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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO Marcela Karla Moura Silva Natal, novembro de 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Marcela Karla Moura Silva

Natal, novembro de 2015

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Marcela Karla Moura Silva

Trabalho Final de Graduação apresentado

no curso de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito para obtenção do

grau de Arquiteto e Urbanista.

Orientadora: Profª. Eunádia Cavalcante

Natal, novembro de 2015

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Catalogação da Publicação na Fonte. Universidade Federal do Rio Grande do

Norte / Biblioteca Setorial de Arquitetura.

Silva, Marcela Karla Moura.

USF: anteprojeto arquitetônico modulado e flexível de Unidade de

Saúde da Família / Marcela Karla Moura Silva. – Natal, RN, 2015.

76f. : il.

Orientadora: Eunádia Cavalcante.

Monografia (Graduação) – Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Arquitetura.

1. Arquitetura hospitalar – Monografia. 2. Padronização – Monografia. 3. Unidade de saúde da Família – Modulação – Monografia.

4. Flexibilidade – Monografia. I. Cavalcante, Eunádia. II. Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BSE15 CDU 725.51

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Marcela Karla Moura Silva

Anteprojeto de Unidade de Saúde da

Família, submetido à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, na área

de Projeto de Arquitetura.

Aprovação em ___________ de ___________ de ___________.

BANCA EXAMINADORA

Professor: Eunádia Cavalcante (Orientadora)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Professor: Glauce Albuquerque

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Convidado: Erick de Santana Mello

Universidade do Estado de Mato Grosso

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Dedicatória

Aos cidadãos brasileiros que de alguma

forma necessitem de cuidados especiais de

saúde. Para que todos tenham acesso a um

tratamento humanizado em um ambiente

acolhedor e de infraestrutura

especializada.

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus por me dar forças para enfrentar os momentos de

dificuldade e dúvidas vividos não somente durante a elaboração do Trabalho

Final de Graduação, mas também no decorrer de todo o curso.

Aos meus pais, Kívia e Júlio e minha irmã Camila por sempre me apoiarem,

transmitindo-me muito amor e carinho e acreditando sempre no meu potencial.

A minha mãe pela ajuda na coleta de informações para utilização no TFG e pela

paciência em responder as inúmeras perguntas.

Aos meus eternos amigos do CEFET, Angélica, Priscila, Juliana, Glória e Charles

pelos mais de 10 anos de amizade, por compreenderem as minhas ausências

durante os momentos de entregas de trabalho do curso e por estarem sempre

disponíveis quando eu mais precisei.

A turma que iniciou essa caminhada comigo em 2009.1.

As arquitetas Luciana Medeiros e Maria Alice que durante três anos de

convivência dividem seus conhecimentos comigo e por ainda se

disponibilizarem a me ajudar no decorrer do desenvolvimento deste trabalho.

A minha orientadora Eunádia Cavalcante por me orientar durante esses meses

de desenvolvimento do trabalho sempre se disponibilizando a me atender e

compreendendo os meus atrasos.

Finalmente, a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação

pessoal e profissional.

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Resumo

SILVA. Marcela Karla Moura. USF - Unidade de Saúde da Família. Natal, 2009.

Trabalho Final de Graduação – Departamento de Arquitetura, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte.

Este trabalho tem como objetivo desenvolver um anteprojeto

arquitetônico modulado e flexível de Unidade de Saúde da Família (USF) a ser

utilizado como modelo padrão para a construção de outras Unidades dentro da

Zona Bioclimática 8. A intenção é se destacar pela adoção de um sistema

construtivo diferenciado que permita flexibilidade/expansão sem que haja

perda de funcionalidade e sem a suspensão do atendimento na unidade durante

eventuais reformas, permitindo uma rápida execução, baixo custo de

manutenção e pouco desperdício de material durante o período de construção.

Observando-se a importância das Unidades de Saúde da Família no

atendimento dos problemas de saúde da população e a crescente necessidade de

se elaborar projetos para essas unidades, optou-se por propor uma USF a ser

construída em bairros mais carentes desse serviço em uma das maiores cidades

da região metropolitana de Natal, a cidade de Parnamirim, com o intuito de

auxiliar no atendimento de casos menos urgentes contribuindo para diminuir a

superlotação nos hospitais da capital.

Palavras-chave: Saúde. Arquitetura hospitalar. Padronização. Modulação.

Flexibilidade.

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Abstract

SILVA. Marcela Karla Moura. FHC - Family Health Care. Natal, 2009.

Graduation Final Project – Department of Architecture, Universidade Federal

do Rio Grande do Norte.

This work aims to develop an architectural project, modulated and

flexible of a Family’s Health Facility (FHF) to be utilized as a standard model to

a construction of other facilities inside the 8th bioclimatic zone. The intention is

highlight this project by the adoption of a differentiated constructive system

which provides flexibility/expansion without jeopardize the functionality or stop

the activities during possible building makeovers, allowing a fast execution with

a low cost of maintenance and low material loss during the constructive process.

Observing the importance of the Family’s Health Facilities to care the

population's health problems and the growing necessity to design projects for

this facility, the goal is the insertion of a FHF in neighborhoods that need the

building and in one of the biggest city from Natal's metropolitan region: the city

of Parnamirim, with the intention to aid in the less urgent health cases, in order

to diminish the overcrowding in capital’s hospitals.

Key-words: Health, Healthcare Architecture. Standardization. Modulation.

Flexibility.

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Lista de Siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ACS – Agente Comunitário de Saúde

CIB – Comissão de Intergestores Bipartite

CNS - Conferência Nacional da Saúde

DML – Depósito de material de limpeza

eSF – Equipe de Saúde da Família

LSF – Light Steel Frame

MS – Ministério da Saúde

PNAB – Política Nacional de Atenção Básica

PSF – Programa de Saúde da Família

SomaSUS – Sistema de Apoio à Elaboração de Projetos de Investimentos em

Saúde

SUS – Sistema Único de Saúde

TFG – Trabalho Final de Graduação

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

USF – Unidade de Saúde da Família

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Lista de figuras

Figura 1 - Circulação Hospital Sarah Kubitschek - Salvador ............................................................... 23

Figura 2 - Área de espera - Hospital Sarah Kubitschek - Salvador ...................................................... 24

Figura 3 - Refeitório Hospital Sarah Kubitschek - Salvador ................................................................. 24

Figura 4 - HUOL - Bandeirolas das portas ........................................................................................ 25

Figura 5 - HUOL - Painel envidraçado - área de espera ..................................................................... 25

Figura 6 - HUOL - Esquadrias enfermaria ......................................................................................... 26

Figura 7 – Projeto padrão UBS Porte I ............................................................................................. 27

Figura 8 - Imagens UBS porte I ....................................................................................................... 28

Figura 9 - Projeto padrão UBS Porte II ............................................................................................. 29

Figura 10 - Imagens UBS porte II ..................................................................................................... 30

Figura 11 - Projeto padrão UBS Porte III ........................................................................................... 31

Figura 12 - Imagens UBS porte III .................................................................................................... 32

Figura 13 - Projeto padrão UBS Porte IV .......................................................................................... 32

Figura 14 - Imagens UBS porte III .................................................................................................... 33

Figura 15 - Detalhe construtivo de radier .......................................................................................... 39

Figura 16 - Esquema da fixação por chumbadores ............................................................................ 39

Figura 17 - Direcionamento das cargas no sistema Steel Frame ......................................................... 40

Figura 18 - Localização da área de estudo ....................................................................................... 48

Figura 19 – Distritos de Parnamirim ................................................................................................. 48

Figura 20 - Esquema de localização do bairro Rosa dos Ventos em Parnamirim .................................. 54

Figura 21 - USF Rosa dos Ventos .................................................................................................... 54

Figura 22 - USF Rosa dos Ventos .................................................................................................... 54

Figura 23 - UPA Rosa dos Ventos ................................................................................................... 55

Figura 24 - Localização da USF Rosa dos ventos e terreno proposto para nova Unidade ..................... 55

Figura 25 - Terreno escolhido para construção da Unidade modelo .................................................... 56

Figura 26 - Condicionantes ambientais ............................................................................................. 57

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Figura 27 - Condicionantes ambientais - Vegetação .......................................................................... 58

Figura 28 - Zoneamento e fluxos ..................................................................................................... 59

Figura 29 – Quebra-cabeças ........................................................................................................... 61

Figura 30 - Estudo volumétrico inicial ............................................................................................... 62

Figura 31 - Evolução volumétrica ..................................................................................................... 62

Figura 32 - Evolução volumétrica - Diferenciação de alturas dos volumes ........................................... 63

Figura 33 - Evolução final da proposta ............................................................................................. 63

Figura 34 - Volimetria esquemática final ........................................................................................... 64

Figura 35 - USF Porte I ................................................................................................................... 65

Figura 36 - USF Porte II .................................................................................................................. 67

Figura 37 - USF Porte III ................................................................................................................. 68

Figura 38 - USF Porte IV ................................................................................................................. 70

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Sumário

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................14

2. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ...........................................................18

2.1. Breve histórico..................................................................................18

2.2. Política Nacional de Atenção Básica ..............................................19

2.3. Programa de Saúde da Família.......................................................20

2.3.1. Função e atuação...............................................................20

2.3.2. Atendimento........................................................................21

3. ESTUDOS DE REFERÊNCIA.......................................................................23

3.1. Elementos projetuais marcantes......................................................23

3.1.1. Hospitais – Rede Sarah .....................................................23

3.1.2. Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL.....................25

3.2. Ministério da Saúde – Projeto padrão UBS......................................26

3.2.1. Projeto porte I.....................................................................26

3.2.2. Projeto porte II. ..................................................................28

3.2.3. Projeto porte III...................................................................30

3.2.4. Projeto porte IV...................................................................32

4. CONDICIONANTES DE PROJETO..............................................................35

4.1. Modulação... ...................................................................................35

4.2. Vantagens e desvantagens da utilização de um módulo no

desenvolvimento de um projeto de arquitetura ......................................35

4.3. Sistema construtivo - Light Steel Frame..........................................36

4.3.1. Estrutura metálica...............................................................37

4.3.2. Entendendo o Sistema Light Steel Frame..........................37

4.4. Programa de necessidades e pré-dimensionamento.......................42

5. ESTUDOS PRELIMINARES..........................................................................44

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5.1. Condicionantes Legais.....................................................................44

5.1.1. Programa de Requalificação de UBS.................................44

5.1.2. RDC Anvisa nº50, 2002......................................................44

5.1.3. RDC Anvisa nº51, 2011......................................................45

5.1.4. Norma de acessibilidade – ABNT – NBR 9050..................45

5.1.5. Plano Diretor de Parnamirim – Lei Complementar

nº063/2013...................................................................................45

5.1.6. Código de Obras de Parnamirim, Lei Complementar n°

830/94...........................................................................................46

5.2. Características da Zona bioclimática 8.... .......................................47

5.3. Recorte área de estudos..................................................................47

5.3.1. Panorama atual das Unidades Básica de Saúde de

Parnamirim...................................................................................47

Histórico, características, divisão e distribuição das UBS’s.........47

5.3.2. Unidades Básicas de Saúde de Parnamirim......................49

5.3.3. Diagnóstico das Unidades Básicas de Saúde de

Parnamirim...................................................................................51

6. PROPOSTA ARQUITETÔNICA. ..................................................................53

6.1. Área de implantação........................................................................53

6.2. Terreno... .........................................................................................55

6.3. Aspectos bioclimáticos.....................................................................56

6.4. Zoneamento e fluxograma .............................................................58

6.5. Partido Arquitetônico e evolução da proposta..................................60

6.6. Descrição da proposta.....................................................................64

6.6.1. Porte I.................................................................................65

6.7. Esquema de ampliação da proposta................................................66

6.7.1. Porte II................................................................................66

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6.7.2. Porte III...............................................................................68

6.7.3. Porte IV...............................................................................69

7. MEMORIAL DESCRITIVO......................................................................72

7.1. Indicação de materiais previstos para a USF...............................72

Considerações Finais........................................................................................74

Referencias........................................................................................................75

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1. Introdução

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como sendo um

estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de

enfermidades.

Com o passar do tempo a saúde passou a ser mais um valor da

comunidade que do indivíduo. É um direito fundamental da pessoa humana,

que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou

condição socioeconômica (ALMEIDA GOUVEIA, 1960 apud MEDICINA

TROPICAL, 2009).

No que diz respeito ao planejamento físico e a inspeção de todos os

estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS) a RDC 50/2002 é a principal

responsável pela regulamentação. Segundo esta Resolução, os projetos de

arquitetura de estabelecimentos de saúde públicos e privados devem ser

avaliados e aprovados pelas vigilâncias sanitárias estaduais ou municipais

previamente ao início da obra a que se referem os projetos.

A elaboração do projeto arquitetônico para construção de

estabelecimentos assistenciais de saúde é um processo complexo que deve

satisfazer à variedade de critérios técnicos e de compatibilidades físico-

funcionais, observando, entre outros aspectos, a satisfação do usuário por meio

do conforto e da humanização (SANTOS, 2004 apud Medeiros, 2012).

O Sistema Único de Saúde (SUS), criado no Brasil em 1988 com a

promulgação da nova Constituição Federal, tornou o acesso gratuito à saúde

direito de todo cidadão. Até então, o modelo de atendimento era dividido em

três categorias: os que podiam pagar por serviços de saúde privados, os que

tinham direito à saúde pública por serem segurados pela previdência social

(trabalhadores com carteira assinada) e os que não possuíam direito algum

(BRASIL, 2011).

Entre as ações mais reconhecidas do SUS estão a criação do Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Políticas Nacionais de Atenção

Integral à Saúde da Mulher, de Humanização do SUS e de Saúde do

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Trabalhador, além de programas de vacinação em massa de crianças e idosos

em todo o País e da realização de transplantes pela rede pública.

A criação das Unidades Básicas de Saúde também foi uma ação de grande

importância para ajudar no bom funcionamento do Sistema Único de Saúde

tendo em vista que elas são a porta de entrada preferencial do Sistema. O

objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população,

sem que haja a necessidade de encaminhamento para hospitais.

A expansão das Unidades Básicas de Saúde tem o objetivo de

descentralizar o atendimento, dar proximidade à população ao acesso aos

serviços de saúde e desafogar os hospitais.

No modelo tradicional, a função dos centros de saúde, ou postos de

saúde, se caracteriza pela passividade não apresentando vínculo efetivo com as

pessoas. A Unidade de Saúde da Família (USF) trabalha dentro de uma nova

lógica, com maior capacidade de ação para atender às necessidades de saúde da

população e de sua área de abrangência. A função da USF é prestar assistência

contínua à comunidade, acompanhando integralmente a saúde da criança, do

adulto, da mulher, dos idosos, enfim, de todas as pessoas que vivem no

território sob sua responsabilidade (BRASIL, Portal da saúde, 2001).

A Unidade de Saúde da Família é o primeiro contato do usuário com o

sistema de saúde. Isso significa que os profissionais em ação numa USF são

capazes de resolver a maioria dos problemas de saúde daquela população,

porque antes cadastraram família por família, casa por casa, rua por rua,

fizeram o diagnóstico de saúde da comunidade e prepararam um plano de ação,

no qual estabeleceram ações e metas em relação aos principais indicadores de

saúde.

A situação precária em que se encontram as Unidades Básicas de Saúde

de Natal e sua região metropolitana contribui para a superlotação nos grandes

hospitais já que, não encontrando atendimento no posto, o paciente se vê

obrigado a buscar atendimento nos hospitais que deveriam atender

principalmente casos mais graves.

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Atualmente, existe uma grande demanda por projetos de UBSs devido ao

incentivo orçamentário do Ministério da Saúde que contempla o financiamento

das UBSs na política Nacional de Implantação de Unidades Básicas de Saúde

para Equipes de Saúde da Família dentro do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC 2).

Dessa forma, os projetos padronizados consistem em uma demanda real

cuja existência não pode ser ignorada. Os recursos escassos dos municípios e a

necessidade de aprovação rápida dos projetos fazem com que haja uma

demanda por projetos desse tipo, uma vez que a economia de recursos é o foco

da padronização. No caso das UBSs essa demanda se dá, em parte, pela

necessidade do rápido desenvolvimento de projetos em resposta à liberação

orçamentária do Ministério da Saúde para financiamento das unidades. Porém,

é necessário entender que os projetos precisam passar por alterações de

adaptação ao terreno e à orientação, para se adequarem às necessidades de cada

lugar.

A opção por desenvolver uma proposta arquitetônica de Unidade de

Saúde da Família se deu a partir da observação da precariedade das unidades

existentes em alguns bairros de Parnamirim onde os pacientes em alguns casos

são atendidos em unidades instaladas em imóveis alugados sem a menor

infraestrutura indicada pelo Ministério de Saúde para o funcionamento desse

tipo de estabelecimento.

O trabalho está organizado em duas partes, a primeira delas é composta

pelo volume escrito contendo todas as informações que embasaram a proposta

arquitetônica e a segunda reúne o conjunto de pranchas, representação gráfica

do anteprojeto da USF.

O texto está subdividido em cinco partes distintas que acompanham uma

sequência lógica de raciocínio de desenvolvimento da proposta.

Na primeira parte é feito o resgate de alguns conceitos e esclarecimentos

do significado e função dos programas governamentais para a área da saúde

com o objetivo de identificar o universo de estudo em que está inserida a

proposta arquitetônica.

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Na segunda parte estão representados alguns dos projetos e elementos

projetuais que influenciaram no desenvolvimento do anteprojeto. Foram

realizados estudos indiretos a partir de projetos disponibilizados pelo próprio

Ministério da Saúde em seu site e Hospitais da rede Sarah Kubitschek dando

ênfase para os elementos da unidade de Salvador, além de um estudo direto

realizado no Hospital Universitário Onofre Lopes, localizado em Natal/RN.

A terceira parte trata dos condicionantes de projeto do ponto de vista da

modulação, adoção da estrutura metálica como sistema estrutural, elaboração

de programa de necessidades e pré-dimensionamento.

Na quarta parte, estão brevemente descritos os condicionantes legais

vigentes na área além das suas características bioclimáticas e de que forma elas

influenciaram na elaboração do projeto. Foram inseridos ainda o recorte da área

de estudo e o diagnóstico das Unidades de Saúde locais.

Por fim, a quinta e última parte aborda a proposta arquitetônica

propriamente dita a partir da explanação das características de implantação,

escolha e orientação do terreno para alocação da unidade, estabelecimento de

zoneamentos e fluxos culminando na definição do partido e descrição da

proposta final e sugestão de ampliação da USF, seguido de um breve memorial

descritivo constando alguns materiais pensados para a Unidade.

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2. Sistema Único de Saúde (SUS)

Este capítulo tem o objetivo de identificar o universo de estudo em que

está inserida a proposta arquitetônica, partindo de um breve histórico sobre a

criação do SUS chegando aos desdobramentos da sua ligação com o Programa

de Saúde da Família.

2.1. Breve histórico

Através do acesso ao site Portal da Saúde foi possível obter um breve

histórico sobre o Sistema de Saúde no Brasil desde a instituição do Ministério

da Saúde em 1953 até a criação da Lei Orgânica da Saúde e aprovação pelo

Congresso Nacional em 1990, que detalha o funcionamento do Sistema Único de

Saúde (SUS). Três anos após a criação do MS, surge em 1956, o Departamento

Nacional de Endemias Rurais, que tinha como finalidade organizar e executar

os serviços de investigação e de combate às endemias existentes no país

(BRASIL, Portal da saúde, 2015).

No ano de 1961, ocorre a formulação da Política Nacional de Saúde na

gestão do então ministro, Estácio Souto-Maior, com o objetivo de redefinir a

identidade do Ministério da Saúde e colocá-lo em sintonia com os avanços

verificados na esfera econômico-social.

Em 1963, ocorre outro marco da história da saúde no âmbito ministerial

a partir da realização da III Conferência Nacional da Saúde (CNS), convocada

pelo ministro Wilson Fadul. A Conferência propunha a reordenação dos serviços

de assistência médico-sanitária e alinhamentos gerais para determinar uma

nova divisão das atribuições e responsabilidades entre os níveis político-

administrativos da Federação visando, sobretudo, a municipalização.

Após o golpe militar em 1964, Raymundo de Brito firma-se como

ministro da saúde e reitera o propósito de incorporar ao MS a assistência

médica da Previdência Social, dentro da proposta de fixar um Plano Nacional de

Saúde segundo as diretrizes da III Conferência Nacional de Saúde.

A partir da implantação da Reforma Administrativa Federal, em 25 de

fevereiro de 1967, ficou estabelecido que o Ministério da Saúde seria o

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responsável pela formulação e coordenação da Política Nacional de Saúde, que

até então não havia saído do papel.

Após a implantação da Reforma Administrativa Federal o Ministério da

Saúde passou por várias reestruturações, dentre elas destaca-se a unificação das

Secretarias de Saúde e de Assistência Médica em 1974, dando origem à

Secretaria Nacional de Saúde.

Nos anos seguintes, foi instituído o Conselho de Prevenção Antitóxico e

criadas ainda as Coordenadorias de Saúde, compreendendo cinco regiões:

Amazônia, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste e a Coordenadoria de

Comunicação Social como órgão de assistência direta e imediata do Ministro de

Estado.

Com a instituição da Constituição Federal de 1988, que determinou ser

dever do Estado garantir saúde a toda a população, foi criado o Sistema Único

de Saúde. Em 1990, o Congresso Nacional aprovou a Lei Orgânica da Saúde que

detalha o funcionamento do Sistema (BRASIL, Portal da saúde, 2015).

2.2. Política Nacional de Atenção Básica

O documento Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), 2006, foi

criado pelo Ministério da Saúde com o intuito de revitalizar a Atenção Básica à

Saúde no Brasil. A elaboração do documento contou com a participação de

membros da academia, profissionais da saúde, trabalhadores do SUS, usuários e

entidades representativas do sistema de saúde. De acordo com O Pacto pela

Vida também criado no ano de 2006, deve-se “Consolidar e qualificar a

estratégia da Saúde da Família como modelo de atenção básica à saúde e como

centro ordenador das redes de atenção à saúde do SUS"(BRASIL, 2006).

De acordo com o documento PNAB,

a Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações (...) é o contato preferencial

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dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social(...) A Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2006).

Dessa forma pode-se dizer que a Atenção Básica tem como principais

fundamentos, possibilitar o acesso universal e contínuo aos serviços de saúde de

qualidade, possibilitar a integralidade em seus vários aspectos, desenvolver

relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população, valorizar

os profissionais de saúde, realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos

resultados alcançados, estimular a participação popular e o controle social.

A Atenção Básica, tem como foco eliminar do território nacional a

desnutrição infantil e doenças como a hanseníase, além de possibilitar o

controle da tuberculose, da hipertensão arterial, do diabetes mellitus e

intensificar os trabalhos relacionados à saúde da criança, da mulher e do idoso.

O documento PNAB estabelece ainda as especificidades da Estratégia de

Saúde da Família que tem como objetivo a reorganização da Atenção Básica no

País, seguindo os preceitos do Sistema Único de Saúde.

Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a estratégia Saúde da

Família deve ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica

tradicional nos territórios em que as Equipes Saúde da Família atuam,

trabalhando na área realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico

situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde de maneira pactuada com a

comunidade, desenvolvendo atividades de acordo com o planejamento e a

programação realizados com base no diagnóstico situacional, buscando a

integração com instituições e organizações sociais tornando-se um espaço de

construção de cidadania.

2.3. Programa de Saúde da Família

2.3.1. Função e atuação

O Programa de Saúde da Família é uma estratégia do governo federal

criada com o objetivo de humanizar o atendimento nas Unidades Básicas de

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Saúde, caracterizadas pela passividade, pela falta de vínculo efetivo com as

pessoas e falta de responsabilidade com a saúde da comunidade.

A função da USF é prestar assistência contínua à comunidade,

acompanhando integralmente a saúde da criança, do adulto, da

mulher, dos idosos, enfim, de todas as pessoas que vivem no território

sob sua responsabilidade (BRASIL, 2001).

Os profissionais que atuam nas Unidade de Saúde da Família têm uma

proximidade maior com a população visto que estabelecem um contato inicial

no momento do cadastro casa-a-casa e posteriormente mantêm essa ligação

através do acompanhamento do histórico de saúde do paciente na Unidade.

A diferença não está apenas na mudança de nome de Unidade Básica de

Saúde para Unidade de Saúde da Família, mas sim na interação e proximidade

existentes entre os profissionais da saúde e a população proporcionada por esse

novo sistema.

Sendo assim, pode-se dizer que a principal função da USF é possibilitar o

primeiro contato do usuário com o sistema de saúde, tendo em vista que os

profissionais que atuam na USF são capazes de resolver a maioria dos

problemas de saúde daquela população na própria Unidade contribuindo para a

diminuição da superlotação dos hospitais.

2.3.2. Atendimento

A estratégia de saúde da família estabelece critérios para definir o

número de pessoas atendidas por uma USF.

Recomenda-se que cada ESF acompanhe entre 600 e 1.000 famílias,

não ultrapassando o limite máximo de 4.500 pessoas. A proporção é

definida pelo risco que a região representa para a saúde da

comunidade. Onde o risco é maior, recomenda-se que a população

atendida seja menor, para que a ESF possa se dedicar adequadamente

ao seu trabalho (BRASIL, 2001).

A equipe de saúde da família atuante na USF é composta por pelo menos,

1 médico generalista (com conhecimento de clínica geral), 1 enfermeiro, 1

auxiliar de enfermagem e de 4 a 6 Agentes Comunitários de Saúde (ACS).

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22

De acordo com o guia prático do Programa de Saúde da Família, o

número de equipes de saúde por USF pode variar a depender das necessidades

da população usuária, podendo comportar de uma a três equipes desde que haja

espaço suficiente para isso.

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23

3. Estudos de referência

3.1. Elementos projetuais marcantes

Nesse item serão abordados alguns elementos projetuais que se destacaram

durante a pesquisa de material de referência.

3.1.1. Hospitais – Rede Sarah

As obras arquitetônicas do Arquiteto João da Gama Filgueiras Lima

(Lelé) ganharam destaque pela preocupação com a sustentabilidade e a busca da

máxima integração dos meios externos e internos para obtenção de condições

térmicas favoráveis. Seus projetos geralmente possibilitam ao usuário ampla

facilidade de locomoção permitindo acesso livre à maioria dos ambientes. O uso

da vegetação integrada aos ambientes funciona como elemento modificador

visual e de bem-estar tornando diferenciados os ambientes projetados pelo

arquiteto tendo em vista que se diferenciam da aparência natural dos ambientes

hospitalares.

O hospital da Rede Sarah Kubitschek em Salvador se destaca pelo uso de

todos esses fatores supracitados, a circulação, por exemplo, apresenta grandes

painéis de vidro (fig.1) que possibilitam a permeabilidade visual e consequente

entrada de luz natural, permitido a visualização do grande jardim que se

estende na extensão da circulação.

Figura 1 - Circulação Hospital Sarah Kubitschek - Salvador

Fonte: ARCHDAILY. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele/36653_36661

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24

A área de espera do Sarah Salvador (fig.2) é um exemplo de integração

entre homem e natureza. O uso do “jardim de inverno” tornou a área de espera

mais aconchegante se diferenciando dos hospitais comuns.

Figura 2 - Área de espera - Hospital Sarah Kubitschek - Salvador

Fonte: ARCHDAILY.Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele/36653_36658 Acesso em: 25 nov. 2015.

A grande estrutura de metal e vidro existente no refeitório do hospital

integra visualmente o meio interno ou meio externo sempre associado à

vegetação. As aberturas existentes na parte superior dos painéis de vidro

possibilitam a ventilação cruzada e o vidro permite a passagem de grande

quantidade de luz natural para dentro do ambiente (fig.3)

Figura 3 - Refeitório Hospital Sarah Kubitschek - Salvador

Fonte: ARCHDAILY. http://www.archdaily.com.br/br/01-36653/classicos-da-arquitetura-hospital-sarah-kubitschek-salvador-joao-filgueiras-lima-lele/36653_36658

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25

3.1.2. Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL

Em visita guiada ao Hospital Universitário Onofre Lopes, em 23 de

agosto de 2012, durante a disciplina de Projeto de Arquitetura 06, ministrada

pelo professor Ronald Góes, foram observados elementos projetuais

interessantes que se destacaram pela funcionalidade. Dentre eles estão as

esquadrias utilizadas na área nova que se apresentam de diversas formas, desde

as existentes na parte superior das portas (bandeirolas - fig.4) até as existentes

nos painéis envidraçados das áreas de espera.

Figura 4 - HUOL - Bandeirolas das portas

Fonte: Acervo próprio

Esses painéis são compostos por perfis metálicos e vidro e apresentam

partes fixas, proporcionando uma maior área de iluminação natural, e partes

móveis, com o intuito de possibilitar uma melhor ventilação natural do

ambiente (fig.5).

Figura 5 - HUOL - Painel envidraçado - área de espera

Fonte: Acervo próprio

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26

Também foi possível observar nas novas enfermarias a utilização de

janelas de grandes dimensões e distribuídas em paredes opostas possibilitando

a ventilação cruzada a entrada de bastante luz no ambiente (fig.6).

Figura 6 - HUOL - Esquadrias enfermaria

Fonte: Acervo próprio

É importante lembrar que a iluminação natural ajuda a proporcionar

bem-estar e comodidade aos pacientes, trabalhadores e demais usuários dos

estabelecimentos de saúde.

3.2. Ministério da Saúde – Projeto padrão UBS

De acordo com a portaria nº 340, de 4 de março de 2013, que visa

redefinir o componente Construção do Programa de Requalificação de Unidades

Básicas de Saúde (UBS), estabelece 4 padrões condicionados ao número de

equipes que atuarão na Unidade.

3.2.1. Projeto porte I

UBS Porte I: UBS destinada e apta a abrigar, no mínimo, 1 (uma) Equipe

de Atenção Básica, com número de profissionais compatível a 1 (uma) Equipe de

Atenção Básica (fig.7 e fig.8);

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Figura 7 – Projeto padrão UBS Porte I

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em:

04 out. 2015

A UBS de porte I é composta por uma área de recepção e prontuários,

espera para, no mínimo, 15 pacientes, dois banheiros públicos, dois

consultórios indiferenciados e um diferenciado com banheiro anexo, um

consultório odontológico coletivo (para dois equipamentos), sala de inalação

coletiva para até quatro pacientes, sala de vacinas, sala de procedimento/coleta

com banheiro anexo, estocagem e dispensação de medicamentos (farmácia),

sala de atividades coletivas / Agentes comunitários de Saúde (ACS), sala de

administração e gerência com um posto de trabalho, almoxarifado, copa, um

banheiro para funcionários, depósito de material de limpeza, expurgo, sala de

esterilização e guarda de material esterilizado, área para ambulância e depósito

de resíduos comuns, recicláveis e contaminados.

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Figura 8 - Imagens UBS porte I

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em:

04 out. 2015

3.2.2. Projeto porte II

UBS Porte II: UBS destinada e apta a abrigar, no mínimo, 2 (duas)

Equipes de Atenção Básica, com número de profissionais compatível a 2 (duas)

Equipes de Atenção Básica (fig.9 e fig.10);

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Figura 9 - Projeto padrão UBS Porte II

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em:

04 out. 2015

A UBS de porte II é composta por uma área de recepção e prontuários,

espera para, no mínimo, 30 pacientes, dois banheiros públicos, três

consultórios indiferenciados e dois diferenciados com banheiro anexo, dois

consultórios odontológicos coletivos (contendo dois equipamentos cada), sala

de inalação coletiva para até quatro pacientes, sala de vacinas, sala de

procedimento/coleta com banheiro anexo, estocagem e dispensação de

medicamentos (farmácia), sala de atividades coletivas / Agentes comunitários

de Saúde (ACS), sala de administração e gerência com um posto de trabalho,

almoxarifado, copa, banheiros feminino e masculino para funcionários, depósito

de material de limpeza, expurgo, sala de esterilização e guarda de material

esterilizado, área para ambulância e depósito de resíduos comuns, recicláveis e

contaminados.

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Figura 10 - Imagens UBS porte II

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em: 04 out. 2015

3.2.3. Projeto porte III

UBS Porte III: UBS destinada e apta a abrigar, no mínimo, 3 (três)

Equipes de Atenção Básica, com número de profissionais compatível a 3 (três)

Equipes de Atenção Básica (fig.11 e fig.12);

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Figura 11 - Projeto padrão UBS Porte III

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em:

04 out. 2015

A UBS de porte III é composta por uma área de recepção e prontuários,

espera para, no mínimo, 45 pacientes, dois banheiros públicos, quatro

consultórios indiferenciados e dois diferenciados com banheiro anexo, dois

consultórios odontológicos coletivos, um contendo 2 equipamentos e o outro

contendo três, sala de inalação coletiva para até seis pacientes, sala de vacinas,

sala de procedimento com banheiro anexo, sala de coleta, estocagem e

dispensação de medicamentos (farmácia), sala de atividades coletivas/Agentes

comunitários de Saúde (ACS), sala de administração e gerência com dois postos

de trabalho, almoxarifado, copa, banheiros feminino e masculino para

funcionários, depósito de material de limpeza, expurgo, sala de esterilização e

guarda de material esterilizado, área para ambulância e depósito de resíduos

comuns, recicláveis e contaminados.

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Figura 12 - Imagens UBS porte III

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em: 04 out. 2015

3.2.4. Projeto porte IV

UBS Porte IV: UBS destinada e apta a abrigar, no mínimo, 4 (quatro)

Equipes de Atenção Básica, com número de profissionais compatível a 4

(quatro) Equipes de Atenção Básica (fig.13 e fig.14).

Figura 13 - Projeto padrão UBS Porte IV

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em: 04 out. 2015

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A UBS de porte IV é composta por uma área de recepção e prontuários,

recepção para, no mínimo, 60 pacientes, distribuídas em três recepções

menores, três banheiros públicos, cinco consultórios indiferenciados e três

diferenciados com banheiro anexo, dois consultórios odontológicos coletivos,

(contendo três equipamentos cada), sala de inalação coletiva para até seis

pacientes, sala de vacinas, sala de procedimento com banheiro anexo, sala de

coleta, estocagem e dispensação de medicamentos (farmácia), sala de

atividades coletivas/Agentes comunitários de Saúde (ACS), sala de

administração e gerência com dois postos de trabalho, almoxarifado, copa,

banheiros feminino e masculino para funcionários, depósito de material de

limpeza, expurgo, sala de esterilização e guarda de material esterilizado, área

para ambulância e depósito de resíduos comuns, recicláveis e contaminados.

Figura 14 - Imagens UBS porte III

Fonte: Portal da Saúde. Disponível em: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_requalifica_ubs.php>. Acesso em:

04 out. 2015

Os projetos padrão de Unidade Básica de Saúde em seus quatro portes

serviram de embasamento para definição dos fluxos, zoneamento e distribuição

dos ambientes propostos para a Unidade de Saúde da Família.

A realização dos estudos de referência serviu para compreender a

distribuição dos ambientes e o fluxo de funcionários nesses estabelecimentos de

saúde. Todos os projetos do Ministério da Saúde apresentados são

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34

caracterizados por uma entrada principal onde o paciente se identifica e

aguarda o atendimento e de onde partem as circulações que conduzem o

paciente às outras áreas da Unidade. O mesmo acontece na proposta

arquitetônica para a Unidade de Saúde da Família, o paciente deverá se

identificar na recepção e aguardar para ser encaminhado para as áreas de

diagnóstico, tratamento ou área administrativa seguindo uma das três

principais circulações criadas. Observou-se também as estratégias de conforto

utilizadas no Hospital Sarah – Salvador que serviram de inspiração para a

inserção do jardim de inverno integrado aos consultórios com grandes

esquadrias envidraçadas proporcionando a sensação de relaxamento ao

paciente tendo em vista que a “frieza” do ambiente hospitalar é minimizada pelo

aconchego advindo da integração com a natureza.

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4. Condicionantes de Projeto

Neste capítulo serão abordados alguns requisitos que nortearam a

proposta arquitetônica da USF, tais como a utilização da unidade modular, suas

vantagens e desvantagens, o sistema construtivo adotado, além do programa de

necessidades e pré-dimensionamento dos ambientes.

4.1. Modulação

Na construção de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde,

principalmente os de grande complexidade, como hospitais, uma padronização

de medidas ou modulação é imprescindível tendo em vista que um projeto

modulado resulta em uma obra rápida e racionalizada, além de facilitar

posteriores reformas, ampliações, manutenção e adaptações em geral, sempre

requeridas neste tipo de estabelecimento.

No caso da elaboração de um projeto de Unidade Básica de Saúde não é

diferente. Levando em consideração a parametrização das medidas dos

materiais que serão indicados para a construção da USF foi estabelecido o

módulo de 600mm, múltiplo de 3 assim como as dimensões das placas de gesso

das paredes internas (L=1200 x h=2400mm ou L=2700mm x h=3000mm).

Além disso, uma das medidas de modulação mais utilizada para o sistema Light

Steel Frame é de 600mm e os perfis também seguem essa parametrização de

múltiplos de 3, apresentando alma com 90mm x 3000m ou 6000mm de altura.

As placas cimentícias que serão utilizadas nos fechamentos externos também

seguem esse sistema de múltiplos e sub-múltiplos de 3.

Sendo assim, o início dos estudos preliminares se deu a partir da adoção

dessa malha, onde os perfis metálicos são posicionados nos eixos.

4.2. Vantagens e desvantagens da utilização de um módulo no

desenvolvimento de um projeto de arquitetura

Durante a execução da obra diversas vantagens são observadas em

projetos que tem a modulação como parte essencial da concepção projetual.

Algumas delas são:

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a. Racionalização do processo projetual, já que estabelece uma limitação

às medidas aplicáveis aos componentes e ao projeto como um todo, além de

facilitar e flexibilizar a combinação dessas medidas (ARGENTINA, 1977).

b. Possibilita o emprego dos componentes na construção em seu espaço

designado sem a necessidade de modificações do projeto para a obra, evitando

gastos e perda de tempo (NAÇÕES UNIDAS, 1966).

c. Reduz prazos de execução da obra.

d. Melhora o entrosamento entre projetistas, fabricantes de materiais e

executores da obra pela adoção de parâmetros comuns, facilitando a

coordenação do projeto e a manutenção do edifício.

No entanto, ainda existem algumas desvantagens que desestimula a

utilização da modulação por alguns profissionais da área da construção civil, são

elas:

a. Possibilidade de limitação da variedade de projetos e indução a uma

padronização das soluções;

b. Certa repetitividade na aparência das edificações.

c. Necessidade de grande especialização da mão de obra, obrigando à

contratação de profissionais de bom nível educacional, o que nem sempre existe

em disponibilidade no mercado local a um preço competitivo.

4.3. Sistema construtivo - Light Steel Frame

Na elaboração de um projeto de Unidade Básica de Saúde (UBS) assim

como de qualquer Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) é de extrema

importância a adoção de um sistema construtivo que permita flexibilidade do

programa sem que haja perda de funcionalidade e/ou a suspensão do

atendimento na unidade durante eventuais reformas/ampliações, além disso

deve permitir também uma rápida execução, baixo custo de manutenção e

pouco desperdício de material durante a execução, tudo para criar um projeto

que tenha o melhor custo benefício possível.

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Tendo em vista que os projetos de unidades de saúde devem prever

situações de ampliações e reformas para (re) adequação à normas estabelecidas

pelos órgãos responsáveis pela fiscalização de ambientes de saúde ou para

atender a um número maior de pacientes optou-se pelo Light Steel Frame

(LSF), um sistema construtivo prático que permite uma rápida execução através

do uso de estrutura metálica.

4.3.1. Estrutura metálica

O uso da estrutura metálica é cada dia mais observado nos projetos de

arquitetos do mundo todo e isso se dá devido às vantagens do uso desse sistema

construtivo que vão desde a rapidez na execução até a racionalização de

materiais.

Segundo o Portal metálica, site especializado nesse tipo de estruturas,

podem ser citadas como principais vantagens da utilização da estrutura metálica

um menor tempo de execução, maior limpeza de obra, maior facilidade de

transporte e manuseio da peças, facilidade de ampliação, maior facilidade de

montagem, facilidade de desmontagem e reaproveitamento, facilidade de vencer

grandes vãos, precisão das dimensões dos componentes estruturais, maior

facilidade de reforço, resistência à corrosão, redução da carga nas fundações e

menores dimensões das peças.

4.3.2. Entendendo o Sistema Light Steel Frame

A seguir serão expostas as principais características do sistema Light

Steel Framing assim como seu significado, composição, parametrização e etapas

de construção. É importante frisar que todas as informações referentes a esses

aspectos supracitados foram escritas a partir de matéria resumida baseada em

artigo publicado pela COPISA (Cia Siderúrgica Paulista) disponível no site

Fórum da Construção.

Light Steel Frame (LSF), em português Estrutura de Aço Leve, é um

sistema construtivo cujos elementos são painéis reticulados constituídos por

perfis de aço formados a frio com revestimento em aço galvanizado. Esses

painéis podem ser utilizados na edificação como componentes estruturais ou

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apenas de vedação. Os painéis estruturais atuam substituindo as vigas e pilares

encontrados nos projetos desenvolvidos a partir de sistemas construtivos

convencionais, trabalhando de forma semelhante ao sistema de alvenaria

estrutural. Já os painéis apenas de vedação com características não estruturais

são utilizados no interior das edificações no lugar das paredes de alvenaria ou

divisórias.

A coordenação modular e a utilização de malhas construtivas são

indispensáveis para o sistema Light Steel Frame. Levando em consideração que

os materiais destinados à sua execução estão parametrizados como múltiplos e

sub-múltiplos de 3 como, por exemplo: a placa de gesso acartonado, que será

utilizada como fechamento interno de toda a construção, possui largura e altura

padrões de 1200mm e 2400mm, respectivamente, podendo ser encontrada com

2700mm ou 3000mm; o perfil metálico mais usual no Light Steel Frame tem

90mm de alma por 3000mm ou 6000mm de comprimento.

O LSF segue uma sequência de etapas construtivas semelhantes aos

sistemas construtivos tradicionais, iniciando pelas fundações e dando

continuidade a partir dos painéis estruturais, lajes e coberturas, isolamentos e

por fim os fechamentos e acabamentos.

Usualmente, a fundação é feita a partir da construção de um radier

(fig.15) sobre ambiente previamente isolado da umidade do solo com

alimentações elétricas e hidráulicas já instaladas. No entanto, o cálculo

estrutural é o que indica o tipo mais adequado de fundação para o projeto em

questão.

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Figura 15 - Detalhe construtivo de radier

Fonte: Revista Techne. Disponível em: <http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/135/steel-frame-fundacoes-parte-

1-285722-1.aspx> Acesso em 02 out. 2015

Por apresentar um peso próprio muito menor que a construção

convencional de alvenaria a construção em Light Steel Frame reduz

consideravelmente as cargas na fundação, gerando uma economia nesta etapa

da obra que pode chegar a 75% (TECHNE, 2008).

Na etapa seguinte os painéis de aço pré-fabricados são fixados à fundação

através de chumbadores, a utilização destes é indispensável pois garantem a

transferência das cargas da edificação para à fundação e dessa para o terreno

(fig. 16).

Figura 16 - Esquema da fixação por chumbadores

Fonte: Fórum da construção. Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=29&Cod=85>

Acesso em: 02 out. 2015.

Perfis compostos por finas chapas de aço formam os painéis estruturais,

que são projetados de modo que cada perfil recebe pequenas parcelas da carga

que é distribuída por toda a estrutura. Dessa forma, as cargas são distribuídas

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40

para o maior número de elementos estruturais possível. A modulação mais

utilizada para esse tipo de estrutura é de 400mm ou 600mm o que permite um

melhor processo de compatibilização com materiais industrializados

complementares que podem ser utilizados, tais como gesso acartonado e

fechamentos em placas cimentícias os quais também seguem o módulo 600mm

como parâmetro de fabricação.

Ainda sobre as cargas atuantes na estrutura podem ser citados diversos

fatores que influenciam na distribuição delas no sentido vertical e horizontal

(fig. 15). A disposição dos montantes dentro da estrutura dos painéis, além de

suas características geométricas, de resistência e sistema de fixação entre as

peças, torna-os aptos a absorver e transmitir as cargas em ambos sentidos.

Figura 17 - Direcionamento das cargas no sistema Steel Frame

Fonte: Fórum da construção. Disponível em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=29&Cod=85>

Acesso em: 02 out. 2015.

Os painéis estruturais podem ser compostos ainda por

contraventamentos, elementos estruturais que tem a finalidade de aumentar a

rigidez da construção, muito comuns em sistemas de estruturas metálicas pois

garantem a estabilidade estrutural dos painéis e, consequentemente do sistema.

O sistema LSF oferece a possibilidade de execução dos painéis junto ao

canteiro de obras porém esta não é a condição ideal de trabalho, a opção por

painéis pré-fabricados possibilita uma obra de melhor qualidade e maior

produtividade.

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As lajes e coberturas utilizadas no sistema LSF, são compostas por

elementos bi apoiados que devem transmitir, sempre que possível, as cargas de

forma contínua desde a cobertura até às fundações.

No momento de definir a cobertura adequada para cada projeto devem

ser levados em consideração alguns fatores como dimensões dos vãos que

deverão ser vencidos; ações da natureza; opções arquitetônicas e estéticas;

condições locais e a relação custo-benefício.

Do ponto de vista construtivo, as estruturas de coberturas utilizadas no

sistema LSF não divergem das estruturas tradicionais sendo perfeitamente

possível a utilização com telhas de fibrocimento, metálicas ou cerâmicas.

Os elementos que compõem esse tipo de cobertura são telhas, elementos

de vedação que podem ser compostas por diversos materiais; elementos de

suporte tipo ripas, caibros, terças, tesouras, treliças e elementos de

contraventamentos; e os componentes responsáveis pelo escoamento da água da

chuva tais como condutores, calhas e rufos.

As opções de lajes existentes para esse tipo de sistema se classificam

como secas, compostas por painéis de madeira (OSB ou outros) ou placas

cimentícias, apoiadas sobre perfis metálicos estruturais. Ou úmidas, compostas

por formas de aço (telhas galvanizadas) preenchidas com concreto e tela

eletrossoldada (TECHNE, 2008).

Quanto aos aspectos de isolamento o sistema LSF apresenta várias

possibilidades que proporcionam a construção de uma edificação confortável,

tendo em vista que se caracteriza por um ótimo desempenho térmico e acústico

devido ao uso de mantas de lã de vidro ou de poliéster instaladas no interior das

paredes e no forro de toda a edificação.

A parte de instalações elétrica e hidráulica é feita de forma semelhante

aos outros sistemas construtivos, porém os vazios existentes no interior das

paredes e forro facilitam a execução das instalações nesse tipo de obra.

Com relação aos fechamentos, o gesso acartonado (drywall) é o mais

utilizado para as paredes internas enquanto as placas cimentícias se destacam

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no fechamento das paredes externas. Podem ser encontradas no mercado placas

de gesso acartonado de diversos tipos, as comuns, as resistentes à umidade e as

resistentes ao fogo. Essas placas podem receber revestimentos usuais como

cerâmica, pintura e textura entre outros normalmente aplicados na construção

civil convencional. O mesmo acontece com os painéis externos que podem

receber revestimentos como pastilhas, pedras (mármore ou granito) ou ainda

reboco e pintura. A placa cimentícia pode ser aplicada diretamente sobre a

estrutura e depois pintada, apresentando ótimo desempenho.

4.4. Programa de necessidades e pré-dimensionamento

Após realização de pesquisas e coleta de dados no site do Ministério da

Saúde e consulta do Guia Prático do Programa de Saúde da Família, Cartilha

SomaSUS e a PORTARIA Nº 340, de 4 de março de 2013 que redefine o

Componente Construção do Programa de Requalificação de Unidades Básicas

de Saúde (UBS), foi possível elaborar um programa mínimo de necessidades

para a proposta de Unidade de Saúde da Família (USF) com previsão de atuação

de apenas uma Equipe de Saúde da Família (Tabela 1).

Tabela 01 – Programa de Necessidades

Quant. Ambiente Área unitária mínima

1 Recepção 9,00m²

1 Espera 15,00m² (15 pessoas)

1 Área de prontuários 1,00m²/ funcionário - 11,70m²

2 WC pacientes (feminino e masculino adaptados) 2,55m²

1 Consultório de enfermagem, triagem e biometria 9,00m²

1 Sala de curativos / Cuidados básicos de enfermagem 9,00m²

2 Consultório indiferenciado 9,00m²

1 Consultório diferenciado 9,00m²

1 WC consultório (adaptado) 2,55m²

1 Sala de observação / procedimentos 10,00m²

1 BWC sala de procedimentos 4,80m²

1 Clínica odontológica (2 equipes) 20,00m²

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1 Sala de imunização 9,00m²

1 Inalação coletiva 6,00m² (para 4 pacientes)

1 Farmácia (Estocagem / dispensação de medicamentos) 14,00m²

1 Sala de atividades coletivas / ACS 1,00m²/ouvinte – 20,00m²

1 Sala de administração / gerência 7,50m²

1 Expurgo 5,00m²

1 Esterilização 5,00m²

1 Copa 4,50m²

1 BWC funcionários 4,00m²

1 Almoxarifado 2,80m²

1 DML 2,00m²

1 Depósito de resíduos comuns 1,00m²

1 Depósito de resíduos contaminados 1,00m²

1 Depósito de resíduos recicláveis 1,00m²

1 Área coberta para atividades 15,00m²

1 Área externa para embarque e desembarque de ambulância -

1 Mini playground -

A partir da elaboração do programa de necessidades foi possível se iniciar

os estudos preliminares que resultaram na proposta arquitetônica para a USF.

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5. Estudos Preliminares

Este trabalho se propõe a elaborar um anteprojeto de Unidade de Saúde

da Família padrão e flexível a ser reproduzido em qualquer lugar dentro da zona

bioclimática 8 atentando para que se faça a correta locação da Unidade de

acordo com a orientação geográfica.

Para que fosse possível realizar os estudos que nortearam o projeto foi

preciso selecionar um terreno de implantação. Dessa forma, todos os índices

urbanísticos estão relacionados à área onde se aplicou a proposta, porém para

se realizar a reprodução do projeto em outras áreas deve-se verificar os

condicionantes legais referentes ao local onde se pretende construir executando

as modificações que se fizerem necessárias.

5.1. Condicionantes Legais

O item a seguir abordará as normas e programas que se caracterizam

como condicionantes legais a serem seguidos para a elaboração da proposta da

USF.

5.1.1. Programa de Requalificação de UBS

O Requalifica UBS é uma das estratégias do Ministério da Saúde para a

estruturação e o fortalecimento da Atenção Básica. O Programa tem o objetivo

de propor unidades básicas de saúde acolhedoras e dentro dos melhores

padrões de qualidade do ponto de vista físico.

Instituído em 2011, o programa tem como objetivo criar incentivo

financeiro para a reforma, ampliação e construção de UBS, provendo condições

adequadas para o trabalho em saúde, promovendo melhoria do acesso e da

qualidade da atenção básica (BRASIL, 2006).

5.1.2. RDC Anvisa nº50, 2002

Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 50/Anvisa/fevereiro/2002 -

Regulamentação técnica para planejamento, programação e avaliação de

projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS) que descreve

como primeiro nível de atendimento “os Estabelecimentos de Atendimento

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

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Eletivo de Promoção e Assistência à Saúde em Regime Ambulatorial e de

Hospital Dia” (BRASIL, 2002).

5.1.3. RDC Anvisa nº51, 2011

Requisito para Aprovação de Projetos Físicos de Estabelecimentos de

Saúde. Tem o objetivo de “Estabelecer os requisitos para a análise, avaliação e

aprovação dos Projetos Físicos de Estabelecimentos de Saúde a serem, avaliados

pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2011).

5.1.4. Norma de acessibilidade – ABNT – NBR 9050

A Norma de acessibilidade tem o objetivo de estabelecer critérios e

parâmetros técnicos a serem observados quando do projeto, construção,

instalação e adaptação de edificações, mobiliário, espaços e equipamentos

urbanos às condições de acessibilidade (ABNT, 2015).

Com o desenvolvimento da proposta procurou-se seguir a NBR 9050 em

todas as decisões de projeto. Todos os banheiros de uso dos pacientes são

acessíveis e apresentam peças especializada, barras de apoio fixas na parede e

área de transferência do usuário em cadeira de rodas para a bacia. Todas as

portas que dão acesso aos consultórios, áreas de tratamento e atividades

coletivas realizadas pelos pacientes apresentam vão mínimo de 1,00m. Apenas

os banheiros, da área acessada pelos pacientes, dispõem de portas com de

0,90m. As circulações utilizadas pelos pacientes apresentam largura mínima de

1,70m e comprimento máximo de 12,00m.

5.1.5. Plano Diretor de Parnamirim – Lei Complementar nº063/2013

A área de implantação prevista para a construção da Unidade de Saúde

da Família encontra-se no bairro Rosa dos Ventos, situado no distrito V da

cidade de Parnamirim. Segundo macrozoneamento estabelecido pelo Plano

Diretor de Parnamirim o bairro se encontra na área classificada como Área

Urbana.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

46

Com relação à taxa de ocupação do solo, área do terreno ocupada pela

edificação proposta, o máximo permitido é de 80%. Portanto, conclui-se que 20

% da área do terreno deve ser permeável, o que corresponde à 450,00m².

Quanto aos recuos mínimos exigidos, o PDP estabelece para subsolo,

primeiro e segundo pavimentos o recuo frontal mínimo de 3,00m, no entanto

projetos que preveem estacionamento na faixa de recuo frontal deve apresentar

recuo mínimo de 4,50m. As vagas de estacionamento devem apresentar

dimensões mínimas de 2,50m de largura por 5,00 de comprimento. Os recuos

de fundos e laterais devem apresentar dimensão mínima de 1,50 a partir do

limite do terreno.

5.1.6. Código de Obras de Parnamirim, Lei Complementar n° 830/94

Uma das atribuições do Código de Obras de uma cidade é definir o

número de vagas de estacionamento exigido de acordo o porte do projeto

arquitetônico. Considerando-se a área construída de 446,68m² para o porte I da

USF proposta serão necessárias 10 vagas de estacionamento tendo em vista que

o Código de Obras estabelece para cada 45,00m² de área construída a previsão

de uma vaga de estacionamento. É importante lembrar que o número de vagas

exigido está diretamente ligado ao uso e hierarquização das vias que dão acesso

à edificação. A USF está inserida na classificação de hospital, maternidade,

pronto socorro, clínica médica, dentária e laboratório de até dois pavimentos,

localizada numa via Coletora.

Quanto ao passeio público, foi adotado um piso intertravado contínuo,

antiderrapante com piso tátil e indicações de barreiras físicas, apresentando

2,50 de largura na maioria do percurso e dimensão mínima de 1,20 em apenas

dois pontos.

A consulta às normas apresentadas acima possibilitou uma sensação de

segurança no momento de elaboração do anteprojeto pois serviram de suporte e

nortearam a tomada de decisões importantes para esse tipo de estabelecimento.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

47

5.2. Características da Zona bioclimática 8

A altitude, a umidade do ar, as correntes de vento e as temperaturas

médias mensais são alguns dos fatores que determinam em qual zona

bioclimática uma cidade se encontra. De acordo com a NBR 15220-3, de

“desempenho térmico de edificações”, a zona bioclimática 8 é responsável por

cerca de 53,7% do território nacional, sendo a que agrupa o maior número de

capitais brasileiras. Para edificações projetadas nessas áreas são recomendadas

aberturas grandes e sombreadas bem como paredes externas e coberturas leves

e refletoras. Para a estação mais quente é recomendado ainda que haja

ventilação cruzada constante havendo o auxílio do condicionamento artificial

nas épocas de calor elevado.

5.3. Recorte área de estudos

A escolha pela cidade de Parnamirim se deu devido à relação de

proximidade da autora com a área de estudos, possibilitando uma coleta de

dados mais precisa para o desenvolvimento da proposta de implantação.

5.3.1. Panorama atual das Unidades Básica de Saúde de Parnamirim

Histórico, características, divisão e distribuição das UBS’s

A cidade de Parnamirim é a segunda maior cidade da Região

Metropolitana de Natal e obteve sua emancipação em 17.12.1958 através da Lei

n° 2.325. Hoje é a terceira cidade mais populosa do estado do Rio Grande do

Norte, segundo o senso realizado pelo IBGE em 2010 possui 202.456

habitantes, sendo 100% residentes na área urbana. A densidade demográfica é

de 1.638,14 habitantes/Km² e o IDH do município é de 0,76.

O município também conhecido como Trampolim da Vitória devido à instalação

da base americana na cidade durante a Segunda Guerra Mundial encontra-se a

5° 54 56 de latitude Sul e 35° 15 46 de longitude Oeste de Greenwich

(Inglaterra) e apresenta clima úmido nas áreas centrais e sub-úmido nas áreas

mais próximas ao litoral. Assim como Natal, Parnamirim apresenta ventos

predominantes na direção sudeste (fig.18).

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Figura 18 - Localização da área de estudo

Fonte: Prefeitura de Parnamirim editado pelo autor. Disponível em: < http://www.parnamirim.rn.gov.br/img/photos/mapa-municipios.jpg> Acesso em: 01 out. 2015.

Segundo o macrozoneamento, constante no anexo 2, mapa 1, do Plano

Diretor de Parnamirim a totalidade do território do município está dividida em

3 zonas, Zona Urbana, Zona de expansão Urbana e Zona de Proteção Ambiental.

Considera-se zona urbana os bairros e distritos criados a partir de legislação

específica e que se encontram com infraestrutura consolidada e adequada à

urbanização.

Hoje o município de Parnamirim está dividido em 6 distritos os quais

agrupam os 22 bairros existentes (fig.19).

Figura 19 – Distritos de Parnamirim

Fonte: Elaboração própria a partir de imagem retirada do site da Prefeitura de Parnamirim. Disponível em: <

http://www.parnamirim.rn.gov.br/img/photos/mapa-bairros2.jpg> Acesso em: 01 out. 2015.

Distrito I

Distrito II

Distrito III Distrito IV

Distrito V

Distrito VI

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O Distrito I reune a Barreira do Inferno (território da Aeronáutica), e os 3

bairros do que o PDP (Plano Diretor de Parnamirim) estabelece como “distrito

litoral”: Pium, Cotovelo e Pirangi.

O Distrito II é formado basicamente pela área de expansão do município.

Nele são encontrados o loteamento Parque das Nações e Jardim das Nações e a

Fazenda Boa Esperança. O restante do distrito ainda se caracteriza como Área

de Expansão.

No Distrito III, encontram-se 5 bairros sendo eles Liberdade,

Cajupiranga, Nova Esperança, Vale do Sol e Santa Tereza.

O Distrito IV é composto também por 5 bairros, Jardim Planalto, Boa

Esperança, Centro, Cohabinal e Santos Reis.

O Distrito V reúne 6 bairros, Parque de Exposições, Vida Nova, Monte

Castelo, Passagem de Areia, Rosa dos Ventos e Bela Parnamirim.

Por fim o Distrito VI é composto pelos bairros de Emaús, Nova

Parnamirim, Parque do Jiquí e pelas áreas do Aeroporto Internacional Augusto

Severo (Infraero) e Base Aérea de Natal (BANT).

5.3.2. Unidades Básicas de Saúde de Parnamirim

As tabelas a seguir foram elaboradas a partir de dados obtidos em

entrevista realizada na Secretaria de Saúde de Parnamirim. As Unidades de

saúde foram agrupadas de acordo com os distritos em que se encontram.

Tabela 02 – Quantitativo de Unidades de Saúde por Distrito

Distrito Nº de unidades Unidades

I 3 Pium, Pirangi do Norte e Unid. Pirangi do Norte

II 1 Coophab

III 6 Cajupiranga, Liberdade, Nova Esperança, Santa Tereza, Vale do Sol e Santa

Júlia

IV 6 Boa Esperança, Centro, Cohabinal, Jardim Planalto, Santos Reis e Vida Nova

V 8 Bela Parnamirim, Jockey Club, Monte Castelo, Parque de Exposições I, Parque

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

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de Exposições II, Passagem de Areia I, Passagem de Areia II e Rosa dos

Ventos

VI 6 Cidade Verde, Nova Parnamirim I, Nova Parnamirim II, Emaús, Parque das

Orquídeas e Parque Industrial

Total 30

Tabela 03 - Unidades de Saúde de Parnamirim – Infraestrutura e funcionamento

Distrito Unidades Situação de funcionamento

I

01 Pium Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

02 Pirangi do Norte Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

03 Unid. Pirangi do Norte Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

II 04 Coophab Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

III

05 Cajupiranga* Em funcionamento / Unidade própria

06 Liberdade* Em funcionamento / Unidade própria

07 Nova Esperança Em funcionamento / Unidade própria

08 Santa Tereza* Em funcionamento / Unidade própria

09 Vale do Sol Em funcionamento / Unidade própria

10 Santa Júlia* Concluída (aguardando inauguração)

IV

11 Boa Esperança Em funcionamento / Unidade própria

12 Centro Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

13 Cohabinal Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

14 Jardim Planalto* Em funcionamento / Unidade própria

15 Santos Reis Em funcionamento / Unidade própria

16 Vida Nova Em construção

V

17 Bela Parnamirim Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

18 Jockey Club Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

19 Monte Castelo Em funcionamento / Unidade própria

20 Parque de

Exposições I

Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

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21 Parque de Exposições II* Em funcionamento / Unidade própria

22 Passagem de Areia I Em funcionamento / Unidade própria

23 Passagem de

Areia II*

Em funcionamento / Unidade própria

24 Rosa dos Ventos Em funcionamento / Unidade adaptada (imóvel alugado)

VI

25 Cidade Verde* Concluída (aguardando inauguração)

26 Nova Parnamirim I* Em funcionamento / Unidade própria

27 Nova Parnamirim II* Em funcionamento / Unidade própria

28 Emaús Em funcionamento / Unidade própria

29 Parque das Orquídeas* Concluída (aguardando inauguração)

30 Parque Industrial* Em funcionamento / Unidade própria

*Unidades construídas seguindo o padrão exigido pelo Ministério da Saúde

5.3.3. Diagnóstico das Unidades Básicas de Saúde de Parnamirim

Após entrevista realizada na Secretaria de Saúde de Parnamirim com o

Sr. José Augusto, gerente de manutenção das Unidades de Saúde do município,

foram coletados dados e informações que possibilitaram chegar a algumas

conclusões (Ver tabelas 02 e 03).

O município de Parnamirim possui 30 Unidades de Saúde, sendo que 10

delas funcionam em imóveis alugados adaptados para o funcionamento de um

estabelecimento desse tipo. As outras 20 são de propriedade do município,

porém apenas 12 destas unidades próprias foram construídas no padrão

estabelecido pelo Ministério da Saúde e duas delas estão prontas, mas ainda não

foram inauguradas.

Com exceção de Cotovelo, todos os bairros possuem sua Unidade Básica

de Saúde, em compensação, o bairro de Pirangi apresenta duas unidades, ambas

localizada em Pirangi do Norte.

O distrito V é o que apresenta maior número de unidades, isso

provavelmente se deve ao fato de concentrar bairros que apresentam maior

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densidade populacional, com características basicamente residenciais sendo

formada em grande parte por conjuntos habitacionais.

Já o Distrito II apresenta apenas uma unidade, o que não

necessariamente se caracteriza como um problema tendo em vista que os

loteamentos e conjuntos que formam a área em sua maioria são condomínios

horizontais fechados, voltados para a classe média, em áreas com essas

características o risco que a região representa para a saúde da comunidade é

baixo logo a necessidade de atendimento à população é reduzida. Além disso, o

uso desses serviços pela população é geralmente menor.

No Distrito VI apenas a unidade de Emaús não segue o padrão do

Ministério da Saúde.

Após levantamento e análise dos dados coletados nessa entrevista foi

possível chegar à conclusão de qual seria a área mais necessitada para a

implantação de uma nova USF.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

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6. Proposta Arquitetônica

Este capítulo tem o objetivo de apresentar o desenvolvimento da

proposta arquitetônica, desde a fase inicial com a escolha da área destinada à

implantação da USF até a definição do partido arquitetônico e da proposta.

6.1. Área de implantação

Durante a entrevista o Sr. José Augusto informou que apesar de todos os

bairros já serem atendidos por uma unidade de saúde alguns deles

necessitariam de unidades maiores para atender a demanda crescente da

população. A Unidade de Rosa dos Ventos foi citada como sendo a de piores

condições de funcionamento e infraestrutura, segundo o entrevistado a unidade

funciona em imóvel alugado e além de não atender aos padrões estabelecidos

pelo MS possui porte pequeno sendo insuficiente para atender às necessidades

da população local.

Sendo assim, o bairro Rosa dos Ventos foi o escolhido para receber a

proposta de Unidade de Saúde da Família modelo. A seguir serão expostos o

terreno selecionado que servirá para efeito de estudos como ponto de partida

para se verificar condicionantes ambientais e viabilidade para a construção da

nova Unidade.

Rosa dos Ventos está localizado no Distrito V juntamente com os bairros

Bela Parnamirim, Jockey Club, Monte Castelo, Parque de Exposições e

Passagem de Areia (fig.20)

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Figura 20 - Esquema de localização do bairro Rosa dos Ventos em Parnamirim

Fonte: Prefeitura de Parnamirim. Disponível em: <http://www.parnamirim.rn.gov.br/img/photos/mapa-bairros2.jpg>

Acesso em: 01 out. 2015.

De acordo com o último Censo realizado em 2010, Rosa dos Ventos

possui uma população de 12.443 habitantes, sendo composta de 52,21% de

mulheres e 47,79% de homens.

O bairro é atendido por dois equipamentos de saúde, um deles é a USF

Rosa dos Ventos destacada nas imagens a seguir (fig.21 e 22).

Figura 21 - USF Rosa dos Ventos

Fonte: Google Street View

Figura 22 - USF Rosa dos Ventos

Fonte: Google Street View

O outro equipamento existente é classificado como Unidade de Pronto

Atendimento (UPA - fig.23).

Distrito V

Rosa dos

Ventos

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Figura 23 - UPA Rosa dos Ventos

Fonte: Google Street View

Segundo o entrevistado, apesar de apresentar duas Unidades de

atendimento à saúde localizados no bairro os moradores ainda reclamam da

precariedade do atendimento e superlotação das unidades.

6.2. Terreno

Na imagem a seguir estão destacados a localização atual da Unidade de

Saúde da Família de Rosa dos Ventos e o terreno escolhido para a construção da

proposta de nova Unidade para o bairro (fig.24).

Figura 24 - Localização da USF Rosa dos ventos e terreno proposto para nova Unidade

Fonte: Google maps

A Unidade existente está localizada na Rua Paraíba que se conecta com a

Rua Cândido Martins, via coletora segundo o Plano Diretor de Parnamirim.

O terreno escolhido para a construção da nova Unidade se encontra

próximo à Unidade existente, possui dimensões compatíveis com o programa

proposto e está localizado na Rua Luzia Bezerra Lima, também classificada

como via coletora.

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A área é predominantemente residencial, no entanto apresenta diversos

equipamentos institucionais, de comércio e serviço que suprem às necessidades

da população local como supermercado, escolas, panificadoras, materiais de

construção e etc.

Figura 25 - Terreno escolhido para construção da Unidade modelo

Fonte: Google Street View

O terreno não possui muros ou cercas e é ocupado em parte por um

campinho de areia, o restante da área apresenta apenas vegetação de pequeno

porte (fig.25).

6.3. Aspectos bioclimáticos

Com a escolha do terreno para a implantação da proposta da Unidade de

Saúde da Família foi preciso fazer uma análise com o intuito de identificar e

tirar proveito dos condicionantes ambientais da área (fig.26). O objetivo

principal era criar uma edificação onde houvesse o melhor aproveitamento

possível da iluminação e ventilação natural de acordo com as necessidades de

cada ambiente.

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Figura 26 - Condicionantes ambientais

Fonte: Elaboração própria a partir do Google maps

Inicialmente foi observado que a fachada principal está voltada

predominantemente para leste, o que significa que os ambientes construídos

nessa porção do terreno receberão principalmente o sol da manhã e ainda serão

beneficiados pela ventilação natural vinda principalmente de sul, leste e

sudeste. Sendo assim, a área de acolhimento, diagnóstico e tratamento da

Unidade, áreas de maior permanência (nas cores lilás, amarelo e vermelho

respectivamente) foram posicionadas nessa área (fig.26).

Os ambientes de menor permanência, tais como banheiro de

funcionários, expurgo, esterilização e depósito de material de limpeza foram

posicionados na porção posterior do terreno, compondo a fachada oeste da

edificação (observada na cor laranja - fig.16). Mesmo sendo ambientes de baixa

permanência todos eles estarão protegidos da incidência de raios solares diretos

por um elemento vazado que minimizará o aquecimento das paredes externas

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

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desses ambientes, porém permitirá a passagem da ventilação natural. Serão

propostas ainda o plantio de vegetação de médio e grande porte na porção oeste,

norte e leste do terreno com o objetivo de sombrear as áreas de estacionamento

e o playground.

Figura 27 - Condicionantes ambientais - Vegetação

Fonte: Elaboração própria a partir do Google maps

A vegetação existente nas fachadas leste e sul foram posicionadas um

pouco afastadas da edificação de forma a não prejudicar o curso natural da

ventilação. Na fachada leste há uma distância de pelo menos 8m entre a

edificação e a massa verde. Já na fachada sul as árvores se encontram à cerca de

9m e estão mais espaçadas e em menor quantidade. O número menor de

vegetação de médio e grande porte nas fachadas norte e sul se deve ao fato do

sombreamento não ser tão necessário já que essas fachadas são as que recebem

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

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menor incidência solar, como pode ser observado na carta solar do município de

Parnamirim (fig. 26 e 27).

6.4. Zoneamento e fluxograma

A Unidade de Saúde da Família está dividida em basicamente 5 zonas,

acolhimento de pacientes (espera e distribuição), atendimento / diagnóstico,

tratamento, administração / serviço e atividades coletivas (fig.28).

Figura 28 - Zoneamento e fluxos

Fonte: Elaboração própria

O acesso dos pacientes é feito pela fachada leste da edificação, onde há

um acesso de pedestres e acesso para carros e ambulâncias.

Ao entrar na USF o paciente se dirige à recepção e é encaminhado para a

triagem e em seguida para a área de espera (área central na cor lilás - fig.18).

Sendo assim, a zona de Acolhimento de paciente é composta pela recepção, área

de prontuários, triagem e espera.

Em seguida, o paciente é encaminhado para a área de atendimento /

diagnóstico onde estão localizados os consultórios, indiferenciados,

diferenciados e de odontologia (área amarela - fig.28).

Tratamento

Acolhimento pacientes (Espera e distribuição)

Atendimento / Diagnóstico (Consultórios)

Acesso pedestres

Administração / Serviços

Acesso funcionários

Atividades coletivas (Informação / lazer)

Embarque / desembarque (Ambulâncias e automóveis)

Circulação de veículos

Acesso restrito (funcionários)

Saída de resíduos

Circulação externa

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Após a consulta e diagnóstico o paciente retorna à recepção e é

reencaminhado para a zona de tratamento (área vermelha - fig.28), onde

existem sala de procedimentos, imunização, inalação coletiva, estocagem e

dispensação de medicamentos (farmácia).

A área de acolhimento de pacientes está conectada ainda a um corredor

onde se encontram os banheiros dos pacientes e dá acesso a zona de atividades

coletivas (área verde - fig.28), onde ocorrem as dinâmicas em grupo com a

participação da Equipe de Saúde da Família e da população usuária da Unidade.

Nessa zona também está localizada a Sala de atividades coletivas onde ocorrem

palestras com informações básicas de saúde para a população local. Existe ainda

o playground com acesso direto a área de espera. A integração do verde e da

área de lazer para as crianças com a área de espera favorece a sensação de bem-

estar e possibilita que as crianças possam brincar ao ar livre sob observação dos

pais que aguardam a consulta.

A zona de administração / serviços (área laranja - fig.28) se conecta com

a USF também através dessa circulação, porém apresenta acesso restrito à

funcionários. Nessa zona estão localizados, a sala de administração / gerência,

banheiro para funcionários, copa, almoxarifado, depósito de material de

limpeza (DML), expurgo, esterilização e estocagem de material esterilizado. O

acesso à área administrativa /serviço também poderá ser feito de forma direta

sem que haja o contato com os pacientes na sala de espera tendo em vista que o

funcionário poderá entrar pelo acesso de veículos, na fachada norte da

edificação, e acessar diretamente a zona desejada.

6.5. Partido Arquitetônico e evolução da proposta

O grande número de normas a serem seguidas para a elaboração do

projeto da Unidade de Saúde da Família dificultou, inicialmente, o

aparecimento de ideias, sendo assim priorizou-se a resolução da planta de

forma a criar um bom zoneamento que proporcionasse um fluxo funcional

seguindo a distribuição dos ambientes da Unidade.

Apesar do trabalho ter por objetivo o detalhamento da USF apenas de

porte I foi preciso criar uma planta que possibilitasse fácil ampliação de acordo

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ... · Trabalho Final de Graduação apresentado no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do

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com a necessidade de crescimento da Unidade sem haver a interrupção do

funcionamento da parte existente e para isso foi preciso se pensar nas quatro

opções de plantas simultaneamente, essa foi a grande dificuldade.

Evolução da forma

A ideia era organizar as “peças” do “quebra-cabeças” de forma a resultar

em um equipamento funcional e esteticamente interessante a partir da

observação de uma peça isoladamente ou de todas elas reunidas (fig.29).

Figura 29 – Quebra-cabeças

Fonte: PIXABAY. Disponível em: <https://pixabay.com/pt/serra-de-vaiv%C3%A9m-quebra-cabe%C3%A7a-pe%C3%A7as-40975/> Acesso em: 26 nov. 2015.

A partir da elaboração do programa de necessidades e pré-

dimensionamento foi possível se pensar no desenho em planta de cada

ambiente, o trabalho seguinte foi agrupar os de mesmas características de forma

que juntos se encaixassem e formassem um bloco que por sua vez deveria prever

uma ‘aba’ livre para futuras novas aquisição de peças (ampliações da Unidade),

por isso a analogia com o quebra-cabeças.

O estudo volumétrico da unidade iniciou-se a partir de blocos com

alturas diferenciadas entre si, onde para cada um estava previsto o agrupamento

de atividades do programa de necessidades que se relacionassem. Os blocos

foram propostos separadamente sendo interligados apenas pelas circulações

internas, porém na proposta final todos os blocos estão integrados.

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Figura 30 - Estudo volumétrico inicial

Fonte: Elaboração própria

Na imagem acima (fig.30) podem ser identificadas dois tipos de propostas, a da

direita propõe uma fachada frontal mais alongada enquanto a da esquerda

prevê uma fachada principal mais compacta. Nessa etapa foram trabalhadas

simultaneamente formas retas e curvas na busca por uma edificação dinâmica e

esteticamente interessante.

Na fase seguinte as linhas curvas foram abandonadas e a linearidade deu forma

à nova volumetria (fig.31).

Figura 31 - Evolução volumétrica

Fonte: Elaboração própria

Os fatores bioclimáticos influenciaram fortemente na disposição dos

ambientes e consequente resultado formal da edificação. A ideia era propor uma

edificação alongada de maneira a proporcionar ventilação e iluminação natural

de forma direta a todos os ambientes da edificação, para isso foram inseridos

grandes planos de esquadrias envidraçadas com o intuito de garantir essa

integração do meio interno com o externo. Nessa proposta a área de recepção e

espera fica centralizada e a partir dela surgem as circulações para os demais

blocos.

A partir de então o projeto evoluiu seguindo o padrão de linearidade,

agregando dinamicidade a partir da diferenciação das alturas dos blocos (fig.32)

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que compõem a proposta. Nesse momento foram inseridos os elementos

sombreadores das grandes aberturas pensadas para a fachada leste e das

marquises de marcação da área de embarque e desembarque de ambulâncias e

acesso de pacientes à Unidade.

Figura 32 - Evolução volumétrica - Diferenciação de alturas dos volumes

Fonte: Elaboração própria

Durante o processo de busca pelo melhor aproveitamento da iluminação

e ventilação natural priorizou-se as áreas de maior permanência localizando-as

nas porções mais favoráveis do terreno, principalmente nas áreas norte e sul,

onde é possível se utilizar de simples elementos sombreadores para evitar a

incidência direta dos raios solares.

Quando isso não foi possível pensou-se na utilização de elementos

sombreadores que desempenhariam seu principal papel, de proteger a fachada,

além de servir de elemento marcante para a fachada principal da Unidade

(fig.33).

Figura 33 - Evolução final da proposta

Fonte: Elaboração própria

O uso da placa de aço cortén como elemento sombreador presente nas

fachadas leste e oeste e os diferentes materiais de revestimento utilizados nos

blocos da edificação possibilitaram a criação de fachadas diferentes entre si e

interessantes do ponto de vista estético (fig.33).

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A opção pela proposta de uma edificação térrea se deu devido a facilidade

de resolução principalmente do ponto de vista da acessibilidade partindo do

princípio de que boa parte dos pacientes chegam à unidade com a mobilidade

prejudicada devido aos problemas de saúde, além disso o programa de

necessidades foi perfeitamente distribuído no terreno escolhido não havendo a

necessidade de se distribuir os ambientes em um outro pavimento.

A marcação da área de entrada de pacientes se deu a partir da

diferenciação do pé direito da Espera conferindo destaque à área. As marquises

também se apresentam como elemento de destaque da entrada da Unidade.

Figura 34 - Volimetria esquemática final

Fonte: Elaboração própria

A volumetria final destaca-se pela presença das cores marcantes advindas

principalmente das placas perfuradas de aço cortén e da grande esquadria

envidraçada. A utilização da pedra tipo “canjiquinha” no volume da área de

tratamento conferiu um aspecto de rusticidade e sofisticação e as platibandas e

marquises complementaram o sentido de linearidade das fachadas (fig.34).

6.6. Descrição da proposta

É importante deixar claro que devido a limitação de tempo para o

desenvolvimento do Trabalho Final de Graduação, foi estabelecido que o

trabalho se restringe ao desenvolvimento do anteprojeto apenas da USF de

porte I, as outras opções de planta que preveem as ampliações (portes II, III e

IV) serão apresentadas posteriormente ao desenvolvimento do projeto de porte

I, representando um estudo de ampliação a ser detalhado quando houver a

necessidade.

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6.6.1. Porte I

O anteprojeto de Unidade de Saúde da Família – Porte I (fig.35) prevê a

atuação de 1 Equipe de Saúde da Família composta por 1 médico generalista, 1

enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, de 4 a 6 Agentes Comunitários de Saúde

e 2 equipes odontológicas (um odontologista e um auxiliar cada). A Unidade de

porte I possibilita o atendimento de uma média de 132 pacientes por turno de

funcionamento incluindo as atividades de consulta e tratamento. As atividades

coletivas oferecem ainda 20 lugares no “auditório” para a realização de palestras

de conscientização e esclarecimentos para a população ou reuniões com os

Agentes comunitários de saúde.

Figura 35 - USF Porte I

Fonte: Elaboração própria

A Unidade é composta por área de recepção e espera com banheiros

feminino e masculino, triagem, área de prontuários, três consultórios médicos,

sendo dois indiferenciados e um diferenciado (com banheiro anexo), um

consultório odontológico com previsão para atuação de duas equipes, sala de

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atividades coletivas / ACS (Agentes Comunitários de Saúde), Farmácia, Inalação

coletiva para até quatro pacientes, sala de procedimentos (com banheiro anexo),

sala de imunização e sala de curativos. O setor de administração e serviços é

composto por um banheiro de funcionários, sala de administração / gerência,

copa, almoxarifado, DML, expurgo e sala de esterilização e guarda de material

esterilizado. Há ainda áreas reservadas para o depósito de resíduos comuns,

recicláveis e contaminados, além de um espaço coberto para realização de

atividades coletivas e um parquinho infantil (playground).

6.7. Esquema de ampliação da proposta

O anteprojeto de Unidade de Saúde da Família foi pensado de forma a

possibilitar reformas e ampliações rápidas visando não prejudicar o

funcionamento da Unidade e não interromper o atendimento à população

durante as obras. Para isso foi preciso pensar em uma edificação que crescesse a

partir da junção de um conjunto de ambientes que apenas após prontos terão

seu acesso liberado a partir da parte existente.

Dessa forma, foram propostas Unidades de quatro portes diferentes

baseados no modelo estabelecido e disponibilizado no site do Ministério da

Saúde.

6.7.1. Porte II

O anteprojeto de Unidade de Saúde da Família – Porte II (fig.36) prevê a

atuação de 2 Equipes de Saúde da Família cada uma composta por 1 médico

generalista, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, de 4 a 6 Agentes

Comunitários de Saúde e 4 equipes odontológicas (um odontologista e um

auxiliar cada). A Unidade de porte II possibilita o atendimento de uma média de

188 pacientes por turno de funcionamento incluindo as atividades de consulta e

tratamento. As atividades coletivas oferecem ainda 20 lugares no “auditório”

para a realização de palestras de conscientização e esclarecimentos para a

população ou reuniões com os Agentes comunitários de saúde.

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Figura 36 - USF Porte II

Fonte: Elaboração própria

Para possibilitar a transformação da unidade de porte I em porte II (área

destacada em amarelo - fig.36) foi preciso acrescentar mais três consultórios,

sendo um consultório médico diferenciado (com banheiro anexo), um

consultório médico indiferenciado e um consultório odontológico com o

funcionamento de duas equipes, além de uma nova circulação que dá acesso aos

novos consultórios. Na área administrativa e de serviços foi acrescentado

apenas mais um banheiro para os funcionários passando a existir um banheiro

feminino e outro masculino. A abertura para a nova parte anexa será feita após a

conclusão da obra a partir da retirada da parede da circulação que dá acesso à

área dos consultórios em amarelo.

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6.7.2. Porte III

O anteprojeto de Unidade de Saúde da Família – Porte III (fig.37) prevê a

atuação de 3 Equipes de Saúde da Família cada uma composta por 1 médico

generalista, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, de 4 a 6 Agentes

Comunitários de Saúde e 5 equipes odontológicas (um odontologista e um

auxiliar cada). A Unidade de porte III possibilita o atendimento de uma média

de 228 pacientes por turno de funcionamento incluindo as atividades de

consulta e tratamento. As atividades coletivas oferecem ainda 20 lugares no

“auditório” para a realização de palestras de conscientização e esclarecimentos

para a população ou reuniões com os Agentes comunitários de saúde.

Figura 37 - USF Porte III

Fonte: Elaboração própria

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O processo de transformação da Unidade do porte II para o porte III

(área destacada em rosa – fig. 37) se dá a partir do acréscimo de mais um

consultório indiferenciado, ampliação do consultório odontológico 01 e nova

área de espera com banheiro anexo na área de diagnóstico. Na área de

tratamento foi feita a adição de uma sala de coleta e ampliação na sala de

inalação coletiva que agora comportará até 6 pacientes. Na área administrativa

foi necessário ampliar a sala da administração e gerência tendo em vista que o

crescimento da unidade está diretamente associado à uma área maior para um

maior número de funcionários responsáveis pela gestão da Unidade.

6.7.3. Porte IV

O anteprojeto de Unidade de Saúde da Família – Porte IV (fig.38) prevê a

atuação de 4 Equipes de Saúde da Família cada uma composta por 1 médico

generalista, 1 enfermeiro, 1 auxiliar de enfermagem, de 4 a 6 Agentes

Comunitários de Saúde e 6 equipes odontológicas (um odontologista e um

auxiliar cada). A Unidade de porte IV possibilita o atendimento de uma média

de 256 pacientes por turno de funcionamento incluindo as atividades de

consulta e tratamento. A sala de atividades coletivas disponibiliza ainda 30

lugares para a realização de palestras de conscientização e esclarecimentos para

a população ou reuniões com os Agentes comunitários de saúde.

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Figura 38 - USF Porte IV

Fonte: Elaboração própria

A última ampliação prevista para a Unidade a transformará em porte IV

(área destacada em lilás - fig.38). O processo de transformação se dará a partir

da ampliação do consultório odontológico 02, que passará a comportar três

equipes, ampliação da sala de atividades coletivas passando a comportar até 30

pessoas, transformação da pequena área de espera em mais um consultório

indiferenciado, acréscimo de um DML, de um consultório diferenciado

utilizando o banheiro que pertencia à pequena espera e de uma nova espera com

banheiro anexo para dar suporte a todos os consultórios existentes na área sul

da Unidade.

Sendo assim, a Unidade de Saúde da família inicialmente construída no

porte I apresentará 446,68m² podendo atingir os 642,58m² na sua fase de

ampliação máxima prevista para o porte IV.

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Para o desenvolvimento das propostas de ampliação é necessário se

detalhar as plantas correspondentes aos demais portes, além de rever as

questões urbanísticas, porém é possível afirmar que o terreno escolhido para

aplicação da proposta da USF de porte I tem área suficiente para comportar a

USF inclusive de porte IV atendendo as exigências de ocupação do solo e de área

permeável exigidos pelo Plano Diretor.

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7. Memorial descritivo

Nesse capítulo serão descritos alguns dos materiais pensados para o

anteprojeto de Unidade de Saúde da Família.

7.1. Indicação de materiais previstos para a USF

Levando em consideração todas as vantagens da utilização de estruturas

metálicas e do sistema Light Steel Frame esse foi o método construtivo

escolhido para o anteprojeto de Unidade Básica de Saúde da Família.

As paredes internas serão compostas por painéis de gesso acartonado

(drywall) a serem montadas acima do piso finalizad0, revestidos com os

materiais que se fizerem necessários em cada ambiente da unidade. Estão

previstos painéis especiais para áreas molhadas e preenchimentos com lã de

vidro para permitir o conforto térmico acústico dos ambientes.

Os fechamentos externos serão feitos com placas cimentícias pré-

moldadas e revestidos com material resistentes às intempéries e de fácil

manutenção.

O forro também será composto por placas de gesso acartonado

semelhantes às utilizadas nas paredes internas.

O piso das áreas administrativas, consultórios e circulação de pacientes

será revestido com manta vinílica. As áreas molhadas e de circulação restrita

serão revestidas com cerâmica 60x60cm.

A cobertura será executada seguindo o sistema LSF, com a utilização de

perfis metálicos em aço galvanizado, calhas para o escoamento das águas

pluviais e telhas metálicas do tipo “sanduíche” contribuindo para um melhor

desempenho termo acústico da Unidade.

As janelas serão todas em metal e vidro e as portas internas em MDF.

Quanto aos revestimentos externos tem-se a utilização da pedra do tipo

“canjiquinha”, da placa perfurada de aço cortén, das marquises compostas por

placas cimentícias e o destaque do volume da entrada em cor semelhante à do

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aço cortén. A composição de cores das fachadas segue uma paleta que vai do

bege das pedras tipo “canjiquinha” ao marrom avermelhado do aço.

É importante frisar que a depender do orçamento disponível para a

construção da USF o aço cortén poderá ser substituído por qualquer outro

elemento de valor inferior, tais como cobogós, desde que possibilite o

sombreamento das fachadas leste e oeste.

A vegetação também faz parte da composição visual das fachadas visto

que foram inseridas de forma a se integrarem à edificação.

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Considerações Finais

O objetivo deste Trabalho Final de Graduação foi elaborar uma proposta

arquitetônica de Unidade de Saúde da Família que pudesse ser utilizada como

modelo padrão a ser reproduzido em qualquer outro lugar que apresente

característica bioclimáticas semelhantes facilitando assim o processo

construtivo dessas unidades em locais com deficiência do serviço e que não

possuem um projeto adequado para a construção do equipamento.

As maiores dificuldades encontradas no decorrer do trabalho estão

relacionadas à coleta, compilação, leitura, compreensão e identificação de forma

a rebater as normas que regem os estabelecimentos de saúde no processo de

elaboração da proposta. Além disso, a obtenção de material para se realizar o

diagnóstico das Unidades de Saúde do local escolhido para a implantação, foi

limitada devido existência de pouco material disponível na literatura no que se

refere aos estabelecimentos de saúde de Parnamirim.

No entanto, o fato de trabalhar com uma área de interesse pessoal,

tornaram os ganhos obtidos no final do trabalho predominantemente positivos,

tendo em vista que o objetivo inicial foi atingido apesar do nível de

complexidade da proposta.

Dessa forma, conclui-se mais uma etapa de muita dedicação e trabalho

deixando a certeza de que a atuação na área de arquitetura hospitalar está

apenas no início.

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Referências

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