem-bro de 2018, a exposição fotográfica “O renascer das cinzas”, numa assu-mida homenagem aos bombeiros de Portugal, bem como às populações que afetadas pelos incêndios do ano passado. Depois de ter estreado esta mostra no Museu da Fotografia João Carpinteiro, em Elvas, Marques Va-lentim foi convidado para expor no hall principal do Garcia de Orta, em Almada.

Composta por 21 fotografias, a exposição dá a conhecer os soldados da paz em ação, em momentos de surpresa e fogo e revela a resiliência das populações que não esque-cem a tragédia, mas de tudo fazem para “renascer das cinzas”.

O objetivo do fotojornalista centra-se na atualização deste portefólio com novas imagens e torná-lo itinerante, uma vez que existem já solicitações de vários pontos do País para mostrar estas imagens captadas pela objetiva de Marques Valentim, reveladora uma ímpar sensibilidade que afinal denuncia uma enorme proximidade com a causa.

Esta é, sem dúvida, uma exposição a não perder.

ALAMADA

Marques Valentim expõe “O renascer das cinzas”

O grupo Alphaville atuou em Góis, no dia 15 de agosto,

num concerto solidário que vi-sou apoiar os bombeiros locais.

O grupo alemão que se popu-larizou na década de 80 do sécu-lo com temas como “Big in Ja-pan”, “Forever Young”, “Sounds Like a Melody” e “Dance With Me”, subiu ao palco instalado no Parque do Baião, no âmbito das festas que animaram a vila de 11 a 19 de agosto vila, integrada na programação da 25.ª edição da afamada concentração mo-tard.

Foi, pois, em estilo revivalista que a conhecida banda se asso-ciou a um tributo os bombeiros, em particular aos Voluntários de Góis.

GÓIS

Alphaville em concerto solidário

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24 AGOSTO 2018

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Há coisas na vida mais importantes e outras nem tanto. Mas há cir-

cunstâncias em que elas ocorrem em que, mesmo que a sua importância seja relativa, importa advertir, seja quem for, para que não nos tentem comer por parvos.

Em circunstâncias normais fazer uma formatura, mais uma ou menos uma, não é problema nem é impor-tante. Importante é se, a propósito disso, nos tentam mais vez passar a perna. E nesta situação em concreto, como se passou em Monchique, só se dará importância, em primeiro lugar, pelos contornos da dita história a cheirarem a esturro e, em segundo lu-

gar, por ter sido uma manifesta falta de respeito aos bombeiros.

Em todas as histórias há sempre al-guém a pôr-se em bicos de pé, a por à frente a chamada feira das vaidades antes do respeito que é devido e me-recido pelos outros.

No caso de Monchique e quando, curiosamente, bem perto havia bom-beiros presentes e disponíveis, que pouco depois iriam desmobilizar, foi justificado que os bombeiros não es-tariam presentes porque estavam a trabalhar.

Fica até agora por se saber quem teve a ideia do que se passou. Passa que se tratou de uma iniciativa espon-

tânea em que a formatura nasceu do nada, como se eu e tantos de vós acreditássemos que gente altamente organizada e disciplinada tivesse a veleidade de espontaneidades e de formar do nada por vontade própria. Repito: não façam de nós parvos.

Em devido tempo a LBP, dando cor-po e expressão ao protesto dos bom-beiros, veio lembrar, mais uma vez, que os bombeiros são, de longe, o principal parceiro da proteção civil e que, por exemplo, a cumprir-se a per-centagem entre bombeiros e outras forças, teriam que estar 95 bombeiros na formatura para cada um dos res-tantes parceiros que lá estiveram. No

terreno é assim que se passa. Qual a razão para que também não ocorra nas formaturas?

Como costuma dizer o padre da mi-nha freguesia, a missa ainda vai a santos e, por isso, contem com os bombeiros para trabalhar mas, com a mesma gana, para defenderem a sua instituição, a sua cultura, a sua forma de estar na vida.

A nossa força está nas competên-cias e capacidades que nos são reco-nhecidas mas também no respeito com que nos devem tratar. Palmadi-nha nas costas e novas situações como a que ocorreu em Monchique é que não. [email protected]

Não nos comam por parvos

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) comemorou no dia 18 de Agosto, 88 anos de existência enquanto confedera-

ção das associações e corpos de Bombeiros de qualquer natureza, sejam voluntários, sapado-res, municipais ou privativos.

Nesta evocação ao desafio de um punhado de dirigentes e comandos dos bombeiros que se lançaram no longínquo 18 de agosto de 1930, “importa testemunhar que a LBP se mantém fiel a si própria e a todos os que repre-senta, atenta e reivindicativa na sua defesa, sublinhe-se, interpretando sempre a vontade do coletivo”, destaca a LBP em comunicado.

Em face “de todos os escolhos e dificulda-des” que a confederação tem encontrado ao longo dos anos, são destacadas “a capacidade para ultrapassar obstáculos, e, também, a fir-me e intransigente defesa dos Bombeiros Por-tugueses”. O acréscimo de responsabilidades e a intensificação da presença nas estratégias de reforma do sector dos bombeiros, levam a LBP a defender a existência de uma Direção Nacional de Bombeiros autónoma, indepen-dente e com orçamento próprio, bem como um comando autónomo, à semelhança dos restan-tes agentes da proteção civil.

Ao comemorar a efeméride, a Liga dos Bom-beiros Portugueses reafirma confiança e o or-gulho nos Bombeiros Portugueses, nas asso-ciações e comandos, bem como nas federa-ções distritais, pois “em conjunto e unidos continuam a assumir plenamente o lema “Vida por Vida”” e a contribuir para “o êxito de tão nobre missão”.

LBP ASSINALA 88.º ANIVERSÁRIO

Novos tempos, outros desafios,o mesmo compromisso