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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
ESCOLA DE MÚSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA
FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA
EDUCAÇÃO MUSICAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO NO RIO GRANDE DO
NORTE: um estudo sobre ações de interiorização da EMUFRN em Florânia / RN
NATAL-RN
2017
FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA
EDUCAÇÃO MUSICAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO NO RIO GRANDE DO
NORTE: um estudo sobre ações de interiorização da EMUFRN em Florânia / RN
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na linha de pesquisa - Processos e Dimensões da Formação em Música, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Música. Orientadora: Profa. Dra. Valéria Lázaro de Carvalho.
NATAL-RN 2017
FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA
EDUCAÇÃO MUSICAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO NO RIO GRANDE DO
NORTE: um estudo sobre ações de interiorização da EMUFRN em Florânia / RN
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), na linha de pesquisa - Processos e Dimensões da Formação em Música, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Música.
Aprovada em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________________ PROFa. Dra. VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) ORIENTADORA
_________________________________________________________ PROFa. Dra. ELIANE LEÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO GOIÁS (UFG) MEMBRO DA BANCA
_________________________________________________________ PROF. Dr. MÁRIO ANDRÉ WANDERLEY OLIVEIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) MEMBRO DA BANCA
Dedico este Trabalho a Deus e a toda minha família, em especial, minha mãe,
Maria do Socorro de Medeiros; meu pai, Francisco Djair de Sena; meus irmãos,
Lourdes Medeiros de Sena Marçal e Celso Djan Medeiros de Sena; a minha
sobrinha e princesinha, Larah Cecília Sena Marçal; a minha esposa amada, Rafaella
Cristina de Souza Araújo Sena e, ao meu filho, o meu presente de Deus, Davi
Eduardo Araújo Sena, o qual espero um dia poder também ver sua dissertação de
Mestrado, seja qual for a área que venha a escolher no futuro, amo todos vocês
demais.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo e todos que alegram minha vida.
Aos docentes da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (EMUFRN), em especial, a minha querida orientadora Valéria Lázaro de
Carvalho por acreditar em mim, e a professora Eliane Leão, por serem minhas
inspirações intelectual e acadêmica.
Por fim, agradeço a todos os colegas de Curso, amigos, alunos, ex-alunos e
parceiros profissionais que, direta e indiretamente, contribuíram com este Pleito.
“Quando o homem compreende a sua realidade, pode levantar
hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções.
Assim, pode transformá-la e o seu trabalho pode criar um
mundo próprio, seu eu e as suas circunstâncias.”
Freire (1979)1.
1Documento não paginado.
RESUMO
Este Trabalho apresenta um estudo sobre a Educação Musical técnica, de
nível médio, no Rio Grande do Norte (RN), através das ações de interiorização da
Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN) em
Florânia / RN, por meio do Curso Técnico em Instrumento Musical do Programa
Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC). Pesquisa sobre a
formação musical de estudantes participantes da disciplina de Linguagem e
Estruturação Musical, ofertada dentro do referido Programa e o impacto dessa
formação no cotidiano das suas vidas na região Seridó norte-rio-grandense. Este
Programa tem propiciado à difusão da cultura musical de pequenas comunidades e
artistas no interior do RN, possibilitando reconhecimento ampliado do valor artístico
e cultural de práticas e serviços. O método de investigação utilizado foi a Pesquisa-
Ação e os instrumentos de coleta de dados empregados foram a aplicação de
questionários, entrevistas e a análise de conteúdo. Como fundamentação teórica, foi
realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a literatura relacionada à Educação
Musical técnica de nível médio, sobre o processo de interiorização, sobre o
PRONATEC e sobre o estudo da linguagem e estruturação musical. Entre outros
autores estudados, destaca-se Oliveira (2013), Carmona (2017), Thiollent (2011),
Esperidião (2002) e Correia (2011). Este estudo traz, como contribuição para a área
da Educação Musical, novas abordagens para o ensino da linguagem e estruturação
musical, bem como abre caminhos para outras pesquisas na área da formação
musical obtida em programas destinados ao ensino técnico musical. Para a área de
Educação Musical, este Trabalho vem abrir expectativas para novos horizontes de
pesquisa, partindo de investigações sobre novos espaços possíveis para a formação
musical, a exemplo das filarmônicas e dos Cursos Técnicos, de nível médio, em
Música.
Palavras-chave: Educação Musical Técnica de nível médio. Interiorização.
Programa PRONATEC. Linguagem e Estruturação Musical.
ABSTRACT
This work presents a study on the technical Music Education, of middle level,
in Rio Grande do Norte (RN), through the internationalization actions of Escola de
Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN) in Florânia /
RN, through the Technical Course in Musical Instrument of the National Program of
Access to Technical Education and Employment (PRONATEC). Research also on
the musical training of the students participating in the Language and Structural
Musical discipline, offered within the said Program and the impact of this training in
the daily life of their lives in the region Seridó norte-rio-grandense. This Program has
promoted the diffusion of the musical culture of small communities and artists within
the RN, allowing for an expanded recognition of the artistic and cultural value of
practices and services. The research method used was Action Research and the
instruments of data collection used were the application of questionnaires, interviews
and content analysis. Theoretically, a bibliographical research was carried out on the
literature related to the technical musical education of medium level, on the process
of internalization, on PRONATEC and on the study of language and musical
structuring. Among other authors, stands out Oliveira (2013), Carmona (2017),
Thiollent (2011), Esperidião (2002) and Correia (2011). This study brings as a
contribution to the area of Music Education, new approaches to language teaching
and musical structuring, as well as opens paths to other researches in the area of
musical training obtained in Programs intended for musical technical education. For
the musical education area, this work opens up expectations for new horizons of
research, starting from investigations into new possible spaces for musical formation,
such as the philharmonic and the technical, middle level, courses in Music.
Keywords: Music Education Technical of medium level. Interiorization. PRONATEC
Program. Language and Musical Structuring.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cidades do RN beneficiadas pelo PRONATEC da EMUFRN........... 41
Figura 2 - Conceito de abordagem qualitativa................................................... 55
Figura 3 - Desenvolvimento de uma análise de conteúdo................................. 63
Figura 4 - Sala de aula no formato multinível.................................................... 68
Figura 5 - RN..................................................................................................... 78
Figura 6 - Região Seridó (nas cores vermelha e laranja).................................. 79
Figura 7 - Proposta de análise de conteúdo...................................................... 88
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Foto 1 - Vista externa da EMUFRN................................................................... 39
Foto 2 - Filarmônica Francisco Batista dos Santos Lula, Jucurutu / RN, 2017. 45
Foto 3 - Aula da saudade com a turma do Curso Técnico em Música da
EMUFRN / PRONATEC no polo de Florânia / RN...............................
75
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Situação dos alunos......................................................................... 76
Gráfico 2 - Proporção de alunos por sexo......................................................... 76
Gráfico 3 - Proporção de alunos concluintes..................................................... 77
Gráfico 4 - Proporção de alunos com pendências............................................. 77
Gráfico 5 - Proporção de alunos formados por instrumento musical................. 78
Gráfico 6 - Alunos e a relação com o trabalho................................................... 80
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Cursos de Música do PRONATEC.................................................. 34
Quadro 2 - Cursos do PRONATEC no RN......................................................... 40
Quadro 3 - Expectativas profissionais dos alunos............................................. 81
Quadro 4 - Principais dificuldades técnicas na disciplina de Linguagem e
Estruturação Musical........................................................................
85
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical
AC – Análise de Conteúdo
ANPPOM – Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
AP - Amapá
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CBO – Classificação Brasileira de Ocupações
CCHLA – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
CEB – Câmara de Educação Básica
CEFET – Centro Federal de Educação Tecnológica
CEPMWL – Centro de Educação Profissional em Música Walkíria Lima
CNE – Conselho Nacional de Educação
CNS – Conselho Nacional de Saúde
Cód. – Código
COL – Colômbia
CONEDU – Congresso Nacional de Educação
CRAS – Centro de Referência da Assistência Social
DEPPEM – Diretório de Pesquisa de Pós-Graduação em Educação Musical
DJ – Disc Jóquei
EaD – Ensino à Distância
EMUFRN – Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio
ESAM – Escola Superior de Agronomia
ETFRN – Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte
FIC – Formação Inicial e Continuada
FLADEM – Fórum Latino-Americano de Educação Musical
FR – França
GRUMUS – Grupo de Estudos e Pesquisas em Música
H - Hora
IFRN – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
IFs – Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
Km - Quilômetros
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
MEC – Ministério da Educação
MG – Minas Gerais
ONGs – Organizações Não Governamentais
PB – Paraíba
PIB – Produto Interno Bruto
PNE – Plano Nacional de Educação
POR – Portugal
PPGMUS – Programa de Pós-Graduação em Música
PR – Paraná
PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional
PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
REDE CERTIFIC – Rede Nacional de Certificação Profissional e Formação Inicial e
Continuada
RFEPT – Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica
RJ – Rio de Janeiro
RN – Rio Grande do Norte
SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SETEC – Secretaria de Educação Técnica e Tecnológica
SWI – Suíça
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TIM – Técnico em Instrumento Musical
TV – Televisão
UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido
UFG – Universidade Federal de Goiás
UFPB – Universidade Federal da Paraíba
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UNEDs – Unidades de Ensino Descentralizadas
VE – Venezuela
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 16
2 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA, DE NÍVEL MÉDIO, EM
MÚSICA NO BRASIL................................................................................
22
2.1 O Ensino Profissional no Brasil, o PRONATEC e os Cursos
Técnicos...................................................................................................
23
2.2 A expansão da Educação Técnica Profissional no Brasil................... 26
3 AÇÕES DA EMUFRN NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO MUSICAL
TÉCNICA, DE NÍVEL MÉDIO, NO RN......................................................
36
3.1 A expansão da Educação Técnica Profissional no RN........................ 36
3.2 A EMUFRN................................................................................................ 38
3.3 O PRONATEC na EMUFRN..................................................................... 39
3.4 Uma breve história das filarmônicas e dos alunos egressos do
PRONATEC, na EMUFRN, em Florânia / RN..........................................
43
3.5 A disciplina Linguagem e Estruturação Musical.................................. 51
4 PROCEIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................... 54
4.1 O método de Pesquisa-Ação.................................................................. 56
4.2 Instrumentos de coleta de dados........................................................... 58
4.2.1 Pesquisa bibliográfica e documental (Revisão de Literatura).................... 58
4.2.2 Questionários............................................................................................. 58
4.2.3 Entrevistas................................................................................................. 59
4.3 Análise de conteúdo (Análise dos dados da Pesquisa)....................... 60
5 A DOCÊNCIA EM LIGUAGEM E ESTRUTURAÇÃO MUSICAL NO
CURSO TIM, DO PRONATEC NA EMUFRN............................................
65
5.1 O processo de seleção dos alunos........................................................ 65
5.2 O formato de sala de aula....................................................................... 66
5.3 As etapas / estratégias da Pesquisa-Ação............................................ 69
5.4 Refletindo sobre os dados coletados.................................................... 75
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 89
REFERÊNCIAS......................................................................................... 92
APÊNDICE A – Questionário de entrevista com os alunos................. 103
APÊNDICE B – Questionário de entrevista com os professores........ 105
APÊNDICE C – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE).......................................................................................................
106
ANEXO A – Entrevistas, na íntegra, apresentadas neste Trabalho.... 110
16
1 INTRODUÇÃO
O Rio Grande do Norte (RN) é um estado com muitas manifestações culturais
e com grande potencial turístico e econômico, porém, pouco difundido na mídia
nacional, onde, muitas vezes, só são mostrados os flagelos da seca e a dura vida do
nordestino. É nesse mesmo cenário de tristeza, que surgem sertanejos aguerridos
que, mesmo diante de circunstâncias difíceis, conseguem produzir manifestações
artísticas das mais ricas e peculiares possíveis, a exemplo do Coco de Zambê, os
rabequeiros, as benzedeiras, os negros do Rosário, os Cabocolinhos, entre muitas
outras manifestações de nossa cultura estadual.
Esta Pesquisa, de modo especial, observa uma dessas outras manifestações
culturais do RN, as bandas filarmônicas interioranas, presentes em quase todas as
167 cidades do RN.
A escolha, por esse público, se justifica pelo meu envolvimento direto nesse
segmento cultural, uma vez que sou Maestro de Filarmônica interiorana e egresso
desses grupos.
Ao longo de minha vida musical pude experimentar aprender Música de várias
maneiras, entre elas, informalmente. Aos 11 anos, filho de família simples do interior,
sem muitas oportunidades, iniciei meus estudos musicais em uma Filarmônica
interiorana e pude encontrar na Música, minha vocação e paixão. Hoje, ano de 2017,
passados 21 anos, reconheço a grande contribuição dessas instituições para meu
crescimento pessoal e profissional, instituições estas, muitas vezes, esquecidas pelo
poder público.
Minha trajetória acadêmica começou no ano de 2002 quando, aos 17 anos,
tive a oportunidade de estudar Música, formalmente, em uma escola de Música, a
Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN). A
partir de então, nessa mesma Instituição, cursei os Técnicos em instrumento
(Trompete), Regência e Flauta Doce. Também fiz as Graduações de Bacharelado
em Música - Trompete e Licenciatura em Música. Cursei ainda, uma Especialização
em Música dos séculos XX e XXI, e agora, com este Trabalho, concluo mais uma
etapa de minha formação musical, a do Mestrado em Música.
A escolha do tema de pesquisa não poderia ser distante da minha experiência
de vida e essência enquanto músico. Nesse sentido, procurei, com este Trabalho,
falar de 2 grandes fenômenos que vivencio hoje (2017), o Programa Nacional de
17
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) e as bandas filarmônicas do
interior do RN. Este primeiro, na condição de docente e no segundo, enquanto
Maestro e músico egresso.
Desde o ano de 2012, atuo como docente em disciplinas dos Cursos de
Formação Inicial e Continuada (FIC) e do Técnico em Instrumento Musical (TIM),
ambos do PRONATEC, na EMUFRN, sediados em cidades interioranas da região
Seridó norte-rio-grandense. Durante esse período, pude observar a transformação
musical e social ocorridas com os alunos egressos desses Cursos, principalmente,
os que atuam nas filarmônicas de seus municípios.
Diante desse contexto, considero importante ter iniciado este estudo partindo
do relato de minha própria experiência enquanto aluno oriundo de uma Filarmônica
do interior do RN. Como escreve Silva (2008, p. 27):
Todos trazemos em nossas memórias lembranças de vivências marcantes que vão cotidianamente construindo nossa identidade. Nós fazemos a nossa história. Lembrar e narrar nos oportuniza a refletir sobre o vivido, estabelecendo correlações, construindo e reconstruindo caminhos.
Nesse sentido, passo a descrever os momentos que considero importantes
sobre as aprendizagens que construí ao longo da minha trajetória pessoal e
profissional.
No ano 2015, apresentei um relato de experiência no XXI Fórum Latino-
Americano de Educação Musical (FLADEM) - Rio de Janeiro2 / Brasil, sobre O
Ensino de Trompete na semana de intensivo do PRONATEC em Santana do
Matos / RN, onde por 9 anos, fui o Maestro da Filarmônica desse município.
Em seguida, realizei uma pesquisa sobre Interiorização e ensino de
Música: do PRONATEC da EMUFRN à Florânia / RN, apresentada como
comunicação no II Congresso Nacional de Educação (CONEDU) tomando por base
minha experiência docente no município de Florânia / RN.
Em 2016, apresentei mais duas comunicações, a primeira, no XXVI
Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música
(ANPPOM), com o tema: A atividade de Apreciação Musical no PRONATEC; e a
segunda, no III CONEDU, com a temática: Do multisserial ao multinível. Este
2Rio de Janeiro (RJ).
18
último trabalho, foi igualmente fruto da realização de uma Monografia de conclusão
de curso da Licenciatura em Música na EMUFRN, no ano de 2015, que tratou de um
estudo sobre a formação musical de estudantes através do PRONATEC, na
EMUFRN, na cidade de Florânia / RN, por meio da disciplina Linguagem e
Estruturação Musical / Percepção Musical.
Diante da circunstância que me envolve enquanto pesquisador pude perceber
através de pesquisas bibliográficas realizadas que não foram encontrados trabalhos
que discutam sobre a formação musical técnica de nível médio, se comparado com
pesquisas sobre a Educação Musical na Escola Básica ou mesmo sobre o ensino de
instrumento musical individual e coletivo. Essa realidade abriu um importante espaço
para a realização deste Trabalho, que visa, entre outras coisas, mostrar uma
pequena parte do grande Iceberg a ser explorado por mim e outros pesquisadores
no tocante a essa modalidade de ensino em questão.
Conforme revisão de literatura realizada neste estudo, pude constatar que
ainda estamos vivendo o desabrochar dessa área na presente década, algo que
possa ser bastante interessante aos novos pesquisadores que surgem e também
aos já experientes pesquisadores que queiram desbravar esse novo território ou
campo empírico de conhecimento. Nesse sentido, para efeito desta Pesquisa, não
foi possível encontrar literatura suficiente que discorra sobre o ensino técnico, de
nível médio, no segmento musical por parte de instituições especializadas em
Música, a exemplo da EMUFRN. Muitos dos trabalhos já produzidos têm sido sobre
instituições de ensino regular, a exemplo dos Institutos Federais de Educação,
Ciência e Tecnologia (IFs) onde o ensino de Música é uma das etapas da formação
básica. Para a área de Educação Musical, este Trabalho vem abrir expectativas para
novos horizontes de pesquisa, partindo de investigações sobre novos espaços
possíveis para a formação musical, a exemplo das filarmônicas e dos Cursos
Técnicos, de nível médio, em Música.
Assim, dando continuidade aos estudos, discorro, agora, especificamente,
sobre meu objeto de pesquisa que é a Educação Musical técnica, de nível médio, no
RN. Realizei também, um estudo sobre as ações de interiorização da EMUFRN em
Florânia / RN até o momento presente, por meio do PRONATEC. Para tal, foi
utilizada, como procedimento metodológico, a pesquisa qualitativa por meio do
método da Pesquisa-Ação. Como instrumentos de coleta de dados, utilizei a
aplicação de questionários (APÊNDICE A e B) e entrevistas (ANEXO A).
19
A estrutura desta Dissertação se configura em 6 capítulos. No capítulo 1 –
Introdução – apresento um resumo expandido da Dissertação, mostrando a
problematização da pesquisa, do campo empírico à área de Educação Musical, onde
busco elucidar minha motivação e objetivos do estudo.
No capítulo 2, exibo um histórico sobre a legislação brasileira para o ensino
técnico, de nível médio, em especial, no que concerne à Educação Musical no
período. Em seguida, discorro sobre o impacto de algumas leis para o ensino
profissional, como a Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937 (BRASIL, 1937), que
instituiu os Liceus Profissionais e, a partir de então, passaram a oferecer ensino
profissional em vários ramos e graus de formação; a Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), que dispõe das Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira e a Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008 (BRASIL, 2008a), que dispõe da
Educação Profissional e Tecnológica, abrangendo assim, a formação inicial e
continuada ou qualificação profissional, a Educação Profissional Técnica, de nível
médio, e a Educação Profissional Tecnológica, de Graduação e de Pós-Graduação;
por último, a Resolução nº 1, de 5 de dezembro de 2014 (BRASIL, 2014) do
Conselho Nacional de Educação (CNE), da Câmara de Educação Básica (CEB) que
define as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional
Técnica de nível médio. Apresento também, sobre o programa PRONATEC, a nível
nacional, em que exponho uma trajetória histórica da interiorização da Educação
Profissional no Brasil e no RN até a implantação do PRONATEC, na EMUFRN e no
município de Florânia / RN. Alguns autores, como Costa (2012a, 2102b), Correia
(2011), Morato (2009), Coli (2008), Trottier (1998), Contente (2011), Esperidião
(2002), Estevam (2012), Penna (2007), Duarte e Mazzotti (2006), Kraemer (2000),
Sousa (2014), Coelho (2014), entre outros, contribuíram para este estudo.
No capítulo 3, com Lima (2006), Paiva e Almeida (2015), Gomes (2016),
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017), Granja (1984), Bianconi e
Caruso (2005), Freire (2001), Fontoura (2011), Carvalho (2009), Silva (2007),
Galvão (1998) e Guanais (2001), abordo a história das filarmônicas norte-rio-
grandenses e seridoenses, a partir das ações da EMUFRN voltadas a esse público
específico, especialmente, na região Seridó norte-rio-grandense, onde descrevo
essa região, e ainda, sobre a cidade de Florânia / RN. Realizado o estado da arte
sobre a temática da Pesquisa, percebo que a Educação Profissional Técnica, de
nível médio, em Música no Brasil e no RN, graças ao PRONATEC, promove
20
oportunidades de qualificação profissional das classes mais vulneráveis da
sociedade que são subsidiadas pelo governo federal. Isto, observado pelo viés do
público da Música, mais especificamente, no segmento cultural das bandas de
Música ou bandas filarmônicas ou, simplesmente, filarmônicas. Discorro sobre o
antes e o depois desse processo de interiorização proporcionado graças ao
PRONATEC e a EMUFRN a esses estudantes de Música nesse segmento, no
interior do estado do RN, em especial, na cidade de Florânia / RN.
No capítulo 4, apresento os caminhos metodológicos adotados para a
realização da pesquisa, que tem como premissa discutir sobre questões relativas às
principais dificuldades dos alunos e do professor na disciplina Linguagem e
Estruturação Musical assim como o impacto no cotidiano dos alunos que participam
do Programa sobre Educação Musical Técnica de nível médio. Como método de
pesquisa, utilizo a Pesquisa-Ação. Conforme mostra Morin (2004), esse tipo de
pesquisa prevê intervenção na realidade social dos participantes e se baseia na
relação entre atores e autores consultados. Os autores Toledo e Jacobi (2013), Fals-
Borda (1985), entre outros consultados, argumentam que seu conceito representa
um canal privilegiado para discussão da relação entre teoria e prática, um dos
maiores impasses enfrentados pelos educadores e que pôde ser sentido por mim,
durante a aplicação das técnicas de pesquisa na cidade de Florânia / RN. Segundo
Toledo e Jacobi (2013) e Fals-Borda (1985), a relação teoria e prática deve ser
articulada durante o processo de construção do conhecimento. No mais, vale
salientar que esse tipo de pesquisa ganhou repercussão mundial nos campos
científico e político a partir do Primeiro Simpósio Mundial sobre Pesquisa
Participante, realizado em Cartagena, Colômbia (COL), em 1977. Quanto à escolha
do local para a realização da pesquisa e técnicas utilizadas, busco explorar Florânia
/ RN, um dos polos PRONATEC de responsabilidade da EMUFRN que é sede do
Curso TIM, nosso segundo foco para a discussão a respeito de ações de
interiorização da EMUFRN.
No capítulo 5, discorro sobre minha experiência enquanto docente e
pesquisador na disciplina de Linguagem e Estruturação Musical, no Curso TIM, na
cidade de Florânia / RN. Muitas das informações constantes neste capítulo são
oriundas da minha experiência enquanto pesquisador da área de Educação Musical,
mais especificamente, no segmento de ensino especializado de Música que envolve
o PRONATEC e a EMUFRN, através dos grupos de pesquisa em que participo:
21
Grupo de Estudos e Pesquisas em Música (GRUMUS) e o Diretório de Pesquisa de
Pós-Graduação em Educação Musical (DEPPEM), ambos na EMUFRN.
Em seguida, faço a análise dos dados coletados a partir das informações e
técnicas utilizadas, que consistiu no uso de questionários (APÊNDICE A e B),
entrevistas (ANEXO A) e análise de conteúdo, que evidenciaram a porcentagem de
alunos que ingressaram, desistiram, concluíram o Curso; quantitativo por sexo;
alunos com pendências para colar grau; alunos concluintes por tipo de instrumento
musical; alunos e relação com o trabalho; expectativas profissionais dos alunos; e as
principais dificuldades técnicas encontradas pelos alunos na disciplina de
Linguagem e Estruturação Musical em questão.
No capítulo 6, faço minhas considerações finais, reconhecendo a existência
de um caminho aberto para outras pesquisas na área que possam dar continuidade
a este estudo. Considero que o tema pesquisado poderá contribuir para a área de
Educação Musical para além da Educação Básica, principalmente, para o público
dos licenciandos em Música que, em virtude de os cursos de formação de
professores não oferecerem disciplinas de estágios no universo das filarmônicas,
não têm experiência nesse campo de estudo. Na EMUFRN, boa parte dos alunos da
Graduação é egresso desses grupos não formais de ensino musical pelo interior do
estado. Poderá fomentar, inclusive, a criação de outros grupos de pesquisa e
extensão que possam contemplar outros alunos e segmentos não formais de ensino
de Música que ainda carecem de pesquisa nessa área.
22
2 A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA, DE NÍVEL MÉDIO, EM MÚSICA NO
BRASIL
Para entender a dimensão investigativa deste Trabalho, discutirei,
inicialmente, sobre a Educação Profissional Técnica, de nível médio, em Música
no Brasil. Para tal, este capítulo se divide em duas partes: a primeira, sobre o Ensino
Profissional no Brasil - o PRONATEC e os Cursos Técnicos, de nível médio; e a
segunda, sobre a trajetória histórica da interiorização da Educação Profissional no
Brasil e no RN.
Mediante a Resolução nº 6, de 20 de setembro de 2012 (BRASIL, 2012),
ficaram instituídas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional
Técnica de Nível Médio. Em seu Artigo 1º, parágrafo único, entende-se por
Diretrizes:
[...] o conjunto articulado de princípios e critérios a serem observados pelos sistemas de ensino e pelas instituições de ensino públicas e privadas, na organização e no planejamento, desenvolvimento e avaliação da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, inclusive fazendo uso da certificação profissional de cursos (BRASIL, 2012, p. 22).
Esta Resolução nos trouxe a alteração da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996 (BRASIL, 1996) em virtude da Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008 (BRASIL,
2008a), no que concerne à Educação Profissional e Tecnológica, abrangendo os
cursos de “[...] formação inicial e continuada ou qualificação profissional; [...]
Educação Profissional Técnica de Nível Médio; [e a] [...] Educação Profissional
Tecnológica, de graduação e de pós-graduação” (BRASIL, 2012, p. 22). Nos termos
desta Lei, “A Educação Profissional Técnica de Nível Médio [...] [é] desenvolvida nas
formas articulada e subsequente ao Ensino Médio, podendo a primeira ser
integrada ou concomitante a essa etapa da Educação Básica” (BRASIL, 2012, p.
22, grifos nosso).
Já em relação às formas de ofertas, quando articuladas, poderão ser
integradas e concomitantes. Considera-se integrada quando:
[...] ofertada somente a quem já tenha concluído o Ensino Fundamental, com matrícula única na mesma instituição, de modo a conduzir o estudante à habilitação profissional técnica de nível médio
23
ao mesmo tempo em que conclui a última etapa da Educação Básica (BRASIL, 2012, p. 22).
E na forma concomitante quando:
[...] ofertada a quem ingressa no Ensino Médio ou já o esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, aproveitando oportunidades educacionais disponíveis, seja em unidades de ensino da mesma instituição ou em distintas instituições de ensino (BRASIL, 2012, p. 22).
E ainda, “[...] uma vez que é desenvolvida simultaneamente em distintas
instituições educacionais, mas integrada no conteúdo, mediante a ação de convênio
ou acordo de intercomplementaridade, para a execução de projeto pedagógico
unificado” (BRASIL, 2012, p. 22). Por último, quando for subsequente, será “[...]
desenvolvida em cursos destinados exclusivamente a quem já tenha concluído o
Ensino Médio” (BRASIL, 2012, p. 22).
A Resolução nº 6, de 20 de setembro de 2012 (BRASIL, 2012) trata ainda da
organização curricular, onde cita, por exemplo, o Catálogo Nacional de Cursos
Técnicos3, a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a duração dos Cursos, a
avaliação, aproveitamento e certificação da Educação Profissional Técnica, de nível
médio, a formação docente exigida e as disposições gerais.
A partir desses dados, passo a discutir sobre o Ensino Profissional no Brasil,
a política do PRONATEC e os Cursos Técnicos.
2.1 O Ensino Profissional no Brasil, o PRONATEC e os Cursos Técnicos
O PRONATEC, já apresentado, é um Programa do governo federal que se
destina a toda rede federal de ensino tecnológico, e ao Sistema de Empresas e
Serviços, igualmente, às redes estaduais de ensino técnico, visando, basicamente, à
FIC ao público jovem, entre 15 e 17 anos, através de Cursos com duração de 160h4
/ aula. Na modalidade de Ensino Técnico, esses Cursos possuem a duração mínima
de 800h / aula.
Inicialmente, esse Programa contava com uma meta de alcance nacional até
o ano de 2014, algo que se estendeu, posteriormente, em algumas localidades do
3O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos será discutido no capítulo 3 desta Dissertação.
4Hora (h).
24
país. Previa a concessão de 3 milhões de bolsas de estudos até 2014, para
estudantes do ensino médio e trabalhadores. A previsão, segundo a TV NBR (2011),
era que, no ano 2014, 8 milhões de pessoas fossem beneficiadas por esse
Programa através das múltiplas ações.
O referido Programa destina-se aos alunos do ensino médio, como forma de
melhorar a qualidade do ensino, proporcionando assim, que o ensino médio também
seja profissionalizante. O aluno, nesse sentido, estuda as disciplinas escolares em
um turno e em outro, se dedica as atividades extraclasses e profissionalizantes à
sua escolha ou disponíveis nas instituições de ensino em que estão locados esses
cursos do PRONATEC, que também tem parceria com outros órgãos nacionais, tais
como: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (SENAC), secretarias de trabalho, universidades e outros
que fornecem cursos de formação técnica profissionalizante e visa à formação de
mão de obra qualificada e jovem. A formação profissional, proporcionada por esse
Programa, é, em parte, uma maior garantia para empresas que precisam de mão de
obra especializada.
O público do PRONATEC se divide em 3 focos: alunos da rede pública de
ensino, profissionais com seguro desemprego via Ministério do Trabalho e
beneficiários do Programa Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social. A
esse público é garantido à experiência profissional (PROGRAMA NACIONAL DE
ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO, 2017).
O PRONATEC também atinge outros públicos. Existem Cursos para pessoas
independentemente de escolaridade e idade, e todos os participantes recebem um
auxílio financeiro baseado em hora / aula estudada, calculado, em
aproximadamente, R$ 3,00 por hora / aula. Este recurso visa garantir, entre outras
coisas, uma maior permanência no Programa (TV NBR, 2011).
Nos municípios, via secretarias de Assistência Social, através do Centro de
Referência de Assistência Social (CRAS), é realizada a seleção de alunos para os
Cursos do PRONATEC mediante o perfil do público que se tem nesses espaços.
Nisso, existem as instituições demandantes, instituições governamentais e as
ofertantes, que oferecem os Cursos profissionalizantes, empresas, entre outros.
A bolsa formação visa suprir as necessidades de alimentação e transporte
dos alunos participantes, garantindo assim, a maior frequência do público que mais
necessita de recursos para provimentos próprios e que, muitas vezes, estariam, de
25
outra forma, trabalhando nos horários em que agora estão estudando e se
qualificando.
Uma das preocupações do PRONATEC é garantir uma maior qualificação
profissional aos que almejam entrar ou voltar ao mercado de trabalho, tendo em
vista, as constantes exigências deste meio. Nesse sentido, contribui para que menos
pessoas precisem utilizar o seguro desemprego, graças às oportunidades de
trabalhos estáveis que pode prover a seu público estudantil variado. Nesse
Programa, os alunos recebem além da bolsa formação, todo o material didático
gratuito.
As despesas provenientes do PRONATEC são de responsabilidade do
governo federal, em torno de R$ 1.500,00, o custo de um aluno por curso, não
onerando assim, estados e municípios para tal. Para cada órgão que sedia ou
celebra convênio, via PRONATEC, além da bolsa formação dos alunos, é transferido
ao órgão gestor local, uma quantia em dinheiro para despesas operacionais e
compra de materiais necessários (TV NBR, 2011).
São muitos os Cursos ofertados pelo PRONATEC, sejam nas modalidades
FIC ou Curso Técnico. Segundo o Guia de cursos PRONATEC do Ministério da
Educação (MEC), tínhamos, em 2016, de acordo com a Portaria nº 12/2016, de 3 de
maio de 2016 (BRASIL, 2016b), 646 cursos, sendo o primeiro o de Açaicultor, e o
último, na lista, o de Zelador.
De acordo com o Plano Nacional de Educação 2011 – 2020 (BRASIL, 2011a),
na meta 11 de 20, são previstas 10 estratégias para a Educação Profissional
Técnica de nível médio, e encontramos a menção a interiorização da Educação
Profissional já de início, a saber:
1- Expandir as matrículas de educação profissional técnica de nível médio nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, levando em consideração a responsabilidade dos Institutos na ordenação territorial, sua vinculação com arranjos produtivos, sociais e culturais locais e regionais, bem como a interiorização da educação profissional. 2- Fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio nas redes públicas estaduais de ensino. 3- Fomentar a expansão da oferta de educação profissional técnica de nível médio na modalidade de educação a distância, com a finalidade de ampliar a oferta e democratizar o acesso à educação profissional pública e gratuita. 4- Ampliar a oferta de programas de reconhecimento de saberes para fins da certificação profissional em nível técnico. 5- Ampliar a oferta de matrículas gratuitas de educação profissional técnica de nível médio pelas entidades privadas de
26
formação profissional vinculadas ao sistema sindical. 6- Expandir a oferta de financiamento estudantil à educação profissional técnica de nível médio oferecidas em instituições privadas de educação superior. 7- Institucionalizar sistema de avaliação da qualidade da educação profissional técnica de nível médio das redes públicas e privadas. 8- Estimular o atendimento do ensino médio integrado à formação profissional, de acordo com as necessidades e interesses dos povos indígenas. 9- Expandir o atendimento do ensino médio integrado à formação profissional para os povos do campo de acordo com os seus interesses e necessidades. 10- Elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos técnicos de nível médio na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica para noventa por cento e elevar, nos cursos presenciais, a relação de alunos por professor para 20, com base no incremento de programas de assistência estudantil e mecanismos de mobilidade acadêmica (BRASIL, 2011a, p. 38-39).
Por meio do programa PRONATEC, essa meta 11, assim como algumas de
suas estratégias, de fato, tem conseguido ser realizada, no Seridó norte-rio-
grandense, desde o ano de 2011, e possibilitado uma melhor qualificação
profissional de muitos profissionais da Música que lá residem, garantindo uma maior
conservação de costumes locais existentes.
Nas políticas públicas para a Educação Profissional e Tecnológica é previsto
a não desvinculação do projeto social mais amplo, devendo, portanto, estarem
articuladas às políticas de desenvolvimento econômico, locais, regional e nacional
assim como às políticas de geração de emprego, trabalho e renda, além das que
tratam da formação e da inserção econômica e social da juventude (BRASIL,
2004a).
2.2 A expansão da Educação Técnica Profissional no Brasil
Data-se 23 de setembro de 1909, como sendo o começo da história dos
Institutos Federais de educação brasileira, por meio da assinatura do Decreto nº
7.566, de 23 de setembro de 1909 (BRASIL, 1909) que instituiu 19 Escolas de
Aprendizes Artífices em vários estados da federação brasileira, sob a jurisdição do
então Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio, objetivando
assim, a oferta do ensino profissional gratuito a nível primário. Porém, foi no ano de
1937, que o ensino técnico, profissional e industrial foi destinado às classes menos
favorecidas e, consequentemente, transformado em Liceus Profissionais, por meio
27
da Lei nº 378, de 13 de janeiro de 1937 (BRASIL, 1937). A partir de então, passaram
a oferecer ensino profissional em vários graus de formação (GOMES, 2016).
No ano de 1942, os Liceus novamente passaram por transformações se
tornando em Escolas Técnicas Industriais que ofereciam o ensino profissionalizante
em nível secundário, possibilitando assim, o ingresso de alunos formados nos
Cursos Técnicos para o ensino superior (GOMES, 2016).
No ano de 1959, as Escolas Técnicas Industriais brasileiras passaram à
condição de Escolas Técnicas Federais, com autonomia didática e de gestão
(GOMES, 2016).
Em 1978, com a Lei nº 6.545, de 30 de junho de 1978 (BRASIL, 1978), as
Escolas Técnicas nos estados do Paraná (PR), Minas Gerais (MG) e RJ deram
origem à outra mudança no contexto de ensino técnico do país, passando a serem
Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs). Estas Instituições passam a
formar engenheiros de operação e tecnólogos. Com o passar do tempo, esse
processo de mudança se estendeu às demais Escolas Técnicas do país em diversas
regiões geográficas (GOMES, 2016).
Em 8 de dezembro de 1994, através da Lei n° 8.948 (BRASIL, 1994), foi
criado o Sistema Nacional de Educação Tecnológica e as Escolas Agrotécnicas
Federais de todo o país se transformaram em CEFETs. Em 1996, a Lei nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996), considerada a segunda Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), estabelece as diretrizes e bases da educação brasileira
e dispõe, de forma específica, sobre a Educação Profissional, atribuindo uma
certificação profissional e reconhecida às competências pelo ensino técnico,
adquiridas fora do sistema escolar. No ano seguinte, por meio do Decreto nº 2.208,
de 17 de abril de 1997 (BRASIL, 1997), fica regulamentada a Educação Profissional
e criado o Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP) por todo o
país.
Em 29 de dezembro de 2008, foi aprovada a Lei nº 11.892 (BRASIL, 2008c)
que criou a:
[...] Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (RFEPT) e os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs). A partir de então os 31 Centros Federais de Educação Tecnológica – CEFETs, mais as 75 Unidades de Ensino Descentralizadas – UNEDs, as 39 Escolas Agrotécnicas, e as 8 Escolas Técnicas que mantinham vínculos com Universidades Federais e ainda as 7
28
Escolas Técnicas deram origem aos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. Todas essas instituições passaram a compor a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Profissional também criada em 2008. A criação da RFEPT e dos IFs é considerada como um marco importante na educação técnica e profissional brasileira, por ser entendida como uma ação que estabeleceu a Educação Profissional como uma política pública de desenvolvimento social e regional [...] (GOMES, 2016, p. 4).
Assim, em 2005, foi aprovada a Lei nº 11.195, no dia 18 de novembro de
2005 (BRASIL, 2005) que, ainda segundo Gomes (2016, p. 4), “A criação da RFEPT
foi também importante para a continuidade da Expansão da Rede Federal de
Educação Profissional e Tecnológica [...]” ocasião do lançamento da primeira fase
do plano de expansão desse segmento no país, onde foram construídas 64 novas
unidades de ensino. Já a segunda fase, aconteceu no ano 2007, no segundo
mandato do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ocasião em que mais
de 214 novas unidades foram construídas.
No governo seguinte, a então presidenta, Dilma Rousseff, deu continuidade a
essa política e, no ano de 2015, já se encontrava unidades de IFs nas mais diversas
regiões do país.
Falar sobre o PRONATEC e seus Cursos Técnicos suscita discutir as políticas
públicas educacionais dos últimos 12 anos de governo federal. No segundo
semestre de 2017, momento de realização desta Pesquisa, o Brasil vive grandes
reformas, a saber: reforma da previdência, reforma trabalhista e reforma do ensino
médio. Nesse cenário, pode-se encontrar uma busca incessante pelo mercado de
trabalho, seja por jovens ou adultos desempregados, realidade que já assola mais
de 14 milhões de brasileiros.
Costa (2012a, p. 347) sobre o campo da Música enquanto atividade
profissional, diz que:
As [...] políticas públicas educacionais têm enfatizado o técnico de nível médio como essencial ao desenvolvimento econômico e social brasileiro. São ações exemplares a expansão da Rede de Educação Profissional e Tecnológica e o PRONATEC [...]. A aprovação do texto base do Plano Nacional da Educação para o período 2011–2020, PL 8.035/10, ampliou a destinação orçamentária para 10% do PIB5 nacional, incluídos futuros recursos da exploração do Pré-sal e negociações entre os entes federativos. Dentre suas vinte metas, ressalta-se a que trata da duplicação de matrículas da educação
5Produto Interno Bruto (PIB).
29
profissional técnica de nível médio com qualidade de oferta [...]. Neste tocante, a música está incluída como possibilidade formativa, visando inserção no mundo do trabalho.
Nesse sentido, o PRONATEC através dos Cursos no segmento de Música,
entre eles, o TIM, tem como uma das metas a inserção e qualificação de
profissionais da Música no mercado de trabalho, visando à capacitação técnica-
profissional desses sujeitos que assumirão importantes espaços na atividade
artístico-profissional.
O ensino técnico profissional, como mostra Correia (2011), pode significar a
possibilidade de conjugar os conhecimentos aprendidos no Curso com a atividade
profissional já exercida no campo da Música. Correia (2011) contribui com esta
Pesquisa, uma vez que nos traz um estudo por meio do Centro de Educação
Profissional em Música Walkíria Lima (CEPMWL), da rede pública do estado do
Amapá (AP), onde entrevistou 13 alunos nesse contexto de ensino, parecido com o
que fazemos no município de Florânia / RN.
Ainda em seu trabalho, Correia (2011) investiga os sentidos da Educação
Profissional e nos apresenta o Parecer nº 16/99, aprovado em 5 de outubro de 1999
(BRASIL, 1999a), que permite a atividade docente ao profissional de Música com
formação de nível médio, desde que seja em caráter excepcional. Ressalto esse
dado porque muitos dos alunos entrevistados em Florânia / RN já atuam como
docentes musicais em aulas particulares e projetos sociais, mesmo não sendo
portadores, ainda, do diploma de curso superior (Licenciatura e / ou Bacharelado em
Música). Outra parcela de alunos demonstrou a intenção de ingressar para a
docência musical após concluírem o Curso TIM.
Nesse contexto,
[...] as matrizes, revisadas e atualizadas a partir do Parecer CEB/CNE nº 16/99 [BRASIL, 1999a] e da Resolução CEB/CNE nº 04/99 [BRASIL,1999b], são apresentadas como Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Profissional, em uma série introduzida pelo presente documento [...]. Para a elaboração de programas ou currículos de educação profissional, portanto, é imprescindível um estudo inicial e cuidadoso das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico, até porque nelas estão estabelecidas as competências profissionais gerais do técnico de cada uma das vinte áreas profissionais [...] Os Referenciais Curriculares oferecem informações e indicações adicionais para a elaboração de planos de cursos nas diferentes áreas profissionais, incluindo a caracterização de seus
30
respectivos processos de produção, a identificação de funções e subfunções neles distinguidas, competências, habilidades e bases tecnológicas nelas envolvidas ou para elas necessárias (BRASIL, [2000], p. 6).
Contente (2011) nos mostra que o cenário atual da Educação Profissional
apresenta impulsos quanto à formação do técnico, de nível médio, pela expansão
dos IFs e programas que visam o emprego e renda, tais como: o PRONATEC, que
une a atuação do Sistema S formado pelo SENAI e SENAC, entre outros, que
concedem bolsas financeiras para a formação profissional, por meio do Fundo de
Financiamento Estudantil e a ampliação do Brasil Profissionalizado assim também
como a atuação da Rede Nacional de Certificação Profissional e Formação Inicial e
Continuada (REDE CERTIFIC), voltada ao reconhecimento de saberes com o
aumento da escolaridade. Brasil (2011 apud COSTA, 2012b, p. 104) nos reporta,
novamente, ao Projeto de Lei do Plano Nacional de Educação (PNE) 2011 - 2020
que diz:
O papel das escolas públicas especializadas em música, federais, estaduais ou municipais, e o da formação do técnico em nível médio estão a ser repensados frente às discussões para as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos técnicos, enquanto o novo Plano Nacional de Educação, referente ao período 2011-2020 [BRASIL, 2011a], Projeto de Lei 8.035/2010, traça entre suas metas a duplicação de oferta de vagas para formação profissional em nível médio, assegurando sua qualidade.
Evidenciando esse contexto, Trottier (1998) traça um panorama da relação
formação-trabalho, argumentando que formação consiste em uma categoria que
envolve várias outras categorias referentes à vida social, tais como: aprendizagem,
reciclagem, aperfeiçoamento, promoção social, formação profissional,
empregabilidade, educação popular, algo que tem despertado o interesse de vários
estudiosos e pesquisadores. Um cenário possível para descrever, o que mostra
Trottier (1998), pode ser o PRONATEC, pois pode condensar essas e outras
características.
Podemos assim perceber que o planejamento nesse segmento de ensino
técnico profissionalizante é fundamentado em documentos legais, decretos, leis,
entre outros, que transcendem as gestões governamentais.
31
Sobre uma das questões fundamentais para o surgimento de cursos
profissionalizantes no país, Esperidião (2002, p. 69) apresenta que, o início da
formação profissional, no Brasil, ficou marcado por decisões circunstanciais
Destinadas especialmente a amparar órfãos e à classe menos favorecida, assumindo um caráter assistencialista. Na segunda metade do século XIX foram criadas várias sociedades civis, destinadas a amparar crianças órfãs e abandonadas, oferecendo-lhes instrução teórica e prática e iniciando-as no ensino industrial.
Nesse sentido, penso que a formação técnica profissionalizante foi encarada
como algo a resolver, em tempo mais reduzido, os vários postos de trabalhos
existentes e não ocupados por pessoas de formação superior, já no início do século
XX, marcado no Brasil pelo início da Era Industrial em grandes centros urbanos, algo
que Esperidião (2002) mostra em uma retrospectiva desde a colonização do país
aos dias atuais.
Quanto à Educação Profissional e Tecnológica no Brasil, percebo que os
postos de trabalho com a Música são amplos, porém, na região Seridó norte-rio-
grandense, local onde foi realizado este estudo, não existem muitas opções
profissionais e as que existem, já estão saturadas ou são insuficientes para
aproveitarem a demanda dos músicos já formados pela EMUFRN nos Cursos
Técnicos de Música do PRONATEC. Morato (2009) e Costa (2012b) discorrem sobre
o panorama da difícil realidade de trabalho com Música em ambientes não formais
de ensino, a exemplo de aulas particulares de instrumento em estúdios de gravação
ou em bandas de música (bandas filarmônicas).
Compreendo que o trabalho profissional com Música passa por uma crise que
parte do núcleo familiar que, muitas vezes, não apoia os que se dedicam a essa
profissão, algo que pode ser observado na cidade de Florânia / RN.
Sobre o Curso Técnico Profissionalizante de Música estudado na cidade de
Florânia / RN, constatei que a evasão dos alunos foi um dos pontos que chamou
muito a minha atenção com, aproximadamente, 50% de desistência dos alunos até o
início do último semestre letivo do Curso. A respeito desse fato, existem vários
trabalhos, a exemplo de Estevam (2012), que evidencia situações similares de
evasão ou desistência por parte do alunado em cursos análogos pelo país, por
exemplo, em conservatórios de Música.
32
Estevam (2012) mostra, através de uma análise crítica, que esse fenômeno
pode ser influenciado pela transformação global, ou seja, pelo surgimento de novos
paradigmas e novas questões para a Educação Musical. Para tal, em seu trabalho
realizado, Estevam (2012) realizou 2 estudos de caso na busca pela compreensão
desse fenômeno, a evasão, procurando ouvir diferentes vozes envolvidas. A linha de
pensamento adotada resultou na transformação ou abertura à pluralidade cultural e
para a relativização do conhecimento e da verdade com seus alunos, buscando
integrar para a Educação Musical “[...] um entendimento de música articulado a um
sistema de valores e ao (s) universo (s) de seus praticantes” (LUCKESI, 1994;
QUEIROZ, 2005; PENNA, 2006 apud ESTEVAM, 2012, p. 663).
Na terceira edição do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos do PRONATEC
(BRASIL, 2016c), há informações bem detalhadas sobre cada um dos Cursos
oferecidos. Sobre a legislação vigente que respalda esses Cursos Técnicos, temos,
através do CNE / CEB, a Resolução nº 1, de 5 de dezembro de 2014 (BRASIL,
2014), que define novos critérios para a composição do Catálogo Nacional de
Cursos Técnicos.
O documento aponta que uma das possibilidades que o aluno recém-técnico
pelo PRONATEC poderá optar é ser empreendedor de seu próprio negócio, seja na
prestação de serviços manuais ou diversos, como, aulas livres, particulares e outros.
Vale salientar que os benefícios financeiros que o PRONATEC pode trazer durante a
estadia do aluno em um Curso, como já mencionado anteriormente, são de caráter
transitório, ou seja, visam sua emancipação e não afetam ou prejudicam aos que
estão, por exemplo, recebendo seguro desemprego. Nesse sentido, conforme
apresentam Frasson; Natalina; Sucupira (2012), isso é algo que muitos temem
perder e que, às vezes, pode diminuir a demanda nesses Cursos por falta de mais
informações da parte do aluno e de algumas pessoas ligadas às instituições que
sediam Cursos Técnicos do PRONATEC.
Em relação aos Cursos Técnicos e FIC do PRONATEC, caso seja desejado,
o aluno poderá fazer a quantidade de Cursos que queira, mas a única exigência
para tal é que seja um de cada vez, pois não é permitida a realização de 2 ou mais
Cursos ao mesmo tempo. Isso também explica um pouco da existência de alunos
desistentes desses Cursos, que nem sempre é por falta de interesse, mas pelas
necessidades e condições impostas pelo Programa. E, para receber um certificado
33
de Curso realizado, o aluno precisa ter frequência e aproveitamento necessários que
podem variar entre instituições distintas.
Ademais, algumas instituições que oferecem ensino / formação, via
PRONATEC, por exemplo, secretarias do trabalho, SENAI e outros, dispõem de
pessoal que promove a conscientização às empresas ou empregadores de serviços
operacionais para que eles possam, cada vez mais, priorizar as vagas de emprego
para quem tem formação por meio do PRONATEC. Ainda, muitas vezes, isso é
possível, graças às parcerias existentes entre essas instituições de ensino com
empresas de comércio e serviços diversos pelo país.
O PRONATEC é um programa federal que visa atender aos estudantes da
rede pública de ensino médio. No caso de alunos de instituições particulares de
ensino, estes só podem participar desse Programa se comprovarem estar na
condição de bolsista na instituição particular, a única forma possível para que esse
público do setor privado possa ser incluso nos Cursos do PRONATEC.
O PRONATEC, entre muitas coisas, prevê o acesso ao primeiro emprego
para jovens e adultos. Segundo Paiva e Almeida (2015), o PRONATEC mostra
existir programas federais que tem mudado, nos últimos anos, a vida de muitos
brasileiros marginalizados, diminuindo, assim, a desigualdade social e econômica
destes, principalmente, em regiões do país antes menos favorecidas pelas políticas
públicas.
O PRONATEC oferece Cursos profissionalizantes antes apenas possíveis na
versão paga. O governo subsidia essas despesas antes custeadas pelos alunos ou
seus responsáveis legais em atos de inscrição e ingresso em um Curso
profissionalizante.
Outro público importante de lembrar aqui é o das mulheres que buscam o
mercado de trabalho cada vez mais, se comparado aos últimos 20 anos, a esse
público, o PRONATEC tem contribuído para prepará-las melhor, tendo em vista que,
muitas destas mulheres, antes de ingressarem no mercado de trabalho, se limitavam
a viver em suas casas como donas do lar, cuidando da família, da criação e
educação dos filhos. Mas agora, buscam, além disso, outras ocupações não
domésticas com remuneração igual ou superior às destinadas aos homens,
exercendo as mesmas profissões ambos os sexos.
Especificamente, sobre a expansão da Educação Técnica Profissional no RN
e seus impactos para o segmento de Música, temos o Quadro 1:
34
Quadro 1 - Cursos de Música do PRONATEC
CÓDIGOS CURSOS
MODALIDADE (FIC)
CURSOS
MODALIDADE TÉCNICA
64 -
88 -
173 -
174 -
218 -
424 -
425 -
455 -
582 -
618 -
Arquivistas de Música (160 h);
Assistente de produção cultural
(160 h);
Confeccionador de instrumentos
de corda (160 h);
Confeccionador de instrumentos
de percussão (200 h);
Disc Jóquei (DJ) (160 h);
Músico de banda (200 h);
Músico de orquestra (160 h);
Operador de gravação e edição
de áudio (240 h);
Recreador cultural (160 h);
Sonoplasta (200 h).
1. Técnico em documentação
musical (800 h / aula);
2. Técnico em fabricação de
instrumentos musicais (800 h
/ aula);
3. Técnico em instrumento
musical (800 h / aula);
4. Técnico em Canto (800 h /
aula);
5. Técnico em composição e
arranjo (800 h / aula);
6. Técnico em processos
fonográficos (800 h / aula);
7. Técnico em Regência (800 h
/ aula).
Fonte: (BRASIL, 2016c). Nota: Quadro 1 idealizado pelo autor deste Trabalho.
Temos 10 modalidades FIC, com seus respectivos Códigos (Cód.) e cargas
horárias: Cód. 64 - Arquivistas de Música (160 h); Cód. 88 - Assistente de produção
cultural (160 h); Cód. 173 - Confeccionador de instrumentos de corda (160 h); Cód.
174 - Confeccionador de instrumentos de percussão (200 h); Cód. 218 - Disc Jóquei
(DJ) (160 h); Cód. 424 - Músico de banda (200 h); Cód. 425 - Músico de Orquestra
(160 h); Cód. 455 - Operador de gravação e edição de áudio (240 h); Cód. 582 -
Recreador cultural (160 h); Cód. 618 - Sonoplasta (200 h).
Na modalidade Curso Técnico, através da Resolução nº 1, de 5 de dezembro
de 2014 (BRASIL, 2014), dispõe-se de 227 Cursos Técnicos, agrupados por eixos
temáticos e com as respectivas caracterizações. Em relação aos Técnicos na área
de Música, tem-se no eixo de produção cultural e design: Técnico em documentação
musical (800 h / aula), Técnico em fabricação de instrumentos musicais (800 h /
aula), Técnico em Instrumento Musical (800 h / aula), Técnico em Canto (800 h /
35
aula), Técnico em composição e arranjo (800 h / aula), Técnico em processos
fonográficos (800 h / aula) e, por último, Técnico em Regência (800 h / aula).
Considerando a exposição acima, passo a discutir no Capítulo 3, sobre a
expansão da Educação Técnica Profissional no RN e as ações da EMUFRN no
âmbito da Educação Musical técnica, de nível médio, por meio do PRONATEC, e a
minha atuação na disciplina Linguagem e Estruturação Musical, uma das muitas
oferecidas por esse Programa, aos estudantes da área musical.
36
3 AÇÕES DA EMUFRN NO ÂMBITO DA EDUCAÇÃO MUSICAL TÉCNICA, DE
NÍVEL MÉDIO, NO RN
3.1 A expansão da Educação Técnica Profissional no RN
O ensino técnico no RN, como apresenta Gomes (2016), surgiu na mesma
época em que foram criadas as 19 escolas de aprendizes artífices no país, com uma
dessas escolas na capital Natal / RN, no ano de 1910, no prédio do antigo Hospital
da Caridade, atual Casa do Estudante de Natal. Dentre os cursos oferecidos à
época, tinha os de Desenho e as Oficinas de trabalhos manuais.
No ano de 1914, as escolas de aprendizes artífices, em Natal / RN, foram
transferidas para outro endereço nessa cidade, na Avenida Rio Branco, no edifício
onde funcionava o Quartel da Polícia Militar por 53 anos. Em 1942, ocorreram outras
mudanças estruturais nessa escola, quando veio a passar à condição de Liceu
Industrial do Natal / RN até meados de 1965. Passou a se chamar Escola Industrial
de Natal, oferecendo Cursos Técnicos, de nível médio, onde lhe deu a condição de
Escola Industrial Federal (GOMES, 2016).
Em 1967, a Escola passou por outra mudança de localização na capital, onde
foi instalada na Avenida Senador Salgado Filho, no bairro Tirol, onde funciona,
atualmente, o Campus Natal - Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Em 1968, passou a denominar-se
Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFRN). De acordo com Gomes
(2016, p. 8):
[...] a partir de então, os cursos industriais básicos foram sendo substituídos pelo ensino profissionalizante de 2º grau. O ingresso de estudantes do sexo feminino em 1975 se configurou num evento importante, tendo em vista que, até então somente o sexo masculino tinha acesso à escola. Vale lembrar que a permissão ao sexo feminino de poder ingressar em um técnico, reflete as mudanças que ocorriam na sociedade, sendo o movimento feminista uma bandeira de luta em prol de um tratamento igualitário entre homens e mulheres [...]. Durante o período de 84 anos, o Rio Grande do Norte contou apenas com uma unidade do ensino técnico profissionalizante, sendo essa localizada em Natal. Em 29 de dezembro de 1994, surge na cidade de Mossoró, segunda maior cidade do estado, a primeira Unidade de Ensino Descentralizada - UNED da Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte - ETFRN, contemplada pela política de interiorização da educação profissional [...].
37
Ainda nas palavras de Gomes (2016, p. 9):
[...] no Rio Grande do Norte, a Rede Federal de Ensino Profissionalizante e Tecnológico do Rio Grande do Norte, oferece as seguintes modalidades de cursos: Cursos de Qualificação Profissional, Cursos Técnicos de Nível Médio, Cursos de Graduação, Cursos de Pós-Graduação. Os referidos cursos são ofertados segundo modalidades específicas [...]. Ressalte-se que a oferta desses cursos não ocorre em todas as unidades, dado o fato de que a oferta de cursos está em consonância com as estruturas e a capacidade técnica e acadêmica instalada de cada unidade. No contexto da oferta de cursos específicos destacam-se pela quantidade os cursos: Pronatec, Técnicos integrados, Técnicos subsequentes, de graduação em tecnologia e as licenciaturas.
Nesse cenário, entraremos, a partir de agora, no âmbito do PRONATEC,
através da Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011 (BRASIL, 2011b).
O PRONATEC tem como um dos objetivos expandir, interiorizar e
democratizar a oferta de Cursos Técnicos e Profissionais, de nível médio, em várias
modalidades e, igualmente, com outros Cursos de FIC, para o público em situação
de mercado de trabalho, intensificando, ainda mais, o programa de expansão de
escolas técnicas pelo país iniciado há quase um século como foi mostrado até aqui.
Este Trabalho investiga, inicialmente, os assuntos Interiorização e
Educação, e evidenciou-se que, muitos dos trabalhos científicos produzidos nos
últimos 5 anos e que utilizam esses termos como palavras-chave fazem, muitas
vezes, seu uso em referência a pesquisas relacionadas ao Ensino à Distância (EaD),
e isso se corrobora, visto o que se tem mostrado de propostas de expansão e
extensão da Educação Profissional no cenário nacional político dos últimos 10 dez
anos, onde se percebe o interesse bilateral em incentivar o desenvolvimento de
programas em todos os níveis de ensino, dentre eles, o PRONATEC.
Conforme mostra Gomes (2016), durante 2003 e 2013, ocorreu no país um
intenso processo de extensão e interiorização do Ensino Técnico e Universitário que
almejava pelo desejo utópico desenvolvimentista o desenvolvimento de locais e
regiões do país, da mesma forma, a transferência de tecnologias e inovação social,
visto em vários estados brasileiros, entre eles, o RN. Especificamente nesse estado,
essa expansão teve início, em meados de 1994, com a criação das primeiras
unidades de ensino técnico em municípios do interior e fora da região metropolitana
de Natal / RN.
38
Em 1994, foram criados, no RN, 17 IFs em cidades e regiões do interior.
Notadamente, isso demarcou um processo de extensão e de interiorização do
Ensino Técnico Profissionalizante e, consequentemente, a descentralização do
ensino nesse segmento, muitas vezes, só possível na capital do estado e em
Mossoró / RN, segunda maior cidade do interior do RN.
Gomes (2016, p. 2) falando dos IFs no RN, acrescenta que as novas
unidades de ensino:
[...] foram construídas nas diversas microrregiões, promovendo assim a desconcentração dessa modalidade de ensino que, durante 84 anos, ficou concentrada em Natal, capital do estado, onde foi instalada a primeira unidade de ensino técnico no Rio Grande do Norte no ano de 1910, por ocasião da criação no Brasil das Escolas de Aprendizes.
Gomes (2016) também ressalta que a expansão do Ensino Técnico e
Universitário se deu no âmbito de duas instituições de ensino que existiam nessa
época: a UFRN e a Escola Superior de Agronomia (ESAM). Na UFRN, a expansão
do Ensino Técnico Profissionalizante se deu pela criação de novos Cursos e a
ampliação dos serviços. Já em relação à ESAM, do ponto de vista estrutural, passou
da condição de Escola de Ensino Superior para a de Universidade e, com isso,
passou a se chamar Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), com
sede em Mossoró / RN.
A partir da UFERSA, foram ampliados os Cursos oferecidos por essa
Instituição no RN, que culminou em sua expansão para 3 novos Campis nas cidades
de Pau dos Ferros / RN, Caraúbas / RN e Angicos / RN.
Esta Pesquisa limita-se agora, a investigar a interiorização da Educação
Profissional na UFRN, mais especificamente, através da EMUFRN, até o surgimento
do Curso TIM, do PRONATEC, na cidade de Florânia / RN.
3.2 A EMUFRN
A EMUFRN, vinculada ao Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
(CCHLA), foi criada no ano 1962. No ano de 2002, se tornou Unidade Acadêmica
Especializada atendendo ao público a partir dos 6 anos de idade. Hoje, 2017, a
EMUFRN conta com cursos de: FIC para crianças, adolescentes e adultos; Técnico
39
em Canto, Instrumento Musical (para sopros, percussão, cordas e teclas) e
Regência; Graduação em Bacharelado e Licenciatura; e Pós-Graduação em
Especialização e Mestrado (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE, 2017).
Foto 1 - Vista externa da EMUFRN
Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017)6.
3.3 O PRONATEC na EMUFRN
Há, aproximadamente, 50 anos, a EMUFRN é referência no ensino de Música
no estado do RN. No entanto, por muito tempo, foi restrita a sua sede na capital,
Natal / RN. No período entre 2012 e 2016, a EMUFRN, em parceria com a
Secretaria de Educação Técnica e Tecnológica (SETEC) aderiu ao PRONATEC
Bolsa Formação e, então, pôde, historicamente, expandir a formação musical
acadêmica ao interior do estado do RN, ofertando cursos de: Músico de banda,
Músico de Orquestra, Cantor popular, Regente de coral, Regente de banda, TIM,
Operador de áudio, Produção cultural / Assistente de produção cultural, Iluminador
cênico e Fotógrafo (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE,
2017).
6Documento não paginado.
40
Quadro 2 - Cursos do PRONATEC no RN
MODALIDADES CIDADES DE OFERTAS
Músico de banda;
Músico de Orquestra;
Cantor popular;
Regente de coral;
Regente de banda;
Técnico em instrumento musical;
Operador de áudio;
Produção cultural / Assistente de produção
cultural;
Iluminador cênico;
Fotógrafo.
São José de Mipibu;
Mossoró;
Florânia;
Monte Alegre;
Canguaretama;
Carnaúba dos Dantas;
Santana do Matos;
Campo Grande;
Luís Gomes.
Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017)7.
Nota: Quadro 2 idealizado pelo autor deste Trabalho.
Muitos desses Cursos oferecidos pelo PRONATEC da EMUFRN foram
realizados, pela primeira vez, em cidades do interior do Estado, são algumas delas:
São José de Mipibu / RN, Mossoró / RN, Florânia / RN, Monte Alegre / RN,
Canguaretama / RN, Carnaúba dos Dantas / RN, Santana do Matos / RN, Campo
Grande / RN e Luís Gomes / RN. Em relação à abrangência desses Cursos, o
número de municípios beneficiados cresceu muito, pois cada cidade polo de um
desses Cursos, agregou alunos de outras cidades vizinhas e isso permitiu uma
maior abrangência pelo Estado.
7Documento não paginado.
41
Figura 1 - Cidades do RN beneficiadas pelo PRONATEC da EMUFRN
Fonte: Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2017)8.
Quanto à trajetória de implantação dos Cursos Técnicos do PRONATEC na
EMUFRN, a primeira cidade no interior do RN a receber um Curso TIM foi Cruzeta9 /
RN, no ano de 2012, voltado para o público de bandas filarmônicas.
Em 2014, outras duas cidades iniciaram esse Curso: Monte Alegre / RN, com
distância de 53 km10 da capital, e Florânia11 / RN, com distância de 216 km da
capital, totalizando 3 cidades. Muitos dos alunos egressos do Curso TIM e
municípios supracitados, entre os anos 2012 - 2015, foram ainda aprovados em
outros Cursos Técnicos e de Graduação em Música (Bacharelado e Licenciatura) na
EMUFRN.
Além disso, conseguiram ingressar como sargento músico especialista da
Força Aérea Brasileira e dos Fuzileiros Navais. Também entraram em sinfônicas,
tais como: Orquestra da Juventude, na Venezuela (VE) e Orquestra Sinfônica da
UFRN, esta última, através de concurso para Jovens Solistas. Há ainda os casos
dos egressos que foram para o seguimento da música popular, vindo a tocar em
8Documento não paginado.
9A 232 km de Natal, teve a primeira turma de alunos formados. Dos 40 alunos que ingressaram em Cruzeta, 34 concluíram o Curso.
10Quilômetros (Km).
11Pequena cidade com pouco mais de 9.262 mil habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017).
42
orquestras baile e na SESI Big Band, em Natal / RN. Outros, optaram por ensinar no
Programa Mais Educação.
O principal objetivo do PRONATEC na EMUFRN, conforme prevê a Lei nº
12.513, de 26 de outubro de 2011 (BRASIL, 2011b), é a democratização do acesso
à Educação Profissional a jovens estudantes de Música que, por falta de recursos
financeiros para se deslocarem à capital, deixavam de se capacitar. A interiorização
dos cursos de Música, promovida pelo PRONATEC da EMUFRN, tem colaborado
não apenas para a qualificação profissional, mas também para a integralização e
socialização de pessoas envolvidas com práticas musicais no interior do RN
(ESCOLA DE MÚSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO
NORTE, [2017?]).
O PRONATEC tem propiciado a maior difusão da cultura musical de
pequenas comunidades e artistas no interior do RN, possibilitando reconhecimento
ampliado do valor artístico e cultural de práticas e serviços.
Com o Curso TIM do PRONATEC na EMUFRN, muitos estudantes de Música
do interior do estado do RN e componentes de filarmônicas, estão tendo, pela
primeira vez, a oportunidade de uma formação musical a nível profissional. Já são
1.600 alunos egressos do PRONATEC na EMUFRN. Existe um documentário
gravado sobre esse Programa nessa Instituição, além de boletins informativos e
trabalhos científicos.
Distintos campos de atuação do público egresso do PRONATEC na EMUFRN
são: grupos musicais, bandas, bares, restaurantes, casas de show, igrejas,
formaturas, cerimoniais, aniversários, casamentos, trilhas sonoras para TV12,
cinema, game e smartphone, gravações de vinhetas e propagandas em geral.
Agora, passo a discorrer sobre as instituições chamadas de bandas
filarmônicas ou, simplesmente, filarmônicas, especialmente, as do interior do RN,
grandes responsáveis pela implantação dos Cursos de FIC e de nível Técnico do
PRONATEC na EMUFRN, especificamente, as que compuseram o polo Florânia /
RN, local desta Pesquisa. Florânia / RN é uma cidade com um número expressivo
de crianças, jovens e adultos inseridos na Filarmônica da Juventude, com
aproximadamente, 50 componentes.
12
Televisão (TV).
43
3.4 Uma breve história das filarmônicas e dos alunos egressos do PRONATEC,
na EMUFRN, em Florânia / RN
As bandas de Música ou filarmônicas são grupos instrumentais compostos
por instrumentos musicais de sopro e percussão. Muitas destas, funcionam como
escolas de Música em cidades interioranas do Brasil, desde a época colonial, no
século XVI (GRANJA, 1984).
Em relação ao contexto educacional dessas Instituições, transcende os limites
da Educação Musical, sendo também um projeto social. Muitas crianças, jovens e
adultos tiveram, ao longo dos anos, suas inclusões sociais graças a esses grupos.
Trata-se, aqui, de uma manifestação cultural presente nos mais diversos livros de
História da Música do Brasil e da cultura ocidental, objeto de muitas investigações
epistemológicas.
No século XXI, esses grupos podem representar a reminiscência de tradições
culturais que muito já se perderam ou ficaram apenas nos livros de história, devido a
vários fatores, entre eles, a não preservação de culturas locais, em meio ao
hibridismo cultural, proporcionado, em parte, pelo advento da Internet. No mais, a
tradição desses grupos, em especial, na região Seridó norte-rio-grandense, é ainda
muito forte, sobrevivendo aos percalços da era da Informática.
No Seridó, especificamente, na parte que compreende o estado do RN, quase
todos os municípios possuem uma banda filarmônica. Esses grupos são, desde a
nossa colonização, uns dos grandes responsáveis pela Educação Musical de
crianças, jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social, na modalidade de
ensino não formal (BIANCONI; CARUSO, 2005).
As filarmônicas são uma das poucas oportunidades para o estudo da Música,
enquanto área de conhecimento em cidades interioranas seridoenses do estado do
RN, tendo em vista que, quase nenhuma das cidades, nessa região, dispõe do
ensino de Música em escolas da Educação Básica, tampouco, possuem escolas
especializadas e conservatórios de Música, algo que começou a mudar, nos últimos
anos, com a chegada de cursos itinerantes da EMUFRN através do PRONATEC.
Muitas filarmônicas seridoenses são agora de responsabilidade de
associações das mais diversas. O associativismo possibilitou que, muitos desses
grupos, em situação de abandono público pudessem se reestruturar. Entende-se
como associação uma entidade sem fins lucrativos, constituída por pessoas da
44
sociedade civil. É um dos meios legais para a captação de recursos financeiros de
fundos dos mais diversos.
Culturalmente, as filarmônicas surgiram do regresso de muitos músicos
militares da reserva as suas pequenas cidades ou comunidades de origem, onde
esses sujeitos disseminavam o então ensino tradicional (FREIRE, 2001) pautado
no professor, através das aulas de Música, aprendido durante suas passagens em
quartéis militares. De maneira geral, esses militares assumiam os papéis de
Maestro e contavam com o apoio de igrejas, prefeituras e comércios municipais que
sediam espaços para o funcionamento das aulas de Música assim como os
materiais físicos necessários (cadeiras, cadernos, lápis, etc.). Porém, muitos desses
Maestros eram voluntários quanto ao recebimento de salários (FONTOURA, 2011;
CARVALHO, 2009).
Esses grupos no Seridó possuem um repertório misto, eclético, porém com
destaque para 2 gêneros musicais: o Dobrado e a Valsa, peculiares do ponto de
vista estético. Sendo o Dobrado utilizado para marchas e desfiles cívicos e a Valsa
para festas dançantes. O Dobrado é ainda um gênero de herança militar, símbolo de
força da nação.
Ao investigar a história da Educação Musical, por meio das bandas
filarmônicas13 nessa região, optei por escolher os municípios de Florânia / RN,
Acari / RN e Carnaúba dos Dantas / RN, 3 municípios que, até a presente data, são
os mais antigos no que diz respeito à existência de filarmônicas e ensino de Música.
Com exceção de Florânia / RN, que, recentemente, foi desativado o Projeto da
Filarmônica, estes outros 2 municípios citados mantêm ininterruptos os trabalhos
desenvolvidos por suas respectivas Filarmônicas há mais de um século (LIMA, 2006;
SILVA, 2007).
Em relação ao contexto social, participar de uma filarmônica no interior
seridoense é motivo de orgulho para crianças e adultos, uma vez que as famílias
costumam se reunir nas calçadas para ouvir e apreciar a banda passar pelas ruas
da cidade. Todos os momentos cívicos e religiosos desses pequenos municípios
seridoenses são marcados pela presença de uma filarmônica ou de várias, através
de encontros de filarmônicas, algo já cultural no Seridó norte-rio-grandense.
13
Chama-se assim a uma formação instrumental composta, essencialmente, por instrumentos de sopro e percussão, podendo ser também chamada apenas de banda ou filarmônica (GRANJA, 1984).
45
Muitos músicos, que são destaques no cenário nacional, saíram desses
grupos. No Seridó norte-rio-grandense tivemos 2 músicos Maestros, no século XX,
de projeção nacional e internacional: Maestro Antônio Pedro Dantas (Tonheca
Dantas) e Maestro Felinto Lúcio Dantas, ambos da cidade de Carnaúba dos Dantas /
RN. Eles são reconhecidos por suas obras musicais, tais como: a valsa Royal
Cinema (Tonheca Dantas) e o Dobrado Estreia (Felinto Lúcio Dantas), entre tantas
outras a nível internacional (GALVÃO, 1998; GUANAIS, 2001).
As Filarmônicas no Seridó, apesar de já mencionado sobre sua importância
para a formação e Educação Musical de muitos músicos em comunidades do
interior, vivem um momento de total abandono ou descaso das políticas públicas
existentes nas 3 esferas da federação, ameaçando desaparecer, nos próximos anos,
caso não haja uma intervenção rápida assim como a conscientização e valorização
desse patrimônio cultural e imaterial do Brasil.
Quanto à formação instrumental de uma banda filarmônica ou,
simplesmente, filarmônica como são chamadas no Seridó norte-rio-grandense, têm-
se os seguintes instrumentos: flauta transversal, clarinete, saxofone, trompete,
trompa, trombone, bombardino (eufônio), tuba, bateria, caixa, prato e surdo.
Foto 2 - Filarmônica Francisco Batista dos Santos Lula, Jucurutu / RN, 2017
Fonte: O autor (2017).
46
Sobre a quantidade desses instrumentos é algo muito relativo, sendo, às
vezes, na seguinte proporção: flauta transversal (3), clarinete (8), saxofone (4),
trompete (3), trompa (3), trombone (3), bombardino (1), tuba (2), bateria (1), caixa
(1), prato (1) e surdo (1).
Tabela 1 - Instrumentos básicos de uma filarmônica no Seridó / RN
INSTRUMENTO QUANTIDADE
FLAUTA TRANSVERSAL C 3
CLARINETE Bb 8
SAXOFONE (3 Alto Eb e 1 Tenor Bb) 4
TROMPETE Bb 3
TROMPA F 3
TROMBONE DE VARA C 3
BOMBARDINO (C ou Bb) 1
TUBA (Bb) 2
BATERIA 1
CAIXA CLARA 1
PRATOS DE DESFILE 1
BOMBO 1
SURDO 1
TOTAL DE INSTRUMENTOS 32
Fonte: O autor (2017).
Quanto à formação musical desenvolvida pelas Filarmônicas dessa região e
estado, existem pouquíssimos materiais didáticos disponíveis e métodos de ensino
conhecidos até o presente momento. Geralmente, quem ensina Música, nesses
grupos, são seus respectivos Maestros. Estes, nem sempre possuem formação
acadêmica na área de Música. A escolha ou seleção desses profissionais para
atuarem nesses grupos aconteceu, historicamente, por tradição familiar ou indicação
interna dos músicos de cada uma dessas corporações, ou ainda, por força política.
Muitas destas Filarmônicas sofrem pela não capacidade de neutralidade
política de seus responsáveis legais, os Maestros e Presidentes de Associação,
onde, geralmente, estes sujeitos, quase nunca, possuem vínculos empregatícios
estáveis, obrigando-os a participarem, compulsoriamente, de equipes de governo
47
que, nem sempre, conseguem passar mais do que 4 anos na gestão de seus
municípios. Em consequência, ao mudar a gestão política municipal, muitos desses
grupos costumam perder seus Maestros. Ao mesmo tempo em que existe essa
interferência política nas Filarmônicas, com ela vem ainda outros problemas, tais
como: falta de local adequado para a realização de aulas de Música e ensaios e falta
de manutenção dos instrumentos. Esses grupos ficam, às vezes, à margem da
sociedade.
Já em relação à formação musical dos Maestros das Filarmônicas, poucos
são os que conseguem meios para uma capacitação profissional, seja pela questão
financeira dessa classe ou pela não existência de cursos e instituições universitárias
nesse seguimento e nessa região. Em consequência disso, as Filarmônicas nem
sempre conseguem proporcionar uma formação instrumental adequada, tendo em
vista que, quase não existem Maestros especializados em instrumento nessa região.
Além disso, alguns dos Maestros no Seridó recebem baixos salários se
comparados com a mesma jornada docente de professores da Educação Básica.
Eles, geralmente, ultrapassam 40 horas semanais de trabalho, de domingo a
domingo, seja com aulas de instrumento ou produção de material de uso didático,
sem mencionar as horas que se dedica as apresentações e concertos em eventos,
momentos cívicos e religiosos de seus municípios.
Muitas Filarmônicas do Seridó sobrevivem da boa vontade dos gestores
municipais, que as acolhem como projetos sociais em seus municípios, uma vez
que, isso é um dos seus maiores valores nessa região. Foi e é, nessas Instituições,
que muitos jovens conseguem a oportunidade de se incluírem, socialmente, em seus
municípios, sem distinção de raça, credo, orientação sexual e classe social. E
também iniciam o processo de profissionalização na Música, onde muitos saem
desses grupos para tocar em bandas baile e de forró, fora do estado e do país.
Ainda, quando um seridoense norte-rio-grandense decide estudar Música, a
nível técnico ou superior, muitas vezes, é obrigado a ir embora dessa região e,
geralmente, não retorna depois de formado, deixando assim, lacunas abertas em
seus municípios de origem, no tocante ao desenvolvimento musical. Alguns desses
músicos egressos de universidades tentam voltar às suas cidades de origens, mas a
maioria delas, nem sempre têm demonstrado condições e interesse, por parte dos
governantes, para aproveitá-los, agora, com formação especializada na área.
48
Quanto à performance profissional, não existem orquestras e bandas
sinfônicas profissionais para trabalhar no Seridó, apenas as Bandas Filarmônicas, e,
nelas, quase não existem empregos assalariados, a não ser para seus respectivos
Maestros. Os músicos destas Filarmônicas, no máximo, recebem uma bolsa de
auxílio financeiro de, aproximadamente, meio salário mínimo mensal, muitas vezes,
com atrasos e, ainda assim, são raras as Instituições que dispõem dessa ajuda. De
tal modo, os músicos de Bandas Filarmônicas, nessa região, sempre precisaram
procurar outros trabalhos não musicais no comércio local de suas pequenas cidades
e, principalmente, nas prefeituras e câmaras municipais e, em nenhum destes
lugares, existe até esse momento, cargos para músicos.
No Seridó do RN, algumas Filarmônicas são também gerenciadas por
Organizações Não Governamentais (ONGs), como é o caso das Filarmônicas das
Aldeias SOS, em Caicó / RN, e a Filarmônica de Cruzeta, que, há mais de 20 anos,
vem recebendo recursos financeiros e instrumentos musicais da Suíça (SWI),
através da Professora e Flautista Margareth Keller.
Nos últimos 20 anos, esse cenário começou a mudar com a vinda de músicos
de filarmônicas para a EMUFRN na cidade de Natal / RN, graças a iniciativas
particulares de alguns Maestros dessa região, a exemplo, do Maestro Humberto
Carlos Dantas, popular Bembém Dantas. Ele, no final da década de 90, em meio à
crise das Filarmônicas nessa região que ameaçavam desaparecer, teve a iniciativa
de mandar seus alunos para a UFRN em Natal / RN. Esses alunos, foram os
primeiros professores-monitores de instrumento e teoria musical nessa região,
especialmente, na cidade de Cruzeta / RN.
Ao regressarem para Cruzeta / RN, os músicos monitores, que agora estavam
estudando na EMUFRN, iam transmitir os conhecimentos aprendidos,
semanalmente, aos mais jovens e iniciantes da Filarmônica supracitada. Isso
implicou na reestruturação do projeto musical desenvolvido nesse município,
conhecido no cenário nacional pela Filarmônica de Cruzeta sob os cuidados do
Maestro Bembém. No mais, de Cruzeta / RN, saíram depois dessa época, muitos
professores de Música pelo estado. Alguns destes já são Maestros nessa região.
No entanto, ainda se um estudante de Música quiser se aprofundar no estudo
de um instrumento musical ou mesmo na área de Música, a nível técnico e superior,
ele continua obrigado a ter que buscar outros horizontes, além dos limites da região
Seridó, pois não existem Cursos Técnicos e Superiores nessa área nos campus da
49
UFRN presentes nas cidades de Caicó / RN e Currais Novos / RN, únicos municípios
com polo da UFRN no Seridó. Nem existe outra instituição de ensino autorizada pelo
MEC com essa oferta de Cursos.
Ainda, um dos problemas para quem vive nessa região é a falta de condições
de sobrevivência básica, resultante, entre muitas coisas, pela falta de recursos
hídricos e de políticas públicas específicas. Isso tem obrigado muitas pessoas
jovens a migrarem para outras partes do país em busca de melhores oportunidades
de trabalho, também no seguimento cultural-musical. Alguns dos alunos do
PRONATEC revelaram, em sala de aula, que sentem medo de investir mais na área
musical por falta de perspectivas de trabalhos que possam lhes sustentar e às suas
famílias, como mostra na fala do décimo entrevistado:
[...] O curso foi uma oportunidade pra [sic] gente que é jovem, que ainda não enxergávamos a música como profissão, muita gente já desistiu da música por não enxergar isso como uma profissão, que possa um dia viver disso, e com esse curso veio à esperança pra [sic] muita gente continuar, inclusive eu que preciso ajudar meus pais no sustento da casa (informação verbal)14.
Esse momento é oportuno para esclarecer que, pouquíssimas são as
filarmônicas no estado do RN que empregam músicos, sejam eles com formação
acadêmica ou não, e, a maioria desses grupos musicais vive ainda de convênios
com prefeituras e de doações às Associações, ONGs internacionais e outros que as
gerenciam. Essa questão de perspectiva de trabalho foi um dos tópicos investigados
neste Trabalho com os alunos do PRONATEC em questão.
No mais, outro caminho de formação acadêmica, dos poucos disponíveis,
além da UFRN já citada, que os músicos de Filarmônica, nessa região, têm buscado
nos últimos anos, são os IFs presentes nas cidades de Caicó / RN, Currais Novos /
RN e Parelhas / RN. Existem, apenas, 3 polos de ensino federal no Seridó, no ano
de 2017, e apenas no polo de Currais Novos / RN existe a oferta de aula de Música,
que ainda não se trata de ensino especializado.
Até aqui, foram tratados os caminhos por onde tem trilhado a maioria dos
músicos egressos de Filarmônicas nessa região. Outros ainda procuram trabalhar e
estudar performance musical em países como França (FR) e Portugal (POR). Por
14
Informação verbal proferida pelo entrevistado 10, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em novembro de 2016.
50
último, de lá saem músicos que se dedicam, posteriormente, ao estudo de
instrumentos de cordas, teclas e também ao Canto. Assim, procurou-se mostrar,
nesta subseção, a abrangência da Educação Musical nesses grupos e sua
transcendência epistemológica.
Uma das preocupações desta Pesquisa é garantir que as informações
apresentadas a respeito dessas Instituições possam ajudar a preservá-las por mais
tempo, tendo em vista o triste cenário de desativação desses grupos nesse
momento, nessa região e estado do RN.
Fica, assim, também evidenciada a necessidade de criação de uma escola
especializada em Música nessa região. As Filarmônicas do Seridó, do RN e do
Brasil, são responsáveis pela Educação Musical de muitos jovens e adultos, quase
sempre descobertos pela Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008 (BRASIL, 2008b) e
a Lei nº 13.278, de 2 de maio de 2016 (BRASIL, 2016a) que asseguram, entre
outras coisas, o ensino de Música como conteúdo e componente curricular
obrigatório na Educação Básica.
A partir de agora, passo a mostrar os autores que dão suporte aos
procedimentos metodológicos deste Trabalho.
Ainda sobre o Curso supracitado na cidade de Florânia / RN, passo, agora, a
discutir, especificamente, sobre a disciplina que lecionei por ocasião do PRONATEC
nesse município, a Linguagem e Estruturação Musical, com o aporte de autores que
contribuem para este estudo.
No mais, todos os dados fornecidos, neste capítulo, foram obtidos graças às
observações realizadas acrescidas de entrevistas (ANEXO A) e questionários
aplicados (APÊNDICE A e B). Percebo assim, que o PRONATEC, mais
precisamente para a região do Seridó norte-rio-grandense e a cidade de Florânia /
RN, tem sido um divisor de águas, uma nova página na história dos músicos de
Filarmônicas do interior, com mais alegria e esperança para esses estudantes de
Música dessa região e cidade, a chegada tão sonhada oportunidade de estudar
Música formalmente e, em especial, no ensino técnico, de nível médio, onde não
somente se ensina a técnica de instrumentos de sopro e percussão, mas também
toda a base teórico-metodológica necessária para a Educação Musical plena dos
educandos.
51
Na próxima subseção, vou discorrer a respeito da disciplina de Linguagem e
Estruturação Musical, especificamente, no PRONATEC, no Curso TIM, na cidade de
Florânia / RN, um dos polos da EMUFRN na região Seridó norte-rio-grandense.
3.5 A disciplina de Linguagem e Estruturação Musical
Existe muita discussão sobre a desconexão entre teoria e prática no ensino
de Música, uma espécie de dicotomia. Iniciaremos este subseção, com Penna
(2007), discutindo a formação do educador musical por meio da Licenciatura em
Música mostrando que não se trata apenas de tocar um instrumento para que um
professor de Música tenha a possibilidade de encarar os desafios diários de uma
sala de aula. Em concordância, percebe-se que, além desses conhecimentos de
performance instrumental, outros são, igualmente, essenciais, tais como: os
pedagógicos e teórico-musicais.
Diante disso, Penna (2007, p. 50) nos mostra que:
As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Música (Resolução CNE nº 2/2004) [BRASIL, 2004b] resultaram de um longo processo de elaboração, discussão e – principalmente – de tramitação no Conselho Nacional de Educação [...]. Essas diretrizes refletem, para a área de educação musical, um movimento de reafirmação de sua especificidade e de seus conhecimentos próprios, em reação ao esvaziamento de conteúdos musicais que resultou do modelo de licenciatura em Educação Artística.
Dessa maneira, percebo que encaramos um cenário de Educação Musical,
por muito tempo, pautado na polivalência presente nas Licenciaturas em Educação
Artística, como mostra mais adiante Penna (2007, p. 50), que serviu para a “[...]
diluição dos conteúdos específicos de cada linguagem – no nosso caso, da música”.
É nesse ambiente que se encontra certo afastamento ou isolamento da performance
musical com a disciplina de Linguagem e Estruturação Musical.
Investigando trabalhos que façam referência ao termo Linguagem e
Estruturação Musical, encontrei Duarte e Mazzotti (2006) que, por meio de uma
análise retórica sobre Professores de Música falando sobre Música, mencionam a
existência da Resolução nº 23, de 23 de outubro de 1973 (BRASIL, 1973 apud
DUARTE; MAZZOTTI, 2006), onde “[...] ficaram estabelecidas como matérias do
currículo do Curso de Licenciatura em Educação Artística, „Fundamentos da
52
Expressão e Comunicação Humanas‟ [...], „Linguagem e Estruturação Musicais‟”
(DUARTE; MAZZOTTI, 2006, p. 61), entre outras. No entanto, nessa discussão, não
contemplam nada de específico sobre a disciplina de Linguagem e Estruturação
Musical.
Ao pesquisar sobre a temática Linguagem e Estruturação Musical foi possível
perceber que os trabalhos que existem são associados ou à análise musical de
obras e compositores ou ainda à interpretação musical. Nos anais de eventos da
Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM) e da ANPPOM, quase não
existem referências a essa disciplina associada às práticas pedagógicas. Acredito
que, nesse cenário, este estudo possa vir a contribuir para uma maior difusão de
conhecimentos didáticos-pedagógicos para a aula de Linguagem e Estruturação
Musical, enquanto ensino especializado de Música.
Nesse cenário, podemos encontrar nas obras de alguns educadores musicais,
a exemplo de Sousa (2014), que o ensino de teoria da Música, denominado, neste
Trabalho, por Linguagem e Estruturação Musical, tem sido oferecido como
complemento ao ensino de instrumento, em segundo plano, ou como parte de
cursos de Música em escolas e currículos do Brasil. Nesse sentido, Cardoso (2009)
explica, em uma perspectiva histórica da teoria musical, enquanto registro, que a
escrita musical contribuiu para facilitar a transmissão da Música entre gerações.
Comenta ainda como eram as primeiras formas da grafia musical tomando-se por
base a história da música ocidental.
Podemos constatar, então, que nas escolas formais de Música, o ensino de
teoria musical costuma se basear em métodos onde a teoria se restringe ao quadro
de aula e é desvinculado da prática instrumental. O aluno tem o aprendizado
baseado na memorização de estruturas, como, intervalos melódicos e harmônicos,
de maneira passiva. Isso tem conduzido a práticas docentes onde o prazer não se
faz presente na aprendizagem, se comparado às aulas de instrumentos musicais.
Conforme mostra Cardoso (2009), estas práticas, não prazerosas, precisam ser
revistas por profissionais da Música, a fim de que estas áreas (Teoria Musical ou
Linguagem e Estruturação Musical) venham a ser mais proveitosas, com destaque à
promoção da criatividade dos alunos.
Esse fato foi investigado e comprovado por meio desta Pesquisa, realizada na
cidade de Florânia / RN, descrito no capítulo 5 deste Trabalho, dedicado ao relato da
docência musical na disciplina Linguagem e Estruturação Musical. Autores como,
53
Marques ([20--?]), que ressalta que o aprendizado dos alunos ocorre através da
experimentação de conhecimentos que possam ser correlacionados com os próprios
conhecimentos trazidos por eles próprios; Rabatini (2010) que defende a ideia de
que o professor deve, sempre que possível, se reportar a conteúdos de aulas
anteriores na perspectiva de revisá-los, norteado na ideia de aprender a aprender, e
ainda, como Grossi e Montandon (2005) que afirmam que se o ensino de teoria
musical for algo, essencialmente, mecânico é passivo de ser ineficaz e de conduzir
ao abandono do estudo musical. Tais contribuíram para fundamentar este processo
investigativo sobre a prática da docência na disciplina Linguagem e Estruturação
Musical no programa PRONATEC no município supracitado.
54
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo serão demonstrados os procedimentos metodológicos que
foram utilizados, buscando atender às questões levantadas no âmbito das
discussões durante a Pesquisa. Quanto à escolha dos métodos e técnicas utilizadas,
foram baseados nos conhecimentos adquiridos durante o meu percurso acadêmico.
A Pesquisa foi realizada na cidade de Florânia / RN pelo apreço e carinho que tenho
pela cidade e pelos meus alunos de Música que lá estudam, na disciplina
Linguagem e Estruturação Musical.
Os participantes desta Pesquisa, mesmo sendo meus alunos, tiveram todo o
zelo possível para manterem-se isentos em relação às respostas dadas nas
entrevistas (ANEXO A) e questionários aplicados (APÊNDICE A e B). A natureza
desta Pesquisa é qualitativa.
Segundo Oliveira (2013, p. 37):
[...] São muitas as interpretações que se tem dado à expressão pesquisa qualitativa e atualmente se dá preferência à expressão abordagem qualitativa. Entre os mais diversos significados, conceituamos abordagem qualitativa ou pesquisa qualitativa como sendo um processo de reflexão e análise da realidade através da utilização de métodos e técnicas para compreensão detalhada do objeto de estudo em seu contexto histórico e/ou segundo sua estruturação [...].
Para a realização de um trabalho dessa natureza, de acordo com Oliveira
(2013), é necessária a realização de observações, aplicação de questionários,
entrevistas e análise de dados, que devem constar no corpo do trabalho em formato
descritivo. Duarte (2002), Bauer e Gaskell (2002) acrescentam que, este tipo de
pesquisa é muito utilizado, principalmente, por pesquisadores brasileiros e latino-
americanos que investigam as Ciências Humanas e Sociais.
Duarte (2002), detalhando a pesquisa qualitativa, diz que se baseia na
realização de entrevistas estruturadas. Para se obter dados consistentes na
pesquisa qualitativa, argumenta ainda que, conhecer os sujeitos,
[...] que vão compor o universo de investigação é algo primordial, pois interfere diretamente na qualidade das informações a partir das quais será possível construir a análise e chegar à compreensão mais ampla do problema delineado. A descrição e delimitação da
55
população base, ou seja, dos sujeitos a serem entrevistados, assim como o seu grau de representatividade no grupo social em estudo, constituem um problema a ser imediatamente enfrentado, já que se trata do solo sobre o qual grande parte do trabalho de campo será assentado [...] (DUARTE, 2002, p. 101).
Bauer e Gaskell (2002, p. 20), sobre a pesquisa qualitativa, acrescentam que
muita
[...] confusão metodológica e muitas afirmações falsas surgem da compreensão equivocada ao se fazer a distinção entre qualitativo / quantitativo na coleta e análise de dados, com princípios do delineamento da pesquisa e interesses do conhecimento. É muito possível conceber um delineamento experimental, empregando entrevistas em profundidade para conseguir os dados [...].
Oliveira (2013) diz que, na pesquisa qualitativa, é importante ter clareza
quanto ao objeto pesquisado, ou seja, saber ao certo sobre o tema a ser estudado.
A partir daí, se começa a delinear cada etapa pretendida da pesquisa.
Figura 2 - Conceito de abordagem qualitativa
Fonte: Oliveira (2013, p. 42).
De acordo com Oliveira (2013, p. 38), na pesquisa qualitativa “[...] os fatos e
fenômenos são significativos e relevantes [...]”. Algumas das principais técnicas de
pesquisa, utilizadas, neste tipo de trabalho, como mostra Martinelli (2012), são: a
entrevista, a observação e a análise de conteúdo, entre outros. Igualmente, cada
56
etapa ou processo da pesquisa que conduz ao produto final do trabalho tem
relevante importância.
Nesse sentido, após definido o objeto de pesquisa deste Trabalho, optei por
seguir as etapas propostas por Oliveira (2013) (FIGURA 2), que são descritas e
detalhadas no Capítulo 6 deste Trabalho.
4.1 O método de Pesquisa-Ação
A escolha em trabalhar com o método da Pesquisa-Ação surgiu da
necessidade em esclarecer fatos ou fenômenos vivenciados no âmbito do Curso
TIM, onde, na qualidade de docente-pesquisador, pude perceber episódios que
considero ter impactado, direta ou indiretamente, na formação musical dos alunos
egressos na cidade de Florânia / RN.
Conforme mostra Morin (2004), este tipo de pesquisa prevê intervenção na
realidade social dos participantes e se baseia na relação entre atores e autores. Já
Toledo; Jacobi (2013) e Fals-Borda (1985), mostram que este tipo de pesquisa
ganhou repercussão mundial nos campos científico e político a partir do Primeiro
Simpósio Mundial sobre Pesquisa Participante, realizado em Cartagena / COL, em
1977.
Procurar entender alguns dos fenômenos que se presencia, diariamente, em
sala de aula ou no espaço escolar como um todo, pode ser importante para uma
Educação Musical que almejamos, entre muitas coisas, com qualidade e justiça
social.
A propósito, nem sempre se consegue avaliar os alunos através de trabalhos
acadêmicos propostos, sejam escritos ou de performance. Foi nesse cenário, que
optei por desenvolver esta Pesquisa por meio do método da Pesquisa-Ação,
buscando atender, ao mesmo tempo, algumas demandas de alunos que,
diariamente, se dirigiam a mim e aos demais colegas docentes.
Nesse sentido, conforme mostra Toledo e Jacobi (2013), uma das intenções
da Pesquisa-Ação é garantir a ativa participação dos sujeitos pesquisados com o
pesquisador em processos de tomada de decisões referentes a assuntos que lhes
importam. Isso foi desenvolvido durante toda a Pesquisa e, consequentemente, na
docência realizada.
57
Outros autores, como: Lewin (1946) e Thiollent (2011) descrevem que a
Pesquisa-Ação expressa mais que a necessidade de envolvimento direto de grupos
sociais na busca de soluções de problemas encontrados diariamente, isto é, busca
também promover uma maior articulação entre a teoria e a prática no que concerne
em produção de novos conhecimentos.
Gray (2012, p. 128) nos diz que: “a expressão „Pesquisa-ação‟ é genérica e
tem sido utilizada para descrever uma gama imensa de atividades e métodos [...]”.
Em outros termos, foca na participação e na ação do pesquisador com os
pesquisados. Uma particularidade é que todas as abordagens nesse método têm,
pelo menos, 3 características em comum, são elas: o envolvimento dos sujeitos de
Pesquisa-Ação com o pesquisado, a pesquisa como agente de transformação e a
geração de dados da experiência direta entre os que participam da pesquisa.
No que concerne aos delineamentos desta Pesquisa, Gray (2012) mostra que
a Pesquisa-Ação é utilizada nos setores: Educação, Saúde, Assistência Social e
desenvolvimentos organizacional, urbano e econômico, ambos por meio de projetos
e programas. Ainda reforça que fazem parte do processo de Pesquisa-Ação as
etapas de: planejamento, ação, observação e reflexão.
Gray (2012) alerta que as opiniões críticas de colegas de trabalho são fontes
de informação importantes para a Pesquisa-Ação, uma vez que podem discutir o
trabalho proposto e apoiá-lo, desde que respeite as regras pré-estabelecidas no
início do projeto.
Também importa muito a opinião e sugestão dos orientadores, mentores ou
tutores da pesquisa, ajudando, caso necessário, na reformulação do trabalho e de
ideias. Outros colegas no trabalho da Pesquisa-Ação podem ser os próprios colegas
do pesquisador, vinculados por algum programa de estudo, que compartilham
informações e recursos.
Miranda e Resende (2006) mostram que seu conceito representa um canal
privilegiado para discussão da relação entre teoria e prática, um dos maiores
impasses encarados pelos educadores e que deve ser articulado no processo de
construção do conhecimento. Ainda mostram, de maneira geral, que “[...] as ciências
humanas e sociais desenvolveram-se sobremaneira a partir da virada do século XX,
enfrentando, sem resolver, as questões fundamentais da relação entre sujeito e
objeto e entre teoria e prática” (MIRANDA; RESENDE, 2006, p. 513).
58
4.2 Instrumentos de coleta de dados
Sobre os instrumentos de coleta de dados desta Pesquisa, foram utilizados:
pesquisa bibliográfica e documental, questionários (APÊNDICE A e B), entrevistas
(ANEXO A), caderno de campo e gravador de voz.
4.2.1 Pesquisa bibliográfica e documental (Revisão de Literatura)
Na revisão de literatura, busquei conhecer e revisar trabalhos que tratassem
sobre o Curso TIM, em especial, no âmbito do PRONATEC. Segundo o Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos foram oferecidas 8 modalidades para a área de
Música, entre elas, a de TIM, com carga horária de 800h (BRASIL,2016c).
De acordo com Oliveira (2013, p. 69), depreende-se que, esse instrumento
advém de “[...] uma modalidade de estudo e análise de documentos de domínio
científico, tais como: livros, enciclopédias, periódicos, ensaios críticos, dicionários e
artigos científicos”.
Busquei analisar os impactos deste Programa em outras localidades no
Brasil. Para tal, foi consultado o Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), os trabalhos da ABEM
e da ANPPOM. Ainda, foram consultados anais e periódicos de eventos e
congressos, tais como: o CONEDU e o FLADEM, entre outros.
4.2.2 Questionários
Foram utilizados 2 questionários (APÊNDICE A e B) como instrumento de
coleta de dados, ambos constavam de informações dos participantes, tais como:
idade, cidade, escolaridade, instrumento musical que estuda e filarmônica(s) que
participa(m).
De acordo com Oliveira (2013, p. 83), os questionários “[...] têm como
principal objetivo descrever as características de uma pessoa ou de determinados
grupos sociais [...]”. No caso desta Pesquisa, um dos questionários foi dirigido aos
alunos (APÊNDICE A) e o outro aos professores e equipe administrativa
(APÊNDICE B). Para os alunos, com 13 perguntas e, para os professores e equipe
administrativa, com 3; Nesses, os entrevistados puderam ficar à vontade quanto ao
59
tamanho e conteúdo das respostas. Essas respostas são parte do corpo textual
deste Trabalho, com o consentimento prévio dos participantes da Pesquisa, tendo
em vista que ela também busca atender aos anseios de uma parcela dos
entrevistados, os alunos.
Os questionários (APÊNDICE A e B) foram aplicados em campo por este
pesquisador, em 2 dias, 1 dia por semana, durante o mês de outubro de 2016.
Oliveira (2013) recomenda que, quando o pesquisador for o mesmo a aplicar os
questionários, que isso aconteça em um único dia e, se possível, buscando ocasiões
de reuniões, cursos, treinamentos e outros eventos. E ainda recomenda:
[...] não solicitar que o informante assine ou coloque seu nome no instrumento de pesquisa [...] ao final do estudo realizado recomenda-se que o pesquisador (a) dê retorno aos informantes para os colocar a par dos resultados e que pelo menos um exemplar da monografia, dissertação ou tese seja doado ao grupo ou entidade em que foi realizada a coleta de dados [...] (OLIVEIRA, 2013, p. 83-84).
As perguntas dos questionários (APÊNDICE A e B) foram divididas em 2
grupos. O primeiro grupo sobre questões acerca do Curso TIM, com carga horária
de 800h, e sobre a interiorização da UFRN através do PRONATEC, da EMUFRN, no
município de Florânia / RN e seu impacto na região Seridó norte-rio-grandense. O
segundo grupo, sobre a disciplina Linguagem e Estruturação Musical e formação
profissional, tendo em vista que se trata, aqui, de um Curso Técnico
Profissionalizante na área de Música.
4.2.3 Entrevistas
As entrevistas realizadas (ANEXO A) no âmbito deste Trabalho foram de
caráter estruturado, ou seja, existiam previamente as perguntas antes de sua
realização. De acordo com Oliveira (2013), a entrevista é um instrumento de
pesquisa que permite a interação entre pesquisador e entrevistados, porém requer,
da parte do entrevistador, que ele não interfira nas respostas dos entrevistados,
restringindo-se a apenas ouvi-los e gravá-los, caso deseje. Não deve direcionar as
respostas ou suscitar dúvidas.
As entrevistas contêm referenciais ajustados aos objetivos e hipóteses da
pesquisa pretendida. Também devem ser adequadas às especificidades de cada
60
grupo, como diz Oliveira (2013, p. 86), “[...] para que se escolha o máximo de
informações que permitam uma análise mais completa possível [...]”. Ainda, é
importante para o entrevistador, conhecer, não somente o entrevistado, mas, além
disso, o local onde ele reside ou trabalha. E deve-se procurar desenvolver um bom
relacionamento com cada pessoa ou grupo entrevistado.
As entrevistas (ANEXO A) foram realizadas no polo do PRONATEC, da
EMUFRN, na cidade de Florânia / RN, nos meses de outubro e novembro de 2016,
na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra. Um dos motivos pelo qual foram 2
meses para a realização das entrevistas (ANEXO A), foi a disponibilidade dos
sujeitos entrevistados bem como suas frequências nas aulas realizadas no polo
PRONATEC da EMUFRN em Florânia / RN nesse período.
Foram entrevistados 30 sujeitos, entre eles: alunos, professores e equipe
administrativa do PRONATEC, da EMUFRN, no polo Florânia / RN. No mais, o
número de participantes das entrevistas realizadas (ANEXO A) era ilimitado. Aliás,
foi elaborado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE
c) para todos que quisessem e pudessem participar desta Pesquisa, no entanto,
este instrumento foi dispensado por todos os sujeitos participantes. No mais, o TCLE
elaborado visou elucidar dúvidas em relação às informações ora coletadas e que
serão utilizadas, posteriormente, para efeitos deste Trabalho acadêmico.
4.3 Análise de conteúdo (Análise dos dados da Pesquisa)
Para análise dos dados coletados, optou-se pelo método da análise de
conteúdo, uma metodologia que alcançou popularidade a partir de Bardin (1977),
principalmente, na área de Administração. Aos poucos, esse tipo de análise passou
a interessar pesquisadores em diferentes áreas, algumas delas: a Linguística, a
Etnologia, a História e a Psiquiatria. Também contribuiu para o avanço de pesquisas
nas áreas de Psicologia, Ciências Políticas e Jornalismo (SILVA; FOSSÁ, 2015).
Sobre a análise de conteúdo, Moraes (1999, p. 8) diz que:
[...] [é] uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos. Essa análise, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai além de uma leitura comum.
61
Dessa maneira, trata-se de uma metodologia que busca, na teoria e na
prática, alcançar o campo das investigações sociais, indo muito além, de acordo
com Moraes (1999), do que uma simples técnica de análise de dados, e que
representa uma abordagem metodológica com características e possibilidades
próprias.
Moraes (1999, p. 8) acrescenta:
A matéria-prima da análise de conteúdo pode constituir-se de qualquer material oriundo de comunicação verbal ou não-verbal, como cartas, cartazes, jornais, revistas, informes, livros, relatos auto-biográficos [sic], discos, gravações, entrevistas, diários pessoais, filmes, fotografias, vídeos, etc. Contudo, os dados advindos dessas diversificadas fontes chegam ao investigador em estado bruto, necessitando, então ser processados para, dessa maneira, facilitar o trabalho de compreensão, interpretação e inferência a que aspira a análise de conteúdo.
Nesse sentido, esse tipo de análise é usada para ler e interpretar o conteúdo
de toda classe de documentos, que, se adequadamente analisados, podem abrir
portas para o conhecimento de aspectos e fenômenos da vida social, de outra forma
inacessível (MORAES, 1999). Também compreende um procedimento especial para
o processamento de dados científicos. Moraes (1999, p. 8), falando da análise de
conteúdo, diz ainda que:
É uma ferramenta, um guia prático para a ação, sempre renovada em função dos problemas cada vez mais diversificados que se propõe a investigar. Pode-se considerá-la como um único instrumento, mas marcado por uma grande variedade de formas e adaptável a um campo de aplicação muito vasto, qual seja a comunicação.
Para Bauer e Gaskell (2002), a análise de conteúdo é uma técnica híbrida que
pode mediar uma improdutiva discussão sobre virtudes e métodos e reduz a
complexidade de uma coleção de textos. Trata-se de uma técnica para produzir
inferências de um texto em seu contexto social de forma objetiva. Muitas vezes,
ainda implica em dar um tratamento estatístico as unidades de texto. Bauer e
Gaskell (2002, p. 191) dizem que a validade da análise de conteúdo “[...] deve ser
julgada não contra uma „leitura verdadeira‟ do texto, mas em termos de sua
fundamentação nos materiais pesquisados e sua congruência com a teoria do
pesquisador, e a luz de seu objetivo de pesquisa [...]”.
62
Nesse sentido, quando investiguei o PRONATEC da EMUFRN na cidade de
Florânia / RN, passei por esse viés a fim de conhecer melhor os sujeitos
investigados, pois a pesquisa, como alertam Bauer e Gaskell (2002), não busca
avaliar a beleza e tampouco explorar a sutileza de um texto particular, mas visa
abstrair de todo o conteúdo construído o que de fato é tecido sólido da pesquisa.
Bauer e Gaskell (2002, p 192) argumentam que a análise de conteúdo “[...]
nos permite reconstruir indicadores e cosmovisões, valores, atitudes, opiniões,
preconceitos e estereótipos e compará-los entre comunidades [...]”.
No mais, os procedimentos desse tipo de análise podem reconstruir
representações em duas dimensões principais: a sintática e a semântica. A primeira
descreve os meios de expressão e influência (como é algo dito e escrito) e a
segunda, em relação aos sinais e seu sentido normal (sentidos denotativos e
conotativos em um texto, ou o que é dito em um texto, os temas e avaliações.). A
análise de conteúdo é usada para construir índices, ou seja, um sinal que é
causalmente relacionado a outro fenômeno.
De acordo com Bauer e Gaskell (2002, p. 194):
[...] As pessoas usam a linguagem para representar o mundo como conhecimento e autoconhecimento. Para reconstruir esse conhecimento, a AC15 pode necessitar ir além da classificação das unidades do texto, e orientar-se na direção de construção de redes de unidades de análise para representar o conhecimento não apenas por elementos, mas também em suas relações [...].
Silva e Fossá (2015, p. 2) explicam esse tipo de análise na pesquisa
qualitativa, ao exemplo de sua utilização em um trabalho de dissertação:
A análise de conteúdo é uma técnica de análise das comunicações, que irá analisar o que foi dito nas entrevistas ou observado pelo pesquisador. Na análise do material, busca-se classificá-los em temas ou categorias que auxiliam na compreensão do que está por trás dos discursos. O caminho percorrido pela análise de conteúdo, ao longo dos anos, perpassa diversas fontes de dados, como: notícias de jornais, discursos políticos, cartas, anúncios publicitários, relatórios oficiais, entrevistas, vídeos, filmes, fotografias, revistas, relatos autobiográficos, entre outros.
15
Análise de Conteúdo (AC).
63
Esse tipo de análise pode consistir em um conjunto de instrumentos
metodológicos e constante processo de aperfeiçoamento, que busca analisar
diferentes fontes de conteúdo, sejam verbais ou não verbais. Trata-se de uma
técnica que exige do pesquisador: dedicação, paciência e disciplina. No mais, esse
tipo de análise, de acordo com Silva e Fossá (2015), em termos gerais, divide-se em
3 fases: 1 - Pré-análise; 2 - Exploração do Material e 3 - Tratamento dos resultados
e interpretações.
Figura 3 - Desenvolvimento de uma análise de conteúdo
Fonte: Bardin (1977, p. 102).
Por fim, para não se equivocar na utilização da Análise de conteúdo na
análise de dados da pesquisa qualitativa é imprescindível que se acompanhe as
recomendações propostas ou previstas por Bardin (1977). Como afirmam Silva e
64
Fossá (2015, p. 12), “[...] a análise de conteúdo constitui-se de um conjunto
progressivo de técnicas [...], [e] [...] é preciso possuir clareza teórica do campo de
estudo que se pretende analisar [...]”, e o pesquisador deve, à princípio, se prover de
suportes teóricos. A análise de conteúdo também é uma técnica de análise de
dados que pode ser importante para o desenvolvimento de estudos futuros, desde
que seja utilizada de maneira ajuizada e responsável.
No Capítulo 5, busco contextualizar o universo pesquisado, a partir do relato
de uma pesquisa-ação na disciplina de Linguagem e Estruturação Musical no Curso
TIM do PRONATEC no município de Florânia / RN, a 268 km da capital Natal / RN.
65
5 A DOCÊNCIA EM LINGUAGEM E ESTRUTURAÇÃO MUSICAL NO CURSO TIM,
DO PRONATEC NA EMUFRN
Escrever sobre a disciplina - Linguagem e Estruturação Musical - é escrever
sobre parte da minha própria trajetória enquanto discente e docente egresso de
Filarmônica do interior na EMUFRN. Pude ver, ao longo dos anos, que muitos
colegas oriundos dessas instituições (filarmônicas) desistiram de estudar Música
pelos obstáculos ora impostos, de imediato, pelo estudo da linguagem musical, mais
especificamente, no que concerne às práticas de leitura, escrita e interpretação de
signos de uma partitura.
Tendo como base esse fato, juntamente com os alunos do Curso TIM,
planejei uma nova proposta para o ensino dessa disciplina que, a partir de agora,
será descrita. Mas, antes, primeiro apresento como foi o processo de seleção
desses alunos na cidade de Florânia / RN.
5.1 O processo de seleção dos alunos
Quando o Curso TIM chegou a Florânia / RN a procura de alunos da cidade e
de outros municípios circunvizinhos foi muito grande. Muitos sequer sabiam que,
para o ingresso em um Curso Técnico, era exigida a formação escolar do ensino
fundamental completo ou em fase de conclusão.
Entre os alunos que procuraram realizar essa prova de seleção estavam
alguns dos que não tinham conseguido ingressar no Curso Técnico em Música na
EMUFRN, em Natal / RN, em 2016, entre muitos fatores, pela falta de preparação
para a seleção nessa Instituição, que se baseia em duas etapas eliminatórias. A
primeira é prática (onde se exige um nível técnico instrumental baseado na
capacidade de ler uma música à primeira vista, tocar uma peça de confronto e, por
último, tocar uma peça de livre escolha). Já a segunda, exige, além de
conhecimentos básicos de teoria musical, um bom desempenho de percepção
musical (suscetível a escutar intervalos simples e melodias, algo que, geralmente, os
músicos de Filarmônica do Seridó norte-rio-grandense não trabalham em sala de
aula).
Nesse sentido, dos mais de 65 alunos que tentaram a seleção em Florânia /
RN, apenas 20%, em média, conseguiram ser aprovados na primeira seleção de
66
ingresso, sendo esse um percentual inviável para a realização de um Curso Técnico
nesse município, devido às despesas que ele acarreta ao município sede e,
principalmente, para a Instituição responsável, nesse caso, a EMUFRN.
A EMUFRN, pensando na necessidade emergente desse público de
Filarmônica no interior, realizou outra seleção de alunos para Florânia / RN; dessa
vez, o critério não foi, essencialmente, técnico-teórico, mas sim, socioeducacional,
levando em consideração o perfil dos estudantes que desejavam realizar essa
formação mesmo diante de uma prova anterior com resultado negativo.
As bancas para a seleção dos alunos foram compostas pelos futuros
professores do Curso. Muitos destes, também egressos de filarmônicas e
conhecedores da realidade desses Grupos. Quantitativamente, os instrumentos mais
procurados foram o clarinete, o saxofone e o trompete. E os menos procurados
foram a flauta transversal e o trombone de vara.
Tive a oportunidade de ser o primeiro professor / bolsista do PRONATEC, em
Florânia / RN, a ensinar uma disciplina teórica para alunos egressos de filarmônicas
no Seridó. Muitos destes, no primeiro dia de aula, pareciam não acreditar que iriam
novamente lidar com a teoria musical. Houve até quem dissesse: “- Professor, teoria
musical eu já estudei na Filarmônica... não gostei, prefiro mesmo é tocar o meu
instrumento... precisamos estudar isso novamente?” (informação verbal)16.
Diante de alguns jovens desacreditados com essa disciplina, tive o receio em
reproduzir as aulas do Curso nos moldes do ensino tradicional e, então, propus um
trabalho em sala, com o uso de instrumentos musicais e a aplicação de atividades-
estratégias. Antes mesmo da aplicação dessa estratégia, que deu início ao processo
da Pesquisa, lancei uma proposta diferente para o formato de sala de aula que
descrevo a seguir.
5.2 O formato de sala de aula
O formato de sala de aula utilizado, para o desenvolvimento da Pesquisa com
o grupo acima citado, foi o da metodologia Multinível. Essa metodologia consiste, a
princípio, em dividir os alunos em grupos, por tipo de instrumento ou naipe ou
apostila / material teórico (a). Em seguida, os categorizar por níveis de
16
Informação verbal proferida por um aluno, durante a aula de Linguagem e Estruturação Musical, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em 2015.
67
aprendizagem. Para isso, o professor precisa, primeiramente, diagnosticar o nível de
experiência musical de cada aluno participante, uma vez que vai lidar com materiais
e conteúdos distintos em uma mesma sala de aula.
O professor tem como função básica intermediar o processo de ensino-
aprendizagem dos alunos, assistindo-os didaticamente, levando em consideração o
tempo que terá para cada grupo presente. Tendo em vista estas condições, poderá
usar de recursos pedagógicos dos mais diversos: quadro e giz, lousa eletrônica,
lápis, notebook e data show, entre outros. Os alunos devem ser estimulados a se
sentirem capazes de responder às perguntas realizadas pelo professor. A intenção,
nesta proposta metodológica, é trabalhar com materiais que não sejam totalmente
alheios aos alunos e que, de alguma forma, sejam conhecidos ou associados ao que
eles já demonstram saber, valorizando assim, o conhecimento prévio de cada um.
Também é muito importante proporcionar momentos de interação, entre os
grupos formados, em círculos, de preferência, ao final de cada aula. Indica-se, para
isso, trabalhar práticas coletivas com toda a classe presente, com material suscetível
de apreciação e performance de qualquer nível de ensino, por exemplo, práticas
coral e instrumental de músicas populares conhecidas e adaptadas ao nível dos
alunos participantes.
A princípio, na pedagogia Multinível, os alunos não entenderam, de imediato,
a situação proposta. Esta teve que ser explicada e entendida como uma vivência de
experimentação de caráter coletivo, em que a participação de todos era critério
importante. De forma dinâmica, a classe é organizada em 3 ou mais círculos e,
antes do início da experiência, acontecem as explicações metodológicas ou como
será conduzida aquela aula e qual será, agora, a função do professor entre os
alunos. A partir da experiência do pesquisador, essa metodologia pôde alcançar
bons resultados.
Essa metodologia foi fundamentada na observação do modelo de
alfabetização proposto por Paulo Freire, em meados de 1960, na cidade de Angicos
/ RN (FREIRE, 1994). Segundo Porcaro ([20--]), Paulo Freire lidou com o ensino da
leitura e escrita da língua portuguesa com, aproximadamente, 280 adultos
analfabetos que não puderam, de alguma maneira, frequentar a escola na faixa
etária esperada, entre os 6 aos 17 anos de idade.
Na prática, o ensino de música multinível consiste em compor um ambiente
de ensino musical onde pessoas com materiais e níveis de conhecimentos práticos e
68
teóricos distintos possam conviver e trocar experiências, em uma espécie de ensino-
aprendizagem colaborativo (TORRES; ALCANTARA; IRALA, 2004) e também, de
certa forma, cooperativo (JIMÉNEZ, 2013).
Figura 4 - Sala de aula no formato multinível
Fonte: O autor (2017).
Alguns autores, a exemplo de Souza et al (2009) e Thiollent (1998), enxergam
esse tipo de pesquisa como uma das formas possíveis para se solucionar problemas
baseados em ações definidas, a exemplo das que realizamos aqui, e, desde que,
efetivadas mediante a cooperação e colaboração do pesquisador ou pesquisadores
com os sujeitos envolvidos. Trata-se de uma pesquisa de caráter social com
embasamento empírico que busca a solução de um problema ou de vários
problemas de interesse coletivo, onde a cooperação e a colaboração são traços do
trabalho realizado, fundamentado em componentes analíticos e categóricos de
explicação, a partir da coleta de dados.
Passo, agora, a mostrar, as etapas / estratégias da Pesquisa-Ação realizada.
69
5.3 As etapas / estratégias da Pesquisa-Ação
Obtive um total de 18 encontros com os grupos. Cada um deles, teve a
duração de 4 horas. Participaram 21 alunos das turmas de Linguagem e
Estruturação Musical, pela manhã (das 8h às 12h) e à tarde (das 14h às 18h),
somando-se 2 encontros por dia.
Estes alunos não eram nivelados em termos de conhecimento teórico-
musicais, eram sujeitos de cidades e professores (Maestros) distintos. Uns já tinham
anos de estudos musicais e outros, apenas dias ou meses. Também não existiu uma
faixa etária comum aos alunos, eram bastante heterogêneos.
Todas as informações, a seguir, foram coletadas por meio das entrevistas
(ANEXO A) e da aplicação de questionários (APÊNDICE A e B) com perguntas
abertas, em sala de aula, com cada aluno participante, no total de 31, durante os 9
encontros realizados.
O primeiro encontro – 1º dia
Logo no primeiro encontro com cada turma, chamou a minha atenção o
comportamento de alguns alunos. Uns demonstravam, nitidamente, que não
queriam cursar essa disciplina. Então, procurei entender o papel destes, buscando
traduzir assim, algumas de suas ansiedades e desconfortos percebidos naquele
momento. Começaram-se as ações de pesquisa em sala de aula procurando
conhecer melhor quem eram, de fato, aqueles sujeitos que iriam compartilhar
algumas horas de suas vidas com o pesquisador, a partir desse instante.
Alguns desses alunos já ajudavam seus Maestros na docência musical de
suas respectivas filarmônicas, fato este também já vivenciado pelo pesquisador. A
referida experiência anterior do pesquisador se tornou uma válvula motivadora para
o início da pesquisa, pois provocou a discussão em sala sobre novas estratégias
didático-metodológicas ao ensino de Linguagem e Estruturação Musical em
contextos distintos, entre eles, na instituição filarmônica.
Na sequência, foram checadas as maiores dúvidas ou dificuldades existentes
perante os conteúdos propostos pela ementa da disciplina em questão e, então,
começou-se o estudo.
70
O segundo encontro – 2º dia
No segundo encontro, foi apresentado aos alunos, o conteúdo a ser estudado,
a partir de então, nesse e nos próximos encontros previstos. Averiguou-se que, os
assuntos a serem tratados eram, respectivamente: figuras musicais, notas e pausas
musicais, pauta e claves, sinais de alteração, sinais de repetição e tipos de barra de
compasso, fórmulas de compasso, sinais de dinâmicas e expressão, abreviaturas
musicais, células rítmicas, escalas e acordes.
Foram aplicados materiais em forma de aulas / apostilas sequenciais
elaboradas pelo pesquisador em momentos anteriores a cada um dos encontros
programados. Cada grupo recebeu esses materiais / apostilas impressos ao início
de cada encontro subsequente. As turmas foram organizadas em grupos,
totalizando-se 4 grupos por turma. Esses grupos foram formados mediante uma
triagem inicial que agrupou os alunos por perfil e conhecimentos prévios dos
conteúdos a serem trabalhados.
Foram criadas algumas dinâmicas nesse e nos encontros / aulas seguintes,
entre elas, a participação dos alunos ao quadro para a elaboração e resolução de
questões teórico-práticas sobre os assuntos supracitados, previamente
apresentados, em sala, pelo docente. Essa atividade fomentou uma boa discussão
em classe.
O terceiro encontro - 3º dia
Nesse encontro, comecei a utilizar um teclado musical e um violão elétrico,
ambos do professor, para a realização de exemplos prático-teóricos dos conteúdos a
serem abordados a partir de então. Muitos dos alunos sequer tinham usado dessa
estratégia no estudo da teoria musical. Com esses instrumentos, foi possível
perceber que a utilização de instrumentos harmônicos possibilita esclarecer melhor
alguns dos assuntos já estudados, pois, além da informação, agora tinham a ação
prática sobre o estudado, algo que ressignificou seus aprendizados. Evidenciou-se,
com essa atividade, que muitos dos alunos não enxergavam, até então, a aplicação
prática desses conteúdos teórico-musicais que estudavam há anos.
71
Brito et al (2013)17 justifica essa dicotomia entre teoria e prática musical
através de um relato de experiência em um projeto de teoria e percepção musical na
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) onde ele percebeu que: “[...] A „teoria
musical‟ é relegada a segundo plano, comumente vista como uma atividade imposta
pela instituição – algo que deve ser suportado para poder estudar / tocar o
instrumento!”. Esse fato foi percebido em Florânia / RN, pois, a maioria dos alunos
do PRONATEC, preferiam aulas de instrumento à teoria musical, algo que, com
esforço coletivo, foi possível reverter, tornando essa e outras matérias teóricas tão
interessantes quanto as de performance instrumental.
O quarto encontro – 4º quarto dia
No quarto encontro, realizamos uma atividade de apreciação musical. Essa
atividade se deu com a apresentação de trechos de partituras pelos alunos onde, em
seguida, eles explicaram o que tinham executado em termos de estruturas (notas,
pausas, alterações, tonalidades, etc.) e suas funções. Para isso, cada aluno utilizou
seu próprio instrumento musical e de estudo no PRONATEC. Nessa ocasião,
contamos com a colaboração dos professores de instrumento e prática de conjunto
que, em suas aulas, haviam revisado esses mesmos conteúdos.
Essa formação de apreciadores musicais, em sala de aula, durante a
pesquisa, culminou em uma maior e melhor transformação intelectual dos alunos
envolvidos, pois conseguiu proporcionar a abertura para novos saberes e
perspectivas de futuro assim como quebrou antigos paradigmas existentes, como, a
ruptura entre teoria e prática musical. Bastião (2003, 2009) discute essa atividade de
apreciação musical como sendo uma forma para se repensar práticas pedagógicas e
um importante recurso para a junção da teoria e prática musical.
Evidenciou-se que, muitos dos alunos desse Curso, em Florânia / RN,
estavam, de fato, descontentes com a imagem que tinham do ensino tradicional de
Música e que haviam experimentado antes do PRONATEC e acreditavam que seria
igual, agora, no Técnico. Vale lembrar igualmente que, quase todos esses alunos
são oriundos de filarmônica, e muitos nunca sequer tinham conhecido um ensino
17
Documento online não paginado.
72
especializado de Música com a profundidade em conteúdos teórico-práticos vistos
nesse Curso de agora.
Brito et al (2013)18 falando sobre teoria e prática musical explica que existe
“[...] uma necessidade premente em se discutir as perspectivas e concepções que
envolvem [...] distintas posturas diante da exigência em se aliar o estudo da prática e
da teoria musical [...]”, ocasião em que se diz esperar uma melhor compreensão
dessas posturas a possibilitar o estabelecimento de novas estratégias de
intervenção, buscando, na prática pedagógica, maior adequação à realidade em que
se insira. Não obstante, esta Pesquisa propõe mostrar uma proposta diferente para
a docência em linguagem e estruturação musical, a contribuir com futuras
pesquisas.
O quinto encontro – 5º dia
No quinto encontro, realizei, via ferramenta Internet, a atividade de assistir a
vídeo-documentários sobre aspectos históricos da teoria musical. Essa atividade
mostrou como utilizar melhor os recursos tecnológicos, tais como: computador, tablet
e celular, no estudo da teoria musical. Constatei que existem vários canais no site
youtube.com onde pessoas se dedicam a explicar componentes da teoria musical,
tais como: pauta, notas e pausas, claves, tipos de compasso musical, entre outros
assuntos. Esses vídeos online podem, inclusive, se apresentar, muitas vezes, mais
claros e sucintos para a compreensão dos alunos.
Além disso, uma das intenções dessa atividade foi possibilitar a maior
interação dos alunos, em sala, com essa ferramenta, a Internet, orientando-os
quanto ao uso diário, tendo em vista que, quase todos afirmaram ter acesso em
suas casas ou mesmo em espaços públicos, em curtos ou longos períodos do dia.
Gohn (2013) discorre sobre muitos outros usos da Internet em sala de aula
através do exemplo da videoconferência para aulas de instrumento musical, onde se
usam softwares e sites, tais como: Skype, Facebook e o, já citado, Youtube, entre
outros, para a realização de práticas docente-musicais.
18
Documento online não paginado.
73
O sexto encontro – 6º dia
No sexto encontro, trabalhei a composição e arranjo de solfejos rítmicos e
melódicos com e sem acompanhamento musical para que pudessem exercitar,
ainda mais, os elementos da teoria musical já explicitado. Esse material produzido
foi apresentado, em sala de aula e fora dela, pelos próprios alunos-compositores em
performances realizadas posteriormente.
Pude perceber que, dos muitos alunos presentes, poucos, de fato,
conseguiam dominar os elementos gráficos de uma partitura quando partiam para
práticas em seus respectivos instrumentos musicais, e isso refletia nas aulas de
instrumento do Curso, muitas vezes levando alguns dos professores de instrumento
a questionar o papel do professor de Linguagem diante deste contexto.
Esse fato abriu espaço para importantes discussões entre alunos e
professores, no âmbito do PRONATEC, em relação a como poder relacionar melhor
os saberes mobilizados em cada disciplina de maneira a construir um ensino
interdisciplinar a não permitir a separação ou desconexão entre uma e outra
disciplina. Sobre interdisciplinaridade, Freire (2010) diz que ela no ensino de música
aparece como uma necessidade, e não como um artifício. Logo, sua aplicação não
implica na descaracterização dos diferentes campos de conhecimento, mas sim na
interação entre eles.
O sétimo encontro – 7º dia
No sétimo encontro, já haviam sido experimentadas muitas coisas novas nas
aulas anteriores. Neste, realizei a formação de um coral para praticar os conteúdos
estudados. Muitos alunos se esquivaram de cantar, alegando que não tinham jeito
para isso. Na verdade, o que acontecia era que eles se sentiam caricatos ao cantar
em público e, com essa nova situação proposta, se revelaram ainda mais, as
sensações de ansiedade e timidez de muitos destes estudantes, o que já era
perceptível para o professor em sala de aula.
Juntos, percebemos que essa atividade de prática coral também era uma
tarefa muito interessante para experimentar a teoria musical, pois mostrava, entre
outras coisas, a importância do corpo na performance musical, e que ele é, de fato,
o nosso primeiro instrumento musical. Sobre isso, Pederiva (2005) escreve, por meio
74
de um estudo realizado com professores de instrumento musical, que a consciência
do corpo, na aprendizagem musical, pode nos trazer muitos benefícios, entre eles, a
prevenção de doenças e uma melhor realização de tarefas que envolvam o
conhecimento da teoria e prática musical.
Essa atividade coral proporcionou uma maior concentração em leituras de
partituras, pois os músicos não precisavam se preocupar com a técnica de seus
instrumentos musicais, mas em se concentrarem no controle psicológico e
psicomotor enquanto cantavam.
O oitavo encontro – 8º dia
No oitavo encontro, realizei uma roda de conversa. Nesse momento, os
alunos narraram algumas das experiências vividas em sala durante esse processo
de aprendizado e as que mais tiveram impactos sobre eles. Pude perceber que já
existia uma reflexão sobre o que foi trabalhado, por parte deles. Logo, os alunos
puderam enxergar que a disciplina, em questão, poderia ainda ser trabalhada de
várias outras formas possíveis, diferente do já experimentado.
Assim, atingi a segunda etapa da Pesquisa. Essa etapa da investigação
conduziu-me para um maior entendimento de como as práticas docente-musicais
podem ser diversificadas e interessantes. Os alunos puderam desconstruir muitas
das imagens negativas ou paradigmas que tinham criado sobre o ensino de teoria
musical.
O nono e último encontro – 9º dia
No nono e último encontro, realizei uma avaliação escrita e oral. Percebi que
os alunos tinham mudado, consideravelmente, seus comportamentos e
entendimentos sobre os conteúdos trabalhados na disciplina Linguagem e
Estruturação Musical, refletidos nos resultados das avaliações. Desconstruímos
juntos, antigos paradigmas que insistiam em perseguir a todos os participantes
desde a iniciação musical, nas filarmônicas de origem, como, o distanciamento ou
dicotomia entre a teoria e a prática musical.
75
Foto 3 - Aula da Saudade com a turma do Curso Técnico em Música da EMUFRN / PRONATEC no polo de Florânia / RN
Fonte: Araújo (2016).
5.4 Refletindo sobre os dados coletados
Considerando-se a análise dos dados desta Pesquisa, baseada na revisão de
literatura realizada e mediante a aplicação das entrevistas (ANEXO A) e
questionários utilizados (APÊNDICE A e B), constatei que, dos 65 alunos que
ingressaram no Curso, apenas 33 concluíram. Ou seja, houve um índice aproximado
de 50% de desistência. Desses 65 ingressantes, 39 foram masculinos e 26
femininos. Quanto aos que concluíram o Curso, apenas 23 foram do sexo masculino
e 10 do feminino. Desistiram, respectivamente, 16 alunos e 4 alunas. Quanto ao
número de alunos que apresentaram pendência para obtenção do diploma, tivemos
6, sendo 3 para cada sexo.
Apenas 6 alunos, com pendências para receber o diploma de TIM, com 800 h
/ aula, receberam um certificado de conclusão de módulos.
76
Gráfico 1 - Situação dos alunos
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 2 - Proporção de alunos por sexo
Fonte: O autor (2017).
77
Gráfico 3 - Proporção de alunos concluintes
Fonte: O autor (2017).
Gráfico 4 - Proporção de alunos com pendências
Fonte: O autor (2017).
Em relação à formação por instrumento, se formaram, respectivamente, 12
alunos em saxofone, 7 em trompete, 5 em clarinete, 3 em flauta transversal, 2 em
tuba, 1 em bombardino (eufônio), 2 em trombone e 1 em percussão.
78
Gráfico 5 - Proporção de alunos formados por instrumento musical
Fonte: O autor (2017).
Em relação aos alunos concluintes, pertencem a 7 municípios do estado do
RN, a saber: Assú / RN, Cruzeta / RN, Currais Novos / RN, Florânia / RN, Jucurutu /
RN, Santana do Matos / RN e Tenente Laurentino Cruz / RN. Com exceção à Assú /
RN, os demais são da região Seridó. O município de Assú / RN fica na região do
Vale do Assú.
Figura 5 - RN
Fonte: RN..., (2017)
19.
19
Documento online não paginado.
79
As cidades do Seridó estão na parte amarela da Figura 5 e, vale salientar
que, o Seridó está presente também no estado da Paraíba (PB).
Figura 6 - Região Seridó (nas cores vermelha e laranja)
Fonte: SERIDÓ ([20--?])20
.
Esta Pesquisa entrevistou 30 sujeitos, os que se dispuseram a participar e
que não desistiram do Curso TIM do PRONATEC, da EMUFRN, em Florânia / RN.
As entrevistas realizadas com os alunos foram divididas em 2 blocos de perguntas.
O primeiro bloco foi sobre a interiorização da EMUFRN na região Seridó norte-rio-
grandense.
Uma das primeiras perguntas realizadas foi sobre a perspectiva de trabalho:
quais oportunidades de trabalho esse Curso já havia lhes proporcionado? Dos 30
entrevistados, 13 disseram não ter tido oportunidade de trabalho ainda, 7
responderam que já estão trabalhando no programa Mais Educação, em escolas
municipais e estaduais. 10 preferiram tentar trabalhar para si mesmos, com aulas
particulares, produção musical e luteria, entre outras atividades relacionadas com a
Música, como mostra as falas dos entrevistados a seguir:
20
Documento online não paginado.
80
[...] Ainda não estou trabalhando na área da Música, porém surgiu uma oportunidade, mas por motivos superiores, não pude participar, e isso aconteceu, provavelmente, por eu ter o nível musical maior do que de algumas pessoas que já trabalham, principalmente, por eu estar nesse Curso Técnico agora (informação verbal)21.
Corroborando essa perspectiva, o Entrevistado 12 declara que:
[...] Acho que o mercado é amplo, a gente tem uma visão que se quiser continuar podemos atuar tanto na área prática, tocar, e também pensar em uma carreira mais acadêmica, ser um professor, depende da gente, temos uma base, uma plataforma, um empurrão pra [sic] continuar se quisermos, o que antes a gente não tinha, de certa forma, esse conhecimento, porque o Curso me possibilitou pensar e acreditar que eu posso trabalhar tanto na área acadêmica como em uma área profissional, se apresentar ao público, ou orientar, formar turma, formar alunos, passar o conhecimento adiante, tudo isso (informação verbal)22.
Gráfico 6 - Alunos e a relação com o trabalho
Fonte: O autor (2017).
Outra questão investigada foi sobre quais as expectativas de futuro e de
trabalho dos alunos depois de concluído o Curso. Entre as respostas, destaco: tocar
em grupos de casamentos, tocar em quadrilhas juninas, trabalhar no programa Mais
21
Informação verbal proferida pelo entrevistado 11, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em novembro de 2016.
22Informação verbal proferida pelo entrevistado 12, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em novembro de 2016.
81
Educação, ensinar em bandas filarmônicas e sinfônicas, tocar em bandas de forró,
trabalhar em Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de Secretarias de
Assistência Social municipais, prestar concurso público para instrumentista de
bandas filarmônicas e sinfônicas de prefeituras e estados, ser professor de
instrumento, fazer Graduação, na área de Música, e ser professor de flauta doce.
Quadro 3 - Expectativas profissionais dos alunos
EXPECTATIVAS PROFISSIONAIS DOS ALUNOS
Grupos de casamentos;
Quadrilhas juninas;
Programa Mais Educação;
Bandas filarmônicas e sinfônicas;
Bandas de forró;
Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;
Concursos públicos para instrumentistas em bandas
filarmônicas e sinfônicas;
Docência em instrumento musical;
Graduação na área de Música; e
Docência em flauta doce.
Fonte: O autor (2017).
Pude perceber que os alunos visam àquilo que, de fato, é uma das metas do
Curso, ou seja, a atuação profissional técnica em vários espaços e seguimentos da
Música, conforme mostra a fala do entrevistado 16: “[...] Acho que depois do Curso
poderei trabalhar com o Mais Educação, nas escolas públicas, como monitor em
filarmônicas, ensinar meu instrumento e ser chefe de naipe, etc (informação
verbal)23.
A fala do entrevistado 17 corrobora com esta visão ao afirmar que: “[...] O
Curso acresceu nas minhas aulas particulares, pois dou aulas particulares de violão,
e aqui, sempre temos novos conhecimentos nas matérias teóricas, harmonia e isso
acresceu ao meu conhecimento (informação verbal)24.
23
Informação verbal proferida pelo entrevistado 16, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em novembro de 2016.
24Informação verbal proferida pelo entrevistado 17, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em novembro de 2016.
82
As entrevistas (ANEXO A) mostraram também que o Curso TIM do
PRONATEC, em Florânia / RN, tem repercutido, igualmente, no desejo de muitos
alunos em querer repassar o que aprenderam aos que, por algum motivo, não
puderam fazer o Curso Técnico. Sobre a contribuição deste Curso para a atuação
desses alunos em suas respectivas Filarmônicas de origem, percebi com as
respostas que, mais da metade dos alunos entrevistados, já está transmitindo seus
conhecimentos adquiridos no Curso para os colegas de suas Filarmônicas, uma
espécie de agentes de multiplicação do conhecimento, como mostra a fala do
entrevistado 3: “[...] Com esse Curso, posso, agora, ajudar melhor meu Maestro
quando ele precisa de mim com os alunos iniciantes, sempre que ele precisa estou
tocando e ensinando os iniciantes da Filarmônica, agora tenho a sensação que
posso ajudar mais. (informação verbal)25.
Isso tem suprido, em parte, as demandas de necessidades de ensino
especializado de instrumento e teoria da música, principalmente, nas Filarmônicas
onde apenas o Maestro é polivalente no ensino de instrumento e teoria. Muitos dos
alunos já estão ajudando suas filarmônicas na docência de instrumento e teoria, e já
se percebe um avanço na qualidade técnica desses Grupos por meio de
apresentações e concertos públicos em Florânia / RN e em outras cidades do
Seridó, por meio de eventos, como, os encontros de bandas filarmônicas.
Outro questionamento realizado nas entrevistas foi sobre quais benefícios o
Curso TIM, oferecido pelo PRONATEC da EMUFRN, trouxe para a aprendizagem
musical dos alunos egressos de filarmônicas. Das muitas respostas obtidas, as que
mais se destacam foram: melhoria na leitura, escrita musical, técnica instrumental e
interpretação musical.
Muitos confessaram que o desenvolvimento técnico musical deles se baseava
antes quase que, exclusivamente, em aprender a tocar o repertório de suas
respectivas bandas filarmônicas, com pouquíssima prática de métodos didáticos de
instrumento, também escassas aulas de teoria musical, em virtude da grande
demanda de alunos que suas Filarmônicas possuem e só disponibilizam, na maioria
das vezes, a figura do Maestro para atender e ensinar a todos, indistintamente,
conforme mostra a fala do entrevistado 5: “[...] O PRONATEC me proporcionou um
vasto conhecimento, algo que nós, que moramos no interior, até hoje não tínhamos,
25
Informação verbal proferida pelo entrevistado 3, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em outubro de 2016.
83
e só quem tinha era quem fosse estudar na EMUFRN, em Natal / RN” (informação
verbal)26.
Essa questão abriu caminho para mais duas perguntas: quais os pontos
positivos e negativos em fazer um Curso TIM do PRONATEC, da EMUFRN, em
Florânia / RN? Os pontos positivos mais apontados, de acordo com as entrevistas
realizadas (ANEXO A), foram que a cidade de Florânia / RN ganhou mais
visibilidade no cenário musical municipal e estadual, levando em conta que o Curso
agrega alunos de 7 cidades distintas; o aumento, consideravelmente, do nível
técnico instrumental das Filarmônicas, na região Seridó bem como a crescente
expectativa de ingressos em Cursos superiores, na área de Música. Dos 30
entrevistados, 2 já passaram na última seleção do Exame Nacional do Ensino Médio
(ENEM) 2016 para Graduação em Música na EMUFRN, em Natal / RN, para
ingresso no período letivo 2017.1. Esses egressos do PRONATEC, da EMUFRN, em
Florânia / RN, foram aprovados, respectivamente, para a Licenciatura e o
Bacharelado em Música.
Outro ponto positivo apontado nas entrevistas (ANEXO A) foi à utilização de
professores que moravam na região Seridó, que, de acordo com os alunos, os
tornou mais próximos em relação aos contatos pessoais no contexto diário.
Também, a localização do Curso, em Florânia / RN, ajudou muito aos alunos, pois
muitos tinham transporte escolar ou particular que passavam por esse município,
diariamente, e outros particulares com preço acessível. Possibilitou, também, a
inclusão de alunos mais carentes que, de outra forma, não teriam participado do
Curso. Os alunos relatam que a diretoria do Curso Técnico sempre esteve presente
tanto nas aulas quanto nos demais momentos.
Ainda ressaltando os pontos positivos, muitos alunos declararam que,
anteriormente ao Curso, não enxergavam a Música como profissão e que aumentou
o número de reingressos em filarmônicas.
O PRONATEC da EMUFRN também possibilitou o intercâmbio entre
estudantes de distintas filarmônicas aumentando mais seus laços de amizade.
Trouxe, ao Seridó, 2 Cursos Técnicos em Música, o primeiro, em Cruzeta / RN, no
ano de 2013, e em Florânia / RN, em 2015. Fortaleceu o comércio local de Florânia /
RN com a visita semanal de mais de 20 estudantes e equipe da EMUFRN.
26
Informação verbal proferida pelo entrevistado 3, durante entrevista ao autor desta Dissertação, na Escola Estadual Coronel Silvino Bezerra, em Florânia / RN, em outubro de 2016.
84
Possibilitou que, os alunos tivessem aulas com profissionais de formação superior:
Bacharéis, Mestres e Doutores e o contato com novos recursos tecnológicos. Por
último, disponibilizou uma bolsa financeira que pôde cobrir muitas das despesas dos
que viam, semanalmente, ao Curso, em Florânia / RN, oriundos de outros
municípios.
Quanto aos pontos negativos do PRONATEC, da EMUFRN, em Florânia /
RN, as entrevistas (ANEXO A) revelaram a desistência de alunos por vários motivos:
6 desistiram por preferirem tentar trabalhar em outras áreas, por não enxergarem a
possibilidade de atuar na área de Música e outros 3, disseram que esperavam ter a
estrutura do Curso parecida com a que é oferecida na sede na EMUFRN, em Natal /
RN, já que eram os mesmos responsáveis em Florânia / RN.
A disposição das turmas em turnos distintos dificultou uma maior interação
entre os alunos, principalmente, os que são de cidades diferentes, causando,
segundo as entrevistas (ANEXO A), o desnivelamento teórico e prático entre elas.
Alguns alunos acharam que deveria ser mais criterioso o recebimento de bolsa
financeira de auxílio, pois muitos recebiam e não frequentavam as aulas
regularmente ou usavam esse recurso para outras finalidades distintas do que era
previsto.
Muitos alunos apontaram que, se tivessem mais dias de aula por semana,
com horários mais flexíveis, o ensino seria, consequentemente, mais proveitoso. Uns
reclamaram das instalações onde funcionou o Curso, na cidade de Florânia / RN,
alegando, entre outros fatores, à falta de ventilação adequada nas salas, em função
das altas temperaturas da cidade. Por último, alguns alunos disseram que o cálculo
do valor da bolsa auxílio financeiro que eles recebiam deveria ser baseado na
distância de deslocamento até Florânia / RN, e não comum a todos, indistintamente,
pois quem mora mais distante sai prejudicado.
A segunda parte das entrevistas consistiu em investigar aspectos da aula de
Linguagem e Estruturação Musical. Umas das questões levantadas foi saber como
ocorreu o ensino-aprendizagem nesta disciplina. Constatei que, uma das maiores
dificuldades encontradas pelos alunos nesse componente curricular foi entender
padrões rítmicos distintos, principalmente, se repetitivos e com figuras de duração
inferior a um tempo.
85
Quadro 4 - Principais dificuldades técnicas na disciplina de Linguagem e Estruturação Musical
PRINCIPAIS DIFICULDADES TÉCNICAS NA DISCIPLINA DE LIGUAGEM
Leitura de colcheias;
Leitura de síncopes com semicolcheias e colcheia;
Leitura de quiálteras com colcheias, semínimas e mínimas; e
Leitura de células rítmica repetitivas;
Fonte: O autor (2017).
Conforme ficou constatado nas entrevistas (ANEXO A), a leitura de células
rítmicas, tais como: síncopes e tercinas, foram os mais graves problemas relatados
pelos alunos em relação aos conteúdos vistos na disciplina de Linguagem e
Estruturação Musical no PRONATEC. Nesse sentido, esse fato pode estar
associado ao pouco trabalho realizado com esses alunos em suas respectivas
filarmônicas de origem, ou ainda pela falta de material didático adequado à realidade
destes Grupos no que concerne ao ensino de Linguagem e Estruturação Musical.
Quase todos afirmaram que a meta de leitura de partitura nestes Grupos
(filarmônicas) se concentra mais em ler seu próprio repertório, e ainda, a maioria dos
músicos desse segmento, aprende a ler partitura uns com os outros
(autoaprendizagem) por meio da imitação.
Nesse sentido, a disciplina de Linguagem e Estruturação Musical (Teoria da
Música), é a que mais pôde se aproximar do ensino oferecido pelas filarmônicas no
Curso TIM do PRONATEC, da EMUFRN, na cidade de Florânia / RN, conforme
confirmaram os alunos entrevistados. No mais, uma das principais diferenças na
abordagem dessa disciplina está no maior grau de profundidade dos assuntos
quando tratados no âmbito do PRONATEC. Isso, de acordo com as entrevistas
realizadas (ANEXO A), gerou grande impacto positivo na formação dos alunos de
filarmônicas, agora, egressos do PRONATEC, da EMUFRN, em Florânia / RN.
Identificou-se também, através das entrevistas realizadas (ANEXO A), que
muitos dos alunos do PRONATEC, em Florânia / RN, tiveram, neste Curso, a
primeira oportunidade de estudar assuntos relativos à harmonia e improvisação
musical, entre outros, antes não vistos em suas respectivas Filarmônicas de origem.
No entanto, esses assuntos de harmonia e improvisação foram apenas iniciados na
disciplina de Linguagem e seguidos, posteriormente, em componentes curriculares
86
próprios, não sendo assim aprofundados em Linguagem e Estruturação Musical,
principalmente, pelo pouco tempo disponível.
Segundo os relatos dos alunos entrevistados (ANEXO A), houve uma
sequência incorreta em relação aos componentes curriculares dispostos ou
organizados durante o Técnico do PRONATEC, e isso provocou a quebra ou a não
continuidade da aprendizagem de alguns dos conteúdos vistos, inicialmente, em
Linguagem, por exemplo, noções de acordes e de cifras. Além disso, implicou no
esquecimento parcial desses e outros assuntos por parte de alguns dos alunos. No
mais, foi graças à disponibilidade ou a troca de ajuda entre os alunos que, muitos
desses problemas enfrentados, devido ao esquecimento, puderam ser vencidos
posteriormente.
As entrevistas (ANEXO A) também evidenciaram que, a maioria dos alunos
faz menção ao estado de nervosismo nessa disciplina, principalmente, ao terem que
interagir em sala de aula com os colegas ou com os professores. Dos muitos
motivos que levaram ao nervosismo, foi apontado pelos próprios alunos, o pouco
tempo de alguns em relação ao estudo de Música, pois muitos se consideravam
iniciantes ao ingressarem no PRONATEC da EMUFRN. No entanto, esses mesmos
alunos foram submetidos a realizar provas de seleção prática e teórica ou audições,
antes de ingressarem como aluno no Curso TIM do Programa.
Sobre o que os alunos mais gostaram nessa disciplina, foi destacado nas
entrevistas (ANEXO A), o apreço à contextualização histórica de elementos da teoria
musical realizados em sala de aula, tomando por base, os períodos da história da
música ocidental. Foi ressaltada a forma como foram surgindo esses fundamentos
teóricos ao longo dos séculos e quais os principais processos até chegarem ao atual
estado da arte. De acordo com as entrevistas (ANEXO A), ficou evidenciada,
igualmente, a importância da prática de ditados e solfejos melódicos e rítmicos
realizados durante as aulas de Linguagem, bem como, a prática de escalas maiores
e menores, uma das coisas que mais promoveu o interesse dos alunos durante as
aulas desse componente.
Nas Filarmônicas dos entrevistados, não se trabalha tanto o estudo de
escalas, que, segundo eles, os deixam, de certa maneira, comprometidos ao tocar
em tonalidades distintas, sejam as maiores ou menores. Por último, foi também
apontado como sendo algo diferencial na aula de Linguagem, do PRONATEC, o uso
de tecnologias nas aulas, tais como: Datashow, notebook, teclado musical,
87
instrumentos Orff, entre outros, algo que, nas filarmônicas, dificilmente eles
encontram.
No mais, os alunos destacaram, nas entrevistas (ANEXO A), que a disciplina
de Linguagem foi divertida, os professores se dedicaram bastante, trouxeram novas
dinâmicas e materiais para o ensino. Os alunos se sentiram mais ativos em sala de
aula, comparado ao que já tinham experimentado antes do PRONATEC. Alguns dos
problemas enfrentados nesta disciplina, de acordo com os próprios alunos, se deram
em consequência do pouco interesse de alguns em sala de aula.
Quanto ao aprendizado dos alunos, evidenciou-se, nas entrevistas (ANEXO
A), que foi satisfatório, muitos já se consideram outros músicos, inclusive, mais
preparados. Eles também despertaram um maior interesse em estudar Música
diariamente, algo que antes, poucos faziam por conta própria. Alguns almejam fazer
Graduação nesta área.
Uma das grandes contribuições desta disciplina para os alunos, sem dúvida,
foi o despertar do sentimento protagonista, pois as entrevistas (ANEXO A) revelaram
que, muitos se sentem capazes de buscar novos conhecimentos por conta própria, e
também demonstram interesse em repassar o que aprenderam para outros alunos.
Por fim, os alunos entrevistados consideram o Curso TIM do PRONATEC, da
EMUFRN, uma evolução no ensino de Música, um verdadeiro processo de
interiorização da Educação Profissional antes nunca visto no Seridó. Também a
democratização do ensino público de qualidade e a inclusão social dos menos
favorecidos ou vulneráveis socialmente. A maioria dos alunos deseja que outras
edições deste Curso possam chegar a seus respectivos municípios e proporcione
maiores benefícios ainda.
As etapas propostas por Bardin (1977), na Figura 7, foram trabalhadas na
ordem de destaque, em vermelho, iniciando-se pela Pré-Análise descritas, em
forma de corpus de texto, neste Trabalho.
88
Figura 7 - Proposta de análise de conteúdo
Fonte: Bardin (1977, p. 102).
89
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao investigar sobre o Curso TIM na cidade de Florânia / RN por meio do
PRONATEC, percebi o quanto a interiorização e expansão do ensino
profissionalizante de Música, oriundo da EMUFRN, está fazendo história nos
municípios interioranos do RN, em especial, aos que compõem a região Seridó. A
realidade de investimento capital e pessoal em Educação Musical no RN ainda está
distante do que se deseja, porém, vemos programas federais, a exemplo do
PRONATEC, se configurar como uma das formas possíveis para garantir o acesso
ao ensino técnico-profissional-musical a estudantes de cidades interioranas, em
especial, da região Seridó-norte-rio-grandense, que almejam um ensino formal de
Música que, até então, não tinha como ser concretizado em seus pequenos
municípios.
A partir dos dados e reflexões apresentadas neste Trabalho, são vários os
alunos egressos, em Florânia / RN, que, voluntariamente, se sentem motivados a
repassar o que aprenderam durante o Curso TIM, por mim ministrado, verdadeiros
agentes multiplicadores de conhecimento, instigados, ainda mais, a partir da
pesquisa-ação realizada. Os entrevistados atestam, ainda, terem encontrado neste
Curso a tão desejada qualificação técnica instrumental e teórica além da melhoria na
leitura, escrita e interpretação musical. Para o município de Florânia / RN, este
Curso trouxe maior visibilidade aos que se interessam pela Música como profissão,
já tendo, inclusive, alunos oriundos deste Trabalho, ingressos no Curso de
Licenciatura em Música na sede da EMUFRN, em Natal / RN.
Conforme foi mostrado na análise dos dados, aos participantes com menor
poder aquisitivo, foi dada a oportunidade de transformação social, uma vez que,
agora, estão trabalhando com Música no programa Mais Educação e no Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos assim como em instituições religiosas e
grupos profissionais que priorizam a qualidade musical nessa região e estado.
Quanto às filarmônicas, este Curso em questão, aumentou o intercâmbio de
músicos nas mesmas e, em especial, na região Seridó-norte-rio-grandense,
consequentemente, influenciando a promoção de encontros e festivais de
filarmônicas e outros eventos dessa natureza. Este Programa, na região
apresentada, significou a possibilidade de expandir e interiorizar o ensino técnico
musical antes possível, apenas, se buscado na capital do estado, Natal / RN.
90
Com a reforma do ensino médio já em fase de implantação no país, a
realidade do ensino de Música pode ficar ainda mais incerta, uma vez que as
escolas de Educação Básica através de seus representantes legais poderão optar
pelas linguagens artísticas que lhes forem mais convenientes. Das poucas
oportunidades existentes para se aprender Música, como ensino especializado, no
Seridó-norte-rio-grandense, vimos que ocorrem, com frequência, nas bandas de
Música ou filarmônicas, instituições que, desde a colonização do país estão
presentes nas cidades interioranas. Percebo, diante desse fato, o quanto é
importante a continuidade do PRONATEC / Música nesses interiores, formando
profissionais aptos ao ensino musical nesses contextos.
São muitas as críticas existentes a esse Programa a nível nacional, no
entanto, para o Seridó, diante do que foi investigado, ele foi uma luz no final do túnel
que trouxe e traz ainda formas de acesso ao ensino da Música e perspectivas de
emprego para os recém-formados.
Para os músicos de Bandas Filarmônicas do interior, o PRONATEC pode se
configurar como a esperança e a oportunidade social que faltava há décadas para
suas qualificações profissionais.
Para os municípios, uma esperança para o custeio de cursos
profissionalizantes necessários aos públicos jovem e adulto, que se encontravam
fora do mercado de trabalho.
Considerando as reflexões apresentadas durante esta Pesquisa, analiso que,
vivemos na era da informação e da formação para o trabalho, onde o sujeito precisa
estar preparado para conseguir uma vaga de emprego manual cada vez mais
escasso pelo aproveitamento de recursos tecnológicos e outros insumos. Em uma
nação onde a educação é uma mercadoria, por vezes, cara aos que não dispõem de
recursos financeiros suficientes ao provimento de moradia e alimentação. No
semestre 2017.2, com a média de 14 milhões de pessoas sem empregos, iniciativas
a exemplo do PRONATEC, além de subsidiar a classe musical, possibilita uma
melhor qualificação aos que precisarem retornar ao mercado de trabalho com
Música, seja formal ou mesmo informal.
Novas edições desse Programa estão em fase de implantação pelo estado do
RN e será questão de tempo para que, através da EMUFRN, nosso estado possa
ser um dos lugares mais musicalizados do país.
91
Acredito que este Trabalho possa abrir possibilidades para futuras pesquisas
na área da formação musical obtida em Programas destinados ao ensino técnico
musical oferecido a jovens e adultos pelos interiores do Brasil.
92
REFERÊNCIAS
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102
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE. Escola de Música. PRONATEC Bolsa Formação. Coordenação de Raquel Carmona. Natal, RN, 2017.
103
APÊNDICE A - Questionário de entrevista com os alunos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE MESTRADO EM MÚSICA PROFESSORA ORIENTADORA: VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO
ALUNO PESQUISADOR: FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA
QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO - ALUNOS
Sobre o Curso (Expansão da EMUFRN)
1. O que representa para você o Curso Técnico em Instrumento
Musical (Curso TIM), oferecido pelo Programa Nacional de Acesso ao
Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), na cidade de Florânia / RN?
2. Quais benefícios o Curso TIM, oferecido pelo PRONATEC, trouxe
para sua aprendizagem musical?
3. Diga pontos positivos do Curso TIM, especificamente, em Florânia /
RN?
4. Diga pontos negativos do Curso TIM, especificamente, em Florânia
/ RN?
5. Qual é a contribuição do Curso TIM para sua atuação em
Filarmônica(s)?
6. Quais oportunidades de trabalho o Curso TIM já lhe proporcionou?
7. Quais oportunidades de trabalho você acha que poderá lhe
proporcionar posteriormente?
Sobre a disciplina - Educação Musical: oportunidade
profissional
8. Como você avalia o seu aprendizado musical em relação aos
conteúdos trabalhados na disciplina de Linguagem e Estruturação Musical
(Teoria da Música)?
104
9. Aponte as dificuldades encontradas.
10. O que você mais gostou na disciplina? Por quê?
11. O que você não gostou na disciplina? Por quê?
12. Como você avalia seu conhecimento em Música após os
conteúdos trabalhados nesta disciplina?
13. Faltou algo que você esperava aprender nesta disciplina?
105
APÊNDICE B - Questionário de entrevista com os professores
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE MESTRADO EM MÚSICA PROFESSORA ORIENTADORA: VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO
ALUNO PESQUISADOR: FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA
QUESTIONÁRIO DE INVESTIGAÇÃO – EQUIPE ADMINISTRATIVA E
PROFESSORES
1. O que você acha sobre o Curso Técnico em Instrumento Musical
(Curso TIM), oferecido pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (PRONATEC), na cidade de Florânia / RN, no tocante a
profissionalização dos músicos de Banda Filarmônica da região Seridó norte-
rio-grandense?
2. Discorra sobre pontos positivos da realização do Curso TIM no
município de Florânia / RN?
3. E os pontos negativos?
106
APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA
CURSO DE MESTRADO EM MÚSICA PROFESSORA ORIENTADORA: VALÉRIA LÁZARO DE CARVALHO
ALUNO PESQUISADOR: FRANCISCO CANINDÉ DE MEDEIROS SENA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
ESCLARECIMENTOS
Este é um convite para o (a) senhor (a) participar da pesquisa:
Educação Musical Técnica de Nível Médio no Rio Grande do Norte: um
estudo sobre ações de interiorização da EMUFRN em Florânia / RN, que
tem como pesquisador responsável o docente Francisco Canindé de
Medeiros Sena.
Esta Pesquisa pretende realizar um estudo sobre ações de
interiorização da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (EMUFRN), em Florânia / RN, no que concerne a Educação Musical
técnica de nível médio.
Caso venha a decidir a participar, este Termo busca deixar o (a) senhor
(a) ciente da possibilidade de fazer parte das gravações de áudio, de vídeo e
de imagens fotográficas. Além destes recursos, o (a) senhor (a) poderá ser
solicitado (a) a preencher questionários semiestruturados e estruturados para
a obtenção de algumas respostas necessárias para produção da Pesquisa
acadêmica.
Ademais, com este Termo, também fica esclarecido que, a qualquer
momento, lhe será assegurado o direito de se recusar a responder as
perguntas que lhe cause constrangimento de qualquer natureza.
Nenhum procedimento de coleta de informações apresentará riscos a
(o) senhor (a), sendo as informações coletadas, unicamente, utilizadas para a
realização desta Pesquisa acadêmica, mantendo ainda, sua discrição, caso
107
ache necessário.
O resultado de sua contribuição será a elaboração de um trabalho
científico que visa à promoção do Programa Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (PRONATEC) da EMUFRN, mais precisamente, do Curso
Técnico em Instrumento Musical (Curso TIM), na cidade de Florânia / RN.
Para tanto, tem-se como objetivo demonstrar, ao campo científico, a
relevância deste público tradicional, de Filarmônicas, do interior norte-rio-
grandense. Deste modo, busca-se estimular possíveis iniciativas de parceria
público-privada que possam surgir em favor destes Grupos, contribuindo
assim, de maneira mais ampla, para a valorização e reconhecimento destas
Instituições junto a órgãos governamentais nas esferas: municipal, estadual e
federal.
E, ainda em caso de algum problema que o (a) senhor (a) possa ter,
relacionado à Pesquisa, terá direito a assistência gratuita que será prestada
por mim, o idealizador, responsável pelas informações confiadas pelo senhor
(a). Durante todo o período da Pesquisa poderá tirar suas dúvidas ligando
para mim, Francisco Canindé de Medeiros Sena, nos telefones: (084) 9-9124-
7872 ou 9-9955-1446.
O (a) senhor (a) também tem total direito de se recusar a participar ou
retirar seu consentimento, em qualquer fase da Pesquisa, sem nenhum
prejuízo. Ainda, os dados que irá me fornecer, serão confidenciais e serão
divulgados apenas em congressos ou publicações científicas, não havendo
divulgação de nenhum dado que possa lhe identificar.
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa
pesquisa em local seguro e por um período de 5 anos. Se você tiver algum
gasto pela sua participação nesta Pesquisa, ele será assumido pelo
pesquisador e reembolsado para você.
Se o (a) senhor (a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente
desta Pesquisa, será indenizado. Qualquer dúvida sobre a ética desta
Pesquisa, você deverá ligar para o Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), telefone: (84) 3215-
3135.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com o (a)
108
senhor (a) e a outra, com o pesquisador responsável Francisco Canindé de
Medeiros Sena.
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo
como os dados serão coletados nesta Pesquisa, além de conhecer os riscos,
desconfortos e benefícios que ela trará para mim e ter ficado ciente de todos
os meus direitos, concordo em participar da Pesquisa: Educação Musical
Técnica de Nível Médio no Rio Grande do Norte: um estudo sobre ações
de interiorização da EMUFRN em Florânia / RN e autorizo a divulgação das
informações, por mim fornecidas, em congressos e/ou publicações científicas
desde que nenhum dado possa me identificar.
Natal, 10/01/2017.
________________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL
Como pesquisador responsável pelo estudo Educação Musical
Técnica de Nível Médio no Rio Grande do Norte: um estudo sobre ações
de interiorização da EMUFRN em Florânia / RN, declaro que, assumo a
inteira responsabilidade de cumprir, fielmente, os procedimentos
metodológicos e direitos que foram esclarecidos e assegurados ao participante
deste estudo assim como manter sigilo e confidencialidade sobre a identidade
do mesmo.
Impressão datiloscópica do
participante
109
Declaro ainda estar ciente que, na inobservância do compromisso, ora
assumido, estarei infringindo as normas e diretrizes propostas pela Resolução
nº 466, de 12 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2013)27, do Conselho Nacional
de Saúde (CNS), que regulamenta as pesquisas envolvendo o ser humano.
27
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, ano 150, n. 112, 13 jun. 2013. Seção 1, p. 59-62. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/ jsp/visualiza/index.jsp?data=13/06/2013 &jornal=1&pagina=59&totalArquivos=140>. Acesso em: 15 set. 2016.
110
ANEXO A – Entrevistas, na íntegra, apresentadas neste Trabalho
ENTREVISTADO 3
1. O PRONATEC representa, em primeiro lugar, algo que eu queria pra [sic]
minha vida profissional, pois, desde que decidi ser músico, essa minha paixão, eu
queria me qualificar e o Curso veio na hora certa.
2. De 100% que sei hoje de Música, 80 aprendi no PRONATEC.
3. O PRONATEC, em Florânia, reflete o clima de tranquilidade dessa cidade,
também ajuda no fato de, a maioria dos professores, morarem perto dessa cidade, a
maioria são do interior, ou melhor, são de Cruzeta / RN e os outros poucos, da
capital Natal / RN, fica mais perto pra [sic] todos, e a maioria dos alunos moram
nessa região em cidades vizinhas ou perto de Florânia / RN, a exemplos de Jucurutu
/ RN e Tenente Laurentino Cruz / RN.
4. Um dos pontos negativos deste Curso ser aqui, em Florânia, talvez seja
não oferecer uma estrutura parecida com a oferecida na EMUFRN, em Natal / RN.
5. Com este Curso, posso, agora, ajudar melhor meu Maestro quando ele
precisa de mim com os alunos iniciantes, sempre que ele precisa estou tocando e
ensinando aos iniciantes da Filarmônica, agora tenho a sensação que posso ajudar
mais.
6. Ainda nenhuma oportunidade de trabalho, pois, a partir do momento que
entrei no Curso, não estou trabalhando; eu prefiro esperar concluir primeiro, pra [sic]
ver as oportunidades de emprego, acredito que serão muitas, que hoje o mercado
de trabalho pede formação, seja técnica ou superior.
7. Acredito que, após este Curso, eu tenha a oportunidade de trabalhar em
escolas públicas, através do programa Mais Educação, e outros programas do
governo federal, também em filarmônicas e bandas de forró, baile, da região.
8. Em relação à Linguagem, percebo que os professores ensinaram o que
puderam e, pra [sic] ser sincero, representou, pra [sic] mim, 80% hoje do que sei do
assunto.
9. Acho que devia ter estudado e me dedicado mais na disciplina pra [sic] ter
enfrentado melhor algumas das dificuldades que encontrei.
10. O que mais gostei na disciplina foi a parte histórica da coisa, saber como
tudo começou.
111
11. Gostei de tudo na disciplina, principalmente, pelo esforço que vi dos
professores para que nós, os alunos, pudessem aprender os conteúdos trabalhados
da melhor forma possível.
12. Meu conhecimento em Música, após a disciplina, considero muito bom,
mas não o suficiente ainda, pois sei que, aprendemos mais, a cada dia de nossa
vida, mas, até o presente momento, tem sido muito proveitoso.
13. Acredito que aprendi nessa disciplina o que eu queria saber.
ENTREVISTADO 5
1. O Curso Técnico do PRONATEC pra [sic] mim foi à abertura da minha
mente para enxergar vários conhecimentos agora, tanto no meu instrumento tuba
como nos outros que toco também.
2. O PRONATEC me proporcionou um vasto conhecimento, algo que, nós
que moramos no interior, até hoje, não tínhamos, e só quem tinha era quem fosse
estudar, na EMUFRN, em Natal / RN.
3. Este Curso vai abrir empregos, aqui, para os que fizerem o Curso.
4. Não vejo pontos negativos neste Curso aqui.
5. Com o Curso, vamos poder, agora e depois, transmitir melhor os
conhecimentos aprendidos aos iniciantes, novatos da Filarmônica.
6. Ainda não tive oportunidade de trabalho por conta do Curso.
7. Acredito que terei o Mais Educação, depois que me formar, pois estarei
mais bem preparado que muitos que, hoje, trabalham neste Programa na minha
cidade.
8. Antes da disciplina de Linguagem, eu não tinha conhecimento de ditados
melódicos e rítmicos.
9. Não sei dizer agora.
10. Gostei da didática utilizada na disciplina, por parte dos professores que
nela lecionaram, pois todos os alunos conseguiram entender bem os conteúdos
trabalhados.
11. Não teve nada que eu não tenha gostado.
12. Após a disciplina, meus conhecimentos musicais aumentaram
consideravelmente.
13. Aprendi tudo que eu esperava.
112
ENTREVISTADO 10
1. O PRONATEC é uma oportunidade incrível, pois possibilita uma melhor
mobilidade, uma vez que, Florânia / RN é perto de minha cidade, Jucurutu / RN, fica
melhor pra [sic] mim, pois não teria condições de ir a Natal / RN, a capital, fazer um
curso que seria caro, eu iria gastar muito dinheiro com hospedagem e, aqui, é
pertinho da minha cidade, uma oportunidade que a EMUFRN trouxe pra [sic] gente.
2. Basicamente, tudo que sei, a minha sonoridade, a técnica no meu
instrumento saxofone que era muito baixa.
3. O Curso foi uma oportunidade pra [sic] gente que é jovem, que ainda não
enxergávamos a Música como profissão, muita gente já desistiu da Música por não
enxergar isso como uma profissão, que possa um dia viver disso, e, com este Curso,
veio à esperança pra [sic] muita gente continuar, inclusive eu, que preciso ajudar
meus pais no sustento da casa.
4. Um ponto negativo é que aqui tem alunos que não se dedicam muito e são
os mesmos beneficiados pelo Curso, igualmente aos que estudam.
5. Este Curso foi muito importante, principalmente, pela questão da
sonoridade que tiro no meu saxofone, também a questão da técnica instrumental,
me sinto igualado aos outros colegas em questão de naipe.
6. Já tive muitas ofertas de trabalho depois do Curso, como por exemplos,
convites para tocar em bandas de forró, que, no interior tem muito, também em
bandas de carnaval, que precisam de músicos com especificações mais técnicas, e
apareceram muitas outras coisas pra [sic] mim.
7. Espero poder trabalhar em lugares que exijam pessoas com mais
qualificação técnica musical. Também quero ser professor de alguma instituição
privada ou em grandes bandas que exigem pessoas mais técnicas.
8. Em Linguagem... meus conhecimentos aprendidos foram muito bons
porque já tinha uma vivência na Música, mas, não sabia de muita coisa da parte
teórica musical, com esta disciplina, aprendi muita coisa, e, principalmente, aprendi
mais questões de nomenclaturas.
9. Não tive tanta dificuldade na parte de Linguagem, mas em relação ao
Curso como um todo, eu sempre fui muito focado e entusiasmado nas matérias,
então, Linguagem foi tranquilo.
113
10. O que mais gostei nas aulas de Linguagem foi à estrutura das escalas,
isso foi muito importante pra [sic] mim, conhecer as escalas maior e menor, melódica
e harmônica, isso facilitou muito a minha vida, pois agora eu sei de todas essas
escalas.
11. Só não gostei na disciplina da falta de mais empenho de alguns alunos,
só isso.
12. Meu conhecimento de Música mudou totalmente. Agora, a questão de
saber o que eu estou fazendo é muito importante, porque eu fazia algumas coisas e
não sabia o que estava fazendo, com a disciplina, eu aprendi, agora sei o que faço,
agora tenho a visão técnica da coisa.
13. Acho que fiquei satisfeito com a matéria, creio que aprendi o que,
realmente, eu precisava, e até em um curto espaço de tempo, foram bons assuntos
apresentados.
ENTREVISTADO 11
1. O PRONATEC representa, pra [sic] mim, uma capacitação melhor, muito
importante, porque nós não tínhamos um acesso maior para um estudo melhor, de
nível melhor, como esse Técnico, e acho isso muito importante porque,
aperfeiçoamos mais e conhecemos mais sobre a Música, especialmente, aqui, no
RN.
2. Na verdade, este Curso trouxe quase todos os meus conhecimentos
musicais, até porque passei um período sem estudar Música, por falta de Maestro
na minha cidade, e então, o Curso me disponibilizou aulas de Música e pude
aprender praticamente do início, revi tudo que sabia e aprendi mais.
3. O Curso, em Florânia / RN, ficou perto da minha cidade, Jucurutu / RN, e
com professores capacitados, de alto nível, hoje já vejo que meu nível de Música
está muito bom, graças às aulas no Curso e aos métodos que utilizamos com o
professor, que nos disponibilizou esses materiais, muito importante, além de muitos
outros conhecimentos em geral, em todas as áreas da Música praticamente. Pois eu
não conhecia muito e eles nos disponibilizaram aqui.
4. O transporte pra [sic] vir até aqui é um problema pra [sic] mim, apesar de
ser perto, principalmente, se for pra [sic] fazer alguma aula, na EMUFRN, em Natal /
RN, que somos obrigados a ir. Às vezes, precisamos vir na madrugada de nossa
114
cidade, ou vir no dia anterior e ficar na casa de algum amigo pra [sic] dormir e ir ao
outro dia à Natal / RN. Mas, em questão de estudos, não tenho que reclamar.
5. Esse Curso me capacitou melhor na leitura de partituras e na prática de
conjunto, entre várias outras coisas que não lembro agora.
6. Ainda não estou trabalhando na área da Música, porém, surgiu uma
oportunidade, mas por motivos superiores não pude participar, e isso aconteceu,
provavelmente, por eu ter o nível musical maior do que de algumas pessoas que já
trabalham, principalmente, por eu estar neste Curso Técnico agora.
7. Acredito que vou poder dar aulas depois, aqui, aprendemos isso na teoria e
na prática, também tocar em outras bandas baile, filarmônicas e em bandas
sinfônicas, a da EMUFRN, já que somos alunos, e várias outras oportunidades.
8. Eu não tinha bom conhecimento de Linguagem, só o básico, então,
considero que tive um bom conhecimento, com certeza, cresci muito nessa área.
9. Eu não tinha muito conhecimento de Linguagem, não foi difícil a matéria,
mas, eu tinha que conhecer, desde o princípio dos assuntos, porque não tinha o
conhecimento, a dificuldade foi essa, não que fosse difícil o assunto.
10. Na verdade, gostei, praticamente, de tudo, não lembro agora.
11. Eu tive algumas dificuldades para aprender, desde o início, mas gostei da
matéria.
12. Meu conhecimento musical cresceu e me avalio com capacidade para
repassar para outros alunos já, com certeza.
13. Creio que aprendi tudo que eu esperava.
ENTREVISTADO 12
1. O PRONATEC, pra [sic] mim, é uma oportunidade, uma grande
oportunidade, que antes não tinha, e os músicos da região precisavam se deslocar
até a capital, talvez até a outros estados pra [sic] poder ter esses conhecimentos
que é oferecido pra [sic] gente hoje.
2. O Curso me trouxe uma visão, um conhecimento mais embasado com
outras referências teóricas, não só aquele conhecimento, só empírico... a gente tem
um conhecimento mais acadêmico, também uma experiência de conhecer outros
músicos, professores que se destaca nesse meio acadêmico, a gente tem uma visão
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mais profissional do que é a Música, e não vemos a Música tanto como um hobby,
como antes. Hoje vemos a Música de uma forma mais profissional.
3. O Curso aqui, em Florânia / RN, abrange uma região que, antes era mais
difícil de oferecer esses conhecimentos de Música, e hoje, abrange um região até
esquecida, posso dizer, pela Música, porque por aqui é mais difícil, esses Maestros
e tudo... e hoje, o conhecimento abrange um monte de cidade da região, como um
Maestro dava aula em um monte de cidade, em uma mesma região, que é quase
como uma coisa rara pra [sic] gente aqui, penso eu.
4. Vejo como ponto negativo ser poucos dias de aula na semana, se fossem
mais ficaríamos mais inteirados, com uma formação mais completa.
5. O Curso potencializa a execução instrumental da gente, o entendimento da
Música, algumas coisas, como, por exemplo, apresentação solo ou coletiva com a
filarmônica, nos deixa mais no prumo, no padrão que deve ser o músico.
6. Depois que iniciei no Curso, já tive algumas propostas, só que para tocar
de uma maneira, dar palhinhas para o pessoal que já toca, como, por exemplo, o
músico Rodrigo Potiguar, e esse pessoal que começaram a me chamar, e com
pessoal que toca na noite.
7. Acho que o mercado é amplo, a gente tem uma visão que, se quiser
continuar, podemos atuar tanto na área prática, tocar, e também pensar em uma
carreira mais acadêmica, ser um professor, depende da gente, temos uma base,
uma plataforma, um empurrão pra [sic] continuar se quisermos o que antes a gente
não tinha. De certa forma, esse conhecimento, porque o Curso me possibilitou
pensar e acreditar que eu posso trabalhar tanto na área acadêmica como em uma
área profissional, se apresentar ao público, ou orientar, formar turma, formar alunos,
passar o conhecimento adiante, tudo isso.
8. Me avalio bom em Linguagem, a estruturação musical tirou uma venda de
meus olhos, porque, muitas coisas, eu pensava que não tinha explicação na Música,
e, a partir do conhecimento básico, a gente começa a associar com o que vem pela
frente e é como se fosse uma escada, o conhecimento, e foi essencial a base.
9. Encontrei algumas dificuldades referente a alguns assuntos de harmonia,
escalas e intervalos e muitas outras coisas, senti dificuldades, porque são muitas,
mas, com a didática aplicada em sala de aula, ficou melhor de que a gente tentar
aprender individualmente, antes, eu tinha tentado aprender, cheguei a baixar um
material, mas ficava decorando uma por uma e a didática do professor, me trouxe
116
outras formas de enxergar aquilo, com macetes, didática melhor, no instante o cara
desenvolve.
10. Tive algumas dificuldades, mas eu estudava teoria, só que não lembro
bem agora, acho que foi na formação de escalas.
11. Gostei de coisa demais na disciplina, nem sei o que posso falar, gostava
de tudo, dos professores, dos alunos, até dos assuntos, o que passasse, eu estava
louco pra [sic] aprender, era um sonho este Curso, tentei entrar, umas 3 vezes, no
PRONATEC e não consegui... aí, quando consegui entrar neste Curso...
12. O tempo da disciplina é muito curto, devido a carga horária ser semanal,
uma vez por semana as aulas, em minha opinião, se fosse mais dias por semana
seria muito melhor.
13. Acho que tivemos um bom progresso, e vejo, o que antes, eu não via,
hoje trato a Música como antes nunca tinha pensado, não tinha a visão que tenho
hoje da Música.
ENTREVISTADO 16
1. O PRONATEC representa, pra [sic] mim, uma oportunidade de se
profissionalizar na área de Música.
2. O Curso trouxe vários benefícios para minha aprendizagem musical, por
exemplo, me ajudou mais no entendimento de harmonia, me ajudou a produzir
arranjos, esse tipo de coisa.
3. Com este Curso, aqui no interior, o pessoal do interior, que não tem
condições financeiras para ir estudar na EMUFRN, fica mais perto, agora, e facilitou,
agora, o pessoal da região, aqui, pode fazer.
4. Acho que muitos alunos pensam mais na bolsa financeira que recebem,
acham as coisas fáceis e, a maioria do pessoal, desiste do Curso, muitos mais
interessados no dinheiro de que mesmo na aprendizagem.
5. Com o Curso, aprendi coisas novas, bastante, que pude passar para outras
pessoas. Facilitou mais, melhorou minha participação em naipe.
6. Ainda não tive oportunidade de trabalho com o Curso.
7. Acho que, depois do Curso, poderei trabalhar com o Mais Educação, nas
escolas públicas, como monitor em filarmônicas, ensinar meu instrumento e ser
chefe de naipe, etc.
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8. Em Linguagem, meu aprendizado foi bom.
9. No início, tive algumas dificuldades com divisões rítmicas, mas, com 4
aulas, já estava tranquilo pra [sic] mim.
10. O que mais gostei foi como os professores abordaram os assuntos,
porque facilitou mais a comunicação com a gente, os alunos, e isso, tornou as aulas
mais interessantes e o aprendizado bem mais fácil.
11. Gostei de tudo, na disciplina, não vejo pontos negativos.
12. Acredito que aprendi o necessário na disciplina, para o que eu trabalho,
hoje em dia, nas Filarmônicas, está bom.
13. Não faltou nada que eu esperasse aprender na disciplina.
ENTREVISTADO 17
1. O Curso representa, pra [sic] mim, muito conhecimento na parte
instrumental e na parte de teoria também, porque oferece técnica do instrumento...
eu toco clarinete e, a parte da teoria, que eu não tinha muito conhecimento, adquiri
muito conhecimento através do Curso.
2. O Curso meu trouxe muito conhecimento, principalmente, porque toco
outros instrumentos harmônicos também, ganhei muito com isso, pois, ministro
algumas aulas particulares, de Música, na cidade, e isso foi de grande importância
para mim.
3. O Curso, sendo aqui, ajuda na questão de transporte, ter um Curso na sua
cidade facilita na locomoção e tudo mais.
4. Não vejo pontos negativos no Curso. Só vejo que, alguns professores, às
vezes, faltam por motivos particulares, mas eles mandam alguém pra [sic] não ficar
sem a aula.
5. Com o Curso, crescemos bastante nas filarmônicas, tivemos uma evolução
muito grande.
6. O Curso acresceu nas minhas aulas particulares, pois dou aulas
particulares de violão, e, aqui, sempre temos novos conhecimentos nas matérias
teóricas, harmonia, e isso acresceu ao meu conhecimento.
7. Pretendo continuar na área de ensino musical, a parte que mais gosto e
quero me dedicar.
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8. Na parte de Linguagem, eu já tinha alguns conhecimentos, então, isso me
facilitou na matéria, mesmo assim aprendi novos conteúdos.
9. Tive algumas dificuldades na parte harmônica da disciplina, alguns pontos
que ainda não tinha o conhecimento, mas com um pouco de estudo a gente sempre
consegue.
10. O que mais gostei na disciplina foi a parte de trabalho com escalas,
solfejos.
11. Não teve nada que não tenha gostado na disciplina, ou esse ponto
negativo, tudo foi bom.
12. A disciplina acresceu muito na questão da filarmônica e, pra [sic] minha
formação pessoal, acho que elevou meu nível.
13. Acho que foi passado muito conteúdo e até pra [sic] outras matérias que
vieram à frente, foi muito proveitosa.