Apostila - T%e9cnicas de Negocia%e7%e3o - Prof Mauricio Faganelo & LH Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE...
-
Upload
nguyenhanh -
Category
Documents
-
view
212 -
download
0
Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA
MESTRADO PROFISSIONAL EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA
ELINE MANHÃES REID CALLEGARI
ESTUDO DE BIOMARCADORES RELACIONADOS À AGRESSIVIDADE E
INVASIVIDADE EM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAL
VITÓRIA
2015
ELINE MANHÃES REID CALLEGARI
ESTUDO DE BIOMARCADORES RELACIONADOS À AGRESSIVIDADE E
INVASIVIDADE EM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAL
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Clínica Odontológica do Centro de
Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito
Santo como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre em Clínica Odontológica.
Orientadora: Profª. Drª. Letícia Nogueira da Gama de
Souza
Co-Orientadora: Profª. Drª. Liliana Aparecida Pimenta de
Barros
VITÓRIA
2015
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
(Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da Saúde da Universidade
Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)
Callegari, Eline Manhães Reid, 1985 -
C157e Estudo de Biomarcadores Relacionados à Agressividade e
Invasividade em Carcinoma de Células Escamosas Oral / Eline
Manhães Reid Callegari – 2015.
126 f. : il.
Orientador: Letícia Nogueira da Gama de Souza.
Coorientador: Liliana Aparecida Pimenta de Barros.
Dissertação (Mestrado Profissional em Clínica Odontológica)
– Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências da
Saúde.
1. Laminina. 2. Metaloproteinase 9 da Matriz. 3. Carcinoma de
Células Escamosas. I. Souza, Letícia Nogueira da Gama de. II.
Barros, Liliana Aparecida Pimenta de. III. Universidade Federal do
Espírito Santo. Centro de Ciências da Saúde.
IV. Título.
CDU: 616.314
ELINE MANHÃES REID CALLEGARI
ESTUDO DE BIOMARCADORES RELACIONADOS À AGRESSIVIDADE E
INVASIVIDADE EM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAIS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica
do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo como
requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Clínica Odontológica.
Aprovada em 20 de novembro de 2015.
COMISSÃO EXAMINADORA
----------------------------------------------------
Profª.Drª. Letícia Nogueira da Gama de Souza
Universidade Federal do Espírito Santo
Orientadora
-----------------------------------------------------
Prof. Dr. Marcos da Silva Pacheco
Universidade Federal do Espírito Santo
Examinador Interno
----------------------------------------------------
Prof. Drª. Vanessa Morais Freitas
Universidade de São Paulo
Examinador Externo
DEDICATÓRIA
Ao meu eterno amor de alma, Kristian Callegari,
por seu incentivo constante!
A minha amada mãe e querido irmão.
Mas a vereda do justo é como a luz da aurora,
que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito
(Pv 4:18).
AGRADECIMENTOS
Ao Deus de amor e infinita bondade por todos os benefícios que me tens feito. Tu és
Digno de receber a glória, honra e poder, pois criastes todas as coisas e por tua
vontade elas existem e foram criadas.
Ao amor da minha vida e até a eternidade, Kristian Callegari. De todas as vitórias
que obtive na vida, você é a maior. Ao seu lado tive a certeza de que anjos podem
tomar a forma humana e habitar entre homens, vindo com a missão de nos proteger.
Obrigada por seu companheirismo, incentivo e paciência sem igual. A sua presença
alegra meus dias. Te amo!
A minha mãe, Eliane, e meu irmão, Marliére, que construíram um caminho para que
eu pudesse chegar até aqui. Obrigada pelas muitas orações e conselhos. Amo
vocês!
Ao meu pai Marliére Reid e meu avô Manoel Bento da Silva (in memorian), grandes
incentivadores dos meus estudos.
As tias Marline e Marli, pela presença constante em minha vida e amor, desde a
tenra idade.
A toda família que participou desta conquista.
A minha orientadora Prof. Letícia Nogueira por me conceder inúmeras oportunidades
de crescimento, nortear este trabalho e ser referência profissional para mim. Sua
paciência, inteligência, disponibilidade e capacidade ímpar me ajudaram a discernir
um professor de um mestre. O mestre nos ajuda a ir além do que podemos enxergar
e nos capacita em atividades que outrora desconhecíamos. Levarei este exemplo de
amor e dedicação para minha vida pessoal e profissional. Muito obrigada por tudo!
A minha co-orientadora Prof. Liliana Barros por ceder o material necessário para
realização do trabalho e por todas as considerações que enriqueceram o mesmo.
A Professora Vanessa por aceitar o convite para participação dessa banca.
Ao Prof. Breno Valentim que cedeu os equipamentos necessários para as análises
da pesquisa e por fazer parte da banca de qualificação.
A Prof. Karla Loureiro e ao Prof William Bautz que fizeram parte dessa trajetória e
empenharam muitos esforços para melhorar nosso ambiente de trabalho acadêmico.
A professora Daniela Nascimento que me recebeu na disciplina de Cirurgia/ UFES.
Ao Prof. Marcos Pacheco por me receber na disciplina de Histologia e me conceder
oportunidade para a prática profissional, além das contribuições na banca de
qualificação.
Aos professores do programa de Pós Graduação em Clínica Odontológica, que
contribuíram para meu aprendizado.
Às alunas Ana Flávia Lagassa e Izabela Sinara pela amizade e apoio nas horas
tristes e alegres, inestimáveis contribuições e disponibilidade ímpar em ajudar.
Aos colegas de turma, pelos momentos compartilhados, em especial as alunas
Carolina Santos e Isabela Yamashita, pelas horas de estudo que foram divididas,
apoio e companheirismo.
Ao Serviço de Anatomia Patológica Bucal (SAPB/ UFES), bem como ao Núcleo de
Diagnóstico Bucal, pelo material proveniente de seus pacientes.
Ao Laboratório de Ultraestrutura Celular Carlos Alberto Redins, pela disponibilidade
do espaço, equipamentos e a seus funcionários pela ajuda.
Ao Laboratório Histotécnico representado pelas técnicas Luciene e Rafaela que com
muita presteza contribuíram para este trabalho.
Ao Laboratório de Biologia do Desenvolvimento e Tumorigênese por permitir o
processamento dos experimentos e utilização dos equipamentos.
A FAPES, pelo apoio financeiro concedido através da bolsa ao longo do curso.
RESUMO
No processo de tumorigênese, a laminina-332 executa múltiplos processos
biológicos através de sua cadeia γ2 e a MMP-9 atua no processamento dos
componentes extracelulares. Nós propomos analisar o perfil molecular da cadeia γ2
e da MMP-9 em leucoplasias de alto risco, carcinomas in situ (CIS) e carcinomas de
células escamosas invasivos (CCEs) e estabelecer possíveis correlações
clinicopatológicas. As expressões da cadeia γ2 e de MMP-9 foram avaliadas por
imuno-histoquímica em 10 pacientes com lesões orais de alto risco de malignizaçāo
e 26 casos com CCE invasivos. Através de imunomarcação da cadeia γ2 foi possível
observar uma membrana basal contínua na maioria das lesões de alto risco de
malignizaçāo enquanto que uma membrana descontínua ou ausente predominou
nos casos de CCEs invasivos. Células do estroma de CCE invasivos apresentaram
expressão mais elevada de MMP-9 quando comparada aos casos de lesões de alto
risco. A associação entre o perfil clínico dos pacientes e os achados imuno-
histoquímicos demonstrou que fumantes com CCEs invasivos tiveram expressão
mais elevada da cadeia γ2 no compartimento epitelial e de MMP-9 nos fronts
invasivos. Ainda, aumento da expressão de MMP-9 no estroma foi associado aos
pacientes do sexo masculino com idade superior a 60 anos diagnosticados com
CCE invasivo. Nossos resultados indicam uma associação entre características
clínicas e microscópicas em lesões orais com alto potencial de malignização e nos
carcinomas orais, com uma mudança progressiva na expressão da cadeia γ2 e
MMP-9 durante o processo de tumorigênese.
Palavras-chave: laminina-332; cadeia γ2; metaloproteinase-9; carcinoma de células
escamosas oral.
ABSTRACT
In tumorigenesis process, laminin-332 performs multiple biologic effects by γ2 chain,
and MMP-9 acts disrupting extracellular components. We aimed to assess the
molecular profile of γ2 chain and MMP-9 in leukoplakias oral high-risk, carcinoma in
situ (CIS) and oral invasive carcinoma cell squamous (OSCC) and establish possible
associations with clinicopathologic features. γ2 chain and MMP-9 expression were
assessed by immunohistochemistry in 10 patients with high-risk malignancy lesions
and 26 cases of invasive OSCC. The immunostaining of γ2 chain in high-risk lesions
showed most cases with a continuous basement membrane, on the other hand the
majority of invasive OSCC had a discontinuous membrane or absence. OSCC
stromal cells showed a higher presence of MMP-9 compared to cases of high-risk
lesions. The association between clinical and expression profile demonstrated that
smokers with invasive OSCC had a higher expression of γ2 chain in epithelium and
MMP-9 in invasive fronts. A higher expression of MMP-9 in stromal cells was
associated with male patients, older than 60 years and diagnosed with invasive
OSCC when compared with high-risk lesions. Our results indicate an association
between clinical and microscopic features in oral lesions with high malignant potential
and oral carcinomas, with a progressive change in γ2 chain and MMP-9 expression
during tumorigenesis.
Keywords: laminin-332; γ2 chain; matrix metalloproteinase-9; oral squamous cell
carcinoma
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Progressão de displasia epitelial em carcinomas invasivos com
metástase...................................................................................................................24
Figura 2- Isoforma da laminina 332............................................................................35
Figura 3- Dinâmica do processamento da membrana basal e seus componentes por
metaloproteinases de matriz......................................................................................43
Figura 4- Prancha de imuno-histoquímica para laminina 332 e MMP-9....................53
Figura 5- Gráficos de associação...............................................................................54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Alterações teciduais e citológicas apresentadas no diagnóstico de
displasia oral...............................................................................................................21
Tabela 2- Isoformas das lamininas.............................................................................33
Tabela 3- Família das MMPs e sua implicação em doenças orais............................39
Tabela 4 Dados Clínicos............................................................................................49
Tabela 5- Perfil da expressão da cadeia γ2 da laminina-332 e MMP-9.....................51
LISTA DE SIGLAS
CCE - Carcinoma de Células Escamosas
CIS - Carcinoma in situ
CB - Camada Basal
SB - Camada Suprabasal
DCNTs - Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DEO - Displasia epitelial oral
DOPMs - Desordens Orais Potencialmente Malignas
EUA - Estados Unidos da América
HE - Hematoxilina e Eosina
HPV- Papiloma vírus Humano
IARC - Agência Internacional de Pesquisa do Câncer
INCA - Instituto Nacional de Câncer
KCOTs - Tumores Odontogênicos Ceratocísticos
LAMγ2 - Cadeia γ2 da Laminina
MB - Membrana Basal
ME - Microscopia Eletrônica
MEC - Matriz Extracelular
MMP-9 - Metaloproteinase de Matriz Extracelular-9
MMPs - Metaloproteinases de Matriz
OMS - Organização Mundial de Saúde
TIMP - Inibidores Teciduais de Metaloproteinases
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................16
2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................18
2.1 LEUCOPLASIA E CARCINOMA IN SITU................................................18
2.2 CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS ORAL.................................24
2.3 MATRIZ EXTRACELULAR E MEMBRANA BASAL................................29
2.4 LAMININA 332 E CADEIA γ2..................................................................31
2.5 METALOPROTEINASES DE MATRIZ (MMPS) E MMP-9......................38
3 OBJETIVOS............................................................................................................45
4 MÉTODOS..............................................................................................................46
4.1 PACIENTES E AMOSTRAS DE TECIDOS.............................................46
4.2 IMUNO-HISTOQUÍMICA.........................................................................46
4.3 ANÁLISE MICROSCÓPICA...............................................................47
4.4 ASSOCIAÇÃO ENTRE DADOS CLÍNICOS E
MICROSCÓPICOS...................................................................................48
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA...................................................................48
5 RESULTADOS........................................................................................................49
5.1 DADOS CLÍNICOS..................................................................................49
5.2 EXPRESSÃO DA CADEIA γ2 DA LAMININA-332 EMMP-
9.....................................................................................................................50
5.3 ASSOCIAÇÃO ENTRE OS DADOS CLÍNICOS E EXPRESSÃO DA
CADEIA γ2 E MMP-9............................................................................52
6 DISCUSSÃO………................................................................................................55
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................59
8 REFÊRÊNCIAS.......................................................................................................60
9 APÊNDICE 1...........................................................................................................71
9.1 ARTIGO 1- ASSOCIATION OF LAMININ-332 AND MMP-9
EXPRESSION WITH CLINICOPATHOLOGICAL PARAMETERS IN
MALIGNANT TRANSFORMATION OF ORAL
LESIONS.................................................................................................71
10 APÊNDICE 2.........................................................................................................92
10.1 ARTIGO 2- ASSOCIAÇÃO ENTRE ASPECTOS
CLINICOPATOLÓGICOS E EXPRESSÃO DA CADEIA γ2 DA LAMININA
332 EM ESTRUTURAS VASCULARES DE CARCINOMA DE CÉLULAS
ESCAMOSAS ORAIS
............................................................................................................92
ANEXO I...................................................................................................................116
ANEXO II..................................................................................................................123
16
1 INTRODUÇÃO
Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a causa de um elevado
grau de morbidade e mortalidade em todo o mundo e neste contexto destacam-se as
neoplasias malignas. Somente na cavidade oral e faringe foram diagnosticados
42.440 novos casos de câncer e 8.390 mortes foram estimadas em 2014 nos EUA
(SIEGEL et al, 2014). O carcinoma de células escamosas oral (CCE) é o câncer
bucal mais comum, compreendendo 90-95% dos casos. Tem origem epitelial e
representa o sexto câncer mais frequente em homens e o oitavo em mulheres
(JOHNSON et al, 2011). O CCE pode surgir de desordens orais potencialmente
malignas (DOPMs), tais como leucoplasia e eritroplasia, cuja a taxa de
transformação maligna varia entre 2-3% por ano (VAN DER WAAL, 2014).
O tabaco é o principal fator de risco, mas o uso abusivo de álcool e infecções
pelo HPV estão ligados à indução do CCE oral, embora outros fatores estejam
sendo estudados (TORRE et al, 2012). A detecção precoce permanece um desafio
uma vez que a lesão caracteriza-se por um elevado grau de invasão local e
metástases para os nódulos linfáticos cervicais (FELLER, LEMMER, 2012).
Um passo importante na progressão do câncer são as alterações que afetam
a membrana basal, uma estrutura dinâmica que consiste em colágeno tipo IV,
proteoglicanos e uma densa rede de glicoproteínas (KULASEKARA et al, 2009). A
laminina-332 é uma glicoproteína extracelular de alto peso molecular (400-900 kDa)
presente na membrana basal de células epiteliais. Esta molécula desempenha
múltiplas funções biológicas como adesão celular, migração, diferenciação e
proliferação (TRINGLER et al, 2007). A laminina tem sido associada com a
progressão do tumor em uma variedade de neoplasias epiteliais malignas (IMURA et
al, 2012).
Estudos recentes têm mostrado que a atividade biológica da laminina-332 é
modulada pelo processamento da cadeia γ2 (SATO et al, 2014; MARANGON
JUNIOR et al, 2014), pela ação de enzimas proteolíticas, denominadas
metaloproteinases de matriz (MMPs). Estas enzimas atuam processando
componentes extracelulares promovendo mudanças na interação célula-célula e
célula-matriz (THOMAS; LEWIS; SPEIGHT, 1999). A alta expressão de MMPs tem
sido evidenciada e relacionada ao mau prognóstico em diversos tipos de carcinomas
17
(NABESHIMA et al, 2002; REIS et al, 2012; YANG et al, 2014; APARNA et al, 2015).
Entre os vários tipos de MMPs, MMP-9 se destaca no contexto da tumorigênese.
Estudos mostraram que a enzima está intimamente associada com a invasão de
células tumorais, metástase e angiogênese (IIZASA et al, 1999; CHU et al, 2011).
Ainda, as MMPs foram consideradas como novos biomarcadores para diferentes
tipos de câncer, incluindo o câncer da mama (MMP-1, -9 -13,), pulmão (MMP-1, -7, -
9), colo-retal (MMP-1, -2, -7, -9, -13), ovário (2, -9, -14) (WU et al, 2008; JUMPER et
al, 2004; LENGYEL et al, 2001; CHO et al, 2007). Deve-se destacar que a MMP-9
estava presente em cada um dessas neoplasias.
A gradação histológica tem sido definida como parâmetro para diagnósticar o
câncer de boca durante anos. No entanto, é importante ressaltar que seu valor
prognóstico ainda é considerado controverso. Portanto, para uma melhor
compreensão dos mecanismos envolvendo o epitélio na transformação maligna e a
invasividade, a pesquisa de biomarcadores e alterações genéticas se torna
necessária para o melhor entendimento da carcinogênese oral (TAGHAVI, YAZDI,
2015).
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Leucoplasias e Carcinoma in situ
Desde o ano de 1978, o conceito de lesões e condições orais pré-malignas é
estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Contudo, em 2005 a OMS
recomendou a utilização do termo “desordens orais potencialmente malignas”
(DOPMs) para as lesões que possuem predisposição para transformação maligna
(VAN DER WAAL, 2009). Essas desordens evidenciam-se por alterações na
morfologia tecidual com risco para o desenvolvimento do câncer de boca se
comparado ao tecido sadio.
Em relação às DOPMs, a leucoplasia ganha destaque por ser a desordem
cancerizável mais prevalente na cavidade oral. Segundo Napier e Speight (2008) ela
afeta 1% a 5% da população mundial. Contudo, estes valores podem sofrer grande
variação, estando relacionados diretamente a cultura e aos hábitos populacionais.
O termo leucoplasia foi utilizado pela primeira vez em 1877 por Schwimmer.
Representavam lesões brancas na mucosa oral sem causa estabelecida
(GRINSPAN, 1973). Em 1978, a leucoplasia foi definida pela OMS como uma
mancha branca não removível à raspagem, presente na mucosa e que só poderia
ser diagnosticada depois de descartada outras possibilidades que se assemelhavam
clinicamente às placas brancas (RODRIGUES et al., 2000).
No entanto, uma gama de lesões apresenta aspecto esbranquiçado, o que
exige portanto, diagnóstico diferencial. Entre as possíveis lesões estão: candidíase
pseudomembranosa, lúpus discóide eritematoso, lesão friccional, leucoplasia pilosa,
lesão associada com restauração (lesão galvânica), leucoedema, líquen plano
reticular, linha alba, morsicatio buccarum, papiloma, sífilis secundária, lesões
induzidas por tabaco e nevo esponjoso (VAN DER WAAL et al., 1997). Para a
realização do diagnóstico da leucoplasia preconiza-se a exclusão de fatores
etiológicos prováveis durante o período de duas a quatro semanas. Se não houver o
desaparecimento, a biópsia torna-se imperativa para confirmação histológica
(LÓPEZ-LÓPEZ; OMAÑA-CEPEDA; JANÉ-SALAS, 2015).
19
O aparecimento da leucoplasia geralmente ocorre em homens de meia
idade, sendo a faixa etária mais acometida entre 40 a 60 anos, mas a prevalência
aumenta consideravelmente tanto em homens quanto em mulheres com mais de 70
anos (DOST et al., 2013; NEVILLE et al., 2009).
Há dois tipos de leucoplasias que podem ser distinguidas clinicamente: não-
homogêneas e homogêneas. As homogêneas apresentam transformação maligna
relativamente baixa, em contrapartida, as de aspecto não-homogêneo apresentam
uma prevalência maior de transformação (WARNAKULASURIYA et al., 2008).
Segundo Van der Waal (2014) a chance de transformação maligna é inferior a 2-3%
ao ano.
A localização das desordens e o aspecto são considerados fatores de risco.
Quanto à localização os sítios mais frequentes são mucosa jugal, vermelhão de lábio
e gengiva, representando dois terços dos locais acometidos. Porém, as lesões no
assoalho da boca com aspecto não homogêneo e presença de displasias epiteliais
são as que apresentam maior risco de transformação (NEVILLE; DAY, 2002;
MORTAZANI et al., 2014; DOST et al., 2013). Outros fatores que devem ser
observados atentamente com relação à transformação maligna são: sexo
(particularmente mulheres), período em que a lesão está presente, leucoplasias
idiopáticas e presença de Candida albicans (LIU et al., 2010).
Os fatores etiológicos fortemente associados a esta condição são tabaco,
álcool, e associação dessas duas drogas. Em pacientes tabagistas, há 6 vezes mais
risco de acometimento do que em não fumantes (VAN DER WAAL, 2009). Além
disso, existe possível relação com HPV, deficiência de vitamina A, B12 e C, e ácido
fólico que podem influenciar no seu aparecimento (RAMASWAMY et al., 1996).
Histopatologicamente, a leucoplasia não apresenta aspecto específico. Suas
principais características são: atrofia e hiperplasia com ou sem hiperceratose no
epitélio, podendo também apresentar áreas displásicas (WARNAKULASURIYA et
al., 2008). A displasia epitelial oral (DEO) é caracterizada por variação de mudanças
morfológicas e celulares nos tecidos que são similares àquelas que acontecem no
CCE. São restritas ao epitélio e permanecem como uma condição não invasiva. Ela
é considerada um diagnóstico histopatológico que descreve um estágio pré-
canceroso e sua avaliação histopatológica é um fator preditivo para a transformação
20
maligna de DOPMs (DOST, et al, 2013). A taxa de alterações malignas e displasias
epiteliais em leucoplasias orais varia entre 15,6 a 39,9 % (NEVILLE; DAY, 2002).
A evidenciação da presença de DOPMs e o risco para desenvolvimento de
câncer têm sido realizados pelo método padrão de gradação da displasia epitelial
oral. Porém, este método é considerado subjetivo, já que depende da interpretação
do patologista (TABOR et al., 2003). Pela diversidade de aspecto clínico, ausência
de sintomatologia e dificuldade quanto à tomada de decisão, o diagnóstico da
leucoplasia se mostra complexo e perpassa por um caminho considerado confuso
(DOST et al., 2013). Quando lesões leucoplásicas apresentam DEO e não são
interceptadas precocemente, podem evoluir para carcinoma in situ e até mesmo
CCE (WARNAKULASURIYA et al., 2008).
Em relação ao Carcinoma in situ (CIS), são lesões classificadas
histologicamente como CCE com displasia severa envolvendo toda a extensão
epitelial, porém ao contrário de CCEs invasivos, o CIS está restrito ao epitélio
(ONOFRE; SPOSTO; NAVARRO, 2001).
Embora o CIS de outras regiões do corpo, como no colo uterino há
possibilidade de regressão, na mucosa oral esse fato é desconhecido. Além disso,
há muita dificuldade de acompanhamento e precisão do momento exato do período
de transição de um CIS para um carcinoma invasivo (WALDRON, SHAFER, 1975).
Essa verificação é realizada muitas vezes por profissionais inexperientes e com
lâminas coradas por hematoxilina e eosina (HE). Com a introdução de muitos
recursos científicos nos serviços de patologia, a utilização apenas de HE já não
parece ser suficiente para o diagnóstico final do CIS oral (YURCHENCO, 2011).
Com o objetivo de simplificar o reconhecimento dessas lesões, a OMS
recomendou em 2005 critérios para a gradação de lesões limítrofes (incluindo CIS e
displasias epiteliais severas) da mucosa oral. Nessa edição houve a recomendação
de verificar toda a espessura ou a proliferação de células anômalas com mitoses
atípicas na espessura total do tecido epitelial para o diagnóstico final de CIS. Este
critério minimiza as dificuldades encontradas por patologistas para o reconhecimento
diferencial de suas características morfológicas (KOBAYASHI, 2010).
21
A classificação de displasia epitelial continua a ser um assunto muito
debatido. Isso não se restringe à cavidade oral, mas também em outras partes do
corpo como: neoplasia intraepitelial vulvar, esôfago de Barret e neoplasia
intraepitelial cervical (KUJAN et al., 2006). Há insuficiência de critérios morfológicos
e relativos à natureza biológica de displasia epitelial que já foram validados, além
disso, vários sistemas estão atualmente sendo usados e testados devido à ausência
de um consenso (BOSMAN, 2001; FLESKENS; SLOOTWEG, 2009; MCLAREN et
al., 2000; WARNAKULASURIYA et al., 2008).
Segundo a OMS (2005), a avaliação dos fatores displásicos pode seguir
critérios relacionados à arquitetura tecidual e citológicas (Tabela 1).
Tabela 1- Alterações teciduais e citológicas apresentadas no
diagnóstico de displasia epitelial.
Alterações teciduais Alterações Citológicas
Mitoses superficiais anormais Hipercromatismo
Aumento do número de figuras mitóticas Aumento do número e tamanho de
nucléolos
Hiperplasia de células basais Células com mitoses atípicas
Perda de polaridade de células basais Aumento da relação núcleo citoplasma
Pérolas córneas Pleomorfismo celular
Ceratinização prematura de células
individuais
Anisocitose (variação quanto ao
tamanho da célula)
Estratificação epitelial irregular Pleomorfismo nuclear
Formação em gota Anisonucleose (variação anormal do
tamanho do núcleo)
Fonte: WARNAKULASURIYA, BOUQUOT, DABELSTEEN, 2008
Com base nessas alterações a OMS propôs em 2003 uma classificação para
as displasias epiteliais. Elas foram definidas em hiperplasia, displasia leve, displasia
moderada, displasia severa e carcinoma in situ (BARNES et al., 2005).
22
A displasia leve apresenta alterações limitadas à camada basal e parabasal.
Exibe mínimas alterações arquiteturais. Em relação à alterações citológicas,
apresenta atipias celulares geralmente leves, com pleomorfismo brando das células
e núcleos. As mitoses não estão presentes de forma difusa e quando aparecem
estão localizadas na porção basal.
A displasia moderada apresenta alterações na camada basal até terço
médio da camada espinhosa. Mudanças na arquitetura podem ser observadas no
terço epitelial inferior podendo haver perda da polaridade basal. A estratificação
tecidual apresenta-se relativamente normal, mas com frequente hiperceratose. No
entanto, pode-se observar alterações citológicas como: hipercromatismo, variação
quanto ao tamanho da célula, pleomorfismo nuclear, mitoses anormais podem estar
presentes, mas geralmente localizadas na camada basal.
Finalmente, a displasia severa demonstra alterações que se iniciam na
camada basal e até um nível posterior ao terço médio do epitélio. As alterações da
arquitetura são graves, muitas vezes com perda completa de estratificação e com
profunda queratinização anormal. Algumas lesões podem apresentar acantólise. O
epitélio pode apresentar acentuada atrofia (SPEIGHT, 2007).
Contudo, a avaliação destes critérios é subjetiva e tem sido objeto de
questionamentos em função de variações de diagnóstico entre patologistas.
Portanto, novas classificações têm surgido com intuito de definir com mais cautela
os critérios dessas lesões.
Um novo sistema proposto por Kujan e colaboradores (2006), denominado
novo sistema binário, avaliou as alterações arquiteturais e citológicas, seguindo os
mesmos critérios estabelecidos pela OMS (2005), graduando as lesões em baixo
risco e alto risco. Essa classificação se estabelece com base em uma pontuação por
critérios. Para as lesões de baixo risco foram utilizadas menos do que 5 alterações
citológicas e 4 mudanças arquiteturais. As de alto risco foram avaliadas com base
em no mínimo 5 mudanças citológicas e 4 arquiteturais.
Nesse estudo as lesões de alto risco apresentaram maior potencial para
transformação maligna e as lesões de baixo risco, menor potencial. De fato, 33 dos
68 casos foram designados como lesões de baixo risco (hiperplasia e displasia leve)
23
e somente 5 casos evoluíram para CCE. Por outro lado, 35 casos foram agrupados
em lesões de alto risco (displasia severa e CIS) e 27 casos progrediram para um
carcinoma. Logo, esse sistema mostrou alta taxa de especificidade e sensibilidade
(80% e 85% respectivamente) (KUJAN et al., 2006).
Os casos de displasia moderada, que geralmente entravam na categoria de
acompanhamento clínico puderam ser revisados. Dos 16 casos de displasia
moderada, 14 sofreram transformação maligna. Essas displasias podem então ser
subdivididas de acordo com a pontuação em lesões de baixo risco ou de alto risco, o
que confere um melhor prognóstico e manejo clínico do paciente (KUJAN et al.,
2006). Portanto, o sistema binário mostrou-se superior ao sistema estabelecido pela
OMS.
Liu e colaboradores (2011), utilizando o sistema binário de gradação
proposto por Kujan e colaboradores (2006), observaram que 26,8% dos casos
acompanhados em um período de 4,6 anos progrediram para câncer. Lesões de
baixo grau de displasia sofreram 2,78 vezes menos transformação maligna quando
comparada com lesões de alto risco.
Nankivel e colaboradores (2013) objetivando validar sua reprodutibilidade e
capacidade prognóstica do sistema binário, avaliaram 141 biópsias de displasias
epiteliais orais e concluíram similaridade em relação ao valor prognóstico entre o
sistema OMS e o binário. Porém superioridade deste último, segundo este estudo,
estava principalmente em relação concordância entre dois especialistas quanto ao
diagnóstico de uma lesão (NANKIVELL, 2013).
Dada a falta de uma correlação fidedigna entre gradação da displasia
epitelial e transformação maligna e a abordagem atual mandatória de “ver e esperar”
empregada em lesões “leves”, é imperativo um novo olhar e uma nova abordagem
na tomada de decisão quanto ao tratamento das DOPMs (DOST et al., 2013).
Portanto, a utilização de gradações mais simples e precisas associadas ao uso de
marcadores moleculares têm se mostrado um recurso promissor para lesões que
mostram diferentes gradações quanto à displasia epitelial e predição para
transformação maligna, como demonstrado na Figura 1.
24
Figura 1- Progressão da displasia epitelial em carcinomas invasivos com
metástase. A sequência mostra tecido epitelial e conjuntivo sem alterações que
começam a ser perceptíveis no processo de displasia ocupando, por sua vez, todo o
epitélio no CIS, em todos esses tecidos não ocorre rompimento da MB. No entanto,
a partir do carcinoma invasor fica evidente o rompimento da MB. Sem essa
importante barreira as células tumorais podem adentrar em vasos, alcançando
posteriormente órgãos distantes. Fonte: SCANLON et al, 2013/ adaptado.
2.2 Carcinoma de Células Escamosas Oral
Doenças crônicas não transmissíveis constituem um problema de saúde
pública alcançando em muitos países proporções epidêmicas. Essas doenças têm
causado altas taxas de morbimortalidade contando com 60% de todas as mortes no
mundo (DAAR et al, 2007). Entre essas doenças, o câncer é a segunda causa mais
comum de mortalidade em países desenvolvidos e está entre as 10 mais comuns
nos países em desenvolvimento (MATHUR et al., 2007).
Essa condição vem progredindo e destaca-se como principal fator de
mortalidade em muitos países. Segundo um levantamento realizado em 2012 pela
Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC), existe ao redor do mundo
mais de 14 milhões de pessoas com câncer, acometendo tanto homens quanto
mulheres (IARC, 2012).
25
Pode-se definir câncer como crescimento e proliferação celular
desordenados, que tem como característica alto poder de invasão tecidual. O
surgimento pode ocorrer por meio de estímulos físicos, químicos ou biológicos,
provocando mutações no DNA celular. Essas alterações originam células que não
respondem aos sinais regulatórios intra e extracelulares que comandam a
proliferação, diferenciação e apoptose (INCA, 2014; SHAFER et al., 2005).
O desenvolvimento tumoral ocorre mediante características sequenciais:
potencial replicativo ilimitado, autossuficiência em sinais de crescimento, ausência
de resposta aos sinais anti-crescimento, inexistência de resposta à apoptose,
aumento da angiogênese, invasão e metástases (HANAHAN; WEINBERG, 2000).
Os tipos de câncer mais frequentes na população masculina em países
desenvolvidos são próstata, pulmão, cólon e reto, e entre as mulheres, mama, colón
e reto e pulmão. Em relação ao câncer de boca, está entre os 5 mais incidentes em
homens e 12 entre as mulheres no ano de 2014. No Brasil, nas regiões Sudeste e
Nordeste é o quarto mais frequente em homens e o nono entre as mulheres.
Somente em 2014, houve no Brasil o surgimento de 11.280 novos casos em homens
e mais de 4 mil em mulheres (INCA, 2014).
O CCE também conhecido como carcinoma epidermoide, ou ainda
carcinoma espinocelular, é a neoplasia maligna de origem epitelial com maior índice
de ocorrência na cavidade oral, ocupando aproximadamente 90-95% de todas as
neoplasias nessa região (JOHNSON et al., 2011). Pode desenvolver-se a partir do
CIS ou DOPMs, como leucoplasia e eritroplasia, apresentando graus de
diferenciação histológica (BARNES et al., 2005; SATO et al., 2014) (Figura 1).
O CCE pode se localizar em qualquer sítio da boca como: dois terços
anteriores da língua, vermelhão dos lábios, palato duro, assoalho de boca, mucosa
jugal, processo alveolares superiores e inferiores, gengiva, e o trígono retromolar
(dobra mucosa estendendo-se posteriormente à partir do último molar) (MAUND;
JEFFERIES, 2015). No entanto, língua, lábio inferior e assoalho bucal são locais de
maior ocorrência. Nestes locais há grande abundância de vasos sanguíneos,
facilitando a disseminação das células tumorais para linfonodos regionais e tecidos
subjacentes (SIEGEL; MILLER; JEMAL, 2015). Os aspectos clínicos variam desde
uma lesão exofítica, endofítica, leucoplásica, eritroplásica e leucoeritroplásica, ou
26
apresentando, por vezes uma borda em rolete resultante da invasão do tumor para
os tecidos subjacentes e para as laterais abaixo do epitélio (NEVILLE, et al., 2009).
Muitos fatores de risco estão associados ao aumento de sua incidência. O
hábito de fumar e o consumo de álcool são fatores bem reconhecidos pela literatura.
Isolados, esses fatores podem aumentar de duas a três vezes o risco de CCE.
Ainda, para regiões como boca e laringe, o risco aumenta em mais de 15 vezes
quando há combinação entre o fumo e o álcool (NEVILLE; DAY; 2002; SHENOI et
al., 2015)
A fumaça do cigarro compreende mais do que 4000 substâncias, dentre as
quais 70 são carcinogênicas (THOMSON, 2012). Em países em que o tabaco é
amplamente consumido em suas variadas formas, como a Índia, o câncer de boca é
a neoplasia mais comumente observada entre os homens e a terceira mais
prevalente entre as mulheres (MATHUR et al., 2007).
Somado ao tabaco, o consumo crônico de álcool induz à proliferação celular
nas camadas mais profundas do tecido epitelial, favorecendo a ocorrência de
mutações e danos cumulativos deixando os tecidos mais vulneráveis a ação de
carcinógenos (CARRARD et al, 2008; KIGNEL et al., 2007). Outros fatores
reconhecidos e que influenciam o processo de carcinogênese são: radiação
ultravioleta e agentes biológicos (Papiloma Vírus Humano, fatores intrínsecos,
incluindo estado imunológico e alimentares, ativação de oncogenes e fatores
socioeconômicos (SAITO; NAKAJIMA; MOGI, 1999).
Em contrapartida, existe uma série de fatores que ainda merecem discussão
quanto à sua influência na carcinogênese. São eles: fatores étnicos, higiene oral
deficiente, candidíase crônica e trauma crônico na mucosa oral
(WARNAKULASURIYA et al., 2008).
O CCE oral atinge preferencialmente os pacientes do sexo masculino com
faixa etária entre 50 e 70 anos, fumantes, de cor branca e baixa condição
socioeconômica. Há estudos que relatam que pacientes com CCE associado ao
HPV são do sexo masculino, brancos fumantes e/ou que fazem uso de bebida
alcoólica, jovens e com nível socioeconômico elevado (CHATURVEDI et al., 2008).
27
Pacientes que apresentam CCE oral frequentemente são diagnosticados
tardiamente. Na fase inicial a dor é inexistente ou mínima, o que pode explicar a
morosidade na busca por cuidados profissionais (NEVILLE et al., 2009). Ainda,
quando diagnosticados em estágios tardios, 50% dos pacientes tem uma sobrevida
de 5 anos, prognóstico bem pior quando comparado ao câncer de mama e
melanoma (DÖBRÓSSY, 2005). O reconhecimento e a detecção do CCE oral não
garantem um aumento nas taxas de sobrevivência, mas trazem benefícios
concernentes à qualidade de vida, resultando em menor mutilação e custos do
tratamento (DOWNER et al., 2006).
Mais do que 50% apresentam recidiva local, enquanto 25% desenvolvem
metástases à distância. O padrão de invasão reflete mecanismos biológicos de
malignidade tais como perda de adesão e consequente aumento de motilidade em
células tumorais (DISSANAYAKA et al., 2012). Ainda, 10-35% destes pacientes
correm o risco de desenvolverem um segundo tumor no trato aerodigestivo superior
(BARNES et al., 2005).
Um dos principais fatores de prognóstico para o CCEs é o comprometimento
de linfonodos cervicais. A disseminação metastática ocorre para os linfonodos
ipsilateias, preferencialmente através dos vasos linfáticos. Esses apresentam-se
aumentados, indolores e com consistência firme à pétria (NEVILLE, et al., 2009).
Broglie e colaboradores (2012) salientaram o risco de metástases ocultas para
linfonodos em pacientes com CCEs ainda em estágios iniciais.
Em 1971, foi publicado pela OMS e desenvolvido por Wahi, um sistema de
classificação baseado nos aspectos histológicos e citológicos dos tumores. Assim,
foram estabelecidos os seguintes tipos de CCE (BRENER et al., 2007; LEEMANS et
al., 1994).
Grau 1 - Carcinoma de células escamosas bem diferenciado: apresenta
formação de pérolas córneas, número de mitoses menor do que 2 por campo e raras
mitoses atípicas, pleomorfismo nuclear e celular reduzidos, células e tecidos se
aproximam da configuração da mucosa oral não alterada.
Grau 2 - Carcinoma de células escamosas moderadamente diferenciado:
ausência ou raridade para encontrar pérolas córneas, número de mitoses entre 2-4
28
por campo, algumas mitoses atípicas, pleomorfismo celular e nuclear moderado,
processo de ceratinização e pontes entre células aparente.
Grau 3 - Carcinoma de células escamosas pouco diferenciado ou
indiferenciado: não há muita semelhança citológica e histológica entre epitélio
escamoso estratificado normal da mucosa oral e o epitélio modificado pelas células
tumorais. Pérolas córneas incomuns, pontes celulares inexistentes, mitoses por
campo maior do que 4, muitas mitoses atípicas, grande pleomorfismo nuclear e
celular, e frequência de células gigantes multinucleadas.
O perfil morfológico dos CCEs em HE, representa para os profissionais um
desafio na detecção de invasões iniciais e locais, uma vez que os tecidos podem se
apresentar bastante desorganizados e/ou remodelados dificultando a identificação
desses processos. Ainda, muitos tumores recebem a mesma classificação
histopatológica, mas podem apresentar comportamento e evolução diferentes de um
paciente para outro. Diante dessa circunstância, a utilização de outras técnicas que
permitem análise mais específica das lesões, se tornou essencial para auxiliar e
melhorar o entendimento do comportamento da doença e consequentemente o
diagnóstico. O estudo de marcadores teciduais por imuno-histoquímica figura
atualmente como ferramenta auxiliar de grande valor, pois permite a detecção de
proteínas importantes do processo da carcinogênese.
Algumas moléculas que estão envolvidas na transformação maligna de
diferentes lesões orais (TIMP-1, Patched e beta-catenina) têm sido estudadas por
nosso grupo nos últimos anos. Para TIMP-1 os achados demonstraram que o
padrão da expressão teve relação com aspectos celulares displásicos, como
hiperplasia das células em leucoplasias e nos casos de CCEs com perda da
polaridade independente dos graus (NASCIMENTO, et al 2012). Em relação a
análise de Patched em tumores odontogênicos ceratocísticos (KCOTs), grande parte
dos sindrômicos e não sindrômicos exibiu forte marcação nas camadas epiteliais
basais e intermediárias quando comparadas à camada superficial, o que indica uma
ação de Patched na renovação celular que ocorre nestes estratos. A forte expressão
epitelial da proteína em KCOTs indica um papel importante para a patogênese
destes tumores, especialmente quando observada em regiões de brotamento e
cistos-filha (MILHOLLI et al, 2014). Quando analisada a expressão citoplasmática da
29
beta-catenina em ameloblastomas, ficou evidente o seu acúmulo no citoplasma
sugerindo alterações em vias de sinalização, ao passo que, o declínio na marcação
da membrana indicou alteração na adesão celular (ROCHA, 2012).
2.3 Matriz Extracelular e Membrana Basal
As células tumorais estão envoltas em maior ou menor quantidade pela
matriz extracelular (MEC). A MEC pode ser dividida em matriz intersticial, que
abrange o espaço existente entre as células mesenquimais e membrana basal, que
é uma especialização da MEC em forma de lâmina (ALBERTS et al., 2004).
A membrana basal (MB) originalmente começou a ser descrita pela
microscopia de luz e foi definida pela primeira vez por Bowman em 1840 como uma
“bainha membranosa de primorosa delicadeza”. Após essa descoberta, vários
pesquisadores encontraram a membrana basal em proximidade com muitos tecidos.
(YURCHENCO, 2011).
A MB é uma rede tridimensional de macromoléculas essencial para tecidos
epiteliais e células funcionais. Historicamente é conhecida como uma barreira
protetora contra a invasão do câncer como um obstáculo a ser superado pelo
carcinoma in situ com a finalidade de invadir tecidos subjacentes (LIOTTA; RAO;
WEWER, 1986). No entanto, trabalhos demonstraram que a MB é uma estrutura
bastante dinâmica no processo tumoral (LOHI, 2001). Ela está entre as células
epiteliais, endoteliais e mesoteliais, e o tecido conjuntivo. Também é encontrada ao
redor de células musculares e de Schwann (TRINGLER et al., 2007). São
componentes que fazem parte da MB: colágeno tipo IV, laminina, perlecan, nidogen
(entactina), colágeno tipo VII e algumas outras moléculas específicas
(KULASEKARA et al., 2009).
Essa estrutura participa de desenvolvimento tecidual, crescimento,
manutenção, reparo e regeneração celular, mantém a polaridade e a diferenciação
dos estratos celulares da pele (MARINKOVICH, 2007). Ainda, é capaz de influenciar
no metabolismo celular, organizar as proteínas a ela adjacentes, promover a
30
sobrevivência, proliferação e diferenciação celular e atuar como uma via de
migração celular (ALBERTS et al., 2004).
A MB funciona como um complexo de proteínas ligantes e fatores de
crescimento que influencia no comportamento do microambiente. A interação entre
este complexo proteico e fibroso, proteínas solúveis e receptores de superfície
existentes age em muitos eventos celulares como: migração, proliferação, estágio de
diferenciação e apoptose (BORNSTEIN; SAGE, 2002). Há evidências de que
componentes da MB não são apenas processados durante a progressão tumoral,
mas também novamente sintetizados e depositados na frente invasiva do tumor
(KULASEKARA et al., 2009).
Células malignas dependem das diferentes moléculas da MB, que são
preferencialmente usadas como substratos para invasão e proliferação. Logo,
mudanças proteolíticas na MB ocorrem à medida que o câncer evolui
(MARINKOVICH, 2007). Assim, seus componentes podem revelar alterações
genéticas e moleculares relacionadas às diferentes fases da carcinogênese. Desde
a inicial, intermediária e final do processo (FERRARI et al., 2009).
A passagem de células pela MB ocorre de forma generalizada em algumas
condições fisiológicas e na migração de leucócitos, mas essa circulação celular
ocorre de maneira desregulada em algumas condições como em desordens auto-
imunes e neoplasias (YURCHENCO, 2011).
Nguyen-Ngoc e colaboradores (2012) constataram que a migração celular e
disseminação de células tumorais para tecidos subjacentes não depende somente
de fatores genéticos. Enquanto a MB está íntegra, esses fatores permanecem em
estado de latência, entretanto quando a membrana encontra-se descontínua há
indução de comportamentos celulares protrusivos e rápida disseminação das células
cancerosas.
Hagedorn e colaboradores (2013) mostraram através de marcação de
componentes da MB, especialmente laminina e colágeno tipo IV, que essa estrutura
se desloca fisicamente na invasão de células tumorais no processo de metástase
em vez de ser dissolvida. Embora não descartem a ação de proteases, sugerem que
31
a invasão tumoral acontece em vários passos interligados, os quais acontecem
mediante ao rompimento, remoção e passagem por essa barreira.
Em geral, a MB sofre uma desorganização na maioria dos carcinomas
invasivos. Quando em fase inicial, de DOPMs e CIS, ela se apresenta de maneira
contínua e íntegra. Sua alteração em decorrência da evolução do processo de
carcinogênese tem sido analisada e utilizada para detecções precoces de invasões
locais, assim como também orientado para o tipo de tumor e seu comportamento
biológico (BOSMAN, 2001; D’ARDENNE, 1989). A invasão local e o
desenvolvimento de metástase em carcinomas de cabeça e pescoço estão
associados diretamente à MEC, incluindo alterações na MB e indução na produção
de suas diversas proteínas (KOIVISTO et al., 2000).
Quando CCEs estão em estágio de progressão, o tecido adjacente sofre
inúmeras modificações como lise do estroma e alterações na MB. Esses aspectos
são considerados o caminho preparatório para invasão tumoral (LIOTTA, 1986;
THOMAS; LEWIS; SPEIGHT, 1999). A relação entre as células do estroma
(fibroblasto, células inflamatórias e células endoteliais) e as células malignas que
estão ao seu redor pode estabelecer um ambiente favorável, possibilitando o
crescimento e metástase tumorais (HUA et al., 2011). O processo inicialmente
ocorre quando há perda das estruturas de adesão celulares, provocando a
separação das células epiteliais vizinhas (CHAMBERS; MATRISIAN, 1997).
Outro aspecto já relatado na literatura é que tumores invasivos podem
conservar a síntese de componentes da MB. Estes componentes podem, inclusive,
estar aumentados ou diminuídos dependendo da evolução tumoral (WILSON et al.,
1999). Atualmente, componentes da MB são cada vez mais estudados com o
objetivo de detectar os primeiros estágios de transformação maligna no epitélio oral.
Funcionam como biomarcadores que podem aperfeiçoar a capacidade de
prognóstico, diagnóstico e até mesmo tratamento de CCE orais.
2.4 Laminina-332 e Cadeia γ2
A laminina-332 é uma grande glicoproteína extracelular e importante
componente da MB (AUMAILLEY et al., 2005). Está envolvida em muitos processos
32
biológicos significativos, incluindo desenvolvimento tecidual, reparo de feridas,
manutenção da polaridade das células, separação de compartimentos teciduais,
organização tecidual e celular, proteção e aderência de células (MINER;
YURCHENCO, 2004).
A molécula de laminina é um heterotrímero em formato de cruz, consistindo
de três cadeias polipeptídicas ligadas por pontes dissulfeto: uma cadeia pesada (α) e
duas cadeias leves (β e γ). A primeira laminina isolada, atualmente conhecida como
laminina-111 (α1β1γ1), foi descoberta em 1979, depois de ser isolada e purificada
de um sarcoma em camundongo, no entanto, esta proteína é raramente detectada
em humanos adultos (WANG et al., 2004).
Até o presente momento, 17 isoformas foram identificadas com as seguintes
possibilidades de cadeias: α (1-5), β (1-3), e γ (1-3) (Tabela 2). Dependendo da
posição espacial adotada por cada subunidade, uma isoforma diferente pode ser
identificada assumindo diferentes estruturas e funções (MORI et al., 2010; SATO et
al., 2014). As lamininas apresentam sítios de ligação para diferentes receptores
presentes na superfície celular, como as integrinas, e ainda podem formar um
complexo adesivo com outros componentes da MB, entre eles: colágeno IV e
entactina (ROSS; PAWLINA, 2008).
33
Tabela 2. Isoformas das lamininas.
Nomenclatura das 17 lamininas
Cadeia Abreviação Nomenclatura anterior
α1β1γ1 111 1
α2β1γ1 211 2
α1β2γ1 121 3
α2β2γ1 221 4
α3Aβ3γ2 332 ou 3A32 5 ou 5ª
α3Bβ3γ2 3B32 5B
α3Aβ1γ1 3A11 6 ou Ä
α3Aβ2γ1 3A21 7 ou 7ª
α4β1γ1 411 8
α4β2γ1 421 9
α5β1γ1 511 10
α5β2γ1 521 11
α2β1γ3 213 12
α4β2γ3 423 14
α5β2γ2 522 -
α5β2γ3 523 15
α3Bβ1γ1 3B11 -
Fonte: SATO et al., 2014
Nos braços longos podem ser encontradas todas as três cadeias, nos braços
curtos podem ser encontradas as cadeias separadas α, β e/ou γ (OGAWA et al.,
2004; OGAWA et al., 2007).
Ainda hoje, não existem descrições de todas as funções biológicas das
diferentes cadeias da laminina, mas tem sido demonstrado que algumas delas
34
diferem no que diz respeito à sua distribuição nos tecidos, podendo representar
diversidade nas funções in vivo (OGAWA et al., 2004). Por exemplo, já foi
comprovado que a laminina mantém a coesão epitélio-mesênquima em tecidos
normais expostos a grandes forças disruptivas, incluindo pele, mucosa estratificada
pavimentosa, âminion e córnea (SAITO; NAKAJIMA; MOGI, 1999).
No final da década de 80, vários homólogos foram isolados, revelando uma
heterogeneidade antes impensada a respeito das lamininas (MARINKOVICH, 2007).
Em 1993 a laminina-332 foi isolada, recebendo algumas designações como:
laminina-5, kalinina, niceína, ladsina e epilegrina (RYAN; CHRISTIANO, 1996;
WANG et al., 2004). Como as isoformas das lamininas são denominadas de acordo
com a composição de suas cadeias a laminina-332 recebeu este nome porque é
formada pelas cadeias α3β3γ2 (AUMAILLEY et al., 2005).
Em relação à laminina-332, trabalhos vêm demonstrando que essa molécula
desempenha papel importante na adesão celular, posicionando células epiteliais.
Sua ligação com a integrina α6β4 forma hemidesmossomos compondo assim uma
estrutura estável e firme com intensa estabilidade na superfície basal do tecido
epitelial (KARIYA et al., 2003; TSURUTA et al., 2010).
Ainda, foi relatado um comportamento distinto para cada cadeia encontrada
na laminina-332. A cadeia α3 é a maior com 190 kDa. Após clivada em um domínio
LG C-terminal, gera uma cadeia α3 de 160 kDa. A cadeia β-3 existente tem em torno
de 140 KD, mas parece não desempenhar atividade biológica considerável por
clivagem. Já a cadeia γ2 tem aproximadamente 150 kDa e, após clivagem, gera uma
cadeia com 105 kDa (GIANNELLI et al., 1997; VEITCH et al., 2003). Estudos
recentes têm indicado que a atividade biológica da laminina-332 é modulada pelo
processamento da cadeia γ2, ou seja, a clivagem dessa cadeia gera uma isoforma
com atividade celular aumentada (OGAWA et al., 2004). Esta glicoproteína pode
atuar sob certas circunstâncias como um elemento chave para adesão celular, mas
em outras vezes como promotor de motilidade (PATARROYO et al., 2002).
35
Figura 2: Isoforma da laminina 332. Formada por braços curtos, cadeias
e γ enovelam-se no braço longo. A clivagem da cadeia y2 tem sido associada à
motilidade celular em CCEs invasivos. Fonte: (NATARAJAN et al., 2005).
Outro fator que foi observado é a mudança na distribuição da laminina-332
em condições neoplásicas. Verificou-se uma relação entre sua perda local na MB e
deposição no estroma próximo às células neoplásicas invasivas quando a lesão
apresenta comportamento agressivo (BERNDT et al., 2001). Ademais, estimula
células tumorais humanas na formação de finas saliências no bordo dianteiro das
membranas, formando uma protrusão do citoesqueleto denominada “lamellipodia”.
36
Análises in vitro demonstraram que as protrusões conduzem ao aumento da
migração e invasão celulares em tecidos subjacentes (FUKUSHIMA et al., 1998;
KARIYA et al., 2003). Outro aspecto relacionado a essa glicoproteína é sua
capacidade em promover potente migração celular. No reparo de feridas, por
exemplo, ela é sobre-expressa pelos queratinócitos (GOLDFINGER; STACK;
JONES, 1998; NGUYEN; GIL; CARTER, 2000). Também foi observado o aumento
de sua expressão na invasão tumoral. No entanto, não se sabe que mecanismo
ocorre regulando esses dois aspectos paradoxais presentes na mesma molécula,
(adesão/migração) de células consideradas estáveis (PYKE et al., 1995).
Estudos mostraram que em CCEs orais ocorre perda significativa da
expressão da laminina-332 e seus receptores do tipo integrinas, quando
comparadas com lesões pré-malignas e processos inflamatórios (THORUP et al.,
1998). Por outro lado, existem trabalhos que demonstraram correlação positiva
entre a sua expressão e a progressão tumoral em neoplasias malignas (HAAS,
2001; IMURA et al., 2012).
Ressalta-se o fato de ocorrer uma inclinação para a descontinuidade linear,
tanto da laminina como do colágeno IV, durante o aumento gradativo dos aspectos
displásicos das lesões. Isto acontece preferencialmente na periferia de áreas de
invasão tumoral do que em regiões centrais ou superficiais dos tumores (TOSIOS;
KAPRANOS; PAPANICOLAOU, 1998).
Estudos imuno-histoquímicos demonstraram que CIS frequentemente
depositam laminina-332 em estruturas neoplásicas próximas à MB enquanto que as
células tumorais se infiltram nos tecidos estromais, causando elevada expressão da
cadeia γ2 (MIYAZAKI, 2006). Yamamoto e colaboradores (2001) encontraram
padrão de expressão pronunciado da laminina no front invasivo de carcinomas de
esôfago na profundidade de áreas invasivas e nas metástases em linfonodos.
Maragon Junior e colaboradores (2015) através de técnica de imuno-
histoquímica, demonstraram que a expressão com alta intensidade de laminina-332
estava associada a projeções tumorais e alta densidade de miofibroblastos no
estroma, condições que estão relacionados a um fenótipo invasivo e pior
prognóstico.
37
Haas e colaboradores (2001) analisaram a expressão da laminina-332 na
MB através de imunofluorescência confocal em epitélio normal e em CCEs. Seus
resultados mostraram que na mucosa bucal a marcação por imunofluorencência foi
de 99% a 100%, por outro lado em CCEs essa marcação variava de 35-74% e esse
declínio teve correlação com a gradação do tumor.
A expressão da cadeia γ2 parece estar relacionada a condições piores na
evolução da doença, como mau prognóstico, recorrência e metástase (ONO et al.,
1999; TAKAHASHI et al., 2002; YAMAMOTO et al., 2001). Na invasão tumoral, esta
cadeia seria formada através da proteólise da laminina-332 presente na MB
(HINTERMANN; QUARANTA, 2004), ou por meio da síntese no citoplasma das
células neoplásicas (HINTERMANN; QUARANTA, 2004; KATAYAMA; SEKIGUCHI,
2004; MIYAZAKI, 2006). Uma hipótese que tem sido levantada é a de que a cadeia
γ2 promove aumento da invasão tumoral, uma vez que, essa cadeia não contém
qualquer local de ligação à integrina, dessa forma, não seria responsável pela
adesão celular (MIYAZAKI, 2006). A sobre-expressão da cadeia γ2 por células
tumorais, bem como a expressão reduzida ou prejudicada da cadeia α3 e/ou β3,
pode contribuir para a perda de estruturas da MB em carcinomas invasivos
(BRENER et al., 2007).
A clivagem da cadeia γ2 é fundamental para migração da célula e
remodelação tecidual. Sua presença tem sido obervada em células cancerígenas
localizadas na interface tumor/estroma em alguns tipos de carcinomas. Portanto,
essa cadeia parece exercer importante função na motilidade celular. Esses achados
sugerem que aumento na sua expressão pode estar associado ao potencial invasivo
dos tumores. Esse efeito já foi observado em carcinomas colo-retal e
adenocarcinoma cervical (ANDERSSON et al., 2005; ONO et al., 1999). Estudo
realizado por SALO e colaboradores (1999) analisou o potencial migratório da
cadeia γ2 e revelou que a cadeia, quando isolada do restante da laminina-332, não
promove adesão celular.
Além disso, outro estudo demonstrou que genes associados à proliferação,
migração e invasão tem expressão amplamente modificada pela presença cadeia
γ2, ocorrendo uma redução na migração e invasão de células que foram tratadas
com silenciamento de LAMγ2 nas células passando de uma fase de duplicação do
38
DNA (S) para uma fase G1 (GARG et al, 2014). Esses dados em conjunto
demonstram que a cadeia γ2 tem papel crucial na carcinogênese e pode indicar uma
chave para a terapia de alguns tipos de câncer, incluindo CCEs.
Portanto, estudos que buscam analisar o perfil da expressão isolada da
cadeia γ2 da laminina-332 podem contribuir para melhor entendimento da dinâmica
existente no microambiente tumoral em lesões precursoras e o próprio CCE oral, o
que irá favorecer o diagnóstico e prognóstico para melhor atendimento do paciente
acometido.
2.5 Metaloproteinases de Matriz (MMPs) e MMP-9
A degradação da MEC se constitui em um evento essencial em muitos
processos fisiológicos, entre eles: o período de implantação e desenvolvimento do
embrião, morfogênese, remodelação óssea e angiogênese (IIZASA et al., 1999). Por
outro lado, sua excessiva degradação pode acarretar no desenvolvimento de várias
condições patológicas, dentre as quais, inflamação, artrite reumatoide, osteoartrite,
aterosclerose, periodontite e doenças autoimunes (HU et al., 2007; NEWBY, 2012;
RIVERA et al., 2010; ROSENBERG, 2009; SBARDELLA et al., 2012;
WESTERMARCK; KÄHÄRI, 1999). Ainda, dentro do contexto das neoplasias, esse
processo está diretamente relacionado à invasão e metástase tumorais, o que
representam importantes fatores prognósticos para os pacientes (CHAMBERS;
MATRISIAN, 1997).
O processamento da MEC pode ocorrer por ação de enzimas proteolíticas,
denominadas de metaloproteinases da matriz (MMPs), que atuam desorganizando a
MEC através de mudanças nas interações célula-célula e célula-matriz (THOMAS;
LEWIS; SPEIGHT, 1999).
Essas MMPs formam uma importante família de endopeptidases metal-
dependentes, secretadas na forma inativa com zinco no sítio ativo (OVERALL;
LÓPEZ-OTÍN, 2002; WESTERMARCK; KÄHÄRI, 1999). Em geral, a estrutura das
MMPs tem um “sinal” peptídeo N-terminal que conduz a proteína para a inserção na
membrana plasmática ou para a via secretora. Este pró-domínio confere latência a
39
esta enzima e, seu domínio catalítico tem ligações íons zinco e íons cálcio na zona
ativa (VILEN et al., 2013). Atualmente existem no mínimo 25 tipos de MMPs, sendo
que 24 são encontrados em mamíferos (PAL et al., 2014), e estão agrupados de
acordo com a estrutura e substrato específico. Estão divididos em: colagenases
(MMP-1, -8 e 13), estromelisinas, gelatinases (MMP-2, -9), metaloproteinases
ligadas à membrana plasmática (NABESHIMA et al., 2002; WARNAKULASURIYA et
al., 2008) e metaloproteinases não classificadas (Tabela 3).
Tabela 3. Classificação das MMPs e sua implicação em doenças orais.
Metaloproteinases de Matriz envolvidas em doenças orais
Tipos de MMPs Família Envolvimento em doenças orais
MMP-1 Colagenases:
clivagem de
colágeno tipo I, II, III
Em câncer oral: aumento da expressão
visto em tecido conjuntivo fibroso
adjacente ao tumor (THOMAS et al.,
1999).
MMP-8 Biomarcador para a doença periodontal.
MMP-13 Câncer oral, expressa por células
epiteliais nos fronts invasivos e por
fibroblastos no estromais (JOHANSSON
et al.,1997).
MMP-18 Aumento da expressão em
condrossarcomas e melanoma maligno.
MMP-2-
Gelatinase A
Gelatinases:
clivagem do
colágeno:
colágenos tipo III,
tipo IV, laminina.
Encontrado nas fases inciais de
destruição da membrana basal e ainda no
processamento de componentes da MEC
em carcinoma oral de células escamosas
(THOMAS et al., 1999).
Correlacionada com capacidade de
invasão no câncer oral (SORSA et al,
2004).
Promove angiogênese em vasos
sanguíneos do tumor.
Aumento dos níveis em lesões de cárie
em dentina na forma pró e ativa
40
(TJADERHANE et al., 1998).
MMP-9-
Gelatinase- B
Aumento dos níveis de cárie em dentina
(CARON et al., 2001).
Pode ser importante na redução do tecido
inflamatório da polpa dentária humana
(GUSMAN et al., 2002).
Expresso em células endoteliais
vasculares de tumores.
Relacionada à invasão tumoral de células
malignas e sua expressão é
inversamente relacionada com o
prognóstico.
Suprime a proliferação de linfócitos T
auxiliando as células cancerosas na
supressão da resposta do hospedeiro.
MMP-3 Estromelisinas Induz expressão nos tumores de MMP-9
em sua margem invasiva (KUSUKAVA et
al., 1995)
Pode atuar como um promotor da
migração em células de tumor e invasão
(AMALINEI et al., 2010).
Possui atividade pró-apoptótica em
células epiteliais (FOLGUERAS et al.,
2004).
MMP-10 Sobre-expressão está correlaciona à
diferenciação tumoral e a invasividade
local.
MMP-11 Suprime a apoptose de células tumorais
Diminui a sensibilidade de células
tumorais às células NK pela produção de
um inibidor de proteinase-α1
(FOLGUERAS et al., 2004).
MMP-7 Matrilisinas:
Processamento de
fibronectina,
Pode ser usado como marcador para o
fenótipo agressivo e alvo terapêutico em
câncer de cabeça e pescoço (PACHECO
41
laminina, nidogênio,
tipo IV colágeno,
proteoglicano,
integrina β4
(AMALINEI et al.,
2010)
et al., 2002).
Expressão em células epiteliais em fronts
invasivos e ninhos tumorais em CCE
(IMPOLA et al., 2004).
MMP-26 Localizado na periferia de ninhos tumorais
em tumores bem diferenciados (IMPOLA
et al, 2004).
MT1-MMP: MMP-
14
MMPs tipo
membrane.
Compostos por 6
tipos. Capazes de
pró ativação de
MMP-2 ( exceto a
MT4- MMP)
Expresso por células do estroma e depois
tomados por células tumorais do
carcinoma de células escamosas de
cabeça e pescoço (THOMAS et al., 1999).
MT2-MMP: MMP-
15
MT3- MMP:
MMP-16
MT4-MMP: MMP-
17
MT5-MMP: MMP-
24
MT6-MMP: MMP-
25
MMP-12: Outras MMPs.
MMP-19
MMP-20 Amelogênese imperfeita devido a
mutações em locais de clivagem da MMP-
20.
42
Pode ser liberado durante a progressão da
lesão cariosa (por degradação de matriz).
MMP-23
MMP-27
MMP-28
Fonte: SAPNA, GOKUL, BAGRI-MANJREKAR et al, 2014
As MMPs são capazes de processar uma larga diversidade de substratos.
Sua síntese e atividade são mantidas sob controle nos mais diferentes níveis,
compreendendo transcrição, ativação, inibição, formação do complexo e localização.
Nos níveis de transcrição, a síntese de MMP é regulada pela interação célula-célula,
moléculas de MEC, fatores de crescimento, quimiocinas e citocinas (CLARK et al.,
2008; HADLER-OLSEN; WINBERG; UHLIN-HANSEN, 2013).
A elevada expressão das MMPs tem sido evidenciada e relacionada ao
prognóstico ruim em diversos tipos de carcinomas (NABESHIMA et al., 2002;
OVERALL; LÓPEZ-OTÍN, 2002). De Vicente e colaboradores (2005) encontraram
uma associação entre a expressão da MMP-9 e grau histológico de diferenciação do
tumor. No entanto, estudo realizado por Hong e colaboradores (2000) mostraram
que não existe correlação entre a gradação histológica de carcinomas e a expressão
das MMPs, sugerindo que a diferenciação histológica das células cancerosas não
interfere na expressão.
As MMPs também estão envolvidas na sinalização celular e são capazes de
ativar receptores celulares específicos e fatores de crescimento, que são liberados
na MEC, o que resulta em regulação de diferentes atividades celulares, como
crescimento celular, diferenciação, apoptose e migração (HOJILLA; WOOD;
KHOKHA, 2008).
A invasão tumoral sofre influência direta do microambiente, nessa
conjuntura, já foi observado que as MMPs podem ser sintetizadas tanto pelo
estroma tumoral como pelas próprias células neoplásicas (APARNA et al., 2015)
podendo interferir no processo de adesão célula-célula pela degradação da E-
caderina. Trabalhos realizados com células crescidas na presença de proteínas
43
intactas da MEC, como fibronectina ou laminina, demonstraram que essas
moléculas influenciam a expressão de MMPs (STACK; GRAY; PIZZO, 1991). O
aumento na produção enzimática tem sido correlacionado ao fenótipo invasivo em
vários tumores (THOMAS; LEWIS; SPEIGHT, 1999) (Figura 3).
Figura 3 - Dinâmica do processamento da membrana basal e seus
componentes por metaloproteinases de matriz. Aumento da expressão de
enzima proteolíticas, tais como MMPs, em tecido tumoral. Essas endopeptidases
agem no processamento de componentes da MB, promovendo a abertura de
caminho para a invasão de células tumorais. Fonte: COMOGLIO; TRUSOLINO,
2005; ALBERTS; BRAY, 2004,/ adaptado
Dentre os vários tipos de MMPs, a MMP-9 tem se destacado no contexto da
tumorigênese. Estudos com diferentes tipos de tumores demonstram que essa MMP
está presente em células cancerosas de diversos sítios como mama, estômago,
fígado e faringe. Ainda, sua expressão foi associada ao potencial maligno das
células tumorais e, portanto, ao pobre curso clínico das neoplasias (DAVIES et al.,
1993). Esse aspecto também foi detectado em CCEs orais quando as expressões
das MMP-2 e MMP-9 foram analisadas (HONG et al., 2000). A presença de MMP-9
foi associada ao potencial metastático desses carcinomas (DAVIES et al., 1993) .
44
A MMP-9, também conhecida como gelatinase B, tem 92 kDa e contêm em
seu domínio catalítico uma área específica para ligação ao colágeno. Ela participa
do processamento de diferentes componentes da MEC (LUBBE et al., 2006). É
secretada por células epiteliais e armazenada em grânulos secretórios de neutrófilos
e eosinófilos. A sobre-expressão dos genes que codificam as MMPs-2 e -9 está
intimamente relacionada com a angiogênese, invasão tumoral local, e metástase
ganglionar (HOFMANN et al., 2000; IIZASA et al., 1999; WESTERMARCK; KÄHÄRI,
1999). Além disso, indica mau prognóstico para lesões de CCEs orais
(BJÖRKLUND; KOIVUNEN, 2005; DE VICENTE et al., 2005; FAN et al., 2012;
MCCAWLEY; MATRISIAN, 2001; NAGASE; VISSE; MURPHY, 2006). Já foi sugerido
que os níveis séricos aumentados de MMP-9 no sangue periférico podem ser
utilizados para obtenção de prognóstico pré-operatório (TAN et al., 2007).
Em uma revisão de literatura sobre o papel específico das MMPs como
novos biomarcadores em diferentes tipos de cânceres, tais como o de mama (MMP-
1, -9, -13), pâncreas (MMP-2, -7, -9), pulmão (MMP-1, -7, -9), bexiga (MMP-2, -9),
colo-retal (MMP-1, -2, -7, -9, -13), ovário (2, -9, -14), próstata (MMP-2, -9) e cérebro
(MMP-2, -9), a MMP-9 esteve presente em cada uma das neoplasias e, por
conseguinte, tem sido proposta como um biomarcador global de câncer
(SBARDELLA et al., 2012; TAN et al., 2007). A conclusão resultante de metanálises
de 15 estudos que usaram técnica de imuno-histoquímica para MMP-9 em pacientes
com tumores, foi que as taxas de sobrevivência mais pobres foram detectadas em
pacientes com marcação acentuada da enzima (PENG et al., 2012).
Evidências cada vez maiores sugerem um papel mais complexo dessas
endopeptidases em etapas anteriores e posteriores ao processamento de diferentes
componentes da MEC. A melhor compreensão das mudanças que ocorrem na MEC
e expressão desses biomarcadores, por ação proteolítica da MMP-9, é fundamental
para entender a evolução das neoplasias. Em relação ao processamento de
isoformas de laminina, estudos observaram que o processamento da cadeia γ2 da
laminina-332 pode ser induzida por algumas MMPs, o que representaria
denominador comum para indução da migração celular epitelial não apenas na
carcinogênese, mas também na inflamação e outros processos fisiológicos (PIRILÄ
et al., 2003).
45
3 OBJETIVOS
3.1 Geral
Analisar o perfil molecular de cadeia γ2 da laminina-332 e de MMP-9 nas
leucoplasias com displasia severa, CIS e CCEs invasivos e avaliar a sua importância
na carcinogênese.
3.2 Específicos
1- Analisar a integridade da membrana basal através de imunomarcação para
glicoproteína laminina-332;
2- Analisar a expressão de laminina-332 e MMP-9 no compartimento epitelial;
3- Analisar a expressão de laminina-332 e MMP-9 em fronts invasivos de CCEs
invasivos;
4- Analisar quantitativamente a expressão de MMP-9 em células estromais;
5- Correlacionar os achados histopatológicos com os aspectos clínicos.
46
4 MÉTODOS
4.1 Pacientes e amostras de tecidos
O estudo retrospectivo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade
Federal do Espírito Santo(45995815.9.0000.5060- Plataforma Brasil).
Consentimento informado por escrito foi obtido de cada participante e o estudo foi
realizado em conformidade com a Declaração de Helsinki. Os blocos de parafina
compostos de diferentes locais da mucosa oral foram selecionados a partir dos
arquivos do Serviço de Anatomia Patológica Bucal do Curso de Odontologia/UFES
entre 2004-2011.
As amostram incluíam 36 lesões que foram divididas em dois grupos. O grupo
I foi formado por 10 lesões de alto risco de malignização de acordo sistema binário
proposto por Kujan e colaboradores (2006 ),(5 leucoplasias com displasia severa e 5
CIS) e o grupo II por 26 CCEs invasivos (9 bem diferenciados, 11 moderadamente
diferenciados e 6 indiferenciados). Hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI) foi incluída
como controle positivo. Os dados clínicos e histopatológicos foram coletados de
prontuários médicos e incluíram: sexo, idade, local da lesão e história de exposição
ao tabaco. Os critérios de exclusão foram: dados clínicos incompletos e insuficientes
para análise microscópica das amostras.
4.2 Imuno-histoquímica
Cortes histológicos de 3 µm foram submetidos ao método de
imunoperoxidase. Os anticorpos primários utilizados foram: anti-cadeia γ2 de
laminina-332 gerados em camundongos com a diluição de 1:100 (clone B-2: SC-
25341, Santa Cruz Biotechnology) e de coelho anti-MMP9 com diluição 1: 500 (clone
Abcam, molécula inteira ab-38898). A imunodetecção foi realizada com o Sistema
Reveal (Spring/Biogen SPB-999) utilizando 3,3'-diaminobenzidina como o
cromogéno. As secções foram contrastadas com Hematoxilina de Mayer. Tampão
citrato de pH 6,0 foi usado durante 30 minutos à 93°C durante recuperação
antigênica e 1% de albumina de soro bovino (BSA) foi aplicado durante 1h à
temperatura ambiente para bloquear antígenos não específicos. Os cortes foram
incubados com os respectivos anticorpos primários durante a noite numa câmara
úmida mantida a 4°C. A seguir, a peroxidase endógena foi consumida por incubação
47
durante 20 minutos com 3% de peróxido de hidrogênio em temperatura ambiente.
Subsequentemente, as amostras foram incubadas com sistema secundário de
detecção de anticorpo de acordo com as instruções do fabricante. Os cortes foram
lavados cuidadosamente com solução salina tamponada com fosfato durante
processo de imuno-histoquímica. As lâminas foram montadas com Erv-Mount 9 e
examinadas ao microscópio. Controles positivos (HFI) e negativos (omissão do
anticorpo primário) foram incluídos. Nenhuma marcação foi observada nos controles
negativos.
4.3 Análise microscópica
As lâminas imunomarcadas foram analisados e marcadas de forma cega em
relação à informação clínica por um único investigador, previamente calibrado
(kappa 0,8) usando microscópio Olympus AX70 (Olympus America Inc., NY, EUA)
com uma câmera digital acoplada Zeiss AxioCam ERC5s (Carl Zeiss Vision GmbH,
Alemanha) e programa de imagens Axio Vision 4.8 Release 4.8.2 (Carl Zeiss Vision
GmbH, Alemanha). A expressão da cadeia γ2 foi avaliada de acordo com os locais
de tecido: (1) membrana basal e (2) compartimento epitelial. Para o último, as
células foram separadas em uma camada basal (CB) e uma camada suprabasal
(SB). CB consistiu de 1-2 camadas de células que estavam mais próximos e
perpendicularmente organizadas na interface epitélio-conjuntivo. As demais células
epiteliais que se sobrepõem CB foram designadas como camada SB
(KULASEKARA et al., 2009).
A expressão nos carcinomas invasivos foi ainda analisada em fronts invasivos
e ninhos tumorais. Todas as lâminas foram avaliadas com uma ampliação de 100X.
Em relação à coloração da MB, os seguintes aspectos foram considerados:
ausência; continuidade; ou descontinuidade. Para análise de MMP-9, estroma e
epitélio (CB+SB) também foram considerados. O número de células do estroma
expressando a MMP-9 foi dividido pelo número de campos total (células/campos).
Após a contagem, 3 grupos foram estabelecidos: menos do que 25% das células
marcadas, 25-50% das células marcadas e mais do que 50% das células marcadas
(TAMAMURA, et al 2013).
48
4.4 Associação entre dados clínicos e microscópicos
Após a coleta de dados, as associações entre características microscópicas e
parâmetros clínicos foram estabelecidas. Os dados clínicos (idade, sexo, sítio da
neoplasia e exposição ao tabaco) foram examinados. Cada variável foi comparada
com o perfil de expressão das moléculas. Os dados coletados foram dispostos em
tabelas.
4.5 Análise estatística
GraphPad Software (La Jolla, CA, EUA) foi utilizado para a análise de dados e
construção de gráficos. Teste do qui-quadrado foi aplicado para avaliar análises
clínicas. A associação entre expressão da cadeia γ2 e MMP-9 com os dados clínicos
foi testado por Teste Exato Fischer. Os resultados foram considerados significativos
quando p <0,05.
49
5 RESULTADOS
5.1 Dados clínicos
O sexo masculino foi mais acometido nos dois grupos. No Grupo I os
pacientes com mais de 60 anos foram mais prevalentes e no Grupo II os com menos
de 60 anos. As lesões afetaram diferentes locais; contudo foram predominantes no
rebordo alveolar. Quanto aos hábitos, a maioria dos pacientes eram fumantes. A
Tabela 4 resume os dados clínicos.
Tabela 4- Dados clínicos.
Grupo I (n=10) Grupo II (n=26)
Gênero
Masculino 70% (n=7) 88,4% (n=23)
Feminino 30% (n=3) 12,6% (n=3)
Sítios
Rebordo Alveolar 70% (n=7) 34,6% (n=9)
Assoalho bucal 0% (n=0) 30,8% (n=8)
Língua 20% (n=2) 19,2% (n=5)
Outros sítios 10% (n=1) 15,3% (n=4)
Idade
≤ 60 20% (n=2) 57,7% (n=15)
> 60 80% (n=8) 42,3% (n=11)
Hábitos
Fumante 50% (n=5) 76,9% (n=20)
Não Fumante 50% (n=5) 23,1% (n=6)
50
5.2 Expressão da cadeia γ2 da laminina-332 e MMP-9
Na membrana basal, imunomarcação da cadeia γ2 mostrou diferenças entre
os grupos. No Grupo I foram detectadas maior número de lesões com membrana
contínua (60%) e nenhuma lesão tinha membrana completamente ausente (Figura 4,
C). Por outro lado, no Grupo II maiores números de casos tiveram membrana
descontínua (69,2%) ou ausente (30,8%) (p=0,001). Sobre a expressão nas células
epiteliais, ambos os grupos apresentaram preferencialmente marcação
citoplasmática na CB + SB (Figura 4, D e E). A expressão da cadeia γ2 pode ser
detectada em células tumorais, predominantemente em células individuais, na
periferia de ninhos tumorais ou na interface entre tumor-estroma de fronts invasivos
(Figura 4, E). Todos os casos de CCE com fronts invasivos tiveram reação positiva
para a cadeia γ2. Quanto à imunoexpressão de MMP-9, os 3 grupos analisados (1-
CB, 2-SB e 3- CB +SB) demonstraram diferenças na marcação epitelial. CB
representou 50% das lesões de alto risco (Figura 4, G) e, marcação na CB + SB foi o
padrão principal em CCEs invasivos, também com 50%. No entanto, não houve
diferença significativa entre os grupos (p=0,4696). A análise das células do estroma
mostrou características importantes, com maior presença da expressão
citoplasmática (> 50% células/ campo) no Grupo II (Figura 4, H), quando comparado
com o Grupo I (p=0,0086). Os resultados de ambos os grupos são apresentados na
Tabela 5.
.
51
Tabela 5- Perfil da expressão da cadeia γ2 da laminina-332 e MMP-9.
Grupo I (n=10) Grupo II (n=26) P
Cadeia γ2 na MB
0,0001*
Contínuo 60% (n=6) 0
Descontínuo 40% (n=4) 69,2% (n=18)
Ausente 0 30,8% (n=8)
Expressão da cadeia γ2
em células epiteliais
0,4904
Basal 10% (n=1) 30,8% (n= 8)
Suprabasal 0 3,8% (n=1)
Basal+Suprabasal 90% (n=9) 65,4% (n=17)
Expressão da MMP-9
em células epiteliais
0,4696
Basal 50% (n=5) 27% (n=7)
Suprabasal 30% (n=3) 23% (n=6)
Basal+Suprabasal 20% (n=2) 50% (n=13)
Expressão de MMP-9
estroma/campo
< 25% células/campo 40% (n=4) 11,5% (n=3) 0,0086**
25- 50% células/campo 50% (n=5) 15,4% (n=4)
>50% células/campo 10% (n=1) 73,1% (n=19)
*P representa diferença entre os grupos quanto aos aspectos da membrana basal
**P representa diferença entre os grupos quanto a expressão de MMP-9 estroma/campo
52
Quanto à expressão da cadeia γ2 em HFI, foi possível observar uma
membrana basal contínua e linear (Figura 4, A). A expressão positiva de MMP-9 foi
principalmente observada no citoplasma das células endoteliais de estruturas
microvasculares e não houve expressão desta enzima em células do estroma
(Figura 4, F). Não foram encontrados grânulos de coloração acastanhada na CB e
SB.
5.3 Associação entre os dados clínicos e expressão da cadeia γ2 e
MMP-9
Em relação ao compartimento epitelial, quando pacientes fumantes de ambos
os grupos foram comparados, a expressão em CB e CB+SB foram maiores no
Grupo II (Figura 5, A. p<0,0001). Todos os pacientes do Grupo I que apresentaram a
membrana basal descontínua tinham mais de 60 anos (Figura 5, B. p<0,0001). Outro
dado significante foi a maior expressão de MMP-9 em fronts invasivos dos
tabagistas quando comparado com a ausência de fronts invasivos em não fumantes
(Figura 5, C. p=0,0225). Em relação a expressão de MMP-9 no estroma, pacientes
do sexo masculino do Grupo II tiveram maior número de células com marcação
citoplasmática do que pacientes do sexo masculino do Grupo I (Figura 5, D.
p=0,0054). O mesmo foi observado quando apenas pacientes com mais de 60 anos
foram analisados, o Grupo II obteve novamente maior número de células do estroma
com expressão de MMP-9 (Figura 5, E. p=0,0101). Ademais, a análise de expressão
de MMP-9 e γ2 no epitélio mostrou que no Grupo II as lesões com marcação de
laminina-332 em CB+SB tinham maior expressão de MMP-9 (Figura 5, F. P=0,003).
Figura 4: Expressão de cadeia γ2 (A-E) e MMP-9 (F-H) em lesões orais. Controle
negativo em CCE moderadamente diferenciado (A). O controle positivo de cadeia γ2
ao longo da interface epitelial-estromal em HFI, que mostra uma estrutura linear
(seta, B). Lesão de alto risco com MB contínua (seta, C). CCE bem diferenciado com
MB contínua (seta) e expressão da cadeia γ2 na camada SB (D). Front invasivo com
coloração citoplasmática de cadeia γ2 em CCE moderadamente diferenciado (E).
HFI com expressão de MMP-9 em células endoteliais (*, F). Lesão de alto risco com
expressão MMP-9 em CB+SB (G). Expressão da enzima em células do estroma em
torno de ninhos tumorais em CCE moderadamente diferenciado (*, H). Barra de
escala=20 µm.
Figura 5: Gráficos de associação entre dados clínicos e perfil imuno-histoquímico.
Pacientes fumantes do Grupo II com uma maior expressão de cadeia γ2 em CB e
SB+CB do que os fumantes do grupo I (A, p<0,0001). Paciente do Grupo I com >60
anos tiveram MB com aspecto descontínuo (B, p<0,0001). Expressão MMP-9 em
fronts invasivos de fumantes foi maior do que em não fumantes (C, p=0,0225). Maior
expressão de MMP-9 em estroma de pacientes do sexo masculino pertencentes ao
Grupo II (D, p=0,0054). O mesmo foi observado com os pacientes com mais de 60
anos (E, p=0,0101). O Grupo II com marcação da cadeia γ2 em CB+SB
apresentaram maior número de células estromais com expressão de MMP-9 (F,
p=0,003).
55
6 DISCUSSÃO
Este estudo analisou o perfil molecular da cadeia γ2 da laminina-332 e da
MMP-9 em lesões orais de alto risco de malignização e CCE invasivos. As
características microscópicas foram avaliadas, e possíveis associações entre os
fatores histológicos e clínicos da transformação maligna foram identificadas.
A maioria dos pacientes que participaram do estudo eram homens. Em
relação à idade, no Grupo I foram mais prevalentes indivíduos acima de 60 anos e
no Grupo II acima de 50 anos. Diferentes áreas da mucosa oral foram acometidas,
mas o rebordo alveolar foi o sítio mais frequente. Pacientes fumantes foram maioria
no Grupo II. Shenoi e colaboradores (2012), em estudo retrospectivo de 295 casos
de CCE invasivos, mostraram que 81% dos pacientes eram homens, com 51-60
anos e o principal hábito que levou ao desenvolvimento do câncer foi o consumo de
cigarros. O rebordo alveolar da mandíbula foi o sítio mais acometido. Dentro do
contexto das lesões de alto risco, a leucoplasia geralmente ocorre em homens de
meia idade (DOST et al. 2013) e a prevalência acentua-se consideravelmente em
pacientes com mais de 70 anos. Mucosa bucal, gengiva e vermelhão do lábio
caracterizam dois terços dos locais mais afetados (MORTAZANI et al, 2014; DOST
et al, 2013). Nossos resultados estão em concordância com os trabalhos
mencionados.
Mesmo com todo o desenvolvimento científico, o câncer permanece um
desafio a ser superado. Vários estudos têm sido realizados com o intuito de propor
novas terapias contra a progressão da doença, mas os vários tipos de câncer em
diferentes tecidos e, os muitos mecanismos utilizados pelas células tumorais tornam
difícil encontrar a chave que pode interromper o curso da doença. Porém, é
consenso que quando interceptado em estágio inicial, a grande parte dos tumores
tem prognóstico favorável. Um ponto relevante para melhorar o diagnóstico é o
desenvolvimento de biomarcadores que permitam a detecção de alterações
teciduais iniciais. As alterações na membrana basal representam passo importante
na progressão do câncer (KULASEKARA et al, 2009). Já foi relatado que a
carcinogênese depende de diferentes moléculas dessa estrutura, as quais são
preferencialmente utilizadas como substratos para a invasão e proliferação tumoral
(HIRASHIMA et al, 2013).
56
Assim, a análise da expressão da cadeia γ2 em tecidos de lesões de alto
risco e CCE demonstrou que o Grupo I apresentava a maioria das lesões com
membrana basal contínua, e nenhum caso com a membrana completamente
ausente. Por outro lado, no Grupo II os casos tiveram membrana descontínua ou
ausente. Esses achados estão em concordância com Imura e colaboradores (2012)
que destacaram em seus achados em adenocarcinoma que a membrana basal
permanecia contínua e linear enquanto a doença não alcançava estágios
avançados. Assim, pode-se sugerir que o perfil de expressão da cadeia γ2 se
modifica ao longo do processo de transformação e invasão tumoral.
No tecido conjuntivo, lesões do Grupo II mostraram expressão da cadeia γ2
na periferia de ilhas tumorais e alta concentração na interface tumor-estroma,
especialmente em fronts invasivos. Preferencialmente, a expressão dessa cadeia
em células de fronts invasivos foi associada à progressão do tumor e sugere que ela
desempenha papel na aquisição de um perfil migratório, característica que é um
requisito para a malignidade. Ainda, existe uma relação entre perda local da laminina
na membrana basal e sua deposição no estroma, perto das células invasivas, onde
o câncer tem um comportamento agressivo (BERNDT et al, 2001). Esse aspecto foi
descrito em diferentes carcinomas epiteliais, como em esôfago, região colo-retal e
pulmão (YAMAMOTO et al 2001; HLUBEK et al 2004; MOON et al. 2015).
Adicionalmente, laminina-332 estimula as células tumorais a formarem finas
projeções na borda frontal do citoesqueleto, levando a um aumento da migração e
invasão (FRANK; CARTER, 2004). A literatura vem associando proliferação,
migração e invasão com a cadeia γ2 quando profundamente alterada, fato
observado em recente estudo no qual houve redução nessas atividades em células
silenciadas para expressão de LAMγ2 (GARG et al, 2014). Quando as associações
foram analisadas, pode-se observar que a expressão da cadeia γ2 estava maior no
epitélio do Grupo II em comparação ao Grupo I, em se tratando de pacientes
fumantes. O tabaco é um fator de risco bem conhecido na carcinogênese, que
facilita a aquisição de motilidade em células tumorais (GASPARONI et al, 2007).
Motilidade esta que já foi relacionada com a presença da cadeia γ2 no citoplasma.
Assim, podemos considerar que expressão da cadeia contribui para um fenótipo
mais agressivo do tumor.
57
Em relação à MMP-9, os resultados demonstraram diferenças entre os grupos
e a marcação citoplasmática. Essa foi maior (mais do que 50% células/campo) em
pacientes com CCE invasivos quando comparadas às lesões de alto risco.
Tamamura e colaboradores (2013) encontraram em seus achados pouca ou
nenhuma expressão de MMP-9 em displasias epiteliais orais (DEOs) e em CIS. Por
outro lado, CCEs pobremente diferenciados tiveram elevada expressão da enzima.
Jordan e colaboradores (2004) encontraram alta expressão de MMP-1 e -9 em
DEOs e em CCEs invasivos, porém a expressão de MMP-9 mostrou-se presente em
maior quantidade e em 100% dos carcinomas, sendo associada com a progressão
tumoral. Achados semelhantes foram descritos por De Vicente e colaboradores
(2005), que encontraram associação entre expressão de MMP-9 e o grau histológico
das lesões. Em contrapartida, Kato e colaboradores (2005) mostraram que apesar
da expressão de MMP-9 estar elevada em CCEs invasivos, sua atividade no tecido
tumoral, analisada através de zimografia, era muito baixa impulsionando novos
estudos nesse sentido.
A síntese de MMP-9 por células tumorais desempenha um papel importante
na invasão do tecido subjacente, podendo representar a agressividade da doença
(APARNA et al, 2015). A elevada expressão de MMP-9 foi detectada em fronts
invasivos das amostras de fumantes. Esse achado corrobora com o fato de que
MMPs têm a capacidade de modular invasão tumoral, sendo bem reconhecida sua
expressão justamente nessas áreas de fronts tumorais (TAMAMURA et al., 2013).
Além do hábito de fumar, idade e sexo são aspectos clínicos importantes no
desenvolvimento CCE invasivo. Quando pacientes com idade superior a 60 anos e
do sexo masculino de ambos os grupos foram comparados, o Grupo II apresentou
mais células com marcação citoplasmática de MMP-9 do que o Grupo I. O aumento
dos grânulos de MMP-9 foi associado a um comportamento mais agressivo em
pacientes do sexo masculino e idosos e, representou o aumento progressivo da
síntese da enzima durante o processo de transformação maligna. A correlação
positiva entre as duas moléculas (cadeia γ2 e MMP-9) foi demonstrada no epitélio do
Grupo II. Casos com marcação de laminina em CB+SB tinham mais células
estromais com expressão de MMP-9. Patel e colaboradores (2002) encontraram
aproximadamente 90% das células epiteliais da camada basal marcadas para
58
cadeia γ2, diferentemente do observado no tecido normal, onde não existia essa
expressão. Além disso, os autores encontraram MB descontínua em CCEs
moderadamente diferenciados e indiferenciados.
A MB é a primeira barreira para migração de células neoplásicas, de maneira
que sua perda pode ser associada ao processo de invasão e metástase. As MMPs
estão envolvidas na clivagem da MB e remodelação da MEC (APARNA et al, 2015;
FULLÁR et al, 2015). Além disso, o aumento de MMPs abre caminho para células
que estão em transição epitélio-mesenquimal. Siegel e colaboradores (2011)
relataram que 50% dos casos de CCE têm uma sobrevida de 5 anos e pior
prognóstico quando comparado ao câncer de mama e/ou melanoma.
A análise da expressão da cadeia γ2 da laminina-332 e da MMP-9 em lesões
de alto risco de malignizaçāo e em CCEs invasivos é fundamental para entender
melhor as diferentes fases da carcinogênese. Ainda, buscar associações do perfil de
expressão dessas moléculas com os dados clínicos permite compreender como
fatores de risco interferem no microambiente tumoral. Expressão de laminina e
MMPs pode representar uma ferramenta útil para predizer o comportamento da
doença e se tornarem biomarcadores do processo invasivo durante o
desenvolvimento do câncer de boca.
59
7 CONCLUSÃO
Os dados sugerem possíveis associações entre os aspectos clínicos e
microscópicos. Pacientes fumantes com diagnóstico de CCE invasivo apresentaram
expressão mais elevada da cadeia γ2 no compartimento epitelial, com membrana
basal descontínua e alta expressão MMP-9 em fronts invasivos. Ainda, a expressão
de MMP-9 no estroma foi prevalente em pacientes do sexo masculino e com mais de
60 anos também com diagnóstico de CCE invasivo. Embora ainda existam
controvérsias na literatura, é possível observar que as proteínas estudadas
apresentam mudanças no seu padrão na seqüência DEO-CIS-CCEs.
60
8 REFERÊNCIAS
ALBERTS, E. et al. Biologia Molecular da Célula. 4 ed. Porto Alegre: Artmed,. p. 1463. 2004.
ANDERSSON, S. et al. The clinicopathologic significance of laminin-5 gamma2 chain expression in cervical squamous carcinoma and adenocarcinoma. International journal of gynecological cancer : official journal of the International Gynecological Cancer Society, v. 15, n. 6, p. 1065–1072, 2005.
APARNA, M. et al. The role of MMP-2 and MMP-9 as prognostic markers in the early stages of tongue squamous cell carcinoma. Journal of Oral Pathology & Medicine, v. 44, n. 5, p. 345–352, 2015.
AUMAILLEY, M. et al. A simplified laminin nomenclature. Matrix Biology, v. 24, n. 5, p. 326–332, 2005.
BARNES, L. et al. Pathology and Genetics of Head and Neck Tumours. WHO Classification of Tumour, n. 9, p. 163–175, 2005.
BERNDT, A et al. Fibrillary co-deposition of laminin-5 and large unspliced tenascin-C in the invasive front of oral squamous cell carcinoma in vivo and in vitro. Journal of cancer research and clinical oncology, v. 127, n. 5, p. 286–292, 2001.
BJÖRKLUND, M.; KOIVUNEN, E. Gelatinase-mediated migration and invasion of cancer cells. Biochimica et Biophysica Acta - Reviews on Cancer, v. 1755, n. 1, p. 37–69, 2005.
BORNSTEIN, P.; SAGE, E. H. Matricellular proteins: Extracellular modulators of cell function. Current Opinion in Cell Biology, v. 14, n. 5, p. 608–616, 2002.
BOSMAN, F. T. Dysplasia classification: Pathology in disgrace? Journal of Pathology, v. 194, n. 2, p. 143–144, 2001.
BOWMAN W. On the minute structure and movements of voluntary muscle. Philos Trans R Soc Lond Biol Sci v.130: p.457–494, 1840
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2011/04/populacao-idosa-no-brasil-cresce-e-diminui-numero-de-jovens-revela-censo> Acesso em: 19 de agosto de 2015.
BRENER, S. et al. Carcinoma de células escamosas bucal: uma revisão de literatura entre o perfil do paciente, estadiamento clínico e tratamento proposto. Rev bras cancerol, v. 53, n. 1, p. 63–69, 2007.
BROGLIE, M. A. et al. Occult metastases detected by sentinel node biopsy in patients with early oral and oropharyngeal squamous cell carcinomas: Impact on survival. Head Neck, v.35, n.5, p.660-666, 2013.
CARRARD, C. V. et al. Álccol e Câncer Bucal : Considerações sobre os Mecanismos Relacionados. Revista Brasileira de Cancerologia, v.54, n.1, p. 49-56. 2008.
CHAMBERS, A. F.; MATRISIAN, L. M. Changing Views of the Role of Matrix Metalloproteinases in Metastasis. Journal of the National Cancer Institute, v. 89, n. 17, p. 1260-1270, 1997.
61
CHANG, Y-C, et al. Invasive pattern grading score designed as an independent prognostic indicator in oral squamous cell carcinoma. Histopathology, v.2, n. 57. p.295-303. 2010.
CHATURVEDI, A. K. et al. Incidence trends for human papillomavirus-related and -unrelated oral squamous cell carcinomas in the United States. Journal of Clinical Oncology, v. 26, n. 4, p. 612–619, 2008.
CHO YB, Lee WY, Song SY, Shin HJ, Yun SH, Chun HK. Matrix Metalloproteinase-9 Activity Is Associated with Poor Prognosis in T3-T4 Node-Negative Colorectal Cancer. Human Pathology v.38, p.1603–1610, 2007.
CHU D, Zhao Z, Zhou Y, Li Y, Li J, Zheng , Zhao Q, Wang W. Matrix Metalloproteinase-9 Is Associated with Relapse and Prognosis of Patients with Colorectal Cancer. Annals Surgical Oncology, v.19,{sn[ p.318–325, 2012.
CLARK, I. M. et al. The regulation of matrix metalloproteinases and their inhibitors. International Journal of Biochemistry and Cell Biology, v. 40, n. 6-7, p. 1362–1378, 2008.
D’ARDENNE, A J. Use of basement membrane markers in tumour diagnosis. Journal of clinical pathology, v. 42, n. 5, p. 449–457, 1989.
DAAR, A. S. Grand challenges in chronic non-communicable diseases. Nature, v 450. [sn].p. 494-496, 2007.
DAVIES, B. et al. Activity of type IV collagenases in benign and malignant breast disease. British journal of cancer, v. 67, n. 5, p. 1126–1131, 1993.
DE VICENTE, J. C. et al. Expression and clinical significance of matrix metalloproteinase-2 and matrix metalloproteinase-9 in oral squamous cell carcinoma. Oral oncology, v. 41, n. 3, p. 283–293, 2005. DISSANAYAKA, W. L., et al.Clinical and histopathologic parameters in survival of oral squamous cell carcinoma. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology, v. 113, n. 4, p.518–525, 2012.
DÖBRÓSSY, L. Epidemiology of head and neck cancer: Magnitude of the problem. Cancer and Metastasis Reviews, v. 24, n. 1, p. 9–17, 2005.
DOST, F. et al. A retrospective analysis of clinical features of oral malignant and potentially malignant disorders with and without oral epithelial dysplasia. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology, v. 116, n. 6, p. 725–733, 2013.
DOWNER, M. C. et al. A systematic review of measures of effectiveness in screening for oral cancer and precancer. Oral Oncology, v. 42, n. 6, p. 551–560, 2006.
FAN, H.-X. et al. Changes in the expression of MMP2, MMP9, and ColIV in stromal cells in oral squamous tongue cell carcinoma: relationships and prognostic implications. Journal of experimental & clinical cancer research: CR, v. 31, n. 1, p. 90, 2012.
FELLER L, LEMMER J Oral Squamous Cell Carcinoma: Epidemiology, Clinical Presentation and Treatment. Journal of Cancer Therapy, v.3:p.263-268, 2012.
62
FERRARI, D. et al. Biomolecular markers in cancer of the tongue. Journal of Oncology, v.2009, [sn] p.1-11, 2009.
FLESKENS, S.; SLOOTWEG, P. Grading systems in head and neck dysplasia: their prognostic value, weaknesses and utility. Head & neck oncology, v. 1, p. 11, 2009.
FRANK, D; CARTER, W.G. Laminin 5 deposition regulates keratinocyte polarization and persistent migration. Journal of Cell Science, v.117, p. 1351–1363. 2004.
FUKUSHIMA, Y. et al. Integrin alpha3beta1-mediated interaction with laminin-5 stimulates adhesion, migration and invasion of malignant glioma cells. International journal of cancer. Journal international du cancer, v. 76, n. 1, p. 63–72, 1998.
FULLAR, A. et al,.Remodeling of extracellular matrix by normal and tumor-associated fibroblasts promotes cervical cancer progression. BMC Cancer,v.15, p. 1–16. 2015.
GARG M, et al. Laminin-5γ-2 (LAMC2) is highly expressed in anaplastic thyroid carcinoma and is associated with tumor progression, migration, and invasion by modulating signaling of EGFR. Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, v.99, p. 62–72, 2014.
GASPARONI A, DELLA CASA M, MILILLO L, LORENZINI G, RUBINI C, URSO R, LO MUZIO L Prognostic value of differential expression of Laminin-5 gamma2 in oral squamous cell carcinomas: correlation with survival. Oncology Reports, v.18, p.793–800, 2007.
GIANNELLI, G. et al. Induction of cell migration by matrix metalloprotease-2 cleavage of laminin-5. Science (New York, N.Y.), v. 277, n. 5323, p. 225–228, 1997.
GOLDFINGER, L. E.; STACK, M. S.; JONES, J. C. R. Processing of laminin-5 and its functional consequences: Role of plasmin and tissue-type plasminogen activator. Journal of Cell Biology, v. 141, n. 1, p. 255–265, 1998.
GRINSPAN, D. Enfermidades de la boca, Tomo II, Patologia. Clínica y terapêutica de la mucosa bucal, Mundi, Buenos Aires, 1973.
HAAS KM et al. A comparative quantitative analysis of laminin-5 in the basement membrane of normal, hyperplasic, and malignant oral mucosa by confocal immunofluorescence imaging. J Histochem Cytochem, v.49, n.10 p.1261-1268, 2001.
HADLER-OLSEN, E.; WINBERG, J. O.; UHLIN-HANSEN, L. Matrix metalloproteinases in cancer: Their value as diagnostic and prognostic markers and therapeutic targets. Tumor Biology, v. 34, n. 4, p. 2041–2051, 2013. HAGEDORN, E. J. et al. The netrin receptor DCC focuses invadopodia-driven base-ment membrane transmigration in vivo J. Cell Biol, v. 201, n. 6, p.903–913. 2013.
HANAHAN, D.; WEINBERG, R. A. The hallmarks of cancer. Cell, v. 100, n.1, p. 57–70, 2000.
HINTERMANN, E.; QUARANTA, V. Epithelial cell motility on laminin-5: Regulation by matrix assembly, proteolysis, integrins and erbB receptors. Matrix Biology, v. 23, n. 2, p. 75–85, 2004.
63
HIRASHIMA K, et al. Differential Expression Of Basement Membrane Type IV Colagen Α2 And Α6 Chains As A Prognostic Fator In Patients With Extrahepatic Bile Duct Carcinoma. Journal Of Surgical Oncology, v.107,p.407-408, 2013.
HLUBEK F, SPADERNA S, JUNG A, KIRCHNER T, BRABLETZ T. β-catenin activates a coordinated expression of the proinvasive factors laminin-5 γ2 chain and MT1-MMP in colorectal carcinomas. International Journal of Cancer v.108, p.321–326, 2004.
HOFMANN, U. B. et al. Matrix metalloproteinases in human melanoma. The Journal of investigative dermatology, v. 115, n. 3, p. 337–344, 2000.
HOJILLA, C. V; WOOD, G. A; KHOKHA, R. Inflammation and breast cancer: metalloproteinases as common effectors of inflammation and extracellular matrix breakdown in breast cancer. Breast cancer research : BCR, v. 10, n. 2, p. 205, 2008.
HONG, S.-D. et al. Expression of matrix metalloproteinase-2 and -9 in oral squamous cell carcinomas with regard to the metastatic potential. Oral Oncology, v. 36, n. 2, p. 207–213, mar. 2000.
HU, J. et al. Matrix metalloproteinase inhibitors as therapy for inflammatory and vascular diseases. Nature reviews. Drug discovery, v. 6, n. 6, p. 480–498, 2007.
HUA, H. et al. Matrix metalloproteinases in tumorigenesis: An evolving paradigm. Cellular and Molecular Life Sciences, v. 68, n. 23, p. 3853–3868, 2011.
IIZASA, T. et al. Elevated levels of circulating plasma matrix metalloproteinase 9 in non-small cell lung cancer patients. Clinical cancer research : an official journal of the American Association for Cancer Research, v. 5, n. 1, p. 149–153, 1999.
IMURA, J. et al. Laminin-5 is a biomarker of invasiveness in cervical adenocarcinoma. Diagnostic Pathology, v. 7, n. 1, p. 105, 2012.
INCA, Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2014: Incidência de Câncer no Brasil, Rio de Janeiro: v. 41p. 25-26, 2014.
INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. World cancer factersheet. August 2012. Disponível em: http://gicr.iarc.fr/public/docs/20120906-WorldCancerFactSheet.pdf Acesso em: 6 de fevereiro de 2015
JOHNSON NW, Jayasekara P, Amarasinghe HK.Squamous Cell Carcinoma and Precursor Lesions of the Oral Cavity: Epidemiology and Aetiology. Periodontology 2000, v.57,p. 19–37, 2011.
JORDAN, R. C. K. et al., Overexpression of Matrix Metalloproteinase-1 and -9 mRNA Is Associated with Progression of Oral Dysplasia to Cancer, Clinical Cancer Re-search, v. 10, p. 6460–6465, 2004.
JUMPER C, COBOS E, LOX C. Determination of the Serum Matrix Metalloproteinase-9 (MMP-9) and Tissue Inhibitor of Matrix Metalloproteinase-1 (TIMP-1) in Patients with Either Advanced Small-Cell Lung Cancer or Non-Small-Cell Lung Cancer prior to Treatment. Respiratory Medicine, v.98: 173–177, 2004.
64
KARIYA, Y. et al. Differential regulation of cellular adhesion and migration by recombinant laminin-5 forms with partial deletion or mutation within the G3 domain of α3 chain. Journal of Cellular Biochemistry, v. 88, n. 3, p. 506–520, 2003.
KATAYAMA, M.; SEKIGUCHI, K. Laminin-5 in epithelial tumour invasion. Journal of Molecular Histology, v. 35, n. 3, p. 277–286, 2004.
KATO, K A. HARA, T. KUNO et al. Matrix metalloproteinases 2 and 9 in oral squamous cell carcinomas: manifestation and localization of their activity Journal of Cancer Research and Clinical Oncology, v. 131, n. 6, p. 340–346, 2005.
KIGNEL, S. et al., Estomatologia base do diagnóstico para o clínico geral. 1 ed. São Paulo: Robe, p 450, 2007.
KOBAYASHI, T, et al. Histopathological varieties of oral carcinoma in situ: Diagnosis aided by immunohistochemistry dealing with the second basal cell layer as the proliferating center of oral mucosal epithelia. Pathol Int., v.60, n.3, p.156-166, 2010
KOIVISTO, L. et al. Integrins alpha5beta1, alphavbeta1, and alphavbeta6 collaborate in squamous carcinoma cell spreading and migration on fibronectin. Experimental cell research, v. 255, n. 1, p. 10–17, 2000.
KUJAN, O. et al. Evaluation of a new binary system of grading oral epithelial dysplasia for prediction of malignant transformation. Oral Oncology, v. 42, n. 10, p. 987–993, 2006.
KULASEKARA, K. K. et al. Cancer progression is associated with increased expression of basement membrane proteins in three-dimensional in vitro models of human oral cancer. Archives of Oral Biology, v. 54, n. 10, p. 924–931, 2009.
LEEMANS, C. R. et al. Recurrence at the Primary Site in Head and Neck-Cancer and the Significance of Neck Lymph-Node Metastases as a Prognostic Factor. Cancer, v. 73, n. 1, p. 187–190, 1994.
LENGYEL E, SCHMALFELDT B, KONIK E, SPÄTHE K, HÄRTING K, FENN A, BERGER U, FRIEDMAN R, SCHMITT M, PRECHTEL D, KUHN W. Expression of Latent Matrix Metalloproteinase 9 (MMP-9) Predicts Survival in Advanced Ovarian Cancer. Gynecologic Oncology, v.82, p. 291–298, 2001.
LIOTTA, L. A. Tumor invasion and metastases--role of the extracellular matrix: Rhoads Memorial Award lecture. Cancer research, v. 46, n. 1, p. 1–7, 1986.
LIOTTA, L. A; RAO, C. N.; WEWER, U. M. Biochemical interactions of tumor cells with the basement membrane. Annual review of biochemistry, v. 55, p. 1037–1057, 1986.
LIU, Z. et al. Increased expression of MMP9 is correlated with poor prognosis of nasopharyngeal carcinoma. BMC cancer, v. 10, p. 270, 2010.
LOHI, J. Laminin-5 in the progression of carcinomas. International Journal of Cancer, v. 94, n. 6, p. 763–767, 2001.
LÓPEZ-LÓPEZ, J.; OMAÑA-CEPEDA, C.; JANÉ-SALAS, E. Precáncer y cáncer bucal. Medicina Clínica,v.145, n.9, p.404-408, 2015.
65
LUBBE, W. J. et al. Tumor epithelial cell matrix metalloproteinase 9 is a target for antimetastatic therapy in colorectal cancer. Clinical Cancer Research, v. 12, n. 6, p. 1876–1882, 2006.
MARANGON JUNIOR H, et al. Laminin-5 Gamma 2 Chain Expression Is Associated with Intensity of Tumor Budding and Density of Stromal Myofibroblasts in Oral Squamous Cell Carcinoma. Journal of Oral Pathology and Medicine, v. 43, p. 199–204, 2014.
MARINKOVICH MP. Laminin 332 in squamous-cell carcinoma. Nat Rer Cancer; v.7: p.370–80. 2007.
MATHUR, A. et al. Tobacco Habits and Risk of Oral Cancer : A Retrospective Study in India, v. 1, n. 3, p. 111–116, 2007.
MAUND I, JEFFERIES S. Squamous cell carcinoma of the oral cavity, oropharynx and upper oesophagus. Mouth and Oesophagus,v.43, p.197-201, 2015.
MCCAWLEY, L. J.; MATRISIAN, L. M. Matrix metalloproteinases: They’re not just for matrix anymore! Current Opinion in Cell Biology, v. 13, n. 5, p. 534–540, 2001.
MCLAREN, K. M. et al. Consistency of histopathological reporting of laryngeal dysplasia. Histopathology, v. 37, n. 5, p. 460–463, 2000.
MILHOLLI, A. F. L. et al. Análise da expressão de patched e distribuição de mastócitos em tumores odontogênicos ceratocísticos.105 f. Disssertação (Mestrado em Clínica Odontológica)- Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória 2014.
MINER, J. H.; YURCHENCO, P. D. Laminin functions in tissue morphogenesis. Annual review of cell and developmental biology, v. 20, n. M, p. 255–284, 2004.
MIYAZAKI, K. Laminin-5 (laminin-332): Unique biological activity and role in tumor growth and invasion. Cancer Science, v. 97, n. 2, p. 91–98, 2006.
MOON YW,et al. LAMC2 enhances the metastatic potential of lung adenocarcinoma. Cell Death and Differentiation. v. 22, p.1341–1352, 2015.
MORI, T. et al. Laminin-3B11, a novel vascular-type laminin capable of inducing prominent lamellipodial protrusions in microvascular endothelial cells. Journal of Biological Chemistry, v. 285, n. 45, p. 35068–35078, 2010.
MORTAZAVI H, BAHARVAND M, MEHDIPOUR M. Oral Potentially Malignant Disorders: An Overview of more than 20 Entities. Journal of Dental Research, Dental Clinics, Dental Prospects, v.8, n.1, p.6-14, 2014.
NABESHIMA, K. et al. Matrix metalloproteinases in tumor invasion: Role for cell migration. Pathology International, v. 52, n. 4, p. 255–264, 2002.
NAGASE, H.; VISSE, R.; MURPHY, G. Structure and function of matrix metalloproteinases and TIMPs. Cardiovascular Research, v. 69, n. 3, p. 562–573, 2006.
NANKIVELL, P et al. The binary oral dysplasia grading system: validity testing and
suggested improvement. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol., v.115, n.1, p.87-
94, 2013.
66
NAPIER, S. S.; SPEIGHT, P. M. Natural history of potentially malignant oral lesions and conditions: An overview of the literature. Journal of Oral Pathology and Medicine, v. 37, n. 1, p. 1–10, 2008.
NASCIMENTO, S. C. P. Leucoplasia e carcinoma de células escamosas orais: estudo clínico e histopatológico e imuno-histoquímico.137f. Disssertação (Mestrado em Clínica Odontológica)- Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória 2012.
NEVILLE, B. W.; DAMM, DD.; ALLEN CM.; BOUQUOT, JE. Patologia Oral & Maxillofacial. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan, 2009.
NEVILLE, B. W.; DAY, T. A. Oral cancer and precancerous lesions. Ca-A Cancer Journal for Clinicians, v. 52, n. 4, p. 195–215, 2002.
NEWBY, A. C. Matrix metalloproteinase inhibition therapy for vascular diseases. Vascular Pharmacology, v. 56, n. 5-6, p. 232–244, 2012.
NGUYEN, B. P.; GIL, S. G.; CARTER, W. G. Deposition of laminin 5 by keratinocytes regulates integrin adhesion and signaling. Journal of Biological Chemistry, v. 275, n. 41, p. 31896–31907, 2000.
NGUYEN-NGOC, K-V., et al., ECM microenvironment regulates collective migration and local dissemination in normal and malignant mammary epithelium. PNAS, v. 109, n.39, p.2595-2604. 2012.
OGAWA, T et al.,The short arm of laminin gamma2 chain of laminin-5 (laminin- 332) binds syndecan-1 and regulates cellular adhesion andmigration by suppressing phosphorylation of integrin beta4 chain. Mol Biol Cell. v.18, n.5, p.1621–1633. 2007.
OGAWA, T. et al. Regulation of biological activity of laminin-5 by proteolytic processing of gamma2 chain. Journal of cellular biochemistry, v. 92, n. 4, p. 701–714, 2004.
ONO, Y. et al. Clinicopathologic significance of laminin‐5 γ2 chain expression in squamous cell carcinoma of the tongue. Cancer, v. 85, n. 11, p. 2315–2321, 1999.
ONOFRE, M. S., SPOSTO, M. R., NAVARRO, C. M. Reliability of toluidine blue application in the detection. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod, v.91, p.535-40, 2001.
OVERALL, C. M.; LÓPEZ-OTÍN, C. Strategies for MMP inhibition in cancer: innovations for the post-trial era. Nature reviews. Cancer, v. 2, n. 9, p. 657–672, 2002.
PAL, S. et al. Extracellular Matrix Protein Laminin Induces Matrix Metalloproteinase-9 in Human Breast Cancer Cell Line MCF-7. Cancer microenvironment : official journal of the International Cancer Microenvironment Society, p. 71–78, 2014.
PATARROYO, M.,et al. Laminin isoforms in tumor invasion, angiogenesis and metastasis. seminars in Cancer Biology, v. 12, n.3, p. 197–207, 2002.
PATEL, V. Laminin- 2 Overexpression In Head-And-Neck Squamous Cell Carcinoma, Int. J. Cancer. v.99, p. 583–588 2002.
67
PENG, W.-J. et al. Prognostic value of matrix metalloproteinase 9 expression in patients with non-small cell lung cancer. Clinica Chimica Acta, v. 413, n. 13-14, p. 1121–1126, 2012.
PIRILÄ, E. et al. Matrix metalloproteinases process the laminin-5 γ 2-chain and regulate epithelial cell migration. Biochemical and Biophysical Research Communications, v. 303, n. 4, p. 1012–1017, 2003.
PYKE, C. et al., Laminin-5 is a marker of invading cancer cells in some human carcinomas and is coexpressed with the receptor for urokinase plasminogen activator in budding cancer cells in colon adenocarcinomas. Cancer Research, v. 55, n. 18, p. 4132–4139, 1995.
RAMASWAMY, G. et al. Serum vitamins’ status in oral leucoplakias--a preliminary study. European journal of cancer. Part B, Oral oncology, v. 32B, n. 2, p. 120–122, 1996.
REIS, S. T. et al. Increased Expression of MMP-9 and IL-8 Are Correlated with Poor Prognosis of Bladder Cancer. BMC Urology, v.12, p.1-5, 2012.
RIVERA, S. et al. Metzincin proteases and their inhibitors: foes or friends in nervous system physiology? The Journal of neuroscience : the official journal of the Society for Neuroscience, v. 30, n. 46, p. 15337–15357, 2010.
ROCHA, R. F. V. Análise Epidemiológica, histolópatológica e imuno- histoquímica de ameloblastomas: casuística de seis anos. Disssertação (Mestrado em Clínica Odontológica) - Universidade Federal do Espírito Santo.Vitória, 2012
RODRIGUES, T. L. C. et al. Leucoplasias bucais: relação clínico-histopatológica. Pesquisa Odontológica Brasileira, v. 14, n. 4, p. 357–361, 2000.
ROSENBERG, G. A. Matrix metalloproteinases and their multiple roles in neurodegenerative diseases. The Lancet Neurology, v. 8, n. 2, p. 205–216, 2009.
ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas em correlação com a biologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
RYAN, M. C.; CHRISTIANO, A. M. The functions of laminins: Lessons from in vivo studies. Matrix Biology, v. 15, n. 6, p. 369–381, 1996.
SAITO, T.; NAKAJIMA, T.; MOGI, K. Immunohistochemical analysis of cell cycle-associated proteins p16, pRb, p53, p27 and Ki-67 in oral cancer and precancer with special reference to verrucous carcinomas. Journal of oral pathology & medicine: official publication of the International Association of Oral Pathologists and the American Academy of Oral Pathology, v. 28, n. 5, p. 226–232, 1999.
SALO, S. et al. Laminin-5 promotes adhesion and migration of epithelial cells: Identification of a migration-related element in the γ2 chain gene (LAMC2) with activity in transgenic mice. Matrix Biology, v. 18, n. 2, p. 197–210, 1999.
SATO, H. et al. Amino-terminal fragments of laminin γ2 chain retract vascular endothelial cells and increase vascular permeability. Cancer Science, v. 105, n. 2, p. 168–175, 2014.
68
SBARDELLA, D. et al. Human matrix metalloproteinases: An ubiquitarian class of enzymes involved in several pathological processes. Molecular Aspects of Medicine, v. 33, n. 2, p. 119–208, 2012.
SCANLON, et al, Biomarkers of EpithelialMesenchymal Transition in Squamous Cell Carcinoma. J Dent Res., v. 92, n. 2, p.114-121, 2013.
SHAFER, W. G. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, v. 39, n.2, p.227-238, 2005.
SHENOI, R., DEVRUKHKAR, V, CHAUDHURI, SHARMA B, SAPRE SB, CHIKHALE A. Demographic and clinical profile of oral squamous cell carcinoma patients: A retrospective study. Indian Journal of Cancer, v. 49, p. 21-26, 2012.
SIEGEL, R. L.; MILLER, K. D.; JEMAL, A. Cancer Statistics, 2015. CA Cancer J Clin, v. 65, n. 1, p. 5–29, 2015.
SPEIGHT, P. M., Oral Epithelial Dysplasia and Progression to Cancer. Head Neck Pathol.,v.1, n.1, p.61–66, 2007.
STACK, S.; GRAY, R. D.; PIZZO, S. V. Modulation of plasminogen activation and type IV collagenase activity by a synthetic peptide derived from the laminin A chain. Biochemistry, v. 30, n. 8, p. 2073–2077, 1991.
TABOR, M. P. et al. Comparative molecular and histological grading of epithelial dysplasia of the oral cavity and the oropharynx. Journal of Pathology, v. 199, n. 3, p. 354–360, 2003.
TAGHAVI N, YAZDI I Prognostic Factors of Survival Rate In Oral Squamous Cell Carcinoma: Clinical, Histologic, Genetic And Molecular Concepts. Archives of Iranian Medicine, v. 18, p. 314 – 319, 2015.
TAKAHASHI, S. et al. Cytoplasmic expression of laminin ??2 chain correlates with postoperative hepatic metastasis and poor prognosis in patients with pancreatic ductal adenocarcinoma. Cancer, v. 94, n. 6, p. 1894–1901, 2002.
TAMAMURA R, et al. Comparative analysis of basal lamina type IV collagen chains, matrix metalloproteinases-2 and -9 expressions in oral dysplasia and invasive carcinoma. Acta Histochemica, n. 115, p.113-119, 2013.
TAN, S. Y. et al. Relationship between preoperative staging by endoscopic ultrasonography and MMP-9 expression in gastric carcinoma. World journal of gastroenterology : WJG, v. 13, n. 14, p. 2108–2112, 2007.
THOMAS, G.; LEWIS, M.; SPEIGHT, P. Matrix metalloproteinases and oral cancer. Oral Oncology, v. 35, n. 3, p. 227–233,1999.
THOMSON, P. J. Oral precancer: diagnosis and management of potentially malignant disorders. Ed Wiley- Blackwell. 2012
THORUP, A. K. et al. Can alterations in integrin and laminin-5 expression be used as markers of malignancy? APMIS : acta pathologica, microbiologica, et immunologica Scandinavica, v. 106, n. 12, p. 1170–1180, 1998.
TORRE, L. A., et al. Global Cancer Statistics, 2012. CA A Cancer Journal for Clinicians, v. 65, p.87-108, 2015.
69
TOSIOS, K. I.; KAPRANOS, N.; PAPANICOLAOU, S. I. Loss of basement membrane components laminin and type IV collagen parallels the progression of oral epithelial neoplasia. Histopathology, v. 33, n. 3, p. 261–268, 1998.
TRINGLER, B. et al. The lack of laminin-5 as a prognostic marker in low-grade cervical squamous intraepithelial lesions: correlation with clinical follow-up data. International journal of gynecological pathology: official journal of the International Society of Gynecological Pathologists, v. 26, n. 1, p. 89–94, 2007.
TSURUTA, D. et al. Tumor microvironment Laminin 332 in squamous-cell carcinoma, NIH Public Access. v. 15, n. 20, p. 1968–1975, 2010.
VAN DER WAAL, I. et al. Oral leukoplakia: A clinicopathological review. Oral Oncology, v. 33, n. 5, p. 291–301, 1997.
VAN DER WAAL, I. Potentially malignant disorders of the oral and oropharyngeal mucosa; present concepts of management. Oral Oncology, v. 46, n. 6, p. 423–425, 2009.
VAN DER WAAL I Oral potentially malignant disorders: is malignant transformation predictable and preventable? Medicina Oral Patologia Oral y Cirugia Bucal, v.19, p. 386–390, 2014.
VEITCH, D. P. et al. Mammalian Tolloid metalloproteinase, and not matrix metalloprotease 2 or membrane type 1 metalloprotease, processes laminin-5 in keratinocytes and skin. Journal of Biological Chemistry, v. 278, n. 18, p. 15661–15668, 2003.
VILEN, S. T. et al. Fluctuating roles of matrix metalloproteinase-9 in oral squamous cell carcinoma. ScientificWorldJournal, v. 2013, p. 920595, 2013.
WALDRON, C. A., SHAFER, W. G. Oral carcinoma in situ Oral Surg Oral Med Oral Pathol., v.39. n.2, p. 227-38. 1975.
WANG, H. et al. Tumor cell α3β1 integrin and vascular laminin-5 mediate pulmonary arrest and metastasis. Journal of Cell Biology, v. 164, n. 6, p. 935–941, 2004.
WARNAKULASURIYA, S. et al. Oral epithelial dysplasia classification systems: Predictive value, utility, weaknesses and scope for improvement. Journal of Oral Pathology and Medicine, v. 37, n. 3, p. 127–133, 2008.
WESTERMARCK, J.; KÄHÄRI, V. M. Regulation of matrix metalloproteinase expression in tumor invasion. FASEB journal : official publication of the Federation of American Societies for Experimental Biology, v. 13, n. 8, p. 781–92, 1999.
WILSON, D. F. et al. Oral cancer: role of the basement membrane in invasion. Australian dental journal, v. 44, n. 2, p. 93–97, 1999.
WU, Z, S., et al. Prognostic Significance of MMP-9 and TIMP-1 Serum and Tissue Expression in Breast Cancer. International Journal of Cancer. Journal International Du Cancer, v. 122, p. 2050–2056, 2008.
YAMAMOTO, H, et al. Expression of the gamma(2) chain of laminin-5 at the invasive front is associated with recurrence and poor prognosis in human esophageal squamous cell carcinoma. Clinical cancer research : an official journal of the American Association for Cancer Research, v. 7, n. 4, p. 896–900, 2001.
70
YANG, B., et al. Matrix Metalloproteinase-9 Overexpression Is Closely Related to Poor Prognosis in Patients with Colon Cancer. World Journal of Surgical Oncology. v.12, p.1-6, 2014.
YURCHENCO, P. D. Basement membranes: cell scaffoldings and signaling platforms. Cold Spring Harb Perspect Biol.v.3, n.2, 2011.
ZARGARAN, M, et al. Immunohistochemical evaluation of type IV collagen and laminin-332 γ2 chain expression in well-differentiated oral squamous cell carcinoma and oral verrucous carcinoma: A new recommended cut-off. Journal of Oral Pathology and Medicine, v.40, p.167–173, 2011.
71
9 APÊNDICE 1
9.1 Artigo 1
Title: Association of laminin-332 and MMP-9 expression with clinicopathological parameters
in malignant transformation of oral lesions
Eline Manhães Reid Callegari
Federal University of Espírito Santo, Health of Sciences Center, Department of Morphology,
Postgraduate Program in Dental Clinic (PPGCO). Marechal Campos av., 1468, Maruípe, Zip
code: 29.040-090, Vitória, ES, Brazil. +55273335735. E-mail address: [email protected]
Tel +55-27-33357358
Marcos da Silva Pacheco
Federal University of Espírito Santo, Health of Sciences Center, Department of Morphology.
Marechal Campos av., 1468, Maruípe, Zip code: 29.040-090, Vitória, ES, Brazil.
+552733357358. Email: [email protected]
Karla Loureiro Almeida Coburn
Federal University of Espírito Santo, Health of Sciences Center, Department of Morphology,
Postgraduate Program in Dental Clinic (PPGCO). Marechal Campos av., 1468, Maruípe, Zip
code: 29.040-090, Vitória, ES, Brazil. +552733357358. Email: [email protected]
Vanessa Morais Freitas
University of São Paulo, Institute of Biomedical Sciences, Department of Cell and
Developmental Biology. Lineu Prestes av., 1524, Cidade Universitária, São Paulo/SP. Brazil.
+551130917778. Email: [email protected]
Willian Grassi Bautz
Federal University of Espírito Santo, Health of Sciences Center, Department of Morphology.
Marechal Campos av., 1468, Maruípe, Zip code: 29.040-090, Vitória, ES, Brazil.
+552733357358. Email: [email protected]
Faculty of Medicine, University of São Paulo, São Paulo, Brazil.
72
Liliana Aparecida Pimenta de Barros
Federal University of Espírito Santo, Health Sciences Center, Clinical Odontology
Departament, Postgraduate Program in Dental Clinic (PPGCO). Marechal Campos av., 1468,
Maruípe, Zip code: 29.040-090 Vitória/ES. Brazil. +552733357358. E-mail address:
Letícia Nogueira Gama-de-Souza
Federal University of Espírito Santo, Health of Sciences Center, Department of Morphology,
Postgraduate Program in Dental Clinic (PPGCO). Marechal Campos av., 1468, Maruípe, Zip
code: 29.040-090, Vitória, ES, Brazil. +552733357358. Email: [email protected]
Corresponding to: Professor Letícia Nogueira Gama-de-Souza, Federal University of Espírito
Santo, Department of Morphology, Postgraduate Program in Dental Clinic (PPGCO).
Marechal Campos av., 1468, Maruípe, Zip code: 29.040-090, Vitória, ES, Brazil.
+552733357358. Email: [email protected]
73
Abstract
Objectives:
In the context of tumorigenesis, laminin-332 performs multiple biologic effects by γ2 chain
processing and MMP-9 acts disrupting extracellular components. We aimed to assess
molecular profile of γ2 chain and MMP-9 in leukoplakias oral high-risk, carcinoma in situ and
oral invasive carcinoma (OSCC) and establish association with clinicopathologic features.
Materials and methods:
γ2 chain and MMP-9 expression was assessed by immunohistochemistry in 10 patients with
high-risk lesions and 26 with OSCC. Associations between microscopic features and clinical
parameters were established.
Results:
Immunostaining of γ2 chain in high-risk lesions were detected with a continuous basement
membrane and the majority of OSCC had a discontinuous membrane. OSCC stromal cells
showed a higher presence of MMP-9. The association between clinical and expression profile
demonstrated that smokers with OSCC had a higher expression of γ2 chain in epithelium and
MMP-9 in invasive fronts. A higher expression of MMP-9 in stromal cells was associated
with male patients, older than 60 years and diagnosed with OSCC compared with high-risk
lesions.
Conclusion:
Our results indicate an association between clinical and microscopic features in oral lesions,
with a progressive change in γ2 chain and MMP-9 expression during tumorigenesis.
Keywords: laminin-332; γ2 chain; matrix metalloproteinase-9; oral squamous cell carcinoma.
74
Introduction
Chronic non-communicable diseases (CNCDs) are the causes of a high rate of morbidity and
mortality throughout the world and in this context stands out malignant neoplasm. In oral
cavity and pharynx, 42,440 new cases of cancer were diagnosed and 8,390 deaths are
estimated in 2014, only in USA (Siegel et al, 2014). Oral squamous cell carcinoma (OSCC) is
the most common oral cancer with 90-95% of cases, has epithelial origin and represents the
sixth more frequent cancer in men and eighth in women (Johnson et al, 2011). OSCC may
arise from potentially malignant oral disorders (PMODs), such as leukoplakia and
erythroplakia with a malignant transformation rate between 2-3% per year (Van der Waal,
2014). Tobacco is the main risk factor, but OSCC may be linked to excessive consumption of
alcohol and HPV infection (Torre et al, 2012). Early detection still remains a challenge and
the lesion is characterized by a high degree of local invasiveness and metastasis to cervical
lymph nodes (Feller and Lemmer, 2012).
One important step in cancer progression is the alterations that affect basement membrane, a
dynamic structure consists in type IV collagen, proteoglycans and a dense network of
glycoproteins (Kulasekara et al, 2009). Laminin-332 is a large extracellular glycoprotein
presents in basal lamina of epithelial cells. This molecule performs multiple biologic effects,
such as cell attachment, migration, differentiation and proliferation (Tringler et al, 2007). In
addition, it has been reported a correlation between laminin-332 expression and tumor
progression in a variety of malignant epithelial neoplasm (Imura et al, 2012).
Recent studies have shown that biological activity of laminin-332 is modulated by γ2 chain
process (Sato et al, 2014; Marangon Junior et al, 2014), by the action of proteolytic enzymes,
termed matrix metalloproteinases (MMPs). These enzymes act disrupting extracellular
components which result in changes of cell-cell and cell-matrix interactions (Aparna et al,
2015). High expression of MMPs has been evidenced and related to poor prognosis in several
kinds of carcinomas (Nabeshima et al, 2002; Reis et al, 2012; Yang et al, 2014; Aparna et al,
2015). Among the various types of MMPs, MMP-9 has been highlighted in the context of
tumorigenesis. Studies showed that enzyme is closely associated with the tumor cell invasion,
metastasis and angiogenesis (Iizasa et al, 1999; Chu et al, 2011) . MMPs were considered as
new biomarkers for different cancers, such as breast cancer (MMP-1, -9, -13) (Wu et al,
2008), lungs (MMP-1, -7, -9) (Jumper et al, 2004);, colo-rectal (MMP-1, -2, -7, -9, -13) (Cho
et al, 2007)), ovary (2, -9, -14) (Lengyel et al, 2001). From all mentioned MMPs, MMP-9
was present in each one of this neoplasm.
75
Clinic and morphologic parameters of OSCC are well defined by literature and histologic
grading has been applied to define oral cancer behavior for years, however, is important to
emphasize that its prognostic value is still considered controversial. So, for a better
understanding of the mechanisms involving epithelium in a malignant transformation, a
search for biomarkers and gene alterations is mandatory (Taghavi and Yazdi, 2015). Thus, our
objective was to assess the γ2 chain and MMP-9 expression in leukoplakia with severe oral
epithelial dysplasia, CIS and invasive OSCCs. Also, the microscopic features were associated
to patient’s clinical data and its possible implication in carcinogenesis. We believe that
identification of specific factors will improve the knowledge beyond oral cancer.
Materials and methods
Patients and tissue specimens
The retrospective study was approved by Ethics Committee of the Institution where it was
developed (45995815.9.0000.5060- Federal University of Espírito Santo/UFES, Brazil).
Written informed consent was obtained from each participant and the study was performed in
accordance with the Declaration of Helsinki. Paraffin blocks from different sites of oral
mucosa were selected from the archives of the Oral Pathology Laboratory of Dentistry
School/UFES between 2004-2011. The samples included 36 lesions divided into 2 groups.
Group I consisted of 10 high-risk lesions for malignancy (5 leukoplakia with severe dysplasia
and 5 CIS) according with binary agreement (Kujan et al, 2006) and Group II by 26 invasive
OSCCs (9 well differentiated, 11 moderately differentiated and 6 undifferentiated).
Inflammatory fibrous hyperplasia (IFH) was included as a positive control. Clinical and
histopathological data were collected from medical records and included: gender, age, lesion
site and history of tobacco exposure. Exclusion criteria were: incomplete clinical data and
insufficient sample for microscopic analysis.
Immunohistochemistry
For immunohistochemistry, 3-µm histological sections were submitted to the
immunoperoxidase method. The primary antibodies used were: mouse anti-γ2 chain laminin-
332 with dilution 1:100 (clone B-2: sc-25341, Santa Cruz Biotechnology) and rabbit anti-
MMP-9 with dilution 1:500 (clone Abcam, whole molecule-ab 38898). Immunodetection was
performed with the Reveal System (Spring/Biogen SPB-999) using 3,3′-diaminobenzidine as
the chromogen. The sections were counterstained with Mayer’s hematoxylin. Heat citrate
buffer ph 6.0 was used for antigen retrieval and 1% bovine serum albumin (BSA) was applied
for blocking non-specific antigens. The sections were incubated with the respective primary
76
antibodies overnight in a humidified chamber maintained at 4°C. Then, slides were depleted
of endogenous peroxidase by incubating for 20 min with 3% hydrogen peroxide in room
temperature. Subsequently, specimens were incubated with secondary antibody detection
system according manufacturer's instructions. The slides were washed thoroughly with
phosphate-buffered saline during immunohistochemistry process. Positive (IFH) and negative
controls (omission of primary antibody) were included. No significant staining was observed
in the negative controls.
Microscopic analysis
Immunostained sections were analyzed and scored in a blind manner with respect to clinical
information by a single investigator, previously calibrated (kappa 0.8) using Olympus AX70
microscope (Olympus America Inc.,NY, USA) with a digital camera Zeiss AxioCam ERC5s
(Carl Zeiss Vision GmbH, Germany) coupled and Axio Vision 4.2 Release 4.8.2 images
program (Carl Zeiss Vision GmbH, Germany). The expression of γ2 chain was evaluated
according to tissue sites: (1) basement membrane and (2) epithelial compartment. For the last
one, cells were separated into a basal layer (BL) and a suprabasal layer (SL). The BL
consisted of one to two cell layers that were closest and perpendicularly organized on the
epithelial–matrix interface. The rest of the epithelial cells overlying BL were designated as SL
(Kulasekara et al., 2009). Expression was still analyzed in invasive front and tumor nests. All
slides were evaluated at 100X magnification. Regarding basement membrane staining, the
following aspects were considered: absence; continuous; or discontinuous. Slides were
evaluated at 100X magnification. In relation to MMP-9 analysis, stroma and epithelium (BL +
SL) were also considered. The number of stromal cells expressing MMP-9 was divided by
total fields (cells/fields: C/F ratio). After that, 3 groups were established: less than 25% of the
labeled cells, 25-50%t labeled and more than 50% of stained cells (Tamamura et al, 2013).
Association of clinical and microscopic data
After data collection, associations between microscopic features and clinical parameters were
established. Clinical data (age, gender, site and tobacco exposure) were examined. Each
variable was compared with molecules expression. The collected data was input on tables.
Statistical Analysis
GraphPad Software (La Jolla, CA, USA) was used for data analysis and graph construction.
Chi-squared test was applied to evaluate clinical analysis. The association between 2 chain
and MMP-9 expression with clinical data was tested by Fischer`s Exact Test. The results were
considered significant when p <0.05.
77
Results
Clinical data
Male was the most affected gender for both groups. Patients older than 60 years were more
prevalent in Group I. In Group II most patients were under 60 years. Lesions affected
different sites however, it was predominantly in alveolar ridge. Regarding habits, most of
patients related smoking. Table 1 summarized clinical data.
Expression of γ2 chain of laminin-332 and MMP-9
In basement membrane, immunostaining of γ2 chain showed differences among groups. In
Group I most of lesions were detected with a continuous membrane (60%) and any lesion had
completely absent of basement membrane staining (Figure 1, C). On the other hand, in Group
II major of cases had a discontinuous membrane (69,2%) or absence (30,8%) (p=0,001).
About epithelial cells expression, both groups showed preference citoplasmatic staining in
BL+ SL (Figure 1, D and E). Laminin-332 expression could be detected in tumor cells,
predominantly in single cells, periphery tumor nests or tumor-stromal interface of invasive
fronts (Figure 1, E). All OSCC cases with invasive fronts had positive reaction for γ2 chain.
When MMP-9 immunoexpression was analyzed, the groups demonstrated differences in
epithelium staining. BL represented 50% of high-risk lesions (Figure 1, G) and, BL+SL was
the main pattern in invasive OSCC, also with 50%. However, there was no significant
difference between groups (p=0,4696). The analysis of stromal cells showed important
feature, with a higher presence of citoplasmatic expression (50% cells/field) in Group II
(Figure 1, H) when compared with Group I (p=0,0086). The findings of both groups are
presented in Table II.
Regarding IFH, it was possible to observe a liner and continuous basement membrane of
laminin-332 (Figure 1, A). Positive expression of MMP-9 was mainly observed in endothelial
cell cytoplasm of microvascular structures and there was no expression of this enzyme in
stromal cells (Figure 1, F). Neither antibody showed staining brownish granules in BL and
SL.
Association between clinical data and expression of γ2 chain and MMP-9
Regarding epithelial compartment, when smokers patients of both groups were compared, the
expression in BL and BL+SL were higher in Group II (Figure 2, A. p<0,0001). All patients in
Group I who presented discontinuous basal membrane had over than 60 years (Figure 2, B.
p<0,0001). Another significant finding was a greater MMP-9 expression in invasive fronts of
smokers when compared with no smokers patients (Figure 2, C. p=0,0225). About MMP-9
78
expression in stroma, male patients of Group II demonstrated more cells with citoplasmatic
staining than male of Group I (Figure 2, D. p=0,0054). The same was observed when only
patients older than 60 years were analyzed, again Group II had a higher number of stromal
cells with MMP-9 expression (Figure 2, E. p=0,0101). Still, the analysis of MMP-9 and 2
expression in epithelium showed that Group II with laminin-332 staining in BL+SL had more
stromal cells with MMP-9 detection (Figure 2, F. p=0,003).
Discussion
The study sought to analyze molecular profile of 2 chain of laminin-332 and MMP-9 in high-
risk oral lesions and invasive OSCC. Still, microscopic features were evaluated in order to
detected possible associations between histological and clinical factors in malignant
transformation.
Our data demonstrated that male was the most affected gender for both groups and a higher
number of patients related smoking. Regarding age, in Group I were more prevalent
individuals over 60 years and in Group II over 50 years. Different areas of oral mucosa were
affected, but alveolar ridge was the most frequent. Shenoi et al (2012), in a retrospective
study of 295 cases of OSCC, showed that 81% of patients were men, with 51-60 years, and
the main habit that led to oral cancer was cigarette consumption. The most prevalent site
mentioned was the mandibular alveolar ridge. Within the context of high-risk lesion,
leukoplakia usually occurs in middle age men (Dost et al, 2013) and prevalence increases
considerably over 70 years. Buccal mucosa, lip vermilion and gums characterize two-thirds of
the sites affected by this disorder (Mortazani et al, 2014; Dost et al, 2013). Our results are in
agreement with these works.
Even with all the scientific development, cancer remains a challenge to be overcome. Several
studies have been carried out to propose new therapies against disease progression, but the
various types of cancers in different tissues and the many mechanisms used by tumor cells
hinder difficult to find the key that can stop disease. However, when trapped in early stage
many tumors have a favorable prognosis. A relevant point to improve cancer diagnostics is
the development of biomarkers that enable the detection of early tissue alterations. One
important step in cancer progression is basement membrane alterations (Kulasekara et al,
2009). This process has been shown to be critical once carcinogenesis depends of different
molecules of this structure, which are preferably used as substrates for invasion and
proliferation (Hirashima et al, 2013).
79
We analyzed γ2 chain expression in tissues of high-risk lesions and invasive OSCC. Our
results demonstrated that Group I had most of lesions detected with a continuous membrane
and any case with completely absent. On the other hand, in Group II major of cases had a
discontinuous or absence membrane. Those findings are in agreement with Imura et al (2012),
that mentioned while disease has not reached advanced stage, basement membrane was
continuous and linear in adenocarcinoma.
In the connective tissue, lesions of Group II showed 2 expression in the periphery of tumor
islands and raised concentration in the tumor-stroma interface, especially in invasive fronts.
Zargaran et al (2011) demonstrated in OSCC well differentiated a heterogeneous laminin
expression. Preferential γ2 chain expression in cells of invasive fronts was associated with
tumor progression, these findings suggest that laminin-332 plays a role in the acquisition of a
migrating profile, a feature that is a requirement for malignancy. There is a relationship
between local loss of laminin in basement membrane and its deposition in stroma, close to the
invading cells, where cancer has an aggressive behavior (Berndt et al, 2001). This aspect was
described in different epithelium cancers, such as in esophagus, colo-rectal area and lung
(Yamamoto et al, 2001; Hlubek et al, 2004; Moon et al, 2015).
Additionally, laminin-332 stimulates tumor cells to form fine protrusions on the sheet-shaped
front edge membranes, which lead to an increase in cell migration and invasion and
underlying tissue (Frank and Carter, 2004). The literature associated proliferation, migration
and invasion activities with a profoundly change in γ2 chain presence. This fact was observed
in a recent study that showed a reduction in migration and invasion when cells are treated
with silencing LAMγ2 (Garg et al, 2014). So, we could consider that γ2 chain expression
contributes to a more aggressive cancer phenotype.
An important finding regarding clinical data and γ2 chain profile was a higher expression in
epithelium of Group II when compared with Group I when only smokers were analyzed
(p<0,0001). Tobacco is a well know risk factor in carcinogenesis, which facilitate the
acquisition of mobility in tumor cells (Gasparoni et al, 2007). Thus, we can consider that
expression of γ2 chain contributes to a more aggressive phenotype of the tumor.
Regarding MMP-9, the results demonstrated difference between groups, with a higher
cytoplasmatic staining (more than 50% cells/field) in patients with invasive OSCC compared
to the lesions high-risk. Tamamura et al, (2013) described few or no expression of MMP-9 in
oral epithelium dysplasia (OED) and in CIS. Moreover, poorly differentiated OSCCs had high
expression of the enzyme. Jordan et al, (2004) found high expression of MMP-1 and -9 in
80
OEDs and invasive OSCC. Still, MMP-9 expression was higher than MMP-1 and was
detected in 100% of carcinomas. Similar findings were reported by De Vicente et al (2005),
which described an association between MMP-9 expression tumor histological grade. In
contrast, Kato et al (2005) have shown that despite being high MMP-9 expression in
invasives CCEs, its activity in tumor, assessed by zymography, was very low leading new
studies of this molecule in CCEs.
MMP-9 synthesis by tumor cells is important to the underlying tissue invasion, and could
represent the disease aggressiveness (Aparna et al, 2015). In our study, a higher MMP-9
expression was present in invasive fronts of smokers when compared with no smokers
patients (p=0,0225). MMPs have the ability to modulate tumor invasion, and its expression is
well recognized in areas such tumor fronts (Tamamura et al, 2013).
In addition to smoking, age and gender are important clinical features in invasive OSCC
development. When patients over the age of 60 years and males from both groups were
compared, the Group II showed more cells with cytoplasmic labeling of MMP-9 than Group I.
The increase in diffuse brownish granules of MMP-9 represented a more aggressive behavior
of disease in males and elderly patients and signaled to a progressive increase of enzyme
synthesis during the malignant transformation process. The positive correlation between the
two molecules (γ2 chain and MMP-9) was demonstrated in epithelial Group II. Cases with
laminin expression in BL+SL had more stromal cells with MMP-9 expression. Patel et al
(2002) found approximately 90% of the basal cells staining for γ2 chain, different from that
observed in normal tissue, where there was no such expression. Furthermore, the authors
found a discontinuous basement membrane in moderately differentiated and undifferentiated
OSCCs.
Basement membrane is the first barrier to neoplastic cells migration, therefore, it loss may be
associated with stromal invasion and metastatic process. MMPs are involved in cleavage
process of basement membrane and ECM remodeling (Aparna et al, 2015; Fullár et al, 2015).
In addition, the increase in MMPs opens a way for cells that are in epithelial-mesenchymal
transition to invade underlying tissues and promote distant metastases. Furthermore, Siegel et
al (2011) related that 50% of invasive OSCC cases have a 5-year survival and worse
prognosis when compared to breast cancer and/or melanoma.
Analysis of γ2 chain expression and MMP-9 in high-risk malignant lesions and invasive
OSCCs is essential to improve the understanding of different stages in carcinogenesis. Still,
81
seek profile associations of molecules expression with clinical data provides insight into how
risk factors could modify tumor microenvironment. Laminin and MMP expression may
represent a useful tool to predict disease behavior and become biomarkers of invasive process
during oral cancer development.
Conclusion
The data suggest possible associations between clinical and microscopic features. The
findings showed that smokers patients with invasive OSCC had higher expression of γ2 chain
in epithelial compartment with discontinuous basement membrane and high MMP-9
expression in invasive fronts. Furthermore, the MMP-9 expression in the stroma was
prevalent in male patients and over 60 years with invasive OSCC. Although there is still
controversy in the literature, it is possible to observe that proteins showed changes in invasive
OED-CIS-OSCCs sequence.
Acknowledgements
This work was supported by grants from Brazilian National Council for Scientific and
Technological Development (CNPq) process number: 479694 2013-3 and the State of
Espírito Santo Research Foundation (FAPES) process number: 67659870 006/2014.
E.M.R Callegari is a recipient of graduate fellowships from FAPES process number:
66882370/2014.
Conflict of Interest
The authors declare no conflict of interest.
Author’s contributions
Eline Manhães Reid Calllegari performed all the methods and wrote the article. Marcos da
Silva Pacheco, Vanessa Morais Freitas and Karla Loureiro Almeida Coburn contributed with
immunohistochemistry analysis. Willian Grassi Bautz helped with graphics construction and
statistical analysis. Liliana Aparecida Pimenta de Barros recruited patients and was
responsible for histopathological diagnosis. Letícia Nogueira da Gama de Souza designed the
study and wrote the article. All authors read and approved the final manuscript.
82
REFERENCES
Aparna M, Lakshmi R, Vijayanarayana K, Raghu R (2015). The Role of MMP-2 and MMP-9
as Prognostic Markers in the Early Stages of Tongue Squamous Cell Carcinoma. Journal of
Oral Pathology & Medicine 44 : 345–352.
Berndt A, Borsi L, Hyckel P, Kosmehl H (2001). Fibrillary Co-Deposition of Laminin-5
and Large Unspliced Tenascin-C in the Invasive Front of Oral Squamous Cell Carcinoma in
Vivo and in Vitro. Journal of Cancer Research and Clinical Oncology 127 : 286–292.
Cho YB, Lee WY, Song SY, Shin HJ, Yun SH, Chun HK. (2007). Matrix Metalloproteinase-
9 Activity Is Associated with Poor Prognosis in T3-T4 Node-Negative Colorectal Cancer.
Human Pathology 38 : 1603–1610.
Chu D, Zhao Z, Zhou Y, Li Y, Li J, Zheng, Zhao Q, Wang W. (2012) Matrix
Metalloproteinase-9 Is Associated with Relapse and Prognosis of Patients with Colorectal
Cancer. Annals Surgical Oncology 19:318–325.
De Vicente JC, Fresno MF, Villalain L, Veja JA, Vallejo, GH (2005). Expression and Clinical
Significance of Matrix Metalloproteinase-2 and Matrix Metalloproteinase-9 in Oral Squamous
Cell Carcinoma. Oral Oncology 41: 283–293.
Dost F, Cao KAL, Ford PJ, Farah CS (2013). A retrospective analysis of clinical features of
oral malignant and potentially malignant disorders with and without oral epithelial dysplasia.
Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology and Oral Radiology 116: 725–733.
Feller L, Lemmer J (2012). Oral Squamous Cell Carcinoma: Epidemiology, Clinical
Presentation and Treatment. Journal of Cancer Therapy 3: 263-268.
Frank, DE, Carter WG (2004). Laminin 5 deposition regulates keratinocyte polarization and
persistent migration. Journal of Cell Science 117: 1351–1363.
Fullár A, Dudás J, Oláh L, Hollósi P, Papp Z, Sobel G, Karászi K, Paku S, Baghy K,
Kovalszky I (2015). Remodeling of extracellular matrix by normal and tumor-associated
fibroblasts promotes cervical cancer progression. BMC Cancer 15: 1–16.
Garg M, Kanojia D, Okamoto R, Jain S, Madan V, Chien, W, Sampath A, Ding LW, Xuan M,
Said JW, Doan NB, Liu LZ, Yang H, Gery S, Braustein GD, Koeffler HP (2014). Laminin-
5γ-2 (LAMC2) is highly expressed in anaplastic thyroid carcinoma and is associated with
tumor progression, migration, and invasion by modulating signaling of EGFR. Journal of
Clinical Endocrinology and Metabolism 99: 62–72.
83
Gasparoni A, Della Casa M, Milillo L, Lorenzini G, Rubini C, Urso R, Lo Muzio L (2007).
Prognostic value of differential expression of Laminin-5 gamma2 in oral squamous cell
carcinomas: correlation with survival. Oncology Reports 18: 793–800.
Hirashima K, Iyama KI, Baba Y, Honda Y, Sado Y, Ninomiya Y, Watanabe M, Takamori
H, Beppu T, Baba H (2013). Differential Expression Of Basement Membrane Type IV
Colagen Α2 And Α6 Chains As A Prognostic Fator In Patients With Extrahepatic Bile Duct
Carcinoma. Journal Of Surgical Oncology 107: 407-408.
Hlubek F, Spaderna S, Jung A, Kirchner T, Brabletz T (2004). β-catenin activates a
coordinated expression of the proinvasive factors laminin-5 γ2 chain and MT1-MMP in
colorectal carcinomas. International Journal of Cancer 108:321–326.
Iizasa T, Fujisawa T, Suzuki M, Motohashi S, Yasufuku S, Yasukawa T, Baba M, Shiba M
(1999). Elevated Levels of Circulating Plasma Matrix Metalloproteinase 9 in Non-Small Cell
Lung Cancer Patients. Clinical Cancer Research : An Official Journal of the American
Association for Cancer Research 5 : 149–53.
Imura J, Uchida Y, Nomoto K, Ichikawa K, Tomita S, Iijima T, Takahiro Fujimori (2012).
Laminin-5 Is a Biomarker of Invasiveness in Cervical Adenocarcinoma. Diagnostic
Pathology 7 : 1-5
Johnson NW, Jayasekara P, Amarasinghe HK (2011). Squamous Cell Carcinoma and
Precursor Lesions of the Oral Cavity: Epidemiology and Aetiology. Periodontology 2000 57:
19–37.
Jordan RCK, Macabeo-Ong M, Shiboski CH, Dekker N, Ginzinger DG
Wong DTW, Schmidt BL (2004). Overexpression of Matrix Metalloproteinase-1 and -9
mRNA Is Associated with Progression of Oral Dysplasia to Cancer, Clinical Cancer Re-
search 10:. 6460–6465.
Jumper C, Cobos E, Lox C. (2004). Determination of the Serum Matrix Metalloproteinase-9
(MMP-9) and Tissue Inhibitor of Matrix Metalloproteinase-1 (TIMP-1) in Patients with
Either Advanced Small-Cell Lung Cancer or Non-Small-Cell Lung Cancer prior to Treatment.
Respiratory Medicine 98: 173–177.
Kato, K A. Hara, T. Kuno, Kitaori N, Huilan Z, Mori H, Toida M, Shibata T (2005).Matrix
metalloproteinases 2 and 9 in oral squamous cell carcinomas: manifestation and
localization of their activity,” Journal of Cancer Research and
Clinical Oncology 131: 340–346,
84
Kujan, O, Oliver RJ, Khattab A, Roberts SA, Thakker N, Sloan P (2006). Evaluation of a new
binary system of grading oral epithelial dysplasia for prediction of malignant transformation.
Oral Oncology 42: 987–993.
Kulasekara KK, Lukandu OM, Neppelberg E, Vintermyr OK, Johannessen AC, Costea DE
(2009). Cancer Progression Is Associated with Increased Expression of Basement Membrane
Proteins in Three-Dimensional in Vitro Models of Human Oral Cancer. Archives of Oral
Biology 54 : 924–931.
Lengyel E, Schmalfeldt B, Konik E, Späthe K, Härting K, Fenn A, Berger U, Friedman R,
Schmitt M, Prechtel D, Kuhn W (2001). Expression of Latent Matrix Metalloproteinase 9
(MMP-9) Predicts Survival in Advanced Ovarian Cancer. Gynecologic Oncology 82 : 291–
298.
Marangon Junior H, Rocha VN, Leite CF, Aguiar MCF, Souza PEA, Horta CR (2014).
Laminin-5 Gamma 2 Chain Expression Is Associated with Intensity of Tumor Budding and
Density of Stromal Myofibroblasts in Oral Squamous Cell Carcinoma. Journal of Oral
Pathology and Medicine 43: 199–204.
Moon YW, Rao G, Kim, JJ, Shim HS, Park KS,An SS, Kim B,Steeg PS, Sarfaraz
S,Changwoo Lee L, Voeller D, Choi EY, Luo J, Palmieri D, Chung HC, Kim JH, Giaccone G
(2015). LAMC2 enhances the metastatic potential of lung adenocarcinoma. Cell Death and
Differentiation, 22: 1341–1352.
Mortazavi H, Baharvand M, Mehdipour M (2014). Oral Potentially Malignant Disorders: An
Overview of More than 20 Entities. Journal of Dental Research, Dental Clinics, Dental
Prospects 8: 6-14.
Nabeshima K, Inoue T, Shimao Y, Sameshima T (2002). Matrix Metalloproteinases in
Tumor Invasion: Role for Cell Migration. Pathology International 52 : 255–264.
Patel V, Aldridge K, Ensley JF, Odell E, Boyd A, Jones J, Gutkind JS, Yeudall WA (2002).
Laminin- γ2 Overexpression In. Head-And-Neck Squamous Cell Carcinoma, Int. J.
Cancer.99:583–588.
Reis ST, Leite KRM, Piovesan LF, Pontes-Junior J, Viana NI, Abe DK, Crippa A, Moura
CM, Adonias SP, Srougi M, Dall’Oglio MF (2012). Increased Expression of MMP-9 and IL-
8 Are Correlated with Poor Prognosis of Bladder Cancer. BMC Urology 12: 1-5.
Sato H, Oyanagi J, Komiya E, Ogawa T, Higashi S, Miyazaki K (2014). Amino-Terminal
Fragments of Laminin γ2 Chain Retract Vascular Endothelial Cells and Increase Vascular
Permeability. Cancer Science 105:168–175.
85
Shenoi, R., Devrukhkar, V, Chaudhuri, Sharma B, Sapre SB, Chikhale A (2012).
Demographic and clinical profile of oral squamous cell carcinoma patients: A retrospective
study. Indian Journal of Cancer 49:21-26.
Siegel R, Ward E, Brawley O, Jemal A (2011). Cancer Statistics, 2011: The
Impact Of Eliminating Socioeconomic And Racial Disparities On Premature Cancer Deaths.
CA Cancer Journal for Clinicians 61: 212-236.
Siegel R., Ma J, Zou Z, Jemal A. (2014). Cancer Statistics , 2014. CA A Cancer Journal for
Clinicians 64: 9–29.
Taghavi N, Yazdi I (2015). Prognostic Factors Of Survival Rate In Oral Squamous Cell
Carcinoma: Clinical, Histologic, Genetic And Molecular Concepts. Archives of Iranian
Medicine 18: 314 – 319.
Tamamura R, Nagatsuka H, Siar CH, Katase N, Naito I, Sado Y, Nagai N (2013).
Comparative analysis of basal lamina type IV collagen chains, matrix metalloproteinases-2
and -9 expressions in oral dysplasia and invasive carcinoma. Acta Histochemica 115: 113-
119.
Torre LA, Bray F,Siegel LR, Ferlay ME, Lortet-Tieulent J,Jemal A (2015) Global Cancer
Statistics, 2012. CA A Cancer Journal for Clinicians 65: 87-108.
Tringler B, Grimm C, Dudek G, Horvat R, Zeillinger R, Hefler LA, Kohlberger P (2007). The
Lack of Laminin-5 as a Prognostic Marker in Low-Grade Cervical Squamous Intraepithelial
Lesions: Correlation with Clinical Follow-up Data. International Journal of Gynecological
Pathology : Official Journal of the International Society of Gynecological Pathologists 26:
89–94.
van der Waal I (2014). Oral potentially malignant disorders: is malignant transformation
predictable and preventable? Medicina Oral Patologia Oral y Cirugia Bucal 19: 386–390.
Wu ZS, Wu Q, Yang JH, Wang HQ, Ding XD, Yang F,Xu XC (2008). Prognostic
Significance of MMP-9 and TIMP-1 Serum and Tissue Expression in Breast Cancer.
International Journal of Cancer. Journal International Du Cancer 122: 2050–2056.
Yamamoto H, Itoh F, Iku S, Hosokawa M, Imai K (2001). Expression of the gamma(2) chain
of laminin-5 at the invasive front is associated with recurrence and poor prognosis in human
esophageal squamous cell carcinoma. Clinical Cancer Research : An Official Journal of the
American Association for Cancer Research 7: 896–900.
86
Yang B, Tang F, Zhang B, Zhao Y, Feng J, Rao Z (2014). Matrix Metalloproteinase-9
Overexpression Is Closely Related to Poor Prognosis in Patients with Colon Cancer. World
Journal of Surgical Oncology 12: 1-6.
Zargaran M, Eshghyar N, Vaziri PB, Mortazavi H (2011). Immunohistochemical evaluation
of type IV collagen and laminin-332 γ2 chain expression in well-differentiated oral squamous
cell carcinoma and oral verrucous carcinoma: A new recommended cut-off. Journal of Oral
Pathology and Medicine 40: 167–173.
87
Subtitles
Figure 1: Expression of γ2 chain (A- E) and MMP-9 (F-H) in oral lesions. Negative control
in OSCC moderate differentiated (A). Positive control of γ2 chain along epithelial-stromal
interface in IFH, showing a linear structure (arrow, B). High-risk lesion with continuous
basement membrane (arrow, C). OSCC well differentiated with continuous basement
membrane (arrow) and γ2 chain expression in SL (D). Invasive front with citoplasmatic
staining of γ2 chain in OSCC moderately differentiated (arrow, E). IFH with MMP-9
expression in endothelial cells (arrow, F). High-risk lesion with MMP-9 expression in BL+SL
(G). Enzyme expression in stromal cells surrounding OSCC nests (arrow, H). Scale
bar=20μm.
Figure 2: Graphics of association between clinical data and immunoexpression profile.
Smokers patients of Group II with a higher expression of 2 chain in BL and SL+BL than
smokers of Group I (A, p<0,0001). Patient of Group I with > 60 years had basement
membrane with discontinuous aspect (B, p<0,0001). MMP-9 expression in invasive fronts of
smokers was higher than no smokers (C, p= 0,0225). Higher MMP-9 expression in stroma of
male patients belong Group II (D, p=0,0054). The same was observed with patients older
than 60 years (E, p=0,0101). Group II with 2 chain staining in BL+SL had more stromal
cells with MMP-9 expression (F, p=0,003).
90
Table I- Clinical data.
Group I (n=10) Group II (n=26)
Gender
Male 70% (n=7) 88,4% (n=23)
Female 30% (n=3) 12,6% (n=3)
Site
Alveolar ridge 70% (n=7) 34,6% (n=9)
Mouth floor 0% (n=0) 30,8% (n=8)
Tongue 20% (n=2) 19,2% (n=5)
Other sites 10% (n=1) 15,3% (n=4)
Age
≤ 60 20% (n=2) 57,7% (n=15)
> 60 80% (n=8) 42,3% (n=11)
Habit
Smoking 50% (n=5) 76,9% (n=20)
Non- Smoking 50% (n=5) 23,1% (n=6)
91
Table II- Expression profile of γ2 chain of laminin-332 and MMP- 9.
*P value represents difference of basement membrane aspect between groups
**P value represents difference of MMP-9 expression stroma/field between groups
Group I (n=10) Group II (n=26) P
γ2 chain in basement membrane
0,0001*
Continuous 60% (n=6) 0
Discontinuous 40% (n=4) 69,2% (n=18)
Absence 0 30,8% (n=8)
2 expression in epithelium cells
0,4904
Basal 10% (n=1) 30,8% (n= 8)
Suprabasal 0 3,8% (n=1)
Basal+Suprabasal 90% (n=9) 65,4% (n=17)
MMP-9 expression in epithelium
cells
0,4696 Basal 50% (n=5) 27% (n=7)
Suprabasal 30% (n=3) 23% (n=6)
Basal+Suprabasal 20% (n=2) 50% (n=13)
MMP-9 expression stroma/field
< 25% cells/field 40% (n=4) 11,5% (n=3)
25-50% cells/field 50% (n=5) 15,4% (n=4) 0,0086**
> 50% cells/field 10% (n=1) 73,1% (n=19)
92
10 APÊNDICE 2
10.1 Artigo 2
Associação entre aspectos clinicopatológicos e expressão da cadeia γ2
da laminina 332 em estruturas vasculares de Carcinomas de Células
Escamosas Orais
Association of clinicopathologic features with γ2 chain of laminin 332
expression in vascular structures of Oral Squamous Cell Carcinomas
Estudo realizado na Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de
Morfologia, Vitória, Espírito Santo, Brasil
Lorena De Angeli Graduada em Odontologia. Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Letícia Côgo Marques Graduada em Odontologia. Universidade Federal do Espírito
Santo,Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Eline Manhães Reid Callegari Programa de Pós Graduação em Clínica
Odontológica. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Marcos da Silva Pacheco Departamento de Morfologia. Universidade Federal do
Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Karla Loureiro de Almeida Coburn Departamento de Morfologia. Universidade
Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Willian Grassi Bautz Programa de Pós Graduação em Fisiopatologia Experimental.
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo. Departamento de
Morfologia. Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
93
Liliana Aparecida Pimenta de Barros Departamento de Clínica Odontológica.
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Letícia Nogueira da Gama de Souza Departamento de Morfologia, Programa de
Pós Graduação em Clínica Odontológica. Universidade Federal do Espírito Santo,
Vitória, Espírito Santo, Brasil.
Correspondência para: Letícia Nogueira da Gama de Souza. Endereço: Av.
Marechal Campos, 1468 - Maruípe. Vitória, ES. Brasil. CEP: 29.040-090. Tel: 55-27-
33357362. E-mail: [email protected]
Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (FAPES).
Processo nº: 64772845/2013 e CNPq Universal Processo nº: 479694 2013-3.
94
RESUMO
Introdução: carcinoma de células escamosas orais (CCE) representa
importante lesão do complexo maxilofacial, estando associada a altos índices
de morbidade e mortalidade. Além da gradação histopatológica, análise
específica de componentes da membrana basal vascular poderá auxiliar na
detecção de processos invasivos locais, importante evento na progressão da
doença. Objetivo: analisar a expressão da cadeia γ2 da laminina 332 em
membrana basal de vasos presentes em CCE e associar aspectos clínicos com
os microscópicos. Métodos: 16 casos de CCE, 8 Bem Diferenciado e 8
Moderadamente Diferenciado, foram processados com imuno-histoquímica para
cadeia γ2. Foi avaliada presença ou não da molécula em vasos, e aspecto de
sua membrana basal. Dados clínicos foram coletados dos prontuários e
associados aos achados microscópicos. Resultados: 87,5% e 100% dos CCE
Bem e Moderadamente Diferenciados tiveram expressão da cadeia γ2
respectivamente. Imunomarcação foi associada aos pacientes homens,
fumantes e com até 60 anos. Conclusões: nossos dados sugerem que a
expressão da cadeia γ2 em estruturas vasculares está presente em lesões de
CCE e pode estar associada ao comportamento mais agressivo da doença.
Ainda, alguns fatores de risco foram associados de forma positiva aos achados
microscópicos.
Palavras-chave: carcinoma de células escamosas orais; laminina 332; cadeia
γ2.
95
ABSTRACT
Introduction: oral squamous cell carcinomas (OSCC) represent important
lesions of the maxillofacial complex and generally are associated with high rates
of morbidity and mortality. In addition to histopathological grading, specific
analysis of the vascular basement membrane components could improve
detection of local invasion, an important event in disease progression.
Objective: analyze the expression of γ2 chain of laminin 332 in basement
membrane of OSCC vascular structures and establish association between
clinical and microscopic aspects. Methods: 16 cases of OSCC, 8 Well
Differentiated and 8 Moderately Differentiated, were staining for γ2 chain by
immunohistochemistry. It was analyzed presence or absence of the molecule in
vessels and feature of its basement membrane. Clinical data were collected
from medical records and associated with microscopic findings. Results: 87,5%
and 100% of Well Differentiated and Moderately Differentiated OSCC showed
γ2 chain expression respectively. Molecule expression was associated with
male patients, smokers and until 60 years. Conclusion: our data suggest that
γ2 chain expression in vascular structures is detected in OSCC lesions and
could be associated with a more aggressive disease behavior. Even, some
clinical features were positively associated to microscopic findings.
Keywords: oral squamous cell carcinomas; laminin 332; γ2 chain. 5
96
INTRODUÇÃO
O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e da cavidade
oral (mucosa jugal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca)1. Dentre as
neoplasias malignas que acometem a cavidade da boca e se originam do epitélio de
revestimento, o carcinoma de células escamosas (CCE) é considerado o mais
comum², representando 90 a 95% do número total, geralmente associado a
elevados índices de morbidade e mortalidade,3. Vários fatores de risco participam do
desenvolvimento do CCE de boca, com papel de destaque para consumo excessivo
de álcool e uso de tabaco (incluindo a forma não fumável) envolvidos em
aproximadamente 90% das manifestações de câncer oral no mundo4,5. Por ser uma
neoplasia maligna, apresenta capacidade de invadir e destruir estruturas adjacentes
e migrar para locais distantes6. Além dos aspectos clínicos do paciente e da lesão, a
análise histológica desempenha papel importante no diagnóstico e também na
elucidação de características que poderão comprometer o prognóstico. Atualmente,
outros aspectos da doença passaram a ser considerados principalmente quando as
lesões são diagnosticadas em estágios mais avançados. Dentro desse contexto
figura a invasão linfovascular, que representa a presença de ninhos de células
tumorais no interior do espaço vascular7,8. O processo invasivo dos CCEs orais está
associado a prognósticos piores, bem como às elevadas taxas de recorrência,
comportamento agressivo, metástases e baixa sobrevida9. Embora a detecção
desses processos seja importante, muitas vezes podem passar despercebidos.
Lâminas coradas com técnicas de rotina (Hematoxilina e Eosina-HE) representam
desafio na detecção de invasões iniciais e locais, pois os tecidos podem se
apresentar desorganizados e/ou remodelados. Assim, a utilização de biomarcadores
configura ferramenta de grande valor, pois permite a detecção de proteínas
97
específicas em diferentes estruturas do tecido. A membrana basal (MB) é uma
importante estrutura, existente ao redor dos vasos representando uma
especialização da matriz extracelular (MEC). Diversas funções já foram descritas
para essa estrutura, tais como: suporte, ancoragem celular e compartimentalização
de tecidos, determinação da polaridade celular, do metabolismo, organização de
proteínas na membrana plasmática, promoção da sobrevivência e proliferação
celulares, e via para a migração10,11. A MB é formada por uma rede tridimensional de
macromoléculas incluindo, colágenos, laminina, entactina (nidogênio) e
proteoglicano de heparan sulfato. Dessas diversas moléculas, as lamininas formam
um grupo amplo de glicoproteínas compostas pelas cadeias α, ß e γ, sendo
essenciais na MB12. Dezessete isoformas de lamininas com diferentes combinações
dessas cadeias já foram descritas13. Apesar da laminina 332 ser mais conhecida
como um componente epitelial da membrana basal na interface epitélio-conjuntivo,
também foi descrita na membrana basal dos vasos sanguíneos14. Em gliomas
humanos, a expressão da cadeia γ2 está associada com a angiogênese tumoral15.
Dentro desse contexto, a investigação da relação da laminina 332 com a integridade
a membrana basal de vasos e a evolução dos tumores é importante, pois lesões
mais agressivas possuem alta capacidade de produzir enzimas que degradam a
membrana basal, favorecendo a invasão tumoral16,17. Já se sabe que a invasão de um
tumor maligno primário e seu crescimento em um sítio distante ocorre a partir da
degradação da membrana basal, permitindo assim a migração celular através do
tecido conjuntivo, e consequente disseminação por via vascular6. Para o CCE oral, a
invasão em vasos foi definida pela presença de grupos isógenos de queratinócitos
no interior do espaço vascular, aderidos ao endotélio8. Portanto, análise específica
integridade da membrana basal de vasos em lesões de CCEs poderá auxiliar na
98
detecção de processos invasivos locais. Ademais, a associação dos dados clínicos
com os microscópicos é fundamental para traçar o perfil dos pacientes e permitir
análise mais detalhada do prognóstico. Todos esses dados em conjunto ampliarão o
conhecimento sobre a tumorigênese do CCE, lesão responsável por altos índices de
mortalidade e morbidade.
METODOLOGIA
Material
Foram selecionados 23 casos de CCEs do Serviço de Anatomia Patológica do Curso
de Odontologia/UFES entre os anos de 2004-2011. As amostras foram obtidas a
partir de biópsias de lesões suspeitas de CCEs em diferentes locais da boca de
pacientes que procuraram atendimento no Programa de Prevenção e Diagnóstico de
Câncer e Lesões de Boca, desenvolvido pelas disciplinas de Estomatologia e
Cirurgia Buco-Maxilo-Facial II. O material obtido foi fixado em formaldeído 10% e
incluído em parafina. Para as análises microscópicas foram preparadas lâminas
histológicas submetidas às técnicas HE para diagnóstico histopatológico e, imuno-
histoquímica para análise da cadeia γ2 da laminina 332. Durante a seleção da
amostra foram adotados os seguintes critérios de inclusão: Termo de consentimento
livre e esclarecido assinado pelo paciente ou responsável; prontuário do paciente
devidamente preenchido contendo gênero, idade e fator de risco (tabaco); dados da
lesão: localização e diagnóstico histopatológico e material suficiente para análise
microscópica. Assim, 7 amostras foram excluídas por não apresentarem amostra
suficiente, o que resultou em 16 casos para o estudo. Desses, 8 casos incluíam CCE
Bem Diferenciado e 8 CCE Moderadamente Diferenciado. O trabalho foi aprovado
pelo comitê de ética sob o número 45995815.9.0000.5060.
99
Imuno-histoquímica
Para a análise microscópica e imuno-histoquímica foram realizados cortes seriados
com 3µ de espessura e processados com técnica de imuno-histoquímica para
cadeia γ2 utilizando-se o anticorpo Laminin γ2 (B-2, gerado em camundongo, Santa
Cruz). Inicialmente as lâminas sofreram desparafinização em xilol e reidratação em
série decrescente de etanol (100%, 90% e 80% por 5 minutos). Foi realizada
remoção de pigmento formólico com hidróxido de amônio à 10% em etanol 95%,
durante 10 minutos. Em seguida passou-se para recuperação antigênica com
solução tampão de citrato pH 6,4 a 95ºC. Após isso, foi realizado bloqueio da
peroxidase endógena e bloqueio de anticorpos inespecíficos. A incubação do
anticorpo primário ocorreu durante 16 horas a 4º C (1:100). Passou-se para
incubação do anticorpo secundário e terciário pelo Sistema Reveal (Springer,
Biogen), conforme instruções do fabricante. A revelação foi com cromógeno
Diaminobenzidina (DAB) e contra- coloração com hematoxilina de Mayer. As
amostras foram montadas com Permount. Entre as etapas foram feitas passagens
em solução tampão de PBS. Como controle negativo da imunomarcação, foi
realizado o mesmo processamento, porém com substituição do anticorpo primário
por PBS.
Análise Qualitativa e Semiquantitativa
O avaliador passou por etapas de calibração e testes cegos para garantir que a
análise fosse realizada de forma homogênea e imparcial. Durante análise
microscópica dos vasos foi utilizada a objetiva de 100x e para cada lâmina foram
capturadas 10 imagens de campos aleatórios que serviram como área
representativa do corte. Para evitar que um mesmo vaso fosse avaliado mais de
100
uma vez ou alguma estrutura deixasse de ser avaliada, cada imagem foi dividida em
6 campos com o auxílio de grade. As análises foram feitas da seguinte maneira:
Análise I- A) presença ou não de expressão da cadeia γ2 na membrana basal dos
vasos. B) se presente, a membrana basal foi classificada como contínua ou
descontínua.
Análise II- percentual de vasos com descontinuidade: grupo 1 com presença de até
80% de vasos com descontinuidade e grupo 2 com mais de 80% de vasos com
descontinuidade.
Análise III- número total de vasos marcados; grupo 1 com presença de até 3 vasos
com imunomarcação, grupo 2 com presença de até 10 vasos e grupo 3 com
presença de mais que 10 vasos.
Análise IV- porcentagem de vasos/lâmina. Nessa marcação foi definida fração de
número de vasos com expressão da cadeia γ2 em relação ao número total de vasos
encontrados; grupo 1 com até 70% de 10 vasos imunomarcados, e grupo 2 com
mais de 70%. Todos os dados foram computados utilizando o programa Microsoft
Office Excel 2007.
Cruzamento dos Dados Clínicos e Microscópicos
Foram estabelecidas associações da integridade da membrana basal dos vasos com
os seguintes aspectos clínicos: gênero, hábito de fumar e idade. Nessa etapa, foram
definidos dois grupos: grupo 1 casos que apresentaram até 60% dos vasos com
descontinuidade e, grupo 2 casos que apresentaram mais de 60% dos vasos.
Análise estatística As análises estatísticas foram realizadas com o software
GraphPad. Foi aplicado o teste exato de Fisher sendo considerados significativos os
dados com p<0,05.
101
RESULTADOS
Dados clínicos
Nas lesões bem diferenciadas, o local de maior acometimento foi o assoalho bucal
(50%) seguido de rebordo alveolar (25%). Em CCE Moderadamente Diferenciado, o
sítio de maior ocorrência foi a língua e associações entre língua e gengiva (50%).
Foi observado maior prevalência em homens (87,5% e 75%) e fumantes (100% e
75%) para CCE Bem e Moderadamente Diferenciados respectivamente. A média de
idade foi de 58,68 anos (Tabela 1).
Microscopia de Luz
A análise microscópica dos vasos marcados para cadeia γ2 mostrou variações. Foi
possível identificar vasos que não apresentavam a marcação (Figura 1, A e F), e
vasos que apresentavam marcação. Nos vasos imunomarcados, 11 casos
evidenciaram membrana basal contínua (Figura 1, D e G).
Associação de Dados
Dos 16 casos avaliados, 15 (93,75%) apresentaram expressão da cadeia γ2 em
vasos. O único caso em que não foi observada marcação ocorreu em CCE Bem
Diferenciado. Em análise comparativa, dos 8 casos de CCE Bem Diferenciado,
87,5% eram homens e desses, 85,5% tiveram expressão. A única mulher
encontrada também apresentou expressão. Todos os casos estavam associados ao
hábito de fumar. Em relação à idade, 75% tinham menos ou até 60 anos (Figura 2,
gráficos A, B e C). Os 8 casos de CCE Moderadamente Diferenciado e com
expressão, 75% eram homens e também fumantes. 50% tinham menos ou até 60
anos e 50% idade superior a 60 anos (Figura 2, gráficos D, E e F).
102
Para os 15 casos que apresentaram marcação nos vasos, 40% pertenceram ao
grupo 1, 40% ao grupo 2 e 20% ao grupo 3 (Figura 2, gráfico G).(Qual análise? Não
ficou MT claro)
Em relação à fração de vasos encontrados com expressão da cadeia γ2, 66,66%
pertenceram ao grupo 2 (Figura 2, gráfico H).
Quanto à integridade da membrana basal dos vasos, dos 15 casos com marcação,
93,33% tiveram aspecto de descontinuidade (Figura 2, gráfico I). As análises
quantitativas resultaram em 42,85% dos casos com até 80% dos vasos com
membrana basal descontínua (Figura 2, gráfico J). Para os 7 casos de CCE Bem
Diferenciados com expressão da cadeia γ2, 85,71% apresentaram vasos com perda
de continuidade. Desses, 66,66% tiveram até 60% de vasos com esse aspecto
(Figura 3, gráfico A).
Já para os 8 casos de CCE Moderadamente Diferenciados com expressão da
cadeia, 100% tiveram 12 vasos com descontinuidade. Ainda, 7 casos foram
classificados no grupo com mais de 60% de vasos com esse achado microscópico
(Figura 3, gráfico B). Em relação às associações entre gênero, hábito de fumar e
idade com integridade da membrana basal em CCE Bem Diferenciado, foi possível
observar que dos 6 casos que tiveram perda de continuidade, 5 foram encontrados
em homens, sendo 60% classificados no grupo 1. A única mulher do grupo
apresentou mais de 60% dos vasos com perda de integridade (Figura 3, gráfico C).
Todos os 6 casos relataram hábito de fumar e desses, 67% pertenceram ao grupo 1
(Figura 3, gráfico D). Em relação à idade, 3 pacientes que tinham menos do que 60
anos foram classificados no grupo 1 (Figura 3, E). Porém, foram significativas as
associações com gênero e idade. Já em vasos de CCE Moderadamente
103
Diferenciado, os achados foram: dos 8 casos, 6 casos acometeram homens, sendo
84% classificados no grupo com mais de 60% de perda de integridade (Figura 3,
gráfico F). Ainda, 6 apresentaram o hábito de fumar e 84% também pertenceu ao
grupo 2 (Figura 3, gráfico G). Por fim, dos 4 casos com idade < 60 anos, todos foram
classificados no grupo 2 (Figura 3, gráfico H). Nessas análises, todos os achados
foram significativos.
DISCUSSÃO
O estudo buscou determinar associações entre o perfil clínico de pacientes
acometidos pelo CCE e a expressão da cadeia γ2 da laminina 332 em estruturas
vasculares. Com aumento do conhecimento sobre aspectos genéticos e proteicos, a
busca por novos biomarcadores passou a ser uma estratégia terapêutica relevante
para melhor compreensão do comportamento do câncer e como opção para futuras
terapias18. Carcinomas são tumores de origem epitelial caracterizados pela invasão
de células malignas no tecido conjuntivo subjacente e posterior migração para
formar metástases em locais distantes. Para que o processo ocorra, são necessárias
alterações e interações entre as células e componentes da MEC, como as
lamininas19, glicoproteína mais abundante na membrana basal sendo componente
estrutural e biologicamente ativo11. Quanto aos achados clínicos, a maioria dos casos
de CCEs foram diagnosticados em homens, com hábito de fumar e na faixa etária
entre a 4ª e 6ª década de vida. Esses dados estão em concordância com estudos
sobre o câncer de boca, que revelaram acometimento maior em pacientes
tabagistas. A literatura destaca que tanto o tabaco quanto o álcool são fatores que
aumentam o risco para o desenvolvimento do CCE20,21. Em relação ao sítio, o
assoalho bucal foi o mais acometido, semelhante ao estudo de Ribeiro et al. (2009)
104
22. Esse achado difere da maioria dos relatos da literatura, que apresentam a língua
como local mais frequente23,24. Ainda sobre o sítio, observamos variação entre os dois
tipos de CCE. Para os casos Bem Diferenciados, o local mais frequente foi o
assoalho bucal, já para as lesões moderadamente diferenciadas, o mais comum foi
a associação de dois sítios. Nas lesões de CCE Bem Diferenciado com expressão
da laminina 332, 85,5% eram homens, 100% da amostra apresentou hábito de fumar
e 75% com idade até 60 anos. Já para os casos de CCE Moderadamente
Diferenciado e com expressão da laminina, a amostra compreendeu 75% de
homens fumantes e 50% com idade até 60 anos. A média de idade dos casos foi de
58,68 anos. Estudo feito por Yukiko et al. 25 (1999) em CCE localizados na língua
demonstrou que 63% eram indivíduos do gênero masculino com média de idade de
58,9 anos. Já Souza et al. 26 (2007) avaliaram 30 casos de CCEs orais e encontraram
74,2% das lesões em homens e média de idade de 60 anos. Em relação ao perfil da
membrana basal nas estruturas vasculares, 87,5% dos casos de CCE Bem
Diferenciado apresentaram imunoexpressão, e nesses, houve perda de continuidade
em 85,7%. Já nos casos de CCE Moderadamente Diferenciado, 100% da amostra
apresentou a marcação e perda de continuidade.
Dentro desse contexto, estudos tem demonstrado a preferência de expressão da
cadeia γ2 da laminina 332 em lesões com comportamento invasor27,28. Ressalta-se
ainda que, CCE Moderadamente Diferenciado apresenta comportamento biológico
mais agressivo e invasivo quando comparado ao CCE Bem Diferenciado4. Como já
descrito na literatura, a interação de células endoteliais e adesão a componentes da
MEC são fatores considerados críticos para a manutenção da integridade vascular.
Algumas atividades, como proliferação e migração fazem parte da angiogênese,
processo essencial para diferentes condições, sejam elas fisiológicas, como a
105
cicatrização de feridas, ou patológicas, como o crescimento tumoral29. A modificação
do sistema vascular nos tecidos afetados pelo câncer está fortemente envolvida na
progressão dessa doença. O aumento da angiogênese pode resultar em
metástases21. A invasão metastática de tumores ocorre em várias etapas e para isso
necessita que suas células destaquem-se do tumor primário, invadam e migrem nos
tecidos adjacentes, infiltrando e sobrevivendo na circulação. Para invadir os vasos,
as células tumorais precisam inicialmente aderir à laminina presente na membrana
basal15 para em seguida secretar as próprias enzimas proteolíticas ou até mesmo
induzir as células hospedeiras a elaborar proteases que clivam componentes das
membranas basais epiteliais e vasculares6. Para os casos de CCE Bem
Diferenciados com expressão da cadeia γ2, 6 apresentaram vasos com perda de
continuidade. Desses, 66,66% tiveram até 60% de vasos com esse aspecto. Já nas
lesões de CCE Moderadamente Diferenciados com expressão da cadeia, todos
tiveram vasos com perda de continuidade. Esses achados novamente reforçam que
quanto mais agressiva a lesão, mais modificado estará o microambiente tumoral.
Quando realizadas as associações entre aspecto da membrana basal vascular e
dados clínicos, observamos que em CCE Bem Diferenciado com membrana basal
descontínua, a maioria foi diagnosticada em homens e 60% deles tiveram grande
parte dos vasos com alterações. Já em CCE Moderadamente Diferenciado, 84% dos
homens acometidos apresentaram alterações nos vasos. Ainda, foi diagnosticada
maior porcentagem de descontinuidade na membrana basal em pacientes fumantes.
Por fim, todos os casos de pacientes com idade menor do que 60 anos,
apresentaram a maioria dos vasos com aspecto de descontinuidade. Vários
parâmetros clínicopatológicos vêm sendo analisados e implicados no prognóstico,
recorrência e sobrevivência de pacientes com lesões de CCE. Trabalho realizado
106
por Grimm30 (2012) avaliou de forma retrospectiva 429 pacientes diagnosticados com
CCE. Suas análises demonstraram que tumores com tamanho aumentado,
comprometimento de linfonodos, invasão microvascular e envolvimento linfático
tiveram mau prognóstico. Ainda, quando realizada análise multivariada, a invasão
microvascular foi detectada como um dos fatores prognósticos independentes no
estabelecimento da sobrevida dos pacientes. Esses achados demonstram que
modificações no microambiente tumoral devem ser avaliados e considerados para
melhor definição do prognóstico e sobrevida de pacientes acometidos pelo CCE.
Importante também é a associação dos dados clínicos com os aspectos
microscópicos, uma vez que vários fatores participam do desenvolvimento e
progressão do câncer.
CONCLUSÃO
Os resultados sugerem que a expressão da cadeia γ2 da laminina 332 em estruturas
vasculares sofre perda de sua integridade durante a progressão da doença e parece
estar associada ao comportamento mais agressivo do CCE. Ainda, fatores clínicos,
como idade e hábito de fumar, apresentaram associação com as variações
estruturais da membrana basal vascular.
107
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional
de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2008:
Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2007.
2. BRENER, S. et al. Carcinoma de células escamosas bucal: uma revisão da
literatura entre o perfil da paciente, estadiamento clínico e tratamento proposto.
Revista Brasileira de Cancerologia. 2007; 53(1): 63-69. 17
3. BARNES, L. et al., Pathology & Genetics Head and Neck Tumours. World
Health Organization Classification of Tumors. Lyon. 2005.
4. NEVILLE, B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 2a edição, Rio de Janeiro.
Guanabara Koogan. 2004. p. 325-333.
5. HASHIBE, M.; BRENNAN; CHUANG. Interaction between tobacco and alcohol
use and the risk of head and neck cancer: pooled analysis in the International Head
and Neck Cancer Epidemiology Consortium. Cancer Epidemiol. Biomarkers Prev.
2009; 18(2): 541 -550.
6. ROBBINS & COTRAN: Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 7ª Edição,
Rio de Janeiro. Elsevier Editora Ltda. 2005. p. 174-326.
7. BRANDWEIN-GENSLER, M. et al. Oral squamous cell carcinoma: histologic risk
assessment, but not margin status, is strongly predictive of local disease-free and
overall survival. Am J Surg Pathol. 2005; 29(2): 167-178.
8. KURTZ, K. A. et al. Perineural and vascular invasion in oral cavity squamous
carcinoma: increased incidence on rereview of slides and by using
immunohistochemical enhancement. Arch Pathol Lab Med. 2005; 129(3): 354-359.
108
9. NIIMI, K. et al. Vascular invasion in squamous cell carcinomas of human oral
mucosa. Oral Oncol. 2001; 37(4): 357-364.
10. ALBERTS, B. et al. (Ed.). Biologia Molecular da Célula. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed. 2004. p.1463.
11. SASAKI, T. et al. Laminin: the crux of basement membrane assembly. J.
Cell Biol. 2004; 164(7): 959-63. 18
12. COLOGNATO H, YURCHENCO PD. Form and function: the laminin family of
heterotrimers. Dev Dyn. 2000; 218: 213-4.
13. SATO, H. et al. Amino-terminal fragments of laminin γ2 chain retract vascular en-
dothelial cells and increase vascular permeability. Cancer Science. 2014; 105(2):
168–75.
14. WANG, H. et al. Tumor cell alpha3beta1 integrin and vascular laminin-5 mediate
pulmonary arrest and metastasis. J. Cell Biol. 2004 Mar; 164(6): 935-41.
15. GUO, P. et al. Up-regulation of angiopoietin-2, matrix metalloprotease-2,
membrane type 1 metalloprotease, and laminin 5 gamma 2 correlates with the
invasiveness of human glioma. Am. J. Pathol. 2005 Mar; 166(3):877-90.
16. MIZUSHIMA, H. et al. Wide distribution of laminin-5 gamma2 chain in basement
membranes of various human tissues. Horm Res. 1998; 2: 7-14.
17. HENRIQUES A.C.G., VASCONCELOS M.G., GALVÃO H.C., et al. Comparative
analysis of the immunohistochemical expression of collagen IV, MMP-9, and TIMP-2
in odontogenic cysts and tumors. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol
Endod. 2011; 112: 468-75.
109
18. MAO L. Oral squamous cell carcinoma - progresses from risk assessment to
treatment. Chin J Dent Res. 2012; 15(2): 83-8.
19. LYONS A.; JONES J. Cell adhesion molecules, the extracellular matrix and oral
squamous carcinoma. Int J Oral Maxillofac Surg. 2007; 36(8): 671 -9.
20. FRANCO, E.L. et al. Risk factors for oral câncer in Brazil: a case-control study.
Int J Cancer. 1989; 43(6): 992-1000.
21. SIVRIDIS E., GIATROMANOLAKI A., KOUKOURAKIS I.M. The vascular network
of tumours: What is it not for? J Pathol. 2003; 201: 173-80.
22. RIBEIRO, A. C. et al. Clinical and histopathological analysis of oral squamous
cell carcinoma in Young people: a descriptive study in Brasilians.
Br J oral Maxillofac Surg. 2009; 47(2): 95-98.
23. GERVASIO, O.L. et al. Oral squamous cell carcinoma: a retrospective study of
740 cases in a Brazilian population. Braz Dent J. 2001; 12(1): 57-61.
24. JOHNSON, N. W.; JAYASEKARA, P.; AMARASINGHE, A. A. Squamous cell
carcinoma and precursor lesions of the oral cavity: epidemiology and aetiology.
Periodontol. 2000; 57(1): 19-37.
25. YUKIKO O. et al. Clinicopathologic significance of laminin-5 ϒ2 chain expression
in squamous cell carcinoma of tongue. Cancer. 1999; 1: 85-11.
26. SOUZA, L.F.P. et al. Expression of basement membrane laminin in oral
squamous cell carcinomas. Rev Bras Otorrinolaringol. 2007; 73(6): 768- 74.
27. KATOH K., NAKANISHI Y., AKIMOTO S. Correlation between laminin-5 ϒ2 chain
expression and its clinicopathological significance in squamous cell carcinoma of the
tongue. Oncology 2002; 62: 318-26.
110
28. AOKI S., NAKANISHI Y., AKIMOTO S. Prognostic significance of laminin-5
ϒ2 chain expression in colorectal carcinoma. Dis Colon Rectum. 2002; 45: 1520-27.
29. WANG L.; DONG Z.; ZHANG Y.; MIAO J. The roles of integrin β4 in vascular
endothelial cells. J Cell Physiol. 2012; 227(2): 474-8.
30. GRIMM M. Prognostic value of clinicopathological parameters and outcome in
484 patients with oral squamous cell carcinoma: microvascular invasion (V+) is an
independent prognostic factor for OSCC. Clin Transl Oncol. 2012; 14(11): 870-80.
111
Tabela 1.Dados clínicos dos CCEs.
Bem Diferenciado
N (%)
Moderadamente Diferenciado
N (%)
Gênero
Masculino 7 (87,5%) 6 (75%)
Feminino 1 (12,5%) 2 (25%)
Tabagismo
Sim 8 (100%) 6 (75%)
Não 0 2 (25%)
Idade
< 60 anos 6 (75%) 4 (50%)
> 60 anos 2 (25%) 4 (50%)
Localização lesão
Assoalho bucal 4 (50%) 2 (25%)
Língua, Gengiva e Língua 1 (12,5%) 4 (50%)
Rebordo alveolar 2 (25%) 1 (12,5%)
Palato (Duro e Mole) 1 (12,5%) 1 (12,5%)
112
Figura 1. Expressão cadeia γ2 da laminina 332 em vasos de CCEs. (A) Presença de vasos
da microcirculação (seta) em CCE Bem Diferenciado processado pela técnica de HE o que
não permitiu detecção da membrana basal vascular. (B) Controle negativo em vaso (*) de
CCE Bem Diferenciado. (C) Vaso sem imunoexpressão em CCE Bem Diferenciado (*). (D)
Vaso de CCE Bem Diferenciado com imunomarcação e membrana basal contínua (*). (E)
CCE Bem Diferenciado e expressão da cadeia e aspecto de descontinuidade. (F) Vaso com
ausência de marcação em CCE Moderadamente Diferenciado (seta) e (G) vaso com
presença de marcação e membrana basal contínua (seta). (H) CCE Moderadamente
Diferenciado com vaso apresentando perda de continuidade (*). Imuno-histoquímica. Barra
de escala = 20 μm.
114
Figura 2. Gráficos da associação entre aspectos clínicos e expressão da cadeia γ2 em
CCEs. A-C análises em lesões de CCE Bem Diferenciado, sendo associação com gênero
(A, p<0,0001), hábito de fumar (B, p=1,0) e idade (C, p<0,0001). D-F análises em lesões de
CCE Moderadamente Diferenciado, sendo associação com gênero (D, p=1), hábito de
furmar (E, p=1) e idade (D, p=1). Análise do número de lesões com vasos marcados (G) e
porcentagem de vasos marcados encontrados (H). Análise do aspecto da membrana basal
nos casos com expressão da cadeia γ2 (I) porcentagem de vasos descontinuidade da
membrana basal (J). Teste exato de Fischer.
115
Figura 3. Gráficos da análise da membrana basal. Porcentagem de vasos que
apresentaram maior ou menor perda de continuidade da membrana basal em CCE Bem
Diferenciado (A) e CCE Moderadamente Diferenciado (B). Associação entre aspectos
clínicopatológicos com a descontinuidade da membrana basal, sendo C-E em CCE Bem
Diferenciado com gênero (C, p<0,0001), hábito de fumar (D, p=1) e idade (E, p<0,0001). As
mesmas análises para CCE Moderadamente Diferenciado com gênero (F, p<0,0001), hábito
de fumar (G, p<0,0001) e idade (H, p<0,0001). Teste Exato de Fisher.
116
ANEXO I
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA ORAL DISEASE
5. MANUSCRIPT FORMAT AND STRUCTURE
5.1. Page Charge
Articles exceeding 6 published pages, including title page, abstract, references,
table/figure legends and tables and figures, are subject to a charge of GBP70 per
additional page. As a guide, one published page amounts approximately to 850
words, or two to four small tables/figures. Additional supplementary material
(including text and figures), which does not fit within the page limits, can be published
online only as supporting information.
5.2. Format
Language: Authors should write their manuscripts in British English using an easily
readable style. Authors whose native language is not English should have a native
English speaker read and correct their manuscript. Spelling and phraseology should
conform to standard British usage and should be consistent throughout the paper. A
list of independent suppliers of editing services can be found at
http://authorservices.wiley.com/bauthor/english_language.asp. All services are paid
for and arranged by the author, and use of one of these services does not guarantee
acceptance or preference for publication.
Presentation: Authors should pay special attention to the presentation of their
findings so that they may be communicated clearly. The background and hypotheses
underlying the study as well as its main conclusions should be clearly explained.
Titles and abstracts especially should be written in language that will be readily
intelligible to any scientist.
Technical jargon: should be avoided as much as possible and clearly explained
where its use is unavoidable.
117
Abbreviations: Oral Diseases adheres to the conventions outlined in Units, Symbols
and Abbreviations: A Guide for Medical and Scientific Editors and Authors. Non-
standard abbreviations must be used three or more times and written out completely
in the text when first used.
5.3. Structure: All papers submitted to Oral Diseases should include:
Title Page
Structured Abstract (reviews need not include a structured abstract)
Main text
References
(Figures)
(Figure Legends)
(Tables)
Title Page: should be part of the manuscript uploaded for review and include:
A title of no more than 100 characters including spaces
A running title of no more than 50 characters
3-6 keywords
Complete names and institutions for each author
Corresponding author's name, address, email address and fax number
Date of submission (and revision/resubmission)
Abstract: is limited to 200 words in length and should contain no abbreviations. The
abstract should be included in the manuscript document uploaded for review as well
as separately where specified in the submission process. The abstract should convey
the essential purpose and message of the paper in an abbreviated form set out
under:
Objective(s),
Subject(s) (or Materials) and Methods,
Results,
Conclusions(s).
118
The Main Text of Original Research Articles should be organised as follows
Introduction: should be focused, outlining the historical or logical origins of the study
and not summarize the results; exhaustive literature reviews are inappropriate. It
should close with the explicit statement of the specific aims of the investigation.
Materials and Methods must contain sufficient detail such that, in combination with
the references cited, all clinical trials and experiments reported can be fully
reproduced. As a condition of publication, authors are required to make materials and
methods used freely available to academic researchers for their own use. This
includes antibodies and the constructs used to make transgenic animals, although
not the animals themselves. Other supporting data sets must be made available on
the publication date from the authors directly.
(i) Clinical trials: As noted above, these should be reported using the CONSORT
guidelines available at www.consort-statement.org. A CONSORT checklist should
also be included in the submission material. Clinical trials can be registered in any of
the following free, public clinical trials registries: www.clinicaltrials.gov,
http://clinicaltrials.ifpma.org/clinicaltrials/, http://isrctn.org/.As stated in an editorial
published in Oral Diseases (12:217-218), 2006), all manuscripts reporting results
from a clinical trial must indicate that the trial was fully registered at a readily
accessible website. The clinical trial registration number and name of the trial register
will be published with the paper.
(ii)Experimental subjects: As noted above, experimentation involving human
subjects will only be published if such research has been conducted in full
accordance with ethical principles, including the World Medical Association
Declaration of Helsinki (version 2002) and the additional requirements, if any, of the
country where the research has been carried out. Manuscripts must be accompanied
by a statement that the experiments were undertaken with the understanding and
written consent of each subject and according to the above mentioned principles. A
statement regarding the fact that the study has been independently reviewed and
approved by an ethical board should also be included.Editors reserve the right to
reject papers if there are doubts as to whether appropriate procedures have been
119
used. When experimental animals are used the methods section must clearly
indicate that adequate measures were taken to minimize pain or discomfort.
Experiments should be carried out in accordance with the Guidelines laid down by
the National Institute of Health (NIH) in the USA regarding the care and use of
animals for experimental procedures or with the European Communities Council
Directive of 24 November 1986 (86/609/EEC) and in accordance with local laws and
regulations.
(iii) Suppliers: Suppliers of materials should be named and their location (town,
state/county, country) included.
Results: should present the observations with minimal reference to earlier literature
or to possible interpretations.
Discussion: may usually start with a brief summary of the major findings, but
repetition of parts of the abstract or of the results sections should be avoided. The
section should end with a brief conclusion and a comment on the potential clinical
relevance of the findings. Statements and interpretation of the data should be
appropriately supported by original references.
Acknowledgements: Should be used to provide information on sources of funding
for the research, any potential conflict of interest and to acknowledge contributors to
the study that do not qualify as authors. All sources of institutional, private and
corporate financial support for the work within the manuscript must be fully
acknowledged, and any potential grant holders should be listed. Acknowledgements
should be brief and should not include thanks to anonymous referees and editors.
Where people are acknowledged, a covering letter demonstrating their consent must
be provided.
5.4. References
The journal policy is to encourage references to original papers, not to literature
reviews. References in the text should quote the last name(s) of the author(s) and
the year of publication (Brown and Smith, 2005). Three or more authors should
always be referred to as, for example, Jones et al., 2005.
120
We recommend the use of a tool such as Reference Manager for reference
management and formatting. Reference Manager reference styles can be searched
for here: www.refman.com/support/rmstyles.asp
A list of the references must be given at the end of the paper and should follow the
recommendations in Units, Symbols and Abbreviations: A Guide for Medical and
Scientific Editors and Authors, (1975), p.36. London: The Royal Society of Medicine.
a) The arrangement of the references should be alphabetical by first author's
surname.
b) The order of the items in each reference should be:
(i) for journal references:
last name(s) of all the author(s) and their initials, year, title of paper, title of journal,
volume number, first and last page numbers.
(ii) for book references:
Name(s) of author(s), year, chapter title, title of book, edition, volume, town of
publication, publisher, page number(s).
c) Authors' names should be arranged thus:
Smith AB and Jones DE
d) The year of publication should be surrounded by parentheses: (2005).
e) The title of the paper should be included without quotation marks.
f) The journal title should be abbreviated, should be italicised, and followed by the
volume number in bold type and page numbers separated by a dash.
Examples:
121
Gupta PC, Murti PR, Bhonsle RB, Mehta FS, Pindborg JJ (1995). Effect of cessation
of tobacco use on the incidence of oral mucosal lesions in a 10-year study of 12212
users. Oral Diseases 1: 54-58.
Baum BJ, Voutetakis A, Wang J (2004). Salivary glands: novel target sites for gene
therapeutics. Trends Mol Med. 10: 585-590.
Shear M and Speight PM (2007). Cysts of the Oral and Maxillofacial Regions. Wiley-
Blackwell: Oxford.
Scully C (2004). The oral cavity and lips. In: Burns DA, Breathnach SM, Cox N,
Griffiths C, eds., Rooks Textbook of Dermatology. 7th Edition. Blackwell Science:
Oxford, pp.66.1.-66.121.
5.5. Tables, Figures and Figure Legends
Figures: All figures and artwork must be provided in electronic format. Please save
vector graphics (e.g. line artwork) in Encapsulated Postscript Format (EPS) and
bitmap files (e.g. half-tones) or clinical or in vitro pictures in Tagged Image Format
(TIFF).
Detailed information on our digital illustration standards can be found at
http://authorservices.wiley.com/bauthor/illustration.asp.
Check your electronic artwork before submitting it:
http://authorservices.wiley.com/bauthor/eachecklist.asp.
Unnecessary figures and parts (panels) of figures should be avoided: data presented
in small tables or histograms, for instance, can generally be stated briefly in the text
instead. Figures should not contain more than one panel unless the parts are
logically connected.
Figures divided into parts should be labelled with a lower-case, boldface, roman
letter, a, b, and so on, in the same type size as used elsewhere in the figure.
Lettering in figures should be in lower-case type, with the first letter capitalized. Units
should have a single space between the number and unit, and follow SI
122
nomenclature common to a particular field. Unusual units and abbreviations should
be spelled out in full or defined in the legend. Scale bars should be used rather than
magnification factors, with the length of the bar defined in the legend rather than on
the bar itself. In general visual cues (on the figures themselves) are preferred to
verbal explanations in the legend (e.g. broken line, open red triangles etc).
123
ANEXO II
NORMAS REVISTA BRASIELEIRA DE PESQUISA EM SAÚDE
APRESENTAÇÃO DO MANUSCRITO
Os manuscritos deverão ser digitados em Word for Windows e enviados exclusiva-
mente pelo Sistema On-line de Submissão de Manuscritos
(http://periodicos.ufes.br/RBPS/index), acompanhados dos documentos digitaliza-
dos: Declaração de Conflito de Interesse, Carta de Aprovação do Comitê de Decla-
ração de Responsabilidade e Transferência de Direitos Autorais.
As páginas do manuscrito devem estar numeradas e configuradas para papel A4,
com margens superior, inferior, esquerda e direita de 3cm, fonte Arial tamanho 12 e
espaço duplo, com alinhamento do texto justificado. O número de páginas está limi-
tado a 25 e deve obedecer à configuração acima, incluindo Página de Rosto, Resu-
mo, Abstract, Introdução, Métodos, Resultados, Discussão, Conclusão, Referências,
além de ilustrações (figuras, tabelas, quadros, gráficos, fotos etc.).
Página de rosto
Deverá ser enviada uma página de rosto contendo somente os seguintes itens: título
do manuscrito em português e inglês e nome completo dos autores, informação so-
bre a afiliação dos autores (principal instituição de origem, cidade, estado e país),
nome e endereço completo para correspondência, local em que o estudo foi realiza-
do. Indicação do responsável pela troca de correspondência, fornecendo endereço
completo (CEP, telefone e E-mail) para contato.
Devem ser incluídas na folha de rosto as fontes de financiamento para realização da
pesquisa, tais como: bolsas de estudos e auxílios financeiros.
Resumo e Abstract
124
Os resumos devem possibilitar ao leitor avaliar o interesse do manuscrito e compor
uma série coerente de frases, e não a simples enumeração de títulos, fornecendo,
portanto, uma visão clara e concisa do conteúdo do manuscrito, suas conclusões
significativas e a contribuição para a saúde coletiva. Deve conter, no máximo, 250
palavras e ser apresentado em português e inglês, incluindo palavras de estrutura
(Introdução, Objetivo, Métodos, Resultados, Conclusão) e palavras-chave.
Palavras-chave e Keywords
São palavras ou expressões que identificam o conteúdo do manuscrito, fornecidas
pelo próprio autor. Deverão ser seguidos os cabeçalhos de assuntos
dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), em português e inglês, indicados
pela Biblioteca Virtual em Saúde (http://regional.bvsalud.org/php/index.php).
Estrutura do texto
A estrutura do texto deverá estar de acordo com a natureza do manuscrito: Editorial,
Artigos Originais, Revisões Sistemáticas, Relato de Casos.
ILUSTRAÇÕES
As ilustrações e tabelas do manuscrito submetido à apreciação estão limitadas ao
número máximo de cinco. No entanto, no caso de aceite do manuscrito, serão solici-
tados aos autores os arquivos originais em que as ilustrações e tabelas foram cons-
truídas a fim de permitir a formatação gráfica.
De acordo com a ABNT, NBR 14724, de 17 de março de 2011, “Qualquer que seja o
tipo de ilustração [ou tabela], sua identificação aparece na parte superior, precedida
da palavra designativa (desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfico, mapa,
organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem, entre outros), seguida de seu
número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão e do
125
respectivo título”. Os desenhos enviados poderão ser melhorados ou redesenhados
pela produção da Revista, a critério do Corpo Editorial. Imagens fotográficas deverão
ser apresentadas na forma de slides e em duplicata. Na falta destes, as fotografias
em papel devem ser acompanhadas dos negativos que lhe deram origem. Imagens
digitais poderão ser aceitas desde que sua captação primária tenha ocorrido, pelo
menos, em tamanho (10cm x 15cm) e com resolução adequada (300 dpi). Muitas
máquinas fotográficas digitais, comerciais ou semiprofissionais, não alcançam os pa-
râmetros citados, portanto não se prestam a produzir imagens com qualidade profis-
sional para reprodução. Desenhos e esquemas deverão ser limitados ao mínimo,
feitos, preferencialmente, em Corel Draw, devendo ser fornecidos em formato digital
junto com o arquivo do manuscrito e apresentados em folhas separadas. Se houver
figuras extraídas de outros trabalhos previamente publicados, os autores devem
providenciar permissão, por escrito, para a reprodução. Essa autorização deve a-
companhar o manuscrito submetido à apreciação para publicação. Todas as ilustra-
ções e tabelas, sem exceção, devem ser citadas no corpo do texto e ser apresenta-
das em páginas separadas.
Agradecimentos
É opcional aos autores. Devem ser breves, diretos e dirigidos apenas a pessoas ou
instituições que contribuíram substancialmente para a elaboração do manuscrito.
Deverão estar dispostos no manuscrito antes das referências.
REFERÊNCIAS
As referências estão limitadas a um número máximo de 30 (exceto para revisões sis-
temáticas) e devem ser apresentadas na ordem em que aparecem no texto, nume-
radas e normatizadas de acordo com o Estilo Vancouver. Os exemplos devem estar
conforme os Requisitos Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Bi-
omédicos (http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). A exatidão das
referências é de responsabilidade dos autores. Referências a documentos não inde-
126
xados na literatura científica mundial, em geral de divulgação circunscrita a uma ins-
tituição ou a um evento (teses, relatórios de pesquisa, comunicações em eventos,
dentre outros) e informações extraídas de documentos eletrônicos, não mantidas
permanentemente em sites, se relevantes, devem figurar no rodapé das páginas do
texto onde foram citadas.
Citação das referências no texto
Seguir o sistema numérico de citação, no qual somente os números índices das re-
ferências, na forma sobrescrita, são indicados no texto. Não devem ser citados os
nomes dos autores e o ano de publicação. Somente é permitida a citação de nome
de autores (seguido de número índice e ano de publicação do manuscrito) se estri-
tamente necessário. Exemplos de citação de referências no texto:
● Números aleatórios
“O processamento é negligenciado pela maioria dos profissionais,chegando alguns
autores a afirmar que cerca de 90% das falhas em radiografias acontecem na câma-
ra escura” 2,8,10.
● Números aleatórios e sequenciais
“Desde que observações clínicas comprovaram que lesões de mancha branca são
reversíveis, a remineralização passou a ser um importante mecanismo na prevenção
e redução clínica das cáries em esmalte”1-4.
● Citação de nome de autor
“Cassatly et al.2 reportam um caso de osteomielite em uma paciente submetida à a-
picectomia com laser de Nd:YAG, que levou à necrose de parte da maxila, pela difu-
são do calor gerado ao tecido ósseo adjacente ao ápice radicular.”