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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE ANDREZA CARVALHO RABELO MENDONÇA EFEITO DA ELETROANALGESIA NO CONTROLE DA DISESTESIA EM MULHERES SUBMETIDAS A LINFONODECTOMIA AXILAR ARACAJU 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

ANDREZA CARVALHO RABELO MENDONÇA

EFEITO DA ELETROANALGESIA NO CONTROLE DA

DISESTESIA EM MULHERES SUBMETIDAS A

LINFONODECTOMIA AXILAR

ARACAJU

2013

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ANDREZA CARVALHO RABELO MENDONÇA EFEITO DA ELETROANALGESIA NO CONTROLE DA DISESTESIA EM MULHERES SUBMETIDAS A LINFONODECTOMIA

AXILAR 2013

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ANDREZA CARVALHO RABELO MENDONÇA

EFEITO DA ELETROANALGESIA NO CONTROLE DA

DISESTESIA EM MULHERES SUBMETIDAS A

LINFONODECTOMIA AXILAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde.

Orientadora: Profª. Dra. Josimari Melo de Santana

Co-orientadora: Profª. Dra. Mariana Tirolli Rett

ARACAJU

2013

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DA SAÚDE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

M539e

Mendonça, Andreza Carvalho Rabelo Efeito da eletroanalgesia no controle da disestesia em mulheres submetidas a linfonodectomia axilar / Andreza Carvalho Rabelo Mendonça. -- Aracaju, 2013.

00 f. : il.

Orientador (a): Profa. Dra. Josimari Melo de Santana. Co-Orientador (a): Profa. Dra. Mariana Tirolli Rett.

Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde) –

Universidade Federal de Sergipe, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Núcleo de Pós-Graduação em Medicina.

1. Mamas - Câncer 2. Dor - Tratamento 3. Analgesia 4.

Estimulação elétrica transcutânea do nervo 5. Eletroterapia 6. Fisioterapia I. Título.

CDU 615.84:618.19-006

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ANDREZA CARVALHO RABELO MENDONÇA

EFEITO DA ELETROANALGESIA NO CONTROLE DA

DISESTESIA EM MULHERES SUBMETIDAS A

LINFONODECTOMIA AXILAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Saúde.

Aprovada em: ___/___/_____.

________________ Orientadora: Profa. Dra. Josimari Melo de Santana – NPGME/UFS

_________________

1º Examinador: Profª. Drª. Edilene Curvelo Hora– NPGME/UFS

____ _________ __________________ 2º Examinador: Prof. Dr. Walderi Monteiro da Silva Júnior– NFT/UFS

Parecer _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, por estar sempre presente em todos

os momentos da minha vida, concedendo-me inteligência, sabedoria e força para

enfrentar e lutar pelas conquistas. Somente com a fé que deposito em Ti, sou capaz

de superar todas as dificuldades.

Aos meus pais, José Fraga Rabelo e Ana Maria Carvalho Andrade

Rabelo, uma benção em tê-los ao meu lado. Obrigada pelo incentivo, compreensão

e força durante esta caminhada de aprendizado e conquista. Exemplos de otimismo

e carinho, sempre ao meu lado, vibrando por cada vitória.

Ao meu esposo, Fábio Mendonça, que, nesta etapa final, foi fundamental

com sua compreensão.

As minhas irmãs, Anajara e Narinha, pelo apoio, companheirismo e

cumplicidade de todas as horas, sempre com palavras que me confortam. Aos meus

sobrinhos, Pedro Lucas e Vinícius, que sempre me fazem rir muito; adoro tê-los em

minha vida.

A toda a minha família, que vibra com o meu sucesso.

A minha orientadora, amiga e confidente, Josimari Melo de Santana,

grande colaboradora para esta conquista, incentivo e confiança durante toda a

pesquisa.

A Mariana T. Rett, que Deus colocou no meu caminho como um anjo,

pela sua dedicação, inteligência, disposição e sorriso sempre. Quanta coisa você me

ensinou.

Aos meus colegas, professores e amigos, que juntos contribuíram para o

meu crescimento enquanto profissional e ser humano e dividiram cada alegria e

desespero deste momento.

As minhas queridas e amadas pacientes da Onco Hematos e da AMO,

por terem aceitado participar desse desafio. Vocês são mulheres de luz, guerreiras,

batalhadoras. E podem ter certeza que, com vocês, todos os dias, era um novo

aprendizado, pela força e espírito iluminado que cada uma de vocês tem. Que Deus

as ilumine todos os dias nesta difícil caminhada. Em cada coração, uma nova

esperança. E, em um lugar onde são descobertos grandes corações, se obtêm

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grandes conquistas. Vocês são exemplos de vitória e determinação. Obrigada por

tudo.

As minhas queridas alunas do projeto de extensão “Atuação

fisioterapêutica no câncer de mama”, que colaboraram bastante para minha coleta

de dados, em especial, Jane Aquino e Priscila Garcez. Vocês são muito especiais e

vão estar sempre no meu coração. Não tenho dúvida que serão excelentes

profissionais.

Aos funcionários da AMO (Associação Amigos da Oncologia) e da Onco

Hematos, especialmente a fisioterapeuta e amiga Vanessa Prado, as assistentes

sociais Luzivânia e Leila e a enfermeira Valeska, pelo carinho e apoio nos momentos

difíceis dessa jornada.

As fisioterapeutas Carla Mendonça e Giselle, do Hospital de Urgências de

Sergipe (HUSE), que me deram a “mão” para aumentar a minha coleta.

A todos os médicos que me ajudaram no encaminhamento das pacientes

para o projeto, em especial, Dr. Thiers Déda.

Aos professores e funcionários do NPGME e do NFT, por toda

colaboração e ensinamento.

Ao CNPq e ao MEC, pelo apoio financeiro durante toda a pesquisa.

A todos os que colaboraram, de alguma forma, para a realização deste

trabalho.

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RESUMO

O tratamento cirúrgico do câncer de mama traz diversas complicações, dentre elas temos a disestesia no dermátomo do nervo intercostobraquial (NICB) devido à manipulação da região axilar. Como forma de tratamento para alteração de sensibilidade, a Eletroestimulação Nervosa Transcutânea (TENS) tem sido utilizada em outras lesões neuropáticas. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da TENS na disestesia provocada pela lesão do NICB em mulheres submetidas à linfonodectomia axilar (LA). Trata-se de um ensaio clínico controlado por placebo, com distribuição aleatória e duplamente encoberto, em que foram avaliadas 32 mulheres que realizaram LA e apresentaram disestesia, 16 pacientes foram aleatoriamente alocadas no grupo TENS ativa e outras 16 no grupo TENS placebo. Os instrumentos utilizados para análise da dor foram a Escala Visual Analógica (EVA) e o questionário de dor de McGill (Br-MPQ). Os limiares cutâneo e de dor por pressão foram avaliados por meio de estesiometria e algometria, respectivamente. Foi avaliada a amplitude da corrente elétrica ao longo das 20 sessões. A mensuração da qualidade de vida foi realizada por meio do EORTC QLQ-C3O (European Organisation for Research and Treatment of Cancer Quality of Life), seguido do seu módulo específico EORTC QLQ-BR23. Foi observado que a intensidade de desconforto sensitivo diminuiu apenas no grupo tratado com TENS ativa quando comparado ao placebo (p<0,06). Houve redução significativa do índice de dor e do número de palavras escolhidas no grupo TENS ativa quando analisadas medidas pareadas e independentes (p=0,003 e p=0,05). A amplitude da corrente elétrica aumentou significativamente no grupo TENS ativa (p<0,006). Não foram observadas diferenças no limiar cutâneo, entretanto, observou-se redução significativa do limiar de dor por pressão no grupo TENS placebo (p<0,001). Com relação a qualidade de vida, houve diminuição significativa dos escores do domínio estado de saúde global do EORTC QLQ-C30 no grupo TENS placebo (p<0,022), sem diferenças significativas para os escores do EORTC QLQ-BR23. Conclui-se que a TENS diminuiu a intensidade de desconforto no dermátomo do NICB e, ao longo do tempo, foi possível administrar maior amplitude de corrente elétrica no grupo da TENS ativa. No entanto, não foi evidenciada melhora na caracterização do desconforto, nos limiares cutâneo e de dor por pressão e também na qualidade de vida. Descritores: neoplasias da mama, dor, alteração de sensibilidade, estimulação elétrica nervosa transcutânea.

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ABSTRACT

Surgical treatment of breast cancer brings many complications such as dysesthesia at the intercostal nerve dermatome (NICB) due to manipulation of the axillary region. As a treatment for abnormal sensitivity, transcutaneous electrical stimulation (TENS) has been used in other neuropathic injuries. The aim of this study was to evaluate the effect of TENS on dysesthesia caused by an injury in the NICB in women undergoing to axillary lymphadenectomy (LA). This is a placebo-controlled, randomized, double blind clinical trial in involved 32 women who underwent to LA and showed dysesthesia, 16 patients were randomly allocated to active TENS group and 16 in the other group placebo TENS. The instruments used to measure pain were the Visual Analogue Scale (VAS) and the McGill Pain Questionnaire (MPQ-Br). Cutaneous and pressure pain threshold were assessed by using esthesiometry and pressure algometry, respectively. Current amplitude of the electrical pulse was recorded along the 20 sessions. The measurement of quality of life was performed by using the EORTC QLQ-C3O (European Organisation for Research and Treatment of Cancer Quality of Life), followed by its specific module EORTC QLQ-BR23. It was observed that the intensity of sensory discomfort decreased only in the group treated with active TENS when compared to placebo (p<0.06). There was a significant reduction of the pain index and the number of words chosen in the active TENS group when analyzing both paired and independent measurements (p=0.003 and p=0.05). The amplitude of the electric current significantly increased in the active TENS group (p<0.006). No differences were observed in cutaneous threshold, however, there was significant reduction in the pressure pain threshold in the placebo TENS group (p<0.001). Regarding to the quality of life, there was a significant decrease of the domain scores overall health of the EORTC QLQ-C30 in the placebo TENS group (p<0.022), with no significant differences for scores of EORTC QLQ-BR23. It is concluded that TENS reduced the intensity of discomfort in the NICB dermatome, and over time, it was possible to administer higher amplitude of current in the group of TENS active. However, no improvement was observed in the characterization of discomfort in the skin and pressure pain thresholds and quality of life. Descriptors: breast cancer, pain, abnormal sensitivity, transcutaneous electrical nerve stimulation.

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LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Figura 1 A) Medida do processo coracóide até o epicôndilo medial. B) Marcação dos

pontos para avaliação com estesiômetro e com algômetro de pressão...............

31

Figura 2 Linha de tempo para os procedimentos de avaliação, tratamento e reavaliação

do estudo. EVA: escala visual analógica; McGill: questionário de Dor de

McGill; EORTC QLQ-C30: questionário de qualidade de vida da

Organização Européia em Pesquisa para tratamento do câncer e EORTC

QLQ-BR23 (para o câncer de mama).................................................................

33

Figura 3 Fluxograma de recrutamento, alocação e seguimento das pacientes nos

diferentes grupos.................................................................................................

34

Tabela 1 Características pessoais e sócio-demográficas dos grupos TENS Ativa (n=16)

e do grupo TENS Placebo (n=16), de mulheres com linfonodectomia axilar.

Aracaju, 2012......................................................................................................

35

Tabela 2 Características clínico-cirúrgicas das mulheres do grupo TENS Ativa (n=16)

e do grupo TENS Placebo (n=16), que realizaram linfonodectomia axilar.

Aracaju, 2012......................................................................................................

34

Figura 4 Intensidade de desconforto sensitivo avaliada através da escala visual

analógica (EVA) ao longo das 20 sessões de tratamento. Grupo TENS Ativa

*p<0,006, Teste Friedman seguido pelo Post Hoc Teste de Tukey....................

36

Tabela 3 Frequência absoluta (n) e frequência relativa (%) dos descritores do Br-MPQ

selecionados pelas pacientes do grupo TENS Ativa (n=16) e do grupo TENS

Placebo (n=16) em cada subcategoria na 1ª sessão, nas mulheres que

realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012..............................................

37

Tabela 4 Frequência absoluta (n) do número de pacientes que realizaram

linfonodectomia axilar do grupo TENS Ativa (n=16) e do grupo TENS

Placebo (n=16) que selecionou cada subcategoria do Br-MPQ antes da 1ª

sessão e após a 20ª sessão. Aracaju, 2012...........................................................

39

Figura 5 Caracterização do desconforto doloroso no dermátomo do NICB, avaliado

através do questionário Br-MPQ. Grupo TENS Ativa: PRI antes e após a 20ª

sessão (*p=0,003) e NWC (†p=0,05). Grupo TENS Placebo: NWC antes e

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após a 20ª sessão (‡p=0,03), Teste de Wilcoxon Matched Pairs........................ 40

Figura 6 Amplitude da corrente elétrica da TENS ao longo das 20 sessões de

tratamento. Grupo TENS Ativa *p<0,006, Teste Friedman seguido pelo Post

Hoc Teste de Tukey............................................................................................

40

Figura 7 Limiar cutâneo ao longo das 20 sessões de tratamento....................................... 41

Figura 8 Limiar de dor por pressão (algometria) ao longo das 20 sessões de tratamento.

Grupo TENS Ativa (p<0,077) e grupo TENS Placebo (p<0,001*) Teste de

Friedman seguido pelo Post Hoc Teste de Tukey...............................................

41

Tabela 5 Escores de qualidade de vida dos domínios do instrumento genérico EORTC

QLQ-C30 nos grupos TENS Ativa e TENS Placebo, das pacientes que

realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012..............................................

42

Tabela 6 Escores de qualidade de vida dos domínios do instrumento específico

EORTC QLQ-BR23 nos grupos TENS Ativa e TENS Placebo, das pacientes

que realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012.......................................

43

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LA (Linfonodectomia Axilar)

QT (Quimioterapia)

RT (Radioterapia)

HT (Hormonioterapia)

MS (Membro Superior)

NICB (Nervo Intercostobraquial)

TENS (Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation)

QV (Qulaidade de Vida)

ADM (Amplitude de Movimento)

AVD (Atividade de Vida Diária)

OMS (Organização Mundial de Saúde)

QVRS (Qualidade de Vida Relacionada a Saúde)

MMSS (Membros Superiores)

SNC (Sistema Nervoso Central)

SNP (Sistema Nervoso Periférico)

IMC (Índice de Massa Corpórea)

AMO (Amigos da Oncologia)

EVA (Escala Visual Analógica)

Br-MPQ (Versão Brasileira do Questionário de Dor de McGill)

PRI (Índice de Dor)

NWC (Número de Palavras Escolhidas)

EORTC QLQ-C30 (European Organisation for Research and Treatment of Cancer Quality of

Life Questionnaire C-30)

EORTC QLQ-BR23 (European Organisation for Research and Treatment of Cancer Quality

of Life Questionnaire Breast Cancer Module BR-23)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 14

2 REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................... 16

2.1 Câncer de Mama....................................................................................................... 16

2.1.1 Epidemiologia.................................................................................................. 16

2.1.2 Fatores de Risco............................................................................................... 16

2.1.3 Diagnóstico Clínico e Cirúrgico...................................................................... 17

2.1.4 Estadiamento Clínico e Patológico e Fatores Prognósticos............................. 18

2.1.5 Terapias Complementares............................................................................... 19

2.1.6 Tratamento Cirúrgico e Suas Repercussões.................................................... 20

2.1.7 Abordagem Fisioterapêutica e Qualidade de Vida Após o Tratamento

Cirúrgico do Câncer de Mama...........................................................................................

22

2.2 Disestesia no Trajeto do NICB e Estimulação Elétrica nervosa Transcutânea

(TENS) no Pós-operatório de Câncer de Mama................................................................

23

3 OBJETIVOS................................................................................................................. 26

3.1 Geral......................................................................................................................... 26

3.2 Específicos................................................................................................................ 27

4 CASUÍSTICA E MÉTODOS....................................................................................... 27

4.1 Tipo de Estudo.......................................................................................................... 27

4.2 Casuística.................................................................................................................. 27

4.3 Aspectos Éticos......................................................................................................... 28

4.4 Grupos de estudo...................................................................................................... 28

4.5 Métodos de Mensuração........................................................................................... 29

4.5.1 Mensuração de Dor.......................................................................................... 27

4.5.2 Teste Sensorial................................................................................................. 28

4.5.3 Mensuração da Qualidade de Vida.................................................................. 31

4.6 Procedimentos do Estudo......................................................................................... 32

4.7 Análise Estatística..................................................................................................... 32

5 RESULTADOS............................................................................................................. 34

6 DISCUSSÃO................................................................................................................. 44

7 CONCLUSÃO............................................................................................................... 51

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 52

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REFERÊNCIAS............................................................................................................... 53

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.... 64

APÊNDICE B – AVALIAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO DE

LINFONODECTOMIA AXILAR.................................................................................

65

ANEXO A – ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA)............................................... 66

ANEXO B – QUESTIONÁRIO DE DOR DE MCGILL (BR-MPQ)......................... 67

ANEXO C – EORTC QLQ-C30..................................................................................... 68

ANEXO D – EORTC QLQ BR-23................................................................................. 70

ANEXO E – CÁLCULO DOS ESCORES DO EORTC QLQ-C30 E BR23.............. 72

ARTIGO 1........................................................................................................................ 74

ARTIGO 2........................................................................................................................ 75

ARTIGO 3........................................................................................................................ 76

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1 INTRODUÇÃO

O câncer de mama é a neoplasia de maior incidência na população feminina, sendo,

no Brasil, a principal causa de morte por doenças malignas entre as mulheres 1. A cada ano,

cerca de 20% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama e estima-se, para 2012, o

aparecimento de 52.680 casos novos, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil

mulheres, no estado de Sergipe o percentual é de 370, sendo 180 apenas na capital Aracaju 1-3.

Apesar da evolução no diagnóstico e tratamento do câncer, bem como da possibilidade do

emprego da técnica do linfonodo sentinela, os procedimentos cirúrgicos, radicais ou

conservadores, ainda são prevalentes 3-6. A linfonodectomia axilar (LA), na maioria das vezes,

é empregada para o estadiamento da doença, orientação nos critérios de escolha da terapia

adjuvante e prognóstico. Como terapias complementares, podem ser empregadas, de maneira

neo-adjuvante ou adjuvante, a quimioterapia (QT), a radioterapia (RT) e/ou a hormonioterapia

(HT) 5, 7.

Embora a abordagem terapêutica para o câncer de mama preconize muitos

benefícios, podem surgir complicações imediatas ou tardias, como: infecções locais, necrose

cutânea, complicações cicatriciais, disfunções respiratórias, linfedema, alterações funcionais,

lesões nervosas, dor e alterações de sensibilidade do membro superior (MS) homolateral a

cirurgia. Acredita-se que a LA seja uma das principais justificativas para o aparecimento das

complicações e morbidades pós-operatórias, justamente devido a retirada dos linfonodos,

localização e extensão da abordagem cirúrgica 3, 8-9.

A alteração da sensibilidade, definida como disestesia, é uma sensação desagradável,

dolorosa que está associada à lesão total ou parcial do nervo sensitivo intercostobraquial

(NICB) pela manipulação cirúrgica da região axilar 10. O NICB é um nervo sensitivo,

derivado dos ramos cutâneos laterais dos segundo e terceiro nervos intercostais, cujo

dermátomo se localiza na porção medial superior do braço 5, 7-8. Na literatura, esta lesão do

nervo também pode ser encontrada como síndrome dolorosa pós-mastectomia, onde os

autores consideram um período mínimo de três meses pós-operatórios 16. Os principais

relatos de alteração de sensibilidade estão relacionados às queixas de parestesia, hipoestesia,

queimação e algia puntiforme na axila, região medial do braço e/ou parede torácica

homolateral e, até hiperestesia, em alguns casos 6-7, 11-14. Dependendo do critério de avaliação

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e dos sintomas investigados, tais alterações sensitivas podem atingir 33% a 69% das mulheres 7-8, 10, 15-16.

A queixa de disestesia no dermátomo do NICB no período pós-operatório imediato

e/ou tardio provoca incômodo e desconforto local, levando a prejuízos na realização das

atividades de vida diária, nas tarefas laborais e domésticas. Embora a literatura recomende o

início precoce da fisioterapia para prevenção e/ou tratamento das disfunções de amplitude de

movimento e linfedema 17-20, a disestesia no trajeto do NICB é uma condição pouco

evidenciada na literatura.

O fato de ser uma dor neuropática periférica, a sensibilidade superficial ainda é a

maneira mais tradicional de avaliar possíveis alterações e, até o momento, apenas o emprego

de técnicas de dissensibilização local por diferentes texturas tem sido proposto como

tratamento 8, 10, 15, 21-22. Assim, tanto a avaliação da sensibilidade profunda quanto a utilização

de outras formas de tratamento para disestesia no trajeto do NICB ainda não foram exploradas

e evidenciadas na prática clínica.

Como possibilidade de tratamento não farmacológico e com propriedades

analgésicas, a Eletroestimulação Nervosa Transcutânea (TENS, do inglês Transcutaneous

Electrical Nerve Stimulation) tem se destacado como recurso fisioterapêutico no controle da

dor 23-28. Em se tratando de dor neuropática, seu efeito tem sido estudado em nevralgia

trigeminal, herpes zoster, neuropatias diabéticas, entre outras 29-32.

Até o momento, não foi encontrado nenhum estudo do tipo ensaio clínico ou caso

controle que relacione os efeitos da TENS na disestesia provocada no dermátomo deste nervo

em mulheres após a cirurgia para câncer de mama. Considerando que a disestesia é uma

alteração neurológica periférica que gera desconforto de leve a intenso, e que pode

comprometer a qualidade de vida, julga-se relevante estudar formas de intervenção

terapêutica para minimizar as repercussões deste fenômeno. Desse modo, investigar as

diferentes formas de avaliação e o efeito da TENS no tratamento da alteração da sensibilidade

no trajeto do NICB, poderá contribuir com informações válidas para que fisioterapeutas

possam interpretá-los sob o aspecto clínico e científico, além de incrementar o processo de

reabilitação. Isto poderá orientar ações adequadas de caráter curativo e preventivo que

possibilitem a redução do impacto físico, emocional e social causado pelo câncer da mama e

seus tratamentos.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1- CÂNCER DE MAMA

2.1.1- Epidemiologia

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o

mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,4

milhões de casos novos dessa neoplasia foram estimados para 2008 em todo o mundo, o que

correspondeu a 23% de todos os tipos de câncer 1, 33-34.

De acordo com os dados do Instituto Nacional do Câncer 1, no Brasil, o carcinoma

mamário corresponde a 20% dos novos casos a cada ano. É a segunda neoplasia de maior

incidência na população feminina e a primeira causa de morte desse grupo, manifestando-se,

também, como uma das principais causas de morbidade dessa população. Estima-se, para

2012, o surgimento de 52.680 casos novos de câncer de mama, com um risco estimado de 52

casos a cada 100 mil mulheres 1, 3, 35. Sem considerar os tumores da pele não melanoma, esse

tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres da região Sudeste (69/100 mil), Sul

(65/100 mil), Centro-Oeste (48/100 mil) e Nordeste (32/100 mil). Na região Norte, é o

segundo tumor mais incidente (19/100 mil) 1.

2.1.2- Fatores de risco

A etiologia do câncer de mama é multifatorial, mas a idade continua sendo o

principal fator de risco para o seu desenvolvimento. As taxas de incidência aumentam

rapidamente até os 50 anos e, posteriormente, esse aumento ocorre de forma mais lenta.

Contudo, outros fatores de risco já estão bem estabelecidos, como, por exemplo, aqueles

relacionados à vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira

gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de

reposição hormonal), história familiar de câncer de mama e alta densidade de tecido mamário 36-37. Além desses, a exposição à radiação ionizante, mesmo em baixas doses, também é

considerada um fator de risco, particularmente durante a puberdade 33, 38.

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O processo de urbanização da sociedade também tem evidenciado maior risco de

adoecimento entre mulheres com elevado status socioeconômico, ao contrário do que se

observa para o câncer de colo de útero. A história familiar de câncer de mama está associada a

um aumento de cerca de duas a três vezes no risco de desenvolver essa neoplasia. Alterações

em alguns genes responsáveis pela regulação e pelo metabolismo hormonal e reparo de DNA,

como, por exemplo, BRCA1, BRCA2 e p53, aumentam o risco de desenvolver o câncer de

mama 1, 39.

2.1.3- Diagnóstico clínico e cirúrgico

Atualmente, a neoplasia mamária é uma doença curável devido ao diagnóstico

precoce e aos avanços das técnicas cirúrgicas e dos tratamentos complementares. Entretanto,

para que as mulheres possam ser beneficiadas pelos avanços terapêuticos e tenham bom

prognóstico após o tratamento, a doença precisa ser detectada precocemente, com

consequente reflexo no aumento da sobrevida. Mas, isso ainda não é uma total realidade, pois

é comum o diagnóstico tardio principalmente nas classes sociais com pouco acesso aos

recursos de saúde 36-37.

A prevenção primária ainda não é totalmente possível em razão da variação de

fatores de risco e das características genéticas que estão envolvidas na sua etiologia. Novas

estratégias de rastreamento factíveis para países com dificuldades orçamentárias têm sido

estudadas e, até o momento, a mamografia, para as mulheres com idade entre 50 e 69 anos, é

recomendada como método efetivo para detecção precoce e continua sendo o padrão ouro

entre os exames 1, 35.

No Brasil, o rastreamento são estratégias recomendadas para o controle do câncer de

mama. As recomendações do Ministério da Saúde para detecção precoce e diagnóstico

baseiam-se no controle da neoplasia mamária relacionadas ao consenso de 2004. Este

considera, como principais estratégias de rastreamento, o exame clínico anual das mamas, a

partir dos 40 anos, e um exame mamográfico, a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69

anos. Para mulheres de grupos populacionais considerados de risco elevado para câncer de

mama, recomenda-se o exame clínico da mama e a mamografia, anualmente, a partir de 35

anos 40.

Algumas lesões encontradas na mamografia são de difícil avaliação isolada e devem

ser complementadas pela imagem ultrassonográfica quando a paciente tem mamas densas; já

a ressonância nuclear magnética, somente é recomendada para mulheres com risco aumentado

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para desenvolvimento de neoplasia mamária, em especial, mulheres jovens com história

familiar altamente sugestiva de câncer de mama hereditário ou mulheres portadoras de

mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 36, 41.

Apesar de ser considerado um câncer relativamente de bom prognóstico, quando

diagnosticado e tratado oportunamente, suas taxas de mortalidade ainda continuam elevadas

no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios

avançados. A sobrevida média após cinco anos na população de países desenvolvidos

aumentou em 85%, entretanto, em países em desenvolvimento, a sobrevida fica em torno de

60% 1, 40, 42.

Mesmo com toda a evolução no diagnóstico e tratamento e da possibilidade do

emprego da técnica do linfonodo sentinela, os procedimentos cirúrgicos, radicais ou

conservadores, ainda prevalecem 5, 6. Esta indicação dos diferentes tipos de cirurgia vai

depender do estadiamento clínico, do tamanho do tumor e do tipo histológico 43.

Geralmente, em estadiamento inicial, opta-se por cirurgias mais conservadoras, como

a tumorectomia ou quadrantectomia. No entanto, em estadiamentos mais avançados, a

mastectomia é mandatória 44-47. Independentemente da técnica cirúrgica, na maioria das vezes,

a LA é empregada para realizar o estadiamento cirúrgico da doença, para investigar a

presença ou não de metástase e, também, para orientação nos critérios de escolha da terapia

adjuvante e do prognóstico 7. Em alguns centros especializados, atualmente tem sido realizada

a técnica do linfonodo sentinela, na tentativa de diminuir as morbidades e complicações pós-

operatórias, mas ainda não é a realidade no estado de Sergipe.

2.1.4- Estadiamento clínico e patológico e Fatores prognósticos

Desde 1943, o sistema TNM foi desenvolvido para a classificação clínica dos

tumores malignos, que tem como base a extensão anatômica do câncer, onde o T é a extensão

do tumor primário, o N é a ausência ou presença e a extensão de metástases em linfonodos

regionais e o M é a ausência ou presença de metástase à distância. Já a classificação

patológica, é realizada pelo cirurgião após as evidências histopatológicas obtidas através da

cirurgia e é designada pelo Ptnm, descrição patológica 36, 48.

Já a evolução do câncer de mama, varia conforme cada mulher. Algumas

apresentarão longa sobrevida livre da doença e outras exibirão recidiva precoce e óbito 36, o

que, muitas vezes, é determinado pelos fatores prognósticos, que podem ser divididos em

fatores clínicos (idade e estadiamento), anatomopatológicos (tipo histológico, grau histológico

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do tumor, estado linfonodal axilar, tamanho tumoral e angiogênese) e biológicos (receptores

hormonais) 36, 49.

O conhecimento dos fatores prognósticos é de fundamental importância na

determinação dos programas terapêuticos. Uma terapia baseada em uma avaliação prognóstica

possibilita a aplicação das diferentes modalidades terapêuticas utilizadas no tratamento do

câncer, com a intensidade e a efetividade adequadas e individualizadas para aquele paciente

específico 37.

2.1.5- Terapias complementares

A terapia complementar pode ser locorregional (RT) e sistêmica (QT e HT). Elas

podem ser neoadjuvantes (antes da cirurgia), adjuvantes (após a cirurgia) ou paliativas (para

um maior tempo de sobrevida). Em um aspecto geral, as terapias complementares são

importantes para auxílio na erradicação de doença residual, metástases, alívio dos sintomas,

prevenção de metástase e outros efeitos, como, por exemplo, a perda de massa óssea 35-36, 50.

A RT tem, como objetivo, destruir as células neoplásicas remanescentes após a

cirurgia ou reduzir o tamanho do tumor antes da cirurgia. 43, 64. Suas indicações são: tumores

com diâmetro igual ou maior a 5 cm (somar com biópsia prévia); pele comprometida com o

tumor; dissecção axilar inadequada (inferior a 10 linfonodos); invasão linfonodal

extracapsular (mesmo em um único linfonodo); margem cirúrgica comprometida (menor que

1 cm); e quatro ou mais linfonodos comprometidos 48, 51.

A intensidade dos efeitos da RT depende da dose do tratamento, da parte do corpo

tratada, da extensão da área radiada, do tipo de radiação e do aparelho utilizado. As altas

doses de radiação, que destroem o tumor, podem atingir, também, os tecidos normais,

causando os efeitos colaterais e algumas complicações 52-53. As reações da pele da mama,

conhecidas como radiodermite, embora reversíveis na maioria dos casos, é o efeito colateral

mais comum e pode afetar o programa terapêutico 54.

Fisicamente, a RT desencadeia lenta reparação cicatricial, acentuada fibrose tecidual

e, como consequência, um comprometimento substancial da função do membro superior.

Embora seja utilizado para controle local da doença, pode contribuir para situação de cansaço,

fadiga, ansiedade, tensão e nervosismo 55-58. Ainda, nesse contexto, comentar sobre os efeitos

negativos da RT na qualidade de vida (QV), podendo afetar, diretamente, a saúde e o bem-

estar 58.

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Quanto ao tratamento sistêmico, estão disponíveis a QT e a HT. A QT utiliza

medicamentos cuja função é atuar nas células dos tumores, visando destruí-las, diminuindo a

multiplicação celular e consequentemente a expansão deles. Na maioria das vezes sua

aplicação é endovenosa, mas podem ser administradas também por via oral, intramuscular,

subcutânea, tópica e intratecal 59-60.

A QT neoadjuvante tem como objetivo reduzir o volume tumoral possibilitando que

a cirurgia seja o mais conservadora possível. Já a adjuvante que é utilizada após terapêutica

locorregional para destruir micrometástases e deve ser realizada de preferência até quatro

semanas após a cirurgia e, a paliativa que visa apenas uma melhora momentânea daquela

paciente que apresenta um quadro mais avançado da doença e também, na tentativa de

melhorar a sua qualidade de vida 35-36, 61.

A HT é utilizada visando bloquear a ação trófica dos hormônios das células tumorais,

principalmente quando o tumor de mama expressa receptores para os hormônios esteróides

ovarianos, mais comum em tumores de pacientes mais idosas. Ela também pode ser

empregada na forma neoadjuvante, adjuvante e paliativa. Os medicamentos apresentam

diferentes mecanismos de ação, mas todos têm os mesmos objetivos, pois consistem em

antiestrogênicos, como tamoxifeno e inibidores de aromatase 23, 62-63.

2.1.6- Tratamento cirúrgico e suas repercussões

Apesar da evolução no diagnóstico e tratamento e da possibilidade do emprego da

técnica do linfonodo sentinela, os procedimentos cirúrgicos ainda prevalecem no tratamento

do câncer de mama. A abordagem cirúrgica pode ser desde a tumorectomia até a mastectomia,

associada ou não à retirada dos linfonodos axilares. As cirurgias se subdividem em

conservadoras (tumorectomia e quadrantectomia) e não conservadoras (mastectomias) 4-6, 64.

É fato que a abordagem axilar no tratamento cirúrgico do câncer de mama, também

conhecido como LA, deve ser realizada em todos os procedimentos cirúrgicos, pois já se sabe

que esta conduta desempenha um papel fundamental na redução da recidiva regional, e isto

demonstra que existe grande integração entre o controle local da doença e a sobrevida global

desta doença 7, 36, 44, 65.

Nos últimos anos, a ciência tem mostrado avanços e mudanças extremas na

abordagem cirúrgica do câncer de mama na tentativa de tornar essa cirurgia o mais

conservadora possível e evitar o uso da técnica de remoção radical em bloco de todo o tecido

mamário e sua correspondente drenagem linfática, baseada na teoria Halstediana de

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disseminação 44, 66. Entretanto, a realidade do estado de Sergipe ainda é de cirurgias muito

radicais, onde as pacientes apresentam muito mais complicações pós-operatórias.

O tratamento cirúrgico do câncer de mama pode propiciar o surgimento de

complicações físico-funcionais, tais como linfedema, dor, lesão nervosa (por exemplo, do

NICB), hemorragias, redução da satisfação sexual, conflitos emocionais, complicações na

cicatrização, fibrose, redução da capacidade respiratória, lesões musculares, alterações

posturais, diminuição da força muscular e redução da amplitude de movimento do membro

homolateral. Estas complicações, muitas vezes, determinam prejuízos na execução das

atividades cotidianas e, assim, comprometem a qualidade de vida 3, 5, 20, 67-68.

A LA pode contribui para o aparecimento do linfedema, sendo a complicação mais

comum e mais temida pelas mulheres. O diagnóstico é estabelecido quando há uma diferença

entre as medidas dos braços acima de, no mínimo, 2 centímetros (cm). Quando a diferença é

de até 3 cm, o linfedema é leve, de 3 a 5 cm, moderado e, acima de 5 cm, é considerado

severo 17, 67, 69.

Já a dor, decorrente do tratamento do câncer de mama, pode estar presente em cerca

de 40% daquelas submetidas à cirurgia associada à LA, ocorrendo, principalmente, no período

pós-operatório imediato na região cicatricial e/ou no membro superior (MS) homolateral 70.

Habitualmente, o medo de movimentar o membro e a inatividade no pós-cirúrgico culminam

na síndrome do imobilismo, que envolve o comprometimento gradual da força muscular e

flexibilidade, comprometendo da amplitude de movimento (ADM), o que facilita o

aparecimento das queixas de dor 3, 5-6, 71.

A síndrome dolorosa pós-mastectomia é definida pela International Association for

Study of Pain 72 como dor crônica que se inicia após mastectomia ou quadrantectomia,

localizada na face anterior do tórax, axila e/ou na metade superior do braço e que persiste por

período superior a três meses após a cirurgia. O sintoma dor merece atenção por estar

diretamente relacionado ao bem-estar físico e emocional, ao desempenho e realização das

atividades da vida diária (AVD), bem como a QV 3, 13, 62, 70, 73-74.

A lesão nervosa pode ocorrer durante a cirurgia ou, até mesmo na radioterapia, o que

conduz a uma fibrose cutânea, principalmente nos nervos mais extensos, como peitoral lateral

e medial, intercostobraquial, toracodorsal, torácico longo ou nervo de Bell. Esta lesão nervosa

pode desencadear disestesia, queimação e/ou algia puntiforme na borda póstero-medial da

região superior do braço, axila e/ou parede torácica do lado afetado, além de fraqueza,

paralisia e deformidades 10, 20.

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Estudo sobre o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama demonstra que este

tipo de tratamento desencadeia uma série de conflitos emocionais, em que a morte e a perda

da mama passam a representar uma ameaça constante para a vida da mulher acometida. As

mamas, por representarem, em nossa cultura, um símbolo de identificação da mulher,

expressa pelo erotismo, quando ocorre um acontecimento marcante como o câncer, surgem

diversos problemas de autoestima, levando a implicações sociais, psicológicas e sexuais

preocupantes para os profissionais de saúde, pois seus efeitos deletérios, como o medo da

morte, da rejeição, da mutilação, da recidiva, dos efeitos da quimioterapia, incerteza quanto

ao futuro e outros, estão diretamente envolvidos com a qualidade de vida 70, 75-79.

É baseada nestas alterações anatômicas, fisiológicas e funcionais que a reabilitação

física desempenha papel muito importante, por apresentar possibilidades terapêuticas que vão

desde a prevenção até ao tratamento de complicações e seqüelas 35-36, 47.

2.1.7- Abordagem fisioterapêutica e qualidade de vida após o tratamento cirúrgico do

câncer de mama

A mama é um símbolo de feminilidade e sexualidade, e quando acometida pela

neoplasia mamária, provoca um elevado estresse mental e, consequentemente, transtornos

emocionais como depressão, tristeza e ansiedade. Embora os procedimentos terapêuticos

sejam indispensáveis para o tratamento do câncer de mama, podem provocar alterações

físicas, sociais e emocionais, o que ocasiona um grande impacto na sua QV, especialmente no

primeiro ano após a cirurgia 79-82.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) 83 define QV como “a percepção do

indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura, sistemas de valores nos quais ele

vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A qualidade de

vida relacionada à saúde (QVRS) se refere à avaliação subjetiva do paciente, mais ligada ao

impacto do estado de saúde sobre a capacidade do indivíduo viver plenamente 84. Atualmente,

existem escalas e questionários específicos para avaliação da QV em oncologia 83, 79.

Nesse contexto, a assistência fisioterapêutica é importante para a reabilitação física

no período pós-operatório do câncer de mama, pois promove adequada recuperação funcional

e propicia melhor QV. É, também, indispensável para a prevenção e tratamento de

complicações pós-cirúrgicas, como dor no ombro e na cicatriz, seroma, edema mamário,

retração e fibrose cicatricial, linfedema, alteração da sensibilidade, disfunção da articulação

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do ombro, perda de força no membro superior (MS) do lado afetado e comprometimento

cardiorrespiratório 35-36, 51, 84.

Em um aspecto geral, as possibilidades terapêuticas são exercícios ativo-livres dos

membros superiores (MMSS), alongamentos, massoterapia, mobilização passiva,

cinesioterapia, drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo funcional e, na

presença de dor, pode ser empregada a TENS 5, 17, 19-20, 35-36, 86.

2.2- Disestesia no trajeto do NICB e Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea

(TENS) no pós- operatório de câncer de mama

O NICB deriva de ramos cutâneos laterais dos segundo e terceiro nervos intercostais

e, ao perfurar os músculos serrátil anterior e intercostal, penetra na axila cerca de dois

centímetros anteriormente ao trajeto do nervo torácico longo, na linha axilar média. Após

curto trajeto na base da axila, divide-se em dois ou três ramos, sendo que o ramo superior

pode ou não fazer anastomose com o cutâneo medial do braço, e os ramos inferiores dirigem-

se ao lado medial da porção superior do braço, inervando as regiões posteromedial e superior

do braço e axila. A sua lesão provoca disestesia, queimação e/ou algia puntiforme que podem

se localizar na axila, região interna do braço e/ou parede torácica do lado afetado. Os sintomas

surgem logo após a LA nas mulheres que tiveram o NICB lesado 7.

Muitas mulheres submetidas à cirurgia para câncer de mama, associada a LA,

queixam-se de disestesia (alteração da sensibilidade com relato de sensação muito

desagradável) 7, sendo que esta disestesia apresenta-se em grande parte como anestesia

(ausência total de sensibilidade), hipoestesia (diminuição da sensibilidade) ou, ainda, como

hiperestesia (aumento da sensibilidade). Clinicamente, é bastante comum que estas queixas

estejam acompanhadas de relato de dor, latejamento e queimação 7, 10, 87.

A permanência e intensidade desta disestesia variam de acordo com o grau de lesão

do NICB 10, 88. Durante o ato cirúrgico, pode haver secção total nervosa, e pode haver também

compressão, estiramento ou isquemia do nervo. Até mesmo a grande manipulação que ocorre

durante a cirurgia, pode causar alterações sensitivas, especialmente pelas alterações

anatômicas que o NICB apresenta em seu trajeto, o que dificulta sua preservação durante o

esvaziamento axilar 87-88.

Em um estudo prospectivo realizado no INCA, avaliaram-se 1.004 mulheres e foi

observada alta prevalência de alteração sensitiva no trajeto do NICB (55,3%), seguida pelo

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relato de dor em MMSS (40,5%), sensação de peso no MS (29,3%) e dor cicatricial (27%) 7.

Já Torresan et al., 2002 10 avaliaram 85 mulheres submetidas à LA e verificaram que 42

mulheres (49,41%) tiveram o NICB preservado e 43 (50,58%) tiveram o nervo seccionado.

Esses estudos demonstram a ocorrência elevada de disestesia nestas mulheres.

Na prática clínica, como a presença de disestesia compromete a sensibilidade

cutânea, esta situação deixa as mulheres mais susceptíveis a lesões como queimaduras, cortes,

picadas de insetos e escoriações, podendo favorecer processos infecciosos e inflamatórios.

Assim, a avaliação e tratamento da sensibilidade no trajeto do NICB se faz necessária para

adequada assistência e orientação a essas mulheres. 5.

A intervenção fisioterapêutica para reeducação sensitiva baseia-se na tentativa de

aumentar o seu limiar de sensibilidade, mas ainda é pouco explorada e seus resultados são

pouco expressivos 21-22. Podem ser empregadas técnicas manuais, com ou sem o auxilio de

bolas terapêuticas, materiais de diferentes texturas e até a drenagem linfática. Para a avaliação

da sensibilidade superficial, são muito utilizados os monofilamentos de Semmes-Weinsten no

trajeto do NICB, contendo seis monofilamentos com diferentes espessuras, e quanto mais

espesso o monofilamento testado, menor é a sensibilidade da paciente 8, 21-22.

Sabe-se que este desconforto relatado pelas pacientes é uma dor neuropática do tipo

dor disestésica, também chamada de dor por deaferentação, é característica da causalgia e das

polineuropatias com envolvimento de fibras nervosas de pequeno calibre 89. Tipicamente, é

referida como uma sensação desagradável, como queimadura ou choque, freqüentemente não

familiar para o paciente, localizada, preferencialmente nas porções distais dos membros. A

dor disestésica não envolve nociceptores, característica esta que pode explicar sua forma

peculiar de apresentação, além da ineficácia usual da atuação de medicamentos 89-90.

Por este motivo, recursos não farmacológicos têm sido amplamente investigados na

literatura, destacando-se a TENS, a qual tem apresentado boa resposta no controle da dor 23, 25,

27. Resultados promissores do uso da TENS na dor neuropática já foram demonstrados, sendo

relacionados à dor neuropática de nevralgia do trigêmeo, herpes zoster, lesão medular e

neuropatia diabética 30-32, 91-94. Em 2006, Somers 27 demonstrou, em um estudo em humanos,

redução substancial da dor neuropática de 53% a 81% daqueles tratados com a TENS.

Contudo, até o momento, não foi encontrado estudos do tipo ensaio clínico ou caso controle

na literatura relacionado aos efeitos da TENS especificamente na disestesia no trajeto do

NICB.

Diversos autores demonstraram que a TENS é uma terapia de fácil utilização, baixo

custo, não invasiva, com efeitos colaterais mínimos, que reduz consideravelmente o quadro

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álgico e tem excelentes resultados na dor neuropática 27, 30-32, 91-94. Já se sabe que mecanismos

espinhais e supra-espinhais relacionados a neurotransmissores e que opióides endógenos,

receptores muscarínicos, serotoninérgicos e adrenérgicos são liberados no Sistema Nervoso

Central (SNC) e no Sistema Nervoso Periférico (SNP) estão envolvidos no mecanismo

analgésico da TENS através de ativação dos receptores noradrenérgicos α e receptores

opióides periféricos 96-99, fazendo com que seja eficaz no tratamento tanto de dor aguda

quanto crônica 26-28.

Especificamente TENS de alta frequência atua através da ativação de receptores δ e

receptores muscarínicos na medula e a TENS de baixa frequência atua através de ativação de

receptores opióides µ, muscarínicos e serotoninérgicos no SNC 26, 95-97. Além disso, a TENS

reduz a liberação de substância P e glutamato que são neurotransmissores excitatório e

aumenta a liberação de GABA que é um neurotransmissor inibitório 25- 27. Possibilitando com

isso, bons resultados no alívio da dor.

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3 OBJETIVOS

GERAL

- Avaliar o efeito da TENS na disestesia provocada pela lesão do nervo

intercostobraquial em mulheres submetidas à linfonodectomia axilar.

ESPECÍFICOS

- Analisar a intensidade de desconforto e a sua caracterização no dermátomo

correspondente ao nervo intercostobraquial no braço homolateral à cirurgia;

- Avaliar a sensibilidade cutânea e o limiar de dor por pressão no dermátomo

correspondente ao nervo intercostobraquial;

- Verificar a amplitude de corrente administrada ao longo do tempo;

- Analisar a qualidade de vida relacionada à saúde.

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4 CASUÍSTICA E MÉTODOS

4.1- Tipo de Estudo

Trata-se de um ensaio clínico controlado por placebo, com distribuição aleatória e

duplamente encoberto.

A distribuição aleatória das pacientes foi realizada baseada em alguns critérios que

tentassem diminuir o viés da pesquisa. E para isso foi identificado pacientes que eram

menopausadas, que tinha realizado histerectomia e/ou ooforectomia. Os grupos foram

divididos em A e B e a distribuição foi efetuada de forma bloqueada, na proporção de 1:1, a

fim de garantir proporcionalidade do número de sujeitos alocados nos dois grupos.

Houve dois investigadores no estudo: o investigador 1 e o investigador 2. O

investigador 1 foi responsável pela avaliação da paciente e mensuração de todas as variáveis,

antes e após o tratamento com TENS. O investigador 2 realizou administração do tratamento,

aplicando TENS durante todas as sessões. Um terceiro investigador tinha conhecimento do

grupo que as mulheres estavam alocadas. Nem o investigador 1 nem o 2 ficou sabendo em

qual grupo de tratamento a paciente estava alocada. Este procedimento garantiu que o estudo

fosse duplamente encoberto (nem a paciente, nem os investigadores souberam o tratamento

que estava sendo administrado).

4.2- Casuística

Foram coletados dados demográficos como idade, nível educacional, estado civil,

profissão, peso, altura, índice de massa corpórea (IMC), se faz uso de álcool, fumo, se faz

atividade física, se já realizou algum outro tipo de cirurgia, se era ou não menopausada e o

tratamento pós-cirúrgico (APÊNDICE B).

Foram incluídas no estudo: 1) mulheres com diagnóstico de câncer de mama

submetida a procedimento cirúrgico do tipo linfonodectomia axilar; 2) que apresentassem

alteração de sensibilidade cutânea, do tipo disestesia, no dermátomo correspondente ao nervo

intercostobraquial; 3) amplitude de movimento de flexão e abdução do ombro acima de 90

graus; 4) estado físico ASA I ou II, de acordo com a Sociedade Americana de Anestesiologia 100-104. Estas mulheres estavam cadastradas na Associação dos Amigos da Oncologia (AMO)

ou na Onco Hematos (Aracaju/Se).

Os critérios de exclusão compreenderam: 1) lesões cutâneas na região do braço

acometido, 2) processos infecciosos ativos; 3) erisipela; 4) diferença de perimetria maior ou

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igual a 4 cm; 5) mastectomia bilateral; 6) reconstrução mamária com uso dos músculos reto

abdominal e grande dorsal; 7) injeção de esteróides nos últimos três meses; 8) outra doença de

tecido nervoso ou dérmico afetando a região dos braços; 9) incapacidade para compreensão

das instruções ou do consentimento para o estudo; 10) insuficiência hepática (bilirrubina

sérica > 2,0 mg/dL), renal (creatinina sérica > 1,5 mg/dL) 105 ou cardiovascular (fração de

ejeção <35%) 103; 11) doenças neurológicas (por exemplo, acidente vascular encefálico,

Parkinson, Alzheimer, tumor cerebral, demência, esclerose múltipla, abuso de substância) ou

pulmonares, como obstrução crônica dependente de oxigênio, o que poderia seriamente afetar

os resultados dos testes 101, 102, 106-109; 12) doença cardíaca, tal como arritmia cardíaca, angina

pectoris, insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão descompensada 105, 109; 13)

contraindicação para o uso da TENS, a exemplo de feridas; 14) Uso de antidepressivos 101,

103; 15) uso prévio da TENS 101, 102, 108, 110; 16) uso de fármacos psicoativos ou

glucocorticosteróides na semana anterior ao estudo 112; 17) uso de marcapasso cardíaco,

devido aos efeitos desconhecidos da TENS no sistema de condução elétrica do coração 105, 107-

109, 110, 111; 18) obesidade mórbida (índice de massa corpórea superior a 40 Kg/m²) 110 19)

presença de distúrbio auditivo, visual ou de comunicação; ou, ainda, 5) ter distúrbio

cognitivo/ psiquiátrico grave 106, 108, 110.

Uma estimativa do tamanho amostral desejado para grupos dependentes foi

determinada com base em estudos previamente publicados com delineamento metodológico e

áreas de estudo similares. Estimando um nível de significância de 5% e poder de 75%,

calculou-se o tamanho da amostra em cerca de 15 sujeitos por grupo.

4.3- Aspectos Éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da

Universidade Federal de Sergipe (UFS), com o nº CAEE-0095.0.107.000-11, e todas as

pacientes incluídas no estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido

(APÊNDICE A) previamente à avaliação fisioterapêutica.

4.4. Grupos de Estudo

As pacientes foram aleatoriamente alocadas em dois grupos de estudo: TENS

Placebo e TENS Ativa.

Os sujeitos receberam estimulação placebo no mesmo local e na mesma duração do

grupo TENS Ativa. As unidades placebo foram usadas somente no grupo placebo. Estas

unidades são idênticas às unidades de TENS Ativa, e o indicador luminoso emitiu luz quando

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a unidade foi ligada. No grupo TENS Placebo, foi utilizado o novo modelo TENS Placebo 110,

em que houve liberação de corrente elétrica apenas nos primeiros 45 segundos da aplicação,

interrompendo a transmissão de corrente elétrica após este período. O circuito interno foi

modificado pelo manufaturador (Empi Inc.®, Select TENS, Saint Paul, MN, Estados Unidos)

para a proposta do nosso estudo, com emissão de corrente elétrica apenas nos 45 segundos

iniciais da administração da TENS Placebo.

Foi comunicado aos sujeitos que dois tipos de tratamento estavam sendo testados, um

no qual uma forte, mas confortável sensação de parestesia era percebida e um segundo, no

qual pouca ou nenhuma sensação seria percebida.

As pacientes foram tratadas com TENS três vezes por semana, em dias alternados

(segundas, quartas e sextas-feiras) por um período de, aproximadamente, oito semanas,

totalizando 20 sessões. Associadamente, ambos os grupos foram tratados com exercícios

ativos em grupo.

Os parâmetros utilizados para a eletroestimulação ativa foram: 100 Hz, 100 s,

intensidade sensorial máxima (assim que o limiar motor foi atingido, diminuiu-se a

intensidade de corrente, gerando uma estimulação sensorial forte). Após limpeza da pele, com

álcool a 70%, dois eletrodos circulares auto-adesivos (3,2 cm2) foram fixados nos pontos P1 e

outro no ponto P2 (conforme descrito no item 4.5.2).

4.5- Métodos de Mensuração

4.5.1 Mensuração de Dor

Dois instrumentos foram utilizados para mensurar dor: escala visual analógica

(EVA) (ANEXO A) e questionário de dor Br-McGill (ANEXO B).

A EVA consiste de uma linha horizontal de 10 cm, ancorada com as expressões

‘nenhuma dor’ na extremidade esquerda (isto é, intensidade limiar) e ‘pior dor imaginável’ à

direita (isto é, maior intensidade tolerada). Os valores da EVA foram registrados diariamente,

da primeira até a última sessão, em todos os grupos antes e após a aplicação da TENS. Os

sujeitos foram orientados a marcarem um traço vertical nesta linha, representando a

intensidade de desconforto presente no dermátomo do nervo intercostobraquial,

bilateralmente. Os sujeitos não tinham acesso as suas marcações anteriores para evitar a

influência da memória nos resultados, diminuindo, desta forma, possibilidade de vieses no

estudo.

A versão brasileira do Questionário de Dor de McGill (Br-MPQ) que foi traduzido e

validado por Pimenta e Teixeira, 1996 73, foi utilizada para obtenção de duas medidas: o

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índice de dor (PRI) e o número de palavras escolhidas (NWC). O Br-MPQ é constituído por

78 descritores distribuídos em quatro categorias (sensorial, afetiva, avaliativa e mista) e 20

subcategorias. Cada subcategoria contém de duas a cinco palavras. Os pacientes foram

orientados a escolherem nenhuma ou apenas uma palavra em cada subcategoria que mais se

assemelhasse à dor percebida. Assim, o paciente poderia escolher de zero a 20 palavras. Cada

palavra escolhida possui um valor atribuído no próprio questionário; o somatório dos valores

das palavras escolhidas origina o PRI 73, 113. O Br-MPQ foi aplicado em três momentos: antes

de iniciar o tratamento e, novamente, após 10 e 20 sessões.

4.5.2 Teste Sensorial

A sensibilidade cutânea foi avaliada por meio da estesiometria, aplicando-se

monofilamentos de Semmer Weinsten (Sorri®, Bauru, SP, Brasil), composto por seis

monofilamentos com crescentes forças de tensão. Antes da mensuração, foi realizada

calibração para atribuir forças de pressão a cada um dos filamentos em uma balança analítica

de precisão (CKA®). Para a mensuração do limiar sensitivo cutâneo, os monofilamentos

foram posicionados perpendicularmente ao tecido cutâneo da paciente, pressionando-o

suavemente até a curvatura inicial do filamento, removendo-o, na sequência.

Os monofilamentos foram aplicados em duplicata e de forma crescente quanto à

pressão exercida. Foi considerado, como limiar sensitivo cutâneo, o valor de pressão

correspondente ao filamento em que a paciente respondeu que estava sentindo o toque. Os

olhos da paciente estavam vendados no momento da estesiometria.

O limiar de dor por pressão foi medido com algômetro digital de pressão (Impac®,

IP90DI, São Paulo, SP, Brasil, cobre com área de 1 cm2) aplicado com uma pressão de 40

kPa/segundo. Os sujeitos foram instruídos a ativarem um botão quando a sensação de pressão

claramente se tornasse dolorosa e este valor foi registrado.

Para a realização dos testes estesiométrico e algométrico, a paciente se posicionou

em decúbito dorsal com o ombro em flexão e abdução de 90 graus, rotação externa, e com o

antebraço em flexão de 90 graus. As mensurações foram realizadas bilateralmente. A medida

foi repetida duas vezes e, a partir do somatório e média, o valor final foi registrado.

A padronização e a marcação do local onde foram realizados os testes e aplicada a

TENS foram baseados nos estudos de Ornelas (2009) 21, onde foram avaliadas, consideraram-

se duas referências anatômicas: o processo coracóide e o epicôndilo medial. Com uma fita

métrica, marcaram-se a área com subdivisão do dermátomo em dois espaços iguais: o

proximal (P1) e o distal (P2), em relação ao tronco, e o ponto médio entre esses dois pontos

gerou o terceiro ponto (P3). Nesses pontos, foram marcadas as circunferências no segmento

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com a fita métrica. A partir do ponto proximal, foi demarcado o ponto P1, a 3 cm, o médio

(P3), a 2,5 cm, e o distal (P2), a 2 cm, em direção à região medial. Na tentativa de chegar o

mais próximo do dermátomo do NICB (Figura 1).

Figura 1: A) Medida do processo coracóide até o epicôndilo medial. B) Marcação dos pontos para avaliação com estesiômetro e com algômetro de pressão e colocação dos eletrodos da TENS.

4.5.3 Mensuração da Qualidade de Vida

Foi utilizada a versão brasileira do European Organisation for Research and

Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire C-30 (EORTC QLQ-C30) que é um

questionário de qualidade de vida da Organização Européia em Pesquisa para tratamento do

câncer 114 e EORTC QLQ-BR23 que é o Breast Cancer Module 114 que são instrumentos

genéricos para avaliação da qualidade de vida em pacientes com câncer mais referenciados na

literatura. O EORTC QLQ-C30 é um instrumento muito utilizado na literatura para medir a

QVRS de mulheres com câncer de mama (ANEXO C). Este instrumento genérico é seguido

do módulo específico para câncer de mama, Breast Cancer Module (EORTC QLQ-BR23)

(ANEXO D) 114-116.

O questionário EORTC QLQ-C30 é composto por cinco escalas funcionais (física,

desempenho funcional, cognitiva, emocional e social), três escalas de sintomas (fadiga, dor,

náusea e vômito), uma escala do estado de saúde global e cinco itens que avaliam sintomas

comumente relatados por pacientes com câncer (dispnéia, perda de apetite, insônia,

constipação e diarréia) e o impacto financeiro da doença (ANEXO C). O questionário

específico para câncer de mama, EORTC QLQ-BR23, compreende 23 questões que avaliam

os sintomas da doença, os efeitos colaterais do tratamento, a imagem corporal, o desempenho

sexual e as perspectivas futuras (ANEXO D).

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Tanto o EORTC QLQ-C30 quanto o EORTC QLQ-BR23 apresentam quatro

possibilidades de respostas: não/pouco/moderadamente/muito. As fórmulas para calcular os

escores dos dois questionários são as mesmas, sendo uma fórmula específica para cada escala

(funcionais e sintomas) (ANEXO E). Ambos os questionários apresentam escores que variam

de 0 a 100. Para os domínios de função e estado de saúde global, zero representa pior estado

de saúde e 100 representa melhor estado de saúde; enquanto que, para a escala de sintomas, o

alto escore representa pior nível de sintomas ou problemas. Altos escores representam melhor

qualidade de vida para os domínios da escala funcional, enquanto que para os domínios da

escala de sintomas altos escores representam mais problemas em ambos os instrumentos, ou

seja, pior QV 115, 117.

Estes instrumentos foram aplicados no início do tratamento e após 20 sessões de

tratamento fisioterapêutico.

4.6- Procedimentos do Estudo

Inicialmente, foi realizada uma triagem das pacientes que foram submetidas a

linfonodectomia axilar. As que se enquadraram nos critérios de inclusão foram avaliadas

individualmente (APÊNDICE 2). A ficha de avaliação constou de dados pessoais, anamnese

(técnica cirúrgica, lado da cirurgia, tempo de cirurgia, tratamentos adjuvantes, história de

cirurgias anteriores, menopausada ou não), exame físico (estesiometria, algometria, EVA,

aplicação de questionários (Br-McGill, EORTC QLQ-C30 e EORTC QLQ-BR23).

A avaliação por meio de estesiometria, algometria e EVA foi realizada a cada sessão

pré e pós-tratamento, já os questionários de McGill e o EORTC foram aplicados antes da 1ª

sessão e após a 20ª sessão (Figura 2).

4.7- Análise Estatística

Os dados coletados foram transportados para uma planilha de dados do programa

Excel for Windows 2007 e, posteriormente, para o programa Statistica, versão 6.0. Para a

análise descritiva dos dados, foram utilizadas frequências absoluta e relativa, medidas de

tendência central (média) e dispersão (erro padrão da média), quando conveniente. Foi

aplicado teste de normalidade de Shapiro Wilk e, como os dados não seguiram distribuição

normal, foram assumidos testes não paramétricos em todas as análises, com significância

estatística de p<0,05. Para comparar a intensidade do desconforto, sensibilidade cutânea,

limiar de dor por pressão e amplitude da corrente elétrica ao longo das 20 sessões, utilizou-se

o Teste de Friedman para medidas repetidas, corrigido pelo teste de Tukey e, para comparar

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entre os grupos, adotou-se o teste de Mann Whitney. As variáveis do Br-MPQ (PRI e NWC) e

do EORTC QLQ-30 e EORTC QLQ BR-23 foram comparadas antes do início do tratamento

e após a 20ª sessão com o Teste de Wilcoxon Matched Pairs e, entre os grupos, com o Teste

de Mann Whitney. Para a comparação de proporções, foi utilizado o teste Qui-quadrado ou

Exato de Fisher.

Figura 2. Linha de tempo para os procedimentos de avaliação, tratamento e reavaliação do estudo. EVA: escala visual analógica; McGill: questionário de Dor de McGill; EORTC QLQ-C30: questionário de qualidade de vida da Organização Européia em pesquisa para tratamento do câncer e EORTC QLQ-BR23 (módulo específico para o câncer de mama).

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5 RESULTADOS

Foram elegíveis 33 mulheres, sendo 16 alocadas no grupo TENS Ativa e 17 no grupo

TENS Placebo. Após o início da intervenção, apenas uma mulher foi excluída do grupo TENS

Placebo, pois a mesma foi submetida à mastectomia bilateral. Dessa forma, permaneceram 16

mulheres no grupo TENS Ativa e 16 no grupo TENS Placebo (Figura 3).

Figura 3. Fluxograma de recrutamento, alocação e seguimento das pacientes nos diferentes grupos.

Quanto às características pessoais e sóciodemográficas, não foram encontradas

diferenças significativas entre os grupos. A média de idade do grupo TENS Ativa foi de 50,37

(±2,02) anos e, do grupo TENS Placebo, 52,12 (±1,95) anos. A maioria das pacientes cursou o

ensino médio, tinham, como ocupação, atividades do lar e eram procedentes do município de

Aracaju (Tabela 1).

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Tabela 1. Características pessoais e sócio-demográficas dos grupos TENS Ativa (n=16) e do grupo TENS Placebo (n=16), de mulheres com linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012.

Características Demográficas TENS Ativa Média (±EPM)

TENS Placebo Média (±EPM)

p

Idade (anos) 50,37 (±2,02) 52,12 (±1,95) 0,450 Peso (Kg) 68,00 (±2,60) 69,60 (±2,64) 0,473 Altura (m) 1,54 (±0,01) 1,56 (±0,01) 0,375 IMC (Kg/m²) 28,81 (±1,24) 28,04 (±1,19) 0,880 n (%) n (%) Nível educacional

0,140 Ensino médio e superior 3,00 (18,75) 10,00 (62,5) Ensino fundamental e analfabeta 13,00 (81,25) 6,00 (37,5) Procedência Capital (Aracaju) 8,00 (50) 10,00 (62,5)

0,476 Interior 8,00 (50) 6,00 (37,5) Estado civil Solteira/viúva 7,00 (43,75) 11,00 (68,75)

0,154 Casada 9 (56,25 5,00 (31,25) Ocupação Lavradora 6,00 (37,5) 4,00 (25) 0,352 Do lar, cozinheira, serviços gerais 10,00 (62,5) 12,00 (75)

Valores apresentados em média ± erro padrão da média (EPM). Teste Mann-Withney e teste Qui-quadrado para variáveis quantitativas e categóricas, respectivamente. Não houve diferença significativa entre os grupos para nenhuma das variáveis analisadas.

O procedimento cirúrgico mais comum foi a mastectomia à esquerda em ambos os

grupos. Vinte e quatro mulheres foram submetidas a este tipo de cirurgia e oito realizaram

quadrantectomia. Onze pacientes do grupo TENS Ativa e sete pacientes do grupo TENS

Placebo realizaram radioterapia, com uma média 32 (±2,34) sessões e 25,71 (±1,69) sessões,

respectivamente. No grupo TENS Ativa 15 foram submetidas, em média a 7,68 (±1,71)

sessões de quimioterapia e, no grupo TENS Placebo 13 foram submetidas, em média a 5,68

(±1,12) sessões. O número de linfonodos dissecados e comprometidos foram, em média,

14,18 (±1,26) e 1,87 (±0,99) no grupo TENS Ativa e 13,87 (±1,92) e 3,62 (±1,03) no grupo

TENS Placebo, respectivamente. Não houve diferença significativa em relação a quaisquer

variáveis clínico-cirúrgicas entre os grupos (Tabela 2).

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Tabela 2. Características clínico-cirúrgicas das mulheres do grupo TENS Ativa (n=16) e do grupo TENS Placebo (n=16) que realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012.

Características clínico-cirúrgicas TENS Ativa n (%)

TENS Placebo n (%)

p

Tipo de cirurgia Mastectomia 11 (68,75) 13 (81,25) 0,414 Quadrantectomia 5 (31,25) 3 (18,75) Lateralidade Direita 5 (31,25) 5 (31,25) 1,000 Esquerda 11 (68,75) 11 (68,75) Radioterapia Não 5 (31,25) 9 (56,25) 0,154 Adjuvante/Neoadjuvante 11 (68,75) 7 (43,75) Quimioterapia Não 1 (6,25) 3 (18,75) 0,599 Adjuvante/Neoadjuvante 15 (93,75) 13 (81,25) Média (±EPM) Radioterapia (número de sessões) 32,00 (±2,34) 25,71(±1,69) 0,070 Quimioterapia (número de sessões) 7,68 (±1,71) 5,68 (±1,12) 0,540 Linfonodos dissecados 14,18 (±1,26) 13,87 (±1,92) 0,260 Linfonodos comprometidos 1,87 (±0,99) 3,62 (±1,03) 0,240 Tempo de cirurgia (meses) 21,68 (±5,47) 22,31 (±13,49) 0,250 Valores apresentados em média ± erro padrão da média (EPM). Teste Mann-Withney e teste Qui-quadrado para variáveis quantitativas e categóricas, respectivamente. Não houve diferença significativa entre os grupos para nenhuma das variáveis analisadas.

A intensidade de desconforto sensitivo, avaliada através da EVA, diminuiu

significativamente ao longo das 20 sessões no grupo TENS Ativa (p<0,006) e não diminuiu

no grupo TENS Placebo (p<0,403) (Figura 4).

Figura 4. Intensidade de desconforto sensitivo avaliada através da escala visual analógica (EVA) ao longo das 20 sessões de tratamento. Grupo TENS Ativa *p<0,006, Teste Friedman seguido pelo Post Hoc Teste de Tukey.

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A caracterização do desconforto doloroso no trajeto do NICB, avaliada através do

questionário Br-MPQ, demonstrou que os descritores mais citados nas subcategorias no grupo

TENS Ativa foram: cansativa (75,00%), fina, enjoada e sufocante (68,75%), aborrecida e

cortante (56,25%), agulhada (50,00%). No grupo TENS Placebo foram: cansativa (81,25%),

calor (68,50%), pontada e que incomoda (56,25%), latejante, agulhada e que adormece

(50,00%) (Tabela 3).

Tabela 3. Frequência absoluta (n) e frequência relativa (%) dos descritores do Br-MPQ selecionados pelas pacientes do grupo TENS Ativa (n=16) e do grupo TENS Placebo (n=16) em cada subcategoria antes da 1ª sessão, nas mulheres que realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012.

Subcategorias Descritores TENS Ativa n (%)

TENS Placebo n (%)

1ª (temporal) Tremor 02 (12,50) 00 (0,0) Pulsante 02 (12,50) 00 (0,0) Latejante 05 (31,25) 08 (50,00) Pancada 01 (6,25) 04 (25,00)

2ª (espacial) Pontada 03 (18,75) 09 (56,25) Choque 06 (37,50) 04 (25,00)

3ª (pressão) Agulhada 08 (50,00) 08 (50,00) Facada 02 (12,50) 01 (6,25) Punhalada 00 (0,0) 01 (6,25)

4ª (incisão) Fina 11 (68,75) 01 (6,25) Cortante 09 (56,25) 00 (0,0) Estraçalha 00 (0,0) 01 (6,25)

5ª (compressão) Beliscão 04 (25,00) 03 (18,75) Aperto 04 (25,00) 08 (50,00) Mordida 02 (12,50) 02 (12,50) Esmagamento 01 (6,25) 00 (0,0)

6ª (tração) Fisgada 07 (43,75) 06 (37,50) Puxão 02 (12,50) 05 (31,25) Torção 01 (6,25) 01 (6,25)

7ª (calor) Calor 03 (18,75) 10 (62,50) Queimação 07 (43,75) 02 (12,50)

8ª (vivacidade) Formigamento 06 (37,50) 07 (43,75) Coceira 02 (12,50) 05 (31,25) Ardor 02 (12,50) 01 (6,25) Ferroada 02 (12,50) 01 (6,25)

9ª (surdez) Mal localizada 01 (6,25) 01 (6,25) Dolorida 04 (25,00) 04 (25,00) Machucada 03 (18,75) 01 (6,25) Doída 00 (0,0) 04 (25,00) Pesada 04 (25,00) 06 (37,50)

Continua na página seguinte.

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Continuação da tabela 3.

Subcategorias Descritores TENS Ativa n (%)

TENS Placebo n (%)

10ª (geral) Sensível 07 (43,75) 04 (25,00) Esticada 02 (12,50) 07 (43,75) Esfolante 01 (6,25) 00 (0,0) Rachando 01 (6,25) 01 (6,25)

11ª (cansaço) Cansativa 12 (75,00) 13 (81,25) Exaustiva 00 (0,0) 01 (6,25)

12ª (autonômica) Enjoada 11 (68,75) 01 (6,25) Sufocante 11 (68,75) 02 (12,50)

13ª (medo) Amedrontadora 02 (12,50) 03 (18,75) Apavorante 01 (6,25) 00 (0,0) Aterrorizante 01 (6,25) 00 (0,0)

14ª (punição) Castigante 05 (31,25) 02 (12,50) Atormenta 01 (6,25) 01 (6,25) Cruel 01 (6,25) 03 (18,75) Maldita 00 (0,0) 01 (6,25) Mortal 01 (6,25) 00 (0,0)

15ª (desprazer) Miserável 02 (12,50) 01 (6,25) Enlouquecedora 03 (18,75) 01 (6,25)

16ª (aval. subjetiva) Chata 04 (25,00) 05 (31,25) Que incomoda 07 (43,75) 09 (56,25) Desgastante 00 (0,0) 01 (6,25) Insuportável 02 (12,50) 00 (0,0)

17ª (dor/movimento) Espalha 06 (37,50) 05 (31,25) Penetra 01 (6,25) 00 (0,0) Atravessa 00 (0,0) 05 (31,25)

18ª (sensorial) Aperta 01 (6,25) 00 (0,0) Adormece 07 (43,75) 08 (50,00) Repuxa 04 (25,00) 04 (25,00) Rasga 00 (0,0) 01 (6,25)

19ª (frio) Fria 05 (31,25) 04 (25,00) Congelante 00 (0,0) 01 (6,25)

20ª (emocional) Aborrecida 09 (56,25) 05 (31,25) Dá náusea 01 (6,25) 01 (6,25) Pavoroza 00 (0,0) 02 (12,50)

Adicionalmente, verificou-se que, embora tenha diminuído o número de pacientes

que selecionou cada subcategoria em ambos os grupos, não foi encontrada diferença

significativa em nenhuma das subcategorias avaliadas, tanto intragrupo, após a 20ª sessão,

quanto entre os grupos (Tabela 4).

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Tabela 4. Frequência absoluta do número de pacientes que realizaram linfonodectomia axilar do grupo TENS Ativa (n=16) e do grupo TENS Placebo (n=16) que selecionou cada subcategoria do Br-MPQ na antes da 1ª sessão e após a 20ª sessão. Aracaju, 2012. Subcategoria TENS Ativa TENS Placebo TENS ativa

X placebo 1ª sessão

TENS ativa X placebo 20ª sessão

1ª sessão

20ª sessão

p 1ª sessão

20ª sessão

p p p

n n n n Temporal 10 8 0,476 12 9 0,271 0,445 0,723 Espacial 10 8 0,476 13 9 0,127 0,433 0,723 Pressão 10 6 0,157 10 8 0,476 1,00 0,361 a Incisão 12 7 0,071 10 9 0,718 0,445 0,479

Compressão 11 7 0,154 13 8 0,062 0,685a 0,723 Tração 10 6 0,157 12 8 0,144 0,445 0,476 Calor 10 9 0,718 12 5 0,130 0,445 0,154

Vivacidade 12 8 0,144 14 11 0,196 0,365 0,207 Surdez 13 10 0,115 16 10 0,350 0,225 1,000 Geral 11 8 0,280 12 11 0,694 0,716a 0,207

Cansaço 12 9 0,264 14 9 0,264 0,653a 1,000 Autonômica 12 8 0,144 13 9 0,127 0,697a 0,723

Medo 4 3 0,697 3 4 0,668 0,697a 0,697a Punição 8 4 0,144 7 5 0,465 0,723a 0,671a

Desprazer 3 1 0,599 4 2 0,365 0,697a 0,612a Aval. Subjetiva 13 10 0,361 15 12 0,144 0,599 a 0,445 Dor/Movimento 7 5 0,472 10 8 0,347 0,287 0,472 a

Sensorial 12 9 0,271 13 8 0,062 0,697 a 0,723 a Frio 5 4 0,615 5 3 0,685 1,000 a 0,697 a

Emocional 10 7 0,295 8 11 0,280 0,286 0,154 Teste Qui-quadrado; Teste Exato de Fisher (a). Não houve diferença significativa entre os grupos.

No grupo TENS Ativa, o escore total do PRI diminuiu significativamente de 21,87

(±3,08) para 14,18 (±1,55) (p=0,003) e do NWC de 12,06 (±3,40) para 8,56 (±1,90)

(p=0,050). No grupo TENS Placebo, apenas o NWC diminuiu significativamente após as 20

sessões, de 13,5 (±1,13) para 9,43 (±1,80) (p=0,031). Quando comparados os grupos, não foi

observada nenhuma diferença nos momentos avaliados (Figura 5).

Ao longo das 20 sessões de tratamento, a amplitude da corrente elétrica aumentou

significativamente no grupo TENS Ativa de 4,15 mA (±0,55) para 10,59 mA (±2,30)

(p<0,001). No grupo TENS Placebo, a amplitude também aumentou ao longo do tempo, mas

não foi observada diferença significativa (p<0,168) (Figura 6).

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Figura 5. Caracterização do desconforto doloroso no dermátomo do NICB, avaliado através do questionário Br-MPQ. Grupo TENS Ativa: PRI antes e após a 1ª e 20ª sessão (*p=0,003) e NWC (†p=0,05). Grupo TENS Placebo: NWC antes e após a 1ª e 20ª sessão (‡p=0,03), Teste de Wilcoxon Matched Pairs.

Figura 6. Amplitude da corrente elétrica da TENS ao longo das 20 sessões de tratamento. Grupo TENS Ativa *p<0,006, Teste Friedman seguido pelo Post Hoc Teste de Tukey.

A sensibilidade, avaliada através da estesiometria demonstrou que no braço

homolateral a cirurgia, não foi encontrada alteração do limiar cutâneo nos grupos TENS

ativa (p<0,682) e TENS placebo (p<0,213) ao longo do tratamento (Figura 7).

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Figura 7. Limiar cutâneo ao longo das 20 sessões de tratamento.

No limiar de dor por pressão, avaliado através da algometria, encontrou-se variação

em seus valores ao longo das 20 sessões em ambos os grupos. Contudo, foi observada

diminuição significativa da pressão exercida no membro tratado apenas no grupo TENS

Placebo (p<0,001) (Figura 8).

Figura 8. Limiar de dor por pressão (algometria) ao longo das 20 sessões de tratamento. Grupo TENS Ativa (p<0,077) e grupo TENS Placebo (p<0,001*) Teste de Friedman seguido pelo Post Hoc Teste de Tukey.

A avaliação da qualidade de vida, conduzida através do EORTC QLQ-30 e EORTC

QLQ-BR23, demonstrou que, nas questões genéricas do QLQ-C30, embora tenha sido

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observado aumento dos escores do estado de saúde global, função física, funcional, emocional

e social, não foi observada diferença significativa após o tratamento no grupo TENS Ativa.

No grupo TENS Placebo, encontrou-se diminuição significativa do escore apenas na escala de

estado de saúde global entre a 1ª e 20ª sessão (p<0,022). Nas demais comparações não foram

encontradas diferenças entre os grupos (Tabela 5).

Tabela 5. Escores de qualidade de vida dos domínios do instrumento genérico EORTC QLQ-C30 nos grupos TENS Ativa e TENS Placebo, das pacientes que realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012.

EORTC QLQ-C30

TENS Ativa TENS Placebo

1ª Média±EPM

20ª Média±EPM

1ª Média±EPM

20ª Média±EPM

Estado de Saúde Global 73,87±7,71 74,82±6,32 69,69±7,64 64,03±4,09 Escala de Função

Função Física 74,58±4,60 76,25±5,86 70,83±5,08 84,03±4,93 Desempenho Funcional 81,25±5,01 80,20±7,00 68,75±9,23 68,75±10,07

Função Cognitiva 70,83±5,98 68,75±7,88 61,45±9,46 65,62±9,06 Função Emocional 25,43±7,48 34,42±8,60 33,07±8,26 31,76±7,94

Função Social 82,29±6,35 90,62±5,03 76,04±8,73 92,70±4,55 Escala de Sintomas

Fadiga 22,88±6,36 24,65±6,29 31,11±7,11 29,76±8,56 Náusea e Vômito 13,52±6,49 14,50±4,52 14,48±5,23 8,32±5,48

Dor 29,10±8,40 22,82±8,01 45,65±9,08 30,10±8,64 Dispnéia 12,49±7,37 10,37±6,60 10,37±7,25 10,41±7,27 Insônia 39,53±9,23 35,34±9,83 33,28±10,96 43,71±10,85

Falta de Apetite 12,48±5,98 14,53±6,77 14,58±8,58 16,64±8,60 Constipação 22,88±8,44 37,45±10,91 22,80±7,86 14,57±8,02

Diarréia 2,06±2,96 8,32±4,80 8,25±3,68 12,47±7,36 Dificuldade Financeira 31,15±8,84 31,20±10,74 54,11±11,33 39,53±9,72

Valores em média±EPM (erro padrão da média). Não houve diferença significativa nas análises intragrupo (Testes Wilcoxon Matched Pairs) e entre os grupos (Teste Mann Whitney).

Nas questões específicas, o QLQ-BR23 demonstrou que as pacientes que receberam

TENS Ativa melhoraram os escores de todas as categorias da escala de função após a 20ª

sessão. Já no grupo TENS Placebo, houve uma piora nesta escala. Entre os grupos não foi

encontrada nenhuma diferença (Tabela 6).

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Tabela 6. Escores de qualidade de vida dos domínios do instrumento específico EORTC QLQ-BR23 nos grupos TENS Ativa e TENS Placebo, das pacientes que realizaram linfonodectomia axilar. Aracaju, 2012.

EOTRC QLQ- BR23 TENS Ativa TENS Placebo

ESCALA 1ª sessão

Média±EPM 20ª sessão

Média±EPM 1ª sessão

Média±EPM 20ª sessão

Média±EPM Escala de Função Imagem Corporal 79,68±5,58 84,89±5,95 38,87±7,94 32,00±8,04

Função Sexual 27,05±6,95 34,30±7,51 32,58±6,77 23,32±7,24 Prazer Sexual 33,30±8,33 42,31±9,91 28,36±10,20 24,91±8,95

Perspectiva Futura 41,66±10,31 56,25±9,96 42,80±10,91 83,30±11,37

Escala de Sintomas Efeito Sistêmico da Terapia 33,10±4,02 26,03±4,53 38,87±6,74 32,00±5,53

Sintomas na Mama 21,31±4,98 22,81±5,01 32,58±6,87 23,32±5,40 Sintomas no Braço 32,55±6,12 28,36±5,81 28,36±4,53 24,91±4,79 Queda do Cabelo 14,27±6,55 66,50±11,84 42,80±11,50 83,30±12,49

Valores em média±EPM (erro padrão da média). Não houve diferença significativa nas análises intragrupo (Testes Wilcoxon Matched Pairs) e entre os grupos (Teste Mann Whitney).

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6 DISCUSSÃO

Após a realização de 20 sessões de TENS ativa, observou-se que a intensidade de

desconforto sensitivo no dermátomo do NICB, o PRI e o NWC diminuíram e nas pacientes

tratadas com TENS ativa e houve um aumento na amplitude da corrente elétrica ao longo do

tempo. Não houve alteração no limiar cutâneo, mas o limiar de dor por pressão diminuiu no

grupo TENS Placebo.

A literatura indica que a principal forma de tratamento para o câncer de mama ainda

é a intervenção cirúrgica e, embora as técnicas mais conservadoras venham aumentando, a

linfonodectomia axilar ainda é o procedimento que causa mais complicações, sobretudo

relacionadas a distúrbios sensitivos, dor e redução da mobilidade no membro superior 44, 118-

122. Nesta amostra, os grupos foram homogêneos, 24 mulheres foram submetidas a técnicas

radicais, como a mastectomia associada a LA e oito realizaram quadrantectomia, também

associada a LA, justificando a presença das alterações sensoriais no dermátomo do NICB,

pois ocorre grande manipulação cirúrgica na região axilar.

Observou-se que as mulheres apresentaram uma redução da sensibilidade no

dermátomo do NICB no braço homolateral à cirurgia em comparação ao braço contralateral

no período pós-operatório, corroborando achados de estudos anteriores 6-8, 21. De forma não

surpreendente, a hipoestesia e a disestesia são alterações neurossensoriais comuns após este

tipo de procedimento cirúrgico 7, 10. Ambas as formas de alteração sensitiva estavam presentes

nas mulheres envolvidas neste estudo, considerando a redução da sensibilidade cutânea local e

a sensação de desagradabilidade relatada pelas mesmas. Isto foi confirmado por meio dos

descritores do Br-MPQ selecionados pelas pacientes de ambos os grupos, caracterizando essa

sensação pós-cirúrgica como fina, cortante, agulhada, calor, pontada e latejante. Estes

descritores que estão relacionados a sintomas de desconforto, parestesia e dor.

Estudos retratam que tratamentos adicionais, como a radioterapia (RT) na região

axilar (124), podem provocar reações cutâneas na área irradiada 125-127 associada a neuropatias

decorrentes de fibrose e isquemia do tecido nervoso local 87. Esta pode ser uma das razões

pela qual algumas mulheres apresentam perda ou deficiência na sensibilidade cutânea após a

RT. Um estudo citado em 2006 128 observou que mulheres que foram tratadas com RT,

representando um fator preditivo para o surgimento e permanência de disestesia. Vale

ressaltar que, embora 28 mulheres deste estudo tenham sido também submetidas à

quimioterapia (QT), a literatura sugere que o uso da QT não interfere na sensibilidade no

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trajeto do NICB, pois é uma terapia sistêmica e não está relacionada a lesões sensitivas

localizadas 87.

A intensidade de desconforto, avaliada através da EVA, reduziu significativamente

apenas nas pacientes tratadas com TENS Ativa, sugerindo que a TENS foi satisfatória para

diminuir a sensação de desconforto no dermátomo do NICB no braço homolateral a cirurgia.

Embora na literatura disponível não tenha sido encontrado nenhum estudo que avaliasse,

especificamente, a disestesia, efeitos analgésicos da TENS em lesões nervosas periféricas têm

sido demonstrados em estudos experimentais com animais 27, 130-131 e estudos com seres

humanos 29-33, 91, 93-95, como, por exemplo, na nevralgia trigeminal, herpes zoster, neuropatias

diabéticas, dor neuropática do lesado medular, entre outras.

Em se tratando de dor crônica de diferentes tipos, um estudo avaliou 114 pacientes

que foram tratados com TENS e foi verificado que, na maior parte das condições clínicas

(artrite, artrose, dor pós-operatória, neuropatia, entre outras), cerca de 60% dos pacientes

referiu alívio da dor após a intervenção. Como algumas pacientes deste estudo relataram a

disestesia como sendo um sintoma do tipo dor, queimação ou dormência no dermátomo do

NICB, foi sugerido o uso da TENS para o alívio deste desconforto, visto que é uma

modalidade sensorial que atua diretamente no SNC pela ativação de fibras aferentes primárias

Aβ, o que promove uma redução na atividade celular nociceptiva central 132, 133 e também tem

eficácia através do SNP no seu local de aplicação, em que os receptores opióides estão

envolvidos na analgesia induzida pela TENS 97-98.

A literatura aponta que existem efeitos positivos da TENS placebo, pois este efeito faz

parte do efeito terapêutico geral 88, 134. Embora não tenha sido observada diminuição da

intensidade de desconforto no dermátomo do NICB no grupo TENS placebo, chama a atenção

o fato de não ter sido encontrada diferença também entre os grupos. Pesquisadores 135

demonstraram que um dos mecanismos do efeito placebo é representado pela expectativa de

resposta. A expectativa consiste na probabilidade de um procedimento ou agente promover o

alívio da dor. Desta forma, se o indivíduo tem uma expectativa de redução da dor após a

administração de um tratamento placebo, esse fato já pode gerar o alívio subsequente da dor 135.

O presente estudo utilizou o modelo placebo proposto por Rakel et al. (2010) 112,

considerado o verdadeiro modelo de investigação placebo da TENS, uma vez que o sujeito

recebe estimulação elétrica no início do tratamento, com a subsequente cessação do estímulo,

dando a impressão que o tratamento é real. Similarmente a estes achados, as pacientes não

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percebiam que estavam recebendo tratamento placebo, pois como o tratamento era iniciado

com a passagem da corrente elétrica elas acreditavam que o tratamento era real.

O questionário Br-MPQ utilizado para caracterizar o desconforto no dermátomo do

NICB indicou que o número de palavras escolhidas e o índice de dor diminuíram após

administração da TENS ativa, reforçando o que foi observado na intensidade de desconforto

através da EVA. E, considerando o número de subcategorias e descritores escolhidos após as

20 sessões, embora tenham diminuído, não foi possível identicar diminuição significativa. Isto

pode estar relacionado ao fato do questionário apresentar diversas palavras para caracterizar a

dor e não especificamente o desconforto ou, ainda, pelo fato das mulheres terem limitação

para descrever uma única sensação de desconforto. Os descritores mais citados nas

subcategorias em ambos os grupos foram: cansativa, fina, enjoada, sufocante, calor,

aborrecida, cortante, pontada, que incomoda, latejante, agulhada, e que adormece. Devido ao

desconforto que essas mulheres relatam, é esperado que estes descritores sejam citados e que

diminuam após o tratamento com a TENS 92.

Autores observaram em seus estudos que as características sensoriais da dor são os

principais critérios para descrever a presença de dor neuropática, que é comum após a

ocorrência de lesão nervosa, como a lesão do NICB 8, 68, 87, 113, 136. Por isso, a categoria

sensorial foi a mais retratada no questionário. Em outro tipo de dor neuropática, a utilização

da TENS em pacientes com herpes zoster, através de eletrodos aplicados no dermátomo do

nervo intercostal, também demonstrou diminuição da dor e dos descritores do PRI 92.

Quanto à aplicação da TENS, verificou-se um aumento gradual da amplitude da

corrente ao longo das 20 sessões no grupo TENS Ativa. Sugere-se que, ao longo das sessões,

houve habituação (acomodação) do SNC em detrimento da aplicação repetida dos estímulos,

demandando o aumento da amplitude de corrente, mas, no final, talvez a disestesia, tenha sido

melhorada, o que ocasionou discreta diminuição da amplitude da corrente. Assim, isso

possibilitou que o limiar cutâneo diminuisse e que as mulheres suportassem uma menor

amplitude de corrente elétrica, indicando diminuição do desconforto no trajeto do NICB.

Esse efeito é esperado, visto que o uso prolongado da TENS pode causar habituação

central. Isto é justificado pela necessidade de administrar tolerabilidade (o que a paciente

suporta) cada vez mais elevadas ao longo do tratamento para manutenção do mesmo nível de

percepção em termos de resposta sensorial e, por isso, a amplitude de corrente tende a

aumentar ao longo do tempo 137-138.

O aumento da intensidade de estimulação é um potencial mecanismo para o atraso da

eficácia da TENS 110, 139. Estudos prévios mostram que a TENS em intensidade subsensorial

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não produz analgesia 110, 137, 139-140, e a intensidade de estimulação está correlacionada ao grau

de analgesia, com intensidades de estimulação mais altas, promovendo maior efeito

analgésico 112. Assim, uma vez que a disestesia diminui, a paciente pode melhorar a sensação

de desconforto e isto pode permite maior amplitude da corrente e, consequentemente, maior

efeito em relação ao seu desconforto.

Sugere-se que, aumentando a amplitude de pulso, um número maior de fibras

aferentes primárias seja ativado, isto foi demonstrado, através de microneurografia da

atividade nervosa periférica durante a TENS, em que o aumento progressivo da intensidade

resultou em aumento da amplitude de atividade do nervo 141. Dessa forma, um maior número

de fibras ativadas pode resultar em uma maior quantidade de opióides liberados e mais efetiva

redução da excitabilidade central. E estudos demonstram que amplitude de pulso maior

produz maior analgesia, atrasa o efeito de tolerância e também podem ativar fibras aferentes

primárias do tipo Aδ 25-26, 95-96, 110, 129, 138, 140, 142.

Em estudo experimental com animais 143 observaram que a regeneração de uma lesão

por esmagamento do nervo ciático em ratos não demonstrou resultados satisfatórios com a

aplicação da TENS e que todos os seus efeitos foram ainda mais pronunciados com o uso da

alta frequência. Como este trabalho não teve como objetivo usar a TENS para regeneração

nervosa e sim para melhorar a sensação desagradável que as pacientes relatam no dermátomo

do NICB foi adotada a alta frequência, visto as respostas clínicas dos efeitos analgésicos da

TENS, pois, considerando o mecanismo de ação neurobiológica, a TENS de alta frequência

atua um subtipo de receptor que são os receptores delta opióides, e, contrariamente a TENS de

baixa frequência que ativa receptores mu opióides 24-27.

Considerando que a maioria das pacientes no período pós-cirúrgico de câncer de

mama fazem uso de medicações que ativam os receptores mu opióides, optou-se por

administrar a TENS de alta frequência, no intuito de não promover competitividade entre

procedimentos farmacológicos e não-farmacológico pelo mesmo tipo de subunidade dos

receptores opióides, além de prevenir ou retardar a perda de efetividade terapêutica da TENS 24-27.

Conhecendo que os efeitos analgésicos da TENS são relacionados com a liberação de

opióides endógenos 24-28, 129, tem-se polemizado sobre sua utilização para melhora da

regeneração de nervos, visto que a exposição crônica a opióides pode ser associada à

tolerância e inibição de várias etapas do processo de restauração do nervo periférico 143. A

TENS ainda é considerada a primeira linha de tratamento não farmacológico para alívio da

dor e que não existem estudos que demonstrem efeitos nocivos desta terapia, além de ser uma

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terapia de baixo custo 24-26. Ressalta-se que esta especulação é de fundamental importância

para a prática clínica, pois a possibilidade da aplicação da TENS estar associada a um atraso

no processo de regeneração que poderá implicar em efeitos nocivos ou efeitos secundários

para este processo.

Embora a sensibilidade cutânea não tenha sido alterada ao longo do tempo nas

pacientes tratadas com TENS ativa, encontrou-se uma queda em seus valores, especialmente

após as primeiras sessões. Hipotetiza-se que a sensibilidade cutânea ficou mais próxima da

normalidade, e, assim, as pacientes foram capazes de perceber os filamentos a menores

pressões por área, ou seja, se tornaram mais sensíveis e puderam sentir mais facilmente o

estímulo, diminuindo, dessa forma, o limiar cutâneo. Considerando a inexistência de estudos

prévios que investiguem a ação da TENS na disestesia, as comparações ficam limitadas. Há

relatos na literatura apenas quanto ao tratamento não-farmacológico da disestesia através de

técnicas de dessensinbilização cutânea com o uso de aparatos de diferentes texturas e

temperaturas aplicadas no dermátomo do NICB, por isso que o uso da TENS seria uma

tentativa das pacientes melhorarem a sua sensibilidade através de mecanismos opioidérgicos

do SNC e SNP 8, 22, 26-27, 97, 98, 131.

O limiar de dor por pressão variou ao longo das 20 sessões em ambos os grupos, e

encontrou-se uma diminuição significativa apenas no grupo TENS placebo. Aventa-se a

possibilidade das pacientes submetidas a TENS placebo apresentarem menor tolerabilidade a

pressão profunda que o grupo tratado com a TENS ativa, demonstrando que elas ainda

estavam menos tolerantes à pressão exercida pelo algômetro ao final das 20 sessões, quando

comparado ao grupo tratado com TENS ativa. Mas, não podemos descartar a possibilidade

deste achado estar relacionado a incongruências do próprio instrumento ou da técnica

utilizada pelos examinadores. Segundo alguns autores 146, a avaliação da consistência ou

confiabilidade da algometria, a padronização dos protocolos de exames, bem como

treinamento e calibração dos examinadores, são necessários para assegurar que a técnica seja

realizada com sucesso. Embora os avaliadores tenham sido devidamente treinados e os

equipamentos calibrados corretamente, isso pode representar uma fragilidade e ser uma razão

que justifique a diferença das medidas no grupo TENS placebo.

A literatura descreve que a avaliação da sensibilidade a dor/desconforto é mais

precisa quando, em vez de palpação manual, é utilizado um instrumento, a exemplo do

algômetro para aplicar pressão sobre uma área específica, com índice uniforme e constante 144. A algometria avalia o limiar de dor por pressão e retrata a sensibilidade profunda, e a

utilização deste instrumento foi conduzida na tentativa de encontrar se a disestesia provocada

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pela lesão do NICB acomete tanto a sensibilidade superficial quanto a sensibilidade profunda.

Embora a confiabilidade da algometria tenha sido demonstrada em estudos anteriores 144, 145

para o perfil de mulheres avaliadas, talvez este instrumento não seja capaz de retratar a

disestesia no dermátomo do NICB. Isto se deve ao fato do NICB ser um nervo periférico e sua

lesão causa mais um desconforto superficial e que pode não se alterar frente a um estímulo

pressórico mais profundo.

Adicionalmente, pode ser também que o limiar cutâneo e o limiar de dor por pressão,

que são medidas objetivas, não modificaram porque se trata de uma lesão nervosa periférica

tardia, com definição permanente de suas características patológicas, demonstrando que estes

instrumentos não foram sensíveis para detectar quaisquer alterações pós-tratamento,

especialmente considerando a fase avançada do período pós-cirúrgico.

A presença das alterações da sensibilidade e outras possíveis complicações no pós-

operatório de câncer de mama podem afetar, adversamente, a qualidade de vida (QV) destas

mulheres, especialmente no primeiro ano após a cirurgia 78-80, 118. Assim, a avaliação da QV, tanto

de forma genérica quanto específica, tem sido recomendada para retratar a percepção do

indivíduo frente a sua situação 79. O tipo de cirurgia parece apresentar impacto na QV, sendo

que a mastectomia está mais relacionada a morbidades, prejuízos funcionais e impacto

negativo na QV 117, 147, 149, além de dificuldade em enfrentar o sentimento de mutilação e a

ruptura da identidade feminina 150.

Os escores obtidos das escalas, tanto específicas quanto genéricas, apresentaram

valores similares a outros estudos envolvendo mulheres com câncer de mama 34, 70, 79, 118, 147.

Considerando o questionário genérico EORTC QLQ-C30, apenas o escore de saúde global, a

função física, emocional e social diminuiram no grupo TENS ativa, mas não foi significativa.

No EORTC QLQ-BR23 houve uma melhora de todas as categorias da escala de função

(imagem corporal, função sexual, prazer sexual e perspectiva futura) do grupo TENS ativa e

uma piora do grupo TENS placebo. A diminuição da intensidade de desconforto no

dermátomo do NICB pode ter refletido em melhora destes domínios naquelas mulheres que

receberam a TENS ativa.

Visto que é uma questão que aborda, de maneira ampla, o estado de saúde,

provavelmente, a paciente sentiu-se melhor em sua totalidade após a intervenção. Embora os

questionários empregados sejam indicados para uso em oncologia e haja o módulo específico

para pacientes com câncer de mama, o mesmo pode ter seus domínios direcionados para

diversas situações vividas pelo paciente oncológico e não especificamente para a disestesia,

que é apenas um dos fatores que pode trazer prejuízo para a QV. Ou então, a intervenção

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realizada com uso da TENS pode não ter sido suficientemente eficaz para gerar mudanças

significativas na QV. Ademais, existe um conjunto de fatores que podem estar associados a

esta qualidade de vida, que são os tratamentos complementares, como a quimioterapia e a

radioterapia, os quais promovem várias reações que interferem na vida desta mulher,

contribuindo para a fragilização do seu aspecto emocional.

Questionamentos sobre os resultados encontrados são justificados pelo fato das

pacientes terem sido submetidas ao tratamento com TENS em uma fase mais tardia de lesão

do NICB e não terem sido submetidas à essa terapêutica em uma fase aguda de recuperação,

na qual existe uma possível neuroplasticidade e quem sabe, uma melhor resposta na melhora

da percepção sensorial. Ou ainda, se os instrumentos escolhidos são ou não sensíveis para

avaliar e caracterizar este tipo de alteração sensorial e os efeitos da TENS neste tipo de lesão

de nervo periférico.

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7 CONCLUSÃO

O efeito da TENS diminuiu a intensidade de desconforto no dermátomo do NICB e,

ao longo do tempo, foi possível administrar maior amplitude de corrente elétrica no grupo da

TENS ativa. No entanto, não foi evidenciada melhora na caracterização do desconforto, nos

limiares cutâneo e de dor por pressão e também na qualidade de vida.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fica exposto que estes resultados devem ser valorizados, visto que, para o ano de 2012,

são esperados 52. 680 novos casos 1 de câncer de mama. Um grande número de mulheres serão

submetidas a cirurgia e, certamente, terão algum tipo de alteração da sensibilidade no dermátomo

do NICB. Além disso, as mulheres têm levado um estilo de vida mais ativo e priorizam qualidade

de vida, indicando que a recuperação funcional do membro superior é indispensável para a

realização das tarefas do cotidiano, como atividades de higiene, vestuário, domésticas e laborais.

Na prática clínica, a presença, apenas, da disestesia pode não necessariamente causar prejuízo na

QV, mas oferecer a possibilidade da mulher diminuir este desconforto poderá representar melhora

no seu bem estar físico-funcional.

Espera-se que estes resultados sejam úteis para os profissionais envolvidos com o

processo de recuperação funcional e reabilitação dos pacientes, para os serviços de atendimento

em oncologia e, sobretudo, para assistência a estas mulheres, e que contribuam para o

desenvolvimento de estratégias ou ações de caráter preventivo e terapêutico das complicações

físico-funcionais causadas pelo tratamento do câncer de mama, destas e de futuras mulheres a

serem acolhidas pelos serviços de fisioterapia.

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9 REFERÊNCIAS

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124. Abbas H, Elyamany A, Salem M, Salem A, Binziad S, Gamal B. The optimal sequence of radiotherapy and chemotherapy in adjuvant treatment of breast cancer. Int Arch Med. 2011;4(1):35. 125. Marta GN, Hanna SA, Martella E, Silva JL, Carvalho HDE A. Early stage breast cancer and radiotherapy: update. Rev Assoc Med Bras. 2011;57(4):459-464. 126. Schettino RC, Jotta LMGN, Cassali GD. Função pulmonar em mulheres com câncer de mama submetidas à radioterapia: um estudo piloto. Fisioter Pesq. 2010;7(3):248-252. 127. Pires AMT, Segreto RA, Segreto HRC. RTOG criteria to evaluate acute skin reaction and its risk factors in patients with breast cancer submitted to radiotherapy. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2008;16:5. 128. Poleshuck EL, Katz J, Andrus CH, Hogan LA, Jung BF, Kulick DI, Dworkin RH. Risk factors for chronic pain following breast cancer surgery: a prospective study. J Pain. 2006;7:626-634. 129. DeSantana JM, Da Silva LF, De Resende MA, Sluka KA. Transcutaneous electrical nerve stimulation at both high and low frequencies activates ventrolateral periaqueductal grey to decrease mechanical hyperalgesia in arthritic rats. Neuroscience. 2009;63:1233-1241. 130. Somers DL, Clement FR. The relationship between dorsal horn neurotransmitter content and allodynia in neuropathic rats treated with high-frequency transcutaneous electric nerve stimulation. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2003;84(11):1575-1583. 131. Somers DL, Clement FR. Contralateral High or a Combination of High and Low-Frequency Transcutaneous Eletrical Nerve Stimulation Reduces Mechanical Allodynia and Alters Transcutaneous Eletrical Stimlation Reduces Mechanical Allodynia and Alters Dorsal Horn Neurotransmitter Content in Neuropathic Rat. The Journal of Pain. 2009;10(2):221-229. 132. Garrison DW, Foreman RD: Decreased activity of spontaneous and noxiously evoked dorsal horn cells during transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS). Pain 1994;58:309-315. 133. Ma YT, Sluka KA: Reduction in inflammation-induced sensitization of dorsal horn neurons by transcutaneous electrical nerve stimulation in anesthetized rats. Exp Brain Res 2001;137:94-102. 134. Vance CGT et al., Efeitos da TENS, na dor, sensibilidade e função em pacientes com artrose de joelho. Physical Therapy. 2012;92(7):898-910. 135. Pollo A, Amanzio M, Arslanian A, Casadio C, Maggi G, Benedetti F: Response expectancies in placebo analgesia and their clinical relevance. Pain, 2001;93:77-84. 136. Santos C C, Pereira L S M, Resende M A, Magno F, Aguiar V – Aplicação da versão brasileira do questionário de dor Mcgill em idosos com dor crônica. Acta Fisiatr. 2006;13(2):75-82.

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137. Bjordal JM, Johnson MI, Ljunggreen AE: Transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS) can reduce postoperative analgesic consumption. A meta-analysis with assessment of optimal treatment parameters for postoperative pain. Eur J Pain. 2004;7:181-188. 138. Chandran P, Sluka KA: Development of opioid tolerance with repeated transcutaneous electrical nerve stimulation administration. Pain. 2003;102:195-201. 139. Liebano RE, Rakel B, Vance CGT, Walsh D, Sluka KA. An investigation of the development of analgesic tolerance to TENS in humans. Pain. 2011;335–342. 140. Moran F et al. Hypoalgesia in Response to Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) Depends on Stimulation Intensity. The Journal of Pain. 2011;12(8):929-935. 141. Janko M, Trontelj JV: Transcutaneous electrical nerve stimulation: A microneurographic and perceptual study. Pain 1989;9:219-230. 142. Sato KL, Sanada LS, Rakel BA; Sluka KA. Increasing Intensity of TENS Prevents Analgesic Tolerance in Rats. The Journal of Pain. 2012;13(9):884-890. 143. Baptista AF, Gomes JRS, Oliveira JT, Santos SMG, Santos MAV, Martinez AMB. High and low-frequency transcutaneous electrical nerve stimulation delay sciatic nerve regeneration after crush lesion in the mouse. Journal of the Peripheral Nervous System. 2008;13:71–80. 144. Jensen R et al. Cephalic muscle tenderness and pressurepain thresholdin a general population. Pain. Amsterdan. 1992;48(2):197-203. 145. Reeves JL, Jaeger B, Graff-Radford SB. Reliability of the pressure algometer as a measure of myofascial trigger points sensitivity. Pain. Amsterdan. 1986;24(3):313-321. 146. Clark GT, Delcanho RE, Goulet JP. The utilityand validity of current diagnostic procedures for defining temporomandibular disorder patients. Adv. Dent. Res. Washington. 1993;7(2):77-112. 147. Casso D, Buist DSM, Taplin S. Quality of life of 5-10 year breast cancer survivors diagnosed between age 40 and 49. Health and Quality of Life Outcomes. 2004;1-9. 148. Dubernard G, Siderlis L, Delaloge S, Marsiglia H, Rochard F, Travagli JP, et al. Quality of life after sentinel lymph node biopsy in early breast cancer. Eur J Surg Oncol. 2004;30(7): 728-734. 149. Ganz PA et al. Quality of life at the end of primary treatment of breast cancer: first results rom the moving beyond cancer randomized trial. Journal of the National Cancer Institute. 2004;96(5):376-387. 150. Almeida AM. Construindo o significado da recorrência da doença: a experiência de mulheres com cêncer de mama. Revista Latino-americana de enfermagem. 2001;9(5):63-69.

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APÊNDICES

APÊNDICE A

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Estamos lhe convidando a participar do projeto de Mestrado em Ciências da

Saúde, intitulado “EFEITO DA ELETROANALGESIA NO CONTROLE DA DISESTESIA EM PACIENTES SUBMETIDAS À LINFONODECTOMIA AXILAR”. Este projeto objetiva avaliar a dor e o desconforto na região do braço após a cirurgia

para câncer de mama e tratar esses sintomas através da eletroestimulação nervosa

transcutânea (TENS).

A senhora será examinada detalhadamente e receberá tratamento fisioterapêutico

com uso da TENS, que é um equipamento que emite corrente elétrica que gera alívio da

dor. Isso não lhe trará risco algum, apenas benefícios na tentativa de reduzir a sua dor ou o

seu desconforto no braço depois da cirurgia. O tratamento será feito três vezes por semana,

até completar vinte sessões.

Ressaltamos a importância das suas informações para o meio científico e

esclarecemos seu direito de excluir seu consentimento em qualquer fase do projeto, mesmo

tendo assinado este termo, e, ainda, do direito de receber qualquer informação sobre o

projeto. Estando ciente também, que será garantido o segredo, sem prejuízo algum para

você ou sua identificação.

Caso concorde livremente em participar do projeto, dando autorização aos

pesquisadores para que os resultados da análise sejam utilizados, inclusive para publicação,

favor informar seus dados pessoais e assinar o termo em questão em duas vias. Uma das

vias é sua e a outra do pesquisador responsável.

Nome: ____________________________________________________________________

RG: ______________________________________________________________________

Telefone para contato: _______________________________________________________

Data: ___/___/_____

_________________________________________________________ Sujeito de pesquisa

_________________________________________________________

Andreza Carvalho Rabelo Mendonça RG: 3.023.430-1/Tel: (79) 2105-1804

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APÊNDICE B

AVALIAÇÃO NO PÓS-OPERATÓRIO DE LINFONODECTOMIA AXILAR Nome: ____________________________________________________________________

Idade: ______________________ Tel: __________________________________________

Nível educacional: _______________________ Estado civil:_________________________

Profissão: _____________________________________Peso: _____________________Kg

Altura: _____________________m IMC: _______________________________________

Tabagismo: ( ) não ( ) sim/ quantidade: ______________/ tempo: __________________

Etilismo: ( ) não ( ) sim/ quantidade: _________________/ tempo: _________________

Atividade física: ( ) não ( ) sim/ frequência: ________________/ tipo: ________________

Medicamentos em uso: _______________________________________________________

__________________________________________________________________________

Técnica cirúrgica: ___________________________________________________________

Lado da cirurgia: ( ) D ( ) E

Tempo de cirurgia: __________________________________________________________

Tratamentos adjuvantes: ( ) Quimioterapia ______________________________________

( ) Radioterapia Quantas sessões: ________________________

Dose: ____________________________________________________________________

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ANEXOS

ANEXO A

ESCALA VISUAL ANALÓGICA (EVA)

________________________________ Nenhuma dor Máximo de dor possível

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ANEXO B

QUESTIONÁRIO DE DOR DE MCGILL (Br-McGill)

Para cada conjunto (subclasse) de palavras abaixo, escolha aquela que melhor descreve a sua dor. (Não é preciso escolher em todas as categorias).

01- S. Temporal 02- S. Espacial 03- S. Pressão- Ponto 04- S. Incisão 1. vibração 2. tremor 3. pulsante 4. latejante 5. como batida 6. como pancada

1. pontada 2. choque 3. tiro

1. agulhada 2. perfurante 3. facada 4. punhalada 5. em lança

1. fina 2. cortante 3. estraçalha

05- S. Compressão 06- S. Tração 07- S. Calor 08- S. Vivacidade 1. beliscão 2. aperto 3. mordida 4. cólica 5. esmagamento

1. fisgada 2. puxão 3. em torção

1. calor 2. queimação 3. fervente 4. em brasa

1. formigamento 2. coçeira 3. ardor 4. ferroada

09- S. Surdez 10- S. Geral 11- A. Cansaço 12- A. Autonômica 1. mal localizada 2. dolorida 3. machucada 4. doída 5. pesada

1. sensível 2. esticada 3. esfolante 4. rachando

1. cansativa 2. exaustiva

1. enjoada 2. sufocante

13- A. Medo 14- A. Punição 15- A. Desprazer 16-Avaliação subjetiva

1. amedrontadora 2. apavorante 3. aterrorizante

1. castigante 2. atormenta 3. cruel 4. maldita 5. mortal

1. miserável 2. enlouquecedora

1. chata 2. que incômoda 3. desgastante 4. forte 5. insuportável

17- M. Dor/ Movimento 18- M Sensoriais 19- M. de Frio 20- M. Emocionais 1. espalha 2. irradia 3. penetra 4. atravessa

1. aperta 2. adormece 3. repuxa 4. espreme 5. rasga

1. fria 2. gelada 3. congelante

1. aborrecida 2. dá náusea 3. agonizante 4. pavoroza 5. torturante

Legenda: S= Sensorial; A= Afetiva; M= Miscelânia

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ANEXO C

EORTC QLQ-C30 (version 3.3)

Nós estamos interessados em alguns dados sobre você e sua saúde. Responda, por favor, a todas as perguntas fazendo um círculo no número que melhor se aplica a você. Não há respostas certas ou erradas. A informação que você fornece permanecerá estritamente confidencial. Por favor, preencha suas iniciais: Sua data de nascimento (dia, mês, ano): Data de hoje (dia, mês, ano):

Marque um dos números ao lado de cada pergunta não pouco moderado muito

1. Você tem qualquer dificuldade quando faz grandes esforços, por exemplo carregar uma bolsa de compras pesada ou malas?

1 2 3 4

2. Você tem qualquer dificuldade quando faz uma grande caminhada?

1 2 3 4

3. Você tem qualquer dificuldade quando faz uma curta caminhada fora de casa?

1 2 3 4

4. Você tem que ficar numa cama ou na cadeira durante o dia?

1 2 3 4

5. Você precisa de ajuda para se alimentar, se vestir, se lavar ou usar o banheiro?

1 2 3 4

Durante a última semana não pouco moderado muito

6. Tem sido difícil fazer suas atividades de todos os dias? 1 2 3 4

7. Tem sido difícil ter atividades de divertimento ou lazer? 1 2 3 4

8. Você teve falta de ar? 1 2 3 4

9. você tem tido dor? 1 2 3 4

10. Você precisou repousar? 1 2 3 4

11. Você tem tido problemas para dormir? 1 2 3 4

12. Você tem se sentido fraco/a? 1 2 3 4

13. Você tem tido falta de apetite? 1 2 3 4

14. Você tem se sentido enjoado/a? 1 2 3 4

15. Você tem vomitado? 1 2 3 4

16. Você tem tido prisão de ventre? 1 2 3 4

17. Você tem tido diarréia? 1 2 3 4

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Durante a última semana não pouco moderado muito

18. Você esteve cansado/a? 1 2 3 4

19. A dor interferiu em suas atividades diárias? 1 2 3 4

20. Você tem tido dificuldade para se concentrar em coisas, como ler jornal ou ver televisão?

1 2 3 4

21. Você se sentiu nervoso/a? 1 2 3 4

22. Você esteve preocupado/a? 1 2 3 4

23. Você se sentiu irritado/a facilmente? 1 2 3 4

24. Você se sentiu deprimido/a? 1 2 3 4

25. Você tem tido dificuldade de se lembrar das coisas? 1 2 3 4

26. A sua condição física ou o tratamento médico tem interferido em sua vida familiar?

1 2 3 4

27. A sua condição física ou o tratamento médico tem interferido em suas atividades sociais?

1 2 3 4

28. A sua condição física ou o tratamento médico tem lhe trazido dificuldades financeiras

1 2 3 4

Para as seguintes perguntas, por favor, faça um círculo em volta do número entre 1 e 7 que melhor se aplica a você.

29. Como você classificaria a sua saúde em geral, durante a última semana?

péssima ótima

1 2 3 4 5 6 7

30. Como você classificaria a sua qualidade de vida geral, durante a última semana?

péssima ótima

1 2 3 4 5 6 7

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ANEXO D

EORTC QLQ – BR23 Por vezes, os doentes nos descrevem que têm os seguintes sintomas ou problemas. Por favor nos indique, relativamente à semana passada até que ponto sentiu estes sintomas ou problemas

Durante a última semana não pouco moderado muito

1. Sentiu boca seca? 1 2 3 4

2. O que comeu e bebeu teve um sabor diferente do normal?

1 2 3 4

3. Sentiu os olhos doloridos, irritados ou lacrimejantes? 1 2 3 4

4. Teve queda de cabelo? 1 2 3 4

5. Responda a esta pergunta apenas se teve queda de cabelo: A queda de cabelo perturbou você?

1 2 3 4

6. Sentiu-se doente ou indisposto(a)? 1 2 3 4

7. Sentiu arrepios de calor? 1 2 3 4

8. Sentiu dor de cabeça? 1 2 3 4

9. Você se sentiu menos bonito(a) devido à sua doença ou tratamento?

1 2 3 4

10. Você se sentiu menos homem/mulher como resultado de sua doença ou tratamento?

1 2 3 4

11. Achou difícil observar-se nu(a)? 1 2 3 4

12. Sentiu-se insatisfeito(a) com seu corpo? 1 2 3 4

13. Sentiu-se preocupado(a) com sua saúde futura? 1 2 3 4

Durante as últimas quatro semanas não pouco moderado muito

14. Até que ponto sentiu desejo sexual? 1 2 3 4

15. Com que frequência foi sexualmente ativo(a) (teve relações sexuais) / ( com ou sem relação sexual)

1 2 3 4

16. Responda a esta pergunta apenas se tiver sido sexualmente ativa: Até que ponto o sexo foi satisfatório para você?

1 2 3 4

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Durante a última semana não pouco moderado muito

17. Sentiu dores no braço ou ombro? 1 2 3 4

18. Sentiu seu braço ou sua mão inchados? 1 2 3 4

19. Sentiu dificuldade em levantar ou abrir o braço? 1 2 3 4

20. Sentiu dores na área do seu seio doente? 1 2 3 4

21. Sentiu a área de seu seio doente inchada? 1 2 3 4

22. Sentiu a área de seu seio doente demasiado sensível? 1 2 3 4

23. Sentiu problemas de pele no ou na área do seio doente (i.e.,

comichão, pele seca ou escamosa)? 1 2 3 4

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ANEXO E

CÁLCULO DOS ESCORES DO EORTC QLC-C30 E BR-23 Instrumento genérico EORTC QLQ-C30

Português

Saúde global/Qol

Sigla Nº de Itens Range Versão 3.0 nº de itens

Escalas de Função

Estado de Saúde Global QL2 2 6 29, 30

Escalas de Funções

Função Física PF2 5 3 1 a 5 F

Desempenho funcional RF2 2 3 6, 7 F

Função Cognitiva CF 2 3 20, 25 F

Função Emocional EF 4 3 21 a 24 F

Função Social SF 2 3 26, 27 F

Escalas de Sintomas

Fadiga FA 3 3 10, 12, 18

Náusea e Vômito NV 2 3 14, 15

Dor PA 2 3 9, 19

Dispneia DY 1 3 8

Insônia SL 1 3 11

Falta de apetite AP 1 3 13

Constipação CO 1 3 16

Diarréia DI 1 3 17

Dificuldade financeira FI 1 3 28

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Instrumento específico BR-23

Escalas de Função Sigla Nº de Itens Range QLQBR 23 Escalas de Função

Imagem Corporal BRBI 4 3 9 a 12 F

Função Sexual BRSEF 2 3 14, 15

Prazer Sexual BRSEE 1 3 16

Perspectiva Futura BRFU 1 3 13 F

Escalas de Sintomas

Efeitos Sistêmicos da Terapia BRST 7 3 1, 4, 6, 7, 8

Sintomas na mama BRBS 4 3 20 a 23

Sintomas no braço BRAS 3 3 17 a 19

Problemas com a queda do cabelo

BRHL 1 3 5

FÓRMULAS PARA CÁLCULO DOS ESCORES DOS QUESTIONÁRIOS QLQ-C30 E QLQ-BR-23 Para todas as escalas, o Raw Score (RS), é a média dos componentes dos itens: Raw Score = RS = (I1+I2+...+In)/n (o “I” é a resposta de cada pergunta) Para Escalas de função: Escore = {1 – [(RS – 1)/range]}x 100 Para Escalas de sintomas e Saúde Global/QoL: Escore = {(RS – 1)/range} x 100 OBS: Os escores para os domínios função sexual e prazer sexual do questionário BR-23 deverão ser calculados

usando a fórmula para escalas de sintomas.