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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE APLICAÇÃO DA ITIL E DA ISO/IEC 20000 NA GESTÃO DE SERVIÇOS DE SUPORTE EM MICROINFORMÁTICA EM UMA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA Por: Salvador Carafilakis Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

APLICAÇÃO DA ITIL E DA ISO/IEC 20000 NA GESTÃO DE

SERVIÇOS DE SUPORTE EM MICROINFORMÁTICA EM UMA

ORGANIZAÇÃO PÚBLICA

Por: Salvador Carafilakis

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

APLICAÇÃO DA ITIL E DA ISO/IEC 20000 NA GESTÃO DE

SERVIÇOS DE SUPORTE EM MICROINFORMÁTICA EM UMA

ORGANIZAÇÃO PÚBLICA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Pública.

Por: Salvador Carafilakis

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AGRADECIMENTOS

.....aos professores que me deram a

base e as condições de trilhar este

caminho, aos mestres que me guiaram

e iluminaram um bom pedaço deste,

aos colegas que cederam parte do

material pesquisado e aos autores

citados.....

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DEDICATÓRIA

.....dedica-se à minha mãe, principal

responsável por meus estudos, meu pai

(post mortem), por toda e qualquer ajuda

oferecida, minha companheira, que, do

seu jeito, dá as condiçôes de prosseguir

na minha vida acadêmica, meus filhos,

irmãos e amigos, por meu

desenvolvimento físico e mental na prática

de jogos e esportes dentro ou fora de

casa, e a todos os mestres, por todo

conhecimento transmitido e,

principalmente, a apresentação de um

vasto horizonte.....

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo propor um modelo de Gestão de Serviços de

Suporte em Microinformática baseado nas boas práticas da ITIL versão 2.0 e

nas recomendações da norma ISO/IEC 20000. O modelo proposto foi

customizado para aplicação em uma grande organização pública do governo, a

Seção Judiciária do Rio de Janeiro da Justiça Federal, em que mais de uma

centena de profissionais, entre servidores e terceirizados, atua atendendo

milhares de usuários que estão distribuídos em diversas regiões do estado.

No primeiro capítulo, é apresentado um histórico dos principais acontecimentos

na gestão de TI a partir da década de 80, em âmbito mundial, principalmente a

criação e utilização da ITIL pelo governo inglês.

O segundo capítulo trata dos conceitos gerais da ITIL e da ISO/IEC 20000, com

uma descrição dos livros da ITIL versão 2.0 e os processos que eles abrangem

e uma apresentação da ISO/IEC 20000 e suas recomendações.

O terceiro capítulo apresenta uma proposta de estruturação para a área de

Suporte em Microinformática da organização governamental escolhida, levando

em consideração as recomendações dos livros da ITIL versão 2.0 sobre

suporte de serviços e entrega de serviços e o atendimento aos requisitos da

norma ISO/IEC 20000.

Em fim, tenta-se demonstrar como uma organização pública pode adequar

seus processos às melhores práticas mundiais no gerenciamento de serviços

de TI, de forma a gerar resultados e benefícios para o negócio e para sua

evolução estratégica, por meio da melhoria das práticas atuais de Gestão de

Serviços de TI com base na biblioteca da ITIL e nas recomendações de

práticas adequadas, como a norma ISO/IEC 20000.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada partiu de uma pesquisa bibliográfica descritiva e

contemplou a revisão de literatura de casos de aplicação das melhores práticas

atuais de Gestão de TI, encontrados em bibliografia especializada, tal como:

revistas técnicas, apostilas, jornais, palestras, cursos e eventos relacionados

ao tema.

Em seguida, foi feito o levantamento de todos os dados relevantes e de

interesse quanto ao tema proposto da organização pública a ser estudada: a

Seção Juciária da Justiça Federal do Rio de Janeiro que, de forma

transparente, disponibiliza na sua Intranet várias informações relativas à sua

organização administrativa e os detalhes técnicos de cada subdivisão,

coordenação, seção e setor de sua estrutura corporativa.

Por fim, houve a elaboração de proposta de um modelo de Gestão de Serviços

de Suporte em Microinformática para a realidade da organização estudada, de

acordo com as melhores práticas adotadas mundialmente, tanto em

organizações governamentais quanto em empresas privadas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História 11

CAPÍTULO II - Os Conceitos 22

CAPÍTULO III – A Proposta 35

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 44

ATIVIDADES CULTURAIS 46

ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 50

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INTRODUÇÃO

Segundo Martins (2006), estar preparado para reagir de forma

tempestiva aos cenários de mudanças é um dos principais elementos

competitivos das organizações nos dias atuais. Para que as mudanças dentro

da área tecnológica possam acontecer para apoiar de fato os negócios, é

necessário haver um sincronismo perfeito da área de TI (Tecnologia da

Informação) com os objetivos estratégicos organizacionais. As mudanças

tecnológicas devem ocorrer em sintonia, de forma a propiciar o apoio

necessário para que as organizações atinjam suas metas.

Shimada (2008) destaca que acontecimentos recentes mostraram

grande fragilidade de processos, ferramentas e técnicas empregadas até

mesmo na gestão de grandes empresas listadas em bolsa de valores. Por este

motivo, existe uma forte demanda do mercado para a prática da governança

nas empresas abertas. Atualmente, as organizações são cada vez mais

dependentes da TI para satisfazer seus objetivos corporativos e para atender

suas necessidades de negócios.

Santos (2007) avalia a relevância dessa questão também para as

organizações públicas: ele lembra que o governo tem em suas mãos

informações e ativos que são de importância vital por estarem diretamente

ligados à vida dos cidadãos.

Muitos gestores públicos já estão sentindo a necessidade de gerenciar

todo esse universo por meio de sistemas integrados. Esses gestores pioneiros

começam a perceber que o investimento num sistema desse porte, que pode

ser bastante alto, tem retorno financeiro garantido, a longo prazo, e,

principalmente, traz benefícios em termos de agilidade e transparência, duas

características que são muito cobradas pela população e que, sem dúvida,

geram votos.

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Além da carência a ser suprida, continua Santos, a estabilidade

econômica também faz com que se pense em investir em tecnologia para

aprimorar os processos no setor público. Órgãos e autarquias que nunca

tiveram um sistema de gestão começam a direcionar verbas para atualização

tecnológica.

De acordo com Shimada, governança em TI é a busca da utilização de

recursos de TI com o objetivo de gerar resultados e benefícios para o negócio e

para a evolução estratégica da empresa. Ele enfatiza que mudanças na

legislação geraram a necessidade de empresas ou departamentos de

tecnologia da informação adequarem seus processos às melhores práticas

mundiais no gerenciamento de serviços de TI. Justamente, empresas buscam

essa adequação por meio da melhoria das práticas atuais de Gestão de

Serviços de TI com base na biblioteca ITIL [Gov 2003] e nas recomendações

de práticas adequadas, como a norma ISO/IEC 20000 [ISO 2005].

A implantação de boas práticas baseadas na Biblioteca de

Infraestrutura de TI (IT Infrastructure Library – ITIL) foi uma forma encontrada

pelo Governo Britânico para melhorar a entrega e suporte dos seus serviços de

TI. Nos livros que compõem o núcleo da biblioteca são descritos todos os

processos de suporte e de entrega de serviços de TI.

Esta biblioteca de infraestrutura é o mais acessível e estruturado

modelo para gerenciamento de serviço de TI atualmente disponível. A ITIL

considera todos os hardwares, softwares e telecomunicações sobre os quais a

aplicação dos sistemas e serviços é desenvolvida e entregue.

A biblioteca é formada por módulos que trazem as melhores práticas

retiradas de empresas públicas e privadas. Para formá-la, foram dedicados

vários anos de consultoria em empresas do setor público, grandes empresas

do setor privado e indústria de informática, fazendo dela o mais completo e

acessível guia para gerentes de serviços de TI.

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A orientação da Biblioteca de Infra-estrutura ITIL permite que as

organizações tenham, no mínimo, um bom padrão de qualidade de gestão de

serviços de TI. Os maiores resultados obtidos na utilização da ITIL estão nas

melhorias dos serviços oferecidos aos clientes e a redução dos custos e riscos.

A ITIL® é a abordagem ao gerenciamento de serviços de TI mais

largamente aceita no mundo e é uma estrutura de melhores práticas coesa,

projetada para os setores: público e privado, internacionalmente.

Descreve a organização dos recursos de TI para entregar valor ao

negócio, documenta processos, funções e papéis em IT Service Management

(ITSM). A ITIL é suportada por um esquema compreensivo de qualificações,

organizações de treinamento acreditadas e ferramentas de implantação e

controle.

De acordo com o livro de Planejamento dos Serviços da ITIL, devem-se

considerar diversas questões-chaves ao se planejar a implementação da

gestão de serviços. Qual é a visão que temos? Onde estamos agora? Onde

queremos estar? Como podemos ir daqui até lá? Como podemos verificar se

os marcos foram atingidos? Como manter o passo do movimento?

A Microinformática, uma subdivisão de TI, também possui necessidade

de adequar estes conjuntos de boas práticas às suas atividades rotineiras.

A proposta deste trabalho é, justamente, estudar e aplicar os conceitos

do modelo ITIL em conjunto com a ISO/IEC 20000 na elaboração e

apresentação de uma nova estrutura específica de organização da área de

Suporte para a Microinformática de uma Organização Governamental: a Seção

Judiciária do Rio de Janeiro da Justiça Federal, visando à melhor consecução

de seus objetivos organizacionais, definidos na Carta Magna e legislação

inferior, com efetividade, eficiência e eficácia, almejando sempre a excelência

de atendimento e a satisfação do “cliente”: o cidadão brasileiro ou estrangeiro.

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA

No início da década de 80, quando o conflito entre Inglaterra e

Argentina relativo à posse das Ilhas Falklands (ou Malvinas) se agravou, consta

que não foi possível ser atendida a primeira ordem de ataque comandada pelo

governo inglês, o quê, segundo a “lenda”, teria provocado um maior número de

baixas por parte dos combatentes argentinos, muito mais jovens e

despreparados.

Assim, uma grande e forte potência econômica e militar como a

Inglaterra, com uma armada tradicionalíssima, não conseguiu “entregar” um

serviço no momento adequado que o “negócio” guerra estava exigindo. Não

faltaram senso de oportunidade, infraestrutura adequada, pessoal preparado,

recursos financeiros, vontade política, determinação e estratégia. Apenas,

faltou um planejamento adequado e, principalmente, um gerenciamento

“holístico” dos recursos adequados para que uma decisão pudesse ser

cumprida instantaneamente!

Isto acabou mexendo com os brios britânicos e um grande esforço

(mais uma vez um esforço de guerra gera resultados positivos para a

comunidade mundial) foi desenvolvido, tanto no estudo de disciplinas para o

Gerenciamento de Serviços de TI (Tecnologia da Informação) como na

Segurança da Informação, grandes baluartes da logística e da execução de

uma estratégia de guerra.

O governo da Inglaterra, através da CCTA – Central Computer and

Telecommunications Agency (Agência Central de Computação e

Telecomunicações) e do BSI – British Standards Institute (Instituto Britânico de

Padrões), começou a desenvolver uma metodologia de Suporte e Entrega de

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Serviços de TI, a ITIL – Information Technology Infrastructure Library, hoje sob

custódia do OGC – Office of Government Commerce (Serviço de Comércio do

Governo), formada por uma série de livros que acabaram por constituir uma

biblioteca de conceitos, metodologias e referências que não só pretendeu

padronizar e organizar conceitos, como também difundi-los (através de itSMF –

Information Technology System Management Forum – Fórum de

Gerenciamento de Serviços de TI) para todas as organizações,

governamentais ou privadas, no sentido de obter dos recursos da tecnologia -

já bastante pluralizada e desenvolvida - o suporte e a benesse efetiva e eficaz

aos seus negócios, com custos parcimoniosos e controlados, negócios estes

que tanto já tinham investido verdadeiras fortunas, sem o almejado retorno,

“patinando” em processos viciados, reaproveitados e remanejados, ainda da

década de 70.

Isto se evidenciou para o mundo todo quando do Bug do Milênio. As

corporações pouco puderam fazer de re-engenharia de processos dada a

quase total ausência de documentação adequada dos sistemas e aplicativos

que tiveram que ser “corrigidos”. Novamente, muito dinheiro se gastou sem

praticamente conseguir melhorias nos processos de TI.

Ao longo da década de 90, os fóruns para discussão de ITIL

proliferaram na Europa, Ásia, Canadá e Estados Unidos, nesta ordem. Hoje já

temos o itSMF Brasil, constituído em 2004. Cabe a eles a missão de tornar viva

e renovada a chama das “melhores práticas” para o Suporte e Entrega dos

Serviços de TI, através da discussão e publicação de metodologias,

experiências, artigos, “cases” e biblioteca com conteúdo padronizado e de

recomendações técnicas e profissionais.

Paralelamente aos esforços que redundaram na constituição da ITIL, a

Inglaterra, também nesta mesma época, se debruçou sobre normas de

segurança da informação, fazendo com que esta disciplina fizesse parte

integrante da Biblioteca ITIL.

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Por muito tempo a área de TI tem se preocupado consigo mesma, com

uma visão mecanicista focada nos equipamentos, privilegiando os

investimentos em infraestrutura, aumentando capacidade de processamento,

capacidade de armazenamento, velocidade de transmissão etc.,

constituindo-se num mundo muito próprio e particular, esquecendo-se de que a

sua razão de existência é servir a humanidade, mais precisamente servir ao

“negócio”.

A grande rede mundial – a Internet - tem feito as corporações

enxergarem que “TI é o negócio” e “O negócio é TI”. Praticamente, nada se faz

hoje em dia sem os serviços de TI e, reconhecidamente, TI é insumo para

muitos negócios. Portanto TI, de há muito tempo, é o sangue que corre nas

veias dos negócios, mais precisamente no sistema venoso constituído pelos

Serviços de TI. O Sistema Nervoso que comanda e controla todos estes

recursos corporativos a serviço dos “resultados de negócio” é o que hoje está

sendo chamado de Governança de ICT (Information Communication

Technology), conjunto de metodologias, referências e preceitos para que toda a

Infraestrutura de Tecnologia e Telecomunicações – o verdadeiro Sistema

Ósseo e Cartilaginoso Corporativo – suporte, além do negócio, a Governança

Corporativa – exigência absoluta nestes tempos de “Era da Transparência” que

o mundo moderno vive, em busca da “continuidade do negócio” e do

“desenvolvimento sustentado”.

Conforme Magalhães (2007), o Gerenciamento de Serviços de

Tecnologia da Informação é o instrumento pelo qual a área pode iniciar a

adoção de uma postura pró-ativa em relação ao atendimento das necessidades

da organização, contribuindo para evidenciar a sua participação na geração de

valor.

Assim, transparência, redução e otimização de custos,

profissionalismo, probidade, postura preditiva, preventiva e pró-ativa,

capacidade de previsão, qualidade, produtividade e aderência são alguns dos

quesitos para suportar e entregar serviços de TI ao negócio.

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Tudo isto converge para os três principais objetivos do Gerenciamento

de Serviços de TI:

o Alinhar os serviços de TI com as necessidades atuais e futuras do

negócio;

o Melhorar a qualidade dos Serviços de TI entregues; e

o Reduzir o custo de longo prazo do fornecimento de Serviços de TI (CTO

- Custo Total de Propriedade e RDI – Retorno De Investimentos)

Desta forma, o Gerenciamento de Serviços de TI visa alocar

adequadamente os recursos disponíveis e gerenciá-los de forma integrada,

fazendo com que a qualidade do conjunto seja percebida pelos seus clientes e

usuários, evitando-se a ocorrência de problemas na entrega e na operação dos

serviços de Tecnologia da Informação.

Para alcançar este objetivo, a tática que vem sendo adotada é o

projeto, a implantação e o gerenciamento de processos internos da área de TI

de acordo com as práticas reunidas na InformationTechnology Infrastructure

Library (ITIL).

A filosofia ITIL tem uma abordagem voltada a processos intimamente

ligados e integrados, escaláveis, de forma a atender de pequenas a grandes

organizações de TI, calcada na adequada utilização dos três P (Produtos –

Tecnologia, Pessoas e Processos) de forma efetiva, eficiente, eficaz e

econômica no fornecimento de Serviços de TI de alta qualidade e inovadores,

alinhados aos Processos de Negócio.

Esta Biblioteca de Infraestrutura é o mais acessível e estruturado

modelo para gerenciamento de serviço de TI atualmente disponível. A

Biblioteca de Infraestrutura de TI considera todos os hardwares, softwares e

telecomunicações sobre os quais a aplicação dos sistemas e serviços é

desenvolvida e entregue.

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1.1 - A Gestão de TI nas Organizações

Moraes (2008) percebe atualmente a TI como parte integrante e

fundamental para as transformações ocorridas nas empresas, diante de um

novo cenário competitivo. Também, encontra aplicações de TI nos vários níveis

organizacionais (estratégico, tático e operacional). Neste contexto, a TI é

traduzida como um conceito abrangente, que envolve hardware, software,

telecomunicações, automação, recursos multimídia, recursos de organização

de dados, sistemas de informação, serviços, negócios, usuários e as relações

complexas envolvidas na coleta, uso, análise e utilização da informação.

Segundo Weill (2005), a Governança de TI se dá por meio da

especificação dos direitos decisórios e da estrutura de responsabilidades para

estimular comportamentos desejáveis na utilização da TI. Com base em um

estudo feito junto a 250 empresas de todo o mundo, Weill e Ross afirmam que

o valor de negócios de TI resulta diretamente de uma governança de TI eficaz.

Seu livro GOVERNANÇA DE TI: Tecnologia da Informação, com

ilustrações de sistemas de governança usados pelas empresas de melhor

desempenho nos setores público e com fins lucrativos (incluindo a Du Pont, a

UPS, a UNICEF, a State Street Corporation, a Motorola e a Panalpina), oferece

um modelo e as ferramentas para customizar um sistema de governança de TI,

em que a máxima é: pare de pensar em TI como função isolada e comece a

desenvolvê-la como uma competência organizacional.

Moraes destaca também a visão de Luftman (1996), onde a TI pode ser

dividida em dois segmentos: um engloba a infraestrutura, composta pelo

hardware, software, redes, Internet e banco de dados; o outro é formado pela

estratégia e informação, como mostra a Figura 1, em seguida.

Figura 1 – Divisão da TI em segmentos segundo a visão de Luftman

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Fonte: Moraes (2008) – Adaptado de Luftman, Jerry N. Competing in the information

age: strategic alignment in practice.

De acordo com Luftman, a evolução da TI está dividida em três eras:

era do controle de recursos, ou era da automação, onde o planejamento dos

sistemas de informação era focado na automação de processos e o papel do

administrador era apenas prover o controle dos recursos funcionais. Esta era

foi seguida pela era da arquitetura de sistemas de informação, que diz respeito

ao planejamento estendido à integração das funções. O planejamento era

usado para criar arquiteturas para suportar uma larga escala de aplicações do

sistema. E a última era, na qual as empresas estão inseridas até hoje, é a era

do alinhamento estratégico, na qual a TI é vista como oportunidade de

potencializar a integração interorganizacional do negócio, onde o papel do

administrador é definir e permitir novas potencialidades.

Na visão de Carr (2003), enfatiza Moraes, a TI sustenta operações do

negócio das empresas, tem papel de unir os elos da cadeia de valor e, cada

vez mais, integra a empresa a seus clientes e fornecedores. Entretanto, à

medida que aumenta a presença da tecnologia da informação na organização,

sua importância estratégica diminui, tratando a TI como commodity, da mesma

maneira que ocorreu com a energia elétrica e as ferrovias. Baseia-se no fato de

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que só tem vantagem competitiva quem possui algo que os concorrentes não

têm e que as funções básicas de TI estão à disposição de todos no mercado.

Mas, também, cita a existência da tecnologia proprietária pode ser fonte de

vantagem estratégica de longo prazo sobre os rivais.

Carr traça um paralelo com as ferrovias do início do século XIX,

quando os EUA lançaram seu plano de expansão ferroviária, com capacidade

de transportar mercadorias a longas distâncias, evento que mudou

profundamente a estrutura da indústria norte-americana. Com isto, trilhos,

linhas e cabos elétricos foram instalados a um ritmo acelerado. Entretanto,

destaca que o ponto fundamental se traduz no fato de o potencial de uma

tecnologia para diferenciar uma empresa das demais declina

proporcionalmente à medida que seu custo cai e torna-se disponível para

todos.

De acordo com o trabalho de Marques e Neto (2002), novamente

segundo Moraes, uns dos argumentos mais importantes dos pesquisadores

para justificar os investimentos em TI seriam: a melhoria da qualidade dos

produtos, notabilizar os serviços para o consumidor, oportunidade e

conveniência. Entretanto, organizações altamente informatizadas seriam

freqüentemente questionadas em função da grande quantidade de dados

produzidos, causando ineficiências sistêmicas, perda de energia criativa,

deficiência na coordenação de processos e métodos, estimulando até os atritos

internos.

Uma outra questão intrigante apresentada por Marques e Neto,

motivadora para este trabalho seria: cada vez mais as empresas estão

investindo e usando TI, mas, em muitos casos, por que os resultados ainda são

falhos? Uma das justificativas apresentadas, chamada Lei de Moore,

demonstra que a capacidade dos computadores dobra a cada 18 meses ou

menos. Ao contrário, o homem encontra dificuldades em lidar com as

tecnologias existentes e, pior, acompanhar sua evolução.

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De acordo com Albertin e Moura (2004), os avanços de tecnologia da

informação e comunicação têm provocado aumento significativo nas

economias de escala e de escopo, gerando grandes mudanças no

funcionamento e na gestão das empresas. A tecnologia tem auxiliado na

capacidade de manipular um grande volume de transações a um custo médio

decrescente, apoiar operações geograficamente dispersas por intermédio do

processamento distribuído e de oferecer novos produtos e canais de

distribuição.

1.2 - Modelos para Governança em TI

Para a maioria das organizações, a informação e a tecnologia que

suportam seu negócio representam seus bens mais valiosos. Não resta dúvida

sobre as vantagens do uso da tecnologia. Entretanto, para se chegar ao

sucesso de forma sustentável, a organização deve adotar um modelo de

gestão que possibilite eficiência e eficácia no uso da tecnologia, face às áreas

de negócio que exigem cada vez mais qualidade, flexibilidade e disponibilidade

a um custo cada vez menor.

Gráfico 1 - Modelos de Governança de TI Adotados por Empresas Brasileiras

Fonte: Moraes (2008) e itSMF, Novembro de 2007, acesso em http://www.itsmf.com.br

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Uma pesquisa realizada em 2007 pelo itSMF (IT Service Management

Fórum Brasil), envolvendo cerca de 200 empresas, demonstra a aceitação do

mercado brasileiro à adoção das melhores práticas em TI. De acordo com a

pesquisa, cujos resultados estão evidenciados no Gráfico 1, do tipo pizza, 23%

das empresas investem em ITIL e 10% em ISO 20000, percentuais que

demonstram claramente a importância da proposta desta monografia. Os

principais modelos de Gestão de TI apontados pela pesquisa foram, em ordem

de importância:

1) ITIL - Information Technology Infrastructure Library;

2) COBIT – Control Objectives for Information and related Technology;

3) BSC – Balanced Scorecard;

4) ISO 20000;

5) PMBOK – Project Management Body of Knowledge; e

6) CMMI - Capability Maturity Model Integration.

Na Figura 2, são relacionados os principais modelos de Gestão de TI

apontados pela pesquisa com seus respectivos focos de atuação.

Figura 2 - Modelos de Governança de TI

Fonte: Moraes (2008)

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O BSC é um sistema concebido por Kaplan e Norton (1997) e foi

estruturado para integrar medições de desempenho e análise consistente de

informações com a missão e estratégia das companhias. Ele permite que o

negócio seja visto a partir de quatro perspectivas importantes: do cliente, das

finanças, dos processos internos e do aprendizado e crescimento.

O modelo do COBIT se baseia em cinco pilares fundamentais, cada um

com seu respectivo foco: alinhamento estratégico, valor agregado,

gerenciamento de recursos, gerenciamento de riscos e medição de

desempenho. Ele é um modelo genérico que representa todos os processos

normalmente encontrados nas áreas de TI, proporcionando uma referência

comum entre diversos níveis hierárquicos, desde operacional até estratégico.

A ITIL, Biblioteca de Infraestrutura de TI, é uma estrutura de padrões e

melhores práticas para gerenciar os serviços e a infraestrutura de TI. É a

abordagem mundialmente mais difundida e adotada para o Gerenciamento de

Serviços de TI (Service Management). ISO/IEC 20000 integra a abordagem de

processo baseados no sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2000, pela

inclusão do ciclo PDCA (Planejar, Construir, Executar e Monitorar), e exigência

da melhora contínua.

O PMBOK formaliza diversos conceitos em gerenciamento de projetos,

como a própria definição de projeto e do seu ciclo de vida, reconhece 5 grupos

de processos de gerenciamento de projetos e 9 áreas de conhecimento.

O propósito básico do CMMI é fornecer orientação para a melhoria dos

processos de uma organização e sua habilidade em gerenciar o

desenvolvimento, aquisição e manutenção de produtos ou serviços.

É importante ressaltar a existência de vários outros modelos de

governança, inclusive não citados na referida pesquisa, mas que não serão

apresentadas ou citadas neste trabalho, por fugir de seu escopo.

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Apesar de cada modelo ter um foco diferente, eles não são

mutuamente excludentes (Mingay e Bittinger, 2002). Podem ser combinados

para prover um melhor gerenciamento da tecnologia, garantindo não só o

suporte tecnológico necessário para que a organização atinja seus objetivos

estratégicos com qualidade e preço competitivo mas também a satisfação dos

seus clientes.

Rubin (2004) chama essa combinação dos modelos de “mix de gestão”.

Segundo a autora, para muitas empresas, a adoção de um desses modelos

pode não ser suficiente. A melhor opção pode ser a combinação de mais de um

modelo, conforme demonstra a Figura 2.

O uso de modelos de gestão de TI vem crescendo à medida que a

competitividade do mercado força as empresas a se preocuparem cada vez

mais com a qualidade dos serviços prestados e com os custos de suas

operações, pois esses modelos permitem um melhor gerenciamento do nível

de serviço por meio da padronização.

No caso das organizações públicas brasileiras, em função da

complexidade administrativa e das restrições orçamentárias, adotar um modelo

de governança em TI e implantá-lo de forma integral pode ser um projeto difícil

e muito longo.

A solução para essas organizações pode estar na implantação de parte

de um modelo ou da combinação deles, ou seja, adequar o modelo escolhido

para a realidade de cada uma das organizações, colocando em prática as

recomendações consideradas mais relevantes para a organização.

Com base nesta idéia, de implantação parcial e combinação de

modelos, foi elaborada a nova estrutura da área de Suporte à Microinformática

proposta neste trabalho, em que se procurou atender em conjunto os requisitos

da ITIL e da ISO/IEC 20000.

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CAPÍTULO II

OS CONCEITOS

Foram utilizados neste trabalho, como base de reflexão, dois conjuntos

de elementos de boa prática de gestão de tecnologia da informação:

1. ITIL versão 2.0 (Information Technology Infrastructure Library):

conjunto de melhores práticas capazes de promover a qualidade dos serviços

no setor de tecnologia da informação. Foi desenvolvido no final dos anos 80

pelo OGC (Office of Government Commerce) para o governo britânico. ITIL

fornece a base para o aprimoramento do uso e efetividade da infraestrutura de

TI.

2. ISO/IEC 20000:2005: evolução da norma BS15000 do instituto

British Standards. Esta norma representa o primeiro conjunto mundial de

padrões para gestão de serviços de tecnologia da informação.

2.1 - ITIL versão 2.0 – Descrição dos Livros da ITIL

A ITIL tornou-se padrão de fato na gestão de serviços de TI e consiste

em melhores práticas, treinamento, certificações, consultoria e ferramentas.

Infraestrutura é o termo utilizado para descrever hardware, software,

procedimentos, instalações e pessoas especializadas para fazer a operação e

suporte de serviços de TI.

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Figura 3 – Conjunto de Livros da ITIL versão 2.0

Fonte: Shimada e Costa Júnior (2007)

A Figura 3 ilustra os sete (7) livros que descrevem a biblioteca de

melhores práticas da ITIL versão 2.0:

· Suporte a Serviços (Gerenciamento de Serviços);

· Entrega de Serviços (Gerenciamento de Serviços);

· Gerenciamento de Aplicações;

· Gerenciamento da Infraestrutura de TI e telecomunicações;

· Gerenciamento de Segurança;

· Planejamento para Implementar o Gerenciamento de Serviços de TI;

· Perspectiva de Negócios.

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2.1.1 - Suporte a Serviços

O livro de Suporte a Serviços assegura que o cliente tenha acesso a

serviços apropriados para suportar funções de negócio. Abrange Service Desk,

Gerenciamento de Incidentes, Gerenciamento de Problemas, Gerenciamento

de Configuração, Gerenciamento de Mudanças e Gerenciamento de Liberação.

2.1.2 - Entrega de Serviços

O livro de Entrega de Serviços cobre o serviço que o negócio demanda

do fornecedor para proporcionar suporte adequado aos usuários corporativos.

Abrange Gerenciamento de Capacidade, Gerenciamento Financeiro para

Serviços em TI, Gerenciamento da Disponibilidade, Gerenciamento do Nível de

Serviço e Gerenciamento da Continuidade.

2.1.3 - Gerenciamento de Aplicações

O livro de Gerenciamento de Aplicações abrange o ciclo de vida do

desenvolvimento de software, expandindo as questões tratadas

superficialmente em suporte ao ciclo de vida de software e teste de Serviços de

TI. Gerenciamento de Aplicações também fornece detalhes sobre mudanças no

negócio, com ênfase em definições claras de requisitos e na implementação de

soluções para satisfazer as necessidades do usuário de negócio.

2.1.4 - Gerenciamento da Infraestrutura de TI e

Telecomunicações

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O livro de gerenciamento da infraestrutura cobre todos os aspectos do

Gerenciamento de Infraestrutura de TI e de telecomunicações, desde a

identificação dos requisitos do negócio, passando pelo processo de proposta,

até o teste, a implementação da instalação e a operação e otimização

contínuas dos componentes de TI e infraestrutura de redes de computadores e

serviços de TI.

2.1.5 - Gerenciamento de Segurança

O livro de gerenciamento da segurança aborda a Segurança do ponto

de vista do fornecedor de serviços. Identifica e indica o nível de segurança

necessário para fornecimento do serviço total à organização.

2.1.6 - Planejamento para Implementar a Gestão de

Serviços de TI

O livro de Planejamento da implementação do ITSM (IT Service

Management – Gestão de Serviços de TI) explica os passos necessários para

uma organização identificar os benefícios que pode esperar da ITIL e como

começar a colher estes benefícios. Ajuda as organizações a identificar seus

pontos fortes e fracos e, conseqüentemente, reforçar os primeiros e superar os

últimos.

2.1.7 - Perspectiva de Negócios

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O livro de perspectiva de negócios oferece conselhos e orientação para

ajudar o pessoal de SI entender como pode contribuir para os objetivos do

negócio e como suas funções e seus serviços podem ser mais bem alinhados e

explorados para maximizar esta contribuição.

Para este trabalho foram adotados os livros de Service Support e

Service Delivery. Estes livros constituem o ITSM (Gestão de Serviços de TI),

como mostrado na Figura 4, e descrevem os processos-chaves que

organizações de TI devem implementar para oferecer serviços de TI com maior

eficiência para seus clientes.

Figura 4 - ITSM – Gerenciamento de Serviços de TI

Fonte: Shimada e Costa Júnior (2007)

2.2 - ITIL versão 2.0 – Service Support

Este livro da ITIL abrange processos de suporte do serviço de TI que

são necessários para se manter a qualidade dos serviços na operação, no

dia-a-dia.

O Service Support foca os processos operacionais. Descreve os

componentes relacionados para prover estabilidade e flexibilidade para os

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serviços de TI. Estes consideram aspectos de impacto em curto ou em longo

prazo. Os processos de suporte do serviço são:

· Central de Serviços;

· Gerenciamento de Incidente;

· Gerenciamento de Problema;

· Gerenciamento de Configuração;

· Gerenciamento de Mudança;

· Gerenciamento de Liberação.

A Central de Serviços (ou Service Desk) deve ser o único ponto de

contato entre o usuário e a área de TI. Sua principal tarefa é coordenar as

ações de suporte aos usuários/clientes, internos ou externos. Pode funcionar

tanto como call center quanto help desk, sendo que a quantidade de serviços e

a especialização técnica dos funcionários, costumeiramente, são maiores no

help desk que no call center. O service desk é uma função e não um processo.

Um incidente é qualquer evento que não faz parte da operação normal

do serviço, e pode causar sua interrupção ou a redução da qualidade. O

objetivo do Gerenciamento de Incidente é o de restaurar e normalizar o serviço

o mais rapidamente possível, garantindo a disponibilidade do ambiente de

produção e mantendo os níveis de serviço.

Um problema descreve uma situação de incidente, real ou potencial,

recorrente (repetitivo) ou com alto impacto, cuja causa seja desconhecida. O

Gerenciamento de Problema trata de identificar a causa-raiz através do

processo de controle de problemas recorrentes, que consiste em identificar,

documentar e analisar o problema, com o objetivo de prevenir a recorrência de

incidentes. Também trata do gerenciamento pró-ativo de problemas,

utilizando-se de medidas preventivas, como a identificação de problemas

potenciais e a análise de tendências, visando à prevenção e redução de falhas.

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Gerenciamento de Configuração deve manter informações sobre a

infraestrutura de TI para garantir que estas sejam confiáveis e estejam

atualizadas.

Deve facilitar, efetivamente, o planejamento, liberação e

implementação de mudanças no ambiente de TI, minimizando riscos e seus

impactos. O gerenciamento de configuração deve manter uma base de dados

com registros de controle do status de itens de configuração para subsidiar

outras subdivisões da ITIL. Um item de configuração pode ser software,

hardware, toda documentação associada e recurso humano.

O Gerenciamento de Mudança assegura mudanças rápidas, fáceis,

consistentes e autorizadas. Trata da aplicação de métodos, procedimentos e

controle de alterações do ambiente de um estado conhecido para um novo

estado. Tem como objetivo minimizar impactos das alterações do ambiente de

produção. Mudança é toda alteração em itens de configuração que modifique o

estado atual do ambiente de TI. Cabe às diversas equipes de TI negociar com

o gerenciamento de mudanças uma agenda para determinada data, e fica a

cargo do service desk formalizar a mudança ocorrida no ambiente para os

usuários. Uma monitoração deve ser feita, visando garantir seus resultados

positivos ou agilizar o retorno do ambiente caso os resultados não sejam os

esperados.

O Gerenciamento de Liberação é responsável para implantar as novas

versões, tanto de software assim como de hardware, no ambiente operacional

da empresa, utilizando processos já vistos acima de gerenciamento de

configuração e de mudanças. Deve garantir que todas as implementações e

modificações de serviços sejam compatíveis, licenciadas e apropriadas para o

ambiente de produção. O objetivo do gerenciamento de liberações é o de

assegurar que todo item de configuração que entre em operação não

desestabilize o ambiente de produção.

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2.3 - ITIL versão 2.0 – Service Delivery

Neste livro da ITIL, abordam-se os processos que visam entregar

serviços de TI com qualidade. O Service Delivery foca processos táticos.

Descreve os processos necessários para a entrega de serviços de TI com

qualidade e custo justificável. Estes processos têm uma natureza de processos

táticos, no sentido de planejar como fazer o atendimento de necessidades da

área de TI. Os processos da ITIL para entrega de serviços são:

· Gerenciamento de Nível de Serviço;

· Gerenciamento de Disponibilidade;

· Gerenciamento de Capacidade;

· Gerenciamento Financeiro;

· Gerenciamento de Continuidade.

A principal meta do Gerenciamento do Nível de Serviço é gerenciar

contratos, para manter e melhorar a qualidade dos serviços de TI. Para atingir

esta meta é necessário um ciclo constante envolvendo planejamento, acordos,

definições, monitoração, documentação e também constante revisão das metas

e acordos de nível de serviço da área. Tem como tarefas básicas estabelecer

quais serão os serviços prestados pela área, gerenciar níveis de serviços,

revisar, quando necessário, acordos de níveis de serviço e implantar esses

acordos dentro da área de TI.

O Gerenciamento da Disponibilidade gerencia o presente. Tem como

principal incumbência garantir a disponibilidade dos serviços conforme

determinado pelos acordos de níveis de serviço, tanto internos quanto com

clientes. Deve otimizar a capacidade de infraestrutura para entregar os serviços

de TI a um custo adequado, elaborando um plano, que visa preparar a previsão

de disponibilidade e planejar quais serão os indicadores de qualidade

requeridos.

Dois riscos são críticos: (i) falta de preocupação com o custo para

prover disponibilidade, e (ii) falta de conhecimento sobre a infraestrutura

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vigente na empresa. Quando estes riscos são devidamente mitigados, o

principal benefício obtido é a otimização de desempenho dos recursos de TI,

que reduz a freqüência de indisponibilidade no ambiente de produção.

O Gerenciamento da Capacidade gerencia capacidade atual e futura.

Tem como missão garantir que esta esteja de acordo com os requisitos do

negócio, a um custo adequado, inclusive, check-up preventivo, crescimento

vegetativo e novos negócios. Isto deve ocorrer quando há o balanceamento

entre custo e capacidade, e também entre oferta e demanda de recursos. O

principal ganho obtido com o gerenciamento de capacidade diz respeito

justamente à eliminação de desperdícios com capacidade desnecessária e

eliminação de compras desnecessárias de recursos materiais de TI.

O Gerenciamento Financeiro dos serviços de TI gerencia o custo dos

serviços da TI. Tem a função de identificar, calcular, monitorar e alocar custos

de serviços prestados aos clientes, possibilitando que a área de TI opere como

uma unidade de negócios autônoma, e visando otimizar a gestão econômica

dos recursos de TI. Esta gerência é responsável pelo orçamento, contabilidade

de custos e cobrança dos serviços. Todas as despesas com serviços de TI

devem ser registradas e o custo dos serviços, repassado aos clientes de forma

justa e transparente, o que implica em repasse mais detalhado possível.

O Gerenciamento de Continuidade de serviços gerencia o desastre,

inclusive, plano de recuperação de desastres, sobrevivência do negócio e

riscos. Analisa as ameaças e seus impactos para os serviços de TI, tomando

medidas preventivas e elaborando estratégias mitigadoras de riscos relevantes

ao negócio. É importante realizar análise de riscos focada na continuidade do

negócio, elaborar planos de recuperação de recursos e serviços de TI, efetuar

testes práticos para assegurar a veracidade e eficácia dos planos de

recuperação, assegurar o conhecimento destes planos pelos funcionários,

realizar treinamento destes para enfrentarem situações adversas.

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Figura 5 - Processos do ITSM – Gerenciamento de Serviços de TI

Fonte: Shimada e Costa Júnior (2007)

A Figura 5 ilustra os processos do ITSM, de Gerenciamento de

Serviços de TI, que inclui os livros de Service Support e de Service Delivery.

2.4 - Tipos de Certificação ITIL

A ITIL tem diversas certificações para profissionais de TI:

· ITIL Foundations - garante o entendimento dos termos básicos,

conceitos e relacionamento entre os processos da ITIL;

· ITIL Practitioner - certifica a habilidade prática e especializada em um

processo ITIL;

· ITIL Service Management - fornece um certificado internacionalmente

reconhecido de que o profissional possui habilidade para implementar e

gerenciar serviços de TI.

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2.5 - ISO/IEC 20000 – Gerenciamento de Serviços de TI

Nos anos 1990, a ITIL ganhou o suporte do instituto de padrões

britânico, e foi entendido e adotado como BS 15000 (Código de Práticas de

Gestão de Serviços de TI). A 2ª edição do BS 15000, incorporando a

certificação, foi lançada em junho de 2003.

A Austrália seguiu este exemplo em julho de 2004, lançando a

AS 8018 ICT, gestão de serviços baseada no BS 15000. O desenvolvimento de

um padrão internacional baseado no BS 15000 foi rapidamente seguido pelo

comitê técnico conjunto da ISO (International Organization for Standardization).

Em dezembro de 2005, os países membros da ISO concordaram em

adotar o padrão ISO/IEC 20000, baseado na BS 15000. Com isto, o padrão

britânico BS 15000 foi retirado e, atualmente, espera-se que o AS 8018 ICT

também seja retirado, quando a norma ISO/IEC 20000 for adotada pelo comitê

de padrões nacional australiano.

O padrão ISO/IEC 20000 compreende duas partes:

Parte 1 – Especificação. Promove a adoção de uma abordagem de

processo integrada para efetivamente entregar serviços dirigidos ao encontro

das necessidades do negócio e requisitos do cliente (ISO/IEC 2005a);

Parte 2 – Código de prática. Fornece orientação e recomendações

baseadas no consenso de indústria para promover melhoras no planejamento

de serviços e/ou buscar auditoria pela norma ISO/IEC 20000-1:2005 e pelos

seus auditores (ISO/IEC 2005b).

Esta norma tem como escopo definir requisitos para o correto

gerenciamento de uma empresa prestadora de serviços de TI para garantir a

entrega de serviços de qualidade aos clientes.

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São requisitos da norma: definição de políticas, objetivos,

procedimentos e processos de gerenciamento para garantir a qualidade e

efetividade na prestação de serviços de TI.

Os processos da ISO/IEC 20000 são:

· Processos de Planejamento e Implementação;

· Processos de Entrega de Serviços;

· Processos de Relacionamento;

· Processos de Resolução;

· Processos de Gerenciamento de Liberação; e

· Processos de Controle.

A ISO/IEC 20000 integra a abordagem de processo com base no

sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2000, pela inclusão da metodologia

conhecida como PDCA (Plan-Do-Check-Act), e na exigência da melhora

contínua para os processos de planejamento e implementação de serviços, e

consiste de quatro tarefas básicas:

i) Plan: estabelece os objetivos e processos necessários para entrega

dos serviços com qualidade;

ii) Do: implementa os processos estabelecidos no plano;

iii) Check: monitora e estabelece métricas para os processos visando

confirmar se os mesmos estão sendo executados com qualidade;

iv) Act: toma ações que visam à melhoria contínua dos processos e dos

resultados gerados por estes.

A primeira atividade de processos de entrega de serviços está na

elaboração de acordos de níveis de serviço que são realizados entre as áreas

solicitantes e a área de gestão de serviços de TI. A exemplo do service delivery

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da ITIL citado acima, os processos de entrega de serviços na ISO/IEC 20000

tratam ainda das atividades de emissão e distribuição de relatórios acerca da

disponibilidade e continuidade dos serviços, orçamento e contabilidade de

custos e gerenciamento da capacidade.

Os processos de relacionamento na ISO/IEC 20000 tratam do

relacionamento entre o prestador de serviços de TI e seus clientes, inclusive,

identificação das necessidades dos clientes e gerenciamento de mudanças

destas necessidades. Inclui ainda atendimento de reclamações e processo de

escalação de problemas urgentes, caso os mesmos não sejam resolvidos pelo

processo comum. Também, deve-se obter feedback do cliente através da

medição do seu nível de satisfação.

Os processos de resolução, liberação e controle na ISO/IEC 20000

tratam de atividades de tratamento de incidentes e de problemas, de

gerenciamento de configurações, de gerenciamento de mudanças e de

gerenciamento de liberações.

A primeira parte do padrão contém dez seções: 1) escopo; 2) termos e

definições; 3) requisitos de um sistema de gestão; 4) planejamento e

implementação de gestão de serviço; 5) planejamento e implementação de

serviços novos ou modificados; 6) processos de entrega de serviço;

7) processos de relacionamento; 8) processos de resolução; 9) processos de

controle; e 10) processos de entrega.

A segunda parte do padrão fornece a orientação a auditores e oferece

a ajuda a organizações que buscam auditorias pela norma ISO/IEC 20000 ou

estão planejando melhoras em serviços (ISO/IEC 2005b).

CAPÍTULO III

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A PROPOSTA

A proposta deste estudo foi elaborada levando em conta os livros da

ITIL versão 2.0 sobre Service Support e Service Delivery e das recomendações

da norma ISO/IEC 20000 - Gerenciamento de Serviços de TI.

A Tabela 1 mostra a subdivisão das áreas do Suporte à

Microinformática e o atendimento aos requisitos da ITIL versão 2.0 e da norma

ISO/IEC 20000.

Tabela 1 - Subdivisão das áreas e requisitos da ITIL e da ISO20000

Seção ITIL versão 2.0 ISO/IEC 20000

Acordos e Gerenciamento de

Mudanças

Gerenciamento de Nível de Serviço

Gerenciamento Financeiro

Gerenciamento de Mudanças

Serviço de Relatórios

Gerenciamento de Relacionamento

Gerenciamento de Fornecedor

Planejamento de Serviços

Gerenciamento de Nível de Serviço

Gerenciamento de Mudanças

Gerenciamento de Disponibilidade

Gerenciamento de Capacidade

Gerenciamento de Relacionamento

Gerenciamento de Fornecedor

Gerenciamento de Disponibilidade

Gerenciamento de Capacidade

Controles Internos Gerenciamento de Continuidade Gerenciamento de Fornecedor

Segurança da Informação Gerenciamento de Segurança da

Informação

Gerenciamento de Segurança da

Informação

Suporte de 1º Nível Central de Serviços

Gerenciamento de Incidente Gerenciamento de Incidente

Suporte Especialista Gerenciamento de Problema Gerenciamento de Problema

Consultoria em

Microinformática

Consultoria e Avaliação de Novas

Tecnologias

Consultoria e Avaliação de Novas

Tecnologias

Homologação de Hardware e

Software

Gerenciamento de Configuração

Gerenciamento de Liberação

Gerenciamento de Configuração

Gerenciamento de Liberação

Distribuição de Software Gerenciamento de Configuração

Gerenciamento de Liberação

Gerenciamento de Configuração

Gerenciamento de Liberação

Fonte: Adaptado de Shimada e Costa Júnior (2007)

A Figura 6 ilustra uma proposta para a estruturação do serviço de TI

na área de suporte à microinformática da organização pública escolhida.

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Figura 6 - Proposta de organização do Suporte à Microinformática

Fonte: Adaptado da proposta de Shimada e Costa Júnior (2007)

O organograma proposto na Figura 6 contempla as seguintes seções:

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i) Acordos e Gerenciamento de Mudanças;

ii) Planejamento de Serviços;

iii) Controles Internos;

iv) Segurança da Informação;

v) Suporte de 1º. Nível;

vi) Suporte Especialista;

vii) Consultoria em Microinformática;

viii) Homologação de Hardware e Software;

ix) Distribuição de Software.

3.1 - Acordos e Gerenciamento de Mudanças

A Seção de Acordos e Gerenciamento de Mudanças deve estabelecer

os acordos de níveis de serviço e efetuar o relacionamento com os clientes,

inclusive tratar das mudanças destes contratos. Além disso, deverá prover

periodicamente os relatórios com indicadores de qualidade e custos dos

serviços prestados.

3.2 - Planejamento de Serviços

A Seção de Planejamento de Serviços trata do gerenciamento do

provimento dos serviços, inclusive o gerenciamento da disponibilidade, da

continuidade e da capacidade dos serviços, sempre levando em conta os

acordos de níveis de serviço estabelecidos pela Seção de Acordos e de

Gerenciamento de Mudanças.

3.3 - Controles Internos

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A Seção de Controles Internos tem por objetivo principal administrar as

atividades da área de Microinformática, baseando-se em controles e métricas

que visam garantir a qualidade dos serviços prestados. Ela acompanha

periodicamente os resultados apresentados pelas seções, verificando e

auditando os relatórios apresentados. Esta seção efetua também a atividade

muito importante de controlar licenças de software.

3.4 - Segurança da Informação

A Seção de Segurança da Informação é responsável pela definição da

política, diretrizes e procedimentos para tratamento de informações que

agregam valor à sua competitividade e que possam causar impactos no seu

desempenho financeiro, na sua participação no mercado, na sua imagem ou no

seu relacionamento com as partes interessadas. Ela trata da informação nos

aspectos físico, lógico e comportamental, preservando sua confidencialidade,

integridade e disponibilidade.

A Seção de Segurança deve interagir junto com outras seções tais

como a de Controles Internos, Suporte de 1º Nível e Suporte Especialista para

manter a padronização do ambiente de estações de trabalho, inclusive sistema

operacional e principais aplicativos. A Seção de Homologação deve realizar

testes de adequação à segurança do ambiente para garantir que qualquer

produto novo, quando instalado, não venha a ferir nenhuma norma de

segurança da informação.

3.5 - Suporte de 1º Nível

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A Seção de Suporte de 1º Nível é o único ponto de contato entre o

usuário e a área de Suporte à Microinformática, ou seja, há um ponto focal

responsável por relatar incidentes (e escalá-los ou encaminhá-los para outras

áreas, quando necessário) e informar usuários sobre o andamento dos

incidentes abertos e ações relacionadas a estes.

O atendimento do usuário pode ser feito das seguintes maneiras:

i) Telefônico;

ii) via e-mail ou chat;

iii) on-site, que presta suporte presencial aos usuários, atendendo

casos nos quais não foi possível prestar suporte remoto;

iv) VIP, para atender a usuários do alto escalão. A maior parcela deste

tipo de atendimento é feita de modo presencial.

Esta seção deve manter um sistema de registro de incidentes, para

fazer o controle e atualização de incidentes e disponibilizar outras seções que

necessitem consultá-lo. Os registros de incidentes devem conter:

· Número identificador;

· Descrição resumida;

· Descrição detalhada;

· Categorização de tipo de erro encontrado;

· Histórico detalhado das ações executadas durante o tratamento;

· Horário em que o Suporte de 1º Nível foi avisado sobre o incidente;

· Horário em que o incidente foi resolvido (ou encaminhado para outra

área);

· Informações sobre a resolução do incidente, detalhando o que foi feito

(ou informar para qual área foi transferido);

· Owner do incidente (o analista que fez o atendimento inicial);

· Dados do usuário que fez a requisição de suporte.

Alguns exemplos de incidentes, segundo a ITIL, são:

· Surgimento de mensagens atípicas de erro em algum aplicativo;

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· Dificuldade de configuração de cliente para acesso à rede local;

· Impressora não funcionando corretamente;

· Configuração não disponível para usuários;

· Usuário se esqueceu da senha de acesso à rede local;

· Protetor de tela faz com que a estação de trabalho pare de responder.

3.6 - Suporte Especialista

A Seção de Suporte Especialista (ou Suporte de 2º Nível) é

responsável pelo gerenciamento de problemas. Ela pode atuar reativamente,

ao tratar incidentes que não puderam ser resolvidos pela equipe de Suporte de

1º Nível, ou pró-ativamente, ao tratar dos problemas que surgem por

consequência de incidentes que não receberam o devido tratamento e

acabaram se alastrando pelo ambiente de produção, agravando o impacto

causado durante seu surgimento.

O Suporte Especialista, no entanto, pode gerar demanda para outras

áreas. Eventualmente, após a devida análise, uma vez identificada a causa-raiz

de um problema, se a solução proposta envolve outra seção, o Suporte

Especialista apenas faz o encaminhamento à área que é o real agente de

solução.

Além disso, o Suporte Especialista deve realizar testes em ambiente de

laboratório para identificação da causa-raiz de determinado problema. Um

problema que recebe a devida análise, identificação da causa-raiz, controle e

proposta de solução, este se torna um erro conhecido. Deve-se elaborar uma

documentação dos erros conhecidos, que servem de apoio para prevenir a

ocorrência de uma falha deste tipo no futuro.

3.7 - Consultoria em Microinformática

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A Seção de Consultoria em Microinformática acaba por fornecer

suporte às demais equipes para realizar suas atividades. Uma de suas tarefas

mais importantes é a definição do ambiente padrão de estações de trabalho,

inclusive customização do sistema operacional e suas atualizações. Como

atividade secundária, deve apoiar questões mais específicas neste ambiente

padrão.

3.8 - Homologação de Hardware e Software

A Seção de Homologação de Hardware e Software visa certificar-se,

através de testes, do funcionamento adequado de diversos produtos de

hardware e software em conformidade com os padrões estabelecidos. Devem

ser testados e homologados todos os produtos que serão utilizados em

estações de trabalho, inclusive produtos de origem externa como pacotes de

sistemas provenientes de fornecedores externos. Adicionalmente, para

homologação de software se faz uma análise de como as licenças de uso

devem ser contabilizadas e controladas.

3.9 - Distribuição de Software

A Seção de Distribuição de Software deve gerenciar, manter e incluir

novos itens ou versões de software num repositório padrão que compõe o

ambiente de distribuição de software. Este consiste de ferramentas e interfaces

para o envio e instalação automatizado do software. Este tipo de distribuição

elimina praticamente toda instalação manual de software nas estações. São

três os tipos de software elegíveis para serem distribuídos:

i) Software homologado: engloba o conjunto de software, seja software

de terceiros ou drivers de equipamentos de hardware, que passa

previamente pela equipe de Homologação de Software.

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ii) Software desenvolvido internamente: engloba o conjunto de software

elaborado, pré-testado e documentado por áreas internas da empresa.

iii) Correções críticas e urgentes no ambiente de estações: estas

podem ser demandas do Suporte Especialista ou da Consultoria.

3.10 – Efeito da ISO/IEC 20000 na ITIL

Segundo Magalhães, apesar de alguns analistas mostrarem-se

preocupados com o fato de a adoção das melhores práticas reunidas na ITIL

pela ISO poder abrandar o processo de introdução de melhorias na ITIL, esta

questão parece não fazer muito sentido na prática. Na realidade, o OCG tem

mantido um processo sistemático de atualização e introdução de melhorias nas

práticas reunidas na ITIL, de forma que o suporte da ITIL pela ISO certamente

só irá trazer vantagens devido à abordagem internacional que a ISO oferecerá

à ITIL.

No entanto, convém destacar que a norma ISO/IEC 20000 não será

uma solução instantânea para todos os problemas e oportunidades da área de

TI. É necessário e conveniente ajustá-la às necessidades específicas de cada

organização.

Por fim, é fato que as organizações que adotaram, de forma

consistente, processos orientados ao Gerenciamento de Serviços de TI com

base nas melhores práticas reunidas na ITIL, agora suportadas pela

ISO/IEC 20000, apresentaram ganhos enormes nos níveis de serviços e

reduções significativas nos custos da entrega e suporte aos serviços de TI.

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CONCLUSÃO

O modelo de estruturação proposto no capítulo 3 foi proposto para ser

aplicado em uma organização governamental no país, a Seção Judiciária do

Rio de Janeiro da Justiça Federal, onde mais de uma centena de profissionais

de TI atuam atendendo milhares de usuários que estão distribuídos em dois

foros da Capital e diversas regiões do estado. Modelos de estrutura de áreas

de TI mostram-se mais eficazes quando suportados pela ITIL, considerando

que a mesma tem como foco a qualidade desses serviços.

Os benefícios alcançados podem ser sintetizados como:

· Contribuir com a Governança de TI a partir do alinhamento dos

processos da TI com as necessidades do negócio;

· Melhorar a qualidade dos serviços de TI prestados aos clientes;

· Tornar o ambiente da TI mais estável para suportar os negócios da

companhia;

· Proporcionar o uso mais eficiente dos recursos de TI;

· Disponibilizar informações para o planejamento adequado da

operação da infraestrutura.

Os processos de gerenciamento apresentados na ITIL e reforçados pelas

recomendações da norma ISO/IEC 20000 são aplicados na prática com o

objetivo de manter os processos e a melhoria contínua dos mesmos.

Conclui-se, portanto, que a resposta para a pergunta inicial deste trabalho

“Como uma organização pública pode adequar seus processos às melhores

práticas mundiais no gerenciamento de serviços de TI de forma a gerar

resultados e benefícios para o negócio e para sua evolução estratégica?” é

positiva, principalmente, através da melhoria das práticas atuais de Gestão de

Serviços de TI com base na biblioteca da ITIL e nas recomendações de

práticas adequadas, como a norma ISO/IEC 20000.

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http://www.b2bmagazine.com.br/web/noticias_imprimir.asp?id_noticia=19462.

Acesso às 17h50min de 05/02/2009.

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ATIVIDADES CULTURAIS

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA 11

1.1 - A Gestão de TI nas Organizações 15

1.2 - Modelos para Governança em TI 18

CAPÍTULO II

OS CONCEITOS 22

2.1 - ITIL versão 2.0 – Descrição dos Livros da ITIL 22

2.1.1 - Suporte a Serviços 24

2.1.2 - Entrega de Serviços 24

2.1.3 - Gerenciamento de Aplicações 24

2.1.4 - Gerenciamento da Infraestrutura de TI

e Telecomunicações 25

2.1.5 - Gerenciamento de Segurança 25

2.1.6 - Planejamento para Implementar

a Gestão de Serviços de TI 25

2.1.7 - Perspectiva de Negócios 26

2.2 - ITIL versão 2.0 – Service Support 26

2.3 - ITIL versão 2.0 – Service Delivery 29

2.4 - Tipos de Certificação ITIL 31

2.5 - ISO/IEC 20000 – Gerenciamento de Serviços de TI 32

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CAPÍTULO III

A PROPOSTA 35

3.1 - Acordos e Gerenciamento de Mudanças 37

3.2 - Planejamento de Serviços 37

3.3 - Controles Internos 38

3.4 - Segurança da Informação 38

3.5 - Suporte de 1º Nível 39

3.6 - Suporte Especialista 40

3.7 - Consultoria em Microinformática 41

3.8 - Homologação de Hardware e Software 41

3.9 - Distribuição de Software 41

3.10-Efeito da ISO/IEC 20000 na ITIL 42

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA 44

ATIVIDADES CULTURAIS 46

ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 50

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: Aplicação da ITIL e da ISO/IEC 20000 na Gestão

de Serviços de Suporte em Microinformática em

uma organização pública

Autor: Salvador Carafilakis (Matrícula K208755)

Data da entrega: 05/02/2009

Avaliado por: Mary Sue Pereira Conceito: