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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE DCMA INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DO HABITAT NA DISTRIBUIÇÃO DO PEIXE LIMPADOR ELACATINUS FIGARO NA BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ. Ingrid de Azevedo Dias Pereira ORIENTADOR: Prof. Dr. LEONARDO MITRANO NEVES TRÊS RIOS - RJ DEZEMBRO 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE – DCMA

INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DO HABITAT NA

DISTRIBUIÇÃO DO PEIXE LIMPADOR ELACATINUS FIGARO

NA BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ.

Ingrid de Azevedo Dias Pereira

ORIENTADOR: Prof. Dr. LEONARDO MITRANO NEVES

TRÊS RIOS - RJ

DEZEMBRO – 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE – DCMA

INFLUÊNCIA DA ESTRUTURA DO HABITAT NA

DISTRIBUIÇÃO DO PEIXE LIMPADOR ELACATINUS FIGARO

NA BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ.

Ingrid de Azevedo Dias Pereira

Monografia apresentada ao curso de Gestão

Ambiental, como requisito parcial para obtenção do

título de bacharel em Gestão Ambiental da UFRRJ,

Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do

Rio de Janeiro

TRÊS RIOS - RJ

DEZEMBRO – 2017

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Pereira, Ingrid de Azevedo Dias, 2017

Influência da estrutura do habitat na distribuição do peixe limpador Elacatinus figaro na

baía da llha Grande, RJ/Ingrid de Azevedo Dias Pereira – 2017,

Orientador: Leonardo Miltrano Neves.

Monografia (bacharelado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,

Instituto Três Rios.

Bibliografia;

1. Peixes recifais – 2. Estrutura do habitat – 3. Preditores ambientais. – Monografia. I.

Pereira, Ingrid de Azevedo Dias. II Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

Instituto Três Rios. III. Influência da estrutura do habitat na distribuição do peixe

limpador Elacatinus figaro na Baía da Ilha Grande, RJ.

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DO MEIO AMBIENTE – DCMA

INFLUÊNCIA NA ESTRUTURA DO HABITAT NA

DISTRIBUIÇÃO DO PEIXE LIMPADOR ELACATINUS FIGARO

NA BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ.

Ingrid de Azevedo Dias Pereira

Monografia apresentada ao Curso de Gestão Ambiental como

pré-requisito parcial para obtenção do título de bacharel em

Gestão Ambiental da Universidade Federal Rural do Rio de

Janeiro, Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio

de Janeiro.

Aprovada em: 14 / 12 / 2017

Banca examinadora:

__________________________________________

Prof. Dr. Orientador Leonardo Mitrano Neves

___________________________________________

Prof. Dra. Ângela Alves de Almeida

___________________________________________

Prof. Dr. Alexandre Ferreira Lopes

TRÊS RIOS, RJ

DEZEMBRO, 2017

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Dedicatória

À Deus, meu anjo da guarda e os amigos espirituais, Ao meu pai que sempre será meu

herói e terei orgulho de dizer o quanto o admiro, a minha mãe que mesmo não estando

presente em vida, mas, que permanece no meu coração, ao meu irmão que será sempre

meu amor maior, meus familiares que me apoiaram e incentivaram meus estudos e

amigos estiveram sempre presentes em minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Inicialmente gostaria de agradecer a uma estrelinha que me acompanha desde

sempre, em todos os momentos ela estará presente. Presenciou o primeiro medo, a

primeira surpresa, o primeiro amor, com um mantra constante em que tudo na vida passa

e que eu era guerreira para enfrentar qualquer obstáculo que ousasse surgir. Se não fosse

por você, não estaria na graduação e muito menos sobrevivido a ela. Você será sempre

meu grande amor, te amo Mãe. Meu outro amor que não poderia deixar de agradecer, foi

intensificado pelas circunstâncias da vida e exposto de uma forma que não havia visto

antes. Em forma de apoio integral na minha vida, sempre muito calado, mas, que nunca

me permitiu ter dúvidas, pois, nas minhas maiores loucuras ele estava lá, preocupado,

mas, estava presente e sabendo lidar de uma maneira incrível. Pai sua filha está formada

e pode ficar tranqüilo, você é o melhor pai do mundo Nilson Santana.

E o que falar desse irmão que de melhor amigo é pouco para definir sua

participação na minha vida. Suportou-me nas piores crises existenciais que pude ter com

um sorriso no rosto e com milhões de beijos para acompanhar. E as mensagens que

recebia sobre a saudade que você sentia de mim. O coração apertava, mas, tinha que

agüentar. Tirando os interrogatórios que me fazia passar antes de toda saída. Sempre será

meu parceiro de todas as horas Jonathan Dias, te amo demais irmão.

Não sou capaz de medir palavras para agradecer aos meus padrinhos Carlos Bruno

e Elizabeth Bruno, o grande apoio nessa caminhada, sei que não era a opção preferida de

vocês, mas, independente disso, me abraçaram e incentivaram cada passo que dava para

que completasse essa jornada com sucesso. Agradeço as minhas primas Cristiane Bruno

e Jaqueline Bruno por estarem sempre ao alcance quando precisei.

Tania Mara. Minha mãedrasta gostaria de agradecer por todo apoio, puxão de orelha e

conselho que me deu com todo carinho. Sei que houve um receio no início da nossa

amizade, mas, hoje vejo que você é uma inspiração de mulher batalhadora, guerreira e

mãe para o meu irmão e para mim. Muito obrigada por tudo que tem feito por nós até

hoje.

Não posso deixar de agradecer toda a minha família que esteve comigo durante a

graduação e nos momentos difíceis e alegres da minha caminhada, minha tia Margareth

por ser esse amor de pessoa e que mesmo não sendo de muitas palavras, o coração estava

sempre aberto e pertinho de mim quando precisava. As minhas primas Cristina, Rita

Luane que sempre que podiam estavam presentes.

Ah e os amigos, como poderia sobreviver a esse mar revolto e inconstante sem a

presença de vocês, com a alegria de cada festa, dança, comilança e claro muitas risadas.

Alguns estiveram muito presentes no meu dia a dia e outros a presença física era

dispensável, pois, o amor é tão grande que bastava uma mensagem que o coração já

aquecia. Gostaria de agradecer especialmente Bruna Bittencourt, Ulisses Alves, Misael

Affonso e Rodrigo Santana que me mostraram que a amizade verdadeira ultrapassa

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distâncias, que não é preciso estar perto para estar presente em nossas vidas. Também

gostaria de agradecer a uma família que formei de coração com Lizandra Nunes, Jardel

Machado, Marcelle Dias, Christiane Ângela e Conrado Bahia, enfrentando os obstáculos,

os choros, as saudades juntos e deixando os nossos dias com mais cara de lar doce lar.

Não poderia esquecer-se de agradecer duas amigas que vieram como um presente

inesperado da minha estrelinha, que são Elizabeth dos Anjos e Maria Helena Meirelles.

Foram elas, as responsáveis por iluminar meus caminhos quando estavam turvos ou até

mesmo sem luz. Com toda sabedoria e experiência de vida, puderam tirar um tempinho

para ouvirem meus lamentos, minhas inquietudes e loucuras, acalmando meu coração

quando mais ninguém foi possível.

Fabíola Garrido, que pessoa iluminada! Quando tudo estava caindo, quando

pensei em desistir da graduação apareceu como um anjo para dizer, “Calma ai, você está

louca? Nada disso!”. E realmente você me abriu os olhos e me proporcionou inúmeras

descobertas, tanto pessoais quanto no mundo acadêmico. Não tenho como te agradecer

por todas as horas de conversa, de conselhos, de mimos e de abraços com amor em um

ambiente conturbado. Você será sempre meu anjinho da guarda na terra.

E o que falar de uma família chamada Programa de Educação Tutorial Conexões

de Saberes ITR. Quando entrei não imaginava que meu coração coubesse tanta gente,

mas, não é que coube. Aprendi a dar valor as diferenças, a amar as loucuras do próximo

e a valorizar as ações de amor, carinho porque um “Eu te amo” é apenas uma das diversas

formas de demonstração de afeto que o ser humano pode apresentar. Quero muito

agradecer a Andriele Magioli, Presley Vasconcelos, Angélica Soares, Ana Paula Viana,

Patric Viana, Mayara Vagueira, Gabriela Helena Campos, Lázaro da Cruz, Lorranne

Carvalho, Maurício Batista, Aline Vicente, Victória Benedicto entre outros.

E claro, gostaria muito de agradecer ao meu orientador maravilhoso, paciente e

esperançoso na minha pessoa, Leonardo Neves que mesmo com muita luta, resistência e

fugas, conseguiu ter a paciência, amor e a dedicação de me orientar neste trabalho

incrível, mas, também me apoiar como pessoa. Se apresentando como um paizão na

minha vida e acreditando que eu seria capaz de conseguir o que fosse necessário para meu

sucesso na vida profissional. E gostaria de agradecer muito a ajuda da minha co-

orientadora Milaine Silvano que teve paciência, preocupação e muita dedicação neste

trabalho, muito iluminada e que mesmo nos momentos mais exaustivos esteve comigo

para o que fosse preciso.

Além disso, gostaria de agradecer aos amores que durante a minha vida me

ensinaram o que é ser resiliente, que amor próprio vem em primeiro lugar e que não

devemos permanecer em nada que nos ofereça pouco amor, carinho ou dedicação.

Reciprocidade na vida é essencial.

Portanto, a vida se apresenta como o mar, às vezes está calmo, outro momento

revolto. Mas, sempre em constante movimento, levando-nos a algum lugar, basta saber

se é hora de tomar as rédeas ou deixar que a maré e as ondas decidam por você.

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“Mar calmo nunca fez bom marinheiro.”

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RESUMO

O Elacatinus figaro é uma espécie de peixe limpador que se alimenta obrigatoriamente

de ectoparasitas, garantindo a saúde de peixes considerados clientes. Apresenta grande

importância no mercado de aquários ornamentais marinhos, por isso a espécie encontra-

se listada no livro vermelho de espécies marinhas ameaçadas de extinção. O objetivo do

trabalho foi examinar as relações entre a abundância de E. fígaro com preditores

relacionados a influências antrópicas (distância da costa), biológicas (cobertura bêntica)

e complexidade topográfica (buracos e altura do substrato) em costões rochosos na Baía

da Ilha Grande. Foram realizados 204 transectos de 40m2 cada, distribuídos em 36 locais

da baía. Os peixes foram observados através do censo visual subaquático e as

características dos habitats foram quantificadas através de fotografias em cada local de

amostragem. As influências da estrutura do habitat (cobertura bentônica e complexidade

topográfica) e da distância da costa sobre a variação espacial da abundância de E. figaro

foram avaliadas através do modelo linear baseado em distância (DistLM) e da Análise de

Redundância Baseada em Distância (dbRDA). Elacatinus figaro foi mais abundante nas

ilhas de Queimada Grande e Queimada Pequena, enquanto na maioria dos costões

rochosos localizados no continente a espécie não foi observada. Os preditores

positivamente correlacionados com a abundância de E. fígaro foram o coral sol

(Tubastraea spp.), uma espécie de coral invasor, o processo de branqueamento de

Palythoa caribaeorum, a altura do substrato, enquanto algas frondosas tiveram uma

correlação negativa. A disponibilidade de pequenos refúgios fornecidos pelas fendas entre

os pólipos de coral sol e a presença de substratos que tornem o peixe limpador mais visível

aos clientes foram as características mais importantes para a sua distribuição. Estudos

comportamentais que investiguem o uso de componentes do habitat (bentônico e

topográfico) pelo E. figaro são necessários para que as relações entre o habitat e a variação

da abundância do peixe limpador sejam compreendidas em maior detalhe. Os resultados

do presente estudo são importantes para a conservação do E. fígaro na baía da Ilha

Grande, indicando os locais com maior abundância da espécie.

Palavra-chave: Cobertura bentônica, peixe neon, simbiose de limpeza

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ABSTRACT

The neon goby Elacatinus fígaro is a cleaner species that feed exclusively on

ectoparasites, ensuring the health of the client’s species. It has great importance in the

marine ornamental aquariums marked and for this reason it is listed in the red book of

marine threatened species. The objective of this work was to assess the relationships

between the abundance of E. figaro and environmental predictors, related to anthropic

(distance from the coast), biological (benthic cover) and topographic complexity (hole

sand substrate height) influences in rocky shores of Ilha Grande Bay. A total of 204

transects of 40m2 each were sampled in 36 locations of the bay. Fish were observed

through under water visual census and habitat characteristics were quantified using

photographs at each sampling site. The influence of habitat structure (benthic cover and

topographic complexity) and distance from the coast on the spatial variation of the E.

Figaro abundance were assessed using the distance-based linear model (DistLM) and

Distance Based Redundancy Analysis (dbRDA). Elacatinus figaro was more abundant in

the Queimada Grande and Queimada Pequena islands, while most sites close to the coast

this species was not observed. The predictors positively correlated with the abundance of

E. figaro were the invasive coral Tubastraea spp., the bleached zoantid Palythoa

caribaeorum, the substratum height, while fleshy algae had a negative correlation. The

availability of small refuges and the presence of substrates that make fish cleaner more

visible to clients were the most important characteristics for their distribution. Behavioral

studies investigating the use of habitat components (benthic and topographical) by E.

figaro are needed for better understand the relationships between habitat and the spatial

variation of cleaner fish abundance. The results of the present study contribute to the

conservation of E. fígaro in the Ilha Grande bay, indicating the sites with highest

abundances.

Keywords: Benthic cover, neon goby, cleaning symbiosis

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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

AIC – Critério de informação Akaike

dbRDA – Análise de redundância baseada em distância

DistLM – Modelo linear baseado em distância

EP – Erro Padrão

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MAE – Matriz de Algas Epilíticas

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Elacatinus figaro em atividade de limpeza do peixe-trilha (Pseudopneus

maculatus) que muda de coloração para sinalizar que está apto para ser limpo.

Figura 2. Mapa da área de estudo com os números indicação dos locais de amostrados.

Triângulos representam os centros urbanos mais populosos da baía da Ilha Grande. 1 Ilha

do Algodão, 2 Saco da Velha, 3 Ilha do Mantimento, 4 Ilha Rapada, 5 Ilha Comprida, 6

Ilha Araraquara, 7 Ilha do Sandri, 8 Ilha do Sandri (região central), 9 Praia Vermelha

(oeste), 10 Praia Vermelha (central), 11 Praia Vermelha (leste), 12 Ilha Samambaia, 13

Ilha Búzios, 14 Ilha Papagaio, 15 Ilha Brandão, 16 Ilha Redonda, 17 Ponta da Longa

(região oeste), 18 Ponta da Longa (central), 19 Ponta da Longa (leste), 20 Queimada

Pequena (oeste), 21 Queimada Grande (oeste), 22 Queimada Pequena (leste), 23

Queimada Grande (oeste), 24 Alvo (oeste), 25 Alvo (leste), 26 Bananal (oeste), 27

Bananal (central), 28 Bananal (oeste), 29 Ilha Itaicutiba (sul), 30 Ilha Itaicutiba (norte),

31 Ponta Leste, 32 Ilha Cataguazes, 33 Lagoa Azul (central), 34 Lagoa Azul (norte), 35

Lagoa Azul (sul) e 36 Ilha Morcego.

Figura 3. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de Mussismilia hispida por

local de amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 4. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de branqueamento de P.

caribaeorum por local de amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 5. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de Ascida por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 6. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de Tubastraea spp. por local

de amostragem na baía da Ilha Grande

Figura 7. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de zoantídeos por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 8. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de MAE por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 9. Média ± erro padrão da porcentagem de cobertura de algas frondosas por local

de amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 10. Elacatins figaro sobre a ascídia (Phallusia nigra) na Ilha do Sandri da baía da

llha Grande.

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Figura 11. Média ± erro padrão da abundância de Elacatinus fígaro por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

Figura 12. Diagrama de dispersão dos parâmetros de abundância de Elacatinus figaro e

o primeiro eixo do dbRDA.

Figura 13. Elacatinus figaro sobre o zoantídeo Palythoa caribaeorum em processo de

branqueamento (notar as machas brancas).

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Locais da baía da Ilha grande que foram observados a espécie Elacatinus

figaro, números de amostras, o número de indivíduos encontrados em cada site e a

abundância relativa (%).

Tabela 2. Resultados do modelo linear baseado em Distância (DistLM) para cada preditor

isoladamente (marginal test) e a melhor solução geral para explicação da variação espacial

de Elacatinus figaro na baía da Ilha Grande.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................17

1.1. OBJETIVO GERAL...............................................................................................20

1.1.1. Objetivos Específicos..........................................................................................20

2. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................20

2.1. ÁREA DE ESTUDO .............................................................................................20

2.2. PROGRAMA DE AMOSTRAGEM .....................................................................22

2.3. ANÁLISE DE DADOS..........................................................................................23

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................ 23

3.1.COBERTURA BENTÔNICA...................................................................................23

3.2. DISTRIBUIÇÃO DO ELACATINUS FIGARO NA BAÍA DA ILHA

GRANDE.........................................................................................................................29

3.3. INFLUÊNCIA DOS PREDITORES NA DISTRIBUIÇÃO DO ELACATINUS

FIGARO...........................................................................................................................31

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................35

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................38

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1. INTRODUÇÃO

Recifes rochosos abrigam elevada diversidade de espécies de peixes e

invertebrados. Apresentam alta produtividade primária realizada pelo microfitobentos e

pelas macroalgas, gerando assim fontes de alimento, e propiciando o crescimento e

reprodução de diversas espécies de organismos marinhos (Guimarães & Coutinho 1996,

Ferreira et al. 1998). Os peixes recifais são fortemente influenciados por variáveis

físicas (e.g. exposição às ondas, sedimentação), estruturais (e.g. complexidade

topográfica) e biológicas (e.g. cobertura bêntica). Tais características promovem

variações espaciais na abundância dos peixes (Gratwicke et al. 2005, Floeter et al. 2007,

Benjamin et al. 2012, Teixeira-Neves et al. 2015) e sua importância relativa varia de

acordo com aspectos ecológicos, fisiológicos e comportamentais das espécies.

Cerca de 100 espécies de peixes são descritas pelo hábito limpador, sendo elas

distribuídas em 19 famílias (Côte 2000). A família Gobiidae apresenta destaque, pois,

encontram-se espécies de limpadores, incluindo o E. figaro que no Brasil é uma das

espécies mais especializadas e em seu comportamento apresentam clientes "fixos" como

das espécies de peixes das famílias Pomacentridae e Haemulidae (Sazima et al. 2000). A

espécie E. figaro, popularmente conhecido como peixe neon ou peixe limpador,

pertencente ao grupo Actinopterygii (peixes com raios nas nadadeiras), ordem

Perciformes e família Gobiidae. Pode ser encontrado em habitats como recifes de corais

e costões rochosos, são tipicamente coloridos e brilhantes e que apresentam uma relação

de simbiose com peixes maiores (Colin 1975). Eles apresentam uma coloração amarelo

neon, sendo identificados facilmente em costões rochosos principalmente. Sua

distribuição geográfica é restrita ao oceano Atlântico e relatada em toda região costeira

do Brasil, do litoral do Ceará a Santa Catarina.

O ciclo de vida do peixe limpador E. figaro consiste em ovos bentônicos e cuidado

parental. Geralmente os períodos de postura dos ovos são pela manhã e após a desova é

realizado o cuidado parental pelo macho por todo o período de incubação. A espécie

apresenta um comportamento considerado estrategista K, pois, tem o objetivo de atingir

com êxito um tamanho estável e equilibrado, aumentando a probabilidade de sucesso da

espécie. Além de apresentarem maior fecundidade em comparação a outras espécies da

mesma família.

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Durante sua fase larval o peixe limpador se alimenta de rotíferos que fazem parte

de um filo de animais aquáticos e microscópicos, além deles Nauplios que são pequenos

crustáceos também fazem parte de sua alimentação nessa fase (Shei 2008). Já em sua fase

juvenil e adulta o E. figaro se alimenta de ectoparasitas de peixes maiores, que são

conhecidos como "Clientes", sendo classificado como limpador obrigatório, realizando a

atividade de limpeza por toda sua vida.

O E. figaro ou peixe neon apresenta uma grande importância na manutenção e

equilíbrio em ecossistemas recifais. A simbiose de limpeza são associações importantes

para a saúde de peixes em recifes de corais e costões rochosos, pois, permitem que os

peixes limpadores removam ectoparasitas como fungos, bactérias e crustáceos, tecidos

doente e muco de outros peixes maiores (Johnson 1982, Losey 1987) (DeLoach 1999

apud Campos 2011). As estações de limpeza são geralmente observadas através de

costões rochosos e os clientes do peixe limpador, apresentam um comportamento

diferenciado, sinalizando ao E. figaro seu interesse pela atividade de limpeza (Figura 1).

Alguns peixes demonstram tal interesse realizando a mudança de cor, outros ficam em

uma posição estática para que os peixes limpadores revezem e façam a limpeza de seus

clientes (Marins 2015).

Figura 1. Elacatinus figaro em atividade de limpeza do peixe-trilha (Pseudopneus

maculatus) que muda de coloração para sinalizar que está apto para ser limpo.

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Alguns peixes recifais são considerados ornamentais, e estão vulneráveis por

conta da pesca para comercialização no mercado de aquários marinhos pelo mundo. Essa

atividade comercial é caracterizada por ser um complexo sistema de pesca artesanal e

transporte. O mais preocupante é que o comércio, pois movimenta cerca de 45 países,

sendo realizado globalmente (Wood 2001). Os peixes da família taxonômica Gobiidae

apresentam uma grande representatividade quando se trata de mercado mundial de peixes

ornamentais marinhos, onde são responsáveis por cerca de 7% das vendas (Wabnitiz et

al. 2003). O mercado de gobídeos em todo o mundo é concentrado em cinco espécies no

oceano pacífico, treze no oeste do oceano Atlântico norte e três no oeste do Atlântico sul

(Guimarães et al. 2004).

A conservação dessas espécies de peixes considerados limpadores e

principalmente ao E. figaro é de extrema importância, pois, a manutenção do equilíbrio e

saúde dos peixes nos ecossistemas recifais (DeLoach 1999 apud Campos 2011)

dependem de espécies que predam ectoparasitas e outros organismos que possam

prejudicar a saúde de todo um sistema. Essa atividade de limpeza desempenha um papel

ecológico e a preservação das espécies consideradas limpadoras é de extrema

necessidade. Outro fator importante para medidas de conservação mais eficazes são as

questões de pesca predatória e uso comercial onde o E. figaro é capturado em grande

escala sendo uma das principais espécies nativas de grande interesse pelo mercado

internacional. O IBAMA já realizou o veto da atividade desde 2004 (Instrução Normativa

56/2004) e a espécie se encontra no "Livro vermelho da fauna brasileira ameaçada de

extinção" do ICMbio, Vol. II.

A influência da estrutura do habitat (cobertura bêntica e complexidade

topográfica) e de variáveis relacionadas a influências antrópicas (pesca, poluição) ou

físicas (como exposição às ondas e sedimentação) sobre a estrutura da assembleia de

peixes tem sido amplamente estudada, porém seu efeito sobre peixes limpadores ainda é

desconhecido. O papel do bentos, por exemplo, na distribuição de espécies limpadoras

obrigatórias, que se alimentam exclusivamente de ectoparasitas, não está associada à

disponibilidade de alimento, mas pode influenciar na visibilidade pelos clientes e na

proteção. O presente estudo se destina a investigar as relações entre a estrutura do habitat

e a abundância de E. fígaro.

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1.1. OBJETIVO GERAL

Compreender as relações e abundância da espécie E. figaro com preditores

ambientais, separados em variáveis físicas (distância da costa), biológicas (cobertura

bêntica) e complexidade topográfica (buracos e altura do substrato) em ambientes recifais

e costões rochosos na Baía da Ilha Grande.

1.1.1. Objetivos Específicos

• Identificar os costões rochosos da Baía da Ilha Grande que apresentam a maior

abundância da espécie ameaçada E. figaro, bem como aqueles em que a espécie

não foi observada;

• Investigar as relações entre as características dos habitats (bentos, complexidade

topográfica e proximidade a costa) e a abundância de E. figaro na Baía da Ilha

Grande;

• Contribuir com medidas que visam à conservação de E. figaro na Baía da Ilha

Grande.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. ÁREA DE ESTUDO

Este estudo foi realizado em 34 recifes rochosos insulares e continentais entre 3 e

8 m de profundidade na Baía da Ilha Grande (23o04´36 S; 44o01´18W, sudeste do Brasil)

(Figura 2). A Baía da Ilha Grande compreende aproximadamente 1,000 km2 de área e

comporta em torno de 350 ilhas rodeadas por águas rasas (geralmente não mais que 8 m

de profundidade) (Ignacio et al. 2010). A maioria dos recifes são compostos por rochas

graníticas que se estendem até a interface com o substrato arenoso. O clima da região é

tropical úmido, com uma média anual de temperatura acima de 19°C e chuvas

concentradas de dezembro a março (IBGE 1977). A temperatura da água varia de 20°C a

31°C, enquanto que a salinidade varia de 29 a 36 (Dias & Bonecker 2008).

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Figura 2. Mapa da área de estudo com indicação dos locais de amostrados. Triângulos

representam os centros urbanos mais próximos da baía da Ilha Grande. 1 Ilha do Algodão,

2 Saco da Velha, 3 Ilha do Mantimento, 4 Ilha Rapada, 5 Ilha Comprida, 6 Ilha

Araraquara, 7 Ilha do Sandri, 8 Ilha do Sandri (região central), 9 Praia Vermelha (oeste),

10 Praia Vermelha (central), 11 Praia Vermelha (leste), 12 Ilha Samambaia, 13 Ilha

Búzios, 14 Ilha Papagaio, 15 Ilha Brandão, 16 Ilha Redonda, 17 Ponta da Longa (região

oeste), 18 Ponta da Longa (central), 19 Ponta da Longa (leste), 20 Queimada Pequena

(oeste), 21 Queimada Grande (oeste), 22 Queimada Pequena (leste), 23 Queimada Grande

(oeste), 24 Alvo (oeste), 25 Alvo (leste), 26 Bananal (oeste), 27 Bananal (central), 28

Bananal (oeste), 29 Ilha Itaicutiba (sul), 30 Ilha Itaicutiba (norte), 31 Ponta Leste, 32 Ilha

Cataguazes, 33 Lagoa Azul (central), 34 Lagoa Azul (norte), 35 Lagoa Azul (sul) e 36

Ilha Morcego.

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22

2.2. PROGRAMA DE AMOSTRAGEM

Os indivíduos de E. figaro foram identificados e contatos nos anos de 2010, 2011

e 2012, através de censos visuais subaquáticos com mergulho autônomo utilizando como

unidade amostral transectos de 20 m de comprimento e 2 m de largura, totalizando 40m²

de área amostrada em cada. Os transectos tiveram esse tamanho com o objetivo de

acomodar a melhor visibilidade dos locais de estudo seguindo a metodologia adotada por

Ferreira et al. (2001) e Floeter et al. (2007). Em cada local foram amostrados de 6

transectos, totalizando 204 transectos. Foi observada a abundância da espécie do peixe

limpador E. figaro em cada transecto e identificados visualmente. A unidade amostral,

número de peixes limpador por 40m², foi estipulada com a quantidade de indivíduos da

espécie e posteriormente transformada em média para cada local amostrado na Baía da

Ilha Grande.

O desenho amostral foi realizado para analisar as influências de cobertura

bentônica, distância da costa e complexidade topográfica na distribuição da espécie E.

figaro, peixe limpador obrigatório. Foram efetuadas 20 fotos para cada transecto,

incluindo raso e interface totalizando 120 fotos para cada local para a avaliação de

cobertura bêntica e complexidade topográfica como altura do substrato e buracos. A

obtenção das fotos utilizou-se uma câmera digital no modelo PowerShot G9 (Canon)

acoplada a uma caixa estanque WP-DC21 presa a um quadrat confeccionado de PVC,

possibilitando uma amostragem de 0,36m² em cada foto de substrato rochoso. Já a

complexidade topográfica teve duas escalas de medição, sendo elas; para uma menor

escala de complexidade, número de buracos separados em três escalas (<30 cm, 30 cm-

1m e >1m) em cada quadrat e para uma maior escala de complexidade, foi considerada a

altura do substrato também separada em metros. Sendo registrada em campo através de

uma estimativa da média de rochas encontradas em posições semelhantes em que cada

foto foi tirada e como referência foi utilizada a altura do quadrat para as estimativas.

Entretanto, mesmo com as diferentes medidas de tamanho de buracos registradas foram

agrupadas em uma única medida, nomeada como “número de refúgios”.

Em relação às imagens capturadas foram analisadas para estabelecer a

porcentagem de cobertura bentônica sendo agrupados em categorias como: Mussismilia

híspida, zoantídeos (Palythoa caribaeorum e Zoanthus sociatus), MAE (matrizes de algas

epilíticas) que são pequenas macroalgas que pertencem às ordens principalmente

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Corallinales, Ceramiales e outras algas filamentosas vermelhas e verdes, algas frondosas,

Ascidia e Tubastraea spp. (coccínea e tagusensis).

2.3. ANÁLISE DE DADOS

A abundância total e a abundância relativa de E. figaro em cada local amostrado

foi calculada visando identificar os locais com as maiores e as menores abundâncias das

espécie na Baía da Ilha Grande. A variação espacial da abundância de E. fígaro foi

avaliada por meio do modelo linear baseado em distância (DistLM; Legendre e Anderson

1999, Mcardle e Anderson, 2001). O DistLM identificou o conjunto de preditores mais

relevantes para os padrões espaciais de E. figaro. Os preditores utilizados foram as

porcentagens de cobertura dos organismos bentônicos M. hispida, zoantídeos, MAE,

coral-sol, branqueamento de Palythoa e Ascidia; a distância da costa (km); e

características estruturais, como a altura do substrato (m), e número de refúgios.

Anteriormente a essa análise os dados de abundância de E. figaro foram submetidos a

uma transformação de raiz quadrada e a matriz de distância Euclidiana foi calculada. Foi

criado um Draftsman plot para analisar correlações entre os preditores e a abundância do

peixe limpador. Através do método BEST e o Critério de Informação de Akaike (AIC) na

rotina do DistLM foi possível visualizar a importância relativa de cada preditor

separadamente e o modelo mais parcimonioso (menos valor de AIC) foi apresentado,

representando o conjunto de preditores que melhor explica a variação espacial da espécie.

A influência (correlação positiva ou negativa) entre preditores selecionados e abundância

de E. figaro foi explicada por intermédio da análise de redundância baseada em distância

(dbRDA; Legendre e Anderson 1999, Mcardle & Anderson 2001). O primeiro eixo do

dbRDA foi plotado contra cada abundância da variável em questão. O scatterplot

produzido teve sua interpretação baseando-se nas correlações parciais múltiplas dos

preditores com o dbRDA, pretendendo identificar se a associação foi positiva ou negativa.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 COBERTURA BENTÔNICA

Foram realizadas amostragens de 7 componentes de cobertura bêntica resultando

em médias ± erro padrão para compreender a abundância de cada preditor que compõem

o bentos nas 34 ilhas amostradas no estudo.

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Os locais que apresentaram maior porcentagem de cobertura de M. híspida de

acordo com as médias obtidas foram a Ilha do Algodão (3,8% de cobertura), seguida pelo

local Saco da velha, com 2,8%, e Ponta do Alvo (oeste) com 1,04%, Bananal (leste) com

0,51% e Queimada Pequena (oeste), apresentando 0,43% (Figura 3).

Figura 3. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de Mussismilia híspida por

local de amostragem na baía da Ilha Grande.

O processo de branqueamento de Palythoa caribaeorum apresentou os maiores

valores na Ilha de Queimada Grande (oeste), com 5,01% e Queimada Grande (leste), com

4,7%, seguida da Ilha Samambaia com 4,5%, Queimada Pequena (leste) com 3,7% e

Bananal (leste) com 2,9% (Figura 4).

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Figura 4. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de branqueamento de

Palythoa caribaeorum por local de amostragem na baía da Ilha Grande.

Os locais com a maior ocorrência de Ascidia foi a Ponta da Longa (leste) com

1,0% de porcentagem de cobertura do substrato, Queimada Grande (leste), apresentando

0,71%, Ilha dos Mantimentos com 0,58%, Itacuatiba (sul) com 0,56%, Queimada

Pequena (oeste) com 0,38% e Bananal (leste) obtendo 0,33% (Figura 5).

Figura 5. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de Ascidia por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

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O invasor coral sol apresentou maiores porcentagens de cobertura em locais como

Queimada Pequena (oeste), com 12,6%, Queimada Grande (leste), com 4,7%, Queimada

Pequena (leste), apresentando 3,7%, Lagoa Azul (central) e Queimada Grande (oeste)

ambos com 2,9% (Figura 6).

Figura 6. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de Tubastraea spp por local

de amostragem na baía da Ilha Grande.

As médias de distribuição de zoantídeos em cada local de amostragem não apresentaram

valores muito distintos, pois em todos os locais foi possível encontrar a presença de P.

caribaeorum, mas, se apresentam em maiores abundâncias em ilhas como a Redonda com 66,5%,

Brandão, com 56,8%, Praia Vermelha (central) com 52,2%, Ilha dos Mantimentos com 45,8% e

Ilha do Morcego com 45,6% (Figura 7).

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Figura 7. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de zoantídeos por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

A abundância de MAE apresentou pouca discrepância entre os locais que foram

amostrados, sendo característicos em todos os locais observados, porém tendo uma maior

abundância em Itacuatiba (norte) apresentando o maior valor com 59,% de cobertura, sendo

Ponta da Longa (oeste) o segundo local com maior abundância, com 53,1% e outro local em

destaque com a presença de Matriz de Algas Epilíticas é Bananal (central) com 52,1% (Figura

8).

Figura 8. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de MAE por local de

amostragem na baía da Ilha Grande.

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28

O componente bêntico de algas frondosas variou fortemente entre os locais tendo

suas maiores abundâncias em locais como Ilha de Búzios com 34,8%, Praia Vermelha

(oeste) com 18,6%, Ilha de Cataguazes, com 13,8% e Ilha Brandão com 11,6%. Já locais

como Bananal (leste), Ilha do Morcego, Itacuatiba (norte), Queimada Grande (leste) e

Queimada Pequena (oeste) não foram observadas algas frondosas (Figura 9).

Figura 9. Média ± erro padrão de porcentagem de cobertura de algas frondosas por local

de amostragem na baía da Ilha Grande.

Em escalas locais, a cobertura bêntica pode ser responsável pelas variações nas

assembleias de peixes (Floeter et al. 2007, Mendonça-Neto et al. 2008), interferindo, de

maneira indireta, na disponibilidade de peixes clientes do limpador E. figaro. A

composição do bentos pode facilitar ou dificultar que E. figaro seja visualizado pelos

clientes. Uma observação comum é encontrar o E. figaro sobre Ascídias da espécie

Phallusia nigra, de cor negra oferecendo um contraste com a coloração do peixe.

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29

Figura 10. E. figaro sobre a ascídia (Phallusia nigra) na baía da Ilha Grande

3.2. DISTRIBUIÇÃO DE ELACATINUS FIGARO NA BAÍA DA ILHA GRANDE

Realizou-se um total de 216 transectos (40 m2) ao longo de 36 locais da Baía da

Ilha Grande. Dentre os locais, foram observados 886 indivíduos em 50% dos locais

amostrados e nenhum indíviduo da espécie E. figaro em 18 locais da baía. Totalizando

assim 108 transectos com a presença do peixe limpador (Tabela 1).

Os locais no qual não houve incidência de E. figaro foram os locais de Ilha

Araraquara , Ilha dos Mantimentos, Saco da Velha , Praia Vermelha (oeste) , Sandri

(central) , Ilha da Samambaia, Praia Vermelha (leste), Praia Vermelha (central), Sandri

(oeste), Ponta da Longa (oeste) , Ponta da Longa (central), Ponta do Alvo (oeste) e Ponta

do Alvo (leste) .

Nos locais de Ilha Brandão, Ilha Redonda, Ilha de Búzios, Ilha do Papagaio,

Bananal (oeste), Bananal (central) , Bananal (leste), Ilha do Morcego, Ilha Itacuatiba (sul),

Ilha Itacuatiba (norte), lagoa azul (central), Lagoa Azul (norte), Lagoa Azul (sul), Ponta

da Longa (leste), Queimada Grande oeste e leste e Queimada Pequena oeste e leste foram

encontrados o total de 886 indivíduos de E. figaro (Tabela 1). Foi possível observar que

Ilhas com distâncias entre 6 a 7,2 km da costa como as Ilhas de Queimada Grande e

Queimada Pequena obtiveram a maior abundância da espécie, apresentando uma

abundância relativa de 32,28 % na Ilha da Queimada Grande e 29,24% na Ilha da

Queimada Pequena. Outra abundância relativa em destaque apresentando 10,50% de

influência foi a Ilha do Papagaio (Tabela 1). Entretanto, podem-se observar locais com

menor abundância de E. figaro como a Ilha da Redonda e Búzios que ambas apresentaram

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30

0,23 % de abundância relativa, Ponta da Longa (leste) com apenas 0,45% e Ilha do

Morcego influenciando apenas 0,56% (Tabela 1).

Tabela 1. Locais da baía da Ilha grande em que foram observados a espécie E. figaro,

números de amostras, o número de indivíduos encontrados em cada site e a abundância

relativa (%).

Local N° de

Amostras

N° de

Indivíduos

Abundância

Relativa (%)

Distância da

Costa (Km)

I. do Brandão 6 13 1,47 4,04

I. Redonda 6 2 0,23 5,03 I. de Búzios 6 2 0,23 4,68 I. do Papagaio 6 93 10,50 6,85

Bananal (oeste) 6 8 0,90 5,24 Bananal (central) 6 12 1,35 5,11 Bananal (leste) 6 62 7,00 4,9 I. Morcego 6 5 0,56 8,93

I. Itacuatiba (sul) 6 10 1,13 1,96 I. Itacuatiba (norte) 6 70 7,90 1,83

Lagoa azul (central) 6 7 0,79 3,18 Lagoa azul (norte) 6 6 0,68 3,19 Lagoa azul (sul) 6 47 5,30 3,14

P. da Longa (leste) 6 4 0,45 12,54

Q. Grande (oeste) 6 155 17,49 6,97

Q. Grande (leste) 6 131 14,79 6,76 Q. Pequena (oeste) 6 128 14,45 7,21

Q. Pequena (leste) 6 131 14,79 7,26

Total 108 886 100

A maioria dos locais em que nenhum indivíduo do E. figaro foi observado

localiza-se no continente, enquanto nas ilhas concentram-se as maiores abundâncias. As

maiores médias da abundância ocorreram na Ilha de Queimada Grande (oeste) e

Queimada Pequena (oeste), com 25 e 20 indivíduos por 40m2, respectivamente (Figura

11). Alguns fatores estão relacionados a não ocorrência da espécie em diversos locais no

continente, como a facilidade de captura por aquariofilistas e a menor abundância de

clientes por ocorrência de uma maior pressão de pesca.

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31

Figura 11. Média ± erro padrão da abundância de E. figaro por local de amostragem na

baía da Ilha Grande.

3.3. INFLUÊNCIAS DE PREDITORES NA DISTRIBUIÇÃO DO ELACATINUS

FIGARO

O modelo linear baseado em distância (DistLM) testa a influência de cada preditor

isoladamente (marginal test) e aponta o conjunto de preditores que melhor explicou os

padrões detectados. Os preditores que, quando analisados isoladamente, apresentaram as

maiores porcentagens de explicação da variação da abundância de E. figaro foram o coral

sol, que explicou 33% e algas frondosas, que explicou 26%. Mussismilia e matrizes de

algas epilíticas (MAE) apresentaram as menores porcentagens de explicação (em torno

de 0,03%) quando analisadas isoladamente. (Tabela 2). As principais variáveis que

explicaram os padrões espaciais de E. fígaro, de acordo com o modelo linear baseado em

distância (DistLM), foram cora-sol (explicando 33,4% da variação), branqueamento de

P. caribaeorum (6%), altura do substrato (4%) e algas frondosas (3%), que juntas

explicaram 46,44% da variação da abundância de E. figaro (Tabela 2).

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32

Tabela 2. Resultados do modelo linear baseado em Distância (DistLM) para cada preditor

isoladamente (marginal test) e a melhor solução geral para explicação da variação espacial

de E. figaro na baía da Ilha Grande.

DistLM marginal tests

Número da

variável

Variável SS(trace) Pseudo-F P Proporção da

variação explicada

1 Mussismilia 170.57 2.713 0.1027 3.9483E-2

2 Branq. Palythoa 664.04 11.987 0.001 0.15371

3 MAE 117.55 1.8461 0.1765 2.721E-2

4 Zoantídeos 25.393 0.39024 0.5337 5.8779E-3

5 Ascidia 526.98 9.1693 0.0031 0.12198

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Coral Sol

Algas frondosas

Distância da costa

Altura do substrato

Número de refúgios

1443.7

1124.3

452.56

1.069

158.13

33.125

23.219

7.723

1.6335E-2

2.5076

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0.0001

0.0059

0.9111

0.117

0.33417

0.26025

0.10476

2.4744E-4

3.6604E-2

Melhor resultado para cada número de variáveis

Var. No. AIC R2 RSS Seleções

1 258.65 0.33417 2876.4 6

2 254.22 0.39422 2617 2;6

3 251.51 0.43477 2441.8 2;6;9

4 249.84 0.46446 2313.6 2;6;7;9

5 250.16 0.47754 2257.1 2;6-9

6

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250.22

251.21

252.75

254.57

256.57

0.4922

0.49969

0.50308

0.50437

0.50437

2193.7

2161.4

2146.7

2141.2

2141.2

2-4;6;7;9

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Todos

Melhor solução geral

AIC R2 RSS No. de variáveis Seleções

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4

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2;6;7;9

2;6-9

2-4;6;7;9

Foram observadas associações positivas entre a abundância de E. figaro e o coral-

sol (Tubastraea spp., correlação parcial múltipla entre com o primeiro eixo do dbRDA de

- 0,605), o branqueamento de Palythoa (- 0,474) e altura do substrato (- 0,064), enquanto

a porcentagem de algas frondosas apresentou uma correlação negativa com a abundância

do peixe (correlação de 0,637) (Figura 12).

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Figura 11. Diagrama de dispersão entre a abundância de E. figaro e os valores do

primeiro eixo do dbRDA das relações dos preditores x espécie.

As relações entre as características dos habitats e a abundância de E. figaro podem

refletir a necessidade da espécie em ser visualizada pelos cientes. O comportamento de

limpeza ocorre em locais definidos (estações de limpeza) em que a simbiose de limpeza

tem início com o cliente sinalizando que está disponível. As maiores abundâncias de E.

figaro em costões com maiores alturas das rochas, pode estar relacionada a essa

necessidade de visualização. O E. figaro também pode ser mais facilmente visualizado

pelos clientes quando estão parados sobre a P. caribaeorum branqueada, o que oferece

um contraste com o colorido amarelo e preto do peixe. A Figura 12 mostra o E. figaro

sobre o zoantídeo P. caribaeorum em processo de branqueamento. O processo de perda

da coloração dos corais pode ser causado pelo aumento da temperatura, da salinidade,

exposição a luz, mudanças no nível do mar entre outros (Douglas, 2003), indicando,

portanto, locais que estão sob estresse. Por outro lado, as maiores coberturas de algas

frondosas, podem dificultar o peixe limpador em ser visualizado pelos clientes,

justificando a correlação negativa encontrada.

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Figura 13. E. figaro sobre o zoantídeo P. caribaeorum em processo de branqueamento

(notar as machas brancas).

Um dos preditores que melhor explicou a variação da abundância do peixe

limpador foi a cobertura de coral sol. Os locais com maior cobertura de coral sol na baía

da Ilha Grande (ex. Ilhas de Queimada Grande e Pequena) apresentaram as maiores

abundâncias da espécie. O coral sol oferece abrigo para o peixe limador se proteger

enquanto não está executando o comportamento de limpeza. Durante os censos visuais

foram visualizados indivíduos do E. fígaro entre as fendas fornecidas pelo coral invasor.

A escala de proteção oferecida pela distância entre os pólipos do coral (<1 cm) confere

um abrigo para um peixe de pequeno porte como o E. figaro (não mais que 1 cm de

espessura). A complexidade topográfica melhor oportunidade de abrigo, refúgio como

tocas e fendas, protegendo assim de predadores, competidores e correntes, também sendo

propícia para reprodução (Ménard et al. 2007).

A distância da costa também foi um preditor que não influenciou diretamente a

distribuição da espécie na baía, porém vale ressaltar que as maiores abundâncias da

espécie foram encontradas em Ilhas com distâncias intermediárias da costa, mostrando

assim que a interferência antrópica para fins recreativos, facilidade no acesso e

proximidade de praias podem prejudicar a riqueza de espécies e consequentemente a

diminuição de clientes e em estações de limpeza (Campos et al. 2010) em locais muito

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35

próximos a costa. Variáveis como distância da costa, profundidade e cobertura bêntica

influenciam a abundância, biomassa e riqueza de espécies de peixes (Teixeira-Neves et

al. 2015), e assim, podem influenciar a abundância do E. fígaro na baía. A riqueza de

espécies de peixes clientes é uma importante variável para compreender relações de

abundância de espécies de peixes limpadores. Por terem uma base alimentar

exclusivamente de ectoparasitas em sua fase juvenil e adulta, além de realizarem atividade

de limpeza ao longo de toda a vida (Sazima 2000).

Portanto, as interações de múltiplos preditores proporcionam impactos em

padrões espaciais de assembleia de peixes (Neves et al. 2016). Identificar a importância

relativa dessas variáveis para a distribuição das espécies é fundamental para propor

medidas de conservação que priorizem os fatores que propiciam melhores condições de

abrigo, alimento e substrato para a reprodução para a espécie. Além disso, estudos já

realizados mostram que áreas mais distantes da costa apresentam maiores riqueza de

espécies, incluindo espécies de clientes predadores e herbívoros do E. figaro. sendo de

extrema importância a preservação de áreas costeiras que apresentam perda de riqueza de

espécies e a conservação de locais com poucas perturbações, grande riqueza de espécies

(Teixeira-Neves 2015) e elevada abundância do peixe limpador ameaçado de extinção.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo avaliou a variação da abundância de E. fígaro ao longo de 36

locais (costões rochosos no continente e insulares) da baía da Ilha Grande. Dois locais

apresentaram posição de destaque por abrigarem as maiores abundâncias de E. fígaro, as

ilhas de Queimada Grande e Queimada Pequena. Na metade dos locais amostrados (18)

a espécie não foi observada, especialmente próximos ao continente, indicando a

influência antrópica sobre sua distribuição. A cobertura do coral invasor Tubastraea spp,

o processo de branqueamento do zoantídeo P. caribaeorum e as maiores alturas das

rochas foram as características do habitat positivamente associadas a abundância de E.

fígaro, enquanto a porcentagem de cobertura de algas frondosas foi negativamente

associada. As hipóteses de usos do coral sol como abrigo, e do branqueamento de P.

caribaeorum e maiores rochas como facilitadores para a visualização do peixe-neon pelos

seus clientes foram levantadas e poderão guiar estudos futuros. Da mesma maneira, áreas

densamente cobertas por algas frondosas podem dificultar a identificação dos clientes

pelo limpador e vice-versa.

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36

Estudos comportamentais que descrevam e quantifiquem o uso do coral sol,

branqueamento de P. caribaeorum e maiores alturas do substrato pelo E. figaro são

necessários para que as relações significativas encontradas no presente estudo sejam

compreendidas em maior detalhe. O uso da abundância/biomassa de clientes preferenciais

como um preditor para a distribuição do peixe neon também deve ser abordado em

estudos futuros. O agressivo coral invasor (Tubastraea spp.) compete com espécies

nativas que servem de alimento para peixes clientes do E. figaro logo, é importante

ressaltar que quanto maior é a expansão deste coral, menor é a disponibilidade de alimento

para espécies de peixes que são clientes do peixe limpador, como exemplo a MAE,

podendo assim resultar em uma diminuição da abundância da espécie E. figaro. Portanto,

considerar a elevada cobertura de coral sol como um fator que pode favorecer maiores

abundância de E. figaro não é adequado. O presente estudo apresenta uma importante

contribuição à conservação do E. fígaro na baía da Ilha Grande, identificando áreas com

maiores abundâncias e os possíveis fatores que afetam a sua distribuição.

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