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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS JOSÉ MAURÍCIO MACIEL CAVALCANTE AVALIAÇÃO DO SÊMEN OVINO DILUÍDO E CONGELADO EM MEIO À BASE DE ÁGUA DE COCO EM PÓ (ACP-102c) OU TRIS FORTALEZA-CE 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

JOSÉ MAURÍCIO MACIEL CAVALCANTE

AVALIAÇÃO DO SÊMEN OVINO DILUÍDO E CONGELADO

EM MEIO À BASE DE ÁGUA DE COCO EM PÓ

(ACP-102c) OU TRIS

FORTALEZA-CE

2008

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JOSÉ MAURÍCIO MACIEL CAVALCANTE

AVALIAÇÃO DO SÊMEN OVINO DILUÍDO E CONGELADO

EM MEIO À BASE DE ÁGUA DE COCO EM PÓ

(ACP-102c) OU TRIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Veterinárias. Área de Concentração: Reprodução e Sanidade Animal. Linha de Pesquisa: Reprodução e Sanidade de Pequenos Ruminantes. Orientador: Prof. Dr. José Ferreira Nunes

FORTALEZA-CE 2008

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JOSÉ MAURÍCIO MACIEL CAVALCANTE

AVALIAÇÃO DO SÊMEN OVINO DILUÍDO E CONGELADO

EM MEIO À BASE DE ÁGUA DE COCO EM PÓ

(ACP-102c) OU TRIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Veterinárias.

Aprovada em: 15/12/2008

Banca Examinadora

_______________________________________________

Prof. Dr. José Ferreira Nunes (Presidente da Banca)

Orientador - Universidade Estadual do Ceará

_______________________________________________

Dra. Cristiane Clemente de Mello Salgueiro

Co-orientadora - Universidade Estadual do Ceará

_______________________________________________

Profª. Dra. Carminda Sandra Brito Salmito-Vanderley

Examinadora - Universidade Estadual do Ceará

_______________________________________________

Prof. Dr. Arlindo de Alencar Araripe Moura

Examinador - Universidade Federal do Ceará

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Para minha mãe, que em todos os

momentos me transmitiu carinho,

força e tranqüilidade.

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Dr. José Ferreira Nunes, por sua orientação e dedicação por todos

estes anos, desde meu início na área da Medicina Veterinária.

À Dra. Cristiane Clemente de Mello Salgueiro, minha co-orientadora, que também

vem me acompanhando desde minha entrada no Laboratório de Tecnologia do Sêmen

Caprino e Ovino. Exemplo de força e determinação, que muito tem ajudado a manter este

laboratório e a fazê-lo crescer.

À Dra. Carminda Sandra Brito Salmito-Vanderley, pelas sugestões dadas ainda no

início deste trabalho, que muito contribuiu para alcançar e ampliar os objetivos propostos.

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico

(FUNCAP), pelo concedimento de minha bolsa de pós-graduação.

Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Ciências

Veterinárias (PPGCV), com quem tenho convivido desde a graduação.

À Fazenda Líbanus, em particular ao gerente Robson Lima, por terem concedido os

animais do experimento. Certamente, esta parceria será duradoura.

Aos estudantes de iniciação científica: Oscar Oliveira Brasil, Divens Firmino Reis de

Souza, Edgar Tavares de Assis Neto, Mateus Nunes Diógenes e João Batista e Silva Júnior

pela ajuda durante a realização da parte prática do trabalho. Mais que ajudar, eles foram co-

realizadores do experimento, pois, sem a participação destes, os momentos de descontração e

de apoio, este trabalho teria sido muito mais difícil de ser realizado.

Aos médicos veterinários e mestres Rodrigo Vasconcelos de Oliveira e Erika da Silva

Bezerra de Menezes, pelo companherismo, apoio, opiniões e aprendizagem.

À toda minha família, em particular minha afilhada Christiane de Sousa Barbosa e

“minhas mães” Avelina dos Santos Maciel e Maria das Graças de Sousa, pelo apoio, carinho e

atenção dados durante todos estes anos.

E a Deus, que só com suas bênçãos, todo este esforço foi possível!

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RESUMO

A inseminação artificial com uso do sêmen criopreservado é uma ferramenta valiosa em programas de melhoramento genético e conservação de raças ovinas. No intuito de facilitar a disponibilidade de diluidores seminais e reduzir seus custos, foi desenvolvido o diluidor de origem vegetal à base de água de coco em pó (ACP-102), que tem apresentado resultados satisfatórios na conservação do sêmen ovino resfriado. Há, no entanto, carência de estudos do uso deste diluidor na criopreservação do sêmen ovino. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência do sêmen ovino criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS sobre a motilidade espermática e na morfometria da cabeça de espermatozóides em sistema de análise de sêmen auxiliada por computador (CASA). Foram realizadas 12 coletas de sêmen de quatro ovinos da raça Santa Inês. As amostras de sêmen de cada ejaculado foram divididas em duas alíquotas e diluídas em ACP-102c e TRIS e criopreservadas. O sêmen foi avaliado logo após descongelamento (T0), após uma hora (T1) e duas horas (T2) de incubação, para percentual de espermatozóides morfologicamente normais e de células vivas (pela técnica de coloração com eosina-nigrosina), avaliação da integridade acrossomal e de viabilidade celular (com uso da técnica de coloração tripla) e análise de motilidade em sistema CASA. Foram ainda realizados esfregaços tanto para o sêmen fresco como congelado em ACP-102c e TRIS, corados com Rosa Bengala e submetidos à análise morfométrica no módulo de morfometria do sistema CASA. Foram avaliados 150 espermatozóides corretamente digitalizados por lâmina para os parâmetros comprimento, largura, área e perímetro da cabeça. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre o sêmen criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS nos parâmetros adotados em cada técnica de coloração. Foram observadas diferenças estatísticas logo após descongelamento entre os diluidores ACP-102c e TRIS para motilidade total, motilidade progressiva e amplitude lateral da cabeça, com valores superiores encontrados no diluidor TRIS, mas ambos diluidores foram equivalentes quanto aos parâmetros qualitativos (retilinearidade e linearidade) e quantitativos (velocidade curvilinear e velocidade média do percurso), bem como freqüência de batimento cruzado do flagelo. Após duas horas de incubação, ambos diluidores diferiram significativamente para os parâmetros de motilidade avaliados, exceto para o parâmetro linearidade O diluidor ACP-102c apresentou maior variabilidade individual entre reprodutores. Os parâmetros morfométricos para o sêmen fresco foram significantemente superiores aos do sêmen criopreservado, não sendo detectadas diferenças estatísticas para espermatozóides criopreservados em ACP-102c ou TRIS. Os parâmetros morfométricos, entretanto, sofreram variações individuais entre os animais estudados. A semelhança dos resultados morfométricos de espermatozóides diluídos em ACP-102c e TRIS é indicativo de que ambos possuem similar capacidade de preservação estrutural da cabeça de espermatozóides ovinos submetidos à criopreservação. Recomenda-se a pesquisa de novos protocolos de criopreservação que otimizem os resultados obtidos na criopreservação de sêmen ovino com o uso do ACP-102c, da interação entre constituintes do plasma seminal e de membrana dos espermatozóides com componentes do diluidor e a avaliação do sêmen ovino criopreservado em ACP-102c em programas de inseminação artificial.

Palavras-chave: ACP-102c. CASA. Criopreservação. Motilidade, Morfometria. Sêmen ovino.

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ABSTRACT

The cryopreservated semen at artificial insemination programs is a value tool for genetic and ovine breed conservation programs. To facilitate the disponibility of seminal extenders and reduce the costs, it was developed a vegetal extender based on powder coconut water (PCW-102), that shown satisfactory results in chilled ram semen. However, there is a lack of studies using this extender in ram semen cryopreservation. The aim of this study were to evaluate the efficiency of ram semen cryopreserved on PCW-102c and TRIS on sperm motility and sperm head morphometry using computer assited semen analysis (CASA). Twelve semen collections were taken from four Santa Ines rams. Semen samples of each ejaculate was divided into two aliquots and extended on PCW-102c and TRIS and cryopreserved. The semen was evaluated at the moment of thawing (T0), after one hour (T1) and two hours (T2) of incubation, for percentage of spermatozoa morphologically normal and alive cells (by eosin-nigrosin dyeing technique), evaluation of acrosomal integrity and cellular viability (by triple stain technique) and motility evaluation at CASA system. Fresh and frozen-thawed semen were smeared and stained in Bengal Rose dye and analyzed using the morphometric module of CASA system. At least 150 properly digitized sperm head per slide were analyzed for length, width, area and perimeter. It weren’t observed statistical differences between semen cryopreserved on PCW-102c and TRIS extenders for the parameters adopted in each stain technique. There are significant differences at the moment of thawing between PCW-102c and TRIS extenders for total motility, progressive motility and head lateral amplitude, with superior values for TRIS extender, but both extenders was equivalent for qualitative (straightness and linearity) and quantitative parameters (curvilinear velocity and average velocity), and frequency of track crossing. After two hours of incubation, both extenders were significantly different for motility parameters evaluated, except for linearity. The PCW-102c extender shows more individual variability between rams. The morphometric parameters for fresh semen were statistically superior to those of frozen-thawed semen, not being observed statistical differences for spermatozoa cryopreserved on PCW-102c or TRIS. The morphometric parameters, however, suffered individual variations between the animals studied. The similarity of morphometric resulties of spermatozoa extended on PCW-102c and TRIS indicate that both have similar capacity of preserve the head structure of ram spermatozoa cryopreservated. It was recommended the research of new cryopreservation protocols that optimize the results obtained on the ram semen cryopreservation with the use of PCW-102c, the interaction of seminal constituents and spermatozoa membrane with the extenders components and the evaluation of ram semen cryopreserved on PCW-102c at artificial insemination programs.

Keywords: PCW-102c. CASA. Cryopreservation. Motility. Morphometry. Ram Semen.

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LISTA DE QUADROS

Pág.

Quadro 1. Principais parâmetros cinéticos de espermatozóides obtidos através do

sistema CASA...............................................................................................

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LISTA DE FIGURAS

Pág.

Figura 1. Diferentes categorias de espermatozóides ovinos corados pela técnica de

coloração tripla (adaptada de Talbot e Chacon, 1991)..................................

21

Figura 2. Velocidade curvilinear (VCL), velocidade média da trajetória (VAP) e

velocidade linear (VSL) obtidas em sistema CASA.....................................

24

Capítulo 1

Figura 1. Desenho experimental para coleta, criopreservação e avaliação do sêmen

criopreservado de ovinos nos diluidores ACP-102c e TRIS.......................

40

Figura 2. Parâmetros de motilidade de sêmen ovino criopreservado em ACP-102c e

TRIS avaliados pelo software SCA em diferentes tempos de

incubação........................................................................................................

45

Capítulo 2

Figura 1. Dispersão dos parâmetros morfométricos comprimento e largura de

espermatozóides ovinos no sêmen fresco, criopreservados em ACP-102c e

TRIS..............................................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Pág. Capítulo 1 Tabela 1. Média ± erro padrão dos percentuais dos parâmetros avaliados de

viabilidade espermática pelas técnicas de coloração com eosina-nigrosina

(EV) e coloração tripla (VA, VR, MA e MR) em sêmen fresco e

criopreservado em TRIS e ACP-102c........................................................... 43

Tabela 2. Média ± erro padrão dos parâmetros de motilidade do sêmen ovino fresco e

criopreservado em TRIS e ACP-102c, avaliados pelo software

SCA................................................................................................................. 44

Tabela 3. Média ± erro padrão dos parâmetros de percentual de espermatozóides

móveis totais (MOV) e de progressivos (PROG) para sêmen ovino fresco

e criopreservado nos diluidores TRIS e ACP-102c, segundo os

reprodutores utilizados.................................................................................. 46

Capítulo 2 Tabela I. Média ± erro padrão (coeficiente de variação) dos parâmetros

morfométricos da cabeça de espermatozóides ovinos avaliados segundo

tratamento (sêmen fresco, sêmen criopreservado em ACP-102c e sêmen

criopreservado em TRIS).............................................................................. 74

Tabela II. Média ± erro padrão dos parâmetros morfométricos da cabeça de

espermatozóides ovinos avaliados segundo tratamento (sêmen fresco,

sêmen criopreservado em ACP-102c e sêmen criopreservado em TRIS)

para cada animal............................................................................................ 74

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACP® água de coco em pó

ACP- 102 meio diluente para sêmen ovino à base de água de coco em pó

ACP- 102c meio para criopreservação de sêmen ovino à base de água de coco em pó

ALH amplitude do deslocamento lateral da cabeça

BCF freqüência de batimento cruzado

CASA análise de sêmen auxiliada por computador

CBRA Colégio Brasileiro de Reprodução Animal

EV porcentagem de espermatozóides vivos avaliados pelo método de eosina-

nigrosina

IAA ácido 3-indol-acético

LIN linearidade

MA percentual de espermatozóides mortos com acrossoma pela técnica de

coloração tripla

MOV porcentagem de motilidade total através análise de sêmen auxiliada por

computador

MR percentual de espermatozóides mortos sem acrossoma pela técnica de

coloração tripla

PROG porcentagem de motilidade progressiva através análise de sêmen auxiliada por

computador

SCA® Sperm Class Analyser

STR retilinearidade

T0 momento de avaliação do sêmen logo após descongelamento

T1 momento de avaliação do sêmen após uma hora de incubação a 37oC

T2 momento de avaliação do sêmen após uma hora de incubação a 37oC

VA percentual de espermatozóides vivos com acrossoma pela técnica de coloração

tripla

VAP velocidade média da trajetória

VCL velocidade curvilinear

VR percentual de espermatozóides vivos sem acrossoma pela técnica de coloração

tripla

VSL velocidade linear

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SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 13

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................. 14

2.1. Preservação do sêmen de ovinos......................................................................... 14

2.1.1. Diluição seminal.................................................................................................. 14

2.1.2. Congelamento seminal......................................................................................... 14

2.1.3. Qualidade seminal e fertilidade após a descongelação....................................... 17

2.1.4. Avaliação do sêmen ovino................................................................................... 18

2.1.5 Técnicas básicas................................................................................................... 19

2.1.6. Análise do sêmen auxiliada por computador....................................................... 22

2.2. Diluentes à base de água de coco............................................................................ 26

3. JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 29

4. HIPÓTESE CIENTÍFICA.......................................................................................... 30

5. OBJETIVOS.............................................................................................................. 31

Capítulo 1. Criopreservação do sêmen ovino em meio diluente à base de água de

coco em pó (ACP-102c) e TRIS.................................................................................... 32

Capítulo 2. Efeitos da criopreservação sobre a morfometria da cabeça de

espermatozóides de ovinos diluídos em meio à base da água de coco em pó (ACP-

102c) e TRIS.................................................................................................................. 58

8. CONCLUSÕES......................................................................................................... 76

9. PERSPECTIVAS....................................................................................................... 77

10. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………. 78

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1. INTRODUÇÃO

A grande capacidade dos ovinos em adaptar-se aos modernos sistemas de exploração,

uma maior produção de carne por hectare/ano, além da facilidade de manejo, fazem com que

a ovinocultura possibilite uma maior produtividade em relação às criações tradicionais como a

bovinocultura, tornando a criação de ovinos ideal para pequenos produtores e da agricultura

familiar, perfil fundiário predominante no Nordeste (IBGE, 2007).

Os índices reprodutivos influenciam o nível produtivo de um rebanho. A inseminação

artificial permite o incremento na eficiência reprodutiva e aumento da produtividade de um

rebanho através da utilização de reprodutores selecionados. O uso do sêmen diluído e

criopreservado se destaca entre as técnicas aplicadas por conservar a capacidade fecundante

do sêmen por longos períodos de armazenamento, contribuindo significativamente em

programas de melhoramento genético

Devido aos resultados obtidos com os primeiros estudos da água de coco in natura na

conservação de células espermáticas realizados por Nunes (1998), objetivou-se a elaboração

de um meio de conservação à base de água de coco em pó (ACP®), caracterizado pela

padronização e estabilização da água de coco in natura através de um processo de

desidratação e subseqüente formulação de meios de conservação específicos para

espermatozóides. Entretanto, até o momento atual, existe necessidade no estabelecimento de

protocolos adequados de criopreservação do sêmen ovino que utilizem como diluidor a água

de coco em pó. Este estudo poderá permitir a disponibilidade da água de coco em centros de

pesquisa que ‘não disponham da matéria-prima (coco), e que visem sua utilização em

programas de criopreservação de espermatozóides.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Preservação do sêmen de ovinos

2.1.1. Diluição seminal

Os diluentes permitem o aumento do volume total do ejaculado, facilitando sua

divisão em doses inseminantes e proporcionando um meio favorável para a sobrevivência dos

espermatozóides in vitro (Derivaux, 1980). Sua composição difere segundo a espécie animal

da procedência do sêmen e da tecnologia seminal empregada (Hopkins e Evans, 1991).

Hafez e Hafez (2004) sugerem que um diluente deve proporcionar nutrientes como

fontes de energia; proteger os espermatozóides do efeito maléfico do frio; proporcionar um

meio tampão; manter a pressão osmótica adequada; inibir o crescimento bacteriano; aumentar

o volume do ejaculado e proteger as células espermáticas durante congelamento. A dose

inseminante ótima para sêmen de ovinos por inseminação cervical é de 400 milhões

espermatozóides, em um volume de 0,25 a 0.50 mL (Evans e Maxwell, 1990).

Alguns diluentes mantêm a viabilidade do sêmen à temperatura ambiente, enquanto

que outros são apropriados no resfriamento entre 4 e 5°C para ajudar a controlar o

crescimento bacteriano e reduzir a taxa metabólica das células espermáticas (Hopkins e

Evans, 1991).

2.1.2. Congelamento seminal

Atualmente, existem dois métodos que permitem a manutenção de níveis aceitáveis de

fertilidade obtidos por inseminação artificial (IA) em ovinos: o resfriamento, realizado a 15oC

ou 4oC, e o congelamento, principalmente pelo uso da laparoscopia (Anel et al., 2006).

Entretanto, a fertilidade da IA ovina depende da interação entre a preservação do sêmen e a

técnica de aplicação seminal (vaginal, cervical ou deposição intrauterina) (Anel et al., 2006).

Um problema metodológico é derivado desta interação, o que proporcionou um largo leque de

técnicas baseadas no sêmen ovino congelado (Anel et al., 2006).

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A composição do diluente é um dos fatores que afeta a proporção de espermatozóides

vivos após a descongelação (Watson, 1995), sendo seu incremento um dos desafios da

biotecnologia da reprodução de ovinos.

Os diluentes para congelamento devem possuir uma substância orgânica que atue

como crioprotetor externo e que proteja as células contra o choque térmico que se produz ao

resfriar o sêmen desde os 20°C aos 5°C, tal como a gema de ovo ou leite desnatado; uma

fonte de energia, como a glicose ou frutose; um componente tampão, como citrato de sódio ou

tris-(hidroximetil) aminometano (TRIS); um crioprotetor interno que proteja aos

espermatozóides durante congelamento, a exemplo do glicerol, dimetilsulfóxido (DMSO),

etilenoglicol; e antibióticos para prevenir o crescimento bacteriano, como a penicilina,

estreptomicina ou gentamicina.

O congelamento de sêmen na espécie ovina encontra-se atualmente estagnado devido

à escassa difusão deste processo aplicada ao campo (Anel et al., 2006). Vários métodos de

uso comercial vêm sendo desenvolvidos com resultados aceitáveis (Maxwell et al., 1995),

mas seu uso geral tem sido restrito a deposição do sêmen intra-uterino por laparoscopia,

devido à baixa taxa de fertilidade observada no sêmen descongelado por inseminação

vaginal/cervical, especialmente no estro induzido (Curry, 2000). Entretanto, os métodos de

congelamento podem ser melhorados, visando contornar problemas relacionados à

manipulação do sêmen, congelabilidade das células espermáticas e aumento da população de

espermatozóides recuperados após a criopreservação (Anel et al., 2006).

Segundo Hopkins e Evans (1991), a sensibilidade dos espermatozóides às mudanças

de temperaturas se deve a ação protetora do plasma seminal e à integridade da membrana

espermática. Esta última relaciona-se tanto com sua composição lípido-protéica como de

colesterol e fosfolipídios (Darin-Bennett e White, 1977).

Pérez-Pé et al. (2001) verificaram que proteínas do plasma seminal conferem proteção

aos espermatozóides ovinos contra o choque térmico. Estas proteínas, identificadas como

RSVP14 e RSVP20 (Barrios et al. 2005; Fernández-Juan et al., 2006), secretadas na vesícula

seminal (Fernández-Juan et al., 2006), tem seu papel na estabilização da membrana

espermática, evitando a capacitação (Barrios et al. 2005).

A baixa taxa de fertilidade de espermatozóides ovinos criopreservados pode ser devido

às alterações ultra-estruturais, bioquímicas e funcionais ocorridas numa boa parte da

população de espermatozóides, que resulta em insuficiente motilidade e perda de viabilidade

dos mesmos no trato reprodutivo da fêmea (Salamon e Maxwell, 2000). Mudanças ultra-

estruturais afetam principalmente a membrana plasmática, pois durante o processo de

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congelamento-descongelamento, existe uma redistribuição de lipídios que altera as interações

lipídio-lipídio e lipídio-proteína da membrana espermática (Park e Graham, 1992).

A maioria dos diluentes apresenta a gema de ovo como componente básico, já que a

fosfatidilcolina (lecitina) e lipoproteínas da gema, bem como a caseína nos diluentes à base de

leite, protegem os espermatozóides contra o choque térmico (Mies Filho et al., 1982; Das,

1995).

A fração ativa da gema de ovo é uma lipoproteína de baixa densidade (LDL) (Waltson

e Martin, 1975). Tem sido sugerido que a LDL pode-se agregar à membrana plasmática

durante o processo de congelamento, evitando a perda de fosfolipídios da membrana e

aumentando a tolerância ao processo de criopreservação (Graham e Foote, 1987). Entretanto o

papel dos componentes lipídicos e protéicos da LDL ainda não foi elucidado. Alguns autores

obtiveram bons resultados no uso da LDL em sêmen bovino (Moussa et al., 2002, Amirat et

al., 2004). Outras substâncias como fosfocaseinato ou lactoglobulina (Batellier et al., 1997)

têm sido testadas em sêmen resfriado, mas sua aplicação em sêmen ovino criopreservado

ainda não foi verificada (Anel et al., 2006). Em bovinos, Manjunath et al. (2002) e Bergeron

et al. (2007) propuseram que tanto a LDL da gema de ovo como a caseína do leite ligam-se às

proteínas do plasma seminal bovino (BSP), evitando a ligação das mesmas ao

espermatozóide. As proteínas BSP ligam-se à membrana dos espermatozóides (Manjunath et

al., 1994), induzindo o efluxo de colesterol e fosfolipídeos (Thérien et al., 1998, 1999),

resultando na desestabilização da membrana. A LDL e a caseína do leite presente nos

diluidores seminais seqüestram a maioria das BSP, resultando em mínima modificação da

membrana plasmática, permitindo melhor conservação do sêmen (Manjunath et al., 2002).

Proteínas semelhantes à BSP têm sido encontradas em outras espécies, inclusive em ovinos

(Jobim et al., 2005) e os mecanismos de proteção podem ser similares aos observados em

bovinos (Manjunath et al., 2002; Bergeron et al., 2007).

Na espécie ovina, o glicerol é o principal crioprotetor utilizado. A sobrevivência

espermática, entretanto, é altamente afetada pelo glicerol durante a criopreservação (Anel et

al., 2003). Deste modo, a adição de glicerol em etapas parece representar o melhor balanço

entre a citotoxicidade e crioproteção. Entretanto, a variabilidade de resultados leva a concluir

que mais estudos se fazem necessários sobre a adição de glicerol e sua relação com diluentes

e curvas de congelamento requeridas para se obter ótimos resultados na IA (Salamon e

Maxwell, 1995). Outras substâncias (DMSO, etilenoglicol, açúcares, polímeros, proteínas

anti-congelantes), têm sido testadas, mas apresentam resultados inferiores em comparação aos

obtidos com o glicerol (Salamon e Maxwell, 2000).

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Segundo Maxwell e Evans (1990), o sêmen ovino pode ser congelado em palhetas ou

em peletes. No acondicionamento em palhetas, o sêmen pode ser diluído em uma ou duas

etapas. No método de duas etapas, o sêmen é diluído a 30ºC com diluentes sem glicerol. É

então resfriado até 4ºC em 1,5-2,0 horas, sendo então adicionado à porção do diluente com

glicerol. No método de uma etapa, o sêmen a 30ºC é diluído com diluente com glicerol,

resfriado até 4ºC em 1,5-2,0 horas e então envasado em palhetas de 0,25 mL. O congelamento

é realizado inicialmente em vapores de nitrogênio líquido, colocando as palhetas resfriadas

horizontalmente em gradil a 4ºC a 3-4 cm acima do nível do nitrogênio líquido, referentes a

temperaturas de -80 a -100ºC, onde permanecem por 7 a 8 minutos, quando então são imersas

e armazenadas em nitrogênio líquido.

O objetivo principal do processo de criopreservação é a manutenção de ótimas taxas

de congelamento. Byrne et al. (2000), observou melhores resultados de fertilidade, tanto in

vitro como in vivo, com rápidas taxas de congelamento (-5ºC/min). O mesmo foi constatado

por Kumar et al. (2003), que obteve taxas de congelamento ótimas entre -20 e -30ºC/min. Em

geral, o dano na membrana espermática ovina durante o congelamento ocorre entre -10 e -

20ºC/min (Salamon e Maxwell, 1995). Uma significativa melhoria poderia ser mantida com o

uso de gradientes multi-térmicos (Arav et al., 2002). Isto permite um ajuste progressivo e

contínuo de congelamento e formação de cristais de gelo, reduzindo a crioinjúria.

O resfriamento deve ser suficientemente lento para minimizar a formação de cristais

de gelo intracelular e o suficientemente rápido para tornar mínimo o dano do "efeito solução"

(Watson, 1995).

2.1.3. Qualidade seminal e fertilidade após a descongelação

As injúrias causadas pela criopreservação são prejudiciais ao transporte e

sobrevivência dos espermatozóides no trato reprodutivo feminino (Salamon e Maxwell,

1995). Segundo Bailey et al. (2000), a capacitação espermática induzida pela congelação

poderia produzir uma população de espermatozóides após a descongelação com viabilidade

curta e ineficiente.

Após o processo de preservação, as células espermáticas devem apresentar boa

motilidade a fim de alcançar o local da fecundação e manter a integridade das membranas

espermáticas para levar a cabo a penetração do ovócito (Royere, 1996), já que qualquer falha

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inerente à fisiologia espermática poderia prejudicar sua capacidade de fertilização do oócito

como também de suportar o desenvolvimento embrionário (Holt e Look, 2004).

Durante a conge1ação-descongelação, os espermatozóides são submetidos a condições

desfavoráveis como desidratação, mudanças da fase de transição dos fosfolipídios da

membrana, efeito solução e a formação de gelo intracelular (Parks e Graham, 1992).

A conseqüência imediata destes processos é a ruptura da membrana plasmática

(Watson, 1995) devido aos estresses térmico, mecânico, químico e osmótico exercidos sobre a

célula durante congelamento (Parks e Graham, 1992). O acrossoma também pode sofrer

mudanças estruturais e degenerativas, como ruptura da membrana acrossomal (Hafez, 1995).

2.1.4. Avaliação do sêmen ovino

A avaliação da qualidade seminal é complementar ao exame clínico para estimar o

potencial de um macho como reprodutor e normalmente julga o volume, aspecto,

concentração, motilidade e morfologia espermática (Rodriguez-Martinez, 2005).

No caso de ovinos, devido a problemas específicos na IA, o desenvolvimento de

técnicas de avaliação do sêmen que predigam a fertilidade a campo, constitui um importante

objetivo no progresso da reprodução assistida. Tem sido demonstrado que técnicas

convencionais não são aptas para estimar acurada e repetidamente a fertilidade de uma

amostra de sêmen (Correa et al., 1997). Técnicas que avaliam o status funcional de organelas

espermáticas (acrossomos, mitocôndrias), ou a integridade de componentes celulares

(membranas, cromatina), têm ganhado importância durante as últimas décadas (Martinez-

Pastor et al., 2004). Além disso, o desenvolvimento destas técnicas poderia possibilitar uma

avaliação acurada diariamente do sêmen, podendo ser usado para avaliar e melhorar os

protocolos de preservação. O uso de técnicas de alto valor preditivo para fertilidade poderia

resultar em incremento na IA, oferecendo a possibilidade da deposição intravaginal do sêmen

congelado.

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2.1.5 Técnicas básicas

Atualmente, a avaliação do sêmen em centrais de IA é baseada em técnicas

convencionais como aspecto externo (volume e coloração), motilidade subjetiva (motilidade

massal e motilidade individual) e concentração espermática, principalmente usando o

espectrofotômetro (Anel et al., 2006). São ensaios rápidos e práticos, requerendo

equipamentos simples que efetivamente detecta amostras de sêmen de baixa qualidade (Anel

et al., 2006).

Tradicionalmente, a morfologia espermática pode ser avaliada através de preparação

úmida e esfregaços corados (Bearden e Fuquay, 1992). As anormalidades espermáticas podem

afetar, isolada ou simultaneamente, as diferentes regiões da cabeça, peça intermediária e peça

principal (Derivaux, 1980). As anormalidades espermáticas foram primeiro classificadas em

primárias, ocorridas durante a espermatogênese, e secundárias, resultado de condições não

fisiológicas que afetam os espermatozóides após a espermatogênese. Posteriormente os

espermatozóides passaram a ser classificados como defeitos maiores ou menores,

caracterizados pela gravidade dos seus efeitos deletérios à fertilidade (Nöthling e Irons, 2008).

Em ovinos, o percentual de espermatozóides morfologicamente normais possui correlação

com a fertilidade, podendo esta correlação ser superior a 0,5 (Colas, 1981).

A integridade da membrana espermática é um atributo essencial para a fertilidade do

espermatozóide e, por isso, a análise deste parâmetro é fundamental para a predição da

fertilidade (Luz et al., 2000). O uso de corantes vitais, como a eosina-nigrosina, é eficiente na

determinação de espermatozóides com danos na membrana, uma vez que estes corantes não

podem passar pela membrana de uma célula viva, mas penetra em células mortas, corando-as

(Bearden e Fuquay, 1992).

De modo semelhante, a integridade do acrossoma é pré-requisito básico para garantir

um bom potencial de fertilidade dos espermatozóides, uma vez que o percentual de

espermatozóides que apresentaram reação acrossomal possui correlação negativa com a

fertilidade (Gil et al., 2000). Entretanto, a integridade acrossomal não reflete necessariamente

a integridade de membrana, sendo importante o uso de testes que combinem ambas avaliações

(Holt, 2000). É possível a ocorrência de lesões do acrossoma durante congelação e

descongelação, sem que isto interfira na motilidade espermática (Tasseron et al., 1977).

Torna-se interessante o uso de técnicas que aliem a vitalidade espermática com a

integridade acrossomal. Talbot e Chacon (1991) desenvolveram uma técnica de coloração

tripla que faz uso de três corantes: Azul de Tripan (coloração vital), Marrom de Bismark e

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Rosa Bengala (coloração do acrossoma). Baseado no tipo de padrão de coloração apresentado

pelo espermatozóide, eles podem ser classificados em quatro categorias (Figura 1):

a) espermatozóides mortos, com acrossoma intacto: acrossoma corado de rosa e

região pós-acrossomal de marrom escuro;

b) espermatozóide morto, sem acrossoma: região acrossomal e pós-acrossomal

marrom escuro;

c) espermatozóide vivo com acrossoma: acrossoma com coloração rosa e região pós-

acrossomal marrom claro;

d) espermatozóide vivo, sem acrossoma: região acrossomal e pós-acrossomal em

marrom claro.

Sendo uma técnica relativamente rápida e de fácil execução, apresenta ainda como

vantagens o fato dos esfregaços submetidos a esta coloração poderem ser guardados por

longos períodos, baixo custo e permitir avaliar também a morfologia espermática (Risopatrón

et al., 2001). Sua eficácia foi comparada à técnica fluorescência usando a aglutinina da Pisum

sativum (FITC-PSA) em sêmen humano, resultando em semelhantes percentuais de

espermatozóides viáveis e com acrossoma íntegro (Köhn et al., 1997, Risopatrón et al., 2001).

Os ensaios tradicionais de avaliação seminal podem ser suficientes quando é aplicada

IA cervical com sêmen resfriado, pois há um elevado número de espermatozóides por dose

(Anel et al., 2006). Entretanto, melhor estimação da qualidade espermática é requerida

quando sêmen criopreservado é utilizado (Anel et al., 2006). Além disso, em situações

específicas (problemas de sub-fertilidade, avaliação acurada de machos, etc.), estas técnicas

são insuficientes devido a sua alta subjetividade, baixa sensibilidade e pobre correlação com

fertilidade a campo (Anel et al., 2006). Desta forma, novas técnicas de análise e avaliação do

sêmen são necessárias, como a análise seminal auxiliada por computador.

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Figura 1. Diferentes categorias de espermatozóides ovinos corados pela técnica de coloração

tripla (adaptada de Talbot e Chacon, 1991).

Espermatozóide morto com acrossoma

Espermatozóide vivo com acrossoma

Espermatozóide vivo com acrossoma

Espermatozóide morto sem acrossoma

Espermatozóide vivo sem acrossoma

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2.1.6. Análise do sêmen auxiliada por computador

A motilidade é comumente tida como uma das mais importantes características

associadas com a habilidade de fertilização do sêmen. Ela é a expressão da viabilidade e

integridade estrutural dos espermatozóides. Classicamente, o julgamento da qualidade seminal

tem sido baseado em uma avaliação subjetiva de parâmetros como motilidade massal e

individual (Verstengen et al., 2002). A avaliação subjetiva tem reduzido a predição da

fertilidade devido à alta variabilidade observada entre avaliadores. Assim, variação de 30-

60% tem sido registrada na estimação da motilidade no mesmo ejaculado. Desta forma, a

ênfase é dada para o desenvolvimento de métodos de avaliação objetivas (Anel et al., 2006).

Mack et al. (1988) ressaltaram que a necessidade de uma metodologia objetiva

motivou a elaboração e desenvolvimento de instrumentos automatizados capazes de analisar

as trajetórias dos espermatozóides.

A Análise de Sêmen Assistida por Computador (CASA) é definida como um sistema

automatizado para visualizar, digitalizar e analisar imagens sucessivas dos espermatozóides,

fornecendo informação acurada, precisa e significativa do movimento individual de cada

espermatozóide e também resumos estatísticos da população espermática (Amann e Katz,

2004). A automatização desta análise permite maior objetividade e rapidez, uma vez que esta

é realizada numa fração do tempo requerido pela avaliação subjetiva (Motimer, 1997).

Os sistemas CASA têm permitido a detecção de súbitas mudanças no movimento

espermático, além de melhorar a discriminação a nível laboratorial de estudos com novos

diluentes (Amann e Katz, 2004).

Os parâmetros comumente obtidos através de analisadores de sêmen

computadorizados são: velocidade do percurso curvilinear (VCL), velocidade do percurso

médio (VAP), velocidade em linha reta (VSL), retilinearidade (STR), linearidade (LIN),

oscilação (WOB), freqüência de batimento cruzado (BCF), e deslocamento lateral da cabeça

(ALH) (Motimer, 1997; Verstegen et al., 2002) (Quadro 1; Figura 2).

Os três parâmetros de velocidade (VCL, VAP, VSL), são comumente utilizados para

descrição gral do movimento do espermatozóide, entretanto, para uma avaliação adicional,

foram estabelecidos os parâmetros STR, LIN e WOB, que tratam das relações entre estas

velocidades (Motimer, 1997). A retilinearidade fornece uma indicação da relação entre o

percurso líquido percorrido e a trajetória média do espermatozóide, de modo que em situações

em que o percurso médio se aproxima da trajetória em linha reta apresente elevado STR, com

baixa ALH. Ao contrário, percursos circulares possuem baixos STR, pois o percurso médio

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apresenta valores superiores que o retilíneo. A linearidade expressa a relação entre o percurso

líquido percorrido pelo espermatozóide e sua trajetória real, de modo que uma trajetória

circular pode apresentar baixa linearidade uma vez que o percurso real do espermatozóide é

maior que seu deslocamento efetivo. A oscilação (WOB) apresenta-se baixa em percursos em

que o espermatozóide percorre vasta área em seu deslocamento (elevado ALH), mas alto em

trajetórias circulares ou retilíneas uma vez que a VAP e a VCL se assemelham (Motimer,

1997).

Algumas centrais de inseminação têm adotado o CASA em sua rotina de avaliação de

sêmen, mas, geralmente, apenas como métodos padronizados de cálculo da motilidade

progressiva e total. Parâmetros de motilidade que são os mais correlacionados com a

fertilidade não são comumente usados e a avaliação de sub-população de espermatozóides não

tem sida aplicada (Anel et al., 2006).

Deve-se ressaltar a possibilidade de potenciais erros nas mensurações realizadas pelo sistema

CASA. Uma destas é a dificuldade na distinção entre espermatozóides e debris ou células

não-espermáticas, levado a uma superestimação da concentração espermática e subestimação

na proporção de espermatozóides móveis. A presença de espermatozóides aglutinados

também afeta a correta avaliação da concentração espermática e de percentual de

espermatozóides móveis. Concentração elevada de espermatozóides na amostra analisada

interfere na reconstrução da trajetória dos espermatozóides analisados, podendo haver

sobreposição de trajetórias distintas de modo que sejam interpretados como uma só.

(Motimer, 1997).

Outra análise possibilitada pelo CASA é a da morfologia e morfometria dos

espermatozóides. A morfologia normal dos espermatozóides pode ser um indicador do

potencial de fertilização do mesmo, porém a avaliação subjetiva tem mostrado considerável

variação entre avaliadores. O desenvolvimento da análise morfométrica do sêmen assistida

por computador (CASMA), tem permitido reduzir esta variação e revelar sutis diferenças

entre indivíduos que não podem ser detectados usando métodos subjetivos (Anel et al., 2006).

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Quadro 1. Principais parâmetros cinéticos de espermatozóides obtidos através do sistema

CASA.

Parâmetro Unidade Descrição

Velocidade do percurso curvilinear (VCL) µm/s Velocidade da trajetória real percorrida pelo espermatozóide

Velocidade do percurso médio (VAP) µm/s Velocidade da média da trajetória real percorrida pelo espermatozóide

Velocidade em linha reta (VSL) µm/s Velocidade em linha reta do ponto inicial ao final do trajeto analisado

Retilinearidade (STR) % Relação percentual entre VSL e VAP

Linearidade (LIN) % Relação percentual entre VSL e VCL

Oscilação (WOB) % Relação percentual entre VAP e VCL

Freqüência de batimento cruzado (BCF) Hz Freqüência com que o percurso real do espermatozóide cruza o percurso médio

Deslocamento lateral da cabeça (ALH) µm Distância do espermatozóide em seu trajeto real da trajetória média

Fonte: Motimer (1997).

Figura 2. Velocidade curvilinear (VCL), velocidade média da trajetória (VAP) e velocidade

linear (VSL) obtidas em sistema CASA.

VSL

VAP

VCL

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Devido à precisão do CASMA, morfometria da cabeça do espermatozóide pode ser

um indicador de alterações reprodutivas e de animais sub-férteis, uma vez que as dimensões

dos espermatozóides de animais férteis são homogêneas. As diferenças nas dimensões em

animais sub-férteis têm sido verificadas em eqüinos (Casey et al., 1997). Entretanto, mais que

a média do tamanho da cabeça dos espermatozóides, é o grau de variação nas dimensões dos

espermatozóides é o melhor preditor da fertilidade em humanos e bovino (Katz et al., 1986;

Sailer et al., 1996).

Estudos utilizando CASMA têm demonstrado que a criopreservação reduz as

dimensões dos espermatozóides nas mais diversas espécies com caprinos (Hidalgo et al.,

2006; Marco-Jiménez et al., 2006), bovinos (Rubio-Guillén et al., 2007; Gravance et al.,

1998), eqüinos (Arruda et al., 2002) e suínos (García-Herreros et al., 2007). Este efeito tem

sido explicado por alguns mecanismos como mudanças osmóticas durante a criopreservação,

danos acrossomais e alterações na condensação da cromatina (Gravance et al., 1998, Hidalgo

et al., 2006, Garcia-Herreros et al., 2007).

As dimensões morfométricas apresentam ligações com o protocolo de congelamento.

A área, bem como o formato do espermatozóide, tem importantes implicações na

criopreservação do sêmen, por influir nas trocas térmicas e no fluxo de água e íons durante

congelamento e são os principais determinantes na taxa ótima de congelamento (Curry et al.,

1996). Esteso et al. (2006) afirmam que cervídeos caracterizados como congeláveis ou não-

congeláveis apresentaram diferenças morfométricas no sêmen fresco, mas não em outros

parâmetros de qualidade seminal como percentual de espermatozóides móveis, integridade de

membrana e acrossoma, sendo razoável supor que as variações na morfologia espermática

podem influenciar as características biofísicas dos espermatozóides que são essenciais para o

sucesso da criopreservação.

Outra importância do CASMA é permitir distinguir diferentes sub-populações de

espermatozóides numa amostra (Núñez-Martinez et al., 2007), uma vez que a susceptibilidade

para a capacitação e habilidade de fertilização variam segundo estas sub-populações

(Williams e Ford, 2001). Desta forma, sub-populações de espermatozóides podem ser

definidas segundo a morfometria da cabeça do espermatozóide e a distribuição destas sub-

populações pode estar relacionada com a fertilidade (Anel et al., 2006). De modo semelhante,

Thurston et al. (2001) detectaram sub-populações morfologicamente distintas de

espermatozóides suínos, cuja proporção no ejaculado correlacionou com a análise da

qualidade seminal após criopreservação. A análise de sêmen deveria contemplar a presença de

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sub-populações e não apenas fornecer valores médios para a população de espermatozóides

como um todo (Sancho et al., 1998).

É notório que o perfil da cabeça dos espermatozóides pode ser relacionado com a

organização da cromatina espermática. Além disso, potenciais problemas no DNA podem

resultar em alterações no padrão da cabeça do espermatozóide, detectados pelo CASMA

(Anel et al., 2006). Núñez-Martinez et al. (2007) encontraram significante correlação entre as

variáveis morfométricas e a quantidade de DNA desnaturado no ejaculado canino, uma vez

que a distribuição morfométrica de sub-populações foi similar àquela derivada da integridade

do DNA. A variação da morfologia espermática é um indicador da estrutura anormal da

cromatina e conseqüentemente, da fertilidade (Karabinus et al., 1997).

Em ovinos, alguns estudos têm sido realizados de modo a desenvolver métodos

acurados no emprego do CASMA (Gravance et al., 1998a) e outros têm analisado o efeito da

criopreservação na cabeça do espermatozóide devido a criopreservação (Lambrechts et al.,

2000). Entretanto a possível relação entre o CASMA e a fertilidade precisa de comprovação

na espécie ovina (Anel et al., 2006).

2.2. Diluentes à base de água de coco

A água de coco é uma solução ácida, natural e estéril, composta de sais, proteínas,

açúcares, vitaminas, gorduras neutras (Nunes e Combarmous, 1995), além de indutores da

divisão celular e eletrólitos diversos, que conferem densidade e pH compatíveis com o plasma

sangüíneo, proporcionando, os nutrientes necessários para manter a sobrevivência e

viabilidade de gametas masculinos e femininos criopreservados (Blume e Marques Jr., 1994).

A água de coco tem sido utilizada em biotecnologias da reprodução animal obtendo-se

bons resultados com a utilização da água de coco na preservação do sêmen de animais

domésticos como caprinos (Nunes, 1988; Salles, 1989; Campos et al., 2003), ovinos (Araújo,

1990; Figueredo et al., 2001), suínos (Toniolli e Mesquita, 1990), peixes (Carvalho, et al.,

2002) e cães (Montezuma Jr. et al., 1994; Cardoso et al. 2003; Cardoso et al. 2006).

Nunes (1986, 1987), avaliando o sêmen caprino após duas horas de incubação a 37°C,

observou que tanto a motilidade individual progressiva (MIP) como a porcentagem de

espermatozóides móveis (PEM) eram superiores quando o sêmen se diluía em uma solução

baseada em água de coco, que em leite desnatado. A motilidade individual progressiva dos

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espermatozóides diluídos em água de coco quando comparados aos diluídos em leite

glicosado foi superior ao final de 2 horas de incubação (Nunes e Salgueiro, 1999).

Resultados similares foram obtidos ao utilizar ambos os diluentes na refrigeração de

sêmen a 4°C e em seu uso para inseminação artificial em cabras nas que se haviam

sincronizado o estro com tratamentos hormonais (Nunes, 1986). Com o uso da inseminação

artificial com sêmen caprino diluído em água de coco e refrigerado a 4°C se obtiveram taxas

de parição superiores a 60% (Nunes, 1986).

Freitas (1988) observou 55,6% de fêmeas contra 44,4% de machos nascidos de partos

de cabras inseminadas com sêmen diluído em água de coco. Salles (1989) inseminou 78

cabras com sêmen resfriado a 4°C e diluído em água de coco na forma in natura, estabilizada

e em gel, observando as respectivas taxas de parições: 63,15%, 87,50% e 92,59%. Com

relação à proporção sexual, foram obtidos valores de 83,33%, 76,00% e 67,89% de fêmeas

nascidas, segundo a forma da água de coco utilizada: in natura, estabilizada e em gel,

respectivamente.

Araújo e Nunes (1991) avaliando o sêmen caprino diluído e congelado em água de

coco in natura com gema de ovo (10%) e sem gema, verificando após a descongelação que a

adição da gema de ovo conferiu uma maior sobrevivência espermática in vitro.

Tratando de determinar a fração da água de coco que atua sobre os espermatozóides,

Nunes et al. (1994) isolaram uma molécula pertencente ao grupo das auxinas, o ácido 3- indol

acético (IAA), que ativa o metabolismo dos espermatozóides. A introdução do IAA na

composição dos diluentes convencionais do sêmen de diferentes espécies conferiu aos

espermatozóides um aumento de motilidade, maior taxa de fertilidade, além de permitir sua

conservação durante períodos mais prolongados (Nunes et al., 1994). A presença do IAA

pode variar com o estágio de maturação e a espécie do fruto e influir nos resultados in vitro e

in vivo em sêmen diluído em água de coco (Nunes e Salgueiro, 1999).

Diluidores de sêmen à base de água de coco apresentam como vantagens o baixo

custo, fácil preparo, além do fato do coco ser abundante no Nordeste do Brasil. Entretanto, a

água de coco apresenta deficuldades quando à conservação por longos períodos após sua

extração do fruto, limitações na disponibilidade do fruto em regiões onde há a carência do

vegetal, além de variações na constituição bioquímica da água de coco entre diferentes frutos.

Isto motivou o desenvolvimento do produto água de coco em pó (ACP), onde os constituíntes

nutricionais da água de coco são obtidos em sistema de desidratação a alto vácuo. O produto

ACP se caracteriza por possuir composição padronizada, obtido a partir de frutos oriundos de

plantações orgânicas certificadas, além de possuir características bioquímicas similares às da

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água de coco in natura. Para conservação do sêmen ovino, a formulação ACP-102 foi

desenvolvida.

Pesquisas foram realizadas objetivando avaliar o diluidor ACP-102 na conservação do

sêmen ovino. Braz et al. (2003) não encontraram diferenças estatísticas entre os diluidores

ACP-102 e leite na conservação do sêmen ovino diluído e resfriado a 4oC ou 15oC.

Com relação à inseminação artificial em ovelhas, Salgueiro et al. (2004), obtiveram

fertilidade de 66,67% e 54,54% com uso de sêmen ovino diluído em ACP-102 e resfriado a

4oC por 24h e 48h, respectivamente. Resultados semelhantes foram encontrados por

Cavalcante et al. (2005), que verificaram fertilidade de 53,13% e 63,38% com uso de sêmen

ovino resfriado em ACP-102 por 24h e 48h, respectivamente. Machado et al. (2006) com uso

de sêmen resfriado a 4oC diluído em ACP-102, encontrou fertilidade nas ovelhas inseminadas

48% para inseminação cervical e de 70,3% para inseminação por laparoscopia. Salgueiro et

al. (2007), usando sêmen ovino resfriado a 4oC diluído em ACP-102 e TRIS por 24 horas,

encontraram taxas de fertilidade de 88,5% e 82,6%, respectivamente, para ambos diluentes.

Tais resultados vêm demonstrar a viabilidade técnica do uso do ACP-102 como diluente de

sêmen ovino.

Objetivando uma melhor solubilização da gema de ovo adicionada ao diluidor, foi

elaborado, a partir da formulação do diluidor ACP-102, o diluidor ACP-102c para uso na

criopreservação do sêmen ovino.

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3. JUSTIFICATIVA

Trabalhos têm demonstrado que a água de coco pode exercer uma ação benéfica sobre

a conservação celular. Entretanto, ainda é grande a necessidade da realização de estudos,

especialmente quanto aos protocolos de criopreservação.

O problema consiste no fato de que a água de coco é um produto oriundo de

vegetações tipicamente tropicais, o que limita a sua difusão em trabalhos em regiões de clima

temperado. Além de ser susceptível a contaminação após sua retirada do fruto e, por isso, de

difícil conservação. Vale ressaltar a necessidade de pessoas aptas a identificar o estágio de

frutificação ideal para uso como conservante celular. Neste sentido, a estabilização da água de

coco na forma de pó (ACP®) facilitará a sua utilização, bem como a sua difusão para regiões

que não disponham da matéria-prima (coco).

O rebanho ovino nordestino, em sua maioria, é composto por animais sem padrão

racial definido e de baixa produtividade. A inseminação artificial de ovelhas com sêmen de

reprodutores de raças puras otimizará o melhoramento genético, aumentando a produtividade

do plantel ovino nordestino.

O interesse pelo uso da água de coco em pó como diluidor seminal vem crescendo,

sendo necessário o estabelecimento de protocolos experimentais de congelação adequados ao

referido meio. Além disso, há a necessidade de trabalhos que avaliem os diluentes à base de

água de coco em pó para a congelação do sêmen ovino, que permitirá a criopreservação do

sêmen de animais geneticamente superiores, para a constituição de bancos de germoplasma.

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30

4. HIPÓTESE CIENTÍFICA

A água de coco em pó poderá se constituir em um eficiente diluidor capaz de

criopreservar o sêmen ovino, tornando-se mais uma alternativa mercadológica para a área de

reprodução animal, uma vez que este apresenta relação custo/benefício equiparável aos

diluentes tradicionais.

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5. OBJETIVOS

Geral:

Avaliar a viabilidade in vitro do sêmen de ovinos congelado nos meios diluentes à

base de água de coco em pó (ACP-102c) e TRIS.

Específicos:

• Avaliar o sêmen fresco e diluído de ovinos em ACP-102c e TRIS através de

análise computadorizada (SCA, Microptics S.L., Espanha), quanto aos seguintes

parâmetros: percentual de espermatozóides móveis (MOV), percentual de

espermatozóides com movimento progressivo (PROG), velocidade curvilinear

(VCL), velocidade média do percurso (VAP), linearidade (LIN), retilinearidade

(STR), deslocamento lateral de cabeça (ALH) e freqüência de batimento cruzado

(BCF), bem como o de integridade da membrana espermática com uso de

coloração vital eosina-nigrosina e integridade de membrana plasmática e

acrossomal com uso da coloração tripla;

• Avaliar o efeito da criopreservação e do tipo de diluente sobre os parâmetros

morfométricos de comprimento, largura, área e perímetro da cabeça de

espermatozóides frescos e criopreservados de ovinos nos meios diluentes à base de

ACP-102c e TRIS.

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Capítulo 1

Artigo 1:

Criopreservação do sêmen ovino em meio diluente à base de água de coco em pó (ACP-102c)

e TRIS

[Cryopreservation of ram semen in extenders based on powder coconut water (PCW-102c)

and TRIS]

Periódico: Small Ruminant Research (a ser submetido)

ISSN: 0921-4488

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Criopreservação do sêmen ovino em meio diluente à base de água de coco em pó

(ACP-102c) e TRIS

Resumo

A inseminação artificial com uso do sêmen criopreservado é uma ferramenta valiosa em

programas de melhoramento genético e conservação de raças ovinas. No intuito de facilitar a

disponibilidade de diluidores seminais e reduzir seus custos, foi desenvolvido o diluidor de

origem vegetal à base de água de coco em pó (ACP-102), que tem apresentado resultados

satisfatórios na conservação do sêmen ovino resfriado. Há, no entanto, carência de estudos do

uso deste diluidor na criopreservação do sêmen ovino. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

eficiência do sêmen ovino criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS. Foram realizadas

12 coletas de sêmen de quatro ovinos da raça Santa Inês. As amostras de sêmen de cada

ejaculado foram divididas em duas alíquotas e diluídas em ACP-102c e TRIS e

criopreservadas. O sêmen foi avaliado logo após descongelamento (T0), após uma hora (T1) e

duas horas (T2) de incubação, para percentual de espermatozóides morfologicamente normais

e de células vivas (pela técnica de coloração com eosina-nigrosina), avaliação da integridade

acrossomal e de viabilidade celular (com uso da técnica de coloração tripla) e análise de

motilidade em sistema CASA. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre o sêmen

criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS nos parâmetros adotados em cada técnica de

coloração. Foram observadas diferenças estatísticas logo após descongelamento entre os

diluidores ACP-102c e TRIS para motilidade total, motilidade progressiva e amplitude lateral

da cabeça, com valores superiores encontrados no diluidor TRIS, mas ambos diluidores foram

equivalentes quanto aos parâmetros qualitativos (retilinearidade e linearidade) e quantitativos

(velocidade curvilinear e velocidade média do percurso), bem como freqüência de batimento

cruzado do flagelo. Após duas horas de incubação, ambos diluidores diferiram

significativamente para os parâmetros de motilidade avaliados, exceto para o parâmetro

linearidade. O diluidor ACP-102c apresentou maior variabilidade individual entre

reprodutores. Recomenda-se a pesquisa de novos protocolos de criopreservação que otimizem

os resultados obtidos na criopreservação de sêmen ovino com o uso do ACP-102c, da

interação entre constituintes do plasma seminal e de membrana dos espermatozóides com

componentes do diluidor e a avaliação do sêmen ovino criopreservado em ACP-102c em

programas de inseminação artificial.

Palavras-chave: sêmen ovino, criopreservação, ACP-102c, TRIS, CASA.

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Cryopreservation of ram semen in extenders based on powder coconut water

(PCW-102c) and TRIS

Abstract

The cryopreservated semen at artificial insemination programs is a value tool for genetic and

ovine breed conservation programs. To facilitate semen the disponibility of seminal extenders

and reduce the costs, it was developed a vegetal extender based on powder coconut water

(PCW-102), that shown satisfactory results in chilled ram semen. However, there is a lack of

studies using this extender in ram semen cryopreservation. The aim of this study was to

evaluate the efficiency of ram semen cryopreserved on PCW-102c and TRIS. Twelve semen

collections were taken from four Santa Ines rams. Semen samples of each ejaculate was

divided into two aliquots and extended on PCW-102c and TRIS and cryopreserved. The

semen was evaluated at the moment of thawing (T0), after one hour (T1) and two hours (T2)

of incubation, for percentage of spermatozoa morphologically normal and alive cells (by

eosin-nigrosin dyeing technique), evaluation of acrosomal integrity and cellular viability (by

triple stain technique) and motility evaluation at CASA system. It weren’t observed statistical

differences between semen cryopreserved on PCW-102c and TRIS extenders for the

parameters adopted in each stain technique. There are significant differences at the moment of

thawing between PCW-102c and TRIS extenders for total motility, progressive motility and

head lateral amplitude, with superior values for TRIS extender, but both extenders was

equivalent for qualitative (straightness and linearity) and quantitative parameters (curvilinear

velocity and average velocity), and frequency of track crossing. After two hours of

incubation, both extenders were significantly different for motility parameters evaluated,

except for linearity. The PCW-102c extender shows more individual variability between rams.

It was recommended the research of new cryopreservation protocols that optimize the results

obtained on the ram semen cryopreservation with the use of PCW-102c, the interaction of

seminal constituents and spermatozoa membrane with the extenders components and the

evaluation of ram semen cryopreserved on PCW-102c at artificial insemination programs.

Keywords: ram semen, cryopreservation, PCW-102c, TRIS, CASA.

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Criopreservação do sêmen ovino em meio diluente à base de água de coco em pó

(ACP-102c) e TRIS

Cryopreservation of ram semen in extenders based on powder coconut water

(PCW-102c) and TRIS

Cavalcante, J.M.M.1*; Nunes, J.F. 1; Salgueiro, C.C.M. 1; Salmito-Vandederley, C.S.B. 1;

Brasil, O.O. 1; Souza, D.F.R. 1; Assis Neto, E.T. 1; Silva Júnior, J.B.1

1Programa Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Faculdade de Veterinária. Núcleo

Integrado de Biotecnologia. Laboratório de Tecnologia do Sêmen Caprino e Ovino.

Universidade Estadual do Ceará. Av. Paranjana, 1700, Campus do Itaperi, CEP: 60.740-000,

Fortaleza, Ceará, Brasil.

*Experimento integrante da dissertação de Mestrado do primeiro autor. E-mail:

[email protected]

Resumo

A inseminação artificial com uso do sêmen criopreservado é uma ferramenta valiosa em

programas de melhoramento genético e conservação de raças ovinas. No intuito de facilitar a

disponibilidade de diluidores seminais e reduzir seus custos, foi desenvolvido o diluidor de

origem vegetal à base de água de coco em pó (ACP-102), que tem apresentado resultados

satisfatórios na conservação do sêmen ovino resfriado. Há, no entanto, carência de estudos do

uso deste diluidor na criopreservação do sêmen ovino. O objetivo deste trabalho foi avaliar a

eficiência do sêmen ovino criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS. Foram realizadas

12 coletas de sêmen de quatro ovinos da raça Santa Inês. As amostras de sêmen de cada

ejaculado foram divididas em duas alíquotas e diluídas em ACP-102c e TRIS e

criopreservadas. O sêmen foi avaliado logo após descongelamento (T0), após uma hora (T1) e

duas horas (T2) de incubação, para percentual de espermatozóides morfologicamente normais

e de células vivas (pela técnica de coloração com eosina-nigrosina), avaliação da integridade

acrossomal e de viabilidade celular (com uso da técnica de coloração tripla) e análise de

motilidade em sistema CASA. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre o sêmen

criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS nos parâmetros adotados em cada técnica de

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coloração. Foram observadas diferenças estatísticas logo após descongelamento entre os

diluidores ACP-102c e TRIS para motilidade total, motilidade progressiva e amplitude lateral

da cabeça, com valores superiores encontrados no diluidor TRIS, mas ambos diluidores foram

equivalentes quanto aos parâmetros qualitativos (retilinearidade e linearidade) e quantitativos

(velocidade curvilinear e velocidade média do percurso), bem como freqüência de batimento

cruzado do flagelo. Após duas horas de incubação, ambos diluidores diferiram

significativamente para os parâmetros de motilidade avaliados, exceto para o parâmetro

linearidade. O diluidor ACP-102c apresentou maior variabilidade individual entre

reprodutores. Recomenda-se a pesquisa de novos protocolos de criopreservação que otimizem

os resultados obtidos na criopreservação de sêmen ovino com o uso do ACP-102c, da

interação entre constituintes do plasma seminal e de membrana dos espermatozóides com

componentes do diluidor e a avaliação do sêmen ovino criopreservado em ACP-102c em

programas de inseminação artificial.

Palavras-chave: sêmen ovino, criopreservação, ACP-102c, TRIS, CASA.

Abstract

The cryopreservated semen at artificial insemination programs is a value tool for genetic and

ovine breed conservation programs. To facilitate semen the disponibility of seminal extenders

and reduce the costs, it was developed a vegetal extender based on powder coconut water

(PCW-102), that shown satisfactory results in chilled ram semen. However, there is a lack of

studies using this extender in ram semen cryopreservation. The aim of this study was to

evaluate the efficiency of ram semen cryopreserved on PCW-102c and TRIS. Twelve semen

collections were taken from four Santa Ines rams. Semen samples of each ejaculate was

divided into two aliquots and extended on PCW-102c and TRIS and cryopreserved. The

semen was evaluated at the moment of thawing (T0), after one hour (T1) and two hours (T2)

of incubation, for percentage of spermatozoa morphologically normal and alive cells (by

eosin-nigrosin dyeing technique), evaluation of acrosomal integrity and cellular viability (by

triple stain technique) and motility evaluation at CASA system. It weren’t observed statistical

differences between semen cryopreserved on PCW-102c and TRIS extenders for the

parameters adopted in each stain technique. There are significant differences at the moment of

thawing between PCW-102c and TRIS extenders for total motility, progressive motility and

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head lateral amplitude, with superior values for TRIS extender, but both extenders was

equivalent for qualitative (straightness and linearity) and quantitative parameters (curvilinear

velocity and average velocity), and frequency of track crossing. After two hours of

incubation, both extenders were significantly different for motility parameters evaluated,

except for linearity. The PCW-102c extender shows more individual variability between rams.

It was recommended the research of new cryopreservation protocols that optimize the results

obtained on the ram semen cryopreservation with the use of PCW-102c, the interaction of

seminal constituents and spermatozoa membrane with the extenders components and the

evaluation of ram semen cryopreserved on PCW-102c at artificial insemination programs.

Keywords: ram semen, cryopreservation, PCW-102c, TRIS, CASA.

1. Introdução

A inseminação artificial, particularmente com uso do sêmen criopreservado, é uma

ferramenta valiosa nos programas de melhoramento genético e conservação de raças ovinas

(Anel et al., 2006). Diluidores utilizados para preservação seminal a baixas temperaturas

contém ingredientes básicos e aditivos que possibilitam proteção dos espermatozóides contra

mudanças na temperatura (Salamon & Maxwell, 1995). O diluidor deve conter substratos

energéticos, tampões que mantenham pH e osmolaridade e componentes que protejam o

espermatozóide contra dano criogênico, de modo a permitir a sobrevivência das células

espermáticas durante a diluição, resfriamento, congelamento e descongelamento (Salamon &

Maxwell, 2000).

O diluidor Tris-frutose-gema é o mais comumente utilizado na criopreservação do

sêmen ovino (Salamon & Maxwell, 1995). Entretanto, no intuito de facilitar a disponibilidade

dos mesmos e reduzir seus custos, novos diluidores têm sido desenvolvidos. Usualmente, os

ingredientes de um diluidor variam de componentes químicos puros a produtos de origem

animal ou vegetal (Gil et al., 2003). Nunes (1988) desenvolveu um diluidor de origem vegetal

à base de água de coco que tem se mostrado efetivo na conservação de sêmen de caprinos

(Nunes, 1988; Campos et al., 2003), ovinos (Figueredo et al., 2001), suínos (Toniolli et al,

1998), peixes (Carvalho, et al., 2002) e cães (Cardoso et al., 2003; Cardoso et al., 2006). Foi

verificada que uma auxina, o ácido indol-3-acético (IAA), presente na água de coco,

proporciona uma melhor motilidade in vitro aos espermatozóides caprinos e da fertilidade ao

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sêmen ovino na inseminação artificial (Nunes, 1998). O diluidor à base de água de coco é de

baixo custo, fácil preparo e abundante na região Nordeste do Brasil. Entretanto, o uso deste

diluidor tem apresentado algumas desvantagens como a dificuldade de armazenamento da

água de coco por longos períodos e a limitada disponibilidade de frutos em algumas regiões

desprovidas do vegetal. Além disso, a constituição bioquímica pode variar entre frutos,

afetando diretamente a habilidade do diluidor em preservar o espermatozóide. Assim, estudos

foram conduzidos para o desenvolvimento do produto água de coco em pó (ACP®), obtido a

partir da desidratação da água de coco a alto vácuo. Este produto caracteriza-se pelo fácil

armazenamento e uso, além do pronto envio para regiões onde a água de coco não é

disponível. De composição padronizada, obtido de frutos oriundos que plantações orgânicas

certificadas, as características bioquímicas de interesse da ACP®, após dissolução em água

destilada, são similares àquelas encontradas na água de coco, de modo que este diluidor tem

sido aprovado para uso na conservação do sêmen de diferentes espécies animais como ovinos

(Salgueiro et al., 2004; Machado, et al., 2006), cães (Cardoso et al., 2005; Cardoso et al.,

2007), gatos (Silva et al., 2007) e peixes (Vieira et al., 2007). Apesar dos resultados

promissores obtidos com o sêmen ovino resfriado, há carência de pesquisas com a

criopreservação do sêmen desta espécie. Este trabalho tem como objetivo avaliar parâmetros

do sêmen ovino criopreservado nos diluidores ACP-102c e TRIS em sistema de análise de

sêmen auxiliada por computador (CASA).

2. Materiais e Métodos

2.1. Animais e coleta de sêmen

O experimento foi executado no Laboratório de Tecnologia do Sêmen Caprino e

Ovino do Núcleo Integrado de Biotecnologia da Universidade Estadual do Ceará, no

município de Fortaleza (03°43’ S, 38°30’ O), Ceará, Brasil, durante os meses de maio a julho

de 2008. Foram utilizados quatro ovinos da raça Santa Inês, idade média de três anos,

mantidos em baias individuais, alimentados com feno de tifton (Cynodon sp.) e concentrado

comercial com 18% PB, além de sal mineral e água à vontade. As coletas de sêmen foram

realizadas com uso de vagina artificial duas vezes por semana, perfazendo 12 coletas por

animal, totalizando 48 ejaculados. Após a coleta, cada ejaculado foi avaliado quanto ao

volume (medido em tubo graduado), concentração (por espectrofotometria), motilidade

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massal, percentual de espermatozóides móveis e vigor, segundo Chemineau et al. (1991).

Foram utilizados apenas ejaculados com volume superior a 0,5 mL, concentração mínima de

espermatozóides de 3,5 x 109 células/mL, motilidade massal e vigor mínimo de 3,5,

percentual de espermatozóides móveis superior a 80% e percentual de patologias espermáticas

inferior a 10%.

2.2. Diluição, congelamento, descongelamento e incubação seminal

Foram utilizados os diluidores ACP-102c (pH 7,0; 434 mOsm/Kg) e TRIS (pH 6,8;

302 mOsm/Kg) para a criopreservação. Ambos diluidores foram divididos em duas frações

(fração “A” e “B”) (Figura 1). A fração “A” do diluidor ACP-102c (ACP Biotecnologia®,

Fortaleza-Ceará, Brasil), foi preparada segundo recomendação do fabricante, com acréscimo

de 40 mg de gentamicina e 15% de gema de ovo, enquanto a fração “A” do diluidor TRIS

consistiu de 3,786 g de Tris, 2,11 g de ácido cítrico, 1,0 g de frutose, 40 mg de gentamicina,

20% de gema de ovo em 100 mL de água destilada (Singh et al., 1995). A fração “B” de cada

diluidor teve a mesma constituição da fração “A”, mas acrescida de 10% de glicerol, de modo

a obter, após sua diluição, concentração final de 5% de glicerol. As amostras de sêmen de

cada ejaculado foram divididas em duas alíquotas e diluídas nas frações “A” de ACP-102c e

TRIS. Estas diluições foram realizadas a 32oC de modo a obter uma concentração de 800x106

sptz/mL. Em seguida o sêmen diluído foi resfriado até 4oC em 120 minutos, quando então foi

realizada a adição, em três etapas (Chemineau et al., 1991), da fração “B” de cada diluidor,

obtendo concentração final de 400x106 sptz/mL. O sêmen foi mantido em equilíbrio a 4oC por

duas horas, envasado em palhetas de 0,25 mL, colocadas em suportes e congeladas em vapor

de nitrogênio líquido a 3,5 cm acima do nível do nitrogênio líquido por 10 minutos (-80oC),

em seguida imersas em nitrogênio líquido, acondicionadas em racks e estocadas em botijões

criogênicos. Uma palheta por diluidor e de cada ejaculado foi descongelada 15 dias após

criopreservação por imersão da mesma em banho-maria a 37oC por 30 segundos e seu

conteúdo de sêmen alocados em tubos modelo Eppendof® mantidos em banho-maria a mesma

temperatura. O sêmen foi avaliado logo após descongelamento (T0), após uma hora (T1) e

duas horas (T2) de incubação.

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Figura 1. Desenho experimental para coleta, criopreservação e avaliação do sêmen

criopreservado de ovinos nos diluidores ACP-102c e TRIS.

Coleta do sêmen

Avaliação da qualidade seminal (volume, concentração, motilidade massal,

% espermatozóides móveis, vigor, patologias)

37oC

Diluição fração “A” ACP-102c ou TRIS

(800 x 106 sptz/mL)

Resfriamento (4oC/120 min.)

32oC

Diluição fração “B” (ACP-102c ou TRIS) 3 etapas, intervalo 5 min.

400 x 106 sptz/mL

4oC

Tempo de equilíbrio 120 minutos

Envase Palhetas 0,25 mL

Congelamento Vapores de nitrogênio líquido

(-80oC/10 min)

Armazenamento em botijões criogênicos (15 dias)

Descongelamento das palhetas (37oC/30 s)

Avaliação (Coloração eosina/nigrosina, coloração tripla, CASA)

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2.3. Avaliação do sêmen

2.3.1. Análise padrão do sêmen

O percentual de espermatozóides morfologicamente normais e de células vivas foi

determinado pela técnica de coloração com eosina-nigrosina, segundo metodologia de

Chemineau et al. (1991), onde o percentual de células vivas não coradas (EV) foi registrado.

A avaliação simultânea da integridade acrossomal e de viabilidade celular foi utilizada a

técnica de coloração tripla (adaptada de Talbot & Chacon, 1981 e Garde et al., 1992).

Amostras de 10µL de sêmen fresco diluído ou descongelado foram re-diluídas em azul de

Tripan 1% e incubados por 10 minutos a 37oC seguida por confecção de realizado esfregaço

em lâmina. Após secagem ao ar, cada lâmina foi fixada por 30 minutos em solução de

glutaraldeído a 3% em tampão fosfato (pH 7,2). Após lavagem com água destilada e secagem

ao ar, as lâminas foram coradas por 10 minutos a 41oC em solução de etanol a 30% com 0,8%

de marrom de Bismark. Após nova lavagem com água destilada e secagem ao ar, as lâminas

foram coradas por 20 minutos em solução de 0,8% de rosa Bengala 0,8%, tamponada a pH

5,3, seguida de uma última lavagem e secagem, sendo feita montagem permanente da lâmina

com lamínula. A coloração rósea na região acrossomal evidenciou integridade do acrossoma,

enquanto a coloração da região pós-acrossomal caracterizou a vitalidade (marrom claro) ou

não (marrom escuro) da célula. Para tanto foram classificados 200 espermatozóides por

lâmina em: vivos com acrossoma (VA), vivos sem acrossoma (VR), mortos com acrossoma

(MA) e mortos sem acrossoma (MR). Foram considerados espermatozóides ainda viáveis

aqueles classificados como VA, enquanto que aqueles que sofreram reação acrossomal

classificados como VR. Estas avaliações foram realizadas tanto com o sêmen fresco bem

como sêmen criopreservado em ACP-102c ou TRIS logo após descongelamento.

2.3.2. Análise do sêmen auxiliada por computador (CASA)

A análise de motilidade foi realizada em sistema CASA com uso do programa Sperm

Class Analyser® (SCA®, Microptic S.L, Barcelona, Espanha), tanto com o sêmen fresco bem

como no sêmen criopreservado em ACP-102c e TRIS, logo após descongelamento (T0),

incubado com uma hora (T1) e incubado com duas horas (T2). Foram utilizados os seguintes

parâmetros do programa: 25 quadros/s, número de quadros: 25/campo, velocidade limite para

espermatozóides lentos: 30µm/s, limite para velocidade média: 60 µm/s, retilinearidade

mínima para espermatozóides progressivos: 80%. Para a avaliação, sêmen fresco ou

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descongelado foi diluído em solução citrato-glicose (Evans & Maxwell, 1990) a 37oC, de

modo a obter concentração 40x106 sptz/mL. Dez microlitros desta suspensão foi colocada em

câmara de contagem de Makler (Sefi Medical Instruments Ltda, Haifa, Israel), pré-aquecida a

37oC. Um mínimo de 200 espermatozóides foram avaliados pelo sistema CASA usando

microscópio de contraste de fase. Dentre os parâmetros espermáticos fornecidos foram

avaliados: percentual de espermatozóides móveis (MOV), percentual de espermatozóides com

movimento progressivo (PROG), velocidade curvilinear (VCL - µm/s), velocidade média do

percurso (VAP - µm/s), linearidade (LIN - %), retilinearidade (STR - %), deslocamento

lateral de cabeça (ALH - µm) e freqüência de batimento cruzado (BCF - Hz).

2.4. Análise estatística

Os resultados foram expressos em termos de média ± erro padrão. Após transformação

em arcoseno dos valores dados em percentual, as médias foram avaliadas usando análise de

variância, seguido de teste de Tukey post hoc para determinar diferenças significativas em

todos os parâmetros avaliados entre sêmen fresco, congelado em diluidor ACP-102c e TRIS,

com nível de significância de 5%.

3. Resultados

Os ejaculados utilizados neste estudo tiveram os seguintes valores médios: 0,96±0,4

mL de volume, 4,1±0,6x109 espermatozóides/mL de concentração espermática, 8,46% de

alterações morfológicas.

A criopreservação afetou significativamente o percentual de células viáveis, observada

tanto pelo método de coloração por eosina-nigrosina como da coloração tripla, com redução

no percentual de células viáveis no sêmen criopreservado (Tab. 1). Dentre os parâmetros

analisados pela técnica de coloração tripla, o único não afetado pela criopreservação foi VR

(espermatozóides vivos sem acrossoma), que permaneceu em baixos percentuais em relação

aos demais parâmetros. Também não foram encontradas diferenças estatísticas entre o sêmen

criopreservado em diluidores ACP-102c e TRIS nos parâmetros adotados em cada técnica de

coloração. Apesar de um percentual superior de células viáveis pelo método da coloração

tripla (espermatozóides vivos com acrossoma intacto - VA) tanto no sêmen fresco como no

criopreservado, o percentual de células classificadas como MA (espermatozóides mortos com

acrossoma) e MR (espermatozóides mortos sem acrossoma) aumentou significativamente no

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sêmen criopreservado quando comparado ao sêmen fresco. O percentual encontrado de

células vivas pelo método da coloração tripla (VA+VR) foi semelhante ao encontrado pelo

método de eosina-nigrosina, o que corrobora o uso destas técnicas na avaliação da viabilidade

seminal. O percentual de alterações morfológicas no sêmen teve média de 8,24% para ambos

diluidores, não diferindo estatisticamente do percentual encontrado para o sêmen fresco.

Tabela 1. Média ± erro padrão dos percentuais dos parâmetros avaliados de viabilidade

espermática pelas técnicas de coloração com eosina-nigrosina (EV) e coloração

tripla (VA, VR, MA e MR) em sêmen fresco e criopreservado em TRIS e ACP-

102c

Letras diferentes entre colunas indicam diferenças estatísticas (P<0,05). VA = espermatozóides vivos com acrossoma; VR = espermatozóides vivos sem acrossoma; MA = espermatozóides mortos com acrossoma; MR = espermatozóides mortos sem acrossoma.

Os efeitos da criopreservação também foram verificados nos parâmetros de motilidade

avaliados pelo software SCA. Excetuando os parâmetros velocidade média do percurso

(VAP) e linearidade (LIN), em todos os demais foi possível verificar diferenças estatísticas

entre o sêmen fresco e o criopreservado, com sêmen fresco apresentando valores superiores

aos encontrados logo após descongelamento (Tab. 2).

Sêmen criopreservado Parâmetro Sêmen fresco

TRIS ACP-102c

EV (%) 86,5±1,2a 51,9±2,0 b 50,0±1,7 b

VA (%) 88,6±1,4 a 50,9±1,8 b 48,3±1,8 b

VR (%) 1,2±0,2 1,7±0,3 1,8±0,3

MA (%) 7,7±1,2 b 20,4±1,5a 19,6±1,6a

MR (%) 2,4±0,4 b 26,5±1,7a 30,3±2,2a

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Tabela 2. Média ± erro padrão dos parâmetros de motilidade do sêmen ovino fresco e

criopreservado em TRIS e ACP-102c, avaliados pelo software SCA.

Sêmen criopreservado Parâmetro Sêmen fresco

TRIS ACP-102c

MOV 78,7±1,5a 63,1±2,6b 39,0±2,8c

PROG 46,7±1,4a 32,3±1,4b 19,7±1,5c

VCL (µm/s) 131,9±2,6a 123,3±2,0b 116,1±2,1b

VAP (µm/s) 108,3±3,2a 104,9±2,0a 101,7±2,3a

LIN (%) 66,8±1,2a 67,4±1,0a 68,9±1,4a

STR (%) 82,0±0,7a 79,2±0,7b 78,6±1,1b

ALH (µm) 3,4±0,1a 3,0±0,1b 2,6±0,1c

BCF (Hz) 9,4±0,2a 8,1±0,1b 7,9±0,1b

Letras diferentes entre colunas indicam diferenças estatísticas (P<0,05). MOV = percentual de espermatozóides móveis totais; PROG = percentual de espermatozóides progressivos; VCL = velocidade curvilinear; VAP = velocidade média do percurso; LIN = linearidade; STR = retilinearidade; ALH = amplitude lateral da cabeça do espermatozóide; BCF = freqüência de batimento cruzado.

Foram observadas diferenças estatísticas logo após descongelamento entre os

diluidores ACP-102c e TRIS nos parâmetros MOV, PROG e ALH, com valores superiores

encontrados no diluidor TRIS. Não foram apresentadas diferenças estatísticas entre diluidores

para VCL, VAP, LIN, STR e BCF (Tab. 2).

O tempo de incubação exerceu efeito quanto aos diluidores estudados, com redução

nos parâmetros de MOV, PROG, VCL, VAP e LIN ao final de duas horas de incubação para

ambos diluidores (Fig. 2 a-e). Para os parâmetros STR, ALH e BCF a incubação exerceu

efeitos significativos para o diluidor TRIS, mas não para ACP-102c (Fig. 2 f-h).

Foram encontradas diferenças estatísticas entre os diluidores ACP-102c e TRIS para

todos os parâmetros de motilidade avaliados ao final de duas horas de incubação do sêmen,

exceto para LIN e STR (Fig. 2 e-f). A diferença entre diluidores para os parâmetros MOV e

PROG, verificadas logo após descongelamento, foi mantida praticamente constante durante

incubação (Fig. 2 a-b).

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0

10

20

30

40

50

60

70

T0 T1 T2

tempos de incubação

MO

V (

%)

TRIS

ACP-102

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

T0 T1 T2

Tempos de incubação

VC

L (µ

m/s

)

TRIS

ACP-102

0

5

10

15

20

25

30

35

40

T0 T1 T2

tempos de incubação

PR

OG

(%

)

TRIS

ACP-102

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

T0 T1 T2

tempos de incubação

VA

P (

µm/s

)

TRIS

ACP-102

40

45

50

55

60

65

70

75

T0 T1 T2

tempos de incubação

LIN

(%

)

TRIS

ACP-102

2,0

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

3,2

3,4

T0 T1 T2

tempos de incubação

ALH

(µm

)

TRIS

ACP-102

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

T0 T1 T2

tempos de incubação

BC

F (

Hz)

TRIS

ACP-102

65

67

69

71

73

75

77

79

81

83

85

T0 T1 T2

tempos de incubação

ST

R (

%)

TRIS

ACP-102

Figura 2. Parâmetros de motilidade de sêmen ovino criopreservado em ACP-102c e TRIS

avaliados pelo software SCA em diferentes tempos de incubação.

a

c

e f

g h

b

d

f

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Quando comparados os parâmetros MOV e PROG para o sêmen fresco e

criopreservado em ACP-102c e TRIS entre os reprodutores ovinos utilizados, não houve

diferenças entre as características do sêmen fresco e criopreservado em TRIS entre os animais

(Tab. 3). Entretanto, houve variabilidade individual quanto a estes mesmos parâmetros

seminais para o diluidor ACP-102c, onde o animal 3 mostrou melhor congelabilidade para

este diluidor em relação aos demais (Tab. 3), o que é indicativo de possível influência

individual na qualidade da criopreservação do sêmen diluído em ACP-102c.

Tabela 3. Média ± erro padrão dos parâmetros de percentual de espermatozóides móveis totais

(MOV) e de progressivos (PROG) para sêmen ovino fresco e criopreservado nos

diluidores TRIS e ACP-102c, segundo os reprodutores utilizados

Sêmen Criopreservado Sêmen Fresco

TRIS ACP-102c Animal MOV PROG MOV PROG MOV PROG

1 81,5±2,2A (9,5)

47,3±1,9A (13,8)

72,5±3,9A (18,6)

36,8±2,8A (26,5)

43,9±6,7A,B (52,7)

17,9±2,5B (48,0)

2 80,1±1,9A (8,4)

44,4±3,2A (25,0)

57,0±5,2A (31,3)

28,9±2,9A (35,0)

31,5±3,7B (41,0)

13,8±2,1B (52,3)

3 78,1±3,1A (13,8)

49,6±3,0A (21,1)

61,0±4,8A (27,4)

31,8±2,3A (25,0)

50,9±6,0A (40,7)

29,9±3,4A (39,6)

4 74,9±3,9A (18,0)

45,6±3,0A (23,1)

61,8±6,4A (35,7)

31,9±3,3A (36,2)

29,7±3,0B (35,0)

17,2±1,6B (31,8)

Letras maiúsculas diferentes entre linhas são estatisticamente diferentes (P<0,05) Número entre parênteses: coeficiente de variação

4. Discussão

A integridade da membrana espermática e acrossomal são atributos essenciais para a

fertilidade do espermatozóide e a análise destes parâmetros é fundamental para a predição de

sua fertilidade (Luz et al., 2000; Gil et al., 2000).

A redução do percentual de espermatozóides viáveis entre o sêmen fresco e

criopreservado avaliado pelas técnicas de coloração com eosina-nigrosina e coloração tripla

foram respectivamente 35,6% e 39%. É conhecida a ação da criopreservação em induzir

danos físicos nas células (Holt, 2000), o que justifica esta redução dos espermatozóides

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viáveis no sêmen criopreservado, estando estes resultados de acordo com os encontrados por

Garde (1992). As semelhanças dos resultados obtidos com os diluidores TRIS e ACP-102c

para os métodos de coloração utilizados são indicativos da equivalência destes diluidores na

preservação integridade de membrana e acrossomal.

O percentual de células com acrossoma intacto pelo método da coloração tripla

(VA+MA) para ambos diluidores foram semelhantes aos encontrados por Bag et al. (2004),

Gil et al. (2003), O´Meara et al. (2008) e maiores aos encontrados por Joshi et al. (2005),

Sanchez-Partida et al. (1999), D'Alessandro et al. (2001) e Marco-Jiménez et al. (2004). Estas

diferenças podem ser imputadas a diversos fatores como raça dos animais utilizados,

formulação dos diluidores, protocolos adotados para criopreservação e metodologia de

avaliação seminal.

A diminuição do percentual de células viáveis encontradas tanto pelo método de

coloração por eosina-nigrosina, como pela coloração tripla, refletiu no desempenho do sêmen

criopreservado na avaliação dos parâmetros seminais de motilidade. A população espermática

que sobrevive ao processo de congelamento-descongelamento apresenta alterações

particularmente na membrana plasmática (Gil et al., 2003). A ocorrência de alterações

semelhantes à capacitação, induzida pela criopreservação, resulta numa população de

espermatozóides com menor tempo de vida (Peréz et al., 1996).

A redução verificada na quase totalidade dos parâmetros de motilidade entre o sêmen

fresco e o criopreservado, avaliados no sistema CASA, deve ser atribuída ao próprio

congelamento. A diferença entre sêmen fresco e criopreservado em TRIS para MOV e PROG

foi, respectivamente, de 15,6% e 14,4% e os mesmos parâmetros para ACP-102c foram de

39,7% e 27%, respectivamente. Alterações ultraestruturais, bioquímicas e funcionais,

ocorridas durante o processo de criopreservação, levam à redução da motilidade e perda de

viabilidade espermática (Salamon & Maxwell, 2000). Como verificado neste trabalho, tanto o

percentual de células viáveis avaliados pelas técnicas de coloração como os de motilidade

avaliados pelo CASA foram reduzidos após criopreservação.

Os percentuais de espermatozóides móveis e progressivos obtidos para o diluidor

TRIS são compatíveis aos encontrados por Marco-Jiménez et al. (2004), Sanchez-Partida et

al. (1999), D'Alessandro et al. (2001), Aisen et al. (2000), Matsuoka et al. (2006), Anel et al.

(2003); maiores aos obtidos por Aisen et al. (2002), Maxwell et al. (1995); porém menores

aos obtidos por Joshi et al. (2005) e Bag et al. (2002, 2004). Vale ressaltar que estes autores

fizeram uso de diversas formulações para diluidores TRIS e de diferentes métodos de

avaliação, o que reflete na diversidade de resultados entre os mesmos.

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Os efeitos da criopreservação sobre os parâmetros de motilidade para ambos

diluidores também foram observados durante a incubação do sêmen, uma vez que a exposição

do sêmen descongelado ao teste de termoresistência revela danos que podem não ter sido

imediatamente aparentes após descongelamento (Aisen et al., 2000). O significante declínio

no percentual de espermatozóides móveis durante incubação pode ser devido à inabilidade do

espermatozóide criopreservado em gerar adenosina de trifosfato (ATP), suficiente pelas

mitocôndrias em conseqüência dos danos sofridos por estas organelas (Viswanath & Shannon,

1997), ou devido ao efeito nocivo das enzimas aminoácido-aromático-oxidase ligadas à

membrana plasmática e liberadas pelos espermatozóides mortos (Shannon & Curson, 1972).

A produção de radicais livres durante a incubação também contribui para o decréscimo da

sobrevivência espermática, uma vez que no ambiente aeróbico ou parcialmente anaeróbico a

produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) é inevitável (Viswanath & Shannon, 1997).

Entretanto, a diminuição da VCL e VAP para ambos diluidores submetidos à incubação estão

em desacordo com os resultados encontrados por Krzyzosiak et al. (1999), Bag et al. (2004) e

Joshi et al. (2005). Para estes autores, a velocidade dos espermatozóides não é alterada com a

incubação sob condições aeróbicas. Deve-se observar que, logo após o descongelamento, o

percentual de espermatozóides móveis e o percentual de progressivos encontrados por Bag et

al. (2004) e Joshi et al. (2005) foram superiores aos obtidos neste trabalho, mas não os

parâmetros de velocidade VCL e VAP. É possível que estes autores tenham trabalhado com

animais cujo sêmen seja resistente ao processo de criopreservação (good freezers; Watson,

1995) e, com menor velocidade espermática (implicando em menor metabolismo e menor

geração de ROS), tenham conseguido bom desempenho durante incubação.

Os animais utilizados neste estudo não foram selecionados pela congelabilidade do

sêmen e os valores para PROG no sêmen fresco foram baixos, o que pode ter influenciado no

resultado final dos parâmetros de motilidade do sêmen criopreservado (Gil et al., 2003).

Logo após o descongelamento, os diluidores TRIS e ACP-102c diferiram

estatisticamente para os parâmetros de motilidade MOV, PROG e ALH, porém não foram

verificadas diferenças para os demais parâmetros. O diluidor ACP-102c apresentou similar

preservação quantitativa (VCL, VAP) e qualitativa (STR e LIN) da velocidade dos

espermatozóides em relação ao diluidor TRIS. Após duas horas de incubação do sêmen a

37oC, o diluidor ACP-102c diferiu estatisticamente do diluidor TRIS nos demais parâmetros

de motilidade, exceto para LIN. O parâmetro LIN está associado com o padrão de movimento

linear da célula espermática de modo que espermatozóides com movimento circular

apresentam baixos valores de LIN (Mortimer, 1997). A semelhança estatística entre ACP-

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102c e TRIS para LIN indica que ambos diluidores mantêm semelhante padrão de movimento

espermático referente a este parâmetro após incubação.

Schober et al. (2007) comentam que o dano mitocondrial durante criopreservação

pode ser a maior razão para redução da qualidade do sêmen pós-descongelamento. É razoável

supor que a redução em MOV e PROG encontrados para o diluidor ACP-102c se deva, dentre

outros fatores, às injúrias sofridas na atividade mitocôndrial de espermatozóides que sofreram

criodano. Os parâmetros de velocidade são considerados indicadores indiretos da função

mitocondrial do espermatozóide (Budworth et al, 1988). É possível que a atividade

mitocondrial dos espermatozóides móveis diluídos em ACP-102c após descongelamento,

estivesse compatível com aquela encontrada nos espermatozóides criopreservados em TRIS,

uma vez que os parâmetros de velocidade obtidos em ambos os diluidores, logo após

descongelamento, foram estatisticamente semelhantes. O maior percentual de células mortas

pós-descongelamento no diluidor ACP-102c acarretou em comprometimento da qualidade do

meio, tendo como conseqüência uma redução dos valores nos demais parâmetros de

motilidade avaliados pelo CASA, em relação aos obtidos no diluidor TRIS.

A semelhança estatística entre os diluidores ACP-102c e TRIS quanto aos resultados

obtidos de viabilidade pelas técnicas de coloração por eosina-nigrosina e coloração tripla; nos

parâmetros qualitativos (STR e LIN) e quantitativos (VCL e VAP) de velocidade logo após

descongelamento e do parâmetro LIN após duas horas de incubação, podem ser sugestivos do

uso do ACP-102c na inseminação artificial com sêmen ovino criopreservado. Outros autores

têm relatado a respeito da eficiência do diluidor ACP-102c na conservação do sêmen ovino

resfriado, tanto em avaliações in vitro, como resultantes de inseminação artificial. Braz et al.

(2003), não encontraram diferenças estatísticas para o sêmen ovino resfriados a 4oC ou 15oC

em diluidores ACP-102c ou leite. Salgueiro et al. (2004) encontraram percentual de ovelhas

prenhes inseminadas com sêmen ovino resfriado a 4oC por 24 e 48h, de 66,7% e 54,5%,

respectivamente. Machado et al. (2006) com uso de sêmen resfriado a 4oC diluído em ACP-

102c, encontraram fertilidade de 48% nas ovelhas inseminadas cervicalmente e de 70,3% para

inseminadas por laparoscopia. Salgueiro et al. (2007), usando sêmen ovino resfriado a 4oC

diluído em ACP-102c e TRIS por 24 horas, encontraram taxas de fertilidade de 88,5% e

82,6%, respectivamente, para ambos diluidores. Estes resultados apontam para a

aplicabilidade do diluidor ACP-102 na conservação do sêmen ovino.

O processo de criopreservação reduz a motilidade num grau maior que a integridade

estrutural, já que a membrana plasmática e acrossomal são mais vulneráveis que as estruturas

envolvidas no movimento espermático (Dourado et al., 2007; Salamon & Maxwell, 1995).

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Isto foi verificado no sêmen criopreservado no diluidor TRIS, onde o percentual de redução

de espermatozóides viáveis em relação ao sêmen fresco avaliados pela coloração tripla e

eosina-nigrosina foram respectivamente 42,6% e 40,0%, enquanto o percentual de redução

para MOV foi apenas 19,8%. Porém, esta informação parece ser influenciada pelo tipo de

diluidor. O percentual de redução para MOV no diluidor ACP-102c acompanhou a redução

do percentual de espermatozóides viáveis avaliados pelas técnicas de coloração. A redução

verificada no ACP-102c para a coloração tripla e eosina-nigrosina foi de 45,5% e 42,2%,

próxima da redução de 50,4% no MOV avaliados pelo CASA.

A taxa ótima de resfriamento, congelamento e descongelamento, pode diferir com a

composição do diluidor (Salamon & Maxwell, 1995). É possível postular que o procedimento

de criopreservação adotado ainda não seja o protocolo ótimo para o diluidor ACP-102c de

modo que novos procedimentos de criopreservação poderiam ser testados.

A semelhança estatística entre os valores de MOV e PROG para o sêmen fresco revela

a homogeneidade da qualidade seminal entre os reprodutores utilizados neste estudo. Também

para os mesmos parâmetros do sêmen criopreservado em TRIS, a semelhança do resultado

entre os animais é indicativo que a criopreservação foi bem sucedida e adequadamente

aplicada em todas as coletas. Entretanto, no sêmen criopreservado em ACP-102c, foi

verificado variação individual, uma vez que o animal 3 apresentou estatísticamente maiores

valores de MOV e PROG em relação aos demais. Possivelmente isto seja indicativo de uma

interação entre o diluidor e as características seminais individuais do referido animal. É

conhecido o fato de ocorrerem variações individuais entre animais ou mesmo entre ejaculados

de um mesmo animal (Söderquist et al., 1997; Windsor, 1997; Gil et al., 2003). Esta

variabilidade individual pode ocorrer na composição proteica do plasma seminal entre

animais (Graham, 1994; Killian et al., 1993). Aos componentes protéicos do plasma seminal

tem sido atribuído importante papel na manutenção da motilidade espermática (Mortimer &

Maxwell (2004); Graham, 1994), melhoria da viabilidade (Ashworth et al., 1994; Maxwell et

al., 1997), e proteção da membrana plasmática ao choque térmico (Barrios et al., 2000, Pérez-

Pé, et al., 2001). A variabilidade na composição seminal pode explicar os diferentes graus de

suscetibilidade do sêmen entre animais. Além disso, componentes do plasma seminal

interagem com constituintes dos diluidores (Manjunath et al., 2002). Portanto, é razoável

supor haver possíveis interações entre os constituintes do plasma seminal e da composição da

membrana plasmática destes espermatozóides com os componentes do diluidor durante o

processo de criopreservação, o que explicaria a variabilidade da congelabilidade do sêmen em

ACP-102c entre os animais trabalhados.

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5. Conclusões

Apesar dos diluidores ACP-102c e TRIS diferiram quanto aos parâmetros percentuais

de motilidade, ambos foram semelhantes quanto à integridade acrossomal e de vitalidade

espermática e nos parâmetros quantitativos (VCL e VAP) e qualitativos (LIN e STR) de

velocidade logo após descongelamento. Também se assemelharam nos parâmetros

qualitativos de velocidade após duas horas de incubação. O diluidor ACP-102c apresentou

maior variabilidade individual entre reprodutores. Sugere-se a avaliação de novos protocolos

de congelamento apropriados para este diluidor, da investigação de possíveis interações entre

constituintes seminais e de membrana dos espermatozóides, e a avaliação do sêmen ovino

criopreservado em ACP-102c para programas de inseminação artificial. O produto ACP-102c

possibilita uma maior difusão do uso de biotecnologias reprodutivas, bem como permite

novas oportunidades para o desenvolvimento de toda uma cadeia produtiva com base num

produto regional, típico do nordeste do Brasil.

Agrecimentos Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária

da Universidade Estadual do Ceará, à Fazenda Líbanus pelos animais utilizados no

experimento, à FUNCAP pelo financiamento da pesquisa e à empresa ACP Biotecnologia

pelo fornecimento do diluente ACP-102c para os experimentos.

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58

Capítulo 2

Artigo 2:

Efeitos da criopreservação sobre a morfometria da cabeça de espermatozóides de ovinos

diluídos em meio à base da água de coco em pó (ACP-102c) e TRIS

[Cryopreservation effects on head morphometry of ram spermatozoa extended on media based

on powder coconut water (PCW-102c) and TRIS]

Periódico: Archívos de Zootecnia (submetido em 31/10/2008)

ISSN: 0004-0592

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59

Artigo 2

Efeitos da criopreservação sobre a morfometria da cabeça de espermatozóides de ovinos

diluídos em meio à base da água de coco em pó (ACP-102c) e TRIS

Resumo

A criopreservação permite a conservação do sêmen animais de alto valor genético,

porém induz efeitos deletérios na atividade espermática e fertilidade. Este trabalho teve como

objetivo avaliar os efeitos da criopreservação sobre a morfometria da cabeça de

espermatozóides de ovinos diluídos em meio à base de água de coco em pó (ACP-102c) e

TRIS. Sêmen de quatro ovinos da raça Santa Inês foi coletado e cada ejaculado foi dividido

em duas alíquotas, diluídas em ACP-102c e TRIS e criopreservadas. Foram realizados

esfregaços tanto para o sêmen fresco como congelado em ACP-102c e TRIS, corados com

Rosa Bengala e submetidos à análise morfométrica no módulo de morfometria do sistema

CASA (Sperm Class Analizer®). Foram avaliados 150 espermatozóides corretamente

digitalizados por lâmina para os parâmetros comprimento, largura, área e perímetro da cabeça.

Os parâmetros morfométricos para o sêmen fresco foram significantemente superiores aos do

sêmen criopreservado, não sendo detectadas diferenças estatísticas para espermatozóides

criopreservados em ACP-102c ou TRIS. Os parâmetros morfométricos, entretanto, sofreram

variações individuais entre os animais estudados. A semelhança dos resultados morfométricos

de espermatozóides diluídos em ACP-102c e TRIS é indicativo de que ambos possuem

similar capacidade de preservação estrutural da cabeça de espermatozóides ovinos submetidos

à criopreservação.

Palavras-chave: Santa Inês. Rosa Bengala. CASA.

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60

Article 2

Cryopreservation effects on head morphometry of ram spermatozoa extended on media based

on powder coconut water (PCW-102c) and TRIS

Abstract

The cryopreservation allows semen conservation of animals of high genetic value,

however induce detrimental effects on sperm activity and fertility. The aim of this study was

to evaluate cryopreservation effects on head morphometry of ram spermatozoa extended on

media based on powder coconut water (PCW-102c) and TRIS. Semen from four Santa Ines

rams was collected and each ejaculate was divided into two aliquots, extended on PCW-102c

and TRIS and cryopreserved. Fresh and frozen-thawed semen were smeared and stained in

Bengal Rose dye and analyzed using the morphometric module of CASA system (Sperm

Class Analyzer®). At least 150 properly digitized sperm head per slide were analyzed for

length, width, area and perimeter. The morphometric parameters for fresh semen were

statistically superior to those of frozen-thawed semen, not being observed statistical

differences for spermatozoa cryopreserved on PCW-102c or TRIS. The morphometric

parameters, however, suffered individual variations between the animals studied. The

similarity of morphometric resulties of spermatozoa extended on PCW-102c and TRIS

indicate that both have similar capacity of preserve the head structure of ram spermatozoa

cryopreservated.

KEYWORDS: Santa Ines. Bengal Rose. CASA.

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61

EFEITOS DA CRIOPRESERVAÇÃO SOBRE A MORFOMETRIA DA CABEÇA DE

ESPERMATOZÓIDES DE OVINOS DILUÍDOS EM MEIO À BASE DA ÁGUA DE COCO EM PÓ

(ACP-102c) E TRIS

[CRYOPRESERVATION EFFECTS ON HEAD MORPHOMETRY OF RAM SPERMATOZOA

EXTENDED ON MEDIA BASED ON POWDER COCONUT WATER (PCW-102c) AND TRIS]

Cavalcante, J.M.M.1*, J.F. Nunes1, C.C.M. Salgueiro1, C.S.B. Salmito-Vandederley1, O.O. Brasil1,

D.F.R. Souza1, E.T. Assis Neto1, J.B. Silva Júnior1

1Programa Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Faculdade de Veterinária. Núcleo Integrado de

Biotecnologia. Laboratório de Tecnologia do Sêmen Caprino e Ovino. Universidade Estadual do

Ceará. Av. Paranjana, 1700, Campus do Itaperi, CEP: 60.740-000, Fortaleza, Ceará, Brasil.

*Experimento integrante da dissertação de Mestrado do primeiro autor. E-mail:

[email protected]

PALAVRAS-CHAVE ADICIONAIS: Santa Inês. Rosa Bengala. CASA.

ADDITIONAL KEYWORDS: Santa Ines. Bengal Rose. CASA.

RESUMO

A criopreservação permite a conservação do sêmen animais de alto valor genético, porém

induz efeitos deletérios na atividade espermática e fertilidade. Este trabalho teve como objetivo avaliar

os efeitos da criopreservação sobre a morfometria da cabeça de espermatozóides de ovinos diluídos

em meio à base de água de coco em pó (ACP-102c) e TRIS. Sêmen de quatro ovinos da raça Santa

Inês foi coletado e cada ejaculado foi dividido em duas alíquotas, diluídas em ACP-102c e TRIS e

criopreservadas. Foram realizados esfregaços tanto para o sêmen fresco como congelado em ACP-

102c e TRIS, corados com Rosa Bengala e submetidos à análise morfométrica no módulo de

morfometria do sistema CASA (Sperm Class Analizer®). Foram avaliados 150 espermatozóides

corretamente digitalizados por lâmina para os parâmetros comprimento, largura, área e perímetro da

cabeça. Os parâmetros morfométricos para o sêmen fresco foram significantemente superiores aos do

sêmen criopreservado, não sendo detectadas diferenças estatísticas para espermatozóides

criopreservados em ACP-102c ou TRIS. Os parâmetros morfométricos, entretanto, sofreram variações

individuais entre os animais estudados. A semelhança dos resultados morfométricos de

espermatozóides diluídos em ACP-102c e TRIS é indicativo de que ambos possuem similar

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62

capacidade de preservação estrutural da cabeça de espermatozóides ovinos submetidos à

criopreservação.

SUMMARY

The cryopreservation allows semen conservation of animals of high genetic value, however

induce detrimental effects on sperm activity and fertility. The aim of this study was to evaluate

cryopreservation effects on head morphometry of ram spermatozoa extended on media based on

powder coconut water (PCW-102c) and TRIS. Semen from four Santa Ines rams was collected and

each ejaculate was divided into two aliquots, extended on PCW-102c and TRIS and cryopreserved.

Fresh and frozen-thawed semen were smeared and stained in Bengal Rose dye and analyzed using the

morphometric module of CASA system (Sperm Class Analyzer®). At least 150 properly digitized

sperm head per slide were analyzed for length, width, area and perimeter. The morphometric

parameters for fresh semen were statistically superior to those of frozen-thawed semen, not being

observed statistical differences for spermatozoa cryopreserved on PCW-102c or TRIS. The

morphometric parameters, however, suffered individual variations between the animals studied. The

similarity of morphometric resulties of spermatozoa extended on PCW-102c and TRIS indicate that

both have similar capacity of preserve the head structure of ram spermatozoa cryopreservated.

INTRODUÇÃO

A criopreservação do sêmen tem permitido a preservação indefinida de gametas de animais de

alto valor genético (Hidalgo et al., 2007). Entretanto, esta técnica produz efeitos deletérios na

atividade espermática e fertilidade (Watson, 2000). A análise seminal permite determinar o potencial

de fertilização de uma amostra de sêmen (O´Meara et al., 2008). Comumente são avaliadas motilidade

espermática, integridade de membrana plasmática e acrossomal e morfologia, uma vez que a

criopreservação leva a uma redução destes parâmetros. Particularmente quanto à morfologia, tem sido

demonstrado que a redução do percentual de espermatozóides morfologicamente normais resulta num

decréscimo na fertilidade (Colas, 1981).

Entretanto, a avaliação morfológica tem sido realizada subjetivamente, resultando em variação

de resultados entre técnicos e laboratórios. Isto motivou o desenvolvimento de sistemas automatizados

de análise morfométrica do sêmen (CASMA) (Verstegen et al., 2002), permitindo uma avaliação

objetiva e acurada de diferenças sutis nas dimensões da cabeça do espermatozóide (Gravance et al.,

1998a).

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63

Estudos utilizando CASMA têm demonstrado que a criopreservação reduz as dimensões dos

espermatozóides nas mais diversas espécies (Gravance et al., 1998b; Marco-Jiménez et al., 2006;

Hidalgo et al., 2007; Rubio-Guillén et al., 2007; Arruda et al., 2002; García-Herreros et al., 2007). A

criopreservação afeta várias estruturas celulares, como mitocôndrias (Windsor & White, 1995),

acrossoma (Valcarcel et al., 1997), e DNA espermático (Peris et al., 2004) e as diferenças

morfométricas encontradas no sêmen criopreservado têm sido atribuídas a estas alterações (Gravance

et al., 1998b; Arruda et al., 2002).

Os parâmetros morfométricos também são influenciados pelo tipo de diluente (Hidalgo, et al.,

2007). O diluente TRIS-frutose-gema é o mais comumente utilizado na criopreservação do sêmen

ovino (Salamon & Maxwell, 1995). No intuito de facilitar a disponibilidade de diluentes seminais e

reduzir seus custos, novos meios têm sido pesquisados. Nunes (1988) desenvolveu um diluente de

origem vegetal à base de água de coco que tem se mostrado efetivo na conservação do sêmen de

caprinos (Nunes, 1988; Campos et al., 2003), ovinos (Figueredo et al., 2001), suínos (Toniolli et al.,

1998), peixes (Carvalho et al., 2002), e cães (Cardoso et al. 2003; Cardoso et al. 2006). Para

possibilitar sua disponibilidade em regiões desprovidas do fruto (coco), permitir sua maior

durabilidade e padronização da constituição bioquímica, foi desenvolvido o produto água de coco em

pó (ACP) obtido a partir da desidratação da água de coco em alto vácuo, que tem sido testado e

comprovado na conservação do sêmen de diferentes espécies animais como ovinos (Salgueiro et al.,

2004; Machado, et al., 2006), cães (Cardoso et al., 2005; Cardoso et al., 2007), gatos (Silva et al.,

2007), e peixes (Vieira et al., 2007).

A raça também exerce influência sobre as dimensões do espermatozóide após a

criopreservação (Rubio-Guillén et al., 2007; Saraiva et al., 2007). Poucos são os trabalhos de

avaliação morfométrica do espermatozóide da espécie ovina e, em particular na raça Santa Inês

(Monteiro et al., 2006), comumente criada na região Nordeste do Brasil. Além disso, não se conhece

os efeitos do diluente ACP-102c sobre os parâmetros morfométricos do sêmen ovino criopreservado.

Deste modo, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da criopreservação sobre a

morfometria da cabeça de espermatozóides de ovinos diluídos em meio à base de água de coco em pó

(ACP-102c) e TRIS.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados quatro ovinos da raça Santa Inês, mantidos em baias individuais pertencentes

ao Laboratório de Tecnologia do Sêmen Caprino e Ovino do Núcleo Integrado de Biotecnologia da

Universidade Estadual do Ceará, no município de Fortaleza (03°43’S-38°30’O), Ceará, Brasil, durante

os meses de maio a julho de 2008, alimentados com feno de tifton (Cynodon sp.) e concentrado

comercial com 18% PB, além de sal mineral e água à vontade. As coletas de sêmen foram realizadas

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com uso de vagina artificial, duas vezes por semana, sendo 10 coletas por animal, totalizando 40

ejaculados. Após a coleta, cada ejaculado foi previamente avaliado quanto ao volume (medido em

tubo graduado), concentração (por espectrofotometria), motilidade massal, percentual de

espermatozóides móveis e vigor, segundo Chemineau et al. (1991). Foram utilizados apenas

ejaculados com volume superior a 0,5 mL, concentração mínima de espermatozóides de 3,5 x 109

sptz/mL, motilidade massal e vigor mínimo de 3,5, percentual de espermatozóides móveis superior a

80% e percentual de patologias espermáticas inferior a 10%.

A criopreservação foi realizada em etapas segundo metodologia de Chemineau et al. (1991)

modificada. Foram utilizados os diluentes ACP-102c (pH 7,0; 434 mOsm/Kg) e TRIS (pH 6,8; 302

mOsm/Kg) para a criopreservação. Ambos diluentes foram divididos em duas frações (fração “A” e

“B”). A fração “A” do diluente ACP-102c (ACP Biotecnologia, Fortaleza-Ceará, Brasil), foi preparada

segundo recomendação do fabricante, com acréscimo de 40 mg de gentamicina e 15% de gema de

ovo, enquanto a fração “A” do diluente TRIS consistiu de 3,786 g de TRIS, 2,11 g de ácido cítrico, 1,0

g de frutose, 40 mg de gentamicina, 20% de gema de ovo, em 100 mL de água destilada (Singh et al.,

1995). A fração “B” de cada diluente teve a mesma constituição da fração “A”, mas acrescida de 10%

de glicerol, de modo a obter, após a diluição, concentração final de 5% de glicerol. As amostras de

sêmen de cada ejaculado foram divididas em duas alíquotas e diluídas nas frações “A” de ACP-102c e

TRIS. Estas diluições foram realizadas a 32oC de modo a obter uma concentração de 800x106 sptz/mL.

Em seguida o sêmen diluído foi resfriado até 5oC em 120 minutos, quando então foi realizada a adição,

em três etapas, da fração “B” de cada diluente, obtendo concentração final de 400x106 sptz/mL. O

sêmen foi mantido em equilíbrio a 4oC por duas horas, quando então foram envasado em palhetas de

0,25 mL, colocadas em suportes e congeladas em vapor de nitrogênio líquido, a 3,5 cm acima do nível

do nitrogênio líquido, por 10 minutos, quando então eram imersas em nitrogênio líquido,

acondicionadas em racks e estocadas em botijões criogênicos. Uma palheta por diluente, por

ejaculado, foi descongelada 15 dias após criopreservação, por imersão das mesmas em banho-maria a

37oC por 30 segundos, e seu conteúdo seminal alocado em tubos modelo Eppendof® mantidos em

banho-maria à mesma temperatura.

As análises morfométricas foram realizadas tanto com o sêmen fresco como criopreservado

em ACP-102c e TRIS. Cinco microlitros de sêmen fresco diluído ou criopreservado foram diluídos/re-

diluídos em solução citrato-glicose (Evans & Maxwell, 1990), e incubados por cinco minutos a 37oC,

de modo a obter uma concentração de 50x106 espermatozóides/mL. Cinco microlitros desta suspensão

foram utilizados para confecção de esfregaço em lâminas para microscopia e secas ao ar. Estas

lâminas foram coradas segundo metodologia de Talbot & Chacon (1981) e adaptado por Garde et al.

(1992), sem o uso dos corantes azul de tripan e marrom de Bismark. Os esfregaços foram fixados por

30 minutos em solução de gluteraldeído 3% tamponada a pH 7,2, seguida de lavagem com água

destilada e secagem ao ar. As lâminas foram coradas por imersão em solução de Rosa Bengala 0,8%

tamponada a pH 5,3, sendo submetidas a uma última lavagem com água destilada e secagem ao ar,

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seguida de montagem permanente de lâmina com lamínula. Um mínimo de 150 cabeças de

espermatozóides corretamente digitalizados foram analisadas utilizando o módulo morfológico do

sistema de análise do sêmen auxiliado por computador Sperm Class Analizer® (SCA, Microptics S.L.,

Barcelona, Espanha). O equipamento consiste de microscópio equipado com objetiva de 40x, acoplada

a uma câmera digital, para captura de imagens e transmissão a um computador onde está instalado o

software. Os espermatozóides foram capturados aleatoriamente em diferentes campos. As células

digitalizadas tinham suas bordas automaticamente definidas. Espermatozóides com erro na

digitalização destas bordas eram descartados manualmente em posterior avaliação. O módulo de

morfometria calculava automaticamente os parâmetros morfométicos dos espermatozóides analisados.

Quatro parâmetros morfométricos foram utilizados: comprimento, largura, perímetro (em µm)

e área (em µm2). Os parâmetros para cada espermatozóide analisado foram salvos em planilha Excel®

(Microsoft Corporation, EUA).

Os parâmetros morfométricos foram expressos em média e erro padrão. Após a avaliação da

normalidade pelo teste Kolmogorov-Smirnov, os dados foram submetidos à análise de variância

(ANOVA), seguido de teste de Tukey post hoc para determinar diferenças significativas em todos os

parâmetros avaliados entre sêmen fresco, congelado em diluente ACP-102c ou TRIS, com nível de

significância de 5%.

RESULTADOS

Os resultados das dimensões morfométricas dos espermatozóides estão resumidos na tabela I.

A análise mostrou alterações significativas nas dimensões dos espermatozóides com a criopreservação.

As cabeças dos espermatozóides criopreservados foram significativamente menores que as do sêmen

fresco para todos os parâmetros analisados. Entretanto, não foram verificadas diferenças nos

parâmetros morfométricos entre os diluentes ACP-102c e TRIS (P>0,05). Os coeficientes de variação

foram baixos entre os tratamentos, indicando pouca variação nos parâmetros morfométricos entre

ejaculados. Porém, as amostras congeladas em ACP-102c apresentaram os maiores coeficientes de

variação, indicativo de uma variabilidade maior de resposta destes espermatozóides à criopreservação

que os congelados em TRIS. Esta variabilidade também pode ser verificada na figura 1, onde a

distribuição dos valores para comprimento e largura de espermatozóides criopreservados em ACP-

102c teve maior dispersão que em TRIS e em sêmen fresco.

A tabela II apresenta as dimensões morfométricas individuais para os animais utilizados. Foi

verificada variação nas dimensões da cabeça de espermatozóides no sêmen fresco entre animais, onde

o animal no 4 apresentou dimensões significativamente menores para os parâmetros analisados em

relação aos demais animais. Também foi verificada variação individual sob a morfometria de

espermatozóides criopreservados, onde o sêmen fresco do animal no 3 mostrou valores

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significativamente maiores aos do sêmen criopreservado em ACP-102c e TRIS em todos os

parâmetros morfométricos avaliados, enquanto no animal no 2 não foi possível verificar esta diferença.

Nos animais no 1 e no 2, o sêmen fresco apresentou valores maiores em relação aos diluentes conforme

o parâmetro analisado.

DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudo mostraram que a criopreservação provocou alterações

significativas na morfometria da cabeça de espermatozóides ovinos nas amostras analisadas. Estes

resultados estão de acordo com os obtidos por vários autores para diferentes espécies, como caprinos

(Hidalgo et al., 2007; Marco-Jiménez et al., 2006), bovinos (Gravance et al., 1998b; Rubio-Guillén et

al., 2007), eqüinos (Arruda et al., 2002) e suínos (García-Herreros et al., 2007). Em caprinos,

Gravance et al. (1997) não observaram efeitos da criopreservação na morfometria dos

espermatozóides, exceto em alguns animais, o que poderia ser devido ao protocolo de congelamento

ou à presença de diferentes populações de espermatozóides presentes em alguns animais ou ejaculados

que favorecem o sucesso no processo de congelamento (Hidalgo et al., 2007).

Os parâmetros morfométricos para sêmen fresco encontrados neste trabalho foram inferiores

aos encontrados por Monteiro et al. (2006) e Lal & Pant (1982), enquanto que para o sêmen

criopreservado foram inferiores aos obtidos por Sancho et al. (1998), mas compatível com os obtidos

por Gravance et al. (1998a). Vários fatores podem contribuir para a variabilidade da avaliação

morfométrica, dentre eles, a raça (Lal & Pant, 1982; Beletti et al., 2005; Aggarwal et al., 2007;

Saraiva et al., 2007) e a técnica de coloração e fixação (Gravance et al., 1995; Ball & Mohammed,

1995; Gravance et al., 1996; Gravance et al., 1998a; Sancho et al., 1998; Gago et al., 1998; Boersma

et al., 1999; Boersma et al., 2001; Soler et al., 2003; Hidalgo et al., 2006; Garcia-Herreros et al.,

2006; Hidalgo et al., 2007).

Quanto à fixação e coloração dos esfregaços, a escolha do corante Rosa Bengala foi devido ao

seu baixo custo, por já fazer parte de outras técnicas de coloração, além de já ter sido utilizada na

constituição de colorações para avaliação em CASMA por outros autores (Gravance et al., 1996;

Casey et al., 1997; Gravance et al. 1998a; Boersma, et al., 2001). Técnicas de fixação contendo

aldeídos resultam em menor coeficiente de variação e um percentual maior de espermatozóides

corretamente digitalizados (Sancho et al., 1998), justificando o uso do glutaraldeído neste trabalho.

O tipo de diluente não influenciou na morfometria da cabeça dos espermatozóides após a

criopreservação, uma vez que não foi verificada diferença estatística entre os parâmetros

morfométricos analisados entre os diluentes ACP-102c e TRIS. Arruda et al. (2002) e Hidalgo et al.

(2007), constataram efeito de diferentes diluentes nas dimensões dos espermatozóides após a

criopreservação, sugerindo que uma menor redução nas dimensões do espermatozóide se deva a uma

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melhor criopreservação dos espermatozóides pelo diluente, reduzindo o percentual de perda de

acrossoma, o que afetaria o tamanho da célula espermática. A semelhança nos resultados

morfométricos de espermatozóides criopreservados em ACP-102c e TRIS é indicativa de que ambos

possuem similar capacidade de preservação estrutural da cabeça de espermatozóides submetidos à

criopreservação. Apesar de não ter sido verificada diferença estatística entre diluentes, os coeficientes

de variação para todos os parâmetros avaliados no ACP-102c foram maiores que os encontrados no

TRIS e no sêmen fresco, podendo indicar uma maior variabilidade na criopreservação do sêmen ovino

com uso do ACP-102c.

Os parâmetros morfométricos variaram entre animais, evidenciando efeito individual tanto no

sêmen fresco como na resposta à criopreservação com os diluentes utilizados. A variação individual

nas dimensões dos espermatozóides no sêmen fresco foi também constatada na espécie ovina

(Gravance et al., 1998a); caprina (Gravance et al., 1995), bovina (Boersma et al., 1999); suína

(Garcia-Herreros et al., 2006); eqüina (Ball & Mohammed, 1995); canina (Dahlbom et al., 1997;

Núñez-Martinez et al., 2007). A acurácia do CASMA possibilita a detecção de pequenas, mas

significantes diferenças entre espermatozóides considerados normais de um animal (Garcia-Herreros

et al., 2006). Como fatores raciais e individuais interferem nos resultados morfométricos médios para

uma espécie, são necessários estudos em um número maior de animais para o estabelecimento de

limites normais mais precisos dos parâmetros morfométricos.

As dimensões morfométricas da cabeça do espermatozóide não foram as mesmas entre os

animais após a criopreservação. Enquanto no animal no 3 todos os parâmetros morfométricos foram

reduzidos após criopreservação, não foi verificada diferença estatística entre as dimensões do sêmen

fresco e criopreservado no animal no 2, apesar de, numericamente, os valores médios para o sêmen

fresco serem superiores aos obtidos no sêmen criopreservado para ambos diluentes neste animal. Esta

variação individual com a criopreservação foi constatada por outros autores trabalhando com

diferentes espécies (Gravance et al., 1996; Gravance et al. 1998b, Garcia-Herreros et al., 2007;

Saraiva et al., 2007). A suscetibilidade dos espermatozóides de um animal à criopreservação pode

refletir nas suas dimensões morfométricas (Gravance et al., 1998). Deste modo, animais que não

apresentaram diferença morfométrica significativa antes e após congelamento poderiam ser mais

resistentes ao processo de criopreservação. Entretanto, vale ressaltar que os parâmetros morfométricos

comumente estudados dizem respeito à cabeça dos espermatozóides e o processo de criopreservação

pode afetar, de modo distinto, diversas regiões do mesmo (Zhu & Liu, 2000), como a peça

intermediária, e tais estruturas podem não ser adequadamente contempladas nas avaliações

morfométricas. Schober et al. (2007) comentam que o dano mitocondrial durante a criopreservação

pode ser a maior razão para a redução da qualidade do sêmen pós-descongelamento.

Diferentes mecanismos têm sido sugeridos para explicar as alterações sofridas nas dimensões

morfométricas de espermatozóides com a criopreservação. Uma das possibilidades se refere ao

aumento no número de espermatozóides com danos acrossomais que ocorre durante a criopreservação

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(Bailey et al., 2000), onde a perda do acrossoma levaria a uma redução nas dimensões do

espermatozóide. Entretanto os procedimentos de coloração usados para análise morfométrica não são

específicos para identificação do estado acrossomal (Gravance et al., 1995, 1997). Além disso, as

dimensões do acrossoma não são conhecidas, de modo a não ser possível afirmar se a redução

verificada no espermatozóide está diretamente ligada às alterações no acrossoma (Arruda et al., 2002).

Outra possibilidade relaciona à redução das medidas morfométricas da cabeça do

espermatozóide com alterações na cromatina. Uma variedade de danos espermáticos, como os

causados pela criopreservação, induz a mudanças na estrutura da cromatina, resultando numa

supercondensação da mesma (Royere et al., 1988; Hamamah et al., 1990), levando a uma redução do

compartimento nuclear e, consequentemente, à redução da cabeça do espermatozóide (Núñez-

Martinez et al., 2007). Alterações na cromatina têm sido associadas à espermatozóides com cabeça

morfologicamente anormais (McCosker, 1969).

A progressiva desidratação dos espermatozóides e a instabilidade funcional da membrana

plasmática durante a criopreservação são citadas por Garcia-Herreros et al. (2007) como mecanismos

adicionais na redução do tamanho da célula espermática. A perda da integridade da membrana e de sua

habilidade em responder ao estresse osmótico é mediada pelas mudanças dos componentes

intracelulares osmoticamente ativos (como a concentração de íons) e das alterações de mecanismos

regulatórios do volume celular durante o processo de congelamento (Petrunkina et al., 2004), que irão

resultar em alterações do volume espermático. Além disso, alterações estruturais e de funcionalidade

da membrana plasmática induzidas pela criopreservação em virtude dos mecanismos de transição e

separação de fases sofridas pelos componentes da membrana, podem ser refletidas na morfologia

espermática pós-criopreservação (Garcia-Herreros et al., 2007).

Marco-Jiménez et al. (2006) observaram que a redução nas dimensões na cabeça de

espermatozóides caprinos após criopreservação era devido à fase de equilíbrio com o crioprotetor

(glicerol) e não à crioproteção em si, sendo esta redução mais acentuada nos espermatozóides mortos

que em espermatozóides vivos. Tais resultados foram atribuídos a alterações osmóticas induzidas pelo

crioprotetor e pela criopreservação e à perda de conteúdo celular de células mortas, sem habilidade da

membrana em restaurar o equilíbrio osmótico.

Por causa da metodologia aplicada, os resultados desta pesquisa não nos permitem investigar a

contribuição das diferentes hipóteses que explicam as alterações na morfometria dos espermatozóides

criopreservados obtidos neste trabalho. Entretanto é razoável supor que tais resultados se devam à

perda acrossomal e a danos na membrana plasmática provocadas pela criopreservação (Rubio-Guillén

et al., 2007).

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CONCLUSÕES

Como observado em outras espécies, o processo de criopreservação do sêmen ovino acarretou

em redução das medidas morfométricas da cabeça dos espermatozóides em relação ao sêmen fresco.

Esta redução, entretanto, sofreu variações entre animais, o que pode implicar em variação individual

do sêmen à criopreservação. Os diluentes de criopreservação ACP-102c e TRIS apresentaram

semelhante redução nas dimensões da cabeça dos espermatozóides, com o diluente ACP-102c

apresentando maior variação na resposta ao congelamento entre coletas, indicando semelhante

preservação das estruturas da cabeça do espermatozóide entre os diluentes.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária da

Universidade Estadual do Ceará, à Fazenda Libanus que nos cedeu os animais experimentais, à

Fundação Cearense de Amparo à Pesquisa (FUNCAP) que nos concedeu a bolsa de mestrado e à

empresa ACP Biotecnologia que nos cedeu o diluente ACP-102c para os experimentos.

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Tabela I. Média ± erro padrão (coeficiente de variação) dos parâmetros morfométricos da cabeça de espermatozóides ovinos avaliados segundo tratamento (sêmen fresco, sêmen criopreservado em ACP-102c e sêmen criopreservado em TRIS). [Media ± standard error (variation coefficient) of ram spermatozoa morphometric head parameters evaluated according to treatment (fresh semen, cryopreserved in PCW-102 and semen cryopreserved in TRIS)]

Tratamento Comprimento (µm) Largura (µm) Área (µm2) Perímetro (µm)

Sêmen fresco 8,21±0,04a

(2,9) 4,51±0,01a

(1,9) 32,07±0,23a

(4,5) 22,04±0,09a

(2,5) ACP-102c 8,04±0,04b

(3,2) 4,36±0,02b

(2,9) 30,38±0,25b

(5,3) 21,48±0,10b

(2,9) TRIS 8,05±0,04b

(2,8) 4,37±0,01b

(1,9) 30,53±0,20b

(4,1) 21,51±0,08b

(2,4) Letras minúsculas diferentes numa mesma coluna indicam diferença estatística (p<0,05). Tabela II. Média ± erro padrão dos parâmetros morfométricos da cabeça de espermatozóides

ovinos avaliados segundo tratamento (sêmen fresco, sêmen criopreservado em ACP-102c e sêmen criopreservado em TRIS) para cada animal. [Media ± standard error of ram spermatozoa morphometric head parameters evaluated according to treatment (fresh semen, cryopreserved in PCW-102 and semen cryopreserved in TRIS) to each animal]

Letras maiúsculas diferentes: diferença estatística entre animais para dado parâmetro e tratamento (p<0.05) Letras minúsculas diferentes: diferença estatística entre tratamentos para mesmo parâmetro de dado animal (p<0.05)

Animal Tratamento Comprimento (µm)

Largura (µm) Área (µm2) Perímetro (µm)

Sêmen Fresco 8,16±0,06aA,B 4,56±0,02aA 32,30±0,37aA,B 22,02±0,14aA,B 1 ACP-102c 8,00±0,05a,bA,B 4,41±0,03bA 30,56±0,29bA,B 21,46±0,11bA,B TRIS 7,95±0,05bB,C 4,40±0,03bA 30,34±0,33bA,B 21,35±0,13bB Sêmen Fresco 8,33±0,06aA 4,48±0,03aA,B 32,23±0,41aA,B 22,18±0,15aA 2 ACP-102c 8,23±0,08aA 4,38±0,04aA 31,04±0,50aA 21,83±0,20aA TRIS 8,27±0,05aA 4,39±0,03aA 31,32±0,38aA 21,92±0,14aA Sêmen Fresco 8,37±0,05aA 4,52±0,03 aA,B 32,89±0,38aA 22,40±0,14aA 3 ACP-102c 8,11±0,08bA 4,36±0,05bA 30,84±0,58bA 21,66±0,21bA TRIS 8,13±0,05bA,B 4,38±0,03bA 30,99±0,33bA 21,71±0,12bA,B Sêmen Fresco 7,99±0,07aB 4,46±0,03aB 30,85±0,43aB 21,53±0,17aB 4 ACP-102c 7,82±0,07aB 4,28±0,03bA 29,08±0,43bB 20,95±0,16bB TRIS 7,85±0,06aC 4,33±0,02bA 29,48±0,32a,bB 21,07±0,13a,bC

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Figura 1. Dispersão dos parâmetros morfométricos comprimento e largura de

espermatozóides ovinos no sêmen fresco, criopreservados em ACP-102 e TRIS.

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76

8. CONCLUSÕES

O meio diluente à base de água de coco em pó (ACP-102c), poderá ser utilizado em

protocolos de criopreservação do sêmen ovino, conforme os parâmetros morfométricos e

cinéticos encontrados em relação a outros diluidores disponíveis no mercado.

Novos estudos de criopreservação do sêmen ovino poderão ser desenvolvidos com

adição de novos crioprotetores ao meio diluente ACP-102c e testes de avaliação in vivo para

recomendação final do produto.

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77

9. PERSPECTIVAS

• Realização de novos protocolos de congelamento apropriados para o meio diluente

ACP-102c (diferentes concentrações de gema de ovo e glicerol, novas curvas de

criopreservação), visando incremento do número de espermatozóides móveis pós-

descongelação

• Avaliação de possíveis interações entre constituintes do plasma seminal com o

diluidor

• Testes de campo em programas de inseminação artificial

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