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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CUIDADOS CLÍNICOS EM ENFERMAGEM E SAÚDE NÍVEL: MESTRADO ACADÊMICO IDOSOS INSERIDOS EM MODALIDADES EDUCACIONAIS E O COMPORTAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE: fundamentos para o cuidado clínico de enfermagem JÉSSICA DE MENEZES NOGUEIRA FORTALEZA-CEARÁ 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CUIDADOS CLÍNICOS EM ENFERMAGEM E SAÚDE

NÍVEL: MESTRADO ACADÊMICO

IDOSOS INSERIDOS EM MODALIDADES EDUCACIONAIS E O COMPORTAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE: fundamentos para o

cuidado clínico de enfermagem

JÉSSICA DE MENEZES NOGUEIRA

FORTALEZA-CEARÁ

2012

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JÉSSICA DE MENEZES NOGUEIRA

IDOSOS INSERIDOS EM MODALIDADES EDUCACIONAIS E O

COMPORTAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE: fundamentos para o

cuidado clínico de enfermagem

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem em Saúde da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.

Linha de Pesquisa: Fundamentos e Práticas do Cuidado Clínico em Enfermagem e Saúde

Orientadora: Profa. Dra. Maria Célia de Freitas

Fortaleza-CE

2012

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A Deus, pelo dom

da criação, da vida

e da sabedoria

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AGRADECIMENTOS

Ao Meu Deus, fonte de luz e de amor.

À Sagrada Família, Jesus, Maria e José, pela intercessão sempre concebida.

Aos meus pais, Rita Ivete de Menezes e José Jacinto Nogueira por me proporcionarem a vida

e pela sabedoria que me foi transmitida, possibilitando a realização deste sonho.

À minha tia Rita Claudete de Menezes, pelo carinho, ensinamentos e por, desde cedo,

ensinar-me a grandeza que é o saber.

À minha irmã, avó, tia e, aos primos e ao namorado, pelo amor, e por confiarem no meu

potencial. Tudo tornou-se mais tranqüilo com vocês.

À Maria Célia de Freitas, professora, orientadora e amiga, faltam-me palavras para agradecer

tamanha confiança que vem depositando em mim durante toda essa trajetória acadêmica.

Gratidão por cada ensinamento, profissional e pessoal.

À professora Maria Vilani Cavalcante Guedes, pela contribuição neste e em tantos outros

projetos. Obrigada pelo carinho e torcida.

À professora Maria Josefina da Silva e Mercedes Trentini pelo engrandecimento deste trabaho. Obrigada pela disponibilidade em participar deste momento.

Aos professores do Programa de Pós Graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e

Saúde (PPCCLIS) – Universidade Estadual do Ceará, pelo desempenho em sala de aula e

por acreditarem na nossa competência, confiando tantos temas difíceis e inquietantes.

A Maria Gomes de Queiroz, grande mestra e inspiração, que acreditou no meu estudo e

proporcionou um campo fértil para a realização da pesquisa.

Às idosas participantes da disciplina “Relacionamento Intergeracional” que tanto me

ensinaram sobre a vida pessoal e profissional. Buscarei, sempre, ações concretas para

melhorar o cotidiano de vocês.

Aos meus colegas de mestrado, turma VII do CMACCLIS. Obrigada pela parceria nos

seminários e nas discussões grupais, auxiliando no meu crescimento científico. Com vocês

tenho a certeza que tudo dará certo.

Aos professores e profissionais de Enfermagem que muito ensinaram com suas experiências.

Aos colegas do grupo de pesquisa sempre presentes nessa conquista.

À minha amiga Francisca Tereza de Galiza e Rafaelly Fernandes Pereira pelo apoio na

concretização deste e de tantos outros projetos de pesquisa.

Aos demais familiares, amigos e todos aqueles que torcem pelo meu sucesso.

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A grandeza de uma profissão é talvez, antes de tudo,

unir os homens: não há senão um verdadeiro luxo e

esse é o das relações humanas.

Antoine de Saint-Exupéry

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RESUMO

NOGUEIRA, Jessica de Menezes; Idosos inseridos em modalidades educacionais e o comportamento para promoção da saúde: fundamentos para o cuidado clínico de enfermagem; Fortaleza, 2012. Dissertação(Programa de Pós Graduação em Cuidados

Enfermagem e Saúde, Nível: Mestrado Acadêmico)- Universidade Estadual do Ceará, 2012. Orientadora: Profª. Dra. Maria Célia de Freitas

O estudo objetivou conhecer acerca do saber e do fazer sobre os comportamentos de saúde de idosos matriculados em modalidades educacionais ofertados na Universidade Sem Fronteiras em Fortaleza-CE, à luz do Modelo de Promoção da Saúde(MPS), proposto por Nola J. Pender. Como regência metodológica utilizou-se a Pesquisa Convergente Assistencial (PCA). Foi um estudo descritivo com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado na Universidade Sem Fronteiras (UNISF), na cidade Fortaleza-CE. Os sujeitos participantes foram 14 idosas. Primeiramente foi realizada a observação participante no período de outubro 2011 a abril de 2012 . Após este momento foi aplicado do TCLE e formulário sócio-econômico e de saúde, seguido pela conceituação de promoção da saúde. Recorreu-se, à ferramenta CMap Tools em sua versão 5.03, para organização dos dados colhidos. Com isto, foram

realizados momentos subsequentes, pautados nos conceitos secundários oriundos no MC de promoção da saúde, seguindo-se dos demais eixos do Modelo de Promoçao da Saúde, trazendo nos momentos de convergências, temáticas afins com o que as idosas expuseram no MC do momento anterior. Delineando, assim, a “dança da PCA” contendo momentos de convergêcia e distanciamento que permitiram a pesquisadora intervir na realidade das idosas de forma mais eficaz. A caracterização dos sujeitos, composto por 14 idosas, com idade média de 73 anos e renda familiar mensal de R$ 5000,00. As idosas, apesar de média de idade de 73 anos e 85,7% terem doenças preexistentes. Ao elaborar-se “Promoção da Saúde” as idosas trouxeram os seguintes conceitos secundários: Processo Lento; Mandamentos; Amizade; Abertura; Convivência; Auto-conhecimento; Auto-estima; Aceitação e Ser Social, todos possuindo frases de ligações que dão sentido às proposições e ajudam a visualizar a realidade. O foco para convergência visualizado foi fomentar discussões que permitissem às idosas associar as relações interpessoais com a sua saúde e bem estar. Ao trabalhar-se o primeiro eixo do MPS, o MC, o que demonstrou ser fator preponderante para frequentar as aulas foi o conceito secundário: “SER FELIZ”. Dessa forma, a temática para convergência da próxima etapa consistiu em uma reflexão acerca do que é felicidade, a fim de sensibilizar e relacionar fatos importantes que traduz a felicidade na vida destas idosas. Ao analisarem-se os MC deste segundo eixo, o distanciamento, para a profunda análise dos dados, permitida pela PCA, mostrou que as idosas do estudo necessitam do contato com a UNISF para manterem esta conduta, que promove a saúde, potencializando ações propulsoras de um processo de envelhecimento diferente, como também potencializando as ações de autocuidado para melhor enfrentar os problemas do dia a dia. A temática de convergência do próximo encontro identificada foi destacar na próxima reunião estratégias para melhorar as ações individuais para a mudança de vida, com a apresentação do texto “O impossível é aquilo que não foi feito”. No terceiro eixo, foi estabelecido o quadro comparativo social e de saúde desde antes o início dos momentos de convergência e após os mesmos, com isto concluiu-se que ocorreu uma mudança de comportamento promotor de saúde, demonstrado pela diversidade de pensamentos e reconhecimento de benefícios oriundos das discussões propostas pelo estudo. Portanto, é necessário que o enfermeiro tenha em vista novas áreas de atuação e aprimore seu cuidado relacionado a potencialilzação e/ou ajuste de comportamento promotor de saúde da população idosa, com o fim de proporcionar-lhes um processo de envelhecimento mais ativo.

Descritores: Pesquisa em Enfermagem, Promoção da Saúde, Teoria de Enfermagem, Saúde do Idoso

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ABSTRACT

WALNUT, Jessica de Menezes; Seniors inserted in educational methods and behavior for health promotion: foundations for clinical nursing care; Fortaleza, 2012. Dissertation (Graduate Program in Clinical Care in Nursing Degree and Health: Master Academic) - Ceará State University, 2012. Advisor: Prof.. Dr. Maria Celia de Freitas

The study aimed to learn about knowing and doing on the health behaviors of elderly enrolled in educational modalities offered at the University Without Borders in Fortaleza, in light of the Health Promotion Model (MPS) proposed by Nola J. Pender. As methodological regency used the Convergent Care Research (PCA). It was a descriptive study with a qualitative approach. The study was conducted at the University Without Borders (UNISF), Fortaleza-CE in the city. The subjects were 14 elderly participants. First participant observation was conducted from October 2011 to April 2012. After this moment was applied form of IC and socio-economic and health, followed by the concept of health promotion. We used, the tool CMap Tools in version 5.03, to organize the data collected. With this, were performed subsequent moments, lined on concepts from the MC side of health promotion, followed by the other axes of the Health Promotion Model, bringing in moments of convergence, themes related with the elderly exposed to MC earlier time. Outlining thus the "dance of the PCA" convergêcia and containing moments of detachment that allowed the researcher intervene in the reality of the elderly more effectively. The characterization of the subjects, comprising 14 elderly, with a mean age of 73 years and a monthly family income of R $ 5,000.00. The elderly, despite an average age of 73 years and 85.7% had preexisting conditions. In drawing up "Health Promotion" the elderly had the following side concepts: Slow Process; Commandments; Friendship; Opening; Living, Self-Awareness, Self-Esteem, Social Acceptance and Being, possessing all sentences connections that give meaning to propositions and help visualize the reality. The focus for convergence was seen encouraging discussions that would enable elderly associate interpersonal relationships with their health and wellness. By working up the first set of MPS, the MC, which proved to be a major factor to attend classes the concept was secondary: "BE HAPPY". Thus, the convergence theme for the next step consisted of a reflection of what is happiness, to raise awareness and important facts relate that translates to happiness in the lives of these elderly. When analyzing the MC of this second axis, the distance to the deep data analysis, permitted by PCA showed that the elderly need to study the contact UNISF to keep this conduct, which promotes health, boosting shares of propelling an aging process differently, but also enhancing the self-care actions to better address the problems of everyday life. The issue of convergence of the next meeting highlight was identified at the next meeting strategies to improve individual actions for change of life, with the presentation of the text "The impossible is what was not done." The third axis has been established the table comparing social and health since before the beginning of convergence times and after the same, thus it was concluded that a change of behavior health promoter, as demonstrated by the diversity of thoughts and recognition of benefits from the discussions proposed by the study. Therefore, it is necessary that the nurse has in mind new areas and improve their care related to potencialilzação and / or behavior adjustment prosecutor health of the elderly population, in order to give them a more active aging process. Keywords: Nursing Research; Health Promotion; Nursing Theory; Health of the Elderly.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Adaptação da tradução de Vitor, Lopes e Ximenes (2005) do Diagrama do Modelo de Promoção da Saúde. ................................................................................. 36

Figura 2 – Síntese do processo metodológico preconizado pela PCA. Adaptado do modelo proposto por Trentini e Pain (2004) ................................................................ 56

Figura 3 – Mapeamento conceitual de promoção da saúde antes dos momentos de convergência, UNISF, Fortaleza, 2012 ....................................................................... 67

Figura 4 – Comportamento anterior das idosas UNISF, Fortaleza, 2012. ................. 74

Figura 5 – Comportamento anterior de saúde das idosas da UNISF, Fortaleza, 2012. 76

Figura 6 – Fatores pessoais preditivos da conduta promotora de saúde por idosas da UNISF, Fortaleza, 2012. ............................................................................................. 83

Figura 7 – Sentimentos em relação ao comportamento, por idosas participantes do estudo, UNISF, Fortaleza, 2012. ................................................................................ 88

Figura 8 – Influências interpessoais da participação na UNISF, Fortaleza, 2012. ..... 90

Figura 9 –Benefícios e auto-efícácia percebida pela idosas estarem na UNISFB, Fortaleza, 2012. ......................................................................................................... 93

Figura 10 – Barreiras percebidas para frequentar a UNISF, Fortaleza, 2012. ........... 99

Figura 11 – Objetivos para manterem a participação na UNISF, Fortaleza, 2012. .. 103

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Figura 12 - Comparativo das mudanças pessoais, antes e após aos momentos de convergência, UNISF, Fortaleza, 2012. .................................................................... 106

Figura 13-Comparativo entre o estado de saúde antes e depois dos momentos de convergência, UNISF, Fortaleza, 2012...................................................................... 109

Figura 14- Resumo dos momentos de convergência e distanciamento de acordo com a proposta da Pesquisa Convergente Assistencial. Fortaleza-CE, 2012. ................. 114

Figura 15 – Representação gráfica da pesquisa e dos alcances na prática, da temática proposta para o saber-fazer do enfermeiro na modalidade educacional. Fortaleza-CE, 2012. ................................................................................................. 116

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quadro resumo dos momentos do estudo, UNISF, Fortaleza, 2012 ......... 44

Tabela 2 – Caracterização Sócio-demográfica dos participantes do estudo, UNISF, Fortaleza, 2012. ......................................................................................................... 62

Tabela 3 – Condições de saúde das idosas participantes do estudo, UNISF, Fortaleza, 2012. ......................................................................................................... 65

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPS - Centro de Atenção Psicossocial

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

EJA - Educação de Jovens e Adultos

ICD - Instrumento de Coleta de Dados

GRUPEESS - Grupo de Pesquisa Enfermagem, Educação, Saúde e Sociedade

MPS - Modelo de Promoção da Saúde

MC – Mapa Conceitual

OMS - Organização Mundial de Saúde

PCA - Pesquisa Convergente Assistencial

SESC - Serviço Social do Comércio

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UECE – Universidade Estadual do Ceará

UnATI - Universidade Aberta para Terceira Idade

USF - Universidade Sem Fronteiras

USP - Universidade de São Paulo

WHO - World Health Organization

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 13

2 OBJETIVOS .................................................................................................................................... 19

2.1 Geral ......................................................................................................................................... 19

2.2 Específicos ................................................................................................................................ 19

3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................................... 20

3.1 Políticas públicas para o envelhecimento: olhar na promoção da saúde .................................... 20

3.2 Envelhecimento ativo e qualidade de vida: contribuições para a promoção da saúde................. 22

3.3 Modalidades educacionais para o idoso e a contribuição da enfermagem .................................. 23

3.4 Panorama das modalidades educacionais voltadas ao idoso e a participação da enfermagem .. 26

4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................... 27

4.1 Modelo de Promoção da Saúde: bases para compreender o comportamento promotor da saúde33

5 MATERIAL E MÉTODO ................................................................................................................... 40

5.1 Natureza do estudo ................................................................................................................... 40

5.2 Fase de instrumentação ............................................................................................................ 41

5.2.1 Espaço Físico da Pesquisa ............................................................................................ 42

5.2.2 Participantes .................................................................................................................. 34

5.2.3 Método e Técnica de Obtenção dos dados ..................................................................... 43

5.3 Fase de Perscrutação e Fase de Análise ................................................................................... 49

5.4 Questões Éticas ....................................................................................................................... 53

5.5 Fase de Interpretação............................................................................................................... 54

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 119

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 123

APÊNDICE A - Instrumento de coleta de dados sócio demográfico e pré-teste .......................... 133

APÊNDICE B – Proposição Inicial: “O que é Promoção da Saúde?” ........................................... 134

APÊNDICE C – Questões Norteadoras: Primeiro Eixo ................................................................. 135

APÊNDICE D – Questões Norteadoras: Segundo Eixo ................................................................. 136

APÊNDICE E – Questões Norteadoras: Terceiro Eixo ................................................................... 137

APÊNDICE F - Solicitação de Autorização da Instituição ............................................................. 138

APÊNDICE G - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Direcionado aos Idosos .............. 139

APÊNDICE H - Termo De Consentimento Livre e Esclarecido Direcionado ao Professor .......... 140

ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa aa Universidade Estadual do Ceará ....... 141

ANEXO B - Texto Utilizado no Momento de Convergência: “ A Arte de Não Adoecer ............... 142

ANEXO C - Texto Utilizado no Segundo Momento de Convergência: “ O Treinamento Da Mente Para A Felicidade” ......................................................................................................................... 144

ANEXO D - Texto Para Terceiro Momento de Convergencia: “Impossível é Aquilo Que Não Foi Feito” ............................................................................................................................................... 148

CRONOGRAMA ............................................................................................................................... 150

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1 INTRODUÇÃO

Os últimos séculos foram marcados por uma grande dinâmica social, em

que as transformações socioeconômicas e tecnológicas influenciam os

comportamentos humanos. Os sujeitos idosos no cenário atual vivenciam essas

mudanças e incorporam algumas transformações benéficas ou não à sua saúde.

Dessa forma, há uma grande chamada da sociedade para a promoção da

saúde, por meio de reportagens, propagandas e relatos de experiências divulgados

na mídia escrita e falada. Todo esse apelo tem gerado um compromisso da

população, especialmente, dos idosos no tocante a adoção de estratégia para

manter uma velhice ativa, conservando a autonomia e independência sempre

almejada.

A incorporação de atividades benéficas à saúde, como a realização de

exercícios físicas, crescente entre os idosos, que favorece o aumento ou

preservação da força e da potência muscular, manutenção da mobilidade e da vida

dependente, e prevenção e redução das quedas e das fraturas. (OLIVEIRA et. al.,

2010)

Entre as práticas que não são favoráveis à saúde, uma pesquisa da

Faculdade de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto

aponta que 80% dos 191 idosos, entre 60 e 80 anos, que procuravam o Centro de

Atenção Psicossocial (CAPS) queriam tratamento contra o alcoolismo. No entanto, a

surpresa dos pesquisadores foi saber que os outros 20% eram viciados em droga.

(PILLON et. al, 2010)

Portanto, a adoção de um comportamento envolve vários fatores que são

peculiares a cada pessoa. E, de acordo com Silva e Lautert (2010), a manutenção

deste comportamento está vinculada a expectativa de êxito. Logo, quando se espera

que um comportamento promotor de saúde seja realizado, é preciso estabelecer as

expectativas de eficácia e de resposta/resultado para o indivíduo.

A expectativa de auto-eficácia, proposto pelo Modelo de Promoção da

Saúde (MPS) de Nola J. Pender (2006) decorre do julgamento da habilidade pessoal

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para desempenhar um comportamento com sucesso, visando a um resultado

específico. De acordo com esta modelo, esse fator é o maior determinante para a

adoção, ou não, de certo comportamento. A expectativa de resposta provém do

julgamento se um dado comportamento irá produzir o resultado esperado.

Discutir o comportamento promotor de saúde do indivíduo/população tem

uma relevância importante para os profissionais imbuídos dessa atividade, em

especial o enfermeiro, que tem como uma das suas atividades a educação em

saúde. Portanto discutir temas referentes a promoção da saúde é um meio de

esclarecer e estabelecer comportamentos, revelando-se uma ferramenta essencial

para o planejamento das ações de cuidado de enfermagem, pautados em

necessidades peculiares a todas as dimensões do ser humano, no caso os idosos.

Na contemporaneidade, a atenção à saúde do idoso e seus familiares é

uma questão que vem sendo discutida por um grupo cada vez maior de profissionais

da área da saúde. Esse interesse se deve à tomada de consciência desses

profissionais acerca de seu papel em um contexto de generalizada carência de

recursos sociais e de saúde, e de profissionais para assistir a essa clientela, além do

crescente aumento da parcela populacional de idosos demonstrada pelos estudos

demográficos.

No Brasil, em 2009, estimou-se que havia cerca de 21 milhões de idosos

no país e, entre 1999 e 2009, o percentual das pessoas com 60 anos ou mais de

idade no conjunto da população passou de 9,1% para 11,3% (IBGE, 2010).

As projeções para o ano de 2025 são de aproximadamente 34 milhões de

indivíduos com mais de 60 anos, dos quais 10,6 % corresponderão aos idosos com

80 anos e mais, o que colocará o Brasil na sexta posição entre os países com maior

número de pessoas idosas no mundo, diferenciando da década de 50 em que o país

estava na 16°colocação (IBGE, 2010).

No Ceará, a população de idosos com 60 anos ou mais aumentou 61%

nos últimos dez anos. Os dados confirmam que esse contingente etário chega a um

total de 1,063 milhão de pessoas. Enquanto em 2000 esse valor correspondia a

exatos 658,9mil (IBGE, 2010). Portanto, evidencia-se que a população de idosos no

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Ceará variou de 914 mil a 1 milhão de pessoas, o que representa em torno de 11%

da população (LIMA, 2011).

Quanto a cidade de Fortaleza dispõe aproximadamente de 9,6% do

quantitativo de idosos do Ceará, sendo representado por 3,7% de homens e 5,6%

por mulheres. (IBGE, 2010).

Veras (2009) complementa que o país necessita de preparação para esse

envelhecimento que já está ocorrendo de forma super acelerada. É ótimo estarmos

vivendo mais, mas é preciso que a sociedade dê condições para que se possa

usufruir esse tempo a mais de vida. É justamente esse o grande desafio que

enfrentaremos. Nesse caso refletir sobre a condição de saúde para essa parcela

populacional. Discutir a problemática da promoção da saúde é relevante para

apontar caminhos para que essa promoção se insira em todas as camadas sociais

que os idosos estão inseridos.

Ressalta o autor, que envelhecer traz desafios, pois envelhecer sem

doenças crônicas é mais exceção do que regra. No entanto, a doença crônica não

significa que o idoso não possa gerir sua vida e levar seu dia a dia de forma

independente. O foco não é se a pessoa tem ou não a doença, mas de que forma a

doença está sendo conduzida (VERAS, 2002).

Aliados a essas informações, em 1975, Nola Pender, publicou sua obra

“Um Modelo Conceitual para o Comportamento de Saúde Preventiva” que serviu

como base para o estudo sobre como as pessoas tomavam decisões que

influenciavam sua saúde, identificando fatores que influíam na tomada de decisões e

ações dos indivíduos para prevenir as doenças e promover a saúde. (SAKRAIDA,

2011).

Em 2006 foi lançada a 5ª edição do livro “Health Promotion in Nursing

Practice” que traz uma análise do MPS, colocando em evidência a utilização do

modelo para populações mais vulneráveis, como os idosos, e proporcionando

subsídios para a prática baseada em trabalhos científicos (SAKRAIDA, 2011).

A utilização de tecnologias de enfermagem, como é o caso do MPS, pois

de acordo com a discussão trazida por Meier (2004) se fundamenta como conjunto

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de conhecimentos (científicos e empíricos) sistematizados, em constante processo

de inovação, os quais são aplicados pelos enfermeiros em seu processo de trabalho,

para o alcance de um objetivo específico. Permeada pela reflexão, interpretação e

análise, essa é subsidiada pela sua experiência profissional e humana.

A utilização de tecnologias que favorecem o despertar de estratégias na

sensibilização da parcela populacional de idosos, sendo tem sido crucial para o

desenvolvimento de ações, no que diz respeito ao processo de cuidado ao idoso

(KLETEMBERG et. al., 2010)

A característica da tecnologia em enfermagem é peculiar, pois ao se

cuidar do ser humano, não é possível generalizar condutas, mas sim adaptá-las às

mais diversas situações, a fim de oferecer um cuidado individual e adequado ao

indivíduo.

Nesse contexto, a curiosidade e a crescente necessidade da busca pelo

saber instigaram a autora em participar, desde o início de sua graduação em 2006,

do Grupo de Pesquisa Enfermagem, Educação, Saúde e Sociedade (GRUPEESS) –

Linha de Pesquisa Cuidado Clínico ao Idoso e as Práticas educativas, o que

proporcionou aprofundamento na utilização de tecnologias de enfermagem e a

temática da enfermagem gerontológica, parafraseando Eliopoulos (2011), onde esta

área da enfermagem engloba os cuidados das pessoas idosas e enfatiza a

promoção da mais alta qualidade de vida possível e bem estar ao longo dessa fase

vital, tendo como base uma rede de informação do enfermeiro gerontólogo,

pautados na interdisciplinariedade, pois cada profissional tem seu saber específico e

quando agregados potencializam as ações de cuidar desenvolvidas pelo enfermeiro.

As diversas temáticas de pesquisa, que a autora teve a oportunidade de

desenvolver como bolsista de iniciação científica da Universidade Estadual do Ceará

e posteriormente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), foi em relação à educação em saúde para mulheres no

climatério, educação em saúde como estratégias de preservação da memória e

autonomia do idoso. Além do cenário da pesquisa, também se envolveu em

educação em saúde como facilitadora de oficinas em eventos e cursos de

atualização para cuidadores de idosos realizados em parceria com uma Instituição

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Pública de Longa Permanência na cidade de Fortaleza. E,ainda, em projetos de

extensões universitárias.

Além dessas atividades, a pesquisadora, engajou-se como estagiária da

instituição citada por 14 meses, em que se pode ter maior profundidade e articular

os saberes e fazeres obtidos ao longo destes anos, aprimorando a prática clínica e

ampliando conhecimentos, na área. Nos diversos cenários da prática de

enfermagem. Onde se podia vivenciar e experenciar o cuidado de idosos, nesse

caso mais fragilizados, o que despertou a inquietação de buscar caminhos que

promovam a saúde e prevenção de agravamento de doenças independente da

condição de cada idoso.

Outro fator motivador da pesquisa aconteceu durante algumas

participações em uma escola da rede pública municipal de Fortaleza onde a

pesquisadora teve a oportunidade de observar a participação de idosos na

Educação de Jovens e Adultos, dessa forma, houve a oportunidade de conversar

com os idosos/alunos dessa modalidade educacional, no tocante aos motivos da

procura. Nesse contexto, a pesquisadora também teve aproximação com

profissionais que fazem parte do quadro de facilitadores das modalidades

educacionais da Universidade Sem Fronteiras, também em Fortaleza. O relato

desses educadores em relação aos seus alunos idosos fortaleceu a idéia da

pesquisa, fundamentada nas seguintes inquietações: Quais atividades promotoras

de saúde os idosos realizavam antes de se inserirem nessas modalidades

educacionais? Quais os comportamentos de saúde/promoção de saúde dos idosos

inseridos em modalidades educacionais? De que forma os conteúdos apreendidos

nessas modalidades educacionais contribuem para a promoção de saúde do idoso?

Que fatores pessoais os idosos atribuem como comportamento de saúde?

Portanto, a autora reitera como objeto de pesquisa, o comportamento

promotor de saúde adotado por idosos inseridos em modalidades educacionais.

Assim, direciona-se os estudos a buscar conhecimentos que embasassem a adoção

de práticas promotoras de saúde pelos idosos tendo a educação como elo

fundamental e essencial para tanto. Desde então, agregando conhecimentos para o

reforço teórico necessário para o desenvolvimento da temática.

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Dessa forma, é importante ter claro a definição de promoção da saúde,

como a capacitação das pessoas e comunidades para modificarem os

determinantes da saúde em benefício da própria qualidade de vida, segundo a Carta

de Ottawa (WHO, 1986) e atua como um elo unificador para aqueles que

reconhecem a necessidade de mudança nas maneiras e condições de vida, a fim de

promover a saúde, englobando todos os fatores que influenciam na saúde, inclusive

a educação.

O estudo mostra-se relevante, pois as discussões são incipientes sobre a

promoção da saúde no cenário do envelhecimento. Segundo Kletemberg (2010),

confirma-se esse panorama a partir do levantamento dos trabalhos apresentados

nos Congressos Brasileiros de Enfermagem, entre 1998 e 2002. Dentre os 285

trabalhos elencados na área da saúde do idoso, apenas três trataram do idoso sob

uma perspectiva de grupo para promoção da saúde, conferindo assim uma

necessidade de maior aprofundamento na temática com vistas de subsidiar novos

estudos contribuindo para prática clínica de enfermagem.

Além desses fatores, a Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em

Saúde (BRASIL, 2008), traz a perspectiva da necessidade de estudos científicos

sobre idosos relacionando-se à perspectiva da promoção da saúde, sendo de

extrema relevância para a qualidade de vida com vistas à promoção da saúde e

prevenção de doenças.

Assim, considera-se a temática relevante, pois complementa o saber do

enfermeiro diferente do seu costume habitual de trabalho visto que essa estratégia

se propõe em um ambiente escolar e, neste contexto inovador, a promoção da

saúde e prevenção de agravos e doenças são fatores relevantes para a estabilidade

da saúde, dessa forma, proporcionando um envelhecimento mais ativo para essa

população.

Acredita-se que o conhecimento produzido contribuirá para que a

população em estudo, seja beneficiada com a potencialização das ações de

promoção da saúde, possibilitando a construção de um envelhecimento mais ativo,

prevenindo agravos à saúde e reabilitando-a quando necessário.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Conhecer acerca do saber e do fazer sobre os comportamentos de saúde

de idosos matriculados em modalidades educacionais ofertados na

Universidade Sem Fronteiras em Fortaleza-CE.

2.2 Específicos

Identificar quais as práticas individuais dos idosos acerca de cuidados

para a promoção da saúde antes de se inserirem nas modalidades

educacionais;

Analisar a relação entre a reinserção do idoso à escola e a busca por

cuidados de promoção da saúde;

Discutir os fatores pessoais que contribuem para a promoção de saúde

dos idosos que freqüentam a escola;

Discutir o fazer e o pensar da promoção da saúde de acordo com o

diagrama proposto por Nola J pender.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Políticas públicas para o envelhecimento: olhar na promoção da saúde

Há uma discussão crescente sobre Políticas Públicas voltadas para o

processo de envelhecimento e o idoso em si. A concepção ampliada de saúde na

atenção aos idosos culmina, entre outros fatores, em estratégias que proporcionem

autonomia e independência, utilizando medidas preventivas e de suporte para a

promoção da saúde.

Há várias políticas que tem como foco o idoso, sua família e a sociedade

que o cerca. Nos últimos anos o processo de envelhecimento está sendo mais

discutido e protegido por políticas públicas que amparam essa população.

A declaração do Direito à Educação Brasil (1988) aparece no artigo 6º:

“São direitos sociais a educação, [...] na forma desta Constituição”.O Estatuto do

Idoso (BRASIL, 2003) também prevê que o idoso tem direito à educação e que o

poder público deve criar estratégias que possibilitem o acesso dessa população à

educação, adequando currículos, metodologias e material didático nos programas

educacionais a ele destinados.

Esse direito essencial está garantido na Carta Magna, capitulo III; seção I;

Artigo 205 que diz: – "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família,

será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho". (BRASIL, 1988)

Na esfera mundial, o conceito de envelhecimento ativo (WHO, 2005)

prevê a informação como parte de um conjunto abrangente de medidas necessárias

à longevidade com qualidade de vida.

Da ótica das políticas para o envelhecimento, tem-se Política Nacional do

Idoso no Brasil (1994) que inclui em suas diretrizes a irradiação de informações

sobre o envelhecimento por compreender que este diz respeito a toda sociedade e

se relaciona ao curso de vida.

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A importância de processos educativos direcionados aos idosos é

destacada na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (BRASIL, 2006), visando

à prevenção de doenças e agravos e a promoção do envelhecimento saudável e,

tem como propósito primordial “a promoção do envelhecimento saudável, a

manutenção e melhoria da capacidade funcional dos idosos e a recuperação da

saúde, o Estado também tem o dever de garantir a participação do idoso na

sociedade, defendendo sua dignidade, bem estar e direito à vida.

O direito essencial ao acesso à educação relacionado a necessidade de

processos educacionais voltados ao idoso é visto como um ponto importante na

promoção de um envelhecimento ativo, dessa forma, remete ao repensar de como

está se fazendo a educação à essa população.

A Lei Orgânica da Saúde 8080/90 que dispõe sobre as condições para a

promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos

serviços correspondentes (BRASIL, 1990). Portanto, dentro de seus princípios

regulamentadores, destaca-se a preservação da autonomia da integralidade física e

moral da pessoa.

O Estatuto do Idoso instituído pela Lei 10741/2003 (BRASIL, 2003) tem

maior atenção para as políticas que promovam a saúde, e, que contribuam para a

manutenção da autonomia e valorizem as redes de suporte social.

Essa políticas enfatizam a elaboração de estratégias para promoção da

saúde da população idosa, associada a educação como elo fundamental para a

articulação de atividades que apóiem essas práticas de saúde.

Porém, há considerável consenso na literatura, nas diretrizes políticas e

nos programas de atenção a respeito da possibilidade de novas aprendizagens,

manutenção da capacidade de adaptação dos idosos, condições que esses autores

associam à noção de velhice bem-sucedida (NERI, 1993; FREIRE, 2000; RAMOS,

2000; BRASIL, 2006).

Portanto, vê-se que essas políticas públicas estão voltadas para o idoso

com o foco na promoção da saúde, preservando sua autonomia, independência e

proporcionando o convívio social dessa população, instigando a atenção da

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sociedade para o envelhecimento ativo, contudo tendo além de outros fatores, a

educação como pré-requisito essencial em todos os programas de promoção à

saúde.

3.2 Envelhecimento ativo e qualidade de vida: contribuições para a promoção

da saúde

A compreensão da saúde relacionada à qualidade de vida é uma relação

importante para se estabelecer estratégias que busquem atingir um patamar

favorável à saúde.

O termo qualidade de vida é amplamente utilizado na atualidade, em

contextos discursivos diversos e com conotações variadas. Expressa um conjunto

de elementos identificados como fundamentais ao que se possa entender como boa

vida ou vida que valha a pena ser vivida, dessa forma, corrobora a discussão de

Leal (2008) que tem por qualidade de vida um conjunto de elementos identificados

como fundamentais ao que se possa entender como boa vida ou vida que valha a

pena ser vivida.

De acordo com a revisão de Minayo, Hartz e Buss (2000), qualidade de

vida é uma noção que envolve aspectos subjetivos e parâmetros materiais, captados

tanto pelo grau de satisfação em relação ao sentido de realização pessoal, prazer,

amor e felicidade, quanto pelo atendimento de necessidades básicas como

alimentação, educação, habitação, emprego, lazer, transporte, dentre outros. Traço

histórico, relativismo cultural e caráter de classe balizam a compreensão de

qualidade de vida, a qual deve ser pensada em relação ao grau de desenvolvimento

das sociedades, sua forma de organização e valores culturais.

Envelhecimento com qualidade de vida é preocupação do campo

gerontológico e originou formulações teóricas diversas e discussões sobre velhice

bem-sucedida, no qual emergiu o conceito de envelhecimento ativo, proposto pela

Organização Mundial de Saúde (OMS), que se define como processo de otimização

das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar

a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas.

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Esse conceito tem a intenção de ser uma mensagem mais abrangente do

que o termo “envelhecimento saudável”, já que considera o individuo como

protagonista do seu processo de envelhecimento, mesmo que acometido de algum

nível de incapacidade ou limitações espaciais. Portanto, não se prende a habilidade

de que, para de manter ativo, o sujeito necessita da força física ou de trabalho.

Dessa forma, a educação faz um elo fundamental para a manutenção do

idoso na sociedade, aprimorando suas potencialidades além de aproximar o idoso à

realidade social vigente ao proporcionar relações intergeracionais importantes a

esse processo. Nesse sentido, houve o aprofundamento dos conhecimentos no que

se diz respeitos às modalidades educacionais voltadas ao público idoso.

3.3 Modalidades educacionais para o idoso e a contribuição da enfermagem

A educação perpassa todas as nuances do ciclo vital humano, além de

ser um direito garantido por lei é uma estratégia adequada para a potencialização de

competências e atividades peculiares a cada fase da vida.

Ao se pensar a educação como mediação social da qualidade de vida,

manutenção das funções biopsicossociais do indivíduo com vistas às relações que

se pode fazer, consigo e com os outros permite a reflexão sobre o impacto que o

ambiente escolar e as práticas educativas tem para os idosos. (BOTH, 1999).

Dessa forma, ao aliar a educação com foco ao idoso tem-se o campo da

gerontologia educacional definido, em 1976, por Peterson, como estudo e prática

das tarefas de ensino dirigidas a e sobre as pessoas envelhecidas e em processo de

envelhecimento. Considera a gerontologia educativa como forma de melhorar a

vida dos idosos, por meio da participação destes idosos em modalidades

educacionais, da educação para a população em geral sobre a velhice e os idosos,

e, ainda, da capacitação de recursos humanos para o trabalho com idosos(LEÃO,

2008).

Casa fase de vida humana tem suas individualidades e diversas formas

de pensar e de fazer, no caso dos idosos, essa prática educacional tem como

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direcionamento, a melhora da qualidade de vida por meio da repensar desse pensar

e fazer dos conhecimentos obtidos ao longo dos anos

Em 1980, o conceito de gerontologia educacional foi revisado constituindo

uma tentativa de aumentar e aplicar o que conhece sobre a educação e o

envelhecimento com o fim de aumentar e melhorar a vida dos idosos. Há uma

classificação dos conteúdos próprios da gerontologia educacional: Educação para os

idosos: programas educacionais voltados para atender as necessidades da

população idosa, considerando as características dessa faixa etária; Educação para

a população geral sobre a velhice e os idosos: modalidades educacionais como

espaço intergeracional, que possibilita à população mais jovem rever seus conceitos

sobre a velhice e o processo de envelhecimento; Formação de recursos humanos

para o trabalho com os idosos: por meio da capacitação técnica de profissionais com

o fim de atender às necessidades propostas à pessoa idosa e à formação de

pesquisadores (PALMA, 2006).

A gerontologia educacional não somente tem o papel de desenvolver

aptidões intelectuais, mas principalmente, de aptidões e habilidades que

proporcionem um estilo de vida mais favorável para a construção e manutenção de

um envelhecimento mais ativo.

O processo educacional com foco ao idoso pode ser visto, também, sob a

ótica do conceito da gerontagogia, que compreende todas as intervenções

educacionais que buscam promover o desenvolvimento humano em todas as fases

do ciclo vital humano, de modo especial tendo em vista o processo de

envelhecimento (BOTH, 2011).

Essa reflexão conceitual é fundamental para apropriação de

conhecimentos específicos da área gerontológica com o fim de aprimorar as

estratégias dispostas aos idosos e otimizando as atividades educacionais.

Esse conceito de gerontagogia é proposta como uma reflexão inovadora

da gerontologia educacional, pois engloba a tomada de consciência, por parte dos

próprios idosos, sobre seus direitos e qualidade de vida, suas formas de auto-

realização e seus papéis sociais, que conduzem a práticas emancipatórias e

autônomas (MARTINEZ, 1998). Essa compreensão pactua com o entendimento de

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que o idoso é protagonista seu próprio envelhecimento, otimizando a sua

participação em todos os âmbitos da sociedade entre elas a aquisição de

oportunidades educacionais que proporcionem meios de inserção social.

Nesse contexto, revela a gerontagogia como ciência educacional

interdisciplinar cujo objeto de estudo é o idoso em situação pedagógica, constituindo

assim, uma ciência aplicada.

Para o idoso, a sua inclusão em um ambiente escolar não é apenas um

processo de aperfeiçoamento intelectual, mas sim uma possibilidade de dialogar,

interagir com seus iguais na construção de uma velhice ativa e estratégias de

participação social, potencializando as mudanças e situações de vida e resgatando

suas reservas inexploradas (LUZ, 2008).

Portanto para o idoso, o anseio em conhecer, estar atualizado, fazer parte

do mundo e interagir faz parte do desempenho de atividades e conquistas próprias

como cidadão. Dessa forma, a gerontagogia tem um papel fundamental de oferecer

suporte social e conteúdos que impulsione o idoso a repensar o seu comportamento

de saúde e sua auto-eficácia.

A auto-eficácia, entendida como o juízo do idoso sobre sua capacidade

individual de organizar e executar uma conduta promotora da saúde, influindo sobre as

adversidades que dificultam a adoção dessa conduta, de maneira que quanto maior a

auto-eficácia que o idoso apresente, maior é o desempenho para essa conduta,

estabelecendo meios para se alcançar a saúde (PENDER, 2006).

Assim sendo, participar das modalidades e/ou modalidades educacionais

oferecidas como, por exemplo, a Universidade Aberta para Terceira Idade (UnATI) é

possibilitar ao idoso aprimorar conhecimentos em áreas de seu interesse e trocar

experiências com os jovens através de oficinas, palestras e disciplinas dos cursos de

graduação oferecidas semestralmente; Universidade Sem Fronteiras (USF) que ajuda às

pessoas idosas a construir uma Longevidade Saudável através de ações preventivas,

como Educação Permanente, Convivência Social e Alimentação da Auto Estima,

resgatando a identidade sócio-cultural, afetiva, a autonomia e a inclusão social, aplicando

as ações com base em três pilares fundamentais: Corpo, Mente e Alma; Educação de

Jovens e Adultos (EJA): destinada as pessoas que não tiveram acesso, por algum motivo,

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entre elas o idoso, ao ensino regular na idade apropriada ou que tiveram de forma

insuficiente, não tendo conseguido obter a alfabetização e os conhecimentos básicos

necessários. (UnATI, 2011; USF, 2011; BRASIL, 2000)

É fundamental, que os profissionais que atuem diretamente com a

população idosa, apreendam esses conhecimentos sobre a temática para

fundamentar as abordagens utilizadas além de contribuir para o direcionamento de

discussões sobre temáticas condizentes com as necessidades dos idosos,

elaborando estratégias diversas para complementar e implementar ações que

subsidiem a promoção da saúde nessa população.

3.4 Panorama das modalidades educacionais voltadas ao idoso e a

participação da enfermagem

O aumento da expectativa de vida populacional tem alertado a

necessidade de uma análise mais detalhada da estruturação da sociedade levando

em conta diversos fatores que influenciam na independência e autonomia durante o

processo de envelhecimento, dentre elas o contexto escolar.

A sociedade valoriza a competitividade, a capacidade para o trabalho, a

independência e a autonomia funcional, e isso para os idosos representa um

desafio, dessa forma há a necessidade de políticas publicas para a promoção da

saúde e bem estar que visem a adaptação dessa parcela populacional,

proporcionando envolvimento social que vão desde mudanças legais e jurídicas até

à perspectivas subjetivas de como o sujeito encaram o processo de envelhecimento.

Entendendo-se promoção da saúde, de acordo com a Carta de Ottawa

(WHO,1986), como um processo de capacitação da comunidade para atuar na

melhoria de sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no

controle deste processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico,

mental e social os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer

necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente. Tendo a saúde como

recurso para a vida e, não como objetivo para viver.

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Ainda de acordo com a Carta de Ottawa, a promoção da saúde trabalha

através de ações comunitárias concretas e efetivas no desenvolvimento das

prioridades, na tomada de decisão, na definição de estratégias e na sua

implementação, visando a melhoria das condições de saúde. Portanto, o centro

deste processo é o incremento do poder das comunidades – a posse e o controle

dos seus próprios esforços e destino.

A Promoção da Saúde descrita na Carta de Ottawa, elaborada durante a

Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, que define promoção

da saúde como combinação da educação e intervenções legais, fiscais, econômicas,

ambientais e organizacionais relacionadas e desenvolvidas para facilitar a aquisição

da saúde e prevenção da doença (WHO, 1986).

Os princípios da educação devem transcender uma visão prioritariamente

instrumental, percebida como obrigatória para se chegar a objetivos práticos,

passando a considerar sua essência na plenitude do ser humano, ou seja, na

realização da pessoa como ela se estrutura em toda sua subjetividade para que

aprenda a ser (PALMA, 2006).

Tendo-se em foco a população idosa, a educação contribuirá para a

manutenção de qualidade de vida dessa clientela, preservando sua capacidade

funcional e facilitando sua permanência no convívio social.

As criações de ambientes educacionais voltados especificamente à

pessoa idosa datam da década de 60, onde as Universidades da Europa criaram

espaços que atendiam às necessidades de educação da pessoa idosa, mas voltada

à aprendizagem de ciências, educação religiosa, informações sobre a saúde.

(palmas, 2008).

Em 1973, foi criada a primeira Université Du Troisième Âge, na

Universidade de Ciências Sociais de Toulouse, que tinha por objetivos tirar os idosos

do isolamento, propiciar-lhes energia e interesse pela vida e modificar sua imagem

perante a sociedade. As atividades educativas baseavam-se nos conceitos de

participação, autonomia, integração e pesquisa. Além dos idosos, a população em

geral e profissionais interessados(PALMA, 2006) .

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As propostas educacionais tinham como atividades participação e

desenvolvimentos; pesquisas no campo da gerontologia ganharam suporte

educacional e ganharam nesse espaço privilegiado um enorme campo de

investigação contribuindo par a elevação dos níveis de vida e saúde dos idosos

participantes (PALMA, 2006).

Inspirado do modelo Francês, houve o aparecimento no Brasil das

Universidades do Tempo Livre, Grupos de Convivências e das Universidades da

Terceira Idade, que pautavam sua missão em chamar atenção para a velhice como

uma questão médico-social e para a educação como meio que poderia favorecer a

solução dos problemas dos idosos.

O que chama a atenção nessas propostas educacionais para idosos o

essencial é a inclusão do idoso no contexto acadêmico que começa a influenciar as

mentalidades dos pesquisadores para refletir o envelhecimento como um processo

digno de pesquisas científicas, vislumbrando um campo amplo de investigação

culminando, no aumento da produção científica e assim, contribuindo para a

elevação dos níveis de vida e saúde dos idosos.

Proporcionar oportunidades educacionais a idosos é um empreendimento

social referenciado a uma filosofia sobre a velhice e uma filosofia sobre educação

para a velhice (PALMA, 2006).

O principal paradigma retratado por Moody (1986) e que diz respeito com

a reflexão proposta por esse texto, concentra-se em dois principalmente.

O primeiro engloba a velhice na perspectiva da participação e atividade. A

educação define-se como manutenção e potencialização das habilidades e

experiências dos idosos para que eles sejam sujeitos do seu processo de

envelhecimento, intervindo nos problemas da sociedade por meio de programas

educacionais moldados para eles e por eles.

No segundo modelo a proposta fundamenta-se na idéia de auto-

realização e de educação permanente, com o reconhecimento dos valores inerentes,

direitos e oportunidades dos idosos. Portanto, a educação forma um elo essencial

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para a auto-afirmação e auto-realização da pessoa em sua totalidade,

proporcionando manutenção da independência e autonomia.

Nesse contexto, o que se busca nos programas educacionais

direcionados à pessoa idosa, com vistas a gerontologia educacional, é uma maior

relação com outras gerações, capacidade de exigir seus direitos e autonomia de

pensamentos que fazem dessa população membros úteis à sociedade.

A proposta da educação voltada ao idoso necessita de respaldo científico

sobre o processo de envelhecimento e velhice apoiado nos conceitos da educação

permanente que propõem uma velhice mais ativa e participativa que leve em conta a

experiência e historia de vida acumulada durante os anos de vida além da adoção

de comportamentos de promoção da saúde adotados por essa parcela populacional.

A decisão dos idosos por retornar ou iniciar os estudos, traduz uma

necessidade inerente às pessoas, a busca por autonomia e qualidade de vida.

Portanto, precisa de maior atenção inter-setorial para essa população, tendo-os

como indivíduos participantes do seu processo de saúde-doença, unindo a

educação à elaboração de estratégias de respostas humanas com foco na

promoção da saúde

Assim, de acordo com Bergo (2002), a educação e a re-inserção do idoso

na vida acadêmica, convivendo com alunos jovens e currículos de disciplinas pré-

estruturadas trouxe à tona a questão das crenças socialmente construídas a respeito

do indivíduo na terceira idade, especialmente aquelas que influenciam no

oferecimento de oportunidades a essas pessoas, e o consequente entrelaçamento

com os aspectos psicológicos que envolvem a auto-estima, o afeto, as emoções e a

predisposição do idoso em viver sua vida de forma agradável, bem como o modo

que esses aspectos influem na educação.

O processo de adaptação do idoso às novidades que se apresentam

dependerá, de acordo com Bergo (2002), das histórias pessoais de saúde e doença

pelas quais passou e no modo como as enfrentou, das condições educacionais a ele

oferecidas, aproveitaram ou aquelas que deixaram de aproveitar, do apoio do

ambiente familiar e social, e, especialmente, dos recursos econômicos que lhe

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permitam ter o acesso a tecnologias que contribuam para a compensação das

dificuldades cada vez maiores que lhe serão impostas pelo envelhecimento.

A participação nas modalidades oferecidas na Universidade Sem

Fronteiras desafia ainda maior àqueles idosos tem como principal objetivo a

integração social , levando-os a se assumirem enquanto sujeitos ativos e

participativos na sociedade, refletindo e buscando mudar a realidade, repensando e

inovando ações que tem como foco a promoção da saúde.

A educação cria novas possibilidades e metas de vida para os idosos, em

razão que, a partir da reflexão sobre o seu processo de envelhecimento, o idoso

busca adaptação ao processo de envelhecimento, percebendo as suas

potencialidades e, conseqüentemente, obtendo uma melhor qualidade de vida.

Nesse contexto, de acordo com Bueno e Rodrigues (2011) a Universidade

da Terceira Idade surgiu na década de 1960 na França com o objetivo de ocupar o

tempo livre dos aposentados com atividades culturais, atendendo uma clientela

restrita. Logo mais tarde em 1973 surgiram outras universidades pelas mãos de

Pierre Vellas, um reconhecido professor de direito internacional da Universidade de

Ciências Sociais de Toulouse. Depois de um longo estudo Pierre Vellas considerou

que as oportunidades oferecidas aos idosos eram quase inexistentes e a partir

disso, concluiu que a universidade deveria se abrir a todos os idosos, oferecendo

programas intelectuais e artísticos, de lazer e atividades físicas.

Bueno e Rodrigues (2011) dissertam que as universidades na perspectiva

de Vellas, atenderiam os idosos sem distinção de renda ou educação, onde

pudessem ocupar o tempo livre, a educação teria o objetivo de trazer benefícios

para a saúde e o bem-estar. No início não havia currículo ou um programa regular

com cursos que duravam o ano inteiro. Essa foi a primeira fase das universidades,

num segundo momento se tornaram um centro de estudos da gerontologia e num

terceiro momento, já na década de 80 passaram a elaborar programa educacional

mais amplo, voltado a satisfazer uma população de aposentados cada vez mais

jovem e escolarizada.

Em seguida as universidades foram criadas na Bélgica, Suíça, Polônia,

Itália, Espanha, Canadá e nos Estados Unidos. No Brasil, devido a iniciativa do

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Serviço Social do Comércio (SESC) em 1970, surge a Universidade da Terceira

Idade, um trabalho pioneiro que tinha apenas como proposta a educação na velhice,

de caráter gerontagógico, direcionado a um público seleto e de classe média e alta.

Hoje, no Brasil as universidades da terceira idade, estão abertas à

sociedade e desempenham um importante papel com essa clientela. Loureiro (2004)

ressalta que: “Nesse contexto, não posso deixar de mencionar a política omissa do

Ministério da Educação (MEC) quanto às questões relativas à educação da Terceira

Idade”.

Cabe ressaltar, que de modo geral os projetos e atividades desenvolvidas

pelas universidades, secretarias de ação social e secretarias de saúde, como

também os asilos, ainda são considerados insuficientes para atender as

necessidades da demanda que vem aumentando de modo considerável.

As modalidades educacionais firmaram-se com espaço de discussões,

educação e potencialização das aptidões e habilidades dos idosos, proporcionando

ao idoso, meios enfrentamento de situações além de preservar sua autonomia e

independência, promovendo a saúde dessa população. Dessa forma, o enfermeiro

encontra um campo fértil para atuar como educador na promoção da saúde.

Assim, de acordo com Bastable (2010) o enfermeiro tem papel primordial

como educador na promoção da saúde, pois se encontram na posição de promover

estilos de vida saudáveis. É necessário combinar conteúdos específicos da

enfermagem, conhecimento de teorias educacionais e modelos de comportamento

de saúde que permitem uma abordagem contextualizada e integrada para modelar

os comportamentos de saúde do aprendiz. Os papéis do enfermeiro como educador

incluem:

Facilitador de mudança: o enfermeiro é concomitantemente o educador

e um importante agente para promover a mudança. O aprendizado, deve ser

considerado uma intervenção de enfermagem no contexto de outras intervenções

que efetuarão mudanças.

Contratante: podem moldar e promover os objetivos da aprendizagem.

Semelhante ao processo de enfermagem, o contrato didático, envolve estabelecer

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metas mútuas a ser atingidas, idealizar em acordo com um plano de ação, avaliar o

plano e criar alternativas. Para tanto é necessária uma boa relação entre o

enfermeiro e os demais participantes, pautada na confiança mútua, permitindo maior

compartilhamento de informações úteis ao processo de promoção da saúde.

Organizador: a organização dos materiais de ensino ameniza os

obstáculos. As modalidades educacionais podem ser construídas de acordo com o

perfil do indivíduo sua família e entes queridos a fim de facilitar o processo de

aprendizagem e promover a motivação de continuar no contexto educacional.

Avaliador: o enfermeiro deve relacionar e adaptar o processo educativo

ao sujeito que está inserido na modalidade educacional. A avaliação constitui uma

etapa importante nesse processo, pois é nessa fase que o enfermeiro capta os

resultados de suas ações educativas e repensando-as e colocando em prática

mudanças que foram evidenciadas a partir do processo avaliativo.

Baseado nessas discussões, o enfermeiro apreende esse conhecimento e

repensa sua prática educacional, com vistas a promoção da saúde dos idosos

nestas modalidades educacionais, vislumbrando o comportamento de saúde dessa

população como elo fundamental para adaptação e elaboração de estratégias que

visem a produção de conhecimento nessa temática.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Modelo de Promoção da Saúde: bases para compreender o comportamento

promotor da saúde

Faz-se necessária o aprofundamento no tema e embasamento científico

para direcionar e aperfeiçoar os comportamentos promotores de saúde

apresentados pelos idosos inseridos nas modalidades educacionais voltadas para

suas peculiaridades.

Dessa forma, o enfermeiro, dentre todas as suas ações de cuidado, tem a

função de promover a saúde, a fim de melhorar a qualidade de vida por meio de

uma prática clínica e educativa consciente, obtendo-se assim uma transformação

total do homem e de seu projeto de vida. Sempre buscando a interdisciplinaridade,

como parceiro para um cuidado mais integral.

Nesse sentido, o Modelo de Nola J. Pender, desenvolvido nos Estados

Unidos na década de 80, sendo pouco explorado no Brasil, surgiu como proposta de

integrar a ciência do comportamento às teorias de enfermagem, buscando identificar

os fatores que influenciam comportamentos saudáveis, a partir do contexto

biopsicossocial (VICTOR;LOPES; XIMENES, 2005).

Quanto aos elementos constitutivos do modelo, Pender aborda que a

saúde é visto sob os aspectos individual, familiar e comunitário, com ênfase na

melhoria do bem-estar, no desenvolvimento de capacidades e não como ausência

de doenças, devendo ser estudado durante todo o processo de desenvolvimento do

ser humano, levando em consideração idade, raça e cultura, numa perspectiva

holística.

Continuando com sua construção acerca dessa modelo, Pender (2006)

tem por ambiente, que este deve ser compreendido como resultado das ações

resultado das relações entre indivíduo e seu acesso a recursos de saúde, sociais e

econômicos, relatando que esta relação proporciona um ambiente saudável.

Enquanto à delineação de pessoa, Pender (2006) define como aquele

capaz de tomar decisões, resolver problemas; a ênfase, contudo, está no seu

potencial de mudar comportamentos de saúde.

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A construção da enfermagem, de acordo com Pender(2006) está

intimamente relacionado às intervenções e estratégias que a enfermeira deve dispor

para o comportamento de promoção da saúde, sendo que um dos principais papeis

do enfermeiro é o estímulo ao auto-cuidado.

A definição de comportamento de acordo com Skinner(1982) como

produto do processo de aprendizagem pelo qual passa desde a infância, ou seja,

como produto das associações estabelecida durante sua vida entre estímulos (do

meio) e respostas (manifestações comportamentais), ou seja, é o conjunto de

procedimentos ou reações do indivíduo ao ambiente que o cerca em determinadas

circunstâncias, o meio. Pode designar um grupo de atividades ou limitar-se a uma

só, o comportamento singular.

Dessa forma, esse modelo busca embasar sua concepção de promoção

da saúde em atividades voltadas para o desenvolvimento de recursos que

mantenham ou intensifiquem o bem-estar da pessoa, embasando cientificamente o

comportamento promotor da saúde que a educação proporciona aos idosos no

âmbito escolar (VICTOR; LOPES;XIMENES, 2005).

Tal modelo baseia-se em três pontos principais: as

características/experiências pessoais do indivíduo/grupo; os conhecimentos e os

sentimentos acerca do comportamento que se deseja alcançar; o comportamento

desejável de promoção da saúde (PENDER, 2006).

Dessa forma, o enfermeiro consegue estabelecer parâmetros baseados

nos comportamentos de promoção de saúde adotados pelos idosos, propiciando

subsídios para sua prática clínica e elaborações de ações de cuidados para melhoria

na qualidade de vida dessa população.

Ao associar o Modelo de Promoção da Saúde de Pender com a educação

de idosos que culmina numa estratégia para manutenção de sua capacidade

funcional (física e mental) que consoante, Santos (2006), terão como fim a

preservação da autonomia e independência e permanência no convívio social da

população em destaque. Portanto, a educação tem papel primordial para a

promoção da saúde e o enfermeiro se coloca como elemento fundamental para

intermediar esse processo.

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Esse modelo de acordo com Victor, Lopes e Ximenes (2005), vem sendo

amplamente utilizado por muitos pesquisadores americanos, asiáticos e europeus,

para estudar comportamentos que levam a Promoção da Saúde.

Ainda consoante Victor, Lopes e Ximenes (2005), a promoção da saúde é

definida, como aquelas atividades voltadas para o desenvolvimento de recursos que

mantenham ou intensifiquem o bem estar da pessoa.

O modelo colocado por Pender (2006) surge como uma proposta de

integrar a enfermagem à ciência do comportamento, pelo estudo da inter-relação

entre três pontos principais: 1. As características e experiências individuais; 2. O

comportamento específico e, 3. Resultado do comportamento e experiências

individuais.

Dessa forma, Pender (2006) estabeleceu um diagrama norteador para

identificar os comportamentos promotores de saúde:

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Figura 1 – Adaptação da tradução de Vitor, Lopes e Ximenes (2005) do Diagrama do Modelo de Promoção da Saúde.

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É necessário deixar claro os principais conceitos e definições que se

apresentam no Modelo de Promoção da Saúde revisado (2006).

Na primeira dimensão, características e experiências individuais tem-se:

Comportamento anterior: A freqüência da mesma conduta similar, no

passado. As relações diretas e indiretas da probabilidade de se comprometer com

as condutas de saúde;

Fatores Pessoais: fatores preditivos de uma determinada conduta e

estão marcados pela natureza da ação para a meta da conduta. São categorizados

em biológicos (idade, sexo, força, agilidade e equilíbrio); psicológicos (auto-estima;

auto-motivação; competência pessoal; estado de saúde percebido e a definição de

saúde); sócio-culturais( etnia, formação e condição financeira).

O comportamento específico subdivide-se em:

Benefícios percebidos para a ação: os resultados positivos advindos da

conduta promotora de saúde;

Barreiras percebidas para a ação: barreiras pregressas, custos

imaginados ou reais e fatores pessoais que dificultam a adoção de determinado

comportamento;

Auto-eficácia percebida: o juízo da capacidade pessoal de organizar e

executar uma conduta promotora de saúde. Influi, diretamente, sobre as barreiras de

ação percebidas, de forma que, quanto maior a eficácia percebida menores são as

barreiras para o desempenho desse comportamento.

Sentimentos em relação ao comportamento: os sentimentos positivos

e negativos que se dão, antes, durante e depois da conduta, baseadas nos

estímulos do comportamento em si. Esse fator, relacionado com a atividade influi na

auto-eficácia percebida, ou seja, quando mais positivo é o sentimento subjetivo que

motiva a fazer a ação melhor é o sentimento de auto-eficácia. Aos poucos, o

aumento da percepção de eficácia do comportamento pode gerar um maior

sentimento positivo.

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Influências interpessoais: são os conhecimentos acerca das condutas,

crenças e atitudes dos demais indivíduos e/ou da sociedade. Incluem: normas

(expectativas das pessoas mais importantes), apoio social ( instrumental e

emocional) e modelação (aprendizagem indireta mediante a observação dos demais

comprometidos com uma conduta em particular). As fontes primárias das influências

interpessoais são as famílias, os cônjuges e os profissionais de saúde

Situações que influenciam: as percepções pessoais de qualquer

situação ou contexto determinado que podem facilitar ou impedir a conduta. Incluem

o julgamento das opções disponíveis, características da demanda e características

estéticas do ambiente em que se propõe o desenvolvimento certas condutas

promotoras de saúde. As influências situacionais podem ter relações diretas na

conduta de saúde.

Na terceira variável, Resultados do comportamento e das experiências

individuais há as seguintes categorias:

Compromisso com um plano de ação: o conceito da intenção e

identificação de uma estratégica planejada leva a implantação de uma conduta de

saúde;

Exigências imediatas: São subdividas em: baixo controle

(comportamentos alternativos pelos quais os indivíduos estão sob controle, porque

não são contingentes no ambiente, tais como o trabalho ou as responsabilidades do

cuidado com a família) e alto controle (condutas alternativas através pelos quais os

indivíduos possuem um controle relativamente alto, como a escolha do café da

manha ou a roupa que veste, por exemplo)

Comportamento promotor de saúde: o foco ou o resultado da ação que

dirige-se aos resultados de saúde positivos, como o bem-estar e qualidade de vida.

Manter uma boa dieta, controlar o estresse, constituir relações sociais , fazer

exercícios físicos e conseguir um descanso adequado, são algumas formas de

comportamento promotor da saúde.

Temos, então, o enfermeiro avaliador do comportamento que leva a

promoção da saúde, sendo de fundamental importância que ele se aproprie de

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conhecimentos que visem o cuidado clinico da população, explorando o complexo

processo biopsicossocial que motiva indivíduos para se adaptarem a

comportamentos produtores de saúde.

Sendo assim, a proposta do Modelo de Promoção da Saúde de Pender

(2006) ligado ao discurso de González (2008) ao afirmar que é preciso abandonar a

abordagem tradicional individualizante e fragmentária, na qual os sujeitos e as

comunidades são vistos como os únicos responsáveis pelo seu modo de viver e

pelos processos de saúde e de adoecimento ao longo de suas vidas. Ao contrário,

deve-se assumir abordagens emancipatórias de modo que os sujeitos e as

comunidades adotem determinadas opções de viver e criam certas possibilidades

para satisfazer suas necessidades, desejos e interesses passam a pertencer à

ordem social.

Diante de todas essas dimensões abordadas pelo MPS, aborda-se o ser

humano como um todo, como um processo. O comportamento promotor de saúde

dos idosos inseridos nas modalidades educacionais para que, a partir da

fundamentação baseada no MPS, serão subsídios para desenvolver ações que

proporcionem mudanças no pensar e no fazer tanto da pesquisadora quanto aos

idosos.

Dessa forma, o embasamento do estudo neste modelo dá subsídios ao

enfermeiro para realizar um cuidado de forma individual ou reunindo pessoas em

grupo, possibilitando planejamento, intervenção e avaliação de suas ações.

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5 MATERIAL E MÉTODO

5.1 Natureza do estudo

Foi um estudo descritivo com abordagem qualitativa, que, segundo

Leopardi, et al. (2001) e Minayo (2004), compreende a construção de uma realidade

segundo diferentes formas de representar as experiências vivenciadas pelas

pessoas, ou de experienciar o fenômeno. Há uma implicação entre o conhecimento

sobre o mundo e os sujeitos que o constroem, há uma relação dinâmica entre o

sujeito e o objeto. Logo, a interpretação do fenômeno atribuindo-lhe significados, é

parte integrante do processo de conhecimento, tanto do sujeito pesquisador como

dos atores. Esse tipo de pesquisa permite a compreensão mais aprofundada dos

campos sociais e dos sentidos neles presentes, permitindo melhor compreensão do

fenômeno.

Como percurso metodológico foi utilizada a Pesquisa Convergente-

Assistencial (PCA), por propor participação ativa dos integrantes da pesquisa e, está

direcionada para a resolução ou minimização de problemas na prática ou com o foco

para a realização de mudanças e/ou implementação de inovações nas práticas de

saúde (TRENTINI; PAIM, 2004).

Dessa forma, é compreendida como uma articulação entre as ações da

pesquisadora e demais pessoas representativas, no caso os idosos inseridos em

modalidades educacionais, numa cooperação mútua para que juntos possam

incentivar e introduzir mudanças e inovações nas práticas para a promoção da

saúde da população em estudo.

A pesquisadora colocou-se em compromisso com a construção de um

conhecimento novo para inovação das práticas assistenciais no campo estudado.

Nesse caso, o enfermeiro-pesquisador-educador tem como prática assistencial a

realização de estratégias que objetivem refletir, potencializar e inovar os

comportamentos promotores de saúde dos idosos inseridos nas diversas

modalidades educacionais, a partir de sua imersão no campo a ser estudado e

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assim, instigar discussões entre os idosos sobre temas relevantes no tocante a

promoção da saúde baseado no MPS de Nola J. Pender.

5.2 Fase de Instrumentação

A instrumentação, segunda fase da pesquisa, guia a pesquisadora a

decisões metodológicas como a escolha do espaço da pesquisa, dos participantes e

das técnicas para obtenção das informações. O delineamento desta etapa tem que

expor a dinamicidade, pois a ela é inerente a parceria e o compasso entre a prática

assistencial e a pesquisa, refletida por constantes movimentos de aproximação,

distanciamento e convergência.

Para tanto, esta fase é conduzida no mesmo espaço físico e temporal da

prática de pesquisa.

A escolha dos participantes, bem como o local onde a mesma de

desenvolveu e as técnicas de obtenção das informações garantirão essa relação

entre pesquisa e prática, criando assim espaços de superposição destas atividades

garantindo nessa articulação a construção de conhecimentos (TRENTINI;PAIM,

2004).

5.2.1 Espaço Físico da Pesquisa

Na PCA, o cenário da pesquisa envolve a ação prática dos sujeitos/idosos

envolvidos no estudo. Trentini e Paim (2004) enfatizam que a escolha do espaço

físico da pesquisa depende do enfoque da pesquisa, sendo definido como aquele

onde ocorrem as relações sociais inerentes ao propósito da pesquisa.

Portanto, a escolha do local da pesquisa levou em consideração o local

onde idosos estivessem inseridos em modalidades educacionais, proporcionando

um espaço social para a realização do estudo.

Nesse caso, o estudo foi realizado na Universidade Sem Fronteiras

(UNISF), na cidade Fortaleza-CE, onde tem como foco o oferecimento de

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modalidades educacionais voltados a ao idoso. Alguns exemplos dessas

modalidades ofertadas são: A Importância da vida Ainda que tenhamos perdas que

tem como objetivos levar os alunos (as) a pensarem as perdas como algo

profundamente presente em nossas vidas e Relacionamento Intergeracional onde

debate-se a problemática da comunicação na família à luz das relações vinculares

entre filhos, pais e avós fundamentando-se nos tópicos: interação e poder (USF,

2011).

5.2.2 Participantes

A PCA rege que a escolha dos participantes deverá ter

representatividade. Idosos e pesquisadora, participarão em conjunto, não apenas na

condição de informantes, mas como sujeitos ativos, revelando os comportamentos

de saúde inovadores adotados (TRENTINI; PAIM, 2004).

O universo é de aproximadamente 200 idosos matriculados nas diversas

modalidades educacionais, ambos os sexos. Cada idoso participa, pelo menos de 2

ou mais modalidades educacionais, tendo uma visão ampla dos conteúdos

ministrados pelos professores. Em cada sala desenvolve-se uma modalidade

diferente e há a participação de aproximadamente, 20 idosos, os quais comporão a

população da pesquisa. O ambiente da pesquisa foi escolhido por conveniência, a

partir anuência do professor da modalidade às atividades referente ao estudo,

propostas pela pesquisadora.

Foram incluídos, como amostra, idosos que atenderam aos critérios de

participação no estudo quais sejam: os regularmente matriculados na modalidade

educacional escolhida e estejam freqüentando qualquer outra modalidade

educacional no período da coleta de dados há, pelo menos, um ano; participem, no

mínimo, 85% dos grupos de discussão. Não serão incluídos na pesquisa; idosos

com qualquer grau de comprometimento na fala no pensar e de interação pessoal,

bem como aqueles que vão acompanhados de seus cuidadores, pois o ideal para

participar da pesquisa é o idoso independente e autônomo. Estes idosos,

acometidos por esses fatores terão sua permanência no grupo preservada, porém,

suas colocações não serão utilizadas como dados da pesquisa.

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Assim, os sujeitos participantes foram de 14 idosas, pois das 20,

regularmente matriculadas, 4 desistiram do curso e 2 foram a somente 1 encontro.

5.2.3 Método e Técnica de Obtenção dos dados

Nessa fase do estudo, uma das principais características da PCA é a

participação dos envolvidos no espaço da pesquisa, articulando pesquisa,

assistência e participação. A união desses fatores é denominada convergência,

relacionando teoria e prática. (TRENTINI; PAIM, 2004)

Portanto, é válido o uso de diversos métodos e técnicas para a obtenção

e análise de informações. A literatura evidencia de acordo com Trentini e Paim

(2004) multiciplicidade de métodos e técnicas para obtenção de informações para o

foco da pesquisa.

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Tabela 1 – Quadro resumo dos momentos do estudo, UNISF, Fortaleza, 2012

DESCRIÇÃO PERÍODO NÚMERO

DE IDOSAS

DESCRIÇÃO

Observação

participante

outubro 2011 a

abril de 2012

200 Observação da dinâmica de

aulas e da instituição para

escolha do cenário da

pesquisa

ENCONTROS maio a junho

de 2012

20 idosas

matriculadas

Dados organizados em Mapas

Conceituais (MC)

Realizado os momentos de

distanciamento e convergência

a cada encontro

1 Aplicação do

TCLE e

formulário sócio-

econômico e de

saúde

16/05/2012 14 idosas Das 20 idosas

matriculadas,no início do

semestre, 4 desistiram das

aulas por motivo de viagem

e 2 por doenças.

2 Conceituação de

promoção da

saúde

23/05/2012 14 idosas Duração: 120 minutos

•Apresentação do texto: “A

arte de não adoecer” de

autoria de Dráuzio Varella

•Objetivo: proporcionar

reflexões sobre as condições

promotoras de saúde

•Durante a leitura foi

realizada discussão sobre o

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texto e ao final trouxe o

questionamento norteador

primário da pesquisa: “o que

é promoção da saúde”. Foi

perguntado no grupo o que

seria promoção da saúde, e

foi posto no quadro branco

as respostas obtidas, que

posteriormente utilizou-se

para construir o mapa

conceitual de promoção da

saúde.

•Temática de convergência:

necessidade de debater com

mais profundidade a

temática de saúde

3 Características e

experiências

individuais (1º

eixo)

30/05/2012 12 idosas • Estratégia de

convergência:

reapresentação do texto “A

arte de não adoecer”

• Objetivo: aprofundar a

discussão na temática de

saúde e conhecer os

comportamentos anteriores

a entrada na UNISF.

• Temática de

convergência: O tema mais

dicutido entre elas foi a

alegria que se permitiram ao

entrar na UNISF.

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4 Comportamento

específico (2º

eixo)

20/06/2012 14 idosas • Estratégia de

convergência: apresentação

da temática “Treinamento da

mente para a felicidade”

• Objetivo: destacar e

potencializar as ações

individuais para alcançar o

bem estar

• Temática de

convergência: destacar na

próxima reunião estratégias

para melhorar as ações

individuais para a mudança

de vida

5 Resultado do

comportamento e

experiências

individuais

(terceiro eixo)

27/06/2012 13 idosas • Estratégia de

convergência: apresentação

da temática “O impossível é

aquilo que não foi feito”

• Objetivo: proporcionar

a sensibilização das idosas

para realizarem os planos

que tiverem e buscarem o

melhor para elas, pensando

em si primeiro.

6 Validação dos

mapas

01/08/2012 10 idosas • Validação dos mapas

construídos e retomada de

discussão dos mesmos

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Dessa forma, primeiramente, foi realizada observação participante que de

segundo Trentini e Paim (p. 81, 2004) é uma maneira onde a pesquisadora “participa

de uma situação social de maneira consciente e com propósito determinado”,

observando o fenômeno como um todo.

Essa estratégia permite aproximação da pesquisadora com o espaço

físico da pesquisa e com os participantes, com o fim de melhor apropriação da

dinâmica peculiar ao local do estudo além de buscar melhor relação de

confiabilidade pesquisador-participantes.

Na pesquisa com os idosos inseridos nas modalidades educacionais;

inicialmente para efetuar a observação participante de uma das salas, escolhida por

sorteio e anuência do professor, para fins de familiarização com os participantes e

conquista de confiança, além de melhor abertura do professor para as atividades da

pesquisa.

Após esta etapa foi aplicado um formulário sócio econômico (APENDICE

A) e de saúde com o fim de caracterizar os participantes. Também houve entrevistas

informais semi-estruturadas de cunho coletivo(APENDICE B, C , D e E), constituídos

pelos grupos de discussão que foram programados no turno da manhã às quartas-

feiras, em decorrência do horário de realização da modalidade educacional eleita:

“Relacionamento Intergeracional”, esta modalidade tem duração média de 1,5

horas..

Nesse contexto, o enfermeiro gerontólogo necessita buscar varias

estratégias e campos de inserção para sua atuação e, essas modalidades

educacionais constituem um local propício para o desenvolvimento de atividades

que visem a promoção da saúde, porém ainda constitui um desafio devido a

participação cão efetiva de enfermeiros nessa área, por ser um campo novo e,

portanto, pouco explorado.

A entrevista estruturada é estabelecida de uma forma que a pesquisadora

mantenha controle sobre o tipo de informação a ser obtida de acordo com os

objetivos propostos a priori pela pesquisadora (TRENTINI; PAIM, 2004).

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A partir de tópicos pré-estabelecidos relacionados ao tema da pesquisa

delineia-se a entrevista semi-estruturada. A medida que processo de pesquisa se dá

a interação entre entrevistador e entrevistado progride e a conversa vai se

moldando, aprofundando e direcionando os rumos para o foco da pesquisa

(TRENTINI; PAIM, 2004).

O aspecto assumido pela entrevista, no caso, informal, foi definido de

acordo com os sujeitos da pesquisa, podendo haver em diversos âmbitos onde haja

participação dos indivíduos alvo da pesquisa.

No caso desse estudo, houveram sete, sendo 1 para aplicação do

formulário sócio econômico e de saúde e os demais foram realizados os momentos

de convergência constituídos pelo grupo de discussão com o fim de construir os

dados e organiza-los em MC e a partir disto, realizar o distanciamento.

A observação participante aconteceu no período de setembro de 2011 a

abril de 2012. Os encontros, para convergência, foram realizados durante os meses

de abril, maio e junho de 2012, propondo um “interesse em pesquisar mudanças ao

longo do tempo, além do tema de pesquisa requerer maior familiaridade e mais

contato com os informantes” e, ao final de cada encontro realizar-se-á um pós-teste,

através de uma entrevista informal semi-estruturada, constituindo um momento

avaliativo, com o fim de fomentar e direcionar as próximas discussões além de

retomar assuntos relevantes(TRENTINI; PAIM, 2004, p 79).

O registro de informações de todos os momentos se deu através por

gravação de voz, bem como anotações em um “diário de campo”. Os registros

serviram como complemento para interpretação e discussão dos resultados. A

resposta aos formulários correspondentes a cada eixo relativo ao MPS, serviu como

base para a organização dos dados, e confecção dos Mapas conceituais.

Contou-se com a participação de três enfermeiras, em momentos

alternados, previamente capacitadas pela pesquisadora, para acompanharem os

encontros e auxiliarem nos registros, de forma a não ocorrer qualquer perda de

informação (TRENTINI; PAIM, 2004).

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Dessa forma, ao se utilizar múltiplas estratégias para obtenção de dados

ter-se-á maior fidedignidade, pois cada método e técnica complementam-se,

tornando o estudo mais consistente e além de proporcionarem maior respaldo para

análise dos dados.

5.3 Fase de Perscrutação e Fase de Análise

Trentini e Paim (2004) esclarecem que a fase da perscrutação (coleta) e a

de análise deverão ocorrer de modo simultâneo, facilitando a identificação de

dificuldades e lacunas ao longo do processo investigativo.

Para a coleta dos dados sócio-demográficos e de saúde foi usado um

formulário. (APENDICE A). A conceituação de promoção da saúde se deu através

da colocação da palavra promoção da saúde no quadro branco e a partir daí

desenvolveu-se o fluxo de ideias. (APENDICE B). Nos demais momentos de

convergência, foram aplicados formulários com as questões guia pautadas nos eixos

temáticos propostos pelo MPS. (APENDICE C, D e E).

Assim, para melhor organização dos que foi construído, a partir do fluxo

de ideias de promoção da saúde até a finalização dos momentos de convergência,

recorreu-se, à ferramenta CMap Tools em sua versão 5.03 que é um software

desenvolvido e distribuído gratuitamente pelo Institute for Human Machine Cognition

da University of west Florida, o qual permite ao usuário construir, navegar,

compartilhar e criticar modelos de conhecimento representados com mapas

conceituais.

O CMap Tools é utilizado para fazer a autoria de mapas conceituais em que o

usuário elabora e cria as figuras podendo compartilhar o conhecimento expresso

com outros usuários (IHM, 2010).

Os Mapas Conceituais (MC) apresentam uma organização hierárquica,

porém não devem ser confundidos com organogramas ou diagramas de fluxo, pois

não implicam seqüência, temporalidade, direcionalidade, nem ordens

organizacionais ou de poder. Mapas conceituais são diagramas de significados, de

relações significativas entre definições. Eles buscam classificar conceitos, relacioná-

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los e hierarquizá-los. Em princípio, o fato de dois conceitos estarem unidos por uma

linha é importante porque configura que há, no entendimento de quem fez o mapa e

de quem o interpreta, uma relação entre os conceitos, mas o tamanho e a forma

dessa linha são, a priori, arbitrários. Não existem regras fixas para a elaboração de

Mapas Conceituais, mas o importante é que exista uma compreensão do significado

entre os conceitos (MOREIRA, 2010).

Portanto, foi colocado as questões norteadoras contidas dos formulários

correspondentes a cada eixo do MPS, como proposições e/ou conceitos primários

ou principais no MC e a partir das respostas das idosas que desenvolveu-se as

proposições e/ou conceitos secundários, servindo como eixo fundamentador para a

estruturação dos MC e assim facilitando a análise através do fluxo de ideias nele

contido.

Dessa forma, a fase de coleta e análise, ocorrerão simultanemante,

atendendo as orientações das autoras da PCA e, serão desenvolvidas como se

segue:

PRIMEIRA ETAPA

Nesse momento houve a inserção da pesquisadora no campo de estudo,

realizando observação participante permitindo vivenciar o contexto que as

modalidades educacionais proporcionam aos idosos, além de proporcionar maior

integração pesquisador-pesquisado contribuindo para melhor relação entre si e

portanto, mais fidedignidade dos dados que serão obtidos.

Portanto, a pesquisadora realizou realizar uma observação participante

para se inserir no contexto educacional além de estabelecer relações de

confiabilidade com os participantes da pesquisa. Dessa forma, haverá mais formas

de vislumbrar a realidade a qual a população em estudo está envolvida.

Nesta etapa também foi realizada a caracterização da população de

estudo, por meio da aplicação de um formulário sócio-econômico e de saúde com o

fim de conhecer o contexto social dos participantes. Foi utilizada planilha eletrônica

do programa Microsoft Excel 2010, para análise desses dados.

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Ao final deste momento foi proposto o conceito primário:”Promoção da

Saúde”, sendo escrito no quadro branco e as falas construídas foram delineando o

mapeamento conceitual, havendo ligações entre o conceito central, esta etapa foi

registrada através de gravação e fotos, utilizando o MC para organização e análise

dos dados, a partir dos conceitos secundários produzidos pelos sujeitos do estudo.

SEGUNDA ETAPA

Caracteriza-se pela visualização de um panorama pregresso das idosas e o

início dos momentos de convergência, consequentemente, a aplicação da PCA,

realizadas em encontros durantes as aulas da disciplina supra mencionada.

Esta etapa constituiu de momentos em que a pesquisadora realizou a “dança

da PCA” caracterizados pelo distanciamento e convergência, utilizando os eixos

propostos pelo MPS para delinear cada momento, propondo conceitos primários

relacionados aos eixos, propostos aos sujeitos do estudo com o fim de construírem

conceitos secundários para apreensão de significados e relações entre cada eixo,

servindo como base, encontro a encontro, para planejamento dos momentos de

convergência.

Na PCA, os processos de assistência e de coleta e análise de

informações deverão ocorrer, simultaneamente, o que permitirá o aprofundamento

crescente nos relatos das informações, a fim de refletir sobre como realizar

interpretações e descobrir lacunas que poderão ser sanados durante o processo da

pesquisa (TRENTINI; PAIM, 2004).

Ainda, Trentini e Paim (2004), dissertam sobre a natureza versátil da

PCA, que abrange aspectos de assistência e pesquisa, indissociados, usando

métodos combinados na coleta e na análise de informações.

Ao tocante aos dados obtidos qualitativamente, em todas as fases da

pesquisa, serão utilizados os quatro processos citados por Trentini e Paim (2004)

que ocorrem, de certa forma, sequencialmente. Nesta etapa será utilizada a:

Apreensão: que teve início com a coleta de informações, havendo

concomitantemente com a análise. As informações advindas dos momentos foram

escritos pelos participantes em folhas de papel contendo a proposição ou conceito

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primário, também foram gravados os momentos, fundamentando a relação entre os

conceitos construídos. A estruturação das informações inclui o reconhecimento dos

tipos de informação. Trentini e Paim (2004), indicam uma forma de identificação

proposta por Schatzman (1973), e adaptadas por Trentini e Paim (2004) para a PCA.

A organização dessas informações facilitará a codificação que significa

“reconhecer no relato das informações, palavras, frases, parágrafos ou temas

chaves, que persistem no relato dos participantes” (TRENTINI;PAIM, 2004, p. 94)

No caso desse estudo, a fase de apreensão, perpassará a segunda e

terceira fases. Pois, será uma maneira de identificar as categorias para que se

possa direcionar a temática dos grupos de discussão, realizados a partir da terceira

etapa.

Dessa forma, para melhor organização dos dados, foi utilizado o MC, que

traz melhor visualização da relação entre as questões norteadoras(conceitos

primários) e os conceitos secundários propostos pelas idosas, permitindo ao

pesquisador planejar as temáticas de convergência a partir da construção obtida em

cada momento.

Pois, a partir do estabelecimento das características e experiências

individuais, propostos pelo MPS, utilizando o MC, a pesquisadora realizou o

processo de apreensão para identificar e categorizar os dados com o fim de nortear

os encontros subseqüentes com vistas a atender as outras dimensões da Teoria de

Promoção da Saúde de Nola J. Pender (2006): Comportamento específico e

Resultados dos comportamentos e experiências individuais, embora adapte-se de

modo semi-estruturado as questões guia direcionadas a cada uma das dimensões

para desenvolver de forma organizada as temáticas levantadas pelas discussões

A realização desses grupos de discussões, desenvolvidos através de

entrevista informal semi-estruturada através de questões guias descrita

anteriormente, será um espaço importante onde se proponham destaques a temas

relevantes, de acordo com a necessidade apreendida no encontro anterior.

Dessa forma, a pesquisadora permite que estes momentos também

tenham a função, além da pesquisa, de reflexão, potencialização e inovação dos

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comportamentos de promoção da saúde dos idosos. Essas informações foram

obtidas através do distanciamento da pesquisadora ao término de cada grupo de

discussão, com o fim investigar e identificar os conceitos secundários, produzidos

pelas idosas, com o fim de direcionar o momento de convergência posterior, ou seja,

questões para serem discutidas na próxima reunião e retomar assuntos importantes

destacados pelas idosas.

5.4 Questões Éticas

Foram obedecidos os preceitos éticos referentes à Resolução 196∕96 que

trata de pesquisa com seres humanos, do Conselho Nacional de Saúde. O projeto

foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual do

Ceará (UECE) e aprovado sob o processo: 11584463-5, folha de rosto:

486612(ANEXO A). Também foi solicitada autorização da direção da Universidade

Sem Fronteiras (APENDICE, F).

Após os esclarecimentos e entendimento da pesquisa, os sujeitos que

desejarem participar do estudo, professora e direção assinarão o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), elaborado em duas vias, uma para o

sujeito e outra para o pesquisador (APENDICE G, H). Aos participantes foram

garantidos os direitos de entrarem e saírem da pesquisa a qualquer hora, assim

como o direito de conhecerem os resultados e opinarem sobre eles após cada

entrevista. Será garantido, ainda, o anonimato dos nomes dos idosos participante e,

a pesquisa utilizará nomes fictícios para não haver identificação ou constrangimento

por parte de quem forneceu os dados.

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5.5 Fase de Interpretação

Trentini e Paim (2004) informam que é necessário um profundo trabalho

intelectual por parte da pesquisadora principal, portanto, para o objetivo proposto. A

interpretação é baseada em três processos fundamentais correspondentes à lógica

da análise dos achados.

No caso desse estudo, ao final de todos os encontros (marcados pelo

processo de apreensão) a pesquisadora, conseguiu estabelecer com

aprofundamento a relação entre os dados obtidos pelos grupos de discussão e o

objetivo da pesquisa, possibilitando a confecção de um material baseado no

diagrama proposto pelo Modelo de Promoção da Saúde. Esse processo de

determinação de todas as dimensões propostas pelo MPS se dará em três

processos:

Processo de Síntese: é o processo pelo qual se examina subjetivamente

as associações e variações das informações. A pesquisadora necessita

aprofundamento nas informações trabalhadas no processo de apreensão com o fim

de conseguir completa familiarização com os dados obtidos nesse processo. A

síntese é marcada pela dominação do tema de investigação, ou seja, quando a

pesquisadora consegue dar detalhes com profundidade de cenas que ocorreram e

seu contexto. Dessa forma, a pesquisadora está apta a desenvolver um material que

ilustra os achados, contendo a síntese do processo de pesquisa. Ou seja, a

pesquisadora terá apropriação dos temas propostos para instigação e o contexto

que aconteceram as discussões.

Processo de Teorização: ao descobrir valores contidos nas informações,

a pesquisadora poderá estabelecer pressupostos e questionamentos, baseados na

fundamentação teórica que rege esse estudo, ou seja, fundamentado na MPS. A

partir desse processo de teorização acontecerá a formulação de novos conceitos,

definições e interrelações, construindo as conclusões do estudo. Nessa etapa a

pesquisadora, devidamente amparada pelo processo de síntese, conseguirá

estabelecer relações entre os dados obtidos, o contexto e individualidades do grupo

de discussões. Dessa forma, estará apta para fazer correlações entre as dimensões

propostas pelo MPS.

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Processo de Transferência: possibilidade de dar significados às

descobertas provenientes do estudo, de forma a contextualizar em situações

similares, porém sem generalizações. Buscando socializar os resultados singulares

e justificar a adaptação que possivelmente possa a ser feita. Assim, a pesquisadora,

ao perpassar por todas as fases anteriores será capaz de organizar os dados

obtidos e relacionar aos objetivos propostos, no caso, estabelecer as relações

contidas no diagrama do Modelo de Promoção da Saúde.

Portanto, ao final do estudo, a pesquisadora, além de traçar o

comportamento de promoção de saúde dos idosos participantes do grupo de

discussões, também permitiu um repensar acerca dessas ações na tentativa de

melhorar ou favorecer o comportamento de saúde desses idosos.

Diante todas essas fases, tem-se a “dança” da PCA, onde se revela pelos

momentos de aproximação, afastamento e convergência com o objeto de estudo, de

forma, que se criam espaços de superposição entre os momentos de

intelectualidade do autor, onde este repensa o fazer e analisa os dados obtidos e os

momentos com o grupo de discussão (fase de apreensão) que a partir das

conclusões da pesquisadora se moldam as discussões até atender aos objetivos

propostos pelo estudo e daí desenvolver-se as demais fases da pesquisa

(TRENTINI;PAIM, 2004).

Dessa forma, propõe-se um esquema, descrito a seguir, que demonstra

os movimentos de aproximação, afastamento, convergência entre pesquisa e as

ações realizadas pela pesquisadora, demonstrando assim a “dança” proposta pela

PCA.

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Figura 2 – Síntese do processo metodológico preconizado pela PCA. Adaptado do modelo proposto por Trentini e Pain (2004)

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Atendendo aos objetivos do estudo e ao método adotado, PCA, os

dados coletados e as discussões emergentes serão apresentados em

categorias para melhor compreensão e difusão dos saberes alcançados.

Acredita-se que os resultados alcançados, dêem subsídio para uma mudança

de atitude na prática assistencial, a partir de uma discussão fundamentada na

literatura estudada, mas principalmente por meio do referencial teórico utilizado

no levantamento dos dados.

1ª Etapa:

Fase 1) Inserção no campo de estudo e escolha do grupo de

convergência

A Universidade Sem Fronteiras (UNISF), é uma nstituição pioneira

no Ceará, que há 23 anos desenvolve trabalhos na área da Gerontologia,

estrutura todas as suas atividades para oferecer uma formação completa às

pessoas da Maturidade e Terceira Idade, tendo por lema "Aprender para Servir

e Transformar". Sua missão pauta-se na ajuda às pessoas idosas a construir

uma Longevidade Saudável através de ações preventivas, como Educação

Permanente, Convivência Social e Alimentação da Auto Estima, resgatando a

identidade sócio-cultural, afetiva, a autonomia e a inclusão social, aplicando as

ações com base em três pilares fundamentais: Corpo, Mente e Alma. Tendo

como princípio - Nunca é tarde para conhecer, aprender e amar; - Toda a

realidade é modificável, basta ter: vontade, perseverança e esperança; -

Ninguém cresce sozinho, nós precisamos do outro para crescer, desenvolver e

realizar sonhos. (UNSF, 2011)

Portanto, ao tomar conhecimento destes fatores, consegue-se

estabelecer um melhor panorama do modo de atuação dos cursos oferecidos

pela instituição, contribuindo, assim, para a inserção da pesquisadora no

campo de estudo por meio de observação participante, parte fundamental da

pesquisa, pois possui propriedade de captação de diversos fenômenos de uma

situação social, como é o caso do dia a dia das pessoas integrantes da UNISF.

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Essas modalidades permitem aos idosos assim como aos

profissionais que desempenham suas atividades nesse contexto um novo olhar

para a velhice dissipando estereótipos mitos e preconceitos.

Essas modalidades permitem aos idosos assim como aos

profissionais que desempenham suas atividades nesse contexto um novo olhar

para a velhice dissipando estereótipos mitos e preconceitos.

Esses espaços educacionais voltados ao idoso desempenham um

papel fundamental para um novo olhar no que diz respeito a promoção da

saúde desta população, inserindo o enfermeiro em ambientes inovadores de

sua prática assistencial no âmbito de empoderar o idoso para que ele seja

sujeito ativo de seu processo de saúde-doença, além de aperfeiçoar seu olhar

clínico para prevenção de agravos a saúde desta população.

A partir da observação inicial, pode-se perceber que os participantes

da UNISF rejeitavam o fato de serem idosos, pedindo, por muitas vezes que

não os citassem como grupo de idosos mas sim, de um grupo de

envelhecimento bem sucedido, configurando um quadro de não aceitação da

própria velhice.

A forma de conceber e viver o envelhecimento depende do contexto

histórico, dos valores e do lugar que o idoso ocupa na escala classificatória

dessa sociedade, que ao final serão os responsáveis pela construção social do

envelhecer e da velhice.(RODRIGUES; SOARES;2006)

O ser velho representa um conjunto de atribuições e transformações

negativas que estão ligadas ao conceito tradicional de velhice. No imaginário

social o velho está diretamente associado à estagnação e perdas que levam à

ruptura e ao isolamento; inflexibilidade decorrente de apego a valores

ultrapassados e cristalizados que também levam ao isolamento social; imagem

negativa do aposentado, significando um final de vida, falta de capacidade

pessoal e a exclusão da rede produtiva; pessoa que necessita de cuidados,

sem força, sem vontade, sem vida, doente, incapacitado e que por todos esses

motivos fez opção pela passividade.

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É importante reconhecer, no idoso, o seu papel mediador na vida

social, nos diversos tempos e espaços. Partindo deste princípio, a velhice

constitui um tempo estratégico da vida em sociedade. Porém, o que a velhice

representa está em nós e na imagem que construímos (LUZ; AMATUZZI,

2008).

O envelhecimento bem-sucedido aproxima-se de um princípio

organizacional para alcance de metas, que ultrapassa a objetividade da saúde

física, expandindo-se em um continuum multidimensional. A ênfase recai sobre

a percepção pessoal das possibilidades de adaptação às mudanças advindas

do envelhecimento e condições associadas.(TEIXEIRA; NERI 2008)

Envelhecer bem é uma questão pragmática de valores particulares

que permeiam o curso da vida, incluindo as condições próximas da morte. A

implementação de programas que elevam o nível de qualidade de vida dos

idosos pode prescindir, temporariamente, da definição uniforme desse

fenômeno. O objetivo de muitos idosos e profissionais tem sido a promoção de

saúde e bem-estar nessa fase da vida, seja referindo-se ao envelhecimento

saudável, produtivo, ativo ou bem-sucedido.

Estudos de maior abrangência no campo da Saúde Coletiva

enfatizam preocupações com a qualidade de vida dos idosos, tanto no que se

refere aos seus aspectos subjetivos (bem-estar, felicidade, amor, prazer,

realização pessoal), quanto às suas necessidades básicas mais objetivas da

vida.

Qualidade de vida definida, nas palavras de Minayo, Hartz e

Buss(2000) como: uma noção eminentemente humana, que tem sido

aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social

e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar

uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade

considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos

significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos

e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias

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diferentes, sendo portanto uma construção social com a marca da relatividade

cultural.

Interessa-nos a noção de qualidade de vida que, em sua polissemia,

admite discussões, para além das predominantes perspectivas funcionais e

medicalizadas da velhice, expressas nas perspectivas muito presentes na ideia

de qualidade de vida em saúde. Estudo realizado por Vecchia, Ruiz e Bocchi,

Corrente (2005) sobre o conceito de qualidade de vida entre idosos brasileiros

mostra resultados semelhantes a pesquisas internacionais, onde está presente

a valorização do bom relacionamento com a família, com amigos e da

participação em organizações sociais; da saúde; de hábitos saudáveis; bem-

estar, alegria e amor; de condição financeira estável; do trabalho; da

espiritualidade; de praticar trabalhos voluntários e de poder aprender mais.

Portanto, houve a necessidade de conhecer com mais profundidade

um grupo de idosos para que se pudesse realizar os momentos de

convergência, com o fim de submergir no universo deles e assim, apropriar-se

de seu cotidiano em sala de aula.

Desta forma, foi escolhido por conveniência com a professora titular

da disciplina de Relacionamento Intergeracional, por tratar-se de uma

modalidade que discute diversos conflitos e formas de buscar soluções além de

ter anuência da professora, o que torna o processo de convergência mais

suave para a população.

Nesta primeira fase traçou-se o perfil sócio-demográfico e de saúde

da população em questão, que de acordo com MPS, também faz parte para

caracterização dos sujeitos em questão quanto ao primeiro eixo

correspondente a características e experiências individuais, principalmente no

quesito de fatores pessoais.

As condições biológicas de um organismo são requisitos para

processos comportamentais, na medida em que se está falando de

comportamentos de organismos; tais variáveis são constitutivas do fenômeno

comportamental, seja ele público ou privado, delimitando as possibilidades de

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ação do ambiente na produção de respostas do organismo. (TOURINHO;

TEIXEIRA; MACIEL, 2000).

Desta forma, a caracterização dos sujeitos, composto por 14 idosas,

com idade média de 73 anos e renda familiar mensal de R$ 5000,00.

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Tabela 2 – Caracterização Sócio-demográfica dos participantes do estudo,

UNISF, Fortaleza, 2012.

Segundo estudos, uma característica marcante das universidades da

terceira idade é a predominância de mulheres, que representa a maioria da

população total (CASTRO, 2004; DEBERT, 1999; GOLSTEIN, 1995). De

acordo com Debert (1999), esse fato pode estar relacionado às diferenças

como homens e mulheres representam o que é a velhice e percebem as

mudanças ocorridas no envelhecimento: as mulheres com interesse mais

cultural e os homens com interesses mais políticos e esportivos.

A expressiva participação feminina nesses programas pode ser

decorrente da vida mais longa das mulheres, que, em média, vivem cerca de

cinco a seis anos a mais do que os homens (MARTIN, SMITH MATHEWS, &

CARACTERÍSTICAS N %

Estado Civil

Solteira 3 21,4 Divorciada 1 7,1

Casada 4 28,6

Viúva 6 42,9

Tempo de Estudo

1-4 anos 2 14,3

5-10 anos 0 0,0

10+ anos 12 85,7

Como conheceu a UNISF

Amiga 6 42,9

Irmã 2 14,3

Divulgação 5 35,7

Familiares 1 7,1

Aposentada

Não 0 0,0

Sim 10 71,4

Pensionista 4 28,6

Situação de moradia

Com a família 12 85,7

Sozinha 2 14,3

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VENTURA, 1999). A maior longevidade das mulheres é atribuída a vários

fatores: sua maior tendência ao autocuidado, como buscar assistência médica,

ao maior nível de apoio social que as mulheres desfrutam e à menor

vulnerabilidade biológica durante toda a vida. As mulheres idosas tendem a ter

problemas de saúde de longa duração, crônicos e incapacitantes, enquanto os

homens idosos tendem a desenvolver doenças fatais de curta duração

(Papalia, Olds & Feldman, 2006).

No Brasil, as mulheres representam cerca de dois terços da

população com mais de 75 anos. As idosas também apresentam maior

probabilidade de serem viúvas do que os homens e de não se casarem

novamente após a viuvez. Isso ocorre em virtude da tendência de os homens

contraírem núpcias com mulheres mais jovens e celebrarem novo matrimônio

com essas mulheres se as esposas falecem. Assim, o número de viúvas é

significativamente maior do que o de homens em todos os países do mundo

(WHO, 2005).

Além disto, outros fatores são importantes serem destacados, diante

da perda do companheiro após longo tempo de convívio a dois, a viuvez

demarca o início de uma nova fase da vida da mulher, que, diante do

acontecimento, apresenta-se à família e à sociedade como uma pessoa

envelhecida e com um novo status: viúva. (BALDIN; FORTES, 2OO7)

A idade avançada traz consigo a aproximação da morte. Com o

aumento dos anos de vida, a finitude é inevitável, o que se torna mais

contundente com a chegada da velhice e é reforçado pela perda de pessoas

próximas, como familiares, amigos (GOLDIN, 2011). Esse episódio é vivido de

forma intensa quando há a perda de uma pessoa marcante, como o cônjuge,

fato manifestado muitas vezes pela vestimenta escura ou simbolizado por

alguns rituais, dependendo da ocasião e da cultura.

A forma concreta de lidar com a morte e de expressar o luto varia

muito, dependendo da cultura na qual a pessoa está inserida. Assim, pode ir de

um rápido passar adiante até o extremo da obrigação de mostrar aos outros

tristeza, dor e desespero por um longo período de tempo. As diferenças

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decorrem dos valores e crenças diante da morte, influenciadas por aquilo que a

pessoa perde, como o sustentador da família, o parceiro sexual e o

companheiro (DOLL, 2011).

Hisatugo (2002) destaca que a difícil arte de sobreviver à ausência

de pessoas importantes torna-nos aptos a recomeçar. As perdas são contínuas

ao longo da vida, mas, ainda que a saudade permaneça, ficam as lembranças

inesquecíveis que ajudam a refazer o amanhã.

Estudo de Rocha et al. (2005) aponta que as viúvas, após a perda

do companheiro, em médio ou longo prazo, mostram-se independentes em

relação aos familiares, exercendo outras atividades, desvinculadas do grupo

familiar, porém mantendo boa relação com os seus. Observa-se na atualidade

um grande envolvimento social, principalmente da mulher, pela participação em

grupos de terceira idade (GTI), nos quais elas exercem atividades culturais,

artesanais, educacionais, turísticas, entre outras, como é o caso de

modalidades educacionais voltadas ao idoso, a exemplo da UNISF.

O convívio com outras pessoas é uma forma de manter a idosa

ativo, evitando que permaneça reclusa ao seu lar. Segundo Portella (2004), nos

GTI as pessoas encontram-se para trocar idéias e experiências, lutando contra

a estagnação social da velhice e vivendo saudavelmente essa etapa da vida. É

uma maneira de sobrevivência, ou seja, um meio de viver e envelhecer melhor,

não ficando só, isolado, ou “atirado às traças”.

Hoje, nesses grupos se encontra um contingente expressivo de

mulheres, muitas delas viúvas. Nesses espaços se percebe a vontade de viver,

sorrir, dançar, movimentar-se, relacionar-se.(BALDIN; FORTES, 2008)

A decisão de participar de algum grupo deve ser de iniciativa do

próprio idoso, sem imposições ou pressão de terceiros. Miguel e Fortes (2005)

reiteram que se tornar participante de um GTI é de grande valor para a

promoção de uma velhice mais saudável, visto que pode dar um novo sentido a

essa etapa da vida, por romper os paradigmas da sensação de inutilidade,

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auxiliando no processo de promoção da auto-estima e, conseqüentemente, na

integração da pessoa no seio familiar e social.

Devido ao quantitativo considerável de idosas aposentadas, as

repercussões deste evento no âmbito afetivo, emocional e social nestas idosas

também é algo significante que influencia a busca por convívio em grupos de

interesses afins.

Nota-se que a aposentadoria é um momento envolto por uma série

de situações críticas, interligadas entre si e que interferem na qualidade de vida

do idoso. Tendo em vista estes aspectos, a compreensão de como o idoso

vivencia o seu processo de aposentadoria pode contribuir para a atuação dos

profissionais de saúde que trabalham com esta população aproximando-os de

sua realidade. (ALVARENGA, et. al, 2009)

Tabela 3 – Condições de saúde das idosas participantes do estudo,

UNISF, Fortaleza, 2012.

CARACTERÍSTICAS N %

Doenças

Preexistentes

Não 2 14,3

Sim 12 85,7

Quais doenças

HAS 5 35,7

HAS+Doenças

Osteoarticulares

3 21,4

DM+Dislipdemia 1 7,1

DM+HAS 1 7,1

DM+ Doenças

Osteoarticulares

1 7,1

Doenças

Osteoarticulares

2 14,3

DM+Depressão+HAS 1 7,1

Vê-se que as idosas, apesar de média de idade de 73 anos e 85,7%

terem doenças preexistentes, este quadro não constitui um envelhecimento

patológico, configurando um processo de envelhecimento marcado pelas

alterações fisiológicas comuns a esta fase. Podendo relacionar-se com a

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caracterização financeira, destacada pelo poder aquisitivo de nível alto para a

maioria dos brasileiros. Constitui, um processo de saúde-doença com mais

condições de acesso a estratégias e profissionais que tem papel interventivo no

quadro clínico destas idosas proporcionando melhor qualidade de vida.

Qualidade de vida é um evento que tem múltiplas dimensões e é

multideterminado. Diz respeito à adaptação de indivíduos e grupos humanos,

em diferentes épocas e sociedades. Avaliar a qualidade de vida a partir de

critérios objetivos, como condição financeira, e subjetivos, como satisfação e

crescimento pessoal, significa comparar condições disponíveis com as

consideradas desejáveis pelo indivíduo e pela sociedade.

Portanto, a partir desta primeira fase, estabeleceu-se um panorama

das idosas para direcionar com mais eficácia os demais momentos de

convergência.

Fase 2: Mapeamento Conceitual de Promoção da Saúde antes dos

momentos de convergência

Promoção a saúde é um conceito multifacetado, visto que é

influenciado por diversos fatores, principalmente os hábitos e experiências de

vida. Portando, faz-se necessário que tome-se conhecimento da

representatividade que o conceito tem para as pessoas, permitindo ao

profissional, em foco o enfermeiro, buscar estratégias que visem o ajuste de

comportamento destes sujeitos e assim, melhorar a qualidade de vida da

população.

Portanto, as idosas produziram, a partir do conceito primário:

“Promoção da Saúde” ligações e conceitos secundários que influenciam

diretamente suas vidas, afetando sua condição de saúde. A concretização do

mapa conceitual pode ser visto na figura 1.

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Figura 3 – Mapeamento conceitual de promoção da saúde antes dos momentos de convergência, UNISF, Fortaleza, 2012

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Na prática de enfermagem, afirma-se que a utilização do MC pode

estimular a visualização da interdependência conceitual e, desse modo,

subsidiar o planejamento holístico do cuidado cujo objetivo é o de promover o

pensamento reflexivo, a resolução de problemas e a síntese de definições

(GUL, 2006).

Portando, ao se analisar o fluxo de conceitos, resultou em nove

conceitos secundários, o que ajudará a elucidar a conceituação e fatores

relacionados à promoção da saúde:

São estes: Processo Lento; Mandamentos; Amizade; Abertura;

Convivência; Auto-conhecimento; Auto-estima; Aceitação e Ser Social, todos

possuindo frases de ligações que dão sentido às proposições e ajudam a

visualizar a realidade.

Destas afirmações obtidas através das falas e discussões da

temática pode-se perceber que a promoção da saúde é principalmente social,

para este grupo, portanto, quanto mais inseridas socialmente, mais tem

condições de saúde mais adequadas e assim, melhor qualidade de vida.

A junção dos conceitos secundários que traz o contexto de

promoção da saúde como um processo lento por ser entendido como

mandamentos, remete a ideia que são leis colocadas pela sociedade e

profissionais que influenciam nos hábitos de vida destas idosas, não

significando aquilo que elas tem em seu dia a dia.

A ideia de promoção da saúde e prevenção de doenças tem estado

bastante presente em pesquisas mais recentes dentro da perspectiva de

investimentos nas possibilidades de realização humana na velhice. Promoção

da saúde é aqui entendida como o processo de capacitação da comunidade

para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior

participação no controle deste processo, o que envolve, necessariamente,

políticas públicas saudáveis, criação de ambientes favoráveis à saúde, reforço

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da ação comunitária, desenvolvimento de habilidades pessoais e reorientação

do sistema e dos serviços de saúde.

Trata-se, então, de uma concepção também mais abrangente de

saúde, bastante além da tônica estrita da prevenção e da cura de doenças no

espaço ambulatorial e hospitalar, acentuadamente caracterizada pelo uso

intensivo de tecnologias de diagnóstico e de intervenção médica que

identificam as concepções e práticas voltadas para idoso no mundo

moderno(MENEZES, et. al; 2010).

É importante sinalizar que as mudanças impelidas pela prática da

promoção da saúde, realmente, é um processo lento, que envolve o embate

político e ideológico contra a hegemonia do paradigma biomédico no setor

saúde e na sociedade. Entretanto, diversos movimentos na saúde têm

apontado a necessidade de uma nova forma de conceber e fazer a saúde, em

face da complexidade de resolução dos problemas de saúde na

contemporaneidade e do esgotamento dos modelos de atenção à saúde,

pautados na doença, que mais respondem aos anseios do modo de produção

capitalista e provocam danos aos sistemas de saúde e às pessoas, do que

realmente produz saúde (MASCARENHAS, 2010).

Isso porque, seguindo a concepção de Alexy(2003), mandamentos

são normas que ordenam que algo seja feito na maior medida possível, de

acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas do caso concreto.

Dessa forma, vê-se que é primordial a busca por estratégias

promotoras a saúde que realmente empoderem as pessoas para que assim

sejam sujeitos ativos no seu processo de mudança e/ou adaptação da vida,

sendo necessárias mudanças no cenário de saúde brasileiro, desde a

formação dos profissionais de saúde até a prática de políticas públicas voltadas

para a temática.

O humano tratado como ser vivente em um mundo onde as relações

interpessoais são um dos elos fundamentadores de sua condição humana,

desta forma, o ser humano é um ser social e histórico; é um ser constituído no

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seu movimento, em todas as suas fases e processos de mudança ao longo do

tempo, pela relação com a cultura e condições sociais produzidas. Concebe-se

o desenvolvimento do ser humano vinculado à história social mediado por

sistemas simbólicos. Um ser rico em possibilidades tem na sociedade, na

cultura e nas relações sociais, os limites e condições impostas para

significações e construções do seu projeto de vida (CATÃO, 2001, 2007).

Participar de um grupo em que tem congruências com suas

historias, fazem das idosas participantes do estudo mais integradas entre si e

entre a sociedade, pois antes, viviam para cuidar de afazeres domésticos e/ou

trabalho e seu círculo de amizades resumia-se à família. Esta inserção em um

grupo onde tem objetivos afins foram fundamentais para o reestabelecimento

da vida destas idosas promovendo o autoconhecimento o que tem influencia

direta na autoestima.

Configurar os problemas sociais no senso comum é, ao mesmo

tempo, configurar a realidade social, capturar os afetos, os saberes e as

imagens, as tomadas de posições, a partir de referencial que dê conta desta

realidade. É no horizonte destas relações com os outros, com as coisas, com a

natureza, com o passado e com o futuro que o ser humano se objetiva, se

constitui psico-sócio-historicamente e orienta suas ações. (CATÃO, 2011)

Observa-se que, em grupo, estas idosas se permitem compartilhar

seus problemas e buscar meios para solucioná-los, contando com o apoio das

amizades construídas devido a convivência entre o grupo.

Desta forma, o enfermeiro, coloca-se como elo, para perceber a

necessidade de intervir em temáticas oriundas das discussões com o fim de

auxiliá-las na busca de estratégias de enfrentamento.

As idosas em estudo, estão em busca de si, o que representam para

a sociedade como um todo, não somente para a família. A inserção em

modalidades educacionais, trazem à estas idosas oportunidades de mostrarem

suas potencialidades e enxergar em si uma pessoa para além da dinâmica

familiar.

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Segundo Skinner (2000), autoconhecimento compreende diversos

comportamentos, tais como, discriminar que fez alguma coisa’, que está

fazendo alguma coisa’, que tende a fazer alguma coisa’ e que determinadas

variáveis são responsáveis por seu comportamento.

Qualquer coisa que possa atingir a auto-estima reduz a oportunidade

de estabelecer um bom contato. Preservar e intensificar a auto-estima é uma

maneira de chegarmos mais fortes até o outro,

Incluir o outro no campo relacional implica uma verdadeira revolução

interior e uma completa transformação nos modos de convivência, tanto com

as necessidades pessoais quanto com as solicitações alheias.

Maturidade inclui autoconhecimento e auto-aceitação. Na velhice, há

um processo de busca interior e de investimento na espiritualidade e no

autoconhecimento, resultando em desenvolvimento pessoal. A vida de uma

pessoa idosa pode vir a ser de grande riqueza interior, no que concerne ao

encontro com sua própria essência. Dessa forma, pode-se chegar à plenitude,

com modos mais positivos de ser e apreciação da vida (SAD, 2001).

Cachioni e Neri (2004) também defendem a idéia de que a educação

permanente se fundamenta no reconhecimento dos valores inerentes aos

idosos, dos seus direitos e de suas oportunidades. O papel da educação não é

o de divertir ou entreter o idoso, nem de perpetuar ou reproduzir papéis

desempenhados em outros momentos da vida, mas sim servir de meio para

que a pessoa, independentemente da idade cronológica, consiga manter seus

níveis normais de funcionamento e de desenvolvimento.

Desta forma, a conceituação de promoção da saúde, para estas

idosas, tem como fundamento as relações interpessoais que foram vivenciadas

a partir de sua entrada na modalidade educacional, portanto, serem aceitas em

um grupo e sentirem-se bem e integradas à dinâmica social daquele meio

permitem-nas terem um processo de envelhecimento mais ativo interferindo no

seu processo de saúde-doença.

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A partir destas discussões, utilizou-se os conceitos secundários

oriundos da conceito central: Promoção da Saúde, para planejar o início da

segunda etapa, onde deu-se os encontros de convergências. O foco para

convergência visualizado foi fomentar discussões que permitissem às idosas

associar as relações interpessoais com a sua saúde e bem estar, apresentando

o texto “A arte de não adoecer” de autoria de Drauzio Varella, na aula seguinte.

(ANEXO B).

SEGUNDA ETAPA

Caracteriza-se pela visualização de um panorama pregresso das idosas

e o início dos momentos de convergência, consequentemente, a aplicação da

PCA.

Trentini e Paim(2004) colocam que pesquisa, assistência e participação

são elementos centrais desta metodologia e as estratégias e técnicas

destinados a obter informações para a pesquisa convergente em enfermagem

que visem a articulação da teoria e prática, agregando-se várias formas de

coletas de dados, para ter maior fidedignidade dos fatos.

Desta forma, a Teoria de Promoção a Saúde, articula-se com a PCA,

no que se diz respeito a necessidade do enfermeiro buscar intervenções e

estratégias pode-se dispor para manter/potencializar/ajustar o comportamento

de promoção da saúde, sendo que um dos principais papeis do enfermeiro é o

estímulo ao auto-cuidado. (PENDER, 2006)

A responsabilidade pela promoção da saúde compartilha-se entre

indivíduos, comunidade, grupos, instituições que prestam serviços de saúde,

governos e por profissionais da saúde de todas as áreas, sendo crescente a

participação dos enfermeiros nessas atividades. Entretanto, as propostas de

estudos norteadores para tal promoção, na adoção de modelos e teorias que

fundamentem essas experiências, ainda são retraídas, conferindo um grau

limitado no planejamento, execução e avaliação dessas ações.

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ENCONTRO 1 – Primeiro Eixo: Características e experiências individuais

Cada pessoa tem características pessoais únicas e experiências que

afetam as suas ações. A importância de seus efeitos dependem do grupo

social que o indivíduo tem da vida, estas variáveis são fundamentais para

estabelecer as prioridades em seu comportamento e assim, verificar as

relações com as condutas adotadas posteriormente para a promoção da saúde

para esta população.

Desta forma, a construção conceitual do comportamento anterior de

saúde destas idosas, além dos fatores biológicos, sociocultural e psicológicos,

deu-se a partir da apreensão, síntese, teorização e transferência dos achados

na escrita e fala destas idosas, de acordo com as questões norteadoras

colocadas à elas. (APENDICE C)

Neste contexto, os discursos oriundos destas idosas serviram como

base para a construção de mapas conceituais que mostram a organização dos

conceitos provenientes de seus hábitos anteriores de vida, bem como sua

visão da saúde antes de se inserirem em modalidades educacionais.

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Figura 4 – Comportamento anterior das idosas UNISF, Fortaleza, 2012.

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Tem-se as seguintes conceitos secundários:Angustiada, Problemas, Dona de

Casa, Outros, Triste, Vida. Estes tem confluência com o termo Angustiada, tratando-

se então de um conceito primordial para entender o comportamento anterior dessas

idosas.

Vê-se que as proposições que foram construídas afirmam que as idosas

viviam em um ambiente o qual o centro era sua família e não tinha a si mesma

como foco das ações, e, de certa forma, isto trazia angústia e tristeza a elas, pois a

vida em um contexto social amplo se faz necessário para reafirmarem seu papel

perante a comunidade.

O idoso possui a capacidade de ajustar seus projetos de vida segundo suas

condições presentes. Portanto, a satisfação com a vida se mantém elevada quando

há empenho para o alcance de metas significativas na manutenção ou

restabelecimento do seu bem-estar (FREIRE, 2000).

Desta forma, as idosas em estudo, buscaram estratégias que as reinserissem

em grupos sociais homogêneos, para fazerem valer sua cidadania, ao invés de ter

somente a família como astro de suas ações, dedicando-se um pouco mais a si e

aos demais membros do grupo.

Reinterando que o ser humano é um ser social e histórico; é um ser

constituído no seu movimento, em todas as suas fases e processos de mudança ao

longo do tempo, pela relação com a cultura e condições sociais produzidas.

Concebe-se o desenvolvimento do ser humano vinculado à história social mediado

por sistemas simbólicos. (CATÃO, 2011)

Assim, vê-se que é necessária a convivência para além do núcleo familiar,

pois é através das experiências obtidas no processo de socialização com a

comunidade é que se dá a agregação de valores e comportamentos às pessoas

além de cada ser buscar seu papel social, fazendo-os atores de suas próprias vidas,

colocando-se em primeiro plano, cuidando de seus interesses.

As intervenções são múltiplas para dar conta da complexidade da relação ser

humano e problemas sociais, implicando também o estudo sobre políticas públicas

viabilizadas através de programas nacionais nos domínios da escola, da família, do

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emprego, da cidade, através de ações de desenvolvimento humano e social, tanto

no meio urbano como rural. A realização de pesquisas e a utilização dos seus

resultados, num modelo pesquisa e intervenção, e a colocação do estado do saber à

disposição do público apresenta-se também como uma maneira de a ciência ser

útil.(CATÃO, 2011)

Por isto, configura-se a necessidade da enfermagem conhecer o

comportamento anterior dos sujeitos em estudo para fomentar a busca por

estratégias que potencializem ações benéficas reduzam os danos provocados por

condutas não apropriadas a saúde, dessa forma, configurando um panorama mais

integral de atenção a saúde do idoso, partindo-se do empoderamento destes

sujeitos.

Figura 5 – Comportamento anterior de saúde das idosas da UNISF, Fortaleza, 2012.

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Os conceitos secundários trazidos pelas idosas relacionam a sua saúde,

antes de vivenciarem as experiências da UNISF, a timidez, saúde negativa, cheia de

doenças na cabeça, altos e baixos e, precauções.

O olhar de velhos brasileiros, sua própria concepção de qualidade de vida se

nos mostram também mais afins a essas perspectivas ampliadas(MENEZES et. al.,

2010) concretizando-se ao visualizar o MC acima, onde fica claro que as prioridades

dos idosas em questão, através de seus relatos e perguntas, onde o foco principal

era a dimensão social do ser humano.

Ao analisar-se a proposição central proposta às idosas, no que diz respeito às

suas condições de saúde antes de sua inserção na modalidade educacional,

percebe-se o grande enfoque social que elas associam a saúde, desta forma é

importante confrontar as definições de saúde vigente para visualizar a saúde a partir

da ótica destas idosas.

Buscar a saúde é questão não só de sobrevivência, mas de qualificação da

existência e neste aperfeiçoamento não tange somente ao lado biomédico, diz

respeito às influencias que o meio ambiente tem sobre a vida destas pessoas.(

CZERESNIA, 2003)

A saúde, no texto da Constituição de 1988, reflete o ambiente político de

redemocratização do país e, principalmente, a força do movimento sanitário na luta

pela ampliação dos direitos sociais: “A saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de

doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços

para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL, 1988). O grande mérito

desta concepção reside justamente na explicitação dos determinantes sociais da

saúde e da doença, muitas vezes negligenciados nas concepções que privilegiam a

abordagem individual e subindividual.

De acordo com esta análise, o conceito ampliado esvaziaria a referência às

especificidades biológica e psíquica da enfermidade. De forma semelhante ao

conceito da OMS, dada a sua amplitude e extensão de sua atuação, correria o risco

de ver medicalizados todos os âmbitos da existência (trabalho, alimentação, tempo

livre, transporte etc).(BATISTELLA, 2007)

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Esta perspectiva encontra eco em meio a autores que mais recentemente têm

estabelecido uma crítica ao movimento da promoção da saúde. Reconhecida como

uma das mais instigantes propostas para operacionalizar o conceito positivo da

saúde – desde de sua reconfiguração a partir do “Informe Lalonde”, no Canadá, até

os dias de hoje – a promoção da saúde vem ganhando espaço tanto nos debates

acadêmicos (BUSS, 2003; CZERESNIA & FREITAS, 2003; LEFÉVRE & LEFÉVRE,

2004; TEIXEIRA, PAIM & VILLASBÔAS, 2002) quanto nas políticas públicas mais

amplas.

A reorientação dos sistemas de saúde, um dos campos centrais de ação

desta perspectiva de acordo com a Carta de Otawa, se expressa através da

formação dos profissionais e, principalmente, pela atuação intersetorial. Para

Lefévre e Lefévre (2004) e Carvalho (2005), no entanto, ao definir como instância

privilegiada a intersetorialidade, a política de saúde deixaria de ter um objetivo

setorial específico e diluir-se-ia como pseudomandatária de todas as demais

políticas. Para Lefévre e Lefévre (2004), ao afirmar que a saúde é responsabilidade

de todos os setores (habitação, emprego, renda, meio ambiente etc), a perspectiva

da intersetorialidade esvaziaria a ação específica do setor saúde em detrimento de

ações políticas globais com alto grau de generalidade.

O risco do uso equivocado do conceito de ‘políticas públicas saudáveis’ já

ficou demonstrado pelo caráter abusivo com que se procurou revestir políticas

clientelistas em anos eleitorais, representando desvio de parcelas significativas do

recurso destinado ao setor saúde.

Contudo, submetendo o conceito ampliado da VIII CNS às teorizações de

Canguilhem(2005), Caponi(2003) reconhece que, ao estabelecer o entendimento da

saúde como uma ‘margem de segurança para suportar as infidelidades do meio’, o

autor concede uma certa primazia à dimensão individual do fenômeno de saúde-

doença, excluindo de suas preocupações os determinantes sociais: “Poderia-se

argumentar que ao falar da necessidade de integrar essas infidelidades do meio

como um elemento indispensável para tematizar a saúde, se corre o risco de

legitimá-las em lugar de combatê-las” (Caponi, 1997).

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É importante diferenciar a inevitabilidade do adoecimento, quando falamos de

doenças e agravos cuja compreensão sobre seus determinantes e a capacidade de

intervenção ainda são limitadas – o caso de muitas viroses, por exemplo –, da

perigosa naturalização de condições de vida adversas que, sabidamente, conferem

maior vulnerabilidade a diferentes grupos e extratos sociais.

Avançando de forma dialética em direção à superação das dualidades

indivíduo/coletivo e sujeito/estrutura, Caponi propõe a extensão do conceito

canguilhemiano à esfera social. Saúde, nesse sentido, estaria referida à

capacidade de indivíduos e coletivos de tolerância com as infidelidades do meio.

Em uma perspectiva mais integral, a noção de ‘problema de saúde’ inclui,

para além da doença, dos modos de transmissão e dos fatores de risco, as

necessidades e/ou determinantes dos modos de vida e saúde (condições de vida e

trabalho). Os problemas passam a ser identificados não somente pelos enfoques

clínico e epidemiológico, mas, sobretudo, pelo enfoque social. Do ponto de vista

clínico, observa-se o corpo individual em sua dimensão anatômica e fisiológica. A

intervenção sobre os problemas de saúde neste nível privilegia o diagnóstico,

tratamento de doenças e reabilitação de doentes. O enfoque epidemiológico enfatiza

a identificação dos problemas em grupos de população, a partir da caracterização

das condições ecológicas (relação agente-hospedeiro-ambiente) ou das condições

socioeconômicas e culturais dos diversos grupos. Neste nível, a intervenção sobre

os problemas de saúde privilegia ações de educação sanitária, saneamento

ambiental, controle de vetores, alimentos, medicamentos e outros produtos

potencialmente nocivos à saúde, imunização de suscetíveis e diagnóstico precoce

das doenças mais comuns. O enfoque social enfatiza a identificação dos problemas

em populações a partir da caracterização de sua dinâmica histórica, isto é, da

caracterização do processo de desenvolvimento econômico, social e político dessas

populações (TEIXEIRA, PINTO & VILLASBÔAS, 2004).

A Carta de Ottawa (1986) destaca que as condições e os requisitos para a

saúde são a paz, a educação, a moradia, a alimentação, a renda,um ecossistema

estável, a justiça social e a eqüidade. A saúde, nesta concepção ampliada, é, mais

do que ausência de doença, um estado adequado de bem-estar físico, mental e

social que permite aos indivíduos identificar e realizar suas aspirações e satisfazer

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suas necessidades (Ottawa, 1986). A partir desta definição de saúde, muitos autores

na área da Saúde Coletiva, entre os quais Ferreira & Buss (2002), Adriano et al.

(2000) e Paim & Almeida Filho (2000), sublinham o aspecto da promoção da saúde,

incorporado à idéia de assistência e de cura.

Em abril de 2002, na Segunda Assembléia Mundial sobre o Envelhecimento,

realizada em Madri, foi aprovado o PIAE ­ Plano Internacional de Ação sobre o

Envelhecimento. O documento foi referendado por todos os países membros das

Nações Unidas e representa, portanto, um compromisso internacional em resposta

ao rápido envelhecimento da população mundial. As recomendações do PIAE

definem três áreas prioritárias: a) como inserir o envelhecimento populacional na

agenda do desenvolvimento; b) a importância singular e global da saúde; e c) como

desenvolver políticas de meio-ambiente (tanto físico quanto social) que atendam às

necessidades de indivíduos e sociedades que envelhecem.

À OMS, como agência especializada da ONU (Organização das Nações

Unidas), coube um papel particularmente importante na formulação de

recomendações específicas do PIAE. Na Assembléia de Madri, a entidade lançou o

documento Envelhecimento ativo: um marco para elaboração de políticas, que

complementa e amplia o PIAE. Neste documento, a OMS recomenda que políticas

de saúde na área de envelhecimento levem em consideração os determinantes de

saúde ao longo de todo o curso de vida (sociais, econômicos, comportamentais,

pessoais, culturais, além do ambiente físico e acesso a serviços), com particular

ênfase sobre as questões de gênero e as desigualdades sociais (Carta de Ouro

Preto-NESPE, 2003).

Para atender a estas agendas faz-se necessário desenvolver modelos de

atenção à saúde do idoso que superem as práticas tradicionais, pois o atendimento

que lhes é oferecido habitualmente restringe-se, na melhor das hipóteses, ao

tratamento clínico de doenças específicas (VERAS; CALDAS, 2004).

A promoção de espaços saudáveis faz com que, principalmente em lugares

onde os problemas de saúde das populações atingem grande visibilidade, seja

desenvolvido um olhar que permita instrumentalizar o entendimento dos problemas

de saúde e promover as soluções possíveis.

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Neste movimento destaca-se a importância atribuída aos novos conceitos das

ciências humanas e de métodos advindos da união da epidemiologia e da geografia

humana que possibilitam avançar na descrição, sistematização e reflexão das

situações de saúde, orientando, desse modo, o planejamento de práticas e ações de

promoção à saúde. Tanto para a análise como para estratégia de ação sobre a

desigual distribuição espacial da saúde de populações, devemos adotar caminhos

importantes como: conhecer, conhecer para interpretar e interpretar para atuar — o

que freqüentemente acontece de forma desarticulada, incompleta ou deficiente.

A construção de um novo marco explicativo que supere a concepção

biologicista linear de simples causa-efeito aponta o papel da estrutura social como

modeladora dos processos de produção da saúde ou doença. A noção de

‘causalidade’ é substituída, do ponto de vista analítico, pela noção de

‘determinação’, com base na qual a hierarquia das condições ligadas à estrutura

social é considerada na explicação da saúde e doença. Está vinculada à

compreensão dos ‘modos e estilos de vida’, derivados não só das escolhas

pessoais, como de fatores culturais, práticas sociais e constituição do espaço.

Essa explicação mais abrangente procura relacionar essas dimensões de

forma sistêmica, integradas em uma totalidade na qual são identificados os níveis de

determinação e os condicionantes do fenômeno observado. Diferente do modelo

multicausal, que não apontava para nova prática médica, o modelo da produção

social da saúde implica uma profunda revisão do objeto, dos sujeitos, dos meios de

trabalho e das formas de organização das práticas, visando não apenas deter o

avanço das doenças, mas sim, à promoção da saúde (PALMEIRA ET AL., 2004;

TEIXEIRA; PAIM & VILLASBÔAS, 2002).

O esforço de Cooperação Internacional estabelecido entre diversos países no

final da Segunda Guerra Mundial deu origem à criação, em 1948, da Organização

Mundial da Saúde (OMS), agência subordinada à Organização das Nações Unidas.

Em seu documento de constituição, a saúde foi enunciada como “um completo

estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou

enfermidade”.

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Nesta ideia que a OMS tráz de saúde contrapõe as próprias características da

existência humana, onde o conflito e problemas são necessários para o crescimento

pessoal e desenvolvimento de pensamentos, inclusive da ciência.

A simples tentativa de definir o estado de bem-estar mental e social poderá

supor uma existência sem angústias ou conflitos, sabidamente inerentes à própria

história de cada ser humano e de cada sociedade. Assim, o discurso médico pode

converter-se em discurso jurídico, e tudo aquilo que é considerado perigoso ou

desviante se torna objeto de uma intervenção – medicalização, não tendo como

foco, por exemplo, a amplitude do ser, onde os medicamentos não são o foco, mas

sim ações que interajam com os sujeitos em estudo, promovendo uma relação

terapêutica, tendo como direcionamento a promoção da saúde, compartilhando

saberes e práticas entre profissionais e idosos, no caso deste estudo, o enfermeiro

coloca-se com agente ativo da busca de um processo de saúde-doença mais

ajustado à realidade destas idosas, a partir do conhecimento amplo que elas tem

pregresso, antes de inserirem-se na modalidade educacional.

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Figura 6 – Fatores pessoais preditivos da conduta promotora de saúde por idosas da UNISF, Fortaleza, 2012.

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A escolha do projeto de vida se dá a partir da relação do ser humano com um

contexto social, econômico e político específico, de um círculo espacial e temporal

configurado historicamente. Em contextos caracterizados pela desigualdade social, o

ser humano pode identificar como "escolha" de vida aquilo que, na realidade, deverá

ser uma falta de opção, uma reação àquilo que é imposto pela conjuntura econômica

e pela estrutura sociopolítica. O projeto de vida está diretamente relacionado à

tomada de consciência de si, do outro, do mundo e à reflexão acerca da ética e dos

Direitos Humanos. Portanto, ao fazer emergir no ser humano a capacidade de refletir

sobre o cotidiano, de forma a expressar os afetos e significados que constrói acerca

da vida, pode capturar-se o sujeito e seu sistema psicológico pela sua ação no

mundo, e orientá-lo a desenvolver uma potência de ação na relação consigo, com o

mundo e com os problemas sociais para a sua transformação.

Nos estudos sobre o processo de envelhecer se encontram, com freqüência,

mais referências aos aspectos negativos (perdas e doenças) do que comentários

sobre os ganhos associados à velhice (sabedoria, experiência e habilidade nos

relacionamentos sociais).

Isso se deve à crença de que as perdas só ocorrem na velhice e de que os

ganhos estão restritos às fases iniciais do desenvolvimento. Porém, perdas e

ganhos ocorrem em todas as etapas da vida, embora na velhice haja mais perdas do

que ganhos (Freire; Resende, 2001).

Envelhecimento não implica necessariamente em doença e afastamento. O

idoso tem potencial para mudar as situações de sua vida e a si mesmo, e tem muitas

reservas inexploradas. Os idosos podem se sentir felizes, realizados e atuantes em

seu meio social. Muitos estudiosos de diversas áreas, e as pessoas, de um modo

geral, têm-se interessado por buscar formas de se chegar a um envelhecimento

bem-sucedido e satisfatório (Freire, 2000).

O termo envelhecimento bem-sucedido apareceu na Gerontologia nos anos

60, associado a uma importante mudança ideológica, que consistiu em considerar

que a velhice e o envelhecimento não são sinônimos de doença, inatividade ou uma

retração geral do desenvolvimento humano. Desde então, a Gerontologia passou a

investigar também os aspectos positivos da velhice, o potencial para

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desenvolvimento e, principalmente, a heterogeneidade associada a este processo

(NERI, 2003).

Desde o dia em que nascemos, estamos em contato com muitas pessoas.

Passamos por muitos grupos e desempenhamos diversos papéis sociais. Isso nos

faz sentir pertencentes a algo, a alguém, ter importância ao desempenhar este ou

aquele papel. Além do aspecto da convivência social, outro importante é a

estimulação do pensar, do fazer, do discutir e do aprender. O desempenho de

atividades e o contato social podem contribuir para o reforço do sentimento de valor

pessoal, do autoconceito e da auto-eficácia, facilitando a adaptação do idoso às

suas perdas (DEPS, 2003; ZIMERMAN, 2000).

É importante reconhecer, no idoso, o seu papel mediador na vida social, nos

diversos tempos e espaços. Partindo deste princípio, a velhice constitui um tempo

estratégico da vida em sociedade. Porém, o que a velhice representa está em nós e

na imagem que construímos (GUSMÃO, 2001).

Para Sad (2001), maturidade inclui autoconhecimento e auto-aceitação, e é

uma qualidade do self construída ao longo de toda a vida. Durante a velhice, há um

processo de busca interior e de investimento na espiritualidade e no

autoconhecimento, componentes essenciais para o desenvolvimento pessoal.

O idoso possui a capacidade de ajustar seus projetos de vida segundo suas

condições presentes. Portanto, a satisfação com a vida se mantém elevada quando

há empenho para o alcance de metas significativas na manutenção ou

restabelecimento do seu bem-estar (FREIRE, 2000).

A religião, a ciência, a arte, a filosofia, a natureza, a educação e a literatura

são caminhos para se chegar a uma transformação pessoal. É a partir desse

princípio que a vida de uma pessoa idosa pode vir a ser de grande riqueza interior

em relação ao encontro com o próprio self, com sua essência. Então, com um maior

conhecimento, pode-se exercitar o corpo e a mente até chegar à plenitude de

capacidades e cultivar modos mais livres e positivos de ser, características que

permitem uma melhor apreciação das dimensões da vida humana (SAD, 2001).

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Ao analisar-se os MC, o que demonstrou ser fator preponderante para

frequentar as aulas foi o conceito secundário: “SER FELIZ”. Dessa forma, a temática

para convergência da próxima etapa consistiu em uma reflexão acerca do que é

felicidade, a fim de sensibilizar e relacionar fatos importantes que traduz a felicidade

na vida destas idosas, trazendo a apresentação e leitura do texto “Treinamento da

Mente para a Felicidade” (ANEXO C).

O cuidado de enfermagem, realizado de forma integral, atual em todas as

dimensões do ser humano, não somente no processo de adoecimento, mas também

realizando ações de sensibilização e potencialização de ações que trazem

benefícios a saúde, buscando um enfoque direto na promoção da saúde.

É dentro desse processo relacional, onde acontece o cuidado, que percebe-

se que estes momentos de convergência, quando adequadamente conduzidos, pode

fazer emergir a sensibilidade no grupo.Ficou claro ainda que compete ao enfermeiro,

também, pensar as suas práticas pedagógicas de tal maneira que estas possam

favorecer o despertar da sensibilidade nas idosas, de modo que este sejam as

atrizes principais do seu processo de promoção da saúde e o enfermeiro busque um

enfoque na potencialização destas condutas, a partir do conhecimento dos fatores

pregressos antes da entrada deste grupo na UNISF e assim planejar ações que

visem o envelhecimento bem-sucedido . O processo educativo, tal como o processo

de cuidar, é um trabalho que acontece sempre no âmbito das relações interpessoais,

sempre em interação(CASTRO; PEREIRA, 2011).

O desenvolvimento do pensamento crítico envolve um processo longo de

reflexão que implica na introspecção pessoal, o que nem sempre é fácil para a

maioria das pessoas", pois compõe-se de "atitudes, habilidades e conhecimento e

traz uma grande dependência do contexto" onde se desenvolve a ação.

ENCONTRO 2 - Eixo 2: Comportamento Específico

Neste eixo, compreende os aspectos de maior importância motivacional e são

modificáveis mediante as ações de enfermagem, traduzindo a conduta singular que

o grupo tem sobre a participação no ambiente educacional.

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Formados pelas seguintes variáveis: percebe benefícios para ação, que são

as representações mentais positivas, que reforçam as conseqüências benéficas de

adotar um comportamento saudável; percebe barreiras para ação, são as

percepções negativas sobre um comportamento, representadas como as

dificuldades e/ou limitações da pessoa para adotar uma ação saudável; percebe

autoeficácia, julgamento das capacidades pessoais em organizar e executar ações.

A auto-eficácia percebida influi sobre as barreiras de ação percebidas; sentimentos

em relação ao comportamento é a reação emocional direta, positiva e negativa ao

pensamento de promoção da saúde. O sentimento relacionado com a atividade influi

na autoeficácia percebida, ou seja, quanto mais positivo o sentimento, maior é

também o de eficácia; influências interpessoais, o comportamento pode ou não ser

influenciado por outras pessoas, como a família, cônjuge, profissionais de saúde, ou

por normas e modelos sociais; influências situacionais, como o ambiente pode

facilitar ou impedir determinados comportamentos de saúde. Incluem as percepções

das opções disponíveis, das características das demandas e dos traços estéticos do

entorno em que se propõe que se desenvolvam os comportamentos saudáveis.

Neste eixo, encaixa-se os sentimentos e conhecimentos sobre o comportamento que

se quer alcançar, é o núcleo central do diagrama.

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Figura 7 – Sentimentos em relação ao comportamento, por idosas participantes do estudo, UNISF, Fortaleza, 2012.

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As proposições trazidas pelo MC acima trazem um contexto de bem estar em

relação ao comportamento adotado, no caso, o de estarem participando desta

modalidade educacional

Tem-se então, como conceitos secundários: Muito bem pois mergulho nos

conhecimentos para tirar lições na vida;Muito bem quando estou com amigas; Muito

tranquila, feliz, entrosada(nestes meus últimos anos de vida), fortalecida(para

continuar a caminhada; Mais jovem, de bem com a vida.

Ao analisar as proposições acima, coloca-se em destaque o ambiente que

estão inseridas, como fator predisponente para a concretização destes sentimentos,

buscando um ambiente favorável para desenvolvimento pessoal e social,

culminando em benefícios a sua vida, em consequência, a sua saúde.

Tendo-se como fundamento o conceito de ambiente trazido por Pender

(2006), Quanto ao ambiente, este deve ser compreendido como resultado das

relações entre indivíduo e seu acesso a recursos de saúde, sociais e econômicos,

relatando que esta relação proporciona um ambiente saudável, em que permitam o

indivíduo, família e comunidade a alcançarem seu potencial máximo de saúde,

sendo manifestado como harmonia e nivelamento entre seres humanos e ambiente.

Portanto, vê-se que o ambiente em que participam, agregam valores que

permitem-nas relacionar sentimentos benéficos a conduta adotada.

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Figura 8 – Influências interpessoais da participação na UNISF, Fortaleza, 2012.

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O fenômeno influência em geral pode ser assim definido: Influência é a

relação sistêmica diádica entre influenciador e influenciado, que ocorre quando o

influenciador realiza um processo de influência (eficaz ou não) e quando o

influenciado está manifestando efeitos em seu comportamento e/ou estado geral

provocados parcial ou totalmente pelo influenciador(DINIZ; FRANÇA; 2005).

Percebe-se então as seguintes proposições secundárias: impossível falar de

mau; Falam de bem, pois só nos faz muito bem; Dizem que é bom; Dizem que é

perda de tempo; Acham que é encontro de amigas; Só elogios; Me parabenizam;

Acham ótima minha frequência.

Entre os achados, o que foi preponderante foi a influencia positiva em relação

a adoção da conduta de inserção na modalidade educacional, incentivando,

indiretamente, a manutenção deste tipo de ação.

Tendo em vista que a organização familiar influencia fortemente o

comportamento de saúde de seus membros e que o estado de saúde de cada

indivíduo também influencia o modo como a unidade familiar funciona, infere-se que

a família é uma instituição central que pode ajudar ou não a pessoa idosa a encarar

as peculiaridades de sua fase de vida e e alcançar as metas em vistas de buscar um

envelhecimento mais ativo (SANTOS, 2005).

Em meio a influencia positiva, percebe-se também, desmotivação para a

permanência da idosa no grupo, quando ela coloca que é perda de tempo e que é

somente um encontro entre amigas, desta forma, percebe-se o caráter pejorativo

que as pessoas tem em relação a adoção deste comportamento por parte das

idosas, abrindo espaço para que se instale sentimentos negativos e/ou influencie na

permanência da idosa no grupo.

Esses temas reportam-se às influências interpessoais familiares e do grupo

de iguais, que estão alicerçadas em um conjunto de crenças e valores que

interferem na motivação e na capacidade de as idosas a continuarem participando

das aulas, portanto, se há influencias negativas, há uma maior chances dos

benefícios percebidos e o senso de auto-eficácia serem alterados.

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A valorização de atividades precisam ser cultivadas, trabalho voluntário,

inserção em grupos, etc. O desafio das sociedades é desenvolver atividades para as

pessoas idosas nas quais elas possam encontrar um senso de significado e

perspectiva, atividades estas que sejam respeitadas pelos demais e que ofereçam

uma barreira efetiva para a vulnerabilidade que existe para a maioria das pessoas

idosas.” (MYERS, 1993)

Portanto, a participação familiar no processo educativo contribui para a

continuação da conduta promotora de saúde, na medida em que serve como fonte

de apoio emocional nos momentos em que o idoso se sente impotente diante dos

desafios propostos pelo seu novo ambiente de socialização(SANTOS, 2005).

O que é mais importante, na perspectiva social é a necessidade de mudar as

colocações negativas para as pessoas idosas. Dentro das atitudes de decisão, ao

invés de fazer as coisas pelas pessoas idosas, a meta deve ser desenvolver

atividades que permitam às pessoas idosas serem parte do processo decisório,

concernente aos eventos de suas próprias vidas.

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Figura 9 –Benefícios e auto-efícácia percebida pela idosas estarem na UNISFB, Fortaleza, 2012.

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Tem-se então como proposições secundárias, a partir da proposição principal

(A Universidade Sem fronteiras para mim é...): Um ambiente agradável para ajudar-e

a tomar decisões;Uma terapia pois tiro lições para o dia a dia; Muito importante para

eu fazer amizades; Muito importante pois todo dia aqui é felicidade; Muito importante

para crescimento interior; Um encontro feliz; Meu tratamento para minha velhice; Um

lugar que frequento com prazer.

Dessa forma, as idosas participantes desta modalidade educacional,

percebem benefícios de sua inserção no grupo, aumentando o bem-estar.

O bem-estar aumenta a possibilidade dos indivíduos tomarem conta de si

mesmos. “A abordagem do bem-estar empodera os indivíduos para se tornarem

mais auto-suficientes e manterem seus estilos de vida com mais saúde. Isto é

verdade em qualquer ponto do ciclo de vida e pode ser especialmente importante

para o final da vida”.(MYERS, 1993). Essas intervenções de bem-estar devem ser

discutidas à luz de uma abordagem que integra funções físicas, emocionais e

espirituais. Esses três aspectos estão interrelacionados, tanto que uma mudança

numa dessas áreas causa e contribui para uma mudança nas outras áreas. Estas

são mudanças positivas que demonstram que o todo é maior do que a soma de suas

partes.

O bem-estar aumenta a possibilidade dos indivíduos tomarem conta de si

mesmos. “A abordagem do bem-estar empodera os indivíduos para se tornarem

mais auto-suficientes e manterem seus estilos de vida com mais saúde. Isto é

verdade em qualquer ponto do ciclo de vida e pode ser especialmente importante

para o final da vida”.(MYERS, 1993). Essas intervenções de bem-estar devem ser

discutidas à luz de uma abordagem holística, que integra funções físicas,

emocionais e espirituais. Esses três aspectos estão interrelacionados, tanto que uma

mudança numa dessas áreas causa e contribui para uma mudança nas outras

áreas. Estas são mudanças positivas que demonstram que o todo é maior do que a

soma de suas partes.

Downie (1999) traz, para dentro do campo da Promoção da Saúde, a

discussão sobre valores associados à autonomia. Para ele, valores são princípios

que as pessoas têm e que regem as escolhas perante a vida. Esses valores são

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sempre comparativos, ou seja, os indivíduos vão valorizar algo sempre em

comparação a outros valores. Cita como exemplo, as escolhas dos indivíduos sobre

sua saúde. Se a saúde está entre os princípios pessoais, o indivíduo irá sacrificar

outras coisas em nome da obtenção da saúde. Por exemplo, a pessoa que é

fumante e está com câncer, pode escolher parar de fumar em nome da restauração

da sua saúde; e estará sacrificando seu prazer em fumar, em nome da saúde.

Neste contexto, a tomada de decisões, tanto para decidir frequentar e

permanecer na UNISF quanto para ajudá-las a tomar decisões pessoais são

percebidas a partir da ótica de Downie(1999), como Capacidade de auto-

determinação, que se refere à “habilidade para se auto-determinar”, ou seja, a

habilidade para escolher por si mesmo, ou mais extensivamente, a habilidade para

formular e continuar com os seus próprios planos.

A importância de se atentar para essa habilidade está relacionada à

autonomia, isto é, estar apto a andar com seus próprios pés, ou por seus próprios

meios; conhecer o que deseja; ter objetivos na sua vida. Deste modo, “auto-

determinação é um valor pessoal essencial para o crescimento e desenvolvimento

da personalidade humana e, portanto, do verdadeiro bem-estar.” que está

relacionado com o sentimento de que existem algumas atividades – físicas, mentais

ou sociais – nas quais as pessoas podem se destacar. Este sentimento cria um

desejo de desenvolver esta capacidade e expressá-la.

A literatura de Educação em Saúde e Promoção da Saúde reconhece a

importância dos valores denominados de “auto-desenvolvimento ou auto-realização”,

pela relevância que dão à aquisição das chamadas “habilidades pessoais – lifeskills”

(Downie, 1999). Habilidades pessoais envolvem aprendizagem e tomada de

decisão; de como obter controle de sua própria vida, mais do que estar à mercê das

circunstâncias, assim, o empoderamento está mais relacionado ao chamado “auto-

desenvolvimento”.

Estes valores estão diretamente relacionados à auto-estima. Porém, Downie

(1999) afirma que a auto-estima não deve ser considerada como um valor pessoal,

já que ela não é algo que se possa escolher. O que pode ser escolhido é o auto-

desenvolvimento, ou, em linguagem mais coloquial da Promoção da Saúde, as

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habilidades pessoais. É importante ressaltar, entretanto, que se a pessoa escolhe

desenvolver as habilidades pessoais, a auto-estima virá como resultado. Em outras

palavras, a auto-estima é um produto, uma consequência das habilidades pessoais.

Downie (1999) relaciona estes quatro valores como faces de um mesmo

conceito, muito usado na literatura médica e da saúde, que é o conceito de

autonomia. Coloca ainda três aspectos importantes para entendermos a autonomia

como um valor pessoal:

1. A autonomia deve ser entendida como um valor unificado da personalidade

individual, apresentando aspectos cognitivos, afetivos e conotativos;

2. Estes valores existem dentro de um contexto social e não podem ser

entendidos fora desta dimensão, porque os seres humanos não existem

completamente separados dos outros. Os ingredientes da autonomia são

carregados de referenciais essenciais para a sociedade. Isto quer dizer, que,

na dimensão social, a pessoa autônoma é um cidadão; e emocionalmente

significa que uma pessoa autônoma não vive num vazio, ou seja, a pessoa só

existe em relacionamentos emocionais com outras pessoas, e estes

relacionamentos são essenciais para a identidade delas (1999: 165).

3. E por fim, destaca-se que a autonomia é um valor. É ideal objetivá-la desta

forma, mais do que como uma característica que todo mundo possui.

A Promoção da Saúde é um movimento que contribui para o desenvolvimento da

autonomia. Este é o motivo pelos quais os promotores frequentemente expressam

seus objetivos profissionais em termos do conceito de empoderamento. Empoderar

pessoas é tornar possível, ou permitir que as pessoas desenvolvam a sua

autonomia ou se tornem o que elas querem ser” (Downie, et al, 1999).

Conforme dito anteriormente, esses valores consensuais devem ser adotados

pelas sociedades se elas quiserem prosperar. Valores, esses, tanto pessoais como

sociais; “ ambos os valores expressam verdades físicas e psicológicas sobre o ser

humano e a pressão, ou coação sobre suas vidas. Em ambos os casos, os valores

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são fontes do empoderamento o qual constitui o verdadeiro bem-estar individual e

social.” (Downie et al., 1999).

Uma proposição destoou das demais quando versa sobre a UNISF como

“tratamento para a velhice”, trazendo uma conotação de que a velhice é uma doença

e não uma fase por qual todos passarão.

A relação do tratamento visto na área da saúde, como conjunto de meios de

qualquer tipo, sejam higienicos, farmacológicos, cirúrgicos ou físicos cuja finalidade

é a cura ou alívio de enfermidades ou sintomas, após a elaboração de um

diagnóstico.

Portanto, vê-se que, de certa forma, as idosas tem dificuldade em aceitar o seu

processo de envelhecimento, tentando “tratá-lo” com o fim de retardar ao máximo o

mesmo. Assim, a aceitação da velhice torna-se um fator importante para que elas

passem a encarar a realidade e ao invés dês tratar, buscar estratégias que

possibilitem potencializar suas ações de saúde.

O sujeito histórico, construído ao longo do tempo, deve viver o passado,

articulado ao presente, com uma projeção para o futuro. O tempo do velho não é o

passado, é o presente, que é fruto de seu passado, com uma intenção de projetos

futuros, pois ainda se encontra vivo. Py (1996) nos apresenta essa temporalidade

articulada ao processo de envelhecer: “o sujeito que envelhece pode compartilhar o

reconhecimento de si mesmo, sendo reconhecido pelas pessoas da história de seu

convívio. Pode então, re-produzir essa sua história, na medida em que responde a

uma situação presente, com vistas à criação de projetos futuros, no incessante vir-a-

ser da existência, inserido à vida dos sujeitos”. (PY, 1996).

No momento de convergência em que foi proposto um texto para reflexão

sobre a felicidade, as idosas demonstraram através da relação da proposição

primária, a relação da felicidade com a vivencia na UNISF, também colocando-se

como agentes participativos deste processo, integrando-se ao grupo.

Pender (2006) traz a definição de pessoa como aquele capaz de tomar

decisões, resolver problemas; a ênfase, contudo, está no seu potencial de mudar

comportamentos de saúde.

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Essa discussão fica evidente na relação que as idosas fazem com o ambiente

em que estão inseridas, no caso, a UNISF e a influencia que faz em sua vida, como

a felicidade, amizade, crescimento interior, auxílio para tomada de decisões.

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Figura 10 – Barreiras percebidas para frequentar a UNISF, Fortaleza, 2012.

Diante deste MC, as proposições secundárias oriundas do conceito primário

motivo de não participar: viagem, adoecimento; muito justo, não gosto de faltar.

Mesmo que os motivos apontados para a não freqüência a grupo em estudo,

as idosas também citam o social; viagem o que a retira de um contexto saudável que

busca novos acontecimentos na vida, para partilhar com os amigos, como relatam

nos momentos de discussão durante o momento de convergência.

As idosas freqüentadoras desta modalidade educacional, não envelheceram

diferente de outras pessoas, apenas buscaram outras oportunidades. Essas

mulheres são atingidas por doenças que afetam muitas mulheres em todo mundo,

na mesma faixa etária. Como todas, as principais dificuldades são a visão a audição,

os problemas de artrite, porém essas condições não as impediram de manter suas

vidas ativas em todos contextos. È uma vitoria para elas todos os dias acordarem

sem dependencia, ou seja, sem adoecimentos que as tornem incapazes de autogerir

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suas vidas. As vezes essas doenças deixam a capacidade funcional em declínio e,

por isso as afastam do convívio com o grupo.

Corroborando com esta temática, Romani (2005) coloca que que os idosos

que enxergam e escutam melhor sofrem menos quedas, cometem menos erros com

medicações, apresentam menos depressão e menor isolamento social, são mais

independentes e têm melhor qualidade de vida em suas casas, com menos

perturbações emocionais, as quais, quando presentes, são atenuadas pela

assistência médica adequada.

A percepção as influências situacionais do meio, podem aumentar ou diminuir o

desenvolvimento de atividades na UNISF, representadas como as dificuldades e/ou

limitações com o compromisso para a ação (PENDER, 2006).

Vê-se, portanto, que somente fatores externos a vontade destas idosas que

são barreiras para a participação no grupo e mesmo que tenham motivos para faltar,

fazem o possível para buscar reintegrar-se às aulas, assim que estiverem

reestabelecidas.

A enfermagem insere-se nesse contexto para dar suporte a estas idosas para

que elas consigam dar continuidade a suas ações a partir do olhar clínico do

enfermeiro, que consegue identificar situações que exigem maior enfoque nas

discussões do grupo e permitam as idosas terem foco nas aulas, possibilitando-as a

manterem o interesse em participarem das atividades propostas.

Sem preocupar-se com doenças e sim com a promoção da saúde, bem como

a possibilidades de conseguir imaginar um futuro sem preocupações. É verdade

que o processo de envelhecimento traz algumas mudanças físicas, principalmente,

no entanto, as idosas, ou “mulheres bem sucedidas” como gosta de ser tratadas

ignora suas limitações encontrando maneiras de superá-las com a participação no

grupo de colegas com a mesma idade e possibilidade de discussões de coisas em

comum, além dos problemas. Observa-se também que o fato das “mulheres bem

sucedidas” terem boas condições financeiras ajuda a seguir um estilo de vida

diferente. Porém, como se percebe, elas não estão interessadas em longevidade,

idade avançada, e, sim e viver e participar do mundo com seus encontros com

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amigos, com familiares, manter a chama da memória acessa para o que ocorre em

sua volta e tomar decisões; querem viver suas vidas completamente.

Mais uma vez, é importante a PCA neste âmbito, pois ela permite este

movimento de convergência e distanciamento que permitem efetuar ações baseadas

em evidencias percebidas na prática assistencial, no caso, as idosas da modalidade

educacional em estudo.

Ao analisarem-se os MC deste segundo eixo, o distanciamento, para a

profunda análise dos dados, permitida pela PCA, mostrou que as idosas do estudo

necessitam do contato com a UNISF para manterem esta conduta, que promove a

saúde, potencializando ações propulsoras de um processo de envelhecimento

diferente, como também potencializando as ações de autocuidado para melhor

enfrentar os problemas do dia a dia.

O autocuidado com o corpo exige do indivíduo um aprendizado especial de

forma a atender não só a promoção da saúde, mas também as mudanças

produzidas pela doença e a prevenção de complicações. Assim como as diferentes

idades têm necessidades de diferentes tipos de conhecimentos, a terceira idade

também necessita continuar crescendo e deve ser traduzido como continuar

aprendendo. É certo que a capacidade de aprender na idade mais avançada não é a

mesma que na juventude, mas é de se aceitar a idéia de que os idosos continuam

aprendendo de outra forma, com outro ritmo, com outros interesses.

O autocuidado, quando expresso no verdadeiro self, atua de forma autêntica,

revendo valores e princípios através da autorreflexão e exibindo comportamentos de

cuidar. Dessa forma, o cuidado de si, considerando a integralidade das dimensões

corporais (física, mental e espiritual), passa a ser existencial e passa a ser sentido e

vivido, passa a ser refletido no ambiente, pois ele expressa nossa forma de atuar,

nossa atitude frente ao mundo comunicando nossa forma de ser.(SILVA; SANTOS,

2010)

Nesse sentido, o processo de autocuidado nos objetivos da assistência de

enfermagem deriva das necessidades e das preferências do próprio indivíduo e não

das percepções do profissional. É uma prática da pessoa para si mesma e

desenvolvida por ela mesma.(SILVA; SANTOS, 2010).

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Desta forma, como temática de convergência do próximo encontro elegeu-se:

destacar na próxima reunião estratégias para melhorar as ações individuais para a

mudança de vida, com a apresentação do texto “O impossível é aquilo que não foi

feito” (ANEXO D).

ENCONTRO 3 – RESULTADO DO COMPORTAMENTO E EXPERIÊNCIAS

INDIVIDUAIS

O resultado do comportamento é o sucesso da conduta que depende do

compromisso de atuar, a menos que exista uma demanda contraposta à ação que

não possa evitar e uma preferência, também contraposta, que o indivíduo pode não

resistir. Abrange, portanto, o compromisso com o plano de ação, são as ações

planejadas que possibilitam a pessoa a manter-se no comportamento de promoção

da saúde esperado, isto é, são as intervenções de enfermagem; exigências

imediatas e preferências, sendo a primeira caracterizada por comportamentos que

os indivíduos têm baixo controle, devido a contingências como o trabalho e as

responsabilidades familiares, enquanto que a segunda são as ações que a pessoa

tem maior controle; comportamento de promoção da saúde é o resultado da

implementação do Modelo de Promoção da Saúde.

O modelo de promoção da saúde de Pender, assim como o vigente, continua

sendo aperfeiçoado e ampliado quanto à sua capacidade para explicar as relações

entre os fatores que podem influenciar nas modificações de saúde do indivíduo.

Com isso, as pesquisas usando o Modelo de Promoção da Saúde de Pender

representam um passo seguinte para construção da Enfermagem como ciência u na

ponta em todos os âmbitos de atenção com vistas a promover o auto-cuidado nos

espaços, está perdendo espaços pois ele esta delegando suas atividades a outros

profissionais.

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Figura 11 – Objetivos para manterem a participação na UNISF, Fortaleza, 2012.

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O MC acima estabelece um compromisso das idosas consigo sobre a

manutenção da conduta promotora de saúde, no caso a participação na UNISF

influenciado pelos momentos de convergência elaborados para a pesquisa

Quanto às Demandas de competência imediata (controle baixo), pode-se

dizer que o autocuidado é construído intrinsecamente para as necessidades de

saúde como um conjunto de forças impositivas. Explorando um exemplo clássico:

quando se referem a algumas restrições na alimentação (ficar de dieta, por causa do

colesterol, triglicerídeos, glicose e outros), os mesmos consideram que pouco se têm

controle e é necessário força/firmeza para resistir a esses desejos, mas a dieta é

vista como uma necessidade de saúde, na qual a mesma deve ser adquirida. Em

relação às preferências (controle superior) que atuam como forças

potencializadoras, as mesmos seguem a maneira de ser de cada indivíduo de

acordo com sua visão/experiências de vida (alimentação saudável, cultura/lazer,

atividade física, ocupação do tempo, vida social). Nessa concepção, a promoção da

saúde apresenta o incremento dos conhecimentos, expandindo o campo de

possibilidades de escolhas do indivíduo, deixando-o livre para optar sobre seus

comportamentos (SANTOS; SILVA, 2010)

É fundamental que as políticas relativas à reintegração social da pessoa idosa

sejam cumpridas efetivamente. Para isso, é de vital importância que a pessoa idosa

conheça seus direitos e os faça cumprir, utilizando o Estatuto do Idoso de forma a

assegurar sua cidadania e poder político. É necessário incentivar atividades que

permitam às pessoas idosas fazerem parte dos processos decisórios relativos a

suas próprias vidas.

Para o alcance da promoção da saúde da pessoa idosa, destacam-se como

ações de Enfermagem Gerontogeriátricas: adquirir conhecimentos específicos de

Gerontologia, priorizando as questões demográficas e epidemiológicas; diferenciar

as alterações fisiológicas e patológicas no processo de envelhecimento; conhecer a

legislação nacional e políticas públicas voltadas às pessoas idosas, procurando

difundi-las entre os próprios idosos, família e comunidade; desenvolver ações

considerando as limitações e a presença das Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(DCNT) das pessoas idosas, nos diferentes contextos (domicílio, instituição de longa

permanência, instituições hospitalares), possibilitando a manutenção da sua

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autonomia e independência; capacitar as pessoas idosas, família, comunidade,

estudantes, professores e trabalhadores acerca do processo de envelhecimento,

cuidado às pessoas idosas e questões relacionadas à velhice; contribuir para

mudanças de comportamento individuais, coletivas e organizacionais, no que diz

respeito à saúde da pessoa idosa, por meio da educação em saúde e ações de

promoção da saúde que atinjam as organizações que atendem pessoas

idosas(SANTOS, 2008).

Nesse contexto, faz-se valer a participação do enfermeiro neste âmbito do

cuidado, para que, a partir do direcionamento de ações, consiga incentivar e

potencializar a ação de continuarem a participar das atividades da modalidade

educacional, tendo um foco claro e preciso de acordo com as respostas humanas,

captadas encontro a encontro, das idosas.

Este compromisso tem relação direta com as estratégias que a pesquisadora

e a professora do campo utilizam para tornar as aulas mais instigantes e que

possibilitem a sensibilizar idosas e promove reflexão sobre suas vidas, culminando

em estabelecimentos de metas a serem alcançadas em conjunto.

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Figura 12 - Comparativo das mudanças pessoais, antes e após aos momentos de convergência, UNISF, Fortaleza, 2012.

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Nesse contexto, é mister o enfermeiro apropriar-se da ideia de que a

comunidade, assim, constitui-se num espaço privilegiado para o desenvolvimento da

responsabilidade dos indivíduos e das famílias sobre a saúde, individual e coletiva,

de modo a promover a autonomia das pessoas e atuar conjuntamente pelas

melhorias das condições de vida e saúde e na construção, gestão e avaliação de

políticas de saúde.

Teixeira (2001) aponta que, para além da busca de alternativas para somar

ao modelo biomédico, é possível imaginar que uma das principais características

das intervenções de saúde no futuro será a ênfase concedida à pesquisa e às

práticas de promoção. A concepção de uma microuniversidade temática, ou seja, a

conjugação de atividades em três áreas de atuação da universidade ­ ensino,

pesquisa e extensão ­ voltadas para o cuidado integral do idoso, estimula a criação

de alternativas inovadoras com interações sinérgicas entre produção de

conhecimento, formação, aperfeiçoamento de recursos humanos e prestação de

serviços. Os participantes das atividades numa UnATI ­ seus usuários e profissionais

­ são artífices de um grande experimento, no qual continuamente se está às voltas

com a proposição de novas alternativas que façam face às demandas da população

idosa.

Teixeira (2001) enfatiza que a socialização de conhecimentos sobre

estratégias e práticas de promoção da saúde e qualidade de vida deverá subsidiar a

formação de novos sujeitos das práticas de saúde, para além do Estado. Ao mesmo

tempo, a revolução das comunicações favorece a conexão de grupos que

compartilhem ideais, pratiquem modos de vida comuns e busquem soluções para

problemas inerentes a sua condição humana.

As pessoas idosas desejam e podem permanecer ativas e independentes por

tanto tempo quanto for possível, se o devido apoio lhes for proporcionado. Os idosos

estão potencialmente sob risco não apenas porque envelheceram, mas em virtude

do processo de envelhecimento torná-los mais vulneráveis à incapacidade, em

grande medida, decorrente de condições adversas do meio físico, social, ou de

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questões afetivas. Portanto, o apoio adequado é necessário tanto para os idosos

quanto para os que deles cuidam (VERAS; CALDAS; 2004).

Segundo estudos, a participação em atividades grupais com pessoas da

mesma geração favorece o bem-estar do idoso (DEPS, 1993; IRIGARAY, 2006).

Deps (1993) defende a idéia de que o convívio grupal entre idosos possibilita a

emergência de significados comuns e a aproximação interpessoal, facilitando a

obtenção de suporte social. Da mesma forma, Irigaray (2006) ressalta que atividades

grupais entre idosos favorecem a boa qualidade de vida e uma menor intensidade

de sintomas depressivos, ajudando-os a melhorar a capacidade funcional,

integração da familia e ter condições normais quanto sob estresse.

Diversos estudos têm citado melhoras nas áreas pessoal, intelectual, afetiva e

social e participação em universidades da terceira idade (CACHIONI, 1998;

ERBOLATO, 1996; IRIGARAY, 2006; LOURES, & GOMES; 2006; SILVA, 1999). Na

pesquisa de Cachioni (1998), a participação das alunas na Universidade da Terceira

Idade São Francisco, em Itatiba (MG), levou-as a se sentirem mais valorizadas

socialmente e mais respeitadas. Além disso, as participantes obtiveram ganhos

educacionais que se refletiram em maior autoconfiança e auto-eficácia nas áreas

cognitiva e de produtividade. De modo similar, Erbolato (1996) realizou um estudo

na Universidade da Terceira Idade da PUC-Campinas e constatou que a

participação no programa trouxe benefícios nas áreas pessoal, intelectual e social.

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Figura 13-Comparativo entre o estado de saúde antes e depois dos momentos de convergência, UNISF, Fortaleza, 2012

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E por fim, a Conduta de promoção da saúde, que é a variável que conduz a

um olhar através de ações dirigidas que tenha resultados positivos para o bem-estar

satisfatório e para o equilíbrio. A visualização da conduta promotora da saúde, pelas

idosas deste estudo se dá através da comparação entre o estado de saúde

pregresso, antes dos momentos de convergência e após os mesmos.

O quadro comparativo, disposto na figura 13, demonstra a mudança ocorrida

antes e após os todos os momentos de convergência. Destaca-se que

primeiramente as idosas traziam poucos conceitos secundários relativos a sua

saúde que representavam, principalmente, fatores negativos sociais e biológicos. No

decorrer dos momentos propostos pela PCA, identificou-se a mudança de visão

sobre a sua saúde, tendo como eixo fundamental a intervenção realizada, ou seja,

proporcionados pelas discussões oriundas do movimento de distanciamento e

convergência.

Desta forma, indica possibilidades em que a convivência grupal regida por

profissionais capacitados, no caso enfermeiro, consiga ter uma visão para além do

processo de saúde-doença e consiga visualizar a enfermagem atuando extra-muros,

ou seja, em campos de atuação inovadores e em temáticas ainda pouco debatidas e

colocadas em práticas pelos profissionais.

O metaparadigma saúde, proposto por Nola J. Pender, é visto sob os

aspectos individual, familiar e comunitário, com ênfase na melhoria do bem-estar, no

desenvolvimento de capacidades e não como ausência de doenças, devendo ser

estudado durante todo o processo de desenvolvimento do ser humano, levando em

consideração idade, raça e cultura, numa perspectiva holística(PENDER, 2006).

Ve-se, portanto, que a saúde para o MPS é integral, ou seja, deve ser visto o

ser humano como um todo, atuando para potencializar ações que proporcionem o

bem estar e tente ajustar outras medidas que não favoreça a saúde da população,

atuando de forma integral, vendo o ser humano em todas suas dimensões.

A promoção da saúde, nesse contexto, emerge como um campo aberto de

possibilidades para a atuação do enfermeiro extra-muros, ou seja, em campos onde

sua atuação ainda é pouco vista, no caso nas modalidades educacionais voltadas ao

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idoso, rompendo com a hegemonia da doença nas ações de saúde e possibilitando

uma prática de enfermagem transformadora e pautada no cuidado. Além disso, a

promoção da saúde, no campo da atenção primária, possibilita aos enfermeiros

(COLLIÈRE, 1999):

- apreender a relatividade da saúde e compreender a doença como resultado

de um conjunto de fenômenos sociais;

- uma valorização indiscutível da prática de enfermagem, dado que esta

intervém sobre os fatores que incidem no processo saúde-doença-cuidado;

- a reinserção dos cuidados no tecido social e econômico da vida cotidiana,

procurando resolver as dificuldades e as preocupações que se apresentam às

famílias, antes que se tornem grandes problemas;

- ampliar o campo de conhecimentos dos enfermeiros, para promover a saúde

implica em se aproximar à infinidade de fenômenos da vida, integrando novos

saberes na prática de cuidados;

- a retomada de um valor de troca, em que a equipe de enfermagem é um

agente motor do desenvolvimento dos cuidados, deixando às famílias a sua

iniciativa, estimulando-as e ajudando-as a reencontrar a sua capacidade de se tratar;

- desenvolver ideologias ligadas aos cuidados de manutenção da vida e

revitalizando as tecnologias de reparação, bem como limitando a sua utilização ao

que é apropriado à natureza da agressão da doença ou à limitação da pessoa

tratada;

- o estímulo à criatividade e à invenção, tanto das pessoas que recebem os

cuidados como do pessoal que os presta, fazendo com que cada um se sentindo

implicado/responsável por fazer sua parte no processo saúde-doença;

- a quebra da pseudo-neutralidade da ação do tratar, tornando usuários e

enfermeiros conscientes daquilo que orienta o projeto de cuidado;

- visibilidade social dos cuidados profissionais de enfermagem, já que esta

abordagem interessa diretamente aos utilizadores dos cuidados e às famílias, que

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descobrem a contribuição do enfermeiro na manutenção da saúde e atribuindo,

assim, ao trabalho de enfermagem, um valor social.

Após essas considerações, é importante sinalizar que as mudanças impelidas

pela prática da promoção da saúde é um processo lento, que envolve o embate

político e ideológico contra a hegemonia do paradigma biomédico no setor saúde e

na sociedade.

O modelo da determinação social da saúde/doença procura articular as

diferentes dimensões da vida envolvidas nesse processo. Assim, são considerados

os aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, biológicos, ambientais e

psicológicos que configuram uma determinada realidade sanitária.

A construção de um novo marco explicativo que supere a concepção

biologicista linear de simples causa-efeito aponta o papel da estrutura social como

modeladora dos processos de produção da saúde ou doença. A noção de

‘causalidade’ é substituída, do ponto de vista analítico, pela noção de

‘determinação’, com base na qual a hierarquia das condições ligadas à estrutura

social é considerada na explicação da saúde e doença. Está vinculada à

compreensão dos ‘modos e estilos de vida’, derivados não só das escolhas

pessoais, como de fatores culturais, práticas sociais e constituição do espaço.

Diversas abordagens contemporâneas têm-se preocupado em articular a

totalidade de dimensões que compõem o complexo fenômeno da saúde-doença: o

modelo sistêmico multinível ou hierárquico, o modelo do campo da saúde, o modelo

da conceitual da determinação social da saúde, o enfoque ecossistêmico de saúde,

a holopatogênese, entre outras. No texto intitulado “Abordagens contemporâneas do

conceito de saúde” presente neste mesmo livro, após a revisão de algumas

concepções clássicas, discutiremos as premissas básicas desses

enfoques(BATISTELLA, 2004).

Entretanto, diversos movimentos na saúde têm apontado a necessidade de

uma nova forma de conceber e fazer a saúde, em face da complexidade de

resolução dos problemas de saúde na contemporaneidade e do esgotamento dos

modelos de atenção à saúde, pautados na doença, que mais respondem aos

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anseios do modo de produção capitalista e provocam danos aos sistemas de saúde

e às pessoas, do que realmente produz saúde.

Assim, independente de forças impositivas ou potencializadoras, a questão é

que essa variável faz com que as pessoas da terceira idade assumam espaços

contribuindo na passagem de uma condição vulnerável a uma condição saudável.

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Figura 14- Resumo dos momentos de convergência e distanciamento de acordo com a proposta da Pesquisa Convergente

Assistencial. Fortaleza-CE, 2012.

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O entendimento metodológico da PCA para o estudo foi fundamental para

concretização da proposta em estudo, pois a disponibilidade, interesse e confiança

favoreceram utilizar esse modelo de pesquisa na prática visando identificar fatores

para discussão com vistas a promover reflexão sobre temáticas relativas a promoção

de sua saúde e instigar ações potencializadoras da saúde e ajustar os fatores que

não contribuem para o bem-estar, dessa forma o cuidado pauta-se nas respostas de

cada indivíduo, em especial o idoso, com a possibilidade de o enfermeiro integrar as

ações do cuidar, ensinar e pesquisar.

Essas etapas apresentadas na figura 14 foram planejadas de acordo com a

análise dos MC obtidos pelo momento de distanciamento, propondo temáticas para

convergência, portanto, os encontros foram construídos em conjunto, com o

diferencial de ter um direcionamento pautado cientificamente pelo MPS em

consonância a PCA.

Frente a isso, Trentini e Beltrame (2006), propõem indicadores que devam

ser atendidos pela efetivação da PCA, garantindo que sua proposta de articular

ensino-prática e inovar nas condutas adotadas pela enfermagem seja; como está

retratada pela figura 15.

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Figura 15 – Representação gráfica da pesquisa e dos alcances na prática, da

temática proposta para o saber-fazer do enfermeiro na modalidade educacional.

Fortaleza-CE, 2012.

Como se observa na figura 15, os quadros da primeira coluna destacam os

princípios da PCA: manter uma estreita relação com a prática assistencial, o tema da

pesquisa deve emergir das necessidades da prática reconhecidas pelos

•Utilização de um referencial teórico

•Inserção da Pesquisadora no campo de prática

•Realização dos momentos de convergência e distanciamento

Relação com a prática

assistencial e propor

mudanças ou minimizar

problemas

•Necessidade de ampliar o campo de atuação do enfermeiro;

•Buscar estratégias efetivas para a promoção da saúde dos idosos.

•Identificar mudança de comportamento antes e após os momentos de convergencia

Problema emerge das

necessidades do campo de

prática

• Introduzir conceitos científicos e teóricos nas discussões

• Realizar atividades sistematicamente deliberadas, lógicas e racionais com foco no idoso

•Identificar o comportamento promotor de saúde com vistas a potencializar ações que contribuam para a saúde e ajustar as demais que estejam desfovorecendo o bem-estar

Compromisso do pesquisador

•Dados produzidos a partir da vivência das idosas nos momentos de convergência

Pesquisa realizada no espaço

físico e temporal da prática

•Observação participante;

•Formulário, questionário para levantamento dos dados.

•Categorização dos dados utilizando os Mapas Conceituais com o foco no referencial teórico do Modelo de promoção da saúde.

•Utilização de gravação de áudio dos momentos de convergência

Utilização de diferentes

métodos e técnicas para

coleta e análise dos dados

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profissionais, o pesquisador assume compromisso com a construção de um

conhecimento novo para a renovação das práticas assistenciais, devendo inserir-se

no mesmo espaço físico e temporal da prática e aceita a utilização de vários

métodos e técnicas de coleta e análise de dados (TRENTINI; BELTRAME, 2006). Na

segunda coluna, são descritos os alcances com esta pesquisa, demonstrando a

amplitude de seus alcances e propostas para gerar reflexão e consolidar saberes.

Para atender ou minimizar os problemas identificados no campo, tanto pela

observação da pesquisadora como pela demanda dos enfermeiros do campo de

prática, em fundamentar o cuidado de enfermagem em um referencial teórico, dando

margem a cientificidade que se exige da profissão como resgatando saberes

acadêmicos e introduzindo-os na assistência.

Políticas dirigidas especificamente para este segmento etário devem ser

desenhadas e implementadas com urgência, se quisermos evitar mais uma

catástrofe anunciada. Modelos inovadores de atenção, como os centros de

convivência, têm-se revelado alternativas com elevada relação custo/benefício e

resultados encorajadores(VERAS, CALDAS, 2004).

As universidades, em particular, podem oferecer, dentro da concepção de

microuniversidades temáticas, um modelo de centro de convivência ampliado, como

as Universidades para Terceira Idade, descritas genericamente neste texto: um

campo de experimentação e assistência integralmente voltado para os desafios da

terceira idade. A experiência destes espaços tem sido encorajadora. Como se

depreende, porém, da observação de seus próprios participantes, aqueles

diretamente beneficiados representam ainda uma fração relativamente restrita dos

seus usuários potenciais. É essencial, portanto, que esta experiência se multiplique,

a partir da ampliação de estratégias que visem a promoção da saúde dos idosos,

estando pronta para dinamizar este processo, gerando conhecimento e treinando

recursos humanos de modo a estender os benefícios destas práticas ao maior

número possível de cidadãos da terceira idade.

As características dos cuidados inerentes à atenção ao idoso impulsionam a

construção de uma práxis profissional diferenciada, que remete à responsabilização

múltipla pelos problemas de saúde, à construção de saídas coletivas para o

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enfrentamento dos problemas de saúde, à intervenção sobre os determinantes

socioambientais do processo saúde-doença-cuidado e à construção de sujeitos

sociais e políticos implicados com as melhorias das condições de vida e saúde da

população.

Os cuidados de enfermagem, sob a ótica da promoção da saúde, “[...] exigem

conhecimento das necessidades de saúde, a partir da descoberta das pessoas e do

seu meio de vida, estabelecendo um laço entre a manifestação da necessidade e do

problema de saúde e as condições de vida como a habitação, o trabalho, o

transporte” (COLLIÈRE, 1999, p.172).

Quando há doença ou limitação, os cuidados de enfermagem devem

estimular o que resta de potencial de vida, de autonomia, de modo a explorar

tecnologias de compensação que visem recuperar uma autonomia parcial ou total

(COLLIÈRE, 1999).

Essa orientação, baseada em tudo o que existe ou tudo o que resta de

capacidades para enfrentar os problemas de saúde, difere radicalmente da

perspectiva que se centra unicamente na doença, para prevenir e/ou tratar

(COLLIÈRE, 2003). A prática do enfermeiro centrada no desenvolvimento da saúde

possibilita a utilização de tecnologias simples, que podem ser compreendidas e

utilizadas pelas pessoas, bem como as tecnologias apropriadas, que se adaptam às

necessidades e recursos das pessoas, contrapondo-se à utilização de tecnologias

pesadas (COLLIÈRE, 1999), as quais geram um alto valor econômico para o

sistema de saúde e para a sociedade.

Os profissionais da saúde, colocando-se como integrantes do setor saúde, e

não da doença, tem romper com a hegemonia de um modelo centrado na doença e

resgatar o cuidado em nossas ações, de modo a não somente intervir na doença,

mas produzir saúde em larga escala.

Ou seja, precisamos cuidar no sentido de agir em prol da vida; precisamos

promover a saúde, afinal, cuidar é promover a saúde e promover a saúde é cuidar.

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TERCEIRA ETAPA

Nesta etapa deu-se a avaliação validação dos MC construídos pelas idosas

nos encontros anteriores. Foi realizada a partir da mostra da produção de dados da

primeira e segunda etapa em que as idosas rediscutiram os temas abordados

enfatizando a necessidade de se manterem na modalidade educacional como meio

para avaliarem sua conduta pessoal e de saúde permanentemente.

Nesse sentido, não houve alterações relevantes nos MC, embora apontassem

para que houvesse mais momentos de discussão sobre os temas tendo a

pesquisadora-enfermeira como facilitador no desenvolvimento dos momentos,

delineando com um objetivo concreto cada encontro.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pesquisa proporcionou convivência com os mais velhos, permitindo assim,

uma imersão em seu universo, permitindo maior aprofundamento sobre como esta

população vivencia o envelhecimento e trazendo reflexões sobre o estilo de vida que

levam e a relação com a participação na UNISF.

A modalidade educacional, amparada pelo estudo a partir do MPS em

conjunto a PCA, permitiu a estas idosas, sensibilização e reflexão sobre paradigmas

que permeavam suas vidas, auxiliando na potencialização de ações promotoras de

saúde e ao ajuste de outras que eram prejudiciais, despertando o olhar crítico sobre

si para que assim metas propostas fossem alcançadas.

Os fatores pessoais atribuídos pelas idosas para que continuassem na

modalidade educacional, foi principalmente individual tendo em vista a necessidade

de buscar estratégias para que suas vidas tivessem um sentido, ou seja, participar

de um grupo homogêneo, com interesses comuns e históricos semelhantes a fim de

partilhar problemas e sentimentos. Dessa forma, as idosas sentem-se pertencentes

de um universo em que são importantes aos outros e também são atrizes principais

de seu processo de envelhecimento, permitido pelos momentos de convergência

propostos pela PCA.

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Trouxe uma perspectiva de que é possível haver um processo de

envelhecimento participativo em que os idosos sejam sujeitos ativos do mesmo,

propiciando melhor enfrentamento de problemas a partir da conviência social, e não

somente da resolução de problemas de saúde, mas sim de um novo panorama de

saúde, em que a socialização está no centro, permitindo ao enfermeiro participar

ativamente como parceiro destes idosos, elaborando estratégias direcionadas para

que possam autogerir suas vidas, promovendo sua saúde.

O modelo de Nola Pender surge como uma proposta para integrar a

enfermagem à ciência do comportamento, identificando os fatores que influenciam

comportamentos saudáveis, além de ser um guia para explorar o que motiva ou

desmotiva indivíduos para se engajarem em comportamentos promotores de saúde.

Ao cuidar do corpo, a pessoa passa a compreender melhor e de maneira construtiva

a sua própria vida.

A necessidade de cuidado é inerente a condição humana, devido a

vulnerabilidade que se está exposto na vivencia do dia a dia. Cuidar de si mesmo

não é uma tarefa fácil. Principalmente na velhice que é compreendida por um

processo de mudança contínua e que, a todo o momento, necessita de uma

reconquista do equilíbrio..

A partir do desenvolvimento das atividades de convergência e distanciamento

concluiu-se que o autocuidado com o corpo exige do indivíduo conhecimentos e

também a observação de si próprio para a tomada de consciência daquilo que lhe

faz mal no seu hábito de agir e de pensar. Sendo essas pessoas estimuladas a

melhorar sua condição e preservar sua saúde, são essenciais a inclusão e a

utilização das práticas de dinâmicas de criatividade e sensibilidade nas atividades

assistenciais de enfermagem, neste caso, a inserção da enfermagem em âmbitos

diferenciados do cuidado, como nas Universidades voltadas ao Idoso.

Apesar de existirem poucas publicações na área da enfermagem brasileira

com a Teoria de Pender, este trabalho, além de ser um avanço que soma com

outros estudos, também possa servir de incentivo e interesses para outros

estudantes, professores, pesquisadores, profissionais de saúde, entre outras

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pessoas que valorizam a saúde em todas as dimensões. É oportuno ressaltar que

ocorreram limitações, especialmente na tradução de alguns componentes e

variáveis do modelo, que merecem ser aprofundadas em estudos posteriores, pois

alguns termos não possuem clara correlação com o idioma português, o que faz

refletir sobre possíveis erros de interpretação no entendimento do sentido real.

O comportamento de saúde destas idosas, de acordo com o MPS, foi definido

progressivamente e confrontado com o que elas tinham de concreto sobre sua

saúde antes de participarem dos momentos de convergência e após, dessa forma,

foi identificado que as condutas promotoras de saúde destas pessoas estão focadas

em ações de cunho social, onde a vivencia interpessoal é crucial para a manutenção

de seu bem-estar.

Comportamento são respostas humanas, em que o enfermeiro deve

fundamentar e desenvolver o cuidado pautado na clínica da pessoa, buscando

estratégias que potencializem e/ou ajustem a conduta promotoras de saúde das

idosas em estudo.

Portanto, é mister, incentivar as enfermeiras a realizar oficinas, atividades

educativas, com vistas à promoção da saúde e que políticas públicas de saúde

existentes sejam revistas para que estas ações possam ser implementadas.

Em vista destes fatores, faz-se necessário que a enfermagem atue extra-

muros, ou seja, em novos contextos de sua prática, como é o caso da UNISF. Até o

momento, nenhum enfermeiro ministra disciplinas aos idosos, tendo participação

efetivas de diversos outros profissionais de saúde, como médico, fisioterapeuta,

terapeuta ocupacional além de outros profissionais como pegadogos. Visualizando

esta realidade, enfatiza-se a necessidade do enfermeiro, apropriado do saber

gerontológico, enraizado em estratégias educacionais que tenham como foco

principal estabelecer intervenções para a melhora da qualidade de vida e bem-estar

da população com ações fundamentadas nas respostas humanas com o fim de ter

um melhor direcionamento na saúde desta população.

Para a enfermagem o encontro com essas “mulheres bem sucedidas,

proporciona caminho para novos estudos nas áreas de forma e divulgar entre as

gerações alternativas de envelhecimento bem sucedido.

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O desafio do estudo pauta-se principalmente na deficiencia de comparação

entre outros universos educacionais os quais os idosos são o alvo das ações, como

também a não inserção de enfermeiros no cenário de estudo.

Nesse contexto, foi identificada a necessidade de criar uma rede de

Universidades Abertas voltadas ao Idoso, contendo equipe multidisciplinar, incluindo

a enfermagem, como necessidade para promover a saúde desta população bem

como propiciar espaços de discussão sobre envelhecimento não somente entre os

idosos mas também entre todas as pessoas, promovendo um ambiente de

integração geracional, onde o enfermeiro tenha seu campo de atuação

implementado, firmando seu cuidado pautado na promoção da saúde.

O ponto forte desta pesquisa pauta-se no reconhecimento da necessidade da

inserção do enfermeiro neste âmbito do cuidado por parte das próprias idosas, como

também da professora, pois referiram estarem mais amparadas com a participação

de uma enfermeira nas aulas, dando seguimento a discussões importantes para a

formação pessoal de cada um, fundamentado nas respostas humanas das idosas e,

baseadas cientificamente para dar um direcionamento às ações de promoção da

saúde.

Nesse sentido, é crucial que os enfermeiros assumam o seu núcleo de

competência e responsabilidade que caracteriza a profissão: o cuidado baseado nas

respostas humanas.

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132

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133

APÊNCICE A

INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS SÓCIO DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE

DATA:___________ Ficha nº:__________

Idade: _________ Sexo: ( ) feminino ( )masculino

Procedência:_________________________ Estado:_________

Naturalidade:__________

Estado civil: ( )solteiro(a) ( ) casado(a)

( ) divorciado(a) ( ) viúvo(a)

Tempo de estudo:

( ) não alfabetizado ( ) 1 – 4 anos ( )5-10 anos ( )10+

Aposentado: ( )não - Ocupação atual_________________

( ) sim - Há quanto tempo?___________

Ocupação anterior:___________

Renda familiar:_______________________________

Moradia: sozinho? ( )não - Com quem mora?___________

( ) sim

Doenças preexistentes: ( ) não

( ) sim - Quais? ______________

_____________________________

Medicamentos que utiliza:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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APÊNDICE B

PROPOSIÇÃO INICIAL

O QUE É PROMOÇÃO DA SAÚDE?

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APÊNDICE C

QUESTÕES NORTEADORAS

PRIMEIRO EIXO

Tema para convergência: ___________________________________________

Momento de convergência nº:____________ Data:__________

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APÊNDICE D

QUESTÕES NORTEADORAS

SEGUNDO EIXO

Tema para convergência: ___________________________________________

Momento de convergência nº:____________ Data:__________

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APÊNDICE E

QUESTÕES NORTEADORAS

TERCEIRO EIXO

Tema para convergência: ___________________________________________

Momento de convergência nº:____________ Data:__________

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APÊNDICE F

SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Prezada Senhora Diretora da Universidade Sem Fronteiras,

Solicito esta Instituição a autorização para realizar a pesquisa intitulada: IDOSOS INSERIDOS EM MODALIDADES EDUCACIONAIS E O COMPORTAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE: fundamentos para o cuidado clínico de enfermagem. A pesquisa será realizada pela mestranda Jéssica de Menezes Nogueira, acompanhada por duas graduandas em enfermagem, previamente treinadas pela pesquisadora.

Este estudo possui como objetivo geral: O objetivo geral deste estudo é conhecer acerca

do saber e do fazer sobre os comportamentos de saúde de idosos matriculados em modalidades

educacionais ofertados na Universidade Sem Fronteiras em Fortaleza-CE.

Os sujeitos serão os idosos participantes das modalidades educacionais oferecidas pela

Universidade Sem Fronteiras. Fica assegurado o anonimato das informações por eles prestadas e ao

utilizarmos os dados para elaboração de artigos científicos e apresentação em congressos e

seminários será sempre resguardadas a identidade de cada participante.

Esta investigação visa desvendar o comportamento promotor de saúde dos idosos

integrantes da instituição, bem como proporcionar discussões acerca do pensar e do fazer que os

idosos tem relação as suas práticas para promoção da saúde. Para tanto, será necessária a

participação da pesquisadora no campo para vislumbrar todo o contexto que os sujeitos da pesquisa

estão vivenciando. Associada a observação participante, a pesquisadora também propõe a realização

de atividades constituídas através de grupos de discussão para promover maior interação entre

pesquisadora e idosos com o fim de estabelecer estratégias que promovam o debate de temas

relacionados a promoção da saúde relevantes aos idosos. Dessa forma, os participantes da pesquisa

serão instigados a discutir sobre as estratégias para a promoção da saúde, com o intento de inovar e

repensar as suas práticas nesse quesito.

A senhora ou qualquer outro participante poderá receber quaisquer esclarecimentos acerca da

pesquisa com a pesquisadora responsável Enfa. Mestranda Jéssica de Menezes Nogueira pelo

telefone (85) 85210787.

Fortaleza, ___de __________ de 2012.

Assinatura e carimbo Jéssica de Menezes Nogueira

do Responsável pela Instituição Pesquisadora de Campo

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APÊNDICE G

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DIRECIONADO AOS IDOSOS

O (A) Sr.(a) está sendo convidado(a) a participar da pesquisa intitulada : IDOSOS INSERIDOS EM

MODALIDADES EDUCACIONAIS E O COMPORTAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE:

fundamentos para o cuidado clínico de enfermagem. O objetivo geral deste estudo é conhecer acerca do

saber e do fazer sobre os comportamentos de saúde de idosos matriculados em modalidades

educacionais ofertados na Universidade Sem Fronteiras em Fortaleza-CE.

Pedimos sua colaboração nesta pesquisa respondendo os questionamentos contidos no

Instrumento de Coleta de Dados, que são dados específicos relacionados com o comportamento

relacionados à promoção da saúde de idosos participantes da Universidade Sem Fronteiras. Também,

solicitamos a sua colaboração para que a entrevista seja gravada. Garantimos que a pesquisa não trará

nenhuma forma de prejuízo, dano ou transtorno para aqueles que participarem, mas se por acaso algo

ocorrer a pesquisadora estará preparada para intervir e controlar. Em todas as informações obtidas nesse

estudo serão utilizadas para fins científicos e sempre sua identidade será mantida em sigilo. Vale ressaltar

que sua participação é voluntária e o(a) Sr. (a) poderá a qualquer momento deixar de participar deste, sem

qualquer prejuízo ou dano. Comprometemo-nos a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os

resultados poderão ser veiculados através de artigos e revistas especializadas e ou encontros científicos e

congressos, sempre resguardando sua identificação

Todos os participantes poderão receber quaisquer esclarecimentos acerca da pesquisa e,

ressaltando novamente, terão liberdade para não participar quando assim não acharem mais conveniente.

Contatos com a mestranda Jéssica de Menezes Nogueira, fone (85) 85210787, e com a orientadora Profª.

Dra. Maria Célia de Freitas (85) 99837248

O Comitê de Ética da UECE encontra-se disponível para esclarecimentos sobre esta pesquisa pelo

telefone (085) 3101.9890 – Endereço Av. Paranjana, 1700 – Campos do Itaperi – Fortaleza- Ceará.

Este termo está elaborado em duas vias, sendo uma para o sujeito participante e outro para o

arquivo do pesquisador.

Eu,_________________________________________________, tendo sido esclarecido(a) a

respeito da pesquisa, aceito participar voluntariamente da mesma.

Fortaleza, ___/___/2012

Assinatura do Participante Jéssica de Menezes Nogueira

Pesquisadora de Campo

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APÊNDICE H

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DIRECIONADO

PROFESSOR

O (A) Sr.(a) está sendo convidado(a) a colaborar da pesquisa intitulada : IDOSOS INSERIDOS

EM MODALIDADES EDUCACIONAIS E O COMPORTAMENTO PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE:

fundamentos para o cuidado clínico de enfermagem. O objetivo geral deste estudo é conhecer acerca do

saber e do fazer sobre os comportamentos de saúde de idosos matriculados em modalidades

educacionais ofertados na Universidade Sem Fronteiras em Fortaleza-CE.

Pedimos sua colaboração nesta pesquisa para que a mesma seja realizada em sua sala de aula

através de observação participante dos momentos de aula para que a pesquisadora tenha maior

proximidade com os idosos, alvo da pesquisa. Também, solicitamos a sua colaboração para que a

entrevista seja gravada e sejam feitas anotações em diário de campo. Garantimos que a pesquisa não

trará nenhuma forma de prejuízo, dano ou transtorno para aqueles que participarem, mas se houver

algum transtorno a pesquisadora estará apta a contorná-lo. Todas as informações obtidas nesse estudo

serão mantidas em sigilo e sua identidade não será revelada. Vale ressaltar que sua participação é

voluntária e o(a) Sr. (a) poderá a qualquer momento deixar de participar deste, sem qualquer prejuízo ou

dano. Comprometemo-nos a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados poderão

ser veiculados através de artigos e revistas especializadas e ou encontros científicos e congressos,

sempre resguardando sua identificação

Todos os participantes poderão receber quaisquer esclarecimentos acerca da pesquisa e,

ressaltando novamente, terão liberdade para não participarem quando assim não acharem mais

conveniente. Contatos com a mestranda Jéssica de Menezes Nogueira, fone (85) 85210787, e com a

orientadora Profª. Dra. Maria Célia de Freitas (85) 99837248

O Comitê de Ética da UECE encontra-se disponível para esclarecimentos sobre esta pesquisa

pelo telefone (085) 3101.9890 – Endereço Av. Paranjana, 1700 – Campos do Itaperi – Fortaleza- Ceará.

Este termo está elaborado em duas vias, sendo uma para o sujeito participante e outro para o

arquivo do pesquisador.

Eu,_________________________________________________, tendo sido esclarecido(a) a

respeito da pesquisa, aceito participar da mesma.

Fortaleza, ___/___/2012

Assinatura do Participante Jéssica de Menezes Nogueira

Pesquisadora de Campo

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ANEXO A

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

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ANEXO B

TEXTO UTILIZADO NO MOMENTO DE CONVERGÊNCIA

A ARTE DE NÃO ADOECER

Autor: Dráuzio Varella

Se não quiser adoecer – “Fale de seus sentimentos”. Emoções e sentimentos

que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como gastrite, úlcera, dores

lombares, dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos, a magoa, a

tristeza, a decepção degenera até em câncer. Então vamos confidenciar, desabafar,

partilhar nossa intimidade, nossos desejos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a

palavra é um poderoso remédio e poderosa terapia.

Se não quiser adoecer – “Tome decisão”. A pessoa indecisa permanece na

dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações,

agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber

renunciar, saber perder vantagens e valores para ganhar outros. As pessoas

indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer – “Busque soluções”. Pessoas negativas não

enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a

murmuração, o pessimismo. Melhor acender o fósforo que lamentar a escuridão.

Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que

pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em

doença.

Se não quiser adoecer – “Não viva de aparências”. Quem esconde a

realidade, finge, faz pose, quer sempre sar a impressão de estar bem, quer mostrar-

se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso … uma estátua de

bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e

fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o

hospital, a dor.

Se não quiser adoecer – “Aceite-se”. A rejeição de si próprio, a ausÊncia de

auto-estima faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o

núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos,

imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar críticas,

é sabedoria, bom senso e terapia.

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Se não quiser adoecer – “Confie”. Quem não confia, não se comunica, não se

abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades

verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é faltade fé em

si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer – “Não viva sempre triste”. O bom humor, a risada, o

lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem a vida longa. A pessoa alegretem o

dom de alegrar o ambiente em que vive. “O bom humor nos salva das mãos do

doutor”. Alegria é saúde e terapia.

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ANEXO C

TEXTO UTILIZADO NO SEGUNDO MOMENTO DE CONVERGÊNCIA

O TREINAMENTO DA MENTE PARA A FELICIDADE

"A felicidade não é um destino. É um método de vida." (Burton Hills)

O caminho da Felicidade

Quando se identifica o estado mental como o fator primordial para alcançar a

felicidade, não se está dizendo que nossa necessidades físicas fundamentais

de alimentação, vestuário e moradia não sejam satisfeitas.

Uma vez atendida as necessidades básicas, a mensagem é clara:

Não precisamos de mais dinheiro;

Não precisamos de mais sucesso ou fama;

Não precisamos do corpo perfeito;

Nem mesmo do parceiro perfeito.

Dispomos da mente que é todo equipamento básico de que precisamos para

alcançar a plena felicidade.

Quando nos referimos a mente ou a consciência há muitas variedades

diferentes.

Entre eles alguns são muito úteis. Esses deveríamos nutrir.

Alguns são negativos muito prejudiciais. Esses deveríamos tentar reduzir.

O primeiro passo na busca da Felicidade é o aprendizado. Antes de mais

nada temos que aprender como as emoções e comportamentos negativos nos

são prejudiciais e como as emoções positivas são benéficas.

Através desse processo de aprendizado, de análise de quais pensamentos e

emoções são benéficos e quais são nocivos, aos poucos desenvolvemos uma

firme determinação de mudar , com a sensação de que “agora o segredo de

minha própria felicidade, do meu próprio futuro, está nas minhas mãos. Não

posso perder essa oportunidade”.

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O mesmo vale para experiências e estados mentais. Quem deseja a

felicidade deveria procurar as causas que propiciam;

Se não desejamos o sofrimento, o que deveríamos fazer é certificarmos de

que as causas e condições que lhe dariam ensejo não mais se manifestam.

Variedades de Estados Mentais

Precisamos identificar com clareza diferentes estados mentais e fazer distinção

entre eles, classificando-os segundo sua capacidade de levar a felicidade ou não.

Por exemplo:

O ódio, o ciúme, a raiva entre outros são prejudiciais.

São estados mentais negativos porque eles destroem nossa

felicidade mental.

Por outro lado estados mentais como a bondade e a compaixão são

decididamente positivos.

É considerado saudável uma pessoa bondosa, carinhosa, cheia de

compaixão.

Se mantemos um sentimento de compaixão e generosidade

amorosa, algo automaticamente abre nossa porta interior.

Através dela podemos nos comunicar com os outros com uma

facilidade muito maior, essa sensação de calor humano gera uma espécie de

abertura, portanto seja como for cultivar estados mentais positivos como a

generosidade e compaixão conduz a uma melhor saúde mental e a felicidade.

Para alcançar a felicidade é necessário uma abordagem prática e racional:

Identificar e cultivar estados mentais positivos.

Identificar e eliminar estados mentais negativos.

Alcançar a verdadeira felicidade pode exigir que efetuemos a transformação na

nossa perspectiva e no nosso modo de pensar.

Para isso é necessário a aplicação de muitos fatores diferentes provenientes de

direções diferentes. Não se deve ter a idéia, por exemplo, de que há apenas

uma solução, um segredo; e de que se a pessoa conseguir acertar qual é, tudo

dará certo.

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Transformar a mente leva tempo. São muitos os traços mentais negativos e é

necessário lidar com cada um deles e neutralizá-los. Isso não é fácil. Exige a

repetida aplicação de varias técnicas e a dedicação do tempo para a

familiarização com as praticas. É um processo de aprendizagem.

Para fortalecer os aspectos positivos da mente tem-se o seguinte :

Em primeiro lugar o aprendizado do valor positivo das praticas.

Em segundo o fortalecimento da determinação.

E finalmente a tentativa de implementar as práticas.

Não importa qual seja a atividade ou a prática a que queiramos nos dedicar,

não há nada que não se torne mas fácil com treinamento e a familiaridade

constante. Por meio do treinamento , podemos mudar podemos nos

transformar.

Treinamento Sistemático da Mente

A genuína transformação interior através da seleção deliberada de estados

mentais positivos seguida da concentração neles, além do questionamento do

estado mentais negativos é possível graças a própria estrutura e função do

cérebro.Nascemos com cérebro que já vem equipado geneticamente com

certos padrões de comportamento instintivos.Somos predispostos mental,

emocional e fisicamente para reagir o ambiente com atitudes que permitam a

nossa sobrevivência.

Disciplina Ética

• O comportamento Ético é outra característica do tipo de disciplina

interior que leva a uma existência mas feliz.

• Uma mente disciplinada leva a felicidade.

• Uma mente não disciplinada leva ao sofrimento.

• Quando fala de disciplina refere-se a autodisciplina e não a disciplina

que é imposta de fora por outros.

• Além disso refere-se a disciplina que aplicada com objetivo de

superar nossas qualidades negativas.

• Realizar atos salutares pode não nos ocorrer naturalmente, mas

temos de fazer um treinamento consciente nesse sentido.

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• A utilização correta da nossa inteligência e conhecimento consiste

em provocar mudanças de dentro para fora para desenvolver um

bom coração.

• "A felicidade é um bem que se multiplica ao ser dividido." (Marxwell

Maltz)

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ANEXO D

TEXTO PARA TERCEIRO MOMENTO DE CONVERGENCIA

IMPOSSÍVEL É AQUILO QUE NÃO FOI FEITO

Autor: Christiano de Almeida Lopes

Impossível é o nome que se dá para aquelas coisas que ainda não foram

tentadas o suficiente…

Quantas vezes, em sua vida você não se defrontou com uma situação que julgava

sem solução? Porém, a sabedoria dos anos sempre nos mostra que, mais hora,

menos hora, tudo há de se resolver ou se dá um jeito.

Claro que a solução para as situações tidas como “impossíveis” não é ficar

esperando. Então, como proceder?

Pode ser que hoje seu coração esteja angustiado com uma causa

aparentemente impossível: a cura de uma doença grave, a quitação de uma dívida

alta, a solução de um conflito amoroso…

Veja só:

Vivemos num Universo que funciona por Leis muito precisas de atração e

repulsão. Se você olha para seus próprios problemas e os considera impossíveis de

serem resolvidos está, na verdade, só dificultando ainda mais as coisas para você

mesmo.

Neste sentido, a primeira coisa é relaxar. Pare de ficar correndo de um lado

para outro tentando encontrar uma solução a qualquer custo. O desespero ou a

ansiedade cegam os seus olhos para possíveis soluções que podem estar na frente

de seu nariz. A intranquilidade frente aos problemas bloqueia por completo sua

capacidade intuitiva e, dessa forma, tudo quanto você decidir fazer poderá, na

verdade, ser a pior escolha.

O segundo passo é confiar. Todos nós fazemos parte de um plano maior

que é coordenado pela Inteligência Divina. Independente do nome que você dê para

esta força (Deus, Jesus, Grande Arquiteto ou o “Homem lá em cima”), esta presença

deseja, acima de tudo, a sua felicidade. Então, busque novamente esta sua conexão

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espiritual, independente de qual fé você professa, e solicite apoio, ajuda e sabedoria

para lidar com a atual adversidade. Se você entender que não esta sozinho (e, na

verdade, nunca está) sentir-se-á mais motivado e confiante. Um novo vigor tomará

conta de seus atos e poderá até mesmo sentir paz no meio da adversidade.

Terceiro e último passo: tente novamente. E faça isto tantas e quantas vezes

forem necessárias. A vitória é uma realização que pertence àqueles que não

desistiram. Os livros de histórias estão transbordando de exemplos de personagens

que tentaram muitas e muitas vezes até alcançar o resultado desejado. Lembre-se

do seguinte: Se o sucesso fosse fácil, todas as pessoas seriam bem sucedidas. Para

ter sucesso em seu empreendimento é preciso calma, fé, esforço, dedicação e

perseverança.

Então, grave em seu coração os 3 passos para tornar possível o impossível:

1) Relaxe

2) Confie

3) Tente Novamente

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CRONOGRAMA

ETAPAS DA PESQUISA

2011 2012

Dez Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set Out. Nov Dez.

Qualificação X

Envio ao CEP X X X X

Teste dos ICDs

x

Coleta de dados

X X X x

Análise dos dados

X X X

x

Elaboração do relatório de pesquisa

x x

Elaboração de artigo para publicação

x

Defesa da dissertação

x

Disseminação da pesquisa

x

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