UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE … · A piscicultura ornamental vem crescendo muito...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA
TAMARA BOAVENTURA DE AMORIM
VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DE BIOFLOCOS NA PRODUÇÃO DE PLATYS (Xiphophorus maculatus)
CUIABÁ 2016
i
TAMARA BOAVENTURA DE AMORIM
VIABILIDADE ECONÔMICA NA UTILIZAÇÃO DE BIOFLOCOS NA PRODUÇÃO DE PLATYS(Xiphophorus maculatus)
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Márcio Aquio
Hoshiba
CUIABÁ 2015
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus pela dádiva da vida e conseguir chegar até o final de
mais uma jornada.
Aos meus pais, Rubens e Loecy pelo amor, paciência, compreensão e
companheirismo, não medindo esforços para me ajudar a realizar meus sonhos e,
por jamais desacreditarem em mim, até mesmo nos momentos em que eu duvidava.
Mostrando-me sempre a ter fé e jamais desistir dos meus objetivos.
Ao meu irmão Rubens Jr, pelo amor, carinho, e por me aguentar nos
momentos de estresse.
Aos meus avós paternos Petronílio e Juracy e minha avó materna Cecília pelo
amor, carinho, palavras de apoio e especialmente pelas lições de vida.
A todos familiares e amigos, pelo apoio e torcida.
À Universidade Federal do Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e
Zootecnia, e todos os professores que contribuíram para realização deste sonho.
Ao professor e orientador Márcio Aquio Hoshiba, que me recebeu de braços
abertos, pelos conhecimentos transmitidos, paciência, palavras amiga e
principalmente por confiar em mim.
À professora Regina Carvalho, pela ajuda e contribuição na partilha de
conhecimentos.
À banca examinadora deste trabalho na pessoa da, Janessa Sampaio de
Abreu e Calixto Ramos Correa Neto.
ÀS Najas, Anna Luz, Júlia, Juliana, Kamila, Renata e Ronyatta, pela amizade
que construímos durante o curso, os momentos de estudos e especialmente os de
descontrações. Sei que posso contar com vocês e que nossa amizade ultrapassará
esses 5 anos de graduação.
À Alessandra e Alline, pela amizade de vocês que já perdura há anos e pela
compreensão nos momentos de correria ou até mesmo ausência.
“Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que
você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que
você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita
futura.”
Padre Fábio de Melo
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Exemplar de Platy (Xiphophorus maculatus) ...........................................02
Figura 2 - Sistemas de recirculação fechados utilizados no experimento, tratamentos
AC (aquários superiores) e AA (aquários inferiores) ................................................12
Figura 3 - Sistemas de recirculação fechados utilizados no experimento, tratamentos
BC (aquários superiores) e BCA (aquários inferiores) ..............................................12
Figura 4 – Desenho esquemático para comprimento total e padrão.........................14
Figura 5 - Crescimento em peso (g) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante
período experimental de 56 dias................................................................................17
Figura 6 - Comprimento total (mm) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante
período experimental de 56 dias................................................................................18
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Média ± desvio padrão das variáveis avaliadas no desempenho zootécnico de Platy (Xiphophorus maculatus) ..........................................................16 Tabela 2 - Custos comuns aos 4 tratamentos...........................................................19 2.1 - Gasto com infraestrutura de produção (as caixas e equipamentos).......19 2.2 - Gastos com mão de obra......................................................................20 2.3 – Gatos com alevinos..............................................................................20 Tabela 3 - Custos específicos dos tratamento..........................................................20 3.1 Gastos com bioflocos. ............................................................................20 3.2 - Gastos com ração.................................................................................20 3.3 – Gastos com reagentes para algas.......................................................21 Tabela 4 - Custo de cada tratamento........................................................................21 4.1 – Tratamento AC.....................................................................................21 4.2 – Tratamento AA.....................................................................................21 4.3 - Tratamento...........................................................................................21 4.4–Tratamento BCA....................................................................................22 Tabela 5- Custo por animal em cada tratamento.......................................................22
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................ 5 3. REVISÃO ............................................................................................................... 6 4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 11 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 16 6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 24
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 25 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 26
RESUMO
A piscicultura ornamental vem crescendo muito nos últimos anos auxiliada
pela busca de novas tecnologias, um exemplo é o bioflocos, que auxilia no controle
da qualidade da água de cultivo, estimulando o desenvolvimento de comunidade
microbiana através da manutenção das concentrações carbono e nitrogênio. Neste
sistema a reposição de água é mínima, e os flocos que também servirão como fonte
de alimentos são formados através dos restos de fezes e ração. O objetivo deste
estudo foi avaliar a viabilidade de exploração de Platys em diferentes sistemas com
bioflocos, onde se desenvolveu um experimento em 2 etapas, a primeira no
Laboratório de Aquariofilia da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana
e a segunda parte consistiu na tabulação dos dados e análises de exploração,
realizados na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá. O
experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com quatro
repetições em cada tratamento. Dentre os tratamentos estão AC (água - controle),
AA (Água + Alga Ankistrodesmus sp.), BC (Bioflocos) e BCA (Bioflocos + Alga
Ankistrodesmus sp.). O peso médio inicial foi de 0,054g, onde se obteve taxa de
sobrevivência de até 100%. O custo por animal por tratamento foi de R$ 1,80;
R$1,87; R$1,83 e R$1,89 respectivamente. Concluiu que a utilização de meios
heterotróficos é viável para produção de peixes ornamentais, pois possibilita
aumentar a taxa de estocagem e consequentemente diminui o custo unitário.
Palavras-chaves: aquicultura, ornamental, sistema heterotrófico.
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1. INTRODUÇÃO
A utilização de peixes para fins estéticos é bastante antiga, iniciou-se com os
chineses a mais de 3 milênios, utilizando a espécie Carassius auratus. Outros
registros também foram encontrados nas culturas egípcia, romana e também na
oriental, confirmando isso nas ilustrações de peixes ornamentais em tanques no
Egito Antigo (VINATEA ARANA, 1995). Com o passar dos anos, a aquariofilia vem
crescendo e hoje assume um importante papel econômico, sendo considerado o
segundo hobby do planeta, perdendo somente para a coleção de selos. O aumento
da demanda de peixes, especialmente por aquaristas dos países desenvolvidos a
partir da década de 90, teve um crescimento de 10% ao ano de 1991 a 1996
(FISHSTAT PLUS, 2008).
Segundo a FAO, desde o ano de 1985 a exportações de peixes ornamentais
no mundo apresenta um crescimento médio de 14% ao ano, mesmo com a queda
entre os anos de 1998 e 1999, onde esse ocorrido foi justificado por pesquisadores
pelo El Niño ocorrido nos anos de 1997 e 1998 (Prang, 2007). Dentre os maiores
exportadores de peixes ornamentais estão os países do sudeste asiático como,
Cingapura, Sri Lanka, Hong Kong entre outros. Já na América do Sul, destacam-se
Colômbia, Brasil e Peru.
O Brasil possui uma área alagada em reservatório maior que 5 milhões de
hectares e uma costa de mais de 8.000 km (FAO, 2009) e é um país com elevado
potencial de desenvolvimento no setor da aquicultura, além de ser o quarto país com
maior taxa de crescimento anual na aquicultura (DIDAQ, 2007).
Um dos cuidados que devem ser tomados para manter esse tipo de hobby
sustentável é quando se trata da introdução de espécies exóticas e os riscos
associados a eles (MAGALHÃES et al., 2010). Estudos indicam que a proporção do
impacto causado pela introdução de espécies ornamentais no Brasil ainda é
insuficiente. Porém, deve haver a conscientização do aquicultor, onde este deve ter
um controle quanto à fuga junto com o aquarista que deve descartar os animais de
maneira adequada.
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O Platy (Xiphophorus maculatus) é um peixe ornamental da ordem
Cyprinodontiformes e família Poeciliidae. É um animal que possui um tamanho
médio de 2,4 cm, podendo chegar a 6 cm de comprimento, de comportamento
pacífico apesar de alguns machos poderem se tornar agressivos entre si (KALLMAN,
1975).
Quanto ao habitat, estão presentes em regiões de água doce e/ou bento
pelágico, podendo ser encontrados também em canais, valas com águas lentas,
fundos e bancos de lodo, riachos e brejos (ALLEN et al.2002). Podem ser
encontrados na América Central e do Norte- da cidade de Veracruz no México ao
norte de Belize (REIS et al. 2003). Quanto à sua biologia: alimenta-se de crustáceos
e matéria vegetal (ALDERTON, 2008). Quando criados em aquários a maturação
sexual é atingida por volta de 3 a 4 meses, reproduzindo com facilidade (RIEHL E
BAENSCH, 1991). São animais tolerantes a pequenas variações de temperatura e
pH, adequados para aquaristas inexperientes (PACHECO, 2009). São ovovivíparos,
onde os ovos que foram fecundados serão desenvolvidos no ventre da fêmea e seus
alevinos quando nascem apresentam as características fenotípicas de um adulto da
espécie (LIMA, 2003).
Figura 1– Exemplar de Platy (Xiphophorus maculatus)
Fonte: http://www.segrestfarms.com
Na produção aquícola tradicional, há utilização de água em larga escala e a
elevada quantidade de afluente é inevitável, e muitas das vezes voltam para o
ambiente natural sem tratamento adequado. No entanto, a preocupação e a pressão
com a preservação ambiental estão cada vez maiores e como forma de amenizar
esta situação e reduzir os problemas ambientais surgiu-se então a criação em
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bioflocos (“Biofloc Technology”-BTF) que se diferencia das demais tecnologias, uma
vez que toda criação pode ser realizada sem renovação de água ou utilização de
filtros para tratamento (KUBITZA, 2011).
Em 1970 o Ifremer-COP (Instituto Francês para a Exploração do Mar, Centro
do Oceano Pacífico), desenvolveu pela primeira vez o BTF, utilizando diferentes
espécies de peneídeos, dentre elas Penaeus monodon, Fenneropenaeus
merguiensis, Litopenaeus vannamei e L. stylirotris (EMERENCIANO et al., 2012). O
bioflocos visa uma criação com aproveitamento dos microrganismos presente na
água como alimentação natural, oriundo dos excrementos dos animais e o
excedente de ração não consumida no fornecimento. Estes tem capacidade de
assimilar os compostos nitrogenados presentes na água de cultivo e associar-se a
suplementação de fontes de carbono, produzindo compostos proteicos
(AVNIMELECH, 2007).
A indústria da aquarofilia tem desenvolvido equipamentos para produção de
peixes ornamentais em SRA (sistema de recirculação de água), visto que à
produção de peixes ornamentais tem uma grande relevância para o setor da
aquicultura. Até pouco tempo a captura desses animais eram de forma extrativista
tanto aqui no Brasil (Rio Amazonas) como no sudeste da Ásia, como forma de
resposta às pressões ambientalistas, acredita-se que a utilização de SRA na criação
de peixes ornamentais abrange cada vez mais espécies, evitando o desequilíbrio
ambiental causado por explorações extrativistas (HALACHMI, 2006). Com a
utilização desse sistema, o controle da produção fica mais fácil, aumentando a
eficiência do sistema além de amenizar a ocorrência de patógenos (FADHIL, 2011).
O surgimento da SRA em laboratórios de forma comercial deu-se pela
necessidade de técnicas e equipamentos mais sofisticados para criações em
pequenos espaços. Assim a produção dos animais aconteceria em laboratório,
semelhante a um biotério, o que permitiria um elevado controle nos parâmetros de
qualidade de água, mas principalmente na manutenção de unidades estéreis.
AVDESH et al. 2012, descrevem um exemplo deste protocolo, que refere-se sobre
os cuidados e manutenção em laboratório de peixe-zebra Danio rerio. Nele o
interesse era realização de trabalhos em genética, farmacologia e pesquisa
comportamental. Com isso, percebe-se que este tipo de tecnologia além da
vantagem comercial, é uma alternativa de reduzir o uso de água na aquicultura,
diminuindo os custos na produção. A análise econômica deve ocorrer no momento
4
do desenvolvimento do projeto a ser executado futuramente e precisam ser
detalhadas, pois elas são o conhecimento e análises de custo de produção do
cultivo de peixe e a não realização desta etapa implicará em um fracasso da
produção (CASACA E TOMAZELLI JÚNIOR, 2001).
Gameiro e Cardoso (2001) relatam que o custo de produção é uma
característica fundamental para qualquer atividade produtiva. Em especial na
piscicultura, onde a busca pela competição perfeita ocorre constantemente. Com
isso, sabe-se que os custos tanto da piscicultura comercial quanto ornamental, são
baseados no sistema de produção, da área geográfica que se encontra e da
tecnologia que será utilizada.
Com a busca cada vez maior por uma produção aquícola sustentável, que
também proporcione lucro ao produtor, surge a necessidade de realizações de
trabalhos que utilizem novas tecnologias. Sendo assim este trabalho aborda a
tecnologia do bioflocos a fim de determinar a viabilidade da sua utilização.
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2. OBJETIVO
Avaliar a viabilidade de exploração, utilizando bioflocos, algas e um sistema
multitrófico, na produção de Platy (Xiphophorus maculatus).
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar o sistema mais viável para o Platy (Xiphophorus
maculatus), analisando o sistema convencional (água); a inoculação da
alga Ankistrodesmus sp. (unialgal); e a combinação dos meios
heterotróficos e unialgal;
Determinar o melhor sistema de cultivo para Platy (Xiphophorus
maculatus)
Avaliar sobrevivência do Platy (Xiphophorus maculatus) nos diferentes
meios de cultivo.
Verificar qual o melhor sistema de produção em termos de viabilidade
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3. REVISÃO
Apesar de já ocorrerem estudos quanto a utilização de bioflocos antes da
década de 90, somente a partir dessa época houve uma maior repercussão nesta
área. EUA, América Central e Israel foram os locais de maior relevância em
aprimoramento da atividade e conhecimento, tanto na área de carcinicultura
(CHAMBERLAIN E HOPKINS, 1994) como a de piscicultura (AVNIMELECH, 1999;
CRAB et al. 2007; AZIM E LITTLE, 2008).
O sistema de bioflocos também pode ser definido por “Zeah” (“zero Exchange,
aerobic,heterotrhophic”), assim como McNeil (2000) definiu. Este tipo de sistema
recebe um manejo diferenciado em sua produção, fazendo com que os compostos
nitrogenados existentes na água de criação sejam convertidos em biomassa
bacteriana ou bioflocos, a partir de incorporação destes nutrientes pelas bactérias
heterotróficas do meio (EBELING et al. 2006, AVNIMELECH, 2007).
Ballester et al. (2010) e Rocha et al (2012), definem bioflocos como partículas
com formato de material floculados que foram colonizados por microalgas,
flagelados, rotíferos, ciliados e bactérias heterotróficas, suspensos na coluna d’água
que são controlados pela relação C:N na água, sendo composto especialmente de
microrganismos, fezes, exoesqueleto, entre outros.
O sistema de bioflocos tem como objetivo estimular o desenvolvimento de
uma elevada comunidade microbiana através da manipulação da relação C:N na
água de cultivo, onde a reposição de água será mínima, e bactérias e outros
microrganismos formarão os bioflocos através dos restos de fezes e ração
(KUBITZA, 2011).
A relação C:N deve ser estabelecida entre 15 a 20:1, para proporcionar o
aparecimentos das bactérias heterotróficas e consequentemente a formação dos
bioflocos (AVNIMELECH, 2009). Para que isso ocorra como fonte de carbono é
utilizada melaço de cana de açúcar e ou dextrose, que irá alterar a relação C:N junto
com a aeração constante e formar os flocos. Após sua formação, são utilizados
como fonte de suplementação para os animais e assimilarão os compostos
nitrogenados presente na água que podem ser tornar tóxicos para os mesmos. Outro
benefício do bioflocos é a redução da exigência de altos teores de proteína bruta das
rações, que consequentemente irá reduzir os custos da produção (WASIELESKY et
al., 2006).
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Este sistema é totalmente dependente de oxigênio, visto que as bactérias
heterotróficas são aeróbicas e o revolvimento constante da água é fundamental para
que os bioflocos se mantenham em suspensão na água. Consequentemente a isso
ocorrerá o crescimento das bactérias heterotróficas que sintetizam proteína a partir
do carbono orgânico e nitrogênio inorgânico, que promoverá a ciclagem dos
compostos nitrogenados no sistema, melhorando a qualidade da água
(AVNIMELECH, 1999).
Entre os integrantes do bioflocos está o probiótico, que é definido por
Gastesoupe (1999) como: células microbianas que se mantém vivas no trato
gastrointestinal tendo como objetivo, melhorar a saúde do animal. Porém, a
eficiência desse tipo de suplemento na aquicultura não está bem reconhecida na
área.
Dentre os mecanismos de atuação dos probióticos estão presentes: fonte de
nutriente que atua sobre a qualidade de água, exclusão competitiva de bactérias
patogênicas, contribuição enzimática para digestão, melhora da resposta imune e
efeitos antivirais (BALCÁZAR et al. 2006).
A utilização de probióticos atua na persistência das bactérias benéficas, e
consequentemente contribuem para o desempenho dos organismos cultivados.
Porém, nesse tipo de sistema a ocorrência de acúmulo de matéria orgânica é
existente, e esta faz com que os níveis de oxigênio sejam reduzidos (AVNIMELECH,
2001; BOYD E CLAY, 2002). Deste modo o probiótico auxilia na decomposição
desta matéria orgânica acumulada e consequentemente proporciona ao meio, níveis
de oxigênio equilibrado (MORIARTY,1997).
Quanto à produção e eficiência de retenção de nitrogênio vários autores
mostram resultados satisfatórios quando utilizam fontes de carbono orgânico
(açúcar, melaço, amido de mandioca) para estimular o desenvolvimento de bactérias
heterotróficas. O melaço, por exemplo, subproduto do processo de refinamento do
açúcar, possui 17 a 25% de água e teor de açúcar de 45 a 50% (NAJAFPOUR;
SHAN, 2003). É um subproduto que está cada vez mais sendo aderido na
preparação de meios heterotróficos (EMERENCIANO et al., 2007).
Dentre as vantagens na produção em bioflocos encontramos: aumento da
produtividade, utilização de menores áreas de cultivo, aumento da biossegurança,
diminuição ou isenção da renovação de água, maior estabilidade do sistema,
redução da quantidade de proteína nas rações, maior disponibilidade de alimento
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natural, comunidade microbiana atuando como probiótico e menor impacto
ambiental. Porém também há as desvantagens onde existe maior custo de
instalação, maiores gastos com energia na aeração, maior custo operacional,
acúmulo de fósforo no sistema (risco com cianobactérias) e risco com surgimento de
microrganismos tóxicos.
A alga é um elemento introduzido ao bioflocos e serve também de alimento
aos organismos aquáticos, tanto em seu meio natural quanto em espaços artificiais.
Diante disso, ele torna-se essencial quando garante a um melhor crescimento e
sobrevivência dos peixes, principalmente no início da vida. Furuya (1999) garante
que este elemento aumenta as chances de sobrevivência desses animais e
disponibiliza nutrientes essenciais para este período. Para Garcia (2011) “Em
sistemas aquáticos as microalgas possuem importante papel na ciclagem de
nutrientes, estabilizando o pH, removendo o dióxido de carbono, produzindo
oxigênio e propiciando a melhoria na qualidade de água, através de compostos
oxigenados.”
Nos ambientes artificiais algumas microalgas são mais consumidas pelos
peixes de água doce. Dentre elas encontra-se a espécie ANkistrodesmus sp. que
atua como alimento na fase larval dos peixes e possui grande resistência no intenso
manejo característico desse meio artificial. Além disso, possui uma cor verde intenso
e forma filamentosa. Para garantir a saúde e qualidade dos peixes criados nesse
ambiente faz-se necessário o uso de algas que possuam todas as propriedades
essenciais para um desenvolvimento eficaz e vigoroso desses animais. Deve-se
optar por algas que possuam uma maior quantidade de nutrientes, mas que também
resista às características do meio.
As Chlorophyceae unicelulares são micro algas utilizadas no cultivo em
laboratório e participam significativamente da alimentação de organismos
planctônicos e em especial Ankistrodesmus gracilis, comum da região sudeste do
Brasil, com capacidade de incremento na atividade aquícola (SIPAÚBA-TAVARES,
1995). Segundo Emericiano (2007), elas são utilizadas nos cultivos animais,
principalmente camarões e algumas espécies de peixes em sistemas de bioflocos
formados durante o ciclo de produção. Atuam como suplemento alimentar dos
animais, e assimilam compostos nitrogenados presentes na água de cultivo, sendo a
mesma reutilizada por diversos ciclos.
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Ao se definir ou estudar a utilização de sistemas de produção se torna muito
importante também verificar os custos oriundos de cada. Nogueira (2004) defende
que as tomadas de decisões fundamentadas nos dados adquiridos, são mais
importantes que estimar e controlar os custos de produção e para isso, não existe
um modelo pronto a ser seguido, existem métodos mais rigorosos e outros mais
flexíveis, no entanto, ambos devem permitir que o produtor tome decisões gerenciais
e operacionais baseando nas informações de custo.
“A falta de indicadores econômicos gera um alto grau de incerteza para o
desenvolvimento da atividade.” (FURLANETTO; ESPERANCINI, 2009). Segundo
Carneiro et al, apud, Furlaneto e Esperancini (2009) recentemente não persiste um
modelo adequado de produtividade e viabilidade econômica para cultivos intensivos
e semi-intensivos no Brasil. A partir daí observam-se duas funções
gerenciais/empresarias destacando-se na contabilidade de custos. A primeira
caracteriza-se pelo auxilio ao controle e assistência nas tomadas de decisões. “No
que diz respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o
estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num
estágio imediatamente seguinte, o acompanhamento daquilo que efetivamente
aconteceu para comparação com os valores anteriormente definidos.” (MARTINS,
2006).
Os projetos são designados para avaliação com o objetivo de garantir
possíveis subsídios, em que para Sabbag et al. (2007) essas tomadas de decisões
podem definir o êxito do empreendimento. Para completar, Ludícibus (1986) e
Martins (1993a), afirmam que a importância dos custos nessas atividades lucrativas
tornam-se fundamentais, afinal uma boa gestão garante a qualidade do produto para
competividade e continuidade no mercado. Sabbag et al. (2007) afirma que embora
a piscicultura brasileira seja uma atividade recente, a avaliação econômica dos
projetos disponibiliza subsídios para tomadas de decisões gerenciais que contribuem
para êxito do empreendimento.
Nesses projetos é comum encontrar os custos de determinados produtos, por
isso surge a Gestão de Custos que tem como objetivo determinar o custo da
produção em questão. Esse departamento é indispensável já que nenhuma empresa
ou organização sobrevive sem um sistema, ainda que básico, de contabilidade de
custos. Leone (2000) garante que essa contabilidade faz parte da Contabilidade
Geral e desempenham diversos papéis desde o auxílio às funções de determinação
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de desempenho, de planejamento e controle das operações para a tomada de
decisões.
Bornia (1995), diz que: "o efetivo controle das atividades produtivas é
condição indispensável para que qualquer empresa possa competir em igualdade de
condições com seus concorrentes, hoje em dia. Sem este controle, ou seja, sem a
capacidade de avaliar o desempenho de suas atividades e de intervir rapidamente
para a correção e melhoria dos processos, a empresa estará em desvantagem frente
à competição mais eficiente". Diante disso é essencial considerar que a gestão de
custos é indispensável para muitos sistemas organizacionais, afinal garante uma
segura manutenção de suas atividades e sucesso dos negócios/operações.
Em outra perspectiva, observa-se que de acordo com o posicionamento
estratégico, os custos assumem papéis distintivos. Permitindo diferentes formas de
atuação das administrações (maior ou menor ênfase ao seu controle),
independentemente das técnicas a serem utilizadas. Para Ludícibus (1988) essas
características geram um fator diferenciador em relação a concorrentes, pares ou
mesmo entre unidades de uma mesma organização.
Ao realizar a análise da situação econômica, rentabilidade da empresa, o foco
não deve permanecer apenas em seu lucro. Deve-se comparar o lucro com o ativo,
visto que é o ativo da empresa que gera receita, e consequentemente o lucro.
Sobre a relevância do que foi descrito, torna-se importante analisar a
viabilidade da utilização de bioflocos nos sistemas de produção para peixes
ornamentais, haja vista que este tipo de produção promove redução no tempo de
produção, é mais sustentável que outras tecnologias e estudos nessa área ainda
são incipientes.
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 LOCAL
O experimento foi dividido em 2 etapas, a primeira desenvolvida no
Laboratório de Aquariofilia da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana,
no período de janeiro a março de 2015, totalizando cinquenta e seis dias, a segunda
etapa consistiu na tabulação dos dados e análise de viabilidade, realizados na
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá, no período de agosto a
setembro de 2016.
4.2 ANIMAIS
Foram utilizados cento e sessenta alevinos de Platy (Xiphophorus maculatus),
sem determinação de sexo, oriundos da reprodução de matrizes do laboratório,
distribuídos em dezesseis aquários com capacidade útil de vinte e cinco litros de
água divididos em quatro sistemas fechados independentes de recirculação de
água. Cada sistema foi composto por quatro aquários e uma caixa de manutenção
da água sem biofiltro com recirculação por meio de bombas submersas, dotados de
aeração constante, temperatura controlada e fotoperíodo mantido em 12 h claro e 12
h escuro dia-1. Em todos os aquários foram colocadas telas de nylon (tamanho
30cmx10cm), servindo de substrato para o biofloco aderir. A água nos sistemas não
foi renovada, sendo reposta apenas a quantidade perdida por evaporação.
4.3 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
O delineamento experimental foi constituído por quatro tratamentos com
quatro repetições: AC (água - controle); AA (Água + Alga Ankistrodesmus sp.); BC
(Biofloco) e BCA (Biofloco + Alga Ankistrodesmus sp.).
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Figura 2: Sistemas de recirculação fechado utilizados no experimento. Tratamentos AC (aquários superiores) e AA (aquários inferiores)
Fonte: Marjana Cardoso, 2015.
Figura 3: Sistemas de recirculação fechado utilizados no experimento. Tratamentos BC (aquários superiores) e BCA (aquários inferiores)
Fonte: Marjana Cardoso, 2015.
Antes de receber os animais, procedeu-se a preparação dos sistemas BC e
BCA, que consistiu na fertilização nos dias um, três e cinco com 2,0 g de probiótico
PAS-TR®, 1,0 g de melaço de cana-de-açúcar em pó e 0,75 g de farelo de arroz em
cada fertilização para a formação dos flocos. A cultura de alga adicionada nos
tratamentos AA e BCA foi formada a partir do método utilizado por Borghetti (2009).
Após o início do ensaio experimental as quantidades foram ajustadas para 0,2 g de
probiótico e 0,75 g de farelo de arroz, fixos até o final do experimento, três vezes a
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cada sete dias. A quantidade de melaço de cana-de-açúcar em pó foi calculada de
acordo com a quantidade de ração ofertada com as equações segundo Silva (2009),
adaptadas de estudos de Avnimelech (1999), Hari et al. (2004) e Samocha et al.
(2007), sendo assim corrigida após cada biometria.
As quantidades de melaço adicionados nos tratamentos BC e BCA foram
calculadas com base nas relações C:N (Carbono/Nitrogênio) na quantidade de
nitrogênio da ração convertida em amônia (∆N) e no conteúdo de carbono no melaço
(%C), de acordo com as equações 1 e 2:
∆Melaço = [∆N x (C:N)] x %C-1
(Equação 1)
∆N = Q Ração x %N Ração x % N Excreção
(Equação 2)
A quantidade de melaço adicionada em cada unidade experimental,
requerida nas relações C:N dos tratamentos, foi calculada usando as equações (1) e
(2), ou seja:
∆Melaço = [(QRação x %NRação x %NExcreção) x (C:N)] x %C-1
(Equação 3)
O melaço utilizado continha cerca de 30% de carbono, portanto ao utilizar
ração comercial contendo 40% de proteína (6,4% N) e considerando que 50% do
nitrogênio da ração é excretado (%NExcreção), segundo Avnimelech (1999), tem-se:
∆Melaço= [(QRação x 0,064 x 0,5) x (C:N)] x 0.30-1
= QRação x 0.1067 x (C:N)
(Equação 4)
Nos tratamentos AA e BCA procedeu-se a inoculação de uma cultura unialgal
de Ankistrodesmus sp. O crescimento da alga foi feito em um meio suplementado. A
quantidade de alimento ofertada foi de 5% do peso vivo ao dia de ração comercial
floculada com 40 % proteína bruta, divididos em 2 refeições diárias (9h e 17h).
14
4.4 BIOMETRIA
As biometrias ocorreram a cada sete dias onde foram mensurados peso,
comprimento total e comprimento padrão, que foram utilizados para os cálculos dos
seguintes parâmetros zootécnicos.
Figura 4: Desenho esquemático para comprimento total e padrão
Fonte: www.agron.com.br
Ganho em Peso - GP(g)
Peso final – Peso Inicial
Sobrevivência
(Número final de peixes x 100)/ Número inicial de peixes
Durante o período experimental foram analisados os parâmetros físico-
químicos da água dos quatro sistemas: temperatura (°C), condutividade (µS.cm-1) e
pH utilizando sonda multiparâmetro; turbidez por meio de turbidimetro; oxigênio
dissolvido (mg.L-1) por oxímetro e amônia e nitrito utilizando kit colorimétrico.
Análise estatística
As médias obtidas foram submetidas aos testes de normalidade e
homocedasticidade pelos testes de Shapiro Wilk e Levene (p>0,05),
respectivamente, e submetidos à análise de variância ANOVA. As médias quando
significativas, (p<0,05) foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
15
4.5 VIABILIDADE
Para os dados de viabilidade de exploração foram utilizados cálculos,
baseado nos custos fixos segundo Reis (1986), que define estes custos como
aqueles que ultrapassam o curto prazo, ou seja, aqueles que têm vida útil maior,
ficando na propriedade por mais de um ciclo e são alterados com menor frequência.
Além desses custos foram utilizados, cálculos de depreciação da infraestrutura, de
acordo com a legislação tributária, onde conceitua a depreciação como a redução do
valor dos bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou
obsolescência.
Para mão-de-obra contratada, estão assegurados pela Consolidação das Leis
de Trabalho com todos seus direitos inclusos, além do salário estão inclusos
encargos sociais, tais como, férias, decimo terceiro, INSS etc.
Para os custos com alimentação e alevinos também foram baseados nos
custos variáveis segundo Reis (1986), que definem como os recursos que são
alterados em curto prazo, ou seja, aqueles que precisam ser repostos a cada ciclo.
Este mesmo autor também relata que os custos variáveis exigem gastos monetários
diretos e em curto prazo.
16
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 DESEMPENHO ZOOTÉCNICO
Diante dos resultados da avaliação zootécnica dos peixes (Tabela 2) foram
identificadas diferenças significativas (p<0,001) para variáveis analisadas em relação
ao início e final do ensaio experimental.
O peso final dos peixes submetidos ao tratamento BC foi superior aos demais
tratamentos, entretanto não se deve deixar de mencionar a potencialidade do
tratamento BCA justificado pela igualdade estatística ao BC nos dados de ganho em
peso.
Tabela 1: Média ± desvio padrão das variáveis avaliadas no desempenho zootécnico de Platy (Xiphophorus maculatus).
Variáveis Tratamentos*
AC AA BC BCA P
Peso inicial (g) 0,054±0,01 0,056±0,00 0,054±0,01 0,053±0,00 ns**
Peso final (g) 0,073±0,02d 0,111±0,01
c 0,288±0,045
a 0,215±0,01
b <0,001
Ganho em peso(g) 0,019±0,02b 0,055±0,00
b 0,211±0,03
a 0,162±0,02
a <0,001
Fator de condição 0,44±0,09b 0,56±0,03
b 1,03±0,11
a 0,87±0,05
a <0,001
Sobrevivência (%) 57,5b 35,0
c 95,0
a 100
a <0,001
abcdLetras diferentes na mesma linha diferenciam entre si pelo teste de Tukei a 5% de probabilidade.* AC -
água; AA - alga; BC- bioflocos e BCA – bioflocos + alga.** Não significativo. ***Taxa de crescimento específico.
Algumas espécies de peixes são capazes de se adaptar de forma tão
eficiente em sistemas de bioflocos, podendo até diminuir o fornecimento de ração e,
assim, reduzir os custos (AVNIMELECH, 2007). Os resultados obtidos dos animais
cultivados em sistemas com a presença de bioflocos demonstraram melhor
desempenho zootécnico, apresentando diferenças significativas em relação aos
demais tratamentos, onde essa diferença pode indicar a adaptabilidade e o
aproveitamento do bioflocos como fonte de alimento para o Platy (Xiphophorus
maculatus).
As médias do peso e comprimento total dos peixes, ao longo das biometrias
realizadas nos dias 7, 28, 42 e 56 são apresentadas nas Figuras 4 e 5. Diante
destes resultados podemos identificar que a partir do dia 28, após o início do ensaio
experimental, os peixes submetidos ao tratamentos BC e BCA apresentam os
17
maiores peso e comprimento total em comparação aos demais tratamentos, e este
resultado se mantém ate o final do experimento.
Figura 5 Crescimento em peso (g) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante o período
experimental de 56 dias
AC AA BC BCA
7 28 42 56
DIAS
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
PE
SO
(g)
a
a
aa
b
b
b
b
c
c d
d
Legenda: AC - água; AA - alga; BC – bioflocos e BCA – bioflocos + alga.
18
Figura 6: Comprimento total (mm) de Platy (Xiphophorus maculatus) durante o período
experimental de 56 dias
AC AA BC BCA
7 28 42 56
DIAS
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
CO
MP
RIM
EN
TO
TO
TA
L (m
m)
a
b
c
b
bb
b
a
a
aa
a
Legenda: AC- água; AA - alga; BC – bioflocos e BCA – bioflocos + alga.
Entretanto, houve diferença entre os tratamentos BC e BCA para a variável de
peso final, o que não ocorreu em relação ao ganho de peso (Tabela 1).
As baixas taxas de sobrevivência nos tratamentos AC e AA, 57,5% e 35%
respectivamente, podem ser explicadas pelos manejos constantes de limpeza os
aquários, devido a ausência de sistemas de filtros, e pela disponibilidade de apenas
alimento comercial seco. Acredita-se que a mesma oferecida de forma única, não foi
suficiente para suprir uma boa nutrição, que pode ter ocasionado estresse e
desnutrição, consequentemente resultando em baixo ganho de peso dentre os
animais desses tratamentos. Em estudos com tilápia (Oreochromis niloticus)
Nootong et al. (2011) compararam o sistema de bioflocos com sistema somente
água (controle) durante 50 dias, onde não foi encontrada diferença significativa entre
os tratamentos.
Apesar dos sistemas com a presença da alga apresentarem resultados não
satisfatórios, quando comparados ao bioflocos, estudos realizados por Sun et al.
(2012) cultivando peixes ornamentais em Israel observaram maior crescimento dos
peixes quando alimentados com dietas enriquecidas com biomassa de microalgas
do que em qualquer outro tipo de dieta.
19
De acordo com Vidal (2006), o sistema semi-intensivo é o mais adotado no
Brasil para o cultivo de peixes ornamentais, e caracteriza-se por certa intervenção do
produtor na correção de alguns parâmetros de qualidade da água e do uso de ração
para suplementar a alimentação natural. Já no sistema intensivo, existe alto controle
sobre as características da água de cultivo e os peixes dependem exclusivamente
da ração como fonte de nutrientes.
Nota-se dessa forma que os sistemas de cultivo com a presença do bioflocos
apresentaram um melhor resultado no geral. Em estudo realizado por Fróes (2012),
a fertilização com uma fonte rica em carbono orgânico (melaço de cana) nos viveiros
de cultivo intensivo sem renovação de água do camarão L. vannamei mostrou-se
eficiente para um melhor desempenho zootécnico. Najdegerami, et al (2016)
encontraram bons resultados em experimento com bioflocos, no qual, mesmo com a
diminuição em 25% da quantidade de alimentação, o desempenho zootécnico não
diferiu significativamente do tratamento controle, no qual havia a totalidade de
alimentação diária com ração comercial e sem a presença de bioflocos.
5.2 VIABILIDADE DE EXPLORAÇÃO A partir desses resultados zootécnicos foram realizadas as seguintes análises
e considerações:
Custos comuns aos 4 tratamentos:
Gastos com infraestrutura de produção: descrição de todos equipamentos utilizados, informando o preço, vida útil, quantidade utilizada e a depreciação que se encontram na tabela 3.1
Gastos com mão de obra: baseando-se nas normas do CLT, garantindo todos seus direitos, quando o salário do funcionário for um salário mínimo.
Gastos com alevinos: relato de quantos animais foram adquiridos, seus respectivo preço e a quantidade utilizada por tratamento.
Tabela 2 - Custos comuns aos 4 tratamentos 2.1 Gastos com infraestrutura de produção (as caixas e equipamentos)
Descrição Preço Vida Útil
(mês)
Quantidade Valor Total Depreciação por mês
Bombas R$ 120,00 60 4 R$ 480,00 R$ 8,00 Aquecedores R$ 60,00 60 4 R$ 240,00 R$ 4,00 Aquário 25L R$ 40,00 120 16 R$ 640,00 R$ 5,33 Caixa manutenção R$ 60,00 120 4 R$ 240,00 R$ 2,00 Tela nylon (m) R$ 8,00 120 1,20 R$ 9,60 R$ 0,08 Lâmpada fluorescente R$ 5,00 12 4 R$ 20,00 R$ 1,67
Total gasto no experimento (por mês) R$ 21,08 Total gasto por tratamento (em dois meses) R$ 10,54
20
2.2 Gastos com mão de obra
Descrição Preço unidade Quantidade Total
Mão de obra R$ 880,00 Salário mínimo R$ 15.136,00/ ano Total de mão de obra por ciclo, ou 30 horas de trabalho R$ 165,00
Total de mão de obra por tratamento, ou quatro aquários R$ 41,25
2.3 Gastos com alevinos
Descrição Preço unidade Quantidade Total
Alevinos Platy R$ 0,50 160 R$ 80,00 Total gasto por tratamento 40 R$ 20,00
Custos específicos dos tratamentos:
Gasto com bioflocos: onde foram descritos os produtos utilizados para
formação do bioflocos, suas respectivas quantidades e preços.
Gasto com alimentação: detalhamento de cada tratamento quando a
quantidade utilizada e o preço gasto em cada um.
Gasto com reagentes para algas: apresentação de todos reagentes utilizados
na manutenção das algas, quanto a sua proporção e o valor gasto em cada
reagente.
Tabela 3- Custos específicos dos tratamentos 3.1 Gastos com bioflocos
Descrição Preço Unidade Quantidade Total
Probiótico R$ 493,00 10kg 16,02g R$ 0,55 Melaço R$ 50,00 25kg 40,88g R$ 0,045
Farelo arroz R$ 650,00 1T 44,25g R$ 0,225 Total gasto no experimento R$ 0,825
3.2 Gasto com alimentação
Descrição Preço unidade
Quantid. de ração
Preço gasto com ração
Preço da alga
Preço gasto com bioflocos
Total
AC- ração R$ 90,00 (1kg) 4,95 g R$ 0,44 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,44 AA- raç. +alga R$ 90,00 (1kg) 5,09 g R$ 0,45 R$ 2,35 R$ 0,00 R$ 2,80 BB- bioflocos R$ 51,95(1kg) 9,43 g R$ 0,84 R$ 0,00 R$ 0,825 R$ 1,72 BCA-bio.+alga R$ 51,95(1kg) 9,71g R$ 0,87 R$ 2,35 R$ 0,825 R$ 4,04
21
3.3 Gasto com reagentes para algas
Tabela 4- Custo de cada tratamento 4.1 Tratamento AC
Tratamento AC- ração Total
Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração
R$ 10,54 R$ 20,00
R$ 41,25 R$ 0,44
Total de Gastos: R$ 72,23
4.2 Tratamento AA
Tratamento AA- ração+ Alga Total
Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração - Alga
R$ 10,54 R$ 20,00
R$ 41,25 R$ 0,45
R$ 2,35 Total de Gastos: R$ 74,59
4.3 Tratamentos BC
Tratamento BC- Bioflocos Total
Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração - Bioflocos
R$ 10,54 R$ 20,00 R$ 41,25 R$ 0,84 R$ 0,82
Total de Gastos: R$ 73,45
Reagente Quantidade
(g/L) Para 100
ml (g) Preço
Total
CaCl2 - 3,68 R$14,56(500g) R$0,11 MgSO4 - 3,7 R$18,67(500g) R$0,14
NaHCO3 - 1,26 R$12,00 (500g) R$0,03 K2HPO4 - 0,87 R$41,07(500g) R$ 0,08 NaNO3 - 8,5 R$18,67(500g) R$0,32 Na2SiO3 - 2,84 R$84,00(500g) R$0,47
Na2EDTA 4,36 - R$46,67(500g) R$0,41 FeCl3 3,15 - R$84,00(500g) R$0,52
CuSO4 0,01 - R$22,40(500g) R$0,00044 ZnSO4 0,022 - R$28,00(500g) R$0,0012 CoCl2 0,01 - R$126,56(500g) R$0,00253 MnCl2 0,018 - R$140,00(500g) R$0,0050
Na2MoO4 0,0006 - R$166,00(500g) R$0,00019 H3BO3 0,1 - R$18,67( 500g) R$0,0037
Tiamina 0,1 - R$11,69 (300g) R$0,0038 Biotina 0,0005 - R$25,92 (5mg) R$2,59
B12 0,0005 - R$17,60(450mg) R$0,02 Total gasto no experimento R$ 4,71
Total gasto em cada tratamento R$ 2,35
22
4.4 Tratamento BCA
Tratamento BCA- Bioflocos+ Alga Total
Gastos comuns: - Infraestrutura - Alevinos - Mão de obra - Ração - Bioflocos - Alga
R$ 10,54 R$ 20,00
R$ 41,25 R$ 0,87 R$ 0,82
R$ 2,35 Total de Gastos: R$ 75,83
Tabela 5- Gasto por animal em cada tratamento
Tratamento AC Tratamento AA Tratamento BC Tratamento BCA
Gastos por
Tratamento
R$ 72,23 R$ 74,59 R$ 73,45 R$ 75,83
Gasto por
animal
R$1,80 R$ 1,87 R$ 1,83 R$1,89
Após os cálculos de custos de cada produção percebe-se que o tratamento
BC, onde foi utilizado o bioflocos e o tratamento AC, onde houve somente o
fornecimento de ração, foram os mais viáveis economicamente, tendo um custo total
de produção de R$ 73,45 e R$ 72,23 respectivamente, uma vez que na produção de
alga tem-se um gasto maior. No entanto percebe-se que a utilização do bioflocos
não proporciona um elevado custo de produção, sendo muito próximo ao sistema
tradicional.
O custo de ração para ornamentais varia de 35 a 40% no custo total de
produção, e utilizando o bioflocos a taxa de arraçoamento será reduzida, pois o
mesmo pode alcançar nível de proteína bruta de até 50%PB (AZIM e LITTLE, 2008),
o que possibilitará a redução da taxa de arraçoamento e consequentemente os
custos de produção (AVNIMELECH, 1999).
Porém, a viabilidade econômica está relacionada também com a
produtividade da produção, apesar dos tratamentos BC e AC terem obtido os
menores custos, os peixes que obtiveram maior peso e atingiram a idade reprodutiva
em menor tempo foram os do tratamento BC. Considerando este tratamento os
animais cresceram 1,57 vezes a mais num menor tempo quando comparado ao
tratamento ração, isso poderia permitir ao criador produzir num período de 12 meses
4 ciclos de peixes para a venda, possibilitando assim aumentar sua produtividade e
consequentemente seu lucro. Com essa maior produtividade anual, possibilitaria um
lucro líquido de R$27,02 quando comparado aos demais lotes o que permitiria um
23
lucro de 42% a mais. Considerando também a sobrevivência dos animais, o custo
por peixe em cada sistema foi de R$ 3,14 para o tratamento AC, R$ 5,32 para o
tratamento AA, R$ 1,93 para o tratamento BC e R$ 1,89 para o tratamento BCA,
demonstrando a superioridade do sistema BCA onde apresentou uma sobrevivência
de 100%.
De acordo com a literatura recomenda-se colocar 1 peixe a cada 2 litros,
sendo cada aquário de 25 litros em cada tratamento pode-se adotar no sistema
tradicional 50 peixes por tratamento. Estudo utilizando sistema de bioflocos a 3%,
onde a taxa de estocagem é mais elevada, pode ser utilizado 1 peixe para cada litro,
com uma alta sobrevivência (CUNHA, 2016). Dessa forma, em aquários de 25 litros
pode-se adotar um total de 25 peixes, totalizando 100 peixes por tratamento.
Simulando uma produção de 100 peixes em sistema de bioflocos, daria um
gasto por ciclo de R$ 4,15 com alimentação sendo os gastos com equipamentos de
infraestrutura, alevinos e mão de obra mantida, isso totalizaria um custo total de
produção de R$ 101,79 por ciclo que consequentemente promoveria um lucro anual
de R$ 380,00 se os peixes fossem vendidos a R$ 2,00 cada. O que representa um
lucro de 450%
Dessa forma, seguindo um exemplo de sistema produtivo comercial, se um
produtor vendesse 50 peixes por semana no sistema tradicional, utilizando o
bioflocos poderia no mesmo sistema vender 100 peixes por semana, o que poderia
praticamente dobrar o lucro do mesmo. Considerando também que o sistema de
bioflocos acelera o crescimento, o mesmo criador poderia ter por ano ao invés de 3
lotes de crias produzidas, considerando que no sistema tradicional o animal demora
4 a 5 meses para chegar ao tamanho comercial, com o sistema de bioflocos poderia
ter de 4 a 5 lotes de animais, pois de acordo com os resultados os mesmos animais
atingiram o tamanho comercial em 2 a 3 meses, podendo aumentar o lucro do
produtor em até 60%. Sendo assim, os resultados deixam claro o potencial de
utilização que o sistema de bioflocos poderá ocasionar na cadeia produtiva do peixe
ornamental.
24
6. CONCLUSÕES
Conclui-se que a produção em sistema de bioflocos, além de reduzir os
gastos com alimentação e proporcionar o aumento da taxa de estocagem, promove
redução do tempo de produção e consequentemente aumenta o lucro do produtor,
visto que durante o ano poderá realizar mais de três ciclos.
25
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração deste trabalho de conclusão de curso exigiu persistência,
detalhamento, sistematização, leitura, análise e observação na busca de
informações e conhecimento. Demandou perseverança e dedicação como em
qualquer outra atividade que um profissional necessita ter.
Consequentemente proporcionou a ampliação dos conhecimentos com
relação às novas tecnologias de produção utilizada na piscicultura,
especificadamente o bioflocos. Analisando como funciona a produção dessa
tecnologia e se a mesma é viável economicamente ou não em peixes ornamentais.
Esta experiência proporcionou colocar em prática não só o que foi adquirido
dentro da sala de aula, mas também fez com que vivenciasse como funciona a
produção no dia- a dia. Isso além de ser fundamental para formação profissional
como zootecnista permitiu crescimento pessoal.
26
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