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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO DISCIPLINAS: PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS EDUCAÇÃO EM SAÚDE, ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO II (ESANII) RELATÓRIO FINAL DA TERRITORIALIZAÇÃO DO BAIRRO RIO VERMELHO ACADÊMICAS ANA CAROLINA PALMEIRA ANA PAULA TOMASI ANMALI SOARES RAMOS CÁSSIA GUIMARÃES DE AGUIAR LUANA CRISTINA WILVERT RAFAELA STEUERNAGEL RAFAELLA SILVEIRA JACINTO ORIENTADORES PROFº. GILBERTO CALDEIRA PROFª. ARLETE CORSO FLORIANÓPOLIS (SC), DEZEMBRO DE 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

DISCIPLINAS: PRODUÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E AQUISIÇÃO DE

ALIMENTOS

EDUCAÇÃO EM SAÚDE, ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO II

(ESANII)

RELATÓRIO FINAL DA

TERRITORIALIZAÇÃO DO BAIRRO RIO VERMELHO

ACADÊMICAS

ANA CAROLINA PALMEIRA

ANA PAULA TOMASI

ANMALI SOARES RAMOS

CÁSSIA GUIMARÃES DE AGUIAR

LUANA CRISTINA WILVERT

RAFAELA STEUERNAGEL

RAFAELLA SILVEIRA JACINTO

ORIENTADORES

PROFº. GILBERTO CALDEIRA

PROFª. ARLETE CORSO

FLORIANÓPOLIS (SC), DEZEMBRO DE 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

DISCIPLINAS: PRODUÇÃO, AQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE

ALIMENTOS

EDUCAÇÃO EM SAÚDE, ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO (ESANII)

RELATÓRIO FINAL DA

TERRITORIALIZAÇÃO DO BAIRRO RIO VERMELHO

Trabalho apresentado como parte da

avaliação das disciplinas: Produção,

Aquisição e Distribuição de alimentos;

Educação em Saúde, Alimentação e

Nutrição II e Parasitologia; da Segunda

fase do curso de Nutrição da UFSC.

FLORIANÓPOLIS (SC), DEZEMBRO DE 2010

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos o apoio, a dedicação e o empenho da equipe do Centro de Saúde

do Rio Vermelho. Em especial a coordenadora, Cristina que nos forneceu informações

necessárias para o êxito deste trabalho, e as agentes de saúde: Alba, Neusa, Rosana e

Vera que nos acompanharam durante nossa pesquisa em campo e que não mediram

esforços para fazer com que nos sentíssemos bem recebidas pela comunidade.

Agradecemos a todos os funcionários dos estabelecimentos que visitamos por

nos darem atenção e informações relevantes para a elaboração deste trabalho. Nas

escolas e creches o carinho com que fomos atendidas pelos diretores, coordenadores e

merendeiras.

Nosso carinho especial aos professores Arlete e Gilberto que nos acompanharam

a todas as visitas de território neste segundo semestre, e a todos que de qualquer forma

contribuíram para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 05

2 MÉTODOS.................................................................................................................... 06

2.1 OBSERVAÇÃO DIRIGIDA...................................................................................... 06

3 INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS.......................................................................... 07

3.1 DESCRIÇÃO GERAL DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO................................... 07

3.1.1 Núcleo de Ensino Infantil (NEI) São João Batista................................................... 08

3.1.2 Escola Básica Municipal Antônio Paschoal Apóstolo.............................................. 09

3.1.3 Escola Básica Maria Conceição Nunes..................................................................... 10

3.1.4 Colégio Expressão..................................................................................................... 11

3.1.5 Escola Básica do Muquém........................................................................................ 12

3.1.6 Creche do Muquém................................................................................................... 14

3.2 CARACTERIZAÇÃO DE OUTRAS INSTITUIÇÕES............................................ 18

3.2.1 Igrejas........................................................................................................................ 18

3.2.1.1 Doação de cestas básicas........................................................................................ 18

4 ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS................................................................. 19

4.1 SUPERMERCADO FÊNIX....................................................................................... 20

4.2 SUPERMERCADO ALIANÇA................................................................................. 20

5 CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA........................................................................ 21

5.1 CENTRO DE SAÚDE DO RIO VERMELHO.......................................................... 21

5.2 NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA....................................................... 22

5.2.1 Núcleo de apoio a saúde da família em Florianópolis.......................................... 22

5.3 PROGRAMAS RELACIONADOS À ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO................ 23

5.3.1 Programa de Fórmulas Especiais.............................................................................. 24

5.3.2 Programa Saúde de Ferro......................................................................................... 24

5.3.3 Suplementação com Vitamina D.............................................................................. 24

5.3.4 Programa Bolsa Família........................................................................................... 25

5.3.5 Programa de Colostomia.......................................................................................... 25

5.3.6 Programa Saúde na Escola....................................................................................... 25

5.4 GRUPOS DO CENTRO DE SAÚDE RIO VERMELHO........................................ 26

6 ANÁLISE DOS RISCOS DE PARASITOSES NO RIO VERMELHO................. 27

6.1 PARASITOSES RELACIONADAS A CACHORROS............................................ 28

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6.1.1 Escabiose(sarna)........................................................................................................ 28

6.1.2 Pulga (Ordem Siphonaptera)..................................................................................... 28

6.1.3 Moscas (Ordem Diptera)........................................................................................... 29

6.2 PARASITOSE RELACIONADA AO CARAMUJO AFRICANO.......................... 30

6.2.1 Angiostrongilíase Meningoencefálica Humana........................................................ 30

6.2.2 Angiostrongilíase Abdominal.................................................................................... 30

6.3 PARASITOSES RELACIONADAS À FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO..... 31

6.3.1 Giardíase.................................................................................................................... 31

6.3.2 Ascaridíase................................................................................................................. 32

7 CONCLUSÃO......................................................................................................... 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 35

ANEXOS..................................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho representa a continuidade da territorialização do bairro Rio

Vermelho, iniciada no primeiro semestre de 2010 pelas alunas do curso de Nutrição da

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O mesmo tem por objetivo a análise

da segurança alimentar e nutricional de cada cidadão do território visando a

funcionalidade dos programas de Alimentação e Nutrição, e a implantação dos mesmos

para uma melhor qualidade de vida dos habitantes do bairro.

O Rio Vermelho é formado por elementos bastante diversificados e

contrastantes, tanto no nível da estrutura do seu sítio como dos elementos constituintes

de seu assentamento. É necessário então o conhecimento de cada parte deste bairro para

uma melhor compreensão dos hábitos alimentares e da saúde dessa população.

Sendo assim, o reconhecimento da população, os problemas deparados e

enfrentados pela mesma, suas necessidades e possibilidades, são aspectos importantes

que devem ser conhecidos, possibilitando assim, a busca individual ou coletiva dos seus

direitos e do conhecimento de cada particularidade.

Portanto, a finalidade deste trabalho foi dar continuidade às atividades de

ampliação do conhecimento do território em saúde, envolvendo as situações históricas,

ambientais e sociais, visando um maior contato com o Centro de Saúde da Família,

instituições educacionais e estabelecimentos comerciais.

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2.MÉTODOS

2.1 OBSERVAÇÃO DIRIGIDA

Para a obtenção de uma análise conclusiva e objetiva sobre fatores que

envolvem a saúde no bairro Rio Vermelho, os professores das disciplinas de Educação

em Saúde, Alimentação e Nutrição II e Produção, Distribuição e Aquisição de

Alimentos nos forneceram roteiros que deveriam ser seguidos durante a visita ao

território (anexo 1,2 e 3).

No primeiro dia de visita o grupo se dividiu para que duas tarefas fossem

realizadas. Duas alunas fizeram o reconhecimento e a compreensão do trabalho dos

colaboradores no Centro de Saúde da Família (CSF) Rio Vermelho juntamente com a

coordenadora do CSF Cristina, enquanto as outras alunas fizeram a análise junto às

escolas e creches do bairro.

A segunda atividade desenvolvida pelo grupo, no segundo dia de trabalho no

território, foi a captação de informações nos dois estabelecimentos comerciais mais

populares do Rio Vermelho. Para uma futura comparação entre eles, dados como

variedade, quantidade e valores foram analisados.

Após a análise no território Rio Vermelho, foi necessário um estudo mais

específico de cada ação envolvida no território e não esclarecidas nas visitas ao mesmo,

com isto foram feitas visitas a órgãos, instituições entre outros locais que

disponibilizaram as informações relevantes que faltavam para o término e cumprimento

dos objetivos deste relatório.

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3.INSTITUIÇÕES EDUCACIONAIS

3.1 IDENTIFICAÇÃO, DESCRIÇÃO GERAL, CARACTERIZAÇÃO SEGUNDO OS

PROGRAMAS DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO EXISTENTES

Todas as escolas públicas situadas no Rio Vermelho recebem alimentos da

COAN, uma empresa terceirizada de alimentação e prestação de serviços feitos por

meio de contratos. A empresa surgiu quando uma família de São Paulo em 1980

começou a se envolver com a indústria de alimentos e passou a comercializar marmitas,

ao longo do tempo esta empresa foi ganhando seu espaço no mercado. Hoje a empresa

tem a sua sede em Tiete, localizada no interior de São Paulo.

Em Florianópolis há uma nutricionista da mesma empresa que atende cerca de

quinze escolas, e nas escolas esta nutricionista busca orientar as merendeiras no preparo

da refeição, além de realizar educação nutricional por meio de avaliação do consumo de

sal e gordura, esclarecimentos da cultura alimentar, participação nas reuniões escolares

e os programas relacionados a horta na escola.

O cardápio proposto segue as diretrizes do Programa Nacional de Alimentação

Escolar (PNAE) e as compras dos alimentos são feitas pela Prefeitura de Florianópolis

no caso das escolas municipais, nas estaduais a informação obtida na única escola do

bairro estadual é que o envio do alimento também é feito de uma forma terceirizada pela

mesma empresa que fornece a mão de obra. Em caso de haver alunos com intolerâncias

alimentícias, a escola deve repassar essa informação e assim passará a receber os

alimentos direcionados a tal intolerância, sendo que todos os alunos receberão o

alimento diferenciado para não haver risco de contaminação cruzada.

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3.1.1 Núcleo de Ensino Infantil (NEI) São João Batista

O Núcleo de Ensino Infantil (NEI) do Bairro Rio Vermelho é uma instituição

Municipal que atende crianças entre 1 ano e 1 mês até 5 anos e 11 meses, possui 20

salas, atende 400 crianças no total e ainda possui uma lista de espera devido à grande

demanda de crianças. O NEI funciona no período da manhã e da tarde, sendo divididas

10 turmas no período da manhã e 10 no período da tarde.

A instituição possui o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),

sendo que todos os alimentos são fornecidos pela COAN, uma empresa terceirizada. Os

alimentos perecíveis são enviados toda semana à instituição, geralmente na segunda-

feira; já os alimentos não perecíveis como arroz, macarrão e outros são enviados

mensalmente. São as merendeiras que costumam receber os alimentos, principalmente

no período da tarde. Os alimentos recebidos que não possuem boas condições são

reenviados a prefeitura, sendo que a mesma torna a reenviar alimentos em melhores

condições. A procedência dos mantimentos não é conhecida, só se sabe que é

terceirizada; os critérios de seleção também são desconhecidos.

A instituição conta em cada refeição com o auxílio de 3 merendeiras, sendo que

uma é disponibilizada pela prefeitura e outras duas são terceirizadas pela COAN.

O NEI conta com o auxílio da nutricionista Rosemari Fernandes, contratada pela

prefeitura, que realiza uma avaliação com as merendeiras acerca dos alimentos que as

crianças mais consomem. A partir disso, a nutricionista, as merendeiras e a diretora

elaboram um cardápio nutritivo baseado nas diretrizes do PNAE. A partir daí, este

cardápio é conduzido à nutricionista da COAN para que a mesma realize uma avaliação.

A instituição não recebe doação de alimentos (proibido) e não há presença de

horta. A quantidade de alimentos que chega ao NEI geralmente é suficiente, portanto

não existe a falta dos mesmos. Há ainda o controle de desperdício; anualmente é feita

uma avaliação da quantidade de alimentos necessários, e para isso, é feito diariamente

um controle de alimentos e de alunos. Segundo a diretora menos de 10% das crianças

estão excesso de peso e apenas um menino tem problemas para comer, possui baixo

peso, porém já possui acompanhamento do centro de saúde.

A importância de uma alimentação saudável é passada as crianças na sala de

aula. A comunicação do Núcleo Escolar com a COAN está muito bem, há um

contentamento da diretora em relação ao assunto.

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3.1.2 Escola Básica Municipal Antônio Paschoal Apóstolo

A escola conta com um total de dezenove turmas, sendo que destas, nove são no

período matutino e dez no período vespertino; e acolhe aproximadamente 500

estudantes. A diretora da instituição chama-se Bernadete da Rosa, porém quem nos

ajudou nos pontos a serem observados foi à orientadora pedagógica da instituição. A

escola possui turmas do primeiro ao quinto ano e não funciona em período integral. No

entanto, são servidos almoços para as crianças do reforço.

A matrícula funciona por ordem de chegada, e nunca é negada. Porém é

aconselhado aos pais, que matriculem seus filhos em escolas próximas a sua casa. No

entanto, a secretaria oferece aos alunos que moram a mais de 1.500 metros do local,

vale transporte.

Três merendeiras que trabalham pela COAN são responsáveis pelo preparo da

merenda. Já os alimentos são oferecidos pela prefeitura de Florianópolis. o cardápio é

elaborado pela nutricionista da prefeitura, Rose, que segue as diretrizes do PNAE mas

quem faz a supervisão e aprova este cardápio é a nutricionista que trabalha pela COAN.

Os responsáveis pelo controle e chegada dos alimentos são as merendeiras,

sendo que cada tipo de alimento chega num determinado dia da semana. Os produtos

perecíveis vêm uma vez por semana, já os não perecíveis, uma vez por mês. Banana,

maça, laranja e mamão são as frutas que sempre chegam; as frutas diferentes são

enviadas no período de sua safra. São servidas por dia aproximadamente 200 refeições

no período da manhã e 170 refeições no período da tarde, 32 almoços, 16 cafezinhos no

início da manhã e 16 no final da tarde (servido para as crianças do reforço). Desta

forma, são preparadas cinco refeições por dia.

A nutricionista Rosemari Fernandes visita a escola quase toda semana. Grande

parte dos alunos gosta da merenda, e normalmente eles próprios se servem no bufê. Há

pouco tempo a prefeitura fez uma portaria proibindo a ingestão de diversos alimentos

não nutritivos pelas crianças e pelos adultos dentro do ambiente escolar (para o

conhecimento dos pais, este assunto foi tratado em uma reunião). Existe um projeto de

horta desde o início do ano; já foram colhidas algumas alfaces, mas não são consumidos

pelos alunos. Várias crianças estão acima do peso, além do mais, a escola conta com

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algumas crianças celíacas. Buscando o bem estar destes, as massas servidas a todos os

alunos vêm sem glúten.

À noite, na Escola Básica Municipal Antônio Paschoal Apóstolo funciona o EJA,

voltado ao Ensino de Jovens e Adultos da comunidade.

3.1.3 Escola Básica Maria Conceição Nunes

A Escola Básica Maria Conceição Nunes é uma instituição municipal que atende

em média 700 crianças e é coordenada pelo diretor Mauro Guimarães. Os programas

oferecidos, segundo o diretor, são o PNAE e o programa Hora de Comer. O diretor

relatou que desconhece a organização dos mesmos, pois é a Coordenadoria de

Alimentação Escolar que coordena estes programas. A origem destes programas é

municipal, pois é do município a responsabilidade de implantá-los. Quanto à

organização dos mesmos na escola, quem o faz é a nutricionista Rosemari Fernandes,

que, além disso, verifica os alimentos recebidos e os organiza e sua visita é semanal.

Não souberam informar quais são os beneficiários destes programas, mas observando a

abrangência dos mesmos, verificamos que os alunos são os maiores beneficiados, pois

esses programas não se estendem a comunidade como um todo.

Os alimentos distribuídos pela prefeitura são recebidos na escola semanalmente

às segundas-feiras. Segundo o diretor, os alimentos oferecidos pela escola, sempre

chegam em boas condições, vêm sob licitação que dá preferência aos produtores locais,

30% da merenda oferecida é proveniente da agricultura familiar, sendo que esses

alimentos são recebidos pelas próprias merendeiras. O cardápio passa por mudanças

periódicas, sendo elaborado pela Secretária Municipal de Saúde, uma vez que a

nutricionista da escola apenas realiza a verificação dos mesmos.

Na escola há a presença de uma horta, que conta com a participação dos alunos e

onde os mesmo têm aulas. A horta conta com a ajuda da CEPAGRO (Centro de Estudos

e Promoção de Agricultura de Grupo) que repassa assistência técnica, ela é uma

organização não governamental (ONG) existente a vinte anos, é formada por entidades

de apoio a Agricultura Familiar, de abrangência regional ou estadual, e por agricultores

familiares. Através do Núcleo Litoral Catarinense, o CEPAGRO é membro atuante na

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Rede Eco Vida de Agro Ecologia, que tem como objetivo principal o desenvolvimento

através de criação e manejo de hortas e a viabilização da Agro Ecologia em todo o sul

do país. Apesar de não ter uso de agrotóxicos a horta não tem reconhecimento de

produtor orgânico.

Existe um programa na escola para as crianças que sofrem com a intolerância

ao glúten. Alimentos como macarrão são todos fornecidos sem glúten.

Não há presença de cantina na escola, já que a mesma oferece várias refeições

diariamente, como café da manhã, lanche, almoço e lanche da tarde; é permitido porém,

que os alunos levem lanche de casa.

O diretor foi solista ao nos passar as informações, soube nos informar muitas

coisas a respeito da elaboração dos cardápios e da procedência da merenda que é

oferecida a escola, porém, ao perguntarmos quais programas existem na escola, ele só

mencionou o PNAE porque nós o citamos. Notamos um desconhecimento a respeito dos

programas existentes, não só deste diretor, mas de outros diretores com que

conversamos; sendo que seria importantíssimo o pleno conhecimento do assunto.

3.1.4 Colégio Expressão

O Colégio Expressão é uma instituição particular que atende trezentas crianças

tanto do Território do Rio Vermelho quanto de regiões próximas, como Ingleses, Costão

do Santinho e Barra da Lagoa. Essas crianças estão distribuídas em turmas que vão

desde o berçário até ao sétimo ano, com turmas de ensino integral, matutino ou

vespertino.

Os almoços são fornecidos por uma empresa familiar terceirizada que prepara o

alimento comprado na região de Florianópolis e diariamente manda o almoço pronto

para a escola, que acontece às onze da manhã. O almoço é financiado pelos

responsáveis pelos alunos mensalmente ou diariamente. O cardápio das refeições

oferecidas é elaborado pela diretora, tendo o acompanhamento das mães.

As crianças que ficam em um só período podem adquirir o alimento de uma

cantina, que segundo a coordenadora do ensino infantil, segue regras estabelecidas pela

diretora, servindo bolo de cenoura, salgados assados, frutas e sucos que são fornecidos

pela mesma empresa familiar terceirizada.

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O colégio promove projetos de complementação, como o dia da fruta e as aulas

de vivencia - que são palestras e mensagens que muitas vezes incentivam prática de

esportes e de alimentação adequada, tanto para os pais como para os alunos. A estrutura

da escola conta também com uma horta na qual os próprios alunos participam. Essa

horta assim como as dos demais colégios, por não ter objetivo comercial, não possui

certificação, o que dificulta a certeza sobre a qualidade sanitária da mesma.

A escola possui alunos (não contabilizado pela coordenadora) com transtornos

alimentares como doença celíaca e intolerância a lactose. Para todos esses casos, o

responsável pelo aluno fornece alimentação adequada ao mesmo, pois não há inclusão

de alimentos especiais na alimentação regular dos alunos. Mostrando que a preocupação

com os alimentos e a inclusão está mais desenvolvidas nos colégios públicos do que nos

particulares.

3.1.5 Escola Básica do Muquém

A escola básica do Muquém é uma escola estadual que tem capacidade de

atender 380 alunos, mas atualmente atende 368 , de 6 a 11 anos de idade. Dentre estes

dez não são do território do Rio Vermelho. As turmas são distribuídas nos períodos

matutinos e vespertinos.

A instituição conta com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

que atende todas as instituições estaduais do Brasil, sendo no seu total 1354 escolas.

Atualmente recebe alimentação pré-preparada da empresa COAN. A terceirização

começou a ser discutida porque havia um impasse na contratação de funcionários para a

cozinha das escolas, pois a mesma não era fiscalizada, o que podia levar a contratação

de pessoas não qualificadas. O estado foi dividido em quatro macrorregiões atendidas

cada uma por uma empresa diferente. A execução do programa fica então por conta da

empresa e a fiscalização é feita pela Secretaria. Antes da terceirização dos alimentos, era

responsabilidade da escola comprar todos os alimentos, uma vez que a escola recebia

dois mil reais do PRODENE (Programa de Descentralização e Enriquecimento da

Nutrição Escolar) para a compra desses alimentos.

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A escola tem uma equipe que faz um controle de refeições dando um ticket para

cada primeira refeição e outro diferenciado para quando o aluno repete a refeição. Para

a preparação na própria escola há duas merendeiras.

Para a fiscalização da terceirização das escolas no Estado existe uma equipe de

fiscalização formada por seis funcionários da secretaria da educação e membros do

conselho (formado por pais, professores, representante da ACELBRA, representante do

sindicato de nutricionistas e dos agricultores familiares). São feitas visitas semanais,

diferentes regiões a cada semana, e em quatro escolas por dia. No final da semana a

equipe se encontra com membro do conselho e representante da empresa para discussão

da situação das escolas. Na escola em que visitamos esta informação parecia não estar

clara, a diretora que deveria nos informar não soube ao certo como se dava esta

fiscalização, passando a responsabilidade para outra pessoa que não deveria estar

inserida neste processo.

A alimentação é fornecida no intervalo de 10:15 às 10:30 e de 15:15 às 15:30.

Atualmente as crianças recebem salgado duas vezes por semana e doce três vezes.

Duas vezes por semana a nutricionista Gisele faz visitas e encaminha os alunos

com transtornos alimentares para ter acompanhamento do posto de saúde. Atualmente

há em média dez crianças com obesidade. Na escola eles também recebem alimentação

diferenciada e tem o acompanhamento atencioso da diretora que procura saber detalhes

tanto dos alunos quanto das famílias. A escola tem dez crianças com sobrepeso e três

que participam do programa Hora de Comer. Cabe a nutricionista também responder

pelos programas.

O que se pôde analisar na escola foi a falta de informação relacionada ao PNAE

pela diretora e professores; foi feita, porém, a entrevista com a coordenação do

Programa Nacional de Alimentação Escolar, a qual nos informou que é feita a

capacitação das secretarias municipais para então as informações serem repassadas às

escolas. Não há condições de trabalhar diretamente com cada escola atendida pelo

programa. Com a fiscalização mais frequente o problema da desinformação tem

diminuído, pois a visita da equipe leva a uma maior discussão sobre o tema entre as

direções pedagógicas.

As cantinas não estão presentes nas escolas, mas não é negado ás crianças de

trazerem alimentos de casa, desde que não sejam frituras, doces, chicletes, entre outros.

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3.1.6 Creche do Muquém

É uma Creche municipal que atende trinta crianças, de quatro meses até um ano

de idade. A creche possui 2 salas de aula, onde as crianças são separadas em turma de 4

meses até 1 ano de idade em uma sala, e as de 1 ano até 2 anos e 6 meses em outra.

Dependendo da criança ela permanece apenas em um turno ou em período integral.

Todas as vagas da creche encontram-se preenchidas ,porém há uma lista de espera bem

maior do que a capacidade que a instituição possui, com um número superior a duzentas

crianças.

Na instituição existe uma criança com intolerância a lactose que está sendo

acompanhada pelo Centro de Saúde do bairro e seus alimentos são enviados à creche

separadamente.

A nutricionista Gisele acompanha periodicamente de acordo com a solicitação

da diretora da creche, Maria da Glória Nunes dos Santos.

Os alimentos são fornecidos pela COAN e também por verba recebida

diretamente, com a qual a instituição obtém alimentos frescos através de um convênio

com uma família de agricultores de Alfredo Wagner. São enviados recursos para a

escola através do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) que consiste na

assistência financeira e é vinculado ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação); estes recursos são enviados à escola caso haja a necessidade de

suplementação dos alimentos.

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Tabela 1: Caracterização geral das instituições educacionais do Bairro Rio

Vermelho. Florianópolis/SC, 2010.

NOME TIPO

INSTITUIÇÃO NÚMERO DE REFEIÇÕES

NÚMERO DE

ALUNOS

GASTO POR CRIANÇA MENSAL

CRIANÇAS COM NECESSIDADES

ESPECIAIS ACOMPANHAMENTO

NUTRICIONAL

NEI São João

Batista Municipal

-

400

Aproximadamente 6 reais por

criança

3 Crianças com sobre peso; 1

baixo peso acompanhamento

geral*

Escola Básica

Muquém Estadual

-

370

Aproximadamente 6 reais por

criança 1 baixo peso Acompanhamento

geral

Creche do Muquém Municipal

- 32

Aproximadamente 6 reais por

criança 1 intolerância a

lactose Acompanhamento

geral E. B.

Antonio Paschoal Apóstolo Municipal 424/dia 497

Aproximadamente 6 reais por

criança N.d. de celíacos Acompanhamento

geral

E. B. Maria Conceição

Nunes Municipal 120 alm./dia 700

Aproximadamente 6 reais por

criança N.d. Celíacos Acompanhamento

geral

Colégio Expressão Privada 900/dia 300

Aproximadamente 6 reais por

criança

N.d. celíacos/ n.d. intolerância a

lactose Sem

acompanhamento

N.D (Número desconhecido)

* o acompanhamento geral das nutricionistas das instituições se dá pela visita quando necessário à escola,

formulação e acompanhamento dos cardápios; caso haja necessidade a nutricionista interfere

individualmente junto ao aluno.

Constata-se a partir dos dados presentes na tabela 1, que das seis intituições de

ensino visitadas no território, cinco delas são de ensino público, ou seja, há um

predomínio de escolas públicas no bairro. Sendo que destas, somente é de nível

estadual, a Escola Básica do Muquém; as demais são vinculadas ao próprio município

de Florianópolis.

É considerável a quantidade de vagas oferecidas pelas escolas, destacando-se

com maior número de alunos a Escola Básica Maria Conceição Nunes possuindo em

média, 700 alunos. Já a instituição que abriga menos alunos é a creche do Múquem; por

cuidar de crianças menores, que necessitam de muito cuidado e atenção, e devido ao

tamanho do local, são aceitos na creche no período atual, 32 crianças.

Em relação à presença de alunos celíacos e intolerantes a lactose, existe uma

média de casos entre as escolas. Todas as intiuições públicas contam com visitas e

acompanhamento de nutricionista, entretanto isso não ocorre com o Colégio Expressão,

sendo ele um colégio particular.

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Tabela 2: Caracterização das Instituições Educacionais segundo Programas de

Alimentação e Nutrição. Bairro Rio Vermelho, Florianópolis/SC, 2010.

Nome da Escola Programas Existentes

Número de

crianças

Auxílio da Renda Mensal Convênios

Ações ou Atividade

Escola Básica Estadual do Muquém PRODENE/PNAE 370 não há não há não há

Creche Municipal do Muquém PNAE PDDE 32 não há não há

Dia da fruta uma vez por semana

E. B. Antônio Paschoal Apóstolo PNAE 497 não há não há

Colégio Expressão Particular 300 Pago por

aluno

Terceirização com uma empresa familiar

Dia da fruta uma vez por semana

Horta com participação dos

alunos

Nei São João Batista PNAE 400 não há não há

Horta na

escola(programa do próprio NEI,

Alimentos não são usados na escola)

E. B. Maria Conceição Nunes PNAE 700 não há não há

Horta na

escola(programa da própria escola)

Todas as instituições visitadas possuíam programas especiais com restrições alimentares.

Pode-se notar que todas as escolas, exceto o Colégio Expressão (instituição

particular), estão inclusas no programa PNAE; este se nomeia Programa Nacional de

Alimentação Escolar. Foi implantado em 1955 e garante, por meio da transferência de

recursos financeiros, a alimentação escolar dos alunos de toda a educação básica

(educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação de jovens e adultos)

matriculados em escolas públicas e filantrópicas.

Os procedimentos envolvidos na aquisição de alimentos pelo Estado passam

pelas seguintes etapas; edital (parte burocrática), especificação de alimentos e utensílios

(pesquisa de preços, tipo de embalagens, período de validade), critério de seleção,

(devem atender as exigências), e enfim, repasse dos gêneros até as instituições. O

repasse é feito diretamente pelo fornecedor, cujo contrato é de seis meses, entretanto em

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2011 passará a ser anual. Esse processo é minucioso e necessita de um relatório anual de

gestão para o Conselho de Alimentação Escolar (CAE), órgão de fiscalização.

As nutricionistas Sanlina, Renata e Angélica da Secretaria Municipal de

Educação e Programa de Alimentação na Escola, são responsáveis pela elaboração de

um “cardápio geral”, porém cada instituição tem a liberdade de confeccionar o seu

próprio cardápio, seguindo os padrões disponibilizados. Durante a elaboração é levado

em conta os alunos intolerantes à lactose ou glúten, além da faixa etária. Se em uma

escola existir apenas uma criança celíaca, a recomendação é que o restante das crianças

tenha a mesma alimentação, a fim de diminuir o risco de contaminação cruzada; porém

algumas escolas oferecem alimentação diferenciada apenas para os celíacos. Já os

alunos intolerantes à lactose têm um processo diferenciado; devido à baixa

aceitabilidade do leite de soja por quem não é intolerante.

É norma também que 30% dos alimentos utilizados na alimentação escolar

venham da agricultura familiar, entretanto, desde que a terceirização está em vigor no

estado, isso não vem acontecendo. São quatro as empresas que terceirizam a

alimentação em Santa Catarina, sendo que a responsável pela região visitada é a COAN.

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3.2 CARACTERIZAÇÃO DE OUTRAS INSTITUIÇÕES

3.2.1 Igrejas

3.2.1.1 Doações de cesta básica

As famílias mais carentes do Rio Vermelho são identificadas pelas Agentes

Comunitárias de Saúde (ACS) e indicadas a ACS Neuza Maria Bastos para receber

cestas básicas. Os critérios de inclusão aos benefícios são definidos segundo a

observação de cada Agente Comunitário de Saúde sobre as micro áreas que se

responsabilizam. Quando uma família consegue melhorar economicamente, o

recebimento destes alimentos é interrompido.

Os alimentos são doados por famílias locais ou por mercados e instituições que

se dispuserem a ajudar. Por isso não há controle quanto à origem nem critérios de

escolha dos alimentos. O número de cestas básicas e famílias beneficiadas são

variáveis. A Agente de Saúde Neuza é a responsável por receber as doações e

encaminha-las para as famílias.

As famílias carentes do Rio Vermelho possuem auxilio da comunidade e

recebem doações de cestas básicas e alimentos em datas comemorativas. Essas famílias

são identificadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde (ACS) e repassadas para Neuza

Maria Bastos que é uma das ACS do território responsável pelas doações.

Os critérios de inclusão para receber doações é basicamente não ter condições

econômicas, ou ter condições socioeconômicas desfavoráveis.

No Natal, a Igreja Católica local faz campanhas de doações de alimentos e cestas

básicas com o auxilio do Diácono Ricardo. O critério de inclusão das famílias para

receber as doações também possuir uma baixa renda.

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4. ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS

A região do Rio Vermelho possui diversas formas de estabelecimentos

comerciais onde a população consegue obter os alimentos através de feiras, mercados de

grande e pequeno porte e panificadoras as quais também oferecem além dos produtos

tradicionais alimentos como arroz, feijão e produtos de higiene pessoal.

A equipe visitou dois estabelecimentos principais, um deles na Rua João Gualberto

7421, localizado na micro área 421, denominado Fênix e o outro Aliança na mesma

rodovia número 4468.

O público que freqüenta ambos os mercados são moradores da região,

entretanto, muitas pessoas se locomovem até outros bairros à procura de comércios

maiores e que proporcionem mais diversidade de marcas e alimentos.

O estabelecimento atende a população local por ser um dos maiores da região,

entretanto quando a população precisa de aquisições que o local não oferece ou é de alto

custo, buscam-na em redes de nível estadual, como Big e Angeloni. Os alimentos que

são industrializados possuem diversas origens, muitos deles são próprios do Estado de

Santa Catarina em municípios como Biguaçu, Barreiros, Braço do Norte, Palhoça, São

José e Araquari. Já os in natura como frutas, verduras e legumes veem do CEASA. A

Centrais de Abastecimento do Estado de Santa Catarina AS (CEASA) é uma empresa de

economia mista e está vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e Política Rural.

Seu objetivo é funcionar como elo entre o produtor e o consumidor por meio da

comercialização atacadista e varejista de pescado, produtos hortifrutigranjeiros,

alimentos e insumos orgânicos, produtos ornamentais e de floricultura e artesanais.

Para isso a CEASA busca disponibilizar instalações adequadas, orientar, disciplinar e

organizar o mercado, de modo a torná-lo mais acessível ao produtor rural.

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

Socioeconômicos (DIEESE), o valor da cesta básica na cidade de Florianópolis no mês

de setembro de 2010 foi de R$223,73. Esse valor não difere de maneira significativa

dos encontrados nos estabelecimentos que comercializam alimentos no Rio Vermelho,

uma vez que a cesta básica nesse bairro custou, no mesmo período (momento da nossa

pesquisa), R$221,85.

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4.1 SUPERMERCADO FÊNIX

O proprietário do Supermercado Fênix se chama Pedro e conta com funcionários

que trabalham no açougue, padaria, limpeza e no caixa.

Não é um mercado muito amplo, por isso só aceita cartões do VISA e nenhum

tipo de vale alimentação. O proprietário da preferência aos alimentos de origem

catarinense, e caso não haja ele busca alimentos de origem regional.

O estabelecimento Fênix possui uma infraestrutura organizada, separado por

setores: higiene pessoal, frios, leguminosas e frutas, bebidas, material de limpeza,

açougue e padaria. Essas divisões facilitam a procura do cliente e fornece ao ambiente

um aspecto organizado.

4.2 SUPERMERCADO ALIANÇA

O proprietário do Supermercado Aliança se chama Valdecir Ribeiro do

Nascimento é morador antigo do bairro e inaugurou o supermercado há 8 anos.

Atualmente ele tem a colaboração de 12 funcionários.

Por se tratar de um mercado amplo, são aceitos cartões como o VISA,

MASTERCARD e DINNERS. Quanto aos vales-refeições, o VISA VALE, VR e

SODEXO podem ser utilizados no estabelecimento com a ressalva de que só alimentos

podem ser comprados com esses tickets. Outros métodos de pagamentos não são

usados.

Ao realizar as compras, o consumidor leva em conta a popularidade do produto e

o preço. Quanto mais conhecido e barato o produto é, mais ele é comercializado.

Já o proprietário dá preferência aos fornecedores do estado de Santa Catarina, e

há no estabelecimento diversos produtos provenientes de cidades como São José,

Palhoça e Itajaí; Não há, porém, nenhum produto nas estantes que seja fabricado em

Florianópolis.

O supermercado aliança tem produtos de padaria e confeitaria de fabricação

própria, e um local destinado ao consumo desses produtos. Alimentos como o pão de

trigo, tortas, bolos e salgados fritos são os mais apreciados pelos clientes.

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5.CENTRO DE SAÚDE DA FAMÍLIA

5.1. CENTRO DE SAÚDE DO RIO VERMELHO

O Centro de Saúde da Família do Rio Vermelho localizado ao Norte da ilha de

Florianópolis, atendia seus pacientes na Escola Antônio Paschoal Apóstolo, entretanto

através de apoio financeiro do programa pró-saúde o centro passou por uma reforma e

sua sede foi ampliada. A mudança oficial ocorreu no ano de 2003 e atualmente a

população está sendo atendida na Rua João Gualberto Soares, 1099.

A instituição abrange três micros áreas, designadas como 420 421 e 422. O

centro de saúde esta inserido na zona 422 e cobre aproximadamente 7953 moradores do

bairro. Contudo existe uma porção do bairro que ainda esta descoberta pela ação das

agentes de saúde, sendo uma zona de risco, com muita prostituição, tráfico de drogas e

morte. Essa zona de risco é conhecida como Travessão.

O Centro de Saúde da Família funciona das 8h às 12h e das 13h às 17h e oferece

para a população local, clínica geral, básico de enfermagem, odontologia, Programa

Capital Criança, vacinação, Teste do pezinho, serviços de enfermagem e preventivo do

câncer. O centro também possui grupos com atividades coletivas como os grupos de

Tabagismo, “Hiperdia” (Hipertensão e Diabetes), Gestantes (inativado em 2009 devido

à gripe H1N1), Capital Criança (orientação educacional) e consultas coletivas. O Centro

de Saúde da família ainda exerce os cinco Pontos do PSE (Programa de Saúde da

Escola); Olhar Brasil, Sexualidade, Saúde Mental, Saúde Bucal e Alimentação

Saudável.

Além disso, o Centro de saúde é assistido com três equipes da família, auxiliar

de consultório, auxiliar de administração, esterilização, estagiária e agente comunitários;

somando no total 32 funcionários. A coordenadora da Atenção Básica à Saúde chama-se

Cristina, de 31 anos e é graduada em enfermagem. Possui especialização em outras

áreas da saúde que não a Saúde Pública. Ocupa o cargo atual há cerca de oito meses e

possui experiência como enfermeira no próprio centro de saúde.

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5.2 NÚCLEO DE APOIO A SAÚDE DA FAMÍLIA

O Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) foi criado através da Portaria

GM no

154, de 24 de Janeiro de 2008 . O programa é uma estratégia de iniciativa do

Governo Federal para a fim de ampliar o número de profissionais às equipes do PSF

(Programa Saúde da Família). Conta com 13 tipos de profissionais. Possui médicos

(ginecologistas, pediatras e psiquiatras), professores de Educação Física, nutricionistas,

acupunturistas, homeopatas, farmacêuticos, assistentes sociais, fisioterapeutas,

fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais, assim cada município pode

adequar de acordo com a sua necessidade.

Além disso, existem duas modalidades de NASF, o NASF I que deve ter no

mínimo 8 Estratégia da Saúde da Família e cinco profissões de nível superior; já o

NASF II três profissões de nível superior (vinculado a, no mínimo 03 Equipes de Saúde

da Família) além de possuir uma densidade demográfica menos que 10hab/km2, sendo

financiado apenas um NASF.

O programa é uma iniciativa na qual recebe um incentivo inicial para a compra

de instrumentos e equipamentos que serão necessários para a realização das atividades

bem como um auxílio mensal, para poder manter o projeto. Além disso, o NASF recebe

o PAB (Programa de Atenção Básica); fixo que representa uma renda per capta e um

variável que depende das atividades adicionais realizadas.

5.2.1 Núcleo de apoio a saúde da família em Florianópolis

Florianópolis conta com sete grupos do NASF: dois no continente, dois no sul,

um no norte, um no oeste e um no centro da cidade, esse último está sem nutricionista

no momento. O NASF que atende a região do Rio Vermelho é composto por um

Psicólogo, um Nutricionista, um Psiquiatra, um Geriatra, um Educador Físico e um

Farmacêutico.

A integração entre os Núcleos de Apoio à Saúde da Família é informal devido ao

fluxo muito intenso e a falta de tempo dos profissionais. Ela acontece nos corredores,

entre as consultas e às vezes em reuniões.

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A ação do nutricionista nestes núcleos está relacionada ao atendimento ambulatorial,

serviços domiciliares, auxílio aos grupos de apoio, descritos no capítulo 5.5,

planejamento das ações das unidades, promover treinamento para agentes comunitários

e outros para que estes estejam capacitados a dar orientações aos pacientes de forma

adequada. A forma de atuação pode ser tanto individualmente, através das consultas,

como de forma integrativa, por meio da discussão de casos, por exemplo. Muitas vezes

o nutricionista tem o apoio de outros profissionais como o psicólogo e/ou o educador

físico para a resolução do problema do paciente.

5.3 PROGRAMAS RELACIONADOS À ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO

No âmbito de NASF nacional a nutricionista atuante tem em mãos

programas como a Política de Alimentação e Nutrição, a Política Nacional de

Atenção Básica e a Política ao Direito Humano à Alimentação Adequada onde todos

possuem o objetivo comum de levar saúde, autonomia e cidadania aos brasileiros.

Cabe então ao profissional garantir que os mesmos sejam cumpridos com:

promoção de práticas alimentares saudáveis, em âmbito individual e coletivo, em

todas as fases do ciclo de vida; contribuição na construção de estratégias para

responder às principais demandas assistências quanto aos distúrbios alimentares,

deficiências nutricionais, desnutrição e obesidade; desenvolvimento de projetos

terapêuticos, especialmente nas doenças e agravos não transmissíveis; realização do

diagnóstico alimentar e nutricional da população, com a identificação de áreas

geográficas, segmentos sociais e grupos populacionais de maior risco aos agravos

nutricionais, bem como identificação de hábitos alimentares regionais e suas

potencialidades para promoção da saúde; promoção da segurança alimentar e

nutricional fortalecendo o papel do setor saúde no sistema de segurança alimentar e

nutricional instituído pela Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, com vistas ao

direito humano à alimentação adequada.

Esses direitos em Florianópolis os programas relacionados à alimentação

realizados pelo governo têm como mediador os Centros de Saúde da Família. Para o

bom funcionamento dos programas e acompanhamento dos beneficiários, o trabalho dos

CSFs é essencial. No Rio Vermelho, os programas realizados são: Programa de

Fórmulas Especiais, Programa Saúde de Ferro, Programa de Prevenção e Controle de

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Carências por Nutrientes (Vitamina D), Programa Bolsa Família, Programa de

Colostomia e Programa Saúde na Escola (PSE).

5.3.1 Programa de Fórmulas Especiais

Esse programa foi criado em 1994 pelo governo de Florianópolis com o objetivo

de diminuir a internação por desnutrição e alergias alimentares. Os beneficiários são

crianças com idade igual ou inferior a 2 anos que preencham ao menos um desses

requisitos: alergia a proteína do leite de vaca e alergia a soja, intolerância a

lactose,Falência do crescimento por síndrome de má absorção de etiologia a esclarecer,

filhos de mães HIV positivas, prematuridade extrema ou uso materno crônico e/ou

obrigatório de drogas que torne contraindicado o aleitamento materno.

5.3.2 Programa Saúde de Ferro

O Saúde de Ferro teve inicio em 2007 e consiste na suplementação

medicamentosa de sulfato ferroso para todas as crianças de 6 meses a 18 meses de

idade, gestantes a partir da 20ª semana de gravidez e mulheres até o 3º mês pós-parto ou

pós-aborto. Os resultados são a diminuição do índice de anemia por deficiência férrica.

A adesão do programa pelos Centros de Saúde da Família é opcional, uma vez

que muitos médicos afirmam que não há deficiência férrica na cidade. Por esse motivo,

muitas gestantes não são beneciadas com a dose profilática de sulfato ferroso. A

Unidade de Saúde do Rio Vermelho, por sua vez, optou em aderir à esse programa.

5.3.3 Suplementação com Vitamina D

É realizada pelo governo Brasileiro beneficia crianças de até 6 meses de idade.

Segundo a coordenadora do Centro de Saúde da Família do Rio Vermelho, são

ministradas 2 gotas medicamentosas por dia aos beneficiários.

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5.3.4 Programa Bolsa Família

É um programa realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social que

transfere renda às famílias brasileiras que se encontram em situação de pobreza. O

governo federal concede mensalmente benefícios em dinheiro para as famílias com

renda per capita de até R$120,00 mensais, mas para que isso ocorra elas devem ser

acompanhadas por uma unidade básica de saúde. A inclusão de beneficiários ocorre a

partir de cadastro único feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social. As condições

para a participação no programa são: Crianças de até 7 anos devem manter o calendário

de vacinação atualizado, realizar consultas conforme o calendário do Ministério da

Saúde, realizar a avaliação do estado nutricional (peso e altura) e frequentar a escola;

Gestantes e mães que amamentam devem realizar o pré-natal, realizar o

acompanhamento pós-parto ou pós-aborto e participar das atividades educativas

desenvolvidas pelas equipes de saúde sobre aleitamento materno e alimentação

saudável.

5.3.5 Programa de Colostomia

Concede bolsas de colostomia a idosos e pacientes submetidos a cirurgias que as

façam necessárias. Essas bolsas são distribuídas mensalmente, desde que haja o

acompanhamento com um médico do Sistema Único de Saúde.

5.3.6 Programa Saúde na Escola (PSE)

Foi instituído no âmbito dos Ministérios da Educação e da Saúde em 2007 para

consolidar a Política Nacional de Promoção da Saúde através de ações de promoção,

prevenção e atenção à saúde.

Tem objetivo em trabalhar a saúde dos escolares, baseando-se em diversos eixos

na área da saúde como o da nutrição, odontologia, psicologia e outros.

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O Programa de Saúde Escolar envolve as escolas, os Centros de Saúde, os

profissionais da área da saúde e as agentes comunitárias de saúde e como parceiros a

Secretaria de Saúde e a Secretaria da Educação, a nível local.

Em Florianópolis, a coordenação geral do PSE esta localizado na Secretaria de

Educação e é coordenado pela Virgínia e na Secretaria de Saúde a coordenadora é Dr.

Jane, pediatra.

Para participar desse programa a escola deve ser credenciada à Secretaria de

Educação.

5.4 GRUPOS DO CENTRO DE SAÚDE RIO VERMELHO

Todos os grupos e atividades realizadas pelo Centro de Saúde do Rio Vermelho

têm o apoio dos profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e tem

como objetivo instruir a população sobre assuntos relacionados à promoção, prevenção

e recuperação da saúde.

O Papa Fila é um grupo de consulta coletiva que atende até 30 pessoas que

precisam mostrar exames ou renovar receitas de medicamentos de uso contínuo. O

médico presente ainda tira dúvidas a respeito das doenças e faz o atendimento

individual dos pacientes.

Tendo em vista o crescente número de pessoas acometidas de doenças crônicas

não transmissíveis, o CSF dispõe de reuniões mensais com até 50 pessoas que sofrem de

diabetes e hipertensão e seus familiares. O médico responsável tira dúvidas sobre essas

doenças, faz o controle da pressão e do índice glicêmico e ainda renova receitas de uso

contínuo. O atendimento é primeiramente coletivo, com palestras educativas sobre

saúde. Posteriormente os atendimentos individuais são realizados no consultório com

um médico ou enfermeiro.

O Grupo de Tabagismo é o mais frequentado dos grupos organizados pelo CSF e

portanto, há até fila de espera de participação. O índice de cura do vício fica próximo de

100%, o que garante o bem rendimento dessa atividade.

Atualmente o Grupo de Gestantes não está sendo realizado. Porém, a

coordenadora do Centro de Saúde garantiu que a partir de novembro de 2010 o grupo

seria reativado.

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6. ANÁLISE DOS RISCOS DE PARASITOSES NO RIO VERMELHO

Através da análise minuciosa do território do Rio Vermelho durante o primeiro

semestre de 2010 e a posterior aprendizagem sobre parasitoses nas aulas ministradas na

UFSC, foi possível observar que o território em questão apresenta características

propícias ao desenvolvimento de uma série de doenças.

A presença de cães errantes em todo o bairro, a existência excessiva de

caramujos africanos e a falta de esgoto tratado podem ser a causa de inúmeras

enfermidades que atingem a região.

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6.1 PARASITOSES RELACIONADAS A CACHORROS

6.1.1 Escabiose (sarna)

É uma doença altamente infecciosa causada pelo agente

etiológico Sarcoptes scabiei, transmissível pelo contato com animais ou o contato

íntimo entre pessoas ou mesmo através das roupas. O ácaro cava galerias na epiderme

causando prurido, lesões e coceiras, que se tornam mais acentuadas no período noturno.

O tratamento é feito a base de uma pomada, que deve ser usada após o banho

quente no corpo todo, e não somente onde há lesões visíveis. Entretanto, para que a

contaminação nem chegue a ocorrer, cuidados devem ser tomados. São eles: evitar

contato com pessoas infestadas, ferver e passar as roupas diárias e as roupas de cama

diariamente, evitar compartilhar roupas.

6.1.2 Pulga (Ordem Siphonaptera)

Pulgas são ectoparasitas de animais silvestres, domésticos e do homem. Esse

parasita é um inseto (mesmo sem possuir asas) extremamente ágil que pode saltar até 75

vezes a sua altura. O salto é usado para passar de um hospedeiro para outro, o que pode

ser perigoso uma vez que doenças como tifo, salmonelose, bacterioses e viroses podem

ser veiculados juntamente com a pulga.

Existem uma série de espécies e subespécies que podem causar dados ao

homem, mas a família que mais ataca o homem é o pulicidae.

A prevenção é feita através da limpeza do local onde o animal dorme e de

tapetes, da poda de gramas e limpeza de jardins para evitar ambientes úmidos, que são

adequados para o desenvolvimento das larvas, e do controle de roedos que são

hospedeiros da pulga. Porém, no bairro Rio Vermelho, seria necessário uma ação mais

efetiva de recolhimento dos animais errantes que transitam soltos pela via pública.

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6.1.3 Moscas (Ordem Diptera)

Devido à existência de cachorros soltos na região do Rio Vermelho, restos fecais

desses animais podem causar acúmulo desse inseto, uma vez que esse animal se

alimenta desse tipo de detrito. Ele pode ser vetor de transmissão de vários tipos de

doenças, tais como febre tifóide e paratifóide, diarreia, cólera, febres intestinais,

poliomielite, entre outras.

Por esse motivo deve-se eliminar qualquer tipo de detrito que serve como

alimento para as moscas, utilizar armadilhas para capturá-las, usar telas e inseticidas.

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6.2 PARASITOSE RELACIONADA AO CARAMUJO AFRICANO

6.2.1 Angiostrongilíase Meningoencefálica Humana

Sintomas: dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema

nervoso.

6.2.1 Angiostrongilíase Abdominal

Causa perfuração intestinal e hemorragia abdominal (cujos sintomas são: dor

abdominal, febre prolongada, anorexia e vômitos).A ingestão ou a simples manipulação

dos caramujos vivos pode causar a contaminação, pois os vermes são encontrados no

muco (secreção) dos caramujos. Ao se instalar em hortas e pomares, o caramujo pode

contaminar frutas, verduras e disseminar doenças. Mas não há motivo para pânico: basta

orientar crianças sobre os cuidados que devem ter e lavar bem hortaliças e vegetais que

serão consumidos in natura.

A identificação do verme é difícil, pois os ovos do mesmo não aparecem nas

fezes dos doentes e o próprio verme é desconhecido da maioria dos médicos sanitaristas

e protologistas.

A simples manipulação dos caramujos vivos pode causar contaminação, pois os

vermes podem ser encontrados na secreção dos caramujos. Ao se instalar em hortas e

pomares, o caramujo pode contaminar verduras, frutas e disseminar doenças.

Não se deve abandonar ao ar livre as conchas do caramujo gigante africano sem

destruí-las, pois as mesmas servirão como criadouros naturais para o mosquito

transmissor da dengue e da febre amarela

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6.3 PARASITOSES RELACIONADAS À FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO

Segundo Menezes (1993, p.17), “os fatores mais importantes em nível de saúde

são, pela ordem, os seguintes: em primeiro lugar, a qualidade de vida; em segundo lugar

o saneamento; em terceiro lugar, os atos médico”.

A falta de saneamento explica 65% das internações no Sistema Único de Saúde

em decorrência de contaminação por parasitoses e a morte de 15 crianças por dia no

Brasil em decorrência da falta de saneamento. (FUNASA,16/jul/00.)

Sabendo disso, através das visitas realizadas ao bairro Rio Vermelho percebeu-se

que o bairro ainda sofre com a falta de infraestrutura e saneamento básico, ou seja,

muitos esgotos não recebem o destino adequado. Deste modo é possível que muitos

moradores do bairro venham a contrair parasitoses veiculadas pela falta de saneamento.

6.3.1 Giardíase

A giardíase pode ser causada por três tipos de protozoários flagelados, sendo o

causador mais comum a Giardia Lamblia. Sua forma ativa é conhecida como trofozoíta,

enquanto a forma resistente se da na forma de cistos.

A transmissão desta parasitose se dá através de cistos maduros presentes na água

ou em alimentos contaminados, e também por transmissão direta pelas fezes. E os

sintomas mais comuns são diarréia, má absorção, perda de peso, náuseas e vômito;

apesar disso 90% dos infectados são portadores assintomáticos.

Existe a Giardíase Aguda onde ocorre diarréia, gases e anorexia, neste tipo da

doença os infectados eliminam o trofozoito através das fezes, sendo menos prejudicial,

já que o trofoizoito não é a forma resistente. Já na Giardíase Crônica os sintomas mais

comuns são a diarréia e a má absorção, desencadeando a Avitaminose Lipossolúvel que

gera enteatorréia (fezes gordurosas). O tratamento pra a primeira é base de remédios

como o Metranidazol, e da segunda é ter uma alimentação pobre em fibras e ricas em

vitaminas.

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A prevalência da doença varia com a região, sendo bastante freqüente em

berçários, creches e enfermarias. O cisto uma vez eliminado pelo homem ou animal

pode resistir até dois meses na água.

Assim sendo, é importante para a prevenção dessa parasitose, que primeiramente

haja o zelo pela higiene individual. Também é necessário o tratamento dos portadores

tanto sintomáticos quando assintomáticos, para que não ocorra mais liberação dos

cistos. Ampliação dos tratamentos de água e esgoto também são de suma importância,

assim como o controle de zoonose, vacinando o cães. E é fundamental que sejam feitos

exames de fezes periódicos em cozinheiros e manipuladores de alimento.

6.3.2 Ascaridíase

A ascaridíase é uma verminose causada pelo parasita denominado Ascaris

lumbricoides. Este verme nematódeo e também muito conhecido como lombriga

intestinal, infecta os humanos e mais frequentemente as crianças devido aos hábitos das

mesmas. O parasita aloja-se normalmente no intestino delgado; pode, porém, migrar a

outras partes do corpo humano,

A contaminação acontece ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do

parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes

humanas.

A maioria das infecções é assintomática. A larva se libera do ovo no intestino

delgado, penetra a mucosa e por via venosa alcança o fígado e pulmão de onde

alcançam a árvore brônquica. Junto com as secreções respiratórias são deglutidas e

atingem o intestino onde crescem chegando ao tamanho adulto.

Em várias situações podem surgir sintomas dependendo do órgão atingido. A

ascaridíase pode causar dor de barriga, diarréia, náuseas, falta de apetite ou nenhum

sintoma. Quando há grande número de vermes pode haver quadro de obstrução

intestinal. A larva pode contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar

tosse, catarro com sangue ou crise de asma. Se uma larva obstruir o colédoco pode

haver icterícia obstrutiva.

A prevenção da ascaridíase se dá através de medidas de saneamento básico; é

necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença. As más

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condições de higiene e a utilização das fezes como adubo contribuem também para a

prevalência dessa verminose.

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7.CONCLUSÃO

Ao longo do mês de Outubro, nos dedicamos novamente a territorialização do

bairro Rio Vermelho com o objetivo de observar a comunidade e analisar os principais

pontos que influenciam diretamente na saúde, alimentação, educação e cultura, porém

foram ressaltados os pontos de alimentação, nutrição e saúde. Após a preparação em

sala de aula sobre os programas que existem no Brasil em nível estadual e municipal

podemos vivenciar o que foi estudado e debatido, aplicando estes conhecimentos em

visitas a escolas, creches, estabelecimentos comerciais e o Centro de Saúde. Foram

analisados os aspectos mais importantes para a elaboração do presente trabalho.

É fundamental ressaltar a importância da territorialização na primeira fase do

Curso de Nutrição, visando um maior aprendizado relacionado aos assuntos que

envolvem a comunidade, direitos a saúde e alimentação adequada. A vivência das

situações ocorridas no território proporcionou a cada aluna não só o aprendizado

acadêmico, como também aprendizado para a vida.

A visita ao Centro de Saúde situado a no bairro em questão revelou às alunas

que o mesmo consegue atender a maioria das necessidades da população local e também

através das vistorias foi esclarecido o funcionamento do SUS dentro do referido Centro,

bem como a doutrina que é emprega pelo mesmo e os princípios que o regem.

As vistorias nas escolas e creches do bairro também mostraram as acadêmicas na

pratica a execução dos projetos como PNAE além de apresentar como são realizadas as

orientações às crianças sobre como ter uma alimentação saudável, como se garante o

direito a uma alimentação adequada e como as instituições promovem a educação e

orientação nutricional para a coletividade relacionados a políticas, programas direta ou

indiretamente ligados a alimentação e nutrição, visando a inserção dos princípios do

direito humano a alimentação adequada e da SAN.

Por fim as visitas nos estabelecimentos comerciais mostraram as formas que os

moradores do bairro obtém os seus alimentos e se os mesmos são de boa qualidade, sua

origem e os principais consumidores.

Cabe salientar, mais uma vez, a maneira gentil com que fomos recebidas pelos

profissionais do Centro de Saúde do Rio Vermelho e pelas pessoas da comunidade, em

cada visita e cada ajuda, tudo isso, tornou-se indispensável à construção de nossos

conhecimentos como profissionais da área da saúde e principalmente, como pessoas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. MENEZES, Dalma Lúcia. O bairro Rio Vermelho: Um espaço em transformação.

2004. 180 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Centro Tecnológico,

Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de pós-graduação em Engenharia

Civil.

2.OLIVEIRA, Lisete Terezinha Assen de; SAWAYA, Sylvio Barros. UNIVERSIDADE

DE SÃO PAULO Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. Rio Vermelho no seu vir-a-

ser cidade. Estudo da dinâmica da organização espacial. 1992. 2t. Dissertação

(Mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

3. GRUPO Coan. Disponível em: <

http://www.grupocoan.com.br/alimentacao/site.html > Acesso em 27 de outubro de

2010.

3. SAÚDE na escola. Disponível em: <

http://portal.pmf.sc.gov.br/entidades/educa/index.php?cms=saude+na+escola&menu=8 >Acesso em 26 de outubro de 2010.

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ANEXOS

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Anexo 1: Roteiro para diagnóstico e caracterização dos estabelecimentos.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Disciplinas: NTR 5602 - Educação em Saúde, Alimentação e Nutrição II

NTR 5603 - Produção, Distribuição e Aquisição de Alimentos

INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO

Processo de produção, aquisição, distribuição e compra de alimentos do território

- Junto aos estabelecimentos que comercializam alimentos no território – supermercados,

mercados, empórios, feiras,etc

1-Nestes locais procurar contato com os proprietários ou gerentes para obter informações mais fidedignas.

1.2. Informações referentes a identificação do estabelecimento de comercialização de alimentos:

a) Nome/localização – endereço/proprietário/tempo de existência

b) aceita pagamento da refeição com cartões alimentação/tickets, etc?

c) aceita pagamento de outro produto que não seja alimento com estes Tickets?

1.3. Informações sobre o freqüentador do estabelecimento:

a) Origem/procedência do público que se utiliza do estabelecimento(do bairro, de outros bairros,

porque trabalha próximo, etc.)

1.4. Quanto aos funcionários do estabelecimento:

a) participam/recebem algum programa ou ação que envolva alimentação (PAT, cesta básica, etc.)

1.5. Quanto aos alimentos presentes no estabelecimento:

(ATENÇÃO! Preencher planilha anexo 1)

a) Quem são os fornecedores dos alimentos utilizados pelo estabelecimento.

b) Existem critérios de seleção dos fornecedores dos alimentos – qual a forma de escolha destes

fornecedores.

c) Onde o estabelecimento compra seus alimentos.

– Informações sobre a população que vive no território.

A idéia aqui é saber as possibilidades que os habitantes do território apresentam em relação a

soberania alimentar no espaço do território. Para isso devemos:

2. Pesquisar a origem das pessoas residentes do território.

( Recorrer a informações primárias coletadas junto aos Agentes Comunitários de Saúde que atuam na área

do território que estamos trabalhando; com profissionais do Centro de saúde da Família (CSF), que atuam

na área de saúde do território que estamos trabalhando; além de moradores mais antigos da área; das

lideranças comunitárias, e a partir de outras fontes indicadas e que podem ser entrevistadas)

3. Pesquisar os espaços para produção de alimentos ou os espaços que já produzem:

a) Demarcar os espaços possíveis para produção de alimentos na comunidade.

b) Verificar a presença de hortas, criação de animais, árvores frutíferas, buscando reconhecer:

- Quais os cuidados que o responsável tem com o processo de preparação da terra, do espaço para

produzir alimentos, criar animais.

- Quais os cuidados que o responsável da horta/pomar tem com a origem de sementes/mudas(de onde

procedem as mudas/sementes)

- Quais os cuidados que o responsável pela criação de animais tem com o processo de aquisição de seus

animais ( procedência dos animais)

c) Tipo de produção: Quais são os alimentos/árvores frutíferas plantadas e animais criados.

d) A produção é para:

( ) consumo familiar.

( ) Comercialização

( ) consumo familiar e o excedente para comercialização

( ) consumo familiar e o excedente troca por outro produto.

( ) outro, especificar:

e) Quanto à qualidade do produto produzido (alimento ou/e animal)

- verificar o espaço destinado para a produção.

- verificar as condições higiênicas.

- Verificar o processo de utilização de água (se a produção de alimentos fica abaixo de uma “casinha”,

ou de outro espaço que possa contaminar a água).

4. Verificar se há interesse na participação em algum tipo de produção comunitária de alimentos.

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Anexo 2: Roteiro para diagnóstico e caracterização das Instituições educacionais,

conveniadas, filantrópicas, particulares.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Disciplinas: NTR 5602 - Educação em Saúde, Alimentação e Nutrição II

NTR 5603 - Produção, Distribuição e Aquisição de Alimentos

INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO

Programas e ações de Alimentação e Nutrição no território

Processo de produção, aquisição, distribuição e compra de alimentos do território

I – Junto as Instituições educacionais (IEs), conveniadas, filantrópicas, particulares, etc.

Nas instituições educacionais localizadas no território falar com a direção ou coordenação

pedagógica em primeiro lugar, buscando coletar as informações. Após, com o objetivo de buscar mais

informações, marcar com a nutricionista do PNAE na escola pública, ou nutricionista responsável nas

demais instituições educativas, no sentido de qualificar melhor as informações obtidas da direção e/ou

coordenação pedagógica.

1º. Quais são os programas ou ações envolvendo a alimentação nutrição presentes no espaço educativo?

2º. Em relação a cada ação e/ou programa de alimentação e nutrição identificado no espaço escolar,

identificar:

2.1. Como estão organizadas estas ações e programas:

a) Como os mesmos estão organizados:

b) Qual sua origem:

( ) Local: aqueles que somente acontecem no território

( ) Municipal: aqueles cuja implementação é responsabilidade do município.

( ) Estadual: aqueles cuja implementação é responsabilidade do estado.

( ) Federal: aqueles cuja implementação é responsabilidade federal.

( ) outra origem, indicar qual:

c) como acontece a gestão financeira do programa na IE.

2.2.Quanto à coordenação do mesmo nas IEs:

a) Quem coordena, responde pelo programa na IE.

b) qual o cargo que ocupa na IE e qual a formação profissional deste coordenador.

2.3. Quanto aos beneficiários dos programas:

a) saber se existem critérios de idade, sexo, o número de alunos da instituição educativa e o de alunos

usuários do programa/ ação.

b) Qual a quantidade de vagas ofertadas pela IE à comunidade; quantas destas vagas são ocupadas

pela comunidade do território.

c) Motivos informados para a não ocupação da vaga por parte da população do território

2.4.Quanto às ações desenvolvidas pelos programas, saber:

a) Quais são as ações desenvolvidas (tipo).

b) periodicidade em que as mesmas ocorrem.

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c) cobertura populacional das mesmas.

2.5. Quanto aos alimentos oferecidos pelos programas IE:

a) Saber sobre a origem/procedência dos alimentos.

b) Saber sobre os critérios de seleção dos fornecedores e dos alimentos:

- Quais são os critérios de seleção dos fornecedores dos alimentos?(licitação, outra)

- Quais os critérios de seleção dos alimentos fornecidos?(tipo e tamanho de grão, outros)

- Como chegam os alimentos na IE, com que periodicidade de entrega, quais as condições higiênico

sanitárias?

- Quem recebe os alimentos na IE, quando os mesmos chegam?

c) Solicitar cópia do cardápio oferecido pela escola (ou anotar, tirar foto). Perguntar quem é

responsável pela elaboração do mesmo, e qual a periodicidade de elaboração.

d) Identificar se existe nutricionista na escola e a periodicidade da visita do mesmo à escola. Anotar

dados de identificação do mesmo ( nome, telefone...)

OBS.: Se a instituição recebe doações de alimentos, também deve responder a estas questões em

relação ao produto doado.

2.6.Quanto às ações desenvolvidas pelos programas, saber:

a) Quais são as ações desenvolvidas (tipo: educação em sala de aula com alimento/horta, etc.).

b) periodicidade em que as mesmas ocorrem.

c) cobertura populacional das mesmas.

d) quando existe na IE uma ação, programa (crianças celíacas, etc.) que inclui alimentação especial,

produtos alimentares enriquecidos, ou suplementação adicionada aos alimentos, etc.

- qual a origem dos produtos.

- como acontece o desenvolvimento desta ação na IE.

2.7. Quais são os critérios de inclusão dos beneficiários nos programas.

2.8. Quais são os critérios de exclusão dos beneficiários dos programas

2.9. Identificar se acontece a participação de nutricionista no desenvolvimento das ações do programa, e

como acontece esta participação. (forma)

2. 10. Como acontece o fluxo de referência e contra-referência entre os níveis locais dos programas e os

demais níveis. (exemplo: como o programa de alimentação escolar promovido na escola X referencia as

informações ao nível municipal, estadual e federal e como estas informações retornam para a escola,

caracterizando a contra referencia)

2.11. Existe interelação/intersetorialidade entre as ações e/ou programas desenvolvidos na IE com outros

programas de alimentação, nutrição e saúde desenvolvidos por outras instituições no território?

3º. Outras ações e programas desenvolvidos nas Instituições Educacionais (IEs) que envolvem

alimentação e nutrição.

(Atentar para a presença do programa de hortas nas escolas, ações de promoção de alimentação

saudável, cantina, entre outras).

3.1.Como estão organizadas estas ações e programas:

a) Como os mesmos estão organizados:

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b) Qual sua origem:

( ) Local: aqueles que somente acontecem no território

( ) Municipal: aqueles cuja implementação é responsabilidade do município.

( ) Estadual: aqueles cuja implementação é responsabilidade do estado.

( ) Federal: aqueles cuja implementação é responsabilidade federal.

( ) outra origem, indicar qual:

3.2.Quanto à coordenação do mesmo nas IEs:

a) Quem coordena, responde pela ação, programa na IE.

b) qual o cargo que ocupa na IE e qual a formação profissional deste coordenador. Caso não tenha

relação com a estrutura da instituição educacional, informar.

3.3. Quanto aos beneficiários dos programas:

a) Saber a idade, sexo, o número de beneficiários da instituição, as vagas ocupadas e o número de

alunos usuários do programa/ ação.

3.4.Quanto às ações desenvolvidas pelos programas, saber:

a) Quais são as ações desenvolvidas (tipo: educação em sala de aula com alimento/horta, etc.).

b) periodicidade em que as mesmas ocorrem.

c) cobertura populacional das mesmas.

d) Verificar se nestas ações, programas inclui alimentação especial, produtos alimentares

enriquecidos, ou suplementação adicionada aos alimentos, etc.

- qual a origem dos produtos.

- como acontece o desenvolvimento desta ação na IE.

3.5. Quanto aos alimentos oferecidos pelos programas IE:

a) Saber sobre a origem/procedência dos alimentos.

b) Saber sobre os critérios de seleção dos fornecedores e dos alimentos:

- Quais são os critérios de seleção dos fornecedores dos alimentos?(licitação, outra)

- Quais os critérios de seleção dos alimentos fornecidos?(tipo e tamanho de grão, outros)

- Como chegam os alimentos na IE, com que periodicidade de entrega, quais as condições higiênico

sanitárias?

- Quem recebe os alimentos na IE, quando os mesmos chegam?

3.6. Quais são os critérios de inclusão dos beneficiários nos programas.

3.7. Quais são os critérios de exclusão dos beneficiários dos programas

3.8. Identificar se acontece a participação de nutricionista no desenvolvimento das ações do programa,e

como acontece esta participação. (forma)

3. 10. Como acontece o fluxo de referência e contra-referência entre os níveis locais dos programas e os

demais níveis. ( exemplo: como o programa de alimentação escolar promovido na escola X referencia as

informações ao nível municipal, estadual e federal e como estas informações retornam para a escola,

caracterizando a contra referencia)

3.11. Existe interelação/intersetorialidade entre as ações e/ou programas desenvolvidos na IE com outros

programas de alimentação, nutrição e saúde desenvolvidos por outras instituições no território?

II – Junto as Instituições comunitárias: Igrejas, centro comunitários, etc.

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Nas instituições comunitárias localizadas no território falar com a direção ou responsável pela

ação/programa buscando coletar as informações.(exemplo: ações assistencialistas tipo distribuição de

cestas básicas)

1º.Quais os Programas de Alimentação e Nutrição (PAN), que são desenvolvidos/implementados neste

espaço comunitário?

2º. Em relação a cada um dos programas/ações de Alimentação e Nutrição desenvolvidos pelas

instituições comunitárias, identificar:

2.1. Quanto à organização dos mesmos:

a) Como os mesmos estão organizados:

b) Qual sua origem:

( ) Local: aqueles que somente acontecem no território

( ) Municipal: aqueles cuja implementação no município.

( ) outra origem, indicar qual:

2.2.Quanto à coordenação da ação programa na instituição comunitária:

a) Quem coordena, responde pela ação ou pelo programa na instituição.

b) Qual o cargo/função que o coordenador ocupa na instituição comunitária e qual a sua formação

profissional.

2.3. Quanto aos beneficiários dos programas:

a) Saber critérios de idade, sexo, o número de beneficiários da instituição, as vagas ocupadas e o

número de usuários do programa/ ação.

2.4.Quanto às ações desenvolvidas pelos programas/ações, saber:

a) Quais são as ações desenvolvidas (tipo: ações de educação /apoio a horta comunitária, distribuição

de cestas básica, sopão, etc.).

b) periodicidade em que as mesmas ocorrem.

c) cobertura populacional das mesmas.

d) Verificar se nestas ações, programas inclui alimentação especial, produtos alimentares

enriquecidos, ou suplementação adicionada aos alimentos, etc.

- qual a origem dos produtos.

- como acontece o desenvolvimento desta ação na instituição.

2.5. Quanto aos alimentos oferecidos pela instituição:

a) Saber sobre a origem/procedência dos alimentos.

b) Saber sobre os critérios de seleção dos fornecedores e dos alimentos:

- Quais são os critérios de seleção dos fornecedores dos alimentos?(licitação, outra)

- Quais os critérios de seleção dos alimentos fornecidos?(tipo e tamanho de grão, outros)

- Como chegam os alimentos na instituição com que periodicidade de entrega, quais as condições

higiênico sanitárias?

- Quem recebe os alimentos na instituição, quando os mesmos chegam?

2.6. Quais são os critérios de inclusão dos beneficiários nos programas.

2.7. Quais são os critérios de exclusão dos beneficiários dos programas

2.8. Identificar se acontece a participação de nutricionista no desenvolvimento das ações do programa,e

como acontece esta participação. (forma)

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2.9. Como acontece o fluxo de referência e contra-referência entre os níveis locais dos programas e os

demais níveis. (exemplo: como o programa de alimentação desenvolvido na igreja da comunidade se

relaciona com arcebispado e como as informações do arcebispado retornam para a igreja do bairro.)

2.10. Existe interelação/intersetorialidade entre as ações e/ou programas desenvolvidos na instituição

com outros programas de alimentação, nutrição e saúde desenvolvidos por outras instituições no

território?

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Anexo 3: Roteiro para diagnóstico e caracterização do Centro de Saúde da Família

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

Disciplinas: NTR 5602 - Educação em Saúde, Alimentação e Nutrição II

NTR 5603 - Produção, Distribuição e Aquisição de Alimentos

INSTRUMENTO DIAGNÓSTICO - ULS

Programas e ações de Alimentação e Nutrição no território

I – Junto ao Centro de Saúde da Família (CFS)

No CSF localizado no território entrevistar o coordenador do Centro de saúde para, depois, falar

com o responsável pela coordenação/execução do(s) programa(s).

A - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO (Observar e descrever os itens abaixo):

1 Reconhecimento da estrutura da unidade:

-planta física/recursos humanos/tipo de serviços, etc.

2- Conhecer o processo de trabalho da saúde no território:

- Recepção: verificar o processo de agendamento e o processo de acolhimento – elaborar fluxograma;

-Identificar como se desenvolve o processo de atenção à saúde individual e coletiva (ex: dias do

atendimento individual por especialidades; existência de grupos e dias de ocorrência; visitas domiciliares;

nº e composição de equipes de saúde da família; dias de reunião da equipe e reunião da unidade.

-Identificar atividades de trabalho junto à comunidade (ex: projetos de saúde bucal junto às escolas; ações

do PSE, ações junto à conselhos e grupos comunitários, etc.)

- Identificar as ações de saúde que são desenvolvidas no CSF - PNS

3- Acompanhamento do processo de trabalho do CSF: realizar esta atividade durante duas manhãs,

anotando fluxo do usuário, nº de atendimentos por especialidade, processo de solicitação de exames e

encaminhamentos para especialidades da atenção secundária ( quantidade e motivo – fazer um diário de

campo)

B- ENTREVISTA

1º.Quais os Programas de Alimentação e Nutrição (PAN), que são desenvolvidos/implementados no CSF?

OBS: Caso vocês percebam a não existência/funcionamento de algum programa já discutido em aula

previamente, e que em princípio, teria a orientação para desenvolvimento na ULS, perguntar os motivos

para isto.

2º. Em relação a cada um dos Programas de Alimentação e Nutrição desenvolvidos no CSF identificados

no item anterior, descrever:

2.1. Quanto à organização dos mesmos:

a) Como os mesmos estão organizados:

b) Qual sua origem:

( ) Local: aqueles que somente acontecem no território

( ) Municipal: aqueles cuja implementação é responsabilidade do município.

( ) Estadual: aqueles cuja implementação é responsabilidade do estado.

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( ) Federal: aqueles cuja implementação é responsabilidade federal.

( ) outra origem, indicar qual:

2.2.Quanto à coordenação ou responsabilidade técnica dos programas, saber:

a) Quem coordena/ responde pelo programa no CSF.

b) qual o cargo que ocupa no CSF e qual a formação profissional deste coordenador.

2.3. Quanto aos beneficiários dos programas:

a) saber se existem critérios de idade, sexo ou outro, além do número total de vagas ofertadas por

cada programa e o total de vagas ocupadas atualmente.

2.4.Quanto às ações desenvolvidas pelos programas, saber:

a) Quais são as ações desenvolvidas (tipo).

b) periodicidade em que as mesmas ocorrem.

c) cobertura populacional das mesmas.

d) quando o programa distribui alimentos (ex:cestas, leites especiais), saber:

- qual a origem dos alimentos.

- como acontece a distribuição e acesso da população aos mesmos.

e) quando o programa inclui suplementos:

- qual a origem dos produtos.

- como acontece a distribuição e acesso da população aos mesmos.

2.5. Como se dá a divulgação dos programas na população e no CSF.

2.6. Quais são os critérios de inclusão dos beneficiários nos programas.

2.7. Quais são os critérios de exclusão dos beneficiários dos programas

2.8. Identificar se existe a participação de nutricionista no desenvolvimento das ações do programa, e

como acontece esta participação. (ações)

2.9. Como acontece o fluxo de referência e contra-referência entre os diferentes níveis envolvidos com o

programa. (exemplo: um programa municipal referencia as informações dos beneficiários colhidas no

nível local, para o município e como o município contra – referencia para o nível local) .2.10. Existe

inter-relação/intersetorialidade dos programas com outros desenvolvidos no território e fora do CSF?

OBS.: Esta mesma entrevista deve se realizar com o coordenador/responsável

de cada programa no CSF.

3. Outras ações/ estratégias/programas desenvolvidos no CSF e que envolvem a alimentação e

nutrição.(Ex: aleitamento materno, promoção da alimentação saudável, etc.)

3.1. Como estão organizadas estas ações e programas:

a) Como os mesmos estão organizados:

b) Qual sua origem:

( ) Local: aqueles que somente acontecem no território

( ) Municipal: aqueles cuja implementação é responsabilidade do município.

( ) Estadual: aqueles cuja implementação é responsabilidade do estado.

( ) Federal: aqueles cuja implementação é responsabilidade federal.

( ) outra origem, indicar qual:

3.2.Quanto à coordenação ou responsabilidade técnica dos programas, saber:

a) Quem coordena ou responde pelo programa no CSF.

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b) qual o cargo que ocupa no CSF e qual a formação profissional deste coordenador.

3.3. Quanto aos beneficiários dos programas:

a)Saber se existem critérios de idade, sexo ou outro, além do número total de vagas ofertadas por

cada programa e o total de vagas ocupadas atualmente.

3.4.Quanto às ações desenvolvidas pelos programas, saber:

a) Quais são as ações desenvolvidas (tipo).

b) periodicidade em que as mesmas ocorrem.

c) cobertura populacional das mesmas.

3.5. Como se dá a divulgação destas ações na população e no CSF.

3.6. Quais são os critérios de inclusão dos beneficiários nestas ações.

3.7. Quais são os critérios de exclusão dos beneficiários destas ações

3.8. Identificar se acontece a participação de nutricionista no desenvolvimento das ações do programa, e

como acontece esta participação. (forma)

3.9. Como acontece o fluxo de referência e contra-referência entre os níveis locais dos programas e os

demais níveis. (exemplo: um programa municipal como os dados dos beneficiários do programa obtidos

na unidade de saúde, chegam a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis) idem

3.10. Existe inter-relação/intersetorialidade dos programas com outros desenvolvidos no território e fora

do CSF?

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Anexo 4: Programas, conselhos e projetos relacionados a alimentação, presentes no

território

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CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - CAE

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE), busca fiscalizar a alimentação

escolar em amplos sentidos: qualidade com que os alimentos chegam a instituição de

ensino e distribuição dos mesmos, aplicação do dinheiro recebido do FNDE (Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação) de maneira correta, monitoramento de

cardápios, fiscalização das condições de armazenamento dos alimentos e condições

higiênicas da cozinha. Além de realizar testes de degustação e participar dos cursos

profissionalizantes que são oferecidos a todas as pessoas que possuem alguma relação

com a alimentação e com a escola, como cozinheiras, diretores. Em Santa Catarina, o

CAE é composto por quatorze pessoas, entre elas suplentes e titulares, com função de

fiscalizar a alimentação escolar a nível estadual, sendo que as escolas municipais são

fiscalizadas pelo CECANE que tem boa comunicação com o CAE.

O estado foi o primeiro a terceirizar a alimentação escolar, sendo que nenhuma

das empresas responsáveis pela distribuição dos alimentos se localiza em Santa

Catarina. As empresas distribuem os alimentos de acordo com a região; na região de

Florianópolis e grande Florianópolis a empresa de destaque é a COAN. Devido à

terceirização não está ocorrendo à devida compra dos 30% dos alimentos advindos da

agricultura familiar estabelecidos.

A população pouco conhece o CAE; normalmente quem conhece seu papel são

as pessoas relacionadas às visitas nas escolas e também aos cursos de capacitação. O

controle social ocorre de maneira esclarecedora e união - social+CAE - e o fluxo de

informação entre os três níveis; federal, estadual e municipal.

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PROJETO EDUCANDO COM A HORTA NA ESCOLA – PEHE

O programa teve início em 2001, era chamado Projeto Horta viva. Em 2006, já

com o nome atual foi implantado pelo Governo Federal no interior da Bahia. No ano de

2008 estendeu-se até Goiás, e enfim em 2009 ampliou-se para todo o Brasil. Em

Florianópolis, o projeto piloto priorizou as escolas que já participavam da Horta Viva.

Neste ano, houve a adesão de mais 12 unidades entre creches e núcleos de educação

infantil, escolas básicas e desdobradas da rede municipal de ensino da capital.

Busca promover a educação integral de crianças e jovens de escolas e

comunidades do seu entorno, por meio das hortas escolares incorporando a alimentação

nutritiva, saudável e ambientalmente sustentável como eixo gerador da prática

pedagógica.

Foram escolhidos 60 municípios que contavam com 60 nutricionistas, 60

agrônomos e 60 professores. O programa ganhou o prêmio gestor eficiente da merenda

escolar (ação fome zero): melhor capital do Brasil.

As escolas participam do projeto por adesão espontânea, mediante avaliação da

parte administrativa; é feita uma visita para avaliação de espaço físico e histórico de

investimento da instituição na área da educação ambiental.

Os parceiros neste projeto são a EPAGRI e a CEPAGRO (ONG da assessoria de

agronomia). O papel do nutricionista junto aos demais envolvidos está direcionado a

educação alimentar e ambiental.

Atualmente conta com oito nutricionistas e atende quinze instituições. Fazem

ainda o reaproveitamento do lixo orgânico com a participação de crianças e

adolescentes, enfatizando a idéia da horta como espaço lúdico de promoção a educação,

incentivo à alimentação saudável e à responsabilidade.

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CONSEA

Entrevista com o Rui

No final da Primeira Guerra Mundial começa a se falar pela primeira vez em

segurança alimentar. Logo depois da Segunda Guerra Mundial surge um nome muito

importante pra essa área, Josué de Casto. A fome e a segurança alimentar são problemas

políticos. Surge outro nome Flavio Valente (médico). Acesso permanente ao alimento e

esse acesso não pode ser negociado, o estado tem que garantir isso. Josué de Castro foi

exilado do Brasil porque afirmava que havia fome no Brasil. A segurança alimentar é

uma interação da questão biológica e política. Em 1986 ocorreu a primeira Conferência

Nacional de Alimentação e Nutrição (CNAN), quando se passa a falar da desnutrição no

Brasil, e se questiona onde está a fome. Com isso, o governo Sarney implantou algumas

políticas públicas, como por exemplo, o programa do leite e o gás de cozinha.

Em 1993 surgiu outro nome importante, Betinho. Um ano depois aconteceu a

Conferência Nacional de Segurança Alimentar, onde se fala da questão do problema da

reforma agrária, geração de emprego e renda, e pauta de alimentação. No governo do

Itamar Franco foi sugerido a criação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar

(CONSEA), com 9 ministérios mais a sociedade civil. Em 1995 o conselho foi extinto e

criou-se a comunidade comunitária, no governo do Fernando Henrique. No governo

Lula foi criado o MESA (Ministério de segurança alimentar), mas antes do CONSEA

voltar era preciso fazer uma nova conferência, realizada em 2004 no Recife. Era preciso

remodelar a forma do ministério, era preciso que o conselho influenciasse o governo, e

que tivesse a participação da sociedade civil. Começou a se criticar o MESA e um ano e

meio depois ele havia acabado. Ocorreu a criação do PAA (Programa de Aquisição de

Alimentos), sendo que o valor do alimento era dobrado se o alimento fosse orgânico.

Destaca-se a existência dos códex alimentares, que eram parâmetros de produção de

alimentos, e voltam a funcionar os silos para o abastecimento.

Foi realizada a segunda Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição, onde

é discutido a garantia de alimentação saudável e o modelo de desenvolvimento no Brasil

e, já que hoje no Brasil 70% da produção de grãos é para a pecuária, e mais da metade

da produção de animais é para a exportação. Com a terceira Conferência Nacional de

Alimentação e Nutrição foi falado em um novo modelo de desenvolvimento (em 2007).

O CONSEA passou a utilizar o nutricional, ele analisa os temas separados, e ocorreu a

criação de várias câmaras.

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O ministério abriu conferências para debates sobre alimentação e nutrição. A

idéia da participação da sociedade é essencial, hoje os agricultores, as mulheres, os

indígenas, estão participando. O SISVAN funciona em Florianópolis, ele é um sistema

que acompanha as crianças, sua implantação foi em 2007. É intersetorial, já que, ele

abrange também outras áreas da saúde. Ele resolve os problemas de quem tem

problemas nutricionais. Só que este sistema possui diversos equívocos: Ele não está

inserido no Sistema Público de Saúde, possuí poucos profissionais, não é analisado o

histórico alimentar dos pacientes. O sistema tem que ter a participação da sociedade,

pois só assim é que se pode ter um sistema adequado, e ele tem que garantir assistência

a família, sem prejudicar ninguém, principalmente as crianças, que vem sendo uma

coisa muito comum.

O conselho tem que alertar os malefícios, sendo assim, ele tem que ter um

diagnóstico do problema.Em Santa Catarina o problema da produção de alimentos é a

utilização de venenos (agrotóxicos) e não tem quem fiscalize isso. O CONSEA agora

que está propondo o programa de controle de uso de agrotóxicos. Um outro problema é

que o número de idosos morando sozinhos vem aumentando, sendo que quando eles

moram sozinhos, a maioria não controla sua alimentação. Por fim, o CONSEA tem

outras funções: processo de fiscalização, das denúncias e propostas de políticas

públicas, além de passar as informações para a sociedade.

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EPAGRI

Entrevista com Paulo Tagliari

O que é e qual a função da EPAGRI?

A EPAGRI, como diz o nome, é a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural

de Santa Catarina. Uma entidade governamental que se preocupa em dar assistência

direta à agricultores.

Pela Extensão Rural acontecem visitas de assistência técnica na propriedade do

agricultor, ou em trabalho conjunto de treinamento e capacitação.

Na parte de pesquisa agropecuária a EPAGRI se preocupa em desenvolver tecnologias e

processos que auxiliem o agricultor a desenvolver atividades agropecuárias (agricultura,

pecuária e pesca) da melhor maneira, trabalhando com o setor rural e pesqueiro do

estado. De maneira geral e resumida, essa é a função da EPAGRI.

Quais as ações e projetos que desenvolvem?

- A EPAGRI tem ações na área de agricultura, pecuária e pesca, e dentro de

cada um desses setores possui programas e projetos. Existem centenas de projetos sendo

desenvolvidos hoje em todo o estado. A empresa atua regionalmente, e cada região

possui em todos os seus municípios escritórios de EPAGRI, cobrindo os 293 municípios

de Santa Catarina. Alguns poucos municípios não possuem agrônomo ou técnico

agrícola, porém, futuramente todos os municípios de Santa Catarina estarão cobertos.

Essa deficiência de pessoal capacitado é relativamente pequena ao se observar que no

estado existem 200 mil famílias de agricultores, com propriedades que vão sendo

subdivididas ou vendidas, para atender estes agricultores existem de 600 a 800 técnicos

envolvidos em pesquisa e extensão, número relativamente baixo.

Existem ainda as extensionistas que ajudam com a parte de saúde humana,

alimentação e hortas escolares. São projetos de pesquisas com diversos produtos:

árvores frutíferas, vegetais, hortaliças, plantas medicinais e etc..

Atualmente, Santa Catarina possui o primeiro laboratório de homeopatia

vegetal do sul do Brasil, e fica em Lages, que realiza inovadora pesquisa em homeopatia

vegetal. Além da homeopatia animal (com veterinários sendo treinados para isso) nós

temos agora técnicos realizando estudos iniciais em homeopatia para beneficiamento

vegetal.

A pesquisa em produção orgânica também se encontra em estágio inicial.

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Apesar dos vários avanços já conquistados ainda é necessário investir em treinamento

técnico, não só dos agricultores. É preciso treinar não apenas técnicos da EPAGRI, mas

também os técnicos de universidades, de colégios agrícolas, de entidades parceiras, de

prefeituras e sindicatos. É uma tarefa muito importante que depende de vontade política

para que a produção seja cada vez mais sustentável, e que a comida seja mais saudável.

Temos que ter essa visão política e social da importância da agricultura como um todo e

da produção orgânica agro-ecológica.

Como se caracterizam os projetos de incentivo a produção orgânica em Santa

Catarina?

- Hoje nós temos trabalhos da extensão que levam técnicas para agricultores

através de treinamentos e cursos. Nesses cursos e treinamentos levam-se informações

para capacitação de agricultores em agricultura orgânica. Existem também reuniões

motivadoras. No âmbito da pesquisa, se desenvolvem hoje inúmeros projetos e

experimentos em campo, seja em propriedades dos próprios agricultores, em estações

experimentais ou em laboratórios, onde estão sendo desenvolvidos trabalhos de

pesquisa em agricultura orgânica. A dois anos atrás o estado contava com

aproximadamente 100 projetos e experimentos a campo , número que deve ter crescido

até o presente momento, e a tendência é aumentar ainda mais.

Esse número ainda é pequeno se formos considerar que no total a EPAGRI

realiza em torno de 700 a 800 experimentos de pesquisa, e apenas 100 estão

relacionados a agricultura orgânica. O justo seria que o número fosse não apenas um

décimo do total, mas pelo menos a metade.

Mas é necessário considerar que, de certa forma, os projetos que são

desenvolvidos na área convencional também estão se aprimorando por influência da

agricultura orgânica, produtores que antes utilizavam inseticidas e pesticidas estão

utilizando cada vez menos ao observar que o agricultor orgânico utiliza de preparados

biológicos, de calda vegetal, de um manejo especial e assim por diante.

A agricultura convencional também está se beneficiando e se transformando,

reduzindo o uso de fertilizantes e inseticidas, e por mais que não produzam de forma

totalmente orgânica, estão se inserindo em processo futuro de produção ecológica.

É possível produzir qualquer tipo de vegetal de forma orgânica, e isto já foi

provado, claro que no início com algum tipo de dificuldade que deve ser superado com

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o passar dos anos, e com o avançar de pesquisas.

Como pode ser feita a consulta no banco de dados e informações da EPAGRI?

- Nós não temos aberto para o publico resultados de trabalhos, isso é mais

interno, mas eventualmente alguns dados, alguma pesquisa, ou um trabalho específico

pode ser fornecido.

No site da EPAGRI, são divulgadas algumas informações sobre produção

orgânica e trabalhos que estão sendo desenvolvidos ou iniciados anteriormente. Muitos

dados ainda não estão atualizados, mas é uma maneira de ter uma idéia inicial do que

vem sendo realizado. Nós temos ainda uma lista que pode ser consultada de

produtores orgânicos e estamos desenvolvendo um levantamento da produção orgânica

no estado.

O CEPA (Instituto de Economia e Planejamento Agrícola), que faz parte da

EPAGRI, está coordenando um levantamento da produção agrícola em todo o estado de

Santa Catarina; levantando quem são os produtores, o que produzem, como produzem e

como vendem. É um projeto que vai trazer beneficio para a sociedade em geral, que nos

ajudará, a saber, em que situação se encontra a produção orgânica no estado. É um

projeto inicial que não para por aí, esse levantamento ele vai continuar até que todos os

produtores sejam cadastrados. Têm lugares em que os técnicos da EPAGRI não

conseguem atender todos os agricultores, muitos técnicos não sabem que em

determinada comunidade existem produtores orgânicos por carência de informações.

Buscamos ainda receber informação de ONGs que trabalham com produção orgânica,

tentando montar parcerias.

O que o produtor orgânico precisa para adquirir o selo de produção orgânica?

Procurar e EPAGRI?

- Na verdade a EPAGRI não dá o selo. Para obter o selo é necessária uma

auditoria, realizada por uma empresa que verifica se o agricultor orgânico está seguindo

as normas de qualidade exigidas.

Quem fiscaliza e repassa as normas aos agricultores são entidades

independentes e privadas, as certificadoras, que realizam também a auditoria.

Agricultores orgânicos que desejam receber o selo o solicitam a uma empresa

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de auditoria. Um técnico faz uma vistoria, observa se as normas orgânicas estão

realmente sendo seguidas. O processo não é rápido, exige levantamentos, e observação

de uma serie de detalhes, de cadernos que precisam ser preenchidos, e aprovação

através de um processo que é burocrático.

A grande maioria dos produtores que se cadastram acabam por receber o selo

orgânico, e no estado existem centenas de produtores com essa certificação.

Há ainda uma certificação chamada participativa. Ao invés de uma empresa

realizar auditoria, as associações de agricultores formaram uma entidade de certificação

para fiscalização. Um grupo de uma associação faz essa certificação que é considerada

válida, apesar de ser de certa forma interna. Essa certificação é menos onerosa. É

importante que o agricultor tenha essa certificação porque dá confiabilidade ao produtor

e ao produto; o consumidor se sente seguro ao ver o selo orgânico que garante sua

procedência.

Além de responder nossas perguntas Paulo Tagliari falou sobre os benefícios da

agricultura orgânica. Ele citou que os produtos que são produzidos organicamente

recebem mais micronutrientes não só o NPK como na agricultura convencional, não é

utilizado corantes, espeçantes, estabilizantes e outros. Por essas razões os produtos

orgânicos têm cerca de 30% mais de nutrientes.

Ele acrescentou que a ingestão dos produtos acima citados faz diminuir a

imunidade, e tem causado câncer em muitos manipuladores principalmente crianças e

adolescentes que manipulam esses tipos de materiais.

Sob a função da EPAGRE que em Santa Catarina há cerca de 200 mil agricultores

e cerca de 700 técnicos. Estes fazem visitas para auxiliar, capacitar e motivar os

agricultores