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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ENGENHARIA AMBIENTAL PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE LÂMPADAS FLUORESCENTES PÓS-CONSUMO DISCENTE HÉLDER DA COSTA MOREIRA MATRÍCULA: 2015008090 NATAL/RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

ENGENHARIA AMBIENTAL

PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E

DISPOSIÇÃO FINAL DE LÂMPADAS FLUORESCENTES PÓS-CONSUMO

DISCENTE

HÉLDER DA COSTA MOREIRA

MATRÍCULA: 2015008090

NATAL/RN

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HÉLDER DA COSTA MOREIRA

PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E

DISPOSIÇÃO FINAL DE LÂMPADAS FLUORESCENTES PÓS-CONSUMO

Trabalho de conclusão de curso

apresentado como requisito para a obtenção da

nota do TCC 2 – projeto, do curso de Engenharia

Ambiental da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte.

Orientadora: Profª Izabela Cristiane de Lima Silva.

NATAL/RN

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HÉLDER DA COSTA MOREIRA

PROPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E

DISPOSIÇÃO FINAL DE LÂMPADAS FLUORESCENTES PÓS-CONSUMO

Trabalho de conclusão de curso

apresentado como requisito para a obtenção da

nota do TCC 2 – projeto, do curso de Engenharia

Ambiental da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte.

__________________________________________________________________

Esp, Izabela Cristiane de Lima Silva – Orientadora

____________________________________________________________

Ms, Luzimar Pereira da Costa – Examinadora externa

____________________________________________________________

Ms, Luênia Kaline Tavares da Silva – Examinadora externa

NATAL/RN

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, fonte de amor e sabedoria, que me proporcionou

saúde e discernimento durante toda a jornada de elaboração desse trabalho de conclusão

de curso.

Aos colegas de curso pelo apoio, incentivo e trocas de informações que me

levaram a entender alguns preceitos legais que me ajudaram na execução deste trabalho

de conclusão de curso.

A todos os meus familiares, em especial aos meus pais por todo o apoio e

dedicação, e por me acompanhar nessa jornada.

Agradecer à minha orientadora Profª Izabela Cristiane de Lima Silva pela

paciência e compreensão, como também por não se abster de me orientar nesse momento

tão importante.

Aos meus colegas da Gerência de Planejamento, Controle e Fiscalização da

URBANA - Companhia de Serviços Urbano de Natal, em especial à minha gerente

Luzimar Pereira, por ajudarem no meu crescimento em relação ao tema desse trabalho e

por todos os ensinamentos.

Por fim, agradeço a todo o corpo docente do Curso de Engenharia Ambiental por

todos os ensinamentos passados e por todo o apoio e incentivo que recebi nesses anos de

convivência.

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RESUMO

O presente trabalho trata sobre a proposição de um sistema de coleta, tratamento

e disposição final de lâmpadas fluorescentes pós-consumo. A prática corrente de descarte

de lâmpadas predominantemente exercida deste resíduo é a modalidade feita diretamente

no lixo. Infelizmente as empresas privadas, órgãos públicos e a população, de um modo

geral, desconhecem os efeitos adversos causados pelo descarte inapropriado e não sabem

como gerenciar esses resíduos. Com isso, o objetivo do projeto é fazer com que o material

inerte presente nas lâmpadas seja reaproveitado, bem como minimizar os possíveis

impactos negativos que o descarte inadequado desse tipo de resíduo possa causar ao meio

ambiente e à saúde humana. Infelizmente O sistema proposto de coleta, tratamento e

destinação terá como bases legislativas os princípios e disposições preceituadas pela

Constituição, tendo como norma específica sobre resíduos a Lei 12.305/2010, intitulada

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A metodologia utilizada foi o método de

pesquisa de requisitos legais sobre o tema, prospecção e análise quantitativa de lâmpadas

descartadas em larga escala por grandes geradores desse tipo de resíduo, análise de seus

impactos ambientais e possíveis destinações pós-tratamento. Toda a metodologia foi

aplicada à cidade de Natal, Rio Grande do Norte. Os resultados e discussões realizados

permitiram constatar que um sistema de coleta, tratamento e disposição final de lâmpadas

fluorescentes além de viável, é um importante instrumento para o exercício da política da

logística reversa.

Palavras-chave: Resíduos sólidos; logística reversa; reciclagem; coleta; lâmpadas

fluorescentes.

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ABSTRACT

The present work deals with the proposition of a system of collection, treatment

and final disposal of post-consumption fluorescent lamps. The current practice of

discarding bulbs predominantly exerted of this residue is the modality done directly in

the trash. Unfortunately, private companies, public agencies and the general public are

not aware of the adverse effects caused by inappropriate disposal and do not know how

to manage such waste. Therefore, the objective of the project is to make the inert material

present in the lamps be reused, as well as to minimize the possible negative impacts that

the inappropriate disposal of this type of waste can cause to the environment and human

health. Unfortunately, the proposed collection, treatment and disposal system will have

as its legislative basis the principles and provisions established by the Constitution,

having as a specific rule on waste Law 12,305 / 2010, entitled National Solid Waste Policy

(PNRS). The methodology used was the method of researching legal requirements on the

subject, prospecting and quantitative analysis of bulbs discarded in large scale by large

generators of this type of waste, analysis of their environmental impacts and possible

destinations after treatment. All the methodology was applied to the city of Natal, Rio

Grande do Norte. The results and discussions showed that a system for collecting, treating

and disposing of fluorescent lamps, besides being feasible, is an important instrument for

the exercise of reverse logistics policy.

Keywords: Solid wastes; reverse logistic; recycling; collect; fluorescent lamps.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

CF – Constituição Federal.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.

ELC – European Lamp Companies Federation (Federação de Fabricantes de Lâmpadas

da Europa)

FACEX – Faculdade de Ciências, Cultura e Extensão do RN

IFRN – Instituto Federal do Rio Grande do Norte

LR – Logística Reversa.

LF – Lâmpada Fluorescente.

NBR – Norma da Associação Brasileira.

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente.

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos.

RN – Rio Grande do Norte.

RP – Resíduo Perigoso.

RS – Resíduo Sólido.

SINMETRO – Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial.

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente.

SNVS – Sistema Nacional de vigilância Sanitária.

SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária.

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1: Lâmpadas fluorescentes tubulares.

Figura 2: Lâmpadas Fluorescentes compactas.

GRÁFICOS

Gráfico 1: Quantitativo mensal de lâmpadas por categoria.

Gráfico 2: Quantitativo total mensal de lâmpadas a serem descartadas.

Gráfico 3: Ilustração percentual do quantitativo por categoria.

Gráfico 4: Composição da LF compacta.

Gráfico 5: Composição da LF compacta.

QUADROS

Quadro 1: Lista dos Grandes geradores por categoria em Natal.

TABELAS

Tabela 1: Tipos de lâmpada e suas características.

Tabela 2: Características dos estabelecimentos escolhidos

Tabela 3: Características das lâmpadas escolhidas

Tabela 4: Composição das lâmpadas fluorescentes

Tabela 5: Quantidade de lâmpadas presentes por estabelecimento

Tabela 6: Qantidade mensal de Lâmpadas por estabelecimento

Tabela 7: quantidade de geradores por categoria

Tabela 8: Valores de lucros com a coleta

Tabela 9: Pesos especificados por material nas lâmpadas

Tabela 10: Iluminância em locais de assistência médica NBR ISO/CIE 8995-1:2013

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Tabela 11: Iluminância em Escolas NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Tabela 12: Iluminância em Estacionamentos NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Tabela 13: Iluminância em Hotéis NBR 5413

Tabela 14: Iluminância em Lojas NBR 5413

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 10

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 12

2.1. CAPITAL NATURAL .............................................................................................. 12

2.2. RECICLAGEM ......................................................................................................... 13

2.3. LEGISLAÇÃO INERENTE .................................................................................... 14

2.4. LOGÍSTICA REVERSA .......................................................................................... 15

2.5. IMPACTOS NA SAÚDE E NO MEIO AMBIENTE ............................................. 16

2.6. TIPOS DE LÂMPADAS FLUORESCENTES E TRATAMENTO ..................... 17

2.6.1. TIPOS DE LÂMPADAS ................................................................................... 17

2.6.2. TRATAMENTOS EXISTENTES.................................................................... 20

3. OBJETIVOS .......................................................................................................... 22

3.1. GERAIS ..................................................................................................................... 22

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................. 22

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................. 23

4.1. PROSPECÇÃO DE COLETA ................................................................................. 23

4.2. ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS ........................................................... 26

4.3. DESTINAÇÃO FINAL PÓS-TRATAMENTO ...................................................... 26

5. RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................. 27

5.1. QUANTITATIVO DE LÂMPADAS A SEREM COLETADAS .......................... 27

5.2. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................. 31

5.3. DESTINAÇÃO FINAL PÓS-TRATAMENTO ...................................................... 33

7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente temas com visão ambiental vêm sendo discutidos em todo o mundo,

porém esses temas não seriam amplamente debatidos sem antes a sociedade passar por

muitas transformações. Tais transformações foram originadas por volta da metade do

século XVIII com a Revolução Industrial, ocorrida nas indústrias, na tecnologia, na

sociedade e consequentemente nas suas relações com o ambiente. Um ponto importante

para essas transformações decorre da modernidade, que possibilitou e impulsionou a

sociedade para um mundo cada vez mais ansioso em consumir, sem se preocupar com a

preservação, ficando evidente que esse pensamento consumista impactou o padrão de

consumo das pessoas e, consequentemente, a geração de resíduos provenientes desse

consumo.

Dessa forma, as indústrias passaram a produzir inúmeros produtos com o objetivo

de suprir a necessidade dessa nova sociedade, por meio de produção em massa de bens

de consumo. Essa nova concepção, aliada à globalização, influenciaram intensamente a

continuidade das atividades industriais, impactando no crescimento da capacidade de

produção, refletindo no aumento da produção e consumo de bens, na maior captação de

insumos através da extração de recursos naturais e no aumento de descarte de produtos.

A crescente preocupação ambiental tem provocado mudanças na gestão de

resíduos sólidos. Fato constatado há seis anos com a aprovação da lei 12.305/10 que

institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) a fim de disciplinar a coleta, o

destino final e o tratamento de resíduos, além de estabelecer diretrizes para reduzir a

geração de resíduo e combater o desperdício de materiais descartados. Uma das categorias

que se encontra abarcado pelo PNRS é a de resíduos perigosos, onde neles se encaixam

as lâmpadas fluorescentes (LFs), pois em sua composição há substâncias tóxicas como o

mercúrio, que pode contaminar o solo e a água.

Desde o apagão de 2001, crise nacional ocorrida no Brasil que afetou o

fornecimento e distribuição de energia elétrica, as lâmpadas fluorescentes se

incorporaram à vida brasileira, o consumo desse tipo de produto manteve-se em escala

ascendente. Nos anos de 2004 a 2008, a média de crescimento foi da ordem de 20% ao

ano. (PINTO, 2008).

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Não existem pesquisas conclusivas sobre a quantidade exata de lâmpadas

comercializadas no Brasil, portanto, os dados podem apresentar diferenças a partir de

cada fonte. A Avant, uma fabricante de lâmpadas, trabalha com os seguintes números:

Compactas fluorescentes 190 milhões/ano; fluorescentes tubulares 95 milhões/ano e

fluorescentes compactas sem reator integrado 18 milhões/ano. Todas essas lâmpadas

precisam ser descartadas apropriadamente e recicladas, pois contém dosagem de

mercúrio para permitir o seu acendimento. Uma ameaça para o meio ambiente, pois o

mercúrio é um poluente tóxico, persistente e bioacumulativo, não podendo assim, ser

eliminado (MOURÃO; SEO, 2012).

Sobre o mercúrio, Tocchetto (2014) expõe que além de um metal que tem muitos

efeitos tóxicos, acumulativo, ou seja, vai se acumulando no organismo, e à medida que a

absorção vai sendo maior, os efeitos também serão mais sentidos, ele é teratogênico,

mutagênico, pode trazer problemas de mau desenvolvimento fetal e diversos problemas

no organismo do indivíduo que for contaminado.”

A prática corrente de descarte de lâmpadas predominantemente exercida é a

modalidade feita diretamente no lixo. Tanto o setor público quanto o industrial, são os

maiores geradores de descarte de lâmpadas fluorescentes, respectivamente. Infelizmente

as empresas privadas e órgãos públicos, de um modo geral, desconhecem os efeitos

adversos ocasionados pelo descarte inapropriado de lâmpadas e não sabem como

gerenciar esses resíduos. Segundo a recicladora Ambiensys (2007), apenas 6% das

lâmpadas descartadas passam por algum processo de reciclagem; aproximadamente 95%

dos usuários pertencem ao comércio, indústria ou serviços; apenas 5% são residenciais;

10% dos municípios brasileiros dispõem seus resíduos domiciliares em aterros sanitários

e aproximadamente 77% dos usuários brasileiros descartam lâmpadas fluorescentes

queimadas em lixões, aterros industriais ou sanitários.

Tendo ciência do que foi explicitado, o presente trabalho tem como objetivo

propor um sistema de coleta, tratamento e disposição final de lâmpadas fluorescentes pós-

consumo com o objetivo de mostrar, além de sua fundamental importância para o meio

ambiente e para a sociedade, sua viabilidade, fazendo desta proposição uma alternativa

para o problema da destinação inapropriada desse resíduo.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

O processo de revisão para referencial teórico requer a elaboração de uma síntese

pautada em diferentes tópicos, capazes de criar uma ampla compreensão sobre o

conhecimento (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). Assim, serão abordados tópicos

que nortearam e deram embasamento teórico para a idealização e a elaboração deste

trabalho.

2.1. CAPITAL NATURAL

No passado, quando os recursos naturais eram abundantes e tidos como

praticamente inesgotáveis, não havia grandes preocupações por parte da sociedade quanto

à sua possível escassez, bem como sua saturação em receber descarte de resíduos. Com o

constante uso para atender a uma população crescente, alguns recursos naturais mostram-

se, atualmente, a caminho da exaustão. Ao mesmo tempo, com o crescimento da

população, a demanda por bens e serviços aumenta e, consequentemente, torna-se

necessário construir mais fábricas, explorar intensivamente o solo na busca de matéria

prima que, em conjunto com os dejetos humanos, contribuem para a constante e crescente

degradação ambiental, acometendo o capital natural (DENARDIN; SULZBACH, 2002).

Segundo O'Connor (1999), capital natural é um conceito híbrido, uma vez que por

um lado advém da economia e por outro da ecologia. Tal conceito ressalta a importância

da qualidade ambiental, resiliência e integridade, como pré-condições para o bem estar

da sociedade e sua sustentabilidade no longo prazo. Perante tais colocações, capital

natural, para o autor supracitado, constitui-se de "qualquer elemento ou sistema do mundo

físico (geofísico e ecológico) que, diretamente ou em combinação com bens produzidos

pela economia, fornecem materiais, energia ou serviços de valor à sociedade".

Nesta perspectiva, é imprescindível a construção de novos esquemas analíticos

operacionais que possibilitem enfrentar o problema da gestão sustentável e eficiente do

capital natural baseado no pressuposto de que o capital natural terrestre é essencial não

só para a continuidade das atividades econômicas, como também para a própria

manutenção da vida humana. O lixo não pode mais ser encarado como irrelevante

(ANDRADE; ROMEIRO, 2009).

Seguindo os preceitos da gestão do capital natural, a reciclagem aparece como um

ótimo gerenciamento do resíduo sólido por, além de ajudar na preservação dos recursos

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primários existentes na natureza, permite a redução do volume do resíduo e a diminuição

da poluição do ar e da água, trazendo também economia de energia e de água na produção

(FIGUEIREDO, 1994).

2.2. RECICLAGEM

A reciclagem é um processo de transformação de materiais usados em novos

produtos, sendo empregada na recuperação de uma parte do resíduo sólido produzido

(REINSFELD, 1994). Uma vez reciclados esses materiais são reaproveitados, podendo

ser encontrados em produtos como livros, fitas de áudio e vídeo, lâmpadas fluorescentes,

concreto, bicicletas, baterias, pontos-de-ônibus, banheiros públicos e pneus de automóvel

(VALLE, 1995).

Segundo VALLE (1995), o ato de reciclar significa refazer o ciclo, permitindo

trazer de volta, a origem, sob a forma de matéria-prima aqueles materiais que não se

degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo suas características

básicas. Essa prática, não apenas reduz a quantidade de resíduos, como também recupera

produtos já produzidos, economiza matéria-prima, energia e desperta nas pessoas hábitos

conservacionistas, além de reduzir a degradação ambiental (SCARLATO, 1992).

A reciclagem é um método de reprocessamento de materiais úteis como vidro,

plásticos, papéis, papelão, metais etc. O processo de reciclagem visa evitar também que

resíduos perigosos como o mercúrio venham a ser descartados juntamente com os

resíduos comuns ou com os resíduos de serviços de saúde, fato que pode colocar em

perigo a saúde pública e a qualidade do meio ambiente. Além disso, a reciclagem reduz

consideravelmente o volume de resíduos a ser tratado, tornando mais barata a construção,

a manutenção e a operação dos sistemas de destinação final dos resíduos sólidos

(FONSECA, 2009).

A lâmpada fluorescente de pós-consumo, devido à existência do mercúrio em sua

composição é considerada um resíduo perigoso, onde é exigida uma destinação final que

evite a contaminação da natureza e assegure a saúde dos seres vivos. O processo mais

adequado para a destinação final é a reciclagem, que recupera 98% da matéria-prima

utilizada na fabricação de lâmpadas fluorescentes, permitindo que estes materiais de pós-

consumo sejam reintegrados ao processo produtivo das próprias lâmpadas ou de outros

produtos (CASTRO, 2013).

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2.3. LEGISLAÇÃO INERENTE

No Brasil, apesar de criadas várias legislações e normativas referentes ao meio

ambiente até a década de 70, a efetiva implementação de uma política focada no meio

ambiente surgiu no ano de 1981, com a promulgação da Lei nº 6.938/1981 que dispõe

sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), estabelecendo objetivos, ações e

instrumentos, além disso, foi criado o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA)

e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

Outro ponto bastante relevante para a continuidade do aperfeiçoamento da política

ambiental brasileira foi à promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), onde

em seu Título VIII (Da ordem social), em seu Capítulo VI, trata especificamente da

temática ambiental, institucionalizando o meio ambiente ecologicamente equilibrado

como um direito fundamental dos cidadãos. Em seu Art. 225, parágrafo 3º, estabelece

que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os

infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

Acerca especificamente dos resíduos sólidos, em 2004 a ABNT define através da

NBR 10004 (NBR 10004/2004, p.3) que os resíduos sólidos são classificados em duas

categorias: Resíduos Classe I – Perigosos; Resíduos Classe II – Não perigosos. Os

Resíduos Classe I considerados como perigosos pela Norma apresentam periculosidade

ou características como: Inflamabilidade; Corrosividade; Reatividade; Toxicidade;

Patogenicidade.

É na categoria de resíduos sólidos Classe I que se encaixam as lâmpadas

fluorescentes. Elas são classificadas como “resíduos perigosos”, por conter metais

pesados em sua composição, fator de muita preocupação para a saúde humana.

A PNRS (2010), através da Lei 12.305/2010 define que: resíduos perigosos são

aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e

mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental,

de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. Segundo o parágrafo único do Art. 20,

serão estabelecidas por regulamento exigências específicas relativas ao plano de

gerenciamento de resíduos perigosos.

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Os princípios dispostos no Capítulo IV do PNRS trazem as diretrizes e

responsabilidades específicas para os resíduos sólidos categorizados como perigosos.

No Capítulo IV do referido Plano, pode-se destacar o Artigo 37 que pauta sobre a

autorização de gestores de resíduos sólidos. Ele diz que:

Art. 37. A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade

que gere ou opere com resíduos perigosos somente podem ser autorizados

ou licenciados pelas autoridades competentes se o responsável

comprovar, no mínimo, capacidade técnica e econômica, além de

condições para prover os cuidados necessários ao gerenciamento desses

resíduos.

Outros dois artigos que podem ser destacados são os artigos 38 e 40, que

estabelecem normas, respectivamente, sobre cadastro e responsabilização que competem

ao gerenciador de resíduos perigosos (RP). Eles afirmam que:

Art. 38. As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em

qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no

Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos.

Art. 40. No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades

que operem com resíduos perigosos, o órgão licenciador do Sisnama pode

exigir a contratação de seguro de responsabilidade civil por danos

causados ao meio ambiente ou à saúde pública, observadas as regras

sobre cobertura e os limites máximos de contratação fixados em

regulamento.

Como a Lei 12.305/2010 é relativamente recente, as normativas sobre resíduos

sólidos não são exclusividades da mesma, ou seja, existem outras legislações que tratam

sobre a temática, sendo algumas citadas anteriormente e algumas ainda não citadas, como

por exemplo, a Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece as diretrizes nacionais

para o saneamento básico e a Política Federal de Saneamento Básico; a Lei 9.974, de 6

de junho de 2000; a Lei 9.966 de 28 de abril de 2000; as normas estabelecidas pelos

órgãos do SISNAMA, do Sistema Nacional de vigilância Sanitária (SNVS), do Sistema

Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA) e o Sistema Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO).

2.4. LOGÍSTICA REVERSA

Para o alcance dos objetivos da PNRS (2010), a mesma estabelece a logística

reversa como principal instrumento. Como definido no inciso XII do artigo 3º: “logística

reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um

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conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição

dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em

outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades

envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduo de

produtos e embalagens (LEITE, 2003). Ainda segundo Leite (2003), a logística reversa

tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes

ao ciclo produtivo ou de negócios, agregando valor econômico, ecológico, legal e de

localização. Para Novaes (2004), a logística reversa tem dois objetivos distintos:

recapturar valor e oferecer disposição final.

Nota-se que no panorama nacional a logística reversa (LR) das lâmpadas é pouco

desenvolvida e estruturada, o que representa grande preocupação ambiental

principalmente no que diz respeito ao descarte das lâmpadas fluorescentes que são

consideradas resíduo perigoso, pois em sua composição há substâncias tóxicas como o

mercúrio, que pode contaminar o solo e a água (MOURÃO; SEO, 2012).

Diante dos sérios problemas relacionados ao descarte inadequado de lâmpadas e

sua permanente utilização, a implantação da logística reversa para lâmpadas fluorescentes

se faz necessária para eliminar tais problemas, reutilizando na cadeia produtiva os

componentes das lâmpadas pós-consumo que podem ser reaproveitados após o

tratamento, que até então poluiriam o meio ambiente e trariam danos à saúde humana.

2.5. IMPACTOS NA SAÚDE E NO MEIO AMBIENTE

Segundo Polanco (2007), o mercúrio é um componente essencial para o

funcionamento das lâmpadas fluorescentes (LFs) e está relacionado à longa vida útil e à

eficiência energética. A quantidade desse metal pesado é medida geralmente em

miligramas e tem variação por tipo de lâmpada e fabricante.

Os impactos ambientais associados às LF ocorrem principalmente pela presença

de mercúrio na sua composição. Segundo Pawlowski (2011), o mercúrio representa uma

ameaça para o meio ambiente global, pois é um poluente tóxico, persistente e bioacu-

mulativo, o qual está se dispersando continuamente através da superfície terrestre. Por ser

persistente, não pode ser eliminado e permanece no meio ambiente.

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O mercúrio contido em LF pode ser liberado para as matrizes solo, ar e água. As

quantidades de mercúrio liberadas nos EUA, no ano de 2000, foram de 41 t liberadas para

o ar, 0,8 t para a água e 106 t para a matriz solo (CAIN et al., 2007). Outro estudo

demonstrou que também pode ocorrer a conversão de mercúrio para espécies mais tóxicas

desse elemento em resíduos de lâmpadas (DURÃO JÚNIOR; WINDMÖLLER, 2008).

Ainda sobre o mercúrio, Tocchetto (2014) expõe sobre seus efeitos na saúde, que:

“é um metal que tem muitos efeitos tóxicos, um metal acumulativo, ou seja, vai se

acumulando no organismo, e à medida que a absorção vai sendo maior, os efeitos também

serão mais sentidos. Além disso, ele é teratogênico, mutagênico, pode trazer problemas

de mau desenvolvimento fetal e diversos problemas no organismo do indivíduo que for

contaminado. No meio ambiente, causa efeitos tóxicos similares no momento em que é

absorvido por outros organismos vivos, e é a partir dessa absorção que ele acaba

ingressando na cadeia alimentar e vindo a atingir o homem. Quando ele atinge os níveis

mais altos da cadeia alimentar, seu efeito tóxico ainda é potencializado.

2.6. TIPOS DE LÂMPADAS FLUORESCENTES E TRATAMENTO

2.6.1. TIPOS DE LÂMPADAS

Existe no mercado uma grande variedade de lâmpadas com diferentes tecnologias

de iluminação, tonalidades, tamanhos e poder luminoso, tendo um mundo de aplicações

possíveis. Os dois principais tipos de lâmpadas ainda são de lâmpadas de descarga e

lâmpadas incandescentes que são classificadas de acordo com o seu modo de

funcionamento. Entre as duas, a tecnologia mais eficiente e que consequentemente

dominou o mercado é a de descarga elétrica. Estas lâmpadas utilizam um processo de

descarga de corrente elétrica, conduzida por uma substância volátil, sendo mercúrio

líquido ou um gás. Este é o princípio de funcionamento das lâmpadas de descarga,

categoria constituída por todas as lâmpadas que utilizam mercúrio em seu interior e têm

as lâmpadas fluorescentes como seu tipo mais comum (ZANICHELI; PERUCHI;

MONTEIRO; JOÃO; CUNHA, 2004).

Dentro do envoltório de vidro de uma LF há argônio e vapor de mercúrio,

rarefeitos. Em cada extremidade do tubo há um eletrodo na forma de um filamento,

revestido com um óxido. Quando a lâmpada é ligada, os filamentos se aquecem e emitem

elétrons. Isso inicia a ionização do gás. Um disparador interrompe então o circuito,

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18

automaticamente, e desliga o aquecimento dos filamentos. O reator, ligado à lâmpada,

produz imediatamente um impulso de alta voltagem, que inicia a descarga no argônio.

Essa descarga aquece e vaporiza o mercúrio, cuja maior quantidade está inicialmente no

estado líquido. (ZANICHELI; PERUCHI; MONTEIRO; JOÃO; CUNHA, 2004).

Atualmente existem 6 (seis) tipos de lâmpadas comercializadas contendo

mercúrio, sendo duas delas fluorescentes (que dominam o mercado). Estes tipos são:

fluorescentes tubulares (figura 1), fluorescentes compactas (figura 2), luz mista, vapor de

mercúrio, vapor de sódio e vapor metálico, que podem ser vistas na tabela 1 a seguir,

juntamente com suas respectivas características.

Tabela 1: Tipos de lâmpadas e suas características

Fonte: Adaptado de ZANICHELI; PERUCHI; MONTEIRO; JOÃO; CUNHA (2004).

As lâmpadas fluorescentes tubulares (figura 1) são muito utilizadas pois

proporcionam uma boa iluminação com pouca potência e baixo consumo de energia,

sendo as mais adequadas para locais com necessidades de longa iluminação. Possuem

uma elevada eficácia e um tempo de vida elevado, de cerca de 12 000 horas (PHILIPS,

2009).

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19

Figura 1: Lâmpadas fluorescentes tubulares.

Fonte: Philips.

As lâmpadas fluorescentes compactas (figura 2) apresentam as mesmas vantagens

das tubulares e têm uma instalação compatível com os casquilhos tradicionais usados para

as lâmpadas incandescentes. São especialmente recomendadas quando se necessita de

utilização contínua por períodos de tempo superiores a pelo menos 1 hora. Estas lâmpadas

têm um número elevado de horas de utilização, de 6 a 15 mil horas, e já estão preparadas

para um número elevado de ciclos de ligar e desligar (PHILIPS, 2009).

Figura 2: Lâmpadas tubulares compactas.

Fonte: Philips.

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20

2.6.2. TRATAMENTOS EXISTENTES

Usualmente os destinos de lâmpadas inutilizadas são aterros, controlados ou não.

Processos para tratamento das lâmpadas são conhecidos desde a década de 70, quando a

MRT Technologies surgiu na Suécia, tornando-se a primeira empresa no mundo a realizar

o tratamento das lâmpadas. As alternativas existentes mais utilizadas para tratamento das

lâmpadas fluorescente são: Moagem simples (com ou sem separação dos componentes);

Moagem com tratamento térmico; Moagem com tratamento químico e Tratamento por

sopro e sublimação.

O processo de moagem simples mira realizar a quebra das lâmpadas, empregando

um sistema de exaustão para a captação do mercúrio. Usualmente, as tecnologias

empregadas não se preocupam em separar os componentes, visando apenas à captação de

parte do mercúrio existente nas lâmpadas. Após o procedimento, o teor de mercúrio

presente no produto da moagem é inferior ao anteriormente encontrado nas lâmpadas

quando inteiras, com a vantagem de inexistir riscos de ruptura das lâmpadas e emissão de

vapores quando dispostas inteiras em aterros. Esta é, no momento, a única tecnologia no

mercado que permite a recuperação de mercúrio a partir de lâmpadas fluorescentes

compactas [1].

A moagem com tratamento térmico é o processo mais utilizado em várias partes

do mundo e envolve basicamente duas fases: Fragmentação da lâmpada, com separação

do pó fosfórico e sublimação do mercúrio, através de aquecimento e resfriamento. Por

isso o nome “Tratamento Térmico”. Quando executado da forma correta é uma boa opção

para descontaminação de lâmpadas fluorescentes [1].

O processo de moagem com tratamento químico não é muito utilizado e enfrenta

resistências. Ele consiste na moagem da lâmpada e todo o material resultante é lavado,

separando-se vidro e metais. O líquido obtido com a lavagem, contendo o mercúrio e pó

de fósforo, é, então, filtrado ou precipitado, separando-se o pó fosfórico. Uma

das desvantagens observadas no processo é o risco da associação água/mercúrio, exigindo

tratamento posterior [1].

[1]. TRAMPOO, Gestão Sustentável de Lâmpadas. [email protected].

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21

O processo de tratamento por sopro e sublimação foi totalmente projetado e

desenvolvido pela Tramppo, empresa de descontaminação de lâmpadas, permitindo a

separação dos componentes da lâmpada: vidro, terminais de alumínio, pó fosfórico e

mercúrio. O princípio da separação é tornar todos os componentes disponíveis para

reutilização como matéria-prima em outras cadeias industriais, fechando o ciclo da

sustentabilidade. Ele se inicia com a retirada dos terminais de alumínio da lâmpada, para

em seguida fazer a limpeza do vidro e retirada do pó fosfórico contendo o mercúrio,

através de um sistema de hélices paralelas que criam uma sucção em série, garantindo

que todo o pó seja retirado sem deixar resíduos. O pó fosfórico removido é encaminhado

para um reator, iniciando-se o processo de separação do mercúrio.

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22

3. OBJETIVOS

3.1. GERAL

O objetivo do projeto é propor um sistema de coleta, tratamento e disposição final

de lâmpadas pós-consumo como ferramenta de logística reversa.

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Prospectar a etapa de coleta, os benefícios ambientais e opções de destinação final

do material resultante do tratamento;

Demonstrar a viabilidade econômica de um sistema de lâmpadas pós-consumo.

Contribuir para a redução do impacto ambiental ocasionado pelo descarte

incorreto das lâmpadas.

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23

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Primeiramente foi realizada uma pesquisa dos requisitos legais (federais, estaduais

e municipais) aos quais compete o processo de manejo ambientalmente adequado das

lâmpadas fluorescentes, por exemplo, legislações, normas, resoluções, decretos, portarias

e etc. A partir dessa pesquisa, foram feitas as seguintes etapas: Prospecção de coleta,

Análise dos Impactos Ambientais e Perspectivas de Destinação Final.

4.1. PROSPECÇÃO DE COLETA

Nesta etapa de prospecção de coleta, foram levantados dados quantitativos

referentes aos estabelecimentos com maior potencial de geração de lâmpadas

fluorescentes pós-consumo, de onde elas serão coletadas. Neste intuito, foram adotados

como fontes potenciais os seguintes estabelecimentos: Universidades, Hospitais,

Shopping Centers, Supermercados e Hotéis, presentes no Quadro 1 em apêndice. Tais

escolhas foram feitas para um maior resultado prático do projeto. Para a aferição destes

dados, a cidade adotada como objeto de estudo foi a cidade de Natal, Rio Grande do

Norte, onde atualmente existe apenas uma empresa autorizada a fazer a coleta das

lâmpadas fluorescentes, a Coleta Mixa, demostrando um déficit no segmento. A filtragem

na seleção dos estabelecimentos teve como parâmetro as suas dimensões e características,

onde foram escolhidos os de grandes e médias dimensões por categoria. No caso dos

Shoppings, foram excluídos aqueles que além de um porte menor, têm boa parte de seu

interior exposto a luz solar.

Para a prospecção foram estimados os valores da quantidade de lâmpadas

descartadas por cada categoria de estabelecimento na cidade de Natal. Para tanto, foi

preciso primeiramente coletar os dados necessários para esta estimativa. Estes dados são:

Área (Shoppings, Supermercados e Universidades), quantidade de leitos (Hospitais),

quantidade de suítes (Hotéis) e iluminância.

Os dados de área, leitos e suítes foram colhidos por informações oficiais

divulgadas eletronicamente pelos respectivos estabelecimentos escolhidos. A quantidade

de iluminância necessária em um ambiente é dada pela NBR ISO/CIE 8995-1:2013 da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que especifica os requisitos de

iluminação para locais de trabalho internos e os requisitos para que as pessoas tenham

conforto e segurança visual. Para padrões de iluminância específicos deste estudo que não

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são abarcados na NBR 8995-1, foi utilizada como referência a norma anterior à ela, no

caso a NBR 5413:1992. Todos os parâmetros de iluminância estão contidos nas tabelas

10, 11, 12, 13 e 14 em anexo. Para os cálculos, foram escolhidos como amostras dois

geradores por categoria e uma iluminância correspondente. A Tabela 2 a seguir, mostra

os geradores escolhidos e seus respectivos dados que foram utilizados. Alguns

estabelecimentos possuem estacionamento interno, portanto, também foram incluídos nos

cálculos.

Tabela 2: Características dos estabelecimentos escolhidos

Para todas as escolhas, o fator determinante foi a disponibilidade das informações

oficiais sobre as dimensões da estrutura física dos prédios. As informações sobre os

Hospitais disponibilizadas são na imensa maioria sobre a quantidade de leitos, por isso a

utilização desse parâmetro. No caso dos Hotéis, as informações disponíveis são sobre área

total, que na grande maioria incluem as áreas de lazer a céu aberto, e quantidade de suítes.

Então o parâmetro escolhido como mais representativo foi o número de suítes. Para as

Universidades, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) não foi escolhida

para os cálculos por possuir um valor de área construída muito alta e, faria assim, com

que os resultados sofressem uma influência não desejada.

Áreas (m²): Iluminância (lux): Áreas (m²): Iluminância (lux):

Interna: 65.000 500 Interna: 32.000 500

Estacionamento: 127.000 75 Estacionamento: 28.000 75

Áreas (m²): Iluminância (lux): Áreas (m²): Iluminância (lux):

Interna: 3.200 500 Interna: 3.500 500

Estacionamento: 8.000 75 Estacionamento: 8.500 75

Áreas (m²): Iluminância (lux): Áreas (m²): Iluminância (lux):

Construída: 43.000 500 Construída: 30.000 500

Instalações: Iluminância (lux): Instalações: Iluminância (lux):

278 leitos 200 133 leitos 200

6 salas de cirurgia 1000 1 centro cirurgico 1000

Instalações: Iluminância (lux): Instalações: Iluminância (lux):

396 Suítes 200 144 Suítes 200

Serhs Marsol

SHOPPINGS

SUPERMERCADOS

UNIVERSIDADES

HOSPITAIS

HOTEIS

Midway Mall Norte Shopping

Nordestão Tirol Extra - R.Freire

IFRN FACEX

São LucasWalfredo Gurgel

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Feita toda a pesquisa e coleta de dados, foi calculado o número de lâmpadas

necessárias para cada ambiente, respectivamente, através da fórmula deduzida da NBR

5413:

𝑵º 𝑳𝒂𝒎𝒑𝒂𝒅𝒂𝒔 =𝑳𝒖𝒙 × 𝑨

𝑳𝒎

Onde:

Lux = Iluminância (lux)

A = Área

Lm = Lúmens

Para a quantidade de lúmens, que é fornecida de acordo com o modelo e potência

da lâmpada escolhida, o cálculo foi feito para duas situações: utilização de Tubular de 40

Watts com 2600 Lúmens ou de Compacta Integrada de 15 Watts com 825 Lúmens (os

dois modelos mais utilizados comercialmente), que têm vida útil de 7500 e 8000 horas,

respectivamente. Suas vidas úteis foram importantes para que fosse possível calcular

quantas lâmpadas em média poderiam ser inutilizadas e, consequentemente, descartadas

por mês.

Tabela 3: Características das lâmpadas escolhidas

O cálculo mensal foi baseado na lógica de que dentro do período de vida útil das

lâmpadas, todas elas irão deixar de funcionar.

Ao final do processo de estimativa das quantidades de lâmpadas pelo método

aplicado, o valor médio das LFs por categoria sofreu um acréscimo de 20% como fator

de correção intuído para lâmpadas em ambientes externos e eventualmente quebradas ou

em mal funcionamento, diminuindo muito seu tempo de vida útil.

Sabendo que o valor da coleta das lâmpadas é cobrado pela unidade da lâmpada,

com os valores quantitativos foi feita a análise de lucro possível com a cobrança da taxa

de coleta por unidade de lâmpada. Na situação atual do mercado, com a carência de

Tipo de lâmpada Potência (W) Lúmens Vida útil (h)

LF Tubular 40 2600 7500

LF Compacta 15 825 800

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demanda desse tipo de serviço e comparando com o valor médio atualmente cobrado,

ficaram estabelecidos como margem, os valores de R$ 1,00 a R$ 1,50 por unidade.

4.2. ANÁLISE DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Todos os materiais que integram as lâmpadas causam impactos ambientais, como

o alumínio, que demora de 200 a 500 anos para ser decomposto, e o vidro, que possui

tempo indeterminado de decomposição. O resíduo que mais despende preocupação é o

mercúrio, considerado o elemento potencialmente mais perigoso entre os constituintes

das lâmpadas, encontrando-se num estado e composição bastante voláteis nas condições

normais de pressão e temperatura. Por isso, foi feita a análise do impacto ambiental

positivo que o gerenciamento das lâmpadas fluorescentes pós-consumo pode causar.

Para essa análise, foram calculadas as quantidades de resíduos que seriam

impedidos de ter uma má destinação e que posteriormente viriam a afetar negativamente

o Meio Ambiente e a sociedade. Os principais parâmetros considerados foram as

quantidades de metais ou sucatas, as quantidades de vidro, plástico, resíduos eletrônicos

provenientes dos reatores integrados (no caso das LFs compactas) e as quantidades de gás

mercúrio presentes nos dois tipos de lâmpada escolhidos.

Tabela 4: Composição das lâmpadas fluorescentes

Fonte: Adaptado de ELC (2011)

Na tabela 4 acima estão descritos os pesos dos componentes integrantes dos dois

tipos de lâmpadas em gramas, que serão utilizados no cálculo da quantidade total de

resíduo passível de coleta.

4.3. DESTINAÇÃO FINAL PÓS-TRATAMENTO

Nesta etapa, o objetivo foi saber qual destinação a dar para o resíduo reciclável

resultante do tratamento das LFs. Com os dados obtidos nas etapas de prospecção de

coleta e análise de formas de tratamento, foi possível saber a quantidade desse resíduo

resultante e as suas características.

Total Vidro Eletrônicos Mercúrio

Metais

(sucatas) Plástico Outros

LF Tubular 40 120 115 - 0,015 3 - 2

LF Compacta 15 120 65 25 0,004 4 25 1

Tipo de

lâmpada

Potência

(W)

Peso (g)

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Para a aplicação desse sistema na cidade de Natal, foi preciso de pesquisa sobre

as disponibilidades de destinação final. Juntamente com essa apuração, foram obtidos

valores monetários para os materiais que serão comercializados. O valor estimado de

quanto é pago por cada tipo de material, juntamente com a quantidade desse material

gerado, mostra o valor estimado do lucro que será alcançado com a venda dos produtos

finais das lâmpadas tratadas.

5. RESULTADOS OBTIDOS

5.1. QUANTITATIVO DE LÂMPADAS A SEREM COLETADAS

Após as análises e coletas de dados e informações a respeito de todos os geradores

presentes no Quadro 1 em apêndice e da seleção dos dois estabelecimentos, foi feito o

cálculo da estimativa da quantidade de lâmpadas utilizadas, de acordo com as

características do local e dos parâmetros estabelecidos pela ABNT através da NBR 5413

e de sua sucessora, a ISO/CIE 8995-1:2013, através da fórmula de Iluminância, e os

valores conseguidos estão presentes da tabela 5 a seguir, juntamente com suas médias

acrescidas em 20%.

Tabela 5: Quantidade de lâmpadas presentes por estabelecimento

É possível perceber através da Tabela 5 que a quantidade de lâmpadas por

estabelecimentos varia consideravelmente. Tal fato pode ser explicado pela grande

Midway Mall 16163 50939

Norte Shopping 6962 21939

MÉDIA 13875 43727

Nordestão Tirol 846 2667

Extra - R. Freire 918 2894

MÉDIA 1058 3336

IFRN 8240 25968

FACEX 5769 18182

MÉDIA 8405 26490

Walfredo Gurgel 711 2240

São Lucas 319 1003

MÉDIA 618 1946

Serhs 975 3072

Marsol 354 1117

MÉDIA 798 2513

Universidades

Hotéis

ESTABELECIMENTO

Shopping Centers

Supermercados

Hospitais

CATEGORIALÂMPADAS

TUBULARES (unid)

LÂMPADAS

COMPACTAS (unid)

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diferença de dimensões entre os imóveis e no caso dos Hospitais e Hotéis que

demonstraram um padrão bem menor que os demais, a utilização de leitos e suítes,

respectivamente, por conta da escassez de informações sobre as dimensões de área

construída desses dois tipos de gênero, pode ter influenciado nos seus quantitativos.

Também pode-se observar a diferença no quantitativo entre os dois tipos de lâmpadas,

onde as compactas de 15 Watts tiveram valores três vezes superiores em relação as

tubulares. Isso porque com a diferença de iluminância emanada pelas lâmpadas (a

iluminância das compactas é bem menor que a das tubulares), para a necessidade de

iluminância demandada por um mesmo ambiente, é necessária uma quantidade menor de

tubulares do que das compactas. Por este motivo a maioria dos estabelecimentos prefere

a utilização das lâmpadas tubulares em detrimento das compactas.

Seguindo com a metodologia aplicada, as quantidades de lâmpadas presentes nos

geradores a serem descartadas por mês podem ser conferidas na Tabela 6.

Tabela 6: Quantidade mensal de Lâmpadas por estabelecimento.

Nota-se o grande domínio do Shopping Midway Mall com 1.552 unidades para

lâmpadas tubulares e 4.585 unidades para lâmpadas compactas, enquanto o Hotel Marsol

e o Hospital São Lucas apresentaram baixos números de lâmpadas, com 34 e 31 para as

tubulares e 101 e 90 para compactas, respectivamente. As duas Universidades mostraram

uma quantidade satisfatória de lâmpadas. Os supermercados tiveram quantidades muito

semelhantes por possuírem dimensões muito parecidas.

Midway Mall 1552 4585

Norte Shopping 668 1975

MÉDIA 1332 3935

Nordestão Tirol 81 240

Extra - R. Freire 88 260

MÉDIA 102 300

IFRN 791 2337

FACEX 554 1636

MÉDIA 807 2384

Walfredo Gurgel 68 202

São Lucas 31 90

MÉDIA 59 175

Serhs 94 276

Marsol 34 101

MÉDIA 77 226

ESTABELECIMENTOLÂMPADAS

TUBULARES (unid)

LÂMPADAS

COMPACTAS (unid)

Shopping Centers

Supermercados

Universidades

Hospitais

Hotéis

CATEGORIA

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Para uma análise comparativa do quantitativo de lâmpadas geradas por mês para

cada tipo de categoria de gerador, foi confeccionado o gráfico 1 que ilustra ainda melhor

a diferença na quantidade de unidades entre elas para os dois tipos de lâmpada.

Gráfico 1: Quantitativo mensal de lâmpadas por categoria

Pela listagem feita dos grandes geradores em potencial na cidade de Natal (quadro

1 em anexo), foi possível contabilizar a quantidade de estabelecimentos para cada

categoria. Na tabela 7 abaixo estão listadas as quantidades de geradores por categoria,

juntamente com as respectivas médias das quantidades de lâmpadas por elas.

Tabela 7: Quantidade de geradores por categoria

0 400 800 1200 1600 2000 2400 2800 3200 3600 4000

SHOPPING CENTERS

SUPERMERCADOS

UNIVERSIDADES

HOSPITAIS

HOTÉIS

LÂMPADAS COMPACTAS LÂMPADAS TUBULARES

3935

QUANTIDADE DE

ESTABELECIMENTOS

LÂMPADAS

TUBULARES

LÂMPADAS

COMPACTAS

3

CATEGORIA

SHOPPING CENTERS

SUPERMERCADOS

HOSPITAIS

1332

30 102 300

UNIVERSIDADES 12 807 2384

19 59 175

HOTÉIS 33 77 226

97TOTAL 2376 7021

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Fica claro que a categoria com característica de maior geração individual é a dos

Shopping Centers. Porém, ao serem cruzados os valores de geração média individual com

a quantidade de geradores listados para cada categoria em Natal, explicitados na segunda

coluna da Tabela 7, temos uma mudança considerável no padrão de proporção. Tal

mudança é ilustrada pelo gráfico 2.

Gráfico 2: Quantitativo total mensal de lâmpadas a serem descartadas

O padrão apresentado pelo Gráfico 2 mostra que na cidade de Natal, a categoria

das universidades é a que possui maior potencial de descarte das LFs. Enquanto os

Shopping Centers mostraram uma queda em relação aos valores individuais, duas

categorias tiveram seus valores impulsionados por sua grande quantidade de unidades de

estabelecimento. A primeira é a categoria dos Supermercados, onde por exemplo somente

a franquia de supermercados Nordestão, possui 8 lojas na cidade. A segunda categoria,

devido o grande potencial turístico da cidade, é a de Hotéis. Esses valores podem ainda

ser maiores se contabilizados ainda as várias Pousadas e Hotéis de médio porte.

0

3000

6000

9000

12000

15000

18000

21000

24000

27000

30000

SHOPPING CENTERS SUPERMERCADOS UNIVERSIDADES HOSPITAIS HOTÉIS

LÂMPADAS TUBULARES LÂMPADAS COMPACTAS

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31

Gráfico 3: Ilustração percentual do quantitativo por categoria

O gráfico ao lado (Gráfico 3), traz a

noção percentual de cada categoria de

gerador para o quantitativo total das

lâmpadas fluorescentes, seja ela tubular ou

compacta.

Com todas as estimativas das quantidades de lâmpadas calculadas, foi possível

chegar a valores totais de lâmpadas fluorescentes passíveis de coleta, e

consequentemente, impedimento de descarte inadequado. Concomitante a isso, foi

possível obter os valores para os cálculos dos lucros advindos da taxa de coleta sobre cada

unidade de lâmpada.

Tabela 8: Valores de lucros com a coleta

Podemos ver através da tabela 8 que os valores monetários mensais previstos para

o sistema de coleta proposto se mostram muito satisfatórios, à medida que para coletas de

lâmpadas fluorescentes tubulares a arrecadação varia entre R$ 20.381,05 e R$ 30.571,57

reais e para as compactas o lucro varia entre R$ 60.216,22 e R$ 90.324,33.

5.2. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS

Com a análise da composição dos dois tipos de lâmpadas, observa-se que

enquanto a fluorescente tubular (gráfico 4) tem sua composição sólida quase toda em

vidro, com 96%, a fluorescente compacta (gráfico 5) apresenta uma maior distribuição

CATEGORIALÂMPADAS

TUBULARES

VALOR A R$ 1,00

LÂMPADAS

COMPACTAS

TOTAL (unid) 20381 60216

20.381,05 60.216,22

90.324,33VALOR A R$ 1,50 30.571,57

20%

15%

47%

6% 12%

SHOPPING CENTERS SUPERMERCADOS

UNIVERSIDADES HOSPITAIS

HOTÉIS

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em sua composição com: 54% de vidro e ainda 21% de sólidos eletrônicos e 21% de

plástico.

Gráfico 4: Composição da LF tubular Gráfico 5: Composição da LF compacta

Com os dados da tabela 3 e os totais de lâmpadas por mês passíveis de coleta,

chegou-se ao valor de 2.455 kg de lâmpadas. Todos os pesos por componentes delas,

presentes na tabela 9, mostram a importância do sistema de coleta, tratamento e

disposição final das LFs. Nota-se grandes quantidades de vidro, com 2.343 quilos para

lâmpadas tubulares e 1.445 quilos para lâmpadas compactas por mês. Estes valores são

alarmantes visto que o vidro é um material que possui tempo de vida útil indeterminado,

não sendo biodegradável. Além disso, como aproximadamente 95% do descarte de

lâmpadas é feito no lixo comum, uma exposição à grandes quantidades de vidro como

essas aumenta consideravelmente o risco de acidente por lâmpadas quebradas como

cortes e arranhões, principalmente em catadores e garis que manuseiam diariamente os

resíduos urbanos. Há ainda casos onde o descarte inadequado de vidros em ambientes

secos favoreceu princípios de incêndio.

Tabela 9: Pesos especificados por material nas lâmpadas

96%

2% 2%

LF Tubular

Vidro Mercúrio

Metais (sucatas) Outros

54%21%

3%

21% 1%

LF Compacta

Vidro Eletrônicos

Mercúrio Metais (sucatas)

Plástico Outros

Total Vidro Eletrônicos Mercúrio

Metais

(sucatas) Plástico Outros

LF Tubular 2.445.726 2.343.820 - 306 61.143 - 40.762

LF Compacta 2.445.726 1.324.768 509.526 82 81.524 509.526 20.381

Tipo de

lâmpada

Peso (g)

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As quantidades de metais/sucatas também merecem atenção. A maioria desse

quantitativo é composta de alumínio, que é um metal de efeito tóxico para as plantas e

que pode influenciar na ocorrência do mal de Alzheimer.

Um fator importante a ser considerado a respeito dos materiais sólidos que

compõem as lâmpadas é a contribuição para a redução de vida útil dos aterros sanitários,

já que com o descarte em lixo comum, este é o destino dado à elas.

A preocupação com a quantidade de todos os tipos de material provenientes das

lâmpadas é importantíssima e é ainda maior quando se pensa no mais perigoso resíduo

presente, no caso o mercúrio. Os valores observados da quantidade de mercúrio a ser

descartado são muito expressivos e requerem atenção. Valor próximo a 360 gramas por

mês para lâmpadas tubulares é uma quantidade altamente prejudicial ao meio ambiente e

aos seres humanos. Ainda mais quando se observa que são as mais utilizadas por grandes

geradores e sabendo que o mercúrio é altamente tóxico ao homem, sendo segundo

Inventta (2012), doses de 3g a 30g potencialmente fatais, apresentando efeitos

acumulativos e provocando lesões cerebrais, além de efeitos de envenenamento no

sistema nervoso central e teratogênico. Fazendo uma divisão simples do peso mensal do

mercúrio (360g) e da quantidade de geradores listados (97 estabelecimentos), chega-se a

aproximadamente 4 gramas, ou seja, dentro da margem de letalidade da concentração de

mercúrio.

5.3. DESTINAÇÃO FINAL PÓS-TRATAMENTO

Após o tratamento das lâmpadas, o material resultante do processo está pronto

para receber destinação com o objetivo de sua reutilização, completando o ciclo da

logística reversa. Para todos os tipos de material existem possibilidades de destino.

Para o vidro, existem várias possibilidades. A primeira e mais comum é a

negociação do montante de vidro moído com o setor industrial. O vidro moído resultante

do tratamento é muito utilizado por indústrias de cerâmica e de esmalte. Uma opção viável

se mostra a parceria com órgãos públicos de transito e/ou fabricantes de tachões, também

conhecidos como “tartarugas”, pois utilizam o vidro triturado para a parte reflexiva dos

tachões. Outra solução é o retorno ao processo fabril para a confecção de novas unidades

de lâmpadas. Esta opção é menos viável pela escassez de fábricas dos tubos das lâmpadas

fluorescentes no Brasil. Existe também a alternativa de negociar com o setor empresarial

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de reciclagem. Atualmente em Natal é pago o valor de R$0,10 centavos por quilo de vidro

incolor (Fonte: Cempre). Os montantes estimados de 2.343kg para lâmpadas tubulares e

1.445kg para lâmpadas compactas renderiam aproximadamente R$234,38 e R$132,48

reais, respectivamente.

Para os metais e sucatas, a negociação com setores industriais é ainda mais viável.

Eles são bastante valorizados por terem elevada aplicabilidade na indústria, sobretudo na

eletroeletrônica, juntamente com as partes eletrônicas advindas das lâmpadas compactas.

Atualmente em Natal é pago o valor de R$3,30 reais por quilo de alumínio (Fonte:

Cempre). Os montantes estimados de 61kg para lâmpadas tubulares e 81kg para lâmpadas

compactas renderiam aproximadamente R$201,77 e R$269,03 reais, respectivamente.

No caso das lâmpadas fluorescentes compactas ainda existe resíduo plástico, com

valores pagos de R$1,00 real por quilo (Fonte: Cempre). Para uma quantidade de

aproximadamente 509,52kg, renderia R$509,52 reais.

Todos os valores pagos por vidro, alumínio e plástico reciclável em Natal no ano

de 2016 foram obtidos através do site da Compromisso Empresarial para Reciclagem -

Cempre, associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem.

O mercúrio retirado do material tem também várias possibilidades de

reaproveitamento no Brasil. Uma das destinações é para a mineração de ouro. O mercúrio

também pode ser encaminhado para a indústria química, para uso em reagentes químicos,

termômetros, equipamentos de medição e para sua aferição. No Brasil, uma parcela do

mercúrio recuperado da reciclagem de LF é também destinada para institutos de pesquisa,

niquelação de ferro, e outra parte é disponibilizada para a exportação. A destinação

adequada desse tipo de resíduo é o mais importante devido a sua toxicidade e potencial

poluidor para o meio ambiente.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do estudo apresentado, conclui-se primeiramente a comprovada

importância de um sistema de coleta, tratamento e disposição final de lâmpadas

fluorescentes, vista a quantidade de resíduo proveniente da prospecção de descarte das

lâmpadas fluorescentes, que se mostrou de grande potencial impactante. Todo o estudo

quantitativo neste trabalho confirma a necessidade do gerenciamento adequado deste tipo

de resíduo nas cidades brasileiras, uma vez que, assim como Natal/RN, cidade utilizada

como objeto de estudo, a imensa maioria dos municípios do País tem total carência no

que diz respeito à destinação adequada das lâmpadas.

O gerenciamento das lâmpadas fluorescentes inservíveis pode trazer vários

benefícios sociais, ambientais e econômicos, destacando-se: a coibição da presença do

mercúrio nos resíduos urbanos, impedindo que o mesmo seja liberado para o meio

ambiente; a geração de um novo negócio pela comercialização do serviço e reutilização

dos materiais reciclados (vidro, metal, mercúrio, etc.); a redução da quantidade de

matérias-primas retiradas da natureza e de resíduo a ser disposto inadequadamente, e

consequentemente a diminuição de impactos ambientais, quando comparada ao descarte

de lâmpadas sem nenhum tipo de controle e que pode contaminar o solo, a água e o ar,

além da nocividade à saúde humana.

O que falta para a destinação adequada dessas lâmpadas é justamente o que a

Política Nacional de Resíduos Sólidos institui como instrumento da responsabilidade

compartilhada dos produtos: Logística Reversa. A LR é o elo entre o consumo e a

reciclagem. É exatamente na aplicação deste instrumento que o sistema de coleta,

tratamento e disposição final das LFs, objeto de estudo do presente trabalho, se alicerçou,

para que a lâmpada deixe de ser um agente contaminante para uma fonte de recursos como

vidro, alumínio e principalmente de mercúrio.

A aplicação da logística reversa como solução para as lâmpadas fluorescentes no

Estado do Rio Grande do Norte se faz presente, tanto no Plano Municipal de Saneamento

Básico de Natal, quanto no Plano Estadual de Resíduos Sólidos, ainda em elaboração,

que visa a total implementação e cumprimento do conteúdo disposto na lei nº 12.305/10,

a PNRS. No Plano Estadual, dentre as inúmeras preocupações, uma delas é o incentivo à

aplicação da logística reversa de vários resíduos, incluindo as lâmpadas fluorescentes,

juntamente com a preocupação de que grandes comerciantes e prestadores de serviços

tenham o acondicionamento e destinação adequada das LFs. Ainda falta muito para que

o gerenciamento das lâmpadas fluorescentes seja apropriado, mas tais instrumentos são

uma boa ferramenta para se chegar a esse ideal.

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7. REFERÊNCIAS

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Acesso em: Abril, 2016.

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Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, CXLVII, n. 147, 03 ago.

2010. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?

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APÊNDICE

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Quadro 1: Lista dos Grandes geradores por categoria em Natal

HOSPITAIS HOTÉIS SHOPPING CENTERS SUPERMERCADOS UNIVERSIDADES/FACULDADES

Giselda Trigueiro Arituba Midway Mall Assaí Estácio - FAL Zona Norte

Harmony Medical Center Barreira Roxa Natal Norte Shopping Atacadão Estácio - FATERN

Casa de Saúde São Lucas Aquaria Natal Hotel Natal Shopping Bompreço Faculdade de Cs. Cultura e Extensão do RN (FACEX)

Hospital Antônio Prudente Best Western Premier Majestic Carrefour - 2 lojas Faculdade Maurício de Nassau

Hospital de Guarnição de Natal Coral Plaza Apart Hotel Extra – 2 lojas Instituto de Educação Superior Presidente Kennedy (IFESP)

Hospital do Coração de Natal D Beach Resort Hiper – 2 lojas Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN)

Hospital da Aeronáutica de Natal Blue Ocean Flat Ponta Negra Makro UNI-RN

Hospital Infantil Varela Santiago Esmeralda Praia Hotel Nordestão – 8 lojas Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Hospital Municipal de Natal Golden Tulip Natal Petrópolis O Favorito – 3 lojas Universidade Potiguar (UNP) – 4 sedes

Hospital PAPI Golden Tulip Natal Ponta Negra Rede Mais – 8 lojas

Hospital Unimed Natal Holiday Inn Natal Sam’s

Hospital Universitário Onófre Lopes Hotel Costa Do Atlantico

João Machado Hotel Maine

José Pedro Bezerra/Santa Catarina Hotel Natal

Maria Alice Fernandes Hotel Pousada Marina

Natal Hospital Center Imirá Plaza

Promater Marsol

Prontoclínica e Maternidade Paulo Gurgel Natal Mar

Walfredo Gurgel/Clóvis Sarinho Novotel Ladeira do Sol

Ocean Palace

Oh Vida Boa Pontamares

Parque da Costeira

Pestana Natal Hotel

Pirâmide Palace

Porto do Mar

Potengi Flat

Praiamar Natal Hotel & Convention

Prodigy Beach Resort Natal

Quality Suites Natal

Rifoles Praia Hotel e Resort

SERHS

Vila do Mar

Visual Praia Hotel

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ANEXOS

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Tabela 10: Iluminância em locais de assistência médica NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (2013).

Tabela 11: Iluminância em Escolas NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (2013).

Tabela 12: Iluminância em Estacionamentos NBR ISO/CIE 8995-1:2013

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (2013).

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Tabela 13: Iluminância em Hotéis NBR 5413

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (1991).

Tabela 14: Iluminância em Lojas NBR 5413

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT (1991).