UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO … · Em bovinos, a brucelose provoca perdas diretas...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL CAMPUS DE PATOS PB CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA Estudo Retrospectivo da Brucelose Bovina na Microrregião de Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil Francisco Ariclenes Olinto Patos PB Abril de 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS – PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Estudo Retrospectivo da Brucelose Bovina na Microrregião de Pau dos

Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil

Francisco Ariclenes Olinto

Patos – PB

Abril de 2010

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS – PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

MONOGRAFIA

Estudo Retrospectivo da Brucelose Bovina na Microrregião de Pau dos

Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil

Francisco Ariclenes Olinto

Graduando

Professor Dr. Sérgio Santos de Azevedo

Orientador

Patos – PB

Abril de 2010

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

CAMPUS DE PATOS – PB

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

FRANCISCO ARICLENES OLINTO

Graduando

Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para

obtenção do grau de Médico Veterinário.

APROVADA EM ______/______/______ MÉDIA: ______

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________________________

Professor Dr. Sérgio Santos de Azevedo

ORIENTADOR

__________________________________________________

Professor Dr. Albério Antônio de Barros Gomes

EXAMINADOR I

__________________________________________________

Professor Msc. Theonys Diógenes Freitas

EXAMINADOR II

__________

NOTA

__________

NOTA

__________

NOTA

3

Dedico este trabalho a todos os meus

familiares, principalmente aos meus

preciosos pais João Glimar e Auxiliadora

Olinto, como também as minhas

queridas irmãs Audejane e Maria José,

pelo apoio fraterno, amor e colaboração

em todos os momentos da minha vida.

4

“Creio no sol, mesmo quando ele não

brilha. Creio no amor, mesmo quando

não o sinto. Creio em Deus, mesmo

quando ele permanece silencioso.”

(autor desconhecido)

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter me dado forças e coragem para lutar e alcançar esse

grande objetivo em minha vida. Proporcionando-me saúde e proteção.

Aos meus valiosos pais, João Glimar Filho e Auxiliadora Olinto, que sempre

estiveram do meu lado, seja em qualquer circunstância, dando-me carinho, atenção e

incentivo para vencer os obstáculos da vida.

As minhas irmãs, Maria Audejane Olinto Luciano e Maria José Luciano, pelos

momentos compartilhados, sempre com amor, paciência e dedicação. Também a Rosimere,

minha irmã por consideração.

Aos meus avós maternos, Rosa Alencar e Manoel Olinto, como também aos meus

avós paternos, João Luciano e Antonia Alexandre, que sempre me apoiaram de forma

direta e indiretamente.

Aos meus tios, Evanuel, Evanduir, Maria do Socorro, Luciano, que contribuíram

com palavras amigas, quando sempre precisei.

Aos meus cunhados Adalberto Oliveira e Arioston Trigueiro, que além de ser

amigos verdadeiros, são praticamente meus irmãos.

As minhas inestimáveis sobrinhas Anny Arianny e Lívia Lawanny, a quem aprecio

com amor, carinho e felicidade.

Ao professor Dr. Sérgio Santos de Azevedo, pela colaboração e orientação neste

trabalho, bem como ao médico veterinário José Marcelo da Silva.

Aos professores Gildenor, Solange Absalão (in memorian), Fernando Borja,

Albério, Graça Xavier, Sara Vilar, Pedro Isidro, Sonia Lima, Márcia Melo, obrigado.

Aos meus amigos de quarto na RUSAN, Orlando, Ailson, Pierre, Walisson, Marcos, com

quem compartilhei boa parte dos momentos vividos na universidade, e são grandes amigos

que jamais esquecerei.

Aos meus colegas da Turma 2010.1 Temístocles, Alysson, Cícero, Hugo, Platiny,

Leonardo, Luciano, Genezino, Gilzane, Giulianna, Maurina, Syduane, Elane, em que

juntos vivemos momentos bons e ruins, mas sempre com companheirismo e amizade.

Aos demais amigos da RUSAN, Neto, Tércio, Filipe, Isaias, Érico, Rogério,

Roberto, Fábio, David, companheiros de convivência e de luta.

A todos os meus amigos da minha querida Tenente Ananias-RN, com quem

compartilho momentos memoráveis.

6

SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS.........................................................................................

LISTA DE FIGURAS..........................................................................................

LISTA DE QUADROS........................................................................................

RESUMO..............................................................................................................

ABSTRACT..........................................................................................................

1. INTRODUÇÃO................................................................................................

2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................

2.1 História............................................................................................................

2.2 Agente Etiológico............................................................................................

2.3 Hospedeiros.....................................................................................................

2.4 Patogenia.........................................................................................................

2.5 Sinais Clínicos.................................................................................................

2.6 Transmissão....................................................................................................

2.7 Diagnóstico......................................................................................................

2.8 Controle e Profilaxia......................................................................................

3. OBJETIVO.......................................................................................................

4. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................

4.1 Dados...............................................................................................................

4.2 Diagnóstico Sorológico...................................................................................

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................

6. CONCLUSÃO..................................................................................................

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................

Pág.

07

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7

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Distribuição dos municípios, com a prevalência de propriedades investigadas e

positivas para brucelose bovina na Microrregião de Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande

do Norte, Brasil, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009.........................pág. 29

Tabela 2. Distribuição dos municípios, com a quantidade de animais investigados, e as

respectivas provas sorológicas para brucelose bovina na Microrregião de Pau dos Ferros,

Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, no período de janeiro de 2008 a dezembro de

2009..............................................................................................................................pág. 30

Tabela 3. Prevalência dos testes do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e do 2-

Meracaptoetanol (2-ME), para brucelose bovina na Microrregião de Pau dos Ferros, Estado

do rio Grande do Norte, Brasil, no período de janeiro de 2008 a dezembro de

2009..............................................................................................................................pág. 31

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Brucella abortus (microscopia)...................................................................pág. 17

Figura 2. Brucella abortus (microscopia)...................................................................pág. 17

Figura 3. Inúmeras bactérias Brucella abortus intracelulares e extracelulares em marrom.

Imunoistoquímica anti-B. abortus................................................................................pág. 17

Figura 4. Brucella spp. (histologia).............................................................................pág. 17

Figura 5. Localização dos linfonodos..........................................................................pág. 19

Figura 6. Localização dos cotilédones.........................................................................pág. 19

Figura 7. Feto abortado em terço final da gestação.....................................................pág. 20

Figura 8. Bezerro fraco................................................................................................pág. 20

Figura 9. Retenção de placenta....................................................................................pág. 20

Figura 10. Orquite em bovino.....................................................................................pág. 20

Figura 11. Teste do Antígeno Acidificado Tamponado (rosa de bengala): reação

positiva..........................................................................................................................pág. 24

Figura 12. Teste do Anel em Leite: tubo da esquerda, negativo; tubo da direita,

positivo.........................................................................................................................pág. 24

Figura 13. Teste do 2-Mercaptoetanol: 1º tubo da esquerda, positivo........................pág. 24

Figura 14. Teste de Fixação do Complemento............................................................pág. 24

9

LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Resistência de Brucella sp em algumas condições ambientais..................pág. 16

Quadro 2. Principais propriedades das vacinas utilizadas na imunização de bovinos contra

a brucelose....................................................................................................................pág. 26

10

RESUMO

OLINTO, Francisco Ariclenes. Estudo Retrospectivo da Brucelose Bovina na

Microrregião de Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Trabalho de

conclusão de curso – monografia (Curso de Medicina Veterinária). Centro de Saúde e

Tecnologia Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB, 39p.. 2010.

A brucelose bovina é uma doença bacteriana causada pela Brucella abortus, como também

é uma zoonose e enfermidade infecto-contagiosa de importância econômica e em saúde

pública, estando presente na lista da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), sendo

de notificação obrigatória. Com o objetivo de avaliar essa enfermidade na Microrregião de

Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, foi realizado um Estudo Retrospectivo

compreendendo os municípios de Alexandria, Antonio Martins, Encanto, José da Penha,

Major Sales, Marcelino Vieira, Paraná, Pilões, Riacho de Santana e Tenente Ananias.

Analisando os dados dos relatórios mensais de exames realizados por médicos veterinários

habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no que diz

respeito ao Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose

Animal (PNCEBT). Foram analisados os resultados dos exames de brucelose bovina de

1077 animais de 189 propriedades, destas, quatro apresentaram animais positivos (2,12%),

realizados durante o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009. Nas provas do

Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e do 2-Mercaptoetanol (2-ME) foram verificados

16 animais positivos, representando uma freqüência de 1,49%. Com a identificação de

animais positivos para a brucelose bovina, demonstram-se o risco que esses animais

representam como fontes de infecção, para outros bovinos e/ou rebanhos, como também ao

homem. Portanto, é importante que haja um trabalho de educação sanitária dos criadores e

tratadores, com políticas públicas e através de trabalhos de conscientização realizados por

médicos veterinários, esclarecendo a importância das medidas sanitárias e de

biossegurança, como também as conseqüências ocasionadas pela brucelose bovina.

Destaca-se também, a importância de seguir as ações e recomendações apresentadas no

PNCEBT.

Palavras-chave: brucelose, bovino, doença bacteriana, Brucella abortus, zoonose, infecto-

contagiosa.

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ABSTRACT

OLINTO, Francisco Ariclenes. Retrospective Study of Bovine Brucellosis in

Microregion of Pau dos Ferros, State of Rio Grande do Norte, Brazil. Work of

completion - monograph (Course of Veterinary Medicine). Centro de Saúde e Tecnologia

Rural, Universidade Federal de Campina Grande, Patos, PB, 39p.. 2010.

Bovine brucellosis is a bacterial disease caused by Brucella abortus, but also a zoonosis

and infectious disease of economic importance and public health, present the list of the

World Organization for Animal Health (OIE), of the mandatory reporting. In order to

evaluate this disease in Microregion Pau dos Ferros, State of Rio Grande do Norte, was a

retrospective study including the cities of Alexandria, Antonio Martins, Encanto, José da

Penha, Major Sales, Marcelino Vieira, Paraná, Pilões , Riacho de Santana and Tenente

Ananias. Analyzing data from monthly reports of examinations by a veterinarian

authorized by the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (MAPA), with respect to

the National Control and Eradication of Brucellosis and Tuberculosis Animal (PNCEBT).

We analyzed the results of tests of brucellosis in 1077 animals of 189 properties, these,

four had positive animals (2.12%), made during the period January 2008 to December

2009. In the proves of the buffered acidified antigen (TAA) and 2-mercaptoethanol (2-ME)

were recorded 16 positive animals, representing a frequency of 1.49%. With the

identification of animals positive for brucellosis, demonstrate the risk that these animals

pose as sources of infection for other cattle and livestock, but also to man. Therefore, it is

important that promote sanitary education to breeders and handlers, public policies and

through education efforts carried out by a veterinarian, explaining the importance of

sanitary and biosecurity, as well as the consequences caused by brucellosis. We also

highlight the importance of following the actions and recommendations presented in

PNCEBT.

Keywords: brucellosis, bovine, bacterial disease, Brucella abortus, zoonosis infectious-

contagious.

12

1. INTRODUÇÃO

A brucelose bovina é uma doença infecto-contagiosa, sendo uma antropozoonose

de grande importância econômica e de saúde pública, causada pela bactéria Brucella

abortus, é considerada uma enfermidade da esfera reprodutiva, caracterizada

principalmente por sinais como aborto, retenção de placenta, infecções uterinas,

infertilidade e nascimento de animais fracos.

A brucelose ainda é um sério problema de saúde animal na maioria dos países. Com

exceção daqueles que, após programas rigorosos, conseguiram erradicá-la ou pelo menos

reduzir significativamente a taxa de prevalência, na maior parte do globo, principalmente

nos países mais pobres, ainda se trata de uma questão sanitária preocupante (MATHIAS et

al., 2007). Em função de sua importância como zoonose, das perdas econômicas causadas

pela infecção, da ampliação de mercados e de sua prevenção proporcionar produtos de

melhor qualidade sanitária, tem sido identificada como uma das doenças cujo controle

deverá provocar um grande impacto nos setores produtores de carne e de leite no país

(LAGE et al., 2005).

Em bovinos, a brucelose provoca perdas diretas em decorrência de abortamentos,

diminuição dos índices reprodutivos, aumento do intervalo entre partos, queda na produção

de leite e carne, morte de bezerros, além da interrupção de linhagens genéticas. Estima-se

que a infecção é responsável pela diminuição de 20 a 25% na produção de leite, 10 a 15%

na produção de carne, 15% da perda de bezerros em decorrência de abortamentos, aumento

de 30% na taxa de reposição de animais e aumento do intervalo entre partos de 11,5 para

20 meses. Segundo Radostits et al. (2002), em cada cinco vacas infectadas, uma aborta ou

torna-se permanentemente estéril. Ocorre também perda de prestígio para as propriedades

acometidas pela doença. O caráter zoonótico da doença acarreta perdas, na maioria das

vezes relacionadas ao custo do tratamento humano e ao período de ausência no trabalho

durante a convalescência (PAULIN, 2003).

No homem, a doença é chamada de febre ondulante (REBHUN, 2000). O grupo

com risco de contaminação pela brucela é composto por médicos veterinários, tratadores,

magarefes e laboratoristas, justamente pelo fato de terem contato com os animais

infectados. Este é o primeiro grupo a ser conscientizado da importância dos cuidados

sanitários e danos econômicos desta enfermidade (BELIVACQUA, 2008).

13

O último diagnóstico de situação da brucelose no Brasil foi realizado em 1975,

tendo sido estimada a porcentagem de animais soropositivos em 4% na Região Sul, 7,5%

na Região Sudeste, 6,8% na Região Centro-Oeste, 2,5% na Região Nordeste e 4,5% na

Região Norte (BRASIL, 2006).

O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose

Animal (PNCEBT) que consiste em um conjunto de medidas compulsórias, associadas a

ações de adesão voluntária, foi instituído em 2001 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária

e Abastecimento (MAPA) com o objetivo de diminuir o impacto negativo dessas zoonoses

na saúde humana e animal, além de promover a competitividade da pecuária nacional,

introduzindo a vacinação obrigatória contra a brucelose bovina e bubalina em todo o

território nacional e definiu uma estratégia de certificação de propriedades livres ou

monitoradas (BRASIL, 2006).

14

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 História

A descoberta e identificação das bactérias atualmente agrupadas no gênero Brucella

foram passos importantes da evolução do conhecimento concernente à complexa moléstia

em seres humanos e animais atualmente conhecida como brucelose. Brucella melitensis, a

primeira espécie a ser identificada, foi isolada em 1887 do baço de pacientes mortos por

“febre do Mediterrâneo” ou “febre gástrica” (JONES et al., 2000). Bruce conseguiu

demonstrar, microscopicamente, em 1886 e, mediante culturas, em 1887, a presença do

agente (Microcuccus melitensis) no baço de soldados ingleses mortos de febre de Malta.

Wright e Semple informaram dez anos mais tarde (1897), o aparecimento de aglutininas

frente a este microrganismo no sangue de indivíduos doentes e desenvolveram a reação de

aglutinação lenta para a demonstração de anticorpos séricos, ainda hoje de grande valor

diagnóstico (BEER, 1988).

Independentemente, Nocard, em 1885, havia observado numerosos organismos

cocóides em casos de abortos bovinos, porém, foram Bang e Stribolt que em 1897

cultivaram e isolaram os agentes dos abortos (CORRÊA; CORRÊA, 1992). Em 1905,

Zammit descobriu a relação direta que tem a doença humana com a ingestão de leite fresco

de cabras afetadas portadoras do agente (BEER, 1988).

Alice Evans, nos EUA, em 1918, demonstrou que as bactérias isoladas por Sir David

Bruce e por Bang eram similares e propôs o nome genérico de Brucella em homenagem ao

pesquisador inglês, o qual foi aceito oficialmente em 1920 (CORRÊA; CORRÊA, 1992).

No Brasil, é conhecida, desde 1922, tendo-se obtido o isolamento da bactéria em

fetos abortados no Estado de São Paulo em 1930 (MELLO, 1950).

2.2 Agente etiológico

As espécies de Brucella são pequenas bactérias Gram-negativas (Fig. 1) (0,6 x 0,6 a

1,5 µm), cocobacilares e imóveis. Como não se decoram pelo ácido acético a 0,5% na

técnica de coloração de Ziehl-Neelsen modificada (ZNM), são classificadas como ZNM-

positivos. Em esfregaços de fluidos corpóreos ou de tecidos corados pelo ZNM, aparecem

caracteristicamente como agrupados de cocobacilos vermelhos (Fig. 4) (QUIN et al., 2005).

15

O gênero Brucella comporta bactérias intracelulares facultativas (Fig. 3), aeróbias e não

formadoras de esporos (RIET-CORREA et al., 2007).

As espécies da Brucella e seus principais animais pecuários hospedeiros são Brucella

abortus, bovino; Brucella melitensis, cabras; Brucella suis, suíno e Brucella ovis, ovinos

(RADOSTITS et al., 2002). Existem também Brucella neotomae e B. canis. Todas as

espécies desse gênero são semelhantes e já foi proposto manter um único nome de espécie,

B. melitensis; entretanto, tal proposta acabou não se consumando, de modo que ainda

prevalece a classificação em espécies definidas pelas características bioquímicas,

sorológicas e pela sensibilidade a bacteriófagos (RIET-CORREA et al., 2007).

Uma outra classificação de Brucella spp. é em relação a morfologia colonial,

dividindo-as em dois grupos: lisa e rugosa. Estas diferenças coloniais refletem diferenças

da parede celular de Brucella spp., porque a presença ou ausência da cadeia O, componente

químico denominado de perosamina e que está localizado na superfície externa de Brucella

spp., determinam a característica lisa ou rugosa, respectivamente da colônia (BARBOSA,

2009)

As brucelas são dispostas isoladamente e em cadeias curtas, apresentam coloração

bipolar e são facilmente coradas por corantes anilínicos (Fig. 1 e 2). São necessárias para o

crescimento as vitaminas tiamina, niacina e biotina. O pantotenato de cálcio

frequentemente estimula o crescimento. Os agentes são catalase e, geralmente, oxidase

positivos, com exceção de B. ovis (BEER, 1988). São germes bastante invasores, podendo

penetrar no organismo através da mucosa digestiva e ocular e de abrasões da pele. Alguns

autores também acreditam que as brucelas também penetram por via respiratória. A

infecção por brucela estimula a formação de anticorpos humorais, hipersensibilidade tardia

e imunidade celular (TRABULSI et al., 1999).

As brucelas resistem bem à inativação no ambiente. Se as condições de pH,

temperatura e luz são favoráveis, elas resistem por vários meses em água, fetos, restos de

placenta, fezes, lã, feno, matérias e vestimentas, e também em locais secos (pó, solo) e a

baixas temperaturas. No leite e em produtos lácteos, sua sobrevivência depende da

quantidade de água, da temperatura, do pH e da presença de outros microrganismos.

Quando em baixa concentração, as brucelas são facilmente destruídas pelo calor. A

pasteurização, os métodos de esterilização a altas temperaturas e a fervura eliminam as

brucelas. Em produtos não pasteurizados elas podem persistir durante vários meses. Na

carne, sobrevivem por pouco tempo, dependendo da quantidade de bactérias presentes, do

16

tipo de tratamento sofrido pela carne e da correta eliminação dos tecidos que concentram

um maior número de bactérias (tecido mamário, órgãos genitais, linfonodos). A maioria

dos desinfetantes (formol, hipoclorito, fenol, xileno) são ativos contra as brucelas em

soluções aquosas. Os desinfetantes amoniacais não apresentam uma boa atividade contra as

brucelas. Os raios violetas e ionizantes também destroem essas bactérias (RIET-CORREA

et al., 2007). O quadro 1 mostra o tempo de resistência de Brucella sp em algumas

condições ambientais.

O agente etiológico da brucelose bovina é a Brucella abortus, mas os bovinos são

susceptíveis à infecção por outras espécies da bactéria (RIET-CORREA et al., 2007). Pelo

menos nove biótipos foram identificados, incluindo um número de cepas variantes

(RADOSTITS et al., 2002).

Quadro 1. Resistência de Brucella sp em algumas condições ambientais.

Condição ambiental Tempo de sobrevivência

Luz solar direta 4 – 5 horas

Solo

Seco 4 dias

Úmido 65 dias

a baixas temperaturas 151 – 185 dias

Fezes 120 dias

Dejetos Esgoto 8 – 240/700 dias

altas temperaturas 4 horas – 2 dias

Água potável 5 – 114 dias

Poluída 30 – 150 dias

Feto à sombra 180 dias

Exsudato uterino 200 dias

Fonte: BRASIL, 2006.

17

2.3 Hospedeiros

Como regra geral, as brucelas tem predileção por órgãos reprodutivos de animais

machos e fêmeas sexualmente maduros, e cada espécie de Brucella tende a infectar uma

espécie animal em particular (QUIN et al., 2005).

Os bovinos são os mais susceptíveis a Brucella abortus (BRASIL, 2006). A categoria

mais susceptível à brucelose é a vaca em gestação, a qual constitui também a principal

fonte de infecção; animais que ainda não atingiram a maturidade sexual são poucos

susceptíveis a esse agente (MATHIAS, 2008).

Figura 1. Brucella abortus

(microscopia). Fonte: KUNKEL,

2004.

Figura 2. Brucella abortus

(microscopia). Fonte: KUNKEL, 2004.

Figura 3. Inúmeras bactérias Brucella

abortus intracelulares e extracelulares em

marrom. Imunoistoquímica anti-B.

abortus. Fonte: PAIXÃO, 2006.

Figura 4. Brucella spp. (histologia).

Fonte: STAUFFER, 2002.

18

Além de bovinos e bubalinos, a B. abortus pode infectar outras espécies, como cães,

suínos, caprinos, ovinos, eqüinos e seres humanos. Vários animais silvestres são

susceptíveis a B. abortus (FRASER et al., 1996).

2.4 Patogenia

O estabelecimento da infecção depende do inóculo, da virulência da bactéria e da

resistência do hospedeiro, a qual é determinada por mecanismos imunológicos inatos e

específicos (KREUTZ et al., 2001).

A bactéria penetra no organismo pelas mucosas oral, nasofaríngea, conjuntival ou

genital ou pelo contato direto com a pele. Após a penetração, as brucelas são levadas aos

lifonodos regionais (Fig. 5), onde prolifera nas células reticuloendoteliais (RIET-CORREA

et al., 2007; JONES et al., 2000). A Brucella abortus tem predileção pelo útero prenhe,

úbere, testículo, glândulas sexuais masculinas acessórias, linfonodos, cápsulas articulares e

membranas sinoviais. Nos machos causam alterações inflamatórias necróticas (BEER,

1988). Após a invasão corpórea inicial, a localização ocorre inicialmente nos linfonodos

que drenam a área e dissemina-se para outros tecidos linfóides, como o baço e os

linfonodos mamários e ilíacos (RADOSTITS et al., 2002).

Em todos os locais invadidos, Brucella prolifera a nível intracelular. Essa

localização intracelular é um dos mecanismos de evasão do sistema imune, porque protege

as brucelas da ação do complemento e de anticorpos específicos (BRASIL, 2006). A

afinidade das bactérias pela placenta e feto, em particular pelos trofoblastos

corioalantóicos, foi correlacionada à presença de eritritol nesses tecidos (Fig. 6) (JONES et

al., 2000), entretanto, as placentas de diversos roedores de laboratório, que carecem de

eritritol detectável, ainda sustentam a replicação de B. abortus (SMITH, 2006). Eritritol é

um álcool poliídrico que age como fator de crescimento (QUIN et al., 2005).

Durante a infecção, a bactéria tem a capacidade de sobreviver à ação bactericida

dos neutrófilos e de se multiplicar dentro de macrófagos e não especializados. A bactéria

internalizada por fagócitos, pode tanto ser destruída no interior de fagolisossomos como

sobreviver nestes compartimentos ou multiplicar em sítios intracelulares de replicação.

Quando a Brucella abortus está opsonizada, ela se torna mais susceptível a ação

bactericida dos macrófagos (GORVEL; MORENO, 2006).

19

2.5 Sinais Clínicos

O período de incubação tem uma duração variável. Em geral, está situado entre 14 e

180 dias, também tem sido assinalados 193 a 251 dias (BEER, 1988). Os achados clínicos

dependem do estado imune do animal. No gado prenhe não-vacinado altamente

susceptível, o abortamento após o quinto mês de gestação é uma característica da doença

nos bovinos (Fig. 7). Nas gestações subseqüentes, o feto normalmente é gerado a termo,

embora um segundo ou, mesmo, um terceiro abortamentos possam ocorrer na mesma vaca,

além de nascimento de animais mortos ou fracos (Fig. 8) (RADOSTITS et al., 2002; RIET-

CORREA et al., 2007).

Geralmente o aborto ocorre na segunda metade da gestação, com maior incidência

nas fêmeas primíparas, causando retenção de placenta (Fig. 9), metrite e, ocasionalmente,

esterilidade permanente (RIET-CORREA et al., 2007; FUCK & MORAES, 2005). Os

abortos são precedidos, frequentemente, dos conhecidos sinais de um parto prematuro,

assim como por sintomas indicativos de um processo inflamatório do canal do parto.

Assim, a mucosa vaginal hiperemiada pode apresentar pequenos nódulos avermelhados e

fluxo vaginal branco-acinzentado ou vermelho-acinzentado, mucoso ou mucopurulento,

em caso excepcionais hemorrágico e sempre inodoro (BEER, 1988). Nos touros a infecção

se localiza nos testículos, vesículas seminais e próstata (ALVES, et al., 2003). A doença

manifesta-se por orquite (Fig. 10), que acarreta baixa de libido e infertilidade. Os testículos

podem apresentar, também, degeneração, aderências e fibrose (RIET-CORREA et al.,

2007). Podem estar presentes claudicação e mastite nos rebanhos infectados (SMITH,

2006).

Figura 5. Localização dos linfonodos. Fonte:

BELIVACQUA, 2008. Figura 6. Localização dos

cotilédones. Fonte: BELIVACQUA,

2008.

20

No touro, a orquite e a epididimite ocorrem ocasionalmente. Uma ou ambas as

bolsas escrotais podem estar acometidas com edema doloroso, agudo, duas vezes o

tamanho normal, embora os testículos possam não se encontar macroscopicamente

aumentados de volume. As vesículas seminais podem ser acometidas, e seu aumento de

volume ser detectado na palpação retal. Os touros acometidos ficam normalmente estéries,

quando a orquite é aguda, mas poderão retornar à fertilidade normal, se um testículo estiver

intacto (RADOSTITS et al., 2002).

A brucelose no homem pode se confundida com muitas outras doenças mais

comuns e pode causar febre, mialgia ou infecção articular ou ocular (REBHUN, 2000). Na

fase aguda são descritos fraqueza, mal estar, dores musculares e abdominais, febre

contínua e intermitente, cefaléia, sudorese profusa, artrite, orquite, epididimite e

infertilidade. A forma crônica é predominante. A sintomatologia mais freqüente é neuro-

psíquica, caracterizada por melancolia, irritabilidade, depressão, cefaléia, inapetência,

nervosismo. Pode haver complicações, como endocardite, pericardite, meningite, hepatite e

abscessos viscerais (RIET-CORREA et al., 2007).

Figura 7. Feto abortado em terço final da

gestação. Fonte: PAIXÃO, 2006. Figura 8. Bezerro fraco. Fonte:

TOLÊDO, 2006.

Figura 9. Retenção de placenta. Fonte:

TOLÊDO, 2006. Figura 10. Orquite em bovino. Fonte:

TOLÊDO, 2006.

21

2.6 Transmissão

A transmissão da brucelose entre rebanhos deve-se à aquisição de animais

infectados, proximidades a rebanhos infectados que compartilham pastagem e água e

animais que se alimentam de outros em decomposição. Dentro do rebanho, a transmissão

da enfermidade é influenciada pelo nível de vacinação, tamanho do rebanho, condições de

instalações, uso de piquete-maternidade e densidade populacional (CRAWFORD et al.,

2006). A entrada do agente em criações não infectadas previamente é produzida pela

estabulação de fêmeas sem manifestações clínicas, compra de vacas clinicamente sadias

aparentemente, mas já infectadas, e mediante animais recém-nascidos em criações

afetadas. Mas não só os bovinos, como também outras espécies animais podem introduzir

o agente numa criação, como por exemplo, suínos, eqüinos, cães e gatos (BEER, 1988).

O risco proposto aos animais susceptíveis após o parto das vacas infectadas

depende de três fatos: número de microrganismos excretados; sobrevivência desses

organismos sob as condições ambientais existentes; probabilidade de os animais

susceptíveis serem expostos a microrganismos suficientes para estabelecer a infecção

(RADOSTITS et al., 2002).

A fonte de infecção do agente são os animais infectados, que tem como via de

eliminação os fetos e anexos fetais, secreções vaginais, fezes, urina, sêmen, e leite. A

transmissão se dá através do contato direto com animais infectados, e pela forma indireta

que é através da água, pastagem e fômites contaminados, como também, sêmen

(inseminação artificial), leite e derivados crus, tendo como porta de entrada à via oro-

faríngea, mucosas (conjuntiva, oral, respiratória, e genital) e pele. Animais jovens ao

ingerirem o leite contaminado não são susceptíveis a infecção, na qual se infectam de

forma transitória levando de seis a oito semanas para ficarem livres após a interrupção da

amamentação, porém eliminam o agente durante este período (ACHA; SZYFRES, 1986).

A transmissão pelo coito parece não ser de grande importância entre bovinos e bubalinos.

Na monta natural, o sêmen é depositado na vagina, onde há defesas inespecíficas que

dificultam o processo de infecção. Entretanto, na inseminação artificial, o sêmen é

introduzido diretamente no útero, permitindo infecção da fêmea com pequenas quantidades

do agente. A transferência de embriões, realizada segundo os protocolos

internacionalmente preconizados de lavagem e tratamento para a redução de agentes

22

infecciosos, não apresenta risco de transmissão de brucelose entre doadoras infectadas e

receptoras livres da doença (BRASIL, 2006).

O período de incubação da brucelose pode ser de poucas semanas e até mesmo de

meses ou anos, sendo inversamente proporcional ao tempo de gestação, ou seja, quando

mais adiantada a gestação, menor será o período de incubação (BRASIL, 2006).

2.7 Diagnóstico

O diagnóstico laboratorial da brucelose pode ser bacteriológico (direto) ou

sorológico (indireto). O método direto baseia-se no isolamento do agente a partir de tecidos

de fetos abortados, placenta, exudatos vaginais, gânglios, leite e sêmen. Os métodos

indiretos consistem na detecção de anticorpos no soro, no leite, no plasma seminal ou no

muco vaginal, e são mais utilizados (ALMEIDA et al., 2004).

Embora um diagnóstico definitivo e incontestável de brucelose possa ser obtido

pelo isolamento do agente etiológico, esse procedimento é caro, demorado e exigem

recursos laboratoriais nem sempre disponíveis, o que inviabiliza o seu uso em larga escala,

como requer um programa de controle da enfermidade (MATHIAS et al., 2007). O

diagnóstico clínico e as evidências epidemiológicas, são usados apenas como suspeita,

utilizando-se de informações como orquite, histórico de abortamento, contato com material

fetal (FERREIRA NETO; PAULIN, 2003). Em decorrência de maior praticidade, menor

custo e menor tempo para obtenção do diagnóstico, a pesquisa de anticorpos é o

procedimento de escolha para a rotina do diagnóstico (RIET-CORREA et al., 2007).

O diagnóstico indireto da brucelose pode ser realizado por meio de vários testes,

dentre eles o de rosa de bengala, prova de soroaglutinação lenta com 2-mercaptoetanol

(SAL-2ME), teste presuntivo rápido automatizado (rap test), ensaio de imunoadsorção

enzimática (ELISA), ensaio homogêneo de fluorescência polarizada (FPA) e a fixação de

complemento (FC) (ALMEIDA et al., 2004).

No Brasil, o PNCEBT definiu como oficias os testes do Antígeno Acidificado

Tamponado (AAT), Teste do Anel em Leite (TAL), 2-Mercaptoetanol (2-ME) e Fixação

de Complemento (FC). Os dois primeiros como testes de triagem, os dois últimos como

confirmatórios. Células inteiras da amostra de B. abortus 1119-3 são utilizadas como

preparação dos antígenos (BRASIL, 2006).

23

O teste rosa de bengala, método que utiliza o antígeno acidificado tamponado (Fig.

11), é prático e rápido, sendo de alta sensibilidade, mas de menor especificidade quando

comparado com às outras provas, é o teste de triagem realizado por médicos veterinários

habilitados, por laboratórios credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados. O

método consiste na aglutinação direta de anticorpos com o antígeno particulado (bactéria),

resultando na formação de complexos insolúveis. A aglutinação das partículas indica a

presença de anticorpos específicos para o antígeno (ALMEIDA et al., 2004; SILVA et al.,

2009).

O teste do anel em leite (Fig. 12) poderá ser utilizado para monitoramento da

condição sanitária de propriedades livres ou como ferramenta de diagnóstico em sistemas

de vigilância epidemiológica, pode ser executado por médicos veterinários habilitados, por

laboratórios credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados (SILVA et al., 2009).

Foi idealizado para ser aplicado em misturas de leite de vários animais, uma vez que a

baixa concentração celular do antígeno (4%) torna-o bastante sensível. Empregam-se mais

comumente antígenos corados com hematoxilina, que dá a cor azul característica à reação

positiva (BRASIL, 2006).

O 2-mercaptoetanol (Fig. 13) é mais específico, e é executado por laboratórios

credenciados ou por laboratórios oficiais credenciados. Esse teste baseia-se no tratamento

prévio do soro com uma solução que contém 2-mercaptoetanol, que tema propriedade de

destruir ligações da molécula de IgM, diminuindo a capacidade aglutinante dessa classe de

imunoglobulina, o que aumenta especificidade do teste (SILVA et al., 2009; ALMEIDA et

al., 2004; RIET-CORREA et al., 2007).

O teste de fixação de complemento (Fig. 14) é realizado em laboratórios oficiais

credenciados para efeito de trânsito internacional, como teste confirmatório em animais

reagentes ao teste de triagem, ou para diagnóstico de casos inconclusivos ao teste do 2-

mercaptoetanol, detecta principalmente IgG1, a qual é a principal imunoglobulina

resultante da infecção por Brucella abortus (SILVA et al., 2009; RIET-CORREA et al.,

2007).

Os testes sorológicos não apresentam sensibilidade e especificidade absolutas, e por

isso é mais confiável o resultado proporcionado pela associação de várias técnicas, para

aumentar o número de animais detectados. Animais recentemente infectados, recentemente

paridos ou com histórico de aborto ou mesmo após um longo período após o início da

infecção podem não ser detectados por essas técnicas. Animais recentemente paridos e

24

com abortamento recente e com resultado negativo nos testes sorológicos devem ser

retestados após pelo menos quatro semanas do parto ou abortamento. Animais

recentemente vacinados ou vacinados tardiamente, bem como aqueles infectados com

bactérias contendo antígenos semelhantes aos de Brucella na forma lisa (Yersinia

enterocolitica O9, Escherichia coli O157 e O116, Salmonella urbana) podem dar reações

positivas (RIET-CORREA et al, 2007).

A escolha dos métodos sorológicos deve levar em consideração o custo, o tamanho

e as características da população sob vigilância, a situação epidemiológica da doença, a

sensibilidade e a especificidade dos testes, bem como a utilização de vacinas (BRASIL,

2006).

2.8 Controle e Profilaxia

O controle da brucelose bovina baseia-se na vacinação massal das bezerras com a

amostra B19 de Brucella abortus e diagnóstico e sacrifício dos animais positivos (RIET-

Figura 11. Teste do Antígeno

Acidificado Tamponado (rosa de

bengala): reação positiva. Fonte:

BRASIL, 2006.

Figura 12. Teste do Anel em Leite:

tubo da esquerda, negativo; tubo da

direita, positivo. Fonte: BRASIL,

2006.

Figura 13. Teste do 2-Mercaptoetanol:

1º tubo da esquerda, positivo. Fonte:

BRASIL, 2006.

Figura 14. Teste de Fixação do

Complemento. Fonte: BRASIL, 2006.

25

CORREA et al, 2007; BRASIL, 2006). O esquema consiste na vacinação de fêmeas entre

três e oito meses de idade. Uma única dose da vacina administrada aos cinco meses de

idade geralmente confere imunidade por toda a vida do animal, embora todas as fêmeas

vacinadas percam seus títulos de anticorpos entre 16 e 18 meses (ALMEIDA et al., 2004).

As vacinas vivas atenuadas (Quadro 2) são aquelas que efetivamente foram e ainda

são utilizadas nos programas de controle da brucelose. As mais empregadas são a B19 e a

vacina não indutora de anticorpos aglutinantes (amostra RB51), ambas são boas indutoras

de imunidade celular e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)

(BRASIL, 2006).

Além da vacinação, podem ser tomadas outras medidas profiláticas como exame

anual de todos os animais componentes do rebanho; não introdução de animais infectados

na fazenda; aquisição somente de indivíduos com atestado negativo de soro aglutinação, ou

oficial de vacinação; reexame de todos os animais que tomarem parte em feiras e

exposições; isolamento das vacas que abortarem e exame antes da volta do rebanho das

feiras ou exposições; desinfecção dos alojamentos, currais, bebedouros e utensílios que

possam ter sido contaminados por animais que abortarem; fervura ou pasteurização do leite

usado na alimentação de animais quando provenientes de animais suspeitos; destruição de

restos placentários e fetos abortados (enterrar ou queimar), controle sanitário de touros

doadores de sêmen, quarentena, vacinação feita por orientação de órgão oficial, com

fornecimento de atestado para cada animal vacinado e educação sanitária (MILLEN, 2007;

RIET-CORREA et al, 2007). Bem como é importante o controle de trânsito para os

animais de reprodução, programas de desinfecção e utilização de piquetes de parição são

iniciativas simples que trazem como resultado a diminuição da quantidade de brucelas

vivas presentes no ambiente (BRASIL, 2006).

A prevenção da brucelose humana deve ser realizada através de educação sanitária,

visando o esclarecimento dos profissionais mais expostos, com utilização de luvas,

utilização de vestimentas apropriadas, desinfecção de utensílios e locais contaminados,

eliminação de carcaças ou tecidos de animais infectados, e a pasteurização de produtos

lácteos, além do controle da doença nos animais infectados (RIET-CORREA et al, 2007).

26

Quadro 2. Principais propriedades das vacinas utilizadas na imunização de bovinos contra

a brucelose.

Propriedades Vacinas

B19 RB51

Características Colônia lisa, agente vivo, pouco

atenuada, alta virulência.

Colônia rugosa, altamente

atenuada e estável, menor

virulência.

Vantagens Imunidade relativa por toda a vida

do animal, prevenção do aborto;

resistência à infecção.

Imunidade relativa por toda a

vida do animal, proteção contra

abortos, resistência à infecção,

não induz à infecção, não é

virulenta para humanos, ausência

de títulos vacinais residuais em

provas sorológicas.

Desvantagens Títulos vacinais residuais,

potencial risco de aborto na

vacinação de animais adultos,

virulenta para humanos.

Ausência de informações a

respeito de sua utilização prática

e real eficiência nas condições

brasileiras.

Fonte: ALMEIDA et al., 2004.

3. OBJETIVO

Esse trabalho teve como objetivo realizar um Estudo Retrospectivo da Brucelose

Bovina na Microrregião de Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil,

compreendendo o período entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009.

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Dados

Foram analisados, para o estudo retrospectivo, dados dos relatórios mensais de

exames realizados por Médicos Veterinários habilitados pelo Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA) para a realização do diagnóstico sorológico da

27

brucelose bovina, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009, na Microrregião de

Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.

4.2 Diagnóstico Sorológico

O teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) foi utilizado como teste de

triagem e o teste do 2-Mercaptoetanol foi utilizado como confirmatório (BRASIL, 2006).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados conduzidos por médicos veterinários habilitados pelo MAPA para

diagnóstico sorológicos da brucelose bovina, na Microrregião de Pau dos Ferros, Estado do

Rio Grande do Norte, Brasil, abrangendo os municípios de Alexandria, Antonio Martins,

Encanto, José da Penha, Major Sales, Marcelino Vieira, Paraná, Pau dos Ferros, Pilões,

Riacho de Santana e Tenente Ananias, encontram-se apresentados nas Tabelas 1, 2 e 3.

Em 24 meses, de janeiro de 2008 a dezembro de 2009, foram realizados exames em

189 propriedades, destas, cinco localizam-se no município de Alexandria, uma em Antonio

Martins, uma no Encanto, 35 em José da Penha, uma em Major Sales, 71 em Marcelino

Vieira, 28 no Paraná, três em Pau dos Ferros, 23 em Pilões, uma em Riacho de Santana e

20 em Tenente Ananias, com um total de 1077 animais investigados. Do número total de

propriedades investigadas, apenas quatro apresentaram animais positivos para Brucelose

Bovina, constatando-se uma prevalência de 2,12%; sendo uma localizada no município de

Antonio Martins, uma em Marcelino Vieira, uma em Pau dos Ferros e uma em Tenente

Ananias (Tabela 1).

Analisando a Tabela 3, verificaram-se nos municípios de Antonio Martins dois

resultados positivos, em Marcelino Vieira apresentando um, Pau dos Ferros com 12 e

Tenente Ananias com apenas um, representando prevalências de, respectivamente, 5,13%,

0,45%, 5,94% e 0,72%. No Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) observou-se 16

amostras reagentes, 1,49%, e foram confirmadas como positivas no 2-Mercaptoetanol (2-

ME), representando 2,71%. Este percentual é considerado baixo, mas é preciso ter cautela

visto que, esta enfermidade causa transtornos reprodutivos e consequentes perdas

econômicas, além de representar riscos à saúde pública, e por se tratar de uma zoonose e

28

doença infecto-contagiosa, podendo ocorrer a contaminação de outros animais e/ou outros

rebanhos, como também tratadores e proprietários.

Resultados semelhantes foram encontrados por Ribeiro e colaboradores (2003) em

bovinos de Ilhéus (BA) com positividade de 1,9% de animais infectados com brucelose,

como também Polleto et al. (2004), em Passo Fundo (RS), que constataram prevalência de

1,22%.

Freitas e colaboradores (2008) encontraram um percentual considerado preocupante

na região do Potengi, Estado do Rio Grande do Norte, onde foi constatada uma prevalência

de brucelose em 6,20% dos bovinos examinados. Comparando com Souza e colaboradores

(1977) encontraram-se resultados semelhantes em bovinos de Ribeirão Preto (SP) com

positividade de 8% de animais infectados com brucelose. Monteiro e colaboradores (2006),

em um estrato no Estado do Mato Grosso do Sul, encontrou prevalência de 5,6%. Azevedo

et al. (2009), no Estado do Espírito Santo, constataram uma prevalência de 3,5%,

semelhante aos resultados encontrados por Dias e colaboradores (2009) no Estado de São

Paulo, com prevalência de 3,81% e Kuroda et al. (2004), na microrregião da serra de

Botucatu (SP), com 3,7%.

Araújo (2009) em Boqueirão e Caturité (PB) encontrou positividade inferior aos

expostos acima (0,96%), assim como Alves et al.(2003), na microrregião de Pombal (PB),

que constataram prevalência de 0,91% e Alves e colaboradores (2009) no Estado da Bahia,

apresentando prevalência de 0,66%.

Resultados negativos para brucelose bovina foram encontrados nos municípios de,

Riachuelo (CAVALCANTI, 2005), Santa Cruz (FERREIRA, 2008), Severiano Melo

(CASTRO, 2003) e Tabuleiro Grande (CAVALCANTE, 2004), ambas no Estado do Rio

Grande do Norte, como também, Nascimento e colaboradores (2008) em Cajazeiras e

Moraes (2008) em Soledade, ambas na Paraíba, diferentemente do encontrado no presente

trabalho.

Apesar dos municípios de Alexandria, Encanto, José da Penha, Major Sales,

Paraná, Pilões e Riacho de Santana não apresentarem amostras positivas, isso não quer

dizer que estão isentos do problema, visto que não existem barreiras geográficas para a

transmissão da brucelose, pois estes estão inseridos na mesma microrregião.

Foram verificados 16 animais positivos, tanto no AAT como no 2-ME. Além disso,

foram observados sinais clínicos característicos da enfermidade, como aborto, retenção de

placenta e corrimento vaginal, nos 12 animais positivos constatados no município de Pau

29

dos Ferros, significando dizer que esses animais estavam liberando as bactérias, deixando

em atenção os profissionais em contato com esses animais, como tratadores e médicos

veterinários, salientando que eram fêmeas bovinas oriundas de propriedades do vizinho

Estado da Paraíba. Os outros 4 animais positivos, não demonstraram sinais clínicos, mas

também representavam riscos para ocorrência da doença. Todos os animais confirmados

como positivos foram sacrificados e enterrados na própria unidade de criação, assim como

recomenda o MAPA.

Tabela 1. Frequência dos municípios, com a prevalência de propriedades investigadas e

positivas para brucelose bovina na Microrregião de Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande

do Norte, Brasil, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009.

Municípios Nº de propriedades

investigadas

Nº de propriedades

positivas

%

Alexandria 5 0 0

Antonio Martins 1 1 0,53

Encanto 1 0 0

José da Penha 35 0 0

Major Sales 1 0 0

Marcelino Vieira 71 1 0,53

Paraná 28 0 0

Pau dos Ferros 3 1 0,53

Pilões 23 0 0

Riacho de Santana 1 0 0

Tenente Ananias 20 1 0,53

TOTAL 189 4 2,12

30

Tabela 2. Frequência dos municípios, com a quantidade de animais investigados, e as

respectivas provas sorológicas para brucelose bovina na Microrregião de Pau dos Ferros,

Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009.

Municípios Nº de animais

investigados

Sorologia

AAT 2-ME

Nº % Nº %

Alexandria 82 82 7,61 0 0

Antonio Martins 39 39 3,62 2 5,13

Encanto 21 21 1,95 0 0

José da Penha 203 203 18,85 0 0

Major Sales 5 5 0,46 0 0

Marcelino Vieira 210 210 19,50 1 0,45

Paraná 75 75 6,97 0 0

Pau dos Ferros 202 202 18,76 12 5,94

Pilões 89 89 8,26 0 0

Riacho de Santana 12 12 1,11 0 0

Tenente Ananias 139 139 12,91 1 0,72

TOTAL 1077 1077 100 16 1,49

31

Tabela 3. Frequência da brucelose bovina nos testes do Antígeno Acidificado Tamponado

(AAT) e do 2-Meracaptoetanol (2-ME), para brucelose bovina na Microrregião de Pau dos

Ferros, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil, no período de janeiro de 2008 a dezembro

de 2009.

Municípios AAT 2-ME

Nº Prevalência (%) Nº Prevalência (%)

Alexandria 82 0 0 0

Antonio Martins 2/39 5,13 2/39 5,13

Encanto 21 0 0 0

José da Penha 203 0 0 0

Major Sales 5 0 0 0

Marcelino Vieira 1/210 0,45 1/210 0,45

Paraná 75 0 0 0

Pau dos Ferros 12/202 5,94 12/202 5,94

Pilões 89 0 0 0

Riacho de Santana 12 0 0 0

Tenente Ananias 1/139 0,72 1/139 0,72

TOTAL 16/1077 1,49 16/590 2,71

32

6. CONCLUSÃO

Foi possível verificar que a brucelose bovina estava presente na Microrregião de

Pau dos Ferros, Estado do Rio Grande do Norte.

Os resultados encontrados no presente trabalho demonstram a necessidade de

implementação de políticas públicas com ações voltadas para educação sanitária dos

criadores, vacinação regular dos rebanhos contra a brucelose, monitoramento constante das

propriedades, principalmente aquelas que estão em maiores condições de risco, controle de

trânsito dos animais e normas sanitárias. Assim como a implementação de mecanismos de

incentivo e de compensação para adesão ao programa de Certificação de Propriedades

Livres de Brucelose e Tuberculose.

33

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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