Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na ...

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i MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Fernanda Silva Santos Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo, Mato Grosso, Brasil Orientador: Prof. Dr. Ronaldo Pierosan CUIABÁ 2018

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Fernanda Silva Santos

Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região

entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo, Mato Grosso,

Brasil

Orientador:

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

CUIABÁ

2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

REITORIA

Reitora

Profª. Drª. Myrian Thereza de Moura Serra

Vice-Reitor

Prof. Dr. Evandro Aparecido Soares da Silva

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Pró-Reitora

Profª. Drª. Ozerina Victor de Oliveira

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS

Diretor

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

Diretor Adjunto

Prof. Dr. Carlos Humberto da Silva

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Coordenador

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

Vice-Coordenador

Prof. Dr. Jayme Alfredo Dexheimer Leite

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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

N° 98

Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região

entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo, Mato Grosso,

Brasil

Fernanda Silva Santos

Orientador:

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Geociências da Faculdade de

Geociências da Universidade Federal de Mato

Grosso como requisito parcial para a obtenção

do Título de Mestre em Geociências.

CUIABÁ

2018

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S586p Silva Santos, Fernanda.

Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região de Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo, Mato Grosso, Brasil. / Fernanda Silva Santos. -- 2018

57 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Ronaldo Pierosan. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,

Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Cuiabá, 2018.

Inclui bibliografia.

1. Grupo Colíder. 2. Sucessão Inferior. 3. Sucessão Superior. I. Título.

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

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Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região entre Guarantã

do Norte e a Serra do Cachimbo, Mato Grosso, Brasil

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Ronaldo Pierosan

Orientador(UFMT)

Prof. Dr. Paulo César Corrêa da Costa

Examinador Interno (UFMT)

Prof. Dr. Carlos Augusto Sommer

Examinador Externo

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Dedicatória

Dedico este trabalho ao meu amigo Bruno Henrique (in memorian)

e a minha família que sempre me apoiou.

Sem vocês não sou ninguém, obrigada por tudo.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, por me permitir chegar até aqui sem Ele nada nunca seria

possível.

Ao meu Orientador Prof. Dr. Ronaldo Pierosan agradeço pela dedicação, disponibilidade,

tempo e conhecimento generosamente transmitido desde a graduação. Poder continuar a trabalhar

com o senhor foi um grande presente. Muito obrigada!

Agradeço à Universidade Federal de Mato Grosso pelo apoio logístico para realização dos

trabalhos de campo, ao Laboratório de Laminação da FAGEO/UFMT pela confecção das lâminas

delgadas, ao Programa de Pós-Graduação em Geociências e à FAPEMAT (Proc. nº 140759/2014)

pelo apoio financeiro na aquisição dos dados e à CAPES pela concessão da bolsa de mestrado, a

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em especial ao Prof. Dr. Mauro Geraldes pelos

dados geocronológicos, ao Grupo de Pesquisa Magmatismo de Mato Grosso (MAGMATO) por todo

suporte necessário.

Ao Programa de Pós-Graduação em Geociências da UFMT, a todos os professores que

contribuíram na minha formação e aos membros da banca examinadora que gentilmente aceitaram o

convite para acrescentar este trabalho.

Aos discentes Tarelow Neto, J., Zaffari, G.L., Dezula, S.E.M., Cardoso, J.M., Marcelino,

R.A.S., Silva, J.R.C., Corrêa, M.S., Bini, E.G. e Silva, F.R. pela realização dos trabalhos de

mapeamento geológico básico que possibilitou em grande parte a realização dessa tese.

Aos meus amigos e colegas da Pós-Graduação, em especial, Amanda, Uly, Natã, Mari,

Vanessa, Débora, Maurício pelos bons momentos durante essa jornada. Aos membros da minha

república Ianna, Mariana, Carla, Fernanda e Vitor que foram essenciais durante essa trajetória.

E por fim, agradeço toda minha família, por todo amor, suporte, apoio e compreensão. Aos

meus pais e irmão por serem a minha melhor parte e por acreditarem em mim nem mesmo quando eu

acredito, essa conquista é para vocês.

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Resumo

Os ignimbritos e riolitos do Grupo Colíder, na região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo,

são provenientes de um magmatismo félsico com ampla distribuição espacial na Província Aurífera

de Alta Floresta (PAAF). Os trabalhos de mapeamento geológico e petrográficos permitiram

individualizar três sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na área, denominadas Inferior (Sinf),

Intermediária (Sint) e Superior (Ssup). A presente dissertação visa estudar, do ponto de vista

faciológico, litoquímico e geocronológico, as sucessões vulcânicas primárias (inferior e superior). A

Sinf se caracteriza pela abundância de depósitos de correntes piroclásticas de densidade, como

ignimbritos,depósitos de surge e com rochas efusivas subordinadas. A ocorrência de ignimbritos rico

em cristais, restritos a Sinf indica a erupção de magmas altamente cristalizados, cujos depósitos

piroclásticos foram submetidos a processos de elutriação durante o transporte e deposição. A Ssup é

composta por riolitos e traquitos efusivos e, subordinadamente, por ignimbritos reomórficos. Suas

litologias se caracterizam pelo baixo conteúdo de fenocristais e fragmentos líticos que indicam a

ocorrência de magmas pobremente cristalizados. As diferenças petrográficas observadas entre as duas

sequências indicam variações composicionais e de estilo de erupção na geração dos diferentes

depósitos vulcânicos. Observa-se que os magmas que geraram as rochas vulcânicas da Sinf possuíam

um caráter subsolvus. As rochas da Ssup apresentam, dominantemente, mineralogia indicativa de

cristalização de magmas de caráter hipersolvus. Essa característica pode estar indicando uma variação

nas condições de pressão de fluidos na(s) câmara(s) magmática(s) que geraram esse magmatismo. No

que se refere a composição química das rochas vulcânicas das duas sequências observa-se que ambas

possuem um caráter metaluminoso a fracamente peraluminoso e afinidade com magmas Tipo-A2. Os

padrões de distribuição de elementos maiores e traços em diagramas multielementos são semelhantes

e caraterizados por anomalias negativas de Ba, Nb, Ta, Sr, P, Ti e Eu, com padrão horizontalizado de

ETRP. As rochas da Ssup possuem caráter essencialmente ferroso, enquanto as rochas da Sinf

possuem caráter que varia de magnesiano a ferroso. Os dados isotópicos U-Pb (LA-ICPMS) obtidos

em cristais de zircão em um riolito da Sinf, indicam idade de cristalização de 1810±9 Ma, interpretada

como idade da Sucessão Inferior. Uma das hipóteses que pode ser sugerida para a geração dessas

sucessões vulcânicas é de que as diferenças petrográficas, litoquímicas e geocronológicas indicam a

ocorrência de dois eventos magmáticos distintos, um de ~1,81 Ga e outro de ~1,76 Ga, provenientes

de fontes magmáticas semelhantes, devido às similaridades litoquímicas. A segunda hipótese, é que

ambas as sucessões pertençam ao mesmo evento magmático, que se estendeu de 1,81 Ga a 1,76 Ga,

e que as sutis diferenças petrográficas e litoquímicas representam pequena variação de fonte

magmática e de condições de cristalização em câmara magmática.

Palavras Chave: Cráton amazônico; Vulcanismo, Sucessão inferior; Sucessão superior

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Abstract

The Colider Group ignimbrites and rhyolites, located between Guarantã do Norte and Serra do

Cachimbo, are derived from a felsic magmatism with a wide spatial distribution at the Alta Floresta

Gold Province (AFGP). The geological mapping and petrographic studies allowed to individualize

three volcanic successions of the Colider Group at the area, named Inferior (Sinf), Intermediate (Sint)

and Superior (Ssup). This dissertation aims to study, from the faciological, lithochemical and

geochronological data, the primary volcanic successions (inferior and superior). The Sinf

characterizes by its abundance in ignimbrites and primary pyroclastic rocks, such as surge deposits,

with subordinated effusive rocks. The occurrence of crystal-rich ignimbrites restricted to the Sinf and

with low content of glassy fragments indicates the eruption of highly crystalized magmas, whose

pyroclastic deposits were submitted to elutriation processes during the transport and deposition. The

Ssup is mainly composed by rhyolites and effusive trachytes and, subordinately, by reomorphic

ignimbrites. The lithologies are characterized by the low content of phenocrysts and lithic fragments

that indicate the eruption of poorly crystalized magmas. The petrographic differences observed

between the two sucessions indicate variations of composition and eruption style in the generation of

the different volcanic deposits. It is noted that the magmas that generated the volcanic rocks of the

Sinf had a subsolvus character. The Ssup rocks present, dominantly, mineralogy indicating a

hypersolvus character at the magma crystallization. This characteristic can be indicating a variation

of the fluid pressure conditions inside the magmatic chambers that generated this magmatism.

Regarding the chemical composition of the volcanic rocks from the two sucessions, it is noticed that

both have a metaluminous to slightly peraluminous character and affinity with A2-type magmas. The

distribution patterns of the major and trace elements in multi-element diagrams are similar and

characterized by negative anomalies of Ba, Nb, Ta, Sr, P, Ti and Eu, with a horizontalized pattern of

HREE. The rocks from the Ssup have an essentially ferrous character, while the Sinf rocks have a

character varying from magnesian to ferrous. The U-Pb isotopic data (LA-ICPMS) obtained in zircon

crystals of a Sinf rhyolite indicate a crystallization age of 1810±9 Ma, interpreted as the Inferior

Sucession age. One of the hypotheses that may be suggested to the generation of those volcanic

sucessions is that the petrographic, lithochemical, and geochronological differences indicate the

occurrence of two different magmatic events, one of ~1,81 Ga and another of ~1,76 Ga, derived from

similar magmatic sources, due to lithochemical similarities. The second hypothesis is that both of the

sucessions belong to the same magmatic event, which occurred from 1,81 Ga to 1,76 Ga, and that the

slightly petrographic and lithochemical differences represent a small variation of the magmatic source

and the crystallization conditions inside the magmatic chamber.

Keywords: Amazonian craton; Volcanism; Lower succession; Upper succession

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Lista de Figuras

Figura 1. Mapa esquemático da Província Aurífera Alta Floresta ilustrando os principais domínios

(adaptado de Souza et al., 2005 e Vasquez & Rosa-Costa, 2008) ..................................................... 20

Figura 2. Diagrama com as idades U-Pb dos principais eventos magmáticos e metamórficos da

Província Aurífera Alta Floresta. Referências dos dados: 1,3,4 (Santos et al., 2015); 2,6,10,11,13,30

(Paes de Barros, 2007); 5,67 (Souza et al., 2005); 7,18,19,24,63 (Assis, 2015); 8,16 (Rocha et al.,

2015); 9,17,25,62 (Miguel Jr., 2011); 12,15 (Barros et al., 2015); 14 (Silva et al., 2013);

20,21,29,39,58,65,68,69,74,76,79 (Silva & Abram, 2008); 22 (Moura, 1998); 23,31 (Silva et al.,

2014); 26,27,28,37,46 (JICA/MMAJ, 2000); 32,33,38,48,49,56,57 (Duarte, 2015); 34,44,59 (Pinho

et al., 2001a); 35,41,42,43 (Pinho et al., 2003); 36,61 (Alves et al., 2010); 40,50 (Pimentel, 2001);

45 (Bini et al., 2015); 47,51,52,53,55,64 (Santos, 2000); 54 (Silva et al., 2015); 60 (Barros et al.,

2013); 66,70,72,73,75 (Ribeiro & Duarte, 2010); 71 (Souza & Abreu Filho, 2007); 77 (Knust, 2010);

78 (Neder et al., 2002) ....................................................................................................................... 22

Figura 3. Mapa geológico da região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo..................... 28

Figura 4. Seções geológicas esquemáticas da região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo

(legenda como na figura 3). ............................................................................................................... 29

Figura 5. Aspectos microscópicos das rochas vulcânicas da Sucessão Inferior do Grupo Colíder. (A)

Matriz maciça com fragmento de cristal de plagioclásio; (B) fragmentos achatados de vidro (fiamme)

gerando uma foliação proeminente (estrutura eutaxítica) em ignimbrito hemicristalino; (C)

fragmentos de cristais de quartzo, plagioclásio e feldspato alcalino em matriz holocristalina de

ignimbrito rico em cristais; (D) hornblenda maclada em matriz hemicristalina de ignimbrito rico em

cristais; (E) litoclastos de rochas vulcânicas cognatas; (F) dacito com fenocristais de quartzo em

matriz felsítica .................................................................................................................................... 33

Figura 6. Aspectos microscópicos das rochas vulcânicas da Sucessão Superior do Grupo Colíder.

(A) Vesículas alongadas paralelas à foliação e preenchidas por quartzo e zeolita em riolito; (B) porção

vítrea da matriz altamente desvitrificada, formando esferulitos, axiolitos e textura micropoiquilítica

bem desenvolvida em riolito; (C) textura micrográfica caracterizada por intercrescimento de quartzo

e feldspato alcalino em riolito; (D) alinhamento dos fiammes em uma foliação planar paralela ao

acamamento em ignimbrito reomórfico; (E) axiolitos nas bordas dos fiammes e esferulitos no centro

caracterizando processos de desvitrificação em ignimbrito reomórfico; (F) fenocristais de feldspato

alcalino e plagioclásio em matriz felsítica em quartzo traquito. ........................................................ 35

Figura 7. Diagramas binários para elementos maiores (% em peso) ................................................ 37

Figura 8. Diagramas binários para elementos traços (em ppm). Símbolos como na figura 1. 39

Figura 9. Diagramas multielementos de elementos maiores e traços, incluindo terras raras, para as

Sinf e Ssup, normalizados aos condritos de Boyton (1964); (A, B) e Thompson (1982); (C, D) 40

Figura 10. A) Diagrama TAS (Le Bas et al., 1986). B) Diagrama de classificação R1 vs R2 (La Roche

et al., 1980). C) Diagrama de classificação de séries magmáticas de Frost et al. (2001). D) Diagrama

de Shand (1943). ................................................................................................................................ 41

Figura 11. (A, B) Diagramas de tipologia de granitos de Whalen et al. (1987); C) Diagrama de

Dall’Agnol e Oliveira (2007); D) Diagrama de Eby (1992). ............................................................. 42

Figura 12. Imagens de catodoluminescência dos cristais de zircão do riolito (amostra DFR41) da

Sucessão Inferior do Grupo Colíder. .................................................................................................. 43

Figura 13. Diagrama concórdia do riolito (amostra DFR41) da Sucessão Inferior do Grupo Colíder.

............................................................................................................................................................ 43

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Dados litoquímicos de elementos maiores, menores (% em peso) e traços (ppm) das rochas

vulcânicas da Sinf e Ssup do Grupo Colíder. ..................................................................................... 38

Tabela 2. Dados isotópicos U-Pb LA-ICP-MS do riolito DFR41 da Sucessão Inferior do Grupo

Colíder. ............................................................................................................................................... 44

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Lista de Anexos

Anexo I. Normas e instruções aos autores do periódico Geologia USP - Série Científica ............. 54

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17

2. CONTEXTO GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICO.............................................................................. 18

2.1 Domínio indeformado.......................................................................................................................... 20

2.2 Domínio deformado ............................................................................................................................. 24

3. MÉTODOS ............................................................................................................................................. 25

3.1 Levantamento Bibliográfico ............................................................................................................... 25

3.2 Trabalho de Campo ............................................................................................................................. 25

3.4 Petrografia............................................................................................................................................ 26

3.5 Litoquímica .......................................................................................................................................... 26

3.6 Geocronologia ...................................................................................................................................... 26

4. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................................................ 27

4.1 Estratigrafia ......................................................................................................................................... 27

4.1.1 Suíte Intrusiva Matupá ................................................................................................................... 29

4.1.2 Grupo Colíder ................................................................................................................................ 29

4.1.3 Suíte Intrusiva Paranaíta ................................................................................................................ 29

4.1.4 Suíte Intrusiva Teles Pires .............................................................................................................. 30

4.1.5 Grupo Beneficente .......................................................................................................................... 30

4.1.6 Formação Capoeiras ...................................................................................................................... 30

5. PETROGRAFIA .................................................................................................................................... 30

5.1 Sucessão Inferior ................................................................................................................................. 30

5.1.1 Ignimbritos riolíticos ...................................................................................................................... 30

5.1.2 Dacitos a riolitos ............................................................................................................................ 32

5.2 Sucessão Superior ................................................................................................................................ 33

5.2.1 Riolitos ............................................................................................................................................ 33

5.2.2 Ignimbritos Reomórficos ................................................................................................................ 33

5.2.3 Quartzo traquitos ............................................................................................................................ 34

6. LÍTOQUÍMICA .................................................................................................................................... 35

7. GEOCRONOLOGIA ............................................................................................................................ 42

8. DISCUSSÃO .......................................................................................................................................... 45

9. CONCLUSÕES ...................................................................................................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................... 48

ANEXOS ........................................................................................................................................................ 53

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Artigo Científico a ser submetido para publicação no periódico Geologia USP – Série

Científica

Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região entre Guarantã do Norte e a

Serra do Cachimbo, Mato Grosso, Brasil

Petrology of the Colíder Group volcanic successions in the Guarantã do Norte and the Serra do

Cachimbo region, Mato Grosso, Brazil

Fernanda Silva Santos¹,², Ronaldo Pierosan¹,², Márcia Aparecida Sant’Ana Barros3, Mauro César

Geraldes4, Maurício Faustino de Lima5

¹ Programa de Pós-graduação em Geociências, Faculdade de Geociências, Universidade Federal de

Mato Grosso. Av. Fernando Corrêa da Costa, 2.367, CEP 78060-900, Boa Esperança, Cuiabá, MT,

Brasil ([email protected]; [email protected]).

² Grupo de Pesquisa Magmatismo de Mato Grosso - MAGMATO, Faculdade de Geociências,

Universidade Federal de Mato Grosso. Av. Fernando Corrêa da Costa, 2.367, CEP 78060-900, Boa

Esperança, Cuiabá, MT, Brasil.

³ Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rua São Francisco

Xavier 524, CEP 20559-900 Rio de Janeiro-RJ-Brasil. ([email protected]).

³ Curso de Graduação em Geologia, Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato

Grosso, MT, Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2.367, CEP 78060-900, Boa Esperança, Cuiabá,

MT, Brasil ([email protected]).

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Petrologia das sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na região entre Guarantã do Norte e a

Serra do Cachimbo, Mato Grosso, Brasil

Petrology of the Colíder Group volcanic successions in the Guarantã do Norte and the Serra do

Cachimbo region, Mato Grosso, Brazil

Resumo

Os ignimbritos e riolitos do Grupo Colíder, na região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo,

são provenientes de um magmatismo félsico com ampla distribuição espacial na Província Aurífera

de Alta Floresta (PAAF). Os trabalhos de mapeamento geológico e petrográficos permitiram

individualizar três sucessões vulcânicas do Grupo Colíder na área, denominadas Inferior (Sinf),

Intermediária (Sint) e Superior (Ssup). A Sinf se caracteriza pela abundância de depósitos de correntes

piroclásticas de densidade, como ignimbritos,depósitos de surge e com rochas efusivas subordinadas.

A Ssup é composta por riolitos e traquitos efusivos e, subordinadamente, por ignimbritos reomórficos.

Observa-se que os magmas que geraram as rochas vulcânicas da Sinf possuíam um caráter subsolvus.

As rochas da Ssup apresentam, dominantemente, mineralogia indicativa de cristalização de magmas

de caráter hipersolvus. Essa característica pode estar indicando uma variação nas condições de

pressão de fluidos na(s) câmara(s) magmática(s) que geraram esse magmatismo. No que se refere a

composição química das rochas vulcânicas das duas sequências observa-se que ambas possuem um

caráter metaluminoso a fracamente peraluminoso e afinidade com magmas Tipo-A2. Os dados

isotópicos U-Pb (LA-ICPMS) obtidos em cristais de zircão em um riolito da Sinf, indicam idade de

cristalização de 1810±9 Ma, interpretada como idade da Sucessão Inferior. Uma das hipóteses que

pode ser sugerida para a geração dessas sucessões vulcânicas é de que as diferenças petrográficas,

litoquímicas e geocronológicas indicam a ocorrência de dois eventos magmáticos distintos, um de

~1,81 Ga e outro de ~1,76 Ga. A segunda hipótese, é que ambas as sucessões pertençam ao mesmo

evento magmático, que se estendeu de 1,81 Ga a 1,76 Ga.

Palavras chave: Grupo Colíder; Sucessão Inferior; Sucessão Superior.

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Abstract

The Colider Group ignimbrites and rhyolites, located between Guarantã do Norte and Serra do

Cachimbo, are derived from a felsic magmatism with a wide spatial distribution at the Alta Floresta

Gold Province (AFGP). The geological mapping and petrographic studies allowed to individualize

three volcanic successions of the Colider Group at the area, named Inferior (Sinf), Intermediate (Sint)

and Superior (Ssup). The Sinf characterizes by its abundance in ignimbrites and primary pyroclastic

rocks, such as surge deposits, with subordinated effusive rocks. The Ssup is mainly composed by

rhyolites and effusive trachytes and, subordinately, by reomorphic ignimbrites. It is noted that the

magmas that generated the volcanic rocks of the Sinf had a subsolvus character. The Ssup rocks

present, dominantly, mineralogy indicating a hypersolvus character at the magma crystallization. This

characteristic can be indicating a variation of the fluid pressure conditions inside the magmatic

chambers that generated this magmatism. Regarding the chemical composition of the volcanic rocks

from the two sucessions, it is noticed that both have a metaluminous to slightly peraluminous

character and affinity with A2-type magmas. The U-Pb isotopic data (LA-ICPMS) obtained in zircon

crystals of a Sinf rhyolite indicate a crystallization age of 1810±9 Ma, interpreted as the Inferior

Sucession age. One of the hypotheses that may be suggested to the generation of those volcanic

sucessions is that the petrographic, lithochemical, and geochronological differences indicate the

occurrence of two different magmatic events, one of ~1,81 Ga and another of ~1,76 Ga. The second

hypothesis is that both of the sucessions belong to the same magmatic event, which occurred from

1,81 Ga to 1,76 Ga.

Keywords: Colíder Group; Inferior Succession; Superior Succession.

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1. INTRODUÇÃO

Oliveira & Leonardos (1940 apud Souza, 2005) relacionaram o vulcanismo ácido que ocorre

no Cráton Amazônico num único evento, denominado de Uatumã e interpretado numa linha fixista

como resultado de uma grande tafrogênese que ocorreu no pré-cambriano. Os primeiros trabalhos

sugerindo episódios magmáticos distintos foram apresentados por Silva et al. (1974) quando

reconheceram um decréscimo das idades atribuídas a essas rochas, de nordeste para sudoeste,

apoiados em dados isotópicos Rb-Sr. Tais trabalhos acompanharam a evolução do entendimento

geotectônico do Cráton Amazônico que a partir de Cordani et al. (1979) propuseram um modelo

mobilista em substituição ao modelo fixista de Almeida (1978).

No fim da década de 1990 e início da década de 2000, uma série de trabalhos científicos

fundamentados em estudos isotópicos U-Pb começaram a ser divulgados. Esses estudos confirmaram

as premissas levantadas por Silva et al. (1974) e demonstraram a ocorrência de eventos vulcânicos

de idades distintas no Cráton Amazônico como um todo. Destaca-se o trabalho de Costi et al. (2000)

que determina uma idade de cristalização de 1888±3 Ma para rochas vulcânicas do Escudo das

Guianas, próximas ao Rio Uatumã, e o trabalho de Lamarão et al. (1999) que divulgou idades de

1890±2 Ma e 1877±4 Ma para rochas vulcânicas na região de Tapajós. Dessa forma, e em trabalhos

posteriores, buscou-se definir o evento Uatumã como de idade próxima a 1,88 Ga.

No Estado de Mato Grosso, os primeiros trabalhos utilizando a sistemática isotópica U-Pb

para datar as rochas vulcânicas no norte do estado foram publicados por Pinho (2001) e JICA/MMAJ

(2000 in Souza et al., 2005). Esses trabalhos demonstraram a ocorrência de um evento vulcânico com

idades de cristalização em torno de 1,77 Ga, associado a granitoides de mesma idade, incluindo os

previamente denominados por Silva et al. (1974) como Granito Teles Pires. As rochas vulcânicas

vieram a ser agrupadas segundo a denominação Grupo Colíder e os granitoides como Suíte Intrusiva

Teles Pires. Pinho (2002) reconhece uma associação vulcano-plutônica a qual denomina Suíte

Vulcano-Plutônica Teles Pires. Além dos granitoides Teles Pires, Moreton & Martins (2003)

identificaram granitoides distintos e ligeiramente mais antigos intrusivos em rochas vulcânicas do

Grupo Colíder, os quais os autores agruparam sob a denominação de Suíte Intrusiva Paranaíta.

Os trabalhos de mapeamento geológico desenvolvidos pela CPRM no norte de Mato Grosso,

e sumarizados em Souza et al. (2005) e Silva & Abram (2008), reforçam o modelo mobilista para a

evolução do Cráton Amazônico e dessa forma propõem que a extensiva distribuição de rochas

vulcânicas, graníticas e metamórficas nessa região está vinculada a arcos magmáticos aglutinados e

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18

diferenciados entre si. Assim, estabelecem que as rochas vulcânicas do Grupo Colíder estão

relacionadas ao desenvolvimento do Arco Magmático Juruena (1,85-1,75 Ga). Nesses trabalhos,

foram identificados termos intermediários a ácidos, de andesitos a riolitos, além de rochas

piroclásticas e sedimentares vulcanogênicas, com ampla distribuição no norte do estado.

Os dados geoquímicos disponíveis em Souza et al. (2005) para o Grupo Colíder indicam

assinaturas variando de cálcio-alcalinas alto-K a tipo-A. Os granitoides da Suíte Intrusiva Teles Pires

possuem afinidade essencialmente do tipo-A, enquanto aqueles da Suíte Intrusiva Paranaíta são

cálcio-alcalinos alto-K. Esta variabilidade de assinaturas geoquímicas é um fator que tem levado os

pesquisadores a questionarem a comagmaticidade entre o vulcanismo e a granitogênese e mesmo

dentre as rochas vulcânicas. Além disso, o ambiente geotectônico de posicionamento dessas rochas

tem sido atribuído por Souza et al (2005) e Santos et al. (2000) ora como pós-colisional, ora como

anorogênico.

As informações de cartografia geológica na região entre a cidade de Guarantã do Norte e a

Serra do Cachimbo restringiam-se a trabalhos regionais na escala 1:1.000.000. Este contexto motivou

a realização de diversos trabalhos de mapeamento geológico básico, na escala 1:100.000,

relacionados ao desenvolvimento de Trabalhos de Conclusão de Curso em Geologia na UFMT. Esses

trabalhos foram compilados, tiveram seus dados reinterpretados e uma síntese das informações

geológicas obtidas foi submetida para publicação, e está em fase de revisão. Com isso, foi possível

reconhecer, nessa região, a ocorrência de duas sucessões vulcânicas (inferior e superior) constituídas

por depósitos primários, intercaladas por uma sucessão sedimentar vulcanogênica (intermediária).

Além disso, observou-se que uma associação de fácies de granitoides é intrusiva essencialmente na

sucessão vulcânica primária inferior e esta foi agrupada na Suíte Intrusiva Paranaíta. Uma segunda

associação de fácies de granitoides ocorre intrudindo todas as sucessões e foi agrupada na Suíte

Intrusiva Teles Pires. Dessa forma, o presente trabalho visa estudar, do ponto de vista faciológico,

litoquímico e geocronológico, as sucessões vulcânicas primárias (inferior e superior) a fim de

estabelecer suas relações genéticas e temporais.

2. CONTEXTO GEOLÓGICO-GEOTECTÔNICO

A área de estudo está geotectonicamente inserida no contexto geológico da Província Aurífera

Alta Floresta (PAAF). A PAAF consiste de um segmento crustal alongado segundo a direção WNW-

ESSE, limitada ao norte pelo Graben do Cachimbo e ao sul pelo Graben dos Caiabis, onde ocorrem

extensos eventos metalogenéticos, principalmente mineralizações de ouro. Está dividida em dois

terrenos relacionados às províncias Ventuari-Tapajós, na porção norte, e Rio Negro-Juruena na

porção sul, segundo o modelo de Tassinari & Macambira (2004) para o Cráton Amazônico. Santos

et al. (2000) assumem que a porção leste da PAAF representa a extensão da Província Tapajós-Parima

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e que a porção oeste é constituída pela Província Rondônia-Juruena. Ambos os modelos reconhecem

a ocorrência de dois domínios de diferentes idades na PAAF. O limite preciso destes dois domínios

ainda é objeto de ampla discussão e seu entendimento vem sendo aprimorado à medida que novos

dados são adquiridos e publicados.

A PAAF pode ser dividida, de forma genérica, em dois domínios geológicos com padrões

estruturais dominantes distintos: domínio indeformado (porções leste, central, nordeste e norte); e

domínio deformado (porções sul, sudoeste e oeste); (Fig. 1). De modo genérico, o domínio

indeformado é constituído amplamente por granitoides cálcio-alcalinos de idades entre 1,98 e 1,78

Ga. Associado a alguns desses granitoides, ocorre um expressivo vulcano-plutonismo com afinidade

geoquímica de cálcio-alcalina a tipo-A e idades entre 1,82 e 1,76 Ga. Além disso, afloram ocorrências

restritas de rochas metamórficas formando associações granito-gnássicas-migmatíticas com protólito

de idade entre 2,84 e 2,79 Ga, que caracteriza o embasamento da área, e gnaisses com 1,99 a 1,98 Ga

de protólito de idade. O domínio deformado é constituído por granitoides cálcio-alcalinos com

foliação penetrativa típica de granitoides sin-tectônicos e idades de 1,79 a 1,74 Ga. Associados a esses

granitoides ocorrem sequências metavulcanossedimentares cujos poucos dados geocronológicos

indicam idades entre 1,77 e 1,76 Ga.

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Figura 1. Mapa esquemático da Província Aurífera Alta Floresta ilustrando os principais domínios (adaptado de Souza et

al., 2005 e Vasquez & Rosa-Costa, 2008).

2.1 Domínio indeformado

O embasamento do domínio indeformado aflora de forma restrita e tem sido interpretado como

pequenos segmentos de complexos metamórficos. Dados geocronológicos indicam uma idade de

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21

protólito arqueana (Gnaisse Gavião: 2843±5 a 2791±7 Ma - Paes de Barros, 2007; Santos et al.,

2015), o que levou os autores a englobar essas rochas no Complexo Xingu. A idade Th-Pb SHRIMP

em titanita do Gnaisse Gavião (1859±31 Ma), obtida por Santos et al. (2015), pode estar indicando a

atuação de um evento metamórfico em torno de 1,86 Ga. No entanto, as observações de Santos et al.

(2015) indicam que esta idade é inconclusiva.

Gnaisses com protólito de idade paleoproterozoica também foram identificados restritamente

no domínio indeformado. Esses gnaisses têm sido denominados de Complexo Cuiú-Cuiú: 1992±7

Ma (Souza et al., 2005); Gnaisse Alto Alegre: 1984±7 Ma (Paes de Barros, 2007); e Gnaisse Nova

Guarita: 1980±8 Ma (Assis, 2015). Associada a esses gnaisses, ocorre uma extensa granitogênese

com idades contemporâneas e um pouco mais jovens do que aquelas obtidas para as rochas

metamórficas do Complexo Cuiú-Cuiú e gnaisses correlatos. Esses granitoides são essencialmente

isotrópicos e de afinidade cálcio-alcalina. As idades de cristalização variam de 1987±12 a 1931±12

Ma (Paes de Barros, 2007; Miguel Jr., 2011; Silva et al., 2013; Barros et al., 2015; Rocha et al., 2015)

sendo que diversos termos estratigráficos têm sido atribuídos a esses granitoides: Suíte Pé Quente,

Granito Novo Mundo, Granito Aragão e Suíte Intrusiva Nhandu. Barros et al. (2015), com base em

idades obtidas na seção-tipo do Granito Nhandu, agruparam uma série de corpos graníticos

isotrópicos com idades similares na Suíte Intrusiva Nhandu: Granito Aragão (1931±12 Ma; Miguel

Jr., 2011); Granito Novo Mundo (1970±3 a 1956±12 Ma; Paes de Barros, 2007); e Suíte Pé Quente

(1979±31 Ma; Miguel Jr., 2011). Assim, os granitoides da Suíte Intrusiva Nhandu possuem em

comum, além das idades, assinaturas geoquímicas compatíveis com magmas cálcio-alcalinos alto-K,

típicas de arcos magmáticos maduros. Dessa forma, as rochas metamórficas do Complexo Cuiú-Cuiú

podem estar representando uma associação orogenética entre 2,1 e 1,98 Ga, com um magmatismo

pós-tectônico (Suíte Intrusiva Nhandu) entre 1,99 e 1,93 Ga (Fig. 2), de modo similar ao que Assis

(2015) denominou de Arco Magmático Cuiú-Cuiú.

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Figura 2. Diagrama com as idades U-Pb dos principais eventos magmáticos e metamórficos da Província Aurífera Alta Floresta. Referências dos dados: 1,3,4 (Santos et al., 2015); 2,6,10,11,13,30 (Paes de Barros, 2007); 5,67 (Souza et al., 2005); 7,18,19,24,63 (Assis, 2015); 8,16 (Rocha et al., 2015); 9,17,25,62 (Miguel Jr., 2011); 12,15 (Barros et al., 2015); 14 (Silva et al., 2013); 20,21,29,39,58,65,68,69,74,76,79 (Silva & Abram, 2008); 22 (Moura, 1998); 23,31 (Silva et al., 2014); 26,27,28,37,46 (JICA/MMAJ, 2000); 32,33,38,48,49,56,57 (Duarte, 2015); 34,44,59 (Pinho et al., 2001a); 35,41,42,43 (Pinho et al., 2003); 36,61 (Alves et al., 2010); 40,50 (Pimentel, 2001); 45 (Bini et al., 2015); 47,51,52,53,55,64 (Santos, 2000); 54 (Silva et al., 2015); 60 (Barros et al., 2013); 66,70,72,73,75 (Ribeiro & Duarte, 2010); 71 (Souza & Abreu Filho, 2007); 77 (Knust, 2010); 78 (Neder et al., 2002).

Um segundo evento magmático com características de arco maduro pode ser estabelecido para

uma série de granitoides isotrópicos com assinaturas geoquímicas cálcio-alcalinas. Esse evento tem

sido denominado Arco Magmático Juruena por diversos autores (Souza et al., 2004; Silva et al., 2008;

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Assis, 2015). No Arco Magmático Juruena estão inclusos uma série de granitoides isotrópicos com

características geoquímicas compatíveis com magmatismo de arco: Granodiorito X1 (1904±5 Ma);

Tonalito Pé Quente (1901±7 Ma); Granodiorito Jorge (1863±5 Ma); e Granodiorito União (1853±23

Ma), caracterizados por Assis (2015) e Miguel Jr. (2011). Além desses, o granitoide isotrópico da

região do Garimpo Serrinha, a sudeste do município de Matupá, estudado por Moura (1998), possui

uma idade de 1872±12 Ma. Silva et al. (2014) obtiveram uma idade similar (1869±10 Ma) para um

biotita monzogranito isotrópico a leste da cidade de Peixoto de Azevedo, que foi correlacionado pelos

autores com o Granito Matupá de Moura (1998). Além disso, Silva & Abram (2008) obtiveram idades

de 1889±17 Ma e 1879±6 Ma para granitoides com características similares ao Granito Matupá.

Os granitoides cálcio-alcalinos mais jovens do Arco Magmático Juruena têm sido agrupados

na Suíte Intrusiva Juruena. Esses granitoides são isotrópicos e apresentam assinaturas geoquímicas

similares e uma ampla variação de idades (1848±17 a 1817±12 Ma; JICA/MMAJ, 2000 in Silva &

Abram, 2008 e Silva & Abram, 2008). O Granito Peixoto possui idades de 1792±2 Ma (Paes de

Barros, 2007) e 1781±10 Ma (Silva et al., 2014) e pode estar representando um dos últimos episódios

magmáticos do Arco Magmático Juruena.

Os granitoides agrupados no Arco Magmático Juruena possuem idades variando entre 1,90 e

1,78 Ga e estão intrinsecamente associados em termos espaciais, apresentando relações de campo de

mútua intrusão e intrusivos nos complexos metamórficos. Suas assinaturas geoquímicas são

compatíveis com arcos magmáticos maduros.

Bordejando os granitoides dos arcos magmáticos Cuiú-Cuiú e Juruena, ocorre um extenso

vulcanismo félsico indeformado, cujas rochas estão agrupadas no Grupo Colíder. Esse vulcanismo

altera, em termos composicionais, de intermediário a ácido e possui assinaturas geoquímicas entre

cálcio-alcalinas alto-K a tipo-A. As idades de cristalização variam de 1820±28 Ma a 1757±14 Ma

(Pinho et al., 2001, 2003; Pimentel, 2001 in Moreton & Martins, 2003; JICA/MMAJ, 2000 in

Lacerda Filho et al., 2004; Silva & Abram, 2008; Alves et al., 2010; Duarte, 2015; Bini et al., 2015).

As rochas vulcânicas do Grupo Colíder são intrudidas por granitoides agrupados nas suítes Paranaíta

e Teles Pires, além das Alcalinas Rio Cristalino. Os granitoides da Suíte Intrusiva Paranaíta possuem

assinaturas geoquímicas cálcio-alcalinas alto-K e idades entre 1819±6 e 1788±8 Ma (JICA/MMAJ,

2000 in Lacerda Filho et al., 2004; Santos, 2000 in Silva & Abram, 2008; Pimentel, 2001 in Silva &

Abram, 2008; Duarte, 2015; Silva et al., 2015). A Suíte Intrusiva Teles Pires é constituída por uma

série de corpos intrusivos nas rochas vulcânicas do Grupo Colíder, alguns dos quais recebem

denominações específicas, como os granitos Terra Nova (seção-tipo) e Pium, e pórfiros União e X1.

A assinatura geoquímica desses granitoides é compatível com granitos tipo-A e as idades variam de

1782±17 a 1757±16 Ma (Pinho et al., 2001; Santos, 2000 in Moreton & Martins, 2003; Silva &

Abram, 2008; Alves et al., 2010; Miguel Jr., 2011; Barros et al., 2013; Assis, 2015). As Alcalinas

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Rio Cristalino ocorrem restritamente e consistem de ribeckita-egerina sienitos a quartzo sienitos com

afinidade geoquímica tipicamente alcalina (Souza et al., 2005) e idade de 1806±3 Ma (Silva &

Abram, 2008). Essas rochas podem estar representando pequenas manifestações alcalinas em

ambiente de arco magmático maduro ou pós-orogênico. Dessa forma, o evento vulcano-plutônico

constituído pelo Grupo Colíder e pelas suítes intrusivas Paranaíta e Teles Pires pode estar

caracterizando uma transição de um ambiente de arco magmático maduro (afinidade cálcio-alcalina

alto K) para um ambiente pós-orogênico (afinidade tipo-A) entre 1,82 e 1,76 Ga, em relação ao Arco

Magmático Juruena, com manifestações alcalinas restritas (Alcalinas Rio Cristalino).

2.2 Domínio deformado

O domínio deformado da PAAF é caracterizado pela ampla ocorrência de granitoides com

foliação penetrativa típica de rochas intrusivas sin-tectônicas (granitos São Pedro e São Romão, e

suítes Vitória e Nova Canaã). Nesse domínio são observadas expressivas estruturas tectônicas (falhas,

zonas de cisalhamento) com orientação noroeste que controlaram o posicionamento desses

granitoides. As idades de cristalização dos granitoides variam de 1,80 a 1,74 Ga: suítes Nova Canaã

(1798±14 e 1743±4 Ma; Silva & Abram, 2008) e Vitória (1787±14 a 1774±28 Ma; Souza et al., 2005;

Silva & Abram, 2008; Duarte & Ribeiro, 2010); e granitos São Pedro (1784±17 Ma a 1774±28 Ma;

Silva & Abram, 2008; Ribeiro & Duarte, 2010) e São Romão (1770±9 Ma e 1763±37 Ma; Silva &

Abram, 2008; Knust, 2010). O Granito Apiacás ocorre na porção noroeste da PAAF e está

espacialmente associado com os granitos São Pedro. Esse corpo granítico é constituído por

sienogranitos a duas micas, típicos de fusões crustais de protólitos pelíticos em ambientes colisionais.

Silva & Abram (2008) apresentam uma idade de cristalização 1784±32 Ma para o Granito Apiacás e

uma idade de 1871±21 Ma, atribuída a zircões herdados. O Granito Apiacás, juntamente com os

granitoides sin-tectônicos, pode estar marcando um evento colisional na PAAF.

Uma associação de gnaisses, quartzitos, formações ferríferas e rochas metamáficas,

intrinsicamente associadas aos granitoides sin-tectônicos do domínio deformado, tem sido

relacionada ao Complexo Bacaeri-Mogno. Dados isotópicos com a finalidade de definir idade de

cristalização e/ou metamorfismo desta unidade são inexistentes. Na porção sudoeste do domínio

deformado da PAAF, ocorrem sequências metavulcanossedimentares englobadas no Grupo São

Marcelo Cabeça, intrinsecamente associadas aos granitoides sin-tectônicos. As rochas dessas

sequências consistem de rochas vulcânicas félsicas e epiclásticas, grauvacas, cherts, conglomerados

e xistos, todas metamorfizadas na fácies xisto verde (Souza et al., 2005). Dados geocronológicos

disponíveis indicam uma idade de 1859±5 Ma para zircões detríticos de xisto milonítico (Santos,

2000 in Souza et al., 2005) que tem sido atribuída ao período de deposição da sequência sedimentar.

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As rochas vulcânicas félsicas deformadas que ocorrem associadas aos granitoides sin-

tectônicos a aos complexos metamórficos estão agrupadas no Grupo Roosvelt. As idades de

cristalização do Grupo Roosvelt variam de 1772±12 a 1762±6 Ma (Neder et al., 2002; Ribeiro &

Duarte, 2010).

A associação de granitoides sin-tectônicos e de fusão crustal, e de complexos metamórficos

sugere a ocorrência de um evento colisional entre 1,80 e 1,74 Ga. O limite entre o domínio deformado

(porção SW da PAAF) e o domínio indeformado (porções N, NE e E da PAAF) é marcado por

expressivas estruturas magnéticas profundas com orientações NW, delimitadas a partir de

levantamentos aerogeofísicos, conforme demonstrado por Silva & Abram (2008). O Granito Apiacás

está posicionado ao longo dessas estruturas. As idades contemporâneas entre as rochas desse cinturão

colisional e do Arco Magmático Juruena sugerem que ambos se desenvolveram separadamente, sendo

posteriormente justapostos por processos acrescionários. Assim, o limite observado por Silva &

Abram (2008) pode estar representando a zona de colagem do bloco crustal deformado com o

indeformado.

3. MÉTODOS

Para o desenvolvimento desse trabalho, foram adotadas técnicas elementares de campo, como

coleta e identificação de amostras, com o intuito de analisar criteriosamente as rochas vulcânicas do

Grupo Colíder. O método de pesquisa utilizado foi dividido em cinco etapas: levantamento

bibliográfico, trabalho de campo, petrografia, litoquímica e geocronologia, as quais são especificadas

nos tópicos a seguir.

3.1 Levantamento Bibliográfico

Revisão bibliográfica sobre o contexto referente ao tema da dissertação, tais como trabalhos

de mapeamento regional, petrografia, geoquímica e geocronologia executados na área de estudo e em

áreas próximas ou inseridas em contexto geológico análogo, além de artigos científicos, monografias

e resumos publicados em eventos científicos. Revisão dos principais conceitos e classificações de

rochas vulcânicas com enfoque em ignimbritos e riolitos e rochas associadas com as unidades em

estudo.

3.2 Trabalho de Campo

Esta etapa envolveu a coleta de amostras representativas de cada litotipo para estudos

petrográficos, litoquímicos e geocronológicos, abordando os principais afloramentos relacionados ao

tema do projeto. Trabalhos de mapeamento geológico básico na escala 1:100.000 foram executados

em trabalhos de conclusão de curso de graduação durante os anos de 2014 a 2018. Esses trabalhos,

aliados às descrições e caracterizações petrográficas e à correlação com as unidades litoestratigráficas

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disponíveis na literatura, permitiram a definição da estratigrafia da área de estudo, bem como a

individualização das sucessões vulcânicas, alvos do presente estudo.

Para a realização desse trabalho foi necessária a utilização de receptor de GPS (Global

Position System) GARMIN modelo Etrex Vista para marcar o posicionamento exato dos afloramentos

estudados, bússola geológica do tipo Brunton, caderneta de campo, mapa base, escalímetro, máquina

fotográfica, lupa aumento (20x), para uma melhor observação das feições litológicas, além de sacos

de amostra, fita crepe, pincel atômico, martelo petrográfico e marreta.

3.4 Petrografia

Os estudos petrográficos abordam os aspectos de classificação e nomenclatura de rochas

vulcânicas, a partir da qualificação e quantificação das fases minerais juntamente com as texturas. As

seções delgadas para esse estudo foram confeccionadas no Laboratório de Laminação da Faculdade

de Geociências (FAGEO) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), onde foram

confeccionadas 23 lâminas e a descrição das mesmas foi realizada em microscópio petrográfico

binocular da marca Olympus, modelo BX41, na sala de pesquisa da FAGEO-UFMT. As

fotomicrografias das seções delgadas foram obtidas através de uma câmera Lumenera, modelo

Infinity 1 Capture conectada ao microscópio, sendo esta também disponibilizada pela FAGEO-

UFMT.

3.5 Litoquímica

Para o estudo litoquímico houve a preparação de 23 amostras de rocha, sendo 12 da Sucessão

Superior e 11 da Sucessão Inferior segundo técnicas de britagem, pulverização, homogeneização e

quarteamento, no Laboratório de Preparação de Amostras da FAGEO-UFMT.

As análises litoquímicas foram obtidas em laboratório comercial, seguindo metodologias

relacionadas a ICP-ES (Inductivel Coupled Plasma – Emission Spectrometry) para elementos maiores

e ICP-MS (Inductivel Coupled Plasma – Mass Spectrometry) para elementos traços, incluindo

elementos terras raras. Para o tratamento dos dados foi utilizado o software GCDkit (versão 2.3,

Geochemical Data Toolkit for Windows; Janousek et al., 2006).

3.6 Geocronologia

O estudo geocronológico do Grupo Colíder se deu através da aplicação do método U-Pb por

LA-ICP-MS (Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass Spectrometry) em cristais de zircão

de uma amostra representativa da Sucessão Inferior. As amostras foram submetidas aos processos de

britagem, moagem, peneiramento (250, 210,177, 125, 90 e 63 mesh). O intervalo de 63 mesh foi

selecionado para realizar a concentração de minerais pesados, com as técnicas usuais gravimétricas e

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magnéticas, pelo método da bateia e separador magnético tipo Frantz do Laboratório de Diluição da

FAGEO-UFMT. A seleção dos cristais de zircão foi realizada manualmente com o auxílio de lupa

binocular. Essas etapas foram desenvolvidas no Laboratório de Preparação de Amostras da FAGEO-

UFMT.

Os zircões foram enviados para o Laboratório de Geocronologia e Isótopos Radiogênicos

(LAGIR) da Faculdade de Geologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) a fim de

obter dados isotópicos U-Pb em zircão por LA-ICP-MS.

4. GEOLOGIA LOCAL

4.1 Estratigrafia

A estratigrafia da área de estudo foi definida com base em mapeamento geológico básico na

escala 1:100.000, aliado às descrições e caracterizações petrográficas e sua correlação com as

unidades litoestratigráficas conforme estabelecidas na literatura disponível. Foram delimitadas seis

unidades litoestratigráficas: Suíte Intrusiva Matupá; Grupo Colíder; Suíte Intrusiva Paranaíta; Suíte

Intrusiva Teles Pires; Grupo Beneficente e Formação Capoeiras. A disposição espacial e temporal

dessas unidades está representada no mapa geológico da figura 3 e nas seções geológicas da figura 4.

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Figura 3. Mapa geológico da região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo.

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Figura 4. Seções geológicas esquemáticas da região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo (legenda como na

figura 3).

4.1.1 Suíte Intrusiva Matupá

A Suíte Intrusiva Matupá, na área mapeada, é constituída por monzogranitos inequigranulares

médios a grossos a equigranulares médios. Os granitoides afloram na porção sul da área, são

intrudidos por outros da Suíte Intrusiva Teles Pires e estão parcialmente encobertos pelas rochas

vulcânicas do Grupo Colíder.

4.1.2 Grupo Colíder

O Grupo Colíder é a unidade dominante na área mapeada e está dividido em três sucessões:

inferior, intermediária e superior. O empilhamento estratigráfico indica uma Sucessão Inferior (Sinf)

constituída por uma intrínseca associação de ignimbritos ricos em cristais, ignimbritos com lapili

acrescionário, ignimbritos soldados e tufos cineríticos estratificados, distribuídos na porção sul e

centro-sul da área. Esses litotipos estão sobrepostos por arenitos vulcanoclásticos estratificados e

pelitos subordinados, agrupados na Sucessão Intermediária (Sint) e com valores de S0 em torno de

N063°E/19°NE. Sobrepondo os arenitos vulcanoclásticos da Sint, ocorrem traquitos e riolitos

efusivos, além de ignimbritos reomórficos subordinados, englobados na Sucessão Superior (Ssup).

As ocorrências dessas rochas se concentram na porção norte da área, compondo morros de relevo

acentuado e a escarpa da Serra do Cachimbo.

4.1.3 Suíte Intrusiva Paranaíta

Os granitoides da Suíte Intrusiva Paranaíta consistem de corpos intrusivos de pequena

dimensão (1,0 km² a 55 km²) distribuídos na porção centro-sul da área. Esses corpos intrudem

essencialmente os granitoides da Suíte Intrusiva Matupá e a Sinf do Grupo Colíder. Estão

parcialmente encobertos pelos arenitos vulcanoclásticos da Sucessão Intermediária. Os granitoides

da Suíte Intrusiva Paranaíta estão agrupados em uma associação de fácies constituída por

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monzogranitos a sienogranitos porfiríticos a equigranulares, de caráter essencialmente isotrópico,

com extensivas feições de mistura de magma como enclaves máficos microgranulares e enclaves

félsicos leucodioríticos.

4.1.4 Suíte Intrusiva Teles Pires

Os granitoides da Suíte Intrusiva Teles Pires consistem de corpos intrusivos de maior

dimensão (>100 km²) que afloram nas porções oeste e nordeste da área. Esses granitoides intrudem a

Suíte Intrusiva Matupá, as três sucessões do Grupo Colíder e os corpos intrusivos da Suíte Intrusiva

Paranaíta. São constituídos por sienogranitos e feldspato alcalino granitos equigranulares médios ou

grossos, de caráter essencialmente isotrópico. Microgranitos ocorrem frequentemente e algumas

vezes estão associados às bordas dos corpos e outras intrinsecamente associados aos termos grossos.

4.1.5 Grupo Beneficente

As rochas sedimentares do Grupo Beneficente ocorrem em porções restritas da área mapeada

cobrindo parcialmente as rochas vulcânicas da Ssup do Grupo Colíder, no extremo norte da área. O

Grupo Beneficente é constituído dominantemente por arenitos médios a grossos, bem litificados, com

estratificação plano-paralela ou cruzada acanalada e S0 com mergulhos N032°W/06°NE.

4.1.6 Formação Capoeiras

As rochas sedimentares da Formação Capoeiras ocorrem restritamente nas porções centro e

leste da área mapeada e recobrem parcialmente as rochas vulcânicas das sucessões inferior e

intermediária do Grupo Colíder. São constituídas por rochas pouco litificadas que consistem de

quartzo arenitos e arenitos arcoseanos finos a médios, com estratificação cruzada planar e acanalada,

onde a S0 mergulha de N004°-073°E/07°-15° NE, além de siltitos e conglomerados polimíticos

subordinados.

5. PETROGRAFIA

Os estudos petrográficos estão concentrados na caracterização dos dacitos, traquitos, riolitos

e ignimbritos das sucessões inferior e superior, a fim de servir como subsídio de informações para a

caracterização litoquímica e geocronológica.

5.1 Sucessão Inferior

5.1.1 Ignimbritos riolíticos

Os ignimbritos da Sinf são de aspecto porfirítico e apresentam significativas variações quanto

ao conteúdo e dimensão dos fragmentos de cristais, vidros, litoclastos e constituintes da matriz. Essas

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variações indicam a ocorrência de diversos depósitos ignimbríticos, cujo grau de exposição não

permite o mapeamento e individualização das unidades de fluxo, tampouco seu empilhamento

estratigráfico. Devido as significativas variações, os ignimbritos foram separados petrograficamente

em ignimbritos ricos em cristais e ignimbritos hemicristalinos soldados.

A matriz dos ignimbritos é de composição quartzo-feldspática variando desde termos

holocristalinos micro e criptocristalinos, constituídos por fragmentos tamanho cinza, nos ignimbritos

ricos em cristais, até termos hemicristalinos, constituídos por fragmentos de vidro e de cristais

tamanho cinza. Nos termos holocristalinos, a matriz é maciça com distribuição homogênea dos

constituintes (Fig. 5A). A matriz dos termos hemicristalinos possui fragmentos achatados de vidro

(fiamme) que lhes conferem uma foliação proeminente (estrutura eutaxítica), gerada pela soldagem

(Fig. 5B) do depósito. A intensidade da estrutura eutaxítica varia desde incipiente, onde os fragmentos

de vidro são pouco abundantes, até bem desenvolvida, nos termos mais ricos em vidro. A soldagem

dos ignimbritos gera, localmente, feições reomórficas de achatamento e dobra da foliação da matriz

hemicristalina contra as bordas dos fragmentos de cristais, gerando a textura parataxítica. Essas

feições são características e diagnósticas de processos de soldagem sin- e pós-deposicionais. Também

é observada, nas porções hemicristalinas, textura micropoiquilítica gerada por processo de intensa

desvitrificação.

Os fragmentos de cristais e os fenocristais variam em tamanho de 0,5 a 3,0 mm e em

abundância de 10 a 35 % (Fig. 5C), sendo constituídos por quartzo, plagioclásio, feldspato alcalino,

biotita e, localmente, hornblenda e titanita. O elevado conteúdo de fragmentos de cristais e de

fenocristais sugere que o magma, no momento de sua erupção, se encontrava em estágio avançado de

cristalização. Além disso, processos de elutriação podem ter acentuado o enriquecimento em

fragmentos mais densos dos ignimbritos ricos em cristais.

O quartzo contém formas subédricas quando ocorre como fenocristal, e com terminações

angulosas quando como fragmentos, bordas de corrosão recorrentes e dimensões entre 0,1 e 1,0 mm.

Em polarizadores cruzados exibe extinção ondulante fraca. O plagioclásio possui formas subédricas

a euédricas, geminação polissintética característica e os processos de saussuritização, argilização e

sericitização estão bem marcantes. O feldspato alcalino é do tipo sanidina, com geminação Carlsbad,

ocorre como cristais subédricos a euédricos e localmente pode se observar intercrescimento pertítico.

Suas dimensões variam de 0,1 a 4,0 mm.

A biotita ocorre com pleocroismo em tons de marrom, possui hábito lamelar, é subédrica e de

dimensões que variam de 0,1 a 2,5 mm. A hornblenda possui pleocroismo em tons de verde-claro a

escuro (Fig. 5D). Por vezes nota-se alguns cristais maclados. Possui dimensões que variam de 0,1 a

1,0 mm. A titanita é de pleocroismo marrom e formas subédricas a euédricas, sendo essas de hábito

losangular, com tamanho de até 0,5 mm e ocorre associada a biotita.

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Os litoclastos são subordinados e constituídos por fragmentos de rochas vulcânicas cognatas

(Fig. 5E) com dimensões entre 1,0 e 4,0 mm, em quantidades inferiores a 5 % da rocha. Localmente,

observa-se a presença de agregados esféricos de cinzas vulcânicas, com dimensões em torno de 2,0

cm, que podem ser classificados como lápili acrescionários.

Ocorrem minerais secundários originados através de processos de alteração hidrotermal,

ocasionando assim a sericitização (micas brancas), argilização (argilominerais) e saussuritização

(epidoto, mica branca e calcita). Essas alterações ocorrem principalmente no centro e nas bordas dos

cristais de feldspatos e provavelmente foram originados por atividade hidrotermal. Os minerais

opacos ocorrem dispersos pela lâmina, com formas euédricas a subédricas.

5.1.2 Dacitos a riolitos

Os dacitos ocorrem de forma subordinada na Sinf e consistem de rochas efusivas

holocristalinas de cor rosada, estrutura maciça e textura porfirítica com fenocristais de plagioclásio e

quartzo em matriz cripto e microcristalina (Fig. 5F). Possuem textura porfirítica sendo que a dimensão

dos fenocristais varia de 0,5 a 2,0 mm. A matriz possui composição quartzo-feldspática, com textura

felsítica e compõe aproximadamente 95 % da rocha.

Os fenocristais de quartzo são anédricos a subédricos, incolores e possuem extinção ondulante

e dimensões que variam de 0,5 a 2,0 mm. Textura micropoiquílitca incipiente é observada nos grãos

de quartzo intercrescido com os feldspatos. O plagioclásio é anédrico a subédrico, com tamanhos que

variam de 1,0 a 1,5 mm e possuem evidência de atuação de intensos processos de alteração, sendo

eles sericitização saussuritização, dificultando uma boa identificação das maclas polissintéticas.

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Figura 5. Aspectos microscópicos das rochas vulcânicas da Sucessão Inferior do Grupo Colíder. (A) Matriz maciça com fragmento de cristal de plagioclásio; (B) fragmentos achatados de vidro (fiamme) gerando uma foliação proeminente (estrutura eutaxítica) em ignimbrito hemicristalino; (C) fragmentos de cristais de quartzo, plagioclásio e feldspato alcalino em matriz holocristalina de ignimbrito rico em cristais; (D) hornblenda maclada em matriz hemicristalina de ignimbrito rico

em cristais; (E) litoclastos de rochas vulcânicas cognatas; (F) dacito com fenocristais de quartzo em matriz felsítica.

5.2 Sucessão Superior

5.2.1 Riolitos

Os riolitos são porfiríticos com matriz quartzo-feldspática afanítica micro a criptocristalina e

hemicristalina. Possuem foliação de fluxo recorrente que varia de fraca a bem desenvolvida.

Vesículas alongadas estão paralelas a foliação, com até 4,0 mm de comprimento e 0,2 mm de largura,

preenchidas com minúsculos prismas compostos de zeolitas e quartzo poiquilítico (Fig. 6A). A porção

vítrea da matriz está altamente desvitrificada, formando esferulitos de 0,5 a 0,7 mm, axiolitos e textura

micropoiquilítica bem desenvolvida (Fig. 6B). Os esferulitos estão fortemente desvitrificados e

consistem de um intercrescimento radial de quartzo, feldspato alcalino e material criptocristalino. Os

fenocristais presentes são de quartzo, plagioclásio e feldspato alcalino, variando em abundâncias de

10 a 30 % da rocha.

Os fenocristais de quartzo são anédricos a subédricos com dimensões que variam de 0,1 a 2,5

mm. Em algumas porções notam-se golfos de corrosão. O plagioclásio ocorre em cristais subédricos

tabulares a anédricos com dimensões que variam de 0,5 a 1,5 mm e estão intensamente alterados por

processos de sericitização, saussuritização e argilização. Os fenocristais de feldspato alcalino são de

sanidina subédrica a euédrica com dimensões entre 0,5 a 3,0 mm, localmente ocorre textura

micrográfica (Fig. 6C) caracterizada pelo intercrescimento de quartzo e feldspato alcalino com

aspecto cuneiforme. Pode-se observar localmente textura rapakivi constituída pelos fenocristais de

feldspato alcalino manteados por plagioclásio. O anfibólio, caracterizado como hornblenda, possui

formas anédricas a subédricas, com pleocroismo verde a marrom. Altera-se para clorita podendo notar

a cor de interferência característica desse mineral. Em quantidades acessórias ocorrem muscovita e

biotita, sendo a primeira incolor em luz natural e a segunda com pleocroismo em tons de marrom.

Ambas são anédricas a subédricas de hábito lamelar e suas dimensões variam de 0,1 a 2,5 mm.

5.2.2 Ignimbritos Reomórficos

Os ignimbritos reomórficos pertencentes a Ssup são de composições quartzo-feldspáticas e

consistem de uma rocha de aspecto porfirítico, hemicristalina, constituída por fragmentos de cristais

tamanho cinza e componentes vítreos. A matriz possui fragmentos achatados de vidro formando

fiammes e consequentemente, estrutura eutaxítica bem marcante, onde a soldagem desenvolve o

alinhamento dos fiammes em uma foliação planar paralela ao acamamento (Fig. 6D). A foliação é

planar a ondulada, marcada pela intercalação de lâminas milimétricas de material vítreo e

criptocristalino, fragmentos de tamanho cinza fina e pelos fiammes alongados. A soldagem desses

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ignimbritos gera feições reomórficas de achatamento e dobra da matriz hemicristalina contra as

bordas dos fragmentos de cristais caracterizando uma textura parataxítica. Essas feições indicam

cisalhamento sin- e pós-deposicionais, caracterizando a atuação de processos reomórficos.

Os fragmentos de cristais variam em tamanho de 0,1 a 4,0 mm em abundância de 15 %, sendo

composto por quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio. O quartzo ocorre com formas subédricas e

dimensões de 0,1 a 1,5 mm, exibindo extinção ondulante fraca. O feldspato alcalino consiste de

cristais euédricos e suas dimensões variam de 0,1 a 4,0 mm. O plagioclásio possui formas subédricas

e tamanhos de 0,5 a 10 mm com geminação polissintética característica e está sericitizado.

Os processos de desvitrificação são recorrentes e consistem da formação de axiolitos nas

bordas dos fiammes e de esferulitos no centro (Fig 6E). Os esferulitos consistem de um

intercrescimento radial de quartzo, feldspato alcalino e material criptocristalino.

5.2.3 Quartzo traquitos

Os quartzo traquitos são porfiríticos e possuem uma matriz felsítica. Os fenocristais são de

feldspato alcalino (10%) e de plagioclásio (2%) (Fig. 6F). A matriz afanítica é microcristalina de

composição quartzo-feldspática.

O plagioclásio, quando em fenocristais, apresenta-se subédrico tabular a euédrico com

dimensões que variam de 1,0 a 2,0 mm. Está parcialmente alterado para mica branca o que faz com

que as maclas estejam fortemente obliteradas. Os fenocristais de feldspato alcalino possuem

dimensões que variam de 0,5 a 4,0 mm e localmente evidenciam textura rapakivi bem desenvolvida.

Alteração sericítica é comum. A biotita ocorre restrita a matriz como cristais de dimensões entre 0,5

e 1,5 mm em quantidades inferiores a 5%. Os cristais de biotita estão parcialmente a completamente

substituídos por clorita e minerais opacos, no entanto, é possível identificar os planos de clivagem

preservados e as formas subédricas a anédricas.

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Figura 6. Aspectos microscópicos das rochas vulcânicas da Sucessão Superior do Grupo Colíder. (A) Vesículas alongadas paralelas à foliação e preenchidas por quartzo e zeolita em riolito; (B) porção vítrea da matriz altamente desvitrificada, formando esferulitos, axiolitos e textura micropoiquilítica bem desenvolvida em riolito; (C) textura micrográfica caracterizada por intercrescimento de quartzo e feldspato alcalino em riolito; (D) alinhamento dos fiammes em uma foliação planar paralela ao acamamento em ignimbrito reomórfico; (E) axiolitos nas bordas dos fiammes e esferulitos no centro caracterizando processos de desvitrificação em ignimbrito reomórfico; (F) fenocristais de feldspato alcalino e plagioclásio em matriz felsítica em quartzo traquito.

6. LÍTOQUÍMICA

Foram analisadas 23 amostras das sucessões Inferior (Sinf) e Superior (Ssup) do Grupo

Colíder na região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo. Os dados litoquímicos estão

apresentados na tabela 1. Na Sinf os conteúdos de SiO2 variam 70,0 a 79,4 % enquanto na Ssup

variam de 67,0 a 78,5 %. Os valores de perda ao fogo são inferiores a 1,81 % indicando que os

processos de alteração hidrotermal e intempérica não foram significativos nas amostras analisadas.

Observam-se somatórios acima de 102% nas amostras DFR41 e FM11. Somatórios acima de 102%

podem estar relacionados à elevados teores de Fe oxidado levando a ganho de massa da amostra e

consequente aumento de perda ao fogo, conforme reportado pelo laboratório. De fato, as amostras

dessas rochas possuem abundantes películas de óxidos de Fe-Ti, especialmente em feldspatos.

Os conteúdos de álcalis (Na2O+K2O) dos riolitos de ambas as sucessões possuem valores

médios de 8,76 %, exceto as amostras DFR41 e FM21A que correspondem a 7,31 e 6,8 %,

respectivamente. Os quartzo traquitos da Ssup apresentam conteúdos de álcalis em torno de 10,9 %.

As razões K2O/Na2O para as rochas de ambas as sucessões geralmente variam de 1,09 a 1,95. As

amostras DFR41 e FM21A tem conteúdos de Na2O baixos, provavelmente devido à perda de sódio

por processos de alteração hidrotermal, conforme indicado pelos valores elevados de perda ao fogo.

A amostra FM21A possui baixo conteúdo de Na2O e elevado de SiO2 (79,4 %). As amostras GN034A

e GN035A apresentam razões K2O/Na2O acima de 2,0 o que é compatível com rochas ácidas de séries

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ultrapotássicas (Plá Cid e Nardi, 2006). Os elevados conteúdos de K2O da amostra GN018A são

justificados pela alteração potássica. Nos diagramas binários o K2O mostra um padrão de distribuição

disperso e o Na2O uma correlação negativa com SiO2, exceto para as amostras DFR41 e EV06A.

O Al2O3, em ambas as sucessões, apresenta correlação negativa com o índice de diferenciação,

sendo que o padrão da Sinf represente, em sua maioria, conteúdos sutilmente mais elevados que da

Ssup. Os conteúdos de Fe2O3t variam de 0,95 a 3,48 % e apresentam correlação negativa com sílica,

exceto as amostras DFR33A, DFR33 e GN030A que têm valores mais elevados em relação ao trend.

As amostras DFR33A e DFR33 consistem de ignimbritos ricos em cristais e o elevado conteúdo de

Fe2O3t é explicado pela acumulação de minerais ferromagnesianos durante o processo de elutriação.

Esse processo de acumulação de minerais ferromagnesianos, especialmente hornblenda, é

corroborado pelos elevados conteúdos de MgO e CaO, também observados nessas amostras. As

amostras DFR41A, GN009A, GN030A e GN019A também dispõem de teores de Fe2O3t elevados

devido a processos hidrotermais associados a formação de óxidos e hidróxidos de Fe. O MgO possui

padrão de distribuição semelhante ao do Fe2O3t. O CaO varia de 0,03 a 2,03 % e apresenta correlação

negativa com o índice de diferenciação, exceto quando observados os baixos conteúdos deste

elemento nos quartzo traquitos. Os valores de TiO2 situam-se entre 0,13 e 0,59 % e apresentam um

padrão de distribuição com correlação negativa para a Sinf e disperso para a Ssup. Os teores de P2O5

variam de 0,01 a 0,12 % e ambas as sucessões formam um trend negativo, exceto as amostras

DFR33A, DFR33, GN30A e GN009A, que contem valores mais elevados em relação ao trend devido

a acumulação de apatita por processos de elutriação (Fig. 7).

Os conteúdos de Rb variam de 124 a 285 ppm e as rochas riolíticas apresentam correlação

positiva com a sílica (Fig. 8). O Ba das amostras de ambas as sucessões se correlaciona negativamente

com o índice de diferenciação, exceto para os quartzo traquitos e para a amostra DFR31 (1880 ppm).

Ambas as sucessões apresentam correlação negativa de Sr com SiO2, no entanto a Sinf possui

conteúdos relativamente mais elevados (até 393 ppm para a Sinf e até 198,5 para a Ssup). As rochas

riolíticas da Ssup possuem conteúdos de Th entre 21,2 e 29,6 ppm que se correlacionam positivamente

com a sílica, exceto os quartzo traquitos. As rochas riolíticas da Sinf têm conteúdo de Th

relativamente mais baixos que a Ssup, exceto a amostra FM21a (42,8 ppm), que apresenta um padrão

de distribuição disperso. Os conteúdos de Zr, Nb, Y e Yb da Sinf são relativamente mais baixos

quando comparados com a Ssup e ambos apresentam um padrão de distribuição disperso. O Eu varia

de 0,62 a 2,35 ppm e mostra um padrão disperso para ambas as sequências.

O padrão de distribuição dos ETR em diagramas multielementos (Fig. 9A, B) indica, para a

maioria das amostras da Sinf, um enriquecimento de ETR pesados com razões LaN/SmN em torno de

5,08 e um padrão fracionado para ETR pesados (média GdN/YbN = 1,72). As anomalias negativas de

Eu são moderadas com valores de Eu/Eu* próximos a 0,50. A amostra DFR32 contém mais elevado

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conteúdo de ETR pesados em relação ao envelope geral e a amostra FM21A possui enriquecimento

de ETR pesados, expressos pela razão GdN/YbN menor que 1 (0,85), que podem estar relacionado à

intensa diferenciação da rocha (SiO2 = 79,4%). Na Ssup, as rochas riolíticas dispõem de conteúdos

totais de ETR sutilmente mais elevados do que aqueles observados na Sinf. O fracionamento de ETR

leves e o padrão horizontalizado de ETR pesados das rochas riolíticas são expressos pelas razões

LaN/SmN (média = 5,08 e 5,28) e GdN/YbN (média = 1,65), respectivamente. As anomalias negativas

de Eu são moderadas (Eu/Eu* = 0,57) a fortes (Eu/Eu* 0,20). Os conteúdos de ETR pesados dos

quartzo traquitos (DFR57 e DFR58) são mais baixos quando comparados às rochas riolíticas.

Figura 7. Diagramas binários para elementos maiores (% em peso).

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Tabela 1. Dados litoquímicos de elementos maiores, menores (% em peso) e traços (ppm) das rochas vulcânicas da Sinf e Ssup do Grupo Colíder.

SUCESSÃO INFERIOR SUCESSÃO SUPERIOR

DFR 33A

DFR 33

DFR 50

FM 06 A

FM 08A

FM 04A

DFR 31

FM 11A

DFR 41

DFR 32

FM 21A

DFR 58

DFR 57

GN 018A

GN 030A

GN 009A

GN 019A

GN 008A

GN 016A

EV 06A

GN 034A

GN 021A

GN 035A

Rocha IRC IRC IHM IHM IHM IHM IRC IHM REP IRC REP QT QT REP REP RHP REP RHP RHP IHM REP REP REP SiO2 70,00 70,70 72,00 72,40 73,20 73,40 73,60 75,50 76,20 77,40 79,40 67,40 68,40 69,30 71,70 72,60 73,60 74,70 75,30 76,20 78,00 78,10 78,50 Al2O3 13,80 14,15 14,20 14,05 14,20 14,20 13,90 14,20 13,65 12,75 12,30 16,25 16,45 15,30 13,10 13,15 12,45 12,30 12,85 11,65 11,60 11,80 11,35 Fe2O3 3,09 3,22 1,85 1,67 1,76 1,84 1,67 1,71 2,73 1,43 0,95 2,59 2,51 2,34 2,62 2,76 3,48 2,06 2,21 1,59 1,44 1,32 1,42 MnO 0,08 0,08 0,07 0,06 0,08 0,07 0,09 0,05 0,07 0,05 0,04 0,08 0,08 0,17 0,10 0,13 0,10 0,07 0,09 0,02 0,04 0,03 0,02 MgO 0,78 0,86 0,36 0,30 0,36 0,35 0,26 0,28 1,09 0,27 0,10 0,46 0,48 0,17 0,79 0,49 0,40 0,36 0,22 0,13 0,13 0,12 0,02 CaO 1,96 2,03 0,74 1,05 0,96 1,17 0,49 0,92 1,13 0,300 0,07 0,63 0,47 0,32 0,72 1,10 0,34 0,42 0,40 0,03 0,09 0,04 0,03 Na2O 4,00 4,00 3,89 3,86 4,27 4,15 3,47 3,92 1,17 2,71 1,85 4,47 4,47 3,43 3,48 3,80 3,98 3,61 3,14 0,96 2,54 2,89 2,28 K2O 4,41 4,41 4,88 5,36 5,16 5,08 5,11 5,24 5,96 5,22 4,95 6,25 6,49 7,64 5,48 5,41 4,35 5,01 6,12 7,56 6,24 5,34 6,26 TiO2 0,46 0,49 0,32 0,30 0,32 0,32 0,35 0,31 0,39 0,24 0,13 0,39 0,41 0,56 0,59 0,58 0,52 0,24 0,49 0,29 0,26 0,27 0,25 P2O5 0,17 0,18 0,04 0,04 0,06 0,05 0,04 0,03 0,1 0,02 0,01 0,12 0,10 0,11 0,16 0,16 0,11 0,05 0,09 0,01 0,01 0,01 0,02 P.F. 0,45 0,48 1,11 1,16 0,99 0,70 1,13 1,41 1,63 1,08 1,28 1,45 1,63 0,77 1,81 0.74 1,02 0,94 0,76 1,07 0,70 1,02 0,73 Total 98,75 100,12 98,35 99,09 100,37 100,63 98,98 102,16 102,49 100,39 99,80 98,64 99,86 99,34 98,74 100,18 99,33 98,82 100,91 98,44 100,35 99,92 100,26

Ga 20,00 20,60 20,20 21,50 21,40 20,60 20,50 21,40 17,50 19,90 22,50 21,80 22,40 24,10 22,10 22,50 19,90 23,40 21,70 19,90 20,90 21,70 19,50

Hf 6,70 6,90 9,60 8,70 8,90 8,40 8,10 9,10 5,70 6,70 6,90 10,20 10,90 12,30 10,90 11,50 11,80 9,80 11,90 11,40 9,80 10,10 9,30 Nb 17,60 17,90 14,80 16,30 15,50 23,10 16,10 15,80 14,20 18,10 35,60 28,20 24,80 19,90 17,30 18,00 18,30 23,60 18,40 22,10 25,30 24,30 22,70 Rb 159,50 160,00 124,50 139,50 137,50 131,50 169,00 137,50 178,00 175,00 285,00 225,00 232,00 269,00 152,5,00 151,00 157,50 209,00 171,50 240,00 221,00 201,00 206,00

Sr 351,00 393,00 155,00 232,00 175,00 220,00 76,40 204,00 233,00 74,80 14,30 198,50 170,00 43,70 49,70 74,00 27,70 51,60 33,40 7,80 12,30 11,90 8,20 Ta 1,40 1,50 1,10 1,20 1,10 1,50 1,10 1,10 1,20 1,30 2,40 1,80 1,60 1,50 1,20 1,40 1,40 1,70 1,30 1,60 1,80 1,80 1,70

Th 25,10 24,00 16,45 16,30 16,45 16,00 17,50 16,20 17,05 20,20 42,80 35,00 35,30 25,90 21,60 21,20 23,50 25,80 25,50 28,50 28,70 29,60 29,50 U 6,62 6,22 4,10 3,12 3,97 3,08 3,51 3,45 3,76 4,72 5,09 8,27 8,23 6,69 4,37 4,65 11,80 4,47 3,48 3,09 5,09 4,47 3,84 V 41 46 15 12 15 17 18 9 37 14 <5 33 29 18 22 24 14 12 12 8 8 <5 9

Zr 233 252 371 347 359 325 319 340 199 225 150 150 443 547 458 470 486 328 510 404 330 322 307 Y 33,30 35,20 39,10 39,40 40,00 39,10 51,20 38,60 31,80 96,50 59,20 59,20 23,70 55,60 47,70 50,80 47,40 71,40 49,20 52,30 53,70 66,40 63,60 Ba 944 1025 911 814 905 913 1880 829 936 405 33,30 33,30 494 683 1295 772 790 414 602 59,30 63,10 60,60 82,40

La 60,00 62,90 87,50 81,90 82,40 82,30 78,40 79,10 52,30 72,10 137,00 137,00 102,00 130,00 92,50 99,60 106,50 100,50 116,00 75,90 85,00 116,00 91,80

Ce 119,50 121,00 172,00 160,50 160,50 163,00 138,00 156,00 104,00 128,00 136,00 136,00 178,50 236,00 184,00 193,00 204,00 191,00 216,00 142,50 122,00 110,00 136,00 Pr 12,60 13,30 19,00 17,85 18,15 18,00 15,90 17,50 11,90 14,95 26,60 26,60 19,55 26,00 19,65 20,90 21,90 21,70 23,70 17,30 19,50 23,00 21,30

Nd 45,60 47,50 70,20 67,50 65,90 67,20 60,60 65,10 42,80 60,40 80,10 80,10 66,20 97,20 70,80 76,90 82,00 77,60 86,80 61,20 70,90 84,00 76,60 Sm 7,05 7,84 10,65 10,60 10,65 10,50 9,62 10,70 7,31 11,85 11,40 11,40 9,13 14,15 11,15 12,00 12,05 13,30 13,05 10,07 12,75 14,10 13,60 Eu 1,09 1,25 1,80 1,62 1,76 1,80 1,86 1,48 1,09 1,28 0,93 0,93 1,26 2,35 2,07 2,03 2,15 0,89 1,99 0,62 0,73 0,82 0,81

Gd 6,11 6,08 8,72 8,19 8,25 8,59 8,87 8,66 6,01 13,00 7,78 7,78 6,00 11,65 9,34 9,87 9,86 11,90 9,69 9,19 10,40 12,05 11,60 Tb 0,87 0,90 1,13 1,23 1,21 1,16 1,18 1,13 0,88 2,12 1,12 1,12 0,82 1,59 1,29 1,43 1,36 1,87 1,40 1,36 1,42 1,59 1,65 Dy 4,91 5,16 6,82 6,37 6,57 6,34 7,46 6,48 5,00 12,95 7,03 7,03 4,21 8,82 7,76 8,32 7,58 10,8 8,18 8,15 8,36 9,64 9,42

Ho 1,04 1,12 1,29 1,27 1,40 1,29 1,53 1,31 1,02 2,99 1,63 1,63 0,76 1,89 1,64 1,74 1,60 2,29 1,62 1,74 1,69 1,98 2,03

Er 3,44 3,48 3,76 3,92 4,17 3,86 4,41 3,78 3,30 9,33 5,73 5,73 2,28 5,63 5,04 4,94 4,69 7,23 4,70 5,23 5,45 5,83 6,19 Tm 0,53 0,57 0,60 0,57 0,53 0,58 0,65 0,56 0,51 1,26 1,01 1,01 0,34 0,82 0,70 0,70 0,74 1,09 0,77 0,90 0,82 0,90 0,90 Yb 3,54 3,62 3,67 3,54 3,76 3,43 3,86 3,32 3,35 7,1 7,35 7,35 2,12 5,57 4,69 5,04 4,83 7,20 4,79 5,53 5,36 5,68 6,30 Lu 0,56 0,58 0,58 0,50 0,58 0,52 0,59 0,53 0,51 1,09 1,19 1,19 0,31 0,85 0,69 0,72 0,75 1,04 0,76 0,84 0,79 0,85 0,90

Abreviações: IRC – ignimbrito rico em cristais; IHM – ignimbrito hemicristalino; REP – riolito efusivo porfirítico; QT – quartzo traquito; RHP – riolito hipabissal porfirítico.

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O K e os elementos traço nos diagramas multielementos das figuras 9 C e D mostram padrões

de distribuição semelhantes para ambas as sucessões. As anomalias negativas de Ba, Sr e P são de

intensidades moderadas a fortes. Os padrões de distribuição desses elementos em diagramas

multielementos e binários indicam a atuação de processos de fracionamento de plagioclásio e apatita

nos magmas riolíticos. Os magmas quartzo traquíticos, por sua vez, possuem padrão distinto em

diagramas binários que sugerem se tratar de um pulso magmático diferente. As anomalias negativas

de Nb e Ta encontram-se com padrões moderados. Kelemen et al. (1993) sugerem que anomalias

negativas de Nb têm relação com fusão de manto superior em ambientes relacionados a arcos

magmáticos, comum em fontes de magmatismo pós-colisional. Os conteúdos de Ti indicam

anomalias negativas fortes. Esta informação, aliada à correlação negativa de TiO2 com o índice de

diferenciação na Sinf sugere processos de fracionamento de óxido de Fe-Ti, como ilmenita. No

entanto, essa correlação negativa não é observada na Ssup, sugerindo que os magmas de ambas as

sequências são originalmente pobres em Ti.

Figura 8. Diagramas binários para elementos traços (em ppm). Símbolos como na figura 1.

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O diagrama de classificação TAS de Le Bas et al. (1986) corrobora com a classificação

petrográfica, indicando uma dominância de riolitos e ignimbritos riolíticos nas sucessões inferior e

superior, com quartzo traquitos subordinados na Ssup. Além disso, o conteúdo de álcalis, quando

comparado aos teores de SiO2, indica um caráter subalcalino para as rochas riolíticas e alcalino para

as rochas traquíticas (Fig. 10 A). No diagrama R1 versus R2 de La Roche et al. (1980) as rochas da

Sinf concentram-se essencialmente no campo dos riolitos e as rochas da Ssup distribuem-se

dominantemente no campo dos álcali riolitos e subordinadamente nos campos de riolitos e quartzo

traquitos (Fig. 10 B). Considerando a classificação proposta por Frost et al., (2001); (Fig. 10 C)

observa-se que as amostras pertencentes a Sinf distribuem-se tanto no campo dos magmas ferrosos

como magnesianos, com razões de FeOt/(FeOt+MgO) entre 0,69 e 0,90. As amostras da Ssup

enquadram-se preferencialmente no campo dos magmas ferrosos, com razões entre 0,82 e 0,93,

exceto a amostra GN034A que ocupa o campo dos magmas magnesianos. Quanto aos índices de

Shand (1943) as amostras de ambas as sucessões possuem caráter metaluminoso a fracamente

peraluminoso, exceto para as amostras DFR41 e FM21A que contêm baixos teores de Na2O,

provavelmente devido à perda de sódio por processos de alteração hidrotermal o que faz com que as

mesmas apresentem valores de A/CNK acima de 1,3 (Fig. 10 D).

Figura 9. Diagramas multielementos de elementos maiores e traços, incluindo terras raras, para as Sinf e Ssup,

normalizados aos condritos de Boyton (1964); (A, B) e Thompson (1982); (C, D).

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Figura 10. A) Diagrama TAS (Le Bas et al., 1986). B) Diagrama de classificação R1 vs R2 (La Roche et al., 1980). C) Diagrama de classificação de séries magmáticas de Frost et al. (2001). D) Diagrama de Shand (1943).

De acordo com o diagrama FeOt/MgO versus Zr+Nb+Ce+Y e Zr versus 10000*Ga/Al de

tipologia de granitos proposto por Whalen et al. (1987) (Fig. 11 A,B) as rochas das Sinf e Ssup

ocupam o campo relacionado aos granitos tipo-A, com exceção de duas amostras da Sinf (DFR41 e

FM21a) que no primeiro diagrama plotam próximas ao limite dos campos FG e OTG com o campo

dos granitos tipo-A e no segundo onde a amostra DFR41 plota no campo dos granitos tipo-I e -S. A

afinidade com granitos tipo-A também é sugerida pelas razões de CaO/(FeOt+MgO+TiO2) inferiores

a 0,5 em todas as amostras, conforme demonstrado pelo diagrama de Dall’Agnol e Oliveira (2007)

(Fig. 11 C). A subdivisão de granitos tipo-A proposta por Eby (1992) indica que as amostras de ambas

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as sucessões possuem composições compatíveis com granitos tipo-A2 (Fig. 11 D). Eby (1992) sugere,

com base nas razões de Y/Nb e Yb/Ta, que o grupo A2 pode estar relacionado à fontes magmáticas

mantélicas associadas à ambientes de margem continental ativa ou arco de ilhas. Neste caso, as rochas

vulcânicas estudadas podem estar representando eventos magmáticos associados à ambiente pós-

colisional. No entanto, Whalen et al. (1987) e Haapala & Rämö (1992) relacionam à ambiente

anorogênico os granitos tipo-A do Lachlan Fold Belt e rapakivi do Batólito Finnish, respectivamente,

portadores dessas mesmas assinaturas geoquímicas.

Figura 11. (A, B) Diagramas de tipologia de granitos de Whalen et al. (1987); C) Diagrama de Dall’Agnol e Oliveira

(2007); D) Diagrama de Eby (1992).

7. GEOCRONOLOGIA

A amostra na qual foram obtidos os dados isotópicos U-Pb em zircão (DFR41) consiste de

um riolito pertencente a Sinf. A amostra foi coletada em ponto de afloramento próximo ao contato

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com granitoide da Suíte Intrusiva Paranaíta, sendo representativa de importante controle

estratigráfico. Os cristais de zircão são de dimensões entre 50 e 300 µm em seu maior eixo. O hábito

cristalino, em sua maioria, é euédrico e alongado com terminações bipiramidais e, subordinadamente,

apresentam formas subédricas subarredondadas (Figura 12).

Foram analisados 32 cristais de zircão cujos dados são apresentados na tabela 2. As razões

Th/U variam de 0,58 a 2,25 e podem ser consideradas, de acordo com Schoene (2014), características

de zircões de origem ígnea. Os conteúdos de Pb comum são inferiores a 0,39 % enquanto a

discordância das idades aparentes é inferior a 8 %. Para o cálculo da idade isotópica foram utilizados

14 grãos com grau de concordância elevado. A partir destes dados foi possível obter uma idade

concórdia de 1810±9 Ma, com MSWD de 0,80 (Figura 13). Esta idade é interpretada como idade de

cristalização do riolito e extrapolada como idade da Sucessão Inferior do Grupo Colíder.

Figura 12. Imagens de catodoluminescência dos cristais de zircão do riolito (amostra DFR41) da Sucessão Inferior do

Grupo Colíder.

Figura 13. Diagrama concórdia do riolito (amostra DFR41) da Sucessão Inferior do Grupo Colíder.

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Tabela 2. Dados isotópicos U-Pb LA-ICP-MS do riolito DFR41 da Sucessão Inferior do Grupo Colíder.

Spot Pb206

(%) Th/U 206Pb/204Pb 207Pb/206Pb 1 (%) 207Pb/235U 1 (%) 206Pb/238U 1 (%) Rho

Idades Aparentes (Ma) Conc. (%)

207Pb/206Pb 2 207Pb/235U 2 206Pb/238U 2 208Pb/232Th 2

14 0,16 0,96 11565 0,1093 2,20 4,90 0,11 0,3278 0,007 0,4921 1794 23 1796 18 1820 34 1500 200 101,40

22 0,12 1,16 15175 0,1111 1,89 5,201 0,094 0,3353 0,0064 0,4844 1839 19 1848 15 1862 30 1720 120 101,20

29 0,11 1,95 17600 0,1094 1,92 4,98 0,097 0,3283 0,0064 0,5304 1808 20 1815 17 1825 31 1646 64 100,90 26 0,12 1,25 15400 0,11 2,18 5,052 0,096 0,3310 0,0061 0,39819 1834 21 1821 16 1846 30 1400 160 100,60

31 0,10 1,39 18250 0,111 2,07 5,12 0,11 0,3308 0,0071 0,54004 1840 21 1835 17 1849 34 1630 100 100,50 18 0,14 0,80 13365 0,1093 2,10 5,01 0,10 0,3218 0,0072 0,48146 1830 22 1811 17 1838 35 1500 190 100,40 9 0,10 1,33 18850 0,1094 1,74 4,833 0,087 0,3252 0,0058 0,5295 1795 20 1781 15 1793 28 1580 100 99,90

28 0,29 0,71 6495 0,1079 3,34 4,90 0,17 0,3156 0,0094 0,38281 1827 43 1795 28 1821 45 630 600 99,70 2 0,10 1,13 18550 0,1075 1,86 4,649 0,084 0,3237 0,0055 0,46999 1778 19 1759 16 1769 27 1520 140 99,50 16 0,11 1,11 16450 0,1106 1,99 4,889 0,098 0,3228 0,0066 0,48253 1812 20 1791 17 1801 32 1440 150 99,40

10 0,11 1,12 17155 0,1094 1,83 4,918 0,086 0,3190 0,0058 0,46017 1823 20 1801 15 1802 28 1640 100 98,80 15 0,09 0,58 21575 0,1093 1,65 4,808 0,074 0,3234 0,0051 0,46214 1814 17 1786 13 1785 25 1670 140 98,40 17 0,12 1,20 15155 0,1107 1,90 5,014 0,091 0,3278 0,006 0,43501 1835 21 1814 15 1805 30 1460 110 98,40

30 0,15 1,17 12550 0,1129 2,21 5,15 0,11 0,3116 0,0067 0,38933 1863 24 1838 17 1827 32 1670 170 98,10

1 0,15 0,72 12080 0,1073 2,05 4,691 0,094 0,3179 0,0059 0,4739 1788 22 1761 16 1742 29 1290 250 97,40 24 0,14 0,92 13600 0,1107 2,44 4,93 0,11 0,3182 0,0068 0,37607 1831 28 1803 19 1775 34 1240 290 96,90

21 0,25 1,01 7450 0,1104 2,63 4,82 0,11 0,3206 0,0069 0,32567 1833 28 1784 20 1776 34 980 280 96,90 27 0,18 1,20 10450 0,1121 2,76 5,02 0,12 0,3174 0,0082 0,40962 1849 29 1823 21 1790 40 1400 310 96,80 12 0,23 1,04 8295 0,1092 2,47 4,79 0,10 0,3135 0,007 0,36281 1833 27 1783 18 1770 34 1280 250 96,60

23 0,17 0,64 11075 0,1099 2,36 4,79 0,11 0,3140 0,0073 0,53167 1830 25 1773 20 1749 35 520 400 95,60 8 0,19 0,62 9650 0,1105 2,35 4,76 0,11 0,3094 0,0066 0,3917 1837 25 1775 18 1754 33 780 420 95,50 3 0,16 1,12 11450 0,1099 2,09 4,705 0,095 0,3086 0,0059 0,4268 1820 22 1763 17 1735 29 1550 170 95,30

7 0,10 1,13 18450 0,1105 1,81 4,766 0,081 0,3190 0,0052 0,45643 1826 19 1776 14 1732 26 1390 110 94,80

20 0,36 2,25 5230 0,113 3,63 4,89 0,16 0,3132 0,01 0,38038 1883 37 1797 28 1777 50 1200 280 94,40 11 0,39 1,23 4750 0,1132 3,00 4,85 0,14 0,3512 0,0083 0,43075 1902 33 1786 25 1747 40 1580 400 91,80 4 0,06 0,96 32695 0,1096 1,46 5,376 0,078 0,3281 0,0058 0,51466 1817 16 1878 13 1934 27 1848 75 106,40

19 0,05 1,76 35400 0,1067 1,59 4,898 0,086 0,3374 0,0062 0,58963 1764 17 1796 15 1828 30 1588 54 103,60 5 0,07 1,50 24950 0,1111 1,98 5,22 0,11 0,3287 0,0076 0,53204 1820 22 1850 18 1871 36 1655 77 102,80 25 0,20 0,98 9515 0,1069 2,53 4,91 0,12 0,3287 0,0077 0,41842 1780 28 1799 22 1826 37 1310 240 102,60 32 0,24 0,69 7775 0,1085 2,67 4,93 0,12 0,3295 0,0076 0,41284 1780 31 1802 20 1824 36 1070 410 102,50

13 0,11 1,08 17300 0,1101 1,91 5,099 0,094 0,3335 0,006 0,47511 1817 21 1830 16 1856 29 1640 120 102,10 6 0,23 0,67 8265 0,1063 2,63 4,53 0,11 0,3112 0,0075 0,35172 1793 28 1733 20 1740 37 1260 430 97,00

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45

8. DISCUSSÃO

Os ignimbritos e riolitos do Grupo Colíder, na região entre Guarantã do Norte e a Serra do

Cachimbo, são provenientes de um magmatismo félsico com ampla distribuição espacial na PAAF.

A disposição espacial e temporal dessas rochas na área mapeada indica a ocorrência de três sucessões

sendo, da base para o topo: inferior (Sinf), intermediária (Sint) e superior (Ssup). Considerando sua

idade paleoproterozoica as rochas vulcânicas da região se revelam bem preservadas. Processos de

deposição de sedimentos subsequentes aos eventos vulcânicos devem ter promovido o recobrimento

relativamente rápido desses depósitos vulcânicos, favorecendo a preservação das estruturas e texturas

dessas rochas.

A Sinf se caracteriza pela abundância de depósitos piroclásticos de densidade como

ignimbritos, depósitos de surge e com rochas efusivas subordinadas. A ocorrência de ignimbritos

ricos em cristais soldados e com baixo conteúdo de fragmentos vítreos, restritos a Sinf, indica a

erupção de magmas altamente cristalizados, cujos depósitos piroclásticos foram submetidos a

processos de elutriação (separação dos componentes menos densos) durante o transporte e deposição.

Além desses, ocorrem ignimbritos hemicristalinos soldados com estrutura eutaxítica que indicam a

ocorrência de depósitos pobremente cristalizados, com elevado conteúdo de material vítreo e

submetidos a processos de soldagem sin- e pós-deposicionais. A variedade litológica observada

principalmente nas rochas piroclásticas sugere a ocorrência de diversos eventos eruptivos com

diferentes graus de cristalinidade. No entanto, a extensão espacial das exposições (afloramentos)

impede a delimitação e mapeamento das diferentes unidades de fluxo piroclástico.

A Ssup é constituída dominantemente por riolitos e traquitos efusivos e, subordinadamente,

por ignimbritos reomórficos. As litologias da Ssup se caracterizam pelo baixo conteúdo de

fenocristais e fragmentos líticos que indicam a ocorrência de magmas pobremente cristalizados. A

ausência de feições diagnósticas de processos de elutriação nas rochas piroclásticas dessa sucessão,

como enriquecimento de fragmentos de cristais líticos, indica que os processos de fracionamento

físico dos constituintes mais densos não foi efetivo na geração dessas rochas. Essa característica

sugere que os depósitos piroclásticos da Ssup foram depositados em porções proximais ao conduto

vulcânico.

As diferenças petrográficas e de campo observadas entre as duas sucessões são contrastantes

e indicam variações composicionais e de estilo de erupção na geração dos diferentes depósitos

vulcânicos. Observa-se que os magmas que geraram as rochas vulcânicas da Sinf possuíam um caráter

essencialmente subsolvus. Por outro lado, as rochas da Ssup apresentam, dominantemente,

mineralogia indicativa de cristalização de magmas de caráter hipersolvus. Essa característica pode

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46

estar indicando uma variação nas condições de pressão de fluidos na(s) câmara(s) magmática(s) que

geraram esse magmatismo.

No que se refere a composição química das rochas vulcânicas das duas sucessões observa-se

que ambas possuem um caráter metaluminoso a fracamente peraluminoso e afinidade com magmas

Tipo-A2. Os padrões de distribuição de elementos maiores e traços em diagramas multielementos são

semelhantes e caraterizados por anomalias negativas de Ba, Nb, Ta, Sr, P, Ti e Eu, com padrão

horizontalizado de ETRP. No entanto, podem ser observadas diferenças composicionais sutis. As

rochas vulcânicas da Ssup dispõem de um caráter essencialmente ferroso, enquanto as rochas da Sinf

contêm caráter que varia de magnesiano a ferroso. Nos vulcanitos da Sinf há conteúdos relativamente

mais baixos de Al2O3, Th, Zr e ETRP, e mais elevados de Eu e Sr, quando comparados às rochas

vulcânicas da Ssup.

Os dados isotópicos U-Pb em zircão de riolito da Sinf, obtidos nesse trabalho, indicam idade

de cristalização de 1810±9 Ma. Essa idade, considerando o erro estatístico, é coerente com a idade de

1794±7 Ma obtida por Silva et al. (2015) para um granito porfirítico intrusivo nas rochas vulcânicas

da Sinf nas proximidades do município de Guarantã do Norte. Bini et al. (2015) obteve idade de

cristalização de 1757±14 Ma para ignimbrito reomórfico da Ssup, aflorante na Serra do Cachimbo.

Além disso, esses autores identificaram uma segunda população de zircão no ignimbrito reomórfico,

cujos dados isotópicos forneceram idade de 1810±14 Ma, compatível com a idade de cristalização

obtida neste trabalho para a Sinf.

Uma das hipóteses que pode ser aventada para a geração dessas sucessões vulcânicas é de que

as diferenças petrográficas, litoquímicas e geocronológicas indicam a ocorrência de dois eventos

magmáticos distintos, um de ~1,81Ga e outro de ~1,76 Ga, provenientes de fontes magmáticas

semelhantes, devido às similaridades litoquímicas. A população de zircões de ~1,81 Ga, observada

no ignimbrito da Ssup, representaria então a ocorrência de xenocristais de rochas encaixantes aos

condutos do segundo evento vulcânico.

A segunda hipótese é de que ambas as sucessões pertençam ao mesmo evento magmático que

se estendeu de 1,81 Ga a 1,76 Ga e que as sutis diferenças petrográficas e litoquímicas representam

pequena variação de fonte magmática e de condições de cristalização em câmara magmática. A

ocorrência de uma população mais antiga de zircões (~1,81 Ga) no ignimbrito da Ssup é compatível

com a idade de cristalização do riolito da Ssinf e pode estar indicando que os magmas provenientes

de distintas câmaras magmáticas podem ter se misturado em algum momento da evolução desse

magmatismo.

Em termos de nomenclatura estratigráfica, destaca-se que as rochas da Sucessão Intermediária

foram agrupadas por Tarelow Neto et al. (2014) sob a denominação de Formação Braço Sul. No

entanto, Rizzotto et al. (2016) agrupam essas mesmas rochas sob a denominação de Formação Braço

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47

Norte. Além disso, Rizzotto et al. (2016) agrupa as rochas piroclásticas ácidas sob a denominação de

Formação Braço Sul e as rochas efusivas sob a denominação de Formação Bom Jaguar. No estudo de

sucessões vulcânicas devem ser consideradas, para o empilhamento estratigráfico, os diferentes

eventos vulcânicos. Comumente, em um mesmo centro vulcânico, ocorrem sucessivos eventos

vulcânicos com erupções efusivas e piroclásticas alternadas. Dessa forma, a individualização de

unidades litoestratigráficas com base em estilos eruptivos (efusivo versus piroclástico) pode estar

agrupando rochas pertencentes a eventos vulcânicos distintos (ex: efusiva do evento 1 + efusiva do

evento 2) e separando rochas pertencentes a um mesmo evento vulcânico (ex: efusiva do evento 1 ≠

piroclástica do evento 1). Portanto, a individualização de unidades litoestratigráficas com base em

estilos eruptivos não é recomendada para o estudo de terrenos vulcânicos, devendo ser priorizada a

individualização com base em sucessões vulcânicas (Cas & Wright, 1987), que possuem intrínseca

relação com eventos vulcânicos de um mesmo centro eruptivo.

Os dados apresentados neste trabalho evidenciam a importância da execução de trabalhos de

mapeamento geológico sistemático, de petrografia e de litoquímica no estudo de sequências

vulcânicas da PAAF, geralmente agrupadas no Grupo Colíder. A análise de dados litoquímicos e

geocronológicos disponíveis na literatura para o Grupo Colíder na PAAF indica que se fazem

necessários mais estudos geológicos de detalhe para que se construa um modelo evolutivo para o

vulcanismo da região.

9. CONCLUSÕES

Na região entre Guarantã do Norte e a Serra do Cachimbo é possível reconhecer a ocorrência

de duas sucessões vulcânicas (inferior e superior) constituídas por depósitos primários, intercaladas

por uma sucessão intermediária sedimentar constituída por rochas vulcanoclásticas, todas

pertencentes ao Grupo Colíder. Uma associação de fácies graníticas formada por corpos intrusivos

de granitoides que intrudem essencialmente as rochas vulcânicas da Sinf foi agrupada na Suíte

Intrusiva Paranaíta. Uma segunda associação de fácies de granitoides ocorre intrudindo todas as

sucessões e foi agrupada na Suíte Intrusiva Teles Pires.

As informações de campo aliadas a estudos petrográficos entre as duas sucessões são distintas,

o que indica variações de composição, estilo eruptivo e de geração dos depósitos vulcânicos. Os

magmas que geraram as rochas da Sinf são essencialmente subsolvus caracterizados pela presença de

feldspato alcalino e plagioclásio sódico-cálcico. A mineralogia das rochas da Ssup indica cristalização

de magmas de caráter hipersolvus marcada por conter feldspato alcalino pertítico e plagioclásio

ausente. Estudos litoquímicos das duas sucessões indicam que ambas demonstram ter um caráter

metaluminoso a fracamente peraluminoso e afinidade com magmas do Tipo A2. Os padrões de

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48

distribuição dos elementos maiores e menores são semelhantes, podendo ser observadas diferenças

composicionais sutis.

Duas hipóteses são sugeridas para as relações genéticas e temporais dessas sucessões

vulcânicas no Grupo Colíder. A primeira hipótese levantada é que as diferenças encontradas nos

estudos petrográficos e geocronológicos indicam a ocorrência de dois eventos magmáticos distintos

que são provenientes de fontes magmáticas semelhantes por apresentar uma similaridade litoquímica.

A segunda hipótese sugere que ambas as sucessões pertencem ao mesmo evento magmático, devido

à similaridade litoquímica, que se estende de 1,81 a 1,76 Ga e as diferenças petrográficas podem ser

explicadas por uma pequena variação de fonte magmática e de condições de cristalização em câmara

magmática. A ocorrência de uma população mais antiga de cristais de zircão no ignimbrito da Ssup

é compatível com a idade de cristalização do riolito da Sinf. Essa informação possivelmente indica

que esses magmas são provenientes de distintas câmaras magmáticas e podem ter se misturado na

evolução desse magmatismo.

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Souza, J.P. & Abreu Filho, W. (2007). Geologia e recursos minerais da Folha Tapaiúna – SC.21-Y-

B. Projeto Geologia do Brasil – Projeto noroeste de Mato Grosso. Goiânia: CPRM, 86p.

Souza, J.P., Frasca, A.A.S., Oliveira, C.C. (2005). Geologia e Recursos Minerais da Província

Mineral de Alta Floresta. Relatório Integrado. Brasília, Serviço Geológico Brasileiro, CPRM,

164p.

Neto, J., Zaffari, G.L., Pierosan, R., Barros, M.A.S. (2014). Formação Braço Sul: proposição de uma

nova unidade sedimentar na Província Aurífera Alta Floresta, Cráton Amazônico, a partir de

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53

dados de mapeamento geológico e petrográficos. 47° Congresso Brasileiro de Geologia. CD-

ROM. Salvador: SBG.

Tassinari, C.C.G. & Macambira, M.J.B. (2004). A Evolução Tectônica do Cráton Amazônico. In:

Mantesso-Neto, V., Bartorelli, A., Carneiro, C.D.R., Brito-Neves, B.B. 2004. Geologia do

Continente Sul-Americano: Evolução e Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São

Paulo, Editora Beca, p. 471-483.

Thompson, R.N. (1982). British Tertiary volcanic province. Scottish Journal of Geology, 18:49-107.

Vasquez, M.L; Rosa Costa, L. T. (2008) Geologia e recursos minerais do Estado do Pará: texto

explicativo do mapa geológico e de recursos minerais do estado do Pará: escala

1.1.000.0000. CD-ROM. Belém: CPRM.

Whalen J.W., Currie K.L., Chappel B.W. (1987). A-type granites: geochemical characteristics,

driscrimination and petrogenesis. Contributions Mineralogy and Petrology. 95: 407-419.

ANEXOS

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Anexo I. Normas e instruções aos autores do periódico Geologia USP - Série Científica

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da Banca Examinadora:

MINISTERIO DA EDUCA(AO

UNIVERSIDADE FEDERAL D' E MATO GROSSO

PRO-REITORIA DE E-NSINO DE POS-GRADUACAO

PROGRAMA DE POS-GRADUA (A O EM GEOCl NCIAS Avenida Fernando Corr ea da Costa, 2367 - Boa Esperan a - Cep: 78060900-CUIABA/MT

Tel : 3615-8951 - Email : [email protected]

ATA DE DEFESA PUBLICA

Mestrando(a) Fernanda Silva Santos

Ao 1° dia do mes de Agosto do ano de 2018, as 09:00 horas, no Audit6rio FAGEO, sob a presidencia do professor

Doutor Ronaldo Pierosan, orientador ,-teuniu-seem sessao publica a Banca Examinadora de defesa da Di serta ao de

Mestrado, a.Jdi scente Fernanda Silva Santos do. PROGRAMADE P6S-GRADUA<;:AO EM GEOCIENCIAS, visando a

obten ao de trtulo de MESTRE EM GEOCIENCIAS. A"Mestranda concluiu os creditos exigidos para obten ao do titulo

d.e Mestre, na Area de Conc ntra ao GEOLOGIA REGIONAL E RECURSOS MINER AIS, e foi aprovado no Exame de

Qualifica ao no dia 1 de Mar o de 2018, de acordo com os registros constantes na Secretaria do PROGRAMA DE

P6S-GRADUA<;:AO EM GEOCIENCIAS. Esta foi a 98Q sessao publica de [)J:!fesa de Disserta ao do Programa. Os

trabalhos foram instalados a.s 09: 00 horas pelo presidente da Banca Examinadora, constituida pelos professores

Doutores Ronaldo Pierosan {Presidente Banca"/ Orientador/ 91527112004), Paulo Cesar Correa da Costa (Examinador

lnte rno/51446120163,) Carlos Augusto Sommer (Examinador Externo/ UniversidadeFederal do Rio Grande do

Sul/45496978068). A p6s-graduanda procedeu a apresenta ao de seu trabalho, cujo titulo e "Petrologia das

sucessoes vulcanicas do Grupo Colider na regiao entre Guaranta do Norte e a Serra do Cachimbo , Mato Grosso,

Brasil.". E em seguida foi arguida pelos integrantes da banca. Os trabalhos de argui ao foram encerrados as f f: f() horas, e ap6s reuniao a Banca deliberou por sua Jf Pf.-0,tA<;;fo . Proclamando o resultado final pelo Presidente da

Banca Examinadora foram concluidos os trabalhos. 0 titulo de Mestre sera conferido sob condi ao de apresenta ao,

na Secretaria do Programa, da versao final corrigida na forma e no prazo estabelecido·no Regimento lnterno do

Programa (30 dias) juntamente com o Termo de Aprova ao do Orientador. Cumpridas as formalidades , as 11: Zo

horas, o presidente da mesa encerrou a sessao de defesa, e para constar eu, Matheus Matos Rocha Lopes Secretario

do PROGRAMA DE P6S-GRADUA<;:AO EM GEOCIENCIAS lavrei a presente ata que, ap6s Iida e aprovada, sera assinada

pelos integrantes da banca e aminadoraem 03 vias de igual teor.

2-. - /: ,,,..,. - - _ _ _ Doutor(a) Paulo Cesar Correa da Costa (Examinador lnterno)

.J

Recomenda lles daBanca :

Ciencia do(a) Discente:

CUIABA,25/07/2018.

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