CAPÍTULO 12 - dragiullianapanfiglio.com.br · sistemas adesivos e união ao substrato dental O...
Transcript of CAPÍTULO 12 - dragiullianapanfiglio.com.br · sistemas adesivos e união ao substrato dental O...
SiStemaS RotatóRioS e RecipRocanteS em
endodontia
ABORDAGEM RESTAURADORA DOS DENTES TRATADOS
ENDODONTICAMENTE
C A P Í T U L O 1 2
CRISTIANE FRANCO PINTO CASAMASSAGIUllIANA PANFIGlIO SOARES
ANDERSON CATElANFlávIO HENRIqUE BAGGIO AGUIAR
MARCElO GIANNINI
482
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
483
O sucesso e longevidade do tratamento en-
dodôntico está intimamente relacionado ao
tratamento restaurador proposto. Uma vez
restaurado, o dente deve restabelecer sua
forma e função mas, primordialmente, deve-
se manter o canal livre de contaminação65. A
perda da vitalidade dental devido à inflama-
ção, necrose do tecido pulpar ou terapia en-
dodôntica parece afetar as propriedades bio-
mecânicas do dente em extensão limitada,
sendo a tensão reduzida em proporção à per-
da de tecido coronário19. Uma das principais
dificuldades durante a restauração dos den-
tes tratados endodonticamente é a adequada
adesão em dentina. A dentina é um substra-
to complexo, que tem sua composição alte-
rada próxima à polpa e devido aos agentes
utilizados no tratamento endodôntico. Para
que os procedimentos restauradores sejam
satisfatórios, mantendo a integridade do tra-
tamento endodôntico, deve-se minimizar o
desgaste dos tecidos, principalmente na re-
gião coronária, obtendo-se o efeito de féru-
la19,50,65,70. Este efeito é primordial para melho-
rar as propriedades biomecânicas do dente
restaurado. São necessários procedimentos
adesivos que otimizem a estabilidade e a
retenção, além de se utilizar materiais com
propriedades físicas semelhantes à dentina,
como os pinos de fibra19.
bular composta de matriz colagenosa do tipo I
reforçada por apatita. A quantidade de dentina
também varia com a localização. Os cristais de
apatita são menores do que os encontrados no
esmalte e contêm 4-5% de carbonato52. Devido
a essa complexidade, a hibridização da dentina
é mais crítica, aumentando ainda mais próximo
da polpa devido à quantidade de dentina inter-
tubular reduzida e ao aumento da quantidade
de água. A dentina coronária apresenta maiores
valores de resistência de união do que a dentina
do assoalho pulpar17,42.
O potencial de adesão da estrutura residual do
dente tem influência da terapia endodôntica,
sendo que quelantes, hipoclorito de sódio e hi-
dróxido de cálcio afetam a qualidade da denti-
na. O acesso cavitário, o alargamento do canal
e o uso de químicos específicos podem redu-
zir significativamente a resistência do dente. A
conservação de estrutura dental é o fator mais
crítico quando se trata de dentes tratados en-
dodonticamente. Os produtos usados para
irrigação e desinfecção dos canais interagem
com os conteúdos orgânicos e minerais redu-
zindo o módulo de elasticidade da dentina e a
resistência à flexão. Ao contrário, desinfetan-
tes como eugenol e formocresol aumentam a
tensão via quelação e a coagulação de proteí-
nas com a hidroxiapatita19.
O principal fator que afeta a biomecânica é a
perda de tecido por cárie, fratura ou em fun-
ção do preparo cavitário. A instrumentação e
a obturação levam à redução na resistência à
fratura e tem pequeno efeito na biomecânica.
Logicamente, o preparo do canal afeta a bio-
mecânica proporcionalmente à quantidade de
tecido removido e, possivelmente, pela altera-
ção química e estrutural gerada pelos agentes
irrigantes endodônticos19.
O hipoclorito de sódio causa alteração no meta-
bolismo celular e destruição fosfolipídica. Tem
ação oxidativa que causa desativação das en-
zimas bacterianas e provoca a degradação das
enzimas bacterianas, ácidos graxos e lipídeos68.
Como um agente oxidante, inibe a polimeriza-
ção da dentina, o qual reduz a resistência de
união do adesivo65,68. Para reverter-se o efeito
pode-se usar, por exemplo, agentes redutores
como o ácido ascórbico43,65. Os agentes quelan-
tes podem criar diferentes efeitos no conteúdo
mineral da dentina radicular13. A microdureza
da dentina radicular diminui com o aumento
do tempo de aplicação das soluções quelantes
como EDTA e EDTAc. Após 3 minutos o EDTA
produz redução da microdureza na dentina
radicular15 e a irrigação com EDTA afeta a re-
sistência de união dos sistemas adesivos nas
paredes laterais da câmara pulpar6.
CaraCterístiCas do substrato a ser restaurado
O esmalte é formado por estruturas em formato
de fechadura denominadas de prismas54. Os
prismas têm uma largura média de 5 μm e
próximo à dentina não existem prismas. O es-
malte aprismático também ocorre nos 30 μm
mais superficiais do esmalte de todos os den-
tes decíduos e no terço gengival do esmalte
dos dentes permanentes33. Algumas cavida-
des têm o término da restauração em esmalte,
o que favorece a hibridização do substrato.
Na maior parte dos dentes tratados endodonti-
camente o substrato predominante é a dentina.
Este tecido mineralizado dental é composto de
cerca de 50% de mineral na forma de carbona-
to, apatita e 30% de material orgânico, sendo a
maior parte de colágeno do tipo I. Apresenta
cerca de 20% de fluidos, similares ao plasma55,
outras proteínas não-colagenosas e outros
componentes orgânicos que estão presentes
em menor quantidade52. Os túbulos dentiná-
rios representam faixas deixadas pelas células
odontoblásticas. A densidade dos túbulos e a
orientação variam com a localização. Os túbulos
dentinários perto da polpa são muito próximos
uns dos outros e o conteúdo de água é maior60.
Os túbulos são separados pela dentina intertu-
484
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
485
sistemas adesivos e união ao substrato dental
O processo de união ao esmalte está bem con-
solidado desde 1955, quando Buonocore des-
creveu a técnica baseado na aplicação de um
pré-tratamento com ácido fosfórico10. A aplica-
ção desse ácido nas concentrações de 30-40%
resulta em uma dissolução seletiva dos prismas
do esmalte, que aumenta a energia de superfície,
permitindo melhor contato da resina adesiva no
esmalte. O ácido fosfórico cria microporosida-
des dentro e ao redor dos prismas de esmalte, os
quais serão infiltrados pelo monômero resinoso.
Além disso, o ácido é capaz de remover a sme-
ar layer formada no esmalte e na dentina, sendo
composta de colágeno, hidroxiapatita, bactérias
e componentes salivares68.
Os sistemas adesivos atuais interagem com
o substrato determinando o tipo de técnica
adesiva. A primeira consiste na remoção to-
tal da smear layer (técnica de ataque ácido
prévio, condicionamento total ou condicio-
namento separado) com remoção mineral da
superfície de 4 a 10 μm em profundidade. A
segunda dissolve parcialmente a smear layer
e a incorpora na formação da hibridização
(técnica autocondicionante)74,77.
Os sistemas que utilizam a técnica de condicio-
namento ácido total são chamados de conven-
cionais. Podem apresentar dois ou três passos
para a sua aplicação e geralmente utilizam áci-
do fosfórico a 30-40%. Após a lavagem e se-
cagem dos substratos, no sistema de 3 passos
aplica-se o primer, que é constituído por monô-
meros hidrófilos e um solvente orgânico (água,
álcool ou acetona). A camada híbrida consti-
tui na infiltração dos monômeros na região da
dentina desmineralizada. Após o uso do pri-
mer, utiliza-se uma resina fluida de monôme-
ros mais hidrófobos, que também pode infiltrar
no substrato e copolimerizar-se com o primer.
Nos sistemas simplificados, os componentes
hidrófilos do primer e hidrófobos do adesivo
estão balanceados quimicamente e reunidos
em um único frasco. Ambos os sistemas con-
vencionais de dois e três passos proporcionam
adequada união ao esmalte77.
A técnica de agentes autocondicionantes
consiste na simultânea desmineralização e
infiltração de monômeros ácidos nos tecidos
dentais através da smear layer9. Os adesivos
autocondicionantes podem ser de dois pas-
sos ou de passo único, dependendo se o pri-
mer ácido é separado do agente hidrofóbo ou
combinado ao adesivo, permitindo um proce-
dimento simplificado77. Os sistemas autocon-
dicionantes podem ser classificados em fortes
(pH < 1), moderados (pH 1-2) ou fracos (pH >
2). Os sistemas com baixo pH (fortes) formam
uma camada híbrida com aproximadamente
5 µm de espessura, similar à camada híbrida
formada pela técnica convencional68.
Os adesivos simplificados (convencionais de
2 passos e os autocondicionantes de pas-
so único) têm produzido baixa resistência de
união com a dentina quando usados com os
compósitos autopolimerizáveis ou de polime-
rização dual. Isso ocorre porque o ácido resi-
dual do primer reage com as aminas básicas
presentes nos compósitos autopolimerizáveis
ou duais. O resultado é uma incompleta poli-
merização entre sistema adesivo e material
restaurador na área da união68.
Cimentos resinosos
Os cimentos odontológicos vêm sendo utili-
zados há muitos anos na prática clínica para
cimentação de restaurações indiretas e reten-
tores intrarradiculares, tais como o cimento de
fosfato de zinco, o cimento de policarboxilato,
o cimento de ionômero de vidro (convencional
e resinoso) e o cimento resinoso18,63. Devido às
melhores propriedades físico-químicas deste
último, tais como menor solubilidade, melhor
adesão e maior opção de cores durante a ci-
mentação de trabalhos protéticos estéticos, os
cimentos resinosos têm ganhado um espaço
cada vez maior no mercado odontológico8,26,34.
Os cimentos resinosos são compósitos de baixa
viscosidade e podem ser classificados em duas
categorias: convencionais e autoadesivos51.
Os convencionais necessitam da aplicação de
um sistema adesivo para fazer a união com os
substratos dentais e podem ser subdivididos de
acordo com o método de polimerização: auto-
polimerizável ou quimicamente ativado, fotopo-
limerizável ou fisicamente ativado e dual ou de
dupla polimerização. Na polimerização química,
a reação se dá entre o peróxido de benzoíla da
pasta catalisadora e as aminas aromáticas ter-
ciárias da pasta base. Já na polimerização física
a reação se inicia com o uso de luz visível para
excitar os fotoiniciadores que colidem com as
aminas terciárias, formando os radicais livres,
que vão reagir com os monômeros quebrando
as duplas ligações de carbono e formando o po-
límero. Já nos sistemas de dupla polimerização
ocorrem as duas reações descritas62.
Como a resistência dos materiais resinosos é al-
tamente dependente do seu grau de conversão,
o uso de cimentos de dupla polimerização tem
sido recomendado para cimentação de pinos in-
trarradiculares11, uma vez que no terço apical da
raiz, principalmente, a intensidade óptica da fonte
luz usada na fotoativação é diminuída, resultando
em uma menor conversão monomérica. Assim,
a reação química pode melhorar a polimerização
onde a ativação física não é tão efetiva, apresen-
tando maior resistência de união comparada aos
cimentos exclusivamente químicos7.
486
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
487
Os cimentos resinosos autoadesivos são mais
recentes e não necessitam de tratamento para
aderir aos tecidos dentais, apresentando como
principais vantagens a diminuição no número de
etapas clínicas e menor sensibilidade da técnica,
uma vez que nenhum protocolo adesivo é reque-
rido. Estes cimentos têm em sua composição,
além dos monômeros convencionais (tais como
o Bis-GMA, UDMA, TEGDMA, entre outros), mo-
nômeros funcionais com grupamentos ácidos
(carboxílico e fosfórico) que promovem a desmi-
neralização e adesão aos tecidos dentais24. Foi
reportado que o cimento autoadesivo tem aci-
dez suficiente para promover a hibridização dos
tecidos dentais, sendo os monômeros ácidos
capazes de dissolver a smear layer, penetrar na
dentina e propiciar a retenção micromecânica51.
Além disso, os grupamentos fosfatos presen-
tes nos monômeros funcionais poderiam reagir
com a hidroxiapatita dos tecidos dentais duros,
promovendo uma interação química16,28. Este
cimento tem sido recomendado para fixação
de pinos de fibra com sucesso46,59.
tipos e CaraCterístiCas dos pinos radiCulares
Por muitos anos, os núcleos metálicos fundidos
foram considerados o material de escolha para
restaurar dentes tratados endodonticamente e
com grande destruição coronária12,22,41. Apesar
destes elementos apresentarem boa adapta-
ção no canal radicular, são altamente rígidos e
tais como os cerâmicos, de fibras de vidro, fibras
de quartzo, fibras de carbono revestidos por fi-
bras de vidro ou por fibras de quartzo e os de
zircônia. Os pinos de fibra de vidro e quartzo são
os que possuem o módulo de elasticidade mais
próximo da dentina, além de melhor estética
comparados aos metálicos, o que gera menos
tensão e diminui o risco de fraturas radiculares53.
Os retentores compostos por fibra de carbono
apresentam, além do módulo de elasticidade
próximo ao da dentina, maior resistência à tra-
ção e resistência à flexão quando comparados
aos de fibra de vidro, propriedades importan-
tes em dentes posteriores que estão mais sus-
ceptíveis às forças oclusais durante a masti-
gação4. Entretanto, a coloração escura das
fibras de carbono pode comprometer a esté-
tica, principalmente na região cervical, quando
a reabilitação é realizada com próteses livres
de metal ou restaurações diretas com resina
composta em dentes anteriores. Assim, o uso
de pinos de fibra de carbono recobertos com
fibras de vidro alia resistência e estética31.
Quanto à secção transversal ou forma anatômi-
ca, os pinos intrarradiculares podem ser clas-
sificados em cônicos, paralelos ou cilíndricos
e paralelos com extremo cônico. Os retentores
paralelos apresentam maior retenção ao canal
radicular, distribuindo melhor as tensões do que
os cônicos, que, em contrapartida apresentam
melhor adaptação ao conduto radicular devido
à conformação anatômica mais similar ao canal
da raiz dental2, necessitando de mínima remoção
de dentina sadia. Além disso, um pino mais bem
adaptado no conduto radicular confere maior re-
sistência à fratura ao remanescente dental72.
A textura de superfície dos pinos pode ser
lisa, serrilhada ou com roscas. Os retento-
res intrarradiculares rosqueáveis, apesar
de apresentarem melhor retenção73, geram
maior tensão principalmente durante sua fi-
xação66. Assim, o pino de primeira escolha é
o de inserção passiva que melhor se adapte à
morfologia do canal radicular.
preparo do Conduto radiCular
A remoção do material obturador do conduto
radicular é realizada com brocas Gattes-Glid-
den de tamanho compatível com o diâmetro
do canal. Alguns fabricantes de pinos forne-
cem brocas específicas para que seja realiza-
da a desobturação do conduto.
Como regra geral, a profundidade do preparo
do conduto para pinos de fibra pré-fabricados
deve ser, no mínimo, igual à da coroa protéti-
ca (proporção 1:1) ou abranger no máximo 2/3
da raiz dental, sem comprometer a resistência
à fratura27. Entretanto, é importante ressaltar
que pelo menos 4-5 mm de guta-percha per-
maneçam no interior do canal para que o sela-
mento do ápice radicular seja mantido.
resultam em concentração de tensões nas pa-
redes dentinárias do canal, uma vez que o me-
tal suporta força de maior intensidade sem se
fraturar. Essa tensão é transferida ao dente, que
pode resultar na fratura radicular e perda do
elemento dental promovendo efeito de cunha
e resultando em fraturas radiculares catastró-
ficas27,45,48. A contra-indicação dos núcleos me-
tálicos pode se estender em casos de prótese
de cerâmica com envolvimento estético56.
O propósito dos pinos intrarradiculares não é
reforçar a estrutura dentária, mas reter e es-
tabilizar os materiais restauradores5,12,23. A
principal vantagem dos pinos pré-fabricados é
o fato de estarem prontos para uso imediato,
necessitando de menor número de etapas clí-
nicas20 e com longevidade clínica semelhante
aos núcleos metálicos fundidos70. Assim,dian-
te de uma situação em que seja indicado o uso
de um retentor intrarradicular para fixação de
uma restauração direta ou indireta, o cirurgião-
dentista possui um grande número de opções
de pinos pré-fabricados no mercado odonto-
lógico, o que dificulta na escolha de qual o me-
lhor retentor intrarradicular a ser usado.
Os pinos pré-fabricados podem ser classifica-
dos, quanto ao material de confecção, em me-
tálicos, tais como os de aço inoxidável e titânio,
e os não metálicos. Os não metálicos podem
ainda ser subdivididos em não estéticos, como
os compostos por fibras de carbono, e estéticos,
488
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
489
seleção e preparo do pino in-trarradiCular
A escolha do pino intrarradicular a ser usado
deve ser realizada com o auxílio da radiografia
periapical, de acordo com o diâmetro, o compri-
mento e a forma do conduto radicular, de forma
a se obter a melhor adaptação. O pino deve ficar
o mais justo possível, entretanto, o canal radicu-
lar não deve ser ampliado desnecessariamente
a fim de se desgastar o mínimo possível de den-
tina hígida, que mantém a resistência da mes-
ma. Selecionado o pino, é realizada a limpeza do
mesmo com ácido fosfórico a 30-40% durante
15 segundos, lavagem e secagem ou com ál-
cool29. Em seguida é aplicado o agente de união
silano com o auxílio de um pincel descartável,
aguardado o período de 1 minuto, e secagem
suave com jato de ar livre de ar e óleo40,46. Nos
casos de condutos radiculares muito amplos e
em que há uma boa adaptação do pino no terço
apical, mas este fica frouxo no terço médio e/ou
cervical, pode-se realizar o reembasamento do
mesmo com resina composta22,30. Esses pinos
anatomizados permitem melhor adaptação ao
conduto radicular, o que resulta em uma menor
linha de cimentação e, consequentemente, me-
nor chance de incorporação de bolhas e incidên-
cia de falhas, com menor contração de polime-
rização dos agentes de cimentação resinosos30.
com água por no mínimo o mesmo tempo de
condicionamento, com o auxílio de um suga-
dor endodôntico. A secagem é realizada com
cones de papel absorvente para remoção do
excesso de água residual, preservando a umi-
dade da dentina radicular. Posteriormente, o
ativador do sistema adesivo é aplicado com
o auxílio de um pincel descartável compatível
com o diâmetro do canal, seguido da aplica-
ção de um leve jato de ar por 5 segundos e
remoção do excesso com cone de papel, as-
sim como para o primer do sistema. Então o
catalisador é aplicado e o cimento resinoso
é inserido com o auxílio de uma seringa para
aplicação de materiais dentários viscosos
com ponta agulhada; a agulha deve ser intro-
duzida até o final do conduto para iniciar a in-
serção do cimento e evitar a formação de bo-
lhas. Rapidamente o pino preparado deve ser
introduzido, uma vez que o uso do catalisador
acelera a presa do cimento, podendo com-
prometer o correto assentamento do mes-
mo. Alguns fabricantes recomendam o uso
de broca Lentulo para inserção do material,
entretanto, o uso de cápsulas com ponta tipo
agulha que são acopladas às seringas torna a
inserção do cimento mais fácil, rápida e com
menor chance de incorporação de bolhas.
Além disso, a inserção do cimento com Len-
tulo favorece a mistura do catalisador com
o agente de fixação e acelera ainda mais o
processo de polimerização. Existem no mer-
cado cimentos resinosos que contêm pontas
misturadoras intracanal, que facilitam ainda
mais a inserção dos mesmos, dispensando
o uso de placas de vidro ou bloco de mistu-
ra para manipulação dos agentes de fixação.
Recomenda-se aguardar o tempo da polime-
rização química - cerca de 2 minutos. Por fim,
após a remoção do excesso de cimento ex-
travasado, a fotoativação é realizada por 40
segundos em cada face do elemento dental.
Cimentação com cimento resinoso autoade-
sivo (Caso Clínico 02 - Figuras 07 a 08): após
o preparo, lavagem com água e secagem do
conduto, o cimento resinoso autoadesivo é
inserido no conduto até seu completo pre-
enchimento e, então, o pino intrarradicular
previamente preparado é posicionado. Após
a espera do tempo da polimerização química
e remoção do excesso de cimento, a fotoa-
tivação é realizada durante 40 segundos em
cada face do dente. Alguns fabricantes têm
recomendado a irrigação com hipoclorito de
sódio para limpeza do conduto radicular, en-
tretanto, tem sido relatada uma diminuição
da resistência de união dos cimentos autoa-
desivos quando o hipoclorito de sódio é pre-
viamente usado14, 39.
Para a técnica do reembasamento do pino in-
trarradicular, após a limpeza do mesmo, uma
camada de adesivo puro é aplicada com o
auxílio de um pincel descartável e realizada
sua fotopolimerização por 10 segundos. Em
seguida, a resina composta é colocada sobre
o pino, o qual é inserido no conduto radicu-
lar isolado com um lubrificante hidrossolúvel
para modelagem. Após a fotoativação du-
rante 5 segundos, o conjunto é removido e a
polimerização completada fora da cavidade
bucal com a fotoativação por 20 segundos de
cada lado do pino. Finalizada a anatomização
do retentor intrarradicular, tanto o pino reem-
basado como o canal radicular são lavados
abundantemente com água, com posterior
limpeza do mesmo com ácido fosfórico a 30-
40% durante 15 segundos, lavagem, secagem
e aplicação do silano no pino anatomizado,
como descrito anteriormente.
téCniCas de Cimentação dos pinos intrarradiCulares
Cimentação com cimento resinoso dual
(Caso Clínico 01 - Figuras 01 a 06): após o
preparo do conduto intrarradicular, seleção e
preparo do pino, faz-se o condicionamento do
canal radicular com ácido fosfórico a 30-40%
em gel por 15 segundos, seguido de lavagem
CAP.12
49
1
49
0
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
01. A-F – Aparência inicial dos dentes. Caso gentilmente cedido pelos doutorandos Núbia Inocencya Pavesi Pini e Daniel Sundfeld Neto (Clínica Odontológica - FOP-UNICAMP) (A). Vista vestibular com destaque para as fraturas dentais (B). Vis-ta incisal dos dentes, onde se pode observar o adequado selamento com resina composta dos dentes após a finalização do tratamento endodôntico (C). Após a realização do isolamento absoluto e remoção do selamento de resina, pode-se observar a guta-percha no interior do canal radicular (D). Radiografia periapical inicial evidenciando o adequado tratamento endo-dôntico (E). Após a desobturação é verificada a adaptação do pino de fibra de vidro em relação às paredes do conduto (F).
02. A-H – Vista vestibular da prova do pino para observação da altura do mesmo (A). Radiografia com o pino em posição, onde pode-se verificar o correto assentamento no terço apical. Para evitar a remoção desnecessária de dentina radicular, optou-se pela técnica do reembasamento do retentor intrarradicular (B). Limpeza do pino com ácido fosfórico a 35% por 15 segundos, seguida da lavagem com água por, no mínimo, o mesmo tempo de condicionamento, e secagem com jato de ar (C). Aplicação de um agente de união silano com o auxílio de um pincel descartável, aguardar 1 minuto e secar suavemente com jato de ar (D). Aplicação de um adesivo puro (sem solvente) (E). Fotoativação por 10 segundos do adesivo (F). Impermeabilização do canal radicular com isolante hidrossolúvel (G). Aplicação de uma resina composta microhíbrida ao redor do pino (H).
Caso ClíniCo 01
Cimentação de pino de fibra de vidro Com Cimento resinoso dual
A
C
B
D
FE
A B
D
F
H
C
E
G
CAP.12
49
3
49
2
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
03. A-E – Modelagem do conduto radicular com pino de fibra e resina composta (A). Fotoativação por 5 segundos. Em seguida o pino moldado é removido e realizada a fotoativação por 20 segundos em cada lado (B). Após a lavagem do pino, a limpeza é realizada com ácido fosfórico a 35% por 15 segundos, lavagem e secagem (C). Aplicação do agente de união silano como ante-riormente descrito (D). Condicionamento do conduto intrarradicular com ácido fosfórico a 35% por 15 segundos (E).
04. A-F – Lavagem do canal por, no mínimo, o mesmo tempo de condicionamento; a remoção do excesso de água é realizada com o auxílio de um sugador endodôntico (A). Secagem final do canal com cones de papel absorvente para manutenção da umidade da dentina intrarradicular (B). Aplicação do ativador do sistema adesivo (C). Após aplicação do ativador é realizada a aplicação de jato de ar por 5 segundos e remoção do excesso de material com cone de papel. Este procedimento também deve ser realizado após aplicação do primer do sistema adesivo (D). Aplicação do primer (E). Aplicação do catalisador. Este componente do sistema adesivo acelera a polimerização do cimento resinoso, portanto, após a inserção do mesmo, o pino deve ser assentado no canal rapidamente (F).
A
C
B
D
E
A
C
E
B
D
F
CAP.12
49
5
49
4
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
05. A-F – A inserção do cimento resinoso convencional de dupla polimerização deve ser iniciada no terço apical com o auxílio de cápsula com ponta agulhada acoplada à seringa para aplicação de materiais odontológicos viscosos (A). Conforme o cimento é depositado, a agulha é removida lentamente, reduzindo a chance de formação de bolhas, até o extravasamento na região cervical (B). Logo após a inserção do cimento o pino é assentado no conduto radicular. Aguardar 2 minutos, remover o excesso de cimento e fotopolimerizar por 40 segundos em cada face do dente (C). Após o corte do pino na altura desejada com ponta diamantada em alta rotação sob refrigeração com água é realizado o protocolo adesivo para restauração (D). Para facilitar o procedimento restaurador, foi realizada a moldagem prévia, realizado o enceramento de diagnóstico e confeccionado um guia com silicone de adição (E). Matriz posicionada e acomodação da resina composta de esmalte referente à face palatina (F).
06. A-E – Após a fotoativação do compósito, o guia restaurador pode ser removido (A). Inserção da resina composta de dentina (B). Finalização da restauração com compósito de esmalte (C). Reconstrução do dente 12 após polimento (D). Aparência final dos dentes (E).
A
C
E
B
D
F
A
CB
ED
CAP.12
49
7
49
6
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
Caso ClíniCo 02
Cimentação de pino de fibra de vidro Com Cimento resinoso autoadesivo
07. A-F – Caso clínico inicial, onde se pode observar a presença de uma restauração insatisfatória no primeiro pré-molar (dente 14). Caso gentilmente cedido pelos doutorandos Núbia Inocencya Pavesi Pini e Henrique Heringer Vieira (Clínica Odontológica – FOP-UNICAMP) (A). Radiografia inicial, mostrando o tratamento endodôntico efetivo (B). Remo-ção do material obturador com brocas Gattes-Glidden (C). Conduto radicular desobturado (D). Radiografia após a desobturação e com o pino de fibra posicionado, onde se pode observar a correta adaptação do mesmo no conduto radicular (E). Limpeza do pino com ácido fosfórico por 15 segundos, lavagem e secagem (F).
08. A-F – Aplicação do agente de união silano (A). Após a lavagem e secagem do canal preparado, o cimento resinoso autoa-desivo é inserido no conduto intrarradicular (B). O pino de fibra é assentado no canal, após 2 minutos o excesso de cimento é removido e realizada a fotoativação por 40 segundos em cada face do elemento dental (C). Após o protocolo adesivo é realizada a restauração. Neste caso optou-se pela reconstrução da parede distal, primeiramente, utilizando-se uma matriz metálica parcial pré-conformada (D). Restauração finalizada (E). Restauração após acabamento e polimento (F).
A
C
E
B
A
C
E
B
D
F
D
F
49
8
49
9
CAP.12
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
a importânCia do restabeleCimento da forma e da função do dente tratado endodontiCamente
Uma das principais causas do insucesso do tratamento endodôntico está rela-
cionada à microinfiltração coronária. Essa infiltração de fluidos orais e microorga-
nismos, que é provocada pela ausência de selamento marginal dos materiais res-
tauradores provisórios e/ou definitivos é a nova via de contaminação dos canais
obturados35,64. É necessário manter a cadeia asséptica desde as fases de acesso
à câmara coronária até a sua completa restauração. Provisórios sem adaptação
ou demora na substituição do material provisório, cimentação de pinos intrarradi-
culares sem a correta descontaminação das paredes do canal e sem isolamento
adequado do campo operatório são fatores que podem levar à quebra do protocolo
de assepsia endodôntica e, consequentemente, ao fracasso do tratamento37. A ex-
posição da guta-percha à saliva provoca uma migração de bactérias para dentro
dos canais em questão de dias65,68. O prognóstico de um dente endodonticamente
tratado pode ser melhorado restaurando-o imediatamente após a conclusão do
tratamento endodôntico68 e evitando, desta forma, a infiltração de fluidos bu-
cais64,67; além da recontaminação do sistema de canais, a ausência da restauração
coronária final pode favorecer o surgimento de fraturas coronárias21.
A restauração com materiais permanentes tende a infiltrar menos que a restauração
temporária68. Dentre os materiais temporários podemos citar óxido de zinco e euge-
nol, óxido de zinco /sulfato de cálcio ou ionômero de vidro modificado por resina, que
são adequados se colocados em uma espessura de 3 mm ou mais. O óxido de zinco
e eugenol mostra-se um material com maior infiltração, porém é mais resistente à
penetração bacteriana. Recomenda-se o vedamento da entrada dos canais com o
material provisório para facilitar a sua remoção nos casos de posterior reabilitação
com pinos e restauração indireta, como mostrado na figura 10D. O eugenol é uma
das substâncias que pode parar a reação de polimerização das resinas68. Os cimen-
tos contendo eugenol também têm efeito adverso na retenção do pino intrarradicular
porque impede a polimerização dos cimentos resinosos50.
fatores que influenCiam na restauração do dente tratado endodontiCamente
Dentes tratados endodonticamente requerem um cuidado especial na sua
abordagem restauradora já que a escolha da técnica tem influência na dura-
bilidade dos mesmos. Dentes despolpados podem ser restaurados por meio
de materiais diretos ou indiretos. Deve-se considerar alguns requisitos para
tomar a decisão correta, como a qualidade e quantidade de estrutura dental
remanescente e a extensão da lesão cariosa, dando atenção especial às es-
truturas radiculares, à região da furca e ao remanescente coronário. Os den-
tes amplamente destruídos ou com restaurações extensas são fortes candi-
datos a serem restaurados indiretamente79.
Muitos autores indicam a utilização de pinos intrarradiculares quando a meta-
de ou mais da estrutura coronária do dente foi perdida a fim de fazer uma rea-
bilitação estética e devolver a função76,78. No entanto, a avaliação da condição
estrutural do remanescente dental deve ser associada a outros fatores como a
localização do dente, se anterior ou posterior, e as exigências funcionais21,80. Os
dentes anteriores normalmente necessitam de um pino para melhorar a retenção
da restauração por estarem sujeitos às forças laterais ou oblíquas, enquanto os
dentes posteriores são mais submetidos a cargas compressivas76.
Para restabelecer a resistência necessária à função do dente, era indicado o re-
cobrimento das cúspides nos posteriores69 e nos anteriores o envolvimento da
porção coronária total3. Com o avanço das técnicas adesivas, as restaurações
diretas ou indiretas possibilitaram a criação de um corpo único com o dente, sen-
do capaz de produzir restaurações que sejam compatíveis com as propriedades
mecânicas, biológicas e ópticas dos tecidos dentais49. A colocação de um pino
dentário deve ter como objetivo o suporte e a retenção da restauração nos casos
onde uma grande destruição da dentina coronária não permite que o remanes-
cente retenha a restauração, seja ela direta ou indireta80.
500
501
CAP.12
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
O acesso cavitário, o alargamento do canal e o uso de agentes químicos especí-
ficos reduzem significativamente a resistência do dente. De fato, a conservação
da estrutura dental é a questão mais crítica quando se trata de dentes não vitais.
Estruturas preservadas intactas e especialmente o tecido cervical criam o efei-
to de férula, melhorando o comportamento biomecânico do dente restaurado19.
Paredes paralelas de dentina que se estendem da dentina coronária e a partir da
sua margem, proporcionam o efeito de férula, que depois de ser circundado por
uma restauração indireta proporciona um efeito protetor através da redução de
tensões no interior do dente38.
resinas Compostas
As propriedades mecânicas, físicas e estéticas das resinas compostas dependem
de sua composição e estrutura. Basicamente são compostas por uma matriz or-
gânica, uma matriz inorgânica (partículas de carga) e um organosilano ou agente
de união das matrizes orgânica e inorgânica. A matriz orgânica é formada, em sua
essência, por um monômero (tipicamente dimetacrilato) e um sistema iniciador
(o mais comum é a canforoquinona). O monômero mais utilizado é o Bis-GMA,
que devido à alta viscosidade é misturado a monômeros diluentes, como TEG-
MA, UDMA, entre outros. A fase inorgânica é composta de partículas inorgânicas
que determinam as propriedades físicas e mecânicas, diminuindo a contração de
polimerização. As principais partículas de carga são formadas por sílica, quartzo,
zircônia, outros tipos de vidros (como: bário, estrôncio, alumínio, silicato e boro),
partículas pré-polimerizadas de resina e até fluoretos.
As características das partículas de carga e principalmente o tamanho destas par-
tículas são utilizadas para classificar as resinas compostas. Os compósitos con-
vencionais tinham partículas de carga de tamanho médio de 1µm; essas resinas,
chamadas de macropartículas, apresentavam boa resistência mecânica, porém as
partículas de tamanho grande dificultavam o polimento. As micropartículas apre-
sentam tamanhos de partículas de 40 ηm e, na verdade, deveriam ser chamadas
de nanopartículas. A nanotecnologia é definida na nanoescala e inclui tamanhos
médios de 1-100ηm. As nanopartículas apresentam um bom acabamento e po-
limento. O tamanho das partículas dos compósitos convencionais foi reduzido e
acabaram sendo chamados de compósitos microhíbridos, contendo tamanhos
médios de partículas de 40ηm. O refinamento das partículas resultou em compó-
sitos com partículas de submícrons, normalmente 0,4-1µm, chamados de mini-
partículas, e depois referidos como microhíbridos. São considerados compósitos
universais e podem ser utilizados tanto em dentes anteriores como posteriores,
combinando resistência e polimento adequados. A mais recente inovação são as
resinas compostas de nanopartículas, A nanotecnologia transforma as resinas na-
nométricas em nanoaglomerados, o que torna a resina composta um material com
excelente resistência mecânica associada ao excelente acabamento e polimento24.
Para a restauração do dente tratado endodonticamente a melhor opção será aque-
la que reunir as propriedades necessárias ao caso clínico apresentado. Em dentes
anteriores, devemos atender às necessidades estéticas suportando uma boa re-
sistência ao cisalhamento. Nas restaurações de dentes posteriores a resistência
às forças de compressão deve ser priorizada76. As resinas que têm nanotecnologia
são excelente opção por unir estética e resistência mecânica.
restauração direta x restauração indireta
A fratura do dente tratado endodonticamente está mais relacionada à quantida-
de de remanescente dental do que à presença ou não de um pino dentário. Por-
tanto, a preservação da estrutura dental é considerada o fator mais importante
no aumento da longevidade dos dentes não vitais. Desta forma, quando procedi-
mentos adesivos e restaurações diretas de resina são usados, possibilitam uma
maior conservação do tecido dentário remanescente44, uma vez que os preparos
cavitários indiretos fragilizam mais o remanescente dentário do que os preparos
diretos, ocasionando uma diminuição na resistência à fratura.
CAP.12
503
502
d e V a n G U a R d aENDODONTIA
O mercado odontológico disponibiliza para os cirurgiões-dentistas vários siste-
mas de pinos intrarradiculares pré-fabricados, assim como diversos cimentos e
materiais de reconstrução coronária. A combinação adequada destes materiais
possibilita ao profissional realizar restaurações com desgaste mínimo de estru-
tura dentária e sucesso clínico57,71.
A associação de resinas compostas e pinos de fibra de vidro representa uma
alternativa conservadora de tratamento, preservando melhor o remanes-
cente coronário e reduzindo os custos do tratamento quando comparados
aos procedimentos protéticos. Porém o tratamento restaurador com resina
composta apresenta algumas limitações, dentre elas a instabilidade dimen-
sional, devido à contração de polimerização, a necessidade de habilidade
técnica e conhecimento do material restaurador pelo cirurgião-dentista, o
risco de manchamento e a diminuição do brilho superficial destas restau-
rações quando comparadas às restaurações cerâmicas.Como vantagens
das restaurações em resina composta pode-se citar a fácil manipulação,
polimerização imediata, ótima resistência mecânica, além de adesão à es-
trutura dentária25, podendo-se utilizar com segurança em casos de acesso
coronário conservador. Os cimentos de ionômero de vidro modificados por
resinas e as resinas compostas são indicados para restaurações temporá-
rias que devem durar mais de 2 a 3 semanas68, como apresentado no Caso
03 (Figuras 09 a 12), no qual a paciente apresentava falha na restauração
e iria realizar diversos procedimentos restauradores antes da reabilitação
final dos dentes com envolvimento endodôntico.
09. A-C – Aspecto da restauração do dente 46 (A). Radiografia interproximal mostrando falha na interface dente/restauração (B). Isolamento absoluto do campo operatório (C).
Caso ClíniCo 03
restauração direta Classe ii (mod)
A
CB
504
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
10. A-E – Remoção da restauração com ponta diamantada (A). Aspecto durante a remoção da restauração mostrando falha encontrada (B). Observa-se os condutos radiculares com a guta-percha aparente (C). Selamento da entrada dos canais com óxido de zinco e sulfato de cálcio (D). Posicionamento da matriz (E).
11. A-D – Condicionamento com ácido fosfórico a 37% durante 30 segundos em esmalte (A). Aplicação do ácido fosfórico em dentina por 15 segundos (B). Secagem com bolinha de algodão umedecido (C). Aplicação de sistema adesivo conven-cional de 2 passos com o auxílio de um pincel descartável (D).
A
C
B
D
A
CE
B
D
CAP.12
507
506
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
12. A-E – Fotopolimerização do sistema adesivo (A). Inserção da resina composta iniciando-se pela proximal (B). Restauração finalizada após aplicação dos incrementos de resina composta (C). Restauração após a remoção da matriz (D). Aspecto final da restauração (E).
A B
D
E
C
Quando a resina composta é comparada ao
amálgama e cimento de ionômero de vidro, ela
apresenta vantagens e melhores propriedades
mecânicas que os demais2. As resinas compos-
tas proporcionam excelente adesão à estrutura
dental, e por isso núcleos de preenchimento
com esses materiais têm excelente indicação
no caso de dentes tratados endodonticamente.
São convenientes devido à resiliência, proprie-
dade que induz menor tendência à propagação
de trincas do que os outros materiais75.
A resina pode se unir a muitos pinos atuais e
às estruturas dentais remanescentes, aumen-
tando a retenção do núcleo36, possui uma alta
resistência elástica e os dentes podem ser
preparados para a coroa imediatamente de-
pois da sua inserção. Um estudo demonstrou
que os núcleos de resina composta têm re-
sistência à fratura comparável aos núcleos de
amálgama e aos núcleos metálicos fundidos,
e que quando houve fratura radicular somente
os dentes com núcleos em resina apresenta-
ram fraturas passíveis de serem reparadas61.
As principais vantagens da restauração in-
direta frente à resina composta direta são
durabilidade, estabilidade de cor, brilho, po-
limento e resistência aos esforços mastiga-
tórios. Como desvantagem, pode-se incluir o
custo, a necessidade de mais sessões clíni-
cas devido às etapas laboratoriais e, muitas
vezes, a necessidade de um maior desgaste
da estrutura dental sadia para a conclusão
do preparo do remanescente58.
A preservação da estrutura dental é consi-
derada o fator mais importante no aumento
da taxa de sobrevivência dos dentes trata-
dos endodonticamente. Desta forma, quando
somente procedimentos adesivos e resinas
compostas diretas são usados, toda estrutu-
ra dental remanescente pode ser conservada,
diferentemente da restauração indireta, que
requer preparo dental58.
Considerações finais
É importante a restauração adesiva imediata
do dente tratado endodonticamente, sele-
cionando-se materiais e técnicas que pro-
movam uma melhor reabilitação da forma
e função. A restauração mantem os canais
obturados livres de contaminação e a maior
preservação do remanescente coronário po-
dem predizer o sucesso clínico e a longevida-
de do dente e da restauração.
508
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
509
20. Erkut S, Eminkahyagil N, Imirzalioglu P, Tunga U. A technique for restoring an overflared root ca-nal in an anterior tooth. J Prosthet Dent. 2004; 92(6):581-3.
21. Faria ACL, Rodrigues RC, Almeida Antunes RP, de Matos Mda G, Ribeiro RF. Endodontically treaded teeth: characteristics and considerations to resto-re them. Journal of Prosthodontic Research 2011; 55(2):69-74.
22. Faria-e-Silva AL, Pedrosa-Filho CF, Menezes MS, Silveira DM, Martins LR. Effect of relining on fi-ber post retention to root canal. J Appl Oral Sci 2009;17(6):600-4.
23. Fernandes AS, Dessai GS. Factors affecting the fracture resistance of post-core recons-tructed teeth: a review. Int J Prosthodont 2001; 14(4):355-63.
24. Ferracane JL. Resin composite-state of the art. Dent Mater. 2011; 27(1):29-38.
25. Ferracane JL, Stansbury JW, Burke FJ. Sel-f-adhesive resin cements - chemistry, properties and clinical considerations. J Oral Rehabil 2011; 38(4):295-314.
26. Fraga RC, Luca-Fraga LR, Pimenta LA. Physical properties of resinous cements: an in vitro study. J Oral Rehabil 2000; 27(12):1064-7.
27. Franco EB, Lins do Valle A, Pompéia Fraga de Al-meida AL, Rubo JH, Pereira JR. Fracture resistan-ce of endodontically treated teeth restores with glass fiber posts of different lengths. J Prosthet Dent 2014; 111(1):30-4.
28. Gerth HU, Dammaschke T, Züchner H, Schäfer E. Chemical analysis and bonding reaction of Rely X Unicem and Bifix composites - a comparative study. Dent Mater 2006; 22(10):934-41.
29. Gonçalves AP, Ogliari AO, Jardim PS, Moraes RR. Chemical cleaning agents and bonding to glass-fiber posts. Braz Oral Res 2013; 27(1):70-2.
30. Grandini S, Goracci C, Monticelli F, Borracchini A, Ferrari M. SEM evaluation of the cement layer thi-ckness after luting two different posts. J Adhes Dent 2005; 7:235-40. (A)
31. Grandini S, Goracci C, Monticelli F, Tay FR, Ferrari M. Fatigue resistance and structural characteristi-cs of fiber posts: three-point bending test and SEM evaluation. Dent Mater 2005; 21(2):75-82. (B)
32. Grandini S, Sapio S, Simonetti M. Use of anatomic post and core for reconstructing an endodonti-cally treated tooth: a case report. J Adhes Dent 2003; 5(3):243-7.
33. Gwinnett AJ. The ultrastructure of the “prismless” enamel of permanent human teeth. Arch Oral Biol. 1967; 12(3): 381-8.
34. Hofmann N, Papsthart G, Hugo B, Klaiber B. Com-parison of photo-activation versus chemical or dual-curing of resin-based luting cements regar-ding flexural strength, modulus and surface hard-ness. J Oral Rehabil 2001; 28(11):1022-8.
35. Hommez GM, Coppens CR, De Moor RJ. Pe-riapical health related to lhe quality of coronal restorations and root fillings. Int Endod J 2002; 35(8):680-9.
36. Hsu YB, Nicholls JL, Phillips KM, Libman WJ. Effect of core bonding on fatigue failure of compromised teeth. Int J Prosthodont 2002; 15 (2): 175-8.
37. Iqbal MK, Johansson AA, Akeel RF, Bergenholtz A, Omar R. A retrospectiva analysis of factors associa-ted with the periapical status of restored, endodonti-cally treated teeth. Int J Prosthodont 2003; 6(1): 31-8.
38. Juloski, J.; Radovic, I; Goracci, C; Vulicevic A R Ferrule effect: A literature review. J Endod 2012; 38:11–19.
39. Khoroushi M, Kachuei M. Pull-out bond strength of a self-adhesive resin cement to NaOCl-treated root dentin: effect of antioxidizing agents. Rest Dent Endod 2014; 39(2):95.103.
referênCias
1. Albuquerque RC, Dutra RA, Vasconcellos WA. Pinos intra-radiculares de fibras de carbono em restaurações de dentes tratados endodon-ticamente. Rev. Assoc. Paul. Cir. Dent. 1998; 52:441-44.
2. Albuquerque RC. Estudo da distribuição de ten-sões em um incisivo central superior reconstruído com diferentes pinos intra-radiculares analisado pelo método dos elementos finitos. Araraquara, 1999. 175p. Tese (Doutorado em Dentística Res-tauradora) - Faculdade de Odontologia, Universi-dade Estadual Paulista.
3. Aquilino SA, Caplan DJR. Relationship between crown placement and the survival of endodonti-cally treated teeth. The Journal of Prosthetic Den-tistry 2002, 87(3):256-263.
4. Asmussen E, Peutzfeldt A, Heitmann T. Stiffness, elastic limit and strength of newer types of endo-dontic posts. J Dent 1999;27(4):275-8.
5. Assif D, Gorfil C. Biomechanical considerations in restoring endodontically treated teeth. J Prosthet Dent 1994;71(6):565-7.
6. Baructcigil C, Arslan H, Ozcan E, Harorli O. Mi-cro-tensile bond strength of adhesives to pulp chamber dentin after irrigation with Ethylene-diaminetetraacetic acid. J Conserv Dent 2012; 15(3):242-5.
7. Braga RR, Ballester RY, Carrilho MR. Pilot study on the early shear strength of porcelain-dentin bon-ding using dual-cure cements. J Prosthet Dent 1999;81(3):285-9.
8. Breeding LC, Dixon DL, Caughman WF. The curing potential of light-activated composite resin luting agents. J Prosthet Dent 1991;65(4):512-8.
9. Breschi L, Mazzoni A, Ruggeri A, Cadenaro M, Di Lenarda R, Dorigo E S.Dental adhesion review: Aging and stability of the bonded interface Dent Mater. 2007; 24(1): 90-101.
10. Buonocore MG. A simple method of increasing the adhesion of acrylic filling materials to enamel surfaces. J Dent Res. 1955; 34(6): 849-53.
11. Caughman WF, Chan DC, Rueggeberg FA. Curing potential of dual-polymerizable resin cements in simulated clinical situations. J Prosthet Dent 2001;86(1):101-6.
12. Christensen GJ. Post concepts are changing. J Am Dent Assoc 2004;135(9):1308-10.
13. Cobankara FK, Erdogan H, Hamurcu M. Effects of chelanting agentes on the mineral contento f root canal dentin. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endond. 2011; 112(6):149-54.
14. da Cunha LF, Furuse AY, Mondelli RF, Mondelli J. Compromised bond strength after root depro-teinization reversed with ascorbic acid. J Endod 2010;36(1):130-4.
15. De-Deus G, Paciornik S, Mauricio M H P. Evalua-tion of the effect of EDTA, EDTAC and citric acido in the microhardness of root dentine. Internatio-nal Endodontic Journal 2006, 39, 401–407.
16. De Munck J, Vargas M, Van Landuyt K, Hikita K, Lambrechts P, Van Meerbeek B. Bonding of an au-to-adhesive luting material to enamel and dentin. Dent Mater 2004; 20(10):963-71.
17. Deepa V L, Damaraju B, Privadharsini B I, Subba-rao VV, Raju KR. Comparative evaluation of mi-croshear bond strength of 5(th), 6(th) and 7(th) generation agents to coronal dentin versus den-tina t floor of pulp chamber: an in vitro study. J Int Oral Health 2014; 6(5):72-6.
18. Diaz-Arnold AM, Vargas MA, Haselton DR. Current status of luting agents for fixed prosthodontics. J Prosthet Dent 1999;81(2):135-41.
19. Dietschi D, Duc O, Krejci I, Sadan A. Biomechanical considerations for the restoration od endodontically treated teeth: A systematic review of the literature, Part I. Composition and micro- and macrostructure alterations. Quintessence Int 2007; 38:733–743.
51
0
CAP.12
D E V A N G U A R D AENDODONTIA
51
1
40. Kim HD, Lee JH, Ahn KM, Kim HS, Cha HS. Effect of silane activation on shear bond strength of fi-ber-reinforced composite post to resin cement. J Adv Prosthodont 2013; 5(2):104-9.
41. Kimmel SS. Restoration of endodontically treated tooth containing wide or flared canal. N Y State Dent J 2000;66(10):36-40.
42. Konishi N, Watanabe LG, Hilton JF, Marshall GW, Marshall SJ, Staninec M. Dentin shear strength: effect of distance from the pulp. Dent Mater 2002; 18(7):516-20.
43. Lail, SCN, Makl Y F, Cheungl GSP, Osório R, To-ledano M, Carvalho R M, Tayl F R, Pashley D H. Reversal of compromised bonding to oxidized et-ched dentin. J Dent Res 2001, 80(10):1919-1924.
44. Lang H, korkmaz Y, Scheneider K, Raab WH. Impact f edodontic treatments on the rigidity of the root. Journal of Dental Research 2006; 85(4): 364-368.
45. Lanza A, Aversa R, Rengo S, Apicella D, Apicella A. 3D FEA of cemented steel, glass and carbon posts in a maxillary incisor. Dent Mater 2005; 21(8):709-15.
46. Leme AA, Coutinho M, Insaurralde AF, Scaffa PM, da Silva LM. The influence of time and cement type on push-out bond strength of fiber posts to root dentin. Oper Dent 2011; 36(6):643-8.
47. Leme AA, Pinho AL, de Gonçalves L, Correr-Sobri-nho L, Sinhoreti MA. Effects of silane application on luting fiber posts using self-adhesive resin ce-ment. J Adhes Dent 2013; 15(3):269-74.
48. Lui JL. Enhanced post crown retention in resin composite-reinforced, compromised, root-fil-led teeth: a case report. Quintessence Int 1999; 30(9):601-6.
49. Magne P, Belser U. Compreensão da estrutura dental intacta e do princípio de biomimética. In: ____. Restaurações adesivas de porcelana na dentição anterior: uma abordagem biomimética. São Paulo: Quintessence, 2003. p. 23-56.
50. Manicardi CA, Versiani MA, Saquy PC, Pecora JD, Sousa-Neto MD. Influence of filling materials on the bonding interface of thin-walled roots rein-forced with resin and quartz fiber posts. J Endod 2011; 37:531–537.
51. Manso AP, Silva NR, Bonfante EA, Pegoraro TA, Dias RA, Carvalho RM. Cements and adhesives for all-ceramic restorations. Dent Clin North Am 2011; 55(2):311-32.
52. Marshall Jr G W; Marshall S J; Kinney J H; Balooch M. The dentin substrate: structure and properties related to bonding. Jornal of Dent 1997; 25(6): 441-458.
53. Martelli R. Fourth-generation intraradicular posts for the aesthetic restoration of anterior teeth. Pract Periodontics Aesthet Dent 2000; 12(6):579-84.
54. Meckel AH, Griebstein WJ, Neal RJ. Structure of mature human dental enamel as observed by electron microscopy. Arch Oral Biol. 1965; 10(5): 775-83.
55. Mjor I A, Fejerskov O. Histology of the human too-th, 2 nd edn. Munksgaard, Copenhagen 1979.
56. Mitsui FH, Marchi GM, Pimenta LA, Ferraresi PM. In vitro study of fracture resistance of bovine roots using different intraradicular post systems. Quintessence Int 2004;35(8):612-6.
57. Mondelli J,Sene F, Ramos RP, Benetti AR. Tooth structure and fracture strength of cavities. Brazi-lian Dental Journal 2007; 18(2):134-138.
58. Muniz L. Reabilitação estética em dentes trata-dos endodonticamente: pinos de fibra de vidro e possibilidades clínicas conservadoras. São Paulo: Santos, 2010.
59. Nova V, Karygianni L, Altenburger MJ, Wolkewitz M, Kielbassa AM, Wrbas KT. Pull-out bond stren-gth of a fibre-reinforced composite post system luted with self-adhesive resin cements. J Dent 2013;41(11):1020-6.
60. Pashley DH. Dentin: a dynamic substrate-a re-view. Scanning Microsc 1989; 3(1): 161-74.
61. Pilo R, Cardash HS, Levin E, Assif D. Effect of core stiffness on the in vitro fracture of crowned, en-dodontically treated teeth. J Prosthet Dent 2002; 88(3): 302-6.
62. Pinheiro RF, Silva E Souza JR MH, Crepaldi D. Ava-liação da resistência adesiva de porcelana fixada à dentina com três cimentos resinosos de dupla polimerização. JBC J Bras Clin Estet Odontol 2000;4(24):53-6.
63. Radovic I, Monticelli F, Goracci C, Vulicevic ZR, Ferrari M. Self-adhesive resin cements: a literatu-re review. J Adhes Dent 2008;10(4):251-8.
64. Ray HA, Trope M. Periapical status of endodonti-cally treated teeth in relation to the technical qua-lity of the root filling and the coronal restoration. Int Endod J 1995; 28(1):12-8.
65. Ree, M, Schwartz, R S. The endo-restorative inter-face: current concepts. Dent Clin North Am. 2010; 54(2):345-74.
66. Ross RS1, Nicholls JI, Harrington GW. A compari-son of strains generated during placement of five endodontic posts. J Endod 1991; 17(9):450-6.
67. Saunders WP, Saunders EM. Coronalleakage as a cause of failure in root-canal therapy: a review. Endod Dent Traumatol 1994; 10(3):105-8.
68. Schwartz, R, Frnsman, R. Adhesive Dentistry and Endodontics: materials, clinical strategies and procedures for restoration of access cavities: A review. JOE 2005; 31(3).
69. Schwartz RS, Robbins JW. Post placement and restoration of endodontically treated teeth: a lite-rature review J Endod 2004; 30(5):289–301
70. Soares CJ, Valdivia AD, da Silva GR, Santana FR, Menezes MS. Longitudinal clinical evaluation of post systems: a literature review. Braz Dent J 2012; 23(2):135-140.
71. Soares PV, Santos-Filho PC, Martins LR, Soares CJ. Infuence of restorative techinique on the bio-mechanical benhavior of endodontically treated maxillary premolars. Part I: fracture resistance and fracture mode. The Journal of Prosthetic Dentistry 2008; 99(1):30-37.
72. Sorensen JA, Engelman MJ. Effect of post adap-tation on fracture resistance of endodontically treated teeth. J Prothet Dent 1990; 64(4):419-24.
73. Standlee JP1, Caputo AA. Effect of surface design on retention of dowels cemented with a resin. J Prosthet Dent 1993; 70(5):403-5.
74. Tay FR, Pashley DH. Dental adhesives of the future. J Adhes Dent 2002; 4: 91-103.
75. Tjan AHL, Nemetz H. Effect of eugenol-containing endodontic sealer on retention of prefabricated post luted with an adhesive composite resin ce-ment. Quintessence Int 1992; 23(12): 839-44.
76. Uchôa RC, Paredes AH, Cahú DO, de Melo ABP, Montenegro RV, Pedrosa R, Braz R. Pernos intrar-radiculares de fibra de vidrio: caso clínico. Acta Odontológica Venezolana 2008; 46(4): 1-12.
77. Van Meerbeek B, De Munck J, Yoshida Y, Inoue S, Vargas M, Vijay P et al. Buonocore memorial lecture. Adhesion to enamel and dentin: current status and future challenges. Oper Dent. 2003; 28(3): 215-35.
78. Vârlan C , Dimitriu B, Vârlan V, Suciu I. Current opinions concerning the restoration of endodon-tically treated teeth: basic principles. Journal of Medicine and Life 2009; 2(2): 165-172.
79. Willershausen B, Tekyatan H, Krummenauer F, Bri-seño Marroquin B. Survival rate of endodontically treated teeth in relation to conservative vs post insertion techniques—a retrospective study. Eur J Med Res. 2005; 10: 204–208.
80. Zarow M, Devoto W, Saracinelli M. Reconstruction of endodontically treated posterior teeth- with or without post? Guidelines for the dental practitio-ner. The European Journal of Esthetic Dentistry 2009; 4(4): 312-327.