UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós … · ratificou as metas do acordo COP21, a partir...

103
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu Mestrado em Arquitetura e Urbanismo Cleber Calvo Panico Planejando o amanhã: Estudo do software “Envision Tomorrow” para um planejamento urbano sustentável. São Paulo 2017

Transcript of UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Programa de Pós … · ratificou as metas do acordo COP21, a partir...

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo

Cleber Calvo Panico

Planejando o amanhã: Estudo do software “Envision Tomorrow” para um

planejamento urbano sustentável.

São Paulo

2017

UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu

Mestrado em Arquitetura e Urbanismo

Cleber Calvo Panico

Planejando o amanhã: Estudo do software “Envision Tomorrow” para um

planejamento urbano sustentável.

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em

Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu,

como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em

Arquitetura e Urbanismo.

Área de concentração: Arquitetura e Cidade

Linha de Pesquisa: Gestão do Espaço Urbano

Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula Koury

São Paulo

2017

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira – CRB 8/9237

Panico, Cleber Calvo

P192p Planejando o amanhã: estudo do software “Envision Tomorrow” para um planejamento urbano sustentável / Cleber Calvo Panico. - São Paulo, 2017.

103f.: il.; 30 cm.

Orientadora: Ana Paula Koury.

Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, 2017.

1. Sustentabilidade. 2. Planejamento urbano. 3. Sistemas de informação geográfica. I. Koury, Ana Paula. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo. III. Título

CDD 22 – 711.4

Dedicação

A minha família, pelo apoio nos momentos mais difíceis da minha vida.

Agradecimentos

A minha orientadora Profa. Dra. Ana Paula Koury pela brilhante orientação a este trabalho.

Ao grupo Ânima Educação, em especial ao Vice-Reitor Executivo da Universidade São Judas

Tadeu, Fabrício Ghinato Mainieri, pela bolsa de estudos concedida.

Ao Prof. Dr. Luís Antônio Baffile Leoni, pelas conversas e pelo apoio a realização deste trabalho.

A Profa. Dra. Paula de Vincenzo Fidelis Belfort Mattos pelo apoio a esta pesquisa interdisciplinar.

Ao Prof. Antônio José da Silva pelo incentivo inicial a realização desta pesquisa.

Ao meu coorientador Prof. Dr. Jorg Spangenberg pelas inúmeras trocas de conhecimento.

A Profa. Dra. Edite Galote Carranza pelos inúmeros ensinamentos sobre sustentabilidade.

A Coordenadoria de Pós-Graduação, em especial a Simone Sevilha Riva e Ibraim Pacheco de

Souza, pela organização e pronto atendimento nas questões burocráticas do curso.

Ao Prof. Dr. Fernando Luiz Camargos Lara pela troca de conhecimentos sobre o Envision

Tomorrow.

A todos que de alguma maneira colaboraram para a realização deste trabalho.

RESUMO

Com o crescimento das cidades e megacidades inúmeros problemas urbanos surgiram,

desencadeando grandes desafios para a gestão pública principalmente com a degradação dos

recursos naturais e questões relacionadas a sustentabilidade urbana. A evolução dos recursos

tecnológicos pode contribuir com a gestão pública em busca de soluções sustentáveis para o

planejamento urbano das cidades. O objetivo do presente trabalho é estudar um desses recursos

tecnológicos, capaz de analisar, projetar e simular possíveis soluções para espaços urbanos de

forma sustentável, o software Envision Tomorrow. O estudo foca seu funcionamento, que

acontece através de um software associado a Sistema de Informação Geográfica (SIG),

especificamente o ArcGIS. Este trabalho contribuirá com a gestão pública no planejamento

urbano, especialmente em áreas vulneráveis, como o bairro paulistano Itaim Paulista, exemplo

estudado.

Palavras-Chave: sustentabilidade; planejamento urbano; sistema de informação geográfica.

ABSTRACT

With the growth of cities and megacities countless urban problems have arisen, unleashing great

challenges for public management mainly with the degradation of natural resources and issues

related to urban sustainability. The evolution of the technological resources can contribute with

the public management in search of sustainable solutions for the urban planning of the cities. The

objective of the present work is to study one of these technological resources, able to analyze,

design and simulate possible solutions for urban spaces in a sustainable way, the Envision

Tomorrow software. The study focuses on its operation, which happens through software

associated with Geographic Information System (GIS), specifically ArcGIS. This work will

contribute to public management in urban planning, especially in vulnerable areas, such as the

district of Itaim Paulista, studied example.

Key-words: sustainability; urban planning; geographic information system.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................14

1 SUSTENTABILIDADE E INSUSTENTABILIDADE URBANA.....................................................17

1.1 Sustentabilidade, um pouco de história...................................................................................18

1.2 Insustentabilidade urbana, a questão a ser solucionada.........................................................29

2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA COMO FERRAMENTA DE TRABALHO...........38

2.1 Evolução tecnológica...............................................................................................................39

2.2 SIG: Estado da Arte.................................................................................................................41

2.3 ArcGIS.....................................................................................................................................48

3 ENVISION TOMORROW............................................................................................................51

3.1 Escolhendo o ET como objeto de estudo................................................................................52

3.2 Envision Tomorrow: Estado da Arte........................................................................................54

3.3 Requisitos básicos e instalação...............................................................................................75

3.4 Funcionamento........................................................................................................................76

CONCLUSÃO................................................................................................................................96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................98

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Logotipo do Clube de Roma. Fonte: http://www.clubofrome.org/

Figura 2. Conferência de Estocolmo 1972. Fonte: www.senado.gov.br

Figura 3. Logotipo da Conferência Rio-92. Fonte: www.senado.gov.br

Figura 4. Pilares do desenvolvimento sustentável. Fonte: Do Autor.

Figura 5. Logotipo da Conferência Rio+10. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br

Figura 6. Logotipo da Conferência Rio+20. Fonte: http://www.rio20.gov.br

Figura 7. Logotipo da COP21. Fonte:http://www.cop21.gouv.fr/

Figura 8. Favela do Morro dos Cabritos, Rio de Janeiro. Fonte: Do autor.

Figura 9. Masdar City. Fonte: www.masdar.ae

Figura 10. Camadas de informações. Fonte: Paulo Roberto Fitz, 2008, p.85.

Figura 11. Logotipo do software Envision Tomorrow. Fonte: envisiontomorrow.org

Figura 12. O processo de planejamento de cenário usando o Envision Tomorrow. Fonte:

envisiontomorrow.org

Figura 13. Esquema de Funcionamento do ET. Fonte: http://envisiontomorrow.org/how-envision-

works-1/ acesso em 13/04/2017

Figura 14. Planilha Prototype Builder . Fonte: http://envisiontomorrow.org/enhanced-roi/ acesso

em 22/03/2017

Figura 15. Ferramenta ET no menu do ArcMap. Fonte: Do Autor.

Figura 16. Cadastro para utilização do ET on-line. Fonte: Do Autor.

Figura 17. Coletando dados do ArcGIS Online. Fonte:Do Autor.

Figura 18. Adicionando o shapefile dos distritos de São Paulo. Fonte: Do Autor.

Figura 19. Recorte do shapefile. Fonte: Do Autor.

Figura 20. Criando um shapefile da área geográfica desejada. Fonte: Do Autor.

Figura 21. Resultado do recorte geográfico da área de estudo. Fonte: Do Autor.

Figura 22. Recorte do shapefile do uso da terra baseado na área geográfica do Itaim Paulista.

Fonte: Do Autor.

Figura 23. Resultado do recorte do shapefile do uso da terra do Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.

Figura 24. Shapefile do uso da terra do bairro Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.

Figura 25. Abrindo a tabela de atributos do shapefile. Fonte: Do Autor.

Figura 26. Modelo de preenchimento da tabela de atributos no padrão ET. Fonte: Do Autor.

Figura 27. Classificação de uso de terra existente. Fonte: http://envisiontomorrow.org/project-

setup-calibration

Figura 28. Nomenclatura para os campos de desenvolvimento existentes. Fonte:

http://envisiontomorrow.org/project-setup-calibration

Figura 29. Adicionando uma coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.

Figura 30. Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.

Figura 31. Calculando a geometria da coluna. Fonte: Do Autor.

Figura 32. Parâmetros para a criação da coluna. Fonte: Do Autor.

Figura 33. Tabela no formato necessário para o ET. Fonte: Do Autor

Figura 34. Download da Planilha Cenário no site do ET. Fonte: Do Autor.

Figura 35. Planilha Cenário. Fonte: Do Autor.

Figura 36. Importação dos dados da Planilha de Protótipos para a Planilha Cenário. Fonte: Do

Autor.

Figura 37. Criando o geodatabase. Fonte: Do Autor.

Figura 38. Importação do shapefile para dentro do geodatabase. Fonte: Do Autor.

Figura 39. Abrindo o geodatabase no ET. Fonte: Do Autor.

Figura 40. Abrir a planilha cenário com a solicitação do ET. Fonte: Do Autor.

Figura 41. Selecionando as áreas vagas do shapefile. Fonte: Do Autor.

Figura 42. Calculando a coluna “VAC_ACRE”. Fonte: Do Autor

Figura 43. Calculando “DEV_ACRE”. Fonte: Do Autor.

Figura 44. Interação das colunas “VAC_ACRE” e “DEV_ACRE” com a Planilha Cenário. Fonte:

Do Autor.

Figura 45. Cadastro dos tipos de desenvolvimento na Planilha Cenário. Fonte: Do Autor.

Figura 46. Resultado do cadastro dos tipos de desenvolvimento na paleta de cores do ET. Fonte:

Do Autor.

Figura 47. Pintando cenário com Envision Tomorrow. Fonte: Do Autor.

Figura 48. Planilha Cenário interagindo com pintura do ET no ArcMap. Fonte: Do Autor.

LISTA DE ABREVIAÇÕES

AM/FM – Automated Mapping/Facility Management

BD – Banco de Dados

BIM - Building Information Modeling

BTU - British Thermal Unit

CAD – Computer Aided Design

CAM - Computer Aided Mapping

CD - Cartografia Digital

CIM - City Information Modeling

EDVAC - Electronic Discrete Variable Automatic Computer

ENIAC - Electronic Numerical Integrator and Computer

ESRI - Environmental Systems Research Institute

ET – Envision Tomorrow

EUA - Estados Unidos da América

GIS - Geographic Information System

GPS - Sistema de Posicionamento Global

INF - Institutos de Informática (Universidade Federal de Goiás)

ICT - Instituto de Ciências e Tecnologia (Universidade Federal de Goiás)

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IME - Instituto de Matemática e Estatística (Universidade Federal de Goiás)

INPE - Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais

IRENA - International Renewable Energy Agency

MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

MIT - Massachusetts Institute of Technology

MIST - Masdar Institute of Science and Technology

MRC - Metropolitan Research Center

ONU – Organização das Nações Unidas

PC – Personal Computers

PMV - Prefeitura Municipal de Vitória

SGDB - Sistema Gerenciador de Banco de Dados

SIG – Sistema de Informação Geográfica

SIGA - Sistema de Informação Geo-Ambiental

SQL - Structured Query Language

SR - Sensoriamento Remoto

UFG - Universidade Federal de Goiás

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

UGI - União Geográfica Internacional

UNCHE - United Nations Conference on the Human Environment

USJT - Universidade São Judas Tadeu

UT - The University of Texas at Austin

14

INTRODUÇÃO

15

Desde os séculos XVIII e XIX, com o aumento da perspectiva de vida e a migração das pessoas

do meio rural para o urbano era necessário planejar e replanejar os meios urbanos para se

adaptarem as novas populações em constante crescimento, algumas cidades chegavam a

dobrar o seu tamanho populacional em pouco mais de uma década. Com o fim da técnica e

início da tecnologia na era industrial, a tecnologia já era vista como um recurso a ser usado para

ajudar na solução destes problemas, sempre limitada a existente em seu tempo.

O uso de tecnologia permite que de uma forma transdisciplinar, seja possível buscar novos

conhecimentos entre as diversas disciplinas que abordam estes assuntos, nunca reduzindo a

realidade a um único nível regido por uma única lógica, sempre com respeito mutuo entre elas, e

de uma forma interdisciplinar é possível fazer uma troca de cooperação, sempre buscando a

superação da disciplinaridade para que possa resultar em um projeto de excelência entre as

áreas envolvidas.

Artigo 11: Uma educação autêntica não pode privilegiar a abstração no

conhecimento. Deve ensinar a contextualizar, concretizar e globalizar. A educação

transdisciplinar reavalia o papel da instituição, da imaginação, da sensibilidade e do

corpo na transmissão dos conhecimentos. (CARTA DA TRANSDISCIPLINARIDADE,

1994, p.3).

Atualmente novos desafios ecológicos provenientes do crescimento econômico e social no meio

urbano tornam prioritário os governos locais e a sociedade se preocuparem com o meio

ambiente natural e com o meio ambiente urbano. Problemas como o lixo, ilhas de calor, emissão

de gases poluentes e inversões térmicas são realidades a serem combatidas. Em 2016, o Brasil

ratificou as metas do acordo COP21, a partir de então a sustentabilidade ambiental se torna um

tema prioritário para o planejamento urbano das cidades brasileiras.

No Capítulo 1, afim de entender qual a contribuição do Envision Tomorrow para planejamento

urbano sustentável, foi realizado um estudo sobre o significado de sustentabilidade, onde foram

estudados os principais eventos organizados pela ONU (Organização das Nações Unidas) e

organizações que tratam o assunto em nível mundial. Após este entendimento foram estudados

os principais problemas urbanos da atualidade, onde ficaram claros alguns pontos de

vulnerabilidade urbana.

No Capítulo 2, após uma breve introdução sobre a evolução tecnológica, um estudo sobre SIG

(Sistema de Informação Geográfica) foi realizado, o trabalho foi evoluindo até a instalação do

software ArcGIS, desenvolvido pela empresa americana ESRI. ArcGIS é muito eficiente e

16

completo em todos os sentidos. O entendimento sobre SIG e uso do ArcGIS são obrigatórios

para a aplicação do software Envision Tomorrow.

No Capítulo 3, foi realizado um estudo sobre o software de planejamento urbano Envision

Tomorrow, que por sua vez, possui um vasto número de recursos tecnológicos para

planejamento e replanejamento urbano sustentável e já está em uso por instituições americanas.

Partimos de um entendimento teórico, a aquisição do software e sua instalação, tradução do

manual do inglês para o português. Para finalizar a pesquisa, após a aquisição de dados

geográficos da área de estudo, foi realizado uma aplicação real na cidade de São Paulo, bairro

Itaim Paulista, usando os recursos do Envision Tomorrow.

Envision Tomorrow revelou ser uma ferramenta promissora para análise e planejamento urbano

sustentável, mas o seu uso no Brasil está associado a um grande número de adaptações,

incluindo as unidades de medidas brasileiras, uma vez que seu desenvolvimento está todo

voltado para os Estados Unidos.

Desta forma a tecnologia da informação pode auxiliar no planejamento urbano sustentável,

contribuindo com os órgãos públicos nesta missão desafiadora e extremamente complexa, para

que, no final a população tenha um resultado positivo, com uma cidade sustentável que possa

oferecer uma boa qualidade de vida.

17

“Há quem passe por um bosque e só veja lenha para a fogueira.”

Leon Tolstoi

CAPÍTULO 1

SUSTENTABILIDADE E INSUSTENTABILIDADE URBANA

18

1.1 Sustentabilidade, um pouco de história

Há algumas décadas já existia certa preocupação com a sustentabilidade ambiental do planeta e

já eram iniciadas algumas discussões. Nos anos 80, entre muitos acontecimentos, afloravam

claramente os rumores sobre o buraco na camada de ozônio, o desmatamento da selva

amazônica e o provável aquecimento global. O crescimento urbano das cidades e a necessidade

destes meios se desenvolverem vão contribuir muito com estas novas ameaças ao meio

ambiente.

Começando pela essência do assunto, por vezes, escutamos a pronúncia da palavra

sustentabilidade, mas o que é sustentabilidade? Segundo (NOSSO FUTURO COMUM, 1991,

p.10) o conceito envolve proteção ao meio ambiente, respeito aos recursos naturais através de

sua conservação e consumo consciente, controle do crescimento populacional, combate a

pobreza, crescimento econômico com igualdade e oportunidades para todos.

Para entendimento de onde começamos com este assunto e onde estamos hoje, vamos analisar

de forma resumida quando o mundo percebeu que era preciso se desenvolver respeitando os

recursos naturais e a população, e como continuar evoluindo sem que o meio ambiente seja

destruído, com o objetivo de oferecer uma boa qualidade de vida para a população.

1Iniciamos esta narrativa pelo Clube de Roma, fundado em 1966 pelo industrial italiano Aurelio

Peccei, consiste em uma organização independente sem fins lucrativos, sua função é debater os

dilemas atuais e futuros da humanidade. Entre os temas discutidos estão o crescimento

econômico, sustentabilidade ambiental, consumo de recursos naturais, demografia e paz

mundial.

Seus membros são personalidades de comunidades acadêmicas, científicas, políticas,

empresariais, religiosas, financeiras e culturais. Estes membros, já realizaram estudos em áreas

relacionadas aos interesses do Clube de Roma. Os candidatos geralmente são propostos por um

membro e sua avaliação é realizada pelo seu comitê executivo. Entre os membros está o ex-

presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso. O secretariado internacional do Clube de

Roma atualmente está localizado em Wintherthur, Suíça.

Os eventos do Clube de Roma acontecem em todo o mundo. Normalmente são organizados

pelas suas Associações Nacionais.

1 http://www.clubofrome.org/ acesso em 01/04/2016

19

O Clube de Roma passou a ser muito conhecido em 1972, ano da publicação do relatório “Os

Limites do Crescimento” do inglês “The Limits to Growth” que seria conhecido também como o

“Relatório do Clube de Roma”, foi elaborado por uma equipe do MIT (Massachusetts Institute of

Technology) contratada pelo Clube de Roma. Esta equipe do MIT foi chefiada por Donella H.

Meadows.

O relatório tratava de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade como

energia, saneamento, poluição, saúde, tecnologia, meio ambiente e crescimento populacional.

Espera-se que a população urbana total aumente exponencialmente nas regiões

menos desenvolvidas do mundo, mas quase linearmente nas restantes regiões mais

desenvolvidas. Para as regiões urbanas, em regiões menos desenvolvidas, o tempo

médio de duplicação é, atualmente, de 15 anos.(LIMITES DO CRESCIMENTO, 1972,

p.24).

O relatório publicado em 30 idiomas foi um dos livros mais vendidos da história com mais de 30

milhões de cópias. Através de modelos matemáticos, o MIT concluiu que o planeta terra mesmo

com o avanço tecnológico não suportaria o crescimento populacional em consequência da

pressão gerada sobre os recursos naturais, energéticos e o aumento da poluição.

O controle rigoroso da poluição não significa necessariamente seu controle total. Por

causa de restrições tecnológicas e econômicas, torna-se impossível eliminar

completamente a poluição. Economicamente, o custo do controle da poluição se

eleva à medida em que os padrões de descarga de contaminantes se tornam mais

intensos. (LIMITES DO CRESCIMENTO, 1972, p.132).

Figura 1. Logotipo do Clube de Roma. Fonte: http://www.clubofrome.org/ acesso em 01/04/2016

Em meados dos anos 70 ainda existiam correntes de pensamentos que acreditavam que o meio

ambiente seria fonte inesgotável de recursos, mas com o surgimento de fenômenos como secas,

chuva ácida, entre outros, fizeram com que essa visão ambiental do mundo começasse a ser

20

discutida, estas discussões com base em estudos científicos identificavam problemas

especialmente por conta da poluição atmosférica. Com o surgimento destes fenômenos naturais

e discussões sobre o assunto, a ONU começou a organizar algumas conferências pelo mundo.

A conferência pioneira da ONU, A Declaração de Estocolmo, realizada na Suécia, cidade de

Estocolmo, de 5 a 16 de junho de 1972, foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio

Ambiente Humano (United Nations Conference on the Human Environment - UNCHE) que inicia

as discussões sobre o conceito de sustentabilidade ambiental. Foi a primeira conferência

da ONU sobre o meio ambiente e a primeira grande reunião internacional para discutir as

atividades humanas em relação a degradação do meio ambiente.

Neste momento haviam duas correntes de pensamentos mundo a fora, política do crescimento

zero para os países desenvolvidos, onde o crescimento seria parado para evitar mais

devastação ambiental e a política do desenvolvimento a qualquer custo para os países em

desenvolvimento, onde o crescimento econômico estava acima de questões ambientais.

2A Conferência de Estocolmo lançou as bases das ações ambientais em nível

internacional chamando a atenção do mundo para diversas questões da época relacionadas

a degradação ambiental, poluição e até questões políticas como abolir armas de destruição em

massa.

Figura 2. Conferência de Estocolmo 1972. Fonte: www.senado.gov.br acesso em 08/08/2016

A Declaração de Estocolmo transformou-se em um plano de ação que define princípios de

preservação e melhoria do ambiente natural, destacando a necessidade de apoio financeiro e

assistência técnica a comunidades e países mais pobres. Embora a expressão "desenvolvimento

2 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/conferencia-das-nacoes-unidas-para-o-meio-ambiente-humano-estocolmo-rio-92-agenda-ambiental-paises-elaboracao-documentos-comissao-mundial-sobre-meio-ambiente-e-desenvolvimento.aspx acesso em 08/08/2016

21

sustentável" ainda não fosse usada, a Declaração, em um de seus itens, já abordava a

necessidade de "defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e futuras gerações" um

objetivo a ser alcançado juntamente com a paz, o desenvolvimento econômico e social.

A conferência de Estocolmo, em muitas discussões e controvérsias entre seus participantes

sobre o desenvolvimento sustentável, de forma visionária, abre caminho para as discussões e

possíveis soluções para os problemas que começariam a se concretizar vinte anos mais tarde,

problemas estes discutidos na conferência no Rio de Janeiro em 1992.

Em dezembro de 1983, a ONU criou a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento, foi presidida pela ex-primeira-ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland.

Seus principais objetivos foram rever as questões críticas relativas ao meio ambiente e

reformular propostas realísticas para abordá-las propondo novas formas de cooperação

internacional nesse campo de modo a orientar as políticas e ações no sentido de fazer as

mudanças necessárias, e dar a indivíduos, organizações voluntárias, institutos, empresas e

governos uma maior compreensão dos problemas existentes, auxiliando-os e incentivando-os a

uma atuação mais firme.

Em 1987, a Comissão recomendou a criação de uma nova declaração universal sobre a

proteção ambiental e o desenvolvimento sustentável chamado de “O Relatório Brundtland”. Foi

publicado com o título "Nosso Futuro Comum" . Com o desafio de encontrar rumos para o

desenvolvimento sustentável, este documento apresentou a proposta de integrar a questão

ambiental no desenvolvimento econômico, surgindo não apenas um novo termo, mas uma nova

forma de progredir.

Satisfazer as necessidades e as aspirações humanas é o principal objetivo do

desenvolvimento. Nos países em desenvolvimento, as necessidades básicas de

grande número de pessoas – alimento, roupas, habitação, emprego – não estão

sendo atendidas. Além dessas necessidades básicas, as pessoas também aspiram

legitimamente a melhor qualidade de vida. Num mundo onde a pobreza e a injustiça

são endêmicas, sempre poderão ocorrer crises ecológicas e de outros tipos. Para

que aja um desenvolvimento sustentável, é preciso que todos tenham atendidas as

suas necessidades básicas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de

concretizar suas aspirações a uma vida melhor. (NOSSO FUTURO COMUM, 1991,

p.46).

Para tanto, os governos locais deveriam se adaptar a alguns desafios urbanos, entre eles o

crescimento populacional e a redução do consumo de energia.

22

Na virada do século, quase metade do mundo estará vivendo em áreas urbanas –

desde cidadezinhas até imensas megalópoles. O sistema econômico mundial torna-

se cada vez mais urbano, com redes justapostas de comunicações, de produção e

de comércio.

Tal sistema , com seus fluxos de informações, energia, capital, comércio e pessoas,

fornece a coluna dorsal do desenvolvimento nacional. As perspectivas de uma

cidade – grande ou pequena – dependem essencialmente do lugar que ela ocupa no

sistema urbano, nacional e internacional.(NOSSO FUTURO COMUM, 1991, p.262).

Em nível internacional, entre os itens sugeridos, o relatório diz, as organizações de

desenvolvimento devem adaptar uma estratégia de desenvolvimento sustentável.

3Na sequencia foi criado o Protocolo de Montreal, consiste em um tratado internacional em que

os países participantes comprometem-se a substituir as substâncias que demonstrarem estar

reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera. O tratado esteve aberto para

adesões a partir de 16 de Setembro de 1987 e entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1989.

O Protocolo teve a adesão de 150 países, foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997 e 1999. Em

comemoração, a ONU declarou a data de 16 de setembro como o Dia Internacional para a

Preservação da Camada de Ozônio.

4A conferência Rio-92, como o próprio nome sugere, foi uma conferência das Nações Unidas

que aconteceu no Brasil, Rio de Janeiro em 1992, onde seu objetivo principal foi buscar meios

de desenvolvimento econômico com conservação e proteção do meio ambiente.

Figura 3. Logotipo da Conferência Rio-92. Fonte: www.senado.gov.br acesso em 13/03/2016

Nesta conferência os países se comprometem a refletir como todos os setores poderiam

cooperar com estudos de soluções para problemas socioambientais.

3 http://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/convencao-de-viena-e-protocolo-de-montreal acesso em 07/06/2016

4 http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conferencia-onu-meio-ambiente-rio-92-691856.shtml acesso em 23/08/2016

23

Também chamada de ECO-92 a conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

consolidou o conceito de desenvolvimento sustentável. A mais importante conquista da

conferência foi juntar os termos meio ambiente e desenvolvimento, concretizando as

possibilidades esboçadas na Conferência de Estocolmo em 1972 e consagrando o uso do

conceito de desenvolvimento sustentável, defendido em 1987 pela Comissão Mundial sobre

Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland).

O conceito de desenvolvimento sustentável entendido como o “desenvolvimento que atende às

necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações” de

atenderem às suas próprias necessidades, foi concebido de modo a conciliar as reivindicações

dos defensores do desenvolvimento econômico com as preocupações de setores interessados

na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade.

Uma das maiores conquistas da Conferência foi a Agenda 21, um amplo e abrangente programa

de ação visando a sustentabilidade mundial no século XXI.

A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo,

ainda de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete um

consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a

desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua execução é

responsabilidade, antes de mais nada, dos Governos. Para concretizá-la. são

cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A

cooperação internacional deverá apoiar e complementar tais esforços nacionais.

(AGENDA 21, 1992, p.11).

5Cinco anos mais tarde foi realizada uma nova conferência na cidade de Nova Iorque nos

Estados Unidos, entre 23 e 27 de junho de 1997, a 19ª Sessão Especial da Assembleia Geral

das Nações Unidas ficou conhecida como Rio+5. Com o principal objetivo de identificar a

implementação da Agenda 21, dedicou-se à definir prioridades de ação para os anos seguintes,

além de conferir impulso político relacionado às negociações ambientais em andamento. A

Rio+5 contribuiu para criar ambiente político propício a futura aprovação do Protocolo de Kyoto.

6O Protocolo de Kyoto é um tratado internacional discutido e negociado na cidade

de Kyoto no Japão, com compromissos mais rígidos para a redução de emissão dos gases que

5 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/forum-rio5-evento-da-onu-para-avaliacao-de-resultados-da-conferencia-rio-92-sobre-o-desenvolvimento-sustentavel.aspx acesso em 13/08/2016

6 http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/protocolo-de-quioto acesso em 08/08/2016

24

agravam o efeito estufa, considerados de acordo com a maioria das investigações científicas,

causa do aquecimento global.

O Protocolo foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997. Sendo que para entrar em

vigor precisou que 55 países o ratificassem, onde cada país deveria diminuir em 5,2% as

emissões de gases poluentes, assim entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005, após a

ratificação da Rússia em novembro de 2004.

Até o momento o protocolo de Kyoto não conta com a adesão dos Estados Unidos, o governo

americano argumenta que o acordo é prejudicial a sua economia e que os países em

desenvolvimento também deveriam se comprometer a reduzir suas emissões de gases estufa,

uma vez que estes países podem aderir ao acordo, mas não têm metas de redução de

emissões. Como nenhum país é obrigado a assinar o documento, não há punições para quem

ficar de fora.

7Rio+10 ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável foi um fórum de discussão

das Nações Unidas realizado entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro de 2002, na cidade

de Johanesburgo, África do Sul. O fórum teve a presença de representantes de 189 países.

Seu objetivo principal foi discutir soluções já propostas na Agenda 21 para que pudesse ser

aplicada de forma coerente não só pelo governo, mas também pelos cidadãos, realizando uma

Agenda 21 local e implementando o que foi discutido em 1992 na conferência do Rio de Janeiro

propondo a maior integração dos três pilares do desenvolvimento sustentável (econômico, social

e ambiental) através de programas e políticas centrados nas questões sociais e, particularmente,

nos sistemas de proteção social.

A seguir, para um melhor entendimento destas sugestões de aplicação da Agenda 21 na Rio+10,

seguem exemplos dos pilares do desenvolvimento sustentável.

8No pilar Social, podemos citar, por exemplo, salários justos, estar adequado à legislação

trabalhista, atividade econômica que afeta as comunidades ao redor da industria, educação,

combate a violência, itens de lazer entre outros.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_240164.shtml acesso em 28/08/2016

7 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/rio10-participacao-da-sociedade-em-debates-

sobre-metas-para-meio-ambiente-pobreza-e-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises.aspx acesso em 04/09/2016

25

No pilar Ambiental, podemos citar, por exemplo, atividade econômica que tem impacto ambiental

negativo, uso de determinada matéria-prima deve ter o planejamento de reposição dos recursos

consumidos e diminuição do uso destes materiais, entre outros.

No pilar Econômico, podemos citar, por exemplo, temas ligados à produção, distribuição e

consumo de bens e serviços e deve-se levar em conta os outros aspectos, ou seja, não adianta

lucrar devastando o meio ambiente, entre outros.

Desenvolvimento Sustentável

Figura 4. Pilares do desenvolvimento sustentável. Fonte: Do Autor.

9Estes pilares são essências para que o desenvolvimento sustentável aconteça. A importância

deles é indiscutível, uma vez que podem ser aplicados a um país ou até em nossas residências.

Mais dois pilares estão sendo discutidos para fazer parte, são eles a cultura e a tecnologia.

Figura 5. Logotipo da Conferência Rio+10. Fonte: http://brasilescola.uol.com.br acesso em 17/03/2016

A conferência internacional Rio+15 aconteceu no Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de setembro

de 2007, no Copacabana Palace, com a presença de 100 representantes mundiais. Foram

discutidos assuntos sobre projetos da Agenda 21 e Protocolo de Kyoto.

8 http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/pilares-da-sustentabilidade/ acesso em 20/09/2016 9 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/temas-em-discussao-na-rio20/onu-estabelece-tres-pilares-para-o-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises-economico-social-e-ambiental.aspx acesso em 30/09/2016

26

10Apesar de concluírem que o mundo até aquele momento havia avançado muito pouco na

demanda de energia limpa e desenvolvimento sustentável, foi concluído que os países não

precisavam parar seu crescimento e sim apostar em energia limpa e tecnologia para que o meio

ambiente não fosse agredido.

Uma da maiores discussões neste congresso foi o chamado Mecanismo de Desenvolvimento

Limpo (MDL) que prevê a modificação na utilização de meios de se obter energia utilizando

preferencialmente as inovações e tecnologias de geração de energia que não demandem a

emissão de gases poluentes responsáveis pelo efeito estufa.

11A Rio+20 foi uma conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável realizada

de 13 a 22 de junho de 2012 no Rio de Janeiro, Brasil. Foi assim nomeada porque marcou os

vinte anos de realização da conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e

desenvolvimento Rio-92 e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para

as próximas décadas, renovando assim o compromisso político com o desenvolvimento

sustentável.

Como já vimos anteriormente o desenvolvimento sustentável é o modelo que prevê a integração

entre economia, sociedade e meio ambiente, em outras palavras, é a noção de que o

crescimento econômico deve levar em consideração a inclusão social e a proteção ambiental.

Baseado neste conceito de desenvolvimento sustentável, dois temas foram considerados

prioritários na conferência:

- A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza;

- A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.

Algumas ações sustentáveis foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro em razão do evento.

A frota de carros oficiais usou etanol, combustível que não contribui para o agravamento do

efeito estufa, os espaços ainda usados na conferência contavam com o uso de bicicletas e um

esquema especial de transporte coletivo para substituir o transporte individual.

10 http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1922175-EI8278,00-Rio+quer+que+paises+ricos+reduzam+emissoes.html acesso em 03/09/2016 11 http://www.rio20.gov.br acesso em 10/04/2016

27

Para os recursos hídricos foram implementados nos hidrossanitários dos espaços oficiais da

conferência, alguns mecanismos como redutores de vazão com arejadores temporizadores,

banheiros a vácuo e até sistema de reaproveitamento de água pluvial.

Os resíduos sólidos foram divididos em quatro fluxos básicos: recicláveis(destinados a

cooperativa de catadores), não recicláveis(aterro sanitário), orgânicos(produção de adubo) e

pilhas ou baterias(reciclagem de seus componentes). Neste assunto houve uma grande

valorização da cooperativas de catadores os quais foram distribuídos nos locais oficiais para

atuarem como educadores ambientais.

Para a energia a utilização de equipamentos quanto ao consumo representou uma ação

significativa. Nas áreas temporárias, construídas especificamente para a realização da Rio +20,

foram utilizados equipamentos etiquetados pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem nas faixas

de mais alta eficiência, como condicionadores de ar e tecnologias de iluminação como LEDs e

lâmpadas fluorescentes de última geração.

A aquisição e licitação de produtos e serviços da organização da Rio+20 incluíram critérios de

sustentabilidade, como compra de equipamentos de alta eficiência energética, uso de madeira

certificada e utilização de materiais reciclados.

Quanto a alimentação, houve incentivo a elaboração de cardápios que contemplassem os

princípios da gastronomia inclusiva nos espaços oficiais da conferência. O Riocentro teve

restaurantes que ofereceram alimentos orgânicos, da agricultura familiar, de acordo com os

princípios da gastronomia inclusiva e que respeitaram particularidades das diferentes culturas

presentes no evento.

Figura 6. Logotipo da Conferência Rio+20. Fonte: http://www.rio20.gov.br acesso em 10/05/2016

Por vezes os eventos da ONU relacionados a sustentabilidade são chamados pela sigla COP,

mas o que são as COP?

28

12As COP (Conference of Parties) consistem em conferências dos países que aderiram aos dois

acordos na Rio 92, um sobre a biodiversidade e outro sobre as mudanças climáticas. A COP

sobre diversidade biológica é bianual e a COP sobre mudança climática é realizada anualmente.

13Entre elas, está a COP21, uma conferência realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de

2015 pelas nações unidas em Paris, na França.

Neste congresso com o objetivo de reduzir o aquecimento global foi criado o chamado “Acordo

de Paris”, considerado um plano ambicioso e equilibrado que rege medidas de redução de

emissão dióxido de carbono a partir de 2020.

Em seu discurso o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu conseguir um acordo para limitar o

aquecimento global que seja uma continuação do Protocolo de Kyoto.

Um dos principais objetivos do acordo estabelecido na COP21 foi manter o aumento da

temperatura inferior a 2°C, diminuindo assim a subida do nível do mar, uma constante ameaça a

cidades insulares. Em dezembro de 2015, 186 países já tinham publicado seu plano de ação

para reduzirem a emissão de gases de efeito estufa, a ONU divulgou um estudo relacionado a

estes planos de ação e concluiu que com este ritmo o aquecimento global estaria entre 2,7°C e

3°C, ou seja, acima do definido pelos cientistas para evitar maiores consequências.

Financeiramente, o acordo reconhece que a partir de 2020 os valores dos investimentos,

provenientes de empréstimos e doações terá que ser aumentado anualmente para conseguir

atingir os objetivos, os países mais pobres precisarão de ajuda, para tanto, está prevista uma

conversa em 2025.

O Secretário geral da ONU Banki-Moom na 71º Assembléia Geral das Nações Unidas que

aconteceu entre os dias 20 e 26 de setembro de 2016 na sede da ONU em Nova Iorque nos

Estados Unidos, recebeu do presidente do Brasil Michel Temer para ratificar o Tratado de Paris

(COP21). Michel Temer disse: “Ao depositar esse instrumento na ONU, nós estamos cuidando

da vida do planeta, da vida do Brasil e da vida dos brasileiros no futuro próximo”.

12 http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/o-que-sao-as-cop acesso em 17/09/2016

13 http://www.cop21.gouv.fr/ acesso em 14/09/2016

29

Figura 7. Logotipo da COP21. Fonte:http://www.cop21.gouv.fr/ acesso em 13/10/2016

Estes acontecimentos históricos relacionados a sustentabilidade ambiental, apesar de

fundamentais para o futuro da humanidade, também tiveram seus problemas quando a questão

ser torna prática. Segundo (VIOLA,1998, p.139) a própria Agenda 21 tem caráter contraditório,

onde é positivo no sentido de ter sido elaborado um documento normativo sobre como deveriam

ser as relações entre países do norte e sul, assim como o caráter realista e moderado sobre

suas preposições, mas negativo pela falta de compromissos financeiros pela maioria dos países

do norte. Neste exemplo, em resumo, houve um avanço extraordinário no plano simbólico e de

conscientização, mas falho na questão político econômica em sua incapacidade de construir

macros referenciais e mecanismos de implementação.

Estas dificuldades de implementação dos planos de ação relacionados a sustentabilidade

acontecem até hoje, uma vez que com o passar dos anos os problemas se somam e se agravam

principalmente com o crescimento econômico e social, problemas como emissão de gases,

crescimento populacional, combate a pobreza e consumo de recursos naturais sempre serão

preocupações para os órgãos públicos e para a sociedade.

O meio urbano, grande desafio para o chamado “ecodesenvolvimento”, pode ser considerado um

dos maiores vilões para a sustentabilidade, se não houver um planejamento eficaz pode

colaborar com elementos insustentáveis gerando inúmeros desafios a serem solucionados.

Como o objetivo deste trabalho é estudar uma solução tecnológica para auxiliar nos desafios do

planejamento urbano sustentável, a seguir vamos entender alguns problemas destas áreas

urbanas na atualidade.

1.2 Insustentabilidade urbana, a questão a ser solucionada

Segundo(LEITE, 2012, p.20) desde 2007 o mundo vive uma nova realidade: existem mais

pessoas nas cidades do que no campo, atualmente mais de 50% da população mundial vive nas

cidades e até 2050 serão 75%, de uma forma motivacional na cidade acontecem as trocas dos

grandes e pequenos negócios a interação social e cultural.

30

A característica que torna o homem tão diferente dos outros animais é estar o seu

padrão de vida baseado na “cultura” – em padrões de comportamento socialmente

aprendidos, baseado em processos simbólicos. Outros animais podem ter

rudimentos de cultura, mas para o homem todo comportamento é cultural. As várias

facetas diferentes da cultura humana (história da cultura, linguagem, estruturas

sociais, personalidade, etc.) dão origem a uma série de subcampos que podem ser

agrupados de várias formas no ensino da Antropologia.(PELTO, 1984, p.13).

Segundo (ALIER, 2007, p.211), um dos motivos do crescimento do meio urbano em relação ao

meio rural, além do crescimento populacional natural, seria que cada vez mais as pessoas estão

migrando do campo para as cidades, devido ao incremento da produtividade agrícola no meio

urbano, junto com a baixa elasticidade-renda de demanda dos bens agrícolas em geral, a

agricultura expulsa população ativa dos campos, consequentemente a urbanização caminha em

uma direção de economias que vão requisitar maior consumo de energia e maior produção de

materiais.

Com o aumento destas demandas os meios urbanos são obrigados a se desenvolver e este

desenvolvimento deve acontecer de maneira sustentável, este é um 14paradigma de

desenvolvimento surgido a partir das discussões das décadas de 70 e 80 do século XX sobre os

limites ao crescimento populacional, da economia e da utilização dos seus recursos naturais. O

desenvolvimento sustentável procura harmonizar os conceitos relacionados ao crescimento

econômico, bem estar social e conservação ambiental com a utilização racional dos recursos

naturais, descrevendo assim os pilares do desenvolvimento sustentável como vimos

anteriormente. Este novo paradigma, a palavra desenvolvimento significa não somente o

crescimento da atividade econômica, mas também as melhorias sociais, institucionais e a

sustentabilidade ambiental, buscando garantir o bem estar da população a longo prazo,

assegurando um meio ambiente saudável para as gerações futuras.

O desenvolvimento sustentável é o maior desafio do século 21. A pauta da cidade é,

no planeta urbano, da maior importância para todos os países, pois: (a) dois terços

do consumo mundial de energia advêm das cidades, (b) 75% dos resíduos são

gerados nas cidades e (c) vivi-se um processo dramático de esgotamentos dos

recursos hídricos e do consumo exagerado de água potável. A agenda Cidades

Sustentáveis é, assim, desafio e oportunidade únicas no desenvolvimento das

nações. (LEITE, 2012, p.8).

14

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/vocabulario.pdf acesso em 01/12/2016

Para um melhor entendimento e sugerir possíveis soluções para um desenvolvimento urbano

sustentável, se faz necessário o entendimento destes elementos de

Como o objetivo deste trabalho é entender elementos de insustentabilidade

recursos tecnológicos para possíveis soluções ou melhorias, vamos citar apenas alguns

elementos, uma vez que sua abrangência é muito

Começamos pela chamada “pobreza urbana

sofrendo um aumento no número de favelas e consequentemente

vivendo em situações precárias. Este

adequada sofrem um empobrecimento ambiental e

elemento de insustentabilidade

conservação dos recursos naturais

Segundo(LEITE, 2012, p.21) as cidades

do trabalho informal, estimativas da ONU indicam que dois a cada três cidadãos estão vivend

em favelas ou sub-habitações.

principalmente nos países em desenvolvimento, é a desigualdade na distribuição de renda e de

oportunidades econômicas. As estimativas

cidades se tornarão locais predominantes da pobreza.

cresce a uma taxa de 25% ao ano; 31,6% da população mun

Figura 8. Favela do Morro dos Cabri

As populações mais pobres mesmo que consigam mudar de

muitas vezes não encontram a solução ideal

cidades também enfrentam alguns d

ara um melhor entendimento e sugerir possíveis soluções para um desenvolvimento urbano

sustentável, se faz necessário o entendimento destes elementos de insustentabilidade urbana.

o deste trabalho é entender elementos de insustentabilidade urbana

cos para possíveis soluções ou melhorias, vamos citar apenas alguns

elementos, uma vez que sua abrangência é muito ampla e a intenção não é esgotar o tema.

pobreza urbana”, notoriamente a maioria das grandes cidades

sofrendo um aumento no número de favelas e consequentemente populações numer

vivendo em situações precárias. Estes locais quando não dotados de infraestrutura urbana

sofrem um empobrecimento ambiental e podem ser reconhecidos

tabilidade urbana em questões de qualidade de vida, saúde pública e

conservação dos recursos naturais.

) as cidades estão sofrendo um crescimento desmedido de favelas e

do trabalho informal, estimativas da ONU indicam que dois a cada três cidadãos estão vivend

habitações. Uma característica dos meios urbanos em

principalmente nos países em desenvolvimento, é a desigualdade na distribuição de renda e de

As estimativas feitas pelo Banco Mundial preveem que até 2035

cidades se tornarão locais predominantes da pobreza. A população mundial que vive em favelas

cresce a uma taxa de 25% ao ano; 31,6% da população mundial estão vivendo

Favela do Morro dos Cabritos, Rio de Janeiro. Fonte: Do Autor.

As populações mais pobres mesmo que consigam mudar de favelas para bairros das cidades,

não encontram a solução ideal, bairros mais pobres localizados nas periferias das

alguns destes problemas. A falta de infraestrutura urbana é o po

31

ara um melhor entendimento e sugerir possíveis soluções para um desenvolvimento urbano

insustentabilidade urbana.

urbana e oferecer

cos para possíveis soluções ou melhorias, vamos citar apenas alguns

e a intenção não é esgotar o tema.

grandes cidades vem

populações numerosas

locais quando não dotados de infraestrutura urbana

como um grande

urbana em questões de qualidade de vida, saúde pública e

um crescimento desmedido de favelas e

do trabalho informal, estimativas da ONU indicam que dois a cada três cidadãos estão vivendo

dos meios urbanos em expansão, visto

principalmente nos países em desenvolvimento, é a desigualdade na distribuição de renda e de

Banco Mundial preveem que até 2035 as

opulação mundial que vive em favelas

dial estão vivendo em favelas.

favelas para bairros das cidades,

airros mais pobres localizados nas periferias das

estes problemas. A falta de infraestrutura urbana é o ponto

32

inicial para algumas da questões ambientais. O uso de novas técnicas para fazer

sustentabilidade fica em um segundo plano nestes locais onde nem infraestrutura básica chega.

Segundo (SANTOS, 2000, p.73) os pobres já foram incluídos depois marginalizados, hoje estão

excluídos, onde esta produção banalizada da pobreza aparece como algo natural e inevitável, a

população pobre, muitas vezes, consegue com a sua migração deixar de ser pobre em um lugar

para ser em outro, onde o desemprego ou a desvalorização do emprego acaba sendo uma

questão pouco resolvida.

Como já dito, um dos fatores para o crescimento de favelas é o crescimento econômico baseado

em desigualdades, o que resulta em mais um elemento de insustentabilidade urbana, nesta

desigualdade está à demanda básica por habitação, cria-se assim a necessidade de responder

às demandas de seu crescimento econômico produzindo milhões de unidades habitacionais, isso

associado a um déficit de décadas de subdesenvolvimento, e a um planejamento urbano que

gerou impactos ambientais extremamente negativos. Podemos dizer que a precariedade

habitacional, da informalidade urbana e do passivo ambiental e social, seja o desafio ambiental

urbano, e que a “cidade sustentável” em países em desenvolvimento, deva ser, antes de tudo, a

cidade da justiça socioambiental. A mudança estrutural efetiva na desigualdade social urbana

tornar-se prioridade na agenda política em todas as esferas de governo, de forma radicalmente

mais significativa, assim como foi feito, já na Constituição de 1988 no Brasil, para as áreas de

educação e de saúde.

Um fenômeno tem acontecido em muitas megacidades(15segundo a ONU megacidades são

aglomerações urbanas com população superior a dez milhões de habitantes) e pode ser uma

possível solução para a falta de moradia, São Paulo, pode ser um exemplo, possui áreas

centrais metropolitanas abandonadas pelo setor industrial, que apesar da degradação urbana

por conta do abandono, podem ser reaproveitadas.

Segundo (LEITE, 2012, p.9) estas áreas dotadas de preciosa infraestrutura e memória urbana,

quando abandonadas, provocam o chamado “espraiamento urbano” com total insustentabilidade

ambiental, social e econômica, uma vez que são criadas novas áreas urbanas.

A reutilização destas áreas é algo viável, mas com alguns cuidados, em (LAMAS, 2011, p.112) o

desenvolvimento da cidade é um fato natural, mas se faz necessário obedecer as políticas de

recuperação, reabilitação e restauro das áreas urbanas principalmente quanto a modificações da

forma e da imagem, tendo um total controle destas transformações. 15

http://brasilescola.uol.com.br/geografia/megacidades.htm acesso em 15/12/2016

33

Em resumo, o equilíbrio socioeconômico é fundamental para o meio urbano. Segundo (LEITE,

2012, p.17), em São Paulo, por exemplo, é muito mais emergente direcionar os esforços e

recursos para regenerar áreas centrais do que se preocupar com arborização ou o mobiliário

urbano de bairros mais ricos, não existe cidade sustentável sem a desejada diversidade

socioterritorial.

Outro grande problema do meio urbano é a emissão de gases poluentes. A emissão de dióxido

de carbono da atualidade é a maior da história. O aumento da população dos meios urbanos,

demandam um aumento no consumo de energia, descarte de resíduos e emissões de gases,

principalmente pela queima de combustíveis fósseis. Com o aumento da poluição e

consequentemente o aquecimento global, os meios urbanos podem enfrentar sérios problemas,

como o aumento do nível do mar (que pode ser fatal para cidades insulares), pressão sobre

florestas mundiais, expansão dos desertos, o aumento de temperaturas e formação de ilhas de

calor (fenômeno esse ainda agravado pelo grande número de edifícios com cobertura

impermeabilizadas que também fazem sua contribuição para o aquecimento destes meios),

problemas de saúde para sua população entre muitos outros.

Segundo (BRIAN, 2008, p.58) desde a revolução industrial vem aumentando a emissão de CO2,

mesmo depois dos acordos Agenda 21 e Protocolo de Kyoto, entre os motivos estão a constante

evolução de consumo energético das edificações, principalmente com o aumento do uso de

aparelhos eletrônicos devido a exigências de conforto cada vez mais elevadas, isso associado

ao crescimento da população mundial e a herança de edificações antigas e pouco eficientes.

Se praticamente a metade do aquecimento global resulta da utilização de

combustíveis fósseis nas edificações, os 60% restantes são gerados pelo transporte

de pessoas e de carga para essas construções. As cidades, portanto, são

responsáveis por 75% a 80% das emissões de CO2 geradas pelo homem,

construindo a principal causa do aquecimento global. (BRIAN, 2008, p.58).

Segundo(MOREIRA, 2015, p.56) uma solução para amenizar a concentração de CO2 na

atmosfera além do reflorestamento seria a captação do CO2, neste sistema de alta tecnologia

que envolve captura, transporte e armazenamento é possível fazer o tratamento do ar. Todavia

este sistema não está isento de pontos de vulnerabilidade para o meio ambiente e para a saúde

da população.

As megacidades possuem um grande número de veículos que contribuem para a emissão de

gases poluentes, segundo (ALIER, 2007, p.212) dentre as interpretações futuristas para o século

34

XXI, é que seria o século do automóvel. Como impulsionador da economia a industria

automobilística poderia oferecer este bem de consumo a classe operaria industrial com um poder

aquisitivo propício para isso. Já nos primeiros anos da virada do século, a conciliação entre um

mercado desregulamentado e a preocupação ambiental seria alcançada acreditando que a

economia poderia crescer com menos impactos ambientais, através de setores econômicos mais

dinâmicos, com geração de empregos, o que foi chamado de nova economia onde estão

principalmente a informática e o setor de serviços.

Segundo (LEITE, 2012, p.8) independente do rótulo, o eco-urbanismo trata-se de uma questão

séria permanente, onde uma gestão inteligente do território aliado às imensas perspectivas que

as tecnologias verdes proporcionam, podem gerar novos bairros ou até cidades inteiras

sustentáveis, como exemplo podemos citar Masdar City em Abu Dhabi.

Com este exemplo internacional podemos citar a criação de uma cidade do futuro totalmente

ecológica em Abu Dhabi no Emirados Arabes Unidos vai aos poucos se tornando uma realidade.

Masdar City que em árabe significa “cidade de recursos” está localizada em pleno deserto a

20km do centro da cidade e tem uma extensão de 6km². Esta localizada ao lado do Masdar

Instituto de Ciências e Tecnologia (MIST) e da Agência Internacional de Energias Renováveis

(IRENA). Sua principal característica é a sustentabilidade.

Figura 9. Masdar City. Fonte: www.masdar.ae acesso em 14/05/2016

35

A previsão de entrega da cidade inicialmente para 2016, foi adiada, e existem rumores que

estará totalmente pronta em 2030, isso devido a uma crise financeira que atingiu os Emirados

Arabes Unidos em 2008.

Também está previsto que a cidade ecológica tenha aproximadamente 52 mil habitantes e gere

40 mil empregos diretamente.

Lançada a dez anos, a eco-cidade foi um protótipo de cidade ecológica do futuro, para tanto seu

funcionamento será com energias renováveis, rede de transporte de baixa emissão de gás

carbono e um estratégia de “lixo zero”.

Ainda Segundo (LEITE, 2012, p.134) o uso de tecnologia de ponta para planejamento da cidade

é a base para alcançar estes resultados, destacando-se na geração de energia, na mobilidade e

nas construções, mas este alto desempenho da cidade é contrabalanceado principalmente pelo

auto custo do projeto e pela dificuldade das condições ambientais necessárias para a realização

deste projeto em Abu Dhabi.

Outro item de insustentabilidade urbana das grandes metrópoles é a mobilidade urbana.

Segundo (MOBILIDADE URBANA, 2015, p.37) o incentivo e a priorização ao uso de bicicletas e

outros meios de transporte não motorizados além do uso do transporte público são chavões no

debate de mobilidade pública sustentável. As principais dificuldades estão na concretização

destes projetos, embora existam dispositivos legais para estes transportes, é comum serem

expedidas algumas medidas contraditórias, como, por exemplo, o incentivo a compra de

automóveis como já citamos anteriormente, desqualificando a mobilidade sustentável.

Conscientizar a população, investir em um plano de transporte público de qualidade, a

construção de ciclovias, beneficia os meios urbanos em sua mobilidade, hoje grandes cidades

como São Paulo, possuem um trânsito caótico, e também como vimos, um alto índice de

emissão de gases poluentes. Este parceria entre poder público e população pode ser inserida

em um projeto de planejamento urbano mais amplo, o que facilitaria sua implementação, com a

finalidade de construção de um ambiente favorável ao investimento em médio e longo prazos,

resultaria na minimização dos impactos negativos sobre a sociedade e sobre o meio ambiente.

Segundo (BRIAN, 2008, p.61) a conservação da energia é uma das principais questões para a

sustentabilidade ambiental, onde a queima de combustíveis fósseis para a construção civil

representa metade de toda a energia consumida no mundo, podem ser citados itens como

36

aquecimento, iluminação e ventilação, estes itens exigem petróleo, gás ou carvão a serem

queimados na própria edificação ou em uma central energética.

A energia renovável pode ser usada como provável solução para este problema, a energia solar

é a principal fonte de energia renovável, a tecnologia fotovoltaica é uma opção, os painéis

fotovoltaicos não produzem emissões de nenhuma espécie, ainda com um custo auto a ser

compensado a longo prazo. Os ventos também podem gerar energia elétrica, a chamada energia

eólica, com a diminuição dos custos de instalação, já mostram-se viáveis na atualidade, uma das

principais preocupações deste modelo é não afetar as comunidades locais, uma vez que tanto

na terra quanto no mar oferecem riscos a aves migratórias.

Segundo (BRIAN, 2008, p.97) a atenção dada a conservação energética nos últimos anos deixou

as questões hídricas em segundo plano. A conservação dos recursos hídricos é tão importante

quanto os energéticos, sua escassez pode trazer problemas ainda maiores que os energéticos

uma vez que o impacto seria diretamente na saúde e produção de alimentos.

No mundo atual, uma em cada seis pessoas não tem acesso à água potável, quase

metade da população mundial carece de instalações sanitárias apropriadas em suas

residências e, a cada quinze segundos, uma criança morre devido a alguma doença

relacionada com a água. (BRIAN, 2008, p.97) .

A escassez na incidência de chuvas é outro grave problema, na atualidade o consumo de água

em uma unidade residencial é o maior da história e mesmo com campanhas na mídia o consumo

de água por habitante vem aumentando. Como já dito, a economia de água representa um

problema na mesma proporção que a economia de energia, os custos são um grande obstáculo

para equipamentos de captação e reuso e obras adicionais. Nas áreas urbanas dificilmente

encontram-se espaços para a construção de tanques de captação de águas fluviais, e a

possibilidade de captação em coberturas podem estar contaminadas demais pela poluição. No

entanto são muitas as opções de captação eficientes para edifícios, onde o consumo de água

pode ser reduzido com um bom projeto de gestão, a separação do reservatório de água potável

e não potável pode facilitar esta captação e ainda facilitar a reciclagem da água, as chamadas

águas cinzas.

As águas cinzas são aquelas derivadas dos chuveiros, lavatórios de banheiro,

banheiras, tanques, máquinas de lavar roupas e lavagem de automóveis, sejam de

uso doméstico ou comercial.

É recomendado que as águas cinzas tratadas sejam utilizadas prioritariamente na

irrigação e na lavagem de pisos e calçadas. Quando o sistema permitir o contato

37

humano com a água de reuso, a mesma deverá ser desinfetada com cloro ou por

meio de raios ultravioleta.(VIGGIANO, 2010, p.26).

Para resolver estas e outras questões obtendo resultados satisfatórios chegando a uma cidade

sustentável o poder público e a população devem estar equacionados com um planejamento

urbano eficiente, cooperação e conscientização.

O conceito de cidade sustentável reconhece que a cidade precisa atender aos

objetivos sociais, ambientais, políticos e culturais, bem como aos objetivos

econômicos e físicos de seus cidadãos. É um organismo dinâmico tão complexo

quanto a própria sociedade e suficientemente ágil para reagir com rapidez às suas

mudanças que, num cenário ideal, deveria operar em ciclo de vida contínuo, sem

desperdícios.(LEITE, 2012, p.135).

Atualmente os governos estão em constante busca por soluções relacionadas aos problemas

urbanos. Conhecidos alguns destes itens de insustentabilidade urbana da atualidade e a

realidade de um alto custo para se desenvolver uma cidade sustentável, sugerimos no próximo

capítulo o uso de Sistemas de Informação Geográfica como aliado para um planejamento urbano

sustentável.

38

“O modo como você reúne, administra e usa a informação determina se

vencerá ou perderá.”

Bill Gates

CAPÍTULO 2

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA COMO FERRAMENTA DE TRABALHO

39

2.1 Evolução tecnológica

Em 1937 o professor de matemática aplicada Howard H. Aiken da Universidade de Harvard

desenvolve o projeto MARK 1, pesando cerca de 5 toneladas, o projeto resultaria em uma

parceria com a IBM dois anos mais tarde. Segundo (BRETON,1991, p.80) sua intenção seria

construir uma calculadora universal utilizando o princípio das máquinas de cartões perfurados,

sendo assim, a primeira calculadora controlada por um programa.

A evolução das grandes calculadoras para uma máquina com uma organização interna

radicalmente nova acontece quando o matemático John Von Neumann é convidado pelo tenente

H.H. Goldstine a conhecer o projeto ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) na

Moore School em 1944, a proposta de John Von Neumann era transformar estes modelos

calculadores em verdadeiros "cérebros eletrônicos", para tanto, sugeriu que as informações

fossem armazenadas na memória da máquina e que para isso fossem usados apenas números

zeros e uns e quando fosse necessário executar uma nova tarefa que buscasse a informação em

sua própria memória, quando chegou para conhecer o ENIAC o projeto já estava quase pronto,

então surge um outro projeto sob a sua consultoria para este novo conceito, o EDVAC

(Electronic Discrete Variable Automatic Computer).

Em (ALMEIDA, 2007, p.19) com o surgimento dos PCs no fim dos anos 1950 e início dos anos

1960 o computador começa a participar da representação da realidade urbana e a revolução

quantitativa, uma revolução científica destinada a introduzir rigor e qualidade em disciplinas

como Geografia, Ciências Políticas e História por meios quantitativos. Neste setor os primeiros

modelos computacionais estavam relacionados a necessidade de planejamento de transporte

das cidades americanas com seu elevado crescimento no contingente de veículos, gradualmente

seu uso evoluiu para outros problemas urbanos como distribuição espacial de empregos, uso do

solo e mobilidade residencial. Estes modelos computacionais apesar de trabalharem com o

espaço urbano em zonas, não eram dotados de resultados visuais, isto é neles só se obtinham

resultados numéricos, em resumo esses modelos da época permaneciam essencialmente não

espaciais, pois seus resultados não eram visualizados de uma forma espacial.

A criação e evolução destas máquinas, inicialmente desenvolvidas com interesses militares,

promovem a evolução dos computadores e sua comercialização, grandes empresas no ramo

foram surgindo e no final dos anos 60 a IBM já dominava este mercado crescente com 50% das

vendas.

40

16No final dos anos 1960 surge a internet, durante a Guerra Fria, o Departamento de Defesa

Americano em busca de um conjunto de comunicação militar entre seus diferentes centros,

buscava algo que fosse resistente a uma destruição parcial, provocada, por exemplo, por um

ataque nuclear, para tanto, o pesquisador Paul Baran, considerado um dos principais pioneiros

da internet, concebeu um conjunto que teria como base um sistema descentralizado, seu

objetivo seria uma rede tecida como uma teia de aranha em inglês web, na qual os dados se

movessem buscando a melhor trajetória possível, podendo “esperar” caso as vias estivessem

obstruídas. Essa nova tecnologia, também estudada por outros grupos de pesquisadores

americanos, foi chamada de “troca de pacotes” do inglês packet switching.

Nos anos 70 desenvolvia-se rapidamente a mini-informática, segundo (BRETON,1991, p.224)

em 1974 haviam 100.000 minicomputadores em atividade no mundo, um ano mais tarde esse

número já era de 190.000, destes dois terços estavam nos Estado Unidos. Esta evolução na

comercialização dos minicomputadores provoca um novo crescimento de empresas

especializadas nestas máquinas, surgem pequenas companhias, entre elas a está a Apple.

A evolução tecnológica permite que alguns países façam uso de Geoprocessamento em seus

projetos que envolvem o espaço geográfico, segundo (SILVA, 2001, p.8) os estudos sobre

Geoprocessamento e os Sistemas de Informação Geográfica tem uma história recente no Brasil,

iniciados em 1975, com esforços para o projeto Radambrasil, que tinha como objetivo

racionalizar a geração, o armazenamento, a recuperação e análise do enorme acervo de dados

ambientais gerados pelo projeto, entre eles, solo, vegetação, uso potencial da terra sobre todo o

território brasileiro. Neste projeto foi criada a divisão de informática e o Sistema de Informação

Geo-Ambiental (SIGA) em 1978, onde até 1981 a divisão produziu 41 programas totalmente

documentados os quais constituíam o corpo do SIGA que funcionava em computadores de

grande porte.

Ainda segundo (SILVA, 2001, p.9) a evolução do conhecimento dos SIGs no Brasil, teve um

grande impulso em 1982, com os esforços da Comissão Brasileira da União Geográfica

Internacional (UGI), denominada comissão de processamento de dados geográficos, começou a

promover reuniões periódicas nas instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) despertando o interesse de pesquisadores do instituto pelo Geoprocessamento, iniciando

a disseminação dos SIGs, no qual teve o citado papel pioneiro a União Geográfica Internacional

16http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento_da_internet.html acesso em 4/12/2016

41

(UGI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através do seu departamento de

geografia com apoio do núcleo de computação eletrônica.

Em (ALMEIDA, 2007, p.20) com os avanços da computação gráfica no final dos anos 1980, os

Sistemas de Informação Geográfica entram definitivamente no mercado voltados para estudos

ambientais e seu uso em massa tem início ao longo dos anos 1990, com o uso de camadas

(layers) para representar o ambiente, permitindo uma projeção geográfica, o armazenamento, a

manipulação, a visualização e a recuperação da informação. Recentemente os SIGs, tem

inovado suas aplicações, que abordam desde arqueologia, controle de tráfego, segurança

urbana até sociologia e saúde pública. Na atualidade um rol de temáticas urbanas tem sido

abordadas pelos SIGs. A seguir vamos conhecer um pouco mais sobre Sistema de Informação

Geográfica.

2.2 SIG: Estado da Arte

Ao procurar uma definição sobre Sistema de Informação Geográfica(SIG), tradução de

Geographic Information System(GIS), podemos encontrar diferentes conceitos, o seu

entendimento fica mais claro a partir do seu uso prático.

Segundo (FITZ, 2008, p.22) o SIG consiste em um sistema computacional que trabalha com um

número infinito de informações de cunho geográfico, como visto anteriormente, o

desenvolvimento dos SIGs deve-se a evolução computacional tanto hardware quanto software

que atualmente são extremamente rápidos e eficientes para resolver problemas de

quantificação. Com esta evolução é possível o uso maciço desta tecnologia principalmente por

órgãos públicos no planejamento urbano de suas cidades. A experiência com base de dados

georreferenciados é fundamental, ou seja, ter acesso e conhecimentos para manipular dados

reais do terreno associados a um sistema de coordenadas, caracterizados a um sistema de

latitude e longitude.

Ainda segundo (FITZ, 2008, p.79) os componentes de um SIG são: o hardware (plataforma

computacional), o software (sistemas), dados (informações resultantes de uma investigação) e

peopleware (profissionais e/ou usuários envolvidos).

Em (SCHUURMAN, 2004, p.16) os sistemas SIG tem um grande alcance na vida cotidiana das

pessoas, para os operadores destes sistemas são oferecidos maneiras de converter dados de

tabelas em informações de localização ilustradas em mapas. Os mapas gerados pelo SIG

poderão ajudar muito na tomada de decisões em órgãos governamentais, empresas, grupos

42

comunitários, universidades entre outros. O potencial destes sistemas excede muito os seus

usuários, seus resultados podem afetar a vida de milhões de pessoas.

Se faz importante o entendimento correto de quando um sistema pode ser enquadrado como um

SIG, (FITZ, 2008, p.24) caracteriza estes sistemas associados aos SIGs e muitas vezes

confundidos com ele, estão entre eles:

Sistemas CAD (Computer Aided Design) , são sistemas que armazenam dados espaciais como

entidades gráficas, são excepcionalmente precisos em projetos de arquitetura e engenharia, em

razão de sua funcionalidade são muito usados para digitalizar cartas topográficas.

Sistemas CAM (Computer Aided Mapping), são sistemas que fazem a produção de mapas

utilizando layers ou camadas de entidades geográficas georreferenciadas. Podem ser

considerados uma sofisticação do CAD no uso da cartografia mas ainda sem as possibilidades

oferecidas por um sistema SIG.

Sistemas AM/FM (Automated Mapping/Facility Management), são baseados em sistemas CAD,

mas menos precisos e detalhados que sistemas CAM, são eficientes no armazenamento e na

análise de dados para a produção de relatórios.

Estes sistemas citados acima possuem aplicabilidade específica, já um SIG possui aplicações e

funções mais complexas o que os diferencia em uma categoria especial.

Na aplicação de sistema SIG um de seus processos é o Geoprocessamento, segundo (MOURA,

2003, p.8) o significado de Geoprocessamento surge do sentido de processamento de dados

georreferenciados, ou seja, implantar um processo que traga progresso, associando esse ato a

uma nova maneira de olhar o espaço, ganhar conhecimento resultando em informação.

17Uma outra definição sobre geoprocessamento seria um conjunto de técnicas computacionais

que opera sobre uma base de dados georreferenciados para transformar em informação.

18Assim como Sistema de Posicionamento Global(GPS) e o Sensoriamento Remoto(SR) o

Geoprocessamento configura-se como um Sistemas de Informação Geográfica(SIG), que

permitem coleta, gestão, análise e representação automatizada de dados georreferenciados,

resumindo permitem o armazenamento e a análise de dados.

17

http://www.ufrrj.br/lga/tiagomarino/artigos/oqueegeoprocessamento.pdf acesso em 20/01/2017 18 http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/sistema-informacoes-geograficas-sig.htm acesso em 15/01/2017

43

Como acontece no Sensoriamento Remoto(SR), Cartografia Digital(CD) e no Sistema de

Posicionamento Global(GPS), o Geoprocessamento, em sua composição estão algumas

geotecnologias, segundo (FITZ, 2008, p.11) as geotecnologias podem ser entendidas como

novas tecnologias ligadas a geociências que resultam em avanços significativos no

desenvolvimento de pesquisas, planejamento, gestão entre outros aspectos relacionados ao

espaço geográfico. Como acontece nesta pesquisa, a interdisciplinaridade está no trabalho

conjunto de equipes formadas por profissionais de formação diferenciada, equipes

multidisciplinares com objetivo comum.

Para um melhor entendimento, vejamos de uma forma gráfica:

Geoprocessamento

SIG Sensoriamento Remoto

Sistema de Posicionamento Global Geotecnologias

Cartografia Digital

Segundo (SILVA, 2001, p.7) o processamento eletrônico de dados geográficos é um campo de

atividade recente, os SIGs constituem uma estrutura de interface entre geografia, processamento

de dados e comunicação, sendo um estrutura merecedora da atenção de geógrafos e

informatas, despertando a atenção dos vários profissionais que necessitam trabalhar com dados

territoriais.

Na essência do tema, como todas as demais áreas do conhecimento, a Geografia experimentou

diversos caminhos para se construir como ciência. Um dos direcionamentos percebidos teve por

base a necessidade de transformação das técnicas de pesquisa vinculadas aos avanços

científico-tecnológicos ocorridos ao longo dos tempos.(FITZ, 2008, p.13).

O termo Geografia que, no latim é geographia, vem do grego gewgrafia, que é o

somatório de gh – terra e grafia - grafia, ou seja, a grafia, a representação da Terra.

Vem também dos gregos o pensamento geográfico sistematizado, objetivando a

localização dos lugares, ainda muito ligada a matemática e à geometria. Já o sufixo

“processamento”, de Geoprocessamento, vem do processo, que é do latim

processus, que significa “andar avante”, “progresso”. Os vocábulos latinos processus

44

e progressus têm o mesmo significado, que é “andar avante”, “avançar”.(MOURA,

2003, p.8).

Segundo (SILVA, 2001, p.7) a Geografia é uma ciência antiga e seu corpo de conceitos

desenvolvido é amplo e complexo, entre seus exemplos de conceitos estão: região, paisagem e

ambiente.

Segundo (FITZ, 2008, p.26) a muito tempo os geógrafos fazem uso de sobreposição de mapas

para a obtenção de produtos derivados usando transparências, na atualidade estes profissionais

podem fazer uso do mouse e teclado, o que explica a popularização desta forma de uso dos

softwares SIGs para análise, onde técnicas de Geoprocessamento podem ser usadas nas mais

diversas áreas.

O uso de geotecnologia por parte de equipes interdisciplinares é uma realidade

inquestionável. Possivelmente, os avanços tecnológicos que proporcionam facilidade

de uso, rapidez e consistência de resultados tenham sido responsáveis pela difusão

e evolução desses sistemas.(FITZ, 2008, p.26).

Com já dito antes, os SIGs, em (FITZ, 2008, p.24) podem ser usados como apoio ao

planejamento urbano, além de permitirem a análise geográfica de uma determinada região ainda

é possível acrescentar dados externos, como por exemplo, informações sócio-econômicas, por

este motivo os SIGs estão se tornando a principal ferramenta para planejamento urbano da

atualidade, seu sucesso se deve principalmente a sua transdiciplinaridade.

Os SIGs estão em constante evolução no tratamento de seus dados cartográficos e

alfanuméricos, buscam trabalhar com as relações espaciais com o objetivo de tratar cenários,

sendo possível fazer simulações baseadas em possibilidades futuras ou condições pré

estabelecidas.

Existem muitos softwares associados a SIG no mercado, entre eles podemos citar: ArcGIS,

Mapinfo, GEOMEDIA, GRASS, gvSIG, MapWindow, QGIS, SPRING, SAGA GIS, iSmart,

TerraView, Transcad, VisualSIG, entre outros.

Segundo (MOURA, 2003, p.17) os SIGs ao trabalharem com relações espaciais tentam evoluir

do descritivo para um prognóstico, ou seja, em um local onde descrevem elementos ou fatos

traçam cenários, fazem simulações através de tendências observadas ou julgamento de

condições estabelecidas.

45

Como o objetivo deste trabalho é o planejamento urbano sustentável através de tecnologia,

vamos usar SIG com Geoprocessamento, uma vez que permite, por exemplo, a definição física e

análise quantitativa de elementos sócio-econômicos dentro de uma escala de valores

estabelecida. Como já vimos, os SIGs tem se tornado o principal instrumento de planejamento

urbano, pois possibilita um retrato fiel de sua complexidade e uma análise interdisciplinar nas

mais diferentes áreas de atuação.

Em (FITZ, 2008, p.25) os SIGs quando aplicados geram produtos que estão associados ao

espaço físico, sendo possível trabalhar com fenômenos climáticos, humanos, sociais,

econômicos, entre outros. Após mapear a região fornece subsídios para futuras tomadas de

decisões consistentes possuindo assim aplicações incontáveis. Os SIGs podem ser muito úteis

quando usados para realizar o planejamento de uma região, sendo ela urbana ou rural, em

questões de gestão, monitoramento, manejo de informações. Importante lembrar que, uma

produção eficiente de um SIG depende do seu vínculo a um banco de dados. Podemos

exemplificar as seguintes aplicações em um planejamento urbano:

• Mapeamento atualizado do município;

• Zoneamento ambiental, socioeconômico, turístico, entre muitos outros;

• Monitoramento de áreas de risco;

• Monitoramento de áreas de proteção ambiental;

• Estruturas de redes de energia, água e esgoto;

• Adequação tarifária de impostos;

• Estudos de modelagem e expansão urbana;

• Controle de ocupações e construções irregulares;

• Análise dos meios de transporte.

Figura 10. Camadas de informações. Fonte: Paulo Roberto Fitz, 2008, p.85.

46

Segundo (FITZ, 2008, p.92) os SIGs possuem funções de recuperação de dados para consultar

as informações armazenadas nos seus respectivos bancos de dados, esta consulta é realizada

por meio de atributos específicos localizados nas tabelas que formam o BD. Este processo

consiste em recuperar os dados existentes por meio de interferências realizadas via monitor,

desta maneira informações de um mapa conectado a um BD podem ser recuperadas com um

clicar de mouse. Por exemplo, a população de uma região, sua renda per capita e outras

informações que estejam armazenadas em um banco de dados podem ser facilmente

recuperadas e apresentadas ao operador. Alguns softwares disponíveis no mercado oferecem

parâmetros para que sejam realizadas estas consultas no banco de dados, o que simplifica a

consulta e permite agregar informações específicas de uma região, as respostas derivadas

deverão ser representadas de forma gráfica ou textual para um entendimento universal do

resultado obtido. Os SIGs ainda permitem a inclusão de títulos, legendas, texto complementares,

símbolos, entre muitas outras opções.

Para iniciar os trabalhos se faz necessária a introdução de dados, (FITZ, 2008, p.56) esta etapa

acontece com a aquisição de produtos de Sensoriamento Remoto(SR), confecção de planilhas

de dados, uso de Sistemas de Posicionamento por Satélite e ainda por processos de

digitalização e vetorização. Esta importação de dados pode ser feita por programas que não

possuem a mesma precisão de um SIG, neste caso é necessário o georreferenciamento de

dados espaciais ou seja um ajuste destes dados.

O banco de dados onde estão armazenados os dados de um SIG são gerenciados por um

conjunto de softwares denominado SGDB (Sistema Gerenciador de Banco de Dados).

O gerenciamento de dados em um SIG compreende, portanto, todas as fases de

desenvolvimento de um SGDB, desde sua concepção inicial até o seu uso prático. O

SGDB pode ser considerado como o “cérebro” do sistema, respondendo por todas as

conexões realizadas.(FITZ, 2008, p.81).

Para realizar o georreferenciamento de uma imagem, o SGDB possui coordenadas relativas as

SIG, podendo assim ter correspondência com a imagem digital inserida, para isso, devemos

realizar os procedimentos:

• Separar um mapa da mesma área que será a base da nova imagem;

• Abrir a imagem de estudo em um SIG;

• Escolher de três até dez pontos(mais indicado) de controle na imagem, onde alguns

poderão ser descartados em caso de erro de leitura;

47

• Estabelecer o relacionamento dos pontos de controle entre as imagens, onde serão

coordenadas híbridas do mapa não georreferenciado e coordenadas conhecidas da

imagem de referência;

• Através de uma ferramenta do software SIG usado realizar o reposicionamento da

imagem com os parâmetros da imagem de referência.

Os dados geográficos em um SIG são armazenados em um banco de dados relacional, este BD

é chamado de geodatabase. Com vantagens como controle de versão e centralizar os dados de

um SIG, pode ser criado em dois tipos, o geodatabase pessoal, que usa o Microsoft Access com

tamanho máximo de 2GB e o geodatabase multiusuários que utiliza um SGDB como Oracle ou

SQL Server e com tamanho ilimitado.

As consultas ao BD são realizadas através de código SQL(Structured Query Language)

traduzindo, Linguagem de Consulta Estruturada, segundo (WILSON, 2008, p.116) SQL consiste

em uma linguagem de gerenciamento de dados que atua nos principais bancos de dados

baseados no modelo relacional, onde o próprio usuário especifica em suas linhas de comando o

resultado desejado para a busca no banco de dados. O conjunto de linhas de código são

chamadas, do Inglês, query. Abaixo exemplifico com uma query de estrutura simples:

Os SIGs podem contribuir para novos conceitos e técnicas de trabalho existentes no mercado, o

termo “Urbótica” presente em instalações urbanas que se encontram automatizadas, já é

aperfeiçoado com uso de tecnologia para desenho da cidade, visando benefícios como eficiência

no consumo de energia, controle de emissão de gases, segurança entre outros fatores que

podem ajudar a melhorar os serviços oferecidos para a população. Consequentemente o

planejamento urbano através de Sistemas de Informação Geográfica contribui para o conceito de

Select

Informações armazenadas nas colunas das tabelas que serão apresentadas no resultado

From

Tabelas consultadas

Where (opcional)

Condições envolvendo uma ou mais tabelas para que sejam apresentados os resultado da consulta

Order by (opcional)

Ordem de apresentação dos resultados

48

SmartCity, meios urbanos com serviços aperfeiçoados que estejam em harmonia com os pilares

do desenvolvimento sustentável proporcionando o bem estar da população em geral.

O uso de sistemas SIG, também contribui para uma nova metodologia de trabalho para

planejamento urbano, já é discutida como um novo paradigma denominado City Information

Modeling(CIM), visto como uma versão do conceito Building Information Modeling (BIM) que é

voltada para o trabalho do arquiteto projetista, o CIM está voltado para o trabalho com o espaço

urbano, onde através do uso destas técnicas é possível planejar e monitorar o meio urbano, o

objetivo seria aproximar o trabalho de um arquiteto projetista e o trabalho de um arquiteto

planejador urbano, hoje separados não apenas por tratarem de objetos diferentes mas pela

natureza intrínseca de suas atividades.

Como já visto ao longo deste capítulo, (FITZ, 2008, p.140) as geotecnologias possuem uma

dinamicidade e aplicabilidade permitindo o engajamento de profissionais de variadas áreas em

trabalhos interdisciplinares, os resultados oferecidos por estas tecnologias nos direcionam para

um processo de tomada de decisões, especialmente quando tratamos de planejamento de uma

área geográfica. Este processo decisório consiste no desencadeamento das ações realizadas

em um estudo, plano ou projeto que vão exigir escolhas entre opções ofertadas. Estas decisões

podem ser tomadas baseadas em outras decisões já tomadas anteriormente no decorrer do

processo ou até baseadas em conclusões finais, sendo estas questões vinculadas a concepção

dos decisores, pessoas estas que participam do processo decisório com real inteligência sobre

ele.

O software SIG selecionado para esta pesquisa foi o ArcGIS. O motivo de sua escolha é ser

requisito obrigatório para o uso da ferramenta de planejamento urbano sustentável Envision

Tomorrow que será descrita no próximo capítulo.

2.3 ArcGIS

19Consiste em um software de Sistema de Informação Geográfica produzido pela empresa

americana ESRI(Environmental Systems Research Institute), que desenvolve ferramentas

baseadas em padrões para realização de análise espacial, armazenamento, manipulação,

mapeamento e processamento de dados geográficos.

O ArcGIS possui os seguintes módulos:

19

https://unibhgeografia.files.wordpress.com/2011/04/apostila-arcgis-prof-patricia.pdf acesso em 27/11/2016

49

ArcMap: Área principal de trabalho do ArcGIS, onde são manipuladas informações geográficas e

dados adicionais, possibilitando análise espacial detalhada.

ArcToolBox: Ferramentas de extensão do ArcMap que permitem ações mais complexas com

dados geográficos, como por exemplo, um recorte parcial de um mapa.

ArcCatalog: Destinado ao gerenciamento dos dados e arquivos, fundamental para manipulação

dos arquivos envolvidos no projeto e pela conexão destes arquivos no produto final.

ArcReader: Visualizar arquivos desenvolvidos no ArcMap.

ArcScene: Permite criar dados geográficos em 3D, além de vídeos e animações.

ArcGlobe: Possível navegar no globo terrestre em 3D.

O ArcGIS possui os seguintes formatos de arquivos:

Shapefile(SHP): consistem em um arquivo vetorial, com polígono, linha e ponto. Este tipo de

arquivo está sempre acompanhado de dois arquivos o DBF(banco de dados) e SHX(responsável

pela ligação entre o SHP e o DBF).

GRID, JPG, TIFF, MRSID: consiste em um arquivo raster(veremos o significado a seguir), pode

ser uma imagem de satélite, fotografia aérea ou carta topográfica.

LAYER: consiste em um arquivo de extensão “lyr”, armazena especificações como

sombreamento de cor, rótulos, fonte, cor, entre outros para a apresentação em outros conjuntos

de dados, tem como característica estar vinculado ao arquivo de dados.

BASE DE DADOS: o geodatabase (mdb ou gdb), consiste em dados geográficos de vários tipos,

os mais comuns são feições, imagens e dados tabulares.

TABELA: tabela de atributos, mais comum no formato DBF.

MXD: tipo do arquivo que armazena o mapa, permitindo visualizar todos os dados trabalhados

em uma determinada sessão, contendo instruções dos dados trabalhados em uma pasta

específica.

TIN: consiste em um modelo de superfície baseado em um vetor representando a superfície

geográfica com triângulos contíguos não sobrepostos, os vértices de cada triangulo possuem

valores X, Y, Z.

50

Em ArcGIS os dados geográficos são organizados por semelhança temática e acompanham

uma tabela de atributos correspondente aos dados descritivos do arquivo. Os dados espaciais

possuem dois tipos: Vetorial e Raster que são modos de representar o espaço por meio de

estruturas geométricas.

No formato Vetorial, os dados geográficos são representados por pontos, linhas e polígonos.

Pontos: Armazenado por um par de coordenadas(X, Y), podem ser localidades, sedes, escolas,

aeroportos, etc.

Linhas: Armazenadas por dois pares de coordenadas(X, Y);(X, Y). Podem ser drenagem,

ferrovias, rodovias, etc.

Polígonos: São sucessivos pontos e linhas, a coordenada do primeiro ponto coincide com a

coordenada do último ponto. São representados por divisões político-administrativas como

países, estados, municípios, etc.

No formato Raster, as informações são armazenadas por matrizes, possuem um determinado

valor, onde o tamanho determina o nível de detalhamento da informação. Podemos exemplificar

com imagens de satélite, fotografias aéreas, cartas topográficas, etc. Uma imagem Raster é

possível ser georreferenciada no ArcMap, termo este já explicado neste capítulo.

ArcGIS possui uma grande quantidade de ferramentas em seu menu para interação com os

mapas, além disso, em um uso mais avançado conta com um ambiente para o uso da linguagem

de programação Python, que consiste em uma linguagem de programação de alto nível,

orientada a objetos, que permite interação com os mapas através de suas linhas de código.

A seguir vamos conhecer o software Envision Tomorrow, voltado ao planejamento urbano

sustentável, seu uso se faz a partir das ferramentas do ArcGIS.

51

“Se você pode sonhar, você pode fazer.”

Walt Disney

CAPÍTULO 3

ENVISION TOMORROW

52

3.1 Escolhendo o ET como objeto de estudo

Envision Tomorrow foi originalmente desenvolvido pela Fregonese Associates de Portland,

Oregon, Estados Unidos, que atualmente são usuários, desenvolvedores e inovadores da

ferramenta. As melhorias recentes na ferramenta são o resultado de uma parceria com o

Metropolitan Research Center(MRC) da Universidade de Utah, Salt Lake City, Utah, Estados

Unidos. Essas melhorias consistem em ferramentas adicionais de análise e indicadores de

cenários desenvolvidos e incorporados ao software original com o objetivo de desenvolver

comunidades sustentáveis.

Os motivos da escolha do software Envision Tomorrow como objeto de estudo desta pesquisa

foram, em primeiro, o projeto de planejamento urbano Planning and Participation que conta com

uma parceria entre a Universidade São Judas Tadeu(USJT), São Paulo, Brasil e a The University

of Texas at Austin(UT), Austin, Estados Unidos. A UT faz uso do software em seu laboratório de

arquitetura e urbanismo. Outros motivos que incentivaram esta pesquisa foram a facilidade em

adquirir gratuitamente o software através de download no 20site oficial, aquisição do seu

respectivo 21manual do usuário no site da UT, além do suporte oferecido pela equipe da

Fregonese Associates, onde atenderam nossas dúvidas prontamente em contatos feitos via e-

mail. ET ainda conta com uma grande quantidade de recursos oferecidos para um planejamento

urbano sustentável.

Para concluir a escolha do software Envision Tomorrow como objeto de estudo, analisamos

outras ferramentas existentes no mercado, encontramos algumas ferramentas que citaremos no

quadro abaixo:

Software Descrição

Cityzoom Desenvolvido pela Universidade Federal do Rio

Grande do Sul(UFRGS), consiste em um sistema

de suporte a decisão para planejamento urbano.

Ele prove um ambiente onde diferentes modelos de

performance podem operar interativamente com o

objetivo de otimizar o processo de planejamento

20

http://envisiontomorrow.org/downloads/ acesso em 10/03/2016 21

http://scss.soa.utexas.edu/home acesso em 01/04/2017

53

urbano. Cada um desses modelos corresponde a

um módulo que o implementa no ambiente

computacional.

(fonte:http://www.cityzoom.com.br/informacoes.html

acesso em:26/09/2016)

Petgyn Software para planejamento do tráfego urbano

desenvolvido pelos Institutos de Informática (INF),

de Matemática e Estatística (IME) e de Ciências e

Tecnologia (ICT) da Universidade Federal de Goiás

(UFG). (fonte:https://www.ufg.br/n/88762-lancado-software-

para-planejamento-do-trafego-urbano acesso em 26/09/2016)

Spring Software desenvolvido pelo Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI) com objetivo de

construir um sistema de informação geográfica

para aplicações em Agricultura, Floresta, Gestão

Ambiental, Geografia, Geologia, Planejamento

Urbano e Regional que seja acessível para a

comunidade brasileira e rápido aprendizado.

(fonte:http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-

tecnologia/2014/10/software-do-inpe-atinge-marca-de-200-

mil-usuarios acesso em 26/09/2016)

VICOM Desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de

Janeiro(UFRJ), o VICOM(Vigilância e Controle),

permite consultar em um banco de dados

informações sobre patrimônio histórico, o objetivo é

facilitar o julgamento dos processos de intervenção

no patrimônio histórico(MOURA,2003).

GEOWEB Desenvolvido pela equipe de Geoprocessamento

da Prefeitura Municipal de Vitória(PMV) consiste

em uma plataforma GIS on-line que permite a

prefeitura inserir informações georeferenciadas na

visão espacial da cidade.

(http://geoweb.vitoria.es.gov.br/ acesso em 01/11/2016).

3.2 Envision Tomorrow: Estado da Arte

22O planejamento do meio urbano

desafiador. Responder a estes

sociais, econômicas, físicas e ambientais

sobre opções de política de uma comunidade, como

comunitários ou até investimentos em

Envision Tomorrow é um conjunto

sustentável que pode ser usado para analisar a viabilidade de desenvolvimento de uma

determinada região. É possível ainda refinar planos de transporte,

outras questões regionais complexas

desejável e alcançável.

Figura 11. Logotipo do software

Envision Tomorrow está sendo usado e em constante desenvolvimento há mais de 10 anos.

últimos três anos, a funcionalidade e os indicadores disponíveis no ET foram

de pesquisa e desenvolvimento financiados por uma série de concessões regionais de

planejamento de comunidades sustentáveis.

estabeleceu Envision Tomorrow como uma plataforma nacional para o planejamento de cen

e uma plataforma de código aberto com o objetivo de continuar a inovar e evoluir.

Envision Tomorrow é uma ferramenta que funciona em um

Informação Geográfica(SIG),

permite aos usuários conduzir

os impactos de determinadas tomadas

cinco diferentes cenários futuros.

22

http://envisiontomorrow.org/et-intro/

Envision Tomorrow: Estado da Arte

O planejamento do meio urbano para o futuro de nossas cidades torna-se cada vez mais

Responder a estes novos desafios, muitas vezes requer antecipar

conômicas, físicas e ambientais, com isso se fazem necessárias tomadas de decisões

sobre opções de política de uma comunidade, como, por exemplo, a aplicação de

investimentos em infra-estrutura.

é um conjunto inovador de ferramentas para planejamento urbano e regional

que pode ser usado para analisar a viabilidade de desenvolvimento de uma

determinada região. É possível ainda refinar planos de transporte, emissão de

outras questões regionais complexas permitindo assim uma visão compartilhada de um futuro

software Envision Tomorrow. Fonte: envisiontomorrow.org acesso em 17/03/2016

está sendo usado e em constante desenvolvimento há mais de 10 anos.

últimos três anos, a funcionalidade e os indicadores disponíveis no ET foram ampliados

pesquisa e desenvolvimento financiados por uma série de concessões regionais de

planejamento de comunidades sustentáveis. A crescente comunidade nacional de usuários

estabeleceu Envision Tomorrow como uma plataforma nacional para o planejamento de cen

e uma plataforma de código aberto com o objetivo de continuar a inovar e evoluir.

Envision Tomorrow é uma ferramenta que funciona em um software associado a

, mais especificamente o ArcGIS, em sua ferramenta ArcMa

permite aos usuários conduzirem análises de cenário, suas próprias prioridades, e compreender

determinadas tomadas de decisões. Em um mesmo projeto é possível analisar

cenários futuros. As medidas de comparações de cenários incluem

intro/ acesso em 10/04/2017

54

se cada vez mais

futuras condições

se fazem necessárias tomadas de decisões

por exemplo, a aplicação de serviços

planejamento urbano e regional

que pode ser usado para analisar a viabilidade de desenvolvimento de uma

gases poluentes e

uma visão compartilhada de um futuro

acesso em 17/03/2016

está sendo usado e em constante desenvolvimento há mais de 10 anos. Nos

ampliados por meio

pesquisa e desenvolvimento financiados por uma série de concessões regionais de

A crescente comunidade nacional de usuários,

estabeleceu Envision Tomorrow como uma plataforma nacional para o planejamento de cenários

e uma plataforma de código aberto com o objetivo de continuar a inovar e evoluir.

associado a Sistema de

sua ferramenta ArcMap, que

análises de cenário, suas próprias prioridades, e compreender

Em um mesmo projeto é possível analisar

As medidas de comparações de cenários incluem um grande

55

número de indicadores que estão relacionados ao uso da terra, habitação, demografia,

crescimento econômico, viabilidade de desenvolvimento, impactos fiscais, transporte, fatores

ambientais e qualidade de vida. A sua ferramenta de pintura de cenários, permite aos usuários

"pintar" cenários de desenvolvimento futuro alternativo na paisagem e comparar os resultados

dos cenários nas planilhas do Excel em tempo real.

Entre seus componentes básicos estão duas planilhas do Microsoft Excel chamadas de

Prototype Builder e a Scenario Spreadsheet que estão relacionadas com cenários espaciais no

ArcGIS, o principal objetivo é apresentar as saídas de cada cenário de maneira abrangente e

visual.

23Está em desenvolvimento uma versão do ET que pode ser acessada através de um navegador

web chamada de Envision Tomorrow on-line. O objetivo de implantar o Envision Tomorrow na

web é permitir que os usuários ampliem o acesso ao desenvolvimento de cenários além das

pessoas com acesso e conhecimento dos produtos de desktop, como o software

ArcGIS. Pessoas familiarizadas com o Google Maps possuem habilidade técnica necessária

para projetar um cenário. A versão baseada na web é executada no ArcServer 10.x. Envision

Tomorrow on-line ainda conta com medidores dos pilares do desenvolvimento sustentável que

indicam de forma visual na tela o quanto o seu cenário está em harmonia com o conceito de

desenvolvimento sustentável.

Envision Tomorrow já está em uso pelos municípios, governos regionais, e organizações

privadas nos Estados Unidos. A região de Chicago usa a ferramenta para realizar estudos sobre

habitação, Baton Rouge, Louisiana está analisando cenários de crescimento futuro, enquanto em

Portland, Oregon, o governo regional está refinando sua capacidade de testar as políticas de uso

do solo e transporte.

O Planejamento de cenário é uma metodologia única para qualquer cidade se preparar melhor

para o futuro, oferece poderosas ferramentas analíticas para estimar potenciais planos e

estratégias para satisfazer as necessidades locais e regionais de grande importância e dadas

diferentes suposições sobre o futuro ou presente. O planejamento de cenário fornece uma

maneira de avaliar como as cidades estão preparadas para lidar com novas questões e

possíveis mudanças, como, por exemplo, o aumento dos custos de energia ou até mudanças

demográficas.

23

http://envisiontomorrow.org/et-online/ acesso em 12/01/2017

56

As razões para fazer um planejamento de cenários são inúmeras, no entanto, o principal

benefício são as informações sobre as condições futuras, o que contribui na tomada de

decisões. Envision Tomorrow possui ferramentas poderosas para estimar os efeitos prováveis de

padrões de crescimento e desenvolvimento ao longo dos próximos 20 a 25 anos. As informações

destas ferramentas podem ajudar os governos locais a avaliarem seus planos existentes e os

prováveis resultados da implementação desses planos, ajudando a identificar problemas ou

necessidades, os pontos vulneráveis que precisam ser melhorados para assegurar a população

que estarão em uma situação sustentável no futuro.

O mundo está mudando rapidamente em vários aspectos, as mudanças climáticas, o

desenvolvimento tecnológico e os padrões da economia. Estas são as forças que afetarão as

cidades. Nós temos um grande desafio pela frente e o planejamento de cenários permites aos

órgãos públicos e seus decisores uma forma de avaliar em que caminho estamos seguindo,

como ele cruza com as novas tendências e mudanças, e como estaremos preparado para lidar

com estes novos fatores.

O uso específico do Envision Tomorrow vai depender de cada cidade, quais os desafios estão

presentes e quais os resultados desejados. Com já dito, os temas abordados pelo software

podem variar, como transporte, medição de emissão de gases, circulação do tráfego, estratégias

de desenvolvimento econômico, qualidade do ar, habitação entre outros.

Outra vantagem é que o planejamento por cenário é útil, tanto a nível regional quanto a nível

local, permitindo que as cidades em suas áreas metropolitanas e rurais trabalhem juntas

considerando as questões regionais de interesse comum. O diálogo entre as jurisdições locais

sobre seus objetivos e visões fornece um olhar abrangente mostrando aos órgãos públicos onde

estão de comum acordo e onde seus objetivos são conflitantes. O planejamento de cenários

ajuda os governos locais e a sociedade entenderem os impactos locais e regionais de tomada

de decisões, proporcionando uma oportunidade para o diálogo regional sobre questões de

interesse comum, para melhor coordenar as decisões de planejamento local.

Um fator interessante do software é sua capacidade de relacionar o padrão de

ocupação(edifício) com seu impacto na geração do sistema urbano, a contribuição do ET na

produção do sistema urbano pela sua governança. A figura abaixo faz uma ilustração deste

processo.

Figura 12. O processo de planejamento de cenário usando o Envision Tomorrow

acesso em 16/04/2016.

Não existe um tamanho definido

consideração que quanto maior o cenário mais dados serão necessários para o

geoprocessamento. Embora as etapas de planejamento são apresentadas de forma linear,

podem serem executadas em uma ordem diferente,

etapas em um processo iterativo. Os planejadores são encorajados a inovar e adaptar estas

recomendações para ajustar as suas condições locais.

O uso do Envision Tomorrow pode ser divido e

Etapa 1 – Criar uma planilha planejando o seu cenário

Inicialmente devemos identificar as questões mais im

estudo, depois define-se o âmbito geográfico

potencial, na sequência podemos começar a preparar a estratégia de desenvolvimento público.

Etapa 1 – Criar uma

planilha planejando o seu

cenário

Etapa 2 – Criar critérios de

avaliação

Etapa 3 – Configurar o

planejamento do seu

cenário

. O processo de planejamento de cenário usando o Envision Tomorrow. Fonte: envisiontomorrow.org

definido para o cenário a ser planejado, apenas deve

consideração que quanto maior o cenário mais dados serão necessários para o

. Embora as etapas de planejamento são apresentadas de forma linear,

s em uma ordem diferente, omitir alguns passos, ou até repetir algumas

etapas em um processo iterativo. Os planejadores são encorajados a inovar e adaptar estas

recomendações para ajustar as suas condições locais.

O uso do Envision Tomorrow pode ser divido em etapas, a seguir vamos enumerá

Criar uma planilha planejando o seu cenário

Inicialmente devemos identificar as questões mais importantes para o planejamento da

se o âmbito geográfico, as fontes de liderança e de fina

ncia podemos começar a preparar a estratégia de desenvolvimento público.

Etapa 4 – Criar um modelo

referência baseado nas

condições atuais

Etapa 5 – Envolver a

comunidade e partes

interessadas

Etapa 6 – Experimentar e

aprender: Planejamento de

cenários

Etapa 7

cenários

interessadas

dados finais

Etapa 8

Etapa 9

plano de

57

onte: envisiontomorrow.org

, apenas deve-se levar em

consideração que quanto maior o cenário mais dados serão necessários para o

. Embora as etapas de planejamento são apresentadas de forma linear,

omitir alguns passos, ou até repetir algumas

etapas em um processo iterativo. Os planejadores são encorajados a inovar e adaptar estas

vamos enumerá-las.

portantes para o planejamento da área de

as fontes de liderança e de financiamento em

ncia podemos começar a preparar a estratégia de desenvolvimento público.

7 – Apresentar os

cenários para as partes

interessadas e obter

finais

– Criar visão final

9 – Desenvolver um

de implementação

58

Um elemento chave da planilha será desenvolver um conjunto de princípios orientadores, eles

vão ajudar a priorizar os critérios de avaliação que serão usados para analisar o cenário no

decorrer do processo.

Etapa 2 – Criar critérios de avaliação

Esta etapa consiste em definir os resultados que você deseja medir para comparar

objetivamente os futuros possíveis. Normalmente os critérios de avaliação devem estar

relacionados com os objetivos da comunidade e com os planos já existentes. Estes critérios

também podem tratar de objetivos ou questões comunitárias novas ou emergentes, como saúde

pública, transporte ou até consumo de energia. Use critérios de avaliação para comunicar

benefícios, impactos e compensações de diferentes opções políticas e investimentos dentro de

cada cenário alternativo.

Etapa 3 – Configurar o planejamento do seu cenário

Envolve a coleta de dados e desenvolvimento de “blocos de construção”. Podemos trabalhar

com dados existentes ou fazer uma nova coleta de dados se necessária. Os chamados “blocos

de construção” usados pelo Envision Tomorrow para desenvolver um cenário, descrevem os

diferentes usos da terra, fazendo previsões futuras dentro de uma área de planejamento. Cada

bloco de construção é composto por uma mistura diferentes tipologias em parceria com a

finalidade de desenvolvimento, exemplificando, a quantidade de área dedicada a ruas, parques e

áreas civis. Estes blocos de construção ainda representam lugares que as pessoas já estão

familiarizadas, tais como ruas principais, centros da cidade e bairros residenciais.

Nesta etapa será necessário preparar os seus dados SIG. Será necessário coletar dados,

através de arquivos e criar camadas que serão combinadas, esta pintura das misturas de

camadas vai resultar em um efeito visual, por exemplo, áreas edificadas, áreas ambientais entre

as mais variadas opções.

Nesta etapa será fundamental a instalação do Envision Tomorrow, como já vimos neste capítulo,

o software pode ser adquirido no seu site oficial. É importante lembrar que antes da sua

instalação o usuário deve ter instalado o software ArcGIS, uma vez que o Envision Tomorrow

funciona através de uma de suas ferramentas.

A coleta de informações brasileiras pode ser realizada em sites de órgãos públicos, como, por

exemplo, IBGE, GEOSAMPA, entre outros.

59

Etapa 4 – Criar um modelo referência baseado nas condições atuais.

A melhor maneira de as partes interessadas e órgãos públicos tomarem decisões sobre o futuro

é entender onde eles estão hoje e qual sua perspectiva para o futuro. Esta etapa consiste em

documentar as condições existentes e, na sequencia, estimar os prováveis resultados dos

planos futuros e as tendências do desenvolvimento. Os resultados desta análise vão ajudar os

envolvidos a identificarem os problemas e determinar se os planos em curso irão atender as

necessidades futuras da comunidade, como, por exemplo, itens relacionados a número de

unidades habitacionais, consumo de energia, quantidade regional de empregos, uso de

automóveis entre outros. Esta análise também pode ser útil para fornecer parâmetros de

referência para a construção e comparação de cenários futuros alternativos equilibrados, uma

avaliação de vários anos de dados pode ser útil para determinar as tendências de crescimento.

Etapa 5 – Envolver a comunidade e partes interessadas

Envolver o público, partes interessadas e órgãos públicos em uma discussão sobre as diferentes

opções para o futuro da região. Trata-se de uma discussão clara sobre a análise da etapa

anterior e identificar questões e preocupações relevantes, fazer votações se necessário, com o

objetivo de rever as principais questões e testa-las nos cenários alternativos, será um momento

em que a pesquisa será compartilhada com a comunidade e as partes interessadas,

identificando onde estamos hoje e para onde vamos no futuro, onde devemos concentrar os

principais esforços e se existe alguma área fora das mudanças. Vamos discutir as avaliações de

viabilidade de desenvolvimento de etapas anteriores com o objetivo de fornecer um bom

contexto para o que será possível fazer em médio e curto prazo.

Digitalizar estes resultados em um arquivo para o ArcGIS analisando e criando novos cenários,

organizar as informações coletadas, preparar resultados e compartilhar este cenários com o

público.

Etapa 6 – Experimentar e aprender: Planejamento de cenários

Esta etapa consiste em criar cenários alternativos para experimentação.Serão realizados

diferentes tipos de combinações envolvendo o uso do solo, sistemas de transporte, serviços de

trânsito entre outros, visando o desenvolvimento futuro, algumas vezes até sugerindo a utilização

de modos alternativos, Envision Tomorrow então é usado para apresentar possíveis soluções

para estes cenários indicando a viabilidade do desenvolvimento sugerido.

60

Os cenários são avaliados por uma ampla gama de indicadores, nesta avaliação as opções de

cenários da área possuem os temas identificados no processo de planejamento, objetivos

políticos, acessibilidade, eficiência de transporte, qualidade do ar, etc.

Etapa 7 – Apresentar os cenários para as partes interessadas e obter dados finais

Nesta etapa o público é novamente envolvido, a comunidade terá a oportunidade de rever os

resultados da avaliação dos cenários alternativos, expor suas opiniões e preferências e

identificar políticas ou ações que considerem adequadas na realização de objetivos

comunitários. Este debate público será utilizado, juntamente com resultados da avaliações de

cenários alternativos, para refinar as alternativas e informar o desenvolvimento de um cenário

preferido, ou então usar alguns processos de diferentes cenários para resultar em um conjunto

de estratégias preferidas, estas contribuições serão reunidas. Uma dica importante, é manter a

discussão visual, ou seja, usar imagens em vez de texto, use simulações de fotografias ou

mapas de visão simplificada, desta maneira vamos chegar a uma estratégia em comum acordo.

Etapa 8 – Criar visão final

Criaremos uma narrativa que explique a visão final para a área de estudo, incluindo mapas,

imagens e indicadores de avaliação. O cenário escolhido ou conjunto de estratégias selecionada

devem capturar a visão da sociedade, esta visão pode ser comunicada em um mapa, este

documento de visão ilustrativa captura as metas comunitárias expressas durante o processo de

planejamento e descreve os resultados esperados com base no cenário preferido ou estratégia

selecionada. Esta visão se move através da análise detalhada dos cenários em conceito geral e

descrições de lugares e resultados.

Etapa 9 – Desenvolver um plano de implementação

Medidas apropriadas para tornar o projeto em realidade vão depender do cenário escolhido ou

das estratégias selecionadas. Embora o cenário preferido deva identificar as alterações da área,

o plano de execução deve apresentar e priorizar as ações possíveis para mover a área do

planejamento para o projeto desejado. O plano de execução deve também incluir um conjunto de

primeiras medidas com o objetivo de implementar o projeto.

Além de uma descrição clara dos programas e melhorias recomendadas, o plano de

implementação deve identificar as responsabilidades de liderança e fontes potenciais de

financiamento, produzindo assim uma melhor definição e clareza no projeto. O custo do projeto,

61

tanto de fontes públicas e investimento privado, devem ser levados em consideração nesta

etapa. O plano de implementação deve considerar fontes de financiamento, prazos e estratégias

de investimento e desenvolver um plano de coordenação intergovernamental que envolve as

entidades locais e regionais, conforme necessário. A estratégia de comunicação e um plano de

educação pública também devem ser incluídos no plano de execução para garantir o

envolvimento do público regional em futuros esforços de planejamento. Questões políticas ou

ações que precisam de mais estudo devem ser identificadas e documentadas.

Envision Tomorrow e os serviços urbanos

Crescentes pesquisas indicam que as pessoas pagam mais para ter acesso a facilidades

urbanas, por exemplo, casas localizadas perto de parques são geralmente mais valiosas.

Parques, escolas, pequenos varejos e locais de trânsito fluente são algumas comodidades que

enriquecem a experiência urbana. Ao replanejar uma área é muito importante levar em

consideração o investimento público e privado, e se bem aplicados podem mudar a conveniência

de uma área. Um pacote de comodidades urbanas podem aumentar a conveniência de uma

região e aquecer seu setor imobiliário. Definir prioridades de benefícios pode ser algo um pouco

complicado, calçadas, árvores nas ruas, parques, trânsito fluente, mas como definir qual terá

mais impacto? O replanejamento urbano usando Envision Tomorrow sugere que fazer um pacote

de serviços eficientes pode ter resultados melhores que solucionar problemas individuais.

Um fator que pode contribuir para o planejamento de cenário é a média de renda da população

da área a ser replanejada, esta informação pode contribuir com a viabilidade dos projetos

sugeridos para aquela área, quando se usa o Envision Tomorrow para modelar estes cenários,

os usuários devem criar uma variedade de protótipos de construção, onde cada um deles inclui

suposições sobre rendas realizáveis, dependendo do nível de renda serão definidos se os

determinados tipos de projetos de desenvolvimento são viáveis em curto e médio prazo

orientando os planejadores, os órgãos públicos e outras partes interessadas.

Um dos primeiros passos para um exercício de planejamento de cenário é entender o mercado

atual. Uma vez que a pesquisa de mercado está completa, o planejador terá indicadores se os

investimentos públicos e privados estão de acordo na região estudada. Por exemplo, supondo

que um pesquisador identifica que os atuais valores de alugueis residenciais estão em média

R$1 por metro quadrado e em paralelo estão sendo finalizados projetos no zoneamento desta

mesma área para permitir mais intensidade, fazendo investimento em árvores nas ruas,

melhorias no trânsito da região, assim o planejador pode seguramente assumir que as

62

mudanças no zoneamento e as novas comodidades urbanas, podem atrair uma população para

esta área de renda maior, entre 10% e 20%, isso irá refletir nos valores dos protótipos de

construção ET, onde o valor do m² será agora de R$1,10 a R$1,20. Mesmo aparentemente

pequeno o aumento, isso em grandes escalas podem trazer rentabilidade para a região,

considere o seguinte: se um apartamento em um edifício tem 40m² de área, um aumento no

aluguel de R$1 para R$1.20 por m² resultará para o locatário 20% de aumento no valor de seu

aluguel.

Ferramentas de Análise

Estes serviços urbanos citados e outros serão avaliados pelas ferramentas de análise do ET. A

seguir vamos conhecer algumas destas ferramentas.

O cérebro do funcionamento do ET está nas suas planilhas Excel, o usuário pode modificar

suposições, criar novas hipóteses e até mesmo adicionar novos indicadores, uma vez que, as

planilhas são abertas para realizar alterações, isto também facilita a criação de novas

ferramentas para o ET. Como já vimos neste capítulo, ET possui planilhas base interligadas, a

Scenario Spreadsheet(Planilha Cenário), a Prototype Builder(Protótipo de Construção) e os

modelos modulares individuais que podem ser vinculados dinamicamente à Planilha do Cenário,

como o Modelo de Impacto Fiscal e os Modelos de Viagem.

A ferramenta principal é a “Planilha Cenário”, ela possui a maioria dos elementos de cálculo e

por meio do ET fica vinculada ao geodatabase no ArcGIS.

Envision Tomorrow funciona como uma ferramenta de extensão para o ArcGIS, assim é

responsável por estabelecer uma conexão dinâmica com a Planilha de Cenário, onde de forma

interativa o usuário “pinta” o mapa no ArcGIS e as informações sobre a quantidade de área que

o usuário “pintou” são enviadas imediatamente para a Planilha de Cenário, o que, por sua vez,

resulta em mudanças nos gráficos dos indicadores.

O “Protótipo de Construção” consiste em um ambiente planejador do modelo de investimento,

semelhante aos modelos que desenvolvedores usam para avaliar a viabilidade financeira de

projetos, é uma parte integrante do processo de planejamento de cenários do Envision

Tomorrow. A ferramenta é utilizada para criar a construção da biblioteca que será usada na

pintura do cenário ou seja uma visão gráfica em cores do planejamento do cenário, esta planilha

ainda tem utilidade significativa como ferramenta independente de análise.

63

Figura 13. Esquema de Funcionamento do ET. Fonte: http://envisiontomorrow.org/how-envision-works-1/ acesso em

13/04/2017

O Prototype Builder também é usado para analisar a viabilidade de tipos de construção no

mercado, ele auxilia os planejadores a determinarem se os códigos de zoneamento e

desenvolvimento vão realmente resultar os dados de desenvolvimento desejados considerando

as condições atuais e futuras do mercado. Ele também pode ser usado para identificar como as

várias mudanças políticas afetam a viabilidade das tipologias de construção e quanto de

financiamento será necessário para estabelecer os tipos de desenvolvimento desejados,

podendo incluir subsídios diretos para projetos individuais como investimentos em equipamentos

públicos que tendem a aumentar rendas médias em uma comunidade a abrir novas

oportunidades de desenvolvimento.

64

Figura 14. Planilha Prototype Builder. Fonte: http://envisiontomorrow.org/enhanced-roi/ acesso em: 16/01/2017

O Prototype Builder permite aos usuários “construir” edifícios virtuais alterando dados

físicos(altura, tamanho da unidade, requisitos de estacionamento, etc.) e financeiros(custo do

terreno, as rendas médias, os custos de estacionamento, etc.) para avaliar o retorno sobre o

investimento nos mais diferentes tipos de construção, os parâmetros são introduzidos em uma

planilha experimental para determinar o retorno de um desenvolvedor de forma hipotética sobre

o investimento em um projeto de ferramentas de otimização, tais como empréstimos, subsídios e

créditos fiscais que podem ser adicionados para avaliar o impacto dessas ferramentas no retorno

de um projeto sobre o investimento. O impacto do investimento de utilidade pública também

pode ser usado para alterar os parâmetros de entrada com a finalidade de determinar o efeito

sobre a viabilidade do projeto relacionado a rendas médias mais elevadas.

As inserções de dados a nível genérico podem ser pré-carregadas para muitas das variáveis do

Prototype Builder, o refinamento local e a pesquisa devem acontecer no início do processo de

planejamento de cenários, recursos on-line podem ser úteis, além disso, entrevistas com

especialistas nas industrias de desenvolvimento e nos setores de gestão imobiliária e de crédito

podem ser muito importantes para a verificação dos dados da pesquisa de mercado. Podemos

exemplificar entradas físicas: nome do edifício(torná-lo específico), dimensões do lote, altura,

usos de construção, tamanhos médios das unidades, metro quadrado por funcionários(edifício

comercial), requisitos de estacionamento, configuração de estacionamento, eficiência de espaço

de estacionamento. Exemplificando entradas financeiras: custos de construção de uso da terra,

65

custo do terreno, aluguéis residenciais e comerciais, preço de vendas residenciais, custos de

construção de estacionamento.

Envision Tomorrow também possui a ferramenta de “Infra-Estrutura Verde”, que é uma

alternativa a infra-estrutura convencional “Cinza” onde usamos jardins para remover poluentes

de escoamento das águas fluviais, quantificando muitos do benefícios desta infra-estrutura em

um edifício de um cenário projetado pelo ET.

O modelo “Candidato de Redesenvolvimento” é uma ferramenta que permite aos usuários

identificar quais as parcelas em uma área de estudo são mais ou menos prováveis para a

reconstrução. Este assistente do ET possui dois métodos de análise e um mapeamento de

remodelação.

A ferramenta “Localização de Eficiência” é projetada para consumir uma série de fatores

relacionados com a forma urbana, demografia e mercado imobiliário. Antes de fazer uma análise

em pequena escala, muitas vezes é interessante estudar áreas maiores com análises

multicritério. Uma análise com um ângulo maior, com trânsito, escolas, delegacias,

supermercados, pode mostrar uma abordagem de pontuação composta que considera múltiplos

fatores podendo ajudar a construir uma análise robusta e transparente.

Usado para identificar áreas com desequilíbrio entre moradia, emprego, renda familiar e salário

do trabalhador, a ferramenta “Modelo Habitação e Força de Trabalho” mostra o impacto desse

desequilíbrio, sendo um precursor para o equilíbrio trabalho-trabalhador e o equilíbrio entre

salário e renda. O saldo de salário e renda indica que o salário anual dos residentes é

semelhante aos salários pagos por trabalhos na mesma área de atuação.

O modelo de “Habitação Equilibrada” é usado para analisar a oferta de habitação existente em

uma comunidade. Esta ferramenta também é usada para realizar uma análise da capacidade do

potencial de desenvolvimento e uma previsão futura relacionada a renda, usando essas

informações, o aplicativo é usado para criar uma série de recomendações estratégicas de

políticas futuras com uma oferta de habitação sustentável e equilibrada juntamente com objetivos

específicos que podem ser usados para determinar o futuro progresso de uma comunidade na

implementação do plano.

Envision Tomorrow através de suas ferramentas de “Acompanhamento de Viajem” analisa o

transporte e o tempo de viajem. Através da colaboração de Reid Ewing, um dos pesquisadores

de transporte mais importante dos EUA, ET inclui três ferramentas separadas para avaliar o

66

comportamento da viajem atual e futura. Cada ferramenta difere em sua metodologia e escala de

aplicação.

O objetivo da ferramenta de “Impacto Fiscal” é considerar mudanças de curto e longo prazo em

receitas e gastos associados a dos serviços municipais, proteção ambiental, desenvolvimento

econômico, transporte e infra-estrutura.

As ferramentas acima citadas possuem, em sua composição, indicadores de cenário, a seguir,

vamos entender os indicadores de cenário abordados pelo ET.

O que são indicadores de cenário?

Indicadores de cenário são ferramentas muito úteis para a criação e avaliação de cenários, e no

futuro, para monitorar e avaliar o desempenho de uma planejamento urbano. Os Indicadores são

as saídas de critérios de avaliação criados no início do processo de planejamento de um cenário,

geralmente refletem os princípios orientados, bem como as metas comunitárias anteriormente

estabelecidas. Os indicadores podem estar relacionados com metas ou questões comunitárias

novas ou emergentes, como trânsito, custo de habitação, qualidade do ar. Indicadores do tipo de

referência são aqueles que incluem impactos fiscais, viabilidade financeira, o equilíbrio do

emprego, transporte, uso de recursos naturais e outros relacionados a sustentabilidade.

Envision Tomorrow testa e refina os cenários alternativos e, em seguida, com base nos

indicadores compara e avalia estes cenários. Os indicadores permitem que os usuários do ET

relacionem os resultados a metas da comunidade e outros princípios orientadores, como

comunicar os benefícios, impactos ambientais e questões relacionadas a políticas e

investimentos. Na prática, esta abordagem não só permite que o público visualize o futuro da sua

região, mas como os planos finais criados usando o processo de planejamento ET irão resultar

em um cenário com um painel de indicadores permitindo um monitoramento durante o seu

progresso e fazendo ajustes ao longo de sua execução. A seguir vamos contextualizar estes

indicadores.

“Acres urbanizados” é um indicador da quantidade de terra desenvolvida em cada cenário,

podem ser incluídos no cenário os totais de acres já urbanizados ou novos acres a serem

urbanizados, dividindo assim o cenário em acres incrementais e terrenos baldios em uma

urbanização de redesenvolvimento. O número de acres urbanizados transmite uma ideia da

quantidade de terra desenvolvida em cada cenário. Esta unidade de medida não é usada no

Brasil, podendo ser substituída na “Planilha Cenário” por hectare.

67

Cada cenário inclui um mapa mostrando a localização do novo desenvolvimento, a camada

cenário é codificada com a oferta existente, área plantada, terra edificada, apresentando as

áreas desenvolvidas e o que está vago. Envision Tomorrow através destes dados SIG rastreia

automaticamente a quantidade de terrenos baldios e apresenta uma sugestão de cenário

desenvolvido. Para apresentar acres urbanizados totais em um cenário, a sugestão de novos

acres desenvolvidos são adicionadas aos acres já desenvolvidos e apresentados em um ano

base, podendo ser relatado como acres urbanizados totais ou acres urbanizados incrementais.

O indicador “Redesenvolvimento” indica o desenvolvimento de novas habitações e edifícios

através da reciclagem da terra que já passou por algum desenvolvimento, apresenta partes mais

antigas da região que estão atraindo novas moradias e investimentos, locais que já tiveram

algum tipo de desenvolvimento apresentam percentuais elevados de crescimento de

redesenvolvimento.

Envision Tomorrow através de dados SIG rastreia automaticamente áreas desenvolvidas que

estão vagas, estas áreas são “pintadas” no mapa pelo usuário, o programa monitora a

quantidade de desenvolvimento na área e as classifica como “desenvolvida” ao contrário de

vaga. Um cálculo matemático é feito envolvendo o número de acres reconstruídos para cada tipo

de desenvolvimento, este cálculo também envolve número de famílias e trabalhadores por acre

reconstruído para obter novas famílias e trabalhadores em terreno urbanizado.

“Custo da nova infra-estrutura”, diferentes tipos de desenvolvimento podem ter diferentes

impactos sobre o custo da infra-estrutura local. Este indicador mede o custo da infra-estrutura

local adicional para apoiar os novos desenvolvimentos. Geralmente é mais rentável construir

ruas, sistema de fornecimento de água e linhas de esgoto quando o desenvolvimento local é

mais denso, ou seja com a construção de novas casas ou edifícios para que os custos sejam

recuperados, locais de redesenvolvimento tem um custo ainda menor, onde a infra-estrutura

existente pode ser usada, mesmo quando precisa de algum reparo se torna mais barato quando

comparado a novos sistemas de fornecimento de água e esgoto. As estimativas de custos neste

indicador incluem estradas locais, água, esgoto, calçadas e bueiros.

Em cada tipo de desenvolvimento estão previstos em certos comprimentos, sistemas de esgoto,

água, pavimentação de ruas, os acres para cada tipo de comprimentos foram multiplicados pelo

comprimento da infra-estrutura necessária para determinar os pés lineares em cada um dos

cenários. Só o desenvolvimento em terrenos baldios é considerado, devido à grande variação

dos custos de infra-estrutura para a reconstrução. Em seguida, os pés lineares vagos são

68

multiplicados por um custo de construção da infra-estrutura prevista média por pé para obter os

custos totais da infra-estrutura, neste custo estão incluídas estradas locais, água, esgoto,

calçadas e bueiros. Em locais rurais os custo da infra-estrutura muitas vezes possui um cálculo

inferior devido a falta de esgoto, água, calçadas e bueiros.

“Construindo receita local”, adicionando novas moradias e postos de trabalho a uma

comunidade traz receita fiscal adicional que pode ser usada para novas infra-estruturas e

serviços de apoio a novos moradores e aos já existentes. Diferentes cenários podem produzir

diferentes quantidade de receitas fiscais devido aos valores de diferentes tipos de construção

local. O valor do edificado pode determinar o montante das receitas fiscais previsto, incluindo

impostos de propriedade, impostos sobre vendas e receitas em locais de comércio.

Edifícios possuem um custo de desenvolvimento, uma vez construído este custo é considerado

como um valor a ser acrescentado pela comunidade, o imposto sobre a propriedade pode ser

avaliado como um percentual do valor do novo edificado, a receita também é estimada com base

no valor de um novo desenvolvimento, por exemplo, o imposto sobre vendas é estimado

aplicando a média de vendas por pé quadrado para a metragem quadrada de varejo resultando

na percentagem de imposto sobre vendas locais.

“Demanda de habitação”, Envision Tomorrow inclui em seus cenários detalhes sobre o custo

das tipologias, assim pode facilmente estimar o número e tipos de unidades habitacionais de

uma comunidade e seu respectivo custo. Os cenários possuem uma gama de tipos de

habitações podendo ser comparados, identificando o perfil de um cenário de encontro às

necessidades habitacionais da população da região estudada.

Os tipos de desenvolvimento incluem informações detalhadas sobre o tamanho das unidades e

seu custo uma vez que cada um deles é composto de tipos de edifícios criados usando um

formato padrão. O tamanho, o custo e a média da renda da população local são saídas

automáticas de cada cenário. Os valores das unidades são relacionados aos rendimentos

familiares necessários para pagar as unidades. Este perfil de alojamento cenário pode então ser

comparado com o “futuro mix de habitação ideal” com base nos níveis de renda projetada de

futuros moradores. Isso permite que o usuário possa avaliar o nível das habitações e possíveis

incompatibilidades em um determinado cenário. A pontuação é atribuída a cada cenário, quando

um cenário atinge a pontuação 100 mostra que o cenário combinava exatamente com as

necessidades habitacionais da população da região.

69

O indicador “Mix de habitação” informa se o tipo de habitação é individual, familiar ou multi-

familiar medindo assim os tipos de habitação, bem como a densidade típica de novos tipos de

habitação usando um subconjunto de dados sobre o assunto, muitas vezes, uma rápida visão

quando um estudo mais completo não se faz necessário.

Cada cenário contém uma combinação diferente de tipos de desenvolvimento, cada tipo de

desenvolvimento é definido como uma determinada mistura de tipos de construção, portanto,

cada tipo de desenvolvimento contém uma certa mistura de moradias uni-familiares e multi-

familiares. O número de acres de cada tipo de desenvolvimento em cada cenário foram

multiplicados pelos modelos em cada tipo de desenvolvimento para avançar com o número de

novos modelos em cada cenário.

“Espaços de estacionamento e custos”, estacionamentos utilizam áreas significativas para

sua construção, estimativas da quantidade e custos dos estacionamentos em cada cenário

podem ajudar os municípios a entender qual o seu impacto no cenário, além disso, a estimativa

de estacionamento dentro de uma área de desenvolvimento pode ser útil para os municípios que

querem oferecer estacionamentos públicos.

Os tipos de desenvolvimentos incluem tipos de construção que tem associados estacionamentos

barracas, suas áreas e seus custos. Os estacionamentos barracas, suas áreas e seus custos

estão disponíveis como saída automática para cada um dos cenários. Os usuários podem usar a

função subárea no Envision Tomorrow para fazer a contagem e ter informações de custos mais

específicos.

“Equilíbrio entre local dos empregos e local da habitação”, a proporção de empregos para

as famílias nas várias subáreas dentro de uma região ou cidade pode ser um indicador

importante da saúde de uma região. Se existe um grande déficit entre emprego e habitação em

um ou mais subáreas , então um grande desequilíbrio irá ocorrer, colocando pressão sobre o

sistema de transporte e aumentando os custos deste sistema, a proporção de postos de

trabalhos relacionados a habitações resultam em um jogo onde o indicador deve medir pessoa e

seu destino.

Envision Tomorrow rastreia automaticamente o equilíbrio dos empregos existentes e novos com

a oferta de habitação dentro do cenário. Os usuários podem fazer um estudo mais detalhado em

determinadas subáreas, cidades ou bairros para avaliar equilíbrio entre empregos e habitação.

70

“Distribuição dos tipos de emprego em um cenário”, a distribuição do campo de trabalho é

outro indicador dos mais variados padrões em diferentes tipos de cenários. A distribuição dos

tipos de emprego em uma região vai depender do padrão de uso da terra. Informações sobre os

tipos de emprego também são importantes para estimar a carga fiscal local.

O tipo de desenvolvimento de uma região está diretamente ligada ao tipo do seu edificado,

incluindo os modelos comerciais. Quando o usuário seleciona tipos de desenvolvimento em uma

área o número associado de novos pés quadrados por tipo de emprego são automaticamente

rastreados pelo Envision Tomorrow, a distribuição da metragem quadrada pode ser analisada

em conjunto de subáreas usando a função “resumir” do ArcGIS.

O Indicador “Densidade regional” consiste na medida do número de pessoas, unidades

habitacionais e empregos por acre urbanizado ou milha quadrada em um cenário. Semelhante

ao indicador “Acres urbanizados”, “Densidade regional” prevê um indicador geral de densidade,

isto é, por vezes, uma comparação com as cidades existentes oferecendo resultados totais ou

incrementais.

Densidade Regional é medido pela divisão do número de pessoas, unidades habitacionais e

postos de trabalho pelo número de acres urbanizados em cada cenário. A área cultivada

urbanizada e contagem da população são automaticamente rastreados pelo Envision Tomorrow.

“Conectividade” é um indicador de como o sistema de ruas é conectado. Um sistema de ruas

bem planejado reduz o trajeto das viagens de automóveis e o seu congestionamento, uma vez

que, são maiores as ofertas de trajetos disponíveis, além disso, um sistema de ruas mais

eficiente permite ao usuário ter disponível rotas menores para o seu destino, incentivando outros

modelos de viagem, como, por exemplo, caminhadas e ciclismo.

Cada tipo de desenvolvimento possui tamanhos de ruas caracterizadas por uma média definida

pelo usuário que resultam em uma medição da densidade, esta medida é calculada no SIG e

incluída na camada cenário. Os tipos de desenvolvimento são atribuídos a esta densidade com

base no tamanho médio das ruas, as áreas que não são selecionadas no cenário em colorido

terão suas características atuais mantidas.

“Parques Urbanos”, a existência de parques urbanos podem contribuir muito para a qualidade

de vida dos moradores de uma região. Ótimos para o lazer e para a prática de esportes ajudam

a preservar a natureza ainda mais se puderem ser acessados sem o uso de um automóvel, são

um verdadeiro refúgio do meio urbano. Uma boa maneira de comparar a quantidade de parques

71

de várias áreas é medir a área cultivada do parque por uma determinada quantidade de

habitantes.

Cada cenário contém uma combinação diferente de tipos de desenvolvimento, cada um destes

tipos possui uma determinada quantidade de parques relacionada a uma percentagem da área

total. O número de acres de cada tipo de desenvolvimento de cada cenário é multiplicado pela

percentagem de parques em cada modelo para determinar o novo número de parques urbanos

dentro do cenário, os parques existentes devem ser identificados para o cálculo, a comparação

com outras áreas urbanas também é valida para estimar uma perspectiva.

“Perda de terras agrícolas e áreas de pastagem”, estes dois indicadores medem a perda de

agricultura e pastagem para o desenvolvimento, especialistas dizem que a manutenção destes

usos do solo nas proximidades é importante por várias razões, já outros dizem que há uma

abundância de terras agrícolas e não devemos nos preocupar com sua perda.

Independentemente disso, uma vez que é subdividida e desenvolvida, ela está perdida como um

recurso produtor e cultural. Essas terras também executam algumas funções de espaço aberto,

proporcionando habitat para algumas espécies e alívio da sensação de clausura encontrada em

áreas urbanas.

A perda de terras agrícolas e pastos é calculado resumindo os acres de novos desenvolvimentos

em terras devolutas ou seja terras que são públicas sem destinação e não pertencem a

patrimônio particular que se enquadram dentro das classificações agrícolas e pastagens de

cobertura da terra, esta metodologia pode ser aplicada a uma variedade de terras importantes,

tais como terras ambientalmente sensíveis.

“Superfície Impermeável”, superfícies impermeáveis podem ter um impacto negativo sobre a

saúde dos cursos da água de uma região, em vez de imersão e filtragem através do solo, a água

da chuva escorre lavando muitas substâncias poluentes, além disso, o aumento de escoamento

deste tipo de superfície também aumenta o volume de escoamento e a velocidade a que a água

é fornecida para as correntes, o que resulta em fluxos de pico mais elevados, isto pode ser

mitigado por melhores práticas de desenvolvimento.

Cada protótipo de edifício contém superfícies impermeáveis e espaços de estacionamento, além

disso, cada tipo de desenvolvimento contém este tipo de superfície nas suas ruas e áreas de

utilização cívica. Estes elementos estão automaticamente resumidos em uma percentagem de

cobertura de superfície impermeável para cada tipo de desenvolvimento. O número de novos

72

acres de superfície impermeável é calculada automaticamente através da aplicação deste

percentual a área plantada recentemente desenvolvida em um determinado cenário, isto é

combinado com a camada de superfície estanque para avaliar a superfície impermeável total

entre cenários, os resultados podem facilmente serem exportados para uso em outros modelos,

tais como modelos de águas fluviais.

“Recarga de Aquíferos”, o uso de coberturas impermeáveis pode ter impactos diferentes

dependendo da sua aplicação, por exemplo, aumentar a cobertura impermeável em uma zona

de recarga do aquífero pode afetar diretamente a capacidade deste aquífero, bem como a

qualidade da distribuição da água na superfície, quando ocorre o aumento de áreas

impermeáveis próximas a bacias hidrográficas gera efeitos adversos já conhecidos, devido a isso

Envision Tomorrow pode ser configurado para comunicar a cobertura em um ou mais polígonos

dentro do cenário.

Os mais variados tipos de edifícios possuem algum tipo de superfície impermeável somados aos

seus parques de estacionamento, além disso, em cada tipo de desenvolvimento possui este tipo

de superfície em suas ruas e calçadas, estes elementos são automaticamente resumidos em

uma porcentagem de cobertura de superfícies impermeáveis. O acompanhamento das áreas

impermeáveis pode ser alcançado rapidamente com um atributo exclusivo na camada cenário de

zonas de aquífero usando a função subárea dentro do Envision Tomorrow.

“Uso de energia dos edifícios” este indicador mede a energia usada para aquecimento,

refrigeração, aquecimento de água e iluminação, bem como o uso geral de energia

elétrica(computadores, eletrodomésticos, etc). O uso deste indicador pode ser dispendioso tanto

em termos de orçamentos domésticos ou de impacto ambiental, por isso é útil para comparar a

eficiência energética dos edifícios em cada cenário, isto é medido em termos da quantidade de

energia consumida por agregado familiar ou funcionário no período de um ano.

Pesquisas relacionadas ao consumo de energia normalmente são realizadas pelos órgãos

responsáveis, a média regional é ponderada para cada tipo de desenvolvimento baseado no

quadrado doméstico ou discriminadas por tipo de emprego como escritórios e indústrias. Estes

pressupostos, tanto para habitação quanto para emprego são aplicados automaticamente no

cenário para avaliação, o usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor

calibrar resultados para sua localidade.

73

“Emissões de Carbono”, o dióxido de carbono é um dos principais contribuintes para as

mudanças climáticas globais e muitas cidades estão buscando reduzir suas emissões de

carbono a longo prazo. Para determinar o impacto da emissão de dióxido de carbono de edifícios

em um cenário, podemos medir a quantidade de emissões por agregado familiar ou funcionário

anualmente. A quantidade de dióxido de carbono produzido depende das fontes de energia

utilizadas para sistemas elétricos de aquecimento. O carvão emite mais dióxido de carbono por

unidade de energia do que o gás natural, enquanto a energia eólica e solar não emitem dióxido

de carbono.

A Administração de Informação de Energia dos EUA fornece valores para toneladas de dióxido

de carbono emitido por milhão de BTUs de consumo de energia para cada fonte de

energia(carvão, gás propano, gás natural, etc.). A mistura de locais de fonte de energia é

utilizada para determinar o valor local para emissões de dióxido de carbono, que é então

aplicada aos números de uso de energia do edifício. O usuário é capaz de alterar facilmente os

pressupostos para melhor calibrar os resultados para sua localidade.

“Consumo de água interno”, o consumo de água tem um impacto importante tanto

financeiramente quanto ambientalmente. Contas de água podem tornar-se uma grande

proporção de despesas de consumo das famílias e o seu consumo em excesso pode colocar

uma pressão sobre o abastecimento de água, especialmente em regiões com escassez de

chuvas, o consumo de água interna por parte das famílias ou funcionários de uma empresa é,

portanto, medida chave para a sustentabilidade.

As médias nacionais para o consumo de água por agregado e por tipo de habitação ou por

empregado e por tipo de empresa são usados para calcular uma média geral para cada cenário,

o usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor calibrar os resultados em

sua localidade.

“Consumo de água para paisagismo”, um dos principais motores da utilização de água pelas

famílias é a necessidade de jardas de água para áreas ajardinadas.

A medida padrão para a quantidade de água necessária por pé quadrado de área paisagística é

aplicado à quantidade calculada de paisagismo em cada cenário para determinar o consumo

total de água para este uso. O usuário pode definir premissas máximas da área regada e ajustar

a quantidade de água acumulada usada, o consumo de água para paisagismo resultante é

calculado automaticamente para cada cenário.

74

“Produção de resíduos sólidos”, resíduos sólidos como lixo orgânico, material reciclável e

resíduos de jardim exigem infra-estrutura e energia para a transmissão e eliminação. A redução

destes resíduos do agregado familiar e de empresas contribui para os custos municipais.

As médias nacionais dos EUA para a produção de resíduos sólidos por agregado, por tipo de

habitação, por empregado e por tipo de emprego são usados para calcular uma média geral para

cada cenário. A produção de resíduos sólidos resultante é calculado para cada um dos cenários

automaticamente. O usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor calibrar

resultados para sua localidade.

“Produção de águas residuais”, sistemas de infra-estrutura pública dispendiosos são

obrigados a recolher, armazenar e tratar as águas residuais. Sistemas de esgoto podem ser

sobrecarregados por sistemas de produção e tratamento de águas residuais excessivas podendo

ser muito caro a construção de novos sistemas ou atualizar os existentes. A redução da

produção de águas residuais pode ajudar nos custos municipais e domésticos.

As médias nacionais para a produção de águas residuais por agregado, por tipo de habitação,

por empregado e por tipo de emprego são usados para calcular uma média geral para cada

cenário. O usuário é capaz de alterar facilmente os pressupostos para melhor calibrar resultados

para sua localidade, a produção de águas residuais é calculado automaticamente para cada

cenário.

“Equilíbrio de Habitação” este indicador é usado para analisar a oferta de habitação existente

em uma comunidade, ele também é usado para realizar uma análise da capacidade do potencial

de desenvolvimento e fazer previsões futuras por faixa etária e renda. Usando estas

informações, o indicador é usado para criar uma série de recomendações estratégicas de

políticas para a oferta futura de habitação sustentável e equilibrada, juntamente com objetivos

específicos que podem ser usados para determinar o futuro progresso de uma comunidade na

implementação do plano.

Informações de pesquisas realizadas são usadas para analisar a oferta de habitação existente e

demografia da comunidade. Dados SIG de zoneamento local são usados para determinar a

capacidade de habitações existentes, o que se traduz em categorias de renda com base nos

custos. As previsões demográficas são usadas para prever o crescimento do agregado familiar

por categoria e renda. A capacidade de habitação é então comparada com futuras famílias para

determinar onde existem divergências, os cenários podem ser avaliados em como o seu mix de

75

habitação combina com as necessidades futuras. As recomendações políticas são informadas

por pesquisas de preferência de uso doméstico e objetivos da comunidade.

“Consumo de energia dos edifícios”, este indicador é usado para determinar o consumo total

de energia de edifícios em diferentes cenários, isso ajuda os planejadores a avaliarem os

impactos do consumo de energia nos mais diferentes padrões de desenvolvimento com o

objetivo de reduzir ou retardar o crescimento do consumo de energia em uma região.

Informações de habitações, agregado familiar e fatores climáticos são usados para modelar o

consumo de energia para cada cenário, modelos diferentes são usados para edifícios comerciais

e residenciais. O uso de energia é composto de aquecimento, refrigeração, entre outros,

calculados separadamente e depois somados.

3.3 Requisitos básicos e instalação

Para realizar a instalação da versão desktop do software Envision Tomorrow se faz necessário

estar instalado no computador o software ArcGIS. O software possui licença de funcionamento e

tem um custo para compra, no site do fabricante, a empresa americana ESRI, é possível realizar

um cadastro e fazer uso do software por sessenta dias gratuitamente em uma versão para

estudantes. Após a instalação do ArcGIS, devemos acessar o site do ET

(http://envisiontomorrow.org/downloads/) e fazer download da versão correspondente ao ArcGIS

que receberá a ferramenta, 24as versões disponíveis no site do ET são:

• v3.6.0 for ArcGIS 10.4.1

• v3.6.0 for ArcGIS 10.3.1

• v3.6.0 for ArcGIS 10.2.2

• v3.6.0 for ArcGIS 10.2.1

• v3.4.0 for ArcGIS 10.1

• v3.4.0 for ArcGIS 10.0

Após feito o download, o arquivo setup.exe deve ser executado no computador de destino. Com

a instalação concluída a nova ferramenta ET pode ser visualizada no menu de ferramentas do

ArcMap, um módulo do ArcGIS.

24

http://envisiontomorrow.org/downloads/ acesso em 07/02/2017

Figura 15.

3.4 Funcionamento

Vamos testar o funcionamento do

reais, no bairro do Itaim Paulista, São Paulo, Brasil.

diversas pesquisas na linha de

Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu.

Partindo das habilidades do autor com análise e dese

descrita a seguir está baseada em manuai

oficial do ET, site das universidades parceiras e em contatos via e

desenvolvedora do software

Bibliográficas” desta pesquisa

A primeira tentativa de usar o Envision Tomorrow foi atravéz de sua versão

do software não precisa da aquisição e instalação do

de ser acessada pelo navegador

início não tivemos êxito em sua utilização. ET

25site antes de fazer uso dele, e ao tentar fazer este cadastro recebemos a mensagem de erro

como apresentada na figura abaixo.

25

http://et.tacc.utexas.edu/Home.aspx

. Ferramenta ET no menu do ArcMap. Fonte: Do Autor.

amos testar o funcionamento do software Envision Tomorrow, o teste será realizado

no bairro do Itaim Paulista, São Paulo, Brasil. O Itaim Paulista é objeto de estudo de

diversas pesquisas na linha de Gestão do Espaço Urbano no Programa de Pós

Stricto Sensu em Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu.

Partindo das habilidades do autor com análise e desenvolvimento de sistemas, a sequê

está baseada em manuais, vídeos disponíveis no Youtube, informações do

das universidades parceiras e em contatos via e-mail com a empresa

. Todos estas fontes estão relacionadas no item “R

pesquisa.

A primeira tentativa de usar o Envision Tomorrow foi atravéz de sua versão on

não precisa da aquisição e instalação do software ArcGIS no computador e pelo fato

de ser acessada pelo navegador web, a princípio parecia mais atraente. Infelizmente logo no

início não tivemos êxito em sua utilização. ET on-line precisa que o usuário faça um cadastro no

antes de fazer uso dele, e ao tentar fazer este cadastro recebemos a mensagem de erro

sentada na figura abaixo.

me.aspx

76

Envision Tomorrow, o teste será realizado com dados

O Itaim Paulista é objeto de estudo de

no Programa de Pós-Graduação

nvolvimento de sistemas, a sequência

informações do site

mail com a empresa

. Todos estas fontes estão relacionadas no item “Referências

on-line. Esta versão

ArcGIS no computador e pelo fato

, a princípio parecia mais atraente. Infelizmente logo no

precisa que o usuário faça um cadastro no

antes de fazer uso dele, e ao tentar fazer este cadastro recebemos a mensagem de erro

77

Figura 16. Cadastro para utilização do ET on-line. Fonte: Do Autor.

A princípio o insucesso apresentado no cadastro acontece por um erro na confecção da senha,

mas após inúmeras tentativas fizemos contato via e-mail com a Fregonese Associates que nos

respondeu que ET on-line, no momento, não está aberto para novos usuários.

Partimos então para versão desktop da ferramenta, foi necessária a aquisição e instalação do

software ArcGIS, utilizamos para este trabalho a versão 10.2.1, como vimos anteriormente o ET

está disponível da versão 10.0 a 10.4 do ArcGIS.

Ao começar usar o ET, seguimos um de seus 26manuais do usuário que dizia que ET possui uma

ferramenta chamada “ET Project Setup” que prepara o processo de calibração do shapefile, suas

planilhas e o geodatabase para a sua utilização. Também não tivemos sucesso no uso desta

ferramenta, uma vez que a opção não aparece na barra de ferramentas do ArcGIS como descrito

no referido manual, em contato via e-mail com os desenvolvedores do ET, recebemos a resposta

de que no momento a ferramenta não está disponível.

Após estas tentativas sem sucesso de uso do ET, juntamos todas as informações coletadas e

partimos para confeccionar manualmente os passos do processo para sua utilização.

O primeiro passo foi encontrar um shapefile sobre a área geográfica do bairro Itaim Paulista,

para tanto, no aplicativo do ArcGIS, o ArcMap, clicamos no item “Add Data”, e depois fomos em

“Adicionar Dados do ArcGIS Online”.

26

http://scss.soa.utexas.edu/home

Figura 17

Nesta opção procuramos pela cidade de São Paulo e adicionamos o respectivo

distritos da cidade.

Figura 18. Adicionando o

Após a importação do shapefile

geográfica do bairro Itaim Paulista. No menu, vamos em “Selection”,

Attributes”, desenvolvemos a query

ura 17. Coletando dados do ArcGIS Online. Fonte:Do Autor.

Nesta opção procuramos pela cidade de São Paulo e adicionamos o respectivo

. Adicionando o shapefile dos distritos de São Paulo. Fonte: Do Autor.

shapefile para nossa área de trabalho no ArcMap, vamos recortar a área

geográfica do bairro Itaim Paulista. No menu, vamos em “Selection”, depois

query com a ferramenta e clicamos em “OK”.

78

Nesta opção procuramos pela cidade de São Paulo e adicionamos o respectivo shapefile dos

dos distritos de São Paulo. Fonte: Do Autor.

para nossa área de trabalho no ArcMap, vamos recortar a área

depois “Select By

79

Figura 19. Recorte do shapefile. Fonte: Do Autor.

O resultado será como está apresentado na figura abaixo, reparem que a região do Itaim

Paulista fica selecionada no mapa, com isso vamos na opção “Data” e depois “Export Data”,

salvamos então o shapefile da área geográfica, neste momento podemos já excluir o shapefile

da cidade de São Paulo usado anteriormente.

Figura 20. Criando um shapefile da área geográfica desejada. Fonte: Do Autor.

Seremos então questionados se usaremos o novo shapefile como uma camada do nosso atual

projeto no ArcMap, após nossa confirmação o resultado será assim:

80

Figura 21. Resultado do recorte geográfico da área de estudo. Fonte: Do Autor.

Agora já temos os limites do bairro da área geográfica de estudo, vamos adicionar o shapefile do

uso da terra do estado de São Paulo, este shapefile será obrigatório para a aplicação do ET

descrita neste exemplo. Após a inserção do shapefile no projeto, iremos recortá-lo conforme a

geografia do Itaim Paulista, para isso usaremos a ferramenta do ArcGIS, ArcToolbox.

Figura 22. Recorte do shapefile do uso da terra baseado na área geográfica do Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.

Como já fizemos anteriormente, excluímos os antigos shapefiles do projeto, o resultado será

assim:

81

Figura 23. Resultado do recorte do shapefile do uso da terra do Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.

IMPORTANTE: Se o shapefile já for encontrado no recorte da área de estudo desejada, as

etapas de recorte acima descritas não se fazem necessárias. Veremos o exemplo do shapefile

abaixo que retiramos do 27site da Prefeitura da cidade de São Paulo.

Figura 24. Shapefile do uso da terra do bairro Itaim Paulista. Fonte: Do Autor.

Após a aquisição dos dados geográficos, se fazem necessárias algumas adaptações para que o

shapefile esteja nos padrões de uso do ET. Ao abrir a tabela de atributos do shapefile, duas

colunas são necessárias para o uso do Envision Tomorrow, “EX_LU” que deve conter o uso da

27

http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br

terra e “TOT_ACRE” que deve conter a quantidade de terra em acres. A segu

tabela de atributos do shapefile

Figura 25. Abrindo a tabela de atributos do

Para a perfeita calibração do projeto entre o

padroniza a nomenclatura dos indicado

tabelas de nomenclaturas padrão para o uso, onde o qualitativo é modo que devemos chamar os

atributos dentro da coluna “

informação por ser quantificada

população a tabela deve ser apresentada da seguinte maneira:

Figura 26. Modelo de p

que deve conter a quantidade de terra em acres. A seguir vamos preparar a

shapefile, começamos abrindo a tabela de atributos:

. Abrindo a tabela de atributos do shapefile. Fonte: Do Autor.

Para a perfeita calibração do projeto entre o shapefile e a planilha cenário, Envision

padroniza a nomenclatura dos indicadores, tanto no qualitativo quanto no quantitativo

tabelas de nomenclaturas padrão para o uso, onde o qualitativo é modo que devemos chamar os

“EX_LU” e o quantitativo será o nome das colunas em que a

quantificada, um exemplo, quando estamos falando do indicador de

população a tabela deve ser apresentada da seguinte maneira:

. Modelo de preenchimento da tabela de atributos no padrão ET. Fonte: Do A

82

ir vamos preparar a

e a planilha cenário, Envision Tomorrow

s, tanto no qualitativo quanto no quantitativo, existem

tabelas de nomenclaturas padrão para o uso, onde o qualitativo é modo que devemos chamar os

ome das colunas em que a

, um exemplo, quando estamos falando do indicador de

padrão ET. Fonte: Do Autor.

Ao encontrar um shapefile

nomenclaturas. Como vimos acima,

padrão para descrever este uso.

uso da terra do shapefile no sistema padrão descrito abaixo.

atributos de classificação de uso terrestre compatível com ET n

que é uma abreviatura de “Uso de Terra Existente

Figura 27. Classificação de uso de terra e

acesso em 22/06/2017

do uso da terra, a descrição do uso segue as mais variadas

Como vimos acima, Envision Tomorrow possui um sistema de classificação

padrão para descrever este uso. O usuário é responsável por traduzir a classificação única do

no sistema padrão descrito abaixo. Como já vimos,

de classificação de uso terrestre compatível com ET na camada de cenário é "EX_LU"

Uso de Terra Existente” em inglês.

27. Classificação de uso de terra existente. Fonte: http://envisiontomorrow.org/project

83

do uso da terra, a descrição do uso segue as mais variadas

Envision Tomorrow possui um sistema de classificação

O usuário é responsável por traduzir a classificação única do

Como já vimos, o campo de

a camada de cenário é "EX_LU"

http://envisiontomorrow.org/project-setup-calibration

84

Também como vimos no exemplo da população, as camadas de cenário possuem muitos

atributos quantificáveis, a codificação e rastreamento destas informações é muito importante

para os indicadores de cenário que requerem contagens totais (habitação, trabalhos, etc.) e

assim calcular resultados precisos quantificando o desenvolvimento existente e analisando o

redesenvolvimento. A seguir a tabela padrão ET de nomenclaturas.

Figura 28. Nomenclatura para os campos de desenvolvimento existentes. Fonte: http://envisiontomorrow.org/project-

setup-calibration acesso em 22/06/2017

Após o uso da terra já estar na co

“TOT_ACRE”, para tanto, faremos o seguinte:

Figura 29. Adici

A coluna “TOT_ACRE” deve ser criada como descrito no exemplo abaixo:

Figura 30. Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.

Após o uso da terra já estar na coluna EX_LU, precisamos criar e calcular a coluna

“TOT_ACRE”, para tanto, faremos o seguinte:

. Adicionando uma coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.

A coluna “TOT_ACRE” deve ser criada como descrito no exemplo abaixo:

Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.

85

calcular a coluna

tributos. Fonte: Do Autor.

Criando uma nova coluna na tabela de atributos. Fonte: Do Autor.

O cálculo da geometria deve ser realizado em A

planilha Excel para conversão das unidades de medida.

Figura 31

A seguinte janela será apresentada, escolha a unidade de medida e clique em “OK”.

Figura 32. Parâmetros para a criação da coluna. Fonte: Do Autor.

eometria deve ser realizado em Acres, depois podemos inserir fórmulas na

lanilha Excel para conversão das unidades de medida.

ura 31. Calculando a geometria da coluna. Fonte: Do Autor.

A seguinte janela será apresentada, escolha a unidade de medida e clique em “OK”.

. Parâmetros para a criação da coluna. Fonte: Do Autor.

86

is podemos inserir fórmulas na

A seguinte janela será apresentada, escolha a unidade de medida e clique em “OK”.

Após realizar as alterações na tabela o resultado deve ser

Figura 33. Tabela no formato necessário para o ET. Fonte: Do Autor

Agora precisamos da Planilha

ET.

Figura 34. Download

Após realizar as alterações na tabela o resultado deve ser apresentado da seguinte maneira

. Tabela no formato necessário para o ET. Fonte: Do Autor

lanilha Cenário, vamos fazer o download no já conhecido

Download da Planilha Cenário no site do ET. Fonte: Do Autor.

87

apresentado da seguinte maneira:

já conhecido site oficial do

Ao fazer o download da planilha, veremos que ela está preenchida com os dados de outra

região, vamos limpar os campos da planilha, as colunas na cor rosa são as entradas de dados,

estes dados devem ser retirados, mas cuidado, a planilha contem fórmulas que não devem

apagados junto com os dados.

Um fator fundamental para medir os reflexos d

preenchimento da já conhecida

planilha serão inseridas informações

estudada, e partir destas informações é que E

para os cenários propostos. Os dados depois de cadastrados dev

planilha cenário.

Figura 36. Importação dos dados da Planilha de Protótipos para a Planilha Cenário.

da planilha, veremos que ela está preenchida com os dados de outra

região, vamos limpar os campos da planilha, as colunas na cor rosa são as entradas de dados,

estes dados devem ser retirados, mas cuidado, a planilha contem fórmulas que não devem

apagados junto com os dados.

Figura 35. Planilha Cenário. Fonte: Do Autor.

Um fator fundamental para medir os reflexos das novas propostas de

já conhecida planilha de protótipos de construção a Prototyper Building

planilha serão inseridas informações dos protótipos de construção atuais e futuro

estudada, e partir destas informações é que Envision Tomorrow calcula as novas consequências

para os cenários propostos. Os dados depois de cadastrados devem ser importados para a

. Importação dos dados da Planilha de Protótipos para a Planilha Cenário. Fonte: Do A

88

da planilha, veremos que ela está preenchida com os dados de outra

região, vamos limpar os campos da planilha, as colunas na cor rosa são as entradas de dados,

estes dados devem ser retirados, mas cuidado, a planilha contem fórmulas que não devem ser

as novas propostas de cenários é o

Prototyper Building. Nesta

dos protótipos de construção atuais e futuros da região

calcula as novas consequências

em ser importados para a

Fonte: Do Autor.

Vamos agora criar o geodatabase,

geodatabase, Envision Tomorrow faz uso do geodatabase de tamanho ilimitado com extensão

“.gdb”.

Figura 37

Agora vamos importar o shapefile

seguinte:

Figura 38. Importação do

Após a importação, vamos abrir o geodatabase

geodatabase irá criar automatica

Vamos agora criar o geodatabase, como vimos no capítulo sobre SIG temos dois tipos de

morrow faz uso do geodatabase de tamanho ilimitado com extensão

ura 37. Criando o geodatabase. Fonte: Do Autor.

shapefile já pronto para dentro do geodatabase recém criado, faremos o

. Importação do shapefile para dentro do geodatabase. Fonte: Do Autor.

Após a importação, vamos abrir o geodatabase com o ET, veremos que o ET ao abrir o

geodatabase irá criar automaticamente algumas tabelas necessárias para o seu

89

temos dois tipos de

morrow faz uso do geodatabase de tamanho ilimitado com extensão

o geodatabase recém criado, faremos o

para dentro do geodatabase. Fonte: Do Autor.

com o ET, veremos que o ET ao abrir o

s para o seu funcionamento.

Figura 39

Após a abertura do geodatabase pela primeira vez, ET solicita que

Cenário que foi devidamente preparada para este projeto.

Figura 40. Abrir a P

Para analisar o desenvolvimento de uma determinada região, ET necessita das colunas

“VAC_ACRE” e “DEV_ACRE”, serão distribuídos nestas colunas os valores existentes na coluna

“TOT_ACRE” que criamos anteriormente, onde “VAC_ACRE” serão as áreas vagas

“DEV_ACRE” serão as áreas

começamos selecionando as áreas vagas do

ura 39. Abrindo o geodatabase no ET. Fonte: Do Autor.

Após a abertura do geodatabase pela primeira vez, ET solicita que seja aberta a P

enário que foi devidamente preparada para este projeto.

. Abrir a Planilha Cenário com a solicitação do ET. Fonte: Do Autor.

Para analisar o desenvolvimento de uma determinada região, ET necessita das colunas

“VAC_ACRE” e “DEV_ACRE”, serão distribuídos nestas colunas os valores existentes na coluna

“TOT_ACRE” que criamos anteriormente, onde “VAC_ACRE” serão as áreas vagas

áreas desenvolvidas. Devemos calcular a geometria das duas colunas,

começamos selecionando as áreas vagas do shapefile:

90

seja aberta a Planilha

Autor.

Para analisar o desenvolvimento de uma determinada região, ET necessita das colunas

“VAC_ACRE” e “DEV_ACRE”, serão distribuídos nestas colunas os valores existentes na coluna

“TOT_ACRE” que criamos anteriormente, onde “VAC_ACRE” serão as áreas vagas e

desenvolvidas. Devemos calcular a geometria das duas colunas,

Figura 41. Selecionando as áreas vagas do

Depois de selecionar as áreas vagas do

a coluna “VAC_ACRE”, lembrando que o cálculo deve ser em A

Figura 42

Invertemos a seleção e fazemos o mesmo procedimento de cá

. Selecionando as áreas vagas do shapefile. Fonte: Do Autor.

Depois de selecionar as áreas vagas do shapefile, vamos até a tabela de atributos para calcular

ando que o cálculo deve ser em Acres.

ura 42. Calculando a coluna “VAC_ACRE”. Fonte: Do Autor.

zemos o mesmo procedimento de cálculo para “DEV_ACRE”

91

, vamos até a tabela de atributos para calcular

“DEV_ACRE”.

Figura 43

Podemos reparar que após o cálculo destas colunas já

Figura 44. Interação das colunas

Agora, antes de realizar a pintura

“Dev Type Streets” os tipos de desenvo

estudo, exemplificamos abaixo:

Figura 43. Calculando “DEV_ACRE”. Fonte: Do Autor.

Podemos reparar que após o cálculo destas colunas já temos interação com a P

unas “VAC_ACRE” e “DEV_ACRE” com a Planilha Cenário. Fonte: Do A

ntes de realizar a pintura nos cenários, devemos cadastrar na Planilha

os tipos de desenvolvimento que estamos pretendendo

estudo, exemplificamos abaixo:

92

temos interação com a Planilha Cenário.

enário. Fonte: Do Autor.

lanilha Cenário, aba

o para a área de

Figura 45. Cadastro d

O resultado será refletido na paleta de cores do ET

sincronizado com a Planilha C

Figura 46. Resultado do cadastro dos tipos de desenvolvimento na pa

Após todo o processo de calibração do projeto pronto, vamos iniciar a pintura dos cenários,

selecionamos o tipo de desenvolvimento e

pintura no cenário através de um cliqu

Cadastro dos tipos de desenvolvimento na Planilha Cenário. Fonte: Do A

O resultado será refletido na paleta de cores do ET, isso ocorre após o geodatabase

Cenário.

. Resultado do cadastro dos tipos de desenvolvimento na paleta de cores do ET. Fonte: Do A

Após todo o processo de calibração do projeto pronto, vamos iniciar a pintura dos cenários,

namos o tipo de desenvolvimento e o tipo de pincel a ser usado, na sequê

pintura no cenário através de um clique em um ou mais polígonos.

93

Cenário. Fonte: Do Autor.

após o geodatabase estar

e cores do ET. Fonte: Do Autor.

Após todo o processo de calibração do projeto pronto, vamos iniciar a pintura dos cenários,

, na sequência fazemos a

Figura 47. Pintando c

Após a pintura, de uma forma interativa

para uma futura comparação de cenários, no rodapé, existe uma folha da planilha para cada

cenário proposto.

Figura 48. Planilha Cenário interagindo com pintura

Um fato muito interessante, é que

apresenta na Planilha Cenário o chamado

desenvolvimentos que acontecem por consequência do cenário proposto, como

. Pintando cenário com Envision Tomorrow. Fonte: Do Autor.

forma interativa os resultados aparecem na Planilha

para uma futura comparação de cenários, no rodapé, existe uma folha da planilha para cada

. Planilha Cenário interagindo com pintura do ET no ArcMap. Fonte: Do Autor.

Um fato muito interessante, é que, também baseado na pintura dos cenários

apresenta na Planilha Cenário o chamado “desenvolvimento infiltrado

desenvolvimentos que acontecem por consequência do cenário proposto, como

94

Cenário, veja que

para uma futura comparação de cenários, no rodapé, existe uma folha da planilha para cada

no ArcMap. Fonte: Do Autor.

pintura dos cenários, ET calcula e

infiltrado”, ou seja,

desenvolvimentos que acontecem por consequência do cenário proposto, como, por exemplo,

95

novos empregos, novos consumos de água e de energia entre muitos outros. Estes resultados

são baseados na Planilha Protótipo de Construção previamente importada para a Planilha

Cenário.

Neste momento estamos com o sistema pronto para realizar o planejamento urbano de uma

área, todos os componentes estão interagindo com o software Envision Tomorrow. Agora

Arquitetos e Urbanistas podem realizar todas as etapas de um planejamento urbano. As

unidades de medida poderão ser convertidas na própria Planilha Cenário, novas colunas para a

conversão devem ser criadas.

96

CONCLUSÃO

97

Com a evolução do significado de sustentabilidade urbana, onde, crescimento econômico com

igualdade, justiça social, uso racional dos recursos naturais, educação, saúde pública de

qualidade e combate a pobreza fazem parte de um planeta sustentável, este trabalho conclui que

o homem não pode somente pensar que deve conservar o meio ambiente e sim que ele é um

elemento deste meio que também deve se conservar. Sua conservação e seu bem estar

conseguido de forma correta reflete diretamente na conservação do meio ambiente como um

todo. A Ecologia também é feita de bom senso.

A conferência COP21, realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2015, pela

Organização das Nações Unidas em Paris na França, teve como principal objetivo manter o

aumento da temperatura inferior a 2°C, o acordo foi ratificado pelo atual presidente do Brasil

Michel Temer, este fato contribui para a necessidade de um planejamento urbano sustentável

nas cidades brasileiras, uma vez que, os meios urbanos são considerados os maiores vilões da

atualidade para sustentabilidade ambiental como vimos no decorrer deste trabalho.

O uso de Sistema de Informação Geográfica é muito importante para o planejamento urbano

das cidades, como também já vimos neste trabalho, o seu uso permite realizar análises e

simulações, prevendo determinadas situações e até encontrando novas soluções para os

problemas urbanos. O engajamento de profissionais de variadas áreas em trabalhos

interdisciplinares permite resultados extremante precisos quando tratamos do planejamento de

uma área geográfica. A tecnologia pode auxiliar os planejadores urbanos a conseguirem

promover uma cidade mais justa e sustentável para a sociedade.

Com base nos estudos realizados sobre sustentabilidade, problemas urbanos, o software

Envision Tomorrow mostrou-se bastante completo para a solução destes problemas. Com o seu

material bibliográfico todo escrito em inglês e seu desenvolvimento ter sido realizado para uso

nos Estados Unidos, o uso no Brasil é possível, mas se faz necessária uma grande quantidade

de adaptações, incluindo as unidades de medida. Este trabalho desvenda o seu funcionamento e

proporciona sua instalação e configuração para o uso prático da ferramenta. Neste ponto já é

possível que Arquitetos e Urbanistas sigam com o planejamento urbano de uma região usando

Envision Tomorrow e baseados em suas habilidades técnicas façam suas avaliações e

certificações.

98

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

99

ALIER, Joan Martínez. O Ecologismo dos Pobres. São Paulo: Contexto, 2007.

ALMEIDA, Cláudia Maria de; CÂMARA, Gilberto; MONTEIRO, Antônio Miguel; BATTY, Michael.

Geoinformação em urbanismo: cidade real x cidade virtual. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.

BRETON, Philippe. História da Informática. São Paulo: Editora Universidade Estadual Paulista,

1991.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro

Comum. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getulio Vargas 2ª Edição, 1991.

CONGRESSO MUNDIAL DE TRANSDISCIPLINARIDADE. Carta da Transdisciplinaridade.

Portugual, 1994.

DUARTE, Fábio. Arquitetura e tecnologias da informação: da revolução industrial a revolução

digital. São Paulo: FAPESP:Editora da UNICAMP, 1999.

EDWARDS, Brian. O guia básico para a sustentabilidade. Barcelona: GG, 2008.

FITZ, Paulo Roberto. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.

LAMAS, José M. Ressano Garcia. Morfologia Urbana e Desenho da Cidade. Lisboa: Fundação

Calouste Gulbenkian 6ª Edição, 2011.

LEITE, Carlos; AWAD, Juliana di Cesare Marques. Cidades sustentáveis, cidades inteligentes:

desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.

MEADOWS, Donella H..Limites do Crescimento. São Paulo: Editora Perspectiva S.A.,1972.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Sustentabilidade urbana: impactos do desenvolvimento

econômico e suas consequências sobre o processo de urbanização em países emergentes:

textos para as discussões da Rio+20: volume 1 mobilidade urbana. Brasília: MMA, 2015.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Sustentabilidade urbana: impactos do desenvolvimento

econômico e suas consequências sobre o processo de urbanização em países emergentes:

textos para as discussões da Rio+20: volume 2 saneamento básico. Brasília: MMA, 2015.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Sustentabilidade urbana: impactos do desenvolvimento

econômico e suas consequências sobre o processo de urbanização em países emergentes:

textos para as discussões da Rio+20: volume 3 habitação social e sustentabilidade. Brasília:

MMA, 2015.

100

MOREIRA, Luiz Alberto da Silva. Sustentabilidade Ambiental: Avanço ou retrocesso para o

desenvolvimento. Lagoa Santa: Publique-se!, 2015.

MOURA, Ana Clara Mourão. Geoprocessamento na Gestão e Planejamento Urbano. Belo

Horizonte: Ed. da autora, 2003.

NETO, Castro; SPINOLA, Jayme. Edifícios de alta tecnologia. São Paulo: Carthago e Forte,

1994.

PELTO, Pertti J. Iniciação ao Estudo da Antropologia. Rio de Janeiro: Zahar 7ª Edição, 1984.

PRUDENTE, Francesco. Automação Predial e Residencial – Uma Introdução. Rio de Janeiro:

LTC, 2013.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2000.

SCHUURMAN, Nadine. GIS: a short introduction. Singapore: Blackwell Publishing, 2004.

SILVA, Jorge Xavier da. Geoprocessamento para análise ambiental. Rio de Janeiro: Bertrand

Brasil, 2001.

VIGGIANO, Mário Hermes Stanziona. Edifícios Públicos Sustentáveis. Brasília: Senado Verde,

2010.

VIOLA, Eduardo J.; LEIS, Héctor R.; SCHERER-WARREN, Ilse; GUIVANT, Júlia Silvia; VIEIRA,

Paulo Freire; KRISCHKE, Paulo. Meio Ambiente, Desenvolvimento e Cidadania: desafios para as

Ciências Sociais. São Paulo: Cortez 2ª edição, 1998.

WILSON, John Peter; FOTHERINGHAM, A. Stewart. The handbook of geographic information

science. Singapore: Blackwell Publishing, 2008.

Consultas realizadas na internet:

http://www.revistas.usp.br/gestaodeprojetos/article/viewFile/103163/105968 acesso em

15/12/2016.

http://www.clubofrome.org/ acesso em 01/04/2016.

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/conferencia-das-nacoes-

unidas-para-o-meio-ambiente-humano-estocolmo-rio-92-agenda-ambiental-paises-elaboracao-

101

documentos-comissao-mundial-sobre-meio-ambiente-e-desenvolvimento.aspx acesso em

08/08/2016.

http://www.mma.gov.br/clima/protecao-da-camada-de-ozonio/convencao-de-viena-e-protocolo-

de-montreal acesso em 07/06/2016.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conferencia-onu-meio-ambiente-

rio-92-691856.shtml acesso em 23/08/2016.

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/forum-rio5-evento-da-onu-

para-avaliacao-de-resultados-da-conferencia-rio-92-sobre-o-desenvolvimento-sustentavel.aspx

acesso em 13/08/2016.

http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas/protocolo-de-quioto acesso em

08/08/2016.

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/conteudo_240164.shtml acesso em

28/08/2016.

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/a-rio20/rio10-participacao-da-

sociedade-em-debates-sobre-metas-para-meio-ambiente-pobreza-e-desenvolvimento-

sustentavel-dos-paises.aspx acesso em 04/09/2016.

http://www.lassu.usp.br/sustentabilidade/pilares-da-sustentabilidade/ acesso em 20/09/2016.

http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/rio20/temas-em-discussao-na-rio20/onu-

estabelece-tres-pilares-para-o-desenvolvimento-sustentavel-dos-paises-economico-social-e-

ambiental.aspx acesso em 30/09/2016.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1922175-EI8278,00-

Rio+quer+que+paises+ricos+reduzam+emissoes.html acesso em 03/09/2016.

http://www.rio20.gov.br acesso em 10/04/2016.

http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/o-que-sao-as-cop acesso em 17/09/2016.

http://www.cop21.gouv.fr/ acesso em 14/09/2016.

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/vocabulario.pdf acesso em 01/12/2016.

http://brasilescola.uol.com.br/geografia/megacidades.htm acesso em 15/12/2016.

102

http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_nascimento_da_internet.html acesso em

4/12/2016.

http://www.ufrrj.br/lga/tiagomarino/artigos/oqueegeoprocessamento.pdf acesso em 20/01/2017.

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/sistema-informacoes-geograficas-sig.htm acesso

em 15/01/2017.

https://unibhgeografia.files.wordpress.com/2011/04/apostila-arcgis-prof-patricia.pdf acesso em

27/11/2016.

http://geoweb.vitoria.es.gov.br/ acesso em 01/11/2016.

http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2014/10/software-do-inpe-atinge-marca-de-200-mil-

usuarios acesso em 26/09/2016.

https://www.ufg.br/n/88762-lancado-software-para-planejamento-do-trafego-urbano acesso em

26/09/2016.

http://www.cityzoom.com.br/informacoes.html acesso em:26/09/2016.

http://scss.soa.utexas.edu/home acesso em 01/04/2017.

Site oficial do Envision Tomorrow

http://envisiontomorrow.org/ acesso em 01/03/2016.

Manual do Usuário do Envision Tomorrow

http://www.marc.org/Regional-Planning/pdf/ETplus/20131029ENVISION-TOMORROW-

PLUS_USER-MANUAL_1stVERS.aspx acesso em 01/04/2016.

http://et.tacc.utexas.edu/pdf/Web%20Based%20Envision%20User%20Guide_v1.0.pdf acesso

em 01/11/2016.

http://vibrantneo.org/wp-content/uploads/2014/02/ScenarioBuilder-user-guide-june8.pdf acesso

em 01/05/2017.

Videoaulas no Youtube sobre o Envision Tomorrow

https://youtu.be/cAvfnErPdq4?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

01/04/2017.

103

https://youtu.be/Lo7KJr3OKlk?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

01/04/2017.

https://youtu.be/aQXVc5FUkw4?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

01/04/2017.

https://youtu.be/pKrsKVYtA6A?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

12/04/2017.

https://youtu.be/o5reTEhF4Pk?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

12/04/2017.

https://youtu.be/Ix6tG2Qj3xw?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

12/04/2017.

https://youtu.be/v7gTbBqwKAc?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

12/04/2017.

https://youtu.be/OKrusu1dDHo?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

13/04/2017.

https://youtu.be/ISO93pJoN20?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

13/04/2017.

https://youtu.be/1POkXEVUe8A?list=PLjD0Mnwna3y1XqaJ-zNzodNh3fiMbvvr- acesso em

13/04/2017.

https://youtu.be/AHiMwYQp1NY acesso em 02/03/2017.

https://youtu.be/zf_m-vd19dA acesso em 07/03/2017.

https://youtu.be/WIJS-03bTo0 acesso em 27/05/2017.

https://youtu.be/JWqkL-wZj8g acesso em 02/02/2017.

https://youtu.be/9nOX4B5Vs_Y acesso em 14/01/2017.

https://youtu.be/olygCfc3p3A acesso em 15/04/2017.