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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS GEOLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCROOLOGIA Sm-d DE ROCHAS VULCÂICAS DO GRUPO IRICOUMÉ, SUL DO ESCUDO DAS GUIAAS, PRESIDETE FIGUEIREDO (AM) DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA REGIONAL SUELE OATA DE SOUZA MARQUES ORIENTADOR: Prof. Dr. VALMIR DA SILVA SOUZA MANAUS/AM 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

GEOCIÊNCIAS

GEOLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRO�OLOGIA Sm-�d DE

ROCHAS VULCÂ�ICAS DO GRUPO IRICOUMÉ, SUL DO ESCUDO DAS GUIA�AS, PRESIDE�TE FIGUEIREDO (AM)

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA REGIONAL

SUELE� �O�ATA DE SOUZA MARQUES

ORIENTADOR: Prof. Dr. VALMIR DA SILVA SOUZA

MANAUS/AM 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

SUELE� �O�ATA DE SOUZA MARQUES

GEOLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRO�OLOGIA Sm-�d DE ROCHAS VULCÂ�ICAS DO GRUPO IRICOUMÉ, SUL DO

ESCUDO DAS GUIA�AS, PRESIDE�TE FIGUEIREDO (AM)

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: GEOLOGIA REGIONAL

Dissertação de mestrado apresentada como requisito para obtenção do título de Mestre em

Geociências. ORIENTADOR: Prof. Dr. Valmir da Silva Souza

BANCA EXAMINADORA: Dr. Marcelo Esteves De Almeida (Cprm/Sureg-Ma) Profa. Dra. Rielva Solimairy Campelo do Nascimento (Degeo/UFAM)

MANAUS/AM 2010

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Ficha Catalográfica (Catalogação realizada pela Biblioteca Central da UFAM)

M357g

Marques, Suelen Nonata de Souza Marques

Geologia, geoquímica e geocronologia SM-Nd de rochas vulcânicas do

grupo Iricoumé, sul do Escudo das Guianas, Presidente Figueiredo (AM) /

Suelen Nonata de Souza Marques. - Manaus: UFAM, 2010

73 f.: il. color; 30 cm

Dissertação (Mestrado em Geociências) –– Universidade Federal do

Amazonas, 2010

Orientador: Prof. Dr. Valmir da Silva Souza

1. Rochas Ígneas – Presidente Figueiredo (AM) 2. Geocronologia 3.

Petrologia – Presidente Figueiredo (AM) I. Souza, Valmir da Silva (Orient.)

II.Universidade Federal do Amazonas III. Título

CDU(1997): 552.3(811.3)(043.3)

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À Ivan Marques Valério.

Que você represente toda a

minha capacidade de me renovar à cada dia.

O Cheiro da vida.

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AGRADECIME�TOS

Esta pesquisa obteve suporte financeiro do projeto de cooperação DEGEO/UFAM-CG/UFPA: CNPq, projeto CT-Amazônia (Proc. No. 620034/2006-8), que custeou o trabalho de campo e as análises química e isotópica;

À Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e ao Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGGEO) pelo apoio financeiro em etapas de trabalho de campo, e por todo o apoio logístico durante a utilização dos laboratórios;

Aos Laboratórios de Geologia Isotópica da Universidade Federal de Brasília – UnB e Laboratório de Geologia Isotópica Pará-Iso, pela disposição de equipamentos para as etapas geocronológicas;

à Profa. Dra. Rielva Solimairy Campelo do Nascimento por toda a ajuda imprescindível durante a elaboração desta pesquisa. À amizade da geóloga Rielva Solimairy por toda a atenção e ensinamentos pacientes em alguns anos de convivência. A você, todo o meu respeito.

Ao Prof. Dr. Valmir da Silva Souza por todo o incentivo e paciência destinados a mim durante a elaboração deste trabalho;

Às amigas de graduação Kássia (Bezerra) e Thennylle Navarro por todos os momentos verdadeiros de amizade vividos durante o curso. Às amigas reais Kássia (Ressureição) e “Thê” pela sincera prova de respeito diário;

Aos amigos do Programa de Pós-Graduação Dulcimar Conceição, Francinele Silva e Jarrier Honorato por tantos incentivos dedicados durante este mestrado;

Ao técnico de laboratório Antônio Marcos Golçalves pela ajuda na fase de tratamento das amostras;

Ao Prof. Dr. Ivaldo da Trindade pelos ensinamentos profissionais e pela amizade adquirida em curto tempo de convivência.

Ao geólogo Msc. Cristovão da Silva Valério pela vida única que me ensinou a ter durante sete anos de convivência. Que sejam eternos.

Aos meus bens maiores, Eliana Marques e Inêz Silva. Certamente eu não escreveria esta pesquisa se vocês não acreditassem no que me ensinaram. À vocês, todo o meu amor.

À todos que de alguma forma contribuíram para meu crescimento estudantil e mesmo profissional. Perdoem minhas falhas.

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RESUMO

Este trabalho tem como tema central as rochas efusivas e piroclásticas do Grupo

Iricoumé, que afloram na região centro-sul do Município de Presidente Figueiredo, NE

do Amazonas. A região abrange parte do domínio Uatumã-Anauá (DUA), Província

Ventuari-Tapajós (PVT), no centro-sul do Escudo das Guianas. O objetivo principal

deste trabalho é o estudo petrográfico, geoquímico e geocronológico (Sm-Nd) das

rochas vulcânicas, de modo a tentar reconstituir o evento vulcânico ocorrido, bem como

fornecer subsídios para a reconstituição sobre as deposições, tipos de erupções, e

teorizar sobre a ambientação vulcânica resultante. As interpretações de campo,

petrográficas e geoquímicas apontam para termos ácidos, representados por riolitos,

riodacitos, dacitos e traquidacitos, termos intermediários andesíticos e traquiandesíticos,

além de termos piroclásticos ignimbríticos e co-ignimbríticos. A disposição geral destas

rochas remonta à seção esquemática completa de fases eruptivas elaborada por Sparks

& Walker (1976) e Fisher & Schmincke (1994), nos quais as sequências vulcânicas

consistem de camadas basais de surge sobrepostas por ignimbritos e seguidos de co-

ignimbrito, finalizados por uma fase efusiva de fluxo de lava. Geoquimicamente são

rochas subalcalinas de alto-K e fracamente metaluminosas. Estas rochas apresentam

idades Pb-Pb entre 1,88 a 1,89 Ga, apresentadas por Valério et al., (2005) em estudos na

mesma região, e as idades Sm-Nd TDM realizadas nesta pesquisa para os tipos

intermediários, apontam para 2,44 a 2,13 Ga, com predomínio de rochas mais jovens

nas porções de topografias mais superiores, o que representa possível existência de mais

de um pulso vulcânico ocorrido na região durante o evento Transamazônico (εNd entre

-16,92 a -24,73). O modelo proposto para a reconstituição paleoambiental da área

estudada mostra as principais características texturais relacionadas a ambiente vulcânico

de natureza explosiva com conseqüente formação de caldeira.

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LISTA DE FIGURAS E TABELAS

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Figura 1.1. Compartimentação tectônica do Cráton Amazônico, destacando o segmento crustal no qual está localizada a área de estudo (modificado por Macambira et al. 2009).

15

Figura 1.2. Distribuição do magmatismo vulcano-plutônico Uatumã na porção brasileira do Cráton Amazônico (extraído de Pierosan 2009).

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Figura 1.3. Mapa de localização da área de estudo, inseridas as principais vias e hidrovias de acesso. A área de estudo está posicionada cerca de 27 km a norte da sede do município de Presidente Figueiredo e a 30 km a sudeste da reserva indígena Waimiri Atroari.

18

CAPÍTULO 3 – O CRÁTON AMAZÔNICO

Figura. 3.1. Principais propostas de subdivisão do Cráton Amazônico, destacando a localização da área de estudo. a) Almeida (1977); b) Tassinari & Macambira (1999) e reorganizada em Tassinari & Macambira (2004); c) Santos et al. (2000); d) proposta de expansão da Província Tapajós-Parima, com destaque para seus sub-domínios (Modificado de Santos 2003, com adaptação proposta por Santos et al. 2006)

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CAPÍTULO 4 – LITOESTRATIGRAFIA DA ÁREA DE ESTUDO

Figura 4.1. Mapa geológico simplificado do Município de Presidente Figueiredo, inseridas as principais vias de acesso e ressaltadas as localizações do Município no Estado do Amazonas e a área de estudo (Este trabalho).

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CAPÍTULO 6- GEOLOGIA E PETROGRAFIA

Figura 6.1. Mapa geológico simplificado da área de estudo, apresentando a distribuição dos perfis elaborados, as principais seções estruturais e direções de paleo-fluxos (Este trabalho).

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Figura 6.2. Feições de campo dos tipos intermediários estudados. a) fenocristais tabulares de feldspatos com tamanhos de até 20 cm distribuídos em textura porfirítica média; b) fraturas com arranjo estrutural semelhante a disjunções colunares, desenvolvidos em afloramentos dispostos sob a forma de lajedos; c) expressiva ocorrência de amígdalas com tamanhos de até 15cm, preenchidas por material secundário.

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Figura 6.3. Aspectos microscópicos dos tipos andesíticos. a) visão geral de seção delgada revelando cristais tabulares de plagioclásio em textura

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glomeroporfirítica; b) cristais de plagioclásio (andesina An32-35) euedrais com fraturas jigsaw-fit. c) matriz com arranjo textural subtraquítico e com moderada alteração para sericita. d) amígdalas preenchidas por hornblenda cloritizada, quartzo, epidoto, tremolita-actinolita, magnetita, ilmenita e hematita. e) cristais de tremolita-actinolita aciculares dispostas ao centro das amígdalas. f) detalhe de amígdala com cristais de quartzo em textura policristalina ao centro e hornblenda e minerais opacos dispostos próximos às bordas.

Figura 6.4. Feições de campo das rochas vulcânicas ácidas, dispostas sob a forma de lajedos. a) arranjo textural afanítico a porfirítico fino; b) feições indicativas de paleofluxos magmáticos que, em geral, apresentam duas direções principais; c) veios com até 4 cm de espessura e disposição aproximadamente paralela; d) detalhe de veios preenchidos por quartzo, minerais sulfetados e subordinados minerais secundários. e) estruturas amigdaloidais com tamanhos de até 14 cm e preenchimento por minerais secundários; f) fragmentos líticos de até 8 cm circundados por minerais secundários.

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Figura 6.5. Fotomicrografia dos tipos riolíticos. a) constituídos por fenocristais de feldspatos, hornblenda e opacos. b) fotomicrografia dos tipos riolíticos intrusivos ressaltados por textura porfirítica média a grossa, com fenocristais de feldspatos, quartzo e subordinadas biotitas. c) fragmento lítico imerso em matriz afanítica dos tipos riolíticos efusivos. d) coroa de óxido de Fe-Ti dissolvida ao redor de cristal de ilmenita nos tipos riolíticos efusivos.

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Figura 6.6. Feições de campo dos depósitos ignimbríticos, dispostos sob a forma de blocos. a,b) estruturas de acamamento que indicam paleofluxo. c) fragmentos de rochas tamanho bomba de até 12 cm. d) estruturas vesiculares em porções inferiores do depósito com até 6 cm de diâmetro. e) estruturas vesiculares em topografia mais elevada do depósito com até 30 cm de diâmetro. f) textura eutaxítica marcada por alinhamento de fiammes.

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Figura 6.7. Aspectos microscópicos dos tipos ignimbríticos. a) visão geral da seção delgada apresentando principalmente cristaloclastos de quartzo (qz), plagioclásio (pl) e opacos, dispersos sem organização e tamanho definidos; b) detalhe de feldspato sódico (oligoclásio – ol) subedral com moderadas pertitas em filetes; c) fenocristal de plagioclásio em elevado estágio de alteração para sericita; d) quartzo com proeminente textura de engolfamento.

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Figura 6.8. Detalhamento de minerais de titanita. Em geral são euedrais (a) ou ocorrem associadas a minerais máficos. b) detalhamento de titanita euedral fraturada. c) Detalhamento de fiamme. d) cristais púmices em

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seção paralela à direção do tubo de elongação. Notar textura esferulítica preservada (indicada pela seta).

Figura 6.9. Fotomicrografia dos tipos co-ignimbríticos. (a) aspectos gerais do litotipo: apresentam-se de forma moderadamente ordenada e são aproximadamente equigranulares. (b) detalhamento em lupa de 10x. Mineralogicamente constitui-se por quartzo (qz), plagioclásio (pl), feldspato potássico (fd) e opacos (opc), em geral subarredondados a subangulosos, pouco fraturados e com ausência de corrosão.

Figura 6.10. Perfis litoestratigráficos dos litotipos (vulcânicos e piroclásticos) encontrados na área de estudo, indicando sua localização espacial com o mapa geológico da área. Confeccionado a partir das descrições de campo e petrográficas.

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CAPÍTULO 7 – GEOQUÍMICA MULTIELEMENTAR E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA Sm-Nd

Figura 7.1. Diagramas de classificação e caracterização química das rochas vulcânicas Iricoumé. A) diagrama de correlação SiO2 vs. Na2O+K2O de Le Maitre (1989) e Índice de alcalinidade de Irvine & Baragar (1971). B) Diagrama de classificação modificado de Pearce (1996). C) diagrama de correlação entre K2O versus SiO2 (Peccerillo & Taylor, 1976). D) Índice de Saturação em Alumina (Shand, 1943, modificado por Maniar & Picolli 1989).

47

Figura 7.2. Diagrama de classificação de multielementos e ETR para as rochas intermediárias. A) normalizado segundo Thompsom (1982). B) normalizado segundo Boyton (1984).

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Figura 7.3. Diagrama de classificação de multielementos e ETR para as rochas ácidas. A) normalizado segundo Thompsom (1982). B) normalizado segundo Boyton (1984).

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Figura 7.4. Diagramas de classificação tectônica para as rochas estudadas. A) Diagrama discriminante de correlação Rb x Y+Nb (Pearce et al. 1984), com o campo de granitos pós-colisionais de Pearce (1996) . B) Diagramas discriminantes de correlação Zr+Nb+Ce+Y x FeOt/MgO (Whalen et al. 1987). Abreviações: syn-COLG – granitos sin-colisionais; WPG – granitos intraplaca; VAG: granitos de arco vulcânico; ORG: granitos de cadeia meso-oceânica; post-COLG: pós-colisional.

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Figura 7.5. Diagrama de correlação Nd x T (Ga) mostrando a composição isotópica e a evolução das rochas intermediárias e ácidas Iricoumé nos perfis geológicos estudados. Gráfico elaborado conforme modelo do manto

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empobrecido (DM) e CHUR (DePaolo, 1981).

Figura 7.6. Perfil litológico da área de estudo, representando os pontos de coleta para análise Sm-Nd nas rochas intermediárias.

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CAPÍTULO 8- DISCUSSÕES

Figura 8.1. À esquerda, seção esquemática elaborada por Sparks & Walker (1976) para depósitos ignimbríticos, onde: camada 1 representativa de depósitos de surge; camada 2a constitui-se predominantemente por grãos finos moderadamente selecionados e com leve gradação; camada 2b predominam clastos heterogêneos mal selecionados sobrepostos por púmices; camada 3 estabelecida por depósitos de queda. À direita, perfil litológico estudado, onde: litologia IV relacionada à camada 3; litologia III semelhante às camadas 2a e 2b; litologia V representativa da zona de púmices proeminente. P = clastos púmices; L= clastos líticos. Camada 1 não descrita na área de estudo.

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Figura 8.2. À esquerda, seção esquemática elaborada por Slezin (2003) para possíveis estruturas resultantes de um conduto vulcânico, onde: (a) corresponde à separação discreta de gás, que inicia em com magmas isentos de bolhas (zona 1) e cuja ocorrência aumenta progressivamente com a velocidade de fluxo magmático (zonas 2 e 3); (b) corresponde ao regime de dispersão, com o magma inicialmente isento de bolhas (zona1), que com o aumento de velocidade de fluxo, ocorrem destruição parcial do conduto (zonas 2 e 3) e conseqüente formação de fluxos piroclásticos com gases dispersos (zona 4). À direita, perfil litológico estudado, onde: amostra SVP 4E (litologia III) representa os regimes de fluxo piroclástico com expressiva ocorrência de estruturas resultantes do alívio de gases.

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Figura 8.3. Diagrama esquemático de um ambiente de caldeira, mostrando os principais elementos estruturais e os seus estágios de formação, segundo Lipman, (1976).

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Tabela 7.1. Composição química de elementos maiores, menores, traços e elementos terras raras (ETR) das rochas vulcânicas estudadas. (* Amostras comparativas estudadas por Valério et al. 2005, na área de estudo).

Tabela 7.2. Resultados analíticos Sm-Nd dos tipos vulcânicos andesíticos e riolíticos.

Tabela 8.1. Comparações entre as principais características composicionais/texturais dos derrames vulcânicos e depósitos piroclásticos para o vulcanismo Iricoumé na área estudada.

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA 03

AGRADECIMENTOS 04

RESUMO 05

LISTA DE FIGURAS E TABELAS 06

SUMÁRIO 10

CAPÍTULO 1- INTRODUÇÃO 14

CAPÍTULO 2 - OBJETIVOS 17

CAPÍTULO 3 – O CRÁTON AMAZÔNICO 18

CAPÍTULO 4 – LITOESTRATIGRAFIA DA ÁREA DE ESTUDO 21

CAPÍTULO 5 – MÉTODOS DE TRABALHO 25

5.1. Etapa Pré-Campo 25

5.2. Etapa de Campo 26

5.3 Etapa Laboratorial 26

5.4 Etapa de Desenvolvimento 28

CAPÍTULO 6 – GEOLOGIA E PETROGRAFIA DA ÁREA ESTUDADA 28

6.1. Andesitos – Aspectos Geológicos 28

6.2. Andesitos – Aspectos Petrográficos 30

6.3. Riolitos – Aspectos Geológicos 33

6.4. Riolitos – Aspectos Petrográficos 34

6.4.1. Riolitos Efusivos 34

6.4.2. Riolitos Pórfiros 37

6.5 Rochas Piroclásticas 38

6.5.1. Ignimbrito – Aspectos Geológicos 38

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6.5.2. Ignimbritos – Aspectos Petrográficos 38

6.5.3. Co-Ignimbrito – Aspectos Geológicos 44

6.5.4. Co-Ignimbrito – Aspectos Petrográficos 45

CAPÍTULO 7 – GEOQUÍMICA MULTIELEMENTAR E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA Sm-Nd

48

7.1 Geoquímica Multielementar 49

7.2 Geoquímica Isotópica Sm-Nd 55

CAPÍTULO 8 – DISCUSSÕES 58

8.1 Estruturas 58

8.2 Texturas 60

CAPÍTULO 9 – CONCLUSÕES 69

CAPÍTULO 11- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 71

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I�TRODUÇÃO

Este trabalho tem como tema central as rochas efusivas e piroclásticas que afloram

na região centro-sul do Município de Presidente Figueiredo, NE do Amazonas. Essa

região está posicionada na porção central do Cráton Amazônico (Figura 1.1), extremo

sul do Escudo das Guianas e abrange unidades geológicas relacionadas a diversos

pulsos tectono-magmáticos cálcico-alcalinos (Água Branca) e tipo A (magmatismo

Uatumã), desenvolvidos durante o Paleoproterozóico (Ramgrab, 1968; Geomineração,

1972; Rodrigues, 1975; Oliveira et al., 1975, Araújo Neto & Moreira, 1976; Veiga Jr. et

al., 1979; Costi et al., 1984). Estudos sobre o sistema vulcano-plutônico Uatumã

ganharam destaque ao longo dos anos na Província Carajás (Dall’Agnol et al., 1994,

1997, 1999, 2005, 2009), Província Aurífera Tapajós (Vasquez et al., 1999 e 2002;

Lamarão et al., 2002 e 2005), Província Estanífera Pitinga (Costi et al., 2000; Lenharo

et al., 2002, Ferron et al., 2006 e 2009, Pierosan 2009), nordeste do Mato Grosso, área

Xingu-Iricoumé (Barros et al., 2005 e 2009) e centro-sul de Município de Presidente

Figueiredo, NE Amazonas (Valério et al., 2005, 2006, 2009,; Marques et al., 2007;

Souza et al., 2007; Freitas et al., 2007) (Figura 1.2). Esses trabalhos permitiram auxiliar

o desenvolvimento de modelos geológico-evolutivos para cada um destes segmentos do

Cráton. No entanto ainda não existe um modelo conclusivo para região NE Amazonas,

onde estão inseridas as rochas vulcânicas avaliadas neste estudo.

Informações detalhadas do magmatismo Uatumã na porção centro-sul do

Município de Presidente Figueiredo ainda são hipotéticas, considerando estudos

restritos, devido às condições precárias de acesso aos afloramentos, forte atuação

intempérica com formação de crosta laterítica e espessos solos, além da proximidade

com a Reserva Indígena Waimiri Atroari e propriedades particulares de difícil acesso.

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As feições de campo e as características textural e composicional das rochas estudadas

permitiram a identificação e individualização de rochas vulcânicas efusivas ácidas a

intermediárias (riolitos a andesitos) intercaladas a

Figura 1.1. Compartimentação tectônica do Cráton Amazônico, destacando o segmento crustal no qual está localizada a área de estudo (modificado por Macambira et al. 2009). depósitos de fluxo piroclástico de faciologia diversificada, os quais segundo o modelo

de Fischer & Schmincke (1984), representam parte das etapas básicas de um evento

vulcânico de natureza explosiva. A interpretação das texturas e identificação de

estruturas vulcânicas pode fornecer subsídios para a explicação da reconstituição sobre

as deposições, tipos de erupção, e teorizar sobre a(s) forma(s) vulcânica(s) resultante(s).

A área de estudo está localizada na parte centro-sul do Município de Presidente

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Figueiredo (AM), e abrange os Ramais do Canoas, Castanhal (Micad), Rumo Certo e

Novo Rumo e parte do Igarapé Canoas e do Lago de Balbina, os quais compõem

divisões da drenagem regional. O aspecto topográfico geral é formado por moderadas

elevações, e os afloramentos mais expressivos caracterizam-se por morfologia de

morros. As rochas vulcânicas estudadas ocorrem nessa região. A principal via de acesso

à região é a rodovia federal BR-174 (Manaus – Boa Vista), a qual se interliga aos

ramais e vicinais da região (Figura 1.3).

Fig. 1.2. Distribuição do magmatismo vulcano-plutônico Uatumã na porção brasileira do Cráton Amazônico (copiado de Pierosan 2009).

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2. OBJETIVOS

Esta pesquisa compõe uma atualização geológica, petrográfica, geoquímica e

isotópica de rochas vulcânicas do Grupo Iricoumé, a fim de estabelecer a natureza do

evento vulcânico ocorrido na região de estudo. Para isto, analisamos alguns aspectos

mais pertinentes ao estudo:

1. Identificar e correlacionar as diferentes faciologias dos vulcanitos Iricoumé para

a confecção do mapa geológico, a partir de caracterização petrográfica e

química;

2. Caracterizar a idade (isótopos de Sm–Nd) dessas faciologias, a fim de

estabelecer uma possível cronologia nos intervalos dos pulsos vulcânicos

ocorridos.

3. Sugerir os processos envolvidos na evolução geoquímica dos líquidos estudados,

além de sua provável fonte, com base na geoquímica multielementar e

investigação dos isótopos de Nd.

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Figura 1.3. Mapa de localização da área de estudo, inseridas as principais vias e hidrovias de acesso. A área de estudo está posicionada cerca de 27 km a norte da sede do município de Presidente Figueiredo e a 30 km a sudeste da reserva indígena Waimiri Atroari.

3. O CRÁTO� AMAZÔ�ICO

A compartimentação do Cráton Amazonas segue propostas estruturais,

geofísicas e principalmente geocronológicas. Os primeiros estudos são atribuídos a

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Amaral (1974) e Almeida (1978), que configuraram ao Cráton dois grandes domínios

geológicos: Escudos das Guianas e Brasil Central. Esta classificação foi revisada por

Costa & Hasui (1997), baseada em dados geofísicos e estruturais, que definiram o

Cráton Amazônico como um bloco dividido em doze paleoplacas geradas por colisões

continentais do arqueano ao paleoproterozóico.

Os principais estudos de compartimentação são referidos à geocronologia, e as

primeiras pesquisas foram realizadas por Amaral (1974), que baseado em dados K–Ar e

Rb– Sr inicialmente dividiu o Cráton em três províncias geocronológicas distintas, as

quais foram modificadas por diversos autores e são continuamente discutidas a partir do

uso de novos dados isotópicos (Sm–Nd e U–Pb) (Cordani et al. 1979, Teixeira et al.,

1989, Tassinari 1996, Tassinari & Macambira 1999) (Figura 3.1).

Tassinari & Macambira (1999) consideram a divisão do Cráton em seis

províncias distintas, com idades entre >2,3 a 1,0 Ga e origens relacionadas ao acréscimo

de faixas móveis proterozóicas ao redor de um núcleo arqueano (Província Amazônia

Central, >2,5 Ga). Santos et al., (2000 e 2002), acrescentaram a Província Carajás,

considerando-a a mais antiga (idade 3,1 a 2,5 Ga), e excluíram a Província Maroni-

Itacaiúnas, agora chamada Província Transamazonas, além de sugerirem novos nomes e

limites para as demais províncias, geradas por reciclagem da crosta continental. Santos

et al., (2006) aumentaram os limites da Província Transamazonas (2,2 a 2,0 Ga) para o

norte da Província Carajás (3,1 a 2,5 Ga), desconsiderando terrenos antes datados como

arqueanos (domínio Bacajá), além de expandirem a Província Tapajós-Parima (2,3 a 1,8

Ga) para o leste da Província Amazônia Central, e reconsideraram a existência da Faixa

Colisional K’MudKu (1,4 a 1,1 Ga) em parte

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Fig. 3.1. Principais propostas de subdivisão do Cráton Amazônico, destacando a localização da área de estudo. a) Almeida (1977); b) Tassinari & Macambira (1999) e reorganizada em Tassinari & Macambira (2004); c) Santos et al. (2000); d) proposta de expansão da Província Tapajós-Parima, com destaque para seus sub-domínios (Modificado de Santos 2003, com adaptação proposta por Santos et al. 2006)

das Províncias Transamazonas, Tapajós-Parima e Rio Negro. Por outro lado,

Macambira et. al., (2009) excluíram a Província Carajás, inserindo-a na Província

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Amazônia Central, onde reconsideram suas idades para 2,9 a 3,2 Ga, estendendo seus

limites e mantendo os nomes e idades das províncias de acordo com Tassinari (1996) e

Tassinari & Macambira (1999).

A porção central da Província Ventuari-Tapajós, onde está localizada a área de

estudo deste trabalho, engloba dois domínios geológicos com similaridades litológicas:

a norte, composta por granitos gnáissicos e anfibolitos de idade 1,82 a 1,85 Ga

associadas a granitóides do embasamento; e a sul, com migmatitos, tonalitos e gabros,

distribuídos em embasamento metamórfico nas fácies anfibolito a granulito, de idade

1,98 a 2,00 Ga (Vasquez et al., 1999; Gaudette & Olszewski, 1981; Tassinari &

Macambira 1999, Tassinari et al., 2000). Santos et al., (2000, 2003) desconsideram o

domínio Ventuari (a norte) como pertencente à província, pois a partir de novos dados

isotópicos U-Pb mostraram a idade de 1,84 a 1,79 para este domínio, inserindo-o na

Província Rio Negro. Assim, renomearam a província para Tapajós-Parima, gerada

entre 2,10 a 1,87 Ga por acresção crustal, e a dividiram em quatro domínios geológicos

similares separados por bacias sedimentares e pela faixa colisional K’Mudku. Esses

domínios são representados por rochas metassedimentares e associações vulcano-

plutônicas pós-orogênicas a anorogênicas relacionadas ao magmatismo Uatumã. A

Província Tapajós-Parima foi dividida em seis domínios tectono-estruturais,

representados por terrenos vulcano-plutônicos cálcico-alcalinos similares.

4. LITOESTRAGRAFIA DA ÁREA DE ESTUDO

As unidades litológicas deste domínio incluem rochas proterozóicas

representadas por vulcânicas do Grupo Iricoumé, granitos das Suítes Água Branca,

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Mapuera e Madeira, metamórficas do Complexo Jauaperi, além de rochas sedimentares

representantes das Formações Urupi e Prosperança e rochas máficas das Formações

Seringa e Quarenta Ilhas (Figura 4.1).

A unidade Água Branca foi elevada à categoria de Suíte por Oliveira et al.,

(1996), em resposta aos novos levantamentos acerca de Veiga Jr. et al., (1979) e Araújo

Neto & Moreira (1976). Esta unidade ocorre no sudeste de Roraima, nordeste do

Amazonas e noroeste do Pará, com área-tipo distribuída ao longo do Igarapé Água

Branca, afluente esquerdo do Rio Uatumã. É constituída por granitóides localmente

foliados de idade entre 1,890 a 1,898 Ma e característica geoquímica apontando para

série cálcio-alcalina tipo I Cordilheirano (CPRM 2003; Valério 2006). A formação

dessas rochas indica ambiente de arco magmático com participação crustal, o que

sugere correspondência com os granitos Tropas-Parauari do Domínio Tapajós.

O Grupo Iricoumé foi inicialmente definido por Oliveira et al., (1975) e elevado

à categoria de Grupo por Veiga Jr. et al., (1979). Esta unidade apresenta sua área-tipo

na Serra Iricoumé, alto curso do Rio Mapuera e delineia afloramentos no nordeste do

Amazonas, sudeste de Roraima e noroeste do Pará. É constituída por riolitos, riodacitos,

dacitos, traquidacitos, andesitos, traquiandesitos e andesitos basálticos, de idade entre

1,89 a 1,86 Ga (CPRM 2003; Costi et al., 2000; Valério et al., 2005). Costi et al.,

(2000) e Valério et al., (2005 e 2009) apontaram características geoquímicas

subalcalinas de alto- a ultra-K, com afinidade alcalina e magmatismo do tipo-A. Esses

dados contrariam os resultados encontrados por Haddad et al. (2000) que apontam uma

assinatura de subducção com contribuição crustal parcial, o que sugere correlação com

granitóides da Suíte Água Branca e Suíte Intrusiva Tropas-Parauari (Província Tapajós).

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Faria et al., (2003) inicialmente denominaram a Suíte Metamórfica Jauaperi, que

foi renomeada para Complexo Jauaperi pela CPRM (2006). São representadas por

granitos, metagranitos, ortognaisses, migmatitos, diques de anfibolito e bolsões

charnockitóides (CPRM 2006). A assinatura química revela caráter metaluminoso e

associação cálcico-alcalina de alto-K, de idade 1,88–1,86 Ga para esta unidade (Faria &

Luzardo, 2000; Santos et al. 2002; CPRM 2003).

Figura 4.1. Mapa geológico simplificado do Município de Presidente Figueiredo, inseridas as principais vias de acesso e ressaltadas as localizações do Município no Estado do Amazonas e a área de estudo (Este trabalho).

A denominação Mapuera foi dada pela Geomineração (1972), e Veiga Jr. et al.

(1979) elevaram esta unidade à categoria de Suíte. A área-tipo ocorre no Rio Mapuera,

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entre o Amazonas, Roraima e Pará. É representada por monzogranitos, sienogranitos,

quartzo sienitos, monzonitos e granófiros, com intervalo de idade entre 1,89 a 1,86 Ga

(Santos et al., 2002; CPRM 2003; Ferron et al., 2006; Valério et al.,

2006).Quimicamente são classificados como granitos tipo-A (CPRM 2000, 2003 e

2006, Valério et al., 2006), com séries metaluminosas a peraluminosas compatíveis com

ambientes anorogênicos, gerados por fusão da crosta com prévia assinatura de

subducção (Haddad & Faria 2000), o que sugere correlação com vulcânicas do Grupo

Iricoumé e granitos das Suítes Maloquinha (Domínio Tapajós) e Velho Guilherme

(Domínio Carajás).

A Formação Urupi compreende rochas sedimentares descritas nos Rios Pitinga,

Jatapu e Capu-Capu, Estado do Amazonas, e exposições isoladas nos Estados de

Roraima e Pará (Mandetta et al., 1974, Araújo Neto & Moreira 1976, Veiga Jr. et al.,

1979 e Costi et al., 1984). A litologia consiste de arenitos arcoseanos, quartzo arenitos,

conglomerados, argilitos e siltitos, com 810 m de espessura distribuídos em estruturas

sedimentares com estratificações plano-paralelas, cruzadas acanaladas e marcas

ondulares, depositados em torno de 1788 Ma, idade referência mínima para o sill

Quarenta Ilhas (Veiga Jr. et al., 1979; Santos et al., 2000b). Cunha (2001) sugere

depósitos sedimentares relacionados à ambientes deltaico dominado por maré e marinho

raso, enquanto Cunha et al., (2006) aponta características deposicionais eólicas nos

estratos inferiores (CPRM, 2006).

A Formação Prosperança ocorre no limite da borda norte da Bacia do Amazonas,

distribuída em uma faixa estreita e descontínua, porém há registro dessa unidade dentro

do terreno granítico-vulcânico paleoproterozóico, depositados em um graben orientado

na direção WNW-ESE. Esses sítios deposicionais possuem limites laterais marcados por

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falhas normais sindeposicionais e zonas de cisalhamento, testemunhos da ação de uma

tectônica transtensiva pós Brasiliano (Wanderley Filho 1991, Cunha et al. 1994, Silva et

al. 2003, Souza & Nogueira 2009). Essa unidade mostra-se constituída por níveis

conglomeráticos, pacotes de arenitos feldspáticos finos a grossos e siltitos, contendo

laminação plano-paralela, estratificação cruzada de baixo ângulo, marcas de ondas e

paleocanais, produtos de ambiente fluvio-deltaico durante o Neoproterozóico (Caputo et

al. 1972, Cunha et al. 1994, Nogueira & Soares, 1996, Nogueira, 1999).

Eventos máficos foram registrados na região, representados por soleiras e diques

máficos das Formações Quarenta Ilhas e Seringa. Veiga Jr. et al. (1979) inicialmente

definiu para estas rochas de ocorrência no médio curso do rio Pitinga, de Formação

Quarenta Ilhas, representadas por diabásios, gabros e basaltos, com direções NE, NW e

N-S, de caráter subalcalino toleítico (Milliotti & Faria, 2000). Idades U-Pb em

badelleyita acusaram 1788±4 Ma, registrada como forte correspondência com os

magmatismos Avanavero e Crepori do Cráton Amazônico. A Formação Seringa,

definida por Veiga Jr. et al., (1979), representa derrames de basaltos, diques de diabásio

e gabros ao longo do rio Jatapu e igarapé Seringa, com direções NE-SW e mergulhos

para SE e características químicas sugerindo afinidade calcialcalina (Araújo Neto &

Moreira, 1976; Reis et al. 2000).

5. MÉTODOS DE TRABALHO

Esta dissertação foi desenvolvida segundo quatro etapas básicas: pré-campo,

campo, laboratório e desenvolvimento.

5.1. Etapa pré-campo: Esta etapa foi dividida em duas partes, a primeira delas

estendeu-se por todo o desenvolvimento deste trabalho, e consistiu do levantamento

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bibliográfico concernente às informações geológicas pré-existentes, o que permitiu a

atualização de alguns dados conhecidos a respeito das rochas vulcânicas Iricoumé. A

segunda parte foi destinada à interpretação dos produtos de sensores remotos, o que

auxiliou na elaboração do mapa geológico da área estudada.

5.2. Etapa de campo: esta etapa foi realizada em três fases, com duração de cerca de 06

dias cada, na qual foram feitas a coleta, fragmentação e identificação de amostras de 08

litotipos diferentes para o tratamento laboratorial e a prévia elaboração dos perfis

estratigráficos. Estas amostras foram extraídas de escassos afloramentos distribuídos

nas Comunidades do Canoas, Castanhal, Rumo Certo e Novo Rumo, além de

propriedades particulares ao longo da BR-174 e pontos seletos na porção noroeste do

Lago de Balbina. Em sua maioria, as coletas só foram possíveis por meio de

caminhadas em picadas na mata, buscando obter, sempre que possível, seu

georreferenciamento. Nesta etapa, procurou-se reconhecer as relações de contato entre

derrames vulcânicos e fluxos piroclásticos, caracterizando suas variações texturais,

estruturais, composicionais e volumétricas.

5.3. Etapa laboratorial. Dividida em duas fases, esta etapa consistiu da preparação

inicial das amostras coletadas no campo e posteriormente o tratamento para análises

diversas.

- A preparação foi feita inicialmente no Laboratório de Laminação do Departamento de

Geociências (DEGEO) da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, onde parte das

amostras devidamente selecionadas foi serrada em tabletes (em disco de serra

diamantado) para confecção de lâminas delgadas para análises petrográficas. Parte do

material restante foi britado em britador de mandíbula, quarteado, triturado e

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pulverizado (pulverizador de porcelana), visando a preparação de alíquotas para as

análises geoquímicas. Parte do material pulverizado foi separado para as análises

isotópicas (Sm-Nd), e então encaminhado ao Laboratório de Sedimentologia do

DEGEO para o peneiramento em peneiras vibratórias Produtest, e separado para compor

alíquotas de 5 g de amostras para as análises isotópicas (Sm-Nd).

- O tratamento consiste de análises petrográficas, geoquímicas e isotópicas (Sm-Nd).

Para as análises petrográficas, as lâminas confeccionadas na fase de preparação foram

encaminhadas ao Laboratório de Microscopia do DEGEO para serem descritas

detalhadamente em microscópio óptico, de modo a correlacionar os litotipos segundo a

classificação modal para descrição de rochas vulcânicas, observando-se seus minerais

constituintes, arranjo textural e composicional e a relação de contato entre os grãos, o

que auxiliou na interpretação evolutiva das rochas vulcânicas.

Para as análises químicas (rocha total), foram selecionadas 05 amostras, e

encaminhadas ao laboratório comercial ACME Analytical Laboratories Ltd.,

Vancouver, Canadá. Os elementos maiores foram determinados por Inductively

Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry (ICP-AES) e os traços, juntamente com

os terras-raras (ETR), foram determinados por Inductively Coupled Plasma Atomic

Mass Spectrometry (ICP-AMS).

Para análises isotópicas Sm-Nd em rocha total, foram selecionadas um total de

05 amostras e encaminhadas para o laboratório de Geologia Isotópica da Universidade

de Brasília, aplicando-se a procedimento analítico descrito por Gioia & Pimentel

(2000).

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5.4 Etapa de Desenvolvimento. Esta etapa envolveu a compilação das informações

levantadas e a análise dos resultados obtidos, que foram traduzidos neste trabalho e que

serão reunidos para confecção de material para publicação.

6. GEOLOGIA E PETROGRAFIA DA ÁREA ESTUDADA

Além de granitóides e, secundariamente, metagranitóides, a área de estudo é

formada por rochas vulcânicas efusivas e explosivas ácidas a intermediárias (Figura

6.1). Os tipos petrográficos, produtos de fluxo de lava identificados são: riolitos,

riodacitos, andesitos e traquiandesitos, enquanto os fluxos piroclásticos são formados

por ignimbritos eutaxíticos, ignimbritos e co-ignimbritos associados. Na porção sul

predominam fluxos piroclásticos, intercalados a derrames ácidos e termos

intermediários, e na porção centro-norte predominam derrames ácidos seguidos de

depósitos piroclásticos.

6.1 Andesitos – Aspectos Geológicos.

Os andesitos ocorrem pontualmente sob a forma de lajedos. Apresentam cor

cinza e textura porfirítica média, formada por fenocristais tabulares de feldspatos de até

02 cm (Figura 6.2A). A espessura deste depósito é de aproximadamente 30 metros. É

comum nas porções mais superiores do depósito a ocorrência de fraturas com arranjo

tetragonal que se assemelham a disjunções colunares (Figura 6.2B). Este litotipo contém

elevada ocorrência de amígdalas com tamanhos que variam de 2 cm a 15 cm, e que são

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Figura 6.1. Mapa geológico simplificado da área de estudo, apresentando a distribuição dos perfis elaborados, as principais seções estruturais e direções de paleo-fluxos (Este trabalho).

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Figura 6.2. Feições de campo dos tipos intermediários estudados. a) fenocristais tabulares de feldspatos com tamanhos de até 20 cm distribuídos em textura porfirítica média; b) fraturas com arranjo estrutural semelhante a disjunções colunares, desenvolvidos em afloramentos dispostos sob a forma de lajedos; c) expressiva ocorrência de amígdalas com tamanhos de até 15cm, preenchidas por material secundário.

6.2 Andesitos - Aspectos Petrográficos.

Os andesitos da área estudada exibem arranjo textural glomeroporfirítico médio

representado por fenocristais tabulares de plagioclásio (andesina An32–35) (Figura 6.3 A)

e expressiva ocorrência de amígdalas. A andesina é euedral com tamanho entre 1 a 15

mm em sua elongação máxima, em geral apresenta estágio de alteração para sericita e

planos de geminação albita-carlsbad. Localmente ocorrem fraturas do tipo jigsaw-fit

(Figura 6.3 B), onde os espaços formados entre os fragmentos são normalmente

separados por fina camada da matriz, e em parte, por quartzo secundário. As faces

internas às fraturas apresentam-se irregulares. Contém raras inclusões de zircão.

Apresenta moderado grau de descalcificação, formando principalmente sericita e finos

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cristais de epitodo. O contato com outros cristais é suturado, e alguns cristais

apresentam-se com bordas irregulares.

Figura 6.3. Aspectos microscópicos dos tipos andesíticos. a) visão geral de seção delgada revelando cristais tabulares de plagioclásio em textura glomeroporfirítica; b) cristais de plagioclásio (andesina An32-

35) euedrais com fraturas jigsaw-fit. c) matriz com arranjo textural subtraquítico e com moderada alteração para sericita. d) amígdalas preenchidas por hornblenda cloritizada, quartzo, epidoto, tremolita-actinolita, magnetita, ilmenita e hematita. e) cristais de tremolita-actinolita aciculares dispostas ao centro das amígdalas. f) detalhe de amígdala com cristais de quartzo em textura policristalina ao centro e hornblenda e minerais opacos dispostos próximos às bordas.

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A matriz apresenta arranjo textural sub-traquítico, composta por feldspatos e

subordinados quartzo, anfibólio, minerais opacos e os acessórios epidoto, biotita,

titanita, além de clorita e raros carbonatos associados à percolação de fluidos pós-

magmáticos. São aproximadamente equigranulares, levemente orientados segundo o

fluxo magmático e geralmente encontram-se circundados por sericita (Figura 6.3 C).

As amígdalas são preenchidas por hornblenda cloritizada, quartzo, epidoto,

tremolita-actinolita, magnetita, ilmenita e hematita (Figura 6.3 D). As bordas são

preenchidas por ‘cordões’ de cristais de quartzo, que mantém contato irregular com a

matriz. A tremolita-actinolita ocorre em hábito acicular e dispõe-se em geral da borda

para o centro das amígdalas, juntamente com cristais de quartzo (Figura 6.3 E), em

contato suturado a irregular com estes últimos. O quartzo apresenta-se sob trê formas: o

quartzo-1 em cristais anedrais subarredondados com extinção fortemente ondulante e

em contato suturado outros cristais de quartzo e tremolita-actinolita; quartzo-2

distribuídos em textura policristalina, em contato irregular com cristais de tremolita-

actinolita e opacos; e quartzo-3 raros, com inclusões fluidas em contato suturado com os

minerais opacos. A hornblenda cloritizada é anedral, geralmente está associada com

minerais opacos e dispõe-se mais próxima das bordas das amígdalas, juntamente com o

epidoto e os minerais opacos (Figura 6.3 F). O epidoto é anedral e ocorre disperso nas

bordas da amígdala. Os minerais opacos são anedrais subarredondados, ocorrem

próximos às bordas e estão associados a hornblenda cloritizada e em contato com

cristais de quartzo do tipo-3.

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6.3 Riolitos – Aspectos Geológicos.

Os tipos riolíticos da área estudada apresentam cor vermelha acinzentada a

vermelha e textura porfirítica fina em matriz fortemente afanítica (Figura 6.4 A).

As medidas de paleofluxo magmático, em geral, indicam duas direções de fluxos

que foram geradas, uma na direção 35-45Az (NE-SW) e outra 75-85Az (NEE-SWW),

que constituíram um total de 12 medidas (Figura 6.4 B).

Veios são frequentes e apresentam espessura que varia de poucos milímetros a 4

cm e são geralmente preenchidos por quartzo e minerais sulfetados (Figura 6.4 C,D).

A ocorrência de amígdalas é moderada, com tamanhos que variam de 3,2 cm a

14 cm e geralmente são preenchidas por minerais secundários (Figura 6.4 E).

Fragmentos líticos são de ocorrência moderada, apresentam tamanhos entre 3 cm

a 7,4 cm. Alguns deles são bordejados por minerais secundários e ‘cordões’ de cristais

de quartzo (Figura 6.4 F), constituindo halos de alteração.

Um segundo tipo de riolito identificado localmente na área de estudo apresenta-

se caracteristicamente com textura porfirítica, o que nos permitiu classificá-lo como

riolito pórfiro. Estes pórfiros são intrusivos nas rochas intermediárias com espessura

aproximada de 3 metros. A textura porfirítica é ressaltada por fenocristais de feldspatos

de até 5 cm dispersos em matriz afanítica média a grossa. Em amostras de mão essas

rochas são de cor vermelho acinzentado.

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Figura 6.4. Feições de campo das rochas vulcânicas ácidas, dispostas sob a forma de lajedos. a) arranjo textural afanítico a porfirítico fino; b) feições indicativas de paleofluxos magmáticos que, em geral, apresentam duas direções principais; c) veios com até 4 cm de espessura e disposição aproximadamente paralela; d) detalhe de veios preenchidos por quartzo, minerais sulfetados e subordinados minerais secundários. e) estruturas amigdaloidais com tamanhos de até 14 cm e preenchimento por minerais secundários; f) fragmentos líticos de até 8 cm circundados por minerais secundários.

6.4 Riolitos - Aspectos Petrográficos.

6.4.1 Riolitos Efusivos. Apresentam fenocristais de feldspatos, quartzo, hornblenda e

subordinados opacos dispersos em matriz microcristalina fina de composição quartzo-

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feldspática e hornblenda (Figura 6.5 A). O zircão e a apatita são os minerais acessórios

mais frequentes. Os representantes hidrotermais são a clorita e o epidoto.

O quartzo é anedral, subarredondado a subangular, varia em tamanho de 2 a

5mm, exibe extinção fortemente ondulante e apresenta bordas corroídas, provavelmente

indicando a atuação de fluidos magmáticos. Alguns cristais contêm bordas com texturas

de engolfamento, o que indica processos de reabsorção. Raros cristais ocorrem em

textura policristalina associados a outros fenocristais de quartzo. Variações anedrais

menores que 2mm são dispersos na matriz, e apresentam bordas intensamente corroídas,

com moderada extinção ondulante.

O plagioclásio é subedral a euedral, varia, em comprimento, de 1 e 2 mm e tem

composição oligoclásio (An29). Apresenta geminações lei da Albita e Albita-Carlsbad.

Contém muscovita, sericita e argilominerais em seus núcleos. Apresentam bordas

levemente corroídas e raros contatos com cristais de quartzo e opacos.

O fenocristal de álcalifeldspato tem comprimento entre 1 e 2 mm, é subedral e

contém inclusões de plagioclásio. Alguns cristais apresentam-se moderadamente

pertitizados e com maclamento albita-periclina. Entre alguns cristais de álcalifeldspato

formaram-se agregados de quartzo-feldspato de tamanho intermediário entre a matriz e

os fenocristais.

O fenocristal de hornblenda é subedral, ocorre comumente associado aos opacos,

além de incidir sob a forma de agregados de cristais menores que formam um arranjo

radial disseminados na matriz. Contêm inclusões de opacos e o contato com a matriz é

gradual.

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36

Os fragmentos líticos são acessórios, variam entre 4mm a 9mm, são subedrais a

euedrais, subarredondados e em contato gradual com a matriz. Em geral, apresentam

bordas corroídas ou com coroas de reação, onde cristais intercrescidos de quartzo

compõem as fases recristalizadas, provavelmente produtos da interação cristal/fluido

(Figura 6.5 C).

A matriz apresenta arranjo textural microcristalino (<0,5mm), caracterizada por

um mosaico equigranular quartzo-feldspático, com contribuições de micrólitos de

biotita e minerais acessórios titanita, zircão, apatita, pirita, ilmenita, além de clorita,

carbonato e epidoto representantes da paragênese hidrotermal. Raramente é possível

observar discreta direção de fluxo magmático, o qual se sobressai no contorno dos

fenocristais. Destaca-se ainda, minerais de ilmenita, que desenvolvem uma coroa de

óxidos de Ti (Figura 6.5 D), produtos da exsolução do excesso de Fe-Ti da sua estrutura

durante a diminuição da temperatura (Haggerty, 1991; Harlov, 2000).

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37

Figura 6.5. Fotomicrografia dos tipos riolíticos. a) constituídos por fenocristais de feldspatos, hornblenda e opacos. b) fotomicrografia dos tipos riolíticos intrusivos ressaltados por textura porfirítica média a grossa, com fenocristais de feldspatos, quartzo e subordinadas biotitas. c) fragmento lítico imerso em matriz afanítica dos tipos riolíticos efusivos. d) coroa de óxido de Fe-Ti dissolvida ao redor de cristal de ilmenita nos tipos riolíticos efusivos.

6.4.2. Riolitos pórfiros. Os pórfiros apresentam textura porfirítica média a grossa

ressaltada por fenocristais de feldspatos de até 2cm, quartzo e subordinadas biotitas,

imersos em matriz microcristalina média a grossa (Figura 6.5 B).

O fenocristal de álcalifeldspato tem comprimento entre 1 e 2 mm, é subedral,

apresenta-se muito pertitizado, sericitizado, internamente fraturado e com bordas

corroídas. As faces internas às fraturas encontram-se com superfícies corroídas.

Apresentam importante extinção ondulante, chegando a formar lamelas de deformação,

provavelmente resultante de esforços tectônicos após o alojamento.

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38

O plagioclásio é subedral a euedral, varia entre 1 e 2 mm e tem composição

oligoclásio (An29). Apresenta geminações lei da Albita e Albita-Carlsbad. Seu núcleo

forma muscovita, além de sericita e argilominerais.

Os fenocristais de quartzo são anedrais, variam de 0,7 a 1,5 mm, exibem forte

extinção ondulante e bordas corroídas. Ocorrem como fenocristais ou em fases anedrais

dispersas na matriz com bordas em textura de engolfamento.

A matriz exibe arranjo textural microcristalino médio, composta por um mosaico

equigranular de quartzo e feldspatos, além de minerais acessórios epidoto, titanita,

minerais opacos e apatita, todos anedrais e em contato suturado a pontual com a matriz.

6.5 Rochas piroclásticas

Essas rochas afloram principalmente na porção sudoeste e nordeste da área de

estudo. Esse litotipo foi classificado em duas fácies, identificadas segundo a

classificação modal para depósitos piroclásticos de Sparks & Walker (1976). Adotamos

aqui o termo fácies para descrever diferentes morfologias, superposição relativa,

geometria, composição e tamanho dos grãos, que possivelmente descrevem rochas

oriundas de diferentes regimes deposicionais (Wilson & Walker 1982, McArthur & Cas

1998).

6.5.1. Ignimbrito – Aspectos Geológicos.

Esta fácies é constituída pela maior proporção de cristaloclastos em relação à

matriz, púmices, vidro e litoclastos, dispostos em arranjo caótico, pobremente

selecionada e com tamanhos variáveis. A espessura total do depósito é de

aproximadamente 42 metros. Apresenta estruturas de acamamento (Figura 6.6 A,B) e

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39

fragmentos de rochas de tamanho de bombas, medindo aproximadamente 12 cm.

(Figura 6.6 C).

A ocorrência de estruturas vesiculares é variável, de moderada (Figura 6.6D) a

alta em topografia mais elevada do depósito, com tamanhos que chegam até 30 cm

(Figura 6.6 E). Por vezes é possível observar discreta orientação dos cristaloclastos

constituintes, segundo a direção de paleofluxo magmático.

Essa fácies apresenta marcante textura eutaxítica, disposta na base, porções

intermediárias e no topo dos depósitos ignimbríticos (Figura 6.6 F). Caracteriza-se pelo

alinhamento paralelo de cristais púmices achatados (fiammes) e fortemente soldados. Os

fiammes são de cor preta, variam de tamanho milimétrico até 18 cm de comprimento,

além de raramente ter preservadas estruturas vesiculares, as quais são preenchidas por

cristais de quartzo e feldspato. Esse depósito apresenta espessura total estimada de 8

metros, onde os fragmentos de rochas são raros ou ausentes.

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40

Figura 6.6. Feições de campo dos depósitos ignimbríticos, dispostos sob a forma de blocos. a,b) estruturas de acamamento que indicam paleofluxo. c) fragmentos de rochas tamanho bomba de até 12 cm. d) estruturas vesiculares em porções inferiores do depósito com até 6 cm de diâmetro. e) estruturas vesiculares em topografia mais elevada do depósito com até 30 cm de diâmetro. f) textura eutaxítica marcada por alinhamento de fiammes.

6.5.2 Ignimbritos - Aspectos Petrográficos.

Os ignimbritos são representados pela abundante ocorrência de cristaloclastos de

quartzo, feldspatos, epidoto, minerais opacos, titanita, biotita, anfibólio, expressivos

fragmentos púmices e raros fragmentos líticos imersos em matriz cinza fina a vítrea

com alto grau de soldagem (Figura 6.7 A).

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41

O álcalifeldspato (oligoclásio An16–24) é subedral, e apresenta geminação

simples. O tamanho varia de 2 mm a 6 mm e ocorrem moderadas pertitas em filetes

(Figura 6.7 B). Fragmentos menores euedrais apresentam faces com superfície irregular

preservada, e alguns cristais apresentam fraturas internas preenchidas pela matriz.

Expressivos fragmentos anedrais ocorrem como agregados dispersos na matriz.

O plagioclásio varia de 3 mm a 6 mm, é subedral e com planos de geminação

albita-carlsbad. Apresenta elevado grau de alteração para sericita. Quantidades

moderadas de fragmentos de cristais subedrais preservaram superfícies irregulares.

Comumente contém bordas muito corroídas, o que define o hábito anedral. Alguns

cristais apresentam corrosão interna preenchida por quartzo secundário. É comum a

associação e inclusão com minerais opacos. Apresenta moderada alteração para epidoto

e sericita-muscovita (Figura 6.7 C).

O quartzo varia de 3 mm a 9 mm, é subangular a subarredondado. Cristais

anedrais são associados a bordas corroídas. Os cristais subedrais são muito fraturados e

corroídos. Contém expressiva textura de engolfamento (Figura 6.8 D), elevada extinção

ondulante e moderadas inclusões fluidas. Apresenta comumente fraturas conchoidas

com margens convexas. Apresenta fraturas e corrosões internas preenchidas pela matriz.

Alguns cristais fraturados sugerem rotação, o que pode indicar movimentação por

fluidos posteriores.

Os minerais opacos ocorrem como raros cristais anedrais subarredondados

imersos na matriz e como produtos de alteração nos cristais púmices. Estão fraturados e

são principalmente associados a cristais de titanita. Geralmente ocorrem inclusos em

minerais de plagioclásio.

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42

O epidoto ocorre principalmente como mineral secundário em cristais de

plagioclásio e preenchendo as vesículas de cristais púmices, e os raros cristais primários

anedrais subarredondados estão dispersos na matriz.

Figura 6.7. Aspectos microscópicos dos tipos ignimbríticos. a) visão geral da seção delgada apresentando principalmente cristaloclastos de quartzo (qz), plagioclásio (pl) e opacos, dispersos sem organização e tamanho definidos; b) detalhe de feldspato sódico (oligoclásio – ol) subedral com moderadas pertitas em filetes; c) fenocristal de plagioclásio em elevado estágio de alteração para sericita; d) quartzo com proeminente textura de engolfamento.

A titanita é euedral, subangular de tamanho entre 0,8 mm a 2,7 mm e raramente

está fraturada (Figura 6.8 A,B). Localmente ocorre associada a minerais máficos, em

contato pontual com cristais de plagioclásio e quartzo. Hábitos anédricos

subarredondados ocorrem principalmente associados às bordas de minerais opacos.

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43

Os cristais púmices são geralmente recristalizados para biotita, quartzo, sericita e

epidoto. Apresentam forma angular e variam de 3,5 mm a 07 mm. São comumente

dispostos paralelamente à direção do tubo de elongação. Contém inclusões de minerais

opacos e raramente preservam texturas esferulíticas (Figura 6.8 C). Geralmente ocorrem

contornando cristais de quartzo, feldspato e titanita. Raramente preservam estruturas

internas vesiculares em estado de alteração para biotita. É expressiva a ocorrência de

fiammes, que variam de 4 mm a 13 mm, apresentam cor marrom escura a preta, são

fibrosos e encurvados (Figura 6.8 D), fortemente soldados, principalmente próximo às

bordas de cristais, parcialmente desvitrificados e em estado de alteração para minerais

máficos. Alguns apresentam esparsas vesículas internas preservadas e preenchidas por

quartzo, epidoto e contém inclusões de minerais opacos.

A matriz é de cor cinza escura, apresenta tamanho cinza fina com alto grau de

soldagem e elevado estágio de desvitrificação.

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44

Figura 6.8. Detalhamento de minerais de titanita. Em geral são euedrais (a) ou ocorrem associadas a minerais máficos. b) detalhamento de titanita euedral fraturada. c) Detalhamento de fiamme. d) cristais púmices em seção paralela à direção do tubo de elongação. Notar textura esferulítica preservada (indicada pela seta).

6.5.3 Co-ignimbrito – Aspectos Geológicos.

Essa fácies apresenta cor cinza e foi observada em um único afloramento na área

de estudo. Caracteriza-se pela moderada equivalência entre cristaloclastos, matriz,

fragmentos de rocha, púmices e vidro, este último com menor frequência. A espessura

do depósito é de cerca de 3 metros. Os cristaloclastos dispõem-se de maneira

moderadamente ordenada, o que falseia uma discreta orientação. Este litotipo encontra-

se disposto próximo ao topo dos depósitos ignimbríticos. Amídalas e fragmentos de

rochas são ausentes.

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45

6.5.4 Co-ignimbrito – Aspectos Petrográficos.

São representados por cristaloclastos de quartzo, feldspatos e minerais opacos

imersos em matriz cinza fina a vítrea com alto grau de soldagem. São dispostos de

forma moderadamente ordenada, o que indica possível orientação segundo a direção de

fluxo (Figura 6.9 A). Fragmentos líticos e cristais púmices são raros ou ausentes.

Os cristais de quartzo são subarredondados a subangulosos, anedrais a subedrais,

variam de 3 mm a 6 mm, mantém relações de contato pontual a suturado com cristais de

feldspatos e minerais opacos. Apresentam extinção levemente ondulante, contém raras

inclusões de minerais opacos e raramente são fraturados (Figura 6.9 B).

O álcalifeldspato é subedral a anedral, subarredondado, apresenta geminação lei

da albita e varia de 1 mm a 4mm. Apresenta-se moderadamente fraturado e com bordas

geralmente corroídas (Figura 6.9 B).

O plagioclásio (oligoclásio An16–24) é subedral, subarredondado, varia de 2 mm a

3 mm e apresenta relações de contato suturado a pontual com cristais de quartzo e

opacos. É parcialmente corroído nas bordas e centro, e apresenta planos de geminação

albita-carlsbad. Geralmente ocorrem fraturas preenchidas pela matriz. Comumente está

alterado para sericita e contém inclusões de minerais opacos. (Figura 6.9 B).

Os minerais opacos ocorrem como inclusões nos minerais de plagioclásio e

como minerais subedrais a euedrais com tamanho entre 0,7 mm a 3,7 mm. Comumente

mantém relações de contato com cristais de quartzo e plagioclásio. Variações anédricas

são associadas a aglomerados de cristais fragmentados de quartzo. Localmente ocorrem

fraturas preenchidas por quartzo (Figura 6.9 B).

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46

Figura 6.9. Fotomicrografia dos tipos co-ignimbríticos. (a) aspectos gerais do litotipo: apresentam-se de forma moderadamente ordenada e são aproximadamente equigranulares. (b) detalhamento em lupa de 10x. Mineralogicamente constitui-se por quartzo (qz), plagioclásio (pl), feldspato potássico (fd) e opacos (opc), em geral subarredondados a subangulosos, pouco fraturados e com ausência de corrosão.

A partir das descrições de campo foi possível confeccionar 4

perfis estratigráficos (Figura 6.10), P1 a P4, representativos dos litotipos encontrados na

área de estudo, elaborados segundo o modelo geral para ambientes vulcânicos de

Fischer & Schmincke (1984), e segundo a disposição para depósitos piroclásticos de

Sparks & Walker (1973).

As rochas da área de estudo foram analisadas segundo a distribuição vertical por

falta de continuidade lateral.

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47

Figura 6.10. Perfis litoestratigráficos dos litotipos (vulcânicos e piroclásticos) encontrados na área de estudo, indicando sua localização espacial com o mapa geológico da área. Confeccionado a partir das descrições de campo e petrográficas.

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48

7. GEOQUÍMICA MULTIELEME�TAR E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA Sm-�d

Neste capítulo são apresentados os resultados analíticos de geoquímica de rocha e

geoquímica isotópica Sm-Nd em rocha total.

Para a geoquímica de rochas 16 amostras foram analisadas, dentre as quais sete

estão localizadas nos perfis confeccionados (figura 6.10), assim distribuídas: três

amostras do perfil 3 (SVP 3C1; SVP 3A; SVP 3B), três amostras do perfil 2 (SVP 2E;

SVP 2E2; SVP 2F) e uma amostra do perfil 4 (SVP 4A). As demais amostras localizam-

se em pontos específicos que compõem o mapa da área de estudo (Figura 6.1), assim

denominadas: GC 3-7-15; GC 3-7-17; GC 3-7-35; GC 3-7-53; SVP 36 e SVP 20. Não

foram realizados estudos no perfil #1 devido à sua natureza essencialmente piroclástica.

Quanto à geoquímica isotópica Sm-Nd foram coletadas amostras de derrames

vulcânicos intermediários e ácidos com localização apenas nos perfis elaborados (Figura

6.10): SVP 2E, SVP 3A, SVP 3B, SVP3C1, SVP4A.

7.1. Geoquímca Multielementar

Os resultados analíticos apontam claramente a natureza das rochas vulcânicas

para termos intermediários e ácidos, identificados no diagrama de correlação

Na2O+K2O vs. SiO2 (TAS, total de álcalis vs. sílica). Os termos intermediários

apresentam composição andesítica a traqui-andesítica, enquanto os termos ácidos

posicionam-se preferencialmente no campo de composição riolítica (Figura 7.1 A), com

eventual migração para o campo traquítico a traqui-dacítico. Entretanto, ao aplicar o

diagrama Nb/Y vs. Zr/Ti todas as amostras de rochas intermediárias foram posicionadas

no campo dos andesitos. Apesar de bons indicadores, o Na e K (diagrama TAS)

apresentam maior mobilidade em relação a líquidos hidrotermais com relação ao Nb e

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49

Y, o que nos permite excluir o termo traquítico observado no diagrama TAS (Figura 7.1

B).

Figura 7.1. Diagramas de classificação e caracterização química das rochas vulcânicas Iricoumé. A) diagrama de correlação SiO2 vs. Na2O+K2O de Le Maitre (1989) e Índice de alcalinidade de Irvine & Baragar (1971). B) Diagrama de classificação modificado de Pearce (1996). C) diagrama de correlação entre K2O versus SiO2 (Peccerillo & Taylor, 1976). D) Índice de Saturação em Alumina (Shand, 1943, modificado por Maniar & Picolli 1989).

- Andesitos. Apresentam teores de Si2O entre 53,4 (% em peso) a 57,7%, Al2O3 entre

15,9% e 16,7%, MgO entre 0,9% e 4,4%, CaO entre 5,6% e 7,2%, Na2O entre 2,6% e

3,8%, K2O entre 2,6% e 4,3%, e razões K2O/Na2O entre 0,67 e 1,03 e FeOt/FeOt+MgO

entre 0,60 e 0,89 (Tabela 7.1). Em relação ao índice de alcalinidade, essas rochas

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Tip

o d

e ro

cha

An

des

ito

A

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esit

o

An

des

ito

A

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o

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R

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o

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lito

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o

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lito

R

iolit

o

Rio

lito

Am

ost

ra

SVP

3A

SV

P 3

A

SVP

4A

SV

P 3

6

SVP

2E

SVP

2E2

SV

P 2

F SV

P 3

B

C62

04*

SV

P 2

0

SVP

3c1

G

C 3

-7-5

3

C66

04*

G

C 3

-7-3

5

GC

3-7

-17

G

C 3

-7-1

5

Loca

lizaç

ão

Per

fil

Per

fil

Per

fil

Per

fil

Per

fil

Per

fil

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Per

fil

Ru

mo

Ce

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R

um

o C

erto

R

um

o C

erto

SiO

2 (%

pes

o)

55,9

1

56,1

2

56,2

0

56,3

7

56,5

8

56,7

6

57,0

0

57,3

2

57,6

9

67,0

4

70,3

6

70,3

7

70,5

7

71,0

0

71,1

2

72,1

9

TiO

2

1,20

1,

27

0,67

1,

14

0,71

0,

92

0,68

1,

21

1,20

0,

60

0,43

0,

26

0,39

0,

26

0,26

0,

24

Al 2

O3

16

,35

16

,34

16

,44

16

,66

16

,31

15

,85

16

,52

16

,42

16

,16

14

,81

13

,63

13

,63

14

,16

13

,35

13

,24

12

,94

Fe2O

3t

10,6

4

10,4

2

7,30

10

,43

7,

36

9,23

7,

00

9,73

10

,43

4,

07

3,58

4,

04

3,37

4,

05

4,01

3,

56

Mn

O

0,22

0,

16

0,11

0,

19

0,10

0,

13

0,10

0,

15

0,18

0,

08

0,07

0,

11

0,07

0,

07

0,10

0,

09

MgO

1,

32

1,29

4,

47

2,07

4,

47

2,99

4,

23

1,86

1,

13

0,97

0,

89

0,18

0,

88

0,18

0,

29

0,14

CaO

7,

01

7,21

6,

27

5,88

6,

79

5,68

6,

71

6,22

6,

35

2,59

2,

14

1,23

1,

45

0,79

0,

81

0,60

Na 2

O

2,69

2,

76

2,98

2,

96

2,80

3,

27

2,88

3,

01

3,34

3,

88

3,83

3,

66

3,67

3,

81

3,25

3,

81

K2O

2,

78

2,84

2,

65

2,92

2,

62

3,27

2,

74

2,92

2,

23

4,31

4,

01

5,57

4,

08

5,58

6,

04

5,21

P2O

5

0,19

0,

19

0,16

0,

17

0,18

0,

20

0,17

0,

19

0,20

0,

15

0,14

0,

03

0,12

0,

03

0,03

0,

04

H2O

+

1,30

1,

20

2,40

0,

80

2,00

1,

50

1,90

0,

80

0,80

1,

10

0,80

0,

50

0,50

0,

50

0,40

0,

80

Sub

tota

l 99

,61

99

,80

99

,65

99

,59

99

,93

99

,80

99

,83

99

,83

99

,71

99

,63

99

,88

99

,58

99

,26

99

,62

99

,55

99

,62

B

a (p

pm

) 98

6,00

91

4,60

71

8,00

89

3,00

70

3,30

83

3,30

70

1,10

71

8,80

96

5,40

12

40,0

0

536,

50

790,

00

531,

40

600,

00

801,

00

681,

00

Rb

79

,90

80

,60

11

6,90

88

,70

88

,20

12

9,00

97

,80

84

,20

82

,00

15

2,50

13

7,20

21

6,60

13

0,90

18

9,40

23

0,00

19

4,60

Sr

257,

10

251,

90

344,

40

278,

50

362,

20

274,

40

352,

70

283,

30

170,

50

238,

20

185,

60

95,1

0

192,

60

95,2

0

77,7

0

73,5

0

Y 42

,90

48

,80

26

,10

40

,00

27

,90

40

,00

28

,20

45

,50

42

,10

33

,00

42

,80

54

,80

40

,30

58

,60

55

,30

49

,30

Zr

271,

70

266,

10

221,

20

265,

60

207,

50

257,

50

214,

50

251,

90

248,

20

335,

70

368,

50

476,

70

329,

80

447,

70

472,

80

430,

00

Nb

12

,60

11

,50

11

,90

11

,90

10

,90

12

,40

10

,80

10

,80

12

,00

16

,40

17

,20

21

,80

15

,20

22

,20

22

,60

21

,40

Ta

0,80

0,

80

0,80

0,

70

0,80

1,

00

1,10

0,

80

0,70

1,

30

1,40

1,

40

1,20

1,

50

1,50

1,

30

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51

Co

46

,90

54

,70

43

,20

30

,70

37

,10

44

,20

41

,50

46

,80

25

,60

12

7,30

46

,00

3,

40

5,70

4,

10

3,80

4,

60

Ga

21,4

0

21,3

0

16,6

0

20,8

0

16,8

1

18,5

0

18,1

0

21,1

0

22,1

0

16,2

0

19,6

0

18,8

0

20,0

0

17,8

0

18,7

0

18,1

0

Hf

7,00

7,

50

5,20

6,

90

6,30

7,

50

5,50

7,

40

6,90

9,

20

9,40

13

,40

9,

40

12,6

0

13,1

0

11,8

0

Th

8,50

10

,30

10

,10

8,

50

12,3

0

12,6

0

11,7

0

7,60

9,

90

17,1

0

19,8

0

23,7

0

18,8

0

25,4

0

25,5

0

22,4

0

U

2,80

2,

70

3,80

2,

60

3,50

3,

30

3,70

2,

60

2,10

5,

60

5,10

7,

30

4,90

6,

40

9,20

3,

10

Cu

29

,70

41

,40

94

,90

8,

50

125,

50

140,

80

126,

60

7,10

5,

00

5,50

11

,40

7,

20

5,80

4,

20

6,10

20

,60

Zn

69,0

0

80,0

0

47,0

0

58,0

0

49,0

0

90,0

0

55,0

0

46,0

0

90,0

0

51,0

0

92,0

0

77,0

0

75,0

0

27,0

0

63,0

0

66,0

0

La

40

,30

44

,40

32

,70

37

,50

34

,00

45

,00

34

,00

40

,20

38

,50

49

,30

74

,50

69

,30

69

,00

71

,70

70

,30

65

,40

Ce

89,6

0

93,0

0

73,0

0

88,6

0

74,5

0

94,9

0

74,5

0

88,6

0

82,3

0

108,

10

150,

70

150,

10

136,

90

154,

40

150,

20

138,

20

Pr

10,1

0

10,8

9

7,81

9,

63

8,17

10

,25

8,

17

10,2

0

9,47

11

,17

15

,93

16

,80

15

,16

17

,31

16

,77

15

,43

Nd

41

,40

42

,60

31

,20

41

,20

29

,40

37

,80

29

,40

38

,90

39

,10

42

,10

55

,40

63

,10

56

,30

65

,80

62

,40

58

,40

Sm

7,72

8,

10

4,92

7,

50

5,50

7,

00

5,50

7,

70

7,90

6,

74

8,90

10

,34

8,

90

10,9

4

10,4

1

9,46

Eu

1,85

1,

98

1,01

1,

90

0,97

1,

49

0,97

1,

83

1,86

1,

27

0,95

1,

34

1,05

1,

29

1,25

1,

20

Gd

7,

40

7,38

4,

53

7,33

4,

25

6,14

4,

25

7,37

7,

73

5,79

6,

39

9,31

6,

96

9,33

9,

11

8,15

Tb

1,30

1,

34

0,74

1,

28

0,93

1,

05

0,93

1,

35

1,34

0,

96

1,31

1,

57

1,21

1,

59

1,57

1,

43

Dy

7,49

8,

10

4,23

7,

38

4,26

6,

65

4,26

7,

27

7,49

5,

69

6,65

8,

63

6,87

8,

85

8,77

8,

06

Ho

1,

55

1,67

0,

89

1,47

0,

90

1,31

0,

90

1,52

1,

47

1,11

1,

37

1,80

1,

41

1,88

1,

86

1,67

Er

4,39

4,

68

2,73

4,

48

2,71

4,

16

2,71

4,

09

4,38

3,

49

4,30

5,

53

3,95

5,

79

5,73

5,

26

Tm

0,69

0,

77

0,40

0,

64

0,45

0,

58

0,45

0,

69

0,64

0,

56

0,66

0,

89

0,65

0,

92

0,88

0,

78

Yb

4,31

4,

17

2,68

4,

33

2,39

3,

44

2,39

4,

23

4,26

3,

77

4,18

5,

68

4,17

5,

84

5,75

5,

17

Lu

0,63

0,

73

0,39

0,

63

0,45

0,

54

0,45

0,

65

0,63

0,

57

0,67

0,

88

0,68

0,

93

0,88

0,

79

Tab

ela7

.1. C

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men

tos

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ores

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dada

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vas

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dada

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200

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tudo

).

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posicionam-se todas no campo subalcalino de alto K (Figuras 8.1 A,C). Em relação ao

índice de saturação em alumina [ISA = Al2O3/(CaO+Na2O+K2O)molar], as rochas

intermediárias avaliadas são moderadamente metaluminosas (Figura 7.1 D). Foram

observadas diferenças sutis em termos de elementos maiores nos andesitos dos perfis 02

e 03, para teores similares de sílica (56,12% a 57,32%). No perfil 02 há valores maiores

em MgO (2,99% a 4,23%) e menores em Fe2O3(t) (7% a 9,23%) e TiO2 (0,68% a 0,92%)

em relação ao perfil 03 (MgO = 1,29% a 1,86%, Fe2O3(t) = 9,73% a 10,42%, TiO2 =

1,21% a 1,27%).

A distribuição no diagrama de multielementos para os andesitos mostra

anomalia negativa em Ba, Nb, Sr e Ti e P, e anomalia positiva em U, La, Nd, Zr, Tb e

Pb (Figura 7.2 A). O padrão de distribuição dos ETR dessas rochas é bastante

homogêneo (Figura 7.2 B), mostrando moderado enriquecimento dos ETR leves em

relação aos pesados, com razão (La/Yb)N entre 6,04 e 9,51, anomalia negativa de Eu

(Eu/Eu* = 0,62 a 0,79), fracionamento dos leves da razão (La/Sm)N entre 3,01 e 4,51 e

padrão próximo ao horizontalizado dos ETR pesados (Gd/YbN = 1,22 a 1,45).

Ba Rb Th K Nb Ta La Ce Sr Nd P Sm Zr Hf Ti Tb Y Tm Yb

110

100

1000

Sample/ Chondrites

La Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu

10

100

1000

Sample/ REE chondrite

Figura 7.2. A) Diagrama de classificação de multielementos e ETR para as rochas intermediárias. A) normalizado segundo Thompsom (1982). B) normalizado segundo Boyton (1984).

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53

- Riolitos e Traqui-dacitos. Apresentam teores de SiO2 entre 67,04% e 72,19%, Al2O3

entre 12,94% e 14,81%, CaO entre 0,6% a 2,59%, e razões K2O/Na2O entre 1,05 e 1,86

e FeOt/FeOt+MgO entre 0,78 a 0,96. São rochas subalcalinas de alto–ultra K, e

fracamente metaluminosas.

Em relação aos elementos traços dos riolitos e traqui-dacito, o padrão

multielementos exibe anomalias positivas em Rb, La, Ce, Nd, Sm, Zr, Hf, Y, Tm e Yb e

valores anômalos negativos em Nb, Ta, Sr, P, e Ti (Figura 7.3 A). O padrão dos ETR

apresenta um leve aumento no fracionamento dos ETR leves em relação aos pesados

quando comparados aos dos andesitos [(La/Yb)N entre 8,16 e 11,06] e anomalia

negativa em Eu mais acentuada (Eu/Eu* = 0,39 a 0,42), o que evidencia claramente os

padrões de fracionamento na gênese dessas rochas. Os ETR leves também mostram

elevado fracionamento, da ordem de (La/Sm)N = 4,04 a 5,16, enquanto os ETR pesados

são também muito próximo ao padrão horizontalizado, mas com valores mais elevados,

da ordem de (Gd/Yb)N = 1,22 a 1,33 (Figura 7.3 B).

Figura 7.3. A) Diagrama de classificação de multielementos e ETR para as rochas ácidas. A) normalizado segundo Thompsom (1982). B) normalizado segundo Boyton (1984).

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54

Diagramas discriminantes de ambiente tectônico que correlacionam Nb x Y,

revelaram para as rochas estudadas o posicionamento no campo das rochas de ambiente

pós-colisional a intraplaca, e o enriquecimento dos elementos Zr, Nb, Y, Ce, definem

compatibilidade com os campos para granitos tipo-A, quando confrontados com

diagramas discriminantes versus (K2O+Na2O)/CaO (Figura 7.4 B). Este resultado

confere com os padrões elevados em Y, Rb, Zr, Nb, empobrecimento em Ba e Sr, MgO

e CaO dos diagramas de correlação, que segundo Pearce (1996) são padrões

encontrados em ambiente pós-colisional a intraplaca com contaminação mantélica.

Figura 7.4. Diagramas de classificação tectônica para as rochas estudadas. A) Diagrama discriminante de correlação Rb x Y+Nb (Pearce et al. 1984), com o campo de granitos pós-colisionais de Pearce (1996) . B) Diagramas discriminantes de correlação Zr+Nb+Ce+Y x FeOt/MgO (Whalen et al. 1987). Abreviações: syn-COLG – granitos sin-colisionais; WPG – granitos intraplaca; VAG: granitos de arco vulcânico; ORG: granitos de cadeia meso-oceânica; post-COLG: pós-colisional.

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55

7.2 Geoquímica Isotópica Sm-�d

Os resultados analíticos obtidos demonstram que as rochas vulcânicas

intermediárias e ácidas representadas nos perfis geológicos estudados apresentam idades

modelo TDM entre 2,44 e 2,13 Ga e ɛ Nd entre -12,54 a -24,73 (Tabela 7.2).

considerando que nos perfis geológicos estudados há um amplo predomínio de derrames

intermediários (andesíticos), observa-se que nos derrames mais basais (amostra SVP

4A) as idades modelo são mais antigas, ou seja, TDM=2,44 Ga, enquanto em direção ao

topo de derrames as idades modelo tornam-se mais jovens (amostras SVP 3A e 3B),

variando de 2,3 Ga a 2,13 Ga (Figura 7.6). Tal característica é interpretada como

reflexo dos subseqüentes pulsos magmáticos ocorridos ao longo da história evolutiva do

vulcanismo Iricoumé na região estudada.

Idades modelo Sm-Nd são utilizadas frequentemente na análise de evolução de

terrenos. Normalmente essas idades são consideradas como a idade de formação de

crosta, uma vez que elas são obtidas calculando o tempo em que a amostra apresentava

uma composição isotópica idêntica à do manto empobrecido e considerando que

eventos geológicos posteriores não seriam capazes de modificar a razão Sm-Nd da

amostra. De acordo com as idades obtidas pode-se dizer que os andesitos e riolitos

estudados foram originados a partir da fusão de uma crosta continental (valores ε Nd

entre -16,92 a -24,73) formada durante o evento orogenético transamazônico (entre 2,44

Ga e 2,13 Ga), com possível existência de mais de um pulso magmático (mínimo 4).

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56

Tabela 7.2. Resultados analíticos Sm-Nd dos tipos vulcânicos andesíticos e riolíticos.

Os resultados também apontam que tais rochas vulcânicas são de derivação

crustal (valores ɛNd(0) entre -16,92 a 24,73), provavelmente produtos da fusão de uma

crosta continental formada durante o evento orogenético Transamazônico (entre 2,44 e

2,13 Ga) (Figura 7.5).

Figura 7.5. de correlação Nd x T (Ga) mostrando a composição isotópica e a evolução das rochas intermediárias e ácidas Iricoumé nos perfis geológicos estudados. Gráfico elaborado conforme modelo do manto empobrecido (DM) e CHUR (DePaolo, 1981).

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57

Figura 7.6. Perfil litológico da área de estudo, representando os pontos de coleta para análise Sm-Nd nas rochas intermediárias.

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58

8 DISCUSSÕES

8.1 Estruturas

As rochas vulcânicas da região centro-sul do município de Presidente Figueiredo

consistem de sequências de riolitos e andesitos intercalados a depósitos de fluxo

piroclástico (ignimbritos e co-ignimbritos).

A disposição geral dos andesitos, riolitos e ignimbritos da área de estudo

remonta à seção esquemática completa de fases eruptivas elaborada por Sparks &

Walker (1976), Fisher & Schimncke, (1994). A sequência vulcânica de Sparks &

Walker (1976) consiste de uma camada com depósitos de surge, seguida de camadas de

depósitos ignimbríticos com vasta ocorrência de púmice em porções superiores e

sobrepostos por depósitos de queda (ou co-ignimrito, Wright & Walker, 1997),

finalizada por uma fase efusiva de fluxo de lava. O perfil elaborado exibe todas as fases

descritas, à exceção do depósito de surge, não encontrado na área de estudo, mas que

fora descrito por Ferron (2006), Ferron et al., (2006) na Província Estanífera do Pitinga,

localizada a cerca de 90 km ao norte da área estudada.

Os depósitos ignimbríticos apresentam características similares àquelas descritas

por Sparks & Walker (1976). São constituídos por cristaloclastos, púmices e litoclastos,

dispostos sob forte soldagem. Isso sugere magmas com elevada taxa de cristalização. Os

autores sugerem que ignimbritos com granulação heterogênea podem registrar pulsos

vulcânicos diferentes. A variedade estrutural e granulométrica dos depósitos

piroclásticos da área estudada aponta para pelo menos dois pulsos vulcânicos (Figura

8.1)

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59

Figura 8.1. À esquerda, seção esquemática elaborada por Sparks & Walker (1976) para depósitos ignimbríticos, onde: camada 1 representativa de depósitos de surge; camada 2a constitui-se predominantemente por grãos finos moderadamente selecionados e com leve gradação; camada 2b predominam clastos heterogêneos mal selecionados sobrepostos por púmices; camada 3 estabelecida por depósitos de queda. À direita, perfil litológico estudado, onde: litologia IV relacionada à camada 3; litologia III semelhante às camadas 2a e 2b; litologia V representativa da zona de púmices proeminente. P = clastos púmices; L= clastos líticos. Camada 1 não descrita na área de estudo.

Os co-ignimbritos descritos (Wright & Walker, 1997; Wilson & Walker, 1982)

sustentam os depósitos ignimbríticos, com pouca ou nenhuma ocorrência de púmices.

São extremamente ricos em cristais, apresentam granulação inferior à de ignimbritos, e

moderadas estratificações com gradação normal de cristais dos depósitos de ignimbritos

para esses depósitos. Tais estratificações podem indicar acumulação de colunas

eruptivas em eventos vulcânicos contínuos. As características das rochas avaliadas na

área de estudo conferem com as descritas por Sparks & Walker (1976), à exceção da

gradação que não foi possível ser visualizada, o que nos permite inferir em rápida

acumulação de cristais a partir de colunas eruptivas geradas por pulsos vulcânicos

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60

diferentes. Não foi possível confirmar a estrutura estratificada, pois os depósitos co-

ignimbríticos ocorrem em local restrito e coberto por vasta vegetação. Por outro lado,

(McPhie et al., 1993) afirmam que a presença dos termos co-ignimbríticos em depósitos

piroclásticos sugere origem de depósitos piroclásticos por erupção freatomagmática e

colapso de domos de lava, além de intensa participação de processos de elutriação,

responsáveis pela extração das frações menos densas e das frações finas (Cas & Wright,

1987).

O padrão de fraturas tetragonais encontradas na superfície dos derrames de

andesito assemelha-se a disjunções colunares. McPhie et al., (1993) sugerem que tais

estruturas podem ocorrer em arranjos poligonais variados, desenvolvidos em resposta à

contração durante o resfriamento.

8.2 Texturas

Allen & McPhie (2003) discutiram a ocorrência de fragmentos de cristais

presentes na maioria dos depósitos efusivos e piroclásticos conhecidos. Os autores

sugerem que isto não remete necessariamente à cristalização primária dos cristais, e que

foram derivados da desintegração de fenocristais primários. Em depósitos ignimbríticos,

os fragmentos seriam atribuídos à rápida descompressão durante a ascensão magmática

ou ao impacto durante erupção e transporte no fluxo piroclástico. Os tipos ignimbríticos

da área geralmente preservam fragmentos de cristais com faces euédricas irregulares,

característica que se assemelha às descritas por Allen & McPhie (2003). Porém, os

fragmentos podem ser associados a cristais que apresentam inclusões, o que segundo os

autores reflete a presença de inclusões ao aparecimento de zonas de fraqueza, devido ao

aumento da tensão local do fenocristal durante a ascensão magmática. Por outro lado,

McPhie et al. (1993) afirmaram que a fragmentação e rotação de cristais podem ser

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resposta da movimentação durante o fluxo. A textura jigsaw-fit descrita nos ignimbritos

e andesitos estudados pode ser resultado de deformação no estado subsolidus, o que nos

permite inferir que o quartzo recristalizado nessas fraturas pode ser resultado de

alterações por fluidos posteriores. A elevada taxa de cristais de quartzo altamente

fraturados pode ser oriunda da interconexão de embaiamentos (McPhie et al., 1993,

Allen & McPhie, 2005).

A ocorrência expressiva de amígdalas na maioria dos tipos litológicos estudados,

pode indicar fase altamente explosiva, sugerindo a formação de depósitos piroclásticos

por quebra de parte do conduto vulcânico (correspondente à zona de fragmentação,

Slezin, 2003) ou por fases magmáticas líquidas com considerável proporção de voláteis

(que também são coerentes com a zona de discreta separação de gases, Slezin, 2003)

(Figura 8.2).

Figura 8.2. À esquerda, seção esquemática elaborada por Slezin (2003) para possíveis estruturas resultantes de um conduto vulcânico, onde: (a) corresponde à separação discreta de gás, que inicia em com magmas isentos de bolhas (zona 1) e cuja ocorrência aumenta progressivamente com a velocidade de fluxo magmático (zonas 2 e 3); (b) corresponde ao regime de dispersão, com o magma inicialmente isento

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de bolhas (zona1), que com o aumento de velocidade de fluxo, ocorrem destruição parcial do conduto (zonas 2 e 3) e conseqüente formação de fluxos piroclásticos com gases dispersos (zona 4). À direita, perfil litológico estudado, onde: amostra SVP 4E (litologia III) representa os regimes de fluxo piroclástico com expressiva ocorrência de estruturas resultantes do alívio de gases.

Sparks (1978b) sugere que ignimbritos ricos em amígdalas podem ser oriundos

de degassing de componentes juvenis durante atrição, resfriamento ou cristalização das

partes superiores de fluxos piroclásticos durante o alojamento. Estas amígdalas são

definidas por estruturas circulares a anelares preenchidas por minerais secundários

(McArthur et al., 1998). A mineralogia das amígdalas estudadas apresenta relativa

semelhança à descrita por McArthur et al., (1998), onde minerais de altas temperaturas

precipitam-se às margens das amígdalas, geralmente circundadas por quartzo, e os

minerais de mais baixa temperatura precipitam-se nas porções mais interiores das

amígdalas. Porém, McPhie et al., (1993) afirmaram que amígdalas que compõem essa

mineralogia mostram o efeito de alta deformação durante a soldagem por compactação

incipiente.

As texturas de corrosão identificadas nos cristais de quartzo provavelmente

originaram-se com o aumento da sílica e diminuição da pressão durante o

extravasamento do magma, com consequente reabsorção dos cristais de quartzo,

inicialmente em equilíbrio no líquido (McPhie et al., 1993, Allen & McPhie, 2003). A

expressiva concentração de cristaloclastos na maioria dos litotipos estudados indica

origem a partir de magmas com altas taxas de cristalização (Slezin, 2003) ou transporte

superficial turbulento (Allen & McPhie, 2003). A textura microcristalina da matriz dos

tipos ácidos extrusivos e subvulcânicos, fortemente equigranular e com moderada

extição ondulante preservada, pode ser originada por recristalização de esferulitos,

promovido pela alta temperatura de fluxo magmático durante o alojamento e relativas

atividades da fase-vapor (McArthur et al., 1998).

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A desvitrificação é decorrente da ação de água, álcalis e aquecimento secundário

a baixas temperaturas, associada a milhões de anos seguidos a cristalização (Logfren,

1970; McPhie et al., 1993; Murphy & Marsh, 1993; McArthur & Cas, 1998). Gimeno

(2003) afirmou que a desvitrificação em magmas muito viscosos pode resistir a uma

série de modificações texturais relacionadas à alta temperatura de cristalização. O

estágio inicial de desvitrificação seria relacionado ao surgimento de texturas

microcristalinas, e a fase principal de alteração é referida à textura de desvitrificação

esferulítica. Isto reflete o padrão microcristalino proeminente na matriz dos riolitos da

área de estudo deste trabalho e a discreta ocorrência de esferulitos nos cristais púmices

dos ignimbritos. A ausência de evidências de desvitrificação nos depósitos andesíticos

intrudidos por riolitos pórfiros nos permite sugerir que essa textura é resultante do

alojamento destes últimos. McPhie et al., (1993) afirma que esferulitos são agregados

radiais de cristais aciculares desenvolvidos em rápido resfriamento, em líquidos com

alta viscosidade e não são necessariamente produtos de desvitrificação. Isto pode

explicar a rara ou ausente textura esferulítica nas rochas estudadas (mesmo nos riolitos),

a qual somente foi discretamente encontrada em esparsos tubos de vesículas

preservados.

A textura eutaxítica fortemente presente nos ignimbritos é marcada por

apresentar elevada concentração de cristais púmices achatados e estirados (fiammes) em

relação aos demais constituintes (McBirney, 1968; Sparks & Wright, 1979; Wilson &

Walker, 1982; Fisher & Schmincke, 1984; McPhie et al., 1993; Gifkins et al., 2005;

Bull & McPhie, 2007) e podem definir depósitos piroclásticos primários soldados. A

correta descrição de depósitos piroclásticos soldados pode influenciar a interpretação do

ambiente deposicional e estilo de erupção. Gifkins et al., (2005) e Bull & McPhie

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(2007) estudaram comparativamente sucessões vulcânicas com texturas de soldagem

aparente e sucessões com texturas de soldagem, e concluíram que texturas aparentes de

soldagem são originadas da alteração, dissolução e compactação de clastos púmices

durante a diagênese, e orientação paralela crenulada dos fiammes constituintes. Em

contrapartida, texturas originadas por soldagem apresentam shards plasticamente

deformados e achatados, porosidade interna de clastos púmices raros ou ausentes com

cores marrons a negras, e fiammes com comprimento tipicamente planar. Os depósitos

ignimbríticos da área de estudo apresentam claramente características compatíveis de

texturas originadas por soldagem por compactação.

A reunião das informações de campo e petrográficas das faciologias da área de

estudo, somadas das principais evidências de caracterização para ambientação

vulcânica, nos permitem afirmar que o paleoambiente da área de estudo associa-se a

ambientes de caldeira. Esta afirmação pode ser auxiliada a partir de comparações

petrológicas/texturais com estudos feitos na região da Mina do Pitinga (Ferron, 2006;

Pierosan, 2009), onde os autores sugerem a mesma ambientação (Tabela 8.1).

Tabela 8.1. Comparações entre as principais características composicionais/texturais dos derrames vulcânicos e depósitos piroclásticos para o vulcanismo Iricoumé no Domínio Uatumã.

Predomínio

composicional/textu

ral

Este trabalho Ferron (2006) Pierosan (2009)

Ignimbrito Quartzo, feldspatos

alcalinos,

plagioclásios/Textura

de corrosão,

engolfamento,

pertíticas, fiammes,

soldagem em alto

grau, esferulitos,

intercrescimento

granular, extinção

ondulante, cristais

Quartzo, feldspatos

alcalinos/Texturas

pertíticas, fiammes,

soldagem em alto

grau, textura

micropoikilítica,

engolfamento.

Feldspatos

alcalinos/cristais

fragmentários,

fraturas jigsaw-fit,

engolfamento.

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fragmentários.

Co-ignimbrito Quartzo, feldspatos

alcalinos,

plagioclásio/

Texturas de corrosão,

extinção ondulante.

Quartzo, feldspatos

alcalinos/nenhuma

textura incipiente.

Quartzo, feldspatos

alcalinos/Texturas

de corrosão.

Surge

--------------------------

Quartzo, feldspatos

alcalinos,

plagioclásio/

nenhuma

textura incipiente.

Quartzo, feldspatos

alcalinos,

plagioclásio/Textura

de corrosão, cristais

fragmentários.

Derrames Ácidos Quarzto e

hornblenda/ Texturas

de corrosão,

engolfamento,

intercrescimento

granular, extinção

ondulante, pertíticas.

Quartzo, feldspatos

alcalinos,

hornblenda/Texturas

de corrosão, extinção

ondulante.

Feldspatos alcalinos,

plagioclásio,

quartzo/Textura

pertítica,

glomeropórfiros,

cristais

fragmentários,

engolfamento.

Intermediárias Plagioclásio/

Glomeropórfiros,

fraturas jigsaw-fit,

corrosão, cristais

fragmentários.

--------------------

------------------------

MODELO GEOLÓGICO PROPOSTO PARA O VULCANISMO IRICOUMÉ

O modelo proposto para a reconstituição paleoambiental da área estudada segue

o diagrama elaborado por Lipman (1976), onde mostra as principais estruturas mais

próximas relacionadas à ambiente de caldeira. Cole et al., (2005) descreveram os

principais estágios de desenvolvimento de caldeiras, segundo Lipman (1984, 2000b):

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estágio 1: vulcanismo pré-colapso, onde ocorre a tumescência de parte da câmara

magmática e conseqüente formação dos domos de lava pré-caldeira; estágio 2:

subsidência de caldeira, onde o colapso está associado com erupção magmática; estágio

3: magmatismo pós-colapso e ressurgência, onde o magma pode eruptir após a

formação da caldeira ou localizar-se ao longo de falhas ou trends estruturais regionais;

estágio 4: atividade hidrotermal e mineralização, que pode ocorrer ao longo de toda a

vida da caldeira.

As rochas vulcânicas da área estudada não apresentam todas as características

estruturais com os estágios descritos pelos autores, pois tratam-se de rochas

paleoproterozóicas localizadas em região de clima tropical, submetidas a fortes

exposições aos agentes intempéricos, o que torna difícil a preservação de estruturas

vulcânicas primárias. Porém, os estudos de comparação petrográfica de rochas

vulcânicas em ambientação de caldeira somados aos resultados obtidos nesta pesquisa,

nos permitem comparar e inferir uma proposta de modelo geológico para o evento

vulcânico Iricoumé (Figura 8.3).

Figura 8.3. Diagrama esquemático de um ambiente de caldeira, mostrando os principais elementos estruturais e os seus estágios de formação, segundo Lipman, (1976).

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Neste contexto, o vulcanismo paleoproterozóico Iricoumé estaria representado

na fase 1 do diagrama por termos ácidos, os quais seriam os representantes da

tumescência da câmara magmática com formação da estrutura dômica, aliada à

manifestação de falhamentos estruturais. Nesta fase, ocorrem as primeiras erupções com

consequente formação de fluxos piroclásticos, representados na área de estudo pelos

termos ignimbríticos soldados, com alta proporção de cristais fragmentários, textura

jigsaw-fit e cristais púmices (fase Pliniana) (Sparks, 1976b; Slezin, 2003), além da

ocorrência expressiva de estruturas amidaloidais (Allen & McPhie, 2003, McArthur et

al., 1998), relacionadas às zonas de fragmentação de Slezin.

Em conseqüência disto, parte da estrutura dômica (ou câmara magmática?) é

colapsada por alívio de tensão, o que resulta no rebaixamento e subsidência da

superfície vulcânica, originando a ambientação de caldeira - estágio 2. A fase 3

relacionada à ressurgência não está bem definida na área de estudo, mas poderia ser

representada pelo alojamento dos termos graníticos Mapuera (?), onde os espaços

ocasionados por pré-falhamentos seriam preenchidos (?). Estes seriam os responsáveis

pela formação da textura porfirítica dos termos ácidos ou esta textura se deve ao

alojamento primário do magma ácido durante o estágio 1 (?) O estágio 4 seria

representado pela atividade hidrotermal posterior, fase claramente identificada na área

de estudo pela expressiva ocorrência de estruturas venulares em todos os tipos de rochas

estudados, além da textura microcristalina da matriz ou de ocorrência de esferulitos

recristalizados nos cristais púmices dos tipos ignimbríticos (McArthur et al., 1998 Allen

& McPhie, 2003 Logfren, 1970; McPhie et al., 1993).

Sugerimos inserir os termos andesíticos no estágio de pré-caldeira (estágio 1?)

identificados como representantes vulcânicos de diques de dioritos encontrados na

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porção norte da área de estudo (Valério et al., 2009). Isto poderia explicar a disposição

intercalada desse litotipo aos depósitos ignimbríticos como resultado do colapso da

caldeira e consequente exposição deste litotipo a ambientes subaéreos, além da

expressiva ocorrência de estruturas amigdaloidais nas porções de topografia mais

elevada desses depósitos.

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9 CO�CLUSÕES

Esta dissertação apresentou dados analíticos geoquímicos, petrográficos e

isotópicos Sm-Nd entre as rochas vulcânicas de derrame e fluxos piroclásticos

paleoproterozóicas do Domínio Uatumã-Anauá, centro-sul do Município de Presidente

Figueiredo.

Os resultados apontam para evento vulcânico de natureza explosiva, em

ambiente de caldeira, onde as rochas vulcânicas de derrame são representadas por

riolitos, traqui-dacitos, traqui-andesitos e andesitos, e os depósitos de fluxo piroclástico

constituem ignimbritos e co-ignimbritos. Petrograficamente, os termos ácidos exibem

fenocristais de quartzo e feldspatos anedrais, subarredondados, moderafortemente

corroídos, seguidos de subordinados minerais de hornblenda, biotita e opacos, além de

clorita e epidoto como representantes da interação com processos hidrotermais

posteriores ao alojamento. Os termos intermediários apresentam composição feldspática

predominante, exibindo pórfiros subedrais em alteração para sericita. São distribuídos

em textura glomeroporfirítica, imersos em matriz subtraquítica quartzo-feldspática,

moderadamente pertitizados, além de esparsos pórfiros com fraturas jigsaw-fit, que

também são indicativos de interação cristal/fluidos.

As rochas piroclásticas exibem predominantes depósitos de ignimbritos com

composição mineralógica representada por cristais de quartzo, feldspatos, titanita,

fragmentos púmices, e moderados litoclastos, dispostos sem organização em matriz

cinza fina com elevado grau de soldagem. Cristais fragmentários são abundantes, o que

indica magmas com elevada taxa de cristalização. Os tipos co-ignimbríticos apresentam

cristais aproximadamente equigranulares e com moderada organização, o que reflete

eventos vulcânicos explosivos com processos de elutriação na deposição de fluxos.

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A composição química dessas rochas revela característica subalcalina de alto a

ultra-k, moderadamente metaluminosa, e com leves diferenças em relação aos

elementos maiores dos tipos andesíticos, o que pode sugerir remobilização de alguns

destes elementos por processos hidrotermais posteriores. Mostram-se enriquecidas em

La, Nd, Zr, Ce e Rb, com moderado fracionamento dos ETR leves em relação aos

pesados, e moderada a forte anomalia negativa de Eu. Comparações feitas entre os

termos ácidos estudados por para rochas da porção norte da região de Presidente

Figueiredo mostram similaridades químicas com granitóides da Suíte Intrusiva

Mapuera, apontando para uma associação co-magmática entre essas rochas. Os

resultados químicos apresentam valores similares com as rochas vulcânicas da

Formação Moraes Almeida da Província Tapajós. Os diagramas de distribuição de

ambiente tectônico que correlacionam elementos traços com óxidos de Fe e Mg

apontam para associações com granitos tipo-A pós-colisional a intraplaca com

importante contribuição mantélica. Estes resultados apontam para uma correlação

vulcano-plutônica do magmatismo Iricoumé-Mapuera com o vulcano-plutonismo Iriri-

Maloquinha (Província Tapajós), delimitando um processo contínuo de geração de

magma em ambiente tectônico compressivo que afetou o Cráton Amazônico durante o

Paleoproterozóico (~2,0Ga). Este regime compressivo ocasionou a ascensão de material

mantélico e fusão de parte da crosta continental, o que resultou no magmatismo

explosivo que compõe o sistema Iricoumé-Mapuera, em ambientação de caldeira

(~1,8Ga).

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