Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa...
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE
Juliana Vaz
Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições
para o ensino de enfermagem em metodologias ativas.
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE
SOROCABA
2016
Juliana Vaz
Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições para o
ensino de enfermagem em metodologias ativas.
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE
Trabalho final apresentado à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência para obtenção do título de MESTRE PROFISSIONAL em Educação nas Profissões da Saúde sob a orientação da Profª Drª Raquel Aparecida de Oliveira.
SOROCABA
2016
Elaborado pela Biblioteca Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Júnior.
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – PUC-SP
Vaz, Juliana
V393 Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções:
contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas /
Juliana Vaz. -- Sorocaba, SP : [s.n.], 2016.
Orientadora: Raquel Aparecida de Oliveira.
Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde.
1. Infecção Hospitalar/prevenção & controle. 2. Segurança do
Paciente. 3. Educação em Enfermagem/métodos. 4. Avaliação
Educacional. I. Oliveira, Raquel Aparecida. II. Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. III.
Título.
Banca Examinadora
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“Dedico este trabalho a Deus, que me ajudou a ter
paciência e determinação. Me ajudou a perseverar e a
acreditar que tudo iria dar certo. Agradeço a Deus por
ter colocado pessoas maravilhosas em meu caminho
e que me ajudaram a seguir esse caminho e a chegar
ao resultado final de realizar mais esse sonho”.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo que me acolheu,
primeiro como aluna, segundo como professora da graduação de enfermagem e
posterior como aluna do Mestrado. Agradeço a Fundação São Paulo (FUNDASP)
pela bolsa de estudo, que proporcionou a realização desse sonho.
À minha mãe que desde o início foi a inspiração para toda a carreira de
estudo e profissão.
Aos meus filhos Fernando e Yasmin, pelo carinho e em especial a Yasmin,
que tão pequena compreendeu todas as vezes que não pude estar presente e dar
atenção nos momentos que ela tanto queria.
Ao meu esposo, Jefferson, que no decorrer do meu estudo passou a entender
a importância do mestrado para mim.
As professoras da PUC Hebe, Janie e Carmen, companheiras de trabalho,
queridas amigas, parceiras: tenho muito carinho por vocês.
Aos professores que participaram da banca de Qualificação, Profa. Isabel e
Prof. Fernando, pelas sugestões que contribuíram para a qualidade do meu trabalho
e por aceitarem participar da minha banca de defesa.
Aos professores do Mestrado Profissional da PUC-SP, pela dedicação e
valiosos ensinamentos.
Aos colegas de turma pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos.
À Heloisa pela paciência, dedicação e, por sempre estar à disposição para
ajudar com muito carinho.
Aos alunos e professores que aceitaram participar da pesquisa e dedicaram
tempo para responder ao questionário.
À Raissa, pela tradução do inglês, que o fez com agilidade e dedicação.
À Adriana Botelho, amiga, que auxiliou com a tabulação dos dados e
organização das planilhas.
Às amigas de trabalho Camila e Laís, pela paciência e ajuda nos momentos
que precisei.
Á todos os amigos, familiares, alunos e colegas de trabalho, que não foram
citados nominalmente, mas que foram importantes nessa etapa da minha vida.
AGRADECIMENTOS ESPECIAL
Agradeço em especial a três pessoas que fizeram parte dessa trajetória, à
orientadora Raquel Aparecida de Oliveira, pelas orientações, dedicação e paciência
nos momentos difíceis.
Á minha amiga Josiani, pelo carinho, amizade, paciência; por ouvir quando
precisei. Por sempre mandar “Um reforço” e, por ajudar com a formatação do meu
trabalho.
E, agradeço ao meu amigo Jorge, pela paciência, pelo carinho, por estar
sempre ao meu lado; pelas palavras de incentivo e força que não me deixaram
desistir; obrigada por tudo... Somos amigos para sempre.
“Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus
não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes
ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar”. Provérbio
chinês.
RESUMO
Juliana V. Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções:
contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas.
Introdução: O Enfermeiro é o responsável em atuar na prevenção e controle de
infecção em serviços de saúde. Objetivos: Avaliar no curso de graduação de
enfermagem com metodologias ativas, a abordagem do tema infecções em Serviços
de Saúde; identificar sob a perspectiva do docente e discente a abordagem de
infecção em serviços de saúde e verificar as modalidades de ensino aprendizagem
que contemplam essa temática. Material e Método: Estudo exploratório-descritivo,
documental e quantiqualitativo realizado no Curso de Enfermagem da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. A pesquisa documental foi no Banco de
Problemas Tutoriais e Material de Apoio do ambiente virtual. Participaram 12
(66,6%) docentes e 60 discentes (57,6%) que responderam um questionário,
contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados: O estudo
documental mostrou que o conteúdo é abordado de forma gradativa, atende as
especificidades do eixo de cada ano. Os instrumentos mostraram-se confiáveis,
valor de Alfa de Cronbach de 0,90 dos professores e 0,91 dos alunos. Na
caracterização, os docentes 100% eram do sexo feminino. Os discentes eram 95%
do sexo feminino e 5% do sexo masculino. 24 (40%) são alunos trabalhadores e oito
(13,3%) realizam estágio remunerado. Na dimensão Estrutura os docentes sentem-
se preparados para abordar o tema e não disponibilizam material no ambiente
virtual. No Processo concordaram que as atividades práticas permitem o
aprendizado e não houve consenso quanto a abordagem do tema como objetivo de
aprendizagem nos problemas. Em Resultado referiram que o aluno realiza
procedimentos aplicando os conceitos. Os alunos alegaram que na Estrutura os
materiais utilizados nas atividades práticas são suficientes para o aprendizado e que
os locais de estágio oferecem oportunidade de aprendizado. No Processo
concordaram que o tempo dispendido sobre o assunto é suficiente e que
participaram de atividade sobre a temática. Na dimensão Resultado reconhecem
que aplicam os conceitos na prática e que as atividades de ensino desenvolvidas no
curso acarretam melhoria na qualidade da assistência. Na comparação das três
dimensões (análise instrumento dos alunos), a que obteve maior escore de
favorabilidade foi a de Processo (64%) e a pior o Estrutura (36%). Docentes e alunos
confluíram suas opiniões quanto a importância da abordagem do tema e sugerem
que seja mais explorado nos objetivos de aprendizagem e maior aprofundamento
respectivamente. Discussão: Os achados permitiram verificar a potencialidade das
metodologias ativas para o ensino de prevenção de infecções nos serviços de saúde
e mostrar os pontos que merecem maior ênfase.
Palavras chaves: Infecção Hospitalar/Prevenção & Controle; Segurança do Paciente; Educação em Enfermagem/Métodos; Avaliação Educacional.
ABSTRACT
Juliana V. Patient safety in infection prevention approach: contributions to nursing education in active methodologies .
Introduction: The nurse is the responsible one for acting in the prevention and control of infections in Health Services. Objectives: To assess in the undergraduate nursing course with active methodologies, the approach of the subject infections in Health Services; identify through the perspective of professors and students the approach of infections in Health Services and verify the teaching and learning methods that include this subject. Materials and Methods: A descriptive and exploratory, documentary and quanti-qualitative study held at the Undergraduate Nursing Course at the Pontifical Catholic University of São Paulo. The documentary research covered the Bank of Tutorials Problems and Material Support of the virtual environment. Participated in 12 (66.6%) teachers and 60 students (57.6%) who answered a questionnaire containing a Likert Scale and open questions. Results: The documentary study showed that the content is approached gradually, and meets the specificities of the axis of each year of graduation. The instruments are reliable, Cronbach's alpha value of 0.90 for professors and 0.91 for students. In characterizing the sample, teachers were 100% female. Students were 95% female and 5% male. 24 (40%) of the students are workers and eight (13.3%) perform paid internship. In the Structure dimension professors feel prepared to address the issue and do not provide material in the virtual environment. In Process they agreed that the practical activities allow the learning and there was no consensus for the approach of the subject as a learning objective in the study of problems. In Results they indicated that the student performs procedures applying the concepts. Students claimed that the structure of the materials used in practical activities are sufficient for learning and internship sites offer learning opportunities. In Process they agreed that the time spent on the subject is sufficient and had participated in activities addressing the subject. In the Result dimension they recognize that are applying the concepts in practice and claim that teaching activities developed in the course lead to the improvement of care quality. In comparing the three dimensions (analysis students instrument), the one that obtained the highest favorability score was Process (64%) and the worst, Structure (36%). Professors and students converged their views on the importance of the theme approach and suggest it to be further explored in the learning objectives and further deepening of the subject, respectively. Discussion: The findings allowed to verify the potential of active methods for teaching prevention of infections in Health Services and show the points that deserve more emphasis. Key words: Cross Infection / Prevention & Control; Patient safety; Education, Nursing / Methods; Educational Measurement.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CCIHS: Controle de Infecção Hospitalar
CEP: Conselho de Ensino e Pesquisa
CNCIRAS: Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas
à Assistência à Saúde
CHS: Conjunto Hospitalar de Sorocaba
CVC: Cateter Venoso Central
DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais
DNCIH: Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar
DCNs: Diretrizes Curriculares Nacionais
EPI: Equipamento de Proteção Individual
FCMS: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde.
FUNSASP: Fundação São Paulo
IPCS: Infecção Primária de Corrente Sanguínea
INESP: Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa
IRAS: Infecção Relacionada a Assistência à Saúde
HSL Hospital Santa Lucinda
MBA: Master in Business Administration
OMS: Organização Mundial de Saúde
OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde
PCI: Programa de Controle de Infecções
PCIH: Programa de Controle de Infecção Hospitalar
PUC/SP: Pontifícia Universidade Católica – São Paulo
PNCIH: Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar
PPE: Projeto Pedagógico de Enfermagem
PNSP: Programa Nacional de Segurança do Paciente
RDC: Resolução da Diretorias Colegiadas
RN: Recém Nascido
SCIH: Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SPCIH: Serviço de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar
SNE: Sonda Nasoenteral
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
UTI N: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
1.1 Justificativa ...................................................................................................... 14
1.2 Infecções em serviços de saúde e a segurança do paciente.....................................................................................................................15
1.3 As infecções em serviços de saúde e o enfermeiro...................................... 20
1.4. As infecções em serviços de saúde e a formação do enfermeiro................24 2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 27
2.1 Objetivos especificos ....................................................................................... 27
3 Trajetória metodológica........................................................................................28 3.1Tipo de estudo ....................................................................................................28
3.2 Local do estudo ................................................................................................ 28
3.3 Participantes ..................................................................................................... 29
3.3.1 Critérios de inclusão ..................................................................................... 29
3.3.2 Critérios de exclusão ..................................................................................... 29
3.4 Procedimento de coleta de dados e instrumentos ......................................... 29
3.4.1 Pesquisa documental .................................................................................... 29
3.4.2 Pesquisa quantiqualitativa – elaboração e aplicação do questionário de
pesquisa .................................................................................................................. 30
3.4.3 Instrumento de coleta de cados ................................................................... 30
3.4.4 Análise conteúdo do instrumento ................................................................ 32
3.4.5 Organização e análise de dados .................................................................. 33
4 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................ 34
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 35
5.1 Análise documental ......................................................................................... 35
5.2 Análise do instrumento de coleta alunos professores ................................. 37
5.2.1 Confiabilidade ................................................................................................. 37
5.3 Correlação entre os domínios ..........................................................................39 5.3.1 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultdo...................39
6. ARTIGO 1- ENSINO SOBRE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE:
PERCEPÇÕES DOS DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ............ 41
6.1 Introdução ......................................................................................................... 41
7 MÉTODO ................................................................................................................ 44
8 RESULTADOS ...................................................................................................... 46
9 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 54
9.1 Fidedignidade do instrumento ......................................................................... 54
9.2 Análise das distribuições dos resultados pelas dimenssões estrutura,
processo e resultado .............................................................................................. 54
10 CONCLUSÕES ....................................................................................................60
11 ARTIGO 2- SEGURANÇA DO PACIENTE – PERCEPÇÃO DOS ALUNOS
SOBRE A ABORDAGEM DO TEMA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NA
GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM .......................................................................... 61
11.1 Introdução ........................................................................................................ 61
12 Método..................................................................................................................64 2.1 Desenho e local do estudo................................................................................64
13 RESULTADOS .................................................................................................... 66
13.1 Perfil dos estudantes ......................................................................................66
13.2 Confiabilidade dos instrumentos ..................................................................66 13.3 Análise Qualitativa ..........................................................................................72 14 DISCUSSÃO........................................................................................................77 14.1 Perfil dos estudantes......................................................................................77 14.2 Fidedignidade do instrumento........................................................................77
14.3 Correlação entre os domínios........................................................................77 14.4 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo Resultado....................78 15 Análise das distribuições dos resultados pelas dimensões Estrutura, Processo e Resultado.............................................................................................79 15.1 Dimensão Estrutura.........................................................................................79 15.2 Dimensão Processo.........................................................................................79 15.3 Dimensão Resultado........................................................................................82 16 ANÁLISE QUALITATIVA......................................................................................83 17 CONCLUSÕES.....................................................................................................89 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................92 19 REFERENCIAS.....................................................................................................96 20 APENDICES........................................................................................................104 21 ANEXOS.............................................................................................................121
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 Justificativa
No ano de 2001, concluí a graduação em enfermagem pela PUC/SP e, antes
de tornar-me especialista em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar, trabalhei
como enfermeira assistencial. Nesse período, a falta de pias para realizar higiene
das mãos, ausência da limpeza de equipamentos e mobiliários, bem como a
ausência da técnica correta de procedimentos, já faziam parte dos questionamentos
diários, por acreditar que o paciente deveria receber assistência segura e não
adquirir complicações ao permanecer hospitalizado por um período estendido.
No ano de 2006, iniciei minhas atribuições como Enfermeira no Serviço de
Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar (SPCIH) em uma instituição da cidade
de Sorocaba/SP. No início, o processo foi difícil, pois as exigências nessa função
iam além daqueles conhecimentos adquiridos na graduação. Para suprir as
necessidades da minha profissão naquele momento realizei especialização em
Master in Business Administration (MBA) em Serviços de Saúde e Controle de
Infecção Hospitalar no INESP – Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa –
SP. A organização do curso, o currículo e as estratégias de ensino-aprendizagem, o
conhecimento dos professores, a troca de experiências com profissionais da área,
bem como a dinâmica de trazer situações do cotidiano da área da saúde foram de
grande importância para direcionar as questões de prevenção no meu processo de
trabalho.
No mesmo período de atuação como Enfermeira de Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar (SCIH), trabalhei em três instituições, duas na cidade de
Sorocaba/SP e a outra na cidade de Itu/SP, constatei a necessidade de sensibilizar
os enfermeiros sobre a importância de prevenir as infecções através de
treinamentos. A minha percepção apontava que o assunto abordado era
desconhecido ou tratado como uma consequência normal da atenção à saúde,
seguido por uma desvalorização do profissional quanto ao tema de prevenção de
infecção hospitalar ou serviços de saúde. O estudo de Silva e Souza1, com livre
participação de enfermeiras candidatas a um curso de especialização em controle
de infecção, apontou descaso dos profissionais de saúde; profissionais pouco
comprometidos com a saúde e que ignoram ou até desconheciam o controle ou
normas estabelecidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e
ainda a pouca abordagem do tema na graduação dos enfermeiros.
15
Desta forma passei a refletir sobre o papel da formação do enfermeiro nos
aspectos da segurança do paciente com enfoque na prevenção das infecções em
serviços de saúde.
No decorrer da atuação no SCIH, questionei informalmente aos enfermeiros
quanto à abordagem da infecção hospitalar durante a graduação e as respostas
direcionaram que foi pouco abordado e ainda constatei a desvalorização do assunto.
A partir dessa observação da realidade, duas questões emergiram: Por que o tema
não era abordado de forma adequada na graduação? Por que os profissionais
estavam desvalorizando o tema? Assim, diante dessas observações, entendendo
que a formação do enfermeiro pode contribuir para uma atuação mais efetiva nas
questões de controle e prevenção de infecções, na dimensão assistencial e
educativa tanto do paciente, família e equipe multiprofissional, passei então a
questionar: como tem sido abordado o tema no atual currículo do Curso de
Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúda da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (FCMS-PUC/SP)?
Em 2013 já não mais atuava na área hospitalar, e tive a oportunidade de
iniciar minha prática docente atuando nos 5º e 6º períodos do Curso de Enfermagem
da FCMS-PUC/SP. Ao ingressar no Mestrado Profissional da mesma instituição,
encontrei a possibilidade de buscar respostas para tais questões.
1.2 Infecção em serviços de saúde e a segurança do paciente
As infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS) por muito tempo
ficaram exclusivamente sob os olhos da vigilância hospitalar e fizeram parte das
estatísticas e das CCIH. Atualmente, é considerado um tema sob a ótica da
Segurança do Paciente, sendo contemplada mundialmente na meta internacional de
segurança número 5 “Reduzir os riscos de infecções associadas aos cuidados em
saúde”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que entre 5 a 10% dos
pacientes que utilizam serviços de saúde adquirem uma ou mais infecções. Com o
objetivo de auxiliar na redução das infecções estratégias foram elaboradas para
incentivar o envolvimento das instituições nas prevenções. A primeira meta
compartilhada foi a Aliança Mundial pela Segurança do Paciente intitulada “Uma
16
assistência Limpa é uma Assistência mais Segura” que envolve ações de incentivo à
higiene das mãos.2
Segurança pode ser definida como ausência de exposição ao perigo e
proteção contra ocorrência ou risco de lesão ou perda, e para a OMS, segurança do
paciente consiste na ausência de dano potencial ou desnecessário para o paciente
associado aos cuidados em saúde ou ainda evitar lesões e danos nos pacientes
decorrentes do cuidado que tem como objetivo ajudá-los. 3,4,5
Para a OMS, “[...] segurança do paciente corresponde reduzir ao mínimo
aceitável os riscos e danos desnecessários associados ao cuidado de saúde [...]”.2
Neste sentido, as instituições buscam certificações de qualidade com o objetivo de
seguir as recomendações necessárias para proporcionar assistência aos pacientes
com segurança.
Atualmente, os pacientes e familiares com acesso às informações, seja na
mídia televisiva ou através de sites de busca e redes sociais, propicia
questionamentos sobre a assistência que está sendo prestada e a preocupação com
as condições de segurança nos hospitais, clínicas e unidades básica de saúde, e
também proporciona incentivo às instituições a aderir à vigilância de práticas
seguras. Para ter acesso a qualquer informação, é necessário acessar sites de
buscas ou rede de comunicações. Qualidade e melhorias podem ser divulgadas por
toda rede de comunicação, mas os erros e falhas também são expostos com
facilidade, sendo de grande valia para as instituições de saúde procurar investir na
prevenção de erros e danos aos pacientes. Essa abordagem é incentivada
mundialmente.2,4 O erro humano e a segurança do paciente são tema de estudo nos
Estados Unidos, onde são relatados casos de mortes decorrentes de erros durante a
assistência à saúde, sendo maior que as relacionadas aos acidentes de automóvel,
câncer de mama e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e também relata que,
na área da saúde, o erro humano pode ocorrer por diversas razões, sendo casos
isolados ou múltiplos fatores associados, que pode envolver a instituição, recursos
humanos, financeiros e estruturais.6,7,8
A segurança do paciente sendo trabalhada na formação acadêmica dos
profissionais de saúde reforça o desenvolvimento do trabalho sem erros,
trabalhando e favorecendo a cultura de que não é aceitável trabalhar a assistência
sem responsabilidade, sem cuidados, esforços e conhecimento sobre os
procedimentos a serem realizados.4,8
17
No Brasil, as primeiras CCIH surgiram na década de 1960.9 Com as ações
destas CCIH, e o movimento contínuo de profissionais envolvidos na área, evoluiu-
se gradativamente para a concepção das Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde (IRAS) como um problema de saúde pública, e, em 1988 foi instituído o
Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, por meio da Portaria nº.
232/98, no âmbito do Ministério da Saúde. Em decorrência deste Programa, foi
criada a Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (DNCIH) - Portaria no.
666/90 .9,10
Em 1983 e 1992, foram publicadas respectivamente as Portarias nº. 196 e nº.
930, com o objetivo de normalizar as ações de prevenção e controle de IRAS no
Brasil e atualmente as legislações e normativas que determinam as diretrizes gerais
para a prevenção e controle de IRAS são a Lei nº. 9.431 de 1997, a Portaria nº.
2.616 de 1998 e a RDC nº 48 de 2000.11,12
Em 1999, foi oficialmente constituída a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), e o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar
(PNCIH) foi transferido do Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº. 1.241, de 13
de outubro de 1999, que repassou as atividades de controle de infecções
hospitalares para a então Gerência de Controle de Riscos à Saúde, da Diretoria de
Serviços e Correlatos. A seguir a ANVISA assumiu as atribuições e interfaces com
órgãos de vigilância sanitária Estaduais e Municipais. A ANVISA atua na prevenção
e controle de infecções nos serviços de saúde e trabalha a segurança do paciente,
um assunto que nos últimos tempos é apontado como foco em instituições e projetos
de melhorias de órgãos competentes.2,9
O Ministério da Saúde instituiu a portaria nº 529, de 1º de abril de 2013,
referente ao Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo
de promover uma atenção segura, livre de incidentes que possam gerar danos à
saúde. A implantação de uma assistência segura envolve profissionais vinculados ao
ensino, assistência e pesquisa, e estudantes de graduação e pós-graduação que
devem realizar ações que priorizem o melhor cuidado aos pacientes. Sendo assim,
em 2014 foi criado o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que trabalha
inicialmente com a cultura dos trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no
cuidado, e gestores, onde assume responsabilidade pela sua própria segurança,
segurança de seus colegas, pacientes e familiares. O programa prioriza a segurança
18
acima de metas financeiras e operacionais; encoraja e recompensa a identificação, a
notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; a partir da
ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional, e proporcionam
recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança. 4,13
Em todos os níveis de atenção à saúde é necessário ampliar o olhar para
além da própria atuação profissional e para os múltiplos fatores que colocam em
risco a segurança do paciente no processo de cuidado, requerendo um esforço
intenso e direcionado para que os processos de atenção à saúde, desde o
planejamento, normas, procedimentos, rotinas, mapas estratégicos, checklist, entre
outros, sejam realmente elaborados, mas principalmente implementados e seguidos
rigorosamente.14
As infecções relacionadas à saúde, por muito tempo, foram o foco da
epidemiologia hospitalar e integravam as estatísticas das CCIH. Atualmente, não é
abordada somente nesses contextos, mas faz parte da segurança do paciente,
visualizada como um evento adverso na assistência à saúde, sendo as infecções de
sítio cirúrgico, pneumonia associada à ventilação mecânica, infecções associadas à
catéteres e infecções do trato urinário associadas ao uso de catéteres estão dentre
os principais tipos de eventos relacionados a infecções. As situações nas quais
ocorrem erros ou falhas são denominados incidentes, e podem ou não provocar
danos aos pacientes. Este erro está sendo chamado de Evento Adverso, “que é o
incidente que atingiu o paciente e resultou num dano ou lesão, podendo representar
um prejuízo temporário ou permanente e até mesmo a morte entre os usuários dos
serviços de saúde”. Prevenir infecções em serviços de saúde, é das ações de
segurança do paciente na prevenção dos eventos adversos, pois os mesmos
ocasionam transtornos aos pacientes e elevam os custos para a instituição.2,15
Um exemplo para prevenir infecções relacionada à assistência de saúde é a
higiene das mãos. Em 1846, Ignaz Semmelweis, médico húngaro, reportou a
redução no número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação
da prática de higienização das mãos em um hospital em Viena e, desde então, esse
procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da
disseminação de agentes infecciosos. A prática sustentada de higiene das mãos
pelos profissionais de saúde no momento certo e da maneira correta auxilia a
redução da disseminação da infecção no ambiente de saúde e suas consequências.
19
A higiene das mãos, mesmo sendo uma medida simples para a prevenção, tem-se
obtido, surpreendentemente, baixo índice de adesão da equipe multiprofissional.16,17
Como a adesão nas medidas de prevenção são consideradas baixas, a
ANVISA buscou conhecer a incidência das IRAS nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) dos hospitais brasileiros para trabalhar a redução dos eventos adversos
decorrentes do cuidado em saúde no Brasil. No ano de 2010, 690 hospitais do Brasil,
notificaram dados para compor o primeiro indicador nacional obrigatório: densidade
de incidência de infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) associada a um
catéter venoso central (CVC). Destes esforços, resultou-se a notificação de 18.370
IPCS, sendo 59,3% ocorrências em UTI adulto, 8,3% em UTI pediátrica e 32,4% em
UTI neonatal. A monitorização deste indicador é de maior importância, pois promove
respaldo nas estimativas da OMS, que apontam que um em cada quatro pacientes
internados em unidades de cuidados intensivos vão adquirir infecção.6,2
A higiene das mãos é abordada de forma mundial para prevenir infecções
relacionada a assistências de saúde, mas outros tópicos fazem parte desta
campanha, como os procedimentos clínicos seguros, segurança do sangue e de
hemoderivados, administração segura de injetáveis e de imunobiológicos, e
segurança da água.2
Em 2011, a RDC/ANVISA nº 63 determinou que os estabelecimentos de
saúde elaborassem estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente,
incluindo a prevenção de IRAS. Seguindo essas ações foi instituída a Comissão
Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde, com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na
elaboração de diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de IRAS. Em
abril de 2013 foi publicada a Portaria MS/GM nº 529 que institui o Programa
Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) o qual contempla as IRAS.13
Posteriormente, em julho do mesmo ano, foi publicada a RDC /Anvisa nº 36 que
institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde dentre as quais
aquelas voltadas para a prevenção e controle das IRAS.2,9,18,19
20
1.3 As infecções em serviços de saúde e o enfermeiro
Ao escolhermos ser enfermeiros, sabemos que, de uma forma ou de outra,
essa profissão se refere às dimensões do cuidar e gerenciar, atuando em diferentes
cenários e níveis da área da saúde como na promoção, prevenção, cura e
reabilitação. Desta forma, são necessários o aperfeiçoamento e a capacitação para
intervir e favorecer assistência segura e de qualidade. O enfermeiro obtém
competência técnico-cientifica e é responsável por administrar e liderar equipe de
enfermagem que irá prestar assistência direta aos pacientes. É um profissional
ímpar na assistência, por isso a importância do mesmo ter conhecimentos sobre a
prevenção de infecções de serviços de saúde para multiplicar os conhecimentos
para sua equipe e demais profissionais envolvidos na assistência.20
Em 1855, Florence Nightingale, com base em dados de mortalidade das
tropas britânicas, propôs mudanças na higiene dos hospitais que resultaram em
redução no número de óbitos dos pacientes internados; sendo diversas outras
atividades que exerceu ao longo de sua vida, Florence Nightingale também esteve
envolvida com a criação das primeiras medidas de melhorias dos hospitais.21
No Brasil, as infecções hospitalares começaram a ter maior relevância a partir
da década de 70, quando surgiram as primeiras comissões de infecções em
hospitais, sendo o Hospital das Clínicas e o Hospital Ipanema os primeiros a
iniciarem as CCIHs. Nesse mesmo período, o Ministério da Saúde passou a ter
envolvimento e elaborou medidas para prevenir infecções hospitalares, como a
Portaria nº 196, que recomendava a criação de CCIHs nos hospitais, e na década de
90, a criação do Programa de Controle de Infecção Hospitalar.22
Na década de 90 foi instituída a Portaria N° 2.616, de 12 de maio de 1998,
onde descreve “Infecção Hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente
e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser
relacionada a internação ou procedimentos”. Consta nessa portaria que o enfermeiro
deve fazer parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar como membro
consultor e executor.19
A lei Nº 7.498/86, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da
enfermagem e dá outras providências e no Art. 11°, inciso II – Parágrafo 5º e 6º,
descreve que o enfermeiro tem a função junto com a equipe de saúde de realizar
prevenção e controle sistemáticos de infecção hospitalar e de doenças
21
transmissíveis, e ainda realizar a prevenção e controle de danos sistemáticos que
possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem.23
As infecções podem ser divididas em duas partes relacionadas, a primeira
relacionada à questão das alterações das condições orgânicas do paciente e
imunológica que podem vir a deixa-lo mais suscetível, e a segunda relacionada ao
ambiente, às ações dos profissionais de saúde, os procedimentos invasivos e a
deficiência ou ausência de boas práticas. 13,22
Para realizar a prevenção de infecções em serviços de saúde é necessário ter
ação macro política, que seriam as ações governamentais, e as micropolíticas, que
são as ações institucionais, que envolvem a participação de toda equipe, não
somente dos membros das comissões, mas de todos os profissionais que realizam a
assistência aos pacientes. A prevenção de infecções deve ser discutida, abordada e
implantada nas instituições de saúde e acadêmicas, pois o enfermeiro é um
profissional educador constante em suas atribuições diárias.6,24 Este realiza as
orientações da equipe de enfermagem, familiares e tem a propriedade de trabalhar
em parcerias com equipes multidisciplinares e auxiliar nas orientações de toda
equipe.2,22,24
Em todas as categorias profissionais existem protocolos instituídos, regras de
convivência, código de ética e a direção que o trabalho deve ser realizado para se
chegar ao objetivo final. Na área da saúde não difere a forma global das demais
instituições em relação às regras, protocolos e código de ética. Mas o foco do
trabalho não é uma peça de qualquer computador, carro, alimentos ou materiais
para construção. Na área da saúde, o foco do trabalho, o ponto a ser tratado, é o
cuidar de uma pessoa, um ser humano, que pode ser um recém-nascido ou uma
pessoa idosa ao final de sua jornada. Dessa forma o trabalho merece a fiel trajetória
e o cumprimento de regras para prevenir danos que muitas vezes podem ser
irreversíveis. Nesse aspecto, a infecção pode ser considerada um dano aos
pacientes e que muitas vezes ocasiona grandes transtornos, problemas sociais,
custos elevados às instituições e aos pacientes e ainda com o agravante, que pode
levar à morte.
As infecções podem ser divididas em três categorias de acordo com a
Portaria N° 2.616, de 12 de maio de 1998:
22
1) Infecção Comunitária: quando o paciente é hospitalizado com alguma infecção que adquiriu na residência ou comunidade, como por exemplo, pneumonia, diarreia, conjuntivite e outras doenças infecto contagiosas como varicela, tuberculose, meningites. Para prevenir essa forma de infecção é de grande importância as orientações relacionadas a educação da população por meio de campanhas realizadas pelo governo e ações nas unidades básicas de saúde e agentes da saúde. 2 ) Infecção Importada: aquela que o paciente chega a instituição transferido de outra já com uma ou mais infecções. Nesse caso a instituição anterior deve ser comunicada, para realizar ações que visem prevenir infecções futuras e seguir regras e rotinas para notificações das infecções. 3) Infecção Hospitalar: é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.19
Algumas infecções em serviços de saúde são evitáveis e outras não. As
infecções que podem ser prevenidas são as que se pode interferir na cadeia de
transmissão dos microrganismos. A interrupção dessa cadeia de transmissão é
realizada através da higiene das mãos, que mais uma vez é citada e pode ser uma
medida eficaz, o processamento dos artigos e limpeza de superfícies, a utilização
dos equipamentos de proteção individual, no caso do risco laboral, e a observação
das medidas de antissepsia.25,26
As infecções são iatrogênicas, decorrentes da assistência dos serviços de
saúde, e nas últimas décadas passaram a ter uma atenção maior, embora existam
relatos que, desde a antiguidade, ocorre disseminação de doenças epidêmicas e
sobre a inevitabilidade das infecções cirúrgicas. Louis Pasteur descobriu os
elementos da ciência da bacteriologia, e Joseph Lister introduziu os princípios
básicos de antissepsia, e décadas se passaram até que se desenvolvessem
mecanismos eficazes para realmente intervir nas infecções. Mudanças ocorreram
desde o período da antiguidade, a tecnologia na assistência à saúde que estamos
vivenciando trouxe modificações e soluções para vários problemas, assim como
possibilitou a sobrevivência de muitos pacientes, mas outros desafios acabaram
surgindo com todos os procedimentos invasivos que passaram a ser realizados e
continuaram acarretando as indesejáveis complicações, sendo que as infecções
continuam sendo uma das complicações indesejáveis da assistência à saúde.2,27
Os agentes etiológicos responsáveis pelas infecções em serviços de saúde
podem ter origens duas fontes: a endógena e a exógena. As endógenas são
23
responsáveis por cerca de 70% das infecções aos pacientes, são provenientes da
própria flora microbiana do indivíduo, que estando com a imunidade prejudicada
pode vir a ser suscetível à infecção. Mas, mesmo sendo microrganismos
provenientes da flora do paciente, não significa que não existam prevenções. Manter
decúbito elevado 45º, evitar o jejum prolongado, realizar higiene oral, inserção de
catéteres com técnica asséptica e material estéril são ações que favorecem a
prevenção das infecções.2,27
As infecções exógenas resultam da transmissão de microrganismos de outras
fontes que não do paciente. Essas infecções seriam decorrentes de falhas técnicas
na execução de diversos procedimentos ou rotinas assistenciais, sendo ainda
enfatizada a não valorização da importância de seguir a realização dos
procedimentos com a técnica correta. A frequência das infecções em serviços de
saúde pode variar com as características do paciente, pois a gravidade da doença
de base pode ser um fator determinante às infecções. Outros fatores favorecem o
aumento do risco do paciente adquirir infecções, tais como: a característica da
instituição, os serviços oferecidos, o tipo de clientela atendida, ou seja, a gravidade e
complexidade dos pacientes, sendo importante o sistema de vigilância
epidemiológica e o Programa de Controle de Infecções (PCI) adotados pela
instituição de saúde.2,27
No que diz respeito aos aspectos preventivos, a Portaria MS 2.616/98 instituiu
o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), um conjunto de ações para
prevenir as infecções, e nesta Portaria, consta a CCIH e o Serviço de Controle de
Infecção Hospitalar (SCIH), e fazem parte da comissão os profissionais
farmacêuticos, enfermeiros, médicos, representantes do laboratório e do setor
administrativo. O SCIH é o executor das atividades, são os profissionais que farão
as orientações, os treinamentos, que deverão implantar e revisar os protocolos e
fazer cumpri-los juntamente com todos os demais profissionais da Instituição.19
O SCIH é responsável por realizar a busca ativa de casos de infecções e de
gerar relatórios e encaminhá-los para órgãos competentes como Vigilância
Epidemiológica e Sanitária. O processo deve ter parceria com todos os profissionais
da instituição para o processo ser contínuo e seguir um caminho de qualidade e
melhor assistência aos pacientes.28
24
O profissional responsável do SCIH, órgão executor das ações, é o
enfermeiro, e este deve ter a competência e responsabilidade para seguir as boas
práticas e direcionar os demais colegas enfermeiros, equipe de enfermagem,
médicos e equipe multidisciplinar a atuar na prevenção de infecções e de risco,
visando o bem estar e a recuperação dos pacientes.19,29
O SCIH é um trabalho a ser realizado diariamente pelo enfermeiro com a
equipe em qualquer momento da assistência aos pacientes. Dentro de uma
instituição que presta assistência, a forma de prevenir infecções deverá ser realizada
desde a higiene das mãos que é uma conduta simples e de baixo custo,
comprovada cientificamente como uma das formas mais eficazes para prevenir
infecções cruzadas, a adesão às boas práticas, que envolve a higiene de pisos,
paredes, mobiliários, equipamentos, limpeza, desinfecção e esterilização de artigos
e materiais que serão utilizados na assistência aos pacientes.2,30,331
1.4 As Infecções em Serviços de Saúde e a Formação do Enfermeiro
A prevenção de infecções nos serviços de saúde é realizada através do
processo de ensino entre os alunos, professores, profissionais, pacientes e
familiares. Segurança do paciente e prevenir infecção são duas ações que
caminham em conjunto e para serem realizadas é necessário ter conhecimento,
entender a importância e os problemas que podem acarretar quando a assistência
não é segura.2,32
Segundo Urbanetto14 no âmbito do ensino e da assistência, a educação deve
ter o enfoque nas competências para a segurança e contribuir para o cuidado mais
seguro do paciente devendo o tema ser abordado em todo o currículo e enfocar
especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenários de
assistência à saúde. Deve ser desenvolvido por meio de ações de ensino-
aprendizagem em que o aluno e o educador trabalhem práticas significativas, que
repercutam em uma atuação segura ao longo da formação e que se sustentem
também na atuação profissional. Nesse trabalho, os educadores precisam manter
estratégias de educação permanente, e os projetos pedagógicos dos cursos de
graduação/pós-graduação e técnicos precisam de alinhamentos claros, para que
este aspecto não seja minimizado dentre outros tão importantes no ensino em
25
saúde. A melhor assistência aos pacientes requer o conhecimento prévio, o estudo e
o aprimoramento.
A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de
conhecimentos por meio de competências e habilidades gerais, sendo uma delas a
atenção à saúde. Os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional,
devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e
reabilitação da saúde, tanto nível individual quanto coletivo. A Lei N° 7.498/86 e o
Decreto N° 94.406/87 privativamente, incumbe ao enfermeiro a direção do serviço
de enfermagem (em instituições de saúde e de ensino, públicas, privadas e a
prestação de serviço); as atividades de gestão como planejamento da assistência de
enfermagem, consultoria, auditoria, entre outras; a consulta de enfermagem; a
prescrição da assistência de enfermagem; os cuidados diretos a pacientes com risco
de morte; a prescrição de medicamentos (estabelecidos em programas de saúde e
em rotina); e todos os cuidados de maior complexidade técnica.23,33,34
Desta forma, o enfermeiro é a “chave” para proporcionar a prevenção e
incentivar a equipe de saúde a realizar as ações que auxiliem na prevenção das
infecções onde exige responsabilidade ética, técnica e social de todos os
profissionais que prestam assistência, assim garantido a assistência segura e de
qualidade.
O Curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP iniciou em 1950, um ano após a
regulamentação do ensino de enfermagem no Brasil. Inicialmente, era uma escola, e
recebeu o nome de Escola de Enfermagem Coração de Maria, sendo atualmente
denominado Curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP, campus situado na cidade
de Sorocaba.35
O Curso de Enfermagem passou por mudanças em seu currículo para se
adequar às necessidades do mercado e melhoria do aprendizado dos alunos.
Inicialmente, o primeiro currículo do curso foi baseado na Lei 775/49 de 6 de agosto
de 1949, que no Art.20 orientava: “Em cada Centro Universitário ou sede de
Faculdade de Medicina deverá haver escola de enfermagem, com os dois cursos
que trata o art. 1º”. Por este motivo foi criado o Curso de Graduação em
Enfermagem junto à Faculdade de Medicina. 35
No ano de 2001, foram instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais do
Curso de Graduação (DCNs) em enfermagem, e novamente o curso passou por
26
mudanças sendo instituídas quatro bases educacionais: A concepção pedagógica
por competências e habilidades, a avaliação dos resultados, a razão comunicativa
na leitura do real e o exercício do pluralismo e da interdisciplinaridade.35
Desde o ano de 2007 o ensino no Curso de Enfermagem da FCMS- PUC/SP
é realizado através da aprendizagem baseada em problemas e problematização,
constando no Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem (2012) a carga horária
do curso de com 4.118 horas distribuídas em módulos (Anexo 2).
Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem da FCMS- PUC/SP
(2012):
O enfermeiro egresso tem a formação generalista e humanista com capacidade crítica e reflexiva, sendo fundamentada no rigor científico e norteada por princípios éticos e legais. Ainda o aluno formando deve ser atuante, competente para conhecer, intervir e interpretar, ter senso de responsabilidade social, compromisso com a qualidade e integralidade da assistência, promoção da saúde, comprometidos com a dimensão humana e com as relações cotidianas no trabalho.35
Diante do novo projeto pedagógico do Curso de Enfermagem da FCMS-
PUC/SP e do desafio de formar profissionais preparados, este estudo tem a
finalidade de contribuir para subsidiar implementações curriculares e enriquecer o
conhecimento dos graduandos sobre infecções relacionada à assistência, de forma
a promover assistência com melhor qualidade e segurança nos serviços de saúde.
27
2 OBJETIVOS
Avaliar no Curso de Graduação de Enfermagem a abordagem do tema
Infecções em Serviços de Saúde.
2.1 Objetivos específicos
Identificar, sob a perspectiva do docente e discente, a percepção da
abordagem de infecção em serviços de saúde no atual currículo de enfermagem;
Verificar as modalidades de ensino aprendizagem que contemplam o tema
infecção em serviços de saúde;
Oferecer subsídios para o currículo de enfermagem de acordo com o
disposto no projeto pedagógico do curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP.
28
3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
3.1 Tipo de estudo
Estudo do tipo exploratório-descritivo, documental e de abordagem
qualiquantitava.
As pesquisas exploratórias são aquelas que têm por objetivo explicar e
proporcionar maior entendimento sobre um determinado problema. Nesse tipo de
pesquisa o pesquisador procura um maior conhecimento sobre o tema em estudo
pretendendo descrever as características do tema estudado.36,37
A pesquisa descritiva expõe as características de determinada população,
fenômeno ou de uma experiência; há um levantamento de dados e o porquê destes
dados. As abordagens qualitativa e quantitativa levam como base de seu
delineamento as questões ou problemas específicos. Adota tanto em um quanto em
outro a utilização de questionários e entrevistas.36,37
3.2 Local do estudo
O local do estudo foi a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da
Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP Campus Sorocaba, sendo o foco de
estudo o Curso de Enfermagem.
Atualmente há 24 profissionais Enfermeiros que atuam como docentes para
alunos do primeiro ao quarto ano do curso de Enfermagem, e três consultores.
No ano de 2014, estavam matriculados no curso de Enfermagem 106 alunos
sendo: 1º ano - 31 alunos; 2º ano - 23 alunos; 3º ano - 25 alunos e 4º ano - 27
alunos. No ano de 2015, estavam matriculados 109 alunos, sendo 33 alunos no 1º
ano, 28 alunos no 2º ano, 24 alunos no 3º ano e 24 alunos no 4º de Enfermagem.
Os alunos do Curso de Enfermagem passam por diversos cenários de
aprendizagem que facilitam as atividades teóricas e práticas, sendo que estas estão
presentes desde o início do curso permeando a formação do enfermeiro, de forma
integrada e interdisciplinar. Realizam estágio curricular eletivo ao final do curso, em
média 45 dias em instituições conveniadas com a PUC/SP. Os locais para
aprendizagem prática inclui a rede municipal de saúde constituída pelas Unidades
Básicas de Saúde, Ambulatório Geral e de Especialidades; o Conjunto Hospitalar de
29
Sorocaba (CHS) localizado ao redor do campus, constituído de 02 hospitais
(Hospital Regional e Hospital Leonor Mendes de Barros) e Ambulatórios de
Especialidades com total de 400 leitos, ambos do Estado e o Hospital Santa
Lucinda da PUC-SP (HSL) com 132 leitos localizado dentro do Campus.
3.3 Participantes
Foram convidados a participar todos os professores consultores e enfermeiros
(coordenadores, professores nas atividades de tutoria e professores da prática
profissional) que atuam no Curso de Enfermagem e todos os alunos matriculados no
Curso de Graduação em Enfermagem no ano de 2015.
3.3.1 Critérios de inclusão
Alunos matriculados em um dos módulos do primeiro ao quarto ano do Curso
de Graduação em Enfermagem e que aceitaram a participar da pesquisa e
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Apêndice (5);
Professores que atuam no Curso de Graduação de Enfermagem e
expressaram o aceite em participar da pesquisa ao assinarem o TCLE. Apêndice (5).
3.3.2 Critérios de exclusão
Alunos não matriculados no curso, que negaram se a participar da pesquisa,
e os que estavam como intercambistas no período da pesquisa;
Professores afastados no período da coleta que manifestarem negativa em
participar da pesquisa.
3.4 Procedimento de coleta de dados e instrumentos.
3.4.1 Pesquisa documental
Com o objetivo de identificar o tema infecções em serviços de saúde no
conteúdo ministrado na graduação do curso de enfermagem, foi realizada análise da
30
pesquisa documental utilizadas por alunos e professores dos quatros anos do curso
de graduação de enfermagem no ano letivo de 2014.
Como fonte de pesquisa foi utilizado o ambiente virtual da FCMS denominado
Moodle. O Moodle é um ambiente virtual de aprendizagem que amplia as
possibilidades de ensino e aprendizagem. Essa plataforma oferece apoio às
disciplinas presenciais e à distância. A busca foi realizada nas postagens dos
professores no ambiente denominado material de apoio. No material de apoio são
depositados textos pelos professores responsáveis pelos módulos e consultores
referentes ao conteúdo de cada problema, atividades de integração, prática
profissional e estágio supervisionado (Atenção Básica e Hospital).
Outra fonte utilizada foi o Banco de Problemas, disponibilizado pelos
professores. Os problemas são utilizados nas tutorias e descrevem situações que
oportunizam os alunos a desenvolverem objetivos de aprendizagem e trazem
referências bibliográficas descritas como oportunidades de aprendizagem. Foram
considerados os problemas do Salto Triplo que são utilizados como parte da
avaliação do aluno em cada módulo. A prova de progressão se constituiu de outra
fonte de pesquisa. Os documentos foram submetidos a leituras sucessivas para
identificação das possíveis palavras, termos ou temas que identificassem a
abordagem, possibilidade de discussões ou incentivo à pesquisa sobre infecções em
serviços de saúde. Os temas encontrados foram agrupados por ano (1º, 2º, 3º e 4º)
e apresentados em tabelas para análise do conteúdo e identificação do assunto.
3.4.2 Pesquisa quantiqualitativa – elaboração e aplicação do questionário de
pesquisa.
Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado,
autoaplicável para docentes e alunos. O contato foi realizado de forma direta sem
prejudicar as atividades acadêmicas.
3.4.3 Instrumento de coleta de dados
Para a coleta de dados foram elaborados dois instrumentos pela
pesquisadora, um para professores e outro para os alunos, ambos com duas partes.
A primeira com questões sobre o perfil dos participantes e a segunda com questões
31
de múltipla escolha com cinco alternativas e três questões abertas, para o
participante expor o parecer e opinião sobre o tema da pesquisa.
O referencial teórico adotado foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade
de estrutura-processo-resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente
estáveis das instituições, tais como: área física, recursos humanos, materiais e
financeiros e o modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades
desenvolvidas na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações
estabelecidas entre os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência,
incluindo o diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das
características desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da
assistência à saúde do usuário, bem como as mudanças relacionadas com o
conhecimento e comportamento das pessoas.38,39
O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para
medir a relação profissional-meio. Sendo a pesquisa realizada em uma instituição
acadêmica, foi necessário adequar as proposições para o cenário acadêmico para
poder identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito ao tema da
pesquisa no período de formação do enfermeiro (a).38,39
Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual
apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. A
Escala Likert é um instrumento científico de observação e mensuração de
fenômenos sociais, e foi idealizado para coletar informações de afirmação, com a
finalidade de medir a intensidade das atitudes e opiniões na forma mais objetiva
possível e medir opiniões e atitudes que são geralmente conhecidos como
questionários de opiniões e atitudes – QOA. O objetivo da forma das questões é
mediar julgamentos, opiniões e atitudes, permitindo que os sujeitos possam
responder com graus variados de satisfação. É um instrumento destinado a atribuir
um escore numérico às respostas, para colocá-las em uma sequência em relação às
proposições que estão sendo medidas. Consiste em afirmações declaratórias que
expressam um ponto de vista sobre um assunto. As respostas são graduadas para
cada afirmação da seguinte forma: (1) Discordo totalmente, (2) Discordo, (3)
Indiferente, (4) Concordo, (5) Concordo totalmente.40,41
As respostas sugeridas na escala são de caráter quantitativo, sendo
construída com proposições que medem as posições do mais desfavorável ao mais
32
favorável. As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as
percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde
durante a formação do Enfermeiro.
A primeira parte do instrumento para os docentes consta com 10 questões de
caracterização, e na segunda parte constam 43 proposições, divididas entre
Processo (27 proposições), Estrutura (11 proposições) e Resultados (05
proposições), sendo as proposições elaboradas de formas positivas e negativas. Ao
final das preposições foram elaboradas três questões abertas com o objetivo do
entrevistado fornecer opiniões e sugestões. (Apêndice 6).
O instrumento dos alunos foi elaborado com 06 questões de caracterização
do entrevistado, 47 preposições, divididas em 24 proposições de processo, 13
proposições de estrutura e 10 proposições de resultados e 03 questões abertas com
o objetivo do entrevistado fornecer opiniões e sugestões (Apêndice 7)
3.4.4 Análise de conteúdo do instrumento.
Para a validação de conteúdo do instrumento, o mesmo passou por cinco
etapas:
Primeiro: os objetivos do estudo e o questionário pré-elaborado foram
encaminhados para três juízes, com o objetivo dos mesmos avaliarem a clareza do
instrumento, compreensão e fornecerem sugestões. Os juízes fizeram apontamentos
convergentes em relação às proposições, sendo que um apontou a inclusão de um
item na caracterização dos alunos, que foi atendido.
Segundo: Antes de iniciar a coleta de dados, o instrumento foi avaliado pelo
estatístico.
Terceiro: Foi realizado teste piloto com alunos e docentes oriundos do curso
de enfermagem de outra instituição. O pré-teste identificou que o instrumento
estava adequado para coleta de dados.
Quarto: Na apreciação pela banca de Qualificação, o instrumento de coleta de
dados não recebeu questionamentos.
Cinco: Após coleta de dados o instrumento foi encaminhado ao estatístico,
sendo a análise realizada no instrumento dos professores e alunos. As proposições
do instrumento dos alunos foram submetidas a validação através do coeficiente alfa
de Cronbach.
33
3.4.5 Organização e análise de dados
Os dados coletados na análise documental foram catalogados e os coletados
através dos questionários, foram analisados estatisticamente e apresentados
através de quadros e tabelas.
As questões abertas (qualitativas) foram categorizadas e analisadas de
acordo com a análise de conteúdo. De acordo com Santos apud Bardin,
A análise do conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Não se trata de um instrumento, mas de um leque de apetrechos; ou, com maior rigor será um único instrumento, mas marcado por uma grande disparidade de formas e adaptável a um campo de aplicação muito vasto, as comunicações.42
34
4 ASPECTOS ÉTICOS
Para a realização desta pesquisa, o projeto foi encaminhado para apreciação
e ciência da Coordenação do Curso de Enfermagem, antes do encaminhamento
para o Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP) da FCMS/PUC-SP. (Apêndice 1).
Para a análise documental foi solicitada aprovação do Diretor da Faculdade
(Apêndice 2), mediante apresentação do Termo Confidencialidade (Apêndice 3).
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FCMS-PUC/SP
de Sorocaba - São Paulo (Apêndice 4) e aprovado no dia 09/02/2015; Número do
Parecer: 950.605 (Anexo 01). Para tanto, todas as exigências da Resolução
466/2012, que versa sobre os aspectos éticos em pesquisas com seres humanos do
Conselho Nacional em Saúde, foram atendidas, com a apresentação do modelo do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e outros documentos solicitados pelo
CEP (Apêndice 5). Cada participante ficou com uma cópia do citado termo, após sua
assinatura.
35
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Análise documental
Tabela 1 – Presença do tema: “Infecções em Serviços de Saúde” ou assuntos relacionados
nas atividades de ensino aprendizagem do 1º ao 4º ano do Curso de Enfermagem da FCMS/SP,
Sorocaba 2014.
1º Ano Temas abordados que podem gerar
discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)0 0
Salto Triplo 0 0
Material de apoio (Moodle) 1 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco
de dados 0 0
2º Ano Temas abordados que podem gerar
discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)4 14
Salto Triplo 1 0
Material de apoio (Moodle) 2 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco
de dados 16 0
3º Ano Temas abordados que podem gerar
discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)14 6
Salto Triplo 4 0
Material de apoio (Moodle) 0 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco
de dados 9 0
4º Ano Temas abordados que podem gerar
discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa
Problemas (corpo do problemas e objetivo de
aprendizagem)Não se aplica Não se aplica
Salto Triplo Não se aplica Não se aplica
Material de apoio (Moodle) 0 0
Prova de Progressão 0 2
Referências dos problemas do material do banco
de dados 0 0
36
O levantamento de dados mostrou que o conteúdo sobre infecções em
serviços de saúde é abordado de forma gradativa e de maneira a atender as
especificidades do eixo de cada ano.
No primeiro ano, os alunos desenvolvem seu aprendizado a partir da
problematização de contextos reais da comunidade com enfoque na família e
comunidade.
No segundo ano, os alunos a partir da Aprendizagem Baseada em
Problemas, passam a desenvolver aprendizagens na Atenção Básica,
considerando os aspectos da promoção, prevenção e intervenção na saúde.
Nesse contexto o tema aparece em maior evidência, contemplado em todos
os itens pesquisados, caracterizando-se nas medidas de biossegurança,
doenças infectocontagiosas, vacinas, curativos, tratamento de feridas.
No terceiro ano, a metodologia de ensino é a mesma do segundo ano. Porém,
o eixo norteador de aprendizagem são as situações do ser humano
hospitalizado. Identificou-se que o tema foi encontrado em todos os itens
pesquisados, com exceção no material de apoio, onde os materiais não são
inseridos no banco de dados Moodle, mas são entregues de forma impressa
aos alunos. O conteúdo acadêmico abordado no terceiro ano engloba a
problemática da infecção em serviços de saúde, mas não de uma forma clara
e direcionada; as atividades norteiam o tema, pois o aluno é inserido no
contexto assistencial, aprendendo sobre procedimentos que exigem técnica
correta e aprofundamento para não ocorrer a “quebra da técnica”, assim
prevenindo infecções e favorecendo uma assistência segura.
No quarto ano os alunos são direcionados para o estágio curricular
supervisionado nos serviços de Atenção Básica e hospitalares e estágio
eletivo. Neste ano, o tema foi identificado somente na Prova de Progressão,
mesmo considerando que os itens Problemas e Salto triplo não se aplicam. O
tema sobre infecções em serviços de saúde não foi considerado como
objetivo de aprendizagem nos objetivos pré-determinados dos problemas que
os alunos devem alcançar. Em relação ao material de apoio, consideramos
que há uma limitação para análise documental, pois nem todos os
professores disponibilizam material na plataforma ou utilizam parcialmente a
plataforma do Moodle, assim disponibilizando cópia impressa do material de
estudo.
37
5.2 Análise do instrumento de coleta alunos e professores.
5.2.1 Confiabilidade:
Como estimador de confiabilidade o Alfa de Cronbach é caracterizado como o
principal para confiabilidade e muitos pesquisadores que elaboram instrumentos de
pesquisas fazem uso da ferramenta. O alfa sofre mudanças de acordo com a
população que a escala é aplicada.43
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi devidamente elaborado
para que se reproduza de forma confiável a realidade e a opinião dos participantes.
Foram entregues o total de 120 questionários no período entre agosto e
setembro de 2015, sendo 104 para os alunos do primeiro ao quarto ano de
enfermagem; desses foram respondidos 60 questionários. Para os professores
foram aplicados 16 questionários; do total, 13 foi o número de devoluções.
O instrumento dos alunos foi elaborado com 06 questões de caracterização
do entrevistado, 47 preposições, divididas em 24 proposições de processo, 13
proposições de estrutura e 10 proposições de resultados. Para a análise qualitativa
foi apresentado aos participantes 03 questões abertas. A Validação do instrumento
foi realizada de forma geral com as 47 proposições e seguido da validação das
proposições de Estrutura, Processo e Resultados (Tabela 3). As proposições do
instrumento dos alunos foram submetidas a validação através do coeficiente Alfa de
Cronbach com média de 179 e o coeficiente de confiabilidade de 0,91 das respostas
decorrentes do questionário, sendo assim de caráter confiável, pois a confiabilidade
do Alfa de Cronbach é de 0 a 1.
O instrumento dos professores foi elaborado com 10 questões de
caracterização do entrevistado, 43 proposições, divididas em 27 proposições de
Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de proposições de Resultados. As
proposições dos professores receberam a média 180 e o coeficiente de
confiabilidade de 0,90 sendo assim, também de caráter confiável.
O enfoque da pesquisa nesse momento foi a pesquisa com os alunos, por
isso, a análise do instrumento dos alunos foi realizada de forma mais criteriosa.
Outra abordagem de prioridade no momento são as proposições de Processo que
38
foram elencadas em maior numeração, pois a prioridade do estudo nesse momento
era avaliar o processo de ensino referente ao tema da pesquisa. O instrumento do
professor foi submetido somente ao Alfa de Cronbach.
Tabela 2- Apresentação das proposições divididas entre os domínios Processo, Estrutura e
Resultado.
A tabela a seguir apresenta a confiabilidade dos domínios, sendo o domínio
Processo com 24 proposições, média 208 e coeficiente de confiabilidade de 0,86.
Para as proposições de Estrutura foram um total de 13 com média de 210 e
coeficiente de confiabilidade de 0,80. O domínio Resultado, foram 10 proposições,
com média de 288 e o coeficiente de confiabilidade de 0,82.
Tabela 3 - Coeficiente de confiabilidade do instrumento de pesquisa, seguido da tríade
Estrutura, Processo e Resultado.
39
5.3 Correlação entre os domínios
A correlação entre os domínios estrutura, processo e resultado foram
realizadas com o objetivo de verificar a articulação entre as respostas das
proposições e a confiabilidade da análise dos dados.
Tabela 4 - Valores de confiabilidade entre os domínios.
5.3.1 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultado.
Estrutura Resultado
Processo
0,64% 0,65%
0,36%
40
Após realizar a análise da tríade Estrutura, Processo e Resultado, o domínio
Estrutura apresentou a menor média em relação ao domínio Processo e Resultado,
apontando a fragilidade e a necessidade de adequação no que diz respeito à
Estrutura para o aprendizado dos alunos referente ao ensino infecções em serviços
de saúde.
Nesse estudo, o domínio Processo teve o maior número de proposições, mas
não de forma ocasional, sendo pontual para saber como o tema da pesquisa é
abordado na graduação de enfermagem através do processo e desenvolvimento do
ensino do tema infecções em serviços de saúde.
41
6 ARTIGO 1 - ENSINO SOBRE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE:
PERCEPÇÕES DOS DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM.
6.1 INTRODUÇÃO
A prevenção de infecções nos serviços de saúde é realizada através do
processo de ensino entre os alunos, professores, profissionais, pacientes e
familiares. Prevenir infecções promove a assistência com segurança ao paciente,
sendo primordial proporcionar assistência com ausência de dano ao paciente. A
segurança do paciente é um tema atual e mundial; no Brasil, em abril de 2013, o MS
instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente por uma atenção segura,
livre de incidentes, que possam gerar danos à saúde da pessoa de forma que o
cuidado seja seguro. Dentre os objetivos do PNSP está produzir, sistematizar e
difundir conhecimentos sobre segurança do paciente, e enfatizar a inclusão do tema
“segurança do paciente” no ensino técnico e de graduação e na pós-graduação na
área da Saúde. A cultura de segurança do paciente é elemento que perpassa todos
esses eixos assistenciais. No Brasil, as ações de promoção e prevenção de infecção
em serviços de saúde vem sendo enfatizadas desde 2007, após a assinatura da
Declaração de Compromisso na Luta contra as Infecções Relacionada à Assistência
à Saúde - IRAS, pelo Ministro da Saúde. Como uma ação inicial para prevenir
infecções, a OMS definiu a data de 5 de maio como o Dia Mundial de Higiene das
Mãos. Nessa campanha, os países membros e os serviços de saúde foram
convidados a criar incentivos para a higiene das mãos ser realizada a todo momento
pelos profissionais de saúde. O incentivo à higiene das mãos colocou para as
instituições de saúde os cinco momentos de higiene das mãos e, com o incentivo,
diversas redes assistenciais passaram a utilizar como base de treinamento os cinco
momentos de higiene das mãos para favorecer a prevenção de infecções na
assistência aos pacientes.2,32,44,45
Os profissionais, as equipes, as instituições devem ter responsabilidade e
trabalhar a proteção dos pacientes para prevenir danos não intencionais. Prevenir
dano ao paciente de modo em geral, prevenir infecções e promover assistência
segura deve ser instituído no contexto cultural dos profissionais. A forma de inserir
42
na cultura dos profissionais é sem dúvida através da formação acadêmica e
utilizando da educação permanente, pois nesses dois momentos os profissionais de
saúde poderão aprender, entender e posteriormente praticar a segurança do
paciente de forma rotineira e contínua. Abordar o tema “infecções de saúde” na
graduação proporcionará ao futuro enfermeiro entender e valorizar a prevenção de
infecções e ainda atuar nesse requisito da segurança do paciente. A contínua
educação promove aprimoramento e evidencia que, nesse processo, onde os
profissionais que recebem constantes orientações e entendem a importância do
conteúdo, auxilia na promoção de uma assistência de qualidade e bem estruturada,
proporcionando um resultado de grande valia, ou seja, a prevenção de infecções,
assistência de qualidade e acima de tudo segura. Para atender as mudanças do
mercado, os processos de melhorias da assistência, os selos institucionais e
pacientes do século 21, as instituições acadêmicas de formação profissional na área
da saúde estão precisando modificar o seu método e conteúdo acadêmico para
atender o mercado em que o profissional será inserido. Com todo um processo de
mudança, aprimoramento da tecnologia e facilidade de informações, está sendo
necessária uma grande reforma, levando em conta o ensino do aluno, mas ainda a
necessidade de aprimoramento dos professores para proporcionar ao aluno o
conteúdo e informações dos dias e necessidades atuais.4,45,46
Segundo Urbanetto 14 no âmbito do ensino e da assistência, a educação deve
ter o enfoque nas competências para a segurança e contribuir para o cuidado mais
seguro do paciente, devendo o tema ser abordado em todo o currículo, e enfocar
especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenários de
assistência à saúde. Deve ser desenvolvido por meio de ações de ensino-
aprendizagem em que o aluno e o professor trabalhem práticas que possam atuar
em um aprendizado, que tenha como base a segurança do paciente, e ao longo da
formação sustentem também na atuação profissional. Nesse trabalho, os
educadores precisam manter estratégias de educação permanente, e os projetos
pedagógicos dos cursos de graduação/pós-graduação e técnicos precisam de
alinhamentos claros, para que este aspecto não seja minimizado dentre outros tão
importantes no ensino em saúde. A melhor assistência aos pacientes requer o
conhecimento prévio, o estudo e aprimoramento.
A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de
conhecimentos por meio de competências e habilidades no contexto da atenção à
43
saúde. Os profissionais de saúde, no seu âmbito profissional, devem estar aptos a
desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto
nível individual quanto coletivo. Os conhecimentos sobre segurança do paciente, e o
enfoque na infecção são essenciais para a prática do enfermeiro; este deve estar
garantido nos currículos de enfermagem, pois o desenvolvimento dessa prática
desde o período acadêmico proporcionará ao futuro enfermeiro conhecimentos
básicos e essenciais para desempenhar a assistência com segurança, garantindo a
qualidade da assistência.33
As Diretrizes Curriculares dos Cursos de Enfermagem garantem que a
prevenção faz parte das atribuições e competências do futuro enfermeiro, e a
Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998 enfatiza que o enfermeiro é membro efetivo para
realizar as ações de prevenção. Com isso, pode-se entender que a profissão de
enfermeiro é a “chave” para proporcionar a prevenção e incentivar a equipe de
saúde a realizar ações que venham proporcionar assistência de qualidade. Na
graduação de enfermagem, o professor é o norteador e o profissional que irá
proporcionar ao aluno o direcionamento para o ensino/aprendizagem.19,33
No ensino, o tema da segurança do paciente deve perpassar todo o currículo
nos diferentes cenários de aprendizagem por meio de práticas problematizadoras
que garantam uma atuação profissional segura e de qualidade.
Neste contexto, este trabalho teve como objetivo identificar sob a perspectiva
do docente a abordagem da infecção hospitalar em serviços de saúde na graduação
do curso de enfermagem de uma universidade privada do interior paulista. O
desenvolvimento desse estudo permite compartilhar experiências e recomendações
destinadas a garantir a uma melhor formação para a segurança do paciente.
44
7 MÉTODO
Estudo do tipo exploratório-descritivo e de abordagem qualiquantitava
realizado no Curso de Enfermagem de uma Universidade privada, do interior de São
Paulo. O Curso caracteriza-se pelo ensino em metodologias ativas e inserção dos
alunos nas atividades práticas desde o início da formação. Participaram como
população do estudo docentes que estavam em exercício no ano de 2015 nos
quatro anos do curso. Foram adotados critérios de exclusão aos docentes que
estivessem na ocasião da coleta de dados em período de férias, licenças e/ou
afastamentos da docência. Foram distribuídos 18 questionários e se obtiveram 12
(66,6%) retornos.
A pesquisa seguiu os preceitos éticos da Resolução do Conselho Nacional de
Saúde n.196/96. Foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade
de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de SP, sob o
Protocolo CEP n. 950.605. A anuência dos sujeitos foi mediante o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados no período de agosto
a setembro de 2015, por meio da aplicação de um questionário semiestruturado,
autoaplicável, elaborado pela pesquisadora com duas partes. A primeira com
questões sobre o perfil dos participantes e a segunda com questões de múltipla
escolha com cinco alternativas, e três questões abertas, para o participante expor o
parecer e opinião sobre o tema da pesquisa. Previamente foi validado o conteúdo
por três Juízes e posteriormente testado em um grupo equivalente de 10 alunos
oriundos de outro curso de enfermagem.
O referencial teórico adotado foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade
de estrutura-processo-resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente
estáveis das instituições, tais como, área física, recursos humanos, materiais e
financeiros e o modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades
desenvolvidas na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações
estabelecidas entre os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência,
incluindo o diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das
características desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da
assistência à saúde do usuário, bem como as mudanças relacionadas com o
conhecimento e comportamento das pessoas. 38,39
45
O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para
medir a relação entre profissional e o meio. Sendo a pesquisa realizada em uma
instituição acadêmica foi necessário adaptar as proposições para o cenário
acadêmico podendo identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito
o assunto infecções em serviços de saúde no período de graduação do curso de
enfermagem.
Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual
apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. O
instrumento incorpora uma escala sócio psicológica - técnica de escala de Likert,
com uma variação em 5 graus de percepção
De forma que as respostas são graduadas para cada afirmação da seguinte
forma: (1) Discordo totalmente, (2) Discordo, (3) Indiferente, (4) Concordo, (5)
Concordo totalmente. 40,41
As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as
percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde
durante a formação do Enfermeiro. O questionário apresentado aos professores
constava de 56 questões, sendo a primeira parte de do instrumento com dez
questões de caracterização dos participantes e na segunda 43 proposições,
divididas em 27 proposições de Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de
proposições de Resultado e ao final três questões abertas para expressar opiniões e
sugestões.
Para testar a confiabilidade do questionário quanto à sua consistência interna,
foi aplicado o teste estatístico de análise multivariada Alpha de Cronbach. Quanto à
análise das variáveis sociodemográficas foram realizadas estatísticas descritivas, e
para fins realizar a análises quantitativas foram adotados escores de 1 a 5, sendo 1
a pior avaliação e 5 a melhor.
Já os resultados das questões abertas foram analisados de forma descritiva,
através da análise e classificação do conteúdo das respostas e apresentadas
utilizando o recurso da “Nuvem de Palavras”. Normalmente as nuvens de palavras
são usadas para demonstrar, de maneira visual, a frequência de ocorrência das
palavras dentro de um texto: quanto maior for o número de vezes que a palavra
aparecer no texto, maior será a fonte usada para exibir essa palavra. 47
46
8 RESULTADOS
Responderam 12 professores (66,6%) com as seguintes caracterizações: faixa
etária predominante foi acima de 46 anos (75%), entre 26 a 35 (16,6%) e entre 36a
45 (8,3%). Todas do sexo feminino (100%). No que tange ao tempo de formado,
100% dos participantes estavam formados e na carreira de docentes há mais de
cinco anos. Sendo ainda relatado pelas docentes atuar na graduação de
enfermagem, mestrado profissional, residência multiprofissional e cargos
administrativos.
A tabela 1 apresenta o Alfa de Cronbach encontrado no instrumento geral e em
cada uma das dimensões.
Tabela 1 – Instrumento e distribuição das dimensões, os resultados obtidos na aplicação do
teste Alpha de Cronbach. Sorocaba-SP, 2015.
47
Tabela 2 – Distribuição dos Professores do curso de Enfermagem segundo respostas às
proposições da dimensão Estrutura – Sorocaba, 2015.
48
Tabela 3 - Distribuição dos Professores do curso de Enfermagem segundo respostas às
proposições da dimensão Processo – Sorocaba, 2015.
49
Tabela 4 - Distribuição dos Professores do curso de Enfermagem segundo respostas às
proposições da dimensão Resultado – Sorocaba, 2015.
50
Apresentação das respostas dos 12 professores (100%) das questões abertas
representadas nas Nuvens de palavras.
Na Figura 1 a nuvem de palavras demonstra os aspectos favoráveis da
percepção dos professores em relação a abordagem do tema Infecção em serviços
de saúde.
51
Na Figura 2 a nuvem de palavras demonstra os aspectos desfavoráveis da
percepção dos professores em relação a abordagem do tema Infecção em serviços
de saúde.
52
Na Figura 3 a nuvem de palavras apresenta as sugestões para melhorar o
aprendizado dos alunos sobre infecção em serviços de saúde.
53
Na Figura 04 a nuvem de palavras elucida outros comentários referente a
infecções em serviços de saúde.
54
9 DISCUSSÃO
9.1 Fidedignidade do instrumento
Como estimador de confiabilidade, o alfa de Cronbach é caracterizado como o
principal para confiabilidade, e muitos pesquisadores que elaboram instrumentos de
pesquisas fazem uso da ferramenta. O alfa sofre mudanças de acordo com a
população que a escala é aplicada. 43
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi devidamente elaborado
para que se reproduza de forma confiável a realidade e a opinião dos participantes.
Neste estudo o Alpha de Cronbach (α) total foi de 0,90 o que confere ao questionário
uma alta confiabilidade. O α foi realizado para cada dimensão, sendo a
confiabilidade no domínio Processo 0,86, caracterizando alta confiabilidade; no
domínio Resultado 0,51 e no domínio Estrutura 0,47, apresentando fragilidade na
confiabilidade nesses domínios, justificado pelo número menor de preposições para
esses dois domínios e o número reduzido de participantes.
9.2 Análise das distribuições dos resultados pelas dimensões Estrutura,
Processo e Resultado.
A partir da Tabela 2, observou-se que 75% dos professores concordaram que
as estratégias de ensino favorecem o aprendizado do aluno sobre as infecções em
serviços de saúde, e 70% dos professores concordaram que o tema é abordado
através dos problemas utilizados nas tutorias. Referente aos objetivos de
aprendizagem, 42% concordaram que o tema é abordado, e 92% concordaram
sobre o tema estar inserido na prática profissional, o que enfatiza a importância do
conteúdo ser abordado, pois quando os alunos são direcionados para as atividades
práticas irão prestar assistência direta aos pacientes e deverão ter o conhecimento
de como prevenir as infecções. Quando o conhecimento é adquirido na instituição
acadêmica, o mesmo será utilizado nas ações de trabalho e irão proporcionar uma
assistência segura e de qualidade aos pacientes.
Quando abordado o contexto “laboratório de procedimentos”, 50% acreditam
que as atividades no laboratório favorecem o ensino sobre prevenção de infecção,
sendo que uma das atuais preocupações referente ao desenvolvimento acadêmico é
55
como preparar o aluno para trabalhar as prevenções de infecções e como esse
profissional está sendo preparado no processo acadêmico. As orientações
realizadas no laboratório de procedimento devem abordar a segurança do paciente
em diversas vertentes, e uma delas é a técnica segura, assim favorecendo as
prevenções das infecções. Considerando que o enfermeiro é um profissional
interdisciplinar, é de grande importância disponibilizar para o estudante todas as
normas e legislações e orientar a importância de prevenir as IRAS, pois se o assunto
for iniciado de forma precoce na graduação, maior a chance do futuro profissional
em assimilar estes ensinamentos.25
Na tabela 3, observou-se que no domínio Estrutura os professores
apresentam diferenças de opiniões em relação aos materiais utilizados no Moodle
(banco de dados da instituição acadêmica), sendo que 50% dos participantes
concordaram que não disponibilizam material de apoio no Moodle, mas, ao analisar
a proposição positiva, 58% dos professores disseram que disponibilizam materiais
de apoio no Moodle; Na proposição referente se os materiais utilizados nas
atividades práticas são suficientes, 42% concordaram, 42% discordaram e 17%
concordaram totalmente. Nessa análise, podemos identificar a discordância de
opiniões e necessidade de adequação da estrutura, pois é necessário o aluno ter
acesso a materiais e equipamentos no processo de graduação e ainda saber
manusear e assegurar que o uso desses não venha a ocasionar um evento adverso
ao paciente.
Na tabela 4 referente à dimensão Resultado, 70% dos professores
discordaram que a atividade de ensino não capacita o aluno a aplicar os conceitos
de infecções em serviços de saúde, e 50% Discordaram Totalmente e 33%
Discordaram que a atividade do estágio curricular supervisionado não capacita o
aluno a realizar procedimentos aplicando os conceitos de infecção em serviços de
saúde. Em relação às atividades desenvolvidas no estágio curricular supervisionado,
17% concordaram que as atividades abordam o tema.
Com o estudo foi possível evidenciar que o tema “infecções em serviços de
saúde” é valorizado no conceito dos professores, contudo o conteúdo acadêmico
acaba sendo focalizado no que diz respeito ás doenças e procedimentos, não
mostrando diretamente que determinadas ações e práticas que favorecem a
prevenção de infecções. Os professores e alunos estão inseridos na prática
56
assistencial desde o primeiro ano do curso de enfermagem, onde a teoria e prática
são realizadas em parceria, mostrando ao aluno o que a literatura aborda e dessa
forma podendo aprender com a prática e realizar a articulação para proporcionar aos
pacientes uma assistência qualificada. O aprendizado é direcionado para cada
cenário que o aluno será inserido e as vertentes segurança e qualidade da
assistência andam juntas, assim com o objetivo de formar profissionais que possam
futuramente atuar na assistência focando na segurança do paciente. Quando o
aluno é inserido na prática e tem como base a formação da problematização, é
possível inserir os alunos em vários contextos e abordar diferentes conteúdos,
assim, favorecendo o aprendizado do aluno e o aprimoramento dos professores,
pois na metodologia de aprendizagem baseada em problemas o professor é
convidado sempre a buscar novos conteúdos e conhecimentos para fazer uma troca
junto aos alunos.
Na Lei Federal nº. 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes, está incluso o Controle das Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde, sendo um conjunto de ações que
proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes da saúde individual ou coletiva, tem a finalidade de
recomendar e adotar medidas de controle e prevenção das doenças e seus agravos.
O contexto de prevenir é histórico, mas por um bom tempo as ações da saúde foram
direcionadas somente para o tratamento do agravo, e as infecções eram
consideradas consequências do período da assistência, sendo elas tratadas em um
segundo momento. 48
Os professores concordaram que o tema está inserido no processo ensino-
aprendizagem, sendo discutido em problemas e enfatizado na prática profissional ou
estágio supervisionado. É imprescindível que no processo de formação a produção e
reprodução constante de conhecimentos de prevenção de infecções, e ainda
posteriormente à graduação, o trabalhador esteja inserido em um programa de
educação permanente, assim trabalhando de forma constante as boas práticas e
sendo enfatizada a importância da reprodução constante de conhecimentos para a
aplicabilidade na prática do discente e futuro enfermeiro.8,22
As infecções relacionadas à saúde são classificadas como eventos adversos
onde resulta em dano ao paciente, por essa razão, e pela complexidade e
57
abrangência das infecções, seu controle e prevenções nas ações assistenciais
devem iniciar das graduações de saúde, pois com a prevenção e com as políticas
instituídas em cada instituição e iniciada na formação profissional, poderá vir a fazer
parte da cultura dos profissionais, onde prevenir e não causar dano é a primeira
linha de educação e trabalho.4,13,22
O domínio Resultado da pesquisa mostrou que os professores concordam
que o tema é abordado na pratica profissional e estágio curricular supervisionado,
sendo que 50% dos professores disseram concordar e 17% dos professores
concordaram que as atividades do ensino capacitam o aluno para aplicar os
conceitos de infecções em serviços de saúde.
Os professores referem que abordam o tema na graduação de enfermagem e
identificaram que o conhecimento sobre o tema é real e é valorizado, mas na opinião
de alguns professores o tema poderia ser melhor abordado.
O domínio Estrutura é a dimensão com maior fragilidade, sendo necessária
adequação no que diz respeito ao laboratório de procedimentos, material para
realizar procedimentos assistenciais e oferecer maior conteúdo referencial no que
diz respeito a infecções em serviços de saúde e à segurança do paciente no
contexto geral.
Esses aspectos da estrutura são importantes para o aprendizado do aluno,
pois são facilitadores para a aquisição de habilidades para o cuidado dos pacientes.
Considerando a segurança do paciente imprescindível, garantir a participação de
simulações no laboratório de enfermagem para posteriormente desenvolverem os
primeiros cuidados em instituições de saúde, facilita a transição para a vida prática.
Os cenários de simulação oferecem experiências cognitivas, psicomotoras e
afetivas, contribuindo para a transferência de conhecimento da sala de aula para os
ambientes clínicos. Nessas experiências, os docentes devem reforçar os acertos nos
procedimentos, corrigir os erros e explicar os pontos nos quais há necessidade de
aprimoramento dos acadêmicos.49,50
A análise qualitativa mostrou consonância com os resultados da análise
quantitativa; ambos os resultados apontaram para a valorização de prevenir
infecções, a importância da abordagem na graduação de enfermagem, a ênfase de
trabalhar o tema para beneficiar os pacientes que serão atendidos pelos futuros
enfermeiros e o a pouca abordagem em problemas utilizados pelos alunos em
58
tutorias, mas que no âmbito da prática e estágio supervisionado o assunto é
abordado.
“ É um tema de extrema importância para a formação de um profissional
consciente, capacitado e envolvido com a elaboração de uma assistência de
enfermagem de qualidade e que apresente bons resultados”. (Professor 1).
Nesse relato, se destaca a importância na formação de profissionais para a
prevenção de infecções e a relação direta com a qualidade da assistência com bons
resultados. A qualidade da assistência é um dos temas mais atuais junto com a
segurança do paciente, pois são sinônimos que acabam favorecendo a prevenção
de infecções e proporcionam benefícios aos pacientes.
Outro aspecto citado diz respeito a da grande quantidade de conteúdo.
“Insuficientes pela grande quantidade de conteúdos que precisam ser
abordados”. (Professor 2)
Outro aspecto apontado em relação ao conteúdo abordado é relacionado a
depender do tutor.
“O tema é inserido em alguns problemas e existe discussão do assunto na
prática, porém nesta depende muito do tutor que acompanha o grupo.” (Professor 6)
A segurança do paciente é um tema que tem que ser garantido durante toda a
formação do enfermeiro, desta forma deve ser contemplado. Os professores
enfatizam que o tema é inserido nos problemas e existe discussão na prática, mas
que o direcionamento depende do tutor que acompanha o grupo., Assim, as
competências e os objetivos dos módulos de aprendizagem precisam estar
explícitos e direcionar todos os tutores a discutir e abordar o tema de forma
interdisciplinar, entre as séries e módulos e entre seus pares.
O relato a seguir mostrou que realmente é necessário provocar discussões
sobre como abordar o tema, fazer questionamentos e proporcionar propostas de
melhorias e crescimento. Participar da pesquisa foi uma oportunidade de repensar a
59
prática docente, mostrando que há interesse para discussões em outras
oportunidades.
“O tema de pesquisa atual é oportuno porque ao colaborar com dados,
opiniões e sugestões a pesquisadora provoca cada participante a repensar a sua
contribuição na abordagem do tema, na sua prática como docente” (Professor 1).
Participar da pesquisa foi motivador para os professores refletirem sobre sua
prática. Os professores mostram que estão disponíveis para ampliarem suas
reflexões sobre o tema, sendo uma indicação oportuna para discussões.
60
10 CONCLUSÕES
Com o estudo foi possível entender como é inserido o tema prevenção de
infecções no âmbito da graduação aos olhos dos docentes da instituição.
O Modelo Donabediano utilizado como base para o diagnóstico da
abordagem do tema em estudo, evidenciaram aspectos que podem ser aprimorados
na formação do futuro enfermeiro, e consequentemente ter um melhor impacto na
qualidade da assistência.
Nessa lógica, os componentes da tríade estrutura, processo e resultado foram
avaliados positivamente nos seguintes quesitos: estrutura – os professores são
preparados para abordar o tema, os locais de prática/estágios oferecem
oportunidades de aprendizagem e os professores disponibilizam material impresso
para os alunos; processo – os problemas, os objetivos de aprendizagem, as
atividades de prática profissional, as estratégias de ensino, o aluno tem
oportunidade de tirar dúvidas, e os professores participaram de atividades que
abordam o tema. Como resultados, as atividades de ensino e aprendizagem
capacitam os alunos e melhora a qualidade da assistência.
Os componentes avaliados desfavoravelmente foram: na estrutura, não houve
consenso em relação à disponibilidade de material no Moodle e materiais para a
prática profissional (estrutura física, materiais para procedimentos assistenciais e
equipamentos que são utilizados pelos alunos no laboratório de procedimentos);
Processo - as atividades de Integração de Temas não abordam e o tempo não é
suficiente.
Referente às questões abertas, os professores descreveram sobre a
importância de prevenir infecções; afirmaram que o tema é abordado e necessário
para a formação do futuro enfermeiro, e que poderia ser desenvolvido no decorrer
da graduação através dos problemas utilizados em tutorias, consultorias, reforçar o
teórico, maior abordagem no laboratório de procedimentos e no campo de prática
profissional e talvez a criação de um módulo de segurança do paciente.
Assim, os resultados obtidos por esta pesquisa nos mostraram o quanto é
importante avaliar o processo de formação dos futuros enfermeiros, e que as
metodologias ativas garantem e permitem um maior aprimoramento dos alunos para
a aplicação dos conhecimentos sobre as infecções em saúde imprescindível na
assistência segura e com qualidade aos usuários de saúde.
61
11 ARTIGO 2 - SEGURANÇA DO PACIENTE - PERCEPÇÃO DOS ALUNOS
SOBRE A ABORDAGEM DO TEMA INFECÇÕES EM SERVIÇOS DE SAÚDE NA
GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM.
11.1 INTRODUÇÃO
As infecções hospitalares por muito tempo fizeram parte das estatísticas e das
CCIH dos hospitais, mas como a assistência à saúde não é realizada somente no
âmbito hospitalar, assim também havendo o risco de infecções, o controle e as
prevenções foram estendidos para os serviços de saúde, sendo atualmente titulada
como infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Atualmente é
considerada um tema sob a ótica da Segurança do Paciente, sendo contemplada
mundialmente na meta internacional de segurança número 5: “Reduzir os riscos de
infecções associadas aos cuidados em saúde”. A OMS aponta que entre 5 a 10%
dos pacientes que utilizam serviços de saúde adquirem uma ou mais infecções, e
para auxiliar na redução das infecções estratégias foram elaboradas para incentivar
o envolvimento das instituições nas prevenções. A primeira meta compartilhada foi a
Aliança Mundial pela Segurança do Paciente, intitulada “Uma assistência Limpa é
uma Assistência mais Segura”, que envolve ações de incentivo à higiene das mãos.2
Em 2011, a RDC/ANVISA nº 63 determinou que os estabelecimentos de
saúde elaborassem estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente,
incluindo a prevenção de IRAS. Seguindo essas ações, no ano de 2012, foi
instituída a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas
à Assistência à Saúde (CNCIRAS), por meio da Portaria 158, com a finalidade de
assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas e
medidas para prevenção e controle de Infecções Relacionadas a Assistência à
Saúde (IRAS). Em abril de 2013, foi publicada a Portaria MS/GM nº 529 que institui o
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o qual contempla as IRAS.
Posteriormente, em julho do mesmo ano foi publicada a RDC/ANVISA nº 36, que
institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde, dentre as quais
aquelas voltadas para a prevenção e controle das IRAS.2,9,13,18
Para realizar a prevenção de infecções em serviços de saúde é necessário ter
ações macropolíticas, que seriam as ações governamentais e as micropolíticas, que
62
são as ações institucionais, que envolvem a participação de toda equipe, não
somente dos membros das comissões, mas de todos os profissionais que realizam a
assistência aos pacientes. A prevenção de infecções deve ser discutida, abordada e
implantada nas instituições de saúde e acadêmicas, analisando que o enfermeiro é
um constante educador em suas atribuições diárias. Realizar as orientações para
equipe de enfermagem, familiares, ter a propriedade de trabalhar em parcerias com
equipe multidisciplinar e auxiliar nas orientações de toda equipe faz do enfermeiro
um facilitador de informações para prevenir infecções. Com essa visão de prevenção
é que essa abordagem deve ser instituída desde o período acadêmico do curso de
enfermagem para, assim, proporcionar ao estudando oportunidade de conhecer e
aprender sobre o assunto, com o objetivo de, após formado, realizar a assistência
com base na segurança do paciente, assim prevenindo infecções em serviços de
saúde.6,22,24
As infecções são iatrogênicas, decorrentes da assistência dos serviços de
saúde, e nas últimas décadas passaram a ter uma atenção maior, embora existam
relatos que, desde a antiguidade, ocorrem disseminação de doenças epidêmicas, e
sobre a inevitabilidade das infecções cirúrgicas. O profissional responsável do SCIH,
órgão executor das ações, é o enfermeiro e este deve ter a competência e
responsabilidade para seguir as boas práticas e direcionar os demais colegas
enfermeiros, equipe de enfermagem, médicos e equipe multidisciplinar a atuar na
prevenção de infecções e de risco, visando o bem estar e recuperação dos
pacientes.19
Promover a segurança do paciente é uma atividade que deve ser realizada
diariamente pelos enfermeiros juntamente com a equipe em qualquer momento da
assistência aos pacientes. As instituições que prestam assistência e buscam
prevenir infecções deverão realizar desde a higiene das mãos, que é uma conduta
simples e de baixo custo, comprovada cientificamente como uma das formas mais
eficazes para prevenir infecções cruzadas, mas também o incentivo à adesão às
boas práticas que envolvem a limpeza, desinfecção e esterilização de artigos e
materiais que serão utilizados na assistência aos pacientes, técnica adequada para
procedimentos, organização e cuidados com ambiente, implantação de protocolos e
acompanhamento dos mesmos, são algumas das ações para minimizar os riscos
dos pacientes virem a adquirir infecções em serviços de saúde. Segundo
Yoshikawa8, ocorre que, durante a formação, os profissionais não são apresentados
63
ao tema “segurança do paciente” ou a questão especifica de prevenir infecções, o
que ocasiona situações posteriores à formação de má conduta frente à assistência
ou ainda ocorrem situações de conflito frente à universidade e ao campo da prática
profissional, onde os hospitais são obrigados a trabalhar a prevenção de infecções
juntamente com a segurança em um contexto global, desafiando as instituições de
ensino a buscar uma forma de trabalhar esse contexto com os alunos da graduação,
sendo um marco conceitual para a prática e ensino desses profissionais.2,31
Segundo o Programa de Segurança do Paciente4 com o objetivo de modificar
a cultura frente a importância de trabalhar a segurança do paciente a OMS lançou,
em 2011, o guia para organização do currículo de segurança do paciente
multiprofissional. O guia é direcionado para auxiliar a graduação em saúde a ensinar
a segurança do paciente. A abordagem é dividida em duas partes, sendo uma
dedicada a educadores e outra aos estudantes e seis domínios para as
competências, sendo eles: contribuir para uma cultura de segurança do paciente;
trabalhar em equipe para a segurança do paciente; comunicar eficazmente para a
segurança do paciente; gerenciar os riscos de segurança; otimizar fatores humanos
e o meio ambiente; reconhecer, responder e divulgar eventos adversos. O guia da
OMS também é direcionado para auxiliar no desenvolvimento da formação de
educadores no Brasil e enfatiza a necessidade de incluir o tema segurança do
paciente nos currículos de graduação da área da Saúde.
Neste contexto, este trabalho teve como objetivo identificar sob a perspectiva
do aluno a abordagem da infecção hospitalar em serviços de saúde na graduação
do curso de enfermagem de uma universidade privada do interior paulista. O
desenvolvimento desse estudo permite compartilhar experiências e recomendações
destinadas a garantir uma melhor formação para a segurança do paciente.
64
12 MÉTODO
12.1 Desenho e local do estudo
Estudo do tipo exploratório-descritivo e de abordagem qualiquantitava realizado
no Curso de Enfermagem de uma Universidade privada, do interior de São Paulo. O
Curso caracteriza-se pelo ensino em metodologias ativas e inserção dos alunos nas
atividades práticas desde o início da formação.
Participaram estudantes que estavam matriculados no ano de 2015 nos quatros
anos do curso. Foram adotados critérios de exclusão: alunos que estivessem na
ocasião da coleta de dados intercâmbio ou que se recusarem a participar. Foram
distribuídos 104 questionários e obteve-se 60 (57,69%) retornos.
A pesquisa seguiu os preceitos éticos da Resolução do Conselho Nacional de
Saúde n.196/96. Foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade
de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de SP, sob o
Protocolo CEP nº. 950.605. A anuência dos sujeitos foi mediante o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Os dados foram coletados no período de agosto a setembro de 2015, por
meio da aplicação de um questionário semiestruturado, autoaplicável elaborado pela
pesquisadora com duas partes. A primeira com questões sobre o perfil dos
participantes e a segunda com questões de múltipla escolha, com cinco alternativas
e três questões abertas, para o participante expor o parecer e opinião sobre o tema
da pesquisa. Previamente, foi validado o conteúdo por três Juízes e posteriormente
testado em um grupo equivalente de 10 alunos oriundos de outro curso de
enfermagem. O referencial teórico adotado para elaboração da segunda parte do
questionário foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade de estrutura-processo-
resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente estáveis das
instituições, tais como, área física, recursos humanos, materiais e financeiros e o
modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades desenvolvidas
na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações estabelecidas entre
os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência, incluindo o
diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das características
desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da assistência à saúde do
65
usuário, bem como as mudanças relacionadas com o conhecimento e
comportamento das pessoas.38
O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para
medir a relação entre o profissional e o meio. Sendo a pesquisa realizada em uma
instituição acadêmica foi necessário adaptar as proposições para o cenário
acadêmico podendo identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito
o assunto infecções em serviços de saúde no período de graduação do curso de
enfermagem.
Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual
apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. O
instrumento incorpora uma escala sóciopsicológica - técnica de escala de Likert,
com uma variação em 5 graus de percepção de forma que as respostas são
graduadas para cada afirmação da seguinte forma: (1) Discordo totalmente, (2)
Discordo, (3) Indiferente, (4) Concordo, (5) Concordo totalmente.40,41
As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as
percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde
durante a formação do Enfermeiro. O questionário apresentado aos professores
constava de 56 questões, sendo a primeira parte de do instrumento com dez
questões de caracterização dos participantes e na segunda 43 proposições,
divididas em 27 proposições de Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de
proposições de Resultado e ao final três questões abertas para expressar opiniões e
sugestões.
Para testar a confiabilidade do questionário quanto à sua consistência interna,
foi aplicado o teste estatístico de análise multivariada Alpha de Cronbach. Quanto à
análise das variáveis sociodemográficas foram realizadas estatísticas descritivas, e
para fins realizar a análises quantitativas foram adotados escores de 1 a 5, sendo 1
a pior avaliação e 5 a melhor.
Já os resultados das questões abertas foram analisados de forma descritiva,
através da análise e classificação do conteúdo das respostas e apresentadas
utilizando o recurso da “Nuvem de Palavras”. Normalmente as nuvens de palavras
são usadas para demonstrar, de maneira visual, a frequência de ocorrência das
palavras dentro de um texto: quanto maior for o número de vezes que a palavra
aparecer no texto, maior será a fonte usada para exibir essa palavra.47
66
13 RESULTADOS
13.1 Perfil dos estudantes
Participaram 60 alunos (57,6%), sendo 57 (95%) do sexo feminino e três (5%)
alunos do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 18 aos 25 anos -- 36
(60%), de 25 aos 35 anos -- 13 (21,6%) e acima dos 46 anos -- uma (1%).
Referente ao ano do curso que o aluno estava inserido, 12 (20%) no 1º ano do
curso, 22 (36,66%) no 2º ano, 15 (25%) no 3º ano e 11 (18,33%) no 4º ano. 24
(40%) são alunos trabalhadores, sendo 18 (75%) da área da saúde e seis (25%) em
outras categorias profissionais. Dos alunos participantes oito (13,3%) realizam
estágio remunerado.
13.2 Confiabilidade do instrumento
Tabela 1 – Distribuição das dimensões, e os resultados obtidos na aplicação do teste Alpha de
Cronbach. Sorocaba, 2015.
67
Tabela 2 – Distribuição das dimensões, e os resultados obtidos na aplicação do teste Alpha de
Cronbach. Sorocaba, 2015
A seguir descrita a análise e comparação entre os anos do curso de
enfermagem, e as respostas dos alunos referente ao conteúdo abordado sobre
infecções em serviços de saúde.
Tabela 3 - Análise da abordagem infecções em serviços de saúde no 1º, 2º, 3º e 4º Ano do
Curso de Enfermagem da FMCS- PUC/SP Sorocaba 2015.
Abaixo da tab tem que identificar o nome do teste utilizado e o p considerado.
68
Obs.: No total dos quatros anos do curso de Enfermagem foram identificadas poucas
variáveis especificadas sobre o conteúdo Infecções em Serviços de Saúde.
Tabela 4 - Análise de variáveis – entre o 1º e 2º ano.
Pr = > que 0 Total = 1º Ano é menor que o 2º Ano
Tabela 5 - Análise de variáveis – entre o 1º e 3º ano.
Pr = > que 0 Total = 1º Ano é menor que o 3º Ano.
Tabela 6 - Análise de variáveis – 1º E 4º ano.
Pr = > que 0
Total = 1º Ano é menor que o 4º Ano.
69
Na análise estatística, o 1º ano apresentou média inferior aos demais anos do
curso de enfermagem, os demais anos - 2º, 3º e 4º anos - apresentam média
próximas, caracterizando que não há diferença ou mínima diferença entre os anos
sobre o conhecimento de infecção em serviços de saúde.
A seguir serão apresentados os resultados referentes as dimensões Estrutura,
Processo e Resultado.
Tabela 7 – Distribuição alunos do curso de Enfermagem segundo respostas às proposições da
dimensão Estrutura – Sorocaba, 2015.
70
Tabela 8 - Distribuição alunos do curso de Enfermagem segundo respostas às proposições da
dimensão Processo– Sorocaba, 2015.
71
Tabela 9 - Distribuição alunos do curso de Enfermagem segundo respostas às proposições da
dimensão Resultado – Sorocaba, 2015.
72
13.3 Análise qualitativa
Para a análise qualitativa da pesquisa, foram elaboradas três questões
abertas com o objetivo dos participantes exporem suas opiniões e sugestões sobre o
tema de pesquisa. A opinião dos entrevistados sobre a abordagem do tema foi
analisada e, em sua maioria, foram direcionadas para três vertentes: muito
importante; pouco abordado e necessidade de aprofundamento.
As palavras que apareceram com maior frequência foram selecionadas e
apresentadas através de nuvem de palavras. Com as questões abertas os
participantes puderam expor o ponto de vista e fazer sugestões das quais acharam
pertinente.
Na questão aberta Nº 1 - “Comente como você avalia a abordagem do tema
infecção em serviços de saúde durante a sua formação” dos 60 alunos, 53
responderam (88,33%) e 07 deixaram em branco (11,66%).
Na primeira imagem da Nuvem de Palavras estão descritas as palavras que
apontam a importância no tema. Na segunda imagem da Nuvem de Palavras estão
as palavras que mostram a necessidade do tema ser melhor abordado e discutido
no processo de graduação do curso de enfermagem.
73
IMAGEM 1.
74
IMAGEM 2
75
Na questão aberta Nº 2 - “Dê sugestões que podem melhorar o seu
aprendizado sobre infecções em serviços de saúde” dos 60 alunos 48 responderam
(80%) e 12 deixaram em branco (20%).
IMAGEM 1.
76
Na questão Nº 3 - “Outros Comentários” dos 60 alunos 15 responderam (25%)
e 35 deixaram em branco (58,33%).
IMAGEM 1.
77
14 DISCUSSÃO
14.1 Perfil dos estudantes
Participaram 60 alunos (57,6%), sendo 57 (95%) do sexo feminino e três (5%)
alunos do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 18 aos 25 anos 36
(60%), de 25 aos 35 anos 13 (21,6%) e acima dos 46 anos uma (1%). Referente ao
ano do curso que o aluno estava inserido, 12 (20%) no 1º ano do curso, 22 (36,66%)
no 2º ano, 15 (25%) no 3º ano e 11 (18,33%) no 4º ano. 24 (40%) são alunos
trabalhadores, sendo 18 (75%) da área da saúde e seis (25%) em outras categorias
profissionais. Dos alunos participantes oito (13,3%) realizam estágio remunerado.
14.2 Fidedignidade do instrumento
De acordo com o descrito no método a avaliação da consistência interna do
questionário foi avaliada pelo Alfa de Cronbach.
Nessa pesquisa, o valor de Alfa de Cronbach (α) com média de 179 e o
coeficiente de confiabilidade de 0,91 das respostas decorrentes do questionário,
sendo assim de caráter de alta confiabilidade, considerando a confiabilidade do Alfa
de Cronbach é de 0 a 1. Para as dimensões o α variou de 0,80 para o domínio
Estrutura, 0,86 para o domínio Processo e 0,82 para o domínio Resultado.
14.3 Correlação entre os domínios
A correlação entre os domínios Estrutura, Processo e Resultado foram
realizadas com o objetivo de verificar a articulação entre as respostas das
proposições e a confiabilidade da análise dos dados.
78
Tabela 10 - Valores de confiabilidade entre os domínios.
14.4 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultado.
79
15 ANÁLISE DAS DISTRIBUIÇÕES DOS RESULTADOS PELAS DIMENSÕES
ESTRUTURA, PROCESSO E RESULTADO.
15.1 Dimensão Estrutura
Os resultados encontrados na tabela 08 indicam favoravelmente que os
professores (50%) são preparados para abordar o tema e os locais de estágio
oferecem oportunidades de aprendizado. Os aspectos desfavoráveis se relacionam
à disponibilidade do material impresso pelos professores: 33% relataram discordar
que o material seja disponibilizado e 27% concordaram que os professores não
disponibilizam material sobre o tema no Moodle. Na análise da proposição referente
aos materiais utilizados nas atividades práticas (laboratório de procedimentos), 33%
dos alunos discordam que o laboratório tem materiais suficientes. A graduação
promove junto ao aluno um estudo técnico-científico, baseado em procedimentos
com precisão, responsabilidade e atenção para prestar os cuidados aos pacientes.
Para iniciar as atividades, os alunos praticam assistência e treinam os
procedimentos no laboratório de procedimentos, um local que deve ser estruturado
com materiais e equipamentos para inserir o aluno em um ambiente o mais próximo
da realidade, uma simulação realística, assim favorecendo o aprendizado. O aluno,
após aprender e treinar no laboratório, estará com maior embasamento teórico e
prático, assim beneficiando a assistência aos pacientes no campo da prática.39
15.2 Dimensão Processo
De acordo com os resultados da Tabela 9, onde podemos verificar a
proposição “As atividades práticas profissionais permitem o aprendizado do aluno
sobre infecção em serviços de saúde”, 92% dos alunos concordaram. Sendo de
valia que os alunos consigam visualizar que o período acadêmico, não somente o
conhecimento teórico, mas também o campo profissional, proporciona ao discente o
conhecimento de como prevenir infecções e trabalhar a segurança dos pacientes.
Quando o aluno consegue entender que faz parte do aprendizado do enfermeiro as
atribuições de prevenções, esse entendimento proporcionará um impulso para
auxiliar nas competências e compromissos do futuro profissional.
80
Na 27ª Conferência Sanitária Pan Americana, foi discutida a qualidade da
assistência juntamente com a segurança do paciente e a visão de melhorar a saúde
da população, sendo assim, garantir a sustentabilidade do sistema de saúde. Para
priorizar a segurança do paciente e qualidade dos cuidados aos doentes, alocar
recursos necessários, incorporar o envolvimento do cliente em processos para
melhorar a qualidade da saúde e posteriormente avaliar a segurança do paciente e
qualidade da situação de assistência. Essa abordagem deve ser inserida na
graduação; o conteúdo que está sendo discutido em conferências nacionais e
internacionais que discutam a segurança do paciente e prevenções de infecções
devem ser colocados para os alunos no decorrer da graduação, assim o futuro
profissional estará envolvido nos processos de melhorias para os cuidados aos
pacientes.51
Os alunos em sua maioria foram coerentes nas respostas, e foi possível
identificar que o processo proposição negativa e positiva foram respondidas de
forma proporcional, validando as respostas, por exemplo, na proposição negativa
45% dos alunos discordaram que “A atividade prática profissional não facilita o meu
aprendizado sobre infecções em serviços de saúde”. E quando verificamos a
proposição afirmativa 47% concordaram com a proposição “A atividade prática
profissional facilita o meu aprendizado sobre infecções em serviços de saúde”.
Os alunos em sua maioria concordaram sobre o tema estar inserido na prática
profissional, sendo um total de 47% o que enfatiza a importância do conteúdo ser
abordado academicamente, pois quando os alunos que são direcionados para as
atividades práticas irão prestar assistência direta aos pacientes e deverão ter o
conhecimento de como prevenir as infecções.
A atividade prática profissional foi apontada como facilitadora do aprendizado
sobre infecções em serviços de saúde. O curso da graduação de enfermagem da
PUC inicia desde o primeiro ano a articulação entre a teoria e a prática. A formação
é um processo que ultrapassa o acumular do saber, é a criação de um profissional
que esteja em contato com a realidade para associar a teoria e a prática, e formar
conteúdo, ter intenções e condições para implantar as ações e conquistar
conhecimentos que foram iniciados na formação e serão fortalecidos após a
formação do profissional. Um discente amparado por conhecimentos solidamente
adquiridos e elaborados terá abrangência e profundidade para atuar como
profissional capacitado assim que concluir a graduação.52
81
Os cenários são reais, pois o aluno é inserido na pratica assistencial,
iniciando pelo atendimento na comunidade, posteriormente atuam nas Unidades
Básicas de Saúde e, a partir do 3º ano do curso, iniciam as atividades no campo
hospitalar. Os alunos são divididos em grupos de no máximo dez alunos para serem
acompanhados por um tutor e inseridos no contexto saúde-doença para colocar em
prática o conteúdo abordado nas tutorias. Quando o conhecimento é adquirido na
instituição acadêmica, o mesmo será utilizado nas ações de trabalho e os alunos
irão proporcionar uma assistência mais segura e de qualidade aos pacientes.
No estudo de Azambuja22, a autora relata a importância e o quanto é
imprescindível no processo de formação a produção e reprodução constante de
conhecimentos de prevenção de infecções, e ainda posteriormente à graduação o
trabalhador deverá estar inserido em um programa de educação permanente, sendo
enfatizada a importância da reprodução constante de conhecimentos para que seja
realizada a aplicabilidade na prática cotidiana do discente e futuro enfermeiro.
Sobre a percepção da abordagem do tema, esta é apontada como insuficiente
pelos alunos (60,8%). As consultorias, tutorias e prática profissional, identificadas
por 57% dos alunos como atividades que favorecem o aprendizado; os problemas
utilizados em tutorias 49% concordaram e 17% concordaram totalmente que os
problemas permitem a aprender sobre o assunto, enquanto 35% discordam e 27%
discordam totalmente que os problemas não abordam o tema.
Na proposição “O tempo dispendido nas atividades de ensino para abordar o
tema de infecção em serviços de saúde não é suficiente”, 53% dos alunos
concordaram que o tempo não é suficiente para a abordagem do tema, podendo ser
um incentivo para rever o quanto o assunto é discutido no decorrer da graduação.
Os alunos responderam que discordam – 37% – e discordaram totalmente – 28% –
quando responderam a proposição “Não participei de nenhuma atividade no curso
que abordou sobre infecção em serviços de saúde”. Analisando as respostas, é
possível identificar a junção das respostas entre os domínios, pois os alunos relatam
que tiveram oportunidade de aprender sobre o tema, entendem a importância, mas
enfatizam a necessidade de trabalhar o conteúdo de forma mais intensiva. No que
refere as consultorias, 37% dos alunos discordaram, 17% assinalaram como
indiferente e 7% concordaram com a proposição “Nas consultorias não tenho
oportunidade de tirar dúvidas sobre infecções em serviços de saúde”. As
82
consultorias são oportunidades de aprendizagem onde os alunos podem conversar
com os consultores sobre o tema de estudo do período, ou seja, discutir sobre o
problema e objetivos de aprendizagem. Os alunos podem aproveitar o momento
para esclarecer dúvidas e entender o que não conseguiram compreender sozinhos
após o estudo individual.
Quando perguntado para o aluno a proposição “Participei de atividade no
curso que abordou sobre infecção em serviços de saúde”, 48% concordaram e 15%
discordaram totalmente. Os alunos que disseram discordar totalmente podem ser
alunos que estão cursando o primeiro semestre da graduação, onde estão sendo
inseridos no processo através da comunidade e acreditam que prevenir infecções é
direcionado somente no âmbito hospitalar.
15.3 Dimensão resultado
Na tabela, 3,50% afirmam que as atividades realizadas na graduação
capacitam o aluno sobre infecções, e, ao analisar as respostas, foi possível
identificar que o discente compreende a importância de prevenir infecções e que a
abordagem deve estar inserida no conteúdo acadêmico.
As atividades de ensino desenvolvidas no curso foram identificadas por 62%
dos alunos que acarretam melhoria na qualidade da assistência; 72% concordam
que tem conhecimento para aplicar os conceitos nas atividades de prática (estágio
curricular).
As metodologias ativas (Problematização e ABP) em que os alunos da
graduação de enfermagem da PUC são inseridos articulam o contexto da prática e
teoria de forma única, e permite que o aluno desenvolva a comunicação nos
encontros das tutorias, expondo para o grupo o conhecimento que adquiriu com o
estudo. Outro ponto forte é a interação do grupo junto aos colegas e tutores, pois os
grupos são pequenos (dez alunos) e, com isso, a comunicação é constante para os
esclarecimentos de dúvidas e principalmente no campo da prática profissional
trabalham em parceria com os colegas e colaboradores da instituição da prática
acadêmica. A dinâmica de aprendizado oferecido pela PUC através do PBL
beneficia o crescimento do aluno através da autonomia, do aprender a aprender, e
ainda valoriza a iniciativa individual e o trabalho em grupo. Assim, o futuro
enfermeiro, quando inserido no campo profissional, saberá atuar em equipe
83
profissional e ter iniciativa para tomar decisões através do conhecimento adquirido
na prática acadêmica e do embasamento teórico. Quando o conhecimento
aprendido é utilizado com saber nas ações de trabalho, este provoca alterações no
processo, as quais irão intervir na qualidade da assistência prestada, na redução
das taxas de infecções, e a base deve vir do processo de formação/educação do
trabalhador, sendo que as orientações estão muito além de apenas simples
processo “bancário de treinamentos”, as orientações para prevenir infecções estão
relacionadas ao envolvimento profissional e valorização do tema sendo a nível
acadêmico e posterior institucional. 22,53,54,55,56
Para Azambuja 22 “[...] o processo de formação do trabalhador pode propiciar
a reformulação de hábitos, a reflexão, a ação transformadora, uma educação que é
contínua no processo de trabalho, que é parte dele e que nele se processa[...]”.
Quando o aluno passa a entender a importância de um processo do qual
insere sua formação, vivencia a realidade do mundo do trabalho, e como tal poderá
fazer nas suas atividades práticas analisando ações e possibilidades de
intervenções.
16 Análise qualitativa
A análise qualitativa foi consonante com a análise quantitativa, ambos
resultados apontaram para a valorização de prevenir infecções, da importância da
abordagem na graduação de enfermagem, a ênfase de trabalhar o tema para
beneficiar os pacientes que serão atendidos pelos futuros enfermeiros e a pouca
abordagem em problemas utilizados pelos alunos em tutorias, mas que no âmbito da
prática e estágio supervisionado o assunto é abordado.
“O tema é muito importante, porém durante a minha formação até o momento,
o tema foi pouco abordado” (2º Ano/A 9).
“Acredito que é um tema extremamente importante, que infelizmente não é
tão abordado como deveria” (2º Ano/A 8).
A opinião dos dois alunos mostrou que ambos têm conhecimento da
importância de prevenir infecções, mas que ainda não foi abordado ou pouco
84
abordado. Ambos os alunos estão no 2º ano do curso de enfermagem, talvez na
visão dos alunos prevenir infecções é somente em instituição hospitalar, e como
nesse período os alunos ainda não iniciaram prática profissional no hospital,
acreditam que o tema foi pouco abordado.
“É importante, há muitos casos de infecções hospitalares, e isso pode
prejudicar o paciente, portanto na formação profissional é necessária essa
abordagem” (1º Ano/A 4).
É de conhecimento de todos que existem as infecções e na realidade os
serviços de saúde atualmente estão em foco para trabalhar a prevenção, pois
infecções são consideradas eventos adversos e não fazem parte de uma assistência
segura e de qualidade. Os cuidados relacionados às infecções vêm apresentando
diferentes significados na história, sendo inicialmente configurada como uma
consequência comum para um paciente hospitalizado e, com as mudanças, estudos
e aprimoramentos, foi identificado que as infecções são passíveis de prevenção, e
faz parte das boas práticas promover o melhor para o paciente. 2,7
“Acredito que é um assunto que merece muita atenção, pois pode fazer toda
diferença para um resultado positivo durante os procedimentos, atendimento” (1º
Ano/A 5).
“Acredito ser um tema de extrema importância” (1º Ano/A 9).
Os relatos apontaram como os alunos estão conscientes da necessidade de
prevenir infecções, e como é de grande valia o assunto ser abordado na graduação
de enfermagem, pois, quando o tema é inserido na graduação, o aluno
precocemente poderá participar das ações de prevenções, e ainda após a formação
irá proporcionar benefícios ao paciente favorecendo a assistência aos pacientes de
forma segura.
“Penso que é um tema pouco discutido, porém é de fundamental importância. Acredito que deve-se abordado em todas as graduações da área da saúde” (2º Ano/A 1).
85
“Sinto que até o módulo em que cursei, o tema prevenção de infecções em serviços de saúde foi abordado superficialmente e apesar de nós já estagiarmos em serviços da atenção básica, possuímos pouco conhecimento do assunto” (2º Ano/A 11).
No período do 2º ano, os alunos abordam conteúdos como biossegurança, e
fazem pesquisas que incluem uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e
higiene das mãos, sendo descritos em portfólios, mas talvez os alunos não
consigam relacionar que esses temas são itens que auxiliam na segurança do
paciente e prevenção de infecções.
Para beneficiar a assistência a segurança do paciente, a abordagem de
prevenir infecções deve ser enfatizada na formação acadêmica. Pouco se fala sobre
infecção hospitalar no período acadêmico, e sendo certo que existe um investimento
do graduando, para que, durante sua formação, adquira competência para executar
um procedimento esperado em seu exercício profissional, é nesse contexto que a
ênfase da prática da prevenção de infecção fica a desejar, pois é contemplada em
segundo plano, o que não é o correto, pois a inserção de segurança do paciente na
graduação é contemplada em diferentes literaturas.4,8,22
Ao analisar as respostas abertas, foi perceptível que os alunos trabalhadores
ou que realizam estágio remunerado apresentaram visão diferenciada dos demais,
pois é possível que, através da prática e das orientações que adquirem nas
atividades profissionais, o conteúdo adquirido favoreça o aprendizado acadêmico.
Para favorecer a prevenção de infecções é necessário que, no processo de
formação do enfermeiro, tenha espaço na graduação a segurança do paciente em
todas as vertentes, mas como um foco na prevenção de IRAS, pois o
desenvolvimento de uma infecção irá expor o paciente a vários outros riscos que
também são trabalhados na segurança do paciente, sendo eles o risco de queda,
lesões de pele, risco de erro de medicações entre outros. No relato de um dos
participantes é citado sobre a metodologia da instituição da pesquisa, o PBL. 20,32,57
“O tema infecção é extremamente importante, porém o PBL não traz às
tutorias tal tema. Por enquanto a abordagem foi higienização das mãos e
calçamento de luvas estéreis”. (2º Ano/A 12).
86
O Problem-Based Learning (PBL), ou Aprendizagem Baseada em Problemas
e a Problematização, é um modelo pedagógico que busca proporcionar ao estudante
condições de desenvolver habilidades técnicas, cognitivas e atitudinais aplicáveis
tanto para o cuidado dos pacientes quanto para a manutenção da postura de
estudar para aprender pelo resto da vida profissional. Nesse modelo, o foco do
processo educativo é centrado no estudante, onde o aluno é estimulado a
capacidade de auto formação, através da busca ativa de informações. O estudante é
estimulado a construir ativamente sua aprendizagem, articulando seus
conhecimentos prévios com os de outros estudantes do grupo, para a resolução de
problemas selecionados para o estudo, visando o desenvolvimento do raciocínio
crítico, de habilidades de comunicação e do entendimento da necessidade de
aprender ao longo da vida. O aluno expôs que o PBL não favorece o aprendizado
sobre infecções, mas o PBL é uma ferramenta que incentiva o aluno a buscar,
através de estratégias como a dinâmica das tutorias, consultorias, encontro de
integrações, articulação entre a teoria e prática e a autonomia do aluno, que pode
buscar conhecimento em bancos de dados confiáveis e colocar em discussão para
os demais alunos e professores nos encontros, favorecendo o conhecimento e
aprendizado em grupo. Essa dinâmica pode vir a beneficiar o aprendizado sobre o
tema de pesquisa da mesma forma que favorece o conhecimento dos demais
assuntos abordados na graduação.54,58,59
Pouco é abordado na graduação sobre infecções e, por isso, no exercício
profissional, existe um desconhecimento e, em segundo lugar, a desvalorização da
gravidade das infecções, sendo assim é enfatizada a importância dos currículos de
graduação em áreas de saúde para inserir a temática prevenção de infecção através
da segurança do paciente.8,22
“É um tema de extrema importância, pois diz respeito à saúde do profissional
e do paciente. Nós profissionais da área da saúde temos que estar cientes do que
estamos fazendo, tendo em consideração todos os cuidados possíveis” (2º Ano/A
16).
A educação participativa, faz com que o aluno esteja inserido no processo de
aprendizado de forma constante, fornecendo aos alunos novas direções no cuidar e
capacitação para proporcionar uma assistência de qualidade. Dessa forma, é
87
relevante inserir o conteúdo sobre segurança do paciente com a abordagem em
prevenções de infecções, pois os alunos, trabalhando no período acadêmico em um
processo contínuo e baseado em literatura consistente, irão, após a formação,
colocar em prática o conteúdo adquirido.59
A responsabilidade na prevenção e controle das infecções cabe ao
estabelecimento de saúde e também a toda equipe assistencial, o que leva ao ponto
inicial da pesquisa: a importância do graduando conhecer sobre infecções para
posterior participar fielmente das ações de prevenções.7
Desde o ano de 2000, a OMS vem refletindo sobre a qualidade dos cuidados
e com a segurança do paciente em serviços de saúde, e no ano de 2004, lançou
formalmente a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente por meio da
Resolução na 57º Assembleia Mundial da Saúde, e recomendou aos países mais
atenção na segurança dos pacientes, e desde então articulações estão sendo
realizadas para proporcionar segurança na assistência com base nas metas
internacionais para a segurança do paciente.18
As respostas dos participantes sobre a pouca abordagem do tema e a
reflexão sobre a possibilidade de ocasionar dano a segurança do paciente mostra
que os mesmos estão familiarizados com a necessidade da abordagem, relatam que
é realizada de forma insuficiente.
“Trata-se de um assunto muito importante, pois sua falha acarretará danos a
segurança do paciente, porém não é abordado suficientemente durante nossa
formação” (3º Ano/A 14)
Referente a segunda questão aberta “Dê sugestões de como melhorar o seu
aprendizado sobre Infecção em Serviços de Saúde”, os alunos sugeriram aulas,
palestras, pesquisas de forma que o tema estivesse mais presente nos discursos de
professores e inseridos nos objetivos de aprendizagem para ser pesquisado e
discutido no período de prática profissional.
“Pesquisando, buscando conhecimento e informações sobre o tema” (1ºAno/A
1).
88
“Palestras, aulas e de integração e abordagem do tema nas práticas”
(1ºAno/A 8)
“Ser um objetivo de aprendizado na tutoria. Ser mais cobrado pelas
professoras, tanto o teórico quanto o prático” (2º Ano/A 8).
“Mais integrações que expliquem este tema, reforço durante as práticas e
aulas em laboratório. Abordar o assunto em todas as tutorias “(4º Anos/Al 2).
“Acredito que seja importante sempre destacar este tema, tanto nas tutorias
quanto nas atividades práticas o ideal seria já estarmos preparados quando
iniciamos o estágio curricular supervisionado” (3º Ano/A 15).
A questão aberta nº 3 foi “Outros Comentários”, os alunos permaneceram
relatando e afirmando a importância do tema infecções em serviços de saúde ser
abordado no período da graduação.
“Penso ser um assunto importante e sempre deve ser discutido” (2º Ano/A 1).
“Um enfermeiro deve estar preparado para prestar assistência ao paciente,
em qualquer nível de atendimento, e infecções podem estar presentes em todos os
lugares. Desta forma, o enfermeiro é um profissional ativo nessa, para poder evitá-
las.” (2º Ano/A 20).
89
17 CONCLUSÕES
Esse estudo abordou a percepção dos estudantes sobre a segurança do
paciente no que diz respeito às infecções em serviços de saúde, pautado no Modelo
Donabediano, na tríade Estrutura, Processo e Resultado, e permitiu concluir que:
Quanto aos participantes, houve a participação de 60 estudantes do 1° ao 4°
ano do curso de enfermagem. Os alunos estavam inseridos em diferentes momentos
de aprendizagem, sendo 20% no 1º ano, 33,66% no 2º ano, 25% no 3º ano e
18,33% no 4º ano. Os alunos do primeiro ano mostraram conhecimento inferior,
sendo esperado por se tratar de alunos 36 (60%) egressos do ensino médio.
Na dimensão estrutura, a maioria dos participantes apontou percepção
favorável referente ao preparo dos professores para o ensino e aos locais de
estágios, os alunos nos locais de prática profissional conhecem e atuam na
realidade profissional e essa prática favorece o aprendizado. Os itens que
obtiveram maior discordância foram em relação a estrutura física do Laboratório de
Procedimentos e materiais utilizados para simulação de procedimentos
assistenciais.
Na análise quantitativa, a maioria dos participantes concordou que o tema é
abordado no período de graduação, que faz parte da teoria e principalmente da
prática profissional. Foi relatado que a abordagem poderia ser através dos
problemas utilizados nas tutorias, como objetivo de aprendizagem.
Na dimensão Processo, as preposições com maiores percentuais de
concordância foram os referentes à prática profissional, tutorias e interação teoria-
prática, e os itens que obtiveram elevados percentuais de discordância foram os
referentes às questões de materiais de apoio e abordagem nos problemas utilizados
em tutorias.
Na dimensão de Resultado, as concordâncias de maior resultado foram as
relacionadas à possibilidade do aluno ser capacitado nas atividades de ensino,
estágio curricular e a possibilidade de aplicar os conceitos de infecções em serviços
de saúde.
O instrumento de pesquisa foi considerado de alta confiabilidade, com Alfa de
Cronbach de 0,91 e para a tríade, 0,80 para o domínio Estrutura, 0,86 para o
domínio Processo e 0,82 para o domínio Resultado.
90
Quanto à correlação dos domínios, a análise da tríade Estrutura, Processo e
Resultado, o domínio Estrutura apresentou a menor média, apontando a fragilidade
e a necessidade de adequação no que diz respeito à estrutura para o aprendizado
dos alunos referente ao ensino infecções em serviços de saúde. Nesse estudo, o
domínio Processo teve o maior número de proposições, mas não de forma
ocasional, sendo pontual para saber como o tema da pesquisa é abordado na
graduação de enfermagem através do processo e desenvolvimento do ensino. O
domínio Estrutura apontou a necessidade de realizar adequação da mesma. O
Processo identificou que o conteúdo é abordado, mas precisa de maior clareza e
objetividade na discussão com os alunos. A abordagem prática-teoria favorece o
aprendizado do aluno e os conceitos referentes à pesquisa são colocados para os
alunos nos momentos das tutorias e enfatizados na prática.
Os alunos dos quatro anos do curso valorizam as prevenções de infecções, e
concordaram que o tema deve ser trabalhado na graduação. A pesquisa mostrou
que o aluno inserido na prática profissional tem maiores possibilidades de aprender
sobre a segurança do paciente e prevenções de infecções, pois a articulação teoria-
prática favorecem esse aprendizado. O discente na PUC aprende através do PBL e
Problematização, uma forma de aprendizado que incentiva o aluno a buscar o
conhecimento, pesquisar, entender e compreender o que está sendo trabalhado em
cada período do curso.
Os resultados demonstraram que, na opinião dos alunos, prevenir infecções é
importante e deve fazer parte da graduação, e mesmos os alunos que relataram que
o tema não foi abordado ou foi abordado de forma insuficiente. No decorrer das
demais proposições, relataram sendo importante para enfermeiro conhecer e
entender sobre prevenir infecções, e que o conhecimento irá favorecer a assistência
aos pacientes.
Para melhor abordagem do tema no que refere à teoria, a inserção poderia vir
a ser realizada através dos objetivos de aprendizagem dos problemas utilizados em
tutorias.
Na análise das variáveis o 1º ano apresentou média inferior aos demais anos
do curso de enfermagem, os demais anos - 2º, 3º e 4º anos - apresentam média
próximas, caracterizando que não há diferença ou mínima diferença entre os anos
sobre o conhecimento de infecção em serviços de saúde.
91
Os resultados obtidos por esta pesquisa mostraram a importância de avaliar o
processo de formação dos futuros enfermeiros, e que as metodologias ativas
permitem um crescimento acadêmico dos alunos, que a articulação da teoria e
prática garante o aprendizado do aluno para a aplicação dos conhecimentos sobre
as infecções em saúde e que o tema é abordado, precisando apenas de
amoldamento.
92
18 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o objetivo de avaliar a abordagem do Curso de Enfermagem sobre o
tema Infecções em Serviços de Saúde na proposta curricular em metodologias
ativas, optou-se em realizar esse estudo em três momentos, primeiramente a
pesquisa documental, seguido da pesquisa com os professores e pesquisa com os
alunos.
Para a análise documental foi utilizado o conteúdo ministrado nos quatro anos
do curso no ano letivo de 2014. Foi utilizado o ambiente virtual da FCMS
denominado Moodle, o Banco de Problemas disponibilizado pelos professores,
problemas do Salto Triplo que são utilizados como parte da avaliação do aluno em
cada módulo e a prova de progressão. Na pesquisa documental foi identificado que
o tema sobre infecções em serviços de saúde não foi considerado objetivo de
aprendizagem nos objetivos pré-determinados dos problemas. Em relação ao
material de apoio, foi identificado que há uma limitação para análise documental,
pois nem todos os professores disponibilizam material na plataforma Moodle ou até
mesmo utilizam de forma parcial, assim disponibilizando para o aluno cópia impressa
do material de estudo.
Com a pesquisa foi possível entender como é inserido o tema sobre
prevenção de infecções no âmbito da graduação aos olhos dos docentes da
instituição, pois, para o docente, o assunto é de grande importância, mas precisa ser
abordado de uma forma mais específica e clara para o aluno, já que o mesmo pode
não ter compreensão e muitas vezes não conseguir fazer articulações para
compreender onde e como está inserido. Os professores não mostraram
concordância, pois parte concordou que o tema é abordado nos problemas de
aprendizagem e outros discordaram e ainda afirmaram insuficiente, mas em sua
maioria acreditam que o tema é abordado na prática profissional, e dessa forma o
aluno recebe informações sobre o tema, pois é inserido na prática profissional nos
quatro anos de graduação.
Referente às questões abertas, os professores referem a importância de
prevenir infecções, afirmaram que o tema é necessário para a formação do futuro
enfermeiro e acreditam que poderia ser melhor abordado no decorrer da graduação,
sendo novamente enfatizado que a inserção poderia ser realizada nos problemas
93
utilizados em tutorias. Uma declaração importante da pesquisa foi a declaração de
um professor, na qual ele afirma que o tema da pesquisa faz com que se pense na
forma que está ministrando as teorias e práticas, sendo de grande valia o incentivo
para melhores abordagens sobre infecções em serviços de saúde.
A análise quantitativa mostrou que os alunos concordam com a importância
do tema na graduação, que o tema é inserido na prática profissional e concordam
com a fragilidade no domínio Estrutura para desenvolver o conhecimento sobre
infecções em serviços de saúde. A pesquisa qualitativa foi congruente ao resultado
da quantitativa, ambas mostraram que os alunos compreendem a importância de
conhecer sobre infecções em serviços de saúde, a importância para a assistência, e
que é um diferencial para a segurança do paciente.
Os alunos acreditam que todos os enfermeiros devem conhecer e entender a
importância de prevenir infecções, e mesmos os alunos que relataram que o tema
não foi abordado ou foi abordado de forma insuficiente, demonstraram que
conhecem sobre a importância de prevenir infecções e relataram que o enfermeiro
deve conhecer sobre o tema, pois irá beneficiar a assistência aos pacientes. O
apontamento dos alunos é melhor abordagem, pois os mesmos compreendem nos
encontros de tutorias há uma de troca de conhecimentos prévios que promove a
construção de um saber em grupo, e no momento do fechamento da tutoria o
assunto é discutido, aprendido e colocado em prática quando o aluno está atuando
na prática profissional.
Os resultados da pesquisa documental e de campo mostraram a necessidade
do professor ser incentivado a utilizar, de forma mais ampla, a ferramenta Moodle,
disponibilizando para os alunos materiais de apoio, considerando os princípios do
método de que o aluno deve aprender a buscar o seu aprendizado. Essa ferramenta
poderia ser explorada com o uso de Fóruns de Discussão e construção de produtos
coletivos. Para os professores, uma ferramenta para articulação entre seus pares e
entre as atividades propostas de ensino o aprendizado.
O instrumento de pesquisa dos professores e alunos foi submetido à
confiabilidade, sendo para o instrumento dos professores o Alfa de Cronbach com
média de 180 e o coeficiente de confiabilidade de 0,90. O instrumento dos alunos
teve média de 179 e o coeficiente de confiabilidade de 0,91 ambos os instrumentos
de caráter confiável.
94
O resultado de correlação entre os quatro anos em relação ao conteúdo
aprendido mostrou que o primeiro ano foi inferior (1,36%) em relação aos outros, o
que era esperado, considerando que nesse grupo de alunos, 36 (60%) são oriundos
do ensino médio e 24 (40%) são alunos trabalhadores que atuam na área de saúde
e que conhecem previamente sobre o tema. Em relação aos outros anos do curso,
não ocorreram diferenças no aprendizado, mostrando a necessidade de uma
abordagem mais efetiva e articulada entre teoria e para a incorporação de práticas
que promovam a segurança do paciente com enfoque nas prevenções de infecções
nos serviços de saúde.
Nos resultados da aplicação dos questionários, o domínio Estrutura
apresentou maior fragilidade, e pode ser adequado a partir da estrutura física,
disponibilidade de materiais, equipamentos e atividades, como simulações realistas
e a manutenção de monitores. No domínio Processo, foi identificado que o tema é
abordado na graduação através da articulação entre a teoria e a prática, onde o
aluno ser inserido na prática profissional precocemente é um diferencial para seu
aprendizado. O domínio Resultado mostrou que o aluno tem conhecimento sobre
prevenir infecções e concorda que o tema é de grande valor para os cuidados
assistenciais.
Na análise quantitativa, professores e alunos concordaram em sua maioria
que o assunto é abordado principalmente na prática profissional e participaram de
ações e discussões que falaram sobre prevenção de infecções. Na análise
qualitativa, foi identificado que a valorização do tema entre professores e alunos é
nítida, mas os alunos afirmaram com maior ênfase a necessidade de abordar em
tutorias e ter maior aprofundamento, indo de encontro aos professores, que também
citaram a necessidade de maior abordagem, mas é certo afirmar que nessa
pesquisa foi colocado que 100% dos participantes sabem que o tema deve ser
abordado no curso e acreditam na importância de prevenir infecções em serviços de
saúde.
A prática profissional é a modalidade que aborda com maior frequência o
tema e insere o aluno no contexto de segurança do paciente com as prevenções de
infecções em serviços de saúde, onde a prática assistencial é baseada em
legislações e recomendações de assistência de qualidade aos pacientes.
As metodologias ativas utilizadas no curso favorecem o aprendizado, pois
incentiva o aluno a buscar conhecimento, ter inciativa, ser responsável com suas
95
atividades, com os colegas do grupo que está inserido e favorecem o trabalho em
equipe. A forma de trabalho e dinâmica da metodologia fornece aos alunos diversas
oportunidades de crescimento, direcionamento e, dessa forma, o aluno adquire
responsabilidade em pesquisar para desenvolver o aprendizado. A metodologia
proporciona a integração de conteúdos e a possibilidade de entender e atuar nas
prevenções de infecções, e ainda a praticar na assistência ao paciente quando
estiver atuando no campo da prática. O incentivo a estudar promove um processo
dinâmico e construtivo.
Com tudo, a pesquisa abriu caminhos para vários nortes, mas inicialmente
como sugestão o tema poderia ser inserido como objetivo de aprendizagem e
discutido em tutorias, sendo apresentado de forma clara e objetiva para os alunos,
apontando quando e como estão prevenindo as infecções.
Pretende-se, a partir desta pesquisa, que os resultados sejam divulgados
para os gestores do Curso de Enfermagem, possivelmente os gestores a utilizem
para reformular ou reestruturar os que se fizerem necessários nos componentes
identificados nas atividades que envolvem o processo de ensino aprendizagem.
Assim, os resultados obtidos por esta pesquisa me fizeram enxergar quanto é
importante a avaliação contínua e o envolvimento dos quais estão engajados no
processo, docentes e discentes, pois são eles que se encontram na dinâmica do
currículo vivo que se revela no cotidiano da formação, que aos seus olhos nos
permitem alinhar a trajetória em direção a uma prestação de assistência segura e
com qualidade aos usuários dos serviços de saúde.
96
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104
APÊNDICE
105
106
107
108
109
QUESTIONÁRIO PARA OS DOCENTES.
“Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções em serviços de saúde na formação dos
futuros enfermeiros”.
PARTE I – CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES. Data:________________ Nº _____
1 - Idade: ___________ 2 - Sexo: ( ) M ( ) F
3 – Formação/Graduação:___________________________________________
4 - Tempo de Formado:____________________________________________
5 – Tempo de atuação como docente__________________________________
6 - Tempo de atuação como docente na PUC:__________________________
7 - Curso em que atua:
Graduação: ( ) Enfermagem ( ) Biologia ( ) Medicina ( ) outro ________________
Pós Graduação: ( ) Mestrado Profissional em Educação na Profissões em Saúde
( ) Outro__________________________
( ) Especialização ___________________
( ) Residência Multiprofissional
8 – É Docente em outra instituição?
( ) Sim. Qual? ___________________________ Há quanto tempo? __________________
( ) Não.
9 - Função exercida no Curso de Enfermagem:
( ) Coordenador de Eixo
( ) Coordenador de Modulo
( ) Coordenador de Estágio
( ) Elabora problemas
10 - Modalidade de Ensino no Curso de Enfermagem que participa atualmente:
( ) Tutoria 1o ( ) 2º ( ) 3º ( )
( ) Pratica profissional 1º ( ) 2º ( ) 3º ( )
( ) Consultoria 1º ( ) 2º ( ) 3º ( )
( ) Estágio Curricular Supervisionado UBS ( ) ( ) Hospitalar
PARTE II – DADOS REFERENTES ABORDAGEM DO TEMA DA INFECÇÃO HOSPITALAR NAS
ATIVIDADES DE ENSINO NO CURSO DE ENFERMAGEM DA FCMS-PUC/SP
INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO
110
Este questionário contém uma série de proposições referentes a abordagem do tema infecção em
serviços de saúde no curso de enfermagem. Para responder analise cada uma das afirmações que melhor expressa
sua percepção, marque a que representa a sua opinião.
DISCORDO TOTALMENTE: se discordar totalmente da afirmação.
DISCORDO: se apenas discordar em parte da afirmação.
INDIFERENTE: se nem concordar e nem discordar da afirmação.
CONCORDO: se concordar em parte da afirmação.
CONCORDO TOTALMENTE: se concordar totalmente com a afirmação.
Obrigada pela colaboração.
Discordo
Totalmente
( 1 )
Discordo
(2)
Indiferente
(3)
Concordo
(4)
Concordo
Totalmente
(5)
11.Os problemas utilizados em
tutorias abordam o tema infecção
em serviços de saúde.
12. Não ofereço material de
apoio no Moodle com conteúdo
sobre infecção em serviços de
saúde.
13. Infecção em serviços de
saúde é um tema abordado como
objetivo de aprendizagem nas
tutorias.
14. Os locais onde são realizados
o estágio curricular
supervisionado (UBS e Hospital)
oferecem oportunidades de
aprendizado para o aluno sobre
infecções em serviços de saúde.
15. As atividades práticas
profissionais permitem o
aprendizado do aluno sobre
infecção em serviços de saúde.
16. Ofereço material de apoio no
Moodle com conteúdo sobre
infecção em serviços de saúde.
17. Os problemas utilizados em
tutorias não permitem que o
aluno aprenda sobre infecção em
serviços de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo
Concordo Totalmente
111
18. As atividades de ensino,
capacita o aluno a aplicar os
conceitos de infecção em
serviços de saúde na sua prática
profissional.
19. Os problemas utilizados em
tutorias não abordam o tema
infecção em serviços de saúde.
20. As atividades de ensino
(tutoria, consultorias, prática
profissional, encontro de
integração) abordam a maioria
dos conceitos sobre infecção em
serviços de saúde.
21 - Os materiais utilizados para
as atividades práticas são
suficientes para o aprendizado do
aluno sobre infecção em serviços
de saúde.
22. As atividades de integração
abordam assuntos relacionados
aos aspectos da infecção em
serviços de saúde.
23. As atividades desenvolvidas
no estágio curricular
supervisionado acarretam
melhorias na qualidade da
assistência de enfermagem no
que refere-se a infecção em
serviços de saúde.
24. Ofereço oportunidade do
aluno tirar dúvidas sobre
infecção em serviços de saúde
nas consultorias.
25. Sinto me preparado para
abordar o tema infecções em
serviços de saúde.
26. As estratégias de ensino
desfavorecem o aprendizado do
aluno sobre infecção em serviços
de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente
112
27. As atividades de estágio
curricular supervisionado de
ensino, capacita o aluno a
realizar procedimentos aplicando
os conceitos de infecção em
serviços de saúde.
28. Infecção de serviços de saúde
faz parte das competências para
o aprendizado do aluno no curso
de Graduação de Enfermagem.
29. Não sinto me preparado para
abordar o tema infecções em
serviços de saúde.
30. O tempo dispendido nas
atividades de ensino para abordar
o tema de infecção em serviços
de saúde não é suficiente.
31. As atividades de ensino, não
capacita o aluno a aplicar os
conceitos de infecção em
serviços de saúde na sua prática
profissional.
32. Não participei de nenhuma
atividade que abordou sobre
infecção em serviços de saúde.
33. Os locais onde são realizados
o estágio curricular
supervisionado (UBS e Hospital)
não oferecem oportunidades de
aprendizado para o aluno sobre
infecções em serviços de saúde.
34. Nas consultorias é possível
tirar dúvidas sobre infecções em
serviços de saúde.
35. As atividades de estágio
curricular supervisionado de
ensino, não capacitam os alunos
a realizar procedimentos
aplicando os conceitos de
infecção em serviços de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente
113
36. As atividades realizadas no
laboratório de enfermagem
favorecem o aprendizado do
aluno sobre infecção em serviços
de saúde.
37. As atividades desenvolvidas
no estágio curricular
supervisionado acarretam
melhorias na qualidade da
assistência de enfermagem no
que refere-se a infecção em
serviços de saúde.
38. As atividades de tutoria
oportunizam abordar sobre o
tema infecção em serviços de
saúde.
39. Infecção em serviços de
saúde não é um tema abordado
como objetivo de aprendizagem
nas tutorias.
40. Os problemas utilizados em
tutorias permitem que o aluno
aprenda sobre infecção em
serviços de saúde.
41. Os materiais utilizados para
as atividades práticas não são
suficientes para o aprendizado do
aluno sobre infecção em serviços
de saúde.
42. As atividades de integração
não abordam assuntos
relacionados aos aspectos da
infecção em serviços de saúde.
43. Não ofereço oportunidade do
aluno tirar dúvidas sobre
infecção em serviços de saúde
nas consultorias.
44. As estratégias de ensino
favorecem o aprendizado do
aluno sobre infecção em serviços
de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente
114
45. Infecção de serviços de saúde
não faz parte das competências
para o aprendizado do aluno no
curso de Graduação de
Enfermagem.
46. Não disponibilizo material
impresso sobre infecções em
serviços de saúde.
47. Não participei de nenhuma
atividade que abordou sobre
infecção em serviços de saúde.
48. As atividades realizadas no
laboratório de enfermagem não
favorecem o aprendizado do
aluno sobre infecção em serviços
de saúde.
49. As atividades de tutoria não
oportunizam abordar sobre o
tema infecção em serviços de
saúde.
50. As oportunidades de prática
profissional não permitem que o
tema infecção em serviços de
saúde seja abordado.
51. Disponibilizo material
impresso sobre infecções em
serviços de saúde.
52. Nas consultorias não é
possível tirar dúvidas sobre
infecções em serviços de saúde.
53. O tempo dispendido nas
atividades de ensino para abordar
o tema de infecção em serviços
de saúde é suficiente.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente
54. Comente como você avalia a abordagem do tema Infecção em Serviços de Saúde durante a formação do
futuro enfermeiro?
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
55. Dê sugestões de como melhorar a abordagem sobre Infecção em Serviços de Saúde:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
56. Outros comentários:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
115
QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS PARTICIPANTES.
“Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções em serviços de saúde na formação dos
futuros enfermeiros”.
PARTE I – CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES. Data:____________ Nº _____
1. Idade (anos completos):_____________
2. Sexo: F ( ) M ( )
3. Graduação - Módulo que está cursando atualmente:_________________
4. Graduação - Módulos que foram cursados e concluídos:
a. 1.0 ano: módulo 1 ( ) módulo 2 ( ) módulo 3 ( ) módulo 4 ( )
b. 2.0 ano: módulo 5 ( ) módulo 6 ( ) módulo 7 ( ) módulo 8 ( )
c. 3.0 ano: módulo 9 ( ) módulo 10 ( ) módulo 11
d. 4.0 ano: Estágio Supervisionado hospitalar ( ) Estágio Supervisionado Atenção Básica ( )
Estágio Eletivo ( )
5. Realiza Estágio Remunerado?
( ) sim ( ) não Onde:________________ Tempo de atuação: _______________
6. Trabalha?
( ) sim ( ) não Função: _______________Tempo de atuação: ________________
PARTE II – DADOS REFERENTES ABORDAGEM DO TEMA - INFECÇÃO EM SERVIÇOS DE
SAÚDE NAS ATIVIDADES DE ENSINO NO CURSO DE ENFERMAGEM DA FCMS-PUC/SP.
INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO
Este questionário contém uma série de proposições referentes a abordagem do tema infecção em
serviços de saúde no curso de enfermagem. Para responder analise cada uma das afirmações que melhor expressa
sua percepção, marque a que representa a sua opinião.
DISCORDO TOTALMENTE: se discordar totalmente da afirmação.
DISCORDO: se apenas discordar em parte da afirmação.
INDIFERENTE: se nem concordar e nem discordar da afirmação.
CONCORDO: se concordar em parte da afirmação.
CONCORDO TOTALMENTE: se concordar totalmente com a afirmação.
Obrigada pela colaboração.
116
Discordo
Totalmente
(1 )
Discordo
(2)
Indiferente
(3)
Concordo
(4)
Concordo
Totalmente
(5)
7. As atividades realizadas no
laboratório de procedimentos de
Enfermagem não favorecem o meu
aprendizado sobre infecção em
serviços de saúde.
8.Não tenho conhecimento de como
aplicar os conceitos de infecção em
serviços de saúde.
9. As atividades realizadas no
laboratório de procedimentos de
Enfermagem favorecem o meu
aprendizado sobre infecção em
serviços de saúde.
10. Os conceitos sobre infecções em
serviços de saúde são
disponibilizados no Moodle.
11. A atividade prática profissional
facilita o meu aprendizado sobre
infecção em serviços de saúde.
12. Os problemas utilizados nas
tutorias permitem que eu aprenda
sobre infecção em serviços de saúde.
13. A minha participação nas
atividades de ensino, capacita-me a
realizar procedimentos aplicando os
conceitos de infecção em serviços de
saúde.
14. Os problemas utilizados nas
tutorias não permitem que eu
aprenda sobre infecção em serviços
de saúde.
15. Nas consultorias tenho
oportunidade de tirar minhas dúvidas
sobre infecção em serviços de saúde.
16. Os materiais utilizados para as
atividades práticas (UBS e Hospital)
são suficientes para o meu
aprendizado sobre infecção em
serviços de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo
Concordo Totalmente
117
17. O tempo dispendido nas
atividades de ensino para abordar o
tema de infecção em serviços de
saúde não é suficiente.
18. Os professores são preparados
para abordar sobre infecção em
serviços de saúde.
19. As atividades de integração
abordam assuntos relacionados aos
aspectos da infecção em serviços de
saúde.
20. Os conceitos sobre infecções em
serviços de saúde não são
disponibilizados no Moodle.
21. As atividades de ensino
(consultorias, tutorias e encontro
de integração) desfavorecem o meu
aprendizado sobre infecção em
serviços de saúde.
22. As atividades desenvolvidas no
curso acarretam melhorias na
qualidade da assistência de
enfermagem no que refere-se a
infecção em serviços de saúde.
23. As oportunidades de prática
profissional não permitem que o
tema infecções em serviços de saúde
seja abordado.
24. Os professores disponibilizam
material impresso sobre infecções
em serviços de saúde.
25. As atividades de ensino
(consultorias, tutorias e favorecem o
meu aprendizado sobre infecção em
serviços de saúde.
26. Não participei de nenhuma
atividade no curso que abordou
sobre infecção em serviços de saúde.
27. As atividades de estágio
curricular supervisionado de ensino,
não capacita-me a realizar
procedimentos aplicando os
conceitos de infecção em serviços de
saúde.
28. Infecção de serviços de saúde
não faz parte das competências para
o meu aprendizado no curso de
Graduação de Enfermagem.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente
Concordo Concordo Totalmente
118
29. Os professores não
disponibilizam material impresso
sobre infecções em serviços de
saúde.
30. Infecção em serviços de saúde é
um tema que não é abordado como
objetivo de aprendizagem nas
tutorias.
31. As atividades de estágio
curricular supervisionado de ensino,
capacita-me a realizar procedimentos
aplicando os conceitos de infecção
em serviços de saúde.
32. Os locais onde realizo o estágio
curricular supervisionado oferecem
oportunidades de aprendizado sobre
infecções em serviços de saúde.
33. Infecções em Serviços de Saúde
é um tema abordado como objetivo
de aprendizagem nas tutorias.
34. As atividades desenvolvidas no
estágio curricular supervisionado
acarretam melhorias na qualidade da
minha assistência de enfermagem no
que refere-se a infecção em serviços
de saúde.
35. Nas consultorias não tenho
oportunidade de tirar dúvidas sobre
infecções em serviços de saúde.
36. Os locais onde realizo o estágio
curricular supervisionado não
oferecem oportunidades de
aprendizado sobre infecções em
serviços de saúde.
37. Infecção de serviços de saúde faz
parte das competências para o meu
aprendizado no curso de Graduação
de Enfermagem.
38. A atividade prática profissional
não facilita o meu aprendizado sobre
infecção em serviços de saúde.
39. Os materiais utilizados para as
atividades práticas (Laboratório de
Procedimentos) são suficientes para
o meu aprendizado sobre infecção
em serviços de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo
Concordo Totalmente
119
40. Não tenho oportunidade de tirar
minhas dúvidas sobre infecção em
serviços de saúde nas consultorias.
41. Os materiais utilizados para as
atividades práticas (UBS e Hospital)
não são suficientes para o meu
aprendizado sobre infecção em
serviços de saúde.
42. O tempo dispendido nas
atividades de ensino para abordar o
tema de infecção em serviços de
saúde é suficiente.
43. Os professores não são
preparados para abordar sobre
infecção em serviços de saúde.
44. As atividades de integração não
abordam assuntos relacionados aos
aspectos da infecção em serviços de
saúde.
45. As atividades desenvolvidas no
estágio curricular supervisionado
não acarretam melhorias na
qualidade da minha assistência de
enfermagem no que refere-se a
infecção em serviços de saúde.
46. Nas consultorias tenho
oportunidade de tirar dúvidas sobre
infecções em serviços de saúde.
47. As atividades desenvolvidas no
curso não acarretam melhorias na
qualidade da assistência de
enfermagem no que refere-se a
infecção em serviços de saúde.
48. As oportunidades de prática
profissional permitem que o tema
infecções em serviços de saúde seja
abordado.
49. Os materiais utilizados para as
atividades práticas (Laboratório de
procedimentos) são suficientes para
o meu aprendizado sobre infecção
em serviços de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente
Concordo Concordo Totalmente
120
50. Participei de atividade no curso
que abordou sobre infecção em
serviços de saúde.
51. Tenho conhecimento de como
aplicar os conceitos de infecção em
serviços de saúde.
52. A minha participação nas
atividades de ensino, não capacita-
me a realizar procedimentos
aplicando os conceitos de infecção
em serviços de saúde.
53. Os materiais utilizados para as
atividades práticas (Laboratório de
procedimentos) não são suficientes
para o meu aprendizado sobre
infecção em serviços de saúde.
Discordo Totalmente Discordo Indiferente
Concordo Concordo Totalmente
54 - Comente como você avalia a abordagem do tema Infecção em Serviços de Saúde durante a sua formação?
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
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55. Dê sugestões de como melhorar o seu aprendizado sobre Infecção em Serviços de Saúde:
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56. Outros comentários:
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ANEXOS
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