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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Pato Branco Biocontrole in vitro da podridão parda (Monilinia fructicola) com extratos de plantas medicinais Letícia Reis, Pollyana Hammerschmidt Almeida, Gabriela Guimarães de Nardin, Gener Augusto Penso, 2010

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Biocontrole in vitro da podridão parda (Monilinia fructicola) com extratos de plantas

medicinais

Letícia Reis, Pollyana Hammerschmidt Almeida, Gabriela Guimarães de Nardin, Gener Augusto Penso,

2010

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A cultura do pessegueiro

• No Brasil, a cultura do pessegueiro vem se expandindo em área e produção, devido ao crescimento da demanda interna. Porém, a alta demanda pelo produto faz com que seja necessária a importação de países como Grécia, Espanha, Argentina e Chile (EMBRAPA UVA E VINHO, 2003).

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A Podridão Parda

• Causada pelo fungo Monilinia fructicola, a podridão parda é a mais importante doença do pessegueiro no Brasil (FORTES; MARTINS, 1998), além de no Sul do Estado do Paraná (MOREIRA 2005), e seu principal dano é a podridão na pós-colheita dos frutos.

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Flor murcha devido à infecção

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Fruto apresentando sintomas da podridão-parda

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Fruto mumificado

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Controle

• Práticas que objetivam diminuir o inóculo inicial:– Poda de inverno e eliminação destes ramos– Eliminação de capulhos florais doentes e frutos

mumificados.

• O controle químico deve ser feito utilizando um sistema de pulverizações que proteja a planta nas fases críticas da cultura, como o florescimento e a pré-colheita (MAY-DE MIO et al., 2004).

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Objetivo geral

Avaliar “in vitro” o efeito de diversos extratos de plantas medicinais sobre o crescimento micelial e a produção de esporos de Monilinia fructicola, como uma possível alternativa para o controle da podridão parda.

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Justificativa

• O controle químico é amplamente utilizado para proteger a planta e os frutos dessa doença, no entanto, pulverizações próximas à colheita podem fazer com que frutos, posteriormente colhidos, apresentem resíduos de pesticidas e, por conseguinte, causar malefícios ao consumidor (MAY-DE MIO, et al., 2004).

• Há problemas de resistência do patógeno, toxidez dos defensivos e efeitos prejudiciais ao meio ambiente. (CAPDEVILLE et al., 2002)

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Controle Alternativo

Extrato bruto ou óleo essencial de plantas medicinais têm indicado potencial no controle de fitopatógenos:

- Ação antifúngica direta, inibindo o crescimento micelial e a germinação de esporos- Indução de fitoalexinas, indicando a presença de compostos com características de eliciadores.

(SCHWAN-ESTRADA, et al, 2000).

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Materiais e Métodos• Os extratos foram obtidos através de folhas e ramos secos

de quatro plantas medicinais: alecrim, arruda, carqueja e manjericão; em duas concentrações: 10 e 20%.

• Nove tratamentos; quatro repetições; delineamento inteiramente casualizado;

• Fungo isolado através de múmias;

• O experimento foi conduzido em BOD a uma temperatura de 25ºC ±1.

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• Preparação dos extratos– 10g MS cada planta + 200ml de água (liquidificador por 15

minutos);– Filtrou-se duas vezes em algodão e uma vez em papel filtro

• Em meio morno, para tratamentos de concentração 10% adicionou-se 10ml de extrato para 100ml de meio, e nos tratamentos com 20% adição de 20ml;

Materiais e Métodos

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Materiais e Métodos

• Avaliação: medição com régua e posteriomente cálculo da área– 1ª: quarto dia;– 2ª: quinto dia;– 3ª: sexto dia;– 4ª: sétimo dia.

• Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (p ≤ 0,001 e p ≤ 0,005).

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Resultados e Discussão

Tabela 01. Crescimento do fungo Monilinia fructicola submetido a analise de variância de quatro extratos e duas concentrações. UTFPR, Campus Pato Branco, 2010.

FV GL SQ QM F Fator 1 (Extratos) 4 3083,41 770,85 147,351088**

Fator2 (Conc.) 1 32,87 32,87 6,2831* F1 x F2 4 29,16 7,29 1,3937 NS

Tratamento 9 3145,44 349,49 66,8069 Resíduo 30 156,94 5,23

Total 39 3302,38 CV (%) 23.30575

** significativo a 1% de probabilidade de erro tipo I pelo teste F. * significativo a 5% de probabilidade de erro tipo I pelo teste F. NS não significativo pelo teste F.

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Testemunha

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T 1 (manjericão 10%)

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T 2 ( 10%)

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T 3 ( 10%)

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T 4 ( 10%)

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T 5 (manjericão 20%)

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T 6 ( 20%)

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T 7 ( 20%)

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T 8 ( 20%)

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Resultados e Discussão

Tabela 02. Teste de comparação de médias da área de crescimento do patógeno em relação aos diferentes extratos. UTFPR, Campus Pato Branco, 2010.

Tratamentos Médias Testemunha 27,19 a

Alecrim 7,51 b Arruda 4,51 bc

Carqueja 5,95 bc Manjericão 3,89 c

DMS 1 3,32 Médias seguidas por letras iguais minúscula na coluna e maiúsculas iguais na linha não diferem pelo teste Tukey a 1% de probabilidade de erro tipo I.

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Tabela 03. Teste de comparação de médias da área do patógeno em relação às diferentes concentrações de extratos utilizados. UTFPR, Campus Pato Branco, 2010.

Tratamentos Médias Conc. 10% 10,72 a Conc. 20% 8,91 b

DMS 2 1,48 Médias seguidas por letras iguais minúscula na coluna e maiúsculas iguais na linha não diferem pelo teste Tukey a 1% de probabilidade de erro tipo I.

Resultados e Discussão

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Conclusão

• Ocorreu a redução do crescimento micelial do fungo Monilinia fructicola, causador da podridão parda do pessegueiro;

• Não houve diferença significativa entre extrato e concentração, sendo que todos os extratos se mostraram mais responsivos com a maior concentração (20%).

• Dentre os extratos, o que apresentou melhor resposta foi o extrato de manjericão, porém não diferindo estatisticamente dos extratos de arruda e carqueja.

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Referência BibliográficaSCHWAN-ESTRADA, K.R.F. et al. Uso de extratos vegetais no controle de fungos fitopatogênicos. Floresta, v.30, n.1-2, p.129-137, 2000.

EMBRAPA UVA E VINHO. Sistema de produção de pêssego de mesa na região da serra gaúcha. Sistema de produção 3. 2003;

MOREIRA, Luciene Martins. Alternativas de controle integrado da podridão parda do pessegueiro, Curitiba, 2005. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná.

MARTINS, M. C. et al. Doença das rosáceas de caroço. Cap. 62 p. 543-557. In. KIMATI, H. et. al. Manual de Fitopatologia. Doença das plantas cultivadas. . Dep. de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” V. 2, 4ª ed. Editora Ceres LTDA. São Paulo – SP. 2005.

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