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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO CRISTOPHEN RIBEIRO SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM REAJUSTAMENTO SOCIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO São Bernardo do Campo 2012

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

CRISTOPHEN RIBEIRO

SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM REAJUSTAMENTO

SOCIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO

São Bernardo do Campo

2012

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CRISTOPHEN RIBEIRO

SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM REAJUSTAMENTO

SOCIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO

Dissertação apresentada em cumprimento

parcial às exigências do Programa de Pós

Graduação em Psicologia da Saúde da

Universidade Metodista de São Paulo para a

obtenção do grau de Mestre em Psicologia da

Saúde.

Área de concentração: Psicologia da Saúde

Orientador: Prof. Dr. Renato Teodoro Ramos

São Bernardo do Campo

2012

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FICHA CATALOGRAFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Ribeiro, Cristophen

Sintomas de Burnout em Profissionais de Enfermagem e sua Correlação com Reajustamento

Social e Condições de Trabalho / Cristophen Ribeiro. 2012.

Dissertação (Mestrado em Psicologia da Saúde) –Faculdade de

Saúde da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do

Campo, 2012.

Orientação de: Renato Teodoro Ramos.

1. Reajustamento Social 2. Condições de Trabalho 3.Burnout I. Título

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CRISTOPHEN RIBEIRO

SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM REAJUSTAMENTO

SOCIAL E CONDIÇÕES DE TRABALHO

Dissertação apresentada em cumprimento parcial às

exigências do Programa de Pós Graduação em

Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de

São Paulo para a obtenção do grau de Mestre em

Psicologia da Saúde.

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: PSICOLOGIA DA SAÚDE

DATA DA DEFESA: 30 de julho de 2012.

RESULTADO: APROVADO( X ) REPROVADO( )

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Renato Teodoro Ramos ___________________________

Universidade Metodista de São Paulo – UMESP

Prof. Dr. Manuel Morgado Rezende _________________________

Universidade Metodista de São Paulo – UMESP

Prof. Dr. Antonio de Pádua Serafim _________________________

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP

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AGRADECIMENTOS

Sempre tive uma grande dificuldade em despedidas e agradecimentos, culpa talvez de

um caráter forjado em meio a um universo familiar relativamente triste, onde foi necessário

desenvolver uma dureza externa para enfrentar as adversidades que a vida nos trás durante a

nossa passagem. Valores e princípios aprendidos com minha mãe Célia, meu pai Pedro e aos

meus padrinhos tio Mário e tia Ana.

Agradeço primeiramente à Profª Maria Geralda que em sua grandiosidade, me

acolheu, um enfermeiro no meio de psicólogos, respondeu uma vez ao perguntar para ela o

porquê do meu orientador, ela me disse “as coisas são como devem ser”.

Conheci o Prof. Renato, muito mais, em palavras que não foram ditas, admirava as

aulas nas quartas feiras à tarde, que pesadamente eu lutava contra o sono, durante um tempo

fiquei abduzido das orientações, reflexo de uma dedicação a certo tipo de ambiente que, quase

considero como minha casa, o Hospital.

Agradeço a retidão dos ensinamentos da Profª Marília, aos quais me conduziram a

uma disciplina chamada metodologia de pesquisa, que ora eu relutava em conhecer, mais

dentro da obrigatoriedade do curso, assim como um remédio amargo, tive que encarar, pois

era necessário.

Não posso deixar de esquecer a uma grande pessoa que conheci nessas minhas

andanças pelo Estado de São Paulo, Elisangela, não poderia esquecer a nossa dedicada

“puxadora de orelhas”, que me lembrava do meu compromisso com o programa de mestrado.

Encontrei uma força de resistência inimaginável para cumprir com todos os

compromissos do programa, viagens infindáveis, semanas e semanas a fio, em um

determinado momento eu deixei de pensar em quem eu gostava, deixei de gostar como se

deve do “meu coração” assim como eu chamo a minha mais que amiga Luana, que enfrentou

tudo comigo, desde as coisas mais divertidas até os momentos em que não se sabe como ainda

estamos aqui para contar dando risada algumas poucas e boas que passamos, que por algum

tempo deixou de acreditar, talvez o desgaste do tempo, não sabia, às vezes procurei não

querer encontrar, mais com o tempo, remediado está, e assim o tempo e a vida foram

passando em seu curso natural, nos conduzindo a um encontro inesperado em uma certa noite

com uma certa mensagem que chegou de forma curiosa.

Sempre digo que não devemos falar que estamos arrependidos de alguma coisa, pois

na maioria das vezes temos o conhecimento certo para onde estamos indo, mais lamento

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amargamente não poder ter compartilhado as fases em que meu querido filho Augusto passou,

perdi o primeiro passo, o primeiro papai, o primeiro tombo na calçada onde uma pequena

cicatriz acima do olho esquerdo teima em deixar registrado na face uma desobediência

materna, mais numa grande re-organização pragmática de minha vida, repensando muitos

meus valores e conceitos, passo um tempo melhor com meu companheiro nos “poucos

tempos” em que ficamos juntos.

Não me esqueço dos amigos que tive durante a odisséia que foi o mestrado, aos

amigos que não terminaram devido aos eventos da vida, que muitas vezes nos arrancam coisas

que temos como certas.

Termino agradecendo principalmente a DEUS, que tenha a mais absoluta certeza que

nunca deixou de estar sempre ao meu lado.

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RESUMO

O presente estudo teve como principal objetivo correlacionar escalas psicométricas em

trabalhadores da área de enfermagem de um Hospital de grande porte do Sudoeste do Paraná.

Foram aplicados os seguintes instrumentos: Maslach Burnout Inventory General Survey em

suas três dimensões envolvimento pessoal do trabalho, despersonalização e exaustão

emocional, os inventários IDATE TRAÇO e IDATE ESTADO, a escala de Reajustamento

Social de Holmes e Rahe, além de um Inventário Específico de Eventos de Enfermagem que

fora construído de forma experimental para a aplicação na amostra pesquisada. Foram

abordados 240 profissionais da área de enfermagem no respectivo ambiente de pesquisa,

obtiveram-se um n=192 sujeitos. Como resultados expressivos encontraram-se uma

correlação de Pearson entre a Escala de Maslach e suas três dimensões, além do Inventário

IDATE ESTADO correlacionado com a Escala de Reajustamento Social. Considerou-se ainda

que existiu uma correlação entre o Inventário IDATE ESTADO e um Escore Combinado no

programa estatístico empregado na tabulação dos dados coletados. Concluiu-se neste estudo

que fatores de reajustamento social podem influenciar positiva ou negativamente em estados

de ansiedade em trabalhadores da área de enfermagem hospitalar, considerando ainda as três

dimensões avaliadas pelo Maslach Burnout Inventory.

Palavras chave: Reajustamento Social, Condições de Trabalho, Burnout

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ABSTRACT

The present study aimed to correlate psychometric scales employed in the nursing of a large

hospital in southwestern Paraná. We applied the following instruments: Maslach Burnout

Inventory General Survey in their personal involvement of the three-dimensional work,

depersonalization and emotional exhaustion, inventories STAI and STAI TRACE STATE, the

Social Readjustment Scale of Holmes and Rahe, and an Inventory of Specific Events Nursing

which was built on an experimental basis for the application in the sample studied. We

approached 240 nursing professionals in their research environment, we obtained an n = 192

subjects. The results found a significant Pearson correlation between the Maslach Scale and

its three dimensions, and Inventory STAI STATE correlated with the Social Readjustment

Rating Scale. It was felt that there was still a correlation between the STATE and Inventory

STAI score combined in a statistical program used in the tabulation of data collected. It was

concluded from this study that social adjustment factors can influence positively or negatively

in states of anxiety among workers in the field of hospital nursing, and considering the three

dimensions assessed by the Maslach Burnout Inventory.

Keywords: Social Readjustment, Working Conditions, Burnout

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Comparativo entre gêneros em relação à idade............................................... 29

Tabela 2: Descrição dos valores encontrados em todas as variáveis dos instrumentos

de coleta de dados............................................................................................................ 30

Tabela 3: Correlações de Pearson entre as variáveis idade, exaustão emocional,

despersonalização, envolvimento pessoal no trabalho, Maslach total, IDATE

ESTADO, IDATE TRAÇO, Reajustamento Social de Holmes e Rahe, Inventário de

Eventos Específicos de Enfermagem.............................................................................. 32

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 13

2.1 O trabalho de enfermagem no Brasil........................................................................ 13

2.2 Estratégias de enfrentamento e estresse................................................................... 15

2.3 Eventos vitais e estresse........................................................................................... 17

2.4 Enfermagem e estresse............................................................................................. 18

3. JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 20

4. OBJETIVOS............................................................................................................. 21

5. MÉTODO................................................................................................................. 22

5.1 Tipo de estudo.......................................................................................................... 22

5.2 Amostra.................................................................................................................... 22

5.3 Ambiente do estudo.................................................................................................. 22

5.4 Instrumentos............................................................................................................. 23

5.4.1 MBI – MASLACH BURNOUT INVENTORY – GENERAL SURVEY………………. 23

5.4.2 Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe................................................. 23

5.4.3 O Inventário de Ansiedade Estado (IDATE - A) e o Inventário de Ansiedade

Traço (IDATE - E)............................................................................................................... 24

5.4.4 O Inventário Específico de Eventos de Enfermagem (IEEE).................................. 25

5.5 Procedimento............................................................................................................ 26

5.6 Aspectos éticos............................................................................................................... 27

5.7 Riscos/benefícios............................................................................................................ 27

5.8 Critérios para suspensão ou encerramento da pesquisa................................................. 27

5.9 Orçamento...................................................................................................................... 27

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS................................ 29

7. CONCLUSÕES........................................................................................................ 35

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 36

ANEXOS.............................................................................................................................. 41

Anexo 1 Instrumento de coleta de dados MBI -Maslach Burnout Inventory -General

Survey.................................................................................................................................. 41

Anexo 2 INVENTARIO DE ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO (IDATE) DE 43

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SPIELBERGER IDATE – ESTADO...................................................................................

Anexo 3 INVENTARIO DE ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO (IDATE) DE

SPIELBERGER IDATE – TRAÇO.....................................................................................

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Anexo 4 Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe.............................................. 45

Anexo 5 Inventário de Eventos Específicos de Enfermagem.............................................. 46

Anexo 6 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)......................................... 47

Anexo 7 Folha de Rosto SISNEP......................................................................................... 49

Anexo 8 Declaração de Identidade de Conteúdo ................................................................ 50

Anexo 9 Declaração de Responsabilidade do Pesquisador.................................................. 51

Anexo 10 Carta de Autorização........................................................................................... 52

Anexo 11 Declaração de Instituição Co Participante........................................................... 53

Anexo 12 Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética da UMESP.................................. 54

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1. INTRODUÇÃO

Considerando que estresse ocupacional por vezes pode ser confundido com síndrome

de burnout, termo ao qual foi utilizado aproximadamente em 1974, pelo psicólogo Herbert J.

Freudenberger, que descreveu um quadro ao qual observou em jovens que trabalhavam em

uma determinada clínica para dependentes químicos, na cidade de Nova York. O ponto de

vista descrito por Freudenberger, após coleta de dados com os respectivos funcionários, era

que os mesmos não conseguiam ter uma percepção dos pacientes, como pessoas que

necessitavam de cuidados, porque os mesmos não possuíam motivação para dar continuidade

ao tratamento (MASLACH, 1976).

A síndrome de burnout retratava como indivíduos que lidavam com o público (em

grande parte, profissionais que trabalhavam na área de saúde) e que se tornavam

desmotivados, pouco compreensivos, com tratamento distante e desumanizado para com os

pacientes, culpando-os pelos eventuais problemas que decorriam da própria patologia

(FREUDENBERGUER, 1975).

Progressivamente vários autores, como Maslach (1976), Chernis (1980), Pines (1989)

entre outros expuseram suas teorias e definições sobre o burnout, tendo a proposta de Maslach

como a de maior impacto e aceitação dentre o meio acadêmico, definindo como uma

síndrome de cansaço emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, que pode

ocorrer em pessoas cuja atividade laboral pode requerer contato intenso com pessoas.

Essas atividades não se resumem apenas ao universo dos trabalhadores de saúde ou da

educação, burnout pode ocorrer em trabalhadores com profissões que possam gerar tensões e

estresses intensos como policiais, contadores, corretores de bolsa, diretores ou executivos de

grandes empresas (LUNA, 2002), ou em outras situações fora do âmbito profissional, tais

como donas-de-casa, por exemplo (GIL-MONTE, 2002).

Segundo Maslach e Goldberg (1998), pode-se definir burnout como um transtorno

adaptativo crônico associado às demandas e exigências laborais, cujo desenvolvimento é

insidioso e freqüentemente não reconhecido pela pessoa, com sintomatologia múltipla,

predominando o cansaço emocional.

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma profissão que

eventualmente é caracterizada por desenvolver um cuidado intenso e direto com doentes e

familiares em sua carga de trabalho rotineiro. Observando de um ponto de vista

organizacional, a indefinição do papel do profissional, a sobrecarga de trabalho desencadeada

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de forma freqüente pela falta de pessoal e estimulada pela geração de horas-extras, ausência

de autonomia e falta de autoridade em tomada de decisões, entre outras adversidades gerando

um período de estresse crônico, delineando desta forma uma das profissões de maior

incidência de burnout (MISKO, MARTINO, 2004).

A pesquisa aqui, ora realizada, tendeu a buscar fatores que evidenciem sinais de

estresse crônico ou síndrome de burnout entre trabalhadores da área de enfermagem de um

hospital público de grande porte no Paraná por meio da Maslach Burnout Inventary Generral

Survey (MBI - GS), correlacionando com a Escala de Reajustamento Social de Holmes e

Rahe, 1967, os Inventários de Ansiedade Traço-Estado de Spielberger (1970), traduzidos e

adaptados para a língua portuguesa por Biaggio e Natalício e um Inventário Específico de

Eventos de Enfermagem, construído para a aplicação na amostra pesquisada.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O trabalho de enfermagem no Brasil

Quando se remete ao histórico da enfermagem no Brasil, não se pode deixar de falar

nas práticas de saúde que estão sempre sob uma ótica do sistema político-econômico da

sociedade capitalista, onde se ressalta historicamente que o surgimento de uma enfermagem

considerada atividade profissional institucionalizada, está diretamente ligada com o

surgimento da Revolução Industrial e sua culminação na Enfermagem moderna surgida na

Inglaterra do século XIX (COREN SP, 2005).

Em uma Europa, onde o Estado e Igreja dominavam as diretrizes político-econômicas,

as pessoas envolvidas na saúde da população eram cortadas da vida pública. Aqueles que

realizavam qualquer tipo de cuidado que se assemelhavam à ações de enfermagem,

geralmente mulheres, somente executava essas atividades principalmente com recém-

nascidos, mulheres e idosos (COREN SP, 2005).

Inicialmente na Europa ainda, pode-se delinear como marco inicial da enfermagem

mundial, a reformista inglesa da saúde, Florence Nightingale (1820 – 1910), sendo que no

Brasil, a enfermagem pode ser representada inicialmente, pela baiana Anna Justina Nery, que

para acompanhar os remanescentes de sua família, filhos e irmãos, prestou cuidados aos

soldados brasileiros na Guerra do Paraguai (1886 – 1870).

Com a Cruz Vermelha Brasileira organizada e instalada no Brasil em meados de 1908,

que historicamente teve seu primeiro presidente Oswaldo Cruz. Destacou-se por sua

expressiva atuação na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), fundando-se assim, filiais em

quase todos os Estados brasileiros (COREN-SP, 2005).

Durante a epidemia de gripe espanhola (1918), a Cruz Vermelha colaborou na

organização de postos de socorro, hospitalizando doentes e enviando socorristas a diversas

instituições hospitalares e a domicílio. A atuação também ocorreu para as vítimas de

inundações nos Estados de Sergipe e Bahia e também nas secas do Nordeste. Muitas

socorristas dedicaram-se efetivamente à formação de voluntárias, continuando suas atividades

de “ensino” após o término dos conflitos (COREN-SP, 2005).

No desenvolvimento das organizações sanitárias no Brasil, aparecem dois grandes

médicos: Carlos Chagas, contribuindo com a Enfermagem em Saúde Pública e Oswaldo Cruz,

responsável pela criação da Medicina Preventiva entre a população. Com o Decreto 3.987, de

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2 de janeiro de 1920, foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública. E no setor de

Profilaxia da Tuberculose iniciou-se o serviço de visitadores, sendo então no ano posterior

essa atividade estendida aos portadores de doenças venéreas e outras doenças transmissíveis

(ITO, 2006).

Carlos Chagas, na época diretor do Departamento, teve por iniciativa, juntamente com

a cooperação da Fundação Rockfeller, em 1921 chega ao Rio de Janeiro um grupo de

enfermeiras visitadoras que iniciaram um curso intensivo. Fundado então a Escola Ana Néri,

para enfermeiras, logo, as primeiras alunas foram contratadas pelo Departamento Nacional de

Saúde Pública, tendo então um início de trabalho de educação sanitária nos setores de

profilaxia da tuberculose e da higiene infantil, continuando assim um trabalho estendido à

higiene pré-natal e visitação a portadores de diversas doenças transmissíveis (COREN-SP,

2005).

Considera-se que o ensino fundamental sistematizado da Enfermagem Moderna no

Brasil foi introduzido em 1923 pelo Decreto nº. 16300/23, no Rio de Janeiro, mediante a

organização do Serviço de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP),

então dirigida por Carlos Chagas e posteriormente denominada Escola Ana Nery (ITO, 2006).

No Brasil, até o início do século XX, a Enfermagem brasileira era praticada por

religiosas, vindas geralmente da Europa para se ocupar dos doentes e preparar pessoal para

exercer essa arte no país. O paradigma da Enfermagem cristã enfatizava no desempenho

profissional valores relacionados a amor, abnegação e desprendimento, não valorizando a luta

por remuneração digna, condições ambientais de trabalho adequadas e inserção na vida social

e política (LIMA, 1993).

Wanda de Aguiar Horta se destacou como a primeira enfermeira brasileira que ousou

escrever as bases de uma teoria para a profissão. Em 1962, o ensino de enfermagem integra o

sistema de ensino universitário; criam-se cursos de mestrado e doutorado, que atualmente se

encontram em expansão (LIMA, 1993).

Em todas as mudanças curriculares no ensino de enfermagem no Brasil, denuncia-se a

predominância do modelo médico/hospitalar no ensino de graduação. A legislação sobre o

ensino de enfermagem desde a criação da Escola Anna Nery, compreendendo os currículos de

1923, 1949, 1962 e 1972, revelam que a formação do enfermeiro era centrada no pólo

indivíduo/doença/cura e na assistência hospitalar, seguindo o mercado de trabalho especifico

de cada época (ITO, 2006).

As Diretrizes Curriculares definem ainda que a formação do enfermeiro tenha por

objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes

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competências e habilidades gerais: atenção à saúde, tomada de decisões, comunicação,

liderança, administração e gerenciamento e educação permanente (ITO, 2006).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Enfermagem

(DCENF) tiveram uma materialidade concretizada a partir de propostas que emergiram da

mobilização das (os) enfermeiras (os), através da sua associação de classe, de entidades

educacionais e de setores da sociedade civil interessados em defender as mudanças da

formação na área da saúde. Elas expressam os conceitos originários dos movimentos por

mudanças na educação em enfermagem, explicitando a necessidade do compromisso com

princípios da Reforma Sanitária Brasileira e do Sistema Único de Saúde (SUS)

(FERNANDES, 2005).

O grande desafio na formação do enfermeiro é transpor o que é determinado pela nova

Lei de Diretrizes e Bases e pelas Novas Diretrizes Curriculares ao formar profissionais que

superem o domínio teórico-prático exigido pelo mercado de trabalho, enquanto agentes

inovadores e transformadores da realidade, inseridos e valorizados no mundo do trabalho

(ITO, 2006).

Assim, as principais tendências de transformações educacionais são: a

desospitalização do processo ensino-aprendizagem; a aprendizagem baseada em problemas e

evidências; a aprendizagem direcionada para a aquisição de competências cognitivas e

tecnológicas em prevalência à apreensão de aptidões específicas; a adoção da

transdisciplinariedade; a incorporação da avaliação econômica e da bioética nos currículos; e

o estímulo à investigação (ITO, 2006).

O processo de formação de profissionais críticos, reflexivos, com compromisso

político e capazes de enfrentar os problemas complexos que se apresentam na sociedade e,

mais especificamente, na área da saúde, pressupõe a utilização de metodologias ativas de

ensino-aprendizagem, que possibilitem aos estudantes ocuparem o lugar de sujeitos na

construção da sua aprendizagem, tendo o professor como facilitador e orientador

(FERNANDES, 2005).

2.2 Estratégias de enfrentamento e estresse

No ambiente de trabalho, a avaliação cognitiva de situações estressoras, incluem o

reconhecimento de ameaças, estratégias de enfrentamento selecionadas e a percepção de si

mesmo como alguém capaz ou eficaz para lidar com estressores. Aqueles que são confiantes

em suas habilidades para realizar tarefas podem usar mais efetivamente estratégias para lidar

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com estressores (BANDURA, 1997; JEX e cols., 2001; LATACK, 1986 apud FONTES,

NERI, YASSUDA, 2010).

Algumas características do trabalho podem dar lugar a desajustes, a sofrimento, a

esgotamento e a doenças psiquiátricas, entre elas, podem ser citadas: sobrecarga quantitativa

(pressão no tempo e no fluxo do trabalho repetitivo) e qualitativa (falta de variação de

estímulo e de oportunidade para o exercício da criatividade, solução de problemas e de

interação social), conflitos de papéis no contexto do trabalho e entre papéis familiares e

laborais, falta de controle sobre a situação, falta de apoio social, presença de estressores

físicos, uso de tecnologias automatizadoras, regime de trabalhos em turnos e ainda como

estressores, os conflitos interpessoais (FONTES, NERI, YASUDA, 2010).

Estudos de Aldwin, Gilmer (2003) com o Teste de Apercepção Temática mostraram

que os idosos se tornam mais passivos, enquanto outros estudos revelaram que os esforços de

enfrentamento aumentam com a idade, com o uso de mecanismos de defesa mais maduros,

tais como o altruísmo (FONTES, NERI, YASSUDA, 2010).

Adultos mais velhos utilizam tanto estratégias centradas no problema quanto

estratégias de fuga-esquiva Aldwin, 1991; Aldwin, Gilmer, 2003; Aldwin e cols., 1996, com

uma tendência a avaliar os problemas como menos estressantes, porque se consideram menos

responsáveis por eles, não havendo diferença entre os adultos mais jovens e os mais velhos.

Apesar de perdas e de problemas menos significativos relacionados com a idade os

adultos mais velhos aprendem a diferenciar os estressores controláveis dos incontroláveis,

sendo esta importante tarefa que contribui para a saúde mental dos maios velhos (FONTES,

NERI, YASSUDA, 2010).

Apesar da experiência acumulada, o trabalhador de meia idade nem sempre á

valorizado pelas organizações. De acordo com Neri (2002), freqüentemente os trabalhadores

mais velhos são excluídos ou discriminados com base em crenças associadas ao

envelhecimento, como doenças, incapacidade cognitiva, isolamento e rigidez social. O

crescimento do número de trabalhadores mais velhos tem sido observado na população

economicamente ativa (WAJNMAN, OLIVEIRA, OLIVEIRA, 2004).

A teoria social cognitiva valoriza as crenças do indivíduo e sua capacidade de atuar

como agente, como um importante mediador do comportamento em diferentes processos que

envolvem saúde, educação, organizações e trabalho (BANDURA, 1977, 1997, 2001, 2006).

Prevenção e diminuição do estresse ocupacional requerem que os trabalhadores

desenvolvam um forte sendo de auto-eficácia e atuem como agentes capazes de avaliar a

capacidade, de agregar julgamento às suas crenças, de antecipar possíveis cursos de ação e

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resultados e, finalmente, de regular comportamentos em função de resultados obtidos

(BANDURA 2006).

2.3 Eventos vitais e estresse

Vários esforços têm sido alocados para investigar variáveis que influenciam no

estresse ocupacional, um fenômeno constantemente associado à saúde do trabalhador e ao

desempenho organizacional. Basicamente o estresse ocupacional pode ser definido com

ênfase nos fatores de trabalho que excedem a capacidade de enfrentamento do indivíduo ou

nas respostas fisiológicas, psicológicas e comportamentais dos indivíduos aos estressores

(JEX, 1998; JONES, KINMAN, 2001 apud PASCHOAL, TAMAYO, 2005).

Tamayo (2001), disse que a auto-estima desempenha uma função importante na

proteção do self e, quando elevada, consitui-se num filtro protetor que seleciona as

informações referentes ao indivíduo. Nos estudos sobre estresse, a auto-estima tem sido vista

como um recurso para o processo de enfrentamento, capaz de influenciar a avaliação dos

eventos e os comportamentos emitidos para lidar com estressores (PASCHOAL, TAMAYO,

2005).

Ainda segundo Tamayo (2001), a meta dos valores de realização é a procura de

sucesso pessoal obtido por meio de uma demonstração de competência pessoal reconhecida

socialemte, sendo que a meta dos valores de hedonismo é a procura de prazer e de

gratificação sensual (PASCHOAL, TAMAYO, 2005).

De um modo geral, as interações negativas entre trabalho e família têm recebido

especial atenção de pesquisadores. Uma conceituação bastante investigada é o conflito entre

papéis profissionais e familiares (FRONE e cols., 1992; KELLOWAY e cols., 1999 apud

TAMAYO, PASCHOAL, 2005).

De acordo com Polansky e Holahan apud Tamayo (2001), a literatura mostra a

importância, para a saúde e bem estar do indivíduo, que ao desempenhar diversos papéis,

dentro e fora de casa, pode aumentar a auto-estima e oferecer maiores oportunidades de

apoio social.

Perry-Jenkins e cols, 2000 apud Tamayo, Paschoal (2005), estudos que se

preocuparam em investigar os impactos da família correlacionados ao trabalho, sugeriam que

relações conturbadas e estresse relacionado à vida conjugal tendem a se relacionar

positivamente com absenteísmo e negativamente com desempenho no trabalho.

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Tamayo e cols (2002) investigaram o poder preditivo da interferência do trabalho na

família e da família no trabalho sobre o auto conceito profissional. Este constructo refere-se à

percepção do indivíduo sobre si mesmo em relação ao trabalho que executa.

2.4 Enfermagem e estresse

Segundo Stacciani e Tróccoli (2001) com o surgimento da profissão, até a atualidade,

o enfermeiro tem buscado uma auto-definição, tentando construir a sua identidade

profissional e obter auto-conhecimento, nesta trajetória, este profissional tem enfrentado

dificuldades que comprometem o desempenho de seu trabalho e que também repercutem em

seu lado pessoal.

A profissão possui uma característica intrínseca que, a qual podemos denominar de

indefinição do papel profissional, onde pode ser relacionada como um dos seus principais

elementos estressores.

Quando se relaciona estresse ocupacional, percebe-se que, igualmente uma

conceituação da indefinição do conceito de estresse. Considerado um assunto complexo, o

estresse ocupacional não é um fenômeno novo, mais um novo campo de estudo que é

enfatizado devido ao aparecimento de doenças que foram vinculadas ao estresse no trabalho

(HOLT, 1993).

Um estudo do estresse ocupacional em enfermeiros pode ajudar a compreender

melhor e a elucidar alguns problemas enfrentados pela profissão, dentre eles a insatisfação

profissional, a produtividade, o absenteísmo, os acidentes de trabalho e algumas doenças

ocupacionais.

Estudar manifestação do estresse ocupacional entre enfermeiros permite compreender

e elucidar alguns problemas anteriormente especificados, sendo que, outra perspectiva de

estudo das conseqüências psíquicas dos trabalhadores, geradas por mudanças implementadas,

resultando no surgimento do termo Burnout, designando aquilo que deixou de funcionar por

exaustão energética, expresso por meio de um sentimento de fracasso e exaustão

(MOROFUSE, ABRANCHES, NAPOLEÃO, 2005).

Segundo Trindade et al (2009), o estresse está presente tanto na vida das pessoas

como no seu trabalho, dessa forma o estresse crônico associado ao trabalho pode ser

denominado de Síndrome de Burnout, evidenciado pelo estresse emocional, a

despersonalização e o sentimento de incompetência, sendo que esta síndrome ocorre quando

um indivíduo não possui mais recursos para enfrentar as situações e conflitos laborais.

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Considerando que, segundo ainda Trindade et al (2009), o estresse evidenciado pelas

equipes de enfermagem podem ser fundamentados em uma perspectiva social-psicológica,

que o considera como uma reação à tensão emocional crônica por lidar excessivamente com

pessoas.

Segundo Borges, Argilo e Baker (2005), as percepções sobre as organizações de

trabalho em saúde, principalmente hospitais, podem ser analisadas em dois níveis distintos, o

real e o ideal, sendo que o nível real é à maneira de como os trabalhadores percebem os

valores concretamente reforçados pela organização, valores estes que orientam a estrutura e

seu funcionamento. O nível ideal diz respeito aos valores que os funcionários crêem que a

organização deva seguir. Essa diferenciação pode ser uma das fontes geradores do estresse no

âmbito do trabalhador da área de enfermagem de uma grande estrutura.

Existe ainda uma necessidade de ser mantido um certo nível de estresse mínimo para

que se obtenha uma produtividade satisfatória, pois a não reação a um evento muito

provavelmente trará inadaptações ou faltas de reatividade, que podem se tornar crônicas

(SARDA, LEGAL, JABLONSKI Jr., 2004).

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3. JUSTIFICATIVA

Síndromes ou situações que geram fadiga ao trabalhador na execução de suas tarefas

diárias, tem-se tornado tônica evidente nos processos adaptativos organizacionais, quando

estudados em um ponto de vista psicológico organizacional (BORGES, ARGILO, BAKER,

2006).

Delimitar se um processo laboral começa a levantar sintomas de doença mental ou

fadiga crônica, ou até mesmo frustração pessoal, é em certo ponto difícil, pois depende em

muito da motivação e personalidade individual. Tratar um grupo muito grande com critérios

amplos pode-se em certo momento, deixar que ocorram situações em que as pessoas

comecem a ficar “doentes”, mas sem evidências clínicas suficientes para se elaborar um

diagnóstico claro e preciso (TRINDADE et al, 2009).

Culturas organizacionais também influenciam em muito o processo de trabalho e o

inter-relacionamento pessoal dentre pessoas que trabalhem principalmente com doenças ou

atividades rotineiras dentro de um ambiente hospitalar (GOMES, CRUZ, CABANELAS,

2009).

Analisar e evidenciar sintomas que possam mostrar sinais de fadiga emocional pode

se tornar propício para o desenvolvimento de atividades preventivas que possibilitem uma

melhora da capacidade de adaptação ao ambiente laboral em questão e que sejam

correlacionados com os eventos vitais que ocorrem com a pessoa no transcurso de sua vida

(MOREIRA et al, 2009).

Segundo Lipp (2003), que considera necessário haver um certo nível de estresse,

para que se obtenha uma resposta a algum evento, porém quando esse estresse ultrapassa a

capacidade adaptativa ou de enfrentamento do indivíduo pode causar um prejuízo ao

organismo do indivíduo.

Analisando sistematicamente os parágrafos alusivos ao tema que foi estudado nesta

pesquisa, pode ser constituído um instrumento de apoio a instituições que possuam grande

efetivo de trabalhadores de enfermagem, onde na prática, pode-se verificar se os trabalhadores

possuam alguma evidência de alterações que remetam a alteração em padrões

comportamentais ou de execução de atividades funcionais.

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4. OBJETIVOS

Identificar os dados referentes às três dimensões de Maslach, despersonalização,

realização profissional e cansaço emocional, com a utilização do MBI – GS (Maslach Burnout

Inventory – General Survey);

Correlacionar os Inventários de Ansiedade (IDATE TRAÇO e ESTADO), a Escala

de Reajustamento Social de Holmes e Rahe, o Inventário de Eventos Específicos de

Enfermagem e o MBI – Gs.

Avaliar a ocorrência de sintomas de burnout em profissionais de enfermagem.

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5. MÉTODO

5.1 Tipo de estudo:

Foi realizada uma pesquisa exploratória, de campo, descritiva e com uma abordagem

quantitativa, tendo como uma população de amostra definida em um corte transversal,

delineado por conveniência não probabilística, tendo como sujeitos os trabalhadores da área

de enfermagem do Hospital Regional do Sudoeste - Dr. Walter Alberto Pécoits, tendo-se

como premissa básica o interesse individual em participar do estudo proposto.

O estudo se constitui na aplicação do Maslach Burnout Inventary Generral Survey

(MBI - GS), a Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe (1967), utilizada como

roteiro semelhante ao método de painel de Brown (1974), a aplicação dos Inventários de

Ansiedade Traço-Estado (IDATE-A [Estado], e IDATE-E [Traço], de Spielberger (1970,

1979) e também foi aplicado um Inventário Específico de Eventos de Enfermagem,

construído para aplicação na amostra específica deste estudo, desenvolvido pelo autor, com

base em experiências e vivências diárias coletadas do grupo de enfermagem, componentes da

população constituinte da amostra.

5.2 Amostra:

A amostra selecionada para este estudo teve como critério de inclusão ser trabalhador

ativo (em exercício pleno da função ou cargo, sem estar afastado, dentro de requisitos

determinados pelo Serviço de Medicina do Trabalho da Instituição, de suas atividades

laborais, quer seja temporária ou definitiva), do serviço de enfermagem do Hospital Regional

do Sudoeste, independente da unidade onde exerce suas funções ou do cargo que ocupa, se

enfermeiro ou técnico de enfermagem, segundo o Serviço de Recursos Humanos da

Instituição, o grupo de enfermagem era composto por 33 enfermeiros e 207 técnicos de

enfermagem, perfazendo um total de 240 indivíduos que poderiam compor o número máximo

de indivíduos que poderiam ser pesquisados.

Os critérios de exclusão da amostra foram os seguintes:

Conhecimento prévio dos instrumentos de coleta de dados,

Não ser trabalhador do serviço de enfermagem do respectivo local de pesquisa,

Recusa em participar da pesquisa na abordagem inicial.

5.3 Ambiente do estudo:

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O ambiente de estudo foi o Hospital Regional do Sudoeste Walter Alberto Pecóits,

localizado na região Sudoeste do Estado do Paraná, sendo considerado um hospital geral de

grande porte, sendo que o gerenciamento institucional é do poder público estadual, e que

todos os trabalhadores da área de enfermagem são servidores públicos estaduais.

A característica predominante desta instituição hospitalar é o não atendimento de

casos de emergência conduzidos pelos serviços de resgate, sendo então que ocorrem apenas

admissões de pacientes em caráter eletivo.

5.4 Instrumentos:

5.4.1 MBI – MASLACH BURNOUT INVENTORY – GENERAL SURVEY, validado para o

português por Tamayo (1997), sendo um questionário composto por 16 questões de resposta

única que tem por objetivo elencar as respostas individuais de trabalhadores que possam estar

realizando suas atividades em ambientes que desencadeiam estresse crônico ou a síndrome de

burnout. Este instrumento apresentou um sistema de pontuação baseado em uma escala do

tipo LIKERT, que foi de de 0 (zero) a 6 (seis). Sendo que para cada subgrupo que compõem a

escala, existe um escore abaixo descrito Esse instrumento avaliou três dimensões da síndrome

de Burnout; cansaço emocional, despersonalização e realização profissional. Durante a análise

de dados as questões do instrumento de coleta de dados foram distribuídas em três subgrupos

assim delimitados:

Grupo 1 EE: Exaustão emocional ( questões de 1 a 6);

Grupo 2 DP: Despersonalização (questões de 7 a10);

Grupo 3 EPT: Envolvimento Pessoal do Trabalho (questões de 11 a 16).

Posteriormente os resultados do instrumento de coleta de dados e seus subgrupos

foram comparados a MBI subescala, com os seguintes parâmetros de Escore:

EE (Exaustão emocional): Baixo < 16, Médio de 17 a 27 e Alto >28

DP (Despersonalização): Baixo < 5, Médio de 6 a 10 e Alto > 28

EPT (Envolvimento pessoal no trabalho): Baixo> 40, Médio de 22 a 40 e Alto <33.

Considere-se ainda, que os sujeitos pesquisados não conheciam a disposição dos

subgrupos que dividiam o MBI – MASLACH BURNOUT INVENTORY – GENERAL

SURVEY.

5.4.2 Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe (1967), utilizada como roteiro

semelhante ao método de painel de Brown (1974). Instrumento composto por 43 perguntas de

resposta simples onde o sujeito da amostra deve assinalar somente os eventos que possam ter

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influenciado a sua vida nos últimos 12 meses. Este instrumento apresenta em ordem

decrescente uma valoração de importância aos eventos elencados no mesmo, sendo

independente o número quantitativo de questões assinaladas, sendo apenas computado o

escore final obtido pela somatória dos eventos assinalados, sendo definido pelos autores o

seguinte escore:

Inferior a 149, risco baixo de ter algum problema de saúde, inferior a 36% dos sujeitos

pesquisados;

150 a 199, risco moderado, 37% dos sujeitos pesquisados;

200 a 299, risco médio, 51% dos sujeitos pesquisados;

Mais de 300, risco severo para apresentar algum problema de saúde, 79% dos sujeitos

pesquisados.

5.4.3 O Inventário de Ansiedade Estado (IDATE - A) e o Inventário de Ansiedade Traço

(IDATE - E) são escalas psicométricas projetadas por Spielberger em 1970 e 1979

respectivamente, sendo traduzidas e adaptadas para a língua portuguesa por Biaggio e

Natalício, para serem aplicáveis individualmente ou em grupo. Em um levantamento efetuado

por Keedwell e Snaith (1996) o IDATE é uma das escalas de ansiedade de auto-avaliação

mais utilizadas, onde se consegue medidas de tendências gerais de resposta emocional

(ANDRADE, 1998). O Traço de ansiedade tem uma representação por dados da

personalidade da pessoa, os escores de ansiedade-traço são menos sensíveis a mudanças

decorrentes das situações ambientais, considerado assim um inventário de 20 afirmações onde

se pede que o sujeito da pesquisa assinale como realmente se sente. A escala IDATE E,

também possui uma classificação de escore semelhante a outra anteriormente citada, sendo:

Baixa: de 23 a 34

Moderada: de 35 a 49

Alta: de 50 a 64

Altíssima: de 65 a 80.

Para que não ocorressem vícios de respostas, as afirmações do IDATE TRAÇO foram

invertidas em suas respostas, sendo elas: 01, 06, 07, 10, 13, 16 e 19. Essa inversão foi

realizada da seguinte forma (BIAGGIO; NATALICIUO, 1979):

Onde se assinala a pontuação 4, o pesquisador registra 1;

Onde se assinala a pontuação 3, o pesquisador registra 2;

Onde se assinala a pontuação 2, o pesquisador registra 3;

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E onde se assinala a pontuação 1, o pesquisador registra 4.

Já o Estado de ansiedade se refere ao estado emocional transitório, com variações que

podem ocorrer devido a alterações no ambiente, alterando assim os escores de resposta com

intensidade. Ocorre por uma caracterização de sentimentos de tensão e apreensão,

conscientemente percebidos e um aumento na atividade do sistema nervoso autônomo

(ANDRADE, 1998). Na avaliação do Estado de ansiedade pretende-se avaliar como o

indivíduo se sente em determinada situação. Assim como o Traço de ansiedade, este

instrumento possui 20 afirmações (SPIELBERGER, 1979). As opções de resposta para a

Escala IDATE - A (Estado) são: 1 para absolutamente não, 2 para um pouco, 3 para bastante,

4 para muitíssimo. Já na Escala IDATE - E (Traço) as opções de resposta são: 1 para quase

nunca, 2 para às vezes, 3 para frequentemente e 4 para quase sempre. A escala IDATE A, tem

como escore a seguinte classificação:

Baixa: de 23 a 34

Moderada: de 35 a 49

Alta: de 50 a 64

Altíssima: de 65 a 80.

Conseqüentemente como no Inventário anterior, para que não ocorressem vícios de

respostas, as afirmações do IDATE ESTADO foram invertidas em suas respostas, sendo elas:

01, 02, 05, 08, 10, 11, 15, 16, 19 e 20 (BIAGGIO; NATALICIUO, 1979). Essa inversão foi

realizada da seguinte forma:

Onde se assinala a pontuação 1, o pesquisador registra 4;

Onde se assinala a pontuação 2, o pesquisador registra 3;

Onde se assinala a pontuação 3, o pesquisador registra 2;

E onde se assinala a pontuação 4, o pesquisador registra 1

.

5.4.4 O Inventário Específico de Eventos de Enfermagem (IEEE), construído para aplicação

na amostra específica deste estudo, foi desenvolvido pelo autor, com base em experiências e

vivências diárias coletadas do grupo de enfermagem, sujeito da amostra, em uma experiência

piloto, que visou agregar informações em estado bruto e verificar a viabilidade do refino dos

dados coletados para a formação do instrumento específico, que foi constituído por 20

afirmações que predominem nos relatos da equipe de enfermagem, que possam ser

considerados como eventos específicos da realização da atividade constituinte do trabalho de

enfermagem, desde o nível de formação técnico, até o nível de formação superior. Neste

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instrumento foi utilizado uma escala de pontuação do tipo LIKERT, sendo de 1 (um) a 5

(cinco), conforme segue descrição abaixo:

1 Não me incomoda

2 Incomoda um pouco

3 Incomoda moderadamente

4 Incomoda muito

5 Incomoda de forma quase insuportável

5.5 Procedimentos

Os sujeitos de pesquisa, ora técnicos de enfermagem ou enfermeiros, componentes do

Serviço de Enfermagem de um Hospital Público do Sudoeste do Paraná, foram abordados em

seu respectivo setor de trabalho, dentro das instalações do hospital, de forma individualizada

pelo pesquisador, em um segundo momento foi apresentado e explicado o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para que o pesquisado preenchesse de forma

adequada, tendo a concordância com a pesquisa, também foi explicado que seria mantido todo

o sigilo e preceitos éticos que se fizessem necessários caso ocorresse o consentimento em

participar da pesquisa.

Após a assinatura do termo (TCLE), o pesquisado recebeu um questionário composto

por 16 questões objetivas de resposta única, o MBI – MASLACH BURNOUT INVENTORY –

GENERAL SURVEY, após o preenchimento do primeiro instrumento, fora distribuído um

segundo questionário contendo 43 questões de resposta simples para que fosse assinalado na

Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe (1967) os eventos considerados

importantes significativamente para o sujeito pesquisado nos últimos 12 meses de sua vida de

trabalho, após foi distribuído para o sujeito pesquisado o Inventário de Ansiedade Estado

(IDATE – E), o Inventário de Ansiedade Traço (IDATE – A) ambos compostos por 20

perguntas de respostas simples, com valoração de 1 a 4, posteriormente ainda, foi dado ao

sujeito componente da amostra, o Inventário Específico de Eventos de Enfermagem (IEEE),

os quais foram preenchidos pelo pesquisado com caneta esferográfica azul ou preta,

fornecidas pelo pesquisador.

Realizado o preenchimento dos instrumentos de coletas de dados, o sujeito de pesquisa

entregou ao pesquisador os questionários que os mesmos foram guardados em envelopes

individuais, sendo que em cada envelope, continha todos os instrumentos preenchidos pelo

sujeito de pesquisa, procedimento necessário para verificar se tinha ocorrido alguma rasura ou

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preenchimento incorreto de algum dos instrumentos, dessa forma, havendo rasura, duplo

preenchimento ou ausência de preenchimento, todos os questionários respondidos pelo

indivíduo, seriam anulados.

O processo de preenchimento dos questionários ocorreu entre 05 até 15 de dezembro

de 2011 após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Metodista

de São Paulo (UMESP), conforme documento que consta em anexo.

As questões referentes às três dimensões estudadas no instrumento somente são de

conhecimento do pesquisador, sendo que o sujeito de pesquisa não identificará no momento

de responder ao questionário quais são as subdivisões.

5.6 Aspectos Éticos:

Foram preservados todos os aspectos éticos e legais que se fazem necessários em uma

pesquisa científica, bem como o sigilo e confidencialidade que foram afirmados ao

participante da pesquisa, sendo esclarecido ao sujeito da amostra o livre arbítrio na

participação da pesquisa e confirmando o seu interesse pela assinatura do Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

5.7 Riscos e benefícios:

Não existiram riscos para a amostra selecionada, porém como caráter de benefício

poderá ser utilizado o resultado da pesquisa como um fator que possa identificar onde ocorre

algum tipo de viés dentro da execução das atividades de trabalho na instituição e a partir desse

resultado sugerir para a instituição medidas que possam promover uma melhor qualidade no

ambiente e na execução das tarefas diárias.

5.8 Critérios para suspensão ou encerramento da pesquisa

Desistência a qualquer momento do participante da pesquisa ou da instituição

sediadora, sendo que no segundo caso, seria imediatamente comunicado ao Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP) da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) a interrupção da

pesquisa.

5.9 Orçamento

Não ocorreram gastos que oneraram a instituição sediadora da pesquisa, muito menos

a Universidade onde foi desenvolvida a dissertação de pesquisa ora referida anteriormente,

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sendo também deixado evidenciado que não existiu nenhuma agência de fomento que

permeassem erários ao pesquisador.

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6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS

Ao se analisar os resultados obtidos referentes à avaliação de n:192 indivíduos que

compreenderam a amostra que responderam aos instrumentos aplicados de forma correta,

descartando-se assim os preenchimentos incorretos ou que apresentassem rasuras ou mais de

uma resposta quando não se permitia mais que uma, os questionários daquele sujeito da

amostra fora invalidado.

Fora empregado o Programa Estatístico Minitab 1.5 para a realização das avaliações

estatísticas, além das correlações de Pearson que foram significativas na amostra selecionada.

Dessa forma ao se analisar se ocorreu alguma diferença entre gêneros em relação a

idade, não se encontrou nenhuma diferença significativa, conforme apresenta a tabela abaixo:

Tabela 1: Comparativo entre gêneros em relação à idade.

Gênero n parcial Mean StDev % P t

F 175 31,15 anos ± 5,86 anos 91,14

0,5 -0,69 M 17 32, 71 anos ± 9,1 anos 8,86

Ao se observar a tabela acima, não se faz diferenciação significativa entre gênero em

relação à idade dentro da amostra selecionada, apesar do percentual de gênero feminino

91,14%, ser superior ao masculino 8,86%. Segundo Trindade et al. (2009), os trabalhadores

da área de enfermagem geralmente estão inseridos no contexto hospitalar, onde, por

diversificação de atividades podem ser alocados em alguns setores que não prestam uma

assistência direta ao paciente com diferenciação de gênero, o que, segundo a concepção de

cultura e valores de alguns pacientes, que não toleram serem atendidos por profissionais de

gênero diferente.

Tamayo, Tróccoli (2002), afirmam que o esgotamento profissional trata-se de uma

experiência subjetiva interna que gera sentimentos e atitudes negativas no relacionamento

com o indivíduo e seu trabalho, ocasionando assim insatisfação, desgaste e perda de

comprometimento, prejudicando assim o desempenho profissional do indivíduo e trazendo

conseqüências negativas para a organização.

Considere-se nesses pressupostos que é necessário ocorrer alguma intervenção para

que não se exponha o indivíduo em seu local de trabalho a situações que porventura gerem

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algum tipo de questionamento ao trabalho executado pelo sujeito, como na situação de

atendimento a pacientes com diferença de gênero.

Ao se descrever todas as variáveis aplicadas nos instrumentos de pesquisa obtiveram-

se os seguintes resultados:

Tabela 2: Descrição dos valores encontrados em todas as variáveis dos instrumentos de coleta

de dados.

Variável Mean StDev

Idade 31,292 ±6,195

Exaustão emocional 15,589 ±5,203

Despersonalização 5,604 ±3,626

Envolvimento pessoal 26,266 ±5,895

Escore Maslach total 47,458 ±8,467

IDATE ESTADO 44,745 ±4,557

IDATE TRAÇO 45,130 ±3,583

Reajustamento Social de Holmes e Rahe 220,54 ±50,89

Inventário de Eventos Específicos de Enfermagem 28,151 ±5,927

Após a aplicação do programa estatístico Minitab 1.5, resultou uma tabela

comparativa de valores das variáveis aplicadas nos instrumentos de pesquisa, sendo os valores

de escore, por exemplo, de um subgrupo da escala de Maslach, a exaustão emocional, não se

encontrou valoração com significância ao grupo estudado, pois o valor obtido 15,589 com um

desvio padrão de ±5,203, o que apresenta de resultado uma exaustão que permanece entre os

escores de baixo a médio, segundo o valor de escore para o sub grupo definido na Escala de

Maslach.

Em uma seqüência ainda encontrou-se os valores de 5,604 com um desvio padrão de

±3,626 para a despersonalização, o que significa que a amostra encontra-se em uma faixa de

escore de baixo a médio, não causando assim alterações significativas nos indivíduos da

amostragem.

No item envolvimento pessoal no trabalho os valores obtidos 26,266, com desvio

padrão de ±5,895 revelam que existe um escore alto no item avaliado, indicando assim que a

amostra estudada esta com grande envolvimento pessoal no trabalho.

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Quando se avalia o escore total da Escala de Maslach os valores encontrados 47,458

com desvio padrão de ±8,467, isoladamente não possuem um indicativo que se possa avaliar,

sendo que a escala é subdividida em três dimensões que estas sim, podem revelar alguma

alteração referente à síndrome ora estudada neste trabalho.

Os valores encontrados para o inventário IDATE ESTADO 44,745 com desvio

padrão de ±4,557, indicam segundo o escore do próprio instrumento que o Estado de

Ansiedade da amostra estudada fica entre moderada a alta. Com a afirmação de Moreira et al.

(2009), que enfermeiros e técnicos de enfermagem sendo profissionais da saúde que mais

tempo convivem e realizam ações laborais com o paciente e seus familiares, constituem um

grupo com grande predisposição a fatores que possam gerar estados de ansiedade. Ainda

sobre a ótica de Moreira et al. (2009), as implicações para a área de saúde são relevantes ao

gerarem diversos pedidos de afastamentos dentro do grupo de trabalho.

Considerando ainda os valores de inventário IDATE TRAÇO 45,130 com desvio

padrão de ±3,583, o que evidencia dentro do Escore do inventário que o grupo avaliado na

pesquisa ora realizada apresentou-se dentro do escore médio para o item avaliado. Segundo

Pitta (1994), a enfermagem vive uma realidade de trabalho cansativa e com grande desgaste

psíquico devido a fatores relacionados a indivíduos e seus processos de doença, tais como dor

e morte, se o trabalhador não souber dosar de forma equilibrada, utilizando-se de mecanismos

de transferências podem-se acometer traços de ansiedades que na medida do tempo podem se

tornar crônicos levando ao desenvolvimento de processos patológicos.

Evidenciando o instrumento de Reajustamento Social de Holmes e Rahe, os valores

obtidos foram 220,54 com desvio de ±50,89, o que dentro do escore da próprio instrumento,

indicam que os indivíduos da amostra possuem um grau médio para o desenvolvimento de

problemas de saúde. Pafaro (2002) relata que a existência de fatores externos e internos nos

indivíduos que são acometidos por qualquer tipo de trabalho em grupo, principalmente na

área de enfermagem, podem causar transtornos que geram estresses, sendo assim

considerados, como uma das fases mais avançadas das alterações emocionais.

Porém como último item avaliado na tabela ora descrita, o Inventário de Eventos

Específicos de Enfermagem nos trazem valores de 28,151 com desvio padrão de ±5,927 não

possuindo um significado isolado quando seus valores são elencados na amostra estudada.

Quando se correlacionaou todas as variáveis possíveis e aplicando o programa Minitab

1.5, encontrou-se os seguintes dados na tabela abaixo elencada.

Tabela 3: Correlações de Pearson entre as variáveis idade, exaustão emocional,

despersonalização, envolvimento pessoal no trabalho, Maslach total, IDATE ESTADO,

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IDATE TRAÇO, Reajustamento Social de Holmes e Rahe, Inventário de Eventos Específicos

de Enfermagem e o Escore combinado.

Idade Exaustão

emocional

Desperson

alização

Envolvim

ento

pessoal no trabalho

Maslach

total

IDATE

ESTADO

IDATE

TRAÇO

Reajustam

ento Social de

Holmes e

Rahe

Inventário

de

Eventos Específico

s de

Enfermagem

Exaustão

emocional

-0,116;

p= 0,676

Desperson

alização

-0,023;

p= 0,751

0,154;

p= 0,033

Envolvim

ento Pessoal no

Trabalho

0,010;

p= 0,887

-0,100;

p= 0,169

-0,070;

p= 0,338

Maslach total

-0,074;

p= 0,309

0,611;

p= 0,000

0,474;

p= 0,000

0,605;

p= 0,000

IDATE

ESTADO

0,086;

p= 0,233

-0,050;

p= 0,493

0,032;

p= 0,664

-0,019;

p= 0,793

-0,030;

p= 0,676

IDATE

TRAÇO

0,066;

p= 0,360

0,111;

p= 0,124

0,006;

p= 0,934

-0,058;

p= 0,425

0,031;

p= 0,673

0.066;

p= 0,366

Reajustam

ento

Social de Holmes e

Rahe

0,031;

p= 0,672

-0,051;

p= 0,485

-0,068;

p= 0,347

0,007;

p= 0,928

-0,056;

p= 0,442

-0,238;

p= 0,001

-0,021;

p= 0,771

Inventário de

Eventos

Específicos de

Enfermag

em

-0,044;

p= 0,545

0,044;

p= 0,540

0,011;

p= 0,879

0,098;

p= 0,175

0,101;

p= 0,165

0,089;

p= 0,221

-0,008;

p= 0,911

-0,057;

p= 0,430

0, 059;

p= 0,415

p= valor da correlação de Pearson

Considerando os valores obtidos na Correlação de Pearson por meio da análise do

Programa estatístico Minitab 1.5, que possam expressar significativamente os resultados

obtidos, pode-se iniciar com os valores da Escala de Maslach utilizada no estudo, onde seus

subgrupos das dimensões avaliadas como exaustão emocional com valor de 0,611 com p=

0,000, despersonalização com valor de 0,474 com p= 0,000 e por fim o envolvimento pessoal

no trabalho com valor de 0,605 e p= 0,000, nos indicam que a correlação existe entre o escore

total da escala de Maslach e seus subgrupos avaliados nas três dimensões acima citadas.

Conforme Soares e Cunha (2007), a exaustão emocional representa um esgotamento

dos recursos emocionais do indivíduo, sendo referenciado ou associado ao conflito pessoal e

às sobrecargas existentes nas relações interpessoais. Já a despersonalização é caracterizada

pela insensibilidade emocional do profissional ao tratar com colegas e pacientes nas relações

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diárias de trabalho. Por fim uma redução da realização pessoal pode conduzir a um grande

sentimento de incompetência criando-se assim uma auto-avaliação negativa de próprio

indivíduo de si mesmo.

De acordo com Maslach, Schaufeli e Leiter (2001), o que se tem emergido da maioria

dos estudos é uma conceituação de burnout como uma síndrome psicossocial sugerida como

uma resposta de processos crônicos à agentes estressores, que podem ser interpessoais nas

situações cotidianas de trabalho, o que pode envolver as três dimensões avaliadas pela Escala

de Maslach.

Uma das grandes conseqüências resultantes em estresse para a enfermagem é

justamente o desequilíbrio emocional da equipe como um todo, conseqüência de múltiplos

fatores causais aos quais, todo o grupo de trabalho está envolvido (WALDOW; FISCHER,

1995).

Segundo Silva e Menezes (2008), a síndrome do esgotamento profissional (burnout), e

os transtornos mentais comuns tem sido fortemente identificados e pesquisados entre

profissionais de saúde, e que freqüentemente estão associados a um alto custo social,

econômico e individual, além do absenteísmo e queda de produtividade.

Outra correlação encontrada foi entre as variáveis de Reajustamento Social de Holmes

e Rahe, e o Inventário IDATE ESTADO, com um valor de -0,238 e um p= 0,001,

evidenciando o que se pode acreditar que alterações ou eventos que necessitem de um

reajustamento social podem conduzir a estados de ansiedade, o que de certa forma é

considerado um processo natural frente a tensões existentes no dia-a-dia do indivíduo, porém

quando se associa a outros fatores causais, somado a sobrecarga de trabalho, insatisfação

pessoal, isto pode ser considerado como um catalisador de processos patológicos.

Numa conceituação de Vieira et al (2006), estudos sobre a prevalência de profissionais

de saúde com burnout, variam entre 30 a 47%. Essa taxa de burnout na população pode

chegar a níveis mais elevados, mais com uma dependência a outros fatores concomitantes.

Num comparativo com a pesquisa encontrada e corroborando com o escore da Escala

de Reajustamento Social de Holmes e Rahe, onde o risco pra o aparecimento de doenças

associadas ficando na faixa de moderado a médio.

Silva e Menezes (2008), conduzem que profissionais de saúde estão sujeitos a uma

dinâmica laboral essencialmente particular, de viver e trabalhar na mesma comunidade, o que

pode ocasionar ou gerar pressões externas e sobrecargas adicionais, ainda mais quando se

associa familiares nessa relação de trabalho.

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34

Por fim uma correlação entre Escore combinado e a Escala de Reajustamento Social

de Holmes e Rahe, com valores de -0,228 com um p= 0,001 e o valor 0,993 com um p= 0,

000, respectivamente evidenciam novamente que fatores sociais podem influenciar na geração

de estados de ansiedade, influenciando diretamente no ambiente de trabalho do indivíduo,

gerando assim uma sobrecarga de estresse pelo fato de que o indivíduo está com um alto nível

de estado de ansiedade.

Com base em um estudo de Silva e Menezes (2008) cuja afirmação preponderante é de

que a exaustão emocional é um fator que se caracteriza pelo desgaste emocional e sensação de

falta de energia, mostrando associação inversa com o desempenho no trabalho.

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35

7. CONCLUSÕES

Concluiu-se com a realização deste trabalho que os objetivos inicialmente propostos

foram alcançados parcialmente, pois na amostra estudada não se conseguiu correlacionar

todos os fatores propostos com as escalas psicométricas utilizadas. Conseguiu-se criar um

instrumento experimental que pode em outro momento ser trabalhado numa lapidação de

arestas que será ainda necessária.

Os valores encontrados de correlações que tiveram alguma significância envolveram

as três dimensões da Escala de Maslach, sendo elas: despersonalização, envolvimento pessoal

do trabalho e exaustão emocional, na outra ponta podemos incluir um Escore Combinado,

gerado pelo programa de tabulação e análise de dados, além da correlação com o Inventário

de ansiedade IDATE ESTADO e a Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe.

Partiu-se do pressuposto por meio dos valores extraídos da pesquisa que é possível que

fatores sociais elencados na escala de reajustamento, possam influenciar o padrão de

ansiedade que o indivíduo tem, quando está no seu local de trabalho, talvez possa esse sim, a

ansiedade, ser o fator crucial que pode acelerar os elementos estressores presentes de forma

natural dentro do ambiente de trabalho, o qual, já por sua natureza, é um pouco difícil por

lidar com um número grande de pessoas quer em estado patológico ou psicológico que esteja

alterado.

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ANEXOS

Anexo 1

Instrumento de coleta de dados MBI -Maslach Burnout Inventory -General Survey

A seguir, há 16 afirmativas relacionadas com o sentimento em relação ao trabalho. Por favor,

leia com atenção cada uma das afirmativas e decida se você já se sentiu deste modo em seu

trabalho.

Instruções:

Se você nunca teve estes sentimentos, assinale o “0” (zero) no espaço da afirmativa.

Se você já teve este sentimento, indique com que freqüência você o sente, escrevendo o

número (de 1 a 6) que melhor descreve com que freqüência você se sente dessa maneira.

Exemplo:

Eu me sinto frustrado / deprimido no trabalho.

Se você nunca sentiu frustração / depressão no trabalho, assinale o número “0” (zero) sob a

coluna “freqüência”.

Se você, raramente, sente-se frustrado / deprimido no trabalho (poucas vezes por ano, ou

menos), escreva o número “1”.

Se seus sentimentos de frustração / depressão são razoavelmente freqüentes (poucas vezes por

semana, porém não diariamente), assinale “5”.

OBS: Lembre-se que o diagnóstico definitivo só pode ser fornecido por um profissional.

FREQUENCIA

0 nunca

1 Algumas vezes ao ano ou menos

2 Uma vez ao mês ou menos

3 Algumas vezes durante o mês

4 Uma vez por semana

5 Algumas vezes durante a Semana

6 Todo Dia

Declarações pontuação Faixa de burnout

1-Sinto-me emocionalmente esgotado com o meu trabalho

0 1 2 3 4 5 6

2-Sinto-me esgotado no final de um dia de Trabalho

0 1 2 3 4 5 6

3-Sinto-me cansado quando me levanto pela manhã e preciso encarar outro dia de trabalho

0 1 2 3 4 5 6

4-Trabalhar o dia todo é realmente motivo de tensão para mim

0 1 2 3 4 5 6

5-Sinto-me acabado por causa do meu Trabalho

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0 1 2 3 4 5 6

6-Só desejo fazer meu trabalho e não ser Incomodado

0 1 2 3 4 5 6

7-Tornei-me menos interessado no meu trabalho desde que assumi esse cargo

0 1 2 3 4 5 6

8-Tornei-me menos entusiasmado com o meu trabalho

0 1 2 3 4 5 6

9-Tornei-me mais descrente sobre se o meu trabalho contribui para algo

0 1 2 3 4 5 6

10-Duvido da importância do meu trabalho

0 1 2 3 4 5 6

11-Sinto-me entusiasmado quando realizo algo no meu trabalho

0 1 2 3 4 5 6

12-Realizei muitas coisas valiosas no meu Trabalho

0 1 2 3 4 5 6

13-Posso efetivamente solucionar os problemas que surgem no meutrabalho

0 1 2 3 4 5 6

14-Sinto que estou dando uma contribuição efetiva para essa organização

0 1 2 3 4 5 6

15-Na minha opinião, sou bom no que Faço

0 1 2 3 4 5 6

16-No meu trabalho, me sinto confiante de que sou eficiente e capaz de fazer com que as

coisas aconteçam.

0 1 2 3 4 5 6

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43

Anexo 2

INVENTARIO DE ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO (IDATE) DE SPIELBERGER

IDATE – ESTADO

Nome:______________________________________________ Data:_____________

PARTE I – Leia cada pergunta e faça um circulo ao redor do numero à direita da afirmação

que melhor indicar como você se sente agora, neste momento. Não gaste muito tempo numa

única afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como você se sente

neste momento.

AVALIAÇÃO

Muitíssimo......4 Bastante......3 Um pouco......2 Absolutamente não......1

1 Sinto-me calmo (a) 1 2 3 4

2 Sinto-me seguro (a) 1 2 3 4

3 Estou tenso (a) 1 2 3 4

4 Estou arrependido (a) 1 2 3 4

5 Sinto-me a vontade 1 2 3 4

6 Sinto-me perturbado (a) 1 2 3 4

7 Estou preocupado (a) com possíveis infortúnios 1 2 3 4

8 Sinto-me descansado (a) 1 2 3 4

9 Sinto-me ansioso (a) 1 2 3 4

10 Sinto-me “em casa” 1 2 3 4

11 Sinto-me confiante 1 2 3 4

12 Sinto-me nervoso (a) 1 2 3 4

13 Estou agitado (a) 1 2 3 4

14 Sinto-me uma pilha de nervos 1 2 3 4

15 Estou descontraído (a) 1 2 3 4

16 Sinto-me satisfeito (a) 1 2 3 4

17 Estou preocupado (a) 1 2 3 4

18 Sinto-me super excitado (a) e confuso (a) 1 2 3 4

19 Sinto-me alegre 1 2 3 4

20 Sinto-me bem 1 2 3 4

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Anexo 3

INVENTARIO DE ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO (IDATE) DE SPIELBERGER

IDATE – TRAÇO

Nome:______________________________________________ Data:_____________

PARTE I – Leia cada pergunta e faça um circulo ao redor do numero à direita que melhor

indicar como você geralmente se sente. Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas

tente dar uma resposta que mais se aproximar de como você se sente neste geralmente.

AVALIAÇÃO

Quase sempre......4 Freqüentemente......3 As vezes......2 Quase nunca......1

1 Sinto-me bem 1 2 3 4

2 Canso-me facilmente 1 2 3 4

3 Tenho vontade de chorar 1 2 3 4

4 Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecem ser 1 2 3 4

5 Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões rapidamente 1 2 3 4

6 Sinto-me descansado (a) 1 2 3 4

7 Sou calmo (a) ponderado (a) e senhor (a) de mim mesmo 1 2 3 4

8 Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma que não as

consigo resolver 1 2 3 4

9 Preocupo-me demais com coisas sem importância 1 2 3 4

10 Sou feliz 1 2 3 4

11 Deixo-me afetar muito pelas coisas 1 2 3 4

12 Não tenho muito confiança em mim mesmo (a) 1 2 3 4

13 Sinto-me seguro (a) 1 2 3 4

14 Evito ter que enfrentar crises ou problemas 1 2 3 4

15 Sinto-me deprimido (a) 1 2 3 4

16 Estou satisfeito (a) 1 2 3 4

17 As vezes, idéias sem importância me entram na cabeça e ficam me preocupando 1 2 3 4

18 Levo os desapontamentos tão a serio que não consigo tira-los da cabeça 1 2 3 4

19 Sou uma pessoa estável 1 2 3 4

20 Fico tenso(a) e perturbado quando penso em meus problemas do momento 1 2 3 4

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Anexo 4

Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe (1967) utilizada como roteiro semelhante

ao método de painel de Brown (1974).

Observe os eventos abaixo e assinale em cima do número, apenas os eventos que

influenciaram em sua vida no último ano:

1 morte do cônjuge

2 separação

3 casamento

4 morte de alguém da família

5 gravidez

6 doença na família

7 acréscimo ou diminuição do número de pessoas morando em sua casa

8 nascimento na família

9 mudança de casa

10 mudança de escola

11 reconciliação matrimonial

12 aposentadoria

13 perda de emprego

14 mudança de trabalho (favorável ou desfavorável)

15 dificuldades com a chefia

16 reconhecimento profissional

17 acidentes

18 perdas financeiras

19 dificuldades sexuais

20 problemas de saúde

21 morte de um amigo

22 dívidas

23 mudanças de hábitos pessoais

24 mudanças de atividades recreativas

25 mudanças de atividades religiosas

26 mudanças de atividades sociais

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Anexo 5

Inventário de Eventos Específicos de Enfermagem

Observe os eventos abaixo e assinale em cima do número que corresponde à freqüência de seu

sentimento em relação ao item correspondente, nos eventos que influenciaram no

desenvolvimento do trabalho de enfermagem durante o último ano:

FREQUENCIA

1 Não me incomoda

2 Incomoda um pouco

3 Incomoda moderadamente

4 Incomoda muito

5 Incomoda de forma quase insuportável

1 conflitos pessoais com colegas

2 falta de material para a realização de tarefas de forma adequada

3 problemas de comunicação entre a equipe multidisciplinar

4 materiais de trabalho inadequados

5 morte de paciente

6 conflitos com familiares de pacientes

7 pacientes que sofrem amputações

8 conflitos pessoais com chefia

9 atender a crianças

10 trabalhar com pacientes de UTI

11 necessidade de ser transferido para local de trabalho contra a vontade

12 ocorrência de transferências internas de setor

13 mudança de horário de trabalho

14 falta de pessoal técnico para apoiar suas atividades

15 equipamento que estraga com freqüência

16 dificuldade de seguir horário de trabalho determinado

17 dupla jornada de trabalho

19 distância física do hospital em relação à sua residência

20 problemas com cuidados com os filhos no horário de trabalho

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Anexo 6

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Na pesquisa “OCORRÊNCIA DE SINTOMAS DE “BURNOUT” EM

PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM EVENTOS

VITAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO”, os dados serão coletados através da aplicação

de um questionário, o Maslach Burnout Inventary General Survey(MBI - GS), que tem por

objetivo, avaliar situações de estresse crônico ou síndrome de burnout em três dimensões,

sendo questionário é composto por 16 questões de resposta única.

Também será aplicada a Escala de Eventos Vitais Adaptada de Savóia (2005),

instrumento composto por 26 itens de resposta múltipla.

O Inventário de Ansiedade Estado (IDATE - A) e o Inventário de Ansiedade Traço

(IDATE - E) são escalas psicométricas projetadas por Spielberger em 1970 e 1979

respectivamente, sendo traduzidas e adaptadas para a língua portuguesa por Biaggio e

Natalício, para serem aplicáveis individualmente ou em grupo, compostos por 20 questões de

resposta única.

Por fim será também aplicado um Inventário Específico de Eventos de Enfermagem,

elaborado pelo pesquisador para a amostra em específico composto por 20 perguntas de

resposta múltipla.

Esses instrumentos serão aplicados aos trabalhadores da área de enfermagem do

Hospital Regional do Sudoeste, independente do setor ou horário de trabalho, sendo critérios

para a participação da pesquisa, ser enfermeiro ou técnico de enfermagem e não ter o

conhecimento anterior do questionário acima descrito.

Como critérios de exclusão, não participam da pesquisa quem não demonstrar

interesse na mesma, não assinar este termo de consentimento, e já ser conhecedor de alguns

dos questionários em algum outro procedimento de pesquisa anterior a este.

O procedimento que será realizado na pesquisa consta de preencher os 5 questionários

anteriormente especificados, sendo aplicado de forma individualizada utilizando-se uma

caneta esferográfica, e posteriormente colocando os questionários em um envelope pardo de

forma que não seja visualizado o seu conteúdo

Está pesquisa não apresenta risco ao grupo estudado, muito menos custo financeiro,

sendo mantido todo o caráter de sigilo e confiabilidade para que se mantenham os

pressupostos éticos que se fazem necessário em uma pesquisa cientifica.

Esta pesquisa visa procurar a existência ou não, de sintomas que possam evidenciar a

existência da Síndrome de Burnout, e realizar proposições acerca do que possa estar

desencadeando essa síndrome, visando propor após a conclusão da pesquisa, alguma

contribuição para a pessoa e o seu local de trabalho.

Fui orientado que, em qualquer momento poderei desistir desta pesquisa ora citada

anteriormente, sem explicar os motivos que sejam justificados para mim.

No caso de ocorrência de alguma forma de indenização ou ressarcimento, isto será de

inteira responsabilidade do pesquisador principal, isentando as instituições participantes e co-

participantes de qualquer tipo de ônus.

Acredito ter sido suficientemente esclarecido a respeito das informações que li ou que

foram lidas para mim, descrevendo o estudo “OCORRÊNCIA DE SINTOMAS DE

“BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO

COM EVENTOS VITAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO”. Após discussão com o

Pesquisador “CRISTOPHEN RIBEIRO” ficaram claros os propósitos e procedimentos do

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estudo, além da confiabilidade e do sigilo que se fazem necessários na pesquisa científica.

Concordo voluntariamente participar deste estudo, que segue a Resolução CNS 196/96.

Estou ciente que:

I - A participação neste projeto NÃO tem objetivo de me submeter a um tratamento médico-

clinicoterapêutico, bem como não me acarretará qualquer despesa pecuniária com relação ao

estudo;

II - Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração neste estudo no momento

em que desejar, sem necessitar de qualquer explicação;

III - A desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não vira

interferir no atendimento o tratamento médico, físioterapêutico, odontológico e psicológico;

IV - Os resultados obtidos durante este ensaio serão mantidos em sigilo, mas concordo que

sejam divulgados em publicações científicas desde que os meus dados pessoais não sejam

mencionados;

V - Caso eu desejar, poderei pessoalmente tomar conhecimento dos resultados ao final desta

pesquisa.

( ) Desejo conhecer os resultados desta pesquisa.

( ) Não desejo conhecer os resultados desta

pesquisa.

VI - Concordo que o material poderá ser utilizado em outros projetos desde que autorizado

pela comissão de ética do instituto e pelo responsável por esta pesquisa.

( )Sim. ou ( )Nâo.

VII - Qualquer dúvida a respeito da pesquisa o (a) Senhor (a) poderá entrar em contato com o

pesquisador: Cristophen Ribeiro (COREN 80133 – PR) e pelo fone 41-99043761. Ou o

comitê de ética e pesquisa com seres humanos da Universidade Metodista.

São Paulo, ________ de ________________ 2011.

________________________ Data: ______/_____/_____

Assinatura do sujeito de pesquisa

________________________ Data: _____/_____/______

Assinatura da testemunha

________________________ Data: ______/_____/_____

CRISTOPHEN RIBEIRO

pesquisador principal

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Anexo 7

Folha de Rosto SISNEP

MINISTÉRIO DA SAÚDE Conselho Nacional de Saúde Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP

FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS FR - 464451

Projeto de Pesquisa OCORRÊNCIA DE SINTOMAS DE ¿BURNOUT¿ EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM EVENTOS VITAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO Área de Conhecimento 7.00 - Ciências Humanas - 7.07 - Psicologia

Grupo Grupo III

Nível

Área(s) Temática(s) Especial(s)

Fase Não se Aplica

Unitermos Burnout, enfermagem, eventos vitais

Sujeitos na Pesquisa

Nº de Sujeitos no Centro 240

Total Brasil 240

Nº de Sujeitos Total 240

Grupos Especiais

Placebo NAO

Medicamentos HIV / AIDS

NÃO

Wash-out NÃO

Sem Tratamento Específico NÃO

Banco de Materiais Biológicos NÃO

Pesquisador Responsável

Pesquisador Responsável Cristophen Ribeiro

CPF 021.741.839-27

Identidade 47858992

Área de Especialização ADMINISTRAÇÃO EM SAÚDE

Maior Titulação ESPECIALISTA

Nacionalidade BRASILEIRA

Endereço RUA GUATEMALA 98 SOBRADO 03

Bairro GUAIRA

Cidade CURITIBA - PR

Código Postal 81010-300

Telefone 46 35273522 / 46 35249146

Fax

Email [email protected]

Termo de Compromisso Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Comprometo-me a utilizar os materiais e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e publicar os resultados sejam eles favoráveis ou não. Aceito as responsabilidades pela condução científica do projeto acima. _________________________________________ Data: _______/_______/______________ Assinatura

Instituição Proponente

Nome Universidade Metodista de São Paulo - UMESP

CNPJ 44.351.146/0001-57

Nacional/Internacional Nacional

Unidade/Órgão Campus Planalto

Participação Estrangeira NÃO

Projeto Multicêntrico NÃO

Endereço Rua do Sacramento 230

Bairro Rudge Ramos

Cidade São Bernardo do Campo - SP

Código Postal 09640000

Telefone 11 43665600

Fax

Email [email protected]

Termo de Compromisso Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares e como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste projeto, autorizo sua execução. Nome: __________________________________________________ _________________________________________ Data: _______/_______/______________ Assinatura

O Projeto deverá ser entregue no CEP em até 30 dias a partir de 20/09/2011. Não ocorrendo a entrega nesse prazo esta Folha de Rosto será INVALIDADA.

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Anexo 8

Declaração de Identidade de Conteúdo

Eu, CRISTOPHEN RIBEIRO, declaro que o projeto de pesquisa “OCORRÊNCIA

DE SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SUA

CORRELAÇÃO COM EVENTOS VITAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO”, do qual

sou pesquisador responsável, aqui apresentado para obtenção de parecer do Comitê de Ética

em Pesquisa (CEP-UMESP), não possui qualquer vinculação a alguma agencia de fomento ou

fundo para obtenção de apoio financeiro para a sua execução. Através desta também me

comprometo a comunicar ao CEP-UMESP quaisquer modificações ou interrupção da

proposta do projeto, ora apresentada, que aconteçam durante seu julgamento.

São Bernardo do Campo, 20 de setembro de 2011.

____________________________

CRISTOPHEN RIBEIRO

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Anexo 9

Declaração de Responsabilidade do Pesquisador

Eu, CRISTOPHEN RIBEIRO pesquisador responsável pela pesquisa denominada

“OCORRÊNCIA DE SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM EVENTOS VITAIS E CONDIÇÕES

DE TRABALHO”, declaro que:

- assumo o compromisso de zelar pela privacidade e pelo sigilo das informações que serão

obtidas e utilizadas para o desenvolvimento da pesquisa;

- os materiais e as informações obtidas no desenvolvimento deste trabalho serão utilizados

para se atingir o(s) objetivo(s) previsto(s) na pesquisa;

- os materiais e os dados obtidos ao final da pesquisa serão arquivados sob a responsabilidade

do(a) Universidade Metodista de São Paulo;

- os resultados da pesquisa serão tornados públicos em periódicos científicos e/ou em

encontros, quer sejam favoráveis ou não, respeitando-se sempre a privacidade e os direitos

individuais dos sujeitos da pesquisa, não havendo qualquer acordo restritivo à divulgação;

- o CEP-UMESP será comunicado da suspensão ou do encerramento da pesquisa, por meio de

relatório apresentado anualmente ou na ocasião da interrupção da pesquisa; assumo o

compromisso de suspender a pesquisa imediatamente ao perceber algum risco ou dano,

conseqüente à mesma, a qualquer um dos sujeitos participantes, que não tenha sido previsto

no termo de consentimento.

São Bernardo do Campo, 20 de setembro de 2011.

______________________________________________

CRISTOPHEN RIBEIRO – Pesquisador responsável.

CPF.02174183927

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Anexo 10

Carta de Autorização

Eu, Badwan Adbel Jaber, Diretor Geral do Hospital Regional do Sudoeste HRS -

WAP, tenho ciência e autorizo a realização da pesquisa intitulada pesquisa “OCORRÊNCIA

DE SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E SUA

CORRELAÇÃO COM EVENTOS VITAIS E CONDIÇÕES DE TRABALHO” sob

responsabilidade do pesquisador Cristophen Ribeiro no Hospital Regional do Sudoeste HRS -

WAP. Para isto, serão disponibilizados ao pesquisador o espaço físico para a realização do

procedimento de pesquisa (aplicação das escalas psicométricas e inventários constituintes dos

instrumentos de pesquisa), acesso aos sujeitos de pesquisa, no caso trabalhadores da área de

enfermagem e alguns dados cadastrais para estabelecer o perfil sócio demográfico, daqueles

que concordarem em participar da pesquisa.

Francisco Beltrão em 20 de setembro de 2011.

________________________________________

DR. BADWAN ADBEL JABER

DIRETOR GERAL

HOSPITAL REGIONAL DO SUDOESTE

HRS - WAP

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Anexo 11

Declaração de Instituição Co Participante

Eu, Badwan Adbel Jaber declaro ciência da participação da instituição Hospital

Regional do Sudoeste como instituição co-participante no projeto de pesquisa intitulado

“OCORRÊNCIA DE SINTOMAS DE “BURNOUT” EM PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM E SUA CORRELAÇÃO COM EVENTOS VITAIS E CONDIÇÕES

DE TRABALHO”, sob a responsabilidade do pesquisador Cristophen Ribeiro, sendo a

instituição proponente Universidade Metodista de São Paulo.

Será disponibilizado ao pesquisador já citado o espaço físico, acesso aos setores onde

a pesquisa será realizada e demais documentos pertinentes ao que o pesquisador considere

necessário para traçar o perfil do trabalhador da instituição, após a emissão do parecer ético

de aprovado pelo CEP da instituição proponente. Declaro ainda conhecer e cumprir as

Resoluções Éticas Brasileiras, em especial a resolução CNS 196/96. Esta instituição está

ciente de suas co-responsabilidades como instituição co-participante do presente projeto de

pesquisa, e de seu compromisso no resguardo da segurança e bem-estar dos sujeitos de

pesquisa nela recrutados, dispondo de infra-estrutura necessária para a garantia de tal

segurança e bem estar.

________________________________________

DR. BADWAN ADBEL JABER

DIRETOR GERAL

HOSPITAL REGIONAL DO SUDOESTE

HRS – WAP

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Anexo 12

Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética da UMESP