UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS IMPACTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO DA...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
IMPACTO DO DESENVOLVIMENTO URBANO DA CIDADE DE SÃO CARLOS (SP) SOBRE O RIO MONJOLINHO E AVALIAÇÃO DE SUA
CONDIÇÃO DESDE AS NASCENTES ATÉ A CAPTAÇÃO DO
ESPRAIADO
Isabela Pelatti
Orientador – Prof. Dr. Eduardo Cleto Pires
Galdino
Córr.
da
Fazenda
Córr.
Sta
Maria
Do Lem
e
Ribeido
Monjolinho
Córr.
do
Córrego
do
Córregodo
Gregório
Córrego
da
Água
Córrego
da
Quente
Água
Fria
Monjolinho
rão
Samambaia
SÃO CARLOS
Residencial
Parque Fehr
Cidade Aracy
310267
318
215
CPEF (eletrificada)
CPEF (aba
ndon
ada)
INTRODUÇÃO
- Crescimento econômico e urbano – adensamento populacional em áreas urbanas– demanda hídrica, degradação dos mananciais, contaminação, etc
- Processo de ocupação – realizado sem a devida implantação de infra-estrutura necessária
-Crescimento desordenado – sem considerar as características naturais do meio
Atualmente os vetores de expansão estão pressionando
EM SÃO CARLOS
Há uma preocupação crescente quanto ao crescimento da cidade e seu impacto,
ocupação da área urbana ocorreu de forma descontínua e fragmentada
A cidade cresceu sobre áreas inadequadascom graves problemas de erosão, de drenagem e de proteção de encostas e
mananciais
áreas que exigem muitos cuidados para a ocupação, como áreas de mananciais e a
Área de Proteção Ambiental de Corumbataí.
Objetivo Geral
Avaliar o impacto da urbanização a montante da captação do Espraiado sobre a qualidade de água até o ponto de captação.
Objetivos específicos
a) Fazer um diagnóstico ambiental a montante do espraiado para avaliar a qualidade ambiental.
b) Avaliação das características físicas, químicas e biológicas.
c) Avaliação da qualidade da água em função do uso e ocupação do solo.
OBJETIVOS
MATERIAIS E MÉTODOS
TDS
Distância das nascentes, cota e declividade
Temperatura da água
Oxigênio Dissolvido
Folhas topográficas da região da Bacia Hidrográfica em escala de 1: 10000
Termômetro com bulbo de mercúrio Leitura direta na água
Titulométrico de Winkler
Standard Methods, 1998 – 20ª edição
Nitrito Dissolvido, Nitrato Dissolvido DBO DQO Coliforme total e fecal
Condutividade elétricaCondutivímetro Marconi Eletrométrico, GOLTERMAN et al (1978)
AlcalinidadeTitulométrico, descrito em GOLTERMAN et. al (1978)
Amônio Dissolvido NH4+
Titulação, Standard Methods, 1998 – 20ª ediçãoMetais
Espectofotométrico - Standard Methods, 1998 – 20ª edição
Pesquisa
RESULTADO/ DISCUSSÃO
Estações de Amostragem
Braço esquerdo do Y
Braço direito do Y
Represa D
Represa E
Ponto 1
Ponto 1: Denominado nascente, é formado pelos Córregos localizados na Fazenda Santa Terezinha, no Bairro da Babilônia, após a mata ciliar. A ocupação dessa área: entrada em trecho com características rurais (fazendas, sítios, chácaras, etc) com uma represa.
BRAÇO ESQUERDO DO YBRAÇO DIREITO DO Y
Vale ressaltar também o represamento do curso do rio, sendo que uma das lagoas encontra-se em processo de assoreamentos, há presença de estufas de hortaliças e pelo que se pode observar pelas fotos há utilização da água do manancial. Nota-se também que as margens passaram por processo de replantio, mas apenas na margem direita houve o reflorestamento efetivo
Córrego da Fazenda Jatobá Estrada da Babilônia
Monjolinho
Residencial Douradinho
Córrego Douradinho
Ponto 2: Denominado Córrego Douradinho , localizado na Fazenda Santa Joana. Possui entrada em trechos com características rurais e urbana, onde se localiza o Bairro Douradinho e Bairro Tangará o qual foi aprovado em 2001 – registro 227.
Nascente localizada na mata do residencial Douradinho, em 2003
, parte da área em torno do olho d´água encontra-se desmatado
20012004
RESULTADO/ DISCUSSÃO
Estações de Amostragem
Córrego Ponte de Tábua
Córrego São Rafael
Córrego Dois PortõesCórrego da
Embrapa
Ponto 3 – Ponte de Tabua
Córrego do Espraiado
Córrego Belvedere
Córrego daMatinha ou Martinha
Ponto 4 – Captação
RESULTADOS / DISCUSSÃO
Variação média de Turbidez nos pontos no periodo de 1999 a 2003
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
jan/
99
mai
/99
set/9
9
jan/
00
mai
/00
set/0
0
jan/
01
mai
/01
set/0
1
jan/
02
mai
/02
set/0
2
jan/
03
mai
/03
set/0
3
meses
uT
Período chuvoso, em alguns casos, principalmente ponto 3, não estão em conformidade com o estabelecido pela resolução CONAMA 20/86 (classe 2 de até 100 UT). No período de estiagem, alguns valores de turbidez principalmente no ponto 3, não estiveram em conformidade com a Resolução CONAMA 20/86, que estabelece para água de classe 2 até 100 UT.
Variação média de cor nos pontos no periodo de 1999 a 2003
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
meses
uH
Cor estabelecidos pelo CONAMA 20/86 até 75 UH. Os valores médio de cor apresentaram acentuadas variações entre as estações os pontos amostrados de Janeiro de 1999 a Dezembro 2003.
Variação média de alcalinidade nos pontos no periodo de 1999 a 2003
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
meses
mg/l
CaC
O3
Verifica-se que os valores limites de alcalinidade não são estabelecidos pelo CONAMA 20/86. Os valores médio de alcalinidade apresentaram acentuadas variações entre as estações os pontos amostrados de Janeiro de 1999 a Dezembro 2003.
Variação média de DBO nos pontos no periodo de 1999 a 2003
0,010,020,030,040,050,060,070,080,090,0
100,0
jan/
99
abr/
99
jul/9
9
out/
99
jan/
00
abr/
00
jul/0
0
out/
00
jan/
01
abr/
01
jul/0
1
out/
01
jan/
02
abr/
02
jul/0
2
out/
02
jan/
03
abr/
03
jul/0
3
out/
03meses
mg/
l
Verifica-se que os valores de DBO obtidos no período chuvoso, em alguns casos, principalmente ponto 3, não estão em conformidade com o estabelecido pela resolução CONAMA 20/86 (classe 5,0 mg/l). No período de estiagem, alguns valores de DBO principalmente no ponto 3, não estiveram em conformidade com a Resolução CONAMA 20/86, que estabelece para água de classe 2 até 5,0 mg/l
Variação média de Coliforme Total nos pontos no periodo de 1999 a 2003
0,0
1000000,0
2000000,0
3000000,0
4000000,0
5000000,0
6000000,0
7000000,0
8000000,0
jan/
99
abr/
99
jul/9
9
out/
99
jan/
00
abr/
00
jul/0
0
out/
00
jan/
01
abr/
01
jul/0
1
out/
01
jan/
02
abr/
02
jul/0
2
out/
02
jan/
03
abr/
03
jul/0
3
out/
03
meses
UF
C/1
00 m
l
Variação média de Coliforme Fecal nos pontos no periodo de 1999 a 2003
0
1000000
2000000
3000000
4000000
5000000
6000000
7000000
8000000
jan/
99
abr/
99
jul/9
9
out/
99
jan/
00
abr/
00
jul/0
0
out/
00
jan/
01
abr/
01
jul/0
1
out/
01
jan/
02
abr/
02
jul/0
2
out/
02
jan/
03
abr/
03
jul/0
3
out/
03
meses
UF
C/1
00 m
l
Os valores médios de coliformes totais e fecais apresentaram acentuadas variações entre as estações os pontos amostrados de 1999 a 2003 . No entanto, observou-se uma tendência de aumento nos valores de coliformes ao longo do período amostrado (chuvoso/estiagem). Nos períodos sazonais de chuva (outubro a março), houve um aumento significativo enquanto no período de estiagem (abril a setembro), o aumento ocorreu mas não de maneira tão intensa quanto observado no período anterior. Se faz necessário e urgente a atenção quanto ao ponto 2 e 3, pois a ação antropica se faz presente de maneira mais efetiva
RESULTADOS / DISCUSSÃO
Análise multivariada (PCA – VARIAVEIS SIGNIFICATICAS / CLUSTER - AGRUPAMENTO)
Ponto 1 - nascente Nos resultados da análise estatística, temos a presença do alumínio, amônia, bário e turbidez, que serão analisados em função do uso e ocupação do solo da região.
Amônia é predominante no período chuvoso provavelmente influenciado pela presença de granjas na margem direita do córrego da represa E, e também atividade
de pastagem desde a represa C, margem direita e esquerda, até a represa D.
O alumínio mesmo sendo evidenciado na analise estatística não ultrapassou os teores máximos permitidos pelo CONAMA 20 / 86.
Em relação ao bário e a turbidez, a predominância das variáveis no período chuvoso e algumas situações no período intermediário. Em relação ao uso e ocupação do solo:BARIO - possibilidade de ocorrência natural do metal, ou seja, uma contribuição geológica da área TURBIDEZ - possível contribuição proveniente da lixiviação do solo.
O comportamento do bário, inversamente proporcional aos demais componentes principais apresentados pela analise estatística, podem estar relacionados principalmente -ao fator diluição causado pelo carreamento - escoamento superficial e assim o aumento da vazão na área.
RESULTADOS / DISCUSSÃO
Análise multivariada (PCA / CLUSTER)
Ponto 2 – Douradinho
Nos resultados da análise estatística, temos a presença da alcalinidade, condutividade, sulfato e sólidos totais, que serão analisados em função do
uso e ocupação do solo da região..
Alcalinidade, condutividade, sulfato e sólidos totais, é critica no período chuvoso a intermediário, podendo também haver a
contribuição do ciclo de ocupação da área que coincidem com o comportamento extremo das variáveis ao longo do período
estudado (Gráfico 1).
050
100150200250300350400450500
jan/99
jun/99
nov/9
abr/0
0se
t/00
fev/01 jul/01
dez/0
mai/0
2ou
t/02
mar/0
ago/0
0
5
10
15
20
25
30
35
tds
Cond. s/cm
Alcal.
Surfact.
Sulfato
instalação
ocupação
RESULTADOS / DISCUSSÃO
Análise multivariada (PCA / CLUSTER)
Ponto 2 – Douradinho
Nos resultados da análise estatística, temos a presença da alcalinidade, condutividade, sulfato e sólidos totais, fluoreto e amônia, que serão analisados
em função do uso e ocupação do solo da região..
fluoreto e a amônia que representam o segundo eixo da análise estatística, considera-se: a predominância das variáveis no período chuvoso e algumas situações no período de seca, que provavelmente podem ser ocasionados por eventos isolados, como por exemplo, a construção da rede coletora ou vazamentos de esgoto. Quando analisadas em relação ao uso e ocupação do solo na área, principalmente devido à expansão urbana destaca-se também: o incremento do processo erosivo, a diminuição de proteção da mata ciliar, acúmulo de lixo e escoamento de água pluvial às proximidades da nascente.
Cabe ressaltar, que a presença de fluoreto, pode estar relacionada com efluentes domésticos que tem na sua composição o enriquecimento desse íon, resíduo de água tratada. Amônia, por conseguinte, pode ter sua origem na decomposição de matéria orgânica presente no lixo acumulado na área, ou mesmo, na ocorrência de eventos de poluição pontuais e difusas.
RESULTADOS / DISCUSSÃO
Análise multivariada (PCA / CLUSTER)
Ponto 3 – Ponte de Tábua
Nos resultados da análise estatística, temos a presença de cloreto, pH e alumínio que serão analisados em função do uso e ocupação do solo da região.
Alumínio, cloreto e pH que representa o segundo eixo da análise estatística ou fator de percentual de explicação dos dados, quando analisada em relação ao uso e ocupação do solo na área, principalmente devido à expansão urbana destaca-se seu incremento devido ao processo erosivo, a diminuição de proteção da mata ciliar, acúmulo de lixo e escoamento de água pluvial às proximidades da nascente, caracterizando-o como um córrego urbano e assim, a ocorrência de eventos de poluição pontuais e difusas.
Cabe ressaltar, que apesar da variável oxigênio dissolvido não ter sido evidenciada na análise estatística e coliformes totais e fecais não terem sido analisadas, percebe-se a ocorrência de valores baixos de oxigênio dissolvido, e extremos de coliformes totais e fecais, podendo estar relacionados à descarga de efluentes domésticos, decomposição de matéria orgânica presente no lixo acumulado na área.
RESULTADOS / DISCUSSÃO
Análise multivariada (PCA / CLUSTER)
Ponto 4 – Captação
Nos resultados da análise estatística, temos a presença de oxigênio dissolvido e condutividade elétrica, analisados em função do uso e ocupação do solo da região
A presença de oxigênio dissolvido não ultrapassa os valores mínimos estabelecidos pela legislação vigente (CONAMA 20/86) e condutividade elétrica apesar de não ser estabelecida pela legislação vigente, apresentou valores relativamente baixos.
Podendo os valores das variáveis: ferro, cor, coliformes totais e fecais estarem relacionados ao uso e ocupação do solo, representado nesse ponto de amostragem pelo exultório da área de estudo e assim, sofrer a influencia de todas fontes difusas que essa região pode receber, principalmente devido à expansão urbana e acentuação do processo de erosão, escoamento de água pluvial, diminuição de proteção da mata ciliar e descarga de efluentes domésticos.
CONCLUSÃO
Ponto 1 – Área preservada,maiores impactos referentes a retirada de água, assoreamento, possuindo características de classe 2. No entanto, as atividades exercidas na área devem ser controladas uma vez que o destaque da variável amônia na análise estatística serve como alerta para possível “poluição” na área.
Ponto 2 – Área de nascente “preservada”, mas devido à proximidade de instalação do residencial houve aumento significativo do índice de surfactantes, sulfato, alcalinidade, sólidos totais dissolvidos, condutividade, fluoreto e amônia quando comparado ao ciclo de ocupação da área, desde a fase anterior à instalação do residencial, ate sua ocupação efetiva. Recomenda-se para tanto, que no processo de instalação de novos empreendimentos na área, sejam levados em consideração os aspectos acima descritos, bem como, ações que possam mitigar os impactos já presentes na área
CONCLUSÃO
Ponto 3 – Área que sofre impactos causados pelas atividades antrópicas já desenvolvidas, no entanto, foi observado no desenvolvimento da pesquisa ações de controle ambiental, como por exemplo, manutenção de redes de esgoto, acionamento de órgãos ambientais para fiscalização das medidas de controle ambiental e atuação do órgão responsável pela qualidade de água dos mananciais à montante das captações. Diante do exposto, espera-se que o reflexo das ações citadas possa trazer melhorias ambientais para a área. Recomenda-se, para tanto, que no processo de instalação de novos empreendimentos na área, sejam levados em consideração os aspectos acima descritos, bem como, a manutenção e ampliação das ações mencionadas anteriormente.
Ponto 4 – Área que recebe influencia de todas as alterações ocorridas na
microbacia estudada, o que foi evidenciado nas análises físico-químicas e confirmado no tratamento estatístico.
Portanto, para essa área, também, recomenda-se maior atenção no que se refere à instalação de qualquer empreendimento à montante da mesma, visto que, é um ponto de captação de água da Cidade de São Carlos e a forma de ocupação já existente vem alterando os aspectos quali e quantitativos.
CONCLUSÃO
O exposto acima exemplifica bem as áreas urbanas que deveriam estar sendo preservadas, porém, a falta de plano diretor e de políticas públicas de conservação deixaram estes locais a mercê da especulação imobiliária e conseqüente degradação local e do entorno.