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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES Lepidoptera (Borboletas) da Coleção Entomológica do Museu Nacional de História Natural e da Ciência. Ilustração Científica de diferentes grupos taxonómicos: Famílias Noctuidae, Geometridae e outras. Tetyana Chkyrya Trabalho de Projeto Mestrado em Desenho 2015

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES

Lepidoptera (Borboletas) da Coleção

Entomológica do Museu Nacional de História

Natural e da Ciência. Ilustração Científica de

diferentes grupos taxonómicos:

Famílias Noctuidae, Geometridae e outras.

Tetyana Chkyrya

Trabalho de Projeto

Mestrado em Desenho

2015

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE BELAS-ARTES

Lepidoptera (Borboletas) da Coleção

Entomológica do Museu Nacional de História

Natural e da Ciência. Ilustração Científica de

diferentes grupos taxonómicos:

Famílias Noctuidae, Geometridae e outras.

Tetyana Chkyrya

Trabalho de Projeto orientado pelo Prof. Pedro Salgado

E co-orientado pelo Doutor Luís Filipe Lopes

Mestrado em Desenho

2015

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Resumo

Trabalho de projeto de ilustração científica de borboletas noturnas. Foi

desenvolvido com a coleção entomológica do Museu Nacional de História

Natural e da Ciência (MUHNAC), com borboletas noturnas presentes nos

territórios de Portugal Continental e Ilha da Madeira e de países Africanos de

Língua Oficial Portuguesa como Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

O objetivo geral do projeto foi o serviço da Ilustração Científica perante a

Ciência, nomeadamente, a divulgação de conhecimentos sobre várias espécies

de borboletas noturnas e a demonstração daquilo que a coleção do Museu

dispõe, em termos de interesse científico e público a nível nacional e

internacional. Foi usado um método de ilustração analógico com recurso a

pintura digital. A partir das ilustrações realizadas, foi editado e publicado um

livro – “Cem Traças” – que as cataloga e apresenta algumas informações

relevantes a nível da história natural.

PALAVRAS-CHAVE

Ilustração Científica, Borboletas Noturnas, MUHNAC, Desenho, Entomologia.

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Abstract

This project aimed to create scientific illustration of moths. It was

developed based on the entomological collection of the National Museum of

Natural History and Science (MUHNAC), more specifically moths present in the

territories of Mainland Portugal and Madeira and African countries like Angola,

Mozambique and Sao Tome and Principe. The general objective of the project

was to work with scientific illustration in the service of science, communicating

knowledge about various species of moths and showcasing the importance of

what a museum collection has in terms of scientific and public interest at a

national and international level. A method of both traditional drawing and digital

painting was used for the illustration process. From the illustrations made, a

book - "Cem Traças" (100 Moths) - was edited and published, along with

merchandise materials which were used in several science communication

activities and in two exhibits.

KEYWORDS

Scientific Illustration, Moths, MUHNAC, Drawing, Entomology.

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“Principalmente chamo DESENHO aquela ideia criada no entendimento criado,

que imita ou quer imitar as eternas e divinas ciências incriadas”.

Francisco de Holanda

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Agradecimentos

O seguinte projeto resulta do trabalho realizado entre 2013 e 2015.

A contribuição de algumas pessoas e instituições foi valiosa para o bom

desenvolvimento do trabalho e seus objetivos, pelo que aqui se manifestam os

sinceros agradecimentos.

Agradeço a Luís Filipe Lopes, do MUHNAC, por ter abraçado este

projeto, dedicando-lhe todo o seu conhecimento e atenção.

Ao Professor Pedro Salgado pela inspiração e paixão contagiante ao

desenho.

Ao Professor Doutor Pedro Saraiva, coordenador do Mestrado de

Desenho, ao Professor Doutor António Pedro Ferreira Marques e aos restantes

professores do Mestrado, pela sua orientação e partilha de conhecimento.

Agradece-se ainda à Faculdade de Belas-Artes pela aceitação do tema e

por toda a formação facultada ao longo dos últimos anos.

Ao investigador António Bívar de Sousa pelas revisões das ilustrações e

à Joana Vieira da Silva pelas revisões aos textos em inglês do Cem Traças.

À Judite Alves, Roberto Keller, Eva Monteiro, Cristiane Bastos-Silveira,

Vítor Gens do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, de

Universidade de Lisboa, pela recetividade.

Agradeço aos meus amigos, especialmente à Joana Vieira, à Inês

Gomes, à Cristina Pinto, à Liliana Almeida, à Lívia Heinerich, à Rita Cardoso à

Carolina Silva e aos colegas de Mestrado pelo apoio, pelos momentos e

memórias. Também ao meu colega e amigo Pedro Araújo, por estar presente

ao meu lado e pela sua paciência durante todo este percurso.

E por ultimo, as minhas palavras de gratidão aos meus pais Olga e

Sérgio, que sempre acreditaram em mim.

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Índice

1. Introdução 21

2. O Desenho e Ilustração Científica como forma de transmitir conhecimento científico

22

2.1. O Desenho e o Desenho Científico 22

2.2. Registo fotográfico e Desenho Científico 27

2.3. Museu Nacional de História Natural e da Ciência da

Universidade de Lisboa – Coleção Entomológica

28

2.4. Taxonomia biológica

29

2.5. Família Noctuidae

31

2.6. Família Geometridae

33

3. Trabalho Prático

35

3.1. Processo

39

3.1.1. Desenho Tipo I

40

3.1.1.1. Escolha de espécimes

42

3.1.1.2. Nomenclatura de Espécie

43

3.1.1.3. Fotografia de Estúdio

44

3.1.1.4. Processo de Desenho Analógico

47

3.1.1.5. Processo de Desenho Digital

52

3.1.2. Desenho Tipo II

56

3.1.2.1. Antenas

56

3.1.2.2. Escamas

59

3.1.2.3. Comportamento

61

3.1.2.4. Silhuetas

62

3.1.2.5. Técnica de Aguarela

63

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4. Resultados

65

4.1. O Livro “Cem Traças”

65

4.1.1. Paginação do livro

67

4.3. Aplicações

71

5. Discussão

75

6. Considerações finais

77

7. Bibliografia

78

7.1. Webgrafia

81

7.2. Referências Vídeo

82

8. Apêndice de Ilustrações 83

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Índice de figuras

Fig. 1 – Gravura de Albrecht Dürer, 1515. 23

Fig. 2 – Xestia c-nigrum (Linnaeus, 1758) Fotografia Tetyana Chkyrya,

2015.

31

Fig. 3 – Foto tirada ao microscópio a um exemplar de Biston betularia.

2015.

33

Fig. 4 – Lagarta de geometrídeo a imitar um galho. Fotografia de

Ramón Gimeno.

34

Fig. 5 – Posição caraterística da lagarta de um Geometrídeo. Fotografia

de Ramón Gimeno.

34

Fig. 6 – Tabela de ilustrações realizadas. 36

Fig. 7– Caixa entomológica da coleção do MUHNAC (Coleção

Mendoça), Fotografia Tetyana Chkyrya, 2015.

40

Fig. 8 – Espécime holótipo da espécie Epiphora macedoi (Darge,

Mendes & Bívar de Sousa, 2006), Fotografia Tetyana Chkyrya, 2015.

42

Fig. 9 – André Leão, um dos colaboradores deste projeto, que

participou nas primeiras sessões de fotografia das borboletas da

coleção. Fotografia Tetyana Chkyrya, 2014.

45

Fig. 10 – Exemplar da espécie Balacra guillemei (Oberthür, 1911).

Tetyana Chkyrya, 2014.

45

Fig. 11 – Fotografia de um exemplar de Eurranthis plumistaria, com

escala de cores e etiqueta da coleção Entomológica (MUHNAC). 2015.

46

Fig. 12 e 13 – Processo inicial da arte final – linha de contorno e início

da mancha. Tetyana Chkyrya, 2015.

48

Fig. 14 – PanPastel e as esponjas utilizadas na sua aplicação. 49

Fig. 15 e 16 – Processo de aplicação de grafite e esfuminho. Tetyana

Chkyrya, 2015.

49

Fig. 17 – Lâmina de x-ato. Utilizada no processo de desenho analógico. 50

Fig. 18 – Fase final do processo analógico. Tetyana Chkyrya, 2015. 51

Fig. 19 – Mesa digital e programa utilizados na técnica digital. 52

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Fig. 20 e 21 – Fase inicial do processo de aplicação da Layer mask.

Tetyana Chkyrya, 2015.

53

Fig. 22 e 23 – Fase final da aplicação do processo de aplicação da

layermask. Tetyana Chkyrya, 2015.

53

Fig. 24 – Esquema de layers que determinam a cor. 54

Fig. 25 – Ilustração final da espécie Eurranthis plummistaria (Villers,

1789). Tetyana Chkyrya, 2015.

55

Fig. 26 e 27 – Microscópio usado ao longo do trabalho, na observação

das espécies – Leica Mz 9.5 e demonstração da colocação do exemplar

para respetiva observação.

57

Fig. 28 – Ilustrações de antenas em ampliação. a- Antena de um

noctuídeo (Trichoplusia orichalcea); b- Antena de um geometrídeo

(Biston betularia) Grafite sobre papel vegetal e técnica digital,

14,8x21cm, Tetyana Chkyrya, 2015.

58

Fig. 29 – Ilustrações de detalhes de antenas em ampliação. a1- Detalhe

da antena de um noctuídeo (Trichoplusia orichalcea); b1- Detalhe da

antena de um geometrídeo (Biston betularia), Grafite sobre papel

vegetal e técnica digital, 14,8x21cm, Tetyana Chkyrya, 2015.

59

Fig. 30 – Espécime de Trichoplusia orichalcea (Fabricius, 1775).

Fotografia: Tetyana Chkyrya, 2015.

60

Fig. 31 – Imagem microscópica das escamas da asa de uma

Trichoplusia orichalcea. Tetyana Chkyrya, 2015.

60

Fig. 32 – Ilustração a partir da imagem microscópica da asa de uma

Trichoplusia orichalcea. Grafite sobre papel, 18,4x21cm. Tetyana

Chkyrya, 2015.

60

Fig. 33 – Ilustração de uma Biston betularia, em pose de repouso.

Grafite sobre poliéster, 21x29,7cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

61

Fig. 34 – Ilustração de uma Trichoplusia orichalcea, em pose de

repouso. Grafite sobre poliéster, 21x29,7cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

61

Fig. 35 – Ilustração da silhueta de uma Trichoplusia orichalcea. Tinta-

da-china sobre papel vegetal e técnica digital, 14,8x21cm. Tetyana

Chkyrya, 2015.

62

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Fig. 36 – Ilustração da silhueta de uma Biston betularia. Tinta-da-china

sobre papel vegetal e técnica digital, 14,8x21cm. Tetyana Chkyrya,

2015.

62

Fig. 37 – Ilustração da espécie Geodena sp. Aguarela sobre papel.

Tetyana Chkyrya, 2015.

63

Fig. 38 – Materiais usados na técnica de aguarela sobre papel. 64

Fig. 39 – Logótipos dos apoios da publicação do livro “Cem Traças”. 66

Fig. 40 – Logótipo da plataforma online de crowdfunding. 66

Fig. 41 – Mockup do livro “Cem Traças”. 68

Fig. 42 – Página de rosto do livro “Cem Traças”. 69

Fig. 43 – Índice do livro “Cem Traças”. 69

Fig. 44 – Páginas 28 e 29 do livro “Cem Traças”. 70

Fig. 45 – Páginas 74 e 75 do livro “Cem Traças”. 70

Fig. 46 e 47 – Fotografias da exposição do projeto “Cem Traças”. 72

Fig. 48 – Convite para a exposição “Cem Traças” no MUHNAC, lançado

em 2016.

72

Fig. 49 – Fotografias da exposição “Cem Traças” no MUHNAC. 2016. 73

Fig. 50 e 51 – Fotografias da exposição “Cem Traças” no MUHNAC.

2016.

73

Fig. 52 – Autocolantes criados para acompanhar o projecto “Cem

Traças”.

74

Fig. 53 – Ilustração da espécie Nephele aequivalens

Tetyana Chkyrya, 2015.

83

Fig. 54 – Ilustração da espécie Coelonia fulvinotata

Tetyana Chkyrya, 2015.

83

Fig. 55 – Ilustração da espécie Hippotion roseipennis

Tetyana Chkyrya, 2015.

84

Fig. 56 – Ilustração da espécie Hippotion celerio

Tetyana Chkyrya, 2015.

84

Fig. 57 – Ilustração da espécie Temnora fumosa

Tetyana Chkyrya, 2015.

85

Fig. 58 – Ilustração da espécie Euchloron megaera 85

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Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 59 – Ilustração da espécie Pseudoclanis tomensis

Tetyana Chkyrya, 2015.

86

Fig. 60 – Ilustração da espécie Pseudobunae tyrrhena

Tetyana Chkyrya, 2015.

86

Fig. 61 – Ilustração da espécie Pseudobunae tyrrhena

Tetyana Chkyrya, 2015.

87

Fig. 62 – Ilustração da espécie Cyligramma latona

Tetyana Chkyrya, 2015.

87

Fig. 63 – Ilustração da espécie Cyligramma latona

Tetyana Chkyrya, 2015.

88

Fig. 64 – Ilustração da espécie Antheua ornata

Tetyana Chkyrya, 2015.

88

Fig. 65 – Ilustração da espécie Balacra guillemei

Tetyana Chkyrya, 2015.

89

Fig. 66 – Ilustração da espécie Phiala sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

89

Fig. 67 – Ilustração da espécie Phiala sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

90

Fig. 68 – Ilustração da espécie Bunaeopsis angolana

Tetyana Chkyrya, 2015.

90

Fig. 69 – Ilustração da espécie Cinabra hyperbius

Tetyana Chkyrya, 2015.

91

Fig. 70 – Ilustração da espécie Menophra maderae

Tetyana Chkyrya, 2015.

91

Fig. 71 – Ilustração da espécie Ascotis fortunata

Tetyana Chkyrya, 2015.

92

Fig. 72 – Ilustração da espécie Xenochlorodes nubigena

Tetyana Chkyrya, 2015.

92

Fig. 73 – Ilustração da espécie Acontia lucida.

Tetyana Chkyrya, 2015.

93

Fig. 74 – Ilustração da espécie Scopula irrorata

Tetyana Chkyrya, 2015.

93

Fig. 75 – Ilustração da espécie Agrotis trux

Tetyana Chkyrya, 2015.

94

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Fig. 76 – Ilustração da espécie Chrysodeixis chalcites

Tetyana Chkyrya, 2015.

94

Fig. 77 – Ilustração da espécie Eumichtis albostigmata

Tetyana Chkyrya, 2015.

95

Fig. 78 – Ilustração da espécie Euplexia dubiosa

Tetyana Chkyrya, 2015.

95

Fig. 79 – Ilustração da espécie Noctua pronuba

Tetyana Chkyrya, 2015.

96

Fig. 80 – Ilustração da espécie Peridroma saucia

Tetyana Chkyrya, 2015.

96

Fig. 81 – Ilustração da espécie Phologophora wollastoni.

Tetyana Chkyrya, 2015.

97

Fig. 82 – Ilustração da espécie Rhodometra sacraria

Tetyana Chkyrya, 2015.

97

Fig. 83 – Ilustração da espécie Spodoptera littoralis

Tetyana Chkyrya, 2015.

98

Fig. 84 – Ilustração da espécie Xestia c-nigrum

Tetyana Chkyrya, 2015.

98

Fig. 85 – Ilustração da espécie Epiphora macedoi

Tetyana Chkyrya, 2015.

99

Fig. 86 – Ilustração da espécie Achaea lienardi

Tetyana Chkyrya, 2015.

99

Fig. 87 – Ilustração da espécie Chiromachla sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

100

Fig. 88 – Ilustração da espécie Cadarena pudoraria

Tetyana Chkyrya, 2015.

100

Fig. 89 – Ilustração da espécie Chrysamma purpuripulcra

Tetyana Chkyrya, 2015.

101

Fig. 90 – Ilustração da espécie Trichoplusia orichalcea

Tetyana Chkyrya, 2015.

101

Fig. 91 – Ilustração da espécie Epiphora albida

Tetyana Chkyrya, 2015.

102

Fig. 92 – Ilustração da espécie Proserpinus proserpina

Tetyana Chkyrya, 2015.

102

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20

Fig. 93 – Ilustração da espécie Pachymetana fontainei

Tetyana Chkyrya, 2015.

103

Fig. 94 – Ilustração da espécie Azygophleps inclusa

Tetyana Chkyrya, 2015.

103

Fig. 95 – Ilustração da espécie Geodena sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

104

Fig. 96 – Ilustração da espécie Arctia villica

Tetyana Chkyrya, 2015.

104

Fig. 97 – Ilustração da espécie Biston betularia

Tetyana Chkyrya, 2015.

105

Fig. 98 – Ilustração da espécie Adscita jordani

Tetyana Chkyrya, 2015.

105

Fig. 99 – Ilustração da espécie Antheua rodeosemena

Tetyana Chkyrya, 2015.

106

Fig. 100 – Ilustração da espécie Scoliopteryx libatrix

Tetyana Chkyrya, 2015.

106

Fig. 101 – Ilustração da espécie Merrifieldia sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

107

Fig. 102 – Ilustração da espécie Zeuzera pyrina

Tetyana Chkyrya, 2015.

107

Fig. 103 – Ilustração da espécie Euchromia folleti

Tetyana Chkyrya, 2015.

108

Fig. 104 – Ilustração da espécie Cerura iberica

Tetyana Chkyrya, 2015.

108

Fig. 105 – Ilustração da espécie Miniodes discolor

Tetyana Chkyrya, 2015.

109

Fig. 106 – Ilustração da espécie Eurranthis plummistaria

Tetyana Chkyrya, 2015.

109

Fig. 107 – Ilustração da espécie Biston betularia

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 108 – Ilustração da espécie Trichoplusia orichalcea

110

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21

1. Introdução

Este relatório descreve o projeto realizado dentro do tema da ilustração

científica. Fez-se uma reflexão sobre e empregaram-se as potencialidades da

ilustração científica enquanto meio de divulgação de conhecimento.

O trabalho de projeto teve como principal objetivo a comunicação e

divulgação de conhecimento científico, através da ilustração científica. Como

objetivo paralelo, surge a intenção de divulgar a coleção entomológica do

Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa

(MUHNAC). Outros objetivos, ligados às borboletas noturnas, passam pela

divulgação da sua diversidade, taxonómica e de formas e padrões, e mesmo

para a sua beleza, e do papel de coleções científicas no estudo e registo da

biodiversidade.

Dentro do tema das borboletas noturnas, deu-se principal enfoque às

Famílias Noctuidae e Geometridae. Além destas duas famílias, estudadas

como tema principal, este projeto incorpora outras famílias da Ordem

Lepidoptera, a que pertencem todas as borboletas noturnas.

As ilustrações científicas formam o principal corpo de trabalho prático

deste projeto, realizada ao longo de um ano. O desenvolvimento deste trabalho

resultou na criação de um livro, intitulado “Cem Traças”, publicado com o apoio

do MUHNAC, da Associação Tentáculo e o Centre for ecology evolution and

environmental changes. Além da publicação do livro, realizaram-se variados

suportes e atividades de divulgação.

Para a produção de um livro deste género, a metodologia, materiais e

técnicas, usadas na criação das ilustrações, foram planeadas por forma a

apresentarem coerência entre si.

Assim, este relatório de projeto divide-se em vários momentos. Em

primeiro lugar, uma breve introdução ao conceito e história da ilustração

científica, para justificar o uso da mesma enquanto meio de divulgação de

conhecimento científico. Seguidamente, apresenta-se uma introdução à

coleção entomológica e à taxonomia, campo de estudo científico que lhe é

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22

inerente. Apresenta-se então a descrição das metodologias e técnicas e, no

final, os resultados de todo o processo.

2. O Desenho e Ilustração Científica como forma de transmitir

conhecimento científico

2.1. O Desenho e o Desenho Científico

“Desenho”, do latim “designo”. O verbo transitivo “desenhar” significa

“fazer o desenho de”. Figurativamente, significa “descrever”.1

Um desenho pode representar desde um pensamento até aquilo que se

vê na nossa realidade. É uma ferramenta com a capacidade de comunicar,

desde o projetar de uma ideia ou conceito até à sua concretização.

Enquanto técnica, o desenho é um meio para se encontrarem resultados

e soluções visuais em termos de registo, de acordo com a informação ou

conteúdo que seja necessário transmitir ao observador. É, na sua dimensão

maior, tido como um veio de expressão artística individual.

Ao longo do séc. XIV até ao início do séc. XVI, com o desenvolver do

Renascimento, o desenho transitou de uma realidade mais didática e simbólica

para uma com funções científicas. Alguns dos primeiros autores a quem se

poderá atribui o uso do desenho com o objetivo de difundir ou registar

conhecimento científico (ilustração científica) foram Leonardo Da Vinci (1452-

1519) e Albrecht Dürer (1461-1528).

O desenho enquanto meio de transmissão de conhecimento

científico/natural, pode-se apreciar numa das mais famosas obras de Dürer -

“Rinoceronte”2

(fig. 1) – que foi baseada em indicações de outros autores, e

não em observação direta, visto que o autor nunca viu o animal ao vivo.

1

Disponível em: https://www.priberam.pt/dlpo/desenho.

2

Disponível em: http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/e71.html

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23

O desenho começava a dar os primeiros passos numa ligação entre a

arte e a ciência. Na passagem do séc. XV para o séc. XVI surge uma panóplia

de novos conhecimentos, trazidos pelas viagens realizadas na época dos

Descobrimentos3

. Pela atividade de descoberta e descrição de novas espécies,

usando a ilustração como ferramenta de divulgação desses conhecimentos,

desenvolve-se mais a ideia daquilo que se poderia chamar de desenho

científico.4

O descobrimento de novas terras, através das viagens realizadas neste

período, traz a necessidade de relatar as novas descobertas e de descrever a

natureza, sobretudo os novos animais e plantas. Os pioneiros deste tipo de

desenho surgem no acompanhamento das expedições de exploração científica

e natural5

.

No desenrolar do séc. XVIII o desenho já incorpora um caráter

descritivo. Este período é marcado por uma maior atividade de identificação e

classificação de espécies e desenvolvimento do sistema taxonómico através do

sistema proposto por Linnaeus (1707-1778) e subsequentes

desenvolvimentos6

.

3

FARIA, Miguel. A imagem útil. Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, 2001. Pág. 73.

4

CRATO, Nuno in Cinco séculos de lustração Científica. Instituto Camões, 2003. Disponível em:

http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/e4.html. Consultado em: 12-12-2015.

5

FARIA, Miguel. A imagem útil. Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, 2001. Pág. 93.

6

ASSIS, Carlos A. In Professor Carlos Almaça (1934-2010) Estado da Arte em Áreas Científicas do seu

interesse, Lisboa, 2014. Pág. 161.

Fig. 1 – Gravura de Albrecht Dürer, 1515.

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24

Nesta época foi desenvolvida uma aproximação metódica e sistemática,

mudando o paradigma de um desenho mais fantasiado7

para um desenho mais

naturalista e descritivo, criando os fundamentos daquilo a que hoje se

denomina de desenho científico.

Em Portugal, um nome pertinente para o desenvolvimento do desenho

científico neste século foi Vandelli, naturalista nascido em Pádua em 1716,

tendo vindo para o país durante a Reforma Pombalina, a convite do Marquês

de Pombal. Em 1780, Vandelli foi o criador da Casa do Risco do Jardim

Botânico da Ajuda, onde se formaram os ilustradores que realizaram desenhos

das espécies descobertas um pouco por todo o império colonial. Através das

expedições de reconhecimento no fim do séc. XVIII, das quais se distinguem as

viagens filosóficas do naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, se produziram

ilustrações bastante rigorosas realizadas por José Joaquim Freire e Joaquim

José Codina8

.

Os desenhos tinham o propósito de registar, representando aquilo que

não fosse possível transportar, fossem espécimes da flora ou fauna, ou mesmo

paisagens. Vandelli, enquanto “mentor” da filosofia aplicada ao desenho nesta

época, dizia:

“Ora os objectos (…) que não podem ser transportados, como as habitações, montes,

rios, fontes, árvores grandes, animais ferozes, e ainda algumas plantas com as suas

flores, de que haja receio que não se possam conservar perfeitas, e então estes todos

devem ser debuxados, e se possível, iluminados com toda a exactidão.”

Nesse sentido, o desenho chamado científico, manteve-se numa relação

estreita com a ciência9

. Esta ligação torna o desenho dependente do

desenvolvimento das necessidades científicas, assumindo como pelouro a

parte da comunicação visual, sobrepondo os conteúdos científicos às

preocupações estéticas.

7

HODGES, E.R.S (Ed.)The Guild handbook of scientific illustration. 2nd

edition. New Jersey, John Wiley &

Sons. 2003. Pág. XI

8

FARIA, Miguel. A imagem útil. Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, 2001. Pág. 93.

9

FARIA, Miguel. A imagem útil. Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, 2001. Pág. XI.

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25

O caso das viagens filosóficas é um exemplo daquilo que se tem como

um dos fundamentos do desenho científico10

– o trabalho em equipa entre

artistas e cientistas em que se ocorre numa multidisciplinaridade que tem como

objetivo final a descrição de temas através de imagética rigorosa.

Visto que o pensamento, surgido no séc. XVIII, inerente à prática do

desenho científico, não sofreu grandes alterações, as mudanças visíveis nesta

área deram-se, por outro lado, a nível dos materiais e técnicas. Nas tecnologias

de representação, na impressão, na reprodução, na observação e nos

instrumentos ópticos notou-se uma evolução contínua até hoje.

Mesmo com as mudanças nos materiais e métodos, um elemento

comum ao longo da história do desenho científico é o rigor. Para o trabalho

prático deste projecto em específico, o que interessa num desenho é a

representação fiel de uma determinada espécie, de acordo com certas

convenções, no caso das borboletas, para a ilustração de insetos. Isto é, há

que produzir uma ilustração que apresente as caraterísticas-chave para a exata

identificação da espécie11

. Em par com o saber científico, o desenho averigua a

informação necessária para esse resultado, criando assim uma imagem que

represente a espécie na sua multiplicidade, e não de um só exemplar,

casualmente anómalo. Ao longo de cerca de cinco séculos, foi moldada a área

à qual se dá o nome de desenho científico e, sobre a forma que esta assume

na atualidade, se trabalhou este tema. Hoje em dia é ainda defendida uma

visão de uma ligação entre o artista e o cientista, pela comunidade de

ilustradores científicos a nível internacional, através da Guild of Natural Science

Illustrators¸ fundada e com sede em Washington, D.C., E.U.A. em 196812

.

Desde os seus primórdios que o desenho científico se preocupa em

descrever um objeto, ou seja, explicá-lo através de diferentes perspetivas,

descrições e cortes. Entre várias capacidades o desenho científico pode servir

a ciência como um tipo de comunicação visual, capaz de transmitir a

10

FARIA, Miguel. A Imagem útil. Universidade Autónoma de Lisboa, Lisboa, 2001. Pág. 82.

11

Ibidem, Pág. 362.

12

HODGES, E.R.S (Ed.)The Guild handbook of scientific illustration. 2nd

edition. John Wiley & Sons, New

Jersey, 2003. Pág. XI.

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26

complexidade da vida biológica, geológica ou antropológica, através da

imagem desenhada.

As técnicas e métodos que se podem empregar num desenho deste

género são variadíssimas, mas todas trabalham para um propósito comum –

explicar um fato científico e a divulgação dessa informação.

Neste sentido pode-se dizer que a arte está ao serviço da ciência, e para

que o desenho seja desenvolvido corretamente é necessária uma ligação forte

entre estas áreas e nomeadamente entre investigador e artista, devendo o

primeiro comunicar ao segundo quais aspetos do elemento a ilustrar devem ser

apresentados.

Ao avançar para a criação de uma ilustração científica há vários

elementos a serem tidos em conta13

. Primeiramente há que conhecer o objeto a

representar, sendo importante uma pesquisa prévia antes de iniciar o desenho.

De seguida, e de acordo com os requisitos do projeto, há que definir as

técnicas a usar para melhor demonstrar as propriedades do objeto. Os

materiais a usar também são alvo de criteriosa escolha, pois disso depende a

rapidez e qualidade de execução, a definir para cada caso específico.

Finalmente há que considerar questões como o público-alvo e a

finalidade dos desenhos produzidos – que tipo de reutilização vão ter e de que

tipo de reprodução e exposição serão alvo.

Definidas as metodologias, a finalidade de um desenho científico é,

invariavelmente, a transmissão de conhecimento.

13

Ibidem. Pág. 3.

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27

2.2. Registo fotográfico e desenho científico

A fotografia surgiu após o desenho científico e em muitos casos veio

substituí-lo. No entanto, em variadas instâncias, o desenho é ainda a melhor

opção para mostrar de maneira consistente, detalhada e clara as estruturas e

morfologia daquilo que se quer representar.

O desenho é capaz de recriar aquilo que normalmente não se vê. As

eventuais falhas e imperfeições de um exemplar a ser ilustrado podem ser

corrigidas e as partes que estejam em falta, reconstruídas. Posto isto, não se

pode esquecer a fotografia. Ela é aliada dos ilustradores científicos, enquanto

recurso base, vital para a realização de diversas fases do trabalho.

(…) A fotografia capta o momento e a informação que lhe está associada.

A ilustração, e o desenho científico na sua essência, é uma explicação. O

desenho seleciona a informação relevante, omite o desnecessário, simplifica,

sintetiza. O desenho permite a composição de vários elementos não

disponíveis em simultâneo, faz uma gestão da profundidade de campo e da

iluminação do modelo, elimina sujidade e fatores de ruído, e tem a

extraordinária capacidade de reconstruir partes escondidas ou danificadas.

O desenho científico é concebido e desenvolvido para transmitir níveis de

informação selecionados e muito específicos, de acordo com os objetivos e

públicos predeterminados.

A fotografia não tem estas capacidades, mas terá também o seu papel, seja na

comunicação científica ou numa perspetiva estética. Além disso, não se pode

deixar de referir a sua importância crucial como material de referência para o

desenvolvimento de uma ilustração.14

Em vários casos o desenho científico apresenta uma grande vantagem -

a capacidade de explicar numa só imagem aquilo que a fotografia, em termos

de informação, carece de várias imagens para fazer.

Tendo em conta que o processo para realizar um desenho científico

engloba uma observação atenta por parte do ilustrador, este tipo de desenho

14

SALGADO, Pedro in “Ilustrando os peixes” , 2014.

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28

permite ao artista contribuir com informação natural e morfológica que pode

passar despercebida ao cientista.

2.3. Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de

Lisboa – Coleção Entomológica

Por forma a compreender a origem da coleção entomológica e o seu

valor, procurando a sua divulgação, aqui se apresenta um breve olhar à sua

nobre história.

A história do MUHNAC remonta ao séc. XVIII, em 1768, quando é criado

o Real Gabinete de História Natural da Ajuda, uma das mais antigas iniciativas

na área da História Natural em Portugal, seguindo o movimento de outros

países da Europa.

O responsável científico é Domingos Vandelli (1735-1816)15

,

considerado como o responsável por enraizar os estudos da História Natural

em Portugal e aí criar, no Real Gabinete de História Natural da Ajuda, a

primeira escola de ilustração científica portuguesa16

.

As viagens filosóficas, realizadas por alunos de Vandelli, das quais uma

das mais conhecidas é a de Alexandre Rodrigues Ferreira ao Brasil,

enriqueceram e tornaram conhecido o Real Gabinete da Ajuda.

O Gabinete viria a dar origem ao atual Museu Nacional de História

Natural e da Ciência. Ao longo de mais de 240 anos, as suas coleções

aumentaram e, em 1836 foram transferidas para as instalações da Real

Academia das Ciências de Lisboa, dando origem ao Museu de Lisboa, que por

sua vez seria também transferido, em 1858 para a Escola Politécnica de

Lisboa, onde se manteria até à atualidade.17

Em 1978, houve um incêndio que praticamente destruiu por completo as

coleções zoológicas. A coleção entomológica existente na altura praticamente

15

Médico e naturalista paduano (de Pádua, Itália), principal responsável pela introdução do sistema

lineano em Portugal. CERÍACO, L. in Professor Carlos Almaça (1934-2010) Estado da Arte em Áreas

Científicas do seu interesse, Lisboa, 2014. Pág.332.

16

SALGADO, Pedro in Provas de Professor Especialista. Instituto Superior de Educação e Ciências,

2012. Pág. 111.

17

CERÍACO, L. in Professor Carlos Almaça (1934-2010) Estado da Arte em Áreas Científicas do seu

interesse, Lisboa, 2014. Pág.329.

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29

desapareceu e a coleção atual é formada por colheitas posteriores e por

doações de outras instituições e colecionadores privados.

De entre as coleções do Museu, a coleção entomológica, cuja disciplina

aí exercida é a Entomologia18

, insere-se na área da Zoologia e encontra-se

organizada de forma taxonómica. Incluí alguns espécimes que são holótipos e

parátipos19

.

2.4. Taxonomia biológica

Na coleção entomológica a taxonomia é um dos principais campos de

estudo e, sobre ela, se versou uma parte da pesquisa para este trabalho,

nomeadamente na nomenclatura das espécies ilustradas.

A taxonomia biológica agrupa os seres vivos em categorias organizadas

de forma hierárquica. Esta disciplina das ciências biológicas tem como o

objetivo de nomear, descrever e classificar os organismos. Cada grupo a que

um organismo é classificado é denominado de taxon, sendo a espécie

considerada a unidade básica da classificação biológica. A classificação

biológica é organizada pela seguinte ordem hierárquica (são apresentados

apenas alguns dos principais taxa):

- Reino

- Filo

- Classe

- Ordem

- Família

- Tribo

- Género

- Espécie

18

A Entomologia é a área científica que estuda os insetos. DAHLEM, Gregory e RIVERS, David. The

Science of Forensic Entomology, John Wyley & Sons, Ltd, 2014. Pág. 47.

19

Holótipo é o espécime ou ilustração usado pelo autor no momento da descrição de uma nova espécie.

Um parátipo é um espécime citado na descrição de uma espécie, sem que este seja o holótipo.

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30

Ao nível taxonómico as borboletas, pertencem ao Reino Animal, ao Filo

Arthropoda20, à Classe Insecta e por fim à Ordem Lepidoptera.

Da Ordem Lepidoptera existem diversas Famílias representadas na

coleção entomológica do MUHNAC, com espécies um pouco de todo o mundo,

mas com forte representação da Península Ibérica e África, sobretudo dos

países com forte ligação histórica a Portugal.

Destas famílias foram selecionadas duas como tema principal para este

trabalho: Noctuidae e Geometridae, dentro das quais se ilustraram

principalmente espécies de Portugal Continental e Ilhas e de África.

20

MASÓ, A; PIJOAN, M. Observar mariposas. Editorial Planeta, S.A., Barcelona, 1997. Pág. 16.

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31

2.5. Família Noctuidae

Esta família é a que contém mais espécies de borboletas21

(mais de

35.000). Apesar da comum associação às traças que danificam os têxteis,

nenhuma espécie desta família o faz. No entanto, existem espécies que são

causadoras de outro tipo de danos, como por exemplo a espécie Mythimna

unipuncta (Haworth, 1809)22

(que é uma praga no território dos Açores).

A maioria das espécies nesta família é de cor acastanhada (fig.2), com

tórax e abdómen robustos e rotinas de voo noturno. Quando estão em repouso

dispõem as suas asas anteriores numa posição que se assemelha a uma

tenda, sobre o corpo.

Sendo que um dos objetivos deste trabalho é o de sensibilizar o público

para insetos que, regra-geral, não têm grande atenção ou são vistos de forma

negativa e de forma simplista, apesar do seu importante papel nos

ecossistemas, tais como a polinização e formação dos solos, entre outras. Esta

família é um bom exemplo destes casos.

Fig. 2 – Xestia c-nigrum (Linnaeus, 1758)

Fotografia Tetyana Chkyrya, 2015.

21

CALLE, José A. Noctuidos Españoles, Dirección General de la Producción Agraria, Servicio de Defensa

contra Plagas e Inspección Fitopatológica, 1982. Pág. 13.

22

VIEIRA, Virgílio. Métodos de luta contra Mythimna unipuncta (haworth) (lepidoptera: noctuidae), uma

praga secular nos açores in IV Encontro Nacional de Protecção Integrada. Ed. Universidade dos Açores,

1999. Pág. 327.

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32

As borboletas desta família são as que, à partida, parecem menos

variadas. No entanto, no trabalho de ilustração os detalhes apresentados

salientam diferenças de forma e padrão que à primeira vista não são facilmente

reconhecidas. O padrão de cores das asas é definido por pequenas escamas23

,

que as recobrem, e apenas são observáveis ao microscópio.

Desta família foram ilustradas 16 espécies, das quais 15 integram o livro

“Cem Traças”.

23

Escamas, que são podem, metaforicamente falando, ser comparadas aos pixeis, por conseguirem criar

um padrão constituído por milhares de pontos. HODGES, E.R.S (Ed.) The Guild handbook of scientific

illustration. 2nd

edition. New Jersey, John Wiley & Sons. 2003. Pág.220.

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33

2.6. Família Geometridae

Cerca de 20.00024

espécies, pertencentes à família Geometridae, foram

já descritas.

A maioria tem o corpo pequeno e as asas grandes. Várias borboletas

desta família são muito semelhantes em aparência, com as borboletas diurnas.

Podem apresentar um padrão mais colorido, e as asas podem surpreender

pela sua variedade, mas há um aspeto da sua morfologia que é um fator

diferenciador das outras famílias – as antenas.

As suas antenas25

(fig.3) – uma particularidade desta família, revelam

uma invulgar estrutura plumosa. Estas são um importante elemento geralmente

usado para diferenciar borboletas noturnas das diurnas, mas nesta Família são

uma caraterística taxonómica usada mesmo para a diferenciação de espécies.

No trabalho de ilustração, as antenas foram alvo de grande atenção e

pretende-se demonstrar em detalhe este aspeto em cada espécie.

24

BLOOMSBURY (Ed.) Concise Butterfly & Moth guide, Ed. Bloomsbury, London, 2014. Pág. 15.

25

as antenas plumosas pertencem geralmente aos machos.

Fig.3 – Foto tirada ao microscópio a um exemplar de Biston

betularia. 2015.

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34

Esta família ganhou o nome de Geometridae por causa das lagartas das

suas borboletas que, ao se deslocarem, parecem medir os passos assim como

um geómetra mede a terra (fig.4 e 5).26

Quanto ao seu cromatismo, sendo uma família tão grande e diversa,

existem espécies com tons vivos e outras com padrões mais neutros. Podem

ser avistadas de dia mas a sua atividade concentra-se de noite.

26

REDONDO, V.M., GASTÓN, F.J. & GIMENO, R. Geometridae Ibericae. Ed. Apollo Books, Stenstrup,

2009. Pág.9.

Fig. 4 – Lagarta de geometrídeo a imitar um galho.

Fotografia de Ramón Gimeno.

Fig. 5 – Posição caraterística da lagarta de um

Geometrídeo. Fotografia de Ramón Gimeno.

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35

3. Trabalho Prático

O projeto teve o objetivo de divulgar a coleção de insetos do MUHNAC,

em específico as borboletas noturnas desta coleção, das famílias Noctuidae e

Geometridae através da ilustração científica.

Para atingir este objetivo, pretendeu-se criar um catálogo, que foi

publicado em forma de livro, com o título de “Cem Traças”. Além da publicação

deste catálogo, foram criados diversos produtos associados, tendo em vista a

divulgação deste grupo e da coleção entomológica, tais como: i) merchandise,

como postais, autocolantes, posters e um pequeno jogo, em forma de um

puzzle simples; ii) um blog e um perfil na rede social facebook para o projeto

Cem Traças; iii) atividades de divulgação científica, como a participação na

Noite Europeia dos Investigadores e outras atividades; iv) exposição do

trabalho no centro de Ciência Viva da Floresta em Proença-a-Nova.

As ilustrações para o livro “Cem Traças”, foram desenvolvidas em

conjunto com o colega de mestrado Pedro Araújo. Visto que o tema do projeto

seria semelhante, juntaram-se esforços de forma a produzir um catálogo

ilustrado de 100 traças da coleção entomológica do MUHNAC. De forma a

obter 100 ilustrações, cada ilustrador propôs-se a realizar 50.

As técnicas de ilustração foram apuradas e alinhadas, de forma a

garantir a coerência entre o trabalho dos dois ilustradores.

Houve sempre um acompanhamento do investigador e curador da

coleção entomológica, que proporcionou informação sobre como abordar a

questão da identificação de espécies e sua correta representação.

Neste trabalho foram ilustradas traças de diversas Famílias, sendo

apresentadas duas Famílias de borboletas como tema principal:

- Geometridae;

- Noctuidae.

Além destas duas Famílias, e para que este projeto e o catálogo

pudessem representar de forma mais abrangente a variedade das borboletas

noturnas, foram ilustradas outras famílias de lepidópteros: Arctiidae,

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36

Bombycidae, Cossidae, Crambidae, Erebidae, Eupterotidae, Lasiocampidae,

Limacodidae, Nolidae, Notodontidae, Pterophoridae, Saturniidae, Sphingidae e

Zygaenidae.

Na tabela (fig.6) organizada de forma cronológica, enunciam-se as

ilustrações feitas para o projeto, incluindo para cada espécime de referência os

dados taxonómicos relativos à família e à espécie, o número de coleção, a

técnica utilizada e o tempo de execução.

Em alguns casos foi feita mais do que uma ilustração da mesma

espécie, de forma a estudar a pose da borboleta em repouso. As ilustrações

finais, na sua totalidade, podem ser observadas no apêndice de ilustrações.

Família Espécie Nº de

Coleção Técnica

Tempo de exec.

Nº de Anexo

Sphingidae Nephele aequivalens MB07-000134 Grafite s/ papel + digital - 48

Sphingidae Coelonia fulvinotata MB07-000020 Grafite s/ papel + digital 6H15 49

Sphingidae Hippotion roseipennis MB07-000422 Grafite s/ papel + digital - 50

Sphingidae Hippotion celerio MB07-000320

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h20 51

Sphingidae Temnora fumosa MB07-000186

Técnica mista s/ poliéster +

digital

- 52

Sphingidae Euchloron megaera MB07-000250

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h10 53

Sphingidae Pseudoclanis tomensis MB07-000076

Técnica mista s/ poliéster +

digital

7h 54

Saturniidae Pseudobunae tyrrhena MB07-017104

Técnica mista s/ poliéster +

digital (usada para

stopmotion)

- 55

Saturniidae Pseudobunae tyrrhena Coleção

didática

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h20 56

Noctuidae Cyligramma latona MB07-005228

Técnica mista s/ poliéster +

digital

9h55 57

Noctuidae Cyligramma latona Coleção

didática

Técnica mista s/ poliéster +

digital

7h55 58

Notodontidae Antheua ornata MB07-005223

Técnica mista s/ poliéster +

digital

6h05 59

Arctiidae Balacra guillemei Coleção

didática

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h 60

Eupterotidae Phiala sp. MB07-005247 Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h 61

Eupterotidae Phiala sp. MB07-005249

Técnica mista s/ poliéster +

digital

- 62

Saturniidae Bunaeopsis angolana MB07-005192

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h45 63

Saturniidae Cinabra hyperbius MB07-005212

Técnica mista s/ poliéster +

digital

6h40 64

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37

Geometridae Menophra maderae MB07-004338

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h20 65

Geometridae Menophra maderae MB07-004397

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h40 -

Geometridae Ascotis fortunata MB07-004403

Técnica mista s/ poliéster +

digital

6h40 66

Geometridae Xenochlorodes nubigena MB07-004394

Técnica mista s/ poliéster +

digital

2h40 67

Noctuidae Acontia lucida MB07-004319

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h15 68

Geometridae Scopula irrorata MB07-004340 Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h20 69

Noctuidae Agrotis trux MB07-004230

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h30 70

Noctuidae Chrysodeixis chalcites MB07-004315

Técnica mista s/ poliéster +

digital

7h 71

Noctuidae Eumichtis albostigmata MB07-004266

Técnica mista s/ poliéster +

digital

6h 72

Noctuidae Euplexia dubiosa MB07-004259

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h40 73

Noctuidae Noctua pronuba MB07-004233

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h40 74

Noctuidae Peridroma saucia MB07-004235

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h25 75

Noctuidae Phologophora wollastoni MB07-004279

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h50 76

Geometridae Rhodometra sacraria MB07-004341

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h 77

Noctuidae Spodoptera littoralis MB07-004313

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h25 78

Noctuidae Xestia c-nigrum MB07-004239

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h05 79

Saturniidae Epiphora macedoi ♂ MB07-017055

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h10 80

Saturniidae Epiphora macedoi ♀ MB07-017057

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h55 -

Noctuidae Achaea lienardi MB07-033579

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h15 81

Arctiidae Chiromacla sp. MB07-033671 Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h15 82

Crambidae Cadarena pudoraria MB07-033635

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h40 83

Limacodidae Chrysamma purpuripulcra MB07-005272

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h40 84

Noctuidae Trichoplusia orichalcea MB07-033626

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h45 85

Saturniidae Epiphora albida MB07-017504

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h55 86

Noctuidae Miniodes discolor MB07-033644

Técnica mista s/ poliéster +

digital

6h 87

Sphingidae Proserpinus proserpina MB07-000010

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h30 88

Lasiocampidae Pachymetana fontainei MB07-033662

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h35 89

Cossidae Azygophleps inclusa MB07-033668

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h15 90

Geometridae Geodena sp. MB07-033624

Técnica mista s/ poliéster +

digital (usada para

stopmotion)

- 91

Geometridae Geodena sp. MB07-033624 Aguarela s/ papel + digital - -

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38

Geometridae Ourapteryx sambucaria MB07-033675

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h05 -

Arctiidae Arctia villica MB07-032886

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h40 92

Geometridae Biston betularia MB07-033679

Técnica mista s/ poliéster +

digital

3h55 93

Zygaenidae Adscita jordani MB07-008927

Técnica mista s/ poliéster +

digital

2h40 94

Notodontidae Antheua rodeosemena MB07-005854

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h45 95

Noctuidae Scoliopteryx libatrix MB07-033834

Técnica mista s/ poliéster +

digital

5h15 96

Pterophoridae Merrifieldia sp. MB07-002920

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h35 97

Cossidae Zeuzera pyrina MB07-009704

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h10 98

Arctiidae Euchromia folleti Coleção

Didática

Técnica mista s/ poliéster +

digital

4h35 99

Notodontidae Cerura iberica MB07-006138 Técnica mista s/ poliéster +

digital

7h 100

Geometridae Trichoplusia orichalcea Coleção

Didática

Técnica mista s/ poliéster 1h45 101

Geometridae Biston betularia Coleção

Didática

Técnica mista s/ poliéster 2h15 102

Geometridae Eurranthis plumistaria MB07-033683

Técnica mista s/ poliéster +

digital (usada para

stopmotion)

- 103

Fig. 6 – Tabela de ilustrações realizadas.

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39

3.1. Processo

As Famílias Geometridae e Noctuidae foram selecionadas como tema

principal. Foi feito um estudo sobre estas famílias e foram identificados aspetos

da sua morfologia e cor, para os quais a ilustração científica poderia contribuir

de forma rigorosa para a sua descrição. A seleção de espécies a ilustrar foi

feita em conjunto pelos ilustradores e o investigador, de forma a mostrar a

diversidade destas famílias.

Assim, foram criados dois desenhos tipo: o desenho tipo I, em que as

metodologias e materiais utilizados, foram pensados tendo em vista a produção

de ilustrações a figurar no livro “Cem Traças” e nos outros suportes de

divulgação ao público. O desenho tipo II consiste em vários temas e técnicas

que respondem à necessidade do ilustrador de estudar mais profundamente

algumas partes das borboletas, para servir de apoio à criação de ilustrações do

tipo I. Para este propósito foram utilizados dois exemplares de borboletas

noturnas – um espécime de Biston betularia (Linnaeus, 1758) da Família

Geometridae, e um espécime de Trichoplusia orichalcea (Fabricius, 1775) da

Família Noctuidae. Estes desenhos incidiram sobre pormenores de antenas,

pormenores de escamas das asas, poses de repouso e por fim, realizaram-se

silhuetas, de maneira a estudar a forma-chave dos espécimes. Estes estudos

não foram utilizados para nenhuma forma de publicação.

Seguidamente, descrevem-se as metodologias e materiais utilizadas ao

longo do processo do projeto de ilustração em ambos os desenhos tipo. As

técnicas usadas foram ajustadas e afinadas, de forma a cumprir com as

objetivos definidos.

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40

3.1.1. Desenho Tipo I

Este desenho tipo foi desenvolvido com o objetivo de criar ilustrações de

rigor científico, pensadas para integrar a publicação de um livro, denominado

“Cem Traças”. Por aconselhamento do curador decidiu-se ilustrar as borboletas

numa só vista, a dorsal, tendo em conta o objetivo de apresentar o maior

número de caraterísticas morfologicamente importantes. Por outro lado, a

demanda de criar ilustrações apelativas para o público, também influenciou

esta escolha.

A vista dorsal permitiu ilustrar as borboletas de asas abertas, de modo a

demonstrar o padrão na sua totalidade e dar uma noção de dimensão relativa

das borboletas.

Esta vista é também coerente com a forma como o material

entomológico, presente na coleção do MUHNAC, está organizado.

Na coleção, os espécimes preparados estão dispostos em caixas

entomológicas, alfinetados e em poses de asas abertas, de forma a apresentar

as caraterísticas morfológicas relevantes para cada espécie. (fig. 7). As

ilustrações desta etapa pretendem seguir esta convenção.

Fig. 7– Caixa entomológica da coleção do MUHNAC (Coleção

Mendoça), Fotografia Tetyana Chkyrya, 2015.

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41

Este grupo abrange 57 ilustrações ao todo, das quais 50 formam parte

integrante do livro, denominado “Cem Traças”, realizado em parceria com o

MUHNAC.

Para a realização destas ilustrações completas teve de ser feita uma

pesquisa preliminar, específica de cada caso. Esta pesquisa teve como objetivo

a verificação e procura de referências, para a apresentação de todos os

elementos necessários à correta descrição das espécies. O processo para a

criação de cada ilustração, a nível global, foi planeado na seguinte sequência:

1 – Escolha de espécimes para ilustrar, a partir da coleção entomológica do

MUHNAC;

2 – Pesquisa relativa à nomenclatura de espécies27

, através de chaves de

identificação, fotografias e ilustrações;

3 – Fotografia em estúdio;

4 – Processo de Desenho Analógico;

5 – Processo de Desenho Digital.

As ilustrações seguiram os passos acima enunciados. A partir da

escolha dos exemplares a ilustrar, fez-se a pesquisa relativa à identificação da

espécie. A fotografia e recolha de referências fotográficas alheias à coleção do

MUHNAC, são a base para realizar o desenho.

27

A pesquisa de nomes científicos verificou-se necessária no caso de alguns exemplares preservados na

coleção do MUHNAC. Existem exemplares que estão presentes na coleção apenas com os dados

científicos suficientes para dar entrada na base de dados (local de captura, etc.) Além destes, com o

nome científico errado, existem outros com o nome em falta. Ao escolher exemplares a ilustrar, é

necessário verificar a identificação da sua espécie, sendo esta confirmada pelo investigador.

Posteriormente, o ilustrador deve recolher referências para estudos preliminares e ilustrações.

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42

3.1.1.1. Escolha de espécimes

Através de um processo criterioso escolheram-se os exemplares, tendo

em conta vários critérios. O critério principal foi a escolha de exemplares de

espécies dentro das Famílias do tema principal desta dissertação – Noctuidae

e Geometridae. Por outro lado, a relevância científica dos espécimes para a

coleção entomológica do MUHNAC, foi tida em conta. A relevância científica

para a coleção traduz-se nos dados que estão associados aos espécimes,

como a determinação da espécie ou o local e data de captura. Além disso os

exemplares de destaque, como holótipos (espécimes que são a base para a

identificação de uma espécie), são de importância científica. Um exemplo - no

conjunto de ilustrações, apresenta-se um exemplar (fig.8) que é holótipo, da

espécie Epiphora macedoi (Darge, Mendes & Bívar de Sousa, 2006) da Família

Saturniidae.

Tendo em conta a aplicação das ilustrações no produto final, “Cem

Traças”, procurou-se escolher borboletas que através da sua morfologia e

cromatismo, resultassem em imagens apelativas. Por outro lado, selecionaram-

se borboletas cuja ilustração as valoriza pela informação apresentada, que não

é vista a olho nu.

Fig. 8 – Espécime holótipo da espécie Epiphora macedoi (Darge,

Mendes & Bívar de Sousa, 2006)

Fotografia Tetyana Chkyrya, 2015.

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43

Por vezes escolheram-se exemplares que não tinham a espécie

identificada. Os ilustradores, recorrendo ao aconselhamento do curador,

fizeram essa identificação que depois foi verificada pelo mesmo e pelo

investigador especialista de Lepidoptera António Bívar de Sousa. Estes

momentos contribuíram para enriquecer a coleção entomológica do MUHNAC

dando entrada a identificações e correções de nomes de espécies na base de

dados. Numa outra instância, foram escolhidos espécimes da coleção didática

– uma coleção onde os exemplares não têm informação sobre o local e data de

colheita, logo não sendo suficientes para fazer parte da coleção principal do

MUHNAC. No entanto, por possibilitar a variedade de borboletas apresentada,

decidiu-se incorporá-las no projeto. Para todos os efeitos é descrito na tabela

de ilustrações (fig. 6) acima de qual das coleções é proveniente cada exemplar.

Visto que existem exemplares na coleção que apresentam alguma

degradação, procurou-se escolher, sempre que possível, exemplares em bom

estado de conservação. Este fator auxilia à realização da ilustração, enquanto

referência, pela quantidade de informação e pelo posicionamento das asas.

Nos casos em que não foi possível esta escolha, procedeu-se à reconstrução

dos elementos danificados (no campo da morfologia e da cor) usando outros

espécimes ou referência fotográfica.

3.1.1.2. Nomenclatura de espécie

Aqui se descreve o procedimento que foi seguido para a pesquisa

relacionada com a identificação das espécies. Após a escolha dos exemplares

a partir da coleção entomológica, que melhor se adeqúem a ser ilustrados,

realiza-se uma pesquisa que incide sobre os nomes científicos dos mesmos, ou

seja, qual a sua espécie. A determinação da espécie é importante para manter

o rigor científico da ilustração. Numa primeira instância esta pesquisa é feita na

base de dados da coleção do MUHNAC. Caso o nome do espécime já esteja

determinado, verifica-se se está atual, se não foi alterado por investigadores e

especialistas. Por vezes, os nomes científicos apresentam desatualizações e é

necessário corrigir esse dado. Noutros casos o nome científico está

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44

incorretamente determinado ou não está presente de todo. Para esses

momentos, é necessário realizar uma pesquisa através de bases de dados

científicas alheias ao MUHNAC. Através de livros / catálogos, guias, e através

da internet. Usaram-se os sites como: Africanmoths.com e Afromoths.net, que

apresentam bases de dados com fotografia, permitindo a comparação entre o

espécime do MUHNAC e os espécimes nessas bases de dados. De acordo

com a determinação da espécie, recorreu-se à plataforma online GBIF.org para

a verificação das Famílias. Todas as ilustrações passaram pela revisão de um

especialista na área – investigador António Bívar de Sousa – de forma a

garantir a correta identificação de todas as espécies ilustradas.

Durante esta pesquisa vão-se recolhendo referências fotográficas para

além do material disponível na coleção do MUHNAC, por forma a poder

observar mais exemplares de cada espécie, evitando usar um só exemplar

como referência absoluta. A pesquisa de outros exemplares permite realizar

uma ilustração rigorosa da espécie, realçando as caraterísticas gerais da

mesma e ocultar as eventuais falhas ou especificidades de um exemplar

específico que tenha servido como referência. Foi selecionado um exemplar

específico para servir de referência principal à ilustração de cada espécie,

procurando verificar que este seja um bom representante da espécie.

À medida que se desenvolveu esta pesquisa foram-se realizando

sketches, que são aprovados pelo investigador para que a ilustração final seja

correta. O trabalho de ilustração foi sendo acompanhado e discutido com o

curador, de modo que em vários casos não se chegou a algo tão formal como

aprovação de sketches.

3.1.1.3. Fotografia em estúdio

A fotografia dos espécimes foi feita no estúdio disponível no

departamento de Zoologia do MUHNAC. A fotografia é a referência principal

para a realização da ilustração das espécies servindo de base para o estudo do

padrão, cores e morfologia. É desta forma uma fase essencial neste projeto.

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45

O estúdio foi preparado com um fundo cinzento28

, onde se coloca o

exemplar a fotografar (fig.9). De ambos os lados do exemplar, estão instalados

dois flashes, com tripé, que permite o seu ajuste. O flash do lado esquerdo é

ajustado de maneira a que ilumine de forma ligeiramente mais intensa do que o

flash direito29

.

28

O fundo é de cor cinzenta, e não branca, para que a luz dos flashes não ilumine em demasia o objeto a

ser fotografado. Isto pode causar reflexos indesejados, que adulteram o cromatismo do exemplar.

29

HODGES, E.R.S (Ed.)The Guild handbook of scientific illustration. 2nd

edition. New Jersey, John Wiley &

Sons. 2003. Pág.97.

Fig. 9 – André Leão, um dos colaboradores deste projeto, que participou

nas primeiras sessões de fotografia das borboletas da coleção. Fotografia

de Tetyana Chkyrya, 2014.

Fig. 10 –Exemplar da espécie Balacra guillemei (Oberthür,

1911).

Tetyana Chkyrya, 2014.

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46

A borboleta a fotografar é então posicionada num suporte, que permite o

posicionamento do exemplar no processo de fotografia (fig.10).

É importante incluir na fotografia, junto com o espécime as etiquetas que

providenciam a sua identificação única. Além disso são colocadas escalas,

milimétrica e cromática, que permitem a edição e ajustes de cor da fotografia

assim como a produção das escalas usadas no livro “Cem Traças”.

A câmara usada para a fotografia dos exemplares foi uma DSLR Canon

EOS 7D30. Devido à pequena dimensão dos exemplares, a lente usada foi uma

Canon EF 100mm f/2.8L IS USM.

A edição digital das fotografias executa-se no Photoshop. Através do

equilíbrio de níveis e outras ferramentas31

, tem como objetivo preparar a

fotografia para o processo de desenho analógico. Primeiramente converte-se a

30

Esta máquina foi usada ao longo de todo o trabalho realizado para esta dissertação.

31

O equilíbrio de níveis permite controlar os vários canais de brilho e contraste. Outras ferramentas

utilizadas são, por exemplo, a eliminação do fundo através de Layer mask – ferramenta que permite

apagar e/ou restaurar o que foi apagado, sem perder nada da imagem original, uma espécie de borracha

com “back up”.

Fig. 11 – Fotografia de um exemplar de Eurranthis

plumistaria, com escala de cores e etiqueta da coleção

Entomológica (MUHNAC).

2015

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47

imagem para o modo monocromático (greyscale32) e ajustam-se os níveis e

eleva-se o valor de contraste. O contraste é ligeiramente aumentado, para que

o contorno fique mais evidenciado na impressão. A imagem em preto e branco

é particularmente útil, pois a cor, na primeira fase de desenho, é um elemento

que causa ruído desnecessário.

Em determinados casos, foi necessário um alinhamento das asas. Para

este efeito, foram empregados dois métodos. No primeiro, a fotografia foi

impressa e ajustada por meio de recortes e montagens, procedendo-se depois

ao desenho de contorno inicial. No segundo método, a mesma montagem foi

feita no Photoshop e posteriormente impressa para realizar o desenho de

contorno.

A fotografia é impressa, em formato A4 em papel normal de impressão

(90gr/m2). A partir desta fase, inicia-se o processo de desenho analógico.

3.1.1.4. Processo de Desenho Analógico

Tendo como base a fotografia, nesta fase cria-se um desenho

monocromático, sobre papel ou poliéster que é posteriormente colorido no

Photoshop. Este desenho incidirá sobre o corpo (tórax e abdómen), cabeça e

um par de asas. Não se desenha o segundo par de asas pois a criação deste é

feita em digital, duplicando o primeiro. Isto assegura a simetria das asas, sem

dar espaço a eventuais erros na representação do padrão e tornando o

trabalho mais rápido. Procurou-se esta simetria após discussões com o curador

da coleção sobre qual o nível de simetria que se deveria dar às ilustrações no

que diz respeito às asas. Este procedimento não foi aplicado às antenas,

porque resolveu-se criar algum movimento na composição da ilustração

nalguns casos, também após uma decisão discutida com o curador.

A fotografia selecionada para referência é impressa em dimensão A4. As

ilustrações são feitas também neste formato, opção tomada para que depois as

mesmas possam ser reduzidas para o formato do livro (120x185mm) ou

usadas num tamanho maior para apresentação como em exposições, por

32

Greyscale é um modo que o Photoshop contém, que faz com que a imagem a ser trabalhada fique em

tons de preto e branco.

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48

exemplo. Coloca-se a folha de poliéster, também em formato A4, por cima da

impressão da fotografia. O poliéster foi escolhido depois de se terem realizado

experiências em papel de 90gr/m2 para o desenho monocromático. O póliester

tem diversas vantagens sobre o uso do papel permitindo uma transferência

mais rápida da fotografia para o mesmo e por permitir a raspagem, usada para

eventuais correções e recuperar brilhos no desenho. O poliéster é fixado por

cima da fotografia para se realizar a transferência. (fig. 12).

Ao criar o contorno, é possível corrigir as eventuais falhas do exemplar

real. Ao realizar as correções e, para assegurar uma representação fiel,

recorre-se à observação de outros exemplares da mesma espécie, tanto da

coleção do MUHNAC como de bases de dados científicas contendo imagens

de outros espécimes.

Concluído o desenho de contorno, o passo seguinte é a utilização de

PanPastel33 (fig.14). Através deste material, pretende-se cobrir com mancha

toda a área branca, delimitada pelo contorno. Deste modo, cria-se uma base do

padrão das asas (fig. 13).

33

PanPastel é um pastel seco que, aplicado com uma esponja adequada para o efeito, permite cobrir a

área do desenho com uma mancha suave e uniforme.

Fig. 12 e 13 – Processo inicial da arte final – linha de contorno e início da mancha.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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49

Ao ter o padrão definido com Pan-Pastel, dá-se foco às zonas que

necessitam de ficar mais escuras (fig. 15). Nesta altura entra o uso da grafite.

Os materiais usados na fase da grafite são: lapiseira 0,5mm (dureza 2HB);

lápis de grafite Staedtler Mars Lumograph (durezas 2H e 5B); borracha Rotring

rapid eraser B30; caneta-borracha Tombo-Mono Zero 2,3mm e esfuminho

(tamanho #1).

A grafite é aplicada em pequenas manchas e de forma mais localizada

do que com o PanPastel. A definição do traço aumenta nesta fase, procurando

realçar os contrastes no desenho. Tendo estas manchas estabelecidas,

emprega-se o uso de esfuminho com o objetivo de as esbater, para que a

imagem se torne mais uniforme.

Fig. 15 e 16 – Processo de aplicação de grafite e esfuminho.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig.14 – PanPastel e as esponjas

utilizadas na sua aplicação.

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50

A partir deste passo (fig. 16), inicia-se a transformação do desenho para

um nível de maior realismo. Esta etapa é dotada de grande detalhe e

elaboração. Para este efeito recorre-se à aplicação de diferentes borrachas

que, pelos seus atributos, permitem criar volumes tridimensionais no desenho,

através de vários tons.

Aplicados os traços de borracha, utiliza-se lâmina de x-ato (fig.17),

adequada para raspagem em suportes como poliéster.

De maneira subtrativa, esta fase cria texturas e pormenores adicionais,

através da abertura de brancos nas manchas já existentes. É um passo de

dificuldade acrescida, visto que requer um traço muito afinado. Aqui, o foco é

dado às seguintes partes – os pelos, escamas, antenas e também os raios das

asas.

A última etapa do processo de desenho analógico procura determinar os

pormenores que precisam novamente de um reforço de preto. Através de

lapiseira, de espessura 0,3mm (dureza HB), criam-se pequenas manchas e

linhas muito finas, que proporcionam uma textura adicional. O desenho no

poliéster é dado como concluído quando os elementos representados

Fig. 17 – Lâmina de x-ato.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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51

estiverem de acordo com o que foi estabelecido no início em termos de

coerência entre os dois ilustradores (fig. 18).

Fig. 18 – Fase final do processo analógico.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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52

3.1.1.5. Processo de Desenho Digital

Este processo incide, sobretudo, na aplicação de cor ao desenho

monocromático previamente criado. A metodologia deste método divide-se em

várias etapas, principiando com a limpeza do desenho analógico.

A primeira etapa é a digitalização do desenho realizado em poliéster. A

digitalização foi feita em a 1200 ppi34

. Feita a digitalização procede-se à

colocação da imagem no programa Adobe Photoshop CS6 (fig.19), com

recurso a uma mesa digitalizadora Wacom Bamboo (fig. 19).

Devido à passagem da mão sobre o poliéster durante o desenho,

surgem uma quantidade de linhas e manchas não intencionais. A limpeza e

correções revelam-se essenciais nesta fase. (fig. 20).

34

Ppi – pixels per inch ou, em português, “pixéis por polegada”. Esta nomenclatura é usada para

referência ao número de pixéis individuais existentes numa polegada linear, na superfície da imagem

digital.

Fig. 19 – Mesa digital e programa utilizados na técnica

digital.

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53

O primeiro passo no Photoshop é colocar o ficheiro em modo CMYK35

, e

formato A4. Este modo serve para que a imagem vista no ecrã do computador

seja fiel, em termos de cor, ao que será impresso posteriormente. O desenho

monocromático é então colocado numa layer individual (fig. 24 letra d).

Para executar a limpeza utilizam-se várias ferramentas do programa. A

principal ferramenta utilizada, nesta instância, é a Layer mask. Esta ferramenta

permite apagar, como no caso da ferramenta da borracha normal. No entanto,

ao contrário da borracha, permite também recuperar essas partes, caso se

tenha incorrido no erro de as apagar sem intenção. Com isso em mente, limpa-

35

CMYK – abreviatura para o sistema de cores subtrativas formado por: Ciano (C), Magenta (M), Amarelo

(Y) e Preto (K).

Fig. 20 e 21 – Fase inicial do processo de aplicação da Layer mask.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 22 e 23 – Fase final da aplicação do processo de aplicação da layer mask.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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54

se todo o conteúdo exterior ao desenho, pelo contorno, passando por entre

todos os pêlos do corpo e asas e entre os segmentos das antenas (fig. 20 -23).

Dada por concluída a limpeza do desenho, passa-se ao início da

aplicação de cor. Nesta fase, há que recorrer às referências recolhidas na

pesquisa preliminar. Estas fotografias servem como paleta de cores, ao permitir

selecionar os tons nelas presentes, transportando-os para a ilustração.

Primeiramente coloca-se a layer do desenho monocromático em modo

de sobreposição multiply36. Neste modo, a layer (fig, 24 letra d) deixa

transparecer, nos tons que não sejam preto puro, a informação colocada numa

layer que lhe seja inferior.

Assim, criando uma layer inferior (fig. 24 letra e), aplica-se uma camada

de cor, que é a base do trabalho de coloração do exemplar. A ferramenta

usada para aplicar cor é o brush, ou pincel, em português. Com um diâmetro

alargado, preenche-se a área interior delimitada pelo desenho monocromático.

Esta camada não é dotada de grande detalhe, procura antes conviver com a

layer do desenho monocromático, na medida em que se limita a acrescentar

cor às texturas e volumetrias já criadas. Acertada essa camada de cor,

procede-se à criação de uma layer superior às anteriores (fig. 24 letra c). Nesta

layer o objetivo é desenhar os pormenores finais que conferem realismo à

ilustração.

36

Técnica digital que salvaguarda o desenho a preto e branco original, permitindo que a cor, aplicada em

camadas inferiores, transpareça nas zonas em que existe branco puro ou outros tons que não sejam

opacos.

Fig. 24 – Esquema de layers que determinam a cor.

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55

Além de traços mais afinados, trabalham-se também as texturas, criadas

pelas escamas das asas e os pêlos. Em simultâneo, procura-se dotar o

desenho de brilhos, pela aplicação de tons mais claros que o geral, fazendo

sobressair elementos como o pêlo no abdómen e no tórax e os pêlos na base

das asas.

Finalizado o processo acima descrito, é necessário proceder à

duplicação da asa ilustrada. Como primeiro exercício, selecionam-se as asas

que foram ilustradas, na layer do desenho monocromático. Estas são

duplicadas para outra layer, superior à do desenho original. São invertidas

horizontalmente (flip) para o lado oposto de forma a encaixar corretamente no

corpo da borboleta. Faz-se um ajuste, através da eliminação e adição de pêlos

e texturas, para que a junção entre estas partes não tenha um aspeto

recortado. O processo repete-se para as layers restantes, tendo o mesmo

cuidado em manter a uniformidade na junção.

Ao realizar a junção, procura-se uma representação que pareça o mais

realista possível. Tendo a duplicação bem definida, procede-se a uma

aplicação de sombras nas asas do lado direito, por forma a cumprir com a

Fig. 25 – Ilustração final da espécie Eurranthis plummistaria (Villers, 1789).

Tetyana Chkyrya, 2015.

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56

convenção de iluminação proveniente da esquerda do exemplar. Esta mesma

aplicação é feita na layer superior à do desenho monocromático (fig. 24 letra c).

Concluída a coloração da ilustração (fig. 25), o ficheiro é gravado em

três formatos: PSD (formato do Photoshop), que permite a edição posterior,

caso se prove necessário; TIFF para a impressão e finalmente em JPEG para

visualização.

3.1.2. Desenho tipo II

Este desenho tipo consiste num conjunto de temas de estudo que

diferem do teor das ilustrações realizadas no desenho tipo I. Estes não têm a

finalidade de fazer parte da publicação do livro “Cem Traças”, mas antes

auxiliar à realização das ilustrações para o livro. Esse auxílio consiste na

realização de estudos de observação e de técnica, dos quais constam:

1 - Antenas;

2 - Escamas;

3 - Comportamento;

4 - Silhuetas;

5 - Aguarela.

Seguidamente descreve-se, concretamente, o processo, técnicas e

materiais utilizados em cada um destes temas e em que consistiu a sua

contribuição para o projeto.

3.1.2.1. Antenas

Dentro deste tema foram realizados desenhos incidindo na observação

de antenas de borboleta ao microscópio estereoscópico (fig. 26 e 27). As

antenas, além de serem uma caraterística usada na distinção taxonómica, são

muitas vezes também importantes para a identificação do sexo entre

espécimes de determinada espécie. Com essa premissa, realizaram-se

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57

desenhos síntese, que permitiram adquirir conhecimento sobre a morfologia

desses elementos e, dessa forma, ter a capacidade de os representar

corretamente nas ilustrações do desenho tipo I.

Para a realização destes desenhos, recorreu-se à observação das

antenas de dois espécimes, ao microscópio. Para tal, escolheu-se um

espécime da espécie Biston betularia (Linnaeus, 1758) da Família

Geometridae, e um espécime da espécie Trichoplusia orichalcea (Fabricius,

1775), da Família Noctuidae. A necessidade de entender em detalhe as

antenas, nomeadamente os segmentos que compõem o efeito de “pluma” que

é tão particular dos Geometrídeos, incentivou este estudo, englobando também

a representação das antenas dos Noctuídeos.

Falando concretamente do processo de ilustração para este tema, o

primeiro passo foi a observação do espécime ao microscópio. Utilizando um

suporte que permite a fixação da borboleta na posição desejada, por baixo da

lente. Realizou-se então captura de imagens, através de uma aplicação37

que,

37

O software utilizado foi o AmScope, que permite ver as imagens em tempo real no computador e gravar

ao mesmo tempo. Permite ainda o controlo de vários fatores, como o brilho e contraste, equilíbrio de

cores, entre outros.

Fig. 26 e 27 – Microscópio usado ao longo do trabalho, na observação das espécies – Leica Mz 9.5 e

demonstração da colocação do exemplar para respetiva observação.

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58

ligando o microscópio ao computador, permite gravar o que está a ser

observado pela objetiva. Essas imagens são então impressas em tons de

cinza, com um contraste elevado. Posteriormente, são desenhadas em papel

vegetal (90 gr/m2), com recurso a uma mesa de luz. De seguida, à semelhança

das ilustrações do desenho tipo I, os desenhos são digitalizados e tratados no

Photoshop.

Os desenhos apresentados constituem dois níveis de observação, em

diferentes ampliações. Em primeiro lugar, observa-se as antenas no seu todo

(fig. 28). Estes desenhos servem de base para o desenho das antenas nas

ilustrações do tipo I.

Fig. 28 – Ilustrações de antenas em ampliação.

a- Antena de um noctuídeo (Trichoplusia orichalcea)

b- Antena de um geometrídeo (Biston betularia)

Grafite sobre papel vegetal e técnica digital, 14,8x21cm, Tetyana Chkyrya, 2015.

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59

Em segundo lugar, num registo de maior ampliação, foram realizados

desenhos que demonstram os segmentos ao longo do veio principal das

antenas em maior pormenor (fig. 29).

3.1.2.2. Escamas

Este tema de estudo almeja, de modo mais específico, mostrar como as

escamas se intercalam e a sua forma. Procura-se deste modo, compreender

realmente como são construídas determinadas zonas das asas, nesta espécie

em específico. Numa observação ao microscópio estereoscópico, observa-se

que a asa é recoberta por inúmeras escamas, e são estas que, cada uma com

uma cor, formam o padrão cromático das asas (fig.31). O desenho permite

fazer um registo isento de informação desnecessária, usando apenas a linha

de contorno e alguma textura (fig.32). O que interessa captar nesta imagem é a

forma das escamas e como se sobrepõem. Surgiu esta curiosidade de estudar

mais de perto este elemento, pela inclusão de um espécime de Trichoplusia

orichalcea (Fabricius, 1775) que apresenta a parte central das asas anteriores,

com um brilho dourado. Como meio de compreender a composição desse

Fig. 29 – Ilustrações de detalhes de antenas em ampliação.

a1- Detalhe da antena de um noctuídeo (Trichoplusia orichalcea)

b1- Detalhe da antena de um geometrídeo (Biston betularia)

Grafite sobre papel vegetal e técnica digital, 14,8x21cm, Tetyana Chkyrya, 2015.

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60

padrão, observou-se as escamas de perto. Entendeu-se que as escamas

apresentam, entre si, várias tonalidades e, em conjunto, ao reflectir a luz,

através da sua textura, causam esse brilho dourado (fig. 30).

Fig. 31 – Imagem microscópica das escamas da

asa de uma Trichoplusia orichalcea.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 32 – Ilustração a partir da imagem microscópica da asa

de uma Trichoplusia orichalcea.

Grafite sobre papel, 18,4x21cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 30 – Espécime de Trichoplusia orichalcea (Fabricius,

1775).

Fotografia: Tetyana Chkyrya, 2015.

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61

3.1.2.3. Comportamento

Neste tema de estudo introduzem-se duas ilustrações relacionadas com

comportamento ou mais especificamente – posturas de repouso. Para dar a

entender, de uma maneira geral, como a maior parte destas borboletas

repousa. Estão realizadas ilustrações para este tema a partir das famílias

Noctuidae (fig.34) e Geometridae (fig. 33) – espécies Trichoplusia orichalcea

(Fabricius, 1775) e Biston betularia (Linnaeus, 1758), respectivamente.

A técnica e metodologia usadas para estes estudos foram as mesmas

utilizadas no desenho tipo I, no entanto, não recorrendo à coloração no

desenho digital.

Fig. 33 – Ilustração de uma Biston betularia, em pose de repouso.

Grafite sobre poliéster, 21x29,7cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 34 – Ilustração de uma Trichoplusia orichalcea, em pose de repouso.

Grafite sobre poliéster, 21x29,7cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

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62

3.1.2.4. Silhuetas

Os desenhos realizados dentro deste tema têm o intuito de representar a

morfologia das borboletas, com o mínimo de informação, de forma a

proporcionar uma identificação mais imediata da espécie. Permite também uma

distinção entre as duas espécies.

Neste caso, o trabalho realizado é constituído por 2 ilustrações (figs.35 e

36), a partir dos mesmos espécimes do estudo de comportamento.

A realização deste estudo envolveu o desenho de linha de contorno a

tinta-da-china, sobre papel vegetal (90 gr/m2), com posterior preenchimento,

realizado digitalmente, usando a ferramenta de paint bucket38 no Adobe

Photoshop CS6. Os materiais usados nestes desenhos foram: Tinta-da-china

preta Gamma; aparos das marcas M.Myers and Sons, Hunt 104 e Gillot 170,

sobre papel vegetal.

38

Ferramenta paint bucket (lata de tinta) – ferramenta de Photoshop, que serve para preenchimento de

cor em áreas delimitadas. HODGES, E.R.S (Ed.) The Guild handbook of scientific illustration. 2nd

edition.

New Jersey, John Wiley & Sons. 2003., p.229.

Fig. 35 – Ilustração da silhueta de uma Trichoplusia

orichalcea.

Tinta-da-china sobre papel vegetal e técnica digital,

14,8x21cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 36 – Ilustração da silhueta de uma Biston

betularia.

Tinta-da-china sobre papel vegetal e técnica digital,

14,8x21cm. Tetyana Chkyrya, 2015.

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63

3.1.2.5. Técnica de aguarela

Esta técnica foi testada na fase inicial do trabalho prático. Conjuga a

técnica de grafite e PanPastel sobre poliéster, do desenho tipo I, com a técnica

de aguarela, enquanto meio de coloração da ilustração. Este método de pintura

surge como uma experiência para realizar as ilustrações principais, do desenho

tipo I. Tendo em vista tornar o trabalho realista e pormenorizado, permitindo

obter gradações suaves. Verificou-se que a pintura usando este método obteve

resultados quase iguais à técnica digital de coloração. No entanto, em

comparação, provou-se menos eficaz para realizar as ilustrações pois o tempo

gasto numa ilustração em aguarela é maior relativamente ao digital. Por outro

lado, não permite a correção de eventuais erros durante a sua execução, o que

atrasa mais o processo e, tendo em conta que o total de ilustrações realizadas

para o livro “Cem Traças” são 50, resolveu-se optar pela digital.

Fig. 37 – Ilustração da espécie Geodena sp.

Aguarela sobre papel.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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64

Este método foi usado unicamente na realização de uma ilustração de

teste (fig.37) funcionando como uma experiência.

Materiais usados: papel de aguarela de 250gr/m2, aguarela White Nights

e pincéis Escoda (Nº8) e Serie 7 Miniature (Nº1) da Winsor & Newton (fig. 38).

Fig. 38 – Materiais usados na técnica de aguarela

sobre papel.

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65

4. Resultados

Como resultado de todo o processo produziu-se um livro – “Cem Traças”

– e outros suportes, como: postais, autocolantes e t-shirts. Fizeram-se

exposições e apresentações do livro. Criaram-se páginas em redes sociais e

blog para divulgação.

4.1. O Livro “Cem Traças”

Como planeado desde o início, realizou-se a produção e publicação de

um livro, denominado “Cem Traças”. Este é o principal produto desta

dissertação, desenvolvida ao longo de dois anos.

Esta publicação contém 100 ilustrações e informação científica breve.

Contém informações essenciais sobre cada espécie em questão, como o

mapa, escala, etiqueta de coleção, o nome da espécie e da família. Optou-se

por não incluir informações adicionais, como a descrição das espécies, pelo

fato do livro não se assumir como um guia de identificação, mas antes como

um objeto que, apesar de apresentar informações científicas relevantes, está

mais ligado ao campo artístico.

O livro incorporou a necessidade de compilar ilustrações que

representem a coleção entomológica do MUHNAC.

Apresentou-se o livro à Direção do MUHNAC e o projeto foi aprovado,

tendo recebido orçamento para a edição. A Associação Tentáculo (fig.39 letra f)

é a principal editora, junto com os apoios do MUHNAC (fig. 39 letra g), da

Universidade de Lisboa (fig. 39 letra h) e do CE3C (Centre for ecology,

evolution and environmental changes) (fig. 39 letra i). Criou-se uma campanha

de crowdfunding39, na plataforma online PPL (fig. 40) a partir da qual foi

possível divulgar o projeto e financiar uma tiragem maior de exemplares do

livro “Cem Traças”.

39

A campanha de crowdfunding pode ser consultada em: http://ppl.com.pt/pt/prj/cem-tracas

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66

O nome do livro cria uma analogia entre a quantidade de ilustrações que

nele figuram e a premissa de transmitir a variabilidade das traças em

morfologia, cor e biodiversidade.

Fig. 40 – Logótipo da plataforma online, de

de crowdfunding.

F

G

H

I

Fig. 39 – Logótipos dos apoios da publicação do livro “Cem Traças”.

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67

4.1.1. Paginação do livro

A paginação e organização do livro “Cem Traças” foram planeadas

desde o início do projeto40

.

A metodologia adoptada para a criação e paginação do livro foi feita, na

íntegra, recorrendo aos programas Photoshop e Indesign. O Photoshop foi

usado, sobretudo, no tratamento e composição das imagens e o Indesign

usado para a paginação final, criando os ficheiros que são necessários à

produção na gráfica.

Inicialmente o formato estava pensado para um livro de bolso, no

entanto, com o prosseguir do projeto, surgiram novas informações para incluir.

Então, tendo em conta o espaço necessário para a aplicação das ilustrações,

junto com os vários elementos, optou-se por um aumento no formato para

120x185mm. Isto permitiu dar um destaque às ilustrações.

O modo como o conteúdo está organizado, foi projetado de modo a

proporcionar uma leitura fácil e simples.

Tendo em vista essa premissa e, ao mesmo tempo, a divulgação de

conhecimento científico, o livro está dividido em duas secções. Numa primeira

parte, expõe-se uma breve introdução à biologia e sistemática das borboletas

noturnas e ao conteúdo e organização do livro. É também englobada, nesse

texto, informação sobre o processo de ilustração de forma sucinta. Por fim é

feita uma última referência, que incide sobre a atividade e trabalho que são

realizados na coleção entomológica e como os espécimes são mantidos e

preservados na entomoteca.

Num segundo momento está presente uma breve introdução a todas as

famílias representadas. Em continuação desta mesma introdução, estão

presentes todas as 100 ilustrações realizadas.

Para todo o corpo de texto do livro foi utilizada a fonte Helvética que,

pela sua universalidade e simplicidade não-causadora de ruído, se enquadra

bem na leitura simples que se pretendeu obter.

40

HODGES, E.R.S (Ed.)The Guild handbook of scientific illustration. 2nd

edition. New Jersey, John Wiley &

Sons. 2003. Pág. 10

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68

Na capa (fig.41) resolveu-se colocar uma ilustração da espécie

Acherontia atropos (Linnaeus, 1758). Esta decisão foi tomada com base no

reconhecimento que esta espécie tem entre o público geral. O fundo preto tem

o propósito de realçar os tons e contrastes da ilustração da borboleta, dando

mais impacto à capa. A encadernação inclui lombada, com título da publicação

e o ano. A página de rosto (fig.42) é apresentada com uma ilustração distinta

da capa. A ilustração presente na capa é da autoria do colega Pedro Araújo,

enquanto esta é da autoria de Tetyana Chkyrya, autora deste relatório. Esta

escolha prendeu-se com a intenção de mostrar a variedade das borboletas

noturnas, mostrando que se podem confundir com a beleza das borboletas

diurnas e, ao mesmo tempo, representar um nível mais elevado de técnica na

ilustração. Na página de rosto inclui-se o título da publicação e um subtítulo

“Catálogo de Ilustrações de Lepidoptera da Coleção Entomológica do Museu

Nacional de História Natural e da Ciência”. Na contra capa, estão dispostos os

logótipos dos editores do livro e dos apoiantes. Justificado à esquerda,

encontra-se inserido o código de barras, com o ISBN da publicação. Outros

Fig. 41 – Mockup do livro “Cem Traças”.

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69

dados legais, como o depósito-legal do livro, apresentam-se no interior do livro,

nomeadamente na ficha técnica.

Seguidamente surge o índice (fig. 43). No índice está incluído um

sistema de cores que auxilia o leitor a identificar a família de cada espécie, ao

passar a paginação do livro.

Fig. 42 – Página de rosto do livro “Cem Traças”.

Fig. 43 – Índice do livro “Cem Traças”.

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70

A paginação das ilustrações (figs. 44 e 45) inclui vários elementos:

- Nome científico correspondente à espécie, acompanhado da cor indicativa da

família;

- Ilustração científica, centrada;

- Mapa com o local de colheita do exemplar da coleção, usado como referência

principal na criação da ilustração;

- Escala indicando a dimensão do exemplar. A escala equivale a um

centímetro;

- Etiqueta com o número de coleção do exemplar.

Fig. 44 – Páginas 28 e 29 do livro “Cem Traças”.

Fig. 45 – Páginas 74 e 75 do livro “Cem Traças”.

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71

Também se encontram presentes, no miolo do livro, prefácios da autoria

do investigador e curador na coleção entomológica do MUHNAC Luís Filipe

Lopes e do biólogo e ilustrador científico Pedro Salgado.

Na parte inicial do livro foi também importante a inserção dos currículos

dos dois ilustradores, de forma a divulgar os seus percursos artísticos e

promover os seus trabalhos e atividades, em conjunto e a solo.

4.2. Ações de divulgação

No campo da divulgação, ingressou-se em participações em

determinadas atividades que permitiram promover o projeto a partir do contato

com o público. Destas atividades, destacam-se: uma sessão de apresentação

do projeto no Museu Bordalo Pinheiro “Arte, Ciência e Ambiente”, no dia 14 de

Julho de 201541

. Nesta sessão foi apresentada a ideia ainda em fase de

desenvolvimento, mostrando ao público o valor da ilustração científica e o

conceito do livro.

Com maior aderência por parte do público, surge a participação na Noite

Europeia dos Investigadores, no dia 25 de Setembro de 201542

. Aqui se expôs

ao público o processo de ilustração, através de uma projeção de vídeo.

Disponibilizou-se um jogo didático, em forma de puzzle, para crianças, que

permitiu a interação com o público. A 29 de Outubro de 2015, participou-se na

sessão de apresentação do Programa de Educação Ambiental (PEA)

2015/201643

. Ao longo do desenvolvimento do projeto, surgiram convites para

entrevistas aos ilustradores, que também contribuíram para a promoção e

divulgação do livro. Primeiramente, foi feito um convite pela revista Wilder44

.

Mais tarde, surgiu a proposta de uma entrevista para o Canal Superior45

.

41

O cartaz do programa do evento pode ser consultado em: http://www.cm-

lisboa.pt/noticias/detalhe/article/conversa-a-volta-de-portugal-2055-no-museu-bordalo-pinheiro

42 O programa da Noite Europeia dos Investigadores pode ser consultado em:

http://noitedosinvestigadores.org/programa/

43

Pode ser consultado em: http://100tracas.blogspot.pt/2015/11/participacao-no-programa-de-

educacao.html

44

Pode ser consultada em: http://www.wilder.pt/historias/tetyana-e-pedro-foram-para-o-museu-e-

desenharam-100-borboletas-nocturnas/

45

Pode ser consultada em: http://informacao.canalsuperior.pt/noticia/20259#anchor

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72

4.2.1. Exposições

A 15 de Dezembro de 2015, inaugurou a exposição46

(figs. 46 e 47) no

Centro de Ciência Viva (CCV) da Floresta em Proença-a-Nova. Com 30

ilustrações expostas, acompanhadas de etiquetas de identificação, a exposição

surgiu por intermédio de uma proposta feita aos ilustradores, tendo sido

discutido o seu formato final entre os ilustradores e a organização do CCV.

Entre 16 de Dezembro de 2016 e 28 de Fevereiro de 2017, esteve

patente no MUHNAC a exposição “Cem Traças – Exposição de Ilustração

Científica”.

46

A informação pode ser consultada em: http://www.ccvfloresta.com/actividades/exposicoes-

temporarias/209-cem-tracas

Figs. 46 e 47 – Fotografias da exposição do projeto “Cem Traças”.

Figs. 48 – Convite para a exposição “Cem Traças” no MUHNAC, lançado em 2016.

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73

Figs. 49 – Fotografias da exposição “Cem Traças” no MUHNAC. 2016

Figs. 50 e 51 – Fotografias da exposição “Cem Traças” no MUHNAC. 2016.

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4.3. Aplicações

Foram criados meios de divulgação, digitais e físicos. Estes incluem um

blog47, onde está descrito todo o percurso do projeto. O blog, à semelhança do

livro, encontra-se bilingue, com textos em português e inglês. Para

complementar o blog, foi criada uma página de facebook48, procurando

abranger um público mais vasto. O facebook é uma via mais eficaz de manter o

contato e a partilha de conteúdos com o público.

Numa vertente ligada ao merchandising, foram criadas coleções de

postais e autocolantes (fig. 48), que têm vindo a acompanhar as apresentações

públicas do projeto. Foram planeadas t-shirts para entrar em produção em

2016.

47

Link para o blog: http://100tracas.blogspot.pt/

48

Link para a página de facebook: https://www.facebook.com/100tracas/

Figs. 52 – Autocolantes criados para acompanhar o projeto “Cem Traças”.

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5. Discussão

O trabalho realizado visou responder aos objetivos propostos de criação

de trabalho com vista à divulgação da diversidade de traças e da coleção de

insetos. Foram feitas diversas atividades de comunicação de ciência

Ao longo do desenvolvimento do trabalho encontraram-se algumas

condicionantes que levaram à tomada de opções específicas como meio de

resposta.

A primeira dessas questões foi a procura de coerência entre os dois

ilustradores por forma a criar ilustrações que tenham o mesmo rigor e nível de

informação entre si.

Em resposta a essa questão os dois ilustradores procuraram trabalhar

em contexto de atelier, partilhando ideias e experiências. Assim, puderam

identificar um estilo a seguir e orientar o seu traço próprio para esse fim

comum.

A segunda condicionante que se identificou diz respeito à iliteracia

científica dos ilustradores, na vertente da biologia e sistemática das borboletas

noturnas. Pontos como os procedimentos para a pesquisa de nomenclatura

científica das espécies invocaram mais horas e dedicação para obter

resultados.

Com o acompanhamento do curador, desde a pesquisa até à última

revisão dos desenhos foram sendo revelados métodos e ferramentas de

pesquisa, que ajudaram no avanço do processo, tanto teórico como prático.

Por fim, a nível de desenho o sucesso implicou inovação, na medida em

que foi necessário optar por uma técnica que pudesse ser rápida e funcional,

sendo capaz de ilustrar as espécies a figurar no livro “Cem Traças”.

Em resposta a essa condicionante foi trabalhada uma técnica, seguindo

a orientação do Professor Pedro Salgado, descrita no capítulo de “Desenho

tipo I”, que permitiu a abordagem mais rápida e fiel aos elementos visuais, para

se conseguir realizar o trabalho num prazo determinado, tendo em vista a

criação de um catálogo de ilustrações científicas, em parceria com o MUHNAC.

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Obtiveram-se conhecimentos na biologia e sistemática sobre as

borboletas noturnas que podem vir a ser usados futuramente, em novas

publicações e trabalhos ligados ao tema. Também o trabalho na coleção

entomológica se tornou uma mais-valia, tendo proporcionado uma

aprendizagem que vai para além da observação.

A junção dos meios analógicos com os meios digitais permitiu executar o

trabalho de forma mais veloz e eficiente. Este tema foi um dos pontos mais

produtivos e gratificantes. Graças às metodologias e técnicas criadas, pôde-se

dar corpo à publicação do livro “Cem Traças”, com 100 ilustrações, e receber o

apoio de várias instituições de cariz científico. Todo o trabalho de ilustração

resultou num afinar e superar da capacidade de desenho com rigor e

qualidade. Observando no apêndice de ilustrações a primeira ilustração (fig.

48) realizada e a última (fig.103), pode-se constatar essa evolução.

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6. Considerações finais

O objetivo principal deste trabalho foi cumprido com sucesso, tendo sido

produzidos uma grande quantidade de conteúdos e produtos que suportam a

comunicação de conhecimento científico e divugalção da coleção de insetos.

Os produtos e atividades realizadas foram mesmo mais além daquilo que foi

inicialmente previsto realizar neste projeto. Do ponto de vista do MUHNAC e da

coleção entomológica, este revelou-se também uma mais valia, ajudando à

divulgação do património natural aí depositado. Este projeto abriu ainda novas

portas para que no futuro sejam realizados mais iniciativas deste género no

âmbito da história natural.

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8. Apêndice de Ilustrações

Fig. 53 – Ilustração da espécie Nephele aequivalens

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 54 – Ilustração da espécie Coelonia fulvinotata

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig.55 – Ilustração da espécie Hippotion roseipennis

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 56 – Ilustração da espécie Hippotion celerio

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 57 – Ilustração da espécie Temnora fumosa

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 58 – Ilustração da espécie Euchloron megaera

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 59 – Ilustração da espécie Pseudoclanis tomensis

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 60 – Ilustração da espécie Pseudobunae tyrrhena

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 61 – Ilustração da espécie Pseudobunae tyrrhena

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 62 – Ilustração da espécie Cyligramma latona

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 63 – Ilustração da espécie Cyligramma latona

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 64 – Ilustração da espécie Antheua ornata

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 65 – Ilustração da espécie Balacra guillemei.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 66 – Ilustração da espécie Phiala sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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90

Fig. 67 – Ilustração da espécie Phiala sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 68 – Ilustração da espécie Bunaeopsis angolana.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 69 – Ilustração da espécie Cinabra hyperbius.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 70 – Ilustração da espécie Menophra maderae.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 72 – Ilustração da espécie Xenochlorodes nubigena

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 71 – Ilustração da espécie Ascotis fortunata.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 74 – Ilustração da espécie Scopula irrorata

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 73 – Ilustração da espécie Acontia lucida.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 76 – Ilustração da espécie Chrysodeixis chalcites.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 75 - Ilustração da espécie Agrotis trux.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 78 – Ilustração da espécie Euplexia dubiosa.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 77 – Ilustração da espécie Eumichtis albostigmata

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 80 – Ilustração da espécie Peridroma saucia.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 79 – Ilustração da espécie Noctua pronuba.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 82 – Ilustração da espécie Rhodometra sacraria.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 81 – Ilustração da espécie Phologophora wollastoni.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 84 – Ilustração da espécie Xestia c-nigrum.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 83 – Ilustração da espécie Spodoptera littoralis.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 86 – Ilustração da espécie Achaea lienardi

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 85 – Ilustração da espécie Epiphora macedoi.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 88 – Ilustração da espécie Cadarena pudoraria.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 87 – Ilustração da espécie Chiromachla sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 89 – Ilustração da espécie Chrysamma purpuripulcra.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 90 – Ilustração da espécie Trichoplusia orichalcea..

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 92 – Ilustração da espécie Proserpinus proserpina.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 91 – Ilustração da espécie Epiphora albida.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 93 – Ilustração da espécie Pachymetana fontainei.

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 94 – Ilustração da espécie Azygophleps inclusa

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 96 – Ilustração da espécie Arctia villica

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 95 – Ilustração da espécie Geodena sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 98 – Ilustração da espécie Adscita jordani

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 97 – Ilustração da espécie Biston betularia

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 100 – Ilustração da espécie Scoliopteryx libatrix

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 99 – Ilustração da espécie Antheua rodeosemena

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 102 – Ilustração da espécie Zeuzera pyrina

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 101 – Ilustração da espécie Merrifieldia sp.

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 104 – Ilustração da espécie Cerura iberica

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 103 – Ilustração da espécie Euchromia folleti

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 106 – Ilustração da espécie Eurranthis plummistaria

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 105 – Ilustração da espécie Miniodes discolor

Tetyana Chkyrya, 2015.

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Fig. 108 – Ilustração da espécie Trichoplusia orichalcea

Tetyana Chkyrya, 2015.

Fig. 107 – Ilustração da espécie Biston betularia

Tetyana Chkyrya, 2015.