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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA TÉCNICAS DE ORATÓRIA POR: ANDRÉA PY FLÔRES VIVEIROS DE PAULA ORIENTADORA PROF. EDLA LÚCIA TROCOLI XAVIER DA SILVA RIO DE JANEIRO 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

TÉCNICAS DE ORATÓRIA

POR: ANDRÉA PY FLÔRES VIVEIROS DE PAULA

ORIENTADORA

PROF. EDLA LÚCIA TROCOLI XAVIER DA SILVA

RIO DE JANEIRO

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

TÉCNICAS DE ORATÓRIA

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Docência do Ensino Superior.

Por: Andréa Py Flôres Viveiros de Paula

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu marido Luciano Viveiros,

grande amigo e companheiro de todas as

horas pelo carinho e incentivo que sempre

dispensou para que eu continuasse meus

estudos e aperfeiçoasse minha graduação.

Agradeço também a Deus por mais esta

conquista de aprimoramento profissional e

pessoal.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Maria de Lourdes Py Flôres e

Luiz Fernando Flôres (em memória), e avós

paternos, Conceição dos Santos Flôres (em

memória) e Major Fernando Flôres (em memó

ria), pelos seus ensinamentos de ontem que

permanecem intactos até hoje, e pelo esforço

que dedicaram para que eu e meus três

irmaõs pudéssemos estudar e obter um

diploma, para trilharmos nossa caminhada.

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RESUMO

Esta pesquisa objetivou detectar a importância do conhecimento

e utilização das técnicas de oratória e dos cuidados com a voz, para o

professor do ensino universitário.

Através de inúmeros conceitos estabelecidos e citados por

diversos autores, verifica-se a existência de associação entre disfonia e as

variáveis relacionadas à fumo, álcool, drogas, hábitos incorretos, postura,

poluição, alergia, alimentação incorreta, falta de repouso, abuso vocal, refluxo

gastroesofágico, ar condicionado, falta de hidratação, mudanças de

temperatura, vestuário, esportes, alterações hormonais e uso de

medicamentos.

Também foi citada nesta pesquisa, a falta de consciência destes

profissionais, pelo desconhecimento das técnicas de oratória e da importância

de se adquirir cuidados específicos para o bom desempenho vocal.

Evidencia-se portanto a necessidade de se estabelecer que o

profissional fonoaudiólogo possa ser inserido no campo de ensino (faculdades

e universidades), para exercer contato direto com educadores, atuando na área

de prevenção de todo e qualquer distúrbio fonoaudiológico que interfiram no

bom desempenho do orador. Também abordando em eventos , palestras e

informativos, temas que despertem para esta consciência, garantindo harmonia

na interação de educador e educando.

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METODOLOGIA

Como base de estudo, e para fins de entendimento do processo de

construção deste trabalho, foi analisada a falta de consciência de professores

do ensino universitário com relação aos cuidados pertinentes com a sua voz e

as técnicas de oratória que se fazem necessárias para se abranger um perfeito

desempenho profissional.

Para tanto, foi feito um breve estudo em revistas da área de fonoaudiologia, e

bibliografias com respectivo tema.

A grande maioria de textos e relatos em revistas pesquisados, cita que o

profissional, educador, desconhece não somente os cuidados com a voz, como

também desconhece que o profissional indicado para que se obtenha estes

cuidados, também em se tratando de prevenção, seja o fonoaudiólogo.

Nesse passo, o presente estudo buscará apresentar um breve conceito com

relação à falta de consciência destes profissionais da área da educação e na

seqüência uma relação de todas as causas que podem levar a perda da voz ou

mau aproveitamento da mesma, prejudicando sobremaneira não somente a

voz e o desempenho do educador, como também a compreensão e a

dificuldade por parte do educando na aquisição de conhecimentos, no ato da

aprendizagem.

Ao final, para que se possa auxiliar o profissional em questão a reconhecer

todas as possíveis situações de cometimento de abuso e mau uso vocal, foi

transcrita uma lista de situações e condições adversas à saúde vocal, adaptada

de Villela e Behlau, 1988 .

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................8

CAPÍTULO I

VOZ E CONSCIÊNCIA.......................................................................................9

1.1 FATORES QUE PODEM DETERMINAR UMA DISFONIA.........................10

1.2 CONCEITUANDO FATORES PREJUDICIAIS AO BOM DESEMPENHO DA

VOZ...................................................................................................................12

CAPÍTULO II

PERFIL DE COMPORTAMENTO VOCAL........................................................29

2.1 QUADRO 1 –LISTANDO SITUAÇÕES DE ABUSO E MAU USO VOCAL.30

2.2 IDENTIFICANDO UM POSSÍVEL PROBLEMA DE VOZ............................36

CAPÍTULO III

COMO ORIENTAR O PROFISSIONAL, USUÁRIO DA VOZ, COM RELAÇÃO

AO BOM USO DESTA VOZ..............................................................................38

3.1 O TRABALHO DE PSICODINÂMICA VOCAL.............................................41

3.2 QUADRO 2 – TERMOS DESCRITIVOS PARA A VOZ...............................43

CONCLUSÃO....................................................................................................46

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................48

ANEXO INTERNET...........................................................................................50

FIGURAS DE NÓDULOS E PÓLIPOS NAS PREGAS VOCAIS.......................51

ÍNDICE...............................................................................................................52

FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................54

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INTRODUÇÃO

O tema de estudo que se direciona esta monografia é “A importância

do conhecimento e utilização das técnicas de oratória, e dos cuidados com a

voz, para o professor do ensino universitário.”

A questão central desta pesquisa deve-se ao fato de que um número muito

grande de professores que precisa se utilizar da voz e das técnicas de oratória

diariamente, as desconhece.

O professor, enquanto orientador na aquisição de novos conhecimentos, deve

utilizar-se de técnicas e estratégias que promovam condições facilitadoras para

a transmissão e produção do conhecimento, assim a comunicação da

mensagem realizada pelo corpo docente obterá maior exito para socializar o

saber e gerar o conhecimento.

Desta forma, para estes profissionais é imprescindível o desenvolvimento e a

manutenção de hábitos de higiene vocal e um preparo prévio e contínuo para

praticar a doscência. Conforme Simões , Latorre (2002), a voz é o principal

meio através do qual as pessoas se comunicam e , assim, pessoas com

alterações vocais podem ter prejuízos sociais e profissionais. Para o professor,

tais alterações poderão ter como consequência não somente a má qualidade

vocal como também uma diminuição da atenção e da compreensão dos

conteúdos didáticos por parte do corpo discente.

Costumeiramente, os professores demonstram desinformação e despreparo

para enfrentar o uso constante e necessário da sua voz, tanto com relação aos

mecanismos de fonação e as possíveis causas de alterações vocais quanto

com relação aos meios de evitar alterações na voz.

Desta forma a oratória se faz necessária no uso diário do profissional que se

utiliza da voz e da palavra como seus instrumentos de trabalho.

Esta pesquisa deverá servir como instrumento para conscientização destes

profissionais da importância das técnicas de oratória para a qualidade do seu

desempenho, fazendo-os analizar e refletir sobre as mudanças que esta

consciência pode gerar.

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CAPÍTULO I

VOZ E CONSCIÊNCIA

Em algumas profissões o uso da voz se torna vital para uma

efetiva comunicação na viabilização do trabalho, assim como a voz aparece

como fator preponderante na expressão de significados e enriquecimento do

discurso. Esse é o caso de professores, advogados, cantores, telefonistas,

locutores, dentre outros, que são classificados como usuários profissionais da

voz.

Para tal desempenho profissional, os usuários da voz devem ter

conhecimento sobre os mecanismos de produção da voz, suas possibilidades e

os hábitos que possam prejudicá-la. Assim, para que o profissional que a utiliza

tenha uma voz adequada para transmitir a mensagem ao seu público-alvo com

desenvoltura e eficiência, faz-se necessária a consciência vocal.

HERMES, Nakao(2003) salienta que o discurso oral é uma das

principais práticas mediadoras das relações humanas, inclusive no processo

pedagógico sob o qual são construídas as relações linguísticas, expressivas e

comunicativas e, a partir disto, pode-se concluir que o professor é um

profissional da voz, e, assim, muitos dos distúrbios de voz poderiam ser

evitados com pequenas mudanças de hábitos e conhecimento básico sobre o

assunto.

A voz, em virtude do mau uso ou abuso vocal, em diversos casos,

é o motivo de afastamento de professores do seu trabalho habitual, pois,

muitas vezes, em função deste mau uso, eles ficam afônicos ou bantante

roucos, comprometendo o seu desempenho e ocasionando as licenças de

saúde e frustrações no ambiente de trabalho.

Podemos dizer então, que o termo “voz profissional”, aplica-se aos

indivíduos que utilizam a voz de maneira continuada, os quais procuram, por

meio de um modo de expressão elaborada, atingir um público específico e

determinado.

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O comprometimento da qualidade vocal do professor pode alterar

o seu desempenho profissional e , assim, trazer transtornos não somente no

desempenho de suas atribuições profissionais mas também na sua vida social

e pessoal, podendo estes concorrer ou não com os problemas vocais.

A forma de aula expositiva é a mais comum entre os professores,

exigindo o uso vocal intenso, predispondo a fadiga e ao aparecimento de

sintomas vocais negativos.

FEIJÓ, Antunes (2000), refere que “estudos experimentais em

laboratório mostram que os músculos da corda-vocal entram em fadiga após 45

minutos de estímulos frequentes”.

Os músculos da voz têm tendência a fatigar mais facilmente e,

com isso, as pessoas que usam a voz profissionalmente, com intensidade mais

forte e projeção diferenciada, acabam forçando um pouco mais a musculatura,

seja pelo mau uso, seja pelo uso intensivo da voz, ou falta de consciência.

1.1 – Fatores que podem determinar uma disfonia.

Os fatores que podem desencadear uma disfonia são vários e,

primeiramente devemos analisar se os problemas de voz nestes profissionais

são decorrentes de seu trabalho ou se estão relacionados à sua forma de fazer

uso da voz como um todo, incluindo sua vida profissional e sua vida particular.

A grande maioria da população desconhece a importância de se

cuidar da voz, ou mesmo como cuidar, assim como o desconhecimento de

hábitos nocivos, o que acaba favorecendo o acometimento de abusos vocais.

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O desaparecimento da voz momentâneo , rouquidão,

“afonia”,merecem atenção especializada e a busca por profissionais

capacitados, médicos otorrinolaringologistas, e fonoaudólogos.

Devemos prestar atenção também à respiração utilizada na

evocação.

Possuímos dois tipos de respiração, a costal superior , que se dá,

acima do abdomem e a costal diafragmática, na altura do abdomem. Destas,

pode-se referir a costal-superior para o uso de atividades aeróbicas e a costal

diafragmática para a amplitude no trato vocal.

Quando utilizamos a respiração incorreta, podemos sentir dores abdominais e

prejudicar a harmonia da nossa voz.

O abuso vocal, descreve-e não somente no uso contínuo da voz,

mas também no falar alto, no grito, no susurro ou pigarro, o que pode levar a

afonia ou perda da voz, causadas nestes casos pelo aparecimento de nódulos

ou pólipos na pregas vocais.

O ato de pigarrear ou “raspar a garganta”, assim como a tosse

seca constante e sem secreção, são geralmente encontrados em indívíduos

portadores de problemas de voz. Pigarro persistente e muco viscoso são sinais

de hidratação insuficiente, para qual nada melhor do que fazer uma reposição

natural, ou seja, tomar muita água.

A falta de hidratação também é outra causadora da disfonia, pois o

aumento da viscosidade de muco na laringe, diminue a flexibilidade de vibração

da mucosa.

Evitar o uso de álcool, cafeína e produtos que contenham lactose (

alguns tipos de leite e derivados), chocolates, pois são alimentos que

aumentam a viscosidade do muco , diminuindo a flexibilidade das pregas

vocais.

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1.2- Conceituando fatores prejudiciais ao bom

desempenho da voz

1.2.1- Posturas Corporais Inadequadas

Adquirida por herança genética ou pressões externas do meio

ambiente a postura corporal global do indívíduo é única, e pode alterar

progressivamente a sua forma física através de contrações musculares e

desvios do esqueleto ósseo.

A nossa postura pode vir a afetar a nossa comunicação.

Comunicamo-nos utilizando não somente a voz, mas todo o corpo.Um

indivíduo que fala sem movimentação corporal geralmente causa desconforto

no ouvinte.

Para uma comunicação efetiva, o corpo e a voz devem expressar

a mesma intenção.

“ A integração corpo e voz é um dos parâmetros básicos pelos

quais podemos avaliar, o equilibrio emocional de um indivíduo. Posturas

corporais inadequadas geralmente estão associadas a uma emissão vocal

deficiente. Os desvios de postura que devem ser evitados, principalmente

durante a fala, pois limitam a boa produção da voz, são: cabeça elevada ou

inclinada para os lados; tensão de face com boca travada; olhos

excesivamente abertos; elevação ou contração de sombrancelhas; pescoço

com músculos saltados e veias túrgidas; peito comprimido; ombros erguidos ou

rodados para frente; e, bloqueio da movimentaçaõ corporal, principalmente da

cabeça e dos braços.” Conforme Mara Behlau (1999).

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“Assim sendo, a postura ideal durante a fala pode ser resumida de

acordo com as seguintes direções gerais: o corpo deve estar livre para que

acompanhe o discurso espontaneamente, sem movimentação excessiva , o

que cansa o ouvinte e gera ansiedade, mas também sem rigidez, como se o

indivíduo estivesse paralisado; deve-se manter um eixo vertical único pelo

alinhamento da coluna cervical – no pescoço, e o resto da laringe coluna

vertebral, ou seja , o corpo deve ser mantido reto, sem quebras no sentido

lateral ou ântero-posterior; e não devem ser observadas zonas específicas de

tensão. Um corpo com movimentos harmônicos favorece a movimentação livre

da laringe e a produção adequada da voz.” Por, Paulo Pontes (1999).

1.2.2 – A Poluição

Compreende-se que o ar passa pela laringe, e consequentemente,

pelas pregas vocais, a poluição atmosférica apresenta um interesse todo

especial para os estudos sobre a voz. Cidades grandes sofrem mais

violentamente os efeitos da poluição, dentre as quais podemos destacar São

Paulo e Rio de Janeiro.

Uma das principais fontes de poluentes são os automóveis , que

emitem monóxido de carbono, chumbo, óxidos de nitrogênio, ozônio e uma

série de emissões tóxicas(BROWN, 1970). Sem dúvida, a principal causa da

poluição atmosférica é a queima de combustíveis.

Alterações vocais e laríngeas, podem ter como causadora a

poluição.

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Especificamente nos referindo ao trato vocal, podemos citar que

fatores como, fogo, vapores químicos e fumaça, afetam de forma geral o nosso

organismo e podem prejudicar toda a cadeia respiratória, das narinas aos

pulmões.

Expostos diariamente a esta poluição, podemos obter um

resultado de irritação respiratória e do trato vocal.

É muito difícil provar uma relação entre os transtornos causados a

voz e a poluição, porém podemos citar alguns ícones que direta ou

indiretamente podem ser relacionados com este tema como: sensação de

irritação na garganta, nos tecidos da boca, língua, nariz e cadeia respiratória,

tosse e rouquidão.

Alerta-se porém que estas alterações podem surgir apenas

temporariamente, mas se estas exposições forem contínuas, pode-se piorar as

condições vocais do indivíduo bem como dificultar o tratamento.

Se nos referirmos a “poluição sonora”, pode-se citar dentro da

fonoaudiologia um sofrimento de perda não somente auditiva como também da

voz.

A exposição a muito ruído, barulho, gera uma radical diminuição

da audição do indivíduo, que também, por um comportamento reflexo , passa a

elevar a sua voz, fazendo esforço para se comunicar, tentando com isto vencer

os ruídos do fundo , chamado de Efeito Lombard.

No Efeito Lombard, o indivíduo entra em um estado de competição

sonora com os ruídos do meio e este ato reflexo passa a ocorrer

automáticamente, sem que se esteja consciente do esforço vocal empregado.

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1.2.3 - Álcool

A bebida alcoólica , especialmente a destilada, se ingerida com

uma determinada frequencia, causa irritação ao aparelho fonador.

Alguns indivíduos declaram que ao consumir a primeira e a

segunda dose de álcool possuem uma sensação de melhora em sua voz,

porém tem-se a referência de que isto ocorre devido há uma inicial liberação de

controle cortical do cérebro nas primeiras doses, fazendo-os sentirem-se mais

soltos; gerando uma leve sensação de que se anestesiou a faringe e

determinando uma diminuição da sensibilidade nessa região, desta forma

pode-se cometer vários abusos vocais, sem que se perceba.

Também encontramos alguns relatos de indivíduos que adquirem

o hábito de gargarejar com álcool, com a desculpa de que este pode aliviar

dores de garganta ou sensações desagradáveis como de que a garganta

está “arranhada”.

O resultado é exatamente igual ao do exemplo anterior, há uma

sensação de anestesia temporária, onde as sensações desagradáveis parecem

se minimizar, porém após o efeito do álccol haver passado, a consequência é

uma maior irritação do aparelho fonador, e grande piora da qualidade vocal.

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1.2.4 – Fumo

Considerado altamente nocivo; no momento em que a fumaça é

tragada, entra em contato com o sistema respiratório agredindo-o e também as

pregas vocais, podendo causar, irritação , edema, pigarro, tosse , infecções e

aumento das secreções.

O câncer de laringe e pulmão está associado diretamente aos

usuários do fumo.

Alguns autores referem a incidência de câncer em fumantes, 40

vezes maior em relação aos não fumantes.

Também faz-se a colocação de que o indivíduo não fumante, exposto a fumaça

do cigarro de outro fumante pode apresentar alterações danosas ao aparelho

fonador.

1.2.5 – Drogas

São inúmeros os efeitos nocivos determinados pelas drogas,

dentre eles, alterações cardiovasculares e neurológicas.

Podemos começar citando a maconha, que possue uma ação

extremamente lesiva, causando irritação na mucosa, não só pela fumaça que

produz, como também pela toxina encontrada na queima do papel em que a

maconha foi enrolada.

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Indivíduos que fazem uso constante desta droga, podem

apresentar uma voz mais grave, devido ao lesionamento do trato vocal, como

também dificuldade na articulação dos sons, alterações de ritmo e fluência.

Já com a cocaína, pelo fato de ela ser aspirada, a lesão se daria

também e com maior intensidade na via nasal, afetando todo o trato vocal e por

consequência a voz.

O usuário também começa a apresentar perda da percepção e do

controle sensorial, reduzindo por sua vez o controle da voz e assim induzindo o

abuso vocal.

Quando esta droga é injetável observa-se casos de hipotonia

muscular, (fraqueza) produzindo um cansaço vocal e gerando muita dificulda

de em se manter um comunicãção eficiente, principalmente levando-se em

conta que este indivíduo dependa desta voz como instrumento de trabalho.

1.2.6 – Hábitos Vocais Inadequados

O professor que adentra a sala de aula, experiente e conhecedor

dos assuntos que aborda, muitas vezes desconhece quais os hábitos vocais

que podem vir a afetar o seu desempenho vocal, prejudicando-o

posteriormente.

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1.2.6.1 - Excesso de Uso

As vezes, quando se esta muito tempo em sala de aula

utilizando a voz ininterruptamente, pode-se estar acometendo de uso exacer-

bado da voz, e a demonstração deste “cansaço” vocal, traduz-se na falha

vocal, no ato da emissão.

A voz começa a denotar falhas no ato da utilização.

1.2.6.2 – Hidratação

A aparição de secreção persistente no ato da fala pode se dar

devido a ingestão incorreta de líquidos antes da utilização contínua da voz,

como:

- leite com lactose;

- derivados do leite como iogurtes, yakuts etc...;

- chocolate quente ou gelado;

- produtos que contenham cafeína como, café, coca-cola, chá preto, guaraplus,

guaraviton, etc...

-bebidas com gás;

-bebidas com álcool;

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Estes produtos facilitam a produção de “muco”, no sistema vocal

ou ressecamento do trato vocal.

Também a falta de hidratação ou hidratação insuficiente, ou

incorreta, podem agravar este caso, gerando excesso se secreção.

As pregas vocais devem ser hidratadas constantemente em

pequenas doses, várias vezes ao dia e de preferência com água, água de

coco, e sucos cítricos que ajudam a “limpar” o teor de muco depositado no

aparalho fonador.

1.2.6.3 – Pigarro

Indivíduos que apresentam problemas de voz, geralmente têm o

pigarro e a tosse seca como sinalizadores deste problema.

Quando pigarreamos, forçamos a garganta e fazemos uma

coaptação brusca das pregas vocais, com o intuito de se eliminar um corpo

estranho da laringe, e assim sentir um alívio e melhorar a voz; porém neste ato

cometemos agressão com as pregas vocais, que ao se chocarem

abruptamente, podem apresentar o aparecimento de irritação e descamação do

tecido, nódulos, pólipos etc...

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1.2.6.4 – Grito, Susurro e Cochicho

O grito, bem como o seu oposto o susurro ou o cochicho devem

ser evitados , pois geralmente são produzidos com um esforço maior que o

necessário na produção natural, e acabamos produzindo estes sons somente

pela fricção do ar.

O que pode gerar a perda da voz (afonia)devido ao mau uso.

No grito, exercemos a mesma coaptação brusca das pregas

vocais, citadas anteriormente quando falamos de pigarro e desta forma as

mesmas consequências deste são irradiadas.

1.2.7 - Alergias

Alguns indivíduos apresentam sensibilidade elevada à

determinadas substâncias.

A alérgia possui um tendência genética e pode ocorrer por inalação, por algo

que foi injetado, deglutido ou absorvido através do contato com a pele.

Esta alergia pode apresentar-se de inúmeras formas e , em se

tratando de voz , são manifestadas nas vias respiratórias, tais como bronquite,

asma, rinite e laringite.

Reações alérgicas nestas regiões acarretam problemas de voz,

diretamente ligados à alergia.

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“ Pode-se observar uma tendência ao edema (inchaço) das

mucosas respiratórias, o que dificulta a vibração livre das pregas vocais”.Citado

por Mara Belhau e Paulo Pontes (99).

Também podemos colocar que, quando o indivíduo encontra-se

afetado emocionalmente, esta instabilidade pode afetar o trato vocal, pois

acaba deixando o organismo mais sensível, suscetível ao aparecimento de

uma crise.

Tomar cuidado quanto aos medicamentos utilizados para o

tratamento, como descongestionantes nasais e anti-histamínicos, pois estes

apresentam um efeito ressecante e prejudicam a produção vocal.

1.2.8 – Alimentação

O indivíduo deve ter um cuidado especial com a sua alimentação,

levando-se em conta a sua sobrevivência e também que esta alimentação afeta

sobremaneira a sua saúde corporal.

Quando produzimos a voz, temos um gasto de energia e portanto

se esta voz for de uso profissional, o indivíduo deverá consumir uma boa

quantidade de proteínas para mante-la saudável.

Quando ingerimos alimentos muito pesados, ou muito

condimentados, estes, tornam o processo de digestão mais lento e tornam a

movimentação do diafragma difícil, prejudicando a correta respiração no ato da

fala.

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A escolha de alimentos mais leves como frutas e verduras,

favorecem a digestão, relaxam a musculatura da mandíbula , faringe e língua,

melhorando todos os movimentos para uma boa performance na dicção,

tranportando uma sensação de leveza e bem estar ao corpo e por

consequência uma voz clara e bonita.

1.2.9 – Repouso Adequado

Na grande maioria das literaturas específicas para a voz,

encontramos citações que determinam que o organismo necessita de pelo

menos oito horas de sono diárias para recuperação das enegias gastas pelo

nosso corpo. Noites mal dormidas podem gerar uma voz fraca ou rouca pela

manhã, também levando-se em conta o grau de hidratação apresentado.

Normalmente após uma noite de sono de qualidade, os sintomas

de fadiga vocal desaparecem e no dia seguinte a voz retoma a suas condições

de uso habitual

Em casos de excesso de utilização, “abuso vocal”, o repouso

absoluto da voz é indicado, porém se os sintoma persistirem deve-se procurar

um profissional especializado para verificação da existência de lesão nas

pregas vocais.

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1.2.10 – Refluxo Gastroesofágico

A explicação de refluxo gastroesofágico é a passagem por onde

deve passar o suco gástrico em direção ao esôfago, e este sobe para a boca.

O retorno do líquido estomacal pode banhar vários órgãos como as pregas

vocais, a laringe, o nariz e a boca, e este ácido que retorna junto com o

alimento, favorece uma queimação e azia, ou regurgitação dos alimentos,

presença de pigarros, sensação de corpo estranho ou bola na garganta, saliva

viscosa, mau hálito ou outros problemas de ordem digestiva.

Se este refluxo atinge a laringe, chamamos de refluxo-

laringofaríngeo, e temos um quadro que poderá irritar muito a laringe ,

produzindo lesões nas mucosas das pregas vocais e outras estruturas

laríngeas.

O resultado destas agressões é a rouquidão após as refeições e

ao acordar, além dos sintomas já descritos anteriormente.

O refluxo também é favorecido pela ingestão de alimentos muito

gordurosos ou condimentados, alimentos que possuem cafeína em sua fórmula

e a conduta errônea de comer pouco tempo antes de dormir.

Devemos observar uma reeducação alimentar e esperar o

processo digestivo de pelo menos duas ou três horas antes de deitarmos.

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1.2.11 – Ar Condicionado

Quando ficamos expostos a um ambiente com ar condicionado

por muito tempo, ficamos sujeitos a uma agressão da mucosa das pregas

vocais, que devido ao resfriamento do ambiente apresenta uma redução da

umidade natural do ar, ressecando o trato vocal e induzindo uma produção da

voz com esforço e falha de emissão.

O mesmo acontece no inverno quando se utiliza de aparelhos de

calefação ou estufa.

Para amenizar este fator, aconselha-se a hidratação constante e

em pequenas doses, como também a utilização de um aparelho umidificador.

1.2.12 – Temperatura

O trato respiratório pode ser afetado de acordo com o clima, se

muito frio ou muito quente, pode favorecer infecções que impedem a livre

função vocal.

Correntes de ar frio podem acometer o organismo de um choque

térmico, acima de tudo se o indivíduo estiver utilizando roupas inadequadas ao

clima , transpirando ou sem proteger o corpo.

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Também devemos tomar cuidado com a mudança brusca de

temperatura, quando se está em um ambiente muito frio, com ar condicionado

e se muda de local, para uma temperatura quente demais ou o contrário,

causamos um choque térmico que pode gerar transtornos ao corpo e a saúde

deste, como também uma agressão a nossa voz.

1.2.13 - Vestuário

Devemos prestar atenção para não comprimir a região do

abdômem ou pescoço pois estas comprometem a boa apresentação vocal.

Desta forma convêm escolhermos roupas leves e folgadas,

principalmente na região do pescoço e abdômem, permitindo a livre

movimentação do corpo e não usar adereços que apertem estas regiões, como

golas, gravatas, lenços apertados, cintos, cintas elásticas, faixas etc...

O diafragma é o músculo de maior importância para o apoio

respiratório da fonação e o pescoço localiza-se na altura da laringe e pregas

vocais, devendo-se ter absoluto cuidado .

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1.2.14 – Esportes

A prática de esportes nunca é contra indicada, porém existem

atividades físicas que podem sobrecarregar o aparelho fonador, pois exigem

movimentos violentos de braços, como tênis, basquete, peso, boxe, vôlei e

musculação. Estes esportes centralizam a tensão muscular nas regiões do

pescoço, costas, ombros, torax e acabam aumentando a tensão da área da

laringe, favorecendo a produção de uma voz tensa e comprimida.

Atividades indicadas para uma boa performance vocal, no caso de

profissionais que se utilizam da voz para trabalhar, como professores,

advogados, cantores, atores, seriam a ioga e exercícios de estiramento

muscular, como por exemplo o alongamento, que oferece flexibilidade da

musculatura e controle.

Também as “técnicas de massagem e relaxamento podem auxiliar

no equilíbrio da musculatura corporal, imprescindível para uma boa voz.”

Segundo Behlau e Pontes (99).

1.2.15 – Alterações Hormonais

Embora complexa e não totalmente compeendida , a influência dos

hormônios na voz é inegavel. Nossa voz muda muitas vezes durante o nosso

ciclo vital, porém em algumas situações esta percepção se torna mais evidente,

como por exemplo durante a tensão pré- menstrual, menopausa, final da

gestação, envelhecimento, muda vocal do menino para a fase adulta.

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Nestas fases aparecem alterações hormonais muito grandes,

queda ou alta, podendo produzir uma voz mais grave(grossa) ou aguda (fina).

Tais alterações manifestam-se através de discreta rouquidão, com

voz grossa, ou simplesmente de cansaço vocal e perda de potência da voz, em

consequência do edema (inchaço) das pregas vocais provocado pelas

alterações hormonais.

Também podemos observar uma voz mais rouca, cansada, grave,

e um tempo de emissão mais curto em algumas mulheres gestantes, no final

da gestação e nos primeiros meses após o parto.

1.2.16 - Medicamentos

Deve-se tomar muito cuidado com o excesso de medicação, com a

medicação incorreta e principalmente com a auto-medicação , pois sem

percebermos estamos induzindo o nosso organismo a um sério risco, ou a

dependência por um medicamento ou um tratamento sem êxito.

“ Medicamentos são complexos químicos que podem comprometer

decisivamente sua produção vocal, quando administrados incorretamente.” Por

Behlau e Pontes (99)

Toda medicação tomada de forma incorreta ou medicação

inadequada, podem representar sérios riscos a saúde do indivíduo e uma

grande ameaça para a sua voz.

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Alguns remédios que devem ser evitados, principalmente por

indivíduos que usam suas vozes profissionalmente ou de modo intenso em

suas ocupaçõs profissionais, pois geram sangramento, ressecamento da

mucosa , do nariz e da laringe, dificuldade de vibração das pregas vocais, boca

seca, insônia, irritação gástrica, tremor que pode ser percebido na voz, entre

outros, são:

Lista de remédios contra indicados à voz:

-Analgésicos

-Antibióticos

-Sprays nasais

-Medicamentos antitussígenos

-Descongestionantes

-Anti-histamínicos

-Corticóides

-Corticosteróides

-Antidiarréicos

-Diuréticos

-Vitamina C (em excesso)

-Hormônios

-Tranquilizantes e calmantes

-Remédios para dormir

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CAPÍTULO II

PERFIL DE COMPORTAMENTO VOCAL

Depois de observarmos todas as causas que podem levar o

indivíduo a um uso incorreto da sua voz , voltamos a citar a falta de consciência

e o desconhecimento dos profissionais que fazem uso constante da sua voz.

Comportamentos vocais negativos conceituados de “abuso vocal”, podem

comprometer e colocar em risco a saúde e integridade vocal.

Situações de mau uso vocal são caracterizadas por desvios dos padrões

corretos de emissão, por desconhecimento ou imitação de um modelo vocal

inadequado.

Quando percebemos atos de abuso vocal, devemos analisar quais

os motivos que envolvem este comportamento, e assim teremos uma

explicação geralmente no ambito psicológico e um primeiro passo para uma

orientação correta a este indivíduo.

Abaixo apontamos um quadro adaptado de (Villela & Behlau, 1988), que

apresenta uma lista de situações de abuso e mau uso vocal, e condições

adversas à saúde vocal, para facilitar ao profissional usuário da voz, o

reconhecimento deste perfil.

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2.1-Quadro listando situações de abuso e mau uso vocal

-Fala em grande intensidade (voz forte)

-Fala durante muito tempo

-Fala agudo demais (muito fino)

-Fala grave demais (muito grosso)

-Fala sussurrando

-Fala com os dentes travados

-Fala com esforço

-Fala sem respirar

-Fala enquanto inspira o ar

-Usa o ar até o final

-Fala rápido demais

-Fala junto com os outros

Fala durante muito tempo sem se hidratar

-Fala sem descansar

-Articula exageradamente as palavras

-Fala muito ao telefone

-Fala muito ao ar livre

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-Fala muito no carro, metrô ou ônibus

-Pigarreia constantemente

-Tosse demais

-Ri demais

-Chora demais

-Grita demais

-Trabalha em ambiente ruidoso

-Vive em ambiente familiar ruidoso

-Vive com pessoas com problemas de audição

-Mantém rádio, som ou tv ligados enquanto fala

-Imita vozes dos outros

-Imita vários sons

-Usa a voz em posturas corporais inadequadas

-Pratica esportes que usam a voz

-Frequenta competições esportivas

-Participa de grupos religiosos com grande uso de voz

-Tem alergias

-Usa a voz normalmente quando resfriado

-Toma pouca água

-Permanece por muito tempo em ambiente com ar condicionado

- Vive em cidade de clima muito seco

-Vive em cidade com ar muito poluído

-Permanece em ambiente empoeirado,com mofo,ou pouca ventilação

-Expõe-se a mudanças bruscas de temperatura

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-Toma bebidas geladas constantemente

- Toma café ou chá em excesso

-Come alimentos gordurosos ou excessivamente condimentados

-Come alimentos achocolatados em excesso

-Fuma

-Vive em ambientes de fumantes

-Toma bebidas alcoólicas destiladas

-Usa drogas

-Faz auto-medicação quando tem problemas de voz

-Dorme pouco

-Canta demais

-Canta fora de sua extensão vocal

-Canta em várias vozes

-Usa roupas apertadas no pescoço, tórax e cintura

-Apresenta azia

-Apresenta má digestão

-Tem refluxo gastroesofágico

-Tem vida social intensa

-Tem estresse

Quadro apresentado por ( Villela & Behlau , 1988)

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33 Cada um dos quesitos selecionados equivalem (1) ponto

Some seus pontos:

2.1.1 - Classificação do comportamento vocal

Tipo 1. Até 15 pontos – O Comportamento Vocal

Você não tem propensão para desenvolvr um problema de voz.

Parabéns pois você respeita os limites do organismo! Siga assim que estará

contribuindopara a sua longevidade vocal. Contudo, se apesar desta

classificação você estiver apresentando um problema de voz, tal como voz

rouca ou esforço para falar, consulte rapidamente um especialista pois

provavelmente trata-se de um quadro orgânico, ou seja, independente do

comportamento vocal, e necessita de uma avaliação detalhada.

Tipo 2. De 16 a 30 pontos – O Candidato a problemas de voz

Você tem tendência para desenvolver um problema de voz e , talvez, já

apresente alguns sinais e sintomas de alteração vocal – a chamada disfonia.

Você está em uma situação onde um acontecimento estressante adicional ou

um simples aumento do uso da voz na atividade profissional podem levá-lo a

um sério risco vocal. Você precisa ser avaliado por um especialista!

Procure verificar em seu ambiente de trabalho, familiar e social, quais as

modificações que podem ser introduzidas para reunir melhorescondições de

comunicação.Conscientize-se da importância de sua voze reduza a prática de

comportamentos negativos.

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Tipo 3. De 31 a 50 pontos – O risco sério

Você tem se arriscado demais e pode vir a perder um dos maiore bens que

possui – sua voz! Talvez você já apresente uma disfonia e já tenharecorrido a

um especialista.

Siga corretamente a orientação e o tratamento indicados. Procura refletir sobre

o modo com que você se comunica com as pessoas, em diferentes situações,

caracterizando os principais focos de tensão e estresse do seu dia-a-dia,

procurando reunir condições para reverter este quadro.Pense o quanto a sua

vida irá se tornar difícil se você tiver que viver com uma limitação vocal

definitiva. Reaja!

Tipo 4. Acima de 51 pontos – O campeão de abusos vocais

De duas uma: ou você sofre de um problema de voz crônico ou apresenta uma

resistência vocal excepcional, acima do normal!

Se você tem um problema de voz, sabe o quanto esta situação interfere

negativamente em sua vida, e como este fato representa uma sobrecarga

adicional em casa e no trabalho. Conscientize-se da necessidade imediada de

desenvolver comportamentos vocais adequados e saudáveis.

Melhore seu ambiente de comunicação!

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35

Se você ainda não consultou um especialista, é melhor não adiar. Busque

orientação!

Por outro lado, se apesar desta quantidade de desvios no uso da voz ela ainda

se apresenta saudável, você pertence a este raro tipo de indivíduo com

resistência vocal a toda prova. Contudo, cuide-se, pois a voz não é eterna e os

limites do organismo mudam constantemente com a idade e com as condições

gerais de saúde. Além disso, seu comportamento vocal pode estar sendo

invasivo para seus interlocutores, representando também um modelo vocal

inadequado, principalmente para as crianças. Que tal mudar?

“A voz é um dos elos de comunicação mais

importantes entre os seres humanos. Apesar disto, ela geralmente não recebe

a merecida atenção, a não ser que um problema ocorra e o indivíduo fique

impedido de comunicar-se adequadamente.” (M.Belhau,P.Pontes 99)

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2.2 -Identificando um possível problema de voz

Quadro adaptado de (BEHLAU & REHDER, 1977, P.49,50)

Assinale os itens em que a sua resposta é positiva.

( ) Você tem ou já teve algum problema de voz?

( )Alguém já comentou que a sua voz é diferente e você entendeu o comentário

de forma negativa?

( ) Você acha que a sua voz combina com o seu corpo?

( ) Você acha que a sua voz combina com a sua personalidade?

( ) Você gosta do som de sua voz gravada?

( ) Você acha que a sua voz é rouca, fina, grossa, fraca ou forte demais?

( ) De manhã sua voz é rouca ou fraca?

( ) Você fica rouco frequentemente?

( ) Você usa sua voz de forma intensiva?

( ) Você grita demais?

( ) Você fala demais ao telefone?

( ) Sua voz fica rouca ou fraca após um dia de trabalho?

( ) Você sente falta de ar durante a fala?

( ) Você faz força para ser ouvido?

( ) As veias ou os músculos do pescoço saltam enquanto você fala?

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37( ) Sua voz some ou muda repentinamente de tom?

( ) Sua voz quebra, some ou desafina quando você canta?

( ) Você fuma há muito tempo ou em grande quantidade?

( ) Você toma bebidas alcoólicas destiladas diariamente?

( ) Você tem alergia respiratória ou resfriados constantes?

( ) Você tem azia, queimação no esôfago ou refluxo gastroesofágico?

( )Você apresenta alguns destes sintomas na laringe: pigarro, coceira, ardor,

dor, sensação de garganta seca, sensação de queimação, sensação de aperto

ou bola na garganta?

( ) Você se auto-medica quando tem problemas de voz?

• Se você assinalou até 4 ítens, verifique o que

pode ser feito para reduzir esta marca.

• Se você assinalou 6 ou mais ítens, procure

um especialista e peça orientação. Sua voz é muito importante e sua saúde

vocal pode estar correndo um sério risco!

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38

CAPÍTULO III

COMO ORIENTAR O PROFISSIONAL, USUÁRIO DA

VOZ, COM RELAÇÃO AO BOM USO DESTA VOZ.

Este deverá ser um trabalho feito por profissionais da área, dedicados ao

estudo e a qualidade vocal; “fonoaudiólogos e otorrinolaringologistas”, atuando

em equipe multidisciplinar, desempenhando um papel de prevenção, através

de palestras, aulas, seminários, consultorias e vídeos, que possam abordar

temas para os cuidados com a voz, incluindo uma série de esclarecimentos

sobre a fonação, e a saúde vocal, detalhados suficientemente para que as

necessidades e dúvidas do orador sejam sanadas.

Informações sobre o mecanismo de produção do som e normas básicas de

higiene vocal.

Normalmente profissionais da voz, como professores e cantores demonstram

um grau de interesse pela orientação, e pode-se então incluir registros de fotos

e filmes para elucidar as explicações, favorecendo a compreensão do tema

exposto.

A produção da voz, o seu mecanismo deve ser colocado com um vocabulário

simples, que pode ser organizado da seguinte maneira:

1.Onde a voz é produzida?

R: A voz é produzida na laringe, que é um tubo que contém as pregas

vocais.

2.O que é correto dizer ? Cordas ou pregas vocais?

R: É correto dizer pregas vocais, pois não se tratam de cordas, mas sim de

pregas de musculatura.

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393.Como é o funcionamento para emissão da nossa voz?

R: Ao inspirarmos, o ar entra nos pulmões e as pregas vocais se afastam.

Ao falar, elas vibram e se aproximam, emitindo o som.

4.Do que resulta a nossa voz?

R: A nossa voz resulta do equilíbrio entre duas forças.

A força do ar que sai dos pulmões (aerodinâmica) e a força muscular da

laringe (mioelástica), principalmente das pregas vocais.

Havendo um desequilíbrio neste funcionamento, haverá um problema de

voz.

Pode-se acrescentar a esta introdução, que se o fluxo pulmonar for

excessivo, a voz tende a ser soprosa e vamos perceber “ar” no som

evocado; se ao contrário, a força muscular for maior que a necessária, o

som ficará comprimido, com pouco ar e a voz sairá tensa.

5.Como podemos entender o som ser evocado em uma altura determinada?

R: O som é produzido pelas pregas vocais na laringe e passa por uma

“amplificação” natural constituída pela laringe, boca e nariz.

Estruturas chamadas de cavidades de ressonância.

Assim, após serem colocados estes fatos, o público interessado poderá

fazer a seguinte conclusão:

1.Para que o som seja gerado, é necessário uma certa quantidade de ar,

para que as pregas vocais possam exercer vibração.

2.Para que se possa produzir a vibração, a laringe deve estar livre de

qualquer tensão.

3.As caixas de ressonância, devem estar abertas para facilitar a saída do

som pela boca, havendo assim a amplificação sonora.

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40Então, pode-se fazer um fechamento deste tema, esclarecendo que os sons

da fala são articulados na boca, com movimentos conjuntos de língua,

lábios, mandíbula e palato, modificando o ar que vem dos pulmões.

Após haver abordado o mecanismo da fala, deve-se esclarecer quanto a

higiene vocal e as normas básicas para preservar a saúde vocal do

profissional prevenindo o aparecimento de alterações.

No prosseguimento, convém abordarmos que os profissinais da voz,

também devem realizar exercícios de aquecimento vocal, antes de se

utilizarem da voz e exercícios relaxantes e suavizadores, ao término de

suas apresentações, desta forma voltando ao padrão vocal habitual.

O uso do padão de voz profissional fora do contexto de “trabalho”, pode

representar um importante fator de abuso no trato vocal.

Segundo (BEHLAU, PONTES 1995)

“Após os 18 anos de idade é aconselhá

vel o treinamento formal para as exigên

cias do desenvolvimento de uma voz

profissional cantada ou falada.”

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41 3.1 –O TRABALHO DE PSICODINÂMICA VOCAL

A meta a ser observada é a de conduzir o indivíduo ao

reconhecimento dos fatores que lhe proporcionam qualidade vocal e que

estiveram condicionados durante toda a sua vida.

Através de um trabalho de consciência com relação á estes

vetores, o indivíduo poderá mudar o que for necessário para a sua boa

conduta vocal e melhor aproveitamento.

Fazendo o trabalho de psicodinâmica vocal o indivíduo leva ao seu consciente,

as informaçõs da sua qualidade vocal e o efeito da sua voz sobre o ouvinte.

Também é importante colocar ao profissional da voz, que existe um padrão de

voz, que ele apresenta e que este faz parte da sua história enquanto

indivíduo.

Tratando-se de comunicação humana, a mitologia de cada um tende a

influenciar na formação de nossos padrões de comunicação, desde o momento

em que selecionamos o vocabulário, o tipo de construção frasal, até os

elementos mais específicos como a qualidade, intensidade, frequência e

extensão. De acordo com (ZIEMER, 1993), “ A voz, faz parte da nossa

identidade e é um dos nossos mitos construidos pela interpretação de nossas

experiências de comunicação, sustentado pela cultura em que vivemos.”

Faz-se então um trabalho de reconhecimento da leitura vocal do indivíduo, de

modo cauteloso, considerando-se todos os aspectos deste, como situaçaõ do

discurso e a comunicaçaõ corporal.

Também deve-se levar em conta que os dados da psicodinâmica vocal, estão

diretamente ligados aos padrões sociais, culturais e do sistema dos valores

deste indivíduo e assim não devemos considerar dados isoladamente, mesmo

porque diversas emoções e características de personalidade, atuam

juntamente em uma mesma qualidade vocal.

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42

BOONE(1991), propõe uma lista de cem palavras descritivas de

atributos vocais, apresentadas em ordem alfabética, que foi adaptada ao

português e ampliada a 172 termos pelos participantes do “Clube do Livro da

Voz”(1992), e apresentados no Quadro 2.Na adaptação realizada, além da

tradução da lista original, novos termos foram inseridos a partir dos protocolos

de pacientes disfônicos e de depoimentos sobre impressões pessoais e dos

outros sobre as suas vozes.BELHAU & PONTES (1995, p.212)

Explicação da conduta de uso:

O indivíduo deverá escolher as características que se identifiquem com a sua

própria voz, e marcar á estas condutas os termos: positivo ou negativo, de

acordo com o seu julgamento pessoal.

Este quadro favorece a percepção do indivíduo para as suas possibilidades e

limitações vocais.

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43

3.2- QUADRO 2 – TERMOS DESCRITIVOS PARA A VOZ

Abordagem global na reabilitação vocal.BEHLAU&PONTES (1995,P.213)

Quadro adaptado de: BOONE (1991)

Assinale com um x pelo menos 10 (dez) das palavras abaixo que estão

relacionadas a sua voz:

• abafada * constrita *grossa *pobre

• aberta *convincente *gutural *poderosa

• adequada *cortante *harmoniosa *polida

• afetada *crepitante *hesitante *pontuda

• afiada *cruel *imatura *potente

• agitada *débil *imponente *prateada

• agradável *desafinada *impotente *prazerosa

• agrssiva *desagradável *inadequada *profunda

• aguda *descontrolada *inaudível *quebrada

• alegre *deteriorada *incisiva *quente

• alta *dirigente *inconfundível *rachada

• amável *dócil *inexpressiva *radiante

• ameaçadora *dourada *infantil *rápida

• anasalada *dura *infantilizada *rara

• animada *efeminada *insegura *raspada

• antipática *encoberta *instável *redonda

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44• apagada *efervescente *instrumental *relaxada

• apertada *enjoada *irregular *ressonante

• ardida *entediada *irritante *rica

• arrogante *entrecortada *jovial *rouca

• artificial *esbranquiçada *lenta *rude

• àspera *escura *leve *ruidosa

• assobiada *esganiçada *limitada *ruim

• autêntica * estável *limpa *seca

• autoritária *estrangulada *macia *sedosa

• aveludada *estressada *madura *sedutora

• baixa *estridente *masculina *sensual

• boa *expressiva *masculinizada *sexy

• bonita *falsa *medrosa *simpática

• branca *fanhosa *meiga *sofisticada

• brilhante *feia *melodiosa *solta

• bruta *feminina *melosa *soprosa

• cansativa *fina *metálica *suave

• harmosa *flutuante *meticulosa *submissa

• chata *forçada *mole *suja

• chorosa *forte *monótona *temida

• clara *fraca *morta *tensa

• colorida *fria *oca *tímida

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45

Continuação

• com cor *fúnebre *ofensiva *transparente

• comprimida *gostosa *oscilante *trêmula

• comum *grande *pastosa *triste

• confiante *grave *pequena *velha

• conflituosa *gritante *pesada *vigorosa

*Transcreva as palavras selecionadas e comente...............................................

Adaptado e ampliado pelo “Clube do Livro”, do Centro de Estudos da Voz –

São Paulo: Boone, D.- Is your voice telling on you? How to find and use your

natural voice.San Diego, Singular, 1991.187p.

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CONCLUSÃO

A presente pesquisa “Técnicas de Oratória – A importância do

conhecimento e utilização das técnicas de oratória, e dos cuidados com a voz,

para o professor do ensino universitário”, evidencia que os professores,

profissionais que fazem uso contínuo da voz, estando predispostos a

alterações vocais, ou sem a necessária orientação de cuidados preventivos

com esta voz, estariam prejudicando o seu desempenho profissional em sala

de aula, bem como a aquisição de aprendizagem pelo educando.

Desta forma, a promoção da saúde ao nível de prevenção primária

seria ideal para evitar alterações que impedissem ou, ainda, prejudicassem o

desempenho adequado na transmissão da mensagem pretendida.

Importante colocar, que a consciência vocal desenvolvida pelo

professor, constituiria uma das estratégias para prevenir alterações vocais,

preservar a voz e contribuir na otimização do uso desta. E, levando-se em

conta que a implantação de programas de orientação vocal é uma das

atribuições da fonoaudiologia, torna-se fundamental que estes profissionais

sejam informados e conheçam as possibilidades do aparelho fonador, da

utilização da voz e das técnicas de oratória, bem como as formas de mantê-la

saudável para o desenvolvimento de suas funções.

Oliveira (2000), acredita que compete a fonoaudiologia que se

determine e justifique projetos a favor da saúde,estudando condições do

ambiente de trabalho e citando os fatores de risco da profissão, bem como

todos os agentes causadores dos processos danosos a saúde geral do

profissional.

Portanto, a Fonoaudiologia tem o direito e o dever de intervir para

uma prevenção de todo e qualquer distúrbio relativo ao seu campo de atuação,

como também, diagnosticar e tratar os problemas resultantes do uso incorreto

do aparelho fonador, com o intuito de se manter a harmonia entre a voz do

doscente, o aprendizado do discente e a qualidade na interação de ambos.

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“ A atuação fonoaudiológica é fundamental na in-

vestigação dos aspectos relativos ao uso da voz,

assim como na orientação e preparo destes pro –

fissionais que utilizam a sua voz profissionalmente

em ambientes diferentes e de formas diversas.”

Maestrini (1995)

“As consequências negativas da disfonia do profes-

sor reduzem para o aluno a ocorrência de condições

favoráveis para o aprendizado, comprometendo as-

sim, a relação ensino-aprendizagem.”

Servilha (1997)

“A voz bem colocada tem som de boa disposição e

estabelece uma autoconfiança naquele que fala e

causa uma impressão positiva naquele que escuta.”

Cooper (1974)

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BIBLIOGRAFIA

-BEHLAU M,PONTES,P.Higiene Vocal-Cuidando da voz.2 ed.Rio de

Janeiro:Revinter;1999.

- BEHLAU M,PONTES,P.Avaliação e tratamento das disfonias.São Paulo:

Lovise;1995.

-BOONE DR,MC FARLANE SC. A voz e a terapia vocal.Porto Alegre:

Artes Médicas;1994

-SERVILHA E A M.Consciência vocal em doscentes universitários.Pró-

Fono;1997;9(2):53-61.

-SIMÕES M,LATORRE MRDO.Alteração vocal em professores: uma revisão.J

Bras Fonoaud 2002;3(11):127-34.

-PÓLIPO R.Como se tornar um bom orador.8 ed.São Paulo:Saraiva;2002.

REVISTA QUATRO LADOS-INTERNET

- http://quatro-lados.blogspot.com/2010_o4_01_archive.html

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ANEXO

INTERNET

REVISTA QUATRO LADOS

domingo, 11 de abril de 2010

http://quatro-lados.blogspot.com/2010_o4_01_archive.html

Saúde da voz

A voz apresenta 3 funções primordiais na comunicação humana. Revela algum aspecto do falante: idade, emoção e nível sócio-cultural-econômico. A voz é uma das extensões mais fortes da nossa personalidade. O dia 16 de abril comemora-se o dia Mundial da Voz, este ano a campanha terá como tema: SEJA AMIGO DA SUA

VOZ ! A campanha é realizada pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, apoiada pelos Conselhos Regionais e Conselho Federal de Fonoaudiologia. A prevenção é antes de tudo, uma maneira segura de evitar que alterações vocais ocorram, causando prejuízos sociais, profissionais e financeiros. Muitos são os profissionais que usam a voz como instrumento de trabalho: São cantores, atores, professores, radialistas, políticos, vendedores, telefonistas, secretários, empresários, padres/pastores e todos aqueles que precisam da voz para exercer sua profissão. O mau uso e o abuso vocal podem provocar vários transtornos para a saúde da voz; as lesões mais freqüentes são os nódulos vocais, vejas as imagens abaixo:

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Que são lesões localizadas nas pregas vocais, inicialmente uma massa nodular mole e maleável e posteriormente se não tratada fica mais rígida, chegando a impedir o fechamento completo das pregas vocais. Vale lembrar que o tratamento precoce é sempre mais rápido, podendo inclusive poupar o indivíduo de uma cirurgia. O aparecimento de rouquidão, cansaço vocal, ardume e/ou dor na garganta, pigarro e falta de ar são sinais de patologias que acometem a laringe e podem estar relacionadas ao uso abusivo da voz em condições desfavoráveis. O mal uso da voz se refere a falar excessivamente, falar alto e rápido, gritar, usar voz muito aguda ou muito grave e praticar canto sem ter preparação adequada. Tais hábitos associados ao fumo, ar-condicionado (ambos ressecam a mucosa da laringe), poeira, alergias respiratórias, estresse, ruído competitivo e predisposição genética propiciam o surgimento de patologias laríngeas, que podem prejudicar ou até mesmo impedir a atuação profissional. O médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo podem dizer se o profissional está fazendo um uso adequado da voz, dar orientações preventivas, avaliar e tratar a patologia, se existente. Ao menor sinal de desconforto na emissão da sua voz, procure o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo de sua confiança. Recomendações básicas para ter uma boa saúde vocal : * Repouso Vocal Relativo: Evitar o uso prolongado do telefone; falar em alta intensidade e utilizar a impostação vocal profissional no cotidiano. * Aquecimento Vocal: É importante eliminar tensões corporais antes de realizar a locução. Exercícios corporais podem ser realizados juntamente com os exercícios vocais * Lubrificação Laríngea: Indica-se o consumo de 2,5 L a 3,0 L de água ao dia (1 copo a cada 40 minutos na presença do ar condicionado) e redução de consumo de cafeína, leite, e derivados, álcool, tabaco e medicamentos que causam ressecamento da mucosa. * Não grite sem suporte respiratório . O grito deve ser sempre evitado, mas em situações esporádicas em que ele é necessário (principalmente em certas profissões), o indivíduo deve gritar com técnica: corpo ereto, inspirar profundamente sentindo a expansão do abdomem e das costelas e falar em forte intensidade, com ataque vocal suave (item 4). Percebemos que com pequenas mudanças em nossos hábitos, podemos cuidar melhor da nossa voz. A Voz bem cuidada é garantia de saúde, bem estar físico e contribui para o sucesso

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51 profissional. Então... Previna-se! Gente foi um imenso prazer participar aqui do Quatro Lados que adoro, principalmente para dizer que falar faz bem, mulher sabe muito bem disso, risos. E cuidar é melhor ainda. Beijo grande a todos. Colaboração de Cindy Medeiros, leitora do blog, acadêmica do 4º período de Fonoaudiologia. Postado por QuatroLados às 12:36 0 comentários

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO.............................................................................................2

AGRADECIMENTOS...........................................................................................3

DEDICATÓRIA....................................................................................................4

RESUMO.............................................................................................................5

METODOLOGIA..................................................................................................6

SUMÁRIO............................................................................................................7

INTRODUÇÃO.....................................................................................................8

CAPÍTULO I

Voz e Consciência...............................................................................................9

1.1 Fatores que podem determinar uma disfonia..............................................10

1.2 Conceituando fatores prejudiciais ao bom desempenho da voz..................11

1.2.1 Posturas corporais inadequadas.............................................................12

1.2.2 A poluição...............................................................................................13

1.2.3 Álcool .....................................................................................................15

1.2.4 Fumo.......................................................................................................16

1.2.5 Drogas.....................................................................................................16

1.2.6 Hábitos vocais inadequados...................................................................17

1.2.6.1 Excesso de uso......................................................................................18

1.2.6.2 Hidratação..............................................................................................18

1.2.6.3 Pigarro...................................................................................................19

1.2.6.4 Grito,Sussurro e Cochicho.....................................................................20

1.2.7 Alergias.....................................................................................................20

1.2.8 Alimentação..............................................................................................21

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531.2.9 Repouso adequado..................................................................................22

1.2.10 Refluxo gastroesofágico.........................................................................23

1.2.11 Ar Condicionado.....................................................................................24

1.2.12 Temperatura...........................................................................................24

1.2.13 Vestuário.................................................................................................25

1.2.14 Esportes..................................................................................................26

1.2.15 Alterações Hormonais.............................................................................26

1.2.16 Medicamentos.........................................................................................27

CAPÍTULO II

PERFIL DE COMPORTAMENTO VOCAL........................................................29

2.1 Quadro 1-listando situações de abuso e mau uso vocal.............................30

2.1.1 Classificação do Comportamento Vocal...................................................33

2.2 Identificando um possível problema de voz.................................................36

CAPÍTULO III

COMO ORIENTAR O PROFISSIONAL, USUÁRIO DA VOZ, COM RELAÇÃO

AO BOM USO DESTA VOZ..............................................................................38

3.1 O trabalho de Psicodinâmica vocal..............................................................41

3.2 Quadro 2 – Termos descritivos da voz.......................................................43

CONCLUSÃO....................................................................................................46

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................48

ANEXO INTERNET...........................................................................................49

FIGURAS APRESENTANDO NÓDULOS E PÓLIPOS NAS PREGAS

VOCAIS.............................................................................................................50

FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................54

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Universidade Candido Mendes – Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia:

Técnicas de Oratória

Autora:

Andréa Py Flôres Viveiros de Paula

Data da entrega:

26/03/11

Avaliado por:

Prof. Edla Lúcia Trocoli Xavier da Silva

Conceito:

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