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Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção Propostas de melhorias no processo produtivo de uma fábrica de colchões: estudo de caso Bruna de Freitas Buranello TCC-EP-11-2010 Maringá - Paraná Brasil

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Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção

Propostas de melhorias no processo produtivo de uma fábrica de colchões: estudo de caso

Bruna de Freitas Buranello

TCC-EP-11-2010

Maringá - Paraná

Brasil

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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Tecnologia

Departamento de Engenharia de Produção

Propostas de melhorias no processo produtivo de uma fábrica de colchões: estudo de caso

Bruna de Freitas Buranello

TCC-EP-11-2010

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Engenharia de Produção, do Centro de Tecnologia, da

Universidade Estadual de Maringá.

Orientador(a): Prof.ª M.Sc. Maria de Lourdes Santiago

Luz

Maringá - Paraná

2010

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus por tudo!

Aos meus pais, Nilton e Maria Elisa,

que me ensinaram os valores e princípios

e que com todo amor, carinho e apoio foram

os principais responsáveis pela realização de

mais este sonho. Como prova de minha

eterna gratidão, dedico este momento a eles.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Nilton e Maria Elisa, que estiveram ao meu lado me apoiando e me

incentivando para continuar em busca dos meus objetivos.

Aos meus irmãos, Amanda e César, avós, tios e tias, pelo amor, carinho, apoio e incentivo.

As minhas amigas do quarteto: tchuca Aline, Ju e Val, pelos momentos de diversão e pelas

vezes que juntas fomos vencendo obstáculo por obstáculo para chegarmos até o final.

Aos meninos do grupo de estudo: Arthur e Marcão, que juntos dividimos conhecimentos e

fomos vencendo as provas para chegarmos até aqui.

Aos amigos da F.A. Maringá, onde tanto aprendi. Em especial ao Thi, por todos os

conhecimentos adquiridos com ele, deixando de ser um pouco menos “agro”.

A toda a turminha 31, pelos momentos de diversão e união.

Aos professores, que transmitiram seus conhecimentos, em especial a professora Lourdes que

me orientou e ajudou no TCC e a professora Márcia que aceitou fazer parte da banca.

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RESUMO

Este trabalho é um estudo de caso que visa propor melhorias para um processo produtivo de

um setor de produção de camas Box, de uma fábrica de colchões. Essas melhorias são

necessárias para atingir o objetivo de diminuir ou eliminar a quantidade de produtos não

conformes, aumentando assim a qualidade dos produtos e a produtividade, reduzindo

retrabalho e custos. Para obter as propostas de melhorias do processo, dados foram coletados

através de “Oportunidades de Melhorias” e de uma folha de verificação. Em seguida, esses

dados foram avaliados com a utilização de um gráfico de Pareto. Baseado nessa avaliação,

foram identificadas as não conformidades, resultantes de falhas no processo, mais frequentes

e de maior impacto. Após isso, um brainstorming foi realizado para se conhecer as possíveis

causas das falhas no processo e montando-se assim diagramas de causa e efeito. Ao término

dessa coleta de dados e análises, propôs-se melhorias do processo e realizou-se um plano de

ação através da metodologia 5W1H. Foi realizado também um levantamento das propostas

que já foram implantadas e quais estão em andamento.

Palavras-chave: Produto não conforme. Melhoramento de processos. Falhas no processo.

Propostas de melhorias. Setor de produção de camas Box.

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SUMÁRIO DEDICATÓRIA ............................................................................................................................. iii AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... iv RESUMO ......................................................................................................................................... v SUMÁRIO....................................................................................................................................... vi LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................... vii LISTA DE QUADROS ................................................................................................................. viii LISTA DE TABELAS..................................................................................................................... ix LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................................... x 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1

1.1. Justificativa .............................................................................................................. 2

1.2. Definição e Delimitação do Problema ...................................................................... 2 1.3. Objetivos ................................................................................................................. 3

1.3.1. Objetivo geral ................................................................................................... 3 1.3.2. Objetivos específicos ........................................................................................ 3

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................ 5 2.1. Melhoramento do Processo ...................................................................................... 5

2.2. Falhas no Processo ................................................................................................... 6 2.3. Qualidade ................................................................................................................ 7

2.3.1. Custos de conformidade e da não conformidade ................................................ 7 2.3.2. Folha de verificação .......................................................................................... 9

2.3.3. Gráfico de Pareto .............................................................................................. 9 2.3.4. Brainstorming ................................................................................................. 12

2.3.5. Diagrama de causa e efeito.............................................................................. 12 2.3.6. Formulário 5W1H ........................................................................................... 13

2.4. Kanban – Ferramenta de Melhoria sob a Filosofia Just in Time (JIT) ..................... 14 3. ESTUDO DE CASO ...............................................................................................................16

3.1. Caracterização da Empresa .................................................................................... 16

3.2. Demanda ............................................................................................................... 16 3.3. Metodologia ........................................................................................................... 16

3.4. Coleta e Análise de Dados ..................................................................................... 18 3.4.1. Apresentação do produto ................................................................................ 18

3.4.2. Descrição do processo..................................................................................... 18 3.4.3. Análise de dados ............................................................................................. 21

3.4.4. Propostas de melhorias ................................................................................... 32 3.4.5. Metodologia 5W1H ........................................................................................ 34

3.4.6. Ações realizadas perante as propostas de melhorias propostas ......................... 40 3.4.7. Outros problemas detectados no processos ...................................................... 43

4. CONCLUSÃO ........................................................................................................................46 5. REFERÊNCIAS .....................................................................................................................47 APÊNDICE A .................................................................................................................................49

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Exemplo de Folha de Verificação ............................................................................ 9 Figura 2: Dados e cálculos do exemplo de utilização de gráfico de Pareto ............................ 10

Figura 3: Dados e cálculos do exemplo de utilização de gráfico de Pareto ............................ 11 Figura 4: Gráfico de Pareto do exemplo ............................................................................... 11

Figura 5: Estrutura do Diagrama de Causa e Efeito .............................................................. 13 Figura 6: Colchão sobre a cama Box .................................................................................... 18

Figura 7: Estruturas de madeira ............................................................................................ 19 Figura 8: Fluxograma do processo........................................................................................ 21

Figura 9: “Oportunidade de Melhoria” ................................................................................. 22 Figura 10: Folha de verificação ............................................................................................ 25

Figura 11: Gráfico de Pareto ................................................................................................ 27 Figura 12: Máquina bordadeira ............................................................................................ 28

Figura 13: Ilustração da faixa de matelassê........................................................................... 29 Figura 14: Diagrama de causa e efeito para o problema falha no bordado das faixas de

matelassê ............................................................................................................................. 31 Figura 15: Diagrama de causa e efeito para o problema cama suja enviada ao Centro de

Distribuição. ........................................................................................................................ 32 Figura 16: Diagrama de causa e efeito para o problema cama sem os pezinhos ou com os

mesmos trocados .................................................................................................................. 32 Figura 17: Estrutura da esteira atual ..................................................................................... 33

Figura 18: P.O.P. para embalagem ....................................................................................... 41 Figura 19: Prateleira para faixas de camas de 138 cm x 188 cm (faixas de 140) e 203 cm x 97

cm (faixas de 203) ................................................................................................................ 43 Figura 20: Prateleira para faixas de camas de 79 cm x 198 cm (faixas de 90) e 88 cm x 188 cm

(faixas de 90) ....................................................................................................................... 44

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Representação de um formulário “5W1H” ........................................................... 14

Quadro 2: Ocorrências de O.M.s durante o mês de fevereiro/2010 ....................................... 23 Quadro 3: Ocorrências de O.M.s durante o mês de março / 2010 .......................................... 23

Quadro 4: Ocorrências de O.M.s durante o mês de abril / 2010 ............................................ 24 Quadro 5: Ocorrências de O.M. s durante o mês de maio/ 2010 ............................................ 24

Quadro 6: Ocorrências de O.M.s durante o mês de junho/ 2010............................................ 24 Quadro 7: Ocorrências de O.M.s durante o mês de julho/ 2010 ............................................ 25

Quadro 8: 5W1H para o problema falha no bordado das faixas de matelassê ........................ 36 Quadro 9: 5W1H para o problema cama suja enviada ao Centro de Distribuição .................. 38

Quadro 10: 5W1H para o problema cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados ...... 39

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Levantamento das ocorrências de não conformidades ocorridas durante os meses de

fevereiro a julho de 2010 ...................................................................................................... 26

Tabela 2: Modelo da cama X modelo de pezinhos ................................................................ 42 Tabela 3: Quantidades e suas porcentagens .......................................................................... 49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

O.M.(s) “Oportunidade(s) de Melhoria(s)”

P.O.P. Procedimento Operacional Padrão

C.D. Centro de Distribuição

5W1H What, Who, When, Where, Why e How

MASP Método de Análise e Solução de Problemas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

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1. INTRODUÇÃO

Segundo Paladini (2006), nos tempos mais remotos, a qualidade só era vista e exigida nos

produtos, e não nos processos de produção dos mesmos. Com o passar do tempo, essa

concepção foi se alterando, um exemplo disso é o modelo japonês denominado Kaizen.

Modelo este, criado por Maasaki Imai, na qual o principal objetivo era a busca na perfeição

no processo.

Cada vez mais há a necessidade de se melhorar continuamente os processos produtivos, com o

objetivo de aumentar a qualidade, a produtividade, reduzir custos e o retrabalho. Tendo isso

em mente, propôs-se um trabalho voltado para esse melhoramento.

O intuito do trabalho que foi desenvolvido é melhorar o processo em um setor determinado de

uma empresa, para assim diminuir ou eliminar a quantidade de produtos não conformes. Para

que isso ocorra, houve a necessidade de coletar informações, obter um mapeamento dos

processos e a partir da coleta de dados propor ações de melhorias.

A empresa citada, F.A. Maringá (Fábrica de Acolchoados Maringá), foi estabelecida em 1964,

na cidade de Maringá, Noroeste do Paraná. Inicialmente ela produzia somente acolchoados,

passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões de

mola, colchões de espuma, camas Box, travesseiros, edredons, complementos de cama e linha

camping, além da fabricação de espumas, fibras e mantas de poliéster. Com uma área com

mais de 47.000 m² construídos, a empresa possui aproximadamente 350 funcionários, que são

responsáveis por atenderem as necessidades de clientes em regiões como Sul, Sudeste, Norte

e Centro Oeste.

Para a entrega dos produtos nessas regiões citadas, a empresa conta com uma equipe de

representantes comerciais e com uma frota própria de caminhões. Caminhões estes, que

também são responsáveis por trazerem até a empresa toda a matéria prima necessária à sua

produção, não possuindo custos com frete.

O que caracteriza a empresa é a constante busca pela qualidade, que a fez ser uma das cinco

fabricantes de colchões no Brasil aptas a usar o selo Pró-Espuma, utilizado pelo INER

(Instituto Nacional de Estudos do Repouso), instituição sem fins lucrativos, normativa e

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fiscalizadora, com objetivo de regulamentar o mercado de colchões, oferecendo ao

consumidor um produto com qualidade superior e com rígido controle de qualidade.

1.1. Justificativa

A proposta justifica-se pela necessidade de cada vez mais buscar-se eliminar as perdas (tanto

de materiais, como de tempo produtivo dos funcionários), as causas das perdas, aumentar a

satisfação dos clientes e otimizar o processo, aumentando a produtividade e diminuindo os

custos, para que assim a empresa ganhe espaço significativo frente à concorrência. Todas

essas necessidades podem ser atingidas com a atuação de um profissional de engenharia de

produção.

O setor da empresa em questão possui alguns problemas, que apesar de parecerem simples a

princípio, dificultam a tão desejada “perfeição no processo”. Esses problemas atuam nos

produtos, “deixando-os” não conformes, gerando perda de materiais e de tempo produtivo dos

funcionários, aumentando assim os custos (custos da não conformidade) e diminuindo a

produtividade. Quando esses produtos não conformes chegam até o cliente, geram uma

imagem “negativa” da empresa.

Portanto, aplicar-se-ão as técnicas e os conhecimentos acadêmicos, oriundos das áreas de

formação da engenharia de produção para solução dos problemas observados, com o objetivo

de se alcançar um processo melhorado.

1.2. Definição e Delimitação do Problema

O estudo deste trabalho, a priori, estará delimitado ao setor destinado a produção de cama

Box, resultando com isso a possibilidade de intervenções futuras nos demais setores

produtivos da empresa. Buscou-se com o trabalho em questão solucionar problemas como o

de falhas no processo de fabricação de cama Box, oriundos nas diversas etapas operacionais.

Falhas que se apresentam entre os clientes internos, setor da qual o setor de produção de cama

Box depende, assim como na obtenção do produto ao final do processo.

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1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivo geral

Melhorar os processos do setor de produção de camas Box, diminuindo ou eliminando as

falhas existentes. Para que assim diminua ou elimine a quantidade de produtos não conformes.

1.3.2. Objetivos específicos

- Realizar um estudo e levantamento de dados no setor compreendendo todos os

recursos relacionados aos fatores diretos de produção: máquina, mão de obra e matéria-

prima;

- Identificar as maiores e mais significativas ocorrências de não conformidade nos

produtos;

- Realizar um levantamento das causas das falhas no processo que geram essas não

conformidades;

- Propor soluções para minimizar ou eliminar as falhas de processo;

-Propor adequações aos centros de produção, tanto nos aspectos físicos como

organizacionais.

1.4. Estrutura do Trabalho

O conteúdo apresentado neste trabalho está estratificado em 5 capítulos. O capítulo 1 aborda a

introdução, na qual se justifica o motivo da realização do presente trabalho, assim como a

definição e delimitação do problema, objetivos gerais e específicos.

O capítulo 2 corresponde à revisão de literatura, na qual temas como melhoramento de

processos, falhas no processo, qualidade, custos de conformidade e da não conformidade,

sistema Kanban, são tratados, além é claro de informações sobre as ferramentas da qualidade:

ciclo PDCA, gráfico de Pareto, formulário 5W1H, diagrama de causa e efeito, folha de

verificação, brainstorming.

Já no capítulo 3 há as informações sobre o estudo de caso realizado, contendo a caracterização

da empresa, demanda, metodologia utilizada, apresentação do produto, descrição do processo

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produtivo, coleta de dados realizada na empresa estudada, propostas de melhorias, ações

realizadas perante as propostas de melhorias e uma identificação de outros problemas

encontrados.

O capítulo 4 é referente a conclusão do trabalho.

Finalmente, o capítulo 5 trás a identificação do material utilizado como apoio para a

elaboração do presente trabalho.

Já em anexo, encontra-se uma tabela com dados e cálculos para a montagem do gráfico de

Pareto.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Melhoramento do Processo

A definição de processo segundo Contador (1998, p. 59) é apresentada como “uma sequência

organizada de atividades, que transforma as entradas dos fornecedores em saídas para os

clientes, com um valor agregado gerado pela unidade; e um conjunto de causas que gera um

ou mais efeitos”.

Para que um produto chegue a sua versão final, ele passa por um processo de produção que

“consiste em adicionar valor aos bens ou serviços durante o processo de transformação.

Segundo esse conceito, todas as atividades produtivas que não adicionarem valor aos bens ou

serviços devem ser consideradas perdas e eliminadas” (TUBINO, 2006, p.19). Também

segundo Contador (1998) “Uns atributos interessam ao comprador: preço, qualidade do

produto e variedade de modelos, [...]”.

Reforçando esta visão, Paladini (2006) salienta que: “Pequena mudança no processo aumenta

a produtividade, podendo diminuir os custos de produção. Com menores custos, menores

preços, a qual fará com que o produto se torne mais competitivo, sendo um fator que será

diferenciado do produto dos concorrentes”. Essas pequenas mudanças citadas por ele são as

melhorias no processo que ocorreram com a “utilização de ferramentas de melhoria do

processo e também de estratégias operacionais”.

Esse aumento da produtividade citado só é possível porque com a melhoria no processo,

melhora-se a qualidade, e como afirma Campos (1994) “a produtividade é aumentada pela

melhoria da qualidade”.

Ainda nesse contexto das melhorias no processo, Tubino (2006, p. 16) afirma: “[...] as

empresas de bens ou serviços que não adaptarem seus sistemas produtivos para a melhora

contínua da produtividade não terão espaço nesse processo de globalização”. Em outras

palavras, ou há a evolução dos processos e melhorias nos processos, ou as empresas são

extintas pela concorrência.

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A enorme importância do melhoramento contínuo do processo também é reforçada por

Contador (1998, p. 44): “Deming insistia na idéia do melhoramento contínuo mostrando o

ciclo de Shewhart: pesquisa-projeto-produção-venda, e enfatizando que, a cada giro completo,

a qualidade iria mellhorando [...]”.

Segundo Slack (2002, p. 602): “O melhoramento contínuo é conhecido como Kaizen. Kaizen

é uma palavra japonesa cuja definição é dada por Masaaki Imai (foi um dos principais

proponentes do melhoramento contínuo), [...]”. Slack (2002, p.603) também propõe que: “No

melhoramento contínuo, não é a taxa de melhoramento que é importante, é o momentum de

melhoramento. Não importa se melhoramentos sucessivos são pequenos, o que de fato

importa é que a cada mês ( ou semana, ou trimestre, ou qualquer que seja o período adequado)

algum melhoramento tenha de fato acontecido”.

Todo esse melhoramento no processo tem como objetivo diminuir custos de materiais e de

mão de obra, tempo de produção, aumentando a produtividade, mas também como enfoque

aumentar a qualidade do produto, que para Campos (1994), é essencial para as empresas:

“Qualidade é uma questão de vida ou morte. Sua empresa só sobreviverá se for a melhor no

seu negócio”.

Para que ocorra esse melhoramento, Slack (2008) afirma que algumas “técnicas de

melhoramento” devem ser usadas: diagramas de causa e efeito, que estruturam o processo de

brainstorming, que pode ajudar a encontrar as causas básicas dos problemas e diagramas de

Pareto, que procuram fazer uma triagem entre as poucas causas importantes das muitas que

são triviais.

2.2. Falhas no Processo

Um dos quesitos para que haja o melhoramento no processo é a exclusão das falhas que

podem ocorrer durante o processo de fabricação de um produto. As falhas existentes são:

falhas de projeto, falhas de instalações, falhas de pessoal, falhas de fornecedores e falhas de

clientes. Uma forma de prevenir essas falhas é a implantação de um dispositivo. Como afirma

Slack (2008, p.643): “O conceito de prevenção de falhas surgiu com a introdução dos

métodos japoneses de melhoramento da produção”. Esses métodos citados por ele são

chamados de poka-yoke, onde “[...] sua idéia está baseada no princípio de que os erros

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humanos são inevitáveis até certo grau. O que é importante é prevenir que se tornem

defeitos”. Poka-yoke são dispositivos que são incorporados em um processo para prevenir

erros de falta de atenção dos colaboradores. São basicamente dois métodos:

- Método de controle: quando o poka-yoke é ativado à máquina ou a linha de

processamento , de forma que o problema possa ser corrigido.

- Método de advertência: quando o poka-yoke é ativado um alarme soa ou uma luz

sinaliza, visando alertar o trabalhador.

O primeiro método, citado acima, é mais rigoroso, pois paralisa o processo até que a condição

causadora do defeito tenha sido corrigida. Já o segundo método citado, permite que o

processo que está gerando o defeito continue caso os trabalhadores não atendam ao aviso.

Com todas as medidas de melhorias tomadas, uma forma de analisar os resultados segundo

Paladini (2006) seria os “indicadores que avaliam quantitativamente o quanto que as

melhorias no processo influenciaram para que o produto final tenha sua qualidade

aumentada”.

2.3. Qualidade

Conhece-se então a importância da qualidade, mas o que seria um produto de qualidade?

“[...] um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente

(projeto perfeito), de forma confiável (sem defeitos), de forma acessível

(baixo custo), de forma segura (segurança do cliente) e no tempo certo

(entrega no prazo certo, no local certo e na quantidade certa) às necessidades

do cliente” (CAMPOS, 1994).

2.3.1. Custos de conformidade e da não conformidade

A relação entre qualidade e custo é muito importante nos dias de hoje, particularmente na

busca de maior competitividade nas organizações. Falta de qualidade implica perdas, mas

grandes investimentos não necessariamente significam alta qualidade ou, mesmo que

signifiquem, não garantem competitividade no mercado. Para concluir-se a respeito disso,

uma análise dos gastos para a obtenção da qualidade e das perdas decorrentes da falta dela,

deverá ser realizada.

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Os custos da qualidade podem ser classificados como custos de conformidade e os de não-

conformidade. Os custos de conformidade são aqueles gastos que visam atender as

necessidades dos clientes, em outras palavras, são custos associados ao fornecimento de

produtos ou serviços dentro das especificações da qualidade aceitáveis. Já os de não-

conformidade são aqueles incorridos devido às falhas, erros no processo, resultando em

desperdício de materiais, mão de obra e capacidade. Além desses prejuízos para a empresa,

essas falhas podem comprometer as vendas futuras, pois “[...] os clientes contam para o dobro

de pessoas uma experiência negativa, em comparação com uma positiva experiência

envolvendo a qualidade de um produto” (PALADINI 2006, p.302). É necessário que os

clientes estejam plenamente satisfeitos para que tenham fidelidade com a empresa, com o

produto. Pesquisas amplamente divulgadas em obras de marketing destacam que custa seis

vezes mais caro para a empresa ganhar um novo cliente do que manter um já conquistado.

Os custos da qualidade também podem ser classificados em prevenção, avaliação e falhas. Os

custos de prevenção são resultados dos gastos associados às medidas tomadas para planejar a

qualidade, a fim de garantir que não ocorrerão problemas como não-conformidades ou

defeitos, prevenindo a falta de qualidade em produtos e serviços. Um exemplo desses custos é

com a manutenção preventiva nas máquinas. Os custos de avaliação são aqueles associados à

verificação do nível de qualidade obtido pelo produto, estando de acordo ou não com as

especificações e requisitos. Os custos de falhas dividem-se em falhas internas e externas. Os

custos de falhas internas são aqueles decorrentes da produção de peças defeituosas,

identificadas internamente na empresa, antes dos produtos serem expedidos, gerando

retrabalho, na qual os equipamentos e a mão de obra terão que ser novamente utilizados. Os

custos de falhas externas são aqueles associados aos produtos com falta de qualidade já

expedidos pela empresa, sendo esses erros identificados pelos clientes. Os custos de falhas

externas são os de conseqüências mais graves, pois os clientes divulgarão a má qualidade do

produto, além de gastos para atender o cliente.

Para que se aumente o nível da qualidade, gastos com avaliação e prevenção terão que ser

feitos, evitando que ocorram problemas com a qualidade. Sendo esse investimento analisado

para que se possa descobrir se tem tido o resultado esperado.

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2.3.2. Folha de verificação

A Folha de verificação é a ferramenta da qualidade utilizada para facilitar e organizar o

processo de coleta e registro de dados, de forma a contribuir para otimizar a posterior análise

dos dados obtidos (WERKEMA, 1995, p.58).

Uma folha de verificação é um formulário no qual os itens a serem examinados já estão

impressos, com o objetivo de facilitar a coleta e o registro dos dados. (WERKEMA, 1995,

p.59).

A folha de verificação possui em sua estrutura campos para preenchimento de acordo com o

propósito da coleta de dados, onde cada tipo de dado coletado é armazenado em um campo

específico na folha, de forma que os dados fiquem organizados e estratificados, e que não haja

necessidade de rearranjo manual posterior.

Um exemplo de folha de verificação está ilustrado na Figura 1.

Figura 1: Exemplo de Folha de Verificação

Fonte: Selner (1999)

2.3.3. Gráfico de Pareto

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O Gráfico de Pareto é um gráfico de barras verticais que dispõe a informação de forma a

tornar evidente e visual a priorização de temas (WERKEMA, 1995, p.71). Ele dispõe os itens

analisados desde o mais freqüente até o menos freqüente. Tem como objetivo estabelecer

prioridades na tomada de decisão, a partir de uma abordagem estatística.

Analisando a distribuição da renda entre os cidadãos, o economista italiano Vilfredo Pareto

concluiu que a maior parte da riqueza pertence a poucas pessoas. Essa mesma conclusão foi

depois constatada em outras situações, sendo estabelecida a relação que ficou conhecida como

Princípio de Pareto ou relação 20-80. Segundo esse princípio 20% das causas são

responsáveis por 80% dos efeitos. Em outras palavras, o princípio de Pareto estabelece que se

forem identificados, por exemplo, cinquenta problemas relacionados à qualidade, a solução de

apenas cinco ou seis destes problemas já poderá representar uma redução de 80 ou 90% das

perdas que a empresa vem sofrendo devido à ocorrência de todos os problemas existentes.

Estabeleceu assim, duas categorias de problemas: os “poucos vitais” e os “muitos triviais”.

Segundo Werkema (1995, p. 72): “Os poucos vitais representam um pequeno número de

problemas, mas que no entanto resultam em grandes perdas para a empresa. Já os muitos

triviais são uma extensa lista de problemas, mas que apesar de seu grande número,

convertem-se em perdas pouco significativas”.

Um exemplo de utilização da metodologia proposta por Pareto, está exemplificada nas

Figuras 2, 3 e 4:

Figura 2: Dados e cálculos do exemplo de utilização de gráfico de Pareto

Fonte: Lugli (2008)

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Figura 3: Dados e cálculos do exemplo de utilização de gráfico de Pareto

Fonte: Lugli (2008)

Figura 4: Gráfico de Pareto do exemplo

Fonte: Lugli (2008)

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2.3.4. Brainstorming

O brainstorming ou tempestade de idéias é aplicado na fase de análise do Ciclo PDCA para

levantamento de idéias.

Segundo Werkema (1995, p.96), “o brainstorming tem o objetivo de auxiliar um grupo de

pessoas a produzir o máximo possível de idéias em um certo período de tempo”.

As causas identificadas pelas pessoas na condução do brainstorming são dispostas no

diagrama de causa e efeito.

2.3.5. Diagrama de causa e efeito

O diagrama de causa e efeito foi desenvolvido para representar a relação entre o “efeito” e

todas as possibilidades de “causa” que podem contribuir para esse efeito. Também conhecido

como diagrama de Ishikawa, foi desenvolvido por Kaoru Ishikawa, da Universidade de

Tóquio, em 1943, onde o utilizou para explicar para o grupo de engenheiros de Kawasaki

Steel Works como vários fatores podem ser ordenados e relacionados. Porém, somente em

1962, J.M. Juran no QC Handbook “batizou” este diagrama como sendo diagrama de

Ishikawa. Outra denominação para esse diagrama é Diagrama de Espinha de Peixe, visto a sua

semelhança ao esqueleto de um peixe, (ROCHA, 2009).

Esse diagrama é esquematizado para ilustrar claramente as várias causas que afetam um

processo, por classificação e relação das causas. Para cada efeito existe inúmeras causas

dentro de categoria como as 6 M”s: método, mão de obra, matéria prima, máquinas,

mensuração e meio ambiente.

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A Figura 5 ilustra o diagrama.

Figura 5: Estrutura do Diagrama de Causa e Efeito

Fonte: Werkema (1995, p.97)

2.3.6. Formulário 5W1H

Depois de terem os problemas identificados e analisados, devemos montar um plano de ação

para corrigir os problemas e/ou possibilidades de melhoria levantadas.

Este formulário baseia-se em fazer perguntas no sentido de obter as informações primordiais

que servirão de apoio ao planejamento.

Para cada tarefa constante do plano de ação, deverá ser definido o “5W1H” que consiste nas

seguintes perguntas: O quê (“What”) será feito, Quem (“Who”) fará, Por quê (“Why”) será

feito, Onde (“Where”) será feito, Quando (“When”) será feito e Como (“How”) será feito. O

Quadro 1 representa a estrutura de um formulário “5W1H”.

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Quadro 1: Representação de um formulário “5W1H”

2.4. Kanban – Ferramenta de Melhoria sob a Filosofia Just in Time (JIT)

O sistema Kanban foi desenvolvido pelos engenheiros da Toyota Motors Cia, com o objetivo

de tornar simples e rápidas as atividades de programação, controle e acompanhamento de

sistemas de produção em lotes. O sistema Kanban foi projetado para ser usado dentro do

contexto mais amplo da filosofia Just in time (produção puxada), e busca movimentar e

fornecer os itens dentro da produção apenas nas quantidades necessárias e no momento

necessário. Um dos pré requisitos de funcionamento do sistema Kanban são as ferramentas da

filosofia JIT/TQC.

Como afirma Slack (2008, p.494): “kanban é a palavra japonesa para cartão ou sinal”. Pode-

se usar o sistema kanban como kanban de movimentação ou transporte (avisa o estágio

anterior que o material pode ser retirado do estoque), kanban de produção (sinal para um

processo produtivo de que ele pode começar a produzir um item que seja colocado em

estoque) e kanban de fornecedor (avisa os fornecedores que é necessário enviar materiais para

que se possa produzir o produto).

Com a implantação de um Kanban de fornecedor, os fornecedores saberão a necessidade de

matéria prima e a suprirá com maior rapidez, levando a uma maior produtividade, a um

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melhoramento do processo. Os fornecedores terão essa visão da necessidade da matéria

prima, através de cartões que indicam o nível da mesma.

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3. ESTUDO DE CASO

3.1. Caracterização da Empresa

A empresa, objeto desse estudo, produz produtos que envolvem o “sono”, como colchões de

mola, colchões de espuma, camas Boxes, travesseiros, edredons, complementos de cama e

linha camping, além da fabricação de espumas, fibras e mantas de poliéster. Com uma área

com mais de 47.000 m² construídos, a empresa possui aproximadamente 350 funcionários.

O que caracteriza a empresa é a constante busca pela qualidade, que a fez ser uma das cinco

fabricantes de colchões no Brasil aptas a usar o selo Pró-Espuma, utilizado pelo INER (Instituto

Nacional de Estudos do Repouso), instituição sem fins lucrativos, normativa e fiscalizadora, com

objetivo de regulamentar o mercado de colchões, oferecendo ao consumidor um produto com

qualidade superior e com rígido controle de qualidade.

3.2. Demanda

O estudo de caso se fez necessário devido as constantes falhas encontrados durante o processo

de produção das camas Box, na qual afetam a qualidade do produto gerando um produto não

conforme, aumentando custos de produção, diminuindo a produtividade, entre outras.

3.3. Metodologia

Quanto à classificação

Do ponto de vista da natureza do trabalho em questão, pode-se classificá-lo como pesquisa

aplicada, que objetiva gerar conhecimentos para serem aplicados na prática para solucionar

problemas específicos. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, o trabalho

pode ser classificado como pesquisa quantitativa, na qual os problemas foram quantificáveis,

ou seja, foram transformados em números. Do ponto de vista de seus objetivos, o trabalho é

considerado uma pesquisa exploratória, em que há uma maior familiaridade com os

problemas e entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com os problemas. Do

ponto de vista dos procedimentos técnicos, o trabalho é considerado um estudo de caso, por

envolver um estudo aprofundado sobre o objeto em que se pretende analisar, permitindo um

amplo e detalhado conhecimento.

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Quanto à aplicação

Em um processo de fabricação de um produto atuam diversos fatores que afetam suas

características da qualidade. Esses fatores citados são um conjunto de causas de variação, que

provocam as mudanças nas diversas características da qualidade dos produtos, o que poderá

dar origem aos produtos não conformes.

O setor de produção de camas Box da empresa citada possui algumas falhas que podem

comprometer a qualidade do produto, além de gerar desperdício de materiais, aumentando

custos.

A população estudada compreende o conjunto de falhas no processo que ao ocorrerem afetam o

setor de produção de camas Box. O período de análise desses problemas será do mês de fevereiro

de 2010 a julho de 2010.

A primeira providência a ser tomada para visualizar a qualidade de uma operação é a coleta de

dados. Segundo Ritzman (2004) os dados ajudam a identificar operações que exigem melhoria e

intensidade da ação corretiva necessária. A coleta dos dados foi realizada com a utilização de

Folhas de Verificação, contendo o tipo de problema, e as “Oportunidades de Melhorias” (O.M.s -

explicadas mais adiante) que são um parâmetro para a análise de falhas no processo acorridas no

setor em questão. Com os dados obtidos através da Folha de Verificação e com as “Oportunidades

de Melhorias” foi realizada a construção de um Gráfico de Pareto.

Ao se identificar as não conformidades (geradas por falhas no processo) e sua frequência de

ocorrência realizou-se um Brainstorming, para identificar as possíveis causas das falhas no

processo. Causas estas, que foram utilizadas para a construção de um Diagrama de Causa e Efeito.

Com as causas das falhas já identificadas, assim como suas possíveis soluções, realizou-se um

plano de ação, na qual propôs-se melhorias no processo para diminuir ou eliminar as falhas. Esse

plano de ação foi apresentado por meio da metodologia 5W1H.

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3.4. Coleta e Análise de Dados

3.4.1. Apresentação do produto

A cama Box é um modelo de cama diferente das demais, pois não possui cabeceira. Esse

produto é definido como base de madeira para colchão. O modelo do conjunto ilustrado na

Figura 6, se apresenta com duas camas devido ao tamanho do colchão.

Figura 6: Colchão sobre a cama Box

Fonte: F.A. Maringá (2010)

3.4.2. Descrição do processo

No processo de fabricação de camas Box utiliza-se estruturas de madeira que possuem

atualmente sua produção terceirizada. Três fornecedores são os responsáveis por esse

abastecimento de estruturas de madeira, sendo dos seguintes tamanhos:

138 cm x 188 cm x 26 cm;

97 cm x 203 cm x 26 cm;

88 cm x 188 cm x 26 cm;

79 cm x 198 cm x 26 cm.

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Essas estruturas estão representadas na Figura 7:

Figura 7: Estruturas de madeira

Receber ordem de produção (I)

O processo de produção começa com o recebimento das ordens de produção pela líder do

setor. Esse recebimento é feito logo no começo da jornada de trabalho, e nessas ordens de

produção constam informações como o número da ordem, o código do produto, a data de

início da ordem, os modelos de camas que deverão ser produzidos e suas respectivas

quantidades. Com essas informações em mãos, a líder do setor passará aos costureiros quais

revestimentos deverão ser costurados e quais telinhas de TNT deverão ter um velcro

costurado.

Costurar fita de velcro na telinha de TNT (II)

Cada cama Box ao ser revestida utiliza uma telinha de TNT como forro da parte de baixo da

cama. Essa telinha precisa ter uma fita de velcro costurada em uma das suas pontas, e isso é

realizado por uma costureira com o auxílio de uma máquina de costura reta. Depois de

prontas, essas telinhas de TNT são armazenadas em prateleiras ao lado da máquina de costura.

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Costurar o revestimento (III)

Revestimento é o nome utilizado para o pano que reveste as estruturas de madeira. Esse

revestimento é preparado a partir da costura de um tampo de matelassê (tecido cru + espuma

+ TNT) com uma faixa de matelassê (tecido correspondente ao modelo da cama + espuma +

TNT). Depois de prontos, esses revestimentos são armazenados em paletes e serão levados até

os revestidores por um abastecedor.

Revestir cama (IV)

Os revestidores pegam as estruturas de madeiras, acondicionadas na frente de suas mesas,

referentes ao tamanho solicitado na ordem de produção. Eles recebem do abastecedor os

revestimentos que deverão ser usados nessas camas e a etiqueta, com código de barras, que

deverá ser grampeada na cama para sua leitura no sistema quando a mesma for levada ao

Centro de Distribuição (local de armazenamento dos produtos finais).

A estrutura de madeira da cama é envolvida pelo revestimento, sendo virada e grampeada os

quatro lados de baixo da cama. A fita de velcro também é grampeada em uma das pontas da

cama, para que depois seja grudada nessa fita a outra parte do velcro que está costurada na

telinha de TNT. Essa telinha é grampeada, exceto a parte do velcro. Abrindo esse velcro, o

revestidor grampeia dentro da cama um pedaço de fita, na qual servirá posteriormente para

prender a caixinha de pezinhos que vai dentro da cama.

Nas quatro pontas da cama é grampeada uma cantoneira de plástico, para proteger e melhorar

a estética da cama Box. A etiqueta entregue pelo abastecedor é grampeada no centro da cama

e por último são feitas marcações (furos) na telinha de TNT para identificar a localização dos

portas-rosca, que é onde será rosqueado os pezinhos.

Embalar (V)

Na esteira a caixinha de pezinhos é colocada dentro da cama pela abertura do velcro, e

prendida pela fita que os revestidores grampearam.Nos casos de camas dos tamanhos 79 cm x

198 cm x 26 cm e 97 cm x 203 cm x 26 cm, são colocados uma chapa de junção, para unirem

duas camas (no caso de colchões de tamanho muito grande). Coloca-se nas quatro pontas da

cama, uma cantoneira de papelão que irá proteger a cama durante o transporte. Por último, é

feita a revisão das camas, para ver se não tem nenhuma sujeira, rasgo no tecido, falhas no

bordado, entre outras não conformidades. Estando tudo certo com a cama, ela é envolvida por

uma embalagem plástica, lacrada e acondicionada em um carrinho.

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Armazenar (VI)

Quando o carrinho estiver completo de camas, o embalador leva esse carrinho para o pátio da

fábrica e será posteriormente levado por um reboque até o Centro de Distribuição, na qual

ficarão armazenadas até serem carregadas nos caminhões.

Os processos descritos estão esquematizados no fluxograma representado na Figura 8:

Figura 8: Fluxograma do processo

3.4.3. Análise de dados

Com o objetivo de diminuir ou eliminar a quantidade de produtos não conformes, é necessário

um levantamento das não conformidades ocorridas (causadas por falhas no processo) nas

camas e a quantidade de ocorrências. Para isso, realizou-se uma coleta de dados a partir das

“Oportunidades de Melhorias” (O.M.s) e de uma folha de verificação.

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As “Oportunidades de Melhorias” são papéis de circulação interna, que tem como objetivo

informar ao líder de um setor da empresa, algum problema detectado, e qual foi o efeito da

ocorrência desse problema. Para melhor entendimento tem-se a Figura 9:

Figura 9: “Oportunidade de Melhoria”

No campo “MEDIDA CORRETIVA”, o líder do setor vai informar o que ele fará para que

esse problema detectado não volte a ocorrer, e assinar o espaço indicado como “Responsável

pela Análise”.

Essa “DESCRIÇÃO DA OPORTUNIDADE DE MELHORIA” pode ser em relação a

qualquer assunto, como por exemplo: problema com a qualidade das matérias primas internas

fornecidas; falta de organização do setor; atraso na entrega das matérias primas internas;

enfim, qualquer anomalia que tenha ocorrido.

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Os Quadros de 2 a 7, apresentam as ocorrências de O.M.s (referentes à não conformidade em

camas Box) registradas mensalmente, compreendidas entre os meses de fevereiro a julho de

2010. Todas essas não conformidades são decorrentes de falhas no processo.

CAMAS

FEVEREIRO

QUANTIDADE

DE O.M.s ASSUNTO

2 Camas sem os pezinhos ou com os mesmos

trocados

3 Cama com tela rasgada

5 Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

1 Produto com etiqueta errada

2 Cama com tecido rasgado

1 Cama com costura aberta

1 Embalagem rasgada

15 TOTAL

Quadro 2: Ocorrências de O.M.s durante o mês de fevereiro/2010

CAMAS

MARÇO

QUANTIDADE

DE O.M.s ASSUNTO

5 Cama sem os pezinhos ou com os mesmo

trocados

20 Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

4 Produto com etiqueta errada

6 Cama com tecido rasgado

2 Cama com costura aberta

37 TOTAL

Quadro 3: Ocorrências de O.M.s durante o mês de março / 2010

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CAMAS

ABRIL

QUANTIDADE

DE O.M.s ASSUNTO

2 Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

1 Produto com etiqueta errada

2 Cama com tecido rasgado

5 TOTAL

Quadro 4: Ocorrências de O.M.s durante o mês de abril / 2010

CAMAS

MAIO

QUANTIDADE

DE O.M.s ASSUNTO

5 Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

5 TOTAL Quadro 5: Ocorrências de O.M. s durante o mês de maio/ 2010

CAMAS

JUNHO

QUANTIDADE

DE O.M.s ASSUNTO

2 Camas sem os pezinhos ou com os mesmos

trocados

3 Cama com tela rasgada

23 Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

4 Produto com etiqueta errada

5 Cama com tecido rasgado

3 Chapa quebrada

3 Revestimento com falha na costura

10 Camas com o porca-rosca dos pés

despadronizadas

53 TOTAL Quadro 6: Ocorrências de O.M.s durante o mês de junho/ 2010

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CAMAS

JULHO

QUANTIDADE

DE O.M.s ASSUNTO

2 Camas sem os pezinhos ou com os mesmos

trocados

2 Cama com tela rasgada

33 Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

2 Produto com etiqueta errada

2 Revestimento com falha na costura

9 Chapa solta

1 Embalagem rasgada

51 TOTAL

Quadro 7: Ocorrências de O.M.s durante o mês de julho/ 2010

Dados também foram levantados com o auxílio de uma folha de verificação:

FOLHA DE VERIFICAÇÃO PARA CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTO

DEFEITUOSO

Produto: Cama Box

Estágio de Fabricação: Costura do revestimento

Tipo de defeito: Falhas no bordado

Total inspecionado: Toda a produção de 1 semana

Data: 26/07/2010 à 30/07/2010

Seção:

Inspetor: Bruna

Observações:

DIAS

26/7/2010 27/7/2010 28/7/2010 29/7/2010 30/7/2010

Defeito Contagem Contagem Contagem Contagem Contagem

Falhas no

bordado das

faixas de

matelassê

||||||||||| |||||||||| |||||||| ||||||||||||| ||||||||| Total

Sub-Total 11 10 8 13 9 51

Figura 10: Folha de verificação

Os dados obtidos através da folha de verificação compreendem o período semanal, e os das

O.M.s, o levantamento é mensal, em que para este estudo abrangeu 6 meses. Portanto,

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estimou-se as falhas obtidas na folha de verificação para um período mensal, totalizando em

média 204 falhas no bordado por mês e 1224 falhas no bordado durante 6 meses.

Com os dados obtidos durante os seis meses, realizou-se um levantamento da quantidade total

de ocorrência por tipo de não conformidade, durante o período analisado. Esse levantamento

está ilustrado na Tabela 1.

Tabela 1: Levantamento das ocorrências de não conformidades ocorridas durante os meses de fevereiro a

julho de 2010

Tipo de não conformidade Quantidade de ocorrência

Camas sem os pezinhos ou com os

mesmos trocados 11

Cama com tela rasgada 8

Cama suja enviada ao Centro de

Distribuição 83

Produto com etiqueta errada 12

Cama com tecido rasgado 13

Cama com costura aberta 3

Embalagem rasgada 2

Chapa quebrada 3

Revestimento com falha na costura 5

Camas com o porca-rosca dos pés

despadronizadas 10

Falhas no bordado das faixas de

matelassê 1224

Chapa solta 9

TOTAL 1383

Com o objetivo de visualizar de forma mais clara as não conformidades encontradas nas

camas e nas matérias primas internas, relatados nas O.M.s e na folha de verificação,

construiu-se um gráfico de Pareto.

Com os dados, obtidos nas O.M.s e na folha de verificação, pode-se construir o gráfico de

Pareto (dados na Tabela 3 apresentada no Apêndice A) para a maior visualização das não

conformidades, de maior ocorrência.

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Figura 11: Gráfico de Pareto

Esse gráfico ilustra que as não conformidades mais freqüentes são falhas no bordado das

faixas de matelassê e camas sujas enviadas ao Centro de Distribuição, na qual juntas

representam 94,50% das não conformidades ocorridas com as camas produzidas no setor.

Somente a não conformidade “falhas no bordado das faixas de matelassê” corresponde a

88,50% da quantidade total de ocorrências.

Essas quantidades de não conformidades detectadas foram a partir das O.M.s, mas sabe-se

que pode ocorrer com maior frequência do que a relatada. Não se tem exatamente a

quantidade de ocorrência dessas não conformidades, pois muitos clientes não chegam a relatar

o ocorrido, ou mesmo relatado, o departamento comercial da empresa soluciona o problema e

muitas vezes nem armazena em um banco de dados a ocorrência e nem realiza o envio da

O.M. ao setor, no caso o setor de cama Box.

A não conformidade cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados de acordo com os

dados levantados corresponde a 0,80% dos problemas totais ocorridos, mas mesmo essa

porcentagem sendo baixa, considera-se um problema grave. Isso devido ao fato de não ser

detectado dentro da empresa, pois os pezinhos são colocados dentro da cama, não há a

possibilidade de uma conferência antes do envio da cama ao cliente. Somente o cliente ao

adquirir a cama e abri-la em sua residência que irá detectar o problema, fazendo com que a

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empresa fique mal vista perante esse cliente, pois como cita Paladini (2006, p.302), “[...] os

clientes contam para o dobro de pessoas uma experiência negativa, em comparação com uma

positiva experiência envolvendo a qualidade de um produto”, além da geração do aumento de

custos ocasionado com o envio dos pezinhos por meio das agências de correios.

Todas essas não conformidades levantadas através de O.M.s e da folha de verificação, são

resultantes de falhas no processo. Quanto a não conformidade relacionada à falha no bordado

das faixas de matelassê, optou-se por esclarecer as operações para obtenção desse componente

da cama Box, a seguir.

Bordado das faixas de matelassê

As faixas de matelassê já vão para o setor de camas com falha no bordado, com isso as

costureiras ao fazerem a costura do tampo de tecido cru com a faixa de matelassê, precisam

verificar se na faixa que será costurada possui falhas no bordado. Se houver a falha, antes de

começar a costurar, precisa-se consertar essa falha, com a própria máquina de costura,

bordando onde houve a falha.

Essas faixas são bordadas por máquinas de alta tecnologia, conforme ilustrada na Figura 12:

Figura 12: Máquina bordadeira

A borda dessas máquinas nada mais é do que a junção de TNT, espuma e tecido, na qual após

juntos são denominados de matelassê. Um exemplo é a Figura 13:

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Figura 13: Ilustração da faixa de matelassê

Essa máquinas utilizam-se ao mesmo tempo de muitos carretéis de linha, que ao término de

pelo menos um deles, há a necessidade de se desligar a máquina e realizar a troca desse

carretel de linha. Se não for percebido o fim o carretel, a máquina continuará bordando, e

haverá pedaços com falha. Pode ocorrer também a quebra das linhas, na qual também

acarretará nas falhas caso o bordador não tenha detectado essa quebra.

Apesar do controle de falhas pelas costureiras, algumas dessas falhas podem passar

despercebidas, e ao serem detectadas pelos revestidores, retornarão para as costureiras para

conserto. Entretanto, algumas vezes essas falhas não sendo detectadas passam despercebidas e

a cama é revestida e enviada ao Centro de Distribuição.

Depois de detectadas as não conformidades mais freqüentes (falhas no bordado das faixas de

matelassê e camas sujas enviadas ao Centro de Distribuição), e as que causam maior impacto

(cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados), as possíveis causas das falhas no

processo que resultam essas não conformidades, devem ser investigadas, e as ações corretivas

devem ser executadas.

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Brainstorming

Para se detectar ao certo quais as causas das falhas no processo que levam a essas não

conformidades, realizou-se um brainstorming. Para esta finalidade foi reunido um grupo de

pessoas que participam dos processos de produção. Foi solicitado a essas pessoas que dessem

opiniões sobre quais seriam as causas das falhas no processo que geram essas não

conformidades e sugerissem idéias a respeito das não conformidades encontradas. Os

resultados desse brainstorming foram:

Possíveis causas do problema falhas no bordado das faixas de matelassê

Falta de atenção do bordador (operador da máquina)

Falta de treinamento do bordador

Falta de manutenção da máquina, levando a sucessivas quebras das linhas

Linhas de má qualidade, sendo facilmente quebradas

Ausência de um Procedimento Operacional Padrão, que instrua o bordador a como

prosseguir em caso de quebra de linha

Desqualificação do bordador, realizando o serviço de forma errada e de má qualidade

Luminosidade que atrapalha o bordador a enxergar as quebras de linha e o fim dos

carretéis

Ausência de um dispositivo de alerta, que alertará o bordador quando ocorrer a quebra

da linha, ou ascendendo uma luz, ou soando uma sirene, ou até mesmo parando a

máquina.

Temperatura desagradável do ambiente, fazendo com que as pessoas não se

concentrem no serviço que estão executando.

Possíveis causas do problema cama suja enviada ao Centro de Distribuição

Falta de cuidado das costureiras na hora de costurar o revestimento, podendo às vezes

arrastá-los no chão, ou até mesmo estar com as mãos sujas.

Falta de cuidado do abastecedor de revestimentos, podendo levar os mesmo

arrastando-os no chão, ou até mesmo estar com as mãos sujas.

Falta de cuidado dos revestidores, podendo bater as camas nos canos de ar ou até

mesmo estarem com as mãos sujas.

Manuseio inadequado dos embaladores, batendo as camas nas bordas da esteira, ou até

mesmo estarem com as mãos sujas.

Revestidores ao colocarem as camas na esteira de forma errada, elas irão sujar, isso

porque a esteira possui em sua estrutura, uma correia de borracha que não cobre a

esteira inteira, somente três pequenas partes.

Embaladores não revisão as camas com o devido cuidado, sendo embaladas mesmo

sujas.

Temperatura desagradável do ambiente.

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31

Luminosidade baixa, afetando a visualização de sujeiras pelos embaladores.

Embaladores às vezes não limpam a esteira de forma adequada.

Tecido utilizado vindo sujo de fábrica.

Ausência de um Procedimento Operacional Padrão, que instrua os embaladores nas

suas tarefas.

Possíveis causas do problema cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados

Falta de atenção dos embaladores.

Falta de treinamento dos embaladores.

Desqualificação dos embaladores.

Falta de organização em volta da esteira, fazendo com que os embaladores confundam

os modelos dos pezinhos.

Ausência de um Procedimento Operacional Padrão, que instrua os embaladores, por

exemplo, a qual modelos de cama vão determinado tipo de pezinho.

Pezinhos vêm misturados da fábrica.

As causas identificadas pelas pessoas na condução do brainstorming foram estratificadas nos

diagramas de causa e efeito ilustrados nas Figuras 14, 15 e 16.

Figura 14: Diagrama de causa e efeito para o problema falha no bordado das faixas de matelassê

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

32

Figura 15: Diagrama de causa e efeito para o problema cama suja enviada ao Centro de Distribuição.

Figura 16: Diagrama de causa e efeito para o problema cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados

3.4.4. Propostas de melhorias

Após detectar os tipos de não conformidades existentes nas camas, bem como as causas que

geraram a falha no processo, propôs-se melhorias.

3.4.4.1. Falha no bordado das faixas de matelassê

1. Treinamento dos bordadores, mostrando-lhes a atenção que devem ter nos carretéis

de linha, para que quando ocorrer a quebra de uma linha ou o término de um carretel,

eles possam detectar de imediato e saber ao certo como prosseguir;

2. Adequar a iluminação do local onde estão as máquinas bordadeiras, pois se estiver

mal iluminado, os bordadores terão dificuldades para detectarem de imediato uma

quebra de linha ou o final da linha de um carretel;

3. Realizar manutenção preventiva semanalmente nas máquinas;

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33

4. Acoplar nas máquinas bordadeiras um dispositivo de alerta denominado poka-yoke.

Poka-yoke são dispositivos que são incorporados em um processo para prevenir

erros de falta de atenção dos colaboradores. Há dispositivos que somente tocam uma

sirene para avisar o colaborador, e outros que ao detectarem, como no caso em

questão, a falta de linha, a máquina para de funcionar automaticamente, fazendo

com que a borda não continue mesmo com a ausência de linha, não tendo assim as

falhas no bordado das faixas de matelassê;

5. Montar um Procedimento Operacional Padrão (P.O.P.) para que instrua os

bordadores como deve ser realizado suas atividades;

6. Melhorar a qualidade das linhas.

3.4.4.2. Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

1. Treinamento e conscientização das pessoas envolvidas no processo, para que tomem

mais cuidado ao manipularem os revestimentos das camas e as camas revestidas;

2. Instalar uma luminária sobre a mesa de embalagem das camas, melhorando assim a

luminosidade, as sujeiras nas camas serão detectadas com maior facilidade;

3. Permitir a entrada de um integrante da equipe de embalagem meia hora mais cedo do

início do expediente. Isso para realizar a limpeza completa da esteira, evitando que

os revestidores coloquem as camas antes da limpeza total;

4. Montar um Procedimento Operacional Padrão (P.O.P.) para que instrua os

embaladores a como realizar adequadamente a revisão das camas;

5. Modificar a estrutura da esteira, a estrutura atual esta ilustrada na Figura 17:

Figura 17: Estrutura da esteira atual

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34

Como pode-se observar na figura, a esteira possui somente três correias, possibilitando o

contato das camas com os ferros amarelos, aumentando as chances de sujar as camas, além da

tinta dos ferros as vezes mancharem as camas. Para solucionar esse problema, a esteira deverá

ter uma única correia que cobrirá toda a esteira, não possibilitando nenhum contato com os

ferros.

3.4.4.3. Cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados

1. Montar uma equipe fixa para a embalagem;

2. Realizar um treinamento com os embaladores, na qual será passada cada atividade

que eles terão que desempenhar e como serão desempenhadas;

3. Padronizar modelos de pezinhos, ou diminuir as quantidades existentes de modelos.

Os modelos atuais são: plástico, tabaco e cromados, gerando muita confusão na hora

de colocar os pés, pois cada modelo de cama vai um tipo diferente de pés. Para

amenizar esse problema, pode-se utilizar somente dois modelos de pés;

4. Inserir na etiqueta de cada modelo de cama, o modelo de pé que será utilizado para a

mesma;

5. Montar uma tabela com os modelos das camas e os respectivos modelos de pezinhos

que deverão ser colocados, e deixá-la em um lugar bem visível para os embaladores

poderem tirar possíveis dúvidas que venham a surgir;

6. Montar um Procedimento Operacional Padrão (P.O.P.) para que instrua os

embaladores a como realizar suas atividades adequadamente;

7. Organizar em volta da esteira, deixar os modelos de pezinhos separados, para não

ocorrer trocas ao pegá-los.

3.4.5. Metodologia 5W1H

Utilizou-se a metodologia 5W1H para darem apoio às ações que serão tomadas mediante as

propostas de melhorias.

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

35

5W1H Para o problema falha no bordado das faixas de matelassê

Atividade What (o

quê) Who (quem)

Why

(porquê)

Where

(onde)

When

(quan-

do)

How (como)

Treinar os

bordadores

Será

realizado

um

treinamen-

to dos

bordadores

Fernanda

(RH) e

Renato

(Encarregado

do setor

bordadeiras)

Para evitar

falhas no

bordado das

faixas de

matelassê

No setor

das

bordadei-

ras

O mais

rápido

possível

Fazendo um

levantamento

das

atividades

que terão que

ser

realizadas

pelos

bordadores,

dos cuidados

que deverão

tomar, e

repassá-los

aos

bordadores,

mostrando-

lhes como

prosseguir

durante as

atividades.

Adequar a

iluminação

A

iluminação

do local

terá que

ser

adequada,

não

podendo

ser muito

escuro o

local.

Valdinei

(Manuten-

ção) e Renato

(Encarregado

do setor

bordadeiras)

Para evitar

que a

iluminação

atrapalhe o

bordador a

visualizar a

quebra de

linhas e final

de linha no

carretel.

No setor

das

bordadei-

ras

O mais

rápido

possível

Observando

a iluminação

de todo o

local e

instalando

uma

luminária

nos pontos

com pouca

luminosidade

Manutenção

preventiva

Uma

manuten-

ção

preventiva

deverá ser

realizada

nas

máquinas

bordadei-

ras.

Valdinei

(Manuten-

ção)

Para evitar

que a

máquina

bordadeira

trabalhe

estando

desrregulada.

Nas

máquinas

bordadei-

ras

Uma vez

por

semana

As máquinas

bordadeiras

deverão ser

vistoriadas, e

qualquer

anomalia que

existir deve

ser corrigida.

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

36

Acoplar

poka-yoke

Acoplar

um

dispositivo

de alerta

Valdinei

(Manuten-

ção) e

Manoel

(Engenheiro

Mecatrônico)

Para alertar o

bordador

quando

houver

quebra de

linha ou final

da linha do

carretel, e

parar a

máquina

quando esses

problemas

ocorrerem

Nas

máquinas

bordadei-

ras

O mais

rápido

possível

Realizar o

estudo de um

possível

acoplamento

do

dispositivo

de alerta

poka - yoke

Montar um

P.O.P.

Realizar a

montagem

de um

P.O.P.

Thiago

(Estagiário)

Para trazer

informações

para os

colaborado-

res,

envolvidos

no processo,

de como

prosseguir

com as

atividades

No setor

das

bordade-

iras

O mais

rápido

possível

Acompanhar

todo o

processo e

descrevê-lo

em forma de

tópicos e

imprimir

essas

informações

em banners

que serão

dispostos nas

paredes do

setor

Melhorar a

qualidade

das linhas

Verificar

se a

qualidade

das linhas

é boa, caso

não seja

trocá-las

Ricardo

(Compras)

Para verificar

se a

qualidade

está

influenciando

na constante

quebra das

linhas

No setor

de

compras

O mais

rápido

possível

Caso as

linhas forem

de má

qualidade,

ele solicitará

a compra de

linhas de

outras

marcas Quadro 8: 5W1H para o problema falha no bordado das faixas de matelassê

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

37

5W1H Para o problema cama suja enviada ao Centro de

Distribuição

Ativida-

de

What (o

quê)

Who

(quem)

Why

(porquê)

Where

(onde)

When

(quan-

do)

How (como)

Treinar

Será

realizado

um

treinamen-

to das

pessoas

envolvidas

no

processo

Fernanda

(RH) e

Bruna

(Encar-

regada do

setor de

camas

Box)

Para evitar o

manuseio

inadequado

fazendo com

que as

camas

fiquem sujas

No setor

de camas

Box

O mais

rápido

Pos-

sível

Fazendo um

levantamento das

atividades que terão

que ser realizadas

pelas pessoas

envolvidas, dos

cuidados que deverão

tomar, e repassá-los a

todos, mostrando-lhes

como prosseguir

durante as atividades.

Instalar

luminá-

ria

A

instalação

de uma

luminária

sobre a

mesa de

embala-

gem

Valdinei

(Manuten-

ção) e

Bruna

(Encar-

regada do

setor de

camas

Box)

Para

melhorar a

visualização

de sujeiras

nas camas

No setor

de camas

Box

O mais

rápido

pos-

sível

Instalando uma

luminária

Permis-

são

Permitir a

entrada de

um

integrante

da equipe

de embala-

gem meia

hora antes

do começo

do

expediente

Maurício

(Gerente de

Produção)

e Bruna

(Encar-

regada do

setor de

camas

Box)

Para esse

integrante ir

limpando a

esteira antes

dos

revestidores

começarem

a colocar

camas sobre

ela.

No setor

de camas

Box

Todos

os dias

Liberando a entrada

desse colaborador

para ele limpar a

esteira com maior

atenção e sem pressa,

pois os revestidores

não terão chego

ainda.

Montar

um

P.O.P.

Realizar a

montagem

de um

P.O.P.

Thiago

(Estagiá-

rio)

Para trazer

informa-

ções para os

colaborado-

res,

envolvidos

no processo,

de como

prosseguir

com as

atividades

No setor

de camas

Box

O mais

rápido

Pos-

sivel

Acompanhar todo o

processo e descrevê-

lo em forma de

tópicos e imprimir

essas informações em

banners que serão

dispostos nas paredes

do setor

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

38

Modifi-

car a

estrutura

da

esteira

Substituir

as correias

da esteira

Maurício

(Gerente de

Produção)

e Fernando

(Diretor de

Produção)

Para evitar

que os ferros

da esteira

fiquem em

contato com

a cama no

momento do

acondiciona-

mento das

mesmas na

esteira

No setor

de camas

Box

O mais

rápido

Pos-

sivel

Realizar um

orçamento de uma

correia que cubra toda

a esteira, e estudar a

possível aquisição da

mesma.

Quadro 9: 5W1H para o problema cama suja enviada ao Centro de Distribuição

5W1H Para o problema cama sem os pezinhos ou com os mesmos

trocados

Atividade What (o

quê)

Who

(quem)

Why

(porquê)

Where

(onde)

When

(quan-

do)

How (como)

Fixar

equipe

Montar

uma

equipe

fixa para

a embala-

gem

Fernanda

(RH) e

Bruna

(Encar-

regada do

setor de

camas

Box)

Para evitar

erros

No

setor de

camas

Box

O mais

rápido

Pos-

sivel

Observar os

colaboradores que mais

se adequam à função, se

necessário contratar mais

colaboradores

Treinar

Será

realizado

um treina-

mento

com os

embala-

dores

Fernanda

(RH) e

Bruna

(Encar-

regada do

setor de

camas

Box)

Para evitar

erros de

não

colocação

de pezinhos

ou de

pezinhos

trocados

No

setor de

camas

Box

O mais

rápido

Pos-

sivel

Fazendo um

levantamento das

atividades que terão que

ser realizadas pelos

embaladores, dos

cuidados que deverão

tomar, e repassá-los a

todos, mostrando-lhes

como prosseguir durante

as atividades.

Padroni-

zação ou

diminui-

ção

Padroni-

zar os

modelos

de

pezinhos,

ou

diminuir

o número

de

modelos

Maurício

(Gerente

de

Produção)

e Bruna

(Encar-

regada do

setor de

camas

Box)

Para evitar

erros de

serem

colocados

pezinhos de

modelos

diferentes

do que o

modelo da

cama pede

No

setor de

camas

Box

O mais

rápido

pos-

sível

Montando uma tabela de

todos os modelos das

camas, e ver a

possibilidade das camas

usarem apenas dois

modelos diferentes de

pezinhos ao invés de três.

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39

Inserir

Inserir na

etiqueta

da cama

Box o

modelo

do

pezinho

que

deverá ser

utilizado

Bruna

(Encar-

regada do

setor da

cama

Box)

Para

facilitar os

embalado-

res a

colocarem

o modelo

adequado

do pezinho,

sendo

como uma

forma de

tirar

dúvidas

No

setor de

camas

Box

O mais

rápido

pos-

sível

Entrar no sistema e

acrescentar nas etiquetas

das camas o modelo que

deverá ser utilizado para

aquele determinado

modelo de cama

Criação

de uma

tabela

Criar uma

tabela

com os

modelos

de camas

e os

respecti-

vos

modelos

de

pezinhos

que

deverão

ser

utilizados

Bruna

(Encar-

regada do

setor da

cama

Box)

Para

facilitar os

embalado-

res a

colocarem

o modelo

adequado

do pezinho,

sendo

como uma

forma de

tirar

dúvidas

No

setor de

camas

Box

O mais

rápido

pos-

sível

Criar a tabela em Excel e

deixá-la em um lugar

visível para os

embaladores poderem

tirar dúvidas quanto ao

modelo dos pezinhos

Montar

um P.O.P.

Realizar a

monta-

gem de

um P.O.P.

Thiago

(Estagiá-

rio)

Para trazer

informa-

ções para

os

embalado-

res, de

como

prosseguir

com as

atividades

No

setor de

camas

Box

O mais

rápido

pos-

sível

Acompanhar todo o

processo e descrevê-lo

em forma de tópicos e

imprimir essas

informações em banners

que serão dispostos nas

paredes do setor

Organiza-

ção

Organizar

os

pezinhos

em volta

da esteira

Equipe de

embala-

gem

Para evitar

de ser pego

acidental-

mente um

modelo de

pezinho

que não

correspon-

de ao

desejado

Em

volta

da

esteira

O mais

rápido

pos-

sível

Organizar as caixas de

pezinhos de acordo com

cada modelo

Quadro 10: 5W1H para o problema cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

40

3.4.6. Ações realizadas perante as propostas de melhorias propostas

3.4.6.1. Falha no bordado das faixas de matelassê

1. Foi solicitado ao departamento de Recursos Humanos um treinamento com os

bordadores;

2. A iluminação do local onde fica as máquinas bordadeiras teve adequações para

facilitar a visualização de quebra de linhas e fim de carretéis;

3. Foi solicitado ao pessoal da manutenção a realização de uma manutenção preventiva

nas máquinas bordadeiras;

4. Foi solicitado ao Engenheiro Mecatrônico da empresa para que seja feito um estudo

para a implantação dos dispositivos de alerta nas máquinas bordadeiras;

5. Um Procedimento Operacional Padrão (P.O.P.) foi montado, foram impressos em

banners que foram pendurados nas paredes do setor;

6. Foi constatado que as linhas utilizadas são de boa qualidade.

3.4.6.2. Cama suja enviada ao Centro de Distribuição

1. Foi realizado um treinamento com a equipe da embalagem, na qual instruções de

como realizar a revisão nas camas foram passadas a eles. Sempre está sendo dito às

pessoas envolvidas no processo, a importância e necessidade dos cuidados adequados

que deverão ter com os revestimentos e com as camas revestidas;

2. Foi instalada uma luminária sobre a mesa de embalagem, na qual esta facilitando os

embaladores a detectar com maior facilidade as sujeiras nas camas revestidas;

3. Um membro da equipe de embaladores está entrando no trabalho meia hora antes do

início do expediente. Está sendo realizada uma boa limpeza da esteira, inclusive nos

ferros amarelos que ficam expostos a contatos com as camas. Ele entrando mais

cedo, não corre o risco de camas revestidas serem colocadas na esteira antes da

limpeza por completo, pois os revestidores entrarão meia hora depois;

4. Um Procedimento Operacional Padrão (P.O.P.) foi montado, foram impressos em

banners que foram pendurados nas paredes do setor. Esses banners podem ser

ilustrados na Figura 18:

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

41

Figura 18: P.O.P. para embalagem

5. Passou-se à Diretoria da empresa os problemas que a estrutura da esteira atual está

acarretando, se comprometendo a fazer o levantamento dos custos da adequação da

esteira para uma única correia que cubra ela toda.

3.4.6.3. Cama sem os pezinhos ou com os mesmos trocados

1. A equipe de embaladores estava com uma pessoa a menos, foi realizada a

contratação de um funcionário para ficar fixo na equipe, tendo assim então uma

equipe fixa de embaladores, sem precisar ficar cada dia pegando uma pessoa

emprestada dos outros setores;

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42

2. Foi realizado um treinamento com a equipe de embaladores, na qual foi passado aos

membros dela como serão realizadas as atividades que deverão ser feitas;

3. Três modelos de pezinhos são utilizados: de plástico, tabaco e cromado, para que

diminua os casos de troca de modelo de pezinhos, os modelos de camas que usam

pés tabaco, passarão a usar também pés cromados. Sendo utilizados agora somente

pés cromados e pés de plástico, sendo esse último, utilizado em apenas três modelos

de camas, o restante delas utilizam-se pés cromados, diminuindo as chances de troca

de modelo de pezinhos;

4. Nas etiquetas de cama modelo de cama, que vão grampeadas nelas e que constam

informações como modelo da cama, tamanho, composição do tecido, entre outras; foi

inserida também a informação do modelo de pezinho que deverá ser colocado,

podendo assim o embalador olhar a etiqueta quando estiver em dúvida de qual

modelo de pezinho colocar na cama;

5. Montou-se uma tabela para facilitar ainda mais a informação de qual pezinho colocar

nos modelos de camas existentes na empresa:

Tabela 2: Modelo da cama X modelo de pezinhos

Modelos de cama Modelo de pezinhos

Smart Plástico

Versatile Plástico

Michigan Plástico

Universal Branca Cromado

Universal Bege Cromado

Bege Liso Cromado

Kids Feminino Cromado

Kids Masculino Cromado

Dakota Cromado

Bege Plus Cromado

Hampton Cromado

London Linho Cromado

kentucky Cromado

Denver Cromado

6. Montou-se um Procedimento Operacional Padrão (P.O.P.), foram impressos em

banners que foram pendurados nas paredes do setor;

7. Organizou-se em volta da esteira, os pés dos dois modelos utilizados (plástico e

cromados) estão separados em caixas para que não haja confusão na hora que pegar

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - dep.uem.br · Figura 6: Colchão sobre a cama Box ... passando mais tarde a produzir outros produtos que envolvem o “sono”, como colchões

43

os pés para colocar nas camas.

3.4.7. Outros problemas detectados no processos

Durante o estudo de caso realizado, foi detectado um problema que faz com que atrase o

processo. As faixas de matelassê não são armazenadas no setor de forma adequada, ficando

desorganizadas, dificultando o acesso rápido pelas costureiras, além da constatação da falta do

produto no local que deveria estar armazenado. Para solucionar esse problema, propôs-se o

acondicionamento dessas faixas em prateleiras, divididas em vãos, nos quais corresponderão a

um tipo de faixa, que será identificada por plaquinhas, eliminando a ação da perda de tempo

na localização e fácil identificação quanto a ausência do produto. As prateleiras seriam:

Figura 19: Prateleira para faixas de camas de 138 cm x 188 cm (faixas de 140) e 203 cm x 97 cm (faixas de

203)

Modelos de faixas em cada vão:

1- Versatile 140

2- Michigan 140

3- Universal Branca 140

4- Universal Bege 140

5- Bege Liso 140

6- Hotel 140

Denver 140

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44

7- London Linho 140

Hampton 140

8- Kentucky 140

9- Dakota 140

10- Bege Plus 140

11- Faixas para camas de 203

1

2

3

4

6

5

7

8

9

10

2 m

2,4 m

11

120,8 m

0,8 m

0,8 m

1 m

Figura 20: Prateleira para faixas de camas de 79 cm x 198 cm (faixas de 90) e 88 cm x 188 cm (faixas de

90)

Modelos de faixas em cada vão:

1- Versatile 90

2- Michigan 90

3- Universal Branca 90

4- Universal Bege 90

5- Bege Liso 90

6- London Linho 90

Hampton 90

7- Kentucky 90

8- Dakota 90

9- Bege Plus 90

10- Kids 90

11- Hotel 90

12- Denver 90

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45

Para solucionar o problema de falta de controle do estoque das faixas, propôs-se um controle

utilizando-se o Kanban, na qual funcionaria a partir de cartões que seriam colocados nas

prateleiras, cada pacote de faixa retirado, as costureiras iriam dando baixa, até chegar em um

nível que será indicado por um cartão vermelho, na qual sinalizará a hora de fazer o pedido

dessa faixa que está acabando.

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46

4. CONCLUSÃO

A revisão de literatura realizada proporcionou todo o suporte científico para realizar esse

trabalho, baseado na teoria e de forma orientada. As ferramentas da qualidade foram aplicadas

durante a obtenção de dados e posterior análise.

O mapeamento do processo foi realizado para o melhor entendimento das falhas no processo.

As causas dessas falhas foram identificadas através do brainstorming e melhor visualizadas

nos diagramas de causa e efeito. Um plano de ação foi planejado, seguindo a metodologia

5W1H.

Propostas de melhorias do processo foram sugeridas para diminuir ou eliminar as falhas no

processo, diminuindo ou eliminando a quantidade de produtos não conformes. Com isso

houve um aumento da qualidade dos produtos e a produtividade e diminuição do retrabalho,

desperdício de materiais e custos. Algumas dessas propostas já foram implantadas e deram

bons resultados (diminuição de produtos não conformes), já outras, estão em fase de

implantação.

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5. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: Informação e

documentação – Trabalhos acadêmicos – Apresentação. Rio de Janeiro, 2001. 6 p.

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC - Controle da Qualidade Total (no estilo japonês).

EDIÇÃO. Rio de Janeiro: Editora Bloch S.A., 1994.

CONTADOR, Jose Celso (coord.). Gestão de Operações – A Engenharia de Produção a

Serviço da Modernização da Empresa. 2ª Edição. São Paulo: Editora Edgard Blücher

LTDA, 1998.

Desidério. Poka-Yoke. Disponível em <http://www.oficinadanet.com.br/artigo/546/poka-

yoke>. Acesso em: 07/04/2010.

F.A. Maringá. Disponível em <www.famaringa.com.br>. Acesso em: 20/04/2010.

Instituto Nacional de Estudos do Repouso. Disponível em < http://www.proespuma.org.br >.

Acesso em: 20/04/2010.

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APÊNDICE A

Tabela 3: Quantidades e suas porcentagens

Tipo de problema

Quantidade

de

ocorrência

Quantidade

acumulada %

%

acumulada

Falhas no bordado das faixas de

matelassê 1224 1224 88,50% 88,50%

Cama suja enviada ao Centro de

Distribuição 83 1307 6,00% 94,50%

Cama com tecido rasgado 13 1320 0,94% 95,44%

Produto com etiqueta errada 12 1332 0,87% 96,31%

Camas sem os pezinhos ou com os

mesmos trocados 11 1343 0,80% 97,11%

Camas com o porca-rosca dos pés

despadronizadas 10 1353 0,72% 97,83%

Chapa solta 9 1362 0,65% 98,48%

Cama com tela rasgada 8 1370 0,58% 99,06%

Revestimento com falha na

costura 5 1375 0,36% 99,42%

Cama com costura aberta 3 1378 0,22% 99,64%

Chapa quebrada 3 1381 0,22% 99,86%

Embalagem rasgada 2 1383 0,14% 100,00%

TOTAL 1383

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