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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS Lucas Adonizete Morais Faria Ramon Coelho Amancio Rodrigo Borges Modesto TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EFEITO ANTIOXIDANTE DA PIMENTA-ROSA (Schinus terebinthifolius Raddi) EM LINGUIÇAS SUÍNAS Goiânia - 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Lucas Adonizete Morais Faria

Ramon Coelho Amancio

Rodrigo Borges Modesto

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

EFEITO ANTIOXIDANTE DA PIMENTA-ROSA (Schinus terebinthifolius Raddi) EM LINGUIÇAS SUÍNAS

Goiânia - 2009

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Lucas Adonizete Morais Faria

Ramon Coelho Amancio

Rodrigo Borges Modesto

EFEITO ANTIOXIDANTE DA PIMENTA-ROSA (Schinus terebinthifolius Raddi) EM LINGUIÇA SUÍNA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás - UFG, para obtenção do título de Engenheiro de Alimentos.

Orientador(a):Drª. Adriana Régia Marques de Souza

Goiânia - 2009

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Lucas Adonizete Morais Faria

Ramon Coelho Amancio

Rodrigo Borges Modesto

EFEITO ANTIOXIDANTE DA PIMENTA-ROSA (Schinus terebinthifolius Raddi) EM LINGUIÇA SUÍNA

Aprovada em ___ de ___________ de _____, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores:

_______________________________ Drª. Adriana Régia Marques de Souza

______________________________

Drª. Miriam Fontes Araújo Silveira

______________________________ Drª. Rosângela Vera

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos pais e familiares.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a nossa orientadora, professora Adriana, que

sugeriu o tema do trabalho e esteve sempre presente em todos os momentos. Toda

nossa gratidão também às demais professoras de banca professora Miriam e

professora Rosângela pelo apoio e a paciência conosco durante a execução do

trabalho; ao Deivis, técnico de laboratório do Setor de Tecnologia de Alimentos, que

esteve ao nosso lado durante a execução das análises físico-químicas; ao Professor

Eduardo Ramirez, da Faculdade de Farmácia, que disponibilizou o laboratório para

as análises preliminares da pimenta e a professora Clarissa, pela paciência e

supervisão na condução do trabalho. Agradecemos também à professora Célia, que

nos ajudou a executar a análise sensorial, a todos os funcionários da escola e

demais colaboradores.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................5

2.1. Métodos gerais de conservação.......................................................................5 2.2. Linguiça suína...................................................................................................8 2.3 Lipídeos...........................................................................................................11 2.3. Oxidação lipídica.............................................................................................12 2.4. Antioxidantes...................................................................................................13 2.5. Pimenta-rosa...................................................................................................15

3. MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................... ..17

3.1. Obtenção da amostra de pimenta rosa in natura............................................17 3.2. Obtenção da amostra de pimenta rosa seca e moída....................................17 3.3. Obtenção da amostra de óleo da semente de pimenta-rosa......................... 17 3.4. Análise da capacidade antioxidante da amostras.......................................... 18

3.4.1. Obtenção dos extratos.......................................................................... 18 3.4.2. Avaliação da atividade antioxidante in vitro pelo teste DPPH (2,2-difenil-1-picrilidrazila)................................................................................................. 20

3.5. Formulação das linguiças.............................................................................. 21 3.6. Análises físico-químicas.................................................................................21

3.6.1. Análise de pH....................................................................................... 21 3.6.2. Análises de ranço na gordura............................................................... 21 3.6.3. Análises do índice de peróxidos…....................................................... 22 3.6.4. Análises de amônia…........................................................................... 23 3.6.5. Análises para prova de gás.................................................................. 23 3.6.6. Análise de cor....................................................................................... 24

3.7. Análise estatística......................................................................................... 24 3.8. Análise sensorial........................................................................................... 24

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 25

4.1. Capacidade antioxidante da pimenta............................................................. 25 4.2. Análises físico-químicas................................................................................. 25

4.2.1. Análise de pH....................................................................................... 25 4.2.2. Análise de ranço na gordura................................................................. 27 4.2.3. Análise do índice de peróxido............................................................... 27 4.2.4. Análise de amônia................................................................................ 28 4.2.5. Análise de gás sulfídrico....................................................................... 29 4.2.6. Análise de cor....................................................................................... 29

4.3. Análise sensorial............................................................................................ 32

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5. CONCLUSÕES..................................................................................................... 33 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 33

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FARIA, L. A. M.; AMANCIO, R. C.; MODESTO, R. B. Efeito Antioxidante da Pimenta-Rosa (Schinus terebinthifolius Raddi) em Linguiça Suína. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de Goiás.

RESUMO

A pimenta-rosa oriunda da espécie arbórea Schinus terebinthifolius Raddi, é

uma espécie de pimenta pouco cultivada no Brasil, todavia possui grande potencial

para sua exploração e uso. Utilizada como condimento em diversos tipos de

cardápios, a pimenta rosa é conhecida não só por sua utilização para tal fim, mas

também por possuir propriedades medicinais. Este trabalho buscou aplicar a

primenta-rosa como um método de conservação a ser utilizado em linguiças suínas.

Primeiro determinou-se se a pimenta possuía capacidade antioxidante, nas formas:

moída, óleo e in natura. Então, após a verificação que a forma da pimenta moída

possuía uma maior capacidade antioxidante, esta foi adicionada em diferentes

concentrações em linguiças suínas. Durante 16 dias sob refrigeração, realizaram-se

análises físico-químicas e, por 12 dias, análises sensorias visuais, onde foram

percebidas alterações de pH, cor, ranço e índice de peróxidos. Por fim, concluiu-se

que a pimenta possui uma alta capacidade antioxidante, podendo ser utilizada na

conservação de produtos cárneos.

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1. INTRODUÇÃO

Schinus terebinthifolius Raddi, uma espécie arbórea comum na América do

Sul e conhecida como pimenta-rosa ou aroeira-vermelha (CARMELLO-GUERREIRO

& PAOLI, 1999) é uma planta heliófita e pioneira, comum em beira de rios e

córregos, crescendo em terrenos secos e pobres (LORENZI, 1998). É uma

importante fonte de goma-resina da família Anacardiaceae. Seus frutos são

numerosos, pequenos, de coloração vermelho-brilhante e portadores de uma

secreção pegajosa.

A pimenta rosa também é conhecida como aroeira-falsa e tem como

características gerais, a altura de 4-8 m, com tronco de 25-35 cm, tendo ocorrência

nos Estados de Minas Gerais até Rio Grande do Sul. Floresce nos meses de agosto

a novembro e a maturação dos frutos inicia-se ao final do mês de dezembro a

janeiro (SILVA et al., 2005).

Embora seja uma espécie aparentemente pouco cultivada no Brasil, a

pimenta-rosa possui um grande potencial para exploração e uso. Em viveiros, esta

espécie floresce e frutifica já no primeiro ano de vida (CARVALHO, 1994),

A espécie também se destaca na recuperação de áreas degradadas (SOUZA

et al., 2001) e em programas de reflorestamento (KAGEYAMA & GANDARA, 2000).

É uma espécie muito procurada por aves, possivelmente dispersoras de seus frutos

(SOUZA et al., 2001; GUIMARÃES, 2003).

Na atualidade, a exploração de seus frutos se restringe à coleta manual em

populações naturais, presentes principalmente em áreas de restinga do litoral

brasileiro (LENZI & ORTH, 2004).

No entanto, ela tem sido amplamente utilizada na culinária internacional, o

que tem causado um considerável aumento da procura desta espécie pelas

indústrias de condimentos. A pequena semente do fruto da aroeira, conhecida na

culinária européia como pimenta-rosa, apresenta um sabor suave e levemente

apimentado, sendo empregada em várias preparações, na forma de grãos inteiros

ou moídos (GOMES et al., 2009).

Além de todas essas formas de utilização, a pimenta rosa também é

conhecida por possuir propriedades medicinais. Da casca das sementes das

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aroeiras, da aroeira-vermelha em especial, costuma-se extrair um óleo, muito

utilizado na medicina popular, apontado como eficiente no tratamento de febres,

tumores, doenças da córnea e das vias respiratórias e urinárias. É também usada

como depurativo e para infecções uterinas. A pimenta rosa é conhecida como

ativadora da produção de sangue na medula óssea, portanto é anti-raquítica, atua

também na depuração e purificação do organismo, é anti-vermífuga e

antiinflamatória (SILVA et al., 2005).

Acredita-se que o uso sob a forma de chá entre 600 a 1000 mL por dia pode

atenuar a debilidade orgânica, combater o vampirismo, trazer ativação glandular e

muita vitalidade (SILVA et al., 2005). Vários estudos sob o efeito da pimenta-rosa

vêm sendo pesquisados, demonstrando sua capacidade antioxidante. Desta

maneira, o objetivo deste trabalho foi verificar sua incorporação em produtos

cárneos (lingüiça suína) avaliando sua ação na rancidez oxidativa.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Métodos gerais de conservação

Os métodos de conservação para estender a vida de prateleira dos

produtos, podem fazer uso de tratamento térmico com médias e altas

temperaturas, adição de aditivos químicos pertencentes ou não a categorias dos

conservadores, refrigeração ou congelamento (ROSA & ABREU, 2002).

Os processos de conservação têm por objetivo evitar as alterações nos

alimentos, sejam elas de origem microbiana, enzimática, física ou química.

Dentre eles podemos citar: conservação pelo calor, conservação pelo frio,

conservação pelo controle da umidade, conservação por defumação,

conservação pela adição de aditivos. A Conservação pelo Calor baseia-se no

emprego de temperaturas ligeiramente acima das máximas que permitem a

multiplicação dos microrganismos, de forma a provocar a sua morte ou a

inativação de suas células vegetativas. Dentre os principais métodos de

conservação por Calor podemos citar a pasteurização que é um tratamento

térmico relativamente suave, utiliza temperaturas inferiores a 100 ºC, tem como

principal objetivo prolongar a vida de prateleira dos alimentos, por alguns dias,

como no caso do leite ou por alguns meses, como ocorre com as frutas

enlatadas. Este método tem como princípio, a inativação de enzimas e a

destruição dos microorganismos sensíveis a temperaturas mais elevadas, como

as bactérias vegetativas, bolores e leveduras, sem contudo modificar

significativamente o valor nutritivo e as características organolépticas do

alimento submetido a esse tratamento.Já a esterilização pelo calor é o

tratamento no qual o alimento é aquecido a uma temperatura relativamente

elevada durante períodos variados de tempo, suficientes para a destruição de

microorganismos e inativação de enzimas capazes de deteriorar o produto

durante o armazenamento. Este tratamento pode ser realizado por diversos

processos, e tem ainda como objetivo principal a destruição dos

microorganismos causadores de doenças e deterioradores, mantendo-o livre de

germes nocivos à saúde do consumidor. Na Tindalização, o aquecimento é feito

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de maneira descontínua. Após o acondicionamento das matérias primas

alimentícias, a serem submetidas ao tratamento, em recipiente fechado, o

produto é submetido ao tratamento térmico. Dependendo de cada produto e do

rigor térmico desejado, as temperaturas variam de 60 a 90 ºC, durante alguns

minutos. As células bacterianas que se encontram na forma vegetativa são

destruídas, porém os esporos sobrevivem. Depois do resfriamento, os esporos

entram em processo de germinação e depois de 24 horas a operação é repetida.

O número de operações pode variar de 3 a 12 vezes até a obtenção da

esterilização completa. A vantagem desse processo é que podem ser mantidos

praticamente todos os nutrientes e as qualidades organolépticas do produto, em

proporções maiores do que quando se utilizam outros tratamentos térmicos.Já

na conservação pelo Frio considera-se temperaturas abaixo das que se tem

registrados no ambiente e são utilizadas para retardar as reações químicas e as

atividades enzimáticas, bem como para retardar ou inibir o crescimento e a

atividade dos microrganismos nos alimentos. Pode-se citar a Refrigeração e o

Congelamento. Já na Conservação pelo Controle da Umidade pode-se citar a

secagem natural e a desidratação ou secagem artificial. Na Conservação por

Defumação consiste no processo de aplicação de fumaça aos produtos

alimentícios, produzida pela combustão incompleta de algumas madeiras

previamente selecionadas. Normalmente é realizado em conjunto com a salga, a

cura, a fermentação e outros processos. Em carnes, o contato com o calor e a

fumaça provocam a perda da água, a superfície fica ressecada e a coloração

estabilizada. A perda de água e a ação dos constituintes da fumaça conferem ao

alimento barreiras físicas e químicas eficientes contra a penetração e a atividade

de microorganimos. Essa capa protetora pode ser devido à desidratação que se

processa na superfície do produto, principalmente na defumação a quente, à

coagulação protéica que ocorre durante a defumação e ao depósito das

substâncias antimicrobianas que existem na fumaça, que se condensam e ficam

depositadas na superfície do produto. Na conservação pela utilização de aditivos

podem contribuir muito para a conservação dos alimentos. Mas essa prática

deve ser encarada com bastante atenção, uma vez que, a ingestão excessiva de

alimentos conservados por aditivos químicos pode provocar perturbações no

equilíbrio fisiológico do consumidor. (CENA ,2005)

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Nos últimos anos, a preocupação constante de proporcionar aos

consumidores produtos de alta qualidade levou à adoção de medidas que

permitem limitar o fenômeno de oxidação durante as fases de processamento e

armazenagem dos produtos (escolha de processos que limitem as operações de

arejamento e o tratamento térmico; utilização de matérias-primas refinadas, com

baixos teores de água e isentas de pró-oxidantes; armazenamento a baixas

temperaturas e em atmosfera inerte; adição de compostos antioxidantes;

utilização de embalagens estanques e opacas à radiação UV, etc.). Deste

conjunto de ações, a adição de compostos antioxidantes é, sem dúvida, uma

prática corrente, razão que justifica o atual interesse pela pesquisa de novos

compostos com capacidade antioxidante. O baixo custo de obtenção, facilidade

de emprego, eficácia, termo-resistência, "neutralidade" organoléptica e ausência

reconhecida de toxicidade, são premissas para a sua seleção e utilização

industrial (CASTERA-ROSSIGNOL, 1994).

Neste contexto, torna-se necessário, por um lado controlar a qualidade

dos ácidos graxos, através da determinação do seu grau de oxidação e, por

outro avaliar, a capacidade antioxidante de novos compostos. A grande

diversidade de métodos analíticos (químicos, físicos e/ou físico-químicos)

propostos na literatura para a avaliação do grau de oxidação lipídica e da

capacidade antioxidante coloca, na prática, algumas dificuldades de seleção

(SILVA, BORGES & FERREIRA, 1999).

Entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, é crescente a

demanda por produtos cárneos cozidos ou minimamente processados. Esses

produtos são comercializados congelados, porém esta é uma técnica com custo

elevado. Além disso, o congelamento afeta a textura dos produtos e não elimina

possíveis patógenos (KANATT, CHANDER & SHARMA, 2005). Uma alternativa é

estocar estes produtos em estado refrigerado. Porém, a manutenção por

refrigeração é válida para poucos dias, e a vida de prateleira dos produtos é um

fator limitante (SOUZA, ARTHUR & CANNIATTI-BRAZACA, 2007).

O efeito nocivo das reações de oxidação dos lipídios pode ser minimizado

basicamente com refrigeração, acondicionamento e armazenamento adequados,

embora a reação não seja detida por completo já que a auto-oxidação requer

energia de ativação reduzida (HAMILTON, 1994).

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2.2. Linguiça suína

Desde a longínqua antiguidade, o homem vem fabricando diversos tipos

de linguiças, buscando conservar a carne e oferecer um produto ao alcance das

aspirações do consumidor. Há registros na história do consumo de linguiças

entre os babilônios e chineses já por volta de 1500 a.C. A partir da Idade Média,

uma grande variedade de linguiças era comercializada e essas variedades

tinham uma forte influência do tipo de clima da região de origem. Muitas

linguiças são designadas segundo as regiões onde foram desenvolvidas; é o

caso das linguiças calabresa (Calábria, Itália), toscana (Toscana, Itália),

portuguesa (Portugal), entre outras (TERRA, 1998).

Segundo Oda et al. (2003) o embutido apareceu no Brasil graças às

receitas tradicionais, trazidas por famílias imigrantes alemãs e italianas, embora

tenha sofrido adaptações às condições climáticas e ao paladar local. Com a

modernização e diversificação da produção nos frigoríficos, houve um aumento

no volume da carne embutida, transformando-se em fonte de proteína animal.

Segundo a Instrução Normativa nº 4, de 31 de Março de 2000, do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que aprova o Regulamento

Técnico de Identidade e Qualidade de Lingüiça, entende-se por linguiça o

produto cárneo obtido de carnes de diferentes espécies animais, submetida aos

mais diversos e adequados processos tecnológicos, adicionado ou não de

tecidos adiposos, ingredientes e embutidos em envoltórios naturais ou artificiais.

Elas são classificadas de acordo com a tecnologia de fabricação em produto:

fresco, seco curado e/ou maturado, produto cozido e outros (BRASIL, 2000).

As linguiças frescais não são maturadas nem dessecadas, sendo

lançadas no mercado na mesma forma em que são produzidas ou com os

gomos acondicionados em embalagens plásticas, sob vácuo. Os envoltórios

plásticos e a conservação destes produtos sob refrigeração prolongam seu

prazo de vida comercial. Podem ter composição variada quanto à carne e a

gordura. Com relação à denominação de venda, o produto é designado de

linguiça, seguido da denominação ou expressão que o caracterize, de acordo

com sua apresentação ao consumidor, como por exemplo, linguiça de carne

suína, linguiça de pernil suíno, linguiça mista, dentre outras (BRASIL, 2000).

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O sucesso na fabricação desse produto depende de cuidados simples,

porém rigorosos, que envolvem todas as etapas do preparo, tais como: escolha

da matéria-prima e condimentos, moagem da carne, mistura dos condimentos à

carne moída, escolha do envoltório e seu preparo, embutimento e

armazenagem. Os diferentes tipos de linguiças são resultados de pequenas

modificações nos processos básicos, espécie e quantidade de carne, tamanho

do corte ou diâmetro dos furos do disco de moagem, condimentos utilizados, tipo

de envoltório, comprimento dos gomos, presença ou ausência de secagem,

defumação, etc. (GALLI, 1993).

Conforme tecnologia de fabricação (produto seco, curado, cozido,

maturado) e composição das matérias-primas podem ser classificadas em:

Linguiça Calabresa - é o produto curado obtido exclusivamente de carne suína,

adicionado de ingredientes, devendo ter o sabor picante característico da

pimenta calabresa submetidas ou não ao processo de estufagem ou similar para

desidratação e/ou cozimento, sendo o processo de defumação opcional;

Linguiça Portuguesa - é o produto curado obtido exclusivamente de carnes suína

adicionado de ingredientes, submetido à ação do calor com defumação (sabor

acentuado de alho); Linguiça Toscana - é o produto cru e produto curado obtido

exclusivamente de carnes suína, adicionada de gordura suína e ingredientes;

Paio - é o produto obtido de carnes suína e bovina (máximo de 20%) embutido

em tripas natural ou artificial comestível, curado e adicionado de ingredientes,

submetida a ação do calor com defumação. Nas linguiças Tipo Calabresa, Tipo

Portuguesa e Paio, que são submetidas ao processo de cozimento, será

permitido a utilização de até 20% de CMS Carne Mecanicamente Separada,

desde que seja declarado no rótulo de forma clara ao consumidor a expressão

"carne mecanicamente separada de ...."(espécie animal), além da

obrigatoriedade de constar na relação de ingredientes a expressão "contém..."

ou "com CMS (espécie animal)" (SARMENTO, 2006).

De maneira geral a produção de lingüiça segue um fluxograma padrão

segundo (SARMENTO, 2006), como esboça a Figura 1.

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Figura 1: Fluxograma de processamento da lingüiça

Segundo Terra (1998) produtos cárneos curados são os produtos em cuja

elaboração são utilizados os sais de cura. Esses sais são constituídos de uma

mistura de cloreto de sódio e nitrito. A primeira mistura e utilizada em produtos

cárneos cuja elaboração consome vários dias, tendo em vista a necessidade de

tempo para que as bactérias reduzam o nitrato em nitrito. Adicionados os sais de

cura a massa cárnea, ocorrerá uma série de reações, resultando na formação de

oxido nítrico (NO) que confere coloração vermelha a mistura. Para que haja

aceleração do processo podem ser utilizadas as curas rápidas para linguiças

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que contém glicose, como meio redutor e ácido cítrico que regula o pH para 5,7;

facilitando a passagem de nitrito a ácido nitroso e posteriormente até NO.

Devido ao alto teor de gordura, a natureza das matérias-primas e a falta

de tratamento térmico, tal produto é propenso a deterioração, devido a oxidação

lipídica e a contaminação microbiana (GEORGANTELIS et al., 2007). Uma

higiene perfeita dos equipamentos, utensílios e de toda a área de

processamento deve ser observada. A linguiça, mesmo mantida sob

refrigeração, começa a apresentar certas modificações no quinto ou sexto dia,

após o processamento. No entanto, sob condições adequadas de

processamento incluindo uso de aditivos permitidos como nitrito de sódio,

condimentos esterilizados e com boas práticas de fabricação, a vida útil pode ser

prolongada por 15 a 20 dias sob refrigeração adequada (IBRAC, 1980; PRANDL

et al., 1994).

2.3. Lipídeos

Os lipídeos desempenham um importante papel na qualidade de certos

produtos alimentares, particularmente em relação às propriedades

organolépticas que os tornam desejáveis (flavor, cor, textura). Conferem valor

nutritivo aos alimentos, constituindo uma fonte de energia metabólica, de ácidos

graxos essenciais (ácidos linoleíco, linolênico e araquidónico) e de vitaminas

lipossolúveis (A, D, E e K) (ST. ÂNGELO, 1996; GUERRA & LAJOLO, 2005).

Uma vez que a sua concentração e composição influenciam fortemente

as propriedades organolépticas (textura, sabor, cor e aroma), os lipídeos têm

papel determinante na aceitação de carnes (PINO, 2005). Entretanto, são

substâncias altamente instáveis sujeitas a drásticas mudanças em suas

características organolépticas, propriedades funcionais e valor nutricional

(GUERRA & LAJOLO, 2005).

Os óleos, gorduras e alimentos gordurosos, normalmente são acrescidos

de substâncias capazes de retardar ou inibir a oxidação do substrato quando

submetidos a altas temperaturas e, eventualmente, prolongar a vida-de-

prateleira de alimentos fritos (JASWIR, CHE-MAN & KITTS, 2000; RAMALHO &

JORGE, 2006).

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2.4. Oxidação lipídica

A oxidação lipídica é um fenômeno espontâneo e inevitável, com uma

implicação direta no valor comercial de vários produtos, tais como: alimentos,

cosméticos e medicamentos (SILVA, 1999).

A oxidação lipídica de ácidos graxos insaturados é um processo

conhecido como peroxidação lipídica. Esse processo promove grave alteração

da membrana celular, causando perda da fluidez, alteração da função secretora

e dos gradientes iônicos, perda da seletividade na troca iônica, com liberação do

conteúdo de organelas, levando à formação de produtos citotóxicos até a morte

celular. A peroxidação lipídica pode ser inibida por antioxidantes que

interrompem a cadeia de peroxidação reagindo com os radicais peroxila ou

alcoxila e, dessa forma, gerando um hidroperóxido e um radical livre formado a

partir do antioxidante (MAFRA et al., 1999; KOLEVA et al., 2002; GRAY;

GOMAA; BUCLKEY, 1996).

A importância da oxidação lipídica em carnes tem sido enfatizada

recentemente, pois o consumo de alimentos rancificados, pode induzir a

doenças coronarianas, câncer e derrame cerebral (LIRA et al., 2000).

A peroxidação lipídica constitui a principal causa de deterioração dos

corpos graxos (lipídeos e matérias graxas). Os ácidos graxos insaturados

oxidam-se mais facilmente quando estão livres e o grau de insaturação também

influi na velocidade da reação (HAMILTON, 1994). Afastados do seu contexto de

proteção natural, os ácidos graxos sofrem, no decurso de processos de

transformação e armazenamento, alterações do tipo oxidativas, as quais têm

como principal consequência a ruptura das membranas celulares causadas no

processo de moagem ou pela separação mecânica, o que facilita a interação dos

pró-oxidantes com os ácidos graxos insaturados presentes na própria carne,

resultando na geração de radicais livres e na propagação das reações oxidativas

(GRAY, GOMAA e BUCLKEY, 1996). A separação mecânica libera grandes

quantidades de lipídeos e hemoglobina da medula óssea, e a estrutura fibrosa

da carne é quebrada em pequenas partículas, o que pode levar ao aparecimento

de odor de ranço e alteração na cor (McMINDES & SIEDLER, 1988).

A oxidação lipídica é o principal processo pelo qual ocorre perda de

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qualidade da carne e seus produtos, depois da deterioração microbiana,

afetando seu sabor, aroma e textura, além de resultar na produção de

compostos tóxicos e em sério decréscimo de seu valor nutritivo (JANTAWAT &

DAWSON, 1980; MOERCK & BALL JR, 1974; GRAY, GOMAA e BUCLKEY,

1996; ORDÓÑEZ et al., 2005). É também uma das maiores causas de

deterioração da qualidade da carne fresca ou cozida durante o armazenamento

refrigerado ou congelado. Ela está relacionada também com a oxidação dos

pigmentos da carne, provocando perda de cor (GOMES et al., 2003).

Alguns fatores afetam o processo de oxidação, entre eles, fatores

ambientais (umidade, temperatura, luz e oxigênio), presença de metais (cobre,

ferro e manganês), enzimas e pigmentos (PINO, 2005).

A modificação do flavor original e o aparecimento de odores e sabores

característicos do ranço, representa para o consumidor e para a indústria, uma

importante causa de depreciação ou rejeição (CASTERA-ROSSIGNOL, 1994).

Em associação com o calor, o sal tem a propriedade de desidratar a

carne, provocando diminuição da umidade e da atividade de água. Entretanto,

nestas condições, o produto cárneo pode sofrer deterioração oxidativa,

promovendo rancidez dos lipídios (FURTADO et al., 1992; PARDI et al., 2001),

ou seja, o sal torna-se um pró-oxidante da gordura provocando a ativação da

lipoxidase do músculo (SAÑUDO, SANCHEZ e ALFONSO, 1998).

2.5. Antioxidantes

Oxidantes são compostos produzidos pelo metabolismo normal do corpo

e, se não controlados, podem provocar danos extensivos. O stress oxidativo tem

sido associado ao desenvolvimento de muitas doenças crônicas e

degenerativas, incluindo o câncer, doenças cardíacas, doenças degenerativas

como Alzheimer, bem como está envolvido no processo de envelhecimento

(AMES, SHIGENAGA e HAGEN, 1993; DIAZ et al., 1997; SHAHIDI, 1996;

WEISBURGER, 1999; WETTASINGHE et al., 2002).

Os antioxidantes são definidos como substâncias que, quando presentes

em baixas concentrações em relação ao substrato oxidável, são capazes de

inibir ou retardar substancialmente a oxidação daquele substrato. Os

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antioxidantes não se tornam radicais livres pela doação de elétrons, pois eles

são estáveis em ambas as formas (HALL lll & CUPPET, 1997; HALLIWEL et al.,

1995). Segundo Finley (1986), os antioxidantes são definidos como substâncias

utilizadas para estender o shelf-life de alimentos que contém lipídeos oxidáveis,

através do retardo da descoloração, rancidez e deterioração decorrentes da

oxidação. Estas substâncias podem provir desde fontes comerciais até os mais

exóticos compostos isolados naturalmente dos alimentos. As características

químicas antioxidantes incluem sua solubilidade, habilidade regenerativa,

relação estrutura/atividade e biodisponibilidade, que são fatores importantes

quando se considera o papel destes compostos na saúde humana (KAUR &

KAPOOR, 2001).

Os antioxidantes que se adicionam aos alimentos não devem causar

efeitos fisiológicos negativos, produzir cores, odores nem sabores anômalos.

Devem ser lipossolúveis, resistentes aos tratamentos a que seja submetido o

alimento, ativos em baixas temperaturas e econômicos (ORDÓÑEZ et al., 2005).

Compostos típicos que possuem atividade antioxidante incluem a classe

de fenóis, ácidos fenólicos e seus derivados, flavonóides, tocoferóis,

fosfolipídios, aminoácidos, ácido fítico, ácido ascórbico, pigmentos e esteróis,

que podem ser encontrados em frutas, cereais e vegetais. Antioxidantes

fenólicos são antioxidantes primários que agem como terminais para os radicais

livres (XING & WHITE, 1996; AJAIKUMAR et al., 2005; SILVA et al., 2004).

Existem duas categorias básicas de antioxidantes, denominados sintético

e natural (HALL lll & CUPPET, 1997). Antioxidantes sintéticos têm sido utilizados

para preservação de alimentos, sendo aplicados em óleos e alimentos

gordurosos para prevenir deterioração oxidativa. Entretanto, em sua maioria

apresentam problemas de solubilidade, contribuem com sabores estranhos e,

além disso, requerem testes extensos e de custo elevado para comprovar a sua

segurança para aplicação em alimentos, uma vez que propriedades

carcinogênicas têm sido apontadas para estes antioxidantes (KARAKAYA, 2004;

NINFALI et al., 2005; JAYAPRAKASHA & JAGANMOHAN RAO, 2000; GUERRA

& LAJOLO, 2005). Por esta razão, desde o século passado a partir dos anos 80,

deu-se início a uma busca por substitutos naturais, visando à sua substituição

total ou parcial dos antioxidantes sintéticos, que lhe são atribuídos efeitos

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deletérios ao organismo quando utilizados em doses elevadas (DURAN &

PADILLA, 1993; CHEUNG et al., 2003; MARTINRZ-VALVERDE et al., 2002;

HALLIWEL et al., 1995; SHAHIDI, ALASALVAR e LIYANA-PATHIRANA, 2007).

Utilizado como antioxidante, o nitrito reduz a oxidação quando adicionado

em doses iguais ou superiores a 50 ppm (GRAY & PEARSON, 1987;

POLLONIO, 1994). O eritorbato e o ascorbato de sódio também são

antioxidantes utilizados em produtos cárneos com as funções principais de

acelerar a formação da cor e estabilizar a cor característica de carnes curadas

com nitrito em função de seu alto poder redutor (COUNSELL & HORNIG, 1981).

Além da reação com o nitrito, o eritorbato por si só apresenta um forte efeito

antioxidante, prevenindo o desenvolvimento de rancidez oxidativa, quando

aplicado em concentrações acima de 100 ppm, sendo que em concentrações

mais baixas pode acelerar o desenvolvimento da rancidez oxidativa. A rancidez

pode ser prevenida ou reduzida com a adição de antioxidantes nas gorduras dos

alimentos. A vitamina E é o principal antioxidante natural, embora existam

antioxidantes sintéticos como o etoxiquim, hidroxianosil butilato (BHA) e

hidroxitolueno butilato (BHT) (GRAY & PEARSON, 1987).

A substituição dos antioxidantes sintéticos pelos naturais pode ter efeitos

benéficos, não apenas no que se refere às implicações à saúde humana, mas

também tecnológicos, em razão da solubilidade destes compostos em meios

apolares e polares, o que favorece a elaboração de produtos emulsionados

(MOURE et al., 2001).

2.6. Pimenta-rosa

Schinus terebinthifolius Raddi é uma Anacardiaceae pioneira, nativa do

Brasil. É popularmente conhecida como aroeira-vermelha, aroeira-pimenteira e

pimenta brasileira (CARMELLO-GUERREIRO & PAOLI, 1999; CORRÊA, 1926;

LENZI, 2004). Pelo fato de seus frutos possuírem a aparência de uma pequena

pimenta de coloração rosa-avermelhada, por isso, também chamados de

pimenta-rosa, “pink-pepper”, “poivre rose’’, entre outros nomes (LENZI, 2004).

Seus frutos são numerosos, pequenos, de coloração vermelho-brilhante e

portadores de uma secreção pegajosa que exerce um efeito paralisante sobre

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pássaros, quando ingeridos, provavelmente devido ao efeito tóxico da secreção

(KAISTHA & KIER, 1962).

A aroeira-vermelha possui inúmeras potencialidades medicinais e

fitoquímicas (GUERRA et al., 2000; AMORIM & SANTOS, 2003). Seu exudato

tem propriedades febrífuga, homeostática e antitussígena (OLIVEIRA &

GROTTA, 1965). Em 1999, foi lançado no Brasil o produto farmacêutico

contendo o gel de aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi). O decocto da casca

do caule tem sido tradicionalmente utilizado para tratar cervicites e corrimento

genital (SANTOS & AMORIM, 2002). Alguns de seus metabólicos secundários

têm auxiliado no tratamento e cura de diversos males (GUERRA et al., 2000;

AMORIM & SANTOS, 2003). Porém, atualmente, a espécie vem se destacando

cada vez mais pelo consumo de seus frutos (pimenta-rosa), cuja demanda tem

aumentado muito, tanto no mercado nacional como no internacional, que os

utiliza como condimento alimentar.

Na atualidade, a exploração de seus frutos se restringe à coleta manual

em populações naturais, presentes principalmente em áreas de restinga do

litoral brasileiro. Apesar desta demanda, estudos relacionados à sua biologia

reprodutiva não foram realizados e são escassos as informações desta natureza

em outras anacardiáceas nativas (LENZI, 2004).

Embora seja uma espécie aparentemente pouco cultivada no Brasil, a

pimenta-rosa possui um grande potencial para exploração e uso. Em viveiros,

esta espécie floresce e frutifica já no primeiro ano de vida (CARVALHO, 1994), o

que sugere um retorno em curto prazo para quem investir em seu cultivo.

Adicionalmente, sua alta plasticidade ecológica permite-lhe ocupar diversos tipos

de ambientes e formações vegetais (FLEIG & KLEIN, 1989), favorecendo e

aumentando as chances de seu cultivo em diversas regiões do Brasil.

Os biflavonóides, que são dímeros precursores dos taninos, componentes

do Schinus, também apresentam ação anti-inflamatória, e diversas substâncias

presentes no extrato do Schinus apresentam atividade antimicrobiana, como a

terebinthona, o ácido hidroximasticadienóico, o ácido terebinthifólico e o ácido

ursólico (MARTINEZ et al., 1996).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no setor de Tecnologia de Alimentos da

Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de

Goiás.

3.1. Obtenção da amostra de pimenta rosa In Natura

As amostras de pimenta rosa in natura foram colhidas em plantas

localizadas na Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da

Universidade Federal de Goiás. A pimenta rosa tem uma casca que protege a

semente em seu interior, e, portanto, estudou-se a pimenta in natura, a

pimenta seca e moída e o óleo da pimenta rosa.

3.2. Obtenção da amostra de pimenta rosa seca e moída

A pimenta rosa in natura foi seca em estufa à temperatura de 60º C e

triturada em moinho do tipo martelo.

3.3. Obtenção da amostra de óleo da semente de Pimenta

rosa

A pimenta foi previamente moída e em seguida diluída em éter de

petróleo. A solução foi deixada em repouso sob ultra-som por cerca de 6

horas e, em seguida, filtrada. O filtrado foi colocado em roto-evaporador por

tempo suficiente para que se retirasse o éter de petróleo. Ao fim, a solução foi

deixada em repouso em estufa para retirar quaisquer resquícios do solvente.

3.4. Análise da capacidade antioxidante da amostras

3.4.1. Obtenção dos extratos

Os extratos etéreo, alcoólico e aquoso foram obtidos como ilustra

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19

a Figura 2, a partir das amostras de pimenta rosa in natura e da pimenta

rosa seca e moída.

Para a amostra de óleo essencial da semente de pimenta rosa, ao

invés de serem pesados 2,5 g inicial de amostra, utilizaram-se alíquotas

iniciais de 10 mL em cada uma das etapas de obtenção dos extratos.

Figura 2: Fluxograma de obtenção dos extratos etéreo, alcoólico e aquoso a partir da

amostra de pimenta rosa in natura e pimenta rosa seca e moída

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20

Os extratos foram colocados em frasco âmbar e armazenados

sob refrigeração 8±3 ºC para realização das respectivas análises.

3.4.2. Avaliação da atividade antioxidante in vitro pelo teste DPPH (2,2-

difenil-1-picrilidrazila)

Os extratos etéreo, alcoólico e aquoso foram submetidos ao teste

do DPPH. No teste do DPPH, a capacidade das amostras de sequestrar

radicais livres foi medida utilizando-se o método descrito por BRAND-

WILLIAMS et al. (1995), com modificações. Este método baseia-se na

reação pela ação dos antioxidantes presentes na amostra. O grau de

descoloração do radical DPPH a 517 nm, após a adição da amostra, foi

medido espectrofotometricamente em uma solução metanólica até a

absorbância permanecer constante e indicar a eficiência da amostra

adicionada em remover o radical.

As amostras foram diluídas em metanol na concentração de 0,2

mg/mL e, no caso do padrão (BHT), as concentração foi de 0,1 mg/mL.

Uma alíquota de 1,5 mL da solução metanólica do radical DPPH

(sigma) a 20 mg/mL em metanol foi acrescentada a 750 µL dos extratos

etéreo, etanóico ou aquoso das amostras ou 750 µL do padrão BHT

dissolvido em metanol. O metanol foi utilizado, no lugar da amostra,

como controle. O decréscimo da absorbância a 517 nm foi

acompanhado em espectrofotômetro em diferentes intervalos de tempo

(0, 1, 2, 3, 4, 5 minutos, e a cada 5 minutos até completar 20 minutos de

reação). Os respectivos brancos das amostras e do padrão foram

preparados utilizando-se uma alíquota de 750 µL do extrato ou da

solução de BHT, diluídos nas concentrações utilizadas no teste de 1,5

mL de metanol.

A atividade de sequestro do radical DPPH foi calculada pela

equação 1:

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21

(1)

3.5. Formulação da linguiça

Utilizou-se como matéria-prima para o preparo da linguiça: lombo suíno

(80%) e toucinho (20%). Na formulação, utilizou-se 2% de sal e diferentes

concentrações da pimenta rosa seca e moída (0; 0,5; 1,0 e 1,5%) em relação

ao peso da matéria-prima. Após o preparo das lingüiças foram realizadas

análises físico-químicas para acompanhar a oxidação das amostras.

A matéria-prima foi previamente moída (lombo e toucinho), em seguida

foi efetuada sua homogeneização manualmente, onde nesta etapa adicionou-

se o sal e a pimenta nas três diferentes concentrações. Por fim, as lingüiças

foram embutidas manualmente em tripas naturais suínas e resfriadas.

As linguiças foram armazenadas sob refrigeração (6±2 ºC) para

realização de análises físico-quimicos e sensorial em diferentes tempos de

estocagem.

3.6. Análises físico-químicas

Os dados das análises das amostras de lingüiça foram obtidos em cinco

períodos de tempo de estocagem com intervalos de 4 dias.

3.6.1. Análise de pH

O medidor de pH foi inicialmente calibrado em duas soluções

padrão. Pesou-se 5 g de cada amostra de linguiça e diluiu-se em 50 mL

de água destilada a fim de se obter uma solução 1:10. Foram realizadas

3 leituras de cada amostra (IAL, 2005).

3.6.2. Análises de ranço na gordura

Foi utilizada a metodologia aprovada pelo IAL - INSTITUTO

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22

ADOLF LUTZ (2005) que fundamentou-se na reação do aldeído

epihidrílico (formado na rancificação da gordura), com a floroglucina em

presença de ácido clorídrico resultando em um composto de

condensação de coloração vermelha. Foram diluídos 5 mL de gordura

previamente extraída, colocando a amostra de linguiça em estufa a 110º

C por 10 minutos e retirando-se o óleo que se desprende da linguiça. O

material coletado foi fundido em 5 mL de ácido clorídrico e em seguida a

solução foi agitada por 30 segundos. Foram adicionados 5 mL de

solução de floroglucina a 0,1% em éter. Agitou-se novamente por 3

segundos e deixou em repouso por 10 minutos. Na presença de

substâncias rançosas a camada inferior apresenta uma coloração rósea

ou vermelha.

Se a intensidade da coloração for fraca, compara-se a camada

inferior com uma quantidade análoga de solução de permanganato de

potássio a 0,0012% (3,8 mL de uma solução 0,01 N elevada a 100 mL).

Se a intensidade for a mesma ou inferior, o resultado pode deixar de ser

levado em consideração, se os caracteres organolépticos do produto

forem satisfatórios.

3.6.3. Análises do índice de peróxidos

Foi utilizada a metodologia aprovada pelo IAL (2005). Foram

pesadas 5 g de gordura previamente extraída e diluída em 30 mL de

solução de ácido acético – clorofórmio (3:2 v/v) e agitou-se o frasco.

Adicionou-se 1,5 mL da solução de iodeto de potássio. Deixou-se a

solução em repouso por exatamente 10 minutos no escuro. Adicionou-se

0,5 mL da solução de amido a 1% em 30 mL de água destilada, se a

coloração ficasse azul, o índice de peróxido seria positivo. Quando isso

ocorreu, titulou-se com a solução de tiossulfato de sódio 0,01 N, até que

a coloração azul desaparecesse. Caso a coloração fosse branca, o

índice seria negativo. O índice de peróxido foi calculado utilizando a

equação 2:

(2)

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23

Onde:

V = Volume gasto da solução de tiossulfato de sódio 0,01 na titulação da

amostra;

N = Normalidade real da solução de tiossulfato de sódio;

P = Peso da amostra em gramas;

FC = Fator de correção da solução de tiossulfato de sódio 0,01(fornecido

pelo fabricante).

3.6.4. Análises de amônia

Foi utilizada a metodologia aprovada pelo IAL (2005). Inicialmente

misturaram-se os reagentes na proporção de 1 parte de ácido clorídrico,

1 parte de éter etílico e 3 partes de álcool etílico. Em um tubo de 25 mL

colocou-se 5 mL do reagente. O material examinado foi preso em um

gancho de arame munido de uma rolha que fecha o tubo e introduzido

no mesmo, de modo que a amostra ficou a 1 cm de distância do fundo.

Existindo amônia na amostra, forma-se uma nuvem de vapores que

envolve a mesma em poucos segundos, em quantidade que depende do

teor de amônia presente.

3.6.5. Análises para prova de gás

Foi utilizada a metodologia aprovada pelo IAL (2005). Transferiu-

se 10 g da amostra homogeneizada e 25 mL de água destilada para o

erlenmeyer de 125 mL com rolha esmerilhada. Colocou-se uma tira de

papel de acetato de chumbo de maneira que a mesma fique pendente

na parte interna do frasco, vedou-se com a rolha e aqueceu-se em

banho-maria por 10 minutos. Se fosse notado a aparecimento de

manchas cinzas no papel de acetato de chumbo, haveria confirmação da

presença de gás sulfídrico.

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3.6.6. Análise de cor

Todas as linguiça dos diferentes tratamentos foram trituradas em

liquidificador até que se apresentassem um aspecto de cor uniforme. O

colorimetro, da marca Hunter Lab, foi então calibrado e, em seguida,

foram feitas as leituras.

3.7. Análise estatística

Os dados foram analisados de acordo com o delineamento

inteiramente casualizado (DIC), com três repetições.

Foi realizado o teste estatístico de Tukey nas análises físico-

químicas quantitativas pela plataforma computacional SISVAR 4.06 ao

nível de significância de 5% (FERREIRA, 2003).

3.8. Análise sensorial

Foi realizada análise sensorial de preferência, pelo método de

ordenação, segundo Dutucoski (1996), para os atributos: aspecto geral e

cor, para cada um dos tratamentos nos tempos 0, 4, 8 e 12 dias, com 40

provadores. Os provadores deveriam atribuir notas de 1 a 4 à cada

atributo, sendo 1 a menos preferida e 4 a mais preferida. As amostras

foram dispostas de maneira aleatória a cada provador.

Foi utilizada a ferramenta computacional Microsoft Excel 2007

para tabulação dos dados e para análise estatística foi utilizado o Teste

de Friedman, ao nível de 5% de significância. Pelo teste de Friedman, as

amostras apresentam diferença estatística quando o módulo da

diferença da soma de ordens for maior que o valor de DMS (diferença

mínima significativa) tabelado, caso contrário, não há diferença.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Capacidade antioxidante da pimenta

Os resultados obtidos para a capacidade antioxidante das pimentas

estão elucidados na Tabela 1, e indica que a pimenta seca e moída apresenta

maior efetividade do efeito antioxidante dentre as outras amostras.

Tabela 1: Potencial antioxidante (%) da pimenta rosa in natura, seca e moída e do óleo da pimenta obtido através do método do DPPH.

Amostras Extratos Óleo Pimenta Seca e

Moída Pimenta In Natura

Etéreo 0,28% 21,49% 22,04% Alcoólico 0,28% 55,65% 13,22% Aquoso 7,16% 12,67% 20,11% Total 7,72% 89,81% 55,37%

Desta maneira, a pimenta seca e moída foi escolhida para ser

incorporada no preparo de linguiças, com o objetivo de avaliar seu poder

antioxidante.

4.2. Análises físico-químicas

4.2.1. Análise de pH

A Tabela 2 apresenta os valores do pH durante o período de

armazenamento das lingüiças com diferentes concentrações de

pimenta rosa seca e moída. Os pH’s obtiveram considerável alteração

em relação ao tempo para a amostra controle (0%) e tratamentos 0,5%

e 1,0% de pimenta moída. A amostra de 1,5% foi a que apresentou as

menores variações.

PEREIRA et al. (2006) observaram valores de pH que se

mantiveram na faixa entre 5 e 6 em carnes de ema em um período de

12 dias. VASCONCELOS et al. (2002) também obtiveram resultados

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com carne de ovinos que se mantiveram na faixa de 6 e 6,5 de pH em

um período de 48 dias.

No trabalho de MANO et al. (2002) onde amostras de carne

suína foram armazenadas sob atmosfera modificada a fim de se evitar

o crescimento microbiológico, houve um indício do comportamento do

pH similar ao ocorrido com as amostras deste trabalho. Em sua

amostra controle, que não possuía nenhum tipo de tratamento, houve

aumento do pH enquanto que nas amostras com o tratamento

específico o pH não apresentou diferença significativa. Portanto, para

casos específicos em que a amostra não apresentou nenhum

tratamento, os resultados obtidos foram semelhantes.

Tabela 2: Análise de PH de lingüiças suínas com diferentes concentrações da pimenta rosa seca e moída em diferentes tempos (dias) de estocagem sob refrigeração (6±2 ºC).

Concentrações de Pimenta

Tempo(Dias) 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%

0 5,86aA* 5,72aB 5,66aBC 5,61aC

4 7,06bA 6,72bB 6,06bC 5,43aD

8 7,24cA 7,04cB 6,44cC 6,63cD

12 7,63dA 7,03cB 6,66dC 6,40bD

16 7,38eA 7,23dB 6,69dC 6,55cD

*As letras minúsculas representam a diferença estatística entre os tempos de armazenamento e as letras maiúsculas representam a diferença estatística entre as diferentes concentrações de pimenta. Nas colunas, médias seguidas das mesmas letras minúsculas não diferem estatiscamente entre si, pelo teste de Tukey. Nas linhas, médias seguidas das mesmas letras maiúsculas não diferem estatiscamente entre si, pelo teste de Tukey.

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4.2.2. Análise de ranço na gordura

A análise de rancificação tem teor qualitativo, assim podemos

saber se houve ou não rancificação da amostra. Os resultados

observados na Tabela 3 mostram que a partir do 12º dia apenas a

amostra controle (0% de pimenta moída) apresentou rancificação,

enquanto que no 16º dia confirmou-se que a amostra controle estava

realmente rancificada e que a amostra 0,5% começava a rancificar.

Portanto, pôde-se observar que, além de ter evitado a

rancificação, a concentração da pimenta influiu sobre o tempo em que

o produto ficará sem rancificar.

Tabela 3: Análise da rancidez das lingüiças suínas com diferentes concentrações de pimenta rosa seca e moída em diferentes tempos (dias) de estocagem sob refrigeração (6±2 ºC).

Concentrações de Pimenta

Tempo

(dias) 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%

0 Ausência Ausência Ausência Ausência

4 Ausência Ausência Ausência Ausência

8 Ausência Ausência Ausência Ausência

12 Presença Ausência Ausência Ausência

16 Presença Presença Ausência Ausência

4.2.3. Análise do índice de peróxido

O índice de peróxido mostra de forma quantitativa o quanto os

lipídeos da amostra sofreram oxidação. Pela Tabela 4 observa-se que

na amostra 0%, após o inicio da rancificação que ocorreu apenas no

12º dia, foi obtido o valor de 3,92% de peróxidos. Entretanto, já no 16º

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dia, o índice quase dobrou de valor, chegando a 6,21%. A amostra de

0,5% apresentou somente no 16º dia valor similar ao índice de peróxido

da amostra 0% no 12º dia. Nas demais amostras não houve qualquer

detecção de peróxidos no intervalo de 16 dias. Esta taxa de

rancificação irá variar de produto para produto e, portanto, deverá ser

estudada em diferentes concentrações e diferentes produtos de acordo

com o pesquisador. Pode-se concluir que a pimenta foi eficiente para

retardar a oxidação lipídica da linguiça.

Tabela 4: Análises de peróxidos das lingüiças suínas com diferentes concentrações de pimenta rosa seca e moída em diferentes tempos (dias) de estocagem sob refrigeração (6±2 ºC).

Concentrações de Pimenta

Tempo

(dias) 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%

0 0aA 0aA 0aA 0aA

4 0aA 0aA 0aA 0aA

8 0aA 0aA 0aA 0aA

12 3,93bA 0aB 0aB 0aB

16 6,21cA 3,97bB 0aC 0aC

*As letras minúsculas representam a diferença estatística entre ao tempo de armazenamento e as letras maiúsculas representa a diferenças estatística entre as diferenças concentrações de pimenta.

4.2.4. Análise de amônia

O teste de amônia indica a produção de gases devido ao estado

avançado de deterioração de um produto protéico. Entretanto o teste

não apontou as possíveis causas do estado de deterioração. Foi obtido

como resultado a ausência de amônia para todos os tratamentos em

todos os tempos

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4.2.5. Análise de gás sulfídrico

Esta análise, em conjunto com a análise de presença do gás

amônia, indica o estado de deterioração de um produto protéico. Foi

obtido como resultado a ausência de gás sulfrídrico para todos os

tratamentos em todos os tempos. Embora o IAL (2005) mencione que

esta análise pode sofrer interferência de amostras muito

condimentadas ou temperadas, pode-se afirmar que não houve

interferência do tempero, pois a amostra controle também apresentou

resultado negativo.

Mesmo que os resultados destas análises físico-químicas tenham

indicado que a amostra não apresentava estado avançado de

deterioração, ao fim do experimento todos os tratamentos

apresentaram odor e aparência extremamente desagradáveis. Pardi et

al. (1996) aponta evidências de que bactérias que auxiliam na

deterioração da carne cresçam em pH maior do que 7, o que coincide

com os resultados obtidos pelo pH para as amostras de 0,0% e 0,5%.

Porém não foi possível realizar estudos microbiológicos durante este

experimento.

4.2.6. Análise de cor

As amostras analisadas apresentaram variações sistemáticas ou

aparentemente aleatórias de cor, como pode-se observar na tabela 5.

Percebeu-se que a variável luminosidade (L*) comparando todos os

tratamentos em todos os tempos, apresentou maiores valores para o

controle atingindo o maior valor de luminosidade no tempo 4 que foi de

59,88. A variável a* (vermelha - verde), apresentou uma variação muito

grande dentre os tratamentos, apresentando seu pico máximo no

tempo 0 com a linguiça com 1% de concentração de pimenta, com o

valor 6,72. A variável b* (amarelo - azul) não apresentou grande

variação entre as amostras sendo a ocorrência mais expressiva no

tempo 12 referente à linguiça com 0,5% de pimenta. A que apresentou

um menor valor para esta variável foi a lingüiça com 1,5% de pimenta

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no tempo 16. Este fato pode ser explicado devido a capacidade

antioxidante da pimenta, pois segundo Ogawa & Maia (1999), quando o

músculo é exposto ao ar, ocorre oxigenação do pigmento mioglobina,

formando então a oximioglobina (vermelho vivo), quando esta

exposição é mais prolongada, ou seja, durante o tempo de vida útil do

produto, ocorre oxidação do pigmento, causada pela modificação do

íon ferroso (Fe++) para o íon férrico (Fe+++). Com esta oxidação, forma-

se o pigmento metamioglobina, que apresenta uma coloração marrom

claro, quase amarelada, que pode ser evidenciada nas demais

lingüiças, pois apresentaram valores de b* superiores.

A cor é o primeiro estímulo percebido pelo consumidor ao

adquirir ou rejeitar um produto alimentício. Possui, portanto, altíssima

força de decisão, levando até mesmo ao esquecimento, momentâneo,

das características nutricionais do produto. Para o consumidor

brasileiro, carne de qualidade é sinônimo de carne vermelha.

Porém, a coloração exuberante pode enganar os olhos de quem

compra. Em alguns casos, empresas utilizam aditivos para “colorir”

produtos com cores atraentes para aumentar suas chances de venda.

Entretanto, qualquer mudança para atrair consumidores deve ser

sempre aprovada pelos serviços de fiscalização de alimentos,

garantindo uma maior segurança desses produtos (SANTOS, 2006).

Tabela 5: Análises colorimétrica L (luminosidade), a (cor de vermelho

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ao verde), b (cor de amarelo ao azul) das lingüiças suínas com diferentes concentrações de pimenta rosa seca e moída em diferentes tempos (dias) de estocagem sob refrigeração (6±2 ºC).

Concentrações de Pimenta

Tempo

(dias) 0,00% 0,50% 1,00% 1,50%

0 L* 51,94 52,66 47,81 44,89

0 a* 4,04 4,97 6,72 5,89

0 b* 15,84 18,54 20,08 20,47

4 L* 59,88 47,11 46,26 47,03

4 a* 2,48 3,35 4,03 3,78

4 b* 19,79 18,60 17,59 17,43

8 L* 45,25 41,48 41,26 42,74

8 a* 4,08 3,84 4,89 4,49

8 b* 20,42 20,86 20,40 19,17

12 L* 52,98 39,49 46,17 44,26

12 a* 2,74 5,52 4,91 4,65

12 b* 21,44 22,14 19,28 18,90

16 L* 58,62 50,22 42,54 45,77

16 a* 2,05 3,17 4,92 4,08

16 b* 19,82 19,58 20 17,00

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4.3. Análise sensorial

Foram realizadas análises sensoriais para cada um dos tempos de

estocagem para verificar se o consumidor notaria diferença entre os

tratamentos. Inicialmente não houve diferença significativa entre as amostras

segundo a preferência do consumidor. Porém nos demais tempos estudados

houve diferença significativa. Aos 12 dias de estocagem, todas as amostras

se encontravam em avançado estado de deterioração e pode-se constatar

estatisticamente que não houve diferença de escolha do consumidor entre as

amostras.

Para o tempo 0, os módulos da diferença para o dado Cor foram todos

menores que o DMS, ao nível de significância de 5%. Entretanto para Aspecto

Geral, percebeu-se que o consumidor notou a diferença em função da

presença da pimenta. Assim como visto no estudo colorimétrico, a pimenta

presente no alimento torna-o mais escuro.

Após 4 dias, a pimenta difundiu-se suficientemente bem no produto de

forma que as linguiças ficassem mais escuras. Os resultados obtidos

mostraram que o consumidor notou diferenças entre as amostras quando

analisadas a cor e o aspecto geral.

A partir do tempo 8 a amostra zero apresentava aspecto

esbranquiçado e todas as amostras apresentavam uma camada pegajosa em

seu exterior. Pelos resultados obtidos nota-se grande divergência quando

comparados os tratamentos com pimenta com a amostra zero, o que pode

indicar uma preferência pelos produtos com a presença da pimenta.

No tempo 12, o aspecto geral de todas as amostras não

apresentaram diferença significativa, pois todas aparentavam estado de

deterioração muito avançada. O mesmo pode ser dito para cor, apesar das

diferenças obtidas serem ligeiramente maiores.

Não foi realizada a análise sensorial no 16º dia devido ao estado

avançado de deterioração, apresentou forte cheiro desagradável e aspecto

pegajoso e aparência escura, tornando-a inapta para à análise.

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5. CONCLUSÕES

A pimenta rosa tem alto poder antioxidante podendo ser utilizada para

prolongar a vida de prateleira de produtos cárneos, evitando o uso de produtos

sintéticos que podem prejudicar a saúde do consumidor.

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