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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE Juliana Vaz Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas. MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE SOROCABA 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE

Juliana Vaz

Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições

para o ensino de enfermagem em metodologias ativas.

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE

SOROCABA

2016

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Juliana Vaz

Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções: contribuições para o

ensino de enfermagem em metodologias ativas.

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE

Trabalho final apresentado à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência para obtenção do título de MESTRE PROFISSIONAL em Educação nas Profissões da Saúde sob a orientação da Profª Drª Raquel Aparecida de Oliveira.

SOROCABA

2016

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Elaborado pela Biblioteca Prof. Dr. Luiz Ferraz de Sampaio Júnior.

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde – PUC-SP

Vaz, Juliana

V393 Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções:

contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas /

Juliana Vaz. -- Sorocaba, SP : [s.n.], 2016.

Orientadora: Raquel Aparecida de Oliveira.

Trabalho Final (Mestrado Profissional) -- Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde.

1. Infecção Hospitalar/prevenção & controle. 2. Segurança do

Paciente. 3. Educação em Enfermagem/métodos. 4. Avaliação

Educacional. I. Oliveira, Raquel Aparecida. II. Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde. III.

Título.

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Banca Examinadora

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“Dedico este trabalho a Deus, que me ajudou a ter

paciência e determinação. Me ajudou a perseverar e a

acreditar que tudo iria dar certo. Agradeço a Deus por

ter colocado pessoas maravilhosas em meu caminho

e que me ajudaram a seguir esse caminho e a chegar

ao resultado final de realizar mais esse sonho”.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo que me acolheu,

primeiro como aluna, segundo como professora da graduação de enfermagem e

posterior como aluna do Mestrado. Agradeço a Fundação São Paulo (FUNDASP)

pela bolsa de estudo, que proporcionou a realização desse sonho.

À minha mãe que desde o início foi a inspiração para toda a carreira de

estudo e profissão.

Aos meus filhos Fernando e Yasmin, pelo carinho e em especial a Yasmin,

que tão pequena compreendeu todas as vezes que não pude estar presente e dar

atenção nos momentos que ela tanto queria.

Ao meu esposo, Jefferson, que no decorrer do meu estudo passou a entender

a importância do mestrado para mim.

As professoras da PUC Hebe, Janie e Carmen, companheiras de trabalho,

queridas amigas, parceiras: tenho muito carinho por vocês.

Aos professores que participaram da banca de Qualificação, Profa. Isabel e

Prof. Fernando, pelas sugestões que contribuíram para a qualidade do meu trabalho

e por aceitarem participar da minha banca de defesa.

Aos professores do Mestrado Profissional da PUC-SP, pela dedicação e

valiosos ensinamentos.

Aos colegas de turma pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos.

À Heloisa pela paciência, dedicação e, por sempre estar à disposição para

ajudar com muito carinho.

Aos alunos e professores que aceitaram participar da pesquisa e dedicaram

tempo para responder ao questionário.

À Raissa, pela tradução do inglês, que o fez com agilidade e dedicação.

À Adriana Botelho, amiga, que auxiliou com a tabulação dos dados e

organização das planilhas.

Às amigas de trabalho Camila e Laís, pela paciência e ajuda nos momentos

que precisei.

Á todos os amigos, familiares, alunos e colegas de trabalho, que não foram

citados nominalmente, mas que foram importantes nessa etapa da minha vida.

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AGRADECIMENTOS ESPECIAL

Agradeço em especial a três pessoas que fizeram parte dessa trajetória, à

orientadora Raquel Aparecida de Oliveira, pelas orientações, dedicação e paciência

nos momentos difíceis.

Á minha amiga Josiani, pelo carinho, amizade, paciência; por ouvir quando

precisei. Por sempre mandar “Um reforço” e, por ajudar com a formatação do meu

trabalho.

E, agradeço ao meu amigo Jorge, pela paciência, pelo carinho, por estar

sempre ao meu lado; pelas palavras de incentivo e força que não me deixaram

desistir; obrigada por tudo... Somos amigos para sempre.

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“Sábio é aquele que a tudo compreende e nada ignora. Deus

não impôs aos ignorantes a obrigação de aprender, sem antes

ter tomado dos que sabem o juramento de ensinar”. Provérbio

chinês.

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RESUMO

Juliana V. Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções:

contribuições para o ensino de enfermagem em metodologias ativas.

Introdução: O Enfermeiro é o responsável em atuar na prevenção e controle de

infecção em serviços de saúde. Objetivos: Avaliar no curso de graduação de

enfermagem com metodologias ativas, a abordagem do tema infecções em Serviços

de Saúde; identificar sob a perspectiva do docente e discente a abordagem de

infecção em serviços de saúde e verificar as modalidades de ensino aprendizagem

que contemplam essa temática. Material e Método: Estudo exploratório-descritivo,

documental e quantiqualitativo realizado no Curso de Enfermagem da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo. A pesquisa documental foi no Banco de

Problemas Tutoriais e Material de Apoio do ambiente virtual. Participaram 12

(66,6%) docentes e 60 discentes (57,6%) que responderam um questionário,

contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados: O estudo

documental mostrou que o conteúdo é abordado de forma gradativa, atende as

especificidades do eixo de cada ano. Os instrumentos mostraram-se confiáveis,

valor de Alfa de Cronbach de 0,90 dos professores e 0,91 dos alunos. Na

caracterização, os docentes 100% eram do sexo feminino. Os discentes eram 95%

do sexo feminino e 5% do sexo masculino. 24 (40%) são alunos trabalhadores e oito

(13,3%) realizam estágio remunerado. Na dimensão Estrutura os docentes sentem-

se preparados para abordar o tema e não disponibilizam material no ambiente

virtual. No Processo concordaram que as atividades práticas permitem o

aprendizado e não houve consenso quanto a abordagem do tema como objetivo de

aprendizagem nos problemas. Em Resultado referiram que o aluno realiza

procedimentos aplicando os conceitos. Os alunos alegaram que na Estrutura os

materiais utilizados nas atividades práticas são suficientes para o aprendizado e que

os locais de estágio oferecem oportunidade de aprendizado. No Processo

concordaram que o tempo dispendido sobre o assunto é suficiente e que

participaram de atividade sobre a temática. Na dimensão Resultado reconhecem

que aplicam os conceitos na prática e que as atividades de ensino desenvolvidas no

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curso acarretam melhoria na qualidade da assistência. Na comparação das três

dimensões (análise instrumento dos alunos), a que obteve maior escore de

favorabilidade foi a de Processo (64%) e a pior o Estrutura (36%). Docentes e alunos

confluíram suas opiniões quanto a importância da abordagem do tema e sugerem

que seja mais explorado nos objetivos de aprendizagem e maior aprofundamento

respectivamente. Discussão: Os achados permitiram verificar a potencialidade das

metodologias ativas para o ensino de prevenção de infecções nos serviços de saúde

e mostrar os pontos que merecem maior ênfase.

Palavras chaves: Infecção Hospitalar/Prevenção & Controle; Segurança do Paciente; Educação em Enfermagem/Métodos; Avaliação Educacional.

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ABSTRACT

Juliana V. Patient safety in infection prevention approach: contributions to nursing education in active methodologies .

Introduction: The nurse is the responsible one for acting in the prevention and control of infections in Health Services. Objectives: To assess in the undergraduate nursing course with active methodologies, the approach of the subject infections in Health Services; identify through the perspective of professors and students the approach of infections in Health Services and verify the teaching and learning methods that include this subject. Materials and Methods: A descriptive and exploratory, documentary and quanti-qualitative study held at the Undergraduate Nursing Course at the Pontifical Catholic University of São Paulo. The documentary research covered the Bank of Tutorials Problems and Material Support of the virtual environment. Participated in 12 (66.6%) teachers and 60 students (57.6%) who answered a questionnaire containing a Likert Scale and open questions. Results: The documentary study showed that the content is approached gradually, and meets the specificities of the axis of each year of graduation. The instruments are reliable, Cronbach's alpha value of 0.90 for professors and 0.91 for students. In characterizing the sample, teachers were 100% female. Students were 95% female and 5% male. 24 (40%) of the students are workers and eight (13.3%) perform paid internship. In the Structure dimension professors feel prepared to address the issue and do not provide material in the virtual environment. In Process they agreed that the practical activities allow the learning and there was no consensus for the approach of the subject as a learning objective in the study of problems. In Results they indicated that the student performs procedures applying the concepts. Students claimed that the structure of the materials used in practical activities are sufficient for learning and internship sites offer learning opportunities. In Process they agreed that the time spent on the subject is sufficient and had participated in activities addressing the subject. In the Result dimension they recognize that are applying the concepts in practice and claim that teaching activities developed in the course lead to the improvement of care quality. In comparing the three dimensions (analysis students instrument), the one that obtained the highest favorability score was Process (64%) and the worst, Structure (36%). Professors and students converged their views on the importance of the theme approach and suggest it to be further explored in the learning objectives and further deepening of the subject, respectively. Discussion: The findings allowed to verify the potential of active methods for teaching prevention of infections in Health Services and show the points that deserve more emphasis. Key words: Cross Infection / Prevention & Control; Patient safety; Education, Nursing / Methods; Educational Measurement.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CCIHS: Controle de Infecção Hospitalar

CEP: Conselho de Ensino e Pesquisa

CNCIRAS: Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas

à Assistência à Saúde

CHS: Conjunto Hospitalar de Sorocaba

CVC: Cateter Venoso Central

DCN: Diretrizes Curriculares Nacionais

DNCIH: Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar

DCNs: Diretrizes Curriculares Nacionais

EPI: Equipamento de Proteção Individual

FCMS: Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde.

FUNSASP: Fundação São Paulo

IPCS: Infecção Primária de Corrente Sanguínea

INESP: Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa

IRAS: Infecção Relacionada a Assistência à Saúde

HSL Hospital Santa Lucinda

MBA: Master in Business Administration

OMS: Organização Mundial de Saúde

OPAS: Organização Pan-Americana da Saúde

PCI: Programa de Controle de Infecções

PCIH: Programa de Controle de Infecção Hospitalar

PUC/SP: Pontifícia Universidade Católica – São Paulo

PNCIH: Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar

PPE: Projeto Pedagógico de Enfermagem

PNSP: Programa Nacional de Segurança do Paciente

RDC: Resolução da Diretorias Colegiadas

RN: Recém Nascido

SCIH: Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

SPCIH: Serviço de Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar

SNE: Sonda Nasoenteral

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UTI: Unidade de Terapia Intensiva

UTI N: Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 Justificativa ...................................................................................................... 14

1.2 Infecções em serviços de saúde e a segurança do paciente.....................................................................................................................15

1.3 As infecções em serviços de saúde e o enfermeiro...................................... 20

1.4. As infecções em serviços de saúde e a formação do enfermeiro................24 2 OBJETIVOS .......................................................................................................... 27

2.1 Objetivos especificos ....................................................................................... 27

3 Trajetória metodológica........................................................................................28 3.1Tipo de estudo ....................................................................................................28

3.2 Local do estudo ................................................................................................ 28

3.3 Participantes ..................................................................................................... 29

3.3.1 Critérios de inclusão ..................................................................................... 29

3.3.2 Critérios de exclusão ..................................................................................... 29

3.4 Procedimento de coleta de dados e instrumentos ......................................... 29

3.4.1 Pesquisa documental .................................................................................... 29

3.4.2 Pesquisa quantiqualitativa – elaboração e aplicação do questionário de

pesquisa .................................................................................................................. 30

3.4.3 Instrumento de coleta de cados ................................................................... 30

3.4.4 Análise conteúdo do instrumento ................................................................ 32

3.4.5 Organização e análise de dados .................................................................. 33

4 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................ 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 35

5.1 Análise documental ......................................................................................... 35

5.2 Análise do instrumento de coleta alunos professores ................................. 37

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5.2.1 Confiabilidade ................................................................................................. 37

5.3 Correlação entre os domínios ..........................................................................39 5.3.1 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultdo...................39

6. ARTIGO 1- ENSINO SOBRE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE:

PERCEPÇÕES DOS DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ............ 41

6.1 Introdução ......................................................................................................... 41

7 MÉTODO ................................................................................................................ 44

8 RESULTADOS ...................................................................................................... 46

9 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 54

9.1 Fidedignidade do instrumento ......................................................................... 54

9.2 Análise das distribuições dos resultados pelas dimenssões estrutura,

processo e resultado .............................................................................................. 54

10 CONCLUSÕES ....................................................................................................60

11 ARTIGO 2- SEGURANÇA DO PACIENTE – PERCEPÇÃO DOS ALUNOS

SOBRE A ABORDAGEM DO TEMA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NA

GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM .......................................................................... 61

11.1 Introdução ........................................................................................................ 61

12 Método..................................................................................................................64 2.1 Desenho e local do estudo................................................................................64

13 RESULTADOS .................................................................................................... 66

13.1 Perfil dos estudantes ......................................................................................66

13.2 Confiabilidade dos instrumentos ..................................................................66 13.3 Análise Qualitativa ..........................................................................................72 14 DISCUSSÃO........................................................................................................77 14.1 Perfil dos estudantes......................................................................................77 14.2 Fidedignidade do instrumento........................................................................77

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14.3 Correlação entre os domínios........................................................................77 14.4 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo Resultado....................78 15 Análise das distribuições dos resultados pelas dimensões Estrutura, Processo e Resultado.............................................................................................79 15.1 Dimensão Estrutura.........................................................................................79 15.2 Dimensão Processo.........................................................................................79 15.3 Dimensão Resultado........................................................................................82 16 ANÁLISE QUALITATIVA......................................................................................83 17 CONCLUSÕES.....................................................................................................89 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................92 19 REFERENCIAS.....................................................................................................96 20 APENDICES........................................................................................................104 21 ANEXOS.............................................................................................................121

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

No ano de 2001, concluí a graduação em enfermagem pela PUC/SP e, antes

de tornar-me especialista em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar, trabalhei

como enfermeira assistencial. Nesse período, a falta de pias para realizar higiene

das mãos, ausência da limpeza de equipamentos e mobiliários, bem como a

ausência da técnica correta de procedimentos, já faziam parte dos questionamentos

diários, por acreditar que o paciente deveria receber assistência segura e não

adquirir complicações ao permanecer hospitalizado por um período estendido.

No ano de 2006, iniciei minhas atribuições como Enfermeira no Serviço de

Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar (SPCIH) em uma instituição da cidade

de Sorocaba/SP. No início, o processo foi difícil, pois as exigências nessa função

iam além daqueles conhecimentos adquiridos na graduação. Para suprir as

necessidades da minha profissão naquele momento realizei especialização em

Master in Business Administration (MBA) em Serviços de Saúde e Controle de

Infecção Hospitalar no INESP – Instituto Nacional de Ensino Superior e Pesquisa –

SP. A organização do curso, o currículo e as estratégias de ensino-aprendizagem, o

conhecimento dos professores, a troca de experiências com profissionais da área,

bem como a dinâmica de trazer situações do cotidiano da área da saúde foram de

grande importância para direcionar as questões de prevenção no meu processo de

trabalho.

No mesmo período de atuação como Enfermeira de Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar (SCIH), trabalhei em três instituições, duas na cidade de

Sorocaba/SP e a outra na cidade de Itu/SP, constatei a necessidade de sensibilizar

os enfermeiros sobre a importância de prevenir as infecções através de

treinamentos. A minha percepção apontava que o assunto abordado era

desconhecido ou tratado como uma consequência normal da atenção à saúde,

seguido por uma desvalorização do profissional quanto ao tema de prevenção de

infecção hospitalar ou serviços de saúde. O estudo de Silva e Souza1, com livre

participação de enfermeiras candidatas a um curso de especialização em controle

de infecção, apontou descaso dos profissionais de saúde; profissionais pouco

comprometidos com a saúde e que ignoram ou até desconheciam o controle ou

normas estabelecidas pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e

ainda a pouca abordagem do tema na graduação dos enfermeiros.

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Desta forma passei a refletir sobre o papel da formação do enfermeiro nos

aspectos da segurança do paciente com enfoque na prevenção das infecções em

serviços de saúde.

No decorrer da atuação no SCIH, questionei informalmente aos enfermeiros

quanto à abordagem da infecção hospitalar durante a graduação e as respostas

direcionaram que foi pouco abordado e ainda constatei a desvalorização do assunto.

A partir dessa observação da realidade, duas questões emergiram: Por que o tema

não era abordado de forma adequada na graduação? Por que os profissionais

estavam desvalorizando o tema? Assim, diante dessas observações, entendendo

que a formação do enfermeiro pode contribuir para uma atuação mais efetiva nas

questões de controle e prevenção de infecções, na dimensão assistencial e

educativa tanto do paciente, família e equipe multiprofissional, passei então a

questionar: como tem sido abordado o tema no atual currículo do Curso de

Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúda da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo (FCMS-PUC/SP)?

Em 2013 já não mais atuava na área hospitalar, e tive a oportunidade de

iniciar minha prática docente atuando nos 5º e 6º períodos do Curso de Enfermagem

da FCMS-PUC/SP. Ao ingressar no Mestrado Profissional da mesma instituição,

encontrei a possibilidade de buscar respostas para tais questões.

1.2 Infecção em serviços de saúde e a segurança do paciente

As infecções relacionadas a assistência à saúde (IRAS) por muito tempo

ficaram exclusivamente sob os olhos da vigilância hospitalar e fizeram parte das

estatísticas e das CCIH. Atualmente, é considerado um tema sob a ótica da

Segurança do Paciente, sendo contemplada mundialmente na meta internacional de

segurança número 5 “Reduzir os riscos de infecções associadas aos cuidados em

saúde”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que entre 5 a 10% dos

pacientes que utilizam serviços de saúde adquirem uma ou mais infecções. Com o

objetivo de auxiliar na redução das infecções estratégias foram elaboradas para

incentivar o envolvimento das instituições nas prevenções. A primeira meta

compartilhada foi a Aliança Mundial pela Segurança do Paciente intitulada “Uma

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assistência Limpa é uma Assistência mais Segura” que envolve ações de incentivo à

higiene das mãos.2

Segurança pode ser definida como ausência de exposição ao perigo e

proteção contra ocorrência ou risco de lesão ou perda, e para a OMS, segurança do

paciente consiste na ausência de dano potencial ou desnecessário para o paciente

associado aos cuidados em saúde ou ainda evitar lesões e danos nos pacientes

decorrentes do cuidado que tem como objetivo ajudá-los. 3,4,5

Para a OMS, “[...] segurança do paciente corresponde reduzir ao mínimo

aceitável os riscos e danos desnecessários associados ao cuidado de saúde [...]”.2

Neste sentido, as instituições buscam certificações de qualidade com o objetivo de

seguir as recomendações necessárias para proporcionar assistência aos pacientes

com segurança.

Atualmente, os pacientes e familiares com acesso às informações, seja na

mídia televisiva ou através de sites de busca e redes sociais, propicia

questionamentos sobre a assistência que está sendo prestada e a preocupação com

as condições de segurança nos hospitais, clínicas e unidades básica de saúde, e

também proporciona incentivo às instituições a aderir à vigilância de práticas

seguras. Para ter acesso a qualquer informação, é necessário acessar sites de

buscas ou rede de comunicações. Qualidade e melhorias podem ser divulgadas por

toda rede de comunicação, mas os erros e falhas também são expostos com

facilidade, sendo de grande valia para as instituições de saúde procurar investir na

prevenção de erros e danos aos pacientes. Essa abordagem é incentivada

mundialmente.2,4 O erro humano e a segurança do paciente são tema de estudo nos

Estados Unidos, onde são relatados casos de mortes decorrentes de erros durante a

assistência à saúde, sendo maior que as relacionadas aos acidentes de automóvel,

câncer de mama e Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, e também relata que,

na área da saúde, o erro humano pode ocorrer por diversas razões, sendo casos

isolados ou múltiplos fatores associados, que pode envolver a instituição, recursos

humanos, financeiros e estruturais.6,7,8

A segurança do paciente sendo trabalhada na formação acadêmica dos

profissionais de saúde reforça o desenvolvimento do trabalho sem erros,

trabalhando e favorecendo a cultura de que não é aceitável trabalhar a assistência

sem responsabilidade, sem cuidados, esforços e conhecimento sobre os

procedimentos a serem realizados.4,8

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No Brasil, as primeiras CCIH surgiram na década de 1960.9 Com as ações

destas CCIH, e o movimento contínuo de profissionais envolvidos na área, evoluiu-

se gradativamente para a concepção das Infecções Relacionadas à Assistência à

Saúde (IRAS) como um problema de saúde pública, e, em 1988 foi instituído o

Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar, por meio da Portaria nº.

232/98, no âmbito do Ministério da Saúde. Em decorrência deste Programa, foi

criada a Divisão Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (DNCIH) - Portaria no.

666/90 .9,10

Em 1983 e 1992, foram publicadas respectivamente as Portarias nº. 196 e nº.

930, com o objetivo de normalizar as ações de prevenção e controle de IRAS no

Brasil e atualmente as legislações e normativas que determinam as diretrizes gerais

para a prevenção e controle de IRAS são a Lei nº. 9.431 de 1997, a Portaria nº.

2.616 de 1998 e a RDC nº 48 de 2000.11,12

Em 1999, foi oficialmente constituída a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA), e o Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar

(PNCIH) foi transferido do Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº. 1.241, de 13

de outubro de 1999, que repassou as atividades de controle de infecções

hospitalares para a então Gerência de Controle de Riscos à Saúde, da Diretoria de

Serviços e Correlatos. A seguir a ANVISA assumiu as atribuições e interfaces com

órgãos de vigilância sanitária Estaduais e Municipais. A ANVISA atua na prevenção

e controle de infecções nos serviços de saúde e trabalha a segurança do paciente,

um assunto que nos últimos tempos é apontado como foco em instituições e projetos

de melhorias de órgãos competentes.2,9

O Ministério da Saúde instituiu a portaria nº 529, de 1º de abril de 2013,

referente ao Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), com o objetivo

de promover uma atenção segura, livre de incidentes que possam gerar danos à

saúde. A implantação de uma assistência segura envolve profissionais vinculados ao

ensino, assistência e pesquisa, e estudantes de graduação e pós-graduação que

devem realizar ações que priorizem o melhor cuidado aos pacientes. Sendo assim,

em 2014 foi criado o Programa Nacional de Segurança do Paciente, que trabalha

inicialmente com a cultura dos trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no

cuidado, e gestores, onde assume responsabilidade pela sua própria segurança,

segurança de seus colegas, pacientes e familiares. O programa prioriza a segurança

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acima de metas financeiras e operacionais; encoraja e recompensa a identificação, a

notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; a partir da

ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional, e proporcionam

recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança. 4,13

Em todos os níveis de atenção à saúde é necessário ampliar o olhar para

além da própria atuação profissional e para os múltiplos fatores que colocam em

risco a segurança do paciente no processo de cuidado, requerendo um esforço

intenso e direcionado para que os processos de atenção à saúde, desde o

planejamento, normas, procedimentos, rotinas, mapas estratégicos, checklist, entre

outros, sejam realmente elaborados, mas principalmente implementados e seguidos

rigorosamente.14

As infecções relacionadas à saúde, por muito tempo, foram o foco da

epidemiologia hospitalar e integravam as estatísticas das CCIH. Atualmente, não é

abordada somente nesses contextos, mas faz parte da segurança do paciente,

visualizada como um evento adverso na assistência à saúde, sendo as infecções de

sítio cirúrgico, pneumonia associada à ventilação mecânica, infecções associadas à

catéteres e infecções do trato urinário associadas ao uso de catéteres estão dentre

os principais tipos de eventos relacionados a infecções. As situações nas quais

ocorrem erros ou falhas são denominados incidentes, e podem ou não provocar

danos aos pacientes. Este erro está sendo chamado de Evento Adverso, “que é o

incidente que atingiu o paciente e resultou num dano ou lesão, podendo representar

um prejuízo temporário ou permanente e até mesmo a morte entre os usuários dos

serviços de saúde”. Prevenir infecções em serviços de saúde, é das ações de

segurança do paciente na prevenção dos eventos adversos, pois os mesmos

ocasionam transtornos aos pacientes e elevam os custos para a instituição.2,15

Um exemplo para prevenir infecções relacionada à assistência de saúde é a

higiene das mãos. Em 1846, Ignaz Semmelweis, médico húngaro, reportou a

redução no número de mortes maternas por infecção puerperal após a implantação

da prática de higienização das mãos em um hospital em Viena e, desde então, esse

procedimento tem sido recomendado como medida primária no controle da

disseminação de agentes infecciosos. A prática sustentada de higiene das mãos

pelos profissionais de saúde no momento certo e da maneira correta auxilia a

redução da disseminação da infecção no ambiente de saúde e suas consequências.

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19

A higiene das mãos, mesmo sendo uma medida simples para a prevenção, tem-se

obtido, surpreendentemente, baixo índice de adesão da equipe multiprofissional.16,17

Como a adesão nas medidas de prevenção são consideradas baixas, a

ANVISA buscou conhecer a incidência das IRAS nas Unidades de Terapia Intensiva

(UTI) dos hospitais brasileiros para trabalhar a redução dos eventos adversos

decorrentes do cuidado em saúde no Brasil. No ano de 2010, 690 hospitais do Brasil,

notificaram dados para compor o primeiro indicador nacional obrigatório: densidade

de incidência de infecção primária de corrente sanguínea (IPCS) associada a um

catéter venoso central (CVC). Destes esforços, resultou-se a notificação de 18.370

IPCS, sendo 59,3% ocorrências em UTI adulto, 8,3% em UTI pediátrica e 32,4% em

UTI neonatal. A monitorização deste indicador é de maior importância, pois promove

respaldo nas estimativas da OMS, que apontam que um em cada quatro pacientes

internados em unidades de cuidados intensivos vão adquirir infecção.6,2

A higiene das mãos é abordada de forma mundial para prevenir infecções

relacionada a assistências de saúde, mas outros tópicos fazem parte desta

campanha, como os procedimentos clínicos seguros, segurança do sangue e de

hemoderivados, administração segura de injetáveis e de imunobiológicos, e

segurança da água.2

Em 2011, a RDC/ANVISA nº 63 determinou que os estabelecimentos de

saúde elaborassem estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente,

incluindo a prevenção de IRAS. Seguindo essas ações foi instituída a Comissão

Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à

Saúde, com a finalidade de assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na

elaboração de diretrizes, normas e medidas para prevenção e controle de IRAS. Em

abril de 2013 foi publicada a Portaria MS/GM nº 529 que institui o Programa

Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) o qual contempla as IRAS.13

Posteriormente, em julho do mesmo ano, foi publicada a RDC /Anvisa nº 36 que

institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde dentre as quais

aquelas voltadas para a prevenção e controle das IRAS.2,9,18,19

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20

1.3 As infecções em serviços de saúde e o enfermeiro

Ao escolhermos ser enfermeiros, sabemos que, de uma forma ou de outra,

essa profissão se refere às dimensões do cuidar e gerenciar, atuando em diferentes

cenários e níveis da área da saúde como na promoção, prevenção, cura e

reabilitação. Desta forma, são necessários o aperfeiçoamento e a capacitação para

intervir e favorecer assistência segura e de qualidade. O enfermeiro obtém

competência técnico-cientifica e é responsável por administrar e liderar equipe de

enfermagem que irá prestar assistência direta aos pacientes. É um profissional

ímpar na assistência, por isso a importância do mesmo ter conhecimentos sobre a

prevenção de infecções de serviços de saúde para multiplicar os conhecimentos

para sua equipe e demais profissionais envolvidos na assistência.20

Em 1855, Florence Nightingale, com base em dados de mortalidade das

tropas britânicas, propôs mudanças na higiene dos hospitais que resultaram em

redução no número de óbitos dos pacientes internados; sendo diversas outras

atividades que exerceu ao longo de sua vida, Florence Nightingale também esteve

envolvida com a criação das primeiras medidas de melhorias dos hospitais.21

No Brasil, as infecções hospitalares começaram a ter maior relevância a partir

da década de 70, quando surgiram as primeiras comissões de infecções em

hospitais, sendo o Hospital das Clínicas e o Hospital Ipanema os primeiros a

iniciarem as CCIHs. Nesse mesmo período, o Ministério da Saúde passou a ter

envolvimento e elaborou medidas para prevenir infecções hospitalares, como a

Portaria nº 196, que recomendava a criação de CCIHs nos hospitais, e na década de

90, a criação do Programa de Controle de Infecção Hospitalar.22

Na década de 90 foi instituída a Portaria N° 2.616, de 12 de maio de 1998,

onde descreve “Infecção Hospitalar é aquela adquirida após a admissão do paciente

e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser

relacionada a internação ou procedimentos”. Consta nessa portaria que o enfermeiro

deve fazer parte da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar como membro

consultor e executor.19

A lei Nº 7.498/86, que dispõe sobre a regulamentação do exercício da

enfermagem e dá outras providências e no Art. 11°, inciso II – Parágrafo 5º e 6º,

descreve que o enfermeiro tem a função junto com a equipe de saúde de realizar

prevenção e controle sistemáticos de infecção hospitalar e de doenças

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21

transmissíveis, e ainda realizar a prevenção e controle de danos sistemáticos que

possam ser causados à clientela durante a assistência de enfermagem.23

As infecções podem ser divididas em duas partes relacionadas, a primeira

relacionada à questão das alterações das condições orgânicas do paciente e

imunológica que podem vir a deixa-lo mais suscetível, e a segunda relacionada ao

ambiente, às ações dos profissionais de saúde, os procedimentos invasivos e a

deficiência ou ausência de boas práticas. 13,22

Para realizar a prevenção de infecções em serviços de saúde é necessário ter

ação macro política, que seriam as ações governamentais, e as micropolíticas, que

são as ações institucionais, que envolvem a participação de toda equipe, não

somente dos membros das comissões, mas de todos os profissionais que realizam a

assistência aos pacientes. A prevenção de infecções deve ser discutida, abordada e

implantada nas instituições de saúde e acadêmicas, pois o enfermeiro é um

profissional educador constante em suas atribuições diárias.6,24 Este realiza as

orientações da equipe de enfermagem, familiares e tem a propriedade de trabalhar

em parcerias com equipes multidisciplinares e auxiliar nas orientações de toda

equipe.2,22,24

Em todas as categorias profissionais existem protocolos instituídos, regras de

convivência, código de ética e a direção que o trabalho deve ser realizado para se

chegar ao objetivo final. Na área da saúde não difere a forma global das demais

instituições em relação às regras, protocolos e código de ética. Mas o foco do

trabalho não é uma peça de qualquer computador, carro, alimentos ou materiais

para construção. Na área da saúde, o foco do trabalho, o ponto a ser tratado, é o

cuidar de uma pessoa, um ser humano, que pode ser um recém-nascido ou uma

pessoa idosa ao final de sua jornada. Dessa forma o trabalho merece a fiel trajetória

e o cumprimento de regras para prevenir danos que muitas vezes podem ser

irreversíveis. Nesse aspecto, a infecção pode ser considerada um dano aos

pacientes e que muitas vezes ocasiona grandes transtornos, problemas sociais,

custos elevados às instituições e aos pacientes e ainda com o agravante, que pode

levar à morte.

As infecções podem ser divididas em três categorias de acordo com a

Portaria N° 2.616, de 12 de maio de 1998:

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22

1) Infecção Comunitária: quando o paciente é hospitalizado com alguma infecção que adquiriu na residência ou comunidade, como por exemplo, pneumonia, diarreia, conjuntivite e outras doenças infecto contagiosas como varicela, tuberculose, meningites. Para prevenir essa forma de infecção é de grande importância as orientações relacionadas a educação da população por meio de campanhas realizadas pelo governo e ações nas unidades básicas de saúde e agentes da saúde. 2 ) Infecção Importada: aquela que o paciente chega a instituição transferido de outra já com uma ou mais infecções. Nesse caso a instituição anterior deve ser comunicada, para realizar ações que visem prevenir infecções futuras e seguir regras e rotinas para notificações das infecções. 3) Infecção Hospitalar: é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.19

Algumas infecções em serviços de saúde são evitáveis e outras não. As

infecções que podem ser prevenidas são as que se pode interferir na cadeia de

transmissão dos microrganismos. A interrupção dessa cadeia de transmissão é

realizada através da higiene das mãos, que mais uma vez é citada e pode ser uma

medida eficaz, o processamento dos artigos e limpeza de superfícies, a utilização

dos equipamentos de proteção individual, no caso do risco laboral, e a observação

das medidas de antissepsia.25,26

As infecções são iatrogênicas, decorrentes da assistência dos serviços de

saúde, e nas últimas décadas passaram a ter uma atenção maior, embora existam

relatos que, desde a antiguidade, ocorre disseminação de doenças epidêmicas e

sobre a inevitabilidade das infecções cirúrgicas. Louis Pasteur descobriu os

elementos da ciência da bacteriologia, e Joseph Lister introduziu os princípios

básicos de antissepsia, e décadas se passaram até que se desenvolvessem

mecanismos eficazes para realmente intervir nas infecções. Mudanças ocorreram

desde o período da antiguidade, a tecnologia na assistência à saúde que estamos

vivenciando trouxe modificações e soluções para vários problemas, assim como

possibilitou a sobrevivência de muitos pacientes, mas outros desafios acabaram

surgindo com todos os procedimentos invasivos que passaram a ser realizados e

continuaram acarretando as indesejáveis complicações, sendo que as infecções

continuam sendo uma das complicações indesejáveis da assistência à saúde.2,27

Os agentes etiológicos responsáveis pelas infecções em serviços de saúde

podem ter origens duas fontes: a endógena e a exógena. As endógenas são

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23

responsáveis por cerca de 70% das infecções aos pacientes, são provenientes da

própria flora microbiana do indivíduo, que estando com a imunidade prejudicada

pode vir a ser suscetível à infecção. Mas, mesmo sendo microrganismos

provenientes da flora do paciente, não significa que não existam prevenções. Manter

decúbito elevado 45º, evitar o jejum prolongado, realizar higiene oral, inserção de

catéteres com técnica asséptica e material estéril são ações que favorecem a

prevenção das infecções.2,27

As infecções exógenas resultam da transmissão de microrganismos de outras

fontes que não do paciente. Essas infecções seriam decorrentes de falhas técnicas

na execução de diversos procedimentos ou rotinas assistenciais, sendo ainda

enfatizada a não valorização da importância de seguir a realização dos

procedimentos com a técnica correta. A frequência das infecções em serviços de

saúde pode variar com as características do paciente, pois a gravidade da doença

de base pode ser um fator determinante às infecções. Outros fatores favorecem o

aumento do risco do paciente adquirir infecções, tais como: a característica da

instituição, os serviços oferecidos, o tipo de clientela atendida, ou seja, a gravidade e

complexidade dos pacientes, sendo importante o sistema de vigilância

epidemiológica e o Programa de Controle de Infecções (PCI) adotados pela

instituição de saúde.2,27

No que diz respeito aos aspectos preventivos, a Portaria MS 2.616/98 instituiu

o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), um conjunto de ações para

prevenir as infecções, e nesta Portaria, consta a CCIH e o Serviço de Controle de

Infecção Hospitalar (SCIH), e fazem parte da comissão os profissionais

farmacêuticos, enfermeiros, médicos, representantes do laboratório e do setor

administrativo. O SCIH é o executor das atividades, são os profissionais que farão

as orientações, os treinamentos, que deverão implantar e revisar os protocolos e

fazer cumpri-los juntamente com todos os demais profissionais da Instituição.19

O SCIH é responsável por realizar a busca ativa de casos de infecções e de

gerar relatórios e encaminhá-los para órgãos competentes como Vigilância

Epidemiológica e Sanitária. O processo deve ter parceria com todos os profissionais

da instituição para o processo ser contínuo e seguir um caminho de qualidade e

melhor assistência aos pacientes.28

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24

O profissional responsável do SCIH, órgão executor das ações, é o

enfermeiro, e este deve ter a competência e responsabilidade para seguir as boas

práticas e direcionar os demais colegas enfermeiros, equipe de enfermagem,

médicos e equipe multidisciplinar a atuar na prevenção de infecções e de risco,

visando o bem estar e a recuperação dos pacientes.19,29

O SCIH é um trabalho a ser realizado diariamente pelo enfermeiro com a

equipe em qualquer momento da assistência aos pacientes. Dentro de uma

instituição que presta assistência, a forma de prevenir infecções deverá ser realizada

desde a higiene das mãos que é uma conduta simples e de baixo custo,

comprovada cientificamente como uma das formas mais eficazes para prevenir

infecções cruzadas, a adesão às boas práticas, que envolve a higiene de pisos,

paredes, mobiliários, equipamentos, limpeza, desinfecção e esterilização de artigos

e materiais que serão utilizados na assistência aos pacientes.2,30,331

1.4 As Infecções em Serviços de Saúde e a Formação do Enfermeiro

A prevenção de infecções nos serviços de saúde é realizada através do

processo de ensino entre os alunos, professores, profissionais, pacientes e

familiares. Segurança do paciente e prevenir infecção são duas ações que

caminham em conjunto e para serem realizadas é necessário ter conhecimento,

entender a importância e os problemas que podem acarretar quando a assistência

não é segura.2,32

Segundo Urbanetto14 no âmbito do ensino e da assistência, a educação deve

ter o enfoque nas competências para a segurança e contribuir para o cuidado mais

seguro do paciente devendo o tema ser abordado em todo o currículo e enfocar

especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenários de

assistência à saúde. Deve ser desenvolvido por meio de ações de ensino-

aprendizagem em que o aluno e o educador trabalhem práticas significativas, que

repercutam em uma atuação segura ao longo da formação e que se sustentem

também na atuação profissional. Nesse trabalho, os educadores precisam manter

estratégias de educação permanente, e os projetos pedagógicos dos cursos de

graduação/pós-graduação e técnicos precisam de alinhamentos claros, para que

este aspecto não seja minimizado dentre outros tão importantes no ensino em

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25

saúde. A melhor assistência aos pacientes requer o conhecimento prévio, o estudo e

o aprimoramento.

A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de

conhecimentos por meio de competências e habilidades gerais, sendo uma delas a

atenção à saúde. Os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional,

devem estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e

reabilitação da saúde, tanto nível individual quanto coletivo. A Lei N° 7.498/86 e o

Decreto N° 94.406/87 privativamente, incumbe ao enfermeiro a direção do serviço

de enfermagem (em instituições de saúde e de ensino, públicas, privadas e a

prestação de serviço); as atividades de gestão como planejamento da assistência de

enfermagem, consultoria, auditoria, entre outras; a consulta de enfermagem; a

prescrição da assistência de enfermagem; os cuidados diretos a pacientes com risco

de morte; a prescrição de medicamentos (estabelecidos em programas de saúde e

em rotina); e todos os cuidados de maior complexidade técnica.23,33,34

Desta forma, o enfermeiro é a “chave” para proporcionar a prevenção e

incentivar a equipe de saúde a realizar as ações que auxiliem na prevenção das

infecções onde exige responsabilidade ética, técnica e social de todos os

profissionais que prestam assistência, assim garantido a assistência segura e de

qualidade.

O Curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP iniciou em 1950, um ano após a

regulamentação do ensino de enfermagem no Brasil. Inicialmente, era uma escola, e

recebeu o nome de Escola de Enfermagem Coração de Maria, sendo atualmente

denominado Curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP, campus situado na cidade

de Sorocaba.35

O Curso de Enfermagem passou por mudanças em seu currículo para se

adequar às necessidades do mercado e melhoria do aprendizado dos alunos.

Inicialmente, o primeiro currículo do curso foi baseado na Lei 775/49 de 6 de agosto

de 1949, que no Art.20 orientava: “Em cada Centro Universitário ou sede de

Faculdade de Medicina deverá haver escola de enfermagem, com os dois cursos

que trata o art. 1º”. Por este motivo foi criado o Curso de Graduação em

Enfermagem junto à Faculdade de Medicina. 35

No ano de 2001, foram instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais do

Curso de Graduação (DCNs) em enfermagem, e novamente o curso passou por

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26

mudanças sendo instituídas quatro bases educacionais: A concepção pedagógica

por competências e habilidades, a avaliação dos resultados, a razão comunicativa

na leitura do real e o exercício do pluralismo e da interdisciplinaridade.35

Desde o ano de 2007 o ensino no Curso de Enfermagem da FCMS- PUC/SP

é realizado através da aprendizagem baseada em problemas e problematização,

constando no Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem (2012) a carga horária

do curso de com 4.118 horas distribuídas em módulos (Anexo 2).

Segundo o Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem da FCMS- PUC/SP

(2012):

O enfermeiro egresso tem a formação generalista e humanista com capacidade crítica e reflexiva, sendo fundamentada no rigor científico e norteada por princípios éticos e legais. Ainda o aluno formando deve ser atuante, competente para conhecer, intervir e interpretar, ter senso de responsabilidade social, compromisso com a qualidade e integralidade da assistência, promoção da saúde, comprometidos com a dimensão humana e com as relações cotidianas no trabalho.35

Diante do novo projeto pedagógico do Curso de Enfermagem da FCMS-

PUC/SP e do desafio de formar profissionais preparados, este estudo tem a

finalidade de contribuir para subsidiar implementações curriculares e enriquecer o

conhecimento dos graduandos sobre infecções relacionada à assistência, de forma

a promover assistência com melhor qualidade e segurança nos serviços de saúde.

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27

2 OBJETIVOS

Avaliar no Curso de Graduação de Enfermagem a abordagem do tema

Infecções em Serviços de Saúde.

2.1 Objetivos específicos

Identificar, sob a perspectiva do docente e discente, a percepção da

abordagem de infecção em serviços de saúde no atual currículo de enfermagem;

Verificar as modalidades de ensino aprendizagem que contemplam o tema

infecção em serviços de saúde;

Oferecer subsídios para o currículo de enfermagem de acordo com o

disposto no projeto pedagógico do curso de Enfermagem da FCMS-PUC/SP.

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28

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

3.1 Tipo de estudo

Estudo do tipo exploratório-descritivo, documental e de abordagem

qualiquantitava.

As pesquisas exploratórias são aquelas que têm por objetivo explicar e

proporcionar maior entendimento sobre um determinado problema. Nesse tipo de

pesquisa o pesquisador procura um maior conhecimento sobre o tema em estudo

pretendendo descrever as características do tema estudado.36,37

A pesquisa descritiva expõe as características de determinada população,

fenômeno ou de uma experiência; há um levantamento de dados e o porquê destes

dados. As abordagens qualitativa e quantitativa levam como base de seu

delineamento as questões ou problemas específicos. Adota tanto em um quanto em

outro a utilização de questionários e entrevistas.36,37

3.2 Local do estudo

O local do estudo foi a Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da

Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP Campus Sorocaba, sendo o foco de

estudo o Curso de Enfermagem.

Atualmente há 24 profissionais Enfermeiros que atuam como docentes para

alunos do primeiro ao quarto ano do curso de Enfermagem, e três consultores.

No ano de 2014, estavam matriculados no curso de Enfermagem 106 alunos

sendo: 1º ano - 31 alunos; 2º ano - 23 alunos; 3º ano - 25 alunos e 4º ano - 27

alunos. No ano de 2015, estavam matriculados 109 alunos, sendo 33 alunos no 1º

ano, 28 alunos no 2º ano, 24 alunos no 3º ano e 24 alunos no 4º de Enfermagem.

Os alunos do Curso de Enfermagem passam por diversos cenários de

aprendizagem que facilitam as atividades teóricas e práticas, sendo que estas estão

presentes desde o início do curso permeando a formação do enfermeiro, de forma

integrada e interdisciplinar. Realizam estágio curricular eletivo ao final do curso, em

média 45 dias em instituições conveniadas com a PUC/SP. Os locais para

aprendizagem prática inclui a rede municipal de saúde constituída pelas Unidades

Básicas de Saúde, Ambulatório Geral e de Especialidades; o Conjunto Hospitalar de

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29

Sorocaba (CHS) localizado ao redor do campus, constituído de 02 hospitais

(Hospital Regional e Hospital Leonor Mendes de Barros) e Ambulatórios de

Especialidades com total de 400 leitos, ambos do Estado e o Hospital Santa

Lucinda da PUC-SP (HSL) com 132 leitos localizado dentro do Campus.

3.3 Participantes

Foram convidados a participar todos os professores consultores e enfermeiros

(coordenadores, professores nas atividades de tutoria e professores da prática

profissional) que atuam no Curso de Enfermagem e todos os alunos matriculados no

Curso de Graduação em Enfermagem no ano de 2015.

3.3.1 Critérios de inclusão

Alunos matriculados em um dos módulos do primeiro ao quarto ano do Curso

de Graduação em Enfermagem e que aceitaram a participar da pesquisa e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Apêndice (5);

Professores que atuam no Curso de Graduação de Enfermagem e

expressaram o aceite em participar da pesquisa ao assinarem o TCLE. Apêndice (5).

3.3.2 Critérios de exclusão

Alunos não matriculados no curso, que negaram se a participar da pesquisa,

e os que estavam como intercambistas no período da pesquisa;

Professores afastados no período da coleta que manifestarem negativa em

participar da pesquisa.

3.4 Procedimento de coleta de dados e instrumentos.

3.4.1 Pesquisa documental

Com o objetivo de identificar o tema infecções em serviços de saúde no

conteúdo ministrado na graduação do curso de enfermagem, foi realizada análise da

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30

pesquisa documental utilizadas por alunos e professores dos quatros anos do curso

de graduação de enfermagem no ano letivo de 2014.

Como fonte de pesquisa foi utilizado o ambiente virtual da FCMS denominado

Moodle. O Moodle é um ambiente virtual de aprendizagem que amplia as

possibilidades de ensino e aprendizagem. Essa plataforma oferece apoio às

disciplinas presenciais e à distância. A busca foi realizada nas postagens dos

professores no ambiente denominado material de apoio. No material de apoio são

depositados textos pelos professores responsáveis pelos módulos e consultores

referentes ao conteúdo de cada problema, atividades de integração, prática

profissional e estágio supervisionado (Atenção Básica e Hospital).

Outra fonte utilizada foi o Banco de Problemas, disponibilizado pelos

professores. Os problemas são utilizados nas tutorias e descrevem situações que

oportunizam os alunos a desenvolverem objetivos de aprendizagem e trazem

referências bibliográficas descritas como oportunidades de aprendizagem. Foram

considerados os problemas do Salto Triplo que são utilizados como parte da

avaliação do aluno em cada módulo. A prova de progressão se constituiu de outra

fonte de pesquisa. Os documentos foram submetidos a leituras sucessivas para

identificação das possíveis palavras, termos ou temas que identificassem a

abordagem, possibilidade de discussões ou incentivo à pesquisa sobre infecções em

serviços de saúde. Os temas encontrados foram agrupados por ano (1º, 2º, 3º e 4º)

e apresentados em tabelas para análise do conteúdo e identificação do assunto.

3.4.2 Pesquisa quantiqualitativa – elaboração e aplicação do questionário de

pesquisa.

Para coleta de dados foi utilizado um questionário semiestruturado,

autoaplicável para docentes e alunos. O contato foi realizado de forma direta sem

prejudicar as atividades acadêmicas.

3.4.3 Instrumento de coleta de dados

Para a coleta de dados foram elaborados dois instrumentos pela

pesquisadora, um para professores e outro para os alunos, ambos com duas partes.

A primeira com questões sobre o perfil dos participantes e a segunda com questões

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31

de múltipla escolha com cinco alternativas e três questões abertas, para o

participante expor o parecer e opinião sobre o tema da pesquisa.

O referencial teórico adotado foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade

de estrutura-processo-resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente

estáveis das instituições, tais como: área física, recursos humanos, materiais e

financeiros e o modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades

desenvolvidas na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações

estabelecidas entre os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência,

incluindo o diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das

características desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da

assistência à saúde do usuário, bem como as mudanças relacionadas com o

conhecimento e comportamento das pessoas.38,39

O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para

medir a relação profissional-meio. Sendo a pesquisa realizada em uma instituição

acadêmica, foi necessário adequar as proposições para o cenário acadêmico para

poder identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito ao tema da

pesquisa no período de formação do enfermeiro (a).38,39

Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual

apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. A

Escala Likert é um instrumento científico de observação e mensuração de

fenômenos sociais, e foi idealizado para coletar informações de afirmação, com a

finalidade de medir a intensidade das atitudes e opiniões na forma mais objetiva

possível e medir opiniões e atitudes que são geralmente conhecidos como

questionários de opiniões e atitudes – QOA. O objetivo da forma das questões é

mediar julgamentos, opiniões e atitudes, permitindo que os sujeitos possam

responder com graus variados de satisfação. É um instrumento destinado a atribuir

um escore numérico às respostas, para colocá-las em uma sequência em relação às

proposições que estão sendo medidas. Consiste em afirmações declaratórias que

expressam um ponto de vista sobre um assunto. As respostas são graduadas para

cada afirmação da seguinte forma: (1) Discordo totalmente, (2) Discordo, (3)

Indiferente, (4) Concordo, (5) Concordo totalmente.40,41

As respostas sugeridas na escala são de caráter quantitativo, sendo

construída com proposições que medem as posições do mais desfavorável ao mais

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32

favorável. As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as

percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde

durante a formação do Enfermeiro.

A primeira parte do instrumento para os docentes consta com 10 questões de

caracterização, e na segunda parte constam 43 proposições, divididas entre

Processo (27 proposições), Estrutura (11 proposições) e Resultados (05

proposições), sendo as proposições elaboradas de formas positivas e negativas. Ao

final das preposições foram elaboradas três questões abertas com o objetivo do

entrevistado fornecer opiniões e sugestões. (Apêndice 6).

O instrumento dos alunos foi elaborado com 06 questões de caracterização

do entrevistado, 47 preposições, divididas em 24 proposições de processo, 13

proposições de estrutura e 10 proposições de resultados e 03 questões abertas com

o objetivo do entrevistado fornecer opiniões e sugestões (Apêndice 7)

3.4.4 Análise de conteúdo do instrumento.

Para a validação de conteúdo do instrumento, o mesmo passou por cinco

etapas:

Primeiro: os objetivos do estudo e o questionário pré-elaborado foram

encaminhados para três juízes, com o objetivo dos mesmos avaliarem a clareza do

instrumento, compreensão e fornecerem sugestões. Os juízes fizeram apontamentos

convergentes em relação às proposições, sendo que um apontou a inclusão de um

item na caracterização dos alunos, que foi atendido.

Segundo: Antes de iniciar a coleta de dados, o instrumento foi avaliado pelo

estatístico.

Terceiro: Foi realizado teste piloto com alunos e docentes oriundos do curso

de enfermagem de outra instituição. O pré-teste identificou que o instrumento

estava adequado para coleta de dados.

Quarto: Na apreciação pela banca de Qualificação, o instrumento de coleta de

dados não recebeu questionamentos.

Cinco: Após coleta de dados o instrumento foi encaminhado ao estatístico,

sendo a análise realizada no instrumento dos professores e alunos. As proposições

do instrumento dos alunos foram submetidas a validação através do coeficiente alfa

de Cronbach.

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33

3.4.5 Organização e análise de dados

Os dados coletados na análise documental foram catalogados e os coletados

através dos questionários, foram analisados estatisticamente e apresentados

através de quadros e tabelas.

As questões abertas (qualitativas) foram categorizadas e analisadas de

acordo com a análise de conteúdo. De acordo com Santos apud Bardin,

A análise do conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Não se trata de um instrumento, mas de um leque de apetrechos; ou, com maior rigor será um único instrumento, mas marcado por uma grande disparidade de formas e adaptável a um campo de aplicação muito vasto, as comunicações.42

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34

4 ASPECTOS ÉTICOS

Para a realização desta pesquisa, o projeto foi encaminhado para apreciação

e ciência da Coordenação do Curso de Enfermagem, antes do encaminhamento

para o Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP) da FCMS/PUC-SP. (Apêndice 1).

Para a análise documental foi solicitada aprovação do Diretor da Faculdade

(Apêndice 2), mediante apresentação do Termo Confidencialidade (Apêndice 3).

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FCMS-PUC/SP

de Sorocaba - São Paulo (Apêndice 4) e aprovado no dia 09/02/2015; Número do

Parecer: 950.605 (Anexo 01). Para tanto, todas as exigências da Resolução

466/2012, que versa sobre os aspectos éticos em pesquisas com seres humanos do

Conselho Nacional em Saúde, foram atendidas, com a apresentação do modelo do

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e outros documentos solicitados pelo

CEP (Apêndice 5). Cada participante ficou com uma cópia do citado termo, após sua

assinatura.

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35

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Análise documental

Tabela 1 – Presença do tema: “Infecções em Serviços de Saúde” ou assuntos relacionados

nas atividades de ensino aprendizagem do 1º ao 4º ano do Curso de Enfermagem da FCMS/SP,

Sorocaba 2014.

1º Ano Temas abordados que podem gerar

discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa

Problemas (corpo do problemas e objetivo de

aprendizagem)0 0

Salto Triplo 0 0

Material de apoio (Moodle) 1 0

Prova de Progressão 0 2

Referências dos problemas do material do banco

de dados 0 0

2º Ano Temas abordados que podem gerar

discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa

Problemas (corpo do problemas e objetivo de

aprendizagem)4 14

Salto Triplo 1 0

Material de apoio (Moodle) 2 0

Prova de Progressão 0 2

Referências dos problemas do material do banco

de dados 16 0

3º Ano Temas abordados que podem gerar

discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa

Problemas (corpo do problemas e objetivo de

aprendizagem)14 6

Salto Triplo 4 0

Material de apoio (Moodle) 0 0

Prova de Progressão 0 2

Referências dos problemas do material do banco

de dados 9 0

4º Ano Temas abordados que podem gerar

discussão para prevenir infecção Temas como infecto contagiosa

Problemas (corpo do problemas e objetivo de

aprendizagem)Não se aplica Não se aplica

Salto Triplo Não se aplica Não se aplica

Material de apoio (Moodle) 0 0

Prova de Progressão 0 2

Referências dos problemas do material do banco

de dados 0 0

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36

O levantamento de dados mostrou que o conteúdo sobre infecções em

serviços de saúde é abordado de forma gradativa e de maneira a atender as

especificidades do eixo de cada ano.

No primeiro ano, os alunos desenvolvem seu aprendizado a partir da

problematização de contextos reais da comunidade com enfoque na família e

comunidade.

No segundo ano, os alunos a partir da Aprendizagem Baseada em

Problemas, passam a desenvolver aprendizagens na Atenção Básica,

considerando os aspectos da promoção, prevenção e intervenção na saúde.

Nesse contexto o tema aparece em maior evidência, contemplado em todos

os itens pesquisados, caracterizando-se nas medidas de biossegurança,

doenças infectocontagiosas, vacinas, curativos, tratamento de feridas.

No terceiro ano, a metodologia de ensino é a mesma do segundo ano. Porém,

o eixo norteador de aprendizagem são as situações do ser humano

hospitalizado. Identificou-se que o tema foi encontrado em todos os itens

pesquisados, com exceção no material de apoio, onde os materiais não são

inseridos no banco de dados Moodle, mas são entregues de forma impressa

aos alunos. O conteúdo acadêmico abordado no terceiro ano engloba a

problemática da infecção em serviços de saúde, mas não de uma forma clara

e direcionada; as atividades norteiam o tema, pois o aluno é inserido no

contexto assistencial, aprendendo sobre procedimentos que exigem técnica

correta e aprofundamento para não ocorrer a “quebra da técnica”, assim

prevenindo infecções e favorecendo uma assistência segura.

No quarto ano os alunos são direcionados para o estágio curricular

supervisionado nos serviços de Atenção Básica e hospitalares e estágio

eletivo. Neste ano, o tema foi identificado somente na Prova de Progressão,

mesmo considerando que os itens Problemas e Salto triplo não se aplicam. O

tema sobre infecções em serviços de saúde não foi considerado como

objetivo de aprendizagem nos objetivos pré-determinados dos problemas que

os alunos devem alcançar. Em relação ao material de apoio, consideramos

que há uma limitação para análise documental, pois nem todos os

professores disponibilizam material na plataforma ou utilizam parcialmente a

plataforma do Moodle, assim disponibilizando cópia impressa do material de

estudo.

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37

5.2 Análise do instrumento de coleta alunos e professores.

5.2.1 Confiabilidade:

Como estimador de confiabilidade o Alfa de Cronbach é caracterizado como o

principal para confiabilidade e muitos pesquisadores que elaboram instrumentos de

pesquisas fazem uso da ferramenta. O alfa sofre mudanças de acordo com a

população que a escala é aplicada.43

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi devidamente elaborado

para que se reproduza de forma confiável a realidade e a opinião dos participantes.

Foram entregues o total de 120 questionários no período entre agosto e

setembro de 2015, sendo 104 para os alunos do primeiro ao quarto ano de

enfermagem; desses foram respondidos 60 questionários. Para os professores

foram aplicados 16 questionários; do total, 13 foi o número de devoluções.

O instrumento dos alunos foi elaborado com 06 questões de caracterização

do entrevistado, 47 preposições, divididas em 24 proposições de processo, 13

proposições de estrutura e 10 proposições de resultados. Para a análise qualitativa

foi apresentado aos participantes 03 questões abertas. A Validação do instrumento

foi realizada de forma geral com as 47 proposições e seguido da validação das

proposições de Estrutura, Processo e Resultados (Tabela 3). As proposições do

instrumento dos alunos foram submetidas a validação através do coeficiente Alfa de

Cronbach com média de 179 e o coeficiente de confiabilidade de 0,91 das respostas

decorrentes do questionário, sendo assim de caráter confiável, pois a confiabilidade

do Alfa de Cronbach é de 0 a 1.

O instrumento dos professores foi elaborado com 10 questões de

caracterização do entrevistado, 43 proposições, divididas em 27 proposições de

Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de proposições de Resultados. As

proposições dos professores receberam a média 180 e o coeficiente de

confiabilidade de 0,90 sendo assim, também de caráter confiável.

O enfoque da pesquisa nesse momento foi a pesquisa com os alunos, por

isso, a análise do instrumento dos alunos foi realizada de forma mais criteriosa.

Outra abordagem de prioridade no momento são as proposições de Processo que

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38

foram elencadas em maior numeração, pois a prioridade do estudo nesse momento

era avaliar o processo de ensino referente ao tema da pesquisa. O instrumento do

professor foi submetido somente ao Alfa de Cronbach.

Tabela 2- Apresentação das proposições divididas entre os domínios Processo, Estrutura e

Resultado.

A tabela a seguir apresenta a confiabilidade dos domínios, sendo o domínio

Processo com 24 proposições, média 208 e coeficiente de confiabilidade de 0,86.

Para as proposições de Estrutura foram um total de 13 com média de 210 e

coeficiente de confiabilidade de 0,80. O domínio Resultado, foram 10 proposições,

com média de 288 e o coeficiente de confiabilidade de 0,82.

Tabela 3 - Coeficiente de confiabilidade do instrumento de pesquisa, seguido da tríade

Estrutura, Processo e Resultado.

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39

5.3 Correlação entre os domínios

A correlação entre os domínios estrutura, processo e resultado foram

realizadas com o objetivo de verificar a articulação entre as respostas das

proposições e a confiabilidade da análise dos dados.

Tabela 4 - Valores de confiabilidade entre os domínios.

5.3.1 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultado.

Estrutura Resultado

Processo

0,64% 0,65%

0,36%

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40

Após realizar a análise da tríade Estrutura, Processo e Resultado, o domínio

Estrutura apresentou a menor média em relação ao domínio Processo e Resultado,

apontando a fragilidade e a necessidade de adequação no que diz respeito à

Estrutura para o aprendizado dos alunos referente ao ensino infecções em serviços

de saúde.

Nesse estudo, o domínio Processo teve o maior número de proposições, mas

não de forma ocasional, sendo pontual para saber como o tema da pesquisa é

abordado na graduação de enfermagem através do processo e desenvolvimento do

ensino do tema infecções em serviços de saúde.

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41

6 ARTIGO 1 - ENSINO SOBRE INFECÇÕES NOS SERVIÇOS DE SAÚDE:

PERCEPÇÕES DOS DOCENTES DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM.

6.1 INTRODUÇÃO

A prevenção de infecções nos serviços de saúde é realizada através do

processo de ensino entre os alunos, professores, profissionais, pacientes e

familiares. Prevenir infecções promove a assistência com segurança ao paciente,

sendo primordial proporcionar assistência com ausência de dano ao paciente. A

segurança do paciente é um tema atual e mundial; no Brasil, em abril de 2013, o MS

instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente por uma atenção segura,

livre de incidentes, que possam gerar danos à saúde da pessoa de forma que o

cuidado seja seguro. Dentre os objetivos do PNSP está produzir, sistematizar e

difundir conhecimentos sobre segurança do paciente, e enfatizar a inclusão do tema

“segurança do paciente” no ensino técnico e de graduação e na pós-graduação na

área da Saúde. A cultura de segurança do paciente é elemento que perpassa todos

esses eixos assistenciais. No Brasil, as ações de promoção e prevenção de infecção

em serviços de saúde vem sendo enfatizadas desde 2007, após a assinatura da

Declaração de Compromisso na Luta contra as Infecções Relacionada à Assistência

à Saúde - IRAS, pelo Ministro da Saúde. Como uma ação inicial para prevenir

infecções, a OMS definiu a data de 5 de maio como o Dia Mundial de Higiene das

Mãos. Nessa campanha, os países membros e os serviços de saúde foram

convidados a criar incentivos para a higiene das mãos ser realizada a todo momento

pelos profissionais de saúde. O incentivo à higiene das mãos colocou para as

instituições de saúde os cinco momentos de higiene das mãos e, com o incentivo,

diversas redes assistenciais passaram a utilizar como base de treinamento os cinco

momentos de higiene das mãos para favorecer a prevenção de infecções na

assistência aos pacientes.2,32,44,45

Os profissionais, as equipes, as instituições devem ter responsabilidade e

trabalhar a proteção dos pacientes para prevenir danos não intencionais. Prevenir

dano ao paciente de modo em geral, prevenir infecções e promover assistência

segura deve ser instituído no contexto cultural dos profissionais. A forma de inserir

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42

na cultura dos profissionais é sem dúvida através da formação acadêmica e

utilizando da educação permanente, pois nesses dois momentos os profissionais de

saúde poderão aprender, entender e posteriormente praticar a segurança do

paciente de forma rotineira e contínua. Abordar o tema “infecções de saúde” na

graduação proporcionará ao futuro enfermeiro entender e valorizar a prevenção de

infecções e ainda atuar nesse requisito da segurança do paciente. A contínua

educação promove aprimoramento e evidencia que, nesse processo, onde os

profissionais que recebem constantes orientações e entendem a importância do

conteúdo, auxilia na promoção de uma assistência de qualidade e bem estruturada,

proporcionando um resultado de grande valia, ou seja, a prevenção de infecções,

assistência de qualidade e acima de tudo segura. Para atender as mudanças do

mercado, os processos de melhorias da assistência, os selos institucionais e

pacientes do século 21, as instituições acadêmicas de formação profissional na área

da saúde estão precisando modificar o seu método e conteúdo acadêmico para

atender o mercado em que o profissional será inserido. Com todo um processo de

mudança, aprimoramento da tecnologia e facilidade de informações, está sendo

necessária uma grande reforma, levando em conta o ensino do aluno, mas ainda a

necessidade de aprimoramento dos professores para proporcionar ao aluno o

conteúdo e informações dos dias e necessidades atuais.4,45,46

Segundo Urbanetto 14 no âmbito do ensino e da assistência, a educação deve

ter o enfoque nas competências para a segurança e contribuir para o cuidado mais

seguro do paciente, devendo o tema ser abordado em todo o currículo, e enfocar

especificidades de riscos e medidas preventivas de dano nos variados cenários de

assistência à saúde. Deve ser desenvolvido por meio de ações de ensino-

aprendizagem em que o aluno e o professor trabalhem práticas que possam atuar

em um aprendizado, que tenha como base a segurança do paciente, e ao longo da

formação sustentem também na atuação profissional. Nesse trabalho, os

educadores precisam manter estratégias de educação permanente, e os projetos

pedagógicos dos cursos de graduação/pós-graduação e técnicos precisam de

alinhamentos claros, para que este aspecto não seja minimizado dentre outros tão

importantes no ensino em saúde. A melhor assistência aos pacientes requer o

conhecimento prévio, o estudo e aprimoramento.

A formação do enfermeiro tem por objetivo dotar o profissional de

conhecimentos por meio de competências e habilidades no contexto da atenção à

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43

saúde. Os profissionais de saúde, no seu âmbito profissional, devem estar aptos a

desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto

nível individual quanto coletivo. Os conhecimentos sobre segurança do paciente, e o

enfoque na infecção são essenciais para a prática do enfermeiro; este deve estar

garantido nos currículos de enfermagem, pois o desenvolvimento dessa prática

desde o período acadêmico proporcionará ao futuro enfermeiro conhecimentos

básicos e essenciais para desempenhar a assistência com segurança, garantindo a

qualidade da assistência.33

As Diretrizes Curriculares dos Cursos de Enfermagem garantem que a

prevenção faz parte das atribuições e competências do futuro enfermeiro, e a

Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998 enfatiza que o enfermeiro é membro efetivo para

realizar as ações de prevenção. Com isso, pode-se entender que a profissão de

enfermeiro é a “chave” para proporcionar a prevenção e incentivar a equipe de

saúde a realizar ações que venham proporcionar assistência de qualidade. Na

graduação de enfermagem, o professor é o norteador e o profissional que irá

proporcionar ao aluno o direcionamento para o ensino/aprendizagem.19,33

No ensino, o tema da segurança do paciente deve perpassar todo o currículo

nos diferentes cenários de aprendizagem por meio de práticas problematizadoras

que garantam uma atuação profissional segura e de qualidade.

Neste contexto, este trabalho teve como objetivo identificar sob a perspectiva

do docente a abordagem da infecção hospitalar em serviços de saúde na graduação

do curso de enfermagem de uma universidade privada do interior paulista. O

desenvolvimento desse estudo permite compartilhar experiências e recomendações

destinadas a garantir a uma melhor formação para a segurança do paciente.

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44

7 MÉTODO

Estudo do tipo exploratório-descritivo e de abordagem qualiquantitava

realizado no Curso de Enfermagem de uma Universidade privada, do interior de São

Paulo. O Curso caracteriza-se pelo ensino em metodologias ativas e inserção dos

alunos nas atividades práticas desde o início da formação. Participaram como

população do estudo docentes que estavam em exercício no ano de 2015 nos

quatro anos do curso. Foram adotados critérios de exclusão aos docentes que

estivessem na ocasião da coleta de dados em período de férias, licenças e/ou

afastamentos da docência. Foram distribuídos 18 questionários e se obtiveram 12

(66,6%) retornos.

A pesquisa seguiu os preceitos éticos da Resolução do Conselho Nacional de

Saúde n.196/96. Foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade

de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de SP, sob o

Protocolo CEP n. 950.605. A anuência dos sujeitos foi mediante o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados no período de agosto

a setembro de 2015, por meio da aplicação de um questionário semiestruturado,

autoaplicável, elaborado pela pesquisadora com duas partes. A primeira com

questões sobre o perfil dos participantes e a segunda com questões de múltipla

escolha com cinco alternativas, e três questões abertas, para o participante expor o

parecer e opinião sobre o tema da pesquisa. Previamente foi validado o conteúdo

por três Juízes e posteriormente testado em um grupo equivalente de 10 alunos

oriundos de outro curso de enfermagem.

O referencial teórico adotado foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade

de estrutura-processo-resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente

estáveis das instituições, tais como, área física, recursos humanos, materiais e

financeiros e o modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades

desenvolvidas na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações

estabelecidas entre os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência,

incluindo o diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das

características desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da

assistência à saúde do usuário, bem como as mudanças relacionadas com o

conhecimento e comportamento das pessoas. 38,39

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45

O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para

medir a relação entre profissional e o meio. Sendo a pesquisa realizada em uma

instituição acadêmica foi necessário adaptar as proposições para o cenário

acadêmico podendo identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito

o assunto infecções em serviços de saúde no período de graduação do curso de

enfermagem.

Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual

apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. O

instrumento incorpora uma escala sócio psicológica - técnica de escala de Likert,

com uma variação em 5 graus de percepção

De forma que as respostas são graduadas para cada afirmação da seguinte

forma: (1) Discordo totalmente, (2) Discordo, (3) Indiferente, (4) Concordo, (5)

Concordo totalmente. 40,41

As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as

percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde

durante a formação do Enfermeiro. O questionário apresentado aos professores

constava de 56 questões, sendo a primeira parte de do instrumento com dez

questões de caracterização dos participantes e na segunda 43 proposições,

divididas em 27 proposições de Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de

proposições de Resultado e ao final três questões abertas para expressar opiniões e

sugestões.

Para testar a confiabilidade do questionário quanto à sua consistência interna,

foi aplicado o teste estatístico de análise multivariada Alpha de Cronbach. Quanto à

análise das variáveis sociodemográficas foram realizadas estatísticas descritivas, e

para fins realizar a análises quantitativas foram adotados escores de 1 a 5, sendo 1

a pior avaliação e 5 a melhor.

Já os resultados das questões abertas foram analisados de forma descritiva,

através da análise e classificação do conteúdo das respostas e apresentadas

utilizando o recurso da “Nuvem de Palavras”. Normalmente as nuvens de palavras

são usadas para demonstrar, de maneira visual, a frequência de ocorrência das

palavras dentro de um texto: quanto maior for o número de vezes que a palavra

aparecer no texto, maior será a fonte usada para exibir essa palavra. 47

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46

8 RESULTADOS

Responderam 12 professores (66,6%) com as seguintes caracterizações: faixa

etária predominante foi acima de 46 anos (75%), entre 26 a 35 (16,6%) e entre 36a

45 (8,3%). Todas do sexo feminino (100%). No que tange ao tempo de formado,

100% dos participantes estavam formados e na carreira de docentes há mais de

cinco anos. Sendo ainda relatado pelas docentes atuar na graduação de

enfermagem, mestrado profissional, residência multiprofissional e cargos

administrativos.

A tabela 1 apresenta o Alfa de Cronbach encontrado no instrumento geral e em

cada uma das dimensões.

Tabela 1 – Instrumento e distribuição das dimensões, os resultados obtidos na aplicação do

teste Alpha de Cronbach. Sorocaba-SP, 2015.

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Tabela 2 – Distribuição dos Professores do curso de Enfermagem segundo respostas às

proposições da dimensão Estrutura – Sorocaba, 2015.

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Tabela 3 - Distribuição dos Professores do curso de Enfermagem segundo respostas às

proposições da dimensão Processo – Sorocaba, 2015.

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Tabela 4 - Distribuição dos Professores do curso de Enfermagem segundo respostas às

proposições da dimensão Resultado – Sorocaba, 2015.

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Apresentação das respostas dos 12 professores (100%) das questões abertas

representadas nas Nuvens de palavras.

Na Figura 1 a nuvem de palavras demonstra os aspectos favoráveis da

percepção dos professores em relação a abordagem do tema Infecção em serviços

de saúde.

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Na Figura 2 a nuvem de palavras demonstra os aspectos desfavoráveis da

percepção dos professores em relação a abordagem do tema Infecção em serviços

de saúde.

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Na Figura 3 a nuvem de palavras apresenta as sugestões para melhorar o

aprendizado dos alunos sobre infecção em serviços de saúde.

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Na Figura 04 a nuvem de palavras elucida outros comentários referente a

infecções em serviços de saúde.

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9 DISCUSSÃO

9.1 Fidedignidade do instrumento

Como estimador de confiabilidade, o alfa de Cronbach é caracterizado como o

principal para confiabilidade, e muitos pesquisadores que elaboram instrumentos de

pesquisas fazem uso da ferramenta. O alfa sofre mudanças de acordo com a

população que a escala é aplicada. 43

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi devidamente elaborado

para que se reproduza de forma confiável a realidade e a opinião dos participantes.

Neste estudo o Alpha de Cronbach (α) total foi de 0,90 o que confere ao questionário

uma alta confiabilidade. O α foi realizado para cada dimensão, sendo a

confiabilidade no domínio Processo 0,86, caracterizando alta confiabilidade; no

domínio Resultado 0,51 e no domínio Estrutura 0,47, apresentando fragilidade na

confiabilidade nesses domínios, justificado pelo número menor de preposições para

esses dois domínios e o número reduzido de participantes.

9.2 Análise das distribuições dos resultados pelas dimensões Estrutura,

Processo e Resultado.

A partir da Tabela 2, observou-se que 75% dos professores concordaram que

as estratégias de ensino favorecem o aprendizado do aluno sobre as infecções em

serviços de saúde, e 70% dos professores concordaram que o tema é abordado

através dos problemas utilizados nas tutorias. Referente aos objetivos de

aprendizagem, 42% concordaram que o tema é abordado, e 92% concordaram

sobre o tema estar inserido na prática profissional, o que enfatiza a importância do

conteúdo ser abordado, pois quando os alunos são direcionados para as atividades

práticas irão prestar assistência direta aos pacientes e deverão ter o conhecimento

de como prevenir as infecções. Quando o conhecimento é adquirido na instituição

acadêmica, o mesmo será utilizado nas ações de trabalho e irão proporcionar uma

assistência segura e de qualidade aos pacientes.

Quando abordado o contexto “laboratório de procedimentos”, 50% acreditam

que as atividades no laboratório favorecem o ensino sobre prevenção de infecção,

sendo que uma das atuais preocupações referente ao desenvolvimento acadêmico é

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55

como preparar o aluno para trabalhar as prevenções de infecções e como esse

profissional está sendo preparado no processo acadêmico. As orientações

realizadas no laboratório de procedimento devem abordar a segurança do paciente

em diversas vertentes, e uma delas é a técnica segura, assim favorecendo as

prevenções das infecções. Considerando que o enfermeiro é um profissional

interdisciplinar, é de grande importância disponibilizar para o estudante todas as

normas e legislações e orientar a importância de prevenir as IRAS, pois se o assunto

for iniciado de forma precoce na graduação, maior a chance do futuro profissional

em assimilar estes ensinamentos.25

Na tabela 3, observou-se que no domínio Estrutura os professores

apresentam diferenças de opiniões em relação aos materiais utilizados no Moodle

(banco de dados da instituição acadêmica), sendo que 50% dos participantes

concordaram que não disponibilizam material de apoio no Moodle, mas, ao analisar

a proposição positiva, 58% dos professores disseram que disponibilizam materiais

de apoio no Moodle; Na proposição referente se os materiais utilizados nas

atividades práticas são suficientes, 42% concordaram, 42% discordaram e 17%

concordaram totalmente. Nessa análise, podemos identificar a discordância de

opiniões e necessidade de adequação da estrutura, pois é necessário o aluno ter

acesso a materiais e equipamentos no processo de graduação e ainda saber

manusear e assegurar que o uso desses não venha a ocasionar um evento adverso

ao paciente.

Na tabela 4 referente à dimensão Resultado, 70% dos professores

discordaram que a atividade de ensino não capacita o aluno a aplicar os conceitos

de infecções em serviços de saúde, e 50% Discordaram Totalmente e 33%

Discordaram que a atividade do estágio curricular supervisionado não capacita o

aluno a realizar procedimentos aplicando os conceitos de infecção em serviços de

saúde. Em relação às atividades desenvolvidas no estágio curricular supervisionado,

17% concordaram que as atividades abordam o tema.

Com o estudo foi possível evidenciar que o tema “infecções em serviços de

saúde” é valorizado no conceito dos professores, contudo o conteúdo acadêmico

acaba sendo focalizado no que diz respeito ás doenças e procedimentos, não

mostrando diretamente que determinadas ações e práticas que favorecem a

prevenção de infecções. Os professores e alunos estão inseridos na prática

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56

assistencial desde o primeiro ano do curso de enfermagem, onde a teoria e prática

são realizadas em parceria, mostrando ao aluno o que a literatura aborda e dessa

forma podendo aprender com a prática e realizar a articulação para proporcionar aos

pacientes uma assistência qualificada. O aprendizado é direcionado para cada

cenário que o aluno será inserido e as vertentes segurança e qualidade da

assistência andam juntas, assim com o objetivo de formar profissionais que possam

futuramente atuar na assistência focando na segurança do paciente. Quando o

aluno é inserido na prática e tem como base a formação da problematização, é

possível inserir os alunos em vários contextos e abordar diferentes conteúdos,

assim, favorecendo o aprendizado do aluno e o aprimoramento dos professores,

pois na metodologia de aprendizagem baseada em problemas o professor é

convidado sempre a buscar novos conteúdos e conhecimentos para fazer uma troca

junto aos alunos.

Na Lei Federal nº. 8.080/1990, que dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, bem como a organização e o

funcionamento dos serviços correspondentes, está incluso o Controle das Infecções

Relacionadas à Assistência à Saúde, sendo um conjunto de ações que

proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos

fatores determinantes da saúde individual ou coletiva, tem a finalidade de

recomendar e adotar medidas de controle e prevenção das doenças e seus agravos.

O contexto de prevenir é histórico, mas por um bom tempo as ações da saúde foram

direcionadas somente para o tratamento do agravo, e as infecções eram

consideradas consequências do período da assistência, sendo elas tratadas em um

segundo momento. 48

Os professores concordaram que o tema está inserido no processo ensino-

aprendizagem, sendo discutido em problemas e enfatizado na prática profissional ou

estágio supervisionado. É imprescindível que no processo de formação a produção e

reprodução constante de conhecimentos de prevenção de infecções, e ainda

posteriormente à graduação, o trabalhador esteja inserido em um programa de

educação permanente, assim trabalhando de forma constante as boas práticas e

sendo enfatizada a importância da reprodução constante de conhecimentos para a

aplicabilidade na prática do discente e futuro enfermeiro.8,22

As infecções relacionadas à saúde são classificadas como eventos adversos

onde resulta em dano ao paciente, por essa razão, e pela complexidade e

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57

abrangência das infecções, seu controle e prevenções nas ações assistenciais

devem iniciar das graduações de saúde, pois com a prevenção e com as políticas

instituídas em cada instituição e iniciada na formação profissional, poderá vir a fazer

parte da cultura dos profissionais, onde prevenir e não causar dano é a primeira

linha de educação e trabalho.4,13,22

O domínio Resultado da pesquisa mostrou que os professores concordam

que o tema é abordado na pratica profissional e estágio curricular supervisionado,

sendo que 50% dos professores disseram concordar e 17% dos professores

concordaram que as atividades do ensino capacitam o aluno para aplicar os

conceitos de infecções em serviços de saúde.

Os professores referem que abordam o tema na graduação de enfermagem e

identificaram que o conhecimento sobre o tema é real e é valorizado, mas na opinião

de alguns professores o tema poderia ser melhor abordado.

O domínio Estrutura é a dimensão com maior fragilidade, sendo necessária

adequação no que diz respeito ao laboratório de procedimentos, material para

realizar procedimentos assistenciais e oferecer maior conteúdo referencial no que

diz respeito a infecções em serviços de saúde e à segurança do paciente no

contexto geral.

Esses aspectos da estrutura são importantes para o aprendizado do aluno,

pois são facilitadores para a aquisição de habilidades para o cuidado dos pacientes.

Considerando a segurança do paciente imprescindível, garantir a participação de

simulações no laboratório de enfermagem para posteriormente desenvolverem os

primeiros cuidados em instituições de saúde, facilita a transição para a vida prática.

Os cenários de simulação oferecem experiências cognitivas, psicomotoras e

afetivas, contribuindo para a transferência de conhecimento da sala de aula para os

ambientes clínicos. Nessas experiências, os docentes devem reforçar os acertos nos

procedimentos, corrigir os erros e explicar os pontos nos quais há necessidade de

aprimoramento dos acadêmicos.49,50

A análise qualitativa mostrou consonância com os resultados da análise

quantitativa; ambos os resultados apontaram para a valorização de prevenir

infecções, a importância da abordagem na graduação de enfermagem, a ênfase de

trabalhar o tema para beneficiar os pacientes que serão atendidos pelos futuros

enfermeiros e o a pouca abordagem em problemas utilizados pelos alunos em

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58

tutorias, mas que no âmbito da prática e estágio supervisionado o assunto é

abordado.

“ É um tema de extrema importância para a formação de um profissional

consciente, capacitado e envolvido com a elaboração de uma assistência de

enfermagem de qualidade e que apresente bons resultados”. (Professor 1).

Nesse relato, se destaca a importância na formação de profissionais para a

prevenção de infecções e a relação direta com a qualidade da assistência com bons

resultados. A qualidade da assistência é um dos temas mais atuais junto com a

segurança do paciente, pois são sinônimos que acabam favorecendo a prevenção

de infecções e proporcionam benefícios aos pacientes.

Outro aspecto citado diz respeito a da grande quantidade de conteúdo.

“Insuficientes pela grande quantidade de conteúdos que precisam ser

abordados”. (Professor 2)

Outro aspecto apontado em relação ao conteúdo abordado é relacionado a

depender do tutor.

“O tema é inserido em alguns problemas e existe discussão do assunto na

prática, porém nesta depende muito do tutor que acompanha o grupo.” (Professor 6)

A segurança do paciente é um tema que tem que ser garantido durante toda a

formação do enfermeiro, desta forma deve ser contemplado. Os professores

enfatizam que o tema é inserido nos problemas e existe discussão na prática, mas

que o direcionamento depende do tutor que acompanha o grupo., Assim, as

competências e os objetivos dos módulos de aprendizagem precisam estar

explícitos e direcionar todos os tutores a discutir e abordar o tema de forma

interdisciplinar, entre as séries e módulos e entre seus pares.

O relato a seguir mostrou que realmente é necessário provocar discussões

sobre como abordar o tema, fazer questionamentos e proporcionar propostas de

melhorias e crescimento. Participar da pesquisa foi uma oportunidade de repensar a

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prática docente, mostrando que há interesse para discussões em outras

oportunidades.

“O tema de pesquisa atual é oportuno porque ao colaborar com dados,

opiniões e sugestões a pesquisadora provoca cada participante a repensar a sua

contribuição na abordagem do tema, na sua prática como docente” (Professor 1).

Participar da pesquisa foi motivador para os professores refletirem sobre sua

prática. Os professores mostram que estão disponíveis para ampliarem suas

reflexões sobre o tema, sendo uma indicação oportuna para discussões.

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60

10 CONCLUSÕES

Com o estudo foi possível entender como é inserido o tema prevenção de

infecções no âmbito da graduação aos olhos dos docentes da instituição.

O Modelo Donabediano utilizado como base para o diagnóstico da

abordagem do tema em estudo, evidenciaram aspectos que podem ser aprimorados

na formação do futuro enfermeiro, e consequentemente ter um melhor impacto na

qualidade da assistência.

Nessa lógica, os componentes da tríade estrutura, processo e resultado foram

avaliados positivamente nos seguintes quesitos: estrutura – os professores são

preparados para abordar o tema, os locais de prática/estágios oferecem

oportunidades de aprendizagem e os professores disponibilizam material impresso

para os alunos; processo – os problemas, os objetivos de aprendizagem, as

atividades de prática profissional, as estratégias de ensino, o aluno tem

oportunidade de tirar dúvidas, e os professores participaram de atividades que

abordam o tema. Como resultados, as atividades de ensino e aprendizagem

capacitam os alunos e melhora a qualidade da assistência.

Os componentes avaliados desfavoravelmente foram: na estrutura, não houve

consenso em relação à disponibilidade de material no Moodle e materiais para a

prática profissional (estrutura física, materiais para procedimentos assistenciais e

equipamentos que são utilizados pelos alunos no laboratório de procedimentos);

Processo - as atividades de Integração de Temas não abordam e o tempo não é

suficiente.

Referente às questões abertas, os professores descreveram sobre a

importância de prevenir infecções; afirmaram que o tema é abordado e necessário

para a formação do futuro enfermeiro, e que poderia ser desenvolvido no decorrer

da graduação através dos problemas utilizados em tutorias, consultorias, reforçar o

teórico, maior abordagem no laboratório de procedimentos e no campo de prática

profissional e talvez a criação de um módulo de segurança do paciente.

Assim, os resultados obtidos por esta pesquisa nos mostraram o quanto é

importante avaliar o processo de formação dos futuros enfermeiros, e que as

metodologias ativas garantem e permitem um maior aprimoramento dos alunos para

a aplicação dos conhecimentos sobre as infecções em saúde imprescindível na

assistência segura e com qualidade aos usuários de saúde.

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61

11 ARTIGO 2 - SEGURANÇA DO PACIENTE - PERCEPÇÃO DOS ALUNOS

SOBRE A ABORDAGEM DO TEMA INFECÇÕES EM SERVIÇOS DE SAÚDE NA

GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM.

11.1 INTRODUÇÃO

As infecções hospitalares por muito tempo fizeram parte das estatísticas e das

CCIH dos hospitais, mas como a assistência à saúde não é realizada somente no

âmbito hospitalar, assim também havendo o risco de infecções, o controle e as

prevenções foram estendidos para os serviços de saúde, sendo atualmente titulada

como infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). Atualmente é

considerada um tema sob a ótica da Segurança do Paciente, sendo contemplada

mundialmente na meta internacional de segurança número 5: “Reduzir os riscos de

infecções associadas aos cuidados em saúde”. A OMS aponta que entre 5 a 10%

dos pacientes que utilizam serviços de saúde adquirem uma ou mais infecções, e

para auxiliar na redução das infecções estratégias foram elaboradas para incentivar

o envolvimento das instituições nas prevenções. A primeira meta compartilhada foi a

Aliança Mundial pela Segurança do Paciente, intitulada “Uma assistência Limpa é

uma Assistência mais Segura”, que envolve ações de incentivo à higiene das mãos.2

Em 2011, a RDC/ANVISA nº 63 determinou que os estabelecimentos de

saúde elaborassem estratégias e ações voltadas para a segurança do paciente,

incluindo a prevenção de IRAS. Seguindo essas ações, no ano de 2012, foi

instituída a Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas

à Assistência à Saúde (CNCIRAS), por meio da Portaria 158, com a finalidade de

assessorar a Diretoria Colegiada da ANVISA na elaboração de diretrizes, normas e

medidas para prevenção e controle de Infecções Relacionadas a Assistência à

Saúde (IRAS). Em abril de 2013, foi publicada a Portaria MS/GM nº 529 que institui o

Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o qual contempla as IRAS.

Posteriormente, em julho do mesmo ano foi publicada a RDC/ANVISA nº 36, que

institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde, dentre as quais

aquelas voltadas para a prevenção e controle das IRAS.2,9,13,18

Para realizar a prevenção de infecções em serviços de saúde é necessário ter

ações macropolíticas, que seriam as ações governamentais e as micropolíticas, que

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são as ações institucionais, que envolvem a participação de toda equipe, não

somente dos membros das comissões, mas de todos os profissionais que realizam a

assistência aos pacientes. A prevenção de infecções deve ser discutida, abordada e

implantada nas instituições de saúde e acadêmicas, analisando que o enfermeiro é

um constante educador em suas atribuições diárias. Realizar as orientações para

equipe de enfermagem, familiares, ter a propriedade de trabalhar em parcerias com

equipe multidisciplinar e auxiliar nas orientações de toda equipe faz do enfermeiro

um facilitador de informações para prevenir infecções. Com essa visão de prevenção

é que essa abordagem deve ser instituída desde o período acadêmico do curso de

enfermagem para, assim, proporcionar ao estudando oportunidade de conhecer e

aprender sobre o assunto, com o objetivo de, após formado, realizar a assistência

com base na segurança do paciente, assim prevenindo infecções em serviços de

saúde.6,22,24

As infecções são iatrogênicas, decorrentes da assistência dos serviços de

saúde, e nas últimas décadas passaram a ter uma atenção maior, embora existam

relatos que, desde a antiguidade, ocorrem disseminação de doenças epidêmicas, e

sobre a inevitabilidade das infecções cirúrgicas. O profissional responsável do SCIH,

órgão executor das ações, é o enfermeiro e este deve ter a competência e

responsabilidade para seguir as boas práticas e direcionar os demais colegas

enfermeiros, equipe de enfermagem, médicos e equipe multidisciplinar a atuar na

prevenção de infecções e de risco, visando o bem estar e recuperação dos

pacientes.19

Promover a segurança do paciente é uma atividade que deve ser realizada

diariamente pelos enfermeiros juntamente com a equipe em qualquer momento da

assistência aos pacientes. As instituições que prestam assistência e buscam

prevenir infecções deverão realizar desde a higiene das mãos, que é uma conduta

simples e de baixo custo, comprovada cientificamente como uma das formas mais

eficazes para prevenir infecções cruzadas, mas também o incentivo à adesão às

boas práticas que envolvem a limpeza, desinfecção e esterilização de artigos e

materiais que serão utilizados na assistência aos pacientes, técnica adequada para

procedimentos, organização e cuidados com ambiente, implantação de protocolos e

acompanhamento dos mesmos, são algumas das ações para minimizar os riscos

dos pacientes virem a adquirir infecções em serviços de saúde. Segundo

Yoshikawa8, ocorre que, durante a formação, os profissionais não são apresentados

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63

ao tema “segurança do paciente” ou a questão especifica de prevenir infecções, o

que ocasiona situações posteriores à formação de má conduta frente à assistência

ou ainda ocorrem situações de conflito frente à universidade e ao campo da prática

profissional, onde os hospitais são obrigados a trabalhar a prevenção de infecções

juntamente com a segurança em um contexto global, desafiando as instituições de

ensino a buscar uma forma de trabalhar esse contexto com os alunos da graduação,

sendo um marco conceitual para a prática e ensino desses profissionais.2,31

Segundo o Programa de Segurança do Paciente4 com o objetivo de modificar

a cultura frente a importância de trabalhar a segurança do paciente a OMS lançou,

em 2011, o guia para organização do currículo de segurança do paciente

multiprofissional. O guia é direcionado para auxiliar a graduação em saúde a ensinar

a segurança do paciente. A abordagem é dividida em duas partes, sendo uma

dedicada a educadores e outra aos estudantes e seis domínios para as

competências, sendo eles: contribuir para uma cultura de segurança do paciente;

trabalhar em equipe para a segurança do paciente; comunicar eficazmente para a

segurança do paciente; gerenciar os riscos de segurança; otimizar fatores humanos

e o meio ambiente; reconhecer, responder e divulgar eventos adversos. O guia da

OMS também é direcionado para auxiliar no desenvolvimento da formação de

educadores no Brasil e enfatiza a necessidade de incluir o tema segurança do

paciente nos currículos de graduação da área da Saúde.

Neste contexto, este trabalho teve como objetivo identificar sob a perspectiva

do aluno a abordagem da infecção hospitalar em serviços de saúde na graduação

do curso de enfermagem de uma universidade privada do interior paulista. O

desenvolvimento desse estudo permite compartilhar experiências e recomendações

destinadas a garantir uma melhor formação para a segurança do paciente.

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64

12 MÉTODO

12.1 Desenho e local do estudo

Estudo do tipo exploratório-descritivo e de abordagem qualiquantitava realizado

no Curso de Enfermagem de uma Universidade privada, do interior de São Paulo. O

Curso caracteriza-se pelo ensino em metodologias ativas e inserção dos alunos nas

atividades práticas desde o início da formação.

Participaram estudantes que estavam matriculados no ano de 2015 nos quatros

anos do curso. Foram adotados critérios de exclusão: alunos que estivessem na

ocasião da coleta de dados intercâmbio ou que se recusarem a participar. Foram

distribuídos 104 questionários e obteve-se 60 (57,69%) retornos.

A pesquisa seguiu os preceitos éticos da Resolução do Conselho Nacional de

Saúde n.196/96. Foi aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade

de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica de SP, sob o

Protocolo CEP nº. 950.605. A anuência dos sujeitos foi mediante o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

Os dados foram coletados no período de agosto a setembro de 2015, por

meio da aplicação de um questionário semiestruturado, autoaplicável elaborado pela

pesquisadora com duas partes. A primeira com questões sobre o perfil dos

participantes e a segunda com questões de múltipla escolha, com cinco alternativas

e três questões abertas, para o participante expor o parecer e opinião sobre o tema

da pesquisa. Previamente, foi validado o conteúdo por três Juízes e posteriormente

testado em um grupo equivalente de 10 alunos oriundos de outro curso de

enfermagem. O referencial teórico adotado para elaboração da segunda parte do

questionário foi o Modelo Donabediano, que aborda a tríade de estrutura-processo-

resultados. Estrutura: implica nas caraterísticas relativamente estáveis das

instituições, tais como, área física, recursos humanos, materiais e financeiros e o

modelo organizacional. Processo: refere-se ao conjunto de atividades desenvolvidas

na produção de bens e serviços, e no setor saúde, nas relações estabelecidas entre

os profissionais e os usuários, desde a busca pela assistência, incluindo o

diagnóstico e o tratamento. Nos resultados: ocorre a obtenção das características

desejáveis dos produtos ou serviços, retratando os efeitos da assistência à saúde do

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usuário, bem como as mudanças relacionadas com o conhecimento e

comportamento das pessoas.38

O Modelo Donabediano (estrutura, processo e resultado) é utilizado para

medir a relação entre o profissional e o meio. Sendo a pesquisa realizada em uma

instituição acadêmica foi necessário adaptar as proposições para o cenário

acadêmico podendo identificar os pontos fortes e as fragilidades no que diz respeito

o assunto infecções em serviços de saúde no período de graduação do curso de

enfermagem.

Os questionários foram elaborados de acordo com a escala de Likert, a qual

apresenta variações, sendo uma de concordância e a outra de discordância. O

instrumento incorpora uma escala sóciopsicológica - técnica de escala de Likert,

com uma variação em 5 graus de percepção de forma que as respostas são

graduadas para cada afirmação da seguinte forma: (1) Discordo totalmente, (2)

Discordo, (3) Indiferente, (4) Concordo, (5) Concordo totalmente.40,41

As proposições do instrumento tiveram a finalidade de determinar as

percepções acerca da abordagem do tema sobre infecção em serviços de saúde

durante a formação do Enfermeiro. O questionário apresentado aos professores

constava de 56 questões, sendo a primeira parte de do instrumento com dez

questões de caracterização dos participantes e na segunda 43 proposições,

divididas em 27 proposições de Processo, 11 proposições de Estrutura e 05 de

proposições de Resultado e ao final três questões abertas para expressar opiniões e

sugestões.

Para testar a confiabilidade do questionário quanto à sua consistência interna,

foi aplicado o teste estatístico de análise multivariada Alpha de Cronbach. Quanto à

análise das variáveis sociodemográficas foram realizadas estatísticas descritivas, e

para fins realizar a análises quantitativas foram adotados escores de 1 a 5, sendo 1

a pior avaliação e 5 a melhor.

Já os resultados das questões abertas foram analisados de forma descritiva,

através da análise e classificação do conteúdo das respostas e apresentadas

utilizando o recurso da “Nuvem de Palavras”. Normalmente as nuvens de palavras

são usadas para demonstrar, de maneira visual, a frequência de ocorrência das

palavras dentro de um texto: quanto maior for o número de vezes que a palavra

aparecer no texto, maior será a fonte usada para exibir essa palavra.47

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13 RESULTADOS

13.1 Perfil dos estudantes

Participaram 60 alunos (57,6%), sendo 57 (95%) do sexo feminino e três (5%)

alunos do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 18 aos 25 anos -- 36

(60%), de 25 aos 35 anos -- 13 (21,6%) e acima dos 46 anos -- uma (1%).

Referente ao ano do curso que o aluno estava inserido, 12 (20%) no 1º ano do

curso, 22 (36,66%) no 2º ano, 15 (25%) no 3º ano e 11 (18,33%) no 4º ano. 24

(40%) são alunos trabalhadores, sendo 18 (75%) da área da saúde e seis (25%) em

outras categorias profissionais. Dos alunos participantes oito (13,3%) realizam

estágio remunerado.

13.2 Confiabilidade do instrumento

Tabela 1 – Distribuição das dimensões, e os resultados obtidos na aplicação do teste Alpha de

Cronbach. Sorocaba, 2015.

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Tabela 2 – Distribuição das dimensões, e os resultados obtidos na aplicação do teste Alpha de

Cronbach. Sorocaba, 2015

A seguir descrita a análise e comparação entre os anos do curso de

enfermagem, e as respostas dos alunos referente ao conteúdo abordado sobre

infecções em serviços de saúde.

Tabela 3 - Análise da abordagem infecções em serviços de saúde no 1º, 2º, 3º e 4º Ano do

Curso de Enfermagem da FMCS- PUC/SP Sorocaba 2015.

Abaixo da tab tem que identificar o nome do teste utilizado e o p considerado.

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Obs.: No total dos quatros anos do curso de Enfermagem foram identificadas poucas

variáveis especificadas sobre o conteúdo Infecções em Serviços de Saúde.

Tabela 4 - Análise de variáveis – entre o 1º e 2º ano.

Pr = > que 0 Total = 1º Ano é menor que o 2º Ano

Tabela 5 - Análise de variáveis – entre o 1º e 3º ano.

Pr = > que 0 Total = 1º Ano é menor que o 3º Ano.

Tabela 6 - Análise de variáveis – 1º E 4º ano.

Pr = > que 0

Total = 1º Ano é menor que o 4º Ano.

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Na análise estatística, o 1º ano apresentou média inferior aos demais anos do

curso de enfermagem, os demais anos - 2º, 3º e 4º anos - apresentam média

próximas, caracterizando que não há diferença ou mínima diferença entre os anos

sobre o conhecimento de infecção em serviços de saúde.

A seguir serão apresentados os resultados referentes as dimensões Estrutura,

Processo e Resultado.

Tabela 7 – Distribuição alunos do curso de Enfermagem segundo respostas às proposições da

dimensão Estrutura – Sorocaba, 2015.

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Tabela 8 - Distribuição alunos do curso de Enfermagem segundo respostas às proposições da

dimensão Processo– Sorocaba, 2015.

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Tabela 9 - Distribuição alunos do curso de Enfermagem segundo respostas às proposições da

dimensão Resultado – Sorocaba, 2015.

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13.3 Análise qualitativa

Para a análise qualitativa da pesquisa, foram elaboradas três questões

abertas com o objetivo dos participantes exporem suas opiniões e sugestões sobre o

tema de pesquisa. A opinião dos entrevistados sobre a abordagem do tema foi

analisada e, em sua maioria, foram direcionadas para três vertentes: muito

importante; pouco abordado e necessidade de aprofundamento.

As palavras que apareceram com maior frequência foram selecionadas e

apresentadas através de nuvem de palavras. Com as questões abertas os

participantes puderam expor o ponto de vista e fazer sugestões das quais acharam

pertinente.

Na questão aberta Nº 1 - “Comente como você avalia a abordagem do tema

infecção em serviços de saúde durante a sua formação” dos 60 alunos, 53

responderam (88,33%) e 07 deixaram em branco (11,66%).

Na primeira imagem da Nuvem de Palavras estão descritas as palavras que

apontam a importância no tema. Na segunda imagem da Nuvem de Palavras estão

as palavras que mostram a necessidade do tema ser melhor abordado e discutido

no processo de graduação do curso de enfermagem.

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IMAGEM 1.

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IMAGEM 2

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Na questão aberta Nº 2 - “Dê sugestões que podem melhorar o seu

aprendizado sobre infecções em serviços de saúde” dos 60 alunos 48 responderam

(80%) e 12 deixaram em branco (20%).

IMAGEM 1.

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Na questão Nº 3 - “Outros Comentários” dos 60 alunos 15 responderam (25%)

e 35 deixaram em branco (58,33%).

IMAGEM 1.

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14 DISCUSSÃO

14.1 Perfil dos estudantes

Participaram 60 alunos (57,6%), sendo 57 (95%) do sexo feminino e três (5%)

alunos do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 18 aos 25 anos 36

(60%), de 25 aos 35 anos 13 (21,6%) e acima dos 46 anos uma (1%). Referente ao

ano do curso que o aluno estava inserido, 12 (20%) no 1º ano do curso, 22 (36,66%)

no 2º ano, 15 (25%) no 3º ano e 11 (18,33%) no 4º ano. 24 (40%) são alunos

trabalhadores, sendo 18 (75%) da área da saúde e seis (25%) em outras categorias

profissionais. Dos alunos participantes oito (13,3%) realizam estágio remunerado.

14.2 Fidedignidade do instrumento

De acordo com o descrito no método a avaliação da consistência interna do

questionário foi avaliada pelo Alfa de Cronbach.

Nessa pesquisa, o valor de Alfa de Cronbach (α) com média de 179 e o

coeficiente de confiabilidade de 0,91 das respostas decorrentes do questionário,

sendo assim de caráter de alta confiabilidade, considerando a confiabilidade do Alfa

de Cronbach é de 0 a 1. Para as dimensões o α variou de 0,80 para o domínio

Estrutura, 0,86 para o domínio Processo e 0,82 para o domínio Resultado.

14.3 Correlação entre os domínios

A correlação entre os domínios Estrutura, Processo e Resultado foram

realizadas com o objetivo de verificar a articulação entre as respostas das

proposições e a confiabilidade da análise dos dados.

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Tabela 10 - Valores de confiabilidade entre os domínios.

14.4 Confiabilidade dos domínios Estrutura, Processo e Resultado.

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15 ANÁLISE DAS DISTRIBUIÇÕES DOS RESULTADOS PELAS DIMENSÕES

ESTRUTURA, PROCESSO E RESULTADO.

15.1 Dimensão Estrutura

Os resultados encontrados na tabela 08 indicam favoravelmente que os

professores (50%) são preparados para abordar o tema e os locais de estágio

oferecem oportunidades de aprendizado. Os aspectos desfavoráveis se relacionam

à disponibilidade do material impresso pelos professores: 33% relataram discordar

que o material seja disponibilizado e 27% concordaram que os professores não

disponibilizam material sobre o tema no Moodle. Na análise da proposição referente

aos materiais utilizados nas atividades práticas (laboratório de procedimentos), 33%

dos alunos discordam que o laboratório tem materiais suficientes. A graduação

promove junto ao aluno um estudo técnico-científico, baseado em procedimentos

com precisão, responsabilidade e atenção para prestar os cuidados aos pacientes.

Para iniciar as atividades, os alunos praticam assistência e treinam os

procedimentos no laboratório de procedimentos, um local que deve ser estruturado

com materiais e equipamentos para inserir o aluno em um ambiente o mais próximo

da realidade, uma simulação realística, assim favorecendo o aprendizado. O aluno,

após aprender e treinar no laboratório, estará com maior embasamento teórico e

prático, assim beneficiando a assistência aos pacientes no campo da prática.39

15.2 Dimensão Processo

De acordo com os resultados da Tabela 9, onde podemos verificar a

proposição “As atividades práticas profissionais permitem o aprendizado do aluno

sobre infecção em serviços de saúde”, 92% dos alunos concordaram. Sendo de

valia que os alunos consigam visualizar que o período acadêmico, não somente o

conhecimento teórico, mas também o campo profissional, proporciona ao discente o

conhecimento de como prevenir infecções e trabalhar a segurança dos pacientes.

Quando o aluno consegue entender que faz parte do aprendizado do enfermeiro as

atribuições de prevenções, esse entendimento proporcionará um impulso para

auxiliar nas competências e compromissos do futuro profissional.

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Na 27ª Conferência Sanitária Pan Americana, foi discutida a qualidade da

assistência juntamente com a segurança do paciente e a visão de melhorar a saúde

da população, sendo assim, garantir a sustentabilidade do sistema de saúde. Para

priorizar a segurança do paciente e qualidade dos cuidados aos doentes, alocar

recursos necessários, incorporar o envolvimento do cliente em processos para

melhorar a qualidade da saúde e posteriormente avaliar a segurança do paciente e

qualidade da situação de assistência. Essa abordagem deve ser inserida na

graduação; o conteúdo que está sendo discutido em conferências nacionais e

internacionais que discutam a segurança do paciente e prevenções de infecções

devem ser colocados para os alunos no decorrer da graduação, assim o futuro

profissional estará envolvido nos processos de melhorias para os cuidados aos

pacientes.51

Os alunos em sua maioria foram coerentes nas respostas, e foi possível

identificar que o processo proposição negativa e positiva foram respondidas de

forma proporcional, validando as respostas, por exemplo, na proposição negativa

45% dos alunos discordaram que “A atividade prática profissional não facilita o meu

aprendizado sobre infecções em serviços de saúde”. E quando verificamos a

proposição afirmativa 47% concordaram com a proposição “A atividade prática

profissional facilita o meu aprendizado sobre infecções em serviços de saúde”.

Os alunos em sua maioria concordaram sobre o tema estar inserido na prática

profissional, sendo um total de 47% o que enfatiza a importância do conteúdo ser

abordado academicamente, pois quando os alunos que são direcionados para as

atividades práticas irão prestar assistência direta aos pacientes e deverão ter o

conhecimento de como prevenir as infecções.

A atividade prática profissional foi apontada como facilitadora do aprendizado

sobre infecções em serviços de saúde. O curso da graduação de enfermagem da

PUC inicia desde o primeiro ano a articulação entre a teoria e a prática. A formação

é um processo que ultrapassa o acumular do saber, é a criação de um profissional

que esteja em contato com a realidade para associar a teoria e a prática, e formar

conteúdo, ter intenções e condições para implantar as ações e conquistar

conhecimentos que foram iniciados na formação e serão fortalecidos após a

formação do profissional. Um discente amparado por conhecimentos solidamente

adquiridos e elaborados terá abrangência e profundidade para atuar como

profissional capacitado assim que concluir a graduação.52

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81

Os cenários são reais, pois o aluno é inserido na pratica assistencial,

iniciando pelo atendimento na comunidade, posteriormente atuam nas Unidades

Básicas de Saúde e, a partir do 3º ano do curso, iniciam as atividades no campo

hospitalar. Os alunos são divididos em grupos de no máximo dez alunos para serem

acompanhados por um tutor e inseridos no contexto saúde-doença para colocar em

prática o conteúdo abordado nas tutorias. Quando o conhecimento é adquirido na

instituição acadêmica, o mesmo será utilizado nas ações de trabalho e os alunos

irão proporcionar uma assistência mais segura e de qualidade aos pacientes.

No estudo de Azambuja22, a autora relata a importância e o quanto é

imprescindível no processo de formação a produção e reprodução constante de

conhecimentos de prevenção de infecções, e ainda posteriormente à graduação o

trabalhador deverá estar inserido em um programa de educação permanente, sendo

enfatizada a importância da reprodução constante de conhecimentos para que seja

realizada a aplicabilidade na prática cotidiana do discente e futuro enfermeiro.

Sobre a percepção da abordagem do tema, esta é apontada como insuficiente

pelos alunos (60,8%). As consultorias, tutorias e prática profissional, identificadas

por 57% dos alunos como atividades que favorecem o aprendizado; os problemas

utilizados em tutorias 49% concordaram e 17% concordaram totalmente que os

problemas permitem a aprender sobre o assunto, enquanto 35% discordam e 27%

discordam totalmente que os problemas não abordam o tema.

Na proposição “O tempo dispendido nas atividades de ensino para abordar o

tema de infecção em serviços de saúde não é suficiente”, 53% dos alunos

concordaram que o tempo não é suficiente para a abordagem do tema, podendo ser

um incentivo para rever o quanto o assunto é discutido no decorrer da graduação.

Os alunos responderam que discordam – 37% – e discordaram totalmente – 28% –

quando responderam a proposição “Não participei de nenhuma atividade no curso

que abordou sobre infecção em serviços de saúde”. Analisando as respostas, é

possível identificar a junção das respostas entre os domínios, pois os alunos relatam

que tiveram oportunidade de aprender sobre o tema, entendem a importância, mas

enfatizam a necessidade de trabalhar o conteúdo de forma mais intensiva. No que

refere as consultorias, 37% dos alunos discordaram, 17% assinalaram como

indiferente e 7% concordaram com a proposição “Nas consultorias não tenho

oportunidade de tirar dúvidas sobre infecções em serviços de saúde”. As

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consultorias são oportunidades de aprendizagem onde os alunos podem conversar

com os consultores sobre o tema de estudo do período, ou seja, discutir sobre o

problema e objetivos de aprendizagem. Os alunos podem aproveitar o momento

para esclarecer dúvidas e entender o que não conseguiram compreender sozinhos

após o estudo individual.

Quando perguntado para o aluno a proposição “Participei de atividade no

curso que abordou sobre infecção em serviços de saúde”, 48% concordaram e 15%

discordaram totalmente. Os alunos que disseram discordar totalmente podem ser

alunos que estão cursando o primeiro semestre da graduação, onde estão sendo

inseridos no processo através da comunidade e acreditam que prevenir infecções é

direcionado somente no âmbito hospitalar.

15.3 Dimensão resultado

Na tabela, 3,50% afirmam que as atividades realizadas na graduação

capacitam o aluno sobre infecções, e, ao analisar as respostas, foi possível

identificar que o discente compreende a importância de prevenir infecções e que a

abordagem deve estar inserida no conteúdo acadêmico.

As atividades de ensino desenvolvidas no curso foram identificadas por 62%

dos alunos que acarretam melhoria na qualidade da assistência; 72% concordam

que tem conhecimento para aplicar os conceitos nas atividades de prática (estágio

curricular).

As metodologias ativas (Problematização e ABP) em que os alunos da

graduação de enfermagem da PUC são inseridos articulam o contexto da prática e

teoria de forma única, e permite que o aluno desenvolva a comunicação nos

encontros das tutorias, expondo para o grupo o conhecimento que adquiriu com o

estudo. Outro ponto forte é a interação do grupo junto aos colegas e tutores, pois os

grupos são pequenos (dez alunos) e, com isso, a comunicação é constante para os

esclarecimentos de dúvidas e principalmente no campo da prática profissional

trabalham em parceria com os colegas e colaboradores da instituição da prática

acadêmica. A dinâmica de aprendizado oferecido pela PUC através do PBL

beneficia o crescimento do aluno através da autonomia, do aprender a aprender, e

ainda valoriza a iniciativa individual e o trabalho em grupo. Assim, o futuro

enfermeiro, quando inserido no campo profissional, saberá atuar em equipe

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profissional e ter iniciativa para tomar decisões através do conhecimento adquirido

na prática acadêmica e do embasamento teórico. Quando o conhecimento

aprendido é utilizado com saber nas ações de trabalho, este provoca alterações no

processo, as quais irão intervir na qualidade da assistência prestada, na redução

das taxas de infecções, e a base deve vir do processo de formação/educação do

trabalhador, sendo que as orientações estão muito além de apenas simples

processo “bancário de treinamentos”, as orientações para prevenir infecções estão

relacionadas ao envolvimento profissional e valorização do tema sendo a nível

acadêmico e posterior institucional. 22,53,54,55,56

Para Azambuja 22 “[...] o processo de formação do trabalhador pode propiciar

a reformulação de hábitos, a reflexão, a ação transformadora, uma educação que é

contínua no processo de trabalho, que é parte dele e que nele se processa[...]”.

Quando o aluno passa a entender a importância de um processo do qual

insere sua formação, vivencia a realidade do mundo do trabalho, e como tal poderá

fazer nas suas atividades práticas analisando ações e possibilidades de

intervenções.

16 Análise qualitativa

A análise qualitativa foi consonante com a análise quantitativa, ambos

resultados apontaram para a valorização de prevenir infecções, da importância da

abordagem na graduação de enfermagem, a ênfase de trabalhar o tema para

beneficiar os pacientes que serão atendidos pelos futuros enfermeiros e a pouca

abordagem em problemas utilizados pelos alunos em tutorias, mas que no âmbito da

prática e estágio supervisionado o assunto é abordado.

“O tema é muito importante, porém durante a minha formação até o momento,

o tema foi pouco abordado” (2º Ano/A 9).

“Acredito que é um tema extremamente importante, que infelizmente não é

tão abordado como deveria” (2º Ano/A 8).

A opinião dos dois alunos mostrou que ambos têm conhecimento da

importância de prevenir infecções, mas que ainda não foi abordado ou pouco

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abordado. Ambos os alunos estão no 2º ano do curso de enfermagem, talvez na

visão dos alunos prevenir infecções é somente em instituição hospitalar, e como

nesse período os alunos ainda não iniciaram prática profissional no hospital,

acreditam que o tema foi pouco abordado.

“É importante, há muitos casos de infecções hospitalares, e isso pode

prejudicar o paciente, portanto na formação profissional é necessária essa

abordagem” (1º Ano/A 4).

É de conhecimento de todos que existem as infecções e na realidade os

serviços de saúde atualmente estão em foco para trabalhar a prevenção, pois

infecções são consideradas eventos adversos e não fazem parte de uma assistência

segura e de qualidade. Os cuidados relacionados às infecções vêm apresentando

diferentes significados na história, sendo inicialmente configurada como uma

consequência comum para um paciente hospitalizado e, com as mudanças, estudos

e aprimoramentos, foi identificado que as infecções são passíveis de prevenção, e

faz parte das boas práticas promover o melhor para o paciente. 2,7

“Acredito que é um assunto que merece muita atenção, pois pode fazer toda

diferença para um resultado positivo durante os procedimentos, atendimento” (1º

Ano/A 5).

“Acredito ser um tema de extrema importância” (1º Ano/A 9).

Os relatos apontaram como os alunos estão conscientes da necessidade de

prevenir infecções, e como é de grande valia o assunto ser abordado na graduação

de enfermagem, pois, quando o tema é inserido na graduação, o aluno

precocemente poderá participar das ações de prevenções, e ainda após a formação

irá proporcionar benefícios ao paciente favorecendo a assistência aos pacientes de

forma segura.

“Penso que é um tema pouco discutido, porém é de fundamental importância. Acredito que deve-se abordado em todas as graduações da área da saúde” (2º Ano/A 1).

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“Sinto que até o módulo em que cursei, o tema prevenção de infecções em serviços de saúde foi abordado superficialmente e apesar de nós já estagiarmos em serviços da atenção básica, possuímos pouco conhecimento do assunto” (2º Ano/A 11).

No período do 2º ano, os alunos abordam conteúdos como biossegurança, e

fazem pesquisas que incluem uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e

higiene das mãos, sendo descritos em portfólios, mas talvez os alunos não

consigam relacionar que esses temas são itens que auxiliam na segurança do

paciente e prevenção de infecções.

Para beneficiar a assistência a segurança do paciente, a abordagem de

prevenir infecções deve ser enfatizada na formação acadêmica. Pouco se fala sobre

infecção hospitalar no período acadêmico, e sendo certo que existe um investimento

do graduando, para que, durante sua formação, adquira competência para executar

um procedimento esperado em seu exercício profissional, é nesse contexto que a

ênfase da prática da prevenção de infecção fica a desejar, pois é contemplada em

segundo plano, o que não é o correto, pois a inserção de segurança do paciente na

graduação é contemplada em diferentes literaturas.4,8,22

Ao analisar as respostas abertas, foi perceptível que os alunos trabalhadores

ou que realizam estágio remunerado apresentaram visão diferenciada dos demais,

pois é possível que, através da prática e das orientações que adquirem nas

atividades profissionais, o conteúdo adquirido favoreça o aprendizado acadêmico.

Para favorecer a prevenção de infecções é necessário que, no processo de

formação do enfermeiro, tenha espaço na graduação a segurança do paciente em

todas as vertentes, mas como um foco na prevenção de IRAS, pois o

desenvolvimento de uma infecção irá expor o paciente a vários outros riscos que

também são trabalhados na segurança do paciente, sendo eles o risco de queda,

lesões de pele, risco de erro de medicações entre outros. No relato de um dos

participantes é citado sobre a metodologia da instituição da pesquisa, o PBL. 20,32,57

“O tema infecção é extremamente importante, porém o PBL não traz às

tutorias tal tema. Por enquanto a abordagem foi higienização das mãos e

calçamento de luvas estéreis”. (2º Ano/A 12).

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O Problem-Based Learning (PBL), ou Aprendizagem Baseada em Problemas

e a Problematização, é um modelo pedagógico que busca proporcionar ao estudante

condições de desenvolver habilidades técnicas, cognitivas e atitudinais aplicáveis

tanto para o cuidado dos pacientes quanto para a manutenção da postura de

estudar para aprender pelo resto da vida profissional. Nesse modelo, o foco do

processo educativo é centrado no estudante, onde o aluno é estimulado a

capacidade de auto formação, através da busca ativa de informações. O estudante é

estimulado a construir ativamente sua aprendizagem, articulando seus

conhecimentos prévios com os de outros estudantes do grupo, para a resolução de

problemas selecionados para o estudo, visando o desenvolvimento do raciocínio

crítico, de habilidades de comunicação e do entendimento da necessidade de

aprender ao longo da vida. O aluno expôs que o PBL não favorece o aprendizado

sobre infecções, mas o PBL é uma ferramenta que incentiva o aluno a buscar,

através de estratégias como a dinâmica das tutorias, consultorias, encontro de

integrações, articulação entre a teoria e prática e a autonomia do aluno, que pode

buscar conhecimento em bancos de dados confiáveis e colocar em discussão para

os demais alunos e professores nos encontros, favorecendo o conhecimento e

aprendizado em grupo. Essa dinâmica pode vir a beneficiar o aprendizado sobre o

tema de pesquisa da mesma forma que favorece o conhecimento dos demais

assuntos abordados na graduação.54,58,59

Pouco é abordado na graduação sobre infecções e, por isso, no exercício

profissional, existe um desconhecimento e, em segundo lugar, a desvalorização da

gravidade das infecções, sendo assim é enfatizada a importância dos currículos de

graduação em áreas de saúde para inserir a temática prevenção de infecção através

da segurança do paciente.8,22

“É um tema de extrema importância, pois diz respeito à saúde do profissional

e do paciente. Nós profissionais da área da saúde temos que estar cientes do que

estamos fazendo, tendo em consideração todos os cuidados possíveis” (2º Ano/A

16).

A educação participativa, faz com que o aluno esteja inserido no processo de

aprendizado de forma constante, fornecendo aos alunos novas direções no cuidar e

capacitação para proporcionar uma assistência de qualidade. Dessa forma, é

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relevante inserir o conteúdo sobre segurança do paciente com a abordagem em

prevenções de infecções, pois os alunos, trabalhando no período acadêmico em um

processo contínuo e baseado em literatura consistente, irão, após a formação,

colocar em prática o conteúdo adquirido.59

A responsabilidade na prevenção e controle das infecções cabe ao

estabelecimento de saúde e também a toda equipe assistencial, o que leva ao ponto

inicial da pesquisa: a importância do graduando conhecer sobre infecções para

posterior participar fielmente das ações de prevenções.7

Desde o ano de 2000, a OMS vem refletindo sobre a qualidade dos cuidados

e com a segurança do paciente em serviços de saúde, e no ano de 2004, lançou

formalmente a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente por meio da

Resolução na 57º Assembleia Mundial da Saúde, e recomendou aos países mais

atenção na segurança dos pacientes, e desde então articulações estão sendo

realizadas para proporcionar segurança na assistência com base nas metas

internacionais para a segurança do paciente.18

As respostas dos participantes sobre a pouca abordagem do tema e a

reflexão sobre a possibilidade de ocasionar dano a segurança do paciente mostra

que os mesmos estão familiarizados com a necessidade da abordagem, relatam que

é realizada de forma insuficiente.

“Trata-se de um assunto muito importante, pois sua falha acarretará danos a

segurança do paciente, porém não é abordado suficientemente durante nossa

formação” (3º Ano/A 14)

Referente a segunda questão aberta “Dê sugestões de como melhorar o seu

aprendizado sobre Infecção em Serviços de Saúde”, os alunos sugeriram aulas,

palestras, pesquisas de forma que o tema estivesse mais presente nos discursos de

professores e inseridos nos objetivos de aprendizagem para ser pesquisado e

discutido no período de prática profissional.

“Pesquisando, buscando conhecimento e informações sobre o tema” (1ºAno/A

1).

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“Palestras, aulas e de integração e abordagem do tema nas práticas”

(1ºAno/A 8)

“Ser um objetivo de aprendizado na tutoria. Ser mais cobrado pelas

professoras, tanto o teórico quanto o prático” (2º Ano/A 8).

“Mais integrações que expliquem este tema, reforço durante as práticas e

aulas em laboratório. Abordar o assunto em todas as tutorias “(4º Anos/Al 2).

“Acredito que seja importante sempre destacar este tema, tanto nas tutorias

quanto nas atividades práticas o ideal seria já estarmos preparados quando

iniciamos o estágio curricular supervisionado” (3º Ano/A 15).

A questão aberta nº 3 foi “Outros Comentários”, os alunos permaneceram

relatando e afirmando a importância do tema infecções em serviços de saúde ser

abordado no período da graduação.

“Penso ser um assunto importante e sempre deve ser discutido” (2º Ano/A 1).

“Um enfermeiro deve estar preparado para prestar assistência ao paciente,

em qualquer nível de atendimento, e infecções podem estar presentes em todos os

lugares. Desta forma, o enfermeiro é um profissional ativo nessa, para poder evitá-

las.” (2º Ano/A 20).

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17 CONCLUSÕES

Esse estudo abordou a percepção dos estudantes sobre a segurança do

paciente no que diz respeito às infecções em serviços de saúde, pautado no Modelo

Donabediano, na tríade Estrutura, Processo e Resultado, e permitiu concluir que:

Quanto aos participantes, houve a participação de 60 estudantes do 1° ao 4°

ano do curso de enfermagem. Os alunos estavam inseridos em diferentes momentos

de aprendizagem, sendo 20% no 1º ano, 33,66% no 2º ano, 25% no 3º ano e

18,33% no 4º ano. Os alunos do primeiro ano mostraram conhecimento inferior,

sendo esperado por se tratar de alunos 36 (60%) egressos do ensino médio.

Na dimensão estrutura, a maioria dos participantes apontou percepção

favorável referente ao preparo dos professores para o ensino e aos locais de

estágios, os alunos nos locais de prática profissional conhecem e atuam na

realidade profissional e essa prática favorece o aprendizado. Os itens que

obtiveram maior discordância foram em relação a estrutura física do Laboratório de

Procedimentos e materiais utilizados para simulação de procedimentos

assistenciais.

Na análise quantitativa, a maioria dos participantes concordou que o tema é

abordado no período de graduação, que faz parte da teoria e principalmente da

prática profissional. Foi relatado que a abordagem poderia ser através dos

problemas utilizados nas tutorias, como objetivo de aprendizagem.

Na dimensão Processo, as preposições com maiores percentuais de

concordância foram os referentes à prática profissional, tutorias e interação teoria-

prática, e os itens que obtiveram elevados percentuais de discordância foram os

referentes às questões de materiais de apoio e abordagem nos problemas utilizados

em tutorias.

Na dimensão de Resultado, as concordâncias de maior resultado foram as

relacionadas à possibilidade do aluno ser capacitado nas atividades de ensino,

estágio curricular e a possibilidade de aplicar os conceitos de infecções em serviços

de saúde.

O instrumento de pesquisa foi considerado de alta confiabilidade, com Alfa de

Cronbach de 0,91 e para a tríade, 0,80 para o domínio Estrutura, 0,86 para o

domínio Processo e 0,82 para o domínio Resultado.

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Quanto à correlação dos domínios, a análise da tríade Estrutura, Processo e

Resultado, o domínio Estrutura apresentou a menor média, apontando a fragilidade

e a necessidade de adequação no que diz respeito à estrutura para o aprendizado

dos alunos referente ao ensino infecções em serviços de saúde. Nesse estudo, o

domínio Processo teve o maior número de proposições, mas não de forma

ocasional, sendo pontual para saber como o tema da pesquisa é abordado na

graduação de enfermagem através do processo e desenvolvimento do ensino. O

domínio Estrutura apontou a necessidade de realizar adequação da mesma. O

Processo identificou que o conteúdo é abordado, mas precisa de maior clareza e

objetividade na discussão com os alunos. A abordagem prática-teoria favorece o

aprendizado do aluno e os conceitos referentes à pesquisa são colocados para os

alunos nos momentos das tutorias e enfatizados na prática.

Os alunos dos quatro anos do curso valorizam as prevenções de infecções, e

concordaram que o tema deve ser trabalhado na graduação. A pesquisa mostrou

que o aluno inserido na prática profissional tem maiores possibilidades de aprender

sobre a segurança do paciente e prevenções de infecções, pois a articulação teoria-

prática favorecem esse aprendizado. O discente na PUC aprende através do PBL e

Problematização, uma forma de aprendizado que incentiva o aluno a buscar o

conhecimento, pesquisar, entender e compreender o que está sendo trabalhado em

cada período do curso.

Os resultados demonstraram que, na opinião dos alunos, prevenir infecções é

importante e deve fazer parte da graduação, e mesmos os alunos que relataram que

o tema não foi abordado ou foi abordado de forma insuficiente. No decorrer das

demais proposições, relataram sendo importante para enfermeiro conhecer e

entender sobre prevenir infecções, e que o conhecimento irá favorecer a assistência

aos pacientes.

Para melhor abordagem do tema no que refere à teoria, a inserção poderia vir

a ser realizada através dos objetivos de aprendizagem dos problemas utilizados em

tutorias.

Na análise das variáveis o 1º ano apresentou média inferior aos demais anos

do curso de enfermagem, os demais anos - 2º, 3º e 4º anos - apresentam média

próximas, caracterizando que não há diferença ou mínima diferença entre os anos

sobre o conhecimento de infecção em serviços de saúde.

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Os resultados obtidos por esta pesquisa mostraram a importância de avaliar o

processo de formação dos futuros enfermeiros, e que as metodologias ativas

permitem um crescimento acadêmico dos alunos, que a articulação da teoria e

prática garante o aprendizado do aluno para a aplicação dos conhecimentos sobre

as infecções em saúde e que o tema é abordado, precisando apenas de

amoldamento.

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18 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o objetivo de avaliar a abordagem do Curso de Enfermagem sobre o

tema Infecções em Serviços de Saúde na proposta curricular em metodologias

ativas, optou-se em realizar esse estudo em três momentos, primeiramente a

pesquisa documental, seguido da pesquisa com os professores e pesquisa com os

alunos.

Para a análise documental foi utilizado o conteúdo ministrado nos quatro anos

do curso no ano letivo de 2014. Foi utilizado o ambiente virtual da FCMS

denominado Moodle, o Banco de Problemas disponibilizado pelos professores,

problemas do Salto Triplo que são utilizados como parte da avaliação do aluno em

cada módulo e a prova de progressão. Na pesquisa documental foi identificado que

o tema sobre infecções em serviços de saúde não foi considerado objetivo de

aprendizagem nos objetivos pré-determinados dos problemas. Em relação ao

material de apoio, foi identificado que há uma limitação para análise documental,

pois nem todos os professores disponibilizam material na plataforma Moodle ou até

mesmo utilizam de forma parcial, assim disponibilizando para o aluno cópia impressa

do material de estudo.

Com a pesquisa foi possível entender como é inserido o tema sobre

prevenção de infecções no âmbito da graduação aos olhos dos docentes da

instituição, pois, para o docente, o assunto é de grande importância, mas precisa ser

abordado de uma forma mais específica e clara para o aluno, já que o mesmo pode

não ter compreensão e muitas vezes não conseguir fazer articulações para

compreender onde e como está inserido. Os professores não mostraram

concordância, pois parte concordou que o tema é abordado nos problemas de

aprendizagem e outros discordaram e ainda afirmaram insuficiente, mas em sua

maioria acreditam que o tema é abordado na prática profissional, e dessa forma o

aluno recebe informações sobre o tema, pois é inserido na prática profissional nos

quatro anos de graduação.

Referente às questões abertas, os professores referem a importância de

prevenir infecções, afirmaram que o tema é necessário para a formação do futuro

enfermeiro e acreditam que poderia ser melhor abordado no decorrer da graduação,

sendo novamente enfatizado que a inserção poderia ser realizada nos problemas

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utilizados em tutorias. Uma declaração importante da pesquisa foi a declaração de

um professor, na qual ele afirma que o tema da pesquisa faz com que se pense na

forma que está ministrando as teorias e práticas, sendo de grande valia o incentivo

para melhores abordagens sobre infecções em serviços de saúde.

A análise quantitativa mostrou que os alunos concordam com a importância

do tema na graduação, que o tema é inserido na prática profissional e concordam

com a fragilidade no domínio Estrutura para desenvolver o conhecimento sobre

infecções em serviços de saúde. A pesquisa qualitativa foi congruente ao resultado

da quantitativa, ambas mostraram que os alunos compreendem a importância de

conhecer sobre infecções em serviços de saúde, a importância para a assistência, e

que é um diferencial para a segurança do paciente.

Os alunos acreditam que todos os enfermeiros devem conhecer e entender a

importância de prevenir infecções, e mesmos os alunos que relataram que o tema

não foi abordado ou foi abordado de forma insuficiente, demonstraram que

conhecem sobre a importância de prevenir infecções e relataram que o enfermeiro

deve conhecer sobre o tema, pois irá beneficiar a assistência aos pacientes. O

apontamento dos alunos é melhor abordagem, pois os mesmos compreendem nos

encontros de tutorias há uma de troca de conhecimentos prévios que promove a

construção de um saber em grupo, e no momento do fechamento da tutoria o

assunto é discutido, aprendido e colocado em prática quando o aluno está atuando

na prática profissional.

Os resultados da pesquisa documental e de campo mostraram a necessidade

do professor ser incentivado a utilizar, de forma mais ampla, a ferramenta Moodle,

disponibilizando para os alunos materiais de apoio, considerando os princípios do

método de que o aluno deve aprender a buscar o seu aprendizado. Essa ferramenta

poderia ser explorada com o uso de Fóruns de Discussão e construção de produtos

coletivos. Para os professores, uma ferramenta para articulação entre seus pares e

entre as atividades propostas de ensino o aprendizado.

O instrumento de pesquisa dos professores e alunos foi submetido à

confiabilidade, sendo para o instrumento dos professores o Alfa de Cronbach com

média de 180 e o coeficiente de confiabilidade de 0,90. O instrumento dos alunos

teve média de 179 e o coeficiente de confiabilidade de 0,91 ambos os instrumentos

de caráter confiável.

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O resultado de correlação entre os quatro anos em relação ao conteúdo

aprendido mostrou que o primeiro ano foi inferior (1,36%) em relação aos outros, o

que era esperado, considerando que nesse grupo de alunos, 36 (60%) são oriundos

do ensino médio e 24 (40%) são alunos trabalhadores que atuam na área de saúde

e que conhecem previamente sobre o tema. Em relação aos outros anos do curso,

não ocorreram diferenças no aprendizado, mostrando a necessidade de uma

abordagem mais efetiva e articulada entre teoria e para a incorporação de práticas

que promovam a segurança do paciente com enfoque nas prevenções de infecções

nos serviços de saúde.

Nos resultados da aplicação dos questionários, o domínio Estrutura

apresentou maior fragilidade, e pode ser adequado a partir da estrutura física,

disponibilidade de materiais, equipamentos e atividades, como simulações realistas

e a manutenção de monitores. No domínio Processo, foi identificado que o tema é

abordado na graduação através da articulação entre a teoria e a prática, onde o

aluno ser inserido na prática profissional precocemente é um diferencial para seu

aprendizado. O domínio Resultado mostrou que o aluno tem conhecimento sobre

prevenir infecções e concorda que o tema é de grande valor para os cuidados

assistenciais.

Na análise quantitativa, professores e alunos concordaram em sua maioria

que o assunto é abordado principalmente na prática profissional e participaram de

ações e discussões que falaram sobre prevenção de infecções. Na análise

qualitativa, foi identificado que a valorização do tema entre professores e alunos é

nítida, mas os alunos afirmaram com maior ênfase a necessidade de abordar em

tutorias e ter maior aprofundamento, indo de encontro aos professores, que também

citaram a necessidade de maior abordagem, mas é certo afirmar que nessa

pesquisa foi colocado que 100% dos participantes sabem que o tema deve ser

abordado no curso e acreditam na importância de prevenir infecções em serviços de

saúde.

A prática profissional é a modalidade que aborda com maior frequência o

tema e insere o aluno no contexto de segurança do paciente com as prevenções de

infecções em serviços de saúde, onde a prática assistencial é baseada em

legislações e recomendações de assistência de qualidade aos pacientes.

As metodologias ativas utilizadas no curso favorecem o aprendizado, pois

incentiva o aluno a buscar conhecimento, ter inciativa, ser responsável com suas

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atividades, com os colegas do grupo que está inserido e favorecem o trabalho em

equipe. A forma de trabalho e dinâmica da metodologia fornece aos alunos diversas

oportunidades de crescimento, direcionamento e, dessa forma, o aluno adquire

responsabilidade em pesquisar para desenvolver o aprendizado. A metodologia

proporciona a integração de conteúdos e a possibilidade de entender e atuar nas

prevenções de infecções, e ainda a praticar na assistência ao paciente quando

estiver atuando no campo da prática. O incentivo a estudar promove um processo

dinâmico e construtivo.

Com tudo, a pesquisa abriu caminhos para vários nortes, mas inicialmente

como sugestão o tema poderia ser inserido como objetivo de aprendizagem e

discutido em tutorias, sendo apresentado de forma clara e objetiva para os alunos,

apontando quando e como estão prevenindo as infecções.

Pretende-se, a partir desta pesquisa, que os resultados sejam divulgados

para os gestores do Curso de Enfermagem, possivelmente os gestores a utilizem

para reformular ou reestruturar os que se fizerem necessários nos componentes

identificados nas atividades que envolvem o processo de ensino aprendizagem.

Assim, os resultados obtidos por esta pesquisa me fizeram enxergar quanto é

importante a avaliação contínua e o envolvimento dos quais estão engajados no

processo, docentes e discentes, pois são eles que se encontram na dinâmica do

currículo vivo que se revela no cotidiano da formação, que aos seus olhos nos

permitem alinhar a trajetória em direção a uma prestação de assistência segura e

com qualidade aos usuários dos serviços de saúde.

Page 100: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

96

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101

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103

Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente – I CIREBRAENSP: ANAIS;

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58. Barrwos MDHS, Tamblyn BSNRM. Problem - Based- Learning. An

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59. Cyrino EG, Pereira, MLT. Trabalhando com estratégias de ensino-

aprendizado por descoberta na área da saúde: a problematização e a

aprendizagem baseada em problemas. Cad. Saúde Pública [online]. 2004, vol.20,

n.3, pp. 780-788.

Page 108: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

104

APÊNDICE

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QUESTIONÁRIO PARA OS DOCENTES.

“Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções em serviços de saúde na formação dos

futuros enfermeiros”.

PARTE I – CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES. Data:________________ Nº _____

1 - Idade: ___________ 2 - Sexo: ( ) M ( ) F

3 – Formação/Graduação:___________________________________________

4 - Tempo de Formado:____________________________________________

5 – Tempo de atuação como docente__________________________________

6 - Tempo de atuação como docente na PUC:__________________________

7 - Curso em que atua:

Graduação: ( ) Enfermagem ( ) Biologia ( ) Medicina ( ) outro ________________

Pós Graduação: ( ) Mestrado Profissional em Educação na Profissões em Saúde

( ) Outro__________________________

( ) Especialização ___________________

( ) Residência Multiprofissional

8 – É Docente em outra instituição?

( ) Sim. Qual? ___________________________ Há quanto tempo? __________________

( ) Não.

9 - Função exercida no Curso de Enfermagem:

( ) Coordenador de Eixo

( ) Coordenador de Modulo

( ) Coordenador de Estágio

( ) Elabora problemas

10 - Modalidade de Ensino no Curso de Enfermagem que participa atualmente:

( ) Tutoria 1o ( ) 2º ( ) 3º ( )

( ) Pratica profissional 1º ( ) 2º ( ) 3º ( )

( ) Consultoria 1º ( ) 2º ( ) 3º ( )

( ) Estágio Curricular Supervisionado UBS ( ) ( ) Hospitalar

PARTE II – DADOS REFERENTES ABORDAGEM DO TEMA DA INFECÇÃO HOSPITALAR NAS

ATIVIDADES DE ENSINO NO CURSO DE ENFERMAGEM DA FCMS-PUC/SP

INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO

Page 114: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

110

Este questionário contém uma série de proposições referentes a abordagem do tema infecção em

serviços de saúde no curso de enfermagem. Para responder analise cada uma das afirmações que melhor expressa

sua percepção, marque a que representa a sua opinião.

DISCORDO TOTALMENTE: se discordar totalmente da afirmação.

DISCORDO: se apenas discordar em parte da afirmação.

INDIFERENTE: se nem concordar e nem discordar da afirmação.

CONCORDO: se concordar em parte da afirmação.

CONCORDO TOTALMENTE: se concordar totalmente com a afirmação.

Obrigada pela colaboração.

Discordo

Totalmente

( 1 )

Discordo

(2)

Indiferente

(3)

Concordo

(4)

Concordo

Totalmente

(5)

11.Os problemas utilizados em

tutorias abordam o tema infecção

em serviços de saúde.

12. Não ofereço material de

apoio no Moodle com conteúdo

sobre infecção em serviços de

saúde.

13. Infecção em serviços de

saúde é um tema abordado como

objetivo de aprendizagem nas

tutorias.

14. Os locais onde são realizados

o estágio curricular

supervisionado (UBS e Hospital)

oferecem oportunidades de

aprendizado para o aluno sobre

infecções em serviços de saúde.

15. As atividades práticas

profissionais permitem o

aprendizado do aluno sobre

infecção em serviços de saúde.

16. Ofereço material de apoio no

Moodle com conteúdo sobre

infecção em serviços de saúde.

17. Os problemas utilizados em

tutorias não permitem que o

aluno aprenda sobre infecção em

serviços de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente

Page 115: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

111

18. As atividades de ensino,

capacita o aluno a aplicar os

conceitos de infecção em

serviços de saúde na sua prática

profissional.

19. Os problemas utilizados em

tutorias não abordam o tema

infecção em serviços de saúde.

20. As atividades de ensino

(tutoria, consultorias, prática

profissional, encontro de

integração) abordam a maioria

dos conceitos sobre infecção em

serviços de saúde.

21 - Os materiais utilizados para

as atividades práticas são

suficientes para o aprendizado do

aluno sobre infecção em serviços

de saúde.

22. As atividades de integração

abordam assuntos relacionados

aos aspectos da infecção em

serviços de saúde.

23. As atividades desenvolvidas

no estágio curricular

supervisionado acarretam

melhorias na qualidade da

assistência de enfermagem no

que refere-se a infecção em

serviços de saúde.

24. Ofereço oportunidade do

aluno tirar dúvidas sobre

infecção em serviços de saúde

nas consultorias.

25. Sinto me preparado para

abordar o tema infecções em

serviços de saúde.

26. As estratégias de ensino

desfavorecem o aprendizado do

aluno sobre infecção em serviços

de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente

Page 116: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

112

27. As atividades de estágio

curricular supervisionado de

ensino, capacita o aluno a

realizar procedimentos aplicando

os conceitos de infecção em

serviços de saúde.

28. Infecção de serviços de saúde

faz parte das competências para

o aprendizado do aluno no curso

de Graduação de Enfermagem.

29. Não sinto me preparado para

abordar o tema infecções em

serviços de saúde.

30. O tempo dispendido nas

atividades de ensino para abordar

o tema de infecção em serviços

de saúde não é suficiente.

31. As atividades de ensino, não

capacita o aluno a aplicar os

conceitos de infecção em

serviços de saúde na sua prática

profissional.

32. Não participei de nenhuma

atividade que abordou sobre

infecção em serviços de saúde.

33. Os locais onde são realizados

o estágio curricular

supervisionado (UBS e Hospital)

não oferecem oportunidades de

aprendizado para o aluno sobre

infecções em serviços de saúde.

34. Nas consultorias é possível

tirar dúvidas sobre infecções em

serviços de saúde.

35. As atividades de estágio

curricular supervisionado de

ensino, não capacitam os alunos

a realizar procedimentos

aplicando os conceitos de

infecção em serviços de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente

Page 117: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

113

36. As atividades realizadas no

laboratório de enfermagem

favorecem o aprendizado do

aluno sobre infecção em serviços

de saúde.

37. As atividades desenvolvidas

no estágio curricular

supervisionado acarretam

melhorias na qualidade da

assistência de enfermagem no

que refere-se a infecção em

serviços de saúde.

38. As atividades de tutoria

oportunizam abordar sobre o

tema infecção em serviços de

saúde.

39. Infecção em serviços de

saúde não é um tema abordado

como objetivo de aprendizagem

nas tutorias.

40. Os problemas utilizados em

tutorias permitem que o aluno

aprenda sobre infecção em

serviços de saúde.

41. Os materiais utilizados para

as atividades práticas não são

suficientes para o aprendizado do

aluno sobre infecção em serviços

de saúde.

42. As atividades de integração

não abordam assuntos

relacionados aos aspectos da

infecção em serviços de saúde.

43. Não ofereço oportunidade do

aluno tirar dúvidas sobre

infecção em serviços de saúde

nas consultorias.

44. As estratégias de ensino

favorecem o aprendizado do

aluno sobre infecção em serviços

de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente

Page 118: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

114

45. Infecção de serviços de saúde

não faz parte das competências

para o aprendizado do aluno no

curso de Graduação de

Enfermagem.

46. Não disponibilizo material

impresso sobre infecções em

serviços de saúde.

47. Não participei de nenhuma

atividade que abordou sobre

infecção em serviços de saúde.

48. As atividades realizadas no

laboratório de enfermagem não

favorecem o aprendizado do

aluno sobre infecção em serviços

de saúde.

49. As atividades de tutoria não

oportunizam abordar sobre o

tema infecção em serviços de

saúde.

50. As oportunidades de prática

profissional não permitem que o

tema infecção em serviços de

saúde seja abordado.

51. Disponibilizo material

impresso sobre infecções em

serviços de saúde.

52. Nas consultorias não é

possível tirar dúvidas sobre

infecções em serviços de saúde.

53. O tempo dispendido nas

atividades de ensino para abordar

o tema de infecção em serviços

de saúde é suficiente.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo Concordo Totalmente

54. Comente como você avalia a abordagem do tema Infecção em Serviços de Saúde durante a formação do

futuro enfermeiro?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

55. Dê sugestões de como melhorar a abordagem sobre Infecção em Serviços de Saúde:

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

56. Outros comentários:

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

Page 119: Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções ... Vaz.pdf · A pesquisa documental foi no Banco de ... contendo uma escala de Likert e perguntas abertas. Resultados:

115

QUESTIONÁRIO PARA OS ALUNOS PARTICIPANTES.

“Segurança do paciente no enfoque da prevenção de infecções em serviços de saúde na formação dos

futuros enfermeiros”.

PARTE I – CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES. Data:____________ Nº _____

1. Idade (anos completos):_____________

2. Sexo: F ( ) M ( )

3. Graduação - Módulo que está cursando atualmente:_________________

4. Graduação - Módulos que foram cursados e concluídos:

a. 1.0 ano: módulo 1 ( ) módulo 2 ( ) módulo 3 ( ) módulo 4 ( )

b. 2.0 ano: módulo 5 ( ) módulo 6 ( ) módulo 7 ( ) módulo 8 ( )

c. 3.0 ano: módulo 9 ( ) módulo 10 ( ) módulo 11

d. 4.0 ano: Estágio Supervisionado hospitalar ( ) Estágio Supervisionado Atenção Básica ( )

Estágio Eletivo ( )

5. Realiza Estágio Remunerado?

( ) sim ( ) não Onde:________________ Tempo de atuação: _______________

6. Trabalha?

( ) sim ( ) não Função: _______________Tempo de atuação: ________________

PARTE II – DADOS REFERENTES ABORDAGEM DO TEMA - INFECÇÃO EM SERVIÇOS DE

SAÚDE NAS ATIVIDADES DE ENSINO NO CURSO DE ENFERMAGEM DA FCMS-PUC/SP.

INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO

Este questionário contém uma série de proposições referentes a abordagem do tema infecção em

serviços de saúde no curso de enfermagem. Para responder analise cada uma das afirmações que melhor expressa

sua percepção, marque a que representa a sua opinião.

DISCORDO TOTALMENTE: se discordar totalmente da afirmação.

DISCORDO: se apenas discordar em parte da afirmação.

INDIFERENTE: se nem concordar e nem discordar da afirmação.

CONCORDO: se concordar em parte da afirmação.

CONCORDO TOTALMENTE: se concordar totalmente com a afirmação.

Obrigada pela colaboração.

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Discordo

Totalmente

(1 )

Discordo

(2)

Indiferente

(3)

Concordo

(4)

Concordo

Totalmente

(5)

7. As atividades realizadas no

laboratório de procedimentos de

Enfermagem não favorecem o meu

aprendizado sobre infecção em

serviços de saúde.

8.Não tenho conhecimento de como

aplicar os conceitos de infecção em

serviços de saúde.

9. As atividades realizadas no

laboratório de procedimentos de

Enfermagem favorecem o meu

aprendizado sobre infecção em

serviços de saúde.

10. Os conceitos sobre infecções em

serviços de saúde são

disponibilizados no Moodle.

11. A atividade prática profissional

facilita o meu aprendizado sobre

infecção em serviços de saúde.

12. Os problemas utilizados nas

tutorias permitem que eu aprenda

sobre infecção em serviços de saúde.

13. A minha participação nas

atividades de ensino, capacita-me a

realizar procedimentos aplicando os

conceitos de infecção em serviços de

saúde.

14. Os problemas utilizados nas

tutorias não permitem que eu

aprenda sobre infecção em serviços

de saúde.

15. Nas consultorias tenho

oportunidade de tirar minhas dúvidas

sobre infecção em serviços de saúde.

16. Os materiais utilizados para as

atividades práticas (UBS e Hospital)

são suficientes para o meu

aprendizado sobre infecção em

serviços de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente

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17. O tempo dispendido nas

atividades de ensino para abordar o

tema de infecção em serviços de

saúde não é suficiente.

18. Os professores são preparados

para abordar sobre infecção em

serviços de saúde.

19. As atividades de integração

abordam assuntos relacionados aos

aspectos da infecção em serviços de

saúde.

20. Os conceitos sobre infecções em

serviços de saúde não são

disponibilizados no Moodle.

21. As atividades de ensino

(consultorias, tutorias e encontro

de integração) desfavorecem o meu

aprendizado sobre infecção em

serviços de saúde.

22. As atividades desenvolvidas no

curso acarretam melhorias na

qualidade da assistência de

enfermagem no que refere-se a

infecção em serviços de saúde.

23. As oportunidades de prática

profissional não permitem que o

tema infecções em serviços de saúde

seja abordado.

24. Os professores disponibilizam

material impresso sobre infecções

em serviços de saúde.

25. As atividades de ensino

(consultorias, tutorias e favorecem o

meu aprendizado sobre infecção em

serviços de saúde.

26. Não participei de nenhuma

atividade no curso que abordou

sobre infecção em serviços de saúde.

27. As atividades de estágio

curricular supervisionado de ensino,

não capacita-me a realizar

procedimentos aplicando os

conceitos de infecção em serviços de

saúde.

28. Infecção de serviços de saúde

não faz parte das competências para

o meu aprendizado no curso de

Graduação de Enfermagem.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente

Concordo Concordo Totalmente

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29. Os professores não

disponibilizam material impresso

sobre infecções em serviços de

saúde.

30. Infecção em serviços de saúde é

um tema que não é abordado como

objetivo de aprendizagem nas

tutorias.

31. As atividades de estágio

curricular supervisionado de ensino,

capacita-me a realizar procedimentos

aplicando os conceitos de infecção

em serviços de saúde.

32. Os locais onde realizo o estágio

curricular supervisionado oferecem

oportunidades de aprendizado sobre

infecções em serviços de saúde.

33. Infecções em Serviços de Saúde

é um tema abordado como objetivo

de aprendizagem nas tutorias.

34. As atividades desenvolvidas no

estágio curricular supervisionado

acarretam melhorias na qualidade da

minha assistência de enfermagem no

que refere-se a infecção em serviços

de saúde.

35. Nas consultorias não tenho

oportunidade de tirar dúvidas sobre

infecções em serviços de saúde.

36. Os locais onde realizo o estágio

curricular supervisionado não

oferecem oportunidades de

aprendizado sobre infecções em

serviços de saúde.

37. Infecção de serviços de saúde faz

parte das competências para o meu

aprendizado no curso de Graduação

de Enfermagem.

38. A atividade prática profissional

não facilita o meu aprendizado sobre

infecção em serviços de saúde.

39. Os materiais utilizados para as

atividades práticas (Laboratório de

Procedimentos) são suficientes para

o meu aprendizado sobre infecção

em serviços de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente Concordo

Concordo Totalmente

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40. Não tenho oportunidade de tirar

minhas dúvidas sobre infecção em

serviços de saúde nas consultorias.

41. Os materiais utilizados para as

atividades práticas (UBS e Hospital)

não são suficientes para o meu

aprendizado sobre infecção em

serviços de saúde.

42. O tempo dispendido nas

atividades de ensino para abordar o

tema de infecção em serviços de

saúde é suficiente.

43. Os professores não são

preparados para abordar sobre

infecção em serviços de saúde.

44. As atividades de integração não

abordam assuntos relacionados aos

aspectos da infecção em serviços de

saúde.

45. As atividades desenvolvidas no

estágio curricular supervisionado

não acarretam melhorias na

qualidade da minha assistência de

enfermagem no que refere-se a

infecção em serviços de saúde.

46. Nas consultorias tenho

oportunidade de tirar dúvidas sobre

infecções em serviços de saúde.

47. As atividades desenvolvidas no

curso não acarretam melhorias na

qualidade da assistência de

enfermagem no que refere-se a

infecção em serviços de saúde.

48. As oportunidades de prática

profissional permitem que o tema

infecções em serviços de saúde seja

abordado.

49. Os materiais utilizados para as

atividades práticas (Laboratório de

procedimentos) são suficientes para

o meu aprendizado sobre infecção

em serviços de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente

Concordo Concordo Totalmente

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50. Participei de atividade no curso

que abordou sobre infecção em

serviços de saúde.

51. Tenho conhecimento de como

aplicar os conceitos de infecção em

serviços de saúde.

52. A minha participação nas

atividades de ensino, não capacita-

me a realizar procedimentos

aplicando os conceitos de infecção

em serviços de saúde.

53. Os materiais utilizados para as

atividades práticas (Laboratório de

procedimentos) não são suficientes

para o meu aprendizado sobre

infecção em serviços de saúde.

Discordo Totalmente Discordo Indiferente

Concordo Concordo Totalmente

54 - Comente como você avalia a abordagem do tema Infecção em Serviços de Saúde durante a sua formação?

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55. Dê sugestões de como melhorar o seu aprendizado sobre Infecção em Serviços de Saúde:

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56. Outros comentários:

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ANEXOS

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