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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNICAS DA REABILITAÇÃO ELOISA SANCHES PEREIRA DO NASCIMENTO AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR DOMICILIAR EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA SÃO PAULO 2013

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNICAS DA REABILITAÇÃO

ELOISA SANCHES PEREIRA DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

DOMICILIAR EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA

CRÔNICA

SÃO PAULO

2013

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ELOISA SANCHES PEREIRA DO NASCIMENTO

AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

DOMICILIAR EM PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA

CRÔNICA

SÃO PAULO

2013

Dissertação apresentada à Universidade Nove de Julho, para obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação Orientador: Prof. Dr. Dirceu Costa Orientanda: Eloisa S. P. Nascimento

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Nascimento, Eloisa Sanches Pereira do.

Avaliação de um programa de reabilitação pulmonar domiciliar em

pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica. / Eloisa Sanches

Pereira do Nascimento. 2013.

81 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE,

São Paulo, 2013.

Orientador (a): Prof. Dr. Dirceu Costa.

1. Doença pulmonar obstrutiva crônica. 2. Reabilitação.

2. I. Costa, Dirceu II. Titulo

CDU 615.8

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus familiares

que sempre me incentivaram na busca dos meus ideais.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus, o criador de tudo e de todos, pois

sem Ele não chegaria a lugar algum.

Agradeço aos pacientes voluntários que concordaram em participar do

estudo.

Agradeço meus familiares, minha mãe Fatima, minha avó Rosa e meu

irmão Eduardo, pelo apoio, conselhos e paciência durante esta caminhada e

em toda minha vida.

Agradeço ao meu amigo, companheiro e namorado, João, por estar

sempre ao meu lado, me apoiando e incentivando.

Agradeço ao meu orientador, professor Dirceu Costa, por todo

ensinamento transmitido nestes anos, por toda atenção, por todo apoio e

compreensão.

Agradeço minha amiga Fabiana, por toda paciência, dedicação e

ensinamentos, e por ter me ajudado desde o início.

Agradeço a professora Luciana por sempre estar presente nos momentos

exatos em que precisava de ajuda. Muito obrigada por todo apoio na execução

do meu projeto.

Agradeço a todos do laboratório, Fernanda, Evelin, Ivan, Etiene, Luana,

Micheli e Poliana, por toda colaboração para realização do trabalho. As

secretárias da Clínica de Fisioterapia e aos funcionários do Laboratório de

Analises clínicas da Uninove, pelo suporte oferecido para minhas coletas.

Agradeço aos médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo,

Roberto, Igor, José Gustavo, Tânia e Ethel por encaminharem e incentivarem

os pacientes a participar do estudo.

Agradeço aos membros da banca examinadora: Professor Rodolfo de

Paula Vieira e Dr. Roberto Stirbulov pelas contribuições na realização deste

trabalho.

Agradeço ao professor Rodolfo, professora Ana Paula e a aluna Flávia

pela realização das analises dos marcadores inflamatórios. A professora

Fernanda Lanza pelo grande auxílio nas analises estatísticas.

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Agradeço a todos meus amigos, em especial a Gisela e Eduardo, por me

aguentar nos momentos mais difíceis.

A todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a

realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença respiratória caracterizada por limitação crônica ao fluxo aéreo que leva, além das alterações pulmonares, a efeitos sistêmicos importantes. Caracterizada por inflamação pulmonar e sistêmica, apresenta aumentos nos níveis plasmáticos de citocinas inflamatórias mesmo na doença estável A reabilitação pulmonar (RP), um programa multidisciplinar de exercícios físicos e educação, melhora a capacidade física, a qualidade de vida e diminui a dispneia. O objetivo deste estudo foi avaliar se um programa de RP Domiciliar melhora a tolerância ao exercício físico em pacientes com DPOC, assim como a qualidade de vida e sua inflamação sistêmica. Este estudo prospectivo foi realizado no Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória da UNINOVE. Após anamnese, os pacientes foram submetidos às avaliações de: qualidade de vida e dispneia, espirometria, força muscular respiratória, teste incremental de membros superiores, incremental shuttle walk test, bioimpedância elétrica e quantificação dos marcadores inflamatórios sistêmicos (IL-6 e IL-8). Os pacientes receberam, ao final das avaliações, uma cartilha contendo os exercícios físicos para serem realizados no domicilio, 3 vezes por semana, por 8 semanas seguidas. Foram avaliados 25 pacientes, sendo que 14 completaram as avaliações pré e pós RPD. Após a intervenção houve aumento significativo na distância percorrida e na pressão inspiratória máxima, melhora em 2 componentes do questionário de qualidade de vida e diminuição nos níveis plasmáticos da IL-8. A RPD melhora a tolerância ao exercício físico, a força muscular inspiratória, a qualidade de vida e a inflamação sistêmica de pacientes com DPOC. Palavras-chave: Doença pulmonar obstrutiva crônica, Reabilitação, Inflamação.

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ABSTRACT Chronic obstructive pulmonary disease (COPD) is a respiratory disease characterized by chronic airflow limitation that leads, in addition to pulmonary impairment, the significant systemic effects. Characterized by pulmonary and systemic inflammation, shows increases in plasma levels of inflammatory cytokines even in stable disease. Pulmonary rehabilitation (PR), a multidisciplinary program of physical exercise and education, improves exercise capacity, quality of life and reduces breathlessness. The aim of this study was to evaluate whether a Home-based PR program improves exercise tolerance in patients with COPD, as well as the quality of life and systemic inflammation. This prospective study was conducted at the Laboratory of Functional Assessment of Respiratory - UNINOVE. After anamnesis, patients were subjected to evaluations of: quality of life and dyspnea, spirometry, respiratory muscle strength, upper limbs incremental test, incremental shuttle walk test, bioelectrical impedance analysis and quantification of systemic inflammatory markers (IL-6 and IL-8). Patients received at the end of reviews, a primer containing the physical exercises to be performed in the home, 3 times per week for 8 consecutive weeks. We evaluated 25 patients, and 14 completed the pre and post reviews Home-based PR program. After the intervention there was a significant increase in the walking distance the maximal inspiratory pressure, improvement in 2 components of quality of life questionnaire and decreased plasma levels of IL-8. The Home-based PR program improves exercise tolerance, inspiratory muscle strength, quality of life and systemic inflammation in COPD patients. Keywords: Chronic obstructive pulmonary disease, Rehabilitation, Inflammation.

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SUMÁRIO

1.CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................ 13

2.OBJETIVOS............................................................................................. 18

2.1.Geral................................................................................................. 18

2.2.Específicos....................................................................................... 18

3.MATERIAL E MÉTODOS......................................................................... 19

3.1.Amostra e critérios e inclusão e exclusão.................................... 19

3.2.Procedimento Experimental........................................................... 20

3.2.1.Desenho Experimental............................................................. 21

3.2.2. Dispneia e Qualidade de vida ............................................... 21

3.2.3.Composição Corporal.............................................................. 22

3.2.4.Espirometria............................................................................. 22

3.2.5.Força Muscular Respiratória................................................... 23

3.2.6.Teste Incremental de Membros Superiores .......................... 24

3.2.7.Incremental Shuttle Walk Test................................................ 25

3.2.8.Índice BODE.............................................................................. 26

3.2.9.Quantificação dos Marcadores Inflamatórios....................... 26

3.2.10.Intervenção............................................................................. 27

3.3.Análise Estatística........................................................................... 28

4. RESULTADOS........................................................................................ 29

4.1.Artigo 1............................................................................................. 30

4.2.Artigo 2............................................................................................. 54

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 67

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 68

APÊNDICE.................................................................................................. 75

ANEXOS...................................................................................................... 78

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 (Artigo 1) – Características da amostra....................................... 40

Tabela 2 (Artigo 1) – Médias e desvios padrão da Distância Percorrida

(DP), em metros e em % do previsto, e respectivos resultados de

Dispneia (Borg), Fadiga MMII (Borg) e FC Máxima (%), no ISWT............

41

Tabela 3 (Artigo 1) – Pressões respiratórias máximas obtidas (cmH2O).

41

Tabela 4 (Artigo 1) – Questionário de qualidade de vida (SF-36)...........

42

Tabela 1 (Artigo 2) – Características da amostra....................................

59

Tabela 2 (Artigo 2) – Parâmetros da qualidade de vida dos pacientes

com DPOC.................................................................................................

59

Tabela 3 (Artigo 2) – Regressão linear múltipla entre os componentes

do SF-36 e o AQ20 com variável espirométrica, capacidade funcional,

composição corporal e BODE...................................................................

60

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 (Artigo 1) - Representação gráfica da dosagem da IL-6...........

42

Figura 2 (Artigo 1) - Representação gráfica da dosagem da IL-8...........

43

Figura 3 (Artigo 1) - Correlação entre DP (m) e SF-36 (componente

Aspectos Físicos)......................................................................................

43

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LISTA DE ABREVIATURAS

AME- Ambulatório Médico de Especialidades

AQ20- Airways questionnaire 20

ATS- American Thoracic Society

BODE- Body-Mass Index, Airflow Obstruction, Dyspnea and Exercise

Capacity Index

CCl-18- Ligante de quimiocina – 18

cm- Centímetros

cmH2O- Centímetros de água

CRQ- Chronic Respiratory Questionnaire

CV- Capacidade Vital

CVF- Capacidade vital forçada

CVL- Capacidade vital lenta

DP- Distância percorrida

DPOC- Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

FC- Frequencia cardíaca

FEF25-75%- Fluxo expiratório forçado médio entre 25 e 75% da CVF

FMR- Força muscular respiratória

GOLD- Global initiative for chronic Obstructive Lung Disease

IFN-γ- Interferon-gama

IL- Interleucina

IMC- Índice de Massa Corpórea

ISWT- Incremental Shuttle Walk Test

Kg- Kilograma

Kg/m2- Kilograma por metro quadrado

KS- Kolmogorov-Smirnov

L- Litros

L/mim- Litros por minuto

LARESP- Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória

m- Metros

Med [IQ]- Mediana e Intervalo interquartílico

MMII- Membros inferiores

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MMSS- Membros superiores

MRC- Medical Research Council

nm- Nanômetro

PA- Pressão arterial

PCR- Proteína C Reativa

PEF- Pico de fluxo expiratório

PEmáx- Pressão expiratória máxima

pg/ml- Picograma por mililitro

PImáx- Pressão inspiratória máxima

PPG-CR- Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação

RP- Reabilitação Pulmonar

RPD- Reabilitação Pulmonar Domiciliar

SF-36- Short-Form-36

SP-D- Surfactante proteína – D

SpO2- Saturação periférica de oxigênio

TNF-α- Fator de Necrose Tumoral- α

UNINOVE- Universidade Nove de Julho

VEF1- Volume expiratório forçado no primeiro segundo

VEF1/CVF- Relação volume expiratório forçado no primeiro

segundo/capacidade vital forçada

VR- Volume residual

VVM - Ventilação voluntária máxima

WHO- World Health Organization

X±SD- Média e Desvio padrão

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1. CONTEXTUALIZAÇÃO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade

respiratória previsível e tratável, caracterizada por limitação crônica ao fluxo

aéreo e não é totalmente reversível. A limitação ao fluxo aéreo é geralmente

progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões

à inalação de partículas ou gases nocivos, causada primariamente pelo

tabagismo. Além das alterações pulmonares, a DPOC também leva a

alterações sistêmicas importantes que podem contribuir para o agravamento

em alguns pacientes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E

TISIOLOGIA, 2004; GOLD, 2013).

De acordo com a World Health Organization (WHO, 2007),

aproximadamente 210 milhões de pessoas são acometidas pela DPOC, sendo

a quinta causa mais comum de morte e estima-se que se tornará a terceira

causa mais comum de morte até 2020 (CHAPMAN et al., 2006). No Brasil,

estima-se que 5,5 milhões de pessoas sejam acometidas pela doença,

ocupando entre a quarta e sétima posições dentre as principais causas de

morte (Consenso, 2004).

Os sintomas da DPOC incluem intolerância ao exercício, tosse, produção

de secreção e/ou dispneia e que é geralmente progressiva e persistente. Na

presença de sintomas, o diagnóstico deve ser confirmado por meio da

espirometria (GOLD, 2013).

A limitação crônica ao fluxo aéreo, característica principal da DPOC, é

causada por uma combinação de doença das pequenas vias aéreas e

destruição do parênquima pulmonar. A inflamação crônica causa mudanças

estruturais e estreitamento das pequenas vias aéreas. A destruição do

parênquima pulmonar, pelo processo inflamatório, leva a perda das ligações

alveolares das pequenas vias aéreas e diminuição do recolhimento elástico

pulmonar. Por sua vez, essas mudanças diminuem a habilidade das vias

aéreas de permanecerem abertas durante a expiração (GOLD, 2011).

Pacientes com DPOC tornam-se presos a um ciclo vicioso de inatividade,

decorrente da dispneia ao esforço, sendo que as atividades são evitadas para

reduzir o impacto da sensação de falta de ar. Os pacientes tornam-se

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descondicionados e as atividades de vida diária tornam-se

desproporcionalmente difíceis (SINGH et al., 2011).

A reabilitação pulmonar (RP) consegue quebrar esse ciclo vicioso de

inatividade (ZANCHET et al., 2005) e tem como principais objetivos reduzir os

sintomas, melhorar a qualidade de vida, reduzir exacerbações e aumentar a

participação física e emocional nas atividades diárias. Em qualquer estágio da

doença, esses pacientes se beneficiam da RP, aumentando a tolerância aos

exercícios físicos, reduzindo a sensação de dispneia, melhorando a qualidade

de vida relacionada à saúde, reduzindo ansiedade e depressão e reduzindo o

numero de hospitalizações (GOLD, 2011).

Devido ao crescente numero de indivíduos com DPOC, os programas de

RP ainda não são suficientes para abranger toda essa população, também em

decorrência das dificuldades de deslocamento nas grandes cidades e até

mesmo pelas próprias limitações impostas pela doença, há uma baixa

aderência desses pacientes aos programas de RP (DIAS et al., 2013). Uma

alternativa para que os pacientes com DPOC realizem exercícios é a

Reabilitação Pulmonar Domiciliar (RPD), que tem se mostrado uma estratégia

valiosa para melhorar a dispneia, capacidade de exercício físico e qualidade de

vida desta população (LIU et al., 2013).

Embora a DPOC acometa primariamente os pulmões, algumas

manifestações extrapulmonares relacionadas à doença podem ser descritas,

tais como a depleção nutricional, a disfunção dos músculos esqueléticos, com

diminuição de força e massa muscular, alterações dos músculos respiratórios

por alteração da mecânica respiratória, fatores que contribuem para a

intolerância ao exercício físico (DOURADO et al., 2006).

A DPOC é uma doença multicomponente, caracterizada por inflamação

pulmonar e sistêmica (WOUTERS, 2005; AGUSTÍ, 2007; BAINES et al., 2011),

sendo que a inflamação sistêmica está presente em baixo grau, com um

padrão inflamatório diferente do observado em indivíduos saudáveis (GARCIA-

RIO et al., 2010). Aumentos nos níveis circulantes de citocinas inflamatórias e

proteínas da fase aguda são encontrados mesmo na doença estável

(WOUTERS, 2005). Pacientes com DPOC apresentam níveis séricos de

proteína C-reativa (PCR), fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), interleucina-6

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(IL-6), IL-8, e nitritos/nitratos elevados, comparados a indivíduos saudáveis

(GARCIA-RIO et al., 2010).

A origem da inflamação sistêmica não está totalmente clara e

provavelmente seja multifatorial. É provável que seja um contribuinte

importante na patogênese de muitos dos efeitos extrapulmonares da DOPC,

incluindo atrofia dos músculos esqueléticos e doenças cardiovasculares. Há

hipótese de que ela seja decorrente do alastramento do compartimento

pulmonar (AGUSTÍ, 2007; GARCIA-RIO et al., 2010).

Como efeito das alterações extrapulmonares da DPOC, a intensidade da

inflamação sistêmica está diretamente relacionada com pior qualidade de vida,

limitação ao fluxo aéreo e intolerância ao exercício físico (GARCIA-RIO et al.,

2010). A inflamação local também apresenta relação com a limitação ao fluxo

aéreo, por meio da correlação entre a relação volume expiratório forçado no

primeiro segundo/capacidade vital forçada (VEF1/CVF) e marcadores

inflamatórios no escarro (BAINES et al., 2011; DAMIÁ et al., 2011).

A DPOC apresenta uma inflamação de vias aéreas, predominantemente

neutrofílica, associada a acentuada deficiência na liberação de IL-10, IL-6 e

TNF-α, que contrasta com elevada produção de interferon-gama (IFN-γ). No

sangue, a inflamação neutrofílica também pode ser observada juntamente com

elevada produção de IFN- γ, IL-10 e TNF-α, a maior liberação sistêmica de

TNF- α é uma característica importante da DPOC, que está relacionada com a

gravidade da doença. (MOERMANS et al., 2011).

Células inflamatórias nas vias aéreas (neutrófilos, macrófagos e linfócitos)

e marcadores inflamatórios sistêmicos (IL-8, TNF- e PCR) aumentam com o

aumento da severidade da doença, e indicam que persistente inflamação

sistêmica está presente nos portadores de DPOC e pode estar associada às

comorbidades comumente encontrada nestes pacientes, como doenças

cardiovasculares, osteoporose, diabetes e caquexia (SETHI et al., 2012).

Um perfil selecionado de biomarcadores, como contagem de células

brancas do sangue, IL-6, fibrinogênio, ligante de quimiocina - 18 (CCL-18),

PCR, IL-8 e surfactante proteína - D (SP-D), associado a variáveis clínicas bem

estabelecidas, como idade, volume expiratório forçado no primeiro segundo

(VEF1), índice BODE e hospitalizações por exacerbações, melhora

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significativamente a estratificação de risco para todas as causas de mortalidade

em pacientes com DPOC (CELLI et al., 2012).

A identificação dos marcadores inflamatórios sistêmicos é importante

tanto para elucidar a patogênese da doença (MOERNANS et al., 2011), quanto

para sustentar a importância do exercício físico na reabilitação da saúde destes

pacientes. A RP está associada com uma diminuição sistêmica do estresse

oxidativo, induzido pelo exercício físico, especialmente após exercício físico

submáximo. Tal diminuição é acompanhada por uma significativa melhora na

capacidade de exercício físico em pacientes com DPOC, após a RP

(MERCKEN et al., 2005).

O exercício físico exerce efeito protetor contra doenças caracterizadas por

inflamação sistêmica crônica, por induzir uma resposta anti-inflamatória,

mediada pela liberação de IL-6 pelos músculos, que por sua vez, estimula a

produção de citocinas anti-inflamatórias (IL-1ra e IL-10) que inibem a produção

de citocinas pro-inflamatórias (TNF-α) (PETERSEN et al., 2005).

Em indivíduos saudáveis, o exercício agudo e o treinamento físico alteram

os marcadores inflamatórios (GARROD et al., 2007; PLOEGER et al., 2009).

Van der Vlist et al. (2010) em uma revisão sobre os efeitos anti-inflamatórios do

exercício em pacientes com DPOC, encontraram que as evidências ainda são

controversas, pois enquanto em indivíduos saudáveis e em pacientes com

insuficiência cardíaca os estudos comprovam a diminuição de citocinas

inflamatórias após um período de treinamento físico, em pacientes com DPOC

as evidencias não são fortes e os resultados são contraditórios, possivelmente,

pelo fato de as metodologias utilizadas diferirem em muitos pontos. A

intensidade, a duração e o tipo de exercícios parecem influenciar nos

resultados.

De acordo com o estudo de Szczegielniak et al. (2011), o exercício físico

pode reduzir os níveis de marcadores inflamatórios locais, por meio da

diminuição nos níveis de IL-8 no escarro induzido, após 3 semanas de

fisioterapia, sugerindo uma supressão da atividade dos neutrófilos. No entanto,

ainda são escassas as evidências da redução dos marcadores inflamatórios

sistêmicos em pacientes com DPOC submetidos à RP.

Considerando que indivíduos com DPOC possuem uma melhora na

tolerância ao exercício físico, na qualidade de vida e no perfil inflamatório

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sistêmico, quando submetidos à RP, justificou-se a realização desse estudo,

com o propósito de verificar as mudanças na tolerância ao exercício físico, na

qualidade de vida e nos marcadores inflamatórios sistêmicos após a RP

domiciliar (RPD). Os resultados obtidos neste estudo poderão contribuir para

melhor compreensão das alterações causadas pela DPOC. Esse conhecimento

pode também servir de referência para outros estudos na área da saúde,

ajudando a conhecer melhor a DPOC e suas implicações.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Avaliar se a RPD melhora a tolerância ao exercício de pacientes com

DPOC.

2.2. Específicos:

Avaliar um perfil selecionado de marcadores inflamatórios sistêmicos (IL-

6 e IL-8) antes e após a RPD;

Avaliar se a RPD melhora a qualidade de vida de pacientes com DPOC,

Correlacionar o perfil inflamatório com o desempenho físico, a função

pulmonar e a qualidade de vida de pacientes com DPOC.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Amostra e critérios de inclusão e exclusão

Estudo prospectivo, realizado no Laboratório de Avaliação Funcional

Respiratória (LARESP) do Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Reabilitação (PPG-CR), no Campus Memorial da América Latina da

Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Barra Funda. Aprovado pelo Comitê

de Ética desta instituição, com o parecer Número 40621/2012. Conforme

determina a resolução 96 de 1996 do CNS, todos os participantes assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1).

A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de DPOC, em

acompanhamento ambulatorial, provenientes do Ambulatório de Especialidades

Médicas (AME) Dr. Geraldo Bourroul e do Ambulatório de Fisioterapia da

UNINOVE.

Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, maiores de 40 anos e com

diagnóstico de DPOC segundo critérios da ATS e GOLD, clinicamente estáveis,

sem quadro de exacerbação da doença nos últimos trinta dias e que

concordaram em participar do estudo.

Foram excluídos aqueles que apresentaram comorbidades graves, tais

como cardiopatias, doenças ortopédicas em membros superiores e inferiores,

sequelas motoras de doenças neurológicas ou visuais que interferissem na

capacidade de realização de exercício físico, hipertensão arterial não

controlada, tabagistas e que não concordaram em participar do estudo.

O cálculo amostral foi obtido com Power de 80%, assumindo-se um erro

alfa de 0,05, tomando-se como base estudo que determina a diferença

clinicamente significante para o Incremental Shuttle Walk Test (ISWT) (SINGH

et al., 2008) em 78,7 metros com o desvio padrão calculado por estudo piloto

de 98,59 metros, resultando em um número amostral de 24 indivíduos.

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3.2. Procedimento Experimental

A triagem dos pacientes ocorreu no Ambulatório Médico de

Especialidades (AME) Dr. Geraldo Bourroul e no Ambulatório de Fisioterapia da

Unidade Memorial da UNINOVE, quando apenas aqueles que se encaixaram

nos critérios de inclusão foram convidados a participarem do estudo e,

portanto, encaminhados para o LARESP da UNINOVE.

O procedimento experimental teve início com a explicação dos objetivos,

riscos e benefícios do estudo aos pacientes voluntários. Na sequência, com

base em uma ficha de avaliação, foram coletados dados sobre a história

pregressa e atual da doença, medicações em uso, carga tabágica e exame

físico geral. Nesta fase ainda era possível ocorrer exclusão, caso se revelasse

qualquer impossibilidade ou impedimento.

Em seguida os pacientes foram submetidos às respectivas avaliações:

dispneia, qualidade de vida, antropometria, composição corporal, espirometria,

força muscular respiratória, teste incremental de membros superiores,

Incremental Shuttle Walk Test (ISWT) e coleta de sangue, para quantificação

dos marcadores inflamatórios.

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3.2.1. Desenho Experimental

3.2.2. Dispneia e Qualidade de vida

Para avaliação da dispneia os pacientes responderam o Questionário

Medical Research Council (MRC), sendo este uma escala que varia de 1 a 5,

para categorizar, em termos de incapacidade física, os pacientes com DPOC

(BESTALL et al., 1999; KOVELIS et al., 2008).

Para avaliação da qualidade de vida, dois questionários foram aplicados:

Airways questionnaire 20 (questionário das Vias Aéreas 20 - AQ20), específico

para doença pulmonar obstrutiva, sendo este validado para a língua local e

confiável para a avaliação de pacientes com DPOC, contendo 20 questões

relacionadas ao estado de saúde respiratória (CAMELIER et al., 2003) com

uma pontuação que varia de 0 a 20, quanto mais próximo a 20 pior a qualidade

de vida. E Medical Outcomes Study 36 - item Short-Form Health Survey (SF-

36), um instrumento genérico de avaliação de qualidade de vida, de fácil

administração e compreensão, que é um questionário multidimensional

Triagem de pacientes com DPOC (25 pacientes avaliados)

Avaliação inicial: Dispneia e Qualidade de vida

Espirometria Força muscular respiratória Teste incremental de MMSS

ISWT Composição corporal

Coleta de sangue

Intervenção (RPD) Visitas quinzenais

Reavaliação (14 pacientes)

Após 8 semanas

11 pacientes excluídos: - 5 por abandono - 4 exacerbaram - 1 problema cardíaco - 1 problema vascular

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formado por 36 itens, englobado em 8 componentes (capacidade funcional,

aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais,

aspectos emocionais e saúde mental), validado para língua local de acordo

com CICONELLI et al., (1999). Para cada componente, é calculado um

resultado final numa escala de 0 a 100, onde o escore 0 corresponde ao pior

estado de saúde, e o escore 100 corresponde ao melhor.

3.2.3. Composição Corporal

A composição corporal dos pacientes foi avaliada por meio de uma

balança de impedância elétrica na marca Tanita (BC 554 – Tanita Iron Man®).

Para tal os pacientes foram instruídos a não comer ou beber dentro de 4 horas

antes do teste; não ingerir cafeína ou álcool dentro de 12 horas antes do teste;

não realizar exercícios físicos 6 horas antes do teste e, urinar 30 minutos antes

do teste.

Utilizou-se uma balança modelo ―leg-to-leg‖, na qual o eletrodo de medida

é localizado na plataforma dos pés e a leitura é feita por meio do contato direto

com a pele, higienizada previamente com álcool 70%. O paciente foi orientado

a subir na balança, sem adornos ou roupa pesada, mantendo-se em posição

ortostática pelo tempo determinado pelo aparelho. Os cálculos da composição

corporal foram realizados de forma automática pela balança, utilizando os

dados inseridos pelo avaliador sobre estatura, gênero e idade de cada paciente

(UTTER et al., 1999).

Os dados fornecidos pela balança foram: massa corporal, percentual de

gordura corporal, percentual de agua total no organismo, peso de massa

muscular, peso de massa óssea e nível de gordura visceral.

A estatura foi verificada por uma fita métrica fixada na parede, escalonada

em centímetros. Para a obtenção do índice de massa corporal (IMC) foi

aplicada a equação: massa corporal (Kg)/estatura2 (m) (FRISANCHO, 1981).

3.2.4. Espirometria

Todos os testes foram realizados em ambiente climatizado, com ar

condicionado e medidor de temperatura e umidade relativa do ar. Os pacientes

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foram orientados a permanecerem sentados e utilizarem um clipe nasal durante

a realização das manobras. O espirômetro utilizado foi o Easy One® da NDD,

ultrassônico, previamente calibrado. Os valores previstos foram baseados nas

equações de valores estabelecidos para a população brasileira (PEREIRA et

al., 2007). Para efeito de registros, todos os valores foram expressos em litros

e em porcentagem do predito.

Foram avaliados os seguintes volumes, capacidades e fluxos: capacidade

vital lenta (CV), capacidade vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no

primeiro segundo (VEF1), relação VEF1/CVF, fluxo expiratório forçado médio

entre 25 e 75% da CVF (FEF25-75%), pico de fluxo expiratório (PEF) e ventilação

voluntária máxima (VVM). Para realização do teste, manobras de capacidade

vital lenta (CVL), CVF e VVM foram registradas pelo aparelho, considerando os

critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade, de acordo com as

recomendações da American Thoracic Society e Ruropean Respiratory Society

(ATS/ERS, 2005) e pelas diretrizes para teste de função pulmonar (PEREIRA,

2002).

Para a classificação do grau de obstrução foi tomado como referência à

classificação espirométrica do GOLD (2013), sendo estágio I = DPOC leve

(VEF1/CVF < 70%; VEF1 ≥ 80% do predito); estágio II = DPOC moderado

(VEF1/CVF < 70%, 50 ≤ VEF1 < 80% do predito); estágio III = DPOC grave

(VEF1/CVF < 70%; 30 ≤ VEF1 < 50% do predito) e, estágio IV = DPOC muito

grave (VEF1/CVF < 70%; VEF1 < 30% do predito).

3.2.5. Força Muscular Respiratória (FMR)

A FMR foi medida utilizando-se um manovacuômetro marca Wika®,

escalonado em cmH2O (0 a 300 cmH2O), devidamente equipado com um

adaptador de bocais de plástico rígido contendo um pequeno orifício de 2

milímetros de diâmetro interno, servindo de válvula de alívio, com o objetivo de

prevenir a elevação da pressão na cavidade oral, gerada exclusivamente por

contração da musculatura da boca. Foram obtidas as medidas de pressões

inspiratória e expiratória máximas (PImáx e PEmáx), estando os pacientes

sentados, com os pés apoiados no chão e com uso de clipe nasal. De acordo

com a técnica de Blak & Hyatt (1969), amplamente referendada pela literatura,

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a PImáx foi medida na inspiração máxima, partindo em nível de volume

residual (VR) e a PEmáx foi medida na expiração máxima, partindo-se do nível

da capacidade pulmonar total. Cada manobra foi sustentada por no mínimo 1 a

2 segundos e foi repetida no mínimo 3 e no máximo 8 vezes, sendo que o

maior valor foi aceito, desde que não excedesse 10% de diferença em relação

ao valor imediatamente inferior (CAMELO et al., 1985; COSTA, 1999). Os

valores preditos foram calculados de acordo com equação, a seguir, proposta

por Neder et al. (1999).

Equação de referencia da FMR de Neder et al. (1999)

PImáx

Homens: - 0,80 (idade) + 155,3

Mulheres: - 0,49 (idade) + 110,4

PEmáx

Homens: - 0,81 (idade) + 165,3

Mulheres: - 0,61 (idade) + 115,6

3.2.6. Teste Incremental de Membros Superiores (MMSS)

Para a avaliação da carga de treinamento de MMSS os pacientes foram

instruídos a realizar o movimento em diagonal primitiva no membro superior

dominante, durante dois minutos, em posição ortostática, iniciando-se com

meio kilograma (Kg) de peso e progredindo-se meio kg a cada nova série de

movimentos. A cada repetição da série de movimentos foi permitido ao

paciente, 2 minutos de descanso antes de realizar a próxima repetição. O

critério de carga máxima foi estabelecido pelo maior peso movido, ou seja,

quando o paciente não foi capaz de elevar o peso sem utilizar compensações

de outras musculaturas, a carga máxima considerada foi aquela imediatamente

anterior a compensação. Ao final de cada repetição foram coletados dados

referentes à saturação periférica de oxigênio (SpO2) e a frequência cardíaca

(FC) utilizando-se, para tal, um oxímetro de pulso marca Nonin®; dispneia, por

meio da escala de Borg, variando de zero (sem dispneia) a 10 (máxima

dispneia) (BORG, 1982). Caso a SpO2 apresentasse valores abaixo de 80%,

oxigênio adicional era fornecido ao paciente. A carga de treinamento escolhida

foi inicialmente 50% da carga máxima alcançada no teste, podendo ser

ajustada a cada nova visita de acompanhamento (ROCETO et al., 2007;

RODRIGUES et al., 2002).

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3.2.7. Incremental Shuttle Walk Test (ISWT)

Para avaliação da capacidade funcional foi realizado o ISWT, que é um

teste incremental, considerado submáximo (SINGH et al., 1992). Foi realizado

por um avaliador treinado, em um corredor com marcação de 10 metros de

comprimento por dois cones, um em cada extremidade do percurso,

posicionados a 0,5 metro do final (visando minimizar mudanças abruptas na

direção). Utilizou-se um dispositivo sonoro para orientar o andamento do teste,

especialmente nas mudanças de velocidade, sendo que o início do teste era

indicado por um triplo sinal sonoro. Posteriormente um único sinal sonoro era

emitido, em intervalos regulares, no ponto onde o paciente deveria estar no

extremo oposto do curso em que iniciou. Ou seja, após ouvir este triplo sinal

sonoro e iniciada a caminhada, no momento em que o paciente ouvia o sinal

único, coincidentemente ele deveria estar contornando o cone para prosseguir

de volta para o cone de onde havia partido. A cada minuto a velocidade da

caminhada era aumentada por um pequeno incremento padronizado pela

frequência dos sons, de acordo com Singh et al. (1992).

A explicação para o paciente foi padronizada e demonstrada

individualmente antes de cada teste. O paciente foi orientado a caminhar em

um ritmo constante, visando dar a volta no cone ao ouvir o sinal sonoro e a

continuar andando até sentir-se incapaz de manter a velocidade exigida pelo

comando sonoro, sem se tornar excessivamente sem fôlego. Durante todo o

teste foram monitorados os dados referentes à FC, SpO2, escala de Borg para

dispneia e cansaço de membros inferiores (MMII), e registrados a cada nova

fase do teste. A pressão arterial (PA) foi verificada no início e final do teste. A

suplementação de oxigênio foi realizada caso o paciente apresentasse uma

queda da SpO2 abaixo de 80%. O teste foi realizado 2 vezes, de acordo com as

recomendações de Singh et al. (1992) com objetivo de eliminar o efeito

aprendizado. O maior valor de distância percorrida (DP) em metros foi

considerada para efeito de analise dos resultados.

Entre cada teste realizado era dado um tempo de quinze minutos de

descanso ao paciente, de modo que este se recuperasse, retornando ao seu

nível fisiológico basal.

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Para o calculo da DP prevista, foi aplicada a equação de referência, a

seguir, de Jürgensen et al. (2011).

Equação de referencia

374,004 – (6,782 x idade) – (2,328 x peso) + (3,865 x altura) + (115,937 x

gênero); Gênero: Homem = 1 / Mulher = 0.

3.2.8. Índice BODE

O Body-Mass Index, Airflow Obstruction, Dyspnea and Exercise Capacity

Index (Índice i-BODE) foi calculado com as variáveis VEF1, IMC, MRC e

distância percorrida no ISWT, com o objetivo de avaliar o risco de morte em

pacientes com DPOC, (Celli et al., 2004; Williams et al., 2012).

O i-BODE varia da pontuação mínima de zero à pontuação máxima de

dez pontos. Quanto maior a pontuação, maior a probabilidade de mortalidade

dos indivíduos com DPOC.

3.2.9. Quantificação dos marcadores inflamatórios

Os marcadores inflamatórios analisados foram: IL-6 e IL-8. A amostra de

sangue para quantificação dos marcadores inflamatórios foi coletada no

Ambulatório de Enfermagem da UNINOVE, por um profissional da área de

enfermagem devidamente qualificado e orientado. Foram coletados 5 ml de

sangue venoso em tubos BD Vacutainer® (BD Diagnostics) contendo anti-

coagulante. O sangue foi centrifugado a 2500 rotações por minuto por 10

minutos (Centrifuga Excelsa, marca FANEM®, modelo 206BL). O plasma foi

separado, armazenado em ependorfs e congelado. A análise das citocinas

inflamatórias ocorreu ao final do estudo, através de ensaio imunoensimático

(ELISA), segundo a recomendação do fabricante (B&D Systems).

O plasma foi descongelado em ar ambiente no momento da dosagem. A

técnica utilizou anticorpo monoclonal especifico para a citocina a ser dosada,

reagente enzimático e substrato. A unidade utilizada foi picograma por mililitro

(pg/ml).

A descrição sumária da técnica utilizada obedeceu aos seguintes passos:

1 - As amostras e reagentes foram colocados à temperatura ambiente.

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2 - Foram preparados todos os reagentes e diluições da solução padrão.

O anticorpo monoclonal para a citocina já se encontrava na placa.

3 - As amostras e as diferentes diluições da solução padrão foram

acrescentadas à placa de ELISA.

4 - Foi acrescentado o reagente enzimático.

5 - Foi acrescentado o substrato a cada um dos poços da placa que após

ser bloqueada apresentava uma cor proporcional à quantidade de citocina

presente no poço.

6 - A placa foi lida em leitora de ELISA com filtro de 450 nm.

3.2.10. Intervenção

Os pacientes receberam ao final da avaliação, uma cartilha de exercícios

(APÊNDICE 1) contendo além de uma explicação sobre a doença e a

importância da prática de exercícios físicos na qualidade de vida, uma rotina de

exercícios físicos a serem realizados três vezes por semana no domicílio,

durante dois meses seguidos (MALTAIS et al., 2008). Todos pacientes foram

submetidos à intervenção, não houve separação de grupo controle.

A sequência de exercícios consiste em aquecimento, atividade aeróbia,

alongamentos e relaxamento. O aquecimento foi composto por exercícios de

membros superiores e inferiores, sem carga, de acordo com a capacidade de

cada paciente, associado ao ciclo respiratório (RODRIGUES et al., 2002). O

exercício aeróbio foi composto de caminhada por 40 minutos (MALTAIS et al.,

2008) com intensidade de 85% da velocidade máxima atingida no ISWT

(EFFING et al., 2011) e baseada na Escala visual de Dispneia de Borg

(HOROWITZ et al., 1998), e exercícios resistidos de MMSS em diagonal

primitiva, com carga determinada no teste incremental de MMSS. Em seguida

foram realizados exercícios de alongamentos e relaxamento.

Os pacientes foram orientados individualmente sobre cada exercício,

realizando-os juntamente com o avaliador/orientador para redimir possíveis

dúvidas sobre sua execução, minimizando erros e melhorando a prática

domiciliar. Para cada dia de exercício concluído os dados foram anotados em

um diário de acompanhamento (MALTAIS et al., 2008), entregue a cada

paciente juntamente com a cartilha, para que em cada visita e ao final do

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treinamento fosse possível monitorar os dados e verificar a aderência a rotina

do programa de RPD.

Visitas quinzenais foram agendadas ao LARESP, na qual os pacientes

demonstraram sua rotina de exercícios físicos do programa de RPD para que

os ajustes eventuais de carga, correções posturais e correta execução dos

exercícios físicos fossem reorientados.

Ao final das 8 semanas do programa de RPD os pacientes foram

submetidos a reavaliação de maneira que todos os testes e avaliações fossem

novamente aplicados, ocasião em que uma nova amostra de sangue foi

coletada.

3.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA

A homogeneidade dos dados foi verificada aplicando-se o teste de

Kolmogorov-Smirnov (KS) e os dados foram expressos em média e desvio

padrão (X±SD) quando paramétricos e mediana e intervalo interquartílico (Med

[IQ]) quando não paramétricos. Para comparação dos valores pré e pós RPD

foi utilizado teste t-Student e Wilcoxon para dados paramétricos e não

paramétricos, respectivamente. A Correlação de Pearson e Sperman foi

utilizada para verificar as correlações entre todas as variáveis. O programa

estatístico utilizado foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

versão 20.0. O nível de significância adotado foi 5%.

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4. RESULTADOS

Os resultados estão apresentados conforme as normas do PPG-CR, por

meio dos artigos produzidos com os dados do estudo.

4.1. Artigo 1

Alterações nos marcadores inflamatórios sistêmicos de pacientes com

DPOC após Reabilitação Pulmonar Domiciliar.

Eloisa Sanches Pereira do Nascimento, Luciana Maria Malosá Sampaio,

Rodolfo de Paula Vieira, Fabiana Sobral Peixoto Souza, Fernanda Dultra Dias,

Evelin L F Dantas Gomes, Ana Paula, Flavia Greiffo, Roberto Stirbulov, Dirceu

Costa.

*A ser submetido para The American Journal of Sports Medicine.

4.2. Artigo 2

Influência de variáveis funcionais e clínicas na qualidade de vida de

pacientes com DPOC.

Eloisa Sanches Pereira do Nascimento, Fabiana Sobral Peixoto Souza,

Fernanda de Cordoba Lanza, Vera Lucia Santos Alves, Roberto Stirbulov,

Dirceu Costa.

*Submetido à Revista Conscientiae Saúde http://www.uninove.br/revistasaude (comprovante

anexo 2)

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4.1. Artigo 1

Alterações nos marcadores inflamatórios sistêmicos de pacientes com

DPOC após Reabilitação Pulmonar Domiciliar.

Eloisa Sanches Pereira do Nascimento1, Luciana Maria Malosá Sampaio1,

Rodolfo de Paula Vieira1, Fabiana Sobral Peixoto Souza1, Fernanda Dultra

Dias1, Evelim L F Dantas Gomes1, Ana Paula1, Flavia Greiffo1, Roberto

Stirbulov2, Dirceu Costa1.

1 – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade

Nove de Julho – UNINOVE, São Paulo.

2 – Pneumologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo.

Resumo

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença respiratória caracterizada por limitação crônica ao fluxo aéreo, que leva além das alterações pulmonares a efeitos sistêmicos importantes. A reabilitação pulmonar (RP) melhora a capacidade de exercício físico, a qualidade de vida e diminui a dispneia. A DPOC é caracterizada por inflamação pulmonar e sistêmica, sendo que aumentos nos níveis plasmáticos de citocinas inflamatórias são encontrados mesmo na doença estável. O objetivo deste estudo foi avaliar se um programa de RP Domiciliar melhora a tolerância ao exercício de pacientes com DPOC, assim como a qualidade de vida e a inflamação sistêmica. Este estudo prospectivo foi realizado no Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória da UNINOVE. Após anamnese, os pacientes foram submetidos às avaliações de: qualidade de vida e dispneia, espirometria, força muscular respiratória, teste incremental de membros superiores, incremental shuttle walk test e coleta de sangue venoso para quantificação dos marcadores inflamatórios sistêmico (IL-6 e IL-8). Os pacientes receberam, ao final das avaliações, uma cartilha contendo os exercícios físicos para serem realizados no domicilio, 3 vezes por semana, por 8 semanas seguidas. Foram avaliados 25 pacientes, sendo que 14 completaram as avaliações pré e pós RPD. Houve aumento significativo na distância percorrida e na pressão inspiratória máxima, melhora em 2 componentes do questionário de qualidade de vida e diminuição nos níveis plasmáticos da IL-8 após a intervenção. A RPD é uma importante e viável alternativa de RP, para o tratamento de pacientes com DPOC, pois melhora a tolerância ao exercício, a força muscular inspiratória, a qualidade de vida e a inflamação sistêmica de pacientes com DPOC. Palavras-chave: Doença pulmonar obstrutiva crônica, Reabilitação, Inflamação.

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Abstract

The Chronic Obstructive Pulmonary Disease (COPD) is a respiratory disease characterized by chronic airflow limitation that leads beyond the pulmonary findings important systemic effects. Pulmonary rehabilitation (PR) improves exercise capacity, quality of life and reduces breathlessness. COPD is characterized by pulmonary and systemic inflammation, and increases in plasma levels of inflammatory cytokines are found even in stable disease. The aim of this study was to evaluate whether a Home-based PR program improves exercise tolerance in COPD patients, as well as quality of life and systemic inflammation. This prospective study was conducted at the Laboratory of Functional Assessment of Respiratory, UNINOVE. After anamnesis, patients underwent assessments of: quality of life and dyspnea, spirometry, respiratory muscle strength, upper limbs incremental test, incremental shuttle walk test and venous blood was collected for measurement of systemic inflammatory markers (IL-6 and IL-8). Patients received at the end of the evaluations a primer containing the physical exercises to be performed in the home, 3 times per week for 8 consecutive weeks. We evaluated 25 patients, 14 completed the pre and post RPD. A significant increase in the walking distance and the maximal inspiratory pressure, improves on two components of the questionnaire of quality of life and decrease plasma levels of IL-8 after the intervention. The RPD is an important and viable alternative to RP for the treatment of patients with COPD, it improves exercise tolerance, inspiratory muscle strength, quality of life and systemic inflammation in COPD patients.

Keywords: Chronic obstructive pulmonary disease, Rehabilitation, Inflammation.

INTRODUÇÃO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade

respiratória previsível e tratável, caracterizada por limitação crônica ao fluxo

aéreo e não é totalmente reversível. A limitação ao fluxo aéreo é geralmente

progressiva e está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões

à inalação de partículas ou gases nocivos, causada primariamente pelo

tabagismo (GOLD, 2013).

Embora a DPOC acometa primariamente os pulmões, algumas

manifestações extrapulmonares são descritas, tais como a depleção

nutricional, a disfunção dos músculos esqueléticos, alterações dos músculos

respiratórios, fatores que contribuem para a intolerância ao exercício físico

(DOURADO et al., 2006).

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A reabilitação pulmonar (RP) tem como principais objetivos reduzir os

sintomas, melhorar a qualidade de vida e aumentar a participação física e

emocional nas atividades diárias de pacientes com pneumopatia crônica. Em

qualquer estágio da doença, esses pacientes se beneficiam da RP (GOLD,

2011).

Devido ao crescente numero de indivíduos com DPOC (WHO, 2007), os

programas de RP ainda não são suficientes para abranger toda essa

população, também em decorrência das dificuldades de deslocamento nas

grandes cidades e até mesmo pelas próprias limitações impostas pela doença,

uma alternativa para que os pacientes com DPOC realizem exercícios é a

Reabilitação Pulmonar Domiciliar (RPD), que tem se mostrado uma estratégia

valiosa para melhorar a dispneia, capacidade de exercício físico e qualidade de

vida desta população (LIU et al, 2013).

A DPOC é uma doença multicomponente, caracterizada por inflamação

pulmonar e sistêmica (WOUTERS, 2005; AGUSTÍ, 2007; BAINES et al., 2011),

sendo que a inflamação sistêmica está presente em baixo grau, com um

padrão inflamatório diferente do observado em indivíduos saudáveis (GARCIA-

RIO et al., 2010). Aumentos nos níveis circulantes de citocinas inflamatórias e

proteínas da fase aguda são encontrados mesmo na doença estável

(WOUTERS, 2005).

Como efeito das alterações extrapulmonares da DPOC, a intensidade da

inflamação sistêmica está diretamente relacionada com pior qualidade de vida,

limitação ao fluxo aéreo e intolerância ao exercício físico (GARCIA-RIO et al.,

2010). Células inflamatórias nas vias aéreas (neutrófilos, macrófagos e

linfócitos) e marcadores inflamatórios (IL-8, TNF- e PCR) aumentam com o

aumento da severidade da doença, e indicam que persistente inflamação

sistêmica está presente nos portadores de DPOC e pode estar associada às

comorbidades comumente encontrada nestes pacientes, como doenças

cardiovasculares, osteoporose, diabetes e caquexia (SETHI et al., 2012).

O exercício físico exerce efeito protetor contra doenças caracterizadas por

inflamação sistêmica crônica, por induzir uma resposta anti-inflamatória,

mediada pela liberação de IL-6 pelos músculos, que por sua vez, estimula a

produção de citocinas anti-inflamatórias (IL-1ra e IL-10) que inibem a produção

de citocinas pro-inflamatórias (TNF-α) (PETERSEN & PEDERSEN, 2005).

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Em indivíduos saudáveis, o exercício agudo e o treinamento físico alteram

os marcadores inflamatórios (GARROD et al., 2007; PLOEGER et al., 2009).

Van der Vlist et al. (2010) em uma revisão sobre os efeitos anti-inflamatórios do

exercício em pacientes com DPOC, encontraram que as evidências ainda são

controversas, pois enquanto em indivíduos saudáveis e em pacientes com

insuficiência cardíaca os estudos comprovam a diminuição de citocinas

inflamatórias após um período de treinamento físico, em pacientes com DPOC

as evidencias não são fortes e os resultados são contraditórios, possivelmente,

pelo fato de as metodologias utilizadas diferirem em muitos pontos. A

intensidade, a duração e o tipo de exercícios parecem influenciar nos

resultados.

No entanto, ainda são escassas as evidências da redução dos

marcadores inflamatórios sistêmicos em pacientes com DPOC submetidos à

RP. Considerando que indivíduos com DPOC possuem uma melhora na

tolerância ao exercício físico, na qualidade de vida e no perfil inflamatório

sistêmico, quando submetidos ao treinamento físico, o objetivo desse estudo foi

avaliar se a RPD melhora a tolerância ao exercício, a qualidade de vida e a

inflamação sistêmica de pacientes com DPOC, assim como correlacionar o

perfil inflamatório com o desempenho físico, qualidade de vida e a função

pulmonar de pacientes com DPOC.

MATERIAL E MÉTODOS

Amostra e critérios de inclusão e exclusão

Estudo prospectivo, realizado no Laboratório de Avaliação Funcional

Respiratória (LARESP) do Programa de Pós-Graduação em Ciências da

Reabilitação (PPG-CR), no Campus Memorial da América Latina da

Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Barra Funda. Aprovado pelo Comitê

de Ética desta instituição, com o parecer Número 40621/2012. Conforme

determina a resolução 96 de 1996 do CNS, todos os participantes assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de DPOC, em

acompanhamento ambulatorial, provenientes do Ambulatório de Especialidades

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Médicas (AME) Dr. Geraldo Bourroul e do Ambulatório de Fisioterapia da

UNINOVE.

Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, maiores de 40 anos e com

diagnóstico de DPOC segundo critérios do GOLD (2013), clinicamente

estáveis, sem quadro de exacerbação da doença nos últimos trinta dias e que

concordaram em participar do estudo.

Foram excluídos aqueles que apresentaram comorbidades graves, tais

como cardiopatias, doenças ortopédicas em membros superiores e inferiores,

sequelas motoras de doenças neurológicas ou visuais que interferissem na

capacidade de realização de exercício físico, hipertensão arterial não

controlada, tabagistas e que não concordaram em participar do estudo.

O cálculo amostral foi obtido com Power de 80%, assumindo-se um erro

alfa de 0,05, tomando-se como base estudo que determina a diferença

clinicamente significante para o Incremental Shuttle Walk Test (ISWT) (SINGH

et al, 2008) em 78,7 metros com o desvio padrão calculado por estudo piloto de

98,59 metros, resultando em um número amostral de 24 indivíduos.

Procedimento Experimental

O procedimento experimental teve início com a explicação dos objetivos,

riscos e benefícios do estudo aos pacientes voluntários. Na sequência, com

base em uma ficha de avaliação, foram coletados dados sobre a história

pregressa e atual da doença, medicações em uso, carga tabágica e exame

físico geral. Nesta fase ainda era possível ocorrer exclusão, caso se revelasse

qualquer impossibilidade ou impedimento.

Em seguida os pacientes foram submetidos às respectivas avaliações:

dispneia, qualidade de vida, antropometria, espirometria, força muscular

respiratória, Incremental Shuttle Walk Test (ISWT) e coleta de sangue, para

quantificação dos marcadores inflamatórios.

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Desenho Experimental

Dispneia e Qualidade de vida

Para avaliação da dispneia os pacientes responderam o Questionário

Medical Research Council (MRC), sendo este uma escala que varia de 1 a 5,

para categorizar, em termos de incapacidade física, os pacientes com DPOC

(BESTALL et al., 1999; KOVELIS et al., 2008).

Para avaliação da qualidade de vida foi aplicado o Medical Outcomes

Study 36 - item Short-Form Health Survey (SF-36), um instrumento genérico de

avaliação de qualidade de vida, de fácil administração e compreensão, que é

um questionário multidimensional formado por 36 itens, englobado em 8

componentes (capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de

saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental),

validado para língua local de acordo com CICONELLI et al., (1999). Para cada

componente, é calculado um resultado final numa escala de 0 a 100, onde o

escore 0 corresponde ao pior estado de saúde, e o escore 100 corresponde ao

melhor.

Triagem de pacientes com DPOC (25 pacientes avaliados)

Avaliação inicial: Dispneia e Qualidade de vida Força Muscular Respiratória

Espirometria Teste Incremental de MMSS

ISWT Coleta de sangue

Intervenção (RPD) Visitas quinzenais

Reavaliação (14 pacientes)

Após 8 semanas 11 pacientes excluídos: - 5 por abandono - 4 exacerbaram - 1 problema cardíaco - 1 problema vascular

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Antropometria

A estatura foi verificada por uma fita métrica fixada na parede, escalonada

em centímetros e o peso por uma balança da marca Tanita (BC 554 – Tanita

Iron Man®). Para a obtenção do índice de massa corporal (IMC) foi aplicada a

equação: massa corporal (Kg)/estatura2 (m) (FRISANCHO, 1981).

Espirometria

Foi realizada uma espirometria para obtenção dos parâmetros capacidade

vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e

relação VEF1/CVF, considerando os critérios de aceitabilidade e

reprodutibilidade, de acordo com as recomendações da European Respiratory

Society (ATS/ERS, 2005) e pelas diretrizes para teste de função pulmonar

(PEREIRA, 2002). Todos os testes foram realizados em ambiente climatizado,

com ar condicionado e medidor de temperatura e umidade relativa do ar. O

espirômetro utilizado foi o Easy One® da NDD, ultrassônico, previamente

calibrado. Os valores previstos foram baseados nas equações de valores

estabelecidos para a população brasileira (PEREIRA et al., 2007). Para efeito

de registros, todos os valores foram expressos em litros e em porcentagem do

predito. Para classificação espirométrica do grau de obstrução foi utilizado o

GOLD (2013).

Força Muscular Respiratória (FMR)

A FMR foi medida utilizando-se um manovacuômetro marca Wika®,

escalonado em cmH2O (0 a 300 cmH2O). Foram obtidas as medidas de

pressões inspiratória e expiratória máximas (PImáx e PEmáx). De acordo com

a técnica de Blak & Hyatt (1969), amplamente referendada pela literatura, a

PImáx foi medida na inspiração máxima, partindo em nível de volume residual

(VR) e a PEmáx foi medida na expiração máxima, partindo-se do nível da

capacidade pulmonar total. Cada manobra foi sustentada por no mínimo 1 a 2

segundos e foi repetida no mínimo 3 e no máximo 8 vezes, sendo que o maior

valor foi aceito, desde que não excedesse 10% de diferença em relação ao

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valor imediatamente inferior (CAMELO et al., 1985; COSTA, 1999). Os valores

preditos foram calculados de acordo com equação, a seguir, proposta por

Neder et al. (1999).

Teste Incremental de Membros Superiores (MMSS)

Para a avaliação da carga de treinamento de MMSS os pacientes foram

instruídos a realizar o movimento em diagonal primitiva no membro superior

dominante, durante dois minutos, em posição ortostática, iniciando-se com

meio kilograma (Kg) de peso e progredindo-se meio kg a cada nova série de

movimentos. O critério de carga máxima foi estabelecido pelo maior peso

movido, ou seja, quando o paciente não foi capaz de elevar o peso sem utilizar

compensações de outras musculaturas, a carga máxima considerada foi aquela

imediatamente anterior a compensação. A carga de treinamento escolhida foi

inicialmente 50% da carga máxima alcançada no teste, podendo ser ajustada a

cada nova visita de acompanhamento (ROCETO et al., 2007; RODRIGUES et

al., 2002).

Incremental Shuttle Walk Test (ISWT)

Para avaliação da capacidade funcional foi realizado o ISWT, que é um

teste incremental, considerado submáximo, de acordo com as recomendações

de SINGH et al. (1992). Foi realizado por um avaliador treinado, em um

corredor com marcação de 10 metros de comprimento por dois cones

posicionados a 0,5 metros do final do percurso, utilizando-se um dispositivo

sonoro para orientar o andamento do teste, especialmente nas mudanças de

velocidade. A cada minuto a velocidade da caminhada era aumentada por um

pequeno incremento padronizado pela frequência dos sons. Para o calculo da

distância percorrida (DP) prevista, foi aplicada a equação de referência de

Jürgensen et al. (2011).

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Quantificação dos marcadores inflamatórios

Os marcadores inflamatórios analisados foram: IL-6 e IL-8. A amostra de

sangue para quantificação dos marcadores inflamatórios foi coletada no

Ambulatório de Enfermagem da UNINOVE, por um profissional da área de

enfermagem devidamente qualificado e orientado. Foram coletados 5 ml de

sangue venoso em tubos BD Vacutainer® (BD Diagnostics) contendo anti-

coagulante. O sangue foi centrifugado a 2500 rpm por 10 minutos (Centrifuga

Excelsa, marca FANEM®, modelo 206BL). O plasma foi separado, armazenado

em ependorfs e congelado. A análise das citocinas inflamatórias ocorreu ao

final do estudo, por meio de ensaio imunoensimático (ELISA), segundo a

recomendação do fabricante (B&D Systems).

O plasma foi descongelado em ar ambiente no momento da dosagem. A

técnica utilizou anticorpo monoclonal especifico para a citocina a ser dosada,

reagente enzimático e substrato. A unidade utilizada foi picograma por mililitro

(pg/ml).

Intervenção

Após a avaliação todos os pacientes receberam uma cartilha de exercícios

contendo além de uma explicação sobre a doença e a importância da prática

de exercícios físicos na qualidade de vida, uma rotina de exercícios físicos a

serem realizados três vezes por semana, durante dois meses seguidos

(MALTAIS et al., 2008). Todos pacientes foram submetidos a intervenção, não

houve separação de grupo controle.

A sequência de exercícios consiste em aquecimento, atividade aeróbia,

alongamentos e relaxamento. O aquecimento foi composto por exercícios de

membros superiores e inferiores, sem carga, de acordo com a capacidade de

cada paciente, associado ao ciclo respiratório (RODRIGUES et al., 2002). O

exercício aeróbio foi composto de caminhada por 40 minutos (MALTAIS et al.,

2008) com intensidade de 85% da velocidade máxima atingida no ISWT

(EFFING et al., 2011) e baseada na Escala visual de Dispneia de Borg

(HOROWITZ et al., 1998), e exercícios resistidos de MMSS em diagonal

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primitiva, com carga determinada no teste incremental de MMSS. Em seguida

foram realizados exercícios de alongamentos e relaxamento.

Os pacientes foram orientados individualmente sobre cada exercício,

realizando-os juntamente com o avaliador/orientador para redimir possíveis

dúvidas sobre sua execução, minimizando erros e melhorando a prática

domiciliar. Para cada dia de exercício concluído os dados foram anotados em

um diário de acompanhamento (MALTAIS et al., 2008), entregue a cada

paciente juntamente com a cartilha, para que em cada visita e ao final do

treinamento fosse possível monitorar os dados e verificar a aderência a rotina

do programa de RPD.

Visitas quinzenais foram agendadas ao LARESP, na qual os pacientes

demonstraram sua rotina de exercícios físicos do programa de RPD para que

os ajustes eventuais de carga, correções posturais e correta execução dos

exercícios físicos pudessem ser reorientados.

Ao final das 8 semanas do programa de RPD os pacientes foram

submetidos a reavaliação de maneira que todos os testes e avaliações fossem

novamente aplicados, ocasião em que uma nova amostra de sangue foi

coletada.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

A homogeneidade dos dados foi verificada aplicando-se o teste de

Kolmogorov-Smirnov (KS) e os dados foram expressos em média e desvio

padrão (X±SD) quando paramétricos e mediana e intervalo interquartílico (Med

[IQ]) quando não paramétricos. Para comparação dos valores pré e pós RPD

foi utilizado teste t-Student e Wilcoxon para dados paramétricos e não

paramétricos, respectivamente. A Correlação de Pearson e Sperman foi

utilizada para verificar as correlações entre todas as variáveis. O programa

estatístico utilizado foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS)

versão 20.0. O nível de significância adotado foi 5%.

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RESULTADOS

Vinte e cinco pacientes com DPOC foram avaliados, sendo que destes, 14

pacientes (8 mulheres e 6 homens) completaram o período de 8 semanas de

acompanhamento. Onze pacientes foram excluídos, 5 por abandono, 4 por

exacerbação, 1 por problema cardíaca e 1 por problema vascular. A

distribuição dos pacientes de acordo com a classificação GOLD foi: GOLD I, 4

pacientes; GOLD II, 4 pacientes; GOLD III, 5 pacientes e GOLD IV, 1 paciente.

A carga tabágica média foi de 38,71±30,12 anos/maço. Todos pacientes faziam

uso prévio de medicações broncodilatadoras que não foram alteradas durante

o período do estudo. A tabela 1 apresenta as características da amostra.

Tabela 1 – Características da amostra.

Características Pacientes (n=14)

Idade (anos) 64,85±5,17

Massa Corporal (Kg) 69,32±15,68

Estatura (m) 1,61±0,11

IMC (Kg/m2) 26,44±5,22

Função Pulmonar

CVF (%) 69,14±14,44

VEF1 (%) 55,71±20,76

VEF1/CVF (%) 79,67±17,51

MRC 2 [1,25-2]

Valores expressos em média ± desvio padrão ou mediana [intervalo interquartílico]. IMC: Índice de massa corporal; CVF: capacidade vital forçada; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; VEF1/CVF: relação VEF1/CVF; MRC: Medical Research Council.

O IMC está discretamente acima da normalidade indicando sobrepeso.

Em relação às variáveis espirométricas analisadas, os pacientes apresentaram

limitação ao fluxo aéreo moderada com redução da CVF.

A tabela 2 exibe os dados referentes ao ISWT nos dois momentos

avaliados.

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Tabela 2 – Médias e desvios padrão da Distância Percorrida (DP), em metros e em % do previsto, e respectivos resultados de Dispneia (Borg), Fadiga MMII (Borg) e FC Máxima (%), no ISWT.

Pré RPD Pós RPD

DP obtida (metros) 296,57±65,22 318,92±78,50*

DP em % do previsto 68,30±18,07 72,93±17,38*

Dispneia (Borg) 2 [1-3,5] 0,25 [0-1,75]

Fadiga MMII (Borg) 1 [0-3] 0 [0-1]*

FC Máxima (%) 73,21±15,04 72,00±12,15

Valores expressos em média ± desvio padrão e mediana [intervalo interquartílico]. DP: Distância percorrida; FC: frequência cardíaca. * p≤0,05.

A DP foi significativamente maior no pós RPD, tanto nos valores obtidos

quanto em porcentagem do previsto. A sensação de fadiga de MMII foi

significativamente menor após a RPD. A sensação de dispneia e a FC máxima

(%) não apresentaram diferenças significativas após a intervenção.

As pressões respiratórias máximas verificadas antes e após a intervenção

estão descritas na tabela 3.

Tabela 3 – Pressões respiratórias máximas obtidas (cmH2O).

Pré RPD Pós RPD

PImáx obtida 62,85±15,77 71,42±18,75*

PEmáx obtida 81,07±24,50 87,50±22,93

Valores expressos em média ± desvio padrão. PImáx: pressão inspiratória máxima; PEmáx: pressão expiratória máxima. * p≤0,05.

Os pacientes apresentaram aumento significativo de PImáx após a

intervenção. A PEmáx não apresentou diferença significativa.

A pontuação dos componentes do SF-36 está apresentada na tabela 4, à

seguir.

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Tabela 4 – Questionário de qualidade de vida (SF-36).

SF-36 Pré RPD Pós RPD

Capacidade Funcional 57,50 [50,00 – 77,50] 65,00 [55,00 – 80,00]

Aspectos Físicos 50,00 [0,00 – 93,75] 100,00 [75,00 – 100,00]*

Dor 56,50 [43,50 – 70,00] 74,00 [64,50 – 100,00]*

Estado Geral de Saúde 54,50 [47,00 – 69,50] 72,00 [47,00 – 94,25]

Vitalidade 70,00 [48,75 – 75,00] 62,50 [56,25 – 90,00]

Aspectos Sociais 81,25 [62,50 – 100,00] 100,00 [75,00 – 100,00]

Aspectos Emocionais 33,33 [33,33 – 100,00] 100,00 [41,66 – 100,00]

Saúde Mental 72,00 [49,00 – 86,00] 86,00 [62,00 – 92,00]

Valores expressos em mediana [intervalo interquartílico]. (* p<0,05).

Houve aumento significativo na pontuação de 2 componentes do SF-36

(Aspectos Físicos e Dor) após a RPD. Os demais componentes não

apresentaram diferença significativa.

Na análise dos marcadores inflamatórios, os valores médios das

interleucinas pré e pós RPD foram: IL-6 (70,78±73,18 e 59,16±36,07 pg/ml) e

IL-8 (28,94±14,09 e 23,94±10,97 pg/ml). As figuras 1 e 2 mostram o

comportamento dos dados das interleucinas.

Figura 1 - Representação gráfica da dosagem da IL-6.

Pré RPD Pós RPD

IL-6

IL-6

pg

/ml

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43

Figura 2 - Representação gráfica da dosagem da IL-8.

Na comparação dos valores das interleucinas pré e pós RPD, enquanto a

diminuição nos níveis da IL-6 não foi significativa, a diminuição nos níveis da

IL-8 apresentou diferença significativa após a intervenção (p = 0,02).

Para análise de correlação, os dados pós RPD foram analisados

isoladamente e foi encontrada correlação entre DP (m) e SF-36 (componente

Aspectos Físicos) (figura 3).

Figura 3 - Correlação entre a DP (m) e SF-36

(componente Aspectos Físicos).

Pré RPD Pós RPD

IL-8

* IL

-8 p

g/m

l

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44

DISCUSSÃO

De acordo com nossos resultados foi possível constatar melhora

significativa na tolerância ao exercício físico, acompanhada de aumento da

força muscular inspiratória, diminuição nos níveis plasmáticos da IL-8 e

melhora da qualidade de vida, constatada em dois componentes do SF-36, dos

pacientes com DPOC, após a RPD.

Dentre muitas variáveis, normalmente consideradas na literatura, como

sensíveis para se avaliar a melhora do desempenho físico de pacientes com

DPOC, submetidos à RP convencional, está a DP no ISWT. Singh et al. (2008),

encontraram aumento significativo na DP no ISWT, além de considerarem

clinicamente importante o aumento de 47,5 metros na DP por seus pacientes.

Nossos pacientes, apesar de não terem realizado a RP convencional,

apresentaram um aumento significativo, de 22,3 metros na DP após a RPD,

com menor sensação se dispneia e fadiga de MMII, dado este que favorece

uma melhora na tolerância aos exercícios físicos.

Estes resultados podem ser considerados satisfatórios, sobretudo quando

comparados com outros igualmente positivos, em estudos com métodos

idênticos, desenvolvidos por Ghanem et al. (2010), após 2 meses de RPD e por

Lee et al. (2013), após 12 semanas de RPD, enfatizando que neste último a

melhora se manteve por até seis meses após tal intervenção.

Apesar de pouca evidência científica, a RPD vem se mostrando uma

alternativa interessante e viável aos pacientes com DPOC, que normalmente

apresentam dificuldades para se deslocarem até os respectivos centros de

tratamento. Com métodos semelhantes de avaliação, Resqueti et al. (2007)

encontraram melhora de 19 metros na DP no teste de caminha de 3 minutos,

após 9 semanas de RPD em pacientes com DPOC muito grave. Melhora que

se manteve também por até 6 meses após o término do programa de RPD.

Com algumas limitações, o método de RPD tem sido questionado, em

especial sobre as dificuldades no monitoramento das atividades de exercícios

físicos realizadas pelos pacientes à distância. Para possível resolução dessa

limitação algumas alternativas tem sido sugeridas, dentre as quais o emprego

de um metrometro, como o utilizado por Lee et al. (2013), durante um programa

de RPD por 12 semanas, em pacientes com DPOC moderado a muito grave.

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45

Esses autores programaram o metrometro individualmente, com intensidade de

60% do esforço máximo alcançado pelo paciente no teste de esforço

cardiorrespiratório e observaram uma melhora clínica e significativa na DP

após a intervenção. Em nosso programa, utilizamos um diário de

acompanhamento para monitorar a aderência dos pacientes ao programa de

RPD.

Além do desempenho físico, normalmente avaliado pelo ISWT, a força

muscular respiratória também tem sido importante objeto de avaliação, pois os

pacientes com DPOC, comumente apresentam fraqueza muscular inspiratória

(SILVA et al., 2008). O treinamento da musculatura respiratória (TMR)

apresenta melhores resultados quando associado aos demais exercícios

físicos, especialmente nos pacientes que apresentam fraqueza da musculatura

inspiratória (Gosselink et al., 2011).

Embora o TMR não tenha sido a principal estratégia utilizada na RPD

aplicada em nossos pacientes, a respiração diafragmática foi enfática e

constantemente orientada e encontramos aumento significativo da PImáx após

a RPD. O mesmo não ocorreu com os resultados de Resqueti et al. (2007), que

incluíram o TMR, com uso do Threshold IMT, durante o programa de RPD,

possivelmente pelo fato dos pacientes participantes apresentarem limitação ao

fluxo aéreo muito grave.

Em se tratando de paciente com doença crônica, cada vez mais tem sido

buscado alternativas de tratamento que além de proporcionar a melhora do

quadro clínico da DPOC, enfatize a qualidade de vida desses pacientes. Liu et

al. (2013) em um programa de RPD com duração de 4 meses, baseado em

uma intervenção online, encontraram melhora significativa na tolerância ao

exercício físico, na função pulmonar, e também na qualidade de vida relatada

pelos pacientes com DPOC estáveis. Para tal, os diferentes questionários de

qualidade de vida continuam sendo importantes ferramentas de avaliação.

Nossos pacientes puderam relatar melhora na qualidade de vida, detectadas

em dois componentes do SF-36, dentre os quais o componente aspectos

físicos, após concluírem a RPD.

A melhora da qualidade de vida desses pacientes reflete o melhor

desempenho de atividades do dia a dia, sem constatação de cansaço físico e

dispneia. Em recente revisão sistemática sobre o RPD em pacientes com

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DPOC severo, 7 estudos clínicos randomizados foram incluídos, nos quais

constam melhora significativa da dispneia nas atividades de vida diária após a

intervenção. Nestes estudos, 5 utilizaram-se do treinamento muscular

respiratório e 2 de exercícios físicos (THOMAS et al., 2010). Resqueti et al.

(2007) relataram melhora da dispneia após RPD que incluía exercícios aeróbio

e fortalecimento muscular periférico e respiratório.

A qualidade de vida tem sido considerada um fator relevante a ser

avaliado em programas de RP, especialmente pelo impacto que a doença gera

na qualidade de vida dos pacientes com DPOC. Em estudos semelhantes ao

nosso, o SF-36 detectou melhora significativa após a RPD em 6 dos 8

componentes avaliados por este questionário (GHANEM et al, 2010). Resqueti

et al. (2007) também encontraram melhora significativa na qualidade de vida,

avaliada pelo Chronic Respiratory Questionnaire (CRQ), após 9 semanas de

RPD.

A qualidade de vida se correlacionou com a DP no ISWT, ou seja, os

pacientes que caminharam menos apresentaram qualidade de vida mais

comprometida. Sanchez et al. (2008) encontraram correlação entre a DP no

teste de caminhada de 6 minutos, que também avalia capacidade funcional, e o

AQ-20. Bentsen et al. (2008) e Dowson et al. (2001) também encontraram

relação entre qualidade de vida, avaliada pelo SF-36, e a capacidade de

exercício avaliada pelo ISWT.

A presença de inflamação sistêmica na DPOC é um tema que vem sendo

explorado, por se acreditar que ela explicaria grande parte das alterações

extrapulmonares presentes nestes pacientes. Enquanto Petersen et al. (2008)

avaliaram alguns marcadores inflamatórios (PCR, IL-6, IL-18, TNF-α) antes e

após 7 semanas de RP, 2 vezes por semana, e não encontraram diferença

significativa nos níveis plasmáticos destes marcadores nos pacientes com

DPOC, recente estudo de Agustí et al. (2012) revelou um novo perfil de

pacientes com DPOC, com persistente inflamação sistêmica associada a maior

número de exacerbações e pior sobrevida. Esses autores constataram que um

terço da população estuda (1755 paciente com DPOC) não apresentava

nenhum marcador inflamatório sistêmico alterado. No entanto, avaliar os efeitos

do treinamento físico na inflamação sistêmica de pacientes com DPOC é uma

metodologia ainda pouco explorada e pouco divulgada na literatura.

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47

Bolton et al. (2007) também não encontraram alteração nos níveis

plasmáticos de IL-6 e TNF-α após 8 semanas de RP. Canavan et al. (2007)

avaliaram os níveis plasmáticos de PCR, IL-6 e TNF-α antes e após o ISWT no

inicio e final de 7 semanas de RP e não encontraram alteração significativa

nestes marcadores inflamatórios após a intervenção.

De acordo com nossos resultados, houve uma redução significativa nos

níveis plasmáticos da IL-8, uma citocina pro-inflamatória, após a RPD,

demonstrando que o exercício físico pode melhorar o perfil inflamatório de

pacientes com DPOC, diminuindo o nível sistêmico de citocinas pro-

inflamatórias.

Esses marcadores inflamatórios também tem sido estudados no escarro.

Szczegielniak et al. (2011) encontraram diminuição nos níveis de IL-8 no

escarro de pacientes com DPOC após 20 sessões de fisioterapia respiratória,

demonstrando os benefícios do exercício também na inflamação local.

De acordo com Nimmo et al. (2013) em uma recente revisão sistemática,

o treinamento físico pode reduzir a inflamação sistêmica de baixo grau,

presente em muitas doenças crônicas, como a DPOC, no entanto, o tipo de

atividade influencia nos resultados. Treinamento aeróbio de moderada a alta

intensidade, acima de 70% da capacidade aeróbia máxima, associado a

exercícios resistidos promovem os melhores benefícios, particularmente,

otimizando os efeitos anti-inflamatórios. Nosso programa de treinamento está

de acordo com as recomendações de Nimmo et al. (2013) quanto a intensidade

de treinamento, que foi de 85% velocidade máxima no ISWT, e a associação

com exercícios resistidos, provavelmente explicando os benefícios

encontrados.

A RPD tem se mostrado uma estratégia viável e efetiva no tratamento de

pacientes com DPOC como alternativa a RP ambulatorial convencional.

Oliveira et al. (2010), em estudo clínico randomizado, compararam RP

ambulatorial e a RPD e encontraram diferença significativa da DP e do índice

BODE em ambos os grupos avaliados em relação ao nível basal, em um

programa com duração de 12 semanas. Esses autores concluíram que a RPD

é efetiva no tratamento do DPOC assim como a RP ambulatorial.

A RPD também tem se mostrado uma alternativa para a manutenção das

melhorias alcançadas com a RP ambulatorial. Moulin et al. (2009)

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demonstraram que os efeitos do treinamento ambulatorial podem ser mantidos

por um programa de exercícios domiciliar simples, estruturado, diário e auto-

monitorado em pacientes com DPOC moderada.

De acordo com nossos resultados, e em conformidade com os poucos

achados na literatura sobre este tema, podemos concluir que a RPD é uma

importante e viável alternativa de RP, para o tratamento de pacientes com

DPOC, sobretudo aqueles que apresentam dificuldades de deslocamento até

centros especializados de RP.

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4.2. Artigo 2

Influência de variáveis funcionais e clínicas na qualidade de vida de

pacientes com DPOC.

Eloisa Sanches Pereira do Nascimento1, Fabiana Sobral Peixoto-

Souza1,Fernanda de Cordoba Lanza1, Vera Lucia Santos Alves2, Roberto

Stirbulov3, Dirceu Costa1.

1 – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Universidade

Nove de Julho – UNINOVE, São Paulo.

2 – Fisioterapeuta da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo.

3 – Pneumologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo.

Resumo A doença pulmonar obstrutiva crônica é caracterizada por limitação crônica ao fluxo aéreo, que não é totalmente reversível. Os pacientes frequentemente apresentam intolerância ao exercício, dispneia e pior qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação de variáveis espirométricas, capacidade funcional e índice i-BODE com a qualidade de vida em pacientes com DPOC. Este estudo transversal foi realizado no Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória da UNINOVE. Os pacientes realizaram as seguintes avaliações: anamnese, qualidade de vida e dispneia, espirometria, composição corporal e incremental shuttle walk test. Foram avaliados 23 pacientes com DPOC, e correlação significativa foi encontrada entre o SF-36 e o AQ20 com a função pulmonar, a distância percorrida e o i-BODE, sendo que as variáveis que mais apresentaram contribuição associativa com a qualidade de vida foram IMC, massa gorda, VEF1, DP e índice i-BODE. Pacientes com DPOC com qualidade de vida mais prejudicada apresentam maior comprometimento da função pulmonar, menor capacidade de exercício e menor sobrevida. Palavras-chave: Doença pulmonar obstrutiva crônica, qualidade de vida, função pulmonar, capacidade funcional. Abstract Chronic obstructive pulmonary disease is characterized by chronic airflow limitation that is not fully reversible. Patients often present exercise intolerance, dyspnea and poorer quality of life. The aim of this study was to evaluate the correlation of spirometric variables, functional capacity and i-BODE index with quality of life in patients with COPD. This cross-sectional study was conducted in the Laboratory of Functional Assessment of Respiratory, UNINOVE. Patients

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underwent the following evaluations: medical history, quality of life and dyspnea, spirometry, body composition and incremental shuttle walk test. We evaluated 23 patients with COPD, and a significant correlation was found between the SF -36 and AQ20 with pulmonary function, walking distance and the i-BODE, and the variables that presented more membership contribution to quality of life were BMI, mass fat, FEV1, walking distance and i-BODE index. COPD patients with impaired quality of life have greater impairment of lung function, lower exercise capacity and lower survival.

Keywords: Chronic obstructive pulmonary disease, quality of life, lung function, functional capacity.

INTRODUÇÃO

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade

respiratória previsível e tratável, caracterizada por limitação crônica ao fluxo

aéreo que não é totalmente reversível (GOLD, 2013). Embora a DPOC

acometa primariamente os pulmões, ela está associada com numerosos e

significantes efeitos sistêmicos que atingem uma ampla gama de tecidos

extrapulmonares e órgãos sistêmicos (ULUBAY et al., 2012), tais como a

depleção nutricional, a disfunção dos músculos esqueléticos e alterações dos

músculos respiratórios, fatores que contribuem para a intolerância ao exercício

físico (DOURADO et al., 2006). Além disso, diversos aspectos clínicos podem

estar associado com a qualidade de vida desses pacientes.

Como consequência das manifestações pulmonares e extrapulmonares

na DPOC, a qualidade de vida desta população é pior nos estágios mais

avançados da doença e quando comparada a indivíduos saudáveis (ULUBAY

et al., 2012; Bentsen et al., 2012). Os instrumentos que avaliam o quanto a

qualidade de vida deste pacientes está prejudicada são diversos, podendo ser

genéricos e específicos.

O SF-36 é um questionário genérico, muito utilizado na avaliação de

pacientes com doenças crônicas, englobando aspectos físicos, mentais e

emocionais. Já o AQ-20 é um questionário específico para pacientes com

DPOC, mais simples e breve, que apresenta correlação com outros

questionários específicos.

Estudos que avaliam quais parâmetros clínicos influenciam na qualidade

de vida de pacientes com DPOC são importantes para guiar as intervenções,

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no sentido de otimizar o tratamento dos sintomas/variáveis mais importantes.

Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação de variáveis

espirométricas, capacidade funcional e índice i-BODE com a qualidade de vida

de pacientes com DPOC, utilizando-se dois questionários, o Medical Outcomes

Study 36 - item Short-Form Health Survey (SF-36) e Airways questionnaire 20

(questionário de vias aéreas 20 – AQ-20).

MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, que foi conduzido no Laboratório de

Avaliação Funcional Respiratória (LARESP) do Programa de Pós-Graduação

em Ciências da Reabilitação (PPG-CR), Unidade Memorial da América Latina

da Universidade Nove de Julho (UNINOVE), devidamente aprovado pelo

Comitê de Ética desta IES, sob o parecer Número 40621/2012, conforme

determina a resolução 96 de 1996 do CNS, todos os participantes assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, antes do início do trabalho.

A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de DPOC, em

acompanhamento ambulatorial, provenientes do Ambulatório Médico de

Especialidades (AME) Dr. Geraldo Bourroul e do Ambulatório de Fisioterapia da

UNINOVE.

Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, maiores de 40 anos de

idade e com diagnóstico de DPOC segundo critérios da American Thoracic

Society (ATS), Global Obstructive Lung Disease (GOLD) e II Consenso

Brasileiro de DPOC, clinicamente estáveis, sem quadro de exacerbação da

doença nos últimos trinta dias e que concordaram em participar do estudo.

Foram excluídos aqueles que apresentavam comorbidades graves, tais

como cardiopatias, doenças ortopédicas em membros superiores e inferiores,

sequelas motoras de doenças neurológicas ou visuais que interferissem na

capacidade de realização de exercício físico, hipertensão arterial não

controlada e que não concordaram em participar do estudo.

Todos os pacientes foram submetidos à entrevista para coleta de dados

sociodemográficos, como idade e gênero, e clínicos, como tempo de tabagismo

(em anos/maço), comorbidades, dispneia, segundo Medical Research Council

(MRC) (BESTALL et al., 1999; KOVELIS et al., 2008), capacidade funcional,

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classificação do grau de obstrução segundo o GOLD (2013) e espirometria. A

aplicação dos questionários de qualidade de vida ocorreu no mesmo dia, e foi

aplicada pelo mesmo avaliador.O Body mass index, arway obstruction,

dyspnea and exercise capacity (BODE), índice que avalia o grau de

mortalidade dos indivíduos com DPOC, foi calculado com base na avalição do

grau de obstrução (VEF1), índice de massa corpórea (IMC), dispneia (MRC) e

capacidade de exercício (ISWT) (WILLIAMS et al., 2012). O i-BODE varia da

pontuação mínima de zero à pontuação máxima de dez pontos. Quanto maior a

pontuação, maior a probabilidade de mortalidade dos indivíduos com DPOC.

A composição corporal dos pacientes foi avaliada por meio de uma

balança de impedância elétrica na marca Tanita (BC 554 – Tanita Iron Man®).

A estatura foi verificada por uma fita métrica fixada na parede, escalonada em

centímetros. Para a obtenção do índice de massa corporal (IMC) foi aplicada a

equação: massa corporal (Kg)/estatura2 (m) (FRISANCHO, 1981).

Foi realizada uma espirometria para obtenção dos parâmetros capacidade

vital forçada (CVF), volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e

relação VEF1/CVF, considerando os critérios de aceitabilidade e

reprodutibilidade, de acordo com as recomendações da European Respiratory

Society (ERS, 2005) e pelas diretrizes para teste de função pulmonar

(PEREIRA, 2002). Todos os testes foram realizados em ambiente climatizado,

com ar condicionado e medidor de temperatura e umidade relativa do ar. O

espirômetro utilizado foi o Easy One® da NDD, ultrassônico, previamente

calibrado. Os valores previstos foram baseados nas equações de valores

estabelecidos para a população brasileira (PEREIRA et al., 2007). Para efeito

de registros, todos os valores foram expressos em litros e em porcentagem do

predito.

Para avaliação da capacidade funcional foi realizado o ISWT, que é um

teste incremental, considerado submáximo, de acordo com as recomendações

de SINGH et al. (1992). Foi realizado por um avaliador treinado, em um

corredor com marcação de 10 metros de comprimento por dois cones

posicionados a 0,5 metros do final do percurso, utilizando-se um dispositivo

sonoro para orientar o andamento do teste, especialmente nas mudanças de

velocidade. A cada minuto a velocidade da caminhada era aumentada por um

pequeno incremento padronizado pela frequência dos sons.

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Para avaliação da qualidade de vida, dois questionários foram aplicados:

Airways questionnaire 20 (questionário das Vias Aéreas 20 - AQ20), específico

para doença pulmonar obstrutiva, sendo este validado para a língua local e

confiável para a avaliação de pacientes com DPOC, contendo 20 questões

relacionadas ao estado de saúde respiratória (CAMELIER et al., 2003), com

uma pontuação que varia de 0 a 20, quanto mais próximo a 20 pior a qualidade

de vida. E Medical Outcomes Study 36 - item Short-Form Health Survey (SF-

36), um instrumento genérico de avaliação de qualidade de vida, de fácil

administração e compreensão, que é um questionário multidimensional

formado por 36 itens, englobado em 8 componentes (capacidade funcional,

aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais,

aspectos emocionais e saúde mental), validado para língua local de acordo

com CICONELLI et al., (1999). Para cada componente, é calculado um

resultado final numa escala de 0 a 100, onde o escore 0 corresponde ao pior

estado de saúde, e o escore 100 corresponde ao melhor.

Análise estatística

Para análise estatística, a homogeneidade dos dados foi verificada

usando o teste de Kolmogorov-Smirnov (KS) e os dados foram expressos em

média e desvio padrão (X±SD) quando paramétricos e mediana e intervalo

interquartílico (Med [IQ]) quando não paramétricos. A Correlação de Pearson e

Sperman foi utilizada para verificar as correlações entre todas as variáveis.

Com o objetivo de estabelecer a relação entre as múltiplas variáveis dos

pacientes com os questionários de qualidade de vida, Sf-36 e AQ20, foi

realizada uma análise de regressão múltipla. O programa estatístico utilizado

foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. O nível de

significância adotado foi 5%.

RESULTADOS

Foram avaliados 23 pacientes com DPOC, com classificação

espirométrica conforme os critérios do GOLD em: GOLD I (2 pacientes), GOLD

II (12 pacientes), GOLD III (5 pacientes) e GOLD IV (4 pacientes). Todos

pacientes faziam uso prévio de medicações broncodilatadoras que não foram

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alteradas durante o período do estudo. As características da amostra constam

na tabela 1, a seguir.

Tabela 1 – Características da amostra

Características Pacientes (n=23)

Idade (anos) 64,30±8,58

Gênero (Masculino/Feminino) 13/10

Tempo de tabagismo (anos) 45,13±27,05

IMC (Kg/m2) 25,65±5,08

CVF (% predito) 71,81±18,99

VEF1 (% predito) 55,91±20,21

VEF1/CVF (% predito) 73,19±23,69

Distância percorrida (metros) 278,39±78,05

MRC 2 [2-2]

Índice BODE 1 [0-3,75]

Valores expressos em média ± desvio padrão e mediana [intervalo interquartílico]. IMC: Indice de massa corporal; CVF: capacidade vital forçada; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; VEF1/CVF: relação VEF1/CVF; ISWT: Incremental Shuttle Walk Test; MRC: Medical Research Council.

Tabela 2 – Parâmetros da qualidade de vida dos pacientes com DPOC.

Questionário Pontuação

AQ-20 7,00 [5,00 – 10,50]

SF-36

Capacidade Funcional 55,00 [40,00 – 70,00]

Aspectos Físicos 50,00 [0,00 – 75,00]

Dor 52,00 [41,00 – 72,00]

Estado Geral de Saúde 57,00 [47,00 – 72,00]

Vitalidade 60,00 [47,50 – 75,00]

Aspectos Sociais 75,00 [62,50 – 100,00]

Aspectos Emocionais 33,33 [16,66 – 100,00]

Saúde Mental 72,00 [52,00 – 84,00]

Valores expressos em mediana (intervalo interquartílico).

Os domínios do SF-36 dos pacientes apresentados na Tabela 2 indicam

que as dimensões mais alteradas foram aspectos emocionais (33,33 [16,66 –

100,00]) seguido de aspectos físicos (50,00 [0,00 – 75,00]).

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60

Em exploração de possíveis correlações entre todas as variáveis

avaliadas, pode-se constatar significâncias estatísticas entre o componente

capacidade funcional do SF-36 e as variáveis espirométricas, CVF (r=0,47),

VEF1 (r=0,57) e relação VEF1/CVF (r=0,49). O componente aspectos físicos do

SF-36 e a CVF (r=0,49) e o VEF1 (r=0,55). O AQ-20 e a CVF (r=-0,45), VEF1

(r=-0,43) e relação VEF1/CVF (r=-0,45). O componente aspectos físicos do SF-

36 e o AQ-20 correlacionaram-se com a DP no ISWT (r=0,52 e r=-0,41),

respectivamente.

Ainda considerando as possíveis correlações entre as variáveis, os

componentes capacidade funcional (r=-0,71), aspectos físicos (r=-0,68) e

aspectos emocionais (r=-0,47) do SF-36 correlacionaram-se significativamente

e positivamente com o índice i-BODE, assim como o AQ20 (r=0,50).

Depois de constatadas tais correlações, aplicou-se a análise de

regressão múltipla, cujas variáveis dependentes foram os componentes do SF-

36 e o AQ-20 e as varáveis independentes testadas foram: função pulmonar,

capacidade funcional, estatura, IMC, massa corporal, gordura corporal, massa

magra e i-BODE. Conforme apresenta a tabela 3, as variáveis com melhor

contribuição associativa os componentes capacidade funcional e aspectos

físicos do SF-36 foram: IMC, massa gorda, VEF1, distância percorrida e i-

BODE. E as variáveis com melhor contribuição associativa com o AQ-20 foram:

massa gorda, VEF1, distância percorrida e i-BODE.

Tabela 3- Regressão linear múltipla entre os componentes do SF-36 e o AQ-20 com variável espirométrica, capacidade funcional, composição corporal e BODE.

Capacidade Funcional Aspectos Físicos AQ-20

R2 p R2 p R2 P

IMC 0,24 0,001 0,23 0,01 -------- --------

Massa Gorda (%) 0,28 0,009 0,37 0,002 0,38 0,001

VEF1 (%) 0,30 0,004 0,31 0,007 0,29 0,009

DP (m) 0,17 0,04 0,27 0,01 0,24 0,01

i-BODE 0,50 ≤0,001 0,46 ≤0,001 0,38 0,002

IMC: índice de massa corporal; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; DP: distância

percorrida.

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61

DISCUSSÃO

De acordo com nossos resultados é possível observar que houve

correlação significativa entre os parâmetros funcionais respiratórios com os

dois instrumentos utilizados para avaliar a qualidade de vida, SF-36 e AQ-20, e

que a qualidade de vida também correlacionou-se com a capacidade funcional

e índice i-BODE. Além disso, na análise de regressão linear múltipla, as

variáveis que mais apresentaram contribuição associativa foram IMC, massa

gorda, VEF1, DP e índice i-BODE.

No que se refere à função pulmonar, apesar de alguns achados, como de

Karapolat et al. (2008), não terem constatado correlação entre o VEF1 (%) e a

capacidade funcional com a qualidade de vida, esta geralmente encontra-se

prejudicada e esta correlacionada com o declínio da função pulmonar, como

observado por Pereira et al. (2009), que encontraram uma correlação positiva

significativa entre o componente físico do SF-36 e o VEF1 (litros).

Semelhantemente, encontramos correlação significativa entre o questionário

especifico AQ20 e o genérico SF-36, com as variáveis espirométricas (CVF,

VEF1 e VEF1/CVF), dado este que reforça constatações anteriores, de as

manifestações pulmonares e extrapulmonares na DPOC, influenciam a

qualidade de vida desta população em estágios mais avançados da doença,

especialmente em comparação com indivíduos saudáveis (ULUBAY et al.,

2012; Bentsen et al., 2012).

Em um estudo semelhante, de Sanchez et al. (2008), o questionário AQ-

20 se correlacionou com o VEF1 (%), assim como o Saint George’s Respiratory

Questionnaire (SGRQ), um questionário especifico para DPOC, muito utilizado

na literatura.

O índice i-BODE, que avalia a sobrevida de pacientes com DPOC, em

nossos resultados, se correlacionou com 3 componentes do SF-36 (capacidade

funcional, aspectos físicos e aspectos emocionais) e com o questionário

específico (AQ-20). Semelhantemente, Sanchez et al. (2008) também

encontraram correlação significativa entre o AQ-20 e o índice BODE. Este

resultado, ainda que não seja inédito, pode ser uma importante constatação de

que tais aspectos, em especial os físicos e os emocionais, se interagem muito

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62

fortemente em portadores de DPOC e, portanto, são merecedores de maior

destaque no planejamento e todo o processo de tratamento desses pacientes.

Nesta mesma linha de observação, cabe lembrar que Araujo et al. (2010)

também encontraram correlação significativa entre o índice BODE e qualidade

de vida em pacientes com DPOC com VEF1 < 50% demonstrando, com isso,

que os pacientes com pior sobrevida apresentam maior comprometimento na

qualidade de vida.

Reforçando estes achados, pudemos também constatar na analise de

regressão linear múltipla, a contribuição associativa do i-BODE na qualidade de

vida, que foi expressa pelo resultado de 50%, 46% e 38% nos componentes

capacidade funcional e aspectos físicos do SF-36 e no AQ-20,

respectivamente.

Assim como a qualidade de vida se correlacionou com a função pulmonar

e i-BODE, também encontramos correlação entre qualidade de vida e

capacidade funcional, medida pelo ISWT, pois os pacientes que caminharam

menos apresentaram qualidade de vida mais comprometida. Resultados estes

que conformam os achados de Bentsen et al. (2008), que encontraram relação

entre o componente físico do SF-36 e a capacidade de exercício físico,

avaliada pelo ISWT. Dowson et al. (2001) encontraram correlação entre 5

componentes do SF-36 (capacidade funcional, estado geral de saúde,

vitalidade, aspectos sociais e saúde mental) e a DP no ISWT, sendo que seus

resultados indicaram a DP no ISWT como melhor preditor de muitos dos

domínios do estado de saúde. Da mesma forma, KÜHL et al., 2008, também

estimaram a DP no ISWT como preditora da qualidade de vida relacionada a

saúde, enquanto Sanchez et al. (2008), utilizando-se o teste de caminhada de

6 minutos, que também avalia capacidade funcional, encontraram correlação

com os resultados do AQ-20.

A composição corporal dos portadores de DPOC também vem

merecendo maior atenção nas avaliações, e também se relacionam com a

qualidade de vida destes pacientes. Pudemos constatar que os componentes

capacidade funcional e aspectos físicos do SF-36 e o AQ-20 são influenciados

pelo IMC e massa gorda. Cabe alertar que apesar da literatura ter alertado para

o fato de que pacientes com IMC baixo apresentam pior qualidade de vida do

que aqueles com IMC normal, indivíduos com IMC alto, indicando sobrepeso,

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63

também apresentam qualidade de vida mais comprometida (TSILIGIANNI et

al., 2011). Nossos resultados puderam indicar que aqueles pacientes que

apresentaram IMC pouco acima do normal, tiveram explicação de 24% a 28%

das variações de sua qualidade de vida.

Finalmente, nossos resultados revelam também que os pacientes com

qualidade de vida mais prejudicada apresentam maior comprometimento da

função pulmonar, menor capacidade de exercício e menor sobrevida. E que as

variáveis que mais influenciaram neste comprometimento foram VEF1, DP, i-

BODE, IMC e massa gorda.

Com base nestes resultados, podemos concluir que há forte influência da

qualidade de vida em diversas variáveis funcionais e clínicas, e vice-versa, de

pacientes com DPOC.

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67

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com nossos resultados, e em conformidade com os poucos

achados na literatura sobre este tema, podemos concluir que a RPD é uma

importante e viável alternativa de RP, para o tratamento de pacientes com

DPOC, sobretudo aqueles que apresentam dificuldades de deslocamento até

centros especializados de RP.

Os pacientes com DPOC melhoraram a tolerância ao exercício físico, a

pressão inspiratória máxima e a qualidade de vida, e diminuíram os níveis

plasmáticos da IL-8, uma citocina pro-inflamatória, após a RPD.

Nossos resultados também revelam que os pacientes com qualidade de

vida mais prejudicada apresentam maior comprometimento da função

pulmonar, menor capacidade de exercício e menor sobrevida. E que as

variáveis que mais influenciaram neste comprometimento foram VEF1, DP, i-

BODE, IMC e massa gorda.

Algumas possíveis limitações do estudo são: o tamanho amostral

pequeno, as diferentes classificações espirométricas do grau de obstrução, e

que não foi realizada dosagem de nenhuma citocina anti-inflamatória, que seria

uma maneira de verificar se a RPD, além de diminuir a inflamação sistêmica,

também melhora o perfil anti-inflamatório nestes pacientes.

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APÊNDICE 1 – Cartilha de Exercícios

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ANEXO 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Laboratório de Avaliação Funcional

Respiratória - (LAFRESP)

Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação

Rua Adolpho Pinto, 109 – Barra Funda CEP 01156-050 São

Paulo-SP

(011)3665-9871

Termo de Consentimento para Participação em Pesquisa Clínica: Nome do Voluntário:_______________________________________________ Endereço:_______________________________________________________ Telefone para contato:______________idade:______________CEP:________ E-mail: _________________________________________________________

As Informações contidas neste documento foram fornecidas pela fisioterapeuta Eloisa Sanches Pereira do Nascimento (aluna do curso de Mestrado em Ciências da Reabilitação da Universidade Nove de Julho), objetivando firmar acordo escrito mediante o qual, o voluntário da pesquisa autoriza sua participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos e riscos a que se submeterá, com a capacidade de livre arbítrio e sem qualquer coação. 1.Título do Trabalho Experimental: ―Avaliação do perfil inflamatório de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica participantes de um programa de reabilitação pulmonar semi-presencial‖ 2.Objetivo: Analisar um perfil selecionado de marcadores inflamatórios em paciente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) participantes de um programa de reabilitação pulmonar semi-presencial, assim como desempenho físico, função pulmonar e qualidade de vida. 3.Justificativa: Justifica-se a realização desse estudo, com o propósito de se verificar as mudanças nos marcadores inflamatórios de pacientes com DPOC após um programa de reabilitação pulmonar semi-presencial. 4.Procedimentos da Fase Experimental: A coleta de dados para o trabalho será realizada por meio de visitas quinzenais ao Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória (LARESP), onde os voluntários da pesquisa serão avaliados através da realização de testes de função pulmonar (espirometria), teste de caminhada para avaliar a capacidade de exercício, teste incremental de membros superiores (braços) para determinar a carga de treinamento para os braços, teste de força dos músculos respiratórios para saber como está a força dos músculos respiratórios, questionários para avaliar qualidade de vida, pesagem em uma balança específica (bioimpedância elétrica) que verificará a porcentagem de gordura corporal e coleta de sangue periférico, por um

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profissional da área de enfermagem, para mensurar os valores de alguns componentes do sangue. Os voluntários receberão aulas educacionais sobre a doença e uma cartilha contendo exercícios físicos que realizarão em casa.

A sequência de exercícios consiste em aquecimento, atividade aeróbica, alongamentos e relaxamento. O aquecimento é composto por exercícios de membros superiores e inferiores, sem carga e com duração de quinze minutos, de acordo com a capacidade de cada um, associado ao ciclo respiratório. Dentro da atividade aeróbica está caminhada por 40 minutos e exercícios resistidos de MMSS em diagonal primitiva com carga determinada no teste incremental de MMSS. Em seguida, serão realizados exercícios de alongamento das musculaturas utilizadas na sessão e um relaxamento através de exercícios diafragmáticos. 5.Desconforto ou Riscos Esperados: Os voluntários serão esclarecidos que os riscos para realização desta pesquisa são mínimos, sendo que poderão ocorrer eventuais desconfortos na realização do exercício físico como aumento da pressão arterial, cansaço e tontura, porém a ocorrência de tais sintomas é rara e caso ocorra serei imediatamente encaminhado ao ambulatório médico na Universidade Nove de Julho onde receberá o tratamento adequado e que poderá interromper os testes quando desejar caso sinta algum desconforto. Em relação à coleta de sangue, esta será realizada por um profissional da enfermagem devidamente qualificado, através de uma seringa e uma agulha, que será introduzida em uma veia periférica, sendo coletado aproximadamente 10 ml de sangue. Um curativo oclusivo será fixado no local da punção para prevenir o extravasamento de sangue e possível formação de hematoma. 6.Informações: O voluntário tem garantia que receberá respostas a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquer dúvida quanto aos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com pesquisa. Também a pesquisadora supracitada assume o compromisso de proporcionar informação atualizada obtida durante o estudo, ainda que esta possa afetar a vontade do indivíduo em continuar participando. 7.Retirada do Consentimento: O voluntário tem a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, inclusive sem nenhum motivo, bastando para isso, informar sua decisão de desistência, da maneira mais conveniente. 8.Aspecto Legal: Elaborados de acordo com as diretrizes e normas regulamentadas de pesquisa envolvendo seres humanos atendendo à Resolução n.º 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde – Brasília – DF. 9. Garantia do Sigilo: Os pesquisadores asseguram a privacidade dos voluntários quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. 10.Formas de Ressarcimento das Despesas decorrentes da Participação na Pesquisa: Por ser uma participação voluntária, o voluntário não terá direito a nenhuma remuneração financeira.

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11. Local da Pesquisa: A pesquisa será desenvolvida no Laboratório de Avaliação Funcional Respiratória (LARESP), localizado na Rua Adolfo Pinto, 109, Barra Funda, Bloco A, 1° andar, CEP 01165-050, São Paulo/SP. Endereço do Comitê de Ética da Uninove: Rua. Vergueiro nº 235/249 – Liberdade – São Paulo – SP CEP. 01504-001 Fone: 3385-9059 12. Pesquisadora:

Eloisa Sanches Pereira do Nascimento Telefone: (11) 3665 9871 / Celular (11) 96076 – 7168

13. Consentimento Pós-Informação: Eu, ________________________________________________, após leitura e compreensão deste termo de informação e consentimento, entendo que minha participação é voluntária, e que posso sair a qualquer momento do estudo, sem prejuízo algum. Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo no meio científico. * Não assine este termo se ainda tiver alguma dúvida a respeito. São Paulo, ______de____________________ de 20__. Nome (por extenso):______________________________________________ Assinatura:_____________________________________________________

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ANEXO 2 – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO