UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA- UNEB · JOELMA CERQUEIRA DE OLIVEIRA AS DIFICULDADES DOCENTES EM...
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA- UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS I CURSO DE PEDAGOGIA
JOELMA CERQUEIRA DE OLIVEIRA
AS DIFICULDADES DOCENTES EM TRABALHAR COM AS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Salvador - Ba 2011
JOELMA CERQUEIRA DE OLIVEIRA
AS DIFICULDADES DOCENTES EM TRABALHAR COM AS NOVAS
TECNOLOGIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Monografia apresentada como requisito parcial do Departamento de Educação Campus I para obtenção do grau de licenciada em Pedagogia sob a orientação do Profº. Dr. Alfredo Eurico Rodrigues Matta.
Salvador - Ba 2011
FICHA CATALOGRÁFICA: Sistema de Bibliotecas da UNEB
Oliveira, Joelma Cerqueira de
As dificuldades docentes em trabalhar com as novas tecnologias no ensino fundamental I /
Joelma Cerqueira de Oliveira. – Salvador, 2011.
69f.
Orientador: Prof. Dr. Alfredo Eurico Rodrigues Matta.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade do Estado da Bahia.
Departamento de Educação. Colegiado de Pedagogia. Campus I. 2011.
Contém referências.
1. Tecnologia educacional. 2. Professores - Formação. 3. Professor de ensino fundamental. 4. Educação. I. Matta, Alfredo Eurico Rodrigues. II. Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação.
CDD: 371.3078
JOELMA CERQUEIRA DE OLIVEIRA
AS DIFICULDADES DOCENTES EM TRABALHAR COM AS NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I
Salvador, de Março de 2011 .................................................................................................... Profº Orientador Dr. Alfredo Eurico Rodrigues Matta ................................................................................................... Profª. Msc. Sueli da Silva Xavier Cabalero
................................................................................................... Profª.Pedagoga Isabele Ferreira Sodré
Salvador – Ba 2011
“Determinação, coragem e autoconfiança são fatores decisivos para o sucesso.
Se estamos possuídos por uma inabalável determinação conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e
despidos de orgulho”.
Dalai e Lama
Dedico este trabalho à minha Mãe, pelo amor, carinho, incentivo e compreensão. Estando sempre ao meu lado mesmo em outro plano. Dando-me sempre força e coragem para seguir em frente nos momentos mais difíceis da minha vida, acreditando e contribuindo sempre para minha vitória.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS por estar sempre iluminando os meus caminhos e me abençoando a cada dia.
Em memória de minha mãe, pela educação e pelo exemplo de vida que nos deixou como também pelo amor e carinho que sempre nos deu e mesmo nos momentos difíceis nos ensinou que tudo é possível, quando acreditamos em um sonho e temos a coragem de lutar por ele, pois somente assim conseguiremos realizá-lo.
Em memória dos meus avôs Juventina Adriana e Tetulino Rodrigues pelo amor e carinho.
Aos meus irmãos Jackson, Joelia, Jacqueline e Jailton eterna gratidão pela força, amor, paciência, carinho e colaboração.
As minhas cunhadas, Joelma e Mônica, por todo incentivo, carinho e apoio.
Ao meu grande amigo e companheiro Francisco Freire, que sempre mim apoiou estando ao meu lado em todos os momentos da minha vida incondicionalmente, sejam eles de alegria ou tristeza.
Aos meus amigos Ana Carla, Ana Paula, Albervânia, Alda, Célia Cristina, Juce, Jucélio, Josenildo, Leane, Luani, Luciana, Virgínia Soraia, Rosemeire, Rosana, Tatyane e em especial, a minha amiga Vanessa por quem tenho imenso carinho, pelo incentivo e apoio nos momentos mais difíceis.
Aos meus colegas de classe que estiveram comigo durante todos esses anos, pelos quais tenho muito carinho.
Ao professor Dr. Alfredo Eurico Rodrigues Matta, meus sinceros votos de gratidão, não somente pela orientação deste trabalho, mas principalmente pela força, pelos ensinamentos, incentivos e amizade.
As professoras Isabele Sodré e Sueli Cabalero pela atenção e carinho ao fazerem parte desse momento tão importante e especial na minha vida.
Aos professores e funcionários, em especial a Aline do colegiado acadêmico, e a direção do Departamento de Educação da Universidade do Estado da Bahia, Campus I, pela compreensão e colaboração.
E finalmente agradeço as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho. A todos ofereço o meu Muito Obrigado!
RESUMO
O presente estudo tem como tema o uso das novas tecnologias no contexto escolar e as dificuldades enfrentadas pelo docente em fazer uso das tics no processo educativo dos educandos nos anos iniciais do Ensino Fundamental I. Aborda as dificuldades enfrentadas pelo docente em fazer uso das novas tecnologias em sala de aula de forma significativa para o aprendizado do seu aluno, mais especificamente da interação que possa ser promovida no ambiente educacional através dessas tics, envolvendo um trabalho coletivo em que todos venham a participar dessa aprendizagem. A relação das tecnologias no âmbito escolar e a necessidade de trabalho nos levam a perceber enquanto educadores um novo desafio para nossa prática, exigindo uma postura diferenciada que requer o conhecimento dessas novas tecnologias, reconhecendo a necessidade de domínio das mesmas, que deve vir para possibilitar a construção de novas aprendizagens. O referencial teórico está fundamentado na contribuição de vários autores, como: Assmann (1998), Azevedo (1976), Arroyo (1991), Castells (1999), Saviani (1981), Freire (1987), Gadotti (2000), Libâneo (1986), Levy (2000), Matta (2006), Moran (2001), Pimenta (2002), Kenski (2007) entre outros. Por meio de estudos feitos sobre o processo histórico da educação no Brasil, conseguimos identificar as dificuldades e a resistência docente em trabalhar com as novas tecnologias, pois não são apresentadas como uma proposta curricular de maneira a contemplar alunos e professores.
Palavras-chave: Novas Tecnologias. Interação. Docente. Educação.
ABSTRACT
The present study has as its theme, the use of new technologies in the school context and the difficulties faced by teachers in using ICT in the educational process of students in the first years of elementary school I. Discusses the difficulties faced by teachers in making use of new technology in the classroom significantly to the learning of their students, more specifically the interaction that can be promoted in the educational environment through these tics, involving a collective work in which everyone will participate in this learning. The relationship of technology in schools and the need to work lead us to perceive as a new challenge for educators our practice, requiring a different position that requires knowledge of these new technologies, recognizing the need for the same domain, it should come to allow construction of new learning. The theoretical framework is based on the contributions of various authors, such as: Assmann (1998), Azevedo (1976), Arroyo (1991), Castells (1999), Saviani (1981), Freire (1987), Gadotti (2000), Lebanon (1986), Levy (2000), Matta (2006), Moran (2001), Pepper (2002), Kenski (2007) among others. Through studies on the historical process of education in Brazil, we can identify the difficulties and teachers' resistance to working with new technologies as they are not presented as a curriculum in order to include students and teachers.
Keywords: New Technology. Interaction. Lecturer. Education.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO …………………………………………………………………. 10
1. O ENSINO PÚBLICO NO BRASIL ........................................................ 16
1.1 Um breve panorama ........................................................................... 16
1.2 Problemas enfrentados pela educação no período senhorial ....... 24
2. A EDUCAÇÃO E A REPRESENTAÇÃO DOCENTE NA SOCIEDADE
SENHORIAL E BURGUESA ........................................................................ 27
2.1 A educação na sociedade senhorial e burguesa ............................... 27
2.2 A representação docente no período senhorial ................................. 30
2.3 Os problemas enfrentados pelos docentes quanto a sua representação na época
senhorial ............................................................................................ 34
3. A LDB: O INÍCIO DE UMA NOVA ERA ..................................................... 36
3.1 Problemas relevantes identificados na LDB que compromete a qualidade da
Educação Básica ........................................................................................... 40
4. AS NOVAS TECNOLOGIAS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA....... 43
4.1 Dificuldades encontradas com o advento das novas tecnologias na Educação
Básica ............................................................................................ 52
5. DIFICULDADES RELEVANTES QUANTO AO USO DAS NOVAS
TECNOLOGIAS ENFRENTADAS PELO DOCENTE..................................... 55
5.1 Obstáculos mais relevantes quanto ao uso das Novas Tecnologias . 59
CONCLUSÃO ................................................................................................. 62
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 66
10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo explanar as dificuldades docentes em
trabalhar com as novas tecnologias no contexto escolar, de forma a contribuir para
um aprendizado significativo junto às mesmas. Visando conhecer melhor suas
contribuições para aquisição e desempenho do educador na sala de aula, cabe
ressaltar que a expectativa neste trabalho foi mostrar aos educadores, que as novas
tecnologias podem ser uma ferramenta muito importante no processo de ensino e
aprendizagem do educando, desde quando sua utilização traga uma proposta
significativa para seu conhecimento.
Com o grande desenvolvimento das novas tecnologias na área de educação,
o surgimento de equipamentos modernos e a aquisição de aparelhos que
possibilitam ao educando sua inclusão social no mercado digital. Gradativamente os
computadores juntamente com a internet vêm ocupando espaços cada vez maiores
nas escolas, entretanto o professor com seu capital cultural e colaborador é de
fundamental importância para o sucesso da aprendizagem do aluno.
Hoje em meio a tantas mudanças tecnológicas, faz-se necessário uma
reformulação do nosso sistema educacional, dos modelos de ensino e
aprendizagem aplicados nas instituições de ensino público. A sociedade da
comunicação acarreta mudanças significativas para o campo educacional e este
tende a incorporar uma nova forma e estrutura para atender as necessidades de
trabalho da população. A fim de que os docentes estejam atentos às modificações
que vem ocorrendo na sociedade, para que assim possam inserir na sua prática
essa nova demanda social, pois a educação como parte integrante dessa sociedade,
permanece a sofrer os efeitos de tais transformações. Pois a educação ainda é
manipulada para atender ao capitalismo.
A relação entre a tecnologia e a necessidade de trabalho nos leva a perceber
enquanto educadores um novo desafio para nossa prática, exigindo uma postura
diferenciada que requer o conhecimento dessas novas tecnologias, identificando a
necessidade de domínio das mesmas.
O educador é influenciado por esse contexto de transformações, mas resiste
a utilizar as tecnologias no desenvolvimento de sua prática, em sua maioria não
fazem parte da grade curricular das escolas públicas. Chegam sem uma proposta a
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contento de trabalho que de fato venha contribuir para o conhecimento tanto do
aluno quanto professor, pois somente assim as Tics (Tecnologia da Informação e
Comunicação) despertarão o interesse de todos.
Mesmo sabendo que a utilização das novas tecnologias, está presente em
seu cotidiano, e neste sentido o professor deixa de ser o único detentor do saber; e
a todo o momento os educandos são bombardeados de informações, e muitas vezes
julgam-se mais importantes, que a construção do saber em sala de aula, a qual se
dá de maneira habitual, por grande parte dos educadores. Se mantendo dissociado
dessas novas tecnologias, ignorando sua contribuição, e a necessidade de fazer uso
dessas Tics no desenvolvimento de sua didática.
A proposta de trabalhar com a inclusão digital estão praticamente em todos os
discursos da reforma educacional, e vem constituindo um “novo senso comum” seja
pelo reconhecimento da sua contribuição para a educação informatizada e a
ampliação de conhecimentos, ou pela necessidade de valorizar e considerar sua
importância como uma ferramenta para interação e o processo de aprendizagem
tanto do educador como educando.
O olhar do professor como parceiro íntimo da aprendizagem torna-se mais
fácil, pois está mais próxima do conhecimento, enxergando seus colegas como
colaboradores para seu crescimento, o que representa uma mudança importante e
fundamental no processo de aprendizagem, que deve se dá de maneira coletiva
envolvendo a colaboração de todos.
O papel do professor enquanto mediador vai além de saber manusear essas
ferramentas, ele precisa trazer um plano de ação que se adéque ao perfil do seu
aluno, mas para isso é necessário o envolvimento de todo o corpo gestor da escola
e não somente do professor.
Desta forma as novas tecnologias trazem o mundo informatizado, procurando
experiências bem sucedidas na área, que possa desenvolver o novo. Criando assim
uma interação professor-aluno-tecnologia, deixando de ser somente um colaborador
através das informações contidas nas redes, passando a ser um guia para o aluno,
contribuindo expressivamente para o desenvolvimento dessa aprendizagem.
Um país como o Brasil, que tanto utiliza e valoriza as tecnologias digitais,
possui uma educação alheia às transformações que continuam ocorrendo em ritmo
acelerado, acarretando a necessidade de um trabalho educacional em sintonia com
o mundo digital. Dessa forma é necessário que os processos educacionais
12
caminhem na direção da contextualização e ensinos dos conteúdos escolares para
que estejam ligados com o mundo além dos muros da escola, para interagirem com
as novas tecnologias digitais e construírem novos conhecimentos importantes para o
educando.
As tecnologias são importantes para o processo educativo, embora dêem
subsídios às aulas dos professores, elas funcionam como suporte e não como
substituição dos mesmos. Principalmente porque a qualidade do ensino não se dá
por meios tecnológicos, mas pelo recurso humano; o professor que com seu capital
cultural poderá propiciar uma eximia educação. Estes recursos tecnológicos, que
embora estejam presentes diariamente no cotidiano dos educandos podem trabalhar
como mais um suporte motivacional para que a aprendizagem seja mais expressiva,
coletiva envolvendo a participação de todos, construída e contextualizada com a
realidade vivenciada pelo discente.
A proposta metodológica abordada nesta pesquisa foi de caráter observatório,
envolvendo uma análise descritiva, analítica, praxiológica de forma que foi
desenvolvida através de observações realizadas com algumas escolas da rede
pública, tendo como objetivo, descobrir quais as dificuldades dos docentes em
trabalhar com as novas tecnologias em sua sala de aula. Através de alguns quadros
abordo fatores que contribuem para essas dificuldades, possibilitando assim uma
análise mais contundente sobre os motivos, e por meio de embasamento teórico,
numa perspectiva sócio construtivista colaborar para que o educador tenha subsídio
e assim possa superar esses problemas.
No primeiro capítulo, trago o processo histórico do ensino público no Brasil, e
um breve panorama sobre as marcas deixadas na educação, e que estão até hoje
presentes na sociedade, herdada pela classe Senhorial e a Burguesa. Para essa
sociedade formal, a educação serve apenas para legitimar o poder vigente desta
população em que o fidalgo é sempre um ser superior, sendo a educação formal
apenas um privilégio da sociedade senhorial. Mestres de ofícios que sabem fazer
algo e passar para os outros, de forma que, tem como finalidade apenas distinguir
os filhos de qualquer coisa e a sociedade Aristocrática.
O novo modelo de educação no país buscava atender todas as classes
sociais, desde proprietário de terras, a burguesia, os trabalhadores, comerciantes
13
etc. Mas cada um dentro das suas especificidades. Na Bahia com a expansão do
cientificismo a tendência foi os proprietários de terras com os ricos comerciantes se
aliarem, para dar início a uniformalização de projetos políticos criados pela classe
burguesa.
O segundo capítulo aborda a representação docente nas classes burguesa e
senhorial, e as dificuldades enfrentadas pelos mesmos no reconhecimento e
valorização de sua profissão perante a sociedade.
O Brasil transformou-se desde a época colonial portuguesa em uma
sociedade dominada por senhores, que visavam apenas poder e dinheiro de forma
que a educação pouco importava. Com o passar dos anos foi surgindo à
necessidade de pessoas com mais habilidades e um maior conhecimento para
administrar seus bens, possibilitando à manutenção de sua hegemonia e capacidade
de dominação.
O professor no período senhorial tinha como principal papel garantir aos
fidalgos status sociais e títulos, reproduzindo o poder vigente da sociedade, de
maneira que os peões, representados pelos trabalhadores escravos, não tinham
acesso a este tipo de formação, legitimando que o conhecimento intelectual era algo
exclusivo de quem mantinha o poder, e assim cabe o trabalho intelectual para os
dominantes a burguesia e o trabalho braçal para os dominados a classe
trabalhadora.
O terceiro capítulo traz a LDB - Lei de Diretrizes e Base - que regulamenta a
educação, trazendo avanços e melhorias no sistema de ensino, principalmente para
a população mais carente que até então não era representadas nessa sociedade. O
Brasil começa a definir e estruturar a educação em 1930 com o movimento
denominado “Escola Nova", trazendo em seu bojo, propostas inovadoras para a
época como a laicidade do ensino, a co-educação dos sexos, a escola pública para
todos e a revolução pedagógica de centrar o ensino no aluno, e não mais nos
programas e/ ou professor, como na ”Escola Tradicional" - o que vem ratificado na
nova e na 4a LDB 9394/96.
O quarto capítulo aborda as novas tecnologias na sociedade contemporânea,
e as mudanças nos hábitos da população.
Neste momento dar-se inicio a uma estrutura social diferenciada fomentada
pelas tecnologias, de maneira que as pessoas vêm tornando-se menos
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individualistas, mais colaborativa, em que todos trabalham e se envolvem numa
perspectiva mais coletiva.
Estes parâmetros cumprem o duplo papel de difundir os princípios da reforma
curricular e orientar o professor, na busca de novas abordagens e metodologias. Ao
distribuí-los, temos a certeza de contar com a capacidade de nossos mestres e com
o seu empenho no aperfeiçoamento da prática educativa. Por isso, entendemos sua
construção como um processo contínuo: não só desejamos que influenciassem
positivamente a prática do professor, como esperamos poder, com base nessa
prática e no processo de aprendizagem dos alunos, revê-los e aperfeiçoá-los.
A formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de
conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as
diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação.
Tomamos como exemplo as grandes fábricas e indústrias, que estão cada
vez mais se equipando com tecnologia de última geração, para acelerar sua
produção e aumentarem seus lucros. Em contra partida, a classe operária antes
apenas representada por trabalhadores mal informados, sem muito conhecimento e
preparo e hoje o que vemos é o contrário, uma articulação muito maior entre as
pessoas, os trabalhos se desenvolvem mais coletivamente e produtivo envolvendo a
participação de todos.
No capítulo cinco trago as dificuldades relevantes quanto ao uso das novas
tecnologias pelo docente. Através dos estudos realizados, foi possível identificar as
grandes dificuldades enfrentadas pelos professores em sala de aula na rede pública.
Trabalhar com as tecnologias não é tarefa fácil, principalmente de uma forma que
venha aproximar e contribuir para construção do conhecimento pelo aprendiz, num
ambiente que o professores deve atuar como articuladores e organizadores para
condições favoráveis a sua aprendizagem.
Entretanto percebemos que as novas tecnologias acarretam consigo uma
gama de possibilidades que precisamos valorizar seus aspectos construtivos e nos
prevenir dos possíveis danos advindo da sua má utilização, pois como afirma
Kenski:
A evolução tecnológica não se restringe apenas a novos usos de determinados equipamentos e produtos. Ela altera comportamentos. A ampliação e banalização do uso de determinada tecnologia impõem-se á cultura existente e transformam não apenas o comportamento individual, mas o de todo grupo social (KENSKI, 2003, p.21).
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O educador que está vivenciando esse processo tecnológico, dentro e fora do
contexto escolar, percebe que o trabalho envolvendo as tics não deve se configurar
numa perspectiva instrumental, minimizando o potencial que as tecnologias podem
ter, quando usadas como suporte didático-pedagógico para o desenvolvimento dos
conteúdos curriculares pelo educador.
Para concluir são apresentadas as considerações finais extraídas da reflexão
entre a discussão teórica trazida pelos autores, bem como o estudo da experiência
desenvolvida em algumas escolas da rede pública estadual, através do Projeto
Conteúdos Digitais nas escolas, foi possível identificar algumas dificuldades
enfrentadas pelos docentes para utilização das novas tecnologias em sua prática.
Percebemos que mesmo com o passar dos anos, a educação brasileira ainda é
fortemente influenciada pelo passado histórico de manipulação e massificação da
população.
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1 O ENSINO PÚBLICO NO BRASIL
Este capítulo tem como objetivo contribuir para um melhor entendimento
sobre o processo histórico da educação no Brasil. Vivenciado ao longo dos anos,
principalmente na Bahia e na Região Nordeste, onde ocorreu de forma mais lenta o
processo de escolarização formal diferentemente das outras regiões, e
consequentemente, até hoje continuamos a liderar os altos índices de analfabetismo
no País.
1.1 Um breve panorama
A sociedade senhorial herdada no Brasil, existente há séculos consiste em
uma organização social cujo poder estava baseado no prestígio e na capacidade
dos poderosos em privilegiar e favorecer os aliados e dependentes. Deste modo
nesta sociedade as pessoas são colocadas na condição de donos dos outros, sendo
a cor da pele um dos fatores principais para que o senhor seja a autoridade máxima.
Entretanto, esta sociedade sempre esteve dividida entre os filhos dos fidalgos e os
filhos dos subordinados.
Três eram as principais fontes deste poder: a primeira delas era a propriedade
da terra, que era a principal condição de quem tinha esse poder, o que determinava
quem poderia administrar os recursos naturais e o fundamental da economia e da
sociedade; outra fonte era a das ligações e alianças entre poderosos, em especial
com aqueles que dominavam o poder instituído e o governo local. Contudo, daí
vinha à capacidade de atender a muitos dependentes e aliados com favorecimentos
e vantagens; e finalmente as ligações com o exterior, com a metrópole mercantil no
início, ou a capitalista posteriormente, que determinavam as linhas gerais da
dinâmica de desenvolvimento econômico e social da sociedade em sua época, e de
ligação e favorecimento que poderiam depender a influencia de um poderoso local e
sua capacidade de atender as classes dependentes e correligionárias.
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Os proprietários de recursos sociais vinham com o poder sobre toda a
produção da existência humana, que gerenciava consequentemente toda produção
da existência das pessoas, em toda a dimensão da sua práxis social, não somente a
econômica, mas com relação à cultura, ao conhecimento, á fé e religiosidade, e
outros elementos constituintes da práxis total de cada existência do sujeito social,
seja ele considerado individual ou coletivo.
Como bem ressalta Matta,
O avanço da hegemonia burguesa não se dá de forma linear, e nem sem resistência. As tradições e estruturas próprias da sociedade senhorial, dominantes até então, continuam coexistindo e dividindo o espaço das práxis cotidianas dos sujeitos históricos, o que nos habilita a observar as contradições entre as duas formas de vida e organização social (MATTA, 2005, p.114).
Para essa sociedade formal, a educação serve apenas para legitimar o poder
vigente desta população em que o fidalgo é sempre fidalgo um ser superior, sendo a
educação formal apenas um privilégio da sociedade senhorial. Mestres de ofícios
que sabem fazer algo e passar para os outros, de forma que, tem como finalidade
apenas distinguir os filhos dos empregados e subordinados e a sociedade
Aristocrática.
Com a chegada da família real ao Brasil (1808) , a situção da educação
brasileira permanecia estática, voltada essencialmente para atender a classe
senhorial, sendo oferecidos cursos superiores de formação profissional para servir a
Marinha e o exército. A partir desse momento dar-se início as ideias iluministas,
devido ao aparato institucional criado pela corte portuguesa sediada no Brasil. Com
a classe burguesa observamos que desde sempre se reproduz as relações de
exploração capitalista. Analisando a escola enquanto Aparelho Ideológico do Estado
dominante, Saviani destaca:
A escola constitui o instrumento mais acabado de reprodução das relações de produção de tipo capitalista. Para isso ela toma a si todas as crianças de todas as classes sociais e lhes inculca durante anos a fio de audiência obrigatória “saberes práticos” envolvidos na ideologia dominante (SAVIANI, 2008, p.27).
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O processo histórico da educação no Brasil acontece em meio a muitas
dificuldades. Mas com as reais necessidades de mudanças na estrutura da
sociedade contribuíram para intensificar o processo, pois até então o poder da
classe senhorial era o único e predominante em todo o país.
Desde o final do século XVIII, começa a enfraquecer a sociedade senhorial,
que com as mudanças, vem surgindo uma nova ordem burguesa da sociedade
moderna, que começa a se firmar. A sociedade burguesa consiste em condições
que os poderosos são proprietários dos meios de produção da existência, em que há
uma sociedade que depende de propostas e projetos de produção social, propostas
estas pertencentes a alguém, por este motivo é o meio de produção. Essa
sociedade se baseia na articulação das massas em função dos interesses que estão
sendo produzidos.
Na sociedade burguesa a educação tem três funções: a primeira delas traz a
educação como um forte elemento massificador e uniformizador para assim garantir
a ampliação dos padrões de consumo desejado; a segunda, além disso, vai facilitar
o controle social, já que os comportamentos desejados também são massificados e
a partir daí tornam-se previsíveis; a terceira e última deve aprimorar as habilidades
profissionais dos trabalhadores, ampliando eficiência e produtividade, o que servirá
para alimentar as máquinas e processos de produção burguesa.
No período pombalino, foi surgindo às idéias Iluministas, que propôs a
reforma do ensino desatrelando a educação da religião e desautorizando religiosos
na condução da educação. A escola passava a ser leiga na sua administração, mas
continuava obrigatório o ensino religioso, ainda neste período, emerge o
pensamento científico, voltado apenas para o aprendizado de novas técnicas no
aperfeiçoamento da agricultura com aplicação prática imediata. Segundo Azevedo
(1976), consubstancia uma nova tendência pedagógica:
As novas tendências pedagógicas exprimem-se não só no ambiente liberal que nele se criou, com métodos mais suaves e mais humanos, no respeito maior à personalidade do menino, nas transformações profundas das relações dos adultos com as crianças, dos mestres com os discípulos, mas ainda pela importância dada, no plano de estudos ao ensino das matemáticas e das ciências físicas e naturais. (AZEVEDO, 1976, p.66)
Foi inserido o ensino da matemática e ciências da natureza sendo instituído
um imposto destinado a financiar as reformas projetadas, remunerando os
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professores e dando origem ao funcionalismo público. “Essa nova tendência vai
determinar uma inflexão brusca e transitória para o espírito moderno entre a
pedagogia jesuítica e a orientação nova dos modeladores dos estatutos pombalinos”
(AZEVEDO, 1772 p.56).
As novas formas de educação, então, trataram de tentar equipar
ideologicamente e culturalmente ao menos uma parte das classes senhoriais, para
uma nova forma de exercício social, burguesa e baseada no mercado.
A mudança na estrutura econômica influenciou as transformações dos hábitos
políticos e das linhas gerais do poder regional. Com o crescimento da urbanização e
o aumento significativo do comércio no período Pombalino, fez com que a ascensão
política da classe burguesa crescesse cada vez mais, e já a classe senhorial
permaneceria estática sem mudanças significativas. Mesmo com o advento do
pensamento liberal, a cidadania e os direitos dos cidadãos permanecem nas mãos
de quem tinha o pode até hoje, ou seja, os senhores e a burguesia.
Com o crescimento das populações urbanas e da massa operária fizeram
com que progressivamente se tornasse cada vez mais importante a participação
política das camadas urbanas e das grandes cidades baianas, consequentemente a
influência de algumas novas características do seu jogo de poder. Em primeiro lugar,
o crescimento da importância das representações de categorias e de classes, assim
como de busca pelas realizações e alianças entre grupos de interesses comuns,
começando a destacar a importância das propostas do governo em detrimento do
prestígio pessoal.
Esses interesses por sua vez reúnem a população urbana em geral, mais
especificamente a emergente classe burguesa do estado, interessada em dinamizar
o mercado e seus lucros. Com o crescimento comercial a classe burguesa vai
ampliando, tomando espaços cada vez maiores na sociedade, entretanto com essa
demanda comercial, é visível notar que a sociedade ainda se mantém estruturada no
período senhorial, sendo visível a resistência para unificação dessas duas classes, a
senhorial que sempre esteve no poder soberano e a burguesa que toma espaços
cada vez maiores e mais importantes em toda sociedade.
É importante considerar que os hábitos das pessoas mudaram lentamente e
uma nova sociedade em que a estrutura de produção capitalista começava a se
implantar, permanecia ainda com hábitos característicos e próprios de mentalidades
coletivas de outras estruturas sociais.
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A nova estrutura da sociedade no país contribuía cada vez mais para a
expansão da classe burguesa na Bahia, pois já se estabelecia um comércio em
Salvador que passava a aumentar como mercado de consumo, principalmente
depois do aparecimento do petróleo. Neste momento a população passa a ter
características que a identificam como uma organização profissional no meio
urbano. As mudanças na estrutura da sociedade só avançaram quando as duas
classes a senhorial e a burguesa começaram a dialogar entre si, unindo forças
permitindo que a burguesia realizasse as mudanças cabíveis principalmente no
âmbito educacional, entretanto a classe senhorial não deixava de exibir seu poder.
O novo modelo de educação no país buscava atender todas as classes
sociais, desde proprietário de terras, a burguesia, os trabalhadores, comerciantes
etc. Mas cada um dentro das suas especificidades. Na Bahia com a expansão do
cientificismo a tendência foi os proprietários de terras com os ricos comerciantes se
aliarem, para dar início a uniformalização de projetos políticos criados pela classe
burguesa.
A educação nesse momento passa a formar Bacharéis com diplomas de
Doutor, e dessa forma estes títulos se mantêm nas mãos da burguesia e dos
senhores, tendo como modelo de educação a Européia. Em 1808, na Bahia foi
criado o curso superior de medicina, três décadas depois o curso normal superior,
no decorrer várias outras escolas, entre elas o Ginásio Baiano. A partir deste
período, dar-se início a uma formação regular e acadêmica nos moldes da
pedagogia de massa e cientificismo burguês, voltada para formar doutores.
Para a classe trabalhadora restava apenas uma educação que os preparasse
para responder as necessidades do mercado, uma mão – de - obra emergente da
urbanização. Esta qualificação profissional passava longe dos ideais da população,
pois se tratava de uma formação superficial e alienadora reproduzida pela
burguesia, para que assim o mercado consumidor continuasse a crescer, e
consequentemente houvesse pessoas preparadas para manusear máquinas e
equipamentos. Possibilitando cada dia mais o crescimento do comércio, e o
enriquecimento das classes burguesa e senhorial.
A necessidade de melhorias na educação em virtude dos novos hábitos da
sociedade urbana, já não permitia mais uma organização tradicional de produção e
trabalho. Com o impulso da municipalização do ensino público no século XX,
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permitiu que cada região do país adequasse o ensino de acordo com suas
necessidades.
Diante da municipalização da educação e a autonomia dos estados, fez de
São Paulo em relação aos outros estados se destacar na formação de seus
operários e trabalhadores, crescendo gradativamente sua produtividade e
conseqüentemente aumentando expressivamente a procura de cursos superiores
pela classe burguesa. Já na Bahia e no Nordeste o crescimento da educação e
mercado de trabalho se deu de forma mais lenta, pois ainda sofria muitas influências
da classe senhorial.
Com a influência do positivismo no país, criou-se a organização urbana e de
mercado, propiciando o estabelecimento do capitalismo periférico e surgimento da
educação primária e secundária, bem como a profissional que além de pragmática
se baseava no rigor moral e social científica, necessária ao mesmo modelo. Embora
tímido os índices de alfabetização em Salvador no século XIX, contribuíram para o
surgimento de bibliotecas, livrarias, tipógrafos, jornais entre outros periódicos que
evidenciam o novo modelo social ainda no século passado.
A partir dos interesses políticos em modernizar o Brasil, foi se firmando no
país uma nova economia burguesa industrial, que possibilitou em 1930 o surgimento
do Ministério da Educação, em que foi reorganizada a educação, dando um formato
mais formal e discursivo, abordando: metodologia, gestão e currículo, o que acabou
contribuindo para normalizar os níveis do sistema educacional brasileiro, inclusive as
escolas técnicas profissionais. Nesse momento chega definitivamente à educação
massificada e profissional em todo o país pelo menos em projeto, mesmo diante
desta nova realidade, a classe senhorial permanecia resistente e firme a essas
mudanças dentro do seu reduto de poder.
Segundo Arroyo,
A burguesia agrária, industrial ou financeira, tradicional ou moderna, sempre teve um projeto educativo específico para as classes subalternas, para através delas fazer cidadãos e trabalhadores submissos a seus interesses. Esse projeto, bem mais amplo que o de educação escolar, nunca foi igual, nem poderia ser, ao projeto educativo de formação da própria burguesia, seus co-gestores e teóricos. Não foi o mesmo projeto rico para uns e pobre para outros. Se pretendermos construir a escola possível para as classes subalternas temos que partir da destruição do projeto educativo da burguesia e de seus pedagogos, feito para a constituição de cidadãos-trabalhadores formados à imagem de interesses de classe, e
22
para mantê-los nessa condição de classe (Miguel G. Arroyo,1991,p.17 , p. 18)
Após essas mudanças as escolas se multiplicaram em todo Brasil, com o
novo modelo de educação trazido pela sociedade burguesa, que tinha como
principal objetivo lucrativos, massificar e uniformizar a população mais carente,
induzindo e as transformando em consumidores potenciais nesse novo modelo
econômico, em que a alienação e controle social da população eram cada vez
maiores. Os trabalhadores eram qualificados com o maior objetivo de aumentar a
produtividade e conseqüentemente trazer mais riqueza e poder a classe burguesa.
A sociedade senhorial buscava apenas o poder e por este motivo
desvalorizava a educação, reforçando a idéia de que a formação não leva a lugar
algum, negligenciando a formação docente com salários baixos, que desvalorizava a
categoria, e assim, continuava a manter uma educação sem prática e
profissionalização.
Diante dessa realidade, os cargos com maior relevância social e status
permanecia nas mãos dos senhores, prejudicando o desenvolvimento do mercado e
da sociedade, manipulando e escravizando a população mais carente sem lhe dar
nenhum tipo de formação, sendo estes o principal motivo da classe senhorial resistir
a tais transformações, sejam elas no âmbito educacional ou profissional. O controle
das pessoas e o acúmulo de capital é o fator que realmente interessa a esta
sociedade.
A educação tradicional, enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, iniciou seu declínio no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa (Moacir Gadotti, 2000, p.96).
Reforçando assim as idéias, valores e concepções de mundo, de quem estar
no poder são incorporados pelos demais e transformadas em padrões de orientação.
A própria Constituição Brasileira e as leis orgânicas do ensino refletem esses
interesses, pois foi fruto de momentos sociopolíticos e históricos. Para Pilleti (2002),
“a educação é, em suma, um processo universal. E, na definição do processo
educacional, não podemos fugir das influências que sofremos em nossa própria
formação”.
A educação hoje consiste na construção coletiva do conhecimento, que por
sua vez envolve os processos de ensinar e aprender e estes tem o poder de
23
tranformar o indivíduo. A educação como pricncípal responsavél por manter através
das experiências históricas de vida do indivíduo , que perpassa por gerações,
reproduzindo assim formas de agir e pensar das pessoas e estes são tratados de
maneira que suas atitudes, podem ser mantidos ou alterados desde quando possa
favorecer a ideologia vigente na sociedade.
Segundo José Libâneo,
Na verdade, não é suficiente a democratização do processo de tomada de decisões, é preciso democratizar o conhecimento, isto é, buscar uma edequação pedagógico-didático á clientela majoritária que frequenta a escola pública. Dessa forma, a contribuição essencial da educação escolar para a democratização da sociedade consiste no cumprimento de sua função primordial o ensino. Valorizar a escola pública não é apenas, reivindicá-la para todos, mas realizar nela um trabalho docente diferenciado em termos pedagógico-didáticos (LIBÂNEO, 1986, p.12).
A escola contemporânea como um espaço institucional e cultural, em que o
desempenho do professor não mais pode ser pensado como uma simples questão
da formação teórica de alguém que ensina como também o desempenho do aluno
não pode ser pensada de forma simplificada, mas sim uma troca mútua de
conhecimentos em que ambos devem contribuir para o aprendizado, pois o
professor não é o único detentor do saber.
Democratizar o ensino é ajudar os alunos a se expressarem bem, a se comunicarem de diversas formas, a desenvolverem o saber escolar; é ajudá-los na formação de sua personalidade social, na sua organização enquanto coletividade. Trata-se, enfim, de proporcionar-lhes o saber e o saber-fazer críticos como pré-condição para sua participação em outras instâncias da vida social, inclusive para melhoria de suas condições de vida (LIBÂNEO, 1986, p. 12, 1986).
Através desta educação, o educador vai propiciar ao educando uma exímia
educação, formando cidadãos mais autônomos, críticos e conscientes do seu papel
na sociedade, de maneira que esta educação venha contribuir verdadeiramente para
sua emancipação enquanto cidadão.
24
1.2 Problemas enfrentados pela educação no período senhorial
No período senhorial, educação no Brasil era excludente e visava os
interesses políticos da burguesa. Dessa forma, o papel transformador da educação
não era atingido, já que só fazia parte dela uma pequena minoria.
Aqui iremos levantar alguns problemas relevantes que contribuíram para a
não eficácia na educação da época. Como essas questões impossibilitaram na
emancipação de uma sociedade mais justa, e até hoje vemos refletidos na
educação.
Problema Parágrafo
“Os proprietários de recursos sociais
vinham com o poder sobre toda a
produção da existência humana, que
gerenciava consequentemente toda
produção da existência das pessoas,
em toda a dimensão da sua práxis
social, não somente á econômica,
mas com relação à cultura, ao
conhecimento, á fé e religiosidade, e
outros elementos constituintes da
práxis total de cada existência do
sujeito social, seja ele considerado
individual ou coletivo.”
Página 16, 3º parágrafo.
“Uma organização social cujo poder
estava baseado no prestígio e na
capacidade dos poderosos em
privilegiar e favorecer os aliados e
dependentes.”
Página 16, 3º parágrafo.
25
Problema Parágrafo
“A educação serve apenas para
legitimar o poder vigente desta
população em que o fidalgo é sempre
fidalgo um ser superior, sendo a
educação formal apenas um privilégio
da sociedade senhorial.”
Página 17, 1º parágrafo.
Problema Parágrafo
“Na sociedade burguesa a educação
tem três funções: a primeira delas traz
a educação como um forte elemento
massificador e uniformizador para
assim garantir a ampliação dos
padrões de consumo desejado; a
segunda, além disso, vai facilitar o
controle social, já que os
comportamentos desejados também
são massificados e a partir daí
tornam-se previsíveis; a terceira e
ultima deve aprimorar as habilidades
profissionais dos trabalhadores,
ampliando eficiência e produtividade,
o que servirá para alimentar as
máquinas e processos de produção
burguesa.”
Página 18, 2º parágrafo.
26
Comentários:
Mediante esses pontos destacados do capitulo I, de como se deu o
processo histórico da educação no Brasil, que seu princípio foi pensado
apenas para ampliar, destacar e dar status a sociedade vigente os ricos
poderos da época, mas em momento algum esta educação foi pensada para a
classe popular tão massificada e excluída.
Diante do explanado não é surpresa perceber como a educação até os
dias atuais sofre esses processo de manipulação e controle, justificando uma
prática para dificultar a ascensão da população e um olhar mais crítico
mediante o que lhe é posto.
27
2 A EDUCAÇÃO E A REPRESENTAÇÃO DOCENTE NA SOCIEDADE
SENHORIAL E BURGUESA
Este capítulo vai nos possibilitar entender melhor as dificuldades enfrentadas
no âmbito educacional tanto pelos educandos como pelos educadores da Rede
Pública Estadual, mediante esse processo histórico vivenciado ao longo dos anos,
de muita repressão e desvalorização dos docentes, mostrando que mesmo com o
passar dos anos a educação hoje não é muito diferente.
2.1 A educação na sociedade senhorial e burguesa
Podemos deduzir de uma educação cuja história social foi descrita acima;
primeiro uma escola senhorial, voltada para confirmar e difundir privilégios e ilustrar
“homens-bons”, que mais tarde foi sendo substituída pela escola burguesa que
objetivava (ver os três objetivos); a forma como os professores estarão efetivando
suas práticas pedagógicas e sociais, e como as tecnologias estarão envolvidas
nisso.
O Brasil transformou-se desde a época colonial portuguesa em uma
sociedade dominada por senhores, que visavam apenas poder e dinheiro de forma
que a educação pouco importava. Com o passar dos anos foi surgindo à
necessidade de pessoas com mais habilidades e um maior conhecimento para
administrar seus bens, possibilitando a manutenção de sua hegemonia e capacidade
de dominação.
Essa sociedade dependia da necessidade das pessoas, e por este motivo
mantinha uma educação diferenciada para as classes dominantes que era baseada
na educação escolar acadêmica, e formal, pois estes recebiam aulas e assim os
tornava “especiais” e distintos. A educação informal e não escolar, era destinada
para o resto da população, atendendo mais especificamente pelos peões.
Durante muito tempo o Brasil propagou uma educação para a classe
burguesa, apoiados na doutrina da igreja católica que disseminava e contribuía para
esta desigualdade social. Estudar fora do país, falar outro idioma, dominar algum
28
instrumento musical, ter títulos de doutor, fazia dessas pessoas ditas “especiais”,
superiores a todo o resto da sociedade, que não pertencia a este meio social.
O sistema de educação no Brasil, que visava atender a classe senhorial
durante três séculos após a chegada dos portugueses ao país, mantinha uma
educação bastante precária, em relação à instrução primária, o conteúdo de ensino
era estabelecido com normas burocráticas em que as escolas eram obrigadas a
seguir sem nenhum tipo de questionamento.
Essa burocracia era estabelecida pela adoção rígida de um método
educacional, definição de conteúdos de ensino e autorização ou proibição de livros,
pois dessa forma a camada popular representada pelos filhos dos peões que
passavam a entrar no espaço escolar, por permissão da burguesia que continuava a
administrar e coordenar o ambiente escolar de acordo com seus interesses de
subordinação e alienação dessa sociedade.
As Teorias Praticadas trazia como suporte uma concepção científica da
educação no sentido de que os princípios e leis do processo educativo devem
subordinar-se às exigências da verificação experimental dos fatos. Nesse período a
educação formal passa essencialmente a ilustrar a classe senhorial e a burguesa,
servindo para reafirmação dos rituais e poder, legitimando a ordem social vigente.
De tal forma que o filho do chefe da oligarquia o fidalgo, com formação
acadêmica e o titulo de Doutor, por muitas vezes não importava se ele tinha
competência profissional ou não para exercer determinado cargo, o que realmente
levava em conta, era ratificar ao peão camponês que existe uma diferença entre
empregado e empregador, sendo esta uma diferença intelectual.
A oligarquia utiliza os títulos que obtém através do ensino superior, como
forma de se destacar na sociedade, ilustrar, mostrar o prestígio de quem tem um
título de doutor, com o objetivo de reafirmar os seus subalternos sua condição por
não possuírem uma titulação, como os Senhores, alimentando assim a idéia de que
o patrão é culto e não pode trabalhar no serviço braçal, pois esta atividade é vista
como uma função para os não-letrados, ou seja, aqueles que não possuem títulos.
Neste momento o ensino superior passa a ser um mero titulo que reafirma sua
posição social.
A educação para os fidalgos era bem diferente da camponesa, esta que era
voltada para o trabalho braçal, a cultura passada de pai para filho, tornando-se um
mestre de ofício. Temos como exemplo: um sapateiro, pedreiro, agricultor, entre
29
outros que seu aluno vai o observar, e aprendendo até estar apto para desenvolver
o mesmo serviço sozinho.
Assim a educação nestas sociedades se dá hierarquicamente, e apesar da
hegemonia senhorial, uma educação burguesa foi aos poucos surgindo na medida
do crescimento desta ordem social e sua classe dominante. Com características
rígidas, impedindo assim a ascensão dos mais pobres, e ratificando ao longo dos
anos o poder eminente na sociedade.
Inicialmente a educação burguesa visava atender o comércio, nesse
momento a escola passa a conquistar espaços cada vez mais amplos na sociedade,
tento como principal papel divulgar e massificar a população mais carente,
determinando novos e úteis padrões de consumo e controle social, além de preparar
aqueles que assim desejavam profissionalmente para o mercado de trabalho.
Nessa prática de Currículo Tradicional e Tecnicista a escola nada pode, e não
consegue avançar com uma aprendizagem significativa, trazendo um conteúdo
respaldado na história oficial, numa realidade burguesa, onde a família se organiza
em torno de um núcleo arrumado e bem definido pela igreja e pelo trabalho. E, sob o
forte discurso que a escola prepara o sujeito para o mercado de trabalho, ou ainda
para o vestibular.
Segundo Arroyo (1991), ”uma escola possível seria uma escola que levasse
em conta as peculiaridades e carências da nova clientela e a ela se adaptasse nas
metodologias, nos conteúdos e na organização do processo pedagógico”. Com isso,
o currículo vem desde o começo do século XX importando os modelos de
administração dos processos produtivos (taylorização), para a escola. Sendo um
mero “instrumento” que engessa os modos de aprendizagens negando as
verdadeiras necessidades do sujeito.
Para a classe burguesa que vê a educação como sua principal arma de
ascensão social, pois o poder é adquirido através dos lucros e a mesma a favor do
livre comércio, mostrando para toda sociedade que não importa a classe social que
pertence, qualquer pessoa pode assumir cargos importantes nesta sociedade
capitalista, desde que esteja devidamente preparado tecnicamente para exercer a
função.
Nesse processo ficam de fora do direito de aprender, logo de imediato, as
pessoas com necessidades especiais de aprendizagens (os cegos, os surdos, os
cadeirantes, os léxicos, os hiperativos, os jovens, adultos, idosos e pessoas com os
30
mais diversos tipos de distúrbios), pois essas pessoas são excluídas desta
aprendizagem, por não apresentarem um perfil adequado para esta sociedade.
2.2 A representação docente e a educação no período senhorial
Numa época em que a docência era totalmente desvalorizada, os direitos
civis eram negados e negligenciados por quem tinha o poder, com baixos salários, e
pouca qualificação, era passada uma imagem do professor pouco respeitado na
sociedade. Nesse processo consequentemente a educação sofria com o abandono
e descaso, pois a mesma era tratada como qualquer coisa sem perspectivas e
melhorias para o indivíduo.
O professor no período senhorial tinha como principal papel garantir aos
fidalgos status sociais e títulos, reproduzindo o poder vigente da sociedade, de
maneira que os peões, representados pelos trabalhadores escravos, não tinham
acesso a este tipo de formação, legitimando que o conhecimento intelectual era algo
exclusivo de quem mantinha o poder, e assim cabe o trabalho intelectual para os
dominantes a burguesia e o trabalho braçal para os dominados a classe
trabalhadora.
Com o passar dos anos houve modificações nas perspectivas em relação à
educação, um dos seus principais militantes Paulo Freire surge com um movimento
libertador possibilitando inovações que vai dar a educação brasileira uma nova
realidade a prática docente. Paulo Freire mostra, com excelência, as circunstâncias
em que o currículo se desenvolve nas atividades ocultando de fato a sua verdadeira
intenção: tornar estéreo quaisquer possibilidade de uma pessoa ser crítica, criativa,
autônoma e, sobretudo, conhecedora de sua realidade.
Nesta, perspectiva a aprendizagem começa acontecer em uma dinâmica
contrária a costumeiramente vista nas escolas. Passamos de copiar, a criar; de
seguir exemplos a descobrir conceitos; de marcar “x” a produzir opinião e outras
mais variadas atividades construindo o próprio conhecimento. Assim, podemos
perceber o quanto é de fundamental importância ter consciência do nosso papel
frente uma proposta de trabalho em que o papel é: “ser professor”.
31
Para Shor e Freire (1987), “o professor libertador não é só um crescimento
profissional. É uma transformação ao mesmo tempo social e de si mesmo, um
momento no qual aprender e mudar a sociedade caminham juntos”. Mostrando a
importância do papel docente que passa a formar opiniões, com cidadãos mais
críticos e reflexivos, pois até então não era de interesse do poder vigente na
sociedade.
O currículo por mais de um século era instrumento de massificação,
submissão e controle da sociedade trabalhadora, dessa forma, faz-se necessário
rever as práticas curriculares educativas, que não reproduza diariamente, através
das atividades escolares, que a condição social do sujeito determine e opere na sua
capacidade de ação, na vida em sociedade e o esterilize quanto ao poder que cada
um tem em transformar-se quanto sujeito.
Os professores que temem a transformação também podem ser atraídos para a pedagogia libertadora. O currículo regular às vezes os desaponta, entediando-se e aos seus estudantes. Podem sentir-se limitados pelo programa rotineiro ou pelos limites conhecidos de suas disciplinas. Querem respirar profundamente como educadores, em vez de quase perder o fôlego dentro do armário fechado do conhecimento oficial. (FREIRE e SHOR, 1987, p. 67).
Estes estudos propõem um currículo com perspectivas na humanização e
transformação social de acordo Paulo Freire, que busca o entendimento dos
processos educativos com uma ação cultural e consequentemente, instrumento de
transformação da realidade social, para que assim os professores possam cumprir o
seu papel como agente transformador.
Essa prática só é possível à medida que a escola considera as
particularidades de cada sujeito, ou seja, as necessidades diversas de
aprendizagens. Com esse enfoque o currículo deve ser pensado para atender um
objetivo de ensino diferente do anteposto, mas com cuidado para não garantir ainda
mais a pirâmide social que está.
Neste caso o currículo necessita compreender que existe um contexto
histórico social onde aquela realidade se confirma, o sujeito existe e se manifesta
em pensamento, atitudes, comportamentos diversos e, para isso existem diferentes
meios (possibilidades) de se perceber ou conhecer o mundo.
32
Uma proposta de atividades que compete ao o currículo com vistas a um
determinado fim, o sujeito, sua realidade, seu contexto, e conhecimento, de forma
que envolve todo material humano, contribuindo tanto com a formação docente
quanto discente. A composição do currículo vem com objetivos de ambos como:
claro conhecimento dos conteúdos e das disciplinas, sendo pré – requisitos
necessários para transformar o profissional que visa formar, com ações que
enriqueçam sua prática, ou seja, uma ação emancipadora para o educando.
Segundo Libâneo,
A democratização da escola pública, portanto, deve ser entendida aqui como ampliação das oportunidades educacionais, difusão dos conhecimentos e sua reelaboração crítica, aprimoramento da prática educativa escolar visando á eleição cultural e científica das camadas populares, contribuindo, ao mesmo tempo, para responder as suas necessidades e aspirações imediatas (melhoria de vida) e á sua inserção num projeto coletivo de mudanças da sociedade. Para tanto, é imperioso buscar uma pedagogia e uma didática que, partindo da compreensão da educação na prática social histórica e concreta, ajudem os professores no trabalho docente com as camadas populares (LIBÂNEO, 1986, p. 12).
A formação de sujeitos críticos e reflexivos não acontecerá através da
passividade e da reprodução. O uso efetivo, a oportunidade de experiências
construídas, sua aprendizagem, vai proporcionar a investigação e a pesquisa, o
pensamento critico, através desses meios, e assim poderá favorecer a autonomia
para construção e desenvolvimento de diferentes propostas nesta perspectiva, para
trabalhar juntamente com seus alunos. Uma formação que priorize atitudes como:
Autonomia, aprendizagem, conhecimento, reflexão, pesquisa, questionamentos e
criticidade para o professor.
Para Paulo Freire, educação é um processo contínuo que orienta e conduz o
indivíduo a novas descobertas a fim de tomar suas próprias decisões, dentro de
suas capacidades. Entretanto o processo educativo não vem pronto ele é construído
processualmente a cada passo em que estimulamos os nossos educandos, estes
por sua vez traz seus conhecimentos prévios que devemos levar em consideração
para acrescentar nessa “mágica” que é educar, inserindo no Projeto Político
Pedagógico da escola a história da comunidade para que estas se incluam na
educação, trazendo assim motivação necessária ao processo de ensino e
aprendizagem desse aluno.
33
Nesse momento a formação docente assume o foco das políticas
educacionais com maior ênfase a partir das transformações que emergiram em
meados da década de 90. À formação de professores estão postas no centro das
políticas formuladas e em processo de formulação. Dentre elas, facilmente
encontramos os direcionamentos para formação de professores como condição para
que essas reformas se concretizem. Independente de ser o processo formativo de
professores, inicial ou continuado, a fragmentação, a divisão e, sobretudo a
dissociação com as práticas pedagógicas, com contextos onde estas se
desenvolvem, têm sido características facilmente identificadas nesses processos.
A formação docente aqui compreendida como a possibilidade dos
professores desenvolverem o compromisso com a pesquisa, elaboração própria,
através da teorização de suas práticas de forma crítica e criativa, sem negar as
mudanças e transformações, nem submeter-se a elas, vencendo a cultura de
reprodução de modelos ainda presentes no contexto escolar, contribuindo
visivelmente para seu crescimento e principalmente melhorando de forma
significativa a sua prática.
Na sociedade contemporânea caracterizada pela complexidade, incerteza e
velocidade de mudanças em todos os sentidos, inclusive nas ações das pessoas,
vem contribuindo para uma ação pedagógica voltada para a coletividade, equipe,
respeito, solidariedade, liberdade para atuar como cidadão do mundo, refletindo
sobre sua importante atuação diante do outro. Os sistemas de ensino, em função
disso, buscam adaptar-se através da implantação de mudanças variadas, como por
exemplo, as de caráter metodológico que influenciam diretamente o fazer
pedagógico.
Essas mudanças muitas vezes pensadas e idealizadas por consultores e
especialistas que estão longe do contexto escolar, cumprindo apenas seu papel de
criar e elaborar leis e normas que as escolas devem seguir, sem ter conhecimento
da realidade vivenciada nas escolas, tão pouco afinidade com o cotidiano concreto
das ações dos professores.
Os educadores por sua vez, têm vivido essas modificações demonstrando
incerteza, desequilibrando e às vezes atropelando o processo de adaptação, que em
sua maioria leva ao sentimento de esgotamento e desmotivação docente. O que é
algo muito presente no contexto escolar.
34
No momento em que se discute e se propõe transformações na educação
escolar, e reestruturações na função do professor vão sendo também instituídas a
partir de novas práticas e necessidades sociais, exigidas pela sociedade atual.
2.3 Os problemas enfrentados pelos docentes quanto a sua representação na
época senhorial
Durante a pesquisa, chegamos à conclusão da difícil tarefa do docente na
busca pela representação e pelo apoio necessário da sociedade. O professor é o
grande responsável pela transformação do ser, seja cultural ou intelectualmente, por
isso o abandono e descaso, dificulta qualquer possibilidade perspectivas e melhorias
para o indivíduo civil.
Vejamos alguns exemplos:
Problema Parágrafo
“Para a classe burguesa que vê a
educação como sua principal arma de
ascensão social, pois o poder é
adquirido através dos lucros e a
mesma a favor do livre comércio,
mostrando para toda sociedade que
não importa a classe social que
pertence, qualquer pessoa pode
assumir cargos importantes nesta
sociedade capitalista, desde que
esteja devidamente preparado
tecnicamente para exercer a função.”
Página 29, último parágrafo.
“O professor no período senhorial
tinha como principal papel garantir
aos fidalgos status sociais e títulos,
reproduzindo o poder vigente da
sociedade, de maneira que os peões,
representados pelos trabalhadores
Página 29, 4º parágrafo
35
escravos, não tinham acesso a este
tipo de formação, legitimando que o
conhecimento intelectual era algo
exclusivo de quem mantinha o poder,
e assim cabe o trabalho intelectual
para os dominantes a burguesia e o
trabalho braçal para os dominados a
classe trabalhadora.”
“A formação de sujeitos críticos e
reflexivos não acontecerá através da
passividade e da reprodução. O uso
efetivo, a oportunidade de
experiências construídas, sua
aprendizagem, vai proporcionar a
investigação e a pesquisa, o
pensamento critico, através desses
meios, e assim poderá favorecer a
autonomia para construção e
desenvolvimento de diferentes
propostas nesta perspectiva, para
trabalhar juntamente com seus
alunos. Uma formação que priorize
atitudes como: Autonomia,
aprendizagem, conhecimento,
reflexão, pesquisa, questionamentos,
criticidade entre outros.”
Página 31, último parágrafo.
Comentários:
Neste momento a educação começa a sofrer alguns avanços, o
professor já passa a ser reconhecido na sua profissão com a implantação de
leis regulamentando seus direitos e deveres, mais em contra partida
permanece a servir a burguesia, contribuindo gradativamente para o controle
cada vez mais da burguesia sobre a população carente.
36
3 A LDB: O INÍCIO DE UMA NOVA ERA
Ao começamos a verificar a bibliografia sobre os avanços pedagógicos,
percebemos as melhorias com registros fundamentados, nas últimas três décadas. A
História da Educação no nosso país é muito jovem e ainda estamos aprendendo o
que melhor nos convém.
O Brasil começa a definir e estruturar a Educação em 1930 com o movimento
denominado “Escola Nova", trazendo em seu bojo, propostas inovadoras para a
época como a laicidade do ensino, a co-educação dos sexos, a escola pública para
todos e a revolução pedagógica de centrar o ensino no aluno, e não mais nos
programas e/ ou professor, como na ”Escola Tradicional" - o que vem ratificado na
nova e na 4a LDB 9394/96.
O Professor é desafiado a atuar criticamente na elaboração e execução dos
projetos sociais, na indicação do material pedagógico que é proposto ao aluno, e
decidir sobre a metodologia na busca da construção do conhecimento em sala de
aula, bem como no uso de outras tecnologias. Nas questões dos vestibulares,
relatos de experiências em congressos ou exposições didático-pedagógicas. Isso
tudo é uma fonte de tensão e avaliação constantes para o professor que precisa
está sempre se atualizando dando continuidade aos estudos para poder fazer frente
aos novos conhecimentos e interpretações.
O educador está sendo mais respeitado no mercado profissional, de maneira
que sua qualificação e competência a todo o momento são avaliados. Como a crise
está em toda parte, a escola começa a aparecer como uma luz e oportunidade de
emprego para esse momento de crise. Mas as leis são claras e pedem qualificação
só entra nesse rol para permanecer, quem for concursado no ensino, público e no
particular, por referências e prestação de serviços. Mesmo assim, se o professor não
for competente e não estiver numa dinâmica de crescimento e busca de novas
metodologias de trabalho enriquecendo sua prática, os alunos, as leis do mercado
ou o próprio decide por sua demissão.
Os Parâmetros Curriculares são referenciais que orienta a prática docente (da
Educação Infantil, Fundamental, Ensino Médio e Técnico) que são uma aplicação da
LDB 9394/96, como se deseja o perfil do professor hoje. Ser o centro do processo
de ensino não implica exercer uma autoridade despótica, mas ser o responsável, o
37
profissional que preza pela qualidade do seu trabalho. Cabe aos educadores definir
os objetivos da aprendizagem e ter uma noção clara sobre os rumos da ação
pedagógica para garantir uma aprendizagem significativa, fundamentada na
perspectiva sócio - construtivista. A respeito da definição de objetivos, bem como da
escolha dos recursos tecnológicos adequados que serão utilizados na ação
pedagógica, adverte os PCN’s:
Para garantir aprendizagens significativas, o professor precisa considerar a experiência prévia dos alunos em relação ao recurso tecnológico que será utilizado e ao conteúdo em questão; e organizar as situações de aula em função do nível de competência dos alunos. As aulas devem ser planejadas levando-se em consideração: os objetivos e os conteúdos de aprendizagem; as potencialidades do recurso tecnológico para promover aprendizagens significativas; os encaminhamentos para problematizar os conteúdos utilizando tecnologia; e os procedimentos da máquina que são necessários conhecer para sua manipulação (BRASIL, 1997, p. 151).
Deseja-se um professor mais envolvido e participativo na construção e
ampliação do conhecimento do seu aluno, mais humano, satisfeito, criativo, idealista
e o principal amar o que faz. Contudo somente através da educação acontecerão
mudanças reais na estrutura social do nosso país, que contribuirá para a melhoria
do SER, sendo este o objetivo máximo da Educação que exercite a paciência
cronológica e histórica.
Sendo necessário um compromisso maior com a vida e os valores como a
ética, sensibilidade, estética, cidadania, solidariedade, verdade, respeito mutuo e o
bom senso. Norteie-se por três pilares de princípios, previstos na explanação dos
parâmetros: Princípios Estéticos: que desenvolvem a estética da sensibilidade
estimule a criatividade e o espírito inventivo; Princípios Políticos: que propõem a
política da igualdade, do direito e da democracia, cuja arte se expressa no aprender
a conviver; Princípios Éticos: que visam à ética da identidade: inserção no tempo e
no espaço, onde aprender a ser é o objetivo máximo.
Espera-se um professor que se dirija pelos princípios norteadores da
UNESCO para a Educação do Século XXI: Aprender a conhecer, unindo teoria e
prática. Aprender a fazer aprender a conviver, aprender a ser. Mas para isso
segundo Pimenta (2002, p. 43) é necessário:
38
Uma escola que inclua, ou seja, que eduque todas as crianças e jovens, com qualidade, superando os efeitos perversos das retenções e evasões, mas propiciando-lhes um desenvolvimento cultural que lhes assegure condições para fazerem frente às exigências do mundo contemporâneo, precisa de condições para que, a partir da análise e valorização das práticas existentes que já apontam para formas de inclusão, se criem novas práticas: de aula, de gestão, de trabalho dos professores e dos alunos, formas coletivas, currículos interdisciplinares, rica de material e de experiências, como espaço de formação contínua, e tantas outras. Por sua vez, os professores contribuem com seus saberes, seus valores, suas competências nessa complexa empreitada.
A sua maior preocupação deve ser em formar seres humanos capazes e
seguros, com valores solidamente construídos, não fixados no vestibular, mas
voltados para a sociedade e seus desafios pessoais e sociais trazidos pelas novas
tecnologias.
O professor deve assumir um papel diferenciado, procurando estar sempre
atualizado e consciente de que o melhor mestre é aquele que debate e questiona,
não apenas introduzindo o aluno na matéria, mas também o fazendo questionar,
duvidar, pesquisar.
O aprendizado em equipe e os trabalhos em grupo devem ser o ponto forte de
sua metodologia de ensino. Seu papel educativo é entendido como o de preparar os
alunos para o exercício da cidadania, para o trabalho em geral e para o
desenvolvimento de habilidades e de competências, visando à intervenção ética
positiva na sociedade, com argumentações conscientes, resultantes da aplicação de
conceitos na resolução de problemas contextualizados e relevantes a sua vida e
aprendizado.
O novo profissional do ensino é aquele que desenvolve as competências para
continuar aprendendo, de forma crítica, em níveis mais complexos de estudos.
Essas competências são de nível cognitivo, cultural, psicomotor e sócio-afetivo. Com
o passar dos anos, vemos a tecnologia ganhar cada vez mais espaço no mundo. O
uso dos computadores está cada dia mais presente no nosso dia a dia, seja nos
supermercados, nas lojas, indústrias, agricultura, entre outros. No entanto, não tão
presente nas escolas de forma a contribuir verdadeiramente para o aprendizado dos
alunos.
A educação não pode ficar a margem desse processo tecnológico, já que
sabemos que os indivíduos precisam das novas tecnologias para sua formação.No
39
mundo atual, estamos passando por diversas transformações sociais, culturais e
até então tecnológicas. Sentimos a necessidade de acompanhar essas evoluções,
uma vez que as mesmas são de total importância para o progresso do indivíduo na
sociedade.
As novas tecnologias surgiram para ampliar e integrar o conhecimento de
forma rápida, acessível a todos de forma dinâmica. Pensando nisso foi
desenvolvido estudos direcionados para a necessidade de incluir essas novas
tecnologias com o uso dos computadores nas escolas. A proposta de utilizar os
computadores no processo educativo desde as séries iniciais, viria para ampliar o
acesso dos alunos a novos conhecimentos em que esse aprendizado aconteceria
de forma mais coletiva, envolvendo a participação de todos na escola.
No sistema educacional brasileiro a implantação de computadores nas
escolas é mais comum a partir do Ensino Fundamental, embora algumas instituições
iniciem esse processo desde a Educação Infantil, o que, no entanto, não representa
um número expressivo. Portanto segundo a realidade brasileira, os números
contatos da criança com o computador em seu processo de aprendizado se darão
aproximadamente a partir dos seis e oito anos.
É com base nessas investigações que é pretendido neste estudo, chamar a
atenção para a falta de infraestrutura nas escolas decorrentes da ausência de uma
postura política para melhorar as escolas, os educadores de um modo geral cabe
perceber a sua importancia nesse processo , pois sabemos que a inclusão digital se
dá em meio a falta de propostas condizentes em torno dessa novas tecnologias.
Afirma Pimenta (2002, p.65,66):
Trata–se, pois, de entender como prática cultural, forma de trabalho cultural, que envolva uma prática intencional de produção e internalização de significados. É esse caráter de mediação cultural que explica as várias educações, suas modalidades e instituições, entre elas a educação escolar. Também daí decorrem as várias projeções do educativo em projetos nacionais, locais, que expressam intenções e ações logo materializadas nos currículos.
40
Apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em vigor de 1996,
já preconizar a necessidade da “alfabetização digital” em todos os níveis de ensino,
do fundamental ao superior, o censo escolar do Ministério da Educação ( MEC),
realizado em 1999, revelou que apenas 3,5% das escolas de ensino básico tinham,
naquele ano o acesso a internet, e cerca de 63 mil escolas do país não tinham
sequer energia elétrica. Felizmente nos últimos anos, esse quadro está melhorando
com as novas iniciativas governamentais.
Porém a ausência das tecnológias nas escolas brasileiras ainda é grande e sentimos
falta de propostas realmente significativas para a introdução dessas Tic’s no
currículo escolar, de forma que as mesmas venham a possibilitar ao educando e o
educador uma troca mútua de conhecimento.
3.1 Problemas relevantes identificados na LDB que compromete a qualidade da
Educação Básica.
Durante os estudos sobre a LDB, percebemos algumas discordâncias entre a
teoria e a prática. Dificuldades essas, que comprometem a qualidade na Educação
Básica. Visto que, é notório observarmos a importância de investimentos no setor
tecnológico nas escolas públicas, até porque vivemos numa sociedade tecnológica e
nossos educandos necessitam dessa vivência.
Vejamos abaixo, alguns problemas relevantes:
Problema Parágrafo
“Atualmente, percebem-se
inovações, que nem sempre são
perceptíveis ao observador, no novo
perfil do professor que se concretiza
no seu fazer profissional. Temos a
preparação, por todos os integrantes
Página 36, 3º parágrafo.
41
da escola, das propostas pedagógicas
e do plano de trabalho.”
“Deseja-se um professor mais
envolvido e participativo na
construção e ampliação do
conhecimento do seu aluno, mais
humano, satisfeito, criativo, idealista e
o principal amar o que faz. Entretanto,
somente através da educação
acontecerão mudanças reais na
estrutura social do nosso país, que
contribuirá para a melhoria do SER,
sendo este o objetivo máximo da
Educação que exercite a paciência
cronológica e histórica.”
Página 37, 2º parágrafo.
“No sistema educacional brasileiro a
implantação de computadores nas
escolas é mais comum a partir do
Ensino Fundamental, embora
algumas instituições iniciem esse
processo desde a Educação Infantil, o
que, no entanto, não representa um
número expressivo. Portanto segundo
a realidade brasileira, os números
contatos da criança com o
computador em seu processo de
aprendizado se darão
aproximadamente a partir dos seis e
oito anos.”
Página 39, 3º parágrafo.
42
Comentários:
A LDB vem numa perspectiva de melhorar gradativamente a situação
docente e o contexto escolar, mais o que percebemos é uma inundação de
normas exigências que não garante ao docente um enriquecimento na sua
práxis. Pois o mesmo vivencia no contexto escolar situações adversas do
proposto por estas novas demandas curriculares, principalmente trazidas
pelas novas tecnologias, e mais uma vez arbitrariamente é imposto ao
professor uma prática que não confirma a real necessidade do seu aluno,
servindo apenas para demonstrar a sociedade, a inserção e o uso dessas tics
na sala de aula.
43
4 AS NOVAS TECNOLOGIAS NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
Este capítulo mostra que mesmo com o advento das novas tecnologias, a
sociedade pouco mudou com o passar dos anos, a escola pública ainda permanece
controlada e manipulada pela classe burguesa, que ver na mesma mais uma forma
de continuar a manipular e controlar a população.
Mostram nas novas práticas sociais que as tecnologias é uma das
responsáveis por várias mudanças. As mesmas não vêm acontecendo de forma
linear, nem homogênea, para representar toda sociedade. Entretanto, ela continua a
manipular segregar e alienar as pessoas, condicionando-as ao consumismo
desenfreado e este tem como objetivo atender a classe social dominante, que
mesmo com o passar dos anos ela permanece controlando a população carente.
É possível afirmar que as TIC’s podem levar à constituição de ambientes colaborativos inovadores, visto que permitem ampliar zonas de atuação dos sujeitos pertencentes à práxis social em questão. A colaboração pode ser considerada uma categoria chave para a compreensão das novas formas de pensar o processo educativo, articulando técnica, educação e cultura. Segundo Freire (1983), a educação não se faz de “A” para “B” ou de “A” sobre “B”, mas de “A” com “B”. Por isso ele afirma que a colaboração, como característica da ação dialógica, não acontece a não ser entre sujeitos, mesmo com distintas funções, portanto, diferentes responsabilidades somente pode realizar-se na comunicação (SALES, 2010, p.17)
Neste momento dar-se início a uma estrutura social diferenciada fomentada
pelas tecnologias, de maneira que as pessoas vêm tornando-se menos
individualistas, mais colaborativa, de forma que todos trabalham e se envolve numa
perspectiva de um bem coletivo. Tomamos como exemplo as grandes fábricas e
indústrias, que estão cada vez mais se equipando com tecnologia de última geração,
para acelerar sua produção e aumentarem seus lucros.
Em contra partida, a classe operária antes apenas representada por
trabalhadores mal informados, sem muito conhecimento e preparo. Hoje o que
vemos é o contrário uma articulação muito maior entre os trabalhadores, um trabalho
mais coletivo e produtivo envolvendo a participação de todos.
Com o advento das novas tecnologias, nos últimos anos a mídia tem dado
muito ênfase a essas tecnologias como uma salvação eminente para a crise social
presente em nossa sociedade, e a solução de todos os nossos problemas. Nas
relações sociais, no âmbito escolar, educadores e educandos sentem a necessidade
44
de conhecer e trabalhar com as tecnologias, mas estas não trazem uma proposta
curricular que envolva alunos e professores, para uma aprendizagem significativa,
colaborativa e não como mais uma técnica a ser aprendida e reproduzida por todos.
Lembramos a afirmativa de Freire de que “a prática docente crítica, implicante
do pensar certo, envolve o momento dinâmico, dialético, entre o fazer e o pensar
sobre o fazer” (Freire, 2004, p.38). Percebe-se uma grande necessidade, de ter no
âmbito escolar professores mais autônomos, com mais criticidade no
desenvolvimento de sua prática.
Contudo fazer uso do aparato tecnológico disponível na escola é tarefa difícil,
pois quando temos acesso é insuficiente para atender a demanda da escola, deste
modo não conseguimos trabalhar de maneira mais significativa para o aluno, abrindo
novas possibilidades de conhecimento e dessa forma contribuir para o processo de
ensino e aprendizagem com maior autonomia.
Trazer as tics para sala de aula, sem nenhuma significância real da sua
importância para o aprendizado e crescimento intelectual dos alunos, é uma
realidade constante nas escolas públicas, que equipam seus laboratórios de
informática com aparelhos avançados, mas não conseguem atender as
necessidades dos alunos. Nas escolas, o laboratório fica fechado, às vezes por não
ter um professor que saiba manusear, para não quebrar, ou serem roubados, tudo
leva a um motivo para não serem utilizados.
Entretanto os alunos não utilizam esses computadores não apenas na escola,
como em seus lares, servindo como mostruário e objeto de desejo e consumo de
todos, de tal forma que as pessoas passam a fazer uso dessas ferramentas sem
saber qual o verdadeiro beneficio que ela pode trazer para sua vida. Afirma Lévy
(2000, p. 30):
Na era do conhecimento, deixar de reconhecer o outro em sua inteligência é recusar-lhe sua verdadeira identidade social, é alimentar seu ressentimento e sua hostilidade, sua humilhação, a frustração de onde surge a violência [...] quando valorizamos o outro de acordo com seus saberes, permitimos que se identificasse de um modo novo e positivo, contribuímos para mobilizá-lo, para desenvolver nele sentimentos de reconhecimento que facilitarão consequentemente, a implicação subjetiva de outras pessoas em projetos coletivos.
Diante da situação vivenciada nas escolas e nos lares, é visível perceber que
a sociedade vive condicionada ao consumismo desenfreado, impulsionados por este
45
sistema capitalista, determinado pela classe burguesa tão presente e atuante em
nossa sociedade atual.
As tecnologias como fruto do sistema capitalista, vieram para aperfeiçoar e
melhorar o desenvolvimento do indivíduo, mas essa situação teve um efeito inverso
para o qual ela foi pensada pela sociedade. Pois até então pretendia- se apenas
aumentar seus lucros e através delas permitiram que as pessoas se tornassem
menos individualistas, trabalhando mais coletivamente e assim unindo forças.
As dificuldades enfrentadas pela população são muitas, com a permanente
presença da sociedade senhorial, que existe até os dias atuais. Contudo, ainda
prefere prejudicar a ajudar para o bom desenvolvimento da sociedade e do país,
como sempre fez. No primeiro capítulo evidenciam-se as características desta
sociedade que visa apenas à promoção e igualdades dos seus.
Hoje, não é diferente, pois a sociedade senhorial continua a usar o seu poder
para manter e manipular as pessoas, condicionado e limitando-as, a um processo
histórico de técnicas aprendidas que permanecem a legitimar seu poder na
sociedade e que propaga uma hegemonia não existente. A escola burguesa que
massifica e atrapalha a construção coletiva dos indivíduos, sendo esta uma das
características desta sociedade, individualista que não consegue potencializar as
tecnologias como uma ferramenta que venha a contribuir na construção de um
conhecimento coletivo e não individual como ela é pensada. Na maioria das escolas
públicas existe uma informática "controlada" e de operações previstas, que os
alunos pouco se envolvem os projetos quase inexistentes com algumas exceções,
mas em geral as tecnologias presentes são pouco utilizadas usadas pelos alunos
nas escolas.
Nas escolas públicas, o uso é difícil e politicamente com problemas, mas
quando a informática é utilizada em algumas escolas públicas do Município de
Salvador, (como no projeto Conteúdo Digitais nas escolas públicas), de forma que
alunos e professores se envolvem em uma produção coletiva de sua autoria há uma
ressignificancia para sua prática e aprendizado, tornando-a muito mais interessante.
Com a intensidade e rapidez que envolve o aprendizado tecnológico fazem do
conhecimento de hoje, descartável e insignificante para o amanhã, o que não
acontece somente com o conhecimento, como também com os equipamentos
tecnológicos, servindo somente para movimentar o mercado e a nova economia
desse sistema capitalista, passando a assumir uma proporção, que passa a ser
46
danosa para a construção do conhecimento, contribuindo para segregar,
deslegitimizar as comunidades e as relações reais entre os sujeitos.
Para Vygotsky (1998), a “ZDP”
[...] é a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes [...] Assim, a zona de desenvolvimento proximal permite-nos delinear o futuro imediato da criança e seu estado dinâmico de desenvolvimento, propiciando o acesso não somente ao que já foi atingido através do desenvolvimento, como também àquilo que está em processo de maturação [...] aquilo que é a zona de desenvolvimento proximal hoje, será nível de desenvolvimento real amanhã (VYGOTSKY, 1998, p. 112-113).
Segundo Vygotsky, o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em
função das interações sociais e condições de vida, no entanto quanto mais tarde às
crianças e adolescente tem acesso às ferramentas da tecnologia fomentam uma
maior exclusão, e massificação da classe trabalhadora. Dessa forma a classe
Senhorial que não vê importância nesta sociedade sem prestígio, ou apenas quando
trata de treiná-la, controlar e manipular de forma específica, condicionando seu
raciocínio social, pensando nas tecnologias como uma revolução social.
Neste momento quando as tecnologias atingem essa população, passa a ser
reproduzida numa perspectiva instrumental tecnicista, minimizando o potencial que
essas tecnologias podem contribuir, agregadas de iniciativas construtivas para o
crescimento dos alunos. Isso aconteceria caso fossem usadas como apoio didático-
pedagógico para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares, produção de
projetos significativos e produtivos, para as crianças e adolescentes, pudessem
intensificar suas relações pessoais, numa perspectiva de aprendizagem mútua e
colaborativa para a troca de conhecimento, que os Conteúdos Digitais apresentam
de maneira digitalizada, vêm organizados para interagir, transmitir conhecimentos,
nos mais variados níveis de profundidade do conhecimento, respectivos a cada
assunto desejado, possibilitando as pessoas uma maior interação, aprendizagem
intelectual e pessoal, não queremos dizer que as novas tecnologias são a salvação
para tudo, pois a sociedade continua a mesma, mudando apenas alguns hábitos e
costumes antigos.
47
As tecnologias como mais um campo de aprendizagem, não pode se
configurar apenas como uma técnica, mas sim uma ferramenta que contribua para o
ensino e aprendizagem possibilitando uma educação mais coletiva nas escolas.
Tendo como objetivo agregar novas aprendizagens e valores, ajudando os
educandos e educadores, com mais um conhecimento prático, que venha a
contribuir para sua inserção no mercado de trabalho e um maior envolvimento social.
Sendo esta uma das características deste campo de aprendizagem, com práticas e
propostas de intervenção nas relações sociais, que vem se modificando , tornando-
as cada vez mais coletivas e participativas.
Não adianta tecnologia e inovação idealista se essa relação de poder e de validação de verdades não for superada e ela não pode ser ultrapassada tecnicamente, mas em práxis social, em vida cotidiana. Portanto, enquanto a vida cotidiana, ou a experiência de uma coletividade for dominada pela práxis burguesa todo hipertexto será linear e determinista, todos acabarão seguindo os registros de verdade morta da classe hegemônica, neste caso a burguesia, que ressuscitada cada vez que sua práxis for aplicada, e junto dela as relações de domínio e controle que as constituem. (MATTA, Tecnologia para Colaboração).
Desta forma conseguiremos atuar com essas tecnologias em sala de aula e
principalmente adequá-las para um trabalho que envolva a participação de todos,
possibilitando a troca de aprendizagem, conhecimento mutuo e significativo para
todos.
As relações dos diversos e distintos saberes que se fundem na educação e
na comunicação pode estimular o seu uso e a criação de canais de interação, que
venha a contribuir para a produção de conteúdos digitais alternativos, com
construções elaboradas de acordo as necessidades reais dos alunos e na relação
do sujeito com o outro e o meio ao qual está inserido, propondo uma abertura maior
para o educador e o educando na escolha de conteúdos e ferramentas que podem
contemplar suas necessidades.
Com este novo espaço de comunicação digital, trazidos pelas tecnologias de
informação e comunicação, vai contribuir para as pessoas terem acesso as mais
variadas formas de interação uns com os outros, e a diversos conteúdos
informatizados, respeitando tanto as suas preferências e possíveis limitações, que
48
podem estar relacionadas à forma de utilização dos equipamentos, quanto
associadas ao conhecimento prático destas novas ferramentas.
As Tic´s na sala de aula vêm com uma proposta não apenas de utilizar as
mídias interativas em aulas isoladas, mas associar os conteúdos didáticos dados em
sala de aula com conteúdos postados no ambiente WEB (É um conjunto de páginas
de hipertextos acessíveis geralmente pelo protocolo HTTP na Internet), propiciando
mais uma aprendizagem, com trocas de experiências e direcionando para um
aprendizado coletivo.
Para Moran,
Educar é colaborar para que professores e alunos --- nas escolas e organizações --- transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional --- do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais tornando-se cidadãos realizados e produtivos (MORAN, 2001, p.13)
Nessa perspectiva as redes sociais vêm com o objetivo de colaborar,
aproximar, socializar, oportunizar e contribuir para o aprendizado e desenvolvimento
das pessoas, de forma mais coletiva e interativa entre si, ampliando e contribuindo
significativamente para seu desenvolvimento nas mais diversas áreas do
conhecimento.
A humanidade sempre viveu em redes, sendo estas indispensáveis para a
sua sobrevivência e comunicação com o outro. Com a revolução das tecnologias e o
surgimento da internet, as pessoas vêm se apropriando cada dia mais destas novas
ferramentas, vivenciando esses momentos com maior intensidade e mais
instrumentos tecnológicos, que exigem mais habilidades, e possibilita uma interação
mais rápida e instantânea entre as pessoas, contribuindo para uma maior
abrangência nos espaços sociais e nas relações inter pessoais.
Com as mudanças ocorridas na sociedade principalmente no âmbito
tecnológico, com apenas um clique temos acesso aos mais diversos tipos de
informação e conteúdos, sejam eles a respeito de sua cidade ou de qualquer parte
do mundo, com rapidez e precisão, possibilitando a todos uma troca instantânea de
informações, de maneira que o espaço é atravessado em fração de segundos, e não
49
é imposto limites às ações humanas, e a diferença entre perto e longe deixa de
existir.
A partir desse momento, a internet se transformou em um importante canal de
informação do qual as pessoas podem acessar notícias e acontecimentos ocorridos
no mundo inteiro, sem sair de casa, além de se encontrar com outras pessoas.
Esses encontros permitem a troca de informações, e cada pessoa passa a ser
emissor e receptor ao mesmo tempo, além de uni-los de acordo com os grupos de
referências aos quais se identificam.
Ligados em rede, o Twitter vem também como uma ferramenta importante
para o meio de interação social, sendo um suporte digital para as Redes Sociais,
uma vez que dentro de sua funcionalidade principal, que é a mediação e exposição
de informações, que vem possibilitando discussões, conectando as pessoas que se
envolve por algum objetivo em comum, contribuindo e contemplando vários
conhecimentos.
A sociedade atualmente está marcada pelo fim das certezas e o esgotamento
das grandes receitas prontas, que de certa forma se distancia das inovações
trazidas pela sociedade moderna. E isso vem gerando tanto no ambiente escolar,
quanto nos lares uma incerteza da importância e benefício das tic’s para o meio
social, em que há uma preocupação, se elas realmente vieram para representar um
bem comum a todos, ou mais uma vez segregar e massificar ainda mais a
população.
Segundo Matta,
É importante destacar que o efeito dessas transformações não está no nível das opiniões ou conceitos e sim, nas estruturas de percepção e relacionamento concreto. Trata-se da introdução de um novo ambiente cognitivo e existencial capaz de criar novas relações, visões de mundo e paradigmas de sociedade, sem que haja a menor resistência consciente. O ambiente oferecido pelas novas mídias seria para o ser humano equivalente à água para o peixe: o meio que hospeda e permite sua ação experiências e relações (MATTA, 2006, p. 33).
Hoje percebemos essa nova demanda social trazida pelas tecnologias, que
invadem os lares, as escolas e vem afastando as pessoas das relações
interpessoais, aproximando-as cada dia mais das relações virtuais, pois os jovens
50
vêm perdendo o desejo de estarem em família para ficar no Orkut, MSN, Facebook,
entre outros meios de interação virtual.
Dessa forma, as pessoas mesmo sem perceber continuam a ser
manipuladas para favorecer e servir a classe senhorial Freire (1999, p.95) diz que “a
superação do poder desumano de opressão das classes muito ricas sobre as muito
pobres”, e que embora enfraquecida, mas ainda existente até hoje. A classe
burguesa cada vez mais rica e fortalecida, condicionando e alienando as pessoas a
um consumismo desenfreado, dando aos indivíduos um poder simbólico e uma falsa
autonomia em suas escolhas, com as mudanças visíveis em nossa sociedade, não
queremos apenas adaptar o professor às tecnologias, mas ensiná-los a refletir com
o uso delas.
É importante destacar o papel dos educadores e dos pais no processo de
transformação, sendo eles uma representação muito importante na sociedade, que
podem contribuir com um maior amadurecimento tanto intelectual, emocional,
comunicacional e ético dos educandos, facilitando desta maneira todo o processo de
ensino e aprendizagem dos indivíduos.
Com essa nova perspectiva possa favorecer para formação de pessoas mais
abertas, sensíveis, humanas, que valorizem mais a busca que os resultados prontos,
estimulando, apoiando, e incentivando as mudanças que também dependem dos
alunos, contribuindo com formas mais democráticas de pesquisa, desenvolvimento e
comunicação entre as pessoas.
Diante do quadro é importante frisar que a informação fica num terreno de superficialidade, mas ela tem que ser utilizada para produzir o conhecimento que transforma, sendo capaz de tornar o ser humano mais livre, quando bem utilizado, pois caso contrário haverá a permanência da extrema exploração empreendida pelo Capitalismo hegemônico nos últimos séculos. Nesse bojo, o discurso sobre as tecnologias fica esvaziado, perde o sentido, já que não fará diferença se não contribuir para o desenvolvimento humano, mas pode ser danoso se for utilizado para separar, excluir, alienar, sabendo que quando se faz tais colocações é para esclarecer que não são os homens que vivem por causa das TIC’s, mas estas existem como criação dos homens, dos seres humanos. Nesses termos, fugimos da compreensão, "messiânica" utilizada, por Habermas e por Pierre Levy, que constroem uma visão idealista, da inovação tecnológica, voltada para o tecnicismo e o determinismo tecnológico da sociedade, traduzido apressadamente e sem demonstração no termo “Sociedade do Conhecimento” (MATTA, 2005, p.1)
51
As novas tecnologias vêm com um importante desafio para resignificação do
seu uso e valores atribuídos a mesma, é necessário dizer que as TICS, como uma
importante ferramenta para a aprendizagem, vêm a contribuir para potencializar e
construir conhecimentos mediados pelo professor, possibilitando as pessoas uma
maior agilidade e apoio, na busca de melhorias para si e o meio ao qual estar
inserida. Entretanto já não podemos mais falar das inovações tecnológicas, sem
pensar nas relações sociais, também como um momento de construção de
conhecimento, pois estas, não devem mais vir a privilegiar uns, e excluir em
detrimento de outros.
As relações sociais atualmente visam exclusivamente o ter, ratificando a
nossa sociedade capitalista, que privilegia a uma mera informação, sem propiciar e
estimular uma nova práxis social, em que as pessoas busquem se familiarizar com
esses conhecimentos, de forma mais significativa para seu aprendizado, que
resultem numa real melhoria na sua “qualidade de vida”, pois a mesma não pode
continuar a ser pensada individualmente, mas como um todo.
52
4.1 Dificuldades encontradas com o advento das novas tecnologias na
Educação Básica
O advento das novas tecnologias nas escolas públicas é de grande valia,
inclusive por atender a determinações estabelecidas pela LDB, lei que rege o
sistema educacional do Brasil.
Entretanto, algumas dificuldades foram identificadas na concretização dessas
questões, vejamos alguns exemplos:
Problema Parágrafo
“Com o advento das novas
tecnologias, nos últimos anos a mídia
tem dado muito ênfase a essas
tecnologias como uma salvação
eminente para a crise social presente
em nossa sociedade, e a solução de
todos os nossos problemas. Nas
relações sociais, no âmbito escolar,
educadores e educandos sentem a
necessidade de conhecer e trabalhar
com as tecnologias, mas esta vem
sem uma proposta curricular que
envolva alunos e professores, para
uma aprendizagem significativa,
colaborativa e não como mais uma
técnica a ser aprendida e reproduzida
por todos.”
Página 43, 1º parágrafo.
“Hoje, não é diferente, pois a
sociedade senhorial continua a usar o
seu poder para manter e manipular as
pessoas, condicionado e limitando-as,
a um processo histórico de técnicas
aprendidas que permanecem a
Página 44, 4º parágrafo.
53
legitimar seu poder na sociedade e
que propaga uma hegemonia nunca
existente. A escola burguesa que
massifica e atrapalha a construção
coletiva dos indivíduos, sendo esta
uma das características desta
sociedade, individualista que não
consegue potencializar as tecnologias
como uma ferramenta que venha a
contribuir na construção de um
conhecimento coletivo e não
individual como ela é pensada. Nas
escolas particulares existe uma
informática toda "controlada" e de
operações previstas que os alunos
não gostam e os projetos são pouco
existentes, temos algumas exceções,
mas em geral as tecnologias
existentes são muito mal usadas nas
escolas particulares.”
“Neste momento quando as
tecnologias atingem essa população,
passa a ser reproduzida numa
perspectiva instrumental tecnicista,
minimizando o potencial que essas
tecnologias podem contribuir,
agregadas de iniciativas construtivas
para o crescimento dos alunos. Isso
aconteceria caso fossem usadas
como apoio didático-pedagógico para
o desenvolvimento dos conteúdos
curriculares, produção de projetos
significativos e produtivos, para as
Página 45, 4º parágrafo.
54
crianças e adolescentes, pudessem
intensificar suas relações pessoais,
numa perspectiva de aprendizagem
mútua e colaborativa para a troca de
conhecimento, que os Conteúdos
Digitais apresentam de maneira
digitalizada, vêm organizados para
interagir, transmitir conhecimentos,
nos mais variados níveis de
profundidade do conhecimento,
respectivos a cada assunto desejado,
possibilitando as pessoas uma maior
interação, aprendizagem intelectual e
pessoal, não queremos dizer que as
novas tecnologias é a salvação para
tudo, pois a sociedade continua a
mesma, mudando apenas alguns
hábitos e costumes antigos.”
Comentários:
Neste momento dar-se início a uma nova estrutura social, influenciada
pelas novas tecnologias, que vem tomando espaços cada vez maiores em
todos os âmbitos sociais principalmente no ambiente escolar. Mas a mesma
ainda não se configura numa perspectiva pedagógica construtiva, pois a
escola ainda encontra-se fortemente influenciada por essas classes
dominantes que continuam a manipular o sistema educacional.
O educador como refém desse sistema repressor e manipulador, passa
a ser vilão, pois o mesmo é responsabilizado por não utilizar as Tic’s em sala
de aula, para promover a inclusão do discente não apenas no ambiente
escolar, mas no mercado de trabalho também.
55
5 DIFICULDADES RELEVANTES QUANTO AO USO DAS NOVAS
TECNOLOGIAS ENFRENTADAS PELO DOCENTE
Nesses estudos foi possível analisarmos as principais dificuldades
apresentadas pelos professores na dinamização das ações pedagógicas que
empregam as tecnologias de informática no ambiente de aprendizagem escolar,
para a elaboração de projetos de trabalho que envolva as tecnologias.
Através desses estudos realizados, foi possível identificar as grandes
dificuldades enfrentadas pelos professores em sala de aula, sejam eles da rede
pública ou particular. Trabalhar com as tecnologias não é tarefa fácil, principalmente
de uma forma que venha aproximar e contribuir para construção do conhecimento
pelo aprendiz, num ambiente que os professores devem atuar como articuladores e
organizadores para condições favoráveis a sua aprendizagem.
Entendemos que não é tarefa, e as concepções para o uso da informática
como ferramenta pedagógica deve acontecer através de projetos que envolva um
trabalho instrumentalizado e elaborado para o uso das ferramentas tecnológicas, de
forma contundente para o aprendizado escola.
As tecnologias, quando trazidas para a escola sem uma proposta de trabalho
em que ambos venham a se envolver educador e educando na construção coletiva
de novos aprendizados, tornam-se evasivas. As tecnologias dentro do currículo
escolar devem se apresentar de maneira significativa, para assim despertar o
interesse do corpo discente e docente no ambiente escolar.
Limitar o pode arbitrário do Estado a fim de proteger o indivíduo e a “sociedade civil” das intervenções indevidas deste. Mas nada diz sobre a distribuição do poder social, quer dizer, a distribuição de poder entre as classes. Na realidade, a ênfase desta concepção de democracia não se encontra no poder do povo, mas sim em seus direitos passivos, não assinala o poder próprio do povo como soberano, mas sim, no melhor dos casos, aponta para a proteção de direitos individuais contra a ingerência do poder de outros. De tal modo, esta concepção de democracia focaliza meramente o poder político, abstraindo-o das relações sociais ao mesmo tempo em que apela a um tipo de cidadania passiva na qual o cidadão é efetivamente despolitizado. (WOOD, 2007, p.383)
56
Sabemos que não há políticas públicas que venha a favorecer para uma
prática significativa formando cidadãos mais atuantes e participativos em seu
processo de aprendizagem. E o professor como a mola mestra dessa aprendizagem
deve promover reflexões em torno das ações a serem realizadas para o
desenvolvimento de tarefas. Dessa forma obterá subsídios que vai permitir a ele
compreender não apenas o que foi feito, mas como, e a maneira que foi realizada.
Percebemos que o professor ao fazer uso da informática numa perspectiva
sócio-construtivista vai promover ao seu educando uma aprendizagem em que ele
venha a construir seu conhecimento dentro desse ambiente provocando novas
descobertas e estimulando a busca e reflexão em torno de novas idéias e
descobertas.
São visíveis as dificuldades enfrentadas pelo professor, que inicialmente parte
de sua formação que acontece superficialmente promovida pelos cursos de
licenciatura e não oferecem um embasamento teórico e contundente para as
situações de aprendizagem vivenciadas no ambiente escolar. Pois estas devem
acontecer para emancipação do indivíduo, possibilitando uma formação mais crítica
e reflexiva diante das novas demandas sociais acarretadas pelas novas tecnologias,
ratificando que esse conhecimento não será dado, mas sim construído. Enquanto
educadores é nosso dever informar a população sobre seus direitos civis e sociais,
permitindo assim que eles sejam respeitados e permita a substituição de uma
democracia formal por uma democracia substantiva.
Somente desta forma, as pessoas “excluídas” dos processos sociais e
educativos tenham possibilidades de acesso não só as informações e as tecnologias
da comunicação; como poderão utilizar de tais informações para construir
conhecimento. Nesse momento, os professores terão que “[...] pensar sobre as suas
próprias ideias” e “refletir sobre as ações alternativas” (Valente, 1999, p. 93). Ao
buscarem e analisarem as possíveis ações para a realização do projeto Conteúdos
Digitais, os professores assimilaram as informações e foram capazes de utilizá-las
para modificar uma situação anterior a partir do momento em que as atividades do
projeto foram realizadas.
Muitos podem ver nesse processo uma ilusão e algumas vezes
compreendidas como uma utopia, algo difícil de realizar, mas professores,
juntamente com gestores e o corpo discente podem tornar realidade, através de uma
prática que permita o crescimento intelectual de todos. Há uma necessidade de
57
mudanças verdadeiras para sairmos da superficialidade, tendo mais autonomia e
acessos aos conteúdos digitais, interagindo com esses conteúdos no dia a dia
construindo e compartilhando novas informações com o outro.
Fazer das pessoas auto-suficientes e as transformando em agente
transformador para o exercício e construção do seu aprendizado, vai lhe permite
colaborar para o seu desenvolvimento, tornando-se “cidadãos ativos” e mais
participativos.
O educador que esta vivenciando esse processo tecnológico, dentro e fora do
contexto escolar, em que o trabalho envolvendo as TIC’s não deve se configurar
numa perspectiva instrumental, minimizando o potencial que as tecnologias podem
ter, quando usadas como suporte didático-pedagógico para o desenvolvimento dos
conteúdos curriculares pelo educador.
Trazer as TIC’s como recurso didático-pedagógico pautado nos princípios de
pesquisa, autoria, co-gestão, participação, autonomia e intervenção, característicos
da Educomunicação, requer a mediação do educador. Pautado na premissa e
participação de todos para um bom desenvolvimento dos trabalhos no âmbito
escolar. É importante trazer os recursos instrumentais da informática. “A diferença
didática não está no uso ou não uso das novas tecnologias, mas na compreensão
das suas possibilidades”, ressalta Kenski (2007, p. 49).
O trabalho pedagógico envolvendo as TIC´s ainda é enfrentado com certa
desconfiança e dúvidas por muitos professores, talvez por encarar a tecnologia
como algo inerente a sua prática, ou ainda pelo conservadorismo. “Em muitos
ambientes escolares persiste a resistência de que a mídia despersonaliza, anestesia
as consciências e é uma ameaça à subjetividade”, afirma Assmann (2005, p. 14). O
receio preconceituoso ao qual se refere pode ser encarado como um dos motivos
para a aversão dos professores em adotar as TIC’s em sala de aula ou ainda, pela
escassez de tais recursos nas escolas e ao fato de muitos professores se sentirem
inseguros em como utilizá-las por não haver uma proposta contundente para seu
uso.
A capacitação de professores através de programas de formação tecnológica
deve envolver bem mais do que aprender a utilizar os aparatos tecnológicos, mas
desenvolver um trabalho em que o professor reconheça que seu papel é de suma
importância nesse processo. Acerca do desafio do educador frente às inovações
tecnológicas ressalta Kenski (2007, p.26): “desenvolver a consciência crítica e
58
fortalecer as identidades das pessoas e dos grupos são desafios atuais a serem
enfrentados por todos nós, professores”.
O papel do educador frente às TIC’s não é de meros transmissores de
saberes, mas de problematizadores, mediadores. “Seu novo papel não será o da
transmissão de saberes supostamente prontos, mas o de mentores e instigadores
ativos de uma nova dinâmica de pesquisa-aprendizagem” ratifica Assmann (2005, p.
15).
Essa proposta de Assmann requer educadores críticos, portanto, conscientes
do seu papel de intercessores. Essa nova dinâmica propõe um olhar diferenciado
sobre o processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração a apropriação
das TIC’s e o seu potencial proveniente de uma proposta curricular acerca dos
elementos da digitalização, que podem traz inúmeras possibilidades para construção
de conhecimentos.
Repensar o processo ensino-aprendizagem frente às demandas da sociedade
do conhecimento requer, dentre outras coisas, reverem o papel do educador, lhes
dando subsídios diante das formas de educar. Kenski (2007, p. 30) ao afirmar que
as velozes transformações tecnológicas da atualidade impõem novos ritmos e
dimensões à tarefa de ensinar a aprender e para isso, é preciso estar em
permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo corrobora com as
ideias de Assmann (1998, p. 20) ao defender o termo “sociedade aprendente” com o
qual se pretende inculcar que a sociedade inteira deve entrar em estado de
aprendizagem e o educador como mola mestra necessita de um apoio, com
propostas e projetos práticos em tornos dessas demandas sociais trazida pelas
Tic’s.
É importante salientar que o professor enquanto agente transformador deve
ter uma participação maior no projeto político pedagógico das escolas, nas tomadas
de decisões, principalmente quando as mesmas tratarem de ações vinculadas ao
desenvolvimento de sua prática. Somente assim o sucesso e a contribuição das
tecnologias no ambiente escolar vai se desenvolver de forma expressiva e prazerosa
envolvendo a participação de todos.
59
5.1 Obstáculos mais relevantes quanto ao uso das Novas Tecnologias
Outro ponto, que vale ser ressaltado, são os obstáculos encontrados pelos
docentes, quanto ao uso das novas tecnologias. Abaixo iremos salientar alguns:
Problema Parágrafo
“Com o advento das novas
tecnologias, nos últimos anos a mídia
tem dado muito ênfase a essas
tecnologias como uma salvação
eminente para a crise social presente
em nossa sociedade, e a solução de
todos os nossos problemas. Nas
relações sociais, no âmbito escolar,
educadores e educandos sentem a
necessidade de conhecer e trabalhar
com as tecnologias, mas esta vem
sem uma proposta curricular que
envolva alunos e professores, para
uma aprendizagem significativa,
colaborativa e não como mais uma
técnica a ser aprendida e reproduzida
por todos.”
Página 43, 1º parágrafo.
“Hoje, não é diferente, pois a
sociedade senhorial continua a usar o
seu poder para manter e manipular as
pessoas, condicionado e limitando-as,
a um processo histórico de técnicas
aprendidas que permanecem a
legitimar seu poder na sociedade e
que propaga uma hegemonia nunca
existente. A escola burguesa que
massifica e atrapalha a construção
Página 44, 4º parágrafo.
60
coletiva dos indivíduos, sendo esta
uma das características desta
sociedade, individualista que não
consegue potencializar as tecnologias
como uma ferramenta que venha a
contribuir na construção de um
conhecimento coletivo e não
individual como ela é pensada. Nas
escolas particulares existe uma
informática toda "controlada" e de
operações previstas que os alunos
não gostam e os projetos são pouco
existentes, temos algumas exceções,
mas em geral as tecnologias
existentes são muito mal usadas nas
escolas particulares.”
“Neste momento quando as
tecnologias atingem essa população,
passa a ser reproduzida numa
perspectiva instrumental tecnicista,
minimizando o potencial que essas
tecnologias podem contribuir,
agregadas de iniciativas construtivas
para o crescimento dos alunos. Isso
aconteceria caso fossem usadas
como apoio didático-pedagógico para
o desenvolvimento dos conteúdos
curriculares, produção de projetos
significativos e produtivos, para as
crianças e adolescentes, pudessem
intensificar suas relações pessoais,
numa perspectiva de aprendizagem
mútua e colaborativa para a troca de
Página 45, 4º parágrafo.
61
conhecimento, que os Conteúdos
Digitais apresentam de maneira
digitalizada, vêm organizados para
interagir, transmitir conhecimentos,
nos mais variados níveis de
profundidade do conhecimento,
respectivos a cada assunto desejado,
possibilitando as pessoas uma maior
interação, aprendizagem intelectual e
pessoal, não queremos dizer que as
novas tecnologias são a salvação
para tudo, pois a sociedade continua
a mesma, mudando apenas alguns
hábitos e costumes antigos.”
Comentários:
Hoje é nítido e notório à proporção que as novas tecnologias têm
demandado na sociedade, movimentando o comércio, intensificando o
trabalho das indústrias, ampliando os meios de comunicação entre tantos
outros feitos. Mas não podemos esquecer o nosso sistema educacional que
permanece a margem desta realidade, pois suas propostas não se configuram
numa aprendizagem construtiva, em que o professor como mola mestra desse
processo de aprendizagem deve e precisa ser inserido nesse contexto de
maneira a legitimar seu trabalho, e assim possa utilizar as Tic’s no contexto
escolar como uma ferramenta a mais, para possibilitar ao educador e
educando um aprendizado mutuo. Para isso faz-se necessário que gestores
juntamente com o corpo docente e discente se unam para elaboração de
propostas e projetos que podem intensificar a construção desses
conhecimentos.
62
CONCLUSÃO
O objetivo neste trabalho foi identificar os princípios didático-pedagógicos das
Novas Tecnologias e como elas podem contribuir para a integração das TIC’s ao
contexto escolar no processo de ensino-aprendizagem tanto para o educador quanto
para o educando no Ensino Fundamental I. A experiência em algumas escolas do
município de Salvador com o Projeto Conteúdos Digitais nas Escolas mostrou como
as Tecnologias da Informação e da Comunicação podem fazer parte do processo de
ensino-aprendizagem tendo nos princípios da Educomunicação o fio norteador para
que as novas tecnologias sejam adequadas numa perspectiva sócio- construtivista.
Desta forma, concluímos que o trabalho envolvendo as Tecnologias não pode
se configurar numa perspectiva instrumental, minimizando o potencial que essas
tecnologias podem oferecer, caso fossem usadas como apoio didático-pedagógico
para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares.
Trazer as TIC’s como recurso didático-pedagógico pautado nos princípios de
pesquisa, autoria, co-gestão, participação, coletividade, autonomia e intervenção, é
característico da Educomunicação, que requer a mediação do educador, e, portanto
nada deve ter a ver com resistência e preconceito em relação à tecnologia ou
tradicionalismo, tampouco com o medo de estar sendo superado pelos recursos
instrumentais da informática. “A diferença didática não está no uso ou não uso das
novas tecnologias, mas na compreensão das suas possibilidades”, ressalta Kenski
(2007, p. 49).
A incorporação das inovações tecnológicas só tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade do ensino. A simples presença de novas tecnologias na escola não é por si só, garantia de maior qualidade na educação, pois a aparente modernidade pode mascarar um ensino tradicional baseado na recepção e na memorização de informações (BRASIL, 1998, p.140).
Entretanto, algumas escolas de hoje, em especial as escolas públicas, têm se
mostradas apáticas a importância de trabalhar com as novas tecnologias.
Presenciamos um mundo cheio de imagens, invadido por essas novas tecnologias
que exige da sociedade um conhecimento maior sobre as mesmas, e a escola
insiste em permanecer a transmitir conteúdos de forma única e sem reflexão.
63
Prevalecem às aulas expositivas e a cópia das atividades escritas, isolando-se da
realidade, dificultando o acesso a essas ferramentas tecnológicas, à internet, Twitter,
Facebook, entre outros, e assim limitando a comunicação, descaracterizando, enfim,
o discente em formação como um ser capaz, criativo, autônomo e participante dessa
nova sociedade digital.
É necessário inserir no ambiente escolar, atividades diferenciadas, que
estimulem e desafiem os educandos com o objetivo de ampliar seus conhecimentos
e promover o desenvolvimento cognitivo por meio da comunicação. Vale ressaltar
que há muitos professores que conseguem desempenhar seu papel muito bem em
condições adversas, motivados pela força de vontade, ética, e apoio gestor,
possibilitando uma nova proposta curricular que compreenda as Tic’s de maneira a
contribuir para seu trabalho e o aprendizado do aluno. Mesmo que a sociedade
insista em diminuir sua real importância profissional, o educador continuará a ser
mola mestra para essa aprendizagem.
Durante os estudos percebemos vários fatores que contribuíram para as
dificuldades enfrentadas na educação. Através das análises expusemos alguns dos
principais problemas enfrentados pelo docente, que vem impedindo o
desenvolvimento de uma prática mais satisfatória, cooperando para as dificuldades
existentes na educação. Vejamos:
Um sistema educacional voltado para elite, de forma que a população
menos favorecida não participava dessa educação excludente;
Desvalorização da profissão docente;
Uma educação tecnicista de forma a não proporcionar ao aluno uma
aprendizagem reflexiva e significativa.
Dentre outros fatores que colaboram para essa situação na educação,
atualmente o que vivenciamos não é muito diferente da vivida a anos atrás. Com a
LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que veio para regulamentar e garantir
aos alunos e professores seus direitos e deveres.
O objeto de estudo neste trabalho foi às novas tecnologias e as dificuldades
docentes em trabalhar com as mesmas. Mediante a pesquisa identificamos que a
escola não oferece em sua grande maioria ao professor um suporte para trabalhar
as Tic’s. Entretanto essas novas ferramentas devem vir com uma proposta
64
metodológica a contento, possibilitando um maior envolvimento de todos, no
desenvolvimento das atividades propostas.
Através dos estudos identificamos fatores que interferem na melhoria da
educação no país, dentre elas uma nova proposta curricular, condizente com as
necessidades reais das escolas (corpo discente e docente) levando em conta seu
contexto social e realidade. Equipamentos, estrutura, capacitação docente, são
fatores importantíssimos para tornar real às tecnologias na sala de aula de forma
expressiva, e assim a partir de conhecimento prévios esses aprendizados possam
se configurar numa prática construtiva tanto para o aluno quanto para o professor.
Ressalta Coll,
Para a concepção construtivista, aprendemos quando somos capazes de elaborar uma apresentação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que pretendemos aprender. Essa elaboração implica aproximar-se de tal objeto ou conteúdo com a finalidade de aprendê-lo; não se trata de uma aproximação vazia, a partir do nada, mas a partir das experiências, interesses e conhecimentos prévios que, que presumivelmente, possam dar conta da novidade. (COLL, 2003, p. 19, 20).
Nessa perspectiva almejamos que as novas tecnologias viessem a se
configurar nas escolas, tanto para o educador como o educando, num processo
contínuo de aprendizagem, em que o objetivo maior é ratificar que o conhecimento
verdadeiro só é alcançado quando estamos envolvidos em sua construção.
O projeto inspirador, para a construção desta dissertação foi o projeto
Conteúdos Digitais nas escolas. Mas por se tratar de um projeto piloto e não
apresentar resultados equivocados na pesquisa de campo foi sugerido à
aplicabilidade das Novas Tecnologias nas escolas em outra oportunidade de
pesquisa.
65
Durante os estudos realizados apresento minhas análises descritivas sobre as
principais dificuldades enfrentadas pelo professor, para a utilização das novas
tecnologias envolvendo uma prática significativa na maioria das escolas.
Análise sobre os estudos realizados das dificuldades enfrentadas pelos
docentes para trabalhar com as novas tecnologias.
Políticas públicas que busquem atender as reais necessidades dos
professores, gestores, alunos e comunidades, com projetos que envolva mais
aprendizado e criticidade, saindo do faz de conta que ambos fingem estar
aprendendo.
A segurança é um fator muito relevante, pois alunos e professores
sentem-se inseguros em utilizar essas ferramentas principalmente no noturno.
Na maioria das escolas os computadores estão quebrados, e não há
máquinas suficientes para atender a todos.
A estrutura muitas vezes impossibilita a continuidade de um trabalho ou
até o início do mesmo.
Cursos norteadores para subsidiarem a prática docente, dando suporte
e êxito para execução das atividades envolvendo as novas tecnologias.
Projetos contínuos e não momentâneos como os que acontecem,
desmotivando professores e alunos para trabalhar as tecnologias no âmbito
escolar.
Salas super lotadas que dificultam a prática docente e o aprendizado
dos alunos.
66
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