UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … MARIA SANTOS.pdfsurgimento da tecnol ogia digital....
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … MARIA SANTOS.pdfsurgimento da tecnol ogia digital....
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GERENCIAMENTO DE ARQUIVO : O USO DAS NOVAS
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Por: Cristiane Maria Santos
Orientador
Prof ª. Fabiane Muniz
Niterói
2004
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
GERENCIAMENTO DE ARQUIVO : O USO DAS NOVAS
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição prévia para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato
Sensu” em Gestão Estratégica e Qualidade.
Por: . Cristiane Maria Santos
3
AGRADECIMENTOS
....a Deus, Senhor de todas as
vitórias, ao meu esposo o qual pude
ter todo apoio e compreensão, e aos
meus pais, por mais essa etapa
vencida.
4
DEDICATÓRIA
.....dedico esta monografia ao meu
querido esposo que tanto tem me
incentivado a vencer mais uma etapa
em minha vida.
5
6
RESUMO
O aumento explosivo da circulação de dados dentro de uma empresa
trouxe uma necessidade de gerenciá-los de maneira eficiente para garantir o
acesso rápido à informações estratégicas que auxiliem nas tomadas de
decisões.
Por outro lado, o crescimento desordenado de documentos, criou-se
verdadeiras massas documentais acumuladas, onde as organizações
preocupadas com a recuperação das informações e questões de custo e
espaço físico, tem ficado na dúvida em qual tecnologia utilizar. Ficam
impressionadas com os recursos da digitalização, e atentos à questões legais
de guarda de documentos de valor primário que somente a microfilmagem
garante.
Em meio à esse problema, o presente estudo monográfico visa
descrever e analisar essas duas tecnologias da informação especificando
suas vantagens e desvantagens. E que a solução não está no uso das
tecnologias, mais no gerenciamento de documentos o qual é um ato intelectual
e não pode ser substituído por tecnologias, e sim existir articulação entre elas.
7
METODOLOGIA
A metodologia utilizada se baseia na descrição literária das tecnologias
da informação, mais precisamente dos conceitos de microfilmagem e GED (
Gerenciamento Eletrônico de Documentos ), suas vantagens e desvantagens,
fazendo a partir destas, uma análise prática das duas tecnologias visando um
melhor aproveitamento para implantação em ambientes organizacionais.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Uma abordagem histórica do papel 10
CAPÍTULO II - A Microfilmagem 15
CAPÍTULO III – O Gerenciamento Eletrônico de Documentos 19
CAPÍTULO IV – Paralelo entre as duas tecnologias 29
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 45
FOLHA DE AVALIAÇÃO 47
9
INTRODUÇÃO
Num mercado tão variado de escolha de softwares gerenciadores,
surgem dúvidas na escolha de qual tecnologia implantar no ambiente
organizacional. São questões de acesso, de custo e de preservação. Adquirir
essas tecnologias torna-se um desafio para o profissional da informação, o
qual deve fazer parte da escolha do mesmo. Dentre a microfilmagem e a
digitalização qual oferece maior vantagem, visando sua implantação no
ambiente organizacional ?
A globalização tem se apresentado como um ponto de partida na
corrida das empresas em busca de vantagens competitivas, investindo e
tentando investir em tecnologias que viabilizem seus processos produtivos. A
necessidade de operar num ambiente dinâmico faz com que as empresas
precisem concentrar-se em adquirir excelência operacional, o que exige entre
outros requisitos a disponibilidade de informações íntegras.
Os primeiros meios de conservação de documentos concentraram-se
no microfilme. A microfilmagem possibilita os arquivos e bibliotecas
reproduzirem cópias de documentos em microforma, oferecendo a
preservação ao reduzir a utilização do documento original. Seu uso como
última etapa no processo de preservação é colocada em questão com o
surgimento da tecnologia digital.
A digitalização, método altamente viável para quem está preocupado
com uma rápida recuperação da informação, é uma tecnologia capaz de
10
gerenciar todos os documentos envolvidos num processo, independente do
seu formato ou estruturação. Em outras palavras, o GED permite que as
empresas transformem informações em conhecimento interno ( processos e
tecnologias ) e externo ( mercado, ambiente, parceiros,
clientes e concorrentes ). A digitalização como apresentada surgiu
prometendo resolver todos os problemas que o microfilme não havia
solucionado. Com o passar dos tempos verificou-se que a extraordinária
tecnologia chamada digital também tinha seus inconvenientes.
Acredita-se que será necessário realizar pesquisas e diagnósticos
para descobrir de fato a necessidade de cada empresa para implantação
dessas tecnologias.
Sob um olhar arquivístico, essa pesquisa tem como objetivo analisar
os fatores críticos e de sucesso na adoção do microfilme e de sistemas de
gerenciamento eletrônico dos documentos ( GED ), ou seja, a digitalização.
Explicitando fatores positivos e negativos na implantação dessas tecnologias
no ambiente organizacional.
11
CAPÍTULO I
UMA ABORDADEM HISTÓRICA DO PAPEL
12
A história do papel está intimamente ligada à reprografia. De todo
papel introduzido no mundo, 90% é impresso. E foi como suporte reprográfico
que o papel surgiu. Através de desenhos nas paredes das cavernas, o homem
veio desenhando as lembranças visuais de sua vida, chamados de
pictografias que depois se tornaram mais complexos e vieram as ideografias,
os cuneiformes persas até chegar nos hieróglifos egípicos por volta de
2.500 a. C .
O desenvolvimento da inteligência humana veio acompanhado pelas
representações gráficas, tornando-se cada vez mais complexas, chegando
a representar idéias. A História registra o uso de diversos tipos
de suportes, como tabletes de barro, tecidos de fibra vegetal, papiros,
pergaminhos e, finalmente, o papel. As espécimes mais antigas de papiro
datam de 3.500 a C. e suas técnicas de preparação permanecem, até
hoje, sem uma descrição fidedigna. Os papiros eram preparados à base de
tiras extraídas de uma planta abundante no Nilo. Estas tiras eram
posicionadas em ângulos retos, molhadas, marteladas e coladas.
De acordo com Lefebure ( 1980 ), em 105 a C. Ts’ai Lun produz uma
substância feita de fibras de casca de amoreira, restos de roupa e
cânhamo, umedecendo e batendo a mistura até formar um mingau. A
seguir, usando uma peneira e secando ao sol a fina camada ali depositada,
obteve uma folha de papel.
13
A manufatura do papel foi um segredo por mais de seis séculos,
contudo, já estava espalhada por toda a China. A partir da captura de
alguns artesãos chineses pelos muros em Samarkanda no ano de 751, a
fabricação de papel chega a Bagdá e Damasco.
Quando Gutenberg nasceu, a manufatura de papel já era uma indústria
bem desenvolvida por toda Europa.
A tinta viscosa, essencial para impressão, também já estava em uso
na Alemanha para impressão de títulos por blocos para livros manuscritos.
A Gutenberg coube o crédito de vislumbrar as possibilidades culturais e
comerciais do processo gráfico de reprodução.
No fim do século XVI, os holandeses inventaram a máquina que
permitia desfazer os trapos com maior eficácia. A “holandesa” como ficou
conhecida o equipamento, foi se propagando, chegando até nossos dias
com o mesmo conceito básico apesar dos inúmeros aperfeiçoamentos
recebidos.
Em 1719, o francês Réaumur sugeriu o uso de madeira, uma vez que
a forte concorrência da indústria têxtil dificultava e encarecia a principal
matéria-prima usada na época: o algodão e o linho. Na ausência de um
método viável de branqueamento, o papel só podia ser obtido a partir de
trapos brancos. Como a demanda causada pela Revolução Industrial se
intensificava por causa dos controles escritos e de contabilidade, a
capacidade produtiva foi diminuindo.
No final do século XVIII, com a descoberta do cloro, o conjunto de
matérias-primas se ampliou. O efeito deteriorador exercido pelos novos
agentes sobre o material motivou estudos sistemáticos do processo de
14
branqueamento, levando a criação de métodos e condições que
minimizavam tal efeito.
Em 1798, o francês Nicholas L. Robert projetou uma máquina para
substituir a fabricação manual por imersão e produziu um rolo contínuo a
partir de uma grande tela de arame sem fim, girada à mão, para filtrar a
massa. Incapaz de obter financiamento na França, Robert vende a patente
para irmãos Fourdrinier na Inglaterra, que continuaram a desenvolver o
equipamento, até que em 1807 construíram a máquina de
papel. O projeto fracassou porque a matéria-prima era cara e escassa. A
escassez de matéria-prima fomentou a inovação e a crescente demanda,
clamou por processos mais eficientes.
Em 1850, o alemão Keller, lendo a obra de Réumur, desenvolveu a
máquina para moer madeira e transformá-la em fibras.
Paralelamente ao desenvolvimento da indústria papeleira, as artes
gráficas, embalagens, cadernos e outros aplicativos tornaram o papel
indispensável ao acelerado progresso vivenciado na época.
A primeira ilustração em livros foi impressa por Albrecht Pfister, em
1460, por gravação em madeira. Os livros impressos entre 1570 e 1770
empregavam a ilustração em cobre, ao invés da madeira, o que resultou em
perda de qualidade.
Por mais de 400 anos depois de sua invenção, os tipos eram
montados manualmente. Apesar das inúmeras tentativas de substituição do
processo manual, somente em 1886, com a invenção do linotipo por Ottmar
Mergenthaler, foi possível seu uso comercial.
15
A litografia, descoberta por Alois Semefelder em Munique por volta de
1798, também alavancou a impressão artística e, consequentemente, o
consumo de papel. Esta tecnologia era baseada no princípio do processo
offset atual.
Segundo Oliveira ( 1995 ), a incompatibilidade da água com a graxa
no seu processo de feitura, trouxe benefícios no aperfeiçoamento desta
técnica. Este processo muito popular no meio do século XIX, foi sendo
aperfeiçoado ao longo dos anos, até que em 1906, Rubel descobre o
processo offset. Ainda que acidental, este processo provocou uma
verdadeira revolução nas artes gráficas. Pode-se afirmar que a partir do
offset a reprodução gráfica deixou de ser um arte e passou a ser uma
indústria.
A partir do início deste século, a produção de papel foi vigorosamente
multiplicada. Acompanhando a segunda Revolução Industrial, a Era da
Produção em Massa, os pequenos produtores dão lugar a grandes fábricas,
face à economia de escala. Nesta época, o papel já era barato e a sua
produção em massa constante. Outro grande impulso no consumo de papel,
devido ao invento de Chester Carlson, em 1938, foi a xerografia.
Em 1960, com o lançamento da Xerox 914, a reprodução gráfica ficou
muito simplificada. Dispensaram-se pessoas qualificadas, papéis
especiais, reagentes químicos, etc. Atribui-se à xerografia, o início da
terceira Revolução Industrial, a Era da Informação. A velocidade com que a
informação passou a circular teve forte influência no sucesso de muitas
empresas. Os ganhos de produtividade nos escritórios foram expressivos.
16
Ainda há avanços tecnológicos apreciáveis, particularmente, em
eletrônicos, computadores, telecomunicações, e a xerografia passa a
completá-los de forma admirável.
CAPÍTULO II
A HISTÓRIA DO MICROFILME
17
A primeira aplicação prática e comercial do microfilme aconteceu nos
USA em 1927, quando a Kodak lançou a primeira microfilmadora de cheques,
a Recordak. Os bancos americanos imediatamente perceberam que estavam
diante de um produto capaz de resolver definitivamente o problema criado pelo
grande volume de cheques e outros documentos que deviam ser armazenados
por longo tempo.
Daquele momento em diante estava criada uma industria capaz de
faturar milhões de dólares anualmente, satisfazer plenamente seus clientes e
empregar muitas pessoas. Alguns anos se passaram até que esta nova
tecnologia chegasse ao Brasil, trazida pela própria Kodak. A medida em que
novas aplicações iam surgindo, aumentava a procura por mão-de-obra
especializada, novas empresas entravam no mercado e as aplicações iam
aumentando.
18
A microfilmagem convencional era uma realidade. Bancos, governo,
comércio e indústria beneficiam-se desta tecnologia que reduz custos,
preserva documentos e a memória nacional.
Segundo Elkington ( 2001 ), a microfilmagem é um processo de
reprodução de imagens a dimensões reduzidas em filmes fotográficos. Tem
base de poliester, nitrato de celulose ou acetato com emulsões sais de prata
suspensas numa camada gelatinosa. É autorizado pela Lei 5.433 de 08/05/68
e pelo decreto 1.799 de 30/01/96 que conferem ao microfilme o mesmo valor
legal do documento original.
A microfilmagem é uma das opções para a preservação do valor
informativo dos materiais de arquivo e para torná-los mais acessíveis para
pesquisa. É uma opção tecnicamente complexa, que deve ser realizada com
pleno conhecimento dos custos e benefícios e com critérios claros para
seleção dos registros arquivísticos ou coleções de manuscritos a
serem microfilmados.
A microfilmagem dos acervos em perigo proporciona maior facilidade
de acesso a coleções muito requisitadas e impede o avanço da deterioração
causado pela manipulação dos originais. O microfilme também pode substituir
os documentos originais que serão descartados após a microfilmagem,
permitindo uma melhor utilização dos espaços de armazenamento. A
microfilmagem de preservação, porém, exige o preparo de um microfilme que
satisfaça todos os padrões de qualidade de imagem e integridade, além da
longevidade e estabilidade do filme e dos materiais de armazenamento,
garantindo, assim, a disponibilidade a longo prazo do acervo reformatado.
19
2.1 - Suas vantagens
.Confiabilidade: O microfilme é uma mídia de arquivamento.
Atualmente os documentos filmados há 70 anos são recuperáveis e legíveis.
.Norma ISO: O microfilme é uma mídia compatível. As informações
armazenadas em microfilme estão protegidas quanto a possíveis mudanças
tecnológicas.
.Baixo Custo: O microfilme propicia um armazenamento eficiente,
ocupando pouco espaço a um custo muito baixo por imagem. Suas qualidades
de arquivamento o tornam a melhor opção para armazenamento em longo
prazo.
.Reproduzível: É muito econômico reproduzir um microfilme. Pode-se
distribuir de modo rápido e conveniente grandes quantidades de informações
para as pessoas que desejam acessá-las.
.Digitalizável: O microfilme pode ser convertido em dados eletrônicos
para distribuição através da Internet e ser armazenado digitalmente para fácil
consulta.
.Preservação do original: O microfilme substitui o documento original
preservando o mesmo de destruição manual, segurança contra furto incêndio,
inundações etc...
2.2 - Suas desvantagens
20
.características de acesso ( o filme pode ser arranhado quando
manipulado ,utilização de equipamento de leitura, impressão requer manuseio
do filme )
.distribuição inadequada
.acesso individual
21
CAPÍTULO III
0 GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS
Segundo Avedon ( 1999 ), a informação vem sendo registrada em
papel há séculos. Nos últimos 60 anos, muitas coisas têm sido registradas em
microfilmes e há 30 anos vem sendo utilizada a mídia magnética, como fitas e
discos. Em cada um desses casos, a nova mídia forneceu mais um método de
armazenamento de informações, sem, no entanto, substituir a mídia anterior.
22
O Gerenciamento Eletrônico de Documentos ( GED ), converte
informações, essas podem ser voz, texto e imagens, para a forma digital.
Funciona como software e hardware específicos e usa as mídias ópticas,
em geral, para armazenamento. Um sistema de GED usa a tecnologia da
informática para captar, armazenar, localizar e gerenciar versões digitais
das informações. No GED os documentos são preparados para serem
digitalizados em escaners especiais. Após a digitalização, o documento
passa por uma conferência e depois é gravado, junto com tantos outros, em
meios magnéticos ou discos ópticos.
De acordo com Avedon, ( 1999 ) as informações podem ser:
Voz – informação gravada na forma verbal. Cada vez mais
informações verbais estão deixando o caráter informal e assumindo
importância no mundo dos negócios.
Texto – informações cada vez mais formais. Vão de cartas a
contratos, planilhas, manuais etc.
Imagens – informações que não podem ser representadas nas formas
anteriores: mapas, fotografias, assinaturas etc.
O GED objetiva gerenciar o ciclo de vida das informações desde sua
criação até o seu arquivamento. As informações podem originalmente, estar
registradas em mídias analógicas ou digitais em todas as fases de sua vida.
Podem ser criadas em papel, revisadas no papel, processadas a
partir do papel e arquivadas em papel. Podem ainda ser criadas em mídias
eletrônicas , revisadas a partir das mídias e processadas a partir dessas
mídias e arquivadas eletronicamente.
23
Existem situações que podem haver combinações de mídias
analógicas e digitais. Por exemplo, informações criadas e revisadas em
sistemas eletrônicos são impressas para o seu processamento e arquivadas
em papel. Ou criadas e revisadas em mídias de papel para então serem
digitalizadas por meio de um escaners e processadas e arquivadas
eletronicamente.
Para iniciar a caracterização do GED, podemos definir que o ciclo de
vida das informações é gerenciados por dois macrogrupos de soluções: os de
gerenciamento de documentos ( document management ) e gerenciamento de
imagens de documentos ( document imaging ).
No primeiro grupo, as informações estão em estado dinâmico,
enquanto que no segundo estão estáticas. A esses dois mundos – o analógico
e o digital – podem ainda ser agregados outros produtos como workflow e
COLD ( Computer Output to Laser Disc ). E por trás disso tudo há ainda outros
recursos como EDM ( Engineering Document Recognition ), HSM (
Hierarchical Storage Management ), FTR ( Full Text Retrievall ), entre outros.
Devemos compreender as diferenças como os tradicionais sistemas
de processamento de dados, e os sistemas de document imaging. Nos
sistemas de processamento de dados, as informações são transcritas de suas
vias originais para o sistema de via teclado. Nos sistemas de document
imaging, as informações são captadas via escaners. Uma página A-4 gerada
de um editor de textos de microcomputador ocupa aproximadamente
3KB. Essa mesma página impressa e depois captada por um
escaners ocupará no mínimo, dez vezes mais área de armazenamento, devido
a forma interna de representação da informação.
24
Para exibir a informação nos sistemas de document imaging, são
necessários monitores de alta resolução com tamanho que permita exibir um
documento A-4 por inteiro e para impressão, impressoras com resolução e
memória suficiente para poder reproduzir a imagem. Na saída em sistemas de
processamentos de dados, obtemos a informação representada pelo tipos de
impressão. Já em sistemas de document imaging, a informação é reproduzida
fielmente. Todo esse processo necessita de hardware específico, como
escaners para capitação, discos ópticos para
armazenamento, jukebox para armazenamento de grandes volumes, placas de
compreensão para otimização do tráfego de rede e de armazenamento. Ou
seja para a implementação de um sistema de GED é necessário unir novos
recursos aos já existentes nos tradicionais sistemas de processamento de
dados.
3.1 - Suas vantagens
De acordo com Avedon ( 1999 ), as vantagens dos sistemas de GED
são: redução de áreas de arquivamento, redução no tempo de recuperação da
informação, rapidez para atualização dos dados, possibilidade de acesso por
mais de um usuário, possibilidade de manter cópias de segurança.
Esses sistemas de GED melhoram a eficácia, atendimento ao cliente,
controle de documentos e tomada de decisões.
Os sistemas de GED aumentam também sua vantagem competitiva e
automatiza o processamento de informações em forma de documento. Depois
que as informações de um documento são convertidas em formato eletrônico (
e após a criação de um índice apropriado ), o documento pode ser
25
armazenado, recuperado, transmitido, exibido, processado ou impresso
rapidamente.
Os sistemas de GED preservam as características visuais e espaciais
e a aparência do documento original em papel. O documento pode ser exibido
ou impresso em papel onde e quando necessário em apenas alguns
segundos. Na maioria dos sistemas de GED, escaners são utilizados para
converter documentos em papel ou imagens de microfilmes em imagens
eletrônicas ( imagens digitais ). Embora as imagens eletrônicas possam ser
armazenadas em qualquer mídia compatível com computador, elas geralmente
requerem uma quantidade substancial de espaço de armazenamento para
leitura por máquina.
Devido à sua alta capacidade de armazenamento, os discos ópticos
são os mais apropriados para tais sistemas. Após a digitalização, as imagens
eletrônicas dos documentos são gravadas em discos ópticos em locais
controlados por software. Embora a maioria das imagens eletrônicas sejam
inseridas no sistema por meio da digitalização, outras técnicas podem ser
utilizadas. A conversão de informações de outros sistemas eletrônicos, como o
CAD ( projeto auxiliado por computador ), também é possível.
Além destes benefícios gerais, os sistemas de GED que utilizam
discos ópticos oferecem outras vantagens.
- Densidade dos Pacotes
O conteúdo ( imagens bitmap ) de dez arquivos com quatro gavetas
cada ( 200 mil páginas ) pode ser armazenado num único disco de 12
polegadas em vez de 1.200 microfichas, 40 rolos de microfilme de 16 mm (
com redução 24:1 ), 40 rolos de fita magnética ou 2 mil disquetes.
26
- Recuperação Veloz
Qualquer documento ( de um arquivo com centenas de milhares ) pode
ser localizado em alguns segundos. De um arquivo com milhões de páginas, a
recuperação não deve exceder os 30 segundos. O papel num arquivo local
pode exigir 5 minutos; de um local remoto, a recuperação pode levar horas. A
recuperação de informações em microfilme leva mais tempo que a do disco
óptico, porém menos que a do papel.
- Velocidade de Transmissão
Uma página de 81/2 x 11 polegadas pode ser transferida do disco
óptico para a estação do usuário numa rede local ( LAN, de local area network
) em 2 a 3 segundos. A transmissão a partir do papel e de sistemas
de facsímile leva 15 a 20 segundos. O fato de que o documento é armazenado
nos discos ópticos em formato digital e não analógico, como no caso do papel
e do microfilme, faz uma grande diferença.
- Workflow ( seqüenciamento, rastreamento, geração de relatórios )
Muitas funções e atividades de negócios têm seu ritmo e seu
seqüenciamento estabelecido pelo fluxo da papelada e não pelo trabalho em
si realizado nos ou com os documentos. Por exemplo : as tarefas de
processamento começam quando o papel chega à mesa de uma pessoa e
não quando alguém conclui uma etapa de processamento. Os documentos
sensíveis ao tempo podem receber uma prioridade alta e ser expedidos
através do sistema. Trilhas eletrônicas de auditoria podem ser estabelecidas e
relatórios de gerenciamento gerados para a revisão do andamento do
trabalho.
- Indexação e Referência Cruzada
27
Os sistemas de Gerenciamento Eletrônico de Documentos utilizam um
computador como controlador ou “gerenciador eletrônico de sistemas” e
podem definir referências cruzadas para os documentos. Os usuários podem,
por exemplo, pesquisar um documento por nome, número de conta, palavra-
chave ou qualquer combinação de descritores. Um computador pode realizar
essa função também com papel, microfilme ou mídia magnética. Nos sistemas
de GED essa função pode ser integrada.
-Integração com outros sistemas
Os sistemas de discos ópticos são sistemas digitais eletrônicos
capazes de fazer interface com outros sistemas eletrônicos, como o
processamento de dados e o facsímile. Os documentos relativos a uma conta,
por exemplo, podem ser recuperados de um disco óptico enquanto o usuário
acessa, simultaneamente, os dados relacionados a partir do computador da
organização. Utilizando uma técnica de disposição em janelas, o mesmo
monitor pode exibir as imagens e os dados.
- Boa qualidade de imagem
Monitores de alta resolução podem ser adquiridos a qualquer
momento. Impressoras a laser fornecem cópias com um bom contraste e uma
alta resolução em papel comum.
- Documentos sempre disponíveis
Muitas pessoas podem consultar o mesmo arquivo ou até o mesmo
documento simultaneamente.
- Eliminação de panes na cabeça de leitura/gravação
As cabeças a laser de um sistema de disco óptico utilizam um raio
laser que fica mais longe do disco; portanto, não existe o risco de que uma
28
cabeça se quebre. Na mídia magnética, uma pane na cabeça de
leitura/gravação pode destruir todos os dados.
- Segurança
Um sistema de senhas de usuário pode restringir o acesso a várias
categorias de material. Uma trilha de auditoria relativa ao acesso a um arquivo
ou documento em particular também poder mantida. Duplicatas da mídia (
discos ópticos ) e o índice podem ser armazenados num local remoto para
proteção contra acidentes.
- Discos WORM não podem ser alterados
Um documento convertido para formato digital e gravado num disco
óptico WORM ( uma gravação, várias leituras ) não pode ser alterado sob
condições normais. O fato de um documento não poder ser alterado é uma
vantagem em muitas aplicações de gerenciamento de registros. Os discos
WORM são mais difícies de alterar que o papel ou microfilme.
3.2 – Suas desvantagens
- Constantes mudanças de mídia com custos associados
imprevisíveis. Há uma obsolescência em prazo de 04 a 05 anos, dos
equipamentos necessários a leitura das informações armazenadas;
- Inexistência de valor jurídico;
- Riscos envolvendo hardware ( incêndio, parada do sistema, roubo,
falta de energia, rede, sabotagem, raios e enchentes );
- Riscos envolvendo dados ( vírus, erros no software, uso inadequado,
hackers )
29
- Falta de padronização na fabricação de equipamento e suportes,
limitando ou mesmo inviabilizando a interação dos recursos materiais
disponíveis;
- Altos custos de conservação e manutenção física dos acervos
informáticos.
O gerenciamento eletrônico de documentos exige habilidade de
trabalhar com uma variedade de formatos, que nem sempre podem ser
previstos pelos projetistas e de aplicação ou por seus usuários. Imagens,
textos e gráficos podem ser armazenados como imagens. De acordo com o
tipo de uso desta informação, entretanto, este pode ou não ser o método mais
eficiente ou o mais efetivo. O tipo de documento, o método de recuperação e a
necessidade de armazenamento determinarão o conteúdo e arquitetura do
documento, e como resultado orienta para a tecnologia de informação
necessária.
O gerenciamento eletrônico de documentos envolve a organização
sistematizada e automatizada, interna e externa, de documentos ao longo do
tempo, através de algum tipo de banco de dados ou seu equivalente.
No Brasil em tramitação no senado Projeto Lei de autoria do senador
Sebastião Rocha, prevê que documentos arquivados eletronicamente
obedeça a um processo previamente documentado e aprovado pela
autoridade competente, ou seja, cada órgão do governo definirá as exigências
da tecnologia adotada na digitalização dos documentos de sua competência.
30
Toda esta preocupação em garantir a legalidade da digitalização de
documentos deve-se ao fato de a legislação trabalhista e previdenciária do
Brasil que estabelece que os tempos de guarda dos documentos de pessoal
são impostos que variam bastante de dois a trinta anos de
permanência nos arquivos.
31
CAPÍTULO IV
PARALELO ENTRE AS DUAS TECNOLOGIAS
32
Todas as organizações produzem documentos em papel ou em meio
eletrônico. Em geral, quanto maior a empresa maior a quantidade de
documentos que precisam ser guardados organizadamente e com método, ou
seja, gerenciados ( classificados, indexados e armazenados ) para serem
recuperados quando forem necessários.
Métodos tradicionais de se armazenar papéis e registros eletrônicos
requerem grande quantidade de esforço para gerenciá-lo. Conforme cresce o
número de documentos, em geral, o tempo e o esforço despendidos para
gerenciá-los também aumenta.
As empresas estão procurando formas de aumentar a
competitividade, reestruturar os processos de negócios, e acima de tudo
garantir o acesso rápido à informações estratégicas que auxiliem nas tomadas
de decisão.
As tecnologias da informação são instrumentos poderosos que tornam
o trabalho mais rápido, tal como fizeram com o telefone, a máquina de
escrever elétrica e a máquina fotocopiadora. Elas permitem que façamos em
questão de segundos ou minutos o que antes poderíamos perder horas para a
realização de uma tarefa. Essa nova era tem como conseqüência o aumento
exponencial de dados, que trás a necessidade de uma gestão integrada de
documentos em papel para os suportes eletrônicos, no entanto, a metodologia
33
arquivística caminha junto para garantir o acesso rápido e seguro da
informação.
Dos meios de reprodução, a microfilmagem se destaca na realização
da preservação dos documentos sob forma legal, e a digitalização está mais
voltada ao processo de recuperação da informação.
4.1 – Análise prática da microfilmagem
Em relação à microfilmagem, antes de ser iniciado um projeto , ou
qualquer outro projeto de preservação de larga escala, a instituição ou
departamento deve fazer um estudo das necessidades, recursos e
prioridades, através de pesquisas que analisem as condições do acervo. Isso
inclui as condições de instalação, os recursos financeiros e humanos
disponíveis para a realização do projeto e a extensão e a natureza das
necessidades de preservação. Após esta avaliação, a instituição poderá
articular prioridades, estabelecer metas amplas e objetivos de curto prazo
para direcionar o esforço de preservação de maneira racional e viável. Tal
avaliação servirá de apoio a solicitações e justificativas àqueles que detêm os
recursos da instituição, bem como a outras instituições financiadoras que
podem ser uma fonte de recursos para o projeto de preservação de materiais
de arquivo.
4.1.1 – Fatores de custo na microfilmagem de acervos arquivísticos
Os fatores de custo segundo Elkington (2001) são:
.Pessoal - as instituições que estão analisando a possibilidade de
implementar programas de microfilmagem de preservação devem avaliar de
forma realista os custos envolvidos. Infelizmente, há poucos paralelos feitos
entre as atividades que precedem a microfilmagem de livros e periódicos e as
34
correspondentes atividades que precedem a microfilmagem de documentos
de arquivo ou manuscritos. Os custos para a conversão desses dois tipos de
materiais são na verdade, extremamente diferentes. O fator que mais contribui
para elevar o custo do preparo de documentos é a mão-de-obra. Se uma
instituição não possui experiência prévia com microfilmagem de acervos de
arquivo, de acordo com padrões estabelecidos para preservação, esse custo
é difícil de ser previsto. Além disso, as etapas comuns de processamento,
descrição e indexação são insuficientes para reformatar documentos de
arquivo em microfilme.
Encontrar um documento num filme é quase impossível sem um
organização, ordenação, etiquetagem e indexação rigorosamente exata e
detalhada. O preenchimento das etiquetas das caixas e das pastas deve ser
completo e preciso. Deve haver um índice da coleção microfilmada que
permita o acesso ao documento no filme, com exatidão. Todos os documentos
têm que ser examinados, os clipes e outros itens retirados, para que cada
folha solta esteja pronta para o operador de microfilmagem. As folhas
dobradas ou amassadas devem ser analisadas e o operador deve receber
instruções claras quanto à microfilmagem de documentos de grande formato,
versos de páginas, envelopes e outros materiais que podem exigir tomadas de
decisão.
O preparo de documentos para a microfilmagem quase sempre
implica no completo reexame, pasta por pasta e muitas vezes peça por peça.
O tempo gasto no preparo depende do tipo de documentos, de suas
condições e da qualidade do processamento já feito. Geralmente, os custos
relacionados à preparação serão, pelo menos o dobro do custo da
microfilmagem em si. O que costuma causar complicações é o fato de que as
pessoas indicadas para executar o preparo têm que muitas vezes que ser
35
afastadas de suas responsabilidades normais. Este desvio dos outros
objetivos da instituição não é incomum, e é um custo que o coordenador deve
levar em conta e tentar reduzir, na medida do possível.
. Serviços de microfilmagem – na maioria dos casos, as instituições
farão, elas mesmas, todas as tarefas referentes ao preparo dos materiais,
mas contratarão uma empresa especializada para fazer a microfilmagem em
si. Se a instituição dispuser de um departamento de microfilmagem, ela
poderá empreender a filmagem, além do preparo. Os custos dos serviços
contratados devem ser cuidadosamente analisados. Para obter um valor justo
dos serviços de microfilmagem, a instituição deve fornecer uma estimativa
bem aproximada do número de fotogramas a serem filmados, os
tipos de materiais, em especial os materiais que podem tornar o processo de
microfilmagem mais lento. Os custos de processamento, da produção de uma
microfilme matriz e de cópias de segurança e consulta, também têm que ser
levados em conta.
A comunicação entre a instituição e empresa de microfilmagem deve
ser completa e clara em relação a todos os detalhes, inclusive o método de
preparo dos materiais e a capacidade da empresa de microfilmagem em
satisfazer os padrões exigidos. A experiência prévia na microfilmagem de
material impresso ( livro ou jornais ) não garante o sucesso da microfilmagem
de documentos de arquivo e manuscritos. As coleções de arquivo contém
documentos de várias cores, tamanhos, estilos de escrita e tipos de tinta ou
lápis, muitas vezes frente e verso. Devem ser feitos ajustes contínuos para
captar diferentes tonalidades de tinta ou lápis desbotado, papel colorido ou
amarelado etc.
36
.Custos X outros valores - embora o custo da microfilmagem, em mão-
de-obra e serviços, passa ser vultoso e até aparentemente proibitivo, outros
aspectos, como acesso e preservação são igualmente importantes e podem,
no final de contas, determinar a microfilmagem de preservação como a melhor
opção. Esses aspectos são o nível de utilização da coleção ( ou partes da
coleção ), incluindo o número de consultas à distância e no local. Se houver
microfilme disponível para empréstimo, os funcionários da instituição ganharão
tempo e os pesquisadores de locais distantes evitarão viagens. Uma coleção
muito manuseada também corre riscos de danos e deterioração dos
documentos. O microfilme irá permitir um acesso muito mais fácil e substituir
dos documentos originais que são frágeis demais para o uso contínuo, mas
para os quais não há recursos para restauração.
4.1.2 – Infra Estrutura necessária
.Contratação e treinamento de pessoal – a instituição tem que ser
capaz de fornecer uma equipe de projeto com o necessário nível técnico e
conhecimento de normas, assim como uma equipe de supervisão que
compreenda as estratégias gerais da microfilmagem de preservação e saiba
identificar o necessário apoio administrativo. Mesmo antes do projeto ter
início, haverá necessidade de pessoal especializado para revisar as coleções,
para estimar adequadamente o tempo necessário de preparo, filmagem e
reordenação após filmagem, assim como o número de pessoas e o nível de
conhecimento necessário para realizar o trabalho. O trabalho de preparo exige
a participação de um arquivista com experiência no processamento de
coleções de arquivo, conhecimento das exigências de preparo de materiais de
arquivo e boas técnicas de supervisão. Embora possam ser usados técnicos
da instituição ou estagiários, nas tarefas de preparo, o supervisor deve
37
dedicar um tempo considerável à elaboração de instruções, ao treinamento,
ao monitoramento e à revisão do trabalho.
Se a instituição tiver um programa de preservação já estabelecido, o
coordenador desse programa poderá servir de orientador e consultor sobre
como manusear determinados materiais e ajudar a tomar decisões de
microfilmagem, além de negociar contratos com fornecedores.
.Contabilização e manutenção – se o projeto de microfilmagem for
financiado por recursos externos, o membro da equipe que administra o
recurso precisa entender os procedimentos de manutenção de registros
contábeis e de elaboração de demonstrativos específicos para a instituição
patrocinadora.
.Manutenção das operações normais – é também importante que a
instituição avalie o impacto que o projeto proposto terá sobre as atividades
rotineiras da instituição, como o processamento e o atendimento à consultas.
.Espaço físico, equipamentos e materiais de consumo – além de
pessoal, é preciso haver espaço , equipamentos e materiais de consumo em
proporção suficiente para o projeto proposto. Devem ser instalados leitoras de
microfilmes e equipamentos especializados para a avaliação documental e
técnica dos filmes produzidos. Também deve haver espaço suficiente para
permitir a comparação do original com a versão filmada.
4.1.3 – Administração de questões legais e fiscais
Um projeto de microfilmagem de preservação geralmente envolve
várias áreas do direito, inclusive as leis de contratos e direitos autorais, além
do cumprimento da legislação fiscal.
38
O departamento de bolsas e contratos e o setor jurídico da instituição
devem ser consultados sobre as exigências de manutenção de registros e
qualquer outra questão legal.
4.1.4 – Avaliação do projeto
Em quase todos os projetos, os custos ultrapassam o previsto, tanto
em tempo de mão-de-obra quanto nas despesas em si. As instituições devem
usar a experiência dos projetos de microfilmagem já realizados para planejar
prioridades e atividades futuras. A manutenção de registros exatos e
completos do tempo de todo o pessoal dedicado ao projeto, assim como da
utilização dos recursos, pode proporcionar uma indicação do custo real do
projeto. A análise dos diferentes níveis de especialização do pessoal
empregado para as várias funções, do fluxo de trabalho e do processo de
tomada de decisões sobre o que microfilmar, e como, pode ajudar a reduzir
custos e aumentar a eficiência em projetos futuros.
4.2 – Análise do gerenciamento de eletrônico de
documentos
Segundo Frank Gilbane, presidente da Publishing Technology
Management e editor de The Gilbane Report on Open Information and
Document Systems , pelo menos 80 por cento das informações eletrônicas
corporativas encontram-se na forma de documentos, em oposição aos
registros estruturados de banco de dados ( REIN, 1994 ). Esta afirmação
baseia-se no fato de que quase a totalidade dos usuários empresariais de
computadores empregam software de processamento de textos em seus
equipamentos.
39
O gerenciamento de documentos adquire agora mais importância com
a perspectiva das empresas utlizarem formas mais complexas de armazenar e
dispor de informações, e não aquela que simplismente transpõe as
informações do papel para meios eletrônicos. Recursos multimídia,
abordagem de orientação a objetos e as idéias dos bancos de dados
distribuídos, ganham força nas organizações. Isso tudo exige uma nova
dinâmica na condução de projetos de implantação da gerência de
documentos.
O gerenciamento eletrônico de documentos exige habilidade de
trabalhar com uma variedade de formatos, que nem sempre podem ser
previstos pelos projetistas de aplicação ou por seus usuários. Imagens, textos
e gráficos podem ser armazenados como imagens. De acordo com o tipo de
uso desta informação, entretanto, este pode ou não ser o método mais
eficiente ou o mais efetivo. O tipo de documento, o método de recuperação e a
necessidade de armazenamento determinarão o conteúdo e a arquitetura do
documento, e como resultado orienta para a tecnologia de informação
necessária.
O gerenciamento eletrônico de documentos envolve a organização
sistematizada e automatizada, interna e externa, de documentos ao longo do
tempo, através de algum tipo de banco de dados ou seu equivalente.
Gerenciar e organizar os documentos que circulam por uma empresa
não é tarefa fácil. Mesmo pequenas empresas recebem grandes quantidades
de correspondência de seus clientes e fornecedores, além da documentação
gerada dentro da própria organização, tais como memorandos, cartas,
requisições, documentação fiscal, etc..., tornando difícil a tarefa de armazenar,
recuperar ou acompanhar o processamento do documento na organização.
40
4.2.1 – Integração das tecnologias
Na verdade não existem novas tecnologias por trás do KM e sim um
novo conceito com novas aplicações e, para extrair o máximo destes
conceitos, estamos falando em explorar mais ferramentas como:
. Groupware e Intranets – nas aplicação de KM normalmente são
utilizadas para disseminação do conhecimento;
. Workflow – utilizado para a captura de conhecimento explícito e para
iniciar a captura e execução de conhecimento tácito;
. Ferramentas de Busca – para localizar, seja dentro da organização
em Intranets, seja o mercado em Extra ou Internet o conhecimento desejado;
. Document Imaging e Document Management – duas alternativas para
registrar o conhecimento;
. COLD – forma armazenar conhecimento oriundo de sistemas de
processamento de dados.
Um dos primeiros ramos onde o conceito de Gestão do Conhecimento
está despertando atenções é no gerenciamento do relacionamento com
clientes.
A Gestão do Conhecimento com é classificada como a segunda fase
do GED, quando os documentos da memória corporativa passam, a saber,
quando e por quem eles são desejados. Ou seja, a Gestão do Conhecimento é
a evolução natural das coisas.
As atividades internas à organização também são gerenciadas pelo
mesmo produto de workflow, e as informações são disponibilizadas através de
41
uma estrutura Intranet, ou seja, é possível a conjugação de atividades externas
e internas de um mesmo processo sob uma única ferramenta. Como terceira
forma de integração de produtos voltados ao Gerenciamento Eletrônico de
Documentos, cabe citar o desenvolvimento de aplicações utilizando-se de
recursos de Internet.
Existe ainda produtos e recuperação de infomações que estão tendo
um escopo aumentado para a realização de pesquisas, não apenas em
servidores corporativos, mas em toda a rede.
4.2.2 – Tecnologias para gerência de documentos
Além da infra-estrutura tecnológica, existe um conjunto de tecnologias
direcionadas ao tratamento de documentos. Estas tecnologias proporcionam a
funcionalidade para processamento e gerenciamento de documentos, tanto na
forma eletrônica, como em papel. Estas funções podem ser analisadas em
duas camadas: funções de processamento e funções de gerenciamento. As
funções de processamento compreendem o ciclo de vida do documento.
.Captura e criação – compreendem as tecnologias para digitalização
da informação. Grande variedade de editores de textos, ferramentas gráficas,
software de autoria e de trabalho cooperativo possibilitam a
criação da maior parte dos documentos. Informações em papel
podem ser escaneadas e transferidas para meio magnético onde são
manipuladas. Existe software capaz de interpretar os dados e armazená-los
em formato comprimido para economizar espaço de armazenamento.
42
.Armazenamento e organização – várias tecnologias determinam
como os documentos serão armazenados e organizados. Os sistemas
gerenciadores de banco de dados convencionais não atendem as exigências
de armazenamento de dados multimídia, documentos compostos, hipertextos
e armazenamento distribuído.
.Recuperação e síntese – documentos armazenados em bancos de
dados podem ser recuperados através de pesquisa de seu conteúdo. Embora
alguns produtos ofereçam técnicas avançadas de responder a uma
solicitação, a maioria dos recuperadores de textos utilizam lógica Booleana. O
critério para pesquisa pode ser estabelecido em função de palavras-chave
definidas no perfil do documento ou em todo texto, dependendo da
necessidade da aplicação. Alguns produtos incorporam o critério de palavras
próximas, ou o uso de thesaurus. Perguntas podem resultar em uma lista de
documentos organizados em ordem da relevância desejada. Uma extensão
dessa abordagem permite chegar a síntese ou sumarização de documentos.
.Transmissão e disseminação – produtos E-mail estão se tornando a
ferramenta mais usual para transmissão de documentos eletrônicos, inclusive
para os chamados documentos compostos, constituídos de vários objetos.
Outra forma empregada para transmissão e roteamento de documentos é feita
através de aplicações workflow.
. Visualização e impressão – mesmo trabalhando com o documento na forma
eletrônica, torna-se necessário, às vezes , a sua impressão
em papel. Para executar essa função o mercado dispõe de uma variedade
muito grande de alternativas de equipamentos e tecnologias, desde
43
impressoras de impacto para texto até sofisticados equipamentos de alta
definição para editoração.
4.2.3 – Avaliação de produtos
Na aquisição de sistema para gerenciamento de documentos alguns
pontos devem ser observados:
. Que formatos de documentos serão gerenciados: textos, imagens ou
outros ?
. Qual o volume de documentos ?
. É necessária recuperação por pesquisa no texto completo ?
. O produto é compatível com o ambiente operacional de hardware e
software da empresa ?
. Quantos usuários terão acesso ao sistema ?
. O produto é compatível com o ambiente operacional de hardware e
software da empresa ?
. Quantos usuários terão acesso ao sistema ?
.É importante a integração com workflow, ou apenas carga e
recuperação são suficientes?
. Que nível de segurança e controle de acesso são necessários ?
. É necessário o controle de versão ?
.O acesso via rede WAN é necessário ?
.O fornecedor apresenta plano futuro de evolução do produto ?
. Serão utilizados recursos de multimídia ?
44
A correta especificação do produto deve levar em conta os planos de
médio e longo prazos da empresa, e não apenas uma visão do momento, pois
os custos de mudança de produto são, em geral, altos.
4.2.4 – Quadro Comparativo
VANTAGENS TECNOLOGIA
Microfilmagem
TECNOLOGIA
GED Redução de área de arquivamento
SIM SIM
Redução no tempo de recuperação
NÃO SIM
Rapidez para atualização dos dados
NÃO SIM
Possibilidade de acesso por mais de um usuário
NÃO SIM
Possibilidade de manter cópias em segurança
SIM SIM
Preservação dos originais para manuseio de pesquisadores
SIM SIM
Alta qualidade e menor custo
SIM NÃO
Durabilidade
SIM NÃO
Longevidade dos suportes
SIM NÃO
Adequado para preservação à longo prazo
SIM NÃO
Valor jurídico
SIM NÃO
45
CONCLUSÃO
Como podemos verificar, a tecnologia da informação, seja o Ged ou a
microfilmagem tem um custo elevadíssimo, e os computadores por si só não
resolverão os problemas de gestão, racionalizar processos ou aumentar a
produtividade. Máquinas e softwares idênticos executarão maravilhas em
organismos bem estruturados e organizados, mas serão apenas uma fonte de
gastos, naquele que não planejarem adequadamente suas necessidades de
informação.
O bom aproveitamento das facilidades trazidas pela tecnologia da
infomação depende de um processo periódico e estruturado de planejamento.
Para isso, os administradores e os arquivistas precisam se preocupar em
adquirir uma visão estratégica de como os sistemas de informação da
organização deverão ser implantados ou alterados , de forma a atender as
necessidades de informação da organização por um período considerado
adequado.
Torna-se também difícil estimar com precisão muito à frente, pela
velocidade da mudança tecnológica, portanto um plano deve contemplar no
mínimo os próximos 6 meses à 3 anos, a ser reavaliado sempre que surja
alguma alteração significativa no ambiente externo ou interno.
As organizações apresentam estruturas, culturas internas e
necessidades de informação extremamente variadas. Por esse motivo, não
existem fórmulas prontas sobre como administrar os recursos de tecnologia da
informação de forma estratégica e lucrativa. Cabe a cada organização
46
encontrar uma abordagem adequada às suas necessidades específicas para
a gestão de suas informações utilizando a microfilmagem ou o Gerenciamento
Eletrônico de Documentos ( GED ).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LEFEBURE, Gilda. Restauração de livros e documentos. In: CONGRESSO
ANUAL DA ABCP, 11, 1980. Anhembi. São Paulo. 80p.
LOPES, Luis Carlos. A gestão da Informação: as organizações, os arquivos e
a informática aplicada. Rio de Janeiro: Arquivo Público do Estado do Rio de
Janeiro, 1997,143p.
PAES, Marilena Leite. Arquivo: teoria e prática. Rio de Janeiro: FGV, 1986.
162P.
OLIVEIRA, Gilson Cruz de. Manual de Conservação de documentos do Arquivo
Central da UFF. LACORD ( NDC ). Rio de Janeiro.1995.
AVEDON, Don M. GED de A à Z: tudo sobre gerenciamento eletrônico de
documentos. São Paulo: Cenadem, 1999.
ELKINGTON, Nancy E. Manual do RLG para microfilmagem de arquivos. 2.ed.
Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos,
2001. 205p..
BEAL, Adriana. Introdução à gestão de tecnologia da informação. 5.ed. Vydia
Tecnologia. 2003.
47
FULGÊNCIO, Célia Maria de Oliveira, O novo profissional da informação. Ver .
Online Bibl. Prof Joel Martins, Campinas, v.1,n.3,p.1-3, jun 2000.
História do Papel. Disponível em http:// robertosales.tripod.com.br/interest.html.
1-2p. ; 2004.
Substituição de suportes: papel x microfilmagem x documentos digital :
GAGLIARDI, Pedro Luiz Ricardo. RFS Telecomunicações. Disponível em
http://www.rfs.pt/microfilme.html. 1-3p. ; 2004
REVISTA PERSPECTIVA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO. Belo Horizonte;
Escola de Ciência da Informação da UFMG, 2002.p.141-154.
48
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DO PAPEL
CAPÍTULO II 15
A MICROFILMAGEM
2.1 -Suas vantagens 17
2.2 – Suas desvantagens 18
CAPÍTULO III 19
O GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE DOCUMENTOS
3.1- Suas vantagens 22
3.2 – Suas desvantagens 26
CAPÍTULO IV 29
PARALELO ENTRE AS DUAS TECNOLOGIAS
4.1 – Análise prática da microfilmagem 30
4.1.1 – Fatores de custo na microfilmagem de acervos arquivísticos 31
4.1.2 – Infra-estrutura necessária 33
4.1.3 – Administração de questões legais e fiscais 35
49
4.1.4 – Avaliação do projeto 35
4.2 – Análise do Gerenciamento Eletrônico de Documentos 35
4.2.1 – Integração das tecnologias 37
4.2.2 – Tecnologias para gerência de documentos 38
4.2.3 – Avaliação de produtos 40
4.2.4 – Quadro comparativo 41
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 45
50
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: Gerenciamento de Arquivo: o uso das novas
tecnologias da informação
Autor: Cristiane Maria Santos
Data da entrega: 24/07/2004
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
Conceito Final: