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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM
ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
IZABEL CRISTINA LUIZ
AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS
NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM
FOCO NA SEGURANÇA DO PACIENTE
Niterói, RJ
2016
AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM FOCO NA SEGURANÇA DO PACIENTE
Autora: Izabel Cristina Luiz Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Karine Ramos Brum
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Enfermagem Assistencial da Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa, da Universidade Federal Fluminense/UFF, como parte dos requisitos para a obtenção do Título de Mestre.
Linha de Pesquisa: O Contexto do Cuidar em Saúde
Niterói, 29 de novembro de 2016.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM
ENFERMAGEM ASSISTENCIAL
AVALIAÇÃO DE RISCOS DE QUEDAS DE IDOSOS OCTAGENÁRIOS NO DOMICÍLIO: SUBSÍDIO PARA TECNOLOGIA GERENCIAL COM FOCO NA
SEGURANÇA DO PACIENTE
LINHA DE PESQUISA: O CONTEXTO DO CUIDAR EM SAÚDE
Autora: Izabel Cristina Luiz Orientadora: Drª Ana Karine Ramos Brum (UFF)
Banca Examinadora: Presidente da banca: _______________________________________________ Profª Dra. Ana Karine Ramos Brum (UFF) Titulares: _______________________________________________ Profª Dra. Karine Cristine Cunha (UNIRIO) _______________________________________________ ProfªDra. Simone Cruz Machado Ferreira (UFF) Suplentes: _______________________________________________ Profª Dra. Sônia Regina de Souza (UNIRIO) _______________________________________________ Profª Dra. Gisella de Carvalho Queluci … (UFF)
L 953 Luiz, Izabel Cristina. Avaliação de riscos de quedas de idosos
octogenários no domicílio: subsídio para tecnologia gerencial com foco na segurança do paciente. / Izabel
Cristina Luiz. –Niterói: [s.n.], 2016. 102 f.
Dissertação (Mestrado Profissional em Enfermagem
Assistencial) - Universidade Federal Fluminense, 2016.
Orientador: Profª Ana Karine Ramos Brum.
1. Enfermagem. 2. Idoso. 3. Gestão de Riscos. 4.
Segurança do paciente. 5. Acidentes por Quedas. I. Título.
CDD 610.7365
Dedico este Trabalho à minha sobrinha
Marina, que sempre esteve ao meu lado,
compartilhando minhas angústias e
incertezas, me incentivando com seu
lindo sorriso e com olhos de quem pedia
para eu acabar logo, apenas para deitar
no meu colo e dormir.
Agradecimentos Sou muito grata a Deus pelo infinito Amor, pela graça inspiradora e pelas
eternas misericórdias, e por permitir que todas as coisas aconteçam nos
momentos certos.
À minha mãe, Creuza Maria Monteiro Luiz, e minha irmã, Iris Cristiane Luiz, pela
doação incondicional, enfrentando saudades e nunca me deixando fraquejar.
À minha sobrinha Marina Luiz da Silva que, sem saber, foi minha inspiração, e
aos meus filhos Thainá Luiz Fenelon e Lucas Luiz Fenelon pelo excelente
caráter nas minhas ausências.
A todas as famílias e pacientes convidados a participar, minha profunda
gratidão.
Às Doutoras Fabiana e Juliana, e a toda a equipe Bem Viver, em especial à
enfermeira Letícia.
Ao Programa Bem Viver, do qual tenho o prazer de participar, que viabilizou este
estudo.
Aos colegas e professores do curso de mestrado, pelo conhecimento
compartilhado.
Ao amigo e administrador do Centro de Convivência da Terceira Idade, Cleber
Alves Carneiro.
À minha orientadora, Ana Karine Brum.
Minha especial gratidão ao Eng. Sydney Bragantine Germano, MSC,e a toda a
Família Germano, por manterem as portas de sua casa sempre abertas.
E finalmente, a todos que de alguma forma colaboraram e acreditaram na
realização deste estudo, e que fazem parte da minha história.
A arte de envelhecer é encontrar o prazer que
todas as idades proporcionam, pois todas têm seu
conhecimento e a prática de suas virtudes. Na velhice não
é “a força, a agilidade física, nem a rapidez que autorizam
as grandes façanhas, mas as qualidades como a
sabedoria, a clarividência e o discernimento”. A
respeitabilidade é sempre recompensa de um passado
exemplar e de uma memória que permanece
intelectualmente ativa. Uma existência, mesmo curta, é
sempre suficientemente longa para se viver na sabedoria e
na honra.
(CÍCERO, Marco Túlio, 103-43 A.C. Saber Envelhecer e a
Amizade; tradução de Paulo Neves. POA, L&PM, 2007).
RESUMO
Nos séculos passados o envelhecimento era um fenômeno raro devido às
precárias condições de saúde. Com o decorrer dos anos, ocorreram alterações
nesse perfil populacional e o envelhecimento se tornou uma realidade mundial.
Nesse contexto, as quedas passaram a constituir uma das principais causas de
morbidade e mortalidade junto à população, agora idosa. Considerando essas
condições, este estudo tem como objetivos identificar os fatores de riscos de
quedas intrínsecos e extrínsecos dos idosos octogenários no domicílio,
correlacionar os fatores de riscos de quedas intrínsecos e extrínsecos dos
idosos, a partir de oitenta anos, com ações que visam monitorar e mitigar por
meio das (PP) Políticas Públicas e discutir os resultados frente ao (PNSP)
Programa Nacional de Segurança do Paciente (meta 6) e a (PNPI) Política
Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Este é um estudo descritivo e exploratório,
de natureza quantitativa, que assumiu a forma de um estudo de caso,
instrumentos utilizados, Escala de Downton e Escala Ambiental de Riscos de
Queda e Mini Exame do Estado Mental. Para responder aos objetivos do estudo
foi realizada análise descritiva simples, além de técnicas básicas de análise
exploratória. O presente estudo propiciou a compilação de informações sobre o
comportamento dos idosos quanto aos sempre presentes riscos de quedas intra-
domiciliar. Os resultados apresentados demonstram alto histórico de quedas
dos idosos que participaram do estudo e realçam a necessidade de métodos de
prevenção e cuidados com tais idosos, sendo elaborados produtos com objetivo
minorar os riscos de quedas de idosos no ambiente domiciliar, com foco na
segurança do paciente, os produtos foram: Um check list para avaliação e
orientação dos fatores; intrínsecos e extrínsecos de quedas no ambiente
domiciliar, um plano de acompanhamento do idoso, baseado no check list e um
guia de orientações com cuidados para prevenção dos fatores predisponentes
específicos que aumentam o risco de queda de idoso no domicílio.
Descritores: Enfermagem; Idoso; Gerenciamento de Riscos; Segurança do
Paciente; Acidentes por Quedas.
ABSTRACT
Aging was a rare phenomenon centuries ago, mostly due to poor health and
hygiene conditions. Over the years, though, there have been many changes in
population profile and aging became a global reality. In this context, falling
became one of the most common causes of morbity and mortality amongst the
elders. This study intends to identify risk factors that can be linked to falling in
octogenarians in their homes, correlate risk factors intrinsic and extrinsic to old
age, 80 years and above, with actions to monitor and mitigate those risk factors
with the help of Public Politics (PP) and discuss the results with National Patient
Security Program (PNSP) and National Health Politics for Elderly People (PNPI).
This is a descriptive and exploratory study, of quantitative nature, that took the
shape of case study, instruments used Downton Fall Risk Score, Ambiental Fall
Risk Score and Mini Mental State Examination. To meet the objectives of this
study a simple descriptive analysis was applied, along with basic exploratory
analysis tools. This present study allowed the compilation of information related
to elderly people behavior in face of always present risks of falls in their homes.
The results show a history of frequent falls in those patients who participated in
this study, which reinforces the need to develop methods of prevention and care
to those patients, being elaborated products to help minimize the fall risks in
home, focusing on patient security, the products were: A checklist to evaluate risk
factors as intrinsic or extrinsic to home environment, a follow-up plan to care for
the patient based on the checklist and a orientation guide to prevent fall risk
factors in home care.
Descriptors: Nursery, Elderly People, Risk Management, Patient Security,
Accidents by Fall.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Aspectos da revisão integrativa sobre a temática.
Quadro 2 - Descritores associados nas buscas da literatura científica para a
revisão integrativa.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização e divisão da amostra por idade em idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.
Tabela 2: Tipo de renda econômica de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 3: Grau de escolaridade de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 4: Existência de acompanhamento domiciliar de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 5: Número de cômodos em moradia de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016. Tabela 6: Risco de intrínseco para queda e do score da escala de Downton entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 7: Uso de remédios entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 8 : Existência de déficit sensorial entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domicilia. Rio de janeiro, 2016. Tabela 9: Tipo de deambulação com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 10: Auto percepção de risco de queda dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 11: Distribuição dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar segundo na Escala de Downton. Rio de janeiro, 2016 Tabela 12: Porcentagem de alto índice de queda prevalência de queda em 6(seis) meses de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 13: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (áreas de locomoção) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 14: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (iluminação) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 15: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (quarto de dormir) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 16: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (banheiro) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016. Tabela 17: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (cozinha) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016. Tabela 18: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (escada) com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016. Tabela 19: Prevalência do risco de queda de acordo com Escala Ambiental de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
LISTA DE ABREVIATURAS
BVS- Biblioteca Virtual de Saúde
BDENF - Base de Dados de Enfermagem
CINAHL - The Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature.
CNQPS - Comissão Nacional de Qualidade e Produtividade em Saúde
DCNTs - Doenças Crônicas não Transmissíveis
DOU- Diário Oficial da União
EAs – Eventos Adversos
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IOM - Institute of Medicine
IRAS- Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde
JCAHO - Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MEEM - Mini Exame do Estado Mental
MS - Ministério da Saúde
NECIGEN - Núcleo de Pesquisa Cidadania e Gerência em enfermagem
OMS - Organização Mundial de Saúde
PBV- Programa Bem Viver
PP - Políticas Públicas.
PNSP - Programa Nacional de Segurança do Paciente
PNPI - Politica Nacional de Saúde da Pessoa Idosa
PBQP- Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade
SBGG- Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia
TG - Tecnologia Gerencial
VD - Visita Domiciliária
VE - Visita da Enfermagem
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14
1.1 QUESTÕES NORTEADORAS .............................................................. 17
1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................... 17
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO ................................... 18
1.4 REVISÃO INTEGRATIVA .................................................................... 19
2 BASE TEÓRICA .......................................................................................... 23
2.1 Envelhecimento .................................................................................... 23
2.2 Idoso Octogenário ................................................................................. 26
2.3 Queda ................................................................................................... 27
2.4 Quedas de idosos e seus fatores intrínsecos e extrínsecos: ................. 30
2.5 Segurança do Paciente ......................................................................... 31
2.6 Definições dos Atributos da Qualidade ................................................. 33
2.7 Visita Domiciliária .................................................................................. 36
2.8 Papel do Enfermeiro e os Cuidados de Enfermagem ao Paciente Idoso no Ambiente Domiciliar. .................................................................................. 39
2.9 Tecnologia Gerencial ............................................................................ 40
2.10 Instrumentos Utilizados na Avaliação dos riscos de Quedas do Estudo .......... ................................................................................................ 41
3 METODOLOGIA ......................................................................................................44
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO .......................................................... 444
3.2 CENÁRIO............................................................................................ 444
3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................................................... 444
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ........................................ 455
3.5 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA ................................ 455
3.6 DESENVOLVIMENTO DO CHECK-LIST DE GERENCIAMENTO DE QUEDA ........................................................................................................ 456
4 RESULTADOS ............................................................................................ 47
4.1 Caracterização social, cognitiva e física da amostra. ............................ 47
4.2 Fatores Intrínsecos de Risco de Queda ................................................ 50
4.3 Riscos Extrínsecos .............................................................................. 534
5 DISCUSSÃO ............................................................................................... 57
6 PRODUTO .................................................................................................. 66
7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 77
8 REFERENCIAS ........................................................................................... 78
9 APÊNDICE A ............................................................................................... 93
11 ANEXOS .................................................................................................. 99
14
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objeto investigar o risco de quedas e propor
ações educativas em saúde, orientando no ambiente domiciliar sobre prevenção
a risco de quedas de idosos octogenários, acompanhados pelo Programa Bem
Viver, com foco na segurança do paciente.
Consequentemente, essas implicações sobre as quedas dos idosos
fazem alusão à importância da segurança do paciente perante a área de saúde e
suas exigências.
A partir dessa realidade, compreender que quedas recorrentes poderão
favorecer o agravamento da saúde desse público em questão e, tendo em vista
a proporção e a seriedade desse tema, propor uma tecnologia gerencial que
reduza essa problemática.
Desse modo, a motivação para essa pesquisa emergiu da experiência na
prática profissional da pesquisadora, mediante ação com visitas de enfermagem
(VE) na residência dos clientes/pacientes, pelo Programa Multidisciplinar
intitulado Bem Viver de Monitoramento de Pacientes Com Doenças Crônicas
não Transmissíveis - no domicílio - De uma Instituição de Assistência Médica
Privada.
O Programa Bem Viver (PBV) foi desenvolvido a partir de 2001, em uma
Operadora de Saúde Suplementar no Rio de Janeiro. Tem no campo da
Gerontologia e na especialidade clínica da Geriatria seu referencial teórico.
Fundamenta-se no estudo de modelos de programas para idosos que adotam
ações de prevenção, organização da assistência ao idoso após alta hospitalar e
assistência (1).
A captação da população a ser assistida pelo PBV, é de idosos com idade
maior ou igual a 65 anos e alto risco de adoecimento. A sistematização da porta
de entrada inicia com a aplicação de um questionário que percebe a população
com maior risco de internação hospitalar (1).
O PBV é um instrumento eficiente na redução de gastos hospitalares,
fortalecendo os vínculos entre cliente – profissional/família, que necessitam de
acompanhamento, sendo indicado para pacientes idosos, com doenças
crônicas, risco de hospitalização na avaliação pós-alta hospitalar e
15
desospitalização deste grupo . As regularidades das visitas diferem conforme o
estado de saúde do paciente.
A equipe do Programa Bem Viver é formada por enfermeiros, médicos,
fisioterapeutas, nutricionista, fonoaudióloga e nutricionista com especializações
diversas nas áreas de Geriatria e Gerontologia. O treinamento constante da
equipe sob a forma de seminários, leituras especializadas, comparecimento em
congressos é estimulado para criar uma linguagem comum, para a compreensão
dos protocolos utilizados pelo Programa e para o aprofundamento nas questões
da área do envelhecimento. Reuniões de equipe são rotina no desenvolvimento
do caráter interdisciplinar e manutenção do cuidado contínuo aos pacientes (1).
Os usuários do Programa, ou seja, os indivíduos que dele participam,
através desse acompanhamento contínuo, atingem o objetivo de integrar as
modalidades de assistência domiciliar, ambulatorial e hospitalar, empregando
práticas específicas de caráter preventivo para a atenção aos idosos no
ambiente domiciliar.
O desenvolvimento de programas de promoção da saúde e prevenção de
riscos e doenças tem como objetivo a mudança do modelo assistencial vigente
no sistema de saúde e a melhoria da qualidade de vida dos beneficiários de
planos de saúde, visto que grande parte das doenças que acomete a população
é passível de prevenção. Cabe destacar que a necessidade de racionalização
dos custos por parte das operadoras é importante, na medida em que seja
complementar à Política do Ministério da Saúde (MS), empreendida para todo o
país (2).
A enfermagem tem lugar de destaque nos programas de prevenção de
internação hospitalar e no planejamento da alta hospitalar (3). A enfermagem
gerontológica visa contribuir de forma integral ao idoso e sua família/ cuidador,
gerando clareza e adaptação no processo de envelhecimento seguro, motivando
a participação no planejamento do autocuidado.
A visita domiciliar é um conjunto de ações de saúde voltadas para o
atendimento, seja ele assistencial ou educativo. É uma dinâmica utilizada nos
programas de atenção à saúde, visto que acontecem no domicílio da família (4).
Também deve ser considerada, no contexto de educação em saúde, por
contribuir para a mudança de padrões de comportamento e, consequentemente,
promover a qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da
16
saúde. Garante atendimento holístico por parte dos profissionais, sendo,
portanto, importante para a compreensão dos aspectos psicoafetivo-sociais e
biológicos da clientela assistida (5).
Nesse contexto, percebe-se a importância do papel dos profissionais de
enfermagem, onde destacamos que Enfermagem é a ciência e a arte de assistir
o ser humano (indivíduo, família e comunidade) no atendimento de suas
necessidades básicas, tornando-o independente, quando possível pelo ensino
do autocuidado, bem como manter, promover e recuperar a saúde em
colaboração com outros profissionais (6).
Por meio dessa ótica, e através do estudo com a visita domiciliar (VE),
observou-se uma primeira constatação do expressivo número de idosos que
caíam, sem uma causa aparente, em seus domicílios. Tal circunstância
despertou a inquietação da pesquisadora, levando-a ao desejo de averiguar os
motivos que promoviam essas ocorrências.
No decorrer dessa trajetória surgiram inúmeras inconformidades com
esse tema, à medida que os pacientes, familiares e/ou cuidadores, relatavam as
constantes quedas no ambiente domiciliar.
Através das queixas apresentadas, foram analisadas possíveis causas e
motivos que poderiam provocar tal situação, como também, por intermédio de
diálogos realizados com vários pacientes, membros da família e/ou
acompanhantes, observamos que os mesmos não se atentavam à gravidade e
as consequências decorrentes desse fato; situações extremas, geradas por
ferimentos ou sequelas que poderiam provocar doenças e até óbitos; e aos
fatores e as ações de prevenção para essa situação recorrente.
Logo, percebeu-se que o Programa Bem Viver é o cenário ideal para a
realização do estudo, proporcionando a avaliação da história psicossocial, clínico
funcional, déficit cognitivo, avaliação dos medicamentos e o ambiente domiciliar
onde o idoso octogenário está inserido, usando instrumentos consolidados e
validados na área de geriatria e gerontologia.
Uma vez abordados todos esses aspectos, inicia-se a análise dos
resultados obtidos com a aplicação de alguns instrumentos, o que vai determinar
o grupo de acompanhamento de acordo com a avaliação funcional, cognitiva e
de atividades de vida geral.
17
Os grupos se dividem de acordo com um estrato de dependência, a saber (1):
Grupo 1: Pacientes com dependência total;
Grupo1A: Pacientes com dependência total e sem acompanha-
mento médico ambulatorial;
Grupo 2: Pacientes com dependência parcial;
Grupo 3: Pacientes com autonomia;
Grupo 3A: Pacientes com autonomia preservada e idade maior ou
igual a 80 anos (1).
De tal modo, a partir dos conceitos abordados anteriormente, de acordo
com a vivência cotidiana da pesquisadora em sua prática profissional no
Programa Bem Viver, optou-se pelo Grupo 3A – Pacientes com autonomia
preservada e idade maior ou igual a 80 anos, como alvo deste estudo.
1.1 QUESTÕES NORTEADORAS
- Quais são os fatores de riscos de quedas extrínsecos e intrínsecos do
idoso octogenário, no ambiente domiciliar?
- Como minorar os fatores de riscos de quedas do idoso em domicílio, a
partir do Programa Nacional de Segurança do Paciente e Política Nacional de
Saúde da Pessoa Idosa.
- Qual tecnologia gerencial voltada para o idoso e sua família pode
monitorar e mitigar as quedas no domicilio?
1.2 OBJETIVO GERAL
Elaborar uma tecnologia gerencial, visando monitorar e mitigar as
possibilidades de quedas decorrentes de causas extrínseca e intrínseca nos
idosos octogenários, em ambiente domiciliar.
1.2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os fatores de riscos de quedas intrínsecos e extrínsecos dos
idosos octogenários no domicílio.
Correlacionar os fatores de riscos de quedas intrínsecos e extrínsecos
dos idosos, a partir de oitenta anos, com ações que visam monitorar e mitigar os
fatores de riscos de quedas do idoso por meio das (PP) Políticas Públicas.
Discutir os resultados frente ao (PNSP) Programa Nacional de Segurança
do Paciente (meta 6) e a (PNPI) Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
18
1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO ESTUDO
Este estudo se insere na linha de pesquisa, O contexto do cuidar em
saúde, do Mestrado Profissional em Enfermagem Assistencial; e no núcleo de
Pesquisa Cidadania e Gerência em enfermagem (NECIGEN).
A escolha por este tema é importante tendo em vista a grande incidência
de quedas, e isto significa um problema real. A magnitude do problema, diante
do processo de envelhecimento populacional, gera um problema de saúde
pública, e julga-se necessária uma reflexão sobre os riscos de quedas em idosos
inseridos no Programa Bem Viver no ambiente domiciliar.
As quedas ocorrem devido a vários fatores de risco, segue abaixo sua
listagem: (7)
Demográfico: Idosos acima de 65 anos; Psico-cognitivos: Declínio
cognitivo, depressão, ansiedade. Condições de saúde e presença de doenças
crônicas: acidente vascular cerebral prévio; hipotensão postural; tontura;
convulsão; síncope; dor intensa; baixo índice de massa corpórea; anemia;
insônia; incontinência ou urgência miccional; incontinência ou urgência para
evacuação; artrite; osteoporose; alterações metabólicas (como, por exemplo,
hipoglicemia); Funcionalidade: dificuldade no desenvolvimento das atividades
cotidianas, necessidade de dispositivo de auxílio à marcha; fraqueza muscular e
articular; amputação de membros inferiores; e deformidades nos membros
inferiores; Comprometimento sensorial: visão; audição; ou tato; Equilíbrio
corporal: marcha alterada; Uso de medicamentos: Benzodiazepínicos;
Antiarrítmicos; anti-histamínicos; antipsicóticos; antidepressivos; digoxina;
diuréticos; laxativos; relaxantes musculares; vasodilatadores; hipoglicemiantes
orais; insulina; e Polifarmácia (uso de quatro ou mais medicamentos);Obesidade
severa ;Histórico prévio de queda (7). Sendo estes fatores de riscos a
fonte direta ou indireta das quedas.
Quedas de pacientes produzem danos em 30% a 50% dos casos, sendo
que 6% a 44% desses pacientes sofrem danos de natureza grave, como
fraturas, hematomas subdurais e sangramentos, que podem levar ao óbito (8).
19
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
publicados o Diário Oficial da União (DOU), em 1° de Dezembro de 2014(9), a
expectativa de vida do brasileiro, ao nascer, é de 74,9 anos. Se comparada com
a expectativa de vida divulgada em anos anteriores, verifica-se a tendência de
crescimento anual da taxa. Ainda segundo a nova tabela, pessoas com 80 anos
em 2014 têm a expectativa de viver mais 9,2 anos(9). De acordo com o IBGE, a
população brasileira com essa faixa etária deve passar de 14,9 milhões (7,4% do
total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7% do total), em 2060 (10). Nesse período,
a expectativa média de vida do brasileiro deve aumentar para 81 anos.
Para elaboração do tema do estudo foi aplicada a estratégia PICO, que é
um acrônimo de Paciente, Intervenção, Comparação e Outcome. Para o
Desfecho, não tendo grupo de controle para comparar, não foi utilizado o C (11).
Neste estudo, o ‘P’ traça os idosos, o ‘I’ as quedas, e o ‘O’ os fatores de riscos.
Diante disso, construiu-se a seguinte questão de pesquisa: No que se refere à
prevenção de agravo, quais são os fatores de riscos para a ocorrência de
quedas de idosos?
1.4 REVISÃO INTEGRATIVA
Para a melhor compreensão da temática, foi realizado o levantamento do
“Estado da Arte”, na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), com seguintes
descritores e depois associados:
Quadro 1- Aspectos da Revisão Integrativa Sobre a Temática
Descritores Questão da
pesquisa
Critérios de
inclusão
Critérios de
Exclusão
Recorte
Temporal
1. Enfermagem;
2. Idoso;
3. Gerenciamento de Riscos
4. Segurança do Paciente;
5. Acidentes por
Como se
apresenta a
produção
científica
relacionada
à
prevalência
e fatores de
risco de
Artigos
eletrônicos,
dissertações
publicadas
em inglês,
português e
espanhol,
pertinentes a
questão da
Estudos
secundários,
estudos sem
metodologia,
resenha, nota
prévia.
2009 a 2014
20
Quedas. quedas
domiciliar
em idosos?
pesquisa.
Quadro 2- Descritores associados nas buscas da literatura científica para a
revisão integrativa, elaborado pela própria pesquisadora.
DESCRITORES ASSOCIADOS
LILACS MEDLINE BDENF CINAHL
Achados Pertinentes ao tema
Achados pertinentes ao tema
Achados Pertinen-tes ao tema
Achados Pertinen-tes ao tema
Acidentes por quedas (and) Idoso
N=134 N=5 N=1763 N=6 N=15 N=1 N=1480 N=9
Acidentes por quedas (and) Enfermagem (and) Idoso
N=2 N=0 N=2 N=0 N=1 N=0 N=0 N=0
Idoso (and) Segurança do Paciente
N=4 N=0 N=580 N=0 N=0 N=0 N=567 N=0
Segurança do Paciente (and) Enfermagem
N=3 N=0 N=14 N=0 N=1 N=0 N=0 N=0
A revisão foi operacionalizada mediante as seguintes etapas: formulação
do problema, coleta de dados, avaliação dos dados coletados, análise,
interpretação e apresentação dos resultados. O problema de pesquisa partiu da
questão: Como se apresenta a produção de conhecimento acercada prevalência
e fatores de risco de queda domiciliar em idosos (12).
Os dados foram coletados em outubro de 2014, nas bases de dados
BDENF (Base de Dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino-Americana
e do Caribe em Ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online) e CINAHL (The Cumulative Indez to Nursing and Allied
Health Literature). Como critérios de inclusão foram definidos os artigos
publicados no período de 2009 a 2014, referindo-se ao fato de que nelas estão
concentrados um maior número de pesquisas na área da saúde; nas línguas
portuguesa, inglesa ou espanhola; e que tivessem relação com o tema de
21
pesquisa. Foram excluídos os artigos repetidos, erratas, cartas, editoriais e
comentários ao editor. Para viabilização da busca, empregaram-se os seguintes
descritores: Acidentes por quedas, idoso, fatores de risco. Estes foram
combinados por meio do operador booleano AND(12).
Para a coleta de dados elaborou-se um instrumento cujas variáveis foram:
título da publicação, periódico, base de dados em que foi encontrada, ano de
publicação, tipo de artigo, autor(es), objetivos do estudo e fatores de risco para
quedas de idosos em domicílio (12).
Durante as buscas foram encontradas 4.605 publicações, das quais 4589
foram excluídas depois de lidos os títulos e resumos e não atenderem aos
critérios de elegibilidade. Assim, apenas 16 artigos foram lidos na íntegra e
analisados com base no conhecimento teórico da pesquisadora. A interpretação
dos dados e discussão dos resultados ocorreu a partir de outras bibliografias da
Enfermagem e da Gerontologia, relativas aos acidentes por quedas (12).
Verificou-se maior quantidade de artigos datados de 2011 (n=4) e 2013
(n=4); escritos na língua inglesa (n=11); e publicados em 15 periódicos distintos,
sendo sete da área de geriatria/gerontologia, quatro de enfermagem, três de
saúde pública e um voltado para o cuidado domiciliar.
A partir da questão norteadora para buscar os artigos na literatura
cientifica, evidenciaram-se vários fatores de risco de quedas em domicílio
apontados pelas publicações que compuseram amostra desse estudo, tais como
os ambientais, especialmente no que tange a inadequações arquitetônicas e de
mobiliário e ausência de aparatos de proteção. Resultados semelhantes foram
encontrados em outros estudos, que citaram, ainda, como riscos adicionais, a
presença de escadas e tapetes em áreas de acesso a cômodos e a iluminação
ausente ou precária (13,14,15).
A maior prevalência de quedas de idosos em domicílios está associada ao
sexo feminino, em razão de fatores endógenos (menopausa, com baixa de
hormônios femininos que predispõem a osteoporose) e de hábitos sociais (maior
participação das mulheres no desenvolvimento de tarefas domésticas); idade
mais avançada, dado o maior comprometimento dos sistemas cognitivos e
fragilidade muscular e óssea; e episódios anteriores de quedas. No que tange
aos fatores de risco para quedas, eles podem ser intrínsecos, decorrentes do
22
próprio processo de envelhecimento, sendo, portanto, fatores fisiológicos, mas
que diferem a depender do gênero, idade e estado funcional do idoso; e fatores
extrínsecos, geralmente associados ao próprio domicílio. Entre os fatores
intrínsecos, os mais apontados foram: a diminuição da acuidade visual, menor
flexibilidade muscular, fragilidade óssea e diminuição do equilíbrio. Entre os
extrínsecos, os mais importantes relacionam-se à disposição de móveis e
objetos no interior da residência, ausência ou inadequação de luminosidade, e
ausência de aparatos de apoio. É importante considerar alterações no domicílio
que o tornem um ambiente mais saudável e seguro, facilitando o trânsito dos
idosos e o desenvolvimento de atividades de vida diárias e, por consequência,
diminua os fatores de risco para quedas. Ações de promoção e prevenção
devem ser implementadas pelos familiares e pelos profissionais de saúde, que
têm papel fundamental na educação em saúde, a qual subsidia o conhecimento,
a adesão às mudanças impostas pelo envelhecimento e o autocuidado (12).
Esses dados justificam que as quedas em domicílio são constantes e
muito comuns. Nesse caso, é importante enfatizar que a família precisa ser
orientada com relação ao processo de envelhecimento e também sobre os
problemas associados a ele. Os fatores mencionados devem ser levados em
maior consideração quando se tem um idoso no próprio lar, pois pequenos
utensílios em lugares inadequados podem levar a grandes fraturas que, muitas
das vezes, são irreversíveis. Por isso a família deve ser orientada quanto a
adequações necessárias no âmbito do domicilio (12).
23
2 BASE TEÓRICA
2.1 ENVELHECIMENTO
No passado, envelhecer não era algo tão corriqueiro como acontece
atualmente. Devido às condições ambientais, a saúde dos indivíduos geralmente
não permitia que alcançassem a terceira idade. A partir, principalmente, do
século XX, aconteceram alterações no perfil populacional, transformando o
envelhecimento num fenômeno global.
Foram várias as mudanças que aconteceram nos indicadores de saúde,
conduzindo a sociedade globalizada a um aumento na expectativa de vida
global. A composição da pirâmide populacional se alterou, com o aumento da
população idosa e alterações na divisão entre as faixas etárias.
Nas primeiras décadas do século XX acontecia uma alta taxa de
mortalidade devido a doenças infecciosas, condições sanitárias e pobreza. A
expect
ativa de vida era baixa, apenas uma parcela reduzida da população
alcançava a terceira idade. (16) o elevado número de integrantes por família não
se revertia em crescimento populacional devido ao alto percentual de óbitos. Os
idosos representavam uma reduzida parcela da população. Ao longo do século
XX acontece a transição para a nova configuração populacional, uma evolução
flagrante ocorreu nas políticas de saúde, refletindo-se numa diminuição dos
índices de mortalidade. A diminuição dos índices de mortalidade é um dos
fatores que atuaram na transição demográfica global, sendo causa ou efeito de
avanços sociais e políticos, além da incorporação de novas tecnologias (16).
“Ressaltamos que a longevidade surge como consequência de
avanços no sistema de saúde, melhorias das condições gerais de
vida, descoberta de novos medicamentos, somadas às intervenções
estratégicas modernas de diagnóstico e cirurgias, que possibilitam o
controle e tratamento de doenças infectocontagiosas e crônico-
degenerativas, modificando-se os contornos da expectativa de vida”
(17).
Outro fator determinante para o aumento da longevidade é o
acontecimento de mudanças comportamentais e científicas que interferiram na
reprodução humana, reduzindo índices de natalidade. A redução da taxa de
24
mortalidade infantil também pode ser mencionada como fator determinante para
o aumento do número de idosos. A taxa de fecundidade diminuiu em 60%, entre
as décadas de 1970 e 2000, o número de filhos chegou a 2,2 filhos por mulher,
reduzindo a população jovem para 30%, enquanto acontecia simultaneamente
um aumento no número de idosos (18).
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o
envelhecimento é um “processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível,
universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a
todos os seres de uma espécie” (19, 20). Para o Ministério da Saúde (MS), a
definição de envelhecimento é “mudança na estrutura etária populacional, com
aumento do número relativo das pessoas acima de uma determinada idade,
considerada como definidora do início da velhice”(21).
Como os padrões populacionais têm passado por alterações, é relevante
que aumente o número de pesquisas acadêmicas que tratem do assunto. A
parcela da população de idosos no país tende a crescer, ocasionando
consequências sócio- econômicas:
“De acordo com projeções do Banco Mundial (2011), a velocidade do
envelhecimento populacional no Brasil será significativamente maior
do que ocorreu nas sociedades mais desenvolvidas no século
passado. A estimativa é que a população idosa mais do que triplique
nas próximas quatro décadas, passando de 20 milhões em 2010 para
cerca de 65 milhões em 2050. Dessa forma, os idosos - que em 2000
compunham 10% da população - somarão 49% em 2050, ao passo
que a população em idade escolar diminuirá de 50% para 29% no
mesmo período” (22).
Se o envelhecimento populacional significa uma vitória da humanidade
frente a um passado de altas taxas de mortalidade, aumentar a expectativa de
vida exige novos posicionamentos para o atendimento às demandas sociais,
médicas e econômicas que surgem como consequência. Uma das principais
atenções das políticas públicas devem ser os cuidados em relação à saúde da
população idosa (23). Diversas iniciativas foram tomadas a partir de políticas de
saúde para as pessoas idosas, principalmente a partir da década de 1970.
Foram criados benefícios não contributivos para os trabalhadores com mais de
70 anos, que até então não tinham acesso aos benefícios da Previdência Social.
25
Nesse período o poder público começa a se atentar para a necessidade da
condução de políticas voltadas para os idosos. Nas décadas anteriores as
iniciativas governamentais geralmente eram voltadas para a caridade e proteção
(24).
A lei 8.842, de 4 de janeiro de 1994, pode ser considerada um marco para
assegurar direitos sociais para a população idosa. A legislação propunha mais
autonomia, integração e participação da sociedade no assunto (25), sendo os
idosos os principais agentes e destinatários do conhecimento por detrás das
novas políticas (25). Estes idosos passaram a ter uma garantia através da
legislação do recebimento de assistência independente do nível de
complexidade de seu problema de saúde, além de investimentos em prevenção,
promoção, proteção e recuperação através dos programas profiláticos (25). As
novas iniciativas partem dos princípios voltados para a descentralização,
universalidade e equidade do acesso aos serviços de saúde. Inicia-se um
processo de reorganização da prática assistencial (25).
Em 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs uma política
para o envelhecimento ativo, o Brasil aderiu à proposta em 2005: “envelhecer
bem não é apenas uma questão individual, e sim um processo que deve ser
facilitado pelas políticas públicas e por iniciativas sociais e de saúde no decorrer
do ciclo vital” (23).
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, Portaria GM 2.528, de 19
de outubro de 2006, voltada para os indivíduos idosos, com mais 60 anos, onde
acontece uma avaliação da atividade de vida diária, a partir da proposta
existente num plano de cuidados e tratamentos do idoso. A política é voltada
para a garantia da qualidade de vida, priorizando a independência e autonomia
dos idosos, com o objetivo de evitar a institucionalização da população idosa
oferecendo a essa população atenção adequada à saúde (21).
O envelhecimento populacional é merece ser considerado como uma
oportunidade, fazendo-se primordial a criação de politicas públicas de
assistência social apropriada e com orientações que promovam um
envelhecimento saudável, incentivando a interação familiar na defesa do idoso
(26).
Todas essas iniciativas mencionadas anteriormente atendem aos anseios
da população idosa. A situação estava tão crítica que o poder público se viu
26
obrigado a cumprir uma agenda de estratégias de mudança do modelo
assistencial, ideias como os atendimentos humanizado e integral à saúde,
voltados para a pessoa idosa, que passava a dispor de uma assistência
multidisciplinar e intersetorial (27).
A antiga realidade voltada para um modelo curativo, para a tentativa de
implantação de estratégias de caráter preventivo além de aprimorar a qualidade
dos serviços vinculados ao sistema, também tinha objetivos econômicos, que
era a redução da necessidade de visitas dos idosos aos hospitais. Manter
hospitais públicos exige altos investimentos e recursos para a manutenção, além
de expor os idosos a riscos desnecessários. Um acompanhamento domiciliar
pode reduzir eventuais danos à saúde do idoso que uma internação poderia
causar. O modelo ainda inclui atendimento integral, manutenção do cuidado,
aumentando a relação do indivíduo com o profissional, associado ao estímulo do
vínculo familiar e proporcionando autonomia em suas atividades diárias.
“A lei 10.424, de 15 de abril de 2002, acrescenta a lei orgânica de saúde
nº 8080, de 19 de setembro de 1990 as condições para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de serviços
correspondentes e dá outras providências, regulamentando a assistência
domiciliar no Sistema Único de Saúde” (28).
2.2 IDOSO OCTOGENÁRIO
A proporção de idosos com idade superior a 80 anos aumenta
praticamente em todo o planeta, fenômeno que provoca implicações na área da
saúde, essa faixa etária é marcada por uma maior frequência de co-morbidades
e maior incidência de declínio funcional. No Brasil existem cerca de 14 milhões
de idosos acima de 65 anos, dentre os quais quase três milhões (1,6%)
pertencem à faixa etária acima de 80 anos(29,30). Esse aumento da expectativa
de vida exige da gerontologia uma atenção maior, principalmente com as
pessoas com idade superior a 80 anos. A partir dessa faixa etária, problemas de
saúde são mais frequentes (30,31,32).
O crescimento da população idosa ocorre tanto entre os mais jovens, com
idade aproximada aos 60 anos, como com idade superior a 80 anos. Esse
fenômeno indica a necessidade de atenção dos profissionais de saúde. Embora
27
não existam diferenças na atenção prestada para os idosos, é importante
considerar que os indivíduos com idade superior a 80 anos apresentam maior
vulnerabilidade (33). Estudos indicam que na população octogenária, a presença
de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são frequentes e geralmente
são vinculadas à maior incapacidade funcional (34,35).
Entre os idosos longevos, com idades superiores a 80 anos, denominados
também de muito idosos, o aumento da população é notável. Consequência do
envelhecimento e do aumento da expectativa de vida, (36) os muito idosos estão
em um dos segmentos populacionais que mais crescem. A expectativa de vida
nos países desenvolvidos é superior, o aumento populacional é tamanho que em
países de língua inglês costuma-se utiliza a expressão “oldest-old”, os indivíduos
com idade superior aos 85 anos (38). Embora reflexo de iniciativas vitoriosas e
positivas, a inversão demográfica provoca problemas de ordem na saúde,
política e economia (37).
Como é alarmante o crescimento do número de idosos, também é
necessário que medidas sejam adotadas, os indivíduos mais longevos devem
ser inseridos em situações que visem um envelhecimento com qualidade de
vida, onde mesmo com as incapacidades relacionadas à idade mais avançada, é
possível manter o bem-estar (39,40).
Sendo o grupo de idosos que mais cresce, os indivíduos com idade
superior a 80 anos chegarão a 350 milhões até 2050, sendo as mulheres idosas
mais predominantes conforme a idade aumenta (41). Embora existam inúmeros
estudos que abordam o assunto “idosos em idade avançada”, ainda há espaço
na produção de conhecimento para mais trabalhos acadêmicos que deem conta
da saúde de idosos longevos (42).
2.3 QUEDA
A queda é um evento que acontece com bastante frequência, conduzindo
o idoso a uma limitação, sendo definida como um evento inesperado e não
intencional. O evento muitas vezes traz mudanças marcantes para o indivíduo,
pois o reduzem a um nível mais baixo de locomoção e independência, se
comparado ao momento anterior à queda. A queda que acontece se dá como
28
consequência da perda total do equilíbrio postural e da ineficiência dos
mecanismos necessários à manutenção do controle postural (43).
Sendo de etiologia multifatorial, pode provocar lesão, perda da confiança
do idoso para caminhar, além de incapacidade funcional. Acontece de forma tão
recorrente entre idosos, que está entre as sete síndromes geriátricas mais
relevantes, embora sejam previsíveis e passiveis de métodos de prevenção
eficientes (44).
As quedas estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade
na população idosa. Quase 30% das pessoas com mais de 65 anos e metade
com idade superior a 80 anos sofrem pelo menos uma queda por ano. No país,
entre 1996 e 2005, cerca de 22,5% (9.249) dos óbitos de idosos foram atribuídos
ao fator queda ( 44,45,46):
“No caso dos idosos octogenários, a queda tem uma prevalência de
40%. No Brasil, segundo os dados do Projeto Diretrizes/ Sociedade
Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) de 2008, 51% de
pessoas acima de 85 anos sofrem quedas”(47).
As pessoas que interagem com os idosos e eles próprios devem se atentar
a um fato, os idosos sofrem mais quedas em casa do que em ambientes
externos (49,50). 70% das quedas acontecem nas residências, geralmente com
indivíduos que moram sozinhos (48). Fatores de risco intrínsecos e extrínsecos
são determinantes nas quedas, o acidente doméstico ocorre frequentemente
entre idosos (51). As quedas em sua maioria (85%) acontecem no interior da
residência ou arredores, em atividades simples como caminhar, mudar de
posição, ir ao banheiro, cozinhar, limpar a casa ou tomar banho (52).
As consequências físicas e psicológicas, além dos custos financeiros,
demonstram como as quedas são problemas altamente relevantes para a saúde
pública, justificando a necessidade de realização de cada vez mais pesquisas na
área. Reconhecer e avaliar os fatores de risco responsáveis pelas quedas
possibilita identificar quais populações e indivíduos são mais vulneráveis,
servindo para elaboração de estratégias, como os programas de intervenção,
que servem para atender as necessidades de uma população específica,
classificada conforme a idade, sexo, competência funcional, condição clínica,
tipo de atividades realizadas e etc. (53).
29
A queda é classificada (54) segundo suas consequências, que são
dimensionadas devido à gravidade das lesões. As lesões graves são as fraturas,
trauma crânio encefálico e luxações. Já as lesões classificadas como leves são
as abrasões, cortes, escoriações, hematomas e edema. O tempo de
permanência no chão, como uma queda prolongada, desde 15 minutos até a
incapacidade do idoso de levantar-se sem ajuda. As quedas prolongadas
acontecem com mais frequência em indivíduos acima dos 80 anos, em
atividades cotidianas, geralmente provocadas por disfunções nos membros
inferiores, ou como consequência da ingestão de sedativos, nessa faixa etária
ainda é comum que pessoas permaneçam por longos períodos sem a mínima
assistência (54).
O problema mais comum, quando ocorre uma queda, é o medo da vítima
em cair de novo, reduzindo a locomoção do idoso, restringindo sua vida ao leito
ou à cadeira, levando-o a um ciclo vicioso de paralisia, falta de condicionamento
físico e novas quedas. A questão do equilíbrio corporal e a estabilidade postural
são determinantes entre os idosos, pois o equilíbrio corporal depende da
integração entre informações sensoriais, entre elas a visão, o sistema vestibular
e os próprios receptores. Já o equilíbrio corporal possibilita a correção da
posição do corpo em relação à base de sustentação (55).
O fator psicológico envolvido no medo de ter novas quedas acontece em
muitos casos, ocorrendo em 30% a 73% dos idosos (56). A redução da confiança
na capacidade de locomoção em segurança agrava o declínio funcional, levando
a outros quadros como a depressão, a baixa autoestima e o isolamento social.
Depois de uma queda, o medo leva o idoso a restringir suas atividades. Outros
fatores que podem ser mencionados, além do fator psicológico, são a dor e a
incapacidade funcional. Reabilitar um idoso pós-queda não é uma tarefa das
mais fáceis e pode demorar a levar a resultados favoráveis. A imobilidade
prolongada conduz a diversos tipos de complicações, como tromboembolismo
venoso, úlceras de pressão e incontinência urinária. Depois da queda e de suas
consequências, o idoso torna-se ainda mais dependente de seu cuidador,
necessitando mais tempo de dedicação e gerando consequências de ordem
social. Os pacientes que já sofreram quedas estão entre as pessoas com mais
chances de requererem institucionalização (57).
30
Inúmeros trabalhos relatam que existe uma associação entre uso de
medicamentos e o evento das quedas, estudos vinculam o uso de
medicamentos ao aumento de risco. Esse fato é atestado principalmente em
pacientes idosos mais frágeis ou que usam medicamentos mais severos (58).
Num dos estudos analisados, existe a associação entre o consumo de
medicação de uso contínuo e a ocorrência de quedas (59). A avaliação dos
fatores de risco de quedas de idosos em domicílios é relevante principalmente
pela sensibilização do próprio individuo sobre os riscos iminentes.
2.4 QUEDAS DE IDOSOS E SEUS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS:
2.4.1 Fatores Intrínsecos
Estes fatores ocorrem seguindo alterações próprias do processo de
envelhecimento, como, por exemplo, diminuição da força muscular, equilíbrio,
flexibilidade, lentidão dos mecanismos de integração central, importantes para
reflexos posturais; diminuição da visão (catarata, glaucoma), da audição e
sensibilidade, alteração de marcha (passos curtos, arrastados, base
alargada), deformidades nos pés (calosidades, joanetes, problemas nas
unhas) e úlceras por pressão (32); existem fatores por histórico de quedas,
idade, sexo feminino, viver sozinho, medicação psicotrópica, uso de muitos
medicamentos diariamente, superior a quatro, doenças crônicas, como
obstrução pulmonar crônica, depressão, osteoporose; além de mobilidade
reduzida e desequilíbrio (medo de cair), deficiências nutricionais (falta de
vitamina D), dificuldades cognitivas (demências), história de enfartes, doença
de Parkinson (instabilidade postural), infecções graves (infecções urinárias,
gripe, pneumonia e outras), hipotermia, hipertermia, hipotensão postural e
incontinência urinária. Geralmente, as mulheres apresentam mais quedas se
comparadas aos homens, possivelmente causadas pelo maior desequilíbrio
hormonal (hipo e hipertireoidismo), além de doenças osteomusculares.
2.4.2 Fatores Intrínsecos
São caracterizados pelos riscos ambientais, dependem de atenções simples
ao ambiente interno e externo da residência (32), como iluminação deficiente,
31
pisos escorregadios, tapetes soltos, superfícies irregulares, móveis instáveis,
cadeiras de balanço, banquinhos, camas e sofás muito baixos, calçados
inadequados (chinelos ou sapatos) mal adaptados aos pés e com solado
escorregadio, vestuário não apropriado, bengalas e andadores inadequados,
ambiente com objetos espalhados que podem provocar tropeços (fios,
brinquedos), móveis e mesas com bordas pontiagudas, quedas ao entrar e
sair de automóveis, subir e descer de veículos (ônibus, táxi, trens, bicicleta e
outros), quedas (bancos, cadeiras, cama, escadas, telhados e árvores),
expor-se a situações de risco (subir em escada) para pegar objetos em
armários e ferramentas em prateleiras ou para molhar folhagens (32, 60,61).
Embora inúmeros fatores de risco ambientais induzam as quedas, existem
escassos estudos a respeito. É bastante provável que, quando ocorre
intervenção sobre esses fatores, sendo realizada por profissional especializado,
exista eficácia no aspecto da prevenção, principalmente como forma de prevenir
quedas em idosos com histórico de quedas (62).
2.5 SEGURANÇA DO PACIENTE
Hipócrates, considerado por muitos o pai da medicina, num contexto de
saúde ainda bastante rudimentar, alertava para a importância da prevenção.
Atualmente, a prevenção ainda se apresenta de forma bastante modesta,
mesmo considerando o elevado nível científico. Hipócrates, há milhares de anos,
escrevia: “Primum non nocere” ou “primeiro não causar dano”(63).
No século XIX, outro grande cientista, Florence Nightingale escrevia em
seu livro Notes on Hospitals: “Pode parecer estranho enunciar que a principal
exigência em um hospital seja não causar dano aos doentes” (63).
Já no século XX, um cirurgião norte americano, Ernest Codman, estudou
o tratamento final de diversos pacientes, incluindo as principais falhas no
atendimento. Em 1918, com a criação da Joint Commission on Accreditation of
Health care Organizations (JCAHO), pelo Colégio Americano de Cirurgiões, é
publicado o estudo Diseases of Medical Progress, considerado pioneiro no
assunto, onde demonstra a prevalência e evitabilidade de doenças iatrogênicas.
Geralmente essas doenças são resultado de um procedimento ou ocorrência
nocivos, sem vinculação com a doença originário do paciente(63).
32
A Comissão Conjunta de Acreditação dos Hospitais (Joint Commission on
Accreditation of Hospitals – JCAHO) surgiu nos Estados Unidos da América, em
1952. Criada a partir da participação de associações profissionais e de hospitais
deste país e do Canadá. No Brasil, a acreditação foi utilizada como estratégia
para a melhoria da qualidade dos serviços hospitalares durante a década de
1990. Em 1994, o Ministério da Saúde implantou o Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade (PBQP) e a Comissão Nacional de Qualidade e
Produtividade em Saúde (CNQPS), duas iniciativas relevantes para a
acreditação. Tanto a avaliação quanto a certificação de serviços de saúde
passaram a ser estratégias e prioridades do Ministério da Saúde a partir de
1997(64,65).
O relatório do Institute of Medicine (IOM) To Err is Human (66), de 1999,
foi responsável pela divulgação da importância do tema segurança do paciente.
A partir desse relatório, que foi baseado em revisões retrospectivas de
prontuários realizados por duas pesquisas de avaliação da incidência de eventos
adversos (EAs) nos hospitais de Nova York, Utah e Colorado (67,68). As pesquisas
definiram o termo evento adverso como sendo um dano causado pelo cuidado à
saúde e não pela doença de base. O evento adverso prolonga tanto o tempo de
permanência do paciente nos hospitais, como interfere na capacidade física
após a alta médica. O relatório ainda demonstrava que aproximadamente 100
mil pessoas morrem em hospitais a cada ano por causa da ocorrência de
eventos adversos (EA) nos EUA. O resultado alarmante demonstrava ainda uma
alta incidência de mortalidade, superior aos números apresentados por
pacientes com HIV positivo, câncer de mama ou atropelamentos (66).
O relatório do Instituto de Medicina (IOM) demonstrou como as
ocorrências de EA são um problema financeiro. Em países, como o Reino Unido
e a Irlanda do Norte, a permanência em hospitais por causa de EA gera um
prejuízo de 2 bilhões de libras ao ano. Se considerados também os gastos do
Sistema Nacional de Saúde com litígios de oriundos de EA, são mais de 400
milhões de libras ao ano. Nos EUA, o prejuízo anual decorrente de EA é
calculado em até 29 bilhões de dólares (66).
Desde a década passada, o IOM nos EUA incorpora a “segurança do
paciente” como um dos seis atributos da qualidade, com a efetividade, a
33
centralidade no paciente, a oportunidade do cuidado, a eficiência e a equidade
(69).
“O IOM define qualidade do cuidado como o grau com que os serviços de
saúde, voltados para cuidar de pacientes individuais ou de populações,
aumentam a chance de produzir os resultados desejados e são consistentes
com o conhecimento profissional atual (70)”.
2.6 DEFINIÇÕES DOS ATRIBUTOS DA QUALIDADE:(70)
2.6.1 Segurança:
Para evitar lesões e danos nos pacientes decorrentes do cuidado que tem
como objetivo ajudá-los.
2.6.2 Efetividade:
Cuidado baseado no conhecimento científico para todos que dele possam
se beneficiar, evitar a subutilização ou a sobreutilização.
2.6.3 Cuidado centrado no paciente:
Cuidado respeitoso e responsivo às preferências, necessidades e valores
individuais dos pacientes, para assegurar que o paciente participe das decisões
clínicas.
2.6.4 Oportunidade:
Redução do tempo de espera e de atrasos danosos a quem recebe e
presta o cuidado.
2.6.5 Eficiência:
Cuidar sem desperdícios, incluindo uso de equipamentos, suprimentos,
idéias e energia.
2.6.6 Equidade:
Qualidade no cuidado, independente das características do paciente,
incluindo questões pessoais, como gênero, etnia, localização geográfica e
condição socioeconômica.
34
“O cuidado à saúde, que antes era simples, menos efetivo e relativamente
seguro, passou a ser mais complexo, mais efetivo, porém potencialmente
perigoso” (71).
Donabedian definiu sete características dos cuidados de saúde que
podem caracterizar a qualidade no atendimento: eficácia, efetividade, eficiência,
otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade (72).
Em 2004, a OMS, preocupada com essa situação, criou a World Alliance
for Patient Safety. O programa tinha os seguintes objetivos: organizar os
conceitos e as definições sobre segurança do paciente, além de propor medidas
para reduzir os riscos e mitigar os eventos adversos(73.74,75).
Para a Classificação Internacional de Segurança do Paciente da
Organização Mundial da Saúde o objetivo principal dentro deste tema é reduzir a
um mínimo aceitável o risco de dano desnecessário, associado ao cuidado de
saúde.
2.6.7 Dano
Comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito
dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou
disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico.
2.6.8 Risco
Probabilidade de um incidente acontecer.
2.6.9 Incidente
Evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano
desnecessário ao paciente.
2.6.10 Circunstância Notificável
Incidente com potencial dano ou lesão.
2.6.11 Near miss
Incidente que não atingiu o paciente. Incidente sem lesão Incidente que
atingiu o paciente, mas não causou dano.
2.6.12 Evento Adverso
Incidente que resulta em dano ao paciente.
35
2.6.13 Incidente sem lesão
Incidente que atingiu o paciente, mas não causou dano.
Segundo a Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013, que instituiu o
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), o programa tem como
objetivo geral a contribuição para a qualificação do cuidado em saúde em todos
os estabelecimentos de saúde do território nacional (76).
Em 2011, a ANVISA/MS publicou a RDC 63, que aborda os requisitos de
boas práticas de funcionamento para os serviços de Saúde (77). O artigo 8 da
RDC trata do serviço de saúde, estabelecendo estratégias e ações voltadas para
Segurança do Paciente. Segundo a RDC, os serviços devem utilizar a Garantia
da Qualidade como ferramenta de gerenciamento e desenvolvimento de políticas
de qualidade envolvendo a tríade de gestão: estrutura, processo e resultado (77).
A segurança do paciente é considerada prioridade na qualidade dos
sistemas de saúde, alguns estudos epidemiológicos constataram os efeitos de
uma assistência à saúde de má qualidade (78,79). Consequentemente, vários
outros estudos baseados em dados comprovaram a associação do risco com a
assistência à saúde, a OMS, em outubro de 2004, a Aliança Mundial para a
Segurança do Paciente.
A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente é um grupo de estudos
responsáveis pela formulação de Desafios Globais para a Segurança do
Paciente, com periodicidade de dois anos, e tem como objetivo fomentar o
comprometimento global, além de destacar os assuntos mais relevantes
envolvendo o risco para pacientes (80). Com o objetivo de mobilização de
esforços para a melhoria da segurança dos cuidados de saúde para os
pacientes nos países que fazem parte da OMS, A Aliança Mundial para a
Segurança do Paciente estabelece uma agenda voltada para a segurança e
risco dos pacientes (81).
Os chamados Desafios Globais para a Segurança do Paciente visam
essencialmente a orientação e a identificação de ações que auxiliem na
prevenção aos riscos para os pacientes, norteando aos países que demonstrem
interesse em sua implantação.
36
O primeiro desafio global, estabelecido pela chamada Aliança Mundial,
ocorreu no biênio 2005-2006, voltado para infecções relacionadas à assistência
à saúde (IRAS), levando para a discussão o tema “Uma Assistência Limpa é
uma Assistência mais Segura”. Uma das principais indicações era a necessidade
de higienização correta das mãos, demonstrado como método eficaz na
prevenção das infecções (82).
Durante o biênio 2007-2008, o desafio foi a promoção da segurança para
pacientes que passam por processos cirúrgicos, aproximadamente 234 milhões
de cirurgias são realizadas no mundo e sete milhões de pacientes apresentam
complicações comprometedoras e um milhão morre no ato cirúrgico ou no pós
operatório imediato. O tema “Cirurgias Seguras Salvam Vidas” demonstrou a
necessidade de se diminuir a morbimortalidade causada pelas intervenções
cirúrgicas (83,84). A relevância do assunto foi tamanha, que o assunto passou a ter
grande notoriedade, com governos e organizações internacionais passando a
dar maior atenção ao problema.
Outra iniciativa semelhante à Aliança Mundial para a Segurança do
Paciente foi a Commission on Accreditation of Healthcare Organizations
(JCAHO), estabelecida pela OMS, em 2005, voltada também para segurança do
paciente, com seis Metas Internacionais de Segurança do Paciente:
1) Identificar os pacientes corretamente;
2) Melhorar a comunicação efetiva;
3) Melhorar a segurança de medicamentos de alta vigilância;
4) Assegurar cirurgias com local de intervenção, procedimento e
paciente corretos;
5) Reduzir o risco de infecções associadas aos cuidados de saúde;
6) Reduzir o risco de lesões ao paciente, decorrentes de quedas
(85).
2.7 VISITA DOMICILIÁRIA
A possibilidade de intervenção domiciliária começou no Brasil ao longo do
século XX, através de intervenções sanitárias originadas na Europa,
especialistas como Oswaldo Cruz, Emílio Ribas e Carlos Chagas foram os
pioneiros no país. Inicialmente, a visita domiciliária (VD) estabeleceu-se como
estratégia para o combate às doenças transmissíveis (86).
37
A visita domiciliária permitiu um novo paradigma, sendo definida como
"um conjunto de ações de saúde voltadas para o atendimento tanto educativo
como assistencial” (4).
Considera-se, como marco inicial no Brasil, o artigo publicado em 1919
pelo "O Jornal". O autor, Fontelle, coloca a educação e formação sanitárias
como essenciais para enfermeiras que visitam seus pacientes, estabelecendo
como consequência a possibilidade de intervenção através do novo serviço
proposto, que teria como objetivo principal a prevenção (87).
Cada vez mais as visitas domiciliárias ganham notoriedade. A prática
popularizou-se no país principalmente a partir da década de 1990; a efetivação
de um novo modelo de atenção à saúde, voltado para a promoção da saúde
individual e coletiva, através do Programa Agentes Comunitários de Saúde
(PACS) e da institucionalização da Estratégia Saúde da Família (ESF), na última
década, tornou possível um avanço envolvendo a discussão e aplicação de
novos conhecimentos (88).
A visita domiciliária é um dos instrumentos mais indicados na prestação
de cuidados à saúde do indivíduo, sua família e comunidade, desde que
associada a um processo de formação de conhecimento, com objetivos bem
definidos consegue eficácia no restabelecimento da independência e autonomia
dos pacientes (89).
Diversos estudos mencionam as visitas domiciliárias como sendo
essenciais na assistência à saúde, por permitirem uma concretização da
longitudinalidade, integralidade, acessibilidade e a interação entre o profissional
e o usuário/família (90).
Um dos principais objetivos da visita domiciliária é a atenção às famílias e
à comunidade. Cada contexto deve ser levado em conta pelos prestadores de
serviços de saúde. As relações familiares são essenciais na atuação dos
profissionais de saúde, que devem considerar seus planejamentos vinculados ao
modo de vida e recursos das famílias atendidas (91,92).
A VD é uma atividade externa à unidade de saúde, mas que deve ser
encarada com a mesma seriedade das equipes de saúde. Ela se caracteriza por
utilizar uma tecnologia leve, permitindo o cuidado à saúde de forma mais
38
humana e acolhedora, estabelecendo laços de confiança entre os profissionais e
os usuários, a família e a comunidade, ampliando o acesso da população às
ações da Saúde em um dos pontos de sua rede de atenção: o domicílio, a
unidade residencial de determinada família (91,93,94).
A VD propõe, entre outras coisas, um rompimento com o modelo que era
centrado essencialmente na doença, demonstrando como o papel
desempenhado pelos profissionais, com maior interação com o usuário, pode
resultar num novo tipo de atendimento integral e humanizado aos indivíduos no
contexto familiar (95).
A visita domiciliar é um instrumento integrador entre usuários, famílias e
unidades hospitalares. O instrumento permite ainda conscientizar outros
indivíduos além do próprio paciente. Quando se compreende a dinâmica familiar,
pode-se favorecer o engajamento na assistência ao enfermo (96), dos gastos
hospitalares, e fortalecem-se os vínculos entre o cliente – profissional/família que
necessitam de acompanhamento, sendo indicada para pacientes idosos,
crônicose acamados, e na avaliação pós alta hospitalar desse grupo. A
regularidade das visitas varia conforme o estado de saúde do paciente
A visita domiciliária é um método de estudo em enfermagem que tem
como objetivo principal levar ao indivíduo, no seu domicílio, assistência e
orientação sobre a sua saúde.
A assistência em domicílio é fundamental no processo de
contextualização às peculiaridades individuais, integrando-se na relação
usuário/profissional/família (97).
É crescente a demanda por VD. Entre as vantagens está a integração
com o ambiente familiar, facilitando tanto o planejamento das ações de saúde,
como o relacionamento com a equipe de saúde. Com a característica de menor
formalidade é possível expor os problemas do domicílio, além de reduzir custos,
riscos de infecção, trazer mais comodidade, prevenção e detecção de moléstias
(98).
As visitas ocorrem no sentido de orientar, educar, fazer o levantamento
dos possíveis problemas e soluções envolvendo a saúde do paciente, além de
fornecer subsídios educativos, para que o tratamento vise a independência do
39
indivíduo. É necessário atentar-se para a realidade do paciente em seu lar,
fazendo o levantamento das características do domicílio, contexto domiciliar,
estrutura física e material ou de relações pessoais intrafamiliares que também
podem realizar orientações (99).
2.8 PAPEL DO ENFERMEIRO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE IDOSO NO AMBIENTE DOMICILIAR.
O enfermeiro tem de desempenhar um papel que vai além das atividades
curativas, agindo também como uma espécie de educador. Deve expor seu
conhecimento e senso crítico pela promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação (100).
Entre os cuidados de enfermagem possíveis estão as ações voltadas para
a manutenção, melhora ou recuperação da saúde. Como finalidade e
especificidade dos cuidados domiciliares está a estratégia de manutenção do
doente em casa, pois é um ambiente que tem mais potencial de identidade e
segurança do que uma unidade hospitalar. Estar em casa deve favorecer o
autocuidado e reduzir a necessidade de hospitalização (101).
O cuidar, para a enfermagem, é algo central, caracterizando os esforços
no auxílio ao indivíduo em sua recuperação. O cuidado não está voltado apenas
para a doença instalada, ela também tem o objetivo de prevenir que ela se
instale. O cuidado para a enfermagem é algo bem abrangente, personalizado,
que, além de curar, ainda promove a saúde (102).
O cuidado envolve diversos elementos bem complexos, requerendo uma
doação pessoal para contribuir com o lado profissional, estudar e forma
conhecimentos específicos e interferir nas atitudes práticas faz parte da relação
estabelecida entre o ser que cuida e o que é cuidado, e destes com o mundo
vivido e experimentado por ambos no tempo e espaço compartilhados (103).
O cuidado é um fundamento que depende do contato do paciente e do
enfermeiro, o conhecimento é essencial, além da dedicação, planejamento,
percepção, por parte do profissional, da singularidade de cada pessoa cuidada
(104).
40
O cuidado de enfermagem domiciliar é essencial na constituição das
necessidades sociais e de saúde da população. O domicílio depende de um
“tratamento médico residencial padronizado”, voltado para as habilidades
funcionais do paciente, com ações de assistência e cuidados diários, tendo de
existir uma equipe de estudo para troca de conhecimentos. A enfermagem tem
essa característica de proximidade com o paciente e sua família. O lado bom é
que também favorece a criação de relações afetivas, incluindo a recuperação e a
promoção da saúde (105).
O papel realizado pelo enfermeiro durante a assistência domiciliar
depende do engajamento do profissional. A autonomia e a flexibilidade da
atividade desempenhada requerem muito aprofundamento. A tomada de
decisões está atrelada também à vivência, são os dois elementos, emocional e
científico. Os conhecimentos tecnológicos também são necessários no ambiente
domiciliar, sabendo qual a forma de alcançar soluções de problemas para
pacientes e familiares.
2.9 TECNOLOGIA GERENCIAL
A Tecnologia pode ser definida como “o resultado de processos
concretizados a partir da experiência cotidiana e da pesquisa, para o
desenvolvimento de um conjunto de conhecimentos científicos para a construção
de produtos materiais, ou não, com a finalidade de provocar intervenções sobre
uma determinada situação prática. Todo esse processo deve ser avaliado e
controlado sistematicamente” (106).
As Tecnologias Gerenciais (TG) são consideradas “um processo
sistematizado e testado de ações teórico-práticas (planejamento, execução e
avaliação), utilizadas no gerenciamento da assistência e dos serviços de saúde,
para intervir no contexto da prática profissional, buscando a melhoria da sua
qualidade. Na TG ocorre a aplicação efetiva dos recursos humanos e materiais.
Ela permite uma visão compartilhada baseada no diálogo entre os sujeitos. A TG
proporciona aos profissionais e clientela interação, disposição para escutar e
falar. Ela possibilita um ambiente de estudo criativo, prazeroso, de autoestima,
de processo ensino e aprendizagem, e de desenvolvimento do ser humano na
construção de um mundo melhor” (106).
41
Na enfermagem, a tecnologia gera impacto significativo no processo de
estudo (107), sendo designada como a aplicação dos conhecimentos científicos
de modo sistemático no auxílio para melhor atender o ser humano. É importante
destacar, ainda, que o uso da tecnologia não deve ser entendido como
paradigma de cuidado contrário ao indivíduo, e sim como fator de humanização,
até mesmo nos ambientes mais tecnologicamente intensos de cuidados (108).
O impacto da tecnologia na assistência de enfermagem é tamanho que
necessita um profissional com conhecimentos que determinem o equilíbrio entre
o uso da tecnologia e o papel desempenhado pelo enfermeiro (107). Sendo social,
o enfermeiro estabelece novas relações; busca harmonia entre o cuidado e a
tecnologia, além de se relacionar humanamente com indivíduos, e não com
equipamentos (109).
As tecnologias são diferentes, de vários tipos. Existem as Tecnologias
Educacionais, voltadas para a mediação de processos de ensinar e aprender,
utilizadas entre educadores e educandos, englobando processos na educação
formal-acadêmica, formal-continuada. Existem também as Tecnologias
Assistenciais, destinadas para a mediação de processos de cuidar, para
profissionais com os clientes-usuários dos sistemas de saúde - atenção primária,
secundária e terciária. As Tecnologias Gerenciais são voltadas para processos
de gestão, visando profissionais nos serviços e unidades dos diferentes sistemas
de saúde (106).
A tecnologia sendo um instrumento para trabalho e estudo com forte
carga educacional, interfere na organização e em toda lógica do cotidiano do
profissional. É tão detalhada que as atividades devem ser sistematicamente
observadas, compreendidas e transmitidas (106).
As tecnologias que são produzidas pela Enfermagem devem passar por
um processo de avaliação e validação. Entretanto, levantamentos que cobriram
o período entre 1986 e 2000 não encontraram número expressivo de estudos na
área deste trabalho(110,111).
2.10 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE QUEDAS DO ESTUDO.
1º Instrumento
42
Fall Risk Score de Downton (112), lançada em 1992 e publicada em 1993,
seu score já validado em português por Schiaveto em 2008, o instrumento tem
sensibilidade de 74,2%. Com a especificidade de 58,8, considerando o ponto de
corte igual a 3, a acurácia obtida foi de 62,5% (113). Bem utilizado, é um
instrumento de fácil aplicação e bastante completo, pois avalia vários aspectos,
utilizando cinco critérios para avaliar o risco de queda:
1) Quedas prévias;
2) Uso de medicações;
3) Déficit sensorial;
4) Estado mental e
5) Tipo de marcha.
A pontuação do instrumento varia de zero a onze pontos, sendo que três
ou mais pontos indicam que o idoso possui risco para queda (112).
2 º Instrumento
A Escala Ambiental de Risco de Queda envolve a segurança de áreas de
locomoção, disposição da mobília, iluminação, disponibilidade e acesso aos
objetos, nos seguintes locais: quarto de dormir, banheiro, cozinha, escada e
sala. O teste consta de 29 questões, com pontuação “0 (zero) para cada
resposta afirmativa e 1(um) para cada negativa”, sendo que, quanto maior o
escore final, maior o risco de quedas(114). Demonstrou-se que os pontos de corte
para a Escala Ambiental de Risco de Queda a ser adotada deve ser: menos de
10 pontos considerado baixo risco, de 10 a 20 pontos médio risco e maior que
20 pontos alto risco ambiental para quedas (114).
3ºInstrumento
O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) (115) é uma escala mais utilizada
para rastreamento do comprometimento cognitivo. Clinicamente, detecta e
acompanha a evolução do quadro cognitivo, assim como o monitoramento da
eficácia de tratamentos. Os instrumentos de pesquisa são empregados em
estudos populacionais de larga escala (116,117,118,119,123), com baterias de testes
neuropsicológicos (120,121,123). Eles compõem o MEEM, de cinco questões, que
são: concentração, linguagem/práxis, orientação, memória e atenção, com um
escore máximo de 30 pontos (122,123). Na prática clínica, o ponto de corte 23/24 é
43
mais comumente empregado, apresentando alta sensibilidade e especificidade
para a detecção de comprometimento cognitivo e demência.
44
3 METODOLOGIA
3.1 Delineamento do estudo
O presente estudo é descritivo, exploratório, quantitativo, apresentando
um estudo de caso, realizado na Zona Norte do Rio de Janeiro, com idosos com
idade igual ou superior a 80 anos, associados a uma Operadora de Saúde
Suplementar. A pesquisa descritiva busca uma descrição dos fatos e de
fenômenos para alcançar informações a respeito daquilo que já se definiu como
problema a ser investigado (124).
O objetivo da pesquisa exploratória é aprofundar-se num assunto
específico que ainda não foi totalmente explorado, é mais específico e tende a
se transformar num estudo de caso (125), enquanto a pesquisa quantitativa tende
a um levantamento de determinado assunto. Este tipo de abordagem permite um
alcance diversificado, com um conhecimento objetivo da realidade, permitindo a
sistematização por dados, tabelas e gráficos (125).
O estudo de caso se volta para fenômenos sociais contemporâneos e o
pesquisador fica impedido de manipular comportamentos relevantes que possam
influenciar e alterar o objetivo de estudo. A metodologia permite dar conta de
ampla variedade de evidências, enquanto que o estudo de caso favorece uma
visão mais ampla sobre a vida, que a forma de investigação empírica aborda
mais diretamente(126).
3.2 CENÁRIO
O estudo foi realizado em residências de idosos octogenários associados
a uma operadora de saúde suplementar, durante seis meses de duração de
acompanhamento. A pesquisa ocorreu no Rio de Janeiro, na área de Geriatria e
Gerontologia, onde foi investigado o risco de queda em idosos octogenários no
ambiente domiciliar.
3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO
Os participantes são 36 idosos octogenários associados a uma Operadora
de Saúde Suplementar, no município do Rio de Janeiro. Todos preencheram o
(TCLE) Termo de Consentimento Livre Esclarecido.
45
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
3.4.1 Critérios de inclusão:
Indivíduos idosos, com idade igual ou superior a 80 anos, que ouvem e
entendem e Mini Exame do Estado Mental superior a 24 pontos.
3.4.2 Critérios de Exclusão:
Idosos acamados, portadores de deficiência visual e/ou auditiva graves,de
comunicação, que inviabilizem a aplicação do inquérito pelo investigador.
Após a aplicação dos critérios restaram 37 idosos, dos quais 1 se recusou
a participar do estudo totalizando uma amostra de 36 participantes.
3.5 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA
A autorização para a coleta de dados deste estudo foi submetida ao
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense – UFF,
atendendo às exigências da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de
Saúde (CNS) (127), que normatiza as pesquisas envolvendo seres humanos,
sendo necessário ler e assinar o TCLE (Anexo) pelos participantes da pesquisa
(126).
O estudo “Avaliação de Riscos de Quedas de Idosos Octogenários no
domicílio: subsídio para tecnologia educacional com o foco na segurança do
paciente” foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal Fluminense em 18/12/2014, conforme o Parecer nº 912.067 (Anexo).
Referindo-se ao risco apresentado pelo estudo, fazendo uso da mesma
resolução466/2012 do (CNS),que define como “risco mínimo”, próximo ao risco
presente na realização das ações de rotina, como, por exemplo, tomar banho,
cortar unhas ou pentear os cabelos. Os métodos e as técnicas do estudo, as
avaliações pela Escala de Downton, escala Ambiental de Risco de Quedas e,
MEEM não foram invasivos, de modo que não realizaram nenhuma intervenção
ou modificação intencional nas variáveis fisiológicas ou psicológicas e sociais
dos indivíduos participantes. As informações foram sigilosas, sem custos. Todos
foram submetidos à análise estatística descritiva simples pela escala de
Downton, escala Ambiental de risco de quedas e o mini exame do estado mental
(MEEM), sendo os resultados apresentados em tabelas. Este estudo estará
dividido em três fases metodológicas.
46
3.6 DESENVOLVIMENTO DO CHECK-LIST DE GERENCIAMENTO DE QUEDAS
O processo de desenvolvimento seguiu três etapas:
1ª Etapa:
Nessa etapa foram utilizados critérios de inclusão e exclusão para a
escolha dos participantes. Todos sabiam o objetivo do estudo e foi solicitada a
assinatura do TCLE para a coleta de dados, a aceitação e a caracterização dos
sujeitos por meio de questionário semiestruturado.
Os dados foram coletados nos domicílios dos idosos através das escalas
Ambiental de Riscos de Quedas, de Downton e MEEM em dois encontros:
O primeiro encontro foi realizado de forma a seguir os itens da Escala
Ambiental de Riscos de Quedas, avaliando fatores extrínsecos, como área de
locomoção, iluminação, quarto de dormir, cozinha, banheiro e escada,
juntamente com o paciente, para inseri-lo no processo de compreensão desses
riscos.
O segundo encontro foi conduzido pela escala de Downton para avaliação
de risco de quedas intrínsecos como quedas anteriores, medicamentos, déficits
sensoriais, estado mental e deambulação, checando item a item. O MEEM foi
realizado pela pesquisadora nas VE semestralmente e estes dados foram
introduzidos ao estudo.
Após avaliações, informações são reunidas na construção de um banco
de dados.
2ª Etapa:
A segunda etapa consistiu numa análise descritiva simples de cada dado
coletado e, ao obter os resultados, foram elaborado as tabelas, evidenciando os
principais fatores de risco de quedas no ambiente domiciliar.
3ª Etapa
A elaboração da tecnologia gerencial é demonstrada pelos dados obtidos
e pela análise de resultados, sendo uma execução simples e aplicável aos
idosos e/ou famílias no domicílio, como forma de prevenção e mitigação de
episódios de quedas entre os participantes do estudo acompanhados pelo
(PBV).
47
4 RESULTADOS
4.1 Caracterização social, cognitiva e física da amostra.
A amostra em estudo é composta por 36 idosos participantes de um
programa multidisciplinar de monitoramento de pacientes crônicos do estado do
Rio de Janeiro.
Tabela 1 - Permite observar a distribuição dos idosos participante do
programa de acompanhamento por sexo, sendo a maioria da amostra composta
por participantes de sexo feminino, atingindo 72% de participação. Observamos
as médias das idades dos homens e das mulheres, sendo estas muito próximas,
em um todo o grupo apresentou idade média de 87 anos. E possível ver o
resultado do MEEM (Mini Exame do Estado Mental) onde a amostra atingiu o
valor de 27,2 pontos. Aliado a isto, os resultados dos testes individuais aplicados
mantiveram-se sempre acima de 24 pontos, o que garante que todo o espaço
amostral é composto de pacientes lúcidos e com capacidade de compreensão
de instruções
Tabelas 2,3,4 e 5 - Podemos observar as características sócios -
econômicas da amostra como: Fonte de renda, acompanhamento domiciliar, tipo
de moradia e quantos cômodos existem na casa. 94% da amostra é compostas
por pacientes aposentados ou pensionistas.
Pelo perfil de escolaridade observado na amostra, percebe-se que 97%
dos elementos possui capacidade intelectual suficiente para compreender e
seguir instruções acerca de procedimentos comportamentais que lhes sejam
ministrados.
Em relação ao número de cômodos das moradias 67% dos idosos
residem em aposentos com quatro cômodos. Na residência, 19,4% dos idosos
da amostra residem sós e, dentre Referente a acompanhamento os 80,6% que
vivem acompanhados, 38% destes residem com o cônjuge.
48
Tabela 1: Caracterização e divisão da amostra por idade em idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.
Sexo Valor absoluto de participante
% Idade média em anos
Resultado MEEM
Feminino 26 72,2 86,2 27,2
Masculino 10 27,8 86,8 27,2
Tabela 2: Tipo de renda econômica de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.
Atividade Econômica Valor Total
Valor porcentual
Aposentado por tempo de serviço 10 27,8
Aposentado por motivo de saúde 1 2,8
Aposentado por idade 17 47,2
Pensionista 6 16,7
Sem renda 1 2.8
Total 36 100
Tabela 3: Grau de escolaridade de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de Janeiro, 2016.
Escolaridade Valor Total Valor porcentual
Primário incompleto 1 2,8
Primário completo 16 44,4
Ginásio 11 30,6
49
Ensino médio 1 2,8
Colégio/ Curso superior 7 19,4
Total 36 100
Tabela 4: Existência de acompanhamento domiciliar de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016.
Acompanhante Valor Total Valor porcentual
Não existente ( moram só) 7 19,4
Cuidador profissional 5 13,9
Cônjuge 11 30,6
Outros da mesma geração 4 11,1
Filhos 9 25
Total 36 100
Tabela 5: Número de cômodos em moradia de idosos participantes de um programa de acompanhamento. Rio de Janeiro, 2016.
Número de cômodos na residência
Valor Total Valor porcentual
Quatro cômodos 24 66,7
Mais de quatro
cômodos
12 33.3
4.2 Fatores Intrínsecos de Risco de Queda
50
Para avaliação dos fatores intrínsecos de risco de queda foi aplicada a
Escala Downton.
Os itens da escala de Downton (64) estão apresentados na tabela 6. Uma
parcela expressiva desta população (86%) já apresentou ao menos uma queda
anterior à aplicação desta escala.
Quanto ao uso de medicamentos, quase a totalidade dos idosos (97%)
faz uso de algum. As classes de medicamentos mais utilizadas são
tranquilizantes e sedativos (47%), e hipotensores (81%).
Em relação à presença de déficit sensorial, de acordo com a escala de
Downton, são divididos em 3 tipos de alterações: visuais, auditivas e de
extremidade. Através de auto-relatos e observações “in loco” do pesquisador,
constatou-se que 30,6% da amostra possuía alterações visuais e 47,2%,
alterações auditivas, mas nenhum idoso apresentou alterações de extremidades,
sendo que 11% dos idosos apresentava mais de um tipo de déficit sensorial.
Todos os idosos desta amostra foram orientados, fato reforçado pela
média do MEEM.
Tabela 6: Risco de intrínseco para queda e do score da escala de Downton entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Risco intrínseco para quedas
Sim % Não %
Quedas anteriores 31 86 5 14
Uso de medicações 35 97 1 3
Déficit sensorial 24 66 12 33
Estado mental (orientação)
36 100 00 00
Deambulação 27 75 9 25
Total 36 100 36 100
Risco intrínseco para quedas Sim % Não
51
Tabela 7: Uso de remédios entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Tipo de medicação
Sim % Não %
Tranqüilizantes e sedativos
17 47 19 53
Hipotensores 29 81 7 19 Antiparkinsonianos
1 3 35 97
Antidepressivos 8 22 28 78 Outros 3 8 33 92
Total 36 100 36 100
Tabela 8: Existência de déficit sensorial entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domicilia. Rio de janeiro, 2016.
Déficit Sensorial Sim % Não %
Alterações visuais 11 30 25 69
Alterações auditivas 17 47 19 52
Alterações de extremidade
00 00 36 100
Mais de um déficit 4 11 32 88
Total 36 100 36 100
Tabela 9: Tipo de deambulação com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Deambulação Sim % Não %
Segura com auxilio 9 25 27 75
Insegura com ou sem auxílio
00 00 36 100
Impossível 00 00 36 100
Total 36 100 36 100
52
Tabela 10 : Auto percepção de risco de queda dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Auto percepção do Risco de queda %
Sim 39
Não 61
Total 100
Tabela 11: Distribuição dos idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar segundo na Escala de Downton. Rio de janeiro, 2016.
Número de Idosos Escore de risco intrínseco de queda de Downton
1 00
1 1
3 2
12 3
3 5
4 6
Total 36 100
De acordo com a interpretação da Escala de Downton, uma pontuação
maior que 2 indica alto risco para queda, assim observamos que 86% da
amostra apresentava alto risco intrínseco de queda caracterizado por pontuação
maior ou igual a 3,dado confirmado pelo índice acima de 50 % no período de
acompanhamento, como mostra a tabela 12.
Tabela 12: Porcentagem de alto índice de queda prevalência de queda em 6 (seis) meses de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
53
Risco elevado de Queda dentro da amostra (%)
Prevalência de Queda durante
acompanhamento (%)
Sim 86 55
Não 14 44
Total 100 100
4.3 Riscos Extrínsecos
Para avaliação dos riscos extrínsecos, a escala Ambiental de Risco de
Queda foi aplicada entre os participantes da pesquisa. A escala apresenta cinco
domínios, referentes os cômodos da residência. A prevalência dos fatores de
risco da escala ambiental está representada nas Tabelas - 13,14, 15, 16, 17 e
18.
No domínio áreas de locomoção observa-se maior prevalência de itens
conformes, sendo 80% das residências com áreas desimpedidas e 61% com
revestimentos uniformes ou tapetes bem fixos.
Todos os idosos residiam em moradias com iluminação em conformidade
como o necessário, assim como interruptores acessíveis, e a maioria possui
sentinela (sensor de presença) e iluminação exterior satisfatória.
Quanto aos domínios quarto de dormir, banheiro, cozinha e escada, foi
encontrada maioria de conformidades e sem associação com a ocorrência de
queda.
Tabela 13: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de
risco de queda (áreas de locomoção) entre idosos participantes de um programa
de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Área de deambulação Sim % Não %
Áreas de locomoção desimpedidas 29 80,6 7 19,4
Revestimentos: uniformes ou tapetes bem fixos
22 61.1 14 38,9
54
Tabela 14: Risco de quedas extrínsecos e do escore da escala de ambiental de risco de queda (iluminação) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Iluminação Sim % Não %
Suficiente para clarear toda a superfície de marcha no interior de cada cômodo incluindo degraus
36 100 00 00
Interruptores: acessíveis na entrada dos cômodos
36 100 00 00
Iluminação exterior: suficiente para iluminar toda a entrada exterior
35 97,2 1 2,8
Sentinela: iluminando o quarto o corredor e o banheiro
22 61,1 14 38,9
Tabela 15: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (quarto de dormir) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
QUARTO DE DORMIR Sim % Não %
Guarda-roupa: cabides facilmente acessíveis
35 97,2 1 2,8
Cadeira permitindo se assentar para se vestir
22 61,51 14 38,9
Cama de boa altura (45 cm) 27 75 9 25
Tabela 16: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (banheiro) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016.
Banheiro Sim % Não %
55
Lavabo: facilmente acessível e bem fixo 34 94,6 2 5,6
Área do chuveiro: antiderrapante 23 63,9 13 36.1
Box: abertura fácil 34 34,4 2 5,6
Tabela 17: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (cozinha) entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
COZINHA Sim % Não %
Armários: baixos, sem necessidade de uso de escada
26 72,2 10 27,8
Pia sem vazamentos 36 100 00 00
Tabela 18: Risco de quedas extrínseco e do escore da escala de ambiental de risco de queda (escada) com a ocorrência de queda entre idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar . Rio de janeiro, 2016.
ESCADA Sim % Não %
Revestimento antiderrapante 21 58,3 15 41,7
Corrimão bilateral 31 86,1 5 13,9
Corrimão sólido
32 88,9 4 11,1
Corrimão que se prolonga além do primeiro e do último degraus
25 69,4 11 30,6
36 100 00 00
Espelho de degrau fechado
Uniformidade dos degraus: altura dos espelhos e profundidade
34 94,4 2 5,6
56
dos degraus constantes
De acordo com a escala Ambiental de risco de queda, abaixo de 10
pontos obtidos é indicativo de baixo risco, entre 10 e 20 indica médio risco e
acima de 20 significa alto risco ambiental de queda.
A Tabela 20 apresenta a prevalência de risco ambiental de queda onde se
nota que 97% dos idosos apresenta baixo risco, apenas 3% com médio risco,
sendo que nenhum idoso apresentou alto risco.
Tabela 19: Prevalência do risco de queda de acordo com Escala Ambiental de idosos participantes de um programa de acompanhamento domiciliar. Rio de janeiro, 2016.
Risco Ambiental %
Alto 97
Médio 3
Baixo 0
Total 100
57
5 DISCUSSÃO
A resolução da diretoria colegiada RDR 36 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), no momento de seu lançamento, suscitou
polêmica, devido à sua ambição. Embora apresente boas intenções, como
aumentar a segurança do paciente, e a qualidade dos serviços prestados,
excluem do escopo desta Resolução os consultórios individualizados,
laboratórios clínicos e os serviços móveis e de atenção domiciliar(77).
A questão da segurança dos pacientes é bastante recorrente nas medidas
da Anvisa que, como agência reguladora, estabeleceu que os serviços de saúde
do Brasil criassem um novo departamento, chamado de Núcleo de Segurança
do Paciente (NSP) (128).
Atentando ao fato de que a vigilância e o monitoramento sobre os
serviços de saúde seguem recomendações da Aliança Mundial para a
Segurança do Paciente e da Organização Mundial da Saúde (OMS), nota-se a
coerência da preocupação da Anvisa com a segurança dos tais. Entretanto, a
exclusão, que inicialmente faz dos ambientes de consultórios individualizados,
laboratórios clínicos e os serviços móveis e de atenção domiciliar, deixa aberta
uma importante lacuna, que pode ser preenchida pelo conteúdo mostrado neste
trabalho.
De acordo com a amostra utilizada (n=36), 72,2% era do sexo feminino,
orientados, e dentre eles 7 moram sozinhos, o que representa 19,4%. O
presente estudo desenvolvido com idosos mostrou que 86% tiveram quedas
anteriores, sendo que 35 idosos (97%) faziam uso de medicações. Dentre os 35
idosos deste estudo, 47% faziam uso de tranquilizantes e 81% de hipotensores.
O envelhecimento é um processo degenerativo no qual ocorrem diversas
mudanças morfológicas e funcionais no corpo. Dentre as morbidades destacam-
se as doenças crônico-degenerativas como as cardiovasculares, as
cerebrovasculares, a hipertensão arterial, o glaucoma, a catarata, a osteoporose,
o diabetes mellitus, a depressão, o Alzheimer e a doença de Parkinson. Algumas
destas doenças crônicas levam à limitação funcional, aumentando o risco de
quedas(129).
O envelhecimento, além de trazer alterações da marcha, acaba
aumentando a possibilidade de tropeços. Durante esta fase da vida, há uma
58
diminuição da flexibilidade e mobilidade do quadril e joelhos, limitação da
amplitude de dorsiflexão dos tornozelos, diminuição da força, alteração do
equilíbrio e tonturas. Essas alterações são responsáveis, em grande medida,
pelos tropeços ou escorregões e, por consequência, de quedas(130).
Segundo o Ministério da Saúde (MS), a maioria das quedas acidentais
ocorre dentro de casa ou em seus arredores, geralmente durante o desempenho
de atividades cotidianas como caminhar, mudar de posição e ir ao banheiro. A
influência dos fatores ambientais no risco de quedas associa-se ao estado
funcional e mobilidade da pessoa idosa. Quanto mais frágil o idoso, mais
suscetível a quedas. Manobras posturais e obstáculos ambientais que não são
problemas para idosos mais saudáveis podem, no entanto, transformar-se em
séria ameaça à segurança e mobilidade daqueles com alterações no equilíbrio e
marcha(131).
As consequências das quedas podem ser das mais simples (tipo
escoriação), até as mais complexas como restrição de atividades, síndrome do
medo de cair, declínio na saúde, o que gera demanda por cuidados de longa
duração(132).
As quedas em indivíduos acima dos 60 anos são tão frequentes que há
muito tempo são aceitas como efeitos “naturais” do envelhecimento. Tal
observação repousa no fato que pelo menos 30% dos idosos no Brasil sofre um
episódio de queda por ano, sendo que as mulheres têm uma frequência um
pouco mais elevada do que os homens da mesma faixa etária. Os idosos na
faixa entre 75 e 84 anos que necessitam de auxílio em algumas atividades da
vida diária têm probabilidade de sofrer queda aumentada em 14 vezes (133).
Para o autor, da mesma forma que o número de idosos vem aumentando,
o consumo de medicamentos acompanha esse crescimento. Os idosos hoje
demonstram ser responsáveis pelo consumo de 43% de todos os medicamentos
fornecidos sob prescrição médica. Assim, define-se o grupo etário mais
medicalizado na sociedade, em razão do aumento de prevalência de doenças
crônicas que acompanham o envelhecimento (134).
Muitos idosos tomam os medicamentos sem saber a razão. Dentre os
motivos podem estar o desconhecimento do diagnóstico, o não entendimento da
terminologia médica usada pelo prescritor, ou a falta de orientação pela equipe
multiprofissional(134).
59
O número de pacientes idosos que dependem de alguma forma de
fármacos para doenças crônicas e/ou para melhoria da sua qualidade de vida
está crescendo dia após dia. Pode-se notar que, nas salas de emergência, uma
larga porção de pacientes acima de 60 anos já sofreu algum tipo de queda e/ou
fratura, e toma regularmente fármacos de uso contínuo (135).
O envelhecimento traz como consequências mais diretas a modificação
do perfil epidemiológico brasileiro, com crescimento significativo das doenças
denominadas crônicas não-transmissíveis. Entre elas, a hipertensão ocupa um
efetivo espaço no hall das doenças crônicas comuns entre os mais velhos (133).
Vale salientar que processo de envelhecimento acarreta alterações na
marcha, causada pela diminuição da flexibilidade e mobilidade de quadril e
joelhos, limitação da amplitude de dorsiflexão dos tornozelos e a diminuição da
força. Tais limitações implicam em maior possibilidade de tropeços (46).
Salientando ainda mais a ideia do autor, alguns dos fatores que tem sido
contabilizados para o aumento do risco de quedas e fraturas na população idosa
são: uso de fármacos causando sonolência, mudando o equilíbrio, tônus
muscular e/ou hipotensão, principalmente a hipotensão ortostática. Como
exemplo, podem-se citar os agentes anti-hipertensivos, que podem causar
hipotensão postural, principalmente quando associada ao uso de agentes
diuréticos, que requer que o idoso acorde durante a noite e ande até o banheiro
para urinar, facilitando a ocorrência de quedas que resultam em fraturas (135).
A hipertensão e suas sequelas podem ser um fator determinante no
desenvolvimento de episódios de hipotensão em idosos, pois tanto a idade
quanto a hipertensão diminuem a sensibilidade do reflexo baroceptor
independentemente, e, ainda, estes efeitos sobrepostos podem desregular a
homeostase, deixando os idosos hipertensos particularmente vulneráveis a
episódios de hipotensão (135).
Para o autor, há grande risco de hipotensão no uso de anti-hipertensivos
por idosos sem seguimento clínico adequado, principalmente naqueles que
usam mais de um fármaco para controle da hipertensão arterial. Faz-se
necessário orientar melhor os idosos quanto à necessidade de
acompanhamento periódico sem grandes intervalos entre as consultas (135).
O predomínio do consumo de benzodiazepínicos é alto em indivíduos
idosos, especialmente nas mulheres. Entre idosos mais velhos esta diferença é
60
menos acentuada (136). Isto é relatado em estudos internacionais (136) e nacionais
(136). No caso da população idosa Norte Americana, estudos demonstram que
estes idosos confiam nos benzodiazepínicos em função de suas propriedades
tranquilizantes e eficácia no controle do estresse. Já na população idosa
brasileira (137,138),o consumo de benzodiazepínicos de meia vida longa está
relacionado ao controle de distúrbios de ansiedade e sono.
Em relação à prevalência do risco de quedas intrínseco e do escore da
escala de Downton, 66% possuía déficits sensoriais, sendo 30% com alterações
visuais, 47% com alterações auditivas e 11 % com mais de um déficit.
Com o envelhecimento, o sistema visual sofre uma série de mudanças,
tais como: a diminuição da acuidade visual, diminuição na velocidade de
adaptação ao escuro e o aumento de limiar de percepção luminosa. Esse
decréscimo na capacidade visual está associado às quedas. Além das
alterações próprias do envelhecimento, as moléstias oftalmológicas mais
comuns nos idosos incluem a catarata, glaucoma e degeneração muscular,
fatores que aumentam ainda mais o risco para quedas (139).
As doenças que afetam o sistema vestibular são muito frequentes na
população idosa (...). A informação sensorial assume uma função fundamental
no controle postural dos idosos, e a integração dessas informações visuais,
proprioceptivas e vestibulares tornam-se necessárias para gerar respostas
apropriadas para a manutenção do equilíbrio. Assim, fica claro que a inabilidade
na recepção dos elementos sensoriais múltiplos pode ser um fator contribuinte
para a instabilidade e, consequentemente, um forte risco de quedas (139).
No que se refere ao potencial risco de queda, foi possível observar que
86% (n=36) representa alto risco de queda nos idosos participantes deste
estudo, sendo que apenas 39,1% tem percepção sobre os riscos de queda e
61% não possui conhecimento sobre os potenciais riscos de queda.
O conhecimento em relação aos fatores causais relacionados à queda
constitui condição necessária, e antecede as ações do indivíduo para sua
prevenção. As ações educativas constroem a base para a promoção da saúde e
podem auxiliar na prevenção de quedas em pessoas idosas, aumentando a
capacidade dos indivíduos de tomar decisões relativas a comportamentos que
influenciarão no risco de cair. O autor, relata que os idosos conhecem
parcialmente os fatores de risco para a ocorrência de quedas, ignorando alguns
61
fatores importantíssimos como o uso de medicamentos e a presença de animais
domésticos no lar (140) .
A mudança de hábitos e atitudes dos indivíduos é um processo que
recebe interferências de vivências prévias, de fatores culturais, entre outros.
Para que a ação educativa seja resolutiva, é necessário discutir os
conhecimentos por meio de um mecanismo de comunicação que facilite a
compreensão e estimule a sua prática e que torne o idoso e a sua família
participantes ativos do processo de promoção da sua saúde (141).
Os programas de prevenção das quedas devem incluir educação para a
saúde e materiais de promoção da saúde sobre redução de riscos. No entanto,
estes alertam que os materiais educacionais por si só podem não promover
mudanças comportamentais. Muitos programas utilizam um check-list de fatores
de risco ambientais, que o cuidador informal pode utilizar para ajudar o idoso a
identificar os riscos, e onde podem também estar sugeridas as ações corretivas,
como, por exemplo, eliminar tapetes ou colocar faixas antiderrapantes por baixo
dos mesmos, fixando-os ao pavimento, melhorar a iluminação durante a noite
através de luzes de presença e instalando barras de apoio nos banheiros. As
intervenções direcionadas apenas para a educação e o conhecimento sobre a
modificação de fatores de risco (sem medidas que implementem as alterações
recomendadas) parecem não ser significativas na redução das quedas, mas
revelam-se importantes na melhoria do nível de auto eficácia do idoso, reduzindo
o medo de cair e melhorando a atitude do idoso face às quedas (141).
Vale ressaltar que as Políticas Públicas de Saúde objetivam assegurar a
atenção à toda a população dando visibilidade a um segmento populacional até
então pouco notado pela saúde pública - os idosos e as idosas com alto grau de
dependência funcional. É possível a criação de ambientes físicos, sociais e
atitudinais que possibilitem melhorar a saúde das pessoas com incapacidades
tendo como uma das metas ampliar a participação social dessas pessoas na
sociedade (142).
O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), do Ministério da
Saúde, visa a “redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário
associado à atenção à saúde”. O PNSP foca nos atendimentos prestados, na
segurança do paciente e na promoção da qualidade nos serviços de saúde.
Cabe ressaltar que EA é o “incidente que resulta em dano à saúde”. Os Eventos
62
Adversos causam prejuízos a pacientes e profissionais do sistema de saúde, e
geralmente estão associados a falhas decorrentes de processos e estruturas de
assistência. A Portaria 529, de 2013, promove e apoia iniciativas voltadas à
segurança do paciente, por parte dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP)
(76).
A prevenção de quedas exige a orientação e identificação destes fatores
de risco, além de uma corresponsabilidade de todos os envolvidos, como os
cuidadores, familiares e profissionais de saúde, contribuindo para uma melhor
qualidade de vida e garantia de um processo de envelhecimento ativo (133).
A educação para a saúde evidencia-se como papel facilitador da
promoção para a saúde, não podendo, no entanto, ser encarada como simples
passagem de informação. Implica um planejamento adequado e uma
metodologia enquadrada visando uma mudança de comportamentos cujo intuito
é a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e um consequente aumento de
ganhos em saúde (143).
O autor reforça que as medidas preventivas passam pela promoção da
saúde, com adoção de medidas de educação para a saúde e capacitação dos
idosos para o auto cuidado e prevenção de incapacidades e doenças, e serão
tanto mais eficazes quanto maior o envolvimento de todos os setores da
comunidade, idosos e família (143).
Em seis meses de estudo foi possível observar que 55% dos idosos
inseridos na pesquisa apresentaram prevalência de queda, e como fator
extrínseco a escada representou um elevado índice de queda.
Os fatores ambientais são muito comuns na origem das quedas sofridas
por pessoas idosas. No entanto, estes fatores tornam-se tanto mais perigosos
quanto maior for a vulnerabilidade e a instabilidade da pessoa. Nos idosos, o
desenvolvimento de atividades rotineiras são geradores de uma maior
percentagem de quedas do que as situações mais perigosas, como, por
exemplo, subir escadas ou subir para uma cadeira (143).
Muitos fatores de risco para quedas em residentes idosos de diferentes
comunidades têm sido relatados. A etiologia da queda é normalmente
multifatorial, resultante da interação entre fatores predisponentes e precipitantes,
que podem ser intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos podem ser
definidos como aqueles relacionados ao próprio sujeito, o qual pode apresentar
63
redução da função dos sistemas que compõem o controle postural, doenças,
transtornos cognitivos e comportamentais, apresentando incapacidade em
manter ou para recuperar o equilíbrio, quando necessário. Como fatores
extrínsecos têm-se aqueles relacionados ao ambiente, tais como iluminação,
superfície para deambulação, tapetes soltos, degraus altos ou estreitos. Há, no
entanto, divergência com relação aos fatores de risco extrínsecos para quedas,
pois se considera que eles não podem ser cogitados somente em termos de
fatores do local onde o idoso vive, por haver interferência também de fatores
culturais, religiosos, etários e étnicos (144).
Os fatores extrínsecos ou ambientais, por si só, proporcionam um grande
risco de quedas, e quando associados às características físicas do indivíduo,
que podem estar debilitados, com comprometimento do equilíbrio, limitações na
força muscular, marcha ou mobilidade, aumentam a chance da ocorrência do
evento (129).
Ao identificar os fatores de risco ambientais para quedas é importante
orientar o individuo e os familiares a adequarem a casa, proporcionando um
ambiente seguro, permitindo uma movimentação o mais livre quanto possível, e
aliviando a família da constante preocupação com a segurança. Um dos meios
eficientes de comunicação e orientação é a participação por meio de palestras,
visitas domiciliares, grupos de terceira idade e consultas de enfermagem, para
que o idoso e familiares se conscientizem em relação aos fatores de risco
modificáveis existentes em sua residência (129).
Quanto à percepção do risco de queda em idosos participantes de um
programa domiciliar, foi possível observar que 86% (n=36) representa alto risco
de queda, sendo que 61% não possui conhecimento sobre os potenciais riscos
de queda e 39,1% desconhece.
A queda é um evento frequente e limitante, sendo considerada um dos
principais problemas que ocorrem com o envelhecimento. Ela gera uma grande
e progressiva insegurança no indivíduo e, não raro, é o marco a partir do qual se
inicia um processo de involução física pela redução das atividades diárias
decorrentes do receio de uma nova queda (145).
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG, 2009) (143)
informa que uma casa segura contra quedas de idosos deve ter boa iluminação
nas escadas e corredores. Devem ser eliminados os tapetes soltos, móveis
64
baixos e obstáculos do chão; deve possuir piso antiderrapante, especialmente
no banheiro, e tapete antiderrapante no box; ter um banquinho no box, que
auxilia a ensaboar e enxaguar os pés durante o banho; ter suportes de parede
no box e ao lado do vaso sanitário, para auxiliar o equilíbrio; não usar chaves na
porta do banheiro, local de acidentes frequentes; ter interruptor próximo à porta e
em boa altura; ter boa iluminação no trajeto da cama ao banheiro durante a
noite; ter luzes noturnas que evitam a desorientação durante a noite; manter
telefones próximos à cama, luzes de cabeceira fixas; remover soleiras altas das
portas; não encerar o piso; altura da cama e cadeiras apropriadas para manter
os pés no chão, quando sentado; manter corrimão nas escadas; colocar
utensílios e mantimentos em locais de fácil alcance e não subir em escadas ou
banquinhos. Esses seriam alguns cuidados importantes para serem implantados
nas residências dos idosos (145).
As Políticas Publicas de Saúde objetivam assegurar a atenção à toda a
população, dando visibilidade a um segmento populacional até então pouco
notado pela saúde pública - os idosos e as idosas com alto grau de dependência
funcional. É possível a criação de ambientes físicos, sociais e atitudinais, que
possibilitem melhorar a saúde das pessoas com incapacidades tendo como uma
das metas ampliar a participação social dessas pessoas na sociedade (21).
A atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa deverá ser
estruturada nos moldes de uma linha de cuidados, com foco no usuário,
baseado nos seus direitos, necessidades, preferências e habilidades;
estabelecimento de fluxos bidirecionais fucionantes, aumentando e facilitando o
acesso a todos os níveis de atenção; providos de condições essenciais -
infraestrutura física adequada, insumos e pessoal qualificado para a boa
qualidade técnica. Instrumentos gerenciais, baseados em levantamento de
dados sobre a capacidade funcional (inventários funcionais) e sóciofamiliares da
pessoa idosa, deverão ser implementados pelos gestores municipais e estaduais
do SUS, para que haja a participação de profissionais de saúde e usuários na
construção de planos locais de ações para enfrentamento das dificuldades
inerentes à complexidade de saúde da pessoa idosa (147).
A prática de cuidados às pessoas idosas exige abordagem global,
interdisciplinar e multidimensional, que leve em conta a grande interação entre
os fatores físicos, psicológicos e sociais que influenciam a saúde dos idosos e a
65
importância do ambiente no qual está inserido. A abordagem também precisa
ser flexível e adaptável às necessidades de uma clientela específica. A
identificação e o reconhecimento da rede de suporte social e de suas
necessidades também faz parte da avaliação sistemática, objetivando prevenir e
detectar precocemente o cansaço das pessoas que cuidam. As intervenções
devem ser feitas e orientadas com vistas à promoção da autonomia e
independência da pessoa idosa, estimulando-a para o autocuidado (21).
Uma vez conhecida a condição de fragilidade, será necessário avaliar os
recursos locais para lidar com ela, de modo a facilitar o cuidado domiciliar, incluir
a pessoa que cuida no ambiente familiar como um parceiro da equipe de
cuidados, fomentar uma rede de solidariedade para com o idoso frágil e sua
família, bem como promover a reinserção da parcela idosa frágil na comunidade
(147).
66
6 PRODUTO
Os produtos apresentados neste capítulo tem como objetivo minorar as
quedas no ambiente domiciliar. As questões deste checklist foram pensadas
para um público-alvo de idosos.
Após análises das escalas de Downton, Escala Ambiental de Risco de
Quedas e MEEM, os resultados apontaram a necessidade de uma tecnologia
essencial para a minoração destas quedas de idosos no domicílio, e assim foram
elaborados Check List, Plano e Guia.
6.1 CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO DOS FATORES INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS DE QUEDAS NO AMBIENTE DOMICILIAR.
Enfermeiro visitador: _____________________________________________
Data da visita___/___/____ 1. Identificação do Paciente
Nome___________________________________________________________
MO:_____________________________________________________________
Data de nascimento: ____/____/____ - Idade: ____anos- Sexo: F M
Endereço:________________________________________________________
Telefone: _________________________
2. Doenças e Sinais Referidos:
Artrite------------------------------ Artrose-------------------------
Audição alterada-------------- AVC e AVE------------------
Desequilíbrio------------------- Diabetes----------------------
Doença Vascular-------------- Hipertensão arterial------
Incontinências urinárias---- Insônia------------------------
Labirintite------------------------ Neuropatia-------------------
Reumatismo------------------- Visão alterada---------------
Quedas:
Datas das quedas: 1) ___/____/___ 2) ___/____/___ 3) ___/____/___
67
Locais das quedas:
Sala-------- Sala---------- Sala--------
Banheiro--- Banheiro--- Banheiro-
Cozinha---- Cozinha---- Cozinha--
Quarto------ Quarto----- Quarto----
Escada----- Escada----- Escada----
Outros------ Outros----- Outros-------
Se outros, descrever: ______________________________________________
Ocorrência da queda:
Manhã--- Manhã-- Manhã----
Tarde---- Tarde---- Tarde-----
Noite----- Noite----- Noite-------
A queda ocorreu: Da cama -------------------------
Da cadeira de rodas -----------
Da própria altura ----------------
Do vaso sanitário ---------------
No chuveiro da cadeira higiênica
No chuveiro da própria altura
3. Medicamentos:
Faz uso de mais de 4 medicações: Sim Não
Tranquilizante: Sim Não
Sedativo: Sim Não
Hipotensores: Sim Não
Antiparkinsonianos: Sim Não
Antidepressivo: Sim Não
Houve alguma modificação na medicação usada habitualmente? Sim Não
Se sim Qual? ____________________________________________________
Algum medicamento novo foi introduzido ou retirado? Sim Não
Se sim Qual? _____________________________________________________
68
Fez uso de alguma medicação por conta própria? Sim Não
Se sim Qual? ___________________________________________________
4. Déficit sensorial
Alterações visuais? Sim Não
Se sim Qual? ___________________________________________________
Alterações auditivas? Sim Não
Se sim Qual? ___________________________________________________
Se auto avaliadas ou percebidas alterações, orientar consulta médica na especialidade correta.
Consulta agendamento para: ____/____/_____
Especialidade Indicada: ____________________________________________
5. Deambulação:
Desequilíbrio na marcha? Sim Não
Deambula com auxilio de: Bengala? Sim Não / Muletas? Sim Não
6. Residência:
a) Tem tapetes soltos na sua casa? Sim Não
Obs.: Se sim, orientar retirar o tapete ou colar no chão.
b) Iluminação suficiente em todos os cômodos da residência? Sim Não
c) Em residência que tenha escada, orientar sobre a necessidade de interruptor “threeway”, de ligar e desligar embaixo e em cima (sentinela)
d) Existe algum fio solto pela casa que, quando se caminhe precise passar por cima? Sim Não
Obs.: Se sim, orientar a reorganização dos fios pelos cantos das paredes.
e) O quarto tem uma luz (sentinela) ou abajur ao lado da cama, que seja fácil de alcançar? Sim Não
Obs.: Se não, orientar sobre a necessidade de um ambiente iluminado.
f) O quarto tem uma cadeira permitindo se assentar para se vestir? Sim
Não
g) A cama é baixa > 45 cm?
Obs.: Se sim, orientar que camas baixas dificultam o idoso sentar ou levantar sem auxilio.
h) O banheiro da casa tem:
69
1. Barra de apoio na parede lateral do vaso sanitário? Sim Não
2. Barra de apoio na lateral do chuveiro? Sim Não
3. Tapete antiderrapante? Sim Não
Obs.: Se não, orientar para instalar barras de segurança nos banheiros e utilizar tapetes emborrachados e que não escorreguem, e ter no banheiro uma cadeira de plástico forte e segura.
7. Escada:
Na residência tem escada? Sim Não Obs.: Se sim, orientar para a necessidade de ter piso antiderrapante,
corrimão bilateral e sólido, uniformidade dos degraus.
70
6.2 PLANO DE ACOMPANHAMENTO DO IDOSO, BASEADO NO CHECK LIST.
Data do acompanhamento:_____/____/____
Nome do Paciente _________________________________________________
Idade:________ DN: ___/___/___
1. Identificação
Avaliação cognitiva sobre seus dados pessoais e inclusive sobre a compreensão das receitas médicas e orientação.
Alteração? Sim Não
Relatar se houve alteração.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
2. Doenças e sinais referidos.
Visão
Alteração? Sim Não
Relatar se houve alteração.
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Data da última avaliação oftalmológica ___/___/______
Audição: ________________________________________________________
Alteração? Sim Não
Relatar se houve alteração.
________________________________________________________________
Data da última avaliação otorrinológica ___/___/______
Encaminhamentos: ________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
3. Queda
Quedas anteriores
Queda recente
Onde caiu:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
Estava sozinho Estava acompanhado
71
Com fratura Sem fratura
Necessidade de hospitalização: Sim Não
________________________________________________________________
4. Medicamento
Orientar
Supervisionar
Auxiliar
________________________________________________________________
5. Deambulação
Anotar alterações na marcha:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
6. Informações adicionais
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
________________________________________________________________
_______________________________________________________________
72
6.3 GUIA DE ORIENTAÇÕES COM CUIDADOS PARA PREVENÇÃO DOS FATORES PREDISPONENTES ESPECÍFICOS QUE AUMENTAM O RISCO DE QUEDA DE IDOSO NO DOMICÍLIO.
A prevenção de quedas na pessoa idosa é a primeira medida para que
ela continue vivendo sua autonomia, e, assim, tenha melhor qualidade de vida.
Afirmar isto não é demasia, uma vez que A Associação Médica Brasileira (AMB)
relata que 30% das pessoas com 65 anos ou mais caem pelo menos uma vez ao
ano e mais de 60% dos idosos que sofreram queda terão novos episódios no
ano seguinte.
Medicamentos
Identificando os medicamentos que mais predispõem risco de quedas.
Fazer uso de mais de 4 medicações:
• Tranquilizante
• Sedativo
• Hipotensores
• Antiparkinsonianos
• Antidepressivo
Orientações referentes os medicamentos:
1 º Tomar medicamentos na hora certa, ressaltando que se a dose não for
ministrada, tomá-la o mais breve possível. Se faltar pouco tempo para a próxima
dose, pular a dose que não tomou. Não tomar duas doses ao mesmo tempo;
2º Tomar medicamentos na dose certa;
3º Fazer uso da via certa;
4º Mantenha a prescrição sempre organizada, para não haver dúvida de
quais e quantos comprimidos devem ser tomados em cada horário;
5º Nunca se automedicar;
6 º Certificar que entendeu todas as instruções antes de usar uma nova
medicação;
73
7 º Solicitar na consulta que a letra seja legível e se possível digitalizada;
8 º Atentar a idosos que vivem sozinhos, porque correm um maior risco de
erros de automedicação;
9 º Deixar todos cientes das alergias medicamentosas;
10 º Não tomar nenhuma medicação prescrita para outra pessoa, nem dê sua
prescrição para outros;
11 º Jogar fora remédio velho ou com prazo de validade vencido;
12 º Siga as orientações de seu médico ao tomar medicamentos. Fique atento
para o período em que estes devem ser utilizados. Não abandone ou
prolongue o tratamento sem conversar com o profissional que fez sua
prescrição;
13 º Anote os medicamentos que você deve tomar diariamente numa planilha,
de forma que seja mais fácil para o seu entendimento. Cole em sua geladeira
ou em outro local visível em sua casa;
14 º Peça ajuda a seus familiares ou a seu cuidador quando não entender ou
ficar confuso sobre qual remédio que deve ser tomado ou ao horário de
administração do mesmo;
15 º Tente utilizar as caixinhas disponíveis no mercado, as quais separam as
medicações por dias da semana ou períodos do dia. Caso seja necessário peça
para seu familiar enchê-la previamente para você;
16º Nas caixinhas, guarde em suas embalagens originais, em local seco, de
temperatura ambiente (até 30 graus);
17 º Guarde separadamente aqueles medicamentos que possui em sua casa e
que não esta fazendo uso no momento. Também jogue fora aqueles fora
do prazo de validade;
18 º Não misture medicamentos com álcool;
19º Guarde a insulina em uma caixinha de isopor em sua geladeira, a
abertura da porta da geladeira sem esta proteção pode danificá-la;
20 º Ocorrendo qualquer alteração em seu organismo avise imediatamente o
seu médico, por exemplo, náuseas, vômitos, alterações na pele, alterações no
seu hábito intestinal e inapetência;
74
Visão
Com o aumento da idade, passamos a ter embaraços para enxergar
degraus, mesinhas, pequenos animais, especialmente em locais com a
iluminação precária.
Como prevenir?
Orientar as famílias/cuidador e aos próprios idosos a manter uma
iluminação adequada e manter regularmente a consultar com um oftalmologista,
prevenido ou tratando problemas com a visão.
Se indicado o uso de óculos, observar se está sendo usado diariamente.
Doenças crônicas
Orientar que algumas doenças crônicas podem ocasionar o incidente de
quedas.
Como prevenir?
Orientar as famílias/cuidador sobre as doenças crônicas que este
paciente tem e orientar que é imprescindível que o idoso tenha
acompanhamento médico periódico.
Cozinha
1º Orientar quando os armários forem altos, apenas utilizar a parte baixa na
rotina do dia a dia organizando de forma que os objetos utilizados estejam em
fácil alcance;
2º Colocar passadeira antiderrapante;
3º Não usar bancos ou escada;
4º Se houver necessidade de pegar alguma coisa no alto, solicitar ajuda.
Quarto
• Orientar sobre a altura da cama. Os pés do idoso, ao sentar na beirada da
cama, devem estar totalmente no chão;
• Orientar a família sobre o uso da luz de sentinela (luz com sensor de
presença), de modo que, quando o idoso se levanta, a luz acenda, evitando que
ele se levante no escuro;
75
• Orientar sobre o uso de comadre ou patinho se o banheiro for longe;
• Orientar que os cabides do guarda roupa sejam de fácil acesso;
• Orientar o uso de campainha, ao alcance para chamar necessidades em
caso de urgência;
• Orientar a jamais trancar a porta.
Sala
• Orientar que sofás ou poltronas devem ter braços para facilitar o sentar e
levantar; ajuste a altura dos sofás, isso também é importante. As costas do idoso
precisam ficar apoiadas e os totalmente pés no chão, escolhendo sempre se
possível poltrona individual;
• Orientar que os tapetes devem ser removidos e nunca passar cera no
piso;
• Os tapetes devem ser removidos se não possuírem forro antiderrapante,
e os pisos jamais devem ser encerados.
Escadas e corredores
• Orientar a família para botar corrimãos nos corredores e nas escadas,
para que ele se sinta mais livre e menos dependente; nas escadas também
colocar fitas adesivas antiderrapantes;
• Orientar sobre boa iluminação;
• Orientar que os interruptores tem que ser de fácil acesso.
Banheiro
• Orientar sobre a necessidade de o interruptor estar próximo a porta;
• Orientar que o banheiro deve ter trancas que abre pelos dois lados;
• Orientar sobre a necessidade de o vaso sanitário ter uma altura maior,
facilitando o levantar;
• Orientar sobre a necessidade do banheiro de ter piso e tapete
antiderrapante, sobre a colocação de barras de apoio, banco ou cadeiras
especiais para banho;
• Jamais trancar a porta;
76
7 CONCLUSÃO
Este estudo permitiu conhecer o perfil dos idosos inseridos no Programa
de Acompanhamento Domiciliar, bem como destacar a prevalência de quedas, e
seus fatores intrínsecos e extrínsecos, e identificou que grande parte dos idosos
avaliados não possuem informações e nem conhecimento sobre os riscos e
que os fatores intrínsecos apresentavam maior ameaça.
Podemos concluir que torna-se necessário investir na orientação da
prevenção de quedas, em processos de educação continuada para idosos e
familiares, e sensibilizá-los da importância da identificação de fatores de risco,
orientando-os sobre a importância das Políticas Públicas de Segurança do
Paciente no ambiente domiciliar, minorando os riscos.
Esta experiência vivenciada permitiu-me um maior envolvimento
profissional, na busca da conscientização de todas as pessoas envolvidas no
processo de cuidados com idosos, focando principalmente na prevenção de
quedas e riscos correlatos.
77
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93
9 APÊNDICE A
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O IDOSO/FAMILIA
Dados de Identificação
Título do Projeto: Avaliação de Riscos de Quedas de idosos no domicílio: Subsídio para tecnologia educacional com foco na segurança do paciente Pesquisador Responsável: Izabel Cristina Luiz Ana Karine Ramos Brum (orientadora). Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável:
Universidade Federal Fluminense
Telefones para contato: (21) 2596-2853 e (21) 99108-2473 Dados do Paciente:
Nome:___________________________________________________________
Idade: ____ anos
RG: ____________________
Responsável legal (quando for o caso): _________________________________
RG do Responsável legal: ____________________
Prezado Senhor, o(a) Sr(a) está sendo convidado(a) a participar do projeto de Pesquisa:
“Avaliação de riscos de quedas de idosos no domicílio: Subsídio para tecnologia educacional
com foco na segurança do paciente”, de responsabilidade da pesquisadora Izabel Cristina Luiz,
sob orientação da Dra. Ana Karine Ramos Brum.
Este estudo propõe analisar a ocorrência de quedas de pacientes no ambiente domiciliar,
em uma população assistida pelo Programa Multidisciplinar Bem Viver para a pessoa idosa (com
idade igual ou superior a 65 anos), abrangendo o ambiente domiciliar, ou seja, o próprio idoso,
sua família/cuidador. Será desenvolvida uma pesquisa do tipo quantitativa, serão discutidos os
resultados de acordo com as recomendações do Protocolo de Prevenção de Quedas /
Segurança do Paciente (MS), no âmbito de capacitação de idosos, familiar/cuidador subsidio
para tecnologia educacional com foco na segurança do paciente. Este estudo oferece riscos
mínimos, quando consideramos o possível desconforto em colaborar na aplicação das escalas
de avaliação. No entanto, informo que o mesmo pode desistir da sua participação em qualquer
momento do estudo, e ainda informo que as informações são sigilosas, mantendo o anonimato, e
não oferece custos para o idoso e família. Os benefícios são plausíveis quando comparados aos
riscos, pois o estudo objetiva a elaboração de uma Tecnologia Educacional que seja uma
intervenção viável e aplicável aos idosos e suas famílias no domicílio a fim de prevenir e mitigar
quedas no domicílio, que levam a hospitalização e óbitos.
Eu,__________________________________________, RG n°____________ declaro ter
recebido as informações sobre este programa e concordo em participar como voluntário do
projeto de pesquisa acima descrito.
Rio de Janeiro, ___ de __________ de 2016.
_______________________ _________________________ Assinatura do pesquisador Assinatura do participante
94
APENDICE B
CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA DOS PARTICIPANTES
Solicito um pouco do seu precioso tempo para responder a este questionário, através do qual pretendo avaliar seu conhecimento referente a “Quedas de idosos no Ambiente Domiciliar”.
1. Nome do Paciente: ________________________________________________
2. Idade: ____anos 3. Sexo: M F 4. O Sr.(a) tem algum problema de saúde? Sim Não
Se sim, qual? ________________________________________________________________
________________________________________________________________
5. Faz uso de alguma medicação? Sim Não
Se sim, qual? _______________________________________________________________
6. Tem identificado alguma reação advinda do uso da medicação? Sim Não
Se sim, qual?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
7. Possui alguma dificuldade para enxergar, ouvir ou de locomoção?
Sim Não
Se sim, qual?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
8. O Sr.(a) já sofreu alguma queda? Sim Não Se sim, onde? Em casa Na rua Outro lugar
Se em outro lugar, onde? _____________________________________________
9. Em consequência dessa queda, foi atendido (a) em algum serviço de saúde?
Sim Não
Se sim, onde?______________________________________________________
10. Depois que caiu o Sr. (a) passou a sentir medo? Sim Não 11. Sofreu alguma fratura em consequência
dessa queda? Sim Não
Se sim, qual foi o tipo de fratura?
________________________________________________________________
12. Para o Senhor ou Senhora, quais são os lugares que apresentam maior risco
de quedas dentro de sua residência/domicílio? Por quê?
95
APÊNDICEC
ARTIGOS DA REVISÃO INTEGRATIVA
Título Periódico Ano Autor(s) Objetivo
Residential Light and Risk for
Depression and Falls: Results from
the LARES Study of Eight
European Cities
Public Health Rep. 2011 Brown J, Jacobs D
Examinar a relação
entre a luz inadequada residencial natural e
risco para a depressão e
quedas.
Quedas de idosos:
identificação de fatores de
risco extrínsecos em
domicílios
Rev. pesqui.
cuid. fundam.
(Online)
2014
Bizerra, CDA, Gonçalves, RF,
Carmo, AFS,
Mendes, RNC,
Moura, LA
Identificar fatores de risco extrínsecos que
predispõem a ocorrência
de quedas de idosos em
ambiente domiciliar.
Environmental Assessment
and Modification as Fall-
Prevention Strategies for
Older Adults10
Clin Geriatr
Med. 2010
Pynoos J, Steinman
BA, Nguyen AQ,
2010
Discutir o papel de
avaliação da residência
na modificação
ambiental na redução dos riscos de quedas.
Fall Risk in Older Adults:
Roles of Self-Rated Vision,
Home Modifications, and
Limb Function
J Aging Health 2009 Steinman BA,
Pynoos J, Nguyen
AQ
Avaliar os efeitos diretos
da visão, modificações
em casa e o funcionamento dos
membros inferiores e
superiores e suas
alterações sobre o risco de queda em idosos.
Older people living at
home: associations
between falls and health
complaints in men and
women
J Clin Nurs 2013 Hedman AM,
Fonad E,
Sandmark H
Investigar a associação
entre quedas
autorrelatadas e queixas de saúde de idosos e
investigar as diferenças
de gênero nas associações
de risco de quedas. Automated Technology for
In-home Fall Risk
Assessment and Detection Sensor
System
J Gerontol Nurs 2013
Rantz MJ, Skubic M,
Abbott C, Galambos C,
Pak Y, Ho DKC et al
Testar um sistema de
sensores para avaliar e
detectar risco de queda
em idosos.
Falls in older people
receiving in-home informal
care across Victoria:
Influence on care
recipients and caregivers
Australas J Ageing 2012
Meyer C, Dow B, Bilney
BE, Moore
KJ, Bingham AL, Hill KD
Investigar a frequência,
as circunstâncias e os
fatores associados ao
risco de quedas de idosos que recebem cuidados de
seus cuidadores.
Housing Conditions and
Risk: Reporting on a
European Study of Housing
Qualityand Risk of
Accidents for Older
People
J Hous Elderly 2011
Leland N, Porell F,
Murphy
SL
Investigar a frequência,
as circunstâncias e os fatores associados ao
risco de quedas de idosos
que recebem cuidados de
seus cuidadores.
Does Fall History Influence
Residential Adjustments? Gerontologist 2011
Leland N, Porell F, Murphy SL
Determinar se as quedas de
idosos estão associadas com alterações na
residência.
Home safety, safe
Behaviors of elderly
People, and fall accidents
At home
Educ Gerontol 2010 Erkal S
Analisar a segurança do
domicílio e
comportamentos contra
quedas de idosos.
96
Older Adults’ Attitudes
Toward Home
Modifications for Fall Prevention
J Hous Elderly 2010
Kruse RL, Moore CM, Tofle RB,
LeMaster JW, Aud
M, Hicks LL et al
Determinar as atitudes dos idosos em relação às
modificações do
domicílio para a
prevenção de quedas.
Falls Risk Assessment and
Modification
Home Health Care
Manag Pract 2012 Flores EK
Dar aos prestadores de
serviços de saúde em casa
uma atualização sobre os
fatores de risco para as
quedas, rever as recomendações das
diretrizes atuais para a
prevenção de quedas,
fornecer uma abordagem passo a passo para avaliar
os pacientes e aplicar a
literatura clínica para
diminuir quedas em pacientes idosos que vivem
em domicílio.
Quedas em idosos e sua relação
com a capacidade funcional
Rev. Latino-Am. Enfermagem
2012
Fhon JRS, Wehbe SCCF,
Vendruscolo TRP, Stackfleth R, Marques S et
al
Determinar a prevalência
de quedas em idosos e sua relação com a capacidade
funcional.
Circunstâncias e consequências das
quedas
em idosos de Florianópolis
Rev. bras. epidemiol.
2013 Antes DL, d’Orsi E,
Benedetti TRB
Investigar as circunstâncias
e consequências das quedas e os fatores associados a
limitações para realizar
atividades após a queda.
Prevalência de quedas e fatores
associados em
Idosos
Rev. Saúde Pública 2012
Cruz DT, Ribeiro LCR, Vieira MT, Teixeira
MTB, Bastos RR, Leite
ICG
Estimar a prevalência de quedas em idosos e analisar
fatores associados.
Fatores que predispõem a quedas
em idosos
residentes na região oeste
de Santa Maria, RS
Rev. Bras. Geriatr.
Gerontol. 2011
Piovesan, AC, Pivetta,
HMF, Peixoto
Investigar incidência de
quedas em idosos e os
fatores de risco que as
predispõem; desenvolver estratégias para a
prevenção de quedas em
idosos.
97
10 ANEXOS A
ESCALA DE RISCO DE QUEDAS – DOWNTON
Alto Risco >2
Fonte: DOWNTON, 1993.
Quedas Não
Anteriores Sim
Nenhum
Tranquilizantes / Sedativos
Medicamentos Hipotensores (não diuréticos)
Antiparkinsonianos
Antidepressivos
Outros Medicamentos
Nenhum
Déficits Alterações Visuais
Sensoriais Alterações Auditivas
Extremidades
Estado Mental Orientado
Confuso
Normal
Deambulação Segura com ajuda
Insegura com ou sem ajuda
Impossível
98
ANEXO B
ESCALA AMBIENTAL RISCO DE QUEDAS
LOCAL AVALIAÇÃO SIM(0) NÃO(1)
Áreas de
Locomoção
Áreas de locomoção: Desimpedidas
Revestimentos: Uniformes ou tapetes bem fixos
Iluminação
Luz: Suficiente para clarear toda a superfície de marcha no interior de cada cômodo, incluindo degraus
Interruptores:
Acessíveis na entrada dos cômodos
Sentinela: Iluminando o quarto, o corredor e o banheiro
Iluminação exterior: Suficiente para iluminar toda a entrada exterior
Quarto de dormir
Guarda-roupa: Cabides facilmente acessíveis
Cadeira: Permitindo se assentar para se vestir
Cama: De boa altura (45 cm)
Banheiro
Lavabo: Facilmente acessível e bem fixo
Área do chuveiro: Antiderrapante
Box: abertura fácil
Cozinha
Armários:
Baixos, sem necessidade de uso de escada
Pia: Sem vazamentos
Escada
Revestimento: Antiderrapante
Corrimão: Bilateral
Corrimão: Sólido
Corrimão: Que se prolonga além do primeiro e do último degraus
Espelho do degrau da escada: Fechado
Uniformidade dos degraus:
Altura dos espelhos e profundidade dos
degraus constantes
Pontuar 0(zero) para cada resposta afirmativa e 1(um) para cada negativa
Obs.: Escore obtido na escala Ambiental de risco de queda:
a) Abaixo de 10 pontos: É indicativo de baixo risco, b) Entre 10 e 20: É indicativo de médio risco c) Acima de 20: É indicativo de Alto risco ambiental de queda,
99
ANEXO C
MINI MENTAL STATE EXAM – FOLSTEIN ET AL, 1975
Orientação • Qual é o (ano) (estação) (dia da semana) (dia do mês) e (mês).
• Onde estamos (país) (estado) (cidade) (rua ou local) (andar).
5
5
Registro • Dizer três palavras: Parente, Rua, Azul. Pedir para prestar atenção, pois terá que repetir mais tarde. Pergunte pelas três palavras após tê-las nomeado. Repetir até que evoque corretamente e anotar número de vezes.
3
Atenção e Calculo
• Subtrair: 100-7 (5 tentativas: 93 – 86 – 79 – 72 – 65). Alternativo: série de 7 dígitos (5 8 2 6 9 4 1)
5
Evocação • Perguntar pelas três palavras. ( citadas acima) 3
Linguagem • Identificar lápis e relógio de pulso
• Repetir: “nem aqui, nem ali, nem lá”.
• Seguir o comando de três estágios:”pegue o papel com a mão direita, dobre ao meio e ponha no chão”.
• Ler em voz baixa e executar: “Feche os olhos”
• escrever uma frase ( um pensamento, idéia completa)
• copiar o desenho.
2 1 3
1 1 1
TOTAL
100
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Todos os termos foram apresentados, e os TCLEs estão redigidos adequadamente. Recomendações: Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Não há pendências Situação do Parecer: Aprovado
Necessita apreciação da CONEP: Não
Endereço: Rua Marquês de Paraná, 303, 4º Andar Bairro: Centro CEP: 24.030-210 UF: RJ Município: Nitéroi Telefone: (21)2629-9189Fax: (21)2629-9189 E-mail: [email protected]
ANEXO D
101
ANEXO E