USOS E ABUSOS DA ESCALA LIKERT: ESTUDO … · Em resumo, verifica-se que historicamente a escala...
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Anais do Congresso de Administração, Sociedade e Inovação - CASI 2016 - ISSN: 2318-698 | Juiz de fora/MG -
01 e 02 de dezembro de 2016
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ARTIGO - EPA – ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
USOS E ABUSOS DA ESCALA LIKERT: ESTUDO BIBLIOMÉTRICO NOS ANAIS
DO ENANPAD DE 2010 A 2015
FABIO ANTONIALLI, LUIZ MARCELO ANTONIALLI, RENAN ANTONIALLI
O presente trabalho objetivou constatar se os pressupostos originais da escala Likert foram ou
não considerados nos artigos publicados nos Anais do EnANPAD no período entre 2010 a
2015. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, exploratória e bibliométrica, cujos dados foram
processados no Microsoft Excel e SPSS, utilizando-se para análise a distribuição de
frequência e média aritmética. Para seleção dos artigos realizou-se busca nos anais do evento
pela denominação Likert quando esta constava no resumo, metodologia e/ou resultados dos
artigos. Dos 5342 artigos publicados no período, 742 (13,89%) continham tal denominação.
Para constatação se foram considerados os pressupostos originais da referida escala, buscou-
se identificar as seguintes palavras-chave: “soma”; “somatório” ou “escala indireta”. Os
resultados demostraram que em 728 artigos (98,1%) os pressupostos originais da escala Likert
não foram considerados sendo que na maioria os autores justificaram como sendo usada a
escala tipo-Likert. Deve-se ressaltar que há importantes diferenças entre as escalas Likert
(original) e tipo-Likert, contudo, verificou-se que seu uso na amostra de artigos analisada foi
na maioria das vezes equivocado. Tal realidade evidencia que, apesar de muito popular, há
necessidade de esclarecimentos para academia brasileira sobre os pressupostos originais da
escala Likert para evitar futuros equívocos em seu uso.
Palavras-Chave: Escala Likert. Tipo-Likert. Intervalar. Somatório.
1. Introdução
A escala de atitudes Likert tem sido largamente utilizada na área de Ciências
Humanas, como também em Ciências Sociais Aplicadas, tanto em nível nacional quanto
internacional.
A escala Likert foi batizada em homenagem a seu criador Rensis Likert (1903-1981)
que também é conhecida como escalas de avaliação somadas porque a pontuação da escala é
uma simples soma das respostas sobre os itens (BERNSTEIN, 2005). De acordo com diversos
autores, entre eles Balasubramanian (2012); Ary, Jacobs e Razavieh (2006), Camparo (2013),
Edmondson (2005), a escala Likert é a mais popular forma de mensuração de atitudes.
Rensis Likert nasceu em 05 de agosto de 1903 em Cheyenne, Wyoming, Estados
Unidos. Graduou em economia pela Universidade de Michigan em 1926 e obteve seu
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doutorado pela Universidade de Columbia em 1932, época em ficou interessado em
psicologia social. Além de se envolver com o desenvolvimento da escala para a mensuração
de atitudes, também passou grande parte de sua carreira profissional desenvolvendo teorias de
gestão de negócios, tais como a teoria da gestão participativa e da conceituação de quatro
tipos de comportamento do líder. Estava a frente de seu tempo e levou o pensamento
psicológico para novas fronteiras. Likert faleceu em 03 de Setembro de 1981, em Ann Arbor,
Michigan, Estados Unidos (CAMPBELL,1988 citado por EDMONDSON, 2005).
Atitudes são individualmente atribuídas às emoções, crenças e tendências de
comportamento que um indivíduo tem para com um objeto específico ou abstrato (BARON,
BYRNE, 1977).
Uma atitude é uma construção hipotética que representa o grau de um indivíduo de
gostar ou não gostar de alguma coisa. As atitudes são geralmente pontos de vista positivos ou
negativos de uma pessoa em relação a um lugar, coisa ou evento. Escalas de atitude são uma
tentativa de determinar o que um indivíduo acredita, percebe ou sente
(BALASUBRAMANIAN, 2012).
Segundo a autora, várias escalas vêm sendo utilizadas para medir atitudes, tais como:
escala de distância social de Bogardus, escala de Thurstone, escala Likert, escalas Guttman e
escala de significado emocional de Osgood.
Na escala de Likert (1932), os respondentes precisavam marcar somente os pontos
fixos, em um sistema de cinco categorias de resposta que vão de “aprovo totalmente” a
“desaprovo totalmente”. Likert também introduziu a escala bidimencional com um ponto
neutro no meio da escala (VIEIRA; DALMORO, 2008).
Embora as variações da alternativa de resposta na escala Likert tornaram-se comuns,
seu uso se popularizou criando também equívocos. Um deles e comum tem sido a análise
inadequada de questões individuais em uma escala de atitude (BOONE JR.; BOONE, 2012).
Clason e Dormody (1994) descreveram a diferença entre escalas tipo-Likert e escalas
Likert. Os autores identificaram as escalas tipo-Likert como questões individuais que usam
algum aspecto das alternativas originais de resposta das escalas Likert (que originalmente
utilizam somatório).
De acordo com Brown (2011), há algumas diferenças importantes entre as escalas
tipo-Likert e as escalas Likert. No que diz respeito às escalas tipo-Likert, o autor reflete que:
1) temos de pensar sobre as escalas tipo-Likert como itens individuais e escalas Likert
(somatório de vários itens) de diferentes maneiras; 2) escalas tipo-Likert representam um item
da escala e não a escala; 3) sendo as escalas tipo-Likert ordinais é irrelevante sua utilização
visto que estas devem ser tomadas como intervalares; 4) se um pesquisador apresenta as
médias e desvios-padrão para escalas individuais tipo-Likert, ele deve também apresentar a
porcentagem ou a frequência de pessoas que selecionaram cada opção e deixar o leitor decidir
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como interpretar os resultados; 5) em qualquer caso, não devemos confiar demais na
interpretação de itens únicos porque os itens individuais não são relativamente confiáveis.
Com relação às escalas Likert, Brown (2011), salienta que: 1) escalas Likert são
somatórios de respostas de várias escalas tipo-Likert; 2) escalas Likert contêm, vários itens e,
portanto, tendem a ser mais confiáveis do que os itens individuais; 3) naturalmente, a
confiabilidade das escalas Likert devem ser verificadas usando o Alpha de Cronbach ou outra
estimativa de confiabilidade quando adequado; 4) escalas Likert por conterem vários itens,
podem ser interpretadas como escalas intervalares, assim, estatísticas descritivas podem ser
aplicadas, bem como a análise de correlação, análise fatorial, análise variância, entre outras.
Em resumo, verifica-se que historicamente a escala Likert (1932) vem vendo utilizada
por alguns autores que consideraram seus pressupostos originais (somatório dos itens ou
variáveis) e por outros que desconsideraram tais pressupostos (análise individual dos itens ou
variáveis).
Tal constatação, por outro lado, expõe uma grande dúvida e polêmica diante da
popularidade da escala Likert na academia brasileira. Essa foi a grande motivação dessa
pesquisa que, em caráter exploratório, buscou inicialmente elucidar o seguinte problema de
pesquisa: os autores que publicaram artigos científicos nos últimos cinco EnANPADs (2010 a
2014), utilizaram a escala Likert de forma correta?
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo constatar, por meio de uma
pesquisa bibliométrica, se os pressupostos originais da escala Likert foram ou não
considerados nos artigos publicados nos Anais dos Encontros da Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPADs), no período entre 2010 a 2015.
Especificamente, buscou-se: 1) traçar um panorama das características gerais dos artigos
publicados em todos os comitês científicos do evento; 2) identificar os artigos que
consideraram ou não os pressupostos originais da escala Likert por ano e por comitê
científico; finalmente, 3) identificar as técnicas estatísticas utilizadas nos referidos artigos.
A principal justificativa para presente pesquisa apoia-se na necessidade de esclarecer e
alertar os acadêmicos sobre os equívocos na utilização da escala Likert, principalmente, na
área de administração, ciências contábeis e turismo.
2. Referencial Teórico
2.1 Tipos de escalas básicas de medição
De modo geral, existem dois tipos básicos de escalas: métricas e não-métricas. As
escalas métricas frequentemente chamadas de quantitativas, e as escalas não-métricas
chamadas de qualitativas (HAIR JR. et al. 2005).
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Segundo HAIR JR. et al. (2005); Malhotra (2001) e Mattar (1996), as variáveis
mensuradas no nível nominal ou ordinal são distintas e chamadas de categóricas, qualitativas
ou não-métricas. Por outro lado, variáveis medidas no nível de intervalo ou razão são
contínuas e chamadas de quantitativas ou métricas. As características de tais escalas são
detalhadas a seguir:
- Escala Nominal: nessa escala cada número serve apenas como rótulos para identificar e
classificar objetos. Exemplos de escala nominal podem ser números de registro no seguro
social ou identidade, números atribuídos a jogadores de futebol. Ainda, segundo os autores,
na pesquisa em administração, as escalas nominais são utilizadas para identificar funções ou
cargos de indivíduos, marcas, lojas, atributos e outros objetos. É importante ressaltar que os
números em uma escala nominal não refletem o grau da característica possuída pelos objetos.
Ou seja, os números escalonados nominalmente servem apenas como rótulos para classes ou
categorias. A escala nominal permite a aplicação da distribuição de frequência (contagem)
como ferramenta de análise estatística, além da moda, percentagens e estatísticas não-
paramétricas.
- Escala Ordinal: na escala ordinal os números são ranqueados em uma ordem crescente ou
decrescente que indica a posição relativa, mas não a magnitude das diferenças entre os
objetos. Logo, um objeto classificado em primeiro lugar tem a característica em maior grau do
que um objeto classificado em segundo lugar, mas não se sabe a magnitude da diferença entre
eles. Conforme os autores, para essa escala, além das técnicas estatísticas utilizadas para
escala nominal, pode-se também calcular a mediana e estatísticas não paramétricas.
- Escala Intervalar: uma escala intervalar tem todas as qualidades das escalas nominais e
ordinais, em adição às diferenças entre os pontos que são considerados iguais. Portanto, é
possível comparar a diferença entre objetos. A diferença entre 1 e 2 é a mesma que a
diferença entre 2 e 3, que é a mesma diferença entre 5 e 6. Um exemplo típico são as escalas
de temperaturas (Celsius, Fahrenheit e Kelvin), nas quais o ponto zero é arbitrário, ou seja,
diferentes em cada escala. Em ciências sociais aplicadas é utilizada para medir atitudes,
percepções, sentimentos, opiniões e valores. As técnicas estatísticas possíveis para essa
escala, além das utilizadas para escala ordinal, incluem a média, intervalo, amplitude total,
amplitude média, desvio médio, desvio padrão, Teste Z, Teste t, Teste F, análise de variância,
correlação de Pearson.
- Escala Razão: é o tipo de escala que oferece o mais alto nível de mensuração. Em escalas
razão pode-se identificar ou classificar objetos, dispô-los em postos e comparar intervalos ou
diferenças. Assim, tem sentido também calcular razões de valores de escala. Não só a
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diferença entre 2 e 5 é a mesma que 14 e 17, mas também 14 é sete vezes mais do que 2 em
sentido absoluto. Outros exemplos de escala razão são: altura, peso, idade e dinheiro. E em
marketing podem ser vendas, custos, fatia de mercado e número de clientes. As técnicas
estatísticas que podem ser usadas para dados em escala razão incluem todas das escalas
anteriores além da média geométrica, média harmônica, coeficiente de variação entre outras
que exigem escalas métricas.
Na Tabela 1, apresentam-se resumidamente as características das quatro escalas
básicas de medição, os usos em marketing e as estatísticas possíveis.
Tabela 1. Características das escalas básicas de medição.
Escala Características Usos em marketing Estatísticas possíveis*
Nominal
Identidade,
definição única
de números
Marcas, Sexo, Raças, Cores,
Tipos de lojas, Regiões,
Uso/não uso, Gosta/não
gosta, e a toda variável a
que se possa associar
números para identificação
Distribuição de frequência,
Moda, Percentagens, Teste
binomial, Teste Qui-
quadrado, Mcnemar, Cochran
Q
Ordinal Ordem dos
números
Atitudes, Preferências,
Opiniões, Classes sociais,
Ocupações
Todas da escala nominal
mais: Mediana, Quartis,
Decis, Percentis, Teste Mann-
Whitney, Teste U, Kruskal
Wallis, Correlação de
Spearman ou Kendall
Interval
ar
Comparação de
intervalos
Atitudes, Opiniões,
Conscientização,
Preferências, Números-
índices
Todas das escalas nominal e
ordinal mais: Média,
Intervalo, Amplitude total,
Amplitude média, Desvio
médio, Desvio padrão, Teste
Z, Teste t, Teste F, Análise de
variância, Correlação de
Pearson
Razão
Comparação de
medidas
absolutas,
Comparação e
proporções
Idade, Preço, Número de
consumidores, Volume de
vendas, Renda, Patrimônio
Todas das escalas nominal,
ordinal e intervalar mais:
Média geométrica, Média
harmônica e Coeficiente de
variação
*Estatísticas apropriadas a uma escala são cumulativas quanto maior o nível da escala, todas
são permitidas na escala razão.
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Fonte: Elaborado pelos autores com base em Prearo (2008), Pasquali (2003), Malhotra (2001)
e Mattar (1996).
2.2 Pressupostos da escala original de Rensis Likert
Mattar (1996) classifica como indiretas as escalas de Thurstone e Likert. Segundo o
autor, as escalas indiretas combinam um conjunto de respostas dos entrevistados em relação
ao objeto em questão, para determinar a sua posição na escala de atitude desenvolvida. É útil
quando se trata de questões controversas ou que envolvam a exposição de valores e atitudes
em relação a assuntos considerados íntimos que, os pesquisados podem não ser sinceros ao
responderem escalas diretas (para cada item).
Em resposta à dificuldade de medir traços de caráter e de personalidade, Likert (1932)
desenvolveu uma série de questões com cinco alternativas de resposta: aprovo fortemente (1),
aprovo (2), indeciso (3), desaprovo (4), e desaprovo fortemente (5). Ele combinou as
respostas da série de perguntas para criar uma escala de medida de atitude. Sua análise dos
dados foi baseada no índice composto da soma da série de perguntas que representa a escala
de atitudes do respondente. Portanto, o procedimento proposto por Likert não analisa as
questões ou itens individuais, mas sim o somatório deles (BOONE JR.; BOONE, 2012).
Likert é uma escala de classificação amplamente utilizada, na qual atribui-se a cada
afirmação um valor numérico que vai de 1 a 5 ou de -2 a +2. Cada respondente tem um escore
final atribuído ao somatório de pontos que obter nas alternativas, ou seja, os respondentes são
solicitados a informarem o grau de concordância/discordância, na qual a cada célula de
resposta é atribuído um número que reflete a direção da atitude de cada afirmação. A
pontuação total da atitude de cada respondente é dada pela somatória das pontuações obtidas
para cada afirmação (MALHOTRA, 2001).
Uma pontuação é considerada alta, ou baixa, segundo o número de itens e os valores
atribuídos a cada ponto da escala. Por exemplo, se uma escala contém 10 afirmações (ou
itens) que foram codificadas de 1 a 5, a pontuação mínima possível para cada respondente
será 10 e a máxima 50 (MARTINS; THEÓPHILO, 2009).
De acordo com Hair Jr. et al. (2005) e Martins e Theóphilo (2009), Likert é uma
escala que busca mensurar atitudes ou opiniões, tradicionalmente usando cinco pontos para
avaliar a intensidade com que alguém concorda ou discorda de um conjunto de afirmações.
Em consonância, Malhotra (2001), afirma que a escala Likert é uma escala somatória de
medida com cinco categorias de respostas que vão de “discordo totalmente” a “concordo
totalmente”, e exige que os participantes indiquem sua opção a uma série de afirmações
relacionadas com os objetos de estímulo.
A escala de Likert é fácil de construir e aplicar. Os entrevistados entendem
rapidamente como utilizar, adaptando-a para entrevistas postais, telefônicas ou pessoais e até
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mesmo internet. A principal desvantagem dessa escala é que ela exige mais tempo para ser
completada do que outras escalas de classificação, pois os respondentes têm que ler cada
afirmação (MALHOTRA, 2001). Todavia, conforme ressaltam Martins e Theóphilo (2009),
para chegar-se à versão final de uma escala Likert, é preciso realizar algumas sessões de pré-
teste, a fim de aperfeiçoar o instrumento.
Bernstein (2005) ao analisarem a escala Likert, mostram suas características e
singularidades e também as formas corretas de sua aplicação. Duncan e Stenbeck (1987) ao
estudarem se as escalas Likert são unidimensionais, constataram que os métodos
frequentemente utilizados para analisar dados da escala Likert podem não ser tão
generalizáveis para as pesquisas quanto pesquisadores tinham assumido. Para os autores,
validação das medidas envolvendo escalas de concordância deveria ser parte integral de
qualquer pesquisa que utilize o design de Likert (1932).
Para construção da escala Likert, segundo Mattar (1996) e Lima (2000) citado por
Cunha (2007), segue-se os seguintes passos: 1) gerar um grande número de declarações ou
afirmações relacionadas a atitudes (100 a 200), com base em experiências anteriores,
pesquisas exploratórias, discussões em grupo, etc.; 2) editar as declarações, eliminando
duplicidades, ambigüidades, etc; 3) atribuir graus de conotação desfavorável ou favorável
com 5 pontos e o central neutro: de aprovação ou de concordância. Nesse sentido, Cunha
(2007) e Clason; Dormody (1994), refletem que Likert preconizava uma escala de 5 pontos,
mas atualmente, nas mais diversas bibliografias preconiza-se a utilização de escalas de 3, 4, 7
ou 11 pontos, alegando a falta de poder discriminatório de cada sujeito quando a escala tem
muitas possibilidades de resposta, ou inversamente, alegando que só com muitos pontos a
escala se assemelha ao continuum da nossa opinião, ou traduzindo os resultados de diversas
experiências que demonstram que há tendência para se responder na classe central devendo
por isso evitá-la, etc; 4) submeter as declarações a um grande grupo-piloto (100 a 200
pessoas) pertencente ao público-alvo da pesquisa, para posicionar o seu grau de
desaprovação/aprovação ou de concordância/discordância; 5) pontuar as gradações (em geral:
1, 2, 3, 4, 5 ou -2, -1, 0, +1, +2) tal que a sequência se inverte conforme a natureza da
declaração (positiva ou negativa); 6) atribuir notas as pessoas, somando-se as pontuações de
cada declaração; 7) com base no grupo-piloto, reduzir o número de declarações para 20 ou 30,
selecionando as mais discriminatórias da atitude que se pretende medir. O critério de seleção
parte do princípio de que os indivíduos que têm uma atitude favorável para o objeto em
questão tendem a concordar com a maioria das afirmações positivas e a discordar da maioria
das afirmações negativas, e vice-versa. Em função disso, todas as afirmações positivas ou
negativas que tiverem distribuição indefinida (indecisos) serão consideradas não
discriminatórias da atitude e deverão ser abandonadas; 8) aplicação da escala: dispor as 20 ou
30 declarações aleatoriamente e apresentar às pessoas, para indicarem o seu grau de
desaprovação/aprovação ou de concordância/discordância; 9) atribuir notas as pessoas,
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conforme a soma dos pontos por declaração. Exemplo, se houver 20 declarações e as
gradações forem -2, -1, 0, +1, +2; a somatória mínima possível será -40 e a máxima +40; para
cada respondente.
Por outro lado, um dos principais problemas vem do debate se uma escala Likert é
ordinal ou intervalar (Jamieson, 2004). Embora o próprio Rensis Likert tenha assumido que o
método tem uma qualidade de escala intervalar, muitos a consideram como uma escala
ordinal (Hodge; Gillespie, 2003).
Na realidade, as escalas tipo-Likert se encaixam na escala ordinal. As estatísticas
descritivas recomendadas para itens da escala ordinal incluem a moda ou mediana de
tendência central e frequências para variabilidade. Alguns procedimentos de análise
adicionais apropriados para a escala ordinal incluem o Teste Qui-quadrado e correlação de
Kendall (BOONE JR.; BOONE, 2012). Segundo Malhotra (2001), para escalas ordinais é
possível usar correlação de Spearman ou Kendall.
A escala Likert, por outro lado, é analisada na escala de medição intervalar, uma vez
que o resultado da escala Likert é criado pelo somatório dos itens; portanto, a valor somado
das escalas Likert devem ser analisados na escala de medição intervalar. As estatísticas
descritivas recomendadas para a escala intervalar incluem a média de tendência central e
desvios-padrão para variabilidade. Procedimentos de análise de dados adicionais podem ser:
correlação de Pearson, Teste t, ANOVA e procedimentos de regressão (BOONE JR.;
BOONE, 2012).
Portanto, como a escala Likert (1932) é considerada intervalar, as técnicas estatísticas
possíveis, segundo Mattar (1996), Malhotra (2001) Aaker, Kumar e Day (2001), são todas
previstas para as escalas nominal e ordinal mais: média, intervalo, amplitude total, amplitude
média, desvio médio, desvio padrão, Teste Z, Teste t, Teste F, análise de variância, correlação
de Pearson, conforme descrito no Quadro 1. Portanto, caracteriza-se um equívoco a utilização
dessas técnicas estatísticas para a escala ordinal tipo-Likert.
2.3 Equívocos no uso da escala Likert
Com a criação da escala de Likert (1932) vários problemas e outras questões surgiram
entre os pesquisadores, principalmente, se essa escala (originalmente ordinal) pode ser
assumida como intervalar. Essa confusão tem levado muitas pessoas a utilizar métodos
estatísticos, tais como médias e desvios-padrão, que não são apropriados para escalas tipo-
Likert (EDMONDSON, 2005).
Uma série de artigos argumentam ou presumem que os itens da escala Likert não
formam uma escala intervalar, mas em vez disso devem ser considerados como escalas
ordinais e devem ser analisadas como tal. Outros artigos propõem formas de contornar este
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problema de percepção ordinal/intervalar propondo formatos alternativos como escalas tipo-
Likert.
Apesar de toda essa discussão sobre a natureza ordinal das escalas Likert, a maioria
das pesquisas as trata como escalas intervalares e as analisam como tal, lançando mão de
estatísticas descritivas, como média, desvio padrão, etc. e estatísticas inferenciais como
coeficientes de correlação, análise fatorial, análise de variância, entre outras (BROWN, 2011).
Segundo o autor, muito dessa confusão entre ordinal e intervalar surge do fato que muitos
autores usam o termo escala Likert para se referirem tanto a escalas tipo-Likert (análise
individual das variáveis) quanto para as escalas Likert (somatório dos resultados sobre o
conjunto de itens). Reforçando a polêmica, Carifio e Perla (2007, p.114), listam dez mitos das
escalas Likert e tipo-Likert, os quais:
Mito 1: Não há necessidade de distinguir entre uma escala Likert e escala tipo-Likert;
eles são basicamente a mesma "coisa" e o que é verdade pra um é para o outro;
Mito 2: Os itens da escala (tipo-Likert) são independentes e autônomos, sem estrutura
conceitual, lógica ou empírica subjacente que os reúna e sintetize;
Mito 3: Escalas Likert implicam em escalas tipo-Likert e vice-versa, pois são
isomorfos.
Mito 4: Escalas Likert não podem ser diferenciadas em estruturas conceituais macro e
micro;
Mito 5: Itens da escala Likert devem ser analisados separadamente;
Mito 6: Como as escalas Likert são escalas de nível ordinal, apenas testes estatísticos
não paramétricos devem ser usados com eles;
Mito 7: Escalas Likert são ferramentas empíricas e matemáticas sem sentido e
estrutura subjacente e profunda;
Mito 8: Escalas tipo-Likert podem impunemente ser separadas da Escala Likert e sua
estrutura conceitual subjacentemente lógica;
Mito 9: O formato da escala tipo-Likert não é um sistema ou processo de captura e
codificação das informações sobre às questões de estímulo sobre o construto
subjacente a ser medido;
Mito 10: Pouco cuidado, conhecimento, visão e entendimento são necessário para
construir ou usar uma escala Likert.
Diante disso, para efeito analítico, a presente pesquisa considera como base a escala
original proposta por Likert (1932), que apresenta pressupostos claros, os quais os usuários
devem ser fiéis. Quanto a utilização do número de pontos (gradações) diferente dos cinco
originais, entendemos que isso não pode ser considerado um equívoco pois não compromete a
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essência da escala original. Por outro lado, há equívocos que violaram seriamente os
pressupostos da escala Likert original e que serão aqui considerados, os quais:
1) considerar as repostas para cada item ou variável (chamadas de escalas tipo-Likert)
que no caso é caracterizada como uma escala ordinal;
2) não utilizar o somatório das respostas para o conjunto de itens ou variáveis, ou seja,
não considerar a escala Likert como indireta e intervalar.
3. Procedimentos metodológicos
A presente pesquisa classifica-se como sendo quantitativa e exploratória. A pesquisa
quantitativa, na visão de Pinheiro (2006), representa o estudo estatístico que explica
numericamente as hipóteses levantadas, permitindo o levantamento de um grande volume de
informações, pois adota como principal característica um estudo estruturado, com questões
objetivas. A pesquisa exploratória busca realizar um estudo preliminar do principal objetivo
da pesquisa que será realizada, ou seja, é muito utilizada para familiarizar-se com o fenômeno
que está sendo investigado, de modo que pesquisas subsequentes possam ser concebidas com
uma maior compreensão e precisão (GIL, 2008; COLLIS; JUSSEY, 2005).
Uma das formas de se avaliar a produção científica em determinada área do
conhecimento é o estudo bibliométrico, que segundo Cardoso et al. (2005) tem como objeto o
estudo das referências bibliográficas e das publicações, sendo um dos instrumentos básicos no
estudo dos fenômenos da comunicação científica adquirindo sua importância ao adotar um
método útil para mensurar a repercussão e impacto de determinados autores ou periódicos,
permitindo que se conheçam as ocorrências de variação e suas tendências.
Na visão de Kobashi e Santos (2008), o estudo bibliométrico trata de uma metodologia
de recenseamento das atividades científicas e correlatas, por meio de análise de dados que
apresentem as mesmas particularidades. Ainda segundo os autores, por meio dessa
metodologia, pode-se, por exemplo, identificar a quantidade de trabalhos sobre um
determinado assunto; publicados em uma data precisa; publicados por um autor ou por uma
instituição ou difundidos por um periódico científico, o grau de desenvolvimento de P&D e
de inovação, entre outros. Por meios bibliométricos pode-se, por exemplo, computar dados
para comparar e confrontar os elementos presentes em referências bibliográficas de
documentos representativos das publicações.
O presente trabalho foi conduzido por meio de um estudo bibliométrico de todos os
artigos publicados nos anais do Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Administração (EnANPAD) nos anos de 2010 a 2015. Selecionou-se este evento
por sua importância nacional, tradição e representatividade na área de Administração,
Ciências Contábeis e Turismo. Como técnica de coleta de dados, utilizou-se a pesquisa
bibliográfica, por terem sido utilizados como fonte artigos científicos (GIL, 2008).
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Para a seleção dos artigos realizou-se uma busca nos anais do evento pela
denominação “Likert” em específico, quando ela constava no resumo, metodologia e/ou
resultados dos artigos. Desta forma, dos 5342 artigos publicados no EnANPAD nesse
intervalo de seis anos, 742 artigos ou 13,89% continham a denominação “Likert”, sendo esse
então o corpus da pesquisa. Para análise do uso correto ou incorreto da escala Likert criou-se
o modelo teórico-analítico sintetizado na Figura 1.
Figura 1. Modelo teórico-analítico para a decisão sobre o uso correto ou incorreto da escala
Likert.
Fonte: Elaborado pelos autores com base em Boone Jr.; Boone, (2012), Carifio e Perla (2007)
e Mattar (1996).
Os dados foram tabulados e processados utilizando-se os softwares Microsoft Excel e
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e as análises estatísticas utilizadas foram
descritivas (distribuição de frequência e média).
4. Resultados e discussão
A análise dos resultados está centrada em dois objetivos: primeiramente é traçado um
panorama das características gerais dos artigos publicados nos EnANPADS de 2010 a 2015,
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que utilizaram a escala Likert, posteriormente, analisou-se se nos artigos considerou-se ou não
os pressupostos originais da escala Likert ou tipo-Likert e; finalmente, identificou-se das
técnicas estatísticas utilizadas nos referidos artigos.
4.1. Panorama das características gerais dos artigos publicados no período
Conforme citado na metodologia desse trabalho, o corpus da pesquisa foi composto
por 742 artigos os quais utilizaram a escala Likert ou tipo-Likert em um universo de 5342
artigos publicados nos anais do evento no período analisado. A Tabela 2 apresenta a
distribuição dos artigos em cada ano e em cada comitê científico nos quais foram publicados.
Tabela 2. Frequência absoluta dos artigos que usaram a escala Likert ou tipo-Likert a cada
ano e em cada comitê científico dos EnANPADs de 2010 a 2015.
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Tota
l art
igos
por
com
itê
Art
igos
Lik
ert
ou
tip
o-L
iker
t
Tota
l art
igos
por
com
itê
Art
igos
Lik
ert
ou
tip
o-L
iker
t
Tota
l art
igos
por
com
itê
Art
igos
Lik
ert
ou
tip
o-L
iker
t
Tota
l art
igos
por
com
itê
Art
igos
Lik
ert
ou
tip
o-L
iker
t
Tota
l art
igos
por
com
itê
Art
igos
Lik
ert
ou
tip
o-L
iker
t
Tota
l art
igos
por
com
itê
Art
igos
Lik
ert
ou
tip
o-L
iker
t
ADI 49 10 43 10 52 15 45 6 63 16 56 17
APB 103 4 131 9 118 6 136 8 130 10 156 11
CON 47 6 60 5 68 9 45 6 49 3 52 8
EOR 126 12 113 10 113 8 109 3 98 9 124 5
EPQ 74 5 64 8 73 3 82 11 67 6 72 13
ESO 115 13 135 20 126 20 107 13 133 14 144 18
FIN 54 0 50 2 43 0 25 1 40 1 47 3
GCT 52 4 60 6 60 7 59 9 51 8 83 13
GOL 37 6 37 4 48 10 52 12 49 8 60 11
GPR 96 18 92 14 90 16 106 18 89 21 125 29
MKT 89 29 92 31 76 28 96 27 82 23 124 33
Total 842 107 877 119 867 122 862 114 851 119 1043 161
Legenda: ADI – Administração da Informação; APB – Administração Pública; COM –
Contabilidade; EOR – Estudos Organizacionais; EPQ – Ensino e Pesquisa em Administração
e Contabilidade; ESO – Estratégia em Organizações; FIN – Finanças; GCT – Gestão de
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Ciência, Tecnologia e Inovação; GOL – Gestão de Operações e Logística; GPR – Gestão de
Pessoas e Relações de Trabalho; MKT – Marketing.
Fonte: Dados da pesquisa.
Analisando o total dos artigos percebe-se que entre 2010 a 2015 a média foi de 890
artigos publicados por ano, sendo que 2015 foi o ano que ocorreu mais publicações (1043
artigos) e o 2010 o ano que ocorreu menos (842 artigos).
Por outro lado, no período analisado identificou-se o total de 742 artigos que
utilizaram escalas Likert ou tipo-Likert, sendo que a média foi 124 artigos por ano. Nessa
condição, 2015 foi o ano que ocorreram a maior número de publicações (161artigos) e 2010 o
ano com menor número (107 artigos). Em termos percentuais médios, é possível dizer que
durante o período analisado, a cada ano aproximadamente 15,4% dos artigos publicados
utilizaram escalas Likert ou tipo-Likert.
Fazendo uma análise por comitê científico, foi possível observar que apesar dos
comitês EOR (Estudos Organizacionais) e ESO (Estratégia em Organizações), terem sido
aqueles que mais tiveram artigos publicados ao longo dos anos, não foram os que mais
utilizaram as escalas Likert ou tipo-Likert.
Neste sentido, observa-se que o comitê de Marketing foi o que mais apresentou
publicações que utilizaram escalas Likert ou tipo-Likert (média anual de 28,5 artigos no
período analisado). Em contrapartida, o comitê de Finanças foi o que apresentou o menor
número de publicações, sendo que nos anos de 2010 e 2012, nenhum dos artigos publicados
utilizaram escalas Likert ou tipo-Likert nesse comitê.
Quanto ao número de autores, a Figura 2 deixa claro a predominância de dois ou três
autores em todos os anos analisados, nos artigos publicados que utilizaram Likert ou tipo-
Likert. Tal fato foi também observado em outros estudos bibliométricos já realizados nos
anais do EnANPAD, (ZANINI; PINTO; FILIPPIM, 2012; BARROS et al. 2011; TROCCOLI
et al. 2011; ARÁÚJO et al. 2009).
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Figura 2. Número de autores por artigo que utilizaram a escala Likert ou tipo-Likert em cada
ano dos EnNANPADs de 2010 a 2015
Fonte: Dados da pesquisa.
No que se refere à abordagem quantitativa ou qualitativa dos artigos, percebe-se pela
Tabela 3 que em todos os anos analisados, a maioria dos artigos publicados foram
quantitativos (média geral anual de 95,5 artigos) e que a média geral anual de artigos com
abordagem mista, qualitativa e quantitativa, foi de 29,7 artigos, ou seja, aproximadamente 1/3
em relação ao número de artigos quantitativos.
Quanto aos comitês científicos, o que mais publicou artigos quantitativos ao longo dos
anos foi Marketing - MKT (média anual de 24,8 artigos) o que evidência a tendência de
pesquisas quantitativas nessa área do conhecimento, conforme corroborado por Barros et al.
(2011). Para os demais comitês os que apresentaram um maior número de artigos
quantitativos foram respectivamente: Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho - GPR
(média de 13,7 artigos); Estratégia em Organizações - EOR (média de 12,8 artigos) e
Administração da Informação – ADI (média de 9,83 artigos), valores os quais são
aproximadamente a metade do número de publicações na área de Marketing.
Em relação aos artigos de abordagem mista (quantitativa/qualitativa) o comitê com
maior número de publicações foi o de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho (GPR), com
média de 6,17 artigos por ano, na sequência aparece o comitê de Administração Pública -
APB (média 3,83 artigos) e somente após esse, surge o comitê de Marketing (MKT) com uma
média de 3,67 artigos por ano, fato que mais uma vez corrobora o caráter quantitativo da área.
1 autor 2 autores 3 autores 4 autores 5 autores 6 autores
2010 6,72 36,13 30,25 18,49 5,88 2,52
2011 8,00 41,60 29,60 16,00 2,40 2,40
2012 6,06 28,03 43,18 13,64 4,55 4,55
2013 3,97 32,54 34,13 19,84 6,35 3,17
2014 4,76 35,71 26,19 23,81 6,35 3,17
2015 4,3 33,1 31,3 22,1 6,7 2,5
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00%
de
art
igos
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Tabela 3. Tipos de abordagem dos artigos que utilizaram a escala Likert ou tipo-Likert em
cada ano e em cada comitê científico dos EnNANPADs de 2010 a 2015.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Médias
Quan
ti*
Qual
i /
Quan
ti**
Quan
ti
Qual
i /
Quan
ti
Quan
ti
Qual
i /
Quan
ti
Quan
ti
Qual
i /
Quan
ti
Quan
ti
Qual
i /
Quan
ti
Quan
ti
Qual
i /
Quan
ti
Quan
ti
Qual
i/quan
ti
ADI 10 0 5 5 13 2 3 3 14 2 14 3 9,83 2,50
APB 0 4 2 7 3 3 5 3 8 2 7 4 4,17 3,83
COM 3 3 5 0 9 0 5 1 3 0 8 0 5,50 0,67
EOR 8 4 8 2 4 4 3 0 8 1 3 2 5,67 2,17
EPQ 5 0 5 3 2 1 7 4 5 1 10 3 5,67 2,00
ESO 9 4 14 6 17 3 11 2 10 4 16 2 12,83 3,50
FIN 0 0 2 0 0 0 1 0 1 0 3 0 1,17 0,00
GCT 4 0 4 2 6 1 6 3 6 2 10 12 6,00 3,33
GOL 3 3 3 1 8 2 12 0 5 3 9 2 6,67 1,83
GPR 10 8 8 6 12 4 13 5 15 6 21 8 13,17 6,17
MKT 23 6 26 5 27 1 26 1 18 5 29 4 24,83 3,67
Total 75 32 82 37 101 21 92 22 93 26 130 40 95,50 29,67
* Quanti: pesquisa quantitativa
** Quali/Quanti: pesquisa qualitativa e quantitativa
Fonte: Dados da pesquisa.
De uma forma geral percebe-se que ao se usar a escala Likert ou tipo-Likert os
pesquisadores vêm adotando abordagens quantitativas em detrimento à abordagem mista
(quantitativa/qualitativa). Cabe ressaltar que não foram encontrados artigos exclusivamente
qualitativos, uma vez que a utilização de escalas Likert ou tipo-Likert implicam
necessariamente no uso de abordagens quantitativas.
4.2. Usos e abusos da Escala Likert nos artigos publicados no período estudado
Após traçar um panorama das características gerais dos artigos, o interesse constatar se
os pressupostos originais da escala Likert foram ou não considerados nos artigos que
compuseram o corpus da pesquisa.
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Neste sentido, buscou-se identificar as seguintes palavras-chave nos 742 artigos
publicados nos EnNANPADs no período analisado (2010 a 2015) os quais utilizaram a escala
Likert: “soma”; “somatório” e “escala indireta”, características consideradas que seguem os
pressupostos originais de Likert (1932). Na Tabela 4 apresentam-se os resultados
encontrados.
Observando os totais, percebeu-se que, dos 742 artigos publicados que utilizaram a
escala Likert, a maioria de 728 artigos (98,1%) não considerou os pressupostos originais, uma
vez que não foram detectados nos artigos o uso das palavras-chave acima descritas, sendo que
a escala utilizada em tais artigos na realidade foi a tipo-Likert.
Por outro lado, somente a minoria de quartorze artigos (1,9%) considerou os
pressupostos originais da escala Likert, assumindo-a como somatória e indireta.
Tal equívoco, pôde ser constatado em todos comitês científicos do evento, contudo, a
área de Marketing (MKT) apesar de ter sido a que mais utilizou escalas Likert e tipo-Likert
(vide Tabela 2), em nenhum desses artigos a escala foi utilizada corretamente (Tabela 4). Tal
fato é preocupante visto que essa área pode ser considerada como aquela que mais se
desenvolveu em metodologia quantitativa de pesquisa. Destaca-se também que nos comitês
EOR, GOL e GPR nenhum artigo considerou os pressupostos originais da escala Likert.
Tabela 4. Artigos que seguiram e que não seguiram corretamente os pressupostos da Escala
Likert em cada ano e em cada comitê científico dos EnNANPADs 2010 a 2015.
2010 2011 2012 2013 2014 2015 Total Percentual
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
Nã
o
Si
m
ADI 9 1 10 0 14 1 5 1 16 0 17 0 71 3 95,9% 4,1%
APB 4 0 9 0 6 0 8 0 9 1 10 1 46 2 95,8% 4,2%
CO
M 6 0 4 1 9 0 6 0 3 0 8 0 36 1 97,3% 2,7%
EOR 12 0 10 0 8 0 3 0 9 0 5 0 47 0 100,0
% 0,0%
EPQ 5 0 8 0 3 0 11 0 6 0 12 1 45 1 97,8% 2,2%
ESO 13 0 20 0 20 0 12 1 14 0 17 1 96 2 98,0% 2,0%
FIN 0 0 1 1 0 0 1 0 1 0 1 2 4 3 57,1% 42,9
%
GCT 3 1 6 0 7 0 9 0 8 0 12 1 45 2 95,7% 4,3%
GOL 6 0 4 0 10 0 12 0 8 0 11 0 51 0 100,0
% 0,0%
GPR 18 0 14 0 16 0 18 0 21 0 29 0 11
6 0
100,0
% 0,0%
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MK
T 29 0 31 0 28 0 27 0 23 0 33 0
17
1 0
100,0
% 0,0%
Total 10
5 2
11
7 2
12
1 1
11
2 2
11
8 1
15
5 6
72
8 14 98,1% 1,9%
Fonte: Dados da pesquisa.
Nos 728 artigos que não consideraram os pressupostos originais de Likert, para
atenuar esse equívoco, grande parte dos autores apresentaram justificativas como: opção tipo-
Likert; resposta para cada item ou, que a escala ordinal foi assumida como intervalar. Tais
justificativas não os isentam do equívoco, pois não foi feita o somatório dos itens da escala.
Na Tabela 5, são apresentadas as técnicas estatísticas utilizadas nos 742 artigos que
utilizaram a escala Likert ou tipo-Likert no período analisado. Nota-se que entre os quatorze
artigos que consideraram os pressupostos originais de Likert, todos (100%) utilizaram
técnicas de estatística descritiva, oito (57,14%) utilizaram testes paramétricos de comparação
de médias, dois (14,29%) utilizaram testes não paramétricos, um (7,14%) utilizou teste de
hipóteses, três (21,43%) utilizaram testes de confiabilidade da escala e três (21,43%)
utilizaram análise de correlação. Quanto ao uso de estatísticas multivariadas, entre os quatorze
artigos, quatro (28,57%) utilizaram análise de conglomerados, cinco (35,71%) usaram a
análise fatorial , um (7,14%) fez uso da análise de regressão logística e dois (14,29%)
utilizaram modelagem de equações estruturais.
Ressalta-se que nestes quatorze artigos, como a escala Likert foi utilizada de forma
somatória (considerada escala intervalar), as técnicas estatísticas utilizadas estão amparadas
pelo uso de escalas métricas; portanto, os pressupostos estatísticos básicos foram
corretamente atendidos.
Por outro lado, nos 728 artigos que não consideraram os pressupostos originais da
escala Likert, 638 (87.64%) utilizaram técnicas de estatística descritiva; 138 (18,96%) fizeram
testes paramétricos de comparação de médias; 47 (6,46%) utilizaram testes não paramétricos e
60 (8,24%) testaram hipóteses. Quanto ao teste de confiabilidade da escala 120 (16,48%) o
utilizaram; quanto à correlação, 70 artigos (9,62%) a utilizaram. Por outro lado, apenas 2
artigos (0,27%) fizeram teste de normalidade e 3 artigos (0,41%) trabalharam com a análise
da entropia da informação.
Quanto às técnicas multivariadas, a mais utilizada entre os 728 artigos que não
consideraram os pressupostos originais da escala Likert, foi a análise fatorial (296 artigos,
40,80%) e; a segunda técnica mais utilizada foi a modelagem da equações estruturais,
utilizada em 192 artigos (26,37%). Nota-se também que a análise de regressão foi utilizada
em 100 artigos (13,74%); a análise de conglomerados em 49 artigos (6,73%) e; a análise
discriminante em 18 artigos (2,47%). Dentre as técnicas multivariadas menos utilizadas nos
referidos artigos, foram contabilizados 16 casos de regressão logística (2,20%); 8 casos de
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MANOVA (1,1%); 6 casos de análise de correspondência (0,82%); 4 casos de correlação
canônica (0,55%); 2 casos de análise conjunta (0,27%) e; finalmente, 1 caso de
escalonamento multidimensional (0,14%).
Quanto às técnicas estatísticas utilizadas nos artigos (Tabela 5), ressalta-se que esse
tipo de análise não foi foco da presente pesquisa, portanto, merece aprofundamento em
trabalhos futuros. Por outro lado, cabe investigar entre os 728 artigos que não consideraram os
pressupostos originais da escala Likert (classificada como escala ordinal, portanto, não
métrica), se eles atenderam ou não corretamente os pressupostos estatísticos básicos impostos
pelas técnicas estatísticas listadas, em particular as multivariadas, pois de acordo com Hair Jr.
et al. (2005), a maioria delas exige escalas métricas para seu processamento.
Tabela 5. Técnicas estatísticas processadas nos 742 artigos que usaram a escala Likert nos
EnNANPADs de 2010 a 2015
Técnicas estatísticas utilizadas
Artigos que
consideraram os
pressupostos
originais da escala
Likert
Artigos que não
consideraram os
pressupostos
originais da escala
Likert
(14 artigos) (728 artigos)
Número
artigos
Percentua
l
Número
artigos
Percentua
l
1.Técnicas de estatística descritiva1 14 100,00% 638 87,64%
2. Testes de comparação de médias
(paramétricos)2 8 57,14% 138 18,96%
3.Testes não paramétricos3 2 14,29% 47 6,46%
4. Testes de hipóteses 1 7,14% 60 8,24%
5. Teste de confiabilidade (Alpha de
Cronbrach) 3 21,43% 120 16,48%
6. Correlação (Pearson, Spearman, Kendall) 3 21,43% 70 9,62%
7. Teste de normalidade 0 0,00% 2 0,27%
8. Entropia da Informação 0 0,00% 3 0,41%
9. Técnicas de estatística multivariada
9.1. Análise de Conglomerados (Clusters) 4 28,57% 49 6,73%
9.2. Análise Fatorial 5 35,71% 297 40,80%
9.3. Análise Discriminante 0 0,00% 18 2,47%
9.4. Escalonamento Multidimensional 0 0,00% 1 0,14%
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9.5. Correlação Canônica 0 0,00% 4 0,55%
9.6. Análise de Correspondência 0 0,00% 6 0,82%
9.7. Análise Multivariada de Variância
(MANOVA) 0 0,00% 8 1,10%
9.8. Análise Conjunta 0 0,00% 2 0,27%
9.9. Análise de Regressão 0 0,00% 100 13,74%
9.10. Análise de Regressão Logística 1 7,14% 16 2,20%
9.11. Modelagem de Equações Estruturais 2 14,29% 192 26,37%
9.12. Modelos Lineares de Probabilidade 0 0,00% 0 0,00%
1 Técnicas Descritivas: distribuição de frequência; média; moda; mediana; desvio-padrão;
tabulação cruzada, etc.
2 Testes de Comparação de Médias (Paramétricos): ANOVA; Teste t; Tukey; Levene;
Dunnett; Stone-Geisser.
3 Testes Não Paramétricos: Qui-quadrado; Mann-Whitney; Kruskal-Wallis; Friedman;
Wilcoxon; Cochran´s Q; Kolmogorov-Smirnov; Fisher; Moses.
Fonte: Dados da pesquisa com a parte teórica baseada em Prearo (2008); Siegel e Castellan Jr.
(2006); Hair et al. (2005); Anderson, Sweeney e Williams (2002); Malhotra (2001).
5. Conclusões
Os resultados aqui apresentados atestam uma preocupante realidade, pois em 98,1%
dos artigos publicados nos EnANPADs no período analisado (2010 a 2015), não considerou-
se os pressupostos originais da escala Likert (escala indireta por meio do somatório dos itens),
conforme proposto por Likert (1932). A maioria dos autores justifica que utilizou a escala
tipo-Likert, ou seja, resposta para cada item ou variável.
Vale ressaltar que, na realidade, a escala original de Likert é ordinal em cada item ou
variável, contudo, a soma ou somatório dos itens transforma-a em escala indireta e intervalar.
Por outro lado, a escala tipo-Likert, que adota a resposta para cada item ou variável, por
definição, é uma escala direta e ordinal.
Para atenuar esse impasse, sugere-se aos pesquisadores que não considerarem os
pressupostos originais da escala Likert que, deixem de usar a denominação Likert ou tipo-
Likert e passem a citar algo como “escala de aprovação ou concordância de “X” pontos”. Para
aqueles que necessitarem utilizar técnicas estatísticas que exijam escalas métricas (intervalar
ou razão), uma saída aceitável seria acrescentar algo como “escala ordinal assumida como
intervalar”.
Outro aspecto importante detectado, que não foi foco deste trabalho, foi que a maioria
dos artigos que utilizaram a escala tipo-Likert, portanto ordinal, não poderia ter usado várias
técnicas estatísticas citadas na Tabela 5, pois a maioria delas exige escalas métricas (intervalar
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ou razão) para seu correto processamento. Na prática, esse fato vem ocorrendo historicamente
e se transformou numa espécie de “jurisprudência” na área das Ciências Sociais Aplicadas.
Conforme aponta a teoria, a escala tipo-Likert por ser ordinal, permite uso somente de
distribuição de frequência, moda, mediana, percentagens e estatísticas não-paramétricas (vide
Tabela 1).
Nota-se que há importantes diferenças entre a escala original Likert e a tipo-Likert,
contudo, verificou-se que seu uso na amostra de artigos analisada é questionável na maioria
das vezes. Tal realidade evidencia que, apesar de muito popular, há necessidade de
esclarecimentos para academia brasileira sobre os pressupostos originais da escala Likert para
evitar futuros equívocos em seu uso.
Para futuras pesquisas, sugere-se: 1) que a abordagem bibliométrica do tema aqui
abordado seja ampliada para outros períodos de tempo, também para outras bases de dados,
tanto nacionais quanto internacionais, como demais eventos, periódicos, repositórios de teses
e dissertações, entre outras; 2) que sejam realizadas pesquisas qualitativas para levantar entre
os pesquisadores brasileiros na área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo,
informações acerca do nível de conhecimento dos pressupostos teóricos das escalas Likert
(original) ou tipo-Likert, dúvidas sobre o uso e justificativas para o uso equivocado dessas
escalas.
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