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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO BARREIRAS PESSOAIS PARA A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA PERCEBIDAS POR PORTADORES DE AIDS Adriana Ramos Alves Ribeiro LONDRINA PARANÁ 2011

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Universidade

Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

BARREIRAS PESSOAIS PARA A PRÁTICA

DE ATIVIDADE FÍSICA PERCEBIDAS POR

PORTADORES DE AIDS

Adriana Ramos Alves Ribeiro

LONDRINA – PARANÁ

2011

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DEDICATÓRIA

Aos meus familiares, meu pai, minha mãe e meu irmão que foram companheiros em todas as

horas.

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Edilson Serpeloni Cyrino por receber-me no Grupo de Estudo e Pesquisa

em Metabolismo, Nutrição e Exercício (GEPEMENE).

A profa Ms. Débora Alves Guariglia por ter me convidado a iniciar este trabalho de

investigação com a população HIV/AIDS.

A profa Dr. Aurea Regina Telles Pupulin, do departamento de Ciências Básicas da

Saúde pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) por ter incorporado este estudo no

projeto intitulado Avaliação do efeito de intervenções de atividade física para pessoas vivendo

com HIV/AIDS.

Ao Prof Ms. Douglas Fernando Dias por auxiliar na formulação e execução do

tratamento estatístico para obtenção dos resultados deste trabalho.

A minha família, pelos incentivos para realizar um curso superior longe de casa.

Aos participantes entrevistados, pela concessão de informações para a realização deste

estudo.

A todos que, com boa intenção, colaboraram para a realização e finalização deste

trabalho.

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Ribeiro, Adriana Ramos Alves. Barreiras pessoais para a prática de atividade física

percebidas por portadores de AIDS. Trabalho de Conclusão de Curso. 46 p. Curso de

Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade

Estadual de Londrina, 2011.

RESUMO

A prática regular de atividade física tem apresentado benefícios para portadores de

HIV/AIDS, embora índices elevados de baixo nível de atividade física têm sido identificados

nesta população. Assim, o propósito deste estudo foi analisar a prevalência de barreiras

pessoais para a prática de atividade física percebidas por portadores de AIDS. A amostra foi

composta por 35 adultos de ambos os gêneros (43,8 ± 9,3 anos), residentes no município de

Londrina-PR. Três questionários foram utilizados para a coletas dos dados, a saber:

questionário de nível de atividade física habitual (Baecke, 1982), questionário

socioeconômico (ABEP, 2009) e questionário de barreiras pessoais percebidas para prática de

atividade física (Reichert, 2011). As principais barreiras pessoais percebidas para prática de

atividade física identificadas foram: (1) preguiça ou cansaço (48,6%), associada aos mais

jovens e fortemente associada a atividade física insuficiente no lazer; (2) falta de companhia

(45,7%), associada ao gênero feminino e as barreiras possuir (3) lesão ou doença (37,1%); (4)

falta de dinheiro e medo de se machucar (34,3%, para ambas), sendo esta última associada aos

mais velhos. A barreira preocupação com aparência durante a prática foi à barreira adicional

mais relatada. Os resultados deste estudo sugerem que as principais barreiras pessoais para a

prática de atividade física percebidas por portadores de AIDS parecem estar relacionadas aos

efeitos colaterais acarretados pela medicação Anti-retroviral utilizada para o controle da

doença.

Palavras-chave: epidemiologia da atividade física; síndrome da imunodeficiência adquirida;

atividade física relacionada à saúde.

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ABSTRACT

The regular physical activity has shown benefits for HIV / AIDS, although high levels of low

level of physical activity have been identified in this population. Thus, the purpose of this

study was to analyze the prevalence of personal barriers to physical activity perceived by

people with AIDS. The sample consisted of 35 adults of both genders (43.8 ± 9.3 years)

residing in the city of Londrina. Three questionnaires were used for data collection, namely:

questionnaire of habitual physical activity level (Baecke, 1982), socioeconomic questionnaire

(ABEP, 2009) and questionnaire for perceived personal barriers to physical activity (Reichert,

2011). The main perceived personal barriers to physical activity were identified: (1) feel too

tired (48.6%), associated with younger and strongly associated with insufficient physical

activity during leisure time, (2) lack of company (45.7 %), associated with female gender and

barriers (3) have an injury or disease (37.1%), (4) lack of money and fear of injury (34.3% for

both), the latter being associated with more old. The barrier preoccupation with appearance

during the practice was the most reported additional barrier. The results of this study suggest

that the main personal barriers to physical activity perceived by AIDS patients appear to be

related to side effects posed by antiretroviral medication used to control the disease.

Keywords: epidemiology of physical activity acquired immunodeficiency syndrome,

physical activity related to health

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Descrição da amostra conforme variáveis demográficas, econômicas e

recomendações de atividade física (150 minutos por semana)............................................

26

Tabela 2. Prevalência das barreiras pessoais percebidas para prática de atividade física

segundo as variáveis independentes....................................................................................

27

Tabela 3. Prevalência e razão de prevalência de não atingir a recomendação de atividade

física no lazer de acordo com as barreiras pessoais percebidas para prática de atividade

física.....................................................................................................................................

28

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1- Questionário de Barreiras Pessoais…………………………………………… 40

Anexo 2 - Questionário de Atividade Física habitual…………………………………. 41

Anexo 3 - Questionário de Classificação Econômica Brasil……………………………. 42

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LISTA DE APÊNDICES

Apêndice 1 - Parecer de aprovação pelo Comitê de Ética............................................... 43

Apêndice 2 - Termo de consentimento livre e esclarecido.............................................. 45

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SUMÁRIO

RESUMO…………………………………………………………………………………….... 5

ABSTRACT……………………………………………………………………………………

6

LISTA DE TABELAS................................................................................................................ 7

LISTA DE ANEXOS………………………………………………………………………….. 8

LISTA DE APÊNDICES........................................................................................................... 9

1 INTRODUÇÂO...…………………………………………………………………………… 11

2 OBJETIVOS………………………………………………………………………………… 12

2.1 Objetivo Geral……………………………………………………………………………… 12

2.2 Objetivo Especifico………………………………………………………………………… 12

3 REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………. 13

3.1 Atividade física, níveis baixos de exigência muscular e fatores associados.......................... 13

3.2 Barreiras para prática de atividade física............................................................................... 15

3.3 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)………………………………………… 19

3.4 Benefícios da prática de atividade física/exercício físico em indivíduos portadores de

HIV/AIDS………………………………………………………………………………………

20

4 MÉTODOS………………………………………………………………………………….. 22

4.1 Tipo de Estudo……………………………………………………………………………… 22

4.2 Amostra…………………………………………………………………………………….. 22

4.3 Local………………………………………………………………………………………... 22

4.4 Procedimentos e Instrumentos……………………………………………………………… 22

4.5 Questões Éticas…………………………………………………………………………….. 24

4.6 Tratamento Estatístico……………………………………………………………………… 24

5 RESULTADOS……………………………………………………………………………… 25

6 DISCUSSÃO………………………………………………………………………………… 29

7 CONCLUSÃO………………………………………………………………………………. 32

REFERÊNCIAS………………………………………………………………………………. 33

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1 INTRODUÇÃO

A prática regular de atividade física está relacionada com a prevenção e tratamento de

diversas doenças, tais como: diabetes, osteoporose, hipertensão arterial, doenças

cardiovasculares, depressão, ansiedade, entres outras, contribuindo para o alcance de uma

vida com qualidade1,2

.

Nesse sentido, uma população que tem recebido a atenção de pesquisadores e

profissionais da área de saúde é a de portadores do vírus HIV. A Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é uma doença que compromete o sistema imunológico de

indivíduos portadores do vírus HIV, afetando principalmente as células linfócitos T CD43-5

.

Considerando os benefícios da prática regular acredita-se que exista uma relação inversa com

a carga viral6, contribuindo para atenuação da progressão da doença

7,8, melhoria da condição

cardiopulmonar9 e da capacidade funcional

8, favorecendo o aprimoramento da qualidade de

vida10

.

No entanto, alguns estudos têm revelado baixo nível de atividade física habitual nessa

população11-12

. Esse fato remete a necessidade da busca por informações sobre os fatores que

dificultam ou impedem a prática da atividade física nessa população, especificamente. Tais

fatores têm recebido a denominação de barreiras, como por exemplo, hábito de fumar, falta de

dinheiro, falta de tempo, falta de companhia, sentir-se velho demais, entre outras13-14

.

Estudos com está temática têm sido relevantes porque procuram identificar fatores que

contribuem para a inatividade física, ainda há escassez deste tipo de investigação envolvendo

está população e as obtenções de informações desta natureza podem fornecer subsídios aos

profissionais da área da saúde, no sentido de criar estratégias de intervenção que favoreçam os

portadores de AIDS a mudança de hábito tornando-os mais ativos fisicamente visto que tem

crescido o numero de pessoas vivendo com está doença necessitando de atendimento e

tratamento para mesma, estimular o envolvimento regular com atividade física tem sido uma

das formas de tratamento não farmacológico devido os benefícios proporcionados.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar a prevalência de barreiras pessoais para a prática de atividade física

percebidas em uma amostra de portadores de AIDS, residentes no município de Londrina/PR.

2.2 Objetivo Específico

Associar a prevalência das barreiras pessoais percebidas com as variáveis, gênero,

idade, índice de massa corporal (IMC), nível de atividade física habitual no lazer e

classificação socioeconômica.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Atividade física, baixos níveis de exigência muscular e fatores associados

A atividade física tem sido definida como qualquer movimento corporal, oriundo da

musculatura esquelética, que apresenta gasto energético acima dos níveis de repouso15

. Uma

subcategoria da atividade física está o exercício fisico16

, definido como toda atividade física

planejada, estruturada e repetitiva que visa melhoria ou manutenção de componentes da

aptidão física15

. Vale destacar que o gasto energético advindo das atividades esportivas e

programas de condicionamento físico é o que permite provocar as maiores variações

energéticas em nosso cotidiano, constituindo-se principal modulador dos níveis de prática da

atividade física16

.

Níveis reduzidos de atividade física estão relacionados com baixo nível de exigência

muscular, o que ao longo do tempo pode contribuir para a perda de capacidade funcional17

. O

Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)18

e o American College of Sports

Medicine (ACSM)19

têm recomendado, em seus posicionamentos, para que se atinjam

benefícios a saúde, o envolvimento regular com atividade física por pelo menos ≥30 min de

intensidade moderada, ≥5 dias da semana ou, ainda, a realização de pelo menos ≥ 20min de

atividades vigorosas, ≥ 3 dias da semana.

No Brasil estudos realizados com a população da cidade de São Paulo, região sudeste,

verificaram que na década de 1990, 69% dos indivíduos eram sedentários20

, enquanto no ano

de 2002, 54% da população não realizavam atividade física dentro das recomendações atuais

para a saúde21

. Em 2005, um estudo realizado na cidade de Florianópolis, região sul, mostrou

que a prevalência da inatividade física no lazer era de 54,6%22

. Por outro lado, nos Estados

Unidos, um estudo realizado em 2001 no estado da Columbia, indicou que 45% dos adultos

não atingia o nível de atividade física desejado para a promoção e manutenção da saúde23

.

Deste maneira as principais variáveis consideradas como determinantes para adoção e

manutenção do estilo de vida fisicamente ativo são de ordem: demográfica (idade, sexo, nível

socioeconômico, grau de instrução), cognitiva (percepção de barreiras, intenção para o

exercício, distúrbios de humor, percepção sobre saúde), ambiental (clima, facilidades de

acesso e locais apropriados) e social (família e amigos)24

. Tais variáveis podem facilitar

(associação positiva) ou dificultar (associação negativa) a prática de atividade física.

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Na Austrália, estudo conduzido por Leslie et al.25

com 2.729 estudantes do ensino

superior, investigou a inatividade física e fatores associados entre homens e mulheres. Em

uma amostra com média de idade de 20 anos, os resultados apontaram que 47% das mulheres

e 32% dos homens eram insuficientemente ativos e que a inatividade física estava relacionada

a idade, apoio familiar e de amigos e ao emprego. O efeito da idade foi associado fortemente

aos homens, particularmente em grupos de idade acima de 31 anos. Para as mulheres o nível

de inatividade física atingiu todas as faixas etárias, enquanto tanto para os homens quanto as

mulheres, os baixos níveis de incentivos da família e de amigos foram fortemente associados

com atividade física insuficiente. Para as mulheres o suporte da família foi mais fortemente

relacionado do que o suporte dos amigos. Além disso, no mesmo estudo verificou-se que as

mulheres que não trabalhavam eram mais inativas fisicamente do que aquelas que

trabalhavam.

No Brasil, pesquisa conduzida em Pelotas, localizada na região sul, com uma amostra

de 3119 voluntários com idade igual ou superior a 20 anos, revelou um prevalência de

inatividade física de 41,1%, Após análise múltipla variada, a inatividade foi associada

positivamente com o aumento da idade e aumento do nível socioeconômico26

. Em Salvador,

localizada na região nordeste, em estudo com 2.292 adultos, com idade entre 20 a 94 anos de

idade, a prevalência de sedentarismo em atividades de lazer foi de 72,5%, sendo mais

freqüente em mulheres entre 40-59 anos e homens maiores que 60 anos de idade, em pessoas

com baixo nível de escolaridade e entre os casados, separados ou viúvos27

.

Florindo et al.28

, além de estimarem a prevalência da prática de atividades físicas por

adultos, associaram a mesma com fatores sociodemográficos e ambientais. Dados do Sistema

de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico,

coletados em 2006, foram utilizados. Foram entrevistados 54.369 adultos que residiam em

domicílios com linha telefônica fixa nas capitais brasileiras e Distrito Federal. A prática de

atividades físicas foi considerada nos domínios do lazer, trabalho, atividade doméstica e

deslocamento. As variáveis estudadas incluíram características sociodemográficas dos

indivíduos e ambientais das cidades, a associação com as atividades físicas foi analisada

segundo sexo. A proporção de indivíduos ativos foi de 14,8% no lazer, 38,2% no trabalho,

11,7% no deslocamento e 48,5% nas atividades domésticas. Índices superiores a 60% de

inativos no lazer foram observados em 10 capitais. Os homens foram mais ativos que as

mulheres em todos os domínios, exceto nas atividades domésticas. A proporção de indivíduos

ativos decresceu com o aumento da idade. A escolaridade associou-se diretamente com a

atividade física no lazer. Os homens ativos no deslocamento tiveram maior chance de ser

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ativos no lazer, enquanto que as pessoas inativas no trabalho tiveram maior chance de serem

ativas no lazer. A existência de local para praticar atividades físicas próximo à residência

associou-se à atividade física no lazer28

.

No mesmo ano 2009, Martin e colaboradores29

analisaram a associação entre

inatividade física no lazer de adultos com fatores sociodemográficos e indicadores de risco e

proteção para doenças crônicas. A prevalência da inatividade física no lazer foi de 54,6%

(47,3% homens e 61,4% mulheres). Após análise ajustada, entre os homens, maior

probabilidade de inatividade física no lazer foi associada ao aumento da faixa etária, ao menor

nível de escolaridade e ao fato de trabalharem; menor probabilidade de inatividade física no

lazer foi associada ao consumo abusivo de bebida alcoólica, independentemente da faixa

etária, nível de escolaridade e trabalho. Entre as mulheres, maior probabilidade de inatividade

foi observada entre as que relataram nível de escolaridade inferior a 12 anos de estudo e que

trabalhavam. Análises ajustadas pelo nível de escolaridade e trabalho mostraram maior

probabilidade de inatividade física no lazer para mulheres que relataram consumo de frutas e

hortaliças com freqüência inferior a cinco vezes por dia e consumo de leite integral. Os

autores concluíram que os fatores associados à inatividade física no lazer apresentaram perfil

diferente entre homens e mulheres. Para mulheres, a inatividade física se associou a

comportamentos de risco para doenças crônicas, em especial os hábitos alimentares, e para os

homens, se associaram a fatores sociodemográficos.

Lopes et al.30

investigaram a população do município de Lages (Santa Catarina) com

uma amostra constituída de adultos entre 20 e 59 anos, de ambos os sexos com um total de

2.051 entrevistados, conclui que a atividade física insuficiente foi associada positivamente ao

sexo masculino, renda familiar alta, obesidade e auto-avaliação negativa de saúde. As

prevalências de atividade física insuficiente foram menores do que as relatadas pela maioria

dos estudos brasileiros.

Em suma, a atividade física é um processo complexo e dinâmico que envolve uma

série de comportamentos sendo que a identificação de variáveis que afetam aderência ao

exercício são freqüentemente difíceis31

. Considerando está complexidade estudos têm

procurado investigar a percepção de barreiras para prática de atividade física e/ou exercício

físico.

3.2 Barreiras para prática de atividade física

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As barreiras percebidas têm sido investigadas por meio de entrevistas, questionários de

questões abertas e/ou fechadas e por grupos focais. As barreiras podem ser conceitualizadas

como internas tal como saúde ruim, pouca motivação, dor, fadiga e não gostar de exercitar ou

externas referente à falta de tempo devido a obrigações ou clima ruim32

.

Booth et al.33

examinaram as preferências de atividade, o suporte social e barreiras

para participação regular em atividade física reportadas por australianos insuficientemente

ativos, por meio de entrevista com aplicação de questionários. Assim, 1.232 entrevistas foram

conduzidas entre homens e mulheres, separados em três grupos etários (18-39, 40-59 e 60-78

anos). A barreira mais citada para participação de atividade física foi a falta de tempo (~40%

de todas os entrevistados), falta de motivação para o exercício (~30%) e a ter lesão ou

inabilidade (~20%). Comparando com os grupos etários, aproximadamente 45% dos sujeitos

pertencentes aos grupos mais jovens (18-39 e 40-59 anos) relataram não ter tempo suficiente

para atividade física contra 20% do grupo mais velho (60-78 anos). Adicionalmente, 27% dos

sujeitos do grupo mais velho relataram que a saúde ruim era uma importante barreira contra

10% dos grupos mais jovens.

No Brasil, Reichert et al.34

analisaram as barreiras pessoais percebidas para atividade

física na cidade de Pelotas/RS e as associaram com variáveis sócio-demográficas e

comportamentais, incluindo atividade física no lazer. As principais barreiras relatadas foram:

a falta de dinheiro (40,3%), sensação de cansaço (38,1%), falta de companhia (32,2%) e falta

de tempo (31,5%). A falta de tempo nesse estudo foi relacionada com alto nível

socioeconômico, enquanto a falta de dinheiro foi relacionada com baixo nível

socioeconômico.

De forma similar, Sebastião35

investigou as barreiras pessoais percebidas na cidade de

Rio Claro/SP em uma amostra composta por 1.596 sujeitos com 20 anos ou mais de idade. As

barreiras mais frequentemente relatadas foram: já sou suficientemente ativo, falta de

companhia, falta de dinheiro, falta de local próximo a residência para a prática, necessidade

de relaxar no tempo livre e sentir preguiça; enquanto que as barreiras que se associaram

positivamente com a inatividade física no tempo livre foram: falta de energia, falta de tempo

livre, necessidade de relaxar, sentir preguiça, não gostar de atividade física e desistirá logo.

Portanto, as barreiras pessoais se destacaram em comparação com as ambientais, o que sugere

a necessidade de remoção/minimização prioritária das barreiras de ordem pessoal, com

conseqüente promoção da atividade física entre os adultos.

Silva et al.36

, por sua vez, analisaram as barreiras para a prática de atividade física

(AF) e sua associação com variáveis sócio-demográficas em usuários de um parque público

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em Curitiba/PR. A amostra para esse estudo foi composta por moradores da cidade de

Curitiba e região metropolitana (usuários do parque Jardim Botânico). Considerando que a

incidência de chuvas e poluição do ar no local foram as barreiras mais relatadas, os resultados

sugerem que fatores ambientais existentes parecem importantes para a realização de atividade

física, embora a sua percepção dependa da idade e das condições socioeconômicas.

Gómez-López et al.37

investigaram barreiras percebidas em 323 estudantes

universitários espanhóis que não tinham praticado qualquer esporte em seu tempo livre. Como

motivos para o não envolvimento com esse tipo de prática foram referidos a falta de tempo

(barreira externa) e não gostar de atividade física, não ver utilidade ou produtividade, sentir

preguiça/apatia ou achar que não é competente para este tipo de atividade, e a falta de apoio

social (barreiras internas).

Rye et al.38

identificaram as barreiras percebidas entre mulheres participantes de um

programa de atividade física (WISEWOMAN West Virginia). De acordo com as 702

mulheres de meia idade (40-64 anos) entrevistadas, a barreira mais reportada foi a falta de

apoio (52,4%), seguida por falta de vontade (50,8%), falta de dinheiro (35,2%) e falta de

tempo (30,1%). Vale destacar que o número médio de barreiras relatadas foi 1,94. Os autores

concluíram que a falta de vontade e apoio e não ter tempo parecem ser as principais barreiras

para atividade física nessa amostra.

Sit et al.39

aplicaram uma bateria de questionários em 360 mulheres chinesas de meia

idade (30-59 anos) e encontraram como resultado em média de barreiras relatadas, a falta de

tempo, recursos ou habilidades e a falta de apoio da família ou amigos as barreiras mais

importantes.

Na população idosa, Booth et al.40

identificaram seis barreiras que foram as mais

relatadas em idosos inativos, de ambos os gêneros, foram: ter uma lesão ou doença, má saúde,

ser velho demais, não ter tempo suficiente e não ser do tipo esportista. Vale ressaltar que a

falta de tempo foi pouco identificada com o aumento da idade. Os entrevistados com 65 anos

ou mais de idade identificaram saúde ruim como uma barreira superior àqueles com 60-64

anos de idade. A proporção dos que relataram lesão ou deficiência diminuiu dos 60-64 para

65-69, mas aumentou de forma significante entre os mais velhos (≥ 70 anos).

Cohen-Mansfield et al.32

submeteram 232 sujeitos, de ambos os gêneros (idade entre

74 a 85 anos), a entrevistas com base em questionários compostos por questões abertas e

fechadas. As barreiras mais relatadas nessa investigação foram: problemas de saúde/dor

(53,4%), preguiça/não motivado (29,3%), muito ocupado/não ter tempo (25%), fatiga

(11,6%), clima ruim (10,9%) e não gostar de exercitar (8,3%).

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Nascimento et al.41

analisaram o nível de atividade física e as principais barreiras a

prática percebidas em 129 idosos (média = 71,9 anos) de Rio Claro/SP. As barreiras que

apresentaram maior pontuação média e prevalência foram: doença ou lesão, necessidade de

descanso, falta de persistência e já sou ativo. No grupo classificado com menos ativo

destacou-se também alta prevalência da percepção de falta de companhia e saúde ruim. Vale

destacar que a prevalência de percepção nos grupos mais e menos ativos foi diferente

estatisticamente em 12 barreiras, sendo que os idosos com níveis baixos de atividade física

apresentam percepção mais elevada de barreiras.

Cassou et al.42

identificaram as barreiras para atividade física em 17 idosos do gênero

masculino (média de 68,9 anos) de diferentes níveis socioeconômicos, na cidade de

Curitiba/PR. As entrevistas foram realizadas em grupos focais divididos em alto e baixo nível

socioeconômico. As limitações físicas e o isolamento social foram às barreiras mais

freqüentes para idosos de nível socioeconômico alto, enquanto para os de baixo nível

socioeconômico as mais freqüentes foram o custo, o clima e a falta de suporte social.

Portanto, parece que idosos de diferentes níveis socioeconômicos percebem as barreiras para

atividade física de maneiras distintas.

Investigar barreiras percebidas por populações que apresentam alguma doença ou

inabilidade física para o envolvimento com exercício físico, tem também atraído o interesse

da comunidade científica. Nesse sentido, Stroud et al.43

examinaram a percepção de

benefícios e barreiras para participação em exercícios físicos em 93 adultos, portadores de

esclerose múltipla. A amostra foi dividida em dois grupos, de acordo com resultados obtidos

pelo questionário de atividade física habitual (IPAQ), a saber: grupo exercício e grupo não

exercício. Ambos os grupos relataram percepção barreiras e benefícios similares para o

exercício, mas obtiveram-se escores diferentes, sendo o grupo exercício apresentando maiores

valores do que o grupo não exercício. Os resultados sugerem que mesmo as pessoas com

esclerose múltipla que regularmente se exercitam precisam superar problemas relacionados ao

esforço físico quando se envolvem em tais atividades. Além disso, verificou-se que portadores

de esclerose múltipla precisam ser conscientizados sobre os diferentes tipos de treinamento

físico, de modo a buscarem opções que atendam melhor as suas limitações físicas. Vale

destacar que nessa população o exercício físico executado de maneira regular pode atenuar os

níveis de fadiga crônica.

Rimmer et al.44

analisaram as barreiras associadas com o exercício e acesso da

comunidade em 83 indivíduos adultos (idade média = 54,2 anos) com presença de acidente

vascular cerebral (AVC) unilateral. A partir da aplicação de questionário as cinco barreiras

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mais frequentemente relatadas foram: custo do programa (61%), falta de consciência ou

informação de um centro de fitness na área (57%), nenhum meio de transporte para um centro

de fitness (57%), nenhum conhecimento de como exercitar (46%), nenhum conhecimento de

onde exercitar (44%). Por outro lado, as barreiras menos relatadas foram: falta de interesse

(16%), falta de tempo (11%), a preocupação de que o exercício pode piorar sua condição

(1%).

Galea et al.45

, por sua vez, após analisarem as respostas de 15 portadores de

claudicação intermitente que participaram de três grupos focais, reportaram que as principais

barreiras encontradas para o caminhar nesta amostra incluíram: superfícies irregulares,

incerteza sobre o resultado de andar, necessidade de fazer pausas de descanso e a presença de

dor na perna.

Com base nas informações apresentadas anteriormente é possível verificar que estudos

sobre barreiras percebidas para a prática de atividade física envolvem diversos fatores, tais

como: pessoal (fator interno), social e ambiental (fatores externos) que se diferenciam de

acordo com as características da população estudada (faixa etária, nível socioeconômico,

gênero e presença ou não de doença ou inabilidade). De maneira geral, os adultos apresentam

como principal barreira a falta de tempo; os idosos apresentam a percepção ruim da saúde; e

aqueles que possuem alguma doença ou inabilidade apresentam a falta de informação sobre os

benefícios da prática de atividade física ou exercícios além de fadiga e dor.

Considerando o aumento da população de portadores de AIDS no Brasil e em vários

países do mundo, apresentaremos a seguir aspectos interessantes sobre essa importante

doença que ainda tem sido pouco explorada com relação ao envolvimento com a prática

regular de atividade física.

3.3 Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)

A AIDS é uma doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana

(HIV), que causa comprometimento do sistema imunológico. As células mais atingidas pelo

vírus são os linfócitos T CD4 que ao longo do tempo perdem sua eficiência, deixando o

indivíduo vulnerável a vários tipos de doenças e infecções. Vale destacar que o portador do

vírus (HIV) pode levar anos para desenvolver a AIDS. Nesse período os sintomas são: febre,

náuseas, vômitos, fadiga extrema e perda de peso. Embora até o presente momento a AIDS

seja uma doença sem cura, os inúmeros avanços científicos e tecnológicos, particularmente na

área de medicamentos, têm favorecido o controle da doença3.

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As formas clássicas de transmissão do vírus HIV incluem relação sexual sem proteção

(camisinha) com parceiros contaminados, transfusão de sangue contaminado,

compartilhamento de seringas ou agulhas contaminadas e, transmissão da mãe (contaminada)

para o filho durante a gravidez, parto e amamentação. Em contrapartida, as formas de

prevenção conhecidas são: utilização de preservativo durante a relação sexual, evitar o

compartilhamento de seringas e objetos cortantes que tenham contato direto com sangue,

utilizar seringas e agulhas descartáveis, evitar receber doações de sangue que não tenha sido

testado para o HIV e caso uma mulher soropositiva queira engravidar deve procurar

orientação médica, visto que existem formas de reduzir a transmissão para o bebê4.

Dados do ano de 2007 indicavam a existência de mais de 33 milhões de portadores de

HIV no mundo, dos quais 1,7 milhões somente na América Latina46

. No Brasil, as estatísticas

contabilizavam até junho de 2010 registros de 592.914 mil casos de manifestação de AIDS

desde 19804.

3.4 Benefícios da prática regular de atividade física e/ou exercício físico em indivíduos

portadores de HIV/AIDS

A perda de massa corporal, de força muscular e de habilidades físicas são alguns dos

principais efeitos da AIDS47

. Os medicamentos utilizados para o controle da doença,

conhecidos como de Terapia Anti-Retroviral (HAART), por sua vez, causam efeitos colaterais

como alterações metabólicas, tais como dislipidemia, resistência a insulina,

hiperglicemia48,49,50,51,52

e alterações anatômicas caracterizadas como lipodistrofia que

compreende lipoatrofia (perda de gordura nos braços, pernas e glúteos) e lipohipertrofia

(acúmulo de gordura na região do abdômen, dorso cervical, pescoço e mamas)49,50,52

. Todas

essas alterações podem contribuir para aumento do risco cardiovascular e diabetes48-52

.

A prática regular de atividade física e/ou exercício físico tem o papel importante em

amenizar sintomas relacionados à doença AIDS e muitos dos efeitos colaterais da utilização

da Terapia Anti-Retroviral. O exercício aeróbico pode contribuir para a melhoria no estado de

humor e prevenir ou atenuar sintomas de depressão53

; redução da gordura visceral, colesterol

total, lactato sanguíneo em repouso54

, fadiga e gordura na região abdominal55

. Por outro lado,

o exercício resistido ou de força pode induzir hipertrofia muscular56

, aumento da força57,58

e

da massa corporal58

. Quando combinados, o treinamento aeróbico e resistido ou de força

podem favorecer: o aumento da força muscular59,60

; a melhoria da aptidão cardiovascular e da

resistência cardiorrespiratória59

; reduções significativas no colesterol total61

, na gordura

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corporal total60,62

e na região do abdômen60,62,63

, contribuindo para a melhoria na composição

corporal59

; e melhoria da sensibilidade à insulina63

.

De maneira geral programas de treinamento físico nesta população têm o potencial de

aumentar a capacidade funcional, força e resistência muscular, atenuar a perda de massa

corporal, melhorar o sistema cardiopulmonar e os níveis psicológicos, fortalecer a parte

imunológica, retardando o avanço da infecção viral e tornando mais lenta a progressão da

doença, reduzir a gordura corporal e a lipodistrofia, diminuindo os riscos de doenças como

diabetes, hipertensão, aterosclerose e cardiopatias47,64-68

.

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22

4 MÉTODOS

4.1 Tipo do Estudo

Este estudo foi do tipo descritivo-exploratório, com delineamento transversal,

conduzido por meio de entrevista.

4.2 Amostra

Trinta e sete pessoas foram selecionadas, porém a amostra foi composta por trinta e

cinco sujeitos ambos os gêneros (43,8 ± 9,3 anos), pois atenderam todos os critérios de

inclusão como apresentar diagnóstico de AIDS, receber atendimento no posto de saúde

referencia para tratamento da doença, localizado na região central da cidade de Londrina-PR

e estar utilizando da medicação Anti-retroviral assim com capacidade mental de compreensão

e resolução dos questionários. Após os participantes serem informados sobre o objetivo do

estudo, todos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido.

4.3 Local

As entrevistas ocorreram no mesmo local onde foi realizada da seleção da amostra,

posto de referencia para atendimento e distribuição de medicamentos para a doença,

localizado na região central da cidade de Londrina-PR.

4.4 Procedimentos e Instrumentos

Para a realização do presente estudo foram utilizados o questionário de atividade física

habitual (Baecke, 1982), o questionário sobre condição sócioeconômica (ABEP, 2009) e o

questionário de barreiras pessoais percebidas para atividade física (Reichert, 2011). Todos os

questionários foram aplicados por um mesmo avaliador previamente treinado e familiarizado

aos instrumentos.

O questionário de percepção de barreiras pessoais para a prática de atividade física69

,

composto por oito barreiras, com respostas fechadas, foi o primeiro a ser aplicado. Após

responder as oito questões, foi perguntado ao entrevistado(a) sobre algo a mais que possa

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impedir ou dificultar a prática de atividades físicas, com a intenção de identificar outras

barreiras pessoais percebidas, além daquelas presentes no questionário.

O questionário de atividade física habitual adotado no presente estudo foi o

questionário de Baecke70

, validado por Florindo et al. (2006)71

para a população HIV/AIDS.

O questionário inclui dados sobre atividade física, exercício físico e a freqüência de prática

nos últimos 12 meses, sendo composto por um total de 16 questões dividido em três partes:

atividade física ocupacional, exercício físico nas horas de lazer e atividades físicas de lazer e

locomoção (Anexo 2). A grande maioria das respostas para o mesmo é em formato de escala

Likert (nunca, raramente, algumas vezes, frequentemente, sempre). Informações sobre a

freqüência e tempo de exercícios físicos praticados no período de lazer coletadas pelo

questionário foram utilizadas para calcular o percentual de indivíduos que atingia as

recomendações de atividade física preconizada pelo ACSM19

.

O terceiro e último questionário aplicado foi o desenvolvido pela ABEP72

, criado para

identificar a condição socioeconômica da amostra investigada, com a classificação sendo

estabelecida de acordo com a posse de itens e grau de instrução do chefe da família (Anexo

3).

Aplicação dos três questionários durante a entrevista com cada participante percorreu

em média 15 minutos, mas este tempo em algumas entrevistas foi estendido devido à falta de

familiarização de alguns entrevistados perante os questionários necessitando de

esclarecimentos para obtenção de respostas. Adicionalmente foram registradas outras

variáveis independentes (gênero, idade, estatura e massa corporal).

Para calcular o Índice de Massa Corporal (IMC) foram realizadas medidas de massa

corporal e estatura. A massa corporal foi medida em balança de alavanca, marca Welmy, com

precisão de 100 g. No momento da realização dessa medida o participante ficava descalço,

com o mínimo de roupa possível. Para o registro da medida foi solicitado que o participante

se posicionasse no centro da plataforma da balança e mantivesse a postura ereta, com os

braços ao longo do corpo e com o olhar fixo à sua frente para que não ocorressem oscilações

no momento do registro da medida. A balança foi aferida antes do início das pesagens e a

cada dez pesagens. A estatura foi determinada em um estadiômetro acoplado a mesma

balança, com escala de precisão de 0,5 cm, com o cursor acoplado para facilitar a leitura. A

estatura foi medida com o participante descalço posicionado sobre a base do estadiômetro,

postura ereta, com os pés unidos, membros superiores pendentes ao longo do corpo, tocando

as superfícies posteriores do corpo na escala de medidas.

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4.5 Questões Éticas

Este estudo faz parte do projeto intitulado “Avaliação do efeito de intervenções de

atividade física para pessoas vivendo com HIV/AIDS” aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá (Parecer

690/2009).

4.6 Tratamento Estatístico

Procedimentos descritivos foram utilizados para o tratamento dos dados. As possíveis

associações entre variáveis independentes e variáveis dependentes foram testadas pelo teste

qui-quadrado. Análise de regressão de Poisson, multivariável bruta e ajustada as variáveis

independentes, também foi empregada. Para todas as análise foi estabelecido um nível de

significância de 5%. Os dados foram analisados no programa estatístico STATA 9.0.

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5 RESULTADOS

A tabela 1 apresenta as características descritivas da amostra investigada. A maioria

dos sujeitos era do gênero feminino, classe econômica C, apresentava IMC < 25 kg/m2 (24,3

± 3,8 kg/m2) e era insuficientemente ativa.

Informações sobre a prevalência das barreiras percebidas e a sua associação com as

variáveis independentes são apresentadas na tabela 2. As barreiras mais relatadas foram

preguiça ou cansaço e a falta de companhia, ambas com mais de 40%. Por outro lado, as

barreiras menos relatadas foram sentir-se velho e não ter tempo livre (14,3%). Entre as

mulheres, a barreira mais relatada e associada foi falta de companhia (63,1%), seguida pela

barreira preguiça ou cansaço (52,6%). Essa última foi principal barreira apontada pelos

homens (43,8%), seguida pela falta de companhia, lesão ou doença e sentir-se velho (25%).

Sentir preguiça e cansaço foi a barreira mais relatada e associada aos mais jovens

(66,7%), seguida pela falta de companhia (44,4%). Entre os mais velhos, as barreiras mais

frequentemente reportadas foram lesão ou doença e medo de se machucar (53%), sendo esta

última associada a faixa etária 45-64 anos.

Considerando a classe econômica, a barreira preguiça e cansaço foi a mais relatada

entre os indivíduos da classe econômica B e C, enquanto as barreiras falta de companhia,

lesão ou doença e medo de se machucar foram as mais relatadas entre os indivíduos da classe

econômica D-E (50%). Não houve associação significante entre as barreiras percebidas para

prática de atividade física e a classe econômica (P > 0,05).

Os indivíduos que foram classificados com IMC < 25 kg/m2, apresentaram as barreiras

preguiça ou cansaço e medo de se machucar como as mais prevalentes (47,4%). Em

contrapartida, nos indivíduos que foram classificados com IMC ≥ 25 kg/m2, as principais

barreiras apontadas foram preguiça ou cansaço, falta de companhia e falta de dinheiro

(44,4%). As barreiras percebidas para prática de atividade física e o IMC também não

apresentaram associação significante (P > 0,05).

A tabela 3 apresenta a associação e as razões de prevalência bruta e ajustada para cada

barreira percebida com a prática de atividade física insuficiente (< 150 min/sem). A barreira

preguiça ou cansaço foi significantemente associada (P < 0,05) com a prática de atividade

física insuficiente (< 150 min/sem). As barreiras preguiça ou cansaço, não gostar de praticar,

sentir-se velho e falta de tempo livre, também foram associadas a prática de atividade física

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insuficiente, após ajuste para as variáveis gênero e faixa etária (P < 0,05). A barreira preguiça

ou cansaço mostrou maior efeito sobre o desfecho (RP = 1,84; IC95% = 1,15-2,96).

Dezesseis sujeitos relataram outras barreiras percebidas, além daquelas presentes no

questionário de barreiras percebidas para prática de atividade física (Reichert, 2011). Quando

questionados se algo a mais dificultava ou impedia os mesmos de praticar atividade física

quatro barreiras foram apontadas, a saber: preocupação com aparência durante a prática

(n=11), falta de incentivo da família (n=3), jornada de trabalho extensa (n=4) e compromissos

familiares (n=4). Vale destacar que a barreira preocupação com aparência foi a mais relatada,

principalmente, entre as mulheres (n=8).

Tabela 1. Descrição da amostra conforme variáveis demográficas, econômicas e

recomendação de atividade física (150 min/sem)

Variáveis

Total

Gênero n=35 %

Feminino 19 54,28

Masculino 16 45,71

Faixa etária (anos) n=35 %

28-44 18 51,42

45-64 17 48,57

Classe econômica n=35 %

B 6 17,14

C 19 54,28

D-E 10 28,57

Índice de massa corporal (IMC) kg/m2 n=28 %

< 25 19 67,85

≥ 25 9 32,14

Atingir a recomendação de 150 minutos por semana n=34 %

Sim 8 23,52

Não 26 76,47

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Tabela 2. Prevalências das barreiras percebidas para prática de atividade física segundo as variáveis independentes

Barreiras pessoais percebidas para prática de atividade física

%

Preguiça/

Cansaço

Falta de

companhia

Lesão/

doença

Falta de

dinheiro

Medo de

machucar-se

Não gostar de

praticar

Sentir-se

velho

Não ter

tempo livre

Geral Total = 35 48,57 45,71 37,14 34,29 34,29 22,86 14,29 14,29

Gênero

Feminino 52,63 63,16* 47,37 47,37 47,37 26,32 5,26 15,79

Masculino 43,75 25,00 25,00 18,75 18,75 18,75 25,00 12,50

p≤0,05 0,600 0,024 0,172 0,076 0,076 0,595 0,096 0,782

Faixa Etária

28-44 66,67* 44,44 22,22 27,78 16,67 16,67 11,11 16,67

45-64 29,41 47,06 52,94 41,18 52,94* 29,41 17,65 11,76

p≤0,05 0,028 0,877 0,060 0,404 0,024 0,369 0,581 0,679

Classe econômica

B 66,67 33,33 33,33 33,33 0,00 16,67 33,33 16,67

C 52,63 47,37 31,58 36,84 36,84 21,05 5,26 15,79

D-E 30,00 50,00 50,00 30,00 50,00 30,00 20,00 10,00

p≤0,05 0,318 0,792 0,607 0,933 0,118 0,318 0,191 0,899

Índice de massa corporal Total = 28

(IMC)

< 25 47,37 42,11 42,11 36,84 47,37 15,79 15,79 10,53

≥ 25 44,44 44,44 33,33 44,44 11,11 11,11 11,11 22,22

p≤0,05 0,885 0,907 0,657 0,700 0,061 0,741 0,741 0,409

*p<0,05

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Tabela 3. Prevalência (%) e razão de prevalência (RP) de não atingir a recomendação de

atividade física no lazer de acordo com as barreiras percebidas para prática de atividade física

(n = 35).

Qui-quadrado Regressão de Poisson com ajuste robusto

de variância

Barreiras Não atingem a

recomendação

%

RP Bruta

% (IC 95%)

RP Ajustada*

% (IC 95%)

Sentir-se velho P=0,179 P=0,006 P=0,018*

Sim 100 1,38 (1,09-1,73) 1,52 (1,07-2,15)

Não 72,41 1,00 1,00

Lesão/doença P=0,961 P=0,961 P=0,518

Sim 76,92 1,00 (0,68-1,48) 1,12 (0,79-1,58)

Não 76,19 1,00 1,00

Não gostar de praticar P=0,073 P=0,006 P=0,007*

Sim 100 1,44 (1,11-1,87) 1,53 (1,12-2,09)

Não 69,23 1,00 1,00

Preguiça/cansaço P=0,001* P=0,006 P=0,011*

Sim 100 1,88 (1,19-2,97) 1,84 (1,15-2,96)

Não 52,94 1,00

Falta de dinheiro P=0,881 P=0,885 P=0,990

Sim 75 0,97 (0,64-1,45) 0,99 (0,62-1,59)

Não 77,27 1,00 1,00

Medo machucar P=0,32 P=0,375 P=0,64

Sim 66,67 0,81 (0,51-1,28) 0,88 (0,52-1,48)

Não 81,82 1,00 1,00

Falta de companhia P=0,702 P=0,71 P=0,72

Sim 73,33 0,92 (0,62-1,37) 0,92 (0,60-1,41)

Não 78,95 1,00 1,00

Não ter tempo livre P=0,179 P=0,006 P=0,016*

Sim 100 1,38 (1,09-1,73) 1,33 (1,05-1,68)

Não 72,41 1,00 1,00

** = ajuste para as variáveis gênero e faixa etária.

*p<0,05

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6 DISCUSSÃO

A principal barreira pessoal percebida para prática de atividade física na amostra de

portadores de AIDS da cidade de Londrina/PR foi sentir preguiça ou cansaço, seguida pela

barreira falta de companhia. Adicionalmente, os resultados indicaram alta prevalência de

atividade física insuficiente, confirmando informações relatadas anteriormente11,12

. De forma

similar a outros estudos com portadores de AIDS, a maioria dos participantes da presente

investigação foi do gênero feminino33-35,43

.

Estes resultados são semelhantes aos encontrados em estudos prévios, sendo estas

barreiras as mais citadas entre adultos acima de 20 anos34,35

. A barreira preguiça ou cansaço

foi a principal barreira relatada neste estudo, provavelmente, pelos efeitos colaterais

relacionados a utilização de medicamentos anti-retrovirais utilizados para o tratamento da

doença. Nesse sentido, o uso de medicamentos do tipo inibidores da transcriptase reversa

análogos nucleosídeos (ITRN) levam a toxicidade mitocondrial provocando baixa produção

de energia e aumento da produção de lactato49

.

A barreira não ter tempo livre, foi uma das barreiras menos relatadas entre portadores

de AIDS. Este achado corrobora com estudo prévio realizado com pessoas que já sofreram

acidente vascular cerebral (AVC)44

. Ao analisar as prevalências das barreiras pessoais

percebidas para prática de atividade física, segundo as variáveis independentes, observou-se

que a barreira falta de companhia foi a mais relatada e esteve associada ao gênero feminino,

seguida pela barreira sentir preguiça ou cansaço. Tais resultados são semelhantes com os

reportados por Reichert et al.34

que mostra estas barreiras percebidas dentre as mais citadas e

associadas as mulheres. Entretanto, Sebastião35

apresenta outras barreiras associadas ao

gênero feminino, como por exemplo, falta de dinheiro, possuir doença, saúde ruim, medo de

se machucar e falta de energia.

Por outro lado, entre os homens a barreira mais relatada neste estudo, também, foi

preguiça ou cansaço, achado este que discorda com estudos anteriores que apontaram a falta

de dinheiro34

e já se considerar muito ativo como as barreiras de maior prevalência35

.

Entre os mais jovens a barreira pessoal mais relatada e associada à faixa etária de 28-

44 anos foi sentir preguiça ou cansaço para prática de atividade física, resultado este que

corrobora com pesquisas anteriores34,35

, embora Booth et al.33

tenham encontrado como

principal barreira a falta de tempo, nesse segmento etário. Entre os mais velhos as barreiras

possuir lesão ou doença e medo de se machucar, esta última associada a faixa etária de 45-64

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anos, foram as mais relatadas. Este resultado confirma achados anteriores que analisaram

indivíduos dentro dessa mesma faixa etária33-35

.

Não houve associação significante entre as barreiras pessoais percebidas para a prática

da atividade física e a classe socioeconômica. A barreira mais relatada entre as classes B e C

foi sentir preguiça ou cansaço e nas classes D-E, falta de companhia, lesão ou doença e medo

de se machucar. Estes resultados são semelhantes dos achados de estudos prévios. Reichert et

al.34

encontram a barreira sentir preguiça ou cansaço entre indivíduos de maior classificação

econômica. A falta de dinheiro, medo de se machucar e sentir-se velho as barreiras mais

relatas entre os indivíduos de menor classificação econômica (classe E). Já Sebastião35

identificou na classe A/B a barreira falta de tempo e preciso relaxar e nas classe C, D-E a

barreira preciso relaxar e já sou ativo.

Não houve associação do índice de massa corporal com barreiras pessoais percebidas

para prática de atividade física. Neste estudo as barreiras mais reladas para os indivíduos

classificados com IMC < 25 kg/m2 foi preguiça ou cansaço e medo de se machucar. Entre os

classificados com IMC ≥ 25 kg/m2, preguiça ou cansaço, falta de companhia e falta de

dinheiro foram as mais relatadas. Resultados estes parecidos com os encontrados por Reichert

et al.34

que apontaram as mesmas barreiras entre indivíduos classificados com menores ou

maiores índices de massa corporal, sentir-se preguiça ou cansaço e falta de dinheiro as mais

relatadas.

Atividade física insuficiente (<150 minutos por semana), no lazer, mostrou fortemente

associada à barreira preguiça ou cansaço, além das barreiras não gostar de praticar, sentir-se

velho e não ter tempo livre (ou falta de tempo) que também apresentaram associação para esta

variável após ajuste para gênero e faixa etária. Tal resultados diferem dos achados por

Reichert et al.34

apontaram cinco barreiras estando estatisticamente associadas com a

inatividade física a falta de tempo, não gostar de praticar, sentir-se preguiça ou cansaço, falta

de companhia e falta de dinheiro. Sendo a barreira falta de tempo, mostrou forte associação

com a inatividade física.

Considerando a barreira adicional vale destacar preocupação com aparência durante a

prática, a mais relatada principalmente entre as mulheres. Tal achado pode ser explicado

pelo efeito colateral da utilização da terapia Anti-Retroviral para o tratamento da doença.

Indivíduos que fazem a utilizam da medicação sofrem com efeito colateral, a

lipodistrofia49,50,52

, caracterizada pelo acúmulo e/ou perda de gordura em algumas regiões do

corpo (face, pescoço, braços, pernas, glúteos, abdômen).

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31

Neste estudo um aspecto a ser considerado é o foco principal, investigar quais

barreiras pessoais percebidas por pessoas vivendo com a doença AIDS, impedem-nas ou

dificultam-nas a prática de atividade física, visto que estudos prévios vinham apontando alta

prevalência de inatividade física nesta população, por este motivo foi feito uma revisão em

busca de estudos que tinham como objetivo investigar barreiras pessoais nestes indivíduos, até

o presente momento, continua a carência de investigações voltadas para está população. Além

de identificar as oito barreiras pessoais percebidas para prática de atividade física por meio de

questionário (Reichert, 2011)69

, este estudo procurou investigar outras diferentes barreiras por

meio de relatos abertos durante a entrevista no sentido de encontrar barreiras específicas na

população investigada.

Algumas limitações também precisam ser consideradas. Nesta investigação a amostra

reduzida e diferenças metodológicas com outros estudos, dentre elas podemos citar, uso de

diferentes questionários para identificar a atividade física habitual no lazer e barreiras para

prática de atividade física dificultaram as análises. O delineamento transversal utilizado não

permite investigar causa e feito entre as barreiras pessoais percebidas e a atividade física

insuficiente no lazer. Para calcular o percentual de indivíduos que atinge as recomendações de

atividade física preconizada pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM)19

, 150

minutos por semana foi utilizado o questionário de atividade física habitual (Baecke, 1982)70

,

utilizou informações sobre quantas horas e quantos dias por semana eram praticados

exercícios físicos no lazer. Apesar de um bom parâmetro, apresenta de certa forma limitação

por considerar apenas exercícios realizados no período de lazer.

Não foi coletadas informações sobre o tempo de utilização da terapia Anti-retroviral e

o atual estágio da doença AIDS nos pacientes participantes deste estudo. Além disso, dois

entrevistados foram excluídos da amostra por não atender os critérios de inclusão (ter a

doença AIDS desenvolvida e estar utilizando a terapia Anti-retroviral). Não foi analisada

estatisticamente a confiabilidade dos questionários aplicados durante a investigação.

Com base nos resultados encontrados, acredita-se que as intervenções serão mais

efetivas na intenção de conscientização sobre o aumento do nível de atividade física habitual

principalmente no lazer. As barreiras encontradas têm certa relação com sintomas percebidos

por está população devido à utilização de medicamentos para o tratamento da doença.

Tornando estas pessoas mais ativas fisicamente elas tendem a diminuir níveis de ansiedade e

depressão assim como contribuir para maior adesão a terapia Anti-retroviral por minimizar

efeitos colaterais.

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32

7 CONCLUSÃO

A principal barreira pessoal percebida por portadores de AIDS na cidade de Londrina/PR

foi sentir preguiça ou cansaço para fazer atividade física. Essa barreira foi fortemente

associada à atividade física insuficiente no lazer. A barreira preocupação com aparência

durante a prática foi a barreira adicional mais citada pela amostra investigada.

Além disso, a barreira falta de companhia esteve associada ao gênero feminino, a barreira

sentir-se preguiça ou cansaço esteve associada aos mais jovens enquanto que a barreira medo

de se machucar aos mais velhos.

Portanto, os resultados deste estudo sugerem que as principais barreiras pessoais para a

prática de atividade física percebidas por portadores de AIDS parecem estar relacionadas aos

efeitos colaterais acarretados pela medicação Anti-retroviral utilizada para o controle da

doença.

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Anexo 1

Quadro 1 – Modelo de questionário sugerido para investigação de barreiras pessoais entre

brasileiros.

1) O(a) Sr(a) se sente velho(a) demais para fazer atividade física?

2) O(a) Sr(a) possui alguma lesão ou doença que atrapalhe na hora de fazer atividade

física?

3) O(a) Sr(a) gosta de praticar atividades físicas?

4) O(a) Sr(a) sente preguiça ou cansaço para fazer atividades físicas?

5) A falta de dinheiro atrapalha o(a) Sr(a) de fazer atividades físicas?

6) O(a) Sr(a) tem medo de se machucar fazendo atividades físicas?

7) A falta de companhia é um fator que dificulta que o(a) Sr(a) faça atividades físicas?

8) O(a) Sr(a) tem tempo livre para fazer atividades físicas?

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Anexo 2

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Anexo 3

Classificação Econômica Brasil

Posse de itens

Grau de Instrução do chefe de família

Quantidade de itens

0 1 2 3 4 ou +

Televisão em cores 0 1 2 3 4

Rádio 0 1 2 3 4

Banheiro 0 4 5 6 7

Automóvel 0 4 7 9 9

Empregada mensalista 0 3 4 4 4

Máquina de lavar 0 2 2 2 2

Videocassete e/ou DVD 0 2 2 2 2

Geladeira 0 4 4 4 4

Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira

duplex)

0 2 2 2 2

Analfabeto / Primário incompleto Analfabeto / até 3ª. Série Fundamental 0

Primário completo / Ginásio incompleto Até 4ª. Série Fundamental 1

Ginasial completo/ Colegial incompleto Fundamental completo 2

Colegial completo / Superior incompleto Médio completo 4

Superior completo Superior completo 8

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Apêndice 1

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Apêndice 2

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