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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA EEL USP DÊNIS RICARDO BROLLO ASPECTOS SOBRE A CONTRIBUIÇÃO E BENEFÍCIOS DO PROGRAMA ATUAÇÃO RESPONSÁVEL PARA A SEGURANÇA NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS LORENA 2014

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – EEL USP

DÊNIS RICARDO BROLLO

ASPECTOS SOBRE A CONTRIBUIÇÃO E BENEFÍCIOS DO PROGRAMA

ATUAÇÃO RESPONSÁVEL PARA A SEGURANÇA NO TRANSPORTE

RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

LORENA

2014

DÊNIS RICARDO BROLLO

ASPECTOS SOBRE A CONTRIBUIÇÃO E BENEFÍCIOS DO PROGRAMA

ATUAÇÃO RESPONSÁVEL PARA A SEGURANÇA NO TRANSPORTE

RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Projeto de monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – EEL-USP como requisito parcial para conclusão de Graduação do curso de Engenharia Química. Orientador: Prof. Dr. Francisco José Moreira Chaves

LORENA

2014

DÊNIS RICARDO BROLLO

ASPECTOS SOBRE A CONTRIBUIÇÃO E BENEFÍCIOS DO PROGRAMA

ATUAÇÃO RESPONSÁVEL PARA A SEGURANÇA NO TRANSPORTE

RODOVIÁRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Projeto de monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – EEL-USP

como requisito parcial para conclusão de Graduação do curso de Engenharia

Química .

Aprovado em: ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________

PROF.

_______________________________________

PROF.

_______________________________________

PROF

AGRADECIMENTOS

As primeiras pessoas a agradecer são meus pais, Edson Roberto Brollo e Elisa

Arlete Marassatto Brollo, que sempre me apoiaram em todas as decisões e

escolhas, especialmente na vida profissional.

Ao Professor Dr. Antonio Carlos França (in memorian) que me ajudou no início do

trabalho através de sua enorme experiência na área acadêmica.

Ao meu orientador Professor Dr. Francisco José Moreira Chaves, responsável pela

grande ajuda com seu vasto conhecimento e valiosas dicas, sem as quais não seria

possível o desenvolvimento deste conteúdo.

Aos professores da banca examinadora: Prof. Dr. Oswaldo Luiz Cobra Guimarães,

Prof. Dr. Adriano Francisco Siqueira e também ao suplente Prof. Dr. Marco Antonio

Carvalho Pereira. Também ao Prof. Dr. Marcos Villela Barcza, por apresentar dicas

sobre a estruturação correta deste trabalho.

À empresa BASF que colaborou gentilmente permitindo a utilização de alguns dados

relacionados à segurança no transporte. A todos, meu Muito Obrigado por fazer com

que a realização deste trabalho fosse possível.

RESUMO

BROLLO, D. R. Aspectos sobre a contribuição e benefícios do programa atuação responsável para a segurança no transporte rodoviário de produtos perigosos. 2014. 56f. Monografia. Escola de Engenharia de Lorena - EEL, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014. A predominância do transporte rodoviário no Brasil e as estatísticas da CETESB no ano de 2010, sobre as emergências químicas no estado de São Paulo foram utilizadas para mostrar a importância sobre os cuidados com transporte rodoviário de produtos perigosos. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o programa Atuação Responsável, desde sua criação em 1985 até os dias atuais. Dados sobre a evolução do programa foram utilizados para explicar sua metodologia e mostrar quais aspectos estão relacionados ao transporte de produtos perigosos e como contribuem para a segurança. Informações sobre um exemplo de aplicação foram fornecidas pela empresa BASF e utilizadas para mostrar a relação entre o programa e o transporte de produtos perigosos, bem como a metodologia e as ferramentas utilizadas para manter o funcionamento e o atendimento às legislações nacionais e internacionais. Após a apresentação destas informações foi elaborada uma matriz de análise SWOT para extrair os pontos fortes, os fracos, as oportunidades de melhorias e as ameaças para o programa voltado ao transporte. Analisando as informações da matriz, inicia-se a discussão sobre os aspectos e a contribuição para o transporte de produtos perigosos, abordando de uma forma geral os pontos a serem considerados, seja por uma empresa que deseja ser signatária do Atuação Responsável, seja por uma com programa já implantado, a fim de verificar se o modelo de gestão utilizado contempla os aspectos abordados. Por fim, foram descritas as dificuldades, benefícios e os primeiros passos para a adesão ao programa de acordo com o formulário da ABIQUIM, para que qualquer empresa interessada em segui-lo possa encontrar informações que a norteie.

Palavras-chave: Atuação Responsável, Transporte, Produtos Perigosos,

Implementação, Avaliação.

ABSTRACT

BROLLO, D. R. Aspects about the contribution of Responsible Care program for safety in the road transport of dangerous goods. 2014. 56f. Monography. Escola de Engenharia de Lorena - EEL, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

The predominance of road transport in Brazil and also the statistics from CETESB in the year 2010 about chemical emergencies, occurred in São Paulo state, were described to show the importance of care in transporting dangerous goods on roads. A bibliographic analysis about Responsible Care program has been realized and data about the evolution of the program were used to explain its methodology and show which aspects are related to dangerous goods transport and how they contribute for safety. Some pieces of information about implementation in practice were provided by BASF Company and were used to show the relationship between the program and dangerous good transport. As well as this, the methodology and tools used to keep the program operation and the full compliance with the national and international laws were also shown. Following its presentation, a SWOT matrix was elaborated to extract the strong and weak points, opportunities for improvement and the threats regarding dangerous goods transport. Analyzing the information from the matrix, a discussion about aspects and the contribution of the program to dangerous good transport was started, studying what points should be considered by both, companies which want to implement the Responsible Care and companies which have already implemented it, in order to check if the management style has already been applied by any of them. Finally, difficulties, benefits and the first steps to adopt the program, according to ABIQUIM form, were described so as any company which wants to be a signatory can find information that direct them.

Key-words: Responsible Care, Transport, Dangerous Good, Implementation,

Evaluation

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Distribuição modal da matriz brasileira de transportes regionais de cargas

em 2011 em toneladas-quilômetro-úteis (TKU)..... ................................ 3

Figura 2 – Emergências químicas por atividade geradora ...................................... 4

Figura 3 – Distribuição mensal das emergências químicas atendidas pela CETESB

em 2010 ............................................................................................... 11

Figura 4 – Emergências químicas por classe de risco ........................................... 11

Figura 5 – Distribuição anual das emergências químicas atendidas pela CETESB 13

Figura 6 – Acidentes de transporte por 10000 viagens .......................................... 13

Figura 7 – Distribuição dos incidentes de transporte .............................................. 16

Figura 8 – Princípio do Iceberg .............................................................................. 24

Figura 9 – Etapas do programa Olho Vivo na Estrada ........................................... 24

Figura 10 – Matriz de análise SWOT ..................................................................... 28

Figura 11 – Os nove códigos do programa estabelecidos pela BASF ................... 33

Figura 12 – Classificação por sistema de cores ..................................................... 34

Figura 13 – Grau de atendimento ao programa ..................................................... 35

Figura 14 – Exemplo de KPI................................................................................... 37

Figura 13 – Ranking de severidade e exposição ao perigo .................................... 39

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Frota de veículos transportadores de carga no Brasil ............................ 4

Tabela 2 – Tipos de veículos .................................................................................... 5

Tabela 3 – Idade média dos veículos transportadores ............................................. 5

Tabela 4 – Matriz de pontuação de severidade e exposição ao perigo ................. 39

Tabela 5 – Ranking de conseqüências .................................................................. 40

Tabela 6 – Matriz de probabilidade de incidente .................................................... 40

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABICLOR Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados

ABIQUIM Associação Brasileira da Indústria Química

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

CEFIC European Chemical Industry Council

CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear

ICCA International Concil of Chemical Association

ISO International Organization for Standardization

ONU Organização das Nações Unidas

RC Responsible Care

SASSMAQ Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente

e Qualidade

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1. OBJETIVO ............................................................................................................ 2

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 3

2.1. Transporte de Produtos Perigosos no Brasil.... ................................................. 3

2.2. Produtos Perigosos ........................................................................................... 6

2.2.1 Classe 1: Explosivos ....................................................................................... 6

2.2.2 Classe 2: Gases .............................................................................................. 6

2.2.3 Classe 3: Líquidos Inflamáveis ........................................................................ 6

2.2.4 Classe 4: Sólidos inflamáveis; Substâncias sujeitas à combustão espontânea;

substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis ........................ 7

2.2.5 Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos ................................. 8

2.2.6 Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias infectantes ................................ 8

2.2.7 Classe 7: Material radioativo ........................................................................... 9

2.2.8 Classe 8: Substâncias corrosivas .................................................................... 9

2.2.9 Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos ....................................... 9

2.3. Acidentes durante o transporte rodoviário envolvendo produtos perigosos .... 10

2.4. Programa Atuação Responsável ..................................................................... 15

2.4.1 O Programa no Brasil .................................................................................... 15

2.4.2 Exigência aos transportadores ...................................................................... 21

3. METODOLOGIA ................................................................................................. 25

4. ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O PROGRAMA ATUAÇÃO RESPONSÁVEL ........ 26

4.1. Análise SWOT ................................................................................................. 26

4.2.Implementação e Dificuldades ......................................................................... 29

4.3. Controle e registros ......................................................................................... 33

4.4. Benefícios da adoção ao programa ................................................................. 38

4.4.1 Ranking de severidade e exposição aos perigos .......................................... 38

4.4.2 Revisão TRADI e Gerenciamento de Não Conformidades............................ 41

5.CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 42

6.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 44

ANEXOS ................................................................................................................ 45

1

1. INTRODUÇÃO

Emergências envolvendo produtos químicos causam grandes danos aos

seres humanos e impactos ambientais muitas vezes notáveis. No Brasil, grande

parte destas emergências está relacionada ao transporte rodoviário. Pelas rodovias

circulam diariamente milhares de caminhões transportando produtos perigosos, o

que aumenta o potencial para acidentes envolvendo estes produtos.

Atualmente existem diversas formas de garantir a segurança no transporte de

produtos perigosos, seja através da metodologia desenvolvida pela própria empresa

seja por programas desenvolvidos em conjunto com outras empresas por meio de

associações, cabe a cada organização adotar a que lhe trouxer melhores resultados.

Um programa de abrangência global se destaca por contemplar toda a cadeia

produtiva, desde o fornecedor da matéria prima até a seleção do distribuidor do

produto final, trata-se do programa Atuação Responsável®. É um programa

voluntário, que passou a ser adotado pelas empresas a partir de 1985 no cenário

mundial e no Brasil a partir de 1992, como forma de melhorar a imagem da indústria

química em relação aos graves acidentes que vinham ocorrendo no cenário global, e

que ganha mais signatários a cada ano. O programa aborda de forma geral e

completa as questões relacionadas à saúde, segurança e meio ambiente,

estabelecendo requisitos que, adaptados ao sistema de gestão da empresa,

promovem a melhoria contínua em toda cadeia produtiva, incluindo o sistema de

transporte dos produtos. Uma boa gestão do programa reduz o índice de

ocorrências envolvendo produtos químicos, evitando danos à saúde humana ou ao

meio ambiente. Programas voltados para a segurança normalmente estão em

segundo plano nas pequenas e médias empresas, seja por questões financeiras

seja pela dificuldade na implementação ou certificação.

Para mostrar como os aspectos do Atuação Responsável pode contribuir para

a segurança no transporte será aplicada a técnica de análise SWOT, discutindo os

pontos fortes e fracos do programa, bem como os benefícios em adotá-lo como

parte integrante da gestão da empresa e, se desejar ser signatária encontrará

primeiros passos descritos neste trabalho.

2

1.2 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é mostrar os aspectos sobre contribuições e

benefícios do programa Atuação Responsável® no que diz respeito ao transporte de

produtos perigosos.

Mostrar dados estatísticos sobre os acidentes envolvendo produtos perigosos

e suas causas, como forma de justificar a importância e a necessidade de um

controle mais rígido nos aspectos voltados para a segurança.

Apresentar de forma sucinta o que é o programa Atuação Responsável® e

como funciona sua aplicação na prática, com ênfase nos requisitos pertinentes ao

transporte, mostrando também os primeiros passos para implementação na

empresa.

3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Transporte de produtos perigosos no Brasil

No Brasil, apesar de possuir uma vasta costa litorânea, diversos rios

navegáveis e relevo favorável à construção e expansão da malha ferroviária, a maior

parte do transporte de cargas ainda é feita pelo modal rodoviário, sendo a

distribuição apresentada na Figura 1.

Figura 1 - Distribuição modal da matriz brasileira de transportes regionais de cargas em 2011 em toneladas-quilômetro-úteis (TKU). Fonte: Ministério dos Transportes, Projeto de Reavaliação de Estimativas e Metas do Plano Nacional de Logística e Transporte, 2012.

O modal rodoviário está mais exposto ao risco de acidentes do que outros

modais por diversos fatores, seja pela quantidade e condições dos veículos que

circulam pelas rodovias como também pela qualidade e condições das rodovias em

que trafegam. Podemos citar vários acidentes de grandes proporções causadas por

este modal, como por exemplo em 20 de janeiro de 2010, onde um caminhão-tanque

que trafegava pela rodovia Presidente Dutra transportando Acrilato de Butila sofreu

colisão traseira de outro veiculo, vindo a romper sua válvula de fundo com

conseqüente vazamento de todo o produto (28 mil litros) para a pista. O produto foi

drenado pelas canaletas da pista, vindo a atingir o córrego Lavapes, que cruza o

município de São Jose dos Campos em seu centro e zona norte e tributário do rio

Paraíba do Sul. (CETESB, 2010, Relatório de Emergências Químicas atendidas).

4

A Figura 2 mostra as emergências químicas atendidas em 2010 classificadas

pela atividade geradora.

Figura 2: Emergências químicas por atividade geradora (CETESB, 2010).

As estatísticas apresentadas acima mostram que mais da metade das

emergências químicas atendidas pela CETESB em 2010 estão relacionadas ao

transporte rodoviário.

Através das tabelas 1, 2, 3 e 4 na seqüência a seguir, é possível traçar um

perfil dos veículos transportadores de carga no Brasil.

Tabela 1 – Frota de veículos transportadores de carga no Brasil.

Transportadores e Frota de Veículos

Tipo do Transportador Registros Emitidos Veículos Veículos/

Transportador

Autônomo 785.366 950.351 1,2

Empresa 153.056 1.146.018 7,5

Cooperativa 384 17.040 44,4

Total 938.806 2.113.409 2,3

Fonte: ANTT, março de 2014.

5

Tabela 2 – Tipos de veículos

Transportadores - Tipo de Veículo

Tipo de Veículo Autônomo Empresa Cooperativa Total

CAMINHÃO LEVE (3,5T A 7,99T) 138.700 57.268 661 196.629

CAMINHÃO SIMPLES (8T A 29T) 450.304 255.566 2.994 708.864

CAMINHÃO TRATOR 140.524 314.133 5.726 460.383

CAMINHÃO TRATOR ESPECIAL 907 2.270 79 3.256

CAMINHONETE / FURGÃO (1,5T A 3,49T) 60.788 29.033 235 90.056

REBOQUE 11.915 28.991 229 41.135

SEMI-REBOQUE 118.719 440.165 6.829 565.713

SEMI-REBOQUE COM 5ª RODA / BITREM 408 2.128 81 2.617

SEMI-REBOQUE ESPECIAL 236 1.291 42 1.569

UTILITÁRIO LEVE (0,5T A 1,49T) 25.859 12.153 140 38.152

VEÍCULO OPERACIONAL DE APOIO 1.991 3.020 24 5.035

Total 950.351 1.146.018 17.040 2.113.409

Fonte: ANTT, março de 2014.

Tabela 3 – Idade média dos veículos transportadores

Idade Média dos Veículos

Tipo de Veículo Autônomo Empresa Cooperativa Total

CAMINHÃO LEVE (3,5T A 7,99T) 20,1 9,2 10,4 13,2

CAMINHÃO SIMPLES (8T A 29T) 23,6 10,7 15,9 16,7

CAMINHÃO TRATOR 18,0 7,7 13,6 13,1

CAMINHÃO TRATOR ESPECIAL 15,5 4,9 9,8 10,1

CAMINHONETE / FURGÃO (1,5T A 3,49T) 10,1 6,6 7,5 8,1

REBOQUE 19,6 12,1 16,1 15,9

SEMI-REBOQUE 15,0 8,5 10,8 11,4

SEMI-REBOQUE COM 5ª RODA / BITREM 9,7 6,6 5,4 7,2

SEMI-REBOQUE ESPECIAL 13,8 7,3 8,7 9,9

UTILITÁRIO LEVE (0,5T A 1,49T) 13,2 7,2 9,9 10,1

VEÍCULO OPERACIONAL DE APOIO 25,7 17,4 10,3 17,8

Total 16,8 8,9 10,8 12,1

Fonte: ANTT, março de 2014.

A Tabela 1 mostra a distribuição dos veículos em relação ao tipo do

transportador, apesar dos autônomos serem a maioria, a maior parte dos veículos

pertencem às empresas. O tipo de veículo apresentado na tabela 2 mostra a

predominância dos veículos semi-reboque e caminhão trator. Com a reforma e

ampliação de algumas rodovias que ligam os principais eixos econômicos do país, a

tendência é que estes tipos de veículos, bem como veículos maiores como semi-

reboque com 5ª roda ou bitrem aumentem. A idade média dos veículos mostrada na

tabela 3 é fator mais preocupante no que tange o transporte de produtos perigosos,

pois quanto maior for a idade dos veículos maior é a probabilidade de apresentar

6

problemas mecânicos, podendo colocar em risco a segurança do motorista e

terceiros em risco. Os autônomos possuem veículos com idade superiores aos

demais transportadores devido às dificuldades de crédito e incentivos para renovar a

frota constantemente.

Em 2012, 808 veículos foram fiscalizados quando da prestação do TRPP

(Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos). Destaque-se que suas fiscalizações

deram início em agosto/2012. Ademais, a fiscalização do TRPP compete à ANTT,

sem prejuízo das autoridades com circunscrição sobre a via por onde transite o

transportador e pode ocorrer em todo o território nacional. Do total de 176.618 autos

relativos a infrações no transporte rodoviário de cargas, 1.030 estão relacionados

TRPP. (ANTT, 2012, Relatório Anual 2012).

2.2 Produtos Perigosos

De acordo com a resolução nº 420, da ANTT, de 12 de fevereiro de 2004.

Produtos classificados como perigosos para transporte são divididos em nove

classes distintas, dentre as quais possuem subclasses.

2.2.1 Classe 1: Explosivos Substância explosiva é uma substância sólida ou líquida (ou mistura de

substâncias) por si mesma capaz de produzir gás, por reação química, a

temperatura, pressão e velocidade tais que provoque danos à sua volta. Incluem-se

nesta definição as substâncias pirotécnicas, mesmo que não desprendam gases;

Subclasse 1.1: Substâncias e artigos com risco de explosão em massa.

Subclasse 1.2: Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco

de explosão em massa.

Subclasse 1.3: Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco

de explosão ou de projeção, ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.

Subclasse 1.4: Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo.

Subclasse 1.5: Substâncias muito insensíveis, com risco de explosão em

massa.

Subclasse 1.6: Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em

massa.

7

2.2.2 Classe 2: Gases Gás é uma substância que: A 50°C tem uma pressão de vapor superior a

300kPa; ou é completamente gasoso à temperatura de 20°C e à pressão normal de

101,3kPa.

Subclasse 2.1: Gases inflamáveis.

Gases que, a 20°C e à pressão normal de 101,3kPa são inflamáveis quando

em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar; ou apresentam faixa de

inflamabilidade com ar de, no mínimo, doze pontos percentuais, independentemente

do limite inferior de inflamabilidade. A inflamabilidade deve ser determinada por

ensaios ou por cálculos que se conformem aos métodos adotados pela ISO (ver

Norma ISO 10156:1996). Quando os dados disponíveis forem insuficientes para a

utilização desses métodos, podem-se adotar ensaios por métodos comparáveis,

reconhecidos internacionalmente, ou por autoridade nacional competente.

Subclasse 2.2: Gases não-inflamáveis, não-tóxicos

Gases transportados a uma pressão não-inferior a 280kPa, a 20°C, ou como

líquidos refrigerados e que sejam asfixiantes: gases que diluem ou substituem o

oxigênio normalmente existente na atmosfera; ou sejam oxidantes: gases que,

geralmente por fornecerem oxigênio, causem ou contribuam, mais do que o ar, para

a combustão de outro material; ou não se enquadrem em outra subclasse.

Subclasse 2.3: Gases tóxicos Classe 3

Gases que reconhecidamente sejam tão tóxicos ou corrosivos para pessoas

que constituam risco à saúde; ou supostamente tóxicos ou corrosivos para pessoas.

2.2.3 Classe 3: Líquidos inflamáveis Líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que

contenham sólidos em solução ou suspensão (p. ex., tintas, vernizes, lacas etc,

excluídas as substâncias que tenham sido classificadas de forma diferente, em

função de suas características perigosas) que produzam vapor inflamável a

temperaturas de até 60,5°C, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6°C, em ensaio

de vaso aberto, normalmente referido como ponto de fulgor.

8

2.2.4 Classe 4: Sólidos inflamáveis; Substâncias sujeitas à combustão espontânea;

substâncias que, em contato com água, emitem gases inflamáveis.

Sólidos inflamáveis são aqueles facilmente combustíveis e aqueles sólidos

que, por atrito, podem causar fogo ou contribuir para ele.

Subclasse 4.1: Sólidos inflamáveis

Sólidos que, em condições de transporte, sejam facilmente combustíveis, ou

que, por atrito, possam causar fogo ou contribuir para tal; substâncias auto-

reagentes que possam sofrer reação fortemente exotérmica; explosivos sólidos

insensibilizados que possam explodir se não estiverem suficientemente diluídos;

Subclasse 4.2: Substâncias sujeitas à combustão espontânea.

Substâncias sujeitas a aquecimento espontâneo em condições normais de

transporte, ou a aquecimento em contato com ar, podendo inflamarse;

Subclasse 4.3: Substâncias que, em contato com água, emitem gases

inflamáveis.

Substâncias que, por interação com água, podem tornar-se espontaneamente

inflamáveis ou liberar gases inflamáveis em quantidades perigosas.

2.2.5 Classe 5: Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos

Subclasse 5.1: Substâncias oxidantes.

Substâncias que, embora não sendo necessariamente combustíveis, podem,

em geral por liberação de oxigênio, causar a combustão de outros materiais ou

contribuir para isso. Tais substâncias podem estar contidas em um artigo.

Subclasse 5.2: Peróxidos orgânicos

Substâncias orgânicas que contêm a estrutura bivalente OOe podem ser

consideradas derivadas do peróxido de hidrogênio, em que um ou ambos os átomos

de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos. Peróxidos orgânicos são

9

substâncias termicamente instáveis que podem sofrer decomposição exotérmica

auto-acelerável.

2.2.6 Classe 6: Substâncias tóxicas e substâncias infectantes

Subclasse 6.1: Substâncias tóxicas.

São substâncias capazes de provocar morte, lesões graves ou danos à saúde

humana, se ingeridas ou inaladas, ou se entrarem em contato com a pele.

Subclasse 6.2: Substâncias infectantes

São substâncias que contenham patógenos ou estejam sob suspeita

razoável. Patógenos são microorganismos (incluindo bactérias, vírus, rickéttsias,

parasitas, fungos) ou microorganismos recombinantes (híbridos ou mutantes) que

possam ou estejam sob suspeita razoável de poderem provocar doenças infecciosas

em seres humanos ou em animais.

2.2.7 Classe 7: Material radioativo

Tanto no transporte quanto nas exigências de fabricação e ensaios de

embalagens para as substâncias radioativas, serão observadas as normas da

CNEN.

2.2.8 Classe 8: Substâncias corrosivas

Substâncias da Classe 8 são substâncias que, por ação química, causam

severos danos quando em contato com tecidos vivos ou, em caso de vazamento,

danificam ou mesmo destroem outras cargas ou o próprio veículo; podem, também,

apresentar outros riscos.

2.2.9 Classe 9: Substâncias e artigos perigosos diversos

Substâncias e artigos perigosos diversos da Classe 9 são aqueles que

apresentam, durante o transporte um risco não abrangido por nenhuma das outras

classes.

10

2.3 Acidentes durante o transporte rodoviário envolvendo produtos perigosos

Algumas substâncias podem ser alocadas a um grupo de embalagem

conforme o nível de risco que apresentam. Os grupos de embalagem têm os

seguintes significados:

Grupo de Embalagem I - Substâncias que apresentam alto risco.

Grupo de Embalagem II - Substâncias que apresentam risco médio.

Grupo de Embalagem III - Substâncias que apresentam baixo risco.

Cada designação, na Relação de Produtos Perigosos, é caracterizada por um

número ONU. Essa Relação contém, também, informações relevantes a cada

designação, como classe de risco, risco(s) subsidiário(s) (se houver), grupo de

embalagem (quando alocado), exigências para transporte em embalagens e tanques

etc.

Exemplos: 1133 adesivos;

1266 perfumaria, produtos;

2757 pesticida à base de carbamatos, sólido, tóxico;

3101 peróxido orgânico, tipo B, líquido;

Segundo dados da CETESB, de janeiro a setembro de 2010 foram

registrados 461 ocorrências no estado de São Paulo envolvendo produtos perigosos.

A figura 3 revela que o numero de ocorrências ao longo do ano flutuou em torno de

36 ocorrências por mês, exceto pelo mês de janeiro em que, excepcionalmente, foi

atendido um numero significativamente maior de emergências. O maior numero de

ocorrências no mês de janeiro coincide com um período no qual se afirma que a

economia teve grande crescimento, o que reflete maior produção, transporte e

armazenamento de produtos químicos e justificaria o maior numero de acidentes.

11

Figura 3: Distribuição mensal das emergências químicas atendidas pela CETESB

em 2010 (CETESB,2010)

Figura 4: Emergências químicas por classe de risco (CETESB,2010)

Na analise da figura 4, observa-se que o transporte rodoviário, a exemplo dos

outros anos, continua sendo a principal atividade geradora de emergências

químicas, representando quase 60% dos acionamentos da CETESB, seguido pelo

descarte de resíduos químicos e industriais. A atividade classificada como “Nada

Constatado”, na figura 4.2, refere-se as situações nas quais o acionamento feito a

CETESB indicava uma possível emergência, no entanto, apos a avaliação de

campo, não foi caracterizada tal situação. Este conceito difere substancialmente do

12

contido no item “Não Identificada”, que se refere as emergências em que de fato

existia algum produto envolvido, mas a identificação da fonte geradora não foi

possível, como, por exemplo, quando ocorre o descarte de produto químico em

galerias de esgoto ou de águas pluviais. O item “Mancha Órfã” refere-se as manchas

de óleo que aparecem na superfície do mar ou de outros corpos de água e cuja

origem não foi identificada. Estas manchas podem ser provenientes tanto de fontes

situadas em terra como na água. No caso de fontes localizadas em terra, suspeita-

se do descarte indevido de resíduos oleosos por parte de oficinas mecânicas,

garagens de veículos pesados, postos e sistemas retalhistas de combustíveis, entre

outros estabelecimentos. No caso de fontes situadas na água suspeita-se do

lançamento impróprio de postos flutuantes, estaleiros, marinas, iate clubes, barcos

pesqueiros, navios e outras embarcações, inclusive as de lazer. O item “Outras”

refere-se aos atendimentos realizados em estabelecimentos comerciais, empresas,

aterro sanitário, laboratórios de instituições de ensino e outras que não se

enquadram nas demais atividades. E importante destacar que cerca de 70 a 75%

das emergências químicas atendidas pela CETESB ocorreram em atividades não

licenciadas no âmbito do Sistema de Meio Ambiente (transporte rodoviário,

transporte marítimo, estabelecimentos comerciais, escolas e outras) e em atividades

ilícitas (descarte de resíduos químicos e manchas órfãs). Entre 15 e 20% das

emergências ocorreram em atividades licenciadas pelo Sistema de Meio Ambiente

do Estado de São Paulo. E o caso dos acidentes ocorridos em postos e sistemas

retalhistas de combustíveis, dutos, industrias, terminais, locais de armazenamento

de produtos químicos, em ferrovias ou outras fontes licenciadas. Lembrando que

10% das ocorrências correspondem a situações nas quais nada foi constatado ou a

fonte não foi identificada. Os líquidos inflamáveis (classe de risco 3) são os mais

envolvidos devido ao grande fluxo de transporte rodoviário de combustíveis, como a

gasolina, etanol, entre outros. (CETESB, 2010).

13

Figura 5 – Distribuição anual das emergências químicas atendidas pela CETESB.

Fonte: CETESB, Relatório de Emergências Químicas, 2010.

Figura 6: Acidentes de transporte por 10000 viagens (MOURÃO)

A figura 5 mostra a evolução histórica dos atendimentos emergenciais

realizados pela CETESB. O número relativamente baixo de ocorrências entre os

anos de 1978 e 1983, pode ser explicado pelo fato de que durante esse período a

14

CETESB atuou basicamente em emergências envolvendo vazamentos de petróleo e

derivados no mar. A partir de 1983, quando a CETESB passou a agir também em

outras atividades geradoras de acidentes, em especial, no Transporte Rodoviário de

Produtos Perigosos – TRPP houve um gradual aumento no numero de

atendimentos. O aumento no numero de ocorrências atendidas a partir de 1996

reflete, provavelmente, a projeção adquirida pela CETESB na mídia apos o episodio

envolvendo vazamento de gás seguido de explosão no Osasco Plaza Shopping, no

município de Osasco, evento que gerou 42 fatalidades. Apos essa ocorrência, a

comunidade e os órgãos públicos passaram a solicitar o apoio com maior

freqüência. A partir de 1999 o numero de ocorrências voltou a aumentar

provavelmente como reflexo da entrada em vigor da Lei Federal no 9.605/98 (Lei de

Crimes Ambientais), regulamentada pelo Decreto no 3.179/99. A “Lei de Crimes

Ambientais” contribuiu para conscientizar a sociedade e coibir praticas nocivas ao

meio ambiente, inclusive estimulando que o infrator fosse mais proativo em se

autodenunciar, reparar o dano, atuar efetivamente de modo a atenuar os efeitos do

acidente e atender as demandas dos órgãos públicos. O numero de ocorrências

atendidas em 2010, 461 emergências químicas, esta um pouco acima da media

atendida nos últimos 15 anos, que e de 451 ocorrências. O maior numero de

ocorrências deve-se as emergências envolvendo o transporte rodoviário e o

descarte de resíduos químicos. A figura 6 mostra os acidentes de transporte por

número de viagens respectivamente. Apesar do número de acidentes sérios oscilar

ao longo dos anos, é possível identificar uma diminuição no número total. Podemos

atribuir esta diminuição à conscientização das indústrias químicas ao contratar seus

provedores de serviços de transporte, exigindo cada vez mais que os provedores

possuam certificados e programas de segurança específicos, bem como a

capacitação e treinamento contínuo de seus colaboradores. As principais causas

das emergências químicas, descritas pela CETESB no relatório de atendimento à

emergências químicas de 2010, estão relacionadas ao erro humano seja de maneira

direta, por exemplo, conduzindo um veículo, ou indireta, através da falta de medidas

preventivas para o transporte como, manutenção dos equipamentos e falta de

capacitação e treinamento do pessoal envolvido. (CETESB, 2010).

15

2.4 Programa Atuação Responsável

2.4.1 O Programa no Brasil

O Programa Atuação Responsável é a versão brasileira do Responsible

Care®, uma iniciativa global que promove a melhoria continua em segurança, saúde

e meio ambiente. O Responsible Care foi lançado em 1985 no Canadá pela

Associação dos Produtores Químicos Canadenses com o objetivo de realizar

mudanças nas indústrias químicas em toda sua cadeia de valores, para que seus

produtos sejam produzidos e cheguem aos seus clientes de maneira segura,

respeitando os valores humanos e ambientais. O programa espalhou-se pelo mundo

após graves acidentes, como por exemplo, o acidente ocorrido em Bhopal na Índia,

onde mais de 3000 pessoas morreram diretamente e outras 10mil decorrentes da

inalação do gás isocianato de metila que vazou de um dos reatores durante a noite,

as causas do vazamento foram apontadas como múltiplas falhas no sistema de

segurança, que não estavam funcionando, além de válvulas e linhas de tubulação

em péssimas condições. (Wikipédia, Bhopal disaster, dezembro 2012).

Segundo dados do ICCA, em 2011 havia 55 indústrias químicas globais

signatárias do programa, com compromissos assumidos em questões de

desenvolvimento sustentável, segurança e meio ambiente. Em março de 2012, mais

de 150 das maiores indústrias químicas do mundo, representando cerca de 85% das

maiores empresas químicas globais, aderiram ao programa. Após a adoção do

programa, o número de acidentes notáveis envolvendo produtos perigosos, vem

caindo ao longo dos anos em contrapartida com o aumento da produção.

16

Figura 7: Distribuição dos incidentes de transporte (ICCA, RC annual report, 2010)

No Brasil, o Responsible Care® foi implantado pela ABIQUIM - Associação

Brasileira da Indústria Química com o nome de Programa Atuação Responsável® e

tornou-se marca registrada. Consiste numa iniciativa da indústria química brasileira e

mundial destinada a demonstrar seu comprometimento voluntário, provendo o

desenvolvimento sustentável e na melhoria contínua em relação à saúde, segurança

e meio ambiente. Segundo a ABIQUIM, até 2013, 117 empresas associadas

adotaram o programa. As principais empresas do vale do Paraíba que adotaram o

programa são: BASF, Dow, Monsanto e Oxiteno. A implementação do Sistema de

Gestão do Programa Atuação Responsável® proverá as empresas de uma

ferramenta que as permitirá desenvolver, de maneira simples, objetiva e efetiva os

temas relacionados à saúde, à segurança e ao meio ambiente considerando os

processos, produtos, instalações e serviços. O sistema de gestão consiste em

planejar, implementar e monitorar questões relacionadas à saúde e segurança do

trabalhador, segurança dos processos de produção, meio ambiente, transporte,

armazenagem e distribuição dos produtos, atuando de forma eficaz no combate às

deficiências. Por se tratar de um programa voluntário, a implantação e eficácia do

sistema de gestão, devem ser garantidas pela própria empresa signatária, através

de auditorias e desenvolvimento e aplicação de práticas voltadas ao propósito do

programa.

O Sistema de Gestão, definido pela ABIQUIM, é composto por dez elementos

e seus respectivos requisitos. Considerando a estrutura e cultura da empresa, os

17

elementos e seus requisitos devem ser alinhados ao sistema de gestão existente na

empresa, não sendo necessário desenvolver um novo sistema paralelo.

O Sistema de Gestão deve possuir:

1 Liderança e compromisso.

2 Identificação dos aspectos e perigos e avaliação dos impactos e riscos.

3 Requisitos legais e outros.

4 Objetivos, metas e indicadores de desempenho.

5 Normas, procedimentos, instruções, controles operacionais e controle

de processos.

6 Comunicação, participação e consulta.

7 Capacitação e comportamento das pessoas.

8 Auditorias.

9 Incidentes, não conformidades, ações corretivas e preventivas.

10 Análise do sistema de gestão.

1 Liderança e compromisso

O principal executivo da empresa deve assinar os seguintes documentos:

a) Declaração de comprometimento com as ações de apoio ao Programa

b) Atuação Responsável.

c) Termo de adesão aos princípios éticos do Programa Atuação Responsável.

d) Nomeação do Coordenador do Atuação Responsável.

e) executivo deve também:

f) Demonstrar a liderança e o compromisso com o Programa e questões

g) relacionadas.

h) Valorizar o Programa e estimular o engajamento das pessoas.

i) Promover na cadeia de valor, a disseminação do Programa Atuação

j) Responsável e dos temas relacionados à saúde, à segurança e ao meio

k) ambiente.

2 Identificação dos aspectos e perigos e avaliação dos impactos e

riscos.

18

Os aspectos, impactos, perigos e riscos a serem considerados são os

inerentes às atividades, aos processos, aos produtos, às instalações e aos serviços

relacionados à saúde, segurança e meio ambiente:

a) Identificar os perigos e avaliar os riscos para a saúde e segurança das

b) pessoas.

c) Identificar os aspectos e avaliar os impactos ambientais.

d) Utilizar de técnicas de análise de riscos para identificar os riscos

tecnológicos inerentes aos processos e às instalações.

e) Utilizar técnicas de análise de consequências e vulnerabilidades para

definir e estabelecer uma escala de criticidade dos cenários.

f) Identificar as propriedades e riscos das matérias-primas, resíduos,

produtos intermediários, acabados e comercializados.

g) Identificar os riscos dos modais de transporte e distribuição.

h) Estabelecer de uma matriz de aceitabilidade para os impactos e riscos

identificados.

3 Requisitos legais e outros.

A empresa deve garantir o atendimento à legislação aplicável às pessoas,

produtos e às atividades da empresa relacionadas à saúde, à segurança e ao meio

ambiente:

a) Identificar, interpretar e definir a legislação aplicável.

b) Implementar a legislação aplicável e avaliar as consequências quando do

não atendimento.

c) Monitorar o atendimento.

Os itens acima são válidos para os outros requisitos voluntários subscritos.

O Programa Atuação Responsável é um requisito voluntário subscrito pela

empresa que deve ser considerado nos processos de certificações relacionados à

saúde, à segurança e ao meio ambiente.

4 Objetivos, metas e indicadores de desempenho.

Os objetivos e metas devem estar associados aos impactos e riscos

identificados no elemento 2, de forma priorizada, e devem estimular a melhoria

19

contínua. A empresa deve estabelecer programas documentados para atender aos

objetivos e metas definidos. Os indicadores de desempenho devem manter relação

com os objetivos e metas definidos neste elemento e também estimular a melhoria

contínua. Devem ser estabelecidos, preferencialmente, os indicadores pró-ativos. Na

definição dos indicadores, considerar minimamente os requeridos pela Abiquim.

Caso, na política da empresa, estiver mencionado que a gestão busca a excelência

em saúde, segurança e meio ambiente, a empresa deve demonstrar os resultados

comparativos utilizando “benchmarking”, quando aplicável.

5 Normas, procedimentos, instruções, controles operacionais e controle

de processos.

A empresa deve estabelecer medidas preventivas, visando controlar os

impactos e riscos identificados no elemento 2, e adotar padrões para mitigar as suas

consequências:

a) Estabelecer uma escala de prioridades considerando os potenciais dos

impactos e riscos identificados.

b) Determinar medidas para controlar os impactos e riscos.

c) Definir níveis de proteção suficientes para evitar que uma falha, incluindo a

possibilidade de erro humano, evolua para um cenário crítico (incêndio,

explosão e liberação acidental de produtos).

d) Priorizar os cenários críticos.

e) Instalar sistemas e equipamentos de proteção visando reduzir os impactos

e riscos, bem como mitigar suas consequências.

f) Definir critérios de segurança inerentes a todas as fases dos processos.

g) Estabelecer os procedimentos e práticas adequadas e seguras para as

atividades de partida e parada normais, operação, manutenção e paradas

de emergência.

h) Estabelecer procedimentos para trabalhos críticos (espaço confinado,

serviços a quente, trabalhos em altura e em equipamentos energizados).

A adoção das medidas de controle permitirá à empresa utilizar seus recursos

humanos, materiais e financeiros de forma segura e eficiente.

20

6 Comunicação, participação e consulta.

Em função dos impactos e riscos, definidos em 4.2, a empresa deveidentificar

e definir as partes interessadas, tais como:

Comunidade interna – pessoas que trabalham para a empresa, pessoas de

prestadoras de serviços internos e visitantes.

a) Comunidade externa.

b) Clientes.

c) Fornecedores.

d) Mídia.

e) Órgãos governamentais e não governamentais.

f) Órgãos públicos que atuam em situações de emergência.

g) Acionistas.

h) Entidades patronais e representantes dos trabalhadores.

7 Capacitação e comportamento das pessoas.

Definir, documentar e comunicar as funções, atribuições e responsabilidades

para implantação, disseminação e manutenção do Atuação Responsável. Identificar

as necessidades, estabelecendo os programas de treinamento e de educação

contínua, incorporando o Programa Atuação Responsável nos mesmos. Gerenciar a

mudança de função e de tarefas, avaliando previamente os riscos inerentes à nova

função e novas tarefas, adotando as medidas necessárias para proceder à mudança

de forma adequada e segura. Manter registro dos treinamentos e avaliar a

efetividade dos mesmos.

8 Auditorias

Auditar o Sistema de Gestão do Programa Atuação Responsável:

a) Identificar as auditorias de 1ª, 2ª e 3ª partes.

b) Planejar as auditorias em intervalos determinados.

c) Definir o escopo da auditoria.

d) Nomear e qualificar os auditores.

e) Realizar e manter os registros das auditorias.

21

f) Propor ações resultantes das auditorias.

g) Priorizar as ações, acompanhar suas implementações e avaliar a

efetividade das mesmas.

9 Incidentes, não conformidades, ações corretivas e preventivas.

Considerando os impactos e riscos, identificados no elemento 2 e controlados

no elemento 5, investigar e analisar o evento real ou potencial:

a) Lesão, doença ou fatalidade.

b) Impactos ambientais.

c) Acidentes tecnológicos (incêndio, explosão e liberação acidental de

produtos).

d) Acidentes no transporte e na distribuição.

e) Acidentes com produtos comercializados.

Identificar a necessidade de ações corretivas, oportunidades para ações

preventivas e controlar a efetividade das mesmas.

10 Análise do sistema de Gestão

Analisar o Sistema de Gestão do Atuação Responsável:

a) Definir os participantes das análises.

b) Determinar o intervalo entre as análises.

c) Definir o que vai ser analisado.

d) Determinar os resultados e, se necessário, propor ações visando à

melhoria contínua.

e) Priorizar as ações, acompanhar a implementação e avaliar a efetividade

das mesmas.

2.4.2 Exigência aos transportadores

Como exigência da ABIQUIM, para a empresa ser signatária do Atuação

Responsável, seu sistema de transporte deve ser avaliado pelo SASSMAQ. Trata-se

de um sistema que abrange todos os modais de transporte e visa reduzir de forma

22

contínua e progressiva os riscos de acidentes nas operações de transporte e

distribuição de produtos químicos e possibilita uma avaliação do desempenho nas

áreas de segurança, saúde, meio ambiente e qualidade. A avaliação é dividida entre

os segmentos: Rodoviário, Estação de Limpeza, Terminais de Armazenagem de

Granéis Líquidos, Navios e Ferroviário. O prestador de serviço deve

obrigatoriamente ser certificado por um Organismo Certificador. De acordo com as

exigências da ABIQUIM, as prestadoras de serviços de logística têm como

responsabilidade:

Solicitar aos organismos certificadores a aplicação do sistema de

avaliação;

Abrir suas instalações para a realização das avaliações;

Fornecer todos os dados solicitados pelos organismos certificadores;

Apresentar às indústrias químicas interessadas os formulários e

questionários completos de avaliação (quando solicitados);

Apresentar às indústrias químicas o Termo de Avaliação (quando

solicitado);

Regularizar a situação até 30 dias após o vencimento do termo de

avaliação. Após esse prazo terá seu credenciamento cancelado;

As prestadoras de serviços para indústria química serão descredenciadas e

retiradas do site nos casos em que sem prévio aviso ao Organismo Certificador:

Mudar o escopo do seu negócio;

Sofrer alterações significativas em algum dos seus processos avaliados;

Ficar comprovada a descaracterização da empresa, comprometendo o

sistema avaliado e o serviço prestado;

Alteração de endereço;

Venda, fusão ou incorporação;

Tiver comprovadas irregularidades na condução do sistema de gestão

durante a vigência do termo de avaliação;

Quando a idade da frota exceder os limites máximos de 10 anos para a

tração de cargas a granel e de 15 anos para a tração de carga embalada.

23

As indústrias químicas têm como responsabilidade:

Solicitar às empresas prestadoras de serviços de logística a aplicação do

sistema de avaliação;

Considerar a certificação SASSMAQ dentro dos requisitos para

contratação;

Acompanhar a avaliação na unidade do prestador de serviço (opcional);

Solicitar os formulários e questionários completos de avaliação às

empresas prestadoras de serviço;

Analisar as avaliações apresentadas pelas empresas prestadoras de

serviço;

Qualificar ou não a empresa de prestação de serviço para a atividade a ser

contratada.

Requisitos do questionário de avaliação:

Gerenciamento

Segurança, saúde e meio ambiente

Qualidade

Equipamentos

Operações

Segurança patrimonial

Inspeção no local

Classificação das respostas ao questionário de avaliação:

Mandatórias: (M) São os requisitos legais e devem ser obrigatoriamente

atendidos.

Indústria química: (I) São itens de interesse específico da indústria

química.

Desejável: (D) São requisitos não obrigatórios, mas que demonstram o

interesse da empresa em adotar um processo de melhoria contínua

Além da exigência do SASSMAQ, as empresas signatárias do programa

Atuação Responsável devem exigir de seus prestadores de serviços logísticos

rodoviário, o programa Olho Vivo na Estrada.

24

O programa Olho Vivo na Estrada é um programa desenvolvido pela

ABIQUIM em parceria com ABICLOR que tem por objetivo prevenir atitudes

inseguras no transporte de produtos perigosos por meio da conscientização dos

motoristas. Através de um gerenciamento de risco, que considera o “homem e sua

atitude”, mostra uma metodologia de conscientização dos motoristas quanto ao risco

do transporte e como o comportamento do dia a dia afeta os resultados dos

acidentes, levando em consideração o princípio do Iceberg, mostrado na Figura 8.

Figura 8: Princípio do Iceberg (ABIQUIM,2010)

As etapas do programa são mostradas na figura 4.2.

Figura 9: Etapas do programa Olho Vivo na Estrada (ABIQUIM)

25

3. Metodologia

A metodologia deste trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica sobre o

Programa Atuação Responsável®, abordando seus conceitos e aplicação

especificamente para o transporte de produtos perigosos, e também a pesquisa e

apresentação de dados estatísticos sobre acidentes de transporte envolvendo

produtos perigosos no estado de São Paulo como forma de reforçar a preocupação

com o transporte destes produtos.

Serão apresentadas informações sobre a aplicação na prática e sua

contribuição no transporte de produtos perigosos pela empresa BASF, signatária do

programa, a fim de agregar junto à revisão bibliográfica, informações suficientes

para utilização da ferramenta de qualidade, análise SWOT. A aplicação da análise

SWOT retornará dados sobre os pontos fortes e fracos, bem como os aspectos e

benefícios do programa voltados para o transporte de produtos perigosos. As

informações geradas a partir da aplicação da análise SWOT serão discutidas e

somadas às exigências da ABIQUIM, para que uma empresa que deseja ser

signatária consiga visualizar a contribuição do programa na segurança para o

transporte e encontre também os primeiros passos para a implantação.

26

4. ANÁLISE CRÍTICA SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA ATUAÇÃO

RESPONSÁVEL

4.1 Análise SWOT

A Análise SWOT, também denominada análise FOFA, em português, é uma

ferramenta estrutural da administração, utilizada na análise do ambiente interno e

externo, com a finalidade de formulação de estratégias da empresa. Nesta análise

identificamos as Forças e Fraquezas da empresa, extrapolando então

Oportunidades e Ameaças internas para a mesma. É uma sigla do idioma inglês, na

qual representa : Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades

(Opportunities) e Ameaças (Threats), sendo fundamentada por Kenneth Andrews e

Roland Christensen. Técnica que auxilia na elaboração do planejamento estratégico

que começou a ser estruturado por volta dos anos 60 a 70 nas escolas americanas,

com o objetivo de focar na combinação das forças e fraquezas de uma organização,

ao mesmo tempo também nas oportunidades e ameaças do mercado. A aplicação

se divide em ambiente interno (Forças e Fraquezas) e ambiente externo

(Oportunidades e Ameaças). As forças e fraquezas são avaliadas pela observação

da situação atual da organização, em geral avaliadas, a fatores internos. Os pontos

fracos pela construção em uma organização, em seus recursos humanos incluem os

recursos por experiência, capacidade, conhecimentos e habilidades, já os recursos

organizacionais são sistemas e processos da empresa como estratégias, estrutura,

cultura e outros, e os recursos físicos, que são as instalações, equipamentos,

tecnologia, canais e outros. As oportunidades e ameaças são previsões do futuro e

estão intimamente ligadas a fatores externos. Na análise dos pontos fracos, quando

for evidenciado, deverá os dirigentes da empresa proceder a objetivos estratégicos

que irão reduzir ou minimizá-los. Esta análise deve ser confeccionada e interpretada

de forma a unir as peças chaves, que são os elementos da análise interna e externa,

por que vão formar o diagnóstico e este deve ser confiável e com suporte de uma

boa fonte de informação, e que esteja integrado às necessidades da gestão

estratégica, pois irão fundamentar a médio e longo prazo na organização.

A empresa deve reforçar seus recursos e competências de forma a

transformar a aparentes ameaças em novas oportunidades.

27

As estratégias para um planejamento através da análise SWOT devem

manter os pontos fortes, nos pontos fracos deve ter a visão de sua redução, na qual

aproveite das oportunidades e protegendo-se das ameaças. Desta forma, a

organização poderá identificar os pontos fortes que ainda não foram utilizados e os

pontos fracos que podem ser corrigidos. Diante do conhecimento dos pontos fortes

ou fracos, e das oportunidades e ameaças a organização, esta pode adotar

estratégias que visem buscar sua sobrevivência, manutenção ou seu

desenvolvimento. (NETO, EDUARDO RIBEIRO, 2011, ANÁLISE SWOT). Devido à

sua fácil aplicação pode ser utilizada em diferentes tipos de análise, neste caso,

serão analisados os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças do Atuação

Responsável voltados ao transporte de produtos perigosos. A Figura 10 relaciona os

principais pontos do programa voltados ao transporte.

28

ANÁLISE SWOT

Asp

ec

tos

In

tern

os

PONTOS FORTES PONTOS FRACOS

• Auditorias; • Pode ser modelado; • Seleção das transportadoras; • Treinamentos específicos; • Mais restritivo que as ISOs 9001 e 14001.

• É voluntário; • Não existe fiscalização ou revalidação do certificado.

Asp

ec

tos

Ex

tern

os OPORTUNIDADES AMEAÇAS

• Melhorar a imagem; • Diferencial.

• Investimentos; • Falta de qualificação de fornecedores.

Figura 10 – Matriz de análise SWOT (Adaptado de NETO)

Pontos Fortes:

Seleção das transportadoras.

Treinamentos específicos.

Mais restritivo que as ISO 9001, 14001.

Auditorias.

Pode ser modelado.

Pontos Fracos:

É voluntário;

Não existe fiscalização ou revalidação do certificado.

29

Oportunidades:

Melhorar a imagem.

Ser um diferencial.

Ameaças

Investimentos;

Falta de qualificação de fornecedores.

4.2 Implementação e dificuldades

Para ser signatário, a empresa deve atender os requisitos exigidos pela

ABIQUIM, a adesão ao Programa de Parceria para o Atuação Responsável é

iniciado com o preenchimento do Formulário de Solicitação de Adesão, constante do

Formulário da Proposta de Filiação disponível no anexo.

Alguns pontos merecem destaque:

O formulário, ao ser encaminhado à ABIQUIM, deve estar assinado pelo

Diretor designado pela empresa candidata. Deve ser indicado o nome da

empresa associada à ABIQUIM que terá a função de Patrocinadora. A

proposta também deverá ser assinada pelo Signatário do Atuação

Responsável da Empresa Patrocinadora ou pelo Coordenador da

Comissão apropriada, quando não houver Empresa Patrocinadora .

Na ausência de Empresa Patrocinadora e quando da assinatura da

proposta de Adesão pelo Coordenador da Comissão ABIQUIM

correspondente, o fator deverá ser comunicado à Comissão Executiva do

Atuação Responsável.

É necessária a descrição dos tipos de produtos químicos manuseados e a

natureza dos negócios ou atividades da empresa candidata.

Deve ser incluída uma cópia do relatório e balanço anual mais recente.

Solicitação de Adesão e Contato Preliminar:

Após o recebimento do formulário e análise de seu conteúdo por parte da

ABIQUIM, inicia-se a etapa seguinte, na qual ocorre o contato preliminar entre a

candidata à Parceira e a ABIQUIM. O contato visa assegurar que a candidata

entenda todas as implicações da iniciativa e de que está disposta a implementar o

30

Atuação Responsável como um todo e, em especial, os Códigos de Práticas

Gerenciais, de acordo com as expectativas e determinações da ABIQUIM. O roteiro

desse contato deve incluir:

Os motivos que levam a candidata a aderir ao Atuação Responsável na

condição de Parceira.

O entendimento, por parte da candidata, das implicações da aplicação das

Práticas Gerenciais nas suas operações e em seus negócios como um

todo.

Os recursos humanos, financeiros e técnicos alocáveis para implementar o

Atuação Responsável.

Os planos da candidata para comunicar a seus funcionários seu

compromisso para com a melhoria contínua de desempenho nas áreas de

saúde, segurança e meio ambiente.

O entendimento da candidata da necessidade de reportar os progressos

feitos no Atuação Responsável.

O valor da contribuição mensal a ser paga pela candidata à ABIQUIM.

Em razão da importância da compreensão da Diretoria da empresa frente às

exigências que a adesão ao Atuação Responsável implica, é essencial a

participação do principal executivo da empresa na reunião de contato preliminar.

Após o contato preliminar, a Comissão:

Avalia a participação proposta.

Faz recomendações para a correção de eventuais inadequações

encontradas no contato preliminar.

Recomenda ao Conselho Diretor da ABIQUIM que aceite ou negue a

admissão da candidata no quadro de associados.

Na BASF, indústria química atuante em diversas áreas de negócio como,

petróleo e gás, agroquímicos, aditivos para construção civil, tintas imobiliárias e

automotivas, entre outras, várias ações voltadas para o transporte de produtos

perigoso foram implementadas decorrentes do Sistema de Gestão adotado pela

empresa por ser signatária do programa Atuação Responsável. Foi criado um

departamento voltado especificamente para fazer a gestão das questões

31

relacionadas ao transporte e distribuição de produtos perigosos. Chamado de TRADI

(Transporte e Distribuição), a responsabilidade deste departamento é desenvolver

métodos e ações para garantir a segurança no transporte de produtos perigosos

através:

a) Da investigação das causas dos acidentes de transporte envolvendo

produtos químicos através da apuração dos fatos e as responsabilidades

dos envolvidos;

b) Dos treinamentos ministrados para os envolvidos na inspeção dos

veículos;

c) Da avaliação das transportadoras que prestam serviço para a empresa;

d) Da realização de auditorias nas unidades produtivas, a fim de verificar se

os requisitos de transporte estão sendo cumpridos durante o carregamento

e descarregamento;

e) Da capacitação dos gestores de todas as unidades para que estes sejam

disseminadores das informações à sua equipe.

Investigação das causas dos acidentes

A investigação das causas dos acidentes envolvendo o transporte de

produtos perigosos segue os critérios da CEFIC através de guidelines para o

transporte seguro.

Inspeção dos veículos

A garantia da conformidade ao atendimento a legislação de transporte inicia-

se na portaria de cargas onde é verificado, através de um checklist, disponível no

anexo, se os veículos que se apresentam para carregamento contêm os requisitos

mínimos exigidos pela legislação. Além dos itens obrigatórios, é verificado também

se o veículo atende aos requisitos definidos pelo departamento de TRADI e contém

equipamentos especiais como por exemplo, para carregamento de líquidos

inflamáveis a granel o veículo deve estar ligado ao sistema de aterramento, para

eliminar o acúmulo de eletricidade estática gerada pelo atrito entre o líquido e as

paredes da tubulação por onde passa, deve ter as rodas travadas através do uso de

calços, para evitar movimentação, o grau de enchimento deve ser respeitado

conforme a legislação de transporte, as chaves do veículo devem ser retiradas do

contato, a área é isolada, entre outras medidas. Caso um item do check list não seja

32

atendido o veículo é proibido de entrar para carregamento até que a situação esteja

regularizada.

Para garantir a qualidade do serviço prestado, as transportadoras passam por

uma rigorosa auditoria de avaliação antes de serem contratadas. Todos os

documentos legais, incluindo as licenças exigidas para o transporte de produtos

perigosos são verificados nos detalhes, além de exigências que não estão

relacionadas ao âmbito legal, mas passam a ser mandatórias para empresas

signatárias, é o caso da certificação no SASSMAQ e programas como Olho Vivo na

Estrada. Os armazéns das transportadoras também são auditados para verificação

do grau de atendimento aos requisitos mínimos de segurança como contenção para

vazamentos, plano de emergência, brigada de incêndio, entre outros. Todos os

colaboradores envolvidos nas operações de transporte, desde o estivador até o

programador de expedição, devem passar por treinamentos sobre produtos

perigosos focando incompatibilidade química, distribuição e amarração correta da

carga, check list de inspeção em veículos, entre outros. A capacitação dos

colaboradores envolvidos no transporte está diretamente ligada às principais causas

das emergências químicas.

A maior dificuldade das empresas é encontrar transportadoras que atendam

aos requisitos mínimos do programa nas regiões norte, nordeste e centro oeste do

Brasil. De acordo com dados da ABIQUIM existe algo em torno de 100

transportadoras apenas que possuem o certificado SASSMAQ. Grande parte das

empresas avaliadas e certificadas está concentrada nos estados de São Paulo e Rio

de Janeiro. A dificuldade das transportadoras em obterem o certificado está atrelada

em parte aos serviços subsidiários necessários, como por exemplo as estações para

limpeza de tanques, estas devem atingir um resultado positivo nas avaliações do

SASSMAQ, porém grande parte destas estações não atendem aos requisitos

mínimos.

O fato de o programa ser voluntário é um dos pontos negativos. Para garantir

uma boa gestão é necessária a criação de uma estrutura de controle e avaliação, e

isso requer investimentos, algo que torna a implementação limitada, mas não

impossível em empresas de pequeno porte. Como a fiscalização e a manutenção do

programa dependem exclusivamente da própria empresa, se esta não for

disciplinada e não tiver um bom controle da gestão, o programa não funcionará

33

integralmente, não atingindo um nível elevado de segurança em seus processos,

incluindo o transporte de seus produtos.

4.3 Controles e Registros

A cada cinco anos, uma equipe interna especializada no Programa Atuação

Responsável audita cada unidade de negócio a fim de verificar o cumprimento dos

requisitos. A análise é dividida em nove códigos conforme Figura 11:

Figura 11: Os nove códigos do programa estabelecidos pela BASF (Adaptado da

Diretriz de Atuação Responsável BASF)

De acordo com o grau de risco da unidade e do resultado final obtido, ela é

classificada por um sistema de cores que indicará o grau de atendimento ao

programa. O resultado final é dado pelo somatório das cores obtidas em cada

código, de acordo com as Figura 12.

34

Figura 12: Classificação por sistema de cores (Adaptado de: BASF, Diretriz de

Atuação Responsável BASF)

A freqüência das auditorias é definida plotando o resultado na Figura 13. O

eixo Y (Abstract Potential Hazard) indica o potencial de risco da unidade auditada

conforme o tipo de produto manuseado e as reações químicas envolvidas no

processo. O eixo X (SE – Performance) indica a performance da unidade em relação

ao risco. Por exemplo, para uma unidade definida com alto risco (eixo Y high), a

performance (eixo X) deve ser boa (good) para que o resultado final seja verde, caso

a performance seja média, o resultado será amarelo.

Se o resultado final da unidade for vermelho, a unidade tem o prazo de um

ano para solucionar as não conformidades obtidas e, no ano seguinte passará

novamente por auditoria.

Se o resultado final for amarelo, a unidade tem prazo de três anos e mais ou

menos um, para solucionar as não conformidades obtidas e, no ano seguinte

passará por auditoria.

Se o resultado final for verde ou duplo verde, a unidade deve manter o nível

de atendimento e buscar implementar boas práticas. A próxima auditoria ocorrerá

após cinco anos e mais ou menos um. As boas práticas identificadas são

repassadas à outras unidades no mundo.

No código 2 são verificadas as questões relacionadas ao transporte como:

Checklist realizado na portaria, treinamento para os gestores de cada unidade,

análise e registro dos acidentes de transporte e os requisitos para carregamento ou

descarregamento dentro da empresa.

35

Figura 13: Grau de atendimento ao programa (grau de risco x itens atendidos).

Fonte: BASF, 2007, Diretriz de TRADI revisão 1

Para garantir o cumprimento dos requisitos de TRADI, tudo começa com a

seleção da transportadora. Antes de assinar contrato com a BASF, as

transportadoras passam por uma rigorosa avaliação. Alguns exemplos de itens

exigidos:

Certificação em ISO 9001e 14001

Veículos com no máximo 10 anos de uso

Certificação SASSMAQ

Plano de atendimento a emergência

Licenças para transporte dos produtos

A cada dois anos é feito um aditamento de contrato. Para conseguir este

aditamento, as mesmas passam por auditoria na parte documental e são

consideradas todas as não conformidades registradas neste período. Dependendo

do desempenho e do número de não conformidades recebidas, a transportadora

poderá ter seu contrato cancelado.

36

Para garantir que todos os requisitos sejam cumpridos e os objetivos em

relação à segurança, saúde e meio ambiente sejam atingidos, é necessário ter um

sistema de verificação bem estruturado. A periodicidade de realização deve ser de

tal forma que os itens considerados críticos estejam sempre em constante

atualização. Os auditores devem ser bem treinados e ter profundo conhecimento

sobre o programa e seus requisitos, para que o resultado final seja sólido e garante

a eficácia no atendimento dos itens.

A forma de controle e gestão para que o código voltado ao transporte de

produtos perigosos atinja um resultado positivo nas auditorias dá-se por meio de

indicadores de desempenho chaves (KPIs). Através destes indicadores é possível

quantificar o grau de atendimento ao programa e gerenciar seu desenvolvimento

bem como reparar eventuais desvios e não conformidades.

Os principais indicadores utilizados pela BASF como forma de monitorar a

segurança no transporte são:

1. Número de viagens total (produto embarcado): número total de

carregamentos efetuados pela empresa, sendo ela ou não a contratante do

transporte, inclusive de produtos importados. (Observação: Diversas notas

fiscais em uma mesma unidade de transporte = 1 viagem e, despachos +

redespachos = 1 viagem).

2. Tonelagem total transportada (produto embarcado): quantidade total

transportada correspondente ao total de carregamentos efetuados pela

empresa, sendo ela ou não a contratante do transporte. UNIDADE:

tonelada.

3. Número de acidentes no transporte, sem vazamento (produto embarcado):

acidentes envolvendo produtos da empresa, nos casos em que ela é a

embarcadora da carga, independentemente do tipo de transporte (FOB,

CIF, FOB dirigido). Neste dado, são os casos em que não houve

vazamento da carga transportada.

4. Número de acidentes no transporte, com vazamento (produto embarcado):

acidentes envolvendo produtos da empresa, nos casos em que ela é a

embarcadora da carga, independentemente do tipo de transporte (FOB,

CIF, FOB dirigido). Neste dado, são os casos em que houve vazamento da

carga transportada.

37

5. Número de acidentes no transporte com morte, ferimentos sérios ou

relevantes impactos ambientais, com ou sem vazamento do produto:

acidentes envolvendo produtos da empresa, nos casos em que ela é a

embarcadora da carga, independentemente do tipo de transporte (FOB,

CIF, FOB dirigido).

6. Número de óbitos em função de acidente no transporte: número de mortes

decorrentes de acidentes no transporte, nos casos em que empresa é a

embarcadora da carga, independentemente do tipo de transporte (FOB,

CIF, FOB dirigido). Neste dado, são os casos com ou sem vazamento da

carga transportada.

7. Número de viagens expedidas RODOVIÁRIO: Reportar todos os produtos

químicos (produtos acabados, intermediários, revenda, matéria prima, etc)

transportados fora do site, desde que transportados sob-responsabilidade

da empresa (frete pago pela empresa ou cliente retira / redespacho).

Mensalmente os números são avaliados e discutidos e a partir do resultado é

gerado um plano de ação, que vai desde treinamentos aos envolvidos até a

suspensão do contrato com a transportadora em caso de acidente. A Figura 14 é um

exemplo de KPI para controle dos acidentes de transporte. Neste KPI, são

considerados: Mortos, Feridos, Vazamento de Produto (Perigoso ou Não Perigoso),

Dano Físico, Interferência do tráfego público e Cobertura da imprensa. São divididos

em: Acidente Sério (Tipo A) e Acidente menos sério (Tipo B).

Figura 14 Exemplo de KPI, BASF, 2008, TDS Requirements

38

4.4 Benefícios da adoção ao programa

Um dos pontos fortes do programa é ser mais restritivo que as exigências

descritas nas normas ISO 9001 e 14001. Estas normas definem, respectivamente,

modelos padrões de gestão da qualidade e meio ambiente, voltados não apenas,

mas na maior parte de seu escopo, para a organização possuidora do certificado,

não abrangendo os parceiros e fornecedores envolvidos na cadeia produtiva. O

programa Atuação Responsável, por outro lado, envolve toda a cadeia produtiva,

desde a seleção do fornecedor da matéria prima até o transportador do produto final.

Por isso, a empresa signatária não tem dificuldades em conseguir a certificação

nestas normas ISO, pois as questões relacionadas à segurança, saúde, meio

ambiente e a qualidade de uma forma geral já estão estabelecidas no programa.

Uma avaliação detalhada durante a seleção dos transportadores garante que

todos os requisitos do programa serão atendidos, para tanto é necessário

desenvolver um sistema de avaliação eficaz. Para o transporte de produtos químicos

com alto risco potencial, deve ser elaborada uma avaliação minuciosa de risco

considerando; por exemplo, o modal, a rota e a contenção. A segurança de toda a

cadeia de suprimentos deve ser levada em conta e medidas preventivas adequadas

devem ser tomadas para reduzir os riscos, planos de segurança devem ser

elaborados sempre que necessário.

A análise de qualitativa de risco pode ser através do ranking de severidade

dos perigos e do ranking de exposição dos perigos.

4.4.1 Ranking de severidade e exposição aos perigos

A Figura 15 é a identificação dos potenciais perigos dos produtos e sua

severidade, usando o sistema de classificação de perigo existente da ONU para o

transporte de produtos perigosos, que é baseado nas classes de perigo, no grupo de

embalagem e no número de identificação de perigo, em combinação com o volume

do recipiente transportado (exemplo, embalado, granel).

A Figura 16 é a identificação do potencial de exposição ao perigo do

transporte, baseado em densidades populacionais ao longo da rota de transporte e

considerações ambientais (proximidade dos reservatórios de água potável, cursos

de água, áreas naturais protegidas, etc.)

39

Figura 15 Ranking de severidade e exposição ao perigo, CEFIC, 2013, Guidance on

Safety Risk Assessment

Realizando o produto do ranking de severidade de perigo (A) pelo ranking de

exposição dos perigos (B), o ranking de conseqüência total é obtido na Tabela 4. O

resultado pode ser usado para estabelecer prioridades e decidir se devem ser

realizadas novas medidas na avaliação e análise de risco para a operação de

transporte .

Tabela 4 Matriz de pontuação de severidade e exposição ao perigo

Fonte: CEFIC, 2013, Guidance on Safety Risk Assessment

40

Tabela 5 Ranking de Conseqüência

Fonte: CEFIC, 2013, Guidance on Safety Risk Assessment

O ranking de consequência total mostrado na Tabela 5 permite a classificação

dos cenários de acidentes individuais e categorização dos riscos em uma escala

numérica e a partir dela é elaborada a Tabela 6, onde a matriz mostra a

probabilidade vs a conseqüência de ocorrer um incidente.

Tabela 6 Matriz de probabilidade de incidente

Fonte: CEFIC, 2013, Guidance on Safety Risk Assessment

Uma vez que a avaliação quantitativa de análise de risco é baseada em

muitas suposições, é recomendado o uso de análise quantitativa de risco apenas

para o ranking de diferentes cenários. O cálculo dos níveis absolutos de riscos é, na

41

maioria dos casos, não significativo, devido ao alto grau de incerteza

(disponibilidade, qualidade) quando se considera a freqüência de acidentes.

O programa promove também a melhoria contínua de seus provedores de

serviço, para que estejam sempre em acordo com as normas internas da empresa

bem como a legislação em vigor.

4.4.2 Revisão TRADI e Gerenciamento de Não Conformidades

Todos os processos internos relacionados ao transporte e distribuição devem

ser revisados pelo expert em TRADI junto ao responsável pela unidade produtiva

seguindo um processo de aplicação de um questionário global. O não atendimento

aos itens do questionário deve ser discutido e medidas corretivas devem ser

acordadas e implementadas. O questionário engloba toda a cadeia produtiva, com

perguntas que vão desde a qualidade do tipo de embalagem utilizada no envase do

produto até a existência de procedimentos para rotulagem e identificação dos

veículos que transportam os produtos perigosos até os clientes. A aplicação é feita

em forma de auditoria, com a participação obrigatória do maior nível hierárquico

responsável planta produtiva e a periodicidade é a cada três anos.

Um sistema efetivo de Não Conformidades implementado mantêm o registro

de situações passadas ocorridas e o plano de ação implantado, bem como aponta

os melhores provedores de serviço. Toda não conformidade observada durante a

inspeção dos veículos (realização do check list portaria) ou durante o carregamento

ou descarregamento é registra no sistema global SAP e repassada para a

transportadora. Em qualquer unidade BASF no mundo é possível consultar as não

conformidades registradas por transportadora, auxiliando os responsáveis pela

contratação dos serviços quanto a qualidade do provedor de serviço.

42

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A apresentação de estatísticas sobre a predominância do modal rodoviário e

o grande número de ocorrências atendidas envolvendo transporte de produtos

perigosos devem ser avaliadas, discutidas e controladas pelas empresas. As causas

devem ser apuradas em detalhes e, medidas de controle e análises de riscos

detalhadas implementadas.

Através do exemplo de uma empresa signatária do programa é possível

formar uma base sobre como deve ser a forma de controle e gestão, desde as

exigências para contratação do serviço de transporte, elaboração de procedimentos

específicos para carregamento e descarregamento dentro de suas unidades e as

auditorias internas para verificar o grau de atendimento. Com isso, é possível afirmar

que o programa contribui diretamente e positivamente com a segurança no

transporte de produtos perigosos.

Por ser voluntário, a estruturação e o modelo de gestão requerem

investimentos e dependem exclusivamente da empresa signatária. Esses fatores

não impedem que pequenas e médias empresas o adotem, pois o retorno é obtido

ao longo de toda a cadeia produtiva, tanto em âmbito financeiro quanto sociais e

ambientais, valorizando os produtos e fortalecendo a marca no mercado

consumidor. As dificuldades e os benefícios apresentados no trabalho mostram que

os esforços justificam a implantação, a empresa não terá dificuldades em obter e

principalmente manter as certificações nas ISOs 9001 e 14001.

Os primeiros passos para a adesão mostram que qualquer empresa pode ser

signatária, os requisitos iniciais exigidos são simples e podem ser cumpridos sem

dificuldades se incorporado ao sistema de gestão. A empresa signatária estará

comprometida com a segurança em todas as etapas do seu processo de produção,

promovendo a melhoria contínua e o atendimento à legislação vigente bem como os

diversos requisitos específicos. Por isso, é possível afirmar que o programa é um

diferencial entre as indústrias químicas e pode atrair novos clientes e investidores

em âmbito global.

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIQUIM, 2012, Programa Atuação Responsável, Requisitos do Sistema de Gestão. Disponível em: <http://www.abiquim.org.br/atuacaoresponsavel/>. Acesso em 17 set. 2012. ANTT, 2014, RNTRC Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/20272>. Acesso em março de 2014. ARAGÓN, L. E. Ciência e educação superior na Amazônia: desafios e oportunidades de cooperação internacional. Belém: UNAMAZ/NAEA, 2001 BASF. Diretriz de TRADI revisão 1, 2007. BASF. TDS Requirements, 2008. BEHAVIOR BASED SAFETY, Guidelines for the safe loading & unloading of road freight vehicles, março de 2007, Disponível em: <http://www.cefic.org/Responsible-Care/>. Acesso em 10 de dezembro de 2013. CEFIC. Guidance on Safety Risk Assessment, 2013. CETESB. Emergências químicas atendidas pela CETESB, séries de relatórios, p. 21-23, 2010. CETESB, 2012, Emergências Químicas. Disponível em: <http://sistemasinter.cetesb.sp.gov.br/emergencia/relatorio.php> . Acesso em 29 set. 2012. MOURÃO, NICIA MARIA FUSARO, O Programa Atuação Responsável ruma a 2020, apresentação do 14º Congresso de Atuação Responsável, São Paulo, 11 de abril de 2012. NETO, Eduardo Ribeiro. ANÁLISE SWOT – Planejamento Estratégico para Análise de Implantação e Formação de Equipe de Manutenção em uma Empresa de Segmento Industrial.

44

OLIVEIRA; AGUIAR, Sistema de gestão ambiental na indústria química: desempenho, avaliação e benefícios, Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, p.1, 2004. PAIVA, ARAGÓN, PAIVA, R. A importância dos grandes rios da Amazônia para a produtividade da plataforma. Problemática do uso local e global da água da Amazônia. Belém, 2002 POFFO, I. R. F.; XAVIER, J. C. M.; SERPA, R. R. 27 anos de vazamentos de óleo no litoral norte do Estado de São Paulo (1974-2000). Revista Meio Ambiente Industrial, São Paulo, 2001, p. 98-104. SCHAEFFER-NOVELLI, Y. Vulnerabilidade do litoral norte do Estado de São Paulo a vazamentos de petróleo e derivados. In: II SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA SUL E SUDESTE BRASILEIRA. SÍNTESE DE CONHECIMENTOS. São Paulo: Academia de Ciências do Estado. 1990, v. 2, p. 375-399. WALLACE, Análise do transporte de produtos perigosos no Brasil, Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2009.

45

ANEXOS

1

SASSMAQ PERFIL DA COMPANHIA AVALIADA

Este formulário deve ser preenchido e enviado antecipadamente ao Órgão Certificador

Nome da Organização:

Endereço:

Pertence a algum grupo:

Endereço para correspondência:

Telefone: Fax: e mail:

Site na Internet:

Contatos:

Escopo da Avaliação:

Atividades Avaliadas:

Cobertura Geográfica:

Site(s) Avaliado(s):

Manual da Qualidade Revisão Data Enviar uma cópia eletronica

do MQ ao organismo certificador

Certificação de Garantia da Qualidade, Sistema de Gestão Ambiental

e Pessoas

2

Instalações (?)

Pessoal Total de Funcionários Condutores autônomos / Condutores Autonomos com Veículo Próprio

/

Subcontratações

Clientes

SASSMAQ PERFIL DA COMPANHIA AVALIADA

Principais produtos transportados

3

P

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quantidade d

e c

am

pos f

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om

ple

menta

r)

Listagem das Licenças obrigatórias de acordo com a legislação federal, estadual e municipal

Contr

ole

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dad

e d

a F

rota

PROPRIO CAVALO MECANICO E TRUCK ABAIXO E ACIMA 10 E 15 ANOS

SUBCONTRATADO

4

SASSMAQ PERFIL DA COMPANHIA AVALIADA

Dados para Dimensionamento:

Quantidade de Sites envolvidos na Certificação: Detalhar abaixo, os dados por site

Se os campos abaixo, forem insuficientes, favor completar o formulário, multiplicando os campos abaixo

Site 1 - Matriz:

Endereço:

Número de condutores subcontratados:

Tamanho da Frota: Própria: Agregada:

Tipos de Carga Transportada:

Granel Líquido Perigosa: Não Perigosa:

Granel Sólido Perigosa: Não Perigosa:

Gases Perigosa: Não Perigosa:

Carga Embalada Perigosa: Não Perigosa:

Detalhe das Atividades:

Estação de Limpeza no Local: Veículos: Tanque:

Administrativas:

Oficina Mecânica no Local

Borracharia no Local:

Armazenamento no Local: Granel

Embalados

Operacionais:

Abastecimento no Local:

Primeiros Socorros:

Transporte Nacional:

Transporte Internacional:

5

Anexo II

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO EM VEÍCULOS - SECA / FRACIONADA

CARGA

DESCARGA DATA: / /

EMPRESA: PRODUTOS:

MOTORISTA: N.F. / CONTROLE DE TRANSPORTE

TRANSPORTADORA: PLACA VEÍCULO: PLACA CARRETA1:

PLACA CARRETA2:

N º ONU: CLASSE DE RISCO: HORA ENTRADA:

ORDEM DESCRIÇÃO SIM NÃO NA ANOTAÇÕES

EN

TR

AD

A

DO

CU

ME

NT

ÃO

MOTORISTA - CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO Nº

MOTORISTA - CARTEIRA DE IDENTIFICAÇÃO / LISTA DE AGREGADOS Nº

MOTORISTA - CERTIFICADO DE TREINAMENTO DE CONDUTORES P/ PROD. PERIG. – (RESOLUÇÃO Nº 168/04 e 169/05)

AJUDANTE - CARTEIRA DE IDENTIFICAÇÃO / COMPROVANTE DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO Nº

LICENÇA DE FUNCIONAMENTO - PRODUTOS SENSÍVEIS E CONTROLADOS – PORTARIA Nº 1.274/2003

AUTORIZAÇÃO AMBIENTAL PARA O TRANSPORTE INTERESTADUAL DE PRODUTOS PERIGOSOS - "IBAMA"

LICENÇA PARA TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – “FEPAM”

LICENÇA ESPECIAL DE TRANSITO DE PRODUTOS PERIGOSOS – DECRETO MUNICIPAL Nº 36.957/97 e Nº 50.446/2009 - SÃO PAULO

FICHA DE EMERGÊNCIA / ENVELOPE PARA TRANSPORTE - PRODUTOS PERIGOSOS

MO

TO

RIS

TA

E

AJU

DA

NT

E

APRESENTAÇÃO

EMBRIAGUEZ VISÍVEL / APARENTE

TRAJES MÍNIMOS

EPI’S DISPONÍVEIS

CONHECEM O(S) PRODUTO(S) QUE TRANSPORTAM

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IÇÕ

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carr

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ento

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PNEUS CARECA

CORTES

LANTERNAS QUEIMADAS LUZ DE RÉ / ALARME SONORO FUNCIONA FIOS SOLTOS / DESCASCADOS IGNIÇÃO / BATERIA FUNCIONA / CARREGADA

6

CAPACIDADE DE CARGA MARCAÇÃO LIMITE

CABINE AMASSADA / CORROÍDA PÁRA-CHOQUES EM BOM ESTADO / BEM FIXADO

FREIOS FUNCIONANDO SERVIÇO / ESTACIONAMENTO

CERTIFICADO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM CARROCERIA TIPO SIDER (POSSUI / ESTÁ EM DIA) E

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EXTINTORES

CABINE POSSUI CARREGADO

CARGA POSSUI CARREGADO

ESCAPAMENTO OFERECE CONDIÇÕES PARA FIXAÇÃO DE CORTA-CHAMAS

PARA-BRISA / LIMPADOR DE PARA-BRISA

BUZINA

PARA-BARRO

FARÓIS

TRIÂNGULO / MACACO / FERRAMENTAS

ESTEPE (POSSUI / ESTÁ EM BOAS CONDIÇÕES)

ESPELHO RETROVISOR EXTERNO

CINTO DE SEGURANÇA

DISPOSITIVOS REFLETIVOS DE SEGURANÇA

TACÓGRAFO

CONJUNTO DE "EPIs" E CONJUNTO DE EQUIPAMENTOS “KIT” - NBR 9735

VEÍCULO DISPÕE DE CORDAS? (APLICÁVEL A CARRO ABERTO E SIDER)

VEÍCULO DISPÕE DE CANTONEIRAS e MADEIRITE? (APLICÁVEL A CARRO ABERTO)

VEÍCULO DISPÕE DE PINOS NAS LATERAIS ( APLICÁVEL PARA VEICULOS TIPO SYDER )

VEÍCULO DISPÕE DE LONA? (APLICÁVEL A CARRO ABERTO)

OP

ER

ÃO

AS

PE

CT

OS

OP

ER

AC

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AIS

A UNIDADE DE CARGA DO VEÍCULO ESTÁ EM BOAS CONDIÇÕES (SIDER, BAÚ, CARRETA, ETC…) TRAVAR AS RODAS DO VEÍCULO CONTRA MOVIMENTAÇÃO INDEVIDA - CALÇAR O ULTIMO EIXO, UTILIZANDO NO MÍNIMO 4 CALÇOS, DISPOSTOS DE TAL FORMA A IMPEDIR POSSÍVEIS DESLOCAMENTOS P/ FRENTE OU P/ TRÁS

O VEÍCULO ESTÁ PARCIALMENTE CARREGADO COM PRODUTOS ALIMENTÍCIOS OU RAÇÃO OU DE USO PESSOAL

A CARROCERIA ESTÁ LIMPA E LIVRE DE CONTAMINAÇÃO (ODORES / RESÍDUOS DE OUTROS PRODUTOS)

AS EMBALAGENS ESTÃO ETIQUETADAS, LIMPAS, LIVRES DE CONTAMINAÇÃO E SEM AVARIAS

FORAM OBSERVADAS AS REGRAS DE COMPATIBILIDADE ENTRE OS PRODUTOS À SEREM CARREGADOS OU DESCARREGADOS

A CARGA FOI DEVIDAMENTE AMARRADA (TRAVADA) COM DISPOSITIVOS ADEQUADOS OS CALÇOS FORAM RETIRADOS DAS RODAS? ATENÇÃO: SE ESTIVER SEM O CAVALO MECÂNICO,SÓ SERÁ PERMITIDO RETIRAR OS CALÇOS

APÓS ENGATAR O CAVALO MECÂNICO NOVAMENTE.

NOME E MATRÍCULA DO OPERADOR: ASSINATURA:

7

SA

ÍDA

SE

GU

RA

A

A CARGA ESTÁ DEVIDAMENTE PROTEGIDA (LONADA, CARROCERIA FECHADA)

O VEÍCULO E A CARRETA ESTÃO ADEQUADAMENTE IDENTIFICADOS COM OS PAINÉIS DE SEGURANÇA E RISCO

FORAM ANEXADOS JUNTO À NOTA FISCAL O ENVELOPE E FICHA DE EMERGÊNCIA - PRODUTOS PERIGOSOS

O PESO DO VEÍCULO EXCEDE A SUA CAPACIDADE MÁXIMA DE CARGA PERMITIDA (PBT e PBTC)

DESCARGA - FORAM RETIRADOS OS PAINÉIS DE SEGURANÇA E RISCO DO VEÍCULO E CARRETA

OBSERVAÇÕES:

Sr. MOTORISTA, SEJA BEM-VINDO À BASF

Declaro que cumpri ( ) ou não cumpri ( ) o intervalo de 11 horas de descanso nas ultímas 24 horas, estabelecido no artigo 67-A, parágrafo 3 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Declaro, ainda, estar ciente de que estou sujeito às penalidades impostas pelo artigo 230, XXIII, do CTB, em caso de descumprimento do referido intervalo, quais sejam: cômputo de 5 pontos na CNH, multa correspondente à infração grave e retenção do veículo para cumprimento do descanso. Nome: ________________________________________________________________________ CPF:______________________________ Assinatura do Motorista:______________________________________________________

NO RECINTO DA FÁBRICA, OBEDEÇA AS SEGUINTES NORMAS DE SEGURANÇA:

1. NÃO FUMAR, ACENDER FÓSFORO, ISQUEIROS OU QUALQUER TIPO DE CHAMA.

2. NÃO ULTRAPASSAR A VELOCIDADE MÁXIMA PERMITIDA INTERNAMENTE.

3. NÃO OBSTRUIR PASSAGENS. DAR PRIORIDADE A VEÍCULOS DE EMERGÊNCIA E PEDESTRES.

4. NÃO TRANSPORTAR PESSOAS NO ESTRIBO OU SOBRE A CARROCERIA DO VEÍCULO.

5. NÃO REALIZAR MANUTENÇÕES, PERMANECER DEBAIXO OU DORMIR NO VEÍCULO.

6. QUANDO ESTACIONAR, DESLIGUE O MOTOR, DEIXE A CHAVE NO CONTATO, MANTENHA O VEÍCULO ENGRENADO, COM O FREIO DE MÃO ACIONADO E AS RODAS CALÇADAS.

7. NÃO ABANDONAR O VEÍCULO QUANDO ESTIVER CARREGANDO OU DESCARREGANDO.

8. NÃO PERMITIR QUE OUTRAS PESSOAS DIRIJAM O SEU VEÍCULO.

9. NÃO EFETUAR MANOBRAS SEM O AUXÍLIO DE UM AJUDANTE OU DE FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA.

10. NÃO LIGAR APARELHOS SONOROS. NAO USAR O CELULAR ENQUANTO ESTIVER DIRIGINDO.

11. NÃO USAR BERMUDAS, PERMANECER SEM CAMISA OU ANDAR DESCALÇO.

12. NÃO TRAFEGAR SEM O CORTA-CHAMAS.

13. NÃO PORTAR ARMAS DE FOGO OU ARMAS BRANCAS.

IMPORTANTE ! É DE SUA RESPONSABILIDADE A CONFERÊNCIA DA CARGA, ANTES E DURANTE O CARREGAMENTO, AINDA NA PLATAFORMA.

AGRADECEMOS A COLABORAÇÃO - (SEGURANÇA PATRIMONIAL)

DECLARAÇÃO DE ENTRADA DECLARO PARA OS DEVIDOS FINS QUE O VEÍCULO POR MIM CONDUZIDO FOI VISTORIADO NESTA DATA PELA EMPRESA E, QUE SÃO VERDADEIRAS AS INFORMAÇÕES CONSTANTES NESTE DOCUMENTO. ASSINATURA DO MOTORISTA: ______________________________________________________

SEGURANÇA PATRIMONIAL / INDUSTRIAL (ENTRADA) NOME: ___________________________________________________________ ASSINATURA: _____________________________________________________

8

DECLARAÇÃO DE SAÍDA

DECLARO PARA OS DEVIDOS FINS QUE O VEÍCULO POR MIM CONDUZIDO FOI VISTORIADO NESTA DATA PELA EMPRESA, QUE RECEBI E TOMEI CONHECIMENTO DAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NO “ENVELOPE PARA TRANSPORTE” E “FICHA DE EMERGÊNCIA” PARA O TRANSPORTE DE PRODUTO(S) PERIGOS(S) E QUE SÃO VERDADEIRAS AS INFORMAÇÕES CONSTANTES NESTE DOCUMENTO. ASSINATURA DO MOTORISTA: _______________________________________________________

SEGURANÇA PATRIMONIAL / INDUSTRIAL (SAÍDA) NOME: ___________________________________________________________ ASSINATURA: _____________________________________________________