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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ LUANA BELTRAME DE SOUZA CONSERVAÇÃO DE FOTOGRAFIAS: PROPOSTA DE ROTEIRO PARA TRATAMENTO DO ACERVO DE FOTOGRAFIAS DA COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

LUANA BELTRAME DE SOUZA

CONSERVAÇÃO DE FOTOGRAFIAS:

PROPOSTA DE ROTEIRO PARA TRATAMENTO DO ACERVO DE

FOTOGRAFIAS DA COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL

CURITIBA

2014

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

LUANA BELTRAME DE SOUZA

CONSERVAÇÃO DE FOTOGRAFIAS:

UMA PROPOSTA DE ROTEIRO PARA TRATAMENTO DO ACERVO DE

FOTOGRAFIAS DA COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPEL

Monografia apresentada ao Curso de Especializaçãoem Fotografia: Processos de Produção de Imagens,da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisitopara a titulação de Especialista.

Professor Orientador: Prof. Ms. Renato Torres.

CURITIBA

2014

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Dedico,

À minha maior fonte de inspiração, Valentin.

À minha melhor companhia, Marcio.

Ao meu grande exemplo, Angela.

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Agradeço,

Às bibliotecárias Dagmar Spring e Leila da Cruz Torres, pelo que me ensinaram.

Ao professor Renato Torres, pelo incentivo.

À COPEL, pelas oportunidades.

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Fotografia é memória e com ela se confunde. Fonte inesgotável deinformação e emoção. Memória visual do mundo físico e natural, da vidaindividual e social. Registro que cristaliza, enquanto dura, a imagem –escolhida e refletida – de uma ínfima porção de espaço do mundo exterior.É também a paralisação súbita do incontestável avanço dos ponteiros dorelógio: é pois o documento que retém a imagem fugidia de um instante davida que flui ininterruptamente.

(Boris Kossoy)

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RESUMO

Esta monografia trata da proposta de tratamento do acervo fotográfico da

Companhia Paranaense de Energia – COPEL, com foco na conservação dos

originais analógicos e digitais, além da disponibilização virtual das imagens para

pesquisa. A necessidade de uma atuação específica e qualificada neste acervo foi

percebida diante do grande volume de originais mal acondicionados, com

identificação insuficiente e sem catalogação eficaz. Pretende-se propor um roteiro de

trabalho para a estabelecer a conservação e a disponibilização dos originais

fotográficos da COPEL. Foram conceituados alguns temas, tais como: memória,

documento, imagem, gestão de documentos e preservação de fotografias, para que

fosse possível a elaboração de uma proposta consistente. O roteiro de conservação

elaborado promove benefícios ao mantenedor do acervo, visto que os itens

fotográficos estarão agrupados, organizados, conservados em boas condições e

disponíveis aos interessados nas informações contidas nos documentos.

Palavras-chave: Fotografia, Preservação, COPEL.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 – FLUXO DE MANUSEIO DO ACERVO FOTOGRÁFICO......................21

FIGURA 02 – EXTRATO DO CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS..28

FIGURA 03 – EXTRATO DA TABELA DE TEMPORALIDADE DE DOCUMENTOS..29

FIGURA 04 – QUADRO COMPARATIVO – PROCESSOS FOTOGRÁFICOS..........35

FIGURA 05 – FLUXOGRAMA DE TRABALHO – PROJETOS DE PRESERVAÇÃO 47

FIGURA 06 – CONDIÇÕES DO ACERVO FOTOGRÁFICO DA COPEL...................51

FIGURA 07 – ANÁLISE ICONOGRÁFICA..................................................................52

FIGURA 08 – EXTRATO DA CLASSIFICAÇÃO PARA FOTOGRAFIAS....................53

FIGURA 09 – ATRIBUIÇÃO DE METADADOS...........................................................56

FIGURA 10 – FERRAMENTA DE PESQUISA............................................................60

FIGURA 11 – FICHA PARA DIAGNÓSTICO DE ACERVO FOTOGRÁFICO.............72

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................9

2 MEMÓRIA, DOCUMENTOS E IMAGENS FOTOGRÁFICAS...............................12

2.1 DOCUMENTO HISTÓRICO .................................................................................12

2.2 SIGNIFICAÇÃO E COMPREENSÃO DE IMAGENS............................................15

2.3 CENÁRIO FAVORÁVEL........................................................................................19

3 PRESERVAÇÃO DE FOTOGRAFIAS...................................................................25

3.1 GESTÃO DE DOCUMENTOS..............................................................................25

3.3 SINGULARIDADES DOS REGISTROS ANALÓGICOS E DIGITAIS...................31

3.4 PLANEJAMENTO DE PROJETOS PARA CONSERVAÇÃO................................35

4 ACERVO COPEL: UMA PROPOSTA DE CONSERVAÇÃO................................48

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................61

REFERÊNCIAS...........................................................................................................64

APÊNDICE A – PLANO DE CLASSIFICAÇÃO PARA FOTOGRAFIAS.................70

ANEXO A – FICHA PARA DIAGNÓSTICO DE ACERVO FOTOGRÁFICO.............72

ANEXO B – RELAÇÃO DE FORNECEDORES.........................................................73

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1 INTRODUÇÃO

A presente monografia tem por objetivo refletir sobre a melhor maneira de

conservar e disponibilizar originais fotográficos analógicos e/ou digitais em um

acervo corporativo. Para tanto, será proposta a elaboração de um roteiro para a

conservação do acervo fotográfico da Companhia Paranaense de Energia – COPEL,

onde serão sugeridos métodos de tratamento, destinados a preservação1 dos

originais analógicos e digitais produzidos e acumulados ao longo do tempo pela

empresa, além da disponibilização virtual das imagens para pesquisa, tornando

acessível as valiosas referências visuais e informacionais contidas nesses

documentos.

A necessidade de uma atuação específica e qualificada no acervo fotográfico

da Copel foi percebida quando nos deparamos com um volume grande de originais

mal acondicionados, com identificação insuficiente e sem catalogação eficaz, o que

torna a informação contida nas imagens, muitas vezes, inacessíveis aos

pesquisadores.

Ao longo de seus 58 anos de existência, a Companhia Paranaense de

Energia, foi excelência em geração, transmissão e distribuição de energia. Sendo,

muitas vezes, pioneira em soluções e promovendo inovações no setor.

Estes e outros fatos geraram muitos documentos, que ora destinavam-se ao

apoio administrativo e operacional, ora às obrigações legais, mas também em

muitos casos, ao longo do tempo, tornaram-se registros históricos por sua

grandiosidade e pela própria característica da instituição – caráter público e de

atendimento à sociedade.

Dentre tais documentos muitas fotografias foram produzidas para registrar

visualmente o que era necessário e importante. Temas como: construções de

usinas, subestações e linhas de transmissão, instalação de equipamentos,

inaugurações, atos administrativos, ocorrências, eventos, etc., foram contemplados

1 Alguns autores alternam entre os termos conservação e/ou preservação para tratar damanutenção de um plano de ação para prevenir danos a um patrimônio, no caso, fotografias. Nodecorrer deste texto trataremos os dois termos como sinônimos. Existe ainda, numa abordagemmais específica, a restauração, que trata das técnicas e práticas para recuperação de danos jácausados ao patrimônio.

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pelas máquinas fotográficas, sendo que, constantemente revelavam a presença de

autoridades e personalidades ilustres do país.

O tratamento deste acervo promoverá o agrupamento dos itens fotográficos,

sua conservação e disponibilização para pesquisa. Atos indispensáveis para que

se mantenha em boas condições e, ainda sim, ofereça a todos os interessados o

seu potencial como documento pelo máximo de tempo possível.

Assim como todo documento histórico, estas fotografias caracterizam-se

como fundo especial2 e necessitam de tratamentos específicos para controle de

deterioração e políticas de acesso.

Para que possamos alcançar o objetivo proposto de traçar um roteiro

adequado para o acervo da Copel deveremos percorrer um longo caminho em busca

de subsídios teóricos que apontarão para as principais decisões a serem tomadas. A

descrição das técnicas que envolvem a prática da fotografia desde seus primórdios

até os dias de hoje embasa e modela os princípios da preservação, visto que suas

características físicas, químicas, e mais atualmente, eletrônicas podem exigir

análises pontuais na questão da conservação.

Quanto ao potencial de documento histórico que pode ser atribuído aos

originais fotográficos, este exige, não exclusivamente, uma abordagem do ponto de

vista da arquivística, visto que deverá ser eficazmente descrito e facilmente

localizado quando necessário. Já as técnicas de conservação são sugeridas nos

roteiros específicos, contribuindo de maneira essencial para uma boa resposta às

iniciativas.

Em um primeiro momento serão apresentadas algumas linhas de pensamento

sobre as memórias coletiva e individual enfocadas no ser social, psicológico e

temporal, além das várias derivações de entendimento que a teoria das imagens nos

oferece, para então, podermos embasar a discussão a cerca do perfil de documento

histórico que a fotografia pode ou não atingir.

Após a apresentação anteriormente citada, que indicará a relevância do tema

2 O termo fundo, segundo o Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística (2005), é utilizadopara caracterizar um conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Fundo especialequivale a um conjunto de documentos de uma mesma proveniência e com caráter especial, ouseja, suportados em materiais cujas especificidades os diferenciam do padrão e que necessitamde tratamentos e, principalmente, condições de acondicionamento e armazenagem peculiares.

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trabalhado, buscaremos a conceituação da arquivística e a sugestão da aplicação de

suas orientações no roteiro para a preservação de originais fotográficos. E ainda,

exploraremos a descrição das experiências de casos semelhantes onde foram

aplicados roteiros similares, extraindo deles as boas práticas e possíveis

metodologias. A análise comparativa entre as técnicas analógica e digital de

produção fotográfica também será demonstrada, garantindo o respeito às suas

especificidades.

Enfim, acrescidos de conhecimento e senso prático, chegaremos a terceira e

última etapa do trabalho, ou seja, a proposição efetiva do roteiro específico para a

conservação do acervo fotográfico da Copel.

Preservação de fotografias é um tema multidisciplinar, que pode abranger o

estudo da história, memória, psicologia, química, arte, antropologia, museologia,

arquivologia, gestão de documentos, tecnologia, entre outros. A importância desta

abordagem, para os estudiosos da fotografia, advém da preocupação com a

integridade das suas obras, independentemente do cunho que esta possa tomar. É

sabido que a motivação maior é pela criação, porém, sabe-se também que a

produção não faria sentido sem a disponibilização e veiculação das imagens ao seu

público. Seria natural desejar que possam resistir o máximo de tempo possível, não

medindo esforços no quesito conservação.

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2 MEMÓRIA, DOCUMENTOS E IMAGENS FOTOGRÁFICAS

Começaremos estudando os motivos pelos quais a preservação de

documentos, sendo ele um artefato fotográfico ou de qualquer outra natureza, se

torna necessária, resultando quase sempre em uma contribuição para a expansão

cultural e científica da sociedade. Em um primeiro momento serão expostos os

conceitos de memória coletiva e fato histórico, relacionando-os com os valores

atribuídos aos documentos produzidos pela humanidade. Em seguida, focados nos

documentos fotográficos e seus elementos constitutivos, abordaremos as imagens

sob o foco de sua significação e compreensão.

2.1 DOCUMENTO HISTÓRICO

Quando pensamos em preservar algo, é porque recebemos algum estímulo

para isso. Em alguns casos ele pode partir de ordem jurídica, em outros de ordem

emocional. Ou então, surge do valor histórico ou científico que possam estar

atrelados aos objetos e informações conservados. Mas o que torna estes estímulos

tão importantes a ponto de nos fazer acreditar que o ato de preservar é necessário?

A resposta para esta pergunta vem das ciências sociais.

É da natureza do homem guardar informações do passado através da

memória. A lembrança de fatos e acontecimentos se estabelece fisiologicamente na

mente humana, conforme afirma Le Goff (1990, p. 423): “ A memória como

propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um

conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões

ou informações passadas.” Quanto mais envolvido o indivíduo estiver com o fato,

maior será a fixação em sua memória. Os sentidos humanos são agentes que

intermediam a absorção de informações pela memória. São também ativadores para

o resgate das lembranças.

A memória se estabelece de duas formas: individual e coletiva. Neste

contexto, interessa as funções disparadas pela memória coletiva, visto que nos leva

à compreensão da relação dos fatos históricos com a produção de documentos.

Segundo Maurice Halbwachs (2006) a memória coletiva é constituída pela

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relação dos indivíduos com os grupos sociais em que estão inseridos. Sendo que,

um indivíduo pode participar de vários grupos simultaneamente. A memória do grupo

se mantém enquanto o grupo estiver ativo, apoiada nos indivíduos mutuamente.

Extinto o grupo, ela se desfaz e não pode mais ser reavivada. Vários elementos

colaboram com os indivíduos do grupo para que a memória se mantenha, os

principais são: os agrupamentos de objetos sensíveis, as percepções fisiológicas e o

envolvimento nas relações (memória afetiva). São as experiências e impressões do

grupo mantidas na memória coletiva, que irão moldar os fatos históricos. Se o

indivíduo não fizer parte do mesmo grupo, o fato poderá ser irrelevante para ele:

Uma criança chega à noite em uma estação de trens cheia de soldados. Ofato de estarem retornando das trincheiras ou voltando para lá, ousimplesmente estejam em manobras, não a impressionarão nem mais, nemmenos. […] Um ser como a criancinha, reduzido a suas percepções,guardarão de tal espetáculo apenas uma lembrança frágil de poucaduração. Para que atinja a realidade histórica atrás da imagem, ela terá desair de si mesma, terá de ser posta no ponto de vista do grupo, para quepossa ver como tal fato marca uma data – porque entrou no círculo daspreocupações, dos interesses e das paixões nacionais. (HALBWACHS,2006, p. 80)

Sendo relevante, o fato histórico, pode ser alvo de manobras que favoreçam o

interesse de alguns. “Tornarem-se senhores da memória e do esquecimento é uma

das grandes preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominaram

e dominam as sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história

são reveladores desses mecanismos de manipulação da memória coletiva” (LE

GOFF, 1990, p.426). Retomaremos o assunto mais adiante.

Com o intuito de transpor os fatos históricos ao longo do tempo e prolongar

sua memória, a humanidade buscou maneiras de registrá-los. Foi então que os

documentos tiveram origem. Jacques Le Goff (1990, p. 09-10) diz que:

[…] desde a antiguidade, a ciência histórica, reunindo documentos escritose fazendo deles testemunhos, superou o limite do meio século abrangidopelos historiadores que dele foram testemunhas oculares e auriculares. Elaultrapassou também as limitações impostas pela transmissão oral dopassado.

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Segundo a descrição de Ray Edmondson3 (2002, p. 14), “um documento é

aquilo que 'documenta' ou 'consigna' algo com um propósito intelectual deliberado”.

Os documentos tomaram as mais diversas formas; eles podem ser apresentados

como objetos, estruturas arquitetônicas, fontes escritas, fontes verbais, imagens,

registros sonoros, entre outros. Edmondson (2002, p.15) diz ainda que “considera-se

que um documento consta de dois componentes: o conteúdo informativo e o suporte

no qual se consigna. Ambos podem apresentar uma grande variedade e ser

igualitariamente importantes como parte da memória”.

Nem sempre os documentos são o que aparentam ser. Então, temos dois

impasses que influenciam na leitura da informação: as manipulações da memória

coletiva e a análise do historiador. É o que transforma o documento em monumento4

(LE GOFF, 1990, p.09-10):

Do mesmo modo que se fez no século XX a crítica da noção de fatohistórico, que não é um objeto dado e acabado, pois resulta da construçãodo historiador, também se faz hoje a crítica da noção do documento, quenão é um material bruto, objetivo e inocente, mas que exprime o poder dasociedade do passado sobre a memória e o futuro: o documento émonumento.

Hoje o principal critério para avaliar um testemunho ou um destino é de ordem

moral. A análise documental precisa prever as possíveis intervenções antes de

concluir interpretações. Le Goff (1990, p. 111) continua:

Quer se trate de documentos conscientes ou inconscientes [...] as condiçõesde produção do documento devem ser minuciosamente estudados. Asestruturas do poder de uma sociedade compreendem o poder dascategorias sociais e dos grupos dominantes ao deixarem, voluntariamente,ou não, testemunhos suscetíveis de orientar a história num ou noutrosentido; o poder sobre a memória futura, o poder de perpetuação deve serreconhecido e desmontado pelo historiador. […] Todo documento é ummonumento que deve ser desestruturado, desmontado. O historiador nãodeve ser apenas capaz de discernir o que é 'falso', avaliar a credibilidade dodocumento, mas também saber desmistificá-lo.

3 Ray Edmonson (2002) foi redator de um projeto para a UNESCO intitulado Memória do mundo:diretrizes para a salvaguarda do patrimônio documental. Esse projeto tem por iniciativa receberelementos da memória coletiva mundial e formar o patrimônio documental do mundo.

4 Jacqes Le Goff (1990) baseia-se no pensamento de Michel Foucault para dialogar sobre atransformação dos documentos em monumentos.

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Diante desta exposição, percebemos que a preocupação em memorizar fatos

e dados advém da necessidade natural dos indivíduos em guardar impressões do

passado. As memorizações se tornam coletivas mediante as interações dos grupos

sociais. O conjunto das memórias coletivas traça o percurso da história. Os

documentos surgem para prolongar a lembrança, registrar e dar credibilidade aos

fatos históricos. A evolução social e científica é a maior contribuição que os

documentos históricos podem legar à humanidade.

Na próxima seção veremos as especificidades da análise dos documentos

iconográficos.

2.2 SIGNIFICAÇÃO E COMPREENSÃO DE IMAGENS

O entendimento do termo 'imagem' e as possibilidades que surgem a partir de

sua interpretação mostra-se fundamental no caso da fotografia e seus mais variados

elementos. A carga de significação atribuída às imagens começa desde a

motivação para o registro. O ato de fotografar só existe porque alguém deseja

perpetuar a referência visual de alguma coisa (objeto, pessoa, evento, etc.). Este

desejo nasce carregado de intenções, que devem ser desvendadas ao longo do

percurso da imagem como documento. Sobre a motivação para produção de

imagens diz Rodrigues (2007. p.69):

A criação de imagens vincula-se a uma causa ou um fim específico, sejareligioso, político, ideológico, publicitário, educacional, informacional,ilustrativo, artístico, etc., sempre com uma ligação às características sociais,econômicas, etc. de cada sociedade ou grupo.

No entanto, este mesmo alguém, enquanto fotografa imprime também o seu

olhar e seus julgamentos, ou seja, contribui para a significação da imagem,

exatamente por ter uma das intenções citadas pelo autor, e também por estar

inserido em certo cenário social.

Mas fora de seu contexto e sem ligações claras à intenção do fotógrafo, a

fotografia pode ter inúmeras outras significações. Ricardo Crisafulli Rodrigues (2007)

chama essa característica de polissemia, ou seja, capacidade de ter inúmeros

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significados. E mais, o autor ainda divide a significação em dois grupos, os

conotativos e denotativos. Vejamos,

A imagem é polissêmica, isso é, pode ter diversos significados. Estes porsua vez, estão inseridos em dois grupos designados denotativos econotativos. Os denotativos referem-se àquilo que a imagem representacom 'certa precisão', no seu sentido real; os conotativos, àquilo que aimagem pode 'interpretar' em um determinado contexto, em um sentidofigurado e simbólico. (RODRIGUES, 2007. p.69).

Da mesma forma, outro renomado autor, Boris Kossoy, também se refere aos

elementos da compreensão (ou percepção), porém atribui para os dois grupos uma

outra denominação – primeira e segunda realidades – onde a primeira é equivalente

aos significados conotativos e a segunda corresponde aos denotativos. Diz ele,

Disto decorre um aspecto que me parece fundamental para a reflexão: dizrespeito ao processo de criação de realidades que a leitura da fotografiaproporciona junto aos mais diferentes receptores, em conformidade com orepertório cultural, as posturas ideológicas, interesses econômicos epolíticos, comprometimentos e convicções individuais. (KOSSOY, 1993.p.15).

Em uma linguagem mais atual, Flusser (2011) discorre sobre o mesmo

assunto, nomeando-o como níveis de abstração, e numera-os em três: primeiro grau

(imagem tradicional), segundo grau (texto) e terceiro grau

(imagens técnicas5). Esta reflexão do autor não nega as anteriormente citadas com

relação aos elementos de compreensão, visto que, ao primeiro grau de Flusser

podemos relacionar a segunda realidade ou significados denotativos, e ao terceiro

grau relacionamos a primeira realidade ou significados conotativos de Kossoy e

Rodrigues respectivamente.

E ainda, sob o olhar mais subjetivo de Barthes (1984) podemos considerar a

conceituação desses elementos de percepção quando ele discorre sobre a realidade

('Isso Foi') e a verdade ('É Isso') na leitura de imagens que sugere.

5 Vilém Flusser (2011) define o termo imagens técnicas como imagens carregadas de significação, eque sucedem textos altamente evoluídos, ou seja, é uma ferramenta de tradução da linguagemescrita. Diz ele que os textos foram inseridos no complexo desenvolvimento da comunicação parailustrar o que as imagens tradicionais não eram capazes de resolver por si só. Porém o grau decomplexidade atribuído a eles no decorrer da evolução da linguagem desencadeou a necessidadede se recorrer novamente às imagens para que sejamos capazes de decodificá-los.

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O esclarecimento sobre as possibilidades e capacidades de compreensão

humanas é de especial importância para fundamentar a fase de reconhecimento

iconográfico em um projeto de conservação, que se ocupa da coleta de informações

sobre a imagem para posterior catalogação. Esta fase num projeto de conservação

caracteriza-se como a mais complexa, pois o profissional responsável por executá-la

deverá estar ciente dos conceitos citados acima e ainda abster-se de qualquer pré-

julgamento de valor que possa vir a ter em relação ao objeto de sua análise, não que

isto seja possível, mas deve-se tentar.

Para Kossoy (2003) trata-se da busca pela realidade exterior da imagem;

reconstituir o processo que originou a materialização documental e a identificação

dos ícones que a compõem, ou seja, suas características físicas, de processo

fotográfico, de quem fotografou, de quando e porque foram produzidas. E ainda nos

lembra de que “a realidade da fotografia não corresponde (necessariamente) à

verdade histórica, apenas ao registro expressivo da aparência” (p.38, 2003).

A realidade interior da imagem é algo mais profundo, e vai além do

reconhecimento aparente proposto pela iconografia, ela requer uma análise

iconológica, a busca pelo que está oculto e que ultrapassa os limites do documento,

como o próprio Kossoy (2003, p.133) afirma,

A reconstituição através da fotografia não se esgota na competente análiseiconográfica. Esta é apenas a tarefa primeira do historiador que se utiliza dasfontes plásticas. A reconstituição de um tema determinado do passado,através da fotografia ou de um conjunto de fotografias, requer uma sucessãode construções imaginárias. O contexto particular que resultou namaterialização da fotografia, a história do documento, daqueles personagensque vemos representados, o pensamento embutido em cada um dosfragmentos fotográficos, a vida enfim do modelo referente – sua realidadeinterior – é, todavia, invisível ao sistema óptico da câmara. Não deixa marcasna chapa fotossensível, não pode ser revelada pela química fotográfica, nemtampouco digitalizada pelo scanner. Apenas imaginada.

Pela poética de Barthes (1984) para se chegar a verdade de uma fotografia

deve-se passar pela lucidez da “Câmara Clara”, buscar nela o detalhe que resolve o

mistério. Desviar-se do julgamento do referente, de como gostaria de ser julgado, de

como o fotógrafo julga-o e de como o manipula para exibir sua arte.

Vilém Flusser, em seu livro Filosofia da Caixa Preta, propõe uma reflexão

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sobre a relação do fotógrafo com o seu aparelho, a câmera. E ainda, sobre como

esta interdependência também se reflete na distribuição da fotografia. Defende que

a fotografia em si, não tem valor como objeto, e o que interessa nessa distribuição é

o seu conteúdo informacional, em suas palavras:

A fotografia enquanto objeto tem valor desprezível. Não tem muito sentidoquerer possuí-la. Seu valor está na informação que transmite. Com efeito, afotografia é o primeiro objeto pós-industrial: o valor se transferiu do objetopara a informação. Pós-indústria é precisamente isso. Desejar informação enão mais objetos. Não mais possuir e distribuir propriedades (capitalismo ousocialismo). Trata-se de dispor de informação (sociedade informática). Nãomais um par de sapatos, mais um móvel, porém, mais uma viagem, mais umaescola. Eis a meta. Transformação de valores, tornada palpável nasfotografias. (FLUSSER, 2011, p.70)

Neste sentido, ressaltamos a necessidade de preservar não somente o objeto

fotografia, mas principalmente as informações contidas na imagem. Portanto,

podemos utilizar um dos métodos de catalogação que a arquivística propõe e que

mais se adeque às características desta técnica.

Mas, em contrapartida, em a Câmera Clara, Roland Barthes (1984) questiona:

como classificar o inclassificável? Catalogar sob qual ponto de vista? A técnica ou o

significante fotográfico? A história ou a sociologia? A fotografia sempre permite

várias interpretações, que muitas vezes, se direcionada, não satisfaz o seu leitor.

Uma alternativa pode ser escolher um desses pontos de vista e investir na

sua decifração. No caso de acervos fotográficos com maior cunho histórico é

necessário que a investigação contemple pesquisas relatadas a partir do contexto

que permeou a produção da imagem. Em concordância, Olga Rodrigues de Moraes

Von Sinson (1998, p.23), diz:

Essa associação entre imagem e memória vem sendo explorada, permitindo-nos trabalhar com os relatos do passado para a recuperação de dados depesquisa não registrados de outra maneira, assim como elaborarinstrumentos de diálogo com as populações estudadas que têm possibilitadoavançar no conhecimento da realidade e devolver os resultados finais dapesquisa em linguagem facilmente acessível aos grupos nela envolvidos.

A partir do momento em que entendemos, contextualizamos e tomamos a

decisão de preservar nossas imagens, precisamos encontrar maneiras de garantir a

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fluidez de seu ciclo de vida e a sua integridade informacional. Para tanto, nos

aprofundaremos no estudo das técnicas para sua preservação. Em seguida, serão

expostas algumas experiências do mesmo gênero que nos servirá como exemplo de

boas práticas.

2.3 CENÁRIO FAVORÁVEL

O interesse pela conservação de acervos fotográficos tem se intensificado

nas últimas décadas, pois as possibilidades de utilização desses documentos são

infinitas. Este fato é muito favorável, visto que nos traz relatos de experiências e um

rol maior de estudos sobre o assunto, que até então tinha sido pouquíssimo

explorado. Dizem os autores, “com a valorização do documento fotográfico, muitas

instituições públicas e privadas têm se preocupado em dispensar um tratamento

físico e documental que respeite a especificidade da fotografia” (FILIPPI;

CARVALHO; LIMA, 2002, p.14), e também, “os documentos fotográficos, vêm sendo

utilizados como fontes para pesquisas em várias áreas do conhecimento. Porém, é

importante que as fotografias estejam organizadas e tratadas tecnicamente”

(FERREIRA, 2004, p.02) e, felizmente, estas iniciativas têm sido documentadas.

Aproveitando esta oportuna variedade de relatos, poderemos extrair alguns

conceitos que não deveremos deixar de abordar, pois para bem preservar

precisamos conhecer a fundo o objeto em questão e suas peculiaridades, as

experiências documentadas geralmente trazem estes temas bem esclarecidos.

A Fundação Nacional de Arte - FUNARTE oferece grande incentivo em

relação ao conhecimento técnico da fotografia focado na conservação por intermédio

de seu Centro de Conservação e Preservação Fotográfica - CCPF que desenvolveu

diversos Cadernos Técnicos de Conservação Fotográfica onde se concentram os

trabalhos dessa natureza, tanto de autores brasileiros quanto de estrangeiros.

A conservação de acervos fotográficos é essencial para que o valor histórico,

que a imagem possa vir a ter, seja mantido. A conservação do suporte é muito

importante, mas a preservação das informações contidas nele tem caráter

fundamental, visto que isoladas podem perder o sentido. Sobre arquivos fotográficos

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escreve Kossoy (2002, p.129),

A fotografia conecta-se a uma realidade primeira que a gerou em algum lugare época. Porém perdendo-se os dados sobre aquele passado, ou melhor, nãoexistindo informações a cerca do referente que a originou, o que mais resta?Uma imagem perdida, sem identificação, sem identidade... sem história.

Considerando este aspecto contextual citado por Kossoy, podemos perceber

que se aproximam muito dos conceitos fundamentais da arquivística, que também

aconselham que todo documento deve ser conservado mantendo-se de alguma

maneira as suas relações originais. Segundo Ricardo Crisafulli Rodrigues (2007

p.74), “as propostas oriundas da arquivística, de forma procedente, enfatizam a

obrigatoriedade de se vincularem às imagens fotográficas sempre ao seu contexto

documental, mantendo-as associadas ao seu organismo produtor.”

As técnicas de conservação, via de regra, promovem algumas possibilidades

de roteiro de trabalho, que podem variar dependendo do item a ser preservado. A

FUNARTE também aborda esses roteiros nos Cadernos Técnicos, além de oferecer

cursos, palestras e workshops de conservação, preservação e restauro de originais

fotográficos.

Algumas experiências de projetos de conservação relatadas e documentadas,

trouxeram consistência para modelar o roteiro que será descrito mais

detalhadamente no capítulo terceiro deste trabalho. Os quatro exemplos principais

foram: 1) o projeto de “Gestão do Acervo Fotográfico da Assessoria de

Comunicação da FURG” que ainda está em andamento sob a coordenação de

Luciana Souza de Brito, mas a metodologia já foi traçada e mostra resultados; 2) o

projeto de “Organização do Acervo Fotográfico das Entidades Nacionais do Sistema

Indústria” que teve duração de quatro anos e abrangeu todo acumulado fotográfico

das entidades agrupadas – SESI, SENAI, IEL e CNI – e resultou em um ótimo

manual para orientação de projetos desta natureza; 3) o projeto de “Organização e

Tratamento Técnico do Acervo Fotográfico do Centro de Referência para Pesquisa

Histórica em Educação”, desenvolvido por Aline de Alésio Ferreira que realizou o

tratamento de 155 itens fotográficos datados de 1840-1940 que representaram

momentos importantes da educação no país; e 4) o projeto de preservação do

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acervo fotográfico da Rádio Nacional do Rio de Janeiro intitulado “Ver para Crer –

Um Novo Olhar para os Arquivos Fotográficos” desenvolvido e defendido por

Gabriela de Lima Gomes em sua dissertação de mestrado para o Programa de Pós-

Graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas

Gerais.

O que se pode observar de antemão é que todos eles seguiram o mesmo

princípio de tratamento, passando por fases semelhantes de trabalho – dentre elas o

diagnóstico, a higienização, a classificação e catalogação, o acondicionamento e

armazenamento, a digitalização e em alguns casos o reconhecimento iconográfico

(quando necessário).

Sem dúvida, a maior preocupação dos conservadores é buscar a

estabilização do processo de deterioração dos originais fotográficos. E uma das

maneiras mais diretas e eficazes para se atingir este objetivo é garantir níveis de

proteções físicas, que para Ana Lúcia de Abreu (2000) é promovido com segurança

pelos acondicionamentos ideais. Para ela a conservação deve ser inserida no fluxo

de manuseio do acervo para agregar segurança e promover a estabilidade conforme

podemos visualizar na figura 01.

FIGURA 01 – FLUXO DE MANUSEIO DO ACERVO FOTOGRÁFICO

FONTE: adaptado de ABREU, p.15, 2000.

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Nesta figura podemos verificar que o fluxo tradicional de manuseio é a

catalogação, seguida do acesso e em sua decorrência a degradação do objeto

fotográfico. Na nova proposta de Ana Lúcia de Abreu seria inserido entre a

catalogação e o acesso as práticas de conservação, o que nos traria o benefício da

estabilidade do acervo no lugar da sua degradação.

Com relação à necessidade de conhecimento dos procedimentos técnicos da

fotografia, podemos dizer que, sem ele a conservação não é constituída, pois a

natureza especial dos registros exige tratamentos específicos para cada tipo de

suporte, emulsão ou cromia, por exemplo. E que deverão balizar as escolhas feitas

na fase de acondicionamento e armazenamento do material na proposta de

preservação. Francisco Moreira da Costa (2004. p.13) diz, “a elaboração de um

projeto de preservação e conservação de um acervo fotográfico depende do

conhecimento dos processos e de suas diferentes formas de interação química com

os elementos ao seu redor”. Compartilhando da mesma ideia,

A preservação de coleções fotográficas é um elemento importante naadministração geral de qualquer repositório arquivístico. Mais sensíveis quea maioria dos documentos sobre papel, as fotografias têm uma químicacomplexa que deve ser levada em consideração, caso se pretendapreservá-las para o futuro. Embora a amplitude dos processos fotográficosvarie enormemente, princípios gerais já estabelecidos podem ser aplicadosa todas as fotografias para se garantir sua salvaguarda. (KENNEDY, 2004.p.16).

Devemos também considerar os aspectos técnicos na produção de imagens

eletrônicas, visto que, fotografia analógica difere radicalmente das imagens digitais.

Segundo Mustardo (2004), as fotografias analógicas são resultados de reações

químicas pela ação direta da luz e sua relação com os computadores e softwares

não é essencial, ou seja, pode servir-se desta facilidade apenas para as questões de

acessibilidade. Já a imagem digital é produto de uma varredura (scanning), gerada a

partir de um código eletrônico, e necessita dialogar com os recursos tecnológicos

para preservação.

O cenário atual promove a produção de imagens digitais, porém pouco se fala

dos critérios de seleção e de preservação. Por ser facilitado, esse tipo de produção

acumula numerosos acervos, às vezes, o objetivo poderia ter sido alcançado com

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apenas uma ou duas imagens, aí convém os critérios de seleção, que se bem

aplicados evitará problemas futuros, vejamos o que diz Nora Kennedy (1997, p.26)

sobre o papel do conservador desses materiais:

Como profissionais encarregados das responsabilidades da preservação,devemos sempre lembrar que de qualquer que seja o benefício imediato dasimagens eletrônicas, a segurança e a preservação a longo prazo defotografias originais deve ser mantida como objetivo supremo. Sem apreservação a longo prazo dos materiais originais, não teremos nada a querecorrer, caso a tecnologia digital de hoje venha a demonstrar imprevistasdesvantagens no futuro.

A preservação deste acervo é complexa, pois depende de quesitos

tecnológicos, visto que a grande questão é o avanço desenfreado dessa ciência,

promovendo muitas vezes a incerteza de possibilidades de acesso à informações

contidas em mídias, hardwares ou softwares ultrapassados. Sobre a preocupação

com os arquivos de imagens digitais, “considerando que eles são apenas úteis se

houver uma máquina disponível para decodificar e interpretar seu conteúdo, a

continuação e disponibilidade dos sistemas de software e hardware têm que ser

assegurada se a informação for útil no futuro.” (MUSTARDO, 2004. p.11)

Então, para garantir um armazenamento de arquivos digitais eficiente, além

de um repositório seguro, ou seja, com estratégias de atualização do parque

tecnológico e backups planejados, também se necessita de um bom sistema de

recuperação, com busca facilitada e que, de preferência, ofereça a possibilidade de

vínculos do cadastro com o arquivo em si.

Obviamente não poderemos aplicar a experiência de terceiros em nosso

projeto tal qual foi descrita, pois em se tratando de documentação, o que foi eficaz

para um não será necessariamente eficaz para outros. Vejamos o que dizem os

autores do Manual de Indexação de Documentos Fotográficos da Fundação

Biblioteca Nacional,

Dificilmente nossos critérios serão iguais àqueles de outras instituiçõesdetentoras de acervos fotográficos, já que uma imagem pode ter váriossignificados e usos – consequentemente, terão também assuntos diversos.Portanto, o objetivo deste manual é direcionar a visão do indexador para oponto de vista da instituição, que se baseia no tipo de acervo que possui, notipo de usuário diversificado que atende e nas suas características. (ALVES;VALÉRIO, 1998. p.07).

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No entanto os relatos trazem importantes registros de atividades que

procederam, e que poderão tornar-se constantes desse tipo de trabalho, com as

devidas adaptações, é claro. E também de técnicas que não responderam ao

tratamento esperado com sugestões do que devemos ou não realizar. Um exemplo,

No caso de mudanças no acondicionamento, deve-se ter muita cautela coma introdução de novos sistemas. A desmontagem de um conjunto poderepresentar a perda de informações importantes sobre a documentação eque, muitas vezes são irrecuperáveis. Portanto, as decisões envolvendonovas localizações e arranjos precisam sempre ser registradas – listas deequivalências numéricas ou de localização, além de cadernos com oregistro das ações desenvolvidas durante o projeto, são imprescindíveispara o controle dessa etapa do trabalho. (FILIPPI; CARVALHO; LIMA, 2002.p.15).

A experiência é sempre uma ótima fonte de ensinamentos, erros e acertos

são fundamentais para o desenvolvimento de qualquer campo de pesquisa. Em

tempo, nos apropriamos das sábias palavras de Nora Kennedy sobre o nosso papel

perante o compromisso cultural de preservar:

Ao mesmo tempo em que os humanos são os maiores causadores dadeterioração de fotografias, eles também oferecem a única esperança parasua preservação. Com treinamento apropriado, consciência da complexidadee do valor histórico de nossas coleções fotográficas e com o digno respeitoque estas imagens devem evocar, nós temos dentro de nossas capacidades,que assegurar a futura preservação destas às vezes históricas, às vezesprosaicas, mas sempre cativantes imagens fotográficas. (BRASIL, 1997, p.24)

Frente a todo o embasamento teórico/prático apresentado, estamos aptos a

partir agora para as descritivas objetivas e práticas.

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3 PRESERVAÇÃO DE FOTOGRAFIAS

Neste momento, iniciaremos o estudo sobre como conservar documentos, em

especial os fotográficos. Abordaremos alguns conceitos a respeito da gestão de

documentos sob o âmbito da arquivística, visando critérios de guarda e recuperação

das informações contidas nos documentos. Faremos uma breve diferenciação entre

os elementos da fotografia analógica e da digital, ressaltando as singularidades

relevantes para a preservação. Então, descreveremos o fluxo de trabalho de um

projeto de preservação.

3.1 GESTÃO DE DOCUMENTOS

A gestão de documentos é uma área de atuação envolvente que promove a

nós, analistas documentais, muita satisfação quando atingimos os objetivos

primordiais da profissão: disseminar a informação contida nos documentos e

resguardar seu suporte.

No âmbito da arquivística a fotografia é equiparada a qualquer outro

documento6, que pode, ou não, ser histórico. O que irá definir esta e outras

importantes atribuições será o contexto documental ao qual está inserida - prática de

análise mais do que comum nos arquivos, bibliotecas, museus e centros de

documentação do mundo. Alguns autores confirmam esta prerrogativa, dizem eles

“a fotografia deve estar situada de modo a espelhar o seu contexto de produção

através de um arranjo documental. O arranjo é feito a partir da estrutura e das

funções que deram origem aos documentos” (FILIPPI; CARVALHO; LIMA, 2002.

p.53) e mais, “as propostas oriundas da arquivística, de forma procedente, enfatizam

a obrigatoriedade de se vincularem as imagens fotográficas sempre ao seu contexto

documental, mantendo-as associadas ao seu organismo produtor” (RODRIGUES,

2007, p.74).

Os principais instrumentos de gestão documental que tornam essas ideias

palpáveis são: o plano de classificação, a tabela de retenção de documentos e o

6 Exceto por suas características físicas, que a difere de outros documentos de arquivo por exigiremcondições de acondicionamento e armazenagem mais específicos.

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manual de gestão, que devem refletir as regras e interesses do mantenedor do

acervo, sem restringir os potenciais do documento. Normas nacionais e

internacionais regulam a instauração de tais instrumentos, algumas que devemos

considerar são: a Norma Brasileira de Descrição Arquivística – NOBRADE, a Norma

Geral Internacional de Descrição Arquivística – ISAD(G), além das recomendações

dos arquivos públicos estaduais e nacional, e do Conselho Nacional de Arquivos

CONARQ, e mais recentemente da Lei de Acesso à Informação (LEI Nº 12.527, DE

18 DE NOVEMBRO DE 2011). As normativas advindas desta ciência serão as

balizadoras da fase de cadastro e disponibilização do acervo na proposta de

preservação.

Antes de descrevermos os instrumentos de gestão citados, procuraremos

enriquecer nosso estudo com as definições de alguns conceitos da arquivística. O

primeiro deles é sobre gestão de documentos. Quando utilizamos este termo,

estamos nos referindo ao “conjunto de procedimentos técnicos referentes à

produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos de arquivo”

(DORÉ, 2010, p.3), e faz parte apenas de um nicho de trabalho da arquivologia, que

pode abranger inúmeras outras práticas. Na frase acima citada, Doré ressalta que os

documentos em questão são especificamente de arquivo, denominação atribuída

para aqueles que possuem características distintas e necessitam de alguns

princípios para garantir sua função, tais como: autenticidade (documentos autênticos

que são mantidos como garantia pelo caráter probatório que carregam), unicidade

(documento produto da atividade natural de uma instituição e testemunho de sua

gestão) e organicidade (documento que precisa de suas relações para preservar seu

significado).

Dentre estes documentos poderemos encontrar duas funções a que atendem:

os chamados documentos resultantes das atividades meio e os das atividades fim

da instituição. As atividades meio são compostas pelos processos administrativos

que apoiam o desenvolvimento dos processos principais da organização, ou seja,

são atividades auxiliares para que a instituição atinja seus objetivos principais, a

exemplo: recursos humanos, financeiro, logística, entre outras. As atividades fim

garantem que o objetivo da instituição seja alcançado, são compostas das

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atribuições técnicas específicas e concluem a razão de ser da corporação, no caso

da COPEL, por exemplo, as atividades fim são as que proporcionam a geração,

transmissão e distribuição de energia. Essa diferenciação acontece e é importante

para que possamos agregar hierarquias na classificação dos documentos

institucionais.

Em raros episódios teremos documentos resultantes de atividades meio

classificados como históricos, visto que geralmente servem a títulos comprobatórios

e legais apenas. Por serem de cunhos comuns e similares nas diversas

organizações, independente de suas naturezas, os arquivos estaduais e nacional

mantêm planos de classificações7 padrões a serem seguidos.

Outro conceito importante é o da teoria das três idades dos documentos de

arquivo. Esta teoria objetiva enquadrar os documentos em três fases: corrente,

intermediária e permanente, sempre sob o foco de sua função e visando a

otimização dos processos de arquivamento. Entendemos da seguinte forma: a) Fase

corrente: documentos em trâmite e em pleno curso para atendimento administrativo,

objetos de consultas constantes e devem ser mantidos próximos dos locais de

produção; b) Fase intermediária: documentos que já não tramitam pela instituição,

porém ainda guardam interesses administrativos pelo seu valor comprobatório e

podem estar armazenados em um arquivo corporativo; c) Fase permanente:

documentos que além dos interesses administrativos carregam um valor histórico,

cultural ou científico e devem ser preservados definitivamente, de preferência em

estabelecimentos de guarda específicos para estes fins.

Os instrumentos de gestão, que vamos descrever a seguir, carregam todos

estes conceitos em suas essências, e são facilitadores para que os princípios da

arquivística sejam seguidos.

O plano de classificação8 é o primeiro deles; reflete a estrutura corporativa e

seus processos, permitindo classificar todos os documentos acumulados pela

corporação de maneira lógica. É elaborado a partir de um mapeamento minucioso

das atividades da instituição, além de modelado por um dos métodos propostos pela

7 No Paraná seguimos a orientação do Manual de Gestão de Documentos do Estado do Paranáproposto pelo Departamento Estadual de Arquivo Público – DEAP (2007).

8 Também chamado de código de classificação.

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arquivologia. Dentre os modelos mais comuns estão o decimal e o duplex. O Arquivo

Nacional propõe o uso do modelo decimal, porém, no Paraná utilizamos, por

recomendação do arquivo público estadual, o modelo duplex onde os documentos

são distribuídos em classes e subclasses de assuntos hierarquicamente dispostas

de acordo com as atividades e funções do órgão. Vejamos um extrato do Código de

Classificação do Poder Executivo do estado do Paraná que atende os documentos

resultantes das atividades meio dos órgãos e entidades estaduais:

FIGURA 02 – EXTRATO DO CÓDIGO DE CLASSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS

FONTE: adaptado de Manual de Gestão de Documentos do Estado do Paraná, p.11-16, 2007.

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No extrato apresentado, podemos perceber que o código de classificação é

autoexplicativo, ou seja, sempre nos dá orientação de quais documentos devem

compor tal classe e a qual função deve pertencer. A numeração antecedente às

classes e subclasses é que as representarão nos documentos durante os fluxos de

trabalho até chegarem ao arquivamento. É então que a tabela de retenção de

documentos, também conhecida como tabela de temporalidade de documentos,

deverá atuar. Nela estará registrado o ciclo de vida dos documentos, seus prazos

para arquivamento e eliminação, bem como a legislação que os regulam. Utilizamos

a mesma referência para complementar o exemplo na figura 03.

FIGURA 03 – EXTRATO DA TABELA DE TEMPORALIDADE DE DOCUMENTOS

FONTE: adaptado de Manual de Gestão de Documentos do Estado do Paraná, p.35-38, 2007.

Neste exemplo, verificamos que os documentos resultantes das atividades

referentes ao Assentamento Funcional, cuja classificação é 0-2-3, deverão

permanecer no setor de origem durante sua vigência (V) e mais 25 anos no arquivo

geral ou intermediário, não (N) havendo necessidade de ser mantido em arquivo

permanente (AP), sendo que após o prazo vencido poderá (S) ser eliminado. Já os

documentos referentes ao Processo de Seleção (0-2-4-2) serão mantidos durante 2

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anos no arquivo setorial e mais 14 anos no arquivo intermediário, após o prazo

deverão ser arquivados permanentemente (S), não (N) sendo recomendada a sua

eliminação9.

Todos estes conceitos e decisões, bem como a representação do plano de

classificação e da tabela de temporalidade devem ser amplamente difundidos na

instituição para que todo o processo seja efetivamente praticado e o sucesso da sua

operação seja alcançado. Para tanto, a recomendação é para que as entidades

mantenham um manual de gestão de documentos onde sejam estampados todos os

instrumentos e também as políticas que deverão ser seguidas pela instituição,

servindo como um protocolo.

É importante apresentarmos estas ideias antes de chegarmos ao tópico de

preservação de fotografias, assim teremos propriedade para desenvolver a etapa de

classificação, garantindo a guarda da imagem atrelada à sua função. Imagens nos

cativam e nos atiçam a mantê-las pelo apelo emocional que nos causam. A

arquivologia nos ensina a manter as relações documentais, contextos e referências.

Afinal, conforme diz Kossoy (2003, p.129), não há história numa imagem sem

identidade:

A fotografia conecta-se a uma realidade primeira que a gerou em algum lugare época. Porém, perdendo-se os dados sobre aquele passado, ou melhor,não existindo informações acerca do referente que a originou. O que maisresta? Uma imagem perdida, sem identificação, sem identidade... Semhistória.

A falta do registro das informações sobre o contexto do surgimento da

imagem, bem como do seu percurso na história, pode dificultar pesquisas futuras.

Em seguida trataremos da diferenciação das imagens produzidas por processos

analógicos e digitais, dados que nos ajudarão nas fases de diagnóstico,

acondicionamento e armazenagem do roteiro de preservação.

9 Os critérios que irão definir quando um documento corporativo poderá ser eliminado, ou não,advêm principalmente do embasamento legal que regula a atividade motivadora da produção dodocumento. Geralmente, os documentos relacionados às atividades da área fim costumam ser decaráter permanente, pois contam a história da instituição carregando a sua bagagem técnica esocial. Outros, como notas fiscais e cartões ponto por exemplo, servem à instituição comoelementos comprobatórios legais. Findo o prazo de retenção legal, podem ser eliminados dosarquivos. Porém, em dadas situações, pode qualquer documento ser agregado de valor histórico.A construção do plano de classificação precisa ser bem embasada quanto a este aspecto e aanálise do acervo ser sempre criteriosa.

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3.3 SINGULARIDADES DOS REGISTROS ANALÓGICOS E DIGITAIS

Ainda é muito comum encontrarmos, nos arquivos corporativos, acervos

fotográficos mistos, compostos por imagens resultantes dos diversos processos de

produção da fotografia. Isto ocorre pelo fato de ter havido pouco tempo na transição

dos métodos de captação de imagens; ontem mesmo estávamos revelando filmes e

hoje não sabemos como organizar nossas numerosas imagens contidas nos

arquivos digitais. A transição foi brusca, visto que, os processos analógicos são

completamente diferentes dos digitais e necessitam de tratamentos igualmente

diversos. Não pretendemos descrever a metodologia de produção de imagens, mas

sim diferenciar as analógicas das digitais sob os aspectos que podem influenciar na

sua conservação.

Chamamos de fotografias analógicas aquelas que são produzidas a partir de

processos mecânicos, ou seja, utilizam câmeras com ajustes manuais durante a

captura e métodos físico-químicos para fixação e revelação da imagem; e de

fotografias digitais as que são produzidas por processos eletrônicos, cujas câmeras

possuem ajustes automáticos, sendo que a imagem capturada é registrada em

códigos binários. Existem também os processos híbridos, onde as duas técnicas

podem ser mescladas e os resultados muito variados. As fotografias digitalizadas

também são uma possibilidade nos acervos, trata-se de imagens que de alguma

maneira foram capturadas por um scanner e passaram a compor um arquivo digital.

Como vimos, as diferenças começam pela forma que são produzidas e

impactam diretamente no meio físico em que estarão fixadas. Em geral, as

analógicas se apresentam suportadas em papel emulsionado, enquanto as digitais

estão armazenadas em bases de dados ou mídias removíveis como CD’s e DVD’s.

No primeiro caso, a atenção deverá ser voltada para a estabilidade do processo

natural de deterioração comum em materiais orgânicos e quimicamente instáveis,

exige um constante controle ambiental e do uso, pois está em decadência contínua.

No segundo caso, a preocupação maior se dá quanto à rápida evolução tecnológica

que transforma as mídias inacessíveis antes mesmo da deterioração acontecer,

exigindo planos de migração e atualização tecnológica, demanda monitoramento

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constante, pois configura um cenário de ação contínua (PAVÃO, 2002). O avanço

tecnológico é o grande vilão quando falamos de fotografia digital. É rápido e

irreversível, se não for monitorado e atualizado pode causar grandes perdas de

arquivos. Irreparáveis, se o arquivo em questão compuser um acervo histórico.

Martin Jürgens (2004, p.12), estampa essa preocupação quando diz que “para uma

impressão de valor artístico ou histórico, no entanto, deve-se estar atento ao fato de

que pode não ser possível reimprimir a imagem um ano após sua produção. Isso se

deve ao avanço rápido da tecnologia”.

Luiz Pavão (2002) alerta sobre alguns problemas que podem tornar nossos

arquivos inacessíveis: a perda de dados sobre o arquivo (localização do arquivo nas

pastas e diretórios); perda de metadados (informações vinculadas ao arquivo);

formato ou extensões desconhecidos (softwares proprietários e/ou de evolução

interrompida); formato do suporte (mídias obsoletas); falta de equipamentos

decodificadores (leitura do conteúdo do arquivo); e deterioração do suporte (vida útil

da mídia). Para minimizá-los Pavão (2002) sugere que alguns cuidados sejam

tomados na criação de novas imagens, tais como: se a imagem for digitalizada,

utilizar máxima resolução; manter sempre uma matriz da imagem em alta resolução;

utilizar formato de arquivo não proprietário (livre); utilizar no mínimo dois suportes

diferentes; atribuir metadados aos arquivos; manter um banco de dados sobre os

arquivos de imagens; manter a instituição a par da evolução tecnológica para que

seja possível traçar estratégias para atualização do parque tecnológico; testar

compatibilidades dos sistemas (atuais e novos que possam vir a compor o parque);

treinar operadores e técnicos; verificar regularmente a legibilidade dos ficheiros para

garantir a decodificação e identificar arquivos corrompidos; converter os ficheiros em

linguagens atuais; e assegurar a qualidade das cópias.

A capacidade de armazenagem e o modo como temos que provisioná-la

também diverge nas duas modalidades. Podemos considerar que a produção de

fotografias analógicas esteja estagnada e não seja mais ampliada, neste caso

devemos realizar cálculos baseados no quantitativo existente, sem a necessidade de

prever espaço para crescimento do acervo. O volume físico e a durabilidade dos

suportes são maiores, porém a quantidade de informação armazenada é reduzida se

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compararmos com a capacidade dos meios utilizados pela fotografia digital. Paul

Conway (2001, p.12) diz que: “[...] nossa capacidade de registrar informações

aumentou exponencialmente ao longo do tempo, enquanto que a longevidade dos

meios utilizados para armazená-la decresceu de modo equivalente.”. Conseguimos

armazenar em uma única mídia a mesma quantidade de imagens contidas em várias

estantes de um arquivo tradicional, porém para garantir que estejam acessíveis

devemos considerar todos os vieses citados por Pavão.

A questão da estabilidade dos meios está relacionada com a durabilidade dos

suportes. Para estabilizar a deterioração das fotografias analógicas, pensamos em

espaço físico amplo, climatização, acondicionamento e mobiliário adequados. Para

acervos digitais a preocupação é em prover espaços virtuais seguros e mídias mais

duráveis.

A reprodutibilidade também é uma variante nos dois casos. A ideia de original

não existe para as fotografias digitais, uma vez que podemos produzir quantas

cópias idênticas forem necessárias. Isso não é possível com as fotos analógicas,

pois o original é único e mesmo que revelado novamente ou digitalizado nunca

manterá o mesmo padrão do primeiro, fato que reflete diretamente no acesso às

imagens. Muitas instituições de guarda não permitem que os originais analógicos

sejam manipulados e consultados pelos pesquisadores com receio dos danos que o

manuseio pode causar. Em contrapartida, as imagens digitais são amplamente

disponibilizadas pela facilidade de sua reprodução, principalmente na internet.

Então, cabe lembrar que, em algumas situações em que a propriedade intelectual e

os direitos autorais devem ser respeitados, medidas de segurança devem ser

atribuídas. O acesso facilitado às imagens digitais incentiva que novos perfis de

leitores sejam conquistados e que novos rumos possam ser traçados para os

conteúdos informacionais,

A especificidade documental dos acervos fotográficos e a convicção acercada potencialidade da fotografia não só como imagem portadora dapossibilidade de um conhecimento, mas também como instrumento para odesenvolvimento da consciência, exigem um modelo de espaço informacionaldigital que não apenas atenda ao experiente consulente de acervosfotográficos, mas que seja rico em estímulos cognitivos direcionados àquelesque procuram conhecer por meio de imagens do acervo público – aos jovens,sobretudo – e, ainda reúna elementos de apoio para o desencadeamento deeventuais processos de cooperação interinstitucional. (SILVA, 2006, p.199)

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Em um olhar mais subjetivo, apreendemos que a relação da fotografia com o

seu interlocutor pode alcançar inúmeros pontos de discussão. Apelativas como são,

as imagens podem nos envolver socialmente, psicologicamente e sensorialmente.

Um destes pontos é a experiência da visualização. Quando examinamos uma foto

impressa (visualização direta) criamos uma relação sensorial mais aguçada que nos

aproxima do contexto do referente. Uma imagem estampada na tela de um

computador (visualização indireta) nos distancia, com pelo menos dois níveis de

interferência, do objeto de apreciação. Na mesma linha de raciocínio o autor diz que

“a contemplação de imagens digitais num monitor implica uma maior concentração

voluntária do que a assumida na contemplação de imagens em papel” (SILVA, 2006,

p.192). É mais dramática essa relação quando os interlocutores não conseguem

estabelecer uma sensação de conveniência durante a experiência, seja por falta de

intimidade com o meio ou, seja por ineficiência das soluções de tecnologia. Paul

Conway (2001, p.21) afirma que “As pessoas apreciam a conveniência e deverão

ignorar qualquer tecnologia cujas características (como por exemplo, equipamento

incômodo, imagem de baixa qualidade, indexação débil) reduzam a conveniência”.

Em seguida será apresentado um quadro comparativo (figura 4) onde

poderemos visualizar, resumidamente, as principais diferenças entre a fotografia

analógica e a digital em relação aos aspectos que podem influenciar na sua

preservação.

No próximo tópico iniciaremos a descrição, dos métodos e tratamentos

comumente utilizados em projetos de conservação, que nos ajudará a aperfeiçoar

técnicas e adequá-las à nossa proposta.

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FIGURA 04 – QUADRO COMPARATIVO – PROCESSOS FOTOGRÁFICOS

FONTE: elaborado pela autora, 2014.

3.4 PLANEJAMENTO DE PROJETOS PARA CONSERVAÇÃO

A decisão pela investida em um projeto de preservação deve ser tomada

mediante a análise profunda dos benefícios que poderão advir desta prática:

A preservação tradicional, como forma responsável de resguardar essasinformações, funciona somente quando a prova tem uma forma física, quandoo seu valor é superior aos custos de sua manutenção, e quando os papéisdesempenhados pelos seus criadores, responsáveis por sua guarda eusuários são mutuamente reforçados. (CONWAY, 2001, p.12)

A necessidade de conservação constata-se quando um valor secundário

possa ser atribuído ao acervo. Os custos deverão ser justificados pelo

melhoramento do acesso a estes documentos valorados e pela estabilidade do

processo natural de deterioração dos mesmos.

Conforme a necessidade verificada, decide-se o grau de atuação a ser

aplicado no tratamento. Jaime Spinelli Junior (1997, p.72) sugere que “um método

de conservação se constitui do reconhecimento e execução de tratamento em uma

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obra, considerando-se sua estrutura, composição física e seus aspectos estéticos e

históricos, visando o prolongamento de sua vida útil o máximo possível.”

Constatada a real necessidade de conservação do acervo, é ideal que ela seja

estabelecida em curto prazo, visto que o prolongamento das más condições de

arquivamento pode rapidamente elevar os danos dos originais ao ponto da penúria

de um método invasivo de restauração:

A máxima: antes conservar que restaurar, muito utilizada no âmbito daconservação/restauração, vale também como um norteador, um alerta frenteas metodologias e práticas que visam a preservação de acervos. Entende-secom a frase que a utilização de métodos de conservação adequados a cadatipo de acervo deve ser rigorosa para que se consiga prolongar a longevidadedo bem. Pois, quando uma obra é submetida a intervenções de restauro – pormais criteriosas que sejam – estamos comprometendo sua durabilidade, umavez que nesses procedimentos são utilizados (em condições apropriadas)produtos químicos de toda ordem, além de despenderem maiores recursosfinanceiros para seu sucesso e conclusão. (BEDETTI, 2010, p.01)

Alguns princípios precisam ser mantidos e lembrados durante o planejamento

e execução do projeto de conservação. Spinelli Jr. (1997), nos diz que a filosofia da

conservação baseia-se no conhecimento da técnica, nos materiais e na função

estética do acervo, o sucesso da operação depende das políticas de gestão e dos

trabalhos sistemáticos fundados no princípio da reversibilidade (reverter toda e

qualquer atuação aplicada ao item). Já Paul Conway (2001) defende que a ação da

preservação deve estar focada na importância social do acervo, e a atuação

depende da custódia, da estrutura organizacional e da cooperação entre os

dirigentes da instituição. As suas prioridades são a longevidade, as escolhas

(valores, seleção e adequação), a qualidade do trabalho, a integridade e o acesso

aos itens. Visando um bom andamento para projetos de conservação, Diego Barros

dos Santos (2009) estrutura em três as etapas do trabalho, sendo que a primeira

ocupa-se do planejamento (organização das tarefas, treinamento dos auxiliares,

revisão dos instrumentos operativos e administrativos – gestão), a segunda etapa

promove a operação efetiva (limpeza, acondicionamento, indexação) e a terceira

trata do seu monitoramento. Luiz Pavão (1997) é mais específico enumerando em

oito os pontos básicos da conservação de uma coleção de fotografias: observação e

descrição, controle de ambiente, organização, acondicionamento, controle de

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condições de uso, cópia e duplicação, reparação de peças danificadas e formação

de técnicos.

Ou seja, antes de qualquer ação, é preciso haver um planejamento das

tarefas que oriente de forma clara e precisa todas as etapas a serem seguidas

conforme a necessidade específica do acervo a ser tratado, com base nas suas

características e peculiaridades. As escolhas devem ser congruentes aos objetivos,

valores e interesses da instituição mantenedora. Para que isso seja possível, a

estrutura, os processos, as políticas e os instrumentos de gestão de documentos

devem estar prontos para aplicação e bem esclarecidos para os técnicos que

desenvolverão o trabalho de preservação.

Traçado o plano, o primeiro ato do projeto de preservação deve ser sempre o

diagnóstico do acervo. Trata-se de um estudo aprofundado das condições em que o

mesmo se encontra, com vistas à identificação do seu quantitativo, seus potenciais

de uso, conservação e acesso. Serão os dados coletados durante o diagnóstico que

nortearão as decisões seguintes do projeto, fazendo com que as ações sejam

direcionadas a atender a necessidade específica do acervo em tratamento. A este

respeito, coloca Marcondes (2005, p.06):

Cabem ao conservador uma análise do documento fotográfico e a elaboraçãode um diagnóstico. Nessa avaliação deve-se relacionar o processofotográfico, o formato, as medidas dos diferentes suportes, a coleção oufundo ao qual pertence a unidade documental e o seu estado deconservação, bem como as formas de deterioração. Uma vez detectados osproblemas, deve-se elaborar uma proposta de tratamento. Há de se analisarcom cautela as medidas propostas para o tratamento, visando jamaiscomprometer a integridade do documento [...]. Muitos conservadores tomammedidas radicais julgando estarem contribuindo para a longa permanênciadas imagens fotográficas, mas uma imagem retirada de um álbum perde seusentido, uma vez que seu valor está na organização espaço-tempo em queela se insere.

Com um bom levantamento será possível traçar o tratamento de conservação

ideal, planejar a área de guarda e verificar a necessidade de reprodução e

duplicação do acervo. Em geral, os autores concordam com a necessidade e

importância deste ato, Sandra Baruki e Nazareh Coury (1997, p.01), complementam

dizendo que:

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O diagnóstico de um acervo fotográfico é realizado através do levantamentodo estado de conservação dos documentos, enumerando-se ascaracterísticas de deterioração nele encontradas. Inicialmente, separam-segrupos de documentos fotográficos dos diversos processos existentes noacervo (objetos, fotografias, negativos, álbuns, contatos e diapositivos),observando-se também a predominância dos formatos para identificar osproblemas e definir o tratamento posterior.

É importante que o diagnóstico seja realizado por um profissional capacitado,

cujo olhar sobre o acervo seja, além de quantitativo, também qualitativo, e para ter

conhecimento suficiente para constatar as necessidades técnicas que serão

necessárias ao seu tratamento. Clara Mosciaro (2011, p.08) ressalta que “um

conservador, ou alguém treinado por ele, focalizará sua observação de forma mais

precisa sobre os aspectos físicos da fotografia e no seu registro de forma produtiva e

objetiva”.

Os dados coletados durante o diagnóstico devem ser registrados em uma

ficha para que fiquem compilados e com fácil acesso para posterior análise, e

precisam acompanhar o acervo em toda sua permanência no arquivo. Alguns

autores sugerem modelos de ficha de diagnóstico (anexo A), pré-adaptadas para

acervos fotográficos, onde poderemos verificar os principais dados a serem colhidos.

Após o estudo do acervo, podemos nos adiantar para a parte prática, sendo

que, geralmente, os passos a serem seguidos são: reconhecimento

iconográfico/iconológico, classificação, higienização, restauração, digitalização,

cadastro, acondicionamento, armazenagem e disponibilização.

Na primeira fase do trabalho prático ocorre a separação física e agrupamento

dos itens por famílias em função do tratamento que irão receber. Após esta

separação, devemos tentar buscar informações sobre os conteúdos das imagens,

visto que “é sabido que as imagens fotográficas requerem uma leitura e uma

descrição de conteúdo que diferem consideravelmente daquela que é

tradicionalmente utilizada para a documentação textual” (ANDRADE; apud ABREU,

2000, p.09).

Separados os itens, então, devemos estudar seus elementos físicos e

estéticos para que possamos apreender suas colocações na estrutura

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organizacional ao qual estão inseridos e os valores intrínsecos que os elevam a uma

categoria superior. Tecnicamente chamamos esta etapa de reconhecimento

iconográfico e/ou iconológico.

De acordo com o que estudamos no segundo tópico deste trabalho,

precisamos buscar a compreensão da imagem para realizar o seu reconhecimento.

Iconograficamente, diz Kossoy (2003), focamos nos dados que representam a

realidade exterior, o aparente, o que está no nível do documento, nas dimensões da

imagem fotográfica. E iconologicamente, na realidade interior, traçada nas

dimensões da vida, na sua localização no espaço e no tempo, o que vai além do

documento, o que está oculto.

Uma análise iconográfica reconstituirá os processos originários do artefato

(que gerou a materialização documental) e trará os detalhes icônicos10 que

compõem seu conteúdo: “As informações obtidas por meio da análise iconográfica

são úteis, na medida em que nos revelam dados concretos sobre o documento no

que diz respeito à sua materialização documental e aos detalhes icônicos nele

gravados” (KOSSOY, 2003, p.58). Já a análise iconológica vai resgatar a história

própria do assunto e busca a desmontagem das condições de produção, ou seja,

“busca-se, pela interpretação iconológica, decifrar a realidade interior da

representação fotográfica, sua face oculta, seu significado, sua primeira realidade,

além da verdade iconográfica” (KOSSOY, 2003, p.58).

As análises citadas acima são importantes, pois a imagem fotográfica nos

promove inúmeras possibilidades de interpretação; o conceito de 'verdade' não é

mais tão enfatizado na pesquisa histórica. Porém, o 'discurso' sim. E este pode ser

construído tanto por quem cria, por quem divulga ou por quem lê as imagens.

Confirmando esse pensamento nos discorre Ricardo Crisafulli Rodrigues (2007,

p.68), “a imagem fotográfica é polissêmica por natureza, isso é, pode ser passível de

inúmeros significados. Para ser utilizada, necessita ser organizada, o que implica

10 Boris Kossoy (2003) se apropria de alguns conceitos da semiótica para fundamentar sua definiçãode primeira e segunda realidades quando diz que, na análise iconográfica busca-se elementosicônicos e indiciais (ícones - elementos que mantém elevado grau de semelhança com o referente,e índices - prova de que o referente de fato existiu) e que na análise iconológica busca-se signos eelementos simbólicos (signo - representação de algo a que atribuímos valor, significado ou sentidoe símbolos - signos mais complexos que não guardam qualquer relação de semelhança ou decontiguidade com a coisa representada).

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análise e tematização de seu conteúdo”.

Complementando o raciocínio, nos diz Kossoy (2003, p. 76):

A autonomia da imagem fotográfica permite transplantes de seus conteúdospara os mais diferentes e, por vezes, inusitados contextos. As imagensfotográficas não apenas nascem ideologizadas, elas seguem acumulandocomponentes ideológicos a sua história própria à medida que são omitidas ouquando voltam a ser utilizadas (interpretadas) para diferentes finalidades aolongo de sua trajetória documental.

Os reconhecimentos iconográfico e iconológico precisam ser desenvolvidos

cuidadosamente e com propriedade. Geralmente, sugere-se que historiadores,

especialistas em imagem e arquivistas componham o grupo de trabalho do projeto

de conservação de fotografias. Realizá-los, ou não, será uma decisão baseada

principalmente no cunho do acervo, além dos objetivos da instituição mantenedora e

do público-alvo. Este procedimento de leitura da imagem também ajudará a verificar

a possibilidade de descarte de itens sem valor.

Após a leitura iconográfico-iconológica, estará facilitada a atividade de

classificação dos documentos. Para tanto, utiliza-se um instrumento de gestão de

documentos, o plano de classificação; que conforme vimos anteriormente, foi

elaborado refletindo os processos e atividades corporativos. Analisando o plano,

escolhe-se a classificação de assunto que mais está relacionado com o referente

refletido na imagem ou no grupo de imagens (em geral, o itens são dispostos em

álbuns - um grupo de imagens que retrata certo acontecimento ou assunto;

dificilmente teremos que classificar um item isolado, esse fato acontece com mais

frequência em museus, onde é comum o recebimento de materiais desconexos). O

código da classificação passará a representar o documento, de modo que, precisará

acompanhá-lo daqui para frente11.

Até aqui nada difere para os originais físicos ou digitais. Consideramos que

toda a avaliação e análise são das imagens e seus contextos, independentemente

11 Lembrando que, preferencialmente, as anotações não são feitas diretamente no item fotográfico;quando não existe a condição de fazê-la no invólucro de acondicionamento, utiliza-se um lápis degrafite macio para anotá-la no verso da foto, nunca utilizar caneta ou qualquer tipo de tinta. Nasmídias externas, como CD's e DVD's, deve-se evitar a colagem de etiquetas, pois a sua cola podedanificar a gravação dos dados; recomenda-se utilizar canetas apropriadas ou, o mais indicado,utilizar o blister de acondicionamento para anotar as informações necessárias.

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de seus suportes. Somente a partir da higienização é que as diferenças começarão

a ser relevantes.

Então, seguimos para a higienização dos itens que já estarão pré-organizados

e classificados. Primeiro fazemos a retirada de elementos excessivos e agressivos

que danificam os documentos físicos deixando-os com marcas profundas: clipes

metálicos, elásticos, fitas adesivas, etiquetas e prendedores. Existem duas formas

de realizar a higienização em itens fotográficos, a mecânica e a química. A

higienização mecânica é a limpeza manual com a utilização de algodão, pincéis,

trinchas eletrostáticas, pó de borracha e câmaras de sucção de ar para a remoção

de sujidades superficiais como poeira e dejetos de insetos (BRASIL, 2003; 2011).

Já a higienização química, utiliza produtos e técnicas invasivas e perigosas

com a manipulação de químicos. É mais indicada em caso de infestação grave por

fungos e insetos resistentes variando conforme a natureza dos materiais. Neste

caso, é obrigatória a aplicação dos produtos em câmaras especiais e por

profissionais capacitados, pois ocorre o risco de contaminação tóxica. A decisão

deverá partir das condições dos itens e dos recursos disponíveis, ambos verificados

no planejamento e no diagnóstico. Também neste momento, o profissional

responsabilizado pelos procedimentos observará, item a item, se haverá a

necessidade de intervenções para restauro de algum dano mais expressivo que

esteja comprometendo o documento, tais como: rasgos, perda de massa, riscos,

manchas, infestação profunda, reações químicas de alto grau, entre outros.

(BRASIL, 1997; 2003; 2011). Se constatada esta necessidade, as ações devem

obrigatoriamente ser realizadas por restauradores.

Para higienizar mídias e equipamentos eletrônicos, acima de tudo, evitamos

produtos e utensílios que sejam abrasivos e ásperos. São indicados lenços ultra

macios para limpeza de lentes, álcool isopropílico (apenas para equipamentos) e

água (apenas para algumas mídias). As sujidades mais comuns são poeira e

infestação por fungos e mofos. É válido lembrar que não há restauro para estes tipos

de elementos. Quando ocorrem riscos, quebras, descolamentos de película ou

queima de componentes, os arquivos podem ser danificados definitivamente

(BRASIL, 1997; 2003; 2011).

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Todas as manipulações aplicadas, em ambos os casos, precisam ser

anotadas nas fichas técnicas que acompanham os documentos; o registro ajudará a

saber o grau de atuação possível e a decidir as ações no futuro.

Se, o acervo em questão for físico e a escolha ter sido pela sua digitalização,

então, este é o momento de realizar a captura das imagens. Porém, nem sempre a

melhor solução é gerar cópias digitais. A decisão precisa ser bem fundamentada e

procedente, para não correr em desperdício de recursos da instituição e em danos

aos originais, visto que o processo de captura também pode ser agressivo às

fotografias. Rubens Silva (2006, p.197) entende a responsabilidade deste ato e nos

alerta quando diz que,

A opção pelo procedimento adequado deve basear-se na permanência, nocusto, no tempo, na qualidade e no uso da cópia pretendida. Além disso, arepresentação digital da informação traz à tona questões éticas, legais esociais e ainda as difíceis questões da propriedade intelectual, da proteção daconfidencialidade e da privacidade. […] É errôneo imaginar que todas asfotografias de determinada coleção virão à integrar uma base de dados deimagens. O grande número de itens obriga a uma decisão cuidadosa sobre oque digitalizar, baseada em profundo conhecimento acerca da natureza dacoleção (e não do conteúdo pictorial das imagens) e no compromisso ético decontemplar as necessidades informacionais do público.

No processo de captura em si, precisamos nos lembrar dos cuidados para

criação de novos arquivos, visando a sua garantia, funcionalidade e qualidade. A

elaboração de um protocolo de digitalização com os critérios bem definidos ajudará

a instituição a se programar frente às atualizações tecnológicas, às adequações

necessárias do parque tecnológico, aos planos de acessibilidade digital, às

resoluções de problemas técnicos, ao controle de acessos, à atribuição de

metadados adequados, à parametrização dos arquivos, e aos cuidados com os

originais quando da manipulação para escanerização.

É interessante que todos os dados coletados e atribuídos aos itens do acervo,

(até agora anotados nas fichas técnicas) sejam assentados em algum tipo de banco

de dados. O cadastro12 destes dados é a próxima etapa do projeto de preservação.

Existem softwares que facilitam o gerenciamento de acervos físicos e digitais, dois

12 Também podemos chamar a fase de cadastro de 'indexação'; principalmente quando houver aligação do cadastro com um vínculo ao arquivo digital do documento, tal como um anexo.

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bons exemplos são: o Pergamum, desenvolvido pela Pontifícia Universidade

Católica – PUC, comercializado a um preço razoável em relação aos softwares

proprietários de empresas especializadas; e o Documentador, desenvolvido pela

Companhia de Informática do Paraná – CELEPAR numa iniciativa de padronizar o

uso do sistema no Estado, proporcionando uma tecnologia de software livre; além de

outros mais completos e recentes que, além disso, permitem o controle de fluxo

documental desde a sua criação13. A posse de um sistema de banco de dados de

grande porte irá favorecer a instituição em agilidade, mas não é essencial, nem

condicionante, para que o trabalho seja realizado.

Por uma iniciativa do Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, uma

comissão modelou os requisitos para sistemas informatizados de gestão arquivística

de documentos; neste documento intitulado de e-ARQ Brasil (2009) podemos

encontrar as sugestões para a atribuição de metadados a um documento, visando a

melhor identificação possível do mesmo. No caso de acervos fotográficos, a

modelagem mais apropriada, segundo o trabalho de preservação desenvolvido pela

Confederação Nacional da Indústria (2007), também apoiado nos requisitos do

CONARQ, contempla os seguintes metadados: número de classificação, título do

documento, conteúdo informacional, palavras chave, datas limite, autor/fotógrafo,

dimensões, tipo de documento, cromia, número de peças, observações técnicas,

localização física, autor/entidade. Se estas informações estiverem relacionadas ao

documento, não haverá dificuldade na sua recuperação quando solicitados.

Os documentos arquivados sofrem com a interferência de agentes externos

como os climáticos, físicos, biológicos, poluição, e até mesmo com a ação do

homem – em alguns casos, esta última é a interferência mais agressiva. Dentre as

ações climáticas podemos citar a umidade e a temperatura que podem causar danos

como o estiramento e contração das fibras conforme a variação, além de favorecer o

desenvolvimento de pragas, mofos e fungos. As intervenções biológicas, como as de

insetos e roedores, podem causar perda de massa e manchas nos documentos,

13 Os gerenciadores de conteúdo, chamados ECM's - Enterprise Content Management, são osmodelos tecnológicos capazes de suprir a necessidade desse tipo de controle. O custo de umgerenciador deste porte é elevado, visto que são distribuídos por fornecedores da amplitude daOracle e Microsoft, porém trazem benefícios para a instituição na otimização dos processosorganizacionais.

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devido a alimentação e decomposição dos animais. A poluição agrega poeira e

gases ácidos ao acervo, podendo acarretar amarelecimento e reações químicas nos

originais. A iluminação é também uma grande vilã dos documentos, principalmente

das fotografias, pois da mesma maneira que dá vida ao documento também é capaz

de destruí-lo. A luz incidente pode causar esmaecimento até que não seja mais

possível enxergar a imagem revelada. A ação do homem se dá devido ao

inadequado manuseio dos documentos e negligência no arquivamento acarretando

os mais diversos tipos de danos.

Com o intuito de minimizar as interferências citadas acima, incluímos no

projeto de preservação a fase de acondicionamento e armazenagem dos itens

fotográficos. Acondicionar é atribuir níveis de proteção física aos documentos,

enquanto armazenar é proporcionar um ambiente saudável para guardar e garantir a

estabilidade do acervo. A respeito do acondicionamento,

O acondicionamento deverá assegurar a integridade física do suporte e daimagem, o agrupamento seriado de imagens e a proteção dos documentos docontato manual direto, da abrasão e da contaminação dos cartões suporteentre outros aspectos. (ABREU, 2000, p.19)

Para o armazenamento adequado é necessário dimensionar os espaços de

guarda, promover a climatização do ambiente com temperatura e umidade

controladas, estudar a localização geográfica e fluxo urbano para verificar as

interferências ambientais, controlar a iluminação artificial, vedar possíveis entradas

de insetos e de luz natural. É o que chamamos de ambiente controlado. E também,

organizar os documentos de forma lógica refletindo o plano de classificação e

respeitando as regras de disposição que a arquivística propõe.

Para acondicionar os itens do acervo fotográfico, sugere-se a utilização de

materiais de qualidade arquivística. Esses materiais são quimicamente estáveis e

resistentes, especialmente criados para favorecer a longevidade dos documentos de

arquivo. Fernanda Brito (2010, p.02) fala que “na escolha do material para a

elaboração de um acondicionamento deve-se levar em conta a estabilidade química

do material, sua resistência aos agentes de degradação, redução do impacto

ambiental e do manuseio inadequado, além da proteção e apoio físico à obra”.

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Os tipos de acondicionamento podem variar dependendo da natureza do item

a ser guardado. Existem cartelas porta-negativos, folders, jaquetas, passe-partouts,

estojos porta-chapas, pastas, pastas em cruz, pastas suspensas, envelopes, caixas

telescópicas e caixas especiais. Enfim, existem diversas maneiras de acondicionar.

O importante é que se estabeleçam pelo menos três níveis de proteção ao

documento, pois “os níveis de proteção funcionam como barreiras não só para a luz

e o ar poluído (poeira, enxofre e etc.), mas, também para as oscilações da

temperatura e umidade relativa do ar, que acontecem diariamente na área de

guarda” (ABREU, 2000, p.18). Luiz Pavão (1997, p.09) nos orienta a estabelecer os

três níveis necessários:

As embalagens individuais são o primeiro nível de proteção. Protegem do pó,da manipulação e de flutuações rápidas ambientais. Permitem uniformizarformatos, numerar e indexar. São o elemento mais delicado porque estão emcontato direto com as peças. Podem ser em papel, plástico ou cartão. Ascaixas, gavetas ou fichários são o nível dois de proteção. Permitem-nosmanter em grupo peças semelhantes, evitar excesso de peso e são auxiliaresna organização e na procura das peças. São em cartão ou metal. Um terceironível de proteção são os armários e as estantes em aço laqueado, alumínioou aço inoxidável. Não se recomenda a madeira.

Para arquivos digitais, no caso de estarem suportados em ambientes virtuais,

como em um diretório local ou em um servidor, o termo acondicionamento não é

utilizado. Neste caso, a sua localização no espaço virtual é mais relevante. Mas, se

o arquivo estiver gravado em mídias removíveis, devemos sim, pensar em como

acondicioná-las. Disquetes, CD's, DVD's, pen-drives e HD's externos são comuns de

serem encontrados em acervos fotográficos. E, ao contrário do que se pensa, são

mais frágeis do que os originais em papel. A média de tempo de vida de um CD ou

DVD, por exemplo, gira em torno de apenas 10 anos, sem contar na sua

obsolescência tecnológica. Planos de ação para atualização e verificação de mídia

devem ser constantes para este tipo de acervo. O armazenamento pode ser

semelhante ao do acervo físico, observando-se, basicamente, as mesmas

intercorrências. Porém, se houver a possibilidade de promover um ambiente

específico para estes materiais, sugere-se que a temperatura e a umidade médias

sejam menores às praticadas no acervo convencional, já que sua estrutura permite

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esta redução; nos originais físicos poderia causar o ressecamento e fissura das

fibras do papel.

Colocamos como penúltimo passo do trabalho, a disponibilização do acervo.

Neste momento deve estar bem claro para os membros do grupo de trabalho, quais

são as restrições de acesso aos documentos e quais mecanismos de pesquisa

serão utilizados para recuperação das informações. Geralmente, quando realizamos

o cadastro do documento, já utilizamos algum recurso de base de dados que

promova a disponibilização, sendo que, neste momento, haverá apenas a liberação

dos acessos e a consistência da indexação. Os arquivos digitais podem ter uma

cópia disponível online com acesso direto via pesquisa do banco de dados. É

importante que sempre que os originais físicos precisarem ser manuseados observe-

se algumas regras, tais como: manipulação com luvas de algodão, transporte em

bandejas ou carrinhos para evitar quedas e dobramentos, não molhar os dedos para

folhear, não realizar marcações, não apoiar-se nem escrever sobre o documento,

não utilizar grampos, clipes, fitas ou colas e nunca levar alimentos para as áreas de

guarda e de pesquisa (ABREU, 2000; SPINELLI, 1997).

Por fim, chegamos ao monitoramento; que é o último e constante ato de um

projeto de conservação. Para garantir que os documentos estejam estabilizados e

seguros na medida do possível, devemos constantemente monitorar as condições

do ambiente, verificar os originais físicos por amostragem a procura de novos danos

e infestações, acompanhar a evolução tecnológica, planejar as migrações,

renovações e/ou atualizações necessárias.

Todos os passos anteriormente citados e sugeridos para o desenvolvimento

de um projeto de preservação foram representados em um fluxograma de trabalho

(figura 05). Não é regra que todos os passos sejam seguidos, a passagem por um

ou outro vai depender da necessidade identificada e dos recursos disponíveis na

instituição. Podemos observar que, a partir do momento que começamos o

tratamento em um acervo, jamais deveremos interrompê-lo, o mesmo será alvo de

monitoramento constante, sob pena de invalidar todo o trabalho já dispensado.

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FIGURA 05 – FLUXOGRAMA DE TRABALHO - PROJETOS DE PRESERVAÇÃO

FONTE: elaborado pela autora, 2014.

Este fluxo de trabalho foi modelado a partir da análise e compilação dos

métodos utilizados pelos diversos autores14 abordados neste trabalho. As ações

propostas foram agrupadas de forma a suprir as necessidades da maioria dos

projetos de conservação.

14 Ver em: BRASIL, 1997, 2004, 2011; BRITO, 2010; CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA,2007; FERREIRA, 2004; SANTOS, 2009; SANTOS, 2006; SPINELLI, 1997.

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4 ACERVO COPEL: UMA PROPOSTA DE CONSERVAÇÃO

A necessidade de atuar sobre o acervo de fotografias da COPEL constatou-se

a partir da procura de pesquisadores externos por referências visuais das criações

do horto florestal e dos assentamentos residenciais advindos da construção de uma

das usinas hidrelétricas15 da empresa. Nesta ocasião, sabíamos que detínhamos as

imagens que representavam estas ocorrências, porém a maneira como estavam

acondicionadas e referenciadas dificultou as suas localizações. Foi então que

percebemos o valor, também social, que aquelas imagens carregam e como

precisam de uma atuação frente a sua conservação.

Diante desta situação, decidiu-se pela propositura deste roteiro para a

preservação do acervo citado. Com base no fluxograma de trabalho para projetos de

conservação (figura 05), modelamos o fluxo específico para o tratamento do acervo

fotográfico da Copel.

Antes do início dos trabalhos algumas considerações devem ser apontadas. A

primeira delas é quanto à especificidade da Copel enquanto órgão de economia

mista. Por esta condição, submete-se a critérios especiais para as aquisições de

qualquer natureza, tendo que prever e prover gastos para o orçamento anual de

custeio e investimento, além de obedecer à Lei de Licitações (LEI Nº 8.666, DE 21

DE JUNHO DE 1993). Fatos que podem restringir a aquisição de materiais que não

estiverem previstos e devidamente justificados. Neste caso, os custos atribuídos a

esta proposta de conservação devem ser avaliados e aprovados pelos setores

competentes. A segunda refere-se aos profissionais que executarão as atividades. A

equipe responsável pelo arquivo é composta por bibliotecários e analistas

documentais em número suficiente e com competência para promover o pleno

andamento da proposta. Porém, não existem no quadro as figuras do historiador e

do restaurador, profissionais especialistas imprescindíveis para as atividades de

reconhecimento iconológico e restauro dos itens do acervo fotográfico. Fato pelo

15 Em função do estabelecimento das usinas, muitas famílias têm que desocupar suas casas eserem relocadas para um novo assentamento. Como compensação ambiental pelo impactocausado por uma construção desse porte, alguns programas ambientais devem ser estabelecidoscom o compromisso de reparar os danos causados; o horto florestal é o resultado de um dessesprogramas.

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qual foram suprimidas estas fases do fluxo de trabalho. A contratação de consultores

terceirizados para a realização destas tarefas dependerá do investimento

aprovisionado para o projeto de conservação e poderá ser desenvolvido a qualquer

tempo.

Com base nas informações descritas acima e no diagnóstico percebeu-se que

devemos alcançar os seguintes objetivos: realizar reconhecimento iconográfico dos

originais analógicos e digitais; classificar os originais fotográficos analógicos e

digitais; higienizar os originais fotográficos analógicos; digitalizar os originais

fotográficos analógicos; cadastrar os originais analógicos e digitais na base de

dados e identificá-los; promover acondicionamento ideal em embalagens especiais

para conservação; armazenar os itens analógicos em mobiliário e ambiente

adequados; disponibilizar as informações para pesquisa.

Desta forma as atividades poderão ser realizadas na ordem seguinte:

diagnóstico, pré-separação, análise iconográfica, classificação, higienização,

digitalização, cadastro, identificação, acondicionamento, armazenagem e acesso.

O acervo fotográfico da Copel encontra-se hoje disperso pela instituição. A

maior parte dos originais analógicos e digitais encontra-se no arquivo geral,

subordinado à Divisão de Gestão de Documentos e Informações Corporativas, e na

Coordenação de Marketing. Uma quantidade menor está arquivada no Museu da

Energia, também vinculado à Copel. E ainda, descentralizadas pelas diversas áreas

da empresa. A princípio este projeto contempla as fotografias concentradas no

arquivo geral e no marketing, onde se encontra o maior quantitativo.

O diagnóstico do acervo físico foi realizado mediante análise quantitativa e

qualitativa dos acumulados e preenchimento da ficha para diagnóstico de acervo

fotográfico, modelo proposto por Clara Mosciaro (2010) – anexo A, contatando-se

que: existem aproximadamente 160.000 itens fotográficos produzidos entre os anos

de 1960 e 2000, sendo que dentre eles 4.680 são fotos avulsas, 52.725 são

fotografias acondicionadas em álbuns sem qualidade arquivística, 14.421

diapositivos, 85.224 negativos (divididos entre PB e color, 35 mm e 3x7cm), e cerca

de 100 impressões panorâmicas; o processo de produção identificado foi o

fotomecânico de gelatina ou colódio; as dimensões predominantes variam entre

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10x15cm e 25x25 cm.

No levantamento do acervo digital não foi utilizado nenhum modelo

consagrado, pois ainda discute-se pouco essa variação de suporte no plano da

conservação. Porém, baseados nos estudos anteriormente apresentados podemos

avaliá-lo. O quantitativo gira em torno de 50.000 imagens produzidas entre os anos

de 2005 a 2014. Encontram-se armazenadas em CD's, DVD's, HD's externos,

pastas de rede ou diretórios compartilhados. Os arquivos estão organizados em

pastas por ordem cronológica e em alguns casos identificados pelo evento que

representam. O formato de arquivo predominante é .jpg16.

Segundo os dados colhidos neste diagnóstico verificamos que o acervo é nu-

meroso, não está em boas condições de conservação e, principalmente, tem proble-

mas com identificação e acesso. Para visualizar as condições do acervo em ques-

tão, algumas imagens foram produzidas conforme a figura 06.

Durante esta análise diagnóstica foi realizada a pré-separação dos itens por

grupos em função de sua apresentação física e contexto organizacional, gerando

subsídios para a identificação iconográfica e a classificação destes documentos,

contemplados nas fases seguintes do projeto.

O reconhecimento iconográfico dos originais fotográficos analógicos e digitais

é uma das etapas mais complexas, pois demanda muita atenção do analista; trata-

se de identificar as características icônicas da fotografia, buscando dados concretos

sobre a sua condição de produção, do fotógrafo, da interpretação da cena

representada, identificação de pessoas, fatos e lugares nas imagens que não têm

estas informações já associadas.

A análise deverá ser feita de maneira tal, que, seja capaz de levantar dados

suficientes para compor a legenda da imagem, caracterizando-a, contextualizando-a

e fornecendo subsídios suficientes de interpretação para o pesquisador, conforme

podemos verificar na legenda das fotografias expostas no exemplo da figura 07.

Nesse exemplo, percebemos, ao ler a legenda, que existe um projeto de

aproveitamento da área do entorno da usina termoelétrica de Pitanga, e nesta

ocasião, o prefeito Alexandre Carlos Buchmann o apresenta para a comunidade na

16 Formato de compressão que permite uma imagem com qualidade razoável e pequena emtamanho.

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Escola Barra Bonita. Constatamos também que estamos diante de apenas duas das

sessenta e sete fotografias que compõem o álbum. Tratam-se de fotografias

produzidas pelo processo fotomecânico e impressas em papel fotográfico, em cores

e medidas 10x15 cm. A imagem é de propriedade da COPEL e o fotógrafo

responsável pela captura da imagem não foi identificado. Enfim, através destes

dados o pesquisador saberá se a imagem representa, ou não, as informações que

ele busca.

FIGURA 06 – CONDIÇÕES DO ACERVO FOTOGRÁFICO DA COPEL

FONTE: imagens produzidas pela autora, 2014.

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Esta fase do trabalho precisará ser colaborativa, ou seja, desenvolvido com a

ajuda da memória e experiência dos funcionários da empresa. É necessário que

sejam realizadas pesquisas e coletas de depoimentos - tais como do fotógrafo e das

pessoas que vivenciaram à época do registro e que ainda desempenham atividades

na empresa, além de buscas históricas em revistas técnicas, bibliotecas e arquivos

que possam abranger o assunto, ou até mesmo trazer as imagens publicadas.

Como já alertado anteriormente, o reconhecimento iconológico não será

sugerido neste momento, pois exige a presença de profissionais especializados tais

como historiadores, sociólogos ou analistas de imagens para alcançar a

profundidade característica da realidade oculta da fotografia. Neste sentido, a

instituição precisará ser consultada a respeito do seu desejo por esta análise, pois,

como já vimos, nem sempre o significado oculto das fotografias atenderá às

conveniências da corporação. Este tipo de análise não é tão comum em acervos

corporativos, mas sim em museus e centros de documentação históricos, pois,

muitas vezes parte da iniciativa é dos pesquisadores e não da instituição produtora

do documento.

FIGURA 07 – ANÁLISE ICONOGRÁFICA

FONTE: COPEL; [fotógrafo não identificado]. Terrenos do Entorno da Usina Térmoelétrica Pitanga:estudos da área de interesse. 1999-2001. Fotografias 61 (esquerda) e 62 (direita): apresentação doprojeto na Escola Barra Bonita pelo Prefeito ALEXANDRE CARLOS BUCHMANN. Pitanga – PR. 1álbum (67 fotografias): colorido; 10 x 15 cm; processo fotomecânico / suporte em papel fotográfico.

Os originais fotográficos analógicos e digitais serão classificados conforme

plano de classificação desenvolvido especificamente para tais documentos. O plano

proposto é isolado e justificável pela natureza de fundo especial que possui. Porém

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pode ser agregado ao plano de classificação de documentos oficial da Copel em

momento oportuno. Foi elaborado com base no mapeamento de processos da

companhia e nos modelos de plano de classificação adotados para as áreas meio e

fim17.

FIGURA 08 – EXTRATO DA CLASSIFICAÇÃO PARA FOTOGRAFIAS

FONTE: elaborado pela autora, 2014.

O plano de classificação permite instituir um código referencial para cada item

do acervo, baseado no contexto organizacional em que está inserido. Utilizando o

mesmo exemplo da figura 07, podemos instituir que trata-se da classe de assunto

geração de energia (1 GER), visto que engloba projeto de expansão de uma usina.

17 Modelos baseados nas orientações do Manual de Gestão de Documentos do Estado do Paranáproposto pelo Departamento Estadual de Arquivo Público – DEAP (2007).

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A expansão enquadra-se na subclasse de assunto construção (1-1 CON). E para

caracterizar a usina em questão atribui-se ao último nível a sigla oficial do

empreendimento (1-1-1 SIGLA). Então o código que representa a imagem do

exemplo será 1-1-1 GER-CON-UTE PITANGA-001. Os três dígitos finais são uma

numeração sequencial crescente para identificar o álbum. A atribuição do código

deverá contemplar todos os itens do acervo individualmente.

Este código acompanhará o item durante todo o seu percurso documental

dentro da instituição. Deverá ser assinalado no acondicionamento (sempre à lápis) e

ressaltado nas etiquetas de identificação, pois será o referencial durante as

pesquisas e chave para a localização física. Na figura 08 podemos visualizar um

extrato do plano de classificação proposto, a visualização completa está

apresentada no apêndice A deste trabalho.

A higienização dos artefatos fotográficos analógicos contemplará a remoção

das sujidades superficiais, tais como poeira e dejetos de insetos, além da limpeza

específica de pequenas manchas e resíduos.

Para tanto, sugere-se que os itens originais sejam retirados dos seus

acondicionamentos atuais, acomodados em bandejas especiais onde será realizada

a limpeza de superfície com a trincha anti-estática, assim serão removidos os

dejetos e poeira; após esta remoção passarão pela limpeza específica, nas

pequenas manchas e resíduos, que será realizada com hastes confeccionadas de

palitos de sorvete com ponteira de algodão hidrófilo, além do pó de borracha.

Nenhum produto químico deverá ser utilizado. Na manipulação das fotografias e em

todo o processo de higienização, os profissionais precisam estar utilizando luvas de

algodão, aventais e máscaras de proteção contra poeira.

Segundo o fabricante18, a trincha anti-estática permite que a poeira retirada

não volte para a superfície, sua ação eletrostática faz com que o pó grude em suas

cerdas, que também são macias evitando riscos na superfície. O deslizamento da

trincha sobre a fotografia deve ser delicado e sempre no mesmo sentido. A utilização

das hastes deverá ser feita por movimentos de fricção muito leve sobre a localização

dos resíduos que se quer remover, depois disso aplica-se pequena quantidade de

18 O modelo analisado é da marca Conservart. Todas as ferramentas citadas estão disponíveis nosite deste fornecedor (http://www.conservart.com.br).

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pó de borracha sobre as manchas e realiza-se movimentos circulares e suaves com

uma almofada para pó de borracha. Após a limpeza, os farelos da borracha poderão

ser removidos com a trincha. Estes, além de outros materiais ou ferramentas de

qualidade arquivística para conservação, poderão ser encontrados em alguns

fornecedores especializados que foram listados no anexo B desta proposta.

As mídias que suportam os arquivos das imagens digitais, tais como CD's e

DVD's, poderão ser higienizadas com lenços não abrasivos, ultra macios e livres de

fibras. Em casos onde será necessária a remoção de digitais ou outra impressão na

superfície, pode-se umedecer levemente o lenço com água. Os acondicionamentos,

se forem reaproveitados, também deverão passar pelos mesmos processos de

higienização.

As quantidades estimadas de materiais e ferramentas necessários para a

higienização dos itens levantados no diagnóstico serão aproximadamente: 20 pares

de luvas de algodão; 20 aventais de algodão, 4 caixas de 50 unidades de máscaras

de proteção contra poeira, 2 trinchas macias com ação anti-estática, 1 kg de algodão

hidrófilo, 100 palitos de sorvete de madeira arredondado, 5 unidades de lápis para

desenho com mina de dureza 4B, 2 bandejas para limpeza (tipo caixa para

correspondência), 5 pacotes com 100 unidades de lenços para limpeza de lentes.

A seleção de imagens para digitalização deverá ser feita respeitando-se o

critério de relevância. Em geral é indicado que, para álbuns com grande quantidade

de itens sejam selecionadas imagens na proporção de uma para dez. Ou seja, num

álbum composto por 100 fotos, seleciona-se 10 para a digitalização. Comumente,

encontramos imagens semelhantes compondo o grupo; se, digitalizadas na sua

totalidade, pouco agregarão ao conjunto documental, além de superlotar os bancos

de dados. As imagens escolhidas devem ser as que melhor representam o assunto

tratado. Sendo que, a existência das demais precisa ser indicada no cadastro do

álbum.

Sugerimos que a digitalização dos originais fotográficos analógicos seja

realizada obedecendo aos seguintes critérios: em cores para as fotografias

coloridas, em tons de cinza para as fotografias preto-e-brancas, a resolução mínima

deve ser de 300 dpi, gerando arquivos digitais no formato .jpg. As fotografias já

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higienizadas serão escanerizadas individualmente utilizando-se a modalidade mesa

do scanner (alguns dispõem de bandejas que o alimentam pelo sistema de roldanas,

este modo não é indicado para fotografias, pois pode danificá-las).

FIGURA 09 – ATRIBUIÇÃO DE METADADOS

FONTE: COPEL. À esquerda quadro de propriedades para atribuição de metadados disponibilizadopelo software de edição de imagens PaperPort; à direita quadro de propriedades para atribuição demetadados disponibilizados pelo sistema operacional da Microsoft.

Aos arquivos gerados atribuir-se-ão nomes e metadados: o código de

classificação, o título, autor, palavras-chave, além das suas propriedades técnicas.

As ferramentas capazes de atrelar os dados aos arquivos é disponibilizada pelos

softwares de captura, edição ou de visualização da imagem conforme podemos

conferir na figura 09. É interessante que os arquivos não sejam editados, evita-se

assim as alterações no documento e o aumento do tamanho do arquivo.

Os arquivos digitais deverão posteriormente ter uma cópia vinculada ao

cadastro do item fotográfico no software de gestão de documentos utilizado pela

Copel. Recomenda-se ainda manter pelo menos dois backups em mídias diferentes,

uma em CD ou DVD e outra em HD externo.

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O cadastro, tanto dos arquivos das imagens digitalizadas a partir dos

analógicos, quanto das imagens produzidas pelos processos digitais, será feito no

software de gestão de documentos de biblioteca e arquivo Pergamum, desenvolvido

pela Pontifícia Universidade Católica – PUC, e que já está em uso pela Divisão de

Gestão de Documentos e Informações Corporativas da COPEL, utilizando os

servidores corporativos, dispensando assim, qualquer aporte financeiro.

Para a parametrização do sistema serão utilizados alguns dos campos de

descrição sugeridos pela Confederação Nacional das Indústrias- CNI (2007) que

foram baseados na Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística – 2. ed. –

ISAD(G), adaptados para o modelo adotado pelo sistema de gestão de documentos

de arquivo e biblioteca Pergamum (MARK21)19. São eles: área de conhecimento,

número de controle, número de classificação, título, autor/fotógrafo, datas limites,

dimensões, tipo de documento, cromia, número de peças, conteúdo informacional,

observações técnicas, palavras chaves, localização física.

Após o cadastro dos itens, a identificação dos mesmos deverá ser realizada,

pois os originais terão referências que deverão estar indicadas, de preferência, no

seu acondicionamento (número de chamada, que na verdade é a transcrição do

código de classificação). Estas informações deverão estar no lado externo do

acondicionamento ou no verso da fotografia, sempre escritos à lápis macio para

desenho - mina de dureza 4B. Nenhum tipo de caneta deverá ser utilizado.

Para que os originais fotográficos analógicos possam ser conservados em

condições ideais serão necessários alguns materiais específicos que ajudam a

controlar a deterioração, tais como papéis livres de ácido e lignina com reserva

alcalina, bolsos de poliéster para as fotografias, porta negativos de poliéster, entre

outros. No entanto, estes materiais são de alto custo e pouco comercializados no

país – ver lista de fornecedores no anexo B. A aquisição do material para

acondicionamento dos originais fotográficos analógicos dependerá do orçamento

disponível para o projeto.

19 O MARK21 é um modelo de sistema cooperativo de catalogação automatizada, que buscapadronização na organização da informação. Que produzam registros descritivos confiáveis e dequalidade; que possibilitem o intercâmbio de dados, no âmbito universal; e a interoperabilidadeentre os sistemas de informação. Ver mais em: http://www.dbd.puc-rio.br/MARC21/.

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Propõe-se transferir as fotografias dos álbuns com bolsos de PVC (material

inadequado para conservação de originais fotográficos), para álbuns com bolsos de

polipropileno; para as fotografias de grande formato deverão ser providenciados

envelopes de papel especial (livre de ácido, PH alcalino e sem lignina); as

fotografias aéreas poderão ser acondicionadas em caixas da papel especial e com

entrefolheamento de papel especial de baixa gramatura; os negativos e diapositivos

que estão em porta negativos de PVC transferidos para os de polipropileno que

evitam a umidade e não grudam nos originais. Sugere-se que os CD's e DVD's

sejam acondicionados em envelopes produzidos com uma película de cobre, que

protege os dados gravados de riscos, desmagnetizações, corrosão por gases e

quebra. Este sistema de acondicionamento promoverá os primeiros e segundos

níveis de proteção para os itens.

Para tanto, necessita-se dos seguintes quantitativos de materiais para

acondicionar os itens levantados no diagnóstico: 15.000 folhas para guarda de

fotografias 10x15 cm (tamanho 23,5x29 cm / com 3 bolsas / frente e verso / feitas

em polipropileno quimicamente tratado, inerte, livre de ácido e PVC); 1.000 folhas

para guarda de fotografias 12x18 cm (tamanho 21x28 cm / com 2 bolsas / frente e

verso / feitos em polipropileno quimicamente tratado, inerte, livre de ácido e PVC);

6.000 caixas-álbum (tamanho 32x29,5x5 cm / com ferragem de 3 furos / produzidas

em papel livre de ácido e livre de lignina com reserva alcalina); 300 pastas em cruz

(tamanho 18,5x21,5x0,5 cm / produzidas em papel livre de ácido e livre de lignina

com reserva alcalina / gramatura 120g/m²); 2.200 folhas para guarda de negativos

35mm (com 7 tiras de 6 frames / feito em polipropileno quimicamente tratado, inerte,

livre de ácido e PVC); 100 folhas para guarda de negativos 120mm (com 3 tiras de 4

frames / feito em polipropileno quimicamente tratado, inerte, livre de ácido e PVC);

900 folhas para guarda slides 2x2" (5x5cm / 20 bolsas/ abertura superior / feito em

polipropileno quimicamente tratado, inerte, livre de ácido e PVC); 100 caixas

(tamanho 32x29x5 cm / produzidas em papel cartão livre de ácido e livre de lignina

com reserva alcalina); 25 folhas de papel filifold (86x100 cm / livre de ácido e livre de

lignina com reserva alcalina / gramatura 120g/m²); 1 rolo de papel glassine (100cm

de largura por 300m de comprimento / gramatura 26g/m² / com reserva de carbonato

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de cálcio, translúcido e liso); 200 caixas (tamanho 27x27x5 cm / produzidas em

papel cartão livre de ácido e livre de lignina com reserva alcalina); 5.000 envelopes

anti corrosão para CD's e DVD's (frente transparente com proteção UV, fundo de

cobre).

Estes documentos precisam ficar armazenados em ambiente propício, ou

seja, em estantes de aço galvanizado (terceiro nível de proteção), com iluminação,

temperatura e umidade controladas. A fitoteca subordinada aos cuidados do Arquivo

Geral da Copel poderá recebê-los, pois comporta seu volume (25 metros lineares) e

possui condições acima descritas. Deverá ser disposto em conformidade com os

padrões arquivísticos de arranjo físico.

Os acessos aos documentos fotográficos precisam ser controlados, pelos

motivos já arrolados no decorrer deste texto. Sendo assim, a permissão aos originais

físicos deve ser estritamente restrita aos profissionais do arquivo, sendo que toda e

qualquer manipulação deverá ser acompanhada e orientada por ele. O empréstimo

dos itens não poderá ser admitido. A consulta local será possível somente se a

imagem não estiver disponível virtualmente, ou se os detalhes imprescindíveis para

sua compreensão não esteja visível na cópia virtual.

A pesquisa ainda não estará acessível em ambientes virtuais externos à

empresa. Porém, o pesquisador interessado poderá realizar consultas pessoalmente

na Divisão de Gestão de Documentos e Informações Corporativas da COPEL com a

orientação de um dos profissionais.

É essencial que, após a operação das ações do projeto, todas as medidas

tomadas sejam monitoradas constantemente; ao passo que o acervo vá

aumentando, os novos itens devem ser incorporados respeitando-se os critérios de

preservação indicados.

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FIGURA 10 – FERRAMENTA DE PESQUISA

FONTE: COPEL. Telas de pesquisa no sistema Pergamum.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Respeitar a condição especial da fotografia como documento e promover um

ambiente adequado para sua permanência é uma iniciativa que colabora com o

desenvolvimento social da humanidade. Como qualquer outro documento histórico,

a fotografia, carrega valores que contribuem para a expansão cultural e científica da

sociedade.

Pudemos constatar este fato durante todo o percurso desta pesquisa.

Primeiramente quando discorremos sobre as funções da memória e de como

estamos fisiologicamente predispostos a guardar informações que nos são caras.

Apreendemos que a memória coletiva, em sua constituição a partir das interações

dos grupos sociais, contribui para a relação dos fatos históricos com a produção de

documentos. A história enquanto é traçada carrega a interferência dos grupos

dominantes a seu favor, manobrando fatos e moldando trajetórias. A produção de

documentos é amplamente afetada mediante a esta prática social. O testemunho

registrado tem avaliação pelo princípio moral de quem produz e de quem busca a

informação.

Em um segundo momento, analisamos as especificidades do documento

iconográfico. Percebemos como a compreensão da imagem é mais complexa que

nos demais tipos documentais. Além de toda a interferência acumulada pelo registro

do fato histórico, agrega-se ainda a subjetividade imposta pelo solicitante, pelo

fotógrafo, pelo expositor e pelo leitor da imagem. As leituras das fotografias

precisam ser orientadas pelos níveis de abstração que as compõem, os significados

podem ser de duas ordens: a) técnico (iconográfico), onde reconstituímos os

aspectos da materialização documental; e b) ideológico (iconológico), onde

buscamos análises profundas sobre as particularidades que ultrapassam os limites

do documento.

Verificamos ainda que, o interesse pela conservação das fotografias vem

aumentando significativamente nas últimas décadas. Um apanhado de iniciativas

desta natureza nos apresentou as boas práticas que têm sido desenvolvidas na

forma de projetos, cursos e pesquisas sobre o tema. O relato documentado dos

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resultados obtidos nos casos citados nos trouxe incentivo para aproveitar os ensaios

já testados e colaborar na mesma proporção com novos conteúdos. A extração mais

significativa que se fez do balanço das iniciativas estudadas, foi a respeito da

metodologia para o traçado das ações do roteiro, ou fluxo, de trabalho nos projetos

de preservação. Agregando-se várias propostas diferentes, chegamos a proposição

de um fluxograma que nos parece abrangente a quase todos os projetos desta

qualidade.

Um capítulo deste trabalho foi inteiramente dedicado à exposição dos

conceitos que permeiam a preservação de fotografias. Um apanhado sobre a gestão

de documentos no âmbito da arquivística foi apresentado; novidade que trouxemos

para cooperar com uma nova visão sobre os estudos da conservação. A

diferenciação entre os registros fotográficos analógicos e digitas foi abordada para

ressaltar as singularidades que podem influenciar no tratamento de preservação que

deve ser dispensado a ambos. Foram descritas também, cada ação que consiste um

modelo de roteiro para conservação, desde o seu planejamento até o monitoramento

do trabalho realizado.

Enfim, chegou-se na proposta efetiva para o acervo fotográfico da COPEL.

Com a adaptação do fluxograma desenvolvido para a realidade corporativa

constatada, sugeriu-se um método de trabalho específico. Algumas etapas puderam

ser concluídas, porém outras, serão desenvolvidas em outras oportunidades, ficando

restritas apenas a uma sugestão. O planejamento e o diagnóstico foram vencidos

nesta proposta; a modelagem do plano de classificação e da planilha de catalogação

foi elaborada durante o desenvolvimento do planejamento, mas, por enquanto sua

utilização ficou limitada aos testes de aplicabilidade, que ainda não foram relatados;

os demais passos dependem de alguns condicionantes, tais como a aprovação da

proposta e liberação de verba para o projeto. É fato que, a apresentação formal

deste trabalho para a empresa se dará em momento oportuno, quando a sua

desenvolvedora estiver em condições de comprometer-se pessoalmente com a

operacionalização das ações, visto que é de seu total interesse.

A execução das ações propostas no roteiro específico para a COPEL e a

verificação dos resultados obtidos promoverá conteúdo para a continuidade da

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pesquisa acadêmica, onde será possível alcançar profundidade em alguns tópicos,

tais como: funcionalidade das ações do roteiro de conservação, aprofundamento das

questões sobre preservação de acervos digitais, contribuição social originada a partir

da disponibilização das imagens históricas, promoção de ações de curadoria para

exposição das imagens para a comunidade e nas escolas.

Dois assuntos paralelos, mas que não deixam de cercear temas comuns da

conservação de fotografias, chamaram a atenção no decorrer deste trabalho. A

importância da memória preservada para as pesquisas acadêmicas e científicas sob

a ótica educacional; e a gestão do patrimônio documental como veiculador de

material informativo para o alargamento da comunicação social.

Com satisfação, dizemos que o objetivo principal instigador para a elaboração

deste trabalho foi alcançado. Eis uma proposta de conservação que atende às

necessidades de tratamento e disponibilização das imagens que compõem o acervo

de fotografias da COPEL. E mais, a pesquisa abordou assuntos que contribuíram

grandemente com o desenvolvimento pessoal da propositora; com tal profundidade

que, um novo desafio acadêmico pôde ser vislumbrado, e quem sabe, alcançado.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICE A – PLANO DE CLASSIFICAÇÃO PARA FOTOGRAFIAS

1 GER (Geração)

1-1 CON (Construção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar as fases de construção dausina.

1-1-1 SIGLA (Oficial da Usina)

1-2 OPM (Operação e Manutenção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar ocorrências e manutençãoenvolvendo equipamentos e instalações das usinas.

1-2-1 SIGLA (Oficial da Usina)

1-3 IMP (Impacto Ambiental e Social) Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para estudos, projetos e programassocioambientais, reintegração de posse, reassentamento, reflorestamento, desastres, etc.,relacionados com a geração de energia.

1-3-1 SIGLA (Oficial da Usina)

2 DIS (Distribuição)

2-1 CON (Sigla ou Código Oficial da Linha, Subestação ou Rede)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar as fases de construção dassubestações, linhas e redes de distribuição.

2-1-1 SIGLA (Sigla ou Código Oficial da Linha, Subestação ou Rede)

2-2 OPM (Operação e Manutenção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar ocorrências e manutençãoenvolvendo equipamentos e instalações das subestações, linhas e redes de distribuição.

2-2-1 SIGLA (Sigla ou Código Oficial da Linha, Subestação ou Rede)

2-3 AMB (Meio Ambiente) Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para estudos, projetos e programassocioambientais, reintegração de posse, reassentamento, reflorestamento, desastres, etc.,relacionados com a distribuição de energia.

2-3-1 SIGLA (Sigla ou Código Oficial da Linha, Subestação ou Rede)

3 TRA (Transmissão)

3-1 CON (Construção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar as fases de construção dassubestações e linhas de transmissão.

3-1-1 SIGLA (Oficial da Linha ou Subestação)

3-2 OPM (Operação e Manutenção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar ocorrências e manutençãoenvolvendo equipamentos e instalações das subestações e linhas de transmissão.

3-2-1 SIGLA (Oficial da Linha ou Subestação)

3-3 AMB (Meio Ambiente) Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para estudos, projetos e programassocioambientais, reintegração de posse, reassentamento, reflorestamento, desastres, etc.,relacionados com a transmissão de energia.

3-3-1 SIGLA (Oficial da Linha ou Subestação)

4 CTE (Telecomunicações)

4-1 CON (Construção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar as fases de construção dasestruturas de telecomunicações.

4-1-1 SIGLA (Oficial da Linha)

4-2 OPM (Operação e Manutenção)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar ocorrências e manutençãoenvolvendo equipamentos e estruturas de telecomunicações.

4-2-1 SIGLA (Oficial da Linha)

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4-3 AMB (Meio Ambiente) Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para estudos, projetos e programassocioambientais, reintegração de posse, reassentamento, reflorestamento, desastres, etc.,relacionados com telecomunicações.

4-3-1 SIGLA (Oficial da Linha)

5 AER (Fotografias Aéreas)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados por aerofotogrametria.

6 ADM (Administrativo)

6-1 EVE (Eventos)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar eventos internos e externos.

6-1-1 ANO

6-2 PER (Personalidades)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar personalidades e que nãoestão relacionados com um evento específico.

6-2-1 DIR (Diretoria)

6-2-2 AUT (Autoridades)

6-2-3 FUN (Funcionários)

6-3 ING (Inaugurações)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar inaugurações de instalaçõescorporativas.

6-3-1 ANO

6-4 INS (Prédios e Instalações)Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para ilustrar as instalações corporativasdesvinculadas das usinas e subestações.

6-4-1 ANO

7 AMB (Meio Ambiente e Cidadania Empresarial)

Classificam-se aqui os originais fotográficos gerados para estudos, projetos e programas

socioambientais não relacionados diretamente com a geração, transmissão e distribuição de

energia e com telecomunicações.

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ANEXO A – FICHA PARA DIAGNÓSTICO DE ACERVO FOTOGRÁFICO

FONTE: MOSCIARO, Clara. Diagnóstico de conservação em coleções fotográficas.(CadernosTécnicos de Conservação Fotográfica; n. 6). Rio de Janeiro, Funarte, 2008.

INSTITUIÇÃO:

COLEÇÃO: Nº peças do acervo:

Quantidades / Formatos

FOTOS AVULSAS FOTOS EM ÁLBUNS DIAPOSITIVOScom suporte carte cabinet 35 mmsem suporte carte de visite 6 x 6carte cabinet outros 6 x 7outros 4” x 5”

outros

NEGATIVOS DE VIDRO NEGATIVOS FLEXÍVEIS (P/B) NEGATIVOS COLORIDOS9 x 13 35 mm 35 mm13 x 18 6 x 6 6 x 618 x 24 6 x 7 6 x 720 x 25 4” x 5” 4” x 5”outros outros outros

NEGATIVOS DE NITRATO NEGATIVOS DE DIACETATO OUTROS NEGATIVOS

PANORÂMICAS OBJETOS EM ESTOJOS ESTEREOCÓPIASmaior tamanhomenor tamanho

Processos Fotográficos

DAGUERREÓTIPO CIANOTIPIA GELATINA OU COLÓDIO (POP)ambrótipo planotipia fotomecânicoferrótipo albumina outrospapel salgado gelatina/prata (DOP)

Dimensões Predominantes

1) 2) 3)

Características de Deterioração

sujidades abrasões ataque de fungosperfurações manchas suporte quebradiçoondulações fraturas perdas de emulsãorasgos esmaecimento perdas de suporteexcrementos de insetos emulsão deteriorada espelhamento de prata

Forma de Acondicionamento Existentes

caixas individuais protetores/envelopes agrupadas em um mesmo envelopepastas suspensas jaquetas de poliéster outros

Forma de Armazenagem Existente

armário fichário arquivo

Localização do Acervo

próximo a grandes avenidas próximo a estacionamentos próximo a paredes com calorpróximo às fábricas próximo ao mar outrosa sala possui muitas janelas próximo a paredes com tubulações

Outras Questões Relevantes

- Existe algum trabalho de conservação em andamento?- Existe alguma política de reprodução e duplicação fotográficas?- Com que frequência o acervo é consultado?- Qual é o perfil dos pesquisadores?- Quais são os cuidados tomados no manuseio dos documentos fotográficos?- Quantas pessoas cuidam do acervo?- Existe alguma política de controle de acesso aos ariginais?- A umidade relativa e a temperatura são controladas?- As condições ambientais são monitoradas?- Existe alguma rotina de limpeza e controle do ambiente?- Como é realizada a limpeza do ambiente?- Quais são os tipos de materiais de revestimento empregados (teto, paredes, janelas, piso)?- Qual o tipo de iluminação existente?- Existe alguma política para enfrentar desastres (incêndios, inundações, vandalismo, etc.)?- O quadro de pessoal está preparado? Como?- São realizadas revisões elétricas periódicas?- Existem sistemas de alarme e de combate à incêndios?- Existem sinais de infestação de insetos?- Existem problemas de goteiras?- Outras observações:

Identificação da equipe de trabalho

Nome do técnico: Data:

Grupo de trabalho:

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ANEXO B – RELAÇÃO DE FORNECEDORES

ABRASIVOS COMABRA: feltrosRua Brasílio Itiberê, 2140 - 2º AndarSl. 202 – Rebouças - Curitiba - PRFone: (41) 3333-1112

ACECO: mobiliário em açoRua Alexandre Dumas, 2200 – 4º andar Cj. 402 - Santo Amaro – SPFone: (11) 5181-7617 / 5181-8199

AEROBRÁS: papéis especiaisR. Major Sertório, 192 - Vila Buarque – SP Fone: (11) 3255-0544 Fax: (11) 3259-3024 Internet: http://www.casaaerobras.com.br

ARCHIVES: papéis especiaisRua Monte Alegre, 374 – RJFone: (21) 3242-9077

ARMARINHOS CURITIBA: cadarços de algodãoTravessa Tobias de Macedo, 109 - Centro Curitiba - PR Fone: (41) 3224-1102

AVENTIS PHARMA & RHODIA: filme de poliéster Av. Marginal Rio Pinheiros, 5200 Morumbi - SP. Fone: (11) 3759-6000 Fábrica (11) 4745-1000 Internet: www.aventispharma.com.br

BEBIK - SCARPELLI VENDAS E CIA. LTDA: papéis especiaisRua Souza Naves, 883 – Curitiba – PR Fone: (41) 3023-8824

B. HERZOG COM. E IND. S.A.: produtos químicosRua Miguel Couto, 131 – RJFone: (21) 2333-7060 - Internet: http://www.bherzog.com.br

BOND CARNEIRO: produtos químicosRua Júlio Wischral, 757 – Curitiba – PR Fone: (41) 3024-2120

CAMISARIA PINHEIRO: luvas de algodãoTravessa Itararé, 35 – Curitiba – PR Fone: (41) 3224-7868

CARVALHO & SAMELI: mesas de higienizaçãoFone: (11) 5681-5095 e-mail: C&[email protected] Internet: www.ositedorestaurador.com.br

CASA CRUZ: papéis para entrefolhamento Rua Ramalho Ortigão, 26 Largo de São Francisco – RJ Tel.: (21) 2221-0549 Fax: (21) 2224-1524 e-mail: [email protected] Internet: www.casacruz.com.br

CASA DO RESTAURADOR: produtos químicosRua Nhu Guaçu 105/107 Campo Belo – SP Fone: (11) 5090-3696mail:[email protected]

Internt:http://www.casadorestaurador.com

CASA HILÚ TECIDOS: pelon e voilRua Riachuelo, 244 – Curitiba - PRFone: (41) 3222-7152

CASA PILATTI: couros e pergaminhosFone: (41) 3222-2313

CASA SCHMUCK: vulcapelRua Dr. Muricy, 324 – Curitiba – PR Fone: (41) 3222-4926

CASA UNIÃO: feltrosRua República Argentina, 1321 – Curitiba – PR Fone: (41) 3242-1314

CERTA COMÉRCIO DE PRODUTOR QUÍMICOS LTDA.: produtos químicosRua sem. Souza Naves, 540 - cj.3 Curitiba - PRFone: (41) 3019-5842

CIRÚRGICA PASSOS: bisturis, pinças, máscarasRua Av. Visconde de Guarapuava 3577 Curitiba – PR Fone: (41) 3259-2150 – Internet: www.cirurgicapassos.com.br

CLIMATERM: monitoramento ambientalRua Visconde de Nacar, 930 – Curitiba PR Fone: (41) 3233-1091 – Internet: www.climaterme.com.br

COMPANHIA SUZANO DE PAPEL E CELULOSE: papel alcalino suzanoR. Elvira Harkot Ramina, 82 Curitiba – PR Disk Suzano 0800 113203 Fone: (41) 3373-8517 Internet: www.suzano.com.br

DERQUIN IND. E COM. DE PROD. QUÍMICOS LTDA: produtos químicosRua José Mendes Sobrinho, 438 Curitiba – PR Fone: (41) 3346-2940

DESUMIDIFICADORES DESIDRAT: sistemas e equipamentos para monitoramento ambientalRua João Soares Barcelos, 14 – cj. 1 Vila Hauer – Curitiba –PR Fone: (41) 3277-5950

DIAFILME: molduras para diapositivos (slides), luvas brancasde algodão e helancaTravessa Nestor de Castro, 255 Curitiba – PR Fone: (41) 3223-0673

DINAMAN INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA: máquina obturadora de papéis, mesa de sucção, mesa de higienização, secadora de papéisRua Inabu, 87 - Jacaré – RJFone: (21) 3241-4171 e-mail: [email protected] Internet: http://www.dinaman.com.br

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DISTRIBUIDORA DE PAPEL SANTA MARIA: papéis especiaisRua Conselheiro Laurindo, 865 Curitiba – PR Fone: (41) 3322-5051e-mail: [email protected] Internet: www.santamariapapeis.com.br

DRITTER COMÉRCIO DE PAPÉIS ESPECIAIS LTDA: papéisespeciaisAvenida Paris, 381-A, Bonsucesso – RJ Fone: (21) 2573-8070 - email: [email protected] - Internet: www.dritter.com.br

DUROTEC – ASSIS. TÉCNICA DE INST. DE MEDIÇÃO: monitoramento ambientalRua Diogo Vasconcelos, 39 Manguinhos - RJFone: (21) 2560-2483 – Internet: http://www.drtc.com.br/

E.J. KRIEGER E CIA LTDA: filtros para laboratórios, deionizador, etcR. Rodolpho Hatschbach, 1855 - Cidade Industrial - Curitiba – PR Fone: (41) 2117-2300 – Internet: http://www.permution.com.br

ENCADERNADORA KRISTINA: papéis especiais, material para encadernaçãoRua José Bonifácio, 176 – SPFone: (11) 3106-0356 / 3107-1398 - Fax: (11) 3232-2183e-mail: [email protected] – Internet: www.kristina.com.br

FARMALABOR: balanças de precisãoRua Eng. Serafim Voluchen, 189 – Campina do Siqueira – Curitiba – PR Fone: (41) 3339-5174

FARMANILQUIMA – COM. DE PRODUTOS QUÍMICOS LTDA: carbox metil celulose, etanolRua Brasílio Itiberê, 1231 – Curitiba – PR Fone: (41) 3077-8191 – Internet: www.farmanilquima.com.br

FILIPÉRSON INDÚSTRIA DE PAPÉIS ESPECIAIS LTDA: papéis especiaisAv. Canal do Rio Timbó, 760, Inhaúma – RJ Fone: (21) 3265-3454 email: [email protected], [email protected] - Internet: www.filiperson.com.br

FITEC: papel mata borrão (papel filtro)Rua Martin Hein, 480 – Jd. Alvorada – Jandira - SPFone: (11) 4707-3266 – Internet: www.fitecfiltros.com.br

FLAPEL COM. E REPR. DE PAPÉIS: papéis especiaisRua Bartolomeu L. Gusmão, 2663 – Boqueirão – Curitiba - PR Fone: (41) 3376-2022

F.W. INDÚSTRIA ELETROMECÂNICA LTDA: prensasBR 116 – Km 91 – n.º 4911 – Curitiba - PRFone: (41) 3262-9454 / 3263-1885 / 3367-7377

GALPÃO CULTURALRua José Eusébio, 95 - Casa 134, SPFone: (11) 3258-3640 - Fax: 3258-4213

email: [email protected] - Internet: www.galpaocultural.com.br

GENIUS: produtos químicosAv. Mal Floriano Peixoto, 3870 – Curitiba – PR Fone: (41) 3333-1863

GLATT MOLDURAS: papéis para passe-partoutRua Av. Ayrton Senna, 2150 – Bl. C - Lj. G - Barra da Tijuca –RJ Fone.: (21) 3325-5958 - Internet: www.glattmolduras.com.br

GREIKA: cartelas de poliéster para negativos Rua Anhanguera,102 – Barra Funda – SPFone: (11) 3392-6283 – e-mail: [email protected] - Internet:www.greika.com.br

G. S..E. DISTRIBUIDORA DE MATERIAIS GRÁFICOS LTDA:papel alcalino Rua Cascavel, 751 – Vila Perneta – Pinhais – PR Fone: (41) 3668-2778

HENKEL: cola branca sem ácidoR. Antônio Singer - São José dos Pinhais – PR Fone: (41) 3384-3124 – Internet: www.henkel.com.br

HD – TÉCNICA EM APARELHOS DE MEDIÇÃO: monitoramento ambientalRua Vereador Deodoro Volpi, 91 – Curitiba – PR Fone: (41) 246-5307

HIGRO-THERM COM. E TEC. LTDA: sistemas e equipamentos para monitoramento ambientalR. Paulino Rolim de Moura, 102 - Vila Feliz - SP Fone: (11) 3687-0328e-mail: [email protected] – Internet: http://www.hygro-therm.com.br

IMPAC COMERCIAL E TECNOLOGIA LTDA: monitoramento ambientalRua Murtinho Nobre, 17 – Butantã – SPFone: (11) 3816-0371 – e-mail: [email protected] – Internet: www.impac.com.br

IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO VISITEX LTDA: papel japonêsRua Dr. C. Mota Júnior, 432 – SPFone: (11) 3231-6810 – Internet: www.visitex.com.br

INH – VULCAPEL: vulcapelRua Dr. Roberto Barroso, 1883 – Curitiba – PR Fone: (41) 3335-6352

INVENTÁRIO: papeis especiaisRua 7 de Abril, 790 – Alto da XV – Curitiba – PR Fone: (41) 3262-9532 – Internet: www.papeisespeciais.com.br

ISSAN: papel japonêsRua Celestino Júnior, 151 – São Francisco – Curitiba – PR Fone: (41) 3324-9497

JACARÉ INDÚSTRIA DE PASSAMANARIA LTDA: cadarços de algodãoEstrada de Jacarepaguá, 6.660 – Anil - RJFone: (21) 2447-6252 – Internet: http://www.jacare-net.com.br

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JAPAN STORE: luvas de algodão e helancaRua Comendador Araújo, 144 – Curitiba – PR

JOÃO HAUPT PAPELARIA: caixas de polipropileno corrugado (polionda)Rua Lamenha Lins, 1600 – Curitiba – PR Fone: (41) 3027-1001 – Internet: www.haupt.com.br

J.P. FERRUFINO E CIA LTDA: filtros para laboratórios, deionizador, etcRua Comendador Araújo , 510 – Curitiba – PR Fone: (41) 3224-7870

J.R. EHLKE: produtos químicosAv. João Gualberto, 1661 – Curitiba – PR Fone: (41) 3352-2144 – e-mail: [email protected] - Internet: http://www.jrehlke.com.br

KLABIN: papel mata borrão (papel filtro)Av. Cândido Hartmann, 570 - Curitiba - PRFone: (42) 3244-1114 – Internet: www.klabin.com.br

LOGIKA – ENKADERNE COM DE EQUIP. P/- ENCADERNAÇÃO: guilhotinas e refiladorasR Cel Menna Barreto Monclaro, 467 - Centro – Curitiba – PR Fone: (41) 3232-3992

LUVIZOTTO: guilhotinas e refiladoras, mobiliário em açoRua Dr. Faivre, 957 – Curitiba – PR Fone: (41) 3028-8100 – Internet: www.luvizotto.com.br

MADEENG: papéis especiais, filme poliésterAl. Dr. Muricy, 38 – Curitiba – PR Fone: (41) 3025-1400 – Internet:www.madeeng.com.br

MAGYRUS: telas de nylonRua Rockefeller, 843 - Rebouças – Curitiba – PR Fone: (41) 3332-1225

MARCELO PITANGA: espátula de ossoRua Itamaraty, 264 - conj. 4 – RJFone: (21) 2458-8107

MARCOS OSTI: papel alcalino Filifold DocumentaRua Gustavo Ratmann, 285 – Curitiba – PR Fone (41) 3363-0242 - Fax: (41) 362-0554

METALGÁMICA PRODUTOS GRÁFICOS: filme de poliésterRua Pedro Voss, 226 – Vila Carrão – SPTel.: (11) 2781-09852 - Internet: www.metalgamica.com.br

MÉTIER: materiais para acondicionamento de originais fotográficosR. Dr. Djalma Pinheiro Franco, 337 – Jabaquara – SP Fone: (11) 5677-0077 – Internet: www.metier.com.br

M.G.M IND. E COM. DE PAPÉIS: papéis especiaisRua José Zegoda, 450 – Higienópolis – Curitiba – PR Fone: (41) 3367-8081

MICA ROLL IND. E COM. LTDA: papel filtroRua Barão de Resende, 434 – Ipiranga – SP Fone: (11) 2274-1637

MOLDUCENTER COM. IMP. EXP. LTDA: papéis especiaisR. Adalberto de Matos, 61 - Vila Andrade – SP Disk Molducenter 0800 554924 – Fone: (11) 5510-5511Internet: www.molducenter.com.br , www.conservart.com.br

NEWBRÁS COMERCIAL LTDA: placas de plástico canelado ou corrugadoAv. Victório Fornasaro, 60 – Sul Americana – Carapicuíba – SP Fone: (11) 4182-8000

NOVO AR: sistemas de climatizaçãoRua N. G. Barreto, 159 – Curitiba – PR Fone: (41) 3372-2181

PAG – COM E REP. DE EQUIP. INDUSTRIAIS LTDA.: monitoramento ambientalRua Francisco Nunes, 523 – Prado Velho – Curitiba - PRFone: (41) 3026-1634 – Internet: http://www.online.adm.br/site.asp?c=peage

PAPELARIA ROSÁRIO: papel mata borrão Rua Coronel Xavier de Toledo, 242 - SPFone: (11) 3214-3326 – Internet: http://www.papelariarosario.com.br

PAPYRUS NEWS: papéis especiaisR. Pe. Germano Mayer,365 e R. Maringá, 589 (Fábrica) – Curitiba - PRFone: (41) 3264-1955 / 3668-1033 - Fax: (41) 3264-9533

PERMUTION EQUIPAMENTOS E PRODUTOR QUÍMICOS: filtros para laboratórios, deionizadorRua Rodolfo Hatschbach, 1855 – CIC – Curitiba – PR Fone: (41) 2117-2300 – Internet: http://www.permution.com.br/

PHANTERME: sistemas de climatizaçãoAl. Cabral, 591 – 1.º andar – Curitiba – PR Fone: (41) 3233-1417

PISEBEM COM. REP. DE EQUIP. DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL: bisturis, pinças, máscarasRua das Carmelitas, 3033 – Boqueirão – Curitiba – PR Fone: (41) 3296-3232

POLIBRÁS: placas de plástico canelado Av. Vitório Fornasaro, 60 - Vila Sul Americana - Carapicuíba - SPFone: (11) 4182-8042 – Internet: http://www.polibras.com.br

POLIONDA: caixas de polipropileno (polionda)Av. Rocha Pombo, 2561 - Módulos VII-A e VII-B - Condomínio Portal do Aeroporto - São José dos Pinhais - PRFone: (41) 4062-1323 – Internet: http://www.polionda.com.br

POLI SANI: produtos químicosRua André de Barros, 531 – Curitiba – PR Fone: (41) 3233-7679

POLITERM COM E REP. LTDA: sistemas e equipamentos para monitoramento ambientalRua Pitangueiras, 62 - cj. 7 – Vila Mariana – SP Fone: (11) 5581-1728

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QUIMESPAR: filtro anti-UV, produtos químicosRua Isaias Reges de Miranda, 1582 – Curitiba – PR Fone: (41) 3376-0713

RARELI: guilhotinas e refiladorasAvenida Marechal Floriano Peixoto , 2780 – Rebouças – Curitiba – PR Fone: (41) 3333-3303

RENÉ GRAF IND. E COM. S/A: sistemas e equipamentos para monitoramento ambientalRua João Cordeiro, 389 – SPFone: (11) 3213-6604 - Fax: (11) 6781-6604

REPRESENTAÇÕES M. ÁVILA: cola sem ácidoRua Anne Frank, 1444 – Lj. 3 - Hauer - Curitiba – PR Fone: (41) 3376-4473

REQUIPAL EQUIPAMENTOS CIENTÍFICOS LTDA: medidores de PH, balanças de precisãoAlameda Dr. Carlos de Carvalho, 417 - cj 803 – Curitiba – PR Fone: (41) 3018-0021 – e-mail: [email protected] - Internet: www.requipa.com.br

ROSCO DO BRASIL: filtro anti-UVR. Visconde de Itaboraí, 141 – Tatuapé – SP Fone: (11) 2098-2865 – e-mail: [email protected] - Internet:www.roscobrasil.com.br

SALVI CASAGRANDE MEDIÇÃO E AUTOMATIZAÇÃO LTDA: sistemas e equipamentos para monitoramento ambientalRua Florêncio de Abreu, 605 – SPFone: (11) 3227-0155 – Internet: www.salvicasagrande.com.br

SAN ENCADERNAÇÕES E ARTE: encadernaçãoRua Machado de Assis, 216 – Vila Mariana – SPFone: (11) 5579-3382

SECURIT S.A.: mobiliário em açoRodovia Pres. Dutra Km 214 – Guarulhos - SPFone: (11) 2088-7044 – Internet: www.securit.com.br

SÉRGIO BURGI SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM FOTOGRAFIA E MICROFILMAGEM: embalagens para conservação de fotografias, negativos e diapositivos.Rua da Lapa, 180 - sl. 201 - Rio de Janeiro - RJFone: (21) 2556-2700 – e-mail: [email protected]

S.J. DORED CIA LTDA: porta negativosRua Des. Arthur Leme, 14 – Curitiba - PRFone: (41) 3367-3214

TECH NEWS REP. COM. LTDA: monitoramento ambientalRua João Alencar Guimarães, 1431 – Curitiba - PRFone: (41) 3274-3001

TEGAPE: telas de nylon

R. Felício Laskoski, 499 - Riviera – Curitiba – PR Fone: (41) 2105-8000 – Internet: www.tegape.com.br

TELOS: mobiliário em açoRua Maestro Fco. Antonelo, 1603 – Vila Guilhermina – Curitiba – PR Fone: (41) 3316-7200

TERFANE LTDA: papel filtro, filme de poliésterRua Guararapes, 1909 - 3.º and. – Brooklin Novo – SP Fone: (11) 5503-3960

TICCOLOR: molduras para diapositivos (slides)Rua Conselheiro Laurindo, 506 – Curitiba – PR Fone: (41) 3322-1015 – Internet: www.mkt.ticcolor.com

TOMELAB: produtos químicosRua Padre Júlio Savedra, 446 – Curitiba – PR Fone: (41) 3376-3282

ULTRALAB: vidrarias e bastões de vidroRua General Carneiro, 1031 – Curitiba – PR Fone: (41) 3021-6900

USIFLON IND. E COM. DE PLÁSTICO LTDA: teflonRua Cadete Polonia, 530 – Engenho Novo – RJFone: (21) 2581-2810

VEADO DE OURO: carbox metil celuloseRua São Bento, 220 – SPFone: (11) 3239-3766

VETEC: produtos químicosRua Pastor Manoel Avelino de Souza, 1.021 - Xerém - Duquede Caxias - RJ Fone: (21) 3125-1920 – Internet: www.vetcquimica.com.br

VIDY: projetos para laboratórios de conservaçãoRodovia Regis Bittencourt, 3360 – Taboão da Serra – SPFone: (11) 4787-3122 - Fax: (11) 4787-3399 - Internet: www.vidy.com.br

VITÓRIA RÉGIA: bisturis, pinças, máscarasRua Desembargador Motta, 2330 – Curitiba - PRFone: (41) 3222-4906 – e-mail: [email protected] – Internet: http://www.victoriaregia.net

W.3. INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA: mobiliário em açoRodovia Ponta Grossa / Palmeira Km 3,5 - PRFone: 0800 423344 - Fone: (42) 3219-3300 – e-mail: [email protected] – Internet: www.w3.ind.br

WEP TECNOLOGIA: monitoramento ambientalRua Carlos de Carvalho, 1027 – cj. 14 – Curitiba - PRFone: (41) 233-1222

WORLD PAPER: papéis especiaisRua Balmiro Braga, 49 – Pinheiros – SPFone: (11) 3815-5622 – Internet: www.worldpaper.com.br

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