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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ODONTOLOGIA
DÉBORA MICHELLE GONÇALVES DE AMORIM
IMPACTO DA ADIÇÃO DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM ADESIVOS
AUTOCONDICIONANTES EXPERIMENTAIS: INFLUÊNCIA NO GRAU DE
CONVERSÃO E pH
NATAL/RN
2017
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DÉBORA MICHELLE GONÇALVES DE AMORIM
IMPACTO DA ADIÇÃO DO HIDRÓXIDO DE CÁLCIO EM ADESIVOS
AUTOCONDICIONANTES EXPERIMENTAIS: INFLUÊNCIA NO GRAU DE
CONVERSÃO E pH
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito para obtenção do título
de Mestre em Odontologia.
Orientadora: Prof. Drª. Marília Regalado
Galvão Rabelo Caldas
Co-Orientador: Prof. Dr. Boniek Castillo
Dutra Borges
Natal/RN
2017
3
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Prof. Alberto Moreira Campos - Departamento de Odontologia
Amorim, Débora Michelle Gonçalves de.
Impacto da adição do hidróxido de cálcio em adesivos
autocondicionantes experimentais: influência no grau de conversão e
PH / Débora Michelle Gonçalves de Amorim. - Natal, 2017. 40f.: il.
Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciência da Saúde. Programa da Saúde Coletiva.
Orientador: Prof. Drª. Marília Regalado Galvão Rabelo Caldas. Coorientador: Prof. Dr. Boniek Castillo Dutra Borges.
1. Hidróxido de cálcio - Dissertação. 2. Espectroscopia
Infravermelho Transformada de Fourier - Dissertação. 3. Adesivos
Dentinários - Dissertação. I. Caldas, Marília Regalado Galvão Rabelo.
II. Borges, Boniek Castillo Dutra. III. Título.
RN/UF/BSO BLACK D24
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente à Deus, por me conceder o dom da vida. Por
Sua presença em minha vida, iluminando e guiando meu caminho e assim me permitir a
realização dessa conquista.
Aos meus pais, Neto e Agnese, que são para mim meus maiores exemplos. A
certeza do amor incondicional de vocês me faz tentar ser uma pessoa melhor diariamente
e me incentiva a conquistar todos os meus sonhos. Agradeço por me darem a vida e me
ensinarem com tanto amor quais são os verdadeiros valores e princípios fundamentais
para uma vida feliz. Obrigada pelo incentivo, por serem fonte inesgotável de amor, por
sempre acreditarem em mim, por todo o carinho, dedicação, compreensão e paciência.
Devo a vocês tudo que sou, como pessoa e profissional. Sei que essa conquista é nossa e
sempre será dedicada à vocês com toda a minha gratidão! Amo muito vocês!!!
Ao meu irmão, Darlan, pelo amor, incentivo e companheirismo. Acho que
conseguimos aprender direitinho o que nossos pais nos ensinaram com tanto amor.
Agradeço sempre por ter você como irmão, pela certeza que sempre posso contar com
você...A certeza do nosso amor maior. Amo você!!
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AGRADECIMENTOS
A minha família pelo encorajamento, torcida e carinho de sempre, em especial a
minha avó Marluce Medeiros e minha tia-madrinha Agna Góis, que por bênção divina
são como mães para mim, e meus primos Mirella e Matheus que são como irmãos. Amo
muito vocês!
Ao meu lindo, Ramon de Lima, por todo seu carinho, companheirismo, apoio,
paciência e incentivo. Por se fazer sempre presente, mesmo em muitos momentos distante
fisicamente. Sou grata a Deus por tê-lo colocado em meu caminho!
A minha orientadora, Profª. Drª. Marília Regalado Galvão Rabelo Caldas, pelo
exemplo de professora e ser humano, pela maneira sempre carinhosa com que me tratou.
Muito obrigada por todo o aprendizado, pela amizade e confiança sempre em mim
depositada. Deus foi muito generoso quando colocou uma orientadora tão especial em
meu caminho. Que bom poder contar com os seus ensinamentos e boa vontade durante
essa jornada! Obrigada pelo bom convívio, por ter ultrapassado as barreiras e ter se
tornado uma amiga tão querida. O carinho, a admiração e a gratidão, bem como todas as
lições aprendidas, estarão para sempre em meu coração. Muito obrigada!!
Ao meu co-orientador, Prof. Dr. Boniek Borges, pelos ensinamentos, confiança e
incentivo. Por toda a ajuda sempre que precisei, e não medir esforços para transmitir todo
o seu conhecimento. Por ter sido fundamental para a realização desse estudo, idealizando,
orientando e abrindo novas portas para a execução da mesma. Sou muito grata por tudo
que fez por mim. Muito obrigada!!
À Universidade Federal de Pelotas, representada pelo Prof. Dr Rafael Moraes.
Obrigada por todo o aprendizado e pela maneira gentil e carinhosa com que fui recebida.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela enorme contribuição em
minha formação profissional.
Aos meus amigos, verdadeiros amigos são presentes de Deus, e eu sou muito
abençoada por ter tanta gente especial ao meu redor! Vocês representam a extensão da
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minha família. Obrigada por compartilharem comigo todos esses momentos. Em especial,
Elizandra Coutinho, Vanessa Seixas, Gabrielle Morais, Hanna Andrade e Mainara
Machado por todo o carinho, apoio, por generosamente sempre me ouvirem, por todo o
cuidado comigo e ajuda quando precisei, vocês são as minhas irmãs de coração.
A minha equipe querida do Centro de Especialidades Odontológicas de São José
de Mipibu, por toda a compreensão e colaboração tão fundamentais para mim nessa
jornada.
Ao PPGSCOL e professores do Departamento de Odontologia da UFRN e demais
setores que de alguma forma contribuíram para a minha formação.
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RESUMO
Objetivo: Avaliar o impacto da adição do hidróxido de cálcio – Ca(OH)2 na neutralização
do pH e grau de conversão de adesivos autocondicionantes experimentais. Métodos:
Quatro adesivos foram formulados em dois frascos: Frasco A, contendo UDMA, HEMA,
GDMA-P, TPO, DH e solvente; Frasco B: composto por UDMA, HEMA, TPO, DH,
solventes. Os solventes utilizados foram etanol e água (1:1). A variável de formulação
testada foi a concentração de Ca(OH)2, adicionado ao frasco B, nas frações em massa de
0% (controle), 1%, 2% e 4%. Sendo assim, os adesivos foram divididos em quatro grupos
(A+B0; A+B1; A+B2; A+B4). Volumes iguais dos frascos A e B de cada adesivo foram
misturados e ~5ul dessa mistura foram inseridos em moldes de silicona para confecção
dos discos. Antes da polimerização do adesivo, o pH dos mesmos foi aferido, através de
um pHmetro. Após a fotoativação, os discos (n=5) foram imersos em água destilada, e
leituras do pH do eluato foram realizadas por 72h. Para avaliação do grau de conversão,
cinco amostras de cada adesivo foram submetidas ao FTIR, com dispositivo de
reflectância total atenuada (ATR), antes e após a fotoativação das amostras. Para os
procedimentos de fotoativação, foi utilizada uma fonte de luz LED de 3° geração -
Bluephase G2. Os dados foram estatisticamente avaliados por meio dos testes ANOVA 1
fator (grau de conversão e pH do adesivo) e 2 fatores (pH do eluato) e pós teste de Tukey
(p<0,05). Resultado: No teste de grau de conversão não foi encontrado diferença
estatisticamente significativa entre os adesivos experimentais testados. O pH dos adesivos
experimentais testados foram todos estatisticamente diferentes entre si. O pH do eluato
foi neutralizado nos gupos A+B2 e A+B4 após o período de imersão. Conclusão: o grau
de conversão não foi afetado pela incorporação do hidróxido de cálcio. O pH do adesivo
e do eluato foi neutralizado com a adição do hidróxido de cálcio.
Palavras-chave: Hidróxido de cálcio, Espectroscopia Infravermelho Transformada de
Fourier, Adesivos Dentinários.
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ABSTRACT
Purpose: To evaluate the impact of the addition of calcium hydroxide - Ca (OH) 2 on the
neutralization of pH and degree of conversion of experimental self - etching adhesives.
Methods: Four adhesives were formulated in two flasks: Bottle A, containing UDMA,
HEMA, GDMA-P, TPO, DH and solvent; Bottle B: composed of UDMA, HEMA, TPO,
DH. The solvents used were ethanol and water (1: 1). The concentration of Ca (OH) 2,
added to flask B, in the mass fractions of 0% (control), 1%, 2% and 4% was evaluated,
and the adhesives were divided into four groups (A + B0, A + B1, A + B2, A + B4). Equal
volumes of bottles A and B of each adhesive were mixed and ~ 5 μ of this mixture was
inserted into silicone molds to make the disks. Before polymerization of the adhesive the
pH of the adhesive was measured through a pH meter. After the photoactivation, the disks
(n = 5) were immersed in distilled water, and pH readings of the eluate were performed
for 72h. To evaluate the degree of conversion, five samples of each adhesive were
submitted to the FTIR, with attenuated total reflectance (ATR) device, before and after
the photoactivation of the samples. For the photoactivation procedures, a 3rd generation
LED light source - Bluephase G2 was used. The data were statistically evaluated by
ANOVA 1 factor (degree of conversion and pH of the adhesive) and 2 factors (pH of the
eluate) and Tukey's post-test (p <0.05). Results: No statistically significant difference was
found between the experimental adhesives tested in the conversion test. The pH of the
experimental adhesives tested were all statistically different from each other. The pH of
the eluate was neutralized in the A + B2 and A + B4 groups after the immersion period.
Conclusion: the degree of conversion was not affected by the incorporation of calcium
hydroxide. The pH of the adhesive and the eluate was neutralized with the addition of
calcium hydroxide.
Keywords: Calcium Hydroxide, Spectroscopy, Fourier Transform Infrared, Dentin-
Bonding Agents.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Imagem caracterizando a reação de síntese do monômero GDMA-
P.......................................................................................................................................19
Figura 2 – a) gotejando o adesivo com micro-pipeta; b) dispensando a tira de poliéster
sobre a gota c) fotopolimerizador com suporte d) fotoativação da
gota..................................................................................................................................24
Figura 3 – Fotopolimerizador Bluephase G2 (3ªG)..........................................................24
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estrutura molecular e peso molecular dos monômeros e fotoiniciadores
utilizados na pesquisa...................................................................................................... 21
Tabela 2- Composição dos sistemas adesivos experimentais simplificados (% em massa)
........................................................................................................................................ 21
Tabela 3 - Divisão dos sistemas adesivos autocondicionantes experimentais simplificados
em grupos........................................................................................................................ 22
Tabela 4 - GC ± desvio padrão dos sistemas adesivos de acordo com a concentração de
hidróxido de cálcio.......................................................................................................... 27
Tabela 5- Valores do pH dos sistemas adesivos com diferentes concentrações de
hidróxido de cálcio.......................................................................................................... 27
Tabela 6 - Valores do pH do eluato segundo o fator “Tempo” e “Concentração de
hidróxido de cálcio”........................................................................................................ 28
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LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
ºC: grau Celsius;
h: hora;
pH: potencial hidrogeniônico
cm: centímetros;
mm: milímetros;
nm: nanômetros;
μl: microlitros;
GDMA-P: 1,3-dimetacrilato de glicerol fosfato;
HEMA: metacrilato de 2-hidroxietilo;
UDMA: uretano dimetacrilato;
TPO: óxido (2, 4, 6~trimetilbenzoil- difenil) fosfínico
DH: Difenilodônio Hexafluorfosfato;
Ca(OH)2 – Hidróxido de Cálcio
3ªG: terceira geração;
LED: Diodo Emissor de luz;
GC: grau de conversão.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................13
2. OBJETIVOS...............................................................................................................17
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................17
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO.........................................................................................17
3. MATERIAS E MÉTODOS.......................................................................................19
3.1 SÍNTESE DE MONÔMERO.....................................................................................19
3.2 FORMULAÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS EXPERIMENTAIS
SIMPLIFICADOS...........................................................................................................20
3.3 MENSURAÇÃO DO pH...........................................................................................22
3.4 pH DO ELUATO.......................................................................................................22
3.5 ANÁLISE DO GRAU DE CONVERSÃO................................................................23
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................................................25
4. RESULTADOS..........................................................................................................27
5. DISCUSSÃO...............................................................................................................30
6. CONCLUSÃO............................................................................................................35
7. REFERÊNCIAS.........................................................................................................36
13
Introdução
14
1. INTRODUÇÃO
Os sistemas adesivos são essencialmente uma mistura de solventes voláteis (água,
álcool, acetona), monômeros funcionais hidrofílicos e hidrofóbicos, que infiltram
parcialmente nos substratos dentários desmineralizados (por exemplo, dentina e esmalte),
formando assim a camada híbrida, resultando em retenção micromecânica1. Os adesivos
podem ser classificados, dependendo da sua composição, como autocondicionantes ou
adesivos convencionais. Em comparação com os adesivos convencionais, uma das
principais diferenças na formulação dos autocondicionantes está relacionado à presença
de monômeros ácidos2.
Os adesivos autocondicionantes estão cada vez mais sendo utilizados na
Odontologia, uma vez que os mesmos não requerem pré-tratamento da estrutura
dentinária. Essa nova filosofia de sistemas adesivos diminui o risco de sensibilidade pós-
operatória, visto que reduz a discrepância entre as profundidades da desmineralização da
dentina e infiltração do monômero. Como esses sistemas podem ser aplicados ao
substrato seco, também eliminam o passo de controle de umidade adequada da dentina,
reduzindo assim a sensibilidade da técnica dos agentes de união3-7.
Um constituinte em potencial dos adesivos autocondicionantes é o hidróxido de
cálcio (Ca(OH)2), que é um material de especial valor na odontologia na sua forma pura
ou como componente de uma variedade de materiais. Nos adesivos autocondicionates, o
hidróxido de cálcio pode ser incorporado com o objetivo de reagir com os monômeros
ácidos remanescentes e melhorar a neutralização. A presença de monômeros ácidos
remanescentes pode promover uma alta solubilidade, respostas pulpares adversas, como
também estar associada a uma restauração com pobres propriedades mecânicas5.
Uma das propriedades estudadas para avaliar o desempenho do sistema adesivo é
o grau de conversão (GC). Para ocorrer essa reação de conversão de ligações duplas
15
(C=C) em simples (C-C) de carbono de forma satisfatória, a concentração adequada de
monômero ácido na composição de sistemas adesivos simplificados é essencial, afim de
que os iniciadores e co-iniciadores não sejam inibidos. Uma baixa conversão do adesivo
pode resultar em monômeros livres, não reagentes, que podem ser dissolvidos em
ambientes úmidos, resultando assim, na degradação do material e comprometendo a
longevidade e o sucesso do tratamento restaurador 8-10.
As características da camada híbrida estão diretamente relacionadas com a acidez
dos sistemas adesivos autocondicionantes. Sistemas com diferentes pHs podem produzir
diferentes padrões de condicionamento do esmalte e dentina por sua diferença de acidez
e agressividade11,12. Embasado nestas características os adesivos autocondicionantes
ainda podem ser classificados em forte, suave e ultra-suave13.
Recentes estudos mostraram que a neutralização de pH de cimentos resinosos
autoadesivos após a fotoativação tem um efeito significativo na estabilidade desses
materiais14,15. A incorporação de 2% de hidróxido de cálcio a cimentos resinosos
simplicados foi estudada, e resultou na neutralização do pH 24 h após a fotoativação, sem
comprometer outras propriedades do material, entre elas o grau de conversão15. Apesar
dos possíveis efeitos do hidróxido de cálcio adicionado como constituinte dos cimentos
resinosos autoadesivos, não há evidências na literatura sobre o impacto desse componente
na neutralização do pH e grau de conversão de adesivos autocondicionantes.
Baseado nisso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da adição de
diferentes concentrações de hidróxido de cálcio na neutralização do pH e grau de
conversão de adesivos autocondicionantes experimentais. A hipótese nula testada foi a de
que a incorporação de hidróxido de cálcio não neutralizararia o pH do adesivo curado,
bem como não interferiria no grau de conversão do material.
16
Objetivos
17
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da adição de diferentes
concentrações de hidróxido de cálcio no grau de conversão e no pH de sistemas adesivos
autocondicionantes experimentais.
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
• Preparar adesivos autocondicionantes experimentais testando, como variáveis de
formulação, a concentração do hidróxido de cálcio (0%,1%,2% e 4%);
• Avaliar o grau de conversão dos adesivos autocondicionantes experimentais
formulados;
• Mensurar o pH dos adesivos obtidos;
• Investigar o pH do eluato por 72 h.
18
Materiais e métodos
19
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 SÍNTESE DO MONÔMERO ÁCIDO
O monômero dimetacrilato de 1,3-glicerol fosfato (GDMA-P) foi sintetizado de
acordo com o método previamente descrito3,16 (Figura 1). De acordo com isso, o
pentóxido de fósforo (Vetec, Duque de Caxias, RJ, Brasil) foi lentamente adicionado
dentro de um balão de vidro, por meio de um funil de adição, com uma mistura de GDMA
diluído em solvente, o cloreto de metileno (DIST Indústria Comércio e Serviços Ltda,
Florianópolis, SC, Brasil), agitado magneticamente (IKA RCT, Rio de Janeiro/RJ)
durante 6 h e resfriado em banho de gelo. Em seguida, o banho de gelo foi removido e a
reação continuou à temperatura ambiente durante 24 h. O produto final (GDMA-P) foi
filtrado, adicionado hidroxibutil tolueno (inibidor) e, então, o solvente foi evaporado em
um evaporador rotativo (Modelo MA 055, Marconi – Equipamentos para laboratório,
Piracicaba, SP, Brasil) por 9 h a uma temperatura de 50°C. Para confirmar a síntese do
monômero ácido, o produto final da reação foi avaliado através da espectroscopia
infravermelha por transformada de Fourier (Prestige21 Spectrometer, Shimadzu, Tóquio,
Japão)3.
Figura 1 - Imagem caracterizando a reação de síntese do monômero GDMA-P.
GDMA
GDMA-P
20
3.2 FORMULAÇÃO DOS SISTEMAS ADESIVOS AUTOCONDICIONANTES
EXPERIMENTAIS
Quatro sistemas adesivos autocondicionantes experimentais foram preparados,
contendo dois frascos (A e B) cada, para evitar interações ácido-base prematuras ou
ionização do monómero ácido. A diferença entre os adesivos estava na variação da
concentração de Ca(OH)2, presente no frasco B. Assim, apenas um frasco A foi
formulado, o qual foi utilizado para os 04 adesivos experimentais. A estrutura molecular
e o peso molecular dos monômeros e fotoiniciadores utilizados na pesquisa estão
descritos na Tabela 1. O frasco A era composto de 20 mol% de 1,3-dimetacrilato de
glicerol fosfato (GDMA-P, monômero ácido), 10 mol% de metacrilato de 2-hidroxietilo
(HEMA, monômero hidrofílico), 10 mol% de uretano dimetacrilato (UDMA, monômero
hidrófobo), o fotoiniciador escolhido foi 1 mol% TPO (Óxido de difenil (2,4,6-
trimetilbenzoil) -fosfina) + 0,2 mol% de e Difenilodônio Hexafluorfosfato (DH, co-
iniciador) e 60 mol% de solventes, sendo estes etanol e água destilada na proporção de
1:1 (Tabela 2)15. Quatro formulações de frasco B foram preparadas, sendo composto de
UDMA, HEMA, TPO + DH e pó de hidróxido de cálcio Ca(OH)2 (ASFER Industria
Química, São Paulo, Brasil) variando as concentrações de Ca(OH)2 entre 0% (controle),
1%, 2% e 4%. Sendo assim os adesivos foram divididos em quatro grupos (A+B0; A+B1;
A+B2; A+B4) (Tabela 3).
21
Tabela 1 - Estrutura molecular e peso molecular dos monômeros e fotoiniciadores
utilizados na pesquisa.
COMPOSTO ESTRUTURA MOLECULAR PESO MOLECULAR
(g/mol)
UDMA
470.56
HEMA
130.00
GDMA-P
308.22
DH
426.08
TPO
348.37
Fonte: autora, 2017.
Tabela 2 - Composição dos sistemas adesivos autocondicionantes experimentais (% em
massa).
HIDRÓXIDO DE
CÁLCIO FOTOINICIADOR BLENDA SOLVENTE
0%
1%
2%
4%
10% GDMA-
P 30% (1:1)
1,0 mol% TPO + 0,2 mol%
DH 30% HEMA ETANOL
30% UDMA +
ÁGUA
Fonte: autora, 2017.
22
Tabela 3 - Divisão dos sistemas adesivos autocondicionantes experimentais em grupos.
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO ADESIVOS
0% (GRUPO CONTROLE)
1%
2%
4%
A + B0
A + B1
A + B2
A + B4
Fonte: autora, 2017.
3.3 MENSURAÇÃO DO pH
O pH dos adesivos foi aferido com o auxílio de um pHmetro digital (An2000;
Analion, Ribeirão Preto, SP) utilizando eletrodo combinado de pH. O pH foi aferido num
volume de 5 mL de adesivo, 1 min após estabilização no interior do material.
3.4 pH DO ELUATO
Com o auxílio de uma micropipeta (Labmate Soft LM10, Opole, Voivodia de
Opole, Polônia) foi liberado uma pequena gota de cada frasco (~5 μl) em uma lamínula
de vidro, em seguida foi feito a mistura dos adesivos (frasco A + frasco B) com o auxílio
de um microbrush, e na sequência depositado em uma matriz de silicone previamente
fabricada. Feito isso, foi posicionado uma fita matriz de poliéster em cima da matriz de
silicone, para padronizar a altura dos discos, e posteriormente os mesmos foram
fotopolimerizados com o aparelho Bluephase (Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein)
(Figura 3). Discos fotopolimerizados de cada material (espessura 0,3 mm) foram imersos
individualmente em 10 mL de água destilada (pH ~ 6) imediatamente após
fotopolimerização. O pH da água foi medido utilizando um pHmetro digital (An2000,
Ribeirão Preto, SP) e, após a imersão dos discos, foram efetuadas 09 leituras do pH do
23
eluato nos tempos: 5 min; 15 min; 30min; 60 min; 120 min; 240 min; 18h, 24 h, 48 h e
72 h (n=5).
3.5 ANÁLISE DO GRAU DE CONVERSÃO
O grau de conversão dos adesivos foi avaliado por meio de um espectrômetro de
infravermelho médio por Transformada de Fourier (Prestige21 Spectrometer, Shimadzu,
Tóquio, Japão) equipado com dispositivo de reflectância total atenuada. Para cada
adesivo experimental, o grau de conversão foi avaliado em dois momentos, fase
monomérica e polimérica (n=5).
Com o auxílio de uma micropipeta (Labmate Soft LM10, Opole, Voivodia de
Opole, Polônia) foi liberado uma pequena gota de cada frasco com (~5 μl) em uma
lamínula de vidro (Figura 2), foi feito a mistura dos adesivos (frasco A + frasco B) com
auxílio de um microbrush por 5 s, logo após foi dispensado diretamente no cristal de
diamante14, coberto com uma tira de poliéster (Figura 2) e submetida a 24 leituras de
absorbância, em uma faixa espectral entre 1500 e 1800 cm-1, transmitidas ao software IR
Solution para exibir os resultados em forma de gráficos. Posteriormente, um suporte foi
acoplado à máquina para a fixação do aparelho fotoativador Bluephase (Ivoclar Vivadent,
Schaan, Liechtenstein) (Figura 3), permitindo a padronização de uma distância de 2 mm
entre a extremidade da ponteira de fibra ótica e a amostra, então foi realizada a
fotoativação por 20 s (Figura 2) e uma nova análise, agora do adesivo polimerizado
(polímero), foi executada. A análise foi realizada em ambiente com temperatura
controlada de 23ºC. O GC foi calculado utilizando um método já descrito na literatura17.
As alterações nas proporções de picos de absorção alifático (C=C) e aromático (C-C) de
24
1635 cm-1 e 1716 cm-1, nos estados curados e não curados, foram obtidas a partir de
espetros de infravermelho e calculados usando a fórmula:
Figura 2 - a) gotejando o adesivo com micro-pipeta; b) dispensando a tira de poliéster
sobre a gota; c) fotopolimerizador com suporte; d) fotoativação da gota.
Figura 3 - Fotopolimerizador: Bluephase G2 (3ªG)
A B
C D
25
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Após a coleta dos dados do grau de conversão, pH dos adesivos e do pH do eluato,
os mesmos foram tabelados e então submetidos à análise inicial para a detecção de
distribuição normal e homogeneidade entre os valores obtidos. Diante disso, foi realizada
a análise paramétrica Anova 1 fator para o teste do grau de conversão e como não houve
diferença entre os grupos, não se aplicou o pós teste. Para o pH do adesivo, foi realizada
a análise Anova 1 fator e o pós teste de Tukey (p<0,05). E para o pH do eluato, foi
realizada Anova 2 fatores, seguido do pós teste de Tukey, com nível de significância de
5%.
26
Resultados
27
4. RESULTADOS
Tabela 4 - Média (Desvio Padrão) de Grau de Conversão (%) de sistemas adesivos
com diferentes concentrações de Ca(OH)2
Grupos Grau de Conversão
A + B0
A + B1
A + B2
A + B4
76,89 4,76a
76,12 2,52a
69,61 1,00a
73,54 6,50a
* Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significativa (p<0,05).
De acordo com a Tabela 4, não houve diferença estatisticamente significativa
entre os adesivos, mostrando com isso, que o grau de conversão mensurado diretamente
no cristal não foi negativamente afetado pela incorporação do hidróxido de cálcio.
Tabela 5- Média (Desvio Padrão) do pH dos sistemas adesivos com diferentes
concentrações de Ca(OH)2
Grupos pH do adesivo
A + B0
A + B1
A + B2
A + B4
1,38 0,05a
2,15 0,15b
3,13 0,13c
4,36 0,11d
* Letras diferentes indicam diferença estatisticamente significativa (p<0,05).
A tabela 5 mostra que todos os adesivos apresentaram diferenças estatisticamente
significante entre si. Indicando que quanto maior foi a concentração de hidróxido de
cálcio adicionada, menos ácido se tornou o adesivo, conforme já era previsto.
28
Tabela 6 – Média (Desvio Padrão) do pH do eluato segundo o fator “Tempo” e
“Concentração de Ca(OH)2”
Tempo Concentração de Ca(OH)2
A + B0 A + B1 A + B2 A + B4
T0
5 min
15 min
30 min
60 min
120 min
240 min
24 h
48 h
72 h
5,650,07aA
5,300,07 aA
5,390,18 aA
5,340,11 aA
5,230,15 aA
5,270,18 aA
5,210,18 aA
5,330,16 aA
5,220,12 aA
5,320,38 aA
5,630,11 aA
5,600,10 aA
5,420,04 aA
5,450,10 aA
5,340,11 aA
5,330,16 aA
5,270,23 aA
5,360,23 aA
5,370,17 aA
5,330,17 aA
5,650,14 aA
5,800,14 aAB
5,770,15 aAB
5,910,14 aAB
5,960,11 aB
5,970,16 aB
5,820,10 aB
6,060,16 aB
5,910,12 aB
5,900,11 aB
5,690,15 aA
6,070,15 aB
6,100,12 aB
6,160,11 aB
6,210,10 aB
6,160,09 aB
6,200,07 aB
6,190,04 aB
6,180,09 aB
6,020,39 aB
* Letras diferentes (Letras minúsculas na mesma linha e Letras maiúsculas na mesma
coluna) indicam diferença estatisticamente significativa (p<0,05).
De acordo com a tabela 6, não houve diferença estatisticamente significativa no
pH do eluato do grupo A+B1, mesmo após as 72 hrs de observação. Já no pH do eluato
do grupo A+B4 apresentou uma diferença estatisticamente significante entre os tempos
T0 e após cinco minutos da imersão dos discos na água. Quando comparados todos os
quatro grupos, o A+B0 e A+B1 foram diferentes estatisticamente significantes dos grupos
A+B2 e A+B4 após sessenta minutos da imersão dos discos. Os resultados mostraram
que, quanto maior foi a concentração de hidróxido de cálcio adicionada, maior foi a
neutralização do pH do eluato.
29
Discussão
30
5. DISCUSSÃO
A hipótese nula testada neste estudo foi parcialmente aceita, pois a incorporação
de hidróxido de cálcio não interferiu no grau de conversão dos adesivos formulados,
entretanto a incorporação de hidróxido de cálcio nas concentrações de 2% e 4%
neutralizou o pH do adesivo curado.
Entende-se que o hidróxido de cálcio possui propriedades mecânicas
deficientes, diminuindo a resistência dos materiais à base de resina18. Nesse estudo, o
grau de conversão não sofreu interferência com a adição do hidróxido de cálcio, isso pode
estar ligado a translucidez dos adesivos, permitindo a penetração da luz dentro da maior
parte do material.
No entanto, estudo com cimentos autocondicionantes mostrou que a adição de
hidróxido de cálcio na proporção de 4% resultou em uma diminuição parcial do grau de
conversão15. Na referente pesquisa também foi pesquisado a adição de hidróxido de
cálcio nas proporções de 0% e 2%. A conversão mais baixa no grupo com 4% pode estar
relacionado ao aumento da concentração de hidróxido de cálcio, intervindo na penetração
da luz para uma maior conversão dos cimentos15. No entanto, a profundidade de cura não
foi afetada pela adição de hidróxido de cálcio, corroborando com os resultados desse
estudo.
Algumas pesquisas in vitro19-23 e in vivo23-28 evidenciam efeitos citotóxicos de
adesivos dentários29. A liberação de monômeros residuais presentes nos sistemas
adesivos têm sido apontados como possíveis causas para esses fenômenos adversos24,27 .
Dentre eles, a citotoxicidade, que representa a capacidade de danificar as células do tecido
pulpar22, foi reconhecida em vários estudos in vitro30-32. Um dos fatores que favorecem a
liberação de monômeros - e, sendo assim, também contribuem para a citotoxicidade
adesiva - é o grau de conversão (GC)30.33-37.
Na literatura é exposto que geralmente as melhores propriedades mecânicas
alcançadas, estão associadas a valores maiores de conversão de monômero para polímero
em materiais à base de resina38-40. O GC dos adesivos exerce um papel importante na
força e estabilidade da união dentinária41. Além disso, quando a polimerização de
sistemas adesivos não é satisfatória, tem como consequência uma maior permeabilidade
da camada adesiva, podendo acelerar a hidrólise, trazendo à deterioração dos laços de
união42. Assim sendo, um GC mais alto do sistema adesivo pode fazer com que tenha
uma maior durabilidade e longevidade da união 40,43,44. Para melhores resultados de
31
polimerização, a composição do adesivo é muito importante, porque o GC dos adesivos
depende dos foto-iniciadores45, solventes39 e monômeros funcionais44.
Uma certa quantidade destes monômeros permanece não polimerizado no dente
mesmo depois do processo de polimerização. Monômeros não polimerizados podem ser
agressivos ao tecido pulpar, mesmo em níveis mais distantes da polpa. Esta injúria pode
alterar a atividade fisiológica de Células da Polpa Dentária (DPCs)46-49. Monômeros
resinosos em concentrações minimamente tóxicas podem induzir negativamente a
diferenciação de DPCs para odontoblastos e, consequentemente, influenciar o processo
de mineralização, processo importante de defesa do tecido da polpa dentária em resposta
a estímulos nocivos externos49-53. A adição do hidróxido de cálcio desempenha o papel
de neutralizar a acidez desses monômeros residuais presentes e assim impedir toda essa
problemática vista.
Um outro estudo3 informa ainda que a concentração do monômero ácido tem
impacto na força de união imediata para dentina, assim o aumento da concentração de
monômeros ácidos pode aumentar a agressividade do adesivo. Embora, uma maior
agressividade não resulte necessariamente em maiores forças de união6, especialmente
considerando a estabilidade e longevidade. Altas concentrações de GDMA-P podem
trazer efeitos adversos, visto que pode interferir no mecanismo de polimerização do
sistema adesivo. Os monômeros ácidos podem desempenhar uma sequela prejudicial na
taxa de co-polimerização com metacrilatos não modificados54,55. Isto se esclarece por uma
reação de neutralização da co-iniciador da amina, justificando assim a escolha da
concentração do GDMA-P (monômero ácido) nesse estudo.
Os resultados do presente estudo fornecem evidências de que a adição de
hidróxido de cálcio em adesivos autocondicionantes experimentais pode aumentar o pH
do eluato nas primeiras 24 horas. O aumento de pH ao longo do tempo está em linha com
os resultados descritos para valores de pH de cimentos resinosos autocondicionantes14,15.
O grupo controle (A+B0) apresentou valores de pH iniciais e 24 h semelhantes, indicando
que não ocorreu uma neutralização durante a período de imersão.
No entanto, devem ser investigadas outras propriedades mecânicas desses
adesivos autocondicionantes experimentais formulados em futuros estudos, para estudar
outros possíveis efeitos da incorporação do hidróxido de cálcio, bem como da
32
neutralização do adesivo. Também deve ser reconhecido que esse estudo é de carater
experimental, não foi levado em consideração possíveis interações ácido-base entre o
material e os substratos dentários, que poderia desempenhar um papel na neutralização
do pH.
33
Conclusão
34
6. CONCLUSÃO
As evidências encontradas no estudo sugerem que o pH do adesivo foi neutralizado
na adição do hidróxido de cálcio em todas as concentrações testadas. O pH do eluato foi
neutralizado na presença do hidróxido de cálcio nas proporções de 2% e 4% após vinte
quatro horas do período de imersão dos discos. O grau de conversão dos adesivos
autocondicionantes experimentais não foi afetado negativamente pela incorporação do
hidróxido de cálcio.
35
Referências
36
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