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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ESTRESSE NO TRABALHO: FENÔMENO COMPLEXO QUE DEPENDE DE ADAPTAÇÃO DE TODOS OS PROFISSIONAIS DAS EMPRESAS ROSELI AYRES DE SOUZA Orientadora Ana Paula Ribeiro RIO DE JANEIRO Julho / 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTRESSE NO TRABALHO: FENÔMENO COMPLEXO QUE DEPENDE DE ADAPTAÇÃO DE TODOS OS

PROFISSIONAIS DAS EMPRESAS

ROSELI AYRES DE SOUZA

Orientadora

Ana Paula Ribeiro

RIO DE JANEIRO Julho / 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESTRESSE NO TRABALHO: FENÔMENO COMPLEXO QUE DEPENDE DE ADAPTAÇÃO DE TODOS OS

PROFISSIONAIS DAS EMPRESAS

Apresentação da monografia ao Instituto A Vez do Mestre - Universidade Candido Mendes como requisito parcial para conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Senso” em Gestão de Recursos Humanos.

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AGRADECIMENTOS

Em especial a minha mãe Idineia e a minha

irmã Rosangela, que me proporcionaram a

chance de crescimento pessoal e profissional.

A todos os amigos, que colaboraram de alguma

maneira para a realização desse trabalho.

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DEDICATÓRIA

A Deus, em primeiro lugar, pela oportunidade

que Ele me deu de crescimento pessoal e

profissional, que este curso me trouxe.

“Tudo já foi dito uma vez, mas como ninguém escuta é preciso dizer de novo.”

(André Gide)

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RESUMO

O estresse constitui um fenômeno manifesto em todos os domínios da vida contemporânea, que vai desde o trabalho e a família até aos tempos livres. No entanto, ter que lidar com tantas divergências nesses ambientes, especificamente no trabalho cotidiano conduz algumas pessoas a estarem sujeitas a situações de estresse prolongado, com um impacto substancial na saúde e na qualidade de vida. O estresse pode afetar todo e qualquer ser humano, ocorrendo todos os dias, sendo necessário que se identifiquem suas causas e ainda se compreenda os mecanismos geradores de efeitos em relação ao estado de saúde das pessoas, incluindo os colaboradores de algumas empresas. Portanto, o viver com qualidade, ou mesmo ter qualidade de vida constitui uma questão que vem preocupando as pessoas que desenvolvem um trabalho na área de gestão de Recursos Humanos. Sendo assim, nos dias de hoje, harmonizar trabalho e vida pessoal parece ser um dos grandes desafios não apenas das pessoas, como particularmente dos gestores em decorrência das exigências do mundo contemporâneo. Supõe-se que o estresse tenha se tornado uma grande epidemia no mundo global. Diariamente, todos têm que cumprir horários, prazos e demandas, e por essa razão, estão sujeitos a avaliações na rentabilidade do trabalho, que segue as transformações das novas tecnologias, precisando manter a boa relação social entre superiores, colegas de profissão alcançando ainda o ambiente familiar. Alguns funcionários dedicam horas afins ao exercício profissional, e o modo em que se estabelecem os relacionamentos entre os fatos acontecidos na empresa, basta para gerar o motivo do estresse. Considerando-se esses argumentos, verifica-se que uma pessoa estressada será um elemento coberto de pessimismo mediante a vida, visto que, a tensão crônica faz suprimir toda a sua criatividade, e com isso, o estresse pode ser a fonte geradora que inibirá a capacidade das pessoas, troando-se um desafio para o desenvolvimento profissional com sucesso, qualidade de vida não penas no cenário organizacional como em sua própria vida, que necessita de adaptação e sabedoria para lidar com essa situação.

Palavras-chaves: Estresse, Trabalho e Qualidade de Vida.

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METODOLOGIA

Esta pesquisa ressalta uma metodologia que visa responder as

seguintes interrogativas: Como? Com quê? Onde? Logo, a partir desses

argumentos, lembra-se que a metodologia da pesquisa mediante um

planejamento deve ser vista como o conjunto delineado e sequencial de

métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo do trabalho.

O intuito é alcançar os objetivos iniciais, atendendo aos critérios de

menor custo, maior rapidez e eficácia obtendo-se maior confiabilidade na

questão da informação (BARRETO; HONORATO, 1998).

Logo, o presente estudo fundamenta-se em bases práticas e teóricas

voltadas para um referencial teórico, cujos autores mostram com coerente

sabedoria experiências de vida e de alguns estudos com relação à questão a

ser desenvolvida no decorrer do trabalho.

De acordo com os objetivos pretendidos, a pesquisa se classifica como

uma pesquisa exploratória que visa proporcionar maior familiaridade com o

problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Portanto, envolve o

levantamento bibliográfico, sendo possível constar também as entrevistas com

pessoas experientes no problema pesquisado (GIL (2002).

Para tanto, estão disponibilizadas obras de conhecimentos científicos,

nas áreas de gestão de recurso humanos associada a outras áreas afins, que

poderão servir de base teórica no processo inovador de aprendizagens sobre o

tema apresentado.

Dessa feita, serão componentes desse referencial, livros, artigos,

revistas e periódicos que estão disponibilizados em acervos públicos, bem

como, outros encontrados em sites da Internet, de são de igual relevância para

o estudo que se pretende concretizar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 08

CAPÍTULO I - ESTRESSE: UM ALERTA PARA A SAÚDE DAS PESSOAS

NO MUNDO MODERNO .......................................................................... 11

CAPÍTULO II – PROGRAMAS DE QUALIDADES DE VIDA COMO

UM INVESTIMENTO DAS MODERNAS EMPRESAS ................................... 21

CAPÍTULO III - O COMBATE AO ESTRESSE NAS ORGANIZAÇÕES ......... 31

CONCLUSÃO ................................................................................................. 45

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 50

ÍNDICE ........................................................................................................... 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 55

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INTRODUÇÃO

O tema estresse no trabalho se justifica pelo simples fato, de que talvez

o ambiente de trabalho, nos dias de hoje, tenha acompanhado o avanço das

novas tecnologias com maior velocidade, do que a capacidade de adaptação

dos trabalhadores.

Nesse sentido, objetivo do trabalho é demonstrar como o estresse no

trabalho se constitui um fenômeno complexo que depende de adaptação de

todos os profissionais das empresas.

Trata também de elucidar objetivos secundários, que visam definir o que

é estresse no trabalho, explicando como ele pode interferir na vida do

trabalhador das varias organizações empresariais, causando possíveis danos à

sua saúde. Além disso, procura-se caracterizar o estresse como um processo

dinâmico, que se manifesta através de sintomas físicos, psicológicos e

comportamentais.

Sendo assim, percebe-se que, com a tensão constante e inovadora no

mercado, surgem estratégias de sobrevivência, não apenas no ambiente de

trabalho, como na vida em geral. Portanto, o trabalhador deve saber e adquirir

um aprendizado para conviver com essas situações.

Diante dessas transformações surge também o conceito da organização

pró-ativa; que se caracteriza como a organização que não só reage às

mudanças dos mercados em que atua, mas que pretende ainda influenciá-los.

Logo, a constante socialização e ressocialização do trabalhador no

âmbito de uma organização, para fazê-los internalizar esta nova visão de

mundo e os novos elementos culturais (valores e significados) tornam-se um

desafio permanente.

Não se pode rotular o estresse, como algo bom ou ruim, positivo ou

negativo, o que se pode dizer é que a diferença está na forma de se reagir a

ele. Desde 1997, que os estudos de Datti, apontam que o estresse poderia ser

favorável ou desfavorável: o eustress consistiria num desgaste físico e mental

que nos dá prazer e nos traz benefícios, por outro lado, o distress manifesta-se

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como desgaste capaz de gerar desorganização (física e emocional), mal estar

e ofuscamento, um desgaste negativo.

Usando outra linha de pensamento, entende-se que todo trabalhador

que lida com situações estressantes deve procurar saber até que ponto o

estresse na sua vida pode ser saudável ou quando ele pode ser prejudicial a

sua saúde.

Assim, justifica-se que as características pessoais e o ambiente de

trabalho estão a interagir constantemente, onde o ambiente organizacional

passa a ser um sistema interativo e o estresse ocupacional se faz presente na

abordagem produtiva desse sistema.

Nesse contexto, encontram-se os cargos gerenciais diante de um

número significativo de estressores como: o nível de responsabilidade, as

relações de trabalho, ao ambiente físico, carga excessiva de trabalho entre

outros. Além desses estressores, será indispensável estabelecer correlações

com indicadores de ordem psicológica, fisiológica, comportamental e clínica

para caracterizar os riscos psicossociais do trabalho na mensuração de efeitos

dos mesmos sobre a saúde.

Nesse viés, alguns estudiosos dizem que a maioria das doenças

ocupacionais tem correlação com o estresse. Mas aqueles que apontam que o

desgaste em que as pessoas estão submetidas no ambiente e nas relações

com o trabalho constitui um dos fatores bastante significativo na determinação

de enfermidades.

Ante ao exposto, percebe-se que apesar não se poder viver sem o

estresse, seu excesso pode gerar danos físicos e emocionais, que

efetivamente interferem na vida das pessoas, particularmente na do

trabalhador, promovendo a perda de produtividade, afetando o relacionamento

interpessoal, influenciando negativamente nas atividades laborativas.

Considerando tal realidade, este estudo se propõe a construir

conhecimentos, de modo a lançar luzes ao tema, e a novas propostas para se

agregar elementos humanistas e solidários nos processos de desenvolvimento

empresarial. Espera-se que através dessa nova sugestão seja possível se

alcançar melhorarias na qualidade de vida, com a minimização dos níveis de

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estresse e sofrimento psíquico, no ambiente organizacional, visando manter

uma vida saudável mediante as futuras situações de crescimento empresarial.

E com isso, promover o incentivo à criatividade e espírito de equipe; o que

possivelmente contribuirá de forma positiva na produtividade e obtenção dos

resultados empresariais pretendidos.

Diante disso, pretende-se dividir o trabalho em capítulos, que serão

antecedidos de uma introdução, onde se mencionam informações gerais sobre

o contexto a ser desenvolvido.

Já o capítulo 1 sinaliza o estresse no trabalho como um alerta para a

saúde das pessoas no mundo moderno.

O capítulo 2 mostrar os programas de qualidades de vida como um

investimento das modernas empresas, que poderá trazer vantagens quanto a

produção final da organização.

Por sua vez, o capítulo 3 enfoca o combate ao estresse nas

organizações, visando essencialmente criar uma melhoria na qualidade da

rotina de trabalho e das decisões através de relaxamento e de sistemas mais

humanos de desenvolvimento das atividades laborativas. Além disso, pretende-

se destacar a relação entre o estresse, a qualidade de vida e o sofrimento no

ambiente de trabalho, que muitas vezes, pode trazer sérias consequências

para as pessoas que trabalham de um modo geral.

Finalmente, espera-se estar contribuindo com um estudo em que as

pessoas entendam que em primeiro lugar está o que se pode fazer para quem

sofre de estresse, valorizando mais seu próprio corpo, observando

determinados sintomas que se repetem como a dor de cabeça e a insônia, não

esperando adoecer para se preocupar com aquilo que se passa no cotidiano da

vida profissional ou familiar com seu corpo, para depois procurar reverter esses

incômodos, que podem ser provenientes de atividades ocupacionais ou não.

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CAPÍTULO I

ESTRESSE: UM ALERTA PARA A SAÚDE DAS

PESSOAS NO MUNDO MODERNO

O ritmo veloz das mudanças recentes parece marcar um cenário em que

as empresas e as pessoas que as constituem vivem buscando uma adaptação,

mantendo novas posturas com relação ao ambiente de mudanças tecnológicas,

políticas, econômicas, sociais e culturais, forçando-as a reverem seu

posicionamento político e filosófico de trabalho e de relacionamento

empresarial e pessoal.

Com isso, as modificações nas demandas de produção e no estilo de

vida do mundo moderno, engajados na competitividade e no processo

crescente por excelência, colocam os trabalhadores em um estado de contínua

tensão, que pode gerar conseqüências negativas à sociedade como um todo.

Nas palavras de Costa et al. (2000) há hoje, claramente as influências

que os processos de modernização acarretam nos ambientes de trabalho, e

que repercutem nos estilos e condições de atividades laborais, nas relações de

produção, bem como na capacidade de resistência e adaptação dos

trabalhadores a essa nova carga de demandas.

Cabe frisar que o estresse poderá funcionar como um mecanismo de

adaptação, indispensável ao estímulo do organismo visando melhorar o

desempenho das pessoas mediante essas novas circunstâncias da vida.

Nesse sentido, Sícolo (2003) pressuposição que, ao longo da história, o

estresse sempre esteve presente na sociedade. E, que o ser humano sempre

se deparou com ocorrências problemáticas consideradas como superiores à

sua capacidade de decisão.

É neste contexto, que o estresse aparece nas instituições empresariais

alcançando um nível considerável que se denominou de “epidemia global de

stress”, que vai se alastrando a cada dia pelo mundo contemporâneo.

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Para Wood Júnior (2000), as pessoas e as empresas hoje, pretendem

ajustar-se às mudanças nos ambientes externos e internos, para obterem

resultados eficientes na busca de seus interesses, objetivos e necessidades

presentes.

Segundo afirma Moreira (apud SILVA, 2006, p. 88), a Federação

Mundial para a Saúde Mental (World Federation of Mental Health), uma ONG,

com sede nos Estados Unidos da América (EUA) revelou, que “o mundo dos

negócios, é agora um mundo com 24 de trabalho por dia, hipercompetição,

excesso de informação e fim de segurança no emprego”.

De acordo com esta ONG, isso poderá causar problemas crescentes

qualificados como distúrbios mentais entre os trabalhadores, o que poderia ser

um alerta aos empresários que previsivelmente teriam uma imensa parcela de

perdas com tal situação.

Atualmente, verifica-se que a forma de viver do ser humano passou a

ser diferente, comparando-se a décadas anteriores. Consequentemente, isso

se deve aos novos hábitos gerados pela sociedade moderna, mas que nem

sempre se evidenciaram por conta do avanço tecnológico ou pela busca da

melhoria na qualidade de vida. (PEREIRA et al., 2003)

Para Montagna (2002) muitas vezes, se negligencia, os relacionamentos

interpessoais, a afetividade e a saúde fazendo com que, apareçam os fatores

geradores de estresse, especialmente, no ambiente de trabalho.

No entender de Ballone (2008) os profissionais de modernos, se veem

diante de uma tensão contínua que não se resume só nos ambientes de

trabalho, mas que invade à vida familiar no cotidiano das pessoas.

Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde (OMS) revela que 30%

dos trabalhadores no mundo possuem sintomas de depressão, transtornos de

ansiedade (tal qual a síndrome do pânico) ou estresse, segundo enfatiza

Rinaldi (2007).

Dessa forma, percebe-se que a saúde do trabalhador nunca foi tão

afetada como nos últimos tempos, em decorrência das modificações na

estrutura e processo organizacional. E, por sua vez, a incidência relacionada

aos problemas de saúde desse tipo, já alcança, segundo a Organização das

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Nações Unidas (ONU), um quarto da população mundial, sendo que um a cada

dez trabalhadores seria vítima desse quadro provocado pelo estresse no

trabalho, assegura Rocha (2005).

Já Lipp (2001) complementa que o estresse pode ocorrer em qualquer

idade, raça ou sexo, entretanto, alguns estudos demonstram que há maior

incidência em mulheres.

A Folha de São Paulo numa reportagem de Cássio Aoqui, em maio de

2005, registrou que em uma pesquisa realizada com 752 profissionais, pela

ISMA-BRASIL1, indicava o trabalho como sendo a principal fonte de estresse.

Diante desse resultado, esses profissionais podem estar vivenciando

uma situação limite, ultrapassando a qualquer momento a linha que separa a

saúde da doença, ocasionando problemas de obesidade, lesões de pele,

depressão, perda de desejo sexual, derrame ou até mesmo o enfarte.

Os números também revelam fortes indicativos das atuais condições de

trabalho no mercado corporativo brasileiro. Haja vista, que na avaliação de

estresse do trabalhador, em relação a “exaustão física e emocional”, o Brasil

está em segundo lugar por índice, ficando atrás do Japão, porém, supera a

China, Estados Unidos e Alemanha. (SHIBUYA, 2006)

Assim sendo, nota-se que há um número significativo de pessoas que

desenvolvem atividades laborativas andando muito estressadas. Mas afinal, o

que é estresse?

1.1 Estresse: Conceitos Importantes

O vocábulo “estresse” vem do latim “stringere”, e significa provocar

tensão, e chegou ao termo inglês “stress”. Pode-se dizer que a palavra

estresse foi utilizada pela primeira vez com sentido técnico no século XIV, para

1 Considerada a mais antiga e respeitada associação, sem fins lucrativos, e a única com caráter internacional voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de estresse no mundo, integrando a “International Stress Management Association” (ISMA).

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se referir as dificuldades, lutas e adversidades, segundo enfatizam Lima;

Nóbrega e Cortez (2008).

Etimologicamente, Webster (apud LIMA, NÓBREGA e CORTEZ, 2008)

revela que o trajeto deste termo acompanha o do verbo latino cognato

“distringo”, e significa “separar”. Mas diz também que caminhou pelo antigo

francês derivando o termo “destresse”, e alcançou chegando ao termo inglês

como “distress”, sendo que em inglês os dois termos são usados corretamente

apresentando acepções diferenciadas.

Para Montagna (2002) o termo em inglês “stress”, em seu uso técnico

chega a se aproximar do contexto da Língua Portuguesa, quando faz menção a

um conjunto de reações do organismo às agressões de ordem física, psíquica,

infecciosa e outras, capazes de perturbar o equilíbrio orgânico.

No entanto, as revoluções ocorridas nos modos de organização do

trabalho, que exigia do trabalhador somente a força de seu trabalho muscular

nas tarefas simples e repetitivas, sem que houvesse necessidade de reflexão

ou participação ativa no processo de produção, ocasionaram vários problemas

de saúde ligados ao estresse.

Conforme explicam Araújo, Graça e Araújo (2003) na década de 70 a

literatura pertinente ao tema sinaliza uma abordagem de estresse no trabalho,

mostrando algumas repercussões sobre a saúde mental do indivíduo.

Na visão desses autores, as investigações a esse respeito foram

intensamente influenciadas pelos psicólogos clínicos, que com base no modelo

proposto por Selye (1965), destacava o estresse como se oriundo da relação

demanda versus capacidade do indivíduo.

Seguindo essa linha de pensamento Cox (1978) conceitua o estresse

ocupacional como a percepção do desequilíbrio entre as demandas no trabalho

e a habilidade e/ou possibilidade para respondê-las. Para o autor, o fator mais

relevante traduz-se na divergência entre a percepção dessas e a condição do

trabalhador para enfrentá-las.

Prosseguindo, há de se dizer que foi Hans Selye, um fisiologista e

pesquisador austríaco que trabalhava em Montreal, no Canadá, quem primeiro

sustenta o aspecto fisiológico do termo. Explica, portanto, o estresse como uma

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resposta não específica do organismo a qualquer exigência, tecendo algumas

considerações importantes, pontuando que o vocábulo estava sendo utilizado

com muita frequência, mas estava sendo distorcido parcialmente. (JACQUES,

2003)

Selye (apud MARQUES et al. 2003) ainda descreveu uma diferenciação

do estresse em positivo e negativo. O positivo, também chamado de eustresse,

é caracterizado por uma resposta produtiva do organismo ao estímulo, é o

estresse da realização, uma parte natural da superação eficaz dos obstáculos

da vida. Já o estresse negativo, também chamado de distresse, é uma reposta

negativa que pode causar danos ao organismo.

Ressalta-se também que em 1950, Hans Selye publicou uma obra

intitulada "Physiology and Pathology of Exposure to Stress", na qual explicava

detalhadamente a síndrome geral de adaptação, como um desgaste devido à

inadaptação prolongada do indivíduo às exigências do ambiente.

Efetivamente, destaca dois aspectos significativos acerca do estresse.

Um deles assegura que o estresse pode ser provocado por diversos fatores,

gerando diferentes manifestações e o outro, revela a vinculação da capacidade

de resposta e da inteligência de cada indivíduo.

Deve-se frisar nesse contexto, que Lazarus e Folkman (apud LIMA,

NÓBREGA e CORTEZ, 2008), definiram o estresse psicológico como aplicação

do conceito que ultrapassa a dimensão biológica e asseguram ser o estresse

uma relação entre a pessoa e o ambiente que seria avaliado como prejudicial

ao seu bem estar.

Sob outro aspecto, pode-se dizer que se fosse realizado um concurso

para a população com o objetivo de escolher o maior vilão atual - que envolve

parte dos infortúnios pessoais e de saúde - não se teria a menor sombra de

dúvida, que o estresse estaria dentre todas as opções a serem escolhidas

como um dos candidatos a ser vencedor.

Outrossim, existem outras definições mostrando que o estresse pode ser

entendido como resultado de uma reação que o organismo humano possui

quando estimulado por fatores externos opostos. Mas em tempos modernos, já

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há quem pressuponha que os organismos já possuem respostas mais

específicas e individuais no que se refere às ameaças do dos fatores externos.

Segundo Chopra (1999) o modelo padrão de se definir o estresse,

presentemente, necessita considerar o que as pessoas pensam quando se

referem a si próprias. Logo, o estresse para esse autor é:

o acúmulo de pressões normais e anormais da vida diária com as quais o indivíduo tem de lidar. (...) qualquer um que despenda energia com a agitação, o barulho e o caos da vida moderna sabe o que isso significa. (CHOPRA, 1999, passim)

A partir de inúmeras definições, a Organização das Nações Unidas

(ONU), em consenso considerou o estresse como a doença do século, no ano

de 1992. Já recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez uma

outra acepção sobre o estresse, considerando-o como a maior epidemia do

século XX, sustentando a teoria de que o estresse pode desencadear e/ou

agravar a existência de várias doenças, aponta o autor supracitado.

Nesse contexto, cabe lembrar Rocha (2005, p. 11), quando diz que a

atual organização capitalista deu início a “era das doenças provocadas pela

grande exigência de adaptação do homem ao trabalho, um reflexo do esforço

que o trabalhador emprega para adaptar-se a esta situação anormal”.

Sob outro aspecto, Lima e Carvalho (2000) asseveram que o estresse

desencadeou um conceito mais voltado para as ciências psicobiológicas, com

base nas pesquisas científicas sobre doenças cardíacas, artrite reumatóide,

psoríase, hipertensão arterial sistêmica, desenvolvimento de neoplasias

malignas entre outras.

De acordo com Lipp (2007) isso acontece, pois as pessoas, em sua

grande maioria, não possuem conhecimento necessário para saber lidar com

suas fontes de tensão, e, por esse motivo, acabam cada vez mais estressadas

ao final do seu dia.

Percebe-se que tal realidade efetivamente acontece, mas quando as

pessoas se defrontam com um estado crônico de estresse ou quando estão

sob a ação de um estressor agudo, sua saúde física e mental irá sofrer

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deforma considerável. Vale lembrar que não somente a saúde será

comprometida como também a sua qualidade de vida, a sensação de plenitude

e de bem estar.

Logo, a pessoa estressada mostra nitidamente sinais de irritação,

impaciência, e dificuldades de concentração na forma de pensar que envolve

racionalidade e alógica. A partir desses sintomas elas não conseguem manter

relacionamentos com os demais, tornam-se muitas vezes agressivos e menos

interessado nas questões que não a afetam diretamente. (Idem, Ibidem)

O autor ainda explica que a pessoa portadora de estresse excessivo,

inconscientemente, tem um objetivo central que é a sobrevivência. Ela anseia

se livrar do sofrimento, procurando readquirir o equilíbrio de suas emoções e

forças.

Consequentemente, os momentos de tensão excessiva, invadem todo o

organismo das pessoas, afetando-o consideravelmente. Sendo que entre todos

os fatores que mais colaboram e possuem mais impacto para o surgimento do

estresse, são as mudanças, segundo revela Lipp (2007).

Segundo Gouveia; Gallo; Santos e Lipp (2006) no ambiente profissional,

quando acontece pressão excessiva para que as pessoas dedicarem mais

horas do seu dia ao trabalho e diante das mudanças tecnológicas.

O quadro nos permite observar um agravamento, pois, muitas pessoas,

levam tarefas para casa, e assim, o dia de trabalho não termina ao final do

expediente, o que poderá gerar um processo de desencadeamento do

estresse, pelo simples fato da pessoa trabalhar excessivamente não dormindo

as horas necessárias afetando, assim, seu bem-estar físico e psicológico.

Ante ao exposto, cabe ressaltar a importância do estudo sobre o

estresse no trabalho, cuja finalidade é melhorar a qualidade de vida e

satisfação no ambiente laborativo.

É relevante Considerar o aumento do desempenho das pessoas,

promovendo a motivação de que elas necessitam para exercerem suas

funções. Assim, sendo, será possível estabelecer um alerta sobre o limite que

todo ser humano possuem com relação aquilo que ele pode oferecer de si,

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para a empresa em que trabalha, não esquecendo de considerar os momentos

de prazer que envolve sua vida familiar no atribulado mundo moderno.

1.2 Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho

A qualidade de vida no trabalho, segundo Martins (2006) envolve o grau

em que os componentes de uma empresa podem ser capazes de atender as

suas necessidades pessoais, por meio de suas experiências no ambiente

organizacional.

Segundo Rossi et al. (2005) a busca pela qualidade de vida no trabalho

deve advir não somente por parte dos trabalhadores quanto dos que gerenciam

à empresa, desde o momento em que se observar o estresse enquanto fator

que colabora para o desenvolvimento de determinados distúrbios funcionais, ou

dos problemas psicossomáticos e doenças degenerativas.

Chiavenato (1995) assevera a relevância do esforço conjunto, que visa o

conhecimento de trabalho, que se traduz em forma cultural importante para o

desenvolvimento pessoal e social, mediante uma situação histórica. De acordo

com o autor essa abordagem, não deve ser entendida como fator de alienação,

de despersonalização, e mais especificamente, como qualquer coisa negativa e

limitante.

Nos países onde o desenvolvimento social tem levado as práticas

democráticas e à instauração da plena cidadania, os avanços consideráveis na

humanização do trabalho têm se estabelecido a partir de negociações entre as

empresas e empregados.

É objetivo claro e de grande perspectiva, que o crescimento das

empresas aconteça em grande escala, para isto, é necessário que elas

invistam em programas de qualidade de vida, visando à busca pelo equilíbrio

psíquico, físico e social, onde são respeitadas as necessidades e limitações

dos trabalhadores, objetivando um crescimento pessoal e profissional sem

traumas.

Segundo Moraes et al. (2000) a intensidade de Qualidade de Vida (QV)

no trabalho adquirida depende da sensibilidade individual e da percepção de

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fatores que envolvem com maior ou menor intensidade diversas relações com

o trabalho, como por exemplo: a relação interpessoal com chefes,

subordinados, clientes, administrando relações de confiança, convívios e

conflitos; a relação com o tempo, os compromissos, e o ritmo do dia a dia; os

desafios pessoais, o desempenho e a natureza dos problemas que tem que ser

resolvidos; as normas, políticas e cultura da empresa; a satisfação com as

condições materiais de trabalho, inclusive com salários e benefícios; a relação

das pessoas com o futuro e suas perspectivas profissionais (plano de carreira)

e, principalmente a relação de tudo com a Saúde - física e psíquica.

A partir desses pressupostos, verifica-se que a qualidade de vida no

trabalho (QVT) em princípio foi conceituada levando-se em conta aspectos de

reação e/ou percepção das pessoas em relação ao trabalho. Em geral,

consideravam-se os resultados individuais ligados à satisfação em relação às

tarefas e saúde mental.

Por conseguinte, esse enfoque norteou às implicações pessoais da

vivência de trabalho e à forma de engrandecer essa atividade quanto à

satisfação de necessidades individuais, segundo relatos de Moraes et al.

(2000).

Com o passar dos anos, QVT foi analisada como abordagem ou método,

sendo conceituada a partir de termos técnicos específicos utilizados para

instituir uma reformulação no ambiente de trabalho. Nesse espaço, incluíam-se

a desenvolvimento de cargos e tarefas, os grupos de trabalho autônomos e

semi-autônomos, as comissões entre outros.

Posteriormente, a qualidade de vida no trabalho, foi vista sob outro

enfoque, ou seja, como um movimento, uma ideologia a ser promovida em

função de seus valores sociais positivos. Essa ideologia foi elucidada por

termos como - democracia industrial e administração participativa.

Finalmente, foi conceituada de forma globalizada, abrangendo todos os

tipos de programas e perspectivas que objetivavam a concorrência externa,

problemas de qualidade, até mesmo relacionados à insatisfação dos

funcionários da empresa.

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20

Muitos estudiosos acreditam que esse conceito possa confundir as

pessoas sobre o que verdadeiramente é a QVT, haja vista que promove

expectativas não realísticas sobre sua abrangência e efeitos.

Com efeito, pode-se observar como a qualidade de vida no trabalho, na

verdade, passou por uma evolução através de pesquisas e abordagens

intervencionais em muitas empresas nos últimos anos, visando avaliar de modo

individual a satisfação das pessoas em relação ao seu trabalho e ainda a sua

saúde mental.

Nesse sentido, Fernandes (1996) assevera que o futuro das empresas

está ligado a sua habilidade de inovar e se transformar. Essa capacidade de

aprender é uma vantagem competitiva fundamental para o alcance de uma

missão e visão de futuro.

Para que isso aconteça é preciso que cada uma delas se proponha a ser

um luar aprazível e enriquecedor, onde se reconheça o desempenho e onde

exista um trabalho motivador e com significado, que permita o equilíbrio entre a

vida profissional e pessoal. Enfim, um lugar onde o aprendizado e o

crescimento da organização sejam sinônimos de aprendizado e crescimento

individual e social. (LIMA FILHO, 2005)

Hoje, se percebe claramente que milhares de empresas do Estado do

Rio de Janeiro já implantaram ou estão implantando Programas de Qualidade

de Vida no Trabalho, novidade trazida dos Estados Unidos e da Europa pelas

multinacionais e absorvidas com entusiasmo pelas organizações brasileiras.

Os Programas de Qualidade de Vida no Trabalho promovem a melhoria

da saúde física e mental dos empregados. Previnem doenças, combatem o

estresse e problemas de postura, ensinando a se livrar de maus hábitos, como

fumar e usar drogas, motivando a autoestima e criando ambientes agradáveis

nos ambientes de trabalho, sejam em fábricas ou até mesmo escritórios.

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21

CAPÍTULO II

PROGRAMAS DE QUALIDADES DE VIDA COMO UM

INVESTIMENTO DAS MODERNAS EMPRESAS

No cenário atual, a conjuntura social e econômica demanda da maioria

das empresas uma crescente atenção com seus ativos intangíveis. Em

décadas passadas, a competitividade de várias organizações ligava-se ao

tamanho e complexidade de sua estrutura física.

Atualmente, aspectos tais como: o conhecimento nelas desenvolvido e

mantido; sua marca e valorização no mercado e, os sujeitos que nelas

trabalham, podem se tornar diferenciais mais importantes e competitivos do

que os aspectos tangíveis.

De acordo com Drucker (2000), nesta sociedade por ele denominada de

"Sociedade do Conhecimento", a globalização mercadológica, assim como as

pressões por produtividade e capacidade competitiva, sofridas pelas empresas,

torna cada vez maior as demandas de produtividade, iniciativa, conhecimento e

inovação sobre as pessoas. Logo, estas, cada vez mais sentem os efeitos de

um novo ambiente de trabalho, onde os profissionais são cada vez mais

exigidos.

Assim, a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) passa a ser uma

preocupação cada vez mais atual nas organizações. Qualidade de vida é um

fator de excelência pessoal e organizacional que pode trazer inúmeros

benefícios às pessoas e organizações.

As empresas que já tem implantado um programa de qualidade de vida

conseguem maior eficácia e produtividade, ao mesmo tempo atende as

necessidades básicas de seus trabalhadores.

Nesse sentido, Canizares, diz que:

Não é uma novidade dizer que a prática de atividades de qualidade de vida, em qualquer ambiente, traz inúmeros benefícios para o bem-estar das pessoas e uma maior produtividade para as empresas. No

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22entanto, ainda percebem-se dificuldades para conseguir com que as pessoas sensibilizem-se quanto à importância da adoção de hábitos de vida saudáveis e, nas empresas, a dificuldade é levar os funcionários à adoção dos princípios da qualidade de vida como uma filosofia de trabalho. (CANIZARES, 2008, [s.p.])

O objetivo da implantação de um programa de qualidade no trabalho é

gerar uma organização mais humanizada, na qual o trabalho envolve

simultaneamente, relativo grau de responsabilidade e de autonomia em nível

de cargo, recebimento de recursos feedback (recurso que permite que nos

vejamos como somos vistos pelos outros) sobre o desempenho, com tarefas

adequadas, variedade, enriquecimento do trabalho e com ênfase no

desenvolvimento pessoal do individuo.

A qualidade de vida dos funcionários influi diretamente na execução das

metas de uma organização. Este fator é despertado por programas

participativos que atentem para a qualidade de vida.

A organização que não atenta para a Qualidade de Vida no Trabalho

pode se considerar decadente, uma vez que se seus clientes internos não

estão satisfeitos refletirão essa insatisfação na sua produtividade.

A qualidade de vida possui a capacidade de resgate da valorização, bem

como da humanização do indivíduo no trabalho, o que integra todos os fatores

críticos e determinantes da boa gestão de pessoas.

Nesse cenário, para Ana Cristina Limongi-França 2:

esses fatores críticos são a política de qualidade de vida, a produtividade, a legitimidade, a liderança, a cultura organizacional e a rede de competências dos especialistas internos e externos à empresa, que são capazes de oferecer produtos e serviços que geram o bem estar. (LIMONGI-FRANÇA, 2003, p. 31)

Sendo assim, o produto final da empresa é o reflexo da satisfação e da

qualidade de vida dos funcionários, se este tem uma alta qualidade de vida, o

produto da empresa será de alta qualidade e seus clientes externos estarão

satisfeitos.

2 Psicóloga, Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Gestão de Qualidade de Vida no Trabalho da Universidade de São Paulo - USP.

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23

De acordo com essa observação, verifica-se que a qualidade de vida do

indivíduo é a somatória da satisfação das necessidades físicas, psicológicas e

sociais do mesmo.

2.1 As Empresas Investindo em Qualidade de Vida

Nos países onde o desenvolvimento social tem levado a práticas

democráticas e à instauração da plena cidadania, os avanços consideráveis na

humanização do trabalho têm se estabelecido a partir de negociações entre as

empresas e empregados. É objetivo claro e de grande perspectiva, que o

crescimento das empresas aconteça em grande escala.

Para Stur (2008) o aumento da qualidade de vida nas organizações

constitui-se um dos principais investimentos dos gestores contemporâneos.

Logo, para manter os melhores profissionais, faz-se necessário muito mais do

que conquistá-los pelo salário.

Recentemente, os serviços e o tratamento fornecidos pelas

organizações, passaram a ser levados em consideração tanto quanto os

honorários no final do mês.

Percebe-se que fidelizar o público interno não se constitui tarefa fácil,

tornando necessário o investimento em projetos que agradem aos

colaboradores e, ao mesmo tempo, aumentem o ritmo produtivo.

Para tanto, torna-se necessário que elas invistam em programas de

qualidade de vida, visando à busca pelo equilíbrio psíquico, físico e social,

onde são respeitadas as necessidades e limitações dos trabalhadores,

objetivando um crescimento pessoal e profissional sem traumas. (STUR, 2008)

Para Canizares (2008, [s.p.]), “qualidade de vida é a percepção que a

própria pessoa tem sobre o seu bem-estar, sendo este o parâmetro para

avaliar a eficácia das ações dos programas de qualidade de vida”.

Peritos no assunto asseveram que os fatores que favorecem a

longevidade de forma saudável, podem ser determinados por hábitos, crenças

e valores, ou seja, pelo estilo de vida das pessoas, girando em torno de 53%.

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24

Outros 20%, pelas condições do meio ambiente, 17% por fatores genéticos ou

hereditários e, os restantes 10% por fatores atribuídos à assistência médica,

aponta Canizares (2008).

Nesse contexto, percebe-se, em face da estatística apresentada, que

uma das formas de alcançar um nível apropriado de bem-estar, seria

promovendo as escolhas de atitudes positivas perante situações adversas,

enquanto mecanismo para o enfrentamento do estresse do dia-a-dia.

A intensidade de Qualidade de Vida no Trabalho adquirida depende da

sensibilidade individual e da percepção de fatores que envolvem com maior ou

menor intensidade diversas relações com o trabalho, como por exemplo:

• a relação interpessoal com chefes, subordinados, clientes,

administrando relações de confiança, convívios e conflitos;

• a relação com o tempo, os compromissos, e o ritmo do cotidiano;

• os desafios pessoais, o desempenho e a natureza dos problemas

que tem que ser resolvidos;

• as normas, políticas e cultura da empresa;

• a satisfação com as condições materiais de trabalho, inclusive com

salários e benefícios;

• a relação das pessoas com o futuro e suas perspectivas profissionais

(plano de carreira), e

• a relação, principalmente, com a saúde física e psíquica.

2.2 O Futuro das Empresas

Atualmente, crescer em um mercado competitivo constitui-se uma arte,

mesmo para aquelas organizações referência em sua área. Para qualquer uma

delas, há um desafio a cumprir: perpetuar o sucesso e manter-se na dianteira.

Entre esses desafios, integrantes do futuro, encontram-se o aumento da

produtividade e encarar a concorrência, porém sem perder de vista dois fatores

decisivos: a motivação e retenção de talentos.

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25

A organização que conseguir perpetuar uma boa equipe possui mais

chances de permanecer à frente das outras organizações. Esse se constitui o

desafio maior, posto que as empresas necessitem apostar cada vez mais alto

em seus colaboradores mais talentosos.

Corroborando com o exposto acima, Abreu aponta que:

o principal erro na hora de vislumbrar o futuro: não dar a devida importância às pessoas. Uma empresa é a totalidade das pessoas que fazem dela uma organização mais, ou menos, bem-sucedida. Esquecer-se delas na hora de construir uma história é fatal. (ABREU, 2008, [s.p.])

Nessa linha de raciocínio, o autor supracitado pontua que na maioria das

vezes, as organizações retraem-se, não conseguindo perceber de onde surge

essa “falta de gás” para darem prosseguimento na luta pela sua posição no

mercado. (grifo nosso).

Nesse contexto, a arquitetura humana trabalha para detectar o problema

que geralmente está no gerenciamento do capital humano. Profissionais

produtivos são mais felizes e realizados individualmente e, juntos, dentro do

ambiente corporativo, formam empresas felizes que são mais produtivas e

lucrativas.

Logo, o futuro das empresas está ligado a sua habilidade de inovar e se

transformar. Essa capacidade de aprender é uma vantagem competitiva

fundamental para o alcance de uma missão e visão de futuro.

Para que isso aconteça é preciso que cada uma delas se proponha a ser

um lugar aprazível e enriquecedor, onde se reconheça o desempenho e onde

exista um trabalho motivador e com significado, que permita o equilíbrio entre a

vida profissional e pessoal. Enfim, um lugar onde o aprendizado e o

crescimento da organização sejam sinônimos de aprendizado e crescimento

individual e social, segundo informações do Caderno de Administração (2001).

Mais de cem empresas do Estado do Rio de Janeiro já implantaram ou

estão implantado Programas de Qualidade de Vida no Trabalho, novidade

trazida dos Estados Unidos e da Europa pelas multinacionais e absorvidas com

entusiasmo pelas organizações brasileiras.

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Os Programas de QVT – Qualidade de Vida no Trabalho promovem a

melhoria da saúde física e mental dos empregados. Previnem doenças,

combatem o estresse e problemas de postura, ensina a se livrar de maus

hábitos, como fumar e usar drogas, estimulando a auto-estima e criando

ambientes agradáveis em fábricas e escritórios.

Algumas empresas estendem à participação nos programas às famílias

dos empregados e os aposentados. Na esfera internacional, grandes empresas

chegam a conseguir alguns milhares de dólares de retorno por dólar investido

em qualidade de vida.

O ambiente de trabalho pode fazer com que as pessoas se sintam

seguras ou desmotivadas, caso não seja tão satisfatório. Talvez, o líder esteja

em posição de garantir condições adequadas e oferecer um ambiente saudável

para que esses programas possam obter resultados satisfatórios.

2.3 Lucros Obtidos com os Programas de Qualidade de Vida no Trabalho

A avaliação dos resultados de gestão de pessoas possui importante

papel nos ambientes organizacionais, ao instrumentalizar os gestores de

negócios e profissionais da área a monitorar as práticas de gestão, objetivando

a realização dos objetivos da organização.

Em se tratando de Rh, o sistema de avaliação dos resultados deve

diferenciar de forma transparente entre produtos, que influenciam inteiramente

a implementação da estratégia, e rotinas, que não exercem efeitos

estratégicos.

Nesse contexto, Albuquerque (1975), diz que:

qualquer profissional da organização, pode valorizar sua posição e a contribuição de seu departamento se puderem comprovar os resultados de suas atividades e sua influência no resultado da organização. O esforço para formular a avaliação, por si só, já conduz a algumas alterações na maneira de se trabalhar na organização, na medida em que faz com que os gestores estimem os resultados que

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27desejam obter dos programas (apud OLIVEIRA; LIMONGI-FRANÇA, 2005, p. 8).

Sendo entende-se que por meio da aplicação da avaliação os ganhos

podem ser medidos, e assim, verificar a possibilidade de direcionamento dos

investimentos para os resultados que agregam valor para a organização, o que

coloca num mesmo patamar, a gestão de pessoas e os objetivos e metas da

empresa.

Nota-se que os programas de gestão de pessoas apresentam dificulades

quanto a relacionar os ganhos que eles trazem para a empresa, levando muitos

empreendedores a deixarem em segundo plano a tarefa de avaliação de

resultados investidos. Nisso, há uma crença falsa, deveras difundida entre os

profissionais, de que os resultados da área não podem ser auferidos, a não ser

de forma subjetiva.

Muitos estudiosos asseveram que este mito constitui-se numa das

prováveis causas da pouca difusão da prática da avaliação dos resultados.

Dessa feita, a Qualidade de Vida seria então considerada uma nova forma das

organizações brasileiras, que se espelham nas multinacionais e acabam

lançando programas de saúde física e mental para seus empregados.

Estes programas quase sempre são extensivos às famílias, visando

prevenir doenças, combater o estresse, promover a auto-estima e criar um

ambiente agradável nas empresas de um modo geral.

Adverte-se que o resultado de tal diferencial pode recair sobre a gestão

de pessoas através do lucro. No entanto, há menos gastos com os custos na

utilização de planos de saúde, havendo ainda menos faltas ao trabalho, e como

conseqüência há aumento de produtividade, cujo empregado, saudável e

motivado, possui maiores probabilidades em participar com sugestões novas

na obtenção de melhorar os produtos e serviços finais da organização.

Segundo informações da Associação Brasileira de Qualidade de Vida

(ABQV), no Rio de Janeiro, dezenas de organizações já implantaram ou estão

implantando este tipo de projeto. Outras optaram por começar com programas

menores, parciais, mas o importante é que estão contribuindo para disseminar

a idéia da importância da qualidade de vida. (ABQV, 2006)

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28

2.4 O Sucesso dos Programas de QVT

Segundo Souza (2002), consultor e administrador de empresas, a vida

no trabalho é indissociável do bem-estar físico e mental dos empregados, daí a

importância dos Programas de QVT. Para ele:

essa preocupação das empresas deve ser ampla, se estender da funcionalidade do mobiliário até o cuidado com a saúde física, passando por campanhas para a redução do consumo de álcool e cigarros, envolvendo também a vida familiar e comunitária. (SOUZA, 2002, p.11)

Dessa forma, é possível entender a qualidade de vida no mesmo

patamar de igualdade entre equilíbrio e estar bem e se sentir bem. Logo, tem-

se:

Para o autor anteriormente citado os resultados desses programas são

positivos, embora exista a expectativa exageradamente otimista por parte de

muitas empresas.

De acordo com seus apontamentos verifica-se que os diagnósticos

preliminares sempre mostram que a proporção de empregados dizendo que

gostariam e dispensar parte do almoço, por exemplo, para participar de

atividades dos programas chega a 60%. Mas na prática, esse índice cai para a

metade. (SOUZA, 2002)

E a resistência não é só dos empregados. O empresário também reluta

em aderir porque implica em custo. E forma-se um círculo vicioso. Á pressão

por melhoria na qualidade de vida se contrapõe a exigência de maior

QUALIDADE DE VIDA = EQUILÍBRIO E�TRE

ESTAR BEM E SE�TIR-SE BEM

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29

produtividade, o que significa mais tempo de dedicação ao trabalho, já que as

estruturas das organizações estão enxutas, afirma Souza (2002).

Sendo assim, o uso do bom senso torna possível implantar os

necessários programas de qualidade de vida nas empresas. E diante do

exposto, pode-se ressaltar que as soluções existem e, processos rígidos em

nada contribuem, onde se torna essencial o entendimento entre a empresa e

seus empregados.

2.5 O Resultado dos Projetos de Saúde

O resultado obtido nos Projetos de Saúde tem sido surpreendentes. Isso

pode ser percebido, pelo caso do Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social (BNDES) que surge como uma organização que utiliza os

programas de saúde física e mental para promover maior integração entre os

funcionários e melhorar o rendimento de seu trabalho. (SOUZA, 2002)

O programa é desenvolvido no centro de treinamento da organização,

sob supervisão da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e

dirigida por pessoas capacitadas, estendendo-se o projeto a inativos e

pensionistas de todo o Grupo BNDES, conforme explica o autor supracitado.

Em sua visão o autor revela também que este projeto alcança alto grau

de aceitação entre os funcionários, que em horário de almoço ou após o

expediente se dedicam a atividades que vão da antiginástica a

relaxamento/alongamento ao desenvolvimento de aptidões artísticas nas

sessões de desenho a mão livre e com o lado direito do cérebro. Estímulo é o

que não falta para a participação dos funcionários no Projeto Saúde.

Algumas exposições realizadas promovem artistas de primeira linha que

nunca tiveram oportunidade de mostrar ao público suas obras. Mas não é só

esse o objetivo dos cursos, que são orientados por especialistas, e seus

participantes soltam a imaginação, realizando e se livrando do estresse que os

acomete.

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Paralelamente, ao cuidado com a saúde dos funcionários, o Projeto

Saúde do banco desenvolve ainda outras atividades para melhorar a condição

física, como aulas de antiginástica, alongamento/relaxamento e meditação,

além de campanhas de vacinação e palestras com especialistas, que tratam de

diferentes focos temáticos.

Um dos pontos altos do projeto está relacionado com o problema da

obesidade. Portanto, proporciona orientação adequada com relação a nutrição

que prescreve e norteia formas saudáveis de alimentação, visando o bem estar

e a melhoria da auto estima.

Para finalizar, é possível verificar que o objetivo das organizações

extrapola o desejo de se obter somente maior produtividade, elas buscam

pessoas mais completas física e psicologicamente.

No entanto, será importante dar combate ao estresse nas organizações,

como melhoria da qualidade de vida para que se alcance resultados positivos

no ambiente de trabalho.

Em concordância com tais argumentos, reservou-se o próximo capítulo

para tratar do assunto devido sua importância.

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CAPÍTULO III

O COMBATE AO ESTRESSE NAS ORGANIZAÇÕES

O presente capítulo tem como finalidade falar sobre o combate ao

estresse nas organizações, sinalizando que as estratégias de defesa ou

mesmo esse tipo de propósito como sendo um empenho na experiência de

gerenciar tanto o ambiente como as demandas internas e os possíveis

problemas de conflito que venham a afetar os funcionários da empresa.

O estresse pode ser entendido também como uma reação natural,

presente em todos os momentos da vida, tornando-se dentro da organização

um fato verificado no mundo de hoje. Muitos não se livram dele, já que está

inserido nos mais diversos momentos de adaptação de algumas pessoas.

Sob outras circunstâncias, isso pode se tornar prejudicial às pessoas

que desenvolvem um trabalho, que requer dele uma saúde equilibrada, mas

que poderá produzir demandas internas no ambiente organizacional.

3.1 O Estresse: na Demanda Interna das Organizações

Em analise verifica-se que o capitalismo marcado pela acumulação

flexível, contempla-se a revolução dos conceitos de tempo e distância, da

comunicação, da produção e dos modos de vida, especialmente, no que se

refere à expansão da informática e da era virtual no mundo do trabalho.

A reestruturação produtiva, como resposta à atual crise de acumulação

do capital mundial, consagra-se como uma realidade que abrange diversos

países, inclusive o Brasil.

No entender de Dewe (apud PAIVA, 1999) as estratégias podem ser

também compreendidas como tentativas ativas e/ou passivas do ser humano

no sentido de responder, reduzir impactos ou mesmo eliminar ameaças.

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No processo produtivo, as transformações tecnológicas introduzidas,

abrem espaço para que às organizações maximizem sua produtividade e,

conseqüentemente, seus lucros. Essas novas estratégias ocasionaram também

impactos à saúde do trabalhador, apresentando manifestações não somente na

questão física como psíquica.

A partir daí, surgiram muitas enfermidades relacionadas às mudanças

introduzidas no mundo do trabalho, e que por sua vez, são apontadas nas

produções científicas nas últimas décadas como um dos graves problemas do

ambiente organizacional.

No documento elaborado pela Comissão das Comunidades Européias

(2002) aponta que essas enfermidades foram consideradas emergentes e

dentre elas estão:

o estresse, a depressão ou a ansiedade, assim como a violência no trabalho, o assédio e a intimidação, são responsáveis por 18% dos problemas de saúde associados ao trabalho, uma quarta parte dos quais implica em duas semanas ou mais de ausência laboral.3

Com bem afirmam Jaquecs e Godo (2002), até bem pouco tempo, o

trabalho não era considerado como um agente etiológico digno de nota e, por

essa razão não era incluso como variável dependente no momento de se

efetivar as contas, com isso, permanece insuficiente os indicativos estatísticos

disponibilizados com relação a saúde mental, particularmente, quando se trata

de informações sobre organizações empresariais na aporte científico.

Para os autores supracitados os relatos que se tem conhecimento não

consideram o trabalho e a situação do trabalhador. Entretanto, os escassos

resultados que existem, mostra sinais de preocupação.

A incidência do estresse no trabalho, em países como os Estados

Unidos e Canadá, não diferem muito dos dados estatísticos apresentados pela

Comunidade Européia, citada anteriormente. (JAQUECS; GODO, 2002)

Ainda com poucas informações estatísticas, há razões para se acreditar

que a incidência no Brasil, não deve se distanciar muito dos dados enfatizados 3 COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. (2002). Disponível em: <http://europe.osha.eu.int/future/com2002.pdf.> Acesso em: junho 2009.

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nesses outros países, levando-se em consideração que o quadro se repete em

todos os locais, como aumento do setor de serviços na economia, ampliação

da instabilidade social e econômica, coexistência de diferentes modalidades de

processos produtivos (da manufatura à automação), precárias relações de

produção, elevação nos índices de desemprego, mudanças nos estilos e

hábitos de vida dos trabalhadores que são influenciados pela implantação de

programas de qualidade e reengenharia.

Segundo as explicações de Lemos, a reengenharia é:

a forma que muitas organizações estão buscando para se manter e assim livrar-se das difíceis manutenções e degeneração de suas estruturas. Portanto, será relevante que o resultado desse processo seja confiável. A garantia da qualidade pode ser considerada como mais uma etapa principal da própria reengenharia. (LEMOS, 2002, p. 2)

Contudo, o estresse tornou-se um problema comum, porém difundido

pelos diferentes meios de comunicação. Usado como causa ou explicação para

inúmeros acontecimentos que afligem a vida humana contemporânea.

A utilização generalizada, sem maiores reflexões, simplifica o problema

e oculta os reais significados de suas implicações para a vida humana como

um todo.

O trabalho, como ação humana social, compreende a capacidade de o

homem produzir o meio em que vive, bem como a si mesmo. No processo de

interação com a natureza, mediado pelos instrumentos fabricados, o homem,

ao mesmo tempo em que modifica a natureza, também é modificado por ela.

Dentre as inúmeras modificações, encontram-se aquelas que têm

conseqüências no aparelho psíquico.

De acordo com um artigo publicado pela consultora de Recursos

Humanos, Maria Inês Felippe (2003, p. 3), “a interação mente e corpo ajudará a

melhorar a sua capacidade de imaginar, criar e viver melhor.”

Com a vida hoje, repleta de tensão e de conflitos pessoais e

profissionais, que cada vez, torna mais importante o cuidado pessoal e a

dedicação, não somente com o bom preparo físico e como com a mente,

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promovendo assim, uma união perfeita entre ambos. Porém, muitas vezes isso

não ocorrer, pois se vive numa época de tensões, nos dando a impressão de

que “uma roda gigante, sempre girando, girando e girando”. (grifo nosso)

Nesse caso, pode-se ressaltar que entre esses cuidados, estão a

criação de um hábito de alimentação saudável, a prática do descanso, de

exercícios corporais e a utilização de técnicas de relaxamento voltadas para o

autoconhecimento, para que possamos perceber melhor nosso potencial e

limites, conforme explica a autora supracitada.

Segundo Felippe (2003) essas podem ser entendidas como práticas que

favorecem a serenidade, o pensar, o criar e o agir para que se decida melhor

diante de conflitos ou de situações inesperadas. Como exemplo, é possível

citar o caso de um cliente, dono de uma empresa de transporte, que fazia

caminhadas pela manhã e durante seus exercícios conseguia encontrar

soluções para alguns problemas da empresa.

Esses são momentos de total desligamento do cotidiano, que se

desprende da ociosidade e que, de repente, podem fazer nascer novas ideias e

até soluções para determinadas situações conflituosas.

De acordo com a autora acima mencionada, estar fora do contexto, sair

do problema, estar ocioso, fazer exercícios físicos para oxigenar nosso corpo.

São estratégias facilitadoras para criar e solucionar problemas. Nosso corpo

desempenha uma função importante nos processos intelectuais e de

desenvolvimento humano.

Pode-se frisar que cada pessoa se constitui no seu corpo e por meio

dele se expressa e pode se relacionar com o mundo. Entretanto, existem

pessoas que se dizem flexíveis, mas sua rigidez se expressa através do corpo.

Por essa razão se diz que o corpo – fala -, assim como também revela a forma

como as pessoas vêem as mudanças e o mundo.

De acordo com relatos de Selye (apud MARQUES et al. 2003),

anteriormente citado, hoje se pode compreender muito mais o fenômeno

stress. Sabe-se que ele, em si, não é bom, nem ruim, mas que se torna

impossível e indesejável erradicá-lo.

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Ao contrário, ele pode ser um recurso importante e útil para uma pessoa

fazer frente às diferentes situações de vida que enfrenta no seu quotidiano.

A resposta do estresse surge, ou melhor, será ativada pelo organismo,

com o objetivo de mobilizar recursos que possibilitem a pessoa a enfrentar

situações percebidas como difíceis e que exigem dela muito esforço.

Sem dúvida, esta capacidade tem sido de fundamental importância para

a espécie humana, ajudando-a a sobreviver e a desenvolver alternativas de

como enfrentar as múltiplas situações de ameaça - concreta ou simbólica - que

pode encontrar em sua existência.

Na verdade, acredita-se que a vida sem estresse seria monótona e sem

graça, não haveria desenvolvimento pessoal ou científico. Nada se tornaria

atraente ou excitante.

Segundo Shibuya (2006), não se pode ter um único foco. Não adianta

chegar ao topo na esfera profissional, como uma pessoa estressada e com a

saúde desequilibrada.

A vida depende prioritariamente da forma como a pessoa conduz a vida.

Ou seja, a partir de um determinado patamar, todo indivíduo tem o poder de

operar mudanças, se assim desejar. Depende de cada um tentar equilibrar os

aspectos físicos, emocionais, intelectuais, profissionais e sociais (SHIBUYA,

2006).

Em se tratando pessoas Guimarães, assegura que cada uma delas:

reage de diferentes formas à presença de estímulos semelhantes, porque os percebem e valorizam dentro de critérios pessoais. Poder-se-ia propor que a estrutura física, psíquica e bioquímica do homem, bem como seus valores, hábitos e ambiente social determinem, em parte, o tipo e a freqüência das manifestações de estresse. (GUIMARÃES, 2000, p.17)

Obviamente, essa pode ser considerada uma tendência mundial. E de

acordo com um relatório divulgado em 2002, pelo instituto de pesquisas

Yankelovich, cerca de “42% dos americanos gostariam de mudar de vida.

Como não podem recomeçar do zero, fazem alterações pontuais no cotidiano,

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como por exemplo, procurar meios para curar o estresse”, conforme publicação

da Revista Época (2002, p.70).

Entretanto, antes de encontrar a melhor maneira para se livrar do

estresse, será necessário que se tenha o autoconhecimento, pois quanto mais

você se conhece, mais descobre o seu potencial, a ponto de poder aprimorar

melhor sua identificação, aprendo ainda a respeitar e a entende as

características das pessoas que vivem ao seu redor.

Dessa forma, busca-se uma maneira mais harmoniosa de convivência.

Percebe-se que todos nós somos seres holísticos, onde o corpo e a mente

estão em constante interação, frisa Felippe (2003).

A prevenção e a superação de enfermidades como: dores de cabeça e

no corpo, insônias, infarto entre outras, estão basicamente nos cuidados

relacionados com o corpo e a mente e podem ser muitas vezes evitados

através da realização de exercícios, particularmente quando se trabalha em um

ambiente estressante, como apresentam algumas organizações. Por

conseguinte isso implica na obtenção de cuidar da saúde dos colaboradores

das mesmas.

3.2 Os Exercícios no Cuidado da Saúde dos Colaboradores

Para um funcionário estressado, apenas uma massagenzinha no ombro,

ajuda, mas não resolve, de acordo com enfoques dados por organizações

especializadas em cuidados de saúde.

O que se observa é que o uso de paliativos para cuidar do estresse e

capacitarem os empregados a suportarem o mal, vem crescendo. Esta seria

uma direção errônea no que se refere ao desenvolvimento, já que a tensão

emocional não é combatida de fato, mas simplesmente aliviada e remediada

provisoriamente.

Acredita-se que o rumo mais adequado seria atacar as práticas de

trabalho e traços culturais que conduzem as pessoas ao estresse. É claro, que

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a prática de atividades relaxantes e exercícios físicos, podem ser considerados

uma poderosa arma contra o estresse, mas para que o tratamento seja eficaz é

necessário que essas atividades estejam associadas às suas principais

causas.

Sabe-se, portanto, que o problema maior está na concepção de que o

tratamento da saúde dos empregados ainda seja negligenciado pela maior

parte das organizações.

Sendo o estresse um dos principais fatores de enfermidades no trabalho,

ele pode gerar a queda de produtividade, acidentes e afastamentos de todos os

tipos, logo, a atenção dispensada a ele nada mais seria que implementar um

bom gerenciamento sob esses conceitos.

Em prosseguimento, observa-se que no século XIX, os empresários

cuidavam bem das máquinas, mas não davam atenção às - máquinas vivas -,

ou seja, aos recursos humanos, que são os mais poderosos e extraordinários

instrumentos já concebidos. (JAQUECS; GODO, 2002)

Cabe dizer que a herança legada por países orientais, sinaliza que a

prática de atividade física torna-se comprovadamente um meio de proporcionar

ao empregado uma melhor qualidade de vida.

Dessa forma, através da sua realização, o funcionário evidencia níveis

de satisfação mais elevados em relação a organização. Isso provoca

conseqüências de melhor qualidade de vida e de satisfação do funcionário em

executar suas atividades laborativas e/ou funções. (JACQUES, 2003)

Além disso, o índice de ocorrências de acidentes de trabalho passou a

ser consideravelmente menor, em razão de outros fatos destaca-se ainda à

melhora do poder de concentração, diminuição do cansaço ao final da jornada

de trabalho, menor nível de estresse e ainda a diminuição do absenteísmo

(falta ao trabalho), seja por motivo de doença ou não. (JACQUES, 2003)

Dados comprovam que o trabalhador que pratica atividade física

orientada, chega a passar o ano todo sem obter uma falta no trabalho.

A partir dessa perspectiva, verifica-se que a intenção é de colaborar

junto ao setor de recursos humanos das empresas, agindo no combate aos

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fatores que colaboram para as baixas no corpo de funcionários, seja no setor

burocrático, executivo entre outros.

Exercícios corporais e laborais desbloqueiam, desinibem, liberam

tensões, favorecem o autoconhecimento e possibilitam perceber o mundo de

forma diferente e mesmo melhorar relacionamentos interpessoais, de acordo

com os ensinamentos de Felippe (2003).

Para a autora, a ansiedade, preocupações e sedentarismo podem

bloquear ou interferir no modo de se ver e viver no mundo. A mente, o espírito

e a alma fazem parte de um corpo vivo. Um corpo desabituado e ruidoso que

poderá passar a ser um novo corpo vivo, cheio de vontade, prontidão,

produzindo ações inovadoras, principalmente no ambiente organizacional.

Muitas empresas dão valor a exercícios corporais, relaxamento, técnicas

de artesanato entre outras atividades similares que promovem e facilitam o

desenvolvimento intelectual, abrindo portas para um processo de criação e um

viver melhor.

Os movimentos corporais são elementos geradores e da criação.

Conduzem a uma imagem prévia (vivenciada e potencializadora física, emotiva

ou mentalmente). A partir desse contato com essa imagem, possível através de

movimentos corporais, na qual será possível buscar um novo posicionamento

em relação à vida de cada um, ao estilo pessoal ou comportamento individual e

coletivo. (JACQUES, 2003)

Percebe-se que esses movimentos sempre envolvem expressão, gestos

e um processo cognitivo, ou seja, disparam uma ação interna de pensamento

ou sentimento possibilitando uma nova aprendizagem.

Os programas de treinamento podem ser realizados com o objetivo de

reforçar ou desenvolver a criatividade. Entretanto, não se pode esquecer a

importância das atividades corporais, físicas para despertar esse potencial.

(SOUZA, 2000)

A ginástica corporal e cerebral é uma das ferramentas usadas para se

alcançar melhores resultados nesse tipo de aprendizado. Utilizando-se

exercícios com o rosto, as pernas, pescoço, braços, costas, mãos, posturas

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para despertar a imaginação criativa das pessoas conforme expõe Felippe

(2003).

Com efeito, acredita-se que as atividades corporais possibilitam aos

indivíduos a conhecer melhor seu próprio corpo e seus movimentos, e assim,

tomarem consciência do espaço ao seu redor, de seus limites e do campo de

atuação, desenvolvendo, portanto, sua espontaneidade, imaginação e potencial

criativo expressivo.

Durante a implantação desses programas, as atividades podem ser

opcionais, ninguém é obrigado a participar.

Nos encontros podem ser usadas diversas técnicas como: a

ergonometria (conjunto de estudos que visam à organização metódica do

trabalho em função do fim proposto e das relações entre o homem e a

máquina); a bioenergética (informam um efeito positivo sobre sua energia,

humor e trabalho) isso auxilia a pessoa a lidar com bloqueios corporais e

emocionais que dificultam o sentir criativo e o relacionamento com as pessoas

no seu cotidiano. (SÍCOLI, 2003)

Os exercícios podem ainda ajudar as pessoas a expressarem suas

emoções, favorecendo o pensar criativo, a intuição, inovação e a

transformação.

Logo, eles abrem espaço para o: desbloqueio do corpo, emoção,

renascimento da capacidade criativa; desenvolvimento do sentimento e

pensamento criativos, clarificar e consolidar a individualidade, abertura ao

exterior, aceitação, solidariedade, empatia entre outros. (JACQUES, 2003)

Se você é um funcionário que se acha cansado, de tanto ouvir falar que

sem malhação não há solução. E ainda insiste em ficar parado, mesmo

sabendo que, entre outros benefícios, fazer exercícios físicos reduz o risco do

aparecimento de várias enfermidades.

Na verdade, cada ser humano faz parte de uma infinidade de brasileiros

e muitos ainda continuam levando uma vida sedentária, apesar de conhecer as

inúmeras vantagens que a atividade física pode oferecer a saúde em geral.

(JACQUES, 2003)

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Se a desculpa de muitos para tanta imobilidade seria a falta de tempo,

lamenta-se ter que dizer que este argumento deixa hoje, com o mundo

moderno, seria “uma agulha fora do palheiro”, como diriam os antigos. Para tal,

observe outras formas de sair desta vida:

• mande a academia para o espaço, o que importa é fazer exercícios

regularmente, e não o local onde eles são realizados;

• não será necessário fazer duas horas de ginástica por dia para ter uma

vida mais saudável. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS),

bastam apenas trinta minutos diários de algum tipo de atividade física para

manter a saúde em dia.

• não se deve estipular horas em excesso, basta um pouco de cada vez,

pois fazer exercícios físicos em três sessões de dez minutos seria o

equivalente a fazer meia hora de uma só vez.

• para manter o estilo de vida ativo e saudável, será preciso mudar um

pouco a maneira de realizar as tarefas diárias. Ao incorporar pequenas

mudanças no cotidiano, a pessoa se beneficia dos exercícios e deixa de correr

o risco de sofrer aquelas contusões típicas nos finais de semana.

• algumas tarefas diárias podem surpreender pelo gasto calórico que

representam – e até equivaler a uma atividade física tradicional, como natação

ou corrida. Andar depois do almoço, por exemplo, dez minutos, cinco vezes por

semana, equivale ao mesmo benefício de fazer hidroginástica por um período

de tempo igual, três vezes por semana. Com algum tempo de vida ativa, a

pessoa vai começar a tomar gosto pelos exercícios e, quem sabe, até terá

vontade de se matricular em uma academia.

No entanto, se precisar falar com alguém que está dois andares abaixo

ou acima de você, use a escada; leve seu cachorro para passear, empurre

você mesmo o carrinho de compras do supermercado até o carro, estas são

atividades que fazem bem a saúde. (FELIPPE, 2003)

Empregando certos tipos de atividades a pessoa pode substituir de

forma adequada à ginástica. Não sendo necessário frequentar a academia para

fazê-la. Quando se fala em qualidade de vida no mundo de hoje, percebe-se

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que já há novas formas de gerenciá-las, e devido a essa importância reserva-

se o tópico seguinte para tratar do assunto.

3.3 Novas Concepções no Gerenciamento da Qualidade de Vida

A idéia de uma vida melhor, com maior satisfação pessoal, não está

necessariamente associada a dinheiro. Trata-se, antes de tudo, de um conceito

individual, com as variantes que isso permite.

Para uns, isso envolve um trabalho que possibilite a dedicação de mais

tempo à família, mesmo que isso resulte num salário menor. Ter uma casa na

praia é o sonho de muita gente, mas representa compromisso e limitação para

outras pessoas. Muitas vezes, essa alteração acontece a partir de gestos

simples, que trazem um pouco mais de prazer no cotidiano. (FELIPPE, 2003)

Nesse caso, pode surgir o estresse como uma reação do organismo,

quando nos deparamos frente a viagens, perdas, mudanças na situação

econômica, mudança na vida social ou profissional, dificuldades nos estudos e

nas relações com os outros.

Nesse universo de novos valores em ascendência, a indústria dos

pequenos prazeres se apresenta sob um setor em expansão. Há alguns anos

atrás, por exemplo, não se ouvia falar em “spas”, um negócio que nos dias

atuais se propaga nos meios de comunicação e pelos grandes centros

urbanos.

O mercado começa a sentir uma transformação nos valores

relacionados ao consumo. A ostentação tornou-se um comportamento

definitivamente deselegante. De modo geral, o consumo, é uma das principais

bandeiras de certos movimentos, cuja proposta seria reestruturar a vida para

obter uma rotina autêntica e prazerosa.

Determinadas pessoas, preferem diminuir a renda familiar, e dobrar a

sua satisfação pessoal. Escolher a simplicidade não significa se privar, mas

descobrir o que é realmente necessário. O resultado para lidar com assas

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perspectivas de vida está também na forma do gerenciamento das empresas.

Possivelmente, muitas opções podem promover pressão no trabalho, tendo

como conseqüências diversas problema de saúde física e mental, bem como

interferir na prazer de desenvolver suas tarefas, o que irá afetar não apenas o

funcionário como as próprias organizações. (FRANÇA; RODRIGUES, 1999)

Quando se fala em ambiente ocupacional, muitas pessoas o descrevem

como aquele ameaçador as suas necessidades de realização pessoal e

profissional e/ou a sua saúde física ou mental, prejudicam a interação desta

com o trabalho e com o ambiente e, à medida que vai aumentando as

demandas, a pessoa não posse os recursos adequados para enfrentá-las,

segundo explica Guimarães (2000).

Muitas dessas situações podem ser evidenciadas pelo conjunto de

perturbações psicológicas ou sofrimento psíquico, quando associadas às

experiências de trabalho. (DEJOURS, 1987)

O estresse ocupacional ocorre quando há percepção do trabalhador da

sua inabilidade para atender as demandas solicitadas pelo trabalho, causando

sofrimento, mal-estar e um sentimento de incapacidade para enfrentá-las.

Assim, quando temos um organismo sobre situação de estresse,

resultam-se distúrbios emocionais, mudanças de comportamento, distúrbios

gastrintestinais, distúrbios de sono, sintomas psicopatológicos, com sofrimento

psíquico e outros. (PARAGUAY, 1990)

De acordo com Guimarães (2000), as principais fontes de estresse são

os fatores ambientais: ruído, iluminação, temperatura, ventilação em níveis ou

limites inadequados, e os fatores organizacionais que abrangem participações

no trabalho; suportes organizacionais (estilo de supervisão, apoio gerencial,

esquemas organizacionais, planos de carreira).

Mas a organização do trabalho, alicerçada em aspectos mentais do

mesmo, sinaliza outras fontes estressantes como: monotonia e/ou sobrecarga

de trabalho; ritmo de produção acelerado; pressões temporais e das situações

relacionadas a própria natureza das tarefas que são desenvolvidas.

(PARAGUAY, 1990)

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Muitas vezes as tensões nos ambientes de trabalho podem minimizar a

eficiência das pessoas e, conseqüentemente, a produtividade, gerando

conflitos interpessoais, desmotivação, agressividade, enfim, um ambiente

humano destrutivo entre funcionários que pode ser caracterizados por

desrespeito e desqualificação. (FRANÇA; RODRIGUES, 1999)

Observa-se que no gerenciamento da qualidade de vida, será possível

que as pessoas sejam produtivas no seu ambiente de trabalho, onde podem

concretizar tudo o que lhe é estabelecido e ainda sobrar tempo para aproveitar

o melhor da vida pessoal, com simples mudanças nos seus hábitos de

organização.

Segundo Oakland:

Esse modo de pensar deve ser abarcado pelo comprometimento com a qualidade, atendimento dos requisitos do cliente, pela comunicação da mensagem da qualidade e pelo reconhecimento da necessidade de mudança da cultura na maioria das organizações para que se possa instalar a qualidade total. (OAKLAND, 1999, p. 21)

Nesse caso, será necessário se traçar um planejamento de vida futura,

em vez de tratar de enfermidades. É necessário planejar uma velhice tranquila

e saudável, com disposição física para continuar desfrutando uma rotina

agradável e mesmo para investir talvez numa segunda carreira, que seja mais

leve e sem exigências.

Entretanto, a ideia de uma vida melhor, já citada anteriormente, é

essencial quando se trata de qualidade de vida esperando que seja possível

sair um meio de se sair do estresse.

3.4 Como Sair do Estresse

Além de tratar as doenças que aparecem por causa do stress, é preciso

mantê-lo sob controle também. Isso pode incluir sessões de psicoterapia,

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utilização de técnicas de relaxamento, mudança na alimentação e prática de

exercícios físicos. O objetivo de tudo isso é estimular a liberação de

substâncias que ajudem a reverter o quadro. (LIPP, 2007)

Dessa feita, monitorar a “fábrica de estresse” que é carregada dentro de

cada pessoa, parte do tratamento, sendo meio caminho andado para se obter

uma vida mais feliz. (SOUZA, 2000)

Os fatores que geram estresse não vêm apenas de fora, mas de dentro

também, por causa de características de personalidade e comportamento do

ser humano. Não se discute que é estressante ter de trabalhar dez, doze ou

mais horas por dia, mas, enquanto, não nos resta senão outra alternativa, será

preciso modificar o jeito de se encarar as coisas. (LIPP, 2006)

Para tanto, trabalhar tem de ser tão bom que você sempre deve deixar

um pouco para o dia seguinte. Não tente fazer tudo de uma só vez. Dose suas

atividades, pois todas as situações têm seu lado positivo.

Tentar enxergar isso é uma boa maneira de “desestressar”. Permita-se

viver de forma diferente da que está habituado, procure ficar com sua família e

encontrar os amigos. (LIPP, 2000)

Assim sendo, será possível ser mais feliz, procurando encontrar o

equilíbrio que fará muito bem a saúde, tanto física quanto mental, promovendo

também uma melhor qualidade de vida nos ambientes familiares e

organizacionais.

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CONCLUSÃO

Ao término desse trabalho, conclui-se que o estresse no trabalho pode

ser considerado como fenômeno complexo que depende de adaptação de

todos os profissionais das organizações que fazem parte do mundo

contemporâneo.

Nesse contexto, verifica-se que muitas mudanças vêm ocorrendo não

apenas nos estilos de vida da e no processo de produção no mercado

competitivo que coloca trabalhadores em sucessivo estado de tensão, obtendo-

se resultados negativos oriundo de motivos de estresse encontrados ao longo

da história e presente na vida de muitas pessoas.

Cabe ressaltar que uma situação de estresse começa, quando os

funcionários das organizações são solicitados a exercer atividades que vão

além de seus limites, mas que colocam as empresas diante do mercado

competitivo, apresentado como um gerador constante, de elevado esforço, por

parte das pessoas envolvidas no processo de tensão, mas que irá conduzi-la

ao estresse.

Acrescenta-se que o estresse, pode ser de natureza física, psicológica

ou social, uma situação que agrega reações fisiológicas que, se exageradas

em intensidade ou duração podem conduzir as pessoas ao desequilíbrio em

seu organismo.

Isso nos ensina que cada pessoa vive sob o enfoque de fatores

ambientais diferentes e assim, lidam com o estresse de também de formas

diversas. O que significa frisar que duas pessoas quando estão vivenciando o

mesmo estresse podem apresentar reações completamente opostas.

No entanto, o ritmo acelerado de transformações marca por sua vez um

cenário em que organizações e as pessoas devem buscar, de qualquer modo a

sua adaptação no ambiente em que se encontra, devendo tomar posturas

proativas em relação a esse ambiente de transformações, que elege a

tecnologia avançada, as novas políticas socioeconômicas e culturais que

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demandam rever as estruturas de trabalho e relacionamento empresarial e

pessoal.

Sendo assim, as empresas e as pessoas tentam de algum modo se

adequar as mudanças ocorridas nos ambientes externo e interno, visando

alcançar seus interesses, objetivos, bem como as suas necessidades básicas

presente na vida do ser humano.

Dessa forma, podem ser colocadas diversas considerações que

demonstram que para obter o seu sucesso pessoal é preciso correr contra o

tempo. Buscar sempre o conhecimento, verificar suas necessidades, colocando

em prática seu espírito empreendedor, procurando se empenhar cada vez mais

em realizar uma melhor “Qualidade de Vida” para você e sua família, ajudando,

incentivando e influenciando outras pessoas a fazerem o mesmo.

O trabalho pode melhorar a auto-imagem, promovendo um sentimento

de realização e competência, gerando um antídoto para o stress, fadiga e

depressão. Através da participação em atividades coletivas, as pessoas

encontram espaço para seu crescimento pessoal, para a auto-atualização.

O processo de se informarem, de aprimorarem seu espírito crítico, leva-

os à conscientização dos problemas que enfrentam. Para muitos, a ação

permite a utilização de talentos, habilidades e potenciais que, assim, poderão

ser mais bem aproveitados na sua vida diária dentro do campo profissional.

Logo, poderá se apresentar uma proposta de motivação, na qual se

forneça suporte profissional, pessoal e emocional aos trabalhadores que

precisam ser motivados e valorizados, pessoalmente, para que possam

representar a empresa de maneira eficiente, bem como realizados a nível

pessoal e profissional.

Um desses efeitos é o acréscimo de motivação. Quando um funcionário

tem a oportunidade de trabalhar em uma proposta inteligente, séria, ética e

profissional, desenvolve seu papel de cidadão, fica feliz consigo mesmo, sente-

se útil e produtivo. E isso eleva sua auto-estima, atingindo o lado profissional.

Outra vantagem é o desenvolvimento de habilidades que nem sempre

encontra no trabalho formal o campo necessário para serem reconhecidas. As

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pessoas desempenham funções, nas empresas, engessadas pela descrição do

cargo, que visa ao resultado coletivo.

No trabalho social, tudo precisa ser criado, há grande demanda de

criatividade, talento e competência. O grau de liberdade é maior, as pessoas

podem desenvolver suas habilidades e mostrar talentos latentes, além de lidar

com a própria capacidade de maneira mais tranqüila. Numa situação

organizada, a pessoa se encaixa ou fica de fora. Às vezes, chefe e

subordinado estão num mesmo projeto, e o clima de cooperação os aproxima,

o que acaba se estendendo ao ambiente empresarial.

Não se deve esquecer que líderes atuantes na comunidade, formadores

de opinião, empresários sensíveis à problemática social, são importantes alvos

a atingir para contribuir com sua experiência profissional e dar assim maior

impulso, credibilidade e visibilidade às ações.

O trabalho pode melhorar a auto-imagem, promover um sentimento de

realização e competência e agir como um antídoto para o stress e a depressão.

Através da participação em atividades coletivas, as pessoas encontram espaço

para seu crescimento pessoal, para a auto-atualização.

O processo de se informarem, de aprimorarem seu espírito crítico, leva-

os à conscientização dos problemas. Para muitos, a ação permite a utilização

de talentos, habilidades e potenciais que, assim, poderão ser mais bem

aproveitados no seu dia a dia profissional.

A qualidade de vida significa o fator principal para combater o stress,

portanto, é um objetivo bastante almejado, onde passasse a perceber a

importância da satisfação e a manutenção desse corpo, para que o mesmo,

consiga desempenhar um bom potencial de produtividade, conquistar a saúde

e viver bem.

A visão da responsabilidade para com esse “corpo” e o reconhecimento

de saber se conhecer como um todo é fundamental. Principalmente, tomar

consciência de seus limites, se precaverem das situações desagradáveis,

aprendendo a recebê-las e a lidar sem alterar a saúde do organismo.

Diante das observações, viu-se que a década de 50, vem marcar o início

de estudos sobre Qualidade de Vida no Trabalho, traduzida numa abordagem

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que enfatizava o comportamento humano na organização, buscando em geral,

a satisfação do trabalhador no desenvolvimento de suas atividades laborativas

e na concretização do trabalho inerente a sua função.

Através dos estudos verifica-se que o termo Qualidade de Vida vem

sendo utilizado frequentemente com o intuito de delinear alguns valores

ambientais e humanos, mas ao mesmo tempo, ele é negligenciado pelas

corporações industriais, decorrente do avanço das novas tecnologias

implantadas no mercado, e ainda do crescimento econômico e da operosidade.

Nesse sentido, a busca da melhoria de qualidade de vida, envolve

algumas vertentes como compensação justa e adequada; condições de

trabalho com jornada razoável, um ambiente físico seguro e saudável.

Este por sua vez, deve permitir o desenvolvimento de habilidades com

autonomia em relação ao trabalho final, onde tarefas devem ser significativas,

planejadas oportunizando o crescimento pessoal, e a integração social na

organização.

Ante ao exposto, se está diante de um novo desafio, que é inventar e

difundir uma nova organização, capaz de elevar a qualidade de vida no

trabalho, fazendo com que isso seja, um mola propulsora sobre a força

silenciosa de desejo de satisfação das pessoas que desenvolvem seu trabalho

na área de Gestão de Recursos Humanos, e de outras áreas afins.

Diante disso, congrega-se ao conceito de que a Qualidade de vida

compreende um fator de distinção pessoal e organizacional, que pode oferecer

diversas vantagens às pessoas e as organizações, entretanto para que isso

seja alcançado é preciso conhecimento para poder investir nessa linha de

pensamento.

Em análise observa-se que diversas organizações que concordaram

com a implantação de atividades de qualidade de vida, estão vivenciando

benefícios que promovem à saúde e o bem estar dos seus colaboradores.

Certamente, todos ganham com a produtividade mais acentuada por

meio de um envolvimento maior das pessoas, que por sua vez, ganham

também, porque estão diante de uma fonte de satisfação no ambiente de

trabalho. Muitas empresas, por optarem por Programas de Qualidade de Vida

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no Trabalho estão merecendo entrar no ranking de classificação entre as

melhores empresas para se trabalhar.

Deve-se lembrar que no cenário empresarial, a adesão de programas de

qualidade de vida tende a favorecer a criação de espaços de apoio à tomada

de decisões das pessoas quanto à responsabilidade pessoal pela saúde e pela

adoção estilos de vida que favoreçam o seu bem-estar, abordando temas de

desenvolvimento de forma global, isto é, considerando os aspectos biológicos,

psicológicos, sociais e intelectuais de qualquer ser humano.

Pode-se concluir também que a Qualidade de Vida no trabalho, deva ser

entendida como uma gestão dinâmica, haja vista que as pessoas e as

organizações possuem tendências a mudanças constantes, sendo que essa

situação irá depender muito da realidade de cada organização e do modo como

cada pessoa tendo a reagir frente a essas mudanças do mercado

contemporâneo.

Disso resultou a sugestiva de que o estresse no trabalho pode ser

considerado um alerta para a saúde das pessoas no mundo moderno.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................ 02

AGRADECIMENTO ........................................................................................ 03

DEDICATÓRIA ............................................................................................... 04

RESUMO ........................................................................................................ 05

METODOLOGIA ............................................................................................. 06

SUMÁRIO ....................................................................................................... 07

INTRODUÇÃO ............................................................................................... 08

CAPÍTULO I - ESTRESSE: UM ALERTA PARA A SAÚDE DAS PESSOAS

NO MUNDO MODERNO .......................................................................... 11

1.1 Estresse: Conceitos Importantes .............................................................. 13

1.2 Estresse e Qualidade de Vida no Trabalho .............................................. 18

CAPÍTULO II – PROGRAMAS DE QUALIDADES DE VIDA COMO

UM INVESTIMENTO DAS MODERNAS EMPRESAS ................................... 21

2.1 As Empresas Investindo em Qualidade de Vida ...................................... 23

2.2 O Futuro das Empresas ........................................................................... 24

2.3 Lucros Obtidos com os Programas de Qualidade de Vida no Trabalho ... 26

2.4 O Sucesso dos Programas de QVT ......................................................... 28

2.5 O Resultado dos Projetos de Saúde ........................................................ 29

CAPÍTULO III - O COMBATE AO ESTRESSE NAS ORGANIZAÇÕES ......... 31

3.1 O Estresse: na Demanda Interna das Organizações ............................... 31

3.2 Os Exercícios no Cuidado da Saúde dos Colaboradores ......................... 36

3.3 Novas Concepções no Gerenciamento da Qualidade de Vida ................. 41

3.4 Como Sair do Estresse ............................................................................. 43

CONCLUSÃO ................................................................................................. 45

BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 50

ÍNDICE ........................................................................................................... 54

FOLHA DE AVALIAÇÃO ................................................................................ 55

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: “Estresse no trabalho: fenômeno complexo que depende de adaptação de todos os profissionais das empresas”.

Autor(a): Roseli Ayres de Souza

Data da entrega: ___ /___/2009.

Avaliado por: _____________________________ Conceito: ___________