UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS GRADUAÇÃO – … · que fazem o cliente entender que ele é...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO – “LATU SENSO”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS
PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NO VAREJO
SUPERMERCADISTA
Orientador: Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Por: Ednaldo Cesar de Araújo
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS GRADUAÇÃO – “LATU SENSO”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS
PARA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES NO VAREJO
SUPERMERCADISTA
Trabalho monográfico apresentado como requisito para conclusão do
curso de Pós-Graduação em Gestão de Varejo, por Ednaldo Cesar de
Araújo.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que me proporcionou a vida e a
capacidade de pensar. Agradeço as pessoas que conheço
no meu ambiente profissional, Marcus Meira, grande
incentivador, Sr. Joaquim Cunha e Andrea Cunha, que me
ensinaram a amar minha profissão e através da empatia, a
lidar com pessoas, clientes e profissionais. Aos professores
que tão sabiamente nos ensinaram novos conceitos e
idéias.
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DEDICATÓRIA
Nossas idéias, conquistas e sonhos são impulsionados
pelas pessoas que nos cercam e que torcem por nós, com
elas alcançamos objetivos que nos parecem impossíveis;
por isso dedico esse trabalho a minha esposa, pelo apoio e
incentivo, aos meus filhos que singela e inocentemente
tentavam esperar o papai chegar mais tarde nos dias de
estudo e aos meus pais, que me ensinaram a ser o homem
que sou hoje.
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RESUMO
A necessidade de fidelizar clientes nos levou a criar estratégias para
superar as expectativas desses que antes eram tratados como se
dependessem do varejo. A evolução da tecnologia deu aos clientes recursos
que os tornaram mais exigentes e inconstantes. A pesquisa busca identificar os
principais conceitos voltados à necessidade das empresas em se moldar a um
novo mundo onde o cliente dita a regra. As empresas precisam capacitar seus
colaboradores para as novas tendências tecnológicas. É necessário alcançar
um nível mais alto de personalização do atendimento, para isso são
necessários novos métodos. Através das pesquisas bibliográficas e coleta de
dados na Internet percebemos a necessidade de construir relacionamento com
os clientes que hoje têm o mundo ao alcance dos dedos, cativar sua lealdade é
tarefa cada vez mais difícil. O estudo analisa estratégias para conquistar e
tornar os clientes fiéis ao seu negócio, preparando os colaboradores para
entender que o êxito reside não apenas em atrair o cliente, mas em retê-los, e
para isso é necessário se aprimorar.
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METODOLOGIA
Para realização deste trabalho foi utilizada pesquisa bibliográfica,
partindo de análise crítica de processos e pesquisa sobre A importância dos
Recursos tecnológicos para fidelização de clientes no Varejo supermercadista.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................... 8
CAPÍTULO I ............................................................................................... 10
1. Evolução do Supermercado ............................................................ 10
1.1 Do Escambo a Revolução Industrial ............................................... 10
1.2 O Início do Auto-serviço .................................................................. 11
1.3 Breve Histórico do Grupo Pão de Açúcar ........................................ 13
1.4 Inovação na Rede Pão de Açúcar ................................................... 14
1.5 WAL-MART Empresa nº 1 no Mundo .............................................. 15
CAPÍTULO II .............................................................................................. 17
2. Novos Desafios: Tornar os Clientes Féis ao Seu Negócio .............. 17
2.1 Quem é o Cliente? ........................................................................... 17
2.2 Em Busca da Fidelização ................................................................ 20
2.3 A Importância da Comunicação no Processo de Fidelização ......... 23
2.4 O Marketing Como Ferramenta de Fidelização .............................. 25
2.5 Tecnologia a Serviço do Varejo ...................................................... 28
CAPÍTULO III ............................................................................................. 30
3. Capacitação Profissional ................................................................. 30
3.1 Motivando a Equipe ......................................................................... 30
3.2 Em Busca da Liderança .................................................................. 32
3.3 Inovação do Colaborador ................................................................ 33
3.4 Modelagem e Gestão de Pessoas .................................................. 37
CONCLUSÃO ............................................................................................ 40
BIBLIOGARFIA .......................................................................................... 42
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INTRODUÇÃO
O tema desta monografia aborda sobre o mercado varejista e tem como
questão central como superar as expectativas dos clientes, que com o advento
da internet e demais recursos tecnológicos estão mais exigentes no consumo e
consequentemente mais inconstantes.
As empresas devem capacitar seus colaboradores para as novas
tendências tecnológicas, é necessário encantar o cliente. A fidelização tornou-
se o foco principal para estar à frente da concorrência.
O tema é de fundamental relevância, pois a pesquisa é destinada a
gestores e colaboradores, que de alguma forma estão inseridos no segmento
varejista voltado ao supermercado na região metropolitana do Rio de Janeiro. A
abordagem serve também como base de estudo para profissionais da área de
marketing.
O estudo apresenta a evolução do varejo, desde o inicio das primeiras
operações comerciais, o surgimento do auto-serviço e a fundação do
supermercado no Brasil, que é o segmento de varejo mais abordado no estudo.
O surgimento de grandes potências do varejo supermercadista, como o Grupo
Pão de açúcar, que desde seu início traçou inovações em marketing através de
estratégias adotadas numa época que pouco se pronunciava esse nome e a
Rede Wal-Mart, fundada por Sam Walton, um homem com ideal a frente do seu
tempo, focava o cliente com sabedoria e sempre se preocupou com seus
funcionários, exemplos de métodos que essas redes utilizavam para se
tornarem a potência que os mantém no topo até hoje.
As empresas precisam encarar os novos desafios do mundo globalizado,
o cliente é o pilar que sustenta qualquer empresa, portanto é necessário
conhecê-lo. Saiba qual é o público que se quer trabalhar, traçando um perfil
sobre quem é o seu cliente e anteceda as suas necessidades, analisando as
estratégias para conquistar e mantê-los, tornando-os fiéis ao seu negócio.
Para que isso seja possível é necessário conhecer novos métodos para
fidelização. O estudo traz alguns exemplos adotados pelo Wal-Mart e Pão de
Açúcar, estratégias que servem para tornar a sua área de vendas mais
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atraente, fazer o cliente perceber que fazer compras pode ser divertido.
Modelos que servem de base para iniciar uma mudança de comportamento na
sua empresa, entre elas a comunicação entre colaboradores e clientes,
importantíssimo no processo de fidelização. Algumas estratégias de marketing
que fazem o cliente entender que ele é parte de um processo na decisão de
compra, foco no marketing infantil, pois hoje no varejo alimentar as crianças
decidem muito.
Muito relevante também são as novas tecnologias que estão a serviço
do varejo, novos formatos de lojas e gestão da informação. O estudo sustenta
que os competidores com os melhores sistemas de informação e com
atividades de inteligência mais eficazes serão os vencedores.
Um ponto de suma importância nesse estudo é avaliar como as
empresas devem capacitar seus colaboradores para as novas tendências. O
estudo apresenta alguns fatores sobre o RH, como a importância de se rever
panoramas salariais e a oferta de benefícios e treinamentos. A motivação do
colaborador acelera o alcance de metas de crescimento e expansão, causando
também a maior satisfação dos clientes.
Será abordada a importância de formar líderes dentro de 'casa', pois
estes naturalmente serão mais comprometidos com seu negócio, estarão aptos
a lidar com as adversidades que podem ocorrer numa operação de venda de
serviços ou produtos, pois é nesse momento que o cliente percebe se a sua
empresa é ou não preparada para lhe ter como cliente.
O estudo apresenta alguns resultados de uma pesquisa recente sobre a
lista das Melhores Empresas para Trabalhar, feita pelo Great Place To Work no
Brasil. Mostrando que embora o mundo esteja muito acelerado, as pessoas
continuam querendo trabalhar num ambiente de confiança, tendo orgulho do
que fazem e tendo orgulho de suas empresas.
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CAPITULO I
1. A Evolução do Supermercado
1.1 Do Escambo a Revolução Industrial
Desde os primórdios dos tempos, segundo Ascar (2009), o homem
sempre buscou suprir suas necessidades básicas com atividades de caça e
pesca no início e, posteriormente, dedicando-se à agricultura, ao artesanato, à
produção de tecidos, entre tantas outras atividades. Tudo o que fazia
destinava-se ao consumo próprio. Com o aperfeiçoamento dos meios de
produção, começaram a surgir os excedentes que, em vez de descartados,
viraram moeda de troca por produtos diferentes e igualmente necessários à
sua sobrevivência. Era o começo do comércio, atividade civilizada que exigia
entendimento entre as partes, valorização de bens e satisfação pela posse dos
mesmos.
No início da atividade comercial surgiram as moedas e os bancos, teve
início o desenvolvimento do processo de distribuição e abastecimento das
comunidades. Por volta de 1700, o abastecimento nas pequenas cidades se
dava por um tipo de estabelecimento comercial, denominado Loja Geral, o
general store. Lá, era possível encontrar desde alimentos e roupas até
implementos agrícolas. Um produto requintado ou especial exigia uma
encomenda ou o deslocamento a um centro mais desenvolvido.
Face ao crescimento das comunidades e diante de novas necessidades,
houve uma adequação do comércio que, entre tantas mudanças, incorporou
novas formas de efetuar o atendimento à clientela. Tinha início aí o processo
de especialização, de segmentação. Surgiu, então, a grocery store, um modelo
de loja dedicada apenas à venda de alimentos. Esse tipo de comércio,
semelhante à mercearia ou armazém que conhecemos no Brasil, era praticado
em lojas de 50 a 60 metros quadrados e geralmente os produtos eram
comercializados a granel. A loja disponibilizava produtos que atendiam às
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necessidades alimentares dos habitantes da cidade e utilizava o balcão para
separar o cliente do dono e das mercadorias.
Com o advento da Revolução Industrial, a partir do século XIX, e o
crescimento das cidades, as diferentes necessidades da população, a
adequação das indústrias para a produção de produtos mais específicos e os
diferentes tipos de lojas ampliando a disputa pelo consumidor estabeleceram
um ciclo que possibilitou ao comércio exercer suas funções de equalização e
distribuição dos bens de consumo.
1.2 O Início do Auto-serviço
Ascar (2009), cita que, em 1850, surgiu em Paris a primeira loja de
departamentos, a Bon Marchè, pioneira na técnica de agrupamento dos
produtos em categorias. Em 1912, os Estados Unidos inauguraram a primeira
loja do mundo com atendimento por auto-serviço, o cash and carry ou pague e
leve. Com preços predeterminados, a técnica de vendas permitiu ao
consumidor escolher os produtos e levá-los até o caixa, sem a intervenção de
qualquer funcionário ou do dono do estabelecimento. Acima de tudo, os
produtos passaram a ser distinguidos entre si, permitindo que o cliente fizesse
sua própria escolha, sem ser induzido pelo balconista.
Apenas quatro anos depois, os norte-americanos inauguram a segunda
loja a utilizar a técnica de auto-serviço tal como a conhecemos hoje. O auto-
serviço ganhou corpo, mas passou-se mais de uma década e meia até a
fundação do primeiro supermercado, também em solos norte-americanos.
Instalado em Long Island, New York, o King Kullen, aberto em 1930,
apresentou características que prevalecem até hoje. O advento do conceito de
supermercado reduziu drasticamente os preços e as margens de ganho sobre
as mercadorias com a consequente aprovação dos consumidores. Não
demorou muito e o conceito se difundiu rapidamente em toda a América
chegando a mais de oito mil lojas em 1941.
O supermercado surgiu, dessa forma, como produto da evolução do
sistema de comercialização por auto-serviço. Nos Estados Unidos, um dos
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maiores motivadores do desenvolvimento do auto-serviço de alimentos foi, sem
dúvida, a Grande Depressão, entre o fim da década de 20 e início da de 30,
criando um mercado ávido por preços baixos, a maior qualidade que os
supermercados podiam oferecer aos consumidores.
Os donos de armazéns no país tiveram conhecimento de um novo
sistema que revolucionaria a forma de pensar o varejo analisando os novos
formatos de atendimento em lojas desse ramo no exterior, o auto-serviço.
Segundo o site da Rede Hakuo de Supermercados (2009), a história do
ramo supermercadista vem da época de nossos avós, quando faziam suas
compras nos armazéns, conhecidos como “Secos e Molhados”. O atendimento
era realizado por um único atendente, o que o impedia de atender várias
pessoas simultaneamente.
O surgimento desse novo sistema no Brasil ocorreu em 27 de março de
1953, quando foi inaugurado em São Paulo o primeiro supermercado do Brasil,
chamado Americano. Esse novo modelo provocou alvoroço nas autoridades
comerciais, pois não havia lei regulamentando um estabelecimento que
comercializasse, ao mesmo tempo, produtos de mercearia, de limpeza, carnes,
frutas e verduras. O impasse só terminou em 12 de novembro de 1968, quando
o então prefeito de São Paulo, Faria Lima, assinou a Lei Municipal n° 7208, que
regulamentou o segmento. Essa data é considerada oficialmente o Dia do
Supermercado. Na entrada da loja havia uma catraca para contar o número de
clientes e uma recepcionista explicava como proceder na hora da compra:
pegar o carrinho, escolher os produtos e se dirigir aos caixas. Era o início do
relacionamento entre cliente e lojista. Apesar do sucesso, ainda hoje a
modalidade não é absorvida por muitos estabelecimentos varejistas, que
segundo Ascar (2009) preferem manter o atendimento de balcão, seja na loja
toda ou, em muitos casos, em seções de perecíveis como açougue, frios e
laticínios. Isso por resistência de muitos clientes, que, acostumados a escolher
pessoalmente frutas, verduras e legumes, pegando uma a uma, não se sentem
confortáveis comprando produtos previamente embalados.
A última grande modalidade comercial a aparecer nos Estados Unidos,
vinha suprir a emergência de pequenas compras por parte dos consumidores.
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Localizadas em bairros e combinando as características de outo-serviço com a
pequena loja, surge o conceito convenience store, traduzida como loja de
conveniência, de comodidade. Vale lembrar que a tecnologia e o desejo de
comodidade dos americanos fizeram e fazem com que surjam outros métodos
de comércio, que anulam a relação entre o comerciante e o comprador. Caso
da Internet, que recentemente inaugura o conceito de loja virtual.
1.3 Breve Histórico do Grupo Pão de Açúcar
A Partir de 1948, acontecem os primeiros momentos do Grupo Pão de
Açúcar, concretizando década a década seu posicionamento no varejo
nacional.
De acordo com site do Grupo Pão de Açúcar (2010), foi neste ano que
Valentim dos Santos Diniz, o “Sr. Santos” inaugura a Doceira Pão de Açúcar,
que oferecia serviços de buffet além de grande variedade de produtos
artesanais, como balas de café, bolos, pães, salgados entre outros. O sucesso
proporcionou a expansão do negócio, viabilizando a abertura de duas filiais,
ambas inauguradas em 1952.
Após sete anos de experiência com as Doceiras Pão de Açúcar, Sr.
Santos percebe a mudança da população e suas novas necessidades. No ano
de 1959, investindo no auto-serviço, inaugura ao lado da doceira, o primeiro
supermercado da rede.
Sua visão empreendedora e o gosto pelo negócio logo se transformaram
em novas lojas, que são abertas inclusive em locais onde ainda não existiam,
como Shopping Center e Litoral.
No final da década de 60, o Grupo já possuía mais de 50 lojas em 17
cidades de São Paulo. Na década de 70, inaugura o Hipermercado Jumbo, que
dispunha de amplo estacionamento e enorme variedade de produtos, esse
novo formato surgiu como novidade no Brasil.
Ainda nessa década, investe em outros ramos de atividade, percebendo
a necessidade dos seus clientes, como restaurantes, turismo, lanchonetes,
pesca, veículos etc.
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Nos anos 80 surgem novos formatos de loja, como lojas de
departamento, mercearias de desconto e bricolagem. Em 1981, ocorre a fusão
de todas as lojas de varejo da rede, formando a Companhia Brasileira de
Distribuição – CBD.
Ainda na década de 80, o grupo seguiu um forte projeto de
reestruturação, passando a ser comandado pelo primogênito da família Diniz,
Abílio.
Foi criado o inovador cargo de ombudsman do varejo, que funcionou
como um canal entre o cliente e a diretoria do grupo, visando uma maior
aproximação com o consumidor. Em 1997 torna-se a primeira empresa de
varejo nacional a abrir seu capital na Bolsa de Valores de Nova York e associa-
se ao grupo varejista francês Casino.
Em 2003 estabelece a fusão com o Grupo Sendas, ganhando mais
espaço no mercado carioca.
O Grupo Pão de Açúcar anunciou no dia 04/12/2009, segundo o portal
de notícias do Globo (2010) um acordo de fusão com as Casas
Bahia. A associação vai unir as operações do Ponto Frio (Globex), das Casas
Bahia e do Extra Eletro (Grupo Pão de Açúcar) em uma única e nova
sociedade. Com esta nota, a empresa passa a ter 1.582 lojas, em 337
municípios, incluindo super e hipermercados. As unidades estão em 18 estados
e no Distrito Federal. O faturamento anualizado da Companhia (2008) com
Ponto Frio e Casas Bahia está ao redor de R$ 40 bilhões.
1.4 Inovação na Rede Pão de Açúcar
A rede foi pioneira no comércio de internet varejista no país com o Pão
de Açúcar Delivery. Foi pioneiro também no primeiro supermercado
educacional do mundo, inaugurando em 1998, o Pão de Açúcar Kid´s, um
supermercado infantil, que teve seus carrinhos, gôndolas e check-outs
adaptados ao tamanho das crianças, com a proposta de ensiná-las a serem
consumidores conscientes. Monitores, equipamentos interativos e atividades
lúdicas auxiliam o público infantil a conhecer seus direitos como consumidor e
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reconhecer a qualidade dos produtos. Foi também a primeira rede a inaugurar
supermercado dentro de Shopping Center, o Iguatemi, em São Paulo, em
1966. Na ocasião, os fornecedores da rede prestaram uma homenagem à
empresa pelo novo empreendimento, com um anúncio onde parte dele relata
“Através deste anuncio nós, seus fornecedores, queremos homenagear esta
grande empresa cujo crescimento é uma contribuição decisiva à modernização
e barateamento do sistema de abastecimento do Brasil.”
Em 1967, com visão de marketing, produtos vendidos no Pão de Açúcar
são anunciados na ‘Hora do Bolinha’, no canal 9, com preços promocionais e
prêmios oferecidos à clientela. Além deste programa, o Pão de Açúcar também
realiza promoção no canal 5, no programa ‘Sábado é Sucesso’, patrocinador
exclusivo do programa.
Em 1969, pela primeira vez no Brasil, um supermercado passa a
funcionar 24 horas, 365 dias por ano. É a loja de nº 4 na Av. Brigadeiro Luiz
Antônio, onde hoje está o Extra Hipermercados.
1.5 WAL-MART Empresa nº 1 no Mundo
O Wal-Mart é hoje a maior e mais influente empresa do mundo, levando-
se em conta o faturamento. O Desenvolvimento deste conglomerado foi
espantoso. Após um início tímido como uma rede de supermercados
interiorana, Sam Walton, fundador da rede, construiu algo que dificilmente
podemos imaginar ser possível no presente. Walton era o típico empreendedor,
começou do zero e cometeu uma série de erros, porém manteve-se fiel ao
sonho de construir uma grande empresa. Sua genialidade ‘centro da fórmula de
sucesso do Wal-Mart’ residia numa idéia aparente simplória: compre barato,
venda barato, mantenha as prateleiras bem sortidas, trate os clientes com
respeito, valorize seus colaboradores e preste muita atenção aos acertos da
concorrência. Isso se tornou uma espécie de dogma da companhia. O Wal-
Mart é mais que um empreendimento, é quase uma religião, cujo princípio
fundamental é lucrar sempre. (CASO DE SUCESSO, 2010).
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Na época de estudante, Sam foi eleito o rapaz mais versátil e tornou-se
presidente do corpo de estudantes. Formou-se em economia no ano de 1940.
Sam percorreu vários outros tipos de negócios (concorrentes como K-
Mart). O conceito da empresa K-Mart era simples: mercadorias de preços
baixos com qualidade e com ênfase no auto-serviço. Isto levou Sam a
considerar um novo tipo de conceito: as Lojas de Descontos.
Sam e seu irmão Bud, resolveram fundar o Wal-Mart em 1962, com a
abertura de sua primeira loja na cidade de Rogers, estado do Arkansas, com o
nome de Wal-Mart Discount City.
Dois anos após sua fundação, a rede já contava com 24 lojas e um
faturamento de US$ 12,6 milhões. (Wikipédia, 2010)
Segundo Slater, (2003 p 46), em 1987, a revista Time afirmou que a
Wal-Mart se tornara a força em mais rápido crescimento e mais influente do
setor de varejo, graças à capacidade de Walton de motivar os empregados e
reduzir despesas. A revista citava analistas que consideravam a Wal-Mart a
empresa mais bem gerenciada dos Estados Unidos.
Slater (2003, p 235), conta que em 1992, quando morreu Sam Walton, a
empresa faturava US$ 43 bilhões. Em 2003 o faturamento passou para US$
256 bilhões, com crescimento de 595%. Apesar disso, há muito espaço a ser
ocupado. Lee Scott, CEO, principal dirigente administrativo da empresa, lembra
que “basta comparar nossa participação no mercado (7,9% nos Estados
Unidos) com a de muitas empresas que conquistaram fatias de 35 a 40% de
vendas”.
A história do Wal-Mart no Brasil começou em 1995, com a abertura do
Sam´s Club, uma espécie de clube de descontos onde o usuário precisa se
tornar sócio para comprar. Hoje a rede ocupa a terceira posição no Ranking da
ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados, e faz concorrencia com o
francês Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar. São 9 bandeiras em todo o Brasil,
Wal-Mart, Sam´s Club, Todo Dia, Bompreço, Hipe Bompreço, Nacional,
Mercadorama, Hipemercado BIG e Maxxi Atacado.
(CASO DE SUCESSO, 2010)
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Pelos dados da Wal Mart, a Companhia tinha, no início de 2004, 1.478
Lojas de descontos, 1.471 Supercenters, 538 Sam’s Clubs e 64 Mercados de
vizinhança nos EUA. Em outros nove países operava 982 Lojas de descontos,
257 Supercenters, 80 Sam’s Clubs e 36 Mercados de vizinhança, totalizando
4.906 lojas. (Costa, 2009)
CAPITULO II
2. Novos Desafios: Tornar os Clientes Fiéis ao Seu Negócio
2.1 Quem é o Cliente?
Sam Walton faz a abertura de um programa de treinamento para seus
funcionários dizendo:
“Eu sou o homem que vai a um restaurante, senta-se a mesa e
pacientemente espera, enquanto o garçom faz tudo, menos o meu pedido.
Eu sou o homem que vai a uma loja e espera calado, enquanto os
vendedores terminam suas conversas particulares.
Eu sou o homem que entra num posto de gasolina e nunca toca a
buzina, mas espera pacientemente enquanto o empregado termina a leitura do
seu jornal.
Eu sou o homem que, quando entra num estabelecimento comercial,
parece estar pedindo um favor, ansiando por um sorriso ou esperando apenas
ser notado.
Eu sou o homem que entra num banco e aguarda tranquilamente que as
recepcionistas e os caixas terminem de conversar com seus amigos, e espera
pacientemente enquanto os funcionários trocam idéias entre si ou,
simplesmente abaixam a cabeça e fingem não me ver.
Você deve estar pensando que sou uma pessoa quieta, paciente, do tipo
que nunca cria problemas. Enagna-se. Sabe quem eu sou?
‘EU SOU O CLIENTE QUE NUNCA MAIS VOLTA!’
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Divirto-me vendo milhões sendo gastos todos os anos em anúncios de
toda ordem, para levar-me de novo à sua firma.
Quando fui lá pela primeira vez, tudo que deviam ter feito era apenas a
pequena gentileza, tão barata, de me enviar um pouco mais de cortesia.
Clientes podem demitir todos de uma empresa, do alto executivo para
baixo, simplesmente gastando seu dinheiro em algum outro lugar.”
(MOTIVADO PARA O SUCESSO, 2009)
Para Griffin (1998, p 47) Cliente é uma pessoa que se acostuma a
comprar de sua empresa. Esse costume se estabelece por meio da compra e
da interação freqüente durante um período de tempo. Se não houver um
registro sólido de contatos e compras regulares, essa pessoa não será um
cliente de sua empresa; será um ‘comprador’. O verdadeiro cliente é ‘criado’ ao
longo do tempo.
Johansson; Nonaka (2001, p 41) comenta que, clientes são indivíduos,
não importando se agem como membros de uma família, de uma organização
ou de um grupo étnico. Os vários fatores sociais que pressionam a decisão de
compra limitam eficazmente a liberdade de o individuo atuar.
Frances; Bee (2000, p.13;14) cita que, ao perder um cliente, geralmente
não se perde somente uma venda, mas potencialmente uma vida inteira de
vendas. Lembrando-nos também que existem alguns motivos, um tanto
pessoais e até egoístas para os quais devemos estar sempre atentos, que são:
• Clientes satisfeitos provocam menos estresse. São poucos os que, tendo
que lidar com um cliente insatisfeito, não conhecem as pressões que tais
situações causam.
• Clientes satisfeitos tomam menos o nosso tempo. Lidar com queixas e
problemas pode consumir muito tempo e eles sempre surgem quando você
está mais 1ocupado.
• Clientes satisfeitos falam de sua satisfação a outras pessoas, o que amplia
uma boa reputação.
• Clientes satisfeitos trazem satisfação ao trabalho e podem ajudar a motivar
você e sua equipe.
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• Clientes são seres humanos – é natural querer proporcionar um
atendimento atencioso, prestativo e eficiente.
Ainda segundo Frances; Bee (2000, p.16), empresas que não veem
seus clientes como ‘o mais importante’ jamais poderá ter perspectivas de
crescimento, pois sabe-se que a empresa é o cliente, devendo sempre ir em
busca na ‘excelência do seu atendimento’. Leva-se a crer que o bom ou mau
atendimento ao cliente pode "gerar emoções intensas e resultar em alguns
benefícios notáveis ou conseqüências desastrosas, como a de este cliente
nunca mais voltar e ainda levar outros com ele".
Kotler (2000, p 58), comenta que, muitas empresas estão objetivando a
alta satisfação porque clientes meramente satisfeitos mudam facilmente de
fornecedor quando aparece uma oferta melhor. Os que estão altamente
satisfeitos são muito menos propensos a mudar. Um alto nível de satisfação ou
encantamento cria um vínculo emocional com a marca, não apenas uma
preferência racional. O resultado é um alto grau de fidelidade do cliente. A alta
administração do Xerox acredita que um cliente altamente satisfeito ou um
cliente encantado vale dez vezes mais para a empresa do que um cliente
apenas satisfeito. Um cliente muito satisfeito provavelmente continuará cliente
do Xerox por muitos anos e comprará mais do que compraria um cliente
simplesmente satisfeito.
Para Kotler (2000, p 157), a fidelização de clientes no futuro irá passar
muito pelos canais/rede de distribuição e pela satisfação das necessidades,
hábitos e atitudes da clientela.
As necessidades, hábitos e comportamentos dos clientes deverão
conhecer também grandes mudanças no futuro. Para os satisfazer, será
preciso implementar um "marketing individual, personalizado, criando soluções
adequadas a cada caso". As pessoas estão fartas de que as empresas lhes
iludam com produtos pouco adequados às suas necessidades. As soluções
adequadas e a qualidade do serviço serão determinantes.
Freitas (2001, p 75) explica que a empresa deve adotar uma estratégia
sistemática e coerente de fidelização, com foco nos bons clientes, pela adoção
das seguintes ações:
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• Definição clara do seu mercado alvo, isto é, dos clientes com quem
pretende trabalhar.
• Estar atenta ao comportamento da concorrência e às mutações dos
mercados, pois, sendo estes formados por pessoas (clientes),
necessidades, gostos, os comportamentos vão-se alterando.
• Ouvir a opinião dos clientes e tudo fazer para os manter satisfeitos.
• O bom cliente não é necessariamente o maior. O grande cliente, em regra,
gera um volume de negócios elevado, mas as margens que deixa são
pequenas, por vezes pouco compensadoras. O bom cliente será aquele que
cada empresa considere reunir as condições ideais para manter uma
relação comercial duradoura.
2.2 Em Busca da Fidelização
Sam Walton compreendia melhor do que ninguém no varejo que “fazer
compras as vezes é chato”, e constituiu toda uma cultura organizacional em
torno da idéia de que fazer compras não podia ser desagradável.
Para Slater (2003, p 55), fazer compras pode ser mais fácil quando
vendedores fazem questão de ajudar os clientes. Também pode ser mais fácil
quando gerentes e empregados são solidários e zelosos uns com os outros,
garantindo os altos padrões da loja em limpeza, eficiência e serviços aos
clientes. Fazer compras pode até ser divertido, quando os empregados se
esforçam para ser criativos, para cativar os clientes, transformando em fonte de
prazer sua jornada pela loja.
Seguno Santos (2005), para que isso aconteça, o supermercadista deve
desenvolver uma nova forma de gestão para alinhar a sua visão e a do
fornecedor com a do consumidor. Essa gestão força uma mudança e um
impacto cultural, requerendo que a gerência abandone a organização de
gôndolas e corredores em forma de departamentos, para uma gestão
multifuncional, com base em unidades estratégicas de negócios do varejista,
voltadas ao valor percebido pelo cliente.
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Ao concentrar os esforços, nesse tipo de gestão, é possível proporcionar
oportunidades renovadas para suprir as necessidades, bem como,
simultaneamente, alavancar vantagens competitivas, gerando custos mais
baixos e maior eficiência no processo operacional.
Esse tipo de gestão voltada ao consumidor requer tempo, recursos e
ferramentas de sistemas de informações, que de nada valerão, se o varejista e
seus colaboradores não assimilarem esta nova filosofia: gerir em função de
quem mantém o negócio.
Segundo Underhill (1999, p 147), o ato de fazer compras é mais do que
entrar em um local público onde produtos são mantidos até serem trocados por
dinheiro. Fazer compras é mais que a simples e dócil aquisição do que é
absolutamente necessário à vida de alguém. Essa atividade envolve
experimentar a parte do mundo que se supõe à venda, usando nossos sentidos
– visão, tato, olfato, audição – como a base para escolher isso ou rejeitar
aquilo. É o aspecto sensorial do processo de tomada de decisões, porque
praticamente todas as compras não planejadas e muitas planejadas também,
resultam do freguês ver, tocar, cheirar ou provar algo que promete prazer, se
não a realização total.
“Os supermercados estão sabiamente tentando ser mais propícios às
compras sensoriais. Possuem padaria no recinto, que enchem o ar de um
cheiro fresco e caseiro. Mesmo que esteja na seção de vitaminas, quando o
aroma o atingir, de repente estará pensando: preciso de pão.” (UNDERHILL,
1999, p 150)
Segundo o site do o Grupo Pão de Açúcar (2009), a rede, que tem fama
de supermercado mais hi-tech do país, inaugurou em 2009 o Personal Shop,
trazendo mais comodidade e agilidade na escolha dos produtos, inovando o
conceito de compras. Com a ajuda de um coletor de dados, capaz de
armazenar listas dos clientes habituais, é possível economizar tempo no
supermercado.
Com o Personal Shop em mãos o cliente seleciona a opção “compras”
ou ‘compras habituais’. O primeiro ele seleciona os produtos que deseja
colocando no carrinho, ou não, caso opte pela entrega em domicílio. Na
22
segunda opção a tela demonstra os produtos mais consumidos pelo cliente,
com base nas informações armazenadas, a escolha dos produtos são feitas e
ele recebe um auxilio para encontrar os produtos pelos corredores da loja.
Slater (2003, p 61;62), comenta que Sam Walton desenvolveu um
conjunto de diretrizes ou regras a cultura do Wal-Mart, que tem o objetivo de
melhorar o padrão de vida dos clientes do Wal-Mart. A cultura consiste em Três
Crenças Básicas:
1. Respeito pelo indivíduo;
2. Serviços aos clientes;
3. Busca da excelência;
Além disso, Walton elaborou um conjunto de 10 regras, destinadas a
ajudar os empregados a implementar as Três Crenças Básicas:
• Comprometa-se com o negócio.
• Divida o lucro com todos os associados e trate-os como parceiros.
• Motive seus parceiros.
• Comunique tudo que for possível aos seus parceiros.
• Valorize tudo que os associados fizerem pelo negócio.
• Comemore o sucesso.
• Ouça a todos na empresa.
• Supere as expectativas dos clientes.
• Seja melhor do que os concorrentes no controle das despesas.
• Nade contra a corrente.
Ainda de acordo com Slater (2003, p 61), a cultura da Wal-Mart tornou-
se a cola que preserva a lealdade entusiástica dos empregados e impulsiona
as lojas para cumprir os altos padrões definidos por Sam Walton.
Muitas empresas acreditam que fornecer produtos e serviços
continuamente melhorados, a preços competitivos, seja o suficiente para
fidelizar clientes. Outras vão mais além, proporcionando programas de
benefícios para usuários freqüentes e descontos preferenciais. Mas nada disso
aumenta significativamente a fidelidade do cliente em longo prazo, porque a
maioria desses enfoques não está centrada no cliente individual e na sua
23
definição individual de valor. Em vez disso, tratam os clientes como uma
grande massa sem muita diferenciação.
A chave para a fidelidade a longo prazo é expandir valor para o cliente
com base na sua definição individual de valor. Essa definição pode variar muito
de um cliente para outro, por exemplo, acesso a informações, descontos no
preço e atenção pessoal.
De acordo com Freitas (2001, p 60), as empresas bem-sucedidas em
manter altos níveis de fidelização de clientes nos apresentam algumas lições
importantes sobre o assunto:
Um bom produto ou serviço será sempre a base para o desenvolvimento
da fidelidade do cliente. As empresas devem desenvolver produtos e serviços
personalizados de acordo com o que os clientes individuais querem.
Desenvolver a fidelidade do cliente deve ser compromisso de toda a
empresa.
Reunir informações sobre o cliente não é tudo. Por mais sofisticada que seja, a
tecnologia da informação é simplesmente um instrumento para melhorar a
qualidade do produto e do serviço para atender às necessidades individuais
dos clientes.
O impacto econômico do foco de uma empresa na fidelidade do cliente,
torna-se evidente apenas após um longo período de tempo.
2.3 A Importância da Comunicação no Processo de
Fidelização
Comunicar-se eficazmente é uma habilidade básica para um
profissional. Ela é fundamental para desenvolver relacionamentos profissionais
com o cliente e é a essência do atendimento.
Existem algumas regras básicas que se aplicam a todas as formas de
comunicação e outras habilidades mais específicas que se referem a cada uma
delas. Uma delas é o modo como nos comunicamos.
Frances; Bee (2000, p 27;28) cita Albert Mehrabian como sendo um dos
mais famosos pesquisadores que examinou esta questão, chegando a
24
resultados fascinantes. Ele concluiu que a mensagem é transmitida por meio
de:
• ‘O quê dizemos’, isto é, as palavras que usamos – 7%.
• ‘Como dizemos’, isto é, o uso da voz em termos de tom, volume, ritmo –
38%.
• Nossa linguagem corporal – 55%.
Frances; Bee (2000, p 35) complementa que, ouvir com atenção é um
componente essencial para se ter um ótimo relacionamento. Fica muito
evidente quando alguém não está ouvindo. Há uma grande diferença entre
ouvir e escutar, ouvir é uma atividade física, enquanto que escutar é uma
capacidade racional, ou seja, para escutar tem-se que usar processos de
raciocínio traduzindo e entendendo a mensagem.
O cansaço, a pressa, o aborrecimento, o pensamento voltado para outro
assunto, à espera da vez para falar ou até mesmo quando pensa que sabe o
que a outra pessoa vai dizer são fatores que contribuem para a distração
causando assim barreiras para se ouvir com atenção.
Esses obstáculos, algumas vezes são difíceis de serem superados,
porém podem ser remediados. Diante da necessidade de se discutir algo com o
cliente, deve-se "procurar conversar em lugar calmo, sem ser perturbado,
procurar manter-se calmo, manter a mente aberta sem fazer suposições e
entre outros, disponibilizar tempo suficiente para concluir a conversa".
Frances; Bee (2000, p 25) cita que, ouvir com atenção é algo muito difícil
e envolve:
• Estar atento e demonstrá-lo. Isto é, manter bom contato visual, acenando
com a cabeça;
• Prestar atenção não só ao que é dito, mas também como é dito;
• Assimilar e interpretar as mensagens não-verbais;
• Esforçar-se não só para ouvir, mas também, para entender;
• Rememorar e resumir – usando suas próprias palavras ao repetir o que
ouviu, para que possa checar se compreendeu a mensagem correta.
Saber fazer perguntas eficientes é uma das habilidades imprescindíveis
para um profissional. Ter as informações corretas é oferecer excelência em
25
atendimento ao cliente. Ter acesso a elas rapidamente é uma habilidade que
pode ser desenvolvida e depende do tipo de informações que você está
buscando obter. (FRANCES; BEE, 2000, p 35).
2.4 O Marketing Como Ferramenta de Fidelização
Segundo Kotler; Jain; Maesincee (2002, p 36), o aspecto crucial da
criação de mercados bem-sucedidos é a capacidade de integrar o cliente em
todos os processos críticos. Os clientes podem usar a Internet para transmitir
seus desejos e necessidades aos profissionais de marketing, definindo o que
querem para que as empresas os atendam. Em outras palavras, os
consumidores especificam e as empresas fornecem. Assim, os clientes
mudaram de papel, passando de “consumidores” a ‘prossumidores’. Por
exemplo, os prossumidores da Dell montam os computadores de seus sonhos,
escolhendo exatamente as características e serviços que melhor atendem suas
necessidades.
Ainda segundo Kotler; Jain; Maesincee (2002, p 57;58), para identificar
as necessidades dos consumidores, os profissionais demarketing precisam
compreender o contexto de escolha: em que os clientes pensam, o que querem
e com o que se preocupam. Os profissionais de marketing também devem
observar a quem os clientes admiram, com quem estão interagindo e quem os
influencia.
Hoje, os benefícios para os clientes estão sendo definidos ao longo de
três dimensões:
1. De ofertas baseadas em outputs para ofertas baseadas em inputs e
resultados.
2. Do desempenho dos produtos para as experiências dos clientes.
3. De ofertas massificadas para ofertas customizadas
Para Rabelo (2009), o público infantil também faz a diferença para as
grandes redes supermercadistas, como Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar.
O Marketing dessas empresas estão investindo pesado em produtos voltados
para bebês, a fim de aumentar a fidelidade dos consumidores e estimular a
26
volta do público perdido para a atual onda de expansão de lojas de bairro. Um
amplo estudo feito com apoio de fornecedores como Johnson & Johnson,
Procter & Gamble, Nestlé e Fisher Price, em várias cidades do País, mostrou
que a chegada de uma criança eleva os gastos da família em média em 40%. E
não é só com apetrechos infantis, mas com outros produtos, como limpeza,
higiene e guloseimas.
De olho nesse potencial, o projeto batizado de Mundo Bebê ganhou
espaço especial em uma loja do Carrefour em São Paulo, como projeto piloto.
Se o sucesso se confirmar, outras lojas espalhadas pelo País também vão
ganhar o mesmo espaço, com design exclusivo, caixas específicas, carrinhos
de compras próprios e uma série de comodidades, como até produtos
inexistentes no mercado e de marca própria – como as embalagens com cem
fraldas e preços até 25% menores em relação aos praticados no mercado.
O varejista francês implementou a iniciativa há menos de um ano na
Espanha e na Turquia. As vendas gerais cresceram até 15%, enquanto as que
não adotaram o Mundo Bebê aumentaram apenas 5% no mesmo período,
como conta o diretor de Produtos de Grande Consumo da rede Carrefour no
Brasil, o francês Karim Nabi. "Não dá para ampliar receita vendendo arroz a R$
4,00 Temos de ter clientes que venham sempre e comprem mais, em especial
produtos de maior valor agregado. Entre as categorias aspiracionais que mais
puxam vendas, a chegada de um bebê é líder absoluta", diz ele.
“Tanto a linha de produtos para bebês como para as mães recentes
cresceu exponencialmente nos últimos anos", diz Rodrigo Lacerda, diretor de
marketing do Carrefour. Hoje, o varejo tem recursos, como a leitura do tíquete
de vendas, para estudar o comportamento do consumidor e gerar atrativos.
O ‘marketing infantil’ não trata apenas da criança como público-alvo,
mas do envolvimento da criança ou da mãe no processo de compra. O grupo
das mães ainda não recebe a atenção merecida. Acredito que este cenário
esteja mudando. Elas representam um dos principais grupos consumidores no
mercado.
Underhill (1999, p 130;132), comenta que antigamente as crianças iam
somente à escola, o que deixava as mães livres para um sem-número de
27
tarefas de superintendente do lar com destaque para a aquisição de
comestíveis, roupas e outros suprimentos e serviços conforme necessários.
Papai comprava bebida, pneus, charutos, cortadores de gramam, comestíveis
(talvez uma ou duas vezes por ano) e o presente de aniversario da mamãe.
Somente compras grandes exigiam a presença da família inteira, como a
compra de um automóvel ou um sofá, mas como a frequencia era pouca, as
crianças que acompanhavam a compra não chegavam a atrapalhar a compra.
Hoje em dia ambos os pais quase certamente trabalham fora, de modo
que as compras que não se encaixam na hora do almoço acabam se tornando
um passeio de família.
As crianças consomem mais mídia de massa do que os adultos. O
mercado deseja as crianças, necessita das crianças e elas são cortejadas pelo
convite e o aceitam com prazer. Elas idolatram personagens de TV e aprendem
desde cedo a relação entre marca e status.
Em termos práticos:
• Se uma loja for de alguma forma hostil às crianças, os fregueses pais
captarão a mensagem e se afastarão.
• Podemos contar com as crianças como consumidores ávidos, contanto que
suas necessidades tenham sido consideradas. Em outras palavras, caso
queira vender um produto para as crianças, você precisa colocá-lo onde elas
o consigam ver e alcançar.
• Se a atenção plena dos pais for exigida, alguém terá primeiro de encontrar
um meio de desviar a atenção de uma criança inquieta e entediada.
Ainda segundo Underhill (1999), na década de 1980, a General Mills
bolou um novo produto para o paladar infantil, uma pipoca de microondas que
vinha em diferentes cores. Ela divulgou o produto intensamente em
programas de TV, mas em um exemplo clássico de descoordenação entre o
órgão de merchandising e o de marketing, não se certificou de que o produto
estivesse sendo exposto ao alcance dos consumidores visados. Pressupondo
que os pais fariam a compra, os supermercados expuseram o produto no
alto, e isso foi o motivo das vendas desapontadoras do produto.
28
2.5 Tecnologia a Serviço do Varejo
Beal (2004, p 47) afirma que, administrar adequadamente os recursos
informacionais e seus fluxos representa, hoje, uma necessidade cada vez mais
premente em qualquer tipo de negócio. As organizações do século XXI existem
num ambiente repleto de inter-relações que permanecem em constante estado
de mutação e, nesse contexto, informação e conhecimento representam
patrimônios cada vez mais valiosos, necessários para que se possa prever,
compreender e responder às mudanças ambientais e alcançar ou manter uma
posição favorável no mercado.
Segundo Kotler; Jain; Maesincee (2002), os mercados hoje estão
mudando com rapidez. Clientes sensíveis ao preço, novos concorrentes, novos
canais de distribuição, novos canais de comunicação, Internet, comércio sem
fio, globalização, desregulamentação, privatização... a lista vai longe. E não só
os mercados que estão mudando, mas também as tecnologias que os
embasam: comércio eletrônico, e-mail, telefones celulares, automação das
atividades de marketing e vendas, videoconferência. É imperativo que as
empresas meditem sobre o impacto revolucionário dessas novas tecnologias.
O principal problema econômico de hoje é o excesso de capacidade na
maioria dos setores de atividades em todo mundo. Escassos são os clientes,
não os produtos. A questão é a demanda, não a oferta. O excesso de
capacidade leva a hipercompetição, com muitos bens e serviços em busca de
poucos clientes. Resultado: briga de cachorro grande na formação de preços e
incidência cada vez maior de fracassos no mundo dos negócios.
A Internet, a tecnologia e a globalização amalgamaram-se para criar
uma nova economia, erguendo-se na lógica da gestão da informação. Essa
nova economia sustenta que os competidores com os melhores sistemas de
informação e com atividades de inteligência mais eficazes serão os
vencedores.
Segundo fusco (2009), as lojas da rede varejista Fresh and Easy, nos
Estados Unidos, são como qualquer outro supermercado: produtos expostos
em prateleiras, carrinhos e promoções. Mas, a inovação está na saída, um
29
detalhe bastante diferente: não existem funcionários registrando as compras
nos caixas. Os próprios clientes passam os produtos por leitores de códigos de
barras e pagam as compras com cartões de débito ou crédito. Fundada no ano
passado e hoje com 62 lojas, a rede — braço da britânica Tesco — adota uma
modalidade extrema do auto-serviço.
A experiência da Fresh and Easy ilustra uma tendência global de
substituição de atendentes humanos por máquinas. Os motivos são os
mesmos que levaram os bancos, pioneiros no sistema de self-service, a adotar
os caixas eletrônicos: redução de gastos operacionais e de tempo de
atendimento.
Para Weintraut; Barr (2002, p 168), a inteligência faz toda a diferença no
desenvolvimento. Ao contrário do que clamam os invejosos, não existe uma
coisa chamada ‘sorte empresarial burra’. O ‘vizinho milionário do lado’ talvez
estivesse no lugar certo na hora certa, mas o mais provável é que tenha
chagado lá com uma grande idéia e muito trabalho árduo. E é preciso
inteligência para construir aquele sucesso inicial e se manter no jogo. A
inteligência é fundamental para o sucesso, porque a verdadeira inteligência
empresarial impregna cada parte de uma empresa, dos fundadores aos
empregados, da escolha do conselho certo à implementação da estratégia
financeira correta. As empresas que dão certo usam a cabeça enquanto
continuam a se movimentar rapidamente para botar pressão – e melhorar – a
oportunidade de mercado que está ao seu alcance.
O ambiente acelerado e conectado da tecnologia e dos negócios
relacionados à internet vem intensificando a qualidade auto-reforçadora da
inteligência. Ações inteligentes podem se potencializar rapidamente,
impulsionando a empresa na direção da zona de sucesso e operar na zona de
sucesso é, na verdade, uma combinação de tomada de decisões mais
inteligentes e movimentar-se rapidamente para executá-las.
30
CAPITULO III
3. Capacitação Profissional
3.1 Motivando a Equipe
O departamento de Economia e Pesquisa da ABRAS concluiu, segundo
Meza (2009), um estudo inédito sobre a área de recursos humanos do setor
supermercadista, especialmente elaborado para a revista Superhiper. O
levantamento coletou dados de 132 organizações. Essas empresas contam, ao
todo, com 125,6 mil funcionários, o que corresponde a 14,3% do segmento de
auto-serviço do país.
A análise inclui panoramas salariais e sobre a oferta de benefícios e
treinamentos.
Segundo a pesquisa, com a adoção de políticas de remuneração
variável, é visível a obtenção de mais rápida de metas de crescimento e
expansão, a maior satisfação dos clientes e a fidelização e motivação dos
colaboradores.
Quanto mais abrangentes forem as ações, melhores os resultados. Por
isso deve-se avaliar sua concessão para todos os funcionários com base no
estabelecimento de metas individuais, por setor e coletivas. Dessa forma, o
colaborador fará jus a uma dada recompensa.
Vale ressaltar ainda, a necessidade de se criar uma equação que
considere não só aspectos financeiros, mas também motivacionais. As
empresas devem voltar-se tanto aos benefícios tangíveis quanto aos
intangíveis. Ou seja, tanto para presentes e reconhecimentos financeiros,
quanto para elogios públicos, convites para participar de projetos, cursos etc.
De qualquer forma, afirma Meza (2009), é vital ter em mente que não é
possível trabalhar nem viver bem com carência de atributos básicos,
conhecidos como ‘higiênicos’, vitais para a satisfação de um individuo e sem os
quais não se vive, como acesso a alimentos de qualidade e assistência médica.
31
Por exemplo, se um funcionário não tiver condições de se alimentar
adequadamente, não gozar de boa saúde e não tiver acesso a tratamento, não
terá vitalidade para trabalhar e se realizar pessoal e profissionalmente.
Incluir todos os funcionários da empresa em programas de treinamento é
mais uma iniciativa que certamente os motivará.
Segundo Giuliese (2009), pessoas ficam motivadas quando se sentem
orgulhosas do trabalho que realizam e têm chance de crescer e aprender
constantemente. É essencial que se crie um ambiente favorável ao
desenvolvimento. Para isso, os principais gestores precisam ser acolhedores.
Ainda há empresas com visão retrógrada do treinamento. Seus gestores
acham que o profissional terá chance de conseguir empregos melhores, mas o
importante é saber que estão contribuindo para o desenvolvimento
organizacional de forma sustentável e socialmente responsável.
Para Dolan; Garcia (2006), reconhecer o valor individual e coletivo dos
colaboradores, para qualquer organização, deixou de ser opção e passou a ser
obrigação. É um dos grandes riscos que correm os executivos ‘desorientados’:
o de menosprezar tanto a influência das pessoas como a da cultura
empresarial na qual estão integradas.
Pesquisas confirmam que a forma como as pessoas são gerenciadas
produz um retorno sobre o investimento mais alto que aquele produzido pelas
novas tecnologias, por pesquisa e desenvolvimento, por estratégias
competitivas ou por iniciativas na área de qualidade. Proporciona também
vantagens de recrutamento e retenção àquelas organizações que demonstram
flexibilidade e inovação em suas políticas de recursos humanos.
As habilidades para lidar com pessoas merecem mais atenção do que
normalmente recebem em discussões sobre liderança. Ruggiero (2008, p 105),
cita Peter Drucker, um dos maiores gurus da administração contemporânea,
“todas as organizações precisam de lideres, mas muitas delas negligenciam
seu desenvolvimento”.
32
3.2 Em Busca da Liderança
Liderança é para Diniz (2005, p 21), a capacidade de inspirar, motivar e
movimentar pessoas a atingir e superar metas, ultrapassando aquilo que
aparentava ser seus limites. É a capacidade de tornar a visão do futuro clara e
atraente para todos. E, também, a capacidade de inspirar confiança ‘cega’ nos
seus seguidores. Confiança cega não significa que os seguidores não
participam da visão, mas sim que eles confiam incondicionalmente na
sinceridade do líder e na honestidade dos seus objetivos. Eles sabem que não
há nenhuma agenda secreta e que o líder vai honrar seus compromissos.
Dolan; Garcia (2006, p 146), afirma que as qualidades exigidas de
um líder que adota o processo de mudança cultural não podem ser
improvisadas, elas precisam ser desenvolvidas. Os autores citam algumas
qualidades que necessitam serem observadas para fortalecer e desenvolver os
colaboradores:
1. Criar e manter o entusiasmo – para fazer isto, os líderes precisam se
conectar emocionalmente com seus colegas, gerando neles expectativas que
os estimularão e os encorajarão a trabalhar em prol da mudança. Isso exige
empatia ou a capacidade de compreender as coisas a partir dos diversos
pontos de vista dos seus colegas, ao mesmo tempo em que se projetam
imagens inspiradoras do futuro. O uso de metáforas e símbolos também é útil
na geração de entusiasmo.
2. Desenvolvendo a maturidade – um líder tem de saber como avaliar e
fortalecer em seus colaboradores o nível de maturidade, e capacidade para
ação autônoma e opinião independente. Ser um exemplo é provavelmente a
melhor forma de influenciar o nível de maturidade daqueles que trabalham mais
diretamente com o líder.
3. Ouvir – deve-se reservar tempo suficiente para que o líder escute
individualmente, como também coletivamente, as opiniões de seus
colaboradores, Ouvir é essencial para o verdadeiro trabalho de equipe, e
permite que o líder experimente determinadas idéias antes de tomar decisões e
verificar constantemente que as ações propostas são factíveis e desejáveis.
33
Saber ouvir é essencial para ser capaz de formular os valores que são
verdadeiramente significativos para as pessoas.
4. Mobilizar a criatividade - um líder que queira capacitar outras pessoas a
alcançar resultados e o sucesso, deve ele mesmo criar um ambiente de
pensamento inovador, de criatividade e de experimentação dentro da sua
equipe principal e legitimar o processo de aprender com os erros.
5. Delegação - fortalecer a delegação eficaz significa que os lideres devem
se perguntar constantemente: 'Porque tenho que fazer isto?' e 'Quem mais
poderia fazer isto?'. Isso exige que o líder reprima tendências de esperar o
desempenho perfeito (e padrões altos demais que apenas ele poderia ser
capaz de atingir) e de querer que ele seja o protagonista de toda tarefa
importante.
3.3 Inovação do Colaborador
Segundo Cid (2009), houve um tempo que as empresas se contentavam
com funcionários que exibissem experiência e sólido conhecimento técnico.
Com a aceleração do processo de mudanças do mercado, elas passaram a
procurar quem combinasse a tal base de conhecimentos com uma capacidade
de aprender continuamente. Tudo isso continua sendo importante para o
profissional, mas ele agora precisa exibir algo bem mais intangível: o
comportamento adequado. Personalidade, postura, engajamento e adesão aos
valores da empresa viraram pré-requisitos. É claro que a postura ideal de um
empregado varia de acordo com a cultura da empresa. O funcionário da
Ambev, um ambiente de altíssimas taxas de cobrança e recompensa, será
sempre diferente do funcionário ideal da Serasa Expirian, que valoriza o
equilíbrio entre vida pessoal e profissional, ou da Embraer, com sua obsessão
por planejamento, comunicação e trabalho em equipe. Mesmo assim, é
possível mapear características que são valorizadas em qualquer boa
empresa. São essas características que foram esmiuçadas por Cid (2009), a
partir do depoimento de chefes de RH de algumas empresas.
34
• Tem que saber fazer tudo - Fazer bem o trabalho habitual não é
suficiente. O funcionário precisa se mostrar capaz de realizar múltiplas funções.
• Tenha o equilíbrio da geração Y - apesar de o conceito restringir esse
grupo às pessoas nascidas a partir de 1980, ou ainda depois, é possível ter
características da geração Y em qualquer idade. Faz parte desse grupo quem
consegue realizar várias tarefas ao mesmo tempo, desafia regras a fim de
inovar, gosta de estruturas flexíveis e assimila facilmente mudanças
tecnologias, sociais e comportamentais.
• Sim, bons resultados ainda contam muito - em qualquer empresa, os
primeiros a serem promovidos são os que consistentemente apresentam bons
resultados, é preciso 'fazer acontecer' e mostrar 'inconformismo construtivo'.
Traduzindo: acreditar que os resultados sempre podem melhorar
• Ganha mais quem se preocupa com os outros - a 'campanha do
agasalho' da firma e outras iniciativas assistencialistas pontuais não bastam.
Cada vez mais as empresas vêm valorizando quem se envolve realmente com
programas sociais e ambientais transformadores. Esse tipo de envolvimento
demonstra sintonia do profissional com a sociedade. E esse profissional
geralmente é mais apto a fazer com que os produtos e serviços da companhia
atendam as necessidades do mercado.
• Empreendedor ou empregado? Os dois - a aparente contradição já faz
parte do vocabulário do RH de quase todas as empresas. Elas promovem e
recompensam os funcionários capazes não só de detectar problemas, mas
também de resolve-los por conta própria. Para empreender dentro da empresa,
o funcionário precisa conhecer bem o negocio e ter capacidade analítica. Para
detectar se o candidato é empreendedor, muitos recrutadores esperam que ele
já saiba como funcionam as engrenagens da companhia e seja capaz de dar
sugestões, mesmo que ultrapassadas, para melhorar ou inovar.
• Não prometa, mostre o que já fez - Exemplos de tarefas bem-sucedidas
valem mais do que uma hipotética demonstração de talento. O mesmo vale
para as promoções. Melhor que jurar que se sairá bem nos novos desafios é
assumi-los, ser pró-ativo, e depois pedir o reconhecimento da empresa.
35
• Tem de atuar no time dos outros - o profissional deve saber trabalhar
sozinho e em equipe, coordenar e ser coordenado.
• É preciso ter paixão pela marca - trata-se de algo mais difícil que o velho
'vestir a camisa da empresa', que podia ser feita com mera obediência cega a
ordens.
• Encontre sentido no trabalho - pela nova cartilha das empresas, um
funcionário que não vê sentido no que faz dificilmente entregará o resultado
esperado.
• Qualquer que seja o seu cargo, seja um líder - um líder tem três
características: conhece a estrutura e os processos da empresa: atua como
educador, ao orientar e ouvir as pessoas; e mostra capacidade de transformar.
Segundo Silveira (2009), o colaborador não pode esperar que a empresa
mude sozinha. Seja qual for o seu cargo, há atitudes que você pode adotar
para torná-la um lugar melhor. Abaixo Silveira destaca doze atitudes que
qualquer funcionário pode adotar para ajudar a melhorar o clima
organizacional:
1. Celebre as conquistas - não é preciso ser chefe para organizar a festa.
Chame a turma para um happy-hour, um almoço especial ou um simples
cafezinho. Seus colegas se sentirão reconhecidos, e tentados a repetir o
comportamento de celebração das vitórias, um dos pilares de um bom
ambiente de trabalho.
2. Traduza a empresa, informe, oriente - os bons lideres são próximos das
equipes e procuram transmitir as informações necessárias para que cada um
execute bem seu trabalho. Quando detectam falhas na empresa em relação a
comunicação, as pessoas em geral se calam também e reclamam da empresa.
Essa atitude não ajuda.
3. Elogie os colegas - poucas pessoas têm o habito de elogiar um trabalho
realizado com qualidade. Prefira reconhecer o esforço e a dedicação das
pessoas ao seu redor.
4. Treine o respeito - há funcionários que até se surpreendem quando
ouvem alguém pedir licença ou por favor, ou mesmo dizer obrigado por algo.
36
Ao ser educado, você cativará as pessoas e elas passarão a se policiar para
agir de maneira parecida.
5. Seja político - no bom sentido. Esse é um dos talentos mais valorizados
na vida profissional. Um bom político sabe extrair o melhor de cada pessoa da
equipe, funciona como agregado rumo a um objetivo comum.
6. Não seja político - no mal sentido. Muitos profissionais perdem um
tempo precioso envolvidos com fofocas, querendo roubar o lugar de alguém,
falando mal das pessoas, do chefe e da empresa.
7. Aceite as mudanças - nas melhores empresas, as mudanças são
comunicadas com clareza, e as pessoas são mais bem preparadas para ela.
Evite apegar-se a uma situação confortável demais, porque em geral ela
significa acomodação profissional.
8. Respeite seus limites - concentre-se mais no que realmente importa.
Levar uma vida equilibrada eleva o humor e diminui o estresse. E gente bem-
humorada contamina os outros com alegria.
9. Crie uma ilha de excelência - comece tratando seus subordinados e
pares, de um modo transparente. Mesmo se você só tiver influência sobre uma
parte muito pequena da empresa, o exemplo pode se espalhar.
10. Ajude seu colega - Muitas vezes, uma simples dica ou orientação pode
fazer uma grande diferença para seus colegas. Se as pessoas que trabalham
na empresa fazem parte de um único time, então você será visto como alguém
que sabe trabalhar em equipe.
11. Ajude a desenvolver talentos - o conhecimento adquirido por um
profissional vale muito pouco se ele não é colocado em prática e compartilhado
com os colegas. Ensine o que sabe, troque experiências, dê apoio aos que
estão aprendendo alguma atividade que você domina. Ensinar é também uma
forma de se desenvolver como pessoa e como profissional.
12. Aproxime-se de quem é diferente - o ideal é você não abandonar
aquelas pessoas que pensam e agem de forma diferente da sua. Quanto mais
você entender a posição do seu colega maior a chance de trabalhar em
harmonia.
37
3.4 Modelagem e Gestão de Pessoas
Silveira (2009) comenta sobre a lista das Melhores Empresas para
Trabalhar, resultado da pesquisa feita anualmente pelo Great Place To Work
no Brasil. A metodologia para a formação da lista foi desenvolvida pelo
jornalista americano Robert Levering e se tornou referência em gestão de
pessoas. Ela está baseada em cinco dimensões:
1. Credibilidade – são avaliados aspectos como a qualidade da
comunicação, a capacidade dos gestores de coordenar pessoas e a
honestidade e transparência da liderança.
2. Respeito – são levados em conta as oportunidades de treinamento e
desenvolvimento profissional, as condições adequadas, o reconhecimento do
profissional por sua competência e realizações e o interesse genuíno dos
gestores em suas idéias e sugestões.
3. Imparcialidade – analisa se há isenção de tratamento, justiça,
imparcialidade, equilíbrio entre remuneração e trabalho etc.
4. Orgulho – avaliação do orgulho que o funcionário tem do seu trabalho,
das realizações da equipe e dos produtos e da imagem da empresa.
5. Camaradagem – está relacionada ao ambiente de trabalho, ao espírito
de coleguismo entre as pessoas e ao sentimento de comunidade no trabalho.
O Brasil foi o primeiro país a publicar a lista, em 1997, seguido pelos
Estados Unidos, 1998. Hoje o Great Place to Work realiza pesquisas em 41
países e tem parceira com algumas das publicações mais influentes do
planeta.
A metodologia, segundo Silveira (2009), foi desenvolvida a partir da
observação dos comentários e análises dos funcionários das empresas. A
empresa responde a um questionário sobre suas práticas e políticas de RH e
os empregados outro, sobre sua satisfação em relação ao seu empregador.
“O mundo mudou, as empresas mudaram e o ambiente competitivo
mudou, mas as pessoas continuam querendo trabalhar num ambiente de
confiança, ter orgulho do que fazem e de suas empresas e estar num ambiente
38
de camaradagem”, diz José Tolovi Jr., presidente do GPTW no Brasil e
membro do conselho mundial da consultoria.
Ser eleita uma das melhores empresas para se trabalhar no Brasil é
fazer parte de um grupo especial de organizações que se torna referência tanto
para o mercado quanto para profissionais em busca de novas oportunidades de
trabalho. A conquista de uma das cem vagas da lista representa o
reconhecimento do seu modelo de gestão de pessoas e de suas práticas e
políticas de recursos humanos. É também um indicador que revela o nível de
satisfação e de comprometimento de seus funcionários com a empresa e o
sucesso dos negócios.
Dentre as empresas que estão na última lista do GPTW de 2009, está o
Prezunic, uma rede de supermercados genuinamente carioca, criada em 2001
e já faz parte da lista pelo segundo ano consecutivo.
Segundo Goldberg (2009), é difícil definir o que os funcionários mais
valorizam no Prezunic. Eles destacam da oportunidade de emprego para
jovens às inúmeras chances de crescimento, do pacote de benefícios recheado
ao ambiente de trabalho caracterizado pela descontração e camaradagem
entre todos. É por isso que eles dizem ser rara a possibilidade de encontrar um
emprego com tantas vantagens. Resultado: ninguém pensa em mudar de
trabalho. O pessoal aprova especialmente a preocupação que a empresa
demonstra com o bem-estar geral e as oportunidades oferecidas para que cada
um possa se aprimorar. Quem não terminou o ciclo educacional básico, por
exemplo, pode se formar dentro do próprio ambiente de trabalho através do
Telecurso 2000. Além disso, o Prezunic fechou parcerias com faculdades do
Rio de Janeiro que dão descontos especiais para o pessoal continuar
estudando.
A empresa possui hoje um faturamento de R$ 1,8 bilhão, com cerca de
seis mil e quinhentos funcionários diretos e outros quase dois mil indiretos,
afirma Goldberg (2009). A empresa conta com uma loja especifica para treinar
e formar pessoal. Os recém-contratados ou promovidos passam duas semanas
se preparando para os novos desafios.
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“Trabalha-se muito no varejo, principalmente no de alimentos. Trabalha-
se aos sábados, domingos, feriados, dias santos. Por isso, as pessoas que
procuramos têm que ter o perfil da felicidade. O que é isso? É a tal da
felicidade que se tem quando se trabalha com o que gosta”. Afirma Andréa
Cunha, presidente da rede.
Segundo o site da empresa (2010), o Prezunic surgiu de uma idéia,
porém a idéia por si só, não é suficiente. Ela é apenas o começo, e um bom
começo... Mas, é preciso mais, é preciso gente, e gente talentosa, sonhadora e
determinada, como são os inventores, os artistas, os empreendedores... Gente
que faz acontecer, gente que sabe tornar real o que um dia foi sonho.
Foi exatamente assim que nasceu o Prezunic - uma idéia e um grupo de
pessoas com muita vontade de fazer essa idéia virar realidade. Gente que se
propôs a encarar esse desafio, alguns inclusive deixando empregos
promissores para trabalhar em um projeto novo, mas no qual acreditavam,
simplesmente porque era pautado no respeito ao ser humano e no lema Muito
Prazer.
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CONCLUSÃO
No início do auto-serviço no Brasil, em 1953, os computadores e os
poderosos sistemas de customer relationship management, usados para
gerenciar o relacionamento com o cliente, não passavam de meros cadernos e
agendas de anotações. Os donos de mercearias, padarias, açougues etc,
conhecia o consumidor pelo nome, o mundo parece aos nossos olhares que
naquela época era menor. Hoje, com a evolução do serviço e a concorrência
acirrada dos grandes comércios varejistas, se o empresário de varejo não
estiver preparado para as inovações será devorado.
A globalização trouxe para bem próximo das pessoas a possibilidade de
resolver necessidades básicas e especiais sem precisar sair da cadeira.
Mesmo para essas pessoas é preciso criar relacionamento.
Esta pesquisa retratou mais especificamente o varejo supermercadista,
segmento que ainda atrai o cliente para a loja, pois no ramo de alimentos a
maioria ainda prefere ver, tocar e sentir o cheiro do produto que está
adquirindo. É nesse momento que devemos gerar o nosso CRM.
Sam Walton, fundador da maior rede de supermercados do mundo,
trouxe uma revolução para o varejo supermercadista com uma filosofia de
trabalho muito simples: compre barato para vender barato, tenha sempre os
produtos que os clientes procuram em suas gôndolas, trate os clientes como
você gosta de ser tratado, valorize seus colaboradores e preste atenção na
concorrência, pois eles são os que podem te derrubar se descobrirem o que
você deixou de fazer por seus clientes.
Para que sua empresa construa a filosofia de Sam Walton, de tratar bem
os clientes e suar para torná-los fiéis, não basta apenas procurar os talentos
profissionais, pois às vezes os talentos são construídos, é preciso investir nas
pessoas que você escolheu para cuidar do seu empreendimento, descubra
quem são seus líderes, descubra quais são os colaboradores que vão com
certeza, fazer mais do que apenas vestir a camisa da empresa.
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O mundo está numa aceleração de desenvolvimento tecnológico
bastante avançado, as empresas precisam deixar os caderninhos de anotações
de lado e partir para um mundo novo.
Invista em sua empresa, conquiste seus clientes com algo novo, treine a
comunicação do seu colaborador, motive seus colaboradores, vasculhe o que a
concorrência está fazendo que você ainda não conhece e, ande na frente.
O jornalista americano, Thomas L. Friedman usa em seu livro ‘O Mundo
é Plano’, um provérbio africano que ilustra bem a idéia de competitividade e
concorrência, que o mundo moderno está inserido: “Todos os dias de manhã,
na África, o antílope desperta. Ele sabe que terá que correr mais que o mais
rápido dos leões, para não ser morto. Todos os dias, pela manhã, desperta o
leão. Ele sabe que terá que correr mais rápido que o antílope mais lento, para
não morrer de fome. Não interessa que bicho você é, se leão ou antílope.
Quando amanhecer, é melhor começar a correr”.
Descubra qual bicho você é, e seja cada vez mais rápido!
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