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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA DESEMPENHO E EFEITOS AGUDOS DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO VOLUME-ORIENTADA SOBRE OS VOLUMES PULMONARES EM PACIENTES APÓS AVC E SUJEITOS SAUDÁVEIS ÍLLIA NADINNE DANTAS FLORENTINO LIMA NATAL 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

DESEMPENHO E EFEITOS AGUDOS DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO

VOLUME-ORIENTADA SOBRE OS VOLUMES PULMONARES EM PACIENTES

APÓS AVC E SUJEITOS SAUDÁVEIS

ÍLLIA NADINNE DANTAS FLORENTINO LIMA

NATAL

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

DESEMPENHO E EFEITOS AGUDOS DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO

VOLUME-ORIENTADA SOBRE OS VOLUMES PULMONARES EM PACIENTES

APÓS AVC E SUJEITOS SAUDÁVEIS

ÍLLIA NADINNE DANTAS FLORENTINO LIMA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte –

Programa de Pós-Graduação em

Fisioterapia, para obtenção do título de

Mestre em Fisioterapia.

Orientador: Profª. Drª. Gardênia Maria Holanda Ferreira.

Co-orientador: Prof. Dr. Guilherme Augusto de Freitas Fregonezi.

NATAL

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia:

Prof. Dr. Jamilson Simões Brasileiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

DESEMPENHO E EFEITOS AGUDOS DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO

VOLUME-ORIENTADA SOBRE OS VOLUMES PULMONARES EM PACIENTES

APÓS AVC E SUJEITOS SAUDÁVEIS

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Gardênia Maria Holanda Ferreira – Presidente – UFRN

Prof. Dr. Guilherme A. de Freitas Fregonezi – Membro Interno à Instituição – UFRN.

Profª. Drª. Tânia Fernandes Campos – Membro Interno à Instituição – UFRN.

Profª. Drª. Raquel Rodrigues Britto – Membro externo à Instituição – UFMG.

Aprovada em: ____/____/____

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Dedicatória

Aos meus amados pais, por fazerem

das suas vidas, a minha.

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Agradecimentos

Os caminhos que nós trilhamos ao longo da vida são uma soma entre nossas

escolhas e as oportunidades que nos são dadas. Hoje, com muita alegria, concretizo

a escolha de me tornar mestre. E com muito afeto, tenho a chance de agradecer a

todos que contribuíram com a oportunidade para que eu chegasse até aqui.

Agradeço a Deus, por se fazer presente em todos os momentos da minha

vida, me dando discernimento e segurança de seguir adiante mesmo frente às

adversidades.

Aos meus pais, Marçal Rosas, meu orgulho e minha mãe, Ioná Dantas, minha

fortaleza, pelo amor desmedido, pela dedicação incondicional, incentivo e cuidado

diários, e abdicação dos próprios sonhos pela concretização dos sonhos dos filhos.

Espero nunca decepcioná-los. Amo vocês!

Aos meus amados irmãos, Marçal Filho, minha inspiração e Stênio Urick,

minha alegria, pela amizade e companheirismo de sempre, por compreenderem

minha ausência e por me incentivarem a me tornar uma pessoa melhor. Meus

sinceros agradecimentos à minha querida cunhada, Marine Rosa, pela amizade e

pela alegria da convivência, por completar nossa família de forma tão plena.

A minha querida tia Ionara Dantas, meu exemplo maior de perseverança,

força e profissionalismo. Obrigada pela torcida, pela solidariedade, pela presença

certa nas alegrias e nas tristezas. Estendo meus agradecimentos a Gilvandro

Estevam, que de forma tão prestativa e disponível me apoiou e me incentivou nessa

árdua caminhada.

A minha orientadora, Gardênia Holanda, agradeço pela disponibilidade

irrestrita, pela paciência, por todos os ensinamentos, por sempre me acolher com

abraços calorosos e com a certeza de que tudo daria certo. Redundância uma

pessoa como a senhora ter nome de flor. Minha gratidão eterna!

Ao meu co-orientador, Guilherme Fregonezi. O senhor me ajudou a descobrir

o quanto instigante é ser pesquisador e como amar o que fazemos faz toda a

diferença. Obrigada por me fazer transformar minhas inseguranças em coragem e

força. Sua competência, rigor científico e sua inteligência foram decisivos para a

execução desse trabalho. Obrigada pela confiança em mim depositada e por todas

as oportunidades que o senhor me proporcionou. Meu respeito e admiração

sempre!

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A estimada professora, Tânia Campos. Obrigada por estender meus

horizontes, me fazendo enxergar além da dissertação, tornando esse caminho

aprendizado para toda uma vida. Nos momentos mais difíceis, obrigada por ser meu

equilíbrio e por me ensinar que no meio de tanta ciência, os desígnios de Deus são

as molas precursoras das nossas vidas. Sua missão é linda!

A professora Vanessa Resqueti, obrigada pela presença serena, pelo

interesse e pelo apoio incomensuráveis. Incrível como você consegue ser tantas ao

mesmo tempo, e todas com a mesma competência, exemplo de mãe, de esposa, de

mulher, de pesquisadora, de professora e de amiga.

Aos demais professores do Programa de Pós Graduação da UFRN, pela

minha formação sólida, pelos valiosos ensinamentos e pela oportunidade de

crescimento profissional. Eu tenho muito orgulho de dizer que me tornei mestre me

espelhando em vocês. Obrigada!

Aos amigos Francisco Locks e Gabriela Lopes, o otimismo, a ajuda sem hora,

a lealdade e a amizade construída nesses dois anos fizeram toda a diferença nesse

caminho. Obrigada por me transmitirem tanta segurança e fraternidade, com colos e

ombros tão fortes foi mais fácil ficar longe de casa.

A amiga Janaina Dantas, você é um exemplo genuíno de generosidade. Sei

que sempre estaremos juntas, pois construímos fortes laços de confiança e

amizade. Espero honrar sua amizade sempre. Obrigada por tudo minha irmã

potiguar.

Aos meus companheiros de todas as horas Elis Emanuelle e Rêncio Bento.

Compartilhamos cada momento e dividimos todas nossas angústias. Obrigada pela

alegria, pelo apoio, pela presença constante, por tornarem tudo mais simples, pela

disposição desmedida em colaborar e pelas intermináveis horas e cafés

compartilhados no Laboratório. Vocês foram fundamentais.

Aos colegas do mestrado, em especial a Caio Alano, Thalita Medeiros e Ana

Tereza Sales pela amizade construída e por compartilharem comigo com tanta

presteza minha adaptação em Natal.

Aos amigos do Laboratório PneumoCardioVascular, Sílvia Brilhante, Ângelo

Augusto, Ingrid Guerra e Palomma Russely pela grata surpresa da sincera amizade.

Cada um de vocês tem um lugar especial guardado em meu coração. Espero tê-los

sempre em minha vida.

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Aos funcionários do Departamento de Fisioterapia da UFRN, Patrícia

Campos, Marcos Nasário, Jeisiene Lira, Rosemary Barbosa e Lucineide Alves pela

convivência fácil, pela paciência, pela dedicação e pela ajuda nesses dois anos.

Aos amigos, Rodrigo Melo, Bárbara Portela, Bruno Henrique Ferreira, Emília

Souza por participarem tão de perto dessa conquista, pela disponibilidade e torcida

de sempre. Obrigada.

A todos que participaram de qualquer forma dessa realização e alegraram-se

com minha vitória. Meu carinho, estima e gratidão!

“A mente que se abre a uma nova idéia, jamais voltará ao seu tamanho original”

(Albert Einstein)

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Sumário

Dedicatória................................................................................................................. v

Agradecimentos......................................................................................................... vi

Lista de Figuras......................................................................................................... xi

Resumo...................................................................................................................... xii

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 14

1.1 Justificativa.......................................................................................................... 18

1.2 Objetivos.............................................................................................................. 19

1.2.1 Geral................................................................................................................. 19

1.2.2 Específicos....................................................................................................... 19

2 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 20

2.1 Delineamento e local da pesquisa....................................................................... 21

2.2 Caracterização da amostra.................................................................................. 21

2.3 Aspectos éticos da pesquisa............................................................................... 22

2.4 Instrumentos........................................................................................................ 14

2.4.1 Avaliação antropométrica................................................................................. 22

2.4.2 Avaliação da função pulmonar......................................................................... 23

2.4.2.1 Espirometria................................................................................................... 24

2.4.2.2 Manovacuometria.......................................................................................... 25

2.4.3 Pletismografia opto-eletrônica (POE)............................................................... 26

2.4.4 Espirometria de incentivo................................................................................. 30

2.4.5 Avaliação neurológica e cognitiva.................................................................... 31

2.4.6 Teste de desempenho da aprendizagem......................................................... 32

2.5 Desenho do estudo.............................................................................................. 34

2.6 Protocolo experimental........................................................................................ 35

2.7 Cálculo amostral.................................................................................................. 36

2.8 Análise estatística................................................................................................ 37

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 38

Efeitos agudos da espirometria de incentivo volume-orientada os volumes

pulmonares em pacientes após AVC e sujeitos

saudáveis...................................................................................................................

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Prática observacional da espirometria de incentivo em pacientes com Acidente

Vascular Cerebral..................................................................................................

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Lista de Figuras

Figura 1. Balança antropométrica, modelo 31, Filizola®.......................................................... 23

Figura 2. Oxímetro Nonin®, PalmSat.................................................................... 23

Figura 3. Espirômetro KoKo DigiDoser (Longmont, USA)................................... 25

Figura 4. Manovacuômetro digital Micro RPM..................................................... 26

Figura 5. Posicionamento dos marcadores retroreflexivos segundo referências

anatômicas, visão anterior e posterior.................................................................

28

Figura 6. Posicionamento dos marcadores no tórax e modelo geométrico

tridimensional da parede torácica e compartimentos...........................................

28

Figura 7. Pletismografia opto-eletrônica (POE) durante a realização da

espirometria de incentivo (EI)...............................................................................

29

Figura 8. Análise dos dados coletados pelo POE, durante o momento 1,

através do Software DiaMov................................................................................

29

Figura 9. Análise dos dados coletados pelo POE, durante o momento 2,

através Software DiaMov.....................................................................................

30

Figura 10. Espirômetro de Incentivo volume-orientado Voldyne® 5000.............. 34

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Resumo

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma síndrome clínica caracterizada

por uma perturbação focal da função cerebral. Geralmente ocasiona quadro de

disfunção motora acompanhada de prejuízo da função respiratória. Tendo em vista

tal quadro e suas possíveis repercussões, a fisioterapia respiratória tem sido

amplamente requisitada com o intuito reverter ou minimizar as complicações. Dentre

os recursos utilizados para este fim, os espirômetros de incentivo são utilizados com

o objetivo de restaurar os volumes pulmonares, modificando o padrão respiratório e

de ventilação pulmonar, prevenindo a incidência das complicações pulmonares. O

objetivo do presente estudo foi comparar o desempenho na realização da

espirometria de incentivo volume-orientada (EI) e seus efeitos agudos sobre os

volumes pulmonares em pacientes após AVC e sujeitos saudáveis. Foram

selecionados 40 voluntários, de ambos os gêneros, divididos em grupo experimental

(GE), composto por 20 pacientes após AVC e grupo controle (GC) composto por 20

sujeitos saudáveis, pareados quanto à idade, gênero e Índice de Massa Corpórea

(IMC). A coleta dos dados foi realizada em duas etapas: (1) Avaliação cognitiva e

neurofuncional (Mini Exame do Estado Mental, National Institute Stroke Scale,

Medida de Independência Funcional, teste de desempenho da aprendizagem) (2)

Avaliação Respiratória (espirometria, manovacuometria e cinemática tóraco-

abdominal, através da Pletismografia Opto-eletrônica). A análise estatística foi

realizada através do software Graphpad Prism 4.0, em que foram utilizados os testes

t Student e ANOVA two-way para comparação intergrupos e adotado nível de

significância de 5%. Os resultados mostraram que os pacientes apresentam

desempenho inferior na aprendizagem da espirometria de incentivo, com uma média

de erros maior 2,95 ± 1,39, quando comparados aos sujeitos saudáveis, 1,15 ± 0,98.

Em relação à prática observacional utilizada não foi encontrada diferença entre a

aprendizagem através do vídeo ou do terapeuta. Em relação aos efeitos agudos da

espirometria de incentivo volume-orientada, os pacientes após AVC apresentaram

valores de volume corrente 24,7%, 18% e 14,7% inferiores quando comparados aos

sujeitos saudáveis nos momentos pré-EI, EI e pós-EI, porém a espirometria de

incentivo induziu incrementos de volume similares em ambos os grupos estudados,

com 75, 3% para os pacientes e 73,3% para os sujeitos saudáveis. A espirometria

de incentivo promove ganhos significativos no volume corrente da parede torácica,

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tanto em pacientes acometidos por AVC como em sujeitos saudáveis, no entanto o

desempenho da aprendizagem é inferior para os pacientes, para ambas as práticas

com vídeo ou terapeuta.

Palavras-chaves: exercícios respiratórios, acidente vascular cerebral,

aprendizagem, pletismografia.

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1 INTRODUÇÃO

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O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma síndrome clínica caracterizada

por uma perturbação focal da função cerebral, de origem vascular e início súbito,

produzida pela interrupção do fluxo sanguíneo normal para uma área do cérebro

com duração de mais de 24 horas, acarretando uma disfunção persistente

relacionada com as estruturas afetadas1,2.

Esta síndrome é considerada a segunda causa de morte no mundo e a

primeira causa de incapacitação funcional em adultos, onde mais da metade dos

pacientes ficarão com alguma sequela neurológica permanente, responsável por

incapacidade e dependência do indivíduo3,4. Sobre sua morbimortalidade, em estudo

multicêntrico, a respeito de duas coortes com 7710 pacientes, foram constatadas as

principais causas de morte nos pacientes mais dependentes após seis meses do

AVC, as pneumonias, os eventos recorrentes, embolismos pulmonares e doenças

cardíacas5.

O AVC apresenta manifestações clínicas diversas que refletem a localização

e extensão da lesão vascular, geralmente, ocasiona quadro de disfunção motora,

que engloba posturas e padrões de movimentos atípicos, lentidão e coordenação

pobre, fraqueza muscular, diminuição da massa muscular, alteração dos reflexos,

aumento da resistência das articulações à movimentação passiva (hipertonia) e

espasticidade6-8.

Dos diversos comprometimentos do AVC, a hemiplegia/hemiparesia é uma

sequela comum caracterizada pela perda total ou parcial da função motora do

hemicorpo acometido. A recuperação motora ocorre após uma sequência de

eventos iniciada por uma fase flácida, seguida por um aumento das sinergias

anormais de movimento, com subsequente diminuição das sinergias e melhora do

controle seletivo do movimento9-11.

Além dos comprometimentos gerais, os pacientes neurológicos tendem a

apresentar prejuízo da função respiratória com o potencial de alteração da geração

do ritmo respiratório, quando lesionadas estruturas que controlam a respiração ou

alterações resultantes dos comprometimentos biomecânicos no hemicorpo

acometido12,13. As alterações na funcionalidade do sistema respiratório geralmente

são devido à fraqueza muscular respiratória, as disfunções posturais do tronco,

causando uma diminuição na potência funcional e motora diafragmática e bloqueio

inspiratório, levando esses pacientes a complicações respiratórias14-16.

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Comprometimentos respiratórios específicos como, diminuição das

complacências torácica e pulmonar, alteração nos volumes pulmonares, diminuição

da força muscular respiratória, diminuição do VEF1 (volume expiratório forçado no

primeiro segundo), diminuição das capacidades vital (CV) e da capacidade pulmonar

total (CPT) e aumento no trabalho respiratório, em indivíduos pós AVC, também são

citados em diversos estudos14,17,18 .

As diversas alterações no sistema respiratório por vezes ficam em segundo

plano no processo de reabilitação, devido ao complexo quadro de sequelas motoras,

foco da intervenção fisioterapêutica, comprometendo a participação ativa do

paciente em todo o programa de reabilitação, que pode ser um processo difícil, e

embora alguns pacientes consigam adquirir certa independência, existem dúvidas da

eficácia de tratamentos convencionais em arregimentar todo o potencial de

regeneração do sistema nervoso central e suas repercussões cardiorrespiratórias19.

Tendo em vista o quadro de disfunção pulmonar associado ao AVC e suas

possíveis repercussões, a fisioterapia respiratória tem sido amplamente requisitada

com o intuito reverter ou amenizar tal quadro, evitando o desenvolvimento de

complicações pulmonares, com a utilização de grande variedade de técnicas20.

As técnicas de Fisioterapia Respiratória são capazes de melhorar a mecânica

respiratória, a expansão pulmonar e a higiene brônquica, no entanto, a efetividade

de várias destas, depende diretamente da colaboração do paciente, através de sua

participação e aprendizado. Dentre os recursos fisioterapêuticos disponíveis, que

promovam fácil aprendizado e forneçam o feedback visual/ auditivo necessário para

ganhos na função pulmonar, destaca-se a espirometria de incentivo (EI), por ser um

sistema facilitador, com controle visual do esforço inspiratório ou expiratório, quando

o paciente é incentivado a incrementar seu desempenho respiratório21-23.

Largamente utilizados na prática clínica, os espirômetros de incentivo são

instrumentos que fornecem feedback aos pacientes, encorajando-os a realizarem

inspirações máximas sustentadas, que levam ao aumento da pressão transpulmonar

e, associadas à pausa inspiratória, promovem a insuflação e recrutamento alveolar,

contribuindo para a estabilização dos alvéolos, melhorando a complacência e

ventilação alveolar. Os espirômetros de incentivo são utilizados com o objetivo de

restaurar os volumes pulmonares, modificando o padrão respiratório e de ventilação

pulmonar, prevenindo a incidência das complicações pulmonares24-28.

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Para que haja um incremento na função pulmonar é fundamental que ocorra a

realização adequada da técnica, pois os efeitos relacionados à EI dependem

diretamente da participação ativa do indivíduo, portanto, a estimulação da

aprendizagem de uma técnica é um componente crucial para reabilitação, uma vez

que o aprender de qualquer habilidade requer a seleção de informações que podem

estar contidas no meio ambiente ou fornecidas pelo instrutor/terapeuta29,30.

A aprendizagem corresponde à aquisição de novos padrões para realização

de movimentos e consequente modificação do comportamento em decorrência da

prática. Com a prática, a capacidade de seleção e retenção de informações

relevantes à tarefa é aperfeiçoada, resultando no aumento da precisão do ato30-32.

A investigação dos mecanismos, processos e técnicas envolvidos na

aquisição de habilidades e dos fatores que afetam a aprendizagem podem auxiliar

no diagnóstico de patologias neurológicas e contribuir para a planificação das

estratégias de tratamento, uma vez que os comprometimentos gerados pelo AVC

podem gerar um déficit no aprendizado e na atenção. Por isso, as terapias

inovadoras, utilizadas para o AVC, têm como objetivo manipular a relação entre a

recuperação motora e a plasticidade cortical para aumentar o potencial de

recuperação funcional do paciente33.

A aprendizagem através da prática observacional propõe um modelo em que

o indivíduo elabore referências, símbolos ou representações na memória acerca da

habilidade motora a ser aprendida, ou seja, através da observação de alguém

realizando a ação, é possível adquirir competências para reproduzir habilidades

similares34. Inclui-se neste conceito de aprendizagem através da observação, o uso

das técnicas de fisioterapia, uma vez que a conduta fisioterapêutica pode conter

exercícios demonstrados pelo terapeuta para posterior realização do exercício pelo

paciente32,34.

E, ainda, o terapeuta pode substituir as instruções verbais pela demonstração

utilizando vídeos, filmes ou fotografias, o que possibilitaria a aprendizagem mediante

a observação, processo de prática observacional, também conhecido como

modelação ou imitação31. Esta, diz respeito ao processo geral pelo qual um

observador reproduz as ações exibidas por um modelo, assim, uma nova ação é

incorporada ao repertório do observador31,32,35.

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Por outro lado, a Pletismografia Opto-eletrônica (POE) tem sido importante

instrumento de avaliação da função pulmonar em pesquisas científicas por permitir a

análise compartimental dos volumes pulmonares, inclusive entre hemitórax, durante

o exercício e/ou em repouso, detectando, com acurácia, a variação de volumes do

complexo tóraco-abdominal. Portanto, este estudo é uma oportunidade para que

sejam investigados os efeitos agudos da espirometria de incentivo sobre os volumes

pulmonares em pacientes após AVC, comparando-os com sujeitos saudáveis, assim

como, compreender qual a contribuição da prática observacional na aprendizagem e

no desempenho desta técnica nesses sujeitos.

1.1 Justificativa

Existem evidências empíricas sobre a efetividade da espirometria de incentivo

em diversas patologias e em intervenções pós-cirúrgicas36,37. Sabe-se que esta

técnica, na prática clínica é utilizada de forma associada a outras condutas e assim

seus efeitos isolados ainda são questionáveis. Adicionalmente, seus efeitos agudos

em determinadas patologias, como o AVC e quais repercussões clínicas podem ser

produzidas na fase crônica desta doença, ainda são incipientes.

A Fisioterapia necessita enfocar dois aspectos indispensáveis nos pacientes

após AVC, os comprometimentos motores e os específicos, como a função

respiratória. Para isso, o fisioterapeuta necessita conhecer a patologia e como as

especificidades da função pulmonar podem interferir de forma direta no processo de

reabilitação. Estudos que avaliem a participação ativa do paciente neste processo e

como esta pode ser otimizada, precisam ser realizados, a fim de o programa de

tratamento seja potencializado.

Outro aspecto fundamental é a necessidade de estudos científicos que unam

as funções motoras e cognitivas, principalmente em pacientes neurológicos, uma

vez que a estimulação da aprendizagem para o melhor desempenho de exercícios e

técnicas tem importância crucial no processo de reabilitação. E ainda, como as

recentes técnicas empregadas na neuroreabilitação, como os conceitos de

aprendizagem observacional seriam capazes de influenciar na recuperação desses

pacientes.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

Comparar o desempenho na realização da espirometria de incentivo volume-

orientada e seus efeitos agudos sobre os volumes pulmonares em pacientes após

AVC e sujeitos saudáveis.

1.2.2 Específicos

Avaliar a cinemática tóraco-abdominal e as variações volumétricas durante o

uso da espirometria de incentivo volume-orientada;

Avaliar o percentual de participação de cada compartimento (CTp – caixa

torácica pulmonar, CTa – caixa torácica abdominal e Ab – abdômen) da

parede torácica (PT), no volume corrente, nos momentos pré, durante e pós

realização da espirometria de incentivo;

Comparar as diferenças volumétricas entre os hemitórax direito e esquerdo da

parede torácica, nos momentos pré, durante e pós realização da espirometria

de incentivo;

Avaliar o desempenho do uso do espirômetro de incentivo volume-orientado,

por meio das medidas de precisão e magnitude de resposta, através da prática

observacional através do vídeo ou do terapeuta.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

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2.1 Delineamento e local da pesquisa

Trata-se de um estudo comparativo, analítico de caráter transversal. O

presente estudo foi realizado no Laboratório de Fisioterapia PneumoCardioVascular

e Músculos Respiratórios, situado no Departamento de Fisioterapia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), no período compreendido entre março e

dezembro de 2011.

2.2 Caracterização da amostra

Para realização do estudo foram selecionados 40 voluntários, de ambos os

gêneros, com idade entre 39 e 74 anos, divididos em dois grupos, sendo o grupo

experimental (GE), composto por 20 pacientes que sofreram Acidente Vascular

Cerebral (AVC), com padrão hemiparético, e o grupo controle (GC) composto por 20

sujeitos saudáveis, pareados quanto à idade, gênero e índice de Massa Corpórea

(IMC). A amostra foi alocada de forma não probabilística por conveniência, e o

processo de randomização para o treino de aprendizagem foi feito por meio de

sorteio simples.

Para o grupo experimental, foram considerados como critérios de inclusão, a

participação voluntária na pesquisa, ter diagnóstico confirmado de AVC (isquêmico

ou hemorrágico), através de exames recentes de Tomografia Computadorizada, com

tempo transcorrido do diagnóstico do AVC, variando entre 1 e 7 anos, apresentar

padrão hemiparético com comprometimento leve a moderado segundo a National

Institute Health Stroke Scale (NIHSS)38, com capacidade cognitiva adequada (escore

> 22, para 0 - 11 anos de escolaridade, e > 27, para escolaridade superior a 11

anos), segundo o Mini Exame do Estado Mental (MEEM)39, não apresentar crise

hipertensiva recente e capacidade de responder aos instrumentos de avaliação.

Como critérios de exclusão foi o uso inadequado dos equipamentos utilizados, ou

não completar a avaliação. Para o grupo controle, foram considerados como critérios

de inclusão, o pareamento quanto à idade, sexo e IMC, não ter história de

tabagismo, capacidade de responder aos instrumentos de avaliação e ausência de

quaisquer patologias cardiopulmonares. Como critérios de exclusão, foram excluídos

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voluntários com dados espirométricos abaixo dos valores preditos (limite inferior a

80% da Capacidade Vital Forçada (CVF).

2.3 Aspectos éticos da pesquisa

A inclusão dos participantes na pesquisa teve caráter voluntário, sem fins

lucrativos, onde os mesmos assinaram um termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE) (Apêndice A). Por ocasião da publicação dos resultados da

pesquisa, foi assegurado o anonimato, o respeito pela dignidade humana, e todos os

requisitos da bioética de acordo com a Resolução 196/96 e 251/97 do Conselho

Nacional de Saúde. O projeto foi submetido à apreciação pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), obtendo

parecer favorável de número 095/2011 (Anexo 1).

2.4 Instrumentos

Inicialmente foi utilizada uma ficha de avaliação padronizada (Apêndice B)

para preenchimento dos dados antropométricos (idade, peso, altura, Índice de

massa corpórea (IMC) dos voluntários, bem como informações sobre o AVC, como

história da doença, tipo do AVC, hemicorpo acometido, tempo do diagnóstico,

antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida (tabagismo e etilismo), sinais

vitais iniciais (pressão arterial (PA), frequências cardíaca (FC) e respiratória (f) e

saturação periférica sanguínea de oxigênio (SpO2).

2.4.1 Avaliação antropométrica

Os dados antropométricos, peso e altura, foram mensurados através de

balança modelo 31 (Filizola®, São Paulo-SP, Brasil) (Figura 1), calibrada por técnico

do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial

(INMETRO). A pesagem foi realizada com o indivíduo na posição ortostática com

calcanhares unidos, panturrilhas, nádegas, dorso e região occipital em contato com

a régua antropométrica, sendo a cabeça alinhada pelo examinador. A seguir, foi

medido o índice de massa corpórea (IMC) e calculados os valores previstos para a

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24

espirometria40. A frequência cardíaca (FC) e saturação sanguínea periférica de

oxigênio (%SpO2) foram monitoradas através do oxímetro Nonin®, PalmSat 2500

(Minnesota, USA) (Figura 2).

Figura 1. Balança antropométrica, modelo 31, Filizola®

Figura 2. Oxímetro Nonin®, PalmSat.

2.4.2 Avaliação da função pulmonar

2.4.2.1 Espirometria

A espirometria consiste num teste que possibilita a análise de fluxo aéreo,

volumes e capacidades pulmonares, sendo muito utilizado como diagnóstico e

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25

quantificação de distúrbios ventilatórios. Foi utilizado o espirômetro KoKo DigiDoser

(Longmont, USA) (Figura 3) para avaliação da função pulmonar. Sobre os critérios

de aceitabilidade e reprodutibilidade dos exames espirométricos foram seguidas as

diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia40. Antes de cada

exame, o aparelho foi calibrado considerando-se a temperatura do ambiente e a

injeção de um volume de 3000 ml de ar por meio de uma seringa (Vitalograph,

Buckingham, Inglaterra). As variáveis analisadas foram a capacidade vital forçada

(CVF), capacidade vital lenta (CVL), capacidade inspiratória (CI), volume expiratório

forçado do primeiro segundo (VEF1), pico de fluxo expiratório (PFE), e a relação

entre o VFE1/ CVF%. Os resultados foram expressos em litros e em porcentagens

dos valores preditos, seguindo os valores de referência para a população brasileira e

serão considerados normais acima de 80% do previsto40. Para os cálculos dos

valores de referência foi seguido o estudo proposto por Pereira, Sato e Rodrigues41

assim como os cálculos para a normalidade.

A espirometria foi realizada com o indivíduo na posição sentada de forma

confortável, com os pés apoiados no solo e com as narinas ocluídas por um clipe

nasal. Antes do procedimento, os voluntários foram instruídos sobre a técnica a ser

realizada. Para cada participante, foram obtidas três curvas expiratórias forçadas,

tecnicamente aceitáveis e reprodutíveis, com variabilidade entre elas inferior a 5%,

equivalente a 200 ml, sendo considerada, para efeito de análise, apenas a curva

com o melhor desempenho40. Os voluntários executaram a técnica, fazendo

respiração em volume corrente e quando solicitado pelo avaliador, realizaram uma

inspiração máxima (próximo à capacidade pulmonar total; CPT) seguida de uma

expiração máxima (próximo ao volume residual; VR). Todas as avaliações foram

realizadas pelo mesmo profissional, utilizando-se sempre o mesmo equipamento e a

mesma técnica40.

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26

Figura 3. Espirômetro KoKo DigiDoser (Longmont, USA).

2.4.2.2 Manovacuometria

A manovacuometria foi realizada para avaliar a força muscular respiratória,

inferida através das pressões respiratórias máximas, utilizando o aparelho

manovacuômetro digital MicroRPM (MICRO medical, Rocjester Kent, Reino Unido)

(Figura 4). Antes do início de cada exame, os indivíduos foram orientados sobre os

procedimentos e o avaliador demonstrou como deveria ser feita a manobra. Esta foi

realizada com o indivíduo na posição sentada, em repouso, com a cabeça na

posição neutra, fazendo uso de clipe nasal, e bocal cilíndrico descartável acoplado

ao manovacuômetro e posicionado firmemente entre os lábios para evitar

vazamento, com um orifício de fuga aérea de 2 mm de diâmetro para que os valores

das pressões máximas não sofressem influência das pressões geradas pelos

músculos da face e da orofaringe42. Foram mensuradas, a pressão inspiratória

máxima (PImax) a partir do volume residual (VR) e a pressão expiratória máxima

(PEmax), a partir da capacidade pulmonar total (CPT)43.

As manobras, de PImax e PEmax, foram repetidas duas vezes para

aprendizado e, em seguida, foram realizadas cinco medidas, tecnicamente

satisfatórias, com variação menor que 10% entre os dois valores máximos, com

repouso de 60 segundos entre elas44. As manobras foram acompanhadas por

estímulos verbais padronizados pelo terapeuta. E, para efeito de análise, foi utilizada

a medida de maior valor, medidos em valores brutos e porcentagens dos valores

previstos. Estes, por sua vez, foram calculados pelas equações de regressão para o

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27

cálculo das pressões máximas em função da idade e gênero, proposto por Neder et

al.43 para a população brasileira.

Figura 4. Manovacuômetro digital Micro RPM.

2.4.3 Pletismografia Opto-eletrônica (POE)

Para avaliação das variações volumétricas pulmonares geradas durante a

respiração45 foi utilizado o Pletismógrafo Opto-eletrônico (POE)46 da BTS

Bioengineering (Milão-Itália), sistema que permite medidas acuradas e contínuas do

volume absoluto total do complexo tóraco-abdominal e seus compartimentos47,

através da formação de um modelo experimental, seguindo o Teorema de Gauss,

onde são formados triângulos com coordenadas tridimensionais nos eixos X, Y e Z,

que estimam pelo cálculo da soma das áreas dos triângulos48,47,49, os volumes

pulmonares. O POE trata-se de um sistema complexo formado por seis câmeras

fotossensíveis que captam marcadores retroreflexivos dispostos anterior, posterior e

lateralmente na superfície da parede torácica do voluntário, em posição sentada,

posicionados das clavículas às espinhas ilíacas ântero-superiores, ao longo de

linhas verticais e horizontais pré-definidas, seguindo estruturas anatômicas (Figura

5)48, tais como: 1) linha clavicular; 2) articulação manúbrio-esternal; 3) mamilos; 4)

processo xifóide; 5) margem costal inferior; 6) cicatriz umbilical; 7) espinha ilíaca

ântero-superior48.

Totalizam 89 marcadores, com uma configuração de posicionamento usada

para melhorar a precisão na avaliação do volume da parede torácica e definir

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28

anatomicamente as três regiões ou compartimentos tóraco-abdominais, segundo o

modelo proposto por Ward e Macklen46, caixa torácica pulmonar (CTp), caixa

torácica abdominal (CTa) e abdômen (Ab). A partir do modelo geométrico

tridimensional (Figura 6), é possível obter as variações de volume pulmonar do

complexo tóraco-abdominal e de seus compartimentos, além da porcentagem de

participação de cada compartimento no ciclo respiratório48,49. É um sistema não

invasivo, não sendo necessária a utilização de clipes nasais ou bocais durante sua

utilização49. Com a POE é possível analisar diferentes variáveis de volume e de

tempo do ciclo respiratório, como volume corrente, volume inspiratório e expiratório

finais da parede torácica e seus compartimentos, frequência respiratória e outras. No

presente estudo, a POE foi utilizada para a avaliação da cinemática do complexo

tóraco-abdominal e da variação volumétrica pulmonar em cinco momentos, momento

1, respiração em volume corrente pré uso da EI; momento 2, realização da série 1

da EI; momento 3, realização da série 2 da EI; momento 4, realização da série 3 da

EI e momento 5, respiração em repouso pós uso da EI (Figura 7).

Para a análise dos dados obtidos no POE foi utilizado o software SMART

tracker para realização dos cálculos volumétricos. Posteriormente, os arquivos foram

automaticamente convertidos em novos arquivos de extensão DAT. Estes, por sua

vez, foram analisados pelo software DiaMov, responsável por gerar dois arquivos

adicionais de extensões BBB e MED. O primeiro fornece dados breath by breath

(ciclo a ciclo) e o segundo fornece a média e o desvio-padrão de todas as variáveis

de um trecho de 45 segundos escolhido para análise (Figura 8).

A análise da avaliação volumétrica dos hemitórax foi realizada no software

SMART analyzer, onde a parede torácica e seus compartimentos foram subdivididos

em hemitórax direito e esquerdo e calculados os volumes mobilizados em cada

hemitórax, além da diferença volumétrica entre eles.

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29

Figura 5. Posicionamento dos marcadores retroreflexivos segundo referências

anatômicas, visão anterior e posterior.

Figura 6. Posicionamento dos marcadores no tórax e modelo geométrico

tridimensional da parede torácica e compartimentos.

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30

Figura 7. Pletismografia opto-eletrônica (POE) durante a realização da espirometria

de incentivo (EI).

Figura 8. Análise dos dados coletados pelo POE, durante o momento 1, através do

Software DiaMov.

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31

Figura 9. Análise dos dados coletados pelo POE, durante o momento 2, através

Software DiaMov.

Antes dos procedimentos de utilização e captura dos dados, o sistema

precisou ser informado a respeito do posicionamento e orientação das câmeras

fotossensíveis, assim como a área que abrangeria a coleta. Este procedimento

consiste na calibração do equipamento, ou seja, captação de imagens estáticas e

dinâmicas dos três eixos de movimento X, Y e Z (ântero-posterior, látero-lateral e

próximo-distal) para reconhecimento dos marcadores na superfície corporal e seus

movimentos, por um período de tempo de três minutos (180 segundos), e foi

utilizada uma frequência de calibração de 60 Hz para este procedimento, e 30 Hz

para o procedimento de coleta nos três momentos supracitados.

2.4.4 Espirometria de Incentivo (EI)

O espirômetro de incentivo utilizado como intervenção foi o Voldyne® 5000

(Sherwood Medical, St. Louis, EUA) (Figura 10). Este incentivador com carga

pressórica volume-dependente é responsável por propiciar expansão pulmonar,

promovendo reinsuflação de alvéolos total ou parcialmente colapsados, reduzindo

diferenças regionais da ventilação-perfusão, havendo assim, recrutamento alveolar e

melhora na ventilação pulmonar20. Além de ser um equipamento acessível, a técnica

é incentivada pelo feedback visual através do êmbolo e das marcações no próprio

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32

aparelho que determinam os valores de volume pré-determinados a serem atingidos.

Os voluntários, após a aprendizagem, realizaram a manobra de inspiração pelo

bocal, de forma lenta, a partir do volume corrente até atingir 80% da capacidade

inspiratória pulmonar, pré-determinada na espirometria, sustentando a inspiração

por um período de 3 segundos, seguida de expiração lenta. Foram realizadas dez

inspirações, podendo entre elas serem realizadas respirações em volume corrente,

totalizando uma série. A intervenção consistiu na realização de três séries com dez

repetições20-25.

Figura 10. Espirômetro de Incentivo volume-orientado Voldyne® 5000.

2.4.5 Avaliação neurológica e cognitiva

O exame neurológico foi realizado através da National Institute Health Stroke

Scale (NIHSS) (Anexo 2). É um instrumento utilizado para avaliação da orientação

temporal e espacial, memória de curto prazo (imediata ou atenção) e evocação,

cálculo, praxia, e habilidades de linguagem e viso–espaciais, já sendo validado para

a população brasileira38. Consiste em uma escala para avaliação do grau de

comprometimento neurológico, específica para AVC, que apresenta 15 itens, os

quais incluem: nível de consciência, movimentos extra-oculares, campo visual,

função muscular facial, força de membros, função sensorial, coordenação (ataxia),

linguagem (afasia), discurso (disartria) e hemiplegia (negligência). Os escores

variam de 0 a 42. Os pontos de corte são: 0 a 5 = leve; 6 a 13 = moderado; 14 ou

mais = grave. O tempo de aplicação é em torno de 5 a 8 minutos38.

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33

A avaliação da cognição foi feita através do Mini Exame do Estado Mental

(MEEM) (Anexo 3) que fornece informações sobre diferentes parâmetros cognitivos,

contendo questões agrupadas em sete categorias, cada uma delas planejada com o

objetivo de avaliar funções cognitivas específicas como orientação temporal (5

pontos), recordação das três palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade

construtiva visual. O escore varia de um mínimo de 0 pontos, para o maior

comprometimento cognitivo do indivíduo, até um total máximo de 30 pontos, o que,

por sua vez, corresponde a melhor capacidade cognitiva37.

2.4.6 Teste de desempenho da aprendizagem

Para a realização do teste do desempenho da aprendizagem, os voluntários

randomizados para o grupo vídeo (GV), assistiram um vídeo previamente produzido

com duração de quatro minutos, contendo instruções visuais/auditivas sobre a

realização da espirometria de incentivo, com a participação no filme do profissional

fisioterapeuta supervisionando a ação e dando os comandos verbais necessários ao

paciente-modelo que realizava dez repetições do exercício com o espiromêtro de

incentivo, configurando a prática observacional com vídeo.

Os demais voluntários, randomizados para o grupo terapeuta (GT), tiveram

como forma de aprendizado, instruções diretas do profissional fisioterapeuta, com os

mesmo comandos verbais, no entanto, sem a visualização do paciente-modelo

realizando do exercício, configurando outro tipo de prática observacional. Para

comprovar a eficácia no aprendizado de determinada tarefa, Schmidt30 propõe três

categorias para medir desempenho durante a execução de uma atividade motora:

precisão, que corresponde ao número de erros; velocidade, que é o tempo

necessário para completar tarefa e a magnitude da resposta, que se refere ao

número de tentativas para se obter a resposta considerada consistente. Assim, o

teste de desempenho da aprendizagem foi realizado para ambos os grupos, onde os

voluntários realizaram dez tentativas, e foram analisadas a precisão e a magnitude

de resposta, sendo considerada como resposta consistente ou acerto30, postura

correta durante a realização da espirometria de incentivo; na inspiração, atingir o

volume pulmonar pré-estabelecido (80% da capacidade inspiratória pulmonar)40,

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34

manter a pausa pós-inspiratória, por três segundos, no volume pré-determinado; e

expirar de forma lenta.

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35

2.5 Desenho do estudo

Avaliação Inicial

Dados Antropométricos, (FC, f, SpO2, PA)/

NHSS/MEEM/Espirometria/Manovacuometria

Teste do

Desempenho

n = 40

Prática

Observacional

Terapeuta (n =10)

10)

Prática

Observacional

Vídeo (n = 10)

Avaliação Final

(FC, f, SpO2, PA)

POE Pré-EI, EI e Pós-EI

10

Tentativas

Randomização

Grupo experimental

(AVC)

n=20

Grupo controle

(Saudáveis)

n=20

Prática

Observacional

Vídeo (n = 10)

Prática

Observacional

Terapeuta (n = 10)

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36

2.6 Protocolo Experimental

Os procedimentos do estudo foram realizados por um único avaliador. Os

voluntários assinaram o TCLE (Apêndice A). Em seguida, os mesmos foram

submetidos a um exame físico no qual uma ficha de avaliação padronizada

(Apêndice B) foi preenchida, contendo identificação, dados antropométricos (idade,

peso, altura, IMC), bem como informações sobre o AVC, como história da doença,

tipo do AVC, hemicorpo acometido, tempo do diagnóstico, antecedentes pessoais e

familiares, hábitos de vida (tabagismo e etilismo), e avaliados os sinais vitais iniciais

(pressão arterial (PA), frequências cardíaca e respiratória (FC) e (f),

respectivamente, e saturação sanguínea periférica de oxigênio (SpO2). Para

avaliação da função cognitiva, foi então realizado o MEEM39. No caso de

considerados aptos à inclusão, os indivíduos deram continuidade no estudo.

Seguindo a referência de Pereira, Sato e Rodrigues41, foram calculados os

valores de referência para as variáveis espirométricas e para as pressões

respiratórias máximas. Em seguida, foi realizada a espirometria, obtendo três curvas

expiratórias forçadas, tecnicamente aceitáveis e reprodutíveis. Além das manobras

forçadas, foi realizada ainda, a manobra de capacidade vital lenta (CVL), para

mensuração da capacidade inspiratória (CI) individual e, a partir desta medida,

calculado 80% desta. Este valor foi estipulado na espirometria de incentivo como

meta para a realização da intervenção. A manovacuometria foi realizada através de

cinco medidas com as manobras de PImax e PEmax. Para efeito de análise, foram

consideráveis aceitáveis, aquelas que apresentaram até 10% de variação entre seus

valores44.

Posteriormente, os indivíduos foram randomizados, por meio de sorteio

simples, para realizarem o teste de desempenho da aprendizagem da EI, podendo

ser incluídos no grupo vídeo, onde assistiram ao vídeo com a técnica de

espirometria de incentivo a ser realizada, ou grupo terapeuta, onde foram instruídos

diretamente pela fisioterapeuta com os mesmos comandos, e ambos os grupos

realizaram o mesmo número de dez tentativas.

Após a aprendizagem do uso da espirometria, os voluntários foram

posicionados, segundo as posições anatômicas supracitadas48 e referidas na Figura

5, os 89 marcadores retroreflexivos, aderidos à superfície corporal através de fita

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37

adesiva comum no tórax do voluntário, e então realizada a calibração do sistema. O

voluntário foi posicionado sentado, centralizado em um sistema de seis câmeras

previamente calibradas, segundo recomendações do fabricante (Figura 7), com o

tórax livre, joelhos paralelos e posicionados a 90 graus, com postura ereta, e mãos

repousadas sobre as coxas, e após a captação das imagens, o software POE

capture foi utilizado para a formação do modelo tridimensional, foram coletados no

POE, os cinco momentos para a posterior análise das variáveis: 1) Pré (respiração

em repouso inicial), onde o voluntário realizou respiração em volume corrente, por

cinco minutos (300 segundos); 2) Série 1: realização da primeira série com o

espirômetro de incentivo volume-orientado Voldyne®, com dez repetições de

inspiração máxima sustentada, cada uma delas seguida de pausa pós-inspiratória

de três segundos e expiração lenta, podendo haver respiração basal, ou seja,

respiração em volume corrente, entre as inspirações máximas, para evitar dispnéia;

3) Série 2: realização da segunda série com dez repetições com o EI; 4) Série 3:

realização da terceira série com dez repetições com o EI, com um minuto de

repouso entre as séries; 5) Pós (respiração em repouso final): onde o voluntário

realizou respiração em volume corrente, por cinco minutos (300 segundos).

O EI foi mantido na posição vertical pelo fisioterapeuta, e o indivíduo realizou

a técnica de forma voluntária, através do feedback visual da movimentação do

êmbolo do aparelho até o valor determinado de 80% da capacidade inspiratória

pulmonar, mediante os comandos verbais e incentivo. A intervenção foi única, com

duração média de trinta minutos, e após o procedimento foram reavaliados os sinais

vitais (pressão arterial (PA), frequências cardíaca e respiratória (FC) e (f),

respectivamente, e saturação sanguínea periférica de oxigênio (SpO2). O tempo

gasto para a realização de toda coleta foi em média 90 minutos.

2.7 Cálculo Amostral

O número amostral foi calculado de acordo com os dados das coletas de 10

voluntários em situação de respiração em repouso e durante a realização da EI. Foi

analisada a variável “volume corrente” da parede torácica através do desvio-padrão.

Após os cálculos realizados do tamanho do efeito e considerando um nível de

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38

significância de 0,05 e um poder estatístico de 0,80, o número ideal foi estimado em

20 pacientes para o grupo experimental.

2.8 Análise Estatística

Todos os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software

GraphPadPrism versão 4.0 para Windows. A normalidade de distribuição dos dados

foi verificada por meio do teste Shapiro Wilk. Para a análise descritiva utilizou-se a

média como medida de tendência central e o desvio padrão como medida de

dispersão. Para análise inferencial dos dados relativos à POE foram adotados o

Teste t Student não pareado para comparação das médias de cada variável

intergrupos e o teste de análise de variância ANOVA Two-way para verificar a

diferença entre os grupos e entre os momentos da intervenção respiração em

repouso inicial, média entre as séries da EI e respiração em repouso final (Pré-EI, EI

e Pós-EI), respectivamente. Quando houve diferença significativa, o teste post hoc

de Bonferroni foi aplicado a fim de se localizar as diferenças. Para a análise

inferencial dos dados relativos à Prática observacional foi utilizada a ANOVA three-

way de medidas repetidas para comparação do número de erros entre os pacientes

e saudáveis, os tipos de prática e tentativas. Quando houve diferença significativa, o

teste post hoc de Newman-Keuls foi utilizado.

Para efeito de análise, as três séries da realização da espirometria de

incentivo foram analisadas como média (EI), uma vez que a diferença entre elas não

excedeu 15% dos valores em todas as variáveis analisadas. Para todas as análises

estatísticas foi adotado um nível de significância de 5% (p<0,05).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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40

Os resultados e as discussões a respeito dos achados deste estudo estão

dispostos em dois artigos referidos abaixo:

1. “EFEITOS AGUDOS DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO VOLUME-

ORIENTADA SOBRE OS VOLUMES PULMONARES EM PACIENTES APÓS AVC

E SUJEITOS SAUDÁVEIS” que após as devidas correções, será traduzido e

submetido à revista Respiratory Care (The Science Journal of the American

Association for Respiratory Care)

2. “PRÁTICA OBSERVACIONAL DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL” que após as devidas

correções, será traduzido e submetido à revista Physiotherapy Theory and Practice.

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EFEITOS AGUDOS DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO VOLUME-ORIENTADA

SOBRE OS VOLUMES PULMONARES EM PACIENTES APÓS AVC E SUJEITOS

SAUDÁVEIS

Lima, INDF; Fregonezi, GAF; Campos TF; Melo R; Ferreira, GMH. Departamento de

Fisioterapia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

[email protected]

Resumo

O acidente vascular cerebral (AVC) gera inúmeras repercussões no sistema

respiratório. A alteração nos volumes pulmonares, no posicionamento da cúpula

diafragmática no lado acometido e a fraqueza dos músculos respiratórios em

pacientes que sofreram AVC estão diretamente ligadas aos comprometimentos

desse sistema. A espirometria de incentivo (EI) é um recurso da fisioterapia

respiratória que pode otimizar a função respiratória, restaurando os volumes

pulmonares e melhorando a ventilação pulmonar. Os objetivos do presente estudo

foram: 1) comparar os efeitos agudos da espirometria de incentivo volume-orientada

sobre os volumes pulmonares em pacientes após AVC e sujeitos saudáveis e 2)

avaliar as possíveis diferenças volumétricas entre os hemitórax direito e esquerdo,

em pacientes após AVC e sujeitos saudáveis. Foram estudados 40 voluntários,

divididos em grupo experimental (GE - 20 após AVC) e grupo controle (GC - 20

saudáveis), através da Pletismografia Opto-eletrônica durante a espirometria de

incentivo. Para análise estatística das variáveis estudadas foi realizado teste t

Student para comparação intergrupos e teste ANOVA Two-way para verificar a

diferença entre os grupos e entre os momentos da intervenção. Os resultados

mostraram que a EI induziu aumento no volume corrente em ambos os grupos da

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42

parede torácica e seus compartimentos (p = 0,0008) e entre os momentos pré, EI e

pós-EI (p < 0,0001). Sobre o comportamento da parede torácica, o GE apresentou

maior participação do compartimento abdominal no volume corrente nos três

momentos Pré-EI, EI e pós-EI, 54,1%, 43,2% e 48,9%, respectivamente. Houve

maior diferença de variação volumétrica entre os hemitórax direito e esquerdo para o

GE, com 62,5% (p = 0,0023) 19,7% e 67,6% (p = 0,135), nos momentos pré-EI, EI e

pós-EI, respectivamente. Em conclusão, a espirometria de incentivo promove

ganhos significativos no volume corrente da parede torácica, tanto em sujeitos

saudáveis quanto em pacientes acometidos por AVC, no entanto a fase crônica

dessa doença compromete a mobilização desses volumes, altera a cinemática do

complexo tóraco-abdominal e causa diferenças na ventilação pulmonar quando

comparados os hemitórax direito e esquerdo desses pacientes.

Palavras-chave: exercícios respiratórios, acidente vascular cerebral, hemiparesia,

pletismografia.

Introdução

O acidente vascular cerebral (AVC) gera inúmeras repercussões no sistema

respiratório devido aos comprometimentos no hemicorpo acometido pela lesão

vascular. As alterações na funcionalidade do sistema respiratório geralmente são

devido à fraqueza muscular respiratória, alterações nos volumes pulmonares e na

ventilação, disfunções posturais do tronco, causando uma diminuição na potência

funcional e motora diafragmática e bloqueio inspiratório, levando esses pacientes a

uma respiração menos eficiente que pode ser gênese de complicações

respiratórias1-3.

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43

O desequilíbrio muscular resultante da retração da parede torácica e a

alteração no posicionamento da cúpula diafragmática no lado acometido estão

diretamente ligados à funcionalidade desse sistema, como já reportado em diversos

estudos1,2,4-6.

Neste contexto, a Fisioterapia Respiratória tem a responsabilidade de

minimizar ou reverter esse quadro, promovendo a manutenção dos volumes

pulmonares, auxiliando na conservação da permeabilidade das vias aéreas e

melhorando a atividade muscular respiratória7. Dentre os recursos utilizados para

esta finalidade, os espirômetros de incentivo são instrumentos largamente utilizados

na prática clínica, que fornecem feedback aos pacientes, encorajando-os a

realizarem inspirações máximas sustentadas, que levam ao aumento da pressão

transpulmonar e, associadas à pausa inspiratória, promovem a insuflação e

recrutamento alveolar, contribuindo para a estabilização dos alvéolos, melhorando a

complacência e ventilação alveolar. Os espirômetros de incentivo são utilizados com

o objetivo de restaurar os volumes pulmonares, modificando o padrão respiratório e

de ventilação pulmonar, prevenindo a incidência das complicações pulmonares8-12.

Os objetivos do presente estudo foram: 1) comparar os efeitos agudos da

espirometria de incentivo volume-orientada sobre os volumes pulmonares em

pacientes após AVC e sujeitos saudáveis e 2) avaliar as possíveis diferenças

volumétrica entre os hemitórax direito e esquerdo, em pacientes após AVC e sujeitos

saudáveis.

Métodos

Sujeitos

A amostra foi constituída por 40 voluntários, de ambos os sexos, divididos em

dois grupos, grupo experimental (GE) e grupo controle (GC). O GE foi constituído

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por 20 pacientes hemiparéticos acometidos por AVC, com tempo decorrido do

diagnóstico por Tomografia Computadorizada, compreendido entre 1 a 7 anos, com

idade entre 39 e 74 anos. O grupo controle foi constituído por 20 sujeitos saudáveis,

segundo auto-relato, sem patologias cardíacas e respiratórias. Os grupos foram

pareados quanto à idade, sexo e IMC (Índice de Massa Corpórea). A amostra foi

alocada de forma não probabilística por conveniência. A pesquisa foi realizada de

acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e foi

aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFRN) protocolo número 095/11.

Todos os voluntários assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido

(TCLE).

Desenho do Estudo

Todos os participantes da pesquisa foram avaliados em relação à

espirometria, força muscular respiratória, cinemática do complexo tóraco-abdominal

e volumes pulmonares. As avaliações foram divididas em duas etapas, 1 e 2,

realizados no mesmo dia. Na etapa 1, foi realizada a avaliação espirométrica e

avaliação da força muscular respiratória e pressão inspiratória nasal (PImax, PEmax

e SNIP). Na etapa 2, foi realizada a avaliação da cinemática tóraco-abdominal e

avaliação dos volumes pulmonares em três momentos, respiração em repouso

inicial, pré realização da EI volume-orientada (pré-EI), realização das três séries da

EI volume-orientada (EI) e respiração em repouso final pós EI volume-orientada

(pós-EI).

Avaliação Espirométrica

A avaliação espirométrica foi realizada através do espirômetro KoKo

DigiDoser (Longmont, USA) e seguiram os critérios de aceitabilidade e

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45

reprodutibilidade da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia13. Após a

calibração do aparelho e instrução das manobras a serem realizadas, o teste foi

realizado com o indivíduo na posição sentada e com as narinas ocluídas por um

clipe nasal. Foi solicitado aos sujeitos/pacientes realizarem uma respiração em

volume corrente e quando solicitado pelo avaliador, os mesmos realizaram uma

inspiração máxima, (próximo à capacidade pulmonar total) seguida de uma

expiração máxima (próximo ao volume residual). Foram consideradas para o

estudo, as variáveis Capacidade Vital Forçada (CVF), volume expiratório forçado no

primeiro segundo (VEF1) e a capacidade inspiratória (CI). Para a CVF e o VEF1,

foram considerados os valores absolutos e as porcentagens dos valores preditos.

Para cada participante, foram obtidas três curvas expiratórias forçadas,

tecnicamente aceitáveis e reprodutíveis. A variabilidade entre elas deveria ser

inferior a 5%, equivalente a 200 ml, sendo considerada, para efeito de análise,

apenas a curva com o melhor desempenho. Os valores encontrados para CVF e

VEF1 foram comparados com os valores de referência previamente publicados14.

Avaliação da força muscular respiratória

A avaliação da força muscular respiratória dos voluntários foi realizada

através da manovacuometria, inferida através das pressões respiratórias máximas,

PImax (pressão inspiratória máxima) e PEmax (pressão expiratória máxima). Foi

utilizado o manovacuômetro digital MicroRPM (MICRO medical, Rocjester Kent,

Reino Unido). Após instrução sobre a manobra, com os sujeitos/pacientes na

posição sentada foram instruídos a realizar a PImax a partir do volume residual e a

PEmax a partir da capacidade pulmonar total15. As manobras foram repetidas duas

vezes para aprendizado e, em seguida, foram realizadas cinco medidas,

tecnicamente satisfatórias, com variação menor que 10% entre os dois valores

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46

máximos. Os resultados encontrados foram comparados aos valores de referência

previamente estabelecidos para população brasileira16.

Avaliação dos volumes pulmonares

Para avaliação da cinemática do complexo tóraco-abdominal e dos volumes

foi utilizado o equipamento de Pletismografia Opto-eletrônica (BTS Bioengineering

Milão-Itália)17. Este equipamento é capaz de avaliar o volume da parede torácica

(PT- somatória dos três compartimentos) e dos três compartimentos que a

compõem, a caixa torácica pulmonar (CTp), a caixa torácica abdominal (CTa) e o

abdômen (Ab). Foram avaliadas as variáveis volume corrente, volume inspiratório

final da parede torácica e de seus compartimentos, as porcentagens (%) de

participação de cada compartimento no ciclo respiratório, os tempos inspiratório e

expiratório e o tempo total, frequência respiratória e ventilação minuto. Todas as

variáveis foram analisadas segundo três momentos, respiração em repouso inicial

pré realização da EI (pré-EI), realização das três séries da EI (EI) e respiração em

repouso final pós EI (pós-EI). Após calibração do aparelho, subdividida em estática e

dinâmica, através dos eixos X, Y e Z, foram posicionados 89 marcadores retro-

reflexivos sobre o tórax do voluntário, anterior e posteriormente, seguindo estruturas

anatômicas pré-estabelecidas. O sistema da POE formado por seis câmeras

fotossensíveis captou a emissão de luz dos marcadores posicionados no tórax e

através do software OEP Capture (BTS Bioengineering Milão-Itália) foi formado um

modelo geométrico tridimensional da parede torácica (subdividida em

compartimentos) para o cálculo dos volumes pulmonares e suas variações18,19.

Protocolo experimental

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A espirometria de Incentivo (EI) volume-orientada foi realizada com o

equipamento Voldyne® 5000 (Sherwood Medical, St. Louis, EUA). Os voluntários

sentados, após instrução da manobra, realizaram inspiração máxima pelo bocal, até

atingir 80% da capacidade inspiratória pulmonar pré-determinada de forma individual

através da espirometria, seguida de pausa pós-inspiratória de 3 segundos, e

expiração lenta. Foram realizadas três séries com dez repetições20 e entre cada

inspiração o voluntário poderia fazer respiração em volume corrente para evitar

dispnéia. Durante todo o protocolo, os volumes foram avaliados através da

Pletismografia Opto-eletrônica.

Análise Estatística

Todos os procedimentos estatísticos foram realizados por meio do software

GraphPadPrism versão 4.0 para Windows. A normalidade de distribuição dos dados

foi verificada por meio do teste Shapiro Wilk. Para a análise descritiva utilizou-se a

média como medida de tendência central e o desvio padrão como medida de

dispersão. Para análise inferencial foram adotados o Teste t Student não pareado

para comparação das médias de cada variável intergrupos e o Teste de análise de

variância ANOVA Two-way para verificar a diferença entre os grupos e entre os

momentos da intervenção respiração em repouso inicial, média entre as séries da EI

e respiração em repouso final (Pré-EI, EI e Pós-EI), respectivamente. Quando houve

diferença significativa o teste post hoc de Bonferroni foi aplicado a fim de se localizar

as diferenças. Para todas as análises estatísticas foi adotado um nível de

significância de 5% (p < .05). Para efeito de análise, as três séries da realização da

espirometria de incentivo foram analisadas como média (EI), uma vez que a

diferença entre seus valores não excedeu 15% em nenhuma das variáveis

analisadas.

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Resultados

A amostra do estudo foi composta por 40 voluntários divididos em grupo

experimental (GE) formado por 20 pacientes que sofreram AVC, sendo 15 do gênero

masculino e 5 do gênero feminino e o grupo controle (GC), formado por 20 sujeitos

saudáveis, pareados quanto ao gênero, idade e IMC. A caracterização da amostra

segundo os dados antropométricos e sinais vitais antes e após a realização da

espirometria de incentivo volume-orientada, encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1

Não foram encontradas diferenças significativas nas variáveis

antropométricas entre os grupos, demonstrando homogeneidade da amostra. As

demais variáveis dos sinais vitais antes e após a EI, apontaram diferença estatística

entre os grupos, com maior pressão arterial sistólica antes da EI (PAS após) (p =

.007) para o GE, maior frequência respiratória antes da EI (f antes) (p = 0.011), maior

porcentagem da saturação sanguínea periférica de oxigênio após a EI (SpO2 após) (p

= .001) e menor porcentagem da saturação sanguínea periférica de oxigênio antes

da EI (SpO2 antes) (p = .001).

A Tabela 2 apresenta os dados relativos à função pulmonar da amostra

estudada. O grupo experimental apresentou valores significativamente menores para

todas as variáveis espirométricas, assim como menores valores de pressões

respiratórias máximas (PImax e PEmax) e pressão inspiratória nasal (SNIP), exceto

para a relação VEF1/CVF% (p = .801), quando comparado ao grupo controle.

Tabela 2

A caracterização do grupo experimental quanto ao grau de comprometimento

neurológico, segundo a NHISS, a medida de independência funcional segundo a

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MIF e a avaliação cognitiva segundo o MEEM para ambos os grupos estão

apresentados na Tabela 3.

O GE apresentou em média escore com valor 4 na NIHSS, para o

comprometimento neurológico, o que caracteriza comprometimento neurológico leve

e escore em média de 86 pontos para a MIF, o que indica independência funcional

para amostra estudada.

Todos os voluntários da amostra obtiveram valores acima do ponto de corte

esperado para a população brasileira no mini exame do estado mental, apontando

que os indivíduos avaliados não apresentaram alteração cognitiva. No entanto, o GE

apresentou valores significativamente menores (p = .0002) quando comparado ao

GC.

Tabela 3

Efeitos da EI sobre os volumes pulmonares da parede torácica e seus

compartimentos

Os volumes pulmonares dos pacientes com AVC foi inferior em 24.7%, 18% e

14.7% nos momentos pré-EI, EI e pós-EI em relação aos sujeitos saudáveis. A EI

induziu aumento no volume corrente da parede torácica (Vc PT), em ambos os

grupos de forma similar, em 75.3% nos pacientes com AVC e 73.3% nos sujeitos

saudáveis. Durante a EI, o volume mobilizado pelo grupo experimental foi 18%

menor que o do grupo controle (p = .0008). Em relação ao momento pós-EI, ambos

os grupos retornaram aos seus valores basais.

O comportamento de aumento do volume corrente durante a EI e retorno aos

valores basais no momento pós-EI, mantiveram-se para os compartimentos caixa

torácica pulmonar. Durante a EI, o volume mobilizado pelo grupo controle foi 24.4%

maior que no grupo experimental (p = .0002). Para o compartimento caixa torácica

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abdominal, durante a EI, o volume mobilizado pelo grupo controle foi 24.3% maior

que no grupo experimental (p = .0001). Em relação ao compartimento abdominal,

houve aumento do volume corrente para ambos os grupos (p < .0001), entretanto

com diferentes intensidades, a resposta do grupo controle à EI foi 20.9% maior que

no grupo experimental. Foi encontrada interação entre a doença e os diferentes

momentos no volume corrente do compartimento caixa torácica pulmonar conforme

demonstrado na Figura 1.

Figura 1

O grupo experimental apresentou maiores valores do volume inspiratório final

da parede torácica no três momentos pré-EI, EI e pós-EI, com 10.2%, 7.3% e 10.2%,

respectivamente, em relação ao grupo controle (p = .0045). Embora não tenha

havido diferença significativa entre os momentos em cada um dos grupos, foi

observado no grupo controle um aumento entre o momento pré-EI e EI de 27.8%

superior ao observado no grupo experimental. Ambos os grupos no momento pós-EI

demonstraram uma tendência em retornar aos seus níveis basais.

Em relação ao volume inspiratório final do compartimento caixa torácica

pulmonar não houve diferença significativa entre os grupos, nem entre os

momentos. No compartimento caixa torácica abdominal, o volume inspiratório final

apresentou diferença entre os momentos pré-EI, EI e pós-EI (p = .036). Não houve

diferença entre o volume inspiratório final do grupo experimental comparado ao

controle, em nenhum dos momentos, no entanto, durante a EI, o volume inspiratório

final correspondeu a um volume 13.1% superior para o grupo experimental

comparado ao controle. Em relação ao compartimento abdominal, o grupo

experimental apresentou valores de volume inspiratório final 25.2%, 22.8% e 22.4%,

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superiores, no três momentos, pré-EI, EI e pós-EI, respectivamente, quando

comparados ao grupo controle (p < .0001) (Figura 2).

Figura 2

Efeitos da EI sobre a participação dos compartimentos no volume corrente

A EI influenciou o padrão respiratório com diferentes intensidades entre o

grupo experimental e o grupo controle. O compartimento caixa torácica pulmonar foi

responsável pela maior participação no volume corrente nos três momentos pré-EI,

EI e pós-EI no grupo controle, correspondendo a 37.9%, 39.9% e 37.3%, quando

comparado ao grupo experimental com 30.7%, 34.7% e 32.8%, respectivamente (p =

.004). O compartimento caixa torácica abdominal comportou-se de forma

semelhante sendo responsável por maior participação no volume corrente nos três

momentos pré-EI, EI e pós-EI no grupo controle, correspondendo a 16.7%, 20.5% e

17.2%, comparado ao grupo experimental com 13.7%, 19% e 15.2%,

respectivamente (p = .004). Durante a EI, o aumento de participação deste

compartimento foi significativo no grupo experimental foi de 5.3% (p = .017).

Em relação ao compartimento abdominal, a participação no volume corrente

foi maior para o grupo experimental, com 54.1%, 43.2% e 48.9% nos momentos pré-

EI, EI e pós-EI, respectivamente, quando comparado ao grupo controle, com 43.7%,

40.8% e 46.1% (p = .039). Durante a EI, esse comportamento de maior participação

abdominal foi minimizado em 10.9% e no momento pós-EI, essa diferença continuou

menor com 5,2% (Figura 3).

Figura 3

Efeitos da EI sobre a diferença de variação volumétrica entre os hemitórax direito e

esquerdo

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Em relação a variação volumétrica da ventilação quando avaliados os

hemitorax direito e esquerdo, o grupo experimental apresentou uma diferença de

62,5% entre os hemitórax D e E, para o momento pré-EI (p = .0023) e 67.6% de

diferença para o momento pós-EI (p = .0135).

Vale ressaltar, que no grupo experimental, onde foram avaliados 20

pacientes, 9 deles (45%) apresentavam hemiparesia no hemicorpo direito, enquanto

os demais, 11 (55%) apresentavam hemiparesia no hemicorpo esquerdo. No

momento pré-EI, 14 pacientes com AVC mobilizaram maior volume no hemitórax

direito, destes, 50% apresentavam hemiparesia à direita, enquanto que no momento

EI, 12 sujeitos mobilizaram maior volume no hemitórax direito, destes, 33.3%

apresentavam hemiparesia à direita. No momento pós-EI, 13 sujeitos mobilizaram

maior volume no hemitórax direito e, destes, 53.8% apresentavam hemiparesia à

direita (Figura 4).

Figura 4

Em ambos os grupos, a EI induziu uma diminuição da frequência respiratória

de 22.3% a mais para o grupo experimental (p < .0001) quando comparado ao grupo

controle. O grupo experimental apresentou uma frequência respiratória mais elevada

que o grupo controle nos três momentos com 19,7% no pré-EI, 13.7% no momento

EI e 32.8% no momento pós-EI a mais que o grupo controle (p < .0001) como

demonstrado na tabela 4.

O tempo total do ciclo respiratório foi maior 19.7%, 84.8% e 32.6% para o

grupo experimental nos momentos pré-EI, EI e pós-EI, respectivamente (p < .0001).

E a EI induziu um aumento de 13.11% a mais para o grupo controle (p < .0001).

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Discussão

Os objetivos do presente estudo foram comparar os efeitos agudos da

espirometria de incentivo volume-orientada sobre os volumes pulmonares dos

compartimentos do complexo tóraco-abdominal e diferentes hemitórax em pacientes

com AVC e sujeitos saudáveis. Os principais resultados foram: 1) o volume pulmonar

dos pacientes com AVC durante os três momentos estudados foi inferior que o dos

sujeitos saudáveis e a espirometria de incentivo induziu incrementos de volume na

parede torácica similares em ambos os grupos; 2) em condições basais o padrão de

ventilação nos sujeitos saudáveis difere dos pacientes com AVC e a EI reduz estas

diferenças; 3) durante todos os momentos estudados, os pacientes com AVC,

independente do hemitórax acometido, apresentam uma diferença volumétrica entre

o hemitórax direito e esquerdo substancialmente maior que os sujeitos saudáveis.

Os efeitos da EI foram pouco estudados na literatura. Os resultados do nosso

estudo demonstraram que os pacientes com AVC apresentam menor volume

pulmonar em todos os momentos estudados. Em média a ventilação total dos

pacientes com AVC foi inferior em 24.7%, 18% e 14.7% nos momentos pré-EI, EI e

pós-EI em relação aos sujeitos saudáveis. A EI induziu respostas ventilatórias

similares em ambos os grupos, aumentando o volume corrente da parede torácica

em 75.3% nos pacientes com AVC e 73.3% nos sujeitos saudáveis. Desde nosso

conhecimento, apenas dois estudos avaliaram os volumes pulmonares em pacientes

com AVC em fase crônica, Lanini et al1. e Teixeira-Salmela et al21.

O estudo de Lanini et al1. analisaram as modificações volumétricas entre o

hemitórax direito e esquerdo do de pacientes com hemiparesia devido ao AVC. Em

oito pacientes com AVC e 9 indivíduos saudáveis, estes autores avaliaram o volume

corrente em repouso e durante reinalação hipercápnica-hiperóxida e hiperventilação

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voluntária com objetivo de identificar como o AVC influencia no controle cortical da

ventilação através da Pletismografia Opto-eletrônica. Os resultados desse estudo

mostraram que os pacientes com AVC em volume basal, mobilizaram volume

corrente de 816 ml, com 416 ml mobilizados no lado hemiparético e 403 ml no lado

saudável. O presente estudo obteve valores em média de 463 ml para a respiração

basal, com 176 ml para o hemitórax esquerdo e 287 ml para o hemitórax direito.

Vale salientar que no nosso estudo não foi objetivo relacionar o lado hemiparético

com o volume mobilizado, e sim, a diferença entre a mobilização volumétrica de

pacientes com AVC comparados a sujeitos saudáveis. Além disso, apesar dos

autores utilizarem a mesma técnica de avaliação dos volumes pulmonares, as

diferenças metodológicas e o uso do pneumotacógrafo com bocal durante os

experimentos inviabilizam a comparação dos resultados, possivelmente elevando a

frequência respiratória e o volume corrente dos pacientes estudados por Lanini et

al1.

Em outro estudo similar, com desenho experimental consistente Teixeira-

Salmela et al21. investigaram o padrão respiratório em 16 pacientes com AVC,

comparados com 19 sujeitos saudáveis, através da Pletismografia respiratória por

indutância elétrica. Estes autores observaram os valores basais do volume corrente

para ambos os grupos, e encontraram menores valores para os pacientes com AVC,

em média 255.1 ml, comparados a 268 ml dos sujeitos saudáveis.

Apesar de haver poucos relatos na literatura sobre o uso da EI volume-

orientada em pacientes com AVC, alguns autores avaliaram a resposta dos EI

volume-orientado em diferentes populações. Tomich et al.8, em 17 sujeitos

saudáveis, avaliaram o padrão respiratório e o movimento toracoabdominal,

utilizando a Pletismografia respiratória por indutância elétrica através das variações

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volumétricas no volume corrente, durante a realização do padrão respiratório

diafragmático, e durante a realização da EI volume-orientada. Estes autores

encontraram um aumento de 82.3% no volume corrente desses indivíduos quando

estes realizaram a EI volume-orientada. No presente estudo foi observado um

aumento de 75.3% para os pacientes com AVC e 73.3% nos sujeitos saudáveis.

O padrão de ventilação difere entre os pacientes com AVC comparados com

os sujeitos saudáveis, em condições basais. O presente estudo mostrou que durante

o volume corrente nos momentos pré-EI, durante a EI e pós-EI houve predominância

de participação dos compartimentos caixa torácica pulmonar em 37.9%, 39.9% e

37.9% e caixa torácica abdominal em 16.7%, 20.5% e 17.2% respectivamente para

os sujeitos saudáveis, enquanto que o compartimento abdominal predominou para

os pacientes com AVC, nos três momentos, com 54.1%, 43.2% e 48.9% de

participação no volume corrente. Teixeira-Salmela et al21. verificaram uma menor

participação do compartimento abdominal em hemiparéticos, 51.8%, quando

comparada ao valor dos sujeitos saudáveis de 62.3%. Essas discrepâncias podem

ser atribuídas pelas diferentes metodologias utilizadas na avaliação dos volumes

pulmonares. Estes autores utilizaram como método de avaliação a pletismografia

respiratória por indutância elétrica que avalia o tórax dividindo-o em apenas dois

compartimentos. Outra diferença metodológica que pode ter influenciado as

discordâncias dos resultados destes autores com o do presente estudo foi o

posicionamento do individuo durante as avaliações. No estudo de Teixeira-Salmela

et al21. os pacientes/sujeitos foram avaliados em decúbito dorsal e inclinação de

30°, enquanto que no presente estudo, os indivíduos foram avaliados na posição

sentada. Segundo resultados publicados previamente por Aliverti et al.17, as

alterações de posicionamento modificam o comportamento volumétrico de todos os

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compartimentos da caixa torácica, alterando o ponto de ação de diferentes músculos

respiratórios o que reflete diretamente nas alterações volumétricas da caixa torácica.

Outro importante resultado do presente estudo foi a observação que a EI,

para o grupo experimental, induziu a mudança no padrão respiratório com menor

participação do abdômen no volume corrente, estimulando a utilização dos demais

compartimentos no ciclo respiratório. Esta modificação permitiu que o

comportamento do padrão respiratório dos pacientes com AVC se tornasse muito

próximo ao fisiológico observado nos sujeitos saudáveis.

O presente estudo demonstrou que nos pacientes com AVC há uma maior

variação volumétrica entre o hemitórax direito e esquerdo quando comparados com

o grupo controle, independente do lado acometido do AVC. Nos pacientes com AVC

nos momentos pré-EI, EI e pós-EI esta variação foi 0.056 L, 0.086 L e 0.068 L

respectivamente. Estes valores para os sujeitos saudáveis foram de 0.021 L no pré-

EI, 0.069 L EI e 0.022 L pós-EI. Apesar da magnitude das diferenças, é possível

observar que o EI induz uma aproximação dos valores durante sua utilização. No

estudo de Lanini et a.l1 diferente do presente estudo, estes autores não observaram

diferenças significativas nos volumes pulmonares da parede torácica quando

comparados o lado hemiparético e não hemiparético, durante a respiração em

repouso. Durante a hiperventilação voluntária, técnica utilizada pelos autores para

avaliar amplitude e deslocamento de volume pulmonar, o lado hemiparético

apresentou o volume corrente da caixa torácica 25.6 % inferior quando comparado

com o lado não hemiparético. É importante ressaltar que o pequeno numero

amostral no estudo de Lanini et al.1 e as distintas metodologias utilizadas podem ter

influenciado os resultados deste autores, dificultando as comparações com os

resultados do presente estudo.

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As limitações do estudo estão relacionadas à complexidade da doença

estudada, considerando o AVC uma síndrome multifatorial que gera inúmeros

comprometimentos em diferentes sistemas do corpo humano, principalmente no que

diz respeito ao deslocamento dos pacientes para o local da pesquisa, além da

dificuldade de manutenção do posicionamento desses pacientes, postura sentada,

durante a realização das coletas.

Conclusões

A fase crônica do AVC compromete a mobilização dos volumes pulmonares e

causa diferenças na ventilação pulmonar quando comparados os hemitórax desses

pacientes. A espirometria de incentivo promove ganhos significativos no volume

corrente da parede torácica, tanto em sujeitos saudáveis quanto em pacientes

acometidos por AVC, e nestes, a espirometria minimiza as diferenças volumétricas

entre os hemitórax, sendo esta correção relacionada com o equilíbrio nos volumes

pulmonares.

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60

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61

Tabela 1. Análise descritiva de média e desvio padrão dos dados antropométricos e sinais vitais na amostra estudada.

Grupo experimental Grupo controle

Amostra n = 20 (15H 5M) n = 20 (15H 5M) p

Idade (anos) 56 ± 9.7 56.5 ± 10.3 .974

Peso (Kg) 70.5 ± 12.6 74 ± 9.8 .955

Altura (cm) 165 ± 6.1 168.5 ± 6.6 .174

IMC (Kg/m2) 25.7 ± 3.8 25.6 ± 2.8 .534

PAS antes (mmHg) 130 ± 15 120 ± 12.8 .370

PAD antes (mmHg) 80 ± 11 80 ± 10.3 .426

PAS após (mmHg) 130 ± 9.7 120 ± 9.3 .007*

PAD após (mmHg) 85 ± 6.8 80 ± 6.9 .073

FC antes (bpm) 76 ± 11.3 74.5 ± 11.3 .781

FC após (bpm) 69.5 ± 8.4 67.5 ± 8.9 .468

f antes (rpm) 18.1 ± 1.3 17 ± 1.6 .011*

f após (rpm) 18 ± 1.1 17 ± 1.6 .484

SpO2 antes (%) 97 ± 1.1 98 ± 0.7 .001*

SpO2 após (%) 98 ± 1.1 98 ± 0.9 .006*

* p< 0,05 - GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – Teste t não-pareado.

IMC – Índice de Massa Corpórea; PAS antes – Pressão arterial sistólica antes da intervenção; PAD

antes – Pressão arterial diastólica antes da intervenção; PAS depois - Pressão arterial sistólica após

a intervenção; PAD antes – Pressão arterial diastólica após a intervenção; FC antes – Frequência

cardíaca antes da intervenção; FC – Frequência cardíaca após a intervenção; f antes – Frequência

respiratória antes da intervenção; f após – Frequência respiratória após a intervenção; SpO2 antes –

Saturação sanguínea periférica de oxigênio antes da intervenção; SpO2 após – Saturação sanguínea

periférica de oxigênio após a intervenção; H – homens; M – mulheres.

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62

Tabela 2. Análise descritiva de média e desvio padrão da função pulmonar da amostra.

grupo experimental grupo controle

Amostra n = 20 n = 20 p

CVF (L) 3.4 ± 0.6 3.9 ± 0.6 .0028*

CVF (%) 81.5 ± 10.9 95 ± 6.8 .0013*

VEF1 (L) 2.7 ± 0.5 3.2 ± 0.5 .0024*

VEF1 (%) 82.5 ± 17 95.5 ± 8.9 .0494*

VEF1/CVF % 80.5 ± 9.7 80.5 ± 8.4 .8019

PFE (L) 4.9 ± 1.8 6.6 ± 1.2 .0033*

PImax (cmH2O) 66.5 ± 23.4 109 ± 30.3 <.0001*

% PImax 67.2 ± 20.4 106.1 ± 23.6 <.0001*

PEmax (cmH2O) 82 ± 22.1 128 ± 29.4 <.0001*

% PEmax 80.2 ± 22.4 120.6 ± 23.3 <.0001*

SNIP (cm H2O) 62.5 ± 20.3 86 ± 22.4 .0001*

* p< 0,05 - GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – Teste t não-pareado.

CVF(L) – Capacidade Vital Forçada em litros; CVF (%) – Porcentagem da capacidade Vital Forçada

do predito; VEF1(L) – Volume expiratório forçado no primeiro segundo em litros; VEF1(%)

porcentagem do VEF1; VEF1/CVF % - razão do volume expiratório forçado no primeiro segundo pela

capacidade vital forçada em porcentagem; PFE(L) – Pico de fluxo expiratório em litros; PImax –

Pressão inspiratória máxima; PEmax – Pressão expiratória máxima e suas respectivas porcentagens,

%PImax e %PEmax; SNIP – Pressão inspiratória nasal.

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63

Tabela 3. Análise descritiva de média e desvio padrão para caracterização do grupo experimental, quanto ao grau de comprometimento neurológico, medida de independência funcional e avaliação cognitiva, para ambos os grupos. Grupo experimental Grupo controle

Amostra n = 20 n = 20 p

NIHSS (n = 20) 4 ± 2.3 (leve) - -

MIF (n = 20) 86 ± 7.9 - -

MEEM 28 ± 1.2 30 ± 1.1 .0002*

* p< 0,05 - GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – Teste t não-pareado.

NIHSS - National Institute Health Stroke Scale; MIF – Medida de Independência Funcional; MEEM –

Mini Exame do Estado Mental.

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64

Tabela 4. Análise descritiva em média e desvio-padrão das variáveis do padrão respiratório, frequência respiratória

(f), tempo total do ciclo respiratório (Ttot), tempos inspiratório e expiratório (Ti e Te) e ventilação minuto (VE) para

ambos os grupos n=40.

Grupo experimental Grupo controle

Amostra Pré-EI EI Pós-EI Pré-EI EI Pós-EI p

(Momentos)

p

(Grupos)

f (rpm) 26.9 ± 7 9.3 ± 4.3 28.6 ± 8.7 21.3 ± 6.7 6.8 ± 1.4 20.9 ± 7.3 <.0001* <.0001**

Ttot (s) 2.4 ± 0.7 7.4 ± 2.2 2.3 ± 0.8 3.2 ± 1.5 9.3 ± 1.9 3.2 ± 1.2 <.0001* .0005**

Ti (s) 1 ± 0.3 3.6 ± 1.3 0.9 ± 0.3 1.4 ± 0.6 4.2 ± 1 1.4 ± 0.5 <.0001* .0059**

Te (s) 1.4 ± 0.4 3.8 ± 1.2 1.3 ± 0.4 1.8 ± 0.8 4.8 ± 1.4 1.8 ± 0.9 <.0001* <.0001**†

VE (L/min) 12.9 ± 3.5 16 ± 4.9 13.5 ± 4.4 12.6 ± 2.8 15.9 ± 3.8 11.7 ± 3.3 <.0001* .4809

* p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI) ** p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre grupos. † p< 0,05 – interação entre a doença (AVC) e os momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI). Post hoc de Bonferroni entre momentos e grupos.

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65

Pré-EI EI Pós-EI

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0 * *

**

Vc

PT

(L

)

Pré-EI EI Pós-EI

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

* *

**

grupo experimental

grupo controle

Vc

CT

p (

L)

Pré-EI EI Pós-EI

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

* *

**

Vc

CT

a (

L)

Pré-EI EI Pós-EI

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

* *

Vc

Ab

(L

)

Figura 1. Volume corrente da parede torácica (PT) e dos compartimentos caixa

torácica pulmonar (CTp), caixa torácica abdominal (CTa) e abdominal (Ab) durante a

respiração em repouso inicial (Pré-EI), a espirometria de incentivo (EI) e respiração

em repouso final (Pós-EI) da amostra estudada. * p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI) ** p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre grupos. † p< 0,05 – interação entre a doença (AVC) e os momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI). Post hoc de Bonferroni entre momentos e grupos.

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66

Pré-EI EI Pós-EI

20.0

22.5

25.0

27.5

30.0

32.5

35.0

**Vif

PT

(L)

Pré-EI EI Pós-EI

2

3

4

5

6

* *

Vif

CT

a (

L)

Pré-EI EI Pós-EI

5.0

7.5

10.0

12.5

15.0

grupo experimental

grupo controle

**

Vif

Ab

(L

)

Figura 2. Volume inspiratório final da parede torácica (Vif PT), do compartimento

caixa torácica abdominal (Vif CTa) e abdominal (Vif Ab) durante a respiração inicial

durante a respiração em repouso inicial (Pré-EI), a espirometria de incentivo (EI) e

respiração em repouso final (Pós-EI) da amostra estudada. * p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI) ** p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre grupos. † p< 0,05 – interação entre a doença (AVC) e os momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI). Post hoc de Bonferroni entre momentos e grupos.

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67

Pré-EI EI Pós-EI

0

10

20

30

40

50

60

**** **

% P

art

icip

açã

o C

Tp

no

Vc

Pré-EI EI Pós-EI

0

10

20

30

40

50

60

grupo experimental

grupo controle**

****

% P

art

icip

açã

o A

b n

o V

c

Pré-EI EI Pós-EI

0

10

20

30

40

50

60

*

**** **

% P

art

icip

açã

o C

Ta

no

Vc

Figura 3. Porcentagem de participação do compartimento caixa torácica pulmonar

(CTp), caixa torácica abdominal (CTa) e abdominal (Ab) no volume corrente durante

a respiração inicial durante a respiração em repouso inicial (Pré-EI), a espirometria

de incentivo (EI) e respiração em repouso final (Pós-EI) da amostra estudada. * p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI) ** p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre grupos. † p< 0,05 – interação entre a doença (AVC) e os momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI). Post hoc de Bonferroni entre momentos e grupos.

.

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HTX Pré-EI HTX EI HTX Pós-EI

0.000

0.025

0.050

0.075

0.100

0.125

0.150

0.175

grupo experimental

grupo controle*

*

Vc

PT

(L

)

Figura 4. Diferença de variação volumétrica entre os hemitórax direito e esquerdo durante a respiração em repouso inicial (Pré-EI), a espirometria de incentivo (EI) e respiração em repouso final (Pós-EI) da amostra estudada. * p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI) ** p< 0,05 – GE (AVC) vs. GC (Saudáveis) – ANOVA Two-way, entre grupos. † p< 0,05 – interação entre a doença (AVC) e os momentos (Pré-EI, EI, e Pós-EI). Post hoc de Bonferroni entre momentos e grupos.

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69

PRÁTICA OBSERVACIONAL DA ESPIROMETRIA DE INCENTIVO EM

PACIENTES COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Lima INDF, Campos TF, Fregonezi GAF, Ferreira GMH. Departamento de

Fisioterapia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

[email protected]

Resumo

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode acarretar diversos comprometimentos e a

escolha da melhor forma de prática de um exercício é fundamental na reabilitação. O

objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da prática observacional na realização da

espirometria de incentivo (EI). Participaram 20 pacientes com AVC e 20 indivíduos

saudáveis, divididos em dois grupos: o de prática observacional com instrução do

uso da EI através de um vídeo e o de prática com demonstração do terapeuta.

Foram realizadas 10 tentativas, nas quais os participantes fizeram uso do EI. Foi

registrado o nº de erros ao longo das tentativas. Os dados foram analisados através

da ANOVA three-way. Foi verificada diferença significativa entre pacientes e

saudáveis quanto ao nº de erros e ao nº de tentativas para alcançar a resposta

correta (p<0,0001), com os pacientes apresentando mais erros e precisando de mais

tentativas. De acordo com a prática observacional utilizada (vídeo vs. terapeuta) não

houve diferença significativa quanto aos erros, tanto para pacientes (p=0,200)

quanto para saudáveis (p=0,358). Os resultados apontaram similaridade entre os

tipos de prática, sugerindo que a prática com vídeo também pode otimizar a

aprendizagem do uso da EI após o AVC.

Palavras chave: Hemiparesia; Reabilitação; Exercícios Respiratórios; Acidente

Vascular Cerebral; Aprendizagem.

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70

Introdução

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença neurológica caracterizada

por uma perturbação focal da função cerebral, de origem vascular e início súbito,

produzida pela interrupção do fluxo sanguíneo normal para uma área do cérebro

com duração de mais de 24 horas, acarretando uma disfunção persistente

relacionada com as estruturas afetadas (WHO, 2006).

A aprendizagem motora, foco primordial da reabilitação de pacientes com

sequelas do AVC, corresponde à aquisição de novos padrões para realização de

movimentos e consequente retenção de informações relevantes à tarefa a ser

realizada (Schmidt, 1991).

Os comprometimentos gerados pelo AVC podem contribuir para um déficit no

aprendizado e na atenção. Para que a informação seja retida, para posterior

interpretação e possível armazenamento na memória de longa duração, o processo

de atenção é fundamental e sua ausência pode comprometer diretamente a

aprendizagem (Ladewig, 2000). Dessa forma, o tipo do estímulo utilizado, a

organização da prática e o feedback são variáveis que influenciam significativamente

na planificação das estratégias de tratamento na reabilitação de pacientes

neurológicos (Tani et al., 2004).

Segundo Schmidt (1991), a reaprendizagem de uma atividade pode ser

determinada pela instrução direta do terapeuta, prática essa, comum na Fisioterapia

em que o mesmo pode demonstrar o objetivo do movimento ou da técnica a ser

realizada pelo paciente como parte integrante da conduta da reabilitação (Wulf,

2007). Por outro lado, segundo a teoria da aprendizagem social de Bandura (1977),

a reaprendizagem de uma ação pode ser potencializada por meio da aprendizagem

observacional, ou seja, o terapeuta pode ser substituído por vídeos, filmes ou

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71

fotografias dos movimentos ou técnicas a serem realizados pelos pacientes. Esta,

diz respeito ao processo geral pelo qual um observador reproduz as ações exibidas

por um modelo, assim, uma nova ação é incorporada ao repertório do observador

(Wulf, 2007; Buccino et al., 2004).

Para avaliar o papel destas estratégias na potencialização da aprendizagem,

o desempenho da tarefa executada pode ser medido através da precisão, que

corresponde ao número de erros ao tentar realizar a tarefa, na velocidade de

realização desta e ainda na magnitude de resposta, que corresponde ao número de

erros para ser obtida uma resposta consistente (Schmidt, 2005; Tani et al, 2004).

Dentre os recursos fisioterapêuticos disponíveis na área respiratória destaca-

se a espirometria de incentivo (EI), por ser uma técnica de expansão pulmonar, que

promove reinsuflação de alvéolos total ou parcialmente colapsados, reduzindo

diferenças regionais da ventilação-perfusão, havendo assim, recrutamento alveolar e

melhora na ventilação pulmonar, muitas vezes comprometida após o AVC. O

aparelho possui marcações que determinam os valores de volume a serem atingidos

(Overend et al., 2001; Jerre et al., 2007; Overend et al., 2001; Bolina et al., 2002).

Devido à carência de estudos que abordem esta temática, o objetivo deste

estudo foi avaliar os efeitos da prática observacional na realização da espirometria

de incentivo (EI) em pacientes com AVC.

Material e Métodos

Participantes

A amostra foi constituída por 40 participantes, de ambos os sexos, sendo 20

pacientes hemiparéticos acomeditos por AVC, com tempo decorrido do diagnóstico

por Tomografia Computadorizada, compreendido entre 1 a 7 anos, com idade entre

39 e 74 anos; e 20 indivíduos saudáveis, sem patologias cardíacas, respiratórias e

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neurológicas, que foram pareados quanto à idade, sexo e IMC (Índice de Massa

Corpórea). A amostra foi alocada de forma não probabilística por conveniência. A

pesquisa foi realizada de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de

Saúde (CNS) e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFRN)

protocolo número 095/11. Todos os participantes assinaram o termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE).

Procedimentos

Inicialmente os participantes foram submetidos a uma avaliação cognitiva,

através do Mini Exame do Estado Mental (MEEM) (Anexo 1) que é um instrumento

utilizado para avaliação da orientação temporal e espacial, memória de curto prazo

(imediata ou atenção) e evocação, cálculo, praxia, e habilidades de linguagem e

viso–espaciais, já sendo validado para a população brasileira. O escore varia de um

mínimo de 0 pontos, para o maior comprometimento cognitivo do indivíduo, até um

total máximo de 30 pontos, o que, por sua vez, corresponde a melhor capacidade

cognitiva (Tombaugh e Mcintyre, 1992).

O exame neurológico dos pacientes foi realizado através da National Institute

Health Stroke Scale (NIHSS) (Anexo 2) que consiste em uma escala para avaliação

do grau de comprometimento neurológico, específica para AVC, e apresenta 15

itens, os quais incluem: nível de consciência, movimentos extra-oculares, campo

visual, função muscular facial, força de membros, função sensorial, coordenação

(ataxia), linguagem (afasia), discurso (disartria) e hemiplegia (negligência). Os

escores variam de 0 a 42. Os pontos de corte são: 0 a 5= leve; 6 a 13= moderado;

14 ou mais= grave. O tempo de aplicação é em torno de 5 a 8 minutos (Brott et al.,

1989).

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73

A Medida de Independência Funcional Motora (MIF) (Anexo 3) foi utilizada

para avaliação das incapacidades dos pacientes, com o objetivo de avaliar de forma

quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para realização de

uma série de atividades motoras de vida diária. Consiste em itens de autocuidados,

transferências, locomoção, controle esficteriano. Cada uma dessas atividades

recebe uma pontuação que parte de 1(dependência total) a 7 (independência total),

assim a pontuação total varia de 18 a 126 (Riberto et al., 2004), e quanto maior o

escore total, mais independente é o indivíduo.

A espirometria de Incentivo (EI) volume-orientada foi realizada em todos os

participantes com o equipamento Voldyne® 5000 (Sherwood Medical, St. Louis,

EUA).

Após a avaliação inicial, a amostra foi subdividida, por meio de sorteio simples

em dois grupos: o grupo de prática observacional com vídeo (GV) e o grupo com

demonstração do uso da EI através do terapeuta (GT). O GV assistiu a um vídeo

previamente produzido com duração de quatro minutos, contendo instruções

visuais/auditivas sobre a utilização da EI mostrando um profissional fisioterapeuta

supervisionando a ação e dando os comandos verbais necessários ao paciente-

modelo que realizava dez repetições do exercício com o Ei. O GT recebeu

instruções diretamente do profissional fisioterapeuta, com as mesmas informações

sobre a técnica e os mesmos comandos verbais, no entanto, sem a visualização do

paciente-modelo realizando o exercício.

Para avaliar os efeitos dos tipos de prática foi registrada a precisão, que

corresponde ao número de erros pela quantidade de tentativas, e a magnitude de

resposta, que se refere ao número de tentativas para se obter a resposta

considerada consistente. Neste caso, a resposta foi dita consistente ou correta

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quando o indivíduo realizava a tarefa de forma satisfatória, ou seja, ao inspirar

atingia o volume pulmonar pré-determinado e indicado no aparelho, realizava a

pausa pós respiratória durante 3 segundos, expirava o ar de forma lenta, mantinha o

aparelho na posição vertical e realizava a técnica na postura correta (Schimdt,1991;

Overend et al., 2001; Bolina et al., 2002).

Análise Estatística

A análise dos dados foi realizada por meio do software Statistica versão 7.0. A

normalidade de distribuição dos dados foi verificada através do teste Kolmogorov

Smirnov. Para a análise descritiva utilizou-se a média como medida de tendência

central e o desvio padrão como medida de dispersão. Para a análise inferencial foi

utilizada a ANOVA three-way de medidas repetidas para comparação do número de

erros entre os pacientes e saudáveis, os tipos de prática e tentativas. Quando houve

diferença significativa, o teste post hoc de Newman-Keuls foi utilizado. Para todas as

análises estatísticas foi adotado um nível de significância de 5% (p < 0,05).

Resultados

Caracterização da amostra

Ao analisar as variáveis antropométricas não foram encontradas diferenças

significativas entre os pacientes e saudáveis, demonstrando homogeneidade da

amostra (Tabela 1). Quanto aos sinais vitais houve diferença significativa na

frequência respiratória e saturação sanguínea periférica de oxigênio, com pacientes

apresentando valores menores (Tabela 1).

As informações dos pacientes quanto ao lado do hemisfério cerebral afetado,

o tempo da lesão cerebral, grau de escolaridade, grau de comprometimento

neurológico (NHISS), a medida de independência funcional (MIF) e a avaliação

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cognitiva (MEEM) estão apresentadas na Tabela 2. Os resultados encontrados

mostram uma frequência semelhante em relação ao hemisfério cerebral afetado,

com os pacientes apresentando um tempo de lesão em média, 3,65 anos. O tempo

de escolaridade foi menor para os pacientes e estes apresentaram um

comprometimento neurológico leve e escore médio de 86 pontos na MIF, o que

indica independência funcional para os pacientes estudados. Na avaliação cognitiva,

os pacientes apresentaram valores significativamente menores (Tabela 2).

Medidas de desempenho

Na análise realizada não foi encontrada diferença significativa quanto ao

número de erros entre pacientes e saudáveis em nenhuma das tentativas realizadas

(p>0,005). Entretanto, nos pacientes foi verificada diferença significativa entre os

erros da primeira e segunda tentativa (p=0,002) e entre a segunda e a terceira (p=

0,013), enquanto os indivíduos saudáveis apresentaram diferença significativa

somente entre a primeira e a segunda tentativa (p=0,015) (Figura 1).

Ao avaliar o desempenho dos participantes de acordo com a prática utilizada

(vídeo vs. terapeuta) não houve diferença significativa quanto aos erros entre o

grupo que assistiu o vídeo e o grupo que recebeu a técnica pelo terapeuta, tanto

para pacientes (p=0,200) quanto para saudáveis (p=0,358) (Figura 2).

No entanto, analisando cada tipo de prática isoladamente, houve diferença

significativa no nº de erros entre os pacientes e os saudáveis tanto na prática com

vídeo (p=0,032), quanto na prática com terapeuta (p=0,0005), demonstrando mais

erros para os pacientes (Figura 2).

Sobre a magnitude da resposta, que corresponde ao número de tentativas

realizadas para ser alcançada a resposta consistente, foi observada diferença

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76

significativa entre pacientes e saudáveis, tanto para prática observacional com vídeo

(p=0,032), em que os pacientes erraram mais até acertar, quanto na prática com o

terapeuta (p=0,0005), conforme mostra a Figura 3.

Discussão

Este é um estudo precursor na pesquisa da prática observacional com uso do

espirômetro de incentivo volume-orientado. Os resultados do presente estudo

mostraram que, tanto pacientes quanto saudáveis, apresentaram uma melhora do

desempenho ao longo das tentativas, no entanto, a partir da quarta tentativa os

indivíduos saudáveis não erraram mais a tarefa, diferente dos pacientes que

continuaram errando até a décima tentativa. Esse resultado pode indicar uma

estabilização do desempenho mais tardio por parte dos pacientes, implicando em

uma pior interação cognitivo-motora do que a encontrada para os indivíduos

saudáveis. Através da prática, ou seja, das tentativas, o indivíduo tem a

oportunidade de experimentar alternativas na busca de soluções para uma

determinada realização da tarefa (Tani, 2005).

Analisando-se o desempenho no total das tentativas realizadas verificou-se

que os pacientes apresentaram mais erros do que os saudáveis na realização das

práticas. Além disso, eles precisaram realizar mais tentativas até atingir a resposta

dita correta ou consistente, não sendo verificada superioridade de uma prática em

relação a outra. Ficou bem evidente que o desempenho inferior dos pacientes seja

decorrente dos déficits neurológicos relacionados com os mecanismos de atenção e

percepção, afetados pelo AVC (Yordanova et al., 2004).

Em relação ao tipo de prática observacional a ser utilizada, não houve

diferença significativa entre as práticas com vídeo ou terapeuta, uma vez que o

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77

desempenho foi semelhante, tanto para os pacientes quanto para os saudáveis,

sugerindo que ambas as práticas podem ser utilizadas para otimizar o uso da

espirometria de incentivo em pacientes com sequelas crônicas do AVC.

A inclusão da prática observacional por vídeo na reabilitação respiratória de

pacientes com AVC pode ser importante. A literatura aponta que aprender através

de um modelo pode auxiliar o processo de aprendizagem de novas tarefas, no qual

o indivíduo deve distinguir semelhanças e diferenças entre as suas ações e aquelas

do paciente-modelo. Vários estudos sugerem que a prática observacional ajuda o

paciente neurológico a desenvolver melhor as características espaciais e temporais

das ações, otimizando a aprendizagem motora (Hodges, Chua e Franks, 2003;

Petrosini et al. 2003; Badets et al., 2006). Nesse sentido, o terapeuta precisa

determinar que aspectos da ação observada ou instruída sejam relevantes para o

paciente executar a tarefa de forma adequada e com êxito.

Públio, Tani e Manoel (1995), observaram que as instruções verbais podem

funcionar como mediadores no aperfeiçoamento da representação cognitiva do

modelo observacional, podendo direcionar a atenção do indivíduo aos principais

aspectos da demonstração. Os autores também concluíram que a representação

visual é fundamental para os indivíduos nos quais as habilidades verbais acerca dos

movimentos não estão suficientemente desenvolvidas para que os aspectos

espaciais e temporais sejam representados verbalmente de forma apropriada.

Entretanto, o estudo de Sidaway e colaboradores (2008) ilustrou claramente que

muita orientação fornecida durante a pratica de uma habilidade motora pode ter

potencial efeito deletério. A disponibilidade de feedback constante, pode suprimir o

desenvolvimento do processo de detecção e correção de erros. A capacidade para

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78

detectar os erros de desempenho e modificar a ação motora é fundamental no

desempenho preciso (Sidaway et al., 2008, Guadagnoli et al., 2001) .

Recentes estudos vêm mostrando que o AVC, além de limitar o indivíduo nas

áreas motora, intelectual e sensitiva também interfere negativamente na função

respiratória de várias maneiras, podendo modificar o ritmo respiratório central,

interromper impulsos aos centros respiratórios (Carvalho, 2011), diminuir a

performance motora e funcional e do movimento diafragmático no hemitórax

acometido gerando alteração da força dos músculos respiratórios (Meneguetti et al.,

2011; Britto et al., 2011). A saturação periférica de oxigênio avaliada no presente

estudo mostrou-se significativamente reduzida no grupo AVC quando comparada ao

grupo de saudáveis. Estes dados corroboram a necessidade de acompanhamento

da função respiratória destes pacientes bem como a recomendação preventiva para

utilização da Espirometria de Incentivo (Lima et al., 2011).

Conclusões

Após a análise e discussão desses resultados, concluiu-se que os pacientes

que tiveram AVC apresentaram desempenho diferente na aprendizagem do uso da

espirometria de incentivo volume-orientada, em relação aos indivíduos saudáveis.

No entanto, em relação ao tipo de prática observacional utilizada não foi verificada

diferença significativa quanto ao desempenho, sugerindo que ambas, a prática

observacional através do vídeo ou do terapeuta, podem ser utilizadas para estimular

a aprendizagem do uso da espirometria de incentivo em pacientes com AVC,

podendo ser determinantes no processo de reabilitação. Estudos posteriores podem

ser realizados a fim de avaliar as práticas em outra fase da patologia, como a fase

aguda, a fim de avaliar as repercussões na função pulmonar desses pacientes.

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79

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84

Tabela 1. Análise descritiva de média e desvio padrão dos dados antropométricos e

sinais vitais na amostra estudada (n = 40).

Pacientes Saudáveis

Variáveis n = 20 (15H 5M) n = 20 (15H 5M) p

Idade (anos) 56 ± 9,7 56,5 ± 10,3 0,974

Peso (Kg) 70,5 ± 12,6 74 ± 9,8 0,955

Altura (cm) 165 ± 6,1 168,5 ± 6,6 0,174

IMC (Kg/m2) 25,7 ± 3,8 25.6 ± 2,8 0,534

PAS (mmHg) 130 ± 15 120 ± 12,8 0,370

PAD (mmHg) 80 ± 11 80 ± 10,3 0,426

FC (bpm) 76 ± 11,3 74,5 ± 11,3 0,781

f (rpm) 18,1 ± 1,3 17 ± 1,6 0,011*

SpO2 (%) 97 ± 1,1 98 ± 0,7 0,001*

*diferença significativa. IMC – Índice de Massa Corpórea; PAS – Pressão arterial sistólica (mmHg); PAD – Pressão arterial diastólica (mmHg); FC – Frequência cardíaca (bpm); f – Frequência respiratória (rpm); SpO2(%) – Saturação sanguínea periférica de oxigênio; H- homens, M- mulheres.

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85

Tabela 2. Análise descritiva em média e desvio padrão para caracterização dos

participantes, quanto ao lado afetado, tempo da lesão, grau de comprometimento

neurológico, medida de independência funcional e avaliação cognitiva.

Pacientes Saudáveis

Amostra n = 20 (15H 5M) n = 20 (15H 5M) p

Lado afetado

Direito 9 (45%) - -

Esquerdo 11 (55%) - -

Tempo da lesão 3,65 ± 3,2 - -

Escolaridade (anos) 8,67 ± 5 11,8 ± 3,7 0,03*

NIHSS (n = 20) 4 ± 2,3 - -

MIF (n = 20) 86 ± 7,9 - -

MEEM (escore) 28 ± 1,2 30 ± 1,1 0,0002*

* diferença significativa. NIHSS - National Institute Health Stroke Scale; MIF – Medida de Independência Funcional; MEEM – Mini Exame do Estado Mental; H- homens, M- mulheres.

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86

Figura 1. Comparação do número de erros entre os pacientes e saudáveis de acordo

com cada tentativa realizada.

Figura 2. Comparação do número de erros entre pacientes e saudáveis de acordo

com as técnicas realizadas.

-2

0

2

4

6

8

10

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

de

erro

s

Tentativas

Pacientes

Saudáveis

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

Pacientes Saudáveis

de

erro

s

Vídeo

Terapeuta

*

*

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87

Figura 3. Comparação da magnitude de resposta entre pacientes e saudáveis de

acordo com a prática observacional realizada (vídeo vs. terapeuta).

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

Pacientes Saudáveis

de

ten

tati

vas

Vídeo

Terapeuta *

*

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88

4 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

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89

O presente estudo apresenta uma abordagem distinta dos demais quando se

propõe a integrar as funções respiratória e cognitiva de pacientes após AVC

comparando-os a sujeitos saudáveis. Trata-se ainda de um estudo precursor ao

analisar, através da pletismografia opto-eletrônica, os volumes pulmonares durante a

realização da espirometria de incentivo volume-orientada e seus efeitos nesses

pacientes, bem como objetiva enfocar aspectos cognitivos da aprendizagem desta

técnica através de medidas de desempenho da prática observacional.

Sobre a função respiratória, a espirometria de incentivo promove ganhos

significativos no volume corrente da parede torácica, tanto em sujeitos saudáveis

quanto em pacientes acometidos por AVC, no entanto a fase crônica dessa doença

compromete a mobilização desses volumes, e causa diferenças na ventilação

pulmonar quando comparados os hemitórax desses pacientes.

Em relação à prática observacional, concluiu-se que os pacientes que tiveram

AVC apresentaram desempenho diferente na aprendizagem do uso da espirometria

de incentivo volume-orientada, em relação aos indivíduos saudáveis. No entanto, em

relação ao tipo de prática observacional utilizada não foi verificada diferença

significativa quanto ao desempenho, sugerindo que ambas, a prática observacional

através do vídeo ou do terapeuta, podem ser utilizadas para estimular a

aprendizagem do uso da espirometria de incentivo em pacientes com AVC, podendo

ser determinantes no processo de reabilitação. Estudos posteriores podem ser

realizados a fim de avaliar as práticas em outra fase da patologia, como a fase

aguda, a fim de avaliar as repercussões na função pulmonar desses pacientes.

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5 REFERÊNCIAS

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43. Neder JA. Diretrizes para testes de função pulmonar. Jornal de Pneumologia

2002; v.28, n 3,155-165.

44. Neder JA, Andreoni S, Lerario MC, Nery LE. Reference values for lung function

tests I. Static volumes. Brazilian Journal of medical and biological research 1999;32:

703-717.

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95

45. Faager G, Stahle A, Larsen FF. Influence of spontaneous pursed lips breathing

on walking endurance and oxygen saturation in patients with moderate to severe

chronic obstructive pulmonary disease. Clin Rehabil 2008; 22(8):675-683.

46. Aliverti A, Dellaca R, Pelosi P, Chiumello D, Gattinoni L, Pedotti A.

Compartmental analysis of breathin on the supine and prone positions by opto

eletronicplethysmography. Annals of biomed 2001; 29: 60–70.

47. Verschakelen JA, Demedts MG. Normal thoracoabdominal motions. Influence of

sex, age, posture, and breath size. Am J Respir Crit Care Med 1995; 151:399-405.

48. Bianchi R, Gigliotti F, Romagnoli I, Lanini B, Castellani C, Binazzi B et al.

Patterns of chest wall kinematics during volitional pursed-lip breathing in COPD at

rest. Respir Med 2007; 101(7):1412-1418.

49. Brennan NJ, Morris AJ, Green M. Thoracoabdominal mechanics during tidal

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ANEXOS

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Anexo 1

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98

Anexo 2

NIHSS – NATIONAL INSTITUTE HEALTH STROKE SCALE

Nome: _________________________________________Data: ____/_____/____

Examinador: ________________________________________________________

Instruções

Definição de pontuação

Pontos

1a. Nível de consciência 0 = alerta, responde com vivacidade

1 = não está alerta, mas desperta com

estímulo menor, obedecendo e respondendo

2 = torporoso, requer estimulação repetida

ou dolorosa para responder aos comandos

3 = responde apenas com reflexos motores

ou autonômicos, ou totalmente irresponsivo,

flácido e arreflexo

b. Nível de consciência –

Perguntas: Qual o mês do ano e

qual a sua idade?

0 = responde ambas questões corretamente

1 = responde uma questão corretamente

2 = nenhuma questão é respondida

corretamente

c. Nível de consciência –

Solicitar para o paciente fechar e

abrir os olhos e fechar e abrir a

mão não-parética

0 = executa ambas as tarefas corretamente

1= executa somente uma tarefa

corretamente

2 = nenhuma tarefa é executada

corretamente

2. Olhar – Solicitar movimentos

dos olhos para a direita e para a

esquerda

0 = normal

1 = paralisia ocular parcial.O movimento

ocular é anormal em um ou ambos os olhos,

mas não estão presentes desvio forçado do

olhar ou paresia total do movimento ocular

2 = desvio forçado ou paresia ocular total

não sobrepujada pela manobra oculocefálica

3. Visual – Solicitar a contagem 0 = sem perda visual

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dos dedos nos quadrantes

superiores e inferiores (direito e

esquerdo) avaliando cada olho

independentemente

1 = hemianopsia parcial

2 = hemianopsia total

3 = hemianopsia bilateral (cegueira,

incluindo a cegueira cortical)

4. Paralisia facial – Solicitar para

o paciente mostrar os dentes ou

levantar as sobrancelhas e

fechar os olhos

0 = movimento simétrico normal

1 = paralisia leve (sulco nasolabial apagado

e assimetria do sorriso)

2 = paralisia parcial (total ou quase total da

face inferior)

3 = paralisia completa de um ou ambos os

lados (ausência de movimento facial

superior e inferior)

5. Motricidade dos MMSS –

Solicitar para o paciente manter

o braço em flexão a 45º na

posição supina durante 10

segundos, ou 900 se sentado,

iniciando com o membro não

afetado

5 a. Braço esquerdo

5 b. Braço direito

0 = sem queda, o membro mantém os 900

ou 450 graus durante 10 segundos

1 = queda, o membro mantém os 900 ou 450,

cai antes dos 10 segundos, mas não atinge

a cama ou outro suporte

2 = algum esforço contra a gravidade, o

membro não atinge ou não consegue manter

os 900 ou 450, cai até a cama mas existe

algum esforço contra a gravidade

3 = sem esforço contra a gravidade; o

membro cai

4 = sem movimento

9 = amputação, fusão articular:

______________

6. Motricidade dos MMII –

Solicitar para o paciente manter

a perna em flexão a 30º na

posição supina durante 5

0 = sem queda, o membro mantém os 300

graus durante 5 segundos

1 = queda, o membro cai antes dos 5

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segundos, iniciando com o

membro não afetado

6 a. Perna esquerda

6 b. Perna direita

segundos, mas não atinge a cama

2 = algum esforço contra a gravidade, o

membro cai na cama em 5 segundos, mas

existe algum esforço contra a gravidade

3 = sem esforço contra a gravidade; o

membro cai imediatamente

4 = sem movimento

9 = amputação, fusão articular:

______________

7. Ataxia de membros – Realizar

as provas índice-nariz e

calcanhar-joelho

0 = ausente

1 = presente em um membro

2 = presente em dois membros

Ataxia no: MSD = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

MSE = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

MID = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

MIE = sim ( ) não ( ) amputação, fusão articular, etc (9)

8. Sensibilidade – Realizar

estimulação dolorosa com

alfinete na região proximal do

braço, perna, tronco e face

0 = normal, sem perda de sensibilidade

1 = perda de sensibilidade, de leve a

moderada, o paciente sente que é a fincada

é menos aguda ou é romba no lado afetado,

ou existe uma perda da dor superficial com a

fincada, mas o paciente está ciente de que

esta sendo tocado

2 = perda severa ou total da sensibilidade; o

paciente não está ciente de ter sido tocado

na face ou membros

9. Linguagem – Solicitar ao

paciente para identificar um

grupo de figuras e ler um

conjunto de sentenças (no

mínimo 3)

0 = sem afasia, normal

1 = afasia leve a moderada, alguma perda

óbvia da fluência ou da facilidade de

compreensão, sem limitação significativa

nas idéias expressadas ou na forma de

expressão. A redução da linguagem e/ou

compreensão, entretanto, torna a

conversação sobre o material apresentado

difícil ou impossível. O examinador pode

identificar no material apresentado figuras

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101

ou nomeações a partir das respostas do

paciente

2 = afasia severa; toda comunicação é

através de expressão fragmentada; há

grande necessidade de inferência,

questionamento e adivinhação pelo

examinador. A variedade de informação que

pode ser trocada é limitada; o examinador

carrega o fardo da comunicação. O

examinador não consegue identificar os

materiais apresentados a partir das

respostas do paciente.

3 = mudez, afasia global; sem linguagem

aproveitável ou compreensão auditiva.

10. Disartria – Solicitar para o

paciente ler uma lista de

palavras

0 = normal

1 = leve a moderada, o paciente arrasta pelo

menos algumas palavras e, na pior situação,

pode ser entendido com alguma dificuldade.

2 = severa; a fala do paciente é tão

arrastada que torna-se ininteligível, na

ausência ou desproporcional à qualquer

disfasia, ou o paciente é mudo/anártrico.

9 = intubado ou com outra barreira física.

Explique:

_______________________________

11. Extinção e inatenção (prévia

negligência) – Solicitar para o

paciente descrever o que está

acontecendo na figura

apresentada numa folha de

papel, do lado direito e esquerdo

(compensar com a cabeça

qualquer perda visual). Se não

conseguir, o paciente deverá

reconhecer uma estimulação tátil

simultânea e bilateral, com os

olhos fechados

0 = sem anormalidade

1 = inatenção ou extinção visual, tátil,

auditiva, espacial ou pessoal à estimulação

simultânea bilateral em uma das

modalidades de sensibilidade.

2 = hemi-inatenção profunda ou hem-

inatenção à mais que uma modalidade. Não

reconhece sua própria mão ou orienta-se

somente a um lado do espaço.

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Anexo 3

Nome:_________________________________________________data:_____

Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

1. Orientação (01 ponto por cada resposta correta)

Em que ano estamos? _____

Em que mês estamos? _____

Em que dia do mês estamos? _____

Em que dia da semana estamos? _____

Em que estação do ano estamos? _____

Nota:____

Em que país estamos? _____

Em que distrito vive? _____

Em que terra vive? _____

Em que casa estamos? _____

Em que andar estamos? _____

Nota:____

2. Retenção (contar 01 ponto por cada palavra corretamente repetida)

"Vou dizer três palavras; queria que as repetisse, mas só depois de eu as dizer

todas; procure ficar a sabê-las de cor".

Pêra _____

Gato _____

Bola _____

Nota:____

3. Atenção e Cálculo (01 ponto por cada resposta correta. Se der uma errada mas

depois continuar a subtrair bem, consideram-se as seguintes como corretas. Parar

ao fim de 5 respostas)

"Agora lhe peço que me diga quantos são 30 menos 3 e depois ao número

encontrado volta a tirar 3 e repete assim até eu lhe dizer para parar".

27_ 24_ 21 _ 18_ 15_

Nota:____

4. Evocação (01 ponto por cada resposta correta.)

"Veja se consegue dizer as três palavras que pedi há pouco para decorar".

Pêra ______

Gato ______

Bola ______

Nota:____

5. Linguagem (01 ponto por cada resposta correta)

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a. "Como se chama isto? Mostrar os objetos:

Relógio ____

Lápis______

Nota:____

b. "Repita a frase que eu vou dizer: O RATO ROEU A ROLHA"

Nota:____

c. "Quando eu lhe der esta folha de papel, pegue nela com a mão direita, dobre-a

ao meio e ponha sobre a mesa"; dar a folha segurando com as duas mãos.

Pega com a mão direita____

Dobra ao meio ____

Coloca onde deve____

Nota:____

d. "Leia o que está neste cartão e faça o que lá diz". Mostrar um cartão com a frase

bem legível, "FECHE OS OLHOS"; sendo analfabeto lê-se a frase.

Fechou os olhos____

Nota:____

e. "Escreva uma frase inteira aqui". Deve ter sujeito e verbo e fazer sentido; os

erros gramaticais não prejudicam a pontuação.

Frase:

Nota:____

6. Habilidade Construtiva (01 ponto pela cópia correta.)

Deve copiar um desenho. Dois pentágonos parcialmente sobrepostos; cada um

deve ficar com 05 lados, dois dos quais intersectados. Não valorizar tremor ou

rotação.

Cópia:

Nota:____

TOTAL(Máximo 30 pontos):____

Considera-se com defeito cognitivo: • analfabetos ≤ 15 pontos

• 01 a 11 anos de escolaridade ≤ 22

• com escolaridade superior a 11 anos ≤ 27

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Anexo 4

MIF - MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

Nome: ________________________________________Data: ____/_____/____

Examinador: ______________________________________________________

INDEPENDÊNCIA

7- Independência Completa (Imediata , c / segurança)

6- Independência Modificada (Aparelhada)

SEM ASSISTÊNCIA

DEPENDÊNCA MOFIFICADA

5- Supervisão

4-Assistência Mínima (75% Capacidade)

3-Assistência Moderada (50% Capacidade)

DEPENDÊNCIA COMPLETA

2- Assistência Máxima (25% Capacidade)

1-Assistência Total (Ausência de Capacidade)

COM ASSSISTÊNCIA

AUTO-CUIDADOS

1) Alimentação ( )

2) Banho ( )

3) Higiene pessoal ( )

4) Vestir acima da cintura ( )

5) Vestir abaixo da cintura ( )

6) Uso do vaso sanitário ( )

CONTROLE ESFÍNCTERIANO:

7) Controle da urina ( )

8) Controle das fezes ( )

TRANSFERÊNCIAS:

9) Transferência cama/cadeira ( )

10) Transferência para o vaso ( )

11) Transferência para o chuveiro ( )

LOCOMOÇÃO:

12) Locomoção ( )

13) Escada ( )

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APÊNDICES

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Apêndice A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA

Pesquisador Responsável: ÍLLIA NADINNE DANTAS FLORENTINO LIMA

Orientador Responsável: Profa. Dra. GARDÊNIA MARIA HOLANDA FERREIRA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Este é um convite para você participar da pesquisa “EFEITOS DA PRÁTICA

OBSERVACIONAL NA FUNÇÃO PULMONAR DE INDIVÍDUOS COM ACIDENTE

VASCULAR CEREBRAL”, que será realizada por Íllia Nadinne Dantas Florentino

Lima. Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a

qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum

prejuízo ou penalidade.

Essa pesquisa procura estudar os efeitos da prática observacional (assistir

vídeos contendo a manobra a ser realizada) através da espirometria de incentivo na

função pulmonar de indivíduos com AVC (Acidente Vascular Cerebral), e justifica-se

pela necessidade de conhecimento sobre as repercussões desta doença no sistema

respiratório. Caso decida aceitar o convite, você será submetido (a) ao(s) seguinte(s)

procedimentos: será realizada uma avaliação fisioterapêutica, contendo dados

gerais e antropométricos (peso e altura) do paciente, bem como sinais vitais e dados

sobre o AVC. Em seguida o sr. (a) será covidado a realizar manobras respiratórias

em alguns aparelhos portáteis (espirômetro, espirômetro de incentivo e

manovacuômetro), não sendo nenhum destes procedimentos invasivos ou que

provoquem alguma dor. Realizará também, no aparelho Pletismógrafo

Optoeletrônico, uma avaliação da função pulmonar, onde paciente permanecerá

sentado, com marcadores auto-adesivos posicionados no tronco e abdômen, em

contato com sua pele, e terá seus movimentos respiratórios registrados, por meio de

seis câmeras, de modo que o paciente não seja identificado. Durante este processo,

o paciente assistirá vídeos contendo instruções dos exercícios respiratórios a serem

realizados, enquanto um computador registrará os movimentos do tórax e abdômen

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em tempo real. Este procedimento também não permitirá desconforto, nem qualquer

tipo de dor para o paciente.

Todo o procedimento da pesquisa poderá ser feito em uma única visita ao

laboratório, com duração média de uma hora e 30 minutos e ressaltamos que sua

identidade será preservada na divulgação de imagens, bem como o Sr. (a) será

acompanhado por um familiar ou cuidador.

Os riscos envolvidos com sua participação são: possível tontura e cansaço,

que serão minimizados através das seguintes providências: os testes serão

interrompidos respeitando os seus limites e serão monitorados seus sinais vitais,

como pressão arterial e ritmos respiratórios, para sua maior segurança.

O Sr. (a) terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: receberá um

relatório com o valor de seus testes funcionais, tendo desta forma um conhecimento

de sua função respiratória. Os resultados dessa pesquisa poderão ser utilizados

como referência para o desenvolvimento de outros estudos para auxiliar na

determinação da melhor conduta reabilitadora em indivíduos com AVC.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será

identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a

divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários. Se

você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será

ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano

comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a

respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente para Íllia Nadinne D. F. Lima,

no endereço R. José Firmino dos Santos, 76, Neópolis – Natal-RN, ou pelo telefone

(84) 96533375.

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao

Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN no endereço Praça do Campus, Campus

Universitário, Natal, ou pelo telefone (84) 32153135.

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Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será

realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar

voluntariamente da pesquisa “EFEITOS DA PRÁTICA OBSERVACIONAL NA

FUNÇÃO PULMONAR DE INDIVÍDUOS COM ACIDENTE VASCULAR

CEREBRAL”

_________________________________________

Assinatura do Participante da pesquisa

__________________________________________

Assinatura do Pesquisador Responsável

Caso necessite de maiores informações sobre o presente estudo, favor entrar em

contanto com:

Profa. Dra.Gardênia Maria Holanda Ferreira. Tel.: (84) 88033888.

Íllia Nadinne Dantas F. Lima. Tel.: (84) 96533375.

Em______ de ______________________ de 20_____.

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109

Apêndice B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Aluna Responsável: Íllia Nadinne

Laboratório de Fisioterapia PneumoCardioVascular

PROTOCOLO: ARQUIVO: PASTA/PC:

Pesquisador Responsável: Data da avaliação:

DADOS PESSOAIS

Nome:

Responsável:

Endereço:

Telefone:

Idade: Data de nascimento: Sexo:

ANAMNESE

Diagnóstico:

Tempo de diagnóstico:

HDA:

Hemiplegia/Hemiparesia: ( ) D ( ) E

Tipo de AVC: ( ) Isquêmico ( ) Hemorrágico

Medicações:

Antecedentes pessoais: ( ) hemoptise ( ) edema ( ) angina ( )deslocamento de retina ( ) aneurisma

( ) crise hipertensiva recente ( ) doenças pulmonares ( )outros

Antecendentes familiares:

HÁBITOS DE VIDA:

Tabagista: ( ) sim ( ) não Ex-tabagista: ( ) sim ( ) não

Cigarros/dia:

Quanto tempo fumante: Quanto tempo parou de fumar:

Etilista: ( ) sim ( ) não Ex-etilista: ( ) sim ( ) não

MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Data:

Peso: Altura: Imc:

SINAIS VITAIS

PA: FR:

FC: SapO2:

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PROVA DE FUNÇÃO PULMONAR: ESPIROMETRIA

Dados VR/ Lim Inf. Prova 1 Prova 2 Prova 3

Prova 4 Prova 5

CVF

VEF1

PEF

FEF 25% - 75%

Capacidade Inspiratória: 80% Capacidade Inspiratória (ml):

MANOVACUOMETRIA

PI max PE max

VR: VR:

1 1

2 2

3 3

4 4

5 5

SNIP

VR:

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

TESTE DE

APRENDIZAGEM

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Tentativas

Obs:

ESPIROGRAMA

TEMPO I: TEMPO F:

VOLDYNE Tempo I Tempo F

SÉRIE I

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SÉRIE II

SÉRIE III

SINAIS VITAIS PÓS- PROTOCOLO

PA: FC: FR: SapO2

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Guides of Manuscript – Respitatory Care

Title Page

Title page should include the following:

Fulltitle For all authors:

Full first and last name (including middle initials)

Highest academic or professional degrees (but not including honorific designations other than FAARC)

Institutional affiliation and location (division, department, hospital, school, university, city, state)

The name and location of the institution where the study was performed

Name, date, location of any meeting or forum in which research data have been previously presented in poster or other sessions, and the name of the author presenting such data

Sources of financial support (grant funding sources, etc)

Conflict-of-interest statement for each author: Disclosures of potential conflicts of interest should be for the previous 2-year period. Authors should provide full disclosure of all potential conflicts of interest (whether or not related to the content of the paper). Type of relationship (eg, consultant, speaker, employee, etc) and monetary amount need not be specified. For each author, if no financial or other potential conflicts of interest exist, a statement to this effect should be included.

Abstract

For Original Research articles, provide a structured abstract that includes the following 4 sections: Background (the issue addressed in the study), Methods (how the study was performed, including the number of patients), Results (brief summary of the data), and Conclusions (the take-home message). Abstracts for Special Articles, Review Articles, Case Reports, and Conference Proceedings should be in the form of a narrative paragraph. Please limit the abstract to less than 300 words (150 words for Case Reports). The abstract must not contain any facts or conclusions that do not also appear in the body text.

Please include the abstract in the manuscript file that you upload into Manuscript Central; you will also be asked to paste the abstract into the abstract window during the submission process.

Key Words

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Include with the abstract a list of 6 to 10 key words or phrases that best reflect the content of your manuscript. Key words can be selected from the Medical Subject Headings (MeSH terms) used by MEDLINE. [Note: You will also be asked to provide 3 categories in RESPIRATORY CARE Manuscript Central. These are more general terms that are used in the selection of reviewers and do not have to match the terms used in your manuscript.]

Text

Double-space the text and number the pages. Center and bold the 1st level headings; flush-left and bold any 2nd level headings. Indent and bold any 3rd level headings.

References

References must be listed and numbered in the sequence in which each referenced document is first cited in the text, tables, and figures. Authors are responsible for the accuracy and completeness of the citations. Regarding the use of citation management software in your word processing files, The EndNote Styles collection contains the style for RESPIRATORY CARE. Authors can download this style and designate it as the Output Style from within Endnote, which allows formatting of the manuscripts using EndNote. Because EndNote always adds the references to the very end of the document, it may be necessary to cut and paste them to the correct place in the manuscript. EndNote formats the references single-spaced, so it is also necessary to double space the references using your word processing software.

The following examples show the Journal’s style for the most common types of references.

Manuscript accepted but not yet published: Hess DR. New therapies for asthma. Respir Care (2008,in press). (One copy of manuscripts cited as “in press” should be uploaded onto Manuscript Central as supplementary material.)

Article in a journal carrying pagination throughout the volume; for citations with multiple authors, list the first 6 authors, and then “et al”: (Exception: in the case of a paper with a total of 7 authors, list all seven.)

Stoller JK, Kester L, Roberts VT, Orens DK, Babic MD, Lemin ME, et al. An analysis of features of respiratory therapy departments that are avid for change. Respir Care 2008;53(7):871-884.

Corporate author journal article: Pérez-Padilla R, Vázquez-Garcia JC, Márquez MN, Menez AMB on behalf of the PLATINO Group. Spirometry quality-control strategies in a multinational study of the prevalence of chronic obstructive pulmonary disease. Respir Care 2008;53(8):1054-1080.

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Permissions

To include borrowed (previously published) figures and tables, the author is responsible for obtaining written permission from the original copyright holder. The author must also provide reference citation so that appropriate credit can be acknowledged in accordance with copyright law.

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Fax permissions granted to 206-223-0563, upload them with your manuscript files, or e-mail them to [email protected]. Copies of all applicable permissions must be on file at RESPIRATORY CARE before a manuscript goes to press.

Tables

Tables must be uploaded to Manuscript Central as a separate file and not embedded in the manuscript file. Tables should be created and inserted into a Word document using the “Insert Table” function in your word processing software. (To be sure that your table captions will be included in the PDF view of Manuscript Central, add your captions to the actual Word document. The converter will not add a caption to a Word file [.DOC, .RTF], but only to .TIF, .EPS, and .JPG files.)

A table should be self-explanatory and should not duplicate information in the text. Tables should be numbered and cited consecutively in the text. All abbreviations and symbols should be explained in notes at the bottom of the table. For footnotes use the following symbols, superscripted, in the table body, in the following order: *, †, ‡, §, ||, ¶, **, ††.

With “±” values, indicate whether the value is a standard deviation or standard error of the mean. Note: It is rarely correct to report standard error values when describing a study’s findings. Consult a statistician if this is in doubt.

Page 115: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Balança antropométrica, modelo 31, Filizola ... abdominal, através da Pletismografia Opto-eletrônica). A análise estatística
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