Manual Noções de Mineralogia e Petrologia-Prof Sergio Murilo
Apost Solos Mineralogia e Petrologia
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GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS AGRÁRIAS GEORREFERENCIADAS
UNIVERSIDADE ESTATUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
SOLOS – MINERALOGIA E PETROLOGIA
Profa. Célia Regina Lopes Zimback
Botucatu
Junho - 2003
Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
Mineralogia e Petrologia
1. GLOBO TERRESTRE 1.1. Constituição da terra
A terra tem forma aproximadamente esférica com diâmetro equatorial igual a
12.712km e Ø polar de 12.555km. Atinge-se no máximo 7.000m de profundidade, com
sondagens, sendo o conhecimento da crosta resultante de método indiretos não tendo sido
comprovado.
A terra é constituída de várias camadas com composição definidas. Além da
atmosfera constituída de gases e da hidrosfera constituída de água, existe uma parte mais
externa denominada crosta terrestre, constituída de uma camada delgada com espessura
variável de 50 a 100km (litosfera). A litosfera se divide em duas camadas: sial e seina.
Abaixo da crosta, começam as camadas mais espessas sendo a mais interior em estado
de fusão, sobre a qual se supõe estarem assentados os continentes.
O quadro seguinte resume a constituição mais aceita da constituição da terra.
Profundidade
(km)
Nome Constituição Densidade Temperatura oC
15 a 25 SiAl Sedimentos, granitos
2,7 600
LITOSFERA 50 a 100 SiMa Rochas basal- ticas
2,9 1.200
1.200 Manto Pteridófitos (assideritos)
3,3 3.400
2.900 Camada intermediária
Sulfetos e óxi- dos(meteoritos)
4,7 4.000
6.370 Núcleo Ferro metálico com Ni (sideritos)
12,2 4.000
Tanto a Geologia como a Petrologia cuidam somente dos envoltórios mais externos da
terra, isto é, do SiAl e SiMa. A litosfera, constituída de rochas, é o cenário de todos os
fenômenos geológicos e, portanto, de todos os processos que dão origem às rochas ou as
modificam.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
1.2. Composição da litosfera A composição litológica da litosfera é a seguinte: rochas magmáticas .......................... 95% rochas argilosas ................................ 4% arenitos ............................................... 0,75% calcários ............................................. 0,25% Quanto a área ocupada, as rochas magmáticas ocupam 25% e as sedimentares 75%. rochas sedimentares ........................ 6,2% granodioritos ..................................... 38,3% andesitos ........................................... 0,1% dioritos ............................................... 9,5% basaltos ............................................. 45,8% SiAl ⇒ continentes Sima ⇒ fundo dos oceânos A composição mineralógica e química da crosta coincidem com as das rochas
magmáticas, que são as mais abundantes.
feldspatos 59,5% quartzo 12,0% anfibólios e piroxênios 16,8% mica 3,8% olivina - feldspatóides 0,1% minerais de Ti 1,5% apatita 0,6% outros acessórios 6,8%
A composição química da terra é muito semelhante ao tilito (rocha formada de sedimentos
glaciais).
Si02 59,14% Al2O3 15,34% Fe2O3 3,08% FeO 3,80% MgO 3,49% CaO 5,08% Na2O 3,84% K2O 3,13% H2O 1,15% TiO2 1,05% P2O5 0,30%
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
MnO 0,12% Quanto aos elementos:
O 46,60%
Si 27,72%
Al 8,13%
Fe 5,00%
Ca 3,63%
Na 2,83%
K 2,59%
Mg 2,09% A temperatura no interior da terra até uma profundidade de 10 a 20m, é influenciada
pela temperatura média anual da atmosfera, daí para baixo aumenta continuamente. Designa-
se grau geotérmico o número de metros em profundidade na crosta terrestre necessários para
haver o aumento de temperatura de 1oC. O grau geotérmico normal é de ± 30m, existindo
porém variações muito grandes.
2 - MINERALOGIA
2.1. Espécie Mineral Espécie mineral ou mineral é qualquer substância inorgânica, de ocorrência
natural, com composição química definida e que possui estrutura cristalina. Uma espécie
mineral se define, pois, por 4 condições necessárias e suficientes:
A) caráter inorgânico: substâncias orgânicas estão excluídas, mas algumas espécies
minerais tem origem orgânica como a calcita.
B) ocorrência natural: toda espécie mineral encontra-se espontaneamente na natureza,
excluindo-se os produtos artificiais.
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C) composição química: toda espécie mineral tem composição química definida, podendo
ser variável dentro de certos limites constituindo uma unidade mineralógica (Mg,
Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
Fe)2 SiO4 mas constituindo uma única espécie mineral (Olivina).
D) estrutura Cristalina: precisa ter estrutura cristalina para ser mineral pois substância
inorgânica, de ocorrência natural e composição química definida sem estrutura cristalina
são mineralóides (opala amorfa).
A composição química e o tipo de estrutura cristalinas são as propriedades essenciais de
uma espécie mineral, pois, da sua interação resulta o conjunto das propriedades da
espécie.
Da interação das propriedades essenciais resultam os princípios básicos de mineralogia:
1 - Cada espécie mineral possui um conjunto de propriedades que a distingue das demais.
2 - Uma espécie mineral exibe o mesmo conjunto de propriedades onde quer que se
encontre.
2.2. Classificação dos minerais de acordo com a natureza química
a) Elementos nativos: grafita, S, diamante, ouro
b) Óxidos:
alumïnio - Al2O3 - corindon
- Al(OH)3 - gibsita
Magnésio - Mg (OH2) - brucita
Titânio - TiO2 Rutilo
- TiO2 - anatasio
Ferro - Fe2O3 hematita
- cor preta
- traço vermelho
- FeO2 Gibsita
- Lepidocrosita: FeOOH
- avermelhada (mosqueado)
- Fe5(H3O4)3 - Ferrihidrita
Criptocristalina
- FeO2 hidratado. Limonita
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- Cor amarelada.
c) Sulfetos:
- Fe2S - Perita
- Pb S - Galena
d) Halóides:
- NaCl - halita
- Kcl - selvita
- CaF2 - fluorita
e) Carbonatos:
- CaCO3 - calcita
- MgCO3 -
- MgCa(CO3) - dolomita
- FeCO3
f) Nitratos:
- NaNO3
- KNO3 - nitro
g) Sulfatos:
- CaSO4 - anidrita
- CaSO4 . 2H2O - gipsita
h) Fosfatos:
- Ca5 (F, Cl, OH) (PO4) - apatita
i) Silicatos: derivados do ácido Silícico
H4SiO4 SiO2 + 2H2O .
Os silicatos podem ser divididos em:
1 - Nesossilicatos
- Olevinas
- Granadas
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- Zerconita
2 - Sorossilicatos
- epidoto
3 - Ciclossilicatos
- benitoita
- neptunita
- berilo
- turmalina
4 - Inossilicatos
- peroxênios
- anafibolios
5 - Filossilicatos
- talco
- micas
- minerais de argila
6 - Tectossilicatos
- quarto
- calcedônea: agata, silex e jaspe
- opala
- feldspatos
- feldspatóides.
2.3. Minerais secundários - minerais de argila
O termo argila é empregado com dois sentidos: granulometricamente, constitui a
fração mais fina dos sedimentos com Ø menor a 0,002mm; mineralogicamente, constitui um
grupo de minerais, que são silicatos hidratados de Alumínio.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
Os minerais de argila são os principais constituintes da fração argila dos sedimentos,
de máxima importância para o estudo dos solos, responsáveis que são por muitas de suas
propriedades físicas e químicas dos solos.
São minerais secundários, resultante da decomposição dos primários principalmente
feldspatos e feldspatóides, possuindo:
- Hábito terroso
- cor branca coloridos por impurezas principalmente óxido de ferro.
- infusíveis
- insolúveis.
Os principais grupos dos minerais de argila:
1) Grupo da caolinita
2) Grupo da Montmorilonita
3) Grupo de Ilita ou Mica hidratada
4) Alofanita
5) Atapulgita
6) Serpentina
7) Clorita
8) Vermiculita
1 - Grupo da Caolinita:
Estrutura T-O (argila 1:1) isto é, uma folha de siloxana +1 de gibsita ou octaedro.
Usada em end. Cerâmica porcelana, papel borracha, etc.
Ocorrência: rochas sedimentares e metamórficas e no solo.
Reconhecimento:
- hábito terroso
- cor branca ou colorida por pigmentos
- densidade 2,6
- infusível
- insolúvel
Exemplos: Caolinita
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
diqueta
nacrita
anauxita
haloisita.
CTC: 3 Å 12 emg/100g
2 - Grupo da montmorilonita:
X0,8 [Si 7,7 Al0,3]IV [Al2,6 Fe0,9 Mg0,5]VI 020(OH)4
Estrutura t-o-t (argilas 2:1), isto é, 2 folhas de tetraedro e 1 de ocataedro. A espessura
da lâmina + espaço entre elas é de 9,6 Å a 21,4 Å.
Ocorrem grande quantidade de substituição isomorfa: no tetraedro o silicio é
substituído por Al e no octaedro o alumínio é substituído por Mg, Fe, Zn, etc. Originam
cargas elétricas negativas que atrairão cátions por adsorção além de originar o fenômeno de
expansão da estrutura.
Expansão: propriedade destas argilas de se expandirem quando molhadas e retrairem pelo
secamento.
Ocorrência: rochas sedimentares e solo
Reconhecimento: igual a caolinita
C T C: 80 - 150 emg/100g
Exemplos: Montmorilonita
Beidelita
Nontronita
Saponita
Hectorita
3 - Grupo da ilita (Hidromica)
Estrutura T-O-T- (argilas 2:1) com espessura de 10 Å.
O potássio torna a estrutura não expansiva.
Ocorrência: rochas sedimentares e solo
Exemplos: Grundita
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
Bramalita
Sarospatita.
C T C: 10 - 40 emg/100g
4 - Alofana:
Tetraedros de Si e octaedros de Al ou Fe, formando um agregado amorfo, com forma
de partículas nodulosas e amorfas.
CTC: 40 emg/100g.
5 - Atapulgita: Mg5(OH)2 Si8O208H2O semelhante a montmorilonita, mais porosa com
retenção de água e cátions nesses espaços.
C T C: 20 - 30 emg/100g
6 - Serpentina: Mg6(OH)8 (Si2O5)2 produto da decomposição de Olivinas peroxênios e
anfibolios.
Reconhecimento:
- coloração verde
- brilho gorduroso
- caráter fibroso (asbesto)
- dureza 2 a 5 usualmente
- densidade 2,2
- infusível
- decomposta em Hcl
C T C :
7 - Grupo das cloritas:
Estrutura 2:2 ou 2:1:1
(Mg, Fe, Al)6 (OH)8 (Al, Si)4 O10
Ocorrência: principalmente rochas metamórficas (clorita - xistos). Aparecem como produto
de alteração de Biotita, peroxênios e anfibölios.
Reconhecimento:
- cor verde
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- hábito micáceo
- clivagem perfeita
C T C: 10 - 40 emg/100g
8 - Vermiculita:
(Mg,Fe)3 (OH)2 (Al, Si)4 O10 4H2O
Estrutura t-o-t (2:1) semelhante a biotita + moléculas de água.
Ocorrência: resultante da alteração da biotita, flogopita ou clorita.
Reconhecimento:
- clivagem semelhante as micas
- expande com esfoliação e perde água por aquecimento.
C T C: 120 - 150 emg/100g
Decomposição: indecomponível.
2.4. Tectossilicatos
1. Calcedônea
SiO2 . SiO2 . nH2O
Ocorrência: rochas magmáticas
Reconhecimento:
- massas botróidais ou estalactiticas
- ou revestem cavidades das rochas (geadas)
- brilho ceroso
- dureza 7
- densidade 2,6
- insolúvel
- infusível
Decomposição: indecomponível
Variedades:
Ágata: em camadas concêntricas diversamente coloridas.
Sílex: muito compacto, usado como pedra de isqueiro.
Jaspe: amarelo, vermelho ou preto
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
2. Opala: SiO2 . nH2O
Ocorrência: rochas magmáticas, metamórficas e sedimentares.
Reconhecimento:
- massas botroidais ou estalactíticas
- brilho resinoso
- dureza 5,5 a 6
- densidade 1,9 a 2,3
- infusível
- insolúvel.
Decomposição: indecomponível.
3 - Grupo dos Feldspatos:
Ocorrência: 60% dos minerais das rochas magmáticas e algumas metamórficas. Forma por
decomposição, a maior parte dos minerais de argila.
Ocorre substância isomorfa Si por Al.
São divididos em dois grupos:
3.1. Feldspatos Potássicos
3.1.1. Feldspatos monoclínicos:
Ex.: ortoclase KA e Si3O8
3.1.2. Feldspatos triclínicos:
Ex.: microclina K AlSi3 O8
3.2. Feldspatos Calco-Sódicos ou Plagioclássios
Na Al Si3 O8 albita
plagioclássio
Ca Al2 Si2 O8 anortita
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
plagioclássicos:
albita 100 alb
oligoclasita 70 alb
andesita 50 alb
labradorita 30 alb
bitounita 10 alb
anortita 0 alb
Reconhecimento:
- cristais com dois planos de clivagem fazendo entre si um ângulo reto.
- brilho vítreo
- cores claras: incolor, branco, cinza claro, amarelo, rosado, etc.
- dureza 6
- funde-se com dificuldade
- ortoclase, microclina e albita são insolúveis. A anortita é solúvel com aparecimento de silica
gelatinosa.
Decomposição: redecompõem com bastante facilidade e devido a clivagem fácil, se quebram
resultando grânulos pequenos, o que facilita a ação química.
Ácido
Feldspatos + carbônico argila + carbonato + Sélica
K Al Si3O8 + 2 H2O + CO2 Al2(OH)4 Si2O5 + K2CO3 + 4SiO2
ortoclase caolinita
4 - Grupo dos Feldspatóides
Semelhante aos feldspatos só que com menos sílica (magma + pobre em sílica por isso
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
feldspatóide nunca ocorre com quartzo.)
Ex. Leucita K Al Si2 O6
Nefelina Na Al SiO4
Além dos íons K e Na que compensam a substituição de Si Por Al, outros íons como:
Cl sodalita
CO3 cancrinida
SO4 lazurita
Leucita: K Al Si2 O6
Ocorrência: rochas vulcânicas recentes, pobres em sílica e ricas em K.
Reconhecimento:
- cristais trapedoedricos
- coloração clara (branca ou cinza claro)
- brilho vítreo
- dureza 5,5 a 6
- densidade 2,5
- infusível
- solúvel em Kcl
Decomposição: se decompõem facilmente dando argila.
Nefelina: Na Al SiO4
Ocorrência: rochas magmáticas, semelhante a quartzo enfumaçado.
Reconhecimento:
- semelhante ao quartzo
- fusível
- solúvel em Hcl
- dureza 5 a 6
- densidade 2,6
Decomposição: se decompõem com facilidade dando argila.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
2 Na Al SiO4 + 2 H2O + CO2 Al2(OH)2 Si2O5 + Na2CO3 + Na2CO3
nefelina caolinita
3. PETROLOGIA
3.1. CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS
Agregado natural formado de um ou mais minerais (inclusive vidro e matéria orgânica),
constituinte essencial da crosta terrestre.
Elas se formam por diferentes processos:
a) Rochas magmáticas, ígneas ou eruptivas.
B) Rochas metamórficas
c) Rochas sedimentares.
3.2. ROCHAS MAGMÁTICAS
São formadas pelo resfriamento e consequente consolidação do magmas no interior da
crosta.
Magma: é material em estado de fusão, formado por uma solução de silicatos, constituído de
3 fases:
a) fase líquida - solução mútua de silicatos (predomina tetraedros)
b) fase gasosa - predomina água
c) fase sólida - cristais em suspensão.
A medida que o magma vai se resfriando aumenta a fase sólida. Um magma
privado da fase líquida e gasosa passa a ser uma rocha magmática.
3.2.1. Características:
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
1 - dureza alta
2 - total ausência de fósseis e M.O.
3 - ausência de estratificação
4 - apresentam minerais típicos (nefelina leucita, tridimita.
5 - matéria vetrea pode fazer parte da composição.
6 - apresentam estruturas típicas (granitóide, porfirítica, pegmatítica).
3.2.2. Composição do magma:
SiO2 30 - 80%
Al2 O3 3 - 25%
FeO + Fe2O3 0 - 13%
MgO 0 - 25%
CaO 0 - 16%
Na2O 0 - 11%
K2O 0 - 10%
Quanto ao teor de sílica, as rochas magmáticas e magma podem ser classificadas:
- ácidas - > 65% SiO2
- neutros - 52 - 65% “
- básicas - < 52% “
Temperatura do magma: 800 - 900oC e na superfície 1000-1200oC
Viscosidade do magma: depende essencialmente da temperatura e da composição do magma.
Magmas, ácidos, ricos em SiO2, são mais viscosos por possuírem maior polimerização.
Resfriamento do magma: os minerais se forma obedecendo a uma ordem determinada pelos
princípios de solubilização do mineral ditados pela composição química, temperatura e
pressão do magma.
Seqüência de cristalização: quando o magma passa do estado líquido para o sólido seus
constituintes cristalizam-se como minerais.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
Seqüência de Bowen:
Olivina Plag. Calcicos
Peroxênio Plag. Cálcio-sódicos
Anfibólios Plag. Sódico-cálcico
Biotita Plag. Sódico
Feldsp. Potássicos
Moscovita
Quartzo
As associações mineralógicas mais estáveis e prováveis são as que ocorrem a um
mesmo nível de temperatura. Daí, pode-se dizer:
1 - Quartzo e olivina não ocorrem na mesma rocha.
2 - Moscovita não se associa a peroxênios e olivina.
3 - Em rochas ricas em sílica os ferro-magnesianos mais frequentes são as micas, nas
intermediárias os anfibólios e nas pobre os piroxênios.
4 - Quartzo não se associa a plagioal cálcicos.
5 - Se uma rocha tem ortoclase, moscovita, quartzo e plagioal, este e sódico.
6 - Rochas ricas em plagioclásios calcicos não tem quartzo.
7 - Rochas ricas em plagioal sódicos (dioritos) podem ter quartzo.
8- Magmas muito deficientes em sílica os feldspatos são substituídos por feldspatóides:
nefelina no lugar de albita e leucita no lugar da ortoclase.
3.2.3. Jazimento: Ocupação de câmaras no interior da crosta e podem ser de duas
formas.
A) Formas concordantes: paralelas aos planos de estratificação ou xistosidade das rochas
encaixantes.
1 - Sill: em forma de lençol com espessura variando de alguns centímetros até centenas de
metros e alcançando grandes extensões (sul do Brasil, até 300m).
2 - Lacócito: (cogumelo) formado por magmas de alta viscosidade. (Ex. Angatuba -
espessura 300m, distância 5km).
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
3 - Lopólito: (taça) (em Duluth nos E.E.U.U.)
4 - Lopólito: (foice)
B) Formas discordantes: formas inclinadas ou perpendiculares ao plano de estratificação ou
xistosidade das rochas encaixantes.
1 - Dique: tabular, preenchendo uma fenda. Suas dimensões podem variar desde
centímetros até dezenas de metros de espessura e vários quilômetros de comprimento.
Ocorrem diques de diabásio no sul e pegmatito no nordeste do Brasil.
2 - Nech: formas cilíndricas, verticais, com diâmetro variando de poucos metros a 1.500m.
Ocupam antigas chamines de vulcões.
3 - Batólito: são os maiores corpos magmáticos intrusivos conhecidos na natureza,
aparentemente sem limitação no fundo, onde se acham em contato com a zona de
fusão do magma. Batólito no alaska com 2.000 km de comprimento e 80km largura.
4.2.4. Grau de cristalinidade: nos permite ter uma idéia da quantidade de material
vítrio (amorfo) e material mineral, que participam da constituição de uma rocha.
Podem ser:
1 - Rocha holocristalinas ou cristalinas exclusivamente material cristalino.
2 - Rochas holovíticas ou holohialinas exclusivamente vidro.
Rochas magm. Intrusivas holohialinas ou hipocristalinas.
Cor: função da composição mineralógica.
1 - Leucocratas: coloração clara, prectom. Minerais incolores como quartzo, feldspatos,
moscovita. Compreende a maioria das rochas ácidas.
2 - Melanocráticas: rochas escuras onde predomina material ferro-magnesiano como: augita,
hornblenda, biolita, olivina, magnetita. Compreende a maioria das rochas básicas.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
3 - Mesocráticas: coloração intermediária.
Granulação: tamanho apresentado pelos constituintes de uma rocha. Podem ser:
1 - Afaníticas: granulação fina, invisíveis a olho nu (<0,5mm).
2 - Fanesíticas: visíveis a olho nu.
ESTRUTURA: distribuição ou arranjo = textura.
1 - Granular: grânulos minerais bem evidentes (intrusivas).
2 - Compacta: constituintes muito pequenos (rochas afaníticas)
3 - Porfirítica: presença de fenocristais destacando-se em contraste a base.
4 - Vítrea: toda superfície lisa e sem vestígio de material cristalino (obsidiana).
5 - Vacuolar ou Visicular: grande nº de vesículas ou bolhas - pornito.
6 - Amidalóide: textura visicular cujas vesículas estão preenchidas de material sólido.
3.3. ROCHAS SEDIMENTARES
Rochas sedimentares: 5% litosfera em volume
75% litosfera em superfície
1. Intemperismo:
- ação mecânica água
- físico:
- ação temperatura
oxidação
redução
- químico carbonatação
hidratação
hidrólise
dissolução
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- biológico
2 - Transporte e deposição
água
agentes vento
geleiras
3 - Diagênese:
sedimentos + cimento Rocha sedimentar
sílica
carbonatos
cimento: argilas
oxidos de ferro
Matéria orgânica
Composição mineralógica dos sedimentos:
- minerais decomponíveis tendem a desaparecer.
Estrutura: partículas ou grânulos + matriz + cimento: 2 tipos
a) Estrutura dendrítica ou clástica
b) Estrutura cristalina
Granulometria:
a) tamanho: - escalas de tamanho
- escala interncional ou Atterberg
- escala Wentworth ou Americana
areias - peneiras
silte + argila - velocidade de sedimentação
b) Forma
1. esfericidade:
- esferoidal
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- achatado
- cilíndrico ou prisma
- laminar
2. Arredondamento:
- angular
- subangular
- subarredondado
- arredondado
c) Textura da superfície das partículas (materiais grosseiros)
1. Grau de polimento:
- fosco
- brilhante
2. Grau de uniformidade:
- uniforme
- não uniforme
d) Grau de consolidação:
1. Não consolidados
- areias
- argilas
2. Consolidados
- conglomerado
- brechas
- arenitos
- siltitos
- argilitos
- folhelhos
3. Não dedríticos precipitação química
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- calcários
- silex
- fosforitas
- guanos
- turfas
- carrões
- sedim. Betuminoso
- evaporitos.
3.4. ROCHAS METAMÓRFICAS
Rochas podem se transformar em outras rochas - evolução litológica.
Metamorfismo: é o reajustamento mineralógico e estrutural decorrente da mudança de
condições físico - químicas. A composição química permanece constante se ela se altera tem-
se o metassomatismo.
Agentes de metamorfismo:
- calor
- pressão
- água
Divisão do metamorfismo
1) Metamorfismo de contato (calor predomina) contato entre rochas pré-existentes e corpos
magmáticos
CaCO3 + SiO2 CaSiO3 + CO2
calcita sílica wollastonita
Minerais metamórficos de contato
- tremolita
- espinélio
- olivina
- flogopita
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
- diopsídio
- granadas
- grafita
- vescivianita
- epidoto.
2) Metamorfismo regional (pressão predomina)
O aumento da pressão favorecem as reações que se fazem com a diminuição do
volume molecular total.
Ca Al2 SiO2 O8 + 2 CaCO3 + SiO2 Ca3 Al2 (SiO4)3
anodita calcita granada
Minerais metamórficos regional
- granada
- cianita
- titanita
- glaucofanita
- talco
- serpentina
- clorita
- sericita
- estaurolita
- epídoto
- turmalina.
Metassomatismo
a) Pneumatolítico - saída de gases
b) Hidrotermal - águas quentes.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
4. PRINCÍPIOS DE ESTRATIGRAFIA
Estratigrafia refere-se ao estudo da disposição das rochas na Litosfera. A seguir será
mostrado a disposição das camadas rochosas na Bacia Sedimentar do Paraná.
BACIA DO PARANÁ
MESOZÓICO Período Grupo Formação Descrição
Marília
Arenitos de granulação fina a grossa, podendo ocorrer lentes de de siltitos, argilitos e arenitos finos. Presença de nódulos carbonáticos.
Adamantina
Arenitos finos e muito finos podendo ter cimentação e nódulos carbonáticos podendo ter lentes de siltitos arenosos e argilitos.
Santo Anastácio
Arenito finos a médio, mal selecionados apresentando localmente cimento e nódulos carbonáticos.
JURÁSSICO / CRETÁCIO
BAURU
Cauiá
Arenitos de fino a médio grãos bem arredondados, coloração arroxeada típica, estratificação cruzada localmente ocorrem cimento e nódulos carbonáticos.
Serra Geral
Rochas vulcânicas (derrames basálticos de cinza a negro, podendo ter lentes de arenitos.
Botucatu
Arenitos eólicos avermelhados de granulação fina a média, estrat. cruzada e camadas de argilas e siltitos lacustres.
TRIÁSSICO
São Bento
Pirambóia
Depósitos fluviais, arenitos de fino a média avermelhados, siltico-argilosos de plano-paralela com folhelhos e arenitos argilosos de cores variegadas.
PALEOZÓICO Corumbataí
Depósitos marinhos, argilitos, folhelhos e siltitos, cinza arroxeados de avermelhados, bancos carbonáticos e arenitos finos.
PERMIANO SUPERIOR
Passa -dois Irati
Siltitos, argilitos e folhelhos siltícos de cor cinza clara e escura, folhelhos picobetuminosos, em alterações rítmicas com calcáreo creme sIlicificado.
Tatuí
Depósitos marinhos com estratificação plano-paralela, arenitos, siltitos finos, calcáreo e silex, coloração arroxeada na parte inferior e esverdeado na base.
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Apostila de Solos – Mineralogia e Petrologia
Itararé
Depósitos glaciais continentais, glacio-marinhos, fluviais deltaicos lacustres e marinhos, arenitos de granulação variada, conglomerados, tilitos, siltitos, folhelhos ritmitos e raras camadas de carvão.
Aquidauana
Depósitos coulinentais com arenitos de médio a grosso, feldspáticos de coloração vermelho arroxeado, siltitos folhelhos ritmicos e conglomerados.
Ponta Grossa
Não aflorante
DEVONIANO
Paraná Furnas
Depósitos marinhos predominância de arenitos de granulação grossa, feldspáticos estrat. Cruzada, arenitos finos, arenitos conglomeráticos e conflomerados.
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