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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CAMPUS DE JI-PARANÁ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL POLLYANNA PAOLA MARTINS DE ALMEIDA A IMPORTÂNCIA DAS GEOTECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL Ji-Paraná 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS DE JI-PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

POLLYANNA PAOLA MARTINS DE ALMEIDA

A IMPORTÂNCIA DAS GEOTECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO

AMBIENTAL

Ji-Paraná

2015

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POLLYANNA PAOLA MARTINS DE ALMEIDA

A IMPORTÂNCIA DAS GEOTECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO

AMBIENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Engenharia Ambiental,

Fundação Universidade Federal de Rondônia,

Campus de Ji-Paraná, como parte dos

requisitos para obtenção do título de Bacharel

em Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Alex Mota dos Santos

Ji-paraná

2015

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus sobre todas as coisas, pois sem Ele nada sou.

Aos meus pais.

A minha avó Izabel.

Ao meu noivo Adriano.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por tudo que tens feito por mim, por guiar a minha

vida conforme a sua vontade, estar ao meu lado em todos os momentos da minha vida e por

sempre me manter perseverante nos momentos de dificuldade.

Aos meus pais Raimundo e Roberta pela força e apoio incondicional em todos os

momentos da minha vida. Pai, obrigada por sempre estar ao meu lado, por me orientar, me

proporcionar todo suporte necessário para a minha criação e acima de qualquer coisa pelo

amor e por me ensinar a ser uma pessoa de bem. Mãe obrigada por sua dedicação, amor e

proteção, você é o maior exemplo de mulher sábia, quem me dera um dia eu conseguir ser

metade do que você é. Vocês serão sempre meu alicerce.

Ao meu noivo Adriano pelo apoio incessante, pela paciência, compreensão,

companheirismo, carinho e amor. Por desde o início desta caminhada estar ao meu lado me

ouvindo e principalmente me ajudando a achar soluções quando elas pareciam não existir.

Além deste trabalho, dedico todo meu amor a você.

A minha avó Izabel que sempre me apoiou e sempre me incentivou a nunca desistir,

suas palavras sempre estiveram em meu coração me dando forças para prosseguir.

Aos meus irmãos Luiz Eduardo, Cintia e Railan por fazerem parte da minha vida.

A toda minha família que torceu por mim.

Dedico este parágrafo ao meu amigo Alan Júnior, que me mostrou que pessoas como

ele fazem a diferença neste mundo. Sempre serei grata a você por me ajudar no momento

mais importante do meu trabalho, sem a sua ajuda não imagino o que eu teria feito, sua ajuda

foi fundamental. Toda minha gratidão a você!!

Agradeço em especial a minha amiga Emeline que esteve ao meu lado nessa longa

caminhada, principalmente nesta ultima fase, por me ouvir e por viver comigo esses dias

difíceis.

Destaco minha gratidão e admiração ao Prof. Dr. Alex Mota dos Santos meu querido

orientador. Obrigada pela dedicação em minha orientação, pelo exemplo de competência e

excelência profissional, e por toda a colaboração em meu crescimento pessoal e acadêmico.

O sr. sempre se mostrou pronto para me ajudar a resolver toda dificuldade acadêmica que eu

pudesse ter, muito obrigada!

Deus é muito bom comigo colocando todos vocês em minha vida!!!

Muito Obrigada!!!

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Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o

conhecimento e o entendimento; ele reserva a verdadeira

sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham

em integridade, guardando-lhes as veredas da justiça, e

preservando o caminho dos seus santos. Pois a sabedoria

entrará no teu coração, e o conhecimento será aprazível à

tua alma; o bom siso te protegerá, e o discernimento te

guardará”. Provérbios 2: 6-11

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RESUMO

As geotecnologias podem ser aplicadas em diversas áreas do conhecimento. Dessa forma, o

trabalho teve como objetivo avaliar a sua importância na formação do engenheiro ambiental,

especialmente nas áreas de recursos hídricos, gestão ambiental e do território e na avaliação

de impactos ambientais. Isso porque considerou-se estas áreas como chave na pesquisa

realizada pelo profissional formado em Engenharia Ambiental. Neste sentido, para atingir os

objetivos utilizou-se o processamento digital de imagens de Sensoriamento Remoto (SR) num

Sistema de Informação Geográfica (SIG) e a Cartografia Digital para elaboração de mapas

temáticos. O estudo de caso foi para uma bacia hidrográfica e o município de Corumbiara, em

que envolveu ainda a Terra Indígena Rio Omerê. Com isso, observou-se que as ferramentas

geotecnológicas permitiram análises fidedignas da paisagem, além de estudo multitemporal

dos usos e cobertura da terra. Os dados resultantes de tais análises subsidiaram discussões

variadas apresentadas em detalhe nos resultados, dos quais os estudos de impactos ambientais.

Com isso, observou-se intensa fragmentação da vegetação, que contribuiu para eliminação

dos corredores ecológicos e supressão da vegetação ciliar. Assim, de forma geral, observou-se

a conversão da paisagem para áreas de pastagens, maior taxa de retirada da vegetação nas

áreas recobertas pela fitofisionomia Cerrado. Valendo-se das geotecnologias obteve-se ainda a

caracterização da bacia hidrográfica, que permitiram análises de variáveis hidrológicas, que

podem ser importantes para avaliar áreas propensas às inundações.

Palavras-chave: Geoprocessamento, Análise de Paisagem, Planejamento Ambiental,

Impactos Ambientais.

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ABSTRACT

The geotechnologies can be applied to various knowledge areas. Thus, this study aims to

assess its importance in shaping the environmental engineer, especially in the areas of water

resources, environmental and territorial management and in environmental impacts

assessment. This is because it was considered these areas as key in the survey conducted by

the professional graduated in Environmental Engineering. In this sense, to achieve the goals it

was used the digital processing of remote sensing images (SR) in a Geographic Information

System (GIS) and Digital Cartography for preparing thematic maps. The case study was

conducted in a watershed and in the Corumbiara municipality in Rondônia State, also

involving Rio Omerê Indigenous Land. Therewith, it was observed that the tools of

geotechnologies allowed reliable analysis of the landscape, as well as multi-temporal study of

the uses and land cover. The resulting data from such analyzes subsidized diversified

discussions that are presented in detail in the results, of which stands out the environmental

impact studies. Therewith, it was noticed intense fragmentation of vegetation, which

contributed to the elimination of ecological corridors and to the removal of riparian

vegetation. So, generally it was observed the landscape conversion to grassland and greater

withdrawal rate of vegetation in the areas covered by the Cerrado phytophysiognomy. Taking

advantage of geotechnologies it was obtained further characterization of the watershed, which

allowed analysis of hydrological variables, which may be important to assess flood-prone

areas.

Keywords: Geoprocessing, Landscape Analysis, Environmental Planning, Environmental

Impacts.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização da área de estudo (Bacia do Rio Omerê e município de Corumbiara).

................................................................................................................................................ 30

Figura 2 – Mapa da Bacia Hidrográfica. ............................................................................... 37

Figura 3 – Mapa de uso e ocupação do solo nos anos de 2006 e 2015. ................................ 40

Figura 4 – Mapa de uso e ocupação do solo nos anos de 2006 e 2015. ................................ 41

Figura 5 - Voçoroca em neossolos Quartizarênicos no município de Alto Alegre dos Parecis.

Agosto de 2013. Fonte: Linhares (2013). ............................................................................... 44

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Índices Físicos da Bacia Hidrográfica do Rio Omerê. ............................................ 38

Tabela 2. Uso e cobertura da terra e taxa de crescimento na área de estudo. .......................... 43

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LISTA DE SIGLAS

APP - Área de Preservação Permanente

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias

FUNAI - Fundação Nacional do Índio

GNSS - Global Navigation Satellite Systems

GPS - Global Positioning System

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LBA - Large-scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia

MDE - Modelo Digital de Elevação

MNT - Modelo Numérico de Terreno

PDI - Processamento Digital de Imagem

SIG - Sistema de Informação Geográfica

SIRGAS - Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas

SPRING - Sistema de Processamento de Informações Georreferenciadas

SR - Sensoriamento Remoto

SRTM - Shuttle Radar Topography Mission

T.I. - Terra Indígena

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14

CAPÍTULO I .................................................................................................................. 16

1 GEOTECNOLOGIAS, CONCEITOS E AS APLICAÇÕES: O CASO DA

ENGENHARIA AMBIENTAL ..................................................................................... 16

1.1 GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AOS ESTUDOS EM ENGENHARIA

AMBIENTAL: EXEMPLOS DE APLICAÇÕES ......................................................... 27

CAPÍTULO II ................................................................................................................. 30

2 APLICAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS: ESTUDO DE CASO........................... 30

2.1 ÁREA EM ESTUDO .............................................................................................. 30

2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................ 31

2.3 MAPEAMENTO DE USO E COBERTURA DA TERRA .................................... 32

2.4 DELIMITAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS .............................................. 33

2.5 ELABORAÇÃO DE MAPAS ................................................................................ 34

CAPÍTULO III ............................................................................................................... 36

3 GEOTECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL:

PRINCIPAIS RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................... 36

3.1POSSIBILIDADES DE ANÁLISES EM RECURSOS HÍDRICOS ............. ...........36

3.2CONTRIBUIÇÕES PARA GESTÃO, ORDENAMENTO E REORDENAMENTO

AMBIENTAL E DO TERRITÓRIO .............................................................................. 39

3.3AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS .......................................... 44

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 47

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 49

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INTRODUÇÃO

O crescimento populacional, o avanço da ciência e a forma como o homem utiliza os

recursos naturais tem se tornado cada vez mais temas de debates na sociedade. Assim, são

assuntos globalmente difundidos, especialmente com a crescente degradação ambiental e da

relevância e desafio de se obter um desenvolvimento sustentável para a população humana.

A partir do avanço da ciência observou-se o desenvolvimento de novas tecnologias

que são capazes de realizar análises integradas e diagnósticas de problemas ambientais,

sociais e econômicos (MARTINS, 2010). Destacam-se, nesse contexto, as geotecnologias que

são empregadas em diversas áreas do conhecimento, das quais: gestão ambiental e do

território (MENDONÇA et al., 2011), recursos hídricos, a partir da delimitação de bacias

hidrográficas pelo método automático (DIAS, 2011), análise da perda de solos (LINHARES,

2013); pressão antrópica, a partir de modelagem geográfica de eventos terrestres e avaliação

de impactos ambientais (SANTOS, 2014), vulnerabilidade ambiental (SANTOS, 2015),

dentre outros.

Nesse sentido, Bolfe (2006), destaca um acelerado crescimento nos últimos anos nas

áreas de conhecimento envolvendo as geotecnologias, fazendo com que haja um expressivo

crescimento, tanto técnico como cientifico. Caracterizando-se por apresentar um custo

relativamente baixo, se transformando em uma ferramenta substancial para projetos

possibilitando o monitoramento e uso de recursos naturais abrangendo a área de conservação

do meio ambiente.

Segundo Bitar et al, (2000) o panorama mundial de tendências na área das

geotecnologias, inferindo principalmente as inúmeras aplicações das geociências como

alternativas para a solução de problemas de engenharia e o uso sustentável de recursos

naturais encontra-se fortemente influenciado na atualidade por discussões que envolvem as

questões ambientais e seus desafios. Assim, na área acadêmica, as geotecnologias tornaram-se

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ferramentas de grande relevância para o seu conhecimento e crescimento, trazendo

contribuições significativas para o desenvolvimento de pesquisas cientificas e difusão das

mesmas (SILVA e CARNEIRO, 2011).

De acordo com Martins (2010) as atividades humanas têm provocado mudanças nos

recursos ambientais, resultando muitas vezes, em problemas dispendiosos. A relevância da

situação atual mostra a necessidade de que os profissionais da área ambiental, dentre os quais,

os engenheiros ambientais, têm de buscar alternativas que os ajuda a estarem preparados para

desenvolver suas atividades de maneira direta e indireta.

Assim, nos cursos de engenharia são ressaltadas as habilidades que envolvem novas

tecnologias. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em

Engenharia, do Ministério da Educação - MEC (BRASIL, 2002), identifica-se como objetivo,

dentre outros, dotar esse profissional das competências e habilidades gerais para projetar e

conduzir experimentos e interpretar resultados; desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e

técnicas; comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica. Além disso,

consideram-se do núcleo básico os conteúdos que versa sobre os tópicos, Comunicação e

Expressão; Informática e Expressão Gráfica, Ciências do Ambiente. Portanto, compreende

que tais habilidades podem ser implementadas a partir de ferramentas geotecnológicas. Além

disso, segundo Brasil (2002), o geoprocessamento, como principal ferramenta geotecnológica,

deverá estar explícito no núcleo de conteúdos profissionalizantes das engenharias.

Ainda segundo a diretriz do MEC, “cada curso de Engenharia deve possuir um projeto

pedagógico que demonstre claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o

perfil desejado de seu egresso e o desenvolvimento das competências e habilidades

esperadas” (BRASIL, 2002, p. 1). Dessa forma, de acordo com o projeto político pedagógico

do curso de Engenharia Ambiental da Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR),

campus da cidade de Ji-Paraná, o curso é um ramo da engenharia que estuda os problemas

ambientais de forma integrada nas suas dimensões ecológica, social,econômica e tecnológica,

com vista a promover o desenvolvimento sustentável.

Pelo exposto, o presente trabalho propõe como objetivo avaliar a importância das

geotecnologias na formação do engenheiro ambiental a partir da aplicação desta área do

conhecimento em: recursos hídricos, gestão ambiental e do território e avaliação de impactos

ambientais, bem como apresentar um estudo de caso para uma bacia hidrográfica no

município de Corumbiara, em que envolve a Terra Indígena Rio Omerê.

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CAPÍTULO I

1 GEOTECNOLOGIAS, CONCEITOS E AS APLICAÇÕES: O CASO DA

ENGENHARIA AMBIENTAL

Segundo Vieira (2013, p. 18) as geotecnologias correspondem ao conjunto de

tecnologias, técnica e ferramentas computacionais, cujo objetivo é obter informações sobre a

superfície terrestre, bem como, representá-las em mapas, sejam eles digitais ou analógicos e

gráficos ou relatórios. Nesse conjunto a autora destacou:

“...o Sistema de Informação Geográfica (SIG), Sensoriamento Remoto (SR),

Sistema de Posicionamento por Satélite do inglês Global Navigation Satellite

Systems (GNSS), topografia, cartografia digital, dentre outros. Assim, destaca-se

neste trabalho o uso do SIG, SR, GNSS, no caso, o Sistema de Posicionamento

Global, do inglês Global Positioning System (GPS) e cartografia digital” (VIEIRA,

2013, p. 18).

Os elementos desse conjunto têm aplicações variadas na Engenharia Ambiental, das

quais se destacam as pesquisas de Dias (2011), Bernardo (2013), Guidelli (2013) e Linhares

(2013), dentre outras.

As geotecnologias se desenvolveram com a modernização dos equipamentos de

informática. Assim, repercutiu positivamente no armazenamento e na representação de

informações de origens espaciais em ambientes computacionais.

Os sistemas computacionais integram os dados provenientes das geotecnologias.

Assim, destaca-se o SIG, que segundo Câmara et al. (1996), pode ser entendido como um

sistema que processa dados gráficos e não gráficos (alfanuméricos) com ênfase a análises

espaciais e modelagem de superfícies. Em Engenharia Ambiental destaca-se a pesquisa de

Vieira (2013) que estruturou um SIG da olericultura no município de Ji-Paraná. Segundo a

autora, “as análises espaciais de densidade e dos impactos socioambientais na olericultura, a

partir do SIG, são abrangentes e possibilitou traduzir os padrões existentes da produção de

hortaliças por diversas áreas atuação” (VIEIRA, 2013, p. 41).

As geotecnologias têm aplicações em processos de delimitação de bacias, avaliação de

cobertura e uso do solo, identificação de fontes poluidoras relevantes, variabilidade espacial

de parâmetros climáticos e mapeamento de áreas suscetíveis a processos erosivos. Sendo

assim, os SIG’s possuem características que facilitam a manipulação de mapas, organização

de banco de dados e obtenção de informações geomorfológicas das bacias hidrográficas,

(SOUZA et al., 2011). Para Câmara, Davis e Monteiro (2001, p.42) “há pelo menos três

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grandes maneiras de usar o SIG: como ferramenta para produzir mapas, como suporte para

análise de fenômenos e como banco de dados geográficos, com funções de armazenamento e

recuperação de informação espacial”. Além disso, as geotecnologias são utilizadas para

aquisição e manipulação de dados espaciais, atuando como ferramentas que possibilitam

levantamento, monitoramento e mapeamento dos recursos naturais (MIRANDA, 2010).

Nesse sentido, como ferramenta de análise de fenômenos é importante frisar a

funcionalidade de modelagem de eventos terrestres, dos quais destaca-se a perda de solos,

modelagem de bacias hidrográficas e índices de pressão antrópica. Do primeiro caso destaca-

se a pesquisa de Linhares (2013) que realizou a integração de dados em SIG, via álgebra de

mapas, estruturando-se assim valores de vulnerabilidade à perda de solos no município de

Alto Alegre dos Parecis, Estado de Rondônia. Além disso, explicou as relações

edafoclimáticas e de uso que contribuíram para o comprometimento da qualidade ambiental

(LINHARES, 2013, p. 25).

Ainda sobre SIG, Matos (2008, p. 17) afirma que:

“enumerar as possíveis aplicações de Sistemas de Informação Geográfica é um

esforço em vão, pois todos os sistemas que envolvam informação que possa ser

georreferenciada poderão em maior ou menor grau beneficiar de uma representação

geográfica”.

O Sistema de Informações Geográficas (SIG) é constituído por um conjunto de

ferramentas, como sugerido, e que permite inserir e integrar, numa única base de dados às

informações espaciais provenientes de diversas fontes, como: imagem de satélites, cartografia,

dados de cadastro rural e urbano, dados de redes e de monitoramento (MOREIRA, 2005).

Com os dados geográficos obtidos é possível descrever objetos do mundo real, levando em

conta o posicionamento em relação a um sistema de coordenadas, seus atributos como cor, ph

entre outros e em relação à topologia existente, (CÂMARA e ORTIZ, 1998).

O SIG permite realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao

criar bancos de dados georreferenciados (CÂMARA et al., 2001). Essa geotecnologia facilita

a integração de dados coletados de fontes heterogêneas, de forma transparente ao usuário,

pode comportar diversos tipos de dados e inúmeras aplicações, abrangendo muitas áreas do

conhecimento. Ou seja, possibilita o cruzamento de informações proporcionando assim uma

visão integrada da situação.

Os dados tratados em SIG são de natureza espacial ou geográfica que possuem

localização em coordenadas e atributos descritivos dispostos em um banco de dados. Os

SIG’s utilizam como bases de dados os mapas de solos, mapas topográficos, fotografias

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aéreas, além de imagens de satélites. Esses dados, não se apresentam sozinhos no espaço,

havendo a necessidade de interpretação da relação entre diversos tipos de dados em uma

representação (CÂMARA & FREITAS, 1995).

Na área ambiental um fenômeno geográfico pode ser analisado de várias formas,

dependendo do objetivo da aplicação. Dessa maneira, um mesmo conjunto de dados

armazenados poderá ter tratamentos distintos. Por exemplo, na utilização de dados

pluviométricos coletados em estações pluviométricas, afirma que os mesmos podem ser

interpolados para determinar a distribuição de chuvas em certas regiões, visando planejar

atividades de plantio. Os mesmos dados podem ser combinados com informações sobre a

bacia hidrográfica das regiões, declividade e permeabilidade do solo, para auxiliar estudos de

erosão. Esta característica causa um impacto direto na coleta, modelagem e armazenamento

dos dados georreferenciados, (CÂMARA, et al., 1996).

A utilização de SIG para estudos que focam os recursos naturais, segundo Petta et al.,

(2004), é relevante em pesquisas de determinados fenômenos, gerenciamento ocupacional,

clima, realização de estudos e projeções que determinam onde e como alocar recursos para

remediar problemas ou garantir a preservação de determinadas características ou no apoio a

decisões de planejamento, considerando a concepção de que os dados armazenados

representam um modelo do mundo real.

Para Campos (2001) com a utilização do SIG é possível à elaboração de projetos de

conservação de determinadas áreas. Ramires e Souza (2007) afirmam que o SIG pode ser

aplicado no planejamento do uso do solo, monitoramento ambiental e de safras agrícolas,

tomadas de decisões em prospecção mineral, gerenciamento de equipamentos distribuídos

geograficamente em grandes cidades, tais como, os da rede elétrica ou telefônica.

Bolfe (2001) destaca que o SIG pode operar dados de uso e cobertura da terra, que

auxiliam na determinação de locais para instalação de complexos industriais, como portos e

barragens, atuar na avaliação da tendência de crescimento urbano, estrutura de dados

geoambientais, políticos, sociais e econômicos e na avaliação da percentagem de cobertura

temática (agricultura, floresta, campos, lâmina de água, entre outras) em determinada região.

Para as aplicações são necessárias a utilização de certas escalas, para área ambiental

geralmente é relacionado a problemas em escalas (1:20.000 ou menores) (CÂMARA, et. al.,

2001). O domínio de aplicações em SIG está se ampliando cada vez mais, acompanhando a

evolução dos dispositivos de coleta e as facilidades computacionais em geral.

O SIG, de acordo com Pegado (2010), exerce um papel fundamental no mercado das

geotecnologias, pois conclui que é muito mais do que conjugar hardware e software como

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ferramenta de suporte, é necessário conhecimento para tomada de decisão, sendo necessárias

considerações sobre tendências e desafios no campo das aplicações da geotecnologia no

monitoramento de processos geológicos naturais e induzidos, prevenção de riscos,

recuperação de áreas degradadas, construção de obras civis, aproveitamento de recursos

hídricos.

Diante destas constatações o SIG mostra-se de grande utilidade no estudo e

monitoramento do meio ambiente e dos recursos naturais, possibilitando o cruzamento de

informações, para assim, ser possível obter uma visão integrada da situação. Essa talvez seja

um dos principais objetivos do profissional de engenharia ambiental. Destaca-se nesse

sentido, a delimitação de bacia hidrográfica.

De acordo com Sobrinho et al. (2010) para a delimitação automática de bacias

hidrográficas em SIG’s é necessário informações do relevo, denominada Modelo Numérico

de Terreno (MNT), o qual representa uma estrutura numérica de dados correspondente à

distribuição espacial da altitude e da superfície do terreno. O MNT pode ser obtido através da

vetorização e interpolação de curvas de nível, de uma folha topográfica, e também através de

imagens de sensores remotos.

A Bacia Hidrográfica é definida por Tucci (2004), como uma área de captação natural

da água de precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída,

compõe-se de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por

cursos de água que confluem até resultar em um leito único no seu exutório. A bacia

hidrográfica, para Araújo et al., (2009), é destacada pela sua importância que se faz através da

sua caracterização, ou seja, através de sua delimitação, para diagnóstico, planejamento e

gestão ambiental, com vistas ao desenvolvimento regional sustentável, podendo mensurar os

impactos ambientais.

Além disso, a Lei Federal n° 9.433/97 estabelece a bacia hidrográfica como unidade

territorial de referencia ou de intervenção para aplicação da Política Nacional de Recursos

Hídricos (PNRH), pois na mesma ocorre boa parte das relações de causa e efeito envolvendo

a real situação local, sendo necessária uma integração de políticas locais que englobem o

saneamento básico, o uso, ocupação e conservação do solo e do meio ambiente com políticas

de abrangências nacionais para que haja um controle sobre os recursos hídricos (BRASIL,

1997).

Conforme Porto et al. (2008), na área definida como bacia hidrográfica é onde

ocorrem as atividades antrópicas, sendo que diversas áreas urbanas, agrícolas, industriais e de

preservação estão inseridas na maioria das vezes em áreas de bacias hidrográficas.

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Enfatizando que conseqüências das formas de ocupação do território e da utilização das águas

serão vistas no exutório, através das águas que para ali convergem. Com a aplicação dos

instrumentos da PNRH como enquadramento dos corpos d’água, outorga e cobrança pelo uso

de recursos hídricos a padronização e automatização do traçado de bacias hidrográficas são

fundamentais evitando-se possíveis conflitos de utilização dos recursos hídricos (SOBRINHO

et al., 2010).

Assim, reforça-se que o SIG, de acordo com Zeiler (1999) apud Souza et al., (2011),

exerce a função de possibilitar uma estrutura espacial para auxiliar nas tomadas de decisões

ajudando a administrar e utilizar, de forma consciente, os recursos naturais e um possível

gerenciamento de ações antrópicas sobre estes recursos, em especial na bacia hidrográfica.

O SIG manipula dados, contudo, a fonte mais eficaz se relaciona aos sensores orbitais,

suborbitais e terrestres de Sensoriamento Remoto (SR). No caso da Amazônia destacam-se os

sensores orbitais, que possuem maior campo de visada, possibilitando uma visão sinóptica das

paisagens. Câmara et al. (1996) define o SR como o conjunto de processos e técnicas usados

para medir propriedades eletromagnéticas de uma superfície, ou de um objeto, sem que haja

contato entre o objeto e o equipamento sensor. Segundo Rosa (2005, p. 83), “O sensoriamento

remoto pode ser definido, de uma maneira ampla, como sendo a forma de obter informações

de um objeto ou alvo, sem que haja contato físico com ele”.

Historicamente os primeiros registros de Sensoriamento Remoto ocorreram em

meados do século XIX com fotografias obtidas a partir de balões. Mas foi durante o ano de

1862, durante a Guerra Civil, que balonistas norte americanos do exército utilizaram

fotografias aéreas para fazer o reconhecimento das tropas. Durante a primeira Guerra

Mundial foi utilizado filmes infravermelhos, que permitiam identificar objetos camuflados

que conseguiam romper barreiras físicas (PEGADO, 2010).

No Brasil a utilização das ferramentas do SR começou a ser aplicada a partir da

década de 1940, em estudos de vegetação, mas foi somente através do Projeto

RADAMBRASIL, no início da década de 1970, que esta tecnologia teve destaque. O projeto

tinha como objetivo inicial realizar os mapeamentos temáticos dos recursos naturais na região

da Amazônia brasileira (LEITE, 2013).

Para Ponzoni e Shimabukuro (2007) o Sensoriamento Remoto é a tecnologia utilizada

para identificar e quantificar a distribuição dos alvos de uma determinada região, desde a

escala global até a escala local. Os sensores são acoplados a bordo de aeronaves ou de

satélites no espaço orbital, captando a energia eletromagnética refletida pelos alvos da

superfície terrestre e transmite-a para as estações de recepção na terra. Posteriormente, são

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compiladas e decodificadas em imagens, gráficos e tabelas (MELO, 2009). Nesse sentido,

para Jensen (2009), o SR faz uso de sofisticados sensores para medir a quantidade de radiação

eletromagnética (REM), que emana de um objeto ou área geográfica.

Segundo Meneses e Almeida (2012) o SR é considerado uma das mais bem sucedidas

tecnologias de coleta automática de dados para o levantamento e monitoração dos recursos

terrestres em escala global. De acordo com os mesmos autores, a definição mais conhecida de

sensoriamento remoto o compreende como “técnica de obtenção de imagens dos objetos da

superfície terrestre sem que haja um contato físico de qualquer espécie entre o sensor e o

objeto” (MENESES e ALMEIDA, 2012, p.3).

De acordo com relatos o termo Sensoriamento Remoto foi criado para ampliar o

desenvolvimento dessa tecnologia inovadora na qual as ferramentas eram capazes de obter

imagens da superfície terrestre a distâncias remotas. O Brasil foi pioneiro no hemisfério sul a

dominar essa tecnologia, através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que

teve uma atuação relevante na consolidação do SR como uma tecnologia de uso em escala

nacional. Inclusive possui um programa arrogado de SR orbital, denominado China-Brazil

Earth Resources Satellite (CBERS), em parceria com o governo chinês. O primeiro satélite da

série foi lançado no ano de 1999, no centro de lançamento da China, em Taiyan, (MENESES

e ALMEIDA, 2012).

A análise de imagens de SR ocorre a partir do processamento digital de imagens e tem

se tornado prática de uso comum, a exemplo, Dias (2011), Linhares (2013) e Santos (2014).

Nesse sentido, para Crosta (1992, p. 22) “o processamento digital de imagens de

sensoriamento remoto trata especificamente das técnicas utilizadas para identificar, extrair,

condensar e realçar a informação de interesse para determinados fins”. Segundo Gonzalez e

Woods (2000), o PDI se distingue basicamente em aquisição de imagens, pré-processamento,

realce de imagens e análise de imagens.

O SR em suas inúmeras aplicações é potencialmente relevante na avaliação dos

recursos naturais, destacando-se nos recursos hídricos através da análise quantitativa de

imagens, permitindo a identificação de alterações locais da superfície líquida, avaliação do

impacto regional de enchentes, qualidade de água e monitoramento de reservatórios. No uso

da terra podendo ser utilizado para obter informações sobre a cobertura do solo, área de

florestas, vegetação nativa, monitoramento da vegetação e áreas degradadas (BOLFE, 2006).

Na área ambiental as técnicas do SR se intensificaram colocando-se como ferramentas

de grande relevância devido a sua capacidade de coleta de dados multiespectrais em diferentes

épocas. Permitindo uma visão sinótica do espaço geográfico, seus dados podem ser adquiridos

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num pequeno intervalo temporal, garantindo o recobrimento sistemático da área de estudo

(LEITE, 2013).

Os sensores orbitais podem ser distintos em ativos e passivos. Em Engenharia

Ambiental identifica-se uso recorrente dos dois tipos. Os sensores passivos utilizam a

radiação eletromagnética proveniente de uma fonte externa, a exemplo, o sol. As aplicações

são variadas, destacando-se os usos e cobertura da terra. Das aplicações destaca-se a pesquisa

de Andrade (2011) que mapeou o uso e cobertura da terra numa bacia hidrográfica ameaçada

pela intensa antropização no município de Ouro Preto do Oeste, um dos municípios que

apresentaram ocupação não indígena mais antiga em Rondônia.

Outra ferramenta geotecnológica de grande relevância às análises ambientais é o

sistema de navegação por satélite, do inglês Global Navigation Satellite System (GNSS), que

tem como principal sistema, o Sistema de Posicionamento Global (GPS). Esse sistema é

aplicado á determinação de coordenadas para objetos posicionados na superfície terrestre de

acordo com um sistema de referência (PRINA e TRENTIN, 2015).

A tecnologia GNSS é composta por constelações de satélites que permitem, através da

transmissão de sinais para um receptor, definir a posição geográfica no globo terrestre

(MONICO, 2008). A constelação de satélites é a responsável por enviar sinais de rádio que

possibilitem a realização desta orientação (RODRIGUES et al., 2009).Uma vez conhecidas as

coordenadas dos satélites em um dado sistema de referência, é possível calcular as

coordenadas da antena do usuário no mesmo sistema de referência dos satélites, por meio da

medida de distância entre o usuário e quatro satélites, (MONICO, 2008).

Para Almeida (2015) o GNSS tem sido utilizado em inúmeras aplicações para diversas

áreas como: Geodésia, Navegação, Meteorologia, entre outras, com tipos de atividades

diferentes, como em projetos de engenharia, mapeamento, entre outros. Ao longo dos últimos

anos tem-se verificado um avanço tecnológico muito grande nesta área, podendo-se obter uma

maior precisão e confiança no posicionamento via satélite, através das leituras destes

sistemas.

O uso da tecnologia GNSS foi responsável por uma revolução nas atividades de

navegação e posicionamento. Esse programa é considerado o sistema de posicionamento mais

utilizado entre os métodos geodésicos, topográficos, de navegação marítima e aérea,

englobando a maior parte dos dados que possuem coletas de informações a campo na área do

geoprocessamento, os trabalhos passaram a ser realizados de forma mais rápida, precisa e

econômica.

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Existem diversos receptores GNSS disponíveis aos usuários em formatos, tamanhos e

precisões diferentes, o que facilita uma melhor adequação a cada necessidade. Destacando o

aperfeiçoamento do posicionamento global, sendo assim possível, determinar coordenadas

com mais precisão e em menos tempo, além de permitir realizar estudos atmosféricos,

geodinâmicos, entre outros (VAZ, 2012).

Conforme Marques et al. (2009), na área das geociências o uso de tecnologias como o

GNSS, principalmente o GPS, se consolidou para fins de estudos e pesquisa científica,

tornando-se uma ferramenta de grande potencial para a comunidade acadêmica. De acordo

com Câmara et al., (1996) o GPS permite que o usuário obtenha sua localização (latitude,

longitude e altitude) em qualquer ponto da superfície terrestre . Soma-se a isso o cálculo da

distância e velocidade em tempo real.

Para sistemas GNSS é importante frisar o aperfeiçoamento, assim como suas

principais características, sua evolução e demonstração das principais aplicações, as quais

colaboram decisivamente para a evolução de vários setores da sociedade, com a finalidade de

estudar e controlar para assim poder fazer análises de problemas ambientais, (VAZ, 2012).

Na área ambiental algumas das vantagens de utilização desta geotecnologia referem-se

à praticidade, rapidez, precisão obtida, facilitando projetos de engenharia, em trabalhos

convencionais de levantamentos topográficos, mapeamento e atualização de banco de dados

geográficos (ROBAINA e TRENTIN, 2013).

Reafirmando as inúmeras vantagens das geotecnologias, Miranda (2010), mostra que o

SIG pode ser aplicado em diferentes áreas, sendo útil também na elaboração de mapas, tanto

em aspecto geográfico como em um sistema que se baseia no processamento digital. Sua

divisão é feita em subsistemas de entrada, gerenciamento dos dados, análise e saída. As

funções de manuseio dos dados obtidos e das informações são baseadas no software utilizado,

como exemplo, mosaicos, interpolação de dados, modelos numérico do terreno (MNT),

reclassificação, sobreposição e adição de informações entre outras. Para assim, poder ser feita

a manipulação dos dados corretamente para obter o mapa final. Contemplando como saída

integral ou parcial a base de dados com gráficos, tabelas e mapas.

Conclui-se que a cartografia é outra importante ferramenta geotecnológica, aplicada ao

tratamento final dos dados geográficos, especialmente na elaboração de mapas. Assim, neste

estudo será enfatizada a importância da cartografia, na sua vertente computadorizada,

refletindo que para sua melhor eficácia, se faz necessário reconhecer as regras de cartografia

temática e geral. Depreendem-se assim diversos ramos da cartografia, das quais a geral,

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temática, computadorizada e mais recentemente a cartografia mental, de uso recorrente em

ciências sociais.

O desenvolvimento da Cartografia, de uma forma geral,caminhou lado a lado como o

progresso da civilização, sendo impulsionada por guerras, por descobertas científicas, através

do desenvolvimento das artes e ciências, e pelos movimentos históricos, que exigiram cada

vez mais, maior precisão na representação gráfica da superfície terrestre. Nos dias atuais a

Cartografia procurou suprir a demanda em praticamente todos os ramos da atividade humana,

tendo como princípio atingir uma maior produção em um menor tempo possível e com

acuracidade cada vez maior, tendo como aliados geotecnologias como sensoriamento remoto,

o GPSe os SIG’s (MAIO, 2008). Assim, os SIG’s possuem ferramentas robustas de

Cartografia.

Em 1991, a International Cartographic Association (ICA), através da Comissão II,

apresentou uma definição para Cartografia nos termos seguintes: “ciência que trata da

organização, apresentação, comunicação e utilização da geoinformação, sob uma forma que

pode ser visual, numérica ou tátil, incluindo todos os processos de elaboração, após a

preparação dos dados, bem como o estudo e utilização dos mapas ou meios de representação

em todas as suas formas” (ICA, 1991, apud MENEZES & ÁVILA, 2005, p. 2).

A Cartografia é vista como um meio de comunicação gráfica ou um sistema de

informação que tem como fonte o mundo real, sendo codificado através do simbolismo do

mapa (MENESES & ÁVILA, 2005). Pode ser definida como um conjunto de técnicas que se

baseia nos resultados de observações diretas ou de análises de documentos já existentes, com

o intuito de construção e edição de cartas e mapas de qualquer natureza, (ZIMBACK, 2003).

Cada mapa possui um objetivo específico, de acordo com os propósitos de sua elaboração, por

isso, existem diferentes tipos de mapas (ARCHELA, 2008).

Para Bertin (1988) o principal objetivo da Cartografia, objetivo para ele considerado

milenar, é de representar a imagem dos rios, das montanhas, das cidades e das estradas, ou

seja, as imagens das referências naturais, úteis para o homem, sendo aprimoradas, conforme

aumentasse a necessidade. Ou seja, a Cartografia, nas Ciências da Terra, tem como função

principal a representação do mundo real, através de dados espaciais, precisão, organização,

datum para a determinação de coordenadas, recursos matemáticos de projeções cartográficas,

e ainda recursos gráficos de símbolos e textos (MENESES e ÁVILA, 2005).

Comumente a área de Cartografia apresenta sub-ramos, tais como Cartografia

Temática e Cartografia Geral. Assim, há uma tendência em nomear a Cartografia Temática

com algum significado que infere algo especial, contrastando com a que seja de uso geral, o

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que é levado a ser considerada a existência de pelo menos dois ramos nesta ciência:

Cartografia Geral e Temática. Na cartografia geral estão incluídos os mapas de uso geral e

para a temática os mapas são destinados a um público especifico ou especial (DUARTE,

1991).

Conforme Castro (2004), a Cartografia Geral é subdividida em Cadastral, Geográfica e

Topográfica, tendo como objetivo básico em geral o conhecimento da superfície topográfica,

nos seus fatos concretos, os acidentes geográficos naturais e as obras do homem. Como

exemplo: plantas de cidades, mapeamentos sistemático, mapas de países e continentes. Para a

Cartografia Temática sua subdivisão é denominada de Notação, Estatística e de Síntese. Com

objetivos de determinar conhecimentos particulares para uso geral, tendo como exemplo:

Mapas de distribuição de chuvas, populações, Mapas Geológicos, pedológico e Mapas

econômicos.

Para Duarte (1991) a Cartografia Geral é responsável por atender um público amplo e

diversificado, tendo como objetivo atingir uma grande diversidade de assuntos, os elementos

representados são físicos ou que tenha alguma relação. O nível da informação é com ênfase

para dados qualitativos.

Segundo IBGE, a Cartografia Temática é responsável pela produção de cartas, mapas

ou plantas em qualquer escala, destinadas a um tema especifico. A representação temática é

distinta da geral, pois indica conhecimentos específicos de um tema (vegetação, solo,

geologia, etc.) para uso geral.

Conforme citado, a informação geográfica pode ser de natureza qualitativa ou

quantitativa, sendo que a informação qualitativa é produzida a partir de fotointerpretação,

sensoriamento remoto e/ou trabalho de campo e seleciona por exemplo o uso do solo, a

geomorfologia, cobertura vegetal, etc. Assim, como exemplos destaca-se dados de população,

produção, dados econômicos, etc., cujos valores são classificados e ordenados

(SCHUMANN, 2010).

Nesse sentido, para a elaboração de Mapas Temáticos se fazem necessárias as

seguintes etapas: coleta de dados, análise, interpretação e representação das informações sobre

um mapa base. Sendo relevante, a utilização de técnicas que tem o objetivo de aprimorar a

visualização e comunicação. Ou seja, os mapas temáticos precisam cumprir a função de dizer

o quê, onde e como ocorre um especifico fenômeno geográfico, através da utilização de

símbolos gráficos, tendo o cuidado de planejá-los para ajudar na compreensão de diferenças e

semelhanças, para o usuário ter a possibilidade de poder visualizar correlações. Para a

representação da diversidade de temas é necessário fazer uso de uma simbologia especifica,

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aplicada aos modos de implantação - pontual, linear ou zonal, aumentando a eficiência no

fornecimento da informação, essas regras de simbologia fazem parte da Semiologia Gráfica

(ARCHELA, 2008).

A Semiologia Gráfica foi desenvolvida por Jacques Bertin, que inserindo na

Cartografia, foi possível fazer a avaliação das vantagens e das limitações da percepção usada

na simbologia cartográfica, para assim, desenvolver regras para uma utilização coerente dos

símbolos cartográficos (JOLY, 1991 apud CARVALHO et al., 2008). A Semiologia Gráfica é

entendida como um conjunto de normas que contribuem para a elaboração de mapas

temáticos com o uso de símbolos com o intuito de caracterizar a informação, embasando-se na

construção de mapas e gráficos a partir de uma gramática que se apóia na percepção visual

(ARCHELA, 2001).

De acordo com Bertin (1973, 1977) apud Martinelli (2003), a representação gráfica faz

parte da Cartografia Temática, através de uma simbologia desenvolvida pelo homem para

reter, assimilar e difundir observações essenciais à sobrevivência.

Mapas e cartas de uso e cobertura da terra, geológicas e geomorfológicas entre outras,

são exemplos de representação temática na qual a linguagem cartográfica evidencia a forma e

a cor dos símbolos como uma expressão qualitativa. Os mapas de precipitação pluviométrica,

de densidade da população, de produção agrícola, constituem exemplos em que pontos,

diagramas, dimensões dos símbolos e outros recursos gráficos são usados para a representação

de formas de expressão quantitativa. A descrição quantitativa mensura o fenômeno através

de uma unidade de medida ou através de um percentual (CASTRO, 2004).

Portanto, foi visto que a Cartografia é uma importante ferramenta de auxílio para

representação do espaço. Através dela, as informações são transformadas em símbolos, sendo

necessário para o usuário, ao observar um mapa, decodificar a mensagem e realizar as

análises necessárias para o entendimento dos fenômenos (CABRAL, 2014).

Com a inclusão da tecnologia computacional nas tarefas de produção e dispersão

cartográfica, surgiram algumas facilidades para a utilização dos mapas (MATIAS

&SANTOS, 2006). Para a Cartografia Digital, o desenvolvimento da informática, foi de

grande relevância, pois foi possível viabilizar interfaces com o sensoriamento remoto, e com a

utilização de SIG’s, oferecendo a Geomorfologia recursos indispensáveis para o sucesso de

vários estudos, (SOUZA, 2006), além de produção em série de mapas temáticos.

A Cartografia Digital consiste na automação de projetos com o auxílio de programas

computacionais e equipamentos como computadores para a elaboração de mapas, (ROSA,

BRITO, 1996), (SOUZA et al.,2011). Ou seja, preocupa-se em oferecer um modelo de

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representação de dados para os processos que ocorrem no espaço geográfico, visando o

desenvolvimento de equipamentos, metodologias e materiais com o foco principal na

produção de mapas, para que sejam precisos e atualizáveis (SOARES FILHO, 2000).

Na concepção de Martins (2010), a Cartografia Digital exerce uma função de grande

relevância para o estudo ambiental, observando que toda ação considerada causadora de

impacto para o meio ambiente, é ocorrida em algum lugar do espaço geográfico, sendo que

para o autor, o espaço é melhor planejado e representado através da cartografia. Destacando o

potencial da Cartografia Digital que se caracteriza pela flexibilidade em relação à escala e a

manipulação do banco de dados, permitindo que seja feita alterações na simbologia gráfica,

formatos de espessuras, cores de pontos e formas, linhas e polígonos, que representam

elementos da superfície terrestre.

A introdução do processo computacional conduz a uma revisão completa do processo

de criação de mapas, gerando significativas melhorias em termos de qualidade e

produtividade, viabilizando a utilização e execução de produtos relacionados às

geotecnologias de captação e processamento da informação espacial, como é o caso das

imagens de satélites, dos dados obtidos por levantamentos com GPS e da tecnologia SIG,

(MATIAS e SANTOS, 2006).

Outras áreas são caracterizadas como geotecnologias, como referido, contudo, para o

objetivo desta pesquisa, destaca-se para SIG, SR, GNSS e Cartografia. Assim, o que se segue

é a metodologia para o estudo de caso se valendo das ferramentas geotecnológicas supracitada

e que foram alvo de aplicação.

1.1 Geotecnologias aplicadas aos estudos em engenharia ambiental: exemplos de

aplicações

No período recente é complexo distinguir as atividades de cada área do conhecimento,

pois as mesmas criam interfaces. Assim, as aplicações de geotecnologias em Engenharia

Ambiental criam interfaces com a Geografia Física, com as outras engenharias, especial a

florestal e agronômica.

No Brasil, o Conselho Nacional de Educação, através de sua Câmera de Educação

Resolução CNE/CES 11, de 11 de março de 2002, instituiu as Diretrizes Curriculares

Nacionais dos cursos de Graduação em Engenharia. Assim, entende-se que as geotecnologias

surgem no núcleo de conteúdos básicos: Comunicação e Expressão, Expressão Gráfica e no

núcleo de conteúdos profissionalizantes: Geoprocessamento, Topografia e Geodésia.

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Dessa forma, destacam-se abordagens recentes de engenheiros ambientais em recursos

hídricos, dos quais a delimitação automática de bacias hidrográficas (DIAS, 2011), análises de

perdas de solos (LINHARES, 2013), usos e cobertura da terra (GUIDELLI, 2013;

MENDONÇA, 2015), índices de pressão (LOPES, 2015), cálculo de evapotranspiração

(BRITO, 2015) e modelagem de corredores ecológicos (SALES, 2015), apenas para citar

alguns exemplos. Além dessas citam-se pesquisas em Geografia Física (SANTOS, 2015;

SANTOS e GOMIDE, 2015), dentre outros.

Assim, as geotecnologias foram importantes para Dias (2011), para que o mesmo

pudesse mapear áreas de compactação em bacias hidrográficas urbanas na cidade de Ji-

Paraná. A partir de imagens de sensores ativos o autor delimitou todas as bacias hidrográficas

urbanas e discutiu dados de chuvas intensas e possibilidade de inundações.

Linhares (2013), realizou a integração de dados em SIG, via álgebra de mapas,

estruturando-se assim valores de vulnerabilidade à perda de solos no município de Alto

Alegre dos Parecis, Estado de Rondônia. Além disso, explicou as relações edafoclimáticas e

de uso que contribuíram para o comprometimento da qualidade ambiental.

Em seu estudo Guidelli (2013) mapeou o uso e cobertura no entorno da Terra Indígena

Kwazá, no município de Parecis estado de Rondônia, e verificou que as geotecnologias

podem ser aplicadas às pesquisas junto aos povos indígenas, em especial a quantificação da

vulnerabilidade a erosão dos solos e diagnósticos ambientais das TIs.

Na pesquisa de Mendonça (2015) foi avaliado o uso e cobertura da Terra e

correlacionou focos de queimadas com retirada da vegetação no Corredor Etnoambiental

Tupi-Mondé, no estado de Rondônia e Mato Grosso. O autor baseou-se nos métodos

indiretos, caracterizado pelo processamento digital de imagens do sensoriamento remoto em

ambiente de SIG, caracterizando-se como uma análise ambiental. Verificando através dos

resultados que a ocupação encontra-se consolidada ao sul do corredor, nas proximidades da

BR-364, nos municípios rondonienses e em franca expansão na porção norte, nos estados de

Mato Grosso. Por fim, observou que o uso das geotecnologias ofereceu recursos relevantes na

área de análises em Engenharia Ambiental.

Lopes (2015) correlacionou a presença de estrada com conversão das paisagens no

oeste de Rondônia, especialmente a partir da construção da BR-421. Segundo a autora a

influência da estrada foi negativa e positiva. Da influência negativa destacou a retirada da

vegetação, conflitos por terra e avanço da mineração e positiva o desenvolvimento

econômico.

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Da pesquisa de Brito (2015) destaca-se a evapotranspiração e uso da Terra em duas

micro bacias com áreas de diferentes coberturas vegetais na Amazônia Ocidental, utilizando

dados de evapotranspiração do sensor MODIS (TERRA/ Aqua), estimados pelo algoritmo

MOD16, fazendo uso de imagens orbitais do satélite Rapideye.

Além desses, Sales (2015) determinou, a partir de modelagem de eventos terrestres

em SIG, corredores ecológicos entre terras indígenas no centro sul de Rondônia. Para o autor

a criação dos corredores ecológicos é uma das principais respostas como medida de

preservação ambiental, contribuindo para o fluxo genético das espécies da fauna e flora,

preservação de fragmentos florestais e redução de emissões de gases de efeito estufa da área

de implantação, sendo possível promover o desenvolvimento sustentável da região através

destes corredores ecológicos institucionais. O autor utilizou as geotecnologias para mapear o

uso e ocupação da área de estudo estruturando um banco de dados geográficos que permitiu a

delimitação de corredores ecológicos sugerindo quais os modelos de recuperação podem ser

utilizados na recuperação de áreas degradadas.

Das análises em Geografia Física identificou-se a pesquisa de Santos (2015), que

avaliou vulnerabilidade ambiental e Santos e Gomide (2015), que avaliaram as pressões no

entorno de todas as terras indígenas em Rondônia.

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CAPÍTULO II

2 APLICAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS: ESTUDO DE CASO

2.1 Área em Estudo

O estudo de caso é a Bacia Hidrográfica do Rio Omerê, que é afluente, pela margem

direita, do Rio Corumbiara e também o município de Corumbiara, na porção Sul de Rondônia

(Figura 1).

Figura 1 – Localização da área de estudo (Bacia do Rio Omerê e município de Corumbiara).

Essa área foi delimitada tendo em vista que, segundo Santos (2014), a terra indígena

(T. I.), Rio Omerê é a que apresenta maior degradação ambiental dentre as 22 TIs de

Rondônia.

As nascentes da bacia hidrográfica se localizam no interior da terra indígena. A TI Rio

Omerê ocupa 26.177 hectares, na qual sobrevive população das etnias Kanoé, Akuntsu

(FUNAI, 2015).

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Nessa área identificam-se extensas manchas de Neossolos Quartizarênicos. Este tipo

de solo é arenoso, possui alta susceptibilidade à erosão quando manejado de forma

inadequada. O relevo é de planalto onde se desenvolve vastas áreas de transição Amazônia –

Cerrado (SANTOS, 2014).

De forma geral, por ser uma área de transição esta porção do território apresenta

riqueza faunística e florística dos dois biomas. Segundo Santos (2014) a área apresenta

extensas áreas de cultivos agrícolas e predomina a prática da pecuária no sistema extensivo.

A ocupação da área se consolidou no período técnico-territorial (OLIVEIRA, 2003),

em que destaca- se os projetos de colonização do Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (INCRA) e pela pavimentação da BR-364. Na região destaca o Projeto

Integrado de Colonização (PIC) Gy-Paraná, que recebeu 4.730 famílias entre 1971-1984,

(SANTOS, 2014).

Na área em estudo a criação de novos municípios a partir da década de 1990,

impulsionou a retirada da vegetação para formação de pastagens e cultivo de grãos. Nesse

sentido, segundo Pereira e Santos (2015, no prelo), o município de Corumbiara destaca-se

pela área de cultivo de grãos em que dobrou entre os anos de 2004 e 2005.

2.2 Procedimentos metodológicos

Os procedimentos metodológicos estão distintos em duas etapas: 1) processamento de

imagens de sensoriamento remoto para identificação do uso e cobertura da terra e 2)

processamento de imagens de sensoriamento remoto para delimitação da bacia hidrográfica.

Para etapa 1 observou a metodologia proposta por Gonzalez e Woods (2000), como

mencionado. A etapa 2 seguiu o trabalho de Sobrinho et al. (2010) e Dias (2011). Para tanto

empregou o Sistema de Processamento de Informação Georeferenciada (SPRING), versão

5.1.2, para etapa 1 e o ArcMAP®, para etapa 2.

O SPRING é disponibilizado gratuitamente pelo Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais (INPE) e o ArcMAP® possui uma versão para estudante e é disponibilizado pela

empresa norte americana ESRI. O ArcMAP® serviu ainda para a estruturação de mapas

temáticos devido a facilidade de manuseio e de operação.

Para a análise da dinâmica de cobertura vegetal foi utilizada dados orbitais dos anos de

2006 e 2015 do satélite Land Remote Sensing Satellite (LANDSAT). Para o ano de 2006

foram utilizadas imagens do satélite LANDSAT 5,sensor Thematic Mapper (TM),

órbita/ponto 230/069, bandas 3, 4 e 5. Para o ano de 2015 as imagens utilizadas do satélite

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LANDSAT 8, sensor Operational Land Imager (OLI), órbita/ponto 230/069, bandas 4,5 e 6.

Todos obtidos gratuitamente através do serviço geológico norte americano no sítio

http://glovis.usgs.gov/. O LANDSAT 5 imagea em sete faixas espectrais, com resolução

espacial de 30 metros, para as bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7, e de 120 metros para a banda 6. O

LANDSAT8 imagea em nove faixas espectrais, em que as bandas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9

possuem 30 metros de resolução espacial e a banda 8 possui 15 metros. As imagens geradas

pelo sensor TM e OLI têm alto potencial para atender a múltiplos requisitos de aplicações,

como análises de vegetação, agricultura, solos, áreas urbanas entre outros, uma vez que cada

faixa espectral realça alvos diferentes.

As imagens do ano de 2006 e 2015 foram escolhidas para análise devido ao fato de no

ano de 2006 ter sido homologada a T.I. Rio Omerê. Assim, com a utilização da imagem do

ano de 2015 será realizada a analise multitemporal.

Para etapa de delimitação da bacia hidrográfica utilizou-se uma imagem do Shuttle

Radar Topography Mission (SRTM), cartas SC-20-X-B e SC-20-X-D do Estado de

Rondônia,disponibilizada gratuitamente pelo sítio da Empresa Brasileira de Pesquisas

Agropecuárias (EMBRAPA). Esses dados são do SRTM, sigla em inglês de Shuttle Radar

Topography Mission, Missão Topográfica por Radar do Ônibus Espacial. A operação foi

liderada pela Agência Espacial Americana (NASA, sigla em inglês). A missão SRTM teve

como objetivo fazer o mapeamento topográfico de todo o planeta que ocorreu durante 11 dias

do mês de fevereiro de 2000, (CARDOSO et al. 2012.)

Para delimitar toda a bacia da área em estudo foram necessárias duas cenas, exigindo

então a realização de um mosaico.

2.3 Mapeamento de uso e cobertura da terra

Como supramencionado a etapa de mapeamento de uso e cobertura da terra foi distinta

em aquisição de imagens, pré-processamento, realce de imagens e análise de imagens,

seguindo a proposta de Gonzalez e Woods (2000). A etapa de aquisição já foi mencionada,

assim, o que se descreve nesse tópico são as etapas de pré-processamento, realce e análise.

As imagens foram submetidas à etapa de Processamento Digital de Imagens (PDI). O

PDI configurou a principal ferramenta de aquisição de dados para análise hidrológica e do uso

do solo. O Processamento Digital de Imagens de sensoriamento remoto trata especificamente

das técnicas utilizadas para identificar, extrair, condensar e realçar a informação de interesse

para determinados fins, tendo como função principal fornecer ferramentas com o intuito de

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facilitar a identificação e a extração da informação contida nas imagens para posterior

interpretação. [...] O resultado deste processo é a produção de outras imagens, estas já

contendo informações especificas, extraídas e realçadas a partir das imagens brutas.

(CROSTA, 1992, p.17).

Ou seja, o PDI se tornou uma relevante ferramenta de aquisição de dados para

realização de análises hidrológicas e do uso do solo, responsável pala manipulação dos dados

de forma que a entrada e saída é uma imagem (GONZALEZ e WOODS, 2000). Portanto, o

principal objetivo de se utilizar o PDI é para melhor desempenho do aspecto visual focando

na análise a partir do analista humano para ajudar e fornecer materiais para interpretação.

Para Carvalho (2003), a classificação é o processo de extração de informações de

imagens para reconhecer padrões e objetos homogêneos, através da divisão da imagem em

classes.O resultado da classificação digital é apresentado por meio de classes espectrais que

possuem características espectrais semelhantes, (CÂMARA, et al., 1996).

Todas as etapas de análise das imagens foram realizadas no software SPRING. A

classificação foi realizada de forma supervisionada, através do classificador por regiões de

Bhattacharya. A classificação pelo método Bhattacharya utiliza a distância média entre as

distribuições de probabilidade para medir a distância entre as classes espectrais (INPE, 2006).

A classificação das imagens foi referente aos dois anos em análise. A partir da imagem

foi passível a identificação de cinco classes de uso e cobertura da terra,segundo a proposta do

Manual do Uso da Terra, (IBGE 2006). Sendo assim os elementos que compõem a área de

estudo, são Área Verde; Cerrado, Área Urbana, Água e Área Antropizada. Na classe Área

Verde compreende as florestas de vegetação de porte arbóreo, de grande porte com altos

índices de cobertura foliar. A classe Cerrado possui características de menor densidade de

cobertura vegetal (WALTER, 2006).A classe Área Urbana caracteriza-se por ser uma área

que possui estrutura de cidades e pequenos vilarejos. A classe Água compreende corpos

hídricos como os rios, igarapés, lagos e lagoas. Por fim, a Área Antropizada possui

características de áreas que inclui agricultura, pecuária e demais áreas que possui solo

exposto, áreas em que a vegetação foi retirada.

2.4 Delimitação de Bacias Hidrográficas

A delimitação de uma bacia hidrográfica é o recorte de análise mais recorrente em

pesquisas e estudos realizados na área de engenharia ambiental voltado para análises

hidrológicas ou ambientais. Como referido, as técnicas de delimitação são implementadas em

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ambientes de Sistemas de Informações Geográficas (SIG), posicionando-se como uma

ferramenta eficaz, pois trabalha e gera uma grande quantidade de dados, promovendo

resultados relevantes, conforme verificado nos estudos de Andrade (2011), Dias (2011), Lima

(2014) e Sales (2015).

A partir de estudos sobre a bacia hidrográfica é possível determinar Áreas de

Preservação Permanente (APP), como no estudo de Lima (2014) e Sales (2015), podendo ser

identificado a nascente e as margens do rio, e suas respectivas situações atuais em relação ao

seu uso, podendo em seqüência ser realizado análises de impacto.

As Áreas de Preservação Permanentes são estabelecidas pelo artigo 3° inciso II do

Código Florestal, em que define as APP’s como:

II- Área de Preservação Permanente – APP é a área protegida, coberta ou não por

vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a

paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de

fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas,

(BRASIL, 2012).

A legislação tem o objetivo de preservar os recursos hídricos abrangendo a questão da

qualidade e da quantidade da água e as propriedades físicas do solo, (BRASIL, 2012).

A metodologia utilizada nesse processo subdividiu-se em quatro etapas, sendo:

preenchimento de depressões (“fill sinks”), direção de fluxo (“flow direction”), fluxo

acumulado (“flow accumulation”) e delimitação de bacias (“Watershed”) e está descrita em

detalhe em Sobrinho et al. (2010). De acordo com Silva & Moura, (2013) o método

automático faz uso de algoritmos que são capazes de facilitar o processamento das

informações, necessitando de pouca intervenção do analista, diminuindo o tempo de

dedicação no processo de geração das informações.

2.5 Elaboração de Mapas

A metodologia empregada neste estudo para a representação dos dados foi através de

Mapas Temáticos, baseando-se nas regras da Semiologia Gráfica, recorrendo-se aos

elementos da Cartografia Temática, tendo como base consulta a trabalhos do professor

Marcello Martinelli (MARTINELLI, 2003; 2007; 2010), já descritos no referencial teórico.

Foram elaborados mapas temáticos para facilitar a visualização de alterações que

ocorreram nas classes temáticas ao longo dos anos, possibilitando, uma visualização dinâmica

da cobertura vegetal ocorrida no decorrer do processo de ocupação da região.

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Para elaboração de legendas observou-se ainda o Manual Técnico de Uso da Terra do

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, a partir dos mapas serão

realizadas discussões sobre ordenamento e reordenamento territorial na bacia hidrográfica em

estudo.

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CAPÍTULO III

3 GEOTECNOLOGIAS NA FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO AMBIENTAL:

PRINCIPAIS RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como referido, a discussão girou em torno das análises em recursos hídricos, gestão

ambiental e do território e avaliação de impactos ambientais. Esse recorte foi necessário

devido à extensa gama de possibilidades, que não seriam esgotas ao nível de um trabalho de

final de curso. Além disso, esses temas, como supramencionado são de aplicações recorrentes

na área de Engenharia Ambiental, especialmente quando se trabalha com métodos indiretos,

pois outras atividades, como análise de qualidade da água, a partir de métodos diretos,

também são recorrentes e tão bem elaborados por esses profissionais. Assim, os resultados

são apresentados na ordem que se segue: recursos hídricos, gestão ambiental e do território e

avaliação de impactos ambientais.

3.1 Possibilidades de análises em recursos hídricos

Como já mencionado a Bacia Hidrográfica é de grande importância para a avaliação

de possíveis processos ecológicos e territoriais, sendo possível desenvolver estudos focando

no planejamento regional, visando à conservação dos recursos hídricos.

Em recursos hídricos o exemplo é a delimitação da bacia. Assim, Dias (2011), utilizou

dados das bacias e drenagens de seu estudo, obtidos pelas ferramentas geotecnológicas, com a

ajuda de equações determinadas na literatura, mensurou os índices necessários para a

caracterização morfométrica das bacias. Através da delimitação da bacia é possível realizar

análises e determinar características da mesma como o comprimento de drenagem, área da

bacia, perímetro, entre outros descritos pelo autor.

Assim, para o estudo de caso apresenta-se a Bacia Hidrográfica do Rio Omerê (Figura

2).

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Figura 2– Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Omerê.

Para a bacia em estudo mensurou o coeficiente de capacidade e a densidade de

drenagem de acordo com o estudo de Dias (2011). O coeficiente de compacidade (Kc)

representa a relação entre o perímetro da bacia e a circunferência de um círculo de área igual à

da bacia, relacionando a forma da bacia com um círculo, através dessa relação é possível

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estabelecer a caracterização da forma de uma bacia hidrográfica (PORTO et al., 1999). O Kc

é sempre um valor > 1, quanto menor o Kc, mais circular é a bacia, maior a tendência de

haver picos de enchente. No caso da bacia do Rio Omerê o Kc = 1,66 mostrando que a bacia

não está propensa a riscos de inundações.

O índice de densidade de drenagem denota o grau de desenvolvimento do sistema de

drenagem (Tabela 1). Ou seja, fornece uma indicação da eficiência da drenagem da bacia,

sendo expresso pela relação entre o somatório dos comprimentos de todos os canais da rede

(perenes, intermitentes ou temporários) e a área total da bacia. De acordo com a literatura o

valor pode variar de 0,5 km/km² (bacias mal drenadas devido à elevada permeabilidade ou

precipitação escassa) a 3,5 km/km² (bacias excepcionalmente bem drenadas ocorrendo em

áreas com elevada precipitação ou muito impermeáveis). Para a bacia em estudo o valor de

Dd = 0,95 que se encaixa como bacias com drenagem regular, 0,5 ≤ Dd < 1,5 km/km2.

Tabela 1. Índices Físicos da Bacia Hidrográfica do Rio Omerê.

Informações da Bacia Bacia do Rio Omerê

Área (km²) 640,99

Perímetro (km) 150,23

Comprimento dos canais (km) 609,78

Coeficiente de

Compacidade – Kc 1,66

Densidade de Drenagem (km/km²) 0,95

Assim, é possível através do uso das ferramentas de geotecnologias com o emprego de

modelos empíricos ou mensuração de variáveis a partir das informações disponíveis facilitar o

entendimento e a representação de uma bacia hidrográfica. Além disso, pode ser verificada a

vulnerabilidade do solo aos processos erosivos, impermeabilização do solo que pode resultar

no aumento do escoamento superficial e na diminuição da recarga de aqüíferos, compactação

do solo e conseqüentemente o assoreamento de corpos da água.

A bacia do Rio Omerê está inserida em uma área pertencente a uma T. I, mas desde o

início da ocupação do município não se teve nenhuma preocupação em relação à preservação

ambiental. Os resultados aqui apresentados podem ajudar na compreensão da dinâmica do

meio físico e suportar políticas públicas de gestão dos recursos hídricos.

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3.2 Contribuições para gestão, ordenamento e reordenamento ambiental e do

território

O exemplo de aplicação para gestão ambiental, ordenamento e reordenamento

ambiental e do território ocorreu para o recorte administrativo municipal. Contudo, englobou

uma terra indígena, que é um recorte espacial criado para ser um território das comunidades

remanescentes. Obviamente que a terra nem de longe representa o território, pois como se

sabe os povos indígenas perambulavam por extensas áreas, além dessas delimitadas para

sobrevivência e suas práticas socioculturais. Contudo, o que restou para esses povos foram as

terras. Assim, foi também sobre uma terra que se realizou análise.

O mapeamento de ocupação dos solos é uma etapa imprescindível em qualquer projeto

de caracterização e monitoramento ambiental, a fim de que se possam compreender as

mudanças que ocorrem no ambiente, de caráter natural e antrópico.

A partir do resultado, a análise espacial por meio da Figura 3, observou-se extensas

áreas ocupadas pelos não indígenas, denominadas Área Antropizada. Assim, foi possível

identificar uma intensa fragmentação da vegetação e conseqüente eliminação dos corredores

ecológicos no município de Corumbiara. Observaram-se ainda a redução drástica das áreas de

Cerrado, ou seja, restou um pequeno fragmento na porção leste. A partir desse dado é possível

planejar ações de recuperação de vegetação ciliar para criar alternativas de corredores

ecológicos, portanto, serve ao ordenamento e reordenamento territorial municipal.

Observou-se também áreas de florestas degradas no interior da terra indígena Rio

Omerê, desde o ano de 2006, que não se recuperaram no período atual. Portanto, tais análises

subsidiam planos de recuperação de áreas desmatadas dentro da terra indígena.

Outra análise possível e que serve ao ordenamento, reordenamento e gestão territorial

diz respeito ao estudo multitemporal dos usos e cobertura da terra. Dessa forma, observou-se

que, a partir da análise visual dos mapas temáticos, foi possível verificar a dinâmica de

ocupação e as mudanças do uso e cobertura vegetal desde a homologação da T.I. Rio Omerê,

no ano de 2006, até o ano de 2015.

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Figura 3 – Mapa de uso e ocupação do solo nos anos de 2006 e 2015.

Destaca-seque a demarcação da T.I. Rio Omerê ocorreu no ano de 1996, mas somente

no ano de 2006 que foi homologada, portanto, as áreas de uso antrópico dentro dos limites da

T.I. no ano de 2006, podem ser referentes às áreas que foram ocupadas por não indígenas na

época das ocupações desordenadas do município.

Nesse sentido, é importante referir que a vegetação é importante para os povos da

floresta, especialmente os povos indígenas, já que a relação com o meio é diferenciada

(SILVA, 2010 apud SANTOS, 2014). Assim, a floresta para esse povo é mais que fonte de

renda e de alimentação, é também fonte de sobrevivência cultural. Em síntese, do ponto de

vista da gestão e do reordenamento é preciso incentivar práticas de recuperação das florestas

dentro da terra indígena.

Na Figura 3, como já referido, observou-se que, no ano de 2006, já eram presentes a

retirada de grandes áreas da vegetação em todo o município onde se localiza a Bacia Rio

Omerê. Destaca-se que nesse período o município já havia passado por intensos processos de

ocupação e conversão de uso do solo. A situação dos processos de ocupação no município, até

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mesmo antes da sua criação em 1992, já eram expressivos devido a projetos de colonização

do INCRA,como já mencionados.

Para a prefeitura é salutar investir em ações de recuperação de mata ciliar dos rios e

das nascentes, pois na pesquisa de Andrade (2011), para o município de Ouro Preto do Oeste,

observou-se desaparecimento de nascentes, pisoteadas pelo gado bovino. O desaparecimento

das nascentes é crítico para os fazendeiros e toda a comunidade.

Os projetos de colonização e a intensa expansão da pecuária e agricultura trouxeram

reflexos diretos sobre a paisagem de todo o município, se confirmando através da evolução

das Áreas Antropizadas, entre os anos de 2006 e 2015. Visualmente observou-se ainda

degradação por pastagens e aumento da área agrícola, que não foi discriminada na escala de

análise, mas pode ser facilmente percebido a partir da imagem bruta (Figura 4). Os tons

róseos, como observado na figura 4, revelaram o preparo dos solos para cultivos agrícolas,

especialmente a soja. A princípio os desmatamentos ocorriam com a finalidade de exploração

madeireira e para a instalação de áreas de pastagens e agricultura, o que foi ocasionando uma

supressão sob a T. I. Rio Omerê de todos os lados (SANTOS, 2014).

No período recente identificaram-se ainda áreas de cultivos agrícolas irrigados, fato

que pressiona para maior consumo dos recursos hídricos.

Figura 4 – Mapa de uso e ocupação do solo nos anos de 2006 e 2015.

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Por comparação com a Figura 3, a Figura 4 revelou a redução da vegetação, redução

da classe Água e do Cerrado. Além disso, na porção central, no extremo sul da Terra Indígena

Rio Omerê identificou-se maior fragmentação da vegetação ciliar que criava, em 2006, um

modesto corredor com a drenagem que faz limite na porção sul do município de Corumbiara.

Nesse sentido, segundo pesquisas de Santos (2014) e Santos e Gomide (2015), parte

da retirada da vegetação na área da TI Rio Omerê foi reportada pela Fundação Nacional do

Índio (FUNAI).

Com isso, segundo a notícia,

“Um fazendeiro ocupava uma área localizada no interior da TI Rio Omerê, alegando

não ter recebido indenização pelas benfeitorias na propriedade. Assim, o fazendeiro

conseguiu da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEDAM) uma licença

ambiental e autorização para exploração da floresta. Contudo, o Ministério Público

anulou a licença e concedeu liminar para suspender os efeitos da autorização”

(SANTOS e GOMIDE, 2015, p. 431).

Os resultados da classificação foram tabulados, permitindo a análise quantitativa da

área de cada classe para o período em estudo (Tabela 2). Destaca-se nesse sentido, que a

diferença de área entre as duas datas pode estar associada à diferença dos sensores usados,

que no caso foi o TM, para 2006 e o OLI, para o ano de 2015.

Assim, verificou-se que a classe Área Verde (Florestas) ocupavam 36,16% da área

total do município em 2006, e reduziu para 30,91%no ano de 2015. A classe Cerrado

apresentou uma expressiva redução, pois em 2006 ocupava 3,56% da área em estudo e em

2015 reduziu para 1,2%, ou seja redução de mais de 50%.

A classe Água também reduziu, pois em 2006 ocupava área de 46,65 km², ou seja,

1,53% da área total, e passou para 39,02 km² no ano de 2015, uma redução de 0,25%. A

classe Área Antropizada (Agricultura e Pecuária), apresentou aumento significativo de 8,14%,

passando de 58,36% em 2006 para 66,5% em 2015. A classe Urbano apresentou uma redução

da área ocupada, passando de 0,39%, em 2006 para 0,11% em 2015.

Esses dados permitiram concluir que apenas a classe correspondente às atividades

antrópicas apresentaram taxa de crescimento superior a 10%. As classes que representaram os

elementos naturais foram reduzidas.

O aumento da conversão da paisagem sobre o Cerrado, com área de 71,30 km²,

revelou que essa fitofisionomia é de mais fácil manejo e mecanização, portanto, sua remoção

oferece menos obstáculos. Tal resultado foi observado também por Linhares (2013) para o

município de Alto Alegre dos Parecis.

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Tabela 2. Uso e cobertura da terra e taxa de crescimento na área de estudo.

Anos analisados 2006 2015 Taxa %

Classe de Uso Área (km²) % Área (km²) %

Água 46,65 1,53 39,02 1,28 -16,36

Área Verde (Florestas) 1.104,37 36,16 939,61 30,91 -14,92

Urbano 11,82 0,39 3,38 0,11 -71,40

Cerrado 108,74 3,56 37,44 1,23 -65,57

Área Antropizada 1.782,55 58,37 2.020,07 66,46 13,32

Total 3.054,13 100 3.039,52 100 -

Fato curioso foi à redução considerável da área urbana (Taxa de -71,40). O esperado

seria seu aumento, tendo em vista que a população de Rondônia cresceu nos últimos anos.

Contudo, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a

população do município de Corumbiara, que era de 9.476 habitantes reduziu para 8.842

habitantes no ano de 2015.

A alta redução da área urbana deve-se, possivelmente, ao fato de que nas pequenas

cidades admite-se alta confusão espectral entre áreas de pastagens e lotes baldios. Portanto, a

extensa área urbana no ano de 2006 pode-se referir a áreas de pastagens.

Para explicar o aumento significativo da classe Área Antropizada, recorreu-se aos

dados do IBGE, especialmente sobre agricultura e pecuária. Assim, observou-se que no

município de Corumbiara, para o ano de 2006, havia 270.117 bovinos e aumentou para

276.666 animais, em 2014. Além disso, a área de cultivo temporário, em que destaca o cultivo

de grãos, especialmente soja, milho e arroz, ocupava, no ano de 2006, 18.900 hectares e em

2014, ocupou 60.130 hectares, ou seja, taxa de crescimento de 218,14%. Portanto, conclui-se

que a área Antropizada está crescendo para cultivo agrícola de grãos. Isso se explica, por que

segundo Silva (2014), o escoamento da produção foi favorecido pela Hidrovia do Madeira,

fato que colocou Rondônia no cenário de destaque do cultivo de grãos no país, o inserindo no

contexto de globalização da economia.

Portanto, o mapeamento a partir das geotecnologias revelou o aumento da área de

cultivo e criação de gado bovino que pôde ser comprovada pelos dados do IBGE. Assim, se

tais dados forem utilizados com o devido cuidado, os mesmos podem auxiliar o poder público

na gestão ambiental do território do município. Com isso, o conhecimento do uso e cobertura

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da terra pode possibilitar traçar estratégias de crescimento econômico de forma mais

sustentável.

Depreende-se dos dados apresentados à análise de impactos ambientais, que será

descrito no tópico 3.3.

3.3 Avaliação de impactos socioambientais

A realização do mapeamento permitiu observar impactos socioambientais. O mais

significativo foi aquele observado dentro da terra indígena, a partir da retirada da vegetação.

Como referido, a perda da vegetação para os povos indígenas configura perda da identidade

com o lugar e com o território. Além disso, sabe-se que a vegetação guarda o alimento do

indígena, sua identidade e aspectos cosmológicos.

Assim, ao retirar a vegetação, toda a comunidade perde inclusive os empresários. Isso

porque, no município de Corumbiara, identificaram-se machas de Neossolos Quartizarênicos,

que são desagregados com facilidade depois que a vegetação é retirada e esses solos ficam

expostos. A remoção da vegetação e o uso inadequado contribuíram para a perda de solos que

evoluiu em algumas áreas, para voçorocas (Figura 5). Isso causa, além da perda da fertilidade,

a perda do valor da terra, pois a recuperação das voçorocas ainda é procedimento difícil e

oneroso de ser realizado.

Figura 5 - Voçoroca em neossolos Quartizarênicos no município de Alto Alegre dos Parecis.Agosto

de 2013. Fonte: Linhares (2013).

O aumento da retirada da vegetação em toda a área do município revelou ainda

supressão da vegetação ciliar e eliminação de corredores ecológicos. Sabe-se que a remoção

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da vegetação causa impactos variados, dos quais se destaca, dentre outros, a eliminação de

habitats, perda de cobertura dos solos e aumento da temperatura.

Segundo Garcia et al. (2013),

“...com a conversão das florestas nativas no Brasil vários impactos podem ser

observados, sobretudo porque a fragmentação, que corresponde a uma área de

vegetação natural interrompida, quer seja por barreiras naturais ou antrópicas,

ocasiona problemas para o clima especialmente nas bordas das matas onde um

aquecimento maior é gerado por estarem mais expostas a incidência de luz”.

Além disso, a fragmentação de uma área de vegetação cria barreiras para a flutuação

do número de indivíduos entre os fragmentos, já que o movimento de algumas espécies

depende da habilidade de dispersão e do comportamento migratório para a configuração

interna das populações no ambiente (RICKLEFS, 1996; VALERI, 2004 apud GARCIA et al.

2013). Em síntese, o número de espécies presente em um ambiente está fortemente associado

com o tamanho da área. Desse modo, para Matthiae e Stearns (1981), Fonseca e Robinson

(1990) e Laurance (1990), quando uma floresta contínua é fragmentada a sua biodiversidade

tende a ser menor, ou diminuir.

O aumento da temperatura em áreas de pastagens vem sendo alvo de análises do

programa de pesquisas científicas, Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na

Amazônia, em inglês, Large-scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia (LBA).

Nesse sentido, segundo Fearnside (2009, p. 609) “os impactos são mais acentuados em

modelos que incluem as retroalimentações biosféricas, a morte da floresta e o aquecimento

dos solos levando à emissão de carbono que, por sua vez, aumenta mais a temperatura e a

morte da floresta”.

Além disso, segundo Webler et al. (2013, p. 874-875),

“Os resultados da partição da radiação líquida entre ecossistemas de pastagem e

floresta evidenciaram um conseqüente aumento na variação sazonal e nas taxas de

aquecimento da superfície do solo e do ar adjacente na pastagem, ressaltando a

importância da preservação das coberturas vegetais naturais na região amazônica”.

Outro aspecto observado em campo é que a perda de solos em pontos altos de relevo

contribui para o carreamento para áreas mais baixas. Esse processo contribui para colmatação

de rios, fato descrito por Linhares (2013) e Santos (2014).

Outro impacto relacionado à pecuária mencionado no estudo de Santos (2008), é o fato

das fezes dos bois através das enxurradas escorrerem para as áreas mais baixas, como as fezes

são matéria orgânica, ao atingir os lagos e rios, pois o município deste estudo como visto,

possui muitos lagos na porção sul, contribuirá para que plantas se desenvolvam em

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excesso,em ambientes aquáticos, contribuindo para a eutrofização de ambientes lacustres,

comprometendo a qualidade da água.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados atestaram que as geotecnologias são úteis e de aplicação recorrente em

análises no âmbito da Engenharia Ambiental, especialmente em recursos hídricos, gestão

ambiental e do território e na avaliação de impactos ambientais. Não apenas os resultados

revelaram isso, mas a revisão bibliográfica permite tal conclusão.

A partir do estudo de caso foi possível identificar aspectos das análises em recursos

hídricos, gestão ambiental e do território e na avaliação de impactos ambientais. Confirmou-

se que o Cerrado é a fitofisionomia mais afetada pelas ações antrópicas e que a terra indígena

Rio Omerê encontra-se com parte da vegetação removida. Derivou das análises de impactos

diversos, dos quais sobre os solos, recursos hídricos e vegetação.

Por meio deste estudo foi possível concluir o objetivo que se pretendia, destacando o

quão é relevante estudos sobre o uso e cobertura do solo para uma determinada região. Isso,

maximizado pelas geotecnologias como base para auxiliar em análises de mapeamento e

monitoramento ambiental ajudando no planejamento e diagnósticode riscos e potencialidades

ambientais que englobam o desenvolvimento de todos os tipos de comunidades.

A partir dos dados obtidos pela imagem e da correlação dos dados obtidos através do

site do IBGE conclui-se que a conversão da paisagem do município está acontecendo para a

agricultura, especialmente para cultivo de grãos (soja, milho e arroz). Assim, foi possível

observar também em relação à atividade agrícola e ao intenso processo de retirada de madeira,

que a área apresenta um panorama de mudanças da paisagem muito modificado em

decorrência do modelo de sua ocupação, ficando evidente a necessidade de ações voltadas

para a preservação dos recursos naturais daquela região.

Com o subsidio das ferramentas geotecnológicas é possível realizar análises a respeito

da preservação de uma bacia hidrográfica, descobrindo a forma de uso e as atividades que

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estão sendo desenvolvidas em toda sua extensão, como exemplo, o desmatamento que é um

fator determinante que causa desequilíbrio em áreas de bacias hidrográficas.No caso do

município em estudo foi a principal ação antrópica para aquela região.

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