UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf ·...

67
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Parasitologia Dissertação Prevalência de anticorpos anti- Toxocara canis em ovinos da região Sul do estado do Rio Grande do Sul Gabriela Rassier Pelotas, 2010

Transcript of UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf ·...

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Parasitologia

Dissertação

Prevalência de anticorpos anti- Toxocara canis em ovinos da região Sul do estado do Rio Grande do Sul

Gabriela Rassier

Pelotas, 2010

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Gabriela Lopes Rassier

Prevalência de anticorpos anti- Toxocara canis em ovinos da região Sul do estado do Rio Grande do Sul

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Parasitologia da

Universidade Federal de Pelotas, como

requisito parcial à obtenção do título de

Mestre em Ciências (área de

conhecimento: Parasitologia).

Orientador (a): Profª Dr.ª Maria Elisabeth Aires Berne

Co-orientadora: Prof ª Dr.ª Sibele Borsuk

Pelotas, 2010

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Dados de catalogação na fonte: Ubirajara Buddin Cruz – CRB-10/901 Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel

R228p Rassier, Gabriela Lopes

Prevalência de anticorpos anti-Toxocara canis em ovinos da região Sul do estado do Rio Grande do Sul / Gabriela Lopes Rassier ; orientador Maria Elisabeth Aires Berne ; co-orientador Sibele Borsuk. – Pelotas, 2010. – 56f. – Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Parasitologia. Departamento de Microbiologia e Parasitologia. Instituto de Biologia. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2010.

1.Parasitologia. 2.Toxocara canis. 3.Ovinos. 4.Elisa.

5.Soroprevalência. I.Berne, Maria Elisabeth. II.Borsuk, Sibele. III.Título.

CDD: 636.3089696

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Banca Examinadora: ___________________________________ Profª Dr.ª Maria Elisabeth Aires Berne ___________________________________ Prof.Dr. Carlos James Scaini

___________________________________ Profª Dr.ª Claudia H. Pinho Fernandes ___________________________________ Prof. Dr. Fábio Pereira Leivas Leite

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser meu refúgio, minha força e alegria a cada dia.

Aos meus pais, Sandra e Heron, pelo amor, carinho e por não terem medido esforços para que eu chegasse até aqui.

Ao meu tio Sérgio, o carinho e dedicação me ajudando sempre que necessário.

Aos meus irmãos, Ieve e Ian, pelo amor e a amizade. Por mais que a distância nos separe, sempre estaremos juntos.

A todos os meus amigos, especialmente a Jaqueline e o Alexsander, que sempre estiveram presentes me aconselhando e incentivando com carinho e dedicação.

Na Universidade Federal de Pelotas (UFPEL),

À Dr.ª Maria Elisabeth Berne, minha orientadora e amiga, por ter me proporcionado a oportunidade de desenvolver este trabalho, pelo apoio recebido e confiança depositada.

À minha co-orientadora, Dr.ª Sibele Borsuk, pela ajuda neste trabalho e pela relação de confiança que construímos ao longo do tempo que nos conhecemos. “Gracias” pelos ensinamentos e pela amizade sincera.

Aos meus colegas, Felipe, Tiago, Janaína, Suélen e Tati pela grandiosa ajuda na realização deste trabalho.

À Dr.ª Magda Benavides pelo apoio em relação aos cálculos estatísticos.

Aos meus amigos e colegas do laboratório de Parasitologia Molecular, Fernanda, Relber, Paula, Amanda, Lucas, Luciano, a todos pela amizade, respeito, auxílio e ambiente agradável de trabalho.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

RESUMO

RASSIER, Gabriela Lopes. Prevalência de anticorpos anti- Toxocara canis

em ovinos da região Sul do estado do Rio Grande do Sul. 2010. 56f.Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-graduação em Parasitologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS. A toxocaríase visceral é uma zoonose parasitária negligenciada. O principal modo de infecção é pela ingestão de ovos embrionados de Toxocara canis, porém os seres humanos podem se infectar pela ingestão de carne ou vísceras de hospedeiros paratênicos. Este modo de infecção carece de informações pela diversidade de espécies de animais que podem atuar como hospedeiros paratênicos desse ascarídeo. Existem poucos dados sobre a soroprevalência em rebanhos ovinos em todo mundo. O objetivo deste trabalho foi verificar a presença de anticorpos anti-T. canis e determinar fatores de risco em ovinos do sul do estado do RS, que se destaca como região consumidora, sendo uma das principais regiões produtoras de ovinos, cujo manejo envolve a presença de cães. Amostras de soro de 1642 ovinos foram testadas para conhecer a prevalência de imunoglobulinas da classe G para T. canis, pelo Ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) utilizando o antígeno de excreção e secreção de T.canis (TES). A soroprevalência para T. canis foi de 57,4% (942/1642). Na avaliação da positividade das propriedades, todas tiveram pelo menos animal positivo. Os fatores que mostraram significância (p ≤ 0,05) para soropositividade ao T. canis foram ovinos com idade superior a dois anos, oriundos de pequenas propriedades, criados semi-extensiva e o contato com cães errantes e canídeos silvestres. Os resultados indicam que a infecção por T. canis está amplamente distribuída entre os rebanhos ovinos da região sul do Rio Grande do Sul, podendo representar risco à saúde humana Palavras- chave: Toxocara canis, Ovinos, ELISA,Soroprevalência.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

ABSTRACT

RASSIER, Gabriela Lopes. Prevalence of anti-Toxocara canis antibodies in sheep from the Southern of Rio Grande do Sul state. 2010. 61f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Parasitologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS.

Visceral Toxocariasis is a zoonosis neglected parasitic. The main mode is infection by ingestion of embryonated eggs of Toxocara canis, but humans can get infected by eating meat or offal from parathenic hosts. This mode of infection lacks information for the diversity of animal species that can act as hosts parathenic this ascarid. There are few data on seroprevalence in sheep flocks worldwide. The aim of this study was to verify the presence of anti- T.canis and determine risk factors in sheep's southern state of RS, which stands as consuming region, is a major sheep-producing regions, whose management involves presence of dogs. Serum samples of 1642 sheep were tested to find the prevalence of immunoglobulin G to T. canis by enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) using excretory-secretory antigen of T.canis (TES). The seroprevalence of T. canis was 57.4% (942/1642). In assessing the positivity of the farms, all had at least one positive animal. The factors that showed significance (p ≤ 0,05) for seropositivity to T. canis were sheep aged over two years, coming from small farms and created semi-extensive contact with stray dogs and wild canids .The results indicate that the infection by T. canis is widely distributed among the sheep flocks in the southern of Rio Grande do Sul , and this can be a risk to human health.

Key-words: Toxocara canis, sheep, ELISA, seroprevalence.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Lista de Tabela- Introdução

Tabela 1 - Freqüência de anticorpos anti-Toxocara ssp em população humana,

no Brasil e em outros países....................................................................................7

Lista de Tabelas Artigo

Tabela 1- População ovina de propriedades rurais de municípios do sul do estado do Rio Grande do Sul e número de propriedades estudadas...............................................................................................................7 Tabela 2 - Características da amostra de propriedades com criação de ovinos estudadas na região sul do RS.............................................................................12 Tabela 3 - Descrição, segundo idade e sexo, do grupo amostral dos ovinos coletados nas 95 propriedades da zona sul do RS ...............................................13 Tabela 4- Fatores avaliados para risco de toxocaríase através do Teste Qui- quadrado do número total de ovinos .....................................................................14

Lista de Figuras Artigo

Figura 1- Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, com destaque para a zona sul e a localização dos municípios envolvidos no estudo................................................5 Figura 2- Prevalência de ovinos soropositivos, pela técnica de ELISA acima do ponto de corte na região sul do Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2007 ...............................................................................................................................14 Figura 3 - Percentagem de ovinos jovens e adultos soropositivos para Toxocara

canis, na região sul do Rio Grande do Sul ...........................................................15 Figura 4 - Prevalência da soropositividade para Toxocara canis em ovinos de propriedades da região sul do Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2007 em relação ao tamanho das propriedades .............................................................16 Figura 5 - Lesões hepáticas em ovino infectado experimentalmente com ovos embrionados de Toxocara canis ...........................................................................17

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Lista de Abreviaturas

D.O: Densidade óptica

ELISA: Ensaio Imunoenzimático indireto

IgG: Imunoglobulina G

IgE: Imunoglobulina E

LMN: Larva migrans neurológica

LMO: Larva migrans ocular

LMV: Larva migrans visceral

OPD: Ortofenilenodiamina

PBS: Salina isotônica com tampão fosfato

PBS-T: PBS contendo Tween-20

PSMF: Fluoreto de fenilmetilsulfonila

SNC: Sistema Nervoso Central

TES: Antígeno de excreção e secreção de larvas de Toxocara canis

Ul: Unidade internacional

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Sumário

1. INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA.................................................1

1.1 Toxocaríase humana.................................................................................... 2

1.2. Diagnóstico da toxocaríase humana............................................................ 4

1.3. Soroprevalência da toxocaríase humana. .................................................... 5

1.4. Toxocaríase em outros animais. .................................................................. 7

1.5. Risco zoonótico do consumo de carne crua ou mal cozida.......................... 8

2. OBJETIVO GERAL .....................................................................................,.. 10

2.1 Objetivos específicos.................................................................................... 10

3. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 11

ARTIGO - Prevalência de anticorpos anti-Toxocara canis em ovinos no sul do

Brasil.

Resumo. ............................................................................................................ 1

Abstract. ............................................................................................................. 2

1. Introdução. ..................................................................................................... 3

2. Material e Métodos...........................................................................................5

3. Resultados ......................................................................................................11

4. Discussão.........................................................................................................18

5. Conclusões.......................................................................................................21

6. Referências. .....................................................................................................22

7. Conclusões gerais............................................................................................25

8. Normas da revista...........................................................................................26

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

1

1- Introdução e Revisão bibliográfica

O termo síndrome da larva migrans visceral (LMV) descrita pela primeira vez por

Beaver et al. (1952). Esta síndrome se caracteriza pela migração e persistência de

larvas de helmintos em tecidos de hospedeiros não habituais (BEAVER, 1969).

Atualmente, sabe-se que é uma zoonose difundida em todo o mundo, constituindo- se

em um importante problema de saúde coletiva (ELEFANT et al., 2008).

Entre todos os nematóides que podem causar a LMV, Toxocara canis por

apresentar características peculiares de padrão de migração das larvas, elevada

prevalência e sobrevivência das larvas é o mais frequentemente implicado na etiologia

desta síndrome (CYPESS et al., 1977).Este parasito pertence ao filo Nematoda, à

classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

tendo como habitat das formas adultas o intestino delgado de cães e gatos; principais

hospedeiros definitivos. Nos cães com menos de dez semanas de idade, por possuírem

sistema imunológico imaturo, geralmente ocorre migração das larvas pela via hepato-

pulmonar- traqueal, que atingem o estagio adulto no intestino delgado (GLICKMAN,

1981). Estes animais são as principais fontes de infecção, sendo responsáveis pela

manutenção da contaminação ambiental (MAGNAVAL et al., 2001) em praças

(GUIMARÃES et al., 2005), em areias de praias (SCAINI et al., 2003), em locais de

recreação infantil (OLIVEIRA et al., 2007) e em pastagens (HUGHES, 1991), através

da liberação de ovos do parasito junto com as fezes.

A infecção dos seres humanos ocorre pela ingestão acidental de ovos

embrionados de T.canis (SCHANTZ & GLICKMAN, 1978) ou pela ingestão de larvas

deste parasito, presentes em carne ou vísceras cruas ou mal cozidas de hospedeiros

paratênicos. (STÜRCHLER et al., 1990).

Estudos da soroprevalência da toxocaríase humana mostraram que esta

síndrome tem ampla distribuição mundial, sendo mais freqüente em regiões tropicais e

subtropicais. (ANDRADE, 2000).

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

2

1.1-Toxocaríase humana

As manifestações clínicas da toxocaríase são variáveis em gravidade e

dependem do número de larvas ingeridas, freqüência da infecção, intensidade da

resposta imunológica do hospedeiro, duração da infecção, presença de larvas em locais

críticos e de, possivelmente, outros fatores ainda não estudados (SCHANTZ, 1989).

Essas podem ocorrer nas seguintes formas: sistêmica (clássica e incompleta),

compartilhada (LMO e LMN), oculta e assintomática. Esta nova classificação proposta

por Pawlowsky (2001) está associada às manifestações clínicas e mecanismos

imunopatológicos, incluindo a intensidade da resposta sorológica e a localização da

larva Toxocara.

A LMV sistêmica clássica é geralmente observada em crianças pré-escolares, mas

pode ocorrer em indivíduos de todas as idades, como forma grave, caracterizada por

eosinofilia crônica, febre, hepatomegalia, hiperglobulinemia, títulos elevados de

isohemaglutininas, leucocitose e alterações respiratórias. (BEAVER et al., 1952).

Segundo Magnaval et al (2000) nesta forma os títulos de IgE estão elevados.

Na LMV incompleta, forma mais comum, em que podem ocorrer apenas alguns

sinais da forma clássica, como por exemplo, hepatomegalia e elevada eosinofilia em

pacientes com sorologia (ELISA) anti- Toxocara positivo. Apresentando IgE total moderada.

(LUZNA-LYSKOV et al., 2000; FIGUEREIDO et al., 2005).

A síndrome da Larva migrans compartilhada se divide em duas formas

principais de toxocaríase: ocular (LMO) e neurológica (LMN) (Pawlowsky, 2001). Como

o olho e o cérebro são os sítios finais da migração da larva de Toxocara, estas formas

deveriam ser separadas das demais. Alguns autores acreditam que a forma de LMO

ocorra quando o número de ovos ingeridos é reduzido, não ocorrendo estímulo suficiente

para resposta imune protetora, e assim não impondo limites para a migração da larva.

Por outro lado, quando o número de ovos ingeridos for muito elevado, o efeito filtro do

fígado é insuficiente para impedir que um número considerável de larvas de Toxocara

migrem para outros órgãos (GLICKMAN & SCHANTZ, 1981).

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

3

A Larva migrans ocular (LMO) atinge, normalmente, crianças acima de seis anos

e adultos. Normalmente apresenta-se com deficiência visual unilateral, que, por vezes

está acompanhada por dor ocular e estrabismo. A consequência mais grave da infecção

é a invasão da retina, levando a formação de um granuloma, que desloca a retina

criando distorções, heterotopia ou descolamento da mácula, podendo levar inclusive à

cegueira (STEWART et al., 2005). O grau de comprometimento depende da

localização das larvas no globo ocular. A LMO também pode causar endoftalmite

crônica, granuloma solitário e, mais raramente, a retinite periférica. Pode ocorrer uveíte,

papilite, glaucoma secundário ou até endoftalmite difusa. (GOOD et al.,2004).

Na Larva migrans neurológica (LMN) o paciente pode apresentar

manifestações neurológicas devido à migração e a presença de granulomas

eosinofílicos. (FINSTERER et al., 2007). As manifestações mais comuns são crises

convulsivas isoladas, em pacientes sem histórico. No cérebro, as larvas não são

encapsuladas e as consequências de sua migração incluem pequenas áreas de

necrose e infiltração inflamatória mínima (HOTEZ et al., 1993). Alguns autores

demonstraram relação positiva entre a soroprevalência de infecção por Toxocara e a

ocorrência de epilepsia (ARPINO et al.,1990; NICOLETTI et al.,2002). A reação

imunológica à presença do parasita pode levar a crises convulsivas generalizadas

(BÄCHLI et al., 2004).

Estas formas (LMO e LMN) apresentam títulos baixos de IgE.

(PAWLOWSKY, 2001). A toxocaríase oculta é caracterizada por sinais e sintomas inespecíficos, que não

se enquadram nas categorias da LMV clássica, LMV incompleta, LMO e LMN. (TAYLOR

et al., 1987). A expressão clínica da toxocaríase oculta varia extensamente. Mostra-se

por envolvimento pulmonar, podendo apresentar asma, bronquite aguda, pneumonia

com ou sem síndrome de Löeffler (BUIJIS et al.,1995). Em alterações dermatológicas,

manifesta-se como dermatite atópica (BUIJIS et al., 1997) e eczema (WOLFRO et al.,

1996). Observa-se também linfadenopatia, miosite, síndrome pseudorreumática e

artalgia (KRAUS et al., 1995). A toxocaríase oculta é freqüentemente confirmada devido

ao alívio ou desaparecimento de sinais clínicos após tratamento com anti-helmíntico.

Apresentando uma eosinofilia leve ou ausente (MAGNAVAL et al., 2000)

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

4

1.2- Diagnóstico da toxocaríase humana

O diagnóstico definitivo da toxocaríase é difícil, pois a única evidência de certeza

é a identificação da larva através de biópsias (PAWLOWSKI, 2001). Em biópsia

hepática, este achado é raro, sendo mais comum o achado de granuloma eosinofilico

sem a presença do agente (WOODRUF, 1975). Exames radiológicos como ultra-

sonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem auxiliar na

localização de lesões granulomatosas (DEGOUY et al., 2001).

As dificuldades dos métodos parasitológicos estimularam o desenvolvimento de

técnicas imunológicas para detecção de anticorpos específicos ao parasito no soro.

Essas técnicas imunológicas são também importantes para o diagnóstico da toxocaríase

ocular, permitindo detecção de anticorpos em fluidos oculares. Entre as várias

metodologias já descritas, o ELISA, utilizando antígeno de excreção e secreção de

larvas de T. canis (DE SAVIGNY et al.,1979) é aceita como técnica padrão para o

diagnóstico de todas as formas clinicas de toxocaríase (MAGNAVAL et al.,2000).

O antígeno TES apresenta cinco componentes mais importantes (32, 55, 70,

120 e 400 kDa), é rico em carboidratos, sendo os principais produtos N-

acetilgalactosamina e galactose ( MAIZELS et al., 1984).

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

5

1.3 -Soroprevalência da toxocaríase humana

A LMV tem distribuição mundial, mas, por se tratar de uma doença muitas vezes

assintomática, ou com sintomas inespecíficos e não ser de notificação obrigatória, sua

ocorrência é subestimada. A pesquisa de anticorpos anti- Toxocara na avaliação da

toxocaríase humana tem sido realizada através de estudos de soroprevalência em

diversas partes do mundo. (AKAO et al., 2007) (Tabela 1).

A prevalência de LMV é mais alta nos países em desenvolvimento e de clima

tropical, especialmente nas crianças que tem maior contato com cães e hábitos de

geofagia e onicofagia. (ALDERETE et al., 2003; ANARUMA FILHO et al., 2002).

Na Áustria, o risco de infecção de moradores rurais por T.canis foi 39 vezes

maior que no grupo de pessoas que viviam em áreas urbanas, devido ao contato das

pessoas com animais de baixo nível nutricional e sem tratamento anti-helmíntico (DEUTZ

et al.,2005).

No Brasil, em Brasília, estudo avaliando a toxocaríase em crianças em

diferentes classes sociais mostrou a prevalência de 21,5% e 3% para crianças da classe

social baixa e alta, respectivamente. (CAMPOS JR et al., 2003).

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Tabela 1 - Freqüência de anticorpos anti-Toxocara ssp em população humana, no Brasil e em outros países

Local

Campinas, SP Santos, SP São Paulo, SP São Paulo, SP São Paulo, SP Sorocaba, SP Maringá (Pr) Vitória, ES Pelotas, RS Teodoro Sampaio (SP)

Goiânia (GO) OUTROS PAÍSES Argentina Argentina Argentina Argentina Coréia Espanha Nigéria Taiwan

Número de Amostra

138

2056* 399* 208* 338* 180* 450 100* 427* 79

1,139 206* 156 182* 100 314

1009*

104 329

Freqüência

23,9 24,7 38,8 54,8 26,9 38,8 28,8 39,0 50,6 20,2 18,8 37,9 39,0 67,0 23,0 5,1

62,3 29,8 76,6

Autor (es)

ANARUNA FILHO et al. (2002)

CASEIRO (1996)

ALDERETE et al. (2003)

FIGUEIREDO et al. (2005)

MURADIAN et al. (2005)

COELHO et al. (2004) PALUDO et al. (2007) MOREIRA-SILVA et al.

(1998)

SCHOERNADIE et al. (2005)

PRESTES-CARNEIRO et al. (2008)

SANTOS et al. (2009) ALONSO et al. (2000) RADMAN et al. (2000) LOPEZ et al. (2005)

CHIODO et al. (2006)

PARK et al. (2002)

BABOOLAL & RAWLINS (2002)

AJAYI et al. (2000) FAN et al. (2004)

* Estudo com população infantil

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

7

1.4- Toxocaríase em hospedeiros paratênicos

A toxocaríase pode ocorrer em animais como ratos (CHIEFFI et al., 2009) ,

galinhas (GARGILI et al.,1999), codornas (PAHARI & SASMAL ,1990), ovinos (LOYD,

2006) e suínos (SOMMERFELT et al., 2004).

Hospedeiro paratênico é o hospedeiro intermediário no qual o parasito não sofre

desenvolvimento ou reprodução, mas permanece viável até atingir novo hospedeiro

definitivo (NEVES, 2005).

Os hospedeiros paratênicos como os suínos, galinhas e ovinos criados

extensivamente são particularmente susceptíveis a adquirir infecção por T. canis,

através do contato com solo contaminado na busca de alimentos, (OKOSHI & USUI,

1968; PAHARI & SASMAL, 1991), ou pela ingestão da pastagem contaminada. A

existência de cães de pastoreio em rebanhos de ovinos e bovinos aumenta o risco de

infecção para esses (HUGHES, 1991).

Kayes (1997) citou que o ascarídeo T.canis persiste mais nos tecidos dos

hospedeiros paratênicos, do que no hospedeiro definitivo. A capacidade do T.canis de

inibir a resposta imune poderia ser um dos mecanismos utilizados pelo parasito para a

sobrevivência por longos períodos nos tecidos dos hospedeiros paratênicos. Na Grã-

Bretanha, Stevenson (1979) relatou que 4,5% dos suínos são soropositivos para larvas T.

canis.

Em ovinos as larvas sobreviveram mais do que 7 meses ,em galinhas 5 meses e

em pombos 2-3 anos (SWEATMAN et al., 1962; TAIRA et al., 2003b; TSEVTAEVA et al.,

1979).

Os estudos realizados em galinhas (AGNITHORI et al., 1987, MARUYAMA et al.,

1994), codornas (NAKAMURA et al., 1991, PAHARI et al., 1990) e pombos (GALVIN et

al., 1964), infectados com 1500-15000 ovos embrionados de T.canis, indicaram que as

larvas sempre acumulam-se em grande número no fígado, independente do tempo de

infecção. Segundo Maruyama et al. (1994) a carcaça foi o segundo órgão com maior

acúmulo de larvas de T.canis nestas aves. As larvas de T. canis podem migrar através

de uma rota hepatopulmonar no frango, reforçando o risco zoonótico, especialmente

pela ingestão de fígado. (GARGILI et al.,2000).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

1.5-Risco zoonótico do consumo de carne crua ou mal cozida

Embora estudos de Okoshi & Usui (1968) já relatassem a presença de larvas

de T.canis em camundongos alimentados com carcaças de ratos e galinhas infectados

experimentalmente o modo de infecção era focado principalmente pela ingestão

acidental de ovos presentes em solo de áreas de recreação (BARRIGA, 1988).

Entretanto, nas últimas décadas o hábito cultural de consumo de carne e vísceras

cruas ou mal cozida de hospedeiros paratênicos como coelho (STURCHLER et al.,

1990), ovino (SALEM & SCHANTZ, 1992), suíno (FAN et al.,2004) e frango

(MORIMATSU et al., 2006) tem sido considerado um fator de risco para toxocaríase.

Kwon et al. (2006) observaram que a prevalência de T. canis foi de 7,8 vezes maior em

pacientes com histórico de ingestão de carne e vísceras cruas comparados aos que não

apresentavam esse tipo de hábito.

Casos clínicos de toxocaríase visceral relacionados à ingestão de carne ou de

vísceras cruas tem sido descritos em diferentes regiões do mundo. No Japão, dois

jovens foram diagnosticados como tendo toxocaríase causada pela ingestão de carne

crua de frango (NAGAKURA et al., 1989). Posteriormente, Aragne et al.(1999) isolaram

larvas de Toxocara de biópsia da pele do tornozelo de uma jovem de 26 anos que

apresentava histórico de ingestão de carne crua de bovino. Recentemente, Morimatsu

et al. (2006) descreveram um caso familiar , em que um pai (71 anos) e um filho (45

anos), desenvolveram toxocaríase visceral após o consumo de carne crua de frango

provenientes de sua fazenda, com encontro de larvas de T. canis no fígado destas

aves. Choi et al. (2008) ao estudarem 120 pacientes com eosinofilia de etiologia

desconhecida e que tinham o hábito de consumir carne crua de bovino, concluíram,

que essa peculiaridade alimentar recente representa um risco maior de adquirir

toxocaríase. Na Suíça, um casal foi diagnosticado com toxocaríase causada pela ingestão de

carne crua de suíno (STÜRCHLER et al., 1990). Na América do Norte, um idoso de 63

anos de idade foi diagnosticado com toxocaríase, possivelmente causada pela ingestão

de carne crua de cordeiro (SALEM & SCHANTZ, 1992). Na Alemanha, Hoffmeister et al.

(2007) relataram um caso de toxocaríase cerebral pelo consumo de carne crua de pato .

Yoshikawa et al (2008) relataram três casos de toxocaríase visceral em uma família da

Coréia que consumia regularmente finos pedaços de carne crua de bovino.

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

9

.

Quando Taira et al. (2004) avaliaram a infectividade de larvas de T. canis

provenientes de hospedeiros paratênicos, observaram que as presentes nas vísceras

de aves e suínos tinham alta infectividade, mesmo após permanecerem uma semana

sob refrigeração. Esse fato confirma que larvas de T.canis estão bem adaptadas para a

migração em hospedeiros paratênicos, e podem ser altamente infectantes, quando estes

tecidos são ingeridos por outro hospedeiro paratênico. Fato este, já observado

anteriormente por Pahari & Sasmal (1990) quando observaram uma elevada

recuperação das larvas de T. canis em camundongos inoculados com larvas

provenientes de codornas japonesas.

Diante do citado, pode-se verificar que o consumo de carne ou vísceras cruas ou

mal cozidas é uma importante fonte de infecção para o homem. No Brasil não existem

estudos acerca do risco de toxocaríase por ingestão de carnes cruas. Além disso, pouca

ou nenhuma informação sobre a parasitose em hospedeiros paratênicos, utilizados na

alimentação humana, é conhecida. Visto a presença de cães ser permanente no manejo

dos ovinos, portanto convivendo diariamente, aliada ao hábito da população rural

alimentar-se quase que exclusivamente de carne e vísceras de ovinos é importante que

inicie-se um estudo da toxocaríase nestes animais.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

10

2. Objetivo geral

- Conhecer a soroprevalência de Toxocara canis em ovinos de propriedades do Sul do Rio Grande do Sul e fatores associados;

2.1 Objetivos específicos -Determinar a soroprevalência pelo ELISA indireto no soro de ovinos - Avaliar a associação da presença de anticorpos para T. canis com o sexo e a idade de ovinos. - Identificar possíveis fatores de risco para infecção por T. canis em ovinos.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

11

3. Referências

AGNITHORI, R.K.; BHATIA, B.B.; KUMAR, D. Visceral larva migrans.Migratory Behaviour of Toxocara canis larvae in golden hamster and chicken. Indian Journal of Animal Sciences, v. 57n.8, p. 853-855, 1987. AJAYI, O.O.; DUHLINSKA, D.D.; AGWALE, S.M.; NJOKU, M. Frequency of human toxocariasis in Jos,Plateau State, Nigeria. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz,v. 95, n. 2, p. 147-149, 2000. AKAO, N.; OHTA, N. Toxocariasis in Japan. Parasitology International, v. 56 n.2, p. 87-93, 2007. ALDAWEK, A.M.; LEVKUT, M.; REVAJOVÁ, V.; KOLODZIEYSKI, L.; SEVEIKOVÁ, Z.; DUBINSKY, P. Larval toxocarosis in sheep: the immunohistochemical characterization of lesions in some affected organs. Veterinary Parasitology, v.105, p.207-214, 2002. ALDERETE, J.M.S.; JACOB, C.M.A.; PASTORINO, A.C.; ELEFANT, G.R.; CASTRO, A.P.M.; FOMIN, A.B.F.; CHIEFFI, P.P. Prevalence of Toxocara infection in schoolchildren for the Butantã, region, São Paulo, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.98, n.5, p.593-597, 2003. ALONSO, JM; BOJANICH, MV;CHAMORRO, M; GORODERNER,J.O. Toxocara

seroprevalence in children from a subtropical city in Argentina. Revista do Instituto Medicina Tropical de São Paulo, v. 42, p. 235-7, 2000. ANARUMA FILHO, F; CHIEFFI, P.P; COREA, C.R.S, CAMARGO, E.D.; SILVEIRA, E.P.R; ARANHA, J.J Human toxocariasis: a seroepidemiological survey in the municipality of Campinas (SP), Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 44, n. 6, p. 303-307, 2002. ANDRADE L. D. Aspectos clínico-epidemiológicos da toxocaríase humana. Revista de Patologia Tropical, n. 29, p. 147-159, 2000. ARAGANE, K.; AKAO, N.; MATSUYAMA, T.;SUGITA, M., NATSUAKI, M., KITADA, O. Fever, cough, and nodules on ankles. Lancet ,v.354, p.1872, 1999 ARPINO, C.; GATTINARA,G.C.; PIERGILI, D.; CURATOLO, P. Toxocara infection and epilepsy in chlidren: a case control study. Epilepsia, v. 31, p. 33-36, 1990. BABOOLAL,S.;RAWLINZ,S.C. Seroprevalence of toxocariasis in schoolchildren in Trindad. Transational of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene , v.96, p. 139-143, 2002.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

12

BÄCHLI, H.; MINET, J.C.; GRATZL, O. Cerebral toxocariasis; a possible cause of epileptic seizure in children. Child´S Nervous System. v. 20, n. 7, p. 468-72, 2004. BARRIGA, O. A critical look at the importance, prevalence and control of toxocariasis and the possibilities of immunological control. Veterinary Parasitology, v. 29,p. 195-234,1988. BEAVER, P.C.; SNYDER C.H.; CARRERA, G.M.; DENT, J.H.; LAFFERTY, J.W. Chronic eosinophilia due to visceral larva migrans. Report of three cases. Pediatrics, v. 9, p. 7-19, 1952. BEAVER, P.C. The nature of larva migrans. Journal of Parasitology. v. 55, n. 1, p. 3-12,1969. BUIJS, J.; EGBERS, M.W.E.C.; LOKHORST, W.H.; SAVELKOUL, H.F.J.; NIJKAMP,F.P.Toxocara-induced eosinophilic inflammation. American Journal Respiratory Critical Care Medicine. v. 151, p. 873-878, 1995. CAMPOS JÚNIOR, D.; ELEFANT, G.R.;SILVA,E.O.; GANDOLFI, C.; JACOB,M.A.; TOFETI,A.; PRATES, R. Freqüência de soropositividade para antígenos de Toxocara canis em crianças de classes sociais diferentes. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.36, n.4, p. 509-513, 2003.

CASEIRO, MM. Síndrome de Larva Migrans Visceral causada por Larvas de Toxocara

canis, no município de Santos.1996. 121f. Dissertação (mestrado) - Faculdade de Medicina,Universidade de São Paulo,São Paulo,1996. CHIEFFI, P.; AQUINO, R.; PASCHOALOTTI, M.A.; RIBEIRO, M.C.S.A.; NASELLO, A.G. Diminuição da força muscular em Rattus norvegicus experimentalmente infectados por Toxocara canis. Revista do Insituto Medicina Tropical de São Paulo, vol.51, n.2, p. 73-75 ,2009. CHIODO, P.; BASUALDO, J.; CIARMELA, L.; PEZZANI, B.; APEZTEGUÍA, M.; MINVIELLE, M. Related factors to human toxocariasis in a rural community of. Argentina. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 101, p. 397-400, 2006 CHOI, D.; LIM,J.H.; CHOI, D.C.; PAIK, S.W.; KIM, S.H.; HUH, S. Toxocariasis and ingestion of raw cow liver in patients with eosinophilia. Korean Journal of Parasitology, v. 46, p.139-143, 2008.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

13

COELHO, L.M.P.S.; SILVA, M.V.; DINI, C.Y.; NETO, A.A.G.; NOVO, N.F.; SILVEIRA,E.P.R. Human toxocariasis: a seroepidemiological survey in schoolchildren of Sorocaba,Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ,Rio de Janeiro, v. 99, n. 6, p. 533-557, 2004. CYPRESS, R.H.;KAROL,M.H.; ZIDIAN, J.L.; GLICKMAN, L.T.; GILTIN, D. Larva specific antibodies in patients with visceral larva migrans. The Journal of Infectious Diseases, v.135, n.4, p.633-640, 1977. DEGOUY, A.; MENAT, C.; AUBIN, F.; PIARROUX, R.; WORONOFF-LEMSI, M.C.; HUMBERT, P. Toxocariasis. Presse Medicina, v.30, p.1933-8, 2001. DE SAVIGNY,D.H. ; VOLLER, A.; WOODRUFF, A.W. Toxocariasis: serological diagnosis by enzyme immunoassay. Journal of Clinical Pathology, v.32,p.284-288, 1979. DEUTZ, A.; FUCHS, K.; AUER, H.; KERBL,U.; ASPOCK, H.; HOFER, J. Toxocara infestations in Austria: a study on the risk of infection of farmers, slaughterhouse staff, hunters and veterinarians. Parasitology Research, v.97, p.390-4, 2005. ELEFANT, G.R.; SILVA-NUNES, M.; MALAFRONTE, R.S.; MUNIZ, P.T.; FERREIRA, M.U. Human toxocariasis in rural Brazilian Amazonia: seroprevalence, risk factors, and spatial distribution. American Journal Tropical Medicine Hygiene, v.79,p.93-98, 2008. FAN, C-K.; LIAO, C-W.; KAO, T-C. Sero-epidemioloy of Toxocara canis infection among aboriginal schoochildren in the mountainous areas of north-eastern Taiwan. Tropical Medicine and International Health, v. 9, p. 1312-1318, 2004. FIGUEIREDO, S.D.P; TADDEI,J.A.A.C; MENEZES,J.J.C.; NOVO, N.F.; SILVA, E.O.M.; CRISTOVAO,H.L.G.; CURY, M.C.F.S. Estudo clínico-epidemiológico da toxocaríase em população infantil. Jornal de Pediatria, v. 81; p. 126-13, 2005. FINSTERER, J.; AUER, H. Neurotoxocarosis. Revista do Insituto Medicina Tropical de São Paulo, v.49, n.5, p.279-287,2007. GALVIN, T.J. Experimental Toxocara canis infection in chickens and pigeons. Journal of Parasitology, v.50 n.1, p.124-127, 1964. GARGILI, A.; TUZER, E.; GULANBER, A.; TOPARLAK, M.; EFIL, I.; KELES,V.; ULUTAS, M. Experimental Visceral Larva Migrans in Chicken with Toxocara canis. Journal of Veterinary and Animal Sciences, v.23, p.431-3, 1999. GIRWOOD, R.W.; SMITH, H.V.; BRUCE,R.G.; QUINN,R.Human Toxocara infection in west of Scotland. The Lancet ,v.1,p.1318, 1978. GLICKMAN L.T.; SCHANTZ, P.M. Epidemiology and pathogenesis of zoonotic Toxocariasis. Epidemiology Review ,v.3, p. 230-250,1981.

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

14

GLICKMAN, L.; SCHANTZ, P. M.; GRIEVE, R. B. Toxocariasis. In: WALLS, K. W.; SCHANTZ, P. M. Immunodiagnosis of Parasitic Diseases. Helminthic diseases (London). Academic Press, v.1, p. 201-231, 1986 GOOD, B.; HOLLAND, C.V.; TAYLOR, M.R.; LARRAGY,J.; MORIARTY, P.; O´REGAN, M. Ocular toxocariasis in schoolchildren. Clinical Infectious Diseases. v. 39, p. 173-178, 2004. GUIMARÃES, A.M.; ALVES, E.G.L.; REZENDE, G.F. & RODRIGUES, M.C. - Ovos de

Toxocara sp. e larvas de Ancylostoma sp. em praça pública de Lavras, MG. Revista Saúde pública (S. Paulo), v. 39, p. 293-295, 2005. HOFFMEISTER, B.; GLAESER, S.; FLICK, H.; PORNSCHLEGEL, S.; SUTTORP, N. ; BERFMANN, F. Cerebral Toxocariasis after consumption of raw duck liver. American Society of Tropical Medicine and Hygiene, v.76 n.3, p. 600-602, 2007. HOTEZ, P.J. Visceral and ocular larva migrans. Seminars in Neurology. v. 13, p. 175-179, 1993. HUGHES, P.L. Internal parasitism in farm dogs. In: Proceedings of the 21st Seminar of Sheep and Beef Cattle Society, New Zealand Veterinary Association, New Zealand, 1991. KAYES, S.G. Human toxocariasis and the visceral larva migrans

syndrome:correlative immunopathology. Chemical Immunology, v.66, p.99- 124,1997. KRAUS, A.X.; VALENCIA, X.; CABRAL, A.R.; DE LA VEGA, G. Visceral larva migrans mimicking rheumatic diseases. The Journal of Rheumatology, v.22 n.3, p. 497-500, 1995. KWON, N.H.; OH, M.J.; LEE, S.P.; LEE,B.J.; CHOI, D.C. The prevalence and diagnostic value of toxocariasis in unknown eosinophilia. Annals of Hematology ; v.85, p. 233-238, 2006. LOPEZ, A.; DE LOS, M.; MARTIN, G.; CHAMORRO, M. DEL C.; ALONSO, J.M.Toxocariasis in children from a subtropical region. Medicina (Buenos Aires), v. 65, n. 3, p. 226-30, 2005. LLOYD, S. Seroprevalence of Toxocara canis in sheep in Wales. Veterinary Parasitology, v.137, p. 268-272, 2006. LUZNA-LYSKOV, A. Toxocariasis in children living in a highly contaminated area. An epidemiological and clinical study. Acta Parasitologica, v. 45, p. 40-42,2000. MAGNAVAL, J.F.; GLICKMAN, L.T.; DORCHIES, P.; MORASSIN, B. Hightlights of human toxocariasis. Korean Journal Parasitology ,v. 39,p. 1-11, 2001. MAIZELS, R.M.; DE SAVIGNY. D.; OGILVIE, B.M. Characterization of surface and secretory- excretory antigens of Toxocara canis infective larvae. Parasite Immunology, v.6, p.23-37, 1984.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

15

MARUYAMA. S.; NINO, T.; YAMAMOTO, K.; KATSUBE, Y.Parasitism of Toxocara canis larvae in chickens inoculated with the Ascarid eggs. Journal Veterinary Medicine Science, v. 56 n.1, p.139-141,1994. MEIGHJI,M.; MAIZELS, R.M. Biochemical properties of larval excretory-secretory glycoproteins of the parasitic nematode Toxocara canis. Molecular and Biochemical Parasitology, v.18, p.155-170, 1986. MOREIRA-SILVA, F.S.; LEÃO M.E.; MENDONÇA, H.F.S.; PEREIRA, F.E.L. Prevalence of anti-Toxocara antibodies in a random sample of in patients at a Children's Hospital in Vitória,Espírito Santo,Brazil. Revista do Instituto Medicina Tropical de São Paulo, v. 40, n. 4, p. 263-264,1998. MORIMATSU, Y.; AKAO. N.; AKIOYOSHI, H.; KAWAZU,T.; OKABE,Y.; AIZAWA,H. A familial case of visceral larva migrans after ingestion of raw chicken livers: appearance of specific antibody in bronchoalveolar lavage fluid of the patients. American Journal Tropical Medicine and Hygiene, v.75, p. 303-306,2006. MURADIAN, V.; GENNARI, S.M.; GLICKMAN, L.T.;PINHEIRO, S.R. Epidemiological aspects ofVisceral Larva Migrans in children living at São Remo Community,São Paulo (SP),Brazil. Veterinary Parasitology, v. 134, n. (1-2), p. 93-7, 2005. NAGAKURA, K.;TACHIBANA, H.; KANEDA, Y.; KATO, Y. Toxocariasis possibly caused by ingesting raw chicken. Journal of Infective Diseases, v.160, p.735- 736,1989. NAKAMURA, S.; SOTOYAMA, T.; HAYASAKA, S.; KAMEYAMA. Y.; MARUYAMA, S.; KATSUBE, Y. Parasitism of Toxocara canis larvae in Japanese Quails by inoculation of the ascarid eggs. Journal Veterinary. Medicine Science, v.53 n.5, p. 865-872, 1991. NEVES, D.P.; MELO, A.L.; LINARDI, P.M.; VITOR, R.W.A. Parasitologia Humana, Atheneu, 11°ed., São Paulo, 2005, 494p. NICOLETTI, A.; BARTOLONI, A.; REGGIO, A.; BARTALESI, F.; ROSELLI, M.; SOFIA, V.; ROSADO CHAVEZ, J.; GAMBOA BARAHONA H.; PARADISI, F.; CANCRINI, G.; TSANG, V.C.; HALL, A.J. Epilepsy, cysticercosis, and toxocariasis. A population-based case-control study in rural Bolivia. Neurology, v. 58, n. 8, p. 1256- 61, 2002. OLIVEIRA, C.B.; SILVA, A.S.; MONTEIRO, S.G. Ocorrência de parasitas em solos de praças infantins nas creches municipais de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Revista da FZV, v.14, n.1, p. 174-179. 2007. OKOSHI, S.; USUI, M. Experimental studies on Toxascaris leonine. VI. Experimental infection of mice and chickens and earthworms with Toxascaris leonine, Toxocara canis and Toxocara cati. Jpn. Journal Parasitology, v.25, p.447-455, 1968.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

16

PAHARI, T.K; SASMAL, N.K. Experimental infection of mice with Toxocara canis larvae obtained from Japanese Quails. Journal of Parasitology, v.20 n.2, p.263- 264,1990. PAHARI, T.K.; SASMAL, N.K. Experimental infection of Japanese quail with Toxocara

canis larvae through earthworms. Veterinary Parasitology, v.39, p.337-340,1991. PALUDO, M. L.; FALAVIGNA, D. L. M.; ELEFANT, G. R.; GOMES, M. L.; BAGGIO, M. L. M.; AMADEI, L.B.; FALAVIGNA-GUILHERME, A. L. Freqüência de infecção por Toxocara em crianças atendidas em serviço público de Maringá, sul do Brasil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 49, n.6, p.343- 348, 2007. PARK, H.Y; LEE, S.U.; HUH, S.; KONG, Y.; MAGNAVAL, J.F.. A seroepidemiological survey for toxocariasis in apparently healthy residents in Gangwon-do, Korea. Korean Journal of Parasitology, v.40, p.113-117, 2002. PAWLOWSKI Z. Toxocariasis in humans: clinical expression and treatment dilemma. Poland. Journal of Helminthology, 2001. PRESTES- CARNEIRO, L.E; SANTARÉM, V.A; ZAGO, S.C.; MIGUEL, N.A.; FARIAS, S. de F.; VILLAS, R.; VAZ, A.J; RUBINSKY-ELEFANT, G. Sero epidemiology of toxocariasis in a rural settlement in São Paulo state, Brazil. Annals of Tropical Medicine & Parasitology, v.102, p.347-356, 2008. RADMAN, N.E.; ARCHELLI, S.M.; FONROUGE, R.D.; M. Del V.; LINZITTO, O.R. Human toxocariasis. Its seroprevalence in the City of La Plata. Memória do Instituto Oswaldo Cruz, v. 95, p. 281-5, 2000. SALEM, G.; SCHANTZ, P. Toxocaral visceral larva migrans after ingestion of raw lamb liver. Clinical Infectious Disease, v.15, p. 743-744, 1992. SANTOS, G.M.; ALMEIDA E SILVA, S.; PASSOS BARBOSA, A.; CAMPOS, D.M.B. Investigação soroepidemiológica sobre Larva migrans visceral por Toxocara canis em usuários de Serviços de Saúde de Goiânia, GO. Revista Patologia Tropical, v.38, p. 197-206, 2009. SCAINI, C. J.; TOLEDO, R. N.; LOVATAL, R.;DIONELLO, M. A.; GATTI, F. A.; SUSIN, L.; SIGNORI, R. M. Contaminação ambiental por ovos e larvas de helmintos em fezes de cães na área central do Balneário Cassino, Rio Grande do Sul. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 36, n. 5, p. 617-619,2003. SCHANTZ, P.M.; GLICKMAN, L.T. Current concepts in parasitology. Australian Veterinary Practitioner, v.8, n.3, p.123-127, 1978. SCHANTZ, P.M. Toxocara larva migrans now. American Journal Tropical Medicine and Hygiene, v. 41, p. 21-34, 1989.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

17

SCHOENARDIE, E.R. Diagnóstico imunoenzimatico da larva migrans visceral. 2005. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia Agrícola) - Universidade Federal de Pelotas, 2005. SOMMERFELT, I.E.; ROSA, A.; DUCHENE, A.; DEGREGORIO, O.; LÓPEZ, C.; PISANÚ, A.; DE TORRES, R. Toxocara canis in experimentally infected pigs: migratory pattern and tissue lesions. Veterinary Parasitology, v. 125, p.323-334, 2004. STEVENSON, P. Toxocara and Ascaris infection in British pigs: a serological survey. Veterinary Record, v.104, p.526-528, 1979. STEWART, J.M; CUBILLAN, L.D.P.;CUNNINGHAM,E.T.J.R.Prevalence,clinical feature, and causes of vision loss among patients with ocular toxocariasis. Retina, v. 25, n.8, p. 1005-13, 2005. STÜRCHLER, D.; WEISS, N.; GASSNER, M. Transmission of toxocariasis. Journal of Infectious Disease, v.162, p. 571-572, 1990. TAIRA, K.; SAEED, I.; LIND, P.; MURRELL, K.D.; KAPEL, C.M.O. Population dynamics of Toxocara canis in pigs receiving a single or multiple infection. Parasitology , v.127,p. 593-602., 2003a. TAIRA, K.; PERMIN, A.; KAPEL, C.M.O. Establishment and migration pattern of Toxocara canis larvae in chickens. Parasitology Research, v.90, p.521-523, 2003b. TAIRA, K., SAEED, I., PERMIN, A., KAPEL, C.M. Zoonotic risk of Toxocara canis

infection through consumption of pig or poultry viscera. Veterinary Parasitology, v. 121, p.115-124, 2004. TAYLOR, M.R.H.; KEANE, C.T.; O'CONNOR, P.; GIRDWOOD, R.W.Clinical features of covert toxocariasis. Scandinavian Journal of Infectious Diseases, v. 19, n.6, p. 693-6, 1987. TSEVTAEVA , N.P.; SOSIPATROVA, I.A.;SMIRNOV, A.G. Pathological changes in chicks infected with Toxocara canis. Veterinary Moscow, v. 10, p.75-77, 1979. VIDAL, J.E.; SZTAJNBOK, J.; SEGURO, A.C. Eosinophilic meningoencephalitis due to Toxocara canis: case report and review of the literature. American Journal Tropical Medicine and Hygiene, v. 69, p. 341-343, 2003. YOSHIKAWA,M.; NISHIOFUKU, M.; MORIYA, K.; OUJI,Y.; ISHIZAKA,S.; KASAHARA, K.; MIKASA,K.; HIRAI, T.; MIZUNO, Y.; OGAWA, S.; NAKARUMA, T.; MARUYAMA, H.; AKAO, N. A familial case of visceral toxocariasis due to consumption of raw bovine liver. Parasitology International, v.57, p.525-529, 2008.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

18

WOLFRO, E.;CHÊNE, G.; LEJOLY- BOISSEAU, H.; BEYLOT, C.; GENIAUX, M.; TAIEB, A.Chronic urticaria and Toxocara canis. Annales de Dermatologie et de Vénéréologie, v.123, n.4, p.240-6, 1996.

WOODRUF, A.W. Toxocara canis and other nematodes transmitted from dogs to man. Journal Brazilian Veterinary, v.131, p.627-631,1975. .

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

1

1 ARTIGO - VETERINARY PARASITOLOGY

2

3 Prevalência de anticorpos anti- Toxocara canis em ovinos no sul do Brasil

4

5 Gabriela Lopes Rassier¹, Felipe Pappen¹, Sibele Borsuk¹, Carlos James Scaini², Tiago

6 Gallina¹, Nara Amélia da Rosa Farias ¹, Magda Vieira Benavides3, Maria Elisabeth

7 Aires Berne¹.

8

9 1-Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Microbiologia e Parasitologia 10

CEP 96010-9002, Pelotas, Rio Grande do Sul E-mail: [email protected]

11 2 -Universidade Federal de Rio Grande

12 3- Centro de Pesquisa Pecuária Sul- EMBRAPA-Bagé

13 RESUMO

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

A toxocaríase visceral é uma zoonose parasitária negligenciada. O principal modo de

infecção é pela ingestão de ovos embrionados de Toxocara canis, porém os seres humanos

podem se infectar pela ingestão de carne ou vísceras de hospedeiros paratênicos. Este

modo de infecção carece de informações pela diversidade de espécies de animais que podem

atuar como hospedeiros paratênicos desse ascarídeo. Existem poucos dados sobre a

soroprevalência em rebanhos ovinos em todo mundo. O objetivo deste trabalho foi verificar

a presença de anticorpos anti-T. canis e determinar fatores de risco em ovinos do sul do

estado do RS, que se destaca como região consumidora, sendo uma das principais regiões

produtoras de ovinos, cujo manejo envolve a presença de cães. Amostras de soro de 1642

ovinos foram testadas para conhecer a prevalência de imunoglobulinas da classe G para T.

canis, pelo Ensaio imunoenzimático indireto (ELISA) utilizando o antígeno de excreção e

secreção de T.canis (TES). A soroprevalência para T. canis foi de 57,4% (942/1642). Na

avaliação da positividade das propriedades, todas tiveram pelo menos um animal positivo.

Os fatores que mostraram significância (p ≤ 0,05) para soropositividade ao T. canis foram ovinos

com idade superior a dois anos, oriundos de pequenas propriedades, criados semi-extensiva e

o contato com cães errantes e canídeos silvestres. Os resultados indicam que a infecção por

T. canis está amplamente distribuída entre os rebanhos ovinos da região sul do Rio Grande

do Sul, podendo representar risco à saúde humana.

Palavras- chave: Toxocara canis; Ovinos; ELISA; Soroprevalência.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

2

35 Prevalence of anti-Toxocara canis antibodies in sheep from the

36 Southern of Brazil

37

38

39

40

41

42

43

44

45

46

47

48

49

50

51

52

53

54

55

56

57

58

59

60

61

62

63

64

65

66

67

68

Gabriela Lopes Rassier¹, Felipe Pappen¹, Sibele Borsuk¹, Carlos James Scaini², Tiago

Gallina¹, Nara Amélia da Rosa Farias¹, Magda Vieira Benavides3, Maria Elisabeth Aires

Berne¹.

1-Universidade Federal de Pelotas, Departamento de Microbiologia e Parasitologia.

CEP 96010-9002, Pelotas, Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected]

2 - Universidade Federal de Rio Grande

3 - Centro de Pesquisa Pecuária Sul- EMBRAPA-Bagé

ABSTRACT

Visceral Toxocariasis is a zoonosis neglected parasitic. The main mode is infection by

ingestion of embryonated eggs of Toxocara canis, but humans can get infected by eating

meat or offal from parathenic hosts. This mode of infection lacks information for the

diversity of animal species that can act as hosts parathenic this ascarid. There are few data

on seroprevalence in sheep flocks worldwide. The aim of this study was to verify the

presence of anti-T.canis and determine risk factors in sheep's southern state of RS, which

stands as consuming region, is a major sheep-producing regions, whose management

involves presence of dogs. Serum samples of 1642 sheep were tested to find the prevalence

of immunoglobulin G to T. canis by enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) using

excretory-secretory antigen of T.canis (TES). The seroprevalence of T. canis was 57.4%

(942/1642). In assessing the positivity of the farms, all had at least one positive animal. The

factors that showed significance (p ≤ 0,05) for seropositivity to T. canis were sheep aged over

two years, coming from small farms and created semi-extensive contact with stray dogs and

wild canids .The results indicate that the infection by T. canis is widely distributed among the

sheep flocks in the southern of Rio Grande do Sul , and this can be a risk to human health.

Key-words: Toxocara canis; sheep; ELISA; seroprevalence.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

3

69

70 1. INTRODUÇÃO

71

72

73

74

75

76

77

78

79

80

81

82

83

84

85

86

87

88

89

90

91

92

93

94

95

96

97

98

99

100

101

102

Toxocara canis é um ascarídeo parasita do intestino delgado de cães e gatos, com

distribuição cosmopolita. Seres humanos, outros mamíferos e aves quando infectados por

larvas deste nematóide comportam-se como hospedeiros paratênicos, não permitindo o seu

completo desenvolvimento (Magnaval et al., 2000). No homem estas larvas podem

sobreviver longos períodos causando a síndrome larva migrans visceral (LMV) ou

toxocaríase visceral. Essa pode ocorrer nas seguintes formas clínicas: sistêmica (clássica e

incompleta), assintomática, oculta e compartilhada (ocular-LMO e neurológica-LMN)

(Pawlowsky ,2001).

Beaver (1962) suspeitou de toxocaríase como causa de hipereosinofilia em vários

indivíduos que se alimentavam de fígado cru para tratamento de anemia perniciosa. Outros

casos humanos de toxocaríase, pela ingestão de fígado e ou de carne crua de diferentes

animais, são descritos na literatura em diferentes regiões do mundo (Akao et al., 2007). No

Japão, dois jovens foram diagnosticados como tendo toxocaríase causada pela ingestão de

carne de frango cru (Nagakura et al., 1989), Na Espanha, Espanã et al. (1993) descreveram

o caso de um paciente com processo urticariforme persistente, após várias avaliações, foi

definido o diagnóstico de toxocaríase, e esta foi relacionada a ingestão habitual de carne

crua bovina. Também no Japão foram encontradas larvas de Toxocara em biópsia da pele

do tornozelo de uma mulher que tinha um histórico de ingestão de fígado cru de bovino

(Aragane et al., 1999). Na Suíça, um casal com diagnóstico de toxocaríase foi relacionado à

ingestão de fígado cru de suíno (Stürchler et al., 1990). Na América do Norte, um homem de

63 anos de idade foi diagnosticado com toxocaríase e na avaliação de sua alimentação foi

constatado que tinha o hábito de ingestão de fígado cru de ovinos (Salem & Schantz,1992).

Outro fator importante na aquisição da LMV pela ingestão de carne ou vísceras

cruas dos hospedeiros paratênicos é o tempo de sobrevivência destas larvas nos tecidos

destes hospedeiros. Estudos mostram que larvas de T. canis sobreviveram por sete meses

nos tecidos de ovinos (Sweatman et al., 1962) e até 3,5 anos em galinhas (Taira et al.,

2003b).

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

103

104

105

106

107

108

109

110

111

112

113

114

115

116

117

118

119

120

121

122

123

124

125

126

127

128

129

130

131

132

133

134

135

136

4

A soroprevalência da toxocaríase humana tem ampla distribuição mundial, sendo

mais freqüente em regiões tropicais e subtropicais. (Andrade, 2000). Já em outros hospedeiros

paratênicos estes estudos são escassos. Um estudo conduzido no país de Gales em ovinos

verificou uma prevalência de 31%, já em suínos 4,5% (Stevenson, 1979).

A região sul do Rio Grande do Sul possui um expressivo rebanho ovino e no seu

manejo utiliza diariamente o cão, que normalmente não recebe tratamentos anti-

helmínticos, o que deve viabilizar a contaminação das pastagens por ovos de T. canis.

Aliado a isto, nesta região a carne e vísceras (fígado, rim e coração) de ovinos são

consumidas constantemente pela população rural. Em vista do exposto, foi desenvolvido

o presente estudo, que teve como objetivo conhecer a soroprevalência da LMV em ovinos

dessa região e fatores associados.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

5

137

138

139

140

141 2. MATERIAIS E MÉTODOS

142

143 2.1. Local do estudo

144

145 O estudo foi realizado em propriedades com criação de ovinos de 21 municípios, no período

146 de 2006 a 2007, situados na região sul do estado do Rio Grande do Sul, e localizados entre

147 os paralelos 31°S e 34°S, representados na Fig. 1.

148 149

150

151

152

153

154

155

156

157

158

Figura 1- Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, com destaque para a zona sul e a

localização dos municípios envolvidos no estudo (1. São José do Norte; 2. Rio Grande; 3.

Santa Vitória do Palmar; 4. Chuí; 5. Jaguarão; 6. Arroio Grande; 7. Pedro Osório; 8. Capão

do Leão; 9. Pelotas; 10. Arroio do Padre; 11. Turuçu; 12. São Lourenço do Sul; 13.Cristal;

14. Camaquã; 15. Herval; 16. Piratini; 17. Cerrito; 18. Morro Redondo; 19.Canguçu; 20.

Pinheiro Machado; 21. Pedras Altas).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

6

159 2.2. Tamanho amostral

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198

O cálculo do tamanho amostral foi realizado através do Programa EpiInfo (versão

6.04). O número de propriedades que possuem ovinos na região sul do Estado foi

pesquisado no banco de dados da Inspetoria Veterinária (Regional Pelotas) sendo observada

existência de 6018 estabelecimentos rurais. Diante da falta de dados referentes à

prevalência de anticorpos para T. canis na região foi calculado o tamanho da amostra a

partir da prevalência estimada de 50% para a base de cálculo. Além disso, foi adotado nível

de confiança de 95% e erro associado de 10%. A amostra encontrada foi de 95

propriedades, sendo essas divididas proporcionalmente ao número de propriedades dos 21

municípios (Tabela 1).

De cada propriedade selecionada foram coletadas amostras de sangue de 12 a 22

animais, perfazendo um total de 1642 amostras. Este número de amostras foi superior caso

fosse considerado para o calculo do tamanho amostral apenas o numero de ovinos

da área estudada (n=384) e não no numero de propriedades.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

7

199 Tabela 1- População ovina de propriedades rurais de municípios do sul do estado do 200 Rio Grande do Sul e número de propriedades estudadas. 201

Municípios

C huí

Santa Vitória Rio Grande

Pelotas/Arroio do Padre

Capão do Leão Arroio Grande

Jaguarão Herval

Pedro Osório/Cerrito

Morro Redondo

Canguçu Piratini

Pinheiro Machado

Pedras Altas

São Lourenço

Turuçu

Camaquã/Cristal

São José do Norte

TOTAL

População ovina

2 .0 8 8

5 2 .3 8 5 2 4 .0 6 5 3 .7 5 4

8.4 9 7

3 0.9 6 0 6 0.6 5 5

1 1 0. .3 9 1 2 0 .9 3 1 1 .1 2 7

4 0 .0 6 0 9 9 .9 6 4

1 2 2 .4 0 0 6 0 .5 2 9 8 .2 3 6 279

5 .1 0 0 6 .6 4 0

6 5 8 .0 6 1

Propriedades

32

395 296 58

94

340 284 786 92 48

745

1 .3 9 1 759 345 85 12 38

218

6 .0 1 8

Prop. Coletadas

1 6 4

1/ 1

2 5 4

12 1/ 1 1

11 21 11 5 2 1

1/ 1 3

95 202 203 Fonte: Inspetora Veterinária Regional Pelotas, 2005

204

205

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

8

206

207 2.3. Dados epidemiológicos

208

209

210

211

212

213

214

215

216

217

218

219

220

221

222

223

224

225

226

227

228

229

230

231

232

233

234

235

236

237

238

239

Além dos dados individuais dos animais (sexo e idade), foram coletadas

informações da propriedade com possível relevância epidemiológica fornecidas pelos

proprietários das mesmas, como, finalidade da ovinocultura, tipo de criação, presença de

cães, errantes e canídeos silvestres, tamanho da propriedade, suplementação alimentar dos

ovinos, sal, destino de carcaças e vísceras. Esses dados foram obtidos através de um

questionário epidemiológico, com a finalidade de serem avaliados os fatores de risco para

Toxocara da população ovina da região (Anexo A).

2.4. Animais experimentais

A seleção dos animais foi aleatório, sendo o grupo amostral composto de ovinos,

de ambos os sexos e várias idades (acima de um ano). 2.5. Coleta e processamento das amostras de sangue

2.5.1 Obtenção dos soros ovinos das propriedades

As amostras de sangue total dos ovinos analisados foram coletadas em frascos do

tipo Vacutainer sem anticoagulante, por punção da veia jugular. Após a coleta, as amostras

ficaram em repouso à temperatura ambiente por no máximo oito horas e, em seguida, foram

levadas à geladeira (4°C) até que o coágulo se retraísse totalmente. Os soros foram

separados dos coágulos, mediante centrifugação (2000g), e acondicionados em microtubos

de 1,5 mL, em duplicata, permanecendo armazenadas - 20°C até a realização do teste

sorológico.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

9

240 2.5.2. Obtenção dos soros controle

241

242

243

244

245

246

247

248

249

250

251

252

253

Os soros controles negativos foram obtidos da soroteca do laboratório de

Parasitologia da UFPEL, cujo ponto de corte foi estabelecido pela média de 90 soros mais

três desvios padrões. Também foi utilizado o soro fetal ovino como controle negativo,

obtido de cordeiros logo após o nascimento.

Os soros controle positivo foram obtidos pela infecção experimental de três ovinos

adultos com 5000 ovos embrionados de T. canis (L3), durante três dias consecutivos

totalizando 15000 ovos. O sangue foi coletado e processado conforme descrito no item

2.5.1. O período de coleta compreendeu os dias zero, 21, 45 e 60 dias após a inoculação.

Para controle da eficiência da infecção, os animais foram eutanasiados e amostras de

fígado com lesões macroscópicas sugestivas de LMV foram examinados em cortes

histológicos para confirmar a ocorrência da toxocaríase.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

10

254 2.6. Análise sorológica

255

256 2.6.1. Antígeno- Produção do Antígeno TES

257

258

259

260

261

262

263

264

265

266

267

268

269

270

271

272

273

274

275

276

277

278

279

280

Formas adultas de T. canis foram recuperadas através da administração de pamoato

de pirantel (15mg/kg) em cães de quatro a oito semanas de idade. Os ovos foram obtidos

através da histerectomia de fêmeas de T.canis fixadas em placa de Petri com fundo revestido

de parafina. Em seguida, estes foram incubados durante 28 dias em formalina 2% a 28ºC.

As larvas infectantes foram liberadas dos ovos, conforme metodologia descrita por

De Savigny (1975),com modificações . Os ovos foram lavados através de sucessivas

centrifugações com PBS 0,15M pH 7,2, submetidos ao tratamento com solução de

hipoclorito de sódio 5% durante 10 a 15 minutos e a lavagens com PBS 0,15M. A seguir,

sob condições assépticas, foram submetidos à agitação mecânica em erlenmeyer com pérolas

de vidro, em meio RPMI 1640 (suplementado com HEPES 25mM, Glicose a 1%, penicilina

100 UI/ml, estreptomicina 100 ∝g/mL, ofloxacina 0,4 ∝g/ml e fungizona 50 ∝g/mL) a

37°C. Após, as larvas liberadas foram cultivadas no mesmo meio a 37°C e com 5% de CO2.

Semanalmente, foi colhido o sobrenadante de cada cultivo, este filtrado em membrana de

0,22∝m (Page et al.,1991) e conservado com inibidor de protease (PMSF - fluoreto de

fenilmetilsulfonila) a -20ºC. Posteriormente, os sobrenadantes foram misturados e

concentrados por ultrafiltração (Sigma Stirred Cell - 10KDa), dialisados contra água ultrapura

a 4ºC durante 24 a 28 horas e liofilizados. O TES obtido foi resuspenso em água ultrapura e

conservado em alíquotas a -70ºC. A concentração de proteínas do antígeno TES foi

determinada pelo BCA Kit (Pierce) conforme instruções do fabricante, utilizando placa de

microtitulação e leitor de ELISA (Thermo plate) (492 nm).

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

11

281 2 .6 .2 . E l i s a - T E S

282

283

284

285

286

287

288

289

290

291

292

293

294

295

296

297

298

299

300

301

302

303

304

305

306

307

308

309

310

311

Placas de poliestireno foram sensibilizadas com 1µg/mL de antígeno TES em

tampão carbonato/bicarbonato pH 9,6 "over night". Os sítios livres para ligação de proteína

foram bloqueados com PBS- leite em pó desnatado a 5%, durante uma hora, a 37° C. Os

soros foram testados, em duplicatas, na diluição de 1:200 e o conjugado peroxidase IgG

anti-ovino (SIGMA) na diluição de 1:5000 em tampão PBS/ leite em pó 5% .Tanto os soros,

como o conjugado, foram incubados durante 1 hora, a 37°C. Entre todas as fases do teste, as

placas foram lavadas por três vezes de três minutos cada com PBS-Tween (0,05%). Como

cromógeno foi utilizado ortofenilenodiamina (OPD), na concentração de 0,4 mg/mL, em

tampão citrato-fosfato pH 4,0, acrescida do substrato peróxido de hidrogênio 30V a 0,01%.

Após a placa foi incubada à temperatura ambiente por 15 minutos, ao abrigo da luz. Em

seguida, a reação foi interrompida com 50 µl de acido sulfúrico 1N. A leitura das

absorbâncias foi determinada em leitor de ELISA (Thermo plate) com comprimento de

onda de 492nm. Para controle da reação foram sempre considerados os soros controle

positivos e negativos adicionados em cada placa, em duplicata.

2.7. Análise estatística

Todos os animais foram incluídos na analise estatística (soropositivos e negativos).

Foi analisada a prevalência a T. canis dentro de cada fator de risco através da análise de

qui-quadrado, com nível de significância de 5%. O pacote estatístico utilizado foi o SAS

(SAS, 1990).

3. RESULTADOS

3.1. Características epidemiológicas da região estudada

Os dados apurados no questionário epidemiológico aplicado no momento das

coletas quanto às características das propriedades estão expostos na Tabelas 2.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

12

312 Tabela 2- Características da amostra de propriedades com criação de ovinos estudadas 313 na região sul do RS.

Variável

Finalidade de criação

Tipo de criação

Suplementação

Categorias

Corte

Extensivo

Semi- Extensivo

S im

Propriedades (n)

64

31

64 31

28

Propriedades (%)

6 7 ,4

3 2 ,6

6 7 ,4 3 0 ,5

2 9 ,5

alimentar

Contato com cão

Contato com Canídeo silvestre

Contato com cão errante

Destino de carcaças

Destino de vísceras

Não S im Não S im Não S im Não

Adequada¹

Inadequada² Adequada¹

Inadequada²

67 90 5

93 2

52 43 14 73 31 64

7 0 ,5 9 4 ,7 5 ,2

9 7 ,9 2 ,1

5 4 ,7 4 5 ,3 1 4 ,7 7 6 ,9 3 2 ,6 6 7 ,4

314 ¹ Práticas como enterrar, queimar ou utilizar a cocção antes do aproveitamento para 315 outros animais; 316 ² Abandono no ambiente ou oferecidas cruas aos cães

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

317

318

319

320

321

322

323

324

325

326

327

328

329

330

331

332

13

Na maior parte das propriedades estudadas os ovinos destinavam-se a produção de carne

(67,4%), onde em quase todas as propriedades (94,8%) os ovinos tinham contato com cães.

O destino das carcaças (76,9%) e vísceras (67,4%) na maioria das propriedades não era

adequado, ou seja, as carcaças dos animais que morriam nas propriedades eram

abandonadas no ambiente e as vísceras oferecidas cruas aos cães. Somente em 29,5% das

propriedades era oferecida suplementação alimentar com ração aos ovinos, os demais animais

(70,5%) eram mantidos somente na pastagem.

Quanto à idade dos ovinos observou-se que a amostra foi composta

principalmente de animais de um ano de idade (37,1%) e de animais com quatro anos ou mais

(36,9%). Quanto ao sexo os rebanhos apresentaram uma maior concentração de fêmeas

(87,1%), caracterizando a exploração da ovinocultura destinada a carne (Tabela 3).

Tabela 3- Descrição, segundo idade e sexo, do grupo amostral dos ovinos coletados nas

95 propriedades estudadas da zona sul do Rio Grande do Sul

Categorias

1 an o

2 an os

3 an os

≥≥≥≥ 4 an os

Total

Machos

139 (8,4%)

29 (1,8%)

15 (0,9%)

28 (1,7%)

211 (12,9%)

Fêmeas

471 (28,7%)

207 (12,5%)

175 (10,6%)

578 (35,2%)

1431 (87,1%)

Total

610 (37,1%)

236 (14,3%)

190 (11,6%)

606 (36,9%)

1642 (100%)

333

334

335

336

337

338

339

340

341

3.2. Soroprevalência

Dos 1642 soros de ovinos testados, 942 (57,4%) apresentaram anticorpos contra T.canis

acima do ponto de corte (Figura 2), demonstrando que estes ovinos já tinham tido contato

com este nematóide. Todas as propriedades tiveram pelo menos um animal pos i t i vo.

57,4%

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

14

42,6% 57,4% Positivos Negativos

342

343

344

345

346

347

348

349

Figura 2 - Prevalência de ovinos soropositivos, pela o ELISA, acima do ponto de corte

na região sul do Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2007.

Todos os ovinos foram analisados quanto ao risco para toxocaríase. Os fatores

avaliados no Teste Qui-quadrado encontram-se na Tabela 4 com seus respectivos valores de

significância.

350

Tabela 4 -

Fatores

Sexo

Fatores avaliados para risco de toxocaríase através do Teste Qui-quadrado do número total de ovinos. Valor de p para Teste do Qui-quadrado

(χ2) 0 ,4 6 0 8

Idade (adultos e jovens) Idade (faixa etária) Área Finalidade da criação Tipo de criação Suplementação alimentar Sal Destino de carcaças Destino de vísceras Contato com cão Contato com cão errante Contato com canídeo silvestre

0 ,0 2 5 8 0.,0 8 1 7 0 ,0 1 4 4 0 ,2 4 3 4 0 ,0 1 0 3 0 ,0 0 7 6 0 ,0 8 8 0 0 ,1 8 2 8 0 ,8 2 2 6 0 ,9 8 4 6 0 ,0 0 1 8 0 ,0 0 5 7

351

352

353

354

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

15

355 A análise da soropositividade em função da idade mostrou que os ovinos jovens

356 ( 1 a 2 anos) foram menos soropositivos (54%), diferindo significativamente dos animais

357 adultos ( ≥ 2 anos) (Figura3).

358

60 59

58 57 56

55

54

53

52

51

5 4 ,3 %

55,8%

a

59,7%

Animais jovens Animais adultos

359

Figura 3 - Percentagem de ovinos jovens e adultos soropositivos para T.canis, na região sul do Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2007.

360

361

362

363

364

365

366

367

368

369

370

371

372

Quando foi analisada a presença de cães e a soropositividade para T. canis, esta se

mostrou não significativa, no entanto foi observado que, dos 5,2% ovinos que não tiveram

contato com cães da propriedade, mas tiveram contato com canídeos silvestres ou cães

errantes, estas relações foram significativas, portanto 100% dos ovinos tiveram contato com

canídeos, hospedeiros definitivos de T. canis.

A maior prevalência de ovinos positivos ocorreu nas propriedades pequenas

(60,1%) e grandes (61,5%). As propriedades de tamanho médio apresentaram menor

prevalência de animais positivos (52,9%), diferindo significativamente das demais (Figura

4).

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

16

373

6 0 ,1 %

1- Pequenas propriedades (0 a 100 ha)

5 2 ,9 %

2- Médias propriedades (101 a 500 ha)

6 1 ,5 %

3- Grandes propriedades (> 500 ha)

Figura 4 - Prevalência da soropositividade para Toxocara canis em ovinos de propriedades da região sul do Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2007 em relação ao tamanho das propriedades .

374

375

376

377

378

379

380

A prevalência de T.canis quanto ao tipo de criação, mostrou-se maior nos ovinos

oriundos das propriedades semi-extensivas (62,15%), diferindo significativamente dos

ovinos de propriedades extensivas (55, 29%).

Dentre os animais que receberam ração 62,7% mostraram-se soropositivos, o que

diferiu significativamente dos ovinos soropositivos que não recebiam ração.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

17

381 3.3. Infecção experimental de ovinos

382

383

384

385

386

387

388

389

390

Na avaliação do fígado dos ovinos infectados experimentalmente com T. canis,

macroscopicamente foi observado áreas de fibrose (Figura 5) e microscopicamente lesões

hepáticas sugestivas de hepatite subaguda multifocal a coalescente moderada, devido à

migração das larvas. A análise sorológica destes ovinos, pelo ELISA, detectou leituras

médias de (0, 067 D.O. e 0, 650 nm), antes e após inoculações, respectivamente. (Figura 5).

391 392 393

394

395

396

397

398

399

400

'

Figura 5 -

Lesões hepáticas em ovino infectado experimentalmente com ovos embrionados de Toxocara canis (período de 2005 a 2006).

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

18

401 4. DISCUSSÃO

402

403

404

405

406

407

408

409

410

411

412

413

414

415

416

417

418

419

420

421

422

423

424

425

426

427

428

429

430

431

432

433

434

A toxocaríase constitui-se em uma zoonose, cuja uma das formas de aquisição pode

ser através da ingestão de vísceras e carne crua de hospedeiros paratênicos. O conhecimento

da presença desta parasitose e dos fatores de risco em rebanhos ovinos é fundamental para a

implantação de medidas que previnam a infecção humana.

A presença de anticorpos anti-Toxocara canis nos ovinos da região sul do Rio

Grande do Sul foi expressiva (57,4%), indicando uma alta contaminação ambiental por ovos

deste nematóide. Estudo semelhante conduzido Lloyd (2006), no país de Gales no Reino

Unido mostrou resultados inferiores (31%). Esta diferença pode estar associada à utilização

periódica de tratamento anti-helmíntico aos cães, hospedeiros responsáveis pela

contaminação das pastagens com ovos de T. canis, o que não é rotina na região em estudo.

Além disso, outro fator que pode estar contribuindo para a alta prevalência de anticorpos

anti-Toxocara, é a possibilidade da ocorrência de infecção vertical em cordeiros nascidos

de ovelhas infectadas com ovos de T. canis (Anderson ,1996).

Quando foram analisadas as propriedades em relação à presença de ovinos

soropositivos para T. canis, todas foram positivas, com pelo menos um animal

soropositivo. Essa alta prevalência de propriedades positivas evidencia que T.canis está

amplamente distribuído nos rebanhos ovinos da região sul do RS, independentemente do

percentual de ovinos soropositivos, o que aumenta as possibilidades de infecção humana e

de disseminação do agente entre outras espécies de animais.

Neste estudo, assim como o conduzido no Reino Unido (Loyd, 2006), não houve

diferença significativa em relação ao sexo. Em relação à idade dos ovinos observou-se que a

amostra foi composta principalmente de animais de um ano de idade (37,1%) e de animais

com quatro anos ou mais (36,9%). O grande número de fêmeas nos dois extremos da

variável idade indica que os rebanhos são, na sua maioria, especializados na atividade de

cria e, que a ovinocultura na região está em pleno crescimento, uma vez que se tem uma

grande produção de cordeiras para reposição (fêmeas jovens) e mantendo-as por um maior

tempo no rebanho. Quando foram analisadas somente as idades houve diferença significativa

(p≤ 0,05) entre a soroprevalência dos ovinos de um ano (54%) e aqueles acima de dois anos de

idade (59,7%). O aumento da soropositividade com o avançar da idade neste estudo,

concorda, em parte, com os achados de Lloyd (2006) que verificou maior soropositividade

com aumento da idade. Provavelmente este aumento da soropositividade nos ovinos com

mais idade esteja

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

435

436

437

438

439

440

441

442

443

444

445

446

447

448

449

450

451

452

453

454

455

456

457

458

459

460

461

462

463

464

465

466

467

468

19

relacionado à re-infecções adquirida ao longo da vida destes animais e também a

manutenção por longos períodos dos anticorpos (IgG), já confirmado em outras espécies,

como camundongos (Lescano et al. 2005) e homem (Tundisi et al.,1995), também

hospedeiros paratênicos de Toxocara. Múltiplas infecções experimentais de ovinos com

larvas L3 de T. canis, semelhante ao que ocorre na natureza, induz a um aumento gradativo

dos IgG. (Revajová et al., 2006).

A importância epidemiológica da presença ou ausência do hospedeiro definitivo é

grande, visto que a transmissão de T.canis para os ovinos é atribuída, principalmente, à

eliminação de ovos nas pastagens (Hughes, 1991). O hospedeiro definitivo encontra- se

sempre presente, através de cães da propriedade, cães errantes e canídeos silvestres. A

infecção de cães, principalmente jovens, é freqüente, podendo atingir 90% da população

(Sousby, 1991). Salienta-se que fêmeas desse nematóide são altamente prolíferas quanto à

produção de ovos, com cerca de 200 mil/ovos/dia/fêmea (Schantz & Glickman, 1983),

portanto assegurando a contaminação das pastagens. Isto é confirmado pelos estudos de

Habluetzel et al. (2003) que verificaram 52,7% de amostras de solo positivas em áreas

rurais. Também, Santarém et al. (2008), confirmaram contaminação ambiental em áreas

rurais, com 29,03% das amostras de solo positivas para ovos de T. canis, com média de 2,3

cães por propriedade. As propriedades deste estudo mantinham uma população média de

três cães (dados não mostrados).

A suplementação alimentar por ração dos ovinos foi um fator significativo na

soropositividade de T.canis para ovinos, isto provavelmente devido ao acesso de cães e gatos

jovens nos depósitos de ração, bem como a presença destes animais próximo às instalações

da propriedade onde, muitas vezes é oferecida a ração contaminada por ovos oriundos das

fezes desses animais.

A maior prevalência de soropositividade registrada nas propriedades pequenas e

criação semi-extensiva pode estar relacionada à concentração de animais, como também ao

manejo, que muitas vezes em pequenas propriedades são concentrados a noite no

peridomicílio, em função de roubos e predadores, facilitando o contato com formas

infectantes de T. canis. Nas grandes propriedades a maior prevalência pode ser atribuída à

maior população de cães, com conseqüente contaminação ambiental, pois segundo

Habluetzel et al. (2003) amostras de solo de propriedades que possuíam mais de três cães

apresentaram o dobro de positividade, quando comparada com propriedades com menor

número de cães.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

469

470

471

472

473

474

475

476

477

478

479

480

481

482

483

484

485

486

487

488

489

490

491

492

493

494

495

496

497

498

499

500

501

502

20

Embora a rota da migração larvária nos ovinos não tenha sido determinada, a avaliação dos

órgãos acometidos (fígado e coração) na infecção experimental de ovinos apresentavam

lesões histopatológicas compatíveis com toxocaríase, concordando com os achados de

Aldawek et al., (2002) e segundo registros de Sweatman et al.,( 1962), larvas (L3) de

T.canis podem se manter viáveis por mais de sete meses em ovinos, tornando mais evidente

o risco que a ingestão de vísceras e carne ovina crua ou mal assada representa para o

homem na região, onde o consumo desta espécie animal é expressivo. Além disso, sendo os

abates realizados nas propriedades, sem os devidos cuidados sanitários.

Portanto, há a necessidade de esclarecimento da população para que sejam tomadas

medidas de prevenção, como: tratamento antihelmíntico periódico dos cães, manutenção do

número necessário de cães para manejo dos animais, cuidados com o armazenamento da

ração em relação ao contato com cães e cocção adequada da carne e vísceras dos ovinos,

tanto a utilizada para consumo humano como para os cães.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

21

503 5. CONCLUSÕES

504

505

506

507

508

509

510

511

512

513

514

515

516

517

518

519

520

521

522

523

524

525

526 527 528 529 530 531 532 533 534 535 536 537 538 539 540 541

- A infecção por T.canis está amplamente distribuída entre os rebanhos ovinos da região sul

do Rio Grande do Sul, com animais soropositivos em todas as propriedades estudadas;

-O teste de ELISA- TES serve como um diagnóstico epidemiológico da Larva Migrans

Visceral para esta espécie;

- A ingestão de carne ovina crua ou mal cozida originada da região estudada pode

representar risco de infecção humana por T.canis uma vez que 57,4% dos animais são

soropositivos;

-Os fatores que mostraram significância (p ≤ 0,05) para soropositividade ao T. canis foram ovinos

com idade superior a dois anos, oriundos de pequenas propriedades, criados semi-

extensivamente e o contato com cães errantes e canídeos silvestres.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

22

542 6. REFERÊNCIAS 543 544 545 546 547 548 549 550 551 552 553 554 555 556 557 558 559 560 561 562 563 564 565 566 567 568 569 570 571 572 573 574 575 576 577 578 579 580 581 582 583 584 585 586 587 588 589 590 591

Akao, N., Ohta, N. 2007. Toxocariasis in Japan. Parasitology International, 56,2, 87-93. Aldawek, A.M, Levkut, M., Revajová, V., Kolodzieyski, L.,Seveiková, Z., Dubinsky, P, 2002. Larval toxocarosis in sheep: the immunohistochemical characterization of lesions in some affected organs. Veterinary Parasitology, 105,207-214. Anderson, B.C., 1996. Warning about potential for congenital neural larva migrans. Journal of American Veterinary Medical Association, 208, 2,185-190. Andrade, L. D., 2000. Aspectos clínico-epidemiológicos da toxocaríase humana. Revista de Patologia Tropical, 29, 147-159. Aragane, K., Akao, N., Matsuyama, T., Sugita, M., Natsuaki, M., Kitada, O., 1999. Fever, cough, and nodules on ankles. Lancet, 354, 1872. Beaver, P.C., 1962. Toxocarosis (Visceral Larva Migrans) in relation to tropical eosinophilia. Bulletin de la Société de Pathologiel Exotique et de ses Filiales,55, 555- 576. De Savigny, D.H, 1975. In vitro maintenance of Toxocara canis larvae and a simple method for the production of Toxocara ES antigens for use in serodiagnostic tests for visceral larva

migrans. Journal of Parasitology, 61,781-782. España, A., Serna, M.J., Rubio, M., Redondo, P., Quintanilla, E., 1993. Secondary urticaria due to toxocariasis: possibly caused by ingesting raw cattle meat? Journal of Investigational Allergology & Clinical Immunology, 3(1), 51-2. Habluetzel, A., Traldi, G., Ruggieri, S., Attili, A.R., Scuppa, P., Marchetti, R., Menghini, G., Esposito, F., 2003. An estimation of Toxocara canis prevalence in dogs, environmental egg contamination and risk of human infection in the Marche region of Italy. Veterinary Parasitology 113, 243-252. Hughes, P.L., 1991. Internal parasitism in farm dogs. In: Proceedings of the 21st Seminar of Sheep and Beef Cattle Society, New Zealand Veterinary Association, New Zealand. Lescano, S.Z., Chieffi, P.P., Amato Neto, V., Ikai, D.K., Ribeiro, M.C.S.A., 2005. Anti- helmínticos na toxocariase experimental: efeito na recuperação de larvas de Toxocara canis e na resposta humoral. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 41, 21-24. Lloyd, S., 2006. Seroprevalence of Toxocara canis in sheep in Wales.Veterinary Parasitology, 137, 269-272. Magnaval, J.F., Glickman, L.T., Dorchies, P., Morassin, B. Hightlights of human toxocariasis. 2001.Korean Journal Parasitology , 39, 1-11. Nagakura, K., Tachibana, H., Kaneda, Y., Kato, Y., 1989. Toxocariasis possibly caused by ingesting raw chicken. Journal of Infective Diseases, 160, 735-736.

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

592 593 594 595 596 597 598 599 600 601 602 603 604 605 606 607 608 609 610 611 612 613 614 615 616 617 618 619 620 621 622 623 624 625 626 627 628 629 630 631 632 633 634 635 636 637 638 639

23

Page, A.P., Richards, D.T., Lewis, J.W., Omar, H.M.,Maizels, R.M., 1991. cComparison of isolates ans species of Toxocara and Toxocascaris by biosynthetic labeling of somantic and ES proteins from infective larvae. Parasitology, 103, 451-464. Pawlowski, Z., 2001. Toxocariasis in humans: clinical expression and treatment dilemma. Poland. Journal of Helminthology, 75, 299-305. Revajová, V., Levkut, M., Aldawek, AM., Herich, R., Dvoroznáková, E., Krupicer, I., 2006. Immunological changes after multiple Toxocara canis infection of lambs. Helminthologia, 43(2) 69-75. Salem, G., Schantz, P., 1992.Toxocaral visceral larva migrans after ingestion of raw lamb liver. Clinical Infectious Disease, 15, 743-744. Santarém, V. A., Franco, E.C., Kozuki, F. T., Fini, D., Prestes-Carneiro, L. E., 2008. Environmental contamination by Toxocara spp. Eggs in a rural settlement in Brazil. Revista Instituto Medicina Tropical São Paulo, 50(5),279-281. Schantz, P.M., Glickman, L.T., 1983. Ascaridos de perros y gatos: un problema de salud publica y de medicina veterinaria. Bolétin de la Oficina Sanitaria Panamerericana, 94, 571-586. Soulsby, L., 1991. Parasitis zoonoses: New perpectives and emerging problems. Health and Hygiene, 12, 66-77. Stevenson, P., 1979. Toxocara and Ascaris infection in British pigs: a serological survey. Veterinary Record, 104, 526-528. Stürchler, D., Weiss, N., Gassner, M., 1990. Transmission of toxocariasis. Journal of Infectious Disease, 162, 571-572. Sweatman, G.K., Hensall, T.C., Manktelow, B.W., 1962. Experimental observations on parasitic liver white spot in New Zealand sheep. New Zealand Veterinary Journal, 10, 99-107. Taira, K., Saeed, I., Lind, P., Murrell, K.D., Kapel, C.M.O., 2003a.Population dynamics of Toxocara canis in pigs receiving a single or multiple infection. Parasitology, 127, 593-602. Taira, K., Permin, A., Kapel, C.M.O., 2003b. Establishment and migration pattern of Toxocara canis larvae in chickens. Parasitology Research, 90, 521-523. Tundisi, R.N., Camargo, E.D., Nunes, C.M., Kanamura, H.Y., 1995. Teste imunoenzimático (ELISA- IgG) na elucidação diagnóstica de casos com suspeita clínica de larva migrans ( LMV). In: Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 31, 1995, Rebouças. Resumos... Rebouças, SP, Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

24

ANEXO A

Questionário Epidemiológico Dados gerais: Nome da Propriedade: ____________________________________________________ Nome do Proprietário: ____________________________________________________ Fone contato: ___________________________________________________________ Município: _____________________________________________________________ Localidade: ____________________________________________________________ Dados da propriedade Área total (ha): __________________________________________________________ Área ovinocultura (ha): ___________________________________________________ Exploração predominante: ( ) ov ( ) bov ( ) eq ( ) outra __________________________ Outras Explorações: ( ) soja ( ) arroz ( ) outra _________________________________ Dados dos ovinos Total de ovinos: _________________________________________________________ Raça predominante: ______________________________________________________ Finalidade principal: ( ) Lã ( ) Corte Tipo de criação: ( ) Extensiva - sempre soltas ( ) Semi-extensiva - prende à noite ou concentra ( ) Intensiva - sempre presos Suplementação: ( ) Nada ( ) só sal mineral ( ) ração comercial ( ) Freqüência da suplementação: ( ) Nunca ( ) Eventualmente - inverno, engorda esporádica ( ) Permanentemente

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

25

Armazenagem do suplemento: Onde? ________________________________________ Outros animais (gato, cães, pássaros) tem acesso? Fonte de água dos ovinos: Qual a principal? ___________________________________ Como considera a natalidade? ( ) Excelente ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim Contato dos ovinos com outros animais: ( ) Bov ( ) Equ ( ) Sui ( ) Cap ( ) Aves domésticas ( ) Cão dom. ( ) quantos ( ) Felino dom. ( ) quantos ( ) Felino silvestre ( ) Felino errante Destino de carcaças na prop: _______________________________________________ Destino das vísceras (abate): _______________________________________________ Ocorre aborto em ovinos? _________________________________________________ Aborto em outra espécie? _________________________________________________ Cordeiros fracos? ________________________________________________________

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

26

ANEXO B

NORMAS DA REVISTA- VETERINARY PARASITOLOGY

Guide for Authors An international scientific journal and the Official Organ of the American Association of Veterinary Parasitologists (AAVP)), the European Veterinary Parasitology College (EVPC) and the World Association for the Advancement of Veterinary Parasitology (WAAVP). Veterinary Parasitology Types of contributions 1. Original research papers (Regular Papers) 2. Review articles 3. Rapid Communications 4. Short Communications 5. Letters to the Editor 6. Book Reviews Original research papers should report the results of original research. The material should not have been previously published elsewhere, except in a preliminary form. Review articles should cover subjects falling within the scope of the journal which are of active current interest. They may be submitted or invited. Rapid Communications should contain information of high 'news'/scientific value worthy of very rapid publication. Rapid Communications should be submitted to the journal as such (i.e. clearly labelled as a RC) and should, in general, not exceed 2000 words in length. Upon receipt, they will be subject to rapid assessment and if accepted, published with priority. Short Communications should consist of original observations or new methods within the scope of the journal. Reports of observations previously published from different geographical areas may be accepted only if considered sufficiently unusual or noteworthy. The Communications should be concise with the minimum of references, and cover no more than four pages of the journal; they need not be formally structured as are full papers, but should give sufficient methods and data necessary for their comprehension. Letters to the Editor offering comment or useful critique on material published in the journal are welcomed. The decision to publish submitted letters rests purely with the Editors-in-Chief. It is hoped that the publication of such letters will permit an exchange of views which will be of benefit to both the journal and its readers. Book Reviews will be included in the journal on a range of relevant books which are not more than 2 years old and were written in English.

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

27

Book reviews will be solicited by the Book Review Editor. Unsolicited reviews will not usually be accepted, but suggestions for appropriate books for review may be sent to the Book Review Editor: Dr F.H.M. Borgsteede Animal Sciences Group, Wageningen UR Division Infectious Diseases Laboratory of Parasitic Diseases P.O. Box 65 8200 AB Lelystad The Netherlands

Submission of manuscripts Submission to Veterinary Parasitology now proceeds online via Elsevier Editorial System - http://ees.elsevier.com/vetpar. Authors will be guided step-by-step through uploading files directly from their computers. Authors should select a set of classifications for their papers from a given list, as well as a category designation (Original Research Paper, Short Communication, and so on). Electronic PDF proofs will be automatically generated from uploaded files, and used for subsequent reviewing.

Authors are invited to suggest the names of up to 5 referees (with email addresses) whom they feel are qualified to evaluate their submission. Submission of such names does not, however, imply that they will definitely be used as referees. Authors should send queries concerning the submission process or journal procedures to [email protected]. Authors can check the status of their manuscript within the review procedure using Elsevier Editorial System. Authors submitting hard copy papers will be asked to resubmit using Elsevier Editorial System. Submission of an article is understood to imply that the article is original and is not being considered for publication elsewhere. Submission also implies that all authors have approved the paper for release and are in agreement with its content. Upon acceptance of the article by the journal, the author(s) will be asked to transfer the copyright of the article to the Publisher. This transfer will ensure the widest possible dissemination of information. All authors should have made substantial contributions to all of the following: (1) the conception and design of the study, or acquisition of data, or analysis and interpretation of data, (2) drafting the article or revising it critically for important intellectual content, (3) final approval of the version to be submitted. Acknowledgements All contributors who do not meet the criteria for authorship as defined above should be listed in an acknowledgements section. Examples of those who might be acknowledged include a person who provided purely technical help, writing assistance, or a department chair who provided only general support. Authors should disclose whether they had any

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

writing assistance and identify the entity that paid for this assistance. Conflict of interest At the end of the text, under a subheading "Conflict of interest statement" all authors must disclose any financial and personal relationships with other people or organisations that could inappropriately influence (bias) their work. Examples of potential conflicts of interest include employment, consultancies, stock ownership, honoraria, paid expert testimony, patent applications/registrations, and grants or other funding. Role of the funding source

28

All sources of funding should be declared as an acknowledgement at the end of the text. Authors should declare the role of study sponsors, if any, in the study design, in the collection, analysis and interpretation of data; in the writing of the manuscript; and in the decision to submit the manuscript for publication. If the study sponsors had no such involvement, the authors should so state. Ethics Circumstances relating to animal experimentation must meet the International Guiding Principles for Biomedical Research Involving Animals as issued by the Council for the International Organizations of Medical Sciences. They are obtainable from: Executive Secretary C.I.O.M.S., c/o WHO, Via Appia, CH-1211 Geneva 27, Switzerland, or at the following URL: http://www.cioms.ch/frame_1985_texts_of_guidelines.htm. Unnecessary cruelty in animal experimentation is not acceptable to the Editors of Veterinary Parasitology. Preparation of manuscripts 1. Manuscripts should be written in English. Authors whose native language is not English are strongly advised to have their manuscripts checked by an English-speaking colleague prior to submission. Language Editing: Elsevier's Authors Home provides details of some companies who can provide English language and copyediting services to authors who need assistance before they submit their article or before it is accepted for publication. Authors should contact these services directly. Authors should also be aware that The Lucidus

Consultancy [email protected] offers a bespoke service to putative contributors to Veterinary Parasitology who need to arrange language improvement for their manuscripts. For more information about language editing services, please email [email protected]. Please note that Elsevier neither endorses nor takes responsibility for any products, goods or services offered by outside vendors through our services or in any advertising. For more information please refer to our terms & conditions

http://www.elsevier.com/termsandconditions.

2. Manuscripts should have numbered lines, with wide margins and double spacing throughout, i.e. also for abstracts, footnotes and references. Every page of the manuscript, including the title page, references, tables, etc., should be numbered. However, in the text no reference should be made to page numbers; if necessary one may refer to sections. Avoid excessive usage of italics to emphasize part of the text.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

3. Manuscripts in general should be organized in the following order: Title (should be clear, descriptive and not too long) Name(s) of author(s) Complete postal address(es) of affiliations Full telephone, Fax No. and e-mail address of the corresponding author Present address(es) of author(s) if applicable

29

Complete correspondence address including e-mail address to which the proofs should be sent Abstract Keywords (indexing terms), normally 3-6 items. Please refer to last index (Vol. 100/3- 4). Introduction Material studied, area descriptions, methods, techniques Results Discussion Conclusion Acknowledgments and any additional information concerning research grants, etc. References Tables Figure captions Tables (separate file(s)) Figures (separate file(s)). 4. Titles and subtitles should not be run within the text. They should be typed on a separate line, without indentation. Use lower-case letter type. 5. S I uni t s s houl d be us e d. 6. Elsevier reserves the privilege of returning to the author for revision accepted manuscripts and illustrations which are not in the proper form given in this guide. Abstracts The abstract should be clear, descriptive and not longer than 400 words. Tables 1. Authors should take notice of the limitations set by the size and lay-out of the journal. Large tables should be avoided. Reversing columns and rows will often reduce the dimensions of a table. 2. If many data are to be presented, an attempt should be made to divide them over two or more tables. 3. Tables should be numbered according to their sequence in the text. The text should include references to all tables. 4. Each table should occupy a separate page of the manuscript. Tables should never be included in the text. 5. Each table should have a brief and self-explanatory title. 6. Column headings should be brief, but sufficiently explanatory. Standard abbreviations of units of measurement should be added between parentheses. 7. Vertical lines should not be used to separate columns. Leave some extra space between the columns instead. 8. Any explanation essential to the understanding of the table should be given as a footnote at the bottom of the table.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

30

Illustrations 1. All illustrations (line drawings and photographs) should be submitted as separate files, preferably in TIFF or EPS format. 2. Illustrations should be numbered according to their sequence in the text. References should be made in the text to each illustration. 3. Illustrations should be designed with the format of the page of the journal in mind. Illustrations should be of such a size as to allow a reduction of 50%. 4. Lettering should be big enough to allow a reduction of 50% without becoming illegible. Any lettering should be in English. Use the same kind of lettering throughout and follow the style of the journal. 5. If a scale should be given, use bar scales on all illustrations instead of numerical scales that must be changed with reduction. 6. Each illustration should have a caption. The captions to all illustrations should be typed on a separate sheet of the manuscript. 7. Explanations should be given in the figure legend(s). Drawn text in the illustrations should be kept to a minimum. 8. Photographs are only acceptable if they have good contrast and intensity. 9. If you submit usable colour figures, Elsevier would ensure that these figures appeared free-of-charge in colour in the electronic version of your accepted paper, regardless of whether or not these illustrations are reproduced in colour in the printed version. Colour illustrations can only be included in print if the additional cost of reproduction is contributed by the author: you would receive information regarding the costs from Elsevier after receipt of your accepted article. Please note that because of technical complications which may arise by converting colour figures to 'grey scale' (for the printed version, should you not opt for colour in

print), you should submit in addition usable black and white figures corresponding to all

colour illustrations. 10. Advice on the preparation of illustrations can be found at the following URL:

http://www.elsevier.com/artworkinstructions

Preparation of supplementary data Elsevier now accepts electronic supplementary material to support and enhance your scientific research. Supplementary files offer the author additional possibilities to publish supporting applications, movies, animation sequences, high-resolution images, background datasets, sound clips and more. Supplementary files supplied will be published free of charge online alongside the electronic version of your article in Elsevier web products, including ScienceDirect: http://www.sciencedirect.com. In order to ensure that your submitted material is directly usable, please ensure that data are provided in one of our recommended file formats. Authors should submit the material together with the article and supply a concise and descriptive caption for each file. For more detailed instructions please visit

http://www.elsevier.com/artworkinstructions.

References 1. All publications cited in the text should be presented in a list of references following the text of the manuscript. The manuscript should be carefully checked to ensure that the spelling of author's names and dates are exactly the same in the text as in the

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

reference list. 2. In the text refer to the author's name (without initial) and year of publication, followed - if necessary - by a short reference to appropriate pages. Examples: "Since Peterson (1988) has shown that..." "This is in agreement with results obtained later (Kramer, 1989, pp. 12-16)".

31

3. If reference is made in the text to a publication written by more than two authors the name of the first author should be used followed by "et al.". This indication, however, should never be used in the list of references. In this list names of first author and co- authors should be mentioned. 4. References cited together in the text should be arranged chronologically. The list of references should be arranged alphabetically on author's names, and chronologically per author. If an author's name in the list is also mentioned with co-authors the following order should be used: publications of the single author, arranged according to publication dates - publications of the same author with one co-author - publications of the author with more than one co-author. Publications by the same author(s) in the same year should be listed as 1974a, 1974b, etc. 5. Use the following system for arranging your references: a. For periodicals Lanusse, C.E., Prichard, R.K., 1993. Relationship between pharmacological properties and clinical efficacy of ruminant anthelmintics. Vet. Parasitol. 49, 123-158. b. For edited symposia, special issues, etc., published in a periodical Weatherley, A.J., Hong, C., Harris, T.J., Smith, D.G., Hammet, N.C., 1993. Persistent efficacy of doramectin against experimental nematode infections in calves. In: Vercruysse, J. (Ed.), Doramectin - a novel avermectin. Vet. Parasitol. 49, 45-50. c. For books Blaha, T. (Ed.), 1989. Applied Veterinary Epidemiology. Elsevier, Amsterdam, 344 pp. d. For multi-author books Wilson, M.B., Nakane, P.K., 1978. Recent developments in the periodate method of conjugating horseradish peroxidase (HRPO) to antibodies. In: Knapp, W., Holubar, K., Wick, G. (Eds.), Immunofluorescence and Related Staining Techniques. North Holland, Amsterdam, pp. 215-224. 6. Abbreviate the titles of periodicals mentioned in the list of references in accordance with BIOSIS Serial Sources, published annually by BIOSIS. The correct abbreviation for this journal is Vet. Parasitol. 7. In the case of publications in any language other than English, the original title is to be retained. However, the titles of publications in non-Latin alphabets should be transliterated, and a notation such as "(in Russian)" or "(in Greek, with English abstract)" should be added. 8. Work accepted for publication but not yet published should be referred to as "in press". 9. References concerning unpublished data and "personal communications" should not be cited in the reference list but may be mentioned in the text. 10. Web references may be given. As a minimum, the full URL is necessary. Any further information, such as Author names, dates, reference to a source publication and so on, should also be given. 11. Articles available online but without volume and page numbers may be referred to by means of their Digital Object identifier (DOI) code. Formulae

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

1. Give the meaning of all symbols immediately after the equation in which they are first used. 2. For simple fractions use the solidus (/) instead of a horizontal line. 3. Equations should be numbered serially at the right-hand side in parentheses. In general only equations explicitly referred to in the text need be numbered. 4. The use of fractional powers instead of root signs is recommended. Powers of e are often more conveniently denoted by exp.

32

5. In chemical formulae, valence of ions should be gi1ven as, e.g. Ca2+, not as Ca++. 6. Isotope numbers should precede the symbols e.g. 8O. 7. The repeated use of chemical formulae in the text is to be avoided where reasonably possible; instead, the name of the compound should be given in full. Exceptions may be made in the case of a very long name occurring very frequently or in the case of a compound being described as the end product of a gravimetric determination (e.g. phosphate as P2O5). Footnotes 1. Footnotes should only be used if absolutely essential. In most cases it should be possible to incorporate the information into the normal text. 2. If used, they should be numbered in the text, indicated by superscript numbers, and kept as short as possible. Nomenclature 1. Authors and editors are, by general agreement, obliged to accept the rules governing biological nomenclature, as laid down in the International Code of Botanical

Nomenclature, the International Code of Nomenclature of Bacteria, and the International Code of Zoological Nomenclature. 2. All biotica (crops, plants, insects, birds, mammals, etc.) should be identified by their scientific names when the English term is first used, with the exception of common domestic animals. 3. All biocides and other organic compounds must be identified by their Geneva names when first used in the text. Active ingredients of all formulations should be likewise identified. 4. For chemical nomenclature, the conventions of theInternational Union of Pure and Applied Chemistry and the official recommendations of the IUPAC-IUB Combined

Commission on Biochemical Nomenclature should be followed. 5. For the denomination of parasitic diseases or infections, authors are requested to follow the Standardized Nomenclature of Animal Parasitic Diseases (SNOAPAD) published in 1988 in Veterinary Parasitology (Kassai, T. et al., 1988. Vet. Parasitol. 29, 299-326). Copyright If excerpts from other copyrighted works are included, the Author(s) must obtain written permission from the copyright owners and credit the source(s) in the article. Elsevier has preprinted forms for use by Authors in these cases: contact Elsevier's Rights Department, Oxford, UK: phone (+1) 215 239 3804 or +44(0)1865 843830, fax +44(0)1865 853333, e-mail [email protected]. Requests may also be completed online via the Elsevier homepage http://www.elsevier.com/permissions.

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

33

Material in unpublished letters and manuscripts is also protected and must not be published unless permission has been obtained. Authors Rights As an author you (or your employer or institution) may do the following: • make copies (print or electronic) of the article for your own personal use, including for your own classroom teaching use • make copies and distribute such copies (including through e-mail) of the article to research colleagues, for the personal use by such colleagues (but not commercially or systematically, e.g., via an e-mail list or list server) • post a pre-print version of the article on Internet websites including electronic pre- print servers, and to retain indefinitely such version on such servers or sites • post a revised personal version of the final text of the article (to reflect changes made in the peer review and editing process) on your personal or institutional website or server, with a link to the journal homepage (on elsevier.com) • present the article at a meeting or conference and to distribute copies of the article to the delegates attending such a meeting • for your employer, if the article is a 'work for hire', made within the scope of your employment, your employer may use all or part of the information in the article for other intra-company use (e.g., training) • retain patent and trademark rights and rights to any processes or procedure described in the article • include the article in full or in part in a thesis or dissertation (provided that this is not to be published commercially) • use the article or any part thereof in a printed compilation of your works, such as collected writings or lecture notes (subsequent to publication of your article in the journal) • prepare other derivative works, to extend the article into book-length form, or to otherwise re-use portions or excerpts in other works, with full acknowledgement of its original publication in the journal Funding body agreements and policies Elsevier has established agreements and developed policies to allow authors who publish in Elsevier journals to comply with potential manuscript archiving requirements as specified as conditions of their grant awards. To learn more about existing agreements and policies please visit http://www.elsevier.com/fundingbodies). Proofs One set of page proofs in PDF format will be sent by e-mail to the corresponding author (if we do not have an e-mail address then paper proofs will be sent by post). Elsevier now sends PDF proofs which can be annotated; for this you will need to download Adobe Reader version 7 available free from

http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html. Instructions on how to annotate PDF files will accompany the proofs. The exact system requirements are given at the Adobe site:

http://www.adobe.com/products/acrobat/acrrsystemreqs.html#70win. If you do not

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

34

wish to use the PDF annotations function, you may list the corrections (including replies to the Query Form) and return to Elsevier in an e-mail. Please list your corrections quoting line number. If, for any reason, this is not possible, then mark the corrections and any other comments (including replies to the Query Form) on a printout of your proof and return by fax, or scan the pages and e-mail, or by post. Please use this proof only for checking the typesetting, editing, completeness and correctness of the text, tables and figures. Significant changes to the article as accepted for publication will only be considered at this stage with permission from the Editor. We will do everything possible to get your article published quickly and accurately. Therefore, it is important to ensure that all of your corrections are sent back to us in one communication: please check carefully before replying, as inclusion of any subsequent corrections cannot be guaranteed. Proofreading is solely your responsibility. Author Services Questions arising after acceptance of the manuscript, especially those relating to proofs, should be directed to Elsevier Ireland, Elsevier House, Brookvale Plaza, East Park, Shannon, Co. Clare, Ireland, Tel.: (+353) 61 709600, Fax: (+353) 61 709111/113, [email protected]. Authors can also keep a track of the progress of their accepted article, and set up e-mail alerts informing them of changes to their manuscript's status, by using the "Track your accepted article" option on the journal's homepage

http://www.elsevier.com/locate/vetpar For privacy, information on each article is password-protected. The author should key in the "Our Reference" code (which is in the letter of acknowledgement sent by the Publisher on receipt of the accepted article) and the name of the corresponding author. Offprints The corresponding author will, at no cost, be provided with a PDF file of the article via e-mail. The PDF file is a watermarked version of the published article and includes a cover sheet with the journal cover image and a disclaimer outlining the terms and conditions of use. Veterinary Parasitology has no page charges

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

35

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

36

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós …livros01.livrosgratis.com.br/cp136088.pdf · classe Secernentea, ordem Ascaridida, superfamília Ascaroidea e família Anisakidae,

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo