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ISBN: 978-85-7282-778-2 Página 1
USO E COBERTURA ENTRE A CIDADE DE CÁCERES À SALTO
DO CÉU – MATO GROSSO
Thales Ernildo de Lima (a), Willian Cosme da Silveira de Paula (b), Daniela
Karen Paezano(c)
(a) Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade do Estado de Mato Grosso, [email protected]
(b) ) Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade do Estado de Mato Grosso, [email protected]
(c) Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciêmcias Ambientais, Universidade do Estado de Mato Grosso, [email protected]
Eixo: Solos, paisagens e degradação
Resumo
Os sistemas produtivos não coerentes ao potencial do uso da terra, determina a deterioração dos recursos
naturais, neste sentido o presente estudo teve por objetivo analisar o uso e cobertura do solo numa faixa
de 20 km ao longo do roteiro pedológico entre as cidades de Cáceres à Salto do Céu. O mapeamento foi
realizado a partir das informações do IBGE na escala de 1:250.000. Os municípios de Araputanga,
Cáceres, São José dos Quatro Marcos, Salto do Céu e Reserva do Cabaçal, predominando pastagens sendo
esses municípios os pioneiros, conhecidos nacionalmente pela pecuária. Em Curvelânda a predominância
registrada foi de culturas temporárias.
Palavras chave: Sistema produtivo; Uso e cobertura do solo; Pastagem e culturas temporárias.
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1. Introdução
Os sistemas produtivos não coerentes ao potencial de uso da terra, sobretudo, mal manejados,
determinaram índices de erosão muito expressivos. No entanto, a demanda continuada por bens de
consumo por parte da sociedade, envolvendo os recursos naturais, é inevitável e deve ser atendida em
escalas de produção crescentes, todavia, dentro dos novos conceitos de sustentabilidade. (CURCIO e
BONNET, 2013).
De acordo com Guerra e Jorge (2014) o cenário referenciado pelo Global Assessment of soil
Degradation (Glosad) apresenta um relatório pessimista referente a degradação dos solos no planeta, o
documento conclui que a nível mundial dos solos estão tornando-se estéreis, isso deve-se a pressões
causadas pelo inadequado manejo do solo, a exemplo: contaminação dos solos a taxas insustentáveis.
Desta forma cresce a preocupação com o manejo sustentável dos solos, baseado na premissa do
desenvolvimento sustentável, e para alcançar estes objetivos o conhecimento dos solos é fundamental.
Neste sentido o conhecimento das diferentes formas de uso dos solos, bem como suas características são
fundamentais para a manutenção da qualidade dos solos, para as atividades econômicas e para os atores
que o manejam.
Tendo, pois, esses pressupostos, iniciativas públicas e privadas estão juntando recursos e
mapeando toda a superfície Nacional, permitindo a utilização desses dados para fins acadêmicos ou de
consultoria, ou seja, disponibilidade de um banco de dados das características ambientais em todo o
Brasil, a exemplo o banco de dados Geociências do IBGE, com amplo acervo de dados vetoriais bem
como manuais, cartas imagens, relatórios.
Dessa maneira foi realizado um roteiro pedológico entre as cidades de Cáceres e Salto do Céu
no âmbito das disciplinas Estudos de Solos Aplicados à Análise Ambiental e Atributos do Solo e
Conservação Ambiental dos programas de pós-graduação em Geografia e Ciências Ambientais da
Universidade do Estado de Mato Grosso.
O presente estudo analisa os diferentes tipos de uso e cobertura do solo ao longo do trajeto do
roteiro pedológico em uma faixa de 20 km do curso percorrido.
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2. Material e Métodos
2.1 Área de estudo
A área de estudo compreende um percurso com perímetro de 208,07 Km, iniciando o trajeto a
partir de Cáceres no Instituto Federal de Mato Grosso – IFMT, passando pelos municípios de Mirassol
D’Oeste, São José dos Quatro Marcos, Araputanga, Rio Branco e Salto do Céu onde está localizada a
última trincheira planejada para o roteiro pedológico. Sendo assim, foram visitadas ao total seis (06)
trincheiras e observado as características da paisagem (Figura 1).
Figura 1: Roteiro pedológico entre os municípios de Cáceres a Salto do Céu em Mato Grosso.
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2.2 Procedimentos metodológico
2.2.1 Confecção do mapa de uso e cobertura
O Mapeamento de uso e cobertura foi realizado a partir dos do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) disponibilizado na escala de 1:250.000.
Na confecção do mapa foi utilizado o software ArcGis 10.1, inicialmente foi definida o trajeto
do roteiro, posteriormente foi realizado um Buffer da base de dados de 20 km, em seguida foi inseria a
malha dos municípios e recortados somente conforme o Buffer, foi utilizado oito classes de usos, sendo
eles culturas permanentes, culturas temporárias, pastagens, silvicultura, corpos de água, áreas
campestres, áreas florestais e áreas urbanas, as classes foram quantificadas em km². A legenda do mapa
foi realizada conforme o Manual Técnico de Uso e Cobertura do solo do IBGE (2013).
3. Resultados e Discussões
Uma parte importante da análise da paisagem refere-se ao levantamento de dados referente ao
uso e cobertura, essa variável é comandada pelas esferas econômicas e sociais, o estado de Mato
Grosso é mundialmente conhecido por ser o seleiro do mundo, ou seja, pelo seu destaque no setor
primário e pela produção agropecuária.
Neste sentido, a Figura 2 destaca o uso e a cobertura do solo no trajeto do roteiro pedológico
realizado na disciplina de solos na análise ambiental, este mapeamento foi realizado a partir dos dados
do IBGE (2017), cabe ressaltar que os dados de uso não refletem necessariamente o município, pois
realizado um Buffer de 20 km do trajeto.
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Figura 2: Uso e cobertura em uma faixa de 20 km do roteiro pedológico.
Na tabela 1 pode visualizar em km² a quantificação dos dados de uso e cobertura dos solos por
municípios estes dados serão complementados com a análise do campo.
No trecho estudado a cidade 01, Araputanga, possui maior área dedicada às pastagens com
1.031,368 km² de pastagens, a área campestre possui 109,11 km² de áreas campestres e 2,70 km² de
áreas com culturas temporárias e 0,008 km² de áreas urbanizadas.
Na cidade 02, Cáceres, foi constatado 11,67 km² de áreas dedicadas a silviculturas e 1.284,46
Km de pastagens, 824,76 km de culturas temporárias, 302,30 km de áreas campestres 28,43 km² e 0,98
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km² de corpos de água e urbanização respectivamente (Figura 2 e Tabela 1). A cidade de Cáceres MT é
nacionalmente reconhecida pela pecuária isso justifica a área de pastagens.
Curvelândia, cidade 03, possui 57,42 km² de pastagens, 80,63 km² de culturas temporárias, 9,97
de áreas campestres 0,98 km² de urbanizações, e 8,83 km² de área florestadas.
Gloria D’oeste possui 198,13 de km de pastagens, 15,14 de culturas permanentes, 27,82 de áreas
campestres, 7,62 km de culturas temporárias e 1,47 km de áreas urbanizadas. O Município de Reserva
do Cabaçal possui 432,43 km de áreas campestres, 308,06 de pastagens e 1,21 km de áreas urbanizadas.
São José dos Quatro Marcos possui 1,88 km de áreas campestres, 826,14 km de pastagens, 22,86
km de silviculturas, 1,10 km de culturas temporárias e 8,59 km de áreas urbanizadas. Rio Branco possui
0,15 km de corpos de água, 99,60 km de áreas campestres, 140,44 de pastagens.
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Salto do Céu possui 47,65 km de florestas, 0,21 km de corpos de água, 191,55 km de áreas
campestres, 558,92 km de pastagens e 1,44 km de áreas urbanizadas. E Mirassol D’oeste possui 17,91
km de florestas, 6,63 de áreas campestres, 603,55 km de pastagens, 0,77 km de silviculturas, 0,007 km
de cultuas temporárias e 0,31 km de áreas urbanizadas.
Referente as classes não constatadas no mapeamento não significam que não existam, mas
significa que nesta escala de 1:250.00 e em km não apresentam área significativa para serem
representadas no mapeamento.
4. Considerações Finais
O levantamento dos tipos de solo das regiões abrangidas pelo roteiro pedológico nos mostra o
quão diverso podem ser os solos do mato grosso. No decorrer do roteiro foi possível perceber as
alterações na paisagem e relevo o que nos leva a diferentes usos do solo. A aplicação da metodologia de
classificação evidencia que algumas áreas são mais frágeis que outras quanto a sua estrutura física,
levando a limitações na sua exploração e exigindo maior atenção quanto ao seu manejo. Assim
constatamos que é de fundamental importância tais classificações para a gestão e até mesmo recuperação
de áreas degradadas.
5. Referências Bibliográficas
CURCIO, G.R.; BONNETE, A. A DEGRADAÇÃO DO SOLO E ALGUMAS IMPLICAÇÕES
FUNCIONAIS ECOLÓGICAS. In: Reunião Paranaense de Ciência do Solo – RPCS, 2013.
Anais. Londrina: Sbcs, 2013. 575 p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. Manual Técnico
de Uso da Terra. 3º ed. Rio de Janeiro, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. Portal Geociências.
Disponível em: < https://downloads.ibge.gov.br/downloads_geociencias.htm >. Acesso em: 12 de
dezembro de 2017.
ISBN: 978-85-7282-778-2 Página 8
GUERRA, A. J. T.; JORGE, M. C. O. Degradação dos solos no Brasil.
Disponível:<https://www.researchgate.net/publication/267777300_Degradacao_dos_Solos_n
o_Brasil>. Acesso em: 19 de junho de 2018.