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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO BIOMÉDICO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS QUESTIONÁRIO BASEADO NO RELATO DO INFORMANTE PARA DETECÇÃO DE DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS: TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E ESTUDO DA CONFIABILIDADE MARIA ANGÉLICA DOS SANTOS SANCHEZ Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro visando a obtenção do grau de Mestre em Ciências Médicas. Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO CENTRO BIOMÉDICO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

QUESTIONÁRIO BASEADO NO RELATO DO INFORMANTE PARA

DETECÇÃO DE DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS: TRADUÇÃO,

ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E ESTUDO DA CONFIABILIDADE

MARIA ANGÉLICA DOS SANTOS SANCHEZ

Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro visando a obtenção do grau de Mestre em Ciências Médicas.

Rio de Janeiro 2007

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QUESTIONÁRIO BASEADO NO RELATO DO INFORMANTE PARA DETECÇÃO

DE DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS: TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO

TRANSCULTURAL E ESTUDO DA CONFIABILIDADE.

MARIA ANGÉLICA DOS SANTOS SANCHEZ TRABALHO REALIZADO NA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SOB ORIENTAÇÃO DO PROFESSOR ROBERTO ALVES LOURENÇO Banca Examinadora: Drª Célia Pereira Caldas (Presidente) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Dr. Renato Peixoto Veras Universidade do Estado do Rio de Janeiro Dra. Lucia Abelha Lima Universidade Federal do Rio de Janeiro Dra. Claudia de Souza Lopes (Suplente) Universidade do Estado do Rio de Janeiro Dra. Helenice Charchat-Fichmen (Suplente) Universidade Estácio de Sá Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 12 de dezembro de 2007

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SANCHEZ, Maria Angélica dos Santos

Questionário baseado no relato do informante para detecção do declínio

cognitivo em idosos: tradução, adaptação transcultural e estudo da

confiabilidade . Rio de Janeiro, 2007.

xi, 140 p., il.

Dissertação de Mestrado em Ciências Médicas - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Ciências Médicas, 2007.

Orientador: Roberto Alves Lourenço.

1. Tradução (processo); 2. Tradução (produto); 3. Entrevistas; 4. Cuida

dores; 5. Reprodutibilidade dos Testes; 6. Demência; 7. Avaliação Geriátrica.

I. Roberto Alves Lourenço. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro,

Centro Biomédico, Faculdade de Ciências Médicas. III.Título.

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Aos meus pais José Luiz e Arlete Maria,

sem os quais não teria aprendido a arte de viver

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AGRADECIMENTOS

“Eu sou a mosca que pousou na sua sopa”. Interromper a rotina do serviço

era necessário! Agradeço a equipe do CIPI por tentar entender as inúmeras vezes

que isto aconteceu.

“... Porém, daqui pra frente outras palavras, outras palavras” Papel

fundamental do grupo que colaborou com processo de tradução e elaboração de

uma nova versão do IQCODE: Dr. Sergio Ribeiro Telles, Professor Marco Antonio

Ferreira de Souza, Professor Ruthberg dos Santos, Professor Jonh Wilkinson, Sr.

Garry Oughton, Professor Byron Shore e Professor Marcelo Afonso dos Santos.

Valeu pela grande ajuda.

“Lavar roupa todo dia... que agonia”. Fazer o serviço sujo de revisar os

prontuários, só os amigos Silvia Lagrotta, Irene Moreira e Flavio Storino, sempre

dispostos a colaborar com tudo aquilo que sempre era feito no limite.

“Nada de morrer na praia, nada de correr da raia” e assim íamos com as

companheiras de pesquisa Simone Garruth e Emylucy Paralela, também

responsáveis pela montagem da estrutura do trabalho de campo e disponíveis

para as consultorias a qualquer hora do dia ou da noite;

“... a beleza de ser um eterno aprendiz” assim são alunas de serviço social

Elizabeth Menezes Barbosa, Roberta dos Santos Cipriano e Anik Setúbal e que

aturam como auxiliares de pesquisa colaborando sempre, ainda que, tivessem de

deixar de lado as atividades de estágio.

“Eu só sei que confio na moça e na moça eu boto a força da fé...” a aluna

de serviço social Vânia Maria Silva de Moraes que atuou como auxiliar de

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pesquisa e digitadora preocupando-se com o trabalho de forma responsável até o

último dado coletado dando um grande exemplo de compromisso;

“Amigo é pra essas coisas é...” minha amiga Flavia Rodrigues de Souza

que, mesmo vivenciando situações que poderiam ser problemáticas em sua vida,

levou o trabalho até o fim, dentro das suas possibilidades;

“Sou eu que vou seguir você do primeiro rabisco até o B a Ba, em todos os

desenhos coloridos vou estar”, embora tenha ficado afastada por um tempo eu

agradeço a minha filha Maria Luiza Sanchez de Souza pelas horas que me

interrompia só para pedir um beijo.

“Por onde for quero ser seu par...” meu marido Marco Antonio Ferreira de

Souza, companheiro, amigo e auxiliar nos problemas técnicos, mesmo em vias de

defender sua tese, esteve sempre presente e disposto a ajudar.

“Tudo que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo, tudo

muda...” rabiscos, interrogações, parágrafos inteiros por refazer. Mas ao final, um

grande reconhecimento de que todas as versões refeitas só fortaleceram os laços

entre o discípulo e o mestre. Ao Professor Roberto Alves Lourenço o meu muito

obrigado.

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SUMÁRIO

I) APRESENTAÇÃO.............................................................................................. 1

II) INTRODUÇÃO.................................................................................................. 4

2.1. Demência: incidência e prevalência.......................................................... 5

2.2. O impacto da demência no setor saúde e na família................................. 6

2.3. Avaliação e diagnóstico da demência: possibilidades e limitações........... 7

2.3.1. As avaliações com base no relato do informante............................ 10

2.3.2. Instrumentos de avaliação do declínio cognitivo em idosos

com base no relato do informante .............................................................

12

2.3.2.1. Breves considerações sobre os instrumentos de

avaliação do declínio cognitivo em idosos com base no

relato do informante .........................................................................

14

III) INFORMANT QUESTIONNAIRE ON COGNITIVE DECLINE IN THE

ELDERLY – IQCODE ...........................................................................................

15

3.1. Estudos que avaliam o desempenho do IQCODE.................................... 17

IV) REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE A METODOLOGIA EMPREGADA........ 23

V) JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 27

VI) OBJETIVOS ..................................................................................................... 30

VII) METODOLOGIA ............................................................................................. 32

VIII) RESULTADOS ............................................................................................... 34

Artigo: Tradução e adaptação transcultural para o português e

confiabilidade do Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the

Elderly – IQCODE ...........................................................................................

36

IX) CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 63

X) REFERÊNCIAS................................................................................................. 66

XI) ANEXOS.......................................................................................................... 79

Anexo 1 – IQCODE-BR......................................................................................... 80

Anexo 2 – Manual de instruções para aplicação do IQCODE............................... 82

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Anexo 3 – CES – D ................................................................................................ 85

Anexo 4 – Escala de sobrecarga do cuidador ....................................................... 86

Anexo 5 – Diagrama 1 – Processo de tradução e adaptação transcultural ........... 87

Anexo 6 – Diagrama 2 – Procedimentos para seleção da amostra e coleta

de dados ...............................................................................................

88

Anexo 7 – Quadro 1 – Traduções e retraduções item a item................................ 89

Anexo 8 – Quadro 2 – Versões síntese e versão teste do IQCODE-BR............... 95

Anexo 9 – Manual de Instruções da pesquisa....................................................... 96

Anexo 10 – Termo de consentimento livre e esclarecido...................................... 124

Anexo 11 – Versão Original do IQCODE............................................................... 125

Anexo 12 – Autorização do autor para adaptação do instrumento........................ 128

Anexo 13 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa..................................... 129

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LISTA DE ABREVIATURAS___________________________________________

AIVD Atividades Instrumentais de Vida Diária

APA American Psychiatry Association

CID 10 Classificação Internacional das Doenças – versão 10

CIPI Cuidado Integral à Pessoa Idosa

DSM IV Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – IV

Edition

IQCODE Informant Questionnaire on Congnitive Decline on the Elderly

MEEM Mini-Exame do Estado Mental

OMS Organização Mundial de Saúde

ROC Receiver Operator Characteristics

UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro

UnATI Universidade Aberta da Terceira Idade

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RESUMO

Introdução: A identificação da síndrome demencial, sobretudo na sua fase inicial,

é importante. As avaliações, em geral, são feitas com base em testes

neuropsicológicos, que são, geralmente, influenciados, negativamente, por

algumas características sócio-demográficas da população brasileira. O relato do

informante é uma ferramenta importante para auxiliar o diagnóstico da demência.

O Informant Questionnaire on Cognitive Decline in Elderly – IQCODE é uma

entrevista breve, que tem a finalidade de avaliar o declínio cognitivo, comparando

o desempenho atual do indivíduo, com aquele apresentado há dez anos.

Objetivos: Traduzir e adaptar para a língua portuguesa o IQCODE e avaliar a

confiabilidade teste-reteste de uma versão para uso no Brasil. Metodologia:

Executada em duas fases. Na primeira realizou-se a tradução, adaptação

transcultural e elaboração de uma versão teste, seguindo como referencial a

abordagem universalista, que avalia a equivalência conceitual, a de itens, a

semântica, a operacional, a de mensuração e a funcional. Na segunda,

selecionou-se uma amostra de conveniência em um ambulatório de assistência

geriátrica, aplicou-se a versão teste e avaliou-se a confiabilidade teste-reteste,

mensurada pelo coeficiente kappa de Cohen e coeficiente de correlação

intraclasse (CCIC), e a consistência interna pelo α de Cronbach. Resultados:

Noventa e sete informantes foram retestados (14 a 60 dias). A medida de

concordância oscilou de regular a substancial, sendo observada concordância

moderada na maioria dos itens, o CCIC foi de 0,92 e na avaliação da consistência

interna obteve-se um α de 0,94. Conclusões: Os níveis de confiabilidade obtidos

permitem concluir que a versão do IQCODE-BR se mostrou de fácil compreensão,

sendo alcançada a equivalência funcional, quando comparada à versão original.

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ABSTRACT

Introduction: the Identification of dementia syndrome, mainly in its early stage, is

very important. Most evaluations made nowadays are based on

neuropsychological tests that are usually biased by some social and demographic

characteristics of Brazilian population. The informant report is an important tool for

dementia diagnose. The Informant Questionnaire on Cognitive Decline in Elderly –

IQCODE, is a brief interview whose main purpose is to evaluate the cognitive

decline comparing the current individual performance with that of ten years ago.

Objectives: to translate and make the adaptation of IQCODE into Portuguese

language, evaluate test-retest reliability of a version to be used in Brazil.

Methodology: it was carried out in two stages. 1) translation, Portuguese-

language cross-cultural adaptation and elaboration of a version test having an

universal approach as a reference that evaluates the conceptual equivalence and

of items, semantic, operational, measurement and functional; 2) a convenience

sample was chosen in a geriatric ambulatory for the application of the version test

and assessment of test-retest reliability. Cohen kappa coefficient and Intraclass

coefficient correlation (ICC) were used. Cronbach’s α coefficient was used to

measure the internal consistency. Results: Ninety-seven informants were

reapplied (14 and 60 days). Agreement rate ranged from regular to substantial and

a moderated agreement was observed for the majority of the items. A α value of

0.94 and a ICC value of 0.92 were found. Conclusions: Reliability levels results

lead to the conclusion that the IQCODE-BR version shows itself of easy

comprehension. Comparing to the original version a satisfactory functional

equivalence was observed.

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I – APRESENTAÇÃO

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I – APRESENTAÇÃO

Esta apresentação tem por objetivo demonstrar a forma como esta

dissertação está organizada em suas seções e subseções.

Na introdução, serão apresentados os aspectos referentes à demência e o

impacto que tal problema acarreta em alguns seguimentos da sociedade. Ainda

nesta seção, será apresentada uma discussão sobre as possibilidades e

limitações do rastreio da síndrome demencial e o relato padronizado do

informante como um complemento ou alternativa neste rastreio.

A seção seguinte é destinada a apresentar o Informant Questionnaire on

Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE, objeto deste estudo. Serão

apresentados um breve histórico sobre a sua construção, as suas principais

características e as opções de utilização. Serão, também, descritos os principais

estudos que o utilizaram e as análises psicométricas.

Uma seção sobre o referencial teórico utilizado na metodologia foi

elaborada no sentido de apresentar, de forma sintetizada, os pilares teóricos que

sustentaram o processo de tradução e adaptação transcultural neste estudo.

Na justificativa, serão apresentadas as principais razões da escolha do

instrumento e sua importância. Seguido a isto, serão pontuados os objetivos do

trabalho.

A metodologia e os resultados estarão descritos, na íntegra, no artigo

“Tradução, adaptação transcultural para o português e confiabilidade do Informant

Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE”.

Nas considerações finais, serão apresentadas as principais conclusões,

nem como os desdobramentos futuros do presente estudo.

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Na seção de anexos, estarão disponíveis todo o instrumental utilizado para

a coleta de dados, o manual de instruções do trabalho, os diagramas que

sintetizam o processo de trabalho, os quadros que apresentam os produtos de

todas as etapas da equivalência semântica e os documentos complementares

para elaboração do presente estudo.

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II – INTRODUÇÃO

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II - INTRODUÇÃO

2.1 Demência: incidência e prevalência

No Brasil, como em todo mundo, observa-se nas últimas décadas o

aumento da prevalência das doenças crônico-degenerativas, dentre as quais a

demência, que se tornou um grande problema de saúde pública (Almeida &

Crocco, 2000).

Trabalhos como o de Beard et al (1995) mostram que a prevalência da

demência aumenta conforme a idade, passando de 5% nos indivíduos na faixa

etária dos 60 a 65 anos para 20% nos estratos superiores a 85 anos.

Por outro lado, nos países em desenvolvimento ainda são tímidos os

trabalhos dessa natureza. No Brasil, ainda há uma escassez de estudos de

incidência e prevalência de demência, o que nos remete a estimativas pouco

precisas (Scazufca et al., 2002).

O estudo de Veras & Murphy (1994), sobre a prevalência de síndrome

cerebral orgânica, na cidade do Rio de Janeiro, nos bairros de Copacabana,

Méier e Santa Cruz, mostrou uma prevalência de 6,0%, 9,8% e 29,8%,

respectivamente.

Herrera et al (2002), em trabalho realizado em Catanduva, no Estado de

São Paulo, com 1.656 idosos, obtiveram uma prevalência de 7,1% nos indivíduos

da comunidade. Dentre as demências, a mais freqüente foi a Demência do Tipo

Alzheimer (DTA), responsável por mais de 50% dos casos na população acima

dos 65 anos; porém, a maior prevalência concentrou-se nos estratos acima dos

80 anos (Herrera et al., 2002).

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No entanto, o país ainda carece de mais estudos, visto que ainda nos

baseamos em parâmetros obtidos nos países desenvolvidos. Desta forma,

levando-se em consideração as prevalências apresentadas pelos diversos

estratos etários, estimou-se que no ano 2000, trezentas e noventa mil pessoas

estariam acometidas pela demência no Brasil (Scazufca et al., 2002).

Apesar da ausência de estimativas precisas, os números acima citados

aludem para a necessidade de se planejar ações que possam amortecer o

impacto que tal problema pode causar nos diversos segmentos da sociedade.

2.2 O Impacto da demência no setor saúde e na família

No Brasil, pouco se sabe sobre o impacto que as doenças incapacitantes

produzem no sistema de saúde e na família. Caldas (2003), com base em

evidências empíricas, comenta que as doenças geradoras de dependência

produzem gastos crescentes, sobretudo para a família, e que, portanto, precisam

ser reconhecidas com uma importante questão de saúde pública.

A demência é uma doença de início gradual, com declínio contínuo, que

conforme sua etiologia e falta de controle pode produzir sintomas que aumentam

o sofrimento do indivíduo e dos familiares, bem com os gastos com assistência à

saúde. O custo econômico da doença está relacionado à crescente necessidade

de cuidar e ao abandono do trabalho justamente no momento em que as

despesas são maiores (Tamai, 2002; Veras et al., 2007).

A ineficiência das políticas setoriais faz com que a família se transforme na

principal fonte de recursos e cuidados para o idoso dependente, visto que a

carência de redes formais de suporte é grande. Ainda que esforços sejam

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envidados para a construção de uma agenda que priorize a atenção à pessoa

idosa, pouco se alcançou neste tema (Caldas, 2003).

A maioria dos indivíduos acometidos por síndrome demencial está em seu

domicílio recebendo cuidados de seus familiares. Os desdobramentos deste

evento são os vários problemas que acometem o cuidador, como a sobrecarga e

a depressão, entre outros. Para minimizar o impacto que estes problemas

acarretam devem ser desenvolvidas estratégias de intervenção voltadas para os

cuidadores informais (Garrido & Menezes, 2004).

O diagnóstico precoce da síndrome demencial, sobretudo da doença de

Alzheimer em sua fase inicial, se faz importante para que os familiares sejam

orientados quanto ao prognóstico da doença e quanto aos cuidados necessários

para um indivíduo acometido por ela. Quanto antes o diagnóstico for determinado,

melhor será a condição de se planejar a conduta terapêutica.

2.3 Avaliação e diagnóstico da demência: possibilidades e limitações

O diagnóstico da demência é clínico. Porém, depende do conhecimento

dos profissionais acerca das diversas manifestações, de uma bateria obrigatória

de exames complementares, e de uma avaliação da cognição e do desempenho

nas atividades de vida diária (Carameli & Barbosa, 2002).

A Classificação Internacional das Doenças (CID-10) define a demência

como uma síndrome, onde ocorrem alterações de múltiplas funções como a

memória, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, capacidade de

aprendizagem, linguagem e julgamento (OMS, 1993).

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Diversas abordagens têm sido utilizadas pelos profissionais, no sentido de

avaliar o declínio cognitivo; através do relato do próprio paciente acerca de sua

condição, das observações feitas pela equipe que o assiste, pela aplicação de

testes cognitivos ou por meio das entrevistas com os familiares. No entanto,

muitas limitações para uma avaliação adequada são observadas (Jorm, 1996a).

No que tange ao relato do próprio paciente, a literatura mostra que é uma

abordagem mais utilizada para avaliações psicológicas, que se destinam a

investigar problemas de personalidade, do que para a investigação das

habilidades cognitivas. Idosos com declínio cognitivo, na maioria das vezes, não

conseguem avaliar suas próprias perdas, sendo comum que os informantes

discordem sobre o desempenho nas atividades de vida diária por eles relatados

(Jorm, 1996c; Davis, 2001).

Os instrumentos de rastreio são, cada vez mais, utilizados para identificar

novos casos. Estas avaliações são feitas, geralmente, com base em testagens

neuropsicológicas. Contudo, a maioria dos testes administrados na prática clínica

é extensa e complexa, requerendo profissional qualificado e treinamento especial

dos entrevistadores (Bustamante et al., 2003).

Além disto, os instrumentos de rastreio do declínio cognitivo têm baixa

acurácia em determinadas condições, como nas fases iniciais dos quadros

demenciais, em idades avançadas, na presença de baixa escolaridade e défices

sensoriais, e diante das várias desordens mentais (Bustamante et al., 2003).

Dentre as condições supracitadas, a baixa escolaridade é um dos

problemas que mais interferem nos resultados. No Brasil, o analfabetismo é,

ainda, uma questão relevante, pois segundo dados do último censo (IBGE 2000)

31,4 % da população com mais de 60 anos, é analfabeta. Isto se apresenta como

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um dos principais obstáculos às avaliações neuropsicológicas, sobretudo, pela

falta de instrumentos padronizados que possam aferir o declínio cognitivo de

pessoas nesta condição.

Estudos realizados no Brasil, que utilizaram o Mini Exame do Estado

Mental (MEEM), a Escala de Mattis, e a Alzheimer Disease Assessment Scale

(ADAS-COG) para a avaliação da demência em idosos, chamam a atenção para

o impacto que a baixa escolaridade produz nos resultados obtidos por tais testes

(Bertolucci et al., 1994; Schultz et al., 2001; Porto et al., 2003; Laks et al., 2003;

Brucki et al., 2003; Lourenço & Veras, 2006).

Para Foss et al (2005), os anos de escolaridade se constituem em

instrumento básico para a obtenção de conhecimento sobre o mundo e, interagem

com a situação sócio-econômica, a cultura e o coeficiente de inteligência,

características sócio-demográficas que influenciam os testes de rastreio de

demência.

A incorporação do relato do informante à prática clínica pode ser uma

alternativa às limitações impostas por esta situação. No início da década de

oitenta, Henderson e Huppert (1984) sugeriram que tal relato, comumente

solicitado, porém não padronizado, poderia ser útil na avaliação da doença na sua

fase inicial.

A maioria dos idosos acometidos pela demência nas suas várias etiologias

ou em processo de declínio cognitivo é cuidada pelos seus familiares, em casa, o

que faz do familiar um informante adequado. Estes relatos são, em geral,

confiáveis e fornecem descrições retrospectivas acerca das alterações

apresentadas, visto que, em decorrência da convivência com estas pessoas, os

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informantes seriam conhecedores do desempenho atual do indivíduo em

avaliação (Davis, 2001; Henderson & Huppert, 1984).

O relato de um informante qualificado é um dos itens que preenchem os

critérios estabelecidos por instituições internacionais, para o diagnóstico da

demência (McKhann et al., 1984; APA, 1994).

No entanto, no Brasil, a utilização deste relato na prática clínica, ainda não

faz parte dos protocolos de avaliação da síndrome demencial. Em outras culturas,

a avaliação com base no relato do informante é, fortemente, estudada e

apresenta resultados positivos acerca de sua utilização.

Estudos sobre a contribuição do relato de um informante são conduzidos e

trazem considerações otimistas acerca da utilidade, principalmente, nos casos

onde há uma proximidade deste com o indivíduo em avaliação (McLoughlin et al.,

1996; Ready et al., 2004).

2.3.1 As avaliações com base no relato do informante

Os instrumentos baseados nos relatos de informantes têm demonstrado

eficácia na identificação de quadros de demência. Além de apresentarem a

vantagem de permitir avaliações longitudinais e acompanhar as alterações no

desempenho dos indivíduos, podem ser utilizados quando da impossibilidade dos

sujeitos realizarem testes cognitivos, e são úteis no rastreio da demência em

populações com baixos níveis de escolaridade (Jorm et al., 1994; Mulligan et al.,

1996; Jorm, 1997; Morales et al., 1997; Jorm, 2004).

Apesar da avaliação com base no relato do informante não substituir as

avaliações cognitivas convencionais, ela é capaz de identificar as alterações

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ocorridas em determinado período e a evolução das habilidades cognitivas

(Lorentz et al., 2002).

Importante, porém, é identificar um informante qualificado, ou seja, que

conheça os hábitos e costumes, bem como, o desempenho nas atividades de vida

diária do indivíduo em avaliação. Geralmente, o cuidador é um bom informante.

No estudo realizado por Almeida e Croco (2000), o cuidador foi definido como

pessoa responsável pelo cuidado com o paciente nas suas atividades rotineiras e

que manteve um contato direto com o mesmo, pelo menos, quatro vezes por

semana.

Para Jorm (1996a), a maioria das avaliações com base no relato do

informante, não obstante as limitações relacionadas à disponibilidade de uma

pessoa adequada, apresentam as seguintes vantagens: 1) avaliam o declínio

cognitivo a partir das demandas impostas pelo ambiente em que o indivíduo está

inserido; 2) não requerem a presença da pessoa com declínio cognitivo; 3) podem

ser realizadas ainda que o paciente esteja muito comprometido ou instável; 4)

podem ser conduzidas também por carta ou telefone; 5) podem ser realizadas em

diversos contextos culturais; 6) não parecem ser afetadas pela escolaridade ou

por variações sócio-demográficas.

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2.3.2. Instrumentos de avaliação de declínio cognitivo em idosos com base

no relato do informante.

Foi realizada uma revisão de literatura usando o sistema de busca

informatizada – MEDLINE, LILACS – com as palavras-chave: “informant report”,

“informant and dementia”, “cognitive impairment and elderly”, “neuropsychological

tests” e “Alzheimer”.

O mesmo procedimento foi adotado no sistema SCIELO, utilizando as

palavras-chave: “declínio cognitivo e idoso”, “demência”, “relato do informante”,

“avaliação cognitiva” e “testes neuropsicológicos”.

Foram selecionados os artigos nos idiomas inglês, espanhol e português,

referentes a escalas de avaliação cognitiva com base no relato do informante, do

período de 1968, época em que parece surgir o primeiro instrumento que utiliza o

relato do informante, até o ano 2005.

Os artigos selecionados que avaliam o declínio cognitivo com base no relato

do informante foram encontrados, analisados e descritos em publicação anterior

(Sampaio et al., 2007). As principais características destes instrumentos

encontram-se sumarizadas na Tabela 1.

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Tabela 1: Escalas de avaliação cognitiva pelo relato do informante, 2007

Instrumento* Referência Idioma origem

Tradução e adap. Brasil

Exclusivo informante

Tempo de aplicação/ n° itens**

BDRS Blessed et al., 1968 Inglês Não Sim 22 itens GERRI Schwartz, 1983 Inglês Não Sim 49 itens RQ Sunderland et al., 1983 Inglês Não Sim 35 itens DQ Silverman et al., 1986 Inglês Não Sim 50 itens CAMDEX Roth et al., 1986 Inglês Sim Não 383 CBRS Williams et al., 1986 Inglês Não Sim 116 itens RAGS Raskin & Crook, 1988 Inglês Não Sim 21 itens BCRS Reisberg & Ferris, 1988 Inglês Não Não - IQCODE Jorm & Korten, 1989 Inglês Não Sim 26 itens PFQ Crockett et al.., 1989 Inglês Não Sim 60 itens MOQ2 McGlone et al., 1990 Inglês Não Não 49 itens DECO Ritchie & Fuhrer, 1992 Francês Não Sim 19 itens CIE Social Psychiatry Research

Unit et al., 1992 Inglês Não Não 37 min

CSI’D Hall et al., 1993 Inglês Não Não 30 itens Short MQ Koss et al., 1993 Inglês Não Sim 14 itens PAS Jorm et al., 1995 Inglês Não Não ND*** ADCS-CGIC Olin et al., 1996 Inglês Bertolucci &

Nitrini, 2003 Não 20 min

STIDA Go et al., 1997 Inglês Não Não 17 min IDD-GMS Lewis et al., 1998 Inglês Não Sim 36 itens CAMDEX-R Roth et al., 1998 Inglês Não Não 390 itens/80min BCS Krishnan et al., 2001 Inglês Não Sim 18 itens GPCOG Brodaty et al., 2002 Inglês Não Não 6 min/15 itens AD8 Galvin et al.,2005 Inglês Não Sim 8 itens

* BDRS: Blessed Dementia Rating Scale; GERRI: Geriatric Evaluation by Relatives Rating Instrument; RQ: Relatives’ Questionnaire; DQ: Dementia Questionnaire; CBRS: Cognitive Behavior Rating Scale; RAGS: Relative's Assessment of Global Symptomatology; BCRS: Brief Cognitive Rating Scale; IQCODE, Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly; PFQ: Present Functioning Questionnaire; MOQ2: Memory Observation Questionnaire 2; DECO: Détérioration Cognitive Observée; CIE: Canberra Interview for the Elderly; CSI’D: Community Screening Interview for Dementia; Short MQ: Short-Memory Questionnaire; PAS: Psychogeriatric Assessment Scales; ADCS-CGIC: Alzheimer’s Disease Cooperative Study – Clinical Global Impression of Change; STIDA: Structured Telephone Interview for Dementia Assessment; IDD-GMS: Informant Interview for the Diagnosis of Dementia and Depression in Older Adults; CAMDEX-R: Cambridge Examination for Mental Disorders of the Elderly – revised; BCS: Brief Cognitive Scale; GPCOG: General Practitioner Assessment of Cognition, AD8: Eight-item Informant Interview.

** Teve-se acesso apenas às escalas de domínio público. Os dados referentes as demais foram obtidos através de artigos publicados.

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14

2.3.2.1 Breves considerações sobre os Instrumentos de avaliação de

declínio cognitivo em idosos com base no relato do informante.

A literatura sobre os instrumentos com o informante é vasta. São inúmeros

os instrumentos cujos objetivos são: rastrear a história familiar de DTA, detectar

os distúrbios de comportamento e humor, estratificar a síndrome demencial,

estimar a duração da demência, avaliar o estado funcional, avaliar a qualidade de

vida, e avaliar os níveis de sobrecarga do cuidador. O presente estudo

contemplou, apenas, as entrevistas utilizadas para rastreio e diagnóstico da

síndrome demencial com base no relato do informante.

Foram localizados dois instrumentos traduzidos e adaptados para o

português: a primeira versão do CAMDEX (Bottino et al., 1999; Bottino et al.,

2001) e o Alzheimer’s Disease Cooperative Study – Clinical Global Impression of

Change (Bertolucci & Nitrini, 2003). Recentemente, foi traduzida e adaptada para

a língua portuguesa, a seção H do CAMDEX-R, uma entrevista com o informante

que fornece uma impressão acerca do diagnóstico da demência (Sampaio, 2007).

Dentre as escalas analisadas, o IQCODE - Informant Questionnaire on

Cognitive Decline in the Elderly (Jorm & Korten, 1988) foi selecionado por ser uma

escala breve, de fácil administração e que permite estudos longitudinais para

avaliação do declínio cognitivo, ao contrário das demais que, em geral, avaliam o

estado atual do indivíduo. Suas características serão mais detalhadas a seguir,

pois se trata de objeto de estudo do presente trabalho.

Não foram encontradas publicações sobre trabalhos de adaptação e

validação do IQCODE para a língua portuguesa.

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15

III - O INFORMANT QUESTIONNAIRE ON COGNITIVE DECLINE IN

THE ELDERLY – IQCODE

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16

III - O INFORMANT QUESTIONNAIRE ON COGNITIVE DECLINE IN THE

ELDERLY – IQCODE

O Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE foi

desenvolvido na Austrália, no idioma Inglês; ele foi inicialmente concebido como

uma entrevista de 39 itens, sendo 26 sobre memória e 13 sobre inteligência. Uma

análise preliminar fez com que 12 itens fossem suprimidos em decorrência da

falta de compreensibilidade por parte dos informantes e um item fosse eliminado

por não apresentar boa correlação com nenhum dos demais. Desta forma, as

análises subseqüentes e a média dos escores foram realizadas com base nos 26

itens (Jorm & Korten, 1988).

As perguntas estão organizadas em uma escala Likert, com cinco opções

de respostas que compararam o desempenho atual do indivíduo com o

desempenho de dez anos atrás: 1 – muito melhor; 2 – um pouco melhor; 3 – não

houve mudança; 4 – um pouco pior; 5 – muito pior.

O resultado final é obtido através da soma dos itens, dividindo-os pelo total

de itens da escala. O escore varia de um a cinco; os escores menores ou iguais a

três indicam que não está havendo alteração, igual a quatro indica uma

considerável alteração, e igual a cinco indica muita alteração. O ponto de corte

obtido no estudo original foi de 3,27/3,30 (Jorm & Korten, 1988).

Os autores propõem que o instrumento seja aplicado em parente ou amigo

próximo que conviva com o idoso há pelo menos dez anos, com o objetivo de

comparar as alterações no desempenho do indivíduo durante este período de

convivência.

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17

Na época da construção do instrumento, o período de dez anos foi

estipulado porque alguns estudos que avaliavam a história natural da demência

mostravam que o tempo entre o início da doença e a morte, em geral, não era

superior a este (Jorm & Korten, 1988; Jorm & Jacomb, 1989).

Para Jorm & Jacomb (1989), o relato do informante era uma alternativa

para estimar o declínio cognitivo, uma vez que conhecendo o comportamento

atual do indivíduo e o desempenho dele nas atividades de vida diária, o problema

da contaminação nos testes cognitivos, pelas habilidades pré-morbidas,

possivelmente seria solucionado.

3.1 Estudos que avaliam o desempenho do IQCODE

Utilizando, também, o sistema de busca informatizada – MEDLINE, LILACS

e SCIELO – com a palavra chave IQCODE, foram selecionados os estudos que

estavam disponíveis no idioma estabelecido para esta revisão. Nesses quase

vinte anos da utilização do IQCODE, foram desenvolvidos trabalhos na Austrália,

no Canadá, na Tailândia, na Espanha, na Suécia, na China, na Itália, na Holanda,

na Noruega e em Singapura (Tabela 2).

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18

Tabela 2: Desempenho do IQCODE como teste de rastreio de demência

Referência Amostra País Critério Diagnóstico

Ponto de Corte

Sensibilidade Especificidade Área sob a curva ROC

Jorm et al. (1991)

60 pessoas média 80 anos

Austrália CID 10

3.60 + 80% 82% 0,87

Jorm et al. (1994)

684 pessoas média 70 anos

Austrália DSM III –

R 3,30 + 79% 83% 0,85

Law and Wolfson (1995)

237 pessoas média 81 anos

Canadá DSM III –

R 3,6 + 76% 96% ND*

Fuh et al. (1995)

416 pessoas média 69 anos

Tailândia DSM III –

R

3,4 + 89% 88% 0,91

Morales et al. (1997)

97 pessoas área urbana média 75 anos

160 pessoas área rural média 74 anos

Espanha DSM III –

R

3,27 + (urbana) 3,31 + (rural)

82%

83%

88%

90%

0,89

0,83

Jorm et al. (1996ª)

144 pessoas média 73 anos

Austrália CID 9 3,30 + 79% 65% 0,77

Mulligan et al. (1996)

76 pessoas média 82 anos

Suíça DSM III –

R 3,60 + 76% 70% 0,86

Del-Ser et al. (1997)

53 pessoas média 69 anos

Espanha DSM III –

R 3,62 + 84% 73% 0,81

Flicker et al. (1997)

299 pessoas média 80 anos

Austrália DSM III –

R 3,90 + 74% 71% ND

De Jonghe et al.(1997)

82 pessoas média 78 anos

Holanda DSM III –

R 3,90 + 88% 79% ND

Lim et al. (2003)

153 pessoas Singapura DSM IV 3,40 + 94% 94% ND

Stratford et al. (2003)

577 pessoas media 73 anos

Austrália CID 10 4,00 + ND ND 0,82

Tang et al. (2003)

189 pessoas média 68 anos

Noruega DSM IV 3,40 + 88% 75% 0,88

Isella et al. (2006}

130 pessoas Itália DSM IV 3,45+ 82% 71% 0,74

Fonte: Jorm A. F. The informant Questionnaire on Cognitive Decline in the elderly (IQCODE): a review. International Psychogeriatrics 16:3, 1-19, 2004. A reprodução desta tabela, adaptada, foi autorizada pelo autor.

DCL – Declínio Cognitivo Leve, CID 9 – Classificação Internacional das Doenças – versão 9, CID 10 – Classificação Internacional das Doenças – versão 10, DSM III – R Diagnostic and Statiscal Manual of Mental Disorders – Revised, DSM IV - Diagnostic and Statiscal Manual of Mental Disorders – version 4.

*ND – informação não disponível

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19

As variações de uso do Instrumento

Apesar de a maioria dos estudos utilizarem o instrumento no formato

autopreenchível, outros estudos o utilizaram por carta ou por telefone, ou como

entrevista face a face (Jorm et al., 1989; Law & Wolfoson, 1995; Fuh et al., 1995;

Hénon et al., 1997; Louis et al., 1999; Lim et al., 2002; Tang et al., 2003).

Os escores, também, foram obtidos com outra metodologia, utilizando a

variação de 26 a 130 pontos (Morales et al., 1995, Hénon et al., 1997, Isella et al.,

2002).

Uma versão reduzida do IQCODE composta por 16 itens foi validada por

Jorm (1994) e, posteriormente, outros estudos foram realizados com esta versão

Tabela 3.

O IQCODE retrospectivo é uma outra variação do instrumento que foi

elaborado para ser aplicado ao informante após a morte do idoso (Thomas et al.,

1994; Rockwood et al., 1998).

Ao longo desses anos, várias versões foram produzidas e o instrumento

pode ser encontrado nas línguas chinesa, holandesa, francesa, alemã, Italiana,

japonesa, coreana, norueguesa, polonesa, espanhola e tailandesa. As cópias

destas versões encontram-se disponíveis em http://www.anu.edu.au/iqcode/

(Jorm, 2004).

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20

Tabela 3: Desempenho do IQCODE, na versão reduzida, como teste de rastreio de demência

Referência Amostra País Critério Diagnóstico

Ponto de Corte

Sensibilidade Especificidade Área sob a curva ROC

Jorm (1994)

684 pessoas

média 70 anos Austrália

DSM-IIIR

3.38 + 79% 82% 0,85

Jorm et al (1996b)

144 pessoas média 73 anos

Austrália CID – 9 3,38 + 75% 68% 0,77

Del-Ser et al. (1997)

53 pessoas

média 69 anos Espanha

DSM-IIIR

3,88 + 79% 73% 0,77

Harwood et al (1997)

177 pessoas média 65 anos

Inglaterra DSM-IIIR 3,44 100% 86% ND

Fonte: Jorm A. F. The informant Questionnaire on Cognitive Decline in the elderly (IQCODE): a review. International Psychogeriatrics 16:3, 1-19, 2004. A reprodução desta tabela, adaptada, foi autorizada pelo autor.

DCL – Declínio Cognitivo Leve, CID 9 – Classificação Internacional das Doenças – versão 9, CID 10 – Classificação Internacional das Doenças – versão 10, DSM III – R Diagnostic and Statiscal Manual of Mental Disorders – Revised, DSM IV - Diagnostic and Statiscal Manual of Mental Disorders – version 4. *ND – informação não disponível

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21

Análises psicométricas

A maioria dos estudos encontrados traz informações acerca da validação

do IQCODE e, um número muito pequeno discute sobre a estabilidade e

reprodutibilidade do questionário.

Sete estudos avaliaram a consistência interna da versão completa do

instrumento, mensurada pelo coeficiente alpha de Cronbach que variou de 0,93 a

0,97 (Jorm & Korten, 1988; Jorm et al., 1989; Jorm & Jacomb, 1989; Fuh et al.,

1995; De Jongue et al., 1997; Morales et al., 1997; Tang et al., 2003).

Apenas dois estudos apresentam dados referentes à confiabilidade teste-

reteste. O estudo de Jorm & Jacomb (1989) avaliou a estabilidade do instrumento

um ano depois, obtendo uma correlação de 0,75. Jorm et al (1991) avaliaram a

estabilidade no tempo, reaplicando o questionário três dias após, e obtiveram uma

correlação de 0,96.

Os estudos de validação do IQCODE foram realizados utilizando a seguinte

variação de padrões: correlação dos escores do instrumento com as alterações

cognitivas (Jorm et al., 1996b; Jorm et al., 2000); correlação dos resultados do

IQCODE retrospectivo com o diagnóstico neuropatológico (Thomas et al., 1994;

Rockwood et al., 1998); correlação dos escores do instrumento com exames de

neuroimagem (Jorm et al., 1996a; Cordolini-Markowial et al., 2003); e correlação

dos resultados com a incidência de demência e a mortalidade (Hénon et al., 1997;

Hénon et al., 1999; Hénon et al., 2001; Louis et al., 1999; Barba et al., 2000).

No entanto, a maioria dos trabalhos utilizou o diagnóstico clínico como

padrão para comparação do desempenho do IQCODE como instrumento de

rastreio da síndrome demencial, os quais estão sumarizados na Tabela 2.

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Influência das características dos informantes

São poucos os estudos que abordam a influência das características do

informante nos escores do IQCODE. Em estudo conduzido por Jorm et al (1996),

que contou com a participação de 144 sujeitos, os escores não foram

influenciados por características do informante como idade e níveis de

escolaridade (Jorm et al., 1996a).

No que tange a qualidade do relacionamento entre o informante e o sujeito,

Fuh et al (1995) contaram com a participação 416 sujeitos em um estudo, que

utilizou o IQCODE como instrumento de rastreio de demência, em uma população

chinesa, cuja convivência com o informante variou de 10 a 61 anos. Os autores

ressaltaram que, o período de convivência, bem como a freqüência dos contatos,

não influenciaram os resultados obtidos.

Por outro lado, estudos com um enfoque mais qualitativo, apontaram que

alguns informantes, por conta de problemas emocionais, influenciaram,

significativamente, os resultados (Del-ser et al., 1997; Lim et al., 2003).

No estudo conduzido por Del-Ser et al (1997) em uma amostra clínica, que

contou com a participação de 53 pessoas, foi observado que os informantes,

provavelmente em decorrência do estado de ansiedade, deram maior ênfase aos

problemas cognitivos.

No estudo de Lim et al (2003), para a validação da versão chinesa do

IQCODE, realizado com 153 idosos, foi observado pelos entrevistadores, durante

o trabalho de campo, que alguns informantes, em determinadas situações,

pareciam inseguros sobre as alterações do estado mental ou mostraram-se

relutantes em falar sobre as alterações de seu parente.

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23

IV – REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE A METODOLOGIA

EMPREGADA

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24

IV – REFERENCIAL TEÓRICO SOBRE A METODOLOGIA EMPREGADA

A utilização de instrumentos de avaliação requer a tomada de decisões

sobre seu uso. Por um lado, pode-se desenvolver um novo instrumento; isto

constitui um grande desafio, que exigirá do pesquisador a tarefa de selecionar

bem, itens adequados às dimensões que se pretende estudar. Por outro, adaptar

instrumentos já existentes a um novo contexto pode ser uma alternativa, desde

que o processo seja o mais rigoroso possível (Reichenheim & Moraes, 2002).

Na discussão sobre tradução e adaptação transcultural de instrumentos,

parte-se da premissa que, para o processo ser válido, é necessário adotar

procedimentos capazes de evitar efeitos negativos da adaptação transcultural.

Para isto, é importante estar atento à abordagem escolhida, levando-se em

consideração as etapas que contemplem tradução e retro-tradução, comparando-

as e submetendo-as a revisão por um grupo de especialistas (Guillemin et al.,

1993).

São descritas na literatura três abordagens, quais sejam: a relativista, a

absolutista e a universalista. A relativista parte do princípio que a cultura afeta

sobremaneira um instrumento de avaliação, sendo impossível seu uso em outros

contextos.

Na abordagem absolutista, assume-se a postura de que a cultura pouco

interfere, sendo, portanto, apenas necessário uma tradução literal sem que haja

adaptações.

Por outro lado, a abordagem universalista parte da perspectiva de que é

possível realizar o processo, desde que haja uma combinação entre a tradução

literal do instrumento original e a adaptação, que deve contemplar expressões

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25

que sejam pertinentes ao contexto onde se pretende aplicá-lo. (Guillemin et al.,

1993; Herdman et al., 1997; Herdman et al., 1998; Reichenheim & Moraes, 2000).

Para Herdman et al (1998), a abordagem universalista é apropriada, uma vez

que diferentes culturas podem abarcar os mesmos construtos e os instrumentos

podem ser adaptados, desde que sejam avaliadas as semelhanças em cada

dimensão e estabelecida uma adequada equivalência transcultural. Esta

perspectiva se sustenta no modelo de avaliação transcultural que abrange seis

categorias de equivalência abaixo delineadas.

• Equivalência conceitual – Deve ser avaliada antes de todo o processo. É o

momento de se observar à pertinência de cada item e sua aplicabilidade no

contexto em que se pretende adaptar o instrumento. Neste momento se faz

importante reunir especialistas e discutir as dimensões que o instrumento

abrange, sendo também importante submeter o instrumento ao público

alvo, seja através de entrevistas, seja através de grupos focais.

• Equivalência de itens – Nesta etapa também se faz necessário a presença

de um grupo de especialistas com objetivo de avaliar a relevância de cada

item do instrumento e sua relação com os domínios abarcados pelo

mesmo.

• Equivalência Semântica – Esta é a etapa onde a linguagem utilizada no

instrumento é avaliada levando em consideração os significados

denotativos e conotativos. Para uma adequada equivalência semântica, se

faz necessário que o instrumento passe por processo adequado de

tradução e retro-tradução e que a versão proposta para teste seja

submetida à população alvo com o objetivo de avaliar a compreensibilidade

dos itens.

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26

• Equivalência operacional – Diz respeito ao uso do instrumento

propriamente dito, ou seja, o momento de avaliar todas as possibilidades

de aplicação do mesmo, dando ênfase aos aspectos similares ao original

no que tange ao formato, instruções e modo de administração.

• Equivalência de mensuração – É o momento de avaliar as propriedades

psicométricas comparando-as com as do instrumento original.

• Equivalência funcional – Esta se refere ao conjunto das equivalências. A

equivalência funcional é estabelecida, uma vez que todas as etapas

anteriores e os objetivos propostos foram alcançados.

Alcançados os propósitos metodológicos pode-se dizer que a adaptação de

um instrumento oferece algumas vantagens: 1) prepara uma versão já utilizada

em outra cultura para uma nova cultura; 2) mostra um padrão já existente, o que

facilita a avaliação de fenômenos similares em outras culturas; 3) fornece dados

que podem ser comparados com estudos realizados em outros países.

A formalidade nesse processo imprime credibilidade aos estudos, além de

permitir a comparação com dados oriundos de outras culturas, o que fornece um

referencial para a análise dos dados coletados.

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27

V – JUSTIFICATIVA

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28

V – JUSTIFICATIVA

Dadas às características da população idosa brasileira e seu aumento

exponencial, é presumível que a demência, a exemplo do que ocorre em outros

países, se destaque na lista de problemas a serem enfrentados, requerendo

prioridade no planejamento das ações em saúde.

Ainda que não exista uma cura para a doença, o diagnóstico precoce é

fundamental para o estabelecimento de condutas terapêuticas apropriadas para o

idoso, principalmente pelo advento de novas drogas capazes de retardarem os

efeitos deletérios da progressão da doença. Além disto, uma vez diagnosticada a

doença, os profissionais terão maiores oportunidades de orientar adequadamente

os familiares, buscando, desta forma, amenizar o impacto decorrente da

inabilidade de lidar com a situação.

No Brasil, como em grande parte do mundo, o MEEM (Folstein et al.,

1975), é o teste neuropsicológico mais utilizado para identificar pessoas com

suspeita de declínio cognitivo. Além dele, outras avaliações mais complexas são

utilizadas para subsidiar o diagnóstico; porém, devido às características de

escolaridade da população brasileira, são necessárias outras avaliações que não

sejam influenciadas pelos baixos níveis de instrução formal.

O relato padronizado do informante é um importante complemento para

melhorar a acurácia do diagnóstico da demência, sobretudo na sua fase inicial, e

parece não sofrer a influência da escolaridade de quem está sendo avaliado, nem

de quem informa.

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29

O IQCODE - Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly, é

um instrumento que se baseia no relato de um informante e pode colaborar com o

rastreio da síndrome demencial.

O instrumento, utilizado em alguns serviços geriátricos do Brasil, foi

traduzido informalmente, e não teve, ainda, adequadamente avaliada a sua

psicometria.

Para que se possa contar com um instrumento confiável, são

recomendados processos formais de tradução, adaptação e validação para o

contexto cultural o qual se pretende aplicá-lo.

O presente estudo faz parte de um programa de investigação de

instrumentos de avaliação cognitiva e funcional desenvolvido em uma unidade de

pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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30

VI – OBJETIVOS

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31

VI – OBJETIVOS

6.1 – Objetivo geral

• Traduzir para o Português e adaptar para a população brasileira o

Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE

6.2 – Objetivo específico

• Estudar a confiabilidade teste-reteste da versão brasileira do IQCODE.

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32

VII – METODOLOGIA

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33

VII - METODOLOGIA

O estudo foi delineado para ser desenvolvido em duas fases. Na primeira

foi realizado todo o processo de tradução e adaptação transcultural do

instrumento e elaboração de uma versão teste. Na segunda fase foi selecionada

uma amostra de conveniência para avaliar a confiabilidade teste-reteste do

instrumento.

A metodologia detalhada está descrita no artigo apresentado na próxima

seção.

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34

VIII – RESULTADOS

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VIII – RESULTADOS

Artigo

Tradução, adaptação transcultural para o português e confiabilidade do Informant

Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE

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Tradução, adaptação transcultural para o português e confiabilidade do

Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE

Translation, crosscultural adaptation into Portuguese and reliability of

Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE

I Maria Angélica Sanchez

II Roberto Alves Lourenço

I Programa de Pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas

Departamento de Pós-graduação

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

II Disciplina de Geriatria

Departamento de Medicina Interna

Faculdade de Ciências Médicas

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Correspondência

Maria Angélica Sanchez

Policlínica Piquet Carneiro

Rua Marechal Rondon 381 2º andar, São Francisco Xavier, Rio de Janeiro, RJ,

Brasil 20950-000

e-mail: [email protected]

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37

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo apresentar os resultados do processo de

tradução e adaptação transcultural do Informant Questionnaire on Cognitive

Decline in the Elderly - IQCODE e da confiabilidade teste-reteste de uma versão

para uso no Brasil. Um comitê para revisão do instrumento analisou a

equivalência conceitual e de itens. Para análise de equivalência semântica foram

realizadas três traduções e três retro-traduções; elaboração de uma versão

síntese; pré-teste e elaboração de uma versão teste. A confiabilidade teste-reteste

foi mensurada pelo coeficiente kappa de Cohen e a consistência interna pelo

coeficiente α de Cronbach. Dos 169 informantes avaliados, 97 foram retestados.

A medida de concordância oscilou de regular a substancial, sendo observada

concordância moderada na maioria dos itens. O α Cronbach foi 0,94 e o CCIC foi

de 0,92. Os níveis de confiabilidade obtidos permitem concluir que a versão do

IQCODE-BR se mostrou de fácil compreensão, sendo observada uma boa

equivalência com a versão original.

Demência, diagnóstico, escala, adaptação, confiabilidade

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Abstract

The present work shows the results of the translation and cross-cultural adaptation

of Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE and the

test-retest reliability of a version to be used in Brazil. A committee of instrument

review analyzed the conceptual and item equivalence. In order to analyze

semantic equivalences tree translations and tree back translations were made; a

summary version was devised and pre-tested and a test version elaborated. For

the measurement of testing-retest reliability and internal consistence, kappa

Cohen and Cronbach α coefficients wore used. Of the 169 informants assessed,

97 were retested. Agreement rate ranged from regular to substantial and a

moderated agreement was observed for the majority of the items. A α value of

0.94 and a CCIC value of 0.92 were found. Reliability levels results lead to the

conclusion that the IQCODE-BR version shows itself of easy comprehension. A

satisfactory equivalence to the original version was observed.

Dementia, diagnosis, scale, adaptation, reliability

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Introdução

Os instrumentos baseados nos relatos do informante para o diagnóstico da

demência permitem avaliações longitudinais, mostram as alterações no

desempenho dos indivíduos e podem ser utilizados quando da impossibilidade

dos sujeitos realizarem testes cognitivos 1,2,3,4.

A maioria das avaliações com base no relato do informante, não obstante

às limitações relacionadas à disponibilidade de uma pessoa adequada,

apresentam as seguintes vantagens: avaliam o declínio cognitivo a partir das

demandas impostas pelo ambiente em que o indivíduo está inserido; não

requerem a presença da pessoa com declínio cognitivo; podem ser realizadas

ainda que o paciente esteja muito comprometido ou instável; podem ser

conduzidas por carta ou telefone; podem ser realizadas em diversos contextos

culturais, e não parecem ser afetadas pela educação ou por variações sócio-

demográficas 5.

O Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly – IQCODE é

um questionário para detecção do declínio cognitivo com base no relato do

informante, que foi desenvolvido na Austrália, no idioma Inglês, composto, em sua

versão completa por 26 itens. No estudo original, os autores propõem que ele seja

aplicado em parente ou amigo próximo que conviva com o idoso há pelo menos

dez anos, com o objetivo de comparar as alterações no desempenho do indivíduo

durante este período de convivência. 6,7,8.

O presente estudo tem como objetivo apresentar os resultados do processo

de tradução e adaptação transcultural do IQCODE e da confiabilidade teste-

reteste de uma versão para uso no Brasil.

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40

Metodologia

A escolha do questionário resultou de uma revisão de instrumentos de

avaliação do declínio cognitivo em idosos, com base no relato de familiares ou

amigos próximos. O estudo recebeu autorização do autor, Anthony Jorm, e foi

submetido à apreciação e aprovação pela Comissão de Ética do Hospital

Universitário Pedro Ernesto. Conforme preconiza a resolução 196/96 do Conselho

Nacional de Saúde, todos os participantes autorizaram a participação no estudo

mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.

Delineamento, local do estudo e amostra

É um estudo de corte transversal, cuja população fonte foi composta por

1200 indivíduos assistidos no ambulatório de Cuidado Integral à Pessoa Idosa,

um programa ligado à Universidade Aberta da Terceira Idade, da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro. Foi selecionada uma amostra de conveniência

composta de 169 acompanhantes de idosos que foram consultados no

ambulatório no período de 02 de abril a 15 de dezembro de 2006.

Os critérios de inclusão para o idoso foram: estar em acompanhamento no

ambulatório; ser brasileiro; ter 65 anos ou mais; ter sido submetido à avaliação

geriátrica ampla para ingresso no serviço; ter tido sua última consulta, com

avaliação funcional e cognitiva, há menos de um ano. Foram incluídos os

informantes cuja convivência com estes idosos fosse igual ou superior a dez anos

e fossem conhecedores do desempenho dos idosos nas atividades de vida diária.

Foram excluídos os idosos portadores de patologias psiquiátricas; aqueles

com deficiência visual e auditiva graves e comprometimento psicomotor; com

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demência em estágio avançado e/ou com resultado ≤ 13 no Mini Exame do

Estado Mental 9,10. Os informantes que apresentavam relato de conflitos com o

idoso ou importante deficiência auditiva e visual também foram excluídos do

estudo.

Tradução e adaptação transcultural do IQCODE

O roteiro de adaptação deste estudo foi baseado na proposta de Herdman

et al. 11, que recomendam a avaliação das equivalências conceitual e de itens;

semântica; operacional; de mensuração e equivalência funcional. O modelo

admite ser possível adaptar instrumentos para outras culturas, porém, faz-se

necessária a avaliação da equivalência entre os construtos. Para tanto, sugerem

alguns cuidados até que surja uma nova versão de determinado instrumento.

Para adaptação do IQCODE à cultura brasileira foram percorridos os

seguintes passos.

Equivalência Conceitual e de Itens - Após a escolha do instrumento, formou-se

um comitê de revisão com um grupo de especialistas composto por cinco

profissionais que atuam na área da geriatria e gerontologia que — com base no

conhecimento prévio do instrumento, através da literatura — analisou todos os

itens que compunham o instrumento original, explorando se suas diferentes

dimensões eram pertinentes para uso na cultura brasileira.

Equivalência semântica - Foram realizadas três traduções independentes para o

Português, três retrotraduções independentes para o Inglês e, elaborada uma

versão síntese a partir da comparação entre as traduções e retrotraduções. Esta

etapa foi executada por profissionais das diversas áreas do conhecimento,

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fluentes nos dois idiomas. Posteriormente, o comitê de revisão reuniu-se para

análise da versão síntese, que resultou em algumas alterações. Após o pré-teste,

realizado pelo 1º autor do trabalho com o objetivo de avaliar a compreensibilidade

de cada item da escala, foram realizados os ajustes finais e elaborada a versão

teste.

Equivalência operacional - O instrumento foi preservado em seu formato original.

Sua estrutura, mesmo na versão proposta para ser testada no Brasil, permite que

seja aplicada face a face ou que seja entregue ao informante para que o mesmo

preencha. Optou-se pelas entrevistas face a face por ser a falta de escolaridade,

ainda, um problema na realidade brasileira.

Equivalência de mensuração - Foi avaliada através de estudos preliminares de

psicometria da versão teste do instrumento, comparando-os com os achados do

instrumento original.

Procedimentos estatísticos

Para armazenamento e análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico

SPSS (versão12.0). Foram avaliadas as freqüências descritivas para os dados

sócio-demográficos dos idosos e dos informantes A consistência interna do

questionário foi mensurada pelo coeficiente alpha de Cronbach, e a confiabilidade

teste-reteste pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCIC) para o escore do

questionário, única variável contínua do instrumento.

Para as variáveis categóricas utilizou-se o kappa de Cohen, classificado

seguindo a categorização de Landis & Koch 12, que estimam a confiabilidade

como ruim (0,00); fraca (0,01 a 0,20); regular (0,21 a 0,40); moderada (0,41 a

0,60); substancial (0,61 a 0,80); e quase perfeita (> 0,80).

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Procedimentos para seleção da amostra

Duas médicas revisavam os prontuários dos idosos com consulta

agendada e selecionavam os que apresentavam os critérios de elegibilidade para

participar do estudo. Todo sujeito elegível era contatado via telefone com o

objetivo de se identificar um acompanhante que pudesse colaborar como

informante. A estes acompanhantes eram fornecidas informações breves acerca

do estudo e, em seguida eram convidados a comparecer no ambulatório no dia da

consulta.

A cada dia de consulta um supervisor das atividades de campo captava, na

sala de espera, os idosos previamente contatados, que estivessem com

acompanhantes. O idoso e o acompanhante eram conduzidos a uma sala onde

era explicado todo o objetivo do estudo. O aceite era considerado quando ambos

aceitavam a participação. Em seguida o termo de consentimento livre e

esclarecido era lido e explicado e, eram coletados os dados sócio-demográficos

do informante. Posteriormente o informante era apresentado ao auxiliar de

pesquisa e encaminhado a uma sala reservada para responder a entrevista.

Procedimentos para aplicação da versão teste do IQCODE-BR

Cinco auxiliares de pesquisa foram treinados durante duas semanas,

perfazendo um total de 16 horas. Este treinamento consistia na leitura do manual

de instruções e simulação das entrevistas. A cada entrevista eram realizados os

ajustes para padronizar a coleta de dados.

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44

Os auxiliares iniciaram o estudo piloto que foi realizado durante 20 dias

com a aplicação de 40 questionários para analisar a estrutura operacional. Nesta

fase todas as entrevistas foram gravadas com o objetivo de avaliar o desempenho

dos auxiliares de pesquisa e, como não foram observados problemas, foi mantida

a estrutura proposta.

Procedimentos para avaliação da confiabilidade teste-reteste

Para avaliar a estabilidade do questionário no tempo. A confiabilidade foi

analisada a partir da aplicação do instrumento em duas ocasiões. Na primeira

ocasião foram aplicadas as versões teste IQCODE-BR, a escala de rastreio para

sintomas depressivos (CES-D) 13,14 e a escala de avaliação de sobrecarga do

cuidador (BI) 15,16.

Todos os informantes foram convidados a participar do segundo momento,

onde somente o IQCODE-BR foi aplicado pelo mesmo entrevistador. Todos os

entrevistadores desconheciam o diagnóstico do idoso.

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Resultados

Participaram do estudo 169 informantes, dos quais 97 retornaram para o

reteste. Destes, 74,2% eram do sexo feminino. As idades variaram de 23 a 85

anos com a média de 57,5 anos (DP = 14,9). A renda média era de 2,9 salários

(DP = 2,17). A escolaridade dos participantes variou de zero a 12 anos e a média

foi de 8,5 anos (DP = 3,71); 64,9% eram casados; 80,4% se enquadravam na

categoria de cuidador principal e 12,4% apresentaram níveis elevados de

sobrecarga em decorrência do cuidado (Tabela 1). Dentre os idosos, sujeitos do

estudo, 66% eram do sexo feminino. A média de idade foi 77,7 anos (DP = 6,37)

com escolaridade média de 4,3 anos (DP = 3,6). Destes, 39,2% com diagnóstico

de síndrome demencial (Tabela 2). A aplicação do IQCODE-BR teve duração

média de 10 minutos (DP = 4,59).

As reuniões com o comitê de revisão do instrumento e as discussões

subsidiadas pelo referencial teórico acerca do tema sugeriram que os conceitos,

relacionados ao declínio cognitivo, utilizados na construção do instrumento

original poderiam ser aplicados no contexto brasileiro.

A consistência interna da versão do IQCODE – BR mensurada pelo alpha

de Cronbach foi de 0,94. Nas entrevistas reaplicadas entre 14 e 60 dias, média de

28 dias, obteve-se um CCIC de 0,92. Foi também calculado o CCIC,

estratificando a amostra por gênero, faixa etária, escolaridade, relação com

informante e níveis de sobrecarga decorrente do cuidado.

Foram observadas diferenças nas concordâncias quando estratificadas por

escolaridade; no estrato de zero a quatro anos de escolaridade obteve-se 0,77, ao

passo que nos estrato de cinco a oito anos e mais que nove anos obteve-se 0,97

e 0,94 respectivamente. Os níveis de sobrecarga também influenciaram os

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valores obtidos pelo CCIC. Nos informantes com sobrecarga que variou de

moderada a grave obteve-se 0,88 de concordância e naqueles sem indicares de

sobrecarga a concordância obtida foi de 0,95. (Tabela 3).

Para o cálculo do kappa, as opções de respostas muito melhor, um pouco

melhor, pouca mudança, um pouco pior e muito pior, foram agrupadas em dois

estratos, os quais tratam a cognição como alterada e não alterada. A

confiabilidade obtida oscilou entre regular (04 itens), moderado (17 itens) e

substancial (05 itens) (Tabela 4).

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Discussão

Embora não se disponha, no Brasil, de dados precisos acerca da

prevalência da demência, cresce a importância de se planejar ações que possam

identificar o indivíduo com comprometimentos cognitivos. A baixa escolaridade da

população idosa reflete limitações importantes no rastreio da síndrome demencial

o que é, ainda, um problema neste país. Por outro lado, por ser uma doença de

progressão lenta, parece não ser adequadamente avaliada e diagnosticada na

sua fase inicial.

As iniciativas assistenciais na política de saúde, provendo suporte

medicamentoso para o idoso com diagnóstico de Doença de Alzheimer ganham

relevância, sobretudo por alcançar uma parcela menos privilegiada

financeiramente, cujo acesso a esta terapêutica somente é possível por meio de

políticas públicas. No entanto, a dificuldade de detectar a doença, geralmente, faz

com que ela, somente, seja diagnostica em estágios avançados.

O Mini Exame do Estado Mental - MEEM, é intensamente utilizado como

ferramenta para o rastreio da síndrome demencial; entretanto, sofre a influência

da escolaridade. Muitos estudos são conduzidos de forma a combinar o MEEM

com um relato do informante para aumentar a acurácia do diagnóstico.

O relato de um informante confiável faz parte dos critérios estabelecidos

para o diagnóstico da síndrome demencial e, nos últimos anos, tal relato vem

sendo largamente estudado em outros países. Dentre as entrevistas

padronizadas para este fim, o IQCODE é um instrumento muito utilizado. Seus

domínios podem ser observados em vários contextos culturais. Talvez seja por

isso que sua tradução sofra apenas pequenas modificações.

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Os estudos realizados com o IQCODE trazem informações muito positivas

e a escala tem sido indicada como um excelente recurso para o diagnostico da

síndrome demencial, sobretudo pelo fato de parecer não sofrer influência da

escolaridade e das habilidades pré-morbidas, como ocorre na maioria dos testes

neuropsicológicos.

No Brasil, ainda são poucos os estudos acerca dos instrumentos que

avaliam o declínio cognitivo com base no relato do informante. Os estudos

encontrados que avaliam o uso do IQCODE mostram que esta entrevista, quando

utilizada combinada a outros instrumentos de avaliação cognitiva, melhora a

acurácia da identificação da demência 17,18,19.

No entanto, não era objetivo desses estudos avaliar as propriedades

psicométricas do instrumento, mas sim utilizá-lo combinado a outros testes.

Apesar de a utilização do mesmo ter apresentado uma boa aceitabilidade

em nossa cultura, ainda carecemos de estudos que avaliem as características de

uma versão que seja submetida a um processo formal de tradução e adaptação

para o nosso contexto, principalmente o estabelecimento de um ponto de corte

adequado à população brasileira.

Mesmo sem um processo formal de tradução, esses estudos chamaram a

atenção para a necessidade de incluirmos na prática clínica, instrumentos

padronizados que possam, a partir do relato do informante, fornecer dados que

auxiliem no rastreio ou no diagnóstico da síndrome demencial.

Partindo dessa premissa, optou-se pelo estudo da confiabilidade do

instrumento com uma metodologia formal de adaptação. As diferenças culturais

demandam avaliações da equivalência entre um instrumento original e uma nova

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49

versão para que as adaptações não se restrinjam apenas às mudanças

idiomáticas 20.

O processo de tradução e adaptação cultural do IQCODE, ao se sustentar

na metodologia da avaliação das equivalências 11,20, buscou imprimir qualidade a

uma versão para ser estudada no contexto brasileiro.

A escolha da aplicação face a face deveu-se ao problema da baixa

escolaridade, observada na população brasileira. No presente estudo, apesar da

identificação de apenas dois informantes analfabetos, 20% tinham de um a quatro

anos de escolaridade, o que poderia influenciar no entendimento, não só do

IQCODE, mas das escalas de rastreio da depressão e de sobrecarga utilizadas

na pesquisa.

Na primeira versão síntese do IQCODE-BR, os itens se mostraram

compreensíveis; contudo, o primeiro pré-teste apontou pequenos problemas de

compreensão por parte de alguns entrevistados. Então, foram sugeridas

alterações consideradas pertinentes. Além dessas alterações, foi também

elaborado um manual de instruções indicando as possibilidades de exemplos de

cada item. Isto foi importante para evitar a interpretação não padronizada do

entrevistador, fato que poderia ocasionar vieses de aferição.

A maior parte das alterações no instrumento estavam diretamente

relacionadas à equivalência semântica, e objetivando uma melhor compreensão

dos itens, foram inseridas algumas instruções. Tais inserções foram importantes

em alguns casos como, por exemplo, nos itens quatro e cinco onde se optou por

estabelecer tempo para delimitar o período referente a acontecimentos recentes

(últimos três meses), e lembrar de conversas depois de poucos dias (últimos três

dias). A preocupação foi diferenciar os vocábulos “recentes” de “poucos dias”.

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50

Da mesma maneira, nos itens nove e dez, optou-se por diferenciar os

objetos que possuem um lugar fixo, daqueles que são deixados ocasionalmente

em quaisquer outros espaços da casa. O informante, geralmente, considerava

uma atitude normal esquecer onde coloca os óculos ou chaves. Ao exemplificar

os objetos que possuem um lugar fixo como as roupas e os talheres a intenção foi

obter informação adequada acerca da orientação espacial.

Outra inserção que parece ter acrescentado maior entendimento, diz

respeito ao item 19, onde se incluiu assistir novela junto das opções acompanhar

uma historia em um livro ou na TV. Este é um forte hábito na nossa cultura e foi

observado como um importante marcador de mudança de comportamento no

relato do informante. Isto pode estar relacionado ao fato da novela ser

apresentada diariamente, com pelo menos três diferentes histórias por dia, sendo

facilmente notadas as dificuldades de entendimento das situações apresentadas.

No que tange a equivalência de mensuração, o escore do alpha de

Cronbach (0,94) foi similar aos achados originais apresentados por Jorm e Korten

6. Em outros estudos também foram observados valores semelhantes como o de

Jorm e Jacomb 8, que encontraram um alpha de 0,95. O Trabalho de Fuh et al. 21,

apresentou um alpha de 0,97 e o de Tang et al 22 ,um alpha de 0,95. Como no

Brasil não foram encontrados estudos que avaliam as características

psicométricas deste instrumento, nem de outro semelhante, não foi possível

estabelecer comparações no âmbito do nosso contexto cultural.

Nas análises da confiabilidade teste-reteste, mensuradas pelo coeficiente

kappa de Cohen, a maioria dos itens apresentou uma concordância moderada, o

que sugere estabilidade temporal. O período estipulado entre o teste e o reteste –

14 a 60 dias – parece não afetar a interpretação do informante quanto ao

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comportamento geral do idoso, pois o curso da doença não sofre alterações em

um curto espaço de tempo, a não ser por um problema agudo, fato não relatado

por nenhum informante.

Por outro lado, quando analisadas item a item, às observações feitas pelo

informante durante o intervalo entre o teste e o reteste podem ter influenciado a

estimativa de confiabilidade esperada. Por ser a síndrome demencial de início

insidioso, e alguns de seus sinais serem, erroneamente, atribuídos ao processo

normal de envelhecimento, o declínio no desempenho das atividades de vida

diária não é, facilmente, percebido na fase inicial da doença; no entanto, durante

o intervalo entre as entrevistas, o informante teve a oportunidade de observar

mais atentamente comportamentos anteriormente não percebidos.

Tais dados não são analisados à luz de outros estudos, visto que não

foram encontradas as análises item a item. Em apenas dois estudos,

encontramos dados obtidos pela confiabilidade teste-reteste; entretanto, as

análises se detiveram a apresentar os resultados das concordâncias com os

escores finais. Em geral, os estudos que avaliaram o desempenho do IQCODE

trazem as análises de correlações com outros instrumentos de rastreio da

demência. Apesar do grande número de estudos de validação do IQCODE em

outras culturas, são poucas as informações sobre as avaliações da estabilidade e

reprodutibilidade da escala.

No presente estudo, obteve-se achados semelhantes aos dos demais

realizados em outros países, corroborando a impressão que tal escala não sofre

influência do tipo de relação que o idoso possui com o informante, ou com a

periodicidade do convívio.

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52

No entanto, quando são analisadas as características do informante,

observa-se que a concordância quando estratificada por escolaridade apresenta

informações diferenciadas dos achados de Jorm et al 5 . Na amostra investigada

observou-se que a baixa escolaridade do informante pode influenciar a

concordância.

Foi encontrado apenas um estudo que avaliou a influência da escolaridade

do informante não sendo observados problemas nesta variável 5; Entretanto, no

Brasil, por exemplo, o problema da escolaridade não pode deixar de ser alvo de

estudos, visto que a maioria dos trabalhos, que nos servem de referencial, são

realizados com uma população com alto grau de escolaridade o que influencia,

principalmente, a equivalência operacional.

Importante também avaliar o estado emocional do informante. Nessa

amostra, os informantes sobrecarregados influenciaram as concordâncias obtidas.

Dados que corroboram os achados de Stratford 23, que relata a influência da

sobrecarga do cuidador. Isto chama a atenção para a necessidade de entender os

níveis de sobrecarga, o estado de ansiedade e a alteração de humor e como

fatores que podem comprometer a informação.

Foram encontrados poucos estudos que avaliaram os efeitos das

características do informante nos níveis de concordância 5,21,23,24,25,26. Entretanto,

os achados da amostra investigada sugerem que tais características merecem

outras análises para avaliar se essas variáveis podem alterar a percepção que o

informante tem acerca do idoso com comprometimento cognitivo.

Uma das limitações deste desenho de estudo foi o grande número de

perdas (72). Como o informante não é a pessoa acompanhada na unidade de

saúde, o retorno para o reteste não aconteceu com a freqüência esperada. Os

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idosos mais saudáveis do ponto de vista funcional, geralmente, comparecem a

consulta sem acompanhantes. Por outro lado, questões como a inserção do

informante no mercado de trabalho, custos de deslocamento e impossibilidade de

deixar o idoso em casa, também foram responsáveis pela não participação em um

segundo momento da pesquisa. No entanto, isto não comprometeu os dados

analisados, visto que as características sócio-demográficas das duas amostras

são semelhantes tanto no grupo de idosos quanto no grupo de informantes.

O processo de tradução de adaptação transcultural de um instrumento é

uma atividade complexa, pois envolve um conjunto de tarefas até que se alcance

a equivalência funcional, um passo fundamental para reproduzi-lo em outros

contextos culturais. Faz-se importante conhecer as peculiaridades da amostra a

ser investigada levando-se em consideração que, geralmente, determinado

instrumento foi concebido para um tipo específico de população.

No presente trabalho, foi alcançada uma equivalência funcional. Entre a

versão original e a versão do IQCODE-BR, as demais equivalências foram

satisfatórias, não obstante às pequenas alterações em alguns itens. De maneira

geral, a escala se mostrou de fácil compreensão na amostra estudada. Ademais,

se mostrou um instrumento que, acompanhado de um manual, simplificado, com

orientações padronizadas, pode ser administrado por profissional de outras áreas

não médicas.

Novos estudos sobre as propriedades psicométricas, com dados

concernentes a sua validade, estão em andamento. Porém, sugere-se que outros

trabalhos que avaliem sua acurácia no rastreio da síndrome demencial na

população brasileira sejam efetivados.

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Colaboradores

M.A.S Sanchez contribuiu para o planejamento, revisão bibliográfica, elaboração

da versão teste do instrumento, seleção e treinamento dos auxiliares de pesquisa,

organização e supervisão da todas as etapas de coleta de dados, supervisão do

armazenamento de dados, tratamento estatístico elaboração da versão final do

manuscrito. R.A Lourenço contribuiu com a elaboração da versão teste, revisão

crítica do conteúdo, orientação e aprovação da versão final do manuscrito.

Agradecimentos

À equipe de profissionais do serviço de Cuidado Integral à Pessoa Idosa

(CIPI/UnATI/UERJ). Aos integrantes do comitê de revisão do instrumento: Drª

Emylucy Paiva Paradela, Drª Simone Garruth Sampaio, Drª Irene Moreira. Aos

tradutores e retradutores do IQCODE: Dr. Sergio Ribeiro Telles, Professor Marco

Antonio Ferreira de Souza, Professor Ruthberg dos Santos, Professor Jonh

Wilkinson, Sr. Garry Oughton, Professor Byron Shore e Professor Marcelo Afonso

dos Santos. Às auxiliares de Pesquisa: Vânia Maria Silva de Mores, Elizabeth

Menezes, Roberta dos Santos, Flavia Rodrigues de Souza e Anik Setúbal. À

supervisora das atividades de campo Drª Silvia Merrhy Lagrota.

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59

Tabela 1 –Características sócio-demográficas de uma amostra de informantes que participaram do estudo de tradução, adaptação transcultural e estudo da confiabilidade do questionário do informante para detecção de declínio cognitivo em idosos, 2006 (n = 97)

Variáveis Freqüência % Gênero Masculino Feminino Idade ≤ 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 ≥ 70 Estado Conjugal Casado Solteiro Viúvo Divorciado Grau de relacionamento Cônjuge Filho/a Irmão/ã Outros Cuidador principal Sim Não Renda mensal Sem renda própria 1 a 3 salários 3 a 6 salários ≥ 7 salários Escolaridade Analfabetos 1 a 4 anos 5 a 8 anos ≥ 9 anos Compartilha domicílio com o idoso Sim não Trabalha fora Sim Não Periodicidade do convívio Diário Três vezes por semana 4 a 6 vezes por semana Níveis de sobrecarga Sem sobrecarga Sobrecarga leve Sobrecarga moderada a grave

25 72 6 6 12 30 21 22

63 19 7 8

32 40 7 18

78 19

18 48 19 12 2 20 21 54

67 30

31 66

84 10 3

36 49 12

25,8 74,2

6,2 6,2 12,4 30,9 21,6 22,7

64,9 19,6 7,2 8,2 33 41,2 7,2 18,6

80,4 19,6

18,6 49,5 18,6 12,4

2,1 20,6 21,7 55,7

69,1 30,9

32,0 68,0

86,6 10,3 3,1

37,1 50,5 12,4

Cuidador principal – responsável direto por todo cuidado ao idoso. Neste estudo são todos familiares. Periodicidade do convívio – Diário (inclui pessoas que compartilham o domicílio e aquelas que não compartilham, mas têm contato com o idoso diariamente) Níveis de sobrecarga – aferidos com a escala de sobrecarga do cuidador.

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60

Tabela 2 – Características sócio-demográficas da amostra de idosos que participaram do estudo de tradução, adaptação transcultural e estudo da confiabilidade do questionário do informante para detecção de declínio cognitivo em idosos, 2006 (n = 97)

Variáveis Freqüência % Gênero

Masculino Feminino

33 64

34% 66%

Idade

65 a 69 anos 70 a 74 anos 74 a 79 anos 80 a 85 anos

12 16 32 37

12,4 16,5 33,0 38,1

Escolaridade

Analfabeto 1 a 4 anos 5 a 8 anos ≥ 9 anos

17 48 19 13

17,5 49,8 19,6 13,4

Síndrome demencial

Sim Não

34 66

35,1 64,9

MEEM

≤ 18 19 a 23 ≥ 24

27 29 41

27,8 29,9 42,3

Depressão

Sim Não

38 59

39,2 60,8

MEEM – Mini-Exame do Estado Mental (pontos de corte - 18/19–analfabetos e 23/24 a partir de 1 ano de escolaridade)

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Tabela 3: Coeficiente de correlação intraclasse da variável contínua de uma amostra de informantes que participaram do estudo de tradução, adaptação transcultural e estudo da confiabilidade do questionário do informante para detecção de declínio cognitivo em idosos, estratificadas por gênero, faixa etária, escolaridade, relação com o informante e níveis de sobrecarga, 2006 (n = 97) n % CCIC Gênero

Masculino Feminino

25 72

25,8 74,2

0,95 0,90

Idade

≤ 29 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos > 61 anos

6 6 14 33 38

6,2 6,2 14,4 34,0 39,2

0,88 0,92 0,83 0,93 0,93

Escolaridade

0 a 4 anos 5 a 8 anos ≥9

22 21 54

22,6 21,7 55,7

0,77 0,97 0,94

Residência compartilhada

Sim Não

67 30

69,1 30,9

0,90 0,95

Cuidador principal

Sim Não

78 19

80,4 19,6

0,92 0,93

Sobrecarga Não Sim

36 61

37,1 62,9

0,95 0,89

Residência compartilhada - informantes que moram na mesma residência que o idoso Cuidador principal – responsável direto por todo cuidado ao idoso. Neste estudo são todos familiares Sobrecarga – aferida pela escala de sobrecarga Foi considerada sobrecarga aqueles que apresentaram escores de sobrecarga que variava de leve a grave.

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Tabela 4: Classificação estatística kappa em uma amostra de informantes que participaram do estudo de tradução, adaptação transcultural e estudo da confiabilidade do questionário do informante para detecção de declínio cognitivo em idosos, 2006 (n = 97)

Itens Kappa DP Classificação 1. Lembrar de rostos de parentes e amigos 0,36 0,09 Regular 2. Lembrar dos nomes de parentes e amigos 0,50 0,08 Moderada 3. Lembrar de fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços.

0,50 0,08 Moderada

4. Lembrar de acontecimentos recentes 0,69 0,07 Substancial 5. Lembrar-se de conversas depois de poucos dias 0,57 0,08 Moderada 6. No meio de uma conversa, esquecer o que ele (a) queria dizer. 0,54 0,08 Moderada 7. Lembrar do próprio endereço e telefone 0,57 0,09 Moderada 8. Saber o dia o mês em que estamos 0,61 0,08 Substancial 9. Lembrar onde as coisas são geralmente guardadas 0,36 0,09 Regular 10. Lembrar onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes daqueles em que costuma guardar

0,61 0,08 Substancial

11. Adaptar-se a qualquer mudança no dia-a-dia 0,42 0,09 Moderada 12. Saber utilizar aparelhos domésticos 0,58 0,1 Moderada 13. Aprender a utilizar um novo aparelho existente na casa. 0,55 0,08 Moderada 14. Aprender coisas novas em geral 0,59 0,08 Moderada 15. Lembrar das coisas que aconteceram na juventude 0,36 0,1 Regular 16. Lembrar de coisas que ele (a) aprendeu na juventude 0,50 0,1 Moderada 17. Entender o significado de palavras pouco utilizadas 0,34 0,09 Regular 18. Entender o que é escrito em revistas e jornais 0,59 0,09 Moderada 19. Acompanhar histórias em livros ou em programas de televisão 0,68 0,07 Substancial 20. Escrever uma carta para amigos ou com fins profissionais 0,48 0,09 Moderada 21. Conhecer importantes fatos históricos 0,43 0,1 Moderada 22. Tomar decisões no dia-a-dia 0,53 0,08 Moderada 23. Lidar com dinheiro para as compras 0,75 0,07 Substancial 24. Lidar com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária.

0,50 0,08 Moderada

25. Lidar com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, há quanto tempo não recebe visitas de parentes ou amigos.

0,50 0,08 Moderada

26. Usar sua inteligência para compreender e pensar sobre o que está acontecendo

0,57 0,08 Moderada

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IX – CONSIDERAÇÕES FINAIS

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64

IX – CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente estudo, se teve a preocupação de realizar um processo

meticuloso para a adaptação transcultural do IQCODE, adaptando os itens

problemáticos até que se fosse obtida uma versão com boa compreensibilidade.

Um benefício que este trabalho agrega aos estudos relacionados à

avaliação da cognição do idoso é a incorporação do relato do informante ao

protocolo de rastreamento da síndrome demencial. Tal relato é, ainda,

aproveitado de forma não sistematizada na prática clínica. Ademais, os estudos

sobre este tema no Brasil, são ínfimos.

Não obstante a contribuição do cuidador como um informante, é

fundamental estar atento a algumas condições que podem interferir nos

resultados das avaliações como, por exemplo, as características sócio-

demográficas, o relacionamento familiar, os estados de alteração do humor e os

elevados níveis de sobrecarga (Davis, 2001).

Mesmo que nos outros estudos realizados com o IQCODE, não sejam

enfatizados problemas decorrentes das características dos informantes,

sobretudo aqueles que são os cuidadores dos idosos, estes são aspectos, ainda,

desconhecidos.

No Brasil, não dispomos de muitos dados acerca do perfil dos cuidadores,

potenciais informantes. No presente estudo, apenas foram aferidos os níveis de

sobrecarga e os estados que sugerem depressão, através da aplicação de

instrumentos, ainda pouco explorados na cultura brasileira. Com o aumento da

expectativa de vida, é provável que os informantes, também, sejam idosos. Isto

requer uma avaliação da cognição dos mesmos.

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65

Uma proposta futura é a analise das características do informante,

sobretudo, a influência dos baixos níveis de escolaridade, pois esta é uma

característica pouco estuda em outros contextos. Soma-se a isto, a perspectiva

de uma abordagem qualitativa, acerca do estado emocional e níveis de

sobrecarga e sua influência nos resultados obtidos.

Uma outra proposta é o estudo do desempenho do IQCODE como teste de

rastreio da demência, tanto no âmbito ambulatorial como na comunidade,

determinando um ponto de corte adequado ao nosso contexto cultural.

Como conclusão, consideramos que o presente trabalho produziu, através

de uma metodologia rigorosa, uma versão adequada do IQCODE, e que esta

versão mostrou boa estabilidade no tempo, apresentou-se com boa

compreensibilidade para o público alvo, é de rápida e fácil aplicação, e pode ser

aplicado por várias categorias profissionais da área da saúde.

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66

X – REFERÊNCIAS

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79

XI – ANEXOS

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80

IQCODE – BR Nome do Idoso: ____________________________________________________ Nome do informante: ________________________________________________

Itens Muito

melhor

Um

pouco

melhor

Pouca

mudança

Um

pouco

pior

Muito

pior

1. Lembrar de rostos de parentes e amigos 1 2 3 4 5

2.Lembrar dos nomes de parentes e amigos 1 2 3 4 5

3. Lembrar de fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços.

1 2 3 4 5

4.Lembrar de acontecimentos recentes 1 2 3 4 5

5.Lembrar-se de conversas depois de poucos dias.

1 2 3 4 5

6. No meio de uma conversa, esquecer o que ele(a) queria dizer

1 2 3 4 5

7. Lembrar do próprio endereço e telefone 1 2 3 4 5

8.Saber o dia e o mês em que estamos 1 2 3 4 5

9.Lembrar onde as coisas são geralmente guardadas.

1 2 3 4 5

10.Lembrar onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes daqueles em que costuma guardar.

1 2 3 4 5

11. Adaptar-se a qualquer mudança no dia-a-dia 1 2 3 4 5

12.Saber utilizar aparelhos domésticos

1 2 3 4 5

13.Aprender a utilizar um novo aparelho existente na casa.

1 2 3 4 5

14.Aprender coisas novas em geral 1 2 3 4 5

15.Lembrar das coisas que aconteceram na juventude.

1 2 3 4 5

16.Lembrar de coisas que ele(a) aprendeu na juventude

1 2 3 4 5

17.Entender o significado de palavras pouco utilizadas

1 2 3 4 5

18.Entender o que é escrito em revistas e jornais 1 2 3 4 5

19.Acompanhar histórias em livros ou em programas de televisão

1 2 3 4 5

20.Escrever uma carta para amigos ou com fins profissionais

1 2 3 4 5

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81

21.Conhecer importantes fatos históricos 1 2 3 4 5

22.Tomar decisões no dia-a-dia 1 2 3 4 5

23.Lidar com dinheiro para as compras 1 2 3 4 5

24.Lidar com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária.

1 2 3 4 5

25.Lidar com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, Há quanto tempo não recebe visitas de parentes ou amigos.

1 2 3 4 5

26.Usar sua inteligência para compreender e pensar sobre o que está acontecendo

1 2 3 4 5

Soma das colunas

Multiplicação

Total: ____________________

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82

IQCODE – BR Manual de instruções para aplicação

Ao entrevistar o informante explique que o objetivo do questionário é saber

se o idoso está mudando o seu comporta nas atividades do dia a dia. Para isto ele

deve tentar lembrar como era o idoso há dez anos e fazer comparações daquela

época com os dias atuais.

É fundamental que todos os itens sejam respondidos, pois o escore total da

escala e calculado com base nos 26 itens.

Os itens são simples, mas algumas vezes, podem necessitar de

complementações para ajudar nas informações. Com o objetivo de padronizar o

questionário, foram elaboradas opções para cada item.

Leia, para o informante, as instruções abaixo antes de começar a

entrevista.

“Gostaria que o(a) Senhor(a) recordasse o estado em que o Sr(a) X

(FALAR O NOME DO IDOSO) se encontrava há dez anos, em 19___, e o

comparasse com seu estado atual. Descrevemos abaixo situações em que ele(a)

tenha de usar a memória ou o raciocínio e eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se,

nesse aspecto, ele(a) melhorou, piorou, ou permaneceu na mesma nos últimos 10

anos.

É muito importante comparar o desempenho atual do Sr(a) X com o de 10

anos atrás. Deste modo, se há dez anos ele(a) sempre se esquecia onde havia

deixado as coisas e isso ainda acontece, então isto será considerado como

“POUCA MUDANÇA”. Diga-me, a seguir as mudanças que o(a) Senhor(a)

observou, apontando no cartão a melhor resposta para cada item.

Comparado com seu estado há dez anos, com está o Sr(a) X em...”“.

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Itens Muito melhor

Um pouco melhor

Pouca mudança

Um pouco pior

Muito pior

1. Lembrar de rostos de parentes e amigos Pessoas com as quais tenha contato 2. Lembrar dos nomes de parentes e amigos Pessoas com as quais tenha contato 3. Lembrar de fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços.

Profissões ou locais onde trabalham, aniversários e onde moram.

4.Lembrar de acontecimentos recentes

Qualquer evento importante que tenha acontecido nos últimos três meses. (uma festa, nascimento ou morte de algum conhecido, viagem, hospitalização).

5.Lembrar-se de conversas depois de poucos dias

Qualquer conversa nos últimos três dias

6. No meio de uma conversa, esquecer o que ele(a) queria dizer

Quando a pessoa está conversando, para e esquece o que estava dizendo e muda de assunto.

7. Lembrar do próprio endereço e telefone Lembrar o nome da rua onde mora e telefone de sua residência

8.Saber o dia e o mês em que estamos Esquecer freqüentemente o dia e o mês, sugerindo desorientação temporal.

9.Lembrar onde as coisas são geralmente guardadas

Coisas que são colocadas sempre no mesmo lugar (Por exemplo, as roupas e os talheres).

10.Lembrar onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes daqueles em que costuma guardar

Coisas que não têm lugar fixo e, geralmente, são deixadas em locais diversos. Importante saber se isto acontece com freqüência. (por exemplo, os óculos, as chaves, o dinheiro).

11. Adaptar-se a qualquer mudança no dia-a-dia

Quando ocorrem mudanças nas ações comumente realizadas, saber se o idoso se adapta com tranqüilidade e apresenta alterações de comportamento.

12.Saber utilizar aparelhos domésticos

Qualquer aparelho dentro de casa usado diariamente (Por exemplo, liquidificador, ferro elétrico, fogão, gás).

13.Aprender a utilizar um novo aparelho existente na casa

Aparelho comparado recentemente que exija algum aprendizado para o uso (eletrodoméstico em geral). (Algum aparelho novo que tenha comprado recente).

14.Aprender coisas novas em geral Capacidade de aprender a manusear algum aparelho ou executar uma nova receita

15.Lembrar das coisas que aconteceram na juventude.

Lembrar onde trabalhou, com quem conviveu ou coisas que tenha feito quando jovem

16.Lembrar de coisas que ele (a) aprendeu na juventude

Alguma atividade como consertos em casa ou qualquer equipamento. Atividades artesanais ou culinárias.

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17.Entender o significado de palavras pouco utilizadas

Palavras que não são, corriqueiramente, utilizadas. Se ao se incluir uma palavra deste tipo em alguma conversa, o sentido deixa de ser entendido.

18.Entender o que é escrito em revistas e jornais

Ler e entender sobre o que o assunto se refere. Isto é percebido quando se tenta conversar sobre o que foi lido.

19.Acompanhar histórias em livros ou em programas de televisão.

Acompanhar a história do início ao fim sem perder o entendimento. Se consegue, por exemplo, assistir uma novela lembrando os detalhes do capítulo anterior.

20.Escrever uma carta para amigos ou com fins profissionais

Escrever cartas ou preparar listas. Qualquer atividade que necessite fazer uso da escrita.

21.Conhecer importantes fatos históricos Falar sobre fatos importantes como, por exemplo, quais foram os presidentes da república, ou fatos importantes que aconteceram neste ou em outros países.

22.Tomar decisões no dia-a-dia É autônomo para decidir quando vai ao médico ou quando vai comprar algo novo para casa.

23.Lidar com dinheiro para as compras Manuseia dinheiro sabendo o valor que deve pagar e quanto de troco deve receber.

24.Lidar com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária.

Utiliza adequadamente sua conta bancária ou recebe sua aposentadoria fazendo uso correto do dinheiro.

25.Lidar com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, Há quanto tempo não recebe visitas de parentes ou amigos.

Ao olhar para o armário de compras sabe o que está faltando. Sabe há quanto tempo, por exemplo, um filho não faz uma visita.

26.Usar sua inteligência para compreender e pensar sobre o que está acontecendo

Tem consciência do que está acontecendo ao seu redor. Quando está no médico, ou em uma festa, ou na casa de algum parente ou amigo.

Soma das colunas Somar quantas vezes aparece o número em cada coluna

Multiplicação Multiplicar o número de vezes que ele apareceu pelo número que corresponde à coluna.

Somar o resultado de cada multiplicação e dividir por 26 (número de questões respondidas). O valor encontrado é o escore total do questionário.

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85

CES-D1 Escala de rastreamento de sintomas depressivos

Nome: ________________________________________________________

0 1 2 3

1 – Senti-me incomodado com coisas que habitualmente não me incomodam

2 - Não tive vontade de comer. Tive pouco apetite

3 – Senti não conseguir melhorar meu estado de ânimo mesmo coma a ajuda de familiares e amigos

4 – Senti-me, quando comparado a outras pessoas, tendo tanto valor quanto a maioria delas

5 – Senti dificuldade de me concentrar no que estava fazendo

6– Senti-me deprimido

7- Senti que tive que fazer esforço para dar conta das minhas tarefas habituais

8– Senti-me otimista com relação ao futuro

9– Considerei que minha vida tinha sido um fracasso

10– Senti-me amedrontado

11– Meu sono não foi repousante

12– Estive feliz

13– Falei menos que o habitual

14– Senti-me sozinho

15– As pessoas não foram amistosas comigo

16– Aproveitei minha vida

17– Tive crise de choro

18– Senti-me triste

19– Senti que as pessoas não gostavam de mim

20- Não consegui levar adiante minhas coisas

1 Radloff LS. The CES-D: a self-report depression scale for research in the general population. Appl Psychol Meas 1977; 1:385-401, 1977. Batistoni SST, Neri AL, Cupertino APFB. Validade da escala de depressão do Center for Epidemiological Studies entre idosos brasileiros. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 4, 2007 .

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86

Avaliação de Carga do Cuidador2

Nome:__________________________________________ Pront.____________ 1. O Sr/Sra sente que S* pede mais ajuda do que ele(ela) necessita?

2. O Sr/Sra sente que por causa do tempo que o Sr/Sra gasta com S, o Sr/Sra não tem tempo suficiente para si mesmo(a)?

3. O Sr/Sra se sente estressado(a) entre cuidar de S e suas outras responsabilidades com a família e o trabalho?

4. O Sr/Sra se sente envergonhado(a) com o comportamento de S? 5. O Sr?Sra se sente irritado(a) quando S está por perto? 6. O Sr?Sra sente que S afeta negativamente seus relacionamentos com outros membros da família ou amigos?

7. O Sr/Sra sente receio pelo futuro de S? 8.O Sr/Sra sente que S depende do Sr(a)? 9. O Sr/Sra se sente tenso(a) quando S está por perto? 10. O Sr/Sra sem que sua saúde foi afetada por causa de seu envolvimento com S?

11. O Sr/Sra Sente que o Sr/Sra não tem tanta privacidade como gostaria por causa de S?

12. O Sr/Sra sente que sua vida social tem sido prejudicada porque o Sr/Sra está cuidando de S?

13.O Sr/Sra não se sente à vontade de Ter visitas em casa por causa de S? 14. O Sr/Sra sente que S espera que o Sr/Sra cuide dele/dela, com o se o Sr/Sra fosse a única pessoa de quem ele/ela pode depender?

15. O Sr/Sra sente que não tem dinheiro suficiente para cuidar de S, somando-se as suas outras despesas?

16. O Sr/Sra sente que será capaz de cuidar de S por mais tempo? 17. O Sr/Sra sente que perdeu o controle de sua vida desde a doença de S? 18. O Sr/Sra gostaria de simplesmente deixar que outra pessoa cuidasse de S? 19. O Sr/Sra se sente em dúvida sobre o que fazer por S? 20. O Sr/Sra sente que poderia estar fazendo mais por S? 21.O Sr/Sra sente que poderia cuidar melhor de S? 22. De uma maneira geral, quanto o Sr/Sra se sente sobrecarregado(a) por cuidar de S?

Total Escores: Nunca (0) Raramente (1) Às vezes (2) Quase sempre (3) Sempre (4) Para o item 22: Nada (0) muito pouco (1) um pouco (2)

2Zarit SH, Reever KE, Bach-Peterson J. Relatives of impaired elderly: correlates of feelings fo burden. Gerontologist 1980; 20:649-655.

Scazufca M. Brasilian version of the Burden Interview scale for the assessment of burden of care in cares of people with mental illness. Rev Bras Psiquiatr 2000; 24(1):12-17.

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87

Utilização de instrumento com tradução informal

Revisão de literatura

Reunião com comitê de Revisão

Tradução e Retro-tradução

Equivalência

conceitual e de

itens

Pré-teste

Avaliação da estrutura operacional

Versão síntese

Reunião com comitê de revisão

Versão teste

Equivalência

semântica

Aplicação da versão teste

Confiabilidade teste-reteste

Resultados

Equivalência

operacional

Equivalência

de mensuração

Equivalência

Funcional

Diagrama 1 - Processo de tradução e adaptação transcultural

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88

Idosos com consultas agendadas

IQCODE

CES – D

BI

Idosos elegíveis MEEM ≥ 14

IQCODE

Revisão de prontuários

Contato telefônico

Captação

Identificação

Informação

Coleta Momento 1

Coleta Momento 2

Sala de espera – idosos

com acompanhantes

TCLE – idoso e informante

MEEM - Mini Exame do Estado Mental TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido IQCODE – Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly CES D – Center for Epidemiological Studies - Escala de rastreamento de sintomas depressivos BI – Burden Interview – Escala de sobrecarga do cuidador

Diagrama 2 - Procedimentos para seleção da amostra e coleta de dados

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89

Quadro 1. Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly-IQCODE. As três traduções e retrotraduções item a item

ITEM 1 Original Recognizing the faces of family and friends T 1 Reconhecer as faces de familiares e amigos R 1 Recognising the faces of family and friends T 2 Reconhecimento do Rosto de familiares e amigos. R 2 Recognition of faces of friends and family. T 3 Reconhece os rostos de familiares e amigos R 3 Recongnise the faces of family and friends

ITEM 2 Original Remembering the names of family and friends T 1 Lembrar os nomes de familiares e amigos R 1 Remembering the names of family and friends T 2 Lembrança dos nomes de familiares e amigos. R 2 Recollection of the names of family and friends T 3 Lembrar-se dos nomes de familiares e amigos R 3 Remember the names of family and friends

ITEM 3 Original Remembering things about family and friends e.g. occupations, birthdays, T 1 Lembrar coisas sobre familiares e amigos, i.e, ocupação, data de aniversário,

endereço. R 1 Remembering things about family and friends, ie jobs, birthdays, addresses T 2 Lembrança de fatos sobre a família e amigos como profissões, aniversários e

endereços. R 2 Recollection of facts about family and friends and their professions,birthdays and

addresses. T 3 Lembrar-se de fatos relacionados a familiares e amigos. Por exemplo, ocupação,

aniversário, endereço R 3 Remember facts in relation to family and friends. For example, occupation, birthday,

adress

ITEM 4

Original Remembering things that have happened recently T 1 Lembrar coisas que aconteceram recentemente R 1 Remembering things that happened recently T 2 Lembranças de eventos que aconteceram recentemente. R 2 Recollections of events that have happened recently. T 3 Lembrar-se dos acontecimentos recentes R 3 Remember recent happenings T x = Tradutor x R x = Retradutor x

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ITEM 5

Original Recalling conversations a few days later T 1 Recordar conversas dias depois R 1 Remembering conversations days later T 2 Lembranças de conversas ocorridas há poucos dias. R 2 Recollection of conversations that have taken place over the last couple of days T 3 Lembrar-se de conversas alguns dias depois R 3 Remember conversations some days later

ITEM 6 Original Forgetting what he/she wanted to say in the middle of a conversation T 1 Esquecer o que ela ia dizer no meio da conversa R 1 Forgetting what she was going to say in the middle of the conversation T 2 Esquecimento de que ela gostaria de dizer no meio de uma conversa. R 2 Forgetfulness of what the person would like to say in the middle of the conversation. T 3 Esquecer o que queria dizer no meio de uma conversação R 3 Forget what he wanted to say in the middle of a conversation

ITEM 7 Original Remembering his/her address and telephone number T 1 Lembrar o endereço e o telefone dela R 1 Remembering her address and telephone number T 2 Lembrança de seu próprio endereço e número de telefone. R 2 Recollection of your own address and telephone number. T 3 Lembrar seu endereço e telefone R 3 Remember his adress and telephone number

ITEM 8 Original Remembering what day and month it is T 1 Lembrar o dia e o mês em que ela está R 1 Remembering what day and month it is T 2 Lembrança sobre qual dia do mês atual. R 2 Recollection of the day of the month. T 3 Lembrar o mês e o dia atuais R 3 Remember the actual month and day

ITEM 9 Original Remembering where things are usually kept T 1 Lembrar onde as coisas são usualmente deixadas R 1 Remembering where things are usually left T 2 Lembrança sobre onde as coisas ficam guardadas usualmente. R 2 Recollection of where things are put away. T 3 Lembrar-se aonde as coisas são habitualmente guardadas R 3 Remember where things are habitually stored

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ITEM 10

Original Remembering where to find things which have been put in a different place from T 1 Lembrar onde encontrar as coisas deixadas em lugares diferentes do usual R 1 Remembering where to find things which have been left in places different from usual T 2 Lembrança sobre onde encontrar coisas que foram postas fora de seu lugar habitual. R 2 Recollection of where to find things that were put out of their place habitually.

T 3 Lembrar de achar coisas que foram guradadas em lugares diferentes dos habituais R 3 Remember to find things that were stored in a diferent place to usual

ITEM 11 Original Adjusting to any change in his/her day-to-day routine T 1 Ajustar-se a qualquer mudança na rotina diária R 1 Adjusting to any change in daily routine T 2 Adaptação a qualquer mudança em sua rotina diária. R 2 Adaptation to any change in their daily routine. T 3 Ajustar-se a qualquer mudança na sua rotina diária R 3 Adjust to change in the daily routine

ITEM 12 Original Knowing how to work familiar machines around the house T 1 Saber como operar as máquinas e aparelhos domésticos R 1 Knowing how to work machines and household appliances T 2 Saber como operar máquinas familiares existentes na casa R 2 Knowledge of how to operate machines or mechonisms used normally around the

house. T 3 Saber como utilizar aparelhos domésticos de uso cotidiano R 3 Know how to use daily domestic appliances

ITEM 13 Original Learning to use a new gadget or machine around the house T 1 Aprender como usar novos aparelhos e máquinas R 1 Learning how to use new machines and appliances T 2 Aprendizado sobre como operar novas máquinas e aparelhos na casa R 2 How they learn about how to operate new machines or mechonisms at home. T 3 Aprender a usar um novo aparelho entro de casa R 3 Learn how to use a new appliance in the home

ITEM 14 Original Learning new things in general T 1 Aprender coisas novas em geral R 1 Learning new things in general T 2 Aprendizado sobre coisas novas em geral. R 2 How they learn about new things in general. T 3 Aprender coisas novas em geral R 3 Learn new things in general

ITEM 15 Original Remembering things that happened to him/her when he/she was young T 1 Lembrar coisas que aconteceram a ela quando era jovem R 1 Remembering things which happened when she/he was young T 2 Lembrança sobre fatos que aconteceram na juventude R 2 Recollection about facts that happend in their youth. T 3 Lembrar-se de coisas que aconteceram com ele na infância R 3 Remember things that happened to him in infancy

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ITEM 16 Original Remembering things he/she learned when he/she was young T 1 Lembrar de coisas que aprendeu quando era jovem R 1 Remembering things whic learned when she/he was young T 2 Lembrança de coisas aprendidas na juventude R 2 Recollection of things learned in their youth. T 3 Lembrar-se de coisas que aprendeu quando era criança R 3 Remember things that he laerned when he was a child

ITEM 17 Original Understanding the meaning of unusual words T 1 Entender o significado de palavras não usuais R 1 Understanding the meaning of unusual works T 2 Entendimento do significado de palavras pouco usuais. R 2 Understanding of the significane of words that are hardly used. T 3 Compreender o sentido de palavras pouco usadas R 3 Understand the meaning of infrequently used words

ITEM 18 Original Understanding magazine or newspaper articles T 1 Entender artigos de revistas e jornais R 1 Understanding magazines and newspapers T 2 Entendimento de artigos em revistas e jornais R 2 Understanding of articles in magazines and journals T 3 Compreender artigos em revistas ou jornais R 3 Understand articles in magazines or newspaper

ITEM 19 Original Following a story in a book or on TV T 1 Acompanhar uma história em livro ou televisão R 1 Following a story in a book or on the television T 2 Acompanhamento de estórias em livros e na televisão R 2 How person is able to accompany stories in books and on television. T 3 Acompanhar uma história em um livro ou na TV R 3 Follow a story in a book on TV

ITEM 20 Original Composing a letter to friends or for business purposes T 1 Escrever uma carta para amigos ou com propósitos de negócios R 1 Writing a letter to friends or for business purposes T 2 Capacidade de escrever uma carta para os amigos ou com propósito comercial. R 2 Capasity to write a letter to friends about business. T 3 Escrever uma carta para amigos ou para fins profissionais R 3 Write a letter for firends or professional use

ITEM 21 Original Knowing about important historical events of the past T 1 Saber sobre eventos históricos do passado R 1 Knowing about historical events T 2 Conhecimento sobre fatos históricos importantes R 2 Knowledge about important historical facts T 3 Saber de eventos históricos importantes no passado R 3 Know of past important historical events

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ITEM 22

Original Making decisions on everyday matters T 1 Tomar decisões sobre assuntos do dia-a-dia R 1 Taking decisions on day-to-day questions T 2 Tomar decisões sobre fatos rotineiros R 2 Ability to make decisions....? T 3 Tomar decisões em assuntos corriqueiros R 3 Taking decisions in current subjects

ITEM 23 Original Handling money for shopping T 1 Lidar com dinheiro para compras R 1 Dealing with money for purchaes T 2 Capacidade de Manusear dinheiro para compras R 2 Capasity to manage money for shopping. T 3 Lidando com dinheiro para compras R 3 Dealing with money for shopping

ITEM 24 Original Handling financial matters, e.g. the pension, dealing with the bank T 1 Lidar com assuntos financeiros, por exemplo, a pensão, assuntos bancários, etc. R 1 Dealing with financial matters, or example, pension, banking affairs etc T 2 Capacidade de Lidar com assuntos financeiros, como a pensão e a conta bancária. R 2 Capacity to manage financial matters, like a retirement pension and a bank account. T 3 Lidando com assuntos financeiros por exemplo,pensão, lidando com banco R 3 Dealing with financial subjects, for exemple, pension dealing with the bank

ITEM 25 Original Handling other everyday arithmetic problems, e.g. knowing how much food to

buy, knowing how long between visits from family or friends T 1 Lidar com questões aritméticas, por exemplo, quanto comprar de cada coisa, os

tempos passados entre as visitas de amigos e familiares. R 1 Dealing with questions involving arithmetic, for example, how much each item costs,

time spent on visits to friends and family, T 2 Capacidade de lidar com outros problemas aritméticos rotineiros, como por

exemplo saber quanta comida comprar, saber o intervalo entre as visitas da família ou amigos.

R 2 Capasity to manage with simple math problems, like how much food to buy, to know the amount of time between visits with family or friends.

T 3 Lidando com problemas aritméticos do dia a dia, por exemplo, determinando quanta comida comprar. Sabendo quanto tempo transcorreu entre as visitas aos familiares e amigos

R 3 Dealing with daily arithimetic problems, for exemplo, deciding how much food to buy. Knowing how much time passed between visits of family and friends

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ITEM 26

Original Using his/her intelligence to understand what's going on and to reason things through T 1 Usar a inteligências para entender e refletir sobre o que está acontecendo R 1 Using intelligence to reflect on things that are happening T 2 Uso da inteligência para entender o que está acontecendo e efetivamente raciocinar

sobre o fato R 2 Usage of intelligence to understand what is happening and to effectively rationalize

about what is going on. T 3 Usando a inteligência para compreender o que está acontecendo e para resolver

problemas R 3 Using his intelligence to know what is happening and to solve problems Original Much

Improv A bit improved

Not much change

A bit Wors

Much worse

T 1 Melhorou muito

Melhorou um pouco

Não mudou muito

Piorou um pouco

Piorou muito

R 1 Improved a lot

Improved a little Not changed much

Worsened a little

Worsened a lot

T 2 Melhorou Muito

Melhorou um Pouco

Não Mudou Piorou um Pouco

Piorou Muito

R 2 A lot Better

A little better No Change A little worse A lot Worse

T 3 Muito Melhor

Um pouco melhor

Não muito diferente

Um pouco pior Muito pior

R 3 Síntese1 Muito

melhor Um pouco melhor

Pouca mudança

Um pouco pior Muito pior

Síntese2 Muito melhor

Um pouco melhor

Pouca mudança Um pouco pior Muito pior

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Quadro 2. Informant Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly-IQCODE. Versão síntese 1 e 2 e versão teste do IQCODE-BR

Versão Síntese 01 Versão Síntese 02 Versão Teste IQCODE – BR 1. Reconhece parentes e amigos Lembrar rosto de parentes e amigos Lembrar de rostos de parentes e amigos 2. Lembra-se dos nomes de parentes e amigos?

Lembrar dos nomes de parentes e amigos Lembrar dos nomes de parentes e amigos

3. Recorda fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços

Lembrar de fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços.

Lembrar de fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços.

4. Recorda acontecimentos recentes Lembrar de acontecimentos recentes Lembrar de acontecimentos recentes (Coisas que aconteceram nos últimos três meses)

5. Lembra-se de conversas depois de alguns dias

Lembrar-se de conversas depois de poucos dias

Lembrar-se de conversas depois de poucos dias (Conversas que aconteceram nos últimos três dias)

6. Esquece o que ele(a) estava para dizer no meio de uma conversa

Esquecer o que ele(a) estava para dizer no meio de uma conversa

No meio de uma conversa, esquecer o que ele (a) queria dizer.

7. Lembra-se do seu próprio endereço e telefone?

Lembrar do seu próprio endereço e telefone

Lembrar do próprio endereço e telefone

8. Lembra o dia e o mês atuais Saber o dia e o mês em que estamos Saber o dia e o mês em que estamos 9. Lembra onde costuma-se guardar as coisas

Lembrar onde as coisas são habitualmente guardadas

Lembrar onde as coisas são geralmente guardadas

10. Lembra onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes dos habituais

Lembrar onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes dos habituais

Lembrar onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes daqueles em que costuma guardar

11. Adapta-se a qualquer mudança na sua rotina

Adaptar-se a qualquer mudança na sua rotina

Adaptar-se a qualquer mudança no dia-a-dia

12. Consegue utilizar aparelhos domésticos

Saber utilizar aparelhos domésticos Saber utilizar aparelhos domésticos

13. Aprende a utilizar um novo dispositivo ou aparelho existente na casa

Aprender a utilizar um novo dispositivo ou aparelho existente na casa

Aprender a utilizar um novo aparelho existente na casa.

14. Aprende coisas novas em geral Aprender coisas novas em geral Aprender coisas novas em geral 15. Recorda fatos que aconteceram na juventude

Recordar fatos que aconteceram na juventude

Lembrar das coisas que aconteceram na juventude

16. Recorda coisas que ele(a) aprendeu na juventude

Recordar coisas que ele(a) aprendeu na juventude

Lembrar de coisas que ele (a) aprendeu na juventude

17. Entende o significado de palavras pouco utilizadas

Entender o significado de palavras pouco utilizadas

Entender o significado de palavras pouco utilizadas

18. Entende o que é escrito em revistas e jornais

Entender o que é escrito em revistas e jornais

Entender o que é escrito em revistas e jornais

19. Acompanha histórias em livros ou em programas de televisão

Acompanhar histórias em livros ou em programas de televisão

Acompanhar histórias em livros ou em programas de televisão

20. Escreve uma carta para amigos ou com fins comerciais

Escrever uma carta para amigos ou com fins profissionais

Escrever uma carta para amigos ou com fins profissionais

21. Tem conhecimento de importantes fatos históricos

Conhecer importantes fatos históricos Conhecer importantes fatos históricos

22. Decide sobre questões do dia-a-dia Decidir sobre questões do dia-a-dia Tomar decisões no dia-a-dia 23. Lida com dinheiro para as compras Lidar com dinheiro para as compras Lidar com dinheiro para as compras 24. Lida com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária.

Lidar com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária

Lidar com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária.

25. Lida com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, intervalo entre as visitas de parentes ou amigos

Lidar com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, intervalo entre as visitas de parentes ou amigos

Lidar com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, há quanto tempo não recebe visitas de parentes ou amigos.

26. Usa sua inteligência para compreender e refletir sobre o que está acontecendo

Usar sua inteligência para compreender e pensar sobre o que está acontecendo

Usar sua inteligência para compreender e pensar sobre o que está acontecendo

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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Universidade Aberta da terceira Idade

Cuidado Integral à Pessoa Idosa

QUESTIONÁRIO COM BASE NO RELATO DO INFORMANTE PARA DECLÍNIO

COGNITIVO EM IDOSOS: TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E

ESTUDO DA CONFIABILIDADE.

Manual de Instruções

Maria Angélica dos Santos Sanchez

Roberto Alves Lourenço

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I - DIRETRIZES GERAIS PARA CONDUZIR A ENTREVISTA

1) Informações gerais

As frases em itálico deverão ser lidas textualmente para os

entrevistados.

As frases que estão em negrito são orientações aos entrevistadores.

Algumas orientações que estão em destaque no questionário do

informante poderão ser usadas nos casos em que o entrevistado

não compreenda o item que lhe foi lido inicialmente. Mas lembre-se:

estas orientações só devem ser lidas se o entrevistado disser que

não entendeu. Nos casos em que isto acontecer faça uma marcação

ao lado do item.

O entrevistador pode ser dirigir ao entrevistado como você. Porém,

para pessoas com mais de 50 anos (idosos) ou aparentemente bem

mais velhas, utilizar sempre senhor ou senhora.

2) REGRAS GERAIS PARA UMA BOA ENTREVISTA

Há certas regras que você deve seguir para garantir urna entrevista imparcial.

Sugerimos que você tenha em mente cada uma das seguintes regras:

� Permaneça sempre neutro

- Você deve manter sempre uma atitude neutra para com o entrevistado. Não

mostre surpresa com as coisas que ouve. Através de sua atitude descontraída,

embora profissional, coloque o informante à vontade e ganhe a sua confiança.

� Faça todas as perguntas exatamente como elas estão formuladas

- Não mude nem mesmo uma palavra do questionário impresso. Na maioria

das vezes, a menor mudança pode afetar o sentido da pergunta. Mesmo que

você sinta que a pergunta pode ser formulada de maneira mais simples, NÃO

IMPROVISE. Cada palavra tem um motivo para estar lá. SE VOCÊ ACHAR

QUE EXISTE UMA FORMA MELHOR DE PERGUNTAR, CONVERSE COM O

COORDENADOR DA PESQUISA E SUGIRA MUDANÇAS.

� Faça as perguntas na ordem em que elas aparecem

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- Nunca mude a ordem das perguntas do questionário.

Se o informante está falando livremente, você pode sentir que ele já

respondeu a algumas das perguntas antes que você tenha chegado nelas.

Mesmo assim, não pule nenhuma pergunta, mesmo que haja alguma

repetição.

� Não aceite um fácil “não sei” como resposta sem mais uma tentativa de obter

a informação que precisamos

- Tente mais uma vez obter uma réplica para uma resposta “não sei” antes de

aceitá-la como a resposta final, mas tenha cuidado para não forçar uma

resposta. Caso ele diga novamente que não sabe, escreva ao lado do item

(não respondeu) e passe para a próxima questão.

� Direito de não querer responder

- Lembre-se que o entrevistado tem o direito de não responder a qualquer

pergunta que ele queira. Neste caso faço uma observação no questionário

� Checando as respostas

- Checar uma resposta é esclarecer ou confirmar a informação prestada pelo informante.

� Não explique palavras de uma pergunta a menos que haja indicação para isso

- Algumas vezes, os entrevistados pedirão para que você explique palavras de

uma pergunta ou partes dela. Em algumas situações especiais, você pode

fazer isso. Mas, nesses casos, haverá uma indicação que lhe dirá qual a

explicação ou definição a ser dada. Se não estiver especificado, você não

pode oferecer sua própria definição ou explicação. Se o informante não

conseguir entender, anote o problema ao lado do item.

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II - REGISTRANDO RESPOSTAS

� Esteja pronto para escrever. Tenha a caneta preparada quando você fizer as

perguntas.

� Tenha sempre material extra. Anote sempre as respostas com caneta. Leve

pelo menos três para o caso de alguma falhar. Use a caneta vermelha para

pontuar as perguntas que lhe pareceram problemáticas.

� Use um X na questão (do lado de fora esquerdo) que tiver merecido algum tipo

de esclarecimento por parte do entrevistador ou que tenha merecido alguma

observação escrita no questionário.

� Por favor, faça suas próprias observações quando sentir que algo precisa de

explicação e antes de iniciar outra entrevista converse com o coordenador da

pesquisa e na ausência deste com o supervisor.

III - REVISANDO A ENTREVISTA

Depois de terminada a entrevista, revise o questionário e certifique-se de que

o preencheu acurada e completamente. Esse procedimento, mesmo que tome

muito tempo, é parte importante do trabalho do entrevistador.

Aprender para que os erros não se repitam. Normalmente os erros que

ocorrem em uma entrevista tendem a se repetir. Estude seus erros e fique

atento para que não aconteçam novamente.

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I - QUESTIONÁRIOS DE CAMPO

1) Informações gerais

• Definição de informante:

Pessoa que conviva com o idoso há pelo menos dez anos. Não é necessário

que resida na mesma casa, mas devem ter contato com o idoso por, pelo

menos, 02 dias na semana, pessoal ou por telefone. Não é necessário que

haja parentesco, porém deve ser uma pessoa que conheça bem o

desempenho das atividades diárias do idoso.

2) Critérios de exclusão

• Não concordância de uma das partes em participar do estudo. Lembre-se

que apesar da entrevista ser com o informante, o idoso deverá ser

informado e assinar o termo de consentimento.

• No informante, défices sensoriais importantes que atrapalhem a visão e/ou

audição e/ou linguagem.

3) Captação de sujeitos

• Semanalmente os idosos, com consulta marcada, receberão um

telefonema pedindo para que no dia da consulta compareçam com um

acompanhante.

• Nos dias de coleta de dados haverá uma lista com o nome de todos os

idosos com consulta agendada para o dia.

• O supervisor identificará, na sala de espera, aqueles que vieram com

acompanhantes, e em seguida fará o convite para participar da entrevista.

• Nos dias de consulta marcada, o cuidador será convidado participar de

uma entrevista e o idoso será informado sobre o teor da mesma.

• As entrevistas poderão ser realizadas antes ou após as consultas; porém

optaremos por sua realização, sempre que possível, antes da consulta.

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• Serão necessárias replicações. Para isto, cada entrevistador terá à mão

uma agenda com horários pré-definidos, onde somente o informante

comparece. Todos os informantes que responderam a primeira entrevista

devem ser convidados, porém só coloque o nome dele na agenda se ele

der certeza do comparecimento.

• O reteste poderá ser feito no período de quatorze a sessenta dias após a

primeira entrevista, o que dá ao entrevistado, possibilidades de escolha de

um dia mais adequado para ele. A retestagem, preferencialmente, será na

última semana do mês.

• O entrevistador NÃO DEVERÁ ESCOLHER a pessoa que vai ser

retestada.

Os questionários completos deverão ser revisados ao final de cada

entrevista e o entrevistador deverá entregar o bloco de entrevistas para o

supervisor do dia. Terminado isto, o entrevistador se dirige ao mapa de

consultas que está parede e marca com a caneta marca texto verde, o

nome do idoso correspondente à entrevista.

Antes de começar a entrevista, coloque a placa na porta. É um lembrete

para que você não seja interrompido. De vez em quando o supervisor

passará na sala para observar se tudo está correndo bem.

Quando o entrevistado entrar na sala, complemente as informações já

fornecidas pelo supervisor. Informe que se trata de uma entrevista cujos

dados serão usados em serviço para complementar as informações do

prontuário do idoso; porém, estes instrumentos estão sendo estudados e

desta forma precisam de autorização das pessoas envolvidas para

publicação dos dados. Certifique-se que a pessoa entendeu. Seja

descontraído e deixe a pessoa à vontade.

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INSTRUÇÕES PARA O PREENCHIMENTO DE CADA QUESTIONÁRIO

A entrevista deverá seguir esta ordem:

Pelo supervisor o Termo de consentimento o Folha de rosto

Pelo entrevistador

o Questionário com base no relato do informante o Escala de depressão – CES D o Escala de sobrecarga do Cuidador

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1) Glossário de Perguntas. Preenchendo o formulário “questionário do

Informante”

1. IDENTIFICAÇÃO

FR-1 – Número do questionário

⇒ Definição: número do questionário da pesquisa.

⇒ Procedimento: Já estará preenchido pelo supervisor

FR-2 – Data da entrevista

⇒ Definição: data que está sendo realizada a entrevista

⇒ Procedimento: preencha com a data que está realizando a entrevista.

FR-3 – Entrevistador

⇒ Definição: Código que cada entrevistador recebe

⇒ Procedimento: preencha o número de seu código no quadro

correspondente

2. DADOS DO IDOSO

FR - 4 – Nome do idoso

⇒ Definição: nome completo do idoso (paciente).

⇒ Procedimento: Virá preenchido pelo supervisor, porém deve ser

indagado ao informante para confirmação. Passar a caneta em cima do

nome que está escrito a lápis. Não esquecer, pois é fundamental a

identificação de cada questionário. Atenção: anotar em papel extra o

nome do idoso, pois este será usado em várias perguntas

subseqüentes.

FR-5– Número do prontuário na unidade

⇒ Definição: número do prontuário do idoso.

⇒ Procedimento:- O número do prontuário do idoso já virá preenchido

pelo supervisor

- ATENÇÃO: o número do prontuário é uma informação imprescindível

para que seja possível a identificação do questionário. Não deixe de

preencher este campo.

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Tenha em mente informações claras sobre o estudo para que você possa tirar

alguma dúvida que apareça. Esteja preparado para responder perguntas. Quase

sempre elas aparecem antes de você ter a autorização para iniciar a entrevista.

CASO O IDOSO NÃO ACEITE PARTICIPAR DO ESTUDO, O INFORMANTE

NÃO DEVERÁ SER ENTREVISTADO.

3. DADOS DO INOFMRANTE

FR - 6 – NOME DO INFORMANTE ⇒ Definição: auto-explicativa.

⇒ Procedimento: Anotar o nome completo do informante sem

abreviaturas.

FR- 7 - Data de nascimento do INFORMANTE

⇒ Definição: auto-explicativa.

⇒ Procedimento: Anotar a data original. Por vezes, em pessoas com

mais idade possuem uma data natural e outra registrada. Nosso

interesse é na data original.

FR - 8 – Idade

⇒ Definição: anos completados até aquele momento.

⇒ Procedimento: perguntar ao informante. No final checar se data de

nascimento corresponde à idade mencionada

FR - 9 – Sexo

⇒ Definição: gênero Masculino ou feminino

⇒ Procedimento: escrever na linha ao lado. No final da coleta preencha

o campo cinza com o código:

Masculino - 1

Feminino – 2

FR - 10 – Religião

⇒ Definição: Crença do informante, ainda que não seja praticante.

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⇒ Procedimento: escrever na linha ao lado. No final da coleta preencha

o campo cinza com o código:

Católico - 1

Evangélico - 2

Espírita - 3

Outros - 4

FR - 11– Situação conjugal

⇒ Definição: situação conjugal independente do estado oficial. Em

algumas situações aparece uma pessoa viúva, mas que já vive com

outra pessoa; entretanto, geralmente, elas tendem a dizer a situação

oficial desconsiderando a situação atual. Quando isto acontecer,

considerar a segunda opção.

⇒ Procedimento: Escreva na linha ao lado. No final da coleta preencha o

campo cinza com o código:

Solteiro – 1

Casado – 2

Viúvo – 3

Divorciado – 4

Separado, mas vive na mesma casa – 5

Não é casado oficialmente, mas tem um companheiro em casa – 6

FR - 12 – Escolaridade

⇒ Definição: anos de estudo na escola ou aulas particulares

⇒ Procedimento: Escrever ao lado e anotar no campo cinza, no final da

coleta o código na questão.

Analfabeto – 0

1 ano – 01

2 anos – 02

3 anos – 03

4 anos – 04

5 anos – 05

6 anos – 06

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7 anos – 07

8 anos – 08

9 anos – 09

10 anos – 10

11 anos – 11

12 anos ou mais – 12

FR – 13 – Trabalha

⇒ Definição: Se o entrevistado precisa trabalhar para se manter, ainda

que trabalhe em casa.

⇒ Procedimento: anotar ao lado e no final codificar no campo cinza.

SIM – 1

NÃO - 2

FR - 14 – Profissão

⇒ Definição: Em que trabalha o entrevistado

⇒ Procedimento: escrever a profissão na linha lado que posteriormente

será codificada pelo coordenador da pesquisa. Caso a pessoa seja

aposentada, anotar o nome da profissão anteriormente exercida.

(Funcionário Público não profissão) Caso respondam isto, perguntar

qual era a ocupação como funcionário público.

FR - 15 – Renda

⇒ Definição: Qual é a renda familiar do informante em salários

⇒ Procedimento: escrever o valor do salário e codificar no final da coleta

⇒ Salário atual: R$ 330,00

Sem renda – 0

Menos que um salário – 1

Um salário – 2

Dois salários – 3

Três salários – 4

Quatro salários – 5

Cinco salários – 6

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107

Seis ou mais salários – 7

FR - 16 – Grau de relacionamento

⇒ Condição: qualquer relacionamento com o idoso por dez anos ou mais

⇒ Definição: grau de parentesco do informante em relação ao idoso.

⇒ Procedimento: Escrever ao lado e codificar no final

Cônjuge – 1

Filha – 2

Filho – 3

Irmã – 4

Irmão – 5

Neta – 6

Neto – 7

Sobrinha – 8

Sobrinho – 9

Cuidador formal – 10

Amigo – 11

Vizinho – 12

Nora/genro – 13

Cunhado/cunhada – 14

Outros – 15

Cuidador formal é a pessoa paga para cuidar do idoso

FR-17– Cuidador principal

⇒ Definição: é a pessoa responsável pelo cuidado na maior parte do

tempo

⇒ Procedimento: Escrever sim ou não ao lado e codificar no final

SIM – 1

NÃO – 2

FR-18– Periodicidade do convívio

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⇒ Definição: quanto tempo durante a semana o entrevistado convive

com o idoso

⇒ Procedimento: Escrever ao lado e no final da coleta codificar:

Moram juntos – 1

Diariamente – 2

Cinco vezes por semana – 3

Quatro vezes por semana – 4

Três vezes por semana – 5

Duas vezes por semana - 6

FR - 19 – Reside no domicílio

⇒ Definição: Se o entrevistado mora sob o mesmo teto que o idoso

⇒ Procedimento: Escrever ao lado sim ou não e codificar no campo

cinza no final da coleta

SIM – 1

NÃO - 2

FR - 20 – Tempo de moradia em comum

⇒ Condição: só deverá ser preenchida se a resposta à questão anterior

for sim. Se pular esta questão, utilizar código 99 (Não se aplica).

⇒ Definição: tempo (anos) que cuidador e idoso moram juntos.

⇒ Procedimento: Anotar número de anos. Pode ser valor aproximado.

QUESTIONÁRIO DO INFORMANTE

⇒ Definição: As questões IQ 24 a IQ 49 referem-se ao Instrumento

Questionário do Informante, que busca o relato do informante sobre o

declínio cognitivo em idosos.

⇒ Procedimento: As opções de resposta variam de Muito Melhor, Um

pouco Melhor, Pouca mudança, Um pouco Pior e Muito Pior. Para facilitar a

compreensão do respondente, antes de iniciar as perguntas, deve-se

entregar uma ficha com estas opções de resposta, previamente fornecida

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pelo supervisor, intitulada Questionário do informante. Ao final deste grupo

de questões, solicitar a devolução da ficha.

• Você deve ler em voz alta cada item, após ler a frase introdutória no

questionário. Em seguida, indague, para cada item, que o respondente

forneça a melhor resposta de acordo com a ficha de respostas.

• Circular a resposta fornecida. Preencher a região sombreada somente

após o término da entrevista.

• Não oferecer explicações sobre as perguntas, diferentes daquelas que são

permitidas. Repeti-las, se for o caso. Falar pausadamente.

MELHORES INSTRUÇÕES ESTÃO NO SEU CADERNO DE COLETAS QUE

SERVIRÁ COMO GUIA

CES 47 – 66 – Entrevista de rastreamento de sintomas depressivos – CES – D

⇒ Definição: As questões CES 53 a CES 72 referem-se ao instrumento CES-

D, uma escala que procura identificar sintomas de humor deprimido.

⇒ Procedimento: As opções de resposta variam de 0 a 3. Raramente, durante

pouco tempo, durante um tempo moderado, durante a maior parte do

tempo. Para facilitar a compreensão do respondente, antes de iniciar este

grupo de perguntas, deve-se entregar uma ficha com estas opções de

resposta, previamente fornecida pelo supervisor, intitulada CES-D, ao

entrevistado. Ao final deste grupo de questões, solicitar a devolução da

ficha.

• Você deve ler em voz alta cada item, após ler a frase introdutória no

questionário. Em seguida, indague, para cada item, que o respondente

forneça a melhor resposta de acordo com a ficha de respostas. Todos os

itens se referem a última semana antes da entrevista.

• Circular a resposta fornecida. Preencher a região sombreada somente

após o término da entrevista.

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110

• Não oferecer explicações sobre as perguntas. Repeti-las, se for o caso.

Falar pausadamente.

BI – – Escala de sobrecarga do cuidador – BI (Burden Interview)

⇒ Definição: As questões BI 75 a BI 96 referem-se ao instrumento Escala de

sobrecarga do cuidador, uma escala que procura identificar os níveis de

sobrecarga da pessoa que cuida do idoso dependente.

⇒ Procedimento: As opções de resposta variam de 0 a 4, nunca, raramente,

às vezes, sempre e quase sempre; e 0 a 2 para a última pergunta nada,

muito pouco, um pouco. Para facilitar a compreensão do respondente,

antes de iniciar este grupo de perguntas, deve-se entregar uma ficha com

estas opções de resposta, previamente fornecida pelo supervisor, intitulada

Sobrecarga do cuidador ao entrevistado. Ao final deste grupo de questões,

solicitar a devolução da ficha.

• Você deve ler em voz alta cada item, após ler a frase introdutória no

questionário. Em seguida, indague, para cada item, que o respondente

forneça a melhor resposta de acordo com a ficha de respostas. Todos os

itens se referem a última semana antes da entrevista.

• Circular a resposta fornecida. Preencher a região sombreada somente

após o término da entrevista.

• Não oferecer explicações sobre as perguntas. Repeti-las, se for o caso.

Falar pausadamente.

Se durante a entrevista for percebida qualquer alteração que indique sobrecarga

em decorrência do cuidado ou estado que sugira depressão peça que o

entrevistado seja encaminhado a sala do serviço social para que possamos

disponibilizar atendimento.

PREZADO ENTREVISTADOR,

Esta pesquisa é de grande importância para as pessoas que estão a ela se

dedicando. Prepará-la exigiu horas de estudo e muito trabalho. Por outro lado,

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111

não se pode esquecer que também é uma contribuição para a população

usuária dos serviços geriátricos.

Contamos com a sua colaboração e honestidade para que possamos ter a

certeza de que os dados coletados são confiáveis.

Se você está achando chato fazer isto, ou não está se sentindo confortável,

converse com o coordenador da pesquisa e fale sobre seus motivos.

Nunca, em hipótese alguma, manipule estes dados. Desta forma estaremos

contribuindo acertadamente para o planejamento das questões relacionadas à

atenção à saúde do idoso e, você, com certeza, é parte fundamental nisto.

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Tradução, Adaptação transcultural e validação do Questionário do Informante sobre o declínio cognitivo em idosos.

CADERNO DE COLETA DE DADOS

ANTES DE INCIAR A COLETA DE DADOS CERTIFIQUE-SE DE

QUE TODO O MATERIAL ESTÁ NA SALA

SOMENTE CHAME PARA A ENTREVISTA O INFORMANTE CUJOS IMPRESSOS JÁ ESTEJAM NO ESCANINHO DEVIDAMENTE IDENTIFICADOS

Coordenador da pesquisa: __________________________Digitador: _______________________ Após a caracterização o coordenador rubrica Ao termino da digitação o digitador

rubrica

FOLHA DE ROSTO

O supervisor deverá preencher os campos atentamente. Se errar, usar corretor.

Não deve haver rasuras. É necessário que cada anotação esteja legível e todos os

campos preenchidos para não atrapalhar a digitação no banco de dados. Os

campos que exigem codificação devem ser preenchidos na linha ao lado, por

extenso. No término da entrevista o entrevistador recorre ao manual para averiguar

os códigos e preencher os campos.

FR1 – Número do questionário Os questionários já estarão numerados. Caso vc encontre algum sem numeração falar com o supervisor.

FR2 - Data da entrevista: FR3 - Entrevistador: Escrever com dois dígitos o dia, mês e ano Cada entrevistador tem um número Ex: 03 04 06 1, 2, 3, 4, 5

A) Dados do idoso

FR4 - Nome do idoso

Nome completo sem abreviações e letra legível

0 0 0 1

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113

FR5 - Número do Prontuário: USAR OS QUATRO DÍGITOS PARA O NÚMERO DO PRONTUÁRIO EX: 0127

B) Dados do informante

FR6 – Nome do informante: FR7 – Data de nascimento: FR8 – Idade: anos

ESCREVER COM DOIS DÍGITOS PARA DIA, MÊS E ANO A IDADE DA PESSOA NO DIA DA ENTREVISTA

Ex. 02/ 12/ 38 FR9 – Sexo: _____ FR10 – Religião: _________

Escrever F ou M (codificar no final) Escrever o nome da religião

(codificar no final)

FR11 – Situação conjugal: _________ FR12 – Escolaridade: anos Escrever a situação conjugal independente Escrever o número de anos que a pessoa

freqüentou a escola

do estado civil oficial (codificar na final)

FR13 – Trabalha fora: ____ FR14 – Ocupação: _______ Escrever sim ou não e codificar no final Colocar ao lado a ocupação e codificar

no final FR15 Renda: ______ FR16 – Grau de relacionamento: ________ Colocar ao lado o valor do salário Colocar ao lado o grau de relacionamento e codificar no final e codificar no final FR17 – Cuidador principal: ____ FR18 – Periodicidade do convívio _____ Escrever sim ou não e codificar no final Escrever ao lado e codificar no final

Nome completo sem abreviações e letra legível

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FR19 – Reside no domicílio: ____ FR20 – Tempo de moradia em comum: __ Escrever sim ou não e codificar no final Escrever o tempo e codificar no final

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QUESTIONÁRIO BASEADO NO RELATO DO INFORMANTE SOBRE O DECLÍNIO COGNITIVO EM IDOSOS

Caracterizador 1 ___________ Caracterizador 2 ___________ Caracterizador 3 ____________ Espaço destinado ao caracterizador. Ao terminar sua tarefa rubricar ao lado de seu número. Início da entrevista: _________ _____ Anotar a hora exata que começou o questionário do informante. O tempo deve ser contado a partir do momento em que você começa a ler as instruções. Duração da entrevista: Minutos Ao terminar toda a coleta calcular quantos minutos Número do questionário: Número do prontuário Copiar o número da entrevista da folha de rosto Número do prontuário do

idoso Nome do informante: __________________________________________________ Escrever o nome completo sem abreviações e legível

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INSTRUÇÕES PARA A APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DO INFORMANTE

Antes de começar a entrevista observe se você está com caneta à mão, relógio e cartão com as opções de resposta. Se alguém bater na porta vc já tiver começado a contar op tempo, não atenda. Mesma que a pessoa abra a porta e fale com você. Continue seguindo a entrevista. Dê ao entrevistado as seguintes orientações: “Agora eu vou fazer outras perguntas que estão relacionados ao comportamento diário do sr. X. Nesta etapa o Sr(a) vai me dizer o que o observa no seu dia-a-dia.” Certifique-se de que a pessoa entendeu o que vc vai começar a fazer. Antes de começar a ler as instruções abaixo anote o horário e siga com a entrevista.

“ Gostaria que o (a) Senhor (a) recordasse o estado em que o Sr (a) X (FALAR O

NOME DO IDOSO) se encontrava há dez anos, em 19___, e o comparasse com seu

estado atual. Descrevemos abaixo situações em que ele (a) tenha de usar a memória ou

o raciocínio e eu gostaria que o (a) Sr (a) dissesse se, nesse aspecto, ele (a) melhorou,

piorou, ou permaneceu na mesma nos últimos 10 anos.

É muito importante comparar o desempenho atual do Sr (a) X com o de 10 anos

atrás. Deste modo, se há dez anos ele (a) sempre se esquecia onde havia deixado as

coisas e isso ainda acontece, então isto será considerado como “POUCA MUDANÇA”.

Diga-me, a seguir as mudanças que o (a) Senhor (a) observou, apontando no cartão a

melhor resposta para cada item.

Comparado com seu estado há dez anos, com está o Sr (a) X em...”

1 2 3 4 5

IQ21. Lembrar rostos de parentes e amigos

IQ22. Lembrar dos nomes de parentes e amigos

IQ23. Lembrar de fatos relacionados a parentes e amigos como, por exemplo: suas profissões, aniversários e endereços

IQ24.Lembrar de acontecimentos recentes (Coisas que aconteceram nos últimos três meses)

IQ25.Lembrar-se de conversas depois de poucos dias (Conversas que aconteceram nos últimos três dias)

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IQ26. No meio de uma conversa, esquecer o que ele (a) queria dizer.

IQ27. Lembrar-se do seu próprio endereço e telefone

IQ28.Saber o dia o mês em que estamos

IQ29.Lembrar onde as coisas são habitualmente guardadas (Por exemplo, as roupas e os talheres).

IQ30.Lembrar onde encontrar coisas que foram guardadas em lugares diferentes dos habituais (por exemplo, os óculos, as chaves, o dinheiro).

IQ31.Adaptar-se a qualquer mudança no seu dia-a-dia

IQ32.Saber utilizar aparelhos domésticos (Por exemplo, liquidificador, ferro elétrico, fogão, gás).

IQ33.Aprender a utilizar um novo aparelho existente na casa (Algum aparelho novo que tenha comprado recente).

IQ34.Aprender coisas novas em geral

IQ35.Lembrar das coisas que aconteceram na juventude (por exemplo, em que trabalhou quando era jovem).

IQ36.Lembrar de coisas que ele (a) aprendeu na juventude

IQ37.Entender o significado de palavras pouco utilizadas

IQ38.Entender o que é escrito em revistas e jornais

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1 2 3 4 5

IQ39.Acompanhar histórias em livros ou em programas de televisão (Por exemplo, acompanhar uma novela entendendo a história do início ao fim)

IQ40.Escrever uma carta para amigos ou com fins profissionais

IQ41.Conhecer importantes fatos históricos

IQ42.Decidir sobre questões do dia-a-dia

IQ43.Lidar com dinheiro para as compras

IQ44.Lidar com assuntos financeiros, por exemplo: aposentadoria e conta bancária

IQ45.Lida com outros cálculos do dia-a-dia, por exemplo: quantidade de comida a comprar, Há quanto tempo não recebe visitas de parentes ou amigos

IQ46.Usar sua inteligência para compreender e pensar sobre o que está acontecendo

Término da entrevista: ________________ Anotar a hora exata que terminou o questionário do informante

Total = ________________

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IQCODE 1 = Muito melhor 2 = Um pouco melhor 3 = Pouca mudança 4 = Um pouco pior 5 = Muito pior

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CES-D

Número do questionário Número do prontuário:

Nome do informante: ______________________________________________________

0 1 2 3

CES47 – Senti-me incomodado com coisas que habitualmente não me

incomodam

CES48 - Não tive vontade de comer. Tive pouco apetite

CES49 – Senti não conseguir melhorar meu estado de ânimo mesmo coma a ajuda de familiares e amigos

CES50 – Senti-me, quando comparado a outras pessoas, tendo tanto valor quanto a maioria delas

CES51 – Senti dificuldade de me concentrar no que estava fazendo

CES52– Senti-me deprimido

CES53- Senti que tive que fazer esforço para dar conta das minhas tarefas habituais

CES54– Senti-me otimista com relação ao futuro

CES55– Considerei que minha vida tinha sido um fracasso

CES56– Senti-me amedrontado

CES57– Meu sono não foi repousante

CES58– Estive feliz

CES59– Falei menos que o habitual

CES60– Senti-me sozinho

CES61– As pessoas não foram amistosas comigo

CES62– Aproveitei minha vida

CES63– Tive crise de choro

CES64– Senti-me triste

CES65– Senti que as pessoas não gostavam de mim

CES66- Não consegui levar adiante minhas coisas

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CES – D

0 = Raramente (menos de um dia)

1 = Durante pouco tempo (1 ou 2 dias)

2 = Durante um tempo moderado (3 a 4 dias)

3 = Durante a maior parte do tempo ( 5 a 7 dias)

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SOBRECARGA DO CUIDADOR - BI Número do questionário Número do prontuário

Nome do informante:______________________________________________________ 1 2 3 4

BI67. O Sr/Sra sente que S* pede mais ajuda do que ele(ela) necessita?

BI68. O Sr/Sra sente que por causa do tempo que o Sr/Sra gasta com S, o Sr/Sra não tem tempo suficiente para si mesmo(a)?

BI69. O Sr/Sra se sente estressado(a) entre cuidar de S e suas outras responsabilidades com a família e o trabalho?

BI70. O Sr/Sra se sente envergonhado(a) com o comportamento de S?

BI71. O Sr?Sra se sente irritado(a) quando S está por perto?

BI72. O Sr?Sra sente que S afeta negativamente seus relacionamentos com outros membros da família ou amigos?

BI73. O Sr/Sra sente receio pelo futuro de S?

BI74.O Sr/Sra sente que S depende do Sr(a)?

BI75. O Sr/Sra se sente tenso(a) quando S está por perto?

BI76. O Sr/Sra sem que sua saúde foi afetada por causa de seu envolvimento

com S?

BI77. O Sr/Sra Sente que o Sr/Sra não tem tanta privacidade como gostaria por causa de S?

BI78. O Sr/Sra sente que sua vida social tem sido prejudicada porque o Sr/Sra está cuidando de S?

BI79.O Sr/Sra não se sente à vontade de Ter visitas em casa por causa de S?

BI80. O Sr/Sra sente que S espera que o Sr/Sra cuide dele/dela, com o se o Sr/Sra fosse a única pessoa de quem ele/ela pode depender?

BI71. O Sr/Sra sente que não tem dinheiro suficiente para cuidar de S, somando-se as suas outras despesas?

BI82. O Sr/Sra sente que será capaz de cuidar de S por mais tempo?

BI83. O Sr/Sra sente que perdeu o controle de sua vida desde a doença de S?

BI84. O Sr/Sra gostaria de simplesmente deixar que outra pessoa cuidasse de

S?

BI85. O Sr/Sra se sente em dúvida sobre o que fazer por S?

BI86. O Sr/Sra sente que poderia estar fazendo mais por S?

BI87.O Sr/Sra sente que poderia cuidar melhor de S?

BI88. De uma maneira geral, quanto o Sr/Sra se sente sobrecarregado(a) por cuidar de S?

Total

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123

DE BI 67 A BI 87

0 = Nunca 1 = Raramente 2 = Às vezes 3 = Quase sempre 4 = Sempre Para BI 88 0 = Nada 1 = Muito pouco 2 = Um pouco

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O(A) senhor(a) sendo convidado(a) a participar de um trabalho científico que pretende traduzir, adaptar para o português e validar para o Brasil um questionário com base no relato do informante para a detecção do declínio cognitivo em idosos, que pode colaborar com o diagnóstico de demência em sua fase inicial. É uma entrevista a ser feita com um amigo, cuidador ou familiar próximo do paciente. São perguntas que buscam conhecer como está o desempenho atual do idoso em relação ao seu desempenho nas mesmas atividades dez anos atrás. A demência é um quadro em que a pessoa perde progressivamente várias funções cerebrais, com destaque para a perda de memória. Sua principal causa é a doença de Alzheimer. Hoje, ainda, não existe um exame que diagnostique com certeza a demência e estabeleça sua causa. Existem vários instrumentos (testes para avaliação das diversas funções cerebrais – também chamados testes neuropsicológicos, e entrevistas a serem feitas com o paciente e com familiares) para ajudar no diagnóstico. Esta entrevista é um destes instrumentos. Ela foi desenvolvida em 1988 na Austrália sendo considerado de grande valia na prática clínica. É um instrumento usado em vários países. Para realizarmos o estudo selecionamos alguns acompanhantes de pacientes assistidos neste serviço. Sua participação se dará da seguinte forma: a entrevista será aplicada ao(a) senhor(a) por um entrevistador treinado e as perguntas sobre o(a) paciente e serão registradas em um impresso próprio. Em cerca de quinze dias, o(a) senhor(a) será novamente entrevistado pela mesma pessoa e isto chama-se teste-reteste. O tempo previsto para cada entrevista é de aproximadamente 20 minutos. Com o objetivo de conhecer os aspectos emocionais do informante, será solicitado que o Sr(a) responda uma escala de depressão e uma escala de sobrecarga. Gostaria de ressaltar que isto é um convite. O(A) senhor(a) pode ou não aceitar participar, e pode inclusive querer se desligar do estudo a qualquer momento. A sua não participação no projeto ou um futuro desligamento em nada mudará o atendimento recebido pelo(a) paciente neste serviço. Tudo o que for conversado, todos os dados obtidos nas entrevistas, seu nome e do(a) paciente serão mantidas em sigilo. Utilizaremos apenas as respostas, sem citar nenhum dado que possa identificar o(a) senhor(a) ou o(a) paciente. Conforme as leis em vigor em nosso pais, o(a) senhor(a) não será remunerado(a) para participar deste projeto de pesquisa. O(A) senhor(a) está recebendo uma cópia deste documento com igual teor. Desde já, agradeço sua participação e me coloco a disposição para qualquer esclarecimento nos seguintes telefones: 2587-8037 e 2587-8036.

______________________________________ , em _____/_____/____ Maria Angélica dos Santos Sanchez - Pesquisadora

______________________________________ , em _____/_____/____

Informante ______________________________________,em _____/_____/____ Sujeito da Pesquisa

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Faculdade de Ciências Médicas Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas

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Versão Original do IQCODE

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Autorização do autor para adaptação do IQCODE

Return-Path: <[email protected]>

for <[email protected]>; Sun, 13 Mar 2005 19:08:06 -0300 (BRT)

Dear Maria Angélica Sanchez

Thank you for telling me about your project. You are welcome to use and

translate the IQCODE. When your translation is completed, I would like to make

it available on the IQCODE web site at http://www.anu.edu.au/iqcode/.

Best wishes for your project.

Anthony Jorm

Anthony Jorm

Professor

Centre for Mental Health Research

Australian National University

Canberra,Australia

Ph +61 2 61258414=20

Fax +61 2 61250733=20

-----Original Message-----

From: Maria Angelica Sanchez [mailto:[email protected]]

Sent: Monday, March 14, 2005 12:55 AM

To: Anthony Jorm

Subject: IQCODE Brazil

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Aprovação do comitê de ética em pesquisa