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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL BUSCANDO A SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS, FORMANDO FUTUROS CONSUMIDORES CONSCIENTES Bragança Paulista 2008

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

BUSCANDO A SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS,

FORMANDO FUTUROS CONSUMIDORES CONSCIENTES

Bragança Paulista

2008

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

BUSCANDO A SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA CRIANÇAS,

FORMANDO FUTUROS CONSUMIDORES CONSCIENTES

Autor: Silvana de Fátima Oliveira

Orientador: Profº Ms. André Gutierrez Beati

Trabalho de Estágio apresentado à

Banca Examinadora do Curso de

Tecnologia em Gestão Ambiental

da Universidade São Francisco

como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Gestor

Ambiental, sob a orientação

cientifica do Profº. Ms. André

Gutierrez Fernandes Beati.

Bragança Paulista

2008

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO

CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

VALIDAÇÃO DE MÉTODO EXPERIMENTAL BUSCANDO

A SUSTENTABILIDADE ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL PARA CRIANÇAS, FORMANDO FUTUROS

CONSUMIDORES CONSCIENTES

Autora: Silvana de Fátima Oliveira – RA 001200700285

_______________________________________________________

Profa. Dra. SHEILA C. CANOBRE

Presidente da Banca Examinadora

_______________________________________________________

Profa. ÂNGELA SANCHES DOMINGUES

_______________________________________________________

Prof. JEAN FERREIRA DA SILVA

_______________________________________________________ Prof. CÂNDIDA DA COSTA BAPTISTA

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DEDICATÓRIA

Ao Diogo, meu filho, a minha querida irmã Tais e seu marido Misael Machado,

aos meus pais Benedicto e Olímpia (in Memória), a todos os meus irmãos

especialmente ao Pedrinho, companheiro de todas as horas, além de irmão, amigo e

muitas vezes pai, orientando e apoiando quando necessário, mas que Deus precisou dele

mais cedo para projetos maiores.

A minha amiga Gabriela, ao seu marido Junior e ao Pedrinho que já está chegando

e dizendo que veio para lutar e com certeza ser um vencedor.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por todos os dias da minha vida, por me colocar em contato

com tantas pessoas diferentes no dia a dia e com cada uma aprendo um pouco, pelos

desafios que sempre surgem e sempre são resolvidos tudo ao seu próprio tempo.

Ao meu filho amado, Diogo um presente e uma benção na minha vida, pela

compreensão.

Ao Misael Machado , meu cunhado, pelas caronas durante o curso.

A diretora da Escola Municipal Professora Nilza Faria, Edna Maria Molisani

Carvalho que me oportuniza trabalhar as questões ambientais, pensando na formação do

cidadão do futuro.

Aos amigos e familiares que muitas vezes não dei atenção adequada por conta dos

trabalhos do curso.

Aos amigos de sala de aula, que juntos conseguimos fabricar muitas pérolas.

A professora Sheila Canobre orientadora metodológica, pela paciência.

Ao professor Orientador André Beati, pela grande colaboração, orientação e apoio

no final dos trabalhos.

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VI

RESUMO

O trabalho consta de um desenvolvimento experimental sobre os resíduos sólidos e suas

conseqüências criando suporte didático para atividades práticas como a proposta da

reciclagem para com alunos da “Escola Municipal Professora Nilza Faria”.

Um experimento que veio de encontro com o modelo de desenvolvimento que o País se

encontra, indústrias esgotando os recursos naturais não renováveis para manter sua produção,

a globalização e o avanço tecnológico levando ao hiper consumismo da sociedade, gerando

uma grande quantidade de resíduos, tornando a vida útil dos aterros sanitários cada vez

menor.

Para resolver o problema não adianta criar alternativas novas para diversos tipos de

resíduos. É necessária uma mudança de comportamento baseado no conhecimento (educação

e educação ambiental), formando os futuros consumidores conscientes em suas escolhas, pois

sem esta consciência qualquer tratamento de resíduos que se possa existir se torna ineficaz.

A relação entre a educação ambiental e a formação do cidadão caracteriza uma

importância fundamental que é assegurar ao indivíduo o exercício consciente da cidadania, e

para isso, é preciso apontar e levantar questões que envolvam aspectos sociais, tecnológicos,

econômicos e políticos, preparando-o para participar ativamente numa sociedade democrática.

Nesse sentido, os educadores evidenciam a necessidade do aluno adquirir um

conhecimento poder participar com maior fundamentação na sociedade atual. Porém, é

importante efetivar um diálogo interdisciplinar, principalmente no campo sócio-ambiental, no

qual as idéias e o saber estão presentes em todos os campos do conhecimento.

Palavras-chave: Consumo, consciência, educação.

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VII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 – TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DO LIXO

Tabela 3.1 – RESÍDUOS SÓLIDOS

TABELA 3.3 – CRONOGRAMA DOS TRABALHOS

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VIII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 – ÍNDICES DE RECICLAGEM NO BRASIL

Figura 1.2 - DISTRIBUIÇÃO DA DECOMPOSIÇÃO DO LIXO NO BRASIL

Figura 3.1 – FOTO DAS CRIANÇAS SELECIONANDO OS RESÍDUOS

Figura 3.2 – FOTO DAS CRIANÇAS SELECIONANDO OS RESÍDUOS

Figura 3.3 – CAIXAS ANTES DE DESENTERRAR

Figura 4.1 – AS CAIXAS LOGO APÓS SEREM DESENTERRADAS

Figura 4.2 – BOLSAS E SACOLAS FEITAS DE CORTINAS USADAS

Figura 4.3 – FRUTEIRA E FRUTAS FEITAS FDE PAPÉIS USADOS

Figura 4.4 – LUMINÁRIA FEITA DE PAPELÃO

Figura 4.5 – BOLSA, CHAPÉU FEITAS DE SACOLAS DE SUPERMERCADO

Figura 4.6 - ESTOJO FEITA DE SACOLA PLÁSTICA

Figura 4.7 – FEIRA AMBIENTAL NA ESCOLA

Figura 4.8 – FEIRA AMBIENTAL NA ESCOLA

Figura 4.9 – FEIRA AMBIENTAL – SIMPÓSIO USF

Figura 4.10 – FEIRA AMBIENTAL – SIMPÓSIO USF

Figura 4.11 – APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS - II TECNO AMBIENTAL

Figura 5.1 – MINI PALESTRAS – AGENTES MULTIPLICADORES

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IX

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 01

1.1 DIAGNÓSTICO DA INSTITUIÇÃO 01

1.2ASPECTOS TEÓRICOS 05

2. OBJETIVOS 15

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 20

5. CONCLUSÃO 26

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1 – INTRODUÇÃO

1.1 – DIAGNÓSTICO DA INSTITUIÇÃO

Denominação Atual: Escola Municipal “Professora Nilza Faria”, autorizada pela

Portaria do Dirigente Regional de Ensino, conf. DOE de 18/04/98 Sec. I pág.19. Endereço: Rua José Dominicci, S/N – Jardim do Cedro – tel.4035-5038

Cidade; Bragança Paulista – SP Secretaria Municipal de Educação

Denominações anteriores:

E.E.P.G.(A) da Vila Santa Lúcia - decreto 18.361- DOE 06/01/82

E.E.P.G.(A) “Profª Nilza Faria” – Lei 4.723 – DOE 28/09/85

E.E.P.G. “Profª Nilza Faria” – Decreto 28.196 – DOE 29/01/88

E.E.P.G.(A) “profª Nilza Faria” – Res.SE 37 DOE 24/02/96

Níveis mantidos:

Ensino Fundamental I com duração de 4anos é da seguinte forma: Ciclo I – 1ª e 2ª etapas e

Ciclo II 1ª e 2ª etapas – Autorizada pela Portaria do Dirigente regional de Ensino, conf. DOE

de 18/04/98 Sec.I pág.19.

Horário de Funcionamento: 7:15 às 12:15 e das 12:30 às 17:30

a – REALIDADE ESCOLAR - CLIENTELA ESCOLAR

A escola Municipal “Profª Nilza Faria” atende, em sua maioria, os alunos provenientes

do Jardim Cedro, São Caetano, Santa Lúcia, Morumbi, Popó, entre outros.

Nossos alunos se encaixam na faixa etária dos 07 aos 15 anos. Pertencem a uma classe

social oscilante entre média-baixa e baixa.

Após pesquisa realizada com os pais de alunos, pôde-se constatar que 97,5% dos alunos

vem a pé para a escola, 0,5% de carro e 2,0% de ônibus.

Em relação ao atendimento médico utilizado pela família, 88,0% dos alunos utilizam o

SUS, 17,0% têm convênio médico e 5,0% utilizam tratamento particular. No item relacionado

à moradia 44,4 possuem residência própria, 30,1% vivem em moradia de aluguel e 25,5%

vivem em moradia cedidas. Já em relação à renda familiar, 37,1% das famílias possuem renda

de menos de um salário mínimo, 57,7% ganham entre um e três salários mínimos, 4,7%

ganham de 4 a 7 salários mínimos. No que se refere ao número de pessoas que residem com o

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aluno na mesma moradia, 15,3% moram de 2 à 3 pessoas, 57,6% de 4à 6 pessoas, 23,0% de

7à 10 pessoas e 4,1% acima de 10 pessoas. Com relação ao item com quem o aluno reside,

68,2% moram com os pais, 21,8% com a mãe, 2,5% com o pai, 2,5% com os avós, 5,0%

moram no SAMA. O grau de escolaridade dos pais é o seguinte: 17,9% são analfabetos,

64,2% possuem primeiro grau, 15,2% possuem o segundo grau e 2,7% Ensino Superior.

Através desta pesquisa pôde-se constatar que, boa parte dos alunos são carentes, várias

famílias são desestruturadas, pois têm 5,0% dos alunos que são internos do SAMA.

b – FUNCIONÁRIOS

A escola possui um grupo de funcionários orientados para atender as necessidades

diárias da escola e dos alunos. Seguindo o Regimento Comum das Escolas Municipais diz

que: Aos serventes e Auxiliares de Serviços Escolares cabe:

Artigo 43

I – Cumprir as determinações do Diretor, no âmbito de suas funções e tarefas afins, na

escala de trabalho que for atribuída;

II – Zelar pela guarda, executando serviços de conservação e limpeza dos equipamentos,

instrumentos e materiais escolares da unidade;

III – Comparecer as solenidades e quaisquer outras atividades para as quais tenham sido

convocados.

Artigo 44

Cabe especificamente aos Serventes, fazer a limpeza interna e externa do prédio, suas

dependências, móveis e utensílios escolares.

Artigo 45

O preparo de alimentos dos alunos é tarefa específica dos Auxiliares de Serviços

Escolares.

No setor de merenda, o serviço foi terceirizado com contrato até 31/12/2008.

Artigo 46

O núcleo Administrativo terá a função de dar apoio ao processo educacional, auxiliando

a direção nas atividades relativas a;

I – documentação e escrituração escolar e de pessoal;

II – organização e atualização de arquivos;

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III – expedição, registro e controle de expediente;

IV – registro e controle de bens patrimoniais.

Parágrafo único – Integram o Núcleo Administrativo: O Secretário e o Auxiliar

Administrativo.

Na secretaria, contamos com uma Secretária de Escola e uma Auxiliar Administrativa,

realizando as tarefas de: atendimento aos pais, vida escolar do aluno, entre outras tarefas,

quando solicitadas.

c – CORPO DOCENTE

O Corpo Docente da escola é formado por doze professoras, sendo quatro no período

da manhã, quatro no período da tarde e quatro com cargo de professora substituta, Seguindo o

Regimento Comum das Escolas Municipais que tem como funções:

Artigo 47

Integram o Corpo Docente todos os professores da escola, que exercerão suas funções,

incumbindo-se de: I – participar da elaboração da Proposta Pedagógica da Escola;

II – elaborar e cumprir plano de trabalho;

III – zelar pela aprendizagem de alunos;

IV – Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de baixo rendimento;

V – cumprir os dias letivos e carga horária de efetivo trabalho escolar, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, a avaliação e ao desenvolvimento

profissional;

VI – colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

d – OBJETIVOS GERAIS E METAS

As prioridades da Unidade Escolar Escola Municipal “Profª Nilza Faria” são: Maior

participação da comunidade, elevar a qualidade de ensino, melhoria no desempenho escolar,

combater à evasão, adequação do espaço físico e da proposta pedagógica para recebimento do

ensino de 9 anos, buscar parcerias, implementação de diferentes processos avaliativos e no

trabalho com a educação ambiental que os alunos gerem atitudes que contribuam para

formação de sociedades sustentáveis.

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e – MISSÃO

Melhorar a qualidade de ensino organizando o processo de aquisição de habilidades, atitudes

e conhecimentos específicos, úteis e necessários para que os indivíduos se integrem na

sociedade.

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1.2 – ASPECTOS TEÓRICOS

A educação é um processo de construção e reconstrução da realidade que visa a

transformação da comunidade escolar ao longo de sua existência. Esse processo acontece a

partir de uma ação conjunta, do coletivo escolar, sobre uma nova visão em que o aluno é

entendido como um ser que contribui para a sua própria aprendizagem de forma ativa:

seleciona, assimila, interpreta e generaliza informações sobre seu meio físico e social.

A construção de uma Proposta Pedagógica tem como horizonte promover uma escola

que possa garantir que o processo de transformação do aluno ocorra em um ambiente

democrático, acolhedor, reflexivo, estimulante, levando-o a reconhecer a si próprio como

parte integrante da sociedade.

Além dos objetivos propostos pela LDB, a escola, baseada na Política Educacional do

Município e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, tem um ensino centrado no

desenvolvimento de competências e habilidades, contextualizado e formador do cidadão.

A escola pública tem o papel de organizar-se como um espaço de respeito às diferenças

e um ambiente formativo. Para tanto, o ensino e aprendizagem devem ser focados no

desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para que os alunos possam lidar

com as mesmas, utilizadas em determinado momento, podendo analisá-las, criticá-las, tirando

suas próprias conclusões.

A Proposta Pedagógica da E.M Profª “Nilza Faria” tem como concepção que

aprendizagem é uma troca entre professores/alunos e alunos/alunos. A visão sócio-

construtivista interacionista é referencial básico para a compreensão de como as crianças

aprendem e se desenvolvem.

O aluno é reconhecido como ser participativo ativo em sua aprendizagem, sendo o

professor um mediador do conhecimento.

A escola tem o papel de promover oportunidades para “todos”, promovendo

cooperação, solidariedade, respeito às diferenças, à capacidade de aprender, à curiosidade, à

integração cultural, valorizando a formação da identidade dos alunos e professores. [1,2]

A educação exerce um papel fundamental na preparação do educando a “aprender a

aprender” a respeitar a vida, o homem, a natureza; a “aprender a ser” humano, ético, sensível

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às necessidades; a “aprender a conviver” com as diversidades do mundo; e “aprender a viver”

em harmonia consigo e com o outro. Para isto, é necessário fazer da sala de aula um espaço de

discussão e reflexão criando condições para uma compreensão crítica sobre a realidade da

vida. [3]

Para o resgate ou mudança de valores são necessários movimentos sociais, suportes

culturais, experiências em diferentes situações que propiciem oportunidades de

conscientização, em relação de ser e estar no mundo. [4]

A educação ambiental exige um conhecimento aprofundado em várias áreas cientificas.

As causas sócio-econômicas, políticas e culturais fontes geradoras dos problemas ambientais,

só serão identificadas com a contribuição dessas ciências No entanto não deve ser confundida

com elas. Assim educação ambiental não é ecologia, mas utilizará sempre dessa ciência

sempre quando houver necessidade.[5]

Não se trata de entender e atuar sobre esta problemática ecológica e manter o equilíbrio

dos ecossistemas como ocorreu até a década de 1970. Deve-se estabelecer relações de causa e

efeito dos processos de degradação com a dinâmica dos sistemas sociais.[5]

Desde meados do século XX a consciência ecológica vem aumentando, porem apenas

isto não garante uma ação transformadora. Para que a educação ambiental se concretize, é

necessário que conhecimentos e habilidades sejam incorporados, e que principalmente

atitudes sejam formadas a partir de valores éticos e de justiça social, pois são estas atitudes

que predispõe a ação.[5]

A crise de identidade da educação ambiental já foi superada: “a especificidade da

educação ambiental brasileira, alem da sua diversidade, é ter muito claro o seu compromisso

político, a sua pertinência filosófica, a sua qualidade pedagógica e uma constante

renovação”.[5]

Desde que foi sancionada a Lei Federal n.6.938 de agosto de 1981, que dispõe sobre a

Política Nacional do meio Ambiente, incluindo as finalidades e os mecanismos de formulação

e execução, a educação ambiental foi considerada como um dos alicerces, devendo ser

contemplada em todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, a fim de

capacitá-la para a participar ativamente da defesa do meio ambiente.[5]

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Conforme a Lei Federal n.9.795, de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional da

Educação Ambiental, todos tem direito à educação ambiental componente essencial e

permanente da educação nacional, que deve ser articulada em todos os níveis e modalidades

de ensino, sendo de responsabilidade do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA),

do Sistema Educacional, dos meios de comunicação, do Poder Público e da sociedade em

geral. Em seu art.5°, a lei estabelece entre os objetivos fundamentais: [5]

o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável na preservação do equilíbrio do

meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício

da cidadania (IV);

o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o

futuro da humanidade (VII).

O século XXI iniciou-se com uma grande crescente tensão sócio- ambiental em que se

pode identificar três dimensões principais:[6]

O consumo: No final do milênio, a sociedade moderna consome os recursos naturais

renováveis numa velocidade superior do que o planeta consegue fazer a reposição natural e

gera desperdício num nível superior do que se consegue reciclar.[6]

A degradação ambiental: criou-se tecnologias e produtos não degradáveis e tóxicos para

o meio ambiente. Esses produtos e substancias não são assimiladas por nenhum organismo

vivo, somente se acumulam contaminam o solo, a água, o ar, portanto a cadeia de alimentos:

flora, fauna e seres humanos.[6]

A pobreza: O consumo crescente dos recursos naturais não está associado a uma divisão

eqüitativa, gerando grande desigualdade social, esta desigualdade gera grandes deslocamentos

de populações das zonas rurais para os centros urbanos, acarretando mais problemas de ordem

social, desemprego, habitações, saúde e outros. [6]

A degradação ambiental torna-se tão evidente que a preocupação com o planeta é de

cunho mundial, exigindo dos governos, da sociedade científica e da sociedade civil, tomada

de posição e o desenvolvimento de ações que venham contribuir para minimizar os problemas

e garantir a sustentabilidade dos ecossistemas.[3]

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É neste ponto que a educação entra com a sua contribuição, sensibilizando as diferentes

gerações sobre a realidade e possibilitando a oportunidade de mudança de atitudes, hábitos e

valores.[3]

Uma das oportunidades que a educação pode aproveitar como meio de conscientização

é utilizar os meios próximos da realidade do aluno como os resíduos ou como popularmente é

conhecido o lixo.

a – LIXO E SUA CLASSIFICAÇAO

A cultura que se tem de longa data é a de que se algo não serve mais, deve ser jogado

fora, gerando-se então uma quantidade enorme de coisas aparentemente inúteis, que nos

acostumamos a chamar de “lixo”. Mas a literatura diz sobre lixo que:

“Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade

de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”.[7]

"Lixo é tudo aquilo que não se quer mais e se joga fora; coisas inúteis, velhas e sem

valor". [8]

O lixo tem uma composição química diversificada, que é definido pelas características

de onde é produzido, podendo ser classificado como:

• Orgânico – Quando resultante de resto de ser vivo animal ou vegetal. É gerado

pelas atividades humanas e é facilmente decomposto pela natureza.

• Inorgânico – Quando resultante de material sem vida. Constituído por vidros,

plásticos, papeis, metais, restos de tecidos. Pode ser gerado pelo homem ou pela

indústria e é de difícil decomposição.

Quanto a sua origem o lixo pode ter a seguinte classificação:

• Domiciliar - constituído por restos alimentares, embalagens em geral, papel

higiênico, fralda descartável e demais rejeitos.

• Comercial – constituído por restos alimentares, embalagens em geral e papéis.

• Industrial – constituído por rejeitos sólidos e líquidos de composição variada

dependendo dos materiais e processos usados.

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• Agrícola – constituído por resíduos sólidos das atividades agrícolas e da

pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração e restos de

colheita.

• Entulho – constituído por resíduos da construção civil: demolição e restos de

obras, solos de escavação, etc.

• Hospitalar – este é um tipo especial de lixo, contendo agulhas, seringas,

curativos, o chamado lixo patogênico, o que produz inúmeras doenças.

Segundo dados do IBGE de 2001, a quantidade de lixo coletado diariamente no Brasil é

de 228.413 toneladas, o que representa 1,25kg por habitante. A pesquisa ainda mostra que o

lixo produzido nas residências brasileiras é coletado (85%) diretamente do domicilio pelos

órgãos de limpeza urbana; os despejados em caçambas, tanques ou depósitos (9%) são

coletados indiretamente e, os jogados nas ruas, terrenos baldios,etc (3%) são queimados ou

enterrados.

Na realidade de tudo isto que se chama lixo, mais de 50% pode ser reutilizado ou

reciclado. O lixo é caro, pois gasta energia, leva tempo para decompor, conforme pode ser

observado na tabela 1.1, e demanda muito espaço. [9]

Figura 1.1 -Tempo de decomposição dos materiais Material Tempo de decomposição

Papel De 3 a 6 meses Pano De 6 meses a um ano

Filtro de cigarro 5 anos Goma de mascar 5 anos Madeira pintada 13 anos

Nylon Mais de 30 anos Plástico Mais de 100 anos Metal Mais de 100 anos

Borracha Tempo indeterminado Vidro 1 milhão de anos

b – SOLUÇÕES PARA A PROBLEMÁTICA DO LIXO

É necessário que a sociedade se conscientize do problema que a grande produção de

lixo pode trazer ao meio ambiente e começar a fazer a sua parte, pois, afinal, todos produzem

lixo.

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c – A POLÍTICA DOS 3R’s

O crescimento acelerado das cidades e a mudança de hábitos das pessoas, ligados a um

consumo exagerado deram origem a fatores que vêm gerando um lixo diferente em qualidade,

quantidade e composição. Segundo dados da UNICEF de 1995, cada pessoa gera, durante

toda a vida, uma média de 25 toneladas de lixo.[3]

Os paradigmas atuais devem ser revistos e a direção ser na busca de um melhor

gerenciamento do lixo, o que inclui a sua formação, descarte e reaproveitamento.[3]

A solução pode estar sintetizada na prática e divulgação dos 3R’s:

• Reduzir – A redução do lixo está diretamente ligada ao consumo. O que é bastante

estimulado pelo modelo de vida diariamente divulgado pela mídia. Deve-se então

mudar o hábito para obter somente o que é necessário ou produtos reutilizáveis e mais

duráveis.

• Repensar – É necessário rever os hábitos de consumo e as indústrias os seus

processos produtivos.

• Recuperar – Recuperar os materiais. As usinas de compostagem são unidades

recuperadoras de matéria orgânica. Os catadores recuperam as sucatas, antes delas

virarem lixo.

• Reutilizar - A conexão aqui está com o desperdício. Deve-se, portanto, reaproveitar

tudo o que é possível, passar para outras pessoas o que não mais lhe serve e usar

embalagens retornáveis. Um bom emprego é o artesanato com PET, vidro, papel, etc,

a reutilização do sacos plásticos de supermercados como sacos de lixo; o uso de

embalagens de vidro ou plásticos como potes para usos diversos do lar.

• Reciclar – O processo já existe desde o início do século passado, com o crescimento

da indústria gráfica, o papel foi o primeiro material a ser reciclado. O vocábulo

reciclagem, entretanto, surgiu na década de 1970, quando as preocupações ambientais

tomaram-se maiores, especialmente após o primeiro choque do petróleo.

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d – RECICLAGEM

Reciclagem é um conjunto de técnicas que tem por finalidade aproveitar os detritos e

reutilizá-los no ciclo de produção de que saíram. É o resultado de uma série de atividades,

pelas quais os materiais que se tornariam lixo, ou estão no lixo, são desviados, coletados,

separados e processados para serem usados como matéria-prima na manufatura de novos

produtos. [3]

Uma outra forma de aproveitar os resíduos é a reutilização, que consiste em usar

novamente o mesmo objeto ou produto conservando as funcionalidades operacionais. A

reciclagem, na maioria dos casos, só é possível industrialmente, mas a reutilização pode ser

feita de maneira artesanal.[3]

A reciclagem é encarada como uma forma de solução para a diminuição de lixo

trazendo significativos ganhos ambientais, pois permite a economia de energia em até 95%,

como é o caso do alumínio, de água, em aproximadamente 50% e reduz a extração de

matérias-primas.[3]

O Brasil hoje é referência mundial em reciclagem, considerando que não existe uma lei

de obrigatoriedade para a prática. Os índices de reciclagem no Brasil são mostrados na Figura

1.1

Figura 1.1 – Índices de reciclagem no Brasil

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A reciclagem necessita da disposição de resíduos de origem homogênea, que facilitem seu

tratamento. Para isso, é preciso classificar os resíduos antes de processá-los. A seleção dos

materiais pode começar no lugar do despejo dos resíduos, tanto de caráter industrial como

doméstico. O percentual desses materiais encontrados no lixo são mostrados na Figura 1.2.

Dessa forma, já é possível encontrar nas cidades recipientes para a coleta seletiva de vários

resíduos como latas, papel, plásticos, vidro, entre outros. Já no âmbito industrial, as normas

obrigam a coleta rígida em separado de produtos que são poluentes, como os óleos dos veículos e

das máquinas. [3]

Figura1.2 – Distribuição da composição de lixo no Brasil

Por enquanto, infelizmente, não são todos tipos de materiais fabricados pelo homem que

podem ser reciclados. Isto por que não apresentam condições favoráveis, como a existência de

mercado local ou viabilidade técnica.

A viabilidade técnica para a reciclagem de muitos resíduos ainda não é possível porque

estes são feitos com vários tipos de materiais ao mesmo tempo. Alguns produtos, por

exemplo, apresentam embalagens sofisticadas para ser um atrativo de venda, que não é

possível retirar rótulos ou separar partes destas embalagens. Mas se houver uma mudança de

pensamento e de atitudes em relação aos resíduos por parte da população, pode-se optar por

outros produtos ao invés destes. Além disso, se a coleta seletiva for mais bem realizada e

divulgada, talvez as empresas tenham um maior empenho em vender produtos com

embalagens recicláveis, pois irão se beneficiar economicamente por competir melhor com as

que já adotam esta atitude e por poder ter uma fonte garantida de matéria-prima.[3]

No Brasil é previsto o aumento da reciclagem nos próximos anos, devido

principalmente, a expansão dos programas de coleta seletiva e ao desenvolvimento de novos

processos tecnológicos.

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Na reciclagem temos alguns aspectos econômicos importantes:

• Representa uma grande atividade econômica indireta.

• É uma atividade econômica direta pela valorização, venda e processamento

industrial de produtos descartados. As indústrias de reciclagem no Brasil

movimentam atualmente mais de 2,5 bilhões de dólares anuais. Este valor é

aproximadamente igual ao obtida pela indústria cafeteira do país.

• Diminui os gastos com a limpeza urbana.

• Gera empregos para a população não qualificada.

• Melhora a produção de compostos orgânicos.

• Estimula a concorrência, uma vez que produtos fabricados a partir de recicláveis

são comercializados em paralelo aqueles feitos a partir de matérias primas

virgens.

É possível lucrar muito com a reciclagem, pois o custo da coleta da matéria prima é

pequeno. Entretanto, o lucro da reciclagem deve ser encarado como uma vantagem em relação

à proteção ambiental e a economia de energia e de recursos naturais e na melhoria da saúde

pública e não como uma alternativa de receita. Caso contrário, o real propósito em se reciclar

estará fadado.

Existem vários benefícios com a reciclagem, como:

• Os econômicos, que acabamos de ver no item anterior.

• Os sanitários: Contribui decisivamente para a melhoria da saúde pública por

reciclar materiais, que, no lixão, poderiam proporcionar a proliferação de vetores

ligados à transmissão de doenças e outros que indiretamente afetariam a saúde

pública por contaminar rios, ar e solo.

• Os ambientais: Evita a poluição do ambiente (água, ar e solos) provocada pelo

lixo, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, pois diminui a quantidade de

resíduos e serem dispostos, diminui a exploração de recursos naturais, muitos

não renováveis como o petróleo e reduz o consumo de energia.

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• Os sociais: A reciclagem garante grandes ganhos sociais, por exemplo: tem-se a

geração de empregos diretos, a possibilidade de união e organização da força

trabalhista mais desprestigiadas e marginalizadas (em cooperativas de

reciclagem) e a oportunidade de incentivar a mobilização comunitária para o

exercício da cidadania, em busca de solução de seus próprios problemas. A

reciclagem também contribui para a diminuição da marginalidade, pois auxilia a

retirada das pessoas dos lixões.

• Os educacionais: A atividade de reciclagem quer industrial ou artesanal, bem

como as centrais de triagem ou usinas de compostagem têm fortes vínculos com

a formação e educação ambientais de crianças, jovens e adultos. Essas

instalações, além de serem unidades de tratamento do lixo, podem funcionar

como grande laboratório de ciências para que professores e alunos tenham aulas

práticas e discorram sobre as várias áreas e atividades relacionadas com a

reciclagem do lixo urbano. Incentiva também a mobilização e participação

comunitária.[3]

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2 – OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo de alertar e conscientizar os alunos, na faixa etária dos

7 aos 15 anos sobre os impactos que suas ações cotidianas podem gerar, valorizarem a

importância da preservação ambiental e a partir de um experimento, observações e

discussões, reconhecendo-se como parte integrante do meio ambiente, e neste caso em

especial estimular a adoção de novos valores e atitudes em relação ao lixo, à separação dos

resíduos e à reciclagem de materiais, tornando-os conscientes e responsáveis para manutenção

dos recursos naturais em face das constantes atividades do ser humano, o único capaz de

alterar profundamente o meio ambiente.

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3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para a realização deste experimento foram utilizados resíduos sólidos orgânicos e

inorgânicos de vários tipos conforme Tabela 3.1, que foram coletados pelas crianças durante

pesquisa de campo realizada no ambiente escolar e domiciliar.

Tabela 3.1 – Resíduos sólidos

MATERIAIS UTILIZADOS:

2 caixas de sapato 1 sacola plástica de supermercado Casca de ovos Casca de legumes e frutas Pedaços de pão Embalagens plásticas Isopor Pedaço de borracha câmara de bicicleta Vidro Metal Papel Giz de lousa (gesso) e de cera Pedaços de madeira Tecidos de pano Embalagens de salgadinho revestidas de alumínio Chuteira velha Terra

A experiência foi realizada no dia 06 de agosto de 2.008, quando as crianças foram

reunidas na quadra da escola (Figura 3.1 e 3.2) para fazer a seleção dos resíduos que iriam

colocar nas caixas, foram feitas as intervenções necessárias e conforme iam escolhendo os

resíduos, elas faziam as anotações para posteriormente redigir um relatório.

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Figura 3.1 Foto das crianças selecionando os resíduos

Figura 3.2 – Foto das crianças selecionando os resíduos

Colocou-se dentro das duas caixas de sapato uma camada de terra e em seguida um

objeto de cada tipo de resíduos. Os resíduos foram cobertos com outra camada de terra. As

caixas foram fechadas e uma delas foi colocada dentro da sacola plástica, que foi bem

amarrada conforme Figura 3.3.

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Figura 3.3 Caixas antes de enterrar

As caixas foram enterradas, tomando o cuidado de fazer um croqui de localização para

não perder o local da experiência. As crianças fizeram várias suposições sobre alguns

materiais que eles achavam que iam se decompor mais rápido e outros que não sofreriam

decomposição.

Foram feitas as observações sobre quais sofreram decomposição total: cascas de frutas e

legumes, e o pão. Alguns resíduos sofreram pouca decomposição como: casca de ovos, tecido

e papel. Outros não sofreram nenhuma decomposição como: vidro, plástico, borracha,

madeira, giz de cera, isopor, metal, embalagem com alumínio e a chuteira.

Durante o tempo que estava ocorrendo à experiência houve o processo de

conscientização sobre os resíduos sólidos e seus impactos no meio ambiente conforme o

cronograma dos trabalhos, Tabela 3.2.

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Tabela 3.2-Cronograma dos trabalhos

DATA DESCRIÇÃO DOS TRABALHOS 01 /08/08 Conscientização falando sobre o lixo 04/08/08 Pesquisa de campo lixo no ambiente escolar e domiciliar 06/08/08 Experiência a decomposição do lixo 08/08/08 O lixo escolar 11//08/08 Quantidade do uso de papel na escola 13/08/08 Cálculo dos livros quantidade de árvores necessárias para fazê-los 15/08/08 Doenças provenientes do lixo 18/08/08 Dengue: possíveis criadouros e a relação com o lixo 20/08/08 Poluentes do ar e das águas 22/08/08 Aumento da populacional no bairro – estudo de imagem (fotos) 05/09/08 Coleta de lixo e separação 10/09/08 Estudo de imagem Vídeo Aterro sanitário 15/09/08 Aterro sanitário e sua ampliação discussões 18/09/08 Pesquisa de campo observação do lixo no caminho para ir a escola 23/09/08 Retirando a experiência e fazendo as observações, discussões 24/09/08 Conclusões e relatório da experiência 25/09/08 Os possíveis R’s – Preparação dos trabalhos para feira ambiental 26/09/08 Confecção das sacolas recicladas - Preparação dos trabalhos para feira ambiental 29/09/08 Pintura das sacolas – Preparação dos trabalhos para feira ambiental 30/09/08 Desfile das sacolas recicladas 01/10/08 Preparação dos trabalhos para feira ambiental 02/10/08 Feira ambiental na escola 03/10/08 Avaliação da feira 06/10/08 Retomada de conceitos sobre meio ambiente

3 a 7/10/08 Reciclagem e preparação para o Simpósio ambiental 07/10/08 Participação da feira ambiental USF (Simpósio Ambiental)

13 a 16/10 Participação na II Tecno-Ambiental 17/10/08 Apresentação dos trabalhos na II Tecno-Ambiental

29 a 31/10/08 Trabalho de conscientização para alunos de outras séries –agentes multiplicadores

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4- RESULTADOS e DISCUSSÃO Ao retirar as caixas com as crianças observou-se que a caixa que estava dentro da sacola

plástica não se decompôs tão facilmente quanto a que estava sem a sacola. Pois a sacola

serviu como barreira que dificultou o trabalho dos microrganismos responsáveis pela

decomposição. Após aproximadamente dois meses a experiência foi desenterrada, conforme

a Figura 4.1, tomando muito cuidado na retirada do material que estava no processo de

decomposição.

Figura 4.1 – As caixas logo após serem desenterradas

Após estas observações e discussões sobre o tema, a grande maioria percebeu o impacto

causado ao meio ambiente pelo consumo exagerado, gerando uma quantidade de resíduos

sólidos maior do que os aterros sanitários possam suportar, diminuindo sua vida útil.

A partir dos resultados obtidos através da iniciativa de formar alunos conscientes da

importância do seu papel na sociedade, foram realizados trabalhos de reutilização e

reciclagem de alguns tipos de materiais como: tecido de cortinas velhas da escola que foram

transformadas em bolsas e sacolas para compras (Figura 4.2); papel de cadernos utilizados em

anos anteriores que foram transformadas em fruteira e frutas (Figura 4.3); papelão e restos de

madeira que foram transformados em luminárias (Figura 4.4) e as sacolinhas plásticas de

supermercados que foram transformadas em bolsas, estojos e chapéu (Figura 4.5 e 4.6).

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Figura 4.2 Bolsas e sacolas feitas de cortinas usadas

Figura 4.3 - Fruteira e frutas feitas de papeis usados

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Figura 4.4 Luminária feita de papelão

Figura 4.5 – bolsas e chapéu feitos de sacolas de supermercado

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Figura 4.6 – Estojo feito de sacola plástica

Estes trabalhos foram apresentados em vários eventos como: Feira ambiental na própria

escola (Figura 4.7 e 4.8), para divulgação na comunidade local.

Figura 4.7 Feira Ambiental na escola

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Figura 4.8 – Feira Ambiental na escola

Os trabalhos foram apresentados na Feira Ambiental que aconteceu juntamente com o

Simpósio ambiental na USF (Figura 4.9 e Figura 4.10)

Figura 4.9 Feira Ambiental – Simpósio USF

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Figura 4.10 – Feira Ambiental – Simpósio USF

Os resultados obtidos deste trabalho experimental foram apresentados pelos alunos do

4º semestre de gestão ambiental na II tecno- Ambiental( Figura 4.11)

Figura 4.11 Apresentação dos trabalhos na II Tecno Ambiental

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5 - CONCLUSÃO

Pode-se concluir após todo o trabalho de conscientização que 92% das crianças

envolvidas neste trabalho experimental mostraram-se muito receptivas e preocupadas com as

questões ambientais, pois se notou mudanças atitudinais em relação à valorização dos

recursos naturais como: evitar o desperdício da água, da energia elétrica, dos alimentos, do

material escolar.

O grande ganho do trabalho foi à participação das crianças nos eventos da própria

escola e em um o evento de maior abrangência como a Feira Ambiental – Simpósio

Ambiental da USF, que teve repercussão em toda a Região Bragantina. Isto as motivou para

tornaram-se agentes multiplicadores, pois atualmente apresentam várias mini palestras dos

trabalhos desenvolvidos para as crianças de faixas etárias menores, a fim de conscientizá-las

de que o mundo quem a gente quer depende do que a gente faz.(Figura 6.1).

Figura 5.1 Mini palestras - Agentes Multiplicadores

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6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Brasil. LDB - Diretrizes E Bases da Educação Nacional 2a edição Brasília – 2001 Lei

no 9.424, de 1996.

2. Brasil. Secretaria de Educação Fundamental Parâmetros Curriculares Nacionais :

introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. –

Brasília : MEC/SEF, 1997.126p.Parâmetros curriculares nacionais. 2. Ensino de primeira à

quarta série. I. Título.

3. http://www.ccmn.ufrj.br/curso/trabalhos/pdf/quimicatrabalhos/quimica_meioambiente

/quimicaeamb2.pdf 15/11/08 15:50 h

4. PILON, André Francisco. Ocupação Existencial do MUNDO; Uma Proposta

Ecossistêmica. Educação Ambiental e Sustentabilidade, Brasil: 2005 Cap. 12 pág. 328.

5. PHILIPPI JR., Arlindo- PELICIONI, Maria Cecília Focesi. Educação Ambiental:

Pedagogia, Política e Sociedade. Educação Ambiental e Sustentabilidade, Brasil: 2005

Cap. 1 pág. 3-6.

6. LUZZI, Daniel. Educação Ambiental: Pedagogia, Política e Sociedade. Educação

Ambiental e Sustentabilidade, Brasil: 2005 Cap. 14, pág 397 e 398.

7. /www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/acidentes/descarte/normas.asp. NBR 10004/87 -

Resíduos Sólidos 1/12/08 14:20 h

8. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Mini-dicionário da língua Portuguesa ,

Ed.Nova Fronteira, Rio de Janeiro 1993: pág. 476.

9. http://www.ibge.gov.br/home/ 01/12/08 14:40 h