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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA CONCEITOS DE DOMÓTICA APLICADOS A UMA PEQUENA AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL VIVIEN DE LIMA NUNEZ ULLON FOZ DO IGUAÇU - PR 2013

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS

CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

CONCEITOS DE DOMÓTICA APLICADOS A UMA PEQUENA AUTOMAÇÃO

RESIDENCIAL

VIVIEN DE LIMA NUNEZ ULLON

FOZ DO IGUAÇU - PR

2013

VIVIEN DE LIMA NUNEZ ULLON

CONCEITOS DE DOMÓTICA APLICADOS A UMA PEQUENA AUTOMAÇÃO

RESIDENCIAL

Relatório de trabalho de conclusão de curso

apresentado ao Curso de Engenharia Elétrica da

Universidade Estadual do Oeste do Paraná,

como parte dos requisitos para obtenção do título

de Engenheiro Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Azevedo Pacheco

FOZ DO IGUAÇU

2013

"Aqui, no entanto, nós não olhamos para trás por muito

tempo. Nós continuamos seguindo em frente, abrindo

novas portas e fazendo coisas novas. E sabe por

quê? Porque somos curiosos… e a curiosidade

continua nos conduzindo por novos caminhos."

Walt Disney

RESUMO

ULLON, Vivien de Lima N. (2013). Conceitos de Domótica aplicados a uma pequena

automação residencial. Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –

Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná –

UNIOESTE, Foz do Iguaçu, 2013.

O presente trabalho tem por objetivo desenvolver uma aplicação prática de automação

residencial. Apresenta-se uma revisão bibliográfica da Domótica, dos microcontrolado-

res, dos sistemas supervisórios e redes industriais como estratégia de traçar um

panorama geral a respeito da automação residencial. A partir disso, projetou-se um

pequeno sistema automatizado constituído por microcontroladores e um sistema

supervisório. Sua função principal consiste em acionar atuadores de acordo com

condições impostas aos sensores ou a partir de um operador, por meio de uma

interface.

Palavras-chave: domótica, sistema supervisório, microcontroladores.

ABSTRACT

ULLON, Vivien de Lima N. (2012). Conceitos de Domótica aplicados a uma pequena

automação residencial. Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –

Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual do Oeste do Paraná –

UNIOESTE, Foz do Iguaçu, 2012.

This study aims to develop a useful application of home automation. A strategy to draw

an overview about home automation is presented through a bibliographic review of

home automation, microcontrollers, supervisory systems and industrial networks. From

this, it was designed a small automated system consisting of microcontrollers and

supervisory system. Its main function is to drive actuators according to conditions

imposed on sensors or from an operator by means of an interface.

Key-words: home automation, supervisory system, microcontrollers.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 2.1- Elementos básicos de um sistema domótico. ..................................................................13

Figura 3.1- Diagrama geral dos microcontroladores. ..........................................................................17

Figura 3.2 - Arquiteturas Von Neumann. ...............................................................................................18

Figura 3.3 - Arquiteturas Harvard. ..........................................................................................................19

Figura 3.4 - Microcontrolador PIC18F45K80. .......................................................................................21

Figura 4.1 - Partes de um sistema supervisório. ..................................................................................24

Figura 5.1 - Níveis de uma automação industrial .................................................................................28

Figura 5.2 - Topologias padrão ...............................................................................................................29

Figura 6.1 - Curva característica do foto-resistor. ................................................................................38

Figura 6.2 - Símbolo elétrico e um LDR comercial. .............................................................................39

Figura 7.1- Diagrama do projeto desenvolvido. ....................................................................................43

Figura 7.2 - Configuraçõesão do driver RS-232 ...................................................................................45

Figura 7.3 - Configurações das tags ......................................................................................................45

Figura 7.4 - Lista de comandos das tags ...............................................................................................46

Figura 7.5 - Scripts do botão 1 ................................................................................................................46

Figura 7.6 - Tela com os displays e os botões de acionamento ........................................................47

Figura 7.7 - Diagrama de ligações do microcontrolador mestre. .......................................................48

Figura 7.8 - Estrutura do frame enviado pelo barramento serial RS-485. ........................................49

Figura 7.9 - Diagrama de ligações do microcontrolador escravo ......................................................50

Figura 7.10 - Diagrama de ligação do sensores LM35 ........................................................................51

Figura 7.11 - Diagrama de ligação do LDR ...........................................................................................52

Figura 7.12 - Diagrama de ligação do MAX232 e do MAX485 ..........................................................52

Figura 7.13 - Diagrama de blocos do sistema proposto ......................................................................53

Figura 7.14 - Fluxograma do sistema proposto ....................................................................................54

Figura 8.1 - Simulação dos sensores de luminosidade .......................................................................55

Figura 8.2 - Simulação dos sensores de luminosidade .......................................................................56

Figura 8.3 - Simulação do funcionamento entre mestre e escravo ...................................................57

Figura 8.4 - Simulação entre microcontrolador e supervisório ...........................................................58

Figura 8.5 - Simulação entre microcontrolador e supervisório ...........................................................59

SUMÁRIO

RESUMO ......................................................................................................................................................... 3

ABSTRACT ....................................................................................................................................................... 5

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................................................... 6

SUMÁRIO ........................................................................................................................................................ 7

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................10

1.1 Descrição do Problema ......................................................................................................................10

1.2 Justificativas .......................................................................................................................................10

1.3 Objetivos ............................................................................................................................................10

1.3.1 Objetivo Geral .............................................................................................................................10

1.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................................................................10

2 DOMÓTICA ...........................................................................................................................................11

2.1 Introdução ..........................................................................................................................................11

2.2 Breve resumo histórico ......................................................................................................................11

2.3 Características de um sistema de automação residencial .................................................................12

2.4 Vantagens da Domótica .....................................................................................................................14

2.5 Sistemas utilizados na Domótica .......................................................................................................14

3 MICROCONTROLADORES .....................................................................................................................16

3.1 Introdução ..........................................................................................................................................16

3.2 Definição ............................................................................................................................................16

3.3 Diagrama geral dos microcontroladores ...........................................................................................16

3.4 Arquiteturas de microcontroladores .................................................................................................18

3.5 Características dos microcontroladores ............................................................................................19

3.6 Conjunto de instruções ......................................................................................................................20

3.7 Microcontroladores comerciais .........................................................................................................20

3.8 Microcontroladores PIC .....................................................................................................................21

4 SISTEMAS SUPERVISÓRIOS ...................................................................................................................23

4.1 Introdução ..........................................................................................................................................23

4.2 Funções de um sistema supervisório .................................................................................................23

4.3 Arquitetura de um Sistema Supervisório ...........................................................................................23

4.4 Elementos de um sistema SCADA ......................................................................................................24

4.5 Sistemas supervisórios existentes .....................................................................................................25

5 REDES INDUSTRIAIS ..............................................................................................................................27

5.1 Introdução ..........................................................................................................................................27

5.2 Níveis hierárquicos de uma rede industrial .......................................................................................27

5.3 Componentes das redes industriais ...................................................................................................28

5.4 Topologias de rede .............................................................................................................................29

5.5 Classificação das redes industriais .....................................................................................................30

5.6 Modo de acesso ao barramento ........................................................................................................31

5.7 Padrões de interface serial ................................................................................................................32

5.8 Arquiteturas de rede e o modelo OSI ................................................................................................32

5.9 Protocolos de comunicação para redes industriais ...........................................................................33

6 SENSORES E ATUADORES .....................................................................................................................35

6.1 Introdução ..........................................................................................................................................35

6.2 Definições...........................................................................................................................................35

6.3 Características importantes ...............................................................................................................36

6.4 Classificação dos sensores .................................................................................................................36

6.5 Classificação dos atuadores ...............................................................................................................40

7 METODOLOGIA .....................................................................................................................................42

7.1 Introdução ..........................................................................................................................................42

7.2 Sistema proposto ...............................................................................................................................42

7.2.1 Sistema supervisório ...................................................................................................................43

7.2.2 Microcontrolador mestre ............................................................................................................47

7.2.3 Microcontroladores escravos ......................................................................................................49

7.2.4 Sensores e atuadores utilizados ..................................................................................................51

7.2.5 Comunicação ...............................................................................................................................52

7.3 Descrição do sistema em funcionamento ..........................................................................................53

8 RESULTADOS ........................................................................................................................................55

8.1 Simulação ...........................................................................................................................................55

8.1.1 Nós e sensores.............................................................................................................................55

8.1.2 Interação entre mestre e escravo ...............................................................................................56

8.1.3 Conexão dos microcontroladores com o sistema supervisório ..................................................58

8.1.4 Sistema completo ........................................................................................................................58

9 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES ................................................................................................................60

9.1 Resultados obtidos .............................................................................................................................60

9.2 Dificuldades encontradas ...................................................................................................................60

9.3 Análise dos resultados .......................................................................................................................60

9.4 Trabalhos futuros ...............................................................................................................................61

9.5 Conclusões .........................................................................................................................................61

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................................62

APÊNDICE 1 - Código do microcontrolador mestre .....................................................................................64

APÊNDICE 2 - Código do microcontrolador escravo ....................................................................................70

1 INTRODUÇÃO

1.1 Descrição do Problema

Atualmente, os sistemas domóticos são comprados em blocos, isto é, não são

projetados individualmente para cada cliente. O sistema proposto pretende utilizar

conceitos básicos de automação industrial aplicados à Domótica como modo de

demonstrar a possibilidade de projetar um sistema simples e de baixo custo.

1.2 Justificativas

Nas últimas duas décadas, a automação tem-se se tornado componente

importante também nas instalações residênciais e prediais. Há uma diversidade de

tecnologias de diferentes fabricantes, que permitem configurar a residência de acordo

com a necessidade do cliente. No entanto, os atuais sistemas domóticos têm que ser

importados e são vendidos apenas em blocos, isto é, caixas pretas que são conectados

de modo a obter o sistema desejado.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Desenvolver um sistema de automação que controle um processo baseado em

microcontroladores, sistema supervisório e padrões seriais de modo a gerenciar o

funcionamento de atuadores a partir da leitura de sensores e de comandos origidados

pelo usuário.

1.3.2 Objetivos Específicos

Realizar uma revisão bibliográfica de microcontroladores, redes industriais,

sistemas supervisórios e sensores e atuadores;

Projetar um sistema domótico baseado em microcontroladores e um sistema

supervisório;

Simular o sistema.

2 DOMÓTICA

2.1 Introdução

Derivada da palavra domus que significa "casa" em latim, a Domótica é uma

subdivisão da automação, que consiste no gerenciamento e controle de tarefas

domésticas. Também denominada automação residencial, a Domótica é a ciência

interdiciplinar que utiliza a engenharia para automatizar instalações residenciais, nos

quais inclui-se casas, apartamentos e escritórios (BOLZANI, 2004; TEZA, 2002;

MURATORI e DAL BÓ, 2011).

Em uma casa, atualmente, há diversos dispositivos ou sistemas que executam

diferentes tarefas, tais como telefonia, iluminação, climatização de ambientes e alarmes

(BOLZANI, 2004). A evolução das redes domésticas e por consequência, da automação

residencial, proporcionou a possibilidade de comunicar esses dispositivos eletro-

eletrônicos, através de uma rede física por meio de protocolos, e controlá-los utilizando

um integrador. Este, por sua vez, consiste em um gerenciador central responsável pela

operabilidade conjunta do sistema como um todo, que permite unificar os controles e

processos de modo a torná-los mais simples. Isto só é possível com uma rede

interligada, um padrão mínimo de telecomunicações e um conceito de infraestrutura

comum (BOLZANI, 2004). Além disso, automação residencial pode ser sinônimo de

controlar remotamente, economizar energia e aumentar o conforto.

2.2 Breve resumo histórico

2.2.1 Automação

Por automação entende-se qualquer processo que substitua o ser humano na

execução de suas tarefas. Logo, a automação surgiu na antiguidade com a

mecanização de algumas tarefas, tais como moagem e trituração de grãos. Mas foi na

Revolução Industrial no século XVIII que houve o maior salto tecnológico (BARSA,

2002). Um tear com lançadeira foi o primeiro dispositivo automático; a partir de então,

ocorreram numerosas inovações.

No século XX, a automação foi um grande aliado da produção industrial,

aumentando a produtividade e proporcionando segurança aos trabalhadores. A adoção

de linhas de montagem, introduzido por Henry Ford em 1913, revolucionou a indústria

automobilística multiplicando ainda mais a produção e reduzindo o intervalo de tempo.

Em 1947, os cientistas da Bell Telephone Laboratories inventam o transistor. Ao

substituir os relés, o transistor reduziu significativamente a complexidade dos processos

e possibilitou o surgimento de todos os dispositivos eletrônicos que conhecemos

atualmente, tais como computadores, que são a base para a automação industrial.

2.2.2 Automação residencial

A automação residencial, assim como a predial, derivam da automação utilizada

nas indústrias, cujo desenvolvimento tem se te dado a partir da Revolução Industrial. As

primeiras tentativas de automatizar processos em residências datam do final dos anos

70 nos Estados Unidos. Porém os projetos e a implementação começaram a acontecer

por volta de1980 (BARSA, 2002).

Com o avanço das tecnologias dos computadores pessoais, da internet e da

telefonia móvel, a automação residencial tornou-se uma realidade mais palpável nas

últimas duas décadas, e tem evoluído com a popularização dessas tecnologias somada

ao aumento de oferta e à redução dos preços (BARSA, 2002).

O setor de automação residencial tem evoluído nos últimos anos. Atualmente há

uma oferta melhor de equipamentos disponíveis, direcionadas a todos os tipos de

residências, com um preço mais acessível, maior qualidade e de fácil manuseio. Ao

mesmo tempo, as instalações domóticas têm se aperfeiçoado e aumentado sua

confiabilidade.

2.3 Características de um sistema de automação residencial Atualmente, há elementos básicos que caracterizam um sistema domótico -

sensores, atuadores, controladores, barramentos e interfaces (ACCARDI e DODONOV,

2002). Controladores são os dispositivos que controlam sensores e atuadores, que

enviam as informações coletadas nos ambientes e ativam os equipamentos

automatizados, respectivamente. A interface proporciona ao usuário interação com o

sistema automatizado. O barramento define o meio físico pelo qual os dados serão

transmitidos entre os demais elementos do sistema. Esses elementos constituem um

sistema de automação residencial inteligente (Figura 2.1).

Figura 2.1- Elementos básicos de um sistema domótico. Fonte: ACCARDI e DODONOV, 2002.

Além disso, os sistemas domóticos podem ser divididos, de acordo com o nível

de interação e complexidade, em (TEZA, 2002; DIAS e PIZZOLATO, 2004):

Sistemas autônomos – subsistemas independentes (ventilação, refrigeração,

aquecimento) instalados com ajustes predefinidos e sem conexão entre eles e demais

elementos do sistema. Um exemplo de sistema autônomo muito comum é o controle de

iluminação feito através de fotocélulas;

Sistemas integrados – múltiplos sistemas interligados submetidos a um

dispositivo de controle, cuja atuação é limitada e determinada pelo fabricante. Centrais

de comando de home theater são exemplos de sistemas integrados que atuam sobre

cortinas, iluminação de ambientes e comandos de áudio e vídeo;

Sistemas complexos – atuam de acordo com características definidas pelo

usuário e possuem a capacidade de gerenciamento de diversos subsistemas, todos

interligados por meio de uma rede de comunicação e administrados por um sistema de

supervisão.

2.4 Vantagens da Domótica A Domótica, atualmente, é sinônimo de qualidade de vida, mas suas vantagens

vão muito além disso (TEZA, 2002):

Melhor qualidade de vida – facilita o gerenciamento de diversos dispositivos

domésticos (iluminação, ventilação, aquecimento, segurança);

Automação – programação de diversas tarefas diárias;

Eficiência energética – redução do consumo de energia elétrica através de

programas de gerenciamento de energia;

Segurança – sistemas de alarme e controle de acesso para proteção de

espaços e edificações;

Conforto – através da automação de luzes, controle de temperatura e

equipamentos utilizados na residência;

Redução de custos – com o gerenciamento de recursos, há menos deperdício

de recursos (água, luz, etc.);

Aplicações especiais – Adaptação de residências para deficientes físicos,

idosos, entre outros.

2.5 Sistemas utilizados na Domótica Atualmente, há uma diversidade tecnológica de sistemas, produtos e protocolos

direcionados à automação residêncial. Alguns dos mais importantes serão descritos a

seguir.

2.5.1 Sistema X-10

Protocolo da automação residencial mais utilizado no mundo, o sistema X-10 foi

criado na Escócia na década de 70. Mas tornou-se bastante difundida depois que sua

patente expirou em 1997, principalmente nos Estados Unidos, podendo ser considerado

o protocolo mais utilizado do mundo (DIAS e PIZZOLATO, 2004).

Baseia-se na comunicação entre transmissores e receptores. Os transmissores

enviam pulsos digitais de tensões reduzidas e frequências de 120kHz através das

instalações elétricas residenciais ou prediais. Já os receptores recebem os dados de 13

bits - 4 bits para sinalizar o início da comunicação (start-code), 4 bits para o código de

casa (house code) e 5 bits para a função (function code) - e os interpretam.

A maior vantagem encontra-se na implementação. Utiliza as próprias instalações

existentes, sendo necessária apenas a instalação de filtros na entrada da residência

que bloqueiem a entrada e saída dos sinais gerados pelos transmissores.

2.5.2 Sistema IHC (Inteligence House Control)

Sistema proprietário para instalações de pequeno e médio porte que possibilita

automatizar qualquer dispositivo por meio de controle remoto ou à distância. A

configuração ocorre por meio de um software que permite funções personalizadas dos

dispositivos para cada usuário. É um sistema dividido em módulos - controle, entradas e

saídas, alimentadores e modem - além de outros componentes domóticos (reguladores,

relés, sensores, detectores, etc).

2.5.3 Sistema LONworks

Desenvolvida pela Echelon Co., é reconhecida pela norma internacional EIA

709.1 e possui uma diversidade de produtos para atender às necessidades de

automação residencial.

A diferença de outros protocolos, não um controlador central nem arquitetura

mestre-escravo. Ao invés disso, diversos dispositivos inteligentes conectados como nós

se interconectam por meio de um protocolo comum denominado LonTalk. Além disso,

possui um software de integração, com interface homem-máquina, compatível com o

Windows.

2.5.4 European Installation Bus (EIB)

Sistema não proprietário desenvolvido na União Européia cuja comunicação se

baseia em um barramento no qual os diversos dispositivos estão conectados.

Descentralizado por definição, possui dispositivos microprocessados que recebem

dados e executam ações nos ambientes no qual estão inseridos. O sistema opera com

até 64 dispositivos no barramento, 12 linhas de dados e 15 áreas de acoplamento, o

que permite controlar até 11.520 dispositivos.

3 MICROCONTROLADORES

3.1 Introdução Os microcontroladores representam uma das formas de se controlar processos

dentro de uma planta industrial. Devido à sua importância na automação, os

microcontroladores também terão que ser estudados para o presente trabalho.

3.2 Definição Microcomputadores são sistemas que devem conter microprocessadores,

memória de programa e de dados e dispositivos de entrada e saída (IBRAHIM, 2008).

Esses microcomputadores podem ser contruídos em um único chip de silício, podendo

então serem denominados de microcontroladores. Então, um microcontrolador consiste

em um circuito integrado programável que contém todos os componentes de um

microcomputador (SILVA, 2006; JUNIOR, 2006).

3.3 Diagrama geral dos microcontroladores Como equivalem a um sistema computacional completo, os microcontroladores

possuem partes que compõem qualquer computador, apenas dispostas em escala

reduzida (Figura 3.1). Eles estão basicamente divididos em microprocessador,

memória, entradas e saídas (DENARDIN, 2007; SILVA, 2006; TOCCI, 2007; IBRAHIM,

2008).

3.3.1 Microprocessador

Contém a unidade central de processamento (CPU) e a unidade de controle

(UC). A CPU representa o cérebro do microcontrolador, sendo o local onde as

operações aritméticas e lógicas são processadas. Já o UC controla as operações

internas do microprocessador e envia os sinais às outras partes do microcontrolador

para que as instruções sejam executadas.

A CPU representa o centro de todo o sistema e deve executar as instruções do

programa, na sequência esperada. O programa, por outro lado, ordena à CPU a leitura

das informações das entradas, leitura/escrita na memória e escrita dos dados nas

saídas.

Figura 3.1- Diagrama geral dos microcontroladores. Fonte: SOARES, 1998.

3.3.2 Memória

A memória é a parte do microcontrolador que contém as instruções e dados

recebidos tanto da unidade de entrada quanto da CPU e fornece informações para os

dispositivos de saída. Pode ser classificada em:

Memória de programa - armazena as informações que devem ser executadas;

Memória de dados - armazena as informações de dados temporários que o

programa utilizará.

3.3.3 Unidades de entrada e de saída

Os dispositivos de entrada fornecem as informações do mundo externo à CPU.

Já os dispositivos de saída recebem dados da CPU ou da memória e os fornecem ao

mundo exterior.

Nos microcontroladores, tanto as entradas quanto as saídas são denominadas

portas e podem ser tanto analógicas quanto digitais. Há ainda portas que convertem os

sinais analógicos para digitais (conversores A/C) e vice-versa.

3.4 Arquiteturas de microcontroladores Assim como nos computadores e nos microprocessadores, há apenas dois

modelos de arquitetura que caracterizam o funcionamento dos componentes e a

estrutura lógica e matemática dos microcontroladores, isto é, constituem as maneiras

com que a CPU e a memória se relacionam. Ambos modelos constituem a base para a

maioria dos dispositivos existentes (SENA, 2001).

3.4.1 Arquitetura de Von Neumann

A arquitetura de Von Neumann caracteriza-se por ter única memória na qual se

armazena os dados e instruções, sendo o acesso à memória feito por meio de uma

única via (barramento de dados, instruções e controle), como pode ser visto na

figura 3.2. Por meio desse barramento, a CPU lê a instrução ou lê/escreve dados na

memória, sendo cada ação executada separadamente.

Figura 3.2 - Arquiteturas Von Neumann. Fonte: SENA, 2001 (adaptado).

3.4.2 Arquitetura de Harvard

A arquitetura de Harvard baseia-se na separação do barramento de dados e do

barramento das memórias (Figura 3.3). Isso significa que a CPU pode acessar as

memórias e executar duas instruções simultaneamente, resultando em uma maior

velocidade de processamento.

Figura 3.3 - Arquiteturas Harvard. Fonte: SENA, 2001 (adaptado).

3.5 Características dos microcontroladores

3.5.1 Tensão de alimentação

A grande maioria dos microcontroladores disponíveis no mercado opera com

uma tensão de alimentação padrão de +5V. Mas há modelos em que a tensão fornecida

pode ser tão reduzida quando +2,7V ou igual a +6V (IBRAHIM, 2008).

3.5.2 Sistema de clock

O sistema de clock consiste em um circuito oscilador que sincroniza e define a

velocidade de transferência de dados. Nos microcontroladores, usa-se um clock de alta

frequência, geralmente um cristal de 4 a 40MHz, para regular o sequenciamento das

instruções da CPU (DENARDIN, 2007).

3.5.3 Temporizadores

Consistem em contadores que dependem dos pulsos do clock para sincronizar o

funcionamento do microcontrolador e controlar o tempo dos eventos que ocorrem no

periféricos, memória e CPU.

3.5.4 Watchdog

Sua função é reiniciar o microcontrolador se ocorrer uma falha na execução das

instruções contidas na memória ou situações ambientais perigosas, buscando

reestabelecer o controle da aplicação.

3.5.5 Interrupções

Quando um periférico ou dispositivo interno requisita a execução de uma rotina

específica, sem que tenha sido chamada por alguma instrução, o microcontrolador gera

um sinal de interrupção, suspende as tarefas de rotina e atende ao chamado.

3.6 Conjunto de instruções Os microcontroladores possuem um conjunto de instruções que consistem em

ordens que são compreendidas pela CPU e então, executadas. Existem três tipos de

conjunto de instruções (IBRAHIM, 2008):

CISC (Complex Instruction Set Computer) - consiste em um conjunto de 80

instruções, aproximadamente, que são capazes de executar uma grande quantidade de

funções, incluindo tarefas específicas de controle. Geralmente, está associada com a

arquitetura de Von Neumann;

RISC (Reduced Instruction Set Computer) - com um número reduzido de

instruções (em torno de 35 instruções) permite a otimização de hardware e software.

Possibilita respostas mais rápidas, além de chips menores, menor número de pinos e

consumo de energia reduzido;

SISC (Specific Instruction Set Computer) - para usos específicos, com apenas

10 instruções, o conjunto de instruções é especifico para uma necessidade de controle.

Possui capacidades limitadas, mas permite que todos os componentes sejam

construídos em um único componente.

3.7 Microcontroladores comerciais Os microcontroladores estão cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas.

Por isso, atualmente há uma imensa variedade de fabricantes de microcontroladores

que atendem às necessidades do mercado. São mais de 50 empresas disponíveis, e

dentre elas destacam-se Atmel, Motorola, Intel, Hitachi, National Semiconductor e a

Microchip.

Por outro lado, no Brasil não são todos os microcontroladores que estão

disponíveis. Isso torna a escolha do fornecedor um ponto importante na escolha do

microcontrolador que será utilizado no projeto, ainda mais quando se trata de pequenas

e médias cidades.

3.8 Microcontroladores PIC Fabricados pela Microchip Technology Inc., microcontroladores PIC (Peripherical

Interface Controller) utilizam a arquitetura RISC e possuem um barramento interno de 8

bits. São classificados de acordo com o tamanho da memória de programa em quatro

famílias - PIC12x, PIC16x, PIC17x e PIC18x, onde o x representa o tipo de tecnologia

com a qual a memória de programa foi construída.

Os PICs reúnem em um único chip todos os circuitos necessários para o

desenvolvimento de um sistema digital programável. Conversores A/D de 8 a 12 bits,

portas seriais, rede CAN, controladores PWM, são alguns dos exemplos dos diversos

periféricos internos que possuem, de acordo com o modelo.

3.8.1 PIC18F45K80

O microcontrolador PIC18F45K80 pertence à familia PIC18F66K80, a qual

incorpora a vantagens tradicionais dos microcontroladores PIC18 (conversores A/D,

interrupções variadas e comunicação serial, entre outros) a um preço competitivo,

conferindo-lhe uma alta performace computacional em um dispositivo com uma grande

variedade de funções (Figura 3.4).

Figura 3.4 - Microcontrolador PIC18F45K80. Fonte: MICROCHIP, 2011.

O PIC18F45K80 possui um ótimo custo-benefício. Seu preço gira em torno de

três dolares, quando comprado direto do fabricante. Os novos modelos K, da Microchip,

são os microcontroladores com maior performace da familia PIC18F, operando com

frequência maior do que 64MHz (contra os 40MHz dos PIC18F tradicionais).

Características técnicas do PIC18F45K80 (MICROCHIP, 2011):

Tensão de operação de 1,8 a 5,5V;

35 portas I/O;

Variedade grande de periféricos - 11 canais AD de 12 bits, 2 portas seriais

USART, módulo CAN integrado, entre outros;

Tecnologia nanoWatt, que reduz o consumo durtante a operação;

Frequência de operação de 64MHz;

5 timers, 2 comparadores;

75 instruções, que pode ser extendida a 83.

Ainda, possui uma disponibilidade grande de compiladores. Os primeiros PICs

não toleravam a maioria dos compiladores de linguagens modernas, como o C,

obrigando ao programador utilizar linguagens de baixo nível, como, por exemplo, o

Assembly. Logo, como integrante da familia de 16 bits avançada, o PIC18F45K80 foca

no uso de compiladores, quer dizer, foi desenvolvido de modo a possuir mais memória

de programa (64Kbytes) e mais memória RAM (3Kbytes) que outros microcontroladores

disponíveis no mercado, possibilitando o uso de um maior número de instruções.

Dessa forma, por todas essas vantagens descritas acima, este microcontrolador

foi selecionado para integrar o projeto. Além disso, como inicialmente a proposta era

fazer um barramento utilizando o protocolo CAN, este microcontrolador seria a melhor

escolha, posto que possui esta função - portas 25 e 26 (CANTX e CANRX,

respectivamente), e ainda, tem duas saídas para a porta serial UART, essencial para o

microcontrolador que gerenciará a aplicação dos sensores e atuadores.

4 SISTEMAS SUPERVISÓRIOS

4.1 Introdução Os Sistemas de Supervisão e Adquisição de Dados (SCADA) são sistemas de

que permitem monitorar, manipular, analisar e armazenar informações coletadas de

processos que são executados dentro de uma planta industrial (VIANNA, 2008).

Baseados no uso de um software, os sistemas supervisórios integram os

componentes de um sistema de automação - os sensores, os atuadores e os

controladores - e exibem os dados ao usuário. Neste sentido, é interessante incluir um

sistema supervisório ao sistema domótico para criar a interface ao usuário.

4.2 Funções de um sistema supervisório Um sistema supervisório, este deve cumprir as seguintes funções básicas

(VIANNA, 2008):

Supervisão - compreende as funções de monitoramento dos processos da

planta industrial. Os dados e as variáveis podem ser visualizados pelo operador por

meio de telas, gráficos e animações;

Operação - o usuário pode enviar comandos que serão executados pelos

atuadores;

Controle - define ações de controle e envia os comandos às estações remotas

de modo a gerenciar a sequência de ações que devem ser executadas pelos atuadores.

4.3 Arquitetura de um Sistema Supervisório Em geral, sistemas supervisórios são constituídos por uma estação central e

diversas estações remotas, nos quais serão conectados os sensores e atuadores

(SILVA e SALVADOR, 2004), como pode ser visto na figura 4.1:

Sensores e atuadores - executam o trabalho propriamente dito, recebendo os

dados do ambiente e acionado os equipamentos, respectivamente;

Estações remotas - onde ocorre o controle e a adquisição de dados, por meio

de controladores lógico programáveis e unidades terminais remotas, no quais os

sensores e atuadores estão conectados;

Rede de comunicação - plataforma de transmissão de dados, por meio da qual

as informações são enviadas e recebidas;

Estações de monitoração central - recolhem as informações a partir das

estações remotas e executam de acordo com os eventos, por meio de um software

supervisório.

4.4 Elementos de um sistema SCADA

4.4.1 Variáveis

Variáveis, ou tagname, são espaços na memória do sistema de supervisão que

armazenam os valores dos pontos de entrada/saída e endereços do equipamento de

controle (VIANNA, 2008). Essas variáveis resultam do banco de dados implementado

pelo sistema supervisório e são conectadas ao sistema a partir de um driver de

comunicação. Podem ser classificadas em três - variáveis analógicas, digitais ou

compostas (agregados de variáveis numéricas, booleanas e/ou caracteres).

4.4.2 Scripts

Os scripts são programas associados a eventos que permitem ao usuário definir

outras aplicações além daquelas contempladas pelos software supervisório (VIANNA,

2008).

Figura 4.1 - Componentes de um sistema supervisório. Fonte: SILVA e SALVADOR, 2004.

4.4.3 Alarmes

O sistema supervisório possui configurações de grupos de alarmes (VIANNA,

2008). Esses alarmes podem ser organizados e gerenciados de acordo com uma

hierarquia pré-determinada, de modo a ter uma ordem de prioridade de ocorrências.

Assim, eventos de maior importância são apresentados ao operador para que sejam

tomadas as ações necessárias.

4.4.4 Log de eventos

O log de eventos registra todos as ocorrências que possuem importância para a

supervisão, com sua data, hora e descrição. Isso cria um histórico com eventos e

operações críticas, que podem ser consultadas futuramente (VIANNA, 2008).

4.4.5 Telas

Uma das características mais importantes de um sistema supervisório são as

interfaces gráficas, que permitem acessar e controlar os equipamentos de uma planta

remotamente. São construidas de modo a possuir o maior grau de flexibilidade e

produtividade possível, conferindo melhores condições de controle e supervisão dos

processos produtivos, inclusive quando se trata de automação residencial. Dentre os

recursos disponíveis, tem-se (VIANNA, 2008):

interfaces gráficas - para facilitar a operação e aumentar a praticidade e

rapidez, há uma tela em cores e alta definição, que expressam o fluxo de produção e

demais variáveis que devem ser monitoradas nos processos;

armazenamento de dados - têm a capacidade de guardar tanto os valores

inseridos nas variáveis quanto os recebidos por meio dos sensores que monitoram os

processos;

alarme e eventos - permite observar condições anômalas sem a necessidade

de ficar procurando as falhas pois elas são destacadas quando ocorrem.

4.5 Sistemas supervisórios existentes Do mesmo modo como acontece com os microcontroladores, atualmente há uma

variedade de sistemas supervisórios disponíveis no mercado, principalmente quando

trata-se de automação industrial. Alguns deles são listados a seguir.

4.5.1 Cimplicity HMI

Sistema SCADA proprietário da General Eletric que utiliza o padrão cliente/

servidor. O preço varia de acordo com o número de entradas e saídas de cada servidor

(I/O Count), sendo que cada servidor não suporta mais de 5000 I/O Count (LOPES,

2009). O software disponibiliza 5 interfaces, que facilitam o manuseio ao usuário. Ainda,

conta com ferramentas próprias para o armazenamento de dados, para o agendamento

de tarefas e um gerenciador de alarmes, além de diversos outros recursos que

possibilitam alterações dos parâmetros do sistema.

4.5.2 Lintouch

Projeto de supervisório livre e de código aberto, que é desenvolvido com o

auxílio de diversos colaboradores (LOPES, 2009). Dotado de três interfaces principais,

Lintouch utiliza um servidor centralizado para fazer toda a adquisição de dados e

distribuir as informações para os nós do sistema. Também, possui ferramentas de

aplicação tais como interface de criação e desenvolvimento de projetos, conversão dos

dados em gráficos, entre outros.

4.5.3 Elipse E3

Produzido no Brasil, o Elipse E3 procura garantir a conectividade, a flexibilidade

e a confiabilidade como sistema supervisório. Sua grande vantagem reside em permitir

a comunicação com inúmeros protocolos e equipamentos, independente do fabricante e

da tecnologia aplicada (LOPES, 2009).

Este supervisório possui três interfaces principais - o E3 Studio, E3 Server e o E3

Viewer. O E3 Studio possibilita a criação e o desenvolvimento de todo o sistema por

meio de um ambiente gráfico e assistentes de criação. O E3 Server, por outro lado, é a

interface que proporciona o funcionamento das aplicações, de modo que todas as

informações possam ser visualizadas em tempo real. E, por último, o E3 Viewer mostra

todo o processo que está ocorrendo, podendo ou não alterar parâmetros do processo.

Além das interfaces, o Elipse E3 possui inúmeras ferramentas. Simulações de

eventos passados, previsões estatísticas e acesso a outros servidores são alguns

exemplos de funções disponíveis. Isso torna o Elipse E3 um ótimo sistema supervisório

para sistemas distribuídos que exigem muita flexibilidade de equipamentos.

5 REDES INDUSTRIAIS

5.1 Introdução Os sistemas de automação, inclusive no que se refere à automação residencial,

compreendem uma variedade de tecnologias de controladores e sistemas

supervisórios. Para conectar todos os equipamentos do projeto, tem-se as redes

industriais que proporcionarão o meio físico e o protocolo de comunicação, necessários

para que haja a transmissão de dados e, consequentemente, o correto funcionamento

do sistema.

5.2 Níveis hierárquicos de uma rede industrial A maioria das redes estão organizadas em camadas, ou níveis hierárquicos,

como modo de reduzir a complexidade de projeto.

Cada camada oferece determinados serviços para as camadas mais altas

Conforme as indústrias foram se modernizando e aumentando seu tamanho,

houve a necessidade de integração em todos os níveis de automação. Os diversos

equipamentos e dispositivos que compõem uma rede podem ser agrupados de modo a

estabelecer uma hierarquia de funcionamento. Podem ser divididos em quatro níveis,

como pode ser visto na figura 5.1 (CASSIOLATO, 2011):

Nível de gestão/gerência - aqui encontra-se um computador central que

gerencia e monitora os processos de produção da planta, por meio de um software, no

qual circula uma quantidade imensa de informações de todo o sistema;

Nível de controle - equipamentos que executam o controle automático dos

processos da planta industrial. É constituído principalmente por controladores lógicos

programáveis (CLPs) que gerenciam as funções que devem ser executadas;

Nível de campo - compõe todos os equipamentos que fazem o controle

automático distribuído. Faz a integração do nível de controle com os sensores e

atuadores, enviando informações para os níveis mais altos;

Nível de entradas e saídas - nível mais baixo do processo, contém os

sensores e atuadores que, de fato, executam o processo produtivo, de forma

automática.

Figura 5.1 - níveis de uma automação industrial

Fonte: SANTOS, 2010.

5.3 Componentes das redes industriais

5.3.1 Meios físicos de transmissão

Constitui o caminho físico pelo qual os sinais se propagam. Esse meio físico

permite o envio de dados, ou seja, será por onde a informação transitará para chegar

ao seu destino. Há vários tipos de meios físicos para conexão de redes, mas as mais

comuns são (FILHO, 2005; LAGE, 2009; TANEMBAUM, 2003):

Par trançado - Muito utilizado em instalações baseadas no cabeamento

estruturado, consiste em pares de fios de cobre entrelaçados com o objetivo de

cancelar possíveis interferências eletromagnéticas. Podem ser dos tipos UTP (Par

trançado não blindado) e STP (Par trançado não blindado)

Cabo coaxial - operam com taxas de transmissão mais altas, sem a

necessidade de isolação, ao contrário do par trançado. Podem ser usados com um

sistema de banda larga, com vários canais multiplexados em frequência.

Fibra ótica - mostra-se como uma das maiores apostas para substituir o cabo

coaxial e o par trançado no ambiente industrial, porque tem uma maior largura de

banda, imunidade a ruídos e são flexiveis.

5.3.2 Barramento

Compreende a fiação que percorre todo o sistema. Pode ser dividido em tronco

(barramento principal) e spurs (segmentos secundários), estes aos quais estão

conectados os nós (LAGE, 2009). Entretanto, sua configuração vai depender da

topologia que será utilizada.

5.3.3 Nó

São os elementos conectados aos barramentos, nos quais os sensores e

atuadores estão conectados, cujo número depende dos meios de transmissão e do

protocolo de comunicação utilizado.

5.4 Topologias de rede As redes normalmente estão organizadas de modo que os nós do sistema

estejam interligados de forma padronizada, como mostrado na figura 5.2 (PAULINO,

2010). Essas topologias serão definidas a seguir.

Figura 5.2 - Topologias padrão

Fonte: PAULINO, 2010 (adaptado).

5.4.1 Barramento

Há um barramento físico no qual todos os elementos estão ligados. Apenas um

dos dispositivos da rede pode se comunicar por vez, enquanto os outros aguardam o

momento para enviar seus dados.

Este tipo de rede é simples e confiável, sem contar a facilidade quando for

necessário expandir. Por outro lado, quando ocorre um problema no barramento, todo o

sistema fica comprometido e o tráfego de informações pode ser interrompido. Apesar

disso, permite um maior comprimento da rede e assegura o funcionamento dos outros

dispositivos, caso um falhe.

5.4.2 Ponto-a-ponto

Ligação contínua em que a saída de um constitui a entrada do outro

equipamento, isto é, consiste na ligação direta entre equipamentos. Neste caso, as

conexões devem ter redundância para garantir a confiabilidade da rede e evitar

interrupções caso um equipamento falhe.

5.4.3 Estrela

Todos os equipamentos ou nós estão conectados a um dispositivo concentrador,

centralizando a conexão.

5.4.4 Árvore

Surge da junção entre as topologias estrela e barramento, semelhante a uma

árvore com diversas ramificações, composto por diversos nós, dos quais derivam outros

nós, e assim por diante.

5.4.5 Anel

A topologia em anel consiste em estações conectadas dentro de um circuito

fechado no qual os dispositivos estão interconectados uns aos outros, formando um

círculo.

5.5 Classificação das redes industriais Dependendo do tipo de equipamento conectada à rede e do tipo de dados

transmitidos através dela, as redes industriais podem ser classificadas em sensorbus,

devicebus e fieldbus (GUEDES, 2005).

5.5.1 SensorBus

A rede sensorbus é utilizada para conectar alguns equipamentos mais simples e

pequenos, tais como sensores e atuadores. Os dados transitam em formato de bits, já

que há um baixo processamento de dados, mas o envio de informações em níveis

discretos é rápida. Neste nível, tem-se como exemplos os protocolos ASI e CAN

(GUEDES, 2005).

5.5.2 DeviceBus

Redes para uso geral, oferece comunicação para dispositivos que conseguem

realizar múltiplas funções e comunicar informações sobre diagnósticos e funções que

serão executadas. Seus dados transitam em formato de bytes e podem cobrir até 500

metros de distância. Como exemplos, tem-se DeviceNet e profibus DP (GUEDES,

2005).

5.5.3 FieldBus

As redes FieldBus possuem equipamentos com maior poder de processamento e

que executam funções mais específicas (sensor, atuador, controlador) conectados à

rede. Há uma maior quantidade e variedade de dados, a uma velocidade reduzida, mas

que abrange distâncias maiores. Nesta categoria enquadra-se os protocolos Profibus

PA, IEC/ISA SP50 e Foundation Fieldbus (GUEDES, 2005).

5.6 Modo de acesso ao barramento Os dispositivos que constituem uma rede industrial podem enviar e receber as

informações de acordo com a hierarquia do fluxo de dados (LAGES, 2010).

5.6.1 Mestre-Escravo

Forma mais simples, um dos dispositivos envia os pedidos de leitura ou

comandos a seus escravos, e estes executam as ações. O sistema pode ter diversos

escravos, sendo gerenciados por um ou mais mestres, de modo que não se

comuniquem entre eles, mas que cumpram funções específicas no sistema.

5.6.2 Publisher-Subscriber

Semelhante ao mestre-escravo, o publisher envia um valor e todos os

interessados, subscribers, recebem esse valor e executam a tarefa, ao mesmo tempo.

5.6.3 Source-Sink

Neste caso, um dispositivo-fonte transmite uma mensagem a outro dispositivo,

sem haver a solicitação de dado. Não havendo comunicação entre eles enquanto o não

ocorra uma alteração de um estado interno ao dispositivo sink.

5.6.4 Token Ring

Este modo de acesso consiste em uma troca de autorizações entre componentes

da rede que define a prioridade de acesso ao meio de transmissão. Apenas quem

possui a permissão, envia informações através do barramento.

Esta seria uma alternativa para a comunicação entre diversos mestres.

Entretanto, aumenta a complexidade do protocolo e pode comprometer a velocidade da

transmissão de dados.

5.7 Padrões de interface serial Como modo de estabelecer padrões específicos para montagem dos condutores

e níveis elétricos, a comunicação serial também foi normatizada. Assim surgiram os

padrões RS-232 e RS-485, que serão definido a seguir (TEXAS INSTRUMENTS, 2002).

5.7.1 RS-232

Voltado à transmissão serial de dados, foi definido pela norma EIA-232 em 1960.

Constitui um padrão síncrono de envio de dados, com taxas de transferência de até

19200 bits por segundo. O meio físico mais comum é o par trançado, com conectores

DB9 ou DB25 estão localizados nos extremos da linha.

5.7.2 RS-485

A norma EIA-485 estabelece uma interface de comunicação que opera em linhas

diferenciais. Este padrão possibilita comunicar até 32 dispositivos, utilizando apenas um

conversor de tensões. O meio físico mais utilizado para o RS-485 é o par trançado, que

possibilita duas configurações de rede - half-duplex, onde apenas pode haver

transmissão ou recepção de dados, e o full-duplex no qual há o envio e recebimento de

dados simultaneamente.

5.8 Arquiteturas de rede e o modelo OSI As redes são organizadas em diversas camadas/níveis. Cada camada tem

determinadas funções e tem capacidade de oferecer serviços à camada localizada

acima dela. Por outro lado, as redes se comunicam entre si através dessas camadas,

isto é, uma dada camada só se comunica com a camada da outra rede que esteja no

mesmo nível que ela.

Dentro desse conceito, a ISO criou, em 1983, o modelo OSI (Interconexão de

Sistemas Abertos), que serve como modelo de referência para comunicação em

camadas. O modelo OSI é um conjunto de protocolos abertos que tem como objetivo

ser um padrão para diversos protocolos de comunicação. Ele é constituido por 7

camadas muito bem definidas, cada uma com funções específicas (TANEMBAUM,

2003; LAGES, 2010):

Física - interface física e elétrica que permite o acesso ao meio de

comunicação, codificando e transferindo os bits fisicamente entre os nós;

Enlace de dados (data link) - controle de erro, fluxo e sincronismo;

Rede - controle de conexão, roteamento entre os pacotes para a transferência

de dados e endereçamento;

Transporte - controle de fluxo, recuperação de erro e transferência de dados;

Sessão - controle, sincronismo e manipulação de dados, mapeamento para

transporte dos pacotes;

Apresentação - Encriptação, compressão, escolha de sintaxe, estruturação de

dados dentro da rede de forma padronizada;

Aplicação - refere-se às aplicações do usuário

5.9 Protocolos de comunicação para redes industriais Além do meio físico, os dados necessitam de um "meio de transporte" para que

as informações sejam transmitidos de um dispositivo a outro. Para isso, foram

estabelecidos conjuntos de padrões de comunicação para propiciar essas conexões

entre dispositivos ou sistemas, denominados protocolos de comunicação.

Atualmente, existem diversos protocolos de comunicação para as mais variadas

finalidades. Isso permite escolher aquele que seja mais adequado ao funcionamento do

sistema e que permita a maior eficiência do processo industrial.

5.9.1 Modbus

Protocolo aberto, utiliza as camadas 1, 2 e 7 do modelo OSI . Possui dois

padrões, RTU e ASCII, que diferem pela quantidade de caracteres codificados (8 e 7

bits, respectivamente). Acessa a rede por meio mestre-escravo e aceita RS232 e

RS485 (MODBUS, 2012).

5.9.2 Modbus Plus

Baseada nas camadas 1, 2 e 7 do modelo OSI, permite a troca de dados entre

diversos equipamentos de um barramento, em que cada estação está identificada por

um endereço (SCHNEIDER ELECTRIC, 2007). O modo de acesso ao barramento se

dá pelo método token ring e pode ser desenhado nas topologias ponto-a-ponto ou por

um barramento com nós, suportando até 64 equipamentos. Sua velocidade de

transmissão chega a 1Mbps, para uma distância máxima de 450 metros.

Geralmente utilizada em linhas de montagem e na automação de produção e

edifícios ou produção e distribuição de energia.

5.9.3 DeviceNet

Baseada na camada física do modelo OSI e a técnica de transporte CAN, o

DeviceNet têm sua aplicação a nível operacional (SCHNEIDER ELECTRIC, 2007).

Permite que diversos aparelhos (disjuntores, relés de proteção de motores, sensores)

se integrem para a troca de informações, mesmo que sejam de fabricantes diferentes.

Também suporta até 64 equipamentos, com taxa máxima de 1Mbps para 40 metros.

5.9.4 Profibus

Protocolo aberto e multi-mestre, permite a integração de diversos sistemas de

automação. Os mestres determinam a comunicação de dados, com o poder de enviar

mensagens independente de requisição externa; os escravos só enviam informações

quando solicitados. Utiliza as camadas 1, 2 e 7 do modelo OSI, também, permitindo a

transmissão por RS485 e fibra ótica.

6 SENSORES E ATUADORES

6.1 Introdução Os sensores e atuadores possibilitam a existência de sistemas automatizados.

Através dos sensores determinam-se as condições do ambiente no qual um sistema

está inserido, substituindo a avaliação de um operador para a tomada de decisões. Por

outro lado, o uso de atuadores permitem que ações sejam executadas, como por

exemplo, o acionamento de um motor ou uma lâmpada. Os sensores e atuadores serão

estudados a seguir, com ênfase nos sensores fotoelétricos e eletrônicos que serão

utilizados no projeto proposto.

6.2 Definições

6.2.1 Sensores

Dispositivos que respondem a estímulos e transmitem informações sobre uma

grandeza que está sendo medida. Podem medir temperatura, pressão, umidade,

intensidade luminosa, entre outros (THOMAZINI e ALBUQUERQUE, 2011).

Largamente utilizados na indústria e em aplicações domésticas, mas

principalmente em sistemas de controle. Eles permitem que equipamentos interajam

com o mundo, tornando possível a automação.

6.2.2 Atuadores

Dispositivos que executam o trabalho inverso do sensor, isto é, transformam o

sinal elétrico em uma grandeza física, produzindo movimento ou modificando o

ambiente por meio de ações. Nesta categoria incluem-se válvulas, contatores, cancelas,

ou qualquer elemento que execute o comando recebido de outro dispositivo.

6.2.3 Transdutor

Transdutores são dispositivos que transformam um sinal de entrada em uma

grandeza elétrica (corrente, tensão ou resistência) que pode ser utilizado pelo sistema

de controle (WENDLING, 2010).

São caracterizados em relação à função que exercem como:

transdutores sensores - recebem o sinal do processo e transformam em

corrente, tensão ou resistência para posterior processamento;

transdutores atuadores - funcionam como atuadores, alterando variáveis do

processo;

transdutores conversores - convertem ou transferem algum tipo de energia

entre sistemas.

6.3 Características importantes Há algumas características que devem ser levadas em consideração quando há

a necessidade de se especificar um sensor para uma determinada função (THOMAZINI

e ALBUQUERQUE, 2011):

Saída: a saída do dispositivo pode ser de dois tipos - digital ou analógica. A

saída digital só assume os valores lógicos zero e um, enquanto que a saída analógica

pode assumir quaisquer valores, sendo uma saída contínua;

Sensibilidade: medida da variação da grandeza em relação à variação da

grandeza que está sendo medida;

Exatidão: erro de medida que um dispositivo tem em relação a um medidor

padrão, isto é, a capacidade de fornecer respostas próximas ao valor verdadeiro;

Precisão: capacidade do instrumento de repetir o valor medido;

Linearidade: aplicado a sensores analógicos, refere-se à curva de saída do

sensor em relação à grandeza medida;

Range ou alcance: faixa de valores permitidos para a leitura do sensor;

Velocidade de resposta: velocidade à qual o sensor fornece valor da variável

que está sendo estudada.

Ainda, há outras características que devem ser levadas em consideração na

escolha e especificação dos sensores, tais como manutenção, custo, calibração,

tamanho, vida útil, entre outros.

6.4 Classificação dos sensores Atualmente, existem milhares de sensores utilizados tanto nas indústrias quando

em aplicações da Domótica. Tais sensores informam os circuitos eletrônicos sobre as

condições externas de determinadas grandezas físicas sobre as quais deve atuar, ou

nos quais deve comandar uma ação. Os mais importantes e usados na indústria, são

descritos abaixo (THOMAZINI e ALBUQUERQUE, 2011; WENDLING, 2010).

6.4.1 Mecânicos

São aqueles que medem movimentos, posições ou presença por meio de

recursos mecânicos, como chaves e interruptores. São utilizados para detectar o estado

de uma porta (aberto ou fechado), a presença de objetos ou a posição de uma parte

mecânica de máquinas e motores.

Nesta categoria incluem-se as chaves de fim de curso e os microswitches, que

consistem em chaves comutadoras que funcionam como liga/desliga quando são

acionadas de forma mecânica.

6.4.2 Magnéticos

Quando o sensor é submetido a um campo magnético, dois contatos metálicos

se tocam, tornando possível a passagem de uma corrente elétrica.

6.4.3 Capacitivos

Sensores capacitivos baseiam-se nas mudanças ocorridas em um campo

eletrostático devido à aproximação de um alvo. Isto muda a capacitância do circuito e,

atingindo determinado valor, um oscilador é ativado e este, ativa um circuito.

6.4.4 Indutivos

Constituídos de uma bobina rodeando um núcleo, são sensores que detectam a

passagem de elementos metálicos que atravessam um campo magnético e convertem

o sinal em um sinal elétrico.

6.4.5 Sensores térmicos

Atuam no circuito em função de uma variação de temperatura no ambiente em

que estão inseridos de modo a acionar ou desligar um circuito.

6.4.6 Sensores fotoelétricos

Sensores fotoelétricos são aqueles que dependem da luz para funcionar. Podem

ser de diversos tipos e são melhores que os sensores mecânicos, já que não

apresentam inércia ou o desgaste ocasionado pelo seu uso.

Fotocélula

Fotocélulas são dispositivos capazes de gerar uma pequena tensão quando

iluminados e são usados na geração de energia elétrica. Muito sensíveis e rápidos, seu

circuitos são compostos por transistores e amplificadores operacionais, conferindo-lhe

uma alta faixa de aplicação.

Fotodiodo

Sensores sensíveis e extremamente rápidos, os fotodiodos são baseados na

incidência de fótons em uma junção semicondutora, que geram uma tensão ou resistem

à passagem de corrente.

São dispositivos que exigem um bom circuito de amplificação. Podem ser

utilizados no modo gerador, em que gera uma tensão quando iluminado, ou no modo

resistivo.

Fototransistor

Os fototransistores operam de maneira semelhante aos fotodiodos, mas tem a

capacidade de amplificar as correntes que são geradas durante o processo. Por outro

lado, apesar de poder ser utilizado nas mesmas aplicações, são um pouco mais lentos,

e isso deve ser considerado caso a resposta desejada do sensor seja uma

característica essencial para o projeto.

Foto-resistor

Mais conhecidos como LDR (Light Dependent Resistor), os foto-resistores são

sensores cujas resistências variam em função da intensidade da luz que sobre eles

incide (Figura 6.1).

Figura 6.1 - Curva característica do foto-resistor.

Fonte: WENDLING, 2010.

São constituídos por uma fina camda de sulfeto de cádmio (ou seleneto de

cádmio), material fotossensível, entre dois terminais, que fica exposta à incidência de

luz (Figura 6.2). A energia luminosa desloca os elétrons da camada de valência para

uma corrente elétrica, resultando em uma diminuição da resistência. A variação dessa

resistência pode ser modelada matematicamente da seguinte forma:

R = A. L

onde L corresponde à intensidade da luz e A e α são constantes do material utilizado

(0,5 e 0,7 são valores típicos de α para o sulfeto de cádmio).

Figura 6.2 - Símbolo elétrico e um LDR comercial. Fonte: WENDLING, 2010.

Uma importante característica dos LDRs é a sua curva de resposta muito

próxima da resposta do olho humano. Isso permite a operação com fontes de luz

convencionais, inclusive com LEDs comuns.

Para a especificação de projeto, deve-se levar em consideração as seguintes

particularidades:

são sensores lentos, com velocidades não superiores a dezenas de quilohertz;

a temperatura influencia na variação da resistência;

o diâmetro influencia na sensibilidade e na dissipação de calor do LDR;

opera tanto em corrente contínua quanto em corrente alternada, e suportam

correntes relativamente elevadas.

Dentre as aplicações dos foto-resistores há os relés fotoeletricos, fotômetros e

alarmes. Ainda, são muito empregados em robôs e em aplicações industriais, nos mais

diferentes encapsulamentos.

Sensores eletrônicos

Baseados no aumento da quantidade de portadores de carga em uma junção de

um material semicondutor, os sensores eletrônicos são utilizados para a montagem em

placas de circuito impressos devido ao seu tamanho reduzido.

Dividem-se em diodos, transistores e circuitos integrados. Os diodos, feitos de

silício, e polarizados diretamente, têm uma queda de tensão de 2mV para cada grau

celcius de aumento de temperatura. Sua curva característica é uma reta, com limite de

125°C e é muito utilizado em controles e termômetros de baixo custo. Ja os transistores

beneficiam-se de seus próprios parâmetros se modificarem com a temperatura.

E por útlimo e mais importantes para o sistema proposto, os circuitos integrados.

Dedicados aos monitoramento da temperatura, estes circuitos integrados baseiam-se

também no comportamento dos semicondutores perante a temperatura. Sua grande

vantagem mostra-se na sua fácil implementação, posto que todos os componentes

necessários está inserido dentro de um único chip (filtros, reguladores e proteções).

Ainda, são classificados de acordo com o sinal de saída em analógicos e digitais.

Os do tipo analógico têm tensão de saída correspondente à temperatura, e esse sinal

pode ser usado por um amplificador operacional ou convertido por um circuito digital.

Por outro lado, os digitais já executam essa conversão para um sinal digital, mais imune

à interferências, não necessitando mais nenhum tratamento para a utilização em

microcontroladores, por exemplo.

Esses circuitos integrados possuem características próprias:

faixa de temperatura de -55 a 150°C;

sensibilidade típica de 2mV/°C e precisão de 1°C;

sensores lineares;

componentes robustos;

tempo de resposta relativamente lento, de 4 a 60 segundos;

6.5 Classificação dos atuadores Do mesmo modo que os sensores, há diversos atuadores utilizados nas mais

variadas aplicações. Os atuadores substituem o acionamento manual em sistemas

automáticos, excluindo a necessidade de um operador para gerenciar um sistema

(THOMAZINI e ALBUQUERQUE, 2011; WENDLING, 2010).

6.5.1 Atuadores pneumáticos

Equipamentos mecânicos que transformam a energia cinética gerada pelo ar

pressurizado em expansão em energia mecânica, produzindo trabalho. Executam

movimentos lineares, rotativos ou angulares

6.5.2 Atuadores hidráulicos

São atuadores que geram movimento a partir de um fluído a alta pressão. Podem

gerar deslocamento linear ou angular. Normalmente o líquido utilizado é um óleo sob

pressão.

6.5.3 Atuadores elétricos

Equipamentos eletromecânicos que permitem o acionamento de equipamentos

transformando energia elétrica em mecânica, São classificados em motores de corrente

alternada, de corrente contínua e motores de passo. É um dos mais utilizados na

indústria.

7 METODOLOGIA

7.1 Introdução

O projeto proposto consiste na automação de determinados processos em uma

residência utilizando os conceitos descritos nos capítulos anteriores.

Do ponto de vista dos sistemas domóticos, tem-se a necessidade de que

determinados equipamentos sejam automáticos, como, por exemplo, as luzes externas

devem ligar quando escurece, o motor da piscina deve ser ligado a cada período de

tempo. Para tornar isso possível, dois microcontroladores foram inseridos para controlar

os processos desejados e um microcontrolador para gerenciar o recebimento das

informações e enviá-las ao sistema supervisório. O sistema supervisório permite ao

usuário, além de uma interface gráfica para exibição, a possibilidade de acionar ou

desligar atuadores. Para interligar todo o sistema, inseriu-se padrões de redes

industriais que fornecerão o meio de transmissão e os protocolos de comunicação

necessários para o envio e recebimento de dados.

7.2 Sistema proposto

Desse modo, o sistema pode ser dividido em três partes principais - um software

supervisório, um microcontrolador mestre e dois microcontroladores escravos. O

supervisório e o mestre são interligados por meio do padrão serial RS-232, enquanto

que o barramento ao qual estarão ligados os escravos está no padrão serial industrial

RS-485 (Figura 7.1).

Do ponto de vista de um usuário, o sistema supervisório representa a interface

na qual o sistema pode ser operado. Os microcontroladores escravos, sensores e

atuadores seriam instalados nos comodos da residência para a medição da

temperatura e luminosidade dos ambientes, enquanto que o microcontrolador mestre

colocado próximo ao computador no qual seria intalado o sistema supervisório.

Figura 7.1- Diagrama do projeto desenvolvido.

7.2.1 Sistema supervisório

O sistema supervisório utilizado no projeto foi o Elipse E3, do tipo SCADA, que

foi descrito no Capítulo 4 do presente trabalho. Por se tratar de um sistema de

supervisão e controle também aplicável a pequenos processos industriais, mostrou-se

apropriado utilizá-lo para este projeto de automação residêncial.

No sistema desenvolvido, o Elipse E3 é responsável pela interface homem-

máquina do sistema. Por meio de displays, mostra-se o valor dos sensores que

monitoram as variáveis em cada um de dois nós - um nó mede a temperatura ambiente

e o outro, mede a luminosidade externa à residência. Os atuadores são também

verificados periodicamente e seus estados são mostrados na tela; ainda, os atuadores,

podem ser controlador individualmente pelo usuário, que representa o operador do

sistema.

Do ponto de vista de protocolo de comunicação, para este projeto utilizou-se

apenas um driver para a porta serial. Esse driver que pode ser obtido no site do próprio

fabricante do software (www.elipse.com.br > Downloads > Drivers > Pesquisa por

protocolo > Genérico). Suas configurações foram feitas com o auxílio do arquivo anexo

à pasta do driver . Os parâmetros P1, P2, P3 e P4 referem-se respectivamente, à porta

de comunicação usada, à taxa de transmissão (Tabela 7.1), aos parâmetros de

transmissão (Tabela 7.2) e ao intervalo de tempo que o supervisório requisita

informações ao microcontrolador pela porta serial.

Tabela 7.1- Taxa de transmissão (bps)

P2 Descrição 1 1200 2 2400 3 4800 4 9600 (padrão) 5 19200 6 28800 7 38400 8 57600 9 115200

Fonte: Elipse Software.

Tabela 7.2- Valores de eco, tamanho

do caracter, paridade e bit de parada

Valor Descrição 0000 Sem eco 1000 Com eco 0700 7 bit char 0800 8 bit char 0000 No parity 0010 Odd parity 0020 Even parity 0001 1 stop bit 0002 2 stop bit

Fonte: Elipse Software.

Baseado nisso, o driver foi configurado com os valores P1=2 (COM2), P2=4

(9600bps), P3=0801 (sem eco, 8 bits, sem bit de paridade, 1 stop bit) e P4=1000 (1000

ms, isto é, 1 segundo), como mostra a figura 7.2.

Figura 7.2 - Configuraçõesão do driver RS-232

Fonte: Elipse E3.

As tags, que representam as variáveis que enviarão ou receberão comandos,

foram configuradas de maneira semelhante ao driver da porta serial. Os parâmetros N1,

N2, N3 e N4 especificam o comando na lista de comandos, formato de envio de

comandos, formato de retorno dos dados e a quantidade de dados que serão lidos,

respectivamente (Tabela 7.3).

Tabela 7.3- Valores de eco, tamanho do caracter, paridade e bit de parada

Campo Quantidade de dados a serem lidos

0 Será lido até a quantidade definida pelo primeiro parâmetro do respectivo

[ReceiveResponse], declarado no parâmetro Extras.

nn Será lido até encontrar o caracter finalizador igual a nn (informar o valor deste

parâmetro em código ASCII)

9999 Será lido tudo, até o limite máximo de timeout (definido em P4) ser atingido, para

recepção de dados.

Fonte: Elipse Software.

Para o presente sistema utilizou-se os valores N2=1 (texto), N3=0 (binário) e

N4=0 (lê o tamanho predefinido na lista de comandos), como pode ser visto na figura

7.3. Por outro lado, como o parâmetro N1 é específico para cada tag, seu valor varia já

que representa o comando enviado a partir de uma lista de comandos.

Figura 7.3 - Configurações das tags

Fonte: Elipse E3.

Como o Elipse E3 regula o tráfego de dados pelo barramento serial RS-232, o

supervisório tem que pedir a informação para o microcontrolador mestre por meio do

envio de um comando para uma determinada ação, que está dentro de uma lista de

comandos pré-definida (Figura 7.4). Essa lista de comandos está relacionada às tags

pelo parâmetro N1, vista na figura acima, isto é, quando N1=3 (Atuador 1), ele envia o

terceiro comando da lista, que corresponde à letra "C", ao microcontrolador.

Figura 7.4 - Lista de comandos das tags

Fonte: Elipse E3.

Também, os botões foram configurados. Para enviar determinado comando pela

serial, para acionar cada um dos atuadores separadamente, escreveu-se scripts, isto é,

blocos que mudam o parâmetro N1 da tag. Na figura 7.5 mostra o script do botão 1,

como exemplo. Cada vez que esse botão for clicado, ele mudará o parâmetro N1 da tag

"Atuador1" para o primeiro comando da lista de comandos. Os demais scripts dos

botões são semelhantes a este.

Figura 7.5 - Scripts do botão 1

Fonte: Elipse E3.

Como forma de construir uma interface para o usuário, criou-se tela intuitiva, de

fácil manuseio. Os displays recebem os valores lidos pelos sensores periodicamente.

Os botões tem o poder de ligar ou desligar os atuadores de cada um dos nós

separadamente, conforme a necessidade e o desejo do operador (Figura 7.6).

Figura 7.6 - Tela com os displays e os botões de acionamento

Fonte: Elipse E3.

7.2.2 Microcontrolador mestre

No sistema proposto, há apenas um microcontrolador mestre, cuja função é

desenvolvida por um PIC18F45K80. Este modelo foi escolhido devido à presença de

duas portas seriais, condição essencial à implementação do mestre, já que ele interliga

os nós à tela de supervisão. Em outras palavras, as portas RX1/TX1 são conectadas a

um barramento, no qual estão conectados os nós e seus respectivos sensores e

atuadores, enquanto que as portas RX2/TX2 comunicam-se à serial que está no

computador e que envia os dados ao supervisório (Figura 7.7).

Figura 7.7 - Diagrama de ligações do microcontrolador mestre.

O microcontrolador mestre coordena tanto o envio e a requisição de dados do

sistema supervisório, como solicita de cada um dos nós o envio do estado de seus

sensores, dos atuadores e das chaves ligadas a eles. Independente do supervisório

pedir os dados, o mestre têm autonomia para solicitar os dados dos seus escravos por

meio de uma varredura, a cada período de tempo. Nisso, ele atualiza um frame

ciclicamente, aguardando o pedido do supervisório para enviar o dado pedido.

Em relação ao software, há diversos compiladores para a linguagem C

disponíveis para os microcontroladores PIC18F. Dentre eles, o MikroC Pro,

desenvolvido pela empresa MikroEletronika, é um dos mais populares e de fácil

aprendizado, e foi utilizado para desenvolver este projeto. Além de possuir uma grande

quantidade de bibliotecas disponível, tem a possibilidade de simular o recebimento de

dados da serial, muito útil para testar a estrutura do código elaborado.

O código, nesta fase do projeto, teve que ser estruturado de modo a possuir um

padrão de envio de dados pela serial, de modo a serem transmitidos todos os estados

de cada microcontrolador escravo em apenas um pacote.

Foi estabelecido um frame padrão para a comunicação do mestre com os

escravo e este pode ser ampliado conforme a necessidade. Como pode ser visto na

figura 7.8, ele é composto por 11 bytes, divididos em 5 parâmetros distintos:

identificação, comando, sensores, chaves e atuadores. O primeiro corresponde à

identificação de cada escravo no barramento (nó 1, nó 2, e assim por diante), enquanto

que o comando representa a instrução que deve ser executada no nó, leitura (0) ou

escrita (1). Os estados dos sensores são armazenados nas variáveis denominadas

ain(0), ain(1) e ain(2), que correspondem às entradas analógicas, enquanto que as

duas chaves, ou botões, uma para ligar e outra para desligar todos os atuadores, são

identificadas como din(0), din(1), isto é, entradas digitais. Já os quatro atuadores, que

representam as lâmpadas e os climatizadores em cada um dos cômodos da residência,

são denominados dout(0), dout(1), dout(2) e dout(3), pois são as saídas digitais do

sistema.

Figura 7.8 - Estrutura do frame enviado pelo barramento serial RS-485.

Este frame permite o envio de informações padronizadas entre o mestre e os

escravos conectados ao barramento. O mestre envia esse frame ao barramento RS-485

e todos os escravos recebem, sendo que apenas o nó que possui a identificação igual o

primeiro byte recebido lê a informação e o comando, para então executar a ação, como

pode ser verificado no código do mestre no anexo 1.

7.2.3 Microcontroladores escravos

Para o microcontrolador escravo também foi escolhido um PIC18F45K80.

Entretanto, para este propósito, considerou-se a presença de 35 portas I/O que

possibilita a inserção de mais sensores e atuadores, criando a possibilidade de

aumentar o sistema, sem a necessidade de trocar o microcontrolador. Também, é

indispensável haver pelo menos uma porta serial USART, pois cada um dos nós será

ligado a um barramento RS-485 (Figura 7.9).

Em teoria, pode-se inserir quanto escravos forem necessários. Apesar de ser

uma norma, a RS-485 não define o número máximo de dispositivos. Entretanto, por

questões de taxa de transmissão e da distância máxima sugerida da rede (1200

metros), recomenda-se o uso de até 32 dispositivos com carga unitária de 15kΩ,

referente à resistência que cada um representa no barramento.

Do ponto de vista de funcionamento, cada um dos microcontroladores escravos

têm uma autonomia própria. Isto é, são capazes de acionar ou desligar todos os

atuadores baseados nos valores recebidos pelos sensores e podem atuar sobre as

cargas. Ainda, há a possibilidade de operar no próprio nó, de modo a acionar ou

desligar todos os atuadores em conjunto através de dois botões que foram inseridos

para realizar essa tarefa manualmente, conforme a necessidade do operador.

O firmware de cada um dos microcontroladores escravos foi desenvolvido de

forma semelhante (Anexo 2), cada um com uma entrada analógica e quatro saídas

digitais. Cada um dos programas teve suas peculiaridades, por serem sensores

diferentes, mas a função utilizada para a leitura dos dados era a mesma - adc_read. E a

saída dos atuadores são sinalizados por leds. Além disso, utilizam o mesmo frame do

microcontrolador mestre, possibilitando o intercâmbio de informações no barramento.

Figura 7.9 - Diagrama de ligações do microcontrolador escravo

7.2.4 Sensores e atuadores utilizados

Neste projeto, os sensores utilizados para a simulação foram LM35 e um LDR

comum. Ambos são muito utilizados em pequenas automações, por serem de fácil

manuseio e baixo custo. São ótimos sensores analógicos e suprem a necessidade do

projeto.

Fabricado pela National Semiconductor, o sensor de temperatura LM35 consiste

em um circuito integrado que fornece uma tensão linear proporcional à temperatura

absoluta. Por ser um sensor de fácil manuseio, seu circuito usual também é bastante

simples, sendo necessário apenas o sensor, um amplificador de sinal e uma interface

para a leitura do sinal. O circuito integrado do LM35 foi conectado ao microcontrolador

com o auxílio de seu datasheet (Figura 7.10). Os pinos 8 e 4 foram ligados a uma fonte

de tensão e ao terra, respectivamente, enquanto que o pino 1 à entrada configurada

como analógica do escravo.

Figura 7.10 - Diagrama de ligação do sensores LM35

Já o LDR é constituído de duas células fotocondutivas de sulfeto de cádmio. Sua

resistência diminui conforme aumenta a intensidade de luz que incide sobre ele. É um

dos sensores de luz mais utilizados por ser simples e possuir resposta semelhante ao

do olho humano, além de ser de custo muito reduzido. No circuito, o componente foi

utilizado como um divisor de tensão, para que a tensão que será lida pela entrada

analógica do microcontrolador seja proporcional à variação da resistência. O diagrama

de ligação pode ser visto na figura 7.11.

Figura 7.11 - Diagrama de ligação do LDR

Os atuadores, que correspondem às lâmpadas e motores, foram sinalizados por

leds, como modo de mostrar a saída do acionamento. Cada led está ligados entre a

saída do microcontrolador e um resistor de 390 ohms, e este ligado ao terra.

7.2.5 Comunicação

Todo o sistema utilizou os padrões seriais RS-232 e RS-485 como forma de

comunicação entre as três partes que compões o projeto (Figura 7.12). Como a saída

do microcontrolador tem uma faixa 0 a 5 volts, o componente MAX232 tem a função de

adequar essa saída, convertendo o sinal para -12/+12volts. Do mesmo modo ocorre

com o par trançado que liga o mestre aos escravos, só que o MAX487, além de

modificar a tensão (0 a 5 volts para -7 a +12 volts), permite conectar até 32 dispositivos

à rede.

Figura 7.12 - Diagrama de ligação do MAX232 e do MAX485

Do ponto de vista de protocolos, nenhum dos dois barramentos possui um

protocolo específico. Tanto o RS-232 quanto o RS-485 representam apenas a camada

física do modelo OSI, isto é, a interface elétrica para o acesso ao meio de comunicação.

Dessa forma, tem-se apenas essa camada participando da comunicação no

barramento.

7.3 Descrição do sistema em funcionamento O projeto em funcionamento pode ser dividido também em três fases: a ação dos

atuadores devido à ação do microcontrolador escravo, relação entre mestre e escravo e

o comando do supervisório sobre o restante do sistema (Figura 7.13).

Figura 7.13 - Diagrama de blocos do sistema proposto

Em relação aos sensores, quando estes atingem 40% de luminosidade, caso do

LDR, ou 25° C, no caso do LM35, os microcontroladores têm a autonomia de acionar os

atuadores em conjunto. Do mesmo modo, quando aciona-se o primeiro botão, em cada

nó, todos os atuadores são ligados ao mesmo tempo, e o segundo botão tem o poder

de desligá-los.

Entre o mestre e seus escravos, o mestre pede periodicamente os dados de

todos os nós do sistema, atualizando sempre o frame com as informações. Então,

confere se o supervisório está requisitando os valores, para poder responder.

O supervisório em relação ao sistema só requisita dados do mestre, mas reflete

nos atuadores apenas quando o usuário opera. Então ele envia um comando (byte)

para o mestre solicitando a atualização dos sensores e atuadores e o mestre envia os

dados já atualizados previamente (modo automático). Caso ocorra o acionamento de

um atuador, este evento é enviado até o mestre, que compara o comando e envia ao nó

certo um frame pedindo que escreva o estado no atuador desejado; o escravo executa

o comando, ligando ou desligando o atuador. O sistema em funcionamento pode ser

resumido pelo fluxograma mostrado na figura 7.14.

Figura 7.14 - Fluxograma do sistema proposto

Ação do

operador

Requisição de

dados

Supervisório Acionamento

botão

Envio de dados

Envio de dados

Operador

Mestre

Requisição de

dados

Ação do

operador

Escravo

Envio de dados

Sensor

Início

Liga/Desliga

Atuadores Fim

Botão

8 RESULTADOS

8.1 Simulação O software utilizado para testar o sistema desenvolvido foi o Proteus VSM, que

simula circuitos eletrônicos, inclusive projetos baseados em microcontroladores,

desenvolvido pela Labcenter Eletronics Ltd.

8.1.1 Nós e sensores

Primeiramente, foram simulados os nós com os sensores para testar o correto

funcionamento do código programado. Como cada sensor estará em um nó, cada um

foi testado separadamento com seus respectivos atuadores, sinalizados por leds

(Figuras 8.1 e 8.2). Cada um executou a função esperada e seus resultados foram

conferidos com o auxílio do dispay lcd.

Figura 8.1 - Simulação dos sensores de luminosidade

Figura 8.2 - Simulação dos sensores de luminosidade

8.1.2 Interação entre mestre e escravo

Entre os microcontroladores mestre e escravo, utilizou-se as portas seriais uart,

igando os RX/TX, e acionando os atuadores por meio de chaves no mestre.

Como desejado, programa funcionou corretamente, e executou as funções de

acionamento dos atuadores (Figura 8.3). O sensor lê continuamente a temperatura ou a

luminosidade de 4 cômodos diferentes da residência. Quando atinge um valor

determinado, ele aciona os atuadores, ligando-os. Quando o botão 1 é pressionado no

mestre, este envia uma ordem de leitura dos valores do sensor. O escravo recebe esse

frame e solicita a leitura do sensor, e então envia um outro frame ao mestre, com o

valor solicitado. Por outro lado, quando pressionado o botão 2, o mestre também envia

um frame com o comando de acionamento dos atuadores no microcontrolador escravo.

Figura 8.3 - Simulação do funcionamento entre mestre e escravo

8.1.3 Conexão dos microcontroladores com o sistema supervisório

Para testar a conexão do mestre com o sistema supervisório, foi feito um sistema

genérico mais simples, utilizando um voltímetro digital.

Por meio de um comando enviado quando o botão A era pressionado, o

microcontrolador enviava o valor lido no voltímetro ao supervisório e este o exibia na

tela (Figura 8.4). Caso fosse apertado o botão que enviava o comando B, o mestre

enviava uma frame que não podia ler o valor e piscava um led.

Figura 8.4 - Simulação entre microcontrolador e supervisório

8.1.4 Sistema completo

Concluídas as etapas anteriores, inseriu-se dois nós a um barramento RS-485 e

uma saída serial para o mestre, de modo a conectá-lo ao supervisório. Essas foram as

maiores modificações feitas em relação aos modelos simulados (Figura 8.5).

Figura 8.5 - Simulação entre microcontrolador e supervisório

9 DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

9.1 Resultados obtidos

O Proteus VSM possibilitou a integração de todos os componentes para testar o

funcionamento de todo o sistema proposto. Foi possível verificar o envio dos comandos

e o recebimento dos valores desejados posteriormente exibidos na tela do supervisório.

Cada um dos botões foi pressionado separadamente, e os atuadores executaram a

ação desejada. Os sensores, também, enviaram seus valores ao microcontrolador

mestre, e este, sempre que solicitado, enviou as informações ao supervisório.

9.2 Dificuldades encontradas

Em relação à simulação, percebeu-se que a comunicação entre o supervisório e

o mestre não foi bem configurada. Isso pode ser observado na visualização do display,

em que se perde parte do valor que está sendo recebido. Também, notou-se que há

uma certa demora no recebimento dos comandos a partir do supervisórios.

Em relação à montagem do sistema proposto, o maior problema estava

relacionado ao gravador do microcontrolador. O único gravador disponível não gravava

o microcontrolador PIC18F45K80, o que impossibilitou a utilização dele no projeto. Teve

que ser usado outros microcontroladores e eles não possuíam as duas portas seriais,

condição essencial para o microcontrolador mestre. Devido a isso, não foi possível

testar o sistema físico em funcionamento e portanto, a obtenção dos resultados reais.

9.3 Análise dos resultados

A partir da simulação do sistema proposto, percebe-se que é possível ter uma

pequena automação residencial para a execução de tarefas como medição de

temperatura e luminosidade de ambientes. O sistema funcionou o mínimo do esperado

devido a alguma falhas da programação dos microcontroladores. Apesar disso, diversos

ajustes devem ser feitos, de modo a ter o melhor desempenho e todas as funções

implementadas corretamente.

9.4 Trabalhos futuros

A implementação de mais sensores e atuadores nos nós e a adição de mais nós

para análise de funcionamento e desempenho do sistema. Há também a possibilidade

de implementar outros protocolos de comunicação existentes, como por exemplo, a

rede CAN

9.5 Conclusões

Por meio do sistema desenvolvido, houve uma compreensão sobre as etapas de

um projeto. Partindo de um conhecimento básico sobre o assunto e uma proposta,

criou-se um sistema diferenciado, com padrões simples e funcional, possível ser

implementado em uma residência.

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APÊNDICE 1 - Código do microcontrolador mestre ============================================================================ MASTER 00 ============================================================================ // configuração LCD sbit LCD_RS at RD4_bit; sbit LCD_EN at RD5_bit; sbit LCD_D4 at RD0_bit; sbit LCD_D5 at RD1_bit; sbit LCD_D6 at RD2_bit; sbit LCD_D7 at RD3_bit; sbit LCD_RS_Direction at TRISD4_bit; sbit LCD_EN_Direction at TRISD5_bit; sbit LCD_D4_Direction at TRISD0_bit; sbit LCD_D5_Direction at TRISD1_bit; sbit LCD_D6_Direction at TRISD2_bit; sbit LCD_D7_Direction at TRISD3_bit; // Inicialização variáveis char txt1() = "TCC"; char txt2() = "Domotica"; // Constantes const unsigned int FOSC = 8000; const unsigned char END_STR() = "END"; const unsigned char DELAY = 100; // Inicialização variáveis unsigned char count = 0; int nnos = 2; int idnode = 0; // Variável do nó unsigned char id_node = 0; // Constantes const unsigned char NODE_ID = 0; // Node 00 = MASTER //Função supervisório Const unsigned carga110 = 10; //nó 1, carga 1, desligado Const unsigned carga111 = 11; Const unsigned carga120 = 20; Const unsigned carga121 = 21; Const unsigned carga110 = 30; Const unsigned carga110 = 31; Const unsigned carga110 = 40; Const unsigned carga110 = 41; Const unsigned carga110 = 50; Const unsigned carga110 = 51; Const unsigned carga110 = 60;

Const unsigned carga110 = 61; Const unsigned carga110 = 70; Const unsigned carga110 = 71; Const unsigned carga110 = 80; Const unsigned carga110 = 81; // NODE Structure struct Node char slaveid; char slavecommand; char ain(3); char din(2); char dout(4); Device; // Interrupt Table // INT TIMER0 (LED "alive") void interrupt() if (INTCON.TMR0IF) PORTE.B0 = ~PORTE.B0; INTCON.TMR0IF = 0; void Send_Frame(unsigned char id_node, unsigned char comando) // Envia o Frame pela serial unsigned char lcd_str(4); PORTC.B5 = 1 Delay_ms(2*DELAY); UART1_Write (id_node); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (comando); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.ain(0)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.ain(1)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.ain(2)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.din(0)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.din(1)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(0)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(1)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(2)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(3)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write_Text("END"); Delay_ms (2*DELAY); PORTC.B5 = 0;

// Pisca LED PORTE PORTE.B1 ^= 1; void Receive_Frame() //Recebe o Frame pela serial unsigned char rx_frame(20); unsigned char lcd_str(4); UART1_Read_Text(rx_frame, "END", 20); // lê o texto até encontrar a palavra "end" // Identifica comando enviado pelo Master Device.slaveid = rx_frame(0); Device.slavecommand = rx_frame(1); // Atualiza matriz do Device Device.ain(0) = rx_frame(2); // Sensor AN0 Device.ain(1) = rx_frame(3); // Sensor CH0 Device.ain(2) = rx_frame(4); // Sensor CH1 Device.din(0) = rx_frame(5); // Sensor CH2 Device.din(1) = rx_frame(6); // Sensor CH3 Device.dout(0) = rx_frame(7); // Saida CH0 Device.dout(1) = rx_frame(8); // Saida CH1 Device.dout(2) = rx_frame(9); // Saida CH2 Device.dout(3) = rx_frame(10); // Saida CH3 // Pisca LED PORTE PORTE.B2 ^= 1; void Send_Scada() // Envia dados para o SCADA pela serial char rec(1); if (rec(0) =='A') //envio do frame UART2_Write (id_node); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (comando); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.ain(0)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.ain(1)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.ain(2)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.din(0)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.din(1)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.dout(0)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.dout(1)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write (Device.dout(2)); Delay_ms(DELAY);

UART2_Write (Device.dout(3)); Delay_ms(DELAY); UART2_Write_Text("END"); Delay_ms (2*DELAY); void Command_Scada() // Envia comandos d o SCADA para os escravos char rec(2); if (rec(2)== carga110) Device.rxid(1)=1; Device.dout(0)=0; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga111) Device.rxid(1)=1; Device.dout(0)=1; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga120) Device.rxid(1)=1; Device.dout(1)=0; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga121) Device.rxid(1)=1; Device.dout(1)=1; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga130) Device.rxid(1)=1; Device.dout(2)=0; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga131) Device.rxid(1)=1; Device.dout(2)=1; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga140) Device.rxid(1)=1; Device.dout(3)=0; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga141) Device.rxid(1)=1; Device.dout(3)=1; Send_Frame(1,1); else if (rec(2)== carga210) Device.rxid(1)=2; Device.dout(0)=0; Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga211) Device.rxid(1)=2; Device.dout(0)=1; Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga220) Device.rxid(1)=2; Device.dout(1)=0;

Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga221) Device.rxid(1)=2; Device.dout(1)=1; Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga230) Device.rxid(1)=2; Device.dout(2)=0; Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga231) Device.rxid(1)=2; Device.dout(2)=1; Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga240) Device.rxid(1)=2; Device.dout(3)=0; Send_Frame(2,1); else if (rec(2)== carga241) Device.rxid(1)=2; Device.dout(3)=1; Send_Frame(2,1); Void Varredura_master () for(i=0;i<=nnos;i++) idnode = i; UART1_write(idnode); // ============================================================================= // MAIN // ============================================================================= void main() // Registradores ADCON1 = 0b00001110; // PORTA pins: only AN0 Analog TRISA = 0xFF; TRISC = 0xF0; TRISC.B7 = 1; // RX UART TRISD = 0x00; // TRISE = 0b0001000; // RE3 is MCLR PORTA = 0; // Inicialização LCD Lcd_Init(); Lcd_Cmd(_LCD_CLEAR); Lcd_Cmd(_LCD_CURSOR_OFF); Lcd_Out(1,1,txt1); Lcd_Out(2,1,txt2); Delay_ms(1000); Lcd_Cmd(_LCD_CLEAR);

// Inicializa UART UART1_Init(9600); Delay_ms(200); UART2_Init(9600); Delay_ms(200); // Config INTERRUPTIONS INTCON.GIE = 1; // Enable all INTs //INTCON.PEIE = 1; // Enable peripheral INTs (TIMER2) INTCON.TMR0IE = 1; // Timer0 INT Enabled INTCON.INT0IE = 0; // Disables the INT0 external interrupt INTCON.RBIF = 0; // RBx port change disabled INTCON.TMR0IF = 0; // Clear INT flag //INTCON2.TMR0IP = 1; // TMR0 Overflow Interrupt Priority :High priority // Timer0 Config (LED Alive) TMR0L = 0xFF; TMR0H = 0xFF; T0CON.TMR0ON = 1; T0CON.T08BIT = 0; T0CON.T0CS = 0; T0CON.T0SE = 0; T0CON.PSA = 0; // Prescaler T0CON.T0PS2 = 0; T0CON.T0PS1 = 1; T0CON.T0PS0 = 1; // --------------------------------------------------------------------------- // MAIN LOOP // --------------------------------------------------------------------------- while (1) Varredura_Master(); if (UART1_Data_Ready()) // If data is received, Receive_Frame(); else if (UART2_Data_Ready()) , Receive_Scada(); If ((rec(0)=='A') && (rec(1)== idnode)) Send_Scada(); else If ((rec(0)=='B') && (rec(1)== idnode)) Command_Scada(); Delay_ms(2*DELAY); // While 1 // Main

APÊNDICE 2 - Código do microcontrolador escravo ============================================================================ SLAVE 01 **o SLAVE 02 é identico, só muda seu id_node ============================================================================ // LCD module connections sbit LCD_RS at RD4_bit; sbit LCD_EN at RD5_bit; sbit LCD_D4 at RD0_bit; sbit LCD_D5 at RD1_bit; sbit LCD_D6 at RD2_bit; sbit LCD_D7 at RD3_bit; sbit LCD_RS_Direction at TRISD4_bit; sbit LCD_EN_Direction at TRISD5_bit; sbit LCD_D4_Direction at TRISD0_bit; sbit LCD_D5_Direction at TRISD1_bit; sbit LCD_D6_Direction at TRISD2_bit; sbit LCD_D7_Direction at TRISD3_bit; // Inicialização variáveis char txt1() = "TCC"; char txt2() = "Domotica"; // Constantes const unsigned char NODE_ID = 1; // Node 01 const unsigned int FOSC = 8000; const unsigned char END_STR() = "END"; const unsigned char DELAY = 100; // Inicialização variáveis unsigned char count = 0; // NODE Structure struct Node char rxid; char rxcommand; char ain(5); char dout(4); Device; // INTERRUPT Table void interrupt() // INT TIMER0 (LED "alive") if (INTCON.TMR0IF) PORTE.B0 = ~PORTE.B0; INTCON.TMR0IF = 0; void Send_Frame(unsigned char id_node, unsigned char comando) // Envia o Frame pela serial unsigned char lcd_str(4); PORTC.B5 = 1; // write enable MAX487 Delay_ms(2*DELAY);

UART1_Write (id_node); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (comando); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.ain(0)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.ain(1)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.ain(2)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.din(0)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.din(1)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(0)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(1)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(2)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write (Device.dout(3)); Delay_ms(DELAY); UART1_Write_Text("END"); Delay_ms (2*DELAY); PORTC.B5 = 0; // Pisca LED PORTE PORTE.B1 ^= 1; void Run_Command() // Executa o comando enviado pelo MASTER if (Device.rxcommand == 0) // READ STATUS AND SEND TO MASTER // Read Status dos sensores Device.ain(0) = ADC_Read(0); // Sensor AN0 Device.ain(1) = PORTA.B1; // Sensor CH0 Device.ain(2) = PORTA.B2; // Sensor CH1 Device.din(0) = PORTA.B3; // Sensor CH2 Device.din(1) = PORTA.B4; // Sensor CH3 Device.dout(0) = PORTC.B0; // Saida CH0 Device.dout(1) = PORTC.B1; // Saida CH1 Device.dout(2) = PORTC.B2; // Saida CH2 Device.dout(3) = PORTC.B3; // Saida CH3 // Envia dados ao Master Send_Frame(NODE_ID, 0); Delay_ms(2*DELAY); else if (Device.rxcommand == 1) // WRITE TO SLAVE DEVICE // Atualiza Sensores de Saída PORTC.B0 = Device.dout(0); // Saida CH0 PORTC.B1 = Device.dout(1); // Saida CH1 PORTC.B2 = Device.dout(2); // Saida CH2 PORTC.B3 = Device.dout(3); // Saida CH3

void Receive_Frame() // Recebe o Frame pela serial unsigned char rx_frame(20); UART1_Read_Text(rx_frame, "END", 20); // reads text until END is found // Identifica comando enviado pelo Master Device.rxid = rx_frame(0); Device.rxcommand = rx_frame(1); // Reconhece que a chamada é dirigida a ele if (Device.rxid == NODE_ID) // Atualiza matriz do Device Device.ain(0) = rx_frame(2); // Sensor AN0 Device.ain(1) = rx_frame(3); // Sensor CH0 Device.ain(2) = rx_frame(4); // Sensor CH1 Device.din(0) = rx_frame(5); // Sensor CH2 Device.din(1) = rx_frame(6); // Sensor CH3 Device.dout(0) = rx_frame(7); // Saida CH0 Device.dout(1) = rx_frame(8); // Saida CH1 Device.dout(2) = rx_frame(9); // Saida CH2 Device.dout(3) = rx_frame(10); // Saida CH3 // Pisca LED PORTE PORTE.B2 ^= 1; // Executa o comando Run_Command(); Void chaves() If (PORTA.B3=1) PORTC.B0 = 1; PORTC.B1 = 1; PORTC.B2 = 1; PORTC.B3 = 1; If (PORTA.B4=1) PORTC.B0 = 0; PORTC.B1 = 0; PORTC.B2 = 0; PORTC.B3 = 0; Void Varredura_Slave() Char idnode(5); If (Uart1_Data_Ready()) Uart1_Read_Text(idnode,"END",5) If (Device.rxid == idnode) Send_Frame(i,1); void main() //MAIN LOOP // Registradores ADCON1 = 0b00001110; // PORTA pins: only AN0 Analog TRISA = 0xFF; // PORTA is all input TRISC = 0xF0; TRISC.B7 = 1; // RX UART

TRISD = 0x00; // TRISE = 0b0001000; // RE3 is MCLR PORTA = 0; Lcd_Init(); // Inicialização LCD Lcd_Cmd(_LCD_CLEAR); Lcd_Cmd(_LCD_CURSOR_OFF); Lcd_Out(1,1,txt1); Lcd_Out(2,1,txt2); Delay_ms(1000); Lcd_Cmd(_LCD_CLEAR); UART1_Init(9600); // Inicializa UART Delay_ms(200); ADC_Init(); // Inicializa ADC // Config INTERRUPTIONS INTCON.GIE = 1; // Enable all INTs //INTCON.PEIE = 1; // Enable peripheral INTs (TIMER2) INTCON.TMR0IE = 1; // Timer0 INT Enabled INTCON.INT0IE = 0; // Disables the INT0 external interrupt INTCON.RBIF = 0; // RBx port change disabled INTCON.TMR0IF = 0; // Clear INT flag //INTCON2.TMR0IP = 1; // TMR0 Overflow Interrupt Priority :High priority // Timer0 Config (LED Alive) TMR0L = 0xFF; TMR0H = 0xFF; T0CON.TMR0ON = 1; T0CON.T08BIT = 0; T0CON.T0CS = 0; T0CON.T0SE = 0; T0CON.PSA = 0; // Prescaler T0CON.T0PS2 = 0; T0CON.T0PS1 = 1; T0CON.T0PS0 = 1; // --------------------------------------------------------------------------- // MAIN LOOP // --------------------------------------------------------------------------- while (1) Varredura_Slave(); // Verifica chegada de requisição do MASTER if (UART1_Data_Ready()) // If data is received, Receive_Frame(); Run_Command(); Chaves(); Send_Frame(); Delay_ms(2*DELAY); // While 1 // Main