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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS E RELAÇÃO AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS: NÃO ESSENCIAIS EM DIETAS PARA FRANGOS DE CORTE CLÁUDIA DE CASTRO GOULART AREIA - PB FEVEREIRO - 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE DOUTORADO INTEGRADO EM ZOOTECNIA

UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS E RELAÇÃO AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS: NÃO ESSENCIAIS EM DIETAS PARA

FRANGOS DE CORTE

CLÁUDIA DE CASTRO GOULART

AREIA - PB FEVEREIRO - 2010

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CLÁUDIA DE CASTRO GOULART

UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS E RELAÇÃO AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS: NÃO ESSENCIAIS EM DIETAS PARA

FRANGOS DE CORTE

Comitê de Orientação: Prof. Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa – Orientador Principal Prof. Dr. José Humberto Vilar da Silva Profa. Dra. Patrícia Emília Náves Givisiez

AREIA - PB FEVEREIRO- 2010

Tese apresentada ao Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia, da Universidade Federal da Paraíba, do qual participam a Universidade Federal Rural de Pernambuco e Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Zootecnia. Área de Concentração: Nutrição Animal

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Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, Campus II, Areia - PB

G694u Goulart, Cláudia de Castro.

Utilização de aminoácidos industriais e relação aminoácidos essenciais:não essenciais em dietas para frangos de corte. / Cláudia de Castro Goulart. - Areia: UFPB/CCA, 2010.

135 F.

Tese (Doutorado em Zootecnia) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2010.

Bibliografia. Orientador: Fernando Guilherme Perazzo Costa. Co-Orientador: José Humberto Vilar da Silva.

1. Frangos de corte – dieta 2. Frangos de corte – nutrição 3. Aminoácidos industriais – alimentação de frangos de corte 4. Aminoácidos essenciais e não essenciais – alimentação de aves I. Costa, Fernando Guilherme Perazzo (Orientador) II. Silva, José Humberto Vilar da (Co-orientador) III. Título.

UFPB/CCA CDU: 636.5

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CLÁUDIA DE CASTRO GOULART

UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS E RELAÇÃO AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS: NÃO ESSENCIAIS EM DIETAS PARA

FRANGOS DE CORTE

Tese defendida e aprovada pela Comissão Examinadora em 10 de fevereiro de 2010 Comissão Examinadora:

________________________________________ Prof. Dr. Jorge Vitor Ludke

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/ Embrapa Centro Nacional de Pesquisa em Suínos e Aves/ CNPSA

________________________________________ Prof. Dra Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke

Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Zootecnia

__________________________________________ Prof. Dr. Carlos Bôa-Viagem Rabello Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Zootecnia

___________________________________________ Prof. Dr. Edilson Paes Saraiva Universidade Federal da Paraíba Departamento de Zootecnia/CCA

________________________________________ Prof. Dr. Fernando Guilherme Perazzo Costa

Universidade Federal da Paraíba Departamento de Zootecnia/CCA

Presidente

AREIA-PB FEVEREIRO – 2010

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

CLÁUDIA DE CASTRO GOULART – Filha de Saulo de Andrade Goulart e

Nícia de Castro Goulart, nasceu no dia 15 de janeiro de 1971 na cidade de Muriaé, no

Estado de Minas Gerais. Prestou o vestibular para o Curso de Zootecnia na

Universidade Federal de Viçosa em 1989, onde se formou em janeiro de 1994. No

mesmo ano ingressou no Curso de Mestrado em Zootecnia desta universidade,

trabalhando com determinação de exigências nutricionais de lisina para poedeiras

comerciais, recebendo o título de Mestre em Zootecnia em fevereiro de 1997. Em março

de 1998 passou no Concurso Público para professora na Universidade Estadual Vale do

Acaraú – UVA, em Sobral, Ceará, onde atua lecionando disciplinas e desenvolvendo

pesquisas na área de produção e nutrição de monogástricos. Teve experiências na área

administrativa como Coordenadora Adjunta e Coordenadora do Curso de Zootecnia e

Vice-Diretora e Diretora do Centro de Ciências Biológicas e Agrárias da UVA. Em

março de 2006 solicitou o afastamento de suas atividades junto à UVA para ingressar no

Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia na Universidade Federal da Paraíba,

em Areia, Paraíba, onde defendeu sua Tese em fevereiro de 2010.

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A Deus, Pai Amoroso por traçar meus caminhos permitindo que eu chegasse até aqui e,

principalmente, por jamais desistir de mim, mesmo quando eu mesma não acreditava.

Aos meus pais Saulo e Nícia, pelo amor, carinho, dedicação, enfim, por me tornarem o

que sou... Sei que continuam a olhar por mim.

Aos meus irmãos, cunhadas e sobrinhos pelo apoio incondicional e por perdoarem

minhas ausências em momentos tão importantes de suas vidas.

Em especial, ao Espírito que nessa vida recebeu o nome de Paulo e foi meu

companheiro, amor, amigo, enfim, alma gêmea de minh’alma: “Meu amado imortal,

que Deus nos permita cruzar o Cosmos de mãos dadas...”

Dedico

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AGRADECIMENTOS

À Deus, infinitamente bom e justo, por ter me conduzido nesta jornada e me

dado forças para vencer as dificuldades e obstáculos. Que o vosso nome seja bendito

pelos benefícios que me concedestes; deles seria indigna se os atribuísse ao acaso dos

acontecimentos ou ao meu próprio mérito.

Aos meus pais, Saulo de Andrade Goulart e Nícia de Castro Goulart, por terem

me recebido como filha, me educado e amado da melhor forma que podiam.

Aos meus irmãos, Marcelo, Carlos, Guilherme e Danilo, às minhas cunhadas,

Rose, Margarida, Cláudia e Imaculada e aos meus sobrinhos queridos, Paula, Vânia,

Pedro, Alice e Vítor, por perdoarem minhas ausências e me proporcionarem o suporte

emocional para esta vitória.

À Coordenação do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia (PDIZ) do

Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pela

oportunidade de fazer parte deste Curso que muito contribuiu para minha formação.

Ao Prof. Fernando Guilherme Perazzo Costa, que não só foi um grande

orientador, mas foi um grande amigo, me deu oportunidade de crescer

profissionalmente e aprender com seu exemplo de homem dinâmico, mas ao mesmo

tempo de coração gigante. Não tenho palavras que expressem toda minha gratidão...

Aos Professores José Humberto Vilar da Silva, Carlos Bôa-Viagem Rabello,

Maria do Carmo Mohaupt Marques Ludke, Jorge Vitor Ludke, Terezinha Domiciano

Dantas Martins e Edilson Saraiva, pela participação no Exame de Qualificação e Defesa

da Tese e pelas valiosas contribuições para a melhoria deste trabalho.

À Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e à Coordenação e Colegiado

do Curso de Zootecnia da UVA, por terem permitido meu afastamento para a realização

do curso, em especial aos professores que assumiram minhas disciplinas. Às professoras

Tereza, Dêis e Révia, que muito mais que colegas de trabalho, são amigas-irmãs, e me

deram o apoio emocional e incondicional para o êxito deste trabalho.

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (FUNCAP) pela

bolsa de estudos concedida.

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À Ajinomoto Animal Nutrition, em especial à Eduardo Nogueira, Luciano Sá,

Marianne Kutschenco e Edgar Ishikawa, pela contribuição nas pesquisas, análises

laboratoriais e participação em eventos científicos.

À Guaraves Alimentos, em especial ao Sr. Ivanildo Coutinho, que sempre nos

atendeu prontamente e apoiou a pesquisa.

Ao Prof. José Humberto Vilar da Silva, meu co-orientador, por toda a atenção,

incentivo e apoio ao longo desta jornada. Obrigada por ter sido meu mestre...

Ao Prof. Walter Esfrain Pereira, pela paciência e pelo pronto atendimento na

solução de minhas dúvidas e por ter feito com que eu me apaixonasse pela estatística.

À secretária do PPGZ, Graça, pela amizade sincera, pelo carinho e auxílio nas

dificuldades.

Aos funcionários do CEPEC, D. Carmem e Damião, pelo carinho e

receptividade.

Aos funcionários do Setor de Avicultura, Ramalho, Francisco Ademir e, em

especial, ao Josivaldo (Josa), que foi meu braço direito nos trabalhos de campo e cuja

colaboração foi essencial para o sucesso dos experimentos.

Aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal, José Alves, José Sales,

Antônio (Duelo) e Antônio Costa, pela atenção e colaboração nas análises laboratoriais.

Aos amigos e colegas da Pós-Graduação, em especial à Elisanie, pelo carinho,

apoio, amizade, convivência e os bons momentos compartilhados.

Aos amigos do Grupo de Estudos em Tecnologia Avícola (GETA), em especial

a Cleber, Valéria, Raul, Bruno, Ismael e Clariana, que assumiram a responsabilidade de

me substituir nos trabalhos de campo em um momento muito triste e difícil de minha

vida. E não poderia deixar de agradecer àqueles que não estão mais no grupo, mas que

me auxiliaram em muitos momentos na execução dos trabalhos, em especial à Janete,

Wllissis, Miguel e Bárbara.

Às amigas do prédio onde morei durante todo este período, Manu, Valéria,

Camilla, Ladyanne e Lidiany. Obrigada pela companhia, amizade e os bons momentos.

À amiga Ana Sancha, colega de Doutorado, de prédio e de trabalho, por ter

aberto meus caminhos em Areia, me recebido e apoiado nos momentos de dificuldades.

À Janete, amiga-irmã, por tudo... Palavras são pouco para expressar toda minha

gratidão. Tenho certeza que os momentos em Areia não foram o início e sim a retomada

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de uma amizade que vem de outras vidas e que nem o tempo e a distância podem

destruir. Agradeço também à D. Graça, minha “mãezinha” de Areia, por me receber

com tanto carinho em sua casa.

À Valéria, amiga que me conquistou com sua personalidade forte e ao mesmo

tempo doce. Obrigada, não só por toda a ajuda ao longo dos experimentos, mas

principalmente por ter me presenteado com uma família, que me recebeu com muito

amor. Vocês, Valéria, D. Maria, S. Benjamim, Vitória, Sérgio, Mariana, Roberto,

Rodrigo e Maria Clara, estarão sempre em meu coração.

À Roberto, por todos os momentos que passamos juntos, pelo carinho, amor e

amizade que levarei sempre comigo.

Enfim, esta Tese é o resultado de uma longa caminhada. Muitos outros que não

foram citados contribuíram para que eu chegasse até aqui. Agradecer, sem cometer

injustiça, é uma tarefa difícil – agradeço a todos aqueles que direta ou indiretamente,

participaram desta minha conquista. Muito obrigada!

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SUMÁRIO

Página

Lista de Tabelas................................................................................................... xi

Lista de Figuras.................................................................................................... xv

Resumo Geral...................................................................................................... xvi

Abstract................................................................................................................ xvii

Considerações Iniciais.........................................................................................

Capítulo 1- Referencial Teórico..........................................................................

Introdução.........................................................................................................

Revisão de Literatura .......................................................................................

Redução Protéica em Dietas para Frangos de Corte.........................................

Relação Energia Metabolizável: Proteína Bruta para Frangos de Corte..........

Relação Aminoácidos Essenciais: Aminoácidos Não Essenciais para

Frangos de Corte ................................................................................................

Valina, Isoleucina e Glicina para Frangos de Corte ........................................

Considerações Finais .......................................................................................

Referências Bibliográficas ...............................................................................

Capítulo 2 - Utilização de Valina Industrial na Formulação de Dietas com

Diferentes Níveis de Energia Metabolizável para Frangos de Corte...................

Resumo.............................................................................................................

Abstract.............................................................................................................

Introdução.........................................................................................................

Material e Métodos...........................................................................................

Resultados e Discussão.....................................................................................

Conclusões........................................................................................................

Referências Bibliográficas................................................................................

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Capítulo 3 - Proteína Bruta e Relação Aminoácidos Essenciais: Aminoácidos

Não Essenciais para Frangos de Corte de 8 a 40 Dias de Idade..........................

Resumo.............................................................................................................

Abstract.............................................................................................................

Introdução.........................................................................................................

Material e Métodos...........................................................................................

Resultados e Discussão.....................................................................................

Conclusões........................................................................................................

Referências Bibliográficas................................................................................

Capítulo 4 - Utilização de Valina, Isoleucina e Glicina em Dietas para

Frangos de Corte .................................................................................................

Resumo.............................................................................................................

Abstract...........................................................................................................

Introdução.........................................................................................................

Material e Métodos..........................................................................................

Resultados e Discussão.....................................................................................

Conclusões........................................................................................................

Referências Bibliográficas................................................................................

Considerações Finais...........................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 2 - Utilização de Valina Industrial na Formulação de Dietas com

Diferentes Níveis de Energia Metabolizável para Frangos de Corte

Página

1. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte na fase pré-inicial (1 a 7 dias).............................................................

36

2. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos

de corte na fase inicial (8 a 21 dias)..................................................................

37 3. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos

de corte na fase de crescimento (22 a 35 dias)..................................................

38 4. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos

de corte na fase final (36 a 42 dias)..................................................................

39 5. Valores calculados e analisados (%) de aminoácidos das dietas

experimentais (em aminoácidos totais) ............................................................

40 6. Médias das características de desempenho zootécnico de frangos de corte em

função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas..................................................................................................................

44 7. Médias dos pesos e rendimentos de carcaça e cortes nobres e pesos absolutos

e relativos de vísceras comestíveis e gordura abdominal dos frangos aos 42 dias, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas ...................................................................................

48 8. Médias das características de composição corporal (na matéria natural) de

frangos de corte frangos aos 21 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas....................................

50 9. Médias de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura,

relação deposição de proteína: deposição de gordura, eficiência de deposição da proteína e excreção aparente de N em frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas....................................................................................

52 10. Médias das características de composição corporal (na matéria natural) de

frangos de corte frangos aos 42 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas....................................

54 11. Médias de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura,

relação deposição de proteína: deposição de gordura, eficiência de deposição

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da proteína e excreção aparente de N em frangos de corte de 1 a 42 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas....................................................................................

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LISTA DE TABELAS Capítulo 3 - Proteína Bruta e Relação Aminoácidos Essenciais: Aminoácidos Não

Essenciais para Frangos de Corte de 8 a 40 Dias de Idade

Página 1. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 8 a 21 dias de idade..................................................................................

75

2. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 22 a 40 dias de idade................................................................................

77

3. Médias de das características de desempenho de acordo com os níveis de PB (relação AAE: AANE) da dieta de frangos de corte no período de 8 a 21 dias de idade..................................................................................................................

81 4. Médias de consumo de ração (CR), peso final (PF), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) de acordo com os níveis de PB da dieta de frangos de corte no período de 22 a 40 dias de idade.....................................................

84 5. Média dos pesos e rendimentos de carcaça e de cortes nobres e pesos absolutos e relativos das vísceras comestíveis e gordura abdominal de frangos de corte aos 40 dias, de acordo com os níveis de PB e relação AAE: AANE das dietas......................................................................................................................

86 6. Médias de balanço de nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, de acordo com os níveis de PB e da relação AAE: AANE da dieta......................

87

7. Médias de composição corporal de frangos de corte aos 21 dias, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta............................................

91 8. Médias de consumo, deposição e eficiência de deposição de proteína e deposição de gordura em frangos de corte de 8 a 21 dias de idade, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta............................................

93 9. Médias de composição corporal de frangos de corte aos 40 dias, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta.........................................

96 10. Médias de consumo, deposição e eficiência de deposição de proteína e deposição de gordura em frangos de corte de 22 a 40 dias de idade, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta............................................

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LISTA DE TABELAS Capítulo 4 - Utilização de Valina, Isoleucina e Glicina em Dietas para Frangos de

Corte

Página 1. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 1 a 7 dias.........................................................................................

112

2. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 8 a 21 dias.......................................................................................

113

3. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 22 a 35 dias.....................................................................................

114

4. Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 36 a 42 dias....................................................................................

115

5. Valores calculados (C) e analisados (A) dos aminoácidos (totais) das dietas experimentais (%).............................................................................................

116

6. Médias das características de desempenho de frangos de corte de 1 a 7, 8 a 21, 22 a 35 e 36 a 42 dias de idade, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais nas dietas....................................................................

120 7. Médias dos pesos e rendimentos de carcaça e de cortes nobres e pesos absolutos e relativos de vísceras comestíveis e da gordura abdominal dos frangos aos 42 dias, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais nas dietas...........................................................................................................

123 8. Médias de consumo, excreção, retenção e eficiência de retenção de nitrogênio em frangos de corte de 18 a 21 dias, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais na dieta...................................................................

124 9. Médias das características de composição corporal de frangos de corte aos 7, 21 e 42 dias de idade, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais na dieta..............................................................................................................

125 10. Médias de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura corporal, relação deposição de proteína: deposição de gordura e eficiência de deposição de proteína em frangos de corte de 1 a 7, 1 a 21 e 1 a 42 dias de idade, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais na dieta............

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LISTA DE FIGURAS Capítulo 3 - Proteína Bruta e Relação Aminoácidos Essenciais: Aminoácidos Não

Essenciais para Frangos de Corte de 8 a 40 Dias de Idade

Página

1. Efeito dos níveis de PB e relações AAE: AANE sobre a conversão alimentar de frangos de corte de 8 a 21 dias de idade....................................................

82

2. Efeito dos níveis de PB e relações AAE: AANE sobre o ganho de peso de frangos de corte de 22 a 40 dias de idade..........................................................

84

3. Efeito dos níveis de PB sobre o consumo de nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade....................................................................................

87

4. Efeito dos níveis de PB sobre a excreção de nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade....................................................................................

88

5. Efeito dos níveis de PB sobre a percentagem do nitrogênio consumido que foi excretado por frangos de corte de 18 a 21 dias de idade.............................

89

6. Efeito dos níveis de PB sobre a eficiência de retenção do nitrogênio por frangos de corte de 18 a 21 dias de idade..........................................................

89

7. Efeito dos níveis de PB sobre a proteína corporal em frangos de corte aos 21 dias de idade......................................................................................................

92

8. Efeito dos níveis de PB sobre a gordura corporal em frangos de corte aos 21 dias de idade......................................................................................................

92

9. Efeito dos níveis de PB sobre a relação deposição de proteína: ganho em gordura em frangos de corte de 8 a 21 dias de idade........................................

93

10. Efeito dos níveis de PB sobre a deposição de proteína em frangos de corte de 8 a 21 dias de idade......................................................................................

94

11. Efeito dos níveis de PB sobre a deposição de gordura em frangos de corte de 8 a 21 dias de idade......................................................................................

94

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UTILIZAÇÃO DE AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS E RELAÇÃO

AMINOÁCIDOS ESSENCIAIS: NÃO ESSENCIAIS EM DIETAS PARA

FRANGOS DE CORTE

RESUMO GERAL

Várias pesquisas apontam a redução protéica, com suplementação de

aminoácidos essenciais na dieta, como uma ferramenta para melhorar o desempenho e

reduzir a excreção de nitrogênio para o ambiente, desde que esta redução não

comprometa o fornecimento de nitrogênio para a síntese de aminoácidos não essenciais.

Além do bom balanceamento entre os aminoácidos da dieta, a relação energia

metabolizável: proteína bruta (PB) é extremamente importante para se garantir máxima

deposição de proteína, uma vez que para cada molécula de aminoácido acrescentada na

cadeia protéica há um gasto de no mínimo 4 ATPs, e também para se obter ótima

qualidade de carcaça, uma vez que todo excesso de energia será armazenado na forma

de ácidos graxos. Desta forma, foram realizados três estudos com frangos de corte no

Módulo de Avicultura do Centro de Ciências Agrárias da UFPB. No primeiro foram

avaliados os efeitos da utilização da valina industrial em dietas com diferentes níveis de

EM. De uma forma geral, a utilização da L-valina na dieta não influenciou o

desempenho e a qualidade de carcaça dos frangos, porém promoveu menor consumo e

excreção de N e maior deposição de proteína corporal, melhorando também a eficiência

de deposição da proteína. No entanto, a deposição de gordura corporal também

aumentou, exceto no menor nível de EM estudado. Desta forma, pode-se concluir que o

aminoácido industrial L-valina pode ser utilizado em dietas para frangos de corte sem

prejuízo ao desempenho, entretanto, para se obter uma melhor qualidade de carcaça, os

níveis energéticos das dietas devem ser revistos. No segundo estudo os efeitos dos

níveis de PB e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais

(AAE:AANE) da dieta sobre o desempenho de frangos de corte foram avaliados.

Considerando-se o desempenho, aliado à menor excreção de N e maior qualidade na

composição corporal dos frangos de corte, recomenda-se a utilização de dietas com 19%

PB, com relação AAE: AANE de 52: 48 e 17,5% PB, com relação AAE: AANE de 49:

51, para as fases de 8 a 21 e 22 a 40 dias, respectivamente. No terceiro estudo,

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objetivou-se avaliar a utilização de L-valina (Val), L-isoleucina (Ile) e L-glicina (Gly)

nas dietas para frangos de corte de 1 a 42 dias de idade. Para os pintos de 1 a 7 dias de

idade, o melhor resultado de desempenho foi obtido com a dieta contendo somente a L-

valina na formulação. Considerando-se o período total da criação, a utilização de um

programa de alimentação com redução da PB pela utilização de L-valina e L-isoleucina

na formulação das dietas não prejudicou o desempenho dos frangos de corte. A redução

protéica das dietas pela utilização dos aminoácidos industriais melhorou a eficiência de

deposição da proteína e reduziu a excreção de N, no entanto resultou em maior

deposição de gordura corporal. Desta forma, recomenda-se uma reavaliação dos níveis

energéticos das dietas com suplementação de aminoácidos industriais, para melhor

qualidade do produto.

Palavras-chave: glicina, isoleucina, proteína ideal, relação energia: proteína, valina

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INDUSTRIAL AMINO ACIDS UTILIZATION AND ESSENTIAL AMINO

ACIDS TO NON ESSENTIAL AMINO ACIDS RATIO IN DIETS FOR

BROILERS

ABSTRACT

Several studies show a reduction of protein, supplemented with essential amino

acids in the diet as a tool to improve performance and reduce nitrogen excretion to the

environment, provided that such reduction will not compromise the supply of nitrogen

for the synthesis of nonessential amino acids. Added to the balance between amino

acids in the diet, the metabolizable energy (ME): crude protein (CP) ratio is extremely

important to ensure maximum protein deposition, since for each molecule of amino acid

added in a protein chain is spending at least 4 ATP and also to obtain good quality

housing, since any excess energy is stored in the form of fatty acids. Thus, three studies

were conducted with broiler chickens in Poultry Science Module of Centro de Ciências

Agrárias of Universidade Federal da Paraíba. The first experiment involved the effects

of use industrial valine in diets with different levels of ME. In general, the use of L-

valine in the diet did not affect the performance and carcass quality of broilers, but

provided lower N intake and N excretion and higher body protein deposition, while

improving the efficiency of protein deposition. However, the body fat deposition also

increased, except in the lower level of ME evaluated. Thus we can conclude that the

industrial Lvaline can be used in diets for broiler chickens without prejudice to the

performance, however, to obtain a better carcass quality, the metabolizable energy

levels of diets should be reviewed. In the second study the effects of CP levels and the

essential amino acids : nonessential amino acids ratios (EAA: NEAA) of diets on

broilers performance were evaluated. Considering the performance, combined with

lower N excretion and higher body composition quality of broiler, we recommend the

use of diets with 19% CP, compared with EAA: NEAA ratio of 52: 48 and 17.5% CP

with EAA: NEAA ratio of 49: 51, for the periods from 8 to 21 and 22 to 40 days,

respectively. In the third study aimed to evaluate the use of L-valine (Val), L-isoleucine

(Ile) and L-glycine (Gly) in diets for broilers from 1 to 42 days of age. For chicks from

1 to 7 days old, the best performance result was obtained with the diet containing only

L-valine in the formulation. Considering the total period of creation, the use of a feeding

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program with reduced CP by using L-valine and L-isoleucine in the formulation of diets

did not impair the performance of broilers. The reduction of dietary protein by the use

of industrial amino acids improved the efficiency of protein deposition and decreased

excretion of N, but resulted in greater body fat deposition. Thus, it is recommended a

reassessment of energy levels of diets supplemented with amino acids industry, for

better product quality.

Keywords: glycine, energy: protein ratio, ideal protein, isoleucine, valine

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A decisão pelo nível protéico a ser utilizado nas rações para frangos de corte é

uma das mais importantes a ser feita pelos nutricionistas, uma vez que a proteína bruta

(PB) tem grande influência, não só sobre o desempenho e a qualidade da carcaça

produzida, mas também sobre a viabilidade econômica da produção.

Os frangos não têm exigências para PB e sim para cada um dos aminoácidos

essenciais e uma quantidade de nitrogênio suficiente para a síntese de aminoácidos não

essenciais. Os aminoácidos não essenciais são assim chamados em razão de serem

sintetizados no organismo das aves a partir de precursores nitrogenados e não terem que

necessariamente ser fornecidos na dieta. No entanto, são tão essenciais ao bom

funcionamento do organismo quanto os aminoácidos essenciais, e, em caso de

deficiência de aminoácidos não essenciais na dieta, aminoácidos essenciais são

utilizados para a sua síntese.

Várias pesquisas apontam a redução protéica, com suplementação de

aminoácidos essenciais na dieta, como uma ferramenta para melhorar o desempenho e

reduzir a excreção de nitrogênio para o ambiente, desde que esta redução não

comprometa o fornecimento de nitrogênio para a síntese de aminoácidos não essenciais.

Desta forma, alguns estudos demonstram que a suplementação de aminoácidos não

essenciais na dieta também pode ser utilizada como recurso para melhorar o

desempenho das aves, evitando que aminoácidos essenciais sejam utilizados para sua

síntese, aumentando, assim, a síntese protéica.

Entre as vantagens da redução protéica da dieta estão a redução dos custos da

alimentação, a maior eficiência de utilização da proteína, o melhor desempenho das

aves, a melhor qualidade da cama, a redução da quantidade de amônia nas instalações e

a redução da poluição ambiental, em função da menor excreção de nitrogênio (N).

Ressalta-se ainda que a redução dos níveis protéicos com suplementação de

aminoácidos industriais nas dietas de aves submetidas a altas temperaturas pode

melhorar o conforto térmico, uma vez que o metabolismo das proteínas gera maior

incremento calórico que o metabolismo de carboidratos e lipídios.

O perfil aminoacídico das dietas com redução de PB suplementadas com

aminoácidos industriais é mais próximo da proteína ideal. A proteína ideal é definida

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como o balanço exato de aminoácidos que é capaz de fornecer sem excesso ou falta os

aminoácidos necessários para a manutenção animal e máxima deposição protéica.

Assim, nestas dietas, o excesso de aminoácidos é reduzido em relação às dietas de alta

PB.

Todo o excesso de aminoácido que não é assimilado pelo organismo das aves

para a síntese protéica ou de substâncias nitrogenadas é excretado, havendo um

desperdício de N. Este desperdício de N além de caro para o organismo, que passa a

sintetizar mais ácido úrico com gasto de energia e de aminoácidos, como glicina e

serina, eleva o risco de contaminação ambiental, com conseqüências danosas em regiões

onde a densidade de criação das aves é alta.

Além do bom balanceamento entre os aminoácidos da dieta, os nutricionistas

precisam decidir o nível de energia metabolizável (EM) a ser utilizado. A relação EM:

PB é extremamente importante para se garantir máxima deposição de proteína, uma vez

que para cada molécula de aminoácido acrescentada na cadeia protéica há um gasto de

no mínimo 4 ATPs, e também para se obter ótima qualidade de carcaça, uma vez que

todo excesso de energia será armazenado na forma de ácidos graxos.

Teoricamente, a redução da PB da dieta, com manutenção dos níveis ótimos dos

aminoácidos, aumenta a eficiência de deposição de proteína. Deste modo, a energia

requerida para a deposição protéica também será menor, pois o gasto de energia para a

excreção dos excessos de aminoácidos será reduzido. Assim, a utilização dos mesmos

níveis de EM praticados em dietas com alta PB poderá levar à maior deposição de

gordura na carcaça, depreciando sua qualidade, tendo em vista a exigência dos

consumidores e da indústria por carnes mais magras.

Assim, no primeiro capítulo deste trabalho foram abordados a utilização de

dietas com redução protéica para frangos de corte, os efeitos da relação energia

metabolizável: proteína bruta no desempenho e qualidade de carcaça dos frangos, a

importância da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais e a

utilização dos aminoácidos industriais valina, isoleucina e glicina nas formulações para

frangos de corte.

O segundo capítulo apresenta um experimento concebido para avaliar o efeito da

utilização da L-valina (e conseqüente redução protéica) e de diferentes níveis de energia

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metabolizável sobre o desempenho, qualidade de carcaça e composição corporal de

frangos de corte de 1 a 42 dias de idade .

O terceiro capítulo apresenta dois experimentos conduzidos com o objetivo de

verificar os efeitos dos níveis de PB e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos

não essenciais da dieta sobre o desempenho, qualidade de carcaça, excreção de N e

composição corporal de frangos de corte de 8 a 21 e 22 a 40 dias de idade .

Por fim, o quarto capítulo, apresenta um experimento desenvolvido para avaliar

a utilização dos aminoácidos L-valina, L-isoleucina e glicina nas formulações de dietas

para frangos de corte de 1 a 42 dias de idade.

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CAPÍTULO 1

Referencial Teórico

Utilização de Aminoácidos Industriais e Relação Aminoácidos

Essenciais: Não Essenciais em Dietas para Frangos de Corte

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Utilização de Aminoácidos Industriais e Relação Aminoácidos Essenciais: Não

Essenciais em Dietas para Frangos de Corte

INTRODUÇÃO

A nutrição animal é uma das ciências que vem evoluindo a cada década, sendo a

alimentação de frangos de corte alvo de inúmeras pesquisas no sentido de adequar

níveis nutricionais compatíveis com o máximo desempenho econômico dessas aves.

Todavia, ainda existem muitas dúvidas e questionamentos a respeito da melhor forma

de suprir as exigências nutricionais dos frangos.

Nas dietas para frangos de corte, a quantidade mínima de proteína bruta (PB)

depende da natureza e da qualidade dos alimentos disponíveis e do conhecimento da

digestibilidade das fontes protéicas, além das exigências dos animais. Os preços dos

ingredientes completam as informações para a decisão dos níveis a serem usados para

otimizar um determinado parâmetro de produção. As alternâncias que se observam nos

preços dos ingredientes podem fazer com que os níveis de proteína também flutuem na

dieta (Fraiha, 2002). Algumas vezes, rações com um preço relativo mais alto podem

gerar maior rentabilidade por quilograma de carne de frango produzida, em função do

melhor desempenho das aves. Cabe, então, ao nutricionista tomar a decisão sobre quais

aspectos têm efeito positivo na produção (Rostagno et al., 1996).

A redução protéica tem sido vista como uma das vias de possível melhoria dos

custos de produção e o nível de PB da ração passou a ser definido como o nível ótimo

para responder às necessidades da ave em aminoácidos, considerando o custo dos

ingredientes usados na formulação e o valor das carnes produzidas (Sabino et al., 2004).

Segundo Jiang et al. (2005), desde 1950 a suplementação de dietas com

metionina e lisina tem sido utilizada com sucesso pela indústria com a finalidade de

reduzir os níveis protéicos da ração. Fraiha (2002) ressalta que a produção industrial de

metionina, lisina, treonina e triptofano, a redução dos seus preços de mercado e a

perspectiva de produção de outros aminoácidos, são fatores que vêm impulsionando o

desenvolvimento de estudos no sentido de avaliar os efeitos da suplementação

aminoacídica em dietas com redução protéica sobre o desempenho produtivo e

econômico dos frangos de corte.

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Além da redução dos custos da alimentação, os benefícios trazidos pela redução

da PB da dieta envolvem a maior eficiência de utilização da proteína e a redução da

poluição ambiental, em função da menor excreção de nitrogênio (N) (Hurwitz et al.,

1998).

De acordo com Silva et al. (2001), todo o excesso de aminoácido que não é

utilizado pelo organismo das aves para a síntese protéica ou de substâncias nitrogenadas

é excretado, havendo um desperdício de N. Este processo metabólico, além de caro para

o organismo, que passa a sintetizar mais ácido úrico com gasto de energia e de

aminoácidos, como glicina e serina, eleva o risco de contaminação ambiental, com

conseqüências danosas em regiões onde a densidade de criação das aves é alta.

Entretanto, a taxa de crescimento e a eficiência alimentar das aves alimentadas

com dietas com redução de PB acima de 3% têm sido inferiores àquelas obtidas por

aves submetidas a dietas com alta PB, mesmo com o atendimento das exigências

conhecidas dos AAE através da suplementação com aminoácidos cristalinos (Dean et

al., 2006).

O conceito de proteína ideal, definida como o balanço exato de aminoácidos que

é capaz de prover, sem excesso ou falta, os aminoácidos necessários para a manutenção

animal e máxima deposição protéica (Suida, 2001) vem sendo utilizado pelos

nutricionistas na formulação de rações para aves.

No entanto, na maioria das formulações de dietas para frangos de corte, observa-

se o fornecimento somente dos primeiros aminoácidos limitantes, sendo na maioria das

vezes a relação entre AAE: AANE negligenciada. Cole & Van Lunen (1994) sugeriram

que, ao fornecer proteína ideal, seria necessário fornecer uma mistura perfeitamente

balanceada de AAE com N suficiente para a síntese de AANE.

Desta forma, este trabalho tem como proposta abordar aspectos da redução

protéica e suplementação aminoacídica, em especial os aminoácidos valina, isoleucina e

glicina, bem como a influência das relações energia: proteína e AAE: AANE em dietas

de frangos de corte.

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REVISÃO DE LITERATURA

Redução protéica em dietas para frangos de corte

A suplementação de aminoácidos industriais nas rações, principalmente lisina e

metionina, é uma prática incorporada na rotina das fábricas de rações para aves, com a

finalidade de reduzir os níveis protéicos das dietas. Essa diminuição traz como

benefícios a redução dos custos por quilograma de carne produzido, evita os excessos de

aminoácidos e leva à menor poluição ambiental, pela melhor eficiência na utilização e

menor excreção de N pelas aves (Aletor et al., 2000).

Em suínos, calcula-se que, para cada ponto percentual reduzido no conteúdo de

PB, a quantidade de N excretado pode ser reduzida em 8% (Kerr & Easter, 1995).

Segundo van Cauwenberghe & Burnham (2001), a redução da excreção de N pode ser

obtida com um manejo nutricional que maximize a retenção de N (dietas de alta

performance) com o fornecimento mínimo possível deste nutriente. Entretanto, a

redução dos níveis protéicos pela suplementação com aminoácidos industriais deve

respeitar certos limites para não restringir o desempenho das aves. Os autores sugerem

que a concentração de lisina não pode ser mais do que 6% da PB para frangos de corte.

Talvez uma maior redução da PB pudesse ser alcançada através do melhor

conhecimento das exigências de aminoácidos secundários (valina, isoleucina, arginina,

fenilalanina) e de maiores informações sobre o impacto dos AANE sobre a nutrição

protéica. Enfim, diante do atual conhecimento e disponibilidade comercial de

aminoácidos cristalinos, os autores afirmam ser possível a redução de 10 a 15% da

excreção de N pelas aves.

A redução dos níveis de PB das dietas de frangos de corte tem que ser avaliada

com cautela, pois pesquisas (Dean et al., 2006; Payne, 2007) apontam que reduções

acima de 3% podem causar prejuízo na taxa de crescimento e na eficiência alimentar,

comparadas àquelas obtidas por aves submetidas a dietas com alta PB, mesmo com o

atendimento das exigências conhecidas dos AAE através da suplementação com

aminoácidos cristalinos.

Por outro lado, Pesti (2009) afirma que para obter a otimização do ganho de peso

e conversão alimentar não basta suplementar as dietas de baixa proteína com

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aminoácidos essenciais, e sim garantir também o balanço entre AAE e a PB ou o

somatório de AAE e AANE.

Aftab et al. (2006) apontam algumas prováveis causas para a redução do

desempenho com dietas de baixa PB: 1) mudanças nas concentrações de potássio e

balanço eletrolítico da dieta, 2) insuficiência de N não específico para a síntese de

aminoácidos não essenciais (AANE), 3) tendência dos frangos reduzirem o consumo

voluntário em dietas com baixa PB, 4) relação AAE: AANE alterada, 5) insuficiente

síntese de AANE, como a glicina, para atender as exigências de rápido crescimento, 6)

eficiência da utilização de aminoácidos de uma fonte livre vs. da proteína dietética

intacta, para a deposição de proteína corporal, 7) deficiência de alguns AAE, 8) relação

entre a energia metabolizável (EM) e a energia líquida (EL) da dieta de baixa PB vs.

dieta de alta PB.

Han et al. (1992) demonstraram que pintos com idade entre 1 e 21 dias,

alimentados à base de milho e farelo de soja, com 19% PB, e suplementados com

metionina, lisina, treonina, arginina e valina ou com ácido glutâmico, tiveram um

desempenho equivalente àqueles alimentados com a dieta de 23% PB. Dos 22 aos 42

dias de idade, as aves que receberam 16% PB, suplementadas com os mesmos

aminoácidos, tiveram desempenho similar àquelas que receberam a dieta controle com

20% PB, não havendo, inclusive, diferença no teor de gordura corporal.

Em contraste, o aumento do nível de N dietético através da adição de glutamato

(Fancher & Jensen, 1989; Pinchasov et al., 1990), a suplementação com aminoácidos

essenciais acima das exigências sugeridas pelo NRC (1984) ou o equilíbrio no teor de

potássio (Fancher & Jensen, 1989) em dietas à base de milho e farelo de soja, nas quais

o nível de proteína foi diminuído não resultaram em efeitos positivos, sendo o

desempenho das aves inferior ao daquelas alimentadas com dietas contando altos teores

de PB.

Relação energia metabolizável: proteína bruta para frangos de corte

A decisão por um nível de proteína na dieta e sua relação com a energia, é um

dos maiores desafios para os nutricionistas, uma vez que esta escolha tem efeito direto

no desempenho, no custo das rações e na composição das carcaças dos frangos.

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A deposição de proteína é pré-estabelecida pela genética da ave e independente

da ingestão, ocorre limite de deposição diária que não pode ser ultrapassado

(Nascimento, 2004). No entanto, as variações ocorridas na deposição podem ser devido

à nutrição. Por outro lado, a quantidade de gordura depositada é diretamente

proporcional à quantidade de energia disponível para a síntese (Leeson, 1995).

Os níveis de PB e aminoácidos da dieta podem ser expressos como uma

percentagem da concentração de EM (NRC, 1994) e desta forma, variações nos níveis

de EM podem influenciar sobremaneira as respostas obtidas pelo aumento dos níveis

dietéticos de PB e aminoácidos (Plumstead et al., 2007).

Ajustes da densidade nutricional das rações podem se constituir em uma

alternativa para permitir o atendimento das necessidades nutricionais das aves e também

para minimizar alguns dos problemas decorrentes da redução de consumo das aves,

como ocorre em condições de climas quentes (Junqueira, 1999). Do mesmo modo, o

ajuste dos níveis de proteína pode trazer ganhos produtivos e econômicos importantes,

obtidos com a melhoria do desempenho e da qualidade de carcaça de frangos (Silva et

al., 1997).

A composição corporal dos frangos é afetada tanto pela quantidade como a

qualidade da proteína da ração, demonstrando que aminoácidos em menor proporção,

comparado às exigências, tornam-se limitantes e restringem a deposição protéica

(Castro et al., 1998). Kidd & Kerr (1998) ressaltam que o rendimento de carne de peito

é particularmente influenciado pela composição da proteína dietética.

A carne de peito representa cerca de 30% da carne total da carcaça e 50% do

total de carne comestível (Coleman & Korver, 2004). Deste modo, o atendimento de

níveis adequados dos aminoácidos torna-se imprescindível para um bom resultado

econômico, uma vez que a carne de peito, além de representar uma parte

quantitativamente importante da produção, também é a carne mais valorizada no

mercado.

A redução na deposição de gordura na carcaça está vinculada com ingestão de

energia adequada à necessidade para manutenção e crescimento (Summers & Leeson,

1984). Neste contexto, Bernal & Baião (1996) observaram efeito da elevada densidade

calórica da ração inicial sobre a deposição de gordura abdominal do frango de corte

abatido. Para Leeson (1995), a composição da carcaça é influenciada mais facilmente

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pela relação energia: proteína (EM: PB) da dieta. Quando essa relação EM: PB aumenta

ocorre redução no rendimento de carne, tanto em machos como em fêmeas, assim como

em rações com conteúdo protéico crescente resultaram em maior ingestão protéica e

rendimento de carne mais elevado.

Trabalhando com diferentes relações EM: PB para frangos de corte nas fases

inicial e de crescimento, Reginatto et al. (2000) verificaram que o fornecimento das

dietas com alta energia proporcionou melhor desempenho, no entanto resultou em maior

deposição de gordura nas carcaças. As aves alimentadas com as dietas com baixa

densidade energética apresentaram ganho de peso similar àquelas alimentadas com as

dietas com alta energia no período total (1 a 42 dias), porém melhor conversão calórica

(kcal/kg). O maior nível de energia e a redução da PB dietética melhoraram a utilização

da PB consumida. Os autores sugeriram que a menor densidade energética das dietas

tenha promovido maior taxa de degradação e menor taxa de síntese protéica devido ao

aporte insuficiente de energia.

Sklan & Plavnik (2002) observaram que o desempenho das aves com dietas com

baixo conteúdo de proteína bruta foi limitada pela deficiência de aminoácidos

essenciais, e os altos níveis de proteína diminuíram a eficiência da utilização dos

aminoácidos, resultando também em diminuição no crescimento das aves.

Níveis de EM de 2900, 3100 e 3300 kcal e relações EM: PB de 128, 148, 168 e

188 kcal/% foram avaliados por Silva et al. (2001) em frangos de corte machos de 22 a

42 dias de idade. O ganho de peso, os consumos de ração, de PB e de EM, os pesos de

carcaça, de carne de peito e de pernas reduziram com o aumento da relação EM: PB, em

todos os níveis de energia, no entanto, a porcentagem de gordura abdominal na carcaça

aumentou. De acordo com os autores, este fato pode ser explicado pela redução dos

custos energéticos da deposição de proteína e síntese de ácido úrico, à medida que a

relação EM: PB da ração passou de 128 para 188, ficando, desta forma, mais energia

disponível, na forma de carboidrato e gordura, para a deposição de gordura na carcaça.

Por outro lado, a redução da gordura abdominal associada ao declínio da relação EM:

PB foi causada, provavelmente, pelo alto custo energético de deposição de proteína.

Plumstead et al. (2007) avaliaram os efeitos de níveis crescentes de lisina e PB,

em dietas com 3000, 3100 e 3200 kcal de EM/kg e verificaram que o ganho de peso e a

eficiência alimentar de frangos de 1 a 21 dias melhoraram com o aumento dos níveis de

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PB, independente dos níveis energéticos utilizados. O aumento dos níveis de EM não

promoveu redução no consumo de ração, desta forma, o consumo de EM aumentou

linearmente, evidenciando que frangos de corte selecionados para rápido crescimento

não possuem habilidade para regular o consumo voluntário pelo atendimento das

exigências de energia (Richards, 2003; Richards & Proszkowiec-Weglarz, 2007),

provavelmente em funções de alterações nos mecanismos hipotalâmicos de controle de

ingestão de alimentos (Bokkers & Koene, 2003).

Trabalhando com diferentes níveis de PB e EM, mantendo a relação EM: PB

constante (132, 143 e 155, para os períodos de 1 a 10, 11 a 26 e 27 a 35 dias,

respectivamente), Kamran et al. (2008) verificaram redução no ganho de peso, aumento

no consumo de ração e pior conversão alimentar, com a redução dos níveis de PB e EM,

embora os níveis dos principais aminoácidos limitantes (lisina, metionina+cistina,

treonina e triptofano) tenham sido adequados. Os autores sugerem a possibilidade da

redução protéica ter limitado o fornecimento de outros aminoácidos, como a arginina,

isoleucina e valina, que passaram, por sua vez, a limitar a síntese de proteínas.

Pelo exposto, para obter melhorias nas deposições de proteína e de gordura

corporal, menores relações EM: PB devem ser utilizadas tornando os aminoácidos da

dieta mais eficientes, uma vez que há energia disponível para deposição. Naturalmente,

esta maior eficiência de deposição protéica somente ocorrerá com o fornecimento de

proteína balanceada, ou seja, atendendo os requerimentos de aminoácidos essenciais

limitantes e com um excedente de aminoácidos como fonte de N não específico para a

síntese de AANE, como também com energia suficiente proveniente de carboidratos e

lipídeos, para os processos de mantença e deposição de proteína, evitando que os

aminoácidos sejam oxidados para a produção de energia.

Enfim, em virtude do aumento do custo da ração, a redução da relação EM: PB

em rações práticas deve ser avaliada visando otimizar o modelo de produção em que a

qualidade da carcaça também deve ser considerada.

Relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais para frangos de corte

Embora o consumo de AANE seja uma parte quantitativamente importante do

consumo de proteína e a proporção de N não essencial no N total da dieta possa

influenciar significativamente o desempenho animal (Heger, 2003), a proporção ideal

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entre AAE: AANE para aves não foi ainda bem estabelecida, tornando necessário o

desenvolvimento de pesquisas para avaliar de que forma as diferentes relações AAE:

AANE afetam o desempenho das aves.

Allen & Baker (1972) verificaram menor eficiência de utilização do N quando

AAE foram suplementados na dieta como única fonte de N, em relação à eficiência de

utilização do N de frangos alimentados com dieta contendo ótima relação AAE: AANE.

Estes resultados indicam que o excesso de AAE é ineficiente em suprir N para a síntese

de AANE.

Segundo Heger (2003), a proporção ótima entre o N de AAE (NAAE) e o N total

(Nt) para crescimento ou deposição de proteína estimada em um nível constante de N

total na dieta e usando a mesma classificação de aminoácidos não difere muito entre as

espécies, estando os valores médios entre 0,55 a 0,60. A ótima relação NAAE: NT

depende da concentração de N da dieta, sendo mais baixa em maiores concentrações de

N e vice-versa.

Verificando os efeitos da relação NAAE: NT sobre a utilização e a retenção de N,

Heger et al. (1998) sugeriram que o N não essencial tem um efeito poupador na

utilização de AAE, em função do menor valor de NAAE: NT correspondente à máxima

retenção de N (0,48), quando comparado ao valor para utilização de N (0,66). Com a

relação NAAE: NT de 0,66 menos que 0,50 de N essencial foi utilizado, enquanto a

utilização do N não essencial ultrapassou 1,0. Isto implica que parte dos AAE são

utilizados para a síntese de AANE nestas condições. Os autores mencionam também

que a melhor retenção de N em baixa NAAE: NT sugere uma resposta adaptativa do

organismo ao consumo excessivo de AANE através do aumento do tamanho e conteúdo

de proteína dos órgãos, representando uma reserva protéica lábil para o organismo.

Heger (1990), trabalhando com ratos em crescimento, utilizando uma dieta basal

com perfil ideal de aminoácidos suplementada com N não essencial para atingir a

proporção NAAE: NT de 0,96, verificou resultados inferiores comparados a uma dieta

com relação NAAE: NT de 0,65. Quando os níveis de arginina, lisina ou aminoácidos

sulfurosos totais foram reduzidos, mantendo-se constante a concentração de N total pela

suplementação de AANE houve aumento da retenção de N. O autor reportou que estes

resultados sugerem a ineficiência da conversão da arginina e da lisina em AANE.

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Adkins et al.(1966) demonstraram que a inclusão de AANE nas dietas produziu

efeitos favoráveis no desempenho, superiores aos efeitos de dietas contendo um excesso

de AAE suficiente para a síntese de AANE. Os autores concluíram que a taxa de síntese

de um ou mais AANE não foi suficiente para suportar o máximo crescimento dos

animais. Em contraposição, Lenis et al. (1999) verificaram que, apesar da ótima

retenção e utilização do N terem sido obtidas com a relação 50:50 de N de AAE e N de

AANE, o aumento desta relação até 70:30 não resultou em decréscimo na utilização do

N, levando à conclusão de que o N deaminado dos AAE foi eficientemente utilizado na

síntese de AANE.

Algumas pesquisas sugerem que o N não essencial tem um efeito poupador na

utilização de AAE (Heger et al.,1998; Dean et al., 2006), bem como a ineficiência da

interconversão mútua de AANE como fontes de N não específico e que certas

quantidades de AANE devem ser supridos como tal na dieta para se obter a máxima

utilização da proteína (Heger, 2003). Torna-se imprescindível, portanto, o

desenvolvimento de pesquisas para avaliar quais os AANE e as quantidades destes que

podem ser adicionadas às rações com a finalidade de melhorar o desempenho das aves.

Dean et al. (2006) verificaram que dietas com baixa proteína podem suportar um

ótimo crescimento dos frangos quando um excesso de glicina é fornecido na dieta,

sendo que o requerimento mínimo de glicina + serina de 0 a 17 dias de idade foi de

2,32 % da dieta.

Han et al. (1992) demonstraram que a adição de AAE e glutamato em uma dieta

com 19% PB suportou taxa de crescimento de aves de crescimento lento e rápido igual

àquelas que receberam dieta com 23% PB.

Uma série de experimentos foi conduzida por Bregendahl et al. (2002) para

verificar o efeito da suplementação aminoacídica em dietas de baixa proteína

comparadas à dieta padrão com alta proteína. No primeiro experimento foi avaliada a

inclusão de glutamina e asparagina, no segundo experimento, avaliou-se o aumento das

concentrações de AAE e no terceiro, o aumento da concentração de AANE. Os autores

concluíram que as dietas de baixa proteína, nos três experimentos, resultaram em pior

desempenho e menor retenção de N, aumentando a deposição de gordura na carcaça, no

entanto, a excreção de N para o ambiente foi menor com estas dietas.

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Em estudo desenvolvido por Sklan & Noy (2005) evidenciou-se que dietas com

alta PB resultaram em melhor desempenho dos frangos de corte, comparado às dietas

com baixa PB, quando a proporção AAE: PB foi mantida constante. Já o aumento dos

AAE sem o aumento da PB da dieta resultou em desempenho intermediário entre o

obtido com a dieta controle e a dieta com alta PB e relação constante AAE: PB. Os

autores relacionaram estes resultados à possível deficiência de um ou mais AAE da

dieta controle ou a quantidades insuficientes de fornecimento ou síntese de algum

AANE.

Waldroup et al. (2005) avaliaram o efeito dos níveis de PB da dieta (24, 22, 20,

18 e 16%) e da suplementação de glicina (0,2 e 0,4%) sobre o desempenho de frangos

de corte de 1 a 21 dias. As aves que receberam dietas com menos que 22% PB tiveram o

peso corporal reduzido, mesmo com a suplementação de AAE (metionina, lisina,

cistina, treonina, valina isoleucina, arginina, triptofano e fenilalanina) em níveis

mínimos sugeridos pelo NRC (1994). Quando a glicina foi adicionada a dietas de 16 e

18% PB o peso corporal foi aumentado, sem, contudo, alcançar os valores obtidos com

as dietas com 22 e 24 % PB. A glicina afeta a síntese protéica, não só como bloco

construtor, mas também como precursor para a formação de DNA, RNA, creatina e

ácido úrico, sendo considerada um aminoácido semi-essencial para aves jovens, desde

que estas podem sintetizá-la, porém há ainda um considerável requerimento que deve

ser suprido via dieta.

Dois experimentos foram conduzidos por Yamazaki et al. (2006) para

determinar se o excesso de AAE em dietas de baixa PB (19%) afeta o desempenho, a

excreção de N e a deposição de gordura abdominal em frangos de corte de 1 a 21 dias.

Os aminoácidos foram fornecidos em 150% da recomendação do Japanese Feeding

Standard, no primeiro experimento e em 200%, no segundo. O ganho de peso e o

consumo alimentar das aves com dieta de baixa PB suplementada com AAE foram

similares aos obtidos com a dieta controle (21% PB). No segundo experimento o

excesso de metionina provocou severa redução no desempenho das aves. As aves que

receberam dieta de baixa PB apresentaram uma tendência a excretar menos N,

entretanto não houve diferenças significativas. As aves submetidas a dietas com menor

PB apresentaram maior deposição de gordura abdominal em comparação com a dieta

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controle, no entanto, a suplementação de excesso de aminoácidos teve pouco efeito

sobre a deposição de gordura abdominal.

Parece que alguns AANE podem ter caráter essencial em algumas condições, e

mais pesquisas são necessárias para elucidar seu papel fisiológico. Todavia, há

crescentes evidências de que a proposição da interconversão mútua de aminoácidos não

essenciais como fontes de N não específico pode não ser inteiramente válida e que

certas quantidades de AANE devem ser supridos como tal na dieta para se obter a

máxima utilização da proteína (Heger, 2003).

Valina, isoleucina e glicina para frangos de corte

A valina e a isoleucina são aminoácidos alifáticos altamente hidrofóbicos, sendo

encontrados geralmente no interior das proteínas, sendo responsáveis por sua estrutura

tridimensional.

No catabolismo isoleucina e valina formam succinil-CoA. Inicia-se por uma

reação de transaminação catalisada por uma única enzima (transaminase de aas

ramificados) formando alfa-ceto-isovalerato e alfa-ceto-beta-metilvalerato,

respectivamente. Estes são descarboxilados oxidativamente por um complexo

enzimático semelhante à piruvato desidrogenase, a desidrogenase de alfa-cetoácidos

ramificados, que utiliza como co-enzimas a tiamina pirofosfato, ácido lipóico, Côa,

NAD, FAD. Resultam as respectivas acil-CoA ramificadas com 1 C a menos (isobutiril-

CoA e alfa-metilbutiril-CoA). As acil-CoA derivadas de valina e isoleucin são oxidadas

por reAções semelhantes à beta oxidação que convertem a valina em propionil-CoA e a

isoleucina em propionil-CoA e e acetil-CoA. Por sua vez o propionil Côa é carboxilado

a succinilCoA (Marzzoco & Torres, 1999).

A valina e a isoleucina são similares em sua estrutura, sendo comumente

chamados de aminoácidos de cadeia ramificada e podem se tornar limitantes para o

desempenho de frangos de corte quando os níveis de PB da dieta são reduzidos

(Thornton et al., 2006).

Kidd & Kerr (2000) afirma que a isoleucina apresenta-se como o quarto

aminoácido limitante, enquanto a valina é defendida por Thornton et al. (2006) como

próximo aminoácido limitante após a treonina em dietas para frangos de corte isentas de

ingredientes de origem animal.

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Utilizando suplementação de isoleucina em dietas para frangos de corte de 22 a

42 dias, Kidd & Kerr (2000) verificaram efeito positivo na produção de carne de peito.

Os autores alegam que quando se reduz a PB das dietas, parte do farelo de soja é

substituída pelo milho, resultando em aumento da leucina da dieta e redução dos teores

de isoleucina. Embora o antagonismo entre os aminoácidos de cadeia ramificada tenha

pouca importância em dietas práticas, estes resultados sugerem que a suplementação de

isoleucina em dietas com redução da PB pode ser necessária para suportar maior

produção de peito.

Peganova & Eder (2002) reportam que, juntamente ao atendimento dos níveis

mínimos de aminoácidos para garantir bom desempenho, uma importância deve ser

atribuída aos níveis de tolerância de excessos, visto existir antagonismo entre os três

aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina). Este antagonismo é

caracterizado pela competição por sítios de absorção no intestino delgado (Szmelcman

& Guggenheim, 1966) e por estes aminoácidos serem degradados pelas mesmas

enzimas, bem como competirem pelo transporte pela barreira hemato-encefálica,

juntamente com tirosina, fenilalanina e triptofano (Thornton et al., 2006).

Segundo Peganova & Eder (2003), o excesso de isoleucina na dieta está

associado a uma marcada redução no consumo de ração, provavelmente em função de

provocar uma deficiência de triptofano no cérebro, em função da competição pelo

transporte na barreira hemato-encefálica.

Em estudo desenvolvido por Kidd et al. (2004) verificou-se que a suplementação

de isoleucina industrial em dietas com redução de proteína (de 18,6 para 17,5%)

resultou em ganho de peso e qualidade de carcaça de frangos semelhantes aos

observados com o tratamento controle, com mesma quantidade de isoleucina fornecido

pela fonte de proteína intacta (0,76%). Os autores recomendam níveis entre 0,67 e

0,71% de isoleucina na dieta para a fase de 18 a 30 dias; 0,64 a 0,66% de 30 a 42 dias e

0,55 a 0,66% de 42 a 56 dias.

Além de prejuízos no desempenho produtivo das aves, dietas com imbalanço ou

deficiência de aminoácidos podem afetar a resposta imune das aves (Hale et al., 2004).

O sistema imune aviário opera sob os mesmos princípios gerais que o dos mamíferos. O

estímulo antigênico inicia uma resposta imune que envolve cooperação celular entre os

macrófagos, linfócitos B e T. Os macrófagos processam o antígeno e o apresentam aos

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linfócitos. Os linfócitos B, principais células que medeiam à imunidade humoral,

transformam-se em plasmócitos e produzem anticorpos. Os linfócitos T, mais

importantes para a imunidade celular, se diferenciam funcionalmente em diversas

subpopulações. As linfocinas, produtos secretados pelas células ativadas por antígenos,

medeiam às funções dessas células (Sharma, 1991). A resposta imune em aves é

altamente regulada, sendo que qualquer alteração da regulação resulta, freqüentemente,

em imunodepressão.

Sabe-se que a metionina é primeiro aminoácido limitante em dietas para frangos,

dessa forma, alguns estudos também foram direcionados a fim de determinar as

exigências de aminoácidos sulfurados visando à melhoria da reposta imune das aves, e

não apenas o melhor desempenho. No entanto, a resposta imune, devido à sua ampla

complexidade, envolve ainda outras classes de aminoácidos que necessitam ter sua

exigência determinada, como no caso da arginina, que está diretamente envolvida na

produção de óxido nítrico (Kidd et al., 2004) e dos aminoácidos de cadeia ramificada

(valina, leucina e isoleucina), cujas exigências ainda não estão bem estabelecidas e o

antagonismo existente entre eles pode gerar deficiências ou relações inadequadas entre

eles.

Estudos desenvolvidos por Petro & Bhattacharjee (1981) comprovaram o efeito

deletério da deficiência de isoleucina e valina sobre a imunidade de camundongos.

Pesquisas com ratos mostram que a imunossupressão causada por excesso de leucina na

dieta pode ser revertida pelo incremento dos níveis de isoleucina e valina

(Aschkenasy,1979). Konashi et al. (2000) observaram que a deficiência de aminoácidos

ramificados em dietas de pintos de corte causou redução mais acentuada no peso

relativo da bursa e timo comparado a outros aminoácidos.

Hale et al. (2004), trabalhando com frangos de corte de 30 a 42 dias de idade,

verificaram efeito linear dos níveis de isoleucina sobre o peso relativo da bursa, porém,

não verificaram efeito sobre as outras variáveis de resposta imune.

Segundo Thornton et al. (2006), a valina pode ser o próximo aminoácido

limitante após a treonina. Thomas (1990) recomenda 0,82% de valina digestível para

frangos na fase inicial, enquanto Mendonça & Jensen (1989) recomendam uma faixa de

0,72 a 0,83 g/kg em uma dieta de baixa PB para o período de 22 a 42 dias. Thornton et

al. (2006) verificou aumento linear do ganho de peso das fêmeas com o aumento dos

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níveis de valina de 0,64 para 0,87%, enquanto os machos responderam de forma

quadrática, apresentando melhores resultados com 0,73% de valina, no período de

crescimento (22 a 42 dias).

A glicina é um aminoácido não essencial que pode ser sintetizado no organismo

animal por duas vias distintas: conversão direta da serina a glicina pela serina

hidroximetil transferase ou pela condensação do N5, N10-metileno-TNF com CO2 e

NH4+ pela glicina sintase. A síntese da serina, por sua vez, inicia-se com a oxidação do

3-fosfoglicerato formando 3-fosfohidroxi piruvato e NADH. A reação de transaminação

com o glutamato forma 3-fosfoserina e remove o fosfato produzindo serina. A glicina,

então, é gerada pela remoção do grupo metil da serina.

A glicina é considerada como aminoácido semi-essencial para pintos, pois

apesar das aves serem capazes de sintetizá-lo, esta síntese não atende as exigências para

o rápido crescimento, devendo a glicina ser fornecida via dieta. A glicina da dieta é

utilizada não só para a síntese protéica, mas também para a formação de DNA, RNA,

creatina e ácido úrico. Segundo Sonne et al. (1946), citados por Waldroup et al. (2005),

o aumento do requerimento da glicina em aves jovens ocorre em função da maior

excreção de nitrogênio, pois cada molécula de ácido úrico excretada representa a perda

de uma molécula de glicina pelas aves.

No catabolismo a glicina pode formar a serina, pode ser oxidada a CO2 e NH4 e

um grupo monocarbônico que é trnasferido para o tetraidrofolato (FH4) – coenzima que

trnsporta unidades monocarbônicas e apresenta em sua estrutura uma vitamina (ácido

fólico). A gli pode ainda ser deaminada oxidativamente, formando o glioxilato.

A glicina pode se tornar um fator limitante, quando dietas de baixa PB para aves

são formuladas com níveis marginais de treonina e serina. Corzo et al. (2004)

trabalhando com níveis crescentes de 0,62 a 1,22% de glicina em rações para frangos de

corte de 7 a 20 dias, determinaram uma exigência de 0,98 e 1,02% de glicina (1,76 e

1,80% de glicina + serina), para máximo ganho de peso e melhor conversão alimentar,

respectivamente. Os autores enfatizam que a glicina deve ser considerada limitante em

dietas para animais jovens, principalmente quando estas dietas são formuladas com

ingredientes exclusivamente de origem vegetal.

Han et al., 1992, citados por Sohail et al. (2003) reportam o N amino (necessário

para a síntese de AANE) como fator limitante em dietas de baixa proteína, apontando a

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suplementação com AANE (glicina e ácido glutâmico) como alternativa para a melhoria

do desempenho.

Um estudo foi desenvolvido por Sohail et al. (2003) para se verificar os efeitos

da adição de três níveis de glicina (0,00, 0,05 e 0,10%) sobre o desempenho de frangos

de corte submetidos a três dietas: dieta controle (atendendo ao requerimento de todos os

aminoácidos), dieta com deficiência de aminoácidos (com redução de 15% dos

aminoácidos) e dieta com correção de lisina e metionina (redução de 15% dos

aminoácidos, exceto lisina e metionina). Os autores concluíram que a adição de glicina

sintética (0,05 ou 0,10%) nas dietas com ou sem redução dos aminoácidos não teve

efeito significativo sobre o desempenho das aves, porém, quando houve a correção dos

níveis de lisina e metionina, um aumento parcial do desempenho foi verificado.

Waldroup et al. (2005) verificaram a influência da suplementação de glicina em

dietas de frangos de corte com diferentes níveis de proteína bruta sobre o desempenho

das aves. Os autores encontraram que a adição de 0,2 ou 0,4% de glicina nas dietas com

menores teores de proteína (16 e 18% PB e 0,62 e 0,78% de glicina, respectivamente)

melhorou o desempenho das aves, enquanto em dietas com maiores teores de proteína

(20, 22 e 24%) não houve resposta da adição de glicina. Os autores sugerem que as

exigências em glicina para frangos de corte do NRC (1994) são inadequadas para dietas

com baixos níveis de proteína bruta.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, o preço da suplementação dos aminoácidos valina, isoleucina e

glicina ainda onera os custos de produção. Mas, a exemplo do que ocorreu com outros

aminoácidos, como lisina, metionina e treonina, as indústrias de nutrição e avícolas têm

mostrado grande interesse nas pesquisas sobre utilização destes produtos na otimização

do desempenho das aves. Comprovados os ganhos no desempenho, com certeza haverá

maior interesse na utilização destes aminoácidos, alavancando sua produção em maior

escala, bem como a maior comercialização e redução nos custos.

Torna-se também, imprescindível o desenvolvimento de mais pesquisas a fim de

avaliar os efeitos da suplementação de AANE ou semi-essenciais específicos em dietas

com redução da PB para frangos de corte no desempenho das aves, na tentativa de

identificar quais destes não são produzidos eficientemente pela interconversão de AAE

ou de N não específico e quais podem ser bem empregados como precursores de AANE

e, conseqüentemente, poupadores de AAE.

Cabe aos nutricionistas, enfim, não negligenciar os efeitos da redução protéica e

da suplementação com AAE e AANE específicos sobre a excreção de nitrogênio, visto a

preservação ambiental ser uma preocupação constante na atualidade e, num futuro

próximo, poderá se tornar uma alternativa para agregar valor aos produtos.

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CAPÍTULO 2

Utilização de Valina Industrial na Formulação de Dietas com

Diferentes Níveis de Energia Metabolizável para Frangos de Corte

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Utilização de Valina Industrial na Formulação de Dietas com Diferentes Níveis de

Energia Metabolizável para Frangos de Corte

RESUMO

Objetivou-se avaliar o efeito da utilização da valina industrial em dietas com

diferentes níveis de energia metabolizável (EM) sobre o desempenho, qualidade de

carcaça e composição corporal de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade. Utilizaram-

se 720 pintos de corte Cobb, machos, distribuídos em delineamento inteiramente

casualizado, em esquema fatorial 2 x 3 (sem ou com L-valina x três níveis de EM), com

seis repetições de 20 aves cada. Nos tratamentos 1, 2 e 3, foram adicionados somente L-

lisina, DL-metionina e L-treonina industriais e a EM variou de menos 50 (-50), zero (0)

e mais 50 (+50) kcal/kg de acordo com as exigências para cada uma das fases da

criação. Nos tratamentos 4, 5 e 6, além destes aminoácidos, também foi adicionado L-

valina, resultando em redução da PB até o nível que atendesse os requerimentos dos

outros AAD e a EM foi semelhante aos tratamentos anteriores. Não foi verificada

interação do uso da L-valina e o nível de EM para nenhuma das variáveis de

desempenho avaliadas. À exceção do consumo de ração (CR) de 35 a 42 dias, que foi

maior para frangos alimentados com dieta sem L-valina, não houve efeito significativo

do uso da L-valina sobre o desempenho dos frangos em nenhuma das fases. Por outro

lado, os níveis de EM influenciaram o CR nas fases de 1 a 7 e 1 a 21 dias, sendo que as

aves alimentadas com 50 kcal/kg a menos apresentaram maior CR. O GP também foi

influenciado pelos níveis de EM das dietas, sendo que as aves alimentadas com 50 kcal

de EM/kg acima das exigências apresentaram maior GP, comparadas àquelas

submetidas a dietas formuladas segundo as exigências ou com menor EM. O peso e

rendimento de carcaça e de cortes e os pesos absolutos e relativos dos órgãos e gordura

abdominal não foram influenciados pelo uso da L-valina e pelos níveis de EM. Desta

forma, pode-se afirmar que é possível reduzir a PB da dieta com a suplementação de L-

valina, sem causar prejuízo ao desempenho das aves e que o aumento da EM em 50

kcal/kg melhorou o desempenho dos frangos. De uma forma geral, a utilização da L-

valina promoveu menor consumo e excreção de N e maior deposição de proteína

corporal, melhorando também a eficiência de deposição da proteína. No entanto, a

deposição de gordura corporal também aumentou, exceto no menor nível de EM

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estudado. Desta forma, pode-se concluir que o aminoácido industrial L-valina pode ser

utilizado em dietas para frangos de corte sem prejuízo ao desempenho, no entanto, para

se obter uma melhor qualidade de carcaça, os níveis energéticos das dietas devem ser

reavaliados.

Palavras-chave: aminoácidos, exigências, nutrição, proteína ideal, relação energia:

proteína

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Industrial Valine Utilization in Formulation of Diets with Different Metabolizable

Energy Levels for Broiler Chickens

ABSTRACT

The aim was to evaluate the effect of proteic reduction in diets with

supplementation of valine and metabolizable energy (ME) levels on broiler chickens’

performance and carcasses from 1 to 42 days. Seven hundred and twenty male broiler

chicks, Cobb, were distributed in a completely randomized design, in a factorial scheme

2 x 3 (without or with L-valine x three ME levels), with six replicates, with 20 birds

each. To the treatments 1, 2 and 3, only L-lysine, DL-methionine and L-threonine were

added, which allowed crude protein (CP) to attend digestible amino acids (DAA) ratio,

and the me varied, -50, 0 and +50 kcal·kg-1. In treatments 4, 5 and 6, besides these

amino acids, L-valine was also added, resulting in a CP reduction until the level which

attends the other DAA requirements, and me was similar to that in the previous

treatments. No interaction between CP and ME levels was observed for the evaluated

variables. Feed intake (FI) from 35 to 42 days was higher for birds receiving diets with

greater CP without L-valine supplementation. Except for FI during this phase, there was

no significant effect of dietetic CP on broiler chickens performance in none of the

phases. On the other hand, ME levels influenced FI during the phases of 1 to 7 and 1 to

21 days, given the birds fed 50 kcal·kg-1 short, presented greater FI. Weight gain (WG)

was also influenced by dietetic ME levels, since birds fed 50 kcal·kg-1 above

requirements presented higher WG, in comparison to those submitted to diets

formulated according to requirements or with 50 kcal·kg-1 of ration below the

requirements. Similarly, weight and yield of carcass and cuts, and organ and abdominal

fat absolute and relative weight were not influenced by CP and ME separately. Thus,

one can affirm that it is possible to reduce diet CP with L-valine supplementation

without causing any harm to birds performance and that the increase in 50 kcal·kg-1 of

ME improved broilers performance. In general, the use of L-valine promoted lower N

intake and N excretion and higher body protein deposition, while improving the

efficiency of protein deposition. However, the body fat deposition also increased, except

in the lower level of EM evaluated. Thus we can conclude that the amino acid L-valine

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industry can be used in diets for broiler chickens without prejudice to the performance,

however, to obtain a better carcass quality, the energy levels of diets should be

reviewed.

Keywords: amino acid, energy: protein ratio, ideal protein, nutrition, requirement

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INTRODUÇÃO

A decisão por um nível de proteína na dieta e sua relação com a energia, é um

dos maiores desafios para os nutricionistas, uma vez que esta escolha tem efeito direto

no desempenho, no custo das rações e na composição das carcaças dos frangos.

A composição corporal dos frangos é afetada tanto pela quantidade como a

qualidade da proteína da ração, demonstrando que aminoácidos em menor proporção,

comparado às exigências, tornam-se limitantes e restringem a deposição protéica

(Castro et al., 1998). Da mesma forma, a composição da carcaça é influenciada pela

relação energia: proteína (EM: PB) da dieta, sendo que quando esta relação aumenta

ocorre redução no rendimento de carne e maior deposição de gordura. Por outro lado,

rações com menor relação EM: PB obtidas pelo aumento do teor de PB, proporcionam

maior ingestão protéica e rendimento de carne mais elevado (Nascimento, 2004).

Com a disponibilidade dos aminoácidos industriais como a lisina, metionina e

treonina, há uma tendência para a redução dos níveis protéicos da dieta, reduzindo a

proporção do farelo de soja e de fontes protéicas de origem animal, com conseqüente

redução nos custos (Corzo et al., 2007). Além da redução dos custos da alimentação, os

benefícios trazidos pela redução da PB da dieta incluem a maior eficiência de utilização

da proteína e a redução da poluição ambiental, em função da menor excreção de

nitrogênio (Hurwitz et al., 1998).

A progressiva redução na PB da dieta pode levar a uma situação em que outros

aminoácidos, como valina e isoleucina, que são geralmente supridos por dietas com alta

PB, tornem-se limitantes ao melhor desempenho (Peganova & Eder, 2002). Desta

forma, para se alcançar o aumento no desempenho das aves submetidas a dietas com

maiores reduções protéicas, deve-se ter a preocupação de fornecer níveis mínimos de

outros aminoácidos limitantes, como isoleucina, valina, arginina e triptofano, bem como

adequar o nível energético da dieta para se obter melhor eficiência de deposição da

proteína sem prejudicar a qualidade da carcaça.

Kidd & Hackenhaar (2005) simulando formulações combinando vários

ingredientes utilizados em dietas para frangos de corte, concluíram que a valina é o

quarto aminoácido limitante quando o farelo de soja é utilizado como principal fonte

protéica. Da mesma forma, Thornton et al. (2006) defendem a valina como próximo

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aminoácido limitante após a treonina em dietas para frangos de corte isentas de

ingredientes de origem animal, principalmente em dietas de crescimento e final, em que

a proporção de grãos aumenta (Corzo et al., 2004).

Portanto, objetivou-se avaliar o efeito da utilização da L-valina industrial e dos

níveis de energia metabolizável das dietas sobre o desempenho, qualidade de carcaça,

composição corporal e excreção de nitrogênio em frangos de corte em diferentes fases

da criação.

MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

O experimento foi conduzido no Módulo de Avicultura do Departamento de

Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus

II, no município de Areia, na região Norte do Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de

longitude sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com altitude de 618 m acima do nível do

mar.

O experimento foi conduzido no período de 13 de maio a 23 de junho de 2008,

totalizando 42 dias, divididos em 4 fases: pré-inicial (1 a 7 dias), inicial (8 a 21 dias),

crescimento (22 a 33 dias) e final (34 a 42 dias).

Foi instalado um termômetro digital de máxima e mínima, com sensores de

temperatura interno e externo (extensão com sensor de temperatura) na região central do

galpão, de forma que o sensor externo ficasse fixado na altura das aves.

Instalações e equipamentos

Nas duas primeiras fases os pintos foram alojados em baterias metálicas tipo

“Brasília”, com piso de tela com bandejas coletoras de excretas embaixo e contendo

comedouros e bebedouros tipo calha. O aquecimento dos pintos foi realizado por meio

de um sistema elétrico, com lâmpadas incandescentes de 60 W por parcela, que eram

ligadas e desligadas conforme a necessidade, tendo como base a temperatura observada

no termômetro (sensor na altura das aves) e o comportamento das aves.

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Nas fases de 22 a 35 e 36 a 42 dias os frangos foram alojados em boxes de 1,40

x 1,80 m, com piso de cimento e cobertos com cama de bagaço de cana-de-açúcar,

sendo utilizados comedouros tubulares e bebedouros pendulares.

Durante o período experimental as aves receberam água e ração à vontade e o

programa de luz adotado durante todo o período foi o contínuo (24 horas de luz =

natural + artificial).

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizados 720 pintos de corte de um dia, machos, da linhagem Cobb,

distribuídos em delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema

fatorial 2 x 3, totalizando seis tratamentos (sem L-valina ou com L-valina x três níveis

de energia metabolizável), com seis repetições de 20aves cada. Cada um dos

tratamentos constituiu um programa de alimentação, em que as dietas foram formuladas

para cada uma das fases e os resultados foram acumulativos. Antes da distribuição das

aves nos tratamentos, os pintos foram pesados um a um e separados por faixas de peso,

garantindo-se que cada parcela recebesse o mesmo número de aves de determinada

faixa, aumentando a homogeneidade inicial entre as unidades experimentais. O peso

inicial dos pintos foi 46,6 ± 0,6g.

Nos tratamentos 1, 2 e 3 (sem L-valina), foram adicionados somente os

aminoácidos industriais L-lisina, DL-metionina e L-treonina aos três níveis de energia

metabolizável avaliados, deixando a proteína bruta livre e atendendo a relação dos

aminoácidos (em aminoácidos digestíveis) sugeridas por Rostagno et al. (2005) para

cada uma das fases. Para estabelecer os três níveis de EM utilizados, foi formulada uma

dieta atendendo as recomendações das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos

(Rostagno et al., 2005) e outras duas dietas, uma com 50 kcal de EM/kg acima das

recomendações e outra com 50 kcal de EM/kg abaixo das recomendações. Deste modo,

os níveis de EM estudados foram: 2900, 2950 e 3000 kcal/kg na dieta pré-inicial, 2950,

3000 e 3050 kcal/kg na dieta inicial, 3050, 3100 e 3150 kcal/kg na dieta de crescimento

e 3100, 3150 e 3200 kcal/kg na dieta final.

Nos tratamentos 1, 2 e 3, em função do maior nível de farelo de soja para

atender as exigências de valina e, conseqüentemente, o maior nível de PB, os demais

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aminoácidos ficaram com as suas relações acima do recomendado, exceto

metionina+cistina, lisina e treonina (Tabelas 1, 2, 3 e 4).

Nos tratamentos 4, 5 e 6 (com L-valina), além dos aminoácidos L-lisina.HCl,

DL-metionina e L-treonina, também foi adicionado o aminoácido industrial L-Valina,

mantendo os mesmos níveis de energia estudados nos tratamentos 1, 2 e 3 e respeitando

as relações entre os aminoácidos e a lisina (perfil de aminoácidos ideal) propostas nas

Tabelas Brasileiras para cada uma das fases. Desta forma, a PB foi reduzida em relação

aos tratamentos 1, 2 e 3, até atender o próximo aminoácido limitante (isoleucina).

Antes da formulação das rações experimentais, foi realizada a análise da

composição aminoacídica do milho e do farelo de soja. Os valores de aminoácidos totais

calculados e analisados (%) das dietas experimentais estão apresentados na Tabela 5.

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Tabela 1 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte na fase pré-inicial (1 a 7 dias)

Ingredientes

Sem L-valina Com L-valina EM (kcal/kg) EM (kcal/kg)

2900 2950 3000 2900 2950 3000 Milho grão 50,643 49,468 48,294 55,599 54,497 53,392 Farelo de soja (44,4% PB) 43,805 44,006 44,207 39,394 39,533 39,672 Óleo de soja 1,653 2,627 3,601 0,774 1,735 2,697 Fosfato bicálcico 1,872 1,875 1,878 1,896 1,899 1,902 Calcário 0,832 0,829 0,827 0,849 0,847 0,844 Sal comum 0,447 0,448 0,448 0,452 0,452 0,453 L-lisina.HCl (78,8%) 0,159 0,156 0,152 0,289 0,287 0,286 DL-metionina (99%) 0,323 0,325 0,327 0,355 0,357 0,359 L-treonina (98%) 0,069 0,069 0,069 0,127 0,127 0,128 L-valina (98%) 0,000 0,000 0,000 0,068 0,069 0,070 Colina 60% 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral 1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitaminico 2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano 3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 Promotor de crescimento 4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 Antioxidante 5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Composição calculada Energia metabolizável (kcal/kg) 2900 2950 3000 2900 2950 3000 Proteína bruta (%) 23,89 23,89 23,88 22,57 22,55 22,52 Relação EM: PB 121,4 123,5 125,6 128,5 130,8 133,2 Cálcio (%) 0,939 0,939 0,939 0,939 0,939 0,939 Fósforo disponível (%) 0,470 0,470 0,470 0,470 0,470 0,470 Sódio (%) 0,223 0,223 0,223 0,223 0,223 0,223 Lisina digestível (%) 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330 Metionina+cistina digestível (%) 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944 Metionina digestível (%) 0,629 0,630 0,631 0,644 0,645 0,646 Treonina digestível (%) 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865 Arginina digestível (%) 1,600 1,602 1,604 1,476 1,476 1,477 Isoleucina digestível (%) 0,936 0,937 0,938 0,865 0,865 0,865 Leucina digestível (%) 1,827 1,824 1,820 1,727 1,722 1,718 Triptofano digestível (%) 0,286 0,286 0,287 0,262 0,263 0,263 Valina digestível (%) 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton; promotor de crescimento gram negativo = Colistin = 20 g/ton; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 2 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte na fase inicial (8 a 21 dias)

Ingredientes

Sem valina Com valina EM (kcal/kg) EM (kcal/kg)

2950 3000 3050 2950 3000 3050 Milho grão 60,859 59,684 58,510 64,135 63,030 61,926 Farelo de soja (44,4% PB) 34,795 34,997 35,198 31,880 32,020 32,159 Óleo de soja 0,620 1,594 2,568 0,039 1,000 1,962 Fosfato bicálcico 1,769 1,772 1,775 1,784 1,788 1,791 Calcário 0,822 0,820 0,817 0,834 0,831 0,829 Sal comum 0,433 0,434 0,434 0,436 0,437 0,437 L-lisina.HCl (78,8%) 0,186 0,182 0,179 0,272 0,270 0,269 DL-metionina (99%) 0,255 0,256 0,258 0,276 0,278 0,280 L-treonina (98%) 0,064 0,064 0,064 0,102 0,103 0,103 L-valina (98%) 0,000 0,000 0,000 0,045 0,046 0,047 Colina 60% 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral 1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitaminico 2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano 3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 Promotor de crescimento 4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 Antioxidante 5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Composição calculada Energia metabolizável (kcal/kg) 2950 3000 3050 2950 3000 3050 Proteína bruta (%) 20,69 20,69 20,68 19,81 19,79 19,77 Relação EM: PB 142,6 145,0 147,5 148,9 151,6 154,3 Cálcio (%) 0,884 0,884 0,884 0,884 0,884 0,884 Fósforo disponível (%) 0,442 0,442 0,442 0,442 0,442 0,442 Sódio (%) 0,214 0,214 0,214 0,214 0,214 0,214 Lisina digestível (%) 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146 Metionina+cistina digestível (%) 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814 Metionina digestível (%) 0,529 0,530 0,531 0,539 0,540 0,541 Treonina digestível (%) 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745 Arginina digestível (%) 1,347 1,349 1,351 1,265 1,267 1,266 Isoleucina digestível (%) 0,792 0,793 0,794 0,745 0,745 0,745 Leucina digestível (%) 1,624 1,621 1,617 1,558 1,553 1,549 Triptofano digestível (%) 0,238 0,239 0,239 0,223 0,223 0,223 Valina digestível (%) 0,860 0,860 0,860 0,860 0,860 0,860 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton; promotor de crescimento gram negativo = Colistin = 20 g/ton; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 3 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte na fase de crescimento (22 a 35 dias)

Ingredientes

Sem valina Com valina EM (kcal/kg) EM (kcal/kg)

3050 3100 3150 3050 3100 3150 Milho grão 61,771 60,595 59,423 64,478 63,373 62,269 Farelo de soja (44,4% PB) 32,851 33,052 33,254 30,442 30,582 30,721 Óleo de soja 1,945 2,919 3,893 1,465 2,427 3,388 Fosfato bicálcico 1,617 1,620 1,623 1,630 1,633 1,637 Calcário 0,779 0,777 0,774 0,789 0,787 0,784 Sal comum 0,413 0,414 0,414 0,416 0,416 0,417 L-lisina.HCl (78,8%) 0,152 0,149 0,145 0,223 0,221 0,220 DL-metionina (99%) 0,231 0,233 0,234 0,248 0,250 0,252 L-treonina (98%) 0,044 0,044 0,043 0,075 0,076 0,076 L-valina (98%) 0,000 0,000 0,000 0,037 0,038 0,039 Colina 60% 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral 1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitaminico 2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano 3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 Promotor de crescimento 4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 Antioxidante 5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Composição calculada Energia metabolizável (kcal/kg) 3050 3100 3150 3050 3100 3150 Proteína bruta (%) 19,84 19,84 19,83 19,12 19,09 19,07 Relação EM: PB 153,7 156,3 158,9 159,5 162,4 165,2 Cálcio (%) 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824 0,824 Fósforo disponível (%) 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 0,411 Sódio (%) 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205 0,205 Lisina digestível (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 Metionina+cistina digestível (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 Metionina digestível (%) 0,497 0,498 0,499 0,505 0,506 0,507 Treonina digestível (%) 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697 Arginina digestível (%) 1,288 1,290 1,292 1,220 1,221 1,221 Isoleucina (%) 0,757 0,758 0,759 0,719 0,719 0,719 Leucina (%) 1,569 1,566 1,563 1,515 1,510 1,505 Triptofano digestível (%) 0,227 0,228 0,228 0,214 0,215 0,215 Valina (%) 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 0,826 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton; promotor de crescimento gram negativo = Colistin = 20 g/ton; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 4 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte na fase final (36 a 42 dias)

Ingredientes

Sem L-valina Com L-valina EM (kcal/kg) EM (kcal/kg)

3100 3150 3200 3100 3150 3200 Milho grão 64,507 63,334 62,160 66,760 65,657 64,552 Farelo de soja (44,4% PB) 30,120 30,321 30,523 28,116 28,255 28,395 Óleo de soja 2,168 3,142 4,115 1,768 2,730 3,691 Fosfato bicálcico 1,466 1,469 1,472 1,477 1,480 1,483 Calcário 0,739 0,736 0,734 0,747 0,744 0,742 Sal comum 0,388 0,389 0,389 0,390 0,391 0,391 L-lisina.HCl (78,8%) 0,161 0,158 0,154 0,220 0,218 0,217 DL-metionina (99%) 0,210 0,211 0,213 0,224 0,226 0,228 L-treonina (98%) 0,044 0,043 0,043 0,070 0,070 0,071 L-valina (98%) 0,000 0,000 0,000 0,031 0,032 0,033 Colina 60% 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral 1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitaminico 2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano 3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 Promotor de crescimento 4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012 Antioxidante 5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Composição calculada Energia metabolizável (kcal/kg) 3100 3150 3200 3100 3150 3200 Proteína bruta (%) 18,85 18,84 18,83 18,24 18,22 18,19 Relação EM: PB 164,5 167,2 169,9 170,0 172,9 175,9 Cálcio (%) 0,763 0,763 0,763 0,763 0,763 0,763 Fósforo disponível (%) 0,380 0,380 0,380 0,380 0,380 0,380 Sódio (%) 0,194 0,194 0,194 0,194 0,194 0,194 Lisina digestível (%) 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017 Metionina+cistina digestível (%) 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732 Metionina digestível (%) 0,466 0,467 0,468 0,473 0,474 0,475 Treonina digestível (%) 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661 Arginina digestível (%) 1,210 1,212 1,214 1,154 1,154 1,155 Isoleucina digestível (%) 0,713 0,714 0,715 0,681 0,681 0,681 Leucina digestível (%) 1,505 1,501 1,498 1,459 1,455 1,450 Triptofano digestível (%) 0,212 0,213 0,214 0,202 0,202 0,202 Valina digestível (%) 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 Ul ; vit. E - 15.000 Ul ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton; promotor de crescimento gram negativo = Colistin = 20 g/ton; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 5 – Valores calculados e analisados (%) de aminoácidos das dietas experimentais (em aminoácidos totais)

Sem L-valina Com L-valina Calculado Analisado Calculado Analisado -50 kcal 0 kcal +50 kcal -50 kcal 0 kcal +50 kcal Ração pré-inicial (1 a 7 dias) Lys 1,437 1,436 1,295 1,285 1,431 1,331 1,367 1,271 Met+Cys 1,026 1,073 1,058 0,983 1,022 0,945 1,052 0,852 Thr 0,968 1,006 0,972 0,903 0,963 0,916 0,945 0,848 Val 1,477 1,084 0,915 0,962 1,432 1,042 1,059 0,974 Ile 1,006 1,020 0,873 0,915 0,928 0,888 0,905 0,838 Arg 1,698 1,359 1,337 1,344 1,568 1,208 1,230 1,206 Leu 1,950 1,901 1,665 1,735 1,832 1,725 1,771 1,595 Phe 1,207 1,245 1,035 1,102 1,122 1,066 1,083 0,999 Hys 0,604 0,569 0,519 0,576 0,565 0,574 0,545 0,518 Gly+Ser 2,214 2,206 1,884 1,997 2,060 1,915 1,988 1,810 Ração inicial (8 a 21 dias) Lys 1,239 1,123 1,092 1,104 1,235 1,149 1,113 1,131 Met+Cys 0,887 0,987 0,934 0,877 0,884 0,918 0,890 0,862 Thr 0,837 0,829 0,817 0,763 0,833 0,797 0,712 0,755 Val 1,244 0,887 0,891 0,846 1,213 0,891 0,801 0,846 Ile 0,847 0,803 0,836 0,795 0,796 0,692 0,683 0,688 Arg 1,432 1,090 1,049 1,000 1,346 0,996 0,859 0,897 Leu 1,730 1,641 1,548 1,510 1,658 1,474 1,380 1,326 Phe 1,037 0,991 0,953 0,921 0,982 0,888 0,856 0,872 Hys 0,529 0,542 0,549 0,508 0,504 0,500 0,458 0,479 Gly+Ser 1,909 1,816 1,880 1,724 1,810 1,818 1,526 1,672 Ração de crescimento (22 a 35 dias) Lys 1,162 1,126 1,039 1,083 1,159 1,024 1,034 1,029 Met+Cys 0,843 0,857 0,859 0,858 0,840 0,797 0,859 0,828 Thr 0,786 0,778 0,714 0,746 0,783 0,717 0,708 0,713 Val 1,189 0,928 0,856 0,892 1,163 0,854 0,846 0,850 Ile 0,810 0,804 0,780 0,792 0,768 0,745 0,731 0,738 Arg 1,369 1,330 1,294 1,312 1,298 1,248 1,288 1,268 Leu 1,671 1,662 1,542 1,602 1,612 1,557 1,517 1,537 Phe 0,995 1,001 0,912 0,957 0,950 0,946 0,925 0,936 Hys 0,509 0,494 0,507 0,501 0,489 0,494 0,506 0,500 Gly+Ser 1,834 1,761 1,643 1,702 1,752 1,677 1,647 1,662 Ração final (36 a 42 dias) Lys 1,101 1,088 1,036 1,044 1,099 1,024 1,028 1,034 Met+Cys 0,799 0,805 0,790 0,790 0,797 0,797 0,798 0,809 Thr 0,747 0,714 0,733 0,738 0,744 0,717 0,728 0,723 Val 1,117 0,856 0,910 0,913 1,096 0,865 0,907 0,846 Ile 0,761 0,780 0,811 0,807 0,726 0,745 0,814 0,731 Arg 1,287 1,330 1,318 1,327 1,228 1,248 1,309 1,288 Leu 1,601 1,683 1,635 1,639 1,552 1,557 1,631 1,517 Phe 0,942 1,029 0,980 0,957 0,904 0,946 1,003 0,975 Hys 0,485 0,509 0,471 0,471 0,468 0,494 0,471 0,506 Gly+Ser 1,739 1,762 1,735 1,711 1,671 1,677 1,760 1,647

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Variáveis avaliadas

Foram avaliados o consumo de ração (CR), o ganho de peso (GP) e a conversão

alimentar (CA) para cada uma das fases.

Para a avaliação das características de carcaça, aos 42 dias foram selecionadas

três aves, com peso representativo do peso médio da parcela para abate e coleta dos

dados. As aves foram abatidas por deslocamento cervical, sangradas e evisceradas. Na

determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso da carcaça limpa em

relação ao peso vivo após jejum. O rendimento dos cortes nobres (peito, coxa e

sobrecoxa) foram calculados em relação ao peso da carcaça eviscerada (com pés e

cabeça) e o peso relativo vísceras comestíveis (coração, fígado e moela) e da gordura

abdominal foi calculado em relação ao peso vivo em jejum.

Um grupo adicional de 10 pintos de um dia de idade foi abatido para

determinação da composição corporal (proteína, extrato etéreo, cinzas e água) no início

do experimento. Aos 21 e 42 dias de idade foram selecionadas duas aves com peso

representativo da parcela, e, após jejum de 24 horas, foram abatidas por deslocamento

cervical. As aves foram acondicionadas inteiras (com penas) em sacos plásticos

identificados e armazenadas em freezer. Posteriormente, os frangos congelados foram

picados com o auxílio de uma serra fita e moídos em “cutter” comercial de 30 hp e 1775

rpm. As amostras passaram pelo “cutter” 2 a 4 vezes, para que se tornassem bem

homogêneas para os procedimentos laboratoriais.

As amostras foram acondicionadas em bandejas descartáveis de alumínio,

pesadas e pré-secas em estufa com ventilação forçada a 60 ± 5oC, durante o tempo

necessário para a estabilização do peso. Após esta etapa, as amostras foram moídas,

acondicionadas em potes plásticos e armazenadas para posteriores análises. As análises

de matéria seca, cinzas, proteína bruta e extrato etéreo das amostras foram realizadas no

Laboratório de Nutrição Animal do DZ/CCA/UFPB, conforme descritos por Silva &

Queiroz (2002).

Os valores de composição corporal foram expressos em percentagem na matéria

natural e em gramas. Para o cálculo da composição corporal em gramas os valores

percentuais de cada um dos componentes da matéria natural (proteína, extrato etéreo,

cinzas e água) foram multiplicados pelo peso corporal médio da parcela.

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As deposições de proteína e de gordura corporal (em gramas) foram calculadas

pela diferença entre a composição da carcaça dos pintos de corte no início e final de

cada período experimental (1 a 21 e 1 a 42 dias). Também foi realizado o cálculo da

relação da deposição de proteína pela deposição de gordura. A eficiência de deposição

de proteína foi calculada dividindo-se a deposição de proteína corporal pelo consumo de

proteína, multiplicando-se o valor por 100.

Os valores de consumo de proteína e deposição de proteína foram divididos por

6,25 para o cálculo dos valores de consumo e de retenção de N. A excreção aparente de

N foi então calculada pela diferença entre N consumido e N retido.

Análise Estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o Sistema de

Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG-8.0), desenvolvido pela Universidade Federal

de Viçosa (1999), sendo as comparações das médias realizadas pelo teste Tukey a 5%

de probabilidade. O modelo matemático utilizado foi:

Yijk = µ + Ai + Bj + ABij + εijk ,

Em que:

Yijk = observação no nível de L-valina i, no nível de energia metabolizável j, na

repetição k;

µ = média geral;

Ai = Efeito da utilização da L-valina, i = 1 ou 2;

Bj = Efeito do nível de energia metabolizável, j = 1, 2 ou 3;

ABij = Efeito da interação do uso ou não da valina com o nível de energia

metabolizável;

εijk = erro aleatório associado a cada observação.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios de temperatura máxima e temperatura mínima registradas

durante o período experimental foram respectivamente 33,2 e 24,9 ºC.

Não foi verificada interação da utilização da L-valina e o nível de energia

metabolizável (EM) para nenhuma das variáveis de desempenho avaliadas (Tabela 6).

O consumo de ração durante a fase final (36 a 42 dias) dos frangos alimentados

com o programa de alimentação com dietas formuladas sem a inclusão de L-Valina foi

maior que das aves alimentadas com dietas formuladas com L-Valina. No entanto, esta

diferença não influenciou o consumo acumulado no período total, de 1 a 42 dias de

idade. À exceção do consumo de ração na fase de 36 a 42 dias, não houve efeito

significativo da utilização da L-valina na dieta sobre o desempenho dos frangos de corte

em nenhuma das fases de criação, nem sobre o desempenho no período total do

experimento (Tabela 6).

A possibilidade de redução dos níveis protéicos das dietas de frangos de corte

com a suplementação de aminoácidos essenciais para atender as exigências em

aminoácidos digestíveis vem sendo amplamente pesquisada, com o intuito de reduzir os

custos com a alimentação e, mais recentemente, como alternativa para minimização da

excreção de N (Corzo et al., 2008). Alguns estudos reportam a redução do desempenho

das aves com dietas de baixa proteína (Smith et al., 1998; Rahaman et al., 2002), porém,

nestes estudos a redução protéica foi feita com a correção dos níveis somente do

primeiro aminoácido limitante, a metionina. Desta forma, a redução no desempenho

pode ser atribuída não a uma deficiência de PB em si, mas à deficiência de aminoácidos

essenciais, como lisina, treonina, valina e isoleucina.

Dean et al. (2006) reportam que a redução de mais de 3% no percentual de PB,

mesmo com a correção dos níveis dos principais aminoácidos limitantes, resulta em

queda no desempenho dos frangos. Dentre as prováveis causas para a redução no

desempenho das aves submetidas a dietas com redução protéica Aftab et al. (2006)

apontam a deficiência de aminoácidos essenciais, a insuficiência de N não específico

para a síntese de aminoácidos não essenciais (AANE), a alteração na relação

AAE:AANE, a insuficiente síntese de alguns AANE específicos, como a glicina, em

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quantidades suficientes para o atendimento do rápido crescimento e mudanças nas

concentrações de potássio e no balanço eletrolítico.

Tabela 6 - Médias das características de desempenho zootécnico de frangos de corte em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas

Variáveis Energia metabolizável (kcal/kg) Formulação CV

(%) -50 0 +50 L-valina

1 a 7 dias 2900 2950 3000 Sem Com

Consumo de ração (g/ave) 143,2 A 138,2 B 139,3 B 140 140,5 2,19

Peso final (g/ave) 181,7 177,9 181,5 180,2 180,5 2,26

Ganho de peso (g/ave) 135,2 131,4 134,8 133,8 133,8 2,98

Conversão alimentar (g/g) 1,060 1,052 1,033 1,047 1,051 2,39

8 a 21 dias 2950 3000 3050 Sem Com

Consumo de ração (g/ave) 1177,2 1160,4 1171,9 1165,9 1173,7 1,49

Peso final (g/ave) 962,7 954,6 956,9 956,3 959,9 2,25

Ganho de peso (g/ave) 781,1 776,7 775,4 776,1 779,4 2,72

Conversão alimentar (g/g) 1,507 1,495 1,512 1,503 1,506 2,38

22 a 35 dias 3050 3100 3150 Sem Com

Consumo de ração (g/ave) 1853,1 1834,0 1850,8 1846,9 1845,0 2,12

Peso final (g/ave) 2189,7 A 2150,3 B 2215,1 A 2190,3 2179,7 1,37

Ganho de peso (g/ave) 1226,9 AB 1195,7 B 1258,2 A 1234,0 1219,8 3,21

Conversão alimentar (g/g) 1,511 1,536 1,472 1,498 1,514 4,07

36 a 42 dias 3100 3150 3200 Sem Com

Consumo de ração (g/ave) 1385,2 1369,2 1362,0 1390,3 A 1354,0 B 2,60

Peso final (g/ave) 2876,7 B 2874,3 B 2935,8 A 2901,5 2889,7 0,72

Ganho de peso (g/ave) 687,1 B 723,9 A 720,7 A 711,2 709,9 4,00

Conversão alimentar (g/g) 2,017 1,896 1,892 1,959 1,911 4,45

1 a 21 dias - 50 0 + 50 Sem Com

Consumo de ração (g/ave) 1320,4 A 1298,6 B 1311,2 AB 1305,9 1314,2 1,42

Peso final (g/ave) 962,7 954,6 956,9 956,3 959,9 2,25

Ganho de peso (g/ave) 916,3 908,1 910,1 909,8 913,2 2,34

Conversão alimentar (g/g) 1,441 1,430 1,441 1,436 1,439 2,07

1 a 42 dias - 50 0 + 50 Sem Com

Consumo de ração (g/ave) 4558,8 4501,8 4524,1 4543,2 4513,3 1,48

Peso final (g/ave) 2876,7 B 2874,3 B 2935,8 A 2901,5 2889,7 0,72

Ganho de peso (g/ave) 2830,3 B 2827,4 B 2889,0 A 2855,1 2843,0 0,74

Conversão alimentar (g/g) 1,611 A 1,592 A 1,555 B 1,591 1,587 1,29

A, B Médias seguidas por letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade; CV = coeficiente de variação

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No presente estudo, no entanto, todas as exigências de aminoácidos, de acordo

com Rostagno et al. (2005), foram atendidas, de forma que a redução da proteína bruta

com a utilização da L-valina foi somente até o ponto em que o próximo aminoácido

limitante, a isoleucina, foi adequadamente atendido. As dietas foram formuladas à base

de milho e farelo de soja, considerando a matriz nutricional previamente analisada dos

ingredientes, com as correções na digestibilidade dos aminoácidos feitas pelos

coeficientes de digestibilidade recomendados pela tabela de Rostagno et al. (2005).

Desta forma, não houve deficiência de nenhum dos aminoácidos essenciais, mesmo dos

considerados menos importantes. Os resultados obtidos, em que a redução dos níveis de

PB pela suplementação da L-valina na dieta não influenciaram as características

produtivas das aves, demonstram que não houve prejuízo na quantidade de N não

específico para a síntese de AANE, uma vez que mesmo com a redução protéica, alguns

AAE, como arginina, triptofano e leucina, ainda foram fornecidos com pequeno

excedente. A deficiência de N não específico para a síntese de AANE pode levar a uma

situação em que AAE sejam utilizados para este propósito, podendo, desta forma, levar

à deficiência do próprio AAE, limitando a síntese protéica, e, conseqüentemente, o

ganho de peso e eficiência alimentar (Heger, 2003).

Nas dietas sem suplementação de L-valina, o teor de isoleucina ficou acima das

exigências nutricionais, enquanto com a suplementação, esta exigência foi atendida pelo

mínimo, sem excesso ou deficiência. Os aminoácidos arginina, triptofano e leucina

ficaram em excesso, porém em menor proporção do que quando as dietas não foram

suplementadas com valina (redução média das quatro fases de criação de 6, 7 e 4% dos

excessos arginina, triptofano e leucina, respectivamente).

De acordo com Baker et al. (1996), dietas convencionais para aves possuem

consideráveis excessos de leucina em relação às quantidades de isoleucina e valina. O

excesso de leucina pode prejudicar a eficiência de ganho de peso (Allen & Baker,

1972), pelo aumento do catabolismo de aminoácidos de cadeia ramificada - isoleucina e

valina (Smith & Austic, 1978). Nas dietas do presente estudo os teores de leucina em

relação à valina, foram ligeiramente acima das recomendações para o perfil de proteína

ideal em todas as fases, sendo o excesso em maior proporção nas dietas sem

suplementação de L-valina. Porém este excesso moderado não estava prejudicando o

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desempenho das aves, uma vez que a diminuição dos teores de leucina nas dietas com

suplementação de valina não resultou em melhoria no desempenho.

Os resultados verificados no presente estudo, em que a utilização da L-valina

na formulação promoveu a redução dos níveis de PB estão de acordo com os obtidos

por Cufadar et al. (2009), que, avaliando o efeito de dietas com redução da PB em duas

unidades percentuais em cada fase (22 para 20% de 1 a 21 dias e 20 para 18% de 22 a

42 dias) com suplementação dos aminoácidos industriais lisina, metionina e treonina

para alcançar 100, 110, 120 e 130% das recomendações do NRC (1994) em dietas

suplementadas ou não com fitase, não observaram diferenças significativas entre o

desempenho e as características de carcaça dos frangos, concluindo que a redução

protéica pode ser utilizada sem prejuízo à produção, desde que os aminoácidos da dieta

estejam bem balanceados.

Os níveis energéticos das dietas, por outro lado, influenciaram o consumo de

ração pelos frangos nas fases de 1 a 7 e 1 a 21 dias, sendo que as aves alimentadas com

os menores níveis apresentaram maior consumo. Este aumento no consumo pode ser

parcialmente explicado pela capacidade que a ave tem em regular seu consumo de

alimento em função do conteúdo energético da dieta (Morris, 2004). O consumo de

ração no período total, de 1 a 42 dias, foi semelhante entre os três níveis energéticos

estudados.

Segundo Bertechini (1997), aves e suínos têm habilidade de consumir certas

quantidades de ração de forma a atender primariamente as suas exigências de energia.

Desta maneira, variações no nível de energia da ração resultam em modificações no

nível de consumo das mesmas, e com isto, todos os outros nutrientes terão seu consumo

afetado. No entanto, Plumstead et al. (2007), trabalhando com os níveis de 3000 a 3200

kcal de EM/kg em dietas para frangos de corte, verificaram que o aumento dos níveis de

EM não promoveu redução no CR, desta forma, o consumo de EM aumentou

linearmente, evidenciando que frangos de corte selecionados para rápido crescimento

não possuem habilidade para regular o consumo voluntário pelo atendimento das

exigências de energia (Richards, 2003; Richards & Proszkowiec-Weglarz, 2007),

provavelmente em funções de alterações nos mecanismos hipotalâmicos de controle de

ingestão de alimentos (Bokkers & Koene, 2003).

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Por estas considerações, parece que os frangos de corte das linhagens

modernas, de rápido crescimento, têm a habilidade de aumentar o consumo de alimento

na tentativa de atender seus requerimentos nutricionais de energia, no entanto, não

conseguem limitar o consumo após este requerimento ser atendido, resultando em

consumo de energia em excesso, o que pode comprometer a qualidade da carcaça. Desta

forma, a determinação de níveis adequados de energia na dieta, bem como sua relação

com a proteína, é de extrema importância.

O peso final das aves e o ganho de peso, nos períodos de 22 a 35 e de 36 a 42

dias, também foram influenciados pelos níveis de EM das dietas, refletindo igualmente

sobre o período total do experimento (1 a 42 dias).

As aves que receberam um programa de alimentação com maior nível

energético (dietas formuladas com 50 kcal de EM/kg de ração a mais que as exigências

tabeladas) apresentaram maior peso final e maior ganho de peso, comparadas àquelas

submetidas a programa de alimentação com dietas formuladas segundo as exigências de

Rostagno et al. (2005) ou 50 kcal de EM/kg de ração a menos que as exigências,

considerando o período total.

Os melhores resultados com os níveis maiores de EM nas fases finais da

criação podem ser explicados pelo fato do aumento dos níveis energéticos terem sido

obtidos através da maior participação do óleo de soja nas formulações. De acordo com

Church & Pond (1988), a adição de lipídeos em dietas para frangos de corte tem

proporcionado significativa melhora nas características de desempenho, com especial

vantagem sobre o estresse por calor, em que as aves tendem a reduzir o CR.

Os lipídeos propiciam menor incremento calórico, comparativamente a

proteínas e carboidratos, possibilitando o aumento da densidade energética da ração e

garantindo o consumo adequado de energia. Parte dessa melhora também tem sido

atribuída ao fato de as gorduras aumentarem o tempo de trânsito do alimento pelo

sistema digestório, levando alguns pesquisadores a sugerirem esse efeito redutivo na

taxa de passagem como resposta para os efeitos extracalóricos dos lipídeos (Mateos &

Sell, 1981).

No presente estudo não houve diferença para o consumo de ração no período

total em função dos níveis de energia da dieta, desta forma, em um mesmo nível de

consumo de alimento, as aves que receberam dieta com maiores níveis de EM tiveram

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mais energia para os processos metabólicos, dentre estes, a dissipação de calor corporal,

tendo, também, mais energia disponível para os processos de síntese tecidual.

Provavelmente o efeito dos níveis de EM só foram significativos nas duas últimas fases

do experimento em função de que aves mais velhas terem menor resistência ao estresse

por calor (Macari et al., 1994). De acordo com Souza et al. (2005) sob temperaturas

elevadas os frangos aumentam a exigência de energia para dissipar o excesso de calor

corporal.

Não houve interação dos níveis de PB e os níveis de EM para nenhuma das

variáveis avaliadas (Tabela 7). Da mesma forma, os níveis de PB ou de EM

separadamente não influenciaram os pesos e rendimentos de carcaça, de peito, de coxa e

de sobrecoxa, nem os pesos absolutos e relativos do coração, do fígado, da moela e da

gordura abdominal de frangos de corte aos 42 dias de idade.

Tabela 7 – Médias dos pesos e rendimentos de carcaça e cortes nobres e pesos absolutos e relativos de vísceras comestíveis e gordura abdominal dos frangos aos 42 dias, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas

Variáveis Energia metabolizável (kcal/kg) L-valina CV

(%) -50 0 + 50 Sem Com

Carcaça (g) 2328,2 2261,1 2313,2 2306 2295,7 4,07

Rendimento de carcaça (%) 82,9 82,4 83,0 82,8 82,7 1,55

Peito (g) 783,7 747,0 763,6 760,7 768,9 5,54

Rendimento de peito (%) 33,7 33,0 33,0 34,0 33,5 3,16

Coxa (g) 273,9 268,8 273 274,6 269,3 5,91

Rendimento de coxa (%) 11,8 11,9 11,8 11,9 11,7 3,79

Sobrecoxa (g) 346,5 321,8 338 335 335,8 7,06

Rendimento de sobrecoxa (%) 14,9 14,2 14,6 14,5 14,6 5,79

Coração (g) 14,2 13,3 14,3 14,1 13,8 11,6

Peso relativo do coração (%) 0,51 0,49 0,51 0,51 0,49 11,1

Fígado (g) 45,2 42,6 42,3 43,1 43,7 6,87

Peso relativo do fígado (%) 1,61 1,56 1,52 1,55 1,58 6,25

Moela (g) 35,4 35,9 36,1 36,1 35,5 8,65

Peso relativo da moela (%) 1,27 1,32 1,29 1,31 1,38 9,38

Gordura abdominal (g) 36,2 32,8 38,7 34,5 31,4 26,8

Peso relativo da gordura abdominal (%) 1,29 1,20 1,39 1,24 1,13 26,6

CV = coeficiente de variação

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De acordo com Castro et al. (1998) o rendimento de carcaça dos frangos é

afetado tanto pela quantidade como a qualidade da proteína da ração, demonstrando que

aminoácidos em menor proporção, comparado às exigências, tornam-se limitantes e

restringem a deposição protéica. Kidd et al. (1998) ressaltam que o rendimento de carne

de peito é particularmente influenciado pela composição da proteína dietética.

Como no presente estudo a redução protéica nas dietas com adição de L-valina

não influenciou os pesos e rendimentos da carcaça e de cortes nobres, presume-se que

esta redução não causou deficiência de nenhum aminoácido essencial.

A redução na deposição de gordura na carcaça está vinculada com ingestão

adequada de energia à necessidade para manutenção e crescimento (Summers &

Leeson, 1984). Bernal & Baião (1996) observaram efeito da elevada densidade calórica

da ração inicial sobre a deposição de gordura abdominal do frango de corte abatido.

Para Leeson (1995), a composição da carcaça é influenciada mais facilmente pela

relação energia: proteína (EM: PB) da dieta, sendo que quando essa relação aumenta

ocorre uma redução no rendimento de carne e aumento na deposição de gordura

abdominal, tanto em machos como em fêmeas.

Os valores médios para composição corporal das aves aos 21 dias foram

semelhantes aos encontrados na literatura. As percentagens médias de proteína, gordura

e água na matéria natural foram 15,8; 10,3 e 70,5%, enquanto os valores 16,2; 11,0 e

70,3%; 16,0; 10,7 e 70,3% e 16,5; 11,6 e 66,1% foram encontrados por Bregendahl et

al. (2002a), Bregendahl et al. (2002b) e Cella et al. (2009), respectivamente. Estes

autores não apresentaram os teores de cinzas na composição corporal.

Não houve interação da utilização da L-valina e os níveis de energia para a

percentagem de PB e umidade na matéria natural (Tabela 8). A percentagem de

umidade foi maior nas aves que receberam dieta sem utilização de L-valina, para

qualquer nível de EM estudado, enquanto a percentagem de PB não foi influenciada por

nenhum dos fatores estudados.

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Tabela 8 – Médias das características de composição corporal (na matéria natural) de frangos de corte frangos aos 21 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas

Variáveis

L-valina Energia metabolizável (kcal/kg)

– 50 0 + 50 CV (%) Proteína

% Sem 16,2 16,5 15,9

3,88 Com 15,4 15,2 15,8

g Sem 155,3 156,6 a 152,6

2,28 Com 149,0 146,2 b 149,2 Gordura

% Sem 8,7 A b 7,5 B b 8,3 AB b

1,72 Com 12,0 B a 12,5 AB a 13,0 A a

g Sem 83,5 A b 73,5 B b 79,4 A b

2,15 Com 116,4 C a 120,2 B a 124,0 A a Cinzas

% Sem 2,3 B b 2,5 A 2,3 B b

1,66 Com 2,6 a 2,6 2,6 a

g Sem 21,9 B b 23,3 A b 22,5 AB b

2,24 Com 24,7 a 24,7 a 24,8 a Umidade

% Sem 71,5 a 72,6 a 72,0 a

0,70 Com 68,9 b 69,4 b 68,3 b

g Sem 686,2 688,7 692,4 a

2,27 Com 666,0 666,7 650,4 b

Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma linha ou letras minúsculas diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Foi verificado efeito da interação da utilização de L-valina nas dietas e os níveis

de energia para as variáveis proteína, gordura, cinzas e água, em gramas, e gordura e

cinzas, em percentagem na matéria natural.

A quantidade total de proteína corporal das aves aos 21 dias foi semelhante entre

as dietas formuladas com ou sem L-valina tanto no nível mais alto quanto no nível mais

baixo de EM. Porém, ao se comparar os resultados dentro do nível intermediário de

energia (exigência), as aves alimentadas com dieta suplementada com L-valina

apresentaram menores valores.

As dietas formuladas com L-valina promoveram maiores valores de gordura,

tanto em percentagem quanto em gramas, do que as dietas formuladas sem L-valina.

Este fato pode ser atribuído à redução da PB, e conseqüente redução dos excessos de

aminoácidos a serem excretados, com o uso da L-valina na formulação (Tabelas 2, 3, 4

e 5). Uma vez que o custo metabólico para excreção de um aminoácido é maior que o

custo para depositá-lo na cadeia protéica (Macleod, 1997), a necessidade de energia

para o processo de excreção na dieta com L-valina passa a ser menor, resultando em

maior sobra de energia a ser armazenada como ácidos graxos.

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Comparando os níveis de energia estudados dentro de cada tipo de formulação,

verificou-se aumento no teor de gordura corporal com o aumento da EM da dieta, nas

dietas formuladas com L-valina. Por outro lado, nas dietas sem L-valina a maior

percentagem de gordura foi verificada nas aves alimentadas com dietas com redução de

50 kcal/kg e a maior quantidade de gordura em gramas foi observada tanto com dietas

formuladas com 50 kcal/kg a mais ou a menos em relação às exigências nutricionais das

aves. A dieta que resultou em menor quantidade de gordura corporal foi a dieta com

maior nível de PB (formulada sem L-valina) e com a EM atendendo as exigências.

Em relação ao teor de cinzas (em percentagem e em gramas), enquanto a maior

percentagem foi verificada nas dietas sem L-valina com o nível intermediário de EM,

não foram verificadas diferenças significativas entre os níveis de EM nas dietas

formuladas com L-valina. No entanto, dentro do mesmo nível de EM, o teor de cinzas

foi sempre maior para as dietas formuladas com L-valina, à exceção da percentagem de

cinzas corporal no nível intermediário de EM, que não foi influenciado pela utilização

da L-valina.

Em alguns estudos (Laurin et al., 1985; Andreotti et al., 2004) a redução no teor

de cinzas corporal dos frangos foi atribuída aos maiores teores de óleo de soja na dieta,

em razão da formação de sabões de cálcio no lúmen intestinal, com conseqüente

redução na absorção e/ou deposição de minerais, independentemente da idade das aves.

No entanto, no presente estudo, em função da interação existente entre os fatores, o

menor teor de cinzas corporal apresentado pelas aves alimentadas com dietas sem L-

valina não pode ser atribuído unicamente às quantidades de óleo de soja das dietas,

embora em um mesmo nível de EM, estas quantidades sejam sempre maiores nestas

dietas em relação às formuladas com L-valina.

A quantidade de água corporal, em gramas, somente diferiu entre as dietas com e

sem L-valina quando as dietas continham 50 kcal a mais de EM/kg.

No período de um a 21 dias de idade houve interação da utilização da L-valina e

os níveis de EM da dieta para as deposições de proteína e gordura corporal, relação

deposição proteína: deposição gordura, eficiência de deposição de proteína e excreção

aparente de N, enquanto para consumo de proteína as aves alimentadas com dieta sem

L-valina apresentaram valores superiores em quaisquer dos níveis de EM (Tabela 9).

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Tabela 9 – Médias de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura, relação deposição de proteína: deposição de gordura, eficiência de deposição da proteína e excreção aparente de N em frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas

Variáveis L-valina Energia metabolizável (kcal/kg) CV

(%) - 50 0 + 50

Consumo de proteína (g/ave) Sem 250,3 a 246,5 a 251,1 a

1,42 Com 239,9 b 236,8 b 239,8 b

Deposição de proteína (g/ave) Sem 148,4 149,8 a 145,7

2,36 Com 142,1 139,3 b 142,3

Deposição de gordura (g/ave) Sem 80,8 A b 70,8 C b 76,7 B b

2,19 Com 113,7 C a 117,5 B a 121,4 A a

Deposição de proteína: deposição de gordura

Sem 1,836 C a 2,114 A a 1,899 B a 0,03

Com 1,249 A b 1,185 B b 1,172 C b

Eficiência de deposição de proteína (%) Sem 59,6 AB 60,8 A 58,0 B

2,07 Com 59,3 58,8 59,4

Excreção aparente de N (g/ave) Sem 16,3 AB 15,5 B 16,9 A a

3,54 Com 15,6 15,6 15,6 b

Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma linha ou letras minúsculas diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Não houve diferença significativa para deposição de proteína entre os diferentes

níveis de EM estudados para ambas as dietas. No entanto, no nível intermediário de

EM, a deposição protéica foi maior nas aves alimentadas com dieta sem L-valina na

formulação.

A deposição de gordura corporal foi maior quando as aves foram alimentadas

com dietas contendo L-valina na formulação, para todos os níveis de EM estudados.

Nesta dieta, foi verificado aumento da deposição de gordura corporal com o aumento

dos níveis de EM. Nas aves que receberam dieta sem L-valina, a deposição de gordura

foi maior no menor nível de EM e menor com o nível intermediário de EM.

A deposição de proteína é pré-estabelecida pela genética da ave e independente

da ingestão, há um limite de deposição diário, que não pode ser compensado

(Nascimento, 2004). Entretanto, as variações ocorridas no total de deposição de proteína

dentro deste limite pode ser devido a nutrição. Por outro lado, a quantidade de gordura

depositada é diretamente proporcional à quantidade de energia disponível para a síntese

de ácidos graxos, ou seja, toda energia consumida que exceder as exigências de

mantença e produção será armazenada na forma de gordura (Leeson, 1995).

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Mendonça et al. (2007), trabalhando com diferentes relações EM: PB para aves

de corte de crescimento lento verificaram aumento na deposição de gordura corporal

com o aumento dos níveis de EM nas aves de um a 21 dias de idade.

De acordo com Leeson (1995), a energia também pode ser oriunda das proteínas

a partir da desaminação dos aminoácidos e oxidação dos alfa-cetoácidos resultantes,

portanto, o fornecimento de proteína bruta em excesso ou de pouca digestibilidade, sem

um equilíbrio ideal de aminoácidos, significa que haverá maior potencial para deposição

de gordura. Desta forma, tanto a falta como o excesso de aminoácidos causam

desequilíbrios que limitam o crescimento de tecido magro, aumentando a quantidade de

gordura corporal.

A relação deposição de proteína: deposição de gordura corporal foi melhor

quando se utilizou dieta sem L-valina, independente da EM da dieta. No entanto,

comparando os resultados entre os níveis de energia com cada uma das dietas

separadamente, a melhor relação foi observada no nível intermediário de EM na dieta

sem L-valina e no menor nível de EM na dieta com L-valina.

Não houve diferença na eficiência relativa de deposição da proteína entre as

dietas sem e com L-valina. Entretanto, utilizando-se L-valina nas dietas, a deposição de

proteína foi mais eficiente naquela que continha a EM recomendada nas Tabelas de

Rostagno et al. (2005).

A excreção aparente de N somente diferiu entre as dietas com o maior nível de

EM, em que a dieta sem L-valina resultou em maior excreção. Não houve diferenças

significativas na excreção aparente de N entre os níveis de EM, quando as aves

receberam dieta com L-valina. No entanto, utilizando-se este aminoácido na

formulação, a maior excreção de N foi observada com 50 kcal a mais de EM/ kg na

dieta e a menor excreção com EM atendendo as exigências nutricionais.

Os valores médios para composição corporal das aves aos 42 dias (Tabela 10),

em percentagem na matéria natural, verificados no presente estudo foram coerentes com

os encontrados por Aletor et al. (2000) (16,9; 12,7; 2,1 e 67,3% e 18,8; 12,9; 2,4 e

64,7%, para proteína, gordura, cinzas e água, respectivamente).

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Tabela 10 – Médias das características de composição corporal (na matéria natural) de frangos de corte frangos aos 42 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas

Variáveis

L-valina Energia metabolizável (kcal/kg) CV

(%) - 50 0 + 50

Proteína %

Sem 15,9 B b 17,1 A 16,4 AB 2,05

Com 17,5 a 17,0 17,7

g Sem 457,7 B b 487,4 A b 486,1 A b

0,72 Com 501,5 B a 498,9 B a 512,2 A a

Gordura %

Sem 13,2 A 10,3 B b 11,6 AB 4,72

Com 12,5 12,8 a 13,4

g Sem 380,3 A a 294,3 C b 343,6 B b

0,72 Com 360,1 C b 371,8 B a 388,8 A a

Cinzas %

Sem 2,0 2,2 2,0 5,77

Com 2,1 2,2 2,2

g Sem 57,3 C b 61,7 A a 59,2 B b

0,73 Com 61,3 B a 57,5 C b 63,3 A a

Umidade %

Sem 67,5 68,5 68,4 a 0,84

Com 66,5 67,1 65,9 b

g Sem 1945,7 B a 1969,9 B a 2031,6 A a

0,72 Com 1910,7 B b 1941,6 A b 1912,5 B b

Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma linha ou letras minúsculas diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

Houve interação da utilização de L-valina e os níveis de energia para todas as

características de composição corporal avaliadas, exceto para percentagem de cinzas,

em que nenhum dos fatores influenciou os resultados.

No menor nível de EM a percentagem de proteína corporal foi superior nas aves

que receberam dieta com L-valina em relação àquelas alimentadas com dieta sem L-

valina, não havendo diferenças significativas entre as dietas nos níveis mais altos de

EM. Não foram verificadas diferenças entre os níveis de EM utilizados nas dietas com

L-valina, enquanto com as dietas sem L-valina na formulação a maior percentagem de

proteína corporal foi verificada com o nível intermediário de energia e a menor

percentagem com o menor nível de EM.

Ao se avaliar a quantidade de proteína corporal em gramas, verifica-se que a

dieta com utilização de L-valina mostrou-se superior em quaisquer dos níveis de EM,

sendo que nesta dieta a maior quantidade de proteína foi obtida com a maior EM na

dieta, enquanto nas dietas sem L-valina tanto o nível intermediário quanto o maior nível

de EM apresentaram quantidades superiores de proteína em relação ao menor nível

energético.

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A superioridade da quantidade de proteína corporal nas aves alimentadas com

dieta formulada com L-valina pode ter relação com a maior eficiência da utilização da

energia da dieta para a síntese protéica, bem como com o melhor balanceamento

aminoacídico. Quando a L-valina foi adicionada na formulação, a combinação entre os

ingredientes da ração foi feita de forma a atender o próximo aminoácido limitante, que

no caso dos ingredientes utilizados e de acordo com as exigências estipuladas, foi a

isoleucina. Desta forma, a PB foi reduzida em relação à dieta sem L-valina, reduzindo,

conseqüentemente, os excessos de aminoácidos da dieta (Tabelas 2, 3, 4 e 5) a serem

excretados. Segundo Macleod (1997), o custo metabólico da excreção de um

aminoácido seria de 6 a 18 moles de ATP, enquanto, para depositá-lo na cadeia

protéica, o gasto seria em torno de 4 mol de ATP. A eliminação do aminoácido,

portanto, teria alto custo energético e reduziria a utilização de energia na deposição de

tecidos, em virtude da necessidade de excreção do nitrogênio. Assim, verificou-se que o

melhor balanceamento entre os aminoácidos na dieta com L-valina resultou em maior

quantidade de proteína corporal em razão da melhor utilização da energia para a

deposição protéica.

A percentagem de gordura corporal foi superior quando se utilizou dieta com L-

valina somente no nível intermediário de EM, não havendo diferenças significativas

entre as dietas para os outros níveis energéticos. Com a L-valina na formulação não

houve diferença no percentual de gordura entre os diferentes níveis de EM estudados,

enquanto que nas aves alimentadas com dietas sem L-valina o maior e o menor

percentual de gordura foram observados nas dietas com o menor e o nível intermediário

de EM, respectivamente.

A gordura corporal total (em gramas) foi menor nos frangos que receberam dieta

formulada sem L-valina nos níveis intermediário e alto de EM. Com esta dieta a menor

quantidade de gordura corporal foi verificada com a EM atendendo as exigências

nutricionais, enquanto a maior quantidade foi observada no menor nível de EM. Aletor

et al. (2000) trabalhando com frangos de 21 a 42 semanas de idade verificaram maior

teor de gordura corporal quando a PB da dieta reduziu de 22,5 para 15,3%.

A maior quantidade de gordura corporal verificada nas aves alimentadas com

dieta contendo L-valina nos níveis mais altos de EM pode ser explicado por dois

fatores: a maior eficiência de utilização da energia para a deposição de proteína e pela

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maior produção da enzima málica. Uma vez que esta dieta apresentou menores excessos

de aminoácidos a serem excretados, houve menor gasto de energia para este processo, e

a quota de energia que ultrapassou as exigências para a deposição protéica foi

armazenada na forma de ácidos graxos. Por sua vez, o menor teor de PB da dieta pode

ter aumentado a expressão genética do RNA mensageiro da enzima málica, em relação à

dieta com maior teor de PB. Trabalhos desenvolvidos por Adams & Davis (2001) e

Chendrimada et al. (2007) demonstram que a redução da PB da dieta aumenta o nível de

RNAm para enzima málica nos hepatócitos, enquanto dietas com alta PB reduzem este

nível. A enzima málica é uma proteína citoplasmática que catalisa a descarboxilação

oxidativa do malato à piruvato e CO2, ao mesmo tempo NADPH (nicotinamida adenina

dinucleotídeo-fosfato reduzida). O NADPH gerado pode ser utilizado para a síntese do

palmitato, que é precursor na síntese de outros ácidos graxos de cadeia longa (Champe

& Harvey, 1997). De acordo com Chendrimada et al. (2007), a atividade da enzima

málica hepática está diretamente correlacionada com a taxa de síntese de ácidos graxos,

com a percentagem de gordura corporal e com a percentagem de gordura abdominal em

aves.

A quantidade de cinzas corporal foi superior nas aves que receberam dieta com

L-valina para os níveis de EM mais baixo e mais alto, enquanto no nível intermediário

de EM a quantidade de cinzas foi maior nas aves alimentadas com dietas formuladas

sem L-valina. Avaliando a quantidade de cinzas dentro de cada dieta, a utilização da L-

valina resultou em maior quantidade de cinzas com dietas contendo 50 kcal de EM/kg

acima das recomendações e na dieta sem L-valina a maior quantidade de cinzas foi

observada com a EM atendendo as exigências nutricionais.

A percentagem de umidade corporal nos frangos somente diferiu entre as dietas

no maior nível de EM estudado, em que a dieta sem L-valina apresentou maior

umidade.

A quantidade de água corporal em gramas foi sempre superior nos frangos que

receberam dieta sem L-valina. Comparando os níveis de EM quando se utilizou a dieta

sem L-valina, a maior quantidade de água foi verificada no maior nível energético,

enquanto para a dieta com L-valina a maior quantidade de água foi verificada no nível

intermediário.

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Houve interação da utilização da L-valina e os níveis de EM da dieta para

consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura corporal, relação deposição

proteína: deposição gordura e eficiência da deposição de proteína dos frangos de corte

de 1 a 42 dias (Tabela 11).

Tabela 11 – Médias de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura, relação deposição de proteína: deposição de gordura, eficiência de deposição da proteína e excreção aparente de N em frangos de corte de 1 a 42 dias de idade, em função da utilização da L-valina e dos níveis de energia metabolizável das dietas

Variáveis L-valina Energia metabolizável (kcal/kg) CV

(%) - 50 0 + 50

Consumo de proteína (g) Sem 833,5 A a 808,4 B 832,6 A a

1,46 Com 787,3 b 792,9 780,4 b

Deposição de proteína (g) Sem 450,8 B b 480,6 A b 479,2 A b 0,73 Com 494,6 B a 492,0 B a 505,3 A a

Deposição de gordura (g) Sem 377,6 A a 291,6 C b 341,0 B b 0,73 Com 357,4 C b 369,1 B a 386,1 A a

Deposição de proteína: deposição de gordura

Sem 1,194 C b 1,648 A a 1,405 B a 0,01 Com 1,384 A a 1,333 B b 1,308 C b

Eficiência relativa de deposição da proteína (%)

Sem 54,1 C b 59,5 A b 57,6 B b 1,31 Com 62,8 B a 62,1 B a 64,7 A a

Excreção aparente de N (g) Sem 61,2 A a 52,4 C a 56,5 B a 3,28 Com 46,8 AB b 48,1 A b 44,0 B b

Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na mesma linha ou letras minúsculas diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.

O consumo de proteína pelas aves foi maior com as dietas formuladas sem L-

valina no maior e no menor nível de EM estudado, não diferindo entre as dietas quando

o nível de EM utilizado foi o intermediário. Com a dieta com L-valina, não foram

verificadas diferenças significativas no consumo dos frangos alimentados com os

diferentes níveis energéticos, enquanto que na dieta sem L-valina, a utilização do nível

energético recomendado por Rostagno et al. (2005) resultou em menor consumo de

proteína.

A deposição de proteína foi sempre superior nas aves que receberam dieta com

L-valina. Avaliando os níveis de EM dentro de cada dieta, verificou-se que para as aves

alimentadas com dietas sem L-valina, não houve diferença entre as deposições de

proteína quando a EM foi igual ou superior às recomendações de Rostagno et al. (2005),

que por sua vez foram superiores à verificada com redução de 50 kcal de EM/kg. No

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entanto, quando a L-valina foi utilizada na formulação a maior deposição de proteína foi

verificada com o maior nível de EM.

Macleod (1997) reportou que os frangos de corte respondem à relação energia:

nutrientes por meio da variação na taxa de deposição de gordura, sem ocorrer alteração

na dissipação de energia na forma de calor. Nas dietas com proteína reduzida

suplementadas com aminoácidos industriais e formuladas com base em aminoácidos

digestíveis, melhorias na deposição de proteína e redução na deposição de gordura

corporal das aves podem ser obtidas pela utilização de menores relações EM:

aminoácidos, uma vez que a necessidade de energia para a excreção dos excessos de

aminoácidos será diminuída e a eficiência de utilização dos aminoácidos será

aumentada.

A deposição de gordura corporal foi maior quando as aves foram alimentadas

com dietas contendo L-valina na formulação, exceto no menor nível de EM. No entanto,

nas aves que receberam dieta sem L-valina, a deposição de gordura foi maior no menor

nível de EM. Diferentemente, nas aves alimentadas com dieta formulada com L-valina a

deposição de gordura aumentou com o aumento dos níveis de EM.

Trabalhando com diferentes relações EM: PB para frangos de corte nas fases

inicial e de crescimento, Reginatto et al. (2000) verificaram que o fornecimento das

dietas com alta energia proporcionou melhor desempenho, no entanto resultou em maior

deposição de gordura nas carcaças. As aves alimentadas com as dietas com baixa

densidade energética apresentaram GP similar àquelas alimentadas com as dietas com

alta energia no período total (1 a 42 dias), porém melhor conversão calórica (kcal/ kg).

O maior nível de energia e a redução da PB dietética melhoraram a utilização da PB

consumida. Os autores sugeriram que a menor densidade energética das dietas tenha

promovido maior taxa de degradação e menor taxa de síntese protéica devido ao aporte

insuficiente de energia.

De acordo com Aletor et al. (2000) uma maior relação energia: proteína na dieta

leva ao consumo de excesso de energia, uma vez que as aves aumentam o CR na

tentativa de alcançar o atendimento das exigências em aminoácidos. Ao contrário, dietas

contendo menor relação energia: proteína (desde que atendam o requerimento mínimo

de energia) levam à redução da gordura corporal, uma vez que as exigências em

aminoácidos são atendidas sem necessitar de um consumo excedente de ração.

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O mecanismo primário envolvido na redução da gordura corporal pelas dietas de

alta proteína está associado ao aumento do gasto de energia e do incremento calórico

para a degradação do excesso de aminoácidos e excreção como ácido úrico (Bartov et

al., 1974).

No entanto, Aletor et al. (2000) constataram que este mecanismo não explica o

aumento na deposição de gordura corporal quando dietas com redução protéica

suplementadas com aminoácidos industriais foram utilizadas em seus experimentos. Os

autores avaliaram uma dieta controle, com 22,5% PB e dietas com redução da PB para

21,0; 19,0; 17,2 e 15,3% suplementadas com aminoácidos industriais de forma que

todas fornecessem quantidades de aminoácidos essenciais equivalentes à dieta controle.

Com a finalidade de avaliar o efeito da relação EM: PB, foram constituídas outros

quatro tratamentos, em que as dietas com redução protéica foram suplementadas com

uma mistura de aminoácidos não essenciais (alanina, aspartato e glutamato) de forma a

alcançarem a mesma PB da dieta controle (22,5%). Desta forma, a relação EM: PB

destas dietas foram equivalentes. Os autores concluíram que, se a relação EM: PB por si

fosse responsável pela redução da deposição de gordura corporal, então a dieta controle

e estas últimas deveriam resultar em idênticas deposições de gordura, o que não

ocorreu. Assim, a relação EM: proteína intacta seria mais importante que a relação EM:

PB no que diz respeito à deposição de gordura, sugerindo que os aminoácidos

cristalinos influenciam na lipogênese de forma diferente da proteína intacta.

Trabalhando com dietas com redução protéica (de 22,5 para 15,3%)

suplementadas com aminoácidos industriais para frangos de 22 a 42 dias, Aletor et al.

(2000) não encontraram efeito da redução da PB sobre a retenção de proteína corporal.

No entanto, à medida que a PB da dieta reduziu, a retenção de gordura corporal

aumentou significativamente.

A relação deposição de proteína: deposição de gordura corporal foi melhor

quando se utilizou dieta sem L-valina nos níveis mais altos de EM, enquanto que com o

menor nível de EM a dieta com L-valina resultou em melhor relação. No entanto,

comparando os resultados entre os níveis de energia com cada uma das dietas

separadamente, a melhor relação foi observada no nível intermediário de EM na dieta

sem L-valina e no menor nível de EM na dieta com L-valina.

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A eficiência relativa de deposição de proteína foi maior para a dieta com L-

valina, independentemente do nível de EM estudado. Avaliando-se a eficiência de

deposição de proteína entre os níveis energéticos utilizados dentro de cada uma das

dietas, verificou-se maior valor com a EM atendendo as exigências para as dietas sem

L-valina e com 50 kcal de EM/kg acima das exigências para as dietas com L-valina.

Aletor et al. (2000) verificaram correlação altamente significativa (-0,70) entre

consumo de proteína e eficiência de retenção de proteína, sendo que o aumento no

consumo promove redução na eficiência (y = 79,9 – 0,05x). Da mesma forma, no

presente estudo, ao fazer a regressão dos valores de eficiência de deposição de proteína

em função do consumo de proteína dos frangos de 1 a 42 dias, foi verificada uma alta

correlação (-0,78), com redução na eficiência de deposição à medida que o consumo de

proteína aumenta (y = 167,6 – 0,134x, r2 = 0,61).

Sklan e Plavnik (2002) observaram que a performance das aves com dietas com

baixo conteúdo de proteína bruta foi limitada pela deficiência de aminoácidos

essenciais, e os altos níveis de proteína diminuíram a eficiência da utilização dos

aminoácidos.

A excreção aparente de N foi menor com a dieta com L-valina, para quaisquer

dos níveis energéticos avaliados. Para a dieta sem L-valina, a menor excreção foi

observada com o nível intermediário de EM e para a dieta com L-valina, a menor

excreção foi verificada com 50 kcal de EM a mais na dieta.

A excreção de N proveniente de proteínas da dieta é em grande parte

responsável pelas questões ambientais suscitadas da produção pecuária intensiva.

Segundo Bregendahl et al. (2002a), uma das medidas adotadas para tentar diminuir a

poluição ambiental é a substituição parcial de proteína intacta da dieta por aminoácidos

industriais, de forma que excessos de aminoácidos na dieta são minimizados em relação

ao seu requerimento, trazendo a proteína dietética mais perto do perfil ideal e,

conseqüentemente, diminuindo o teor de PB na dieta.

Bregendahl et al. (2002a), avaliando resultado de três experimentos com dietas

de baixa proteína suplementadas com aminoácidos industriais para frangos de corte de 7

a 21 dias de idade, verificaram alta correlação entre consumo de N e excreção de N.

De uma forma geral, a utilização da L-valina na formulação das dietas para

frangos de corte promoveu menor consumo e excreção de N e maior deposição de

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proteína corporal, melhorando também a eficiência de deposição da proteína. No

entanto, apesar de não ter havido diferenças significativas na deposição de gordura

abdominal, a deposição de gordura corporal total também aumentou, exceto no menor

nível de EM estudado. Desta forma, pode-se inferir que o aminoácido industrial L-

valina pode ser utilizado em dietas para frangos de corte, no entanto, para se obter uma

melhor qualidade de carcaça, os níveis de energéticos das dietas devem ser revistos.

CONCLUSÕES

A utilização de dietas com 50 kcal de EM acima das exigências nutricionais

tabeladas promove maior ganho de peso e melhor conversão alimentar dos frangos.

A L-valina proporcionou redução protéica, menor excreção de nitrogênio e maior

eficiência de utilização da proteína sem causar prejuízo ao desempenho dos animais.

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CAPÍTULO 3

Proteína Bruta e Relação Aminoácidos Essenciais: Aminoácidos Não

Essenciais para Frangos de Corte de 8 a 40 Dias de Idade

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Proteína Bruta e Relação Aminoácidos Essenciais: Aminoácidos Não Essenciais

para Frangos de Corte de 8 a 40 Dias de Idade

RESUMO

Objetivou-se avaliar o efeito dos níveis de proteína bruta (PB) e da relação

aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE:AANE) da dieta sobre o

desempenho de frangos de corte de 8 a 21 e de 22 a 40 dias de idade e carcaça dos

frangos aos 40 dias. Utilizaram-se 480 aves para cada uma das fases, distribuídas em

delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições com

20 aves. Foi formulada uma dieta controle para cada uma das fases, com 18% e 16,5%

PB, respectivamente, suplementada com lisina, metionina, treonina, arginina, valina,

isoleucina, glicina e triptofano, de forma a atender as exigências em aminoácidos (AA)

digestíveis. Os outros tratamentos foram formados a partir da suplementação de

glutamato para alcançar os níveis de 19, 20 e 21% PB, na fase de 8 a 21 dias e 17,5,

18,5 e 19,5%, na fase de 22 a 40 dias. Amido, óleo e inerte foram utilizados nas rações

de forma a torná-las isoenergéticas. As relações AAE: AANE das dietas foram 55:45,

52:48, 49:51 e 47:53 e 49:51, 46:54, 44:56 e 41:59, para as fases inicial e final,

respectivamente. No período de 8 a 21 dias, houve efeito linear decrescente dos níveis

de PB sobre o consumo de ração (CR) e a conversão alimentar (CA). Verificou-se que a

utilização da dieta com 21% PB promoveu melhor desempenho dos frangos e redução

na deposição de gordura corporal. No entanto, a eficiência de retenção foi otimizada e a

excreção de N reduzida com a dieta contendo 19% PB. Por outro lado, na fase de 22 a

40 dias, foi verificado efeito linear decrescente dos níveis de PB sobre o CR e GP. No

entanto, a dieta com 17,5% PB resultou em maior deposição protéica, melhorando

também a relação deposição proteína: deposição gordura e a eficiência de deposição da

proteína em relação à dieta com 16,5% PB. Desta forma, considerando-se o

desempenho, aliado à menor excreção de N e maior qualidade na composição corporal

dos frangos de corte, recomenda-se a utilização de dietas com 19% PB, com relação

AAE: AANE de 52: 48 e 17,5% PB, com relação AAE: AANE de 49: 51, para as fases

de 8 a 21 e 22 a 40 dias, respectivamente.

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Palavras-chave: carcaça, glutamato, nitrogênio não específico, proteína ideal,

suplementação

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Crude Protein and Essential: Non-Essential Amino Acids Ratio for Broiler

Chickens From 8 to 40 Days

ABSTRACT

The aim was to evaluate the effect of crude protein (CP) levels and of diet essential: non

essential amino acids ratio (EAA: NEAA) on broiler chickens performance from 8 to 21

and 22 to 40 days and carcasses of broilers at 40 days of age. Four hundred and eighty

broiler chicks were distributed in a completely randomized design, with four treatments

and six replicates with 20 birds. A control was formulated for each phase with 18% and

16.5% cp, respectively, supplemented with lysine, methionine, threonine, arginine,

valine, isoleucine, glycine and tryptophan, in order to attend digestible amino acids

(AA) requirements. The other treatments were formed from glutamate supplementation

in order to reach the levels of 19, 20 and 21% of cp, at 8 to 21 days and 17.5, 18.5 and

19.5%, at 22 to 40 days. Starch, oil and inert were used in the diets to make them

isoenergetic. EAA:NEAA ratios were 55:45, 52:48, 49:51 and 47:53 and 49:51, 46:54,

44:56 e 41:59, respectively, for the initial and final phases. In the period from 8 to 21

days, there was linear effect of CP levels on feed intake (FI) and feed conversion ratio

(FCR). By Dunnett's test found that the use of L-glutamate as N source in the diet up to

19% did not impair the performance of broilers and improved protein deposition and

efficiency of retention of N. Similarly, in the period from 22 to 40 days, was found

linear effect of CP levels of the FI and weight gain (WG) and the Dunnett’s test were

significantly different only for the FI with 16.5% CP, no significant differences for

other variables in any protein level. However, the diet with 17.5% CP resulted in greater

protein deposition and lower levels of body fat, while improving the protein deposition:

fat deposition ratio and protein deposition efficiency compared with 16.5% CP diet.

Thus, considering the performance, combined with lower N excretion and higher body

composition quality of broilers, we recommend the use of diets with 19% CP, with

EAA: NEAA ratio of 52: 48 and 17.5% CP, with EAA: NEAA ratio of 49: 51, for the

periods from 8 to 21 and 22 to 40 days, respectively.

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Keywords: carcass, glutamate, ideal protein, non-specific nitrogen, requirement,

supplementation

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INTRODUÇÃO

Na prática, os nutricionistas buscam uma situação de equilíbrio, em que níveis

mínimos de ingredientes protéicos são otimizados com a suplementação de aminoácidos

essenciais (AAE) comercialmente disponíveis, de forma a assegurar o atendimento dos

níveis exigidos de todos os outros aminoácidos que não podem ser suplementados nas

dietas (Relandeau & Lebellego, 2004).

A suplementação das dietas de frangos de corte com lisina, metionina e

treonina, tem sido prática comum das fábricas de rações para aves, com a finalidade de

reduzir os níveis protéicos das dietas. Além da redução dos custos das rações, a redução

protéica traz como benefícios a redução dos excessos de aminoácidos na dieta, o

aumento da eficiência na utilização do N pelas aves, com conseqüente redução na

excreção e menor poluição ambiental (Aletor et al., 2000).

Entretanto, a redução dos níveis de proteína bruta das dietas de frangos de corte

precisa ser avaliada com cautela, pois pesquisas apontam que reduções acima de 3%

podem causar prejuízo na taxa de crescimento e na eficiência alimentar, mesmo com o

atendimento das exigências conhecidas dos AAE por meio da suplementação com

aminoácidos industriais (Dean et al., 2006).

Dentre as causas prováveis para a redução do desempenho das aves submetidas

a dietas de baixa proteína bruta, Aftab et al. (2006) apontam a alteração da relação

aminoácidos essenciais:aminoácidos não essenciais (AAE: AANE), a insuficiência de N

não específico para a síntese de AANE, a síntese insuficiente de AANE, como a glicina,

para atender as exigências de rápido crescimento e a deficiência de alguns AAE.

Em concordância com a necessidade da redução de proteína bruta da dieta,

vem sendo utilizado pelos nutricionistas o conceito de proteína ideal para a formulação

de rações, definida como o balanço exato de aminoácidos que é capaz de prover sem

excesso ou falta, os requerimentos de todos os aminoácidos necessários para a

manutenção animal e máxima deposição protéica (Suida, 2001).

Cole & Van Lunen (1994) sugeriram que, ao fornecer proteína ideal, seria

necessário fornecer uma mistura perfeitamente balanceada de AAE com nitrogênio

suficiente para a síntese de AANE. No entanto, apesar dos AANE constituírem uma

parte quantitativamente importante do consumo de proteína (Heger, 2003), pouca

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atenção tem sido dada à determinação de suas exigências e proporção ideal entre AAE:

AANE para aves não foi ainda bem estabelecida pelas pesquisas.

Algumas pesquisas sugerem que o N proveniente de AANE tem um efeito

poupador na utilização de AAE (Heger et al.,1998; Dean et al., 2006), bem como a

ineficiência da interconversão mútua de AANE como fontes de N não específico e que

certas quantidades de AANE devem ser supridos como tal na dieta para se obter a

máxima utilização da proteína (Heger, 2003).

Assim, objetivou-se avaliar os níveis de proteína bruta e a relação aminoácidos

essenciais: aminoácidos não essenciais da dieta para frangos de corte de 8 a 21 e 22 a 40

dias de idade.

MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

Foram realizados dois experimentos, o primeiro com aves de 8 a 21 dias e o

segundo com aves de 22 a 40 dias. Os experimentos foram conduzidos no Módulo de

Avicultura do Departamento de Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da

Universidade Federal da Paraíba, Campus II, no município de Areia, na região Norte do

Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de longitude sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com

altitude de 618 m acima do nível do mar. Os experimentos tiveram a duração de 32 dias

e foram conduzidos no período de 14 de agosto a 15 de setembro de 2008.

Instalações e equipamentos

No primeiro experimento (8 a 21 dias) os pintos foram alojados em baterias

metálicas tipo “Brasília”, com piso de tela com bandejas coletoras de excretas e

contendo comedouros e bebedouros tipo calha. O aquecimento dos pintos foi realizado

utilizando-se um sistema elétrico, com lâmpadas incandescentes de 60 W por parcela,

que eram ligadas e desligadas conforme a necessidade, tendo como base a temperatura

observada no termômetro (sensor na altura das aves) e o comportamento das aves.

No segundo experimento (22 a 40 dias) os frangos foram alojados em boxes de

1,40 x 1,80 m, com piso de cimento e cobertos com cama de bagaço de cana-de-açúcar,

sendo utilizados comedouros tubulares e bebedouros pendulares.

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Até o início de cada um dos experimentos, as aves foram criadas num outro

galpão, em piso coberto por bagaço de cana, aquecidos por campânulas a gás e

recebendo ração balanceada para cada fase (Rostagno et al., 2005).

Durante os períodos pré-experimental e experimental as aves receberam água e

ração à vontade e o programa de luz adotado durante foi o contínuo (24 horas de luz =

natural + artificial).

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizados 480 pintos de corte machos, linhagem Cobb, para cada

experimento. As aves foram pesadas individualmente e distribuídas em delineamento

inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições com 20 aves, de

forma que o peso inicial médio (182,7 ± 0,5 g e 914,8 ± 0,2 g, respectivamente, no

primeiro e segundo experimentos) ficou homogeneizado entre as parcelas.

Para a fase de 8 a 21 dias, foi formulada uma dieta com 18% PB, suplementada

com lisina, metionina, treonina, arginina, valina, isoleucina, glicina e triptofano, de

forma a atender as exigências em aminoácidos digestíveis, conforme Rostagno et al.

(2005). Após a formulação, verificou-se o fornecimento dos AAE em aminoácidos

totais. Foram considerados como AAE: lisina, metionina+cistina, treonina, arginina,

valina, triptofano, isoleucina, leucina, fenilalanina, histidina e glicina. Somou-se a

quantidade dos AAE totais e foi calculada a relação com o nível de PB da ração,

considerando-se este valor como o total de aminoácidos da dieta (AAT). A quantidade

de AANE foi calculada, então, pela diferença entre AAT e AAE. Os outros tratamentos

foram formados a partir da suplementação de glutamato para alcançar os níveis de 19,

20 e 21% PB. Amido, óleo e inerte foram utilizados nas rações de forma a torná-las

isoenergéticas. As relações AAE: AANE das dietas com 18, 19, 20 e 21% PB foram

55:45, 52:48, 49:51 e 47:53, respectivamente (Tabela 1).

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Tabela 1 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 8 a 21 dias de idade

T1 T2 T3 T4 Ingredientes PB (%) (Relação AAE:AANE) 18 (55:45) 19 (52:48) 20 (49:51) 21 (47:53) Milho grão 61,216 61,216 61,216 61,216 Soja farelo (44,4% PB) 25,175 25,175 25,175 25,175 Fosfato bicálcico 1,866 1,866 1,866 1,866 Calcário 0,839 0,839 0,839 0,839 Sal comum 0,450 0,450 0,450 0,450 L-lisina HCl 0,497 0,497 0,497 0,497 DL-metionina 0,358 0,358 0,358 0,358 L-treonina 0,215 0,215 0,215 0,215 L-arginina 0,177 0,177 0,177 0,177 L-valina 0,182 0,182 0,182 0,182 L-isoleucina 0,132 0,132 0,132 0,132 Glicina 0,400 0,400 0,400 0,400 L-triptofano 0,001 0,001 0,001 0,001 Cloreto de colina 60% 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral1 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitamínico2 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano3 0,030 0,030 0,030 0,030 Promotor de crescimento 4 0,010 0,010 0,010 0,010 Antioxidante5 0,010 0,010 0,010 0,010 Amido de milho 5,300 3,540 1,810 0,000 Glutamato 0,000 1,790 3,570 5,340 Inerte 6 2,200 2,015 1,845 1,735 Óleo de soja 0,795 0,950 1,070 1,220 Total 100,000 100,000 100,000 100,000 Composição calculada (Composição analisada7) Energia metabolizável (kcal/kg) 3000 3000 3000 3000 Proteína bruta (%) 18,000 19,000 20,000 21,000 Cálcio (%) 0,884 0,884 0,884 0,884 Fósforo disponível (%) 0,442 0,442 0,442 0,442 Cloro (%) 0,328 0,328 0,328 0,328 Potássio (%) 0,647 0,647 0,647 0,647 Lisina (%) 1,228 (1,085) 1,228 (1,182) 1,228 (1,095) 1,228 (1,166) Lisina digestível (%) 1,146 1,146 1,146 1,146 Metionina+ cistina (%) 0,874 (0,606) 0,874 (0,606) 0,874 (0,830) 0,874 (0,606) Metionina+cistina digestível (%) 0,814 0,814 0,814 0,814 Metionina (%) 0,603 (0,543) 0,603 (0,582) 0,603 (0,535) 0,603 (0,561) Metionina digestível (%) 0,580 0,580 0,580 0,580 Treonina (%) 0,821 (0,797) 0,821 (0,817) 0,821 (0,785) 0,821 (0,835) Treonina digestível (%) 0,745 0,745 0,745 0,745 Arginina (%) 1,270 (1,089) 1,270 (1,124) 1,270 (1,117) 1,270 (1,057) Arginina digestível (%) 1,203 1,203 1,203 1,203 Valina (%) 0,930 (0,845) 0,930 (0,971) 0,930 (0,924) 0,930 (0,926) Valina digestível (%) 0,860 0,860 0,860 0,860 Triptofano (%) 0,202 (nd) 0,202 (nd) 0,202 (nd) 0,202 (nd) Triptofano digestível (%) 0,183 0,183 0,183 0,183 Isoleucina (%) 0,800 (0,745) 0,800 (0,845) 0,800 (0,798) 0,800 (0,815)

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Isoleucina digestível (%) 0,745 0,745 0,745 0,745 Leucina (%) 1,402 (1,304) 1,402 (1,522) 1,402 (1,444) 1,402 (1,437) Leucina digestível (%) 1,319 1,319 1,319 1,319 Fenilalanina+tirosina (%) 1,389 1,389 1,389 1,389 Fenilalanina (%) 0,815 (0,745) 0,815 (0,876) 0,815 (0,834) 0,815 (0,893) Fenilalanina digestível (%) 0,757 0,757 0,757 0,757 Histidina (%) 0,418 (0,433) 0,418 (0,480) 0,418 (0,497) 0,418 (0,502) Histidina digestível (%) 0,413 0,413 0,413 0,413 Glicina + serina (%) 1,895 (1,739) 1,895 (1,952) 1,895 (1,852) 1,895 (1,911) Glicina (%) 1,087 (0,987) 1,087 (1,080) 1,087 (1,032) 1,087 (1,067) AAE 9,847 9,847 9,847 9,847 Relação AAE:AANE 55:45 52:48 49:51 47:53 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g; 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 UI; vit. E - 15.000 UI ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g ; 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton.; Promotor de crescimento gram negativo = Colistin 20 g/ton.; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g; 6 Areia lavada; 7 Valores determinados em duplicata, no Laboratório de Nutrição da Ajinomoto Biolatina, São Paulo, Brasil.

Da mesma forma, para o segundo experimento (22 a 40 dias), formulou-se uma

dieta com 16,5% PB, também suplementada com lisina, metionina, treonina, arginina,

valina, isoleucina, glicina e triptofano, de forma a atender as exigências em aminoácidos

digestíveis. Os outros tratamentos foram formados a partir da suplementação de

glutamato para alcançar os níveis de 17,5; 18,5 e 19,5% PB. Amido, óleo e inerte foram

utilizados nas rações de forma a torná-las isoenergéticas. As relações AAE: AANE das

dietas com 16,5; 17,5, 18,5 e 19,5% de PB foram 49:51, 46:54, 44:56 e 41:59,

respectivamente. Para esta fase foram considerados como AAE: lisina,

metionina+cistina, treonina, arginina, valina, triptofano, isoleucina, leucina, fenilalanina

e histidina e as relações AAE: AANE foram calculadas de forma semelhante à fase

anterior (Tabela 2).

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Tabela 3 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 22 a 40 dias de idade

T1 T2 T3 T4 Ingredientes PB (%) (Relação AAE:AANE) 16,5 (49:51) 17,5 (46:54) 18,5 (44:56) 19,5 (41:59) Milho grão 67,547 67,547 67,547 67,547 Soja farelo (44,4% PB) 20,889 20,889 20,889 20,889 Fosfato bicálcico 1,629 1,629 1,629 1,629 Calcário 0,788 0,788 0,788 0,788 Sal comum 0,415 0,415 0,415 0,415 L-lisina HCl 0,489 0,489 0,489 0,489 DL-metionina 0,320 0,320 0,320 0,320 L-treonina 0,200 0,200 0,200 0,200 L-arginina 0,224 0,224 0,224 0,224 L-valina 0,187 0,187 0,187 0,187 L-isoleucina 0,152 0,152 0,152 0,152 Glicina 0,247 0,247 0,247 0,247 L-triptofano 0,017 0,017 0,017 0,017 Cloreto de colina 60% 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral1 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitamínico2 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano3 0,030 0,030 0,030 0,030 Promotor de crescimento 4 0,012 0,012 0,012 0,012 Antioxidante5 0,010 0,010 0,010 0,010 Amido de milho 5,340 3,540 1,782 0,000 Glutamato 0,000 1,778 3,554 5,335 Inerte 6 0,490 0,361 0,203 0,058 Óleo de soja 0,869 1,020 1,160 1,306 Total 100,000 100,000 100,000 100,000 Composição calculada (Composição analisada7) Energia metabolizável (kcal/kg) 3125 3125 3125 3125 Proteína bruta (%) 16,500 17,500 18,500 19,500 Cálcio (%) 0,793 0,793 0,793 0,793 Fósforo disponível (%) 0,442 0,442 0,442 0,442 Cloro (%) 0,395 0,395 0,395 0,395 Potássio (%) 0,587 0,587 0,587 0,587 Lisina (%) 1,115 (1,134) 1,115 (1,198) 1,115 (1,156) 1,115 (1,093) Lisina digestível (%) 1,045 1,045 1,045 1,045 Metionina+ cistina (%) 0,808 (0,782) 0,808 (0,738) 0,808 (0,822) 0,808 (0,795) Metionina+cistina digestível (%) 0,752 0,752 0,752 0,752 Metionina (%) 0,551 (0,495) 0,551 (0,545) 0,551 (0,591) 0,551 (0,495) Metionina digestível (%) 0,53 0,53 0,53 0,53 Treonina (%) 0,750 (0,747) 0,750 (0,801) 0,750 (0,795) 0,750 (0,724) Treonina digestível (%) 0,679 0,679 0,679 0,679 Arginina (%) 1,132 (0,990) 1,132 (0,976) 1,132 (1,087) 1,132 (0,996) Arginina digestível (%) 1,193 1,193 1,193 1,193 Valina (%) 0,870 (0,843) 0,870 (0,918) 0,870 (0,916) 0,870 (0,822) Valina digestível (%) 0,804 0,804 0,804 0,804 Triptofano (%) 0,193 (nd) 0,193 (nd) 0,193 (nd) 0,193 (nd) Triptofano digestível (%) 0,177 0,177 0,177 0,177

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Isoleucina (%) 0,750 (0,747) 0,750 (0,789) 0,750 (0,824) 0,750 (0,740) Isoleucina digestível (%) 0,7 0,7 0,7 0,7 Leucina (%) 1,310 (1,367) 1,310 (1,447) 1,310 (1,515) 1,310 (1,340) Leucina digestível (%) 1,234 1,234 1,234 1,234 Fenilalanina+tirosina (%) 1,268 (1,304) 1,268 (1,405) 1,268 (1,375) 1,268 (1,140) Fenilalanina (%) 0,740 (0,794) 0,740 (0,848) 0,740 (0,833) 0,740 (0,780) Fenilalanina digestível (%) 0,686 0,686 0,686 0,686 Histidina (%) 0,386 (0,525) 0,386 (0,561) 0,386 (0,600) 0,386 (0,531) Histidina digestível (%) 0,379 0,379 0,379 0,379 Glicina + serina (%) 1,612 (1,738) 1,612 (1,832) 1,612 (1,886) 1,612 (1,730) Glicina (%) 0,876 (0,945) 0,876 (1,087) 0,876 (1,007) 0,876 (0,984) AAE 8,054 8,054 8,054 8,054 Relação AAE:AANE 49:51 46:54 44:56 41:59 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g; 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 UI; vit. E - 15.000 UI ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g ; 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton.; Promotor de crescimento gram negativo = Colistin 20 g/ton.; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g; 6 Areia lavada; 7 Valores determinados em duplicata, no Laboratório de Nutrição da Ajinomoto Biolatina, São Paulo, Brasil. Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas nos dois experimentos foram: consumo de ração (CR),

ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), composição corporal, deposição de

proteína e de gordura corporal, relação deposição de proteína: deposição de gordura,

eficiência relativa de deposição de proteína e excreção aparente de nitrogênio.

Um grupo adicional de 10 pintos de 8 dias de idade e outro grupo de 5 frangos

de 22 dias de idade foram abatidos para determinação da composição corporal (proteína,

extrato etéreo, cinzas e água) no início de cada experimento. Ao final dos experimentos

(21 e 40 dias de idade) foram selecionadas duas aves por repetição, com peso

representativo da parcela, que foram abatidas por deslocamento cervical, após jejum de

24 horas. As aves foram acondicionadas inteiras (com penas) em sacos plásticos

identificados e armazenadas em freezer. Posteriormente, os frangos congelados foram

picados com o auxílio de uma serra fita e moídos em “cutter” comercial de 30 hp e 1775

rpm. As amostras passaram pelo “cutter” 2 a 4 vezes, para que se tornassem bem

homogêneas para os procedimentos laboratoriais.

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As amostras foram acondicionadas em bandejas descartáveis de alumínio,

pesadas e pré-secas em estufa com ventilação forçada a 60 ± 5oC, durante o tempo

necessário para a estabilização do peso. Após esta etapa, as amostras foram moídas,

acondicionadas em potes plásticos e armazenadas para posteriores análises. As análises

de matéria seca, cinzas, proteína bruta e extrato etéreo das amostras foram realizadas no

Laboratório de Nutrição Animal do DZ/CCA/UFPB, conforme descritos por Silva &

Queiroz (2002).

Os valores de composição corporal foram expressos em percentagem na matéria

natural e em gramas. Para o cálculo da composição corporal em gramas os valores

percentuais de cada um dos componentes da matéria natural (proteína, extrato etéreo,

cinzas e água) foram multiplicados pelo peso corporal médio da parcela.

As deposições de proteína e de gordura corporal (em gramas) foram calculadas

pela diferença entre a composição da carcaça dos pintos de corte no início e final de

cada experimento (8 a 21 e 22 a 40 dias). Também foi realizado o cálculo da relação da

deposição de proteína pela deposição de gordura. A eficiência de deposição de proteína

foi calculada dividindo-se a deposição de proteína corporal pelo consumo de proteína,

multiplicando-se o valor por 100.

No primeiro experimento também foi avaliado o balanço de nitrogênio

(consumo, retenção e excreção de N) de 18 a 21 dias de idade, pelo método de coleta

total de excretas. Durante estes dias a excreta foi coletada, identificada e pesada às

8h00min e 16h00min. O consumo de ração foi monitorado, pela pesagem da ração

fornecida e das sobras de ração, para o cálculo do consumo de N. Posteriormente, a

excreta foi homogeneizada e uma amostra de cerca de 200 g foi retirada e armazenada

em freezer, em sacos plásticos identificados, até o final do período experimental. Após

os 3 dias de coleta, as amostras de excreta de cada parcela foram reunidas para formar

uma mistura. Dessa mistura, aproximadamente 150g de excreta foram reservados para

análise de PB. Inicialmente, cada amostra foi identificada e colocada em bandejas de

alumínio em estufa ventilada a 60 ± 5 ºC, até atingir peso constante, para a obtenção da

amostra seca ao ar. Após a secagem, cada amostra foi pesada, moída e guardada em

potes plásticos identificados até o momento da análise de matéria seca e N. O consumo

e a excreção média diária de N, por parcela experimental, foram calculados dividindo-se

o consumo e a excreção média diária de PB, expresso na matéria seca a 105 ºC, pelo

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fator 6,25. A retenção média diária de N foi calculada pela diferença entre o consumo

médio diário de N e a excreção média diária de N.

No segundo experimento foi avaliado também o peso e rendimento da carcaça e

de cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa) e peso absoluto e relativo das vísceras

(coração, fígado e moela) e da gordura abdominal aos 40 dias de idade. Foram

selecionadas três aves, com peso representativo do peso médio da parcela para abate e

coleta dos dados. As aves foram abatidas por deslocamento cervical, sangradas e

evisceradas. Na determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso da

carcaça limpa em relação ao peso vivo após jejum. O rendimento dos cortes nobres

(peito, coxa e sobrecoxa) foram calculados em relação ao peso da carcaça eviscerada

(com pés e cabeça) e o peso relativo vísceras comestíveis (coração, fígado e moela) e da

gordura abdominal foi calculado em relação ao peso vivo em jejum.

Análise Estatística

Os dados foram submetidos à análise de variância e análise de regressão

polinomial utilizando-se o Sistema de Análises Estatísticas e Genéticas (SAEG-8.0),

desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa (1999). Também foi realizado o teste

de Dunnett, a 5% de probabilidade, em que as dietas com 18 e 16,5% PB foram

consideradas como dieta controle para o primeiro e segundo experimentos,

respectivamente.

O modelo matemático utilizado foi:

Yij = µ + Ai + εij ,

Em que:

Yij = observação no nível de PB (relação AAE:AANE) i, na repetição j;

µ = média geral;

Ai = Efeito do nível de PB (relação AAE:AANE) i, i = 1, 2, 3 ou 4;

εij = erro aleatório associado a cada observação.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios de temperatura máxima e temperatura mínima registradas

durante o período experimental foram respectivamente 33,4 e 25,1 ºC.

Para o experimento de 8 a 21 dias houve efeito linear dos níveis de PB e relações

AAE: AANE sobre o CR e CA (Tabela 3), sendo que a cada 1% de aumento na PB

estima-se uma redução de 18,9 g no CR (ŷ = 1510,8 - 18,882x, r2 = 0,92) e melhoria de

0,034 g/g na CA (ŷ = 2,136 - 0,0336x, r2 = 0,94 - Figura 1).

Tabela 3 – Médias de das características de desempenho de acordo com os níveis de PB (relação AAE: AANE) da dieta de frangos de corte no período de 8 a 21 dias de idade

Variáveis PB (%) (AAE: AANE)

Reg CV (%) 18 (55: 45) 19 (52: 48) 20 (49: 51) 21 (47: 53)

Consumo de ração (g/ave) 1164,4 1159,9 1137 1109,1 δ L* 3,24

Peso final (g/ave) 942,0 955,0 968,3 954,2 NS 2,99

Ganho de peso (g/ave) 759,8 771,9 785,4 771,4 NS 3,72

Conversão alimentar (g/g) 1,533 1,504 1,449 1,439 δ L** 4,13

δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; L= efeito linear; * = 5% de probabilidade; ** = 1% de probabilidade; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

O consumo de diário de PB pelos frangos foi de 15,0; 15,7; 16,2 e 16,6 g/ave,

para as dietas com 18, 19, 20 e 21% PB, respectivamente, evidenciando que não só a

energia da dieta, mas também a necessidade de PB e aminoácidos interferem no

consumo de ração das aves.

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82

y = 2,136 - 0,0336x

R2 = 0,94

1,40

1,45

1,50

1,55

1,60

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Conversão alimentar (g/g)

Figura 1 – Efeito dos níveis de PB e relações AAE: AANE sobre a conversão alimentar de frangos de corte de 8 a 21 dias de idade.

Avaliando o consumo diário de AAE, percebe-se que as aves alimentadas com

maior nível de PB e menor relação AAE: AANE consumiram menores quantidades que

aquelas alimentadas com menor PB e maior relação AAE: AANE. Provavelmente isso

ocorreu em função da menor necessidade da utilização de AAE para a síntese de

AANE, uma vez que N não essencial foi fornecido na dieta, via suplementação com

glutamato. Vários pesquisadores relatam que os AANE têm efeito poupador na

utilização de AAE (Allen & Baker, 1972; Heger et al., 1998; Heger, 2003).

Heger et al. (1998) verificaram menor valor de AAE: AANE (48: 52)

correspondente à máxima retenção de N , quando comparado ao valor para utilização de

N (66: 34). Com a relação AAE: AANE de 66: 34, menos que 50% de N essencial foi

utilizado, enquanto a utilização do N não essencial ultrapassou 100%. Isto implica que

parte dos AAE são utilizados para a síntese de AANE nestas condições. Os autores

mencionam também que a melhor retenção de N em baixa relação AAE: AANE sugere

uma resposta adaptativa do organismo ao consumo excessivo de AANE através do

aumento do tamanho e conteúdo de proteína dos órgãos, representando uma reserva

protéica lábil para o organismo.

A melhor CA com os níveis mais altos de PB e menor relação AAE: AANE foi

resultado da redução do CR, uma vez que não houve efeito sobre o GP das aves.

Pelo teste de Dunnett verificou-se que somente a dieta com 21% PB resultou em

menor consumo de ração e melhor conversão alimentar das aves que a dieta controle

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(18% PB). Como todas as dietas continham a mesma quantidade de AAE, pode-se

inferir que nas dietas com 18, 19 e 20% de PB parte dos AAE foi utilizado para a

síntese de AANE. A suplementação de 3% de PB na forma de glutamato como fonte de

N não específico foi necessário para otimizar o desempenho das aves.

Hussein et al. (2001) verificaram que a adição de 2,8 ou 5,5% de L-glutamato

em dietas com redução protéica não foi capaz de restituir o desempenho dos frangos de

corte, sugerindo que mesmo com a redução da PB de 22,6 para 17,65% o N não

específico não foi fator limitante.

Um experimento foi conduzido por Namroud et al. (2008) para avaliar o efeito da

redução da PB e da suplementação com AANE e AAE sobre o desempenho de frangos

de corte de 10 a 28 dias de idade. Foram constituídas dietas com 23, 21, 19 e 17% PB,

sempre suplementadas com AAE de forma a atender o requerimento mínimo

estabelecido no NRC (1994). Foram também avaliadas duas dietas com 19 e 17% PB

suplementadas com AANE (glicina + glutamato) de forma a alcançar os mesmos níveis

de glicina e glutamato da dieta controle (23% PB) e duas dietas, também com 19 e 17%

PB suplementadas com 10% a mais dos AAE (lisina, arginina, treonina, triptofano). Os

autores verificaram que a redução protéica até 19% não prejudicou o GP e a CA das

aves. A suplementação das dietas de baixa PB com AAE, por outro lado, reduziu o GP e

a CA, enquanto a suplementação com AANE promoveu melhoria no GP e na CA das

aves aos 19 dias de idade.

Foi verificado efeito linear dos níveis de PB sobre o consumo de ração, peso final

e ganho de peso (Tabela 4), sendo que a cada 1% de aumento na PB estima-se uma

redução de 57,3 g no consumo (ŷ = 3961,3 -57,288x, r2 = 0,76), 28,9 g no peso das aves

(ŷ = 3150,4 -28,86x, r2 = 0,96) e 30,0 g no ganho de peso (ŷ = 2256,3 -30,011x, r2 =

0,91 – Figura 2).

Pelo teste Dunnett verificou-se diferença somente para o consumo de ração das

aves que receberam dieta contendo 19,5% PB, que foi menor que o consumo das aves

que receberam a dieta controle, não havendo diferenças significativas para as outras

variáveis em nenhum nível protéico. O consumo diário de PB pelos frangos foi de 26,4;

26,7; 28,6 e 29,2 g/ave, para as dietas com 16,5; 17,5; 18,5 e 19,5% PB,

respectivamente.

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Tabela 4 – Médias de consumo de ração (CR), peso final (PF), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA) de acordo com os níveis de PB da dieta de frangos de corte no período de 22 a 40 dias de idade

Variáveis

PB (%) (AAE: AANE)

Reg CV (%) 16,5

(49:51) 17,5 (46:54)

18,5 (44:56)

19,5 (41:59)

Consumo de ração (g/ave) 3044,5 2899,9 2933,8 2842,2 δ L** 3,54

Peso final (g/ave) 2671,3 2644,6 2626,6 2581,1 L* 2,62

Ganho de peso (g/ave) 1753,9 1734,4 1716,4 1659,8 L* 3,87

Conversão alimentar (g/g) 1,736 1,674 1,71 1,713 NS 3,03

δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; L= efeito linear; * = 5% de probabilidade; ** = 1% de probabilidade; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

y = 2256,3 - 30,011x

R2 = 0,91

1600

1650

1700

1750

1800

16,5 17,5 18,5 19,5

Proteína bruta (%)

Ganho de peso (g/ave)

Figura 2 – Efeito dos níveis de PB e relações AAE: AANE sobre o ganho de peso de frangos de corte de 22 a 40 dias de idade.

Os maiores valores para peso final e ganho de peso dos frangos com menor PB e

maior relação AAE: AANE provavelmente ocorreu por uma menor exigência de AANE

nesta fase, em que a taxa de crescimento é menor que na fase inicial da criação. Desta

forma, a adição de AANE na forma de L-glutamato pode ter promovido um excedente

de N, levando o organismo a desviar energia dos processos produtivos para a excreção.

Outro fator que pode ter prejudicado o desempenho das aves com níveis maiores

de PB e menor relação AAE: AANE é o desbalanço entre os aminoácidos. De acordo

com Dahiya et al. (2005), o desbalanceamento de aminoácidos não essenciais provoca

redução do crescimento, podendo comprometer a deposição de tecido magro e,

conseqüentemente, direcionar calorias para o tecido adiposo.

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85

Resultados diferentes foram encontrados por Adkins et al.(1966), que

encontraram efeitos favoráveis no desempenho com a inclusão de AANE nas dietas. Os

resultados com a suplementação de AANE foram superiores aos obtidos com dietas

contendo um excesso de AAE suficiente para a síntese de AANE. Os autores

concluíram que a taxa de síntese de um ou mais AANE não foi suficiente para suportar

o máximo crescimento dos animais. Em contraposição, Lenis et al. (1999) verificaram

que, apesar da ótima retenção e utilização do N terem sido obtidas com a relação 50:50

de N de AAE e N de AANE, o aumento desta relação até 70:30 não resultou em

decréscimo na utilização do N, levando à conclusão de que o N deaminado dos AAE foi

eficientemente utilizado na síntese de AANE.

Trabalhando com diferentes níveis de PB e EM, mantendo a relação EM: PB

constante (132, 143 e 155, para os períodos de 1 a 10, 11 a 26 e 27 a 35 dias,

respectivamente), Kamran et al. (2008) verificaram redução no ganho de peso, aumento

no CR e pior CA, com a redução dos níveis de PB e EM, embora os níveis dos

principais aminoácidos limitantes (lisina, metionina+cistina, treonina e triptofano)

tenham sido adequados. Os autores sugerem a possibilidade da redução protéica ter

limitado o fornecimento de outros aminoácidos, como a arginina, isoleucina e valina,

que passaram, então, a limitar a síntese de proteínas.

Em relação à carcaça, não foi verificado efeito significativo dos níveis de PB

sobre nenhuma das características avaliadas (Tabela 5). No entanto, algumas pesquisas

mostram aumento na deposição de gordura abdominal com a redução dos níveis

protéicos da dieta (Sklan & Plavnik, 2002; Faria Filho, 2003). Aletor et al. (2000)

verificaram que frangos de corte alimentados com dietas com níveis protéicos variando

de 21,0 a 15,3%, quando estas dietas eram suplementadas com aminoácidos não-

essenciais (alanina, ácido aspártico e ácido glutâmico) para alcançar o nível protéico da

dieta controle (22,5%), houve maior deposição de gordura comparado ao controle.

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Tabela 5 – Média dos pesos e rendimentos de carcaça e de cortes nobres e pesos absolutos e relativos das vísceras comestíveis e gordura abdominal de frangos de corte aos 40 dias, de acordo com os níveis de PB e relação AAE: AANE das dietas

Variáveis PB (%) (AAE: AANE)

Reg CV (%) 16,5

(49: 51) 17,5

(46: 54) 18,5

(44: 56) 19,5

(41: 59)

Carcaça (g) 2069,5 2055,7 2072,5 2014,2 NS 4,02

Rendimento de carcaça (%) 81,4 82,4 81,3 82,0 NS 1,45

Peito (g) 689,4 671,2 682,7 651,7 NS 6,8

Rendimento de peito (%) 33,3 32,6 32,9 32,4 NS 3,86

Coxa (g) 239,4 245,2 237,8 233,9 NS 5,47

Rendimento de coxa (%) 11,8 11,9 11,5 11,6 NS 4,56

Sobrecoxa (g) 299,5 294,5 293,2 288,6 NS 3,8

Rendimento de sobrecoxa (%) 14,5 14,3 14,1 14,3 NS 3,19

Coração (g) 12,5 12,1 12,0 11,6 NS 24,3

Peso relativo do coração (%) 0,49 0,48 0,47 0,47 NS 22,1

Fígado (g) 41,5 42,1 41,9 40,5 NS 8,72

Peso relativo do fígado (%) 1,63 1,69 1,65 1,65 NS 9,1

Moela (g) 43,8 44,5 43,6 44,1 NS 9,75

Peso relativo da moela (%) 1,72 1,78 1,71 1,80 NS 9,1

Gordura abdominal (g) 22,8 20,6 16,2 18,6 NS 24,19 Peso relativo da gordura abdominal (%)

0,90 0,82 0,63 0,76 NS 23,8

NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

Schutte & Pack (1995) encontraram uma diminuição na percentagem da gordura

abdominal e de vísceras comestíveis quando ocorreu um aumento dos níveis de AAE da

dieta. Segundo os autores, a diminuição da gordura abdominal resultante do acréscimo

de aminoácidos na dieta, está associado ao aumento do incremento calórico envolvido

na degradação do excesso de nitrogênio até ácido úrico.

Foi verificado aumento linear no consumo de N com o aumento dos níveis de

PB da dieta (Tabela 6), em que a cada 1% no aumento de PB o consumo de N aumentou

em 0,148 g/ave/dia (Figura 3). O aumento do nível protéico da dieta também resultou

em aumento linear da excreção de N, sendo este aumento estimado da ordem de 0,1

g/ave/dia a cada 1% PB a mais na dieta (Figura 4). Este valor pode parecer muito pouco,

mas considerando-se um lote de 20000 aves e esta excreção de N como média do

período de criação (o que de fato está subestimado, uma vez que aves mais velhas irão

consumir ração em maior proporção, e conseqüentemente, mais N será excretado), em

um período de 42 dias serão excretados 84 kg de N a mais para o ambiente. E, levando-

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se em consideração a alta densidade de criação de aves em algumas regiões do país, este

aumento na excreção de N pode se tornar um problema ambiental sério.

Tabela 6 – Médias de balanço de nitrogênio de frangos de corte de 18 a 21 dias de idade, de acordo com os níveis de PB e da relação AAE: AANE da dieta

PB (%) (AAE: AANE) 18 (55: 45) 19 (52: 48) 20 (49: 51) 21 (47: 53) Reg CV

N consumido (g/ave/dia) 2,95 3,25 δ 3,31 δ 3,41 δ L** 6,44 N excretado (g/ave/dia) 1,07 1,13 δ 1,21 δ 1,38 δ L** 5,45 N excretado (% do consumido) 36,4 34,7 δ 36,8 40,3 δ Q* 5,58 N retido (g/ave/dia) 1,87 2,12 δ 2,10 δ 2,04 δ NS 8,93 Eficiência de retenção de N (%) 63,6 65,2 δ 63,2 59,6 δ Q* 3,30 δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; Reg = regressão; L= efeito linear; Q = efeito quadrático; * = 5% de probabilidade; ** = 1% de probabilidade; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

Pelo teste de Dunnett todos os demais tratamentos apresentaram maior consumo,

excreção e retenção de N em relação ao tratamento controle (18% PB), sendo que para

percentagem do N consumido e eficiência de retenção do N o tratamento com 20% PB

não diferiu estatisticamente do controle.

y = 0,3705 + 0,1467x

R2 = 0,88

2,9

3,0

3,1

3,2

3,3

3,4

3,5

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Consumo de nitrogênio

(g/ave/dia)

Figura 3 – Efeito dos níveis de proteína bruta sobre o consumo de nitrogênio de frangos

de corte de 18 a 21 dias de idade

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y = - 0,7514+ 0,1x

R2 = 0,95

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Excreção de nitrogênio

xxxxxx (g/ave/dia) xxxx

Figura 4 – Efeito dos níveis de PB sobre a excreção de nitrogênio de frangos de corte de

18 a 21 dias de idade

Si et al. (2004), estudando o efeito de dietas com níveis de PB de 16 a 23%,

suplementadas com aminoácidos industriais para atender 100 ou 110% das exigências

recomendadas pelo NRC para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade, verificaram

redução linear da percentagem de N nas excretas (% na matéria seca - MS) à medida

que a PB da dieta foi reduzida, estimando que a cada 1% de redução na PB o N reduziu

0,23% na MS.

Em experimento realizado por Namroud et al. (2008) com frangos de corte de 10

a 28 dias de idade alimentados com dietas contendo 23, 21, 19 e 17% PB,

suplementadas com AANE de forma a atender as exigências mínimas estabelecidas no

NRC (1994) foi verificada a redução linear no teor de N da excreta (% na MS) com a

redução dos níveis de PB da dieta . A suplementação das dietas de baixa PB (19 e 17%)

com 10% a mais de AAE promoveu aumento no teor de N na excreta, enquanto a

mistura de AANE (glicina + glutamato) somente aumentou a excreção de N quando

adicionada à dieta com 19% PB, não tendo efeito significativo sobre a excreção quando

foi suplementada na dieta com 17% PB.

Applegate et al. (2008) avaliaram o efeito da utilização de dois (lisina e

metionina) ou três (lisina, metionina e treonina) aminoácidos industriais na formulação

das dietas, sendo suplementados para atender 100 ou 110% das exigências do NRC

(1994) para perus. Os autores verificaram que a utilização dos três aminoácidos

industriais resultou em dietas com redução média de 2,0; 1,5; 1,4 e 1,0 unidades

percentuais na PB, para os períodos de 4 a 8; 8 a 12; 12 a 16 e 16 a 20 semanas de

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idade, respectivamente, e 8,4% a menos no consumo de N e 10,8% a menos de N na

cama, sem contudo afetar o desempenho das aves.

Os valores de N excretado como percentagem do N consumido apresentaram

resposta quadrática, sendo a menor percentagem verificada com 19% PB na dieta

(Figura 5).

y = 503,77 - 49,414x + 1,3025x2

R2 = 0,98

3435363738394041

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

N excretado (%)

Figura 5 – Efeito dos níveis de PB sobre a percentagem do nitrogênio consumido que

foi excretado por frangos de corte de 18 a 21 dias de idade

Não houve efeito dos níveis de PB da dieta sobre a retenção de N pelas aves. No

entanto, a eficiência de retenção do N respondeu de forma quadrática ao aumento da

PB, sendo maior na dieta com 19% PB (Figura 6) e relação AAE: AANE de 52:48.

y = - 403,77+ 49,414x -1,3025x2

R2 = 0,98

5960616263646566

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Eficiência de retenção do

xxxxxx nitrogênio (%)

Figura 6 – Efeito dos níveis de PB sobre a eficiência de retenção do nitrogênio por

frangos de corte de 18 a 21 dias de idade

19,0%

19,0%

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Heger (1990), trabalhando com ratos em crescimento, utilizando uma dieta basal

com perfil ideal de aminoácidos suplementada com N não essencial para atingir a

proporção NAAE: NT de 0,96, verificou resultados inferiores comparados a uma dieta

com relação NAAE: NT de 0,65. Quando os níveis de arginina, lisina ou aminoácidos

sulfurosos totais foram reduzidos, mantendo-se constante a concentração de N total pela

suplementação de AANE houve aumento da retenção de N. O autor reportou que estes

resultados sugerem a ineficiência da conversão da arginina e da lisina em AANE.

De acordo com Schreurs et al. (1994), um certo nível de degradação metabólica

de AAE é inevitável. A maior parte do N liberado pela degradação dos AAE é

convertido em ácido úrico e excretado, sendo que cada molécula de ácido úrico

excretada representa a perda de uma molécula de glicina pelas aves (Waldroup et al.

(2005). Desta forma, Schreurs et al. (1994) apontam a incorporação de AANE nas dietas

das aves como uma forma de melhorar a eficiência de retenção de N, uma vez que estes

AANE seriam utilizados na interconversão para formar glicina, poupando AAE de

serem utilizados para este fim.

As percentagens médias de proteína, gordura e água na matéria natural

encontradas no presente estudo foram 13,0; 10,0 e 73,7%, enquanto os valores 16,2;

11,0 e 70,3%; 16,0; 10,7 e 70,3% e 16,5; 11,6 e 66,1% foram verificados por

Bregendahl et al. (2002a), Bregendahl et al. (2002b) e Cella et al. (2009),

respectivamente. Estes autores não apresentaram os teores de cinzas na composição

corporal.

Não foram verificados efeitos significativos do teor de PB e das relações AAE:

AANE sobre o teor de cinzas, tanto em gramas quanto em percentagem (Tabela 7).

A umidade corporal aumentou linearmente com o aumento dos níveis de PB na

dieta, no entanto este aumento não foi percebido quando este teor de umidade foi

relacionado com o peso médio das aves.

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Tabela 7 – Médias de composição corporal de frangos de corte aos 21 dias, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta

Variáveis PB (%) (AAE: AANE) 18 (55: 45) 19 (52: 48) 20 (49: 51) 21 (47: 53) Reg CV

Proteína % 13,1 13,0 13,3 12,6 δ NS 1,74 g 125,1 125,9 126,7 118,3 δ Q** 3,00

Gordura % 11,3 11,1 9,1 δ 8,6 δ L** 1,84 g 108,1 107,2 86,6 δ 80,8 δ L** 3,23

Cinzas % 2,7 2,7 2,6 2,6 NS 6,02 g 25,5 26,2 25,0 24,8 NS 3,02

Umidade % 72,5 73,0 74,7 δ 75,3 δ L** 0,81 g 692,0 707,3 713,0 709,0 NS 2,96

δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; Reg = regressão; L= efeito linear; Q = efeito quadrático; ** = 1% de probabilidade; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

Não houve efeito dos níveis de PB sobre a percentagem de proteína corporal,

enquanto a proteína corporal total em gramas respondeu de forma quadrática ao

aumento dos níveis de PB na dieta, sendo a maior quantidade de proteína corporal

estimada com 19,1% PB (Figura 7). Pelo teste de Dunnett somente o maior nível de PB

estudado apresentou valores inferiores para estas variáveis, em relação à dieta controle

(18% PB).

A gordura corporal, tanto em percentagem quanto em gramas (Figura 8) reduziu

linearmente com o aumento da PB da dieta e conseqüente menor relação AAE: AANE.

Pelo teste de Dunnett a suplementação de até 1% PB na forma de L-glutamato (dieta

com 19% PB) não resultou em aumento nos teores de gordura corporal, em relação à

dieta com 18% PB.

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y = - 706,97 + 87,468x -2,2927x2

R2 = 0,91

118

120

122

124

126

128

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Proteína corporal (g)

Figura 7 - Efeito dos níveis de PB sobre a proteína corporal em frangos de corte aos 21

dias de idade

y = 295,96 -10,27x

R2 = 0,89

60708090100110120

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Gordura corporal (g)

xxxxxxxxxx

Figura 8 - Efeito dos níveis de PB sobre a gordura corporal em frangos de corte aos 21 dias de idade

Os resultados de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura,

eficiência de deposição da proteína e excreção aparente de N dos frangos de corte de 8 a

21 dias submetidos a dietas com diferentes níveis de PB e relação AAE: AANE estão

apresentados na Tabela 8.

Houve aumento linear do consumo de proteína e da relação deposição de

proteína: deposição de gordura (Figura 9), enquanto a deposição de gordura (em g e g/g

de peso corporal – Figura 10) e a eficiência de deposição da proteína (Figura 11)

diminuíram linearmente com o aumento da PB e redução da relação AAE: AANE.

19,1%

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Tabela 8 – Médias de consumo, deposição e eficiência de deposição de proteína e deposição de gordura em frangos de corte de 8 a 21 dias de idade, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta

PB (%) (AAE: AANE) 18 (55: 45) 19 (52: 48) 20 (49: 51) 21 (47: 53) Reg CV

Consumo de proteína (g) 186,7 192,8 δ 195,3 δ 198,4 δ L** 3,26 Deposição de proteína (g) 107,0 107,8 108,6 100,3 δ Q** 3,53

Deposição de proteína (g/g de peso corporal)

0,112 0,111 0,114 δ 0,106 δ NS 0,54

Deposição de gordura (g) 96,2 95,2 74,6 δ 68,8 δ L** 3,70

Deposição de gordura (g/g de peso corporal)

0,101 0,098 δ 0,078 δ 0,073 δ L** 0,46

Deposição de proteína: deposição de gordura

1,112 1,132 δ 1,455 δ 1,457 δ L** 0,10

Eficiência de deposição da proteína (%)

57,4 56,0 55,7 50,6 δ L** 5,53

δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; Reg = regressão; L= efeito linear; Q = efeito quadrático; * = 5% de probabilidade; ** = 1% de probabilidade; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação Por sua vez, a deposição de proteína apresentou efeito quadrático em função do

aumento dos níveis de PB da dieta (Figura 12), sendo a maior deposição obtida com

19,1% PB. Pela análise de regressão, a deposição de proteína em gramas não

demonstrou efeitos significativos. No entanto, pelo teste de Dunnett, a dieta com 20%

PB resultou em maior quantidade de proteína, enquanto a dieta com 21% resultou em

menor quantidade.

y = - 1,3556 + 0,1356x

R2 = 0,82

1,0

1,1

1,2

1,3

1,4

1,5

1,6

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Deposição de proteína:

deposição de gordura corporal

xxx

Figura 9 - Efeito dos níveis de PB sobre a relação ganho em proteína: ganho em gordura

em frangos de corte de 8 a 21 dias de idade

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y = 283,8 -10,26x

R2 = 0,89

50

60

70

80

90

100

110

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Deposição de gordura xxx

corporal (g) xxxxxxx

Figura 10 - Efeito dos níveis de PB sobre o ganho em gordura em frangos de corte de 8

a 21 dias de idade

y = 95,097 - 2,0609x

R2 = 0,81

50

52

54

56

58

60

18 19 20 21

Proteína bruta (%)

Eficiência de deposição x de

proteína (%) xxxxxxx

Figura 11 - Efeito dos níveis de PB sobre a eficiência protéica em frangos de corte de 8

a 21 dias de idade

De acordo com Nascimento (2004), a deposição de proteína é pré-estabelecida

pela genética da ave. Independente da ingestão, ocorre limite de deposição diário, que

não pode ser compensado, entretanto, as variações ocorridas no total de deposição pode

ser devido a nutrição. No entanto, a quantidade de gordura depositada em qualquer dia é

diretamente proporcional à quantidade de energia disponível para a síntese (Leeson,

1995).

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A redução da gordura corporal pode ser explicado por dois fatores: o maior gasto

de energia para a excreção dos excessos de aminoácidos e pela menor produção da

enzima málica.

De acordo com Macleod (1997), o custo metabólico da excreção de um

aminoácido seria de 6 a 18 moles de ATP, enquanto, para depositá-lo na cadeia

protéica, o gasto seria em torno de 4 mol de ATP. A eliminação do aminoácido,

portanto, teria alto custo energético e reduziria a utilização de energia na deposição de

tecidos, em virtude da necessidade de excreção do nitrogênio. Pelos resultados, percebe-

se que a maior deposição de proteína foi obtida com 19,1% PB na dieta. Desta forma,

níveis acima deste valor representaram excesso de aminoácidos, que resultaram em

maior gasto de energia para sua eliminação, restando menos energia para ser

armazenada na forma de ácidos graxos.

Por sua vez, o maior teor de PB da dieta pode ter reduzido a expressão genética

do RNA mensageiro da enzima málica, em relação à dieta com menor teor de PB,

resultando em menor síntese de ácidos graxos. Trabalhos desenvolvidos por Adams &

Davis (2001) e Chendrimada et al. (2007) demonstram que a redução da PB da dieta

aumenta o nível de RNAm para enzima málica nos hepatócitos, enquanto dietas com

alta PB reduzem este nível. A enzima málica é uma proteína citoplasmática que catalisa

a descarboxilação oxidativa do malato à piruvato e CO2, ao mesmo tempo NADPH

(nicotinamida adenina dinucleotídeo-fosfato reduzida). O NADPH gerado pode ser

utilizado para a síntese do palmitato, que é precursor na síntese de outros ácidos graxos

de cadeia longa (Champe & Harvey, 1997). De acordo com Chendrimada et al. (2007),

a atividade da enzima málica hepática está diretamente correlacionada com a taxa de

síntese de ácidos graxos, com a percentagem de gordura corporal e com a percentagem

de gordura abdominal em aves.

Namroud et al. (2008) verificaram que a suplementação com uma mistura de

AANE (glutamato + glicina) em dietas com redução protéica resultou em redução na

deposição de gordura corporal em frangos de corte, quando comparado às aves que

receberam as dietas de baixa PB (19 e 17%) sem suplementação.

Pela análise de regressão, não foi verificado efeito dos níveis de PB e relações

AAE: AANE sobre as características de composição corporal estudadas, exceto para a

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quantidade de cinzas corporal (g), que respondeu de forma quadrática ao aumento do

teor de proteína da dieta (Tabela 9).

Tabela 9 – Médias de composição corporal de frangos de corte aos 40 dias, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta

Variáveis PB (%) (AAE: AANE)

Reg CV 16,5 (49: 51) 17,5 (46: 54) 18,5 (44: 56) 19,5 (41: 59)

Proteína % 12,9 14,8 δ 12,7 12,2 δ NS 10,68 g 333,7 366,6 δ 334,9 325,9 NS 2,54

Gordura % 9,1 10,0 δ 8,8 8,1 δ NS 8,97 g 236,1 263,4 δ 231,6 215,5 δ NS 2,47

Cinzas % 2,9 2,3 δ 2,2 δ 2,4 δ Q* 7,40 g 75,4 60,6 δ 57,9 δ 63,2 δ NS 2,53

Umidade % 75,2 71,9 76,2 74,7 NS 2,81 g 1941,9 1888,9 2014,7 δ 1996,4 NS 2,53

δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; Reg = regressão; Q = efeito quadrático; * = 5% de probabilidade; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

Em alguns estudos (Laurin et al., 1985; Andreotti et al., 2004) a redução no teor

de cinzas corporal dos frangos foi atribuída aos maiores teores de óleo de soja na dieta,

em razão da formação de sabões de cálcio no lúmen intestinal, com conseqüente

redução na absorção e/ou deposição de minerais, independentemente da idade das aves.

No presente estudo os teores de óleo de soja aumentaram com o aumento da PB da

dieta, em função da substituição do amido pelo glutamato e necessidade de

suplementação de óleo para tornar as dietas isoenergéticas. Esperava-se, portanto, uma

redução no teor de cinzas com o aumento dos níveis de PB. No entanto, o teor de cinzas

reduziu somente até o nível de 18,4% de PB na dieta (y = 69,88 - 7,36x + 0,2x2, r2 =

0,99), a partir do qual voltou a aumentar. Este fato pode ser explicado pela redução

numérica nos teores de gordura e proteína corporal que também foram verificadas com

as dietas contendo 18,5 e 19,5% de PB. Como em uma mesma amostra o conteúdo total

da matéria seca é distribuído entre proteína, gordura e cinzas, proporcionalmente, a

redução nos teores dos dois primeiros resulta em um aumento no teor de cinzas.

Pelo teste de Dunnett a dieta com 17,5% de PB apresentou valores de proteína

superiores aos verificados com a dieta controle (16,5% PB), enquanto os valores de

gordura foram superiores com a dieta de 17,5% PB e inferiores com a dieta contendo

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19,5% PB e o teor de cinzas foi maior, tanto em percentagem quanto em gramas, em

aves alimentadas com dietas com PB maior do que 16,5% (Tabela ).

A melhoria no teor de proteína corporal com a suplementação de 1% de PB na

forma de glutamato na dieta com 17,5% de PB pode ser explicada pela utilização do N

do glutamato para a síntese de AANE, enquanto que na dieta com 16,5% de PB parte

dos AAE da dieta tiveram que ser desviados para este processo, provocando menor

síntese protéica. Por outro lado, nas dietas com 18,5% e 19,5% de PB a deposição

protéica foi menor em função da suplementação com glutamato ter excedido a

capacidade de síntese de proteínas e este excesso ter sido excretado por um processo

com gasto de energia. Este fato também explica o menor teor de gordura corporal das

aves alimentadas com estas dietas, uma vez que a energia necessária para a excreção de

um aminoácido é maior do que a energia para sua deposição na cadeia protéica

(Macleod, 1997) e, desta forma, houve menos energia a ser depositada como ácidos

graxos.

Através da análise de regressão não foram verificadas respostas significativas do

aumento dos níveis de PB sobre o consumo, deposição e eficiência de deposição de

proteína e deposição de gordura em frangos de corte de 22 a 40 dias de idade (Tabela

10).

Tabela 10 – Médias de consumo, deposição e eficiência de deposição de proteína e deposição de gordura em frangos de corte de 22 a 40 dias de idade, de acordo com os níveis de proteína bruta (PB) e da relação aminoácidos essenciais: aminoácidos não essenciais (AAE: AANE) da dieta

Variáveis

PB (%) (AAE: AANE) 16,5

(49: 51) 17,5

(46: 54) 18,5

(44: 56) 19,5

(41: 59) Reg CV

Consumo de proteína (g) 448,1 446,8 474,5 δ 478,4 NS 3,46 Deposição de proteína (g) 214,5 270,3 δ 216,6 206,1 NS 3,90

Deposição de proteína (g/g de peso corporal)

0,083 0,103 δ 0,082 0,077 δ NS 1,45

Deposição de gordura (g) 144,5 172,6 δ 140,8 123,6 δ NS 4,22

Deposição de gordura (g/g de peso corporal)

0,056 0,066 δ 0,053 δ 0,046 δ NS 1,89

Deposição de proteína: deposição de gordura

1,484 1,566 δ 1,536 δ 1,667 δ NS 0,70

Eficiência de deposição da proteína (%)

48,0 60,5 δ 45,6 43,1 NS 5,98

δ Médias seguidas por este símbolo diferem estatisticamente do controle, pelo teste Dunnett, a 5% de probabilidade; Reg = regressão; NS = não significativo; CV = coeficiente de variação

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No entanto, pelo teste de Dunnett, foi observado maior consumo de proteína com

os dois maiores níveis de PB na dieta (18,5 e 19,5%). A semelhança no consumo de

proteína entre as dietas com 16,5% e 17,5% PB pode ser explicado pelo aumento no

consumo de ração das aves alimentadas com dieta contendo 16,5% PB, provavelmente

em função da deficiência de N não essencial para os processos metabólicos, uma vez

que os AAE foram fornecidos em quantidades iguais em todas as dietas.

Este aumento no consumo de ração provavelmente foi o suficiente para que os

frangos conseguissem obter um aporte de AANE para seu metabolismo, no entanto,

junto com AANE, os frangos acabaram consumindo um excesso de AAE, que precisou

ser excretado. Da mesma forma, nas dietas com 18,5 e 19,5% PB, a suplementação com

L-glutamato levou ao excesso de aminoácidos, uma vez que houve redução na

deposição e eficiência de utilização da proteína.

A excreção dos excessos de aminoácidos representa um processo energético

dispendioso para o organismo das aves (MacLeod, 1997). Desta forma, as dietas com

16,5; 18,5 e 19,5% PB apresentaram menor teor de gordura que a dieta com 17,5% PB,

uma vez que parte da energia foi utilizada no processo de excreção de aminoácidos.

Embora a dieta com 17,5% PB tenha apresentado maior teor de gordura em

relação à dieta controle, como a deposição de proteína corporal também foi maior, a

relação deposição de proteína: deposição de gordura acabou se tornando melhor que a

obtida com a dieta controle, embora esta apresentasse menor deposição de gordura.

Trabalhando com dietas com redução protéica (de 22,5 para 15,3%)

suplementadas com aminoácidos industriais para frangos de 22 a 42 dias, Aletor et al.

(2000) não encontraram efeito da redução da PB sobre a retenção de proteína corporal.

No entanto, à medida que a PB da dieta reduziu, a retenção de gordura corporal

aumentou significativamente.

A dieta com 17,5% PB resultou também em maior eficiência de deposição da

proteína pelas aves, quando comparada à dieta controle. Aletor et al. (2000) verificaram

correlação altamente significativa entre o aumento do consumo de proteína e redução da

eficiência de retenção de proteína.

Pesti (2009) afirma que para obter a otimização do ganho de peso e CA não basta

suplementar as dietas de baixa proteína com aminoácidos essenciais, e sim garantir

também o balanço entre aminoácidos essenciais e a PB ou o somatório de aminoácidos

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essenciais e aminoácidos não essenciais. No presente estudo a melhor qualidade de

composição corporal foi obtida quando a dieta apresentou 17,5% PB, com todos os

aminoácidos essenciais estando presentes de acordo com as exigências de Rostagno et

al. (2005) para esta fase e com relação AAE: AANE de 46: 54.

CONCLUSÕES

Recomendam-se dietas para frangos de corte com 19 e 17,5% de PB e relação

AAE:AANE de 52:48 e 49:51 para as fases de 8 a 21 e 22 a 40 dias, respectivamente.

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104

CAPÍTULO 4

Utilização de Valina, Isoleucina e Glicina em Dietas para Frangos de

Corte

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Utilização de Valina, Isoleucina e Glicina em Dietas para Frangos de Corte

RESUMO

Objetivou-se avaliar a utilização de L- valina, L-isoleucina e glicina na

formulação de dietas para frangos de corte. Foram utilizados 600 pintos de corte

machos, Cobb, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com cinco

tratamentos, seis repetições, de 20 aves por parcela. O tratamento 1 consistiu de uma

dieta controle, à base de milho e farelo de soja, suplementada com DL-metionina, L-

lisina.HCl e L-treonina, de forma a atender os requerimentos em aminoácidos

digestíveis. No tratamento 2 também foi utilizada a L-valina (Val), e a PB foi reduzida

até atender a exigência de isoleucina, no entanto, esta dieta ficou deficiente em

glicina+serina. O tratamento 3 foi semelhante ao T2, porém adicionou-se a glicina

(Val+Gly). No tratamento 4, além dos aminoácidos já utilizados nos tratamentos 2 e 3,

também foi utilizada a L-isoleucina (Val+Ile) e a PB foi reduzida até atender a

exigência de arginina. Da mesma forma que no T2, a exigência de glicina+serina não

foi atendida, então, constituiu-se o tratamento 5, com a adição de Gly (Val+Ile+Gly). As

variáveis de desempenho, no período total de criação (1 a 42 dias), e de carcaça não

foram influenciadas pelos tratamentos. A maior redução da PB nas dietas suplementadas

com Val+Ile resultou em menores valores de retenção e eficiência de retenção de N e

maior excreção de N. O melhor resultado para deposição de proteína foi obtido com a

dieta contendo somente L-valina. A maior deposição de gordura foi observada nas aves

que receberam dieta Val+Ile, seguido pelas aves alimentadas com Val na formulação. A

suplementação de glicina promoveu redução na gordura depositada, em ambas as dietas

(Val+Ile+Gly e Val+Gly). Portanto, conclui-se que a utilização dos aminoácidos

industriais L-valina e L-isoleucina na formulação das dietas promove a redução da

proteína bruta sem causar redução no desempenho dos frangos de corte. A

suplementação com glicina nas dietas, nos níveis de redução protéica estudados, não

promove melhoria no desempenho das aves.

Palavras-chave: aminoácidos industriais, aminoácidos limitantes, perfil aminoacídico,

proteína ideal

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106

Use of Valine, Isoleucine and Glycine in Diets for Broilers

ABSTRACT

The aim was to evaluate the use of L-valine, L-isoleucine and L-glycine in the

diet formulations for broilers. Six hundred male broiler chicks Cobb was distributed in a

completely randomized design with five treatments, six replicates of 20 birds each.

Treatment 1 consisted of a control diet based on corn and soybean meal, supplemented

with DL-methionine, L-lysine.HCl and L-threonine, in order to meet the requirements

of digestible amino acids. In treatment 2 was also used L-valine (Val), and CP was

reduced to meet the requirement of isoleucine, however, this diet was deficient in

glycine + serine. Treatment 3 was similar to T2, but added to L-glycine (Val+Gly). In

the treatment 4, and amino acids already used in treatments 2 and 3, was also used L-

isoleucine (Val+Ile) and CP was reduced to meet the requirement of arginine. Just as in

T2, the requirement of glycine + serine was not met, then, consisted of treatment 5, with

the addition of Gly (Val+Ile+Gly). The treatments had no effect on the performance

variables, in the total period (1-42 days), and carcass variables. The largest reduction of

CP in diets supplemented with Val+Ile resulted in lower N retention and efficiency of N

retention and increased N excretion. The best result for protein deposition was obtained

with the diet containing only L-valine. The higher fat deposition was observed in

broilers fed diet Val+Ile, followed by birds fed with Val in the formulation. The

addition of glycine caused a reduction in fat deposited in both diets (Val+Ile+Gly and

Val+Gly). Therefore, we conclude that the use of industrial amino acids L-valine and L-

isoleucine in the formulation of diets promote the reduction of crude protein without

causing reduction in performance of broilers. Supplementation with glycine in the diet,

in the protein reduction levels studied, does not promote improved performance of

birds.

Keywords: amino acids profile, ideal protein, industrial amino acids, limiting amino

acids

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107

INTRODUÇÃO

Durante muitos anos, as rações para aves foram formuladas para satisfazer as

necessidades de proteína bruta dos animais. Com o crescente desenvolvimento da

indústria de aminoácidos sintéticos, os nutricionistas puderam passar a formular as

rações com o objetivo de satisfazer as necessidades específicas de aminoácidos

essenciais (Araújo et al., 2004).

Muitas pesquisas demonstram a possibilidade da redução dos níveis de PB com

a adição de aminoácidos industriais (Costa et al., 2001; Aftab et al., 2006). Porém, a

progressiva redução da PB da dieta pode levar a uma situação em que outros

aminoácidos, como a treonina e principalmente os aminoácidos de cadeia ramificada

valina e isoleucina, que são geralmente supridos por dietas com alta PB, tornem-se

limitantes ao melhor desempenho (Peganova & Eder, 2003). Desta forma, para se

alcançar o aumento do desempenho das aves submetidas a dietas com maiores reduções

protéicas, deve-se observar os níveis mínimos de outros aminoácidos limitantes, como

isoleucina, valina, arginina e triptofano.

Kidd et al. (2000) afirma que a isoleucina apresenta-se como o quarto

aminoácido limitante, enquanto a valina é defendida por Thornton et al. (2006) como

próximo aminoácido limitante após a treonina em dietas para frangos de corte isentas de

ingredientes de origem animal.

A valina e a isoleucina são similares em sua estrutura, sendo comumente

chamados de aminoácidos de cadeia ramificada e podem se tornar limitantes para o

desempenho de frangos de corte de maneira semelhante (Thornton et al., 2006).

A glicina é considerada como aminoácido semi-essencial para pintos, pois

apesar das aves serem capazes de sintetizá-lo, esta síntese não atende as exigências para

o rápido crescimento, devendo a glicina ser fornecida via dieta. A glicina da dieta é

utilizada não só para a síntese protéica, mas também para a formação de DNA, RNA,

creatina e ácido úrico. Segundo Sonne et al., 1946, citados por Waldroup et al. (2005),

este aumento da exigência de glicina em aves jovens ocorre em função da maior

excreção de nitrogênio, uma vez que cada molécula de ácido úrico excretada representa

a perda de uma molécula de glicina pelas aves.

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108

A glicina pode se tornar um fator limitante, quando dietas de baixa proteína

bruta para aves são formuladas com níveis marginais de treonina e serina. Corzo et al.

(2004) trabalhando com níveis crescentes de 0,62 a 1,22% de glicina em rações para

frangos de corte de 7 a 20 dias, determinaram uma exigência de 0,98 e 1,02% de glicina

(1,76 e 1,80% de glicina + serina), para máximo GP e melhor CA, respectivamente. Os

autores enfatizam que a glicina deve ser considerada limitante em dietas para animais

jovens, principalmente quando estas dietas são formuladas com ingredientes

exclusivamente de origem vegetal.

Han et al., 1992, citados por Sohail et al. (2003) reportam o nitrogênio amino

(necessário para a síntese de aminoácidos não essenciais) como fator limitante em dietas

de baixa proteína, apontando a suplementação com aminoácidos não essenciais (glicina

e ácido glutâmico) como alternativa para a melhoria do desempenho.

Um estudo foi desenvolvido por Sohail et al. (2003) para se verificar os efeitos

da adição de três níveis de glicina (0,00, 0,05 e 0,10%) sobre o desempenho de frangos

de corte submetidos a três dietas: dieta controle (atendendo ao requerimento de todos os

aminoácidos), dieta com deficiência de aminoácidos (com redução de 15% dos

aminoácidos) e dieta com correção de lisina e metionina (redução de 15% dos

aminoácidos, exceto lisina e metionina). Os autores concluíram que a adição de glicina

sintética (0,05 ou 0,10%) nas dietas com ou sem redução dos aminoácidos não teve

efeito significativo sobre o desempenho das aves, porém, quando houve a correção dos

níveis de lisina e metionina ocorreu um aumento parcial do desempenho.

Waldroup et al. (2005) verificaram a influência da suplementação de glicina em

dietas de frangos de corte com diferentes níveis de proteína bruta sobre o desempenho

das aves. Os autores encontraram que a adição de 0,2 ou 0,4% de glicina nas dietas com

menores teores de proteína (16 e 18%de PB e 0,62 e 0,78% de glicina, respectivamente)

melhorou o desempenho das aves, enquanto em dietas com maiores teores de proteína

(20, 22 e 24%) não houve resposta da adição de glicina. Os autores sugerem que as

exigências em glicina para frangos de corte do NRC (1994) são inadequadas para dietas

com baixos níveis de proteína bruta.

O preço da suplementação das dietas com valina, isoleucina e glicina ainda não é

uma realidade nas empresas avícolas, em razão destes não serem produzidos na forma

“feed grade” (apropriada para a alimentação animal) e o seu custo ser muito elevado.

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No entanto, as indústrias de nutrição têm mostrado grande interesse nas pesquisas sobre

utilização destes produtos na otimização do desempenho das aves. Comprovados os

ganhos no desempenho, com certeza haverá maior interesse na utilização destes

aminoácidos industriais, alavancando a produção em maior escala e maior

comercialização, com conseqüente redução nos custos.

Desta forma, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação dos aminoácidos

industriais valina, isoleucina e glicina, em dietas com redução protéica, sobre o

desempenho, qualidade da carcaça, balanço de nitrogênio e composição corporal de

frangos de corte de 1 a 42 dias de idade.

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MATERIAL E MÉTODOS

Local e duração do experimento

O experimento foi conduzido no Módulo de Avicultura do Departamento de

Zootecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Campus

II, no município de Areia, na região Norte do Estado da Paraíba, a 6º57’48’’ de

longitude sul e 35º41’30’’ de longitude oeste, com altitude de 618m acima do nível do

mar.

O período experimental foi compreendido entre os dias 17 de outubro e o dia 27

de novembro de 2008, totalizando 42 dias de duração e foi dividido em 4 fases: pré-

inicial (1 a 7), inicial (8 a 21), crescimento (22 a 33) e final (36 a 42 dias).

Instalações e equipamentos

Nas duas primeiras fases, os pintos foram alojados em baterias metálicas tipo

“Brasília”, com piso de tela com bandejas coletoras de excretas embaixo e contendo

comedouros e bebedouros tipo calha. O aquecimento dos pintos foi realizado através de

um sistema elétrico, com lâmpadas incandescentes de 60 W por parcela, que eram

ligadas e desligadas conforme a necessidade, tendo como base a temperatura observada

no termômetro (sensor na altura das aves) e o comportamento das aves.

Nas duas últimas fases os frangos foram alojados em boxes de 1,40 x 1,80 m,

com piso de cimento e cobertos com cama de bagaço de cana-de-açúcar, sendo

utilizados comedouros tubulares e bebedouros pendulares.

Durante o período experimental as aves receberam água e ração à vontade e o

programa de luz adotado foi o contínuo (24 horas de luz = natural + artificial).

Animais, delineamento e dietas experimentais

Foram utilizados 600 pintos de corte machos, da linhagem Cobb, distribuídos em

delineamento experimental inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, seis

repetições, de 20 aves por unidade experimental.

O tratamento 1 (Controle) consistiu de uma dieta formulada à base de milho e

farelo de soja, suplementada com os aminoácidos DL-metionina, L-lisina.HCl e L-

treonina, de forma a atender as exigências das aves para cada uma das fases, conforme

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Rostagno et al. (2005), sendo os requerimentos de aminoácidos digestíveis atendidos

pelo mínimo ou fornecendo ligeiro excedente. No tratamento 2 (Val), além dos

aminoácidos DL-metionina, L-lisina.HCl e L-treonina, também foi utilizada a L-valina,

e a PB foi reduzida até atender o próximo aminoácido limitante, a isoleucina, porém, a

exigência de glicina+serina não foi atendida, ficando esta dieta deficiente nestes

aminoácidos. O tratamento 3 (Val+Gly) foi semelhante ao 2, porém adicionou-se a

glicina de forma a atender as exigências de glicina+serina. No tratamento 4 (Val+Gly),

além dos aminoácidos já utilizados nos tratamentos 2, também foi utilizada a L-

isoleucina, e a PB foi reduzida até atender a exigência de arginina. Da mesma forma que

no T2, a exigência de glicina+serina não foi atendida, então, constituiu-se o tratamento

5 (Val+Ile+Gly), com a adição de glicina.

As dietas experimentais estão apresentadas nas Tabelas 1, 2, 3 e 4. Os valores

calculados e analisados dos aminoácidos das dietas estão apresentados na Tabela 5.

Variáveis avaliadas

Foram avaliados o consumo de ração (CR), o ganho de peso (GP) e a conversão

alimentar (CA) para cada uma das fases.

Para a avaliação das características de carcaça, aos 42 dias foram selecionadas

três aves, com peso representativo do peso médio da parcela para abate e coleta dos

dados. As aves foram abatidas por deslocamento cervical, sangradas e evisceradas. Na

determinação do rendimento de carcaça foi considerado o peso da carcaça limpa em

relação ao peso vivo após jejum. O rendimento dos cortes nobres (peito, coxa e

sobrecoxa) foram calculados em relação ao peso da carcaça eviscerada (com pés e

cabeça) e o peso relativo vísceras comestíveis (coração, fígado e moela) e da gordura

abdominal foi calculado em relação ao peso vivo em jejum.

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Tabela 1 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 1 a 7 dias

Ingredientes Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly Milho 49,467 54,569 54,344 57,784 57,401 Farelo de soja 44,006 39,524 39,552 36,678 36,722 Óleo de soja 2,628 1,672 1,728 1,045 1,140 Fosfato bicálcico 1,875 1,899 1,899 1,914 1,915 Calcário calcítico 0,829 0,847 0,847 0,858 0,858 Sal 0,448 0,452 0,452 0,455 0,455 DL-metionina 99% 0,325 0,357 0,357 0,377 0,378 L-lisina.HCl 78,8% 0,156 0,287 0,287 0,371 0,370 L-treonina 98% 0,069 0,127 0,127 0,164 0,164 L-valina 98% 0,000 0,069 0,069 0,112 0,113 L-isoleucina 98% 0,000 0,000 0,000 0,045 0,046 Glicina 98% 0,000 0,000 0,141 0,000 0,241 Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitamínico2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 Antimicrobiano4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012

Antioxidante5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010 Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 Composição calculada Energia metabolizável (kcal/kg) 2950 2950 2950 2950 2950 Proteína bruta (%) 23,890 22,550 22,720 21,730 22,010 Lisina digestível (%) 1,330 1,330 1,330 1,330 1,330 Metionina+cistina digestível (%) 0,944 0,944 0,944 0,944 0,944 Metionina digestível (%) 0,630 0,645 0,645 0,655 0,655 Treonina digestível (%) 0,865 0,865 0,865 0,865 0,865 Valina digestível (%) 0,998 0,998 0,998 0,998 0,998 Isoleucina digestível (%) 0,937 0,865 0,865 0,865 0,865 Arginina digestível (%) 1,602 1,476 1,476 1,397 1,397 Triptofano digestível (%) 0,286 0,263 0,263 0,248 0,248 Fenilalanina digestível (%) 1,207 1,122 1,122 1,068 1,068 Histidina digestível (%) 0,596 0,557 0,557 0,535 0,535 Leucina digestível (%) 1,824 1,723 1,722 1,657 1,657 Glicina+serina (%) 2,214 2,062 2,199 1,966 2,199 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 UI; vit. E - 15.000 UI ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton.; Promotor de crescimento gram negativo = Colistin 20 g/ton.; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 2 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 8 a 21 dias

Ingredientes Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly

Milho 59,683 63,078 62,934 65,608 65,342 Farelo de soja 34,997 32,013 32,032 29,773 29,804 Óleo de soja 1,595 0,958 0,994 0,465 0,531 Fosfato bicálcico 1,772 1,788 1,788 1,800 1,801 Calcário calcítico 0,820 0,832 0,831 0,840 0,840 Sal 0,434 0,437 0,437 0,439 0,439 DL-metionina 99% 0,256 0,278 0,278 0,294 0,294 L-lisina.HCl 78,8% 0,182 0,270 0,270 0,336 0,336 L-treonina 98% 0,064 0,103 0,103 0,132 0,132 L-valina 98% 0,000 0,046 0,046 0,080 0,080 L-isoleucina 98% 0,000 0,000 0,000 0,036 0,036 Glicina 98% 0,000 0,000 0,090 0,000 0,168 Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070 Suplemento mineral1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050 Suplemento vitamínico2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025 Anticoccidiano3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030 Antimicrobiano4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012

Antioxidante5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição calculada

Energia metabolizável (kcal/kg) 3000 3000 3000 3000 3000 Proteína bruta (%) 20,69 19,8 19,9 19,15 19,35 Lisina digestível (%) 1,146 1,146 1,146 1,146 1,146 Metionina+cistina digestível (%) 0,814 0,814 0,814 0,814 0,814 Metionina digestível (%) 0,530 0,540 0,540 0,548 0,548 Treonina digestível (%) 0,745 0,745 0,745 0,745 0,745 Valina digestível (%) 0,860 0,860 0,860 0,860 0,860 Isoleucina digestível (%) 0,793 0,745 0,745 0,745 0,745 Arginina digestível (%) 1,394 1,266 1,266 1,203 1,203 Triptofano digestível (%) 0,239 0,223 0,223 0,211 0,211 Fenilalanina digestível (%) 0,964 0,911 0,911 0,871 0,871 Histidina digestível (%) 0,518 0,493 0,493 0,474 0,474 Leucina digestível (%) 1,621 1,553 1,553 1,503 1,502 Glicina+serina (%) 1,909 1,808 1,895 1,732 1,895 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 UI; vit. E - 15.000 UI ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton.; Promotor de crescimento gram negativo = Colistin 20 g/ton.; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 3 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 22 a 35 dias

Ingredientes Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly Milho 56,720 63,412 63,412 67,190 67,158 Farelo de soja 36,424 30,577 30,577 27,233 27,237 Óleo de soja 3,624 2,392 2,392 1,655 1,663 Fosfato bicálcico 1,602 1,633 1,633 1,651 1,651

Calcário calcítico 0,763 0,787 0,787 0,800 0,800

Sal 0,411 0,416 0,416 0,419 0,419

DL-metionina 99% 0,209 0,250 0,250 0,274 0,274

L-lisina.HCl 78,8% 0,050 0,222 0,222 0,320 0,320

L-treonina 98% 0,000 0,076 0,076 0,119 0,119

L-valina 98% 0,000 0,038 0,038 0,089 0,089

L-isoleucina 98% 0,000 0,000 0,000 0,053 0,053

Glicina 98% 0,000 0,000 0,000 0,000 0,020 Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Suplemento mineral1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Suplemento vitamínico2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Antimicrobiano4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012

Antioxidante5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição calculada

Energia metabolizável (kcal/kg) 3100 3100 3100 3100 3100 Proteína bruta (%) 20,88 19,1 19,1 18,14 18,16 Lisina digestível (%) 1,073 1,073 1,073 1,073 1,073 Metionina+cistina digestível (%) 0,773 0,773 0,773 0,773 0,773 Metionina digestível (%) 0,487 0,506 0,506 0,518 0,518 Treonina digestível (%) 0,697 0,697 0,697 0,697 0,697 Valina digestível (%) 0,877 0,826 0,826 0,826 0,826 Isoleucina digestível (%) 0,812 0,719 0,719 0,719 0,719 Arginina digestível (%) 1,384 1,221 1,221 1,127 1,127 Triptofano digestível (%) 0,246 0,215 0,215 0,197 0,197 Fenilalanina digestível (%) 0,984 0,881 0,881 0,822 0,822 Histidina digestível (%) 0,528 0,478 0,478 0,449 0,449 Leucina digestível (%) 1,641 1,510 1,510 1,435 1,435 Glicina+serina (%) 1,947 1,750 1,750 1,637 1,656 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 UI; vit. E - 15.000 UI ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton.; Promotor de crescimento gram negativo = Colistin 20 g/ton.; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 4 - Composição percentual e nutricional das rações experimentais para frangos de corte de 36 a 42 dias

Ingredientes T1

Controle T2 Val

T3 Val+Gly

T4 Val+Ile

T5 Val+Ile+Gly

Milho 63,333 65,690 65,690 69,162 69,156 Farelo de soja 30,322 28,251 28,251 25,176 25,176 Óleo de soja 3,142 2,700 2,700 2,023 2,025 Fosfato bicálcico 1,469 1,480 1,480 1,496 1,496

Calcário calcítico 0,736 0,745 0,745 0,757 0,757

Sal 0,389 0,391 0,391 0,394 0,394

DL-metionina 99% 0,211 0,226 0,226 0,248 0,248

L-lisina.HCl 78,8% 0,158 0,218 0,218 0,309 0,309

L-treonina 98% 0,043 0,070 0,070 0,110 0,110

L-valina 98% 0,000 0,032 0,032 0,079 0,079

L-isoleucina 98% 0,000 0,000 0,000 0,049 0,049

Glicina 98% 0,000 0,000 0,000 0,000 0,004 Colina 0,070 0,070 0,070 0,070 0,070

Suplemento mineral1 0,050 0,050 0,050 0,050 0,050

Suplemento vitamínico2 0,025 0,025 0,025 0,025 0,025

Anticoccidiano3 0,030 0,030 0,030 0,030 0,030

Antimicrobiano4 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012

Antioxidante5 0,010 0,010 0,010 0,010 0,010

Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000

Composição calculada

Energia metabolizável (kcal/kg) 3150 3150 3150 3150 3150 Proteína bruta (%) 18,84 18,22 18,22 17,34 17,34 Lisina digestível (%) 1,017 1,017 1,017 1,017 1,017 Metionina+cistina digestível (%) 0,732 0,732 0,732 0,732 0,732 Metionina digestível (%) 0,467 0,474 0,474 0,484 0,484 Treonina digestível (%) 0,661 0,661 0,661 0,661 0,661 Valina digestível (%) 0,783 0,783 0,783 0,783 0,783 Isoleucina digestível (%) 0,714 0,681 0,681 0,681 0,681 Arginina digestível (%) 1,212 1,154 1,154 1,068 1,068 Triptofano digestível (%) 0,213 0,202 0,202 0,186 0,186 Fenilalanina digestível (%) 0,857 0,839 0,839 0,784 0,784 Histidina digestível (%) 0,475 0,457 0,457 0,430 0,430 Leucina digestível (%) 1,501 1,459 1,459 1,385 1,385 Glicina+serina (%) 1,739 1,669 1,669 1,565 1,569 1 Premix mineral (concentração/kg do produto): Mn - 60 g; Fe - 80 g; Zn - 50 g; Cu - 10 g; Co - 2 g; I - 1 g; veículo q.s.p. - 500 g. 2 Premix vitamínico (concentração/kg do produto): vit. A - 15.000.000 UI ; vit. D3 - 1.500.000 UI; vit. E - 15.000 UI ; vit.B1 - 2,0 g ; vit. B2 - 4,0 g; vit. B6 - 3,0 g; vit. B12 - 0,015 g; Acido nicotinico - 25 g; Acido pantotenico - 10 g; vit.K3 - 3,0 g; Acido folico - 1,0 g; Bacitracina de zinco - 10 g; Se - 250 mg; Antioxidante BHT - 10 g; veiculo q.s.p. - 1.000 g. 3 Coban; 4 Promotor de crescimento gram positivo = Enradin 100g/ton.; Promotor de crescimento gram negativo = Colistin 20 g/ton.; 5 Etoxiquim - 10 g; veículo q.s.p. - 1.000 g.

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Tabela 5 – Valores calculados (C) e analisados (A) dos aminoácidos (totais) das dietas experimentais (%)

Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly

C A C A C A C A C A Ração pré-inicial (1 a 7 dias)

Lys 1,437 1,326 1,431 1,434 1,431 1,397 1,428 1,428 1,427 1,288 Met+Cys 1,026 0,810 1,022 0,867 1,022 0,866 1,019 0,867 1,019 0,848 Thr 0,968 0,896 0,963 0,979 0,962 0,934 0,959 0,978 0,959 0,899 Val 1,478 1,019 1,431 1,086 1,431 1,063 1,400 1,094 1,401 1,017 Ile 1,007 0,972 0,996 0,970 0,996 0,930 0,988 0,968 0,989 0,903 Arg 1,700 1,503 1,568 1,542 1,568 1,471 1,484 1,475 1,484 1,440 Leu 1,946 1,849 1,837 1,854 1,836 1,791 1,767 1,851 1,766 1,686 Phe 1,207 1,165 1,123 1,143 1,122 1,107 1,069 1,114 1,068 1,058 Hys 0,604 0,576 0,566 0,577 0,566 0,547 0,542 0,555 0,542 0,518 Gly+Ser 2,214 2,078 2,062 2,084 2,062 2,142 1,966 2,035 1,965 2,056

Ração inicial (8 a 21 dias) Lys 1,238 1,363 1,235 1,137 1,235 1,222 1,232 1,183 1,232 1,203 Met+Cys 0,886 0,885 0,884 0,712 0,884 0,749 0,882 0,718 0,881 0,734 Thr 0,837 0,925 0,833 0,791 0,833 0,841 0,831 0,794 0,830 0,818 Val 1,246 1,046 1,214 0,899 1,214 0,932 1,190 0,922 1,190 0,927 Ile 0,849 0,915 0,841 0,776 0,842 0,885 0,836 0,799 0,836 0,842 Arg 1,434 1,494 1,346 1,267 1,346 1,411 1,280 1,146 1,280 1,143 Leu 1,726 1,836 1,653 1,642 1,653 1,764 1,599 1,627 1,597 1,609 Phe 1,037 1,140 0,981 0,946 0,981 1,056 0,938 0,992 0,938 0,987 Hys 0,528 0,572 0,503 0,503 0,503 0,557 0,484 0,492 0,484 0,488 Gly+Ser 1,909 2,088 1,808 1,741 1,808 1,931 1,732 1,688 1,732 1,690

Ração de crescimento (22 a 35 dias) Lys 1,166 1,147 1,159 1,144 1,159 1,144 1,154 1,103 1,154 1,114 Met+Cys 0,846 0,789 0,840 0,785 0,840 0,785 0,837 0,806 0,837 0,786 Thr 0,790 0,813 0,783 0,820 0,783 0,820 0,778 0,747 0,778 0,755 Val 1,278 1,318 1,165 1,141 1,165 1,141 1,128 0,962 1,128 0,982 Ile 0,871 0,864 0,805 0,857 0,805 0,857 0,797 0,760 0,797 0,789 Arg 1,471 1,571 1,299 1,361 1,299 1,361 1,200 1,062 1,200 1,025 Leu 1,749 1,827 1,607 1,796 1,607 1,796 1,525 1,514 1,525 1,441 Phe 1,059 1,136 0,949 1,044 0,949 1,044 0,886 0,909 0,886 0,844 Hys 0,537 0,511 0,488 0,499 0,488 0,499 0,460 0,517 0,460 0,476 Gly+Ser 1,948 2,179 1,750 1,978 1,750 1,889 1,637 1,595 1,637 1,505

Ração finall (36 a 42 dias) Lys 1,102 1,175 1,098 1,085 1,098 1,085 1,095 1,127 1,095 1,042 Met+Cys 0,798 0,758 0,797 0,691 0,797 0,691 0,794 0,718 0,794 0,766 Thr 0,746 0,796 0,743 0,730 0,743 0,730 0,740 0,755 0,740 0,755 Val 1,119 0,960 1,097 0,908 1,097 0,908 1,064 0,905 1,064 0,947 Ile 0,763 0,866 0,758 0,752 0,758 0,752 0,750 0,765 0,750 0,747 Arg 1,290 1,203 1,228 0,943 1,228 0,943 1,137 1,042 1,137 1,018 Leu 1,598 1,735 1,547 1,631 1,547 1,631 1,472 1,599 1,472 1,517 Phe 0,943 1,090 0,904 0,959 0,904 0,959 0,845 0,976 0,845 0,871 Hys 0,485 0,525 0,467 0,524 0,467 0,524 0,441 0,536 0,441 0,505 Gly+Ser 1,739 1,908 1,669 1,920 1,669 1,920 1,565 1,708 1,565 1,617

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117

Um grupo adicional de 10 pintos de 1 dia de idade foi abatido para determinação

da composição corporal (proteína, extrato etéreo, cinzas e água) no início do

experimento. Aos 7, 21 e 42 dias de idade foram selecionadas duas aves com peso

representativo da parcela, e, após jejum de 24 horas, foram abatidas por deslocamento

cervical. As aves foram acondicionadas inteiras (com penas) em sacos plásticos

identificados e armazenadas em freezer. Posteriormente, os frangos congelados foram

picados com o auxílio de uma serra fita e moídos em “cutter” comercial de 30 hp e 1775

rpm. As amostras passaram pelo “cutter” 2 a 4 vezes, para que se tornassem bem

homogêneas para os procedimentos laboratoriais.

As amostras foram acondicionadas em bandejas descartáveis de alumínio,

pesadas e pré-secas em estufa com ventilação forçada a 60 ± 5oC, durante o tempo

necessário para a estabilização do peso. Após esta etapa, as amostras foram moídas,

acondicionadas em potes plásticos e armazenadas para posteriores análises. As análises

de matéria seca, cinzas, proteína bruta e extrato etéreo das amostras foram realizadas no

Laboratório de Nutrição Animal do DZ/CCA/UFPB, conforme descritos por Silva &

Queiroz (2002).

Os valores de composição corporal foram expressos em percentagem na matéria

natural e em gramas. Para o cálculo da composição corporal em gramas os valores

percentuais de cada um dos componentes da matéria natural (proteína, extrato etéreo,

cinzas e água) foram multiplicados pelo peso corporal médio da parcela.

As deposições de proteína e de gordura corporal (em gramas) foram calculadas

pela diferença entre a composição da carcaça dos pintos de corte no início e final de

cada período experimental (1 a 21 e 1 a 42 dias). Também foi realizado o cálculo da

relação da deposição de proteína pela deposição de gordura, dividindo-se um valor pelo

outro. A eficiência relativa de deposição de proteína foi calculada dividindo-se a

deposição de proteína corporal pelo consumo de proteína, multiplicando-se o valor por

100.

Os valores de consumo de proteína e deposição de proteína foram divididos por

6,25 para o cálculo dos valores de consumo e de retenção de N. A excreção aparente de

N foi então calculada pela diferença entre N consumido e N retido.

O ensaio para a determinação do balanço de nitrogênio (BN) foi realizado nos

três últimos dias do primeiro experimento (18 a 21 dias). Durante estes dias a excreta foi

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118

coletada, identificada e pesada às 8h00min e 16h00min. O CR foi monitorado, pela

pesagem da ração fornecida e das sobras de ração, para o cálculo do consumo de N.

Posteriormente, cada excreta foi homogeneizada e uma amostra de cerca de 200 g foi

retirada e armazenada em freezer, em sacos plásticos identificados, até o final do

período experimental. Após os 3 dias de coleta, as amostras de excreta de cada parcela

foram reunidas para formar uma mistura. Dessa mistura, aproximadamente 150g de

excreta foram reservados para análise de PB. Inicialmente, cada amostra foi identificada

e colocada em bandejas de alumínio em estufa ventilada a 60ºC, até atingir peso

constante, para a obtenção da amostra seca ao ar. Após a secagem, cada amostra foi

pesada, moída e guardada em potes plásticos identificados até o momento da análise de

matéria seca e N.

O consumo e a excreção média diária de N, por parcela experimental, foram

calculados dividindo-se o consumo e a excreção média diária de PB, expresso na

matéria seca a 105ºC, pelo fator 6,25. A retenção média diária de N foi calculada pela

diferença entre o consumo médio diário de N e a excreção média diária de N.

Análise Estatística

As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o Sistema de Análises

Estatísticas e Genéticas (SAEG-8.0), desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa

(1999), sendo as comparações das médias realizadas pelo teste Tukey a 5% de

probabilidade.

O modelo matemático utilizado foi:

Yij = µ + Ai + εij ,

Em que:

Yij = observação no tratamento i, na repetição j;

µ = média geral;

Ai = efeito do tratamento i, i = 1, 2, 3, 4 ou 5;

εij = erro aleatório associado a cada observação.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores médios de temperatura máxima e temperatura mínima registradas

durante o período experimental foram respectivamente 32,2 e 25,4 ºC.

No período de 1 a 7 dias o menor consumo de ração foi apresentado pelas aves

que receberam dieta controle (23,9% PB), enquanto as aves alimentadas com dietas

suplementadas com L-valina, L-isoleucina e glicina (22,0% PB) apresentaram o maior

consumo (Tabela 6).

Nesta fase, os melhores valores para peso final, ganho de peso e conversão

alimentar foram obtidos quando somente a L-valina foi suplementada (Val), resultando

na redução da PB da dieta para 22,6% PB. Provavelmente estes resultados foram

obtidos pelo melhor balanceamento dos aminoácidos desta dieta, em função da menor

quantidade de excessos de aminoácidos em relação à dieta controle (23,9% PB), visto

que os excessos de aminoácidos necessitam ser excretados e este processo aumenta o

custo energético. De acordo com Costa et al. (2001), o custo metabólico para incorporar

um aminoácido na cadeia protéica é estimado em 4 mol de ATP e que o custo para

excretar um aminoácido é de 6 a 18 mol de ATP (valores variáveis conforme a

quantidade de N do aminoácido), portanto, a eliminação desses aminoácidos tem alto

custo energético para o frango, pois a energia que poderia ser utilizada para deposição

de tecidos é desviada para excreção de nitrogênio.

A redução protéica para 21,7% com utilização de L-valina e L-isoleucina

(Val+Ile) resultou em pior conversão alimentar em relação às dietas controle (23,9%

PB) e a dieta suplementada com L-valina (22,6% PB). Embora as exigências dos

aminoácidos lisina, metionina+cistina, treonina, triptofano, arginina, valina, leucina e

isoleucina tenham sido atendidos, a redução na PB da dieta pode ter levado à deficiência

de aminoácidos não essenciais, e, conseqüentemente, parte dos aminoácidos essenciais,

no lugar de serem utilizados na síntese protéica, foram usados para a síntese destes

aminoácidos não essenciais, tornando-se, desta forma, deficientes, resultando em menor

ganho de peso das aves.

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Tabela 6 – Médias das características de desempenho de frangos de corte de 1 a 7, 8 a 21, 22 a 35 e 36 a 42 dias de idade, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais nas dietas

Variáveis Tratamento

CV (%) Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly

1 a 7 dias

Consumo de ração (g/ave) 157,2 b 163,0 ab 164,8 ab 160,3 ab 167,1 a 3,37

Peso final (g/ave) 197,1 ab 204,7 a 199,5 ab 192,9 b 199,9 ab 2,46

Ganho de peso (g/ave) 150,6 ab 158,1 a 152,8 ab 146,3 b 153,0 ab 3,23

Conversão alimentar (g/g) 1,044 bc 1,031 c 1,078 ab 1,095 a 1,093 a 1,94

8 a 21 dias

Consumo de ração (g/ave) 1088,5 1121,7 1095,8 1087,5 1116,7 2,85

Peso final (g/ave) 970 938,7 964,1 935,1 941,1 3,83

Ganho de peso (g/ave) 772,9 734 764,6 742,2 741,2 4,92

Conversão alimentar (g/g) 1,411 1,532 1,434 1,467 1,511 5,35

22 a 35 dias

Consumo de ração (g/ave) 2039,3 a 2003,1 ab 1961,9 ab 1923,7 b 1958,7 ab 2,94

Peso final (g/ave) 2144,5 2137,3 2126,3 2057,2 2085,1 2,59

Ganho de peso (g/ave) 1174,5 1198,7 1162,6 1122,1 1144 6,52

Conversão alimentar (g/g) 1,74 1,672 1,695 1,718 1,722 6,29

36 a 42 dias

Consumo de ração (g/ave) 1280 1291,6 1301,8 1250,8 1252 4,03

Peso final (g/ave) 2849,6 2838,2 2845,5 2789,2 2747,7 2,37

Ganho de peso (g/ave) 705,1 700,9 719,1 732,0 662,7 6,35

Conversão alimentar (g/g) 1,818 ab 1,844 ab 1,814 ab 1,718 b 1,894 a 5,63

1 a 21 dias

Consumo de ração (g/ave) 1245,7 1284,7 1260,6 1247,8 1283,8 2,54

Peso final (g/ave) 970 938,7 964,1 935,1 941,1 3,83

Ganho de peso (g/ave) 923,4 892,1 917,4 888,5 894,1 4,02

Conversão alimentar (g/g) 1,351 1,442 1,375 1,406 1,438 4,41

1 a 42 dias

Consumo de ração (g/ave) 4565 4579,4 4524,3 4422,3 4494,6 2,34

Peso final (g/ave) 2849,6 2838,2 2845,5 2789,2 2747,7 2,37

Ganho de peso (g/ave) 2803,1 2791,7 2798,8 2742,7 2700,8 2,41

Conversão alimentar (g/g) 1,628 1,64 1,617 1,612 1,665 2,11 a, b, c Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade; CV = coeficiente de variação

A suplementação de glicina juntamente com L-valina e L-isoleucina

(Val+Ile+Gly) na dieta resultou em melhoria do peso final e ganho de peso, em

comparação à dieta formulada somente com L-valina e L-isoleucina (Val+Ile), porém o

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desempenho ainda ficou abaixo do obtido com as aves suplementadas somente com L-

valina e com menor redução protéica (Val).

No período de 8 a 21 dias não foram verificadas diferenças estatísticas para

nenhuma das variáveis avaliadas (Tabela 6).

De 22 a 35 dias, no entanto, o consumo de ração foi menor para as aves que

receberam dieta formuladas com L-valina e L-isoleucina (Val+Ile) com 19,1% PB, e

maior com a dieta controle (19,9% PB), não influenciando, porém, o ganho de peso e a

conversão alimentar das aves (Tabela 6).

Na fase de 36 a 42 dias, não foram verificadas diferenças significativas no

consumo de ração, peso final e ganho de peso dos frangos. No entanto, a melhor

conversão alimentar foi apresentada pelas aves alimentadas com dieta formulada com

L-valina e L-isoleucina (Val+Ile) com 17,3% PB (Tabela 6). Uma possível explicação

para a melhor conversão alimentar com a dieta de menor PB nesta fase pode estar

relacionado ao menor incremento calórico produzido por esta dieta, em relação às dietas

de maior conteúdo protéico, juntamente com a maior susceptibilidade de aves mais

velhas (e mais pesadas) ao estresse térmico. De acordo com Caires et al. (2008), a

redução dos níveis de PB da dieta, por meio da suplementação com aminoácidos

industriais para atender as exigências nutricionais (em aminoácidos digestíveis) é uma

estratégia utilizada para reduzir o incremento calórico das dietas e melhorar o bem estar

das aves criadas em condições de altas temperaturas.

A suplementação da glicina, além destes dois aminoácidos na dieta final dos

frangos de corte (Val+Ile+Gly) resultou em pior conversão alimentar. De acordo com

Corzo et al. (2004), a glicina é essencial para aves jovens, em função do rápido

crescimento, no entanto, em aves adultas a glicina pode ser dispensável na alimentação,

uma vez que pode ser sintetizada pelo organismo das aves em quantidades que atendam

os requerimentos. Desta forma, a adição de glicina na dieta com menor PB para esta

fase da criação dos frangos de corte pode ter representado um excesso de aminoácido a

ser excretado, em um processo com alto custo energético, resultando em pior conversão

alimentar.

Quando analisado o período de 1 a 21 dias e de 1 a 42 dias, não foram

verificadas diferenças estatísticas para nenhuma das variáveis avaliadas.

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Os resultados obtidos no presente estão em acordo com os relatados por Sohail

et al. (2003), que avaliaram os efeitos da adição de três níveis de glicina sobre o

desempenho de frangos de corte submetidos a três dietas: dieta controle (atendendo ao

requerimento de todos os aminoácidos), dieta com deficiência de aminoácidos (com

redução de 15% dos aminoácidos) e dieta com correção de lisina e metionina (redução

de 15% dos aminoácidos, exceto lisina e metionina). Os autores concluíram que a

adição de glicina industrial (0,05 ou 0,10%) nas dietas com ou sem redução dos

aminoácidos não teve efeito significativo sobre o desempenho das aves, porém, quando

houve a correção dos níveis de lisina e metionina, um aumento somente parcial do

desempenho foi verificado.

Do mesmo modo, Waldroup et al. (2005) verificaram que a adição da L- glicina

em dietas com 16 e 18% PB aumentou o peso corporal dos frangos, sem, contudo,

alcançar os valores obtidos com as dietas com 22 e 24 % PB.

Namroud et al. (2008) verificaram que a adição de L-glutamato e glicina em

dietas com redução protéica (19 e 17% PB) melhorou o desempenho das aves, porém

esta melhoria não foi suficiente para alcançar o mesmo GP e CA dos frangos

alimentados com dietas de alta PB (21 e 23% PB). Os autores atribuíram a melhoria no

desempenho ao importante papel dos AANE na transaminação, deaminação e síntese

do ácido úrico para excreção dos excessos de aminoácidos.

Não foram verificados efeitos significativos dos tratamentos sobre o peso e

rendimento de carcaça e cortes nobres (peito, coxa e sobrecoxa), e peso absoluto e

relativo de vísceras comestíveis (coração, fígado e moela) e gordura abdominal (Tabela

7).

De acordo com Leeson (1995), a composição da carcaça é influenciada mais

facilmente pela relação energia: proteína (EM: PB) da dieta, sendo que quando essa

relação aumenta ocorre uma redução no rendimento de carne e aumento na deposição de

gordura abdominal, tanto em machos como em fêmeas. No presente estudo a relação

EM: PB foi reduzida à medida que os aminoácidos industriais L-valina ou L-Valina e L-

isoleucina foram acrescentados na formulação, pois a PB intacta dos alimentos passou a

ser combinada e reduzida de forma a atender o próximo aminoácido limitante. No

entanto, a redução da PB das dietas, com conseqüente aumento da relação EM: PB não

influenciou as características de carcaça.

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Tabela 7 – Médias dos pesos e rendimentos de carcaça e de cortes nobres e pesos absolutos e relativos de vísceras comestíveis e da gordura abdominal dos frangos aos 42 dias, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais nas dietas

Variáveis Tratamento

CV (%) Controle Val Val+Gly Val+Ile

Val+Ile +Gly

Carcaça (g) 2331,7 2303,2 2293,6 2215,6 2207,6 4,56

Rendimento de carcaça (%) 81,7 83,5 82,8 83,5 83,3 1,11

Peito (g) 763,4 784,9 774,9 739,7 717,9 5,68

Rendimento de peito (%) 32,4 34 33,8 33,4 32,5 3,91

Coxa (g) 282,3 269,2 265,7 260,9 266,3 6,07

Rendimento de coxa (%) 12 11,7 11,6 11,8 12,1 3,12

Sobrecoxa (g) 350,8 334,2 333,9 333,6 328,5 6,7

Rendimento de sobrecoxa (%) 14,9 14,5 14,6 15,1 14,9 4,98

Coração (g) 12,7 11,7 12,8 10,4 11,8 19,2

Peso relativo do coração (%) 0,44 0,43 0,46 0,44 0,39 17,8

Fígado (g) 39,9 38,2 38,5 35 37,5 11,3

Peso relativo do fígado (%) 1,4 1,38 1,39 1,31 1,41 9,2

Moela (g) 41,7 42,9 43,8 42,2 43,7 9,66

Peso relativo da moela (%) 1,46 1,56 1,58 1,59 1,65 8,43

Gordura abdominal (g) 30,5 33,7 34,1 30,0 31,0 19,3 Peso relativo da gordura abdominal (%)

1,06 1,22 1,23 1,13 1,18 19,3

CV = coeficiente de variação

Schutte & Pack (1995) encontraram uma diminuição na percentagem da gordura

abdominal e de vísceras comestíveis quando ocorreu um aumento dos níveis de AAE da

dieta. Segundo os autores, a diminuição da gordura abdominal resultante do acréscimo

de aminoácidos na dieta, está associado ao aumento do incremento calórico envolvido

na degradação do excesso de nitrogênio até ácido úrico.

Não houve diferença para consumo e excreção de N entre os tratamentos (Tabela

8). No entanto, o N excretado como percentagem do N consumido foi menor na dieta

com L-valina e glicina (Val+Gly) e maior na dieta em que a L-valina e a L-isoleucina

foi utilizada na formulação (Val+Ile).

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Tabela 8 – Médias de consumo, excreção, retenção e eficiência de retenção de nitrogênio em frangos de corte de 18 a 21 dias, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais na dieta

Variáveis Tratamento

CV (%) Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly

N consumido (g/ave/dia) 3,17 3,01 3,00 2,83 2,76 6,37

N excretado (g/ave/dia) 1,40 1,29 1,20 1,29 1,16 8,95

N excretado (%) 44,2 ab 42,1 ab 40,1 b 46,8 a 41,0 ab 6,26

N retido (g/ave/dia) 1,77 a 1,77 a 1,80 a 1,47 b 1,68 ab 7,86

Eficiência de retenção

do N (%) 55,8 ab 57,9 ab 59,9 a 53,2 b 59,0 ab 4,69

a, b, c Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade; CV = coeficiente de variação

A dieta com utilização de L-valina e L-isoleucina na formulação (Val+Ile)

resultou em menores valores de retenção e eficiência de retenção de N. Provavelmente

isto ocorreu em razão da maior redução na PB, o que pode ter levado à deficiência de

AANE para o metabolismo e conseqüente desvio de AAE para sua síntese, no lugar de

serem utilizados para a deposição protéica. Esta afirmativa pode ser confirmada pela

recuperação parcial na retenção do N e na eficiência de retenção, quando a glicina foi

adicionada a esta dieta. Não foram verificadas diferenças estatísticas entre a dieta

controle e as dietas com L-valina (Val) ou L-valina e glicina (Val+Gly), que

apresentaram os melhores valores para retenção de N. A melhor eficiência de retenção

foi obtida com a dieta contendo L-valina e glicina (Val+Gly) na formulação.

De acordo com Schreurs et al. (1994), um certo nível de degradação metabólica

de AAE é inevitável. A maior parte do N liberado pela degradação dos AAE é

convertido em ácido úrico e excretado, sendo que cada molécula de ácido úrico

excretada representa a perda de uma molécula de glicina pelas aves (Waldroup et al.

(2005). Desta forma, a incorporação de AANE nas dietas das aves como uma forma de

melhorar a eficiência de retenção de N, uma vez que estes AANE seriam utilizados na

interconversão para formar glicina, poupando AAE de serem utilizados para este fim

(Schreurs et al., 1994).

Bregendahl et al. (2002a), avaliando resultado de três experimentos com dietas

de baixa proteína suplementadas com aminoácidos industriais para frangos de corte de 7

a 21 dias de idade, verificaram alta correlação entre consumo e excreção de N.

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Em experimento realizado por Namroud et al. (2008) com frangos de corte de 10

a 28 dias de idade alimentados com dietas contendo 23, 21, 19 e 17% PB,

suplementadas com AANE atendendo o requerimento mínimo estabelecido no NRC

(1994) foi verificada a redução linear no teor de N da excreta (% na MS) com a redução

dos níveis de PB da dieta (%Nexcreta = 0,879 - 0,269PB, r2 = 0,91). A suplementação das

dietas de baixa PB (19 e 17%) com 10% a mais de AAE promoveu aumento no teor de

N na excreta, enquanto a mistura de AANE (glicina + glutamato) somente aumentou a

excreção de N quando adicionada à dieta com 19% PB, não tendo efeito significativo

sobre a excreção quando foi suplementada na dieta com 17% PB.

Os valores percentuais de proteína bruta, gordura, cinzas e água corporal (na

matéria natural) dos pintos aos 7 dias de idade não foram influenciados pelos

tratamentos (Tabela 9).

Tabela 9 – Médias das características de composição corporal de frangos de corte aos 7, 21 e 42 dias de idade, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais na dieta

Características Tratamento

CV (%) Controle Val Val+Gly Val+Ile Val+Ile+Gly

7 dias de idade

Proteína bruta (%) 13,3 14,3 13,8 13,8 14,3 6,39

Gordura (%) 6,9 8,9 7,9 7,7 7,5 6,73

Cinzas (%) 1,9 2,5 2,3 2,4 2,3 9,47

Água (%) 75,7 73,6 74,9 75,3 75,8 1,6

21 dias de idade

Proteína bruta (%) 16,2 15,8 12,8 15,4 13,8 6,75

Gordura (%) 8,7 b 9,4 b 9,4 b 12,0 a 11,6 a 4,53

Cinzas (%) 2,3 2,2 2,4 2,6 2,6 9,24

Água (%) 71,5 71,5 74,7 68,9 71,7 2,31

42 dias de idade

Proteína bruta (%) 13,1 16,9 14,6 16,1 16,7 6,98

Gordura (%) 9,6 11,3 10,9 11,7 11 9,5

Cinzas (%) 2 1,9 2,5 2,3 2,3 11,1

Água (%) 75,1 a 68,3 b 70,9 ab 68,6 b 68,5 b 2,18 a, b, c Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade; CV = coeficiente de variação

Os valores médios para composição corporal das aves aos 21 dias foram

semelhantes aos encontrados na literatura. As percentagens médias de proteína, gordura

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e água na matéria natural foram 14,8; 10,2 e 71,7%, enquanto os valores 16,2; 11,0 e

70,3%; 16,0; 10,7 e 70,3% e 16,5; 11,6 e 66,1% foram verificados por Bregendahl et al.

(2002a), Bregendahl et al. (2002b) e Cella et al. (2009), respectivamente. Estes autores

não apresentaram os teores de cinzas na composição corporal.

Aos 21 dias de idade, também não foram verificadas diferenças significativas

para percentual de proteína bruta, cinzas e água, porém, a percentagem de gordura

corporal foi maior nas aves alimentadas com dietas contendo menor teor de PB (Val+Ile

e Val+Ile+Gly) (Tabela 9).

Os valores médios para composição corporal das aves aos 42 dias, em

percentagem na matéria natural, verificados no presente estudo foram coerentes com os

encontrados por Aletor et al. (2000) (15,5; 10,9; 2,2 e 70,3% e 18,8; 12,9; 2,4 e 64,7%,

para proteína, gordura, cinzas e água, respectivamente).

A composição corporal dos frangos de corte aos 42 dias apresentou diferenças

estatísticas para as percentagens de proteína bruta e água, em que a dieta formulada com

L-valina (Val) resultou em aves com maior conteúdo protéico e a dieta controle, de alta

PB, resultou em aves com maior conteúdo de água corporal. As aves alimentadas com

dietas de menor conteúdo protéico (Val+Ile e Val+Ile+Gly) e com a dieta com teor

protéico intermediário, suplementada com glicina (Val+Gly) apresentaram menor

percentagem de água corporal (Tabela 9).

No período de 1 a 7 dias de idade, o maior consumo de proteína foi observado

nos pintos alimentados com a dieta controle e com a dieta contendo L-valina e glicina

(Val+Gly) na formulação e o menor na dieta com L-valina e L-isoleucina (Val+Ile)

(Tabela 10).

No entanto, a maior deposição protéica neste período foi verificada quando a

dieta foi formulada somente com L-valina (Val). Este resultado foi obtido,

provavelmente, em função do melhor balanceamento dos aminoácidos da dieta, com a

redução dos excessos de aminoácidos em relação à dieta de alta proteína. No entanto,

quando a dieta foi suplementada com L-valina e glicina (Val+Gly), houve menor

deposição de proteína, demonstrando que a redução de 20,7% para 19,8% na PB não

resultou em deficiência de AANE e a glicina suplementar passou a representar um

excesso de aminoácidos, com conseqüente gasto energético para sua excreção.

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Tabela 10 - Médias de consumo de proteína, deposições de proteína e de gordura corporal, relação deposição de proteína: deposição de gordura e eficiência de deposição de proteína em frangos de corte de 1 a 7, 1 a 21 e 1 a 42 dias de idade, de acordo com a utilização de aminoácidos industriais na dieta.

Características Tratamento

CV (%) Controle Val Val+Gly Val+Ile

Val+Ile+Gly

1 a 7 dias de idade

Consumo de PB (g) 34,6 a 33,6 ab 34,3 a 32,1 b 33,8 ab 3,35

Deposição de proteína (DPB)(g/ave) 19,3 d 22,3 a 20,6 bc 19,8 cd 21,6 ab 3,39

Deposição de gordura (DGD) (g/ave) 11,0 d 15,5 a 13,2 b 12,2 c 12,3 c 3,16

Relação DPB: DGD 1,76 a 1,43 d 1,56 c 1,62 b 1,75 a 0,32

Eficiência de deposição de proteína (%) 56,0 d 66,4 a 60,0 c 61,7 c 64,0 b 2,07

1 a 21 dias de idade

Consumo de PB (g) 242,5 a 239,0 a 233,6 ab 230,9 ab 225,5 b 2,89

Deposição de proteína (DPB)(g/ave) 150,1 a 141,6 ab 116,3 c 137,3 b 122,3 b 4,13

Deposição de gordura (DGD) (g/ave) 81,8 c 85,6 bc 88,5 b 110,0 a 106,5 a 3,96

Relação DPB: DGD 1,84 a 1,65 b 1,31 c 1,25 d 1,15 e 0,08

Eficiência de deposição de proteína (%) 61,9 a 59,2 a 49,8 b 61,3 a 52,6 b 4,49

1 a 42 dias de idade

Consumo de PB (g) 853,9 a 804,1 b 793,4 b 740,5 c 755,5 c 2,26

Deposição de proteína (DPB)(g/ave) 367,6 d 472,9 a 407,5 c 441,3 b 452,5 b 2,47

Deposição de gordura (DGD) (g/ave) 270,4 d 317,1 ab 307,0 bc 322,6 a 299,7 c 2,44

Relação DPB: DGD 1,36 d 1,49 b 1,33 e 1,38 c 1,51 a 0,02

Eficiência de deposição de proteína (%) 43,0 c 58,8 a 51,4 b 59,6 a 59,9 a 2,16 a, b, c Médias seguidas por letras diferentes na mesma coluna diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade; CV = coeficiente de variação

Da mesma forma, quando foi utilizada a L-isoleucina associada à L-valina na

formulação (Val+Ile), a deposição de proteína foi menor em relação à observada

somente com a L-valina na dieta (Val). Porém, a suplementação com a glicina nesta

dieta recuperou parcialmente a deposição de proteína nas aves. A menor deposição

proteíca foi verificada com a dieta controle. Avaliando estes resultados, presume-se que

a redução protéica, de 19,8 para 19,1% levou à deficiência de N para a síntese de

AANE, e que parte dos AAE passou a ser utilizado para a sua síntese, reduzindo a

deposição protéica. A adição da glicina na dieta teve um efeito poupador de AAE,

resultando em uma recuperação na deposição de proteína, porém sem alcançar os

mesmos níveis da dieta formulada somente com L-valina.

A deposição de gordura corporal de 1 a 7 dias foi maior nas aves alimentadas

com dieta contendo somente L-valina na formulação e menor na dieta controle, de alta

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PB. A suplementação com glicina na dieta com L-valina reduziu a deposição de

gordura, enquanto a suplementação com este aminoácido na dieta com L-valina e L-

isoleucina não resultou em diferenças significativas. Estes resultados mostram que na

dieta com L-valina, a menor necessidade de excreção dos excessos de aminoácidos

resultou numa maior sobra de energia consumida, que foi armazenada na forma de

ácidos graxos corporais.

As melhores relações deposição de proteína : deposição de gordura foram

obtidas com a dieta controle e com a dieta com a utilização dos três aminoácidos

industriais (Val+Ile+Gly).

A dieta contendo somente L-valina resultou em maior eficiência de deposição de

proteína pelas aves. Quando a dieta foi suplementada com L-valina e glicina, a

eficiência de deposição de proteína diminuiu. A utilização de L-valina e L-isoleucina na

formulação promoveu menor eficiência, quando comparada à dieta com somente L-

valina. No entanto, a suplementação de glicina na dieta, juntamente com L-valina e L-

isoleucina, promoveu uma melhoria parcial na eficiência de deposição de proteína, em

relação à dieta somente com L-valina e L-isoleucina. A menor eficiência de deposição

de proteína foi verificada com a dieta controle, de alta PB.

No período de 1 a 21 dias, o consumo de proteína foi maior nas aves alimentadas

com a dieta controle e com a dieta somente com L-valina e menor nas aves que

receberam dieta com os três aminoácidos industriais.

A deposição de proteína corporal de 1 a 21 dias foi superior utilizando-se a dieta

controle. A formulação da dieta com L-valina e L-isoleucina (Val+Ile) resultou em

redução na deposição protéica, em relação à utilização de somente L-valina na

formulação. A suplementação de glicina nesta dieta (Val+Ile+Gly) não alterou a

resposta de deposição protéica, enquanto que a suplementação de glicina na dieta

formulada somente com L-valina (Val+Gly) resultou em menor deposição de proteína.

A deposição de gordura corporal nas aves no período de 1 a 21 dias foi menor

com o uso da dieta controle e maior nas dietas de menor PB (Val+Ile e Val+Ile+Gly),

seguindo o mesmo comportamento observado nas aves no período de 1 a 7 dias. A

suplementação de glicina na dieta formulada somente com L-valina aumentou a

deposição de gordura corporal, em relação à dieta somente com L-valina, enquanto que

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a suplementação de glicina não influenciou a deposição de gordura nas aves quando a

L-isoleucina estava presente juntamente com a L-valina na formulação.

A suplementação de glicina nas dietas (Val+Gly e Val+Ile+Gly) resultou em

menor eficiência de deposição de proteína.

No período de 1 a 42 dias, o consumo de proteína foi maior nas aves alimentadas

com dieta controle e menor nas aves que receberam dieta contendo menor teor de PB

(Val+Ile e Val+Ile+Gly).

No período total da criação, as aves que receberam dieta controle apresentaram

menor deposição de proteína e eficiência de deposição de proteína. No entanto, a

deposição de gordura corporal também foi menor.

O melhor resultado para deposição de proteína foi obtido com a dieta contendo

somente L-valina. A suplementação de glicina nesta dieta reduziu a deposição protéica.

Do mesmo modo, a utilização de L-isoleucina juntamente com a L-valina na formulação

resultou em menor deposição de proteína, quando comparada à dieta com somente L-

valina. A suplementação de glicina nesta dieta não promoveu qualquer melhoria em

relação à dieta somente com L-valina e L-isoleucina.

A maior deposição de gordura foi observada nas aves que receberam dieta com

L-valina e L-isoleucina, seguido pelas aves alimentadas somente com utilização da L-

valina na formulação. A suplementação de glicina promoveu redução na gordura

depositada, em ambas as dietas.

Estas dietas apresentaram maior deposição de gordura que a dieta controle em

função da redução dos excessos de aminoácidos a serem excretados. Desta forma, houve

menor gasto de energia para este processo, e a quota de energia que ultrapassou as

exigências para a deposição protéica foi armazenada na forma de ácidos graxos. Por sua

vez, o menor teor de PB da dieta pode ter aumentado a expressão genética do RNA

mensageiro da enzima málica, em relação à dieta com maior teor de PB. Trabalhos

desenvolvidos por Adams & Davis (2001) e Chendrimada et al. (2007) demonstram que

a redução da PB da dieta aumenta o nível de RNAm para enzima málica nos

hepatócitos, enquanto dietas com alta PB reduzem este nível. A enzima málica é uma

proteína citoplasmática que catalisa a descarboxilação oxidativa do malato à piruvato e

CO2, ao mesmo tempo NADPH (nicotinamida adenina dinucleotídeo-fosfato reduzida).

O NADPH gerado pode ser utilizado para a síntese do palmitato, que é precursor na

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síntese de outros ácidos graxos de cadeia longa (Champe & Harvey, 1997). De acordo

com Chendrimada et al. (2007), a atividade da enzima málica hepática está diretamente

correlacionada com a taxa de síntese de ácidos graxos, com a percentagem de gordura

corporal e com a percentagem de gordura abdominal em aves.

A eficiência de deposição de proteína foi igual para os frangos alimentados com

dietas contendo somente L-valina (Val), L-valina e L-isoleucina (Val+Ile) ou L-valina,

L-isoleucina e glicina (Val+Ile+Gly). A suplementação da glicina e L-valina (Val+Gly),

no entanto, reduziu a eficiência de deposição da proteína, em relação à dieta somente

com L-valina (Val).

Sklan & Plavnik (2002) observaram que o desempenho das aves com dietas com

baixo conteúdo de proteína bruta foi limitada pela deficiência de aminoácidos

essenciais, e os altos níveis de proteína diminuíram a eficiência da utilização dos

aminoácidos, resultando também em diminuição no crescimento das aves. Por sua vez,

Aletor et al. (2000) verificaram correlação altamente significativa entre o aumento do

consumo de proteína e a redução da eficiência de retenção da proteína.

CONCLUSÕES

A utilização dos aminoácidos industriais L-valina e L-isoleucina na formulação

das dietas promove a redução da proteína bruta sem causar redução no desempenho dos

frangos de corte, enquanto que a glicina em dietas com redução abaixo de 1,88 pontos

percentuais não é recomendada.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O aumento da produtividade dos frangos de corte com melhor aproveitamento

do alimento e redução dos custos por quilograma de carne produzida é uma

preocupação constantes dos nutricionistas.

O melhor balanceamento da proteína da dieta através da utilização de

aminoácidos industriais nas formulações é uma realidade que vem crescendo a cada dia

nas empresas avícolas. Os aminoácidos DL-metionina, L-lisina e L-treonina vêm sendo

utilizados há um bom tempo em dietas para frangos de corte com excelentes resultados

econômicos.

Entre as principais vantagens apontadas para a utilização de dietas com redução

protéica e suplementação de aminoácidos estão o melhor desempenho das aves, a

redução no custo da alimentação, a possibilidade da inclusão de alimentos alternativos

de baixo custo nas dietas, a maior eficiência de utilização da proteína e a diminuição da

excreção de nitrogênio para o meio ambiente.

No entanto, apesar das muitas vantagens da redução da proteína bruta das dietas

para frangos de corte, existem limitações para esta redução, relacionadas principalmente

à redução no desempenho e na qualidade de carcaça das aves em função da deficiência

de outros aminoácidos essenciais e/ou de nitrogênio para a síntese de aminoácidos não

essenciais.

No presente estudo foi avaliada a utilização de L-valina, L-isoleucina, glicina e

L-glutamato nas dietas para frangos de corte. Os aminoácidos valina e isoleucina são

considerados o quarto e o quinto limitantes nas dietas à base de milho e farelo de soja.

Desta forma, sua inclusão nas formulações das dietas promove uma redução na PB de

forma a melhorar o perfil dos aminoácidos, diminuindo os excessos a serem excretados.

A glicina e o L-glutamato foram utilizados como fonte de N para a síntese de

aminoácidos não essenciais.

De um modo geral, foi comprovado o benefício da redução da PB da dieta com a

inclusão dos aminoácidos industriais, tanto no desempenho quanto na redução da

excreção de N para o ambiente e na melhoria eficiência de deposição da proteína. No

entanto, a redução da PB, mesmo com a suplementação dos AAE, deve ser realizada

com critério, garantindo-se um aporte de N (proveniente de AANE ou e do ligeiro

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excesso de AAE) suficiente para a síntese de AANE. De outra forma, os AAE passarão

a ser utilizados para a síntese de AANE, tornando-se deficientes e reduzindo,

conseqüentemente, a deposição protéica e o ganho de peso dos frangos.

A suplementação com glicina ou L-glutamato nas dietas com redução da PB

pode ter efeito poupador de AAE e melhorar o desempenho das aves. Entretanto, sua

utilização em excesso ou em dietas que não apresentem deficiência de AANE pode

provocar prejuízo ao desempenho das aves.

A redução da PB com a inclusão dos aminoácidos industriais resultou em maior

deposição de gordura corporal. Desta forma, os níveis de energia metabolizável

utilizados nestas dietas devem ser revistos, de forma a aliar melhor desempenho e

melhor qualidade do produto.

Enfim, os aminoácidos industriais chegaram para ficar e estão conquistando cada

vez mais espaço na indústria de nutrição animal e avícola. Cabe aos nutricionistas

estudarem a melhor forma para sua utilização objetivando maiores ganhos de

desempenho e econômicos, sem esquecer a qualidade do produto e do meio ambiente.