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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA MAURA RAMOS LINHARES Diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul Lorena, 2017

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

MAURA RAMOS LINHARES

Diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Lorena, 2017

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MAURA RAMOS LINHARES

Diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo como requisito parcial para conclusão de Graduação do Curso de Engenharia Ambiental. Orientadora: Profa. Dra. Danúbia Caporusso Bargos.

Lorena, 2017

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Linhares, Maura Ramos Diagnóstico do saneamento básico dos municípiossituados na região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul/ Maura Ramos Linhares; orientadora DanúbiaCaporusso Bargos. - Lorena, 2017. 78 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaAmbiental - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2017Orientadora: Danúbia Caporusso Bargos

1. Saneamento básico. 2. Rio paraíba do sul. 3.Ranking do saneamento. 4. Instituto trata brasil. I.Título. II. Bargos, Danúbia Caporusso, orient.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família, por me mostrar o valor dos estudos e não

medirem esforços para que eu tivesse uma educação de qualidade. A minha mãe,

por dar exemplo de que o maior valor do ser humano é o trabalho e a honestidade,

a minha irmã por sempre me apoiar e ter me dado o maior presente que eu poderia

ganhar, um sobrinho. Ao Pedro, meu sobrinho, por ser a melhor motivação que eu

poderia ter para ser uma pessoa melhor a cada dia. Aos meus tios, por me amarem

do jeito que sou, às minhas tias, por serem exemplo de mãe, mulher, filha e

profissional. À minha namorada e companheira de todas as horas, que sempre

acreditou em mim. Muito obrigada, eu amo vocês com todo meu coração.

Agradeço aos meus “amigos para sempre”, aos amigos de infância e da

escola que estão comigo até hoje. Aos amigos e colegas que fiz na universidade e

que de várias formas contribuíram para eu chegar até aqui.

Agradeço a Prof. Dr. Danúbia Caporusso Bargos pela orientação e

dedicação ao meu trabalho, à Prof. Dra. Dione Morita, ao Prof. Dr. Marco Alcântara,

à Prof. Dra. Ana Gabas, ao Diretor-Presidente da AGEVAP, André Marques, e a

toda equipe de funcionários que me auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho.

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RESUMO

LINHARES, M. R. Diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. 2017. 79 f. Monografia (Trabalho

de Conclusão de Curso) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São

Paulo, Lorena, 2017.

Desde a história antiga, em que o homem observou uma relação direta entre água,

higiene, saúde e bem estar, há indícios de ações de saneamento. Atualmente tem-

se buscado por melhorias e avanços nesse setor, tendo em vista os índices

precários relacionados à distribuição de água e coleta de esgoto em nosso país.

Diante desta realidade, é evidente a necessidade de detecção das possíveis falhas

e estabelecimento de prioridades para o setor de saneamento básico no Brasil,

além da realização de diagnósticos regionais que evidenciam a situação de

saneamento em regiões específicas do país. Este trabalho teve como objetivo

realizar um diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na Região

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (BHPS). Para a classificação dos municípios foi

aplicado a metodologia utilizada pelo Instituto Trata Brasil no Ranking do

Saneamento do ano de 2017, para a classificação dos municípios considerando os

principais indicadores e variáveis referentes ao saneamento básico em cada

localidade. Os resultados indicam que ainda são necessárias melhorias nesse setor,

principalmente por se tratar de uma região que possui o maior PIB do país. Espera-

se que os resultados contribuam com a conscientização da população e dos

gestores públicos em relação às condições de saneamento básico em cada

município estudado e auxiliem o poder público na elaboração de políticas públicas

e programas para melhoria do saneamento básico nos municípios que compõem a

Região Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

Palavras-chave: Saneamento básico, Rio Paraíba do Sul, Ranking do Saneamento,

Instituto Trata Brasil.

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ABSTRACT

LINHARES, M. R. The diagnosis of basic sanitation in municipalities located in The Paraíba do Sul River hydrographic region. 2017. 79 f. Monograph

(Trabalho de Conclusão de Curso) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade

de São Paulo, Lorena, 2017.

There are traces of sanitation activities since Ancient History in which human being

had a direct relationship among water, hygiene, health and well-being. There has

been some improvements and advances in this area, in consideration of precarious

rates related to water distribution and sewage collection in our country. Considering

this situation, it is understood the need to detect possible deficiencies and setting

priorities for basic sanitation area in Brazil. It is also substantive to carry out regional

diagnostics regarding the situation of sanitation in specific regions of the country.

The current work aimed to carry out a diagnosis of the basic sanitation from towns

and villages located in The Paraíba do Sul River hydrographic region. The

methodology used was the same that Trata Brasil Institute had used to to draw up

the Sanitation Ranking of 2017, classification of municipalities taking into account

the main indicators and variables related to basic sanitation in each location. The

findings demonstrate that improvements are still needed in this area, mainly

because it is a region with the largest GDP in the country. The results are expected

to contribute to raise public awareness and the public authorities in relation to the

conditions of basic sanitation in each town consulted and to assist public policy

development and programs to improve basic sanitation in the municipalities that

compose this region.

Keywords: Basic sanitation, Paraíba do Sul river, Sanitation Ranking, Trata Brasil

Institute.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Objetivos do milênio. .............................................................................. 19

Figura 2 - Objetivos de desenvolvimento sustentável. ........................................... 20

Figura 3- Conceito de déficit em saneamento básico adotado no PLANSAB. ...... 22

Figura 4- Consumo per capta nacional x Perdas na distribuição. .......................... 24

Figura 5- Sistema Nacional de Recursos Hídricos ................................................. 30

Figura 6 - Limites da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. ........................... 33

Figura 7- Municípios classificados em relação ao grupo “Nível de cobertura” ...... 51

Figura 8- Municípios classificados em relação ao grupo “Melhoria da cobertura” . 55

Figura 9- Municípios classificados em relação ao grupo “Nível de eficiência”. ...... 61

Figura 10- Histograma do ranking por classes. ...................................................... 63

Figura 11- Classificação em relação a “Nota Final” dos municípios da região

hídrica do Rio Paraíba do Sul. ................................................................................ 65

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Indicadores utilizados para calcular o Ranking do saneamento. ......... 39

Quadro 2 - Classificação dos municípios e respectiva representação das cores em

relação aos grupos. ................................................................................................ 42

Quadro 3 - Fórmulas utilizadas para o cálculo do Ranking do saneamento. ......... 43

Quadro 4 - Classificação dos municípios e respectiva representação das cores. . 46

Quadro 5 - Municípios que não preencheram os dados do SNIS referente aos anos

de 2015 e 2014. ...................................................................................................... 48

Quadro 6 - Melhores municípios em relação ao grupo “Nível de cobertura”. ........ 50

Quadro 7 - Piores municípios em relação ao grupo “Nível de cobertura”. ............. 53

Quadro 8 - Melhores municípios em relação ao grupo “Melhora da cobertura”. ... 54

Quadro 9 - Piores municípios em relação ao grupo “Melhora da cobertura”. ........ 57

Quadro 10 - Melhores municípios em relação ao grupo “Nível de eficiência”. ...... 59

Quadro 11 – Piores municípios em relação ao grupo “Nível de eficiência” ........... 62

Quadro 12 - Resumo geral da classificação dos municípios ranqueados. ............ 63

Quadro 13 - Os 12 melhores municípios classificados pelo ranking do saneamento

básico. ..................................................................................................................... 64

Quadro 14 - Os piores municípios classificados pelo ranking do saneamento básico.

................................................................................................................................ 66

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LISTA DE SIGLA

ABCON Associação das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto

AGENERSA Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do

Estado do Rio de Janeiro

AGEVAP Agência da Bacia

ANA Agência Nacional de Águas

ARSAE-MG Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e

de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais

ARSESP Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de

São Paulo

BHPS Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

CBHs Comitês de Bacia Hidrográfica

CBH-MPS Comitê do Médio Paraíba do Sul

CBH-OS Comitê Paulista

CBH-R2R Comitê do Rio Dois Rios

CEDAE Companhia Estadual de Águas e Esgotos

CEIVAP Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do

Sul

CERH Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CESBs Companhias Estaduais de Saneamento Básico

CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CNARH Cadastro Nacional de Usuários de recursos Hídricos

CNRH Conselho Nacional de Recursos Hídricos

COMPÉ Comitê dos Afluentes Mineiros dos Rios Pomba e Muriaé

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONESAN Conselho Estadual de Saneamento

COPAM Conselho Estadual de Política Ambiental

COPASA-MG Companhia de Saneamento de Minas Gerais

COPPETEC Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos

Tecnológicos

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CORA Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso

Racional da Água Potável

CRHi Coordenadoria de Recursos Hídricos

DAEE Departamento de Águas e Energia Elétrica

FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente

FUNASA Fundação Nacional de Saúde

FUNDRHI Fundo Estadual de Recursos Hídricos

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEF Instituto Estadual de Florestas

IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas

INEA Instituto Estadual do Ambiente

MG Minas Gerais

MMA Ministério de Meio Ambiente

ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio

ODS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

PLANASA Plano Nacional de Saneamento

PLANSAB Plano Nacional de Saneamento Básico

PNRH Política Nacional de Recursos Hídricos

RJ Rio de Janeiro

SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo

SEA Secretaria de Estado do Ambiente

SEAQUA Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental,

Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso

Adequado dos Recursos Naturais

SEDRU Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política

Urbana

SEGRHI Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SEMAD Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável

SESP Serviço Especial de Saúde Pública

SGI Superintendência de Gestão da Informação

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SIGRH Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos

SISEMA Sistema Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos

SNIRH Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento

SP São Paulo

SRH Secretaria de Recursos Hídricos

SSRH Secretaria de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos de

São Paulo

SUPS Superintendência de Políticas de Saneamento

UNICEF United Nations Children's Fun (Fundo das Nações Unidas para

a Infância)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA .................................................................... 12

2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 13

2.1. Gerais ............................................................................................................... 13

2.2. Específicos ....................................................................................................... 13

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 14

3.1. Saneamento Básico ......................................................................................... 14

3.1.1. Saneamento Básico no Brasil: Histórico e Marcos Legais .......................... 16

3.1.2. Situação atual do saneamento básico no Brasil: do atendimento atual à

universalização ....................................................................................................... 23

3.2. Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil.......................................................... 27

3.3. Bacia do Rio Paraíba do Sul ............................................................................ 30

3.3.1. Gestão e estrutura político-institucional da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

do Sul 33

3.3.1.1. Agência de bacia, organismos de bacia e consórcio do Rio Paraíba do

sul 36

4. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 38

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 47

5.1. Classificação ..................................................................................................... 47

5.1.2 Grupo Nível de Cobertura ............................................................................ 50

5.1.3 Grupo Melhora da Cobertura ....................................................................... 54

5.1.4 Grupo Nível de eficiência ............................................................................. 58

5.2. Nota final ........................................................................................................... 62

6. Considerações finais ........................................................................................ 67

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 69

ANEXO A ................................................................................................................ 75

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Desde a história antiga, em que o homem observou uma relação direta entre

água, higiene, saúde e bem estar, há indícios de ações de saneamento. Atualmente

tem-se buscado por melhorias e avanços nesse setor, tendo em vista os índices

precários relacionados à distribuição de água e coleta de esgoto em nosso país.

Segundo o Diagnóstico dos serviços de Água e Esgoto de 2015 apresentado

pelo Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), 83,3% dos

brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada. Embora pareça um

número elevado e satisfatório, ainda são mais de 35 milhões de brasileiros sem o

acesso a este serviço básico. Em relação à coleta de esgoto, o documento aponta

que apenas 50,3% da população é atendida; o que significa que mais de 100

milhões de brasileiros não tem acesso a este serviço.

Vale lembrar que a implantação dos serviços de abastecimento de água traz

como resultado uma rápida e concreta melhoria na saúde e nas condições de vida

de uma comunidade, constituindo-se no melhor investimento em benefício da

saúde pública (BORJA; MORAES, 2014). Tais dados não se relacionam apenas às

implicações imediatas em saúde, mas também na economia e educação, pois a

falta de saneamento básico pode prejudicar o desempenho escolar e reduzir a

produtividade do trabalhador (INSTITUTO TRATA BRASIL, 2010).

Diante desta realidade, é evidente a necessidade de detecção das possíveis

falhas e estabelecimento de prioridades para o setor de saneamento básico no

Brasil, além da realização de diagnósticos regionais que evidenciam a situação de

saneamento em regiões específicas do país. Assim, considerando a bacia

hidrográfica como unidade de análise e planejamento ambiental, pretende-se

realizar um diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na Região

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (BHPS) buscando oferecer subsídios para a

gestão ambiental adequada e minimização dos impactos relacionados ao setor de

saneamento na região estudada.

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2. OBJETIVOS

2.1. Gerais

Realizar um diagnóstico do saneamento básico dos municípios situados na

Região Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul buscando oferecer subsídios que

auxiliem na elaboração de políticas e práticas de saneamento básico eficientes e

na manutenção e melhoria da qualidade ambiental dos municípios estudados.

2.2. Específicos

Realizar um levantamento, análise e síntese dos principais indicadores

relacionados às condições de saneamento básico nos municípios que

compõem a Região Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul;

Elaborar uma sólida base de dados espaciais que servirão de subsídio para

a realização do diagnóstico de saneamento básico e para a elaboração de

mapas temáticos analíticos e de síntese dos municípios da Região

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

Aplicar a metodologia de cálculo, utilizado pelo Instituto Trata Brasil para

elaboração do Ranking do Saneamento do ano de 2017, para classificação

dos municípios considerando os principais indicadores e variáveis referentes

ao saneamento básico em cada localidade.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Saneamento Básico

Conceitualmente, Menezes (1984) definiu saneamento básico como “o

conjunto de medidas que visam modificar as condições do meio ambiente, com a

finalidade de prevenir doenças e promover a saúde”. Ainda conforme o autor, a

diferença entre saneamento básico e saneamento ambiental é que o primeiro,

refere-se ao controle de doenças e seus vetores, enquanto o segundo abordaria a

gestão ambiental, social, econômica e as medidas de uso e ocupação do solo.

Para Moraes (1993), saneamento básico são ações de saúde pública que

garantem:

O abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e o conforto, com qualidade compatível com os padrões de potabilidade; coleta, tratamento e disposição adequada dos esgotos e dos resíduos sólidos; drenagem urbana de águas pluviais e controle ambiental de roedores, insetos, helmintos e outros vetores e reservatórios de doenças (MORAES, 1993).

Segundo o Instituto Trata Brasil (2012), que é uma Organização da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) formada por empresas que tem como

interesse a melhoria nos serviços de saneamento básico e uma maior valorização

dos recursos hídricos, saneamento é o controle de todos os fatores do meio físico

do homem que exercem danos sobre seu bem-estar físico, mental ou social. Já o

Saneamento Básico é a solução dos problemas relacionados exclusivamente com

o abastecimento de água e disposição dos esgotos de uma comunidade. Como

exemplo disso, o abastecimento de água, a coleta e o tratamento de esgotos são

considerados prioridades em programas de saúde pública.

Apesar da discussão recente relacionada à definição de saneamento básico,

faz-se importante ressaltar que a preocupação com o desenvolvimento de técnicas

de irrigação, construção de diques, canalizações superficiais e subterrâneas que

serviram para a melhoria da qualidade de vida da população, ou seja, técnicas

relacionadas com o desenvolvimento do que atualmente é considerado como

infraestrutura de saneamento básico, são anteriores à era Cristã. Fragmentos

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encontrados na Índia atestam que uma civilização se desenvolveu a 4.000 anos

atrás, contava com banheiros, coleta de esgotos e drenagem nas ruas (ROSEU,

1994 apud FUNASA, 2007, p. 9). No desenvolvimento da civilização greco-romana,

foram feitas muitas práticas sanitárias, e neste período já existia a associação entre

esses cuidados e os controles de doenças. (FUNASA, 2004).

Além dessas técnicas, foi na antiguidade que se deu inicio as relações entre

saneamento básico e saúde; que foi apontada por Hipócrates (460-377 a.C.) em

“Ares, Águas e Lugares”, onde foram definidas como ‘endêmicas’ aquelas doenças

onde se observava a ocorrência de um número regular e contínuo de casos entre

os habitantes de uma comunidade; e como ‘epidemia’ o surgimento repentino e

explosivo de um número elevado de casos de determinada doença em uma

população. Como fatores responsáveis pela endemicidade local, Hipócrates

destacava o clima, o solo, a água, o modo de vida e a nutrição (BATISTELLA, 2007).

Conforme Batistella (2007), as observações de Hipócrates conduziram e

orientaram as atitudes e organização das comunidades gregas para a prevenção

de doenças, sendo que “as ações de higiene e de educação em saúde estavam

baseadas na recomendação de um modo ideal de vida, em que nutrição, excreção,

exercício e descanso eram fundamentais” (BATISTELLA, 2007, pg. 32).

Durante a idade média a água era um elemento vital para a economia, sendo

utilizada para movimentação das rodas d’água para moagem, tecelagem e

tinturaria. Em 1425 foi escrito o primeiro texto com ensinamentos de hidráulica,

saneamento e gestão das águas. Também foi no século XIV que metade da

população da Europa foi infectada com doenças contagiosas, como cólera, lepra e

tifo, e um terço da população da Índia morreu. Apesar do poder econômico que a

água tinha nesse período, a falta de saneamento básico, especialmente

abastecimento de água e esgotamento sanitário, era o principal fator para

proliferação dessas doenças.

A partir de 1453 a hidrologia avançou e surgiu a metodologia de medição de

velocidades das águas e também a proposição de que os rios precisam das águas

de chuva para permanecerem saudáveis (BARROS, 2014).

De acordo com Barros (2014) a criação da máquina à vapor já no século

XVIII acelerou o processo produtivo e como consequência causou uma série de

impactos negativos ao ambiente. Conforme o autor, no final dos anos 1820, houve

na França o combate à poluição das águas, onde era previsto punição com multa

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ou prisão para quem desrespeitasse as leis. Neste contexto, a evolução

tecnológica proporcionada pelo próprio processo de revolução industrial dos países

capitalistas proporcionaram a execução para o atendimento em larga escala de

sistemas e ações de saneamento, bem como legislação, juntamente com outros

serviços públicos. Porém, mesmo com grandes avanços nesse setor, ainda existe

uma grande parcela da população mundial que ainda não usufrui desses serviços

básicos.

De acordo com o novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e

do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Progress on drinking water,

sanitation and hygiene: 2017 update and SDG baselines, divulgado no dia 13 de

julho de 2017, aproximadamente 2,1 bilhões de pessoas ainda não tem acesso a

água potável.

3.1.1. Saneamento Básico no Brasil: Histórico e Marcos Legais

A primeira grande obra relacionada ao saneamento básico no Brasil foi o

famoso aqueduto da Carioca (hoje conhecido como os “Arcos da Lapa”). O

aqueduto da Carioca foi o primeiro sistema de canalização de água no país; e por

muito tempo, a principal fonte pública de abastecimento da cidade do Rio de

Janeiro, onde boa parte da população buscava água, diretamente ou através de

escravos, que a levava a seus senhores ou a vendia pelas ruas da cidade, os

chamados aguadeiros (ABREU, 1992). A partir daí, bicas e chafarizes foram

instalados em diversos locais da cidade, servindo a um maior número de pessoas.

Em geral, a rede de abastecimento acompanhou o aumento populacional,

alcançando as novas áreas e freguesias que progressivamente se incorporavam

ao meio urbano (SANTOS, 1965)

Com a vinda da família Real para o Brasil em 1.808, houve um grande

avanço nos serviços de saneamento. Conforme Cavinatto:

Foram criadas leis que fiscalizavam os Portos e evitavam a entrada de navios com pessoas doentes. O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a implantar redes de coleta para o escoamento da água da chuva. Porém, o sistema foi instalado somente no Rio de Janeiro e atendia a área da cidade onde se instalava a aristocracia (CAVINATTO, 1992).

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Durante a 1ª república, o Rio de Janeiro foi a 5ª cidade no mundo a adotar

um sistema de coleta de esgoto moderno. Segundo SILVA (1988), em fevereiro de

1864 foi inaugurada a Estação Elevatória e de Tratamento do 3º Distrito, para

atender inicialmente 1.200 casas, das 14.600 existentes nessa área.

Até o começo da década de 1930, o setor de saneamento no Brasil era

formado por poucas empresas públicas e privadas e com grande participação de

empresas estrangeiras. Naquela época não havia recursos. As tarifas cobriam

inteiramente os custos e havia uma garantia de rentabilidade mínima em torno de

7% (EBAPE/FGV, 1995).

A partir da década de 1940, devido ao acelerado processo de urbanização e

industrialização do país, surgem os problemas relacionados a poluição e

degradação dos corpos hídricos; além dos problemas sociais e o aumento da

pobreza, juntamente com a má qualidade de vida.

Segundo a projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

de 1987, que apresenta dados históricos relacionados a estimativa populacional, a

população passou de um pouco mais que 41 milhões em 1940 para 70 milhões em

1960, o que significa um aumento de quase 60% da população em apenas 20 anos.

O processo de crescimento e a rápida modificação dos espaços urbanos,

representaram, e representam até hoje, um grande desafio para o manutenção dos

serviços de abastecimento de água, saneamento básico e drenagem pluvial.

Com a péssima qualidade dos serviços prestados pelas companhias

estrangeiras, o Brasil estatizou o serviço de saneamento no início do século XX

iniciando a comercialização desses serviços. Surgiram então as autarquias e

mecanismos de financiamento para o abastecimento de água, com influência do

Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), hoje denominada Fundação Nacional

de Saúde (FUNASA), que tem como missão promover a saúde pública e a inclusão

social por meio de ações de saneamento e saúde ambiental (FUNASA 2012).

Em 1970 foi criado o Plano Nacional de Saneamento (PLANASA) e as

Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESBs). O PLANASA foi o único

mecanismo articulado de financiamento e de modernização do setor de

saneamento no Brasil.

No caso brasileiro, a experiência do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA), baseada na centralização em nível estadual e na gestão absoluta por parte do setor público, mostrou-se eficaz na realização da

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ampliação da cobertura dos serviços durante a década de 1970. No período mais recente, o mesmo modelo mostrou-se incapaz de responder aos seus principais desafios. Impõe-se assim a busca de um novo modelo (TUROLLA, 2002, pg 7).

De acordo com Turolla (2002) a década de 1990 foi caracterizada por um

limitado esforço de modernização sendo que a falta de avanços na consolidação

de um padrão legal exclusivo para os serviços de saneamento impediu uma

melhoria expressiva nesse setor. Após esse colapso, a Política Nacional de

Saneamento permaneceu por toda a década de 1990 sem regulamentação.

Desde o ocorrido buscou-se tentativas de legalizar o serviço de saneamento

no Brasil. No entanto, devido a tamanha burocracia demorou-se para chegar em

um acordo que suprisse as necessidades do país e que estivesse de acordo com

a constituição federal.

Em 2004, a lei Nº 11.079 instituiu normas gerais para licitação e contratação

de parceria público-privada no âmbito da administração pública. Em seguida, no

mesmo ano, a portaria 518 do Ministério da Saúde estabeleceu:

I- As responsabilidades por parte de quem produz a água;

II- A quem cabe o exercício do controle de qualidade da água e das

autoridades sanitárias;

II- A quem cabe a missão de “vigilância da qualidade da água” para

consumo humano.

Posteriormente o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou a

resolução nº 357, de 17 de março de 2005 que dispõe sobre a classificação dos

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, e estabelece as

condições e padrões de lançamento de efluentes.

Vale lembrar que, paralelamente às discussões e avanços na elaboração da

legislação relacionada ao saneamento no Brasil, houve também um movimento

influenciado pela Organização das Nações Unidas em escala mundial para

promoção de melhorias na área de saneamento básico ao redor do mundo. A partir

da década de 1980, decretada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como

a Década Internacional do Abastecimento de Água e do Esgotamento Sanitário,

houve uma maior preocupação em escala mundial com as questões relacionadas

ao saneamento, sendo que a sua universalização estaria direta ou indiretamente

ligada aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) (Figura 1) e os

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU.

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As metas do milênio foram estabelecidas pela ONU em 2000, com o apoio

de 191 nações, e ficaram conhecidas como Objetivos de Desenvolvimento do

Milênio (ODM). Uma das metas dos ODM era promover o desenvolvimento

sustentável, reduzir a perda de diversidade biológica e reduzir pela metade, até

2015, a proporção da população sem acesso a água potável e esgotamento

sanitário.

Figura 1 - Objetivos do milênio.

Fonte: ODM Brasil (2013).

Como os avanços dos objetivos do milênio não foram tão grandes até o ano

de 2015, em setembro do mesmo ano a ONU lançou os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável (ODS), que tem como objetivo orientar as políticas

nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos quinze anos,

sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). São

17 Objetivos e 169 metas, envolvendo temáticas diversificadas, como erradicação

da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de

gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões

sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis,

proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres,

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crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança, e

meios de implementação (ONU, 2015).

Fonte: Direção-geral da educação (2016).

No entanto, antes do estabelecimento dos ODS o Brasil já dava um passo

importante em relação em direção à legislação voltada ao saneamento no país. Um

marco legal importante relacionado ao saneamento básico no país foi a Lei Federal

nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007, também conhecida como Politica Nacional de

Saneamento Básico. Em seu artigo 3º, saneamento básico é definido como “o

conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento

de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas” (BRASIL, 2007). Nesta

Lei também foram definidas as responsabilidades relacionadas à coordenação e

atuação dos agentes envolvidos no planejamento e execução da política nacional

de saneamento básico. Em seu artigo 52 a lei confere ao Governo Federal a

responsabilidade pela elaboração Plano Nacional de Saneamento Básico

(PLANSAB)1 . A Lei Federal nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007 impulsionou a

1 A formulação e coordenação da Política Nacional de Saneamento Ambiental e o Plano

Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), competem à Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA), integrante da estrutura do Ministério das Cidades. A missão da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (SNSA) é assegurar à população os direitos humanos fundamentais de acesso à água potável em qualidade e quantidade suficientes, e a vida em ambiente salubre nas cidades e no campo, segundo os princípios fundamentais da universalidade, equidade e integralidade.

Figura 2 - Objetivos de desenvolvimento sustentável.

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estruturação dos municípios como poder concedente, e desde então tem sido

crescente a participação de empresas privadas no setor de saneamento.

Outro importante avanço no planejamento para a universalização do

saneamento básico é representado pelo Plano Nacional de Saneamento Básico

(PLANSAB), previsto na Lei Nº 11.445/2007.

O PLANSAB, lançado no ano de 2013, pauta-se em uma visão estratégica

de futuro e parte da premissa de que os avanços ocorridos nas últimas décadas,

em termos de acesso, deram-se de forma a consolidar desigualdades, estando o

déficit concentrado em grupos com características comuns, compostos por famílias

de baixa renda, residentes prioritariamente nas macrorregiões Norte e Nordeste do

País, sobretudo em áreas rurais e em periferias urbanas (BRASIL, 2014).

Em relação à caracterização do déficit em saneamento básico no Brasil, o

PLANSAB estruturou duas diferentes situações (com ou sem oferta de serviço

coletivo) para o sistema de esgotamento sanitário ou de abastecimento de água.

Para isso foi adotada uma maior amplitude, que abordasse desde a infraestrutura

implantada, aspectos econômicos e sociais, até a qualidade dos serviços e

soluções utilizadas (Figura 3).

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Fonte: PLANSAB (2013)

No Plano, estão previstos projetos nos campos federal, estadual e municipal,

envolvendo água, esgoto, resíduos sólidos e águas pluviais, que conforme

projeções necessitarão de investimentos na ordem de R$ 508,5 bilhões até 2033.

Entre as metas do PLANSAB até o ano de 2030, estão a universalização do

abastecimento de água, a redução de 41% para 32% do índice de perdas de água

e a oferta de serviços de coleta e tratamento de esgoto a 90% dos domicílios. Tais

metas são bastante arrojadas tendo em vista o cenário brasileiro atual; porém

podem ser alcançáveis se bem planejadas, bem executas e se forem prioridades

para os gestores públicos.

Para que estas e outras metas sejam atingidas estão definidas estratégias

diversas que incluem políticas públicas, regulação, fiscalização dos serviços,

desenvolvimento tecnológico, investimentos e monitoramento de todo o sistema.

De acordo com Toledo (2013), a iniciativa privada terá um papel fundamental

na oferta de tecnologias, produtos e soluções que contribuam para a execução dos

projetos. Para o autor, as empresas nacionais estão preparadas para esse desafio.

Muitas Indústrias da área, juntamente com instituições que atuam nesse setor, têm

apontado a importância da necessidade de universalização, debatendo sobre

novas formas de utilização dos investimentos, para que os prazos colocados

Figura 3- Conceito de déficit em saneamento básico adotado no PLANSAB.

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possam ser cumpridos. Além disso, todo o empenho deve ser feito para que o

PLANSAB “seja um instrumento para orientar e regular as políticas do setor

conforme as peculiaridades regionais do país, incentivando o planejamento de

ações a curto, médio e longo prazos” (TOLEDO, 2013).

Segundo o PLANSAB, a falta de desenvolvimento em saneamento básico

no Brasil, deve-se a grande diversidade territorial e cultural entre as regiões, e

também às políticas econômicas e sociais. Os dados apresentados pelo Plano

mostram que a população com renda mais baixa, de menor escolaridade e que

moram em zona rural ou periferia são os que mais sofrem com a falta desse serviço.

Neste conexto, vale destacar o descaso corrente do serviço público e político que

prefere, na maioria das vezes, direcionar investimentos para obras que lhe

proporcionem um número maior de votos no período eleitoral, não priorizando seu

dever para oferecimento de uma sadia qualidade de vida à populaçao, que passa

pelos serviços de saneamento.

3.1.2. Situação atual do saneamento básico no Brasil: do atendimento atual à universalização

Segundo o Diagnóstico dos serviços de Água e Esgoto de 2015 apresentado

pelo Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS), 83,3% dos

brasileiros são atendidos com abastecimento de água tratada. Apesar de,

aparentemente, ser um número grande e satisfatório, ele indica que

aproximadamente 35 milhões de brasileiros não possuem acesso a este serviço

básico. Ainda nesse diagnóstico é possível observar as grandes diferenças

estruturais entre as regiões brasileiras. A região Sudeste apresenta 91,2% de

atendimento total de água; enquanto isso, a região Norte apresenta índice de 56,9%.

(SNIS, 2015)

O Instituto Trata Brasil em seu estudo “Perdas de Água: Desafios ao Avanço

do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica”, publicado em 2015, mas com dados

referentes ao ano de 2013, mostra que 37% da água tratada e coletada no Brasil é

perdida, ou seja, para cada 100 litros de água apenas 63 litros são consumidos. A

região Norte é a mais prejudicada, com 50,78% de perdas; enquanto isso, a região

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Sudeste apresenta o menor índice com 35,06%. Essa perda pode ser originada por

vazamentos, instalações mal feitas, instalações clandestinas e até mesmo

medições erradas, e em 2013 a perda de faturamento foi de 39,1%, o que

representa aproximadamente R$8 bilhões de prejuízo (INSTITUTO TRATA BRASIL,

2015).

O consumo médio de água por habitante é definido, pelo SNIS, como a

média diária, por indivíduo, dos volumes utilizados para satisfazer os consumos

domésticos, comercial, público e industrial. Em 2015, de acordo com o SNIS, a

média de consumo per capta de água no Brasil foi de 154,02 litros por habitantes

ao dia. O Sudeste ficou com o maior índice, que foi de 176,03 litros por habitante

ao dia, e o Nordeste com o menor com 116,08 litros por habitante ao dia (SNIS,

2015). Tais médias encontram-se acima da quantidade prevista como suficiente

para uma pessoa viver. Segundo o relatório da ONU, Progress on Sanitation and

Drinking-Water, de 2014, 110 litros por dia é a quantidades de água suficiente para

atender as necessidades básicas de uma pessoa.

Além do consumo doméstico, comercial, público e industrial excessivo de

água há também grandes perdas no sistema de distribuição (figura 4).

Figura 4- Consumo per capta nacional x Perdas na distribuição.

Fonte: SNIS 2008 – 2015.

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Em relação à infraestrutura de coleta e tratamento de esgoto, é possível

constatar, com base nos dados do SNIS (2015) que apenas 55,17% da população

têm acesso à infraestrutura de coleta de esgoto. Isso significa que mais de 100

milhões de brasileiros não tem acesso a este serviço. Conforme dados do Instituto

Trata Brasil, mais de 3,5 milhões de brasileiros, nas 100 maiores cidades do país,

despejam esgoto irregularmente mesmo tendo redes coletoras disponíveis.

Tais dados não se relacionam apenas aos danos na saúde, pois o setor de

educação também sofre muito com a falta de saneamento básico pelo país; uma

vez que mais da metade das escolas brasileiras não tem acesso à coleta de esgotos.

(Censo Escolar 2014).

Outro estudo, encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) e desenvolvido por Moreira (2002), estima que 65%

das internações em hospitais de crianças com menos de 10 anos sejam provocadas

por males oriundos da deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa, e que

também tem efeito negativo no desempenho escolar, pois crianças que vivem em

áreas sem saneamento básico apresentam um rendimento 18% menor do que as

que possuem acesso a esse serviço de forma adequada.

De acordo com dados do Instituto Trata Brasil,

[...] crianças com acesso a saneamento básico chegam a ter um aproveitamento de 20% no rendimento escolar. Um estudo do mesmo Instituto, de 2011, mostrou que 50% das internações por diarreias ocorreram em crianças com até cinco anos. Exatamente na faixa etária quando a criança precisa ter a saúde mais preservada e, principalmente, a atividade cerebral está em desenvolvimento. Segundo vários pediatras, inclusive alguns deles embaixadores do instituto, as diarreias constantes desidratam as crianças, e com isso pode haver comprometimento da capacidade de aprendizado escolar para a vida toda (MOREIRA, 2015, s/p).

Em uma entrevista para o site de informações EcoDebate, o presidente

executivo do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, ressaltou que a falta de

saneamento básico está ligada com o desempenho escolar da criança, pois o

aprendizado está completamente conectado à saúde. Ele ainda enfatizou: Todo cidadão tem direito a água limpa e esgoto tratado. São princípios básicos do desenvolvimento do ser humano. Quando deixamos de oferecer o saneamento básico (água e coleta e tratamento dos esgotos), as crianças são as primeiras a sentirem (CARLOS, 2015).

De acordo com dados do SNIS (2015), apenas 42,7% dos esgotos gerados

do país são tratados. Segundo o ranking do saneamento, feito pelo Instituto Trata

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Brasil em 2017, a média das 100 maiores cidades brasileiras em tratamento dos

esgotos foi de 51,75%. Apenas 13 delas tratam acima de 90% de seus esgotos

(INSTITUTO TRATA BRASIL, 2017).

Apenas sete capitais têm índice de mais de 80% de atendimento total de

esgoto. Como exemplo, pode ser citada a cidade de Curitiba – PR, com 100% de

atendimento. No entanto, algumas capitais na Região Norte possuem indicadores

de atendimento em esgoto inferiores a 15%, como é o caso de Belém – PA com

12,80% de atendimento, Manaus – AM com 10,40%, Macapá – AP com 5,44%% e

Porto Velho - RO com 3,71% (INSTITUTO TRATA BRASIL, 2017).

A região Norte apresenta a pior situação entre as regiões brasileiras. Apenas

16,42% do esgoto é tratado, e o índice de atendimento total de esgoto é de 8,7%.

No Nordeste somente 32,2% do esgoto é tratado. Já a região Sul e Sudeste

apresentam números melhores, porém ainda pequenos, 41,4% e 47,4% do esgoto

são tratados, respectivamente. O Centro-Oeste, com 50,22% do esgoto tratado, é

a região com melhor desempenho. No entanto, a média de esgoto tratado atinge

somente a metade da população (SNIS, 2015).

Conforme o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) o valor dos

investimentos para universalização do acesso aos serviços de água e esgotos no

Brasil, seria da ordem de R$ 303 bilhões a serem investidos em 20 anos. Destes,

o Governo Federal, através do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, já

destinou recursos da ordem de R$ 70 bilhões em obras ligadas ao saneamento

básico.

Segundo a Associação das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto

(ABCON), em seu relatório 2 sobre o panorama da participação privada no

saneamento, a iniciativa privada responde por 5% das cidades brasileiras que

recebem serviços de abastecimento de água e captação e tratamento de esgoto, e

de todo o investimento destinado ao setor, 20% pertenceram a iniciativa privada no

ano de 2014 (ABCON 2016).

Um estudo encomendado pelo Instituto Trata Brasil de 2011, “Esgotamento

Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População”, desenvolvido pelos

2 ASSOCIAÇÃO DAS CONCESSIONÁRIAS PRIVADAS DE ÁGUA E ESGOTO (ABCON). Panorama da participação privada no saneamento: Brasil 2016. Disponível em <http://abconsindcon.com.br/publicacoes/panorama-da-participacao-privada-no-saneamento/>. Acesso em 02 de fevereiro de 2017.

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pesquisadores do IBGE Kronemberger e Clevelário Júnior, por exemplo, mostrou

que o Brasil convive com centenas de milhares de casos de internações por

diarreias todos os anos (400 mil casos em 2011, sendo 53% de crianças de 0 a 5

anos), e que grande parte desses casos é devido à falta de saneamento.

(KRONEMBERGER, 2011)

O estudo do Instituto Trata Brasil, “Benefícios Econômicos e sociais da

Expansão do Saneamento”, publicado em março de 2017, mostra que apenas no

Brasil, no ano de 2015 a perda de renda no turismo devido à falta de saneamento

foi de R$ 9,443 bilhões, que gerariam aproximadamente R$ 3,6 bilhões em

impostos arrecadados nesse ano. Esse estudo também apresenta a relação entre

o saneamento básico e o desempenho escolar, e conclui o quanto a qualidade

desse serviço é importante para a formação da população, pois quanto maior o

acesso ao saneamento básico, menor é o atraso escolar (TRATA BRASIL 2017).

3.2. Gestão dos Recursos Hídricos no Brasil

As leis federais, Nº 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos

Hídricos (PNRH) e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos

Hídricos, e a lei Nº 9.984/00, que dispõe sobre a criação da Agência Nacional de

Águas (ANA), são as responsáveis por orientar a gestão dos recursos hídricos no

Brasil, e compreendem um conjunto de diretrizes, programas e metas que compõe

o Plano Nacional de Recursos Hídricos.

De acordo com seu artigo 1º, a Política Nacional de Recursos Hídricos

baseia-se nos seguintes fundamentos:

I- A água é um bem de domínio público; II- A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; III- Em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais; IV- A gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; V- A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos; VI- A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades (BRASIL, 1997).

Em seu artigo 2º, são objetivos da PNRH:

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Assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais (BRASIL, 1997).

Como instrumentos da PNRH, são definidos em seu artigo 5º:

I - os Planos de Recursos Hídricos; II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água; III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; V - a compensação a municípios; VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos (BRASIL, 1997).

De modo a consolidar a proposta deste trabalho torna-se apropriado a

análise do conceito de Planos de Recursos Hídricos, previsto no Art. 6º da PNRH

como “planos diretores que visam a fundamentar e orientar a implementação da

Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos”.

E ainda, de acordo com os incisos I, II, III, IV e V do artigo 7º da PNRH, que

constituem parte do conteúdo mínimo do plano, e que englobam:

o diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; a análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; o balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; as metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos hídricos disponíveis; as medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para o atendimento das metas previstas (BRASIL, 1997).

Em relação a elaboração dos planos, segundo o artigo 8º da PNRH, Os

Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado

e para o País, mostrando assim a importância das divisões de bacias hidrográficas

quando se diz respeito a gestão de recursos hídricos no país.

Para Tucci (1997), pode-se definir bacia hidrográfica como uma área de

captação natural da água de precipitação que faz o escoamento tender para um

único ponto de saída.

Inicialmente, na elaboração do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH),

a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Ministério de Meio Ambiente (MMA)

repartiu o território brasileiro em 12 regiões hidrográficas, que representam bacias

ou conjunto de bacias hidrográficas próximas. Através da Resolução nº 32, de 15

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de outubro de 2003, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) tornou

oficial a divisão do território brasileiro em regiões hidrográficas, que representam

as maiores bacias hidrográficas do país que desembocam no mar ou em território

estrangeiro.

De acordo com o artigo 33 da Lei 9.433 de 08 de janeiro de 1997, que

instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, os, organismos e entidades que

integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Figura 5)

são: I- O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH); II - A Agência Nacional de Águas (ANA); III- Os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; IV - Os Comitês de Bacia Hidrográfica; V - Os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; VI -As Agências de Água (BRASIL, 1997).

A partir da instituição dessa lei, foi introduzido pelo Sistema Nacional de

Recursos Hídricos (SNRH), novos atores no cenário da gestão dos recursos

hídricos brasileiro.

Assim, a elaboração e a execução da Política Nacional de Recursos Hídricos

(PNRH) cabem a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), ao

Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e à Agência Nacional de Águas

(ANA), que são instituições que integram a estrutura regimental do Ministério do

Meio Ambiente (MMA), nas categorias de órgãos específicos singulares, de órgãos

colegiados e entidades vinculadas, respectivamente.

Compete a SRHU fornecer os serviços de Secretaria Executiva do CNRH,

dentre outras funções. A formulação e a implementação de planos, programas e

projetos de aproveitamento de recursos hídricos são de competência da Secretaria

de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional.

A PNRH também regulamenta a cobrança do uso de recursos hídricos, que

de acordo com seu artigo 19º, tem como objetivos:

Reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor; incentivar a racionalização do uso da água; obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos planos de recursos hídricos (BRASIL, 1997).

No artigo 22 da PNRH foi estabelecido que “os valores arrecadados com a

cobrança pelo uso de recursos hídricos devem ser aplicados prioritariamente na

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bacia hidrográfica em que foram gerados” (BRASIL, 1997), e devem ser utilizados

No financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos Hídricos e no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (BRASIL, 1997).

Figura 5- Sistema Nacional de Recursos Hídricos

Fonte: AGEVAP, 2017.

Também é previsto na lei nº 9.433/97 o Sistema Nacional de Informações

sobre Recursos Hídricos (SNIRH), um grande sistema de coleta e tratamento de

dados com informações sobre recursos hídricos (BRASIl, 1997). Para manutenção

desse sistema existe a Superintendência de Gestão da Informação (SGI), que é o

setor da ANA responsável pelas funções de disponibilizar e promover o intercâmbio

de dados e informações, com os estados e as entidades relacionadas à gestão de

recursos hídricos (ANA, 2008).

3.3. Bacia do Rio Paraíba do Sul

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De acordo com a descrição apresentada no Diagnóstico e Prognóstico do

Plano de Recursos Hídricos da bacia do rio Paraíba do Sul, elaborado pela

Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos

(COPPETEC) em parceria com o Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do

Rio Paraíba do Sul (CEIVAP), no ano de 2001, a bacia do rio Paraíba do Sul possuía

área de drenagem de 55.500 km², compreendida entre os paralelos 20º26’ e 23º00’

e os meridianos 41º00’e 46º30’ Oeste de Greenwich. A região hidrográfica do rio

Paraíba do Sul envolvia até o ano de 2001, 180 municípios localizados nos estados

de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, devido ao Decreto Federal

nº 6.591, de 1º de outubro de 2008, a área de atuação do CEIVAP agregou-se a

região de planícies inundacionais junto à foz do rio Paraíba do Sul e passou a

compreender 184 municípios, dos quais 39 são situados no Estado de São Paulo,

57 no Estado do Rio de Janeiro e 88 em Minas Gerais, com territórios totalmente

ou parcialmente inseridos nos limites da Bacia.

A Resolução CERHI-RJ nº 107 de 22 de maio de 2013, que aprovou uma

nova definição das regiões hidrográficas do estado do Rio de Janeiro e revogou a

resolução CERHI n° 18 de 08 de novembro de 2006, retirou a pequena parte da

área do município de Macaé, com 48,6 km² de área, que estava inserido na Região

Hidrográfica Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana e o transferiu totalmente para a

Região Hidrográfica Macaé e das Ostras. Pela mesma resolução, também foi

retirado o município Engenheiro Paulo de Frontin e inserido o município de Bom

Jesus do Itabapoana. Assim, a Região Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul passou

a abranger 183 municípios, sendo 56 fluminenses.

Com tais alterações, a área de atuação do CEIVAP na Bacia do rio Paraíba

do Sul, passou para 61.307 km², estendendo-se pelos estados de São Paulo, com

13.934 km² (22,73%), Rio de Janeiro, com 26.674 km² (43,51%), e Minas Gerais,

com 20.699 km² (33,76%). Tal área corresponde aproximadamente a 0,7% da área

do país e, aproximadamente, a 6% da região sudeste do Brasil. No Rio de Janeiro,

a Bacia compreende 63% da área total do estado; em São Paulo, 5% e em Minas

Gerais, 4%.

De acordo com o relatório de diagnóstico RP-06, realizado pela empresa

COHIDRO em 2015, sobre o Plano Integrado de Recursos Hídricos da bacia

Hidrográfica do rio Paraíba do Sul, a bacia possui um relevo muito acidentado, e

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como pode-se observar na figura 3, tem forma alongada, sendo limitada ao Norte,

pelas bacias dos rios Grande e Doce e pelas serras da Mantiqueira, Caparaó e

Santo Eduardo; a Nordeste, pela bacia do rio Itabapoana; ao Sul, pela Serra dos

Órgãos e pelos trechos paulista e fluminense da Serra do Mar; e a Oeste, pela bacia

do rio Tietê, da qual é separada pela Serra do Mar e pela Serra da Mantiqueira

(Figura 6).

Segundo Alvez e Marengo (2005), a bacia do Paraíba do Sul drena uma das

regiões mais desenvolvidas do país. Seu clima é caracterizado como subtropical

quente, com temperatura média anual oscilando entre 18ºC e 24ºC. Toda a bacia

está sob influência das chuvas de verão. As máximas precipitações ocorrem nas

cabeceiras mineiras da bacia e nos pontos mais altos das serras do Mar e

Mantiqueira, chegando a valores de 2.250 mm/ano. O período de verão é

caracterizado como chuvoso com precipitação acumulada entre 200 e 250 mm/mês,

nos meses com máxima precipitação (dezembro e janeiro), enquanto que no

inverno, no intervalo entre os meses de maio a julho, ocorre o período mais seco,

com precipitação acumulada inferior a 50 mm/mês (COPPETEC, 2006). Seu relevo

é muito acidentado, variando entre colinas e montanhas, chegando a mais de

2.000m nos pontos mais elevados; como o Pico das Agulhas Negras, que é o ponto

mais alto da bacia, localizado em Itatiaia – RJ, a 2.787m de altitude. Seu bioma

original é a vegetação de Mata Atlântica (COPPETEC, 2002).

De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), a população total da bacia é de 8.486.546 habitantes, sendo que,

desses, 1.627.828 vivem no estado de Minas Gerais, 2.857.916 vivem no Rio de

Janeiro, e 4.016.437 em São Paulo.

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33

Figura 6 - Limites da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: SIGA CEIVAP.

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34

3.3.1 Gestão e estrutura político-institucional da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul

Acerca dos instrumentos de gestão de uma bacia hidrográfica, deve-se

ressaltar que para uma gestão sustentável dos recursos hídricos necessita-se de

algumas ferramentas indispensáveis, que para Porto e Laina Porto (2008), são os

dados referentes à bacia, as informações que devem estar acessíveis para todos, e

os direitos de uso e o controle dos impactos sobre os sistemas hídricos devem estar

definidos claramente.

Os processos de gestão dos recursos impactam diretamente muitos setores

econômicos e envolvem uma grande quantidade de órgãos, instituições e entidades.

A identificação e análise dessa estrutura são essenciais para a estimativa dos avanços

nesse setor. No caso da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, que ocupa três

estados brasileiros, é necessário identificar os órgãos e organismos de recursos

hídricos de cada estado.

Em Minas Gerais, conforme a Lei Delegada nº 125, de 25 de janeiro de 2007,

que definiu a estrutura básica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), em seu artigo 7º e inciso 1ª, estabeleceu que

integram o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA): I - a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD); II - o Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM); III - o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH); IV - a Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM); V - o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM); VI - o Instituto Estadual de Florestas (IEF); VII - os núcleos de gestão ambiental das secretarias de Estado integrantes do COPAM; VIII - a Polícia Ambiental da Polícia Militar de Minas Gerais; IX - os comitês de bacias hidrográficas; X - as agências de bacias hidrográficas (BRASIL, 2007).

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana

(SEDRU) é a responsável pela organização dos projetos de saneamento básico, e é

integrada pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de

Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG), uma autarquia

especial, e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA-MG), empresa

pública responsável pela prestação de serviços públicos de abastecimento de água e

esgotamento sanitário.

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No Estado do Rio de Janeiro, a partir da Lei nº 5.101, de 04 de outubro de 2007,

foi criado o instituto estadual do ambiente (INEA), que tem como objetivos

implementar a política estadual de meio ambiente e de recursos hídricos estabelecida

pelos órgãos responsáveis (BRASIL, 2007).

Como definido no artigo 43 da lei 3.239 de 02 de agosto de 1999, que instituiu

a política estadual de recursos hídricos e criou o sistema estadual de gerenciamento

de recursos hídricos, são integrantes do Sistema Estadual de Gerenciamento de

Recursos Hídricos (SEGRHI): I - O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERHI); II - o Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FUNDRHI); III - os Comitês de Bacia Hidrográfica (CBH’s); IV - as Agências de Água; e V - os organismos dos poderes públicos federal, estadual e municipais cujas competências se relacionem com a gestão dos recursos hídricos (BRASIL, 1999).

De acordo com o site oficial da Companhia Estadual de Águas e Esgotos

(CEDAE), a companhia é responsável por manter a captação, tratamento, adução,

distribuição das redes de águas, além da coleta, transporte, tratamento e destino final

dos esgotos de vários municípios do Estado do Rio de Janeiro (CEDAE, 2017).

Conforme o Decreto nº 56.635, de 1 de janeiro de 2011, em São Paulo, a

Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos ficou definida como órgão

responsável pelas políticas estaduais de recursos hídricos e de saneamento. Em seu

artigo 3º, inciso VIII, definiu-se como integrantes da estrutura básica: O Conselho

Estadual de Recursos Hídricos (CRH); o Conselho de Orientação do Programa

Estadual de Uso Racional da Água Potável (CORA); a Coordenadoria de Recursos

Hídricos (CRHi); o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE); a Agência

Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP); a

Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) (BRASIL,

2011).

A Lei nº 7.663, de 30 de dezembro de 1991, estabeleceu normas de orientação

à Política Estadual de Recursos Hídricos, e definiu como órgãos colegiados,

consultivos e deliberativos: o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH), e os

Comitês de Bacias Hidrográficas.

De acordo com seu site institucional, a Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo (CETESB), criada a partir do Decreto nº 50.079 de 24 de julho de 1968, é

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36

a agência do Governo do Estado responsável pela fiscalização, controle,

monitoramento e licenciamento de atividades que geram algum tipo de poluição

(CETESB, 2017).

3.3.1.1. Agência de bacia, organismos de bacia e consórcio do Rio Paraíba do Sul

No artigo 38 da PNRH definiu-se as ações dos Comitês de Bacia Hidrográfica,

dentro de suas áreas de atuação. São elas: I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das entidades intervenientes; II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos; III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia; IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências necessárias ao cumprimento de suas metas; V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações, derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes; VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores a serem cobrados; VII - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo (BRASIL, 1997)

O Comitê de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul (CEIVAP) foi criado

pelo Decreto Federal nº 1842, de 22/03/96. De acordo com seu site institucional, o

CEIVAP possui Sede e Foro na cidade de Resende (RJ) e jurisdição no âmbito da

bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro

e São Paulo, e tem como missão

“promover a gestão integrada dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, articulando as políticas públicas e setoriais correlatas, integrando o planejamento e as ações das instâncias do sistema de gerenciamento da bacia” (CEIVAP, 2017).

A Secretaria Executiva do CEIVAP, atualmente é exercida pela Associação Pró-

Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), garante

os meios para seu funcionamento e coloca em prática suas decisões.

Segundo o seu site institucional, a sede da AGEVAP está localizada em

Resende/RJ e foi criada em 20 de junho de 2002 para o exercício das funções de

Secretaria Executiva do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba

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do Sul (CEIVAP), desenvolvendo as funções definidas no Art. 44 da Lei n°. 9.433/97,

que são: I - manter balanço atualizado da disponibilidade de recursos hídricos em sua área de atuação; II - manter o cadastro de usuários de recursos hídricos; III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos; IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela administração desses recursos; V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos em sua área de atuação; VI - gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos em sua área de atuação; VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas competências; VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica; IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação; X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica; XI - propor ao respectivo ou respectivos Comitês de Bacia Hidrográfica: a. o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o domínio destes; b. os valores a serem cobrados pelo uso de recursos hídricos; c. o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos; d. o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum ou coletivo (BRASIL, 1997)

E então, a partir da Lei Federal nº. 10.881/04, a AGEVAP pôde assumir as

funções de uma Agência de Bacia (AGEVAP, 2017).

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

Inicialmente foram contempladas atividades de levantamento bibliográfico e de

dados referentes ao tema e a área de estudos. As consultas foram realizadas

principalmente a partir de sites oficiais de instituições como o IBGE (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística), a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica

do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP), o Ministério da Cidades, dentre outros.

Os dados utilizados para o cálculo do Ranking do Saneamento dos municípios

da Região Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul foram coletados do site oficial do SNIS,

e são referentes ao ano de 2015. Além disso, utilizaram-se dados referentes ao ano

de 2014, 2013, 2012, e 2011, coletados do mesmo site. A metodologia empregada

para o cálculo desse índice foi desenvolvida pelo Instituto Trata Brasil com o apoio da

GO Associados para fazer o Ranking do Saneamento Básico nas 100 Maiores

Cidades do Brasil no ano 2017; sendo que, para o desenvolvimento do presente

trabalho foram necessárias algumas adaptações da metodologia original para

classificar todos os municípios pertencentes à Região Hidrográfica do Rio Paraíba do

Sul.

Para a composição do Ranking do Saneamento o Instituto Trata Brasil

considerou 15 indicadores do SNIS referentes à água e esgoto. O índice foi dividido

em três grupos, compostos pelos indicadores selecionados (Quadro 1) e com

diferentes ponderações.

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Fonte: Instituto Trata Brasil 2017.

Para compor as notas finais de cada grupo, seus respectivos índices são

calculados a partir de suas notas parciais, e depois multiplicados por suas

Indicador SNIS Descrição Indicador SNIS

IN055 Índice de atendimento total de água (%)

IN023 Índice de atendimento urbano de água (%)

IN056 Índice de atendimento total de esgoto referido aos municípios

atendidos com água (%)

IN024Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios

atendidos com água (%)

IN046 Índice de esgoto tratado referido à água consumida (%)

IN056Índice de atendimento total de esgoto referido aos municípios

atendidos com água (%)

FN006 Arrecadação total (R$/ano)

FN033 Investimentos totais realizados pelo prestador de serviços (R$/ano)

FN048 Investimentos totais realizados pelo(s) município(s) (R$/ano)

FN058 Investimentos totais realizados pelo estado (R$/ano)

AG021 Quantidade de ligações totais de água (Nº de Ligações)

IN055 Índice de atendimento total de água (%)

ES009 Quantidade de ligações totais de esgotos (Nº de Ligações)

IN056Índice de atendimento total de esgoto referido aos municípios

atendidos com água (%)

AG006 Volume de água produzido (1.000 m³/ano)

AG011 Volume de água faturado (1.000 m³/ano)

AG018 Volume de água tratada importado (1.000 m³/ano)

IN049 Índice de perdas na distribuição (%)

AG006 Volume de água produzido (1.000 m³/ano)

AG011 Volume de água faturado (1.000 m³/ano)

AG018 Volume de água tratada importado (1.000 m³/ano)

IN049 Índice de perdas na distribuição (%)

Quadro 1 - Indicadores utilizados para calcular o Ranking do saneamento.

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40

ponderações.

O grupo “Nível de cobertura” representa 60% da nota final e é calculado da

seguinte forma:

= � � � × �%+ � � � × �%+ � � × , �% + � � × ,�% + � � × �%

Onde:

NF(NC) = Nota Final do grupo “Nível de cobertura”;

NP(ITA) = Nota parcial do “Índice de atendimento total de água”;

NP(IUA) = Nota parcial do “Índice de atendimento urbano de água”;

NP(ITE) = Nota parcial do “Índice de atendimento total de esgoto”;

NP(IUE) = Nota parcial do “Índice de atendimento urbano de esgoto”;

NP(ITR) = Nota parcial do “Índice de tratamento de esgoto”.

O grupo “Melhora da cobertura” representa 25% da nota final e é calculado da

seguinte forma: = � � � × %+ � � × �%+ � × %

Onde:

NF(MC) = Nota Final do grupo “Melhora da cobertura”;

NP(ISA) = Nota parcial do “Índice Investimento sobre a arrecadação”;

NP(LGA) = Nota parcial do “Índice Novas Ligações de Água Sobre Ligações

Faltantes de Água”;

NP(LGE) = Nota parcial do “Índice Novas Ligações de Esgoto Sobre Ligações

Faltantes”;

O grupo “Nível de eficiência” representa 15% da nota final e é calculado da

seguinte forma:

= � �� × �%+ � �� × �%+ � � × , �% + � � × , �%

Onde:

NF(NE) = Nota Final do grupo “Nível de eficiência”;

NP(IPFT) = Nota parcial do “Índice de Perdas de Faturamento Total”;

NP(IPD) = Nota parcial do “Índice de Perdas na Distribuição”;

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NP(EPF) = Nota parcial do “Índice Evolução das Perdas de Faturamento”;

NP(EPD) = Nota parcial do “Índice Evolução das Perdas na Distribuição”.

Conforme o Instituto Trata Brasil, as ponderações atribuídas aos grupos foram

motivadas por três questões fundamentais para o saneamento no Brasil. A primeira,

considerada com maior ponderação por essa metodologia, é o nível de cobertura, que

principalmente, em relação ao esgotamento sanitário, é muito baixo. A segunda

questão é devido ao grande déficit que existe nos serviços de saneamento no Brasil,

sendo necessário investimentos para aumentar o nível de cobertura; por isso o grupo

para avaliar a melhora na cobertura de cada município. E por último, é aparente a

grande ineficiência que existe nos sistemas de abastecimento de água no Brasil,

gerando um enorme prejuízo que poderia ser revertido em investimento, sendo assim

muito pertinente um grupo que avalie o nível de eficiência dos municípios.

A nota final é a soma das notas finais de cada grupo, representada por NF e

calculada da seguinte forma: = + +

Onde:

NF = Nota Final”;

NF(NC) = Nota Final do grupo “Nível de cobertura”;

NF(MC) = Nota Final do grupo “Melhora da cobertura”;

NF(NE) = Nota Final do grupo “Nível de eficiência”

Para analisar a classificação em relação as notas dos grupos, utilizou-se a

mesma classificação utilizada para a nota final, porém para cada grupo utilizou-se um

intervalo de notas diferentes, também alterou-se, para tons mais claros, em relação

aos tons utilizados para a nota final, as cores representadas no mapa temático

(Quadro 2). O Intervalo de notas diferentes deve-se a cada ponderação que o grupo

recebe. No grupo “Nível de cobertura” a nota máxima calculada pode ser 6; no grupo

“Melhora da cobertura” a nota máxima calculada pode ser 2,5; e no grupo “Nível de

eficiência” a nota máxima calculada pode ser 1,5. E como a nota final é a soma das

notas dos grupos, ela pode variar de 0 a 10.

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42

Quadro 2 - Classificação dos municípios e respectiva representação das cores em relação aos grupos.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

A seguir são apresentados os indicadores utilizados, sua descrição, os grupos

criados, as fórmulas utilizadas para os cálculos das notas parciais, e suas respectivas

ponderações para composição da nota geral (Quadro 3).

1 NC > 5 MC > 2 NE > 1 Muito bom

2 4 < NC ≤ 5 1,5 < MC ≤ 2 0,75 < NE ≤ 1 Bom

3 3 < NC ≤ 4 1 < MC ≤ 1,5 0,5 < NE ≤ 0,75 Regular

4 2 < NC ≤ 3 0,5 < MC ≤ 1 0,25 < NE ≤ 0,5 Ruim

5 0 < NC ≤ 2 0 < MC ≤ 0,5 0 < NE ≤ 0,25 Muito ruim

6 Não Classificados Não Classificados Não Classificados Não Declarados

Nº Nível de coberturaMelhora da cobertura

Nível de Eficiência CONCEITO

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43

Quadro 3 - Fórmulas utilizadas para o cálculo do Ranking do saneamento.

(continua)

Grupo Índice Fórmula Ponderação

Índice de atendimento total de água

5%

Índice de atendimento urbano de água

5%

25%

Índice de atendimento urbano de esgoto

Índice de tratamento de esgoto

Nív

el d

e co

ber

tura Índice de atendimento

total de esgoto12,5%

12,5%

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44

(continuação)

Fonte: Instituto Trata Brasil 2017.

Índice de Perdas na Distribuição

5%

10%

Índice Novas Ligações de Água

(NLA) Sobre Ligações Faltantes de

Água (LFA)

5%

Índice Novas Ligações de Esgoto

(NLE) Sobre Ligações Faltantes

(LFE)

Índice Investimento sobre a arrecadação

Nív

el d

e ef

iciê

ncia

2,5%

Índice Evolução das Perdas na

Distribuição (EPD)2,5%

Mel

hora

da

cobe

rtur

a

10%

Índice de Perdas de Faturamento Total

(IPFT)5%

Índice Evolução das Perdas de

Faturamento (EPF)

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Neste trabalho foram considerados apenas os municípios que preencheram o

formulário de coleta de dados, de forma auto declaratória, disponível no site do SNIS

com os dados dos anos referentes a 2015 e 2014. Os 21 municípios que deixaram de

preencher os dados de 2015 ou de 2014 não foram considerados na classificação.

Essa adaptação foi necessária, pois a classificação é referente ao ano de 2015 e

muitas notas são obtidas com a evolução do ano anterior (2014) para o ano analisado.

Outra adaptação foi em relação aos dados incoerentes com a realidade ou não

preenchidos pelo município. Quando uma dessas situações ocorreu a nota atribuída

ao município nessa categoria foi 0 (zero).

Na sequência foi elaborada, com o suporte do software ArcGis 10.5, a base de

dados georreferenciados necessários para a elaboração dos mapas temáticos

analíticos e de síntese da área e dos indicadores estudados. Os arquivos vetoriais

referentes ao limite dos municípios integrantes da Região Hidrográfica do Rio Paraíba

do Sul foram coletados do site do Sistema de Informações Geográficas e

Geoambientais da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul – SIGAweb.

Os dados referentes aos indicadores e ao índice calculado para cada município

foram inseridos na tabela de atributos do arquivo vetorial por meio de funções de

relacionamento de tabelas implementadas no software ArcGis 10.5 (Join). Para tanto

foi utilizado o código do município no IBGE, comum em ambas as tabelas.

Para a elaboração do mapa temático de classificação dos municípios conforme

o Ranking do saneamento calculado foi espacializada a nota final de todos municípios

classificados, sendo dividia em 6 classes. Como mostrado no quadro 3, os municípios

com nota final maior que 8 foram classificados como “Muito Bom” e representados

pela cor verde escuro; com nota maior que 6 e menor ou igual a 8 foram classificados

como “Bom” e representados pela cor verde claro; os classificados com nota maior

que 4 e menor ou igual a 6 foram classificados como “Regular” e representados pela

cor amarela; os que obtiveram nota maior que 2 e menor ou igual a 4 foram

classificados como “Ruim” e representados pela cor laranja; os municípios com nota

maior que zero e menor ou igual a 2 foram classificados como “Muito Ruim” e foram

representados pela cor vermelha; os municípios não classificados foram atribuídos

como “Não Declarado” e representados pela cor marrom (Quadro 4).

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46

Quadro 4 - Classificação dos municípios e respectiva representação das cores.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Também foram elaborados alguns gráficos e histogramas com os resultados

obtidos, que por fim, foram sistematizados e analisados, ressaltando-se as aplicações

e limitações da metodologia aplicada, bem como a atual situação de saneamento

básico nos 183 municípios da região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul.

Nº MUNICÍPIOS CONCEITO

1 NOTA FINAL > 8 Muito bom

2 6 < NF ≤ 8 Bom

3 4 < NF ≤ 6 Regular

4 2 < NF ≤ 4 Ruim

5 0 < NF ≤ 2 Muito ruim

6 Não Classificados Não Declarados

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47

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Classificação

A análise começa na fragilidade dos dados do Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento – SNIS, que por serem auto declaratórios não são

informados por muitos prestadores; ou quando são informados apresentam diversas

inconsistências, como por exemplo, dados em que o volume tratado de esgoto é maior

que o produzido. Deve-se lembrar ainda que na maioria dos casos os sistemas não

possuem medições de vazões de água ou distribuição, o que remete a premissa que

a maioria dos dados são estimados, podendo não representar de fato a realidade.

Destaca-se inicialmente os prestadores que não informaram os dados ao SNIS

e como não existe atualmente nenhuma penalidade ao município ou ao prestador de

serviço que não informa os dados, temos 183 municípios na Região Hidrográfica do

rio Paraíba do Sul, dos quais 21 que não preencheram os dados referentes ao ano de

2015 ou 2014, ou seja, aproximadamente 11,5% dos municípios não puderam ser

avaliados.

Esses municípios que não informaram seus dados foram classificados como

“Não Declarados”, pois não se conhece seus índices, e vale salientar que o primeiro

passo para um dia chegar a universalização do saneamento é apresentação dessas

informações. A relação detalhada destes municípios está mostrada no quadro 3, dos

quais 5 pertencem ao estado de São Paulo, 13 ao estado de Minas Gerais, e 3 ao

estado do Rio de Janeiro.

Outro detalhe importante a ser destacado é que dos 21 municípios que não

declararam seus dados, 20 são responsáveis pelo próprio serviço de saneamento e

apenas 1 possui prestador de serviço estadual, que é o caso do município de Itamarati,

em Minas Gerais. Neste caso a prestadora é a COPASA, responsável apenas pelas

operações relacionadas a tratamento e distribuição de água.

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Quadro 5 - Municípios que não preencheram os dados do SNIS referente aos anos de 2015 e 2014.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Além disso, dos 162 que foram classificados e que, portanto, enviaram os

dados referentes aos anos de 2015 e 2014, mais da metade não apresentam

preenchimento de algum dado, ou ainda, os dados declarados apresentam algum tipo

de inconsistência.

O não preenchimento dos dados do SNIS e a inconsistência dos dados

Com dados Sem dados

SÃO PAULO 34 5 39

Areias Municipal 1

Cunha Municipal 2

Paraibuna Municipal 3

Potim Municipal 4

São Jose do Barreiro Municipal 5

MINAS GERAIS 74 13 87

Aracitaba Municipal 1

Bias Fortes Municipal 2

Bocaina de Minas Municipal 3

Ewbank da Câmara Municipal 4

Itamarati de Minas Estadual*** 5

Olaria Municipal 6

Paiva Municipal 7

Passa Vinte Municipal 8

Pedra Dourada Municipal 9

Pedro Teixeira Municipal 10

Rio Preto Municipal 11

Santa Bárbara do Monte Verde Municipal 12

São Francisco do Glória Municipal 13

RIO DE JANEIRO 54 3 57

Carmo Municipal 1

Conceição de Macabu Municipal 2

Mendes Municipal 3

TOTAL 162 21 183

11,48%

20 95%

1 5%

*** COPASA - opera somente água

% MUNICÍPIOS QUE NÃO INFORMARAM DADOS AO SNIS

% MUNICÍPIOS SEM DADOS E OPERADOS PELO MUNICÍPIO

% MUNICÍPIOS SEM DADOS E OPERADOS PELO ESTADO

MUNICÍPIOTOTALOPERADORESTADO

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49

informados revelam a necessidade de intensificar a capacitação aos prestadores de

serviços, de mostrar a importância do conhecimento e da real necessidade dessas

informações para a definição das linhas de prioridades de investimentos de recursos

federais e estaduais. É de extrema importância a criação de ferramentas de gestão

que não se percam entre as trocas de governos.

Existe também a necessidade de uma melhor discussão entre os entes federais,

estaduais e municipais sobre a credibilidade da informação e principalmente a

necessidade de uma sinergia em relação aos investimentos necessários na área de

saneamento para que haja a melhora destes índices, que são muitas vezes medíocres

comparados a nível internacional. Destaca-se ainda que os índices encontrados se

referem ao eixo São Paulo – Rio de Janeiro, região mais desenvolvida do Brasil

(considerando os valores do PIB da região).

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50

5.1.1 Grupo “Nível de cobertura”

Em relação ao grupo “Nível de cobertura” foram 18 os municípios que obtiveram

nota maior que 5 e que foram classificados como “Muito Bom”. Destes, 12 (66,7%)

pertencem ao estado de São Paulo, 5 (27,7%) ao estado do Rio de Janeiro, e apenas

1 município (5,6%) pertence ao estado de Minas Gerais (Quadro 6).

Quadro 6 - Melhores municípios em relação ao grupo “Nível de cobertura”.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Dos 14 municípios que receberam nota do grupo “Nível de cobertura” maior que

4 e menor ou igual a 5, classificados como “Bom”, 57,1% (8 municípios) localizam-se

no estado de São Paulo, 35,7% (5 municípios) no Rio de Janeiro, e 7,2% (apenas 1

município) no estado de Minas Gerais. Como representado na Figura 7, em relação

ao grupo “Nível de cobertura”, o estado de São Paulo é que possui o maior número

de municípios classificados como “Muito bom e Bom”.

5% 5% 12,50% 12,50% 25%Nf(ITA) Nf(IUA) Nf(ITE) Nf(IUE) Nf(ITR)

1º SP Natividade da Serra 0,50 0,50 1,25 1,25 2,50 6,002º SP Taubaté 0,50 0,50 1,25 1,25 2,46 5,963º SP Pindamonhangaba 0,50 0,50 1,25 1,25 2,46 5,964º SP São José dos Campos 0,50 0,50 1,25 1,25 2,45 5,955º SP Lorena 0,49 0,50 1,24 1,25 2,45 5,936º SP Cachoeira Paulista 0,47 0,50 1,20 1,25 2,18 5,607º SP Caçapava 0,50 0,50 1,25 1,25 2,09 5,598º SP Roseira 0,46 0,48 1,17 1,20 2,27 5,579º RJ Nova Friburgo 0,44 0,50 1,12 1,23 2,15 5,44

10º RJ Petrópolis 0,47 0,48 1,20 1,11 2,13 5,3911º RJ Resende 0,48 0,50 1,22 1,25 1,94 5,3812º RJ Quatis 0,50 0,50 1,25 1,25 1,88 5,3813º SP Tremembé 0,49 0,50 1,25 1,13 1,98 5,3514º SP Mogi das Cruzes 0,46 0,50 1,18 1,25 1,90 5,2915º RJ Campos dos Goytacazes 0,45 0,50 1,15 1,08 1,95 5,1316º MG Argirita 0,39 0,50 1,00 1,25 1,97 5,1217º SP Aparecida 0,50 0,50 1,25 1,24 1,59 5,0818º SP Canas 0,45 0,49 1,16 1,04 1,93 5,07

Total

NÍVEL DE COBERTURA (Nota max. = 6,0)

Posição Estado MunicípioNotas Finais

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Figura 7- Municípios classificados em relação ao grupo “Nível de cobertura”

Fonte: Elaboração do próprio autor.

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52

Dos 47 municípios classificados como regular por apresentar nota maior a 3 e

menor ou igual a 4, 46,8% (22) são localizados no estado de Minas Gerais, 29,8% (14)

no estado do Rio de Janeiro, e 23,4% (11) no estado de São Paulo.

Entre os 43 municípios classificados como “Ruim”, que obtiveram nota menor

ou igual a 3 e maior que 2, 22 municípios (51,2%) localizam-se no estado de Minas

Gerais. Outros 18 (41,8%) localizam-se no estado do Rio de Janeiro e apenas 3 (7%)

em São Paulo.

Os 38 piores municípios, que apresentaram nota menor ou igual a 2 e maior

que 0, classificados como “Muito Ruim”, estão todos localizados nos estados do Rio

de Janeiro e Minas Gerais, sendo 28 municípios (73,7%) mineiros e 10 (26,3%)

cariocas (Quadro 7).

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53

Fonte: Elaboração do próprio autor.

5% 5% 12,50% 12,50% 25%Nf(ITA) Nf(IUA) Nf(ITE) Nf(IUE) Nf(ITR)

123º RJ Paty do Alferes 0,36 0,36 0,93 0,32 0,00 1,97124º MG Dona Eusébia 0,39 0,46 1,01 0,00 0,00 1,86125º MG São João Nepomuceno 0,40 0,42 1,03 0,00 0,00 1,85126º MG Visconde do Rio Branco 0,38 0,46 0,98 0,00 0,00 1,83127º MG Guarará 0,39 0,44 1,00 0,00 0,00 1,83128º MG Santana do Deserto 0,36 0,50 0,93 0,00 0,00 1,79129º RJ Cambuci 0,39 0,39 1,00 0,00 0,00 1,79130º MG Santana de Cataguases 0,37 0,46 0,94 0,00 0,00 1,76131º MG Leopoldina 0,38 0,42 0,96 0,00 0,00 1,76132º MG Rio Novo 0,37 0,43 0,95 0,00 0,00 1,74133º RJ Sumidouro 0,15 0,15 0,39 1,04 0,00 1,73134º MG Palma 0,36 0,46 0,91 0,00 0,00 1,72135º MG Barão de Monte Alto 0,35 0,48 0,88 0,00 0,00 1,71136º RJ São Francisco de Itabapoana 0,37 0,37 0,94 0,03 0,00 1,70137º MG Antônio Carlos 0,33 0,48 0,85 0,00 0,00 1,66138º MG Miraí 0,34 0,45 0,87 0,00 0,00 1,65139º MG Mercês 0,33 0,47 0,84 0,00 0,00 1,64140º MG Divinésia 0,32 0,49 0,82 0,00 0,00 1,64141º MG Silveirânia 0,32 0,49 0,82 0,00 0,00 1,63142º MG Estrela Dalva 0,33 0,46 0,84 0,00 0,00 1,62143º MG Faria Lemos 0,32 0,47 0,82 0,00 0,00 1,61144º MG Tabuleiro 0,31 0,47 0,79 0,00 0,00 1,56145º RJ Rio Claro 0,34 0,34 0,86 0,00 0,00 1,54146º MG Chácara 0,30 0,45 0,78 0,00 0,00 1,53147º RJ Cardoso Moreira 0,33 0,34 0,85 0,00 0,00 1,52148º MG São Sebastião da Vargem Alegre 0,29 0,50 0,73 0,00 0,00 1,52149º MG Oliveira Fortes 0,28 0,50 0,71 0,00 0,00 1,48150º MG São Geraldo 0,30 0,42 0,75 0,00 0,00 1,47151º MG Rosário da Limeira 0,27 0,50 0,69 0,00 0,00 1,46152º MG Ervália 0,26 0,49 0,66 0,00 0,00 1,42153º MG Miradouro 0,26 0,47 0,67 0,00 0,00 1,40154º RJ Varre-Sai 0,29 0,29 0,75 0,00 0,00 1,33155º MG Santa Bárbara do Tugúrio 0,22 0,46 0,57 0,00 0,00 1,25156º RJ São José de Ubá 0,26 0,26 0,67 0,00 0,00 1,20157º RJ São Sebastião do Alto 0,26 0,26 0,66 0,00 0,00 1,17158º MG Santa Rita de Ibitipoca 0,22 0,35 0,56 0,00 0,00 1,13159º MG Orizânia 0,15 0,49 0,38 0,00 0,00 1,02160º MG Belmiro Braga 0,12 0,38 0,31 0,00 0,00 0,81161º RJ Carapebus 0,15 0,15 0,37 0,00 0,00 0,66162º RJ Trajano de Morais 0,14 0,14 0,35 0,00 0,00 0,63

Total

NÍVEL DE COBERTURA (Nota max. = 6,0)

Posição Estado MunicípioNotas Finais

Quadro 7 - Piores municípios em relação ao grupo “Nível de cobertura”.

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54

5.1.2 Grupo “Melhora da cobertura”

No grupo “Melhora da cobertura” foram 18 os municípios que obtiveram nota

maior que 2 e que foram classificados como “Muito Bom”. Destes, 11 (61,1%)

pertencem ao estado de São Paulo, 4 (22,2%) ao estado do Rio de Janeiro, e 3

municípios (16,7%) pertencem ao estado de Minas Gerais (Quadro 8).

Quadro 8 - Melhores municípios em relação ao grupo “Melhora da cobertura”.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Dos 46 municípios que receberam nota do grupo “Melhora da cobertura” maior

que 1,5 e menor ou igual a 2, classificados como “Bom”, 34,8% (16 municípios)

localizam-se no estado de São Paulo, 26,1% (12 municípios) no Rio de Janeiro, e 39,1%

(18) no estado de Minas Gerais. É possível observar na Figura 8, em relação ao grupo

“Melhora da cobertura”, a espacialização das notas calculadas.

10% 5% 10%Nf(ISA) Nf(LGA) Nf(LGE)

1º SP Lavrinhas 1,00 0,50 1,00 2,502º RJ Porto Real 1,00 0,50 1,00 2,503º RJ Quatis 1,00 0,50 1,00 2,504º RJ Comendador Levy Gasparian 0,94 0,50 1,00 2,445º MG Santa Rita de Jacutinga 0,87 0,50 1,00 2,376º SP Arapeí 1,00 0,35 1,00 2,357º SP Piquete 0,84 0,50 1,00 2,348º MG Cataguases 0,83 0,50 1,00 2,339º SP Queluz 1,00 0,48 0,82 2,3010º SP Canas 0,77 0,50 1,00 2,2711º SP Aparecida 0,76 0,50 1,00 2,2612º MG Tocantins 0,67 0,50 1,00 2,1713º SP Guararema 0,64 0,50 1,00 2,1414º RJ Volta Redonda 0,63 0,50 1,00 2,1315º SP Cachoeira Paulista 0,63 0,50 1,00 2,1316º SP Silveiras 0,61 0,50 1,00 2,1117º SP Arujá 0,54 0,50 1,00 2,0418º SP Jacareí 0,53 0,50 1,00 2,03

MELHORA DA COBERTURA (Nota máx. = 2,5)

Posição Estado MunicípioNotas Finais

Total

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55

Figura 8- Municípios classificados em relação ao grupo “Melhoria da cobertura”

Fonte: Elaboração do próprio autor.

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56

Entre 33 municípios classificados como regular por apresentar nota maior a 1

e menor ou igual a 1,5, 42,4% (14) são localizados no estado de Minas Gerais, 36,4%

(12) no estado do Rio de Janeiro, e 21,2% (7) no estado de São Paulo.

Dos 35 municípios classificados como “Ruim”, que obtiveram nota menor ou

igual a 1 e maior que 0,5, 17 municípios (48,6%) localizam-se no estado de Minas

Gerais. Outros 18 (51,4%) localizam-se no estado do Rio de Janeiro. Nenhum

município de São Paulo apresentou tal classificação.

Os 30 piores municípios, que apresentaram nota menor ou igual a 0,5 e maior

que 0, classificados como “Muito Ruim”, estão todos localizados nos estados do Rio

de Janeiro, com 6 (20%) municípios, Minas Gerais, com 24 municípios (80%). O

estado de São Paulo não apresentou municípios no grupo “Melhoria da cobertura”

com essa classificação (Quadro 9).

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57

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Quadro 9 - Piores municípios em relação ao grupo “Melhora da cobertura”.

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58

5.1.3 Grupo Nível de eficiência

No grupo “Nível de eficiência” foram 40 os municípios que obtiveram nota maior

que 1, e que foram classificados como “Muito Bom”. Destes, 6 (15%) pertencem ao

estado de São Paulo, 7 (17,5%) ao estado do Rio de Janeiro, e 27 municípios (67,5%)

pertencem ao estado de Minas Gerais (Quadro 10).

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59

Quadro 10 - Melhores municípios em relação ao grupo “Nível de eficiência”.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

5% 5% 2,50% 2,50%Nf(IPTF) Nf(IPD) Nf(EPF) Nf(EPD)

1º MG Maripá de Minas 0,50 0,50 0,25 0,25 1,502º MG Piau 0,50 0,50 0,25 0,25 1,503º RJ Areal 0,50 0,50 0,25 0,25 1,504º RJ Porto Real 0,50 0,50 0,25 0,25 1,505º RJ Cordeiro 0,47 0,47 0,2391 0,25 1,446º MG Miraí 0,50 0,43 0,25 0,25 1,437º MG Oliveira Fortes 0,50 0,40 0,25 0,25 1,408º MG Rosário da Limeira 0,50 0,39 0,25 0,25 1,399º MG Faria Lemos 0,50 0,38 0,25 0,25 1,38

10º MG Guarará 0,50 0,38 0,25 0,25 1,3811º SP Arujá 0,50 0,36 0,25 0,25 1,3612º MG Barbacena 0,50 0,33 0,25 0,25 1,3313º MG Rodeiro 0,50 0,30 0,25 0,25 1,3014º SP Queluz 0,50 0,30 0,25 0,25 1,3015º SP Salesópolis 0,50 0,30 0,25 0,2042 1,2616º MG Argirita 0,50 0,50 0 0,25 1,2517º MG Santa Rita de Jacutinga 0,50 0,50 0 0,25 1,2518º RJ Rio das Flores 0,50 0,50 0 0,25 1,2519º MG Tocantins 0,23 0,50 0,25 0,25 1,2320º MG Miradouro 0,45 0,28 0,25 0,25 1,2321º MG Rio Novo 0,44 0,26 0,25 0,25 1,2022º MG Tombos 0,44 0,50 0 0,25 1,1923º RJ Valença 0,34 0,50 0,0948 0,25 1,1924º MG Volta Grande 0,41 0,27 0,25 0,25 1,1925º MG Carangola 0,50 0,18 0,25 0,25 1,1826º MG Guiricema 0,38 0,27 0,25 0,25 1,1527º SP Roseira 0,39 0,23 0,25 0,25 1,1228º MG São Sebastião da Vargem Alegre 0,50 0,37 0,25 0 1,1229º MG Belmiro Braga 0,38 0,23 0,25 0,25 1,1230º MG São Geraldo 0,50 0,35 0,25 0 1,1031º MG Santa Bárbara do Tugúrio 0,35 0,22 0,25 0,25 1,0732º SP Monteiro Lobato 0,50 0,32 0,25 0 1,0733º MG Santana de Cataguases 0,33 0,24 0,25 0,25 1,0734º RJ Bom Jardim 0,41 0,31 0,0798 0,25 1,0535º MG Orizânia 0,50 0,30 0,25 0 1,0536º SP Pindamonhangaba 0,33 0,21 0,25 0,25 1,0437º RJ Paraíba do Sul 0,33 0,39 0,0656 0,25 1,0438º MG Barão de Monte Alto 0,50 0,34 0,1948 0 1,0339º MG Desterro do Melo 0,50 0,28 0,25 0 1,0340º MG Ubá 0,29 0,22 0,25 0,25 1,01

NÍVEL DE EFICIÊNCIA (Nota max. = 1,5)

Posição Estado MunicípioNotas Finais

Total

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60

Dos 46 municípios que receberam nota do grupo “Melhora da cobertura” maior

que 0,75 e menor ou igual a 1, classificados como “Bom”, 28,3% (13 municípios)

localizam-se no estado de São Paulo, 17,4% (8 municípios) no Rio de Janeiro, e 54,3%

(25 municípios) no estado de Minas Gerais. Como representado na Figura 9, em

relação ao grupo “Nível de eficiência”, o estado de Minas Gerais é que possui o maior

número de municípios classificados como “Muito bom e Bom”.

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61

Figura 9- Municípios classificados em relação ao grupo “Nível de eficiência”.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

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62

Entre 40 municípios classificados como regular por apresentar nota maior a 0,5

e menor ou igual a 0,75, 45% (18) são localizados no estado de Minas Gerais, 40%

(16) no estado do Rio de Janeiro, e 15% (6) no estado de São Paulo.

Dos 37 municípios classificados como “Ruim”, que obtiveram nota menor ou

igual a 0,5 e maior que 0,25, 11 municípios (29,7%) localizam-se no estado de Minas

Gerais. 8 municípios (21,6%) localizam-se no estado de São Paulo e os outros 18

(48,7%) localizam-se no estado do Rio de Janeiro.

Dentre os 8 piores municípios, que apresentaram nota menor ou igual a 0,25 e

maior que 0, classificados como “Muito Ruim”, 5 municípios estão localizados no

estado do Rio de Janeiro, 1 está localizado em Minas Gerais, e 1 no estado de São

Paulo (Quadro 11).

Fonte: Elaboração do próprio autor.

5.2. Nota final

Com base na metodologia do Instituto Trata Brasil e nas adaptações citadas na

metodologia calculou-se o Ranking do Saneamento dos 183 municípios da Região

Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Além do cálculo do ranking de cada município

estabeleceu-se uma classificação de acordo com o valor da nota final obtida por este,

mostrada no quadro 12, que variaram de Muito Bom a Muito Ruim. Ressalta-se ainda

5% 5% 2,50% 2,50%Nf(IPTF) Nf(IPD) Nf(EPF) Nf(EPD)

156º MG Coronel Pacheco 0,08 0,16 0 0 0,24157º SP Santa Isabel 0,12 0,12 0 0 0,23158º RJ Itatiaia 0,08 0,15 0 0 0,22159º RJ Santa Maria Madalena 0,10 0,11 0 0 0,21160º RJ Barra do Piraí 0,10 0,10 0 0 0,20161º RJ Cantagalo 0,18 0,00 0 0 0,18162º MG Senador Cortes 0,08 0,10 0 0 0,18163º RJ Engenheiro Paulo de Frontin 0,00 0,00 0 0 0,00

NÍVEL DE EFICIÊNCIA (Nota max. = 1,5)

Posição Estado MunicípioNotas Finais

Total

Quadro 11 – Piores municípios em relação ao grupo “Nível de eficiência”

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que o “muito bom” é em relação a nível geral do Brasil, mas não em relação a níveis

internacionais. O Anexo I apresenta o Ranking do saneamento básico dos municípios

da região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul estratificado conforme a classificação

designada.

Quadro 12 - Resumo geral da classificação dos municípios ranqueados.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Na Figura 10 é apresentado um histograma que ilustra o Ranking do

Saneamento dos 183 municípios da região hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, de

forma estratificada, apresentando suas classificações.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Dos 183 municípios, 12 tiveram notas maiores que 8 e foram classificados

como “Muito bom”. O Estado de São Paulo apresentou 9 municípios entre os 12

melhores classificados, o que representa 75% dos municípios, sendo todos operados

Nº MUNICÍPIOS CONCEITO NÚMERO %

1 NOTA FINAL > 8 Muito bom 12 6,6%

2 6 < NF ≤ 8 Bom 33 18,0%

3 4 < NF ≤ 6 Regular 62 33,9%

4 2 < NF ≤ 4 Ruim 51 27,9%

5 0 < NF ≤ 2 Muito ruim 4 2,2%

6 Não Classificados Não Declarados 21 11,5%

6 TOTAL DE MUNICÍPIOS 183 100%

0

10

20

30

40

50

60

70

Muito bom Bom Regular Ruim Muito ruim NãoDeclarados

mer

o d

e m

un

icíp

ios

Classificação Final

Ranking do Saneamento

Figura 10- Histograma do ranking por classes.

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pela SABESP. O Estado do Rio de Janeiro apresentou 3 municípios (25%) entre os 12

melhores classificados sendo 2 prestadores municipais e 1 privado. O Estado de

Minas Gerais não apresentou nenhum município entre os melhores classificados. O

Quadro 13 apresenta as notas obtidas em cada grupo pelos 12 melhores municípios,

bem como suas notas finais.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Dos 33 municípios que receberam nota final maior a 6 e menor ou igual a 8,

classificados como “Bom”, 24,24% (8 municípios) localizam-se no estado do Rio de

Janeiro, 30,3% (10 municípios) em Minas Gerais, e 45,46% (15 municípios) no estado

de São Paulo. Como representado na Figura 11, o estado de São Paulo é que possui

o maior número de municípios classificados como “Muito bom e Bom”.

Quadro 13 - Os 12 melhores municípios classificados pelo ranking do saneamento básico.

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Figura 11- Classificação em relação a “Nota Final” dos municípios da região hídrica do Rio Paraíba do Sul.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

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Dos 62 municípios classificados como regular por apresentar nota maior a 4 e

menor ou igual a 6, 38,7% (24) são localizados no estado do Rio de Janeiro, 46,8%

(29) no estado de Minas Gerais, e 14,5% (9) no estado de São Paulo.

A maioria dos municípios classificados como “Ruim”, 36 municípios (70,6%)

localizam-se no estado de Minas Gerais. Outros 14 (27,5%) localizam-se no estado

do Rio de Janeiro e apenas 1 (1,9%) em São Paulo.

Os 4 piores municípios, que apresentaram nota menor ou igual a 2 e maior que

0, classificados como “Muito Ruim”, estão todos localizados no estado do RJ e

apresentados no Quadro 14.

Fonte: Elaboração do próprio autor.

Quadro 14 - Os piores municípios classificados pelo ranking do saneamento básico.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para esse estudo não se considerou o tamanho populacional de cada município

pois tem como base a universalização do saneamento, ou seja, o quanto cada

município está próximo dessa realidade. Os resultados aqui apresentados indicam

que, apesar da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul estar localizada na região com

maior PIB do país, cerca de 12% do nacional, ainda é necessário a adoção de novas

estratégias, ações e políticas públicas para o alcance da universalização do

saneamento na região; e que mesmo alguns municípios sendo classificados como

“Muito Bom” ainda existe boa parte da população da bacia sem acesso aos serviços

básicos de saneamento.

O cálculo de um índice baseado em metodologia preexistente e consolidada

para análise da situação dos 100 maiores municípios do país auxiliou na elaboração

do diagnóstico da situação de saneamento dos municípios que compõem a BHRPS.

A espacialização deste índice possibilitou por sua vez uma melhor compreensão

territorial da situação de saneamento na área estudada. O método aplicado para

realização do índice mostrou-se eficiente quando aplicado na escala regional e

poderia ser aplicado em outras regiões hidrográficas, pois apresenta dados

importantes para o planejamento futuro do uso da água e para a universalização do

saneamento básico em nosso país e que são oficialmente disponibilizados pelo SNIS.

Mesmo com as dificuldades nas adaptações para os municípios que auto declararam

seus dados de forma incoerente é muito interessante ter esse indicativo para que se

saiba por onde começar.

Ainda que com indicadores apresentam valores não tão otimistas, vale lembrar

que muito ainda pode e deverá ser feito em busca da universalização do saneamento

nos munícipios da BHRPS e do país, bem como do atendimento aos objetivos do

desenvolvimento sustentável estabelecido pela ONU, sendo um deles Água Limpa e

Saneamento. Por isso a importância de estudos como este e de novas pesquisas; que

podem ser desenvolvidas por profissionais no mercado e em universidades e que

envolvam tanto o desenvolvimento de novas tecnologias operacionais quanto novos

sistemas de gestão na área de saneamento.

Em algumas situações deve-se começar do zero, como acontece com os

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municípios que não declaram seus dados. Uma das formas seria incentivar uma maior

mobilização desses municípios a partir do estabelecimento de regras mais rígidas e

atreladas ao compromisso do município nessa participação para liberação de verbas,

por exemplo.

Por fim, tanto os índices da bacia quanto os nacionais, podem ser melhorados,

e cabe aos profissionais da área junto com os órgãos responsáveis e prestadores,

tanto privados quanto municipais mudar essa realidade no país.

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ANE XO ICLAS S IF ICAÇ Ã O F INAL

75

1º S P S ã o J osé dos Campos 5,95 1,92 0,99 8,86

2º S P Pindamonhangaba 5,96 1,73 1,04 8,73

3º S P Cachoeira Paulista 5,60 2,13 0,91 8,63

4º S P Lorena 5,93 1,68 0,94 8,55

5º S P Taubaté 5,96 1,61 0,97 8,54

6º R J Porto Real 4,51 2,50 1,50 8,51

7º S P Roseira 5,57 1,80 1,12 8,49

8º R J Quatis 5,38 2,50 0,47 8,34

9º R J Resende 5,38 1,80 0,98 8,16

10º S P Canas 5,07 2,27 0,81 8,14

11º S P Caçapava 5,59 1,69 0,77 8,06

12º S P Arapeí 4,73 2,35 0,98 8,05

13º R J Petrópolis 5,39 1,65 0,92 7,96

14º S P Natividade da S erra 6,00 1,50 0,39 7,89

15º S P Arujá 4,45 2,04 1,36 7,85

16º MG Argirita 5,12 1,47 1,25 7,84

17º S P Tremembé 5,35 1,75 0,70 7,80

18º S P Mogi das Cruzes 5,29 1,63 0,82 7,73

19º S P Aparecida 5,08 2,26 0,27 7,61

20º S P J acareí 4,98 2,03 0,56 7,56

21º R J Campos dos Goytacazes 5,13 1,69 0,68 7,50

22º MG S anta R ita de J acutinga 3,50 2,37 1,25 7,12

23º S P S ilveiras 4,19 2,11 0,75 7,06

24º S P J ambeiro 4,29 1,90 0,81 7,00

25º R J R io das F lores 4,76 0,99 1,25 7,00

26º R J Nova Friburgo 5,44 0,81 0,66 6,90

27º S P Lavrinhas 3,60 2,50 0,77 6,87

28º MG Rodeiro 3,92 1,55 1,30 6,77

29º R J Cordeiro 4,02 1,27 1,44 6,73

30º MG Tocantins 3,32 2,17 1,23 6,73

31º S P Bananal 4,70 1,62 0,37 6,70

32º S P S alesópolis 3,93 1,36 1,26 6,55

33º S P Queluz 2,94 2,30 1,30 6,54

34º R J Volta Redonda 4,10 2,13 0,30 6,54

35º MG Muriaé 4,41 1,57 0,54 6,51

36º MG J uiz de Fora 3,60 1,80 0,99 6,39

37º MG Barbacena 3,17 1,83 1,33 6,33

38º R J Comendador Levy Gasparian 3,50 2,44 0,38 6,31

39º R J Italva 4,24 1,56 0,39 6,20

40º MG Carangola 3,45 1,53 1,18 6,16

41º S P Guaratinguetá 4,25 1,60 0,29 6,15

42º S P S ã o Luís do Paraitinga 3,84 1,25 1,00 6,09

43º MG Recreio 3,71 1,59 0,75 6,04

44º MG Rochedo de Minas 3,41 1,79 0,83 6,03

45º S P Itaquaquecetuba 3,30 1,80 0,92 6,01

46º S P Guarulhos 3,48 1,72 0,78 5,99

47º R J Trê s R ios 3,62 1,55 0,81 5,98

48º S P Lagoinha 4,35 1,31 0,29 5,96

49º S P Monteiro Lobato 3,41 1,48 1,07 5,96

CLAS S IFICAÇ Ã O GE R AL - NOTAS F INAIS

Classificaçã o E stado Municipios Nota finalNível de cobertura

Melhora de cobertura

Nível de eficiê ncia

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ANE XO ICLAS S IF ICAÇ Ã O F INAL

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CLAS S IFICAÇ Ã O GE R AL - NOTAS F INAIS

Classificaçã o E stado Municipios Nota finalNível de cobertura

Melhora de cobertura

Nível de eficiê ncia

50º R J Barra Mansa 3,42 1,85 0,66 5,94

51º MG Desterro do Melo 3,40 1,43 1,03 5,86

52º MG Cataguases 2,78 2,33 0,71 5,82

53º MG Ubá 3,18 1,61 1,01 5,80

54º S P Piquete 3,16 2,34 0,28 5,78

55º S P Guararema 3,04 2,14 0,51 5,69

56º R J S anto Antônio de Pádua 3,52 1,50 0,64 5,66

57º R J Pinheiral 3,30 1,82 0,53 5,66

58º R J Barra do Piraí 3,50 1,94 0,20 5,63

59º MG Goianá 2,89 1,96 0,68 5,53

60º R J Vassouras 3,30 1,50 0,65 5,45

61º MG Bom J ardim de Minas 3,08 1,52 0,78 5,38

62º MG Volta Grande 2,75 1,42 1,19 5,36

63º R J Cantagalo 3,54 1,61 0,18 5,33

64º S P Cruzeiro 3,50 1,56 0,26 5,31

65º MG S imã o Pereira 2,79 1,67 0,84 5,30

66º S P S anta Branca 3,50 1,51 0,27 5,28

67º MG Piau 2,30 1,47 1,50 5,27

68º MG Piraúba 2,99 1,48 0,77 5,24

69º R J Bom J ardim 2,66 1,52 1,05 5,23

70º MG Maripá de Minas 2,94 0,79 1,50 5,22

71º R J Miguel Pereira 3,77 1,18 0,26 5,21

72º S P Redençã o da S erra 2,91 1,54 0,73 5,18

73º MG Mar de E spanha 3,12 1,53 0,49 5,15

74º MG Patrocínio do Muriaé 3,20 1,51 0,43 5,14

75º MG Rio Pomba 3,14 1,51 0,47 5,12

76º MG Astolfo Dutra 2,81 1,59 0,65 5,05

77º MG Pirapetinga 2,70 1,54 0,80 5,05

78º MG Guarani 3,10 1,52 0,43 5,04

79º MG Pequeri 3,21 0,75 0,99 4,95

80º MG Tombos 3,22 0,52 1,19 4,93

81º MG Lima Duarte 3,50 1,03 0,40 4,93

82º R J Duas Barras 2,40 1,56 0,88 4,85

83º R J S ã o F idélis 2,82 1,51 0,48 4,81

84º S P S anta Isabel 3,06 1,50 0,23 4,79

85º R J S anta Maria Madalena 3,24 1,33 0,21 4,79

86º R J Valença 2,65 0,90 1,19 4,74

87º R J Itatiaia 3,00 1,50 0,22 4,72

88º MG S anto Antônio do Aventureiro 2,46 1,60 0,65 4,71

89º R J Piraí 3,32 0,84 0,55 4,71

90º MG Descoberto 3,03 1,24 0,43 4,70

91º R J Miracema 3,49 0,52 0,65 4,65

92º MG E ugenópolis 2,67 1,43 0,55 4,65

93º MG S antos Dumont 2,57 1,49 0,57 4,63

94º MG Coronel Pacheco 3,03 1,32 0,24 4,59

95º MG Guiricema 2,25 1,13 1,15 4,53

96º MG Além Paraíba 2,65 1,11 0,74 4,50

97º R J Quissamã 2,59 1,28 0,62 4,49

98º R J Itaperuna 2,74 1,21 0,54 4,49

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CLAS S IFICAÇ Ã O GE R AL - NOTAS F INAIS

Classificaçã o E stado Municipios Nota finalNível de cobertura

Melhora de cobertura

Nível de eficiê ncia

99º R J Macuco 2,93 1,03 0,43 4,39

100º MG Fervedouro 2,57 1,34 0,48 4,39

101º R J Natividade 3,49 0,54 0,34 4,37

102º R J Areal 2,25 0,59 1,50 4,34

103º R J S ã o J osé do Vale do R io Preto 2,03 1,50 0,75 4,28

104º R J S ã o J oã o da Barra 2,42 1,34 0,40 4,15

105º MG Divino 2,20 1,28 0,64 4,12

106º MG Bicas 2,87 0,72 0,52 4,11

107º R J Bom J esus do Itabapoana 3,34 0,35 0,34 4,03

108º S P Igaratá 2,31 1,04 0,61 3,96

109º MG Guidoval 2,84 0,33 0,68 3,85

110º R J Paraíba do S ul 2,16 0,61 1,04 3,81

111º MG Antônio Prado de Minas 2,79 0,20 0,80 3,79

112º R J Porciúncula 2,34 0,92 0,53 3,78

113º MG Guarará 1,83 0,51 1,38 3,71

114º R J S umidouro 1,73 1,13 0,84 3,70

115º R J Teresópolis 2,27 0,60 0,81 3,68

116º MG Laranjal 2,62 0,34 0,66 3,62

117º MG Miraí 1,65 0,51 1,43 3,59

118º MG Vieiras 2,61 0,37 0,60 3,59

119º MG Matias Barbosa 2,12 0,51 0,87 3,50

120º MG Chiador 3,12 0,00 0,37 3,50

121º MG Rio Novo 1,74 0,53 1,20 3,48

122º R J S apucaia 2,11 0,57 0,73 3,41

123º R J Laje do Muriaé 2,42 0,60 0,35 3,37

124º R J Itaocara 2,07 0,51 0,78 3,35

125º MG S enador Cortes 3,09 0,00 0,18 3,26

126º MG S antana de Cataguases 1,76 0,40 1,07 3,23

127º MG Rosário da Limeira 1,46 0,35 1,39 3,20

128º MG S ã o J oã o Nepomuceno 1,85 0,46 0,85 3,16

129º MG Dona E usébia 1,86 0,51 0,77 3,14

130º MG S ilveirânia 1,63 0,51 1,00 3,14

131º R J R io Claro 1,54 0,82 0,76 3,12

132º MG Visconde do R io Branco 1,83 0,51 0,76 3,10

133º MG S ã o Geraldo 1,47 0,51 1,10 3,07

134º MG S ã o S ebastiã o da Vargem Alegre 1,52 0,41 1,12 3,05

135º MG Faria Lemos 1,61 0,04 1,38 3,02

136º R J Aperibé 2,18 0,53 0,28 3,00

137º R J Paty do Alferes 1,97 0,69 0,33 2,99

138º MG Oliveira Fortes 1,48 0,07 1,40 2,95

139º MG Divinésia 1,64 0,51 0,79 2,94

140º MG Antônio Carlos 1,66 0,41 0,81 2,89

141º MG Leopoldina 1,76 0,51 0,61 2,89

142º MG Barã o de Monte Alto 1,71 0,13 1,03 2,87

143º MG E rvália 1,42 0,45 0,95 2,82

144º MG Chácara 1,53 0,51 0,75 2,79

145º MG Miradouro 1,40 0,16 1,23 2,78

146º MG S anta Bárbara do Tugúrio 1,25 0,46 1,07 2,78

147º R J Cambuci 1,79 0,52 0,45 2,75

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CLAS S IFICAÇ Ã O GE R AL - NOTAS F INAIS

Classificaçã o E stado Municipios Nota finalNível de cobertura

Melhora de cobertura

Nível de eficiê ncia

148º MG Palma 1,72 0,51 0,46 2,69

149º MG S antana do Deserto 1,79 0,18 0,68 2,65

150º MG Mercê s 1,64 0,51 0,48 2,64

151º R J Cardoso Moreira 1,52 0,38 0,62 2,52

152º R J S ã o Francisco de Itabapoana 1,70 0,35 0,43 2,48

153º MG E strela Dalva 1,62 0,13 0,69 2,44

154º MG S anta R ita de Ibitipoca 1,13 0,30 1,00 2,43

155º MG Orizânia 1,02 0,23 1,05 2,29

156º MG Tabuleiro 1,56 0,31 0,38 2,26

157º R J S ã o J osé de Ubá 1,20 0,55 0,45 2,20

158º MG Belmiro Braga 0,81 0,11 1,12 2,04

159º R J Varre-S ai 1,33 0,13 0,52 1,98

160º R J S ã o S ebastiã o do Alto 1,17 0,39 0,34 1,90

161º R J Carapebus 0,66 0,03 0,58 1,27

162º R J Trajano de Morais 0,63 0,22 0,30 1,15

163º MG Itamarati de Minas

164º MG Olaria

165º MG Aracitaba - - - -

166º MG Bias Fortes - - - -

167º MG Bocaina de Minas - - - -

168º MG E wbank da Câmara - - - -

169º MG Paiva - - - -

170º MG Passa Vinte - - - -

171º MG Pedra Dourada - - - -

172º MG Pedro Teixeira - - - -

173º MG Rio Preto - - - -

174º MG S anta Bárbara do Monte Verde - - - -

175º MG S ã o Francisco do Glória - - - -

176º R J Carmo - - - -

177º R J Conceiçã o de Macabu - - - -

178º R J Mendes - - - -

179º S P Areias - - - -

180º S P Cunha - - - -

181º S P Paraibuna - - - -

182º S P Potim - - - -

183º S P S ã o J ose do Barreiro - - - -