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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS Programa de Pós-Graduação em Enfermagem-Mestrado Linha de Pesquisa: O cotidiano da prática de cuidar e ser cuidado, de gerenciar, pesquisar e ensinar. Intensidades e Freqüências das Situações Problema Enfrentadas pelos Enfermeiros quando Cuidam Fabiano Júlio Silva Rio de Janeiro 2009

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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem-Mestrado Linha de Pesquisa: O cotidiano da prática de cuidar e ser cuidado, de gerenciar, pesquisar e ensinar.

Intensidades e Freqüências das Situações Problema Enfrentadas pelos Enfermeiros quando Cuidam

Fabiano Júlio Silva

Rio de Janeiro

2009

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Intensidades e Freqüências das Situações Problema Enfrentadas pelos Enfermeiros quando Cuidam

Fabiano Júlio Silva

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO, como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de Mestre em Enfermagem.

Orientadores: Dra Nébia Maria Almeida de Figueiredo Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva

Rio de Janeiro, dezembro de 2009.

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Silva, Fabiano Júlio.

S586 Intensidades e freqüências das situações problema enfrentadas pelos

enfermeiros quando cuidam / Fabiano Júlio Silva, 2009.

viii, 99f.

Orientador: Nébia Maria Almeida de Figueiredo.

Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade Federal

do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

1. Enfermagem – Prática. 2. Assistência hospitalar – Enfermagem.

3. Cuidados em enfermagem – Planejamento. 4. Enfermeiro e paciente.

5. Resolução de problemas – Enfermagem. I. Figueiredo, Nébia Maria

Almeida de. II. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

(2003-). Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Curso de Mestrado

em Enfermagem. III. Título.

CCD – 610.730693

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Intensidades e Freqüências das Situações Problema Enfrentadas pelos Enfermeiros quando Cuidam

Fabiano Júlio Silva

Orientadores: Dra Nébia Maria Almeida de Figueiredo

Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós Graduação da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO, como parte dos requisitos necessários à obtenção de título de Mestre em Enfermagem. Aprovada por: ___________________________________________________ Dr a Nébia Maria Almeida de Figueiredo ___________________________________________________ Dr a Tereza Tonini ___________________________________________________ Dr a Ilda Cecília Moreira da Silva ___________________________________________________ Dra Marcia Ribeiro Braz ___________________________________________________ Dr. Carlos Roberto Lyra da Silva

Rio de Janeiro, dezembro de 2009.

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Resumo

Intensidades e Freqüências das Situações Problema Enfrentadas pelos Enfermeiros quando Cuidam Fabiano Júlio Silva Resumo da dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem-Mestrado da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos à obtenção do título de Mestre em Enfermagem. O estudo proposto busca investigar enfrentamentos vividos no cotidiano da prática de enfermeiros na área hospitalar e apresenta como objeto de estudo – freqüência e intensidade dos enfrentamentos vividos pelos enfermeiros no trabalho de cuidar. As questões norteadoras sugeridas para a análise foi. Que problemas são enfrentados pelos enfermeiros no cotidiano de cuidar a partir da intensidade e freqüência que eles acontecem? Como os enfermeiros resolvem ou não os problemas? Definimos como objetivos:- Identificar a freqüência e intensidade dos problemas destacados pelos enfermeiros no cotidiano de cuidar. – Discutir apontando as implicações das resoluções ou não dos problemas identificados. Optamos por uma metodologia “hibida” entendida como qualitativa de característica descritiva, como método principal sob apoio de uma organização quantitativa dos dados numéricos representados pela freqüência e intensidade. Os sujeitos foram enfermeiros, onde o critério de inclusão são enfermeiros que atuam em unidades hospitalares, os excluídos são enfermeiros que não atuam em áreas hospitalares. Cenário proposto: foi instituições hospitalares públicas e particulares da cidade de Volta Redonda-RJ. O instrumento e estratégia: A pesquisa se desenvolverá em dois momentos: O primeiro momento, um check list onde foi marcado a opção relacionada à situação enfrentada e sua escala freqüência e intensidade. (Apêndice I). O segundo momento foi à entrevista sob perguntas abertas. (Apêndice II). Conclusão: Assumimos uma posição analisadora frente às resposta dos enfermeiros e concluímos que o cuidado de enfermagem acontece no meio de tantas dificuldades e enfrentamentos, sendo os mais críticos os de estrutura e de ambiente, que demonstraram maior freqüência de aparição com intensidades variadas sendo que a intensidade média foi em vezes a mais discutida, por fim os enfermeiros informam que em alguns momentos do estudo resolvem as situações na maioria das vezes ou solicitam também ajuda dos superiores ou daqueles que detêm maior conhecimento.

Unitermos: Enfermagem, Resolução de Problemas e Assistência de

Enfermagem

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Abstract

Intensities and Frequencies of the Situations Problem Faced by the Nurses when They take care of Fabiano Júlio Silva Summary of the presented dissertation of mestrado to the Program of After-Graduation in Nursing of the Federal University of the State of Rio de Janeiro, as part of the requirements to the attainment of the heading of Master in Nursing. The considered study search to investigate the confrontations lived in the daily one of the practical one of nurses in the hospital area and presents as study object - frequency and intensity of the confrontations lived for the nurses in the work to take care of. The suggested norteadoras questions for the analysis were. That problems are faced by the nurses in the daily one to take care of from the intensity and frequency that they happen? How the nurses decide or not them problems? We define as objective: - To identify to the frequency and intensity of the problems detached for the nurses in the daily one to take care of. - To argue pointing the implications of the resolutions or not of the identified problems. We opt to “a hibida” methodology understood as qualitative of descriptive characteristic, as main method under support of a quantitative organization of the numerical data represented by the frequency and intensity. The citizens had been nurses, where the inclusion criterion is nurses who act in hospital units, the excluded ones is nurses who do not act in hospital areas. Considered scene: it was public and private hospital institutions of the city in return Round-RIO DE JANEIRO. The instrument and strategy: The research will be developed at two moments: The first moment, one check list where it was marked the option related to the faced situation and its scale frequency and intensity. (Appendix I). As the moment was to the interview under open questions. (Appendix II). Conclusion: We assume position analytical front to reply of nurses and we conclude that care of nursing happens in way of as much difficulties and confrontations, being more critical of structure and of environment, that had demonstrated to greater frequency of appearance with varied intensities being that the average intensity was in times the most argued, finally the nurses informs that at some moments of the study they decide the situations most of the time or also requests aid of the superiors or those that they withhold greater knowledge. Unitermos: Nursing, Resolution of the problems and Nursing Care.

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Resumen

Fabiano Júlio Silva Resumen del actual dissertação del mestrado al programa de la Pos-Graduación en el oficio de enfermera de la universidad federal del estado de Río de Janeiro, como parte de los requisitos al logro del título de maestro en el oficio de enfermería. La búsqueda considerada del estudio para investigar las confrontaciones vivió en la diaria de la práctica de enfermeros en el área y los presentes del hospital mientras que objeto del estudio - la frecuencia y la intensidad de las confrontaciones vivieron para las enfermeros en el trabajo para tomar cuidado. Las preguntas sugeridas de los norteadoras para el análisis eran. ¿Ese los problemas son hechos frente por los enfermeros en la diaria para tomar cuidado de la intensidad y de la frecuencia que suceden? ¿Cómo los enfermeros deciden o no ellos los problemas? Definimos como objetivo: - Para identificar a la frecuencia y a la intensidad de los problemas separados para los enfermeros en la diaria para tomar cuidado de. - Para discutir señalando las implicaciones de las resoluciones o no de los problemas identificados. Optamos “cualitativo entendida metodología del hibida” un tan de la característica descriptiva, como método principal bajo ayuda de una organización cuantitativa de los datos numéricos representados por la frecuencia y la intensidad. Los ciudadanos habían sido enfermeros, donde está los enfermeros el criterio de la inclusión que actúan en unidades de hospital, excluidas son los enfermeros que no actúan en áreas del hospital. Escena considerada: era instituciones públicas y particulares del hospital de la ciudad de vuelta de Redondo- RJ. El instrumento y la estrategia: La investigación será desarrollada en dos momentos: El primer momento, una lista de cheque donde fue marcado la opción relacionada con la situación hecha frente y su frecuencia e intensidad de la escala. (Apéndice I). Como el momento estaba a la entrevista bajo preguntas abiertas. (Apéndice II). Conclusión: Asumimos que frente analítico de la posición a la contestación de enfermeras y nosotros concluye que el cuidado del oficio de enfermera sucede de manera de tanto las dificultades y las confrontaciones, siendo más crítico de la estructura y del ambiente, que había demostrado a la mayor frecuencia del aspecto con las intensidades variadas que eran que la intensidad media era en épocas haber discutido, finalmente las enfermeras informa a eso en algunos momentos del estudio que deciden las situaciones la mayor parte del tiempo o también que solicitan la ayuda de los superiores o de ésos que retengan mayor conocimiento. Unitermos: Enfermería, solución de problemas y cuidados de enfermería.

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Agradecimentos A professora Dra Nébia Maria Almeida de Figueiredo, minha orientadora, que

incansavelmente contribuiu de forma significativa ao aprendizado e depositou suas

contribuições para a realização deste trabalho.

Ao professor Dr Carlos Roberto Lyra da Silva, meu orientador, que com sua

paciência me acolheu em momentos difíceis.

As professoras Dra Tereza Tonini e Enirtes Prates que com suas brilhantes aulas

conseguiram incentivar nossos sonhos e permitiram nossas conquistas.

Aos meus amigos professores do UniFOA, que tiveram trabalho dobrado para que

eu pudesse estudar e acreditaram em mim.

A professora Dra Marcia Ribeiro Braz que possibilitou a honra de dividir sua

disciplina comigo, contribuindo de forma maravilhosa para o meu aprendizado

enquanto docente.

A Professora Dra Ilda Cecília Moreira da Silva coordenadora do curso de graduação

em enfermagem do UniFOA, que acreditou nesta conquista abrindo sua casa e

dedicando o seu tempo para o meu crescimento profissional e acadêmico.

A Professora Valquíria Jorge Sepp coordenadora do estágio do curso de graduação

em enfermagem do UniFOA, que com sua serenidade me permitiu horários de

trabalho adequados.

A professora Maria Cristina Azevedo minha amiga que dividiu o campo de estágio

em emergência comigo.

A todos os colegas de turma em especial minha amiga e irmã Dorvalina Catarina

que em todos os momentos esteve ao meu lado, dando estimulo e também me

ensinando.

A minha família que se privou da minha companhia nos momentos de estudo e

trabalho.

A minha amiga Dentista que abriu sua casa no Rio de Janeiro para hospedar esse

jovem sem destino.

A minha princesa Thaiane que conheci durante o mestrado e que para sempre vai

estar comigo. Te amo muito que eu sei.

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SUMÁRIO

I – Capítulo I – Considerações iniciais: Sobre o problema ...............................

p. 9

Objeto do estudo ................................................................................ p. 15

Imagem Geral: Ordens Hipóteses do Estudo .................................... p. 16

Questões Norteadoras e Objetivos .................................................... p. 18

Delimitação e Justificativa .................................................................. p. 18

II – Capítulo II – O Fundamento Teórico ........................................................... p. 21

Cuidar e as Situações – Problema..................................................... p. 21

III – Capítulo III – O Método e a Metodologia ................................................... p. 33

Organização da Análise ..................................................................... p. 38

O Tratamento dos Resultados ........................................................... p. 39

Resultados sobre Enfrentamentos: Organização dos dados ............. p. 41

IV – Capítulo IV – Discussão e implicações da categoria e suas unidades

analisadoras........................................................................................................

p. 48

V- Capítulo V – Análise geral da Categoria ............................................... ........

- Considerações Finais .......................................................................................

p. 84

p. 86

Apêndice I .......................................................................................................... p. 88

Apêndice II ......................................................................................................... p. 91

Referências Bibliográficas ................................................................................. p. 96

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Capitulo I Considerações Iniciais: Sobre o problema

A preocupação com o cuidado de enfermagem, em particular, aquele

prestado ao cliente criticamente enfermo faz parte da minha trajetória profissional

desde a época em que ainda estava me graduando em enfermagem. Bem verdade

que na ocasião (graduação), o contato com clientes criticamente enfermo ou não era

permeado por uma atmosfera de muita ansiedade, medo e expectativas positivas

acerca do meu desempenho diante de um ser humano experimentando, talvez, um

momento difícil e muitas vezes sofrível e angustiante de estar dependente de outras

pessoas em busca de seu restabelecimento.

Após a conclusão do curso, já na condição de enfermeiro, o contato com

outros profissionais de saúde no plano dos cuidados de enfermagem no âmbito

hospitalar, foi possível perceber/constatar empiricamente que muitos enfermeiros,

assim como eu, se deparavam com enfrentamentos diversos que poderiam ser

comuns aos mais experientes, no entanto, aparentemente mas difíceis para os que

iniciam na profissão, que surgem no cotidiano de cuidar e que para os jovens podem

parecer inesperados.

Enfrentamento este entendido nesta investigação como uma condição de

“resistir de frente – defrontar”, ou ainda “encarar com coragem”, (SOUZA, 2006).

Devo confessar que em algumas circunstâncias, esses enfrentamentos

resultam em conseqüências positivas e/ou negativas no cotidiano da prática de

cuidar desses profissionais.

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Positivas quando o enfrentamento se tornava um estímulo a mais para que a

relação de ajuda fosse efetivamente praticada, corroborando desta forma, para a

melhoria dos cuidados e pronto restabelecimento do cliente em causa.

Em contrapartida, as conseqüências negativas variam desde a instabilidade

emocional do enfermeiro, podendo culminar até mesmo, em possíveis dificuldades

na oportunidade dos cuidados de enfermagem. No entanto, tais situações não

chegavam a me causar incômodo ao ponto de levar a uma reflexão crítica acerca do

que eu poderia fazer, ao ponto de buscar respostas e ações que me aproximassem

de intervenções decorrentes de minhas constatações, mesmo porque, fazia parte

daquele cotidiano de cuidar.

Participando a alguns anos do ensino Universitário de Enfermagem em Volta

Redonda, tanto no âmbito teórico quanto prático, observo mais claramente situações

que surgem da prática de enfermagem no cenário hospitalar, onde enfrentamentos

de problemas são vividos por enfermeiros que possuíam pouco tempo de formação.

Ao me deparar com enfermeiros percebi que necessitavam de experiência e

maior tempo de atuação para resolvê-las com propriedade.

Para ampliar e ilustrar melhor o que são estes enfrentamentos busquei

também definir a palavra problema onde Abagnano ( 2007, p. 934), diz que é “em

geral qualquer situação que inclua a possibilidade de uma alternativa”. No entanto,

para melhor esclarecimento, o termo problema nesta investigação diz respeito ao

plano da ação e não, ao plano do caráter de uma situação que não tem um

significado único ou que inclui alternativas de qualquer espécie.

Com base em tal definição entendi que todo e qualquer problema enfrentado

pode ser equacionado a partir de possibilidade de alternativas, quer seja no plano

dos cuidados de enfermagem, quer seja no plano do conhecimento conforme

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salienta Bachelard (2007, p. 18): “(...) em primeiro lugar é preciso saber formular

problemas. (...) os problemas não se formulam de modo espontâneo.”

No caso de minhas observações, aguçando mais o meu olhar sobre o

cotidiano dos enfermeiros, esses enfrentamentos dizem respeito a situações

diversas que se encontram na dimensão do exercício da prática, que envolve

gerência, cuidado, relações humanas e condições de trabalho, isso me fez perceber

que os jovens enfermeiros encontram dificuldades que são da organização do

cuidado.

Tudo isso era entendido por mim como enfrentamentos que exigiam

habilidades técnicas, comunicativas e política para resolvê-las.

Diante destas constatações empíricas, entendi que eu podia resumí-las em 03

pressupostos que deveriam orientar a caminhada do estudo, que chamei de Ordem.

Quando decidi por estes pressupostos, entendi que deveria explicar do que falo:

a) A Ordem Técnica se instala como tudo aquilo que uma enfermeira aprende na

semiologia e semiotécnica e que envolve outras áreas de domínio da

enfermagem fundamental, como história e ética. É uma hipótese da ordem do

FAZER e pode indicar ou não que as enfermeiras aprenderam que sabem ou

que não viveram experiências capazes de revolver os problemas que

surgiriam como, por exemplo: de puncionar uma veia, passar uma sonda,

distribuir pessoal, orientar o cliente, receber a família, etc.

Ex: I Ordem Técnica – que envolve habilidades psicomotoras para

identificar e intervir em problemas que surgem, sejam das práticas, estrutura,

etc.

b) Ordem das Relações Humanas fala de COMUNICAÇÃO como o fenômeno

que desencadeia os enfrentamentos comuns e cotidianos no mundo do

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trabalho, onde exige disciplina, ordem, hierarquia e muita subjetividade nos

modos de olhar, ouvir, informar, receber ordens ou dar ordens, gerenciar

coisas e pessoas.

Quando falo de comunicação, me apoio em (ABBAGNANO, 2007,

p.189) que a define como relação pessoal da qual existe “a passagem de

sinais através de um canal que vai de um emissor a um receptor”. De acordo

com essa definição, em todo evento comunicativo podem ser identificados

seis elementos: um emissor (quem emite a mensagem), o receptor (o

destinatário), um código (o procedimento de construção da mensagem; por

exemplo, uma língua), um canal (o meio de transmissão; por exemplo, a voz,

a escrita), um contexto (o conjunto de conhecimentos que emissor e receptor

têm em comum) e um contato (entre emissor e receptor).

Neste sentido há de se considerar que no cotidiano do trabalho dos

enfermeiros eles se deparam com problemas de emissão – quando se

comunicam com os outros – equipe de saúde, equipe de enfermagem,

clientes, familiares e toda equipe de estrutura hospitalar (desde a limpeza à

direção); quando decodificam mensagens recebidas por todas as pessoas

que convivem com elas, podendo entendê-las ou não, interpretá-las de modos

diversos. De um outro modo, em se tratando de comunicação não posso

descartar os signos, os gestos emitidos como expressão corporal, no tom de

voz dos enfermeiros.

Tudo isso tem implicações no processo de gerenciar o cuidado com

conseqüências diversas.

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Ex: II Ordem de Relações Humanas – de comunicação (faladas ou não) que

interferem nas relações pessoais entre enfermeiros e os outros (o cliente ou

equipes que trabalho), situações ambientais.

c) Ordem da Emergência que envolve o inesperado e nos obrigam a resolver

problemas em tempo mínimo, principalmente quando envolve riscos a vida:

Hemorragias, quedas, falta de pessoal, falta de luz, de oxigênio, tecnologias,

invasões de espaço e de privacidade que impedem a autonomia profissional

ou o desrespeito no exercício, de poder de alguém sobre alguém.

Ex: III Ordem Emergente – aquelas que são inesperadas e que dependem de

agilidade, habilidades mentais para fazer algo ou para tomar decisões, que

envolvem ou não o conhecimento científico, reportadas ou não elas estão nas

práticas e este estudo pretende investigá-las nas experiências empíricas dos

enfermeiros que atuam na área hospitalar, considerando que, quando estão

trabalhando eles são gerenciadores de cuidados que demandam habilidades

técnicas, seja no que necessitam fazer e se eles se instalam como um

enfrentamento, preciso, saber como se instalam, a que ordem pertence e o

que eles fazem para resolver, acreditando que a constatação do

enfrentamento tem um freqüência (constância) e uma intensidade que preciso

mensurar para compreender melhor o fenômeno enfrentamento.

Estas são os pressupostos que dão origem a esta investigação, que tem no

centro de minha atenção o processo de cuidar a partir do PENSAR e do FAZER dos

enfermeiros que vivem os enfrentamentos que são ampliados, mais ainda, quando

penso no avanço das tecnologias que chegam diariamente no local de trabalho e

que nem sempre os enfermeiros têm tempo de aprender a dominá-las; de uma nova

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técnica que surge e que eles não sabem fazer com a devida segurança para o

cliente.

Cuidar percebido no sentido amplo do exercício da enfermagem, entendido

como expressão da enfermagem aplicada, significando um conjunto de ações e atos

desenvolvidos em situações de cuidados dirigidos as pessoas em qualquer situação

de saúde ou doença. Ato carregado de conhecimento e princípios científicos, que

pode ser direto ou indireto, onde o cliente é o principal objeto de atenção, que

acontece numa organização, numa estrutura, num processo, numa prática qualquer,

desde a mais simples ou mais complexa.

Fundamentando os enfrentamentos de que falamos, me apoio em Carvalho

(2006, p.171) quando diz que:

(...) as situações comportam componentes como a totalidade, as coisas ou fatos, o lugar, a duração, e os personagens. Mas cada situação é única, embora as situações de enfermagem possam assemelhar-se entre si. Isto permite que se aprenda com os dados da experiência concreta. As dificuldades na abordagem situacional surgem em razão de fatores ligados à ambiência social, ao índice crescente de transformações, às novidades e transitoriedade das coisas, às implicações psicológicas relativas aos erros de percepção, às dificuldades de adaptação, à incapacidade de fazer escolhas, e talvez a uma certa falta de coragem para assumir os riscos e desafios do nosso tempo.

Assim pretendo olhar para o cuidado a partir dos enfrentamentos dos

profissionais que cuidam e do que aparece com a situação problema.

Para organizar melhor o que penso sobre estas hipóteses organizadoras do

estudo criei uma ordem descrita na imagem geral.

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As situações aqui apresentadas são as que dão suporte ao que chamamos

de enfrentamentos, observados durante a vivência com os enfermeiros, e que me

fez entender que o objeto de estudo é: Freqüência e intensidade dos enfrentamentos

vividos pelos enfermeiros no trabalho de cuidar.

Para entender melhor de freqüência buscamos apoio em Bardin (2009, p.

134-135) que diz:

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A freqüência é a medida mais geralmente usada (...) a importância de uma unidade de registro aumenta com a freqüência de aparição (...). A regularidade quantitativa de aparição é, portanto, aquilo que se considera como significativo. Isto supõe que todos os itens tenham o mesmo valor.

A escolha em investigar quantas vezes por dia, por semana ou por mês

ocorria determinado problema durante o cotidiano de cuidar foi imprescindível, pois

na prática dos enfermeiros, os enfrentamentos são tão singulares que só

mensurando poderia encontrar informações sobre o estudo e que para a

enfermagem possibilitasse novas contribuições. Tudo dependerá do número de

aparições. Para mim é importante se um mesmo problema aparece sempre com a

mesma freqüência.

No que diz respeito à intensidade minha busca partiu de algumas afirmações,

inicialmente, que envolvia um sistema de classificação de clientes a partir de

FUGULIN et al (2005, p. 73) quando definiu como categorias de cuidados intensivos:

Intensidade Menor: Cuidados mínimos – clientes estáveis sob ponto de vista clínico e de enfermagem, fisicamente auto-suficientes quanto ao atendimento das necessidades humanas básicas. Intensidade Média: Cuidados semi-intensivos – clientes recuperáveis, sem risco iminente de morte, sujeitos à instabilidade de funções vitais que requeiram assistência de enfermagem e médica permanente especializada; Intensidade Maior: Cuidados de alta dependência – pacientes crônicos que requeiram avaliações de enfermagem e médicas, estáveis sob o ponto de vista clínico, porém, com total dependência das ações de enfermagem para atendimento das necessidades humanas básicas;

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Neste raciocínio entendemos que as situações problemas ampliados para

além do cliente podem seguir o mesmo raciocínio, como afirma Queluci (2009, p. 13)

que trata este assunto como grau de complexidade, e diz:

(...) as enfermeiras, habitualmente ao prestarem cuidados, manifestam dificuldades em determinar condutas adequadas (...) ou frente aos graus de complexidade – menor, média e maior – nas situações envolvendo os problemas dos clientes hospitalizados.

Esse tema foi trabalhado na tese de Doutorado de QUELUCI et al (2009, p.

87-9) quando afirma que “é necessário criar um método para a resolução dos

problemas, e por isso concordamos em traçar nosso objeto como um artifício que

possa medir a intensidade e também utilizamos uma escala de intensidade menor,

média e maior”, definido no seu estudo o que era cada uma delas.

1. MENOR COMPLEXIDADE – é quando o cliente tem suas necessidades

preservadas e quando ele colabora com as enfermeiras no cuidado

facilitado pela capacidade de se auto-cuidar, porque está lúcido e

orientado. Esse grau é dificultado quando os recursos materiais são

escassos e há falta de tempo para dar apoio ao cliente.

2. MÉDIA COMPLEXIDADE – quando o cliente apresenta riscos (suicídio,

por ex.), e exige pequena quantidade de cuidados; quando há uma boa

comunicação enfermeiro-cliente e há a cooperação do mesmo, o que

facilita o alcance dos cuidados de enfermagem, quando o cliente se

apresenta hemodinamicamente estável, apesar de apresentar alguns

sintomas relacionados ao seu estado de saúde, alterações no sistema

fisiológico (cansaço, dispnéia aos esforços).

3. MAIOR COMPLEXIDADE – São situações que expõe o cliente a inúmeros

riscos; o ambiente é um fator agravante do seu estado; quando há a

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exigência de muitos cuidados específicos de enfermagem, muito tempo e

dedicação por parte da enfermagem.

Neste estudo detalharemos na metodologia como definimos esses graus em

nossa pesquisa.

Diante destes problemas aqui explicados, algumas questões norteiam este

estudo:

Que problemas são enfrentados pelos enfermeiros no cotidiano de cuidar a

partir da intensidade e freqüência que eles acontecem?

Como os enfermeiros resolvem os problemas?

Como objetivos propostos para responder as indagações definimos:

Identificar a intensidade e a freqüência dos problemas destacados pelos

enfermeiros no cotidiano de cuidar.

Discutir apontando as implicações das resoluções dos problemas

identificados.

Delimitação e justificativa do estudo

Poderíamos abordar diversas formas de enfrentamentos de enfermagem

sendo eles de ordem apenas ética ou de liderança de equipes, porém, optamos em

estudar como os enfermeiros resolvem seus problemas relacionados ao cuidado

com seus clientes, família e ambiente de trabalho, no cotidiano hospitalar.

O estudo se justifica porque entendo que é necessário compreender como os

enfermeiros enfrentam os problemas vividos nos locais onde trabalham e com que

intensidade e freqüência acontecem como fenômenos que têm implicação para com

os cuidados dos clientes.

É preciso mostrar quais são as dificuldades que expõem enfermeiros e sua

equipe quando enfrentam problemas no cotidiano, principalmente quando se trata de

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enfermeiros recém-formados. Ao mostrar a freqüência e intensidade dos problemas

posso estar contribuindo para discussões que interessam ao ensino e a pesquisa e

posso estar referendando ou não os pressupostos definidos com 3 Ordens, no início

do estudo.

Acredito que este estudo pode desconstruir o discurso de que os enfermeiros

“podem resolver tudo” quando diante de situações-problema, instigando aos olhos

dos interessados sobre a freqüência com que ocorrem e que intensidade tem no

plano das implicações para o cuidado de enfermagem para a profissão.

Os enfrentamentos identificados podem contribuir para as discussões no

âmbito da gerência de serviços e cuidados de enfermagem.

Como também pretendo que seja um estudo que possa ampliar a

compreensão do Ministério da Saúde sobre serviços, prática e competência dos

diversos profissionais, principalmente quando ele vem cobrando “selo de qualidade”

e o primeiro quesito sempre tem recaído sobre os profissionais destacando sua

formação. No serviço privado isso tem sido uma constante, como é freqüente nos

processos de Acreditação Hospitalar.

O estudo, ainda pode permitir a reflexão acerca do processo de investigar a

inclusão do ambiente de trabalho como espaço possibilitador de contextualização,

de aplicação de experiência na resolução de enfrentamentos do cotidiano de cuidar.

Sem duvidas, ampliar essas discussões de espaço e enfrentamento são um

desafio e um estímulo que deve interessar a docentes enfermeiros que precisam

aprender e resolver as questões que se instalam e que necessitam de intervenção

imediata ou de longo prazo.

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Acredito ainda, que os resultados deste estudo poderão servir de base para

outros estudos confirmando-os e assim contribuindo para ampliação da produção de

conhecimento em enfermagem.

Que este estudo possa orientar jovens enfermeiros, direcionando a atenção

ao cuidado, às medidas adotadas em suas decisões, as dificuldades encontradas no

cotidiano e principalmente a submissão exercida pela falta de conhecimento,

amparadas por qualificação e estratégias aplicadas no desenvolvimento dos

serviços.

Um estudo que permita investigar como o ambiente de trabalho, sua prática e

estrutura possibilita contextualizar e aplicar experiências na resolução dos

enfrentamentos do cotidiano. Não tenho dúvidas de que ele será um estimulador do

desenvolvimento de habilidades necessárias aos jovens enfermeiros. Em busca

deste ideal de saber resolver os problemas o estudo pode contribuir para os

enfermeiros desta época, para que os mesmos possam intervir nos enfrentamentos

da prática para criar estratégias e permitir mecanismos facilitadores aos futuros

enfermeiros.

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.22

CAPITULO II

O Fundamento Teórico:

CUIDAR e as SITUAÇÕES – PROBLEMA: Registros de enfermeiros sobre

enfrentamentos.

A base que sustente os pressupostos definidos e as situações enfrentadas é

o CUIDAR e CUIDADO de enfermagem, campo, ações e atos onde tudo acontece e

se fundamenta. O cuidar como fundamental no sentido amplo como se define a

seguir, uma disciplina que trata esta temática:

Enfermagem Fundamental é a ordem ou conjunto de proposições e de idéias mais gerais e ou mais simples, de onde se deriva a totalidade dos conhecimentos de Enfermagem, representa as bases às quais se assenta toda a prática de enfermagem, e inclui o aparto ético-filosófico e a dimensão histórica da profissão. (CARVALHO & CASTRO, 1985, p.76)

Ou seja, é tudo que se espera que um enfermeiro entenda sobre cuidar e que

consiga compreender o conjunto de composições e idéias acerca do que faz.

Falar de cuidado de enfermagem nos remete pensar nos fundamentos e

questões de Florence Nightingale sobre “o que é e o que não é enfermagem” isto

porque implica em saber o que é e o que não é cuidado de enfermagem – profissão

e ações para atender aqueles que necessitam.

Sobre o que é cuidado os autores FIGUEREDO et al (2009, p. 424)

É fundamento estrutura, conceito, paradigma epistemológico e unidade epistêmica de significado. Significa que o cuidado é o lugar de ação, investigação reflexão de produção de conhecimento e não apenas um substantivo qualquer de adjetivação (...)

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Sobre cuidado de enfermagem os mesmos autores (p. 414) dizem que ele é:

“A expansão da enfermagem aplicada e não restrita a especialidade de enfermagem

hospitalar, significando um conjunto de atos e ações de cuidados dirigidos a pessoas

sadias ou doentes (...)”

Assim quando os problemas surgem no campo do cuidado, por inexperiência

ou incompetência, obrigam que os enfermeiros passem a enfrentá-los para resolver.

Vale considerar que estas ações ou atos a serem implementados, contêm elementos

diversos como aqueles indicados nas hipóteses do estudo.

Para Henderson “a prática da enfermagem profissional significa atuação para

compreensão de qualquer ato, na observação, no cuidado e no aconselhamento dos

doentes, feridos ou inválidos; na manutenção da saúde ou prevenção da doença de

outros”. Ainda definiu a enfermagem em 1955 como “basicamente, é o auxilio ao

individuo (enfermo ou em boas condições) na realização daquelas atividades que

favorecem a saúde ou a sua recuperação (ou a morte tranqüila) que ele faria

sozinho, caso tivesse a força, a vontade ou o conhecimento necessário”. (GEORGE,

2000, p. 61-2)

Orem define a enfermagem com sua teoria do auto-cuidado considerando a

enfermagem como o outro eu. Orem fala de vários fatores relacionados com o

conceito de enfermagem. Estes são a arte e a prudência de enfermagem, a

enfermagem como ação, o papel da teoria relacionada com a enfermagem e as

tecnologias na enfermagem. A arte da enfermagem é:

A qualidade das enfermeiras que permite que elas façam investigações criativas, análises e sínteses das variáveis e dos fatores condicionantes, nas situações de enfermagem, para trabalhar em direção à meta de produção de sistemas de assistência de enfermagem eficientes para indivíduo e para as unidades multipessoais. (GEORGE, 2000, p.89)

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Mesmo assim nenhuma delas fala claramente sobre situações – problemas

onde os fatos e atos são do âmbito dos profissionais de enfermagem resolver.

Quando destacam ou por memorizar os problemas elas são de ordem

biológica, de necessidades humanas básicas. Se tomar de empréstimo os

comentários de CARVALHO sobre isto ela destaca a estrutura, os personagens que

estão nela, a duração dos acontecimentos, o ambiente com suas transformações,

novidades, transitoriedade, implicações, adaptações. Para ela é importante

identificar estes elementos principalmente em nossas investigações para ver como

eles aparecem na prática de enfermagem.

A autora ressalta, ainda, que, as “situações de enfermagem” são todas as situações humanas, na esfera do agir profissional, não importando a dimensão espaço-tempo em que elas se encontram e nem as distinções existentes nas pessoas assistidas. E acrescenta que essas situações podem ser encontradas nos domicílios, nas escolas, e também nos demais espaços institucionalizados ou não (CARVALHO, 2006, p. 170).

A amplitude desta afirmação tem lugar certo na hora que os enfermeiros se

encontram diante de situações que ainda são difíceis para eles resolverem. Isso

explica em saber inicialmente o que é e fazer enfermagem; implica numa posição de

pessoas que apenas fazem o que aprendem em sua reflexão para pensar antes de

fazer, para pensar nas conseqüências de uma prática que pode ser adequada ou

não; para pensar em saber fazer uma metodologia científica para a resolução de

problemas e que acredite, pelo menos, que cuidar é uma prática científica.

Saber o que é e o que não é enfermagem, não impede que os enfermeiros

enfrentem, diariamente, problemas que tem sua origem no ser humano que pensa,

que faz, que se relaciona, que se depara com algo inesperado, que enfrenta ou não

estas situações.

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Sabemos que os enfermeiros diariamente, enfrentam desafios que são

calados, escondidos, não percebidos ou destacados e que se perdem no mundo do

trabalho de cuidar, que muitas vezes são e estão para além da possibilidade de

fazer de muitos deles.

Os enfermeiros trabalham numa grande rede de articulações e comunicação

necessárias ao seu processo de cuidar. Nesse processo de gerenciar o cuidado eles

articulam atribuições e funções diversas, muitos deles não são de suas

competências, mas que realizam sempre em função de seu doente.

Sem querer, no processo de gerenciar o cuidado os enfermeiros, acabam

sendo o centro, por onde tudo passa para que o hospital possa funcionar, como:

limpeza, farmácia, almoxarifado, compra, lavanderia e rouparia, serviços gerais,

ambulatórios, admissão e alta, necrotério, nutrição, serviço social, psicologia,

fisioterapia, medicina, transporte, comunicação e informação. São nessas redes que

os enfrentamentos surgem, principalmente quando os enfermeiros são responsáveis

pela organização, divisão de tarefas, controle de material – previsão e provisão que

na maioria das vezes, não se apresenta com a autonomia devida.

Naturalmente, gerir cuidados é trabalhar com o inesperado, entendido como

uma situação que se instala, de forma adversa, diferente ou oposto do que é vivido

comumente no cotidiano.

Gerir cuidados é estar diante de pessoas, na maioria das vezes, doentes que

necessitam de ajuda ou cuidados integrais que tornam-se complexos de acordo com

a situação de cada pessoa. Um enfermeiro sem experiência ou sem alguém próximo

que possa lhe ajudar nestes enfrentamentos, pode colocar em risco o doente e a

profissão.

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Saber ou não sobre o que é prática (cuidado) de enfermagem, nos lembra

uma citação de GRAMSCI (1995), quando sinaliza muitas questões já levantadas

por nós:

Todo homem que atua praticamente pode não possuir uma consciência teórica de sua ação e de suas finalidades. Em algumas situações, essa mesma consciência teórica pode, historicamente, entrar em contradição com o agir. Quando isso acontece, cria-se uma consciência contraditória, que influência a conduta moral dos homens de maneira intensa. A influência pode ser tão significativa, a ponto de atingir um estado de consciência que impossibilita gerar ações e escolhas.

Dependendo do tamanho ou intensidade do enfrentamento, os enfermeiros

podem perder a consciência do que sabem e podem fazer. Investigar esses

enfrentamentos exige o que SABER para agir, embora sabe-se que os cursos mal

preparam os enfermeiros para uma atuação clínica, intervir a partir dos sinais e

sintomas da doença. Todas outras situações parece não ser de prática de cuidar.

Assim, os sinais e sintomas são norteadores de uma prática “sem susto”. Não

tem sido uma prática clínica, “olhar”, “escutar”, “ver” as expressões expressas no

corpo e no ambiente.

Os enfermeiros de hoje, moldado no discurso da doença e das

especialidades, são capazes de enfrentar os problemas das máquinas ou de

relações verticais com os outros (mandar e obedecer).

Quanto ao que é situação problema - como enfrentamento – me apoio em

(CARVALHO 1973, p. 103) quando destaca que “as situações de enfermagem, com

todos os seus fatores influentes e perfeitamente interrelacionados, não podendo ser

pré-elaboradas, automaticamente observadas e arbitrariamente rotuladas”.

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Ao falar sobre as resoluções de problemas: os problemas emergentes das

situações dos clientes são compatíveis com a programática das funções de

enfermagem e ampliação do papel profissional, ela acrescenta ainda:

A metodologia de resolução de situações - problema foi escolhida como a mais acertada para concretização do processo de formar um novo perfil profissional. Alem de servir de viga no processo ensino-aprendizagem, esperava-se que esta metodologia servisse de contexto ao desempenho das ações de enfermagem. (CARVALHO, 2006).

Assim, a prática de enfermagem quando percebida e direcionada para a

compreensão de cada situação problema como forma de individual de cuidar de

clientes enfermos, tem o objetivo de estimular habilidades, desenvolvimento,

criatividade e crítica dos profissionais de enfermagem e estudantes.

Sobre as situações de enfermagem vale definir o significado de situação onde

(ABAGNANO, 2000, p. 910) coloca que:

A situação equivale à condição de situar ou localizar o cliente em determinada realidade espacial e temporal. Também pode significar a realidade contingente a partir da qual se define a posição ou estado do ser do cliente se encontra disposto, determinado, ou lançado em certa conjuntura. (ABAGNANO, 2000, p. 910)

Quanto à solução de problemas, nos embasamos na Teoria de Abdellah onde

cada enfermeiro tem de ser capaz de identificar e solucionar problemas de

enfermagem evidentes e encobertos. Este processo envolve foco no serviço de

enfermagem, que deve ser centrado no cliente que está doente, necessitando de

cuidados e de soluções para seus problemas.

A solução de problemas baseado na teoria de Abdellah é entendida:

Como um processo de solução de problemas que envolvem a identificação do problema, a seleção de dados pertinentes, a formulação de hipóteses, a testagem de hipóteses através da coleta de dados e revisão das hipóteses, onde necessário, com base nas conclusões obtidas a partir dos dados. (Abdellah apud George, 1993, p. 123). O método de solução de problemas foi selecionado devido à pressuposição de que a identificação correta dos problemas de

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enfermagem influencia o julgamento do enfermeiro na seleção dos passos seguintes para solucionar os problemas de enfermagem do cliente. (Abdellah apud George, 1993, p.123)

Este pensamento por sua vez, considerado por nós como um processo, se

compara ao processo de enfermagem, que se estrutura de acordo com critérios de

conhecimento dos enfermeiros de saber avaliar, diagnosticar, planejar, implementar

e evoluir.

Ampliando a discussão que fundamenta o objeto entendemos não nos

distanciar das questões, entendidas como ORDEM de CUIDAR, fizemos o exercício

de perguntar e tentar responder de que cuidados falamos. Deste modo o cuidado

quanto ao que é e o que não é nos instiga saber do que precisamos para poder

versar sobre ele e assim entender o que é enfrentar quando estamos em pleno

exercício de cuidar no ceio das situações problema.

Vale considerar que o grande desafio dos enfermeiros e principalmente dos

pesquisadores, é explicar, demonstrar e mensurar o que produz o cuidado para

poder afirmar que ele é cientifico e contribui com a cura.

Muitos teóricos têm investigado o cuidado como objeto de interesse para a

prática e para o ensino de enfermagem, e os esforços de conhecer cientificamente o

que nos encaminha para a metodologia de uma arte de conhecer o cuidado e este

está no campo de ações dos enfermeiros.

A perspectiva de ações dos profissionais que discutem casos e analisam as

situações enfrentadas possivelmente é diferenciada a medida que estratégias são

criadas e aplicadas neste cotidiano.

Tem sido um processo continuo onde emerge o profissional como autor e ator

de uma Enfermagem ciência com o simples objetivo de ajudar na limitação dos

indivíduos a alcançar a saúde e seus benefícios. O cuidado surge como a essência

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desta profissão que vem sendo aperfeiçoado e adaptado por adventos da

tecnologia, ou esquecido por conta dela, mas nunca substituído enquanto arte e

ação de enfermagem.

Necessário em todos os momentos da vida na fundamentação da formação

de estudantes de enfermagem, recém formados e também como artifício de trabalho

na área de ensino para os mais experientes.

Importantes autores fazem sua colocação acerca do cuidado e acreditam que

alguns pontos são extremamente importantes, como:

O cuidado de Enfermagem ao cliente em situação clínica exige também que esses profissionais tenha conhecimento básico acerca da anamnese e da realização do exame físico como instrumento básico que vai nortear a prescrição dos cuidados e sua implementação. (FIGUEIREDO, 2003, p.4) O cuidado designa o fato de estar atento a alguém ou a alguma coisa para se ocupar do seu bem estar ou do seu estado, do seu bom funcionamento... atos através dos quais se cuida, através dos quais se conserva o corpo nas diferentes etapas da vida. (HESBEEN, 2000)

Dentre as principais ações do cuidado de enfermagem podemos agrupar as

(ações de proteção da saúde, ações de promoção da saúde, ações de prevenção de

doenças, ações curativas, ações de reabilitação, ações de investigação

epidemiológica, sociológica, administrativas e demográficas e ações de ensino).

Na prática de enfermagem percebemos atividades de administração e

gerenciamento do cuidado que inferem como enfrentamentos no sentido de

dimensionamento de pessoal e qualificação profissional específica no atendimento

aos clientes. O reconhecimento do desenvolvimento e prognóstico de como aquele

cuidado será aplicado ao corpo daquele enfermo e como os resultados deste

cuidado se apresentaram para os enfermeiros também são questões práticas que

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precisamos discutir a fim de planejar as implementações cabíveis as diversas

situações.

E estas práticas não têm sido muitas vezes realizadas, dentro delas surgem

situações inesperadas que os jovens enfermeiros ainda não estão prontos para

resolver.

O objetivo destas questões surgidas envolve gerenciamento como do

instrumento de trabalho dos enfermeiros que precisam do saber técnico. É preciso

treino para adquirir este saber e de como se aplica na prática de cuidado, como são

identificadas as necessidades dos clientes, por fim apresentar os resultados

esperados e avaliar se estes resultados estão sendo alcançados. Na prática de

enfermagem atual acontece por vezes à necessidade de criar um sentimento maior

em relação aos critérios de necessidade básicas dos clientes para desconstrução de

um discurso que a prática está muito mecanicista faltando mais percepção, mais

sensibilidade em busca de conseguir avaliar ate mesmo o que foi feito e se está

adequado a aquele momento. Paralelo a isso, nos apoiamos em Dias, que acredita

que:

Os cuidados prestados pela Enfermagem pertencem a duas esferas distintas: uma objetiva, que se refere ao desenvolvimento de técnicas e procedimentos, e uma subjetiva, que se baseia em sensibilidade, criatividade e intuição para cuidar de outro ser, assim, é possível diferenciar as suas maneiras de tocos os nossos pacientes como: toque instrumental (cuidado objetivo) aquele que requer contato físico deliberado para que o enfermeiro execute algum procedimento; e o toque afetivo (cuidado subjetivo) é espontâneo e demonstra apoio, conforto e proximidade com o paciente. (DIAS, 2008, p.604)

Independente que suas tarefas sejam de cuidado, ensino e pesquisa, resta

aos enfermeiros à oportunidade de aplicar uma prática embasada nesta

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sensibilidade, criatividade, competência técnica e intuição com o simples objetivo de

torná-la ainda mais sustentada, o que não é fácil de fazer como se pensa.

O que encontramos são obstáculos aqui definidos como enfrentamentos que

geram situação que gostaria de estudar, como a maneira de tocar e cuidar de um

ferimento, ou simplesmente orientar a um banho. Isto me interessa e me aproxima

da pesquisa prática de enfermagem mostrando um viés entre teoria e prática de

cuidados de enfermagem, onde a responsabilidade do cuidado vai além dos

procedimentos técnicos.

Incluindo a percepção de empatia, a qual determina se essa relação será

proveitosa para ambas as partes. O toque está inserido, portanto, no contexto de

manifestações não verbais que possibilita a enfermagem demonstrar tanto sua

habilidade técnica quanto sua capacidade de ser solidária e compreensiva com os

clientes e familiares inseridos no processo do cuidado.

Os problemas vividos no dia-a-dia são diversos e com modos diferentes de

exigir dos enfermeiros resoluções mais acertadas possível.

Como afirma (QUELUCI, 2009, p. 23):

A situação-problema abrange fatores extrínsecos e intrínsecos em todo o que fazer dos enfermeiros, e a complexidade do entendimento do conceito, de uma forma geral, se deve também à dificuldade dos enfermeiros em identificar os problemas (evidentes e não-evidentes) de enfermagem na prática, tendo em vista todos os elementos que influenciam ou podem influenciar nas intervenções de enfermagem, estabelecendo um tipo de complexidade assistencial durante a realização dos cuidados.

Mesmo nestas classificações de cuidados nos é possível destacar que eles

são desenvolvidos através de atos e ações entendidos por FIGUEIREDO e

CARVALHO, como:

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Os atos e ações profissionais, na literatura de enfermagem, são descritos para sublinhar/descrever a função peculiar da enfermeira, mesmo quando já se reconhece que essa função vem sofrendo continuadas modificações. (FIGUEIREDO E CARVALHO, 2005, p. 28-38)

Fundamentar o que queremos investigar sobre enfrentamentos dos

enfermeiros nos campos de cuidar, exige para além do que é enfrentar, mas do que

é e de como desenvolvemos nossas ações que envolvem diferentes aspectos que

estão na historia da profissão, na história do ensino e da própria prática.

Neste modo de pensar que o cuidar é ato e ação, percebo que as relações

humanas estão diretamente dentro da natureza do cuidado, e não é só isso, o

cuidado de enfermagem vai além e implica nos principais dilemas éticos dos

enfermeiros onde o dependente do cuidado pode não estar em condições de

perceber que eles estão a mercê deles.

O espaço de atuação, o ambiente e recursos tecnológicos também inspiram

os truques e experiências na articulação do desenvolvimento do cuidado quando as

situações se instalam.

Ampliando mais o que é ato e ação destacamos duas afirmativas que

interessam ao que estamos falando.

O ato de cuidar como ação terapêutica de enfermagem envolve aspectos

relacionados à preservação, conservação e manutenção da vida. Para prestar esses

cuidados, seus praticantes precisam compreender o que a saúde e a doença

provocam no corpo. Nesta perspectiva, “os profissionais colaboram para que a

pessoa assistida tente compreender o que está ocorrendo, para que consiga

expressar seus sentimentos, suas necessidades e solicitar o atendimento”. (LIMA,

2006, p.33 e 34)

O cuidado comparece não apenas como ética natural dos operadores da saúde, mas como u paradigma civilizatório. O cuidado

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consiste numa relação amorosa para com a realidade e, por isso, como atitude adequada à natureza da vida, protegendo-a, sanando-a e criando atmosfera de sua expansão. O cuidado é o condicionador prévio a toda prática humana e, por esta razão, pertence à própria essência do humano. (WALDOW, 2005)

A constante pergunta de alguns autores se este cuidado provoca resposta no

corpo de quem é cuidado também tem feito parte de reflexões dos enfermeiros que

aprendem a avaliar os signos expressos no corpo, para interagir com os doentes e a

partir daí criarmos um espírito critico para a sua prática.

Assim, o modo como são enfrentadas as situações-problemas e as

estratégias é possível utilizar que os cuidados estão carregados destes aspectos e

que são atravessados pelos princípios básicos, como:

1. Comunicação, 2. Observação, 3. Habilidade e destreza manual, 4. Criatividade, 5. Metodologia cientifica para resolução de problemas, 6. Princípios científicos, 7. Planejamento, 8. Trabalho em equipe

No problema deste estudo estes princípios surgem com maior e menor

intensidade e freqüência, ocasionando divergências e diferentes modos de cuidar.

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Capítulo III

O MÉTODO E A METODOLOGIA

Optamos pelo qualitativo e articulamos o quantitativo apenas para

organização da análise. Eles se complementam apenas na produção de imagens e

quadros mas o forte é a análise do significado dos achados quando comparamos as

situações enfrentadas pelos enfermeiros e a intensidade destas no seu cotidiano de

trabalho. Assim a definição sobre pesquisa qualitativa é:

Segundo MINAYO et al (1997, p.21), preocupa-se com o nível de realidade que não pode ser quantificado porque se trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das reações dos processos e dos fenômenos que não podem ser realizados à operacionalização das variáveis.

Qualificar os achados é ir em busca de uma interação dinâmica entre o sujeito

e objeto, cria um vinculo indissociável entre o mundo objetivo e o mundo subjetivo

dos enfermeiros em situação de enfrentamentos.

O modelo qualitativo coloca o sujeito e objeto num campo natural onde deve

ocorrer a observação de situações reais e cotidianas que produz dados não

estruturados porque o que deve ser encontrado é o significado da ação (dos

enfermeiros que enfrentam situações) sob a ótica destes enfermeiros.

Mesclar o estudo qualitativo com o método quantitativo é apenas um truque

que me ajuda mostrar em números o que encontramos, sem assumir que esta

investigação é quantitativa, mesmo quando se afirma que:

No campo da saúde, os métodos frequentemente usados para os estudos das populações humanas são os quantitativos (mais freqüentes por meio da epidemiologia) e qualitativos (mais utilizados pelas ciências sociais). Ao se desenvolver uma proposta de investigação e no desenrolar das etapas de uma pesquisa o investigador trabalha com o reconhecimento, a conveniência e a utilidade dos métodos disponíveis, em face do tipo de informação necessária para se cumprirem os objetivos do trabalho. (MINAYO, 2007).

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Como optamos por um check-list para medir intensidade e freqüências dos

problemas enfrentados pelos enfermeiros, entendi que em um determinado

momento estaria buscando um método de verificar sem submeter os enfrentamentos

à experimentações que o método quantitativo exige.

A produção de dados sob a organização quantitativa é decorrente do check-

list que mensurou a freqüência e intensidade. Assim foram produzidos dados, que

nos possibilitaram a oportunidade de interpretações alternativas. Para os dados

qualitativos produzidos optamos em utilizar a entrevista com perguntas abertas e

interpretadas pelas falas dos enfermeiros. Os dois métodos se complementam na

organização dos achados.

1- Os Sujeitos: Trabalhei com 30 enfermeiros cujo critério de inclusão era de que

deveriam atuar em unidades hospitalares de atenção terciária pública e privada, e

que desejassem participar do estudo. Esta pesquisa atendeu ao disposto na

resolução 196/96 onde os enfermeiros participantes assinaram termo de

consentimento livre e esclarecido. A autorização e aprovação do comitê de ética e

pesquisa em seres humanos foi do Centro Universitário de Volta Redonda UniFOA –

CoEPS, foi destacado que os risco e vulnerabilidades não se aplicam para esta

pesquisa, por não se tratar de instrumentos biológicos ou procedimentos invasivos,

procedimentos terapêuticos e outros desta natureza.

2- Cenário proposto: Foram instituições hospitalares públicas e particulares da

cidade de Volta Redonda – RJ.

3- O instrumento e estratégia: A pesquisa se desenvolveu em dois momentos: O

primeiro momento optamos, por um check-list onde os enfermeiros marcaram a

opção relacionada à situação enfrentada e sua escala de freqüência e intensidade.

Foi identificado no instrumento o que era cada uma das opções, onde a freqüência

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era o número de vezes que um mesmo problema ocorria e em que dimensão de

tempo ele ocorria, como dia, semana e mês. Quanto à intensidade, eles informaram

a partir da definição que demos para ela como de menor, média e maior intensidade.

O segundo momento foi o da entrevista quando fizemos ao enfermeiro duas

perguntas abertas que foram respondidas por escrito para posterior organização da

análise. A pergunta buscou esclarecer detalhadamente como acontecem estas

situações enfrentadas por eles que atuam em unidades hospitalares. (Apêndice II).

O objetivo deste instrumento foi o de permitir a identificação, bem como acontecem

às situações vividas na prática.

O instrumento de produção de dados foi aplicado aos enfermeiros do estudo

mediante a disponibilidade de horário durante o seu expediente, não excluindo a

possibilidade de realizar a coleta dos mesmos em horários estabelecidos pelos

próprios entrevistados, conforme contato e autorização prévia de sua chefia

imediata. A estratégia de coletar os dados foi com a distribuição para cada

enfermeiro do questionário (check-list) pelo pesquisador e os instrumentos foram

desenvolvidos conforme disponibilidade dos entrevistados.

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Exemplo do instrumento:

1- Assinale com um X no quadro de opção, (Você pode utilizar mais de uma opção) quais são os elementos geradores de enfrentamentos para você no campo da prática e com que freqüência ocorre de acordo com a legenda abaixo:

A legenda de freqüência é: Nota 1, 2 e 3. 1- raramente acontece (mensalmente) 2- pouco acontece (semanalmente) 3- frequentemente acontece (diariamente)

Através deste, os enfermeiros além de apontarem quais as situações

problemas aconteciam em seu cotidiano eles optavam em marcar uma freqüência de

aparição destes problemas. Estes dados foram tabulados em uma analise numérica

de freqüência simples como orientado por BARDIN, 2009.

2- De acordo com as opções marcadas anteriormente assinale na escala de intensidade dos enfrentamentos, destacando o que é de menor, média ou maior intensidade pontuando com um X de acordo com a legenda abaixo:

Legenda de escala de intensidade: - Menor = acontece, mas não chega a interferir no processo de trabalho e de cuidado. - Media = acontece, podendo criar dificuldades no processo de trabalho e cuidado. - maior = acontece, interferindo no processo de trabalho e cuidado.

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Da mesma forma os enfermeiros optavam agora por uma intensidade definida

como menor, média e maior, assim demonstrando a gravidade dos problemas e

permitindo fazer uma relação entre a sua freqüência e sua intensidade.

Além deste instrumento foi perguntado aos enfermeiros:

1- Explique detalhadamente como você identifica a situação problema? 2- Identificada a situação na ordem em que destacou como você resolve:

a) ( ) Sim resolve sozinho, explique? b) ( ) Não resolve sozinho, explique?

Esta etapa produziu os dados qualitativos e possibilitou uma discussão com

autores que tratam destas temáticas.

4- Organização da análise

Ela se deu em duas etapas: a primeira etapa foi a da quantificação das

informações do “check-list” da escala onde estão as informações acerca das

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intensidades e freqüência com que ocorrem os enfrentamentos que são

apresentados através de tabelas e gráficos.

A segunda etapa foi a da organização da analise de conteúdo no que diz

respeito às informações decorrentes das entrevistas. Esta etapa da analise de

conteúdo das informações apóia-se em Bardin (2009, p.121), que sugere três pólos

cronológicos, sendo eles a 1- pré-análise, a 2- exploração do material e 3 –

tratamento dos resultados.

Nesse processo de pré-análise incluem-se a leitura flutuante para que o

pesquisador se aproprie do que está contido nos conteúdos das falas, como se

fosse um momento de intuição e reflexão, sobre o que está dito acerca dos

enfrentamentos dos enfermeiros no processo de cuidar. Sobre a exploração do

material (BARDIN, 2009 p.122) diz que “é o momento de conhecer o texto,

deixando-se invadir por impressões e orientações”.

Por fim, sobre o tratamento de analise do conteúdo das entrevistas seguimos

a orientação de Bardin (1977, p.42), como:

Um conjunto de técnicas de análise de comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo de mensagem, indicadores (quantificáveis ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

Neste pólo, criamos um instrumento para registro do texto bruto, de onde

destacamos os termos que deram origem a esquemas explicativos sobre os

enfrentamentos, totalizando cinco que contêm: 1- estrutura, 2- comunicação, 3-

ambiente, 4- conhecimento, 5- prática e procedimento.

Nesta etapa interpretamos Bardin e utilizamos à regra de exaustividade que é

a busca da constituição de um corpus (conjunto de documentos- resultantes – do

material produzido) no check-list e nas entrevistas.

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Especificamente trabalhamos mais nos textos das entrevistas onde

encontram-se os conteúdos (falas dos enfermeiros). Foi o momento de considerar

tudo, sempre tendo como lema não esquecer o que foi perguntado e que objetivos

traçamos, para assegurar e justificar o estudo no plano de rigor científico.

Também encontramos em Ludke e André (1986, p.45) onde “analisar s dados

qualitativos significa trabalhar todo material obtido durante a pesquisa, ou seja, os

relatos de observação, as transcrições de entrevista, as análises de documento e as

demais informações disponíveis”.

Estas informações e dados obtidos formaram os elementos principais das

discussões.

Neste, o momento de decisões após a leitura, é onde começa a análise

propriamente dita e envolve operações diversas, é também o momento mais lento,

pois envolve decomposições e decodificações.

5- O tratamento dos resultados

Após leitura flutuante dos dados brutos que foram tratados de maneira a

serem significativos (falantes) e válidos, foi possível fazer operações estatísticas

simples (percentagens) ou mais complexas (analises fatorial), que nos permitiu

estabelecer quadros de resultados, diagramas, etc. Nos parece, que este foi o

momento quantitativo da analise da produção do check-list e das escalas que são

acompanhadas dos significados dados pelos enfermeiros.

A codificação segundo Bardin (2008, p.129) diz que:

Tratar o material é codificá-lo o que corresponde a uma transformação efetuada

segundo regras precisas. É o momento de recortes, agregação e enumeração do

que está no texto bruto e assim os dados vão sendo agregados em unidades, as

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quais permitem uma descrição exata do texto. Momento este do delineamento das

Imagens.

Para codificar é necessário três escolhas, no caso da quantitativa o autor nos

lembra que informações que destacam elementos categoriais que exigem:

O recorte: a escolha das unidades,

A enumeração: a escolha das regras de contagem,

A classificação e agregação: escolha das categorias.

A unidade de registro neste estudo é o tema (nível semântico) que corresponde a uma regra de recorte (do sentido e não da forma) que não é fornecida uma vez por todos, visto que o recorte depende do nível de analise e definição de analise semântica. (BARDIN, 2008, p.131)

Para Bardin (2008, p. 131) “o tema é geralmente utilizado como unidade de

registro para estudar motivações de opiniões, de atitudes, de valores, de crenças, de

tendências”.

Neste momento retomo as hipóteses estabelecidas no estudo para assim

verificar se era possível confirma-las para categorização, que é a última classificação

de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e seguidamente, por

reagrupamento segundo o gênero (analogia), com critérios previamente definidos.

Bardin ainda explica que as categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um

grupo de elemento. No caso deste estudo, elas estão contidas no check-list.

Como dissemos a unidade de registro escolhido é o tema como critério

semântico onde os enfrentamentos ficam agrupados nas hipóteses

“enfrentamentos”, por exemplo, como está definido no estudo: enfrentamentos

técnico caixa 1, enfrentamento de comunicação caixa 2, enfrentamento emergente

caixa 3.

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RESULTADOS SOBRE ENFRENTAMENTOS

Organização dos dados

Conforme o método escolhido e atendendo ao primeiro objetivo desta

dissertação onde identificar a freqüência e intensidade dos enfrentamentos vividos

pelos enfermeiros no plano do cuidado de enfermagem em ambiente hospitalar,

cabe ressaltar que os resultados se basearam em dois momentos distintos, sendo o

primeiro, a tabulação em forma de check-list da freqüência e intensidade contidas

nos questionários respondidos pelos enfermeiros (sujeito/objetos) que atuam

ambiente hospitalar.

Neste sentido, procuramos dar uma visão geral de como esses

sujeitos/objetos elegeram suas opções referentes aos enfrentamentos, para isso

eles marcaram mais de uma vez quais eram as situações que enfrentam em seu

cotidiano, demonstradas no gráfico N.1.

Gráfico 1. Situações Problemas

Fonte: Dissertação de Mestrado de SILVA, FJ, 2009.

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Quadro Nº 1. Freqüência dos enfrentamentos vividos pelos enfermeiros (análise vertical).

Fonte: Dissertação de Mestrado de SILVA, FJ, 2009.

O quadro 1 mostra onde se encontram as situações problemas a partir das

hipóteses estabelecidas sinalizando que todos os enfermeiros (30) enfrentam pelo

menos uma ou mais de uma vez cada situação. Onde de acordo com a análise

vertical a freqüência de (55) destas situações são diárias, seguido de (23) mensais.

O quadro representa a linguagem de uma IMAGEM que segue a orientação

de Bardin (2009) quando faz referência às regras de enumeração, nesse sentido, o

autor diz que:

A escolha da medida frequencial simples não deve ser automática. É preciso lembrarmo-nos de que ela se assenta no pressuposto implícito seguinte: a aparição de um item de sentido ou de expressão será tanto mais significativa – em relação ao que procura atingir na descrição e na interpretação da realidade visada – quanto mais esta freqüência se repetir. A regularidade quantitativa de aparição é, portanto, aquilo que se considera como significativo (mesmo

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assumindo a posição de que não buscamos a generalização dos resultados). Isto supõem que todos os itens tenham o mesmo valor, o que nem sempre acontece. (BARDIN, 2009, p.134-5)

Do mesmo modo a representação gráfica se deu desta forma.

Gráfico 2

Gráfico N. 02. Freqüência dos problemas enfrentados

Fonte: Dissertação de Mestrado de SILVA, FJ, 2009.

O que me chama a atenção é para o número de vezes de situações problema

que diz respeito à prática indicando que ele é identificado como procedimentos que

são realizados diretamente com o cliente que demonstra que quando eles aparecem

com baixa freqüência ou que os enfermeiros não sabem identificar. Assim, por

ordem de indicação aparece como enfrentamento:

1º A estrutura; 2º O ambiente; 3º Conhecimento; 4º Comunicação. 5º prática.

Quanto à Intensidade apresentamos o quadro e gráfico, lembrando que

mensurar intensidade envolve racionalidade e subjetividade de cada respondente e

que eles indicam pontuações diferentes para os mesmos problemas.

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Quadro 3. Intensidade dos enfrentamentos vividos pelos enfermeiros (análise vertical)

Fonte: Dissertação de Mestrado de SILVA, FJ, 2009.

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A representação gráfica foi a seguinte.

Gráfico 3. Intensidade dos enfrentamentos.

Fonte: Dissertação de Mestrado de SILVA, FJ, 2009.

As intensidades variam, mas a ordem como aparecem é quase a mesma e se

organizam de acordo com a intensidade de:

Intensidade Menor:

1. Prática por (8) enfermeiros;

2. Comunicação e Conhecimento foi eleita com por (6) enfermeiros cada;

3. Estrutura e Ambiente por (3) enfermeiros cada.

Intensidade Média:

1. Estrutura e Ambiente por (10) enfermeiros cada;

2. Conhecimento por (9) enfermeiros

3. Comunicação por (8) enfermeiros

4. Prática por (4) enfermeiros

Maior:

1. Estrutura por (13) enfermeiros;

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2. Ambiente por (12) enfermeiros

3. Prática por (3) enfermeiros;

4. Comunicação e Conhecimento por (2) enfermeiros cada.

A descrição destes achados para a busca de codificação do que foi indicado

pelos enfermeiros nota-se que alem da maior parte dos problemas enfrentados

serem de freqüência diária, os problemas relacionados à Estrutura tais como, os

referentes aos recursos humanos/materiais/físicos, políticas institucionais e

especificas de enfermagem, permeiam o cotidiano destes enfermeiros que por sua

vez, demandam tempo e habilidades para sua resolução.

Assim como os problemas referentes ao Ambiente, que por sua vez,

envolvem o gerenciamento e controle dos serviços de enfermagem, ruídos, limpeza,

controle de fluxo de pessoal no setor, esse, também, demandam habilidades

emergentes de ordem de gerencia, as quais destacamos o planejamento, avaliação

e a implementação das ações escolhidas, bem como, sua resolução.

Trata-se, portanto, de várias possibilidades quanto à sua origem, podendo

variar desde as dificuldades encontradas na gestão dos recursos públicos e

privados, visto que, os sujeitos-objetos fazem parte de instituições públicas e

privadas. Ficou evidente que os problemas enfrentados não dizem respeito ao tipo

de instituição ao que o enfermeiro pertence e nem pretendemos destacar estas

questões neste estudo, o que nos interessa é discutir o que é enfrentamento para

eles a partir de sua freqüência de aparição e sua intensidade, assim como, a

capacidade resolutiva dos mesmos.

Quanto às informações das entrevistas decorrentes do instrumento II,

resultantes das respostas indicadas sobre Freqüência e Intensidade destacamos

TEMAS nas falas dos enfermeiros que decodificaram e deram significados as

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hipóteses testadas no estudo. Assim, pudemos pensar nas unidades analisadoras

do estudo, quando se colocaram sobre Estrutura, Ambiente, Comunicação e

Conhecimento e prática.

Assim definimos uma única categoria com cinco variedades de análise:

Freqüência e Intensidade nos enfrentamentos cotidiano de Cuidar e as unidades

analisadoras de estrutura e comunicações, ambiente, conhecimento e prática.

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CAPÍTULO IV

Discussão e Implicações da categoria e suas unidades de analisadoras

Chegar aqui é iniciar novas reflexões acerca do que encontrar a partir das

discussões feitas sobre os resultados, acreditando que o trabalho realizado segue

princípios básicos de investigação que afirmo ter sido preciso (método e técnica).

A decisão tomada para nomear os resultados numa única categoria foi

movida pela confirmação das hipóteses propostas e discuti-la, agora, é para mim um

desafio a ser superado e ao mesmo tempo uma tarefa exaustiva que pretendo fazer

tomando cuidados para não cair em erros.

Por isso solicito aos leitores a compreensão porque posso enfrentar, também,

desafios sobre questões que estão implícitas nos resultados. O que quero deixar

claro é que CUIDAR é prática e que esta envolve todos os temas que serão

trabalhados. Pretendo também tomar cuidado para não chegar a conclusões

tendenciosas pela minha inexperiência na elaboração dos argumentos.

A categoria a seguir discutida funciona como o espaço para destaque da

unidade de análise como falamos nos resultados.

Para dar sustentação ao que se pretende neste estudo, busquei definir as

características desta análise onde:

As categorias são rubricas ou classes as quais reúnem em grupos de elementos (unidade de registro, no caso análise de conteúdo) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão das características como destes elementos. Bardin (2009, p. 145)

Com isso, denominamos a categoria e suas unidades analisadoras como:

FREQÜÊNCIA e INTENSIDADE nos enfrentamentos cotidianos de CUIDAR e as

unidades analisadoras de Estrutura, ambiente, comunicação, conhecimento e

prática.

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Esta categoria acolhe todos os significados apresentados nas imagens,

quadros e falas destacadas dos temas surgidos em cada uma delas a partir de

esquemas escolhidos para mostrar como se comportaram os depoimentos dos

enfermeiros. Vale destacar que no encontro com eles percebi que tinham

dificuldades de conceituar ou mesmo entender o que significa cada palavra contida

nas hipóteses. Antes de iniciar a apresentação das unidades analisadoras da

categoria entendi ser importante Trazer de volta as HIPÓTESES definidas no estudo

que chamamos de:

Estas hipóteses emergiram a partir de observações no campo de pesquisa

antes de iniciar a produção de dados.

Para iniciar a discussão das unidades de análise da categoria do estudo,

procedi em todas elas de seguinte forma: (Um esquema – Imagem), (freqüência,

intensidade e hipótese) e por fim os elementos que dão significados a unidade.

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Quando falam de estrutura, denotam certa preocupação, ainda com espaço

físico “vivenciando”, e aí, o que passa a ser destacado, é a implicação com a

estrutura.

Ao optar em saber dos respondentes de que tratava a hipótese 1 pensei em

questões que envolve Gerenciar o ambiente e estruturar o serviço onde se

encontram os diversos temas como: Recursos físicas, materiais, recursos humanos,

gerenciamento dos serviços de enfermagem e também está articulado, a questão do

ambiente que por sua vez envolvem a questão da limpeza, ruídos, iluminação, calor

e frio. A estrutura, mais precisamente, representa para o pesquisador uma

ferramenta, que os enfermeiros e gerentes utilizam para atingir os seus objetivos

organizacionais. Nesta unidade gostaria de ilustrar como a enfermagem se encontra

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no cotidiano de cuidar relacionado à questão estrutural e para isso defino como

estas também se relacionam com os profissionais de enfermagem.

A indagação foco destas respostas era: Explique detalhadamente como você

identifica a situação problema estrutural.

Percebi que em relação ao Elemento “Estrutural” os enfermeiros listaram

várias situações problemas relacionados à planta física, recursos humanos e

recursos materiais que encontram-se na hipóteses (1) do estudo.

A listagem de situações problema nesta unidade é grande e não se diferencia

de tantos outros estudos.

Um destaque para a estrutura e que tem implicações no cuidado de

enfermagem estão:

a) em não poder ver os clientes, a não visualização de monitores, melhor dizendo,

sendo o foco da preocupação a tecnologia e não o cliente em si. Ainda

experimentam situações relacionadas à estrutura;

b) aumento do número de serviços, como aquela que interfere na autonomia e que

pode ser o desenvolvimento de procedimentos;

c) políticas para realização de serviços como a busca de qualidade;

d) falta de material, de pessoal, de equipamentos;

e) de relacionamento e comunicação;

f) ausência ao trabalho, problemas com os recém-formados, de medicações, de

rotina, plantões no fim de semana, todos definidos anteriormente como de ordem

técnica, de ordem das relações humanas e de ordem emergente.

Na visão geral os depoentes acreditam que a planta física é inadequada, não

havendo local para repouso dos plantonistas de 24h, consideram a sala de

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medicação longe da unidade do cliente, ou em locais de difícil visualização dos

clientes que estão cuidando.

Esta Central de enfermagem interfere na observação direta do monitor, sendo

que o foco da preocupação é a tecnológica e não o doente em si, fator este causado

pela distancia entre os leitos e a central de enfermagem. Evidenciaram também que

o controle de entrada e saída do pronto socorro relacionado aos acompanhantes e

visitantes é falho, onde não há um controle e tranca das portas.

Para ampliar mais a discussão apresentamos as principais falas dos

depoentes para explicar melhor esta situação, onde:

“falta de local adequado para preparo de material didático e de treinamento dos funcionários...” (ent. 15)

“... não existe repouso para enfermagem que faz horário de 24hs.” ( ent. 11) “A central de enfermagem não está localizada de forma adequada, interferindo na

observação do cliente...” ( ent. 01) “... leitos são distantes da central de enfermagem, com isso a visualização dos

pacientes, monitores não acontece.” (ent. 12)

Os depoimentos dão exata noção de que ao falar de estrutura não há

separação de coisas ou temas, tudo se encontra nela, dentro dela.

É o espaço organizacional do trabalho.

Os enfermeiros ao identificar os diversos problemas na UNIDADE

ESTRUTURA, onde atuam fazendo supervisão geral envolvendo clinica médica,

cirúrgica, pronto-socorro, serviço de educação continuada e unidade de terapia

intensiva.

Procurei também alem de saber como identificam as situações problemas,

como eles enfermeiros as resolvem, e se o fazem sozinhos ou não.

Nesta opção de resolver o problema percebemos que, a maioria dos

enfermeiros não resolvem este problema sozinho, dependendo do setor

administrativo, parceria com o CCIH e equipe de enfermagem, coordenação de

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enfermagem e direção do hospital. Por fim um enfermeiro relata que este problema

de planta física relacionando a planta inadequada requer mais tempo dos

enfermeiros e componentes da equipe a beira do leito com a finalidade de prevenir

agravos ao cliente.

Para discutir estas situações problemas enfrentadas por estes enfermeiros

busquei apoio em conceitos e exemplos relacionados ao ambiente e a relação que

este possui com a estrutura, uma vez que existe numa mistura de elementos que

parecem ser de outra ordem mas que apareceu na estrutura.

Com o problema aqui esta denotando uma questão física como foco principal,

seguida de problemas com recursos humanos e materiais, onde objetivamos tratar o

relacionamento destes fenômenos com o potencial de enfrentamento criado pelos

enfermeiros.

De acordo com Daft (2005, p.256) “os problemas de estrutura dependem dos

fatores de contingência da estratégia, do ambiente, da tecnologia de produção e da

interdependência departamental”, ou seja, depende de elementos que estão a todo

momento se relacionando com o sujeito enfermeiro, fazemos isso à medida que

experimentamos aprender características essenciais a este fenômeno chamado

Estrutura, mediante uma auto-avaliação e reflexão acerca do conhecimento teórico e

a prática aplicada a resolução dos problemas, baseado em métodos para tal.

Também relacionado ao problema Estrutura encontramos situações de

Recursos Humanos descritas como problemas de ordem gerencial, quando os

funcionários faltam trabalho, criando problemas de remanejamento dos poucos já

existentes para outros setores, não são assíduos e não existe uma política de

cobertura.

Dentre as principais falas de depoentes encontramos:

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“Número de funcionários insuficiente” (ent. 14) “Falta de assiduidade dos colaboradores sem política de cobertura” (ent. 09)

“... os funcionários faltam ao trabalho e não tínhamos como remanejar de outros setores...” ( ent. 10)

“Assiduidade e pontualidade na escala de plantão. Ex: fim de semana” (ent. 02) “Nos finais de semana o absenteísmo dos técnicos de enfermagem gera constante

remanejamento dos funcionários” (ent. 18)

Estes problemas afetam os enfermeiros que atuam nas unidades de terapia

intensiva e Pronto socorro. Eles consideram que eles não podem resolve-los

sozinho, dependendo da gerencia de enfermagem e da Instituição. Também relatam

à falta de autonomia do enfermeiro, na resolução destes e outros problemas. Porém

um deles relatou que resolve o problema sozinho e faz remanejamento da equipe de

enfermagem.

Para discutir este problema tão importante e comum nas unidades

hospitalares refletimos com (FIGUEIREDO,2005,p. 66) quando diz que:

A administração de recursos humanos compreende o dimensionamento, a seleção e o recrutamento de pessoal, a distribuição no tempo e nos espaços da instituição de saúde, e a qualificação através da educação continuada. O supervisor deve estar apto para guiar e incentivar a equipe nas suas tarefas em prol do melhor atendimento aos clientes, abolindo a postura de fiscalização, coerção e não-cooperação com os membros supervisionados. Os instrumentos mais utilizados pelo supervisor são: dados estatísticos, manuais de normas, procedimentos e rotinas, escalas de distribuição mensal, relatórios de serviços e de supervisão.

A partir disso reconhecemos que os enfermeiros devem ter autonomia nestas

questões listadas pelo autor, por fazer parte da responsabilidade ética e

competência profissional do enfermeiro, porém, estes fenômenos administrativos

tornam-se desconhecidos, ou pouco trabalhados pelos profissionais, onde planejar

suas ações e organizar os recursos humanos acaba sendo tarefa difícil e

desgastante.

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Como maior problema enfrentado por estes enfermeiros foi à assiduidade,

acreditamos que participar da seleção e dimensionamento de pessoal, pode

melhorar ou ate mesmo resolver grande parte dos problemas, seja percebendo o

perfil adequado do funcionário e qual setor seria de melhor para desenvolvimento de

seu potencial, como explorar a capacidade profissional deste funcionário, no que se

espera em resolver o problema assiduidade, isto sem considerar que fatores

externos podem estar influenciando-os a faltar ao trabalho.

Para Kurcgant (1991, p. 101):

Uma organização, na busca de conseguir maior eficiência e eficácia de seus funcionários no desempenho de suas atividades, deve dar importância à escolha destes, à sua seleção. A principal tarefa da seleção é analisar e decidir sobre qual o individuo que melhor se adapta ao tipo de trabalho a ser desempenhado.

Incentivar e orientar sempre sua equipe, acompanhando o trabalho e

apoiando, reconhecendo os pontos fortes e pontos a trabalhar, pode ser muito

importante para o crescimento e qualidade dos serviços de enfermagem.

A utilização dos instrumentos gerenciais garante um controle e rigor no

serviço de supervisão voltado ao enfrentamento do problema de recursos humanos

e auxilia também a permanência da qualidade no serviço.

Outro ponto considerado na gestão dos recursos humanos é a questão do

trabalho em equipe, onde a motivação de alguns membros parte do bom

desempenho de outros.

Para Figueiredo 2005, p. 65:

Para um bom trabalho em equipe, deve-se considerar cada profissional como um ser racional, social e emocional, com uma historia, cultura e desejos próprios, portanto um ser complexo que algumas vezes poderá não estar bem consigo mesmo ou com os outros e criar situações de conflito. Deve-se reconhecer competências, capacidades, e potencialidade de cada membro da equipe de enfermagem, e oferecer oportunidades para a participação de todos no processo de trabalho, seja no

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cuidado, na gerencia, ou na administração, considerando sempre as competências ético-legais de cada categorias.

Com certeza é possível afirmar que a participação de todos no processo de

trabalho cria uma motivação ao funcionário que se vê sempre em condição de

desigualdade. Como a autora diz é preciso analisar as competências ético-legais de

cada categoria, não causando imperícia nos processos de trabalho entre as equipes.

Por fim o problema estrutura também envolveu a questão de recursos de

materiais, onde os enfermeiros listavam a falta de materiais de consumo para

realização de procedimentos, dificultando a execução de técnicas especificas, onde

o enfermeiro não tem plena autonomia para gerenciar com qualidade alem da

dificuldade na compra de materiais requisitados por eles como os que mais sabem o

que é bom e o que é ruim em termos de materiais usados nos clientes.

De acordo com as falas abaixo percebemos que estes problemas podem ser

resolvidos com estratégias dos próprios enfermeiros.

“Falta de manutenção e reposição adequada de material permanente” (ent 16) “falta de medicações dificultando a assistência” (ent. 10)

“falta de materiais de consumo para realizar rotinas técnicas de enfermagem...” (ent 03)

Os enfermeiros que apresentam estes problemas atuam no Pronto Socorro e

Unidade de Terapia Intensiva, e resolvem este problema sozinho com estratégias de

barganha com outros setores, outros hospitais e na habilidade de improvisar o

material. Também relatam que dependem da gerencia de enfermagem e Instituição

para compra de materiais.

Segundo Figueiredo (2005, p. 64).

A enfermagem deve traçar um diagnóstico do serviço em relação ao número de leitos existentes e à porcentagem de leitos ocupados, ao tipo de clientela, à quantificação dos tipos de procedimentos de enfermagem e médicos, etc.

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Para Kurcgant (1991, p.76) “o enfermeiro deve, portanto, estar atento à

qualidade do material utilizado e a quantidade satisfatória, com o objetivo de

minimizar o risco para paciente e evitar a descontinuidade da assistência”.

Para realizar este diagnóstico e dar continuidade à assistência necessitamos

viver as experiências dos setores por onde trabalhamos e perceber neste cotidiano

como e o que estamos fazendo para garantir nossa assistência. Um dia de trabalho

permite identificar alguns pontos importantes considerados pelos autores acima e

assim a cada dia perceber como a estrutura do setor atende as suas necessidades.

Após esta identificação utilizamos de recursos administrativos como a previsão, que

realiza o levantamento do material necessário, baseado no diagnóstico feito

anteriormente e no estoque disponível na unidade. A provisão que realiza a

reposição do material necessário à assistência. Por fim a organização e controle,

que acondicionam o material nos espaços da unidade, dispondo-o em locais

arejados e de fácil acesso para o uso, controle, conservação e reparo.

Mesmo assim, os enfermeiros ainda têm uma idéia de ESTRUTURA

desordenada, plural e confusa em alguns momentos, principalmente de

conhecimento teórico-prático quando falam dela e isso aparece como um primeiro

problema. Mesmo assim foi possível perceber que a enfermagem é uma equipe

organizada, onde a complexidade, a sobre-carga de atribuições e a diversidade dos

problemas denotam a necessidade de uma distribuição e divisão do trabalho, daí a

importância das especializações e definição do perfil profissional. A inferência que

fazem das situações vivenciadas dentro da categoria Estrutura, é entendido como as

situações problemas que também reconheço como enfrentamentos vividos no

cotidiano de cuidar. Estas situações envolvem dificuldades expressas em problemas

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com a planta física inadequada ou incapaz de permitir o desenvolvimento do serviço

de enfermagem, como leitos de pacientes, portas de acesso e central de

enfermagem. O destaque para os problemas de planta física, são freqüentes e todo

momento em seu cotidiano tentam criar mecanismos para desenvolver suas

atividades da melhor forma possível e assim prestar assistência de qualidade de

acordo com a sua realidade, improvisando, aperfeiçoando e desenvolvendo suas

ações.

Parecem, sob meu ponto de vista, que os enfermeiros não conseguem falar

de estrutura como planta física, sem destacar problemas diversos, porque nela que

eles se encontram e enfrentam todas as dificuldades quando falam da planta física.

Dos recursos materiais: A administração dos recursos materiais em

instituições de saúde reflete nos custos e no desenvolvimento das atividades

realizadas para a clientela, e podem ser definidos como:

Essenciais para o funcionamento de qualquer tipo de organização, pública ou privada, de serviço ou de fabricação, com finalidade lucrativa ou não, e constituem fator que possibilita o alcance dos objetivos propostos por essa organização. (KURCGANT, 1991, p.73)

Acredito que o funcionamento, bem como o desenvolvimento adequado dos

procedimentos realizados, depende de forma significativa dos recursos materiais,

sua qualidade e sua eficiência necessitam ser testadas para que o alcance dos

objetivos sejam obtidos. Para isso o enfermeiro deve estar envolvido com este

processo que por sua vez possui uma importância na administração, preocupando

com o ambiente físico e sua adequação, para conservação e armazenamento dos

recursos materiais.

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“Portanto, os enfermeiros têm exercido atividades referentes à administração

de materiais em suas unidades de trabalho, sendo responsáveis pela previsão,

provisão, organização e controle desses materiais”. (KURCGANT, 1991, p.75)

Como o enfermeiro não pode estar diretamente envolvido ou presente em

todos os momentos deste processo, mas identifiquei que ele delega atribuições a

outros membros da equipe de enfermagem que passa a desenvolver atividades

como guardar o material, realizar requisição de solicitações internas, controle de

estocagem, e outras funções que devem ser supervisionadas pelo enfermeiro.

O enfermeiro deve, portanto, estar atento à qualidade do material utilizado e a quantidade satisfatória, com o objetivo de minimizar o risco para o paciente e evitar a descontinuidade da assistência, deve também considerar o uso adequado dos materiais por todos os funcionários, evitando o desperdício. (KURCGANT, 1991, p.75)

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Embora o AMBIENTE faça parte da estrutura, ele se destaca como de maior

complexidade quanto dos enfrentamentos. Os problemas envolvem pessoas que

transitam nas unidades onde os clientes são cuidados e envolve FLUXO destes

movimentos LIMPEZA E RUIDOS.

A discussão dos problemas causados por ruídos, onde o foco foi percebido

por equipamentos existentes no setor, como parte de uma tecnologia utilizada para o

cuidado e tratamento dos clientes e também pela conversa dos profissionais ali

presentes, tanto sobre suas questões profissionais quanto por sua vida fora da

unidade de trabalho e algo que incomoda e que os enfermeiros precisam resolver.

Dentre as falas destacamos:

“Identifico pelo excesso de ruídos causados pelos aparelhos, conversação em volume alto pelos profissionais” (ent. 13)

“Por estarem em ambiente fechado às pessoas sentem-se interligadas, que conversam muito em som alto, gerando ambiente desconfortável” (ent. 14)

“Ruído: relacionado a equipamentos em funcionamento como: respiradores (...) máquina portátil de osmose para realização de hemodiálise e outros” (ent. 03)

Os profissionais que apresentam estes problemas atuam em unidades de

terapia intensiva, setor que contribui de certa forma para um alto índice de ruídos

devido a sua complexidade de equipamentos necessários aos cuidados e

procedimentos realizados. Também percebi que os profissionais que atuam nestas

unidades passam grande parte do seu tempo se comunicando por necessidade

imposta pela demanda acentuada de procedimentos como sinais vitais de hora em

hora, balanço hídrico, resultados de exames complementares, mudança de

procedimentos e dosagens de medicamentos que por sua vez exige comunicação a

distancia ou linguagem especifica do setor.

Este aspecto ou perfil adotado por estes profissionais requer paciência e

concentração por se tratar de uma unidade de cuidados intensivos a pacientes

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críticos e na verdade o que ocorre passa ser tão rotineiro que alguns não

conseguem perceber que estão conversando em tom alto, sem falar que estes

procedimentos podem ser realizados a qualquer hora do dia como da noite,

interferindo no repouso e no sono dos clientes, como também contribuindo para

estresse no ambiente de trabalho.

Acredito que estas situações são comuns no cotidiano de trabalho desta

unidade e também são percebidas por pessoas de fora que realmente não convive

neste ambiente.

Apoiando-me na teoria ambientalista de enfermagem de Florence Nightingale

acredito que sua definição é aplicada ao cenário dos enfermeiros no seu cotidiano,

onde ela considera:

O ambiente é visto com todas as condições e influências externas que influenciam a vida e o desenvolvimento de um organismo, sendo capaz de prevenir, suprir ou contribuir para a doença ou a morte... Auxiliar os pacientes para que mantenham suas capacidades vitais, satisfazendo suas necessidades, é tido como uma meta da enfermagem. (GEORGE, 2000, p. 39)

O crédito também é percebido por mim quando Nightingale diz “que a

enfermagem cabe o papel de colocar o doente num ambiente em que a natureza

possa auxiliar na cura...” (GEORGE, 2000, p. 39)

Considerando os conceitos ambientais de Nightingale, que pensava na:

“Ventilação” o ar fresco, com a abertura das janelas, com a preocupação de

conseguir uma saída para o ar impuro, como também evitar as correntes de ar;

“Calor” onde precaver-se com a perda de calor vital é essencial a recuperação do

paciente e as “Emanações” onde é importante livrar-se do odor nocivo do corpo,

causado pela doença, como também resíduos ou substancias causadoras do odor;

no “Barulho” preocupada com a questão do sono e repouso do doente, onde o

ambiente tranqüilo possibilita recuperação, diminuição da ansiedade e estresse do

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paciente. Por fim, a “Iluminação” importante na atividade dos profissionais de

enfermagem como também na visibilidade do doente, melhorando as questões de

insegurança, medo, sentimento de estar sozinho, como também a adequação da

iluminação durante o sono do paciente.

“A utilização do conceito básico de ambiente, no âmbito do processo de

enfermagem torna evidente que o profissional deve encarar o doente num contexto

especial.” ( GEORGE, 2000, p. 40)

Para um pesquisador preocupado com as situações problema e de como os

enfermeiros as enfrentam, o ambiente definido por Nightingale fala todo tempo de

como os enfermeiros se relacionam com seus clientes, como cuidam e

principalmente como avaliam as condições de seu trabalho.

Um ambiente adequado a atender as necessidades dos trabalhadores de

enfermagem, clientes e família é sem duvida uma ferramenta importante para o

relacionamento entre o processo de cuidar e ser cuidado, promovendo a prevenção

ou suprindo e contribuindo para o bem estar de todos.

O ambiente físico conforme o pensamento de Nightingale é composto de

elementos como:

...Os componentes ambientais básicos são físicos por natureza e tem a ver com coisas do tipo ventilação e calor. Esses fatores básicos influenciam a abordagem da pessoa em relação a todos os demais aspectos do ambiente. A higiene constitui uma noção inclusa, relacionada com todos os aspectos do ambiente físico em que se encontra o paciente. ( GEORGE, 2000, p.41)

Embora não apresente uma distinção entre o ambiente físico, psicológico e

social, o que sabemos é que Nightingale utilizou sua prática para descrever cada um

deles, e suas influencias e com isso estabelecer o caráter profissional da

enfermagem.

Quanto ao ambiente psicológico,

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Nightingale reconheceu que um ambiente negativo poderia causar estresse físico, daí afetando o clima emocional do paciente. A visão da luz do sol, a aparência atraente do alimento e o oferecimento de atividades manuais que estimulassem a necessidade de realizar algo constituíam todos os fatores que ajudavam o paciente a sobreviver emocionalmente. (GEORGE, 2000, p.42) A observação do ambiente social é fundamental quanto à prevenção da doença. Cada enfermeiro deve, assim, utilizar capacidade de observação, ao lidar com casos específicos, ao invés de satisfazer-se com os dados que dizem respeito ao paciente. (GEORGE, 2000, p.42)

Os enfermeiros tentam resolver os problemas sozinhos, dizem eles, e que os

equipamentos podem apresentar parâmetros que consigam minimizar os ruídos ou

comunicar ao representante da marca quando for material terceirizado, sendo

passível de ajuste. Em relação à conversa, os enfermeiros relataram que não podem

resolver sozinho, tudo depende fazer reuniões nos setores, e para isso necessitam

do envolvimento de outros profissionais.

Na situação problema de Limpeza, apresentamos somente dois enfermeiros

que enfrentam este problema, onde relataram que:

“a limpeza é incorreta com acumulo de resíduos infectantes” (ent. 03) “como trabalho em um setor critico (...) a emergência tem um pequeno espaço físico,

a rotatividade dos pacientes é constante, o que gera constante limpeza para o atendimento dos demais pacientes. Mais uma vez a quantidade de pessoal e/ou

treinamento dos funcionários da limpeza gera situação problema.” (ent. 18)

A limpeza do ambiente hospitalar, é fundamental para a redução de

sujidades, como do mesmo modo para prevenir infecções e tornar este ambiente

limpo para uso tanto dos funcionários como dos clientes que necessitam de

cuidados e dependem de se manter sadios para o seu restabelecimento e cura.

A limpeza do ambiente é importante conforme alguns conceitos

microbiológicos apresentados por Graziano (2006, p.71)

A ciência do reprocessamento dos artigos permanentes, atualmente bastante consistente, valoriza a limpeza como passo inicial e

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fundamental para garantir a fase posterior da desinfecção ou esterilização. A limpeza reduz a carga inicial microbiana em 99,99%, ou seja, reduz quatro ciclos logarítmicos do biobourden presente no artigo.

Em relação a resolver esta situação problema enfrentada sozinho ou não, um

deles apontou que comunicar ao profissional responsável que tem competência

exigida.

Por fim o problema mais preocupante desta análise foi identificado como

Fluxo de Pessoal como um problema enfrentado no seu cotidiano. Eles explicam

que por ser um hospital escola há um grande número de estudantes que envolvem

os cursos técnicos, graduandos de enfermagem, nutrição, fisioterapia e medicina.

Também destacaram que o excesso de aluno no setor, juntamente com os

profissionais, tornam o ambiente impróprio para o trabalho adequado, contribuindo

para aumento de infecção hospitalar. Outro ponto interessante foi o fluxo de

visitantes no setor e o horário de visita ser durante a rotina de preparo e

administração de medicação.

Estes mesmo problemas são enfrentados pelos enfermeiros que fazem a

supervisão geral em setores de clinica médica, cirúrgica, pediatria, pronto socorro e

UTI.

Em relação a resolver os problemas sozinhos ou não, a maioria resolve

sozinho e apontam que o diálogo com coordenadores e supervisores das instituições

escolares promovendo o redimensionamento dos alunos em campo pode minimizar,

intervindo diretamente no controle do fluxo dos mesmos. Orientações aos

estudantes e funcionários de outros setores para que permaneçam no setor somente

o necessário, também foi um critério na escolha da resolução do problema, assim

como estratégias de reunião com equipe para limitar o numero de pessoas no setor.

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Por fim, outros enfermeiros consideram que este problema também não é resolvido

sozinho, dependendo de coordenadores dos cursos na execução de escalas de

revezamento, reunião com equipes e tudo depende de encaminhamento a

coordenação do hospital para resolver o problema junto as Instituições de ensino

que utilizam o hospital como campo de prática.

Como na unidade anterior, existe um desordenado entendimento do que é

ambiente e de sua influencia sobre as pessoas que nele circulam. A maioria deles

não destacam os elementos influenciadores de saúde ou de doença, como os

físicos, biológicos ou químicos, além daqueles detectados por Florence.

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Os resultados nesta unidade, provavelmente apresentam tensões de registro

devido ao tema comunicação e as dificuldades de registrar os problemas que dela

advêm.

Isto porque os enfermeiros identificam situações problemas enfrentadas em

relação à divergência entre a equipe de enfermagem e funcionários da manutenção

de equipamentos, problemas relacionados à comunicação telefônica para realização

de procedimentos de baixa e alta complexidade em outras instituições, algum

membro da equipe prejudicado por algum problema pessoal, intolerância e rispidez

com o cliente e acompanhantes pela equipe de enfermagem e falta autonomia

relacionado a tomada de decisão.

A indagação proposta para esta unidade foi: Explique detalhadamente como

você identifica a situação problema de comunicação? A partir daí os enfermeiros

expressaram em suas falas:

“comunicação verbal para terceiros não é transmitida a mensagem de forma correta.” (ent. 03).

“Algumas divergências com a equipe da manutenção, porém, nem sempre.” (ent. 08).

“informações são passadas ou recebidas de forma distorcida entre enfermeiros e até dos enfermeiros para os técnicas.” (ent. 14).

Pensamos então que para uma comunicação eficiente a resolução destas

situações problemas, os enfermeiros informam ter necessidade de experimentar e

enfrentá-las para assim criar suas estratégias. De acordo com o autor a

comunicação só acontece se ela:

Fluir bem, enfermeira deve saber escutar, falar quando necessário, dar abertura para realização de perguntas, ser honesto, mostrar respeito, dispensar tempo suficiente para a conversa e mostrar interesse, entre outras habilidades. (PONTES, 2007, p. 313).

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As falas dos enfermeiros evidenciam que é preciso desenvolver uma

comunicação democrática voltada para escutar, a fim de dar abertura para

perguntas, assim dispensando tempo para a conversa, podendo contribuir para

diminuir a divergência e formas distorcidas de transmissão de mensagens da

comunicação entre a equipe de enfermagem e as demais equipes, o que se torna

importante para o desenvolvimento do cuidado com os clientes e familiares que

necessitam de cuidado. Uma comunicação distorcida pode além de influenciar

negativamente o tratamento, prejudicar a vida dele colocando em risco sua

integridade física, psíquica como também levar a morte.

Dentre outra situação problema enfrentada por enfermeiros, encontramos, em

algumas das falas (aspectos emocionais), como:

“dentro da equipe técnica de enfermagem de um dos plantões... apresenta comportamento de rispidez com os acompanhantes.” (ent. 05).

“Emocional: de algum membro da equipe prejudicado por um problema pessoal”. (ent. 06).

Estas situações problemas de ordem emocional podem causar na equipe de

enfermagem sentimento de insatisfação por parte de alguns membros, tornando o

ambiente de trabalho carregado de enfrentamentos que aparecem como de pequena

intensidade, mas que não é a medida que são percebidos como problemas que

podem ser resolvidos por pequenas atitudes, como tratar de forma profissional sua

relação de trabalho, resolver as questões pendentes na unidade e dialogar entre

equipe.

Para (PONTES, 2007, p. 313) o relacionamento depende da atuação de cada

profissional e pensa que “Esse relacionamento, no entanto, não deve ser uma

atitude mecânica como frequentemente ocorre. O relacionamento terapêutico

depende do comportamento e atitudes de cada profissional”.

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Concordo com o autor quando diz que o relacionamento depende de cada

profissional, pois, este se dá a cada dia sendo construído por uma relação de

confiança e diálogo, onde todos possuem momentos de interação, extraindo a forma

mecânica em lidar com clientes, colegas de trabalho e outros membros da equipe.

A identificação do problema emocional/relacionamento descrita acima pelos

enfermeiros, devem ocorrer por profissionais envolvidos nesta relação, porém, são

percebidos ou identificados por membros que estão fora desta situação, como

enfermeiros ou outras pessoas que atuam neste ambiente de trabalho. Este

fenômeno ocorre de forma comum, sendo vivenciado a cada dia por enfermeiros que

atuam em unidades hospitalares. Fato este que cria indiferença ou competição

negativa dentro da profissão, gerando resultados constrangedores com familiares,

com clientes até mesmo com profissionais que convivem no cotidiano desta prática.

Por fim os enfermeiros apontaram como situação problema enfrentado a falta

de autonomia, percebida nas seguintes fala:

“Dificuldades de comunicação... Ex. A gerência não dá crédito ao levantamento de problemas da equipe de enfermagem, podendo ser interpretado por

falta de autonomia”. (ent. 16). “Autonomia relacionado a tomada de decisão”. (ent. 07).

Autonomia, tomada de decisão e comunicação são situações problemas

enfrentadas por diversos enfermeiros em seus cotidianos de trabalho, como foi

citado acima. Estas situações por sua vez, dependem de conhecimento sólido,

segurança e principalmente do potencial de identificação que os enfermeiros

possuem frente a elas, para diagnosticar e poder decidir como irão enfrentá-las,

especialmente sob influência da cultura imposta pela instituição a que pertence.

Para Jericó (2008, p. 570) as crenças e valores cultivam a organização

afirmando que “a cultura organizacional resulta das crenças e valores que orientam

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as decisões do gestor em todos os níveis da estrutura organizacional direcionando

qual o caminho a ser seguido diante de várias alternativas de ação”.

Os enfermeiros que apresentavam problemas atuavam no setor de UTI e

Clínica Médica Masculina, e em relação a resolver problema sozinho ou não, a

maioria considera que o problema é resolvido com a comunicação procurando

realizar este contato pessoalmente, ser persistente até obter resultado positivo,

como também é importante conversar com os membros da equipe no início do

plantão e fazer reunião com eles.

Pensando na enfermagem não podemos esquecer que a comunicação é um

instrumento básico do cuidado em enfermagem, sendo uma constante que está

presente em todas as ações realizadas com o cliente, seja para orientar, informar,

apoiar, confortar ou atender suas necessidades básicas. Como instrumento, a

comunicação é uma das ferramentas que o enfermeiro utiliza para desenvolver e

aperfeiçoar o saber-fazer profissional, suas habilidades enquanto cuidador, ensinar

aos que estão entrando no mercado de trabalho e ainda desenvolver seu nível

profissional em um potencial intelectual.

A competência geral aponta para a essencialidade do trabalho em equipe, a

comunicação envolve aspectos de escrita e leitura, tecnologias, de informação e

registro, quanto à comunicação não verbal e de entendimento que ela não se

estabelece como diálogo entre quem fala e quem escuta e pode ser por problemas

diversos. Se o enfermeiro que se articula com clientes e colegas precisa conversar

com o instrumento de transmissão de entendimentos sobre a saúde e a doença,

sobre o ensaio, treinamento, facilitando relações entre o ambiente hospitalar e

pessoas, se tornam imprescindível o encontro com os outros.

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Alguns autores acreditam que comunicar-se e descobrir o universo do outro e

permite responder questões de autonomia e de orientação de como lidar com

situações de estresse.

Algumas definições nos ajudam a compreender o que ela é:

A comunicação é o processo pelo qual uma pessoa transmite pensamentos, sentimentos e idéias aos outros. É um instrumento que permite a uma pessoa, entender a outra, que aceite, ou seja, aceite, receba ou envie informações, dê ou receba ordens, ensine e aprenda. O enfermeiro comunica-se com o paciente e este com ele, tratando-se assim de um processo recíproco. Relaciona-se com os amigos e família do paciente, visitantes da instituição, com os membros da equipe e outros funcionários e ainda com inúmeras outras pessoas durante o correr do dia. Desse modo o enfermeiro deverá conhecer o processo de comunicação. O atendimento da área específica da assistência só pode ser efetuado por meio da comunicação. Ela, a comunicação, é também uma necessidade humana básica, sem a qual a existência do ser humano seria impossível (SILVA, 1996)

Ou ainda, segundo.

LIMA, 2006, deve-se dialogar com o cliente sobre suas escolhas, demonstrando que, apesar da doença, a autonomia do doente é mantida. O enfermeiro orienta a viver nas melhores condições possíveis, convivendo com seu estresse.

É pela comunicação que as pessoas podem expressar o que são, relaciona-

se, satisfazer suas necessidades. Essa interação no processo de se comunicar pode

influenciar o comportamento das pessoas, que reagirão com base em suas crenças,

valores, história de vida e cultura. Por isso, o relacionamento entre enfermeiro e

paciente adquire tanta importância no fenômeno de cuidar.

Mensagens são transmitidas através da comunicação onde a fonte emissora

pode ser um dos meios de comunicação como à fala, a imagem, o som e o objeto.

Para entendimento desta mensagem até o meio receptor passamos por um canal de

transmissão que representa o momento e o ambiente em que se vive para a

interação da comunicação. Na enfermagem este ambiente é representado pelo

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cenário hospitalar ou ambiente de saúde onde há emoção, tristeza, alegria,

consideradas como influência na comunicação, para permear as interações

corporais com seus clientes e equipe. Para Santaella (1983): “a semiótica é a ciência

geral de todas as linguagens e lingüística é a ciência que estuda a linguagem

verbal”. Em ambos os casos, o ser humano passa a utilizar utensílios que auxiliam a

potencializar o processo de produção, transmissão e recepção das mensagens.

Para considerar a linguagem verbal ou comunicação entre enfermeiros

trabalhamos dois fatores em nosso cotidiano que não percebemos tais como a

interpretação e compreensão dos temas discutidos na comunicação. Estes fatores

são vividos numa intensa demanda pelo corpo que fala, sente e expressam

significantes, seja na hora de falar firme ou na hora de relaxar.

Além disso o olhar da enfermagem é amplo para várias dimensões e se perde

em fragmentos no decorrer de uma jornada de trabalho, dando significados

importantes para algumas situações e não priorizando outras. A tecnologia passou a

fazer parte da comunicação humana, assim como, passou a participar da maioria

das atividades desenvolvidas pela humanidade ao longo do seu desenvolvimento.

Entretanto as pesquisas sobre comunicação na enfermagem brasileira,

apesar da importância dela e da necessidade de seu desenvolvimento no processo

de trabalho do enfermeiro, merece ser melhor exploradas, contextualizando as

situações de relacionamento onde a comunicação simplifica e estreita o cuidado a

ser realizado.

Se a comunicação é instrumento de cuidar, tem sido observado que ela não é

praticada como deveria e este não praticar é devido a muitos fatores que são de

ordem interna e externa dos enfermeiros, que se comunicam o mínimo possível e às

vezes em situações específicas como nas trocas de plantão demonstrando

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conhecimento sobre as ocorrências diárias de seus clientes, no entanto isto é feito

de forma rápida, principalmente quando está correndo de um serviço para o outro,

ou para casa.

Estas situações dispõem de tempo e dedicação para a transmissão da real

informação, que irá nortear o serviço de seus colegas no decorrer de outra jornada

de trabalho. Às vezes deixam de informar problemas importantes que se complicam

quando não registram.

Qualquer enfrentamento vivido nesta área, a comunicação sempre aparece

como mediadora de soluções, principalmente as relações de liderança estabelecidas

pelo enfermeiro no contexto do exercício de enfermagem que são diversas. Este

profissional é um expert, na sua área de conhecimento visto que utiliza seu saber

para reformular, aprender, ensinar, transformar, participando assim da tomada de

decisão em assuntos de saúde. Referente ao papel social, é necessário definir que a

enfermagem é a equipe que mais permanece em horas nas unidades hospitalares.

Portanto vê-se uma enfermagem que está mudando sua filosofia e seu

contexto para ocasionar mudanças, sendo uma delas a tomada de consciência das

várias formas de cuidar, assistencial e o gerencial, sendo este ultimo um meio para a

consecução do cuidado.

As bases de um problema fundamentam a tomada de decisão para a sua

devida resolução, no entanto esta resolução pode ser paliativa ou conclusiva e

depende de cada momento e cada situação. Os recursos implementados

apresentam influência sobre o tempo, a maneira como se aplica na problemática e

os objetivos propostos para a resolução dos problemas.

Resolver problemas envolve habilidades específicas de comunicação além

daquelas de domínio técnico.

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A comunicação pode proporcionar também um momento de se relacionar e

interagir como pensa (PONTES, 2007, p. 313).

É pela comunicação que as pessoas podem expressar o que são, relacionar-se, satisfazer suas necessidades. Esta interação pode influenciar o comportamento das pessoas, que reagirão com base em suas crenças, valores, historia de vida e cultura.

O relacionamento entre equipe, cliente e família não deve ser uma ação

mecânica como frequentemente ocorre e não pode ser visto apenas como objeto de

trabalho para a equipe de enfermagem, pois assim somente algumas necessidades

deles serão satisfeitas. Como exemplo disso podemos perceber na comunicação

durante uma admissão no hospital onde seguimos um roteiro de interação

proporcionado pela instituição viciando o profissional a se acostumar em seguir um

modelo, não observando outros pontos também importantes na comunicação.

Uma das implicações desta UNIDADE COMUNICAÇÃO é de que ela possui

interfaces múltiplas entre aquele que cuida, que gerencia ou que se relaciona com o

outro.

A comunicação quando realizada com atenção para ouvir e escutar,

provavelmente deve contribuir para a melhoria da qualidade da assistência de

enfermagem, sob o prisma do processo de comunicação.

Sem dúvida a participação do enfermeiro neste processo é fundamental e

Pontes considera que:

A saúde precisa de uma definição clara e, após tela em mente, é possível ver que a enfermeira participa com os outros profissionais na organização de condições que facilitam o movimento progressivo da personalidade e outros processos humanos. O processo interpessoal é operacionalmente definido em quatro fases distintas: orientação, identificação, exploração e solução. Essas fases podem ser correlacionadas com as etapas tradicionais do processo de enfermagem. (PONTES, 2007, p. 314).

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É necessário ressaltar que este processo vem muito além das técnicas

executadas pelo enfermeiro, e que sem dúvida poderão ser usadas para resolver o

problema do paciente, mas que, por si só não os levam a amadurecer as

possibilidades de se relacionar em benefício de uma melhor influência na saúde.

Vale mencionar que as metas a serem atingidas deverão ser estabelecidas pelo

enfermeiro, cliente e família numa relação de confiança e harmonia.

A personalidade social de gerenciar, proveniente da Teoria das Relações Humanas e da Teoria Comportamental, concebeu novas dimensões e novos valores para a gerência e para a organização. Com a interação de democratizar e humanizar as organizações, concentrou-se na rede informal, na participação, na motivação e necessidades humanas, na comunicação, na liderança, nos grupos sociais e, sobretudo, preocupou-se com a satisfação no trabalho, pois entendia que o nível de preocupação estava a depender desses fatores. Um dos principais objetivos do movimento humanista e social foi quebrar o excessivo controle hierárquico e encorajar a espontaneidade dos trabalhadores. (TREVIZAN & MENDES, 1993).

Uma outra questão diz respeito à comunicação através dos registros de

enfermagem que é um instrumento de vital utilidade na identificação das ocorrências

diárias dos pacientes, além de orientar outros profissionais na identificação de dados

que necessitam ser conhecidas ou analisadas.

No registro devem conter informações importantes de forma clara para o

entendimento de todos, pois é quando não estamos na unidade é que o valor real do

registro se faz, quando outros estão lendo nossos registros e entendem o que eles

necessitam dizer.

Os problemas em relação aos registros de enfermagem podem contribuir para

o incentivo de erros ou até mesmo diminuir a qualidade do serviço da equipe. Em

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semelhança ao paciente o cuidado fica submisso ao que foi feito, porém, o que não

pode ser documentado, sendo assim o que não documentamos não pode ser

provado teoricamente como feito e inferir na existência do profissional enfermeiro.

O registro não só no livro de ordem e ocorrências, mas também no prontuário

significa para o enfermeiro que atua no cuidado um panorama geral das situações e

enfrentamentos vividos sejam eles sobre o cliente, sobre o ambiente, tomada de

decisão, traduzindo assim para o outro plantão ou sua chefia como foi desenvolvido

estes cuidados no cotidiano de seu trabalho e de como resolver ou intervir no

problema identificado.

A evolução de enfermagem é o registro realizado após a avaliação do estado geral do paciente, com o objetivo de nortear o planejamento da assistência a ser prestada e informar o resultado das condutas de enfermagem implementadas. (CIANCIARULLO, 2001 p.165). Os diagnósticos de enfermagem definem a arte e a ciência da enfermagem. Para a descrição do diagnóstico de enfermagem necessitamos de tempo, pois as fases anteriores, histórico e exame físico, demandam a aplicabilidade e documentação de técnicas e a análise do corpo que é cuidado(...). A exigência de documentar tudo é irreal, em função do pouco tempo disponível. Por isso a enfermagem deve defender seu direito de determinar a documentação e ser exigida, como faz a medicina. Se a enfermagem continuar a funcionar de modo tradicional, a enfermagem como desejamos – a enfermagem como os clientes necessitam deixará de existir. A enfermagem continuará a ser definida pelo que fazemos e redigimos e não pelo que sabemos. (CARPENITO, 2002 p.13).

Segundo Horta, 1979, “é o relato diário das mudanças sucessivas que

ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência profissional”.

Para Campidelli, 1989, “é o relato feito pela enfermeira após a avaliação do estado

geral do paciente”.

O planejamento das atribuições diárias pode sofrer inúmeras mudanças,

durante um plantão ou até a realização de um simples procedimento pode interferir

com variáveis inesperadas. Como enfermeiro vivenciei momentos em que não me

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permitiram se quer chegar próximo ao relatório após a execução de um fazer

qualquer, este tempo em que perdemos até o momento da realização do registro

priva-nos de detalhes que talvez são importantes e acabam empobrecendo a

profundidade e necessidade do registro.

O ato de escrever, desenvolvendo-se como um hábito, é um modo de

aprendizagem e de desenvolvimento de conhecimento e não, simplesmente, um

meio de comunicar informação. Por outro lado, promove o desenvolvimento de

pensamento criativo e de habilidades de critica, desejáveis em um profissional

competente, capaz de programar suas ações em benefício do valor que é o registro

para todos os profissionais e não só a equipe de enfermagem, mas principalmente

para os clientes.

Outra implicação importante é a leitura específica que enriquece a qualidade

dos registros. Na prática me deparo com inúmeras informações que são transmitidas

pelo registro, algumas delas como pinturas em galerias de arte, outras em ruínas

que me fizeram lembrar o quanto é importante registrar o que vemos e sentimos.

Para isso os enfermeiros precisam desenvolver habilidades e capacitação

para registrar dados, pois este registro é também um instrumento básico de

enfermagem feito por profissionais que necessitam comunicar algo a outros

profissionais, daí a necessidade de uma clara descrição, de potencial de

interpretação pelos demais membros da equipe.

A falta de registro em desculpa a falta de tempo para fazê-lo não se justifica e

talvez seja uma desculpa que não convence. Atribuições e mais atribuições e mais

atribuições cada vez mais complexas, cada vez mais exaustivas, até que ponto os

enfermeiros devem ficar com a chave de tudo em suas mãos, já é hora de delegar

algumas responsabilidades, já que eles querem tantas coisas a quem nos foram

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confiadas, também devemos ter este querer, o querer de simplesmente o que é de

real necessidade deste momento para a enfermagem.

A prática da assistência de enfermagem vai além do modelo médico, ela é

baseada e instrumentalizada por um referencial próprio, criado e construído pelos

profissionais de enfermagem, o qual possibilita a união da teoria à prática. O uso de

marcos conceituais explícitos na prática assistencial altera, também, a estrutura da

forma da assistência, possibilitando ação participativa, crítica, embasada em

conceitos científicos, exigindo maior conhecimento da disciplina de enfermagem.

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O conhecimento nesta unidade diz respeito ao conhecimento aplicado o saber

fazer e não envolve teorização ou mesmo produção. É um conhecer empírico por

que os enfermeiros só falam nele quando associado a novas tecnologias ou até

mesmo a tecnologia já existente nos ambientes pesquisados, como também

competências dos serviços de enfermagem e treinamento em serviço. A indagação

proposta era explique detalhadamente como você identifica a situação problema

sobre conhecimento?

Dentre os problemas listados sobre conhecimento, percebemos que o

“conhecimento” na visão destes enfermeiros está voltado principalmente para as

questões de tecnologia, onde muito se fala sobre a falta de treinamento para novas

tecnologias, falta de equipamentos, falta de manutenção preventiva dos

equipamentos, falta de conhecimento sobre a manutenção podendo criar problemas

posteriores no setor com a falta de equipamentos adequados e em bom estado de

uso.

No entanto os enfermeiros também listaram o conhecimento sob a ótica do

treinamento em serviço, como educação continuada na área emergencial (clínica e

trauma), bem como a falta de conhecimento técnico e habilidades por funcionários

da enfermagem recém formados. Um aspecto importante que também foi citado

pelos enfermeiros foi à questão do treinamento em serviço versus a rotatividade de

funcionários onde o treinamento não da conta da alta taxa de rotatividade destes

funcionários no setor, gerando uma descontinuidade no processo de treinamento e

assim podendo interferir no cotidiano desta prática. Descrevemos a seguir as

principais fala dos enfermeiros:

“Falta de treinamento para os profissionais educação continuada, principalmente para a equipe de enfermagem” (ent. 02).

“A falta de treinamento de pessoal para conhecimento das novas tecnologias...” (ent. 13).

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“Treinamento em serviço X alta rotatividade de funcionários... pois os profissionais envolvidos saem assim que encontram chance de melhorar em outra

instituição.” (ent. 14). “Falta de tecnologia. Falta de equipamentos adequados e funcionantes dentro

do setor”. (ent. 06). “Equipamentos sem manutenção preventiva em grande número”.

(ent. 03) “As dificuldades vem acontecendo devido ao funcionário recém formado”.

(ent. 04)

Com os dados produzidos nesta UNIDADE é de se esperar que os

enfrentamentos sejam constantes e que levam tempo para serem sanados já que

são conseqüentes da inexperiência dos jovens enfermeiros. Tudo falta para que o

cuidado seja seguro. Indicam eles que, a EDUCAÇÃO e TREINAMENTO em serviço

podem ser uma forma de diminuir os problemas.

Quanto a isso Kurcgant (1991) pondera que:

“educação em serviço” a Associação Americana de Enfermagem entende que ela se constitui de programas de treinamento, oferecidos pela instituição em uma área específica, visando ao desenvolvimento da prática profissional. Outros autores dentro de uma visão mais ampla descrevem como um órgão que objetiva propiciar experiências educativas no local de trabalho, de forma continua e planejada, oferecendo ao empregado oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

Sabe-se, que as unidades hospitalares estão começando a investir em

treinamento, devido a algumas exigências feitas por órgãos fiscalizadores como

conselhos de saúde, secretarias e até mesmo no serviço privado como os selos de

qualidade e de acreditação hospitalar. Este fato depende não só de exigências feitas

por esses órgãos, mas também por necessidade dos profissionais, que passam

várias horas de serviço dentro do seu setor, que necessitam estar sempre em atual

condição de atender a demanda de serviço, e também evoluir com as questões

sociais e técnico-científicas.

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Confiando em qualidade e conhecendo o ambiente de trabalho dos

enfermeiros desta pesquisa, posso avaliar a necessidade de criar métodos que

possam garantir a eles parte da resolução de seus problemas de treinamento,

capacitação, manutenção de equipamentos, falta de tecnologias e outros. Para isso

nos utilizamos da idéia de “indicadores” que para Kurcgant (2008, p. 540) é

conceituado na saúde como:

Uma unidade de medida de uma atividade com a qual se está relacionado ou, ainda, uma medida quantitativa que pode ser empregada como um guia para monitorar e avaliar a qualidade dos cuidados providos ao usuário e as atividades dos serviços.

O indicador pode ser um instrumento criado para avaliar e medir como estas

situações problemas podem ser enfrentadas. Como do mesmo modo, identificar

como ou que fatores precipitam ou atenuam estas situações. E dessa forma criar um

norte para que os enfermeiros possam agir com segurança e garantir a qualidade de

seus serviços.

A manutenção adequada dos equipamentos mantém uma redução dos custos

destinados à saúde como também a qualidade do cuidado prestado a quem

depende destes equipamentos. É comum gastar tempo com treinamento e

manutenções preventivas com o objetivo de manter os equipamentos sempre em

funcionamento para o seu uso.

No entanto o tempo de uso permite que algumas situações aconteçam como

interpretadas por Aragaki (2004, p. 260) “Todo aparelho eletrônico, com ou sem uso,

tende a desgastar-se, apresentar defeito. Nenhuma máquina funciona eternamente

sem manutenção mínima. Com o envelhecimento, os equipamentos tendem a

apresentar problemas com maior freqüência.”

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Da mesma forma o enfermeiro responsável pelo setor que apresenta

equipamentos necessários para o cuidado destes clientes deve ser o mentor na

identificação e solicitação de manutenção preventiva ou corretiva.

Para ilustrar os aspectos ligados a manutenção dos equipamentos

procuramos definir conceitos em base a ARAGAKI.

Podemos classificar a manutenção em três tipos: corretiva - em que os consertos e reformas são realizados quando o objeto, máquina, equipamento já está quebrado; preventiva- destinada à prevenção da quebra de um equipamento e preditiva- executada com equipamento em operação lançando-se mão de sensores ou instrumentos especiais para detecção de anormalidades operacionais.

Após a indagação de explicar a situação problema nos preocupamos também

em saber como os enfermeiros as resolvem. Para isso as orientações de resposta

foram. Identifica a situação na ordem em que destacou como você resolve: ( ) sim

resolve sozinho, explique? Ou ( ) não resolve sozinho, explique?

De acordo com cada situação os enfermeiros diversificaram suas respostas

apresentando as opções de resolver sozinho ou não.

Procuramos então fazer uma relação de quais situações eles resolvem

sozinhos ou não, e encontramos:

Para a questão do treinamento em serviço parte dos enfermeiros relataram

que não resolvem sozinhos e apontaram como estratégia a participação da equipe

multiprofissional na elaboração de protocolos, cursos e também a realização de

concurso público para selecionar melhor os funcionários. Parte dos enfermeiros

disseram, que resolvem este problema sozinho e afirmaram que realizam

capacitação e qualificação da sua equipe fazendo educação em serviço. Também

solicitaram os representantes de equipamentos para realizar treinamento de novas

tecnologias, bem como a presença da equipe sempre perto para participar das

orientações.

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Em relação às questões de tecnologia os enfermeiros apresentam problemas

que necessitam de ajuda de outros profissionais, porque envolvem necessidade de

manutenção de equipamentos, treinamento específico para novas tecnologias e falta

de equipamentos adequado. Eles apontam como solução destes problemas a

presença por solicitação do responsável pela manutenção dos aparelhos

(representantes), ou serviço especializado do próprio hospital como também apoio

administrativo para auxiliar a capacitação ou resolução do problema que envolve as

tecnologias.

CAPÍTULO V

Análise geral da Categoria

Buscar a identificação de elementos que dessem estrutura aos

enfrentamentos entendidos como situações problema, foi possível e culminou na

seguinte organização através da IMAGEM 5 que trata da disposição final dos

resultados e desenha a imagem da CATEGORIA do estudo.

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É assim que se desenha neste estudo dos enfrentamentos vividos pelos

enfermeiros quando cuidam. Um cuidado que só existe se ele for para alguém, se

estiver num espaço com definição de área, atos e ações de cuidar, que se comunica

com as pessoas e que para isso é preciso ter conhecimento prático-teórico-prático.

O cuidado entendido pelos enfermeiros do estudo só dá conta do que

entendem como procedimento das rotinas e das adaptações que fazem quando

dizem:

“Identifico problemas em procedimentos invasivos...” (ent. 11) “Falta de normas e rotinas para realização dos procedimentos...” (ent. 02)

“Quando surge um procedimento e/ou rotina diferente na unidade...” (ent. 03) “Adaptação a nova situação – profissionais resistentes a mudança...” (ent. 14)

Isto mostra que eles não conhecem o que é cuidado em sua inteireza e que

isto pode ser uma tensão no ensino e na prática. Um cuidado que só é entendido

quando aparece numa operação técnico-manual, como algo incontestável, visível

como implementações de prescrições médicas, ou outros, sem nenhuma explicação

plausível ou científica.

No caso de nossa prática e também como afirma (HESSEN, 2003, p. 19).

Qualquer explicação ou interpretação deve ser precedida de uma observação e de uma descrição exata do objeto. (...) devemos pois apresentar com um olhar penetrante e descrever com exatidão esse fenômeno peculiar de consciência que chamamos de conhecimento. Fazemos isso a medida em que tentamos aprender as características essenciais desse fenômeno mediante a auto-reflexão sobre o que experimentamos quando falamos em conhecimento.

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Considerações Finais

Os resultados da pesquisa indicam que há falta de uma definição clara sobre

o significado de situação problema em que vivem os enfermeiros deste estudo,

como também a exigência do exercício de um pensamento crítico, que contemple as

múltiplas interpretações frente à freqüência e intensidade mensurada nesta

pesquisa.

Desafiar a importância do contexto no cotidiano da prática de enfermagem foi

um papel difícil, pois a impreguinação deste cotidiano também faz parte de nós

pesquisadores e analisar situações problema sem manipular idéias ou fugir de

preconceitos já instituídos exige o desenvolvimento de um pensamento crítico.

Através do check list, conseguimos estimar um diagnóstico situacional, como

também criar possibilidades diversas de reflexão frente ao que estas situações têm

contribuído não só para nossa aprendizagem, mas também para a prática.

Consideramos para este estudo que estas unidades analisadoras que

formaram a categoria freqüência e intensidade dos enfrentamentos no cotidiano de

cuidar abordam, por sua vez, no cunho da prática de enfermagem, situações que

acreditamos serem problemas que venham a conscientizar-nos de que precisamos

identificar/diagnosticar e enfrentá-los, utilizando-nos de conhecimentos técnicos,

científicos, filosóficos, em busca de uma metodologia que sustente e aponte, pelo

menos, a que caminho devemos seguir para resolvê-las.

O que nos assustou e pareceu imprevisível é que um cuidado que acontece

no meio de tantas dificuldades e enfrentamentos como de estrutura, das relações

entre pessoas e processos, da comunicação e do conhecimento que me pus a

perguntar: Afinal de contas como cuidam diante de tantos enfrentamentos

freqüentes e de intensidade diversas, tão presentes em suas práticas?

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Elas informaram em alguns momentos do estudo que resolvem as situações

na maioria das vezes, ou solicitam também ajuda dos superiores ou daqueles que

detêm maior conhecimento. Buscam apoio administrativo e de outras alianças para

resolver os problemas, sejam de outros profissionais de enfermagem ou não.

Logo nos demos conta de que só aprendemos fazendo, mesmo considerando

que pode ser um cuidado de risco. Que a prática de cuidar é dinâmica e próprio do

cotidiano dos enfermeiros, sejam eles jovens ou mais velhos. Eles dão conta de seu

fazer porque o doente está diante deles, não dá para fugir, não dá para voltar

depois.

Os enfrentamentos podem ser uma mola propulsora no aprendizado e eles

vão dando a volta na estrutura onde o cuidado acontece. O risco maior está em não

saber fazer, não ter conhecimento, não ter habilidades quando se trata de cuidar de

pessoas em situação de risco. Também podemos refletir sobre o tempo de aquisição

de conhecimentos técnicos e científicos adquiridos nas aulas de campo de prática, é

mínimo, colocando no mercado de trabalho, jovens com pouca experiência. A falta

de aprofundamentos teóricos sobre cuidar influencia a prática de enfermagem,

possibilitando um olhar mais cuidadoso, crítico e reflexivo sobre as situações

problemas enfrentadas no cotidiano. Ainda podemos em virtude do conhecimento,

proporcionar a criação de métodos de trabalho capazes de tornar viável a resolução

destas situações, sobre tudo métodos que envolvam a realidade concreta das

situações humanas e os procedimentos/técnicos de atendimento às necessidades

individuais e coletivas, bem como garantir a qualidade do atendimento prestado ao

cliente e família.

À medida que aprendemos a observar e questionar os fenômenos que

chamamos de conhecimento e aplicamos este como instrumento de uma prática,

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passamos também a aprender as características essenciais deste fenômeno, e

assim refletimos acerca do que experimentamos como seres humanos, aquilo que é

realmente importante a todo conhecimento.

Das situações problemas enfrentadas, os enfermeiros deparam-se com

momentos em que estes problemas parecem não ter solução, devido à intensidade

em que este se apresentam, e também por apresentar em sua maioria uma

constante freqüência diária, causando uma relação adversa entre o sujeito

enfermeiro e o problema em si. Quanto a isso Hessen (2003, p. 20), explica que há

um dualismo entre sujeito e objeto, onde “no conhecimento defrontam-se

consciência e objeto, sujeito e objeto. O conhecimento aparece como uma relação

entre esses dois elementos.”

“Assim, a função do sujeito (enfermeiro) é apreender o objeto (problema), a

função do objeto é ser apreensível e ser aprendido pelo sujeito.”

Como exemplo podemos citar a relação enfermeiro/cliente e

enfermeiro/prática. O que a experiência nos mostra é de que confirma as posições

de teóricos que para construir o conhecimento é necessário um método, contendo

princípios como a comunicação, observação, interpretação, investigação, aplicação

prática e desenvolvimento, que venha servir como viga de sustentação ao

aprendizado, favorecendo a utilização de estratégias no cuidado e na resolução de

situações-problemas.

Quanto a isso Queluci (2009, p. 145-146) discorre sobre:

A inferência de que o grau de complexidade das situações problemas de enfermagem corresponde, na visão e na experiência dos enfermeiros, à idéia de uma conjunção intelectiva ou racional de elementos, de fatores, de aspectos distintivos, como dada na realidade investigada. Em especial, pode-se dizer uma conjunção de aspectos da complexidade

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ligados ao conhecimento teórico do Saber da enfermagem e à experiência prática dos enfermeiros.

Nosso interesse em analisar as respostas dos enfermeiros em relação a se

posicionar frente as situações problema reside na inferência aplicada por eles na

tentativa de resolver as situações e através disso tiramos conclusões a partir de que

as operações concretas ou seja, o que é vivido na prática possibilita que estes

enfermeiros ultrapassem as dimensões físicas, físico estruturais e físico pessoais de

que são submetidos.

Por fim, ao final desta investigação conseguimos atingir os objetivos de

mensurar de forma simples e clara como cada situação se apresenta sob sua

freqüência e principalmente sobre sua intensidade. O que ficou visível é que estas

situações são enfrentadas diariamente com uma intensidade média. Também foi

possível constatar como os enfermeiros resolvem seus problemas nos mostrando

contribuições simples quando fazem de sua prática uma arte. Pensando na idéia de

que a enfermagem deve estar à frente de enfrentamentos e assumir o raciocínio

crítico, o que se revela após esta investigação é que o seu conhecimento, as

transformações a que são submetidos e métodos que utilizam, significa que à

pesquisa é o caminho para a melhoria, para o rigor e a segurança no exercício da

enfermagem, e conseqüentemente poderá contribuir para o fortalecimento do

ensino, da prática e a ciência de enfermagem.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos – CoEPS/UniFOA

(Observação: O TCLE deve ser impresso em duas cópias, ficando uma delas sob

responsabilidade do Pesquisador Coordenador e a outra sob a guarda do participante)

1- Identificação do responsável pela execução da pesquisa:

Título do Projeto: “Jovens Enfermeiros” e os enfrentamentos no cotidiano de CUIDAR: Intensidades e Freqüência das Situações Problema

Coordenador do Projeto: Fabiano Júlio Silva

Telefones de contato do Coordenador do Projeto: 24 33440219 24 99631685

Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa:

2- Informações ao participante ou responsável:

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que tem como objetivo - Identificar a freqüência e intensidade dos enfrentamentos vividos pelos enfermeiros quando cuidam de seus clientes. - Classificar os enfrentamentos a partir das 3 categorias definidas como problema identificado. - Discutir como os enfermeiros enfrentam os problemas surgidos em sua prática de cuidar.

(a) Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações abaixo que informam sobre o procedimento (especificar em linguagem acessível). (b) Você poderá recusar a participar da pesquisa e poderá abandonar o procedimento em qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo. Durante o procedimento (especificar), você poderá recusar a responder qualquer pergunta que por ventura lhe causar algum constrangimento. (c) A sua participação como voluntário, ou a do menor pelo qual você é responsável, não auferirá nenhum privilégio, seja ele de caráter financeiro ou de qualquer natureza, podendo se retirar do projeto em qualquer momento sem prejuízo a V.Sa. ou menor. (d) A sua participação ou a do menor sob sua responsabilidade poderá envolver os seguintes riscos: especificar os tipos de risco que poderão ocorrer. (e) Serão garantidos o sigilo e privacidade, sendo reservado ao participante ou seu responsável o direito de omissão de sua identificação ou de dados que possam comprometê-lo. (f) Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos participantes. (g) Confirmo ter conhecimento do conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo indica que concordo em participar desta pesquisa e por isso dou meu consentimento.

Volta Redonda, _____de ___________________ de 20_____. Participante:________________________________________________________

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Apêndice I

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado Nome:_____________________________________________ Data:___/___/_____. Sexo: _____________ Idade: _________ Tempo de Formação: _____________ Instituição em que trabalha: __________________________________ Setor:____________________________________________________

3- Assinale com um X no quadro de opção, (Você pode utilizar mais de uma opção) quais são os elementos geradores de enfrentamentos para você no campo da prática e com que freqüência ocorre de acordo com a legenda abaixo:

A legenda de freqüência é: Nota 1, 2 e 3. 4- raramente acontece (mensalmente) 5- pouco acontece (semanalmente) 6- frequentemente acontece (diariamente)

Ordem Elementos Opção frequência

dia semana mês

1 Estrutural: Recursos humanos e materiais, planta física, - políticas institucionais e especificas de enfermagem, etc...

2 Comunicação/Emocional: Relações psicoafetivas com seus pares e outros elementos da equipe, abordagem ao cliente, autonomia de seu espaço, etc...

3 Ambiente: gerenciamento e controle dos serviços de enfermagem, ruídos, limpeza, controle de fluxo de pessoal no setor, etc...

4 Conhecimento: tecnologias, competências de enfermagem, atualização e treinamento em serviço.

5 Prática e procedimentos: Habilidades para a realização de procedimentos rotineiros e complexos, adaptação à nova situação e normas estabelecidas, etc...

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2- De acordo com as opções marcadas anteriormente assinale na escala de intensidade dos enfrentamentos, destacando o que é de menor, média ou maior intensidade pontuando com um X de acordo com a legenda abaixo: Legenda de escala de intensidade: - Menor = acontece, mas não chega a interferir no processo de trabalho e de cuidado. - Media = acontece, podendo criar dificuldades no processo de trabalho e cuidado. - maior = acontece, interferindo no processo de trabalho e cuidado.

Ordem Elementos Intensidade

menor media maior

1 Estrutural: Recursos humanos e materiais, planta física, - políticas institucionais e especificas de enfermagem, etc...

2 Comunicação/Emocional: Relações psicoafetivas com seus pares e outros elementos da equipe, abordagem ao cliente, autonomia de seu espaço, etc...

3 Ambiente: gerenciamento e controle dos serviços de enfermagem, ruídos, limpeza, controle de fluxo de pessoal no setor, etc...

4 Conhecimento: tecnologias, competências de enfermagem, atualização e treinamento em serviço.

5 Prática e procedimentos: Habilidades para a realização de procedimentos rotineiros e complexos, adaptação à nova situação e normas estabelecidas, etc...

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Apêndice II

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado

Instrumento II 1- Explique detalhadamente como você identifica a situação problema Estrutural (1). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Identificada a situação na ordem em que destacou como você resolve: a) ( ) Sim resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) ( ) Não resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Apêndice II

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado

Instrumento II 1- Explique detalhadamente como você identifica a situação problema Comunicação (2). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Identificada a situação na ordem em que destacou como você resolve: a) ( ) Sim resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) ( ) Não resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Apêndice II

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado

Instrumento II 1- Explique detalhadamente como você identifica a situação problema Ambiente (3). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Identificada a situação na ordem em que destacou como você resolve: a) ( ) Sim resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) ( ) Não resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Apêndice II

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado

Instrumento II 1- Explique detalhadamente como você identifica a situação problema Conhecimento (4). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Identificada a situação na ordem em que destacou como você resolve: a) ( ) Sim resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) ( ) Não resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Apêndice II

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde-CCBS

Programa de Pós-Graduação em Enfermagem – Mestrado

Instrumento II 1- Explique detalhadamente como você identifica a situação problema Prática e Procedimento (5). ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Identificada a situação na ordem em que destacou como você resolve: a) ( ) Sim resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) ( ) Não resolve sozinho, explique? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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